departamento de taquigrafia, revisÃo e redaÇÃo · especialmente aos gaúchos — não vou...

DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 030.1.55.O

DATA: 12/03/15

TURNO: Vespertino

TIPO DA SESSÃO: Deliberativa Ordinária -

CD

LOCAL: Plenário Principal - CD

INÍCIO: 14h11min

TÉRMINO: 19h59min DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador

Obs.:

Ata da 30ª Sessão da Câmara dos Deputados, Delibera tiva Ordinária, da 1ª

Sessão Legislativa Ordinária, da 55ª Legislatura, e m 12 de março de 2015.

Presidência dos Srs.:

Eduardo Cunha, Presidente.

Carlos Manato, Heitor Schuch, Wherles Rocha,

Nelson Marquezelli, Lindomar Garçon, nos

termos do § 2º do artigo 18 do Regimento

Interno.

ÀS 14 HORAS E 11 MINUTOS COMPARECEM À CASA OS SRS.:

Eduardo Cunha

Waldir Maranhão

Giacobo

Beto Mansur

Felipe Bornier

Mara Gabrilli

Alex Canziani

Mandetta

Gilberto Nascimento

Luiza Erundina

Ricardo Izar

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 030.1.55.O Ti po: Deliberativa Ordinária - CD Data: 12/03/2015 Montagem: 1966/4176

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I[VHPL1][CD2] - ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A lista de presença registra na Casa

o comparecimento de 369 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos

trabalhos.

II - LEITURA DA ATA

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Fica dispensada a leitura da ata da

sessão anterior.

III - EXPEDIENTE

(Não há expediente a ser lido)


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[CD3]O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vou convidar o Exmo. Sr.

Ministro Eliseu Padilha a concluir o pronunciamento que estava fazendo na sessão

anterior.

O SR. MINISTRO ELISEU PADILHA - Vejam, eu tenho ainda que responder

especialmente aos gaúchos — não vou nominar — e respondo ao tema.

Há preocupação, sim, com a questão do Salgado Filho, com a extensão da

pista do Salgado Filho. A INFRAERO, o Presidente do Conselho de Administração,

que está aqui, decidiu, há poucos dias: “Sim, nós vamos estender a pista do Salgado

Filho 920 metros”.

E, com isso, voam os maiores aviões em operação hoje no mundo. O A-380

não desce porque ele hoje só há um aeroporto, São Gonçalo do Amarante, em que

ele desceria de forma regular. Nós vamos fazê-lo descer no Galeão e em Guarulhos

com alguma observação a maior. O ideal é aeroporto o do Rio Grande do Norte,

Natal, que tem o nome de Aluízio Alves, pai do ex-Presidente da Câmara.

O SR. AFONSO HAMM - Tem previsão para início, Ministro Padilha?

O SR. MINISTRO ELISEU PADILHA - O início do processo de licitação se

dará imediatamente, possivelmente este mês ainda, em RDC. Portanto, há

condições de se começar a obra logo. Logo que se preencham as condições que a

INFRAERO estabeleceu de disponibilização da área. Mas aí já é uma questão local,

que nós resolveremos por lá.

Quanto ao 20 de Setembro, eu já tinha dito antes e repito para o Deputado

Deley: sim, o 20 de Setembro está no nosso radar — para usar uma expressão da

área —, mas primeiro vem o Salgado Filho. É uma pomba na mão e outra voando. O

Salgado Filho é a pomba na mão. Vamos concluí-lo. Ele está em processo de


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reconstrução. Depois de construído, vamos pensar no 20 de Setembro, que deverá

estar pronto em 2029, porque o Salgado Filho esgota a sua capacidade em 2029.

Mais uma vez, muito obrigado por todo o entusiasmo da participação. Muito

obrigado pelo carinho das manifestações. Saibam que na Secretaria da Aviação Civil

encontra-se um de vocês: eu, independentemente do partido e de ser da situação ou

da oposição. Tenho em mim uma extensão desta Casa na Secretaria da Aviação

Civil. Estou à disposição dos senhores.

Muito obrigado. (Muito bem! Palmas.)

[CD4][CD5]O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Gostaria de agradecer ao

Exmo. Sr. Ministro Eliseu Padilha não só pelo comparecimento hoje, mas também

pelos esclarecimentos.

Como todos sabem, eu estava na Comissão Parlamentar de Inquérito, que só

acabou agora, e infelizmente não pude acompanhar a exposição do Ministro, o que

teria feito com o maior prazer. Fiz questão, no entanto, de vir para o encerramento,

para agradecer a S.Exa., que, como o Parlamentar que sempre foi e com a

capacidade que detém, sabe debater com nível.

Muito obrigado, Ministro Eliseu Padilha.


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[CD6] O SR. HILDO ROCHA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado

Hildo Rocha.

O SR. HILDO ROCHA (Bloco/PMDB-MA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, quero deixar registrado que eu pedi uma audiência com o

Ministro Eliseu Padilha e fui prontamente atendido. Inclusive estavam presentes

prefeitos que demandavam assuntos relacionados à Pasta de S.Exa. Realmente o

Ministro Padilha tem muita consideração com este Parlamento, diferentemente de

outros Ministros.


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[CD7][CD8]O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTE


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[CD9][CD10] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Passo a Presidência ao

Deputado Carlos Manato.

O Sr. Eduardo Cunha, Presidente, deixa a cadeira

da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Carlos Manato,

nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno.


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[CD11][VHPL12] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Dando início ao Pequeno

Expediente, concedo a palavra, por 1 minuto, para dar como lido seu

pronunciamento, ao primeiro Deputado inscrito, o nobre Deputado Gonzaga Patriota,

do PSB de Pernambuco.

O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, parabenizo o nosso Ministro pelas explicações

que trouxe aqui. Os primeiros sempre serão os últimos.

Farei um resumo de dois pronunciamentos. Um deles trata do programa do

Governador Paulo Câmara que reduz os processos de execução fiscal.

Sa[CD13]bemos que mais de 50% das ações, principalmente nos tribunais superiores

do trabalho, são execuções fiscais do Estado. O Governador de Pernambuco está

trabalhando para reduzir essas execuções. O Estado está fazendo acordos. Houve,

nesse sentido, audiência com a Presidente do Tribunal Superior do Trabalho e o

Presidente do Tribunal Regional do Trabalho.

O outro trata da CELPE — Companhia de Eletrificação de Pernambuco, que

está distribuindo geladeiras e lâmpadas econômicas para a população de baixa

renda, o que é importante.

Peço a V.Exa. que receba como lidos os meus pronunciamentos e autorize

sua divulgação nos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.

Parabéns ao Governador Paulo Câmara.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.


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PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Governador Paulo Câmara

anunciou nesta semana a adesão de Pernambuco ao Programa Nacional de

Governança Diferenciada das Execuções Fiscais. Os detalhes da parceria foram

acertados pelo Chefe do Executivo estadual com a Ministra do Superior Tribunal de

Justiça e Corregedora Nacional de Justiça, Nancy Andrighi, em reunião no Palácio

do Campo das Princesas, da qual também participaram os Presidentes do Tribunal

de Justiça, Frederico Neves, e da Assembleia Legislativa, Guilherme Uchoa.

Com a adesão, o Governo de Pernambuco se junta aos demais poderes no

esforço para solucionar o congestionamento das ações relacionadas às dívidas

fiscais, que representam 52% dos processos que atualmente tramitam na Justiça

brasileira. Para cidadãos e empresas, o programa representa a oportunidade de

quitação de tributos em atraso com burocracia reduzida. Serão promovidos mutirões,

dos quais o contribuinte participante já poderá sair com a sua certidão negativa de

débito em mãos.

“Esse trabalho integrado com os poderes Judiciário e Legislativo, na busca de

acelerar a execução desses processos, com certeza trará uma diminuição do

estoque, ao tempo em que garantirá recursos para o cofre do Estado. Nesse período

que estamos vivendo, de tantos desafios e da busca de alternativas para melhoria

da receita, essa é uma ação prioritária e fundamental”, argumentou Paulo Câmara.

Entre os tributos relacionados às dívidas de execução fiscal estão: Imposto

sobre Circulação de Mercadorias e Serviços — ICMS, Imposto sobre a Propriedade

de Veículos Automotores — IPVA e Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e

Doação de quaisquer Bens ou Direitos (ICD). O Governo já atua com eficiência


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nessa área. Dos R$13 bilhões que formam a dívida ativa de Pernambuco, R$4

bilhões são de ações de execução fiscal ajuizadas entre 2010 e 2014. Foram 23.419

ações. Nesse mesmo período o Estado já recuperou R$820 milhões em créditos

para investimento em políticas públicas que vão melhorar a vida do cidadão.

Na sua passagem pelo Palácio do Campo das Princesas, Sr. Presidente, a

Ministra Nancy Andrighi destacou que a iniciativa consiste numa estratégia de

colaboração mútua, que une os três Poderes em torno de um novo sistema de

governança das execuções fiscais. A meta é possibilitar que o cidadão regularize

seu débito fiscal. “Com esse programa, educamos o cidadão para que ele cumpra o

seu dever, que é pagar os tributos. Também ajudamos o Estado porque o Executivo

só pode fazer programas se tiver o tesouro para poder administrar. E nós, do

Judiciário, também nos beneficiamos com a diminuição das ações”, justificou.

Todos os tributos podem ser objeto de negociação. Esteja ou não ajuizada a

ação, o cidadão pode comparecer à vara para negociar o débito. O Distrito Federal e

o Amazonas já aderiram ao programa, lançado no último dia 12 de fevereiro. O

próximo Estado a receber a Ministra Nancy Andrighi será o Ceará.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Companhia Energética de

Pernambuco — CELPE visitará os Municípios de Araripina, Santa Maria da Boa

Vista e Petrolina a partir desta segunda-feira, 9 de março, para ofertar uma série de

serviços aos moradores da região, como troca de geladeiras e entrega de lâmpadas

econômicas.

A iniciativa faz parte das ações do projeto Espaço CELPE, um mutirão de

atendimentos oferecidos aos clientes da concessionária que inclui orientações sobre


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o uso seguro e eficiente da energia elétrica, solicitações comerciais e, ainda,

entretenimento. Nas três cidades será instalada uma estrutura que terá o suporte de

uma agência móvel, onde serão disponibilizados todos os serviços oferecidos nas

agências convencionais da empresa. No total, 17 Municípios do Estado receberão o

projeto.

No Sertão, o Espaço CELPE funcionará durante 2 dias em cada cidade. Na

segunda-feira, dia 9, e na terça-feira, dia 10, a ação foi realizada na cidade de

Araripina, na praça da Igreja Matriz, no Centro. Em Santa Maria da Boa Vista, as

equipes ficarão na Praça Xisto Graciliano, em frente ao Mercado Público, no Centro,

na quarta, dia 11, e na quinta-feira, dia 12. Petrolina contará com o Espaço CELPE

na sexta-feira, dia 13, e no sábado, dia 14, na quadra do bairro Henrique Leite.

A ação, Sr. Presidente, seguirá o mesmo formato nas três cidades. No

primeiro dia de cada evento, a CELPE promoverá a distribuição de 400 lâmpadas e

a pré-inscrição para a troca de 80 refrigeradores econômicos. No segundo dia, a

empresa realizará a ação de troca dos refrigeradores. Para ser beneficiado com

lâmpadas, o cliente deverá receber as orientações da empresa no local do evento e

apresentar a conta de energia original — classificada como residencial — do mês de

fevereiro de 2015 quitada e sem débitos anteriores, além de documentos de

identificação pessoal — CPF e RG.

Caso o consumidor já tenha recebido um total de seis lâmpadas da CELPE

nos últimos 3 anos, não poderá ser beneficiado novamente. Caso tenha recebido

menos, terá direito à diferença das lâmpadas até o total de duas.

Para a pré-inscrição no Projeto Nova Geladeira, desenvolvido pelo Programa

de Eficiência Energética, regulado pela ANEEL, que realiza a substituição do


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equipamento antigo por um novo com Selo PROCEL de economia, o cliente deverá

estar inscrito na Tarifa Social. Além disso, será exigida a apresentação de

documentos originais e cópias do titular do NIS, tais como carteira de Identidade,

CPF e comprovante de inscrição no Cadastro Único — Cartão Bolsa Família ou

Folha Resumo ou Declaração da Prefeitura.

Já o cliente com BPC deverá apresentar carta de concessão com o número

do benefício — código 87 ou 88. A CELPE lembra que é preciso ter uma geladeira

velha e funcionando para efetuar a troca. Para ser beneficiado, o cliente não pode

ter participado do projeto de troca ou venda de geladeira, promovido pela

concessionária.

Durante a ação, Sr. Presidente, também será possível efetuar o cadastro na

Tarifa Social de Energia Elétrica, que concede descontos de até 65% na conta de

energia a famílias de baixa renda. Na ocasião, o cliente deve apresentar a conta de

energia e o Número de Inscrição Social — NIS ou NB —numeração que consta no

cartão bolsa família —, além de CPF e RG do titular do NIS. As informações são da

assessoria da CELPE.


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[CD14][CD15] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Domingos Sávio, do PSDB de Minas Gerais, por 1 minuto.

O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, colegas Parlamentares, a comunicação que faço, para a minha tristeza e

— não tenho dúvida — para a tristeza deste Parlamento, é um voto de repúdio e, ao

mesmo tempo, um gesto de solidariedade às vítimas.

Eu me refiro a uma situação que ocorreu ontem — tomei conhecimento dela à

noite — em que profissionais da imprensa da minha querida cidade de Divinópolis,

mais precisamente profissionais da TV Candidés, uma TV local, sofreram não só um

constrangimento, mas também uma agressão, eu diria, por terem exercido a sua

missão de jornalistas. E o pior: essa agressão veio da parte de pessoas da área da

educação — como se não tivesse bastado este Parlamento inteiro, há poucos dias,

ter sido vítima de uma atitude absurda do Ministro da Educação, que mostrou de

educação mesmo não ter nada.

Lá em Divinópolis, os assessores da Secretária de Estado impediram os

profissionais da imprensa de trabalhar…

(O microfone é desligado.)



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[CD16] [CD17]O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Lincoln Portela, do PR de Minas Gerais.

O SR. LINCOLN PORTELA (PR-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Deputado Manato, Sras. e Srs. Parlamentares, quero mais uma vez

comunicar a esta Casa que, na próxima quarta-feira, dia 18, das 10 horas às 14

horas, haverá Comissão Geral sobre segurança pública.

Eu convoquei essa Comissão Geral, conversei com o Presidente da Casa,

todos os Líderes da Casa assinaram requerimento, e cada Parlamentar, por seu

partido, ou cada partido, pode indicar dois convidados.

Então, já estamos avisando. Enviei e-mails para todos os Parlamentares, para

todos os órgãos de segurança pública, para que cada partido faça uma indicação de

dois oradores. Se o seu partido ainda não o fez, procure-o para que você possa,

sim, ter aquele orador especialista na área de segurança pública, seja em qual for.

Por favor, participe conosco.



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Deputado Vitor Valim, do PMDB do Ceará. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. VITOR VALIM (Bloco/PMDB-CE. Sem revisão do orador.) - Boa tarde,

Sr. Presidente; boa tarde, demais Parlamentares. O assunto que me traz hoje à

tribuna da Câmara Federal me remete a dezembro de 2008.

No IX Fórum de Governadores do Nordeste, naquele ano, estavam presentes,

além dos Governadores, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a então Ministra da

Casa Civil, Dilma Rousseff, que garantiram que haveria, sim, a Refinaria Premium II

no Estado do Ceará, como a Premium I no Estado do Maranhão.

Pasmem, Sras. e Srs. Parlamentares: o hoje Ministro da Educação, que não é

educado, e então Governador disse na ocasião — vejam o estelionato eleitoral: “A

fala de vocês lavou minha alma duas vezes”, referindo-se também à declaração da

Ministra-Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que descartou que a PETROBRAS

tivesse problemas de investimento. Pasmem, Sras. e Srs. Deputados: logo depois,

assa afirmação caiu por terra, porque a Premium II não foi para o Estado do Ceará.



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[CD20] O[CD21] SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao próximo

orador inscrito, o nobre Deputado Delegado Edson Moreira, do PTN de Minas

Gerais, por 1 minuto.

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (Bloco/PTN-MG. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estamos aqui, mais uma vez, para

clamar por segurança pública. Há explosões de caixas eletrônicos todos os dias. E

essas explosões, além de significarem roubo de dinheiro dos bancos, abalam os

prédios.

Não há fiscalização. Presos usam tornozeleiras eletrônicas fora da cadeia,

mas, na realidade, essas tornozeleiras não controlam ninguém — estamos até

pedindo uma audiência pública para tratar desse assunto.

Sr. Presidente, digo todos os dias aqui, e direi até o último dia do meu

mandato: o Congresso Nacional e o Executivo precisam aplicar verbas em

segurança pública. Chega-se ao cúmulo de o Ministro da Justiça não atender

audiências marcadas a pedido de Parlamentares. É um absurdo.



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[CD22] O[CD23] SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Celso Maldaner, do PMDB de Santa Catarina.

O SR. CELSO MALDANER (Bloco/PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, demais colegas Parlamentares, quero apenas dar como lidos dois

pronunciamentos.

Um trata da entrega ao Município de Maravilha, sábado, de um trator de

esteira adquirido com recursos de emenda de minha autoria.

O outro pronunciamento refere-se ao fato de que vou fazer parte da Comissão

Especial que analisará a Proposta de Emenda à Constituição nº 215, de 2000, que

considero muito importante para nós clarearmos a questão indígena no País e

darmos mais segurança jurídica aos agricultores familiares, principalmente, que

estão correndo o risco de perder suas propriedades. Trata-se de um tema muito

importante, e vou participar ativamente como membro efetivo da Comissão Especial

sobre a PEC 215.

Sr. Presidente, peço que meus pronunciamentos sejam divulgados no

programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido, nobre

Deputado.


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de destacar que na manhã

desse sábado, junto com minha esposa, a Prefeita Rosi Maldaner, e seu Vice,


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Sandro Donati, realizei a entrega oficial de um trator de esteira para o Município de

Maravilha, no Oeste Catarinense.

Adquirida com recursos de emenda parlamentar de minha autoria junto ao

Ministério da Agricultura, no valor de R$ 400 mil e com contrapartida da Prefeitura, a

máquina vai agregar meios aos trabalhos da Secretaria de Agricultura da Cidade das

Crianças.

Durante a solenidade de entrega do equipamento, recebi das mãos do

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar —, SINTRAF,

Gilson Farinon, uma pauta de reivindicações dos agricultores, que realizaram uma

mobilização nessa quarta-feira, dia 11, em Brasília. Na semana que passou, pauta

semelhante elaborada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa

Catarina — FAESC, pela Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e

Agricultoras Familiares do Estado de Santa Catarina — FETAESC e pela

Associação Três Fronteiras foi entregue por mim ao Ministro do Desenvolvimento

Agrário, Patrus Ananias. Os agricultores serão bem recebidos por mim e por meu

gabinete aqui na Câmara Federal.

Muito obrigado.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, como Parlamentar profundamente

envolvido nas discussões acerca da questão indígena no âmbito do Congresso

Nacional, fui indicado pela Liderança do PMDB na Câmara para novamente integrar

a Comissão Especial que irá retomar a análise da Proposta de Emenda à

Constituição nº 215, de 2000, que transfere do Executivo para o Legislativo a

competência de demarcar e homologar terras indígenas.


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Participei dos debates na Comissão Especial em 2014. No entanto, não

houve consenso para a votação do relatório do Deputado Osmar Serraglio. A

proposta ainda tem de ser aprovada em dois turnos pelo Plenário. Agora, com a

recriação do colegiado para retomar as discussões — interrompidas pelo fim da

legislatura e do prazo regimental —, fui escolhido para representar o PMDB como

membro titular. A Comissão será composta de 26 membros titulares e de igual

número de suplentes, mais um titular e um suplente, atendendo ao rodízio entre as

bancadas não contempladas.

Nossos agricultores, que amargam a insegurança jurídica em suas atividades

diárias, têm pressa por uma definição. Penso ser fundamental preservar o produtor

que adquiriu de boa fé a sua terra e dá função social a ela, com a produção de

alimentos. Não podemos remediar a injustiça histórica para com os índios punindo

os nossos agricultores.

Muito obrigado.


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[CD24][CD25] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à Sra.

Deputada Carmen Zanotto, do PPS de Santa Catarina.

A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu quero registrar que ontem houve a eleição

da Coordenadora-Geral da Bancada Feminina, a Deputada Dâmina Pereira — estou

como Coordenadora-Adjunta, juntamente com a Deputada Professora Dorinha

Seabra Rezende e a Deputada Flávia Morais —, assim como a recondução da

Deputada Elcione Barbalho para a Procuradoria da Mulher da Casa e a eleição das

Procuradoras-Adjuntas.

Eu quero também mencionar as Coordenadoras anteriores, e o faço citando o

nome da Deputada Jô Moraes, que foi a Coordenadora até ontem, o nome da

Deputada Janete Rocha Pietá e de todas as demais colegas que fizeram história na

Coordenadoria-Geral da Bancada Feminina, bem como o nome da então Deputada

Rosane Ferreira, do Paraná, colega que não está mais na Casa porque não

concorreu às eleições.

Nós temos um trabalho intenso tanto na Procuradoria da Mulher quanto na

Coordenadoria-Geral da Bancada Feminina. O trabalho que nós vamos fazer visa

dar continuidade à luta que essas bravas mulheres iniciaram na Casa.

Vejo aqui presente a Deputada Jô Moraes, a quem quero mais uma vez

agradecer por todos os seus ensinamentos e por sua experiência. Com certeza

vamos procurar dar continuidade aos trabalhos iniciados por S.Exa. e por todas as

demais companheiras que deram partida à luta das mulheres nesta Casa.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputada.


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[CD26][VHPL27] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Rodrigo de Castro, do PSDB de Minas Gerais, por 1 minuto.

O SR. RODRIGO DE CASTRO (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr[CD28].

Presidente, no próximo sábado, dia 14 de março, será comemorado o Dia Nacional

dos Animais, ótima oportunidade para refletirmos sobre a nossa postura diante deles

e do meio ambiente, especialmente num país como o nosso, com enorme

diversidade de fauna.

O Brasil, exatamente por abrigar um número expressivo de espécies, é alvo

da ação de quadrilhas especializadas no tráfico de animais, inclusive internacional. A

atividade movimenta bilhões de dólares. É nosso dever, enquanto cidadãos,

fiscalizar e denunciar ações estranhas e maus-tratos a animais. Violência,

abandono, privação de água e comida são algumas das atitudes que devemos

denunciar.

Mas o nosso olhar não deve ser apenas para as espécies selvagens. É nosso

dever também, Sr. Presidente, estimular a adoção de animais domésticos

abandonados e apoiar as associações que atuam nesse sentido.

A proximidade com os animais torna os homens melhores. A convivência com

eles desperta lealdade, carinho, companheirismo, além de trazer alegria,

especialmente para as crianças.

Muito obrigado, Sr. Presidente.



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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, no próximo sábado, 14 de março,

é comemorado o Dia Nacional dos Animais, ótima oportunidade para refletirmos

sobre nossa postura diante deles e do meio ambiente, especialmente num país

como o nosso com uma enorme diversidade na sua fauna.

O Brasil, exatamente por abrigar um número expressivo de espécies, é alvo

da ação de quadrilhas especializadas no tráfico de animais, inclusive internacional. A

atividade movimenta bilhões de dólares todos os anos.

A preservação das nossas espécies e o combate ao uso criminoso delas é

responsabilidade de todos nós. O tráfico coloca em risco várias espécies já

ameaçadas de extinção. Os animais são retirados da natureza, sofrem com maus-

tratos e são vendidos como uma mercadoria qualquer. Muitos não suportam o

transporte pelas condições ruins, agravadas pela situação de stress.

Números dão a dimensão do problema. Levantamento recente indicou que,

somente com relação aos pássaros, foram quase 6 milhões de comercializações

ilegais nos últimos 10 anos no Brasil, com uma movimentação de R$7 bilhões na

última década.

Tanto o comércio ilegal quanto os maus-tratos são crimes, de acordo com a

legislação brasileira, e devem ser denunciados.

É nosso dever, enquanto cidadãos, fiscalizar e denunciar ações estranhas e

maus-tratos a animais. Violência, abandono, privação de água e comida são

algumas das atitudes que devemos denunciar.


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Mas o nosso olhar não deve ser apenas para as espécies selvagens. É nosso

dever também estimular a adoção de animais domésticos abandonados e apoiar as

associações que atuam nesse sentido.

A proximidade com os animais faz com que os homens sejam melhores. A

convivência com eles desperta lealdade, carinho, companheirismo, além de trazer

alegria especialmente para as crianças.


25

[CD29][CD30] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado

Raimundo Gomes de Matos, do PSDB do Ceará, por 1 minuto.

O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (PSDB-CE. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, nobres Parlamentares, telespectadoras e telespectadores da TV

Câmara, ontem foi descoberto mais um estelionato político praticado por Dilma e por

Lula. Eles foram aos Estados do Ceará e do Maranhão, assinaram o protocolo para

a construção de uma refinaria, fizeram festa, colocaram os Governadores e os

Prefeitos para fazer investimentos, mas, textualmente, a Diretora-Geral da Agência

Nacional do Petróleo, Dra. Magda, no cargo desde 2008, afirmou e reafirmou à

Comissão instalada por iniciativa nossa e da Deputada Eliziane Gama que não

existe, até o momento, nenhuma solicitação para a construção de refinarias no

Ceará e no Maranhão.

Isso é calote! Quem está mentindo? Quem vai ser responsabilizado por esses

investimentos? Nós não podemos ficar somente na publicidade de “ações de

aceleração de corrupção”.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que autorize a divulgação deste

pronunciamento pelos órgãos de imprensa desta Casa.



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[CD31] [CD32]O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Ronaldo Benedet, do PMDB de Santa Catarina, por 1 minuto.

O SR. RONALDO BENEDET (Bloco/PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esteve aqui na Casa o nosso Ministro da

Aviação, Eliseu Padilha, para corroborar o que vou falar aqui.

No nosso País, como se não bastasse a nossa crise econômica, as

dificuldades que estamos tendo em relação à economia, há uma questão sobre a

qual já estamos pensando, eu e o Deputado Leonardo Quintão, de Minas Gerais,

exatamente para que se estabeleça para este País uma lei geral de licenciamento,

seja ambiental, seja do que for.

É[CD33] impossível uma empresa privada, o Governo Federal e o Governo

Estadual fazerem uma obra neste País. As obras estão sendo proibitivas em relação

aos licenciamentos.

Por isso, no meu pronunciamento, digo que vamos apresentar a esta Casa,

ao País, para melhorar a nossa economia, uma lei geral, para que a gente

recupere...



Tenho que cumprir o Regimento.


27

[CD34] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Cabo

Daciolo, do PSOL do Rio de Janeiro, por 1 minuto.

O SR. CABO DACIOLO (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - Boa tarde, Sr.

Presidente. Boa tarde a todos os companheiros. Venho à tribuna passar uma

mensagem ao Governador Luiz Pezão, do Estado do Rio de Janeiro, a quem

pedimos solidariedade. O assunto, de extrema importância, é o Corpo de Bombeiros

do Estado do Rio de Janeiro.

Estamos vivendo um problema. Esse problema tem nome: Coronel Simões,

Coronel Alcântara, Coronel Jerry e Coronel Marangoni, que estão impedindo o

crescimento da corporação.

Vou dar um exemplo: nós temos mais de 500 coronéis e tenentes-coronéis e

não temos praças na corporação. Vamos sediar uma Olimpíada e a orla do Estado

do Rio de Janeiro está sem homens; pessoas estão morrendo, a CSM está sem

homens e tem que tomar providências de imediato, porque isso é omissão.

Juntos, somos fortes! Não passaremos atrás. Deus está no controle!



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[CD35] [CD36]O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Evair de Melo, do PV do Espírito Santo. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. EVAIR DE MELO (PV-ES. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

nobres Deputados, quero dar como lido pronunciamento em que registro a

importância que a Organização Internacional do Café — OIC tem para essa

atividade no Brasil. Com sede em Londres e liderada hoje por um mineiro lá de

Pedra Azul, do Jequitinhonha mineiro, o Diretor-Executivo Robério Silva, essa

entidade organiza o setor, organiza os países produtores e faz com que tenhamos

políticas claras e relações comerciais importantes para essa atividade, que terá,

nesta tarde de hoje, o anúncio do nosso levantamento de safra.

Quero registrar também que, em parceria com a OIC em Londres, liderada

por aquele brasileiro, nós temos a nossa Embaixada do Brasil em Londres. O nosso

competente Embaixador Claudio Frederico de Matos Arruda, com toda a sua equipe,

está dando condições plenas para que a cafeicultura tenha dignidade e números

confiáveis, para que, a partir daí, cooperativas e agricultores possam construir a sua

honra, a sua dignidade e a sua história.

Gostaria de também dar como lido pronunciamento sobre a indústria

capixaba.

Muito obrigado.


Deputado.

Muito obrigado.


29


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, boa tarde!

A Organização Internacional do Café — OIC é o principal organismo

intergovernamental a serviço do café. Congrega governos exportadores e

importadores, para, mediante cooperação internacional, enfrentar os desafios com

que o café se depara no mundo todo.

A OIC foi estabelecida em Londres, em 1963, sob os auspícios das Nações

Unidas, devido à grande importância econômica do café. Ela administra o Acordo

Internacional do Café — AIC, um importante instrumento para a cooperação em

questões de desenvolvimento. O acordo mais recente, o AIC de 2007, entrou em

vigor em 2 de fevereiro de 2011.

A missão da OIC é fortalecer o setor cafeeiro global e promover sua

expansão sustentável num ambiente de mercado, dando melhores condições a

todos os participantes do setor.

Temos a honra de ter um brasileiro no comando da OIC. Robério Silva é o

Diretor-Executivo da Organização.

A fim de contribuir em termos práticos para o desenvolvimento de um setor

cafeeiro mundial sustentável e a redução da pobreza nos países em

desenvolvimento, a OIC Possibilita que, em reuniões de alto nível, os governos e o

setor privado troquem opiniões sobre questões cafeeiras e sobre as condições e

tendências do mercado e coordenem políticas; elabora projetos que beneficiem a

economia cafeeira mundial e pleiteia seu financiamento; promove a qualidade do

café através de seu Programa de Melhoria de Qualidade; promove a transparência

do mercado, fornecendo uma vasta gama de estatísticas sobre o setor cafeeiro


30

mundial; desenvolve o consumo de café e seus mercados através de atividades

inovadoras de desenvolvimento de mercado; incentiva o desenvolvimento de

estratégias para ampliar a capacidade das comunidades locais e dos pequenos

cafeicultores; promove programas de treinamento e informação para ajudar a

transferência de tecnologias relevantes ao café; disponibiliza informações sobre

instrumentos e serviços financeiros para ajudar os produtores; e proporciona

informações econômicas, técnicas e científicas objetivas e abrangentes sobre o

setor cafeeiro mundial.

Seus governos-membros representam 94% da produção mundial de café e

mais de 75% do consumo mundial.

O café é um dos produtos básicos que mais se negociam no mundo todo,

sendo produzido em mais de 60 países. Muitos desses países são altamente

dependentes do café, que, em certos casos, chega a responder por mais de 50% do

total de suas receitas de exportação.

Dados da OIC mostram que o café proporciona sustento para mais de 125

milhões de pessoas do mundo todo e é particularmente importante para os

pequenos cafeicultores, que produzem a maior parte do café mundial. Entre os

consumidores, o café é uma bebida universalmente popular: mais de 600 bilhões de

xícaras são consumidas todos os anos.

Desde sua descoberta, na Abissínia, o café levou cerca de 9 séculos até sua

chegada ao Brasil, em 1727. Entrou no País pelo Estado do Pará, trazido da Guiana

Francesa pelas mãos do Sargento-mor Francisco de MeIo Palheta, que, a pretexto

de resolver oficialmente questões de fronteiras, havia sido enviado àquele país para


31

conseguir mudas da planta. A missão foi difícil, já que naquele país as mudas de

café eram inacessíveis a qualquer estrangeiro.

Inicialmente plantado em Belém do Pará, o café adaptou-se ao solo, mesmo

não tendo um clima tão propício à sua cultura, tanto que, em 1731, já era cultivado

em extensas áreas nos arredores da capital.

Da Região Norte, o café foi para o Nordeste, passando pelo Maranhão,

Ceará, Pernambuco e Bahia, até chegar, em 1773, ao Rio de Janeiro. Expandiu-se

pela Serra do Mar, atingindo, em 1825, o Vale do Paraíba, daí alcançando os

Estados de São Paulo e Minas Gerais, onde encontrou condições para o seu

desenvolvimento.

O surto e incremento da produção do café foram favorecidos por uma série de

fatores existentes á época da Independência. As culturas do açúcar e do algodão

estavam em crise, batidas no mercado internacional pela produção das Antilhas e

dos EUA; por isso, os fazendeiros precisavam encontrar outro produto de fácil

colocação no mercado internacional. Além disso, a decadência da mineração

libertou mão de obra e recursos financeiros na região centro-sul — Minas Gerais e

Rio de Janeiro — principalmente, que podiam ser aplicados em atividades mais

lucrativas. Em âmbito internacional, a produção brasileira foi favorecida pelo colapso

dos cafezais de Java — devido a uma praga — e do Haiti — devido aos levantes de

escravos e à revolução que tornou o país independente. Outros fatores decisivos

foram a estabilização do comércio internacional depois das guerras napoleónicas —

Tratado de Versalhes, em 1815 — e a expansão da demanda europeia e americana

por uma bebida barata.


32

Pelos idos de 1830, o café transformara-se no principal produto de

exportação, ultrapassando o algodão e o açúcar, e, em 1845, o Brasil já era

responsável por 45% das exportações mundiais do produto.

Em virtude de sua importância nas exportações brasileiras, em 1931, foi

criado o Conselho Nacional do Café — CNC, que, em 1933, foi substituído pelo

Departamento Nacional de Café — DNC, autarquia federal subordinada ao

Ministério da Fazenda, que controlou o setor até 1946, quando foi extinto. Em 1952,

foi criado o Instituto Brasileiro do Café — IBC, formado principalmente por

cafeicultores, que definiu as diretrizes da política cafeeira até 1989. Para dirigir a

política cafeeira no País após a extinção do IBC, foi criado, em 1996, pelo Governo

Federal, o Conselho Deliberativo da Política do Café, vinculado ao Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que atua até os dias de hoje.

O Brasil é o maior produtor de café do mundo. Nas cidades que vivem da

produção do grão, as vendas movimentam quase 7,5 milhões de reais a cada safra,

segundo cálculos da Associação Brasileira da Indústria de Café. A colheita, que vai

de maio a setembro, é a melhor época do ano para o comércio.

As exportações de café alcançaram o valor de 6,66 bilhões de dólares entre

janeiro e dezembro de 2014, receita 26,27% maior do que os 5,27 bilhões de dólares

totalizados no mesmo período em 2013. O volume de remessas internacionais do

café nos 12 meses de 2014 aumentou em 14,76% em relação ao mesmo período

em 2013. Ao todo, foram 36 milhões de sacas de café de 60 quilos vendidas ao

exterior em 2014, sendo que em 2013 foram exportadas 32 milhões de sacas.


33

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, depois de registrar o melhor

desempenho da produção industrial nacional em janeiro, com crescimento de 18,2%,

a indústria capixaba começa a dar sinais de que não está imune ao cenário de grave

crise econômica e política em curso no Brasil. No caso do Espírito Santo, o índice

positivo foi puxado pela indústria extrativa, voltada ao minério e petróleo, setor que

cresceu 31,2%.

A desenvoltura do Estado na metalurgia básica, com crescimento de 41,8%, é

outro fator que fez a diferença na soma total da produção e ajudou a colocar o

Estado no topo. No outro lado da balança, os setores industriais de alimento,

celulose e minerais não metálicos registraram retração em janeiro deste ano em

relação ao mês anterior, segundo os números do IBGE.

Os dados revelam o sentimento dos empresários locais: não há expectativa

de melhora em 2015. Para o Presidente da Federação das Indústrias — FINDES,

Marcos Guerra, demissões serão inevitáveis em 2015. “O índice de confiança está

muito baixo. O ano começou mais complicado do que eu imaginava”.

Os segmentos de alimentação e minerais não metálicos, assim como o metal

mecânico, também temem um ano mais fraco do que o anterior. “Alta de juros,

aumento do custo dos insumos, do combustível e energia elétrica. Nada disso é bom

para quem produz. Tem havido demissões por falta de encomenda, e tememos que

possa haver mais”, afirma Antônio Falcão, Presidente do Centro Capixaba de

Desenvolvimento Metalmecânico, setor que emprega 23 mil no Estado.


34

[CD37][VHPL38] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Aliel

Machado, do PCdoB do Paraná.

O SR. ALIEL MACHADO (PCdoB-PR. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Srs. Deputados, gostaria de manifestar aqui o meu repúdio à votação de

ontem, feita às pressas a partir do momento da apreciação dos destaques,

prejudicando os psicólogos do País, pois eles não tiveram condições de derrubar o

veto. Apenas 305 Deputados acabaram votando, não sendo atingido o quórum

necessário.

Manifestei, na cédula, o meu voto favorável à jornada de 30 horas semanais a

esses profissionais. Porém, a pressa com que a votação foi feita neste plenário

prejudicou os psicólogos do País. Sou favorável à jornada de 30 horas semanais

para os psicólogos, que vou defender também para os profissionais da enfermagem.

[CD39] Destaco que o acordo feito na votação em que mantivemos o veto que se

referia ao ajuste na tabela do Imposto de Renda ajudou a população brasileira.

Quem tem um índice menor, que começa na tabela, será beneficiado com o acordo

feito com o Governo sobre a tabela do Imposto de Renda. Que fique registrado a

todos.

Obrigado, Sr. Presidente.



35


Deputado João Derly, do PCdoB do Rio Grande do Sul, por 1 minuto.

O SR. JOÃO DERLY (PCdoB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

gostaria de dar como lido pronunciamento sobre o PROFORTE. Solicito que seja

divulgado no programa A Voz do Brasil e nos meios de comunicação desta Casa.

Nós temos em nossas mãos a responsabilidade e a oportunidade de defender

o esporte brasileiro, paixão nacional, por ocasião dessa votação. O projeto já está

para ser votado, e estamos aguardando do Governo uma MP.

Essa não pode ser uma forma de anistiar os clubes de futebol. Acredito que

chegou a hora de regular as finanças dos clubes, responsabilizando instituições e

dirigentes, instituindo o fair play financeiro, combatendo a desorganização sistêmica

do futebol, que atualmente atinge todas as esferas, inclusive a de dentro do campo.

É preciso aprovar um texto coerente, que consiga contemplar o saneamento dos

clubes perante as contrapartidas da transparência, da profissionalização e da ética.

Obrigado.


A Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, que será votada nesta Casa,

não pode ser uma forma de anistiar os clubes de futebol. Nós, nobres colegas

Deputados, devemos defender o esporte brasileiro. Acredito que chegou a hora de

regular as finanças dos clubes, responsabilizando instituições e dirigentes,

combatendo a desorganização sistêmica do nosso futebol que, atualmente, atinge

todas as esferas, inclusive a de dentro de campo.


36

As receitas dos clubes aumentaram consideravelmente nos últimos anos.

Porém, a desorganização de dirigentes irresponsáveis fez com que essa ampliação

de recursos aumentasse as dívidas e criasse uma bolha, que estourou ano passado:

boa parte dos clubes brasileiros deve salários a atletas; alguns perderam os direitos

federativos desses jogadores por ficarem mais de 3 meses sem pagar direitos

trabalhistas; cotas estão, na sua maioria, adiantadas por 2, 3 anos e não há

nenhuma punição prevista aos cartolas.

Não anistiar esses clubes é fundamental, mas regulamentar o pagamento das

dívidas, que chegam a R$ 3,7 bilhões, criando mecanismos que os obriguem a

cumprir a renegociação, é essencial.

Exemplos como o do Flamengo, historicamente um grande devedor do

Estado, devem ser seguidos. Com a maior receita financeira do país, a diretoria do

clube está abdicando de montar grandes times para antes sanar suas dívidas, que

pareciam impagáveis. Mas ninguém sabe se a próxima diretoria seguirá cumprindo

tais obrigações.

Para não depender da boa vontade de dirigentes que se perpetuaram no

poder, mesmo com péssimas administrações, é preciso que o Estado aja a favor dos

clubes. Perda de pontos e rebaixamento são punições severas e, acredito,

instrumentos eficientes para o cumprimento do refinanciamento, assim como

medidas que tragam transparência na gestão para a manutenção das contas em dia,

pois acredito que, sem ela, o refinanciamento será inócuo.

Além disso, o Estado não pode abrir mão do volume de recursos, que

somente nos grandes clubes chega a R$ 1,5 bilhão à União. Esses volumosos

recursos poderão ser usados para cumprir funções sociais do poder público, como


37

educação e esporte, que trazem como consequência menos gastos em saúde —

não me canso de repetir o estudo da ONU que constatou que, a cada dólar investido

em esporte, 3 dólares são economizados em saúde.

Também é importante lembrarmos o lado dos atletas. Atrasar salário não

pode ser um problema aceitável. Independente do valor que o jogador recebe, é

obrigação do empregador pagar no dia combinado e o valor pré-estabelecido. O

problema vai muito além dos grandes e milionários clubes. Pequenos que atrasam

quantias mais baixas fazem toda diferença na vida do atleta. Como costumo dizer

sobre o esporte olímpico, é preciso olhar da base ao topo da pirâmide, pois em

todas elas o futebol brasileiro está desassistido e sem rumo, e a Câmara Federal é

importante instrumento nesse sentido.

Isso tudo acontece porque o dinheiro dos clubes, hoje, é de ninguém. O sócio

do clube, que vai ao estádio, compra ingresso, adquire camisa e o pay-per-view da

televisão vê seu dinheiro ser usado sem nenhum controle. Nenhuma empresa

sobreviveria a esse descaso. O presidente pode adiantar cotas posteriores a sua

gestão e não há nenhum instrumento que coíba esta prática. Isso se torna uma bola

de neve que aumenta gestão após gestão, já que o dirigente prefere empurrar com a

barriga a estancar a sangria.

Agora temos a oportunidade e obrigação de acabar com isso. Temos em

nossas mãos a responsabilidade e a oportunidade de defender o esporte brasileiro

na ocasião dessa votação, que não pode ser uma forma de anistiar os clubes de

futebol. Acredito que chegou a hora de regular as finanças dos clubes,

responsabilizando instituições e dirigentes, instituindo o fair play financeiro,


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combatendo a desorganização sistêmica do nosso futebol que, atualmente, atinge

todas as esferas, inclusive a de dentro de campo.

Precisamos aprovar um texto coerente, que consiga contemplar o

saneamento dos clubes perante contrapartidas de transparência, profissionalização

e ética.


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[CD42][CD43] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à próxima

oradora inscrita, a nobre Deputada Janete Capiberibe, do PSB do Amapá, por 1

minuto.

A SRA. JANETE CAPIBERIBE (PSB-AP. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, Srs. e Sras. Parlamentares, manifesto meu apoio às mulheres

trabalhadoras rurais e especialistas que se mobilizam contra a liberação do eucalipto

transgênico pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. Mesmo que não

fosse transgênico, o cultivo exótico poria em risco os mananciais de água, quando a

crise hídrica já aterroriza.

[CD44] A segurança dos cultivos transgênicos nunca foi confirmada por nenhum

órgão de pesquisa científica isento. A liberação de cultivos transgênicos atende,

unicamente, a interesses econômicos das multinacionais de agrotóxicos e põe em

risco a segurança alimentar do Brasil e do mundo. Felizmente, setores do povo

brasileiro resistem a estas ofensivas.

Sr. Presidente, eu anexo matéria a respeito e peço a divulgação desse meu

discurso no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V. Exa. será atendida, nobre

Deputada.

MATÉRIA A QUE SE REFERE A ORADORA

Com protesto de centenas de camponesas, CTNBio adia decisão sobre

eucalipto transgênico

Para especialistas, a implementação dessa variedade geraria impactos

ambientais preocupantes em microbacias hídricas e no meio ambiente

05/03/2015


40

Por Vivian Fernandes

De São Paulo

A reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), desta

quinta-feira (5), que iria decidir sobre a liberação de novas variedades de plantas

transgênicas no Brasil foi ocupada por cerca de 300 camponeses da Via Campesina.

Com o protesto, ocorrido em Brasília, a reunião foi interrompida. Antes da

ação, já havia sido aprovado o milho resistente ao 2,4-D e haloxifape, classificados

como altamente tóxico e extremamente tóxico, respectivamente. No entanto, não foi

votado o eucalipto transgênico.

De acordo com Leonardo Melgarejo, representante do Ministério do

Desenvolvimento Agrário (MDA) junto à CTNBio, a decisão sobre a variedade do

eucalipto não ocorreu pois a sessão foi interrompida pelo protesto antes de

apresentado esse ponto da pauta.

“A tramitação exige que os pareceres sejam lidos e depois ocorra a votação.

No caso, o Paulo Kageyama [professor da USP] não leu seu parecer sobre o

eucalipto. Caso saia alguma informação que o eucalipto transgênico foi aprovado,

isso se trata de um equívoco”, explicou.

Melgarejo adiantou ainda que a liberação dessa variedade será decidida na

próxima reunião do órgão, quem tem previsão de ocorrer na primeira quinzena de

abril.

Para Atiliana Brunetto, integrante da direção nacional do Movimento dos

Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o histórico dessas decisões vai contra a

legislação brasileira e à Convenção da Biodiversidade do qual o país é signatário.

“O princípio da precaução é sempre ignorado pela CTNBio. A grande maioria

de seus integrantes se coloca a favor dos interesses empresariais das grandes

multinacionais, em detrimento das consequências ambientais, sociais e de saúde

pública”, afirma.

Ela ainda aponta que todo transgênico aprovado significa mais agrotóxicos na

agricultura, já que os pacotes aprovados para comercialização sempre incluem um

tipo de veneno agrícola.

O pedido de liberação do eucalipto transgênico, conhecido como H421, é feito

pela empresa de biotecnologia FuturaGene, da Suzano Papel e Celulose. A sede da


41

companhia na cidade de Itapetininga, interior de São Paulo, foi ocupada, na manhã

desta quinta-feira, por cerca de mil mulheres do MST. O local da manifestação é

onde ocorrem os testes com esse eucalipto geneticamente modificado.

Para especialistas, como o pesquisador da USP Paulo Kageyama, a

implementação dessa variedade de eucalipto geraria impactos preocupantes em

microbacias hídricas, pois essa planta passaria a demandar ainda mais água para

seu cultivo, além de outros efeitos nocivos a outros tipos de produções agrícolas, ao

meio ambiente e à saúde.

Tanto o protesto de São Paulo como o do Distrito Federal fazem parte da

Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas, que ocorre durante a primeira

quinzena do mês de março.

Camponesas ocupam Suzano contra liberação de eucalipto transgênico

A liberação de eucalipto transgênico está para ser votada na manhã desta

quinta pela CTNBio. A ocupação se deu no município de Itapetininga, em São Paulo.

5 de março de 2015 09h39

Da Página do MST

Cerca de 1.000 mulheres do MST e militantes de movimentos sociais do

campo e da cidade dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais

ocuparam, na manhã desta quinta-feira (5), a empresa FuturaGene Brasil

Tecnologia Ltda., da Suzano Papel e Celulose, no município de Itapetininga, em São

Paulo.

A ação, que faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres

Camponesas, pretende denunciar os males que uma possível liberação de eucalipto

transgênico, a ser votado na manhã desta quinta pela Comissão Técnica Nacional

de Biossegurança (CTNBio), pode causar ao meio ambiente. O local da ocupação é

onde está sendo desenvolvido os testes com o eucalipto transgênico, conhecido

como H421.

Nas últimas semanas, diversos especialistas vêm alertando que a liberação

comercial dessa variedade interessa apenas à empresa beneficiada por esse

processo, a FuturaGene/Suzano.


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Segundo eles, o aumento da produtividade em torno de 20% decorrentes do

plantio do eucalipto transgênico desconsidera os riscos de possíveis problemas

ambientais e de saúde, além da relevância econômica e cultural da produção de mel

nacional.

De acordo com o SEBRAE (2014), a produção de mel hoje no Brasil chega a

mais de 40 mil ton/ano, envolvendo 500 mil apicultores, a maioria pequenos

produtores da agricultura familiar. O país é o 10º maior produtor mundial de mel e

50% de toda a produção é para exportação.

Como o pólen proveniente dos eucaliptos transgênicos possui o gene inserido

artificialmente, qualquer mel produzido em colmeias cujas abelhas visitem flores de

eucaliptos transgênicos também estará contaminado por material transgênico.

Com isso, a detecção dos transgenes no mel poderá gerar danos

socioeconômicos aos apicultores, impedindo-os de rotularem suas produções como

orgânicas ou agroecológicas e aumentando o risco de barreiras comerciais para

exportação do produto, o que pode representar perdas econômicas significativas

para o setor.

Aumento da crise hídrica

Outro ponto ressaltado por diversos cientistas e acadêmicos é o alto consumo

de água dessa espécie. O eucalipto, assim como outras espécies arbóreas,

consome mais água durante os primeiros anos de crescimento, e a colheita da nova

planta para uso industrial seria feita com cinco anos, e não a partir dos sete, como

atualmente ocorre.

Assim, a alta taxa de crescimento da variedade transgênica faz com que o

consumo de água dessa nova espécie seja maior, o que pode alterar o balanço

hídrico da microbacia na região onde se realizar o plantio.

Se fosse possível fazer um ranking, o caso do eucalipto seria crítico, dada a

crise hídrica que o país atravessa. A planta que normalmente já consome 30 litros

de água por dia, e já provoca seca no norte do Espírito Santo e sul da Bahia, vai

crescer mais rápido e utilizar mais água.

Intenso uso de agrotóxico

Não param por aí os problemas causados pelo evento chamado tecnicamente

de H421. Além da destruição de toda uma biodiversidade com a substituição por


43

uma única espécie, o eucalipto transgênico exige enormes quantidades de

agrotóxicos, responsáveis pela extinção de insetos e animais benéficos como

borboletas, besouros, joaninhas, abelhas, anfíbios, tatus, etc.

Um destes agrotóxicos mais utilizados nas plantações de eucaliptos é o

sulfluramida, fortemente cancerígenos e proibido pela Convenção de Estocolmo,

subscrita pelo Brasil e por mais de 152 países.

Além disso, os numerosos e graves conflitos existente na disputa pela terra e

territórios tendem a se agravar. As comunidades cercadas pela Suzano nos diversos

estados onde tem plantações foram destruídas, e estão lutando para garantir sua

soberania alimentar e sua permanência em seus territórios.

Diante desses fatos, as mulheres camponesas pedem a retirada de qualquer

pedido de liberação comercial do eucalipto transgênico protocolada junto à CTNBio.


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Deputado Edinho Bez, do PMDB de Santa Catarina, por 1 minuto.

O SR. EDINHO BEZ (Bloco/PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, colegas Parlamentares, falo sobre educação.

Disse Hanna Arendt:

“A educação é o ponto onde decidimos se amamos

nossas crianças o bastante para não expulsá-las de

nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos, e

tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade de

empreender alguma coisa nova e imprevista para nós

(...).”

A educação é importante!

Eu gostaria, nesta ocasião, de homenagear a Escola Técnica de Comércio de

Tubarão, em Santa Catarina, que este ano comemora 60 anos de fundação. Lá tive

o privilégio de estudar e me formar.

Desde o ensino infantil até o “terceirão”, a Escola Técnica de Comércio de

Tubarão trabalha muito com a ética, ao mesmo tempo em que prepara seus alunos

para a vida acadêmica e profissional. Que exemplos como esse da Escola Técnica

de Comércio de Tubarão, em Santa Catarina, perpetuem-se e espalhem-se pelo

nosso Brasil!


V.Exa. terá o seu pronunciamento divulgado em todos os meios de comunicação

desta Casa e no programa A Voz do Brasil, como V.Exa. merece — e todos

merecem!


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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é sempre uma satisfação ocupar esta

tribuna no exercício das minhas atribuições como Deputado Federal pelo sexto

mandato consecutivo.

Peço aos Srs. Deputados que reflitam sobre o tema que hoje apresento, por

ser de fundamental importância na construção de uma sociedade mais justa e

igualitária: a educação!

Vou citar Hanna Arendt, uma das mais importantes filósofas do século Vinte,

alemã, de origem judaica, pela sua expressiva contribuição ao pensamento filosófico

sobre a política, o totalitarismo, a responsabilidade, a verdade e a educação, entre

outras questões. Disse Hanna Arendt:

“A educação é o ponto onde decidimos se amamos

nossas crianças o bastante para não expulsá-las de

nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos, e

tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade de

empreender alguma coisa nova e imprevista para nós,

preparando-as, em vez disso, com antecedência, para a

tarefa de renovar um mundo comum.”

Não é pura retórica, meus senhores! A sociedade clama por educação de

qualidade, educação transformadora, educação que além de tudo garanta aos

nossos jovens condições de competitividade no mercado de trabalho.

Nesse sentido, lamento informar que o compromisso assumido por 164

países de melhorar a educação até 2015 não será atingido globalmente, segundo o

11º Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, divulgado pela


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UNESCO. De acordo com a UNESCO, os Brasil está entre os 53 países que não

atingiram a meta nem estão perto de atingir!

O compromisso, que se chama Educação para Todos, foi assinado em 2000 e

é composto por seis objetivos, que deveriam ser alcançados até o final de 2015! São

eles: expandir o atendimento escolar na primeira infância; universalizar o ensino

primário; ampliar as oportunidades de estudo para a população adulta; reduzir o

analfabetismo em 50%; alcançar a igualdade de gênero; e melhorar a qualidade da

educação!

Ainda segundo a UNESCO, o Brasil cumpriu o primeiro objetivo, que previa

ampliar o atendimento em creches e pré-escolas, e o segundo: matricular todas as

crianças no ensino fundamental, principalmente as meninas e as pertencentes a

minorias étnicas. Mas embora o Brasil tenha se saído muito bem em relação às

crianças, ainda não conseguiu ampliar o acesso nem melhorar a qualidade da

educação de jovens e adultos. Também não conseguiu reduzir pela metade o

número de adultos analfabetos, apesar de ter avançado! Pelo contrário: ainda temos

13,9 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever, e isso é mais do que a

população da cidade de São Paulo, na casa de 11,8 milhões, e do Rio Grande do

Sul: 11,1 milhões.

Somos chamados a intervir nessa realidade, meus senhores! Nada de cruzar

os braços! Chega de sentar no fundão da sala! A publicação da UNESCO aponta

que a educação de qualidade para todos elevaria o PIB per capita de um país, em

40 anos, à ordem de 23%.

Percebam o peso que a educação tem, em longo prazo, até na elevação do

PIB per capita!


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Olhemos para o futuro! É preciso investir em políticas específicas para as

pessoas de baixa renda; é preciso apostar nos professores, que devem ter boa

formação, altos salários e planos de carreira competitivos! É assim que vamos atrair

os melhores talentos para o magistério!

Além disso, a UNESCO sugere que se incentive a migração de professores

para as regiões mais pobres dos países. Isso precisa ser feito! A educação não pode

se restringir aos grandes centros urbanos, porque o Brasil não é homogêneo. O

Brasil é desigual, tem cidades mais pobres, e muitas nem ao menos contam com

salas de aula minimamente decentes!

Parafraseando o grande compositor brasileiro, Milton Nascimento, que disse

que “todo artista deve ir aonde o povo está”, eu digo: a educação deve ir aonde o

povo está.

Gostaria, nesta ocasião, de homenagear a Escola Técnica de Comércio de

Tubarão, em Santa Catarina, que este ano comemora 60 anos de fundação.

Vale informar que estudei e me formei nessa escola. Até hoje tenho orgulho e

gratidão. Muito aprendi!

Na qualidade de Deputado Federal, tenho ajudado a escola, que é um orgulho

de estabelecimento de ensino.

Em parceria com o Sistema Positivo de Ensino há 40 anos, essa escola é um

exemplo de comprometimento e de universalização do conhecimento, tornando

acessível a milhares de alunos o direito à educação de qualidade.

Desde o ensino infantil até o “terceirão”, a Escola Técnica de Comércio de

Tubarão trabalha valores éticos ao mesmo tempo em que prepara seus alunos para

a vida acadêmica e profissional.


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Que exemplos como esse se perpetuem e se espalhem pelo nosso Brasil!

Porque um país se faz com homens e livros, como disse o grande Monteiro Lobato.

Obrigado.

Era o que eu tinha a dizer.


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[CD47][CD48] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à próxima

oradora inscrita, a nobre Deputada Jô Moraes, do PCdoB de Minas Gerais.

A SRA. JÔ MORAES (PCdoB-MG. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente,

caro Deputado Manato, eu queria, neste momento, registrar e prestar uma

homenagem à XXII Assembleia Escoteira Regional de Minas Gerais. Os escoteiros,

em Minas Gerais, completaram 100 anos de organização.

O escotismo é, para a juventude, uma perspectiva de atividade e de reforço

de valores humanos que deve ser divulgada e reforçada por todos nós. Estivemos,

em certa oportunidade, no ano que passou, numa atividade convocada pelo

Deputado Otavio Leite para que pudéssemos acelerar todas as medidas necessárias

para que o escotismo no Brasil possa ser a grande referência da juventude sem

perspectivas e sem causa.

Parabéns aos escoteiros de Minas! Parabéns aos escoteiros do Brasil!

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputada.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, queria registrar aqui minha

homenagem aos escoteiros pela realização da XXII Assembleia Escoteira Regional

e do XI Fórum Regional de Jovens Líderes dos Escoteiros de Minas Gerais.

O escotismo desenvolve valores fundamentais.

Ao participar da sessão solene da XXII Assembleia Escoteira Regional e do Xl

Fórum Regional de Jovens Líderes dos Escoteiros de Minas Gerais, na noite do dia

07, no SESC Venda Nova, a Deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) acentuou a

importância da atividade: “Numa sociedade como a que vivemos, em que a


50

juventude está desorientada e sem perspectivas, o escotismo é um movimento que

oferece e desenvolve valores humanos de solidariedade, integração geracional,

cooperação e companheirismo tão fundamentais”. A Parlamentar também aproveitou

para cumprimentar “as mulheres que se incorporam ao escotismo por trazerem um

componente de generosidade que faz do escotismo um movimento do qual

participam famílias inteiras”.

Crescimento.

Fundado por Lorde Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, em 1907, o

escotismo é um movimento mundial organizado de educação não-formal, voluntário,

apartidário e sem fins lucrativos. A sua proposta é o desenvolvimento do jovem por

meio de um sistema de valores que prioriza a honra, baseado na Promessa e na Lei

Escoteira, através da prática do trabalho em equipe e da vida ao ar livre para fazer

com que o jovem assuma seu próprio crescimento.

A meta, segundo os princípios do escotismo, é fazer com que o jovem se

torne um exemplo de fraternidade, lealdade, altruísmo, responsabilidade, respeito e

disciplina.

No Brasil, a primeira organização de escotismo foi implantada no Rio de

Janeiro, em 1910, através de oficiais da Marinha que se impressionaram com a

metodologia de educação complementar já utilizada na Europa.

Em Minas Gerais, a primeira organização de escoteiros foi instalada na

cidade de Rio Novo, na Zona da Mata, em 1914. Um ano mais tarde, na cidade de

Juiz de Fora foi instalada outra sede de escoteiros, o Grêmio dos Bandeirantes de

Juiz de Fora. De lá para cá, a atividade se espalhou pelo Estado e, atualmente, o


51

movimento está presente em 65 cidades, totalizando 108 grupos com 6.781

associados.

Compuseram a mesa do evento o Diretor Presidente da Regional dos

Escoteiros de Minas Gerais, Luís Gustavo Fogaroli; o Presidente da XXII Assembleia

Regional, Carlos Magno Torres, o coordenador da Sessão Solene, Prof. Paulo

Henrique, a Deputada Federal Jô Moraes e os Vereadores de Belo Horizonte Juliano

Lopes e Wendel Mesquita, entre outras autoridades.


52

[CD49][CD50] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao

Deputado Arnaldo Jordy, do PPS do Pará. S.Exa. tem 1 minuto na tribuna.

O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

lamentavelmente, eu queria informar que faleceu ontem o militante político e

jornalista dos direitos humanos Sr. Armênio Guedes.

O Sr. Armênio Guedes morreu aos 96 anos de idade, dos quais 75 foram de

militância ininterrupta. Ele foi preso, exilado e nunca abdicou dos seus ideais. Então,

eu queria, em nome da Liderança do PPS — ele militou durante quase 35 anos nas

fileiras do PCB e do PPS —, registrar o seu falecimento.

[CD51] Quero registrar também a mostra dos trabalhos do cartunista paraense

J.Bosco no Rio de Janeiro, um dos grandes nomes do cartoon nacional, que se

consagra com mais essa exposição.

Muito obrigado.



Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaríamos de parabenizar o

cartunista, ilustrador e chargista paraense J.Bosco, de O Liberal, que apresentará

exposição de 30 caricaturas, intitulada A Cara da Cultura: traços da música, cinema

e literatura, no SESC Teresópolis a partir deste dia 12, a qual ficará aberta ao

público durante todo o mês de março.

Ele também ministrará um workshop com o tema O Traço Caricato, que coroa

os 30 anos de carreira de J.Bosco como um dos maiores chargistas do país,


53

recebendo neste período inúmeros prêmios e participações em exposições coletivas

e individuais.

Portanto, nos honra termos no Pará um artista do gabarito e do traço de

J.Bosco, cuja carreira consolidada lhe permite repassar seu conhecimento aos mais

jovens, nos orgulhando ainda mais.

Era o que tinha a dizer Sr. Presidente.


54


Deputado Misael Varella, do DEM de Minas Gerais, por 1 minuto.

O SR. MISAEL VARELLA (DEM-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, peço que dê como lidos os meus dois discursos

e que sejam divulgados no programa A Voz do Brasil e em todos os demais órgãos

de comunicação desta Casa.

Gostaria de dizer que um cidadão pagador de seus pesados impostos

pergunta: “Como pode o MST fazer uma invasão pela manhã e, à tarde, visitar a

convite o Palácio do Planalto? Seria — como bem perguntou o editorial do Estadão

— uma ação entre amigos?”

Sr. Presidente, diante de tais ações criminosas, era de se esperar que o

poder público cumprisse o seu papel, assegurando o respeito ao Estado de Direito e

fazendo valer as leis vigentes no País.

Muito obrigado.



Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, um cidadão pagador de seus pesados

impostos pergunta: “Como pode o MST fazer uma invasão pela manhã e, à tarde,

visitar a convite o Palácio do Planalto? Seria — como bem perguntou editorial do

Estadão — uma ação entre amigos?”

Sr. Presidente, diante de tais ações criminosas, era de se esperar que o

poder público cumprisse o seu papel, assegurando o respeito ao Estado de Direito e

fazendo valer as leis vigentes no País.


55

Camponesas ligadas ao MST, pela manhã, invadiram uma propriedade

particular e, à tarde, foram amistosamente recebidas no Palácio do Planalto, depois

de terem feito diversas invasões de propriedades alheias — sempre sob a

coordenação do MST.

As invasões do MST começaram na semana passada. Cerca de mil militantes

do movimento invadiram um centro de pesquisas da FuturaGene Brasil, do Grupo

Suzano Papel e Celulose, em Itapetininga (SP), e destruíram estufas, mudas e

material genético, além de pichar o local, clamando pela “soberania alimentar”.

No local invadido, realizavam-se estudos para o desenvolvimento do eucalipto

geneticamente modificado, batizado de H421. Segundo a Suzano Papel e Celulose,

os prejuízos ainda não foram calculados, mas a depredação promovida pelo MST

causou a perda de anos a fio de desenvolvimento biotecnológico.

Em Brasília, o objetivo da ação do MST foi tumultuar a reunião da Comissão

Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), na qual se discutia a liberação de

alguns espécimes transgênicos. Cerca de 70 integrantes do movimento invadiram o

auditório utilizado pela CTNBio, conseguindo que a reunião fosse suspensa.

Segundo o jornal Estado de S.Paulo, a ação do MST começou no Estado de

Goiás. Às 6 horas da manhã, “camponesas” invadiram a unidade fabril da empresa

Bunge, no Município de Luziânia. O protesto se dirigia contra “o agronegócio, o

capital estrangeiro e o uso intensivo de agrotóxicos e de transgênicos”. As militantes

impediram a entrada dos empregados da empresa e picharam a fachada da

unidade.

Outras ativistas do movimento foram designadas para ocupar a Secretaria da

Fazenda do Estado de Goiás, reivindicando a aprovação da Lei do Fortalecimento


56

da Agricultura Familiar e Camponesa. No Tocantins, o MST mobilizou 250 mulheres

para o bloqueio da Rodovia Belém-Brasília, na altura da cidade de Guaraí. Em

Alagoas, outras mulheres ocuparam a superintendência do Ministério da Agricultura.

Segundo o MST, essas invasões faziam parte da Jornada Nacional de Luta

das Mulheres Camponesas, como forma de comemorar o Dia Internacional da

Mulher.

Tenho dito.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero manifestar o meu repúdio à

cena que foi o ataque do MST, invadindo e destruindo mudas de eucalipto de um

viveiro de 15 anos de pesquisas no interior de São Paulo.

O agronegócio brasileiro é uma referência para o mundo, pela capacidade de

inovação e pela produtividade. No ramo da celulose, as florestas brasileiras de

eucalipto e pínus conseguem produzir mais matéria-prima por hectare do que

espécies semelhantes em países desenvolvidos, como o Canadá e a Finlândia.

Essa liderança só se tornou possível graças ao investimento e ao empenho

de pesquisadores em desenvolver espécies mais produtivas e resistentes às pragas.

Conforme a revista Veja, essa pesquisa foi arrasada pela agressão de mais de mil

mulheres ligadas ao MST ao invadirem uma fazenda da empresa de pesquisas

FuturaGene e destruírem estufas com milhares de mudas de uma nova variedade de

eucalipto que está em desenvolvimento desde 2006. A espécie transgênica

(geneticamente modificada), que poderá aumentar a produção em 20%, seria

avaliada por autoridades e especialistas na quinta-feira passada, para eventual

liberação do plantio. A sessão foi adiada para abril, por pressão de manifestantes. O


57

caso lembra outro ocorrido em 2006, quando uma fazenda da Aracruz, no Rio

Grande do Sul, foi invadida por integrantes da Via Campesina.

A FuturaGene pertence à Suzano Papel e Celulose, companhia brasileira que

emprega 7.000 pessoas e faturou no ano passado 4,2 bilhões de reais em vendas

para o mercado externo, investiu 1,8 bilhão de reais em pesquisas e na expansão

dos negócios. Para os vândalos do MST, nada disso importa.

Sr. Presidente, além do crime, o MST divulga vídeo de invasão e destruição

da empresa. Eles contam com a impunidade e o financiamento do Governo,

sustentado por nossos impostos. As mulheres, de várias cidades paulistas e de

Minas Gerais, chegaram à multinacional divididas em 15 ônibus. As invasoras

estavam encapuzadas e armadas com machados, facões, pedaços de pau. Elas

destruíram milhares de mudas de eucalipto transgênicos criadas por meio de

pesquisas feitas desde 2001. As mulheres quebraram e picharam a empresa que

fazia pesquisas.

Segundo a polícia, ninguém foi detido. São os contrastes da nossa situação

em que o trabalho e a propriedade são desprezados por uma ideologia criminosa e

impune.

Tenho dito.


58


Deputado Marcus Pestana, do PSDB de Minas Gerais, por 1 minuto.

O SR. MARCUS PESTANA (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, democracia é transparência, e nossa obrigação é informar a população.

Ontem, nós derrotamos o contribuinte brasileiro. Critério de reajuste e parâmetro

econômico não são subjetivos. Quatro e meio por cento, 5%, 3,5%, 4,2%? Não, a

proposta do Congresso era 6,5%, que era a inflação, um índice consistente e

objetivo. Isso[CD56] quer dizer que a carga tributária vai crescer; mais gente vai pagar

imposto, e os que pagam vão pagar mais.

A derrota da possibilidade de se derrubar o veto da Presidente Dilma foi uma

agressão ao contribuinte brasileiro. E a carga tributária, que já é muito alta, vai

crescer. O Congresso errou ontem à noite.



Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sempre que uma crise se aguça ou a

inquietação cresce na sociedade, a reforma política ressurge na agenda nacional,

como se fosse um remédio para todos os males ou um remendo para preencher os

vazios de nossa utopia não concluída. Mal ou bem, chegamos aqui com o atual

sistema político, eleitoral e partidário. Ulysses, Tancredo e a sociedade presente nas

Diretas-já nos entregaram a redemocratização. Consolidamos a democracia. Foram

sete sucessões presidenciais, crises econômicas agudas e um impeachment. As

instituições republicanas e democráticas ganharam musculatura. Sobrevivemos.


59

A urgência de uma reforma substantiva se prende à necessidade de

aproximar a sociedade de sua representação, estabelecer instrumentos de controle

social sobre os mandatos, baratear as campanhas, fechar uma das portas para a

corrupção e fortalecer os partidos como instrumentos coletivos de construção do

futuro do País.

O atual sistema se esgotou. Copiar ideias boas parece-me sinal de

inteligência. Inventar a roda permanente e criativamente nem sempre é uma boa

ideia. As democracias avançadas construíram três sistemas clássicos: o distrital

puro, a lista proporcional e o distrital misto. Insistimos em inventar nos trópicos uma

saída original como o nosso atual sistema ou alternativas que estão sendo

propostas.

No Brasil dos nossos dias, 70% dos brasileiros não consegue citar sequer o

nome do Deputado em quem votou dois anos após as eleições. Tínhamos 22

partidos na Câmara dos Deputados, agora são 28.

A PEC 352/2013, em análise no Congresso, introduz avanços inegáveis:

regionaliza o voto proporcional barateando as campanhas e gerando uma maior

vinculação entre o eleitorado e seus representantes; melhora as regras de

financiamento; introduz a cláusula de desempenho para acabar com a festa de

criação de partidos sem nenhum significado político ou ideológico; proíbe as

coligações proporcionais para que o eleitor não vote em A e eleja Z; acaba com a

reeleição, que não tem sido positiva principalmente nos Municípios; estabelece

ainda o fim do voto obrigatório e a coincidência de mandatos — teses que devem

ser bem discutidas já que há objeções respeitáveis — e prevê o referendo para a

decisão final da sociedade brasileira.


60

O sistema representativo carrega problemas inerentes aos filtros que são

criados. Esse tema não é novo. Platão, Aristóteles, Rousseau, Tocqueville, Marx,

Weber, Gramsci, Jacques Rancière, Mészaros, entre outros, mergulharam na

questão. Não há sistema perfeito.

A discussão está aberta. É preciso que a sociedade esteja atenta, pois

sempre é possível recuar. Pessoas respeitáveis defendem o chamado “distritão”,

onde os mais votados individualmente são eleitos. É o fim dos partidos e um sistema

que só vigora no Afeganistão e na Jordânia. Não sei se são bons exemplos a seguir.

A OAB e outras entidades defendem um sistema original que não atende a nenhum

dos objetivos essenciais.

Vamos debater e decidir.


61

[CD57][CD58]O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao

Deputado Jose Stédile, do PSB do Rio Grande do Sul.

O SR. JOSE STÉDILE (PSB-RS. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr.

Presidente.

Gostaria de dizer que o PSB também lamenta as decisões de ontem, o fato

de nós não termos derrubado o veto do emplacamento das máquinas agrícolas. O

PSB tem orgulho, com o seu Deputado Heitor Schuch e o partido unido no Estado

do Rio Grande do Sul, de ter votado contra. E a gente lamenta que haja Deputados

do Governo que disseram que são a favor da derrubada do veto, mas, na hora da

votação, votaram contra.

Gostaria de destacar a importância da Associação de Aquicultores do Rio

Grande do Sul, que de maneira organizada e coerente tem lutado para desenvolver

e fortalecer o setor de aquicultura e a criação de peixes no Estado do Rio Grande do

Sul. Com sede em Pelotas, atualmente é presidida pelo Sr. Cleiton Molina.




62


Deputado Hildo Rocha, do PMDB do Maranhão.

O SR. HILDO ROCHA (Bloco/PMDB-MA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Deputado Carlos Manato, colegas Deputadas e Deputados, quero

apenas registrar que hoje estive no DNIT com o Diretor Luiz Guilherme Rodrigues de

Mello tratando da questão das estradas federais do Maranhão, da duplicação da BR-

135, da continuação da segunda e da terceira etapas da duplicação, e também

tratando de problemas estruturais da própria BR-135.

[CD61] Fui recebido com bastante presteza pelo Diretor, que prometeu providenciar

solução para os problemas, inclusive o da BR-226, no trecho entre Grajaú e Barra

do Corda, que se encontra em uma situação muito crítica. Portanto, o DNIT garantiu,

através do seu Diretor Luiz, que esse problema será resolvido em breve.

Era isso que eu tinha que colocar, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, nobre Deputado.


63

[CD62][CD63] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Antes de dar prosseguimento à

sessão, esta Mesa dá conhecimento ao Plenário do seguinte

Ato da Presidência

Nos termos do § 2º do art. 202 do Regimento

Interno, esta Presidência decide criar Comissão Especial

destinada a proferir parecer à Proposta de Emenda à

Constituição nº 99-A, de 2011, do Sr. João Campos e

outros, que “acrescenta ao art. 103, da Constituição

Federal, o inciso X, que dispõe sobre a capacidade

postulatória das Associações Religiosas para propor ação

de inconstitucionalidade e ação declaratória de

constitucionalidade de leis ou atos normativos, perante a

Constituição Federal”.

A Comissão será composta de 26 membros

titulares e de igual número de suplentes, mais um titular e

um suplente, atendendo ao rodízio entre as bancadas não

contempladas, designados de acordo com os §§ 1º e 2º

do art. 33 do Regimento Interno.

Brasília, 11 de março de 2015.

Eduardo Cunha

Presidente da Câmara dos Deputados


64

Ato da Presidência

Nos termos da alínea m do inciso I do art. 17, c/c o

inciso II do art. 22, todos do Regimento Interno, esta

Presidência decide constituir Comissão Especial

destinada a analisar e apresentar propostas com relação

à partilha de recursos públicos e respectivas obrigações

da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito

Federal (Pacto Federativo), e

Resolve

I - designar para compô-la, na forma indicada pelas

Lideranças, os Deputados constantes da relação anexa;

II - convocar para a instalação da Comissão

Especial na Sessão da Câmara dos Deputados do dia 17

de março de 2015, às 11h, que será transformada em

Comissão Geral;

III - convocar os membros ora designados para a

reunião de eleição, a realizar-se no dia 17 de março,

terça-feira, às 14h30, no Plenário 12 do Anexo II.


Eduardo Cunha



65

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ANALISAR E APRESENTAR

PROPOSTAS COM RELAÇÃO À PARTILHA DE RECURSOS PÚBLIC OS E

RESPECTIVAS OBRIGAÇÕES DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS M UNICÍPIOS E

DO DISTRITO FEDERAL (PACTO FEDERATIVO)

PMDB/PP/PTB/DEM/PRB/SD/PSC/PHS/PTN/PMN/PRP/PSDC/PEN /PRTB

Titulares: Adelson Barreto, André Moura, Antônio Jácome, Arthur Oliveira Maia,

Esperidião Amin, Hildo Rocha, Jarbas Vasconcelos, Ronaldo Carletto, Sergio Souza.

Suplentes : Alceu Moreira, Hiran Gonçalves, Jorge Côrte Real, Laercio Oliveira,

Mário Negromonte Jr., Walter Alves.

PT/PSD/PR/PROS/PCdoB

Titulares: Clarissa Garotinho, Domingos Neto, Herculano Passos, Jorginho Mello,

Júlio Cesar.

Suplentes : Átila Lins, Fábio Mitidieri, Paulo Freire, Rafael Motta.

PSDB/PSB/PPS/PV

Titulares: Alex Manente, João Gualberto, Luiz Carlos Hauly, Samuel Moreira.

Suplentes : Alfredo Kaefer, Arnaldo Jordy.


66

[CD64][CD65] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Dando continuidade ao

Pequeno Expediente, concedo a palavra ao Deputado Heitor Schuch, do PSB do Rio

Grande do Sul.

O SR. HEITOR SCHUCH (PSB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

gostaria de dizer que participei da mobilização dos produtores de leite do Rio

Grande do Sul, em Santa Rosa, na terça-feira, e eles clamam para que o Brasil pare

de importar leite e derivados por, pelo menos, 90 dias, e que ajude também na

compra de 10 mil toneladas de leite em pó para os programas sociais.

Eles fazem um apelo para que tenham crédito especial os produtores que

entregaram leite às indústrias e não receberam o pagamento. Eles também dão,

com muita ênfase, uma tarefa ao Congresso Nacional: a revisão da Lei de Falências,

que coloca o fornecedor da matéria-prima como o quinto a ser ressarcido.

Normalmente, quando isso acontece, a empresa já não tem mais nenhum capital.

Sr. Presidente, agradeço a V.Exa. a oportunidade de falar aqui. Parabenizo

V.Exa. por ser tão exato na questão do tempo, porque isso faz com que a disciplina

reine nesta Casa. Parabéns!

Deixo um abraço dos produtores de leite a este Congresso.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado.


67

[CD66][CD67] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - A lista agora está atualizada. O

primeiro orador inscrito, pelo PP do Rio Grande do Sul, é o nobre Deputado Afonso

Hamm. V.Exa. tem o tempo regimental de 5 minutos.

O SR. AFONSO HAMM (Bloco/PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, em todos os órgãos de comunicação que estamos, inclusive através da

Internet, neste momento, chegando em todas as partes do Brasil e do mundo, eu

queria aproveitar este espaço não para fazer um discurso mas para conversar com

todos os eleitores, com a população brasileira e muito especialmente com as

pessoas do meu Estado do Rio Grande do Sul, muito especialmente os nossos

eleitores, aqueles que nos conhecem, que me trouxeram a esta trajetória, agora,

para o terceiro mandato e como o segundo Deputado Federal mais votado desta

eleição pelo Partido Progressista e o oitavo mais votado de 31 Deputados que temos

no Estado do Rio Grande do Sul, uma honra.

[CD68] Fui surpreendido na sexta-feira com a inclusão do meu nome na lista em

relação aos desvios da PETROBRAS. E quero ser afirmativo aqui, assim como fui na

imprensa, nos principais órgãos de comunicação do meu Estado, na televisão, nos

jornais, muito especialmente nas rádios: foi surpresa e indignação.

Passado esse momento, busquei saber as razões, busquei constituir apoio

jurídico, o que fiz nos últimos dias. E lá foram olhadas 1.300 páginas

aproximadamente, e não consta nenhum fundamento para a inclusão do nosso

nome, mas respeitamos. Eu confio na Justiça do País, nós confiamos. Confiamos no

Ministério Público; confiamos, com certeza, em todos que fazem a parte jurídica

deste País; confiamos também em todos os órgãos que estão representados.


68

Eu queria dizer, com relação à atitude, que após isso abri, estão abertos,

estão à disposição o meu sigilo bancário, sigilo fiscal e sigilo telefônico. Quem não

deve não teme. Por isso estou à disposição e temos, com certeza, a convicção,

desde o primeiro momento, da surpresa das minhas falas. Consequentemente,

aguardei, até por orientação jurídica, mas havia dito a eles que tinha essa convicção.

Ontem, eu estava inscrito aqui para falar, mas não houve tempo pela

condição do espaço do Congresso.

Também queria dizer que nunca tive relação com os delatores, tanto o Sr.

Paulo Costa como o doleiro Youssef.

[CD69] Neste momento, tenho que salvaguardar minha honra, minha trajetória, e a

trajetória daqueles que nos estão ligando e passando apoio num momento difícil.

Tenho mais do que a convicção, tenho a certeza, garantida pelas minhas atitudes,

pela ação das nossas responsabilidades, porque faço a política do olho no olho, a

política que é necessária, junto às pessoas. Aliás, tenho feito política de trabalho e

de resultados, trabalho que gera resultados para a nossa sociedade, dando

visibilidade. Por isso, tenho convicção de que nós, no transcorrer destes dias,

haveremos de ter tranquilidade, a tranquilidade que tenho e posso passar a todos os

brasileiros, em especial a todos os gaúchos, a tranquilidade que tem o respaldo da

família, dos eleitores e de todos aqueles que me conhecem. E peço àqueles que não

nos conhecem que nos deem o crédito, para que possamos comprovar, esclarecer

e, consequentemente, fazer o que temos feito. Tenho a convicção de que este

trabalho de realizar, este trabalho de geração de resultados existe e vai continuar,

através da nossa representação.



69


Todos nós que conhecemos o mandato de V.Exa. temos certeza de que está

falando a verdade. V.Exa. é uma pessoa séria e, no final disso tudo, vai provar sua

inocência. Nós acreditamos em V.Exa.


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, não vim a esta tribuna para fazer um

discurso, mas sim falar diretamente ao povo brasileiro, principalmente aos gaúchos.

Estou pronto a abrir meu sigilo bancário, fiscal e telefônico. Estou pronto para

abrir a minha vida, para provar que não tenho nada a ver com a corrupção na

PETROBRAS.

Nunca tive qualquer relação com os delatores. Estou amplamente à

disposição desta fase de investigação. Creio que alguém quer dividir a culpa dos

verdadeiros responsáveis. No entanto, acredito na Justiça. Acredito, caro brasileiro,

gaúcho, no Ministério Público, no STF; acredito na minha dignidade. Vou honrar a

confiança de todos os meus eleitores, minha família e toda minha trajetória de vida e

de atuação política. Todos sabem que a minha vida pública sempre foi pautada em

trabalho e resultados. Isso precisa continuar. E, vai continuar.

Era o que tinha a manifestar.


70

[CD70][CD71] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao próximo

orador inscrito, o nobre Deputado Carlos Gomes, do PRB do Rio Grande do Sul, por

1 minuto.

O SR. CARLOS GOMES (Bloco/PRB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu venho a esta tribuna para manifestar minha

preocupação e contrariedade no que diz respeito à Medida Provisória nº 665, de

2014, apresentada ao Congresso Nacional no dia 30 de dezembro do ano passado

pelo Governo Federal.

Quero dizer que a proposta modifica a natureza jurídica, o processamento e o

pagamento do seguro-desemprego do pescador profissional artesanal, benefício

conhecido como seguro-defeso.

Gostaria de fazer aqui um alerta: a aplicação dessa medida deverá dificultar o

acesso dos trabalhadores a um direito conquistado a duras penas. Somente no Rio

Grande do Sul, mais de 10 mil pescadores recebem o seguro-defeso.

Na última segunda-feira, recebi em meu gabinete o Sr. Vilmar Coelho,

Presidente da Federação dos Pescadores do Rio Grande do Sul, que me entregou

um ofício da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores. O documento

expressa a apreensão da categoria com a possível aprovação da medida do modo

em que está formalizada e apresenta considerações e sugestões. Gostaria de

reproduzir aqui nesta tribuna algumas delas.

O[CD72] art. 2º da MP diz que caberá ao Instituto Nacional do Seguro Social -

INSS receber e processar os requerimentos e habilitar os beneficiários.

Todos nós sabemos que as agências do INSS estão sobrecarregadas, haja

vista que atendem toda a população brasileira filiada ao Regime Geral de


71

Previdência Social. Imputar mais essa atribuição aos servidores do órgão provocará

a queda vertiginosa da qualidade do atendimento.

Hoje, para que se tenha noção, esse atendimento é feito pela Delegacia

Regional do Trabalho, que se coloca à disposição, nas colônias de pescadores, para

atender os pescadores e encaminhar o seguro-defeso. Imaginem se colocarem toda

essa quantidade de trabalhadores para encaminhar o seguro-defeso através das

agências do INSS, que por si só já estão sobrecarregadas! Será uma forma de

negar o direito desses trabalhadores, porque a grande maioria são ribeirinhos que

moram longe dos grandes centros, e terão dificuldade para acessar esse benefício.

Esse[CD73] ofício que recebemos da Confederação Nacional dos Pescadores e

Aquicultores sugere, Sr. Presidente, abrir um canal de diálogo com o Governo, para

que se possa discutir essa medida e buscar solução para que os trabalhadores, os

pescadores, não venham a ser prejudicados.

Outro ponto também crucial é que essa medida eleva para 3 anos o tempo

para que o pescador possa se credenciar, se qualificar para acessar o seguro-

defeso. Esse, na verdade, embora tenha nome de seguro-trabalho, seguro-

trabalhador, é um seguro que eles têm que receber porque são impedidos de

exercer a sua atividade no período da piracema, ou seja, a lei impede que eles

venham a trabalhar. Por essa razão, é necessário que eles recebam esse seguro.

Essa Medida Provisória também quer elevar de 1 ano, como hoje está em

vigor, para 3 anos, no mínimo, o tempo que o trabalhador tem que comprovar que é

pescador para acessar o seguro-desemprego.

Então, são medidas radicais que os trabalhadores irão sofrer com essa

alteração. Sabemos que a maioria dessas pessoas são necessitadas, carentes, e


72

que alguns deles, além de receber o seguro-defeso, têm que buscar uma cesta

básica para poder alimentar a sua família.

Queremos a atenção do Governo para que possamos abrir esse canal de

diálogo e, assim, atender esses trabalhadores que tanto produzem e contribuem

para a economia do nosso País.

Sr. Presidente, eu peço a V.Exa. que autorize a divulgação deste discurso no

programa A Voz do Brasil e nos demais meios de comunicação desta Casa.

Obrigado.


Deputado.


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a essa tribuna manifestar

contrariedade à Medida Provisória 665/2014, apresentada ao Congresso Nacional

em 30 de dezembro do ano passado pelo Governo Federal.

A proposta modifica a natureza jurídica, o processamento e o pagamento do

seguro-desemprego do pescador profissional artesanal, benefício conhecido como

seguro-defeso.

Gostaria de fazer um alerta: a aplicação dessa medida deverá dificultar o

acesso dos trabalhadores a um direito conquistado a duras penas.

Somento no Rio Grande do Sul, mais de 10 mil pescadores recebem o

seguro-defeso.


73

Recebi em meu gabinete o Sr. Vilmar Coelho, Presidente da Federação dos

Pescadores do Rio Grande do Sul, que me entregou ofício da Confederação

Nacional dos Pescadores e Aquicultores.

O documento expressa a apreensão da categoria com a possível aprovação

da medida do modo em que está formulada, e apresenta considerações e

sugestões.

Reproduzirei algumas delas aqui.

O art. 2º da MP diz que caberá ao Instituto Nacional do Seguro Social —

INSS receber e processar os requerimentos e habilitar os beneficiários.

As agências do INSS estão sobrecarregadas, haja vista que atendem toda a

população brasileira filiada ao Sistema Geral de Previdência Social. Imputar mais

essa atribuição aos servidores do órgão provocará a queda vertiginosa na qualidade

do atendimento.

Outro fator que chama a atenção diz respeito à fonte de custeio do seguro-

defeso ser o Fundo de Amparo ao Trabalhador, rubrica essa que é administrada por

um conselho deliberativo que tem total interface com o Ministério do Trabalho e

Emprego. Haveria, portanto, uma confusão de atribuições, na medida em que a

fonte pagadora se vincula ao Ministério, mas o processamento e pagamento se

dariam via INSS.

No mesmo artigo, o inciso II do § 2º exige o registro como pescador

profissional, categoria artesanal, emitido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, com

antecedência mínima de 3 anos contados da data do requerimento do benefício.


74

Atualmente, o pescador só faz jus ao seguro-defeso após 1 ano de registro,

situação considerada ideal pela categoria, uma vez que assegura ao profissional

período suficiente para que avalie se permanecerá ou não no exercício.

O seguro-defeso é a compensação financeira que a União paga ao pescador

artesanal que tem nesta atividade sua única fonte de renda e que suspende seu

labor para preservar as espécies durante o período de reprodução, a piracema.

Estender o prazo de carência para acesso ao benefício de 1 para 3 anos significa

habilitar o pescador para a sua atividade-fim, mas privá-lo dos direitos

constitucionais decorrentes do seu ofício. E é para esta situação que chamo a

atenção.

Temo ainda que a aprovação dessa medida possa ter como consequência a

prática ilegal da pesca durante o período de defeso, uma vez que o trabalhador não

poderá utilizar a compensação para fazer frente as suas despesas financeiras.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, os pescadores estão à disposição desta

Casa para discutir os termos da MP 665/2014.

Transmito aqui a sugestão, contida no Ofício 62, de 2015, da Confederação

Nacional de Pecadores e Aquicultores, de que se estabeleça um grupo de trabalho

para debater com o Governo Federal a proposta, protocolada no apagar das luzes

de 2014.

É preciso respeitar os direitos sagrados dos trabalhadores que contribuem

para o aumento da produção pesqueira nacional.

Muito obrigado.


75


Deputado João Fernando Coutinho.

O SR. JOÃO FERNANDO COUTINHO (PSB-PE. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, peço a V.Exa. para dar como lido meu pronunciamento sobre o

aniversário de Recife e Olinda e que ele seja divulgado no programa A Voz do

Brasil. São 480 anos de história de Olinda, essa cidade tão importante, e 478 anos

de Recife.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Nós acolhemos como lido o seu

pronunciamento, nobre Deputado.


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje, 12 de março, comemora-se o

aniversário das cidades-irmãs berço da história e cultura pernambucanas, Recife e

Olinda. Separadas por apenas 7 quilômetros, as duas cidades surgiram lado a lado

e se complementam.

A história começou por Olinda, em 1535, ao ser doada ao primeiro donatário

da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira, e se tornar o marco do início

do desenvolvimento de Pernambuco. A Marim dos Caetés, como também é

conhecida, ainda foi a primeira Capital do Estado. Porém, perdeu o posto após sua

quase total destruição, em 1631, por um incêndio provocado pelos holandeses

recém-chegados ao Estado. Totalmente reconstruída, continuou sua vocação

cultural e histórica. Dois anos mais velha que a irmã, a cidade que hoje é Patrimônio

Natural e Cultural da humanidade completa 480 anos.


76

Recife, que também é conhecida como a Veneza Brasileira, em alusão à

cidade italiana famosa por seus rios e pontes, foi fundada em 1537 e, desde seu

berço, é marcada por seus traços revolucionários em prol da liberdade e da

autonomia de Pernambuco. A cidade, inclusive, foi sede de três revoluções no

século XIX: a Republicana, em 1817; a Confederação do Equador, em 1824; e a

Praieira, em 1848.

Mas Recife também se destacou por seu desenvolvimento científico. Se para

os olindenses a passagem dos holandeses não gerou bons frutos, para os

recifenses ocorreu o contrário. Foi durante os 7 anos de permanência deles na

cidade, entre 1637 e 1644, que ocorreu a primeira expedição científica que cruzou a

linha do equador em direção ao Novo Mundo, dando início, assim, a um amplo

estudo da flora brasileira, o mais detalhado até aquele momento.

Também foi sob o comando do Governador da Capitania, o Almirante e

Capitão holandês Joan Maurits van Nassau-Siegen, o Maurício de Nassau, que se

desenvolveram estudos nas áreas da Medicina e da Astronomia. Já na Arquitetura, o

legado dos holandeses foram as pontes, cartões-postais da cidade até hoje.

A Arquitetura da cidade, inclusive, é um ponto a parte e se complementa com

os famosos casarios e igrejas de Olinda. Juntas, as duas cidades concentram

aproximadamente uma centena de monumentos tombados.

É por todo esse arcabouço histórico, nobres colegas, e por tudo o que essas

duas cidades representam para o desenvolvimento de Pernambuco até hoje, que

não poderia deixar esta data passar em branco. Hoje, as felicitações vão não

apenas para Recife e Olinda, mas também para cada um dos moradores das duas

cidades que fizeram, e fazem, com que elas ocupem posições de destaque no

Estado e, por que não dizer, no País.


77


Deputado Roberto Alves.

O SR. ROBERTO ALVES (Bloco/PRB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu gostaria de dar como lido o meu pronunciamento sobre Campinas,

sobre a sua Secretaria Municipal de Saúde e o Instituto do Rim de Campinas, uma

instituição exemplar.



Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nesta semana a cidade de Campinas,

por meio de sua Secretaria Municipal de Saúde e do Instituto do Rim de Campinas,

instituição exemplar, fruto dos esforços de voluntários que se engajaram para

realizar ações na área de prevenção da doença renal crônica (DRC) para a

população mais carente, que não possui planos de saúde e encontram dificuldade

de acesso ao diagnóstico e tratamento especializado na área de nefrologia, estarão

disponibilizando exames de rastreamento para diagnóstico precoce da doença renal,

exames de urina e de creatinina, que mede o funcionamento dos rins.

Estas ações serão desenvolvidas para consolidar a participação de Campinas

nos eventos que celebram o Dia Mundial do Rim, nesta quinta-feira, dia 12 de

março.

No Brasil, de acordo com dados fornecidos pela Sociedade Brasileira de

Nefrologia, mais de 10 milhões de pessoas têm problemas renais em diferentes

estágios de evolução e a maior parte delas desconhece estar doente.


78

Em solidariedade aos milhões de brasileiros que sofrem com doenças renais

crônicas, no dia de hoje estou apresentando ofício a Liderança do PRB solicitando

aos Deputados de nosso partido membros da Comissão de Seguridade Social e

Família que reivindiquem a relatoria do Projeto de Lei nº 155, de 2015, uma

reapresentação do Projeto de Lei nº 1.178, de 2011, de autoria do ex-Deputado

Jesus Rodrigues Alves, que reconhece as pessoas com doenças renais crônicas

como pessoas com deficiência para todos os fins de direito.

Esta importante decisão a ser tomada por esta Casa de Leis, que já aprovou

o projeto anterior na Legislatura passada nessa Comissão, servirá de conforto para

amenizar o constante sofrimento de dezenas de milhares de brasileiros que realizam

diálise e hemodiálise, assegurando que os direitos garantidos às pessoas com

deficiência sejam estendidos a estas pessoas com doenças renais crônicas, em

especial na área da saúde, com acesso aos medicamentos; na área da educação,

com palestras preventivas conscientizando a população a respeito das doenças

renais crônicas, de modo inclusive a reduzir o preconceito; no transporte, com

relação ao passe livre que já existe para as pessoas com deficiência; além da

necessária assistência social e adequações para o ingresso efetivo ou permanência

no mercado de trabalho.



79

[CD78][CD79] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Gostaria de registrar a

presença, nesta Casa da Prefeita de Pentecostes, no Ceará, Ivoneide de Moura; do

Vereador Deca Cassaco e do assessor João Flávio, a pedido do nosso nobre

Deputado José Airton Cirilo.


80

[CD80][CD81] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Cumprindo o Regimento

Interno no que diz respeito à Resolução nº 45, de 2013, para falar pela Liderança do

PTB, concedo a palavra ao nobre Deputado Adelson Barreto, por 5 minutos.

O SR. ADELSON BARRETO (Bloco/PTB-SE. Como Líder. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, inicialmente, quero solicitar a

V.Exa. que nosso discurso seja divulgado pelo programa A Voz do Brasil e demais

veículos de comunicação desta Casa.

Sr. Presidente, mais uma vez ocupamos a tribuna desta Casa, desta feita

para fazer dois registros, inicialmente o do aniversário de um dos maiores tribunos

que já integraram esta Casa, de um dos mais eloquentes Parlamentares que esta

Casa já possuiu. Refiro-me ao ex-Deputado Federal Marcelo Déda, que, se vivo

estivesse, completaria 54 anos de existência.

[CD82] Marcelo Déda foi Prefeito de Aracaju por dois mandatos consecutivos;

Marcelo Déda foi Deputado Federal; Marcelo Déda foi Governador do Estado de

Sergipe por dois mandatos consecutivos, tendo o seu segundo mandato

interrompido pelo seu falecimento.

Ontem, Sergipe prestou uma homenagem a Marcelo Déda no Museu da

Gente Sergipana. Toda a sua trajetória de vida e trajetória política foram registradas,

além também dos seus escritos. Afinal de contas, tratava-se de um poeta. Fica,

portanto, o nosso registro nesta Casa.

No segundo registro, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero falar do

aniversário de uma das mais belas capitais deste País: Aracaju, Capital do Estado

de Sergipe, que irá completar, no princípio da semana, dia 17 de março, 160 anos

de existência.


81

Aracaju é uma cidade com a qual tenho uma ligação fraterna. Nela iniciei a

minha trajetória política, onde tive a honra de exercer dois mandatos de Vereador,

ganhando a eleição em primeiro lugar; três mandatos de Deputado Estadual, sendo

que no último mandato tornei-me o Deputado Estadual mais votado de toda a

história de Aracaju e de Sergipe, e agora fui eleito Deputado Federal com uma

votação estupenda: 45 mil votos aproximadamente. Saí eleito, praticamente só na

Capital Aracaju, com uma votação que dava para eleger dois Deputados, quase 14%

dos votos válidos, tornando-me o Deputado mais bem votado da história de Sergipe

e o terceiro do Brasil. Daí a minha relação de amor e de gratidão com a cidade de

Aracaju.

Cidade litoranêa, banhada pelos Rios Sergipe e Poxim, Aracaju conta hoje

com cerca de 620 mil habitantes. Quando se fala da Grande Aracaju, com as

cidades acopladas — Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão, Laranjeiras e

Barra dos Coqueiros —, atinge-se 1 milhão de habitantes.

[CD83] Apesar de ser a menos populosa das capitais nordestinas, sua localização a

perfaz como importante ponto estratégico enquanto centro urbano, econômico,

cultural e político para o Brasil. Sendo apontada como a capital com menor

desigualdade do Nordeste brasileiro, Aracaju foi, no passado recente, considerada a

capital com melhor qualidade de vida do Nordeste.

Sr. Presidente, originalmente, o nome de Aracaju provém do Tupi e significa

“cajueiro dos papagaios”. Como cidade projetada, Aracaju nasceu em 1855 por

necessidades econômicas. Uma assembleia elevara o povoado de Santo Antônio do

Aracaju à categoria de cidade e a transformou em capital no lugar de São Cristóvão.


82

Sr. Presidente, Srs. Deputados, todos nós sabemos que são grandes os

desafios, mas somos ainda uma das capitais do Nordeste com melhor qualidade de

vida. Temos um dos melhores índices de desenvolvimento humano entre as capitais

brasileiras. Possuímos inúmeras belezas naturais, nosso parque industrial cresceu,

inclusive também o turismo, e oferecemos excelentes produtos e serviços.

Que Deus proteja a nossa cidade de Aracaju. Que Deu proteja o povo

sergipano.

O nosso muito obrigado, Sr. Presidente.



Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo hoje esta tribuna para

parabenizar a minha cidade natal Aracaju, capital do Estado de Sergipe, que

completará 160 anos de existência na próxima terça-feira, 17 de março.

Aracaju é uma cidade com a qual tenho uma ligação fraterna, tendo nela

iniciado a minha árdua trajetória política, onde tive a honra de exercer dois mandatos

de Vereador; três de Deputado Estadual e estou no exercício do primeiro mandato

de Deputado Federal, sendo o mais votado do meu Estado, obtendo mais de 45 mil

votos somente na capital sergipana.

Cidade litorânea, banhada pelos Rios Sergipe e Poxim, Aracaju conta hoje

com 623.766 mil habitantes, de acordo com a estimativa de 2014. Somando-se as

populações dos Municípios que formam a Grande Aracaju — Barra dos Coqueiros,

Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão —, o número passa para 912.647

habitantes.


83

Apesar de ser a menos populosa das capitais nordestinas, sua localização a

perfaz como importante ponto estratégico enquanto centro urbano, econômico,

cultural e político para o País, sendo ainda apontada como a capital com menor

desigualdade do Nordeste Brasileiro.

Originariamente, o nome de Aracaju provém do Tupi, que significa “cajueiro

dos papagaios”.

Como cidade projetada, Aracaju nasceu em 1855 por necessidades

econômicas. Uma assembleia elevou o povoado de Santo Antônio do Aracaju à

categoria de cidade e a transformou em capital no lugar de São Cristóvão, antiga

sede da Província de Sergipe DeI Rey. A transferência se deu por iniciativa do

Presidente da Província, Inácio Joaquim Barbosa.

São Cristóvão não mais oferecia condições para ser sede administrativa e a

pressão econômica do Vale do Cotinguiba — maior região produtora de açúcar —

exigia a mudança. Era preciso urgentemente a criação de um porto que garantisse a

escoação da produção.

Aracaju mudou e cresceu aceleradamente nas últimas décadas. Contudo, os

desafios à Administração Pública cresceram na mesma proporção, seja na saúde

pública, na educação, na mobilidade urbana e sobretudo na segurança pública,

devido à violência e devastação urbana que, lamentavelmente, cresce por todos os

lados do nosso País.

Todos nos sabemos que são grandes os desafios, mas somos ainda umas

das capitais do Nordeste com melhor qualidade de vida, temos um dos melhores

IDH entre as capitais brasileiras. Possuímos inúmeras belezas naturais; nosso


84

parque industrial cresceu, inclusive o turismo, e oferecemos excelentes produtos e

serviços.

Que Deus proteja a nossa cidade e proteja o nosso povo. Parabéns, Aracaju!


85

[CD84][CD85] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Gostaria de registrar a

presença, neste plenário, do nobre Deputado Estadual Décio Franzen, do PDT do

Rio Grande do Sul, da região de Feliz, acompanhado aqui do nosso nobre Deputado

Afonso Motta.

Tenho certeza de que o Deputado veio pedir recurso para sua região.

Muito obrigado pela visita, nobre Deputado.


86


Deputado Cleber Verde.

O SR. CLEBER VERDE (Bloco/PRB-MA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, no dia de ontem, foi reinstalada a Frente Parlamentar Mista da Pesca e

Aquicultura, com a presença de alguns vice-presidentes, a exemplo do 1º

Vice-Presidente Silas Câmara. Estiveram presentes a Deputada Gorete Pereira, do

Ceará, o Deputado José Airton Cirilo, Secretário-Geral, e o Senador Marcelo

Crivella, Coordenador no Senado. Enfim, a Frente Mista tem o objetivo de continuar

defendendo os interesses legítimos dos pescadores, discutir as matérias legislativas,

a agenda positiva em favor da pesca e da aquicultura no País.

Ao mesmo tempo, Sr. Presidente, quero registrar a presença do Ministro

Helder Barbalho, a quem agradeço. S.Exa. fez questão de estar conosco na

reedição da Frente, trazendo inclusive já o seu entusiasmo, a sua vontade e

apresentando a todos nós o início dos trabalhos do Ministério da Pesca em favor do

setor para todo o País.



87


Deputado Luiz Carlos Ramos, do PSDC do Rio de Janeiro, por 5 minutos.

O SR. LUIZ CARLOS RAMOS (Bloco/PSDC-RJ. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores aqui presentes, quero

me apresentar, dizer de onde vim e como cheguei a esta Casa. Quero também

agradecer a algumas pessoas importantes que contribuíram para que eu pudesse

estar nesta tribuna falando para todo o Brasil, principalmente para o meu Estado.

Agradeço a cada funcionário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro que

contribuiu para os meus 22 anos de mandato como Vereador daquela cidade.

Agradeço[CD90] a cada funcionário que me incentivou, colaborou e se dedicou a

orientar o nosso mandato.

Quero agradecer ao Presidente Sami Jorge por sua experiência e por ter me

orientado quando do meu primeiro mandato; ao Presidente Ivan Moreira, do qual fui

por 4 anos 1º Secretário, por sua orientação como Presidente daquela Casa; ao

nosso Presidente Aloisio de Freitas, de quem fui 1º Secretário daquela Casa de Leis;

ao nosso atual Presidente Jorge Felippe, do qual fui 1º Vice, quando deixei o cargo

no dia 31 de janeiro deste ano.

Aos amigos Vereadores, que contribuíram para o meu mandato, os 263 que

passaram por aquela Casa de Leis me orientando, me conduzindo em cada

momento de votação, os meus agradecimentos pelo aprendizado.

Agradeço aos Deputados Estaduais Chiquinho da Mangueira, Dica e Marcos

Miller — ex-Vereador, hoje Deputado eleito por São João de Meriti.


88

Também manifesto os meus agradecimentos a nossa grande liderança,

Domingos Brazão, por ter me ajudado com o seu voto, com sua transferência de

voto para eu estar aqui.

Ao meu partido, PSDC, e a todos os suplentes que porventura fizeram

parceria conosco e àqueles também que não puderam fazer, deixo aqui registrado

os meus agradecimentos.[CD91]

Também agradeço à chapa — estão aí trabalhando na reforma política,

tentando retirar nossos direitos de poder coligar. Quero agradecer ao PMN pela

nossa parceria. Agradeço ao PTC, juntamente com os nossos colegas do PSDC,

pela formação de legenda para eleger pelo menos um Deputado Federal. Há 20

anos, a democracia cristã não está aqui neste Parlamento.

Sou morador de Campo Grande, tenho 63 anos — 30 anos de Campo Grande

e 33 de Bangu. Nossa vida foi pautada em representações de clubes. Fui dirigente,

conselheiro de vários clubes, Presidente do Casino Bangu, e a nossa última função

foi a de Vice-Presidente da Associações de Moradores.

Então nós estamos aqui com a responsabilidade de representar um segmento

importante, o núcleo de loteamentos irregulares em nossa região. Quero colocar

para V.Exas. que essa luta vai continuar no Congresso, com nossos pares aqui nos

ajudando, nos orientando no sentido de melhorar a lei para que possa favorecer a

escritura definitiva dos terrenos.

Quero também dizer àquelas pessoas que adquiriram casas pelos antigos

IAPETEC, IAPI e IPASE, através do Fundo de Aposentadoria Pecúlio e Pensão —

FAPP, de 1933 a 1940, que nós vamos estar juntos nessa luta. Marcaremos[CD92]

uma audiência com o setor responsável para saber como podemos dar continuidade


89

ao Registro Geral de Imóveis — RGI para aqueles moradores. Essa é a nossa

reivindicação.

Sr. Presidente, agradeço a V.Exa. a oportunidade.



90

[CD93][CD94] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Sr.

Deputado Fabio Garcia, do PSB de Mato Grosso. S.Exa. dispõe de 5 minutos na

tribuna.

O SR. FABIO GARCIA (PSB-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, muito boa tarde. Faço uso da tribuna hoje para tratar de

uma questão relevante para o nosso País: o aumento do preço da energia elétrica.

No último dia 27, a Agência Nacional de Energia Elétrica — ANEEL aumentou

o preço da energia elétrica no Brasil em mais de 23,4%, em média, em todos os

Municípios brasileiros. É notório que o aumento do preço da energia elétrica afeta o

desenvolvimento do Brasil. Ele dói no bolso de cada brasileiro e de cada brasileira,

tira a competitividade do País e faz com que corram riscos a geração de empregos e

a distribuição de renda.

Mas é importante, neste momento, Sr. Presidente, que a gente seja

transparente com o povo brasileiro.

[CD95] O aumento do preço da energia elétrica que o Brasil sofreu não foi fruto

somente da crise hídrica que vive este País, mas, sim, da mudança de decisão

política por parte do Governo Federal.

Em 2013, Sr. Presidente, o Governo Federal fez uma mudança profunda na

Conta de Desenvolvimento Energético — CDE brasileira, jogou para dentro dessa

conta uma série de despesas, de subsídios e de subvenções.

O custo dessa Conta para o consumidor brasileiro saltou de 3 bilhões de reais

para mais de 25 bilhões de reais, e esse custo foi repassado para todos os

consumidores. Ou seja, 75% do grande aumento no preço da energia elétrica no

Brasil vem da Conta de Desenvolvimento Energético.


91

Em 2013, o Governo colocou dinheiro do Orçamento Geral da União — mais

de 20 bilhões de reais foram colocados na Conta de Desenvolvimento Energético —,

para que pudéssemos ter a tão sonhada e esperada redução no preço da energia

elétrica no Brasil. É por isso que houve redução no preço da energia.

Mas agora, Sr. Presidente, o Governo Federal mudou a sua decisão e, neste

ano de 2015, não irá colocar nenhum real sequer do Orçamento Geral da União para

pagar a conta criada em 2013. Sobraram 25 bilhões de reais para serem distribuídos

aos consumidores de energia elétrica do Brasil. Foi isso que gerou o aumento nas

contas.

O problema mais grave é que, com esse aumento, o Governo Federal

distribuiu a sua despesa injustamente a todos os cidadãos brasileiros. A[CD96]

despesa dos moradores do Sudeste, do Centro-Oeste e do Sul é 4,5 vezes maior do

que a dos moradores de alguns Estados do Norte e do Nordeste do Brasil. Hoje,

94% dessa conta está sendo paga pelos moradores do Sudeste, do Centro-Oeste e

do Sul, e 6%, pelos moradores do Nordeste. Nós precisamos corrigir esse equívoco.

Não é justo que a classe média-baixa do meu Estado, o Mato Grosso,

subsidie tarifa de energia elétrica para a classe alta do Nordeste e do Norte do

Brasil. É tão injusta essa distribuição que os moradores do Acre, por exemplo, estão

pagando quatro vezes e meio a mais esse custo de energia do que os outros

moradores do Norte.

Nós precisamos corrigir esse equívoco do Governo Federal. Por isso, eu

estou apresentando hoje um projeto de lei para que seja feita essa correção.

Queremos que o Governo Federal volte a aportar recursos na Conta de

Desenvolvimento Energético, para que possamos rever as tarifas de energia elétrica


92

no Brasil, vê-las baixando mais uma vez, a fim de que todos os consumidores de

energia elétrica do Brasil sejam tratados de forma igual.

E digo tratamento de forma igual para aqueles que são iguais e de forma

desigual aqueles que são desiguais, respeitando, sim, o subsídio de tarifa para a

classe baixa, respeitando, sim, o subsídio de tarifa para a tarifa rural, ou seja,

respeitando aqueles que vivem em regiões onde já existe subsídio. Mas não

podemos tratar de forma diferente a população, simplesmente porque ela está

localizada geograficamente em locais distintos no Brasil.

Espero que possamos apreciar esse importante projeto de lei nesta Casa.

Sr. Presidente, era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado. Boa tarde a todos.



93

[CD97][CD98] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Antes de dar prosseguimento à

sessão, esta Mesa dá conhecimento ao Plenário dos seguintes

Ato da Presidência

Nos termos do inciso II e § 1º do art. 34 do

Regimento Interno, esta Presidência decide constituir

Comissão Especial destinada a proferir parecer ao Projeto

de Lei Complementar nº 448, de 2014, do Sr. Guilherme

Campos e outros, que “altera a Lei Complementar nº 123,

de 14 de dezembro de 2006, para reorganizar e simplificar

a metodologia de apuração do imposto devido por

optantes do Simples Nacional, e dá outras providências”,

e

Resolve



II - convocar os membros ora designados para a

reunião de instalação e eleição, a realizar-se no dia 17 de

março, às 14h30min, no Plenário 15 do Anexo II.


Eduardo Cunha



94

COMISSÃO ESPECIAL

PROPOSIÇÃO: PLP 448/14


Titulares: Afonso Hamm, Alan Rick, Alceu Moreira, Carlos Melles, Cícero Almeida,

Covatti Filho, Danilo Forte, Edmar Arruda, Fabio Reis, Jozi Rocha, Lucas Vergilio.

Suplentes: Jorge Côrte Real, Laercio Oliveira, Marcos Reategui, 8 vagas.


Titulares: Ademir Camilo, Aelton Freitas, Assis Carvalho, Helder Salomão, Jorginho

Mello, Paulão, Rogério Rosso, Walter Ihoshi.

Suplentes: 8 vagas.

PSDB/PSB/PPS/PV

Titulares: Adilton Sachetti, Alexandre Baldy, Alfredo Kaefer, Antonio Carlos Mendes

Thame, Átila Lira, Rubens Bueno.

Suplentes: 6 vagas.

PDT

Titular: Abel Mesquita Jr.

Suplente: 1 vaga.

PSL

Titular : Macedo.

Suplente : 1 vaga.


95

Ato da Presidência

Nos termos do § 2º do art. 202 do Regimento

Interno, esta Presidência decide constituir Comissão

Especial destinada a apreciar e proferir parecer à

Proposta de Emenda à Constituição nº 215-A, de 2000,

do Sr. Almir Sá e outros, que “acrescenta o inciso XVIII ao

art. 49; modifica o § 4º e acrescenta o § 8º, ambos no art.

231, da Constituição Federal” (inclui dentre as

competências exclusivas do Congresso Nacional a

aprovação de demarcação das terras tradicionalmente

ocupadas pelos índios e a ratificação das demarcações já

homologadas; estabelecendo que os critérios e

procedimentos de demarcação serão regulamentados por

lei), e apensados, e

Resolve



II - convocar os membros ora designados para a

reunião de instalação e eleição, a realizar-se no dia 17 de

março, às 14h30min, no Plenário 13 do Anexo II.


Eduardo Cunha



96

COMISSÃO ESPECIAL

PROPOSIÇÃO: PEC 215-A/00


Titulares : Alceu Moreira (vaga do PTC), Celso Maldaner, César Halum, Covatti

Filho, Luis Carlos Heinze, Mandetta, Marcelo Aro, Nelson Marquezelli, Osmar

Serraglio, Professor Victório Galli, Valdir Colatto, 1 vaga.

Suplentes : Darcísio Perondi, Diego Garcia, Dilceu Sperafico, Fausto Pinato,

Jerônimo Goergen, Marcos Reategui, Newton Cardoso Jr, Sergio Souza, 3 vagas.


Titulares : Bilac Pinto, Erika Kokay, Evandro Rogerio Roman, Luiz Nishimori, Marcos

Montes, Padre João, Ságuas Moraes, 1 vaga.

Suplentes : Paulo Teixeira (vaga do PSDB/PSB/PPS/PV), Alessandro Molon, Cabo

Sabino, Luiz Couto, Nilton Tatto, Remídio Monai, Sergio Zveiter, 2 vagas.

PSDB/PSB/PPS/PV

Titulares: Janete Capiberibe, Nilson Leitão, Sarney Filho, Shéridan, Tereza Cristina,

1 vaga.

Suplentes : (Deputado do PT ocupa a vaga), Adilton Sachetti, Glauber Braga, 3

vagas.

PDT

Titular : Dagoberto.

Suplente : Abel Mesquita Jr.


97

PTC

Titular: (Deputado do PMDB ocupa a vaga).

Suplente : 1 vaga.


98

[CD99][CD100]O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Dando continuidade ao

período do Pequeno Expediente, concedo a palavra ao Deputado Professor Victório

Galli. S.Exa. dispõe de 5 minutos na tribuna.

O SR. PROFESSOR VICTÓRIO GALLI (Bloco/PSC-MT. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, um dos principais argumentos que

prevaleceram nos discursos e entrevistas dos Governadores e Secretários dos

Estados onde foram sediados os jogos da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, ano

passado, foi o do legado que o evento proporcionaria à população em obras de

infraestrutura.

Essas obras, exigidas pela FIFA, fundamentalmente as de mobilidade urbana,

deixariam as capitais-sede com um novo padrão de qualidade de vida,

principalmente no transporte público para os trabalhadores.

Sr. Presidente, nobres colegas, Cuiabá, Capital do meu Estado representativo

nesta Casa, Mato Grosso, como todos sabemos, foi uma das 12 capitais que

sediaram os jogos da Copa do Mundo. [CD101]E o que ficou de legado das obras da

Copa de 2014 para a Capital Cuiabá é hoje, para a grande maioria da sociedade

mato-grossense, motivo de indignação.

Vou fazer aqui alguns relatos, mas, antes, chamo a atenção das Sras. e dos

Srs. Deputados para a responsabilidade da Federação Internacional de Futebol —

FIFA na organização desse evento que é a Copa do Mundo de Futebol.

A FIFA estabelece uma série de exigências para o país-sede da Copa, assim

como para os Estados escolhidos para realizarem os jogos. Isso envolve obras de

mobilidade urbana, começando do aeroporto ao centro da Capital, ao estádio, aos

centros de treinamento e muito mais.


99

O Secretário-Geral da FIFA, em 2012, Jérôme Valcke, chegou inclusive a

causar grande mal-estar entre autoridades brasileiras, ao afirmar que o Brasil

precisava de um “chute no traseiro” para agilizar as obras de estádios e de

infraestrutura para a Copa do Mundo.

Representantes da FIFA chegaram a ameaçar que, caso as exigências não

fossem cumpridas por uma das capitais-sede, ela poderia ser substituída por outra.

E o que resultou desse “discurso furado” da FIFA é que todas as 12 capitais-

sede foram mantidas, mesmo com obras irregulares, até a realização dos jogos.

Uma auditoria realizada pelo atual Governo de Mato Grosso em todas as

obras da Copa do Mundo em Cuiabá e Várzea Grande aponta erros graves na

execução de empreendimentos como a milionária Arena Pantanal, os centros de

treinamento, viadutos e trincheiras de mobilidade urbana e o bilionário VLT —

Veículo Leve sobre Trilhos.

[CD102] Os auditores encontraram obras com projetos inconsistentes. Algumas delas

foram iniciadas até mesmo sem projeto. Identificaram disparates entre valores

orçados, valores pagos e obras executadas. Observaram falta de respeito a

cronogramas de execução, não havendo plano concreto de finalização dos

trabalhos. É uma vergonha, nobres colegas!

Aí eu pergunto: onde está a responsabilidade da FIFA, do Governo Federal e

dos governantes, aqui, no caso, do Governo do Estado de Mato Grosso?

O que ficou para a sociedade mato-grossense foi um legado mal-acabado.

Fora viadutos e trincheiras urbanas de qualidade reprovável por todos os

profissionais da área de engenharia — algumas dessas obras estão interditadas até


100

hoje, depois de poucos dias da inauguração —, quero aqui tratar de uma em

especial, o VLT.

Hoje, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, faltando cerca de 3 meses para

completarmos 1 ano da realização da Copa do Mundo no Brasil — pasmem! —, as

obras do VLT não chegaram nem à metade. O VLT, exigido pela FIFA para a

realização da Copa do Mundo em Cuiabá, ainda não saiu do lugar, e estamos quase

completando 1 ano da realização do evento. As obras, atrasadas e desorganizadas,

causaram um sério transtorno aos turistas e à população mato-grossense durante a

Copa, e os problemas continuam até hoje.

O projeto do VLT prevê a ligação do Município de Várzea Grande à Capital

Cuiabá. É uma obra fantástica, sem dúvida, mas que ficou pelo caminho. É a maior

e mais cara construção já contratada pelo Governo do Estado na história, licitada por

R$1,477 bilhão.

O Governo do Estado já pagou mais de R$1,6 bilhão pelas obras do VLT e

precisa ainda de mais R$800 milhões para que sejam retomadas. A obra foi

contratada pelo Regime Diferenciado de Contratações Públicas — RDC.

E agora, o que fazer? Eis a questão. O[CD103] atual Governador do Estado,

nosso companheiro Pedro Taques, que recentemente honrou o Congresso Nacional,

na condição de Senador da República, recebeu um dos maiores problemas para a

sua gestão.

O que fazer agora? A Assembleia Legislativa de Mato Grosso criou uma

Comissão Parlamentar de Inquérito das obras da Copa, e o requerimento para a criação

da CPI foi assinado pelos 24 Deputados.


101

O Governador Pedro Taques disse ser favorável à realização de um plebiscito

sobre o VLT. Alguns segmentos da sociedade mato-grossense entendem que o

projeto inicial foi equivocado e que, em vez de Veículo Leve sobre Trilhos — VLT, o

ideal seria o BRT, o ônibus em faixa exclusiva.

Particularmente, não vejo o plebiscito como a melhor opção, porque, agora, o

VLT precisa ter suas obras concluídas. Por sinal, causa-me estranheza ver hoje os

Deputados Estaduais Sebastião Resende e Emanuel Pinheiro defenderem o

plebiscito. Os dois nobres Deputados compuseram uma Comissão da Assembleia

Legislativa, formada exclusivamente para acompanhar o andamento das obras da

Copa, chamada de Comissão de Infraestrutura Urbana e Transportes da Assembleia

Legislativa, tendo como membros titulares os Deputados Sebastião Resende,

Emanuel Pinheiro, Nininho, Pedro Satélite e Zeca Viana e como suplentes os

Deputados Vagner Ramos, Walter Rabelo (in memoriam), Dilmar Dal’Bosco e

Ezequiel Fonseca. Rezende e Pinheiro foram, respectivamente, Presidente e Vice

dessa Comissão. Que obras eles acompanharam, afinal, para hoje defenderem um

plebiscito? Esses Deputados faziam parte da Comissão de Infraestrutura que

deveria fiscalizar as obras e nada fizeram. Também estranho a ausência dos

Prefeitos das duas cidades, Wallace Guimarães e Mauro Mendes, que também

deveriam estar cobrando a finalização desse projeto.

Que as responsabilidades sejam cobradas, principalmente pela questão de

superfaturamento das obras, conforme denúncias, além da qualidade.

Entendo, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, que as obras do VLT não

podem parar. Milhões de reais já foram aplicados nas obras, inclusive na compra de

trens. Mudar o projeto do VLT, hoje, para BRT é aumentar a dívida. A sociedade de


102

Mato Grosso não merece isso. Tenho esperança na sensibilidade social do

Governador Pedro Taques, para que conclua as obras do VLT, com qualidade, longe

dessa “coisa” que foi iniciada e que causa prejuízos à população. O povo merece

respeito!

O VLT é importantíssimo para a população da Baixada Cuiabana. Àqueles

que proporcionaram o descaso, o nosso repúdio. A Justiça e a história os

condenarão.

Que o Governador Pedro Taques tenha tranquilidade e um bom laudo técnico

para, com sabedoria, conduzir e concluir as obras do VLT Cuiabá-Várzea Grande.

Eu, nesta Casa, juntamente com meus colegas de bancada, estarei sempre na linha

de frente em favor dos legítimos interesses da sociedade mato-grossense.


Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.

Que Deus nos ilumine!


103


Deputado Paulo Maluf.

[CD106] O SR. PAULO MALUF (Bloco/PP-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, meus amigos, minhas senhoras e meus senhores, muito se tem falado

sobre crise no Brasil. É uma palavra que lemos uma centena de vezes em cada

edição de jornal.

No entanto, eu quero dizer que Deus foi muito benevolente com o Brasil. Por

quê? Porque, abaixo do Equador, o maior país do mundo é o Brasil. Acima do

Equador, temos os Estados Unidos da América, o Canadá, a Rússia, a China, mas

todos esses países enfrentam 6 meses de inverno. O único grande país do mundo

que dá duas safras por ano na mesma terra é o Brasil. Quando falamos na Europa

que, no Vale do São Francisco, por gotejamento, podemos ter três safras de uva,

eles dizem que é mentira.

Pois bem. Este País abençoado, que não tem guerras religiosas, que não tem

guerras de racismo, este País que tem reservas minerais à vontade, na verdade,

pode e deve sair deste problema, desta crise econômica com a exportação.

O que eu gostaria de dizer, Sr. Presidente, é que nós ficamos presos ao

MERCOSUL. Nós estamos financiando o Uruguai e o Paraguai. A indústria argentina

de automóveis teria quebrado se não fosse o mercado brasileiro.

Eu proponho ao Sr. Ministro da Fazenda e ao Sr. Ministro do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que pensem na criação do

MERCONORTE. Nós temos que nos unir aos Estados Unidos, ao Canadá e ao

México. Lá existem 450 milhões de habitantes, e renda média per capita de mais de

50 mil dólares. Ou seja, são mais de 20 trilhões de dólares.


104

Este é o recado que eu gostaria de dar: ou nós nos unimos, através de uma

melhoria na pauta de exportações, a quem pode comprar, ou nós vamos sempre

continuar em crise.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.


105


Deputado Onyx Lorenzoni.

O SR. ONYX LORENZONI (DEM-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, como a TV Câmara está neste momento, corretamente, no plenário

desta Casa, que está em sessão, quero dizer às pessoas que estavam

acompanhando a CPI da PETROBRAS que nós da Oposição estamos vigilantes.

Lá está o Sr. Sergio Gabrielli, há muito tempo, dizendo que a PETROBRAS

está uma maravilha. Roubaram na América do Norte, roubaram na América do Sul,

roubaram na Ásia, roubaram na África, roubaram no mundo todo. Destruíram a

PETROBRAS! Hoje, a PETROBRAS vale um quarto do que valia há 4 anos. A

PETROS foi saqueada por essa quadrilha, e um homem de confiança do Sr. Sergio

Gabrielli, Pedro Barusco, disse terça-feira na CPI da PETROBRAS que devolveu 97

milhões de dólares.

[CD109] Se um gerente de quinta categoria devolve 97 milhões de dólares, eu tive que

dizer a ele, Sr. Presidente Manato, que aquele dinheiro não era dele, não. Ele é fiel

depositário, talvez do Sr. Sergio Gabrielli, talvez do ex-Presidente Lula, talvez de

José Dirceu, porque ele devolveu o que não era dele. E agora a Oposição vai

apertar e cobrar...


O SR. ONYX LORENZONI - Sr. Presidente, agradeço a bondade e a

tolerância a V.Exa.

Nós vamos lá para cobrar do Sr. Sergio Gabrielli as suas responsabilidades.

Não pode alguém ficar quase 10 anos na PETROBRAS, destruí-la e ser caradura a


106

ponto de dizer que a PETROBRAS vai bem. A PETROBRAS vai mal! O orgulho dos

brasileiros hoje é uma vergonha! E nós vamos cobrar o Sr. Sergio Gabrielli.


O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, Deputado.


107

[CD110] [CD111]O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Vou conceder a palavra ao

nobre Deputado Laudivio Carvalho e, logo após, iniciar o Grande Expediente.

Com a palavra o nobre Deputado Laudivio Carvalho. S.Exa. dispõe de 3

minutos.

O SR. LAUDIVIO CARVALHO (Bloco/PMDB-MG. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, muito boa tarde!

Venho à tribuna apenas para registrar que nos últimos anos a segurança

pública no Estado de Minas Gerais foi relegada a segundo plano. Eu estou aqui

exatamente para dizer que Minas não pode viver da maneira que está vivendo.

A Polícia Rodoviária Federal naquele Estado tem a maior malha rodoviária do

País para cuidar, o que infelizmente não consegue, por falta de homens e de

viaturas. Há descaso por parte do Governo Federal em relação ao Estado de Minas

Gerais.

Nós últimos 12 anos, as duas Polícias, a Civil e a Militar, também ficaram

relegadas a segundo plano. Elas sobrevivem, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, à

custa do esforço de cada homem que compõe as instituições policiais do Estado de

Minas Gerais.

[c112] É preciso que o Governo Federal tenha mais responsabilidade com as

polícias dos Estados, que esteja mais presente. É preciso que o Governo Federal

dote as polícias estaduais de homens, de viaturas, de tudo aquilo que é necessário,

em um socorro imediato, para combater o crime.

Minas Gerais não é, indiscutivelmente, o melhor ou o pior Estado do Brasil

hoje. Aquele Estado vive, talvez, um dos seus momentos mais críticos, por ter sido

relegada a segundo plano, nos últimos 12 anos, a questão da segurança pública.


108

Mas é preciso rever esse quadro, é preciso reverter essa situação. Por isso,

estou daqui cobrando do Governo Federal atenção especial a Minas Gerais na área

de segurança pública. Não é possível que continuemos da mesma maneira da última

década. As duas polícias estão sucateadas. Para elas faltam viaturas, homens,

equipamentos, coletes. Enfim, o que está sobrando em Minas Gerais é boa vontade

por parte por parte dos policiais.



109

[CD113][c114]O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o nobre

Deputado Vinicius Carvalho.

O SR. VINICIUS CARVALHO (Bloco/PRB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, peço a V.Exa. que dê como lido meu pronunciamento a respeito dos 24

anos do Código de Defesa do Consumidor.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, nobre Deputado.


Sr. Presidente, Srs. Deputados, demais presentes, caros telespectadores da

TV Câmara e ouvintes da Rádio Câmara, duas datas neste mês marcam a história

da relação de consumo. O dia 15 de março foi instituído, em 1962, pelo então

Presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, como o Dia Mundial dos Direitos do

Consumidor. O dia 11 de março, por sua vez, marca a trajetória da relação de

consumo no Brasil. São 24 anos de vigência do Código de Defesa do Consumidor,

criado em setembro de 1990, através da Lei 8.078, que entrou em vigor 6 meses

depois. Nada mais oportuno, portanto, para que se faça uma reflexão sobre os

avanços e os desafios da norma que veio estabelecer direitos e obrigações para

consumidores e fornecedores e, assim, evitar qualquer tipo de prejuízo ao

consumidor.

A lacuna existente nas relações de consumo foi parcialmente preenchida.

Hoje, o cidadão está mais consciente de seus direitos, e as empresas se

adequando, mesmo que sob pressão, ao CDC.


110

A grande conquista do Código foi ter conseguido se firmar como a maior

ferramenta do consumidor para o equilíbrio econômico do mercado. Lembro bem

que o primeiro conflito do cidadão, logo que o CDC foi criado, era com a questão da

informação na rotulagem, principalmente dos alimentos, com relação à data de

validade e à composição. Os rótulos mudaram. À mesma época, surgiram melhoras

nas áreas de prestação de serviços. As novas regras do comércio eletrônico, que

asseguram o direito ao arrependimento da compra e a devolução do item são uma

realidade, da mesma forma que o site criado para reunir queixas e soluções, o Portal

do Consumidor, que conta com 220 empresas e 73 mil usuários cadastrados.

Como se pode observar, as conquistas são feitas no dia a dia, e o mais

importante é que o Código de Defesa do Consumidor traz informação ao público.

Qualquer relação de consumo, para ter equilíbrio precisa da informação para que o

cidadão saiba o que quer e decida corretamente pela compra. Com o CDC, ele pode

exigir seus direitos, tanto nos PROCONs quanto na Justiça. E todas essas

instâncias usam o Código de Defesa do Consumidor para fazer com que as

empresas trabalhem dentro da lei.

A legislação está aí para ajudar a equilibrar esse sistema. O CDC não tem

que mudar. Temos, sim, que complementá-lo, a partir do surgimento de novas

demandas. O que se faz necessário é criar legislações paralelas e atualizá-lo.

Já tive a oportunidade de aqui dizer que, no meu mandato anterior, fui

Vice-Presidente da Comissão de Direito do Consumidor. Agora, no atual, já integro

esse grupo. E como advogado especializado nesta área novamente estou pronto

para atuar firmemente na solidificação desse instrumento imprescindível na luta pela

qualidade vida, pela dignidade e pela construção de uma sociedade mais justa.


111

Por isso mesmo, vou trabalhar, incansavelmente, para que propostas

importantes saiam do papel e passem a ter a força da lei. Cito, como exemplo, a

devolução imediata de produtos considerados essenciais, a fiscalização efetiva dos

serviços públicos e o reforço dos PROCONs. Esses pontos compõem o Plano

Nacional de Consumo e Cidadania — PLANDEC, que quase 2 anos depois de

lançado não teve qualquer avanço. A lista de produtos, que deveria ter sido

publicada 30 dias após a criação do Plano, ainda não está pronta; a qualidade dos

serviços públicos continua deixando a desejar; e o Projeto de Lei nº 5.196/2013, que

fortalece os PROCONs e altera o Código de Defesa do Consumidor, está parado no

Congresso. Também não deslanchou a proposta de um banco de dados sobre

acidentes causados por produtos e serviços.

Faltam engajamento e atuação conjunta de Ministérios e órgãos públicos.

Falta entendimento entre os setores. As agências reguladoras têm cada uma seus

indicadores de qualidade e controle. É fundamental aperfeiçoar a fiscalização e punir

devidamente as empresas, se for o caso.

Na condição de integrante da Comissão de Defesa do Consumidor também

planejo desengavetar projetos que apresentei no meu mandato anterior e que

considero de extrema relevância para somar ao Código de Defesa do Consumidor.

Um deles estabelece prazo de 10 dias para que o cidadão seja ressarcido por

valores pagos indevidamente. Outro dobra a pena prevista para os casos de

publicidade enganosa ou abusiva, quando ela for dirigida à criança. Também são de

minha autoria o projeto que estabelece a prorrogação da data de vencimento de

boletos de cobrança em período de greve bancária e a proposta que obriga

empresas que vendem serviços por telefone a disponibilizarem aos clientes a


112

possibilidade de cancelamento automático do serviço também por telefone, sem

intervenção pessoal.

Continuo a defender, ainda, a qualificação para o exercício consciente do

papel social de consumidor, através da inserção da Educação para o Consumo, na

grade curricular das escolas.

Gostaria de encerrar, enfatizando que os avanços são louváveis, mas ainda

há um longo caminho a percorrer. E para que todos consigam defender seus

interesses é fundamental que cada um de nós estejamos atentos. O importante é

não deixar brecha, muito menos espaço para que o cidadão seja lesado. É com

empenho e determinação que estaremos contribuindo para melhorar a qualidade de

vida de todos os brasileiros. No momento em que o Código de Defesa do

Consumidor completa 24 anos de vigência, é importante destacar que o consumidor

é o elo mais fraco da economia, e nenhuma corrente pode ser mais forte do que o

seu elo mais fraco.

Muito obrigado.


113

[CD115][c116] O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Passa-se ao

V - GRANDE EXPEDIENTE

Concedo a palavra, de acordo com o art. 87 do Regimento Interno, ao Sr.

Deputado Paes Landim, do PTB do Piauí. S.Exa. dispõe de 25 minutos na tribuna.


114

O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Sem revisão do orador.) -

DISCURSO DO SR. DEPUTADO PAES LANDIM QUE, ENTREGUE AO ORADOR

PARA REVISÃO, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO.

(Discurso a ser publicado na Sessão nº 059, de 01/04/15.)


115

O Sr. Carlos Manato, nos termos do § 2º do art. 18

do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Heitor Schuch, nos termos do § 2º

do art. 18 do Regimento Interno.


116

[CD117][c118] O SR. PRESIDENTE (Heitor Schuch) - Quero registrar a presença do

chefe de gabinete do Deputado Estadual Ciro Simoni, do PDT do Rio Grande do Sul,

Fabinho. Seja bem-vindo!


117

[CD119][c120] O SR. PRESIDENTE (Heitor Schuch) - Concedo a palavra pela ordem

ao Deputado Wherles Rocha.

O SR. ROCHA (PSDB-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero apenas registrar que o Superior Tribunal de Justiça recebeu hoje,

segundo matéria do jornal Folha de S.Paulo, um pedido de investigação dos

Governadores do Rio de Janeiro e do Acre.

Só quero citar, Sr. Presidente, que o Governador do Acre já figurou em alguns

escândalos em âmbito nacional, e nós esperamos, sinceramente, que desta vez, as

coisas sejam esclarecidas.

Eu deixo aqui este registro e peço a sua divulgação.

O SR. PRESIDENTE (Heitor Schuch) - Muito obrigado, Deputado.


118

[CD121][c122]O SR. PRESIDENTE (Heitor Schuch) - Concedo a palavra pela

ordem ao Deputado Moroni Torgan.

O SR. MORONI TORGAN (DEM-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu só quero registrar aqui, no plenário da Câmara dos Deputados,

que hoje foi aprovada a criação da Subcomissão Permanente para tratar do combate

ao crime organizado, na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime

Organizado.

Agradeço e dou parabéns a todos os colegas. É realmente um tema que

precisa ser enfrentado. Felizmente, nós tivemos unanimidade na aprovação do

requerimento de criação da nova Subcomissão.

Muito obrigado a todos os colegas. Agora, vamos trabalhar.


119

[CD123][c124] O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, V.Exa. me

concederia 1 minuto?

O SR. PRESIDENTE (Heitor Schuch) - Pois não, Deputado.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão

do orador.) - Agradeço a oportunidade, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Parlamentares, espero que hoje possamos votar as emendas ao

projeto da política nacional do salário mínimo e garantir, com uma das emendas, que

seja estendido a aposentados e pensionistas o mesmo reajuste, até porque no

projeto original já havia essa previsão, garantida pelo texto da Comissão de

Trabalho, de Administração e Serviço Público, a CTASP. Mas, infelizmente, numa

manobra no Plenário, deu-se preferência a outro projeto que previa reajustes apenas

para o salário mínimo. Ainda bem que nós destacamos o texto, ressalvamos a

emenda original, para que ela possa ser votada.

Sabemos[CD125] que o Governo, para impedir a votação, vai tentar retirar de

pauta essa proposta, que garante um reajuste melhor para aposentados e

pensionistas, que estão com muita dificuldade. Já pedimos ao Presidente Eduardo

Cunha que coloque em pauta o Projeto de Lei nº 4.434, de 2008, que regulamenta

essa questão, bem como o Projeto de Lei nº 3.299, de 2008, que extingue o fator

previdenciário, e a Proposta de Emenda à Constituição nº 555, de 2006, que acaba

com a contribuição de inativos no serviço público.



120

[CD126][CD127] O SR. BALEIA ROSSI - Sr. Presidente, V.Exa. me concede a palavra?

O SR. PRESIDENTE (Heitor Schuch) - Pois não.

O SR. BALEIA ROSSI (Bloco/PMDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, quero pedir a V.Exa. que considere como lido

pronunciamento acerca do 8 de Março, o Dia Internacional da Mulher, e sobretudo

da contribuição concreta que esta Casa deu a ela, ao votar a lei do feminicídio,

tornando hediondo esse tipo de crime.

Sr. Presidente, peço-lhe também que autorize a divulgação do

pronunciamento no programa A Voz do Brasil e nos demais meios de comunicação

da Casa.

O SR. PRESIDENTE (Heitor Schuch) - V.Exa. será atendido.


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no último domingo, 8 de março,

comemoramos mais um Dia Internacional da Mulher.

No Brasil, a mulher ainda é discriminada, a despeito de sua imensurável

contribuição para a sociedade, para a solidificação da família e para o

desenvolvimento do País.

Sou pai, casado com uma mulher maravilhosa que me deu três filhas que

amo acima de tudo. Portanto, no meu aconchego do lar, estou cercado de mulheres.

Mas não posso fechar os olhos em relação ao preconceito ainda existente no

Brasil, e isso muito me incomoda.

Nosso País ocupa a sétima posição mundial em assassinatos de mulheres.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), entre os anos de 2000


121

e 2010, quase 50 mil mulheres foram assassinadas, sendo mais de 40% vítimas de

homicídio dentro de suas casas, muitas pelos companheiros ou ex-companheiros.

Por isso votei a favor e trabalhei pela aprovação da Lei que torna hediondo o

crime de morte contra mulheres em nosso País. A Lei do Feminicídio, que

aprovamos na Câmara e foi sancionada pelo Executivo Federal na semana em que

se comemora o Dia Internacional da Mulher, agrava a pena de assassinatos contra

mulheres por motivo de discriminação de gênero e violência doméstica. Agora, com

a vigência desta Lei, as penas para crimes contra a mulher podem variar de 12 a 30

anos de prisão e incluem o assassinato de mulheres por razôes de gênero entre os

tipos de homicídio qualificado.

O texto também aumenta a pena, de um terço até a metade, se o crime

acontecer durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto.

Esta Lei que ajudei a aprovar também torna agravante o homicídio de

mulheres menores de 14 anos ou acima de 60 anos, pessoa com deficiência ou se

cometido na presença de descendente ou ascendente.

A classificação como crime hediondo impede a fiança e dificulta a progressão

de regime para os condenados.

A Lei do Feminicídio é, enfim, um grande avanço na política de defesa dos

direitos humanos da mulher, pois, além de penas mais rígidas, também possibilitará

a geração de dados acerca da violência contra o sexo feminino e o desenvolvimento

de políticas públicas para minimizar o número de homicídios.

Apesar da triste realidade que ainda presenciamos, a mulher brasileira vem

conquistando espaço na sociedade, principalmente a partir das últimas três décadas.

Só para citar alguns exemplos, lembro que, em 1983, o Governador Montoro, do


122

PMDB, criou a primeira Delegacia da Mulher de todo o País, para investigar e punir

a violência doméstica.

Depois foi aprovada a Lei Maria da Penha, que tipifica a agressão ao sexo

feminino como crime inafiançável.

Estes e outros avanços não podem ser minimizados, sobretudo quando

constatamos que eles foram garantidos após séculos de submissão imposta à

mulher por uma cultura alimentada pelo chauvinismo, pela intolerância, pela

violência doméstica e, principalmente, pela discriminação no mercado de trabalho.

Basta observar que a mulher brasileira precisou de 43 anos após a

Proclamação da República, em 1889, para obter o direito de votar, o que só

aconteceu em 1932.

Todavia, a partir dos anos 80 a mulher brasileira rompeu definitivamente as

fronteiras do conservadorismo de uma sociedade que a queria manter apenas nos

afazeres domésticos.

As mulheres brasileiras foram à luta. Hoje, já ocupam mais de 30% do

mercado de trabalho, exercem funções de comando e chefia em todas as atividades

humanas, representam mais da metade da população do País, quase 55% nas salas

de aula das universidades.

Pesquisa do Banco Mundial mostra que desde 1980 a presença da mulher no

mercado de trabalho nacional aumentou 22%.

Hoje, elas ocupam cargos de destaque em todos os segmentos de trabalho

— na Aviação, na Construção Civil, no Corpo Docente de nossas universidades, na

Magistratura, no comando de grandes corporações nacionais e multinacionais.


123

Na política, embora ainda tímida, a presença cada vez maior de mulheres

ocupando cargos públicos é algo fundamental para o fortalecimento da democracia.

E, em relação a isso, posso citar, com orgulho, o trabalho que o PMDB vem

realizando, principalmente no Estado de São Paulo, com o PMDB Mulher. Nosso

partido foi pioneiro no acolhimento das “alas femininas”, já na década de 70. Hoje,

através do fortalecimento do PMDB Mulher, valorizando a participação nas decisões

do partido, pretendemos alcançar a igualdade de gênero no exercício da política.

Mas é preciso avançar mais. Argumentos sólidos não faltam para embasar

este nosso inconformismo: no Brasil, sem contar os motivos que justificaram a

aprovação da Lei do Feminilismo, a cada dólar recebido pelo homem, pouco mais de

70 centavos são pagos à mulher na mesma função. Ou seja, as mulheres recebem

quase 30% a menos que os homens no exercício do mesmo trabalho. Nos Estados

Unidos e em outros países de economia consolidada, essa diferença não ultrapassa

os 10%, segundo estudos realizados por entidades com credibilidade, como a June

O’Neill.

Vale ressaltar ainda que as mulheres são as maiores vítimas de doenças

sexualmente transmissíveis, sem falar do alto índice de gravidez na adolescência,

de mortalidade materna ou causada por câncer.

São aspectos da realidade brasileira que denotam profunda injustiça social e

revelam a violação dos direitos das mulheres. Numa nação que pretende ser vista

como justa e desenvolvida, precisamos ter políticas públicas específicas que

desempenhem um papel transformador. Precisamos que haja igualdade de direitos

civis entre os sexos masculino e feminino.


124

A mulher não pode ser discriminada nem privilegiada. Nas sociedades

desenvolvidas e civilizadas, a mulher não está nem atrás nem à frente do homem.

Ambos estão lado a lado.


125

[CD128] [CD129]O SR. PRESIDENTE (Heitor Schuch) - Concedo a palavra pela ordem

ao Deputado Nilson Leitão.

O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero só alertar mais uma vez acerca das

invasões que estão ocorrendo Brasil afora pelo MST. Em Santa Catarina, houve

invasão de propriedades rurais, de fazendas, propriedades que produzem os nossos

alimentos, tanto para consumo quanto para exportação.

Mais de 30 rodovias já foram trancadas pelo MST, o que é um vandalismo, e

até agora nós não vimos nenhuma atitude do Ministro da Justiça. Ao contrário,

algumas semanas atrás, quando se tratou de caminhoneiros, o Ministro da Justiça

determinou à Polícia Federal que houvesse a desobstrução das estradas, partindo

inclusive para a violência contra a categoria.

[CD130] Eu não quero que usem violência contra o MST, mas esse movimento precisa

ter algum tipo de enquadramento, porque não se trata de um movimento jurídico

formado...


O SR. PRESIDENTE (Heitor Schuch) - Obrigado, Deputado.


126

[CD131] [CD132]O SR. PRESIDENTE (Heitor Schuch) - Com a palavra agora, para uma

Comunicação de Liderança, pelo Partido Progressista da Bahia, o Deputado Roberto

Britto.

O SR. ROBERTO BRITTO (Bloco/PP-BA. Como Líder. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje, 12 de março, comemoramos

do Dia Mundial do Rim. Aproveito a oportunidade para enaltecer o trabalho da Dra.

Angiolina Kraychete, da Bahia, que é Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de

Nefrologia.

Então, venho a esta tribuna tecer alguns comentários que reputo da maior

importância para a população brasileira e a população mundial. Se considerarmos

que os rins são os órgãos do corpo humano responsáveis pela filtração de tudo o

que passa no sangue, nós vamos poder fazer uma avaliação da sua importância

para o organismo humano.

Ao longo desse tempo, o que nós temos visto é que agora a sociedade está

tomando um peso muito maior e está indo mais fundo nessa campanha, devido aos

graves problemas que têm repercussão em todo o organismo.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho portanto a esta tribuna para

comemorar o dia 12 de março, o Dia Mundial do Rim, tendo sempre como foco

principal a prevenção. Anualmente, órgãos ligados à área de saúde vêm mobilizando

a população a se prevenirem contra doenças que atinjam os rins. O tema da

campanha deste ano é Campanha para Rins Saudáveis, um alerta à população para

a adoção de hábitos saudáveis, ingestão de água, mudança de estilo de vida e

autocuidado das doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão arterial

sistêmica, diabetes melito e obesidade, importantes causas de doença renal. A


127

Sociedade Brasileira de Nefrologia coordena essa campanha no Brasil, com várias

ações acontecendo em todo o País. Durante os dias 7 a 15 de março, haverá

distribuição de cartazes e folhetos com check list, contendo informações sobre os

fatores de risco para a doença renal crônica e de atenção à saúde renal; feiras de

check up renal para o rastreio de doença renal, com a realização de consultas de

triagem, medidas da pressão arterial e exames de sangue e urina; veiculação em

várias redes de comunicação de entrevistas com médicos nefrologistas direcionadas

ao público leigo, principalmente àqueles de maior risco, como diabéticos,

hipertensos e idosos, com orientações quanto aos cuidados com a saúde dos rins e

à sua avaliação; esclarecimento sobre o papel do nefrologista na atenção à saúde;

informações sobre as terapias de substituição renal que mantêm e salvam vidas

quando ocorre falência do órgão, chamando a atenção sobre a avaliação do rim,

possível de ser realizada por meio de exames simples de sangue, como a dosagem

de creatinina, e de urina, como a pesquisa de proteína e de outros elementos

anormais no seu sedimento.

A celebração da Semana dos Rins é nacional. Durante essa campanha, nós

vamos ver, em alguns momentos, iluminação nas cores azul e vermelho em

equipamentos públicos, pontos turísticos, como o Cristo Redentor, o Elevador

Lacerda, em Salvador, o obelisco do Ibiapuera, em São Paulo, e muitos outros

equipamentos públicos que estão sendo utilizados para chamar a atenção para esse

grave problema: as doenças renais.

Além disso, há passeios ciclísticos e caminhadas. Várias pessoas de

visibilidade nacional que apoiam a campanha, vestindo a camisa Campanha para

Rins Saudáveis e divulgando esse tema nas suas redes sociais.


128

A Sociedade Brasileira de Nefrologia também faz um alerta de interesse

público sobre o cenário da saúde renal no mundo e na nossa população, bem como

sobre os problemas atuais e de curto e médio prazo que enfrentam os serviços de

nefrologia que são responsáveis pela atenção terciária no Brasil.

[CD133] Nós sabemos perfeitamente que existem populações, pessoas que correm

um risco maior, que são exatamente os diabéticos, os hipertensos e os idosos — as

três categorias que efetivamente correm mais riscos de ter um problema renal mais

sério. E, se nós chegarmos à conclusão de que um idoso pode ser diabético e

hipertenso, aí efetivamente as coisas pioram, e pioram muito mais.

A atenção para o rim é extremamente importante porque às vezes, com um

simples exame de sangue, o da creatinina, dá para se ter uma visão da função renal,

de como andam os rins no seu organismo; acrescido a isso, um sumário de urina,

que é o exame para pesquisa das proteínas e outros elementos anormais no

sedimento urinário. Então, às vezes, com o exame de urina e o de creatinina no

sangue já se tem uma visão real do funcionamento renal.

Sabemos perfeitamente que algumas medidas precisam ser tomadas. Não

podemos deixar de analisar alguns elementos.

Estima-se hoje que, por exemplo, 10% da população mundial sofra de doença

renal crônica. Ela[CD134] atinge pessoas idosas de todas as raças. Depois dos 40

anos, o indivíduo perde, em média, 1% da sua função renal. As pessoas acima de

65 anos têm um risco maior de desenvolver a doença renal. Estima-se, hoje, que

cerca de 20% dos homens e 25% das mulheres, entre 65 anos e 74 anos de idade,

tenham algum grau de doença renal crônica. Eu já disse anteriormente acerca da


129

diabetes melito, da hipertensão e das nefrites, que são as principais causas de

doença renal crônica nos adultos.

O número de diabéticos tem aumentado ao longo do tempo, hoje é cada vez

maior, em virtude do crescimento e do envelhecimento populacional, da maior

urbanização, do crescente aumento da obesidade e do sedentarismo, bem como da

maior sobrevida de pacientes com diabetes melito. Com isso, também há o advento

da doença renal crônica.

Em 1985, estimavam-se 30 milhões de adultos com diabetes melito no

mundo, e, em 2030, a previsão é de que haja 300 milhões de diabéticos no mundo.

A terapia renal substitutiva é o tratamento indicado para os casos nos quais

os rins não efetuam mais o seu papel de filtração, de filtro do organismo. Existem

três formas de terapia renal substitutiva no Brasil e no mundo: a hemodiálise, a

diálise peritoneal e o transplante renal. A doença renal é silenciosa, ou seja, os

sintomas vão aparecendo aos poucos, e, de repente, quando menos se espera, o

paciente começa a ter problemas, já com a falência renal — 70% dos pacientes com

falência dos rins só descobrem a doença muito tardiamente, quando já precisam de

terapia renal substitutiva. Daí a importância dos exames para a prevenção dessas

doenças.

[CD135] Há estimativa de que para cada paciente em diálise existem cerca de 20 a 25

pessoas com algum grau de doença renal crônica ainda sem os sintomas.

Estima-se que a doença renal crônica afete cerca de 1,2 a 1,5 milhão de

brasileiros. No Brasil, hipertensão arterial e diabetes ocupam o primeiro e o segundo

lugar, respectivamente, como causas da doença renal crônica dialítica. Em cidades


130

brasileiras, nos últimos 20 anos, a prevalência de hipertensão arterial esteve acima

de 30%.

Cerca de 50% das pessoas entre 60 e 69 anos e 75% das pessoas acima de

70 anos são hipertensas são hipertensos e 15% dos hipertensos poderão ter doença

renal crônica.

Hoje, mais de 100 mil pessoas fazem diálise ou hemodiálise no Brasil. Em

média, cada paciente em programa de hemodiálise realiza três sessões por semana.

Existem 750 unidades de diálise cadastradas no Brasil. Somente na cidade de São

Paulo são 35 unidades.

É grave o problema hoje, Sr. Presidente, com essa crise da água — em torno

de 100 mil pessoas estão fazendo hemodiálise no Brasil. Cada pessoa que faz

hemodiálise gasta por mês 5.600 litros de água potável. Imaginem, com esse grave

problema da água, como estão agindo determinadas cidades para realizar a

hemodiálise, considerando que se gasta 5.600 litros de água por mês com cada

paciente que faz a diálise peritoneal.

No Brasil, 84% dos pacientes em diálise ambulatorial têm o tratamento pago

pelo Sistema Único de Saúde e 16% o têm pago pelo Sistema de Saúde

Suplementar.

Nos últimos 18 anos, houve muitos avanços nas orientações e exigências ao

cuidado dialítico do paciente renal por meio de portarias ministeriais, porém não

ocorreu a devida valorização dessa assistência que é feita por serviços de

nefrologia, na sua grande maioria privados e conveniados ao SUS.

Os custos com o serviço dialítico aumentaram muito nos últimos anos por

conta das novas exigências ministeriais no tocante a recursos humanos, estrutura,


131

equipamentos e insumos. Houve a necessidade de adequação estrutural das

unidades de diálise e de se incorporarem novas tecnologias, contidas em materiais e

equipamentos não produzidos no País e indexados ao dólar, que vem em crescente

valorização quando comparado ao real.

No tocante a recursos humanos, houve o reajuste do salário mínimo sempre

acima da inflação, os dissídios trabalhistas anuais e a obrigatoriedade de

contratação de nutricionistas, assistentes sociais e psicólogos, sem a devida

compensação financeira dos seus procedimentos. Ultimamente, há que se

preocupar também com o reajuste nas tarifas de energia e água, amplamente

consumidos pelas unidades.

No último reajuste da tabela do SUS, de 5%, em 2013, a sessão de

hemodiálise passou de R$170,50 para R$179,03.

Atualmente, cada sessão de hemodiálise ambulatorial custa para o prestador

do serviço 240 reais. Esse é o custo. E ele recebe hoje só 179 reais, Sr. Presidente.

Ou seja, hoje, os nefrologistas, as pessoas que têm clínica de hemodiálise estão

pagando para prestar o serviço. Isso[CD136] é um absurdo! Eu chamo a atenção do

Ministro da Saúde. Vou até marcar uma audiência com ele, para que possamos

discutir esse grave problema da hemodiálise com esse subfinanciamento.

Os preços dos honorários pagos pela assistência mensal dos pacientes em

diálise peritoneal não incentivam a utilização dessa modalidade dialítica e a abertura

de novos serviços credenciados ao SUS.

Constantemente, há atraso no repasse. Pelos menos 9 capitais já sofreram

com o problema: Aracaju, Natal, São Paulo, Brasília, Goiânia, Belo Horizonte, Porto


132

Velho e Salvador e Rio de Janeiro — Nilópolis chegou a ficar 6 meses sem o

repasse no ano passado.

Dentre os ajustes valiosos à prestação do serviço dialítico propostos e

publicados em portaria ministerial, em 2014, há o descarte do sistema extracorpóreo

a cada sessão de hemodiálise do paciente portador de sorologia positiva para vírus

da hepatite B ou C. Porém, essa nova exigência não veio acompanhada de códigos

para devida cobrança ao SUS, ficando os serviços na espera de uma solução.

O desequilíbrio financeiro entre o que se exige e o que se paga tem levado ao

progressivo descredenciamento dos serviços privados do SUS, já que unidades não

conseguem mais trabalhar com o valor que é repassado pelo Governo, insolvência

de outros e inviabilidade de abertura de novos serviços de diálise ambulatorial.

Tais fatores, associados ao progressivo aumento de pacientes com doença

renal avançada — mais de 34 mil pacientes novos iniciaram diálise no ano de 2013

—, têm gerado inúmeros problemas: filas de pacientes na rede hospitalar do SUS,

aguardando uma vaga no programa ambulatorial de diálise; impossibilidade de

novos investimentos; desencantamento dos nefrologistas com a especialidade,

frente ao pouco reconhecimento financeiro dos procedimentos clínicos e

intervencionistas e falta de preenchimento das vagas para a especialidade nos

programas de residência médica, já que a mesma não é atrativa ao novo

profissional.

Para o bom exercício da especialidade, exige-se do profissional uma visão

clínica ampla e atualizada e frequentes investimentos financeiros para

aprimoramento técnico. Paga-se R$10,00 por uma consulta especializada pelo SUS

e, em média, R$50,00 por uma consulta na rede suplementar de saúde.


133

Aliado à crise financeira, por falta de ajuste nos preços do SUS, outro fato

pode piorar a situação vigente e certamente comprometerá a assistência

hemodialítica: a crise no abastecimento de água potável. Em média, cada sessão

individual de hemodiálise consome algo entre 300 e 400 litros por paciente.

O Governo publicou em 2014 a Portaria nº 389, que define novas exigências

aos prestadores de serviço dialítico.

As unidades, além de atendimento dialítico, serão responsáveis por todo o

processo de atenção primária e secundária a pacientes portadores de doença renal

crônica, assim como educação continuada e campanhas de saúde pública.

Os pacientes serão referenciados a uma unidade de diálise para

acompanhamento laboratorial e clínico. Um incentivo de custeio será destinado

exclusivamente aos serviços que aderirem ao atendimento ambulatorial primário e

secundário. Ou seja, o valor da sessão de hemodiálise permanecerá congelado para

os demais. Caberá ao serviço de diálise definir com o gestor público local a

responsabilidade sobre a confecção de fístula arteriovenosa para o acesso a

hemodiálise e sobre o implante de cateter abdominal para acesso a diálise

peritoneal, quando esta definição já deveria ser estabelecida no ato da publicação

dessa portaria, assim como os preços desse serviço. O nefrologista é um médico

clínico e precisa referenciar esses pacientes para um serviço de cirurgia,

previamente acordado, que invariavelmente cobra por tais procedimentos valores

acima dos remunerados pela tabela SUS.

Diante desse grave cenário, é imprescindível que se estabeleça um canal de

comunicação com o Ministério da Saúde para serem discutidas propostas da

Sociedade Brasileira de Nefrologia:


134

Solicito, portanto, ao Ministério da Saúde: reajuste emergencial da sessão de

hemodiálise, para reposição das perdas inflacionárias, atenuação do impacto gerado

pelo aumento de insumos e adequação aos itens elencados nas diretrizes de

atendimento ao portador de DRC e na Portaria nº 389; criação dos devidos códigos

para cobrança das sessões de hemodiálise que terão o material extracorpóreo

descartado a cada sessão; discussão sobre operacionalização do atendimento

secundário, matriciamento de atendimento primário e regulação de todo o sistema,

assim como implantação das políticas nacionais de educação permanente em saúde

no atendimento terciário; adequação da proposta de atendimento secundário e

matriciamento, em moldes possíveis e operacionais, à realidade econômico-

financeira, fornecendo incentivos reais, como verba para implantação de

infraestrutura e canais de negociação com os gestores.

São propostas plausíveis, de cunho técnico e humanístico, visando a garantia

da qualidade de atendimento e o futuro da terapia renal substitutiva brasileira. Faço

então esse apelo ao nosso Ministro da Saúde, para que, em audiência pública,

possamos discutir esse grave problema das doenças renais.

Muito Obrigado, Sr. Presidente, peço a V.Exa. que autorize a divulgação do

meu pronunciamento em todos os meios de comunicação da Casa e no programa A

Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Heitor Schuch) - Muito obrigado, Deputado Roberto

Britto. V.Exa. será atendido.


135

[CD137] [CD138]O SR. PRESIDENTE (Heitor Schuch) - Concedo a palavra ao Deputado

Bebeto.

O SR. BEBETO (PSB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, registro apenas que amanhã uma importante

cidade do Recôncavo Baiano, a querida Cachoeira, em função da Lei Provincial nº

43, de 13 de março de 1837, completará 178 anos de elevação à condição de

Município.

[CD139] Faço este registro em homenagem ao povo baiano, sobretudo aos

cachoeiranos, bravos cachoeiranos, da heroica cidade de Cachoeira, e com o

Prefeito Carlos Pereira.



136

[CD140][VHPL141] O SR. PRESIDENTE (Heitor Schuch) - Concedo a palavra ao

Deputado Vicentinho Júnior.

O SR. VICENTINHO JÚNIOR (PSB-TO. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, caros colegas, boa tarde.

Aqui, neste breve pronunciamento, venho pedir especial atenção do Governo

Federal com relação ao Estado de Tocantins, que pede socorro. Hoje temos no

nosso Estado greve da Polícia Civil, área da saúde debilitada, capenga, e um

Governo que iniciou no começo do ano uma gestão com cara de fim de governo.

Peço encarecidamente à Presidente Dilma que, juntamente com nossos

Ministros, dê a atenção que Tocantins merece para tentarmos, juntos, ajudar o

Estado nesta má fase que está vivendo.

Era o nosso registro.

Obrigado.


137

[CD142][VHPL143] O SR. PRESIDENTE (Heitor Schuch) - Concedo a palavra ao

Deputado Chico Alencar.

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, vou falar por 30 segundos para registrar, nos Anais da Casa, a

posição do PSOL em relação a essa profunda crise política, às exigências que a

Operação Lava-Jato impõe para o nosso mundo partidário, não o desagravo, o

aplauso fácil, o espírito de corpo, o encapsulamento, o ataque, inclusive, ao

Procurador-Geral da República, porque, quando se recebe notícia má, tem-se que

fazer ver o que ela reflete na sua vida, e não matar o mensageiro.

Deixo aqui, também, a relação de iniciativas que tomamos em relação a isso,

inclusive no âmbito da Casa.


Sr. Presidente, Sras. e Sr. Deputados, todos que assistem a esta sessão ou

nela trabalham, registro nos Anais da Casa nota com a posição das bancadas do

PSOL na Câmara e no Senado diante da divulgação da lista de políticos a serem

investigados em decorrência da Operação Lava-Jato:

“A bancada do PSOL na Câmara considera muito

grave a notícia oficial da investigação sobre autoridades

públicas que estariam envolvidas com o esquema de

corrupção e pagamento de propina que articula

empreiteiras-diretorias da Petrobras-partidos-campanhas

eleitorais. O fato óbvio de não termos qualquer

parlamentar de nosso partido citado não nos conforta nem


138

acomoda: os procedimentos criminosos que a Operação

Lava-Jato revela atentam contra os valores republicanos e

impõem apuração plena e punição rigorosa.

Sabemos que a corrupção é um problema

estrutural em nosso país, que só será combatido pela

combinação de várias medidas, dentre elas o fim do

financiamento empresarial de campanhas. O PSOL tem

se destacado na defesa de uma reforma política que

ponha fim à influência do poder econômico sobre os

processos eleitorais e dará combate para extirpar esse

mal da política brasileira. Ademais, é simbólico terem

vindo à tona os nomes dos corruptores, neste caso, os

executivos de algumas das maiores empreiteiras

brasileiras, muitos deles cumprindo prisão preventiva.

Frente a estes fatos que degradam a atividade

política e o Congresso Nacional, o PSOL, após cobrar, em

vão, o afastamento do Presidente e Vice da Câmara dos

Deputados e o Presidente e Vice da CCJ, todos sob

inquérito, enquanto durem as investigações:

1) apresentou, na Câmara dos Deputados, o

Projeto de Resolução nº 17, de 2015, que prevê o

afastamento das funções de mando da Casa do

Parlamentar que tiver contra si instaurado inquérito ou

denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF);


139

2) encaminhou à Corregedoria da Câmara o pedido

de abertura de sindicância em relação aos 22 Deputados

sob inquérito na Operação Lava-Jato;

3) examinará detalhadamente cada pedido de

investigação feito pelo Ministério Público e, de acordo

com a robustez dos indícios, avaliará se fará

representações no Conselho de Ética e Decoro

Parlamentar;

4) repudia a ‘naturalização’ dos inquéritos como se

fossem da ‘normalidade’ da nossa vida pública e em nada

afetassem o exercício dos mandatos e a credibilidade das

nossas instituições políticas.”

Agradeço pela atenção.


140

[CD144][CD145]O SR. PRESIDENTE (Heitor Schuch) - Concedo a palavra ao

Deputado Davidson Magalhães.

O SR. DAVIDSON MAGALHÃES (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, quero registrar que ontem recebemos aqui uma comissão

de funcionários demitidos dos Correios. São cerca de 5 mil empregados demitidos

dos Correios no período do Governo Fernando Henrique Cardoso, campeão do

desemprego neste País.

Está em apreciação nesta Casa o Projeto de Lei nº 6.052, de 2013. Nós

estamos exatamente empenhando todos os esforços, com os colegas, para a

readmissão desses funcionários. Trata-se de uma demissão política.

[CD146] Também quero registrar a audiência que nós tivemos ontem com o Prefeito

do Município de Itabuna, com a Dra. Regina Miki, da Secretaria Nacional de

Segurança Pública, para incluir o Município e a região nesse Plano Nacional de

Enfrentamento à Violência Letal de Crianças e Adolescentes.

Ainda, quero dar como lido o pronunciamento sobre a questão do Dia

Internacional da Mulher e da posse do Conselho Municipal na minha cidade de

Itabuna.



Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estive ontem, acompanhado de

trabalhadores demitidos dos Correios, em audiência com a Presidente da Comissão

de Finanças e Tributação desta Casa, a Deputada Soraya Santos. Na oportunidade,

debatemos a tramitação e aprovação do Projeto de Lei nº 6.052, de 2013, que trata


141

da readmissão dos mais de 5 mil empregados da ECT que foram demitidos em

razão da participação em movimento grevista nos períodos de 6 de março de 1993 a

3 de março de 1997 e de 23 de março de 1998 a 9 de outubro de 2002.

A aprovação desse projeto é importante, tanto para reforçar o trabalho da

empresa, que tem sua demanda crescente a cada dia, quanto pela garantia da

dignidade e dos direitos dos trabalhadores, como o de greve, a liberdade de

expressão e o de trabalhar para garantir o sustento de suas famílias.

Sras. e Srs. Deputados, a grande questão é saber por que esse projeto se faz

necessário. A resposta esta no registro da historia das praticas neoliberais. Arrocho

salarial, corte de direitos trabalhistas e perseguição política foram as marcas

autoritárias desrespeitosas dos governos tucanos de Fernando Henrique Cardoso e

são exemplos seguidos nos governos estaduais do PSDB.

É importante fazer este registro nesta Casa. Apelo pela aprovação do PL

6052 e pelo respeito aos trabalhadores e às trabalhadoras do nosso País.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estive em audiência, ontem, com a

Dra. Regina Maria Filomena de Luca Miki, Secretária Nacional de Segurança Pública

do Ministério da Justiça, e com o Prefeito de Itabuna, Claudevane Moreira Leite, com

o objetivo de articular medidas para reduzir os altos índices de violência, que

infelizmente colocam a cidade de Itabuna em 1º lugar no Brasil em mortes de

homicídios de jovens e adolescentes de 12 a 18 anos.

Com a Secretária, foi reforçada a proposta para que Itabuna esteja entre as

prioridade no Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Letal de Crianças e


142

Adolescentes, que será lançado no mês de abril. É importante que se articule entre

os Governos Federal, Estadual e Municipal a sua implantação em Itabuna.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a violência que atinge a sociedade

brasileira é uma questão de Estado e, por isso, exige de nós ações conjuntas.

Precisamos somar esforços para que possamos dar não apenas um futuro, mas um

presente mais positivo para a nossa juventude, dar fim a esse absurdo de mortes

desnecessárias e aos alarmantes números que precisamos encarar como um

desafio em conjunto para articular diversas iniciativas.

Entendemos que a violência é um fator que se articula com uma série de

elementos, como pobreza, territórios vulneráveis, evasão escolar, crime organizado

e racismo.

Era o que tinha a dizer.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as mulheres têm ocupado mais

espaços na sociedade e conquistando mais direitos, como as delegacias

especializadas, a Lei Maria da Penha e a lei que constitui o feminicídio, aprovada

recentemente nesta Casa. Cada conquista foi fruto de muita luta, muito sacrifício e,

às vezes, da vida de muitas guerreiras.

No entanto, a realidade das mulheres nos dias de hoje ainda está associada a

uma sociedade machista e patriarcal, onde os direitos são negados ou há

inferioridade em relação aos papeis desenvolvidos pelos homens, materializado por

maior presença entre os desempregados, salários inferiores, prática cotidiana de

violência doméstica e ausência de políticas públicas eficientes que visem garantir os

direitos iguais e uma melhor qualidade de vida para esse seguimento da sociedade.


143

Nesse sentido, consolidar legislação adequada, construir políticas publicas de

reparação e garantia dos direitos e espaços de controle social para avaliar e sugerir

políticas públicas de gênero passa a ser fundamental para assegurar uma nova

realidade para as mulheres.

Com esse intuito, foi empossado o Conselho Municipal dos Direitos da

Mulher, em Itabuna, onde as mulheres da sociedade civil organizada e os poderes

públicos vão poder estudar a realidade da questão de gênero, a implementação das

políticas públicas para este seguimento e avançar na conquista de direitos.

Aproveito o espaço da tribuna desta Casa para parabenizar a Prefeitura

Municipal de Itabuna e o movimento social organizado da cidade pela revitalização

do Conselho Municipal de Diretos da Mulher, um espaço de empoderamento

feminino e avaliação das políticas públicas de gênero. Parabenizo cada uma das

conselheiras que tomaram posse no dia 6 de março neste importante espaço de

controle social, a saber:

01 - Secretaria Municipal de Governo. Titular: Flávia Layane Oliveira da Silva.

Suplente: Veneranda Andrade Santos;

02 - Secretaria Municipal de Assistência Social. Titular: Carla Maria Silveira

Midlej. Suplente: Renata Tereza Brandão Meireles;

03 - Secretaria Municipal da Educação. Titular: Regiane Cruz dos Santos.

Suplente: Antônia Maria Alcântara Brito;

04 - Secretaria Municipal de Esporte e Recreação. Titular: Dinamar

Guimarães da Silva. Suplente: Roseane dos Santos Ribeiro Sampaio;

05 - Secretaria Municipal de Saúde. Titular: Suse Mayre Martins Moreira

Azevedo. Suplente: Tatiane Luz;


144

06 - Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania — FICC. Titular: Viviane

Kelly Farias de Souza. Suplente: Maria Genny Xavier Conceição;

07 - Universidade Estadual de Santa Cruz — UESC. Titular: Saskya Miranda

Lopes. Suplente: Dejeane Oliveira Silva Barros;

08 - Diretoria Regional de Saúde — 7ª DIRES. Titular: Tatiane Oliveira

Santos. Suplente: Elisabeth Sousa Soares;

09 - Diretoria Regional de Educação — DIREC 07. Titular: Alba Regina Vieira

dos Santos. Suplente: Vileide Pacheco Lopes;

10 - Delegacia da Mulher de Itabuna — Departamento de Policia do Interior.

Titular: Ivete Silva Santana Oliveira. Suplente: Gilcy Maia de Lemos Andrade;

11 - Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região. Titular: Dra. Maria Gervalina

Pereira Gomes. Suplente: Dra. Eloína Maria Barbosa Machado;

12 - 15º Batalhão de Polícia Militar — Itabuna; Titular: Heidilane Sousa

Nascimento Entidades Civis.

13 - Ordem dos Advogados do Brasil — Subseção de Itabuna/BA. Titular

Nélia Ferreira da Silva. Suplente: Andréa Peixoto Silva;

14 - Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e Sudoeste da Bahia.

Titular: Itana Cardoso Barreto. Suplente: Iracema Aranha de Carvalho;

15 - Associação dos Professores de Itabuna — API/APLB/Sindicato Titular:

Sueli Maria de Souza. Suplente: Júvia Gualberto Dantas;

16 - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente —CMDCA.

Titular: Gersolita Almeida. Suplente: Celeste Seara Aída Souza.

17 - Diocese de Itabuna. Titular: Célia Evangelista Santana. Suplente Ivonete

Pereira da Silva;


145

18 - Lions Clube Itabuna Centro. Titular: Maria Rita Barros de Santana.

Suplente: Janice Pereira Bonfim;

19 - União Brasileira de Mulheres — UBM/Núcleo Itabuna. Titular: Sônia S.

Fagundes de Barros. Suplente: Rosineide Cairo Barbosa;

20 - Liga Sul Baiana de Combate ao Câncer. Titular: Sueli Santos Dias.

Suplente: Raimunda Moreira Sena;

21 - Associação do Culto Afro Itabunense. Titular: Desdêmona Ferreira

Dantas. Suplente: Maria Luiza Kruschewsky Clímaco;

22 - Sindicato do Magistério Municipal Público de Itabuna — SIMPI. Titular:

Gillis Lisboa. Suplente: Marilyn da Rocha Campos;

23 - Fundação dos Deficientes do Sul da Bahia — FUNDESB. Titular: Angêla

Maria Souza Góes. Suplente: Keila Souza G. Farias;

24 - Diocese Pastoral da Criança. Titular: Zilma dos Santos Félix de

Vasconcelos. Suplente: Nelci da Silva.

Parabéns às mulheres, firmes na luta por uma sociedade mais justa!



146

[CD147]O SR. PRESIDENTE (Heitor Schuch) - Vamos, então, retomar o Grande

Expediente.

Concedo a palavra, pelos próximos 25 minutos, à Deputada Tia Eron, do PRB

da Bahia. Por gentileza, Deputada.

A SRA. TIA ERON (Bloco/PRB-BA. Sem revisão da oradora.) - Obrigada, Sr.

Presidente.

Quero cumprimentar as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados, a imprensa

presente e os que nos assistem diretamente do Estado lindo e querido chamado

Bahia.

Ao ocupar esta tribuna pela primeira vez, Sr. Presidente, desejo homenagear

as mulheres do Brasil e as da Bahia, em especial, pela passagem do Dia

Internacional da Mulher — tive a grata satisfação de ver os nobres colegas que me

antecederam aqui nesta tarde já fazendo esse registro.

Há 41 dias no exercício do mandato de Deputada Federal — eu que já estive

por quatro mandatos como Vereadora da capital do Estado da Bahia, a cidade de

Salvador —, pude perceber a grandiosidade deste Parlamento, tamanha a

quantidade de trabalho e de assuntos aqui debatidos em favor da sociedade

brasileira.

Portanto, é motivo de orgulho e de muita responsabilidade.[CD148] Quando falo

de orgulho, não me refiro a vaidade. Mas é importante registrar aqui o que hoje trago

em termo de representação. Porque cada um dos 116.900 votos que obtive nas

urnas significa que o meu Estado depositou em mim, uma entre as poucas

Deputadas Federais, o continuísmo das duas outras que me ladeiam neste

Parlamento.


147

Minha carreira política na vereança da cidade de Salvador já me mostrou que

é preciso ter uma virtude chamada humildade e que é preciso responsabilidade para

tratar eticamente a coisa pública.

Reafirmo aqui meu compromisso de lutar pela garantia de independência do

Poder Legislativo, pela aprovação da reforma política, pelos que vivem em situação

de desigualdade, pelos direitos das mulheres e também pela ética no exercício do

mandato parlamentar.

Muito se fala sobre as lutas e as conquistas femininas no mundo. De fato, os

registros em livros e documentos são unânimes em demonstrar as inúmeras razões

que nos levaram a empreender a luta pela conquista de espaços.

Neste momento, Sr. Presidente, eu quero fazer um agradecimento à nobre

Deputada Elcione Barbalho, a quem oportunamente estarei aqui cumprimentando

porque ontem foi reconduzida à Procuradoria da Mulher e pela gentileza de me

conceder os 25 minutos do seu tempo para falar hoje no Grande Expediente. Então,

a ela, neste mês de março-mulher, a minha homenagem.

Fazendo uma retrospectiva histórica, chega-se ao dia 8 de março de 1857, a

uma fábrica de tecidos em Nova York, onde operárias faziam uma grande greve.

Elas reivindicavam melhores condições trabalhistas, tais[CD149] como redução da

carga de trabalho de 16 para 10 horas diárias, equiparação de trabalho com os

homens — as mulheres chegavam a receber a terça parte do salário masculino,

ainda que executassem a mesma atividade — e um tratamento mais justo e digno

no ambiente de trabalho.

Todos conhecemos o triste final dessa história: a manifestação foi reprimida

com total violência e a fábrica foi incendiada com muitas mulheres lá dentro, num ato


148

totalmente desumano, inesquecível, em que cerca de 130 tecelãs morreram

carbonizadas.

Foi esse o marco histórico para que se fixasse em 8 de março o Dia

Internacional da Mulher.

Infelizmente, estamos muito longe desse desventurado dia do ano de 1857.

Hoje, em 2015, as mulheres participam ativamente do progresso e da efervescência

política do mundo, a exemplo da eleição realizada ontem para os cargos da

Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, cujo convite muito me honrou,

especialmente por poder conduzir, por meio da Comissão eleitoral, junto com a

Deputada Leandre, do Paraná, os trabalhos no dia de ontem.

A bancada feminina elegeu como 3ª Procuradora-Adjunta, por unanimidade, a

nobre colega Deputada Rosângela Gomes, do meu partido, PRB — Partido

Republicano Brasileiro, liderado pelo Dr. Marcos Pereira, advogado, de uma

percepção e um feeling impressionante, exemplar, que serve de parâmetro a todos

os outros homens.

Pela[CD150] primeira vez, ele teve o cuidado de colocar na Bahia a liderança e a

presidência do PRB em minhas mãos. Isso muito me alegra, mas também me faz

entender o desafio que terei pela frente. Fica o meu agradecimento pela confiança

depositada em mim.

Portanto, Sr. Presidente, nobres colegas, a Deputada Rosângela Gomes e a

Deputada Elcione Barbalho, do Pará, foram reconduzidas aos cargos de 3ª

Procuradora Adjunta e Procuradora da Mulher, respectivamente. E a Deputada

Dâmina Pereira, de Minas Gerais, foi eleita Coordenadora-Geral dos Direitos da

Mulher.


149

Quando eu me refiro a Dâmina, Deputado Bebeto, eu tenho que sorrir, porque

essa Deputada do PMN substituiu o marido depois de três mandatos. Eu dizia a ela

que era melhor do que o marido. Mas o seu marido teve o cuidado e a sensibilidade

de elegê-la pelo Estado de Minas Gerais. Ela tomou conta da Pasta da Assistência

Social na cidade de Lavras e hoje chega à frente dessa Secretaria. Temos a total

certeza de que fará um trabalho de excelência.

Parabenizar as mulheres por suas conquistas tornou-se um pleonasmo, em

especial a Deputada republicana, como eu disse, Rosângela Gomes, que, ao ser

eleita por unanimidade revelou toda a credibilidade que nela foi depositada para o

desempenho do cargo.[CD151]

Costumo dizer que é a grandeza do ser humano que faz a boa política. E a

Deputada Rosângela Gomes traz, em sua trajetória, a grandeza da mulher brasileira

com o histórico emblemático de sofrimento e de superação. A Parlamentar reúne

todos os pré-requisitos necessários para representar bem não apenas o PRB, mas

toda a bancada feminina desta Casa.

Desejo-lhe um bom mandato e me coloco à sua disposição para contribuir

com os trabalhos da Procuradoria.

E a Deputada Christiane, a mais votada do Estado do Paraná, sabe o que eu

digo, porque ali tudo foi feito de forma justa e equilibrada. Neste momento em que

nós tivemos Deputadas novatas e Deputadas veteranas desta Casa reconduzidas

aos cargos da Secretaria, tenho certeza de que todas elas darão uma enorme

contribuição ao trabalho desenvolvido pela Procuradoria.

O Sr. Davidson Magalhães - Deputada, V.Exa. me permite um aparte?


150

A SRA. TIA ERON - Pois não, nobre colega. Oportunamente o darei. Eu só

não quero quebrar o raciocínio, porque estava me dirigindo à mulher mais votada do

Estado do Paraná, que ontem, preocupada diante da votação desta Casa em

resposta aos seus eleitores, já estava com todo cuidado e coerência, características

próprias dela, para fazer esse trabalho que tanto ajudou na construção da nova cara

da Secretaria da Mulher. É a Deputada Christiane.

Pois não, nobre Deputado.

O Sr. Davidson Magalhães - Primeiro quero parabenizar V.Exa. pelo

pronunciamento e, em sua pessoa, parabenizar todas as mulheres. Quero registrar,

Deputada, que em Itabuna — o Prefeito é do PRB — nós participamos da

implantação e da posse do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. Considero

que o mandato de V.Exa. e das demais Deputadas precisa incentivar, inclusive, a

formação desses conselhos municipais, que fazem parte de uma estrutura

fundamental para dar sustentação à luta da mulher contra todos os tipos de

discriminação. Portanto, parabéns a V.Exa., à mulher desta Casa, à mulher

brasileira. Que incentivem ainda mais a formação dos conselhos municipais.

[CD152] A SRA. TIA ERON - Obrigada, colega.

O Sr. Bebeto - Deputada, V.Exa. me concede um aparte?

A SRA. TIA ERON - Claro! V.Exa. foi citado, Deputado Bebeto, queridíssimo

colega.

Mas eu quero ressaltar que a fala de V.Exa. muito nos lisonjeia, porque,

enquanto mulher, falar de outra mulher é bastante interessante. Mas quando um

homem fala da mulher, isso muito nos fortalece.


151

Então, deixo aqui a minha gratidão sobretudo pela lembrança do Prefeito que

esteve na Casa ontem, o Prefeito Vane do Renascer, homem que está ali na quinta

cidade mais populosa do Estado da Bahia, Itabuna. Obrigada pela sua contribuição

ao trabalho e à administração desse Prefeito de escol. Obrigada, colega.

V.Exa. tem a palavra, Deputado Bebeto.

O Sr. Bebeto - Ilustre companheira, Deputada Tia Eron, como mulher negra,

V.Exa. é o espelho da própria tenacidade política das mulheres brasileiras e desfila

desta tribuna uma série de comentários elogiosos a um conjunto de mulheres que,

por suas atuações, têm demonstrado o compromisso com a transformação política e

social deste País. Mas V.Exa. é também o espelho desse compromisso com a

mudança permanente da sociedade. V.Exa., na condição de Vereadora da cidade de

Salvador por diversos mandatos, sem sombra de dúvida contribuiu decisivamente

para que a cidade mais negra fora da África pudesse afirmar um conjunto de

condições às mulheres baianas. E a agenda de que V. Exa. tratou naquela Casa

Legislativa, sem sombra de dúvida, foi absolutamente nobre. V.Exa. colocou sempre

seu mandato a serviço dos interesses do povo baiano. V[CD153].Exa., nessa mesma

trajetória, hoje preside o PRB baiano. É uma mulher, assim como a Senadora Lídice

da Mata, presidindo um partido importante na Bahia. Se já não é fácil presidir um

sindicato, imagine presidir um partido! E V.Exa., com a sua tenacidade, com os seus

compromissos e, sobretudo, com a sua determinação, ocupa um espaço central no

comando político de um partido naquele Estado. Na primeira disputa para a Câmara

Federal, V.Exa. elegeu-se com mais de 100 mil votos, chegando a esta Casa com os

mesmos compromissos. Portanto, eu quero parabenizá-la, neste março dedicado às

mulheres, pela dupla condição: mulher e mulher negra, que vive uma profunda


152

discriminação em relação aos salários, em relação às oportunidades. Por certo,

nesta Casa, V.Exa. saberá honrar a nossa trajetória e saberá lutar decididamente,

como sempre o fez, para garantir oportunidades cada vez maiores para as mulheres.

Parabéns, Deputada!

A SRA. TIA ERON - Muitíssimo obrigada, Deputado Bebeto. V.Exa. toca

numa ferida que me assusta. Eu não compreendo como esta Casa não tem uma

Comissão permanente para tratar das questões que são a cara do Brasil,

inegavelmente: as questões raciais. Esta é uma Casa que teve competência e

habilidade para, ao se debruçar sobre esse tema, estabelecer o Estatuto da

Igualdade Racial, estabelecendo como crime hediondo a prática de discriminação e

preconceito racial, extremamente latente no País. Isso muito me preocupa, porque a

pauta legislativa sobre o recorte racial está ainda apolítica e acéfala.

[CD154] Não estão conosco nesta Legislatura o brilhante Deputado Luiz Alberto, do

Estado da Bahia, e a Deputada Janete Rocha Pietá, do Estado de São Paulo.

Importantes conquistas na questão da diáspora, desde novembro de 2013, em

Salvador, estão paradas. Aí eu tive o cuidado de elencar, Deputado Bebeto, a carta

ao Secretário-Geral da ONU e a pesquisa qualitativa sobre a diáspora nos diversos

países do Sistema ONU, na Década Internacional dos Afrodescendentes.

Outra questão que está parada é a reunião prevista para o marco deste ano

em Salvador, que ainda não se realizou, assim como a retomada da agenda com o

Sistema ONU-Brasil, que nós fizemos em São Paulo pela FEAFRO — Feira

Internacional Afro-Étnica de Negócios e Cultura, na pessoa da Dra. Silvana Saraiva,

que teve o cuidado de estabelecer business, negócios entre Brasil e África. Importa


153

que retomemos essa discussão. Assim, quero convocar e convidar o nobre colega,

pela sua sapiência sobre esse tema, a fazer o resgate desses debates e discussões.

A Sra. Christiane de Souza Yared - Querida Deputada, permite-me

aparteá-la?

A SRA. TIA ERON - Claro. Com a palavra a nobre colega Deputada

Christiane de Souza Yared.

A Sra. Christiane de Souza Yared - Antes de mais nada, quero agradecer

pelo carinho com que vocês nos receberam também nesta Casa. Neste primeiro

mandato, nós nos sentimos acolhidas, como mulheres, na bancada feminina.

Preciso deixar registrada a questão da violência contra a mulher, que não ocorre

apenas nos espaços que muitos enxergam, mas, principalmente, no trânsito,

deixando mães completamente desamparadas quando enterram seus filhos. E[CD155]

não há uma preocupação do Estado em atendê-las. É o motivo de termos lançado a

nossa candidatura e de hoje estarmos representando o Estado do Paraná como a

Deputada com o maior número de votos, porque levamos a essas famílias a

esperança de poder reestruturá-las. Quero agradecer o fato de estar nesta Casa

fazendo parte da bancada feminina, com mulheres que, com um diferencial de vida,

trazem a bandeira de salvar vidas neste País. Muito obrigada, Tia Eron, por estar à

frente dessa luta, por estar abraçando essa causa. A nossa causa é a causa de toda

mãe brasileira, de todos os brasileiros. Para tanto, precisamos estar envolvidos para

poder tentar salvar o maior número de vidas. Muito obrigada, minha amiga.

A SRA. TIA ERON - V.Exa. sabe, e não preciso aqui mais uma vez ressaltar,

do meu respeito à sua causa legítima dentro do Estado, que se estende para o

restante do Brasil. O seu apelo é o apelo de todas nós, mães — sou mãe de dois


154

filhos. O tempo todo me solidarizo com a sua causa, que é a nossa causa, porque

nós mulheres sabemos o que é isso.

Portanto, nobre Deputada, conte sempre com o meu apoio e com a minha

disposição para, a seu lado, lutar pelas mães brasileiras.

Quanto à questão da violência, quero fazer uma referência ao estudo de uma

jovem jornalista, Mônica Donato, que demonstra que os recursos — inclusive de

diversos Parlamentares desta Casa — destinados ao combate à violência doméstica

familiar e intrafamiliar ainda são muito parcos.

[CD156] Essa é a observância de um estudo acadêmico com que precisamos também

ter total preocupação para que a violência seja minimizada.

Portanto, nobre colega, V.Exa. terá sempre o meu apoio, terá sempre o meu

braço. Vamos caminhar juntas nessa luta.

A Sra. Christiane de Souza Yared - Obrigada, minha querida.

A SRA. TIA ERON - Sras. e Srs. Deputados, quero ainda dizer que trago

ideias de proposições para apresentar a esta Casa e gostaria de falar sobre três

delas.

A primeira proposta altera o Código Eleitoral para, mantendo a

proporcionalidade de gênero obtida no processo eleitoral, tornar obrigatória a

convocação de uma suplente para preencher a vaga antes ocupada por uma

Deputada.

O Sr. Marcelo Aguiar - V. Exa. me concede um aparte, por favor?

A SRA. TIA ERON - Concederei oportunamente, colega.

Quero dizer que esse projeto vem equilibrar a proporcionalidade tão aclamada

pelo Movimento Social de Mulheres, porque lembro que, quando deixei a Câmara


155

Municipal de Salvador, uma das Casas mais antigas do País, o meu suplente foi um

homem. Isso não quer dizer que estamos tratando de prerrogativa especial apenas a

um gênero, estamos cuidando de proporcionalidade. Tocar nesse ponto é manter

um equilíbrio de luta histórica, que precisa ser revista e, portanto, corrigida.

[CD157] O segundo projeto pretende alterar o Regimento Interno da Câmara dos

Deputados para tornar obrigatória, na composição da Mesa Diretora, a participação

de Deputadas — respeitando a representatividade do gênero feminino —

legitimamente eleitas para tanto.

Com a palavra o nobre colega Deputado.

O Sr. Marcelo Aguiar - Deputada Tia Eron, em primeiro lugar, quero

parabenizá-la pelo trabalho que vem realizando pela Bahia. E parabenizo-a pela

vitória que representa a sua vinda para esta Casa. Quero dar as boas-vindas a

V.Exa., que tem sido a representação de tantas vozes femininas daquele Estado.

Quero parabenizá-la, porque nós conhecemos seu trabalho, não só na Igreja

Evangélica, mas em todas as áreas em que V.Exa. atua, defendendo a mulher,

defendendo a criança, defendendo o menor abandonado; pelo trabalho social que

V.Exa. realiza naquele lugar. Por isso, dou as boas-vindas a V.Exa. Realmente,

Deus mandou V.Exa. a esta Casa para fazer a diferença. Parabéns!

A SRA. TIA ERON - Obrigada, querido, muito obrigada!

O Sr. Zé Geraldo - Dê-me um aparte, Deputada, só para sair um pouco da

Bahia e ir lá para o Pará. Sou o Deputado Zé Geraldo.

A SRA. TIA ERON - Darei oportunamente, nobre colega. Permita que a nobre

colega Deputada Conceição Sampaio faça uso da palavra.


156

O Sr. Zé Geraldo - Serei bem rápido, pois já está acabando o tempo de

V.Exa.

A SRA. TIA ERON - Pois não, Deputado.

O Sr. Zé Geraldo - Quero parabenizar as mulheres e quero parabenizar a

Bahia. Eu tenho muitos amigos na região de Itamaraju e Teixeira de Freitas, região

que faz divisa com o Espírito Santo. Que V.Exa., que já demonstrou ter muita

tarimba no Parlamento, possa somar-se às demais mulheres e fazer um grande

trabalho pelas mulheres brasileiras aqui no Congresso Nacional!

A SRA. TIA ERON - Muito obrigada, nobre colega. Espero que V.Exa. venha

rever a nossa linda terra, em especial os Municípios do sul citados no aparte de

V.Exa. Saiba que são os melhores lugares do nosso Estado. Obrigada.

[CD158] Concedo o aparte à Deputada Conceição Sampaio.

A Sra. Conceição Sampaio - Obrigada pela concessão do aparte, Deputada

Tia Eron. Aproveito o seu pronunciamento para fazer uma saudação a todas as

pessoas presentes e às que nos acompanham pelos meios de comunicação.

Primeiro, quero dizer que é uma alegria compartilhar este Parlamento com V.Exa.,

uma mulher aguerrida do Estado da Bahia, como todas as mulheres brasileiras.

Entendo que as decisões no nosso País são políticas. E democracia sem a

participação das mulheres não é democracia plena. Portanto, a luta que nós

travamos ao lado dos nossos companheiros é para tornar este País a cara dos

homens e das mulheres. É nessa luta que nós nos engajamos. É essa luta que nós

defendemos. E quando nós aqui travamos o combate à violência doméstica e

familiar é porque não dá para entender como normal, banalizar a violência que mata

mulheres dentro de suas próprias casas. Certamente, essa mancha na sociedade


157

brasileira nós temos que destruir. E eu não tenho dúvida de que, na companhia de

V.Exa. e dos nossos colegas Parlamentares, nós iremos construir um país

igualitário, um país justo e um país mais fraterno. Sendo amazonense de coração,

eu certamente estarei junto de V.Exa. nessa luta, defendendo as nossas famílias,

defendendo o papel da mulher na ocupação do espaço de poder e tornando a

política brasileira uma política que tenha a cara dos seus representantes e das suas

representantes. Somos[CD159] quase 52% do eleitorado deste País. É claro que das

decisões do Brasil nós mulheres queremos fazer parte. Receba os nossos

cumprimentos, minha querida Deputada Tia Eron.

A SRA. TIA ERON - Obrigada, Deputada. Saiba que o Amazonas está em

festa quando abraça essa mulher de escol. V.Exa. é a grife do seu partido, bem

como do seu Estado. Por isso, eu a cumprimento com muita cordialidade, pelo seu

trabalho social naquele Estado.

Nobres colegas, a terceira proposição, atinente à reforma política, pretende

alterar a Constituição Federal para vedar a realização de coligações nas eleições

majoritárias.

Trata-se, portanto, de projetos com o objetivo de garantir, também na esfera

política, a igualdade entre homens e mulheres a que se refere a nossa Constituição

em seu art. 5º. A proposta que diz respeito aos partidos políticos propõe o

impedimento de que eles sejam utilizados para fim de acordos eleitoreiros e de troca

de interesses, o que dará mais lisura às eleições.

Concedo um aparte ao nobre colega Deputado Cacá Leão.

O Sr. Cacá Leão - Deputada Tia Eron, parabenizo V.Exa., minha colega da

bancada da Bahia, pelo seu primeiro pronunciamento. Sou testemunha do seu


158

trabalho na Câmara de Vereadores da minha querida Salvador. Sei da sua luta,

conheço a sua história e fico muito feliz e honrado em poder ter chegado a esta

Casa acompanhando V.Exa. Tenho certeza de que V.Exa., que tão brilhantemente

preside o seu partido, o PRB, no Estado da Bahia, fará um grande trabalho na

Câmara dos Deputados, honrando os baianos que lhe deram mais de 115 mil votos.

Parabéns! Tenho muito orgulho de ser colega e principalmente de ser um amigo

querido de V.Exa. Parabéns!

[CD160] A SRA. TIA ERON - Obrigada, nobre colega. A fala de V.Exa. enriquece o

meu pronunciamento.

Quero finalizar, Sr. Presidente, cumprimentando cordialmente V.Exa., porque,

à época de sua candidatura, teve o cuidado de convocar uma das primeiras frentes

desta Casa, a frente feminina, e porque tem trabalhado incansavelmente para

minimizar os problemas tratados aqui em minha fala.

Muito obrigada. Boa tarde.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ao ocupar esta tribuna pela primeira

vez, desejo homenagear as mulheres do Brasil e da Bahia, em especial, pela

passagem do Dia Internacional da Mulher.

Há 41 dias no exercício do mandato de Deputada Federal, já pude perceber a

grandiosidade deste Parlamento, tamanha a quantidade de trabalho e de assuntos

aqui debatidos em favor da sociedade brasileira.

É motivo de orgulho e de muita responsabilidade representar cada um dos

116 mil e 900 eleitores que votaram em mim.


159

Minha carreira política na vereança da cidade de Salvador já me mostrou que

é preciso humildade e responsabilidade para tratar eticamente a coisa pública.

Reafirmo meu compromisso de lutar pela garantia de independência do Poder

Legislativo, pela aprovação da reforma política, pelos que vivem em situação de

desigualdade, pelos direitos das mulheres e, também, pela ética no exercício de

meu mandato parlamentar.

Muito se fala nas lutas e conquistas femininas pelo mundo. De fato, os

registros em livros e documentos são unânimes em demonstrar as inúmeras razões

que nos levaram a empreender a luta pela conquista de espaços.

Fazendo uma retrospectiva histórica, chega-se ao dia 8 de março de 1857, a

uma fábrica de tecidos, em Nova Iorque, onde operárias faziam uma grande greve e

reivindicavam melhores condições trabalhistas tais como redução na carga de

trabalho de 16 para 10 horas diárias, equiparação de salários com os homens — as

mulheres chegavam a receber até a terça parte do salário masculino, ainda que

executassem a mesma atividade —, e um tratamento mais justo e digno no

ambiente de trabalho.

Todos conhecemos o triste final dessa história: a manifestação foi reprimida

com total violência e a fábrica foi incendiada com muitas mulheres lá dentro. Num

ato totalmente desumano, cerca de 130 tecelãs ali morreram carbonizadas.

Infelizmente, foi esse o marco histórico para que se fixasse em 8 de março o Dia

Internacional da Mulher.

Mas, felizmente, estamos muito longe desse desventurado dia do ano de

1857 e, hoje, em 2015, as mulheres participam ativamente do progresso e da


160

efervescência política do mundo, a exemplo da eleição realizada ontem para os

cargos da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados.

A bancada feminina elegeu por unanimidade a Deputada Rosângela Gomes,

do meu partido, o PRB, 3ª Procuradora-Ajunta. A Deputada Elcione Barbalho, do

Pará, foi reconduzida ao cargo de Procuradora da Mulher. E a Deputada Dâmina

Pereira, de Minas Gerais, foi eleita Coordenadora-Geral dos Direitos da Mulher.

Parabenizar as mulheres por suas conquistas tornou-se um pleonasmo, em

especial a Deputada republicana Rosângela Gomes, que, ao ser eleita por

unanimidade, revelou toda a credibilidade que nela foi depositada para o

desempenho do cargo. Tenho certeza de que ela dará uma enorme contribuição ao

trabalho desenvolvido pela Procuradoria.

Costumo dizer que é a grandeza do ser humano que faz a boa política e a

Deputada Rosângela traz, em sua trajetória, a grandeza da mulher brasileira com o

histórico emblemático de sofrimento e de superação. A Parlamentar reúne todos os

pré-requisitos necessários para representar bem não apenas o PRB, mas toda a

bancada feminina desta Casa. Desejo a ela um bom mandato e coloco-me à sua

disposição para contribuir com os trabalhos da Procuradoria.

Sras. e Srs. Deputados, trago ideias de proposições para apresentar a esta

Casa e gostaria de falar sobre três delas.

A primeira proposta altera o Código Eleitoral para, mantendo a

proporcionalidade de gênero obtida no processo eleitoral, tornar obrigatória a

convocação de uma suplente para preencher a vaga antes ocupada por uma

Deputada.


161

O segundo projeto pretende alterar o Regimento Interno da Câmara dos

Deputados para tornar obrigatória, na composição da Mesa Diretora, a participação

de Deputadas — respeitando a representatividade do gênero feminino —

legitimamente eleitas para a composição da Casa.

A terceira proposição, atinente à reforma política, pretende alterar a

Constituição Federal para vedar a realização de coligações nas eleições

majoritárias.

Trata-se de projetos com o objetivo de garantir, também na esfera política, a

igualdade entre homens e mulheres a que se refere nossa Constituição em seu

artigo 5º. A proposta que diz respeito aos partidos políticos propõe o impedimento de

que estes sejam utilizados para fins de acordos eleitoreiros e de troca de interesses,

o que dará mais lisura às eleições.

O próximo tema de minha pauta refere-se às mulheres marisqueiras do

Recôncavo Baiano. Ontem participei da reinstalação da Frente Parlamentar Mista da

Pesca e Aquicultura. Na ocasião, levei ao conhecimento do Ministro da Pesca,

Helder Barbalho, o problema enfrentado pelas mulheres baianas que atuam na

profissão de marisqueiras, prática eminentemente feminina, arduamente executada

por mulheres de 12 a 60 anos. Essa atividade consiste no processo de catar

mariscos em manguezais, em condições precárias, para manter o sustento próprio e

de suas famílias. O trabalho envolve relações de grupo e perpetua uma tradição

repleta de luta pela sobrevivência de gerações de marisqueiras e suas famílias.

No Recôncavo Baiano, as tradições de culto às inúmeras divindades

femininas garantem proteção aos homens em suas funções de pescadores em alto-

mar, mas as mulheres não podem participar desse tipo de trabalho, posto que


162

“prejudicariam o desenvolvimento da pesca porque dão azar”. Para o senso comum,

os manguezais são considerados locais sujos, desordenados, de menor importância

e, por isso, somente lá as mulheres podem trabalhar. Ser marisqueira é executar um

trabalho árduo, de alto risco para a saúde e extremamente desvalorizado.

Essas histórias só nos mostram que não podemos mais tolerar sofrimentos

como a injustiça social a que estão sujeitas as mulheres; a discriminação impiedosa;

o tráfico de mulheres; a diferença salarial, mesmo na execução de trabalho idêntico

ao do homem; o tratamento indigno ou desrespeitoso; a violência gratuita masculina;

a jornada excessiva de trabalho; e as desvantagens na carreira profissional.

Os tempos agora são de ação e de luta contínuas e, também, de colheita de

bons resultados. Um deles foi a sanção presidencial ao Projeto de Lei nº 8.305, de

2014, que modifica o Código Penal para incluir, entre os tipos de homicídio

qualificado e crime hediondo, o feminicídio, que significa o assassinato de mulher

pelo simples fato de ela ser mulher.

Segundo o projeto, qualifica-se esse crime quando envolve violência

doméstica e familiar ou menosprezo e discriminação contra a condição de mulher. A

pena prevista para esse homicídio pode chegar 30 anos de reclusão.

A proposta prevê, ainda, aumento da punição em um terço para o caso de o

crime ser cometido enquanto a mulher estiver grávida ou logo após o parto; se

ocorrer contra uma menor de 14 anos, maior de 60 ou contra pessoa com

deficiência; ou se acontecer na presença de descendente ou ascendente da vítima.

Vale esclarecer que a tipificação especial para o delito foi proposta no

relatório final da importantíssima Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da


163

Violência contra a Mulher, composto de mais de mil páginas e concluído em junho

de 2013, neste Congresso Nacional.

Ao justificar a proposta, a CPMI, à época, ressaltou o assassinato de 43,7 mil

mulheres no País entre 2000 e 2010, sendo que 41% delas foram mortas em suas

próprias casas, muitas por companheiros ou ex-companheiros. O aumento de 2,3

para 4,6 assassinatos por 100 mil mulheres entre 1980 e 2010 colocou o Brasil na

sétima posição mundial de assassinatos de mulheres. Vergonhoso e lastimável.

A luta pela superação da violência contra as mulheres é dever dos poderes

constituídos e de toda a sociedade. Esse crime, em todas as suas formas, ameaça a

democracia, enfraquece a igualdade entre homens e mulheres, favorece a

discriminação e compromete a integridade física e psíquica das futuras gerações,

provocando um descompasso social.

A bancada feminina da Casa tem trabalhado incansavelmente para minimizar

esses problemas que, infelizmente, ainda são enfrentados silenciosamente por

muitas mulheres do Brasil.

Como representante do povo do meu Estado, a Bahia, quero dizer às

mulheres do Brasil que não se calem diante de agressões. Não sejam omissas. Não

aceitem. Denunciem. Não deixem uma mulher apanhar. Não deixem uma mulher

morrer. Eu não me calarei e não me acovardarei.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tenho certeza de que, com a nossa

luta, os homens respeitarão as mulheres e viveremos em paz no Brasil.

Muito obrigada.


164

Durante o discurso da Sra. Tia Eron, assumem

sucessivamente a Presidência os Srs. Rocha, nos termos

do § 2º do art. 18 do Regimento Interno, e Eduardo

Cunha, Presidente.


165

[CD161][CD162] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Passo a palavra ao Deputado

Zé Geraldo.

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, peço a V.Exa. que dê como lido o meu pronunciamento e solicite sua

divulgação no programa A Voz do Brasil.


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, funcionários e todos aqueles que nos

acompanham pelos veículos de comunicação da Casa, gostaria aqui, mais uma vez,

de parabenizar o Governo Dilma, através dos Ministérios da Educação e da Saúde,

pelo cuidado que vem tendo com o Programa Mais Médicos, que muitos aqui

equivocadamente se apressaram em qualificar como eleitoreiro em seu lançamento.

O Programa, após eleição e posse da Presidenta Dilma, não só continua firme,

como também está sendo ampliado — agora com a adesão massiva de brasileiros

—, bem como vem sendo de perto acompanhado e supervisionado pelos dois

Ministérios.

Para tanto, registro aqui o envio pelo MEC, através do Grupo Nacional de

Supervisão, na segunda-feira passada (09/04), da segunda missão de supervisão

acadêmica do Programa Mais Médicos ao meu Estado do Pará. Nessa missão, que

vai até a próxima sexta-feira, 13, serão atendidos os médicos de seis Municípios no

Estado.

O Grupo Nacional de Supervisão é uma estratégia utilizada pela Diretoria de

Desenvolvimento de Educação em Saúde (DDES), da Secretaria de Educação

Superior (SESU), do Ministério da Educação, para garantir a supervisão acadêmica


166

dos profissionais que atuam no Mais Médicos em locais de difícil acesso na Região

Norte. A primeira missão de supervisão foi realizada em janeiro. E o Programa tem

periodicidade bimestral.

Para conseguir chegar aos médicos, os supervisores utilizam aviões, barcos,

balsas e automóveis. A logística do transporte envolve os Ministérios da Educação,

da Saúde, da Defesa, as Forças Armadas e as Secretarias de Saúde dos Estados.

Essa segunda missão visitará as cidades de Almeirim, Pacajá, Santa Cruz do

Arari, Cametá, Altamira e Uruara.

A ação é uma articulação entre os Ministério da Saúde e da Defesa,

Universidade de Brasília, Fiocruz/Fiotec e Universidade Federal do Pará.

Nessa segunda missão acadêmica também estão sendo atendidos diversos

Municípios do Estado do Amazonas. Naquele Estado o Grupo Nacional de

Supervisão conta com o apoio da Secretaria de Estado de Saúde.

Tenho dito.


167


Nelson Marquezelli.

O SR. NELSON MARQUEZELLI (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, peço a V.Exa. que dê como lido o meu pronunciamento

sobre o jornal JC Regional, de Pirassununga, que faz 20 anos hoje. Quero

encaminhar e dar como lido o meu pronunciamento.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - V.Exa. será atendido.


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o jornal JC Regional completou nesta

semana 20 anos com uma liderança consolidada em Pirassununga. Ganhou

maturidade e se adaptou às novas plataformas tecnológicas. E a sua versão para a

Internet está integrada à impressa, oferecendo mais opções de informações aos

leitores e internautas.

O JC impresso sobrevive aos desafios da modernidade e mantém seus

leitores fiéis. Fidelidade obtida devido ao trabalho sério, competente, transparente,

comprometido com a verdade dos fatos.

Manter o padrão de qualidade das páginas impressas tem sido nossa missão

diante das novas plataformas online.

É justamente por isso que as nossas equipes de repórteres, fotógrafos,

editores e designers do JC Regional passa por treinamentos constantes para que

acompanhe as mudanças.


168

O dia 11 de março é uma data especial para todos que fazem parte da família

JC. Foi nesse dia que a primeira edição conquistou as ruas, que desde então, há

duas décadas, acompanha o dia a dia do Município.

A principal preocupação do Jornal JC Regional tem sido informar a população

pirassununguense com o máximo de fidelidade aos acontecimentos. O jornal prima

pela defesa dos interesses da nossa população, cobrando e reivindicando dos

órgãos públicos competentes as ações de que a cidade necessita.

Desde a sua criação até o seu formato atual, o JC Regional tem contribuído

para o desenvolvimento da mídia local. Durante todo esse período o nosso jornal

publica, de forma regular, artigos importantes de todas as áreas, abrindo espaço aos

escritores e leitores de nossa região.

Acreditamos que o JC Regional está preparado para os desafios e que

continuará, nos próximos anos, sendo um importante veículo de expressão da

notícia local e nacional.

O JC Regional é feito com esmero e cuidado por equipe profissional

competente, que entende e conhece bem seus leitores e busca levar sempre as

noticias de forma objetiva e confiável.

Neste aniversário, queremos dividir essa história de sucesso e muitas

conquistas com cada leitor e cada pirassununguense, nossa maior razão de realizar

um trabalho cada vez melhor.

Feliz aniversário! Que o JC Regional continue prestando esse serviço de

qualidade à Pirassununga!

Muito obrigado.


169


Célio Silveira.

O SR. CÉLIO SILVEIRA (PSDB-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, quero dizer que esta Casa hoje vive mais uma vez a ressaca de ver

o povo brasileiro penalizado pelos altos índices de impostos pagos pela população

mais carente deste País. Não aguentamos mais pagar a gasolina mais cara do

mundo, a energia elétrica mais cara do mundo, e ainda ter o petrolão como o maior

roubo do mundo!

Quero dizer a todo o povo brasileiro que o PSDB e os demais partidos de

oposição votaram contra o aumento de impostos. Não dá mais para aguentar: as

pessoas trabalham dia e noite e veem 30% do seu salário irem para os impostos do

Governo Federal. E nós não temos hospitais bons, escolas boas, nada de bom! Só

há o sacrifício do povo brasileiro, a pagar os desvios do Governo Federal.



170

[CD167] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Tem a palavra o Deputado Wilson

Filho.

O SR. WILSON FILHO (Bloco/PTB-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, eu queria falar sobre um assunto que está me deixando muito

preocupado. No meu Estado da Paraíba, a Capital João Pessoa era uma cidade que

deixava todo mundo encantado, uma cidade que era vista como a mais tranquila do

Nordeste, uma cidade do Rio de Janeiro melhorada, haja vista a violência reinante

no Rio. Infelizmente, os papéis se inverteram: João Pessoa hoje caminha para virar

a cidade mais violenta do Brasil. E estou muito preocupado, principalmente neste

momento em que a cidade de João Pessoa se encontra inadimplente.

Muitos Deputados paraibanos se colocaram à disposição da gestão e

alocaram recursos neste ano. João Pessoa é a cidade na Paraíba que mais recebeu

recursos, mas que pode perdê-los, como todos nós sabemos aqui, se a cidade

continuar inadimplente.

Então, eu aqui peço ao gestor da Prefeitura de João Pessoa que planeje

melhor e posicione a cidade no nível e no porte que os pessoenses merecem.

Muito obrigado.


171

VI[CD168][CD169] - ORDEM DO DIA

PRESENTES OS SEGUINTES SRS. DEPUTADOS:


172

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A lista de presença registra o

comparecimento de 259 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.


173

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Passa-se à apreciação da matéria

sobre a mesa e da constante da Ordem do Dia.

Requerimento nº 10.442/14, dos Srs. Líderes.

“Sr. Presidente, nos termos do art. 155 do

Regimento Interno da Câmara dos Deputados,

requeremos a Vossa Excelência urgência urgentíssima na

apreciação do Projeto de Lei nº 7.664, de 2014, de autoria

do Senhor Deputado Simão Sessim, que altera o art. 34

da Lei nº 9.656, de 1998. (Regulamenta o funcionamento

das entidades de autogestão sem fins lucrativos).”


174

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não há oradores inscritos.

Em votação.

O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, queremos votação nominal.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Quem está pedindo?

O SR. SÁGUAS MORAES - O Partido dos Trabalhadores.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O PT está pedindo votação nominal?

O SR. SÁGUAS MORAES - Sim.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Passa-se à votação, lembrando que

não há obstrução. Obstrução será tida como falta.


175

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A Presidência solicita a todas as

Sras. Deputadas e a todos os Srs. Deputados que tomem os seus lugares, a fim de

ter início a votação pelo sistema eletrônico.

Está iniciada a votação.[CD170]


176

O SR. PEDRO UCZAI - Sr. Presidente, posso fazer uso da palavra por 1

minuto?

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Só um minutinho.

Orientação de partidos. Como vota o Bloco do PMDB? (Pausa.)

O SR. NELSON MARQUEZELLI (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão

do orador.) - O PTB “sim”.

O SR. LINCOLN PORTELA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O PR encaminha o voto “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PSDB? (Pausa.)

Como vota o PT?

O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PT vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PSDB? (Pausa.)

Como vota o PSD? (Pausa.)

O SR. BETINHO GOMES (PSDB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O PSDB vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PR?


O PR encaminha o voto “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PSB? (Pausa.)

Aviso que não iremos consolidar a votação e que encerrarei quando der

número. E que, na próxima votação nominal, não será feita a consolidação do dia de

hoje.


177

Então, eu alerto que o pedido de nominal aqui apenas para procrastinar e

marcar presença cedo para efeito de saírem não terá efeito de consolidação, a

menos pela última votação.

Como vota o PSB?

O SR. CELSO RUSSOMANNO (Bloco/PRB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - O PRB já está “sim” lá.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PSB? (Pausa.)

Como vota o Democratas?

O SR. ALBERTO FRAGA (DEM-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

Democratas vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PDT?

O SR. WEVERTON ROCHA (PDT-MA.- Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- O PDT orienta “sim”, Presidente.

O SR. BETINHO GOMES (PSDB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O PSDB vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o Solidariedade?

O Solidariedade vota “sim”.

Como vota o PCdoB? (Pausa.) O PCdoB votou “sim”.

Como vota o PROS? (Pausa.)

Como vota o PPS? (Pausa.)

Como vota o PV?

O SR. EVANDRO GUSSI (PV-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - PV

orienta “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PSOL? (Pausa.)


178

Como vota a Minoria? (Pausa.)

O PSB orienta que se vote “sim”.

Minoria?

Perdão, como vota o PSOL?


O PSOL nem sempre é do contra. Ele vota “sim”. O projeto é meritório.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota a Minoria?

O SR. MORONI TORGAN (DEM-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - A

Minoria vota “sim”, Sr. Presidente, achando que ele vai inclusive desburocratizar um

pouco, vai permitir que tenha mais agilidade esse procedimento.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o Governo? (Pausa.)

Como vota o Bloco do PMDB?

O SR. SERGIO SOUZA (Bloco/PMDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - O PMDB, Sr. Presidente, faz um apelo para que todos os Parlamentares

do bloco venham a plenário para votar, e recomenda o voto “sim”.

[CD171] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - PSD? (Pausa.)

PROS?

O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD-PA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - O PSD vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - PROS? (Pausa.)

PPS? (Pausa.)

Governo? (Pausa.)

O SR. LINCOLN PORTELA - Sr. Presidente, pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não, Deputado Lincoln.


179


Durante o decorrer da votação, haveria a possibilidade de V.Exa. dar sequência à

lista ainda do Pequeno Expediente?

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - É que nós pretendemos que ela vá

rapidamente, Deputado. Se nós fizermos isso, ela não irá rápido. Vamos apressar,

porque deu 257, eu vou encerrar a votação.

O SR. CACÁ LEÃO (Bloco/PP-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Partido Progressista indica o voto “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - “Sim”.


orador.) - Sr. Presidente, o PRB e o Bloco solicitam aos seus Deputados que

venham ao plenário para votar “sim”.

O SR. DOMINGOS NETO (PROS-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PROS indica o voto “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - PROS vota “sim”.

PPS?

A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Pela ordem. Sem revisão da

oradora.) - Com licença, Sr. Presidente, o PPS orienta o voto “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Governo? (Pausa.)

Volto a dar o comunicado dado ontem à noite de que o depoimento do

Ministro da Educação foi novamente marcado para quarta-feira que vem, às 15

horas.

O SR. LINCOLN PORTELA - Sr. Presidente, pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não, Deputado Lincoln.


180

[CD172]‘O SR. LINCOLN PORTELA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Quero lembrar também que, na quarta-feira, Sr. Presidente, dia 18, nós

teremos a Comissão Geral sobre segurança pública, das 10 horas às 14 horas. A

audiência com o Ministro seria então às 15 horas da quarta-feira, dia 18.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Nós vamos iniciar a reunião ordinária

às 14 horas. Transformamos o Grande Expediente em Comissão Geral e retornamos

com a mesma sessão. A audiência pública de V.Exa. terminará impreterivelmente às

14 horas.

O SR. LINCOLN PORTELA - A nossa audiência terminará às 14 horas?

(Pausa.)

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Sim

O SR. LINCOLN PORTELA - Obrigado.


Presidente, o Deputado Simão Sessim está reclamando que houve acordo com a

bancada para que votasse a urgência deste projeto. Então, nós queremos retirar a

votação nominal, para que possa tramitar com a urgência necessária esse projeto

aqui.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não. Retirada a verificação.

Cancelada a verificação, está aprovado o requerimento.


181

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Sobre a mesa o Requerimento nº

394 de 2015, dos Srs. Líderes:

“Sr. Presidente, requeremos, nos termos do art.

155 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados,

urgência para apreciação imediata do Projeto de Lei nº

10, de 2015, que trata da estruturação de seguros de vida

com cláusula de cobertura por sobrevivência, incluindo os

que contarão com isenção tributária.”


182


Encerrada a discussão.[CD173]


183

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Em votação o requerimento.


184

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Os Srs. Deputados que o aprovam

permaneçam como se encontram. (Pausa.)

APROVADO.


185


646, de 2015, dos Srs. Líderes:

“Sr. Presidente, nos termos do art. 155 do

Regimento Interno, requeremos urgência para apreciação

do Projeto de Resolução nº 6, de 2015, do Dep. André

Figueiredo, que ‘institui o Grupo Parlamentar Brasil —

demais países que compõem o BRICS (Brasil, Rússia,

Índia, China e África do Sul), a fim de que seja incluído o

mais breve possível na Ordem do Dia do Plenário da

Câmara dos Deputados.”


186



187



188



APROVADO.


189

O SR. JOSÉ GUIMARÃES - Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão

de ordem.


José Guimarães.

O SR. JOSÉ GUIMARÃES (PT-CE. Questão de ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, eu não tive tempo de recorrer ao Regimento, mas é

importante e acredito que V.Exa. poderá acolher a minha ponderação.

Nós estamos iniciando a Ordem do Dia com votações e a Comissão

Parlamentar de Inquérito está em andamento.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Se a Comissão Parlamentar de

Inquérito for para oitiva de depoente, não há nenhum impedimento. A deliberação

está efetivamente suspensa. Não há nenhum empecilho regimental para oitivas.


190



“Sr. Presidente, com base no art. 155 do

Regimento Interno, requeremos regime de urgência na

apreciação do PLP 394/2014, que ‘acrescenta inciso ao

Art. 4º-A da Lei Complementar nº 80, de 12 de janeiro de

1994, para assegurar aos assistidos da Defensoria

Pública o direito de atendimento em tempo integral (24h)

para casos de natureza urgente, em que exista risco

grave de perecer o direito do cidadão’.”


191



192



193



APROVADO.


194



“Sr. Presidente, requeremos a Vossa Excelência,

nos termos do art. 155 do Regimento Interno da Câmara

dos Deputados, urgência para apreciação do PL 305, de

2015, que concede anistia aos policiais e bombeiros

militares dos Estados de Alagoas, da Bahia, do Ceará, de

Mato Grosso, de Minas Gerais, de Pernambuco, do Rio

de Janeiro, do Rio Grande do Norte, de Rondônia, de

Roraima, de Santa Catarina, de Sergipe e do Tocantins e

do Distrito Federal punidos por participar de movimentos

reivindicatórios”, para acrescentar os Estados do

Amazonas, do Pará, do Mato Grosso do Sul e do Acre.

(Apensado ao Projeto de Lei nº 177/15).


195



196



197



APROVADO.


198


625, de 2015, do Sr. Celso Maldaner:

“Sr. Presidente, requeiro, nos termos regimentais, a

criação de Comissão Externa para Acompanhar a

Paralisação Nacional dos Caminhoneiros. Com a

participação dos seguintes Deputados:

CELSO MALDANER - PMDB/SC

RONALDO BENEDET - PMDB-SC

JOÃO JOSÉ ARRUDA JÚNIOR - PMDB/PR

SERGIO SOUZA - PMDB-PR

OSMAR TERRA - PMDB-RS”


199

O SR. JOSÉ GUIMARÃES (PT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, só para fazer uma consideração sobre este requerimento.

Primeiro, quero dizer que de anteontem para ontem houve uma importante

reunião do Governo via Secretaria-Geral, Ministro Rossetto, com as lideranças do

setor.

A reunião avançou, e foi construída uma agenda de busca de solução,

sobretudo para a questão do diesel. Foi acertado — é importante anunciar para esta

Casa — que em 15 dias uma mesa montada de negociações apresentará uma nova

proposta a partir da tabela que os líderes do movimento construirão com o Governo.

Eu fui, de ontem para hoje, procurado por alguns Deputados que militam

nessa área, do ponto de vista do Governo e com relação ao apelo que foi feito, dado

o impacto que isso terá no País, pelo esforço do Governo, meus caros, para a

solução do problema. [CD174]

Houve uma sinalização importante dos líderes do movimento anteontem, no

final da tarde. A mesa de negociação já iniciou o trabalho ontem e hoje. É possível

que, a qualquer momento, sejam anunciados o novo acordo e um pacto para

atender, na base da negociação, às partes e buscar uma solução definitiva para os

caminhoneiros, Sr. Presidente.

Portanto, é evidente que para o Governo não há problema. É a favor do

requerimento.


200

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não havendo mais oradores

inscritos, vou colocar em votação.


201

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Em votação.


202

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Os Srs. Deputados que aprovam

permaneçam como se acham. (Pausa.)

APROVADO.


203

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Item 1.

A SRA. CONCEIÇÃO SAMPAIO - Sr. Presidente, por gentileza.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não, Deputada Conceição.

A SRA. CONCEIÇÃO SAMPAIO (Bloco/PP-AM. Pela ordem. Sem revisão da

oradora.) - Sr. Presidente, e o item 7, que é um recurso de V.Exa.?

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não vou apreciá-lo hoje porque teria

que deixar a Presidência. Temo que a gente perca tempo, e eu queria dar

celeridade.

Terça-feira eu combino com um membro da Mesa para que esteja aqui

presente e presida a sessão. O recurso é de minha autoria, e eu teria que deixar a

Presidência. Terça-feira eu farei isso.

A SRA. CONCEIÇÃO SAMPAIO - Então, pedirei preferência para a próxima

semana.

Obrigada, Sr. Presidente. A matéria é importante para a nossa região.

O SR. RUBENS BUENO - Sr. Presidente, antes de começar o primeiro item,

dê-me um tempo para fazer uma comunicação à Casa.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não, Deputado Rubens.

O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - É

importante para nós do PPS e para o País saber que acaba de ser enterrado, em

São Paulo, Armênio Guedes. É uma figura que tem uma história bonita e que iria

completar 97 anos no próximo mês. Foram 75 anos dedicados às lutas do Partido

Comunista Brasileiro. Ele teve participação efetiva na Declaração de Março de 1958

e no VI Congresso, em 1967.


204

Por isso, aqui fica a nota — que peço que seja transcrita na íntegra — do

Diretório Nacional do PPS em homenagem à Armênio Guedes.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Obrigado, Deputado. Será recebida.

NOTA A QUE SE REFERE O ORADOR

Em meu nome pessoal, e em nome do Diretório Nacional do Partido Popular

Socialista, comunico o falecimento do querido companheiro Armênio Guedes,

ontem, na cidade de São Paulo. O velório acontece até às 15 horas desta quinta-

feira no cemitério do Araçá. Em seguida o corpo segue para o crematório da Vila

Alpina. Nossos mais sentidos e fraternos pêsames à sua dedicada companheira

Cecília Comegno e a todos os seus familiares.

Exemplo de político dedicado às grandes causas da humanidade, sempre

antenado diante do novo, sem nunca se deixar dominar por dogmatismos, este

baiano de Mucugê, na Chapada Diamantina, iria completar, no dia 30 de maio

próximo, 97 anos de existência, 75 dos quais dedicados à ininterrupta atividade

política.

Reconhecido por todos que militaram com ele, desde os anos 1940, como

uma cabeça política privilegiada, é também considerado como uma das figuras que

mais influenciou na orientação do Partido Comunista Brasileiro (PCB) durante várias

décadas, sobretudo dos anos 1960 aos anos 1980, particularmente na elaboração

de dois documentos históricos do PCB - a Declaração de Março de 1958 e a

Resolução Política do VI Congresso Nacional, em 1967. C

Com uma visão aberta, ampla, apaixonado por sua luta indormida cujo centro

era a conquista de uma sociedade democrática, republicana e de desenvolvimento

econômico, social e cultural, Armênio deixou o legado de uma correta visão de uma

esquerda democrática e reformista para todos os que o conheceram, pessoalmente

ou por intermédio de suas ricas contribuições teóricas, como muitos dos que fazem

o PPS.

Armênio Guedes, presente!!!

Deputado Roberto Freire

Presidente Nacional do PPS


205


PROJETO DE LEI Nº 7.469, DE 2014

(DOS SRS. PAULO PEREIRA DA SILVA, FERNANDO

FRANCISCHINI E ANTONIO IMBASSAHY)

Continuação da votação, em turno único, do

Projeto de Lei nº 7.469-B, de 2014, que altera a Lei nº

12.382, de 25 de fevereiro de 2011, com o objetivo de

estender o prazo referente à política de valorização do

salário mínimo e, consequentemente, o seu aumento real,

mantendo os índices de correção vigentes; tendo parecer

da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço

Público, pela rejeição do de nº 3.771/12, e pela

aprovação, com emenda, do de nº 7.185/14, apensado

(Relator: Deputado André Figueiredo); da Comissão de

Finanças e Tributação, proferido em Plenário, pela

adequação financeira o orçamentária; e, no mérito, pela

aprovação (Relator: Deputado Arthur Oliveira Maia); e da

Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania,

proferido em Plenário, pela constitucionalidade,

juridicidade e técnica legislativa (Relator: Deputado

Arnaldo Faria de Sá) — emendas apresentadas em

plenário de nºs 1 a 4 — tendo pareceres proferidos em

plenário: da Comissão de Trabalho, de Administração e

Serviço Público, pela rejeição (Relator: Deputado André


206

Figueiredo); da Comissão de Finanças e Tributação, pela

adequação financeira e orçamentária; e, no mérito, pela

rejeição; e da Comissão de Constituição e Justiça e de

Cidadania, pela rejeição (Relator: Deputado Arnaldo Faria

de Sá). (Fixa os percentuais a serem aplicados para o

reajuste do salário mínimo entre 2016 e 2019,

inclusive)[CD175]


207

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Há sobre a mesa requerimento.

“Sr. Presidente, requeremos, nos termos

regimentais, a retirada de pauta do Projeto de Lei nº

7.469-B, de 2014, item nº 1 da pauta, constante da Ordem

do Dia da presente Sessão.”


208


O SR. JOSÉ GUIMARÃES - Para discutir, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Então, como primeiro para falar

contra, tem a palavra o Deputado Nilson Leitão.

O SR. JOSÉ AIRTON CIRILO (PT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o Deputado José Airton, na votação anterior, acompanhou o partido.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não houve votação anterior, que foi

cancelada. Não há necessidade de justificativa.

O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, este requerimento de retirada de pauta solicitado pelo

Governo não condiz com o que nós queremos votar. O destaque que está sobre a

mesa e que apenas complementa essa legislação do salário mínimo — continua

havendo uma regra para o salário mínimo — é apenas apenso para o pensionista e

para o aposentado também terem a mesma regra: quando houver o reajuste do

salário mínimo, que esse reajuste também caiba ao aposentado e ao pensionista.

[CD176] Quando isso não se estende aos dois, é no mínimo uma injustiça; quando

aquele que não pode mais trabalhar, ou aquele aposentado, ou aquele pensionista

dependente desse dinheiro para sobreviver — já é um dinheiro pouco, um dinheiro

curto, um dinheiro miserável —, não tem o direito ao reajuste que deveria ter, pelo

menos do que é reajustado no salário mínimo do básico, isso passa a ser uma

grande injustiça, uma grande covardia.

Eu apelo aqui para o Líder do Governo, Deputado José Guimarães, para que

possa ser estendido esse benefício ao pensionista e ao aposentado.


209

O PT cresceu na vida defendendo e levantando bandeiras como essas, e

agora que tem a caneta na mão, que é Governo, que tem uma oportunidade ímpar,

divina e dadivosa de ajudar o pensionista e o aposentado, quer virar as costas para

o pensionista e para o aposentado, não lhes dando o direito de ter os reajustes

dados ao salário mínimo. É no mínimo uma covardia.

Eu pediria aqui aos pares que votassem “não” à retirada de pauta, que

deixassem votar este destaque e que dessem oportunidade ao Plenário para, de

fato, aprovar o destaque, estendendo o reajuste ao aposentado e também ao

pensionista.

Era isso, Sr. Presidente.

O SR. JOSÉ GUIMARÃES - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Peço 1 minuto, porque o Deputado

Chico Alencar pediu tempo de Líder, e ele tem o direito.

Concedo a palavra ao Deputado Chico Alencar e, em seguida, ao Deputado

José Guimarães.

O SR. JOSÉ GUIMARÃES - Sr. Presidente, peço a palavra para usá-la, em

seguida, na condição de Líder do Governo.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Então V.Exa. quer falar como Líder,

depois?

O SR. JOSÉ GUIMARÃES - Quero falar como Líder.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Então V.Exa. acumula a sua

discussão como Líder

O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, eu vou encaminhar a favor do

requerimento.


210

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não, agora o Deputado José

Guimarães vai falar, porque ele já havia sido chamado.

O SR. SILVIO COSTA - Não, ele cedeu para que eu fale como Líder.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Ele cedeu? Ok. Pois não.

Então, primeiro falam os Líderes. Em seguida, V.Exa.


211

[CD177] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Chico Alencar, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSOL.

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, servidores, todos que acompanham esta

sessão, está na pauta da população brasileira a sobrevivência, a vida digna, os seus

direitos mais elementares. É espantoso que o Partido dos Trabalhadores queira

retirar de pauta o debate sobre o salário mínimo, neste País profundamente injusto e

desigual, salário mínimo que não cumpre o seu preceito constitucional de garantir

vida digna com moradia, alimentação, escola e saúde para uma família padrão: o

trabalhador, a trabalhadora e seus filhos.

Se prosperar esta proposta de retirada de pauta, nós nos veremos impedidos

de discutir, inclusive o direito dos aposentados. O destaque — o PSOL, felizmente,

cresceu nas urnas para poder fazer destaque — de nossa autoria não é somente

nosso; é um sentimento da população brasileira. E suponho, pela reação do PT, que

ele tenha chance de ser aprovado aqui. É por isso que querem retirar de pauta.

Nós, diante do Regime Geral da Previdência Social, cujo teto é de R$

4.663,00, estamos querendo garantir o reajuste real do salário mínimo também para

os aposentados e as pensionistas. Isso[CD178] é uma questão de justiça social. Aliás,

o discurso do chamado “capitalismo popular”, que o PT considera que se foi

inserindo no Brasil desde 2003, é exatamente este: vamos aumentar renda dos

debaixo. Ora, distribuição de renda, mais do que bolsa isso, bolsa aquilo, que tem o

seu papel social emergencial, provisório, com porta de saída, mais do que as bolsas,

mais do que a política assistencial, é fazer a política do salário mínimo, a política da

Previdência Social.


212

E nós, que aprovamos, inclusive, o reajuste de Parlamentares para a

legislatura seguinte, desta, da qual fazemos parte, Deputado Glauber, fomos céleres

em aprovar aquele reajuste, porque ele era fundamental. As vozes discordantes

foram mínimas aqui. Agora, quando se trata do trabalhador, dessa base da

sociedade, o PT lidera esse pedido de retirada de pauta. Não é razoável, não é de

modo nenhum aceitável isso.

Sr. Presidente, vou discutir na orientação. Vamos debater essa absurda

retirada de pauta. Mas quero deixar registrado nos Anais da Casa 14 razões pelas

quais o PSOL — embora defenda muito a PETROBRAS pública, transparente, sem

corrupção, estatal e as manifestações de rua — não estará presente enquanto

partido nem no dia 13 nem no dia 15.

Temos 14 razões para isso. Deixo aqui nos Anais da Casa.


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, e todos e todas que assistem a esta

sessão ou nela trabalham.

Registro nos Anais da Casa artigo de minha autoria publicado ontem, 11 de

março de 2015, no jornal O Dia, que trata da posição do PSOL sobre as

manifestações marcadas para os próximos dias 13 e 15 de março:

Nem 13 nem 15: 14 razões

Defender a PETROBRAS e ir à rua protestar estão

no ideário e na prática do PSOL. Mas as motivações dos

que convocam os atos para os dias 13 e 15 não nos

convencem, como partido, a deles participarmos.


213

Eis nossas razões:

1) O ato do dia 13 é de apoio ao Governo Dilma,

por mais que elenque críticas pontuais a MPs

recém-editadas; somos oposição programática de

esquerda ao Governo;

2) O ato do dia 15 não esconde sua posição pelo

impeachment, com o que não concordamos, por não

vermos hoje elementos substantivos para tal iniciativa;

3) Defender a PETROBRAS estatal é também

exigir apuração rigorosa e implacável sobre os que a

vilipendiaram, montando esse esquema abominável de

propinas;

4) O justo protesto contra a corrupção não pode ser

biombo para os que sonham com nova ditadura e não têm

apreço pelos direitos humanos;

5) Sob a convocação do ‘movimento social’ há o

claro intuito de reforçar o PT, neste momento crítico,

muito em função dos seus próprios e graves desvios;

6) Sob a convocação da ‘cidadania indignada’

abriga-se a oposição conservadora e elitista, liderada pelo

PSDB;

7) Esta polarização de assemelhados — como as

investigações da Lava-Jato bem o revelam — já se

desgastou;


214

8) Não vemos a conclamação pelo afastamento de

figuras de proa de vários partidos de funções no

Congresso;

9) Toda mobilização tem que ser crítica, mas

também propositiva: não vemos essa dimensão nas

convocações, a começar pela da essencial Reforma

Política;

10) A superação das crises hídrica e habitacional,

de responsabilidade dos governos federal e estaduais, de

petistas e tucanos, não está colocada;

11) Não há consignas por um novo modo de

produzir, consumir e governar;

12) Não há, no chamado do dia 13, o

reconhecimento de que o PT assumiu uma

governabilidade neoliberal e fisiológica, canal aberto para

a corrupção sistêmica;

13) Há, no chamado do dia 15, simpatia a posturas

fascistas e preconceituosas contra diversos segmentos

sociais ditos minoritários;

14) Aos de boa vontade, preocupados com a

construção de um Brasil justo, soberano, igualitário e

fraterno, reiteramos nossa vontade de construir lutas

mobilizadoras, para superar esta crise econômica, política

e ética.


215

Agradeço a atenção.

O[CD179] SR. JOSÉ GUIMARÃES - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado José

Guimarães.

O SR. JOSÉ GUIMARÃES (PT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu conversei agora com alguns Líderes e quero me dirigir sobretudo aos

Líderes que assinaram o requerimento de retirada de pauta. Nós temos a

necessidade de votar várias matérias. Anteontem, nós votamos essa matéria,

Deputado Nilson.

A minha sugestão, portanto, a esses Líderes, juntamente com o Líder

Leonardo Picciani, é a de transferirmos a votação para terça-feira e entrarmos

imediatamente no restante da pauta, a critério do Presidente.

É uma proposta de acordo, para dialogarmos até terça-feira. Assim,

votaríamos a matéria na terça-feira.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, desde que seja mantida a votação na terça-feira, eu vou

concordar. Na verdade, aquela preferência da terça-feira já foi para prejudicar os

aposentados. Então, se mantida a votação para terça-feira, eu vou concordar; caso

contrário, não vamos concordar, não.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - É isso, Deputado.

A vantagem que nós temos é a de que o principal dessa matéria já foi votado.

Consequentemente, será o primeiro item da pauta em qualquer circunstância,

porque é continuação de votação. Era nossa intenção ter votado essa matéria

ontem. Porém, a sessão do Congresso nacional acabou se estendendo.


216

Acho que nós vamos para um embate que talvez extrapole o horário. Então,

pela nobreza e pelo conteúdo, a matéria merece ser votada na terça-feira.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Como primeiro item de pauta.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - É o primeiro item em qualquer

circunstância.

O SR. NILSON LEITÃO (Bloco/PSDB-MT. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, eu só quero salientar uma preocupação: na terça-feira,

haverá sessão do Congresso novamente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Às 19 horas. Nós vamos começar a

Ordem do Dia às 16h30min e vamos votar essa matéria.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sem “kit obstrução”.

O SR. NILSON LEITÃO - Eu só queria o compromisso do Líder do Governo

com a não retirada de pauta, para deixar que seja votada.

O SR. JOSÉ GUIMARÃES - Sr. Presidente, não há compromisso com o

mérito. O acordo é o de votarmos a matéria na terça-feira.

O SR. NILSON LEITÃO - Quanto ao mérito, V.Exa. vota como quiser.

[CD180] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado Nilson, não há obstrução,

apenas retirada de pauta. Não cabe qualquer outro kit a mais. O “kit obstrução” já foi

vencido na votação. Nós estamos nos destaques. Então é desnecessário. Haverá

apenas o requerimento de retirada de pauta.

O SR. NILSON LEITÃO - É claro. O.k.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Podemos, então, retirar?


217

O SR. NILSON LEITÃO - O PSDB não fará nada ao contrário. Um dos

destaques é de nossa autoria, inclusive. E nós queremos que seja votado na

terça-feira.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O.k.

O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PCdoB concorda com a retirada de pauta.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Então há consenso.


218

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Em votação o requerimento de

retirada de pauta.


219



APROVADO.


220


PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 302, DE 2013

(DO SENADO FEDERAL)

Votação, em turno único, do Projeto de Lei

Complementar nº 302, de 2013, que dispõe sobre o

contrato de trabalho doméstico; altera as Leis nº 8.212, de

24 de julho de 1991, nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e

Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005; revoga o

inciso I do art. 3º da Lei nº 8.009, de 29 de março de

1990, o art. 36 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, a

Lei nº 5.859, de 11 de dezembro de 1972, e o inciso VII

do art. 12 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro 1995; e dá

outras providências. Emendas de Plenário: tendo parecer

da Comissão Mista, pela rejeição. (Relator: Senador

Romero Jucá).


221

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Sobre a mesa requerimento de

preferência:

“Sr. Presidente, requeiro, nos termos do art. 160 do

Regimento Interno, preferência para apreciação do

Projeto de Lei nº 7.664, de 2014, que ‘altera o art. 34 da

Lei nº 9.656, de 1998’, como item 1 da pauta,

renumerando-se os demais”.

Requerimento já resolvido. Já não há necessidade. Está prejudicado, visto

que ele já é a manutenção do próximo.

Há outro requerimento?

O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, não há um requerimento de retirada?

[CD181] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Há consenso? Só se houver

consenso do Plenário. Há consenso para o projeto de lei?

Eu entendi errado, eu pensei que fosse requerimento de preferência sobre a

matéria. Do PL 7.664/14, do Deputado Simão Sessim, nós votamos a urgência.

Há consenso para este projeto? (Pausa.) Há consenso?

O SR. LEONARDO PICCIANI (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sim, Sr. Presidente.


Pelo PSDB, tudo bem.

O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O.k.,

Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Se há consenso, eu vou...


222

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Não há consenso, Sr. Presidente. Nós vamos votar o projeto do Senado.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não, não, não.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Não há consenso, Sr. Presidente. Vamos

à votação.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deixe-me explicar. Houve um erro da

Presidência. Eu deveria ter lido o requerimento de preferência antes da matéria. Não

é sobre o PLC 302. A Presidência deveria ter lido o requerimento de preferência

anteriormente ao anúncio da pauta.

Então, se houver consenso, eu volto; se não, eu vou ler depois.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Não há consenso, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não tem nada a ver com o projeto

das domésticas. A Presidência errou.

Deputado José Carlos Aleluia, trata-se de outra matéria para inverter, é o

projeto do Deputado Simão Sessim, de que nós votamos a urgência, o Projeto de

Lei nº 7.664. Não tem nada a ver com a matéria.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - O Deputado Simão Sessim merece

atenção.


223

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Então, havendo consenso, leio o

seguinte requerimento:

“Sr. Presidente, requeiro, nos termos do art. 160 do

Regimento Interno, preferência para apreciação do

Projeto de Lei nº 7.664, de 2014, que ‘altera o art. 34 da

Lei nº 9.656, de 1998’, como item 1 da pauta,

renumerando-se os demais”.


224

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Abra mão, Deputado Simão Sessim,

para ganharmos celeridade. (Pausa.)


225


preferência.


226



APROVADO.


227

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Então, passa-se agora ao item.

PROJETO DE LEI Nº 7.664, DE 2014

(DO SR. SIMÃO SESSIM)

Discussão, em turno único, do Projeto de Lei nº

7.664, de 2014, que altera o art. 34 da Lei nº 9.656, de

1998. Pendente de parecer: das Comissões de

Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio;

Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça e

de Cidadania.


228

O[CD182] SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para oferecer parecer ao

projeto, pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio,

concedo a palavra ao Deputado Antonio Balhmann. (Pausa.)

Estando ausente o Deputado Antonio Balhmann, concedo a palavra ao

Deputado Leonardo Picciani.

O SR. LEONARDO PICCIANI (Bloco/PMDB-RJ. Para emitir parecer. Sem

revisão do orador.) - Sr. Presidente, o projeto é meritório. O parecer é pela sua

aprovação, no mérito.


229


projeto, pela Comissão de Seguridade Social e Família, concedo a palavra ao

Deputado Ságuas Moraes.

O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Para emitir parecer. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, quero apenas um esclarecimento: este é o projeto do

Deputado Simão Sessim?

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Do Deputado Simão Sessim. Isso.

O SR. SÁGUAS MORAES - Exatamente.

O Partido dos Trabalhadores vota favoravelmente a esse projeto. Nós

estamos defendendo a proposta do Deputado por entender que essas entidades,

associações e cooperativas merecem ser atendidas, para que possamos garantir

melhor qualidade para elas.

O Partido dos Trabalhadores vota “sim” e orienta a bancada a votar “sim” a

este projeto.


230


projeto, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, passo a palavra ao

Deputado Nilson Leitão.

O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Para emitir parecer. Sem revisão do

orador.) - Pela constitucionalidade, somos favoráveis.


231

O[CD185] SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Em discussão a matéria.

(Pausa.)

Não havendo oradores inscritos... Há orador inscrito? (Pausa.)

Deputado José Carlos Aleluia, V.Exa. abre mão da inscrição?

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, este projeto pretende frear essa farra com o dinheiro público que foi

promovida pelo Governo do PT. Aliás, dinheiro público que está matando gente na

rua, dinheiro que sai do bolso do trabalhador, do bolso do brasileiro para financiar

organizações como o MST.

Hoje, no Estado de Sergipe, o MST, a mando de Lula, matou duas pessoas.

Temos que acionar o Código Penal. Ele mandou que o MST fosse à guerra. O MST

foi à guerra. Morreram uma criança e um adulto. O mandante chama-se Luiz Inácio

Lula da Silva.

Este projeto vem no sentido de controlar um pouco mais esse tipo de

aplicação de dinheiro público.

[CD186] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - V.Exa. abre mão, Deputado Simão

Sessim? (Pausa.) Abre mão.

Declaro encerrada a discussão.


232

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Passa-se à votação.


233

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para orientar a bancada, concedo a

palavra ao Deputado Chico Alencar, pelo PSOL.


Sr. Presidente, um dos elementos que mais prejudica a vida e até a saúde das

pessoas é a burocratização.

Este projeto têm vários méritos: desburocratiza, ao desobrigar o CNPJ de

fundações, entidades associativas beneméritas de educação, de saúde, de

servidores, a fazer um registro diferenciado quando operam os seus planos de

saúde. Isso é positivo. Há várias demandas de entidades a esse respeito. Nós

acreditamos que o projeto atende aos interesses dos segurados desse plano, à

autogestão, à desburocratização e aos interesses, não da empresa, mas dessas

entidades de classe que conseguem avançar nesse sentido.

O nosso voto é favorável, é “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Alguém mais deseja orientar?

(Pausa.) Podemos considerar a orientação “sim” para todo mundo?


“Sim” para todo mundo.


234

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Em votação o Projeto de Lei nº

7.664, de 2014.


235

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Aqueles que forem pela aprovação


APROVADO.


236

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Há sobre a mesa e vou submeter a

votos a seguinte

REDAÇÃO FINAL:


237



A matéria vai ao Senado Federal.


238

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Retornamos, então, ao Projeto de

Lei Complementar nº 302-A, de 2013, já lido, que regulamenta a PEC das

Domésticas.[CD187]


239

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Sobre a mesa destaque de

preferência da bancada do PT:

“Sr. Presidente, requeremos, nos termos do art.

161, IV, § 2º, do RICD, preferência para votação da

Emenda Substitutiva de Plenário nº 38 (apresentada ao

PLP nº 302, de 2013), em relação ao projeto principal”.


240

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Ou seja, está sendo votada aqui uma

emenda em substituição ao Projeto de Lei Complementar nº 302, originário do

Senado. É essa a discussão do destaque de preferência.

Para encaminhar, concedo a palavra ao Deputado José Carlos Aleluia, que

falará contra o requerimento.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o projeto que foi relatado pelo Senador Romero Jucá, do partido de

V.Exa., é o que nós apoiamos.

O Partido dos Trabalhadores está apenas querendo fazer propaganda da sua

Deputada e, com isso, postergando a aprovação do projeto que regulamenta o

trabalho doméstico.

Nós somos a favor do projeto do Senador Romero Jucá, mas temos apenas

uma supressão a fazer, que eu já gostaria de antecipar, para que as Deputadas e os

Deputados possam ler.

Imaginemos que eu fosse fiscal, auditor do trabalho, e ligasse para a casa do

Deputado Roberto Balestra: “Deputado Balestra, aqui é o José Carlos Aleluia,

auditor do trabalho. Eu quero ir a sua casa hoje inspecionar o funcionamento dos

serviços domésticos.” [CD188] S.Exa. poderia dizer: “Eu não autorizo”. E eu diria: “De

acordo com a lei aprovada hoje, o senhor não tem que autorizar. O senhor tem

apenas que agendar e se entender comigo”. O Deputado Roberto Balestra responde

a mim: “Mas a Constituição diz que o meu domicílio é inviolável. Essa lei é

inconstitucional”. Eu diria: “O senhor deve demandar isso ao Supremo, porque a

Câmara e o Senado aprovaram essa inconstitucionalidade”.


241

Portanto, nós não podemos admitir que, por conta da regulamentação de uma

profissão, venha a se violar um dos dispositivos mais antigos do Direito, do Direito

mundial, que está consagrado, inclusive, na nossa Constituição, em um belo artigo

que lerei em seguida.

Eu queria apenas mencionar uma frase de um filósofo inglês: “Minha casa é

meu castelo”. Não há nada que possa admitir que nós aqui venhamos a violar a

nossa Constituição, a nossa família e o nosso direito, para permitir que um auditor,

servidor do Estado, venha, de forma imotivada — imotivada! — a violar isso, apenas

porque a lei diz “agendar e ajustar”. A lei não diz o que a Constituição diz. Para

entrar no domicílio, a nossa Constituição assegura que tem que haver ordem judicial

e que não pode ser à noite. Essa é uma das cláusulas fundamentais, é cláusula

pétrea da Constituição!

Portanto, nós vamos votar contra o requerimento agora, a favor do projeto do

Senador Romero Jucá, com destaque supressivo para essa violação de um direito

das famílias.

[CD189] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para encaminhar, concedo a palavra

ao Deputado Ságuas Moraes, que falará a favor do requerimento.


Presidente, eu estava discutindo aqui e só gostaria que V.Exa. me orientasse

novamente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - V.Exa. está inscrito para encaminhar

a favor do requerimento de destaque de preferência de bancada.


242

O SR. SÁGUAS MORAES - A Deputada Benedita da Silva não havia

chegado, mas, como já está em plenário, nós vamos passar a palavra a ela, para

que possa fazer a defesa do requerimento.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não, Deputado. Está contando o

tempo. Vamos lá, se não nós não acabamos a sessão. Às 19 horas, pelo

combinado, temos que acabar a sessão, se não os Srs. Parlamentares não viajam.

Vamos logo.

A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria que V.Exas. prestassem atenção ao

que nós vamos colocar neste momento. Alguns Deputados, hoje Senadores, desde

1988 puderam acompanhar nesta Casa a discussão sobre os direitos das

trabalhadoras domésticas.

Na verdade, hoje estamos regulamentando esses diretos, mas não estamos

substituindo, de forma nenhuma, o projeto do Senador Romero Jucá. O projeto veio

de uma Comissão Especial, de Comissão Mista, de Senadores e Deputados, e o

Senador não incorporou nenhuma das emendas colocadas por esta Casa.

E[CD190] nós que acompanhamos essa proposta desde 1988, agora que o

projeto está nesta Casa, trouxemos nossas sugestões, combinadas com as dos

sindicatos, com as das centrais sindicais, com as das trabalhadoras e dos

trabalhadores, com as de Deputadas e Deputados interessados e também com as

do Governo, para incorporá-las ao projeto e enviá-las ao Senado.

Portanto, de nossa parte, não há interferência naquilo que não é devido a nós.

Apenas, enquanto Parlamentares, levantamos essa bandeira nesta Casa desde

1988, trouxemos para cá este debate.


243

Eu gostaria que as Sras. e os Srs. Deputados — e está em nossas mãos

tomar uma decisão, para a justa regulamentação desta proposta — refletissem e

contribuíssem para a regulamentação dos direitos das trabalhadoras domésticas.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.[CD191]


244

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado, para uma Comunicação de Liderança, pelo PHS.

O SR. MARCELO ARO (Bloco/PHS-MG. Como Líder. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, nobres colegas Deputados, o que me traz aqui hoje é a

minha profunda indignação com a invasão do Movimento dos Trabalhadores Rurais

Sem Terra, o MST, a uma das empresas do Grupo Suzano, esta semana, em São

Paulo, onde estavam sendo estudadas mudas de eucalipto que iriam aumentar em

20% a produção da empresa. Aliás, já não sabemos mais se iriam aumentar, porque

esta semana seria julgado se poderiam ser plantadas.

Essa pesquisa é fruto de 10 anos de investimentos. O MST vem, invade e

destrói as mudas que eram objeto de pesquisa. Isso é um absurdo, Sr. Presidente!

Nós não podemos admitir esse tipo de situação no Brasil.

O Grupo Suzano emprega hoje 7 mil funcionários. Sete mil famílias se

alimentam da produção dessa empresa. E agora eu quero saber: quem vai pagar

essa conta, de 10 anos de investimentos? Mais uma vez são os cidadãos brasileiros,

os trabalhadores. Porque haverá demissões, Sr. Presidente! E é por isso que eu falo

com tamanha indignação.

Hoje a silvicultura e o agronegócio têm muita importância para o País, e

movimentos com atitudes completamente arbitrárias invadem as regiões produtivas

e as destroem. E, o que é mais inadmissível, o Governo está dialogando com esse

Movimento, que não é um movimento democrático. Não, Presidente! Se[CD192] eles

discordam, que dialoguem, que possam ir às Comissões responsáveis mostrar que

são contra, mas não invadam uma empresa e destruam 10 anos de pesquisa.


245

Então, Sr. Presidente, eu quero solicitar que as minhas palavras de hoje,

tendo em vista que são de interesse nacional, sejam divulgadas nos órgãos de

imprensa da Casa — na Rádio Câmara, na TV Câmara — e que possamos

repercuti-las.

Venho daqui manifestar o meu repúdio completo a esse ato de violência. Que

nós possamos dar uma resposta, para que isso não se repita nesta Pátria amada.

Nós não podemos admitir isso. Veja a que ponto chegamos, Sr. Presidente! Isso é

motivado pela abertura de tanto espaço para esses que têm uma atitude violenta

contra a democracia brasileira.

Muito obrigado, Sr. Presidente.[CD193]


246

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Em votação o destaque de

preferência.


247

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Orientação de bancada.

Como vota o Bloco PMDB?


orador.) - Sr. Presidente, votamos “não”.

O ponto de partida da discussão deve ser o projeto que vem do Senado, que

está mais amadurecido.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PT?


Presidente, essa posição foi muito bem trabalhada pela nossa Deputada Benedita,

grande guerreira e trabalhadora desta questão. Este requerimento é um esforço que

estamos querendo fazer para retomar alguns pontos que consideramos muito

importantes, a partir do relatório do Senador Romero Jucá.

Portanto, o nosso pedido é o de que se mantenha a preferência pelo trabalho

da nossa Deputada Benedita. E a orientação do PT, Sr. Presidente, é a do voto

“sim”, a favor do requerimento.

[CD194] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PSDB?

O SR. JOÃO CAMPOS (PSDB-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PSDB entende que o texto do Senador Romero Jucá é melhor e,

exatamente por isso, recomenda o voto “não”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o Bloco PRB? (Pausa.)

Como vota o PSD? (Pausa.)

Como vota o PR?


Sr. Presidente, percebemos todo o trabalho que a Deputada Benedita da Silva fez


248

em relação a esse projeto. É preciso valorizar aqueles Parlamentares que têm

trabalhado nesta Casa, ouvindo os segmentos, as comunidades, as associações.

O Partido da República, então, fica com a preferência do texto da Deputada

Benedita da Silva.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PSD?

O SR. ROGÉRIO ROSSO (PSD-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PSD vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PRB? (Pausa.)

Como vota o PSB?

O SR. FERNANDO COELHO FILHO (PSB-PE. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - O PSB vota “não”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O PSB vota “não”.



orador.) - O Democratas vota “não”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PDT? (Pausa.)

Como vota o Solidariedade?

O SR. ZÉ SILVA (SD-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Solidariedade vota “não”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PCdoB?

O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, nós votamos “sim”, porque se aproxima mais da realidade o projeto da

Deputada Benedita.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PROS?


249


O PROS vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PPS?

O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PPS vota “sim”, lamentando que o relatório do Senador Romero

Jucá tenha preterido praticamente todas, integralmente todas as emendas sugeridas

no debate aqui da Câmara. Portanto, nós votamos “sim”.

O SR. ROBERTO SALES (Bloco/PRB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, o PRB orienta “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O PRB orienta “sim”.

Como vota o PV?

O SR. SARNEY FILHO (PV-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PV acompanha a Deputada Benedita, que é uma Deputada que

conhece a causa, que defendeu a causa, que é referência dessa causa. Então, nós

vamos votar “sim”.

O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO (PDT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, o PDT vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O PDT vota “sim”.

Como vota o PSOL?

[CD195] O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, há pessoas que formam as suas convicções através da

intelectualidade, da leitura. Isso é legítimo. A Deputada Benedita tem uma história de

vida vinculada à questão das trabalhadoras e dos trabalhadores domésticos. Como

Senadora, Governadora do Rio de Janeiro, Deputada Federal, S.Exa. tem também


250

essa característica de ouvir as entidades de classe e de produzir uma legislação que

esteja mais vinculada às reais necessidades no caso dessa categoria.

O substitutivo merece o nosso voto “sim”. Ele é absolutamente mais completo

que o projeto original. Eu creio que é mais do que justo nós darmos o nosso aval.

“Sim” ao substitutivo.



Sr. Presidente, a Minoria respeita o voto “sim” do PPS, mas orienta o voto “não”,

porque a grande maioria da Minoria se posiciona por um pagamento de imposto

menor por parte do empregador e do próprio empregado. Essa é a razão de

orientarmos o voto “não”.

A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, na votação anterior, votei com o meu partido.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não houve votação anterior.

Como vota o Governo?

O SR. ORLANDO SILVA (PCdoB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, nós consideramos que essa é uma matéria muito relevante. São

milhões de trabalhadoras e trabalhadores domésticas que passaram a ter direitos a

partir da emenda aprovada anteriormente.

No trabalho feito pela nossa Deputada Benedita da Silva, foram ouvidos

representantes da categoria. O trabalho foi meticuloso, cuidadoso. Inclusive, ele

enriquece o grande esforço feito pelo Senador Romero Jucá. Há que se reconhecer

o trabalho feito anteriormente pelo Senador Romero Jucá.


251

Entretanto[CD196], considerando o esforço da Deputada Benedita da Silva e o

pacto firmado com a maioria dos partidos da base, o Governo encaminha “sim”, pelo

requerimento de preferência para a votação da emenda aglutinativa da Deputada

Benedita da Silva.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Fernando

Coelho Filho.

O SR. FERNANDO COELHO FILHO (PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, consultando a bancada, mudamos a orientação para “sim”, para votar o

texto da Deputada Benedita da Silva, que foi o debatido com a Federação e com a

nossa bancada.

O PSB vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vou para a votação nominal, de

ofício, tendo em vista o equilíbrio do painel. Qualquer decisão que eu proferir pode

não refletir o resultado verdadeiro, e haverá verificação nominal.


252

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A Presidência solicita às Sras.

Deputadas e aos Srs. Deputados que tomem os seus lugares, a fim de ter início a

votação pelo sistema eletrônico.

Está iniciada a votação.


253

O SR. EDMAR ARRUDA (Bloco/PSC-PR. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, o PSC orienta a bancada a votar “não”, acompanhando o

relatório do nosso Senador Romero Jucá.

Portanto, convocamos os companheiros Deputados do PSC ao plenário, para

votarem “não” a este requerimento.


Presidente, eu vou fazer um apelo à bancada do Partido dos Trabalhadores:

compareça urgentemente a este plenário.

A nossa companheira Deputada Benedita da Silva trabalhou fortemente para

incluir no relatório do Senador Romero Jucá questões importantíssimas, a fim de dar

cada vez mais sustentação jurídica ao trabalho das domésticas e dos domésticos do

nosso Brasil.

Portanto, peço mais uma vez o voto “sim” a este requerimento de preferência.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Sras. Deputadas, Srs. Deputados,

venham ao plenário. Estamos em votação nominal. Atingido o quórum, vou encerrar

a votação.

[CD197] O SR. ALFREDO KAEFER - Sr. Presidente, peço a palavra para contribuir

com um registro.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não.

O SR. ALFREDO KAEFER (PSDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, estamos pedindo o voto “não” por algumas justificativas. Eu

acompanhei esse processo desde o começo. Muitas vezes, interpretamos que um

benefício diretissimamente entregue a um empregado, especialmente à empregada

doméstica, parece ser vantajoso, mas nós temos de ver que, à medida que criamos


254

regras excessivas, criamos um impacto nefasto, que é a vontade de não contratar.

Esse é o grande problema ao se criar regras que aparentam ser excessivamente

benéficas, mas que acabam resultando em prejuízo do próprio empregado.

Nós sabemos que, depois da PEC, já tivemos uma redução no número de

empregadas domésticas, e algo que não existia no Judiciário trabalhista: a entrada

de inúmeras ações, por parte de empregadas domésticas, por causa da

regulamentação que já existe.

Então, ao analisarmos um projeto um pouco mais ameno, que é o do Senado,

nós estaremos, com certeza, em última instância, beneficiando as empregadas,

levando em conta também que o grande empregador das empregadas domésticas

são os próprios empregados, que, muitas vezes, não têm condições de atribuir tudo

aquilo que o legislador quer dar a elas.

Esse era o meu registro.


255

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vou conceder a palavra para uma

Comunicação de Liderança e, em seguida, vou encerrar a votação.

[VHPL198][CD199] Com a palavra o Deputado Bruno Araújo, para uma

Comunicação de Liderança, pela Minoria.

O SR. BRUNO ARAÚJO (PSDB-PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, trago hoje para o Plenário e para o Brasil

que nos acompanha a grande diferença dos gastos públicos do PT durante o ano da

eleição e depois que venceu a eleição. A Presidente Dilma vendia um país que era

um paraíso, um faz de conta. Após a posse presidencial, assumiu outro desenho de

país.

[c200] Para não ir muito longe, por esse descontrole financeiro, resolvemos apenas

fazer uma análise do que aconteceu do dia 1º de janeiro aos primeiros dias de

março do ano passado e comparar com o mesmo período deste ano, quando o

Governo inicia o maior arrocho fiscal, o maior arrocho ao trabalhador da história da

Nova República.

E aí podemos nos assustar com os números. Na comparação de 2014 com

2015, nesses primeiros dias do ano, os valores pagos pelo Tesouro, pasmem, são

82% menores, ou seja, no ano da eleição, em janeiro, em fevereiro e nos primeiros

dias de março, a Presidente Dilma passou um cheque de 9 bilhões e 200 milhões de

reais. Passada a eleição, ela diz: “Opa! Segura o dinheiro, está na hora do arrocho”.

E investiu apenas 1 bilhão e 600 milhões de reais.

Nós podemos dar exemplos que mostram a dimensão da crise. A Ferrovia

Oeste-Leste, que cruza a Bahia, o maior Estado nordestino, e a BR-381, que


256

atravessa o Estado de Minas Gerais, pararam. Sabem[c201] qual é a razão? Falta de

dinheiro, os recursos não são liberados.

O Ministério dos Transportes sofreu cortes de 70%. No ano passado, quando

o Governo tinha que pedir voto, o Ministério dos Transportes já tinha liberado, nesse

período do ano, 1 bilhão e 800 milhões de reais. Passada a eleição, o corte é de

70%. Só foram liberados até hoje 548 milhões de reais. E os buracos tomam conta

das rodovias federais Brasil afora.

Em relação à energia, que está mais cara, 5 milhões de famílias perderão o

desconto da Tarifa Social de Energia Elétrica. A medida, só em Pernambuco,

atingirá 1 milhão de pessoas. Quanto aos investimentos em energia, o Ministério de

Minas e Energia — e o Ministro esteve há poucos dias na Câmara dos Deputados —

perdeu 95,3% de sua verba de investimento, comparado ao mesmo período do ano

passado. Ou seja, no ano da eleição, os recursos são liberados. Passada a fantasia,

vindo à realidade do Governo do PT, o que vemos é arrocho na liberação de

recursos para investimentos no País.

A saúde seguramente não é prioridade. O Tribunal de Contas determinou

investigação no Programa Mais Médicos, porque, na realidade, ele está se

transformando em menos médicos. Após[c202] 1 ano de programa, metade das

Prefeituras perdeu seus profissionais e os recursos da saúde se evaporam.

Há 1 ano, nesse mesmo período, do dia 1º a hoje, o Governo Federal, o

Governo da Presidente Dilma, que pedia votos Brasil afora, tinha liberado 776

milhões de reais para a construção de hospitais. Sabem quanto os hospitais

brasileiros receberam nesse mesmo período? Trinta e um milhões de reais.


257

E mais: o Brasil está assistindo à realização de movimentos radicalizados

pelo MST País afora. No ano passado, junto com outras entidades, estava

abastecido com dinheiro público. Neste ano, o Governo do PT, o Governo da

Presidente Dilma está vendo o MST nas ruas. Sabem por quê? Porque liberou zero,

zero para a reforma agrária no Brasil! É a esse Governo que o Brasil está assistindo.

O Brasil vai encontrar, no domingo, as embaixadas brasileiras nas ruas.

Atenção, Comissão de Relações Exteriores: estão fechando ou estão à beira do

colapso por falta de pagamento de água e luz. Nenhum real foi liberado para

investimento nessas embaixadas.

Portanto, senhoras e senhores, o que se vê é essa incapacidade, a

demonstração clara da aplicação de um volume de recursos ao longo do ano

passado para vencer as eleições. Isso fez, depois, a Presidente vir aqui pedir anistia,

na Legislatura passada, ao apagar das luzes, com Deputados que estavam partindo,

para evitar uma responsabilização fiscal, um processo por crime de responsabilidade

em razão da gastança e do desrespeito aos limites impostos no Orçamento.

[c203] Os números não mentem, pois são do SIAFI, são do Orçamento. Durante o

ano eleitoral, o ano do paraíso da Presidente Dilma, os recursos sobravam. Passada

a eleição, a saúde, a educação, a máquina pública, todas essas estruturas

funcionam no sacrifício, e o que vemos é um país absolutamente inquieto,

incomodado com a qualidade da gestão, com a incompetência da gestão da

Presidente Dilma Rousseff.

Por isso, o Brasil vai compreender por que, no próximo domingo, a população,

de forma legítima, pacífica, de forma muito clara, vai dizer e demonstrar qual é a sua

percepção, o seu conceito sobre o segundo mandato da Presidente Dilma Rousseff.


258


[c204] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vou encerrar a votação. (Pausa.)

O SR. LINCOLN PORTELA - Sr. Presidente, o PR quer dar uma sugestão de

procedimento, logo após a apuração.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Um momento, Deputado. Vou

encerrar a votação. Pelo resultado, V.Exas. veem o que vão fazer.


259

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Está encerrada a votação. (Pausa.)

Resultado da votação:

SIM: 190;

NÃO: 174;

TOTAL: 364.

ART. 17: 1.

QUÓRUM: 365.

OBSTRUÇÃO: 1.

O REQUERIMENTO FOI APROVADO.[c205]


260

O SR. ONYX LORENZONI - Sr. Presidente, Deputado Onyx Lorenzoni.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois, não.

O SR. ONYX LORENZONI (DEM-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu estava lá na CPI da PETROBRAS.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Na próxima votação, a última

votação consolida.

O SR. ONYX LORENZONI - Eu quero dizer que votei acompanhando o meu

partido.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não há necessidade de justificar. A

última votação consolida.

O SR. LINCOLN PORTELA - Sr. Presidente, o procedimento...

O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO - A gente gostaria de propor, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vamos lá.

O SR. LINCOLN PORTELA - O PR gostaria...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Só 1 minuto.


- Nós temos vários destaques aqui que serão apresentados.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Calma. Nós estamos com um

destaque de preferência. Para poder ter destaque sobre o projeto, temos que,

primeiro, votar o projeto. Vamos votar o projeto, que é o destaque de preferência, só

aí os destaques vão valer. Eu acho que a gente deve avançar, e vocês vão

construindo...

À medida que eu iniciar a votação aqui, encerra-se o prazo de destaque.

O.k.?


261

O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO - O que a gente queria propor, Sr. Presidente,

era que a gente votasse o projeto, mas que desse tempo, até a próxima semana,

para que nós votássemos os destaques, porque existem alguns pontos. Nós

mesmos votamos a favor do destaque de preferência do projeto da Deputada

Benedita, mas temos alguns “senões”. Queríamos discutir, e vários partidos também

estão nessa mesma situação.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Nós podemos até construir esse

acordo, mas vamos avançar, porque foi assim que a gente avançou. A gente já

superou metade do projeto. Agora vamos votar o projeto. Vai ser igual ao do salário

mínimo: superamos uma avenida que, de repente, pode até ser para o bom

andamento do trabalho.

Então, o prazo de destaque está encerrado.


262

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Em votação a Emenda de Plenário

nº 38, ressalvados os destaques.

Trata-se de votação nominal, é projeto de lei complementar, tem que ter 257

votos favoráveis.

Vou abrir e pego a orientação.


263

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A Presidência solicita aos Srs.

Deputados que tomem os seus lugares, a fim de ter início a votação pelo sistema

eletrônico.



264

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o Bloco do PMDB?

(Pausa.)

O PSDB? (Pausa.)

O PT?

A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)

- O PT vota “sim”, Sr. Presidente, e eu faço um apelo a esta Casa para que nos

acompanhe nesse voto. Como[CD206] já manifestei anteriormente, é uma história de

vida de centenas de milhares de mulheres que estão em nossas casas para nos

servir, dando o melhor delas para que possamos dar o melhor de nós também neste

Congresso Nacional.

É o apelo que eu faço às Sras. Deputadas e aos Srs. Deputados. Muito

obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PMDB?


orador.) - Sr. Presidente, saudando o trabalho realizado pela Deputada Benedita da

Silva, votamos “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PSDB?


Sr. Presidente, apesar de termos votado no texto do Senador Romero Jucá, por

entendermos que onera mais um pouco a folha do patrão esse texto da Deputada

Benedita da Silva, o PSDB encaminha o voto “sim” e espera que haja um consenso

nos destaques para que não haja tanta oneração, dando mais dinheiro aos

sindicatos do que benefícios à própria empregada. Então, nós votamos “sim”.


265

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o Bloco

PRB/PTN/PMN/PRP/PSDC/PRTB/PTC/PSL/PTdoB?

A SRA. ROSÂNGELA GOMES (Bloco/PRB-RJ. Pela ordem. Sem revisão da

oradora.) - Sr. Presidente, o Bloco do PRB vai encaminhar a votação “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PSD?

O SR. ROGÉRIO ROSSO (PSD-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PSD vota “sim”, Sr. Presidente.



Sr. Presidente, antes de declarar o voto, só para deixar claro: a sugestão de

procedimento é a de que nós deixássemos os destaques para a próxima semana,

porque há muitas coisas com as quais Parlamentares aqui não concordam.

Inclusive, na própria redação há uma questão no art. 3º sobre um terço e um quarto.

Há uma incoerência nisso para a empregada doméstica.

Nós, por ora, encaminhamos o voto “sim”, pedindo um acordo de

procedimento para prosseguir com a votação na próxima semana.

[CD207] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PSB? (Pausa.)



orador.) - O Democratas vota “sim”, Sr. Presidente.


O SR. POMPEO DE MATTOS (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, é importante, e o PDT quer frisar que nós vamos votar

“sim”. A ressalva dos destaques se estabelece na medida em que nós sabemos que


266

é importante respaldar as empregadas domésticas, sim. Mas nós não podemos

esquecer que os empregadores, nesse caso, muitas vezes, até na maioria das

vezes, Sr. Presidente, são também trabalhadores, são funcionários públicos, são

empregados, são também assalariados.

Então, nós não podemos matar a galinha dos ovos de ouro. Há que haver um

equilíbrio no sentido de proteger a empregada, os empregados domésticos, mas

preservando os empregadores domésticos. Um não vive sem o outro.

Então, esse é o cuidado que o PDT tem para que o projeto possa, na sua

essência, atingir o seu objetivo: proteger a empregada doméstica, mas também

valorizar e respeitar o empregador.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o Solidariedade?


O registro do “sim” do PR, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O registro do “sim” do PR, que não

tem.

Como vota o Solidariedade?

O SR. GLAUBER BRAGA - Pelo PSB, Presidente.

O SR. EXPEDITO NETTO (SD-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

Solidariedade vota “sim”, Sr. Presidente, caminhando no rumo do fortalecimento do

direito do trabalhador brasileiro.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PSB?

O SR. GLAUBER BRAGA (PSB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, essa é a causa de vida da

Deputada Benedita da Silva, mas é a causa também de muitas mulheres brasileiras


267

e de homens brasileiros que, neste momento, não podem estar sentados aqui nas

cadeiras do Parlamento, mas que durante muitos e muitos anos fizeram e fazem

com que a sua vida seja colocada à disposição de uma tarefa dura, difícil. E nós

temos, sim, que garantir direitos de todos aqueles que tiveram e que têm a

possibilidade do exercício de uma profissão, de uma tarefa, de uma missão tão dura

como a das trabalhadoras e trabalhadores domésticos.

Mas[CD208], Sr. Presidente, já fazendo uma proposta de acordo e de

encaminhamento para que possamos hoje votar o texto principal e procurar nos

destaques existentes — que algumas bancadas já adiantaram que vão apresentar

—, pelo menos até terça-feira ou quarta-feira, conseguirmos gerar um entendimento,

porque — quem sabe? — nós podemos buscar um grande entendimento para que

todos os destaques sejam retirados e o projeto seja aprovado com o entendimento

de todas as bancadas partidárias.

O PSB vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PCdoB?

A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão da

oradora.) - Sr. Presidente, parabenizamos a Deputada Benedita da Silva e

abraçamos as empregadas domésticas do Brasil. São aproximadamente 8 milhões

de trabalhadores e trabalhadoras, na maioria mulheres e negras, que hoje estão

dissociadas dos direitos trabalhistas e estão, neste momento, recebendo a isonomia

necessária com uma lei que já vige há décadas no Brasil. Estamos quebrando o

último grilhão da escravidão. Nesse sentido, o PCdoB, entendendo que o equilíbrio

está sendo alcançado entre empregados e empregadores, vota “sim”.



268


Sr. Presidente, parabenizamos aqui a Deputada Benedita da Silva. Esta votação

mostra que esta Casa tem a capacidade de, em momentos importantes para o País,

esquecer o que é Governo, esquecer o que é Oposição, esquecer o que é PT, o que

é PSDB. Todos os partidos e bancadas aqui estão orientando em uníssono, na

certeza de que hoje nós estamos cumprindo um compromisso com essa classe

trabalhadora do País, as empregadas domésticas.

Por isso, parabenizando a Deputada Benedita da Silva, que, com o seu

relatório, conseguiu construir esse acordo plural, o PROS orienta o voto “sim”.

[CD209] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PPS?

O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, queremos parabenizar a Deputada Benedita da Silva pelo trabalho,

pelo diálogo que teve com todos os setores que envolvem esse projeto, inclusive o

setor empregador. É evidente que tem de haver mediações nesse sentido, mas esse

projeto está representando uma superação histórica desses direitos excluídos desse

segmento importante dos trabalhadores domésticos no Brasil.

O PPS vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PV?

O SR. SARNEY FILHO (PV-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, mais uma vez, obedecendo à Deputada Benedita da Silva e seguindo

suas orientações, nossa referência nesse assunto nesta Casa, nós votamos “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PSOL?


Sr. Presidente, como sabemos, a sociedade brasileira possui algumas permanências


269

históricas, como o patriarcalismo, o clientelismo, até mesmo a corrupção, que não foi

inventada agora, embora esteja bastante fecunda nesses tristes tempos. A

escravidão permanece, seja na exploração do trabalho, sobretudo no campo, seja

em situações domésticas, onde encontramos condições de trabalho análogas à de

escravo. Portanto, esse projeto é mais um marco legal de superação desse atraso,

dessa violência, dessa malignidade.

Nosso voto é francamente favorável, “sim”.

[CD210] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota a Minoria?

O SR. MORONI TORGAN (DEM-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - A

Minoria parabeniza V.Exa. e toda a Casa por estarem votando esse projeto que

significa um avanço, sem dúvida nenhuma, nas relações das empregadas

domésticas. Mas quero lembrar que todo empregado sem mercado de trabalho vira

desempregado. Consequentemente, nós temos que prestar atenção aos destaques

para minimizar as contribuições dos empregadores e para abrir o mercado de

trabalho a essas empregadas.

Não adianta ter uma lei boa e não ter emprego. Precisamos juntar os dois:

uma lei que as proteja, mas também garantir o mercado de trabalho para empregá-

las, e não desempregá-las; que não sejam desempregadas domésticas, que sejam

empregadas domésticas com todos os seus direitos, mas também reconhecendo

que o empregador deve ter um benefício para, estimulado, empregá-las.

Votamos “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o Governo?


Sr. Presidente, é muito bonito assistir a uma votação como esta em que todos os


270

partidos da Casa, após um longo debate, encaminham conjuntamente uma posição

favorável a esse projeto de lei que resgata a cidadania, que garante direitos para

trabalhadores e, sobretudo, para trabalhadoras, que corresponde a um grande

contingente daqueles que se ocupam do serviço doméstico.

Portanto, garantir a dignidade aos trabalhadores domésticos, garantir que eles

possam ter os mesmos direitos que o conjunto da classe trabalhadora, é isto que a

Casa vota neste momento. E é muito simbólico que a Deputada Benedita da Silva,

uma mulher que tem uma história belíssima e que honra esta Casa, esteja

apresentando esse parecer que amplia direitos para os trabalhadores brasileiros.

Também[CD211] é simbólico porque votamos essa matéria no mês das mulheres. E

são as mulheres as que compõem o grande contingente que será beneficiado neste

momento.

O Governo encaminha o voto “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vou encerrar a votação. Não há risco

de não atingir o quórum porque, com todo mundo encaminhando “sim”, vamos

ganhar tempo.

O SR. BOHN GASS (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Deputado Bohn Gass vota com a bancada.

O SR. JOSÉ MENTOR (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, nesta votação, o Deputado José Mentor acompanhou o PT.


271

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Está encerrada a votação. (Pausa)


SIM: 319;

NÃO: 2;

TOTAL: 321.

ART. 17: 1.

QUÓRUM: 322.

A EMENDA DE PLENÁRIO Nº 38 FOI APROVADA, RESSALVADOS OS

DESTAQUES.

Ficam prejudicados o projeto inicial e as emendas, ressalvados os destaques.


272

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pergunto se há acordo para que os

destaques sejam votados na semana que vem, não como item 1 da pauta, mas

como item 2.

O SR. ARTHUR OLIVEIRA MAIA (SD-BA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Há acordo, Sr. Presidente. Eu quero registrar que votei de acordo com o

partido.


orador.) - Há acordo, Sr. Presidente.

O SR. OTAVIO LEITE (PSDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Há

acordo, Sr. Presidente, vamos votar os destaque na semana que vem.

O SR. NILSON LEITÃO - Sr. Presidente, eu gostaria de propor...


Presidente, o Deputado Ságuas Moraes votou “sim” ao projeto da Deputada

Benedita da Silva.

O SR. ALCEU MOREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, votei com o partido.

O SR. JORGE BOEIRA (Bloco/PP-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o Deputado Jorge Boeira está tendo dificuldade com o painel. Eu

gostaria de registrar o voto “sim”.

O SR. NILSON LEITÃO - São cinco destaques.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não acabará hoje. Então, é melhor

que seja produzido um acordo. Isso facilitará.


273


Eu quero propor que votemos na semana que vem os destaques. Daria tempo,

talvez, até de termos harmonia nesses destaques.

Lembro que o Deputado Nilson Leitão votou com o partido, não votou no

painel.

O SR. LEONARDO PICCIANI - Sr. Presidente, pela ordem.


Sr. Presidente, a Minoria aceita o acordo.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Será votado por acordo, porém com

esta ressalva: o item 1 da pauta é o projeto do salário mínimo. O.k.?

O SR. LEONARDO PICCIANI - Sr. Presidente, questão de ordem.

[CD212] O SR. RONALDO FONSECA (PROS-DF. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Ronaldo Fonseca votou com o partido.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Foi o acordado quando adiamos o

anterior. Nós temos que cumprir os acordos.

O SR. FÁBIO SOUSA (PSDB-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Deputado Fábio Sousa votou com a orientação do partido.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não há necessidade de justificar, a

próxima votação nominal consolida.

Então, retirada de pauta, a votação dos destaques fica para a próxima

semana.

O SR. MARCOS REATEGUI (Bloco/PSC-AP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Marcos Reategui votou conforme a orientação

do partido.


274

O SR. LEONARDO PICCIANI - Sr. Presidente, pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O próximo item é o nº 3.

O SR. VICENTE CANDIDO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o Deputado Vicente Candido votou com partido.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não adianta justificar pelo microfone,

que não tem valor. A próxima votação, se houver, consolida.

O SR. ALIEL MACHADO (PCdoB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o Deputado Aliel Machado votou com o partido.


275


PROJETO DE LEI Nº 5.201-A, DE 2013

(DO SR. ANDRÉ FIGUEIREDO)

Discussão, em turno único, do Projeto de Lei nº

5.201-A, de 2013, que altera a Lei nº 11.345, de 14 de

setembro de 2006, para modificar a destinação dos

valores arrecadados no concurso de prognóstico

denominado Timemania com o objetivo de torná-la mais

atraente para seus apostadores e de aumentar a

capacidade de pagamento das entidades desportivas

quanto às suas dívidas fiscais junto à União, e dá outras

providências; tendo parecer da Comissão Especial pela

constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, pela

adequação financeira e orçamentária e, no mérito, pela

aprovação parcial deste e do de nº 6.753/2013, apensado,

com substitutivo (Relator: Dep. Otavio Leite).


276

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Há sobre a mesa requerimento de

retirada de pauta, assinado por vários Líderes e pelo Deputado Jovair Arantes.


277

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Há um consenso de este projeto ficar

para a semana que vem, porque não foi concluída a negociação.


Sr. Presidente, o Deputado Aliel Machado votou com o partido.


278


retirada de pauta.


279

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Os Srs. Deputados que concordam


APROVADO.


280

O SR. OTAVIO LEITE - Sr. Presidente, por favor, tenho um esclarecimento,

como Relator da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não, Deputado Otavio Leite.

O SR. OTAVIO LEITE (PSDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Nós,

e aí eu falo do conjunto dos Deputados, de maneira suprapartidária vimos discutindo

esse tema há mais de ano e meio.

Há um relatório pronto e há, ao mesmo tempo, uma emenda substitutiva

global que vem sendo construída a mil mãos dentro desta Casa, o que eu acho um

processo extremamente saudável, para podermos oferecer uma lei estruturante para

o futebol brasileiro.

[CD213] Nós íamos votar ontem o projeto. V.Exa., inclusive, tem sido um animador

desse processo. Aliás, falam de presidencialismo, falam de parlamentarismo, mas,

diga-se de passagem, eu queria sublinhar que se instalou um novo condicionamento

doutrinário constitucional brasileiro, que é uma espécie de congressual-

presidencialismo, na gestão de V.Exa.

Seguindo nessa esteira, rapidamente eu queria dizer que aguardamos uma

manifestação oficial do Governo até terça-feira. Do contrário, nós votaremos o

projeto, que está pronto. A todos os Líderes, mais uma vez, quero avisar: a matéria

está em aberto para que possam ser oferecidas sugestões, emendas.

Esse projeto é da maior relevância para que os clubes tenham uma saída do

atoleiro em que se encontram — todos, grandes, médios, pequenos —, impondo-

lhes uma série de restrições de responsabilidade fiscal e gestão democrática e

transparente.


281

Então, eu gostaria de ressaltar que esta talvez tenha sido a última volta do

ponteiro. É indispensável que votemos a matéria na terça-feira.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Estará na pauta.

O SR. PAULO PIMENTA (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Deputado Paulo Pimenta acompanhou o partido na votação anterior.


Leonardo Picciani.


orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria de solicitar à Mesa, se houver aquiescência do

Plenário, que nós pudéssemos votar o requerimento de moção, apresentado pelo

Deputado Mauro Pereira e subscrito pela bancada do PMDB, de apoio à causa dos

caminhoneiros.

Eu peço o apoio do Plenário para que nós possamos rapidamente votar essa

moção.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Nós o votaremos antes do

encerramento da Ordem do Dia.

O SR. LEONARDO PICCIANI - Agradeço a V.Exa.

O SR. AFONSO HAMM (Bloco/PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, peço 15 segundos para falar sobre o PROFORTE.

Na Comissão do Esporte, na terça-feira pela manhã, com o Relator Otavio

Leite, nós aprovamos uma discussão para exatamente finalizar o entendimento do

PROFORTE.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vamos avançar, senão nós não

terminaremos a sessão às 19 horas.


282

[CD214] [CD215]O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Item 4.

PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 10, DE 2015,

(MESA DIRETORA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS)

Discussão, em turno único, do Projeto de

Resolução nº 10, de 2015, que “altera o Regimento

Interno da Câmara dos Deputados, aprovado pela

Resolução n° 17, de 21 de setembro de 1989, para cr iar a

Secretaria de Relações Internacionais”; pendente de

parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de

Cidadania.


283

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para oferecer parecer...


orador.) - Sr. Presidente, há um requerimento sobre a mesa.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Há acordo da Mesa aqui para votar,

Deputado.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - É um requerimento para nós analisarmos,

Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Mas isto é acordo da Mesa, votado

pelo Democratas junto à Mesa.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Sr. Presidente, estão pedindo para que

seja colocado em votação o requerimento.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Está bem, eu vou colocar, se for o

caso.


Sr. Presidente, há inscrição sobre a mesa para falar contra ou a favor do projeto.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Há inscrição sobre a mesa? Então,

vamos avançar.


284

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Passa-se à apreciação do seguinte

requerimento:

“Requeremos a V.Exa., nos termos do art. 117,

VI, do Regimento Interno, a retirada de pauta do PR nº

10/2015, constante da presente Ordem do Dia.”


285

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar contra a proposição,

concedo a palavra ao Deputado Glauber Braga. (Pausa.)

O SR. CELSO MALDANER (Bloco/PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Celso Maldaner votou com o PMDB na

votação anterior.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não adianta fazer justificativa. A

próxima votação nominal consolidará. A justificativa de microfone não conta para

ausência de votação. É um ledo engano este, de quem acha que conta, porque

nunca contou. A Presidência consolidará na próxima nominal.

Concedo a palavra ao Deputado Glauber Braga.

O SR. GLAUBER BRAGA (PSB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu quero ter a oportunidade, neste item, de dialogar diretamente com

V.Exa. e falar sobre a sua condução dos trabalhos da Câmara dos Deputados.

V.Exa. tem procurado desenvolver e fazer com que a Casa efetivamente delibere

sobre um conjunto de matérias.

[CD216]Não vou aqui fazer uma avaliação de mérito. Com algumas matérias,

concordo, e com outras, discordo, mas a democracia tem dessas coisas.

Apreciamos muito o espírito democrático. Esperamos ter avaliação de cada matéria

relacionada ao voto.

Mas, Sr. Presidente, na criação e na condução dos trabalhos — e eu me dirijo

diretamente a V.Exa. —, preocupa-me muito, mesmo sem V.Exa. neste momento

poder me dar toda a sua atenção, quando a Presidência tem uma posição que não é

dialogada com o conjunto dos Parlamentares, para que as decisões de V.Exa.

possam prevalecer, como decisões que não podem ser contestadas.


286

Vou direto ao ponto, Sr. Presidente. Houve aqui a oportunidade de apreciar e

de votar um requerimento de urgência que teve o voto de 288 Deputados, que

votaram favoravelmente ao projeto que trata do Instituto Nacional de Supervisão e

Avaliação da Educação Superior — INSAES.

V.Exa., na semana passada, teve a oportunidade de ir ao microfone — e eu

me dirijo a V.Exa., Presidente da Câmara, Eduardo Cunha — e disse que não

votaria o INSAES, passando por cima da vontade dos 288 Deputados Federais que

aprovaram a urgência do projeto.

[CD217] Eu tive a oportunidade de ver a entrevista de V.Exa. para a Rede

Bandeirantes no domingo. V.Exa. disse ao conjunto de entrevistadores que não

votaria e não deliberaria o INSAES. Eles questionaram V.Exa. sobre o motivo — o

mesmo questionamento que eu tive a oportunidade de fazer no plenário. A resposta

de V.Exa.: “Eu dialogo com tranquilidade, com respeito e com ponderação”. Para

mim, não é suficiente, Sr. Presidente. A resposta que V.Exa. me deu naquele dia foi:

“Não votarei o INSAES e esse projeto que vem do Ministério da Educação porque é

uma prerrogativa desta Presidência não colocar em pauta esse projeto”. A

justificativa tem que ser de natureza política e administrativa, porque, nesse caso

específico, Sr. Presidente, a sua vontade, mesmo que tenha prerrogativas próprias,

não é a vontade dos 288 Deputados que, por maioria, votaram a urgência.

Eu tenho certeza de que V.Exa. também percebeu que foi o mesmo

questionamento que os jornalistas da TV Bandeirantes fizeram. Também não

entenderam que a vontade ou qualquer disputa possa ser superior aos interesses

nacionais em votação de matérias importantes como essa.


287

Então, quando V.Exa. articula um projeto como esse da Secretaria de

Relações Internacionais, eu gostaria de ter a oportunidade de, dialogando

claramente, pedir...


O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Já é a segunda prorrogação,

Deputado. Vamos concluir.

O SR. GLAUBER BRAGA - Concluo em alguns segundos.

Eu gostaria de dialogar com V.Exa., para que, no exercício da Presidência,

haja alguns limites e que esses limites sejam, em primeiro lugar, respeitar a vontade

da maioria dos Deputados Federais que votaram “sim” à urgência, e não fazer com

que disputas de natureza pessoal ou políticas momentâneas se sobreponham aos

interesses maiores do Brasil.

Então[CD218], o que foi aprovado pela maioria tem que ser votado pelo

Plenário; e aquilo que é interesse do Ministério da Educação não é interesse única e

exclusivamente do Ministro, é um interesse brasileiro, que precisa ser votado por

esta Casa.

Muito obrigado, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, apenas por respeito e

consideração a V.Exa., eu vou responder.


orador.) - Sr. Presidente, uma questão de ordem. Nós vamos retirar os dois

requerimentos.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não, Deputado.


288

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Respondo ao Deputado Glauber, por

consideração e respeito a S.Exa.: em primeiro lugar, esse projeto é de autoria do

Poder Executivo, e não veio com urgência constitucional, está aqui há mais de 2

anos. Este Presidente colocou em votação o requerimento de urgência e fez todo o

esforço para aprová-lo. E V.Exa. não concluiu com a resposta que eu dei na Rede

Bandeirantes. Eu disse que “achacador não pode votar projeto do Ministério da

Educação”, porque foi assim que, desta Casa, foram chamados 400 Parlamentares.

Se o Governo entende que o projeto tem a importância que V.Exa. está

falando, basta uma mensagem da Presidenta da República dando a urgência

constitucional, que ele estará compulsoriamente em pauta.

Em votação...

O SR. SIMÃO SESSIM - Sr. Presidente...

O SR. LEONARDO PICCIANI - Sr. Presidente...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - ...retirada de pauta...


289

[CD219]O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para oferecer parecer ao

projeto, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, concedo a palavra

ao Deputado Leonardo Picciani.


revisão do orador.) - Sr. Presidente, o projeto é constitucional, o parecer é pela

juridicidade e boa técnica legislativa.


290

[CD220]O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não havendo oradores

inscritos... Há orador inscrito.

Deputado Glauber Braga, V.Exa. vai continuar a discussão?

O SR. MAURO LOPES (Bloco/PMDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - O Deputado Mauro Lopes, na votação anterior, votou com o partido.


Sr. Presidente, eu uso da palavra em microfone aqui em baixo mesmo. Eu só queria

dizer a V.Exa., com todo o respeito, como foi também a resposta de V.Exa., que nós

não podemos considerar que, pela declaração do Ministro, a partir de hoje esta Casa

não vota mais nenhum projeto que seja da educação, ou do Ministério da Educação.

[CD221] Então, quer dizer que a gente interrompe todas as ações da educação

brasileira por conta da declaração do Ministro? Esse passa a ser o entendimento de

V.Exa.? Sr. Presidente, com todo o respeito, V.Exa. está errado. A Casa não pode

deixar de votar um projeto dessa natureza, ou projetos do Ministério da Educação,

seja qual for a declaração do Ministro. Essa é uma obrigação, Sr. Presidente.

O SR. LEONARDO PICCIANI - Sr. Presidente, pelo PMDB, eu quero falar

sobre o tema.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, V.Exa. tem a prerrogativa.

Vou dialogar com V.Exa. V.Exa. tem a prerrogativa de fazer requerimentos e colocar

em mesa. Eu tenho certeza absoluta de que, se eu colocar um requerimento para

votação imediata, esta Casa derrotará, com a maior tranquilidade.

V.Exa. concluiu?


291

O SR. GERALDO RESENDE (Bloco/PMDB-MS. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Geraldo Resende, na votação anterior, votou

conforme orientação do partido.

O SR. GLAUBER BRAGA - Sr. Presidente, como V.Exa. falou no meu tempo,

quero só concluir.

O SR. LEONARDO PICCIANI - Sr. Presidente...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não adianta justificar, a próxima

votação nominal consolida.

Tem a palavra o Deputado Glauber para concluir. Depois, o Deputado

Leonardo Picciani.

O SR. GLAUBER BRAGA - Nesse caso específico, o requerimento não se

demonstra necessário, porque essa votação já foi feita no plenário e aprovada por

288 Deputados Federais, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Foi votação de requerimento de

urgência, Deputado. Não há obrigação. Deputado Glauber, existem cerca de 500

requerimentos de urgência referentes a 500 projetos que não estão em votação. Se

eu colocar os 500 em ordem, esse será o 501. Então, não há a obrigatoriedade de

votação do requerimento de urgência, da colocação imediata em pauta do projeto

original.

Com a palavra o Deputado Leonardo Picciani.


orador.) - Sr. Presidente, sobre esse tema, a Liderança do PMDB quer esclarecer

que não aceita a inclusão em pauta desse projeto. Nós não vamos votar a criação

de mais de 500 cargos no momento em que se corta dinheiro do FIES, em que mais


292

da metade dos estudantes não conseguem fazer a sua renovação no FIES. É por

essa razão, e não por nenhuma outra, que o PMDB não aceita a inclusão em pauta

e não votará esse projeto.

[CD222]O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Em votação o Projeto de

Resolução...

Há inscrição.

Com a palavra o Deputado Simão Sessim.

O SR. SIMÃO SESSIM (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, peço a palavra só para agradecer, em nome da UNIDAS, a

associação das entidades de autogestão em saúde, o apoio que foi dado à

aprovação do projeto que apresentamos, de minha autoria. Agradeço a V.Exa., a

todos os Líderes, aos Deputados e às Deputadas a unanimidade.

Quero registrar que votei “sim” ao projeto das empregadas domésticas, mas

lamentavelmente o painel não acusou.

Obrigado, Presidente.

O SR. PEDRO UCZAI - Sr. Presidente...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Há oradores inscritos para falar a

favor.

V.Exas. abrem mão de falar? (Pausa.)

O SR. LINCOLN PORTELA - Vamos todos abrir mão.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Abrem mão.

O projeto foi emendado.


293


Nelson Marquezelli, para oferecer parecer, pela Mesa Diretora, às emendas de

plenário ao Projeto de Resolução...

O SR. PEDRO UCZAI - Sr. Presidente, enquanto...


Presidente, V.Exa. está tendo todo o rigor quanto à presença dos Parlamentares

aqui, e a Deputada Maria do Rosário acabou de dizer que continua a CPI. Eu queria

saber se...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A CPI, para oitiva das testemunhas,

oitiva dos depoentes... Não há deliberação. Ela não pode deliberar.

O SR. SÁGUAS MORAES - Mas e com relação à presença, Sr. Presidente?

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Quanto à presença, ela vem aqui. O

plenário é aqui do lado. Todos nós cansamos de participar de Comissão, vir dar a

presença, votar, e voltar. Nada impede. Isso não é justificativa para falta.

O SR. AFONSO FLORENCE (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, quero registrar que o Deputado Afonso Florence votou com o partido

nas votações anteriores.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não há necessidade de justificar,

Deputado, até porque não conta.

O SR. AFONSO FLORENCE - Eu não sei se poderei votar na próxima,

porque vou voltar para a CPI.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pode. Na próxima, consolida.

O SR. AFONSO FLORENCE - Eu quero registrar que eu votei com o partido

nas votações anteriores, e não sei se poderei voltar, porque estarei lá.


294

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não. Mesmo que V.Exa.

justifique, não será contado para ausência.


295

[CD223] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado

Nelson Marquezelli, para oferecer parecer às emendas de Plenário, pela Mesa

Diretora.

O SR. NELSON MARQUEZELLI (Bloco/PTB-SP. Para emitir parecer. Sem

revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Projeto de Resolução nº 10, de 2015, altera o

Regimento Interno da Câmara dos Deputados, aprovado pela Resolução n° 17, de

21 de setembro de 1989, para criar a Secretaria de Relações Internacionais.

Examinada a constitucionalidade, o parecer é pela rejeição.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O parecer é pela rejeição.


296

[CD224] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para oferecer parecer às emendas

de plenário, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, concedo a

palavra ao Deputado Leonardo Picciani.


revisão do orador.) - Sr. Presidente, o parecer sobre as emendas é pela

inconstitucionalidade, injuridicidade e boa técnica legislativa.


297

[CD225]O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Em votação as emendas de

Plenário com parecer pela rejeição.


298

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Os Srs. Deputados que as aprovam

permaneçam como se encontram e os contrários se manifestem. (Pausa.)

REJEITADAS, RESSALVADOS OS DESTAQUES.


299

O SR. PEDRO UCZAI - Sr. Presidente, pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Em votação o Projeto de Resolução

nº 10, de 2015...

O SR. NEWTON CARDOSO JR - Sr. Presidente, um breve esclarecimento,

apenas.


O SR. NEWTON CARDOSO JR (Bloco/PMDB-MG. Pela ordem. Sem revisão

do orador.) - V.Exa. disse que, caso não se consiga votar, a próxima votação

consolidará. Caso não haja uma próxima votação...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Haverá falta.


300


nº 10, de 2015, ressalvados os destaques.


301



APROVADO.


302

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Sobre a mesa destaque da bancada

do PT à Emenda nº 1.

Abrem mão de falar? (Pausa.)

Parecer pela rejeição.


303

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Ságuas

Moraes.

O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

o nosso destaque diz:

“O Secretário de Relações Internacionais será

escolhido pelo Presidente da Câmara entre os deputados

no exercício do mandato, para o período de dois anos,

vedada a recondução para o biênio subsequente.

Parágrafo único. O Presidente da Câmara poderá,

a qualquer tempo, indicar novo Secretário de Relações

Internacionais para concluir o biênio de seu

antecessor.”[CD226]


304


destaque do PT à Emenda nº 1.


305

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Os Srs. Deputados que forem

favoráveis permaneçam como se encontram e os contrários se manifestem. (Pausa.)

REJEITADO.


306

O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT) - Verificação de votação.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Verificação concedida.

O SR. LEONARDO PICCIANI (Bloco/PMDB-RJ) - Verificação conjunta.


307

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A Presidência solicita aos Srs.

Deputados que tomem os seus lugares, a fim de ter início a votação pelo sistema

eletrônico.


Queiram seguir a orientação do visor de cada posto.


308

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Atingido o quórum de 257, encerrarei

imediatamente a votação.

O SR. EFRAIM FILHO (DEM-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

Democratas vota “não”.


orador.) - Orientação: “não”, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Orienta “não” o Bloco PMDB.

Como vota o PSDB?

O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PSDB vota “não”, Sr. Presidente.


O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PT vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o Bloco do PRB?

(Pausa.)

Como vota o Bloco do PSD?


Convoco os Deputados do PSDB a virem ao plenário votar.

O SR. ROGÉRIO ROSSO (PSD-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

PSD: “sim” à emenda.



O PR vota “sim”, Sr. Presidente.



309


O PROS vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O PROS vota “sim”.

Como vota o PSB? (Pausa.)

Como vota o PRB?

A SRA. ROSÂNGELA GOMES (Bloco/PRB-RJ. Pela ordem. Sem revisão da

oradora.) - Sr. Presidente, o PRB vai encaminhar a votação: “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu quero lembrar que esse foi um

texto aprovado pela Mesa Diretora.

Nós estamos reformando o acordo da Mesa Diretora, quando os partidos

todos estavam presentes.

Então, quero dizer que os representantes dos partidos na Mesa Diretora estão

sendo desautorizados por Lideranças que lá os colocaram.

O SR. RODRIGO MAIA - Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão de

ordem.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. RODRIGO MAIA (DEM-RJ. Questão de ordem. Sem revisão do

orador.) - O Relator da CCJ deu pela inconstitucionalidade. Não se pode votar o

destaque. A emenda está prejudicada porque o Relator deu pela

inconstitucionalidade; não cabe a votação.

[CD227] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Peço ao Relator que se pronuncie

sobre o parecer, se foi pela rejeição por inconstitucionalidade. Se for, está

prejudicado.


310

O SR. LEONARDO PICCIANI (Bloco/PMDB-RJ. Sem revisão do orador.) - Foi

pela inconstitucionalidade.

[CD228]O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Então, está prejudicada a

votação. Retiro a votação nominal.

Está aprovada a resolução.


311


votos a seguinte

REDAÇÃO FINAL:


312

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Os Srs. Deputados que a aprovam


APROVADA.

A matéria vai à promulgação.

Esta Presidência considera promulgada nesta sessão a presente resolução.


313

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Item 5.:

PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 11, DE 2015

(DA MESA DIRETORA)

Discussão, em turno único, do Projeto de

Resolução nº 11, de 2015, que altera o Regimento Interno

da Câmara dos Deputados, aprovado pela Resolução n°

17, de 21 de setembro de 1989, para dispor sobre a

Secretaria de Comunicação Social. Pendente de parecer

da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.


314

O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (PSDB-CE. Pela ordem. Sem

revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Raimundo Gomes de Matos votou

com o partido nas votações anteriores.


315


retirada de pauta:

“Sr. Presidente,

Requeiro a V.Exa., nos termos do art. 83, parágrafo

único, II, “c”, do Regimento Interno da Câmara dos

Deputados, a retirada de pauta da presente Ordem do Dia

do Projeto de Resolução nº 11, de 2015.

Termos em que pede deferimento.”

Assina o Deputado Chico Alencar.


316

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não há oradores inscritos para falar

contra.

Há oradores inscritos para falar favoravelmente.



317


votação nominal.

“Sr. Presidente,

Requeiro a V.Exa., nos termos do art. 117, XII,

combinado com o art. 186, inciso II, todos do Regimento

Interno da Câmara dos Deputados, que o requerimento de

retirada de pauta do Projeto de Resolução nº 11, de 2015,

seja pelo processo nominal de votação.



318

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar a favor do requerimento

de votação nominal para o requerimento de retirada de pauta, tem a palavra o


O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, servidores da Casa, todos que

acompanham esta sessão, aparentemente criar uma Secretaria de Comunicação na

Câmara dos Deputados é uma iniciativa boa, correta, saudável. Entretanto, nós

temos muitos departamentos na Casa, competentes, eficientes, providos, na grande

maioria das funções, por concursados.

[CD229] Se temos, e temos, vários que nos auxiliam, vários que fazem, inclusive, a

qualidade do nosso mandato, um dos que mais se destacam — eu o tenho

acompanhado nos últimos 12 anos, tempo que já é bastante longo, aliás —, nessas

atividades é o da comunicação da Casa, pela sua independência, pela sua

diversidade, pela qualidade da programação da Rádio Câmara e da TV Câmara,

programação na qual as atividades culturais têm a sua presença, mas de maneira

nenhuma obscurecem o essencial de uma TV Câmara, que é a cobertura da

atividade parlamentar.

Lembro-me de quando questionei a criação dessa Secretaria na reunião de

Líderes, e o Presidente argumentou: “A TV Câmara não pode imaginar que,

colocando um programa de chorinho, vai tomar a audiência do Faustão”. Não vai

tomar, é obvio, e nem deve tomar; não é esse o campo da disputa.

A TV pública está voltada para o interesse público, e um Ernesto Nazareth,

por exemplo, é de alto interesse público, assim como uma série de atividades do

âmbito cultural.


319

Agora, o maior interesse público é exatamente a função parlamentar, os

debates, as divergências e os nossos conflitos civilizados. Portanto, é um perigo

para um departamento que tem atuado muito bem na divulgação da Câmara dos

Deputados — às vezes até melhor do que nós mesmos conseguimos produzir nos

nossos mandatos —, que são a TV Câmara e a Rádio Câmara, e os seus serviços

todos de Internet.

Vejam que temos um destaque, inclusive — caso a maioria insista nesta ideia

perigosa — que pode, pelo menos, parcializar, pode partidarizar ou politizar, no mal

sentido da palavra, esses setores. O que não era uma demanda. Não me lembro

nas legislaturas passadas...



320

[CD230]O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Em votação o requerimento de

votação nominal.


321

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Os Srs. Deputados que forem

favoráveis permaneçam como se acham. (Pausa.)

REJEITADO.


322

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Requerimento de retirada de pauta


“Sr. Presidente,

Requeiro a V.Exa., nos termos do art. 83, parágrafo

único, II, “c”, do Regimento Interno da Câmara dos

Deputados, a retirada de pauta da presente Ordem do Dia




323

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Inscrito para falar a favor, Deputado

Chico Alencar.

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - O Presidente

comeu o sanduíche de mortadela do Senador Jucá. Está com uma celeridade

absoluta.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não, é que eu quero acabar às 19

horas, para que V.Exa. nem eu percamos o avião.

O SR. CHICO ALENCAR - Sim, nós não vamos perder o avião. Agora, não

podemos perder a independência dos órgãos de comunicação da Casa nem o

concurso, altamente qualificado, dos seus profissionais.

Vejam só: o projeto diz que estão submetidos às determinações do Secretário

de Comunicação Social, que será um Parlamentar — e todo Parlamentar é de um

partido —, o Jornal da Câmara, a TV Câmara, a Rádio Câmara e a Agência Câmara,

bem como todas as unidades administrativas da Secretaria de Comunicação Social.

Isso é um erro! Isso pode desqualificar a comunicação da Casa e prejudicar o

conjunto na sua sagrada diversidade dos Parlamentares. Nós somos transitórios; o

Parlamento é permanente, salvo se inventar, pelo nosso desgaste inclusive, outras

formas de representação. Mas já temos mais de 180 anos, não está dado que

venhamos a desaparecer tão proximamente.

De toda forma, dentro do Parlamento há instâncias permanentes. No mundo

de hoje a comunicação é fundamental. E o espaço de uma TV, de uma rádio, de

uma comunicação moderna, na web, públicos, tem que ser preservado.

[CD231] O nosso temor — e falei isso com o Deputado Cleber Verde, com quem tenho

relações fraternas e muito respeitosas — é de que nós comecemos a partidarizar


324

essa instância, selecionar matérias, deixar com medo os profissionais da

comunicação: “Não vou cobrir algo, porque pode desagradar Sicrano, Beltrano”. Isso

é o fim da própria democracia da informação dentro da Casa.

Então, a nossa disposição é convencer os colegas sobre a impropriedade de

se criar essa direção partidária, política ou mesmo compartilhada por um consórcio

de representantes partidários para a comunicação da Casa, que, repito, sempre

mereceu de todos nós os maiores elogios. E repito para aqueles que são muito

afiliados às grandes emissoras privadas de comunicação, às emissoras comerciais:

nenhuma rádio ou TV pública — isso vale inclusive para a TV Brasil — tem a

pretensão de concorrer com as TVs privadas no mercado. É outra instância, é outra

dimensão, essencial. É claro que nos países mais avançados há até limites da

propriedade empresarial da comunicação. Aqui nós estamos retrocedendo. Esse

projeto é um retrocesso.

A SRA. CRISTIANE BRASIL - Sr. Presidente, pelo PTB...


325


retirada de pauta.


326

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Os Srs. Parlamentares que o

aprovam permaneçam como se acham; os contrários se manifestem. (Pausa.)

REJEITADO.[CD232]


327

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para oferecer parecer ao projeto,

pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, concedo a palavra ao

Deputado Leonardo Picciani.


revisão do orador.) - Sr. Presidente, o parecer é pela constitucionalidade,

juridicidade e boa técnica legislativa.[CD233]


328

[CD234] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Em discussão. (Pausa.)

V.Exas. abrem mão da inscrição ou querem discutir? (Pausa.)

A SRA. ERIKA KOKAY - Sr. Presidente, quero discutir.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Declaro encerrada a discussão.

O projeto foi emendado.

A SRA. ERIKA KOKAY - Sr. Presidente,...

O SR. SÁGUAS MORAES - A Deputada Erika Kokay...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O projeto foi emendado.

V.Exa. não abriu mão?

O SR. HILDO ROCHA - Não!

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não. Desculpe-me. Eu não ouvi.

Com a palavra o Deputado Hildo Rocha. Não há problema.

A SRA. ERIKA KOKAY - Eu também, Sr. Presidente!

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não, Deputada. Assim faremos.

O SR. HILDO ROCHA (Bloco/PMDB-MA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, com todo o respeito que eu tenho a essa Mesa Diretora, que tem

tomado atitudes muito corretas, como neste ponto, quando altera o Regimento,

aprovando essa resolução e estabelecendo as competências da Secretaria de

Comunicação Social, que dizer que, no momento, colegas Deputados e Deputadas,

em que se coloca um Deputado, seja ele quem for, para tomar conta do serviço que

mais avançou nesta Câmara, o serviço de comunicação, nós vamos partidarizá-lo. O

Deputado vai escolher os Deputados do partido dele ou do bloco a que ele pertence

para dar as entrevistas que têm mais audiência.


329

Eu tive problemas com a 4ª Secretaria, que é administrada pelo partido. E

quem não teve? Para conseguir um apartamento funcional, a prioridade era do PTB,

não do PMDB. Eu não fazia parte ali dos interesses do 4º Secretário.

Assim vai acontecer com esta Casa. Nós não vamos mais sair no Jornal da

Câmara, nós não vamos mais ter acesso à TV Câmara. E os funcionários... Aqui,

outro dia, eu presenciei V.Exa. fazendo louvação ao Dr. Mozart. Louvamos o Mozart

pelos 40 anos que ele passou nesta Casa, realizando um grande trabalho.

[CD235] Vamos valorizar os servidores desta Casa! É isso o que eu quero pedir aos

companheiros. Vamos deixar que os servidores... E a atribuição é do Presidente. O

Presidente já tem esta atribuição: escolher, entre os servidores da Casa, que são

concursados, que são competentes, aquele que ele achar melhor para dirigir esse

serviço, que é importante para todos nós, Deputados e Deputadas que compõem

este Congresso, que compõem esta Câmara Federal.

É essa a minha colocação. Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra a Deputada Erika

Kokay.

A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, o Poder Legislativo é um Poder plural, é um Poder que aqui

representa várias concepções partidárias, vários projetos de Nação. Quando nós

falamos em sistema de comunicação da Câmara, nós estamos falando como é que

nós publicizamos essa pluralidade.

Esse serviço é dirigido há 16 anos por profissionais de carreira. Sendo um

órgão técnico, como é tradição na Casa, é dirigido por servidores de carreira. E nós

temos a possibilidade, aprovado este projeto, de termos um Parlamentar, que


330

defende uma concepção partidária, que defende um projeto político, dirigindo todo o

sistema de comunicação da Câmara. Nós não estamos falando de qualquer sistema

de comunicação. Nós estamos falando de um sistema que, só nesta Legislatura, já

entrevistou mais de 300 Parlamentares, em pouco mais de 1 mês, somando-se os

entrevistados da Rádio Câmara e da TV Câmara. Nós[CD236] estamos falando de um

sistema que possibilitou, em 2014, que mais de 22 milhões de pessoas assistissem

à TV Câmara. No último ano, a página da Rádio Câmara, no Facebook, cresceu

336%; a da TV Câmara, 601%; e a do Câmara Notícias, 1.116%! Nós estamos

falando de um sistema que ganhou as ruas deste País, que apresenta a diversidade

deste Poder Legislativo, porque o Poder Legislativo, se não exercer a sua

pluralidade, fere de morte a própria democracia, fere de morte a vontade do povo

brasileiro que elegeu cada uma e cada um de nós.

Nós estamos falando de um sistema de comunicação que produziu

documentários premiados, como Chico Mendes — Cartas da Floresta e A tortura

ainda resiste no País, uma série de contos da resistência, ou sobre Florestan

Fernandes, que foi Parlamentar nesta Casa. E foram premiados! Nós estamos

falando de um sistema de comunicação que não queremos que esteja sob o tacão

ou a direção de uma concepção partidária. Queremos todas e todos nós ter acesso

ao diálogo com a população que esse sistema atende.

Por fim, quero dizer que, dentro do critério de TV pública, é uma das mais

assistidas de todo o Brasil. Não vamos mexer no que é fundamental para a

democracia e para a pluralidade.

Por isso, dizemos “não” a esse projeto.

O SR. ESPERIDIÃO AMIN - Sr. Presidente...


331

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O projeto foi emendado.


O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para oferecer parecer às emendas

de Plenário...

O SR. IVAN VALENTE - Sr. Presidente, Ivan Valente está presente aqui.

O SR. ESPERIDIÃO AMIN - Peço a palavra. O Deputado Ivan está lá.

O SR. IVAN VALENTE - Sr. Presidente, Ivan Valente está presente aqui.

[CD237] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Ivan

Valente.

O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, quero começar fazendo um apelo a todos os Líderes, no

sentido de que nós retiremos este projeto da pauta, entremos em obstrução e

discutamos isso na semana que vem, porque isso aqui não é uma coisa pequena.

Essa mudança de Regimento é grave!

Esta Casa é partidária, é formada por 28 partidos com representação aqui.

Mas a imprensa da Casa é suprapartidária, a imprensa da Casa é plural. A imprensa

da Casa tem que ter equidade para com todos os Parlamentares e partidos. Ela tem

obrigação de promover o debate. Ela não é mídia comercial.

Não podemos votar a toque de caixa essa questão. Não aceitamos uma

modificação desse tipo. Não aceitamos que o complexo de comunicação da Casa,

que tem reconhecimento público pela seriedade, pela imparcialidade, pela garantia

da pluralidade, seja simplesmente expulso para nomear um Deputado — está no art.

2º do projeto: “Estão submetidos às determinações do Secretário de Comunicação


332

Social o Jornal da Câmara, a TV Câmara, a Rádio Câmara e a Agência Câmara” —,

um homem que pertence a um partido. Isso não é aceitável! Isso não é razoável!

Estou dialogando com todos os partidos, suprapartidariamente. Agradeço ao

Deputado Hildo, que é do PMDB e aqui fez essa defesa também da pluralidade.

[CD238] Nós não podemos, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, neste momento,

trabalhar com a seletividade. Isso vai gerar uma imensa contradição, reclamações

de todo tipo, e eu quero saber onde é que a reclamação vai bater. No Secretário?

Ora, para isso existe a Mesa Diretora da Câmara! Não é preciso um Secretário.

Vamos manter uma equipe profissional, com pluralidade, com competência, e

vamos reclamar quando não houver equidade. Agora, aqui, nós estamos

caminhando exatamente para acabar com a equidade, para direcionar

partidariamente os instrumentos da Câmara.

Peço novamente a todos os Líderes, em nome do bom senso, que os partidos

entrem em obstrução, para que nós discutamos isso, na semana que vem, contra

essa proposta, Sr. Presidente.

O SR. GLAUBER BRAGA - Sr. Presidente, peço a palavra para um

esclarecimento, por favor.


333


de Plenário...

O SR. GLAUBER BRAGA - Para um esclarecimento, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Já concedo a palavra a V.Exa.

Primeiro, o parecer, depois eu lhe concedo a palavra.

O SR. GLAUBER BRAGA - Pois não, obrigado.

O SR. MIRO TEIXEIRA - Posso apenas fazer uma proposta, Sr. Presidente?

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deixe-me só pegar o parecer e

V.Exa. fala.


334

[CD239] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para oferecer parecer às emendas

de Plenário, pela Mesa Diretora, concedo a palavra ao Deputado Nelson

Marquezelli.

O SR. NELSON MARQUEZELLI (Bloco/PTB-SP. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o Projeto de Resolução nº 11, de 2015, altera o Regimento Interno

da Câmara dos Deputados, aprovado pela Resolução nº 17, de 21 de Dezembro de

1989, para criar a Secretaria de Comunicação Social.

Pela rejeição das Emendas nºs 1, 2, 3 e 4.

É o parecer de Plenário, pela rejeição. [CD240]


335


de Plenário, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, concedo a

palavra ao Deputado Leonardo Picciani.

O SR. LEONARDO PICCIANI (Bloco/PMDB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o parecer das emendas é pela inconstitucionalidade, injuridicidade e boa

técnica legislativa.[CD241]


336

O SR. GLAUBER BRAGA - Sr. Presidente, para um esclarecimento.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O Deputado Miro Teixeira havia

pedido a palavra, e vou conceder a S.Exa.

O SR. MIRO TEIXEIRA (PROS-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, claro que, com o parecer pela inconstitucionalidade, não poderá haver

destaque.

[CD242]Eu imagino que esse tema não é polêmico agora, porque está na hora

do embarque, mas esse tema vai se tornar muito polêmico. Muitos propuseram

retirada de pauta, adiamento. Eu quero ir um pouco além — e quem sabe não têm

razão aqueles que desejam essa mudança — e propor uma Comissão Geral, na

qual cada um sustentará seu ponto de vista. Poderíamos fazer na próxima quinta-

feira, na próxima sexta-feira, na próxima terça-feira, uma Comissão Geral. É um

tema que merece.

A questão da comunicação do Congresso foi a primeira questão a preocupar

a Legislatura que se instalou depois do Ato nº 5. O Presidente da Comissão foi o

Senador, na época Deputado, Marco Maciel. É uma questão delicadíssima. Se não

houver hoje a repercussão, de hoje para amanhã, eu presumo que poderá haver

uma repercussão negativa para a Casa, sem que se deseje isso.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, só para responder V.Exa.,

eu não tenho condição de interromper o processo de votação, até porque é um

projeto aprovado pela Mesa Diretora. Somente esclareço a V.Exa. que houve um

acordo na Mesa Diretora, inclusive na reunião de Colégio de Líderes. Por isso é que

eu estranho certos questionamentos.


337

O SR. CHICO ALENCAR - Não, Presidente, eu contestei. Eu contestei,

Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Nós vamos criar um conselho para

cuidar da política de imagem da Casa. Esse conselho vai ser proposto, já houve um

texto proposto pela Deputada Luiza Erundina. Chegará esse texto. A Mesa Diretora

vai aprovar. Aqui é apenas a reunião dos órgãos administrativos, debaixo da

subordinação administrativa de quem vai ser o gestor, continuando os mesmos

funcionários da Casa, os mesmos departamentos. Não há nada que vá gerar

polêmica. E, com certeza absoluta, qualquer debate desses seria afrontar até a

própria decisão da Mesa, que considerou que vai ter essa resolução de um conselho

de política de imagem.

[CD243] O SR. GLAUBER BRAGA - Presidente, um esclarecimento!

O SR. SIBÁ MACHADO - Sr. Presidente...

O SR. MIRO TEIXEIRA - Eu concordo com V.Exa. E concordo para mostrar o

quanto está errado, porque o Plenário não pode ser ultrapassado pelo Colégio de

Líderes.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Claro!

O SR. MIRO TEIXEIRA - O Colégio de Líderes se reúne...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - É por isso que está no Plenário para

votação.

O SR. MIRO TEIXEIRA - Agora, o Plenário está aqui...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para votar, claro!

O SR. MIRO TEIXEIRA - ...para dizer que não concorda com aquela decisão

do Colégio de Líderes.


338

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não, a decisão da Mesa, Deputado.

O Colégio de Líderes concordou com o que foi votado pela Mesa.

O SR. MIRO TEIXEIRA - O que está sendo esclarecido é que não foi nem o

Colégio de Líderes, foi a Mesa.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não, o Colégio de Líderes concordou

com a proposta.

O SR. CHICO ALENCAR - Com exceção! Não generalize!

O SR. MIRO TEIXEIRA - Agora, acho que não faz mal algum... Qual é o mal

que há em fazer uma Comissão Geral para se debater isso francamente?

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Nós podemos até fazer a Comissão

Geral para debater o texto do conselho, debater tudo isso, até a política, mas aqui

há uma decisão da Mesa Diretora que eu tenho que submeter ao Plenário; está aqui

em votação.

O SR. GLAUBER BRAGA - Presidente, um esclarecimento!



O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Esta Presidência deixa de submeter

a votos as Emendas nº 1 e nº 4, por terem recebido...

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

Deputado Zé Geraldo votou com o seu partido na votação anterior.

O SR. MIRO TEIXEIRA - Sr. Presidente, é preciso reagir a isso. Se é

exclusivamente uma decisão da Mesa, o Plenário tem que reagir, por favor.



339

O SR. ESPERIDIÃO AMIN - Sr. Presidente, eu já pedi a palavra há bastante

tempo!

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu vou lhe garantir a palavra,

Deputado Esperidião Amin.

O SR. ESPERIDIÃO AMIN - Eu quero fazer uma ponderação.



340

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Esta Presidência deixa de submeter

a votos as Emendas nº 1 e nº 4, por terem recebido parecer pela

inconstitucionalidade, nos termos do art. 189, § 6º, do Regimento Interno.


341

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado

Esperidião Amin.


O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Presidente, enquanto S.Exa. segue para a tribuna, por que o Deputado Marquezelli

deu pela inconstitucionalidade da nossa emenda?

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A inconstitucionalidade foi dada pela

Comissão de Constituição e Justiça.

O SR. SIBÁ MACHADO - Então...

O SR. ESPERIDIÃO AMIN - Sr. Presidente,...

O SR. SIBÁ MACHADO - A inconstitucionalidade acabou de ser relatada ali

na tribuna.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não, o Deputado Marquezelli rejeitou

a emenda. A Comissão de Constituição e Justiça deu parecer pela

inconstitucionalidade.

O Deputado Esperidião Amin está com a palavra assegurada.

O SR. ESPERIDIÃO AMIN - Sr. Presidente, eu quero dizer que a minha

consciência...

O SR. SIBÁ MACHADO - V.Exa. me ouça, só por 1 minuto.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, vamos pela ordem dos

trabalhos. O Deputado Esperidião Amin está com a palavra.

[CD244] O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco/PP-SC. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - A minha consciência determina que eu lhe faça a seguinte ponderação.


342

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não, Deputado Esperidião

Amin.

O SR. ESPERIDIÃO AMIN - Se estivesse aí na Presidência um Presidente do

Partido dos Trabalhadores, muitos diriam que se estaria pretendendo aparelhar o

sistema de comunicação. É essa a reflexão que eu quero fazer. E, por isso, eu

perfilo com o Deputado Miro Teixeira, não no sentido de procrastinar, mas de

fazermos uma reflexão, não sobre o dia de hoje, mas sobre o que estaremos

eventualmente lamentando daqui a 6 meses.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não, Deputado.

O SR. GLAUBER BRAGA - Sr. Presidente, peço a palavra para um

esclarecimento, por favor.


Glauber Braga, para um esclarecimento.


Obrigado.

Sr. Presidente, houve a proposta de criação de um conselho, feita pela

Deputada Luiza Erundina.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Sim, o que vai ser deliberado pela

Mesa Diretora.

O SR. GLAUBER BRAGA - Vou concluir o raciocínio, Presidente.

Essa proposta, que vai ser deliberada pela Mesa, necessariamente tem que

dar o direito a que todas as forças políticas da Casa possam estar plenamente

representadas. E aqui eu gostaria de falar de uma preocupação e, logo depois, fazer

uma proposta. A preocupação não tem relação direta com V.Exa. na Presidência. É


343

a preocupação de vários Parlamentares de que, a partir desse momento, a linha

editorial da TV Câmara, da Rádio Câmara e dos órgãos de comunicação da Casa

seja a linha da Presidência, ou seja, de quem majoritariamente comanda a Casa.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não, não existe isso.

O SR. GLAUBER BRAGA - E aí eu faço a seguinte proposta, a partir do

encaminhamento foi feito pela Deputada Luiza Erundina: para que possamos avaliar

o conselho e verificar se a Mesa Diretora recebe, por acordo, a garantia de que

todas as forças políticas da Casa sejam contempladas na formação do conselho,

para garantir a isenção dos trabalhos realizados, que adiemos a votação por, pelo

menos, 1 semana. Adiando[CD245] por 1 semana a votação e fazendo um acordo com

a Mesa em relação a esse conselho, podemos fazer a aprovação, quem sabe, pela

unanimidade do conjunto dos Deputados. Mas seria necessário, Sr. Presidente — e

aí eu apelo para o equilíbrio de V.Exa. —, pelo menos 1 semana para que

busquemos essa composição e para que todas as forças políticas e a Casa como

um todo possam estar contempladas.

É essa a ponderação.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, eu recebo a ponderação

de V.Exa. Há o compromisso político assumido no Colégio de Líderes. A Deputada

Luiza Erundina enviou o texto, e ele vai ser debatido pela Mesa Diretora. O que

acontece é que há urgência em termos quem comande o processo administrativo,

que está acéfalo. Ninguém está falando de linha editorial. Está-se falando em ter

programação, em colocar justamente os Deputados, os convênios com Assembleias

Estaduais... Há uma série de circunstâncias pela qual a Casa está sendo paralisada


344

e não está tendo cobertura, como o que ocorreu hoje de manhã: antes de se iniciar a

CPI, estava passando programa de chorinho.

O SR. RODRIGO MAIA - O Democratas quer votar.

O SR. GIOVANI CHERINI - Por favor, Sr. Presidente!

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Nós vamos votar efetivamente o

conselho, que é para cuidar da política de imagem da Casa. Na linha editorial

ninguém vai interferir, como não interferia. O que acontece é que estava

simplesmente acéfala. E vai continuar hoje como sempre esteve, subordinada à

Mesa Diretora. Não é ao Presidente, e sim à Mesa, a qual tem representação de

toda a Casa.


345


nº 11, de 2015, ressalvados os destaques.


346

O SR. SIBÁ MACHADO - Sr. Presidente,...

O SR. NELSON MARQUEZELLI - Sr. Presidente, precisa melhorar a Câmara

a decisão...

O SR. CHICO ALENCAR - Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão

de ordem, com base no art. 15, inciso V, do Regimento Interno.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Qual é a questão de ordem de

V.Exa.?

[CD246] O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Questão de ordem. Sem revisão do

orador.) - Diz o art. 15, V, do Regimento Interno:

“Art. 15 À Mesa Diretora” — aos seus membros —

“compete (...):

V - dar parecer sobre a elaboração do Regimento

Interno da Câmara e suas modificações.”

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Já foi dado e aprovado na Mesa e no

Plenário.

O SR. CHICO ALENCAR - Esse projeto modifica o Regimento. O querido

amigo Deputado Nelson Marquezelli deu o parecer aqui e não é membro da Mesa.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Ele é membro da Mesa. Ele faz parte

da Ouvidoria, é membro assessório.

O SR. CHICO ALENCAR - Portanto, a V.Exa., que diz que é um fiel seguidor

do Regimento, indago: ele é membro da Mesa Diretora?

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como Ouvidor, ele faz parte da

Mesa Diretora.

O SR. NELSON MARQUEZELLI - Eu sou Ouvidor. Eu posso dar parecer.


347

O SR. CHICO ALENCAR - Não faz, não. Isso não está no Regimento. Está

virando manobra.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado Chico Alencar, o Deputado

Nelson Marquezelli não deu parecer sobre o projeto, e sim sobre as emendas.

O SR. CHICO ALENCAR - Sobre as emendas...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - E como as emendas foram dadas,

pela Comissão de Constituição e Justiça, como inconstitucionais, está, de qualquer

forma, prejudicada qualquer emenda, qualquer aceitação ou recusa feita pela Mesa.

Então, a questão de ordem de V.Exa. está indeferida.

O SR. CHICO ALENCAR - Ou seja, vale tudo!


348


nº 11, ressalvados os destaques.


349

O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO - Peço a palavra para orientar, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Orientação.

Como orienta o Bloco do PMDB?


orador.) - Vota “sim”, Presidente.


O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PT, Sr. Presidente... Primeiro, eu gostaria de ter feito a minha questão de ordem.

Não fui atendido. Fica aqui o meu registro. Acho que é importante todos os Líderes

falarem. Pedi a palavra pela Liderança do meu partido e não fui atendido. Eu acho

que era bom manter sempre o bom diálogo e a boa comunicação entre nós.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Então, desculpe-me, Deputado. Se

V.Exa. quiser falar como Líder agora, eu interrompo o processo, e V.Exa. fala. Não

há problema.

O SR. SIBÁ MACHADO - Não, tudo bem! Passou.

O SR. NELSON MARQUEZELLI - Vamos votar! Vamos votar!

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu entendi que V.Exa. aceitava falar

depois da votação.

O SR. SIBÁ MACHADO - Não se tratava de fala como Líder, tratava-se da

questão de ordem.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Se V.Exa. quer a palavra como

Líder, tem todo o direito.


350

O SR. SIBÁ MACHADO - Não, eu não estava pedindo a palavra como Líder.

Eu aceitei a sugestão de V.Exa. Eu estava fazendo só uma questão de ordem sobre

o parecer do Deputado Marquezelli, era isso. Trata-se de coisas diferentes.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - É que V.Exa. misturou o parecer da

Mesa com o da CCJ. Eu lhe respondi prontamente. Ele deu parecer pela Mesa. O

parecer da CCJ foi dado pelo Deputado Leonardo Picciani, pela

inconstitucionalidade, não foi pelo Deputado Marquezelli. V.Exa. confundiu.

O SR. SIBÁ MACHADO - Então, era essa a indagação que eu ia fazer.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - E eu lhe respondi.

[CD247] O SR. SIBÁ MACHADO - Matéria passada, vamos à orientação do PT.

O SR. NELSON MARQUEZELLI - Um minuto para cada um, Sr. Presidente.

Vamos votar.

O SR. SIBÁ MACHADO - Da forma como está, o primeiro pedido era aquele

de retirada de pauta. Não é mais possível.


O SR. SIBÁ MACHADO - O PT vai votar “não” — eu estou explicando —,

porque nós não entendemos o parecer dado agora na CCJ pela

inconstitucionalidade. Nós estamos pedindo só para colocar 2 anos de mandato,

como funciona em tudo nesta Casa. Para a Mesa Diretora, para a Procuradoria, para

a Ouvidoria, para tantos outros espaços, vale prazo de mandato. Nós estamos só

pedindo isso na nossa emenda. Se isso não é possível...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, o acordo que foi feito com

a Mesa Diretora, justamente para garantir o poder da Mesa Diretora no sentido de

que não haja nenhuma ingerência, era o de que não fosse concedido o mandato,


351

justamente para que se pudesse manter o princípio de que estava a serviço da Mesa

Diretora. Foi esse o objetivo.

O SR. SIBÁ MACHADO - Ah, muito bem. A orientação é “não”, Presidente.


O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Eu só queria colaborar. Quando discutimos a criação da TV Brasil, que a

gente acabou chamando TV Traço. Terça-feira, cheguei ao apartamento e,

assistindo à TV, estava lá o Marechal Stédile — não o nosso Deputado aqui, mas o

irmão dele, que é chefe do exército paramilitar — em mais de 1 hora de entrevista.

O que não pode é nem a TV do Executivo nem a do Legislativo ter tendências

ideológicas e políticas. Ela tem que mostrar o que é a realidade do Parlamento, o

seu trabalho, o nosso trabalho, o trabalho de cada Parlamentar, e o Brasil positivo, e

não falar mal do Parlamento e fazer o que a TV Traço faz. Lamentavelmente, ficou

uma TV realmente estreita.

[CD248] Então, é só um alerta a V.Exa. É para mudar para melhor. Eu tenho certeza

de que o PMDB, na Presidência da Casa, vai fazer uma TV ampla para todos, que

divulgue o Parlamento na sua plenitude. Ela é boa hoje, mas pode ser melhor.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PSDB? V.Exa. não

falou como vota. “Sim”, é isso? (Pausa.)

Como vota o PRB?


orador.) - Sr. Presidente, num primeiro momento, eu até achava — eu gostaria que o

Plenário me ouvisse — que não seria bom que um Deputado estivesse à frente da

Secretaria de Comunicação da Casa. Mas aí eu comecei a analisar o teor do


352

conteúdo da TV Câmara e passei a notar que a única coisa que não tem, Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é atividade parlamentar. A TV Câmara se tornou

uma televisão como as outras televisões, para concorrer em conteúdo. Conteúdo

cultural é ótimo, maravilhoso. Nós temos várias emissoras e redes de televisão com

conteúdo cultural que atendem à necessidade do povo brasileiro.

Esta Casa, Presidente, precisa de uma televisão para a divulgação das

atividades parlamentares dentro e fora do Parlamento, coisa que a TV Câmara não

faz, Sr. Presidente, porque sequer uma equipe dessa emissora de televisão, da TV

Câmara, sai daqui para mostrar as atividades parlamentares fora do Congresso

Nacional.

Por isso, eu voto “sim”, o PRB e o Bloco todo. E eu vou citar todos os partidos

do Bloco: PRB, PTN, PMN, PRP, PSDC, PRTB, PTC, PSL e PTdoB votam “sim”, Sr.

Presidente.

[CD249][CD250] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PSD?

O SR. DANIEL COELHO (PSDB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PSDB libera a bancada.

O SR. ROGÉRIO ROSSO (PSD-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu queria fazer uma consideração a V.Exa. do ponto de vista do

processo legislativo. Já está vencida a questão do mandato de 2 anos ou não?

Ainda é possível?

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não. As emendas que existem

foram... Não podem mais ser votadas.

O SR. ROGÉRIO ROSSO - Está bom. Eu acho que ninguém aqui gosta de

falar em controle de mídia, muito pelo contrário. Eu acho que a gente tem que dar


353

um voto de confiança mesmo. É claro que a TV Câmara, os órgãos de comunicação,

os seus diretores e jornalistas são brilhantes. Todos nós conhecemos vários e

precisamos nos render a eles e à qualidade. Dando um voto de confiança à Mesa de

que não haverá, em nenhuma hipótese, um controle editorial... Pelo que eu vi aqui, o

Plenário está dividido, e o serviço de comunicação é para divulgação parlamentar.

No voto de confiança à Mesa Diretora, o PSD vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - “Sim”.

Como vota o PR?


Sr. Presidente, eu tenho liberdade para falar, porque, só na Rede Minas de

Televisão, eu estou há 16 anos. O Brasil tem muitas TVs educativas. Tem a TV

Educativa, a TV Cultura, tem a Rede Brasil, inclusive. Nós precisamos de uma TV

parlamentar. O que dá audiência na TV Câmara é o Parlamento, são as discussões

dos parlamentares, o contraditório da audiência, o posicionamento daqueles que

estão aqui e que são votados. Os nossos eleitores dão audiência. A televisão não é

pesquisada pelo IBOPE da maneira como deveria ser. Mas, se for pesquisada pelo

IBOPE, não vai dar ibope em programas que a TV Cultura já dá, que a TV Rede

Minas já dá, que a TV Educativa já dá, senhor.

Então[CD251], Sr. Presidente, o PR vota por uma TV parlamentar, por uma TV

da Câmara dos Deputados! Nós votamos “sim”.

O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, libere o painel, para começarmos a

votar!

O SR. LINCOLN PORTELA - Para concluir, Sr. Presidente! Eu estou com a

palavra!


354

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não sei se haverá votação nominal.

Não posso liberar.

O SR. LINCOLN PORTELA - Para concluir, sem fulanizar, creio plenamente

na Mesa e na atuação ilibada do Deputado Cleber Verde. Obrigado, Sr. Presidente.


O SR. PAULO FOLETTO (PSB-ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PSB não está seguro com a proposta da nossa representante da

Mesa Diretora, por isso, num consenso de bancada, o partido fez a opção pelo voto

“não”. O PSB vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o Democratas?

O SR. RODRIGO MAIA (DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, parabenizamos a iniciativa da Mesa. É o meu quinto mandato, e as

reclamações não vêm de hoje. Talvez um dos partidos mais beneficiados com a TV

Câmara, nos últimos anos, esteja votando “não”, mas tenho certeza de que a

maioria do Plenário, que critica e reclama da agenda da TV Câmara, votará “sim”,

como o meu partido, o Democratas.



- Sr. Presidente, nós queremos corroborar com a tese do Deputado Miro Teixeira.

Não queremos discutir o que levou a Mesa a tomar essa decisão. E pelas

palavras de vários Parlamentares, acho que temos, sim, que rever a programação

da TV Câmara, para que ela possa efetivamente divulgar a atividade parlamentar.

Entretanto, como bem disse o Deputado Esperidião Amin, V.Exa. pode até não ter

esse intuito, mas estamos dando um cheque em branco para futuros Presidentes da


355

Câmara dos Deputados simplesmente colocarem, na Secretaria de Comunicação

Social, um Deputado que venha trabalhar a seu serviço.

Segundo [CD252]o art. 21-I, esse Deputado poderá ser substituído a qualquer

tempo pelo Presidente da Câmara de então. Isso é um cheque em branco muito

grande para o Presidente. Não vou questionar se é para V.Exa. ou para o seu

sucessor, mas o que nós queremos aqui é discutir um pouco mais para que esta

Casa efetivamente não dê um tiro no pé.

O PDT encaminha “não”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Solidariedade, como vota?

O SR. LUCAS VERGILIO (SD-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, não há consenso na nossa bancada. O Solidariedade libera a bancada.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - PCdoB?


O PCdoB orienta “não”.

Não concordamos porque é um assunto polêmico, que mexe no Regimento

desta Casa. Portanto, achamos que deveria haver um debate mais aprofundado.

Não é contra esta Mesa executiva, contra esta Mesa diretiva, mas isso vai colocar

esse cargo nas negociações, inclusive nas próximas eleições da Câmara dos

Deputados.

Portanto, Sr. Presidente, respeitando a opinião desta Mesa executiva, desta

Mesa diretiva, o PCdoB orienta “não” e sugere que a gente adie, caso seja possível,

para a semana que vem, para que se possa aprofundar mais. Não o sendo, nós

fazemos pedido de verificação e chamada nominal, com o apoiamento dos partidos

para chamada nominal desta matéria.


356




Sr. Presidente, fica claro nos pronunciamentos de alguns dos Líderes que me

antecederam que existem, sim, modificações que devemos fazer na área de

comunicação da Casa para poder melhorar alguns dos serviços, mas isso não

significa, no entanto, que nós precisamos criar uma Secretaria para isso. Se existe

um compromisso desta Mesa Diretora em garantir a autonomia do editorial e que o

corpo jornalístico de carreira desta Casa possa ter liberdade no seu trabalho, isso

não pode ser garantido para o futuro.

Quero[CD253] aqui seguir o que falou o Deputado André Figueiredo, e essa é a

nossa preocupação: que, para o futuro, tenha-se que abrir um precedente, que é

preocupante para esta Casa, de se fazer iniciar, dentro de uma Casa que por tantas

vezes declara o seu apoio à liberdade, a tentativa de fazer um controle de sua

própria comunicação.

Nesse sentido, o PROS encaminha o voto “não”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PPS?

O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu gostaria de dizer a V.Exa. que aqui no plenário nós estamos vendo a

polêmica instalada. Há, de um lado, argumentos que não são convincentes e, de

outro lado, argumentos que são convincentes. Então, houve um apelo para que

votemos na semana que vem, para que nós tenhamos as condições plenas de votar

com tranquilidade.


357

Diante disso, nossa bancada dividida como está, nós vamos liberá-la para

votar, com o apelo de que seja para a semana que vem.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PSOL?


Sr. Presidente, só quem não assiste à TV Câmara pode dizer que ela não prioriza a

atividade parlamentar. Só quem não conhece a Constituição não entende que um

mínimo legal de programação cultural é uma determinação sobre as TVs públicas e

que isso faz bem para a política, para a consciência nacional. Só quem não tem

capacidade de perceber que nós, todos nós — e o PSOL se inclui nisso —, vamos,

como é da nossa natureza, querer selecionar e partidarizar, acha que a criação

dessa Secretaria para dirigir com Parlamentares a comunicação é inofensiva, que

vai ser essencialmente virtuosa. Vamos[CD254], no mínimo, refletir um pouco mais,

senão estaremos, repito, retrocedendo a TV Câmara e a Rádio Câmara. A nossa

Internet dá notícias...


O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PV?

O SR. EVANDRO GUSSI (PV-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, V.Exa. nos deu aqui duas garantias que são fundamentais na matéria. A

primeira é a de que será mantida a isenção técnica e de conteúdo que fez e faz da

TV Câmara, por seus profissionais, por seus jornalistas, um grande contributo à

comunicação social no Brasil. Por outro lado, V.Exa. deixou muito clara a ideia de

que essa Secretaria está submetida não a V.Exa. ou aos futuros Presidentes, mas à

Mesa da Câmara dos Deputados, que por sua essência é plural e representativa.

Dados esses dois pressupostos, o PV vota “sim”.


358


O SR. ARTHUR VIRGÍLIO BISNETO (PSDB-AM. Pela ordem. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, apesar de a minha opinião pessoal ser favorável ao que

indica V.Exa. e a Mesa desta Casa, existe discordância dentro dos partidos que

fazem parte do nosso bloco. Portanto, a liderança da Minoria libera a bancada para

esta votação, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o Governo?


Este é um assunto da Casa, Sr. Presidente. O Governo libera a posição.


O SR. CARLOS SAMPAIO (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PSDB vai mudar o encaminhamento para “sim”.

Chegamos a um acordo na bancada no seguinte sentido: acolhida a proposta

da Deputada Erundina da criação de um conselho editorial, nós temos a clareza de

que a criação dessa Secretaria daria também um comando importante para aqueles

que lá estão que cuidam da área administrativa. Tendo uma Secretaria, nós

daríamos outro tom que não somente o da área administrativa.

Portanto, o PSDB muda o seu voto para “sim”.


359

[CD255] O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Há um requerimento de destaque do

PSOL do art. 2º do projeto.

De acordo com o art. 162, inciso IV, não será permitido destaque de

expressão cuja retirada inverta o sentido da proposição ou modifique

substancialmente. Em função disso, declaro prejudicado.


360

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Em votação.


361

O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Nós não concordamos com isso em relação ao nosso destaque, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - V.Exa. pode recorrer.

O SR. IVAN VALENTE - Autoritarismo!

O SR. CHICO ALENCAR - É demais, Sr. Presidente.


362


nº 11, de 2015.


363



APROVADO.


364

O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO (PDT-CE) - Verificação, Sr. Presidente.

O SR. NILSON LEITÃO - Deveria ter chamado nominal.

O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC) - Peço verificação, Sr. Presidente.

O SR. LEONARDO PICCIANI (Bloco/PMDB-RJ) - Peço verificação conjunta.

O SR. CELSO RUSSOMANNO (Bloco/PRB-SP) - Verificação, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Verificação concedida.

A Presidência solicita a todos os Srs. Deputados que...

O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PT

está em obstrução, Sr. Presidente, a partir de agora.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A Presidência solicita a todos os Srs.

Deputados...


- O PDT muda para obstrução.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) -. A obstrução... Quem não votar

obstrução será considerado falta.


PCdoB em obstrução, Sr. Presidente.


365

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A Presidência solicita a todas as

Sras. e Srs. Deputados que tomem os seus lugares para ter início a votação pelo

sistema eletrônico



366

A SRA. CARMEN ZANOTTO - Sr. Presidente, o PPS orienta...

O SR. LUCAS VERGILIO (SD-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

Solidariedade entra em obstrução.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Repetindo, a obstrução legítima tem

que ser consumada, para não ter falta na votação, pela votação no painel.

O SR. LINCOLN PORTELA - O PR confirma o dado...

A SRA. CARMEN ZANOTTO - Sr. Presidente, o PPS orienta...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar como Líder nomeado,

concedo a palavra ao Deputado Glauber. (Pausa.)

O SR. LUCAS VERGILIO - O Solidariedade entra em obstrução, Sr.

Presidente.

O SR. GLAUBER BRAGA (PSB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PSB, neste momento, entra em obstrução.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Prorrogo a presente sessão por 1

hora.


oradora.) - Sr. Presidente, o PPS orienta obstrução.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Glauber

Braga para falar como Líder.


Sr. Presidente, PSOL em obstrução, pela livre e competente comunicação pública.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vou encerrar a votação quando

atingir 257.

[CD256] O SR. ANDRÉ MOURA - Sr. Presidente, quero orientar a bancada do PSC.


367

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O Deputado Glauber vai falar como

Líder ou não?

O SR. SIBÁ MACHADO - Sr. Presidente, inscreva-me como Líder.

O SR. GLAUBER BRAGA - Vou orientar como Líder, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O Deputado Glauber tem a

preferência neste momento, pela Liderança.

O SR. ANDRÉ MOURA - Só para orientar a bancada do PSC, Sr. Presidente.

O SR. SIBÁ MACHADO - Inscreva-me com Líder, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O Deputado André Moura, do PSC,

tem a palavra.

O SR. ANDRÉ MOURA (Bloco/PSC-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Quero falar só para orientar a bancada do PSC, Sr. Presidente, a votar “sim” ao

projeto.

O SR. LINCOLN PORTELA - Sr. Presidente, eu tinha pedido um tempo como

Líder também.

A SRA. CARMEN ZANOTTO - Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O Deputado André Moura está com

a palavra.

O SR. ANDRÉ MOURA - Sr. Presidente, oriento a nossa bancada a votar

“sim” ao projeto, por entender que é importante a criação da Secretaria.

O SR. SIBÁ MACHADO - Inscreva-me como Líder, Sr. Presidente.


oradora.) - Sr. Presidente, o PPS precisa mudar no painel a orientação. O PPS


368

orienta obstrução. Comunico ainda que encaminhei à Secretaria-Geral da Mesa

pronunciamento sobre o Dia Mundial do Rim.

O SR. ANDRÉ MOURA - Sr. Presidente, peço que V.Exa. me garanta a

palavra.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputada Carmen, o Deputado

André Moura está com a palavra. Vamos respeitar.

O SR. ANDRÉ MOURA - Sr. Presidente, falo pela Liderança do PSC para

orientar a bancada a votar “sim”, pela importância da matéria, pela importância de se

instituir a Secretaria de Comunicação com um Parlamentar que a dirija para que

possamos ter a TV Câmara mais próxima de nós, Parlamentares, e,

consequentemente, da sociedade.

Temos a certeza de que um Deputado Federal dirigindo a Secretaria de

Comunicação vai, com certeza, continuar prestigiando os jornalistas, mas vai

entender a necessidade de a TV Câmara estar mais próxima cada vez mais da

sociedade, aproximando-a da sociedade, dando conhecimento das atividades e dos

trabalhos que são feitos pelos Deputados Federais.

Quero louvar e parabenizar V.Exa. pela importância desse projeto e

encaminhar, pela bancada do PSC, o voto “sim”, Sr. Presidente.


369

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Glauber

Braga, pela Liderança. Após S.Exa., encerro a votação.

[CD257] O SR. GLAUBER BRAGA (PSB-RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu quero me dirigir a todos os

Parlamentares que neste momento ainda estão exercendo o seu direito de voto.

É muito importante que qualquer Mesa Diretora, que qualquer Presidência,

seja a atual, seja a futura, tenha limitação nos seus poderes. Os poderes não podem

ser absolutos por parte da Presidência da Casa.

Eu[CD258] não quero fulanizar esta discussão; não quero dizer que vamos tratar

do Presidente A ou do Presidente B, do Presidente X ou do Presidente Y. Mas nós

temos que ser claros. A TV Câmara, os canais de comunicação desta Casa sempre

tiveram a oportunidade de garantir pluralidade para todas as forças políticas, para as

matérias de interesse do Brasil. Se nós, neste momento, abrirmos a possiblidade

para que, a partir de agora, passe a haver uma linha editorial determinada por uma

Presidência, seja ela de quem for, o Parlamento brasileiro estará cometendo um

grande erro.

Presidente Eduardo Cunha, dirijo-me a V.Exa. com todo o respeito. V.Exa.

sempre disse que não votaria qualquer projeto de regulação da mídia, nem

regulação editorial, nem regulação econômica. Não quero entrar nessa seara do que

é a representação de regulamentação econômica ou regulação editorial, mas quero

dizer, Deputados e Deputadas, que nós não podemos fazer isso neste momento.

Cabe a nós garantir que não exista a regulação da Presidência na linha editorial dos

trabalhos que vão ser veiculados para todos os Parlamentares e para todo o Brasil.


370

A força política desta Casa é, deve ser e tem que ser plural. Se assim não for,

nós não estaremos cumprindo exatamente aquilo que é esperado pelo povo

brasileiro.

Nós[CD259] não podemos, neste momento, de maneira alguma, através da

votação, garantir que a Presidência — e eu repito que não me dirijo única e

exclusivamente ao atual Presidente Eduardo Cunha, mas às futuras Presidências —

determine, através do seu poder... E nós não podemos negar que, nesta Casa, a

Presidência tem poder de pautar as matérias parlamentares, tem poder de conduzir

os trabalhos da Casa. Como nós vamos dizer, a partir deste momento, que esse

poder da Presidência, que é maior em relação ao dos demais Parlamentares, cresce

a cada dia e fica ainda maior?

Sr. Presidente Eduardo Cunha, falo com respeito a V.Exa., e tenho aqui a

oportunidade de fazer um diálogo franco e aberto no campo da política, da Política

com “P” maiúsculo.

Uma das primeiras medidas de V.Exa., quando chegou à Presidência desta

Casa, foi avocar matérias que deveriam ser deliberadas por Comissões que sequer

haviam sido instaladas, exercendo o seu poder como Presidente. Depois disso,

Presidente Eduardo Cunha, V.Exa. teve oportunidade de dizer que não pautaria

matérias do Ministério da Educação porque esta Casa não poderia votar qualquer

matéria de um Ministro que tinha chamado Deputados e Deputadas de achacadores.

O SR. VITOR VALIM - Se V.Exa. acha isso besteira, paciência.

O SR. GLAUBER BRAGA - Não é besteira, Deputado.

O SR. VITOR VALIM - V.Exa. está entre esses 400?


371

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A palavra está assegurada ao

Deputado Glauber Braga.

O SR. CAETANO - Vamos respeitar a palavra.

O SR. GLAUBER BRAGA - Não é besteira, Deputado.

Sr. Presidente, eu peço a V.Exa. que recomponha meu tempo no final.

Mas[CD260] o que não pode acontecer, Deputado, é a disputa política. E a

disputa exercitada entre o Presidente desta Casa e o Ministro da Educação se

transformar numa disputa na qual, a partir desse momento o Parlamento brasileiro

não mais votar matérias relacionadas à educação, é um absurdo! Se V.Exa. parar

para pensar dois minutos, vai ter a oportunidade de chegar a essa conclusão.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu não disse isso, Deputado.

O SR. GLAUBER BRAGA - Nem os Deputados do PMDB!

Sr. Presidente, nem V.Exa. vai assegurar a minha palavra? Por favor, Sr.

Presidente!


O SR. GLAUBER BRAGA - Nós não podemos, de maneira alguma, fazer

com que o exercício da Presidência seja despótico! Nós não podemos fazer com

que o exercício da Presidência seja absoluto!

Sras. e Srs. Deputados, hoje o Presidente é Eduardo Cunha, que pode ser

aliado de alguns dos senhores — e eu respeito essa posição, democraticamente —,

mas amanhã poderemos ter, no exercício da Presidência, alguém que não seja

aliado dos senhores! E, se isso acontecer, eu vou ser um Deputado que vai estar

aqui defendendo exatamente o direito e a garantia dos senhores ao exercício das

atividades parlamentares.


372

O poder absoluto não é bom para ninguém. Não é bom para nossos

adversários, mas também não é bom para nossos aliados. Restringir, gerar pesos e

contrapesos é importante para a democracia. E[CD261] nós temos que respeitar aquilo

que foi realizado e produzido durante todo esse tempo pelos profissionais da TV

Câmara e da Rádio Câmara, que fazem um trabalho garantindo a pluralidade

democrática. Nós não podemos desrespeitar esse direito.

O SR. PEDRO UCZAI - Mudança de orientação, Sr. Presidente.

O SR. GLAUBER BRAGA - Como o Presidente não assumiu ou garantiu as

propostas apresentadas pelo PSB, por intermédio da Deputada Luiza Erundina, nós

estamos obstruindo essa votação para que a gente possa...


O SR. PAULO TEIXEIRA (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PT quer alterar a orientação.

O PT quer alterar a orientação para “não”.


373

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Está encerrada a votação. (Pausa.)


SIM: 226;

NÃO: 43;

ABSTENÇÕES: 9;

TOTAL: 278.

Art. 17: 1;

QUÓRUM: 279.

O PROJETO FOI APROVADO.


374


votos a seguinte

REDAÇÃO FINAL:


375

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Os Srs. Deputados que a aprovam


APROVADA.

A matéria vai à promulgação.

Esta Presidência considera promulgada nesta sessão a presente Resolução.


376

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não haverá mais matéria da Ordem

do Dia, apenas a moção.

O SR. HUGO MOTTA (PMDB-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

Deputado Hugo Motta votou com o partido na votação anterior.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu vou dizer qual foi a decisão da

Presidência: vamos manter a sessão até às 20 horas apenas para que os Srs.

Parlamentares continuem as comunicações que me haviam pedido anteriormente.


377

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Submeto à votação moção de apoio

aos caminhoneiros que havia sido solicitada.

Requerimento nº 727, de 2015, do Sr. Mauro Pereira e outros.

“Sr. Presidente, requeiro, nos termos do art. 117,

caput, do Regimento Interno, que, ouvido o Plenário, seja

aprovada Moção de Apoio ao movimento dos setores dos

transportes de cargas e de passageiros e da agricultura,

visando à redução da alíquota do aumento do óleo

diesel.”


378

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Os Srs. Parlamentares que forem

favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.)

APROVADO.[CD262]


379

O[CD263] SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com relação à consolidação da

última votação, esta valerá para efeito de presença.

Se porventura algum Parlamentar não tiver votado na primeira votação, mas

na última, ficará valendo o voto da última votação para todas as presenças.

O SR. SERGIO SOUZA (Bloco/PMDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Deputado Sergio Souza votou conforme orientação de seu

partido.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Está encerrada a Ordem do Dia.

Vou passar a Presidência ao Deputado Nelson Marquezelli para S.Exa. dar

continuidade às comunicações.

O Sr. Eduardo Cunha, Presidente, deixa a cadeira

da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Nelson

Marquezelli, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento

Interno.


380

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marquezelli) - Concedo a palavra ao Deputado

Pedro Uczai.

O SR. PEDRO UCZAI (PT-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero fazer um esclarecimento.

Alguns Parlamentares questionaram hoje à tarde, neste plenário, o FIES.

Segundo o Secretário Executivo do FIES, nenhum contrato do FIES deixará de ser

renovado, ou seja, 1 milhão e 900 mil estudantes, que têm hoje o FIES, terão 100%

de seus contratos renovados. Ou seja, 15 bilhões de reais estão garantidos para o

FIES. Os jovens estudantes podem se inscrever até o final de abril e nenhuma

mensalidade será prejudicada, ou seja, a inscrição será retroativa à data da

mensalidade.

Repito: 15 bilhões de reais estão garantidos para o FIES. Todos os jovens

estudantes terão 100% de seus contratos renovados, uma conquista do estudante

brasileiro atendida pelo Governo.


Júlio Cesar.

O SR. JÚLIO CESAR (PSD-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero registrar que o I Seminário Internacional Brasil 100% Digital será

patrocinado pelo Tribunal de Contas da União, pela Casa Civil e pelo Ministério da

Ciência e Tecnologia.

[CD264] O Tribunal, sob a presidência do nosso ex-colega Aroldo Cedraz, está

propondo que a gestão da coisa pública seja 100% digital. Ele quer acabar com o

papel, quer acabar com o carimbo, quer dar mais transparência à coisa pública, para


381

que não aconteça o que vem acontecendo agora: esse mar de lama em que o Brasil

está envolvido.

O Seminário contará com palestrantes de todo o País, da União Europeia —

França, Alemanha, Reino Unido —, dos Estados Unidos, enfim de vários países, e

também com a presença de diversas autoridades do Governo brasileiro.

Com certeza, o Presidente Aroldo Cedraz vai ter tempo de implantar a gestão

pública 100% digital e 100% transparente.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marquezelli) - Alguns Parlamentares estavam

no Ministério em audiência com os caminhoneiros?

Eu vou abrir a oportunidade de V.Exas. justificarem sua presença ao

microfone. Registrem os nomes rapidamente para que a Mesa também possa anotá-

los.

O SR. ANDRÉ MOURA - Sr. Presidente, depois quero falar pela Liderança.

O SR. ALCEU MOREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Alceu Moreira estava na reunião dos

caminhoneiros.

O SR. CAETANO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, votei de acordo com o partido.

O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco/PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - O Deputado Luis Carlos Heinze votou com o partido.

O SR. OSMAR SERRAGLIO (Bloco/PMDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Osmar Serraglio estava na reunião, e votou com o partido

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente Nelson Marquezelli, primeiramente eu gostaria de


382

agradecer a todos os nossos colegas Deputados pela aprovação da moção de apoio

aos agricultores, caminhoneiros e ao transporte coletivo.

Peço a V.Exa. que esta moção seja encaminhada à Presidente Dilma

Rousseff e à equipe econômica. Estamos mostrando à equipe econômica a

importância da retirada do PIS/COFINS para facilitar a vida dos caminhoneiros, dos

agricultores e do transporte coletivo.

[CD265] Então, Sr. Presidente, Deputado Nelson Marquezelli, quero agradecer ao

nosso Presidente Eduardo Cunha e a todos os Deputados.

Nós temos que trabalhar para o bem da comunidade. E retirando o PIS e

COFINS do óleo diesel, estamos apoiando os agricultores, os transportadores de

cargas e também o transporte coletivo da nossa cidade.

O SR. CAETANO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero declarar que votamos a favor das empregadas domésticas da

Bahia e de todos os Municípios e Estados do Brasil.

Quero também parabenizar o Governador Rui Costa pela inauguração da

estrada que liga o Município de Várzea da Roça ao de Mairi, no centro-norte do

Estado da Bahia. Com investimentos de mais de 5 milhões de reais, a nova estrada,

que possui 14 quilômetros, vai beneficiar mais de 90 mil pessoas nas cidades da

região.

Por fim, Sr. Presidente, quero dizer que, na última votação, o PT votou pela

obstrução. Que a minha ratificação fique registrada nos Anais da Casa.



383

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de cumprimentar o

Governador da Bahia, companheiro Rui Costa, pela inauguração da nova estrada

que liga os Municípios de Várzea da Roça e Mairi, no centro-norte do Estado.

A partir de investimentos de mais de 5 milhões de reais, a nova estrada de 14

quilômetros da BA-130 vai beneficiar mais de 90 mil pessoas de cinco cidades da

região.

Ainda hoje, durante a inauguração dessa estrada, o Governador Rui Costa

assinou ordem de serviço para restauração de mais de 19 quilômetros, ligando

Várzea da Roça a São José do Jacuípe. Trata-se de acordo com o Governador de

mais conforto e desenvolvimento para os Municípios atendidos.

Durante a solenidade, o Secretário de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti

informou que o Governo do Estado construirá um eixo de rodovias estaduais para

melhorar deslocamento da população e do transporte de cargas, incrementando a

economia local.

Parabenizamos o Secretário de Infraestrutura Marcus Cavalcanti e o nosso

Governador Rui Costa pela execução dessa importante obra para os nossos

conterrâneos de Várzea da Roça e Mairi.

Muito obrigado.


Luiz Couto.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero dar como lido pronunciamento sobre o relatório divulgado pela

Anistia Internacional: O Estado dos Direitos Humanos no Mundo, que trata da


384

situação das violações e faz referências às violações que estão acontecendo

também em nosso País.

Este Parlamento tem uma mídia que trabalha com muita dedicação. O

programa cultural é importante. O Brasil Caipira, por exemplo, traz a música de raiz,

e nós não podemos deixar que ele seja retirado da programação da TV Câmara.

Sr. Presidente, gostaria que fosse dada a devida publicidade ao meu discurso

nos órgãos de comunicação desta Casa e no programa A Voz do Brasil.


Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, o Brasil vem cumprindo

seu papel fortemente significativo junto ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

O relatório divulgado pela Anistia Internacional sobre O Estado de Direitos Humanos

no Mundo, trouxe um reflexo do quanto o mundo precisa mudar em relação ao seu

próximo.

Neste pronunciamento, quero focar nos pontos apontados para o Brasil.

Fomos elogiados em cumprir o papel no Legislativo. Somos um forte apoiador

da resolução contrária à discriminação com base na orientação sexual ou na

identidade de gênero. Pulamos uma etapa também, quando se fala na era da

Internet. Avançamos, mas ainda precisamos continuar os trabalhos quanto à

impunidade pelas graves violações de direitos humanos cometidas pela violência.

O primeiro ponto, que foi observado no relatório, está relacionado às

manifestações ocorridas no ano da Copa do Mundo, que foram reflexos de revolta e

insatisfação com diversos setores da economia brasileira, tais como: custos altos de

transporte público, gastos exorbitantes nas construções das sedes dos jogos


385

mundiais e baixo investimento nos serviços públicos. O que seria uma forma de

expressar a indignação do povo brasileiro, como garantia constitucional, acabou

extrapolando os limites da sensatez, resultando em violação de direitos humanos. O

uso excessivo das forças acaba por distorcer o real papel da atividade policial, no

que concerne à garantia da segurança pública ao povo brasileiro.

O confronto entre sociedade e policiais vem tomando um rumo marcado pela

violação dos direitos humanos. Segundo estatísticas oficiais, o número de mortes

nessas circunstâncias aumentou 37% no ano de 2014 em relação ao ano de 2013.

Caminhando na linha de raciocínio, acerca das violações dos direitos

humanos, nos deparamos com as precárias condições prisionais das cadeias e dos

presídios brasileiros. Dentre elas, podemos destacar: superlotação extrema,

condições degradantes, torturas, violências, problemas endêmicos. Tal realidade

dificulta o processo de ressocialização dos condenados neste País, não sendo

proporcionado aos presos nem mesmo a esperança de se verem livres do mundo

criminoso.

Numerosas são as denúncias de maus-tratos e torturas praticadas nas

delegacias de polícia. O Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura

(SNPCT), instituído por lei em 2013, não foi até a presente data totalmente

implementado, o que requer esforços no sentido de satisfazer integralmente as

normas internacionais quanto à sua independência e à sua funcionalidade, para que

o Brasil possa cumprir as obrigações do Protocolo Facultativo à Convenção da ONU

contra a Tortura.

Na luta pela garantia dos direitos humanos, podemos destacar a grande

importância da Comissão Nacional da Verdade, em especial as instalações de


386

diversas comissões da verdade em Estados, cidades, universidades e sindicatos.

Tais comissões são destinadas a investigar fatos cometidos acerca de

desaparecimento de pessoas, violações de menos visibilidade contra povos

indígenas e trabalhadores rurais, tortura de agricultores durante a guerrilha do

Araguaia.

Diante do panorama realístico do nosso País, a Comissão da Verdade

recomendou a realização de diversas reformas no setor da Segurança Pública,

dentre elas a desmilitarização das polícias.

Grandes são as dificuldades encontradas pelos defensores dos direitos

humanos, mesmo amparados pelo Programa Nacional de Proteção aos Defensores

dos Direitos Humanos. Deparam-se com a falta de recursos, insegurança jurídica,

falta de coordenação entre autoridades estaduais e disputas de objetivos sobre o

programa e sobre qual perspectiva devem ser beneficiados. Nomes citados no

relatório como Maicon Alexandre (AHOMAR), Isabel (trabalhadora do sexo), José

Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo (trabalhadores rurais assassinados em

abril de 2013), são referencias da problemática existente no País.

Há recomendações também no que tange a aferir os direitos dos povos

indígenas e das comunidades quilombolas. Enfrentando graves ameaças aos seus

direitos, essas entidades vêm sendo aterrorizadas pelas atividades empresariais,

que se instalaram em suas terras sem permissão, o que viola assim o Direito

Internacional.

Segundo o relatório, 34 pessoas foram mortas em consequência de conflitos

por terras em 2013. Em janeiro de 2014, cinco pessoas foram mortas em disputas

por terras.


387

Nos últimos relatos sobre os pontos vulneráveis do Brasil, o relatório

mencionou o aborto e o comércio de armas ilegais. Fez referência à pressão pelo

aborto clandestino existente hoje e trouxe o marco eficaz do Estatuto do

Desarmamento, em 4 de junho de 2013, onde neste salientou as vulneráveis

informações que nosso País se recusa a repassar no que tange à exportação de

armas do Brasil para outros países — vulneráveis às violações de direitos humanos.

Contudo, precisamos seguir tais orientações relatadas pela Anistia

Internacional. O ciclo da violência, neste País, esconde os rumores da impunidade.

São vários fatores que trazem um problema maior.

Portanto, no que tange ao Governo e à Câmara Federal, faremos o possível

para desenvolver a didática humanista e mudar o quadro numérico das vítimas de

violações. Ainda esta semana saberemos os nomes dos novos compositores da

Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal. A partir daí,

continuaremos fazendo com que a realidade se volte para a proteção daqueles que

precisam de apoio e crescimento.


[CD266] O SR. PRESIDENTE (Nelson Marquezelli) - Concedo a palavra ao Deputado

Valmir Assunção, por 1 minuto, e aos Deputados Domingos Neto e André Moura.

O SR. VALMIR ASSUNÇÃO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero fazer três registros.

O primeiro registro trada da minha indignação quanto ao banner que está

circulando na Internet sobre João Pedro Stédile, dizendo que quer ele vivo ou morto

e oferecendo até 10 mil reais para quem matá-lo. Isso é um absurdo! Lógico que os

advogados já questionaram isso no Ministério da Justiça.


388

O segundo registro trata da visita ontem de Gerson Pataxó, Vereador de Pau

Brasil, na Bahia. Ele esteve na FUNAI, em Brasília, para tentar resolver os

problemas dos indígenas.

O terceiro registro trata da história da vida política. Amanhã, 13 de março, é

um dia importante da nossa história. Dia 13 de março de 1964, no Rio de Janeiro, na

Central do Brasil, houve o grande comício em que foram apresentadas as reformas

de base.


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem fiquei surpreso ao visualizar

um cartaz nas redes sociais que incentiva a procura do integrante do MST, João

Pedro Stédile, “vivo ou morto”, com uma recompensa de R$10 mil. O cartaz divulga

números que, aparentemente, são do Disque-Denúncia da cidade do Rio de Janeiro

e trata Stédile como um inimigo da Pátria.

Esse cartaz foi uma das manifestações mais bizarras e criminosas que vi

neste último período. O post foi encontrado em uma rede social de um guarda

municipal da cidade de Macaé (RJ) chamado Paulo Mendonça. Este senhor,

inclusive, pede aos militares para combaterem o MST, em um discurso fascista e

que, obviamente, se enquadra dentro dos crimes de ódio tipificados pelo Código

Penal.

O post do Sr. Paulo Mendonça é lotado de incoerências e inverdades que

ligam supostas ações ao comando de João Pedro. Uma disseminação do ódio

contra movimentos sociais e partidos de esquerda. Coincidência, ou não, os mais de


389

mil compartilhamentos deste cartaz são de pessoas que reproduzem o mesmo crime

e prometem apoiar manifestações golpistas.

Esse tipo de discurso, também vociferado por Parlamentares como Deputado

Nilson Leitão — cuja representação por decoro parlamentar foi entregue a esta Casa

—, não é democrático. Criminaliza a organização popular, justamente por serem

trabalhadores e mais pobres.

Como bem disse o jornalista Rodrigo Vianna, é uma reedição da Direita

venezuelana, que, ao não suportar o conjunto dos avanços sociais dos últimos 12

anos, por não suportar que pobres tenham direitos, ascendam às universidades

públicas, tenham acesso a aeroportos, tenham votado na Presidenta Dilma, tentam

imputar o senso comum golpista por motivo nenhum. Na falta de argumento

convincente, preferem desqualificar.

Essa postura incentiva que os crimes passem da esfera virtual e ganhem a

vida real. Pessoas sendo hostilizadas por serem de esquerda, mulheres sendo

vítimas de machismo diante da aprovação da lei de tipificação do feminicídio como

crime.

Em Chapecó (SC), por exemplo, uma família teve a casa invadida por um

homem por portar uma bandeira do MST em sua janela. Este senhor, que está

sendo procurado, inclusive chegou a agredir as moradoras da casa.

Pergunto se é esse tipo de Brasil que os partidos que aqui incitam o golpe

querem construir? É esse tipo de fascismo que a grande mídia comercial quer ver

implantado no Brasil? São crimes que vocês estão incentivando e isso é inaceitável.

É o desrespeito do Estado Democrático de Direito!


390

No caso desse cartaz aqui relatado, denúncias à Polícia Federal, ao Ministério

da Justiça já foram realizadas. Órgãos de Direitos Humanos já foram notificados.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que divulgue este pronunciamento pelo

programa A Voz do Brasil e nos demais órgãos de comunicação da Casa.

Muito obrigado.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a história da vida política brasileira

apresenta-nos lições e fatos marcantes, sobretudo quando o povo e as instituições

democráticas constituem o centro aglutinador dos destinos da Nação.

No dia 13 de março de 1964, o Presidente João Goulart convocou o comício

da Estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, para anunciar as Reformas de Base

necessárias para alavancar o desenvolvimento nacional. Entre tais reformas, a

reforma agrária, palavra subversiva na época, uma vez que a aristocracia rural e

escravista do nosso País entendia o latifúndio como direito sacrossanto, pertencente

a algumas famílias abastadas e escolhidas por Deus para dominar o País e o nosso

povo.

A grande mídia, naquela época, pregava abertamente o golpe, porque não

suportava um Presidente da Republica misturado com movimentos sociais, ligas

camponesas, sindicatos e o povo em geral, que almejavam um Brasil mais justo,

menos desigual, sobretudo nas diferenças marcantes entre as Regiões Sul e

Sudeste e o Nordeste e Norte do País.

A derrota do provo brasileiro, após o 13 de março de 1964, custou muito caro

à Nação. Sobreveio o golpe militar que durou 21 anos. O Brasil mergulhou na

tortura, nos assassinatos, na perseguição às lideranças populares e no controle


391

militar do Congresso Nacional, inclusive com cassações de mandatos e fechamento

das suas duas Casas.

Uma longa noite de tristeza, isolamento, exílios e atrasos educacional,

científico e tecnológico, viveu o Brasil e o seu povo.

Nos últimos anos, desde o início do Governo Lula, em 2003, o Brasil

transforma-se em sétima economia do planeta; insere no mercado de consumo

milhões de brasileiros; retira-se do mapa da fome, oficialmente anunciado pelas

Nações Unidas; reduz a taxa de desemprego acima dos países de economias mais

ricas; organiza um amplo programa de moradias decentes para os brasileiros mais

pobres; e demonstra ao mundo que é possível distribuir renda e combater a miséria

com o Orçamento federal, a exemplo do que é feito com o Bolsa Família.

Garantir estas conquistas históricas e defender a PETROBRAS, objetivo

escondido dos golpistas de sempre, é o sentido maior deste 13 de março de 2015,

razão por que faço esse registro, conclamando os brasileiros para a importância

desta simbólica data do calendário da política brasileira, afastando as mesmas

ameaças de retrocessos e golpismo do fatídico ano de 1964.

Todos ao 13 de março!


programa A Voz do Brasil e demais órgãos de comunicação da Casa.

Obrigado.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem, recebemos a visita de Gerson

Pataxó, Cacique e Vereador de Pau Brasil. Aqui em Brasília, Gerson veio trazer as


392

reivindicações das comunidades indígenas no que tange a processos de

reconhecimento já iniciados pela FUNAI.

Nessa região de Pau Brasil, há muitos processos relacionados à demarcação

do território indígena, alguns deles com bastante conflito. Mas é preciso que o direito

do povo indígena seja efetivado e nunca deixado em segundo plano.

Dados da Comissão Pastoral da Terra mostram que, em 2013, das 34

pessoas que foram assassinadas devido a conflitos agrários, cinco eram indígenas.

A Bahia é o segundo Estado com o maior índice de morte de índios do Brasil.

É importante que as terras indígenas, principalmente as já reconhecidas,

possam ser destinadas a suas comunidades de forma mais rápida, inclusive com o

compromisso do Governo na garantia da vivência e da produção. É esse que deve

ser o nosso compromisso.


programa A Voz do Brasil e demais órgãos de comunicação da Casa.

Muito obrigado.

O SR. JONY MARCOS (Bloco/PRB-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, peço a V.Exa. que seja divulgado no programa A Voz do Brasil os

meus parabéns à cidade de Aracajú, Capital do Estado do Sergipe, que completa

160 anos, no dia 17 de março, uma das mais belas capitais de Estado do Nordeste.

Obrigado.[CD267]


393

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marquezelli) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado André Moura, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSC.

O SR. ANDRÉ MOURA (Bloco/PSC-SE. Como Líder. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, inicialmente, quero cumprimentar o Deputado Jony Marcos, que

acabou de parabenizar a Capital do nosso Estado, Aracajú. Faço minhas as

palavras de S.Exa.

Sr. Presidente, ocupo a tribuna para render as minhas homenagens ao Dr.

Pedro Aleixo, brasileiro de bravura inestimável, que lutou pela restituição do Estado

Democrático de Direito durante o período do regime militar. Ele deixou a semente do

que é hoje o Partido Social Cristão — PSC.

[CD268] Nascido em Belo Horizonte, no dia 1º de agosto de 1901, exerceu, de forma

competente e abnegada, a advocacia, foi professor e político dos mais importantes

para a história do nosso País e sempre foi voltado a beneficiar os menos favorecidos

de nossa sociedade.

Com a belíssima e ilibada trajetória de vida, Pedro Aleixo foi impedido de

assumir a Presidência do País pelo regime militar então vigente, por ocasião da

vacância do cargo em 1969, ano em que era Vice-Presidente.

Pedro Aleixo, que deveria ocupar o Palácio do Planalto, foi preso de forma

arbitrária e impedido de deixar o apartamento de sua filha, na cidade do Rio de

Janeiro.

Com o afastamento do então Presidente Costa e Silva, os militares editaram o

Ato Institucional nº 16, em outubro de 1969, determinando a extinção do mandato de

Pedro Aleixo.


394

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, este político mineiro, de notório saber

e manifesta projeção nacional, posicionou-se contra o Ato Institucional nº 5,

popularmente conhecido como AI-5, que suspendia garantias constitucionais. Pedro

Aleixo arregaçou suas mangas no combate à tortura, lutou incansavelmente pela

reabertura do Congresso Nacional e enfrentou, com invejável destemor, um cenário

adverso pela promulgação da Constituição de 1969.

Fundou o Partido Democrático Republicano — PDR, e a União Democrática

Nacional — UDN. Faleceu em 1975, deixando o embrião do que é hoje o Partido

Social Cristão, o PSC. Dez anos após sua morte, quando da criação do Partido

Social Cristão — PSC, seus fundadores decidiram, por unanimidade, eleger Pedro

Aleixo como patrono da nova legenda.

Apesar de tardio, o reconhecimento de Pedro Aleixo faz justiça ao grande

democrata que lutou durante a ditadura, teve a ousadia de lutar pelo retorno do

Estado Democrático de Direito. Mais de 40 anos após o ato arbitrário por ele sofrido,

tem garantido o devido e justo resgate de seu papel como Presidente da República

e, finalmente, uma grande injustiça histórica é reparada em nosso País.

Para[CD269] concluir, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, reitero acerca

da importância de homenagearmos esse brasileiro de nascimento, patriota por

natureza e político por vocação, em sessão solene a ser realizada nesta Casa, em

data oportuna.

Pedro Aleixo empresta hoje seu nome à Fundação do nosso partido, o PSC.

Cabe a este Congresso Nacional evocar a importância desse nobre brasileiro,

falecido em 3 de março de 1975. Registrarmos aqui nossa homenagem póstuma aos

40 anos de seu falecimento. Pedro Aleixo deixou uma belíssima e exemplar história


395

de vida e de luta pela democratização do nosso Brasil, que serve para o nosso

presente e para gerações futuras do nosso País.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que meu discurso seja amplamente divulgado

nos órgãos de comunicação da Casa.

Muito obrigado.

O Sr. Nelson Marquezelli, nos termos do § 2º do

art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da

Presidência, que é ocupada pelo Sr. Lindomar Garçon,

nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno.


396

O SR. PRESIDENTE (Lindomar Garçon) - Concedo a palavra ao Deputado

Paes Landim.

O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, quero somente justificar a minha ausência na última votação e dizer

que votei de acordo com a orientação do Líder do Governo.

O SR. LEONARDO MONTEIRO (PT-MG. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, na última votação, votei de acordo com a orientação do

Partido dos Trabalhadores.[CD270]


397

O SR. PRESIDENTE (Lindomar Garçon) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Valtenir Pereira, para uma Comunicação de Liderança, pelo PROS.

O SR. VALTENIR PEREIRA (PROS-MT. Como Líder. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a essência da liberdade de

expressão pode ser resumida na magnífica frase de Voltaire, que certa vez disse:

“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei

até a morte o direito de você dizê-las.”

[CD271] A liberdade de expressão e a democracia são irmãs siamesas. Elas são

inseparáveis. A vida de uma depende da outra. A democracia permite pluralidade de

opiniões e de ideologias. É, marcadamente, um debate livre e aberto. A Constituição

da República de 1988 protegeu expressamente esses direitos, elevando-os à

categoria de princípios.

A proteção constitucional é fruto direto da luta travada pela sociedade civil

organizada nos anos de chumbo da ditadura militar. Muitos morreram por liberdade,

muito sangue foi derramado, muitas torturas foram praticadas.

A Presidenta Dilma Rousseff, assim como Lula, Fernando Henrique Cardoso,

Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Dom Paulo Evaristo Arns, Dante de Oliveira e

muitos outros lutaram, cada qual ao seu modo, bravamente pelo restabelecimento

da democracia e pela liberdade de expressão.

Eventuais protestos contra governos servem como testes para averiguar o

grau de maturidade da democracia e da liberdade de uma nação. Aos governantes

cabe não se imiscuir nos protestos, querendo adentrar ao seu mérito. Por outro lado,

à sociedade civil organizada cabe realizar as manifestações dentro dos limites do


398

Estado Democrático, não praticando qualquer tipo de violência, física ou moral, eis

que o direito à liberdade de expressão, ainda que fundamental, não é absoluto.

No próximo domingo, segundo divulgações nas redes e mídias sociais, bem

como na imprensa em geral, estão previstas mobilizações para protestar, sobretudo,

contra o Governo da Presidenta Dilma Rousseff.

[CD272] Os protestos podem ser considerados como um desdobramento do ato

ocorrido no último domingo durante o pronunciamento em rede nacional da

Presidenta da República, ato esse que o jornalista Juca Kfouri, no seu livre direito de

opinar, alcunhou de “o panelaço da barriga cheia e do ódio”. Cumpre assinalar que

ele não está sozinho nessa posição. Insuspeitos próceres do PSDB também

compartilham desse pensamento.

O ex-Ministro Bresser Pereira, do Governo Fernando Henrique Cardoso, por

exemplo, em recente entrevista ao portal UOL, do Grupo Folha, ao analisar com

particular clarividência as últimas eleições, asseverou jamais ter visto um fenômeno

como o ocorrido no Brasil, em que, de uma hora para outra, instalou-se um “ódio

coletivo da classe alta, dos ricos, contra um partido e uma Presidente”.

Sobre esse ódio, o ex-Ministro assinala que ele decorre do “fato de se ter um

governo, pela primeira vez, que é de centro-esquerda e que se conservou de

esquerda. Fez compromissos, mas não se entregou. Continua defendendo os

pobres contra os ricos (...) revelou uma preferência forte e clara pelos trabalhadores

e pelos pobres”.

Ainda no ninho tucano, o famoso empresário Ricardo Semler, desculpando o

trocadilho, literalmente “virando a própria mesa”, assinalou como sendo hipocrisia a

questão da PETROBRAS, ao reconhecer que “já se roubou muito mais” em outras


399

épocas, apenas não era dada tanta publicidade e tampouco ia parar com tamanha

velocidade nas redes sociais, como acontece agora.

[CD273] Atualmente, vivemos num país livre, onde as instituições estão em pleno

funcionamento, onde a imprensa é atuante, onde a Polícia e o Ministério Público

gozam de independência nas suas investigações — tudo isso com a avassaladora

liberdade da Internet, das redes e das mídias sociais.

Consta que nas manifestações alguns vão pedir o impeachment da

Presidenta Dilma. Sob o ponto de vista jurídico e político, isso é um completo

despautério. Aqueles que o apregoam parecem querer um terceiro turno das

eleições, ou melhor, querem ganhar o pleito no tapetão. É golpismo inconsequente.

É retrocesso democrático.

Quem hoje protesta não pode esquecer quem lutou por sua liberdade de

expressão e não pode esquecer que as manifestações são livres, porém devem ser

pacíficas e ordeiras. Os limites do Estado Democrático de Direito são para todos,

inclusive para aqueles que, mesmo sem razão, protestam.

Muito obrigado.[CD274]


400

O SR. OSMAR TERRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Osmar Terra votou com o partido na última

votação.

O SR. MARCOS MONTES (PSD-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o Deputado Marcos Montes votou com o partido nas últimas

votações.

Muito obrigado.[CD275]


401

O SR. PRESIDENTE (Lindomar Garçon) - Concedo a palavra à Deputada

Carmen Zanotto, para uma Comunicação de Liderança, pelo PPS.

A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Como Líder. Sem revisão da

oradora.) - Sr. Presidente, Eu vou tentar ser breve, porque há colegas aguardando a

vez de falar e estamos terminando os trabalhos de hoje, mas preciso falar sobre o

Dia Mundial do Rim.

Nós só valorizamos os nossos rins quando, efetivamente, não os temos mais

funcionando adequadamente. A campanha este ano traz como tema Rins

Saudáveis. Nós precisamos trabalhar muito a prevenção para evitarmos que haja

mais pacientes nas máquinas de hemodiálise e diálise peritoneal ou na fila de

espera por um transplante de rim.

Só quem tem familiar fazendo sessões de hemodiálise sabe exatamente a

dificuldade que eles têm para acessar os serviços e estar, três vezes por semana,

dependendo de uma máquina.

Vamos realizar, Sr. Presidente, junto com a Federação Nacional das

Associações de Pacientes Renais e Transplantados do Brasil, ainda neste mês de

março, o IV Seminário Renais Crônicos e Transplantados.

[CD276] Quero aqui registrar o PL que eu reapresentei — o projeto original é do

Deputado Jesus Rodrigues, que não retornou à nossa Casa porque não disputou as

eleições —, o Projeto de Lei nº 155, de 2015, que é o substitutivo que foi aprovado

na Comissão de Seguridade Social e Família por unanimidade. Ele reconhece ao

paciente renal crônico, a partir da paralisia total dos rins nativos em hemodiálise e

diálise peritoneal e da constatação do comprometimento de sua funcionalidade, o


402

mesmo tratamento legal e os mesmos direitos garantidos às pessoas com

deficiência, em função de ele depender de uma máquina três vezes por semana.

Muito obrigada, Sr. Presidente.[CD277]


403


Domingos Sávio. S.Exa. dispõe de 3 minutos.

O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, inicialmente, quero justificar por que eu não estava aqui na última

votação: eu estava no Ministério da Fazenda me reunindo com o Ministro Joaquim

Levy, juntamente com colegas Deputados de diversos partidos. Fomos lá por uma

causa que interessa a todos os brasileiros, mas em especial aos caminhoneiros, aos

profissionais do setor de transporte de cargas do Brasil.

Não é novidade para ninguém a situação de calamidade em que vivem os

caminhoneiros, tendo prejuízo para trabalhar. Com o aumento do óleo diesel, com o

aumento do custo e a redução, por incrível que pareça, da remuneração dos fretes,

os caminhoneiros estão desesperados. Pararam porque estão em desespero! E

estão ameaçando parar novamente, porque o Governo disse que tinha feito um

acordo, mas mentiu para o País. Não houve acordo nenhum. Na verdade, o Governo

tentou enganar todo mundo dizendo: “Olha, nós não vamos aumentar o óleo diesel

mais”. Já tinha aumentado.

[CD278] Portanto, fomos levar um apelo ao Ministro da Fazenda para que ele se

sensibilize com essa situação dramática e concorde com a redução do PIS/ COFINS

e da CIDE sobre o óleo diesel.

Infelizmente, não saímos com uma resposta satisfatória. O Ministro alegou

dificuldades, e eu procurei alertar o Ministro. Até agora, o pacote econômico, o

arrocho econômico é só em cima da sociedade: aumento de gasolina, aumento de

energia elétrica, aumento de juros. Não houve nenhum corte na estrutura do

Governo. O Governo continua gastando muito e querendo aumentar preços nas


404

costas da população brasileira. Aí alertamos a ele: há risco de paralisação, e não

diga que é retaliação política.

Há outra questão extremamente importante que eu gostaria de registrar nesta

Casa e pedir que também vá para os Anais da Casa e para o programa A Voz do

Brasil. Tivemos hoje um episódio muito desagradável em Divinópolis que precisa ser

combatido. Inclusive, eu sou autor de um projeto de lei que agrava a pena daqueles

que atentam contra a liberdade de imprensa e que agridem profissionais de

imprensa no exercício do poder.

Faço referência a isso porque lá em Divinópolis, numa visita feita pela

Secretária de Educação do Estado de Minas Gerais — Secretária, portanto, do

Governo do PT —, já iniciam com as práticas próprias do PT. A Secretária, muito

bem recebida em Divinópolis, ao visitar a Escola Monsenhor Domingos, uma escola

estadual, deu uma entrevista a um canal de televisão local e, depois da entrevista,

os seus assessores cismaram que a entrevista, feita naturalmente, não poderia ir ao

ar e impediram os profissionais de imprensa de sair dali, ameaçando-os. Fecharam a

escola, não deixaram os profissionais sair, criando constrangimento para os alunos.

Tiveram que chamar a polícia para os profissionais de imprensa conseguirem sair da

escola, numa agressão à imprensa.

Aqui fica o meu repúdio à atitude desses assessores da Secretária de Estado

de Educação e a minha solidariedade aos profissionais de imprensa de Divinópolis,

da TV Candidés.

[CD279] Eu gostaria, Sr. Presidente, concluindo esta fala, de fazer uma breve

referência ao meu colega Deputado Valtenir Pereira, que ainda há pouco trouxe aqui

a sua posição. Eu a respeito. Não é novidade a posição do PROS, que atua hoje


405

como um parceiro coirmão, quase irmão gêmeo do PT. A verdade é que, desde o

seu nascimento, todo mundo, no Brasil e nesta Casa, sabe disto: o PROS já nasceu

dentro do Governo. Agora, vir aqui dizer que no PSDB há pessoas que aplaudem o

Governo que aí está ou que condenam as manifestações populares e, pior, dizer

que é Bresser Pereira, um empresário que eu nunca vi dizer... Essas pessoas não

são do PSDB. Portanto, S.Exa. não foi feliz com essas colocações.

Que S.Exa. defenda o Governo que aí está eu respeito. Agora, dizer que o

PSDB não comunga com as manifestações do povo brasileiro... Nós sentimos que o

povo brasileiro chegou em boa hora para desmascarar essa quadrilha que se

assentou no Poder, destruindo a PETROBRAS e matando a esperança do povo

brasileiro, com todo o respeito ao nobre colega.

O SR. CAIO NARCIO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Lindomar Garçon) - Tem V.Exa. a palavra por 1 minuto.

O SR. CAIO NARCIO (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, durante esta semana, tive a oportunidade de acompanhar aqui dentro

vários estudantes e alunos preocupados com a situação do FIES e do PROUNI e

com a falta de pagamento do PRONATEC.

Quero dizer que nós estamos passando por uma situação enormemente

conflitante e, nessa questão, temos percebido que a desorganização do Governo

tem afetado aqueles que mais precisam. Muitos daqueles que têm o sonho de estar

numa universidade hoje estão passando pelo drama de não saber ainda se vão

poder continuar estudando através do PROUNI ou do FIES e, por muitas vezes, sem

a renovação do PRONATEC.


406

[c280] Então, eu, que sou membro da Comissão de Educação, tive a oportunidade

de estar com o Secretário-Executivo Luiz Cláudio. Ele garantiu que aqueles que já

estavam dentro do programa do FIES seriam contemplados. Ainda é pouco, nós

entendemos a importância do programa e achamos que, diante da crise e de tantas

mudanças, a educação é sempre uma prioridade. Vamos lutar para que não se

cortem recursos da educação, para que as pessoas continuem tendo oportunidade.

É esse o recado que nós queríamos deixar.

Muito obrigado. Boa noite!

O SR. PRESIDENTE (Lindomar Garçon) - Para dar como lido, com a palavra

o Deputado Valtenir Pereira.

O SR. VALTENIR PEREIRA (PROS-MT. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, no último domingo, dia 8 de março, nós comemoramos o

Dia Internacional da Mulher. Como de praxe, inúmeras e justas homenagens

afloraram pelo Brasil afora. Hoje não será diferente. Renderei minhas homenagens

às mulheres do meu País.

Sr. Presidente, finalizando, quero, com singelas palavras e despido de

qualquer preconceito ideológico ou partidário, em nome do povo brasileiro,

agradecer às Chiquinhas, às Ritas, às Alziras, às Marias, às Carlotas, às Júnias, às

Zélias, às Roseanes, às Nélidas, às Beneditas, às Dilmas, enfim, às mulheres

brasileiras, verdadeiras guerreiras desta Nação.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que divulgue o meu pronunciamento em todos

os meios de comunicação da Casa.

Muito obrigado.


407


Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, no último dia 8 de março

comemorou-se o Dia Internacional da Mulher. Como de praxe, inúmeras (e justas)

homenagens afloraram pelo Brasil a fora. Hoje, não será diferente. Renderei minhas

homenagens às mulheres do meu País.

Antes, porém, quero traçar uma linha do tempo, destacando, ainda que

sucintamente, as principais conquistas obtidas pelas mulheres brasileiras ao longo

dos anos.

Veremos que a luta foi árdua. Basta dizer que somente em 1827 foi que as

mulheres passaram a poder frequentar as escolas primárias. O acesso ao ensino

superior seria conquistado apenas em 1879.

Em 1885, Chiquinha Gonzaga se torna a primeira mulher no Brasil a reger

uma orquestra. A compositora da marchinha Ô abre alas estava literalmente abrindo

portas. Em 1887, o Brasil teve a primeira médica formada em suas faculdades, Dra.

Rita Lobato Velho.

Em 1927, o Rio Grande do Norte foi o primeiro Estado no Brasil (e na América

Latina) a permitir o voto das mulheres, ainda que anulados no ano seguinte.

Também no Rio Grande do Norte, no Município de Lages, foi eleita a primeira

Prefeita do País: Alzira Soriano de Souza.

Em 1932, foi finalmente garantindo o direito de voto às mulheres. Nesse

mesmo ano, no campo dos esportes, a nadadora Maria Lenk torna-se a primeira

mulher brasileira a participar de uma Olímpiada.

Em 1933, é eleita a primeira mulher no Parlamento brasileiro: a paulista

Carlota Pereira de Queiroz.


408

Em 1979, um fato emblemático ocorre: a equipe feminina de judô, proibida de

praticar o esporte, inscreve-se com nomes de homens no campeonato sul-

americano da Argentina. O fato fez a União revogar o Decreto 3.199, editado no

Governo Vargas, que listava uma serie de esportes proibidos para mulheres.

Em 1983, nos Estados, surgem os primeiros conselhos da condição feminina.

No âmbito federal, o Ministério da Saúde cria o Programa de Atenção Integral à

Saúde da Mulher.

Em 1985, é instalada a primeira Delegacia de Atendimento Especializado à

Mulher na cidade de São Paulo. Nesse mesmo ano, é aprovada a lei que criou o

Conselho Nacional dos Direitos da Mulher.

Em 1988, a Constituição da República passa a garantir, perante a lei,

igualdade de direitos e obrigações entre homens e mulheres.

Em 1990, Júnia Marise (PDT/MG) é eleita a primeira Senadora do País.

Nesse mesmo ano, Zélia Cardoso de Mello é alçada à condição de primeira Ministra

mulher no Brasil. Quatro anos depois, Roseana Sarney é eleita Governadora do

Maranhão, a primeira mulher a governar um Estado.

Em 1996, a escritora Nélida Piñon torna-se a primeira mulher a ocupar a

Presidência da Academia Brasileira de Letras.

Em 1997, a Lei 9.504 assegura a reserva de 30% e 70% para cada sexo, do

número de candidaturas a que os partidos políticos e coligações têm direito,

tornando-se numa importante ferramenta de incentivo à participação política das

mulheres.

Em 1998, a senadora Benedita da Silva é a primeira mulher a presidir uma

sessão do Congresso Nacional.


409

Em 2006, é aprovada a Lei 11.340 (Lei Maria da Penha), instituindo

mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.

Em 2010, Dilma Rousseff é eleita a primeira Presidenta do País — e,

inclusive, em belo pronunciamento em cadeia nacional no último domingo, anunciou

que nesta semana sancionará a lei que tipifica o feminicídio como crime no Brasil.

Assim, o assassinato de mulheres decorrente de violência doméstica ou

discriminação será considerado crime hediondo.

Olhando assim, pode parecer que foram muitas as conquistas, mas, ao se

analisar com mais vagar, percebe-se que as vitórias aconteceram com muito suor e

lágrimas, sempre de modo pontual e numa velocidade extremamente lenta. Foram

séculos para obter um mínimo de conquistas. Portanto, muito ainda há para

caminhar.

Nessa caminhada, dois problemas devem ser enfrentados de frente: a

violência doméstica contra as mulheres e a igualdade de direitos entre homens e

mulheres no ambiente de trabalho.

Sobre a violência, cito aqui alguns dados estarrecedores extraídos do site da

ONG Compromisso e Atitude: a) 48% das mulheres agredidas declaram que a

violência aconteceu em sua própria residência; b) 3 em cada 5 mulheres jovens já

sofreram violência em relacionamentos; c) 56% dos homens admitem que já

cometeram alguma dessas formas de agressão, qual seja: xingou, empurrou,

agrediu com palavras, deu tapa, deu soco, impediu de sair de casa ou obrigou a

companheira a fazer sexo; d) 77% das mulheres que relatam viver em situação de

violência sofrem agressões, semanal ou diariamente; e) em mais de 80% dos casos,

a violência foi cometida por homens com quem as vítimas têm ou tiveram algum


410

vínculo afetivo: atuais ou ex-companheiros, cônjuges, namorados ou amantes das

vítimas.

Há que se reconhecer que o Congresso Nacional não fugiu à

responsabilidade e deu sua parcela de contribuição para mitigar o problema da

violência, vez que aprovou duas importantes normas: a Lei Maria da Penha e a que

tipifica o feminicídio como crime hediondo.

Sem nos eximir de nossa responsabilidade, enquanto representantes do

provo, o certo é que cabe agora à sociedade civil organizada, ao Ministério Público,

à Defensoria Pública, às Secretarias Estaduais de Segurança Pública, às polícias e,

sobretudo, ao Judiciário fazer valer essas leis. Os instrumentos legais existem, basta

usá-los.

Em relação à igualdade no ambiente de trabalho, porém, devemos avançar na

questão. Precisamos instrumentalizar a sociedade com leis que deem efetividade às

conquistas conseguidas pelas mulheres na Constituição da República.

Aqui, não posso deixar de assinalar o PL 4857/2009, de minha autoria, que

cria mecanismos para coibir e prevenir a discriminação contra a mulher, garantindo

as mesmas oportunidades de acesso e vencimentos, nos termos da Constituição da

República, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação

contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar

a Violência contra a Mulher.

Cumpre assinalar que o PL 4.857, que tramita em regime de urgência, está

pronto para ser apreciado pelo Plenário. Assim, faço um apelo ao Sr. Presidente

desta Casa para que o coloque em pauta, transformando-o urgentemente em lei.


411

Não deixe que tão importante projeto complete mais um aniversário sem ser

apreciado.

Com estas singelas palavras e despido de qualquer preconceito ideológico ou

partidário, quero, em nome do povo brasileiro, agradecer às Chiquinhas, às Ritas, às

Alziras, às Marias, às Carlotas, às Júnias, às Zélias, às Roseanes, às Nélidas, às

Beneditas, às Dilmas, enfim às mulheres brasileiras, verdadeiras guerreiras desta

Nação.

Muito obrigado.


412

O SR. PRESIDENTE (Lindomar Garçon) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Heuler Cruvinel, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSD.

O SR. HEULER CRUVINEL (PSD-GO. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, subo hoje à tribuna para falar de um assunto

que preocupa todos os brasileiros: segurança pública.

A Constituição de 1988, ao estruturar nosso País como um Estado Social e

Democrático de Direito, trouxe significativos avanços em relação ao papel estatal e à

promoção de políticas de viés social, sem perder de vista o caráter fundamental dos

direitos individuais, especialmente os de liberdade.

Isso significa que, sem abrir mão da livre iniciativa e da proteção aos

indivíduos — primeira conquista moderna da cidadania —, o Estado brasileiro deve

atuar para promover e concretizar os direitos sociais, entre eles o de garantia da

segurança pública, conforme expressamente previsto no art. 6º da Constituição

Federal de 1988, para que todos possam viver em paz.

No entanto, é preciso romper com os velhos modelos. Não basta focar na

repressão e no aumento de penas. Faz-se necessária uma política pública de

segurança consistente, que envolva um projeto sofisticado e profundo de integração

institucional e intersetorial, gestão de informação, formação de uma cultura da paz,

prevenção ao crime e, principalmente, mais investimentos por parte da União.

Hoje o Governo Federal optou por transferir a responsabilidade

exclusivamente aos Estados na segurança pública. Não é essa a melhor forma de

agir em um país de dimensões continentais como o Brasil. Os recursos que

deveriam ser repassados para Estados e Municípios são contingenciados pelo

Governo para fazer superávit primário. Isso acontece porque o Governo Federal não


413

tem capacidade de estabelecer prioridades. Então, trata a segurança pública como

uma questão secundária.

É notório que o Governo Federal não quer, absolutamente, resolver os

problemas da questão da segurança pública no País. Dizer que a responsabilidade

pela segurança pública é somente dos Estados é fugir à responsabilidade. Os

crimes de contrabando de armas e tráfico de drogas são federais. Os presos, os

autores desses delitos, deveriam estar em presídios federais. Hoje eles ocupam

vagas em presídios estaduais, sob a responsabilidade dos Estados. O Governo

Federal lava as mãos.

O aumento do tráfico e do consumo de drogas no Brasil é uma das maiores

tragédias que vêm devastando milhares de famílias no Brasil inteiro. E[c281] a questão

das drogas tem que ser tratada de maneira séria. O tráfico de drogas será

combatido com controle das nossas fronteiras, com polícia, com inteligência, com

tudo o que não vem sendo feito até o momento.

Uma pessoa é assassinada a cada 10 minutos no Brasil, segundo

levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os dados de 2013

foram divulgados recentemente. Entretanto, os números frios das estatísticas

escondem o destrutivo fenômeno da violência em nosso País.

Não obstante, destaco que a melhoria da segurança pública também passa

pela reforma do Código Penal e do Código de Processo Penal, para acabar com a

sensação de impunidade que existe, e, principalmente, pelo investimento e

planejamento da segurança pública.

Eu próprio sou autor da PEC 420/14, que se encontra na Comissão de

Constituição e Justiça e de Cidadania, que obriga a União a destinar ao menos 5%


414

do Orçamento Geral da União para a Segurança Pública. Hoje esse valor não chega

a 2%.

Sr. Presidente, faço um apelo aos nobres colegas no sentido de que

aprovemos medidas como a PEC 420/14, para mudarmos a triste realidade da

segurança pública em nosso País.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que divulgue o meu pronunciamento em todos

os meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente, caros colegas Parlamentares.


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, subo hoje à tribuna para falar de um

assunto que preocupa todos os brasileiros: segurança pública.

A Constituição de 1988, ao estruturar nosso País como um Estado Social e

Democrático de Direito, trouxe significativos avanços em relação ao papel estatal e à

promoção de políticas públicas de viés social, sem perder de vista o caráter

fundamental dos direitos individuais, especialmente os de liberdade.

Isso significa que, sem abrir mão da livre iniciativa e da proteção aos

indivíduos — primeira conquista moderna da cidadania — o Estado brasileiro deve

atuar para promover e concretizar os direitos sociais, entre eles o de garantia da

segurança pública, conforme expressamente previsto no art. 6º da Constituição

Federal de 1988, para que todos possam viver em paz.

No entanto, é preciso romper com os velhos modelos. Não basta focar na

repressão e no aumento de penas. Faz-se necessária uma política pública de

segurança consistente, que envolva um projeto sofisticado e profundo de integração


415

institucional e intersetorial, gestão de informação, formação de uma cultura da paz,

prevenção ao crime e, principalmente, mais investimentos por parte da União.

Hoje o Governo Federal optou por transferir a responsabilidade

exclusivamente para os Estados na segurança pública. Não é essa a melhor forma

de agir em um país das dimensões do Brasil. Os recursos que deveriam ser

repassados para Estados e Municípios são contingenciados pelo Governo para fazer

superávit primário. Isso acontece porque o Governo Federal não tem capacidade de

estabelecer prioridades e então trata a segurança pública como uma questão

secundaria. Minha grande preocupação é com a falta de investimento e

planejamento.

É notório que o Governo Federal não quer, absolutamente, resolver a questão

da segurança pública no País. Dizer que a responsabilidade pela segurança pública

é somente dos Estados é fugir à obrigação.

Os crimes de contrabando de armas e tráfico de drogas são federais. Os

presos, os autores desses delitos deveriam estar em presídios federais. Hoje eles

ocupam vagas em presídios estaduais, sob a responsabilidade dos Estados, e o

Governo Federal apenas lava as mãos.

O aumento do tráfico e do consumo de drogas no Brasil é uma das maiores

tragédias que vem devastando milhares de famílias em todo o Brasil. Trata-se de

questão a ser tratada de maneira seria. O tráfico de drogas será combatido com o

controle das nossas fronteiras, com policia, com inteligência, com tudo que não se

tem visto até o momento.

Não há nenhuma parte do mundo em que o governo federal não tenha uma

parcela de responsabilidade em relação à criminalidade. O combate ao trafico de


416

drogas e de armas e o controle das fronteiras são responsabilidade da União. O que

o Governo faz é terceirizar a responsabilidade. Deveria, sim, haver uma verdadeira

política nacional de segurança pública; deveria, sim, haver parceria com os Estados,

sem o contingenciamento dos recursos da segurança pública que vêm ocorrendo no

Brasil.

Uma pessoa é assassinada a cada 10 minutos no Brasil, segundo

levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública — os dados de 2013

foram divulgados recentemente.

Entretanto, os números frios das estatísticas escondem o destrutivo fenômeno

da violência em nosso País, da qual o povo, sobretudo os pobres, jovens e negros,

são as principais vítimas. Cinquenta mil homicídios por ano, mais de 1.500 roubos

por dia. Na outra ponta, o Brasil possui a quarta maior população carcerária do

planeta: 550 mil presos, sem contar as mais de 147 mil pessoas que estão em

prisão domiciliar, fato que leva a refletir que o aprisionamento e a repressão,

isoladamente, não representam solução para assegurar o direito das pessoas a viver

em paz e em segurança.

Não obstante, destaco que a melhoria da segurança pública também passa

pela reforma do Código Penal e do Código de Processo Penal para acabar com a

sensação de impunidade que existe, e principalmente, pelo investimento e

planejamento.

Ademais, não é compreensível que, apesar da proporção que o problema

vem tomando em todo o País, o Governo Federal, que acumula cerca de 72% de

tudo que se arrecada em impostos no País, participe com apenas 13% do


417

financiamento da segurança publica, cabendo a Estados e Municípios arcar com os

outros 87%.

Eu próprio sou autor da Proposta de Emenda à Constituição nº 420, de 2014,

que se encontra na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, que obriga

a União a destinar ao menos 5% do Orçamento Geral da União para a área de

segurança pública — hoje este valor não chega a 2%.

Para melhorar a situação da segurança publica não existe mágica, temos que

investir e investir corretamente. Essa proposta que tramita nesta Casa tem como

único objetivo disponibilizar mais recursos para trazer a paz de volta às ruas, o que

só será possível aumentando o efetivo policial com a realização de concursos

públicos e investindo em equipamentos, na inteligência das Polícias e na prevenção

dos crimes.

Sr. Presidente, faço um apelo aos nobres colegas: precisamos aprovar

medidas como a PEC 420/2014, para mudarmos a triste realidade da segurança

pública no País. Não podemos permitir que o flagelo das drogas continue afetando

famílias inteiras Brasil afora. Não vamos permitir que a União continue omissa nessa

questão. Precisamos de um Governo Federal mais ativo na área de segurança com

investimentos, planejamento, e mais parceiro na tão importante reforma do Código

Penal.

Nós não temos que ter medo de discutir a questão do menor. Não estou me

referindo ao menor carente, ao menor abandonado. Esse nós temos que proteger.

Refiro-me ao menor bandido, não. Temos que votar a extinção da idade penal do

menor bandido. Esse, quando é preso, diz: “Eu sou menor, não serei preso.” Eu fico


418

abismado com quem defende bandidos que tiram a vida dos nossos filhos e dos

trabalhadores sem nenhum constrangimento.

Já existe um ato da Mesa criando uma Comissão Especial para discutirmos o

assunto segurança pública, da qual serei membro. Tenho certeza de que esta Casa

vai enfrentar o Palácio do Planalto e dizer que quem vai decidir sobre a questão da

maioridade penal é o Plenário desta Casa, que verdadeiramente representa o povo

brasileiro.

É inadmissível que se considere criança alguém que, aos 16, 17 anos, já tem

idade suficiente para votar. Ou seja, o homem com 16 anos pode votar, definir o

futuro da Nação, mas não pode ser preso. É inadmissível também aceitar alguém

defender um homem que aos 17 anos, a 2 ou 3 dias de atingir a maioridade, comete

crime antes para ficar impune.

Eu não considero 3 anos de medida socioeducativa uma medida punitiva. É

por isso que o País está do jeito que está. Ninguém fica preso. Hoje em dia ninguém

tem mais medo de matar ou de roubar porque sabe que não vai ficar preso.

O mais vergonhoso é permitir essa atrocidade de, a cada dez pessoas que

são presas, sete estarem nas ruas cometendo crime. Há uma reincidência de mais

de 70%.

Portanto, Sr. Presidente, quero aqui reafirmar, para registro nos Anais desta

Casa, que assumo, desde já, o compromisso de lutar pela aprovação de medidas

que possam reverter a grave situação da segurança pública no Brasil.


419

[c282] O SR. PRESIDENTE (Lindomar Garçon) - Concedo a palavra ao Deputado

Major Olimpio.

O SR. MAJOR OLIMPIO (PDT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Srs. Deputados, nós tivemos, nesta semana, mais precisamente hoje, o

início dos trabalhos da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime

Organizado.

[c283] Quero transmitir à sociedade brasileira uma palavra de muita esperança,

como policial veterano, que vê a oportunidade inédita de se reformar a legislação

para facilitar o trabalho da segurança pública e da Justiça no País, bem como levar

tranquilidade pública à população.

Quero dizer da satisfação pelos trabalhos desenvolvidos na Comissão de

Segurança Pública. Está aqui o Deputado Lincoln Portela, um dos grandes

guerreiros nessa luta, que promoverá, no dia 18, Comissão Geral para tratar da

segurança pública neste plenário, na próxima semana. Enfim, nunca se debateu

tanto e nunca houve tanto apoiamento à segurança pública neste Congresso. Quero

dizer da satisfação de participar desse processo.

Quero dizer também que, acompanhando a CPI da PETROBRAS, muito

embora não seja dela membro titular, fiquei estarrecido esta semana com o

depoimento do Sr. Pedro Barusco, ex-Gerente de Serviços da PETROBRAS, que

conta, com absolutamente tranquilidade, como somente ele amealhou 97 milhões de

dólares — 97 milhões de dólares! Eu, que estou na segurança pública há 37 anos

combatendo o crime e o criminoso, nunca vi tanta desfaçatez, tanta tranquilidade

para falar em números tão absurdos como nós estamos vendo nesse processo.


420

Neste momento, na Casa, ainda está sendo ouvido, na CPI da PETROBRAS,

o Sr. Sérgio Gabrielli, ex-Presidente da empresa, que está, desde a manhã,

contando da lisura do processo, de como nunca aconteceu qualquer desvio de

conduta na administração da PETROBRAS.

[c284] Quando se fala da área política que poderia ter envolvimento com esses

deslizes, com esses crimes bárbaros praticados contra a PETROBRAS e contra o

povo brasileiro, parece que isso é uma peça de ficção. Ninguém fez absolutamente

nada. Nunca houve ninguém na área política que pudesse ter qualquer ligação,

facilitação ou indicação, que isso foi só uma coisa de empreiteiros e funcionários de

segundo, terceiro e outros escalões dentro da PETROBRAS. Isso me traz uma

preocupação muito grande.

A população lá fora quer respostas. Este Congresso tem que dar respostas à

população, bem como a Justiça. Todos nós que combatemos o crime neste País.

Nós temos crimes bárbaros praticados contra o povo brasileiro que têm que ser

apurados convenientemente por esta Casa e pelo Senado. Tem que ser dada uma

resposta de verdade ao povo brasileiro.


Valmir Assunção, por 3 minutos. Em seguida falarão os Deputados Padre João e

Lincoln Portela.

O SR. VALMIR ASSUNÇÃO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta semana, o Deputado Nilson Leitão, do

PSDB, veio à tribuna para atribuir adjetivos aos sem-terra, dizendo tratar-se de uma

quadrilha, de bandidos. Eu sou do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

e não sou bandido nem faço parte de nenhuma quadrilha.


421

Dei entrada hoje, na Casa, na Presidência, a uma representação contra o

Deputado, juntamente com os Deputados João Daniel e Marcon, para que ele

responda. Eu[CD285] não posso, de forma nenhuma, Parlamentar eleito pelos

movimentos sociais do Estado da Bahia, ao exercer aqui a minha função, aceitar um

Deputado atribuir a uma organização determinados atos que ele acha que não são

justos, generalizando, como ele fez.

Eu estou dizendo isso porque hoje à tarde também o Deputado José Carlos

Aleluia, Deputado Federal da Bahia, disse que foi o Movimento dos Trabalhadores

Sem Terra que matou duas pessoas esta semana num acidente em Sergipe. Eu não

posso, de forma nenhuma, ouvir e achar natural um Deputado preconceituoso

atribuir a uma organização respeitada como o MST essa conduta.

E digo isso porque eu poderia atribuir ao Deputado, mas não estou atribuindo,

o massacre de Eldorado dos Carajás, em que foram assassinados 21 sem-terra.

Quem governava o Estado do Pará era o PSDB, aliado do DEM. Eu poderia atribuir

ao Deputado, mas não vou atribuir, o que aconteceu no Rio Grande do Sul na

manifestação dos caminhoneiros incentivados pelo DEM e pelo PSDB.

Qualquer[CD286] coisa que aconteça no dia 15 neste Brasil eu poderia

atribuir ao Deputado, mas não vou fazer isso, porque eu sou daqueles que acha que

cada pessoa é responsável pelos seus atos. Nós estamos em um processo

democrático e temos que ter essa compreensão. Nós não podemos atribuir o ato

individual a um aspecto coletivo. Isso é importante e, por isso, não vou atribuir ao

Deputado.

Mas eu acho que o Deputado, um preconceituoso, que ao longo da história

deste Brasil sempre apoiou políticas que impediram o avanço do povo... A Bahia é


422

um exemplo disso. A Bahia tem uma das rendas per capita mais baixas do País,

justamente porque a política dirigida pelo grupo político do DEM lá massacrou o

povo. Foi Jaques Wagner que recuperou a autoestima do povo baiano — o nosso

companheiro Rui Costa está dando continuidade a esse trabalho.

Quero concluir, Sr. Presidente, dizendo que aqui as pessoas podem falar o

que quiserem, mas com responsabilidade. Cobram da sociedade respeito ao

Parlamento. Mas Deputados que, muitas vezes, não se respeitam nesta Casa não

podem exigir respeito da sociedade.

Era isso, Sr. Presidente.


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, há 31 anos o Movimento dos

Trabalhadores Rurais Sem Terra — MST nascia com a proposta de organizar os

camponeses e camponesas sem terra no Brasil para a luta pela reforma agrária.

Diante da grave estrutura fundiária do Brasil, concentrada nas mãos de poucos

proprietários, e da quantidade de trabalhadores que sem acesso à terra, a

nacionalização e a sua rápida massificação tornou o Movimento a maior organização

popular do mundo, não só da América Latina.

Hoje o MST é maior que sua própria pauta mestre. As reivindicações em torno

do conjunto dos direitos humanos, do acesso à cultura e o debate sobre a

democratização da comunicação e o direito à participação popular fazem parte do

que é ser sem-terra. Compreendemos que a reforma agrária, como instrumento de

democratização do acesso à terra, deve garantir uma vida digna no campo.


423

Na Bahia, sou um dos fundadores desse movimento. Fui um dos primeiros

negros a integrar a direção nacional do MST, levando o debate racial também para o

universo da reforma agrária. Ao longo desses anos, lutamos por políticas públicas e

por justiça social. A ocupação como método de protesto, é a marca do nosso

movimento. Aliás, mais de 80% das terras que viraram assentamento antes foram

alvo de alguma ocupação ou mobilização popular.

Esse movimento nunca se furtou a estar nas ruas exercendo o direito

democrático à organização e à livre manifestação; questiona diuturnamente a

hegemonia ruralista, que prega a propriedade da terra como direito absoluto, quando

a Constituição lhe atribui função social; contribui no processo de educação do povo

camponês, com a luta por escolas no campo e inclusão em cursos de nível superior.

Por esses fatores, não posso aceitar calado manifestações como a do

deputado Nilson Leitão, do PSDB de Mato Grosso. Ao dizer que o MST é uma

quadrilha bem montada, ao afirmar desta tribuna que nós somos bandidos, esse

Deputado calunia não só a organização, mas três Deputados que fazem parte do

MST: eu, o Deputado João Daniel, do PT de Sergipe, e o Deputado Marcon, do PT

do Rio Grande do Sul.

Vamos entrar com uma representação nesta Câmara, por que não é possível

que esse Deputado desrespeite outros membros desta Casa dessa maneira; que

tente nos criminalizar, ferindo os princípios democráticos que regem esta Casa e o

Brasil.

Nós, do MST, seguiremos em frente com as ferramentas que nos estão

disponíveis. Tenho orgulho de permanecer nessa organização popular. Se estou

Deputado Federal é porque aceitei a tarefa colocada pelo MST na Bahia,


424

compartilhada por todo o MST no Brasil, de trazer para cá a defesa e a construção

da pauta popular.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que divulgue este pronunciamento no

programa A Voz do Brasil e nos meios de comunicação da Casa.

Muito obrigado

. O[CD287] SR. PRESIDENTE (Lindomar Garçon) - Vou conceder a palavra, por 1

minuto, ao Padre João, do PT de Minas Gerais.

O SR. PADRE JOÃO (PT-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Obrigado.

Sr. Presidente, amanhã, dia 13 de março, apelo a todos os movimentos

sociais que vão às ruas para defender a democracia, para defender a PETROBRAS.

Muitos Parlamentares querem desvalorizar a PETROBRAS para que possa ser

adquirida por seus amigos, grandes empresários, como foi feito com a Vale do Rio

Doce e com os bancos: sucateados, ficaram em condições de privatização.

Mas isso não vai acontecer. Estaremos nas ruas no dia de amanhã em defesa

da PETROBRAS, em defesa da democracia, porque o resultado das eleições tem

que ser respeitado, tem que ser acatado pela Oposição, que até hoje, de forma

raivosa, não aceitou.

Então[CD288], amanhã, em Belo Horizonte, estaremos na Praça Afonso Arinos

com os movimentos sociais — MST, MAB, CUT — e todos os sindicatos para

defender a PETROBRAS e, sobretudo, a democracia e, para consolidarmos a

democracia, a reforma política, retirando urgentemente o poder econômico desta

Casa, que a domina e contamina a democracia.


425



426

[CD289] [CD290]O SR. PRESIDENTE (Lindomar Garçon) - Concedo a palavra ao

Deputado Lincoln Portela, para falar como Líder. V.Exa. dispõe de 6 minutos.

O SR. LINCOLN PORTELA (PR-MG. Como Líder. Sem revisão do orador.) -


Eu quero falar sobre um drama que vem acontecendo com a sociedade

brasileira, o drama do desaparecimento de pessoas. Trata-se de problema

gravíssimo e que tem afligido milhares de famílias no Brasil. Os que enfrentam esta

situação experimentam a dor e a angústia ampliadas ao extremo pelo fato de, em

geral, não se dispor de informações precisas sobre o paradeiro do seu ente querido.

No caso, as incertezas a respeito do que aconteceu dificultam ainda mais as buscas,

resultando muitas vezes em diligências frustradas. Sob esse conjunto de

circunstâncias, acentuam-se, prolongam-se sentimentos de ansiedade e de

desespero, causando grande sofrimento para a família e também para os amigos.

Justifica-se a preocupação sobretudo quando se observa como a população se

encontra vulnerável atualmente, exposta à violência e à ação de criminosos.

[CD291]A falta de segurança evidencia-se, cada vez mais, como um dos

principais problemas brasileiros da atualidade. Diariamente, o noticiário registra

grande número de assaltos, homicídios e sequestros. Quadrilhas organizadas

sequestram e aliciam crianças e adolescentes no intuito de abastecer, manter e

ampliar a rede de adoções ilegais, do tráfico de órgãos, de trabalho escravo e de

prostituição infantil.

Há 2 anos, nós participamos aqui de uma Comissão Geral sobre segurança

pública. Nesta quarta-feira, dia 18, das 10 horas às 14 horas, será realizada uma

segunda Comissão Geral para tratar desses assuntos. Naquela ocasião, nós


427

tratamos do adicional de fronteira. Nós o aprovamos nesta Casa e no Senado, foi

sancionado pela Presidente Dilma, mas um artigo não foi regulamentado, e, até

hoje, os policiais federais não estão recebendo o adicional de fronteira, assim como

aqueles 50 da Receita Federal, que também estão nas fronteiras brasileiras. Ou

seja, as fronteiras brasileiras estão abertas para tráfico de órgãos, tráfico de

crianças, tráfico humano, tráfico de armas, tráfico de drogas. É preciso resolver essa

questão, porque a própria Presidente Dilma sancionou, mas o adicional não está

sendo pago à Polícia Federal.

Fui Presidente da Comissão Especial da PEC 339, proposta de autoria do

Deputado Vicentinho, do PT, que trata do adicional noturno para os membros de

segurança pública do Brasil, os quais não têm trabalhado a contento à noite, e é

exatamente à noite, nos lugares menos iluminados, que esses sequestros também

acontecem. Pais[CD292] às vezes permitem que seus filhos de 12 anos ou 13 anos

estejam nas ruas após as 22 horas. Essas crianças também são sequestradas nos

locais escuros à noite. Falta policiamento ostensivo também porque os Estados não

têm cumprido com a determinação da ONU de ter pelo menos um policial para 250

pessoas — isso é trágico.

Para se ter uma ideia, em 1999, o Ministério da Justiça fez um trabalho

mostrando que pelo menos naquele ano 200 mil pessoas desapareceram. A cada

ano no Brasil, se não me engano, a ONG Viva Rio aponta uma média de 40 mil

desaparecidos, Deputado Paulão. Por ano, no Brasil, 40 mil desaparecidos!

Está certo: homens, às vezes, fogem de casa; mulheres fogem de casa; filhos

fogem de casa. Mas a maior parte é vítima de homicídio, a maior parte foi aliciada


428

pelo crime organizado, a maior parte passa a viver nas ruas, tornam-se dependentes

químicos. Precisamos resolver essas questões no Brasil.

Precisamos resolver questões de violência, inclusive contra os policiais, não

apenas das prostitutas que são vítimas, não apenas a dos chamados, como diz o

ditado “preto, prostituta e pobre”, mas “preto, prostituta, pobre e policial”.

No ano passado, 2014, quase 550 policiais foram vitimados por homicídio no

Brasil. Nós precisamos mudar esse estado de coisas e resolver essa questão das

pessoas desaparecidas.

[CD293]É preciso que façamos campanhas para esclarecimento sobre como

proceder em relação às pessoas que desaparecem. Eu sei que o Ministério da

Justiça está preocupado com isso; eu sei que vários Governos estão preocupados

com isso, mas nós precisamos de ações conjuntas, de ações coletivas, de ações

com a polícia integrada.

Antes nós falávamos de meias polícias, e nós agora temos um terço de

polícias. Eu, por exemplo, lutei muito pelas Guardas Municipais. Nós temos agora a

Guarda Municipal, que faz a apreensão, aguarda de 2 a 3 horas pela Polícia Militar

para fazer a detenção, e a Polícia Militar ainda vai para a delegacia, para, por mais 3

ou 4 horas, tentar resolver aquela questão.

Precisamos de polícias integradas para resolver esse problema de uma vez

por todas, com sistema de proteção, de prevenção e de recuperação de

desaparecidos. porque isso está-se revelando ineficiente.

Não podemos ficar apenas nos discursos. Nesta Casa temos muitas pessoas

na Frente Parlamentar da Segurança Pública. Precisamos, Deputado Paulão, juntos

— V.Exa. tem-se preocupado com isso —, elaborar e trabalhar com o Governo


429

Federal, com os Governos Estaduais, com a Presidência desta Câmara e com o

Colégio de Líderes, para que matérias relevantes na área de segurança pública

sejam realmente votadas, aprovadas aqui e no Senado, e sancionadas pela

Presidência da República.



Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna para pedir mais

atenção, apoio, empenho e solidariedade com relação ao drama representado pelo

desaparecimento de pessoas. Trata-se de problema gravíssimo e que tem afligido

milhares de famílias.

Os que enfrentam essa situação experimentam a dor e a angústia ampliadas

ao extremo pelo fato de, em geral, não se dispor de informações precisas sobre o

paradeiro de seu ente querido. No caso, as incertezas a respeito do que aconteceu

dificultam ainda mais as buscas, resultando, muitas vezes, em diligências frustradas.

Sob esse conjunto de circunstâncias, acentuam-se e prolongam-se os sentimentos

de ansiedade e desespero, causando grande sofrimento para a família e os amigos.

Justifica-se a preocupação, sobretudo quando se observa como a população

se encontra vulnerável atualmente, exposta à violência e à ação de criminosos. A

falta de segurança evidencia-se, cada vez mais, como um dos principais problemas

brasileiros na atualidade. Diariamente, o noticiário registra grande número de

assaltos, homicídios e sequestros. Quadrilhas organizadas sequestram e aliciam

crianças e adolescentes, no intuito de abastecer, manter e ampliar a rede de

adoções ilegais, tráfico de órgãos, trabalho escravo e prostituição infantil. Impõe-se,


430

pois, a adoção de providências urgentes, incluindo ações preventivas, repressivas e

punitivas mais rigorosas. Ressalto a importância do adicional de fronteiras, aprovado

nesta Casa, mas que no Senado continua inerte.

Atento a esse quadro alarmante de insegurança, insisto na necessidade de

valorizar e apoiar consistentemente os órgãos e agentes encarregados de preservar

a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio. Nesse sentido, já

realizei sucessivas gestões em defesa das forças de polícia. Fui Presidente da

Comissão Especial da PEC 339, de autoria do Deputado Vicentinho, que cria o

adicional noturno.

Não podemos deixar de reconhecer a importância do papel a cargo das

polícias, que somam relevantes serviços em benefício do País e da segurança dos

cidadãos e cidadãs. A mesma afirmação é válida para os outros órgãos da área de

segurança pública e que, não obstante, também têm enfrentado sérias crises nos

últimos anos, inclusive com ocorrência de greves e um número considerável de

evasões funcionais. Além disso, ressalto a ocorrência de homicídios, crimes

hediondos contra policiais. São quase 450 mortes o ano de 2014.

Ao focalizar, em particular, o desaparecimento de pessoas, constatamos que,

todos os dias, pais e mães perdem seus filhos subitamente e de forma inexplicável.

Por ano, são milhares de crianças e adultos desaparecidos no Brasil. Uma pesquisa

realizada em 1999, com o apoio do Ministério da Justiça, mostrou o número

impressionante de 200 mil pessoas desaparecidas.

Apesar de o País dispor de determinados recursos e instrumentos para lidar

com essas situações, isso não tem sido suficiente. Faltam, por exemplo, campanhas

para esclarecimento sobre como proceder quando alguém desaparece. Mesmo o


431

programa de localização e identificação de desaparecidos contém uma série de

limitações, limitações essas que concorrem para aumentar as dificuldades

verificadas no trabalho de recuperação. A expectativa, portanto, é de que aumente a

adesão e cooperação com relação ao referido programa e que ele seja implantado

em todo o território nacional.

Por enquanto, o sistema de proteção, de prevenção e de recuperação de

desaparecidos revela-se ainda ineficiente no Brasil. A rigor, falta articulação e

integração entre os cadastros e políticas de atuação nesta área.

É preciso, com efeito, reforçar as medidas de combate ao desaparecimento

de pessoas, criar e promover medidas de cunho preventivo, trabalhar com ênfase

constante ao policiamento ostensivo e à consequente redução de riscos.

Tudo isso, claro, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, depende da ação

policial competente, efetivamente valorizada, contando com o auxílio de profissionais

capacitados e em número suficiente, de modo a oferecer o devido atendimento para

as específicas e crescentes demandas da sociedade. Importa, sim, em especial,

melhorar as condições contra o desaparecimento de crianças e adultos,

proporcionando aos familiares dos desaparecidos os meios para obter a ajuda legal

e para tornar mais eficaz a busca, bem como garantir o necessário apoio

psicológico. São condições imprescindíveis para que tenhamos mais segurança e

justiça para os cidadãos e cidadãs de bem em nosso País.

Com a intenção de esclarecer e dar suporte às famílias e amigos de pessoas

desaparecidas, estou colhendo assinaturas para instalar a Frente Parlamentar em

Defesa das Famílias com Parentes Desaparecidos. Conto com os nobres

Parlamentares para que esse trabalho nos traga resultados significantes nas

políticas de busca daqueles de que não se sabe o paradeiro.


432



433

[CD294]O SR. PRESIDENTE (Lindomar Garçon) - Concedo a palavra ao

Deputado Paulão para fazer uso da palavra por 1 minuto.

O SR. PAULÃO (PT-AL. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, em primeiro lugar, eu quero deixar como lido discurso, mesmo atrasado,

sobre o Dia Internacional da Mulher e também sobre a importância do projeto, já

sancionado pela Presidenta Dilma, que tipifica no Código Penal o feminicídio.

[CD295]Sr. Presidente, quero dizer que esta semana fizemos um debate

importante aqui nesta Casa, mas nele pudemos constatar a contradição da

democracia ao ver a cara de pau do Senador Aloysio Nunes Ferreira. Qual é a

credibilidade que aquele cidadão tem de falar em ética e transparência, quando ele

uma “operação abafa” na questão do metrô?

Então, vou trabalhar para que seja criada a CPI da CEMIG, que foi o ovo da

serpente para a corrupção no Governo Aécio Neves. É importante investigar isso,

que foi o nascedouro do processo.

Amanhã, dia 13, o povo vai para a rua fazer a defesa de um projeto que deu

certo, que fez o Brasil crescer, que distribuiu renda. É verdade que estamos com

dificuldades conjunturais, mas vamos superá-las.

Agradeço ao colega do Partido dos Trabalhadores por inverter a ordem de

inscrição.



Sr. Presidente, no domingo, foi comemorado o Dia Internacional da Mulher. A

data marca a luta histórica das mulheres pela igualdade de gênero e, por isso


434

mesmo, é oportuno lembrarmos que tramitam nesta Casa diversas matérias

reclamadas pela bancada feminina, voltadas ao combate à violência e também

propostas que visam ampliar a participação das mulheres na política.

São dispositivos válidos no conjunto de políticas para as mulheres, pois além

de se constituírem na maioria da população brasileira, elas são maioria do eleitorado

e, portanto, necessitam ter uma maior representatividade no Congresso Nacional.

É o caso do projeto da cota de 30% das cadeiras no Congresso Nacional

para as mulheres e da proposta de 30% dos recursos do fundo partidário para as

candidatas. Temos, ainda, a proposição que obriga as Mesas Diretoras da Câmara e

do Senado a contarem com ao menos uma mulher. Esta última foi aprovada na

sessão desta terça-feira, dia 10.

A meta da bancada feminina é que, em 20 anos, 50% das vagas no

Congresso sejam ocupadas por mulheres. Hoje na Câmara, dos 513 Deputados,

apenas 51 são mulheres. No Senado há somente 13 Senadoras entre os 81

Parlamentares daquela Casa.

Sou totalmente favorável às reivindicações da bancada feminina. Defendo

que as conquistas das mulheres sejam efetivadas em lei, para que suas causas não

fiquem à mercê da vontade política de tempos em tempos.

Acredito que esta Casa tem a obrigação de aprovar, o quanto antes, as

matérias mencionadas, sem esquecer outro problema muito grave: a violência

doméstica.

Semana passada, na Câmara, demos mais um passo à frente, ao aprovarmos

o projeto que modifica o Código Penal e inclui entre os tipos de homicídio qualificado

o feminicídio — assassinato de mulher por razões de gênero. Com a medida, esse


435

tipo de crime passará a ser hediondo e a pena será elevada. A lei já foi sancionada

pela Presidenta Dilma Rousseff na segunda-feira, dia 9.

Propostas como a do feminicídio têm um importante papel de coibir a

criminalidade e conscientizar a população sobre esse assunto. A Lei Maria da

Penha, aprovada no Congresso em 2006, teve um impacto positivo na redução de

assassinatos no País. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada —

IPEA, a lei fez cair em cerca de 10% a projeção anterior de aumento da taxa de

homicídios domésticos desde 2006. Mesmo assim, é salutar frisar que o assassinato

de mulheres cresceu no Brasil desde 2006, porém, de acordo com o IPEA, sem a

Lei Maria da Penha, o aumento dos crimes seria maior.

Todos os dias os telejornais e outros meios noticiosos mostram crimes

bárbaros contra as mulheres, cometidos na maioria das vezes por seus

ex-companheiros. Isso é algo totalmente intolerável.

Quando se fala em violência de gênero, infelizmente é preciso dizer que

Alagoas é um dos recordistas, conforme apurou a Comissão Parlamentar Mista de

Inquérito — CPMI da Violência Contra a Mulher. O relatório da CPMI entregue ao

Governo do Estado em 2013 apontava Alagoas como o segundo Estado que mais

mata mulheres, com uma taxa de 8,3 homicídios por 100 mil mulheres, perdendo

apenas para o Espírito Santo, onde a taxa registrada foi de 9,8 assassinatos para

cada 100 mil habitantes.

Atentos a essa realidade e à necessidade de dar mais espaço às mulheres na

representatividade política, vamos continuar na luta para mudar o atual quadro em

Alagoas e no resto do País.


436

Meus parabéns a todas as bravas mulheres alagoanas e a todas as

brasileiras!

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Lindomar Garçon) - Eu gostaria de pedir a

compreensão dos colegas para que fale agora a Deputada Mariana Carvalho, que

vai pegar um avião daqui a pouco.

A SRA. MARIANA CARVALHO (PSDB-RO. Pela ordem. Sem revisão da

oradora.) - Sr. Presidente, Deputado Lindomar Garçon, venho a esta tribuna

solidarizar-me com todos os brasileiros que, no dia 15 deste mês, no próximo

domingo, irão às ruas para podermos, democraticamente, lutar pelos nossos direitos

neste momento em que o nosso País vive com tantas crises. É a forma de

mostrarmos qual é o País que queremos e em que acreditamos.

Solicito a todas as pessoas que forem participar desse movimento que o

façam pacificamente. Levem suas famílias! Respeitem a polícia! Espero que a

polícia também respeite as pessoas que vão participar. Levem seus cartazes!

Espero que as pessoas possam pintar suas caras e reivindicar aquilo que queremos

e em que acreditamos, pelo País que queremos e em que acreditamos.

Deixo essa minha mensagem, que solicito seja registrada em todos os canais

de comunicação desta Casa.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

[CD296]O SR. PRESIDENTE (Lindomar Garçon) - Concedo a palavra pela

ordem ao Deputado Leo de Brito.


437

O SR. LEO DE BRITO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, nobres Deputados, eu quero registrar neste momento que, hoje, pela

manhã, o Presidente desta Casa, Deputado Eduardo Cunha, esteve na CPI da

PETROBRAS e prestou todos os esclarecimentos a respeito das denúncias que

foram formuladas contra ele. Foi uníssono, da parte de todos os Deputados daquela

CPI, que todas as delações e todas as doações lícitas de campanha devem ser

relativizadas. Elas devem ser verificadas com muita especificidade, com muito

cuidado, para que não sejam feitos prejulgamentos.

[CD297]É nesse sentido, repudiando com veemência, que quero ler uma nota do

nosso Governador a respeito dessa situação.

“Nota pessoal do Governador Tião Viana. A

despeito de citação da minha pessoa com tal Operação

Lava Jato, eis a minha posição. Estou muito longe dessa

podridão. Essa podridão está muito longe de mim. Os

dedos sujos da injúria, da calúnia, da difamação que

apontam para a minha honra não escondem a covardia

daqueles que certamente não terão a dignidade de vir a

público pedir desculpas quando tudo for esclarecido.

A minha candidatura ao Governo do Estado do

Acre, em 2010, recebeu uma doação legal da empresa

chamada IESA, devidamente aprovada no Tribunal

Regional Eleitoral. Cabe destacar que a mencionada

empresa nunca teve qualquer relação comercial ou

institucional com o Estado do Acre. Asseguro, ainda, que


438

nunca tive qualquer contato com nenhum dos

personagens desse submundo em investigação.

Ao tomar conhecimento de eventual citação do

meu nome, em janeiro deste ano, prontamente requeri

interpelação judicial contra o bandido Paulo Roberto

Costa. E agora, tão logo revelado o teor de sua mentirosa

citação do meu nome, determinei ajuizar contra ele ação

civil por danos morais e ação penal por denunciação

caluniosa.

Aguardo o andamento pelo Poder Judiciário no foro

apropriado para as ações em questão. Quanto ao sigilo

de qualquer procedimento judicial, autorizo a publicidade

de tudo que envolva o meu nome. Para mim, quanto mais

investigação, melhor.

Tião Viana, Governador do Estado do Acre.”


O SR. PRESIDENTE (Lindomar Garçon) - Muito bem.

Concedo a palavra pela ordem ao Deputado Wilson Filho, por 1 minuto.

O SR. WILSON FILHO (Bloco/PTB-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, como já fiz anteriormente, venho aqui demonstrar minha

preocupação pela cidade de João Pessoa, Capital do meu Estado. A cidade, que já

foi vista como uma das mais apropriadas para se morar em todo o Brasil, agora vive

um clima de insegurança muito grande.


439

Lá nós temos medo de sair de nossas casas, de ir trabalhar e até de ficar em

casa. A cidade está próxima de se tornar a mais violenta de todos os Estados

brasileiros. Já[CD298] é a nona mais violenta do mundo.

Sr. Presidente, o nosso trabalho aqui, no Congresso Nacional, em Brasília, é

defender essa cidade e defender o meu Estado, acima de tudo. Então, desde o

primeiro dia de mandato, nós estamos trabalhando para levar o primeiro Centro

Público de Recuperação de Dependentes Químicos para a Paraíba. Através de

nossa emenda, no ano de 2015, isso será possível.

Vamos continuar trabalhando.

Muito obrigado.

[CD299]O SR. PRESIDENTE (Lindomar Garçon) - Antes de encerrar os

trabalhos, eu quero fazer uma referência aos sindicalistas de Rondônia que

estiveram aqui em Brasília reivindicando o andamento da transposição dos

servidores dos ex-Territórios Federais para os quadros da União.

O Senador Valdir Raupp foi designado para relatar a Medida Provisória nº

660, de 2014, na Comissão Mista. Com certeza, no dia 17, essa Comissão será

instalada.

Nós, aqui na Câmara, e os Senadores temos a responsabilidade de fazer com

que esse trabalho aconteça o mais rápido possível. Os servidores de Rondônia

aguardam ansiosos que essa transposição verdadeiramente aconteça.

Além disso, quero cumprimentar a minha amiga e colega de Parlamento do

Estado de Rondônia Mariana Carvalho.

Sob a proteção de Deus, estão encerrados os trabalhos.


440

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS À MESA PARA PUBLICAÇÃO

O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna registrar o

falecimento, na data de hoje, do amigo e companheiro de basquete Mayr Facci,

ocorrido ontem, 11 de março de 2015.

Nascido em abri de 1927 em São Paulo, mas enraizado no Paraná, Mayr

Facci foi jogador da Seleção Brasileira de Basquetebol Masculino nas Olimpíadas de

Helsinque, em 1952, e de Melbourne, em 1956, além de representar de modo

brilhante nosso País em campeonatos mundiais e pan-americanos.

Conhecido como “Mão de Gato”, ele abrilhantou o basquete paranaense,

jogando pela cidade de Ponta Grossa até atingir o auge no cenário nacional.

Um amigo, ícone do esporte, manteve seus laços com o esporte até o seu

falecimento, incentivando as novas gerações, com seu exemplo e dedicação.

Registro seu falecimento, transmitindo minhas sinceras condolências a sua

família, que acompanhou a carreira desse jogador que abrilhantou o basquetebol

desde 1950, como jogador, até a presente data, como exemplo a ser seguido.

Muito obrigado.


441

O SR. VINICIUS CARVALHO (Bloco/PRB-SP. Pronunciamento encaminhado

pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, pedi a palavra não para iniciar

um discurso, mas para continuá-lo. Sim, pois o que quero é manifestar novamente o

compromisso com um tema a que já me dedicava em meu primeiro mandato nesta

Casa, encerrado 4 anos atrás: a proteção e defesa do consumidor.

Não estou fazendo, portanto, uma simples declaração de intenções. A

proteção do consumidor é algo a que eu efetivamente já vinha me dedicando.

E abordo esse tema agora por dois motivos. Primeiro, porque se aproxima o

Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, comemorado no dia 15 de março.

Segundo, porque neste ano de 2015, em setembro, o Código de Defesa do

Consumidor (CDC) brasileiro completará 25 anos.

São duas datas significativas que, espero, redobrarão a atenção do

Legislativo para os direitos dos consumidores. Afinal, sim: nós ainda precisamos de

ação legislativa, por mais avançado que tenha sido o CDC à época de sua

promulgação.

Acontece que as relações de consumo são algo em constante evolução. Do

lado do fornecedor, o desenvolvimento tecnológico vai gerando novos produtos e

novas formas de publicidade. Do lado do consumidor, as mudanças de hábitos, de

modas e valores vão levando a mudanças na demanda de produtos e serviços. E,

ao mesmo tempo, a criatividade jurídica vai gerando novas figuras contratuais.

Por isso, não importa o quão avançado tenha sido o Código de Defesa do

Consumidor, a atenção do Legislativo ao tema deve ser constante. O Estado tem o

dever de harmonizar as relações de consumo.

Essa afirmação é incontrastável. Por mais variadas que sejam as visões


442

sobre o papel do Estado, é unânime que equilibrar o mercado é uma de suas

funções. Além disso, é a própria Constituição de 1988 quem estabelece, no art. 5º,

aquele dos direitos fundamentais, que é dever do Estado brasileiro promover a

defesa do consumidor. Essa defesa também tem que ser, de acordo com o texto

constitucional, um dos princípios da nossa ordem econômica. Portanto, ninguém

pode pôr em dúvida esse dever do Estado e, sobretudo, do Legislativo.

A preocupação com o consumidor só deixaria de ser importante se ele

deixasse de ser o lado mais fraco no mercado. Infelizmente, isso talvez nunca

aconteça, pois a vulnerabilidade do consumidor deriva do próprio modo como está

organizada a produção. Vivemos numa sociedade de consumo e produção em

massa; isso nos traz benefícios, como maior bem-estar e maiores comodidades,

mas também riscos. Um único defeito em um produto, multiplicado em miríades de

unidades, pode expor a perigo milhões de pessoas. Uma única ação de publicidade

pode ludibriar outros tantos. Um mesmo tipo de contrato pode ser assinado por

milhões antes que se deem conta de uma cláusula abusiva.

Foi por ter consciência dessa necessidade de proteção que dediquei boa

parte de minha atividade no meu último mandato a essa questão. Em todos os

quatro anos da 53ª Legislatura, fui titular da Comissão de Defesa do Consumidor, e

tive a honra de compor a Vice-Presidência desse órgão nos anos de 2009 e 2010.

Além disso, dos projetos de minha autoria, boa parte era relacionada a consumo.

Apresentei projetos sobre publicidade, formas de pagamento, regras de cobrança,

atrasos no transporte aéreo etc. Infelizmente, uma boa parte desses projetos acabou

arquivada ao final daquela legislatura, por causa de uma regra muito severa do

Regimento Interno da Câmara.


443

Mas estou aqui de novo e com a mesma disposição de antes para lutar pela

causa. Só que quero contar com o apoio dos senhores, nobres colegas. Propostas

que visam ao equilíbrio das relações de consumo têm imenso alcance social. Um

dos compromissos do Governo brasileiro nos últimos anos tem sido o aumento real

dos salários, mas de nada adiantará ao cidadão ganhar mais se ele não receber o

que compra. E se os produtos e serviços comprados tiverem defeitos? E se ele for

cobrado por aquilo que não pediu? E se gastar seu dinheiro estimulado por

publicidade abusiva?

Não basta aumentar o salário, é preciso também proteger o trabalhador

quando vai gastá-lo. Para isso, o Código de Defesa do Consumidor, nestes 25 anos,

tem ajudado muito. Mas, como eu disse, o mercado muda muito e precisamos estar

sempre ajustando a legislação às novas realidades.

Graças ao CDC, o Brasil tem uma legislação consumerista das mais

avançadas do mundo. Mas é justamente por isso que não podemos relaxar e perder

essa posição de destaque.

Afinal, jantar com a pessoa amada em um restaurante, comprar uma casa ou

um carro, fazer uma viagem, tudo isso é consumo, mas também é vida. É por meio

do consumo que os brasileiros vão realizando seus sonhos. Por isso é tão

importante defendê-los.

Muito obrigado.


444

O SR. ROBERTO ALVES (Bloco/PRB-SP. Pronunciamento encaminhado

pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna

parabenizar o Rotary Club pela sétima edição, na cidade de Campinas, do projeto

Rotary em Ação, ocorrido no domingo, dia 8 de março, no bairro do Campo Grande.

Durante esse dia de ação solidária, foram disponibilizados à população diversos

serviços gratuitos, como corte de cabelo, orientação médica e jurídica.

A estimativa da organização é de que ao menos 10 mil pessoas tenham

passado pelas tendas montadas na Praça do Campo Grande durante as 4 horas de

atendimento. O evento contou com o apoio da Prefeitura de Campinas, por meio das

Secretarias de Saúde, Trabalho e Renda e Esportes, responsáveis por tendas com

informações sobre a dengue, processos jurídicos e orientação vocacional e

atividades esportivas e de recreação.

Essa valorosa atividade fez parte da celebração da Semana Municipal de

Rotary Club, comemorada toda quarta semana de fevereiro desde 2005 com o

objetivo de aproximar ainda mais os profissionais que integram o Rotary Club de

nossa comunidade, prestando serviços de qualidade, com muito carinho, para as

pessoas que realmente precisam.

Parabenizo, em nome do Presidente da Comissão de Prestação de Serviços

à Comunidade do Rotary Club, Eduardo Nasser, toda a família rotariana e os

voluntários que se uniram a essa atividade. Cerca de 300 voluntários trabalharam

em parceria com Secretarias Municipais e clubes de serviço nesse dia. O Corpo de

Bombeiros de Campinas, outra digna corporação de nossa cidade, também montou

uma tenda para informar a população sobre princípios básicos de primeiros

socorros, como agir em caso de engasgo de crianças pequenas.


445

Parabenizo pelo apoio o Prefeito Jonas Donizette, ex-Deputado desta Casa,

em especial pela presença da Secretaria de Saúde, que realizou testes gratuitos de

HIV, sífilis e hepatites, aproximando-se ainda mais dessa grande comunidade de

moradores.

Solicito à Presidência a divulgação, nos meios de comunicação desta Casa,

de nosso reconhecimento ao profícuo trabalho realizado por essa instituição, que

comemora 110 anos de existência, em especial o Distrito 4590, na pessoa de seu

Governador, Henrique Póvoa, e o Rotary Campinas, Campinas Alvorada, Campinas

Andorinhas, Campinas Barão, Campinas Cambuí, Campinas Campos Salles,

Campinas Carlos Gomes, Campinas Leste, Campinas Norte, Campinas Oeste e

Campinas Sul.

Honrando o legado de Paul Harris, esses valorosos companheiros

permanecem irmanados no sublime ideal de servir, dar de si antes de pensar em si.

Era o que eu tinha a dizer

Deus os abençoe.


446

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Pronunciamento

encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, requeiro, nos termos regimentais, que

seja inserido nos Anais desta Casa e seja divulgado no programa A Voz do Brasil o

Requerimento n.º 55, de 2015, de autoria da Vereadora Cida Ferreira, da Cidade de

Diadema, Estado de São Paulo, no qual registra a passagem do Dia Nacional da

Advocacia Pública — Lei nº 12.636, de 14 de maio de 2012, oriunda de projeto de lei

de nossa autoria.



447

O SR. PAUDERNEY AVELINO (DEM-AM. Pronunciamento encaminhado

pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Município amazonense de

Santo Antônio do Içá estará comemorando, no próximo dia 13 de março, seu

aniversário de fundação. Está localizado na microrregião do Alto Solimões, a 880

quilômetros da capital do Estado.

Sua história remonta ao século XIX, quando a localidade de Santo Antônio do

Içá foi aos poucos sendo ocupada, originalmente com o nome de Boa Vista. Com a

atual denominação, passou a ser Distrito de São Paulo de Olivença, até quando a

nova divisão territorial de 1955 lhe deu a condição de Município autônomo.

Santo Antônio do Içá é vizinho, ao norte, de Japurá e Tonantins, de São Paulo

de Olivença e Tabatinga, ao sul, de Jutaí e Amaturá, ao leste, e faz fronteira com a

Colômbia, a oeste. Sua população estimada pelo IBGE, em 2014, era de 24.005

habitantes, vivendo na zona rural pouco mais da metade.

São situadas em seu território duas das mais importantes reservas naturais

da microrregião do Alto Solimões: a Área de Relevante Interesse Ecológico Javari-

Buriti e a Estação Ecológica de Jutaí-Solimões.

Embora o PIB de Santo Antônio do Içá seja considerado um dos maiores da

microrregião, com participação importante da agropecuária e do setor de prestação

de serviços, o Índice de Desenvolvimento Humano — IDH é tido como muito baixo

pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento — PNUD, o que induz a

necessidade de ser aquele Município, de razoável potencial econômico, objeto de

atenção especial em referência à implementação de projetos e medidas de governo

voltadas para a melhoria efetiva das condições de vida e de bem-estar dos içaenses

na cidade e no campo.


448

Faço esse registro também como forma de apelo às autoridades do Estado e

aos órgãos federais, neste momento em que, da tribuna desta Casa, parabenizo o

Prefeito Abraão Magalhães Lasmar e, por seu intermédio, toda a população de

Santo Antônio do Içá pelo aniversário que celebram no feriado municipal de 13 de

março.


449

O SR. PROFESSOR VICTÓRIO GALLI (Bloco/PSC-MT. Pronunciamento

encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, acabei de

protocolar nesta Casa projeto de lei que trata de um tema muito relevante, que é a

identificação dos veículos de duas ou três rodas com placas em suas dianteiras.

O nosso atual Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503, de 23 de setembro

de 1997) traz, em seu art. 115, § 6º, a não obrigatoriedade de placa dianteira nos

veículos de duas ou três rodas.

Sr. Presidente e caros colegas, vivemos hoje no Brasil, como no mundo

inteiro, um momento diferente nesse tipo de seguimento automobilístico. Sabemos

que temos que separar o joio do trigo, ou seja, não podemos conviver com pessoas

mal intencionadas no trânsito urbano das cidades ou nas estradas estaduais e

federais, cometendo ilícitos e ficarmos todos de braços cruzados.

Pois bem, esse projeto é um anseio da população brasileira de bem, que quer

mais segurança no trânsito e, por que não dizer, na sociedade como um todo. Essa

simples alteração na regra atual, com certeza, minimizará os impactos criminosos

causados por esses veículos tanto em rachas ou pegas quanto em assaltos nas

cidades brasileiras.

Essa medida freará os impulsos dos criminosos, que estão nesses veículos

nas rodovias brasileiras com velocidades muito acima do permitido e os radares

frontais não consegue identificá-los por falta de placa dianteira.

Por outro lado, temos também de facilitar a identificação de outros delitos

praticados pelos meliantes, que se utilizam desse tipo veicular para abordar pessoas

nas saidinhas de bancos, escolas, shopping centers, enfim, em diversas

modalidades nos grandes centros urbanos como também em pequenas cidades do


450

interior do nosso País.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, conto com ajuda dos nobres pares

para que possamos aprovar essa matéria de salutar importância a fim de que

possamos melhorar a segurança do cidadão de bem, que tem compromisso com a

sociedade como um todo e paga seus impostos, esperando do Estado o seu retorno.

Estas são as minhas palavras nesta tarde.


451

O SR. DR. JORGE SILVA (PROS-ES. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, de cada 100 assassinatos no

mundo, 13 acontecem no Brasil. É o que estima a Organização Mundial da Saúde.

Somente no ano de 2012, aconteceram 64 mil homicídios em nosso País, uma taxa

de 32,4 assassinatos a cada grupo de 100 mil habitantes. No Japão, essa taxa é de

0,4; na Itália, de 0,9. Em um grupo de 194 países pesquisados, o Brasil ocupa o

triste 11º lugar entre aqueles com as maiores taxas de homicídios.

O último Mapa da Violência traz dados semelhantes, calculando em 29 o

número de vítimas fatais para cada 100 mil habitantes. Mas o que mais me

entristece é saber que no meu Estado, o Espírito Santo, os números são ainda mais

graves. Foram 1.693 vítimas de homicídios apenas no ano de 2012. Isso significa

que ocorreram 47,3 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes, um número muito

maior que a média nacional.

A violência se concentra na região metropolitana e no norte do Estado. Em

alguns Municípios, a situação é especialmente preocupante, como nos casos de

Pinheiros, com taxa de 98,8, e Serra, com taxa de 89,5. O meu querido Município de

São Mateus teve, em 2012, 68,9 homicídios por 100 mil habitantes.

Muitos desses casos se relacionam às drogas. O número de ocorrências

policiais por tráfico de entorpecentes no Espírito Santo é proporcionalmente o maior

do País, e esse é somente um dos rankings de violência em que figuramos entre as

primeiras posições.

Nosso Estado é o segundo colocado entre aqueles com maior taxa de

homicídio de negros: foram 65 assassinatos a cada 100 mil habitantes no ano de

2012. De acordo com estudos do IPEA, os assassinatos diminuem a expectativa de


452

vida dos homens negros capixabas em quase 3 anos.

A diferença entre os índices de homicídio ao se fazer a divisão por cor da pele

é gritante não só em nosso Estado, mas em todo o País. Fiquei esperançoso com a

recente instauração da CPI sobre a violência contra os jovens negros. Ela

certamente trará à tona muitas injustiças sofridas pelos negros neste País, e nos

dará subsídios para o avanço de nossa causa.

Mas volto aos rankings, Srs. Deputados. O Estado do Espírito Santo teve por

mais de 10 anos os maiores índices de feminicídio no Brasil. Hoje, é o segundo

colocado. Em quase todos os casos, a agressão é feita por companheiros e ex-

companheiros, namorados e ex-namorados.

Nos dois primeiros meses deste ano de 2015, somente no Estado do Espírito

Santo, 24 mulheres foram assassinadas. A violência de gênero e o feminicídio são

problemas que precisamos com urgência combater, tanto com ações de repressão

quanto de prevenção.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Espírito

Santo tem estado atenta a esse tema com a expansão de programas, como Patrulha

da Comunidade, que faz visitas às vítimas, além de interessantes ações de

prevenção a novas agressões e interrupção do ciclo da violência. No entanto, ainda

precisamos de muito mais.

As necessidades são muitas: aumentar a efetividade da polícia, promover a

inclusão social dos jovens, reduzir os índices de reincidência, reforçar a inteligência

no combate às drogas, entre tantas outras.

É preciso reconhecer que houve avanços em relação ao início dos anos 2000,

quando chegamos a ser conhecidos como uma terra sem lei. Nos últimos anos, os


453

gastos realizados com segurança pública tiveram expressivo crescimento no meu

Estado, mas os resultados somente começam a ser notados.

Embora ainda esteja entre os mais violentos do País, o Estado teve uma

redução de 12% no número de assassinatos, entre os anos de 2012 e 2013, de

acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2014. Estamos em um

percurso de melhoria ainda pequeno, ainda tímido, ainda cheio de recordes

inglórios, mas suficiente para mostrar que um futuro melhor é possível. Por isso, eu

peço ao Governo do Estado que se empenhe ainda mais para que a população

capixaba possa viver em um Estado seguro.

Obrigado.


454

O SR. JOSÉ REINALDO (PSB-MA. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a História nos mostra que, no

passado, os grandes portos foram os grandes indutores do desenvolvimento. Ter um

porto importante era um diferencial fundamental para atrair desenvolvimento,

comércio e, consequentemente, riqueza.

Contudo, isso nunca aconteceu aqui no Maranhão com o Porto do Itaqui,

embora este tenha sempre sido saudado como um grande porto. Com a

característica peculiar de seu calado, que permitiria receber os maiores navios do

mundo, mesmo assim, o Itaqui nunca foi motivo para um desenvolvimento da região,

que aliás ainda não veio, e a influência dele para iniciativas nesse sentido foi

relativamente pequena.

Na verdade, é um porto difícil de operar, de atracar e desatracar navios por

causa da grande diferença das marés, que chegam até a 8 metros entre a preamar e

a baixamar, como falamos aqui. Esse movimento das marés gera grandes correntes,

tornando difícil essas operações, pois embute riscos de choque entre o navio e o

cais, o que pode até danificar o porto e causar danos aos navios. Dessa forma, o

porto só faz essas operações de atracagem durante 6 horas em cada ciclo de maré,

3 na enchente e 3 na vazante, ou seja, na metade do tempo de duração daquele

ciclo. De cada 12 horas de cada ciclo de marés, o porto só opera em 6 horas, ou, em

cada dia, somente 12 horas. Daí decorrem as filas enormes e diárias de navios, que

causam grande prejuízo, pois, a cada dia parado, o navio perde milhares de dólares.

Nessa última semana, eu e Ted Lago, Presidente da EMAP, estivemos

demoradamente com o Embaixador da Holanda, na sede da Embaixada em Brasília,

e colocamos a hipótese de um acordo de cooperação técnica e operacional entre os


455

portos de Roterdã e o de Itaqui, com o objetivo de obter tecnologia e sistemas

operacionais usados em Roterdã, que se localiza numa área onde é comum, em

determinadas épocas do ano, enfrentar mares revoltos e violentos. O porto holandês

é também muito conhecido pela rapidez na carga e descarga de navios, e isso

interessa a qualquer porto que queira se tornar competitivo.

Ted Lago fez uma explanação muito completa sobre o Itaqui, demonstrando

que ele já domina os principais problemas operacionais, logísticos e de mercado do

porto, suscitando um interessante debate com as autoridades holandesas. O

resultado foi muito positivo e Ted deverá receber em abril uma missão holandesa,

composta por profissionais do porto de Roterdã e por empresários holandeses.

E por que esse assunto é tão importante agora? Porque as coisas conspiram

a nosso favor. Todos sabem da importância crescente da produção do que se

convencionou chamar de “Matopiba”, ou seja, uma região que inclui parte dos

territórios dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Mas não é só. Com a

Ferrovia Norte-Sul, o Estado de Mato Grosso, que hoje é o maior produtor de grãos

do Brasil, e toda a região Centro-Oeste, deverão escolher o Itaqui como seu porto

preferencial, assim como a importação de fertilizantes e de petróleo deverá ser cada

vez mais expressiva, ocasionada pelo aumento vertiginoso daquelas cargas.

E qual o motivo de todo esse raciocínio otimista? É o novo Canal do Panamá,

que agora permite a operação de grandes navios, proporcionando fretes muito mais

baixos. Além disso, o canal torna mais próximos os portos asiáticos e da costa leste

dos Estados Unidos. Considerando isso, contará para valer a nossa localização

geográfica, já que no Brasil, no quesito proximidade ao Canal do Panamá, o Itaqui é

o porto mais importante.


456

Para compreender melhor a questão, basta se colocar como um proprietário

de carga de grãos no Mato Grosso que precisa cumprir contratos com a China, que

é o maior comprador de grãos do planeta. Hoje, normalmente, ele enviaria a carga

para os portos de Paranaguá, no Paraná, ou Santos, em São Paulo. Essa carga terá

que ser deslocada do Centro-Oeste para os portos do Sul ou Sudeste. Depois, por

navios, elas subirão toda a costa, passarão por São Luís para chegar ao Canal, já

que essa rota é praticamente obrigatória para o destino Ásia. Por isso, se o Porto do

Itaqui passar a operar com mais eficiência, o exportador jamais enviará essa carga

pelos portos do Sul e Sudeste do País; ele colocará a carga na Ferrovia Norte-Sul e

trará direto para o Porto do Itaqui, já bem perto do Canal, e a um custo muito menor

do que se optasse pela outra logística.

Com efeito, reunimos todas as condições que finalmente poderão fazer o

Itaqui ser um grande indutor de nosso desenvolvimento e, finalmente, poderá ser um

dos portos mais importantes do mundo.

É hora de planejar e agir. Felizmente, o Governo de Flávio Dino compreende

essa grande oportunidade que se descortina no presente.

O Maranhão caminha para ser um grande Estado!#


457

O SR. ANTONIO BULHÕES (Bloco/PRB-SP. Pronunciamento encaminhado

pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Dia Internacional da Mulher,

que comemoramos em 8 de março, tornou-se uma das efemérides mais concorridas

aqui na Câmara dos Deputados.

Esse fato não causa surpresa, porque, sem sombra de dúvidas, as mudanças

em torno do papel da mulher na sociedade estão tendo impacto enorme na vida das

nações.

Todos nós nascemos de um ventre feminino. Nossas mães nos alimentam,

nos ensinam a andar, a falar e a desenvolver os mecanismos básicos de

interpretação da realidade.

Estudos comprovam que o grande diferencial dos humanos no reino animal, a

linguagem, desenvolve-se inicialmente na conversa que os bebês travam com

aquelas que os carregam no colo. A amamentação, esse gesto sagrado de doação e

amor incondicional, é o momento em que se estabelecem os mais fortes laços

amorosos entre duas pessoas, uma das quais, a criança, depende inteiramente da

proteção dos adultos para sobreviver.

É surpreendente ver filhotes de alguns animais correrem pelos campos horas

após o parto. Nós não somos assim; precisamos que cuidem de nós para que

possamos crescer e desenvolver.

As mães são o principio de tudo, e é a elas que eu dedico, em primeiro lugar,

minha homenagem no Dia da Mulher.

Não nos surpreende, portanto, que as mulheres estejam obtendo tantas

conquistas no mundo social. Para onde quer que dirijam sua energia e criatividade,

nas escolas, nas empresas, nas artes e nos esportes, elas avançam com firmeza e


458

determinação.

Grande parte de tudo que já se produziu no universo das artes esteve

direcionado ao fascínio despertado pelo sexo feminino. A força da criatividade

humana produziu belíssimos poemas e músicas destinados a mulheres desejadas,

conquistadas ou inalcançáveis.

Nesse contexto, preocupa-nos, por outro lado, as distorções sociais que se

refletem em menos oportunidades de trabalho e discriminações de todo tipo em

relação às mulheres. Até mesmo na recente premiação do Oscar, ouvimos protestos

contra as diferenças salariais que estariam ocorrendo entre atores e atrizes na

nação mais poderosa do planeta. Nos países menos desenvolvidos, essas

diferenças são maiores e mais cruéis.

Mas mesmo no Brasil, onde, infelizmente, são conhecidos os casos de

preconceito e violência contra as mulheres, acredito que as coisas estão melhorando

e, com certeza, vão melhorar cada vez mais.

Acredito que teremos a sabedoria necessária para encontrar um ponto de

equilíbrio que consolide a igualdade entre todas as pessoas e preserve as

habilidades e virtudes que tornam as mulheres imprescindíveis na vida de todos os

seres humanos.

Obrigado.


459

A SRA. RAQUEL MUNIZ (Bloco/PSC-MG. Pronunciamento encaminhado

pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, um dos principais anseios

do povo brasileiro, que foi percebido por todos nós que acabamos de sair de um

processo eleitoral, diz respeito à reforma política. As urnas e as ruas nos mostraram

que o modelo que está posto não satisfaz mais a sociedade. É preciso mudar, é

preciso dar espaço para a renovação, para a participação de grupos que hoje são

minorias nos nossos parlamentos.

Como membro da Comissão Especial da Reforma Política, instituída por esta

Casa Legislativa para buscar um modelo que, de fato, se adeque ao novo momento

vivido pela democracia brasileira, acredito que precisamos trocar o máximo de

informações, de experiências com os nossos eleitores, com a sociedade, visando

entender o que de fato eles querem e o que é possível fazer. Precisamos, acima de

tudo, ouvi-los.

Precisamos, ainda, ajustar o que as ruas querem com o que é possível e

plausível fazermos. Não podemos aqui prometer o impossível, sob pena de ficarmos

desacreditados.

Sendo assim, nós da Comissão da Reforma Política decidimos ouvir a

sociedade, ouvir os legislativos estaduais e municipais. Por isso, ao longo das

próximas semanas, estaremos realizando, em todos os Estados, seminários com o

objetivo de levar o debate para junto do povo, com o objetivo de levar as

informações para quem de fato deve decidir.

Já solicitei à Comissão, inclusive, a realização de um seminário em minha

região, no norte de Minas. Lá as pessoas têm sede de debater esse assunto,

querem ser ouvidas. Mesmo porque é fato que nós, da Comissão, não temos


460

respostas prontas e, portanto, ouvir os vários segmentos das várias regiões no

nosso vasto País será fundamental para encontramos as respostas corretas, assim

como para contemplarmos o que de fato a sociedade quer. Mas, sobretudo, é fato

que esses seminários serão importantes para garantirmos o fortalecimento da

democracia. Porque tenho certeza de que ao ampliarmos o debate estaremos

contribuindo para um Brasil mais democrático.

Então, caros Deputados, vamos ao debate. A opinião de cada um de nós,

somada ao resultado dos debates, certamente, nos ajudará a fazer a reforma politica

que o Brasil espera de nós.


461

O SR. JONY MARCOS (Bloco/PRB-SE. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a base da sociedade brasileira se

formou sobre os pilares da produção agrícola e pecuária desde época do Brasil

colônia, sendo, inclusive, que nosso território foi formado a partir da expansão

destas atividades além de nossas fronteiras. Assim, agradeço nesta oportunidade a

todos os sertanejos desta nação, especialmente os sergipanos, que superam as

adversidades, prevalecendo sempre sobre todas as intempéries da natureza.

Ao fazer uma retrospectiva acerca da construção do termo “sertão”, a

historiadora Janaína Amado demonstra que os portugueses empregavam a palavra

“sertão” para designar espaços territoriais além da cidade da capital de Portugal. No

Brasil, o sertão sempre se identificou com a região desafiadora do interior do país,

obtendo seu auge econômico logo após o período extrativista, onde o País

experimentou os ciclos do café e do açúcar de modo a tornar-se, naquela época,

eminentemente agrário.

Esse breve resgate temporal foi importante para verificarmos a importância do

sertanejo na construção da identidade cultural do Brasil, bem como não se pode

olvidar que a edificação e conservação da memória acerca do valor do sertanejo é

uma forma de se resgatar todo o processo histórico brasileiro e de se compreender a

identidade social de nossa Nação.

No exercício do meu mandato pretendendo fortalecer a imagem do sertanejo,

demonstrando sua importância no processo de construção da identidade nacional,

bem como, com o apoio dos meus pares parlamentares, criar condições, através da

legislação, de melhorar as condições de vida dessa parcela da sociedade brasileira.

Neste sentido, também vale mencionar, nesta ocasião, que foi criado o


462

sertanismo, que é o movimento de valorização do sertão e do sertanejo, como forma

de idealização positiva daquela região como local bom e genuíno, povoado por

pessoas fortes e singularmente importantes para a Nação brasileira.

Tamanha é a importância do sertanejo, Sr. Presidente e probos Deputados e

Deputadas, que o literato Afrânio Coutinho defendeu a sua inclusão na literatura

brasileira como herói regional, um verdadeiro guerreiro que luta diariamente contra

as dificuldades do sertão.

Outra referência a ser destacada sobre o sertanejo está na obra de José de

Alencar O Sertanejo, que demonstra a importância do sertão na constituição da

identidade nacional brasileira; substitui o quadro da seca e da miséria pelo quadro

de uma região alegre e rica, apresentando sua critica social quanto à realidade

vivida pelo sertanejo.

Já Euclides da Cunha, outro autor brasileiro de escol, escreveu a importante

obra literária Os Sertões focando nos aspectos da vida do interior de modo a

intensificar o sertanejo como pessoa forte, familiar e persistente.

Com Graciliano Ramos, em sua obra Vidas Secas, referência nacional, o

sertão é observado sob o aspecto da tensão entre homem e a região, retratando as

dificuldades enfrentadas pelas famílias sertanejas em tempos de crises climáticas.

Para Guimarães Rosa, em seu livro Grande Sertão: Veredas, intensifica-se o

significado alegórico da figura do sertanejo e da sua terra, fundindo-se o homem e o

sertão, demonstrando que nossa região influencia na formação do caráter.

Destarte, Sr. Presidente e ínclitos Deputados e Deputadas, o sertanejo é o

homem do campo situado no sertão nordestino, povo sofrido e guerreiro, que

mantém as suas raízes apesar de toda a dificuldade encontrada, mas que mantém

sua identidade no processo de construção da memória nacional.

Agradeço pela atenção de todos!


463

A SRA. IRACEMA PORTELLA (Bloco/PP-PI. Pronunciamento encaminhado

pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em 8 de março,

comemoramos o Dia Internacional da Mulher, e eu quero aproveitar a oportunidade

para debater uma questão que considero central para o desenvolvimento harmônico

da Nação: como promover o aumento da participação da mulher brasileira na

política, de modo a espelhar o peso e a importância das mulheres na nossa

sociedade.

São inegáveis os esforços empreendidos pelo Legislativo nesse sentido.

Entre eles, destaco a chamada Lei de Cotas, que, a partir de 2009, obrigou os

partidos a preencherem o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de

cada sexo nos âmbitos municipal, estadual e federal. Nas últimas eleições, o

Judiciário fez a sua parte, fiscalizando com rigor o cumprimento da lei.

Podemos afirmar que, por um lado, este trabalho foi bem-sucedido, pois,

segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, houve um aumento percentual de

46,5% na quantidade de mulheres participando como candidatas, em todo o Brasil,

em comparação com 2010.

Por outro lado, no entanto, constatamos, com imenso pesar, que tais esforços

resultaram vãos, uma vez que não houve incremento significativo no número de

mulheres eleitas no ano passado. Nesta Casa, foram eleitas, em 2010, 45 mulheres,

que ocuparam 8,8% das 513 cadeiras. Nas últimas eleições, foram eleitas 51

Parlamentares, o que representa 9,9% do universo de Deputados.

No Senado, que foi renovado em somente um terço no ano passado, foram

eleitas 5 Senadoras para as 27 vagas disponíveis; outras 6 Senadoras cumprem

mandato até 2019. Com isso, temos 11 mulheres, de um total de 81 Senadores, ou


464

seja, 13,6% da Casa.

No Legislativo Estadual, o quadro é desolador. No ano passado, foram eleitas

apenas 120 Deputadas Estaduais, contra 138 eleitas em 2010. E, no Executivo

Estadual, somente uma mulher foi eleita entre as 27 Unidades da Federação: Suely

Campos, minha companheira do Partido Progressista, que conseguiu conquistar o

Governo do Estado de Roraima. Em 2010, foram eleitas duas Governadoras.

É muito fácil perceber, com base nesses dados e números, a ineficácia da Lei

de Cotas para o resultado que ela pretende alcançar, ou seja, o aumento do número

de mulheres escolhidas para cargos eletivos. Isso acontece porque esta lei, ao tratar

apenas das candidaturas, não incide sobre nenhum dos outros fatores que

constrangem a eleição de mulheres.

E que constrangimentos seriam esses? O primeiro e principal deles é a

dificuldade em levantar fundos para financiar a campanha. As candidaturas de

mulheres não têm perfil atraente para os financiadores privados de campanha.

Outro constrangimento significativo é a falta de apoio dos partidos políticos. A

burocracia partidária é controlada por homens e reflete o patriarcalismo ainda

arraigado na nossa sociedade: as mulheres candidatas enfrentam muita resistência

para serem tão aceitas e prestigiadas quanto os homens.

Em breve, no entanto, teremos uma oportunidade ímpar de alterar essa

realidade perversa. Refiro-me à votação da reforma política, que espero seja

apreciada ainda nesta Legislatura. A experiência internacional mostra que existem

diversos arranjos institucionais eleitorais capazes de facilitar, efetivamente, a eleição

de mulheres. Trabalharemos com afinco para que o debate sobre a reforma política

seja sensível ao quadro de desigualdade de gênero presente em nossas instituições


465

representativas.

As brasileiras e os brasileiros não têm nenhuma resistência em votar em

mulheres para cargos eletivos. Prova disso foi a eleição — e a reeleição — de uma

mulher para a Presidência da República. Isso significa que, se as mulheres

candidatas puderem contar com os mesmos recursos destinados aos homens, tanto

em termos materiais quanto no que diz respeito ao apoio político-partidário, o

percentual de mulheres eleitas aumentará significativamente.

Acreditamos que a luta para que as mulheres ocupem o lugar que lhes é

devido na vida pública é de interesse de toda a sociedade, pois todos ganham com

um maior equilíbrio na representação de homens e de mulheres nos três Poderes da

República.

Ao longo da nossa história, muitos têm sido os homens cúmplices das

mulheres na luta pela conquista da igualdade de direitos entre os gêneros em todos

os campos da vida social, e a eles somos gratas.

Por todas essas razões, conto com o apoio solidário dos nobres colegas

Parlamentares à causa da maior participação feminina na política, sobretudo quando

formos discutir e votar a tão esperada reforma política.


Muito obrigada.


466

O SR. CESAR SOUZA (PSD-SC. Pronunciamento encaminhado pelo orador.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o assunto que me traz hoje a esta tribuna

refere-se às obras do contorno viário da grande Florianópolis, que promete

desafogar o fluxo pesado da Rodovia BR-101.

O cronograma de execução está completamente comprometido, haja vista

que existem trechos que passam por reserva indígena. Segundo a FUNAI, nove

comunidades indígenas devem ser afetadas. O estudo apontando os impactos e as

medidas compensatórias foi protocolado em junho de 2014 na FUNAI, e depende-se

do aval do órgão para que o IBAMA libere a licença para o início das obras nos

trechos de Biguaçu e Palhoça.

Além da complexidade da obra, que apresenta desníveis de solo,

desapropriações e solo argiloso, a Autopista Litoral Sul, responsável pelo

empreendimento, aguarda com ansiedade a liberação do documento por parte dos

órgãos governamentais para reiniciar os trabalhos. A conclusão está prevista para

2017, prazo que já preocupa os engenheiros responsáveis.

Desde maio de 2014, as obras seguem em ritmo normal apenas num trecho

de 14 quilômetros, em São José, onde todos os licenciamentos já foram obtidos pela

empresa. Somente nesse trecho a previsão é de concluir em 24 meses. O Complexo

tem no total 50 quilômetros de extensão, e é justamente nos acessos onde estão as

aldeias que o problema se acentua.

A FUNAI precisa apontar quais os impactos econômicos, sociais e ambientais

que as obras gerarão ao cotidiano das aldeias. É necessário detalhar também as

medidas de compensação. O processo é semelhante ao aplicado para a construção

da quarta pista no Morro dos Cavalos, na BR-101, em Palhoça.


467

Se o projeto for aprovado pela FUNAI, começam as audiências com os

indígenas para apresentação da obra. As considerações recolhidas nas

comunidades devem ser incorporadas ao estudo para então receber o parecer.

Uma força-tarefa envolvendo a FUNAI, o IBAMA e o Departamento Nacional

de Infraestrutura de Transportes (DNIT) está em andamento. Não é fácil convergir

opiniões diferentes e estabelecer um consenso. No trecho sul, por exemplo, haverá

a construção de seis túneis (três em cada sentido), que necessitam de ajustes nos

projetos e aprovação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Esses,

sim, podem estourar o prazo inicial de três anos. Antes disso, a Autopista Litoral Sul,

responsável pela construção, tem um prazo de dois anos para concluir os 14

quilômetros iniciais. Um grande desafio!

Um dos grandes entraves da obra são as desapropriações. Como é uma

região rural, poucos têm documento do imóvel, alguns são de posse ou herdeiros e

não têm regularização, um problema bastante complexo e de lenta conclusão.

Faço um apelo à FUNAI para que agilize o estudo apontando os impactos e

as medidas compensatórias o quanto antes para que o IBAMA libere a licença

ambiental e a obra seja definitivamente liberada.

Era o que tinha para o momento, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


468

O SR. BETO FARO (PT-PA. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, durante séculos, o Brasil viveu um processo

inominável de segregação social. As elites se apropriavam da riqueza nacional,

enquanto as classes subalternas — maioria absoluta do povo — dava o seu sangue

com trabalho, via de regra degradante para servi-la e viabilizar o seu estilo de vida

perdulário.

Desde o primeiro Governo do Presidente Lula, finalmente a turma do andar de

baixo passou a comer, a andar de avião, ter celulares, frequentar universidade, ter

casa própria. Enfim, os pobres e explorados históricos deste País passaram a

compartilhar, ainda que aos poucos, das regalias reservadas aos ricos.

Ainda temos muita miséria e muitos brasileiros vivendo à margem da

cidadania, mas nem de perto nos níveis mantidos até os Governos do PSDB.

Não foram apenas as políticas sociais, de pleno emprego e de valorização

real do salário mínimo, as grandes inovações introduzidas pelos governos petistas

que começaram a alterar a história de apartheid que sempre imperou no Brasil. Mas,

ao contrário dos discursos das elites e de seus prepostos políticos que operam para

um golpe em nosso País, foram — e continuam sendo — os governos do PT que

materializaram os instrumentos criados ou fortalecidos na Constituição de 1988 para

o combate da criminalidade de um modo geral e, em particular, dos crimes de

corrupção na administração pública. Afinal, quem fortaleceu como nunca com

investimentos tecnológicos e contratação de quadros a Polícia Federal, CGU, TCU e

Ministério Público?

Nessa linha de análise, sem o oportunismo da Direita raivosa que tenta a

qualquer custo apear do poder o PT, aproveito este pronunciamento para replicar


469

alguns trechos de reflexões de importantes articulistas e intelectuais, como Leonardo

Boff e Juca Kfouri. Este último, referindo-se às manifestações por ocasião do

pronunciamento da Presidenta no Dia Internacional da Mulher, assim se expressou

no seu blog:

“Nós, brasileiros, somos capazes de sonegar meio

trilhão de reais de Imposto de Renda só no ano passado.

Como somos capazes de vender e comprar DVDs

piratas, cuspir no chão, desrespeitar o sinal vermelho,

andar pelo acostamento, (...)

O panelaço nas varandas gourmet de ontem não

foi contra a corrupção. Foi contra o incômodo que a elite

branca sente ao disputar espaço com esta gente

diferenciada que anda frequentando aeroportos,

congestionando o trânsito e disputando vaga na

universidade. Elite branca que não se assume como tal,

embora seja elite e branca. Como eu sou. Elite branca,

termo criado pelo conservador Cláudio Lembo, que dela

faz parte, não nega, mas enxerga. Como Luís Carlos

Bresser Pereira, fundador do PSDB e ex-ministro de FHC,

que disse:

‘Um fenômeno novo na realidade brasileira é o ódio

político, o espírito golpista dos ricos contra os pobres. O

pacto nacional popular articulado pelo PT desmoronou no

governo Dilma e a burguesia voltou a se unificar. Surgiu


470

um fenômeno nunca visto antes no Brasil, um ódio

coletivo da classe alta, dos ricos, a um partido e a um

presidente. Não é preocupação ou medo. É ódio. Decorre

do fato de se ter, pela primeira vez, um governo de

centro-esquerda que se conservou de esquerda, que fez

compromissos, mas não se entregou. Continuou

defendendo os pobres contra os ricos. O governo revelou

uma preferência forte e clara pelos trabalhadores e pelos

pobres. Nos dois últimos anos da Dilma, a luta de classes

voltou com força. Não por parte dos trabalhadores, mas

por parte da burguesia insatisfeita. Quando os liberais e

os ricos perderam a eleição não aceitaram isso e,

antidemocraticamente, continuaram de armas em punho.

E de repente, voltávamos ao udenismo e ao golpismo.’

Nada diferente do que pensa o empresário também

tucano Ricardo Semler, que ri quando lhe dizem que os

escândalos do mensalão e da Petrobras demonstram que

jamais se roubou tanto no país. ‘Santa hipocrisia’, disse

ele. ‘Já se roubou muito mais, apenas não era publicado,

não ia parar nas redes sociais’.

Sejamos francos: tão legítimo como protestar

contra o governo é a falta de senso do ridículo de quem

bate panelas de barriga cheia, mesmo sob o risco de

riscar as de teflon, como bem observou o jornalista


471

Leonardo Sakamoto. Ou a falta de educação, ao chamar

uma mulher de vaca em quaisquer dias do ano ou no Dia

Internacional da Mulher, repetindo a cafajestagem do jogo

de abertura da Copa do Mundo.

Aliás, como bem lembrou o artista plástico Fábio

Tremonte: ‘Nem todo mundo que mora em bairro rico

participou do panelaço. Muitos não sabiam onde ficava a

cozinha’.

Já na zona leste, em São Paulo, não houve

panelaço, nem se ouviu o pronunciamento da presidenta,

porque faltava luz na região, como tem faltado água,

graças aos bom serviços da Eletropaulo e da Sabesp(...)”

Por sua vez, Leonardo Boff explica:

“Esse ódio” — ao PT — “é induzido pela mídia

conservadora e por aqueles que na eleição não

respeitaram o rito democrático: ou se ganha ou se perde.

Quem perde reconhece elegantemente a derrota e quem

ganha mostra magnanimidade face ao derrotado. Mas

não foi esse comportamento civilizado que triunfou. Ao

contrário: os derrotados procuram por todos os modos

deslegitimar a vitória e garantir uma reviravolta política

que atenda a seu projeto, rejeitado pela maioria dos

eleitores.

Para entender, nada melhor que visitar o notório


472

historiador José Honório Rodrigues que em seu clássico

Conciliação e Reforma no Brasil (1965) diz com palavras

que parecem atuais:

‘Os liberais no império, derrotados nas urnas e

afastados do poder, foram se tornando, além de

indignados, intolerantes; construíram uma concepção

conspiratória da história que considerava indispensável a

intervenção do ódio, da intriga, da impiedade, do

ressentimento, da intolerância, da intransigência, da

indignação para o sucesso inesperado e imprevisto de

suas forças minoritárias’ (p. 11).

Esses grupos prolongam as velhas elites que da

Colônia até hoje nunca mudaram seu ethos. Nas palavras

do referido autor:

‘...a maioria foi sempre alienada, antinacional e não

contemporânea; nunca se reconciliou com o povo; negou

seus direitos, arrasou suas vidas e logo que o viu crescer

lhe negou, pouco a pouco, a aprovação, conspirou para

colocá-lo de novo na periferia, no lugar que continua

achando que lhe pertence’ (p. 14-15).

Hoje, as elites econômicas abominam o povo. Só o

aceitam fantasiado no carnaval.

(...) Elas” — as citações — “reforçam um fato

histórico inegável: com o PT, esses que eram


473

considerados carvão no processo produtivo, o rebotalho

social, conseguiram, numa penosa trajetória, se organizar

como poder social que se transformou em poder político

no PT e conquistar o Estado com seus aparelhos.

Apearam do poder, pelo voto, as classes dominantes; não

ocorreu simplesmente uma alternância de poder mas uma

troca de classe social, base para um outro tipo de política.

Tal saga equivale a uma autêntica revolução social,

pacífica e de cunho popular.

Isso é intolerável pelas classes poderosas que se

acostumaram a fazer do Estado o seu lugar natural e de

se apropriar privadamente dos bens públicos pelo famoso

patrimonialismo, denunciado por Raymundo Faoro.

Por todos os modos e artimanhas querem ainda

hoje voltar a ocupar esse lugar que julgam de direito seu.

Seguramente, começam a dar-se conta de que, talvez,

nunca mais terão condições históricas de refazer seu

projeto de dominação/conciliação. Outro tipo de história

política dará, finalmente, um destino diferente ao Brasil.

Para eles, o caminho das urnas se tornou inseguro

pelo nível crítico alcançado por amplos estratos do povo

que rejeitou seu projeto político de alinhamento neoliberal

ao processo de globalização, como sócios dependentes e

agregados. O caminho militar será hoje impossível, dado


474

o quadro mundial mudado. Cogitam com a esdrúxula

possibilidade da judicialização da política, contando com

aliados na Corte Suprema que nutrem semelhante ódio ao

PT e sentem o mesmo desdém pelo povo.

Através deste expediente, poderiam lograr um

impeachment da primeira mandatária da nação. É um

caminho conflituoso pois a articulação nacional dos

movimentos sociais tornaria arriscado este intento e talvez

até inviável.

O ódio contra o PT é menos contra o PT do que

contra o povo pobre que, por causa do PT e de suas

políticas sociais de inclusão, foi tirado do inferno da

pobreza e da fome e está ocupando os lugares antes

reservados às elites abastadas. Estas pensam em fazer,

com boa consciência, apenas caridade, doando coisas,

mas nunca buscando a justiça social.

Antecipo-me aos críticos e aos moralistas: mas o

PT não se corrompeu? Veja o mensalão? Veja a

Petrobras? Não defendo corruptos. Reconheço, lamento e

rejeito os malfeitos cometidos por um punhado de

dirigentes. (...) Traíram mais de um milhão de filiados e

principalmente botaram a perder os ideais de ética e de

transparência. Mas nas bases e nos municípios — posso

testemunhá-lo em dezenas de assessorias — vive-se um


475

outro modo de fazer política, com participação popular,

mostrando que um sonho tão generoso não se deixa mata

assim tão facilmente: o de um Brasil menos malvado(...).

As classes dirigentes, por 500 anos, no dizer rude de

Capistrano de Abreu, 'castraram e recastraram, caparam

e recaparam” o povo brasileiro. Há maior corrupção

histórica do que esta?”

Pois é esta a realidade Sr. Presidente que fundamenta os esforços dos

abastados para, por cima da ordem constitucional, pretenderem recolocar o povo

pobre no seu devido lugar conforme as suas concepções hediondas de classe e de

poder.


476

O SR. ADEMIR CAMILO (PROS-MG. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje é um dia memorável para os

profissionais de segurança pública da CBTU que estão lotados em Belo Horizonte,

Rio de Janeiro e Natal. Foi votado o último recurso no Tribunal Superior do Trabalho,

a Ação Civil Pública n.º 0145200.53.2009.5.0.1.0007, que devolveu a dignidade dos

trabalhadores que estavam desamparados há 16 anos. O Tribunal Superior do

Trabalho, como não poderia deixar de ser, confirmou a injustiça praticada e, por

unanimidade, restaurou o direito aos 278 profissionais de segurança pública

ferroviária, que foram reintegrados há 2 anos e 7 meses — infelizmente, ao longo do

tempo, perdemos 12 homens aguardando a restauração da sua dignidade.

Foi condenada a CBTU, e esperamos do Presidente desta estatal e do

Excelentíssimo Sr. Ministro das Cidades, Gilberto Kassab, compreensão e a decisão

de fazer justiça o mais rápido possível.

Portanto, Sr. Presidente, quero aqui agradecer aos Ministros da 7º Turma do

TST: Presidente Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho; Ministro Douglas

Alencar Rodrigues e Ministro Claudio Mascarenhas Brandão.


477

O SR. RENZO BRAZ (Bloco/PP-MG. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em abril do ano de 2013,

presenciamos uma grande vitória para todos os trabalhadores domésticos: a

promulgação da PEC das Domésticas. No entanto, muitos direitos reivindicados pela

categoria seguem, até hoje, sem regulamentação. É necessário aprovar esta lei o

mais rápido possível e dar a garantia desses direitos constitucionais aos

profissionais da categoria.

Desde sua promulgação, pouca coisa mudou. A prometida “Lei Áurea no

emprego doméstico” comemora quase 2 anos de sua criação e ainda espera pela

sua aprovação nas duas Casas do Congresso Nacional.

Em 2013, o Senado criou o Projeto de Lei nº 224, para regulamentar direitos

que ficaram fora do texto originário. Em poucos meses o aprovou com modificações

em relação à proposta original, como multa de 40% em caso de demissão sem justa

causa e também com mudanças no pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de

Serviço (FGTS), que passaria a ser pago por empregadores e empregados, de

forma conjunta, na proporção de 8% de FGTS, 8% de INSS, 0,8% de seguro contra

acidente e 3,2% relativo à rescisão contratual. Desde julho do mesmo ano a Câmara

aguarda para apreciar essa matéria; e agora que está na pauta, esta Casa não tem

mais argumentos para explicar tamanha lentidão.

Trata-se de uma regulamentação que não podemos mais protelar. Os quase

7,5 milhões de trabalhadores brasileiros aguardam uma resposta. Chegou a hora!

Obrigado.


478

O SR. SANDES JÚNIOR (Bloco/PP-GO. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, grande parte de nosso País, em

especial as Regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, tem convivido nos últimos

meses, ou quase um ano, com um período atípico de estiagem. Isso reduziu

dramaticamente o nível dos reservatórios situados nestas regiões e destinados ao

consumo humano e a geração de energia elétrica por meio das usinas hidrelétricas.

Acompanhamos o drama maior, no Estado e na Cidade de São Paulo, onde

milhões de pessoas convivem com uma seca que provocou racionamento grave de

água. Mas convivemos nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste com a não menos

grave situação dos reservatórios das hidrelétricas.

Temos ali o chamado “berço das águas” do Brasil, onde nascem os principais

rios e onde estão boa parte das usinas destinadas a gerar energia para o centro-sul

do País. Essas barragens estavam ou ainda estão em situação tão crítica quanto o

Sistema Cantareira, o mais falado do Brasil.

Muito embora o atual período de chuvas tenha vindo com uma frequência até

maior da incidência pluviométrica do que em anos anteriores, isso ainda é muito

pouco para fazer voltar os níveis dos reservatórios aos números que tínhamos há 5

ou 10 anos.

Para recuperar esses mananciais, temos duas saídas: uma mais dura, que

seria o racionamento de energia; outra, menos desgastante, baseia-se no uso mais

comedido e racional da energia elétrica, com conscientização da população.

Por essa razão, quero parabenizar o Governo Federal por lançar no dia de

hoje, 12 de março, a Campanha de Uso Consciente de Energia — Família Luz. Até o

final do mês, serão veiculadas, em âmbito nacional, peças de TV, rádio e Internet


479

com dicas de economia no uso dos principais aparelhos elétricos que mais

consomem eletricidade, como chuveiro elétrico, ar-condicionado, geladeira e ferro de

passar.

A campanha mostra os benefícios individuais e coletivos do consumo

consciente. Ilustra, com exemplos simples, como é possível gerenciar melhor o uso

da energia elétrica no dia a dia das famílias. Além de economizar no valor da conta

de luz, utilizar a eletricidade de forma eficiente e racional é importante para o

consumidor e para toda a população.

Acredito que isto colaborará, e muito, para não aventarmos a possibilidade de

racionamentos e apagões e ainda ajudará, com redução da necessidade de geração

de energia, na recuperação dos níveis de nossos reservatórios.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


480

O SR. STEFANO AGUIAR (PSB-MG. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho aqui, desta tribuna, apoiar a

regulamentação dos direitos dos trabalhadores domésticos, que é destaque da

pauta do plenário desta Casa nesta semana.

Sras. e Srs. Deputados, o trabalho é uma das mais nobres manifestações

humanas. É por meio dele que conseguimos tirar o sustento de nossas famílias, o

pagamento de nossos impostos, dando, assim, nossa contribuição para o

desenvolvimento do nosso País.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os empregados domésticos só vieram

a ter sua profissão reconhecida em 1972, por meio da Lei nº 5.859. À época, poucos

eram os direitos trabalhistas, que só foram ampliados em 1988, com o advento da

nova Constituição Federal. Nos últimos anos, também produto da luta das

associações de trabalhadores domésticos, importantes avanços foram conquistados,

como a qualificação profissional e a elevação de escolaridade.

Ao se falar em empregado doméstico logo vem à mente aqueles que nos

auxiliam nas tarefas do lar, como cozinhar, lavar, passar e limpar.

Empregados domésticos são aqueles que prestam serviços de natureza

contínua, de finalidade não lucrativa à pessoa ou família, que pode ser tanto na

residência principal ou na de lazer, como casa de praia, de campo, sítio, etc. Assim,

enquadram-se também como empregados domésticos os motoristas particulares,

vigias, chacareiros, caseiros, acompanhantes, babás e governantas.

É facilmente identificado que as formalidades aumentaram com o decorrer

dos anos e que os direitos trabalhistas não acompanharam tais exigências. A

legislação atual não garante a metade dos benefícios que constam na Consolidação


481

das Leis do Trabalho (CLT). Em outras palavras, o empregado doméstico é tratado

como um trabalhador de segunda categoria, sem garantia de seguro-desemprego,

Fundo de Garantia do Tempo de Serviço — FGTS, PIS, indenização por demissão

sem justa causa, pagamento de horas extras, adicional noturno e seguro contra

acidente de trabalho.

É preciso, portanto, caros Parlamentares, que nesta Casa seja aprovado essa

matéria, e logo em seguida encaminhado o texto à sanção presidencial.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que meu pronunciamento seja divulgado

pelos órgãos de comunicação desta Casa Legislativa e no programa A Voz do

Brasil.

É esse o meu pensamento; e muito obrigado.


482

O SR. ALFREDO NASCIMENTO (PR-AM. Pronunciamento encaminhado

pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, passamos por mais um 8 de

março, Dia Internacional da Mulher, e acredito que esta data simbólica é motivo para

comemoração, mas também para reflexão. Temos que pensar nos pontos

conquistados e nos que ainda devem ser melhorados. Ressalto alguns como a

questão da violência, da falta de representação feminina no poder, as leis aprovadas

que ajudam as mulheres, o engajamento de muitos Parlamentares nesta causa,

entre outros.

Este ano, podemos comemorar um pouco mais, pois houve a sanção da

chamada Lei do Feminicídio, que prevê penas que podem variar de 12 a 30 anos de

prisão para quem praticar crimes de assassinatos de mulheres por razões de gênero

entre os tipos de homicídios qualificados. Lei aprovada por esta Casa, que muito me

orgulho em ter participado da votação.

Infelizmente, o Brasil está entre os países com maior índice de assassinatos

de mulheres no mundo, com uma taxa de 4,4 mortes em 100 mil mulheres,

ocupando a sétima posição em um ranking de 84 nações, segundo dados do Mapa

da Violência 2012 (CEBELA/FLACSO). Uma pesquisa mais recente, realizada em

2013, revelou dados ainda piores. O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas

(IPEA) constatou que o Brasil registrou 16,9 mil feminicídios entre 2009 e 2011, o

que indica uma taxa de 5,8 casos para cada 100 mil mulheres.

Um dos maiores problemas que vislumbro na questão de gênero é a violência

contra a mulher, que está intimamente ligada com a superação da pobreza.

Enquanto não garantirmos a autonomia financeira das mulheres, não conseguiremos

evitar que a violência doméstica continue a vitimar o gênero feminino em todo o


483

País.

Pesa para as mulheres agredidas o lado financeiro na hora de denunciar a

violência sofrida, o risco de colocar seus filhos em uma situação difícil. Então,

aguentam caladas a humilhação e as agressões. Combater a feminização da

pobreza é sim uma forma de combater a discriminação contra a mulher.

Outra questão que temos que rever é a representação da mulher nos

Poderes. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, temos um grande painel com as

fotos de todas as mulheres Deputadas desde os anos 30 do século XX. De 1934 até

2014, foram eleitas apenas 197 mulheres. Ou seja, nesses mais de 80 anos, elas

sequer atingiram quinhentos e treze, o número total de Parlamentares de uma

legislatura. Pior: com essa bancada, as mulheres não conseguiriam iniciar uma

sessão de votação ou ter quórum para aprovar um projeto de lei ou uma medida

provisória. Para isso, são necessários 257 Parlamentares presentes no plenário.

Esta é uma dura realidade.

E como explicar isso? Já que elas são 52% da população do nosso País e

não ocupam nem um terço dos espaços.

Sr. Presidente, no Brasil é evidente a forte participação feminina, seja

qualitativa ou quantitativa em vários setores. Eu, como Presidente do Partido da

República, tenho orgulho de dizer que meu partido possui quatro Deputadas

Federais, quatro Deputadas Estaduais e 43 Prefeitas espalhadas pelo País.

Precisamos de ainda mais representatividade feminina nos Poderes pelo Brasil. Mas

acredito que esses números tendem a melhorar.

Hoje, não causa mais susto vermos uma mulher empresária, política ou

Governadora. Temos uma mulher Presidente da República, fato não compartilhado


484

por muitos países no mundo.

Contudo, esse lado luminoso e positivo não esconde as contradições que

ainda vivemos. Sras. e Srs. Deputados, o Dia Internacional da Mulher continuará

servindo como o toque da sirene para acordar os espíritos em favor da justiça às

mulheres. Dia virá em que esta data servirá apenas para homenagear a grandeza da

atuação das mulheres em favor do Brasil, sem que sejamos mais obrigados a

lembrar das dificuldades passadas para alcançar esse patamar.

Era isso que tinha a dizer.


485

O SR. DR. JOÃO (PR-RJ. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero, todas as vezes que ocupar a tribuna

deste Parlamento, agradecer a Deus e os meus eleitores do Estado do Rio de

Janeiro, em especial da minha cidade, São João do Meriti, que confiaram em mim

para representá-los nesta Casa de Leis.

Embora o meu partido, o PR, integre a base aliada do Governo, não me furto

ao dever de exercer o pressuposto parlamentar de criticar e me opor a quaisquer

medidas adotadas pela Presidente Dilma que possam prejudicar o povo brasileiro

através da supressão de direitos e garantias sociais ou do aumento da carga

tributária, que já é excessiva.

Gostaria que, em respeito ao povo brasileiro, a Presidente Dilma Rousseff

tivesse apresentado efusivos pedidos de desculpas à Nação brasileira no

pronunciamento que fez em cadeia nacional no dia 8 de março.

Foi uma oportunidade ímpar de reconhecer que cometera equívocos na

condução da administração pública federal, que permitiu a volta da inflação e, ao

contrário dos discursos de campanha, promoveu aumentos seletivos dos

combustíveis, da água e da energia elétrica. Um momento oportuno para apresentar

propostas de soluções plausíveis para corrigir todos esses equívocos e reconduzir o

País aos caminhos do desenvolvimento econômico e social.

Essa é uma atitude capaz de dignificar seu governo, diminuir a crise que

ensejou a queda de sua popularidade e amenizar a rejeição que enfrenta

contundentemente na classe média. Talvez assim possa evitar manifestações de

descontentamento, que expressam mesmo a proposta de impeachment.

Na condição de representante do povo, demonstro aqui o meu inconformismo


486

com a atual situação vivenciada e aproveito a oportunidade para citar um trecho do

discurso prolatado pelo saudoso Leonel Brizola, no dia 13 de março de 1964, em

comício na Central do Brasil:

“Se fosse apenas para aplaudir, não seríamos um

povo independente, mas um rebanho de ovelhas. O povo

está aqui para clamar, reivindicar, para exigir e para

declarar sua inconformidade com a situação que estamos

vivendo.”

No ato de posse de Deputado Federal, prometi defender a Constituição, as

leis e, acima de tudo, promover o bem-estar do povo brasileiro. Dessa forma, quero

aqui pedir aos componentes da CPI da PETROBRAS e aos Parlamentares que não

a integram que não façam uma condenação antecipada, mas um compromisso de

serenidade em busca da verdade e punição severa de todos os culpados.

Não sou opositor ao Governo. Nunca fiz nem faço oposição por oposição. A

minha política, como já expressei, é de cooperação e parceria, mas sempre

pontuando pontos que precisam ser melhorados, pois não posso me acovardar

concordando com alguns atos administrativos do governo, como:

- retirar direitos sociais conquistados pelos trabalhadores, muitas vezes,

cobrando derramamento de sangue;

- desprestígio à educação; é atemorizante constatar que o Governo que

adotou o slogan eleitoral Pátria Educadora anuncie um corte que pode chegar a

R$5,6 bilhões, mesmo diante do cenário caótico de crescimento do analfabetismo no

País após 15 anos de queda.

É inconcebível o corte que fizeram de recursos da saúde, que precisa de


487

investimento em função da situação do atendimento precário em praticamente todas

as instâncias da saúde no Brasil.

Enquanto isso, o Sr. Pedro Barusco anuncia na CPI que efetuou desvios de

centenas de milhões de dólares.

Hoje a aspiração do povo brasileiro é dizer “não” às atitudes e articulações

escusas e dizer “sim” ao Brasil. Um apelo por mudanças, pelo fim da corrupção

institucional e por um real Estado de Direito.

Essa é a voz do Brasil.

Volto, para terminar, à fala do inesquecível Leonel Brizola:

“... pode ser que, neste momento, a minha palavra esteja

sendo impugnada. Podem julgar que as minhas

credenciais não sejam suficientes. Mas o meu lugar é ao

lado do povo, interpretando suas aspirações, e por isso

aqui estou como um dos seus autênticos

representantes...”

Muito obrigado.


488

A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Pronunciamento encaminhado pela

oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje, dia 12 de março,

comemoramos o Dia Mundial do Rim, uma solenidade anual criada pela Sociedade

Internacional de Nefrologia e pela Federação Internacional de Fundações do Rim,

que reúne milhares de pessoas em mais de 150 países para a conscientização

sobre a saúde dos rins.

Há 10 anos, no Brasil e no mundo, diversos eventos são organizados com

objetivo de alertar a sociedade para a importância da prevenção da doença renal.

O tema da campanha de 2015, Rins Saudáveis, engloba diversas ações,

coordenadas pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, que acontecem em todas as

regiões brasileiras.

Em primeiro lugar, destaca-se a alta incidência da doença renal crônica em

países com populações menos favorecidas, dada a dificuldade de acesso às

medidas de prevenção e de tratamento das enfermidades renais nos sistemas

públicos de saúde.

A doença renal crônica é caracterizada pela perda progressiva e irreversível

das funções renais. Estima-se que aproximadamente 10% da população adulta

tenha algum grau de perda de função renal. Conforme a Sociedade Brasileira de

Nefrologia, esse percentual pode aumentar para 30% a 50% em pessoas acima de

65 anos, restando evidente que o risco para o seu aparecimento aumenta de forma

substancial com o envelhecimento. Trata-se, também, de uma doença silenciosa. O

Ministério da Saúde estima que 70% dos pacientes que ingressam em diálise não

sabiam que eram portadores da enfermidade. No Brasil, cerca de cem mil pessoas

realizam algum tipo de diálise e aproximadamente 5.500 pacientes são submetidos a


489

transplante renal todos os anos.

A prevenção é, assim, o melhor remédio. Nesse sentido, o Dia Mundial do

Rim busca disseminar hábitos simples na sociedade, tais como a importância da

ingestão de água, controle de peso, prática regular de atividade física e alimentação

saudável, fatores determinantes para a redução do risco de desenvolvimento da

doença renal crônica ou mesmo para evitar que ela se agrave quando já

diagnosticada.

Submeti novamente à tramitação nesta Casa projeto de lei que tem como

objetivo atender aos reclamos do grande número de brasileiros que sofrem de

doenças renais, estendendo todos os direitos reservados às pessoas com

deficiência às pessoas com doenças renais crônicas, que são definidas como

aquelas que apresentam lesão renal progressiva e irreversível da função dos rins em

sua fase mais avançada.

O projeto de lei foi apresentado inicialmente pelo nobre Deputado Jesus

Rodrigues Alves durante seu mandato e teve meu parecer favorável como Relatora

na Comissão de Seguridade Social e Família.

Entendemos que esses pacientes vivenciam momentos de elevada angústia

que incluem, além das longas sessões de hemodiálise, traslados sucessivos aos

hospitais, usualmente distantes de suas residências. Essa equiparação legal é,

portanto, uma necessidade imperiosa, e espero que nossos pares assim também o

entendam.

Além dessa iniciativa, precisamos impulsionar outras ações, como controle da

produção e rotulagem de alimentos, combate ao tabagismo, à obesidade, à diabetes

e ao fumo, fatores que elevam consideravelmente o risco de doenças renais.


490

Hoje é o dia ideal, portanto, para ressaltarmos a importância de todos os

profissionais da saúde — médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e

auxiliares que acompanham diariamente os portadores de doenças renais, militando

pela melhoria da atenção aos pacientes. É o dia de pensarmos naqueles que têm

sua rotina abalada por uma doença que tanto impacta a qualidade de vida; é o dia,

finalmente, de agradecermos às famílias que, em momentos de extrema dor

causada pelo falecimento de entes queridos, optam pela doação de órgãos,

contribuindo para salvar a vida de tantas outras pessoas.

Peço que o presente pronunciamento seja registrado nos Anais desta Casa e

divulgado no programa A Voz do Brasil.



491

O SR. LEONARDO QUINTÃO (Bloco/PMDB-MG. Pronunciamento

encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no meu

discurso de hoje gostaria de enfatizar a importância do lançamento, no próximo dia

17 de março, no âmbito deste insigne Congresso Nacional, da Frente Parlamentar

Mista para Refugiados e Ajuda Humanitária — FPMRAH, formada por Deputados e

Senadores que entendem a importância de estimular e auxiliar a formulação de

políticas públicas de proteção e apoio a refugiados, bem como a necessidade de

inserir o Brasil em ações de ajuda humanitária às pessoas e comunidades em

situação de vulnerabilidade. Os últimos acontecimentos em nível internacional, como

a atuação do grupo terrorista Estado Islâmico, as constantes guerras ocorridas no

Oriente Médio e a situação de emergência encontrada em inúmeros países da África

demonstram o quanto precisamos nos unir e nos engajar para oferecer refúgio e

ajuda humanitária às famílias e comunidades que necessitam.

Aproveito esta ocasião para também, Sr. Presidente, parabenizar a

Associação Nacional de Juristas Evangélicos — ANAJURE, na pessoa do seu

Presidente, Dr. Uziel Santana, entidade com respeito nacional e internacional, cuja

missão é a defesa das liberdades civis fundamentais e promoção dos direitos

humanos, por ter sido a organização que nos incentivou e fomentou a criação dessa

Frente Parlamentar de grande importância para a consagração dos direitos humanos

fundamentais.

Como é sabido, Sr. Presidente e mui dignos pares desta sessão, são

considerados como refugiados os indivíduos obrigados a se deslocarem de seu país

de nacionalidade em busca de refúgio em outro país por motivos de perseguição

racial, religiosa, política, grupo social, ou nacionalidade; ou qualquer outra forma de


492

grave e generalizada violação de direitos humanos. A situação angustiante dos

refugiados reside no fato de que, em seu país de origem, são privados de uma

comunidade política que os contemple como sujeitos de direito e lhes atribua o

direito a ter direitos.

Segundo a Agência de Refugiados da ONU, o número de pessoas forçadas a

deixar suas casas devido a guerras ou perseguição superou a marca de 50 milhões

em 2013, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) foi o primeiro

documento internacional a tutelar o direito de obtenção de asilo por perseguição. Em

1950, foi criado o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR),

organização que visa proteger as vitimas de perseguição, violência e intolerância.

Posteriormente, em 1951, foi celebrado o primeiro tratado internacional sobre o

tema, a Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados, na qual figura o Brasil

como um dos países contratantes, comprometendo-se a “aplicar a Convenção sem

discriminação quanto à raça, religião ou país de origem”.

Segundo a Constituição Federal, o Brasil estabelece como fundamentos da

República a cidadania e a dignidade da pessoa humana, e como guias da sua

política internacional o princípio da prevalência dos direitos humanos e a concessão

de asilo político, fixando, ainda, no rol do art. 5º, o direito a tratamento igualitário

entre brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil, sendo-lhes assegurados todos

os direitos proclamados na Constituição.

O Brasil sempre figurou como um país pioneiro na valorização dos direitos

humanos com o status de política pública governamental, entendendo os direitos

humanos enquanto direitos civis, políticos, sociais e culturais, abrangendo a situação


493

dos imigrantes e refugiados. Podemos citar, por exemplo, que o Programa Nacional

dos Direitos Humanos de 1996 foi o primeiro para proteção e promoção dos direitos

humanos na América Latina e o terceiro no mundo, estabelecendo objetivos de

curto, médio e longo prazo para os refugiados.

No ano de 1997, como um reflexo dos esforços políticos para a

implementação de políticas públicas de direitos humanos para refugiados, tornou-se

realidade o Estatuto dos Refugiados, cumprindo um dos objetivos do PNDH. O

Estatuto dos Refugiados é considerado pela própria Organização das Nações

Unidas como uma das legislações mais modernas e abrangentes do mundo a

respeito do tema dos refugiados, um marco histórico na legislação de proteção aos

direitos humanos e o compromisso do Brasil com o tema e a causa dos refugiados.

Vale destacar que, a partir desta lei, foi criado o Comitê Nacional para Refugiados

(CONARE).

Como se percebe, Sr. Presidente e mui dignos pares desta sessão, o Brasil

tem, ao longo da história, manifestado a sua profunda preocupação pelos refugiados

e se esforçado por assegurar a estes o exercício mais amplo possível dos direitos

humanos e das liberdades fundamentais. Assim, através da criação da Frente

Parlamentar para Refugiados e Ajuda Humanitária, esta Casa, como autêntica

representante do povo brasileiro, se compromete a implementar e desenvolver uma

política nacional de proteção aos refugiados, abrangendo a recepção e integração

cultural, econômica e social destes no território brasileiro, além de inserir o Brasil no

contexto internacional de deslocamento de pessoas vítimas de grave e generalizada

violação aos direitos humanos.

Concluo convidando a todos a se somarem neste projeto da Nação e a


494

estarem presentes no momento de lançamento da Frente Parlamentar para

Refugiados e Ajuda Humanitária, que se dará no próximo dia 17 de março, às 17

horas, no Plenário 4 desta Casa, ocasião em que teremos também o lançamento do

Painel Internacional de Parlamentares para a Liberdade Religiosa — IPP, com a

participação de Congressistas de outros países, que têm nos apoiado nesta causa e

na defesa da liberdade religiosa.

Em novembro do ano passado, Parlamentares dos vários continentes do

globo se reuniram no Nobel Palace Center, em Oslo, Noruega, para lançar

oficialmente este painel internacional para a promoção do direito de liberdade

religiosa e agora este movimento vem ao Brasil sob a nossa coordenação e

participação de vários outros Deputados e Senadores deste Congresso Nacional.

Esperamos, assim, estar contribuindo para que a República Federativa do

Brasil, nessas duas áreas, quais sejam, liberdade religiosa e ajuda humanitária,

possa ser referência para outras nações do mundo.

Muito obrigado.


495

A SRA. BRUNA FURLAN (PSDB-SP. Pronunciamento encaminhado pela

oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vimos hoje a esta tribuna

apresentar nossa profunda solidariedade à família do Policial Militar Fernando

Esnilherson do Nascimento, falecido em razão do serviço, no último 28 de fevereiro.

Acompanhado de três companheiros de farda, quando abordavam suspeitos no

Bairro Cidade Dutra, na capital paulista, foi alvejado por um dos muitos disparos

efetuados pelos criminosos, tendo sido levado ainda com vida ao Hospital das

Clínicas. Lutou durante 10 dias, mas não resistiu aos ferimentos. Tinha apenas 25

anos de idade, três dos quais a serviço da corporação, na qual se destacou pela

coragem, dignidade e entusiasmo pela profissão.

Não poderíamos deixar passar a ocasião de lamentar a perda inaceitável de

tão jovem e honrado policial. Estimado pelos colegas do 27º Batalhão, o PM

Nascimento teve a vida ceifada pela ação criminosa que se destinava a combater.

Como tantos outros colegas de farda, trabalhava com risco à própria vida. Mesmo

assim, trabalhava com rigor, presteza e dedicação. Não foi poupado pela violência

ou pelo destino. Deixa inconsolável uma família, uma esposa e uma filha, assim

como indignada toda uma corporação. São esses os sentimentos que

compartilhamos aqui, homenageando a memória do policial e rendendo mais do que

justa reverência a seu sacrifício em prol da comunidade. Atuando invariavelmente

sob as mais adversas condições de trabalho, esse e outros heróis são merecedores

do mais amplo e verdadeiro reconhecimento social.

Mas vamos além, Sr. Presidente. Gostaríamos de lembrar que o passamento

de Fernando do Nascimento é a oportunidade de reencontro na eternidade, segundo

nos promete o Criador. Se o momento é de homenagem, orgulho e saudade, é


496

também de reflexão sobre a vida e o significado de nossos atos, a começar pela

valorização dos pequenos gestos de solidariedade, humildade e amor, que

verdadeiramente aproximam as pessoas, sobretudo as que comungam dos mesmos

ideais.

É com esse espírito de fé e esperança que oramos pelo descanso eterno do

Policial Militar Fernando Nascimento, na certeza de que sua trajetória de vida

continuará sempre iluminando o caminho daqueles que buscam uma razão maior

para a existência — no caso, o amor à verdade e à justiça, que ultrapassa até

mesmo o amor à própria vida.

Nossas profundas condolências à viúva, Ana Jéssica do Nascimento, e à

pequena Lorena, na certeza de que a fé em Deus e o orgulho pela gloriosa

lembrança lhe trarão a paz e a serenidade de que precisam para recomeçar.


Muito obrigado, Senhor Presidente.


497

VII[CD300][CD301] - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Lindomar Garçon) - Nada mais havendo a tratar, vou

encerrar a sessão.


498

O SR. PRESIDENTE (Lindomar Garçon) - COMPARECEM MAIS OS SRS.:


499

DEIXAM DE COMPARECER OS SRS.:


500

O SR. PRESIDENTE (Lindomar Garçon) - Encerro a sessão, convocando

Sessão Não Deliberativa de Debates para amanhã, sexta-feira, dia 13 de março, às

9 horas.


501

(Encerra-se a sessão às 19 horas e 59 minutos.)

departamento de taquigrafia, revisÃo e redaÇÃo · especialmente aos gaúchos — não vou...

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