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ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ARTHUR RIBEIRO DE AQUINO FIGUEIREDO MELLO PROGRAMAÇÃO DE TAREFAS PARA UMA EMPRESA DE MANUFATURA EM UM AMBIENTE FLOW- SHOP FLEXÍVEL Trabalho de Formatura apresentado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do Diploma de Engenheiro de Produção São Paulo 2004

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ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ARTHUR RIBEIRO DE AQUINO FIGUEIREDO MELLO

PROGRAMAÇÃO DE TAREFAS PARA UMA EMPRESA DE MANUFATURA EM UM AMBIENTE FLOW-SHOP FLEXÍVEL

Trabalho de Formatura apresentado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do Diploma de Engenheiro de Produção

São Paulo 2004

ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ARTHUR RIBEIRO DE AQUINO FIGUEIREDO MELLO

PROGRAMAÇÃO DE TAREFAS PARA UMA EMPRESA DE MANUFATURA EM UM AMBIENTE FLOW-SHOP FLEXÍVEL

Trabalho de Formatura apresentado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do Diploma de Engenheiro de Produção

Orientadora: Profa. Doutora Débora Pretti Ronconi

São Paulo 2004

Para a minha pequena, Carol

AGRADECIMENTOS

A professora Dra. Débora Pretti Ronconi, pela orientação durante o ano, pela

paciência nesse último semestre e pelos conhecimentos divididos, que fizeram esse

trabalho ser o que é.

Ao Romeu e a Sílvia, por me ajudarem dentro da Metalúrgica.

Aos meus pais, pelos conselhos, pelas broncas e pelo apoio em todos os

momentos difíceis nesses 23 anos.

Aos meus irmãos, Marcelo, Andre e Flavio, pelas risadas e pelo companheirismo.

Aos amigos da faculdade: Tiago, Thiago, Danilo, André, Assis, João, Cacá e Cris

Cross, pela companhia nos anos da Produção.

Ao Marco, pela ajuda na realização do programa e ao Thierry, pelos

ensinamentos valiosos e pelo reconhecimento.

Aos comparsas Guto, Felipe, Felipe , Pedro, Juliana e Fabi , pelos longos anos de

amizade sincera.

Aos meus avôs e avós que tenho certeza torceram muito e ainda torcem por mim.

À quem devo muito da minha própria essência, minha maior amiga e minha

melhor companheira, Carol, que sempre fez de todos nossos momentos juntos, (e às

vezes separados) momentos encantadores e inesquecíveis. Obrigado por quase 6 anos de

convivência maravilhosa, pelo apoio nunca negado, pelo abraço acolhedor nas horas

difíceis e pela alegria sempre contagiante.

“All work and no play makes jack a dull boy”

Jack Torrance

“ Alguém certamente havia caluniado Josef K., pois uma manhã ele foi detido sem ter feito mal algum”

Franz Kafka

“Quando nasci, um anjo torto, desses que vivem na sombra disse: Vai Carlos! Ser gauche na vida.”

Poema de Sete Faces

Resumo

O objetivo desse trabalho é fornecer a programação de tarefas para uma empresa

utilizando-se como critério de desempenho o atraso na entrega dos produtos. O ambiente

de trabalho é conhecido e caracterizado como Flow-Shop Flexível.

O ambiente de Flow-Shop foi definido por PINEDO (2002) como um grupo de

máquinas colocadas em série onde cada um dos trabalhos seguem uma mesma rota de

processamento. Em seguida Nowicki e Smutnicki (1998) definem o Flow-Shop Flexível

como a união do ambiente “Flow-Shop” e o de máquinas paralelas. Isto é, m estágios

com uma ou mais máquinas em cada estágio..

O problema tratado é conhecido na literatura com sendo do tipo NP-hard (DU e

LEUNG, 1990) e, por ser praticamente impossível obtermos uma solução ótima em

tempo razoável parte-se para a utilização de um método heurístico que fornecerá uma

solução aceitável (mas não necessariamente ótima).

A partir de alguns métodos encontrados na literatura, foram selecionados aqueles

que mais se adaptavam à realidade da Metalúrgica Onix. Entre elas, a heurística

idealizada por Ronconi e Armentano (1999), LB. Está regra de despacho, inicialmente

proposta para um ambiente Flow-Shop, explora a minimização da somatória dos atrasos

totais de cada produto previsto pelo programa de produção. É avaliada também a regra

LB* uma adaptação da LB, proposta por Henrique e Ronconi (2004).

São utilizadas regras como a SPT e LPT utilizada por Hunsucker e Shah (1994)

além da regra EDD (BARRET e KADIPASAOGLU, 1990) e sua adaptação, EDD*,

proposta nesse trabalho.

São efetuadas simulações que utilizam como base um mês de produção na

Metalúrgica Onix. Os atrasos obtidos com as regras de despacho propostas são

comparados com os atrasos verificados atualmente na fábrica. Os resultados obtidos

representam uma diminuição do atraso médio da ordem de 20%

Abstract

The purpose of this work is to find a Schedule to an enterprise using as

performance criteria the tardiness of its products. We work in an environment known as

Flexible Flow-Shop.

The Flow-Shop environment was defined by PINEDO (2002) as a group of

machines put in a serie where each work follows the same processing route.

Subsequently, Nowicki and Smutnicki (1998) defined the Flexible Flow-Shop as the

union between the Flow-Shop environment and parallel machines. That is, each

processing stage with one or more processor.

The problem is shown to be NP-hard (DU e LEUNG, 1990) and, being

impossible to obtain an optimal solution in a reasonable time, we choose to use an

heuristic method to find out an acceptable solution.(not necessarily the optimal one)

From diverse examples found in the literature, those that were capable to be

adapted to Metalúrgica Onix reality were selected. Between them, the heuristic the

heuristic proposed by Ronconi e Armentano (1999), LB. This priority rule, firstly

designed to a Flow-Shop environment, uses as performance criteria the sum of each

product´s tardiness. The LB*, an adaptation of the LB rule, proposed by Henrique e

Ronconi (2004) is also used.

We use priority rules such as SPT e LPT used by Hunsucker e Shah (1994), the

EDD rule (BARRET e KADIPASAOGLU, 1990) and its adaptation, EDD*, proposed in

this work.

Several simulation are made based in a monthly production of Metalúrgica Onix.

The tardiness obtained with the proposed rules are compared with the present tardiness

verified in the factory. The results obtained represent a gain of approximately 20%.

INTRODUÇÃO.................................................................................................................1

CAPÌTULO 1. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE DE PRODUÇÃO..............................4

1.1 Descrição da Empresa................................................................................................4

1.2 Descrição do Ambiente de Produção ........................................................................8

1.3 Descrição Técnica do Processo Produtivo..............................................................22

CAPITULO 2. DESCRIÇÃO DO PROBLEMA........................................................ 29

CAPÍTULO 3. ESTRATÉGIA DE RESOLUÇÃO.................................................... 33

3.1 Métodos Heurísticos .................................................................................................33

3.2 Descrição das Heurísticas Avaliadas ......................................................................34

3.3 Descrição das Regras de Priorização......................................................................39

CAPITULO 4. TESTES PRELIMINARES................................................................ 41

4.1 Descrição do Sistema................................................................................................41

4.2 Ambiente de Simulação ...........................................................................................42

4.3 Saída da Simulação ..................................................................................................44

4.4 Características da Simulação ..................................................................................46

4.5 Simulação Inicial......................................................................................................50

4.6 Simulação Teste da Produção .................................................................................51

4.7 Resultados Iniciais....................................................................................................52

4.8 Discussão dos Resultados Preliminares..................................................................54

CAPITULO 5 SIMULAÇÃO DO PROBLEMA REAL............................................. 57

5.1 Considerações Iniciais ..............................................................................................57

5.2 Mudanças Observadas.............................................................................................58

5.3 Cenário de Simulação ..............................................................................................59

5.4 Resultados Obtidos ..................................................................................................68

5.5 Análise dos Resultados.............................................................................................70

CAPITULO 6. CONCLUSÕES................................................................................... 72

BIBLIOGRAFIA............................................................................................................ 75

ANEXOS ........................................................................................................................ 78

1. Programação em VBA ...............................................................................................78

1.2 Tempo de Lead-Time ...............................................................................................86

LISTA DE TABELAS Tabela 1 Participação relativa dos clientes no faturamento (Elaborada pelo autor) .........7 Tabela 2 Tela de inserção dos dados de entrada (Elaborada pelo autor) (a)Tabela de

inserção dos tempos de processamento (b)Tabela de inserção dos estágios de produção...................................................................................................................43

Tabela 3 Exemplo de cadastro de produtos (Elaborada pelo autor)................................47 Tabela 4 Resumo dos produtos hipotéticos (Elaborada pelo autor).................................50 Tabela 5 Tempo de Lead-Time e entrega dos produtos hipotéticos (Elaborada pelo

autor) ........................................................................................................................51 Tabela 6 Resumo dos parâmetros dos produtos simulados (Elaborada pelo autor)........51 Tabela 7 Datas de entrega dos produtos (Elaborada pelo autor).....................................52 Tabela 8 Comparação entre as heurísticas na simulação dos dados hipotéticos

(Elaborado pelo autor)..............................................................................................53 Tabela 9 Comparação entre as heurísticas na simulação dos dados hipotéticos (Elaborada

pelo autor) ................................................................................................................53 Tabela 10 Portfolio de produção (Elaborada pelo autor) ...............................................59 Tabela 11 Lote Padrão, Lote Econômico e Produção Prevista (Elaborada pelo autor) ..61 Tabela 12 Tempo de Lead-Time em horas do lote padrão dos produtos simulados

(Elaborada pelo autor) ..............................................................................................66 Tabela 13 Tempo previsto de entrega (Elaborada pelo autor) .........................................67 Tabela 14 Atraso verificados (EDD e EDD*) (Elaborada pelo autor).............................68 Tabela 15 Atrasos Verificados (LB e LB*) (Elaborada pelo autor) ................................69 Tabela 16 Resultados Obtidos (Elaborado pelo autor).....................................................70

LISTA DE FIGURAS Figura 1 Layout das Instalações (Elaborada pelo autor)....................................................5 Figura 2 Fluxograma dos materiais e produtos (Elaborada pelo autor) ............................6 Figura 3 Hierarquia de planejamento de uma empresa (Retirado de Santoro (2001)).......9 Figura 4 Exemplo de Flow-Shop Flexível (Retirado de Nowicki e Smutinicki (1997) )30 Figura 5 Saída de dados simulados (Elaborada pelo autor) .............................................46

1

INTRODUÇÃO

Em uma empresa que trabalha basicamente com execução de encomendas especificas de

clientes, a existência de um estoque de segurança de produtos acabados pode trazer

benefícios que impactam diretamente no prazo de entrega e portanto na satisfação do

cliente. (BALLOU, 1992)

Por outro lado, a existência desse mesmo estoque provoca resultados financeiros

negativos além de prejudicar aspectos que dizem respeito à movimentação e

armazenagem da fábrica.

Além disso, em um ambiente de produção saturado cada tonelada de estoque processada

em um momento errado pode eventualmente implicar em uma perda de uma nova ordem

de serviço e, num cenário pessimista na perda de um cliente.

A Metalúrgica Onix se encaixa em cada um desses cenários; É uma empresa que

trabalha por encomenda de um portfolio razoavelmente fixo de clientes, a gerência geral

adota atualmente um política de diminuição de estoques ao longo da cadeia produtiva e,

por fim, trabalha para que os prazos de entrega acordados sejam cumpridos. Podemos

até mesmo dizer que esse indicador é seu principal fator crítico de sucesso e é

responsável tanto pela manutenção dos atuais clientes como pela prospecção de novas

encomendas. A falha na entrega no prazo impacta diretamente na satisfação dos

mesmos.

Sabendo-se que o número de tarefas a serem executadas pela produção é bastante grande

e com um ambiente de produção sendo caracterizado como Flow-Shop Flexível o

número de variáveis e combinações possíveis da ordem de entrada das tarefas no

sistema cresce exponencialmente. Cabe ao planejamento da fábrica fornecer um plano

de produção a ser seguido que, indicando a ordem dos produtos e o tamanho do lote dos

2

mesmos, minimize a soma dos atrasos dos prazos de entrega acordados previamente

com os clientes.

No caso da Metalúrgica Onix, o planejamento da produção é, basicamente executado

pelo diretor de produção. A tomada de decisão é feita a partir do conhecimento técnico

adquirido pelo mesmo no passado. Teoricamente, aspectos como priorização de cliente,

padrões de lotes, tempo de lead-time e prazo de entrega são levados em conta quando o

plano de produção é feito. Claramente o planejamento é calcado no saber técnico do

diretor de produção, não existindo uma ferramenta matemática que vise a minimização

dos atrasos nos prazos de entrega.

Esse trabalho tem como objetivo propor uma ferramenta que, baseada em uma heurística

escolhida, forneça um plano de produção para um horizonte pré-determinado e que

busque minimizar os atrasos das entregas. Não faz parte do escopo desse trabalho a

indicação de uma solução ótima.

É importante ressaltar que o ambiente em que a ferramenta será construída deve ser de

fácil acesso e de fácil entendimento por parte da própria direção da Metalúrgica Onix.

No caso, foi escolhido o ambiente Excel.

O presente trabalho é dividido da seguinte maneira:

CAPITULO 1 – Descrição do Ambiente de Produção : Neste capítulo a empresa onde o trabalho é realizado será apresentada assim como a maneira com que a produção é planejada.

CAPITULO 2 – Descrição do Problema : Neste capítulo o problema a ser solucionado é apresentado e discutido e comparado com outros problemas semelhantes encontrados na literatura.

3

CAPITULO 3 – Estratégia de Resolução: Neste capítulo é mostrada a forma como o problema será resolvido.

CAPITULO 4 – Testes Preliminares : Neste capítulo são efetuados testes preliminares para que uma heurística seja escolhida para a resolução do problema apresentado.

CAPITULO 5 – Simulação do Problema Real : Neste capítulo o problema real é efetivamente simulado, utilizando a heurística escolhida. E feita uma comparação da solução obtida com o atual cenário encontrado na Metalúrgica Onix.

CAPITULO 6 – Conclusão : Neste capítulo serão apresentadas as conclusões obtidas e serão sugeridos pontos de melhoria no trabalho.

4

CAPÌTULO 1. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE DE PRODUÇÃO

1.1 Descrição da Empresa

A metalúrgica ONIX foi inaugurada em 1956 e inicialmente era voltada para a

fabricação de peças estampadas em aço ou fundidas em alumínio, bronze ou latão,

destinadas às linhas de transmissão de energia elétrica e redes aéreas para estradas de

ferro e ônibus elétrico, além de torres de transmissão e outras estruturas metálicas.

Nessa época os principais clientes da ONIX eram a CMTC, FEPASA e CESP.

Em 1959 a empresa montou sua forjaria e passou a se dedicar à fabricação de peças

forjadas e/ou usinadas em aço carbono, inox titânio, alumínio e latão. A partir daí a

ONIX passou a focar sua atividade para a indústria de tratores agríco las, máquinas

rodoviárias e de construção civil, caminhões, empilhadeiras, automóveis, motocicletas,

próteses ortopédicas. Atualmente os principais clientes são a Caterpillar, Case, Fiat

Allis, New Holland, Engrecon e outras empresas montadoras de conjuntos.

Podemos afirmar que a metalúrgica ONIX tem uma estrutura bastante enxuta e flexível,

fazendo com que pedidos de curto prazo sejam bem atendidos, o que certamente é um

diferencial de mercado. Além disso, a empresa se compromete a entregar lotes

pequenos, diferentemente de muitas outras forjarias

Nos itens a seguir, aspectos relevantes da fábrica serão apresentados

5

Layout das Instalações O layout físico das instalações e suas respectivas linhas de processos estão mostradas na

figura 1 a seguir:

Figura 1 Layout das Instalações (Elaborada pelo autor)

Entrada de Matéria Prima

Corte

Forno

Forjamento

Rebarbamento

Soldagem

Gerência

Refeitório Forjamento

Material em Processamento - Armazenagem Usinagem

Jato

Acabamento

Expedição

Moldes / Ferramentaria

6

Fluxogramas dos Materiais e Produtos Na figura 2 a seguir, é mostrado o caminho que cada produto produzido pela

Metalúrgica segue dentro da fábrica, sendo ou não uma nova encomenda.

Figura 2 Fluxograma dos materiais e produtos (Elaborada pelo autor)

LEGENDA:

1. USINAGEM

2. INSPEÇÃO FINAL

3. COMITÊ DA QUALIDADE

4. LIXA

5. JATO

6. SUB-CONTRATO

INSPEÇÃO - CÓDIGOS

L. Análise Químico

D. Dimensional

V. Visual

A. Aprovado

RT. Retrabalho

RJ. Rejeitado

R. Registrado

M. Análise Matalúrgico

OK ?

RECEBIMENTODE MP

3

CORTE

OK ? 3

NÃO

SIM

RT

NÃO

SIMA

FORJARREBARBAR

OK ? 3

RT

NÃO

SIM

D.V.R.

D.V.R.

A

OPERAÇÃO DE SUB-CONTRATO ?

6SIM

NÃO

NÃO

SIM

USINAGEM ?

4

5

USINAGEM1

OK ? 3NÃO

SIM

RTD.V.R.

OPERAÇÃO DE SUB-CONTRATO ?

NÃO

4

5

6

SIM

A

FORNECEDORD.L.R.M.

OPERAÇÃO DE SUB-CONTRATO

D.R.M.

OK ?SIM

NÃO

1

2

COMITÊ DA QUALIDADE3

A RT RJ

D.V.

OK ? 3NÃO

SIMA

LIXAR

SUCATAR

JATEAR

VisualOK ?

3NÃO

SIMA

INSPEÇÃO FINAL

2 RTD.V.R.

VisualOK ?

3NÃO

SIMA

EMBALAGEM EESTOQUE

DE PEÇAS PRONTASEXPEDIÇÃO

6

4RT

4 RT

LEGENDA:

1. USINAGEM

2. INSPEÇÃO FINAL

3. COMITÊ DA QUALIDADE

4. LIXA

5. JATO

6. SUB-CONTRATO

INSPEÇÃO - CÓDIGOS

L. Análise Químico

D. Dimensional

V. Visual

A. Aprovado

RT. Retrabalho

RJ. Rejeitado

R. Registrado

M. Análise Matalúrgico

OK ?

RECEBIMENTODE MP

3

CORTE

OK ? 3

NÃO

SIM

RT

NÃO

SIMA

FORJARREBARBAR

FORJARREBARBAR

OK ? 3

RT

NÃO

SIM

D.V.R.

D.V.R.

A

OPERAÇÃO DE SUB-CONTRATO ?

6SIM

NÃO

NÃO

SIM

USINAGEM ?

4

5

USINAGEMUSINAGEM1

OK ? 3NÃO

SIM

RTD.V.R.

OPERAÇÃO DE SUB-CONTRATO ?

NÃO

4

5

6

SIM

A

FORNECEDORD.L.R.M.

OPERAÇÃO DE SUB-CONTRATO

D.R.M.

OK ?SIM

NÃO

1

2

COMITÊ DA QUALIDADE3

A RT RJ

D.V.

OK ? 3NÃO

SIMA

LIXAR

SUCATAR

JATEAR

VisualOK ?

3NÃO

SIMA

INSPEÇÃO FINAL

2 RTD.V.R.

VisualOK ?

3NÃO

SIMA

EMBALAGEM EESTOQUE

DE PEÇAS PRONTASEXPEDIÇÃO

6

4RT

4 RT

7

Produtos Fabricados

Os principais produtos fabricados pela ONIX são:

• Garfos

• Olhais

• Terminais de Direção

• Castanhas de roda

• Hastes Tubulares Conificadas

• Mancais

• Munhões

Participação dos Clientes no Faturamento

Na tabela 1 a seguir, é mostrada a participação relativa de cada um dos clientes em

função do faturamento total da Metalúrgica Ônix. Pode-se notar que os 3 principais

clientes correspondem a aproximadamente 60% do faturamento atual da empresa.

Caterpillar 23% New Holland

20%

Case 18% Inepar 10% Fiat Allis 8% Engrecom 7% ZF do Brasil 5% Outros 9%

Tabela 1 Participação relativa dos clientes no faturamento (Elaborada pelo autor)

8

Capacidade Produtiva / Instalações

Atualmente a Onix produz aproximadamente 200 ton/mês com 65 funcionários . A área

total da metalúrgica é de 5000 m2 e sua área construída é de 2300 m2 .

1.2 Descrição do Ambiente de Produção

O objetivo desse capítulo é apresentar alguns conceitos de PPCP (Planejamento,

Programação e Controle da Produção) que permitirão o melhor entendimento desse

trabalho e que são aplicados no cotidiano de trabalho da Metalúrgica ONIX.

9

Planejamento Estratégico

Na figura 3 abaixo, retirada de uma publicação de SANTORO (2001), a hierarquia do

planejamento de uma empresa é mostrada:

Figura 3 Hierarquia de planejamento de uma empresa (Retirado de Santoro (2001))

A partir do fluxo descrito acima, podemos caracterizar os 3 horizontes de planejamento

estratégico de uma empresa como a metalúrgica Onix

restriçõesPlanejamento

estratégico decisões

restrições Planejamento da produção

decisões

restriçõesProgramação da produção

decisões

Execução

Realim

entação

Aum

ento de detalhe

TEMPO

HP

PR

HP

PR

PR

HP

HP = horizonte de planejamento PR = período de planejamento

10

• Planejamento estratégico : é o que representa as decisões que devem ser

tomadas a fim de se alcançar os objetivos da organização, quais devem ser estes

objetivos e todo o planejamento das instalações da empresa. Este planejamento

define a instalação da capacidade no sistema de produção da empresa, possui

horizonte de planejamento longo e é decidido pela alta hierarquia. Por se tratar

de decisões de longo prazo, torna-se difícil à realização de replanejamentos

constantes. Trabalha com informações agregadas, com pequeno detalhamento,

além disso, existe grande risco e incerteza nas decisões tomadas. No caso da

Metalúrgica, o planejamento estratégico é definido pela alta hierarquia da

fábrica, isto é, o chefe de produção e a presidente da empresa. São tomadas

decisões principalmente no âmbito da produção. Isto é, aumento da capacidade

produtiva, aquisição de novas máquinas, etc

• Planejamento da produção: o estágio intermediário da hierarquia, as restrições

neste nível serão definidas pelas decisões do planejamento estratégico. Trata-se

de um processo de decisão baseado em informações agregadas, devido ao grande

número de variáveis ainda é impossível chegar a um grande detalhamento. Este

planejamento fornece os dados básicos para que possa ser executada a

programação da produção. Controla e assegura que os recursos sejam utilizados

de maneira correta, direcionando as verbas para que o planejamento estratégico

seja atingido. Possui um horizonte de planejamento menor do que o

planejamento estratégico, podendo ser considerado de médio prazo. Neste nível,

a busca resultados ocorre dentro da fábrica, sendo que as pessoas envolvidas

devem possuir um bom grau de instrução. O replanejamento pode ser feito em

uma freqüência média e o grau de risco, bem como o nível de precisão, também

podem ser considerados em um nível intermediário quando comparados com o

planejamento estratégico e a programação da produção. Nesse caso, as decisões

continuam a ser tomadas principalmente pelo chefe de produção, mas envolve

também pessoas de outras áreas como Qualidade, Compras , Vendas.

11

• Programação da produção: processo que envolve informações individualizadas

para cada pedido. Decisões definidas no planejamento passam a ser detalhadas.

São definidas as quantidades exatas de cada produto a serem produzidas, bem

como a data em que isso deve ocorrer e quanto isto deve durar. As decisões são

tomadas em curto prazo, determinadas por funcionários menos qualificados do

que os envolvidos no planejamento estratégico e planejamento da produção.

Existe a necessidade de uma grande precisão e detalhamento das informações. A

quantidade de replanejamentos é alta e o risco destas decisões é relativamente

baixo.

Tipo de Produção

Baseado nas publicações de SANTORO (2001), foram encontrados diversos tipos de

indústrias, dentre eles podemos destacar seis:

• Estoque puro : nestas empresas não existe a produção, a organização apenas

compra os produtos e os revende, sendo apenas um intermediário do negócio.

• Contínua pura: empresa que produz apenas um produto, não existindo

diferenciação. A demanda por este produto geralmente é grande, não existe

variação no roteiro da produção e há uma grande quantidade de intermediários

entre a empresa e o consumidor.

• Contínua com diferenciação: empresa que produz poucos produtos, existindo

pouca diferenciação. A demanda por estes produtos geralmente é grande, existe

pouca variação no roteiro da produção e há uma grande quantidade de

intermediários entre a empresa e o consumidor.

12

• Intermitente repetitiva: empresa que produz uma quantidade razoável de

produtos, conseqüentemente existe uma certa diferenciação na produção. A

demanda por estes produtos geralmente é menor que na indústria contínua, existe

uma variação média no roteiro da produção e há uma pequena quantidade de

intermediários entre a empresa e o consumidor.

• Intermitente sob-encomenda: empresa que produz uma quantidade grande de

produtos, conseqüentemente existe uma grande diferenciação na produção. A

demanda por estes produtos é pequena, existe uma variação de média para

grande no roteiro da produção e geralmente não há intermediários entre a

empresa e o consumidor.

• Projetos: empresa que produz uma quantidade grande de produtos, cada produto

é único, dificilmente dois produtos iguais serão produzidos, desta forma a

diferenciação entre os produtos produzidos é imensa. A demanda por estes

produtos é pequena, existe uma grande variação no roteiro da produção e não há

intermediários entre a empresa e o consumidor.

13

Os tipos de produção que uma empresa pode possuir foram aqui descritos, pois através

deles, podemos localizar facilmente onde a Metalúrgica Onix está inserida. No caso,

podemos concluir que a Metalúrgica é do tipo intermitente sob encomenda, pois

apresenta alta gama de produtos com grande diferenciação entre eles a diferenciação

entre seus roteiros de produção pode ser considerado alta.

Tipos de Estoque Segundo SLACK,CHAMBERS, JOHNSTON (1997), todo estoque pode ser classificado

segundo sua função na cadeia produtiva de uma empresa. Nos itens abaixo são

elencados os diferentes tipos de estoques que podem ser encontrados na Metalúrgica

Onix:

• Estoque em processo: esse tipo de estoque está relacionado com o período de

permanência no sistema enquanto ocorre a montagem ou processamento. Um

alto estoque em processo pode demonstrar uma baixa velocidade de passagem

na cadeia produtiva ou então uma capacidade de produção saturada.

• Estoque isolador o u de segurança: este estoque é mantido para que possíveis

compradores do produto não o deixem de fazê- lo por sua falta. Sua existência

pode ser útil em casos de erros no modelo de previsão de demanda ou a outros

motivos, como falhas em equipamentos.

A quantidade de estoque de segurança dentro da Metalúrgica Onix é bastante variável de

acordo com o tipo de produto. O tamanho do estoque de segurança é proporcional a sua

importância relativa à produção. Podemos notar que os produtos mais produzidos e mais

vendidos têm um estoque de segurança maior se comparados com os produtos de baixa

saída.

• Estoque no canal ou de distribuição: este é o produto a caminho do destino.

Quando algum consumidor faz um pedido, a empresa a fornecer este produto

14

deve separá- lo para entregar, a partir deste momento este estoque não está

disponível para outro cliente a não ser para o cliente que o encomendou,

entretanto o produto ainda não foi entregue, logo, ainda é de responsabilidade

da empresa produtora.

O estoque de canal é bastante pontual na Metalúrgica. Pode-se afirmar que o mesmo se

resume basicamente ao estoque de produtos acabados que ainda não foram entregues

pelo fato que parte do lote de produção ainda estar sendo processado.

• Estoque de antecipação ou sazonal: este estoque geralmente é usado com

produtos que possuem demanda sazonal. Quando as vendas de um produto são

bem maiores em um período do que em outro, pode se fazer estoque para

conseguir satisfazer a demanda no período de maiores vendas, para evitar que

a empresa fique ociosa durante o período de menor demanda ou que se

aumente à capacidade da empresa no período de maior demanda.

Esse tipo de estoque é praticamente inexistente dentro da Metalúrgica dado que a

sazonalidade para os tipos de produtos produzidos é praticamente inexistente: O que

ocorre eventualmente é, por saber que em determinada época do ano determinado

cliente costuma necessitar de um determinado produto, a Metalúrgica se antecede ao

pedido e confirma a demanda com o cliente. Se a resposta for positiva a produção

fabrica um lote de produtos.

• Estoques de componentes intermediários: estoque que reduz a dependência

entre as etapas do processo produtivo. São os estoques permanentes dentro da

fábrica, evitando que um distúrbio em algum setor se propa gue para o restante

da linha. A definição deste estoque parece ser semelhante à de estoques em

processo, entretanto a de se notar uma diferença sutil, enquanto que o estoque

em processo existe porque o processamento seguinte ainda não pode ser

executado, o estoque de componentes intermediários existe exatamente para

15

que o processo seguinte não fique ocioso esperando que o processo anterior

encerre o processamento.

O estoque de componentes intermediários raramente é encontrado na Metalúrgica pois

dada a alta gama de produtos processados, esse tipo de estoque representa alto capital

relacionado com um só tipo de produto. É possível encontrar esse tipo de estoque em

etapas básicas para qualquer tipo de produto como o Corte, por exemplo. Para efeitos de

simulação, que será descrita nos próximos capítulos, admitiremos um buffer ilimitado.

Isso significa que o espaço para o estoque intermediário entre as máquinas será

considerado como infinito. Ou seja, a Metalúrgica Onix é capaz de armazenar ao longo

de sua cadeia produtiva uma quantidade “infinita” de peças ou produtos intermediários.

Os modelos de estoque Existem diversos tipos de modelos de estoque utilizados pelas diversas empresas. A

Metalúrgica Onix utiliza basicamente um único modelo para seus estoques. Sabendo-se

que os tipos de produtos fabricados seguem padrões bastante desiguais, o estoque de

produtos acabados não segue nenhum modelo pré-definido. Normalmente os produtos

acabados em estoque se resumem a pedidos cancelados ou então a lotes de produtos

“quebrados”, que foram processados em maior quantidade pois seriam economicamente

inviáveis de se produzir apenas a quantidade desejada pelo cliente em questão.

Em casos como o descrito acima, cabe ao chefe de produção se o lote do produto será

produzido. Obviamente outras questões que não econômicas serão avaliadas como:

• Possibilidade de se vender o produto posteriormente

• Importância estratégica do cliente

• Estratégia de fidelização e conquista de novos mercados e produtos

Em relação ao estoque de matéria –prima, obviamente menos diversificada que os

produtos, utiliza-se um modelo de estoque mínimo, descrito a seguir:

16

Modelo do estoque mínimo : nesta situação é mantido sempre um estoque mínimo de

segurança que garantirá que a produção nunca pare. Quando o estoque chega neste

nível, deve ser feito outro pedido. O estoque mínimo deve ser suficiente para suprir a

demanda durante o intervalo de tempo necessário para a reposição do estoque. Neste

modelo o período entre as reposições não é constante.

O dimensionamento de um lote

Mesmo sabendo-se que a Metalúrgica não utiliza nenhum modelo para o

dimensionamento de seus lotes-padrão, é necessário discutir esse tópico, mesmo que não

seja de uma maneira aprofundada.

O modelo mais simples , e talvez aquele que seja mais utilizado pelas áreas de produção

na indústria seja o lote econômico. Este procura dimensionar o lote a ser comprado em

cada uma das ordens de compra, minimizando o custo total, que é composto

basicamente pelo custo de aquisição e pelo custo de armazenamento do material. E um

modelo bastante simples largamente utilizado dado sua simplicidade e razoável

eficiência. A Metalúrgica, apesar de não utilizar nenhum modelo, utiliza informações da

produção e avalia o tamanho do lote de matéria prima a ser adquirido baseando-se

essencialmente em aspectos econômicos como disponibilidade de capital e volume de

produção esperada.

A Previsão da Demanda De forma geral, podemos classificar uma previsão de demanda de acordo com seu

horizonte de previsão, detalhe e modelo. Quanto ao horizonte de previsão, pode-se dizer

que quanto mais longa, mais importante ela será para as decisões estratégicas,

entretanto, também existirá mais chance de ela estar incorreta devido a grande exposição

a fatores externos incontroláveis. Quanto ao detalhe, uma observação pertinente é que

17

não se pode detalhar muito algo que leva em consideração muitos fatores incontroláveis,

portanto, ao se fazer uma previsão, é necessário saber quão longe se pode chegar.

Quanto ao modelo, podemos citar basicamente dois tipos: qualitativos e quantitativos.

Os modelos qualitativos são baseados em predições e portanto partem do pressuposto

que o futuro não guarda relações com o passado. Assim as previsões devem ser geradas

pelo julgamento de especialistas, bem como pela análise de conhecimento acumulado.

Os modelos quantitativos se baseiam no passado e na existência de alguma relação

deste com o futuro. Para poder aplicar estes modelos é necessária a existência de

informações disponíveis sobre o passado além da possibilidade de quantificação dessas

informações em dados numéricos e a existência de continuidade, ou seja, que algum

padrão do passado será repetido no futuro.

Podemos notar, que na atual estrutura da Metalúrgica Onix, a previsão de demanda é

baseada principalmente em aspectos qualitativos. Obviamente, existem clientes com

uma demanda de determinados produtos que variam pouco. Para esse casos , são usadas

projeções que indicam a quantidade que deverá ser produzida em um horizonte de

planejamento de aproximadamente 3 meses.

No entanto, é bastante difícil de se prever com acuracia a demanda de produção em um

ambiente regido por encomendas. Nesse caso, o Gerente de Produção, baseando-se em

sua experiência adquirida, estima a quantidade total (em kg) que será produzida. Ao

longo do mês essa mesma estimativa é recalculada de acordo com os pedidos já

efetuada.

Vale ressaltar que muitas vezes essa estimativa pode estar errada e a conseqüência direta

desse erro é um acúmulo de estoque, tanto de produtos acabados como de matéria-

prima.

18

Estrutura dos Produtos O conceito de estrutura de produtos é apresentado por SLACK,CHAMBERS,

JOHNSTON (1997) e foi considerado bastante útil para que exista um entendimento das

conseqüências sobre a estrutura da empresa frente ao produto produzido. Existem

quatro estruturas de produto definidas: “A”, “T”, “V”, “X”. Essas diferentes estruturas

foram assim definidas devido ao formato das letras A, T, V e X. A seguir serão

explicadas cada uma destas. Basicamente a base da letra representa a variedade de

produtos que entra para ser processada, o topo da letra representa a variedade de

produtos que sai da empresa e finalmente o meio indica a variedade dos processos

utilizados.

• Estrutura de produto em forma de “A”: nesta estrutura uma grande

quantidade de matéria-prima entra na empresa para ser processada. A cada

etapa esses materiais vão se combinando para ao final resultarem em um ou

poucos produtos finais. Essa estrutura é muito utilizada em montadoras que

recebem uma grande quantidade de peças e as juntam culminando em apenas

um produto final. Esse tipo de produto pode ser produzido para estoques.

• Estrutura de produto em forma de “T”: esta estrutura é típica de empresas

que possuem um pequeno número de matérias primas passando por um

processo padronizado e a etapa final do processo gerará uma grande

variedade de produtos. Neste tipo de empresa não é possível estocar o

produto final já que este dependerá de encomendas.

• Estrutura de produto em forma de “V”: esta estrutura também possui uma

pequena quantidade de matéria-prima e uma grande variedade de produtos

finais. A diferença desta estrutura para a em “T” é que nela existe uma menor

padronização dos processos, ou seja para se iniciar a produção é necessário

19

saber o que se pretende produzir, isso porque as primeiras etapas do

processamento já restringirão a quantidade de produtos que poderão ser

produzidas.

• Estrutura do produto em forma de “X”: neste tipo de empresa uma grande

quantidade de produtos é produzida, chega-se então a um produto

intermediário padrão e em seguida ocorrem processos que farão com que este

produto se diferencie, culminando em uma grande quantidade de produtos

finais. Montadoras de veículos são um bom exemplo para esta estrutura, pois

recebem uma grande quantidade de peças, fazem a montagem até um certo

estágio e a partir daí se inicia uma etapa de diferenciação de acordo com o

pedido.

Não é muito difícil notar que a estrutura que encontramos na Metalúrgica Onix é a

estrutura de produto em forma de “T” . Se for feita uma comparação entre o quantidade

de bitolas utilizadas pela metalúrgica e os quantidade de produtos produzidos pela

mesma notaremos um diferença discrepante. A Estrutura em “V” não se aplica pois a

mesma restringe a quantidade de produtos finais produzidos.

Uma diferença encontrada na realidade da Metalúrgica Onix e daquela proposta por

SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON (1997) é o fato do autor afirmar que na estrutura

de produtos em “T” é impossível de estocar os produtos finais pois os mesmos

dependem de encomendas e como foi dito anteriormente a Metalúrgica de fato estoca

seus produtos finais

Uma quantidade pequena de bitolas passa por basicamente 2 processos padrões: O corte

e o aquecimento no forno. A seguir as diferentes etapas serão capazes de produzir uma

quantidade quase que ilimitada de produtos finais. Por isso a forma em “T” de

produção.

20

Fixação para o prazo de entrega

Continuando a análise segundo a visão de ZACCARELLI (1973), a previsão de término

de um produto encomendado é composta de duas fases distintas:

• tempo necessário para a obtenção dos materiais

• tempo necessário para a produção

O tempo para obtenção dos materiais é relacionado com o mercado fornecedor.

Podemos afirmar que para a Metalúrgica Onix o impacto desse tempo para a fixação do

prazo de entrega é zero.

Em relação ao tempo de produção, segundo o mesmo ZACCARELLI (1973), existem

diferentes maneiras do mesmo ser calculado, que são mostradas a seguir.

• Método do julgamento pessoal.

Este método se baseia na existência de uma pessoa com conhecimento de toda carga de

trabalho existente dentro da empresa, capaz de mensurar qual a carga acrescida pelo

novo pedido, quando este poderá ser processado em cada unidade, para então estimar

qual será o prazo de té rmino da produção. Em muitos casos é o único que pode ser

utilizado devido à inexistência de condições de aplicação dos outros métodos. No caso

de uma indústria de porte maior, o julgamento pessoal se torna cada vez mais

inapropriado devido ao grande número de detalhes que começam a influenciar na

estimativa.

• Método das fichas ou dos gráficos de carga

21

Este pode ser considerado como uma forma mais elaborada e formalizada de representar

o método anterior. Para realizá-lo, é necessária à utilização de um gráfico de Gantt, no

qual o registro do número de horas necessárias em cada setor produtivo será atualizado

no decorrer do tempo. Ao receber um novo pedido, deve-se estimar qual o tempo

necessário para a passagem do pedido por cada setor, em seguida utiliza-se o gráfico

para saber em quanto tempo os diversos setores estarão livres possibilitando a execução

dos trabalhos. No caso da existência de um gargalo, esse processo será o que ditará o

tempo necessário já que este processo não trabalha com folgas.

• Método estatístico

Este método pode assumir uma grande variedade de formas, mas basicamente consiste

em considerar o tempo de espera de uma ordem de fabricação para ser processado em

cada unidade produtiva como uma variável aleatória com densidade de probabilidade

conhecida. É recomendável a utilização deste método em detrimento aos anteriores

quando a quantidade de operações para um produto for muito grande.

Novamente, a realidade encontrada na Metalúrgica Onix pode ser considerada pouco

elaborada. A estimativa dos prazos de entrega é estritamente baseada no que

ZACCARELLI (1973) afirma ser método do julgamento pessoal. O mesmo Gerente de

Produção responsável pela previsão de demanda é responsável agora pela fixação do

prazo de entrega.

Nesse caso, além de aspectos técnicos como tempo de lead-time e o próprio tempo de

passagem do produto pelo seu respectivo caminho de produção, a fixação do prazo de

entrega obrigatoriamente deve levar em conta os outros produtos fabricados pela

Metalúrgica.

Por fim, aspectos estratégicos também devem ser levados em conta. A importância

relativa do cliente, a necessidade do produto e o impacto do lote na

22

produção/faturamento são avaliadas. No caso, o comitê, composto pelos gerentes de

cada uma das áreas além da presidente da fábrica é responsável pela decisão.

1.3 Descrição Técnica do Processo Produtivo

Recebimento de Matéria-Prima

O processo de produção inicia-se com o recebimento de matéria-prima de diversos

fornecedores. A descrição do fornecedor e seus respectivos produtos estão descritos a

seguir:

• Aço Tubo Industrial e Comércio Ltda. – Tubos / Barras de aço

• Aços Morumbi – Barras de Aço

• Aços Formosa - Barras de Aço

• Trefita - Barras de Aço

• Trefilação Bandeirantes - Barras de Aço

• Aços F. Sacchelli - Barras de Aço

• Jomaço - Barras de Aço

• Assis Pires – Tubos / Barras de Aço

• Ferralva - Barras de Aço

• Piratini - Barras de Aço

A Ônix mantém procedimentos documentados para assegurar que os produtos

adquiridos estejam em conformidade com os requisitos especificados, bem como o

controle de entregas e performance dos fornecedores. Os documentos de compra contêm

dados que descrevem claramente o produto pedido, tais como desenho, especificações,

características dimensionais, físicas e químicas.

23

As matérias-primas são compradas de usinas e ou de distribuidores qualificados pela

Onix através de questionários de avaliação ou certificados pela ISSO 9000 / QS 9000. A

Ônix solicita aos seus fornecedores o envio do Certificado de Qualidade que é

comparado com as normas do material. Trimestralmente a Ônix envia amostra para

análise em laboratório aprovado para análise do material.

Corte

Após a aprovação da matéria-prima, o produto segue em direção à área de corte. O corte

é feito por guilhotina ou serra, sendo caracterizado, portanto, por ser um processo

manual. As principais máquinas utilizadas são serras de fita, serra alternativa e disco de

corte. As barras de aço são colocadas manualmente na máquina, sendo continuamente

repostas com o passar do tempo. Os pequenos pedaços são retirados pelos próprios

funcionários que os armazenam em caixas ao lado das máquinas. Caso o corte não esteja

de acordo com os requisitos solicitados, o pedaço de aço vai ser retrabalhado.

Pré-aquecimento

O próximo passo é o aquecimento das bitolas. Os produtos intermediários são aquecidos

em fornos a óleo e máquinas de aquecimento resistivo. Os trabalhadores colocam e

retiram o aço com pás, ou seja, manualmente. Na máquina resistiva o aquecimento se dá

através de uma corrente que passa pelo produto, entretanto, existe uma restrição de

tamanho, somente pequenas bitolas são utilizadas.

Forjamento

O forjamento é um processo de conformação mecânica, ou seja, mediante aplicação de

esforços mecânicos altera-se plasticamente a forma dos materiais com controle e

obtenção adicional de suas propriedades físicas e mecânicas.

De todos os processos de fabricação, a conformação mecânica tem um fundamental

papel porque produz peças com excelentes propriedades mecânicas com a mínima perda

de material, oferecendo assim um menor custo de fabricação. Parte-se de uma geometria

24

relativamente simples, que após prévio aquecimento ou não, e uma ou mais operações,

podemos gerar uma ou mais peças com a mais complexa geometria.

O processo de forjamento pode ser classificado quanto à temperatura de trabalho, ou

seja, o material a ser conformado é ou não previamente aquecido a uma determinada

temperatura. Sendo assim podemos ter duas classificações fundamentais, a chamada

conformação a quente ou a morno e a conformação a frio, conforme podemos observar

abaixo através das suas principais características.

Conformação após aquecimento (quente/morno):

• Permite grandes deformações.

• Menores valores de esforços

• Boa precisão dimensional

• Ótimas propriedades físicas e mecânicas.

Conformação sem aquecimento (frio):

• Deformações limitadas.

• Necessita maiores esforços mecânicos.

• Ótima precisão.

• Boas propriedades físicas e mecânicas.

Existem vários processos de conformar mecanicamente uma peça após aquecimento

prévio, porém os mais importantes são o chamado forjamento em matriz fechada e o

forjamento em matriz aberta.

O processo de forjamento em matriz fechada proporciona as melhores condições de

obtenção de peças totalmente isentas de qualquer alteração interna ou externa, devido a

25

não destruição da estrutura do material e dado a pouca alteração do estado físico da

matéria-prima original durante a conformação.

Para atender todos os requisitos acima, a Metalúrgica Onix utiliza o processo de

forjamento com pré-aquecimento em matriz fechada.

Os moldes são feitos na própria metalúrgica e devem estar de acordo com as exigências

do cliente que é responsável pelo layout da peça. Existe uma área própria (centro de

usinagem) para a criação destes moldes chamada de Ferramentaria. Os engenheiros são

bastante qualificados e representam uma porcentagem bem significativa do quadro de

funcionários. Os processos envolvidos são a eletro erosão, o polimento e ajustes finais.

De longe o material mais largamente empregado na conformação mecânica é o aço. O

aço tanto pode ser deformado a frio como a quente, sendo que o emprego de um ou

outro procedimento influência diretamente na qualidade do mesmo, ou seja, que tipo de

material empregar quanto as suas propriedades químicas, físicas e mecânicas originais.

Os tipos de aço utilizados são aços ligados e estão anexados no final do relatório.

As máquinas observadas são prensas de fricção e prensas excêntricas, mais utilizadas

nos processos de rebarba. Os funcionários são responsáveis pela manutenção das bitolas

e pelo funcionamento das prensas. Os produtos intermediários são armazenados em lotes

ao lado das máquinas.

Temos dois exemplos de prensas utilizadas no forjamento e rebarba das peças

produzidas na empresa. Após o forjamento, são removidas as rebarbas e os produtos

destinam-se a usinagem se for preciso ou para os processos de lixa e jato.

26

Usinagem

A maioria das peças que saem do processo de forjamento já apresenta uma configuração

próxima à requisitada no projeto. Para os demais acabamentos são utilizados os tornos,

fresas, soldas e furadeiras.

O torneamento é um processo convencional de remoção de material que produz

superfícies através da revolução da peça. Semelhante a outras operações de usinagem, o

torneamento remove material por um processo de corte por arranque de apara, dando a

forma, tamanho e superfície finais desejados. É equipado com ferramentas de corte, de

geometrias variadas que trabalham separadamente, sendo os movimentos dos eixos

precisos relativamente à rotação da peça. Na metalúrgica são comuns operações de

torneamento, tais como facejamento, entalhes, mandrilagem, torneamento cônico,

furação, furos cônicos. A trajetória da ferramenta é controlada numericamente,

permitindo movimentos automáticos contínuos.

Existe bastante trabalho de perfuração (área própria para as furadeiras) e uma área

conjunta de fresas e soldas. As máquinas utilizadas estão a seguir.

Acabamento Final

O acabamento final consiste em três processos: jateamento com granalha de aço,

lixamento e retífica. Devido ao tamanho e aos formatos comp lexos das peças, estas

requerem um procedimento e precauções especiais, diferentes dos fundidos e usinados.

Considerando-se as propriedades inerentes das peças demandam-se considerações

especiais em cerca de todas as operações secundárias, principalmente limpeza e

rebarbação.

As rebarbas são formadas nas junções de ferramentas, no diâmetro externo, furos ou

superfícies paralelas a direção de compactação. Para retirar as rebarbas indesejáveis e as

superfícies da peça, o jateamento com granalhas de aço é muito usada, isto é feito em

máquinas especiais onde as peças ficam girando enquanto um jato de granalha é

27

propulsionado sobre ela. Além de retirar as rebarbas a um pequeno aumento quanto à

resistência a corrosão, pela formação de tensão a compressão na superfície da peça.

Entretanto, deve-se evitar ao máximo a retificação de superfícies que necessitam ser

autolubrificantes, já que partículas abrasivas podem ficar retidas nos poros diminuindo

acentuadamente a vida do equipamento. Se essa operação for absolutamente necessária,

deve-se proceder a uma limpeza ultra-sônica posterior. Os líquidos refrigerantes usados

devem estar bem limpos e conter inibidores de corrosão. Placas magnéticas,

normalmente utilizadas em retificas planas não funcionam adequadamente para peças

ferrosas de baixa densidade. O lixamento é feito com esmeril e lixas.

Tratamento Térmico

São realizadas operações de aquecimento de um material a uma dada temperatura e

esfriamento após certo tempo, em condições controladas com a finalidade de dar ao

material propriedades especiais. São executados por alteração da velocidade de

esfriamento e da temperatura de aquecimento ou da temperatura a que são esfriados ou

de ambos. Esses tratamentos são realizados fora da Metalúrgica Onix.

Os tratamentos utilizados são:

• Normalização: objetivo de uniformizar e refinar a granulação. É obtida

uma melhor homogeneização do que o recozimento, pois a temperatura

de tratamento é mais alta. A granulação mais fina é conseguida no

resfriamento mais rápido. O método utilizado é o aquecimento da peça

forjada a temperaturas acima da sua zona crítica, mantendo-a nessa

temperatura para homogeneização e resfriamento ao ar.

• Têmpera: utilizada para aumentar a dureza e resistência mecânica,

entretanto há uma diminuição da ductilidade, aumento da fragilidade e

aumento da resistência ao desgaste. O método utilizado é o aquecimento

28

a temperatura acima da zona crítica, manutenção a temperatura de

tratamento para homogeneização e resfriamento brusco.

• Cementação: tratamento termo-químico que consiste em aumentar-se o

teor de carbono na superfície do material, mantendo-se um núcleo dúctil.

Consiste no aquecimento e manutenção do material a altas temperaturas,

em atmosfera rica em carbono, ocorrendo à difusão do carbono da

superfície para o centro da peça. É um processo dispendioso, pois o

consumo de energia e de mão-de-obra é alto.

Inspeção Final

Após todos os processos, algumas peças dos lotes são testadas e verificadas de acordo

com os requisitos necessários exigidos pelos diversos clientes. Após sua liberação os

lotes são armazenados até o momento de expedição.

29

CAPITULO 2. DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

O ambiente de trabalho que encontramos na Metalúrgica Onix, isto é, sua forma de

organização para a execução das diversas tarefas encomendadas pode ser considerado

como Flow-Shop Flexível.

Flow-Shop é definido por PINEDO(2002) como um grupo de máquinas colocadas em

série onde cada um dos trabalhos segue a mesma rota de processamento.

Segundo Sacchi (1997), “O Flow-Shop como máquinas paralelas pode ser considerado

como uma extensão de dois ambientes clássicos da manufatura; o Flow-Shop e o de

máquinas paralelas”, que pode ser descrito, segundo Nowicki e Smutnicki (1998), como

um conjunto de trabalhos a serem executados em um conjunto de estágios de

processamento. Onde cada um desses estágios pode ou não conter um número n de

máquinas idênticas em paralelo e cada tarefa deverá passar por esses estágios na mesma

ordem, podendo ser processada em qualquer uma dessas máquinas sem distinção.

De acordo com Nowicki e Smutnicki (1998), o Flow-Shop com máquinas paralelas é o

modelo básico dos problemas chamados na literatura de flow-shop flexível, obtido

através de algumas suposições adicionais como a possibilidade de algumas tarefas não

necessariamente passarem por algum estágio de execução.

Analisando a realidade encontrada na Metalúrgica Onix, onde nem todos os produtos

forjados passam necessariamente por todos estágios de execução, fica claro que o

ambiente encontrado na literatura que mais se parece com aquele encontrado na

empresas estudada é o flow-shop flexível.

30

Um exemplo do Flow-Shop Flexível é mostrado na figura 4 abaixo.

Figura 4 Exemplo de Flow-Shop Flexível (Retirado de Nowicki e Smutinicki (1997) )

Para o problema apresentado, cabe a Metalúrgica Onix decidir a ordem em que as

tarefas entrarão no sistema para serem processadas. A tomada de decisão por parte do

Planejamento da Produção utiliza basicamente 3 critérios para o ordenamento das

ordens de trabalho no sistema: Os recursos que serão utilizados por cada uma das

Estágio 1 Estágio 2 Estágio l Estágio m

Máquina 1

Máquina 2

Máquina m 1

.

.

.

Máquina 1

Máquina 2

Máquina m 2

.

.

.

Máquina 1

Máquina 2

Máquina m 3

.

.

.

Máquina 1

Máquina 2

Máquina m 4

.

.

.

Direção do Fluxo

31

tarefas, os recursos disponíveis atualmente no sistema e o prazo final de entrega das

mercadorias.

Fundamentalmente trata-se de um problema de programação de tarefas que, segundo

Hunsucker e Shah (1994), pode ser definida como a alocação dos recursos disponíveis

às várias tarefas de um horizonte de planejamento, com o objetivo de melhor satisfazer

um ou mais critérios de performance.

Apesar de ser encontrado com freqüência na literatura, a maioria dos estudos relativos

ao Flow-Shop Flexível são voltados para a minimização do flow-time (Azizoglu,

Cakmak, Kondakci, 2001) e do makespan (Gupta e Tunc, 1994).

O problema em questão e o objetivo desse trabalho é fornecer uma ordem de produção

que minimize a soma dos atrasos (critério de performance). Ou seja a somatória dos

valores maiores que zero da diferença entre o prazo de entrega das mercadorias e seu

prazo efetivo de término.

Segundo Armentano e Ronconi (1999) critérios de desempenho envolvendo datas de

entrega são de grande importância nos sistemas de manufatura pois podem existir uma

série de custos quando uma tarefa é entregue com atraso. Dentre esses custos, podemos

citar: penalidades contratuais, perda de credibilidade, resultando em uma probabilidade

de perder o cliente para algumas ou até todas as possíveis futuras tarefas e danos na

reputação da empresa que implicam no afastamento de futuros clientes (SEN e GUPTA,

1984)

Apesar da definição do flow-shop flexível ser aparentemente simples, sua resolução a

partir de um algorítmo exato é razoavelmente problemática. O problema de minimização

do atraso em apenas uma máquina já é conhecido na literatura como NP-Hard (DU e

LEUNG, 1990). Essa sigla, traduzida para o português como NP-Difícil mostra que,

32

para o problema que está sendo estudado, é praticamente impossível obter uma solução

ótima em um tempo razoável.

Resultados computacionais mostram que o algoritmos do tipo branch-and-bound se

tornam ineficazes para mais de 10 trabalhos. Modelos de programação inteira são

impraticáveis pelo seu tamanho até mesmo para um pequeno número de trabalhos e

estágios (Nowicki e Smutnicki , 1998).

Assim, em casos com o da Metalúrgica Onix apresentado, parte-se para a utilização de

um método heurístico que fornecerá uma solução aceitável (mas não garantidamente

ótima) com um tempo de processamento computacional razoável.

33

CAPÍTULO 3. ESTRATÉGIA DE RESOLUÇÃO

3.1 Métodos Heurísticos

Conforme visto no tópico anterior, problema estudado é considerado do tipo NP-Hard.

Este título significa, na prática, que é impossível utilizarmos softwares de otimização

para se resolver o problema, pois o tempo computacional requerido, quando o número

de variáveis é grande, se torna inviável. Assim, parte-se para a busca de um método

heurístico.

O campo de pesquisa relacionado à utilização de métodos heurísticos na resolução de

problemas de otimização vem se tornando cada vez mais importante (ZANAKIS et al.,

1989). Tal crescimento deriva da capacidade deste tipo de método de fornecer soluções

de boa qualidade rapidamente.

Brah e Loo (1999) e Thornton e Hunsucker (2004), utilizam heurísticas para a resolução

do problema de alocação de tarefas em um ambiente Flow-Shop com múltiplos

processadores (Flow-Shop Flexível), com e sem estoques intermediários,

respectivamente.

A grande diferença entre um método heurístico e um exato é que, dentre todas as

soluções possíveis, a heurística analisa apenas uma parte delas, obtendo-se um ótimo

local, que não necessariamente representa um ótimo global, mas pode ser considerado

como uma boa solução. (RINALDI, 2001).

Dessa forma, o tempo computacional gasto por um método heurístico é muito inferior ao

tempo gasto pelos softwares de otimização usuais. Para decisões de devem ser tomadas

no curto prazo, normalmente associadas a problemas reais, tal tempo e flexibilidade é

fundamental.

34

3.2 Descrição das Heurísticas Avaliadas

O problema de minimização do atraso no ambiente de Flow-Shop Flexível foi pouco

explorado através de métodos heurísticos. Apesar do problema ser do tipo NP-Hard, o

que nos leva necessariamente à utilização de métodos heurísticos na resolução, há pouca

literatura disponível sobre o problema.

Serão apresentados nesse capítulo três diferentes trabalhos utilizados tanto na resolução

de problemas em ambientes Flow-Shop como para o Flow-Shop Flexível e que aqui

foram adaptados para a realidade encontrada na Metalúrgica Onix.

Esse diferentes métodos são, na verdade, diferentes regras de despacho (também

conhecida como regras de liberação), que, utilizadas ao longo da produção, criam uma

ordem de priorização das n tarefas a serem executadas nos m estágios de produção.

Hunsucker e Shah (1994), propuseram uma série de comparações entre diversas regras

de prioridade (FIFO, LIFO, SPT, e LPT entre outras) em um Flow-Shop restrito,

utilizando como medidas de performance a minimização do Makespan, além da

minimização do tempo médio e máximo de passagem dos produtos ao longo da cadeia

produtiva. No caso a restrição para o Flow-Shop era o total de produtos processados

simultaneamente no sistema de produção.

A seguir, foi criada por Armentano e Ronconi (1999) uma regra de despacho visando a

minimização do atraso total da produção em um ambiente Flow-Shop. Analisando

simultaneamente o tempo de lead-time e de entrega de cada um dos produtos, foi

proposta a regra de despacho conhecida como Lower- Bound.

35

Uma nova regra de prioridade foi proposta por Henrique e Ronconi (2004) e pode ser

considerada uma evolução da regra Lower-Bound pois analisa dinamicamente em cada

estágio de processamento a sobra entre o tempo de entrega previsto, o tempo de

disponibilização em cada um dos estágios e a sobra do tempo de lead-time das tarefas.

Nesse trabalho, a regra de despacho Lower-Bound dinâmica utilizará a notação LB*, por

ser uma adaptação da regra originalmente proposta.

Outra regra de despacho também utilizada em problemas de minimização de atraso é

conhecida como EDD (erliest due date) (BARRET e KADIPASAOGLU, 1990). Nesse

caso, a prioridade é dada para as tarefas que tenham menor tempo de entrega previsto.

Por fim, é proposta uma adaptação dessa mesma regra EDD, onde serão comparados os

tempos de lead-time e o tempo de entrega de cada uma das tarefas. Essa regra é

particularmente útil para a realidade da metalúrgica pois ocorrem freqüentemente casos

onde o tempo de lead-time restante é superior ao tempo de entrega previsto. Para efeitos

práticos, utilizaremos para a regra EDD adaptada a notação EDD*.

Estratégia Utilizada

Para a utilização das regras de priorização descritas anteriormente, é necessário o

desenvolvimento de um algoritmo que, baseado nessas regras de despacho, indique a

ordem de produção dos diversos produtos a serem processados em cada uma das

máquinas.

A seguir, será apresentado o algoritmo proposto para a implementação da heurística na

produção da Metalúrgica Onix, onde serão usados basicamente os seguintes parâmetros:

pij : tempo de processamento da tarefa i no estágio j

di : data limite para a tarefa i ser entregue sem atraso

36

Também serão utilizadas as seguintes variáveis de apoio:

C’ij : instante da disponibilização da tarefa i no estágio j

Cij : instante do termino da execução da tarefa i no estágio j

Dkj : instante de disponibilidade da máquina k, no estágio j

O atraso total será a somatória dos atrasos de cada uma das tarefas e poderá ser

calculado através da seguinte expressão:

Max (0, di - Cij) (1)

Onde j sendo o último estágio de processamento.

O algoritmo basicamente verifica, após cada tarefa ser alocada em um estágio, quais

tarefas estão disponíveis naquele momento e compara com o momento de

disponibilidade das k máquinas presentes naquele estágio. Se mais de uma tarefa estiver

disponível utiliza-se a regra de despacho para a priorização da ordem.

Podemos calcular o momento de disponibilidade da tarefa pela seguinte equação:

C’i1 = 0 (2)

C’ij = Ci,j-1 (3)

Além disso, a disponibilidade das k máquinas nos j estágios é dado por

Dk,j = Dk,j -1 + pij (4)

Onde pij é o tempo de processamento da última tarefa a ser efetuada naquela máquina

37

Devemos ressaltar que o tempo de disponibilidade da máquina no início de cada estágio

é dado pelo tempo de término de execução da primeira tarefa no estágio anterior. No

início da simulação, no primeiro estágio, todos esses tempos são iguais a zero.

O algoritmo inicia -se no primeiro estágio e fornece toda a ordem de execução das

tarefas naquele estágio. Após a alocação de todas as tarefas, passa-se ao estágio

subseqüente e repete-se o processo até o último estágio de processamento.

Para um melhor entendimento do algoritmo utilizado, mostraremos a seguir seu

funcionamento passo a passo.

Etapa 1

Ordenar os produtos em ordem crescente de acordo com a regra de prioridade escolhida para cada um dos estágios.

Etapa 2

Selecionar o produto que tenha a prioridade e alocar na a tarefa na máquina que tenha o

menor tempo de disponibilidade de acordo com a expressão (4)

Etapa 3

Atualizar o tempo de disponibilidade para a máquina selecionada de acordo com a

expressão (4) e para o produto processado de acordo com expressão (3)

Etapa 4

Repetir a etapa 2 até que todas as tarefas do primeiro estágio tenham sido processadas.

Ao término da repetição, passar para a análise do estágio subseqüente.

38

Etapa 5

Selecionar o produto que tenha prioridade de processamento. Comparar a

disponibilidade do produto analisado de acordo com a expressão (3) com o menor tempo

de disponibilidade das máquinas (calculado a partir da expressão (4)) do estágio em

estudo.

Etapa 6

Se o tempo de disponibilidade do produto for maior que o tempo de disponibilidade da

máquina, retornar à etapa 5 . Se menor ou igual, prosseguir para a etapa 7.

Etapa 7

Atualizar o tempo de disponibilidade para a máquina selecionada de acordo com a

expressão (4) e para o produto processado de acordo com expressão (3)

Etapa 8

Se existirem produtos a serem processados no estágio em estudo, retornar à etapa 5. Se

não restarem produtos, prosseguir para a etapa 9.

Etapa 9

Enquanto restarem estágios de processamento, retornar à etapa 5. Se todos estágios já

tiverem sido processados,a simulação está simulação terminada.

Para a validação do algoritmo e a própria escolha da regra de priorização, uma análise

preliminar deverá ser efetuada. Isto é, será analisado um mini programa na Metalúrgica

Onix, utilizando-se uma capacidade parcial de processamento. Dessa forma, poderemos

avaliar qual regra de despacho que fornece a melhor solução e, baseando-se nesse

experimento, fazer a programação de tarefas de toda a produção da Metalúrgica Onix.

39

3.3 Descrição das Regras de Priorização

Para o nosso caso, analisaremos as seguintes regras de despacho encontradas na

literatura.

SPT (shortest processing time). Prioriza as ordens da fila de espera com menor

tempo de processamento. Tem a vantagem de descongestionar a atividade em

que foi aplicada esta regra, passando maior quantidade de ordens de produção

para outros setores.

LPT (longest processing time). Prioriza as ordens da fila de espera com maior

tempo de processamento. Nesse caso essa regra é utilizada quando existe algum

tipo de pressão para se manter um nível de utilização alto dos equipamentos e de

pessoal. Podemos esperar que, se implementada, pode fazer com que uma grande

quantidade de pedidos pequenos seja entregue em prazos mais longos.

LB (lower bound ) – Regra proposta por Armentano e Ronconi (1999) para o

ambiente “Flow-Shop” . A lista de prioridade é gerada no início de primeiro e o

LB de cada tarefa pode ser calculada a partir da seguinte expressão:

LB: di – Σ pij

Onde di é o tempo limite para a tarefa k ser entregue sem atraso e pij é o tempo

de processamento da tarefa i nos estágios j

LB* (lower bound adaptado) – Evolução da regra LB, proposta por Henrique e

Ronconi (2004) e utilizada no ambiente Flow-Shop com buffer zero. Uma lista de

prioridade e gerada ao termino de cada estagio, analisando simultaneamente o tempo de

entrega previsto das tarefas, o momento de disponibilização das mesmas e o tempo de

j

40

lead-time restante das tarefas. Diferentemente da LB tradicional, esta regra de prioridade

pode ser considerada como uma regra de despacho dinâmica e por isso tende a priorizar

as tarefas de uma forma mais eficiente.

Após cada estagio, deve-se gerar uma lista de prioridade baseada na seguinte

equação.

LB*= di - C’ij -Σ pij

Onde di é o tempo limite para a tarefa k ser entregue sem atraso e pij é o tempo

de processamento da tarefa i nos j estágios restante de produção e C’ij e o momento de

disponibilização da tarefa i no estagio de processamento a ser avaliado.

EDD (earliest due date). Utilizada para flow-shops dinâmicos por Barrett e

Kadipasaoglu (1990), prioriza as ordens da fila de espera com menor tempo previsto de

entrega. Tem a vantagem de, teoricamente, permitir que as tarefas com tempo de entrega

mais curtos e portanto passiveis de um maior atraso serem processadas antes.

EDD* Adaptação da regra EDD. Nesse caso, para cada tarefa serão analisados

os tempos previstos de entrega e o tempo total de lead time. Primeiro seleciona-se o

menor entre o tempo de entrega e o tempo de lead-time. Em seguida prioriza-se as

ordens da fila de espera com o menor tempo. Essa regra é excelente para a realidade

encontrada atualmente na Metalúrgica Ônix, pois analisa não apenas o tempo de entrega

mas também se a tarefa já esta atrasada independentemente de ser processada antes.

Nesse caso o tempo de processamento será maior que o tempo de entrega, priorizando-

se as tarefas com menor tempo de entrega.

41

CAPITULO 4. TESTES PRELIMINARES Neste capítulo, as heurísticas previstas são avaliadas de acordo com suas performances.

São realizados testes preliminares que utilizam como base apenas parte da produção da

Metalúrgica Onix. Além disso, outra simulação é realizada utilizando dados gerados

aleatoriamente pelo Excel.

4.1 Descrição do Sistema

O programa que definirá a programação da produção na metalúrgica Onix deve ser

funcional e acima de tudo, de simples utilização. Além disso, o mesmo deve ser capaz

de ser facilmente manipulado em eventuais mudanças na produção (principalmente

devido a novas encomendas não previstas).

Por fim, deve ser capaz de mostrar visualmente qual a ordem de entrada de cada um dos

produtos nos diversos estágios de produção, ou seja: O programa deve ser capaz de

gerar, a cada uma das simulações o Gráfico de Gantt do cenário previsto.

Os dados de entrada são:

• Produtos a serem processados

• Tempo de processamento em cada um dos estágios

• Número de máquinas em cada um dos estágios

• Prioridade de processamento em cada um dos estágios

A prioridade de processamento será utilizada apenas em casos de empate, isto é: No

início de cada estágio um dos estágios avalia-se, para todos os produtos, o tempo de

termino da tarefa no estagio imediatamente anterior. A prioridade será sempre dada

42

para a tarefa com menor tempo de término e, em caso de empate, a prioridade será

levada em conta.

Um dos objetivos desse trabalho é exatamente avaliar o impacto que a regra de

prioridade tem no atraso global da fábrica.

4.2 Ambiente de Simulação

O ambiente escolhido para a simulação e inserção dos dados foi o Excel. Por apresentar

uma interface conhecida além de bastante funcional e clara. A grande vantagem do

Excel em relação ao ambiente C, por exemplo, é a facilidade e rapidez que se permite

uma mudança nos dados de simulação.

Essa característica é extremamente importante para a Metalúrgica, pois os impactos

causados por uma máquina quebrada, por exemplo, poderão ser rapidamente avaliados

pela Área de Produção.

A tela para inserção dos parâmetros de produção é mostrada na Tabela 2

43

Tabela 2 Tela de inserção dos dados de entrada (Elaborada pelo autor) (a)Tabela de inserção dos tempos de processamento (b)Tabela de inserção dos estágios de produção

Estágio Trabalho Processamento Prioridade

E1 T1 2 0.1E1 T2 4 0.5E1 T3 2 0.4E1 T4 1 0.2E1 T5 1 0.3E2 T1 1 0.1E2 T2 3 0.5E2 T3 2 0.4E2 T4 1 0.2E2 T5 1 0.3E4 T1 1 0.1E4 T2 1 0.5E4 T3 2 0.4E4 T4 1 0.2E4 T5 1 0.3E4 T1 1 0.1E4 T2 2 0.5E4 T3 1 0.4E4 T4 1 0.2E4 T5 1 0.3E5 T1 1 0.1E5 T2 2 0.5E5 T3 1 0.4E5 T4 1 0.2E5 T5 1 0.3

Estágio Nº MáquinasE1 2E2 1E3 1E4 2E5 1

(a)

(b)

44

A primeira coluna se destina aos estágios de produção os quais os produtos estão

relacionados. Em seguida, na segunda coluna, os trabalhos a serem executados pela

produção seguidos pelos seus respectivos tempos de processamento (terceira coluna).

Por fim, na ultima coluna são relacionadas as regras de prioridades. Para efeitos

práticos, a ordem de prioridade foi colocada como números decimais, onde a ordem de

sequenciamento será dada pela ordem crescente dos mesmos.

Na tabela menor, são discriminadas o número de máquinas encontradas em cada estágio

de produção. Para efeitos de simulação, o limitante superior de máquinas por estágio é o

número de tarefas a serem executadas. Obviamente, em um exemplo preliminar onde

são executadas poucas tarefas esse número pode eventualmente ser inferior à realidade.

No entanto, em uma simulação que se aproxime da realidade, com dezenas de produtos

sendo processados, esse fator limitante não será alcançado.

4.3 Saída da Simulação

Existem muitas formas de realizar uma programação e controlá- la. Segundo

ZACCARELLI (1973), uma delas é a utilização do Gráfico de Gantt. O gráfico de Gantt

é uma ferramenta bastante útil tanto para o controle, como para a programação e

acompanhamento da produção. Essa ferramenta exerce um papel fundamental, que é o

de facilitar o entendimento do processo de programação.

ZACCARELLI (1973) afirma que o gráfico de Gantt apresenta uma maneira clara de

estabelecer e representar a programação. Entretanto, o próprio autor afirma que estes

não são usados com muita freqüência. Isso se deve ao fato de o procedimento para

preparação destes gráficos, apesar de simples, é muito trabalhoso e sujeito a erros. Cada

vez que ocorrem eventos imprevisíveis como: quebra de ferramentas, falta de operários,

cancelamentos de ordens de produção, entre outros, um grande número de alterações nos

45

gráficos deverá ser feita. Cada alteração afetará um grande número de trabalhos gerando

um grande retrabalho para o programador.

Mesmo sabendo que Grafico de Gantt é extremamente trabalhosa e pouco flexível em

ambientes de constantes mudanças (caso da Metalúrgica Onix), consideramos que o

mesmo é uma ferramenta valiosa na programação e principalmente no acompanhamento

da produção.

Dessa forma, o resultado da simulação será exatamente o Grafico de Gantt da produção.

Acreditamos que o ambiente previsto de simulação permite uma grande flexibilidade

operacional e, em casos de eventos não previstos, o tempo necessário para a correção

desse Gráfico será pequeno. Portanto, os operadores poderão ser informados com a

rapidez necessária em uma eventual mudança na programação da produção.

O método de simulação no Excel ainda proporciona extrema flexibilidade para qualquer

tipo de mudança abrupta na programação da produção. A maneira como o software foi

construído permite ao usuário a total manipulação das tarefas a serem operadas. Em um

eventual pedido de emergência, a produção processada pode ser “esquecida”. Isto é,

pode-se avaliar o impacto do que ainda resta ser processado apenas com algumas

mudanças no tempo de processamento e dos próprios estágios de operação restantes.

Por fim, o Gráfico de Gantt é uma ferramenta conhecida por todos os operadores da

Metalúrgica Onix e extremamente simples de ser compreendida. Caberá apenas ao

Departamento de Planejamento informar à Produção que a Programação foi alterada e

que um novo roteiro de produção foi gerado.

46

Na figura 5 a seguir, mostramos um exemplo de resultado que será plotado ao término

da simulação da produção:

Figura 5 Saída de dados simul ados (Elaborada pelo autor)

4.4 Características da Simulação

A Metalúrgica Ônix trabalha fundamentalmente por encomendas e por isso, cada nova

peça passa por uma avaliação prévia por parte do Departamento Técnico.

É nessa fase que o caminho de produção de cada um dos produtos é previsto. No caso,

além dos estágios de processamento, é feita uma estimativa de diversos fatores que

influenciarão diretamente o tempo de produção e portanto possíveis atrasos. Entre eles:

• Lote Mínimo de Produção

• Tempo de Set-Up das Máquinas

• Construção do Ferramental Necessário

• Tempo de Passagem do Lote em cada estágio

• Terceirização de Processos

Estagio Máquina Trabalhos

E1 M11 T1 T5 T2

E1 M12 T4 T3

E2 M21 T4 T1 T5 T3 T2

E3 M31 T4 T1 T5 T3 T2

E4 M41 T4 T5 T2

E4 M42 T1 T3

E5 M51 T4 T1 T5 T3 T2

47

Baseando-se em todas essas informações, o Lead Time é então estimado e, se a produto

é avaliado como economicamente viável, o ferramental é construído e um lote teste é

processado.

Após essa experiência real, os tempos de processamento, set-up e lote mínimo são

reavaliados e finalmente um parecer confiável pode ser dado e a encomenda ser ou não

aceita.

Na tabela 3 abaixo, o produto é cadastrado no sistema de informação da empresa onde

todas as informações necessárias são devidamente arquivadas. Um exemplo é mostrado

abaixo.

Tabela 3 Exemplo de cadastro de produtos (Elaborada pelo autor)

Dessa forma, todo o histórico de todas as peças já produzidas pela Ônix ficam

arquivadas e são exatamente essas informações que utilizaremos ao longo desse

trabalho.

Em um primeiro momento, utilizaremos um programa de produção reduzido em uma

fábrica também reduzida aos novos horizontes previstos. Dessa forma, poderemos

Roteiro TIPO DE OPERAÇÃO FERRAMENTA SETUP LOTE PADRAO TEMPO PADRAO

SF2 SERRA DE FITA FRANHO SERRAR 0,5 5000 33,3PF9 PRENSA DE FRICCAO 450TON. FORJAR/REB. 1 5000 26,3EXT EXTERNO NORMALIZAR 0,1 5000 40JA2 JATO DE GRANALHA JATEAR 0,25 5000 3,33PF7 PRENSA DE FRICCAO 200TON CALIBRAR 0,5 5000 16,7MG1 MAGNAFLUX MAGNAFLUXAR 0,25 5000 16,7EMB EMBALAGEM EMBALAR 0,25 5000 10

CACHIMBO FORJADODenominaçãoProduto

CA.0509.00.00

48

avaliar qual das heurísticas apresenta melhor resultado em um ambiente real de

produção.

Isto é, com uma fábrica com recursos reduzidos processando um programa também

menor, seremos capazes de criar um cenário próximo da realidade. Ou seja, gargalos de

produção e atrasos poderão ser simulados e posteriormente avaliados. Selecionaremos

então uma solução que minimize a somatória dos atrasos totais.

Naturalmente é necessário que a simulação se aproxime a máximo possível da realidade

encontrada na Metalúrgica Onix. Dessa forma, com a ajuda da Diretoria Técnica, foram

selecionados alguns produtos considerados relevantes e criou-se uma fábrica em formato

reduzido que fosse capaz de processar essa nova realidade.

Na seleção dos produtos foram levados em conta os seguintes parâmetros:

• Importância no orçamento total da metalúrgica

• Importância no peso ponderado da produção total

• Produto com relevância nos gargalos encontrados atualmente no

processo produtivo

• Passagem do produto pelos diversos estágios de produção

Baseando-se nesses aspectos foram selecionados os produtos desejados, mostrados a

seguir.

• Cubo Forjado

• Cachimbo Forjado

• Anel Forjado

• Flange Forjada

• Porca Hexagonal

49

Como dito anteriormente, cada produto dispõe de uma ficha cadastral particular, onde

ficam armazenadas informações específicas dos mesmos. Poderemos encontrar outras

informações relevantes sobre os produtos.

Com base nos produtos selecionados, a simulação será baseada a partir dos seguintes

recursos produtivos:

• Serra de Fita (2 máquinas)

• Prensa 450 Toneladas

• Jato de Granalha

• Prensa 200 Toneladas (2 máquinas)

• Magnaflux

Além disso, uma vez que, apesar do cenário previsto ser próximo à realidade, alguns

fatores que podem influenciar os resultados obtidos como tamanho da produção e

número de máquinas por estágio, não serão levados em conta. Dessa forma, além da

simulação com dados reais, é necessário uma outra visão que leve em consideração os

fatores descritos acima.

Assim, a seleção da regra de prioridade mais adequada para a realidade da Metalúrgica

Onix levará em conta tanto um cenário de produção que se aproxima daquele

encontrado na fábrica como um outro cenário “idealizado”, que levará em conta outros

fatores que deixarão de serem avaliados.

50

4.5 Simulação Inicial Como dito anteriormente, apesar de uma quantidade razoável de dados reais estarem

disponíveis para uma simulação inicial, é importante que um outro cenário seja também

simulado para que as conclusões obtidas sejam baseadas em diferentes realidades.

Esse cenário idealizado deve ser necessariamente diferente do real e, por isso,

Aproveitaremos para, nesse caso, criar uma situação hipotética com mais trabalhos e

mais estágios de produção. Dessa forma, a decisão que será toma da após essa simulação

estará embasada em mais resultados.

É importante, no entanto, ressaltar que o tempo de produção, assim como a data de

entrega dos diferentes “produtos” foi obtida a partir de dados gerados randomicamente.

Para isso, foi utilizada a função RANDOM, facilmente encontrada no ambiente EXCEL.

A seguir, apresentamos na tabela 4 um resumo dos produtos:

Tabela 4 Resumo dos produtos hipotéticos (Elaborada pelo autor)

A tabela 5 abaixo mostra os tempos previstos de entrega e o Lead –Time previsto de

cada um dos produtos:

Produtos E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8T1 3 2 1 2 4 5 5 1T2 1 5 2 4 2 4 5 1T3 4 4 3 5 5 1 3 5T4 2 3 5 1 4 2 2 2T5 2 1 4 2 1 2 1 3T6 2 1 3 3 3 4 4 4T7 2 5 1 5 2 4 4 2

Estágios

51

Tabela 5 Tempo de Lead-Time e entrega dos produtos hipotéticos (Elaborada pelo autor)

4.6 Simulação Teste da Produção

Sabendo-se que as heurísticas serão avaliadas a partir de somatória dos atrasos, é

necessário, como no caso anterior, definir qual a data de entrega de cada um dos

produtos. Na tabela 6 a seguir mostraremos um resumo de cada um deles.

Tabela 6 Resumo dos parâmetros dos produtos simulados (Elaborada pelo autor)

O tempo de set-up das máquinas para cada um dos produtos foi adicionado ao tempo

efetivo de produção de um lote. Nota-se que existem máquinas onde o produto não é

processado.

Na tabela 7 abaixo, são mostradas as datas previstas de entrega de cada um dos

produtos. Pode-se notar que se cada um dos produtos fosse processado separadamente,

seríamos capazes de entregar cada um deles no tempo hábil. A princípio esse cenário

pode ser considerado como padrão, isto é, a data de entrega ser menor que o Lead Time

dos produtos.

Produto Serra de Fita Prensa 450 Jato de Granalha Prensa 200 Magnaflux Lead Time (Dias)Cubo Forjado 2.00 1.00 1.00 0.00 0.00 4.00Cachimbo Forjado 4.00 3.00 1.00 2.00 2.00 12.00Anel forjado 2.00 2.00 2.00 0.00 0.00 6.00Flange forjada 1.00 1.00 1.00 0.00 0.00 3.00Porca hexagonal 1.00 1.00 1.00 0.00 0.00 3.00

Produto Entrega Lead-TimeT1 40 23T2 27 24T3 35 30T4 25 21T5 20 16T6 25 24T7 26 25

52

Tabela 7 Datas de entrega dos produtos (Elaborada pelo autor)

Mesmo assim, sabendo-se que um dos objetivos do programa é fornecer uma solução

rápida em casos onde parte da produção tenha sido alterada, é fácil notar que,

poderemos nos deparar freqüentemente com um cenário onde o tempo total de

produção seja maior do que o tempo de entrega.

4.7 Resultados Iniciais Os resultados obtidos com cada uma das heurísticas serão avaliados de acordo com a

somatória dos atrasos gerados por cada uma das tarefas previstas pela produção. Como

dito, o resultado fornecido pelo software será o Grafico de Gantt dos diversos cenários

simulados.

Para a simulação com os dados virtuais, ou seja, aqueles obtidos a partir da função

Random do Excel, foram obtidos os seguintes atrasos totais, mostrados na tabela 8 a

seguir :

Produto Data de EntregaCubo Forjado 5.00Cachimbo Forjado 15.00Anel forjado 10.00Flange forjada 8.00Porca hexagonal 10.00

53

Tabela 8 Comparação entre as heurísticas na simulação dos dados hipotéticos (Elaborado pelo autor)

Como podemos notar, existe uma clara divisão entre os resultados obtidos pela mais

diversas regras de prioridade. Enquanto regras de despacho com a LPT ou a SPT

proporcionam um nível de atraso mais elevado, regras que analisam o tempo de entrega

se mostraram mais eficientes. Em primeiro lugar, a regra LB adaptada seguida por um

empate entre as regras EDD e EDD adaptada. Por fim, a regra LB tradicional. A

princípio, é possível afirmar que a estratégias que privilegiam e dão prioridade aos de

uma forma ou outra ao tempo previsto de entrega são estratégias que melhor se

encaixam às expectativas da metalúrgica Ônix. No entanto, como descrito

anteriormente, um outro cenário foi simulado, agora utilizando dados reais da produção

da própria Metalúrgica. Os resultados são mostrados a na tabela 9 a seguir:

Tabela 9 Comparação entre as heurísticas na simulação dos dados hipotéticos (Elaborada pelo autor)

Atraso (Dias)Produto LPT SPT LB EDD EDD* LB*

T1 0 6 10 9 9 10T2 19 0 5 12 12 5T3 0 15 12 11 11 8T4 7 0 7 0 0 7T5 6 7 15 0 0 15T6 20 14 6 8 8 6T7 14 16 0 9 9 0

Total 66 58 55 49 49 51

Atraso (Dias)Produto LPT SPT LB EDD EDD* LB*

Cubo Forjado 2 8 1 1 1 1Cachimbo Forjado 0 0 0 1 1 0

Anel Forjado 0 0 0 0 0 0Flange Forjada 0 1 0 0 0 0

Porca Hexagonal 0 4 0 0 0 0Total 2 13 1 2 2 1

54

Novamente, agora em um cenário totalmente diferente, as heurísticas que levam em

conta o tempo de entrega são aquelas que proporcionam os resultados mais eficientes e,

portanto, deverão ser as regras de priorização escolhidas para o prosseguimento dos

estudos.

Uma diferença notável foi o fato da heurística que prioriza os maiores tempos de

processamento (LPT), ter apresentado uma performance razoável. Provavelmente tal

fato foi verificado pelo tamanho do sistema analisado, bem menor do que aquele que

utiliza dados obtidos aleatoriamente.

A seguir, faremos um breve comentário sobre os resultados obtidos e também

apresentaremos a seqüência dos trabalhos na Metalúrgica Onix.

4.8 Discussão dos Resultados Preliminares Os resultados obtidos nas simulações podem ser considerados bastante satisfatórios.

Ficou claro que as heur ística focados no tempo de entrega são bastante eficientes tanto

em cenários pequenos como em cenário médios.

Sua vantagem reside principalmente no fato de haver uma comparação quantitativa dos

prazos de entrega e dos tempos de lead-time, enquanto que, por outro lado, as outras

heurísticas podem ser consideradas quase que arbitrárias pois levam apenas em conta o

tempo de processamento nos estágios.

Outro ponto que impacta diretamente nos resultados obtidos é o próprio tamanho da

simulação e principalmente a quantidade de máquinas disponíveis em cada um dos

estágios. Em ambos os exemplos, não foram usados mais do que 3 máquinas disponíveis

nos diferentes estágios de produção, pois está é uma limitação presente na realidade da

metalúrgica ONIX.

55

A tendência esperada é, quanto maior o cenário e, portanto maior sua complexidade, é

necessário utilizar algum embasamento, senão teórico ou quantitativo, algum tipo de

controle baseado na experiência, no caso da Metalúrgica, do gerente de produção da

fábrica.

Assim, se utilizarmos apenas uma regra de despacho que baseia sua prioridade apenas

em um fato isolado (no caso, tempo de produção nos estágios) é esperado que os atrasos

causados por esse tipo de estratégia seja maior, o que realmente foi verificado.

Além disso, em cenários onde não existam muitas máquinas trabalhando em paralelo, é

esperado que a regra de prioridade seja pouco usada, pois esta só fará sentido se 2 ou

mais produtos estiverem disponíveis no mesmo momento para a mesma máquina.

Assim, com poucas máquinas em paralelo, essa situação raramente aparece tornando

ordem de prioridade do primeiro estágio de produção praticamente ditará a ordem de

produção dos estágios subseqüentes.

Dessa forma, no caso de utilizarmos, por exemplo, as heurísticas SPT ou LPT, onde o

tempo de processamento no primeiro estágio não necessariamente está relacionada com

os estágios subseqüentes e portanto com lead-time, este será responsável pela ordenação

de boa parte da produção.

Nesse ponto que residem as vantagens das heurísticas LB e LB*, pois estas analisam a

diferença entre o tempo de lead-time e o tempo de entrega. A priorização será

exatamente dada àqueles produtos onde o tempo livre ocioso for o menor.

As vantagens das heurísticas EDD e EDD* residem no fato das mesmas analisarem

exclusivamente o tempo de entrega das tarefas. No caso da regra EDD dá-se prioridade

às tarefas que apresentarem um menor tempo previsto de entrega, já na EDD* a

56

comparação entre o lead-time e o tempo de entrega tenta adaptar a realidade da

Metalúrgica para uma regra de despacho.

Para o prosseguimento desse trabalho, pelo fato dos testes preliminares não mostrarem a

superioridade nítida de uma regra de despacho em relação às outras, utilizaremos para a

simulação da produção real da Metalúrgica Ônix todas as 4 regras que utilizam, de

alguma forma, o tempo de entrega dos produtos para a seleção da ordem de priorização

das tarefas. Ou seja, serão efetuadas 4 simulações diferentes, onde utilizaremos as regras

LB, LB*, EDD e EDD*.

57

CAPITULO 5 SIMULAÇÃO DO PROBLEMA REAL

5.1 Considerações Iniciais

Escolhida a melhor heurística, agora devemos passar para a simulação de um horizonte

maior de produção e fazer a comparação com a programação prevista pela Metalúrgica e

identificar os pontos onde existe espaço para agregação de valor e uma diminuição dos

atrasos acumulados.

O cenário escolhido é relativo à produção prevista para o mês de setembro. Atualmente,

a Metalúrgica Onix conta com aproximadamente 450 produtos em seu portfolio e no

mês de setembro foram produzidos aproximadamente 50 tipos de forjados.

Poderemos notar na notar na tabela 10 a seguir que alguns produtos possuem o mesmo

nome, apesar de serem classificados de forma diferente. Isso se deve basicamente pelos

seguintes motivos:

• Diferenças nos tratamentos do produto final.

• Matéria-prima diferente, exigindo caminhos de produção diferentes.

Como a produção foi baseada principalmente na demanda acumulada de setembro,

muitas vezes os lotes a serem fabricados não são propriamente os lotes econômicos dos

produtos. Para efeitos da simulação, essa característica não foi levada em conta e não

será motivo de questionamento pois a mesma foge do escopo desse trabalho.

58

5.2 Mudanças Observadas Ao longo dos últimos meses, a Metalúrgica Onix aumentou de forma sensível sua

produção, aproveitando-se principalmente da ociosidade de suas máquinas ,aumento de

pedidos e reaquecimento do mercado de produtos forjados. clientes e os atrasos na

produção tornaram-se repetitivos.

Dessa forma, a capacidade produtiva já não era mais capaz de satisfazer com a mesma

qualidade seus clientes, os atrasos na produção tornaram-se repetitivos e um aumento da

capacidade tornou-se necessário.

Uma prensa de fricção mais robusta foi adquirida e muitos dos gargalos de produção,

concentrados principalmente na parte da forjaria propriamente dita foram reduzidos.

Mesmo assim, as duas prensas já existentes continuaram bastante carregadas, pois novos

produtos foram adicionados ao portfolio de produção da Metalúrgica Onix,

impulsionados pelo fato da capacidade produtiva ter sido aumentada e porque muitas

ordens não eram aceitas por falta de capacidade técnica: As prensas existentes não eram

capazes de trabalhar com todos os tipos de bitolas.

Como a instalação da nova prensa de fricção é recente, sua produtividade é

razoavelmente baixa pois fica boa parte do tempo em manutenção e pois é usada apenas

para produtos que devem necessariamente ser forjados nela. Mesmo sabendo-se que a

simulação não será prejudicada futuramente esse novo cenário deverá ser levado em

conta, ou seja, haverá uma outra alternativa para o caminho de produção dos produtos.

59

5.3 Cenário de Simulação Portfolio de Produtos

Como dito anteriormente, a produção prevista para setembro engloba aproximadamente

50 produtos diferentes entre hastes, mancais e terminais entre outros mostrados na

tabela 10 abaixo.

Tabela 10 Portfolio de produção (Elaborada pelo autor)

Código NomeHÁ.0318 HASTEHÁ.0352 ENGATE P/ CORRENTELU.0599 LUVA SELETORAMA.0304 MANCALMA.0332 MANCALMA.0408 MANCALMA.0409 CAPA DE MANCALMA.0422 MANCALMA.0444 MANCALMA.0464 MANCALMA.0604 BEARINGMN.0541 MANILHA RETAMN.0563 MANILHA RETAMN.0578 CORPO DE MANILHAMN.0601 MANILHAMN.0614 MANILHA RETAMU.0301 MUNHÃOMU.0404 GRANADAMU.0458 MUNHÃOMU.0613 MUNHÃOPA.0431 PARAFUSO FORJADOPC.0517 PORCA HEXAGONALPC.0533 PORCA

Código NomePC.0538 PORCA SEXTAVADAPA.0323 HASTEPC.0542 PORCA MXPE.0429 PEDAL BOQUEPE.0430 BRAÇO COMANDOPI.0619 PINO DUPLO BRUTOPI.0622 PINO FORJADOPI.0623 PINO FORJADOPI.0654 PINO DUPLO

PO.0499 PONTEIRAPR.0571 PROTESE SPOACSU.0327 SUPORTESU.0491 SUPORTETA.0325 TAMPATE.0337 TERMINALTE.0338 TERMINALTE.0360 ARTICULAÇÃOTE.0361 HASTETE.0362 PINOTE.0379 HASTETE.0388 TERMINALTE.0389 TERMINALTE.0452 HASTE

60

Lote Econômico , Lote Padrão e Lote de Produção

Ao longo desse trabalho, pode-se notar que a produção não é necessariamente baseada

no lote econômico ou no lote padrão, apesar dos mesmos serem calculados pelo gerente

de produção. A tabela a seguir mostra a quantidade de produtos que deverão ser

produzida no mês de setembro para cada um dos produtos em comparação tanto com os

lotes econômicos como com os lotes econômicos dos mesmos.

É importante notarmos a diferença de tamanho de cada um dos lotes pelo fato dos

tempos de produção previstos são baseados no lote padrão de produção. Assim, o tempo

previsto para cada uma das operações será uma fração do tempo que visualizamos na

base de dados da Metalúrgica Onix. Os produtos, como notamos na tabela 11 abaixo,

foram renumerados com algarismos de 2 dígitos simplesmente para facilitarmos a leitura

dos produtos ao termino da simulação.

61

Tabela 11 Lote Padrão, Lote Econômico e Produção Prevista (Elaborada pelo autor)

Número Código Nome Lote Padrão. Lote Econõmico Produção Prevista1 HÁ.0318 HASTE 750 750 5002 HÁ.0352 ENGATE P/ CORRENTE 750 100 503 LU.0599 LUVA SELETORA 650 100 1004 MA.0304 MANCAL 100 45 455 MA.0332 MANCAL 250 45 906 MA.0408 MANCAL 40 45 907 MA.0409 CAPA DE MANCAL 50 45 908 MA.0422 MANCAL 250 45 459 MA.0444 MANCAL 250 100 15010 MA.0464 MANCAL 250 750 75011 MA.0604 BEARING 100 100 10012 MN.0541 MANILHA RETA 2000 1000 50013 MN.0563 MANILHA RETA 2000 1000 50014 MN.0578 CORPO DE MANILHA 200 300 35015 MN.0601 MANILHA 200 200 10016 MN.0614 MANILHA RETA 4500 1000 50017 MU.0301 MUNHÃO 250 200 10018 MU.0404 GRANADA 250 200 5019 MU.0458 MUNHÃO 30 120 3020 MU.0613 MUNHÃO 100 200 10021 PA.0431 PARAFUSO FORJADO 2000 2000 20022 PC.0517 PORCA HEXAGONAL 1000 1000 100023 PC.0533 PORCA 400 500 40024 PC.0538 PORCA SEXTAVADA 1000 1000 75025 PA.0323 HASTE 30 30 3026 PC.0542 PORCA MX 1000 1000 50027 PE.0429 PEDAL BOQUE 500 500 25028 PE.0430 BRAÇO COMANDO 750 500 50029 PI.0619 PINO DUPLO BRUTO 1600 1000 80030 PI.0622 PINO FORJADO 2000 1000 100031 PI.0623 PINO FORJADO 3500 1000 100032 PI.0654 PINO DUPLO 1000 500 50033 PO.0499 PONTEIRA 1000 500 50034 PR.0571 PROTESE SPOAC 70 35 3535 SU.0327 SUPORTE 200 100 20036 SU.0491 SUPORTE 500 500 100037 TA.0325 TAMPA 300 300 10038 TE.0337 TERMINAL 1000 500 30039 TE.0338 TERMINAL 1000 500 50040 TE.0360 ARTICULAÇÃO 750 300 75041 TE.0361 HASTE 750 120 30042 TE.0362 PINO 1000 500 50043 TE.0379 HASTE 750 50 5044 TE.0388 TERMINAL 750 500 25045 TE.0389 TERMINAL 1000 500 30046 TE.0452 HASTE 750 250 250

62

Base de Comparação Nas simulações preliminares, onde o objetivo principal era apenas a identificação da

heurística que melhor se adaptava ao ambiente de produção da Metalúrgica Onix, não

era necessário utilizar nenhuma base de comparação pois eram as próprias heurísticas

que competiam entre si.

No entanto, a partir do momento que os métodos de sequenciamento da Metalúrgica

serão comparados com a heurística proposta, é necessário utilizarmos uma mesma base

de comparação.

A Metalúrgica Onix utiliza como indicador base para a medição do atraso de produção a

média de atrasos totais dos produtos. Para o cálculo desse indicador, o gerencia de

produção simplesmente soma a o tempo de atraso verificado de cada produtos e divide

pelo total de produtos produzido em determinado intervalo de tempo.

São calculados então 2 indicadores distintos: Tempo em atraso do Cliente e Tempo em

atraso da Metalúrgica.

• Média do tempo em atraso do Clientes: Média de atraso total dos produtos

atrasados utilizando a data inicial requerida pelo cliente

• Média do tempo em atraso da Metalúrgica: Média de atraso total dos produtos

utilizando a data de entrega prevista pela metalúrgica Onix no momento em que

a encomenda foi aceita.

Atualmente, por utilizar praticamente toda sua capacidade produtiva, a Metalúrgica é

obrigada a negociar os prazos de entrega das encomendas com seus clientes. Dessa

forma , é necessário haver uma distinção entre a real necessidade do cliente para a

63

entrega no prazo previsto e a capacidade que a metalúrgica se diz capaz de honrar suas

encomendas.

Nesse trabalho, utilizaremos com base de comparação para a heurística o indicador que

fornece a médias dos atrasos totais baseando-se na data de entrega que a Metalúrgica se

comprometeu a disponibilizar as mercadorias encomendas por seus clientes.

Atualmente, os patamares se encontram nos seguintes níveis:

• Tempo em atraso do Clientes: 6,5 dias

• Tempo em atraso da Metalúrgica: 4,5 dias

Como a simulação da produção utiliza como base horas de produção, devemos

transformar o indicador utilizado pela Metalúrgica Onix em dias de produção. Sabendo-

se que atualmente a fábrica opera com um turno de 8 horas , 4,2 dias de atraso médio

equivalem a aproximadamente 34 horas de atraso que será, no caso, a base de

comparação de performance que utilizaremos nesse trabalho.

Maquinário Disponível Como dito anteriormente, a simulação inicial do cenário encontrado na Metalúrgica

Onix contava apenas com parte do maquinário disponível para a produção das

encomendas mensais. Na simulação do cenário completo, além do aumento natural do

número de produtos, é esperado da mesma forma um crescimento tanto do número de

estágios quanto do número de máquinas por estágio.

É importante ressaltar o fato que no cenário gerado aleatoriamente pelo Excel,

contávamos com um número de estágios bastante próximo do encontrado na produção

real, e por isso pode-se esperar que os testes preliminares forneceram uma idéia bastante

razoável da regra de despacho mais eficiente para o problema encontrado.

64

A seguir a lista dos estágios de produção além da quantidade de máquinas disponíveis

por estágio.

• Serra de Fita (2 unidades)

• Prensa de Fricção (2 unidades)

• Prensa Excêntrica (2 unidades)

• Jato de Granalha (1 unidade)

• Furadeira (3 unidades)

• Torno (3 unidades)

• Retífica (1 unidade)

• Lixadeira (2 unidades)

• Solda de Topo (1 unidade)

• Fresadora (2 unidades)

• Embalagem (3 postos de trabalho)

Como podemos notar, além das diferente máquinas incorporadas ao inventário da

Metalúrgica, encontramos um estágio onde os produtos são embalados. Dessa forma, no

lugar de máquinas em paralelo, devemos analisar o número de postos de trabalho que

trabalham em conjunto no término da cadeia de produção.

Não podemos esquecer que cada produto não passa necessariamente por todos os

estágios de produção, característica fundamental do flow-shop flexível.

Tempo de Produção Neste tópico, serão apresentados os tempos de produção de cada um dos produtos para

cada um dos estágios de produção. Os tempos aqui apresentados são referentes aos

65

tempos de processamento dos lotes-padrão. Os tempos utilizados na simulação poderão

ser encontrados nos anexos.

Na tabela 12 a seguir, são listados o número de horas que o lote padrão que cada

produto necessita para ser produzido no seu respectivo estágio de produção.

Peç

a

Ser

ra d

e Fi

ta

Pre

nsa

Fric

ção

Pre

nsa

Exc

êntri

ca

Jato

de

Gra

nalh

a

Fura

deira

Torn

o

Ret

ífica

Lixa

Sol

da

Fre

sa

Em

bala

gem

Tem

po d

e Le

ad-T

ime

1 7 12 7 3 9 9 9 0 0 0 7 632 1 5 0 7 20 0 0 8 20 0 8 693 7 8 0 6 0 0 0 0 0 0 6 274 5 3 0 2 0 0 0 0 0 4 3 175 2 2 0 1 5 0 0 0 0 0 2 126 2 2 0 3 2 0 0 0 0 6 2 177 2 1 0 1 3 0 0 0 5 0 3 158 6 1 0 1 2 0 0 0 0 0 3 139 6 3 0 2 5 15 0 9 6 0 2 48

10 10 3 3 2 6 10 0 0 0 0 2 3611 7 3 0 1 3 0 0 0 0 0 1 1512 16 16 0 3 20 0 0 0 8 0 4 6713 15 13 0 3 10 0 0 0 0 0 4 4514 2 3 0 1 0 0 0 2 0 0 3 1115 2 2 0 2 0 0 0 0 0 0 30 3616 20 20 0 10 30 0 0 15 0 0 10 10517 3 5 2 0 0 0 0 0 0 0 2 1218 3 2 0 2 0 0 0 0 0 5 3 1519 3 0 0 4 0 0 0 0 0 4 1 1220 1 3 0 2 0 2 0 0 6 9 2 2521 16 15 0 4 0 0 0 0 8 0 2 4522 10 8 0 3 0 0 0 3 4 0 2 3023 11 9 9 4 0 0 0 20 0 0 2 5524 2 15 0 0 0 0 8 0 0 0 2 2725 11 6 0 4 0 0 0 2 0 0 2 2526 4 6 7 2 17 20 0 0 0 0 7 6327 9 7 0 7 15 15 0 0 7 0 5 6528 7 8 0 5 0 0 0 0 0 0 1 2129 18 15 5 2 0 0 0 0 0 0 2 4230 10 25 8 4 0 0 0 0 0 0 5 5231 2 10 0 0 0 0 9 0 0 0 2 2332 12 8 0 3 0 20 0 0 0 0 1 4433 3 2 2 1 0 0 0 0 0 4 2 1434 6 4 0 2 0 0 0 0 0 0 2 14

66

Tabela 12 Tempo de Lead-Time em horas do lote padrão dos produtos simulados (Elaborada pelo autor) Tempo Previsto de Entrega

Como dito anteriormente, a produção simulada nesse trabalho faz parte da produção

prevista da Metalúrgica Onix referente ao mês de Setembro. Pelo fato da empresa

trabalhar com dois tipos de prazos de entrega, o desejado inicialmente pelo cliente e o

tempo entrega prometido, os prazos de entrega de cada um dos produtos diferem entre

si.

Na tabela 13 abaixo são mostrados os prazos de entrega para os produtos de acordo com

a data prometida pela Metalúrgica. A base de comparação utilizada nesse trabalho será a

medição do atraso médio dos produtos comparando-se com o

Peç

a

Ser

ra d

e Fi

ta

Pre

nsa

Fric

ção

Pre

nsa

Exc

êntri

ca

Jato

de

Gra

nalh

a

Fura

deira

Torn

o

Ret

ífica

Lixa

Sol

da

Fre

sa

Em

bala

gem

Tem

po d

e Le

ad-T

ime

35 4 5 0 2 10 25 0 0 4 0 2 5236 3 2 2 0 0 0 0 5 0 8 8 2837 5 12 7 2 0 0 0 0 0 0 8 3438 3 10 6 3 0 0 0 0 3 0 2 2739 2 7 1 1 4 0 0 0 6 4 7 3240 2 7 1 1 5 0 8 0 0 0 7 3141 3 10 6 6 0 0 0 0 0 0 2 2742 2 7 1 1 4 0 0 0 0 0 7 2243 6 7 7 20 0 0 0 0 0 5 2 4744 3 10 7 3 0 0 0 0 0 4 2 2945 1 7 1 2 0 0 9 0 0 4 2 2646 20 30 20 8 0 0 0 0 0 0 2 80

67

Tabela 13 Tempo previsto de entrega (Elaborada pelo autor)

Nº Peça Código Data de entrega (horas) Data de entrega (dias)1 HÁ.0318 80 102 HÁ.0352 32 43 LU.0599 64 84 MA.0304 48 65 MA.0332 48 66 MA.0408 112 147 MA.0409 64 88 MA.0422 48 69 MA.0444 64 8

10 MA.0464 80 1011 MA.0604 64 812 MN.0541 64 813 MN.0563 48 614 MN.0578 48 615 MN.0601 48 616 MN.0614 48 617 MU.0301 64 818 MU.0404 64 819 MU.0458 64 820 MU.0613 64 821 PA.0431 80 1022 PC.0517 48 623 PC.0533 32 424 PC.0538 48 625 PA.0323 48 626 PC.0542 64 827 PE.0429 80 1028 PE.0430 64 829 PI.0619 48 630 PI.0622 48 631 PI.0623 64 832 PI.0654 16 233 PO.0499 64 834 PR.0571 48 635 SU.0327 48 636 SU.0491 80 1037 TA.0325 32 438 TE.0337 32 439 TE.0338 48 640 TE.0360 48 641 TE.0361 32 442 TE.0362 16 243 TE.0379 16 244 TE.0388 32 445 TE.0389 48 646 TE.0452 48 6

68

5.4 Resultados Obtidos

A seguir, apresentaremos os resultados obtidos na simulação da produção da

Metalúrgica Onix. Para melhor compararmos as 4 regras de despacho utilizadas, será

feita uma análise separada. Compararemos primeiramente entre si os pares de regras

como alguma semelhança entre si, ou seja, EDD e EDD*, LB e LB*. A partir desses

resultados, será sugerida uma alternativa a atual programação de produção utilizada na

Metalúrgica, utilizando como base de comparação os resultados atuais encontrados

dentro da fábrica.

Os atrasos obtidos pelas heurísticas EDD e EDD* são apresentados na tabela 14 a

seguir.

Tabela 14 Atraso verificados (EDD e EDD*) (Elaborada pelo autor)

Atraso Nº Peça Código EDD EDD*

1 HÁ.0318 42 302 HÁ.0352 4 03 LU.0599 16 04 MA.0304 10 05 MA.0332 0 26 MA.0408 6 227 MA.0409 0 228 MA.0422 40 09 MA.0444 0 4410 MA.0464 56 6211 MA.0604 0 812 MN.0541 0 1013 MN.0563 16 2214 MN.0578 12 3015 MN.0601 56 016 MN.0614 76 1017 MU.0301 56 018 MU.0404 30 019 MU.0458 0 620 MU.0613 0 3421 PA.0431 36 022 PC.0517 24 9023 PC.0533 118 70

Atraso Nº Peça Código EDD EDD*

24 PC.0538 48 5225 PA.0323 20 5626 PC.0542 44 7227 PE.0429 48 3428 PE.0430 70 1229 PI.0619 44 4630 PI.0622 34 5031 PI.0623 2 032 PI.0654 38 2433 PO.0499 0 034 PR.0571 28 435 SU.0327 106 9236 SU.0491 12 5837 TA.0325 52 3438 TE.0337 70 3039 TE.0338 48 840 TE.0360 52 5441 TE.0361 16 2842 TE.0362 58 443 TE.0379 40 1044 TE.0388 80 1445 TE.0389 84 046 TE.0452 82 68

69

Como podemos notar a regra EDD*, proposta nesse trabalho é mais eficiente na

realidade da Metalúrgica Onix. O atraso médio verificado pela heurística EDD foi de 36

horas. Se comparado com o atraso verificado pela regra de priorização EDD*, de 26

horas, e a seguir com o cenário de comparação proposto anteriormente, fica claro que a

solução EDD* é melhor que atualmente usada na Metalúrgica, que proporciona um

atraso médio de 34 horas

Na tabela 15 abaixo, são mostrados os resultados obtidos pelas regras de despacho LB e

LB*.

Tabela 15 Atrasos Verificados (LB e LB*) (Elaborada pelo autor)

Atraso Nº Peça Código LB LB*

1 HÁ.0318 84 382 HÁ.0352 46 03 LU.0599 98 04 MA.0304 78 125 MA.0332 46 926 MA.0408 66 07 MA.0409 92 08 MA.0422 82 529 MA.0444 54 9010 MA.0464 62 011 MA.0604 76 612 MN.0541 74 813 MN.0563 40 3214 MN.0578 52 4215 MN.0601 62 016 MN.0614 44 017 MU.0301 86 018 MU.0404 80 019 MU.0458 94 220 MU.0613 72 2421 PA.0431 58 022 PC.0517 8 9223 PC.0533 20 72

Atraso Nº Peça Código LB LB*

24 PC.0538 28 6425 PA.0323 24 5826 PC.0542 42 6427 PE.0429 68 2028 PE.0430 74 029 PI.0619 42 5030 PI.0622 12 5231 PI.0623 78 632 PI.0654 18 3433 PO.0499 70 034 PR.0571 60 035 SU.0327 20 8836 SU.0491 48 5837 TA.0325 8 3838 TE.0337 38 2839 TE.0338 56 1040 TE.0360 38 5241 TE.0361 26 3842 TE.0362 12 1443 TE.0379 30 444 TE.0388 32 845 TE.0389 48 046 TE.0452 14 70

70

A regra de priorização LB foi a aquela que apresentou piores resultados na realidade da

Metalúrgica Ônix. Sua média de atrasos foi de 51 horas. No entanto, a mesma regra

adaptada, LB*, mostrou-se bastante eficiente, sendo melhor inclusive que a solução

utilizada atualmente na fábrica. A LB* conta com uma média de atraso de 28 horas,

contrapondo-se com um atraso médio de 34 horas verificado atualmente.

5.5 Análise dos Resultados

Como podemos notar na tabela 16 abaixo, existem basicamente 2 regras de despacho

que se destacam em relação as outras, LB* e EDD*. Em ambos os casos, apesar dos

resultados obtidos ainda não serem totalmente adequados pois de alguma forma

apresentam atraso (34 horas ou 4,25 dias no caso de LB* e 26 horas ou 3,25 dias no caso

de EDD*), pode-se afirmar que ambas soluções se mostraram mais eficientes do que

aquela implementada atualmente na Metalúrgica Ônix.

Tabela 16 Resultados Obtidos (Elaborado pelo autor)

Percentualmente, se comparadas à atual realidade da Metalúrgica, as heurísticas LB* e

EDD* são responsáveis por uma diminuição da ordem de 7% e 20% respectivamente.

Além disso, é indiscutível que as soluções propostas claramente se destacaram em

relação a seus pares, pois, de uma forma ou de outra se adaptaram com mais eficiência

no ambiente de trabalho da Metalúrgica.

No caso da regra de despacho EDD*, proposta nesse trabalho, sua eficiência se deve ao

fato de analisar além do tempo entrega, o tempo de lead-time simultaneamente,

Atraso MédioEDD EDD* LB LB*36 26 51 34

71

priorizando a tarefa que apresentar ou menor tempo de entrega, ou menor tempo de

processamento. Como tal situação acontece com freqüência, as tarefas mais passíveis de

serem atrasadas são priorizadas, diminuindo-se o tempo médio de atraso final.

Em relação a heurística LB*, seu sucesso reside principalmente no fato da mesma

analisar dinamicamente os possíveis atrasos da produção. Dessa forma, seu resultado,

bem mais eficiente do que a regra LB era já esperado, pois muitas vezes um

determinado produto acabava sendo priorizado no início mas, com a seqüência dos

estágios de produção, outro produto passava a ser prioritário mas o arranjo dos estágio e

o número de máquinas disponíveis em cada em desses estágios não permitiam que o

produto prioritário tivesse efetivamente a preferência, já que a regra de despacho só é

utilizada quando existe um empate entre produtos disponíveis para a produção.

Como não existiu uma diferença grande entre as duas heurísticas mais eficientes e pelo

fato de ambas apresentarem resultados mais satisfatórios do que aqueles encontrados

atualmente na Metalúrgica Ônix, a solução proposta para a Metalúrgica nesse trabalho

utilizará ambas as heurísticas. Além disso, contamos ainda com a solução em Excel,

que certamente facilitará o trabalho da área de produção pois possibilita a construção do

Gráfico de Gantt com razoável rapidez.

72

CAPITULO 6. CONCLUSÕES

Foi apresentada a construção de um modelo para a resolução de um problema de

minimização da soma dos atrasos de um ambiente de máquinas paralelas conhecido com

Flow-Shop Flexível. Esse problema foi encontrado em uma forjaria, a Metalúrgica Onix,

que se disponibilizou a fornecer todos os dados necessários para a resolução do

problema.

Pelo fato do problema estudado ser caracterizado como do tipo NP-Hard, não foi

possível a utilização de softwares de otimização e por uso decidiu-se pela utilização de

métodos heurísticos para sua resolução que, apesar de não necessariamente garantir a

solução ótima do problema, apresentou um ganho sobre o método utilizado atualmente

na Metalúrgica Onix

A partir da construção de um algoritmo, foram apresentadas diversas regras de

priorização encontradas na literatura que são utilizadas para a resolução de problemas

semelhantes e, entre elas, escolheu-se aquela que apresentou melhores resultados na

simulação de um mês de produção da Metalúrgica Onix. As regras de priorização

escolhidas foram LB* (Henrique e Ronconi, 2004) e EDD*, proposta nesse trabalho. A

utilização dessa heuríst ica pode ser considerada bastante positiva para o trabalho por

diversos fatores , entre eles:

• Simplicidade na construção do método

• Rapidez na resolução do problema proposto

• Adequação dos dados coletados às necessidades do método

• Alta flexibilidade na operação do método

Além disso, a heurísticas implementada foi formulada na linguagem visual basic,

operando em interface com o EXCEL, um software amplamente usado, conhecido e de

73

fácil utilização. Podemos dizer que é altamente que a empresa utilize este modelo, pois o

mesmo pode proporcionar:

• Redução no atraso da entrega de produtos

• Melhoria de imagem em relação aos clientes pela redução no atraso

• Utilização de um método científico para a definição da programação da

produção.

No entanto, e importante ressaltar que as soluções geradas pelo algoritmo desenvolvido

dependem razoavelmente das diversas características do problema a ser avaliado. Para

algumas situações, a solução obtida pode ate chegar perto da solução ótima, mas por se

tratar de um método fundamentalmente heurístico, não e possível garantir que as

soluções apresentadas sejam sempre necessariamente boas.

De qualquer formula, o modelo proposto nesse trabalho apresentou soluções melhores

que as soluções implementadas atualmente na Metalúrgica Ônix e apenas esse fato já

torna sua implementação bem-vinda.

Como eventuais melhorias para esse trabalho, podemos destacar.

• Apresentação de exemplos maiores com dados reais. Dessa forma poderíamos

avaliar com maior propriedade a capacidade do método desenvolvido para a

resolução dos possíveis problemas encontrados na realidade da Metalúrgica Onix

• Elaboração de um método mais eficiente para o fato de determinadas tarefas não

passarem por todos os estágios de processamento. Apesar do modelo atual prever

essa situação o mesmo não desconsidera a tarefa no estagio e a coloca na fila de

prioridade.

• Um eventual método de refinamento da solução proposta.

74

Apesar disso, chegamos a conclusão que a utilização de métodos como o utilizado nesse

trabalho para a resolução de problemas reais e altamente positivo. O modelo proposto e

extremamente flexível e possibilita a utilização de qualquer regra de priorização

imaginada pela Gerencia de Produção da Metalúrgica Ônix.

Por fim, no especifico caso estudado, o método empregado obteve um desempenho

superior ao método atualmente aplicado pela empresa, podendo-se destacar o baixíssimo

tempo computacional empregado para a resolução do problema.

75

Bibliografia

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Problema de Flow-Shop com Buffer Zero Através de Busca Tabu. Computer &

Operations Research n.26, p.219-235, 1999

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• BALLOU, R.H. Logística Empresarial. São Paulo: Editora Atlas, 1992

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hard. Mathematics of Operations Research, n. 15, 1990

• HENRIQUE, L.R.S., RONCONI, D. Uma heurística construtiva para o Problema

do Atraso Total no Ambiente Flow-Shop com Buffer Zero. Simpósio Brasileiro

de Pesquisa Operacional, 2004

76

• HUNSUCKER, J.L. SHAH, J.R. Comparative Performance Analysis of Priority

Rules in a Constrained Flow-Shop with Multiples Processors Environment

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• NOWICKI,E; SMUTNICKI,C. The Flow-shop with parallel machines: A tabu

search approach. European Journal of Operational Research, n.106, p. 226 –

253, 1998.

• PINEDO, M Scheduling: Theory, Algorithms and Systems. Prentice Hall,

2001

• RINALDI, F. Programação de Tarefas em um Ambiente de Máquinas Paralelas.

Trabalho de Formatura. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

USP, 2001.

• SANTORO, M.C. Planejamento, Programação e Controle da Produção.

Apostila. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.USP, 2001

• SACCHI, L.H. Algoritmos Genéticos para Minimização de Makespan em um

FLOW-SHOP Flexível, 1997- Tese de Mestrado – Faculdade de Engenharia

Elétrica e de Computação da Universidade de Campinas. UNICAMP, 1997

• SEN, T; GUPTA, S.K. A State-of- Art Survey of Static Scheduling with

Earliness and Tardiness Penalties. Computers & Operations Research, n.26,

p.773-787, 1999

• GUPTA, J.N.D., TUNC, E. Scheduling a two-stage hybrid flow-shop with

separable setup and removal times. European Journal of Operational

Research, n.77, p.415-428, 1994

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• SLACK, N., CHAMBERS, S., JOHNSTON,R. Administração da Produção.

São Paulo: Atlas, 1997

• THORNTON, H.W., HUNSUCKER, J.L. A new heuristic for minimal

makespan in flow-shops with multiple processors and no intermediate storage.

European Journal of Operational Research, n.152, p.96-114, 2004

• ZANAKIS, S.H. et al Heuristic Methods and Applications: A Categorized

Survey. European Journal of Operational Research, n 43, p. 88 – 110, 1989.

• ZACCARELLI, S. B. Programação e Controle da Produção. São Paulo:

Pioneira, 1973.

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Anexos

1. Programação em VBA Option Explicit Option Base 1 'Constantes Private Const colEstagio As Integer = 1 Private Const colTrabalho As Integer = 2 Private Const colTempoProcessamento As Integer = 3 Private Const colPrioridade As Integer = 4 Private Const colMaquina As Integer = 2 'Classes Private cTrabalhos As clsTrabalho Private cMaquina As clsMaquina Private cEstagio As clsEstagio 'Variável Private iIncrementaLinhaGrafico As Integer 'Collection Private clTrabalhos As colTrabalhos Private clMaquinas As colMaquinas Private clEstagios As colEstagios Private clEstagiosComPrioridade As colEstagios Public Sub voltarPaginaParametros() Worksheets("Parametros").Activate Range("A1").Select End Sub Public Sub scheduling() Dim iEstagio As Integer 'Carrega maquinas disponiveis para cada estagio Call carregarMaquinasNosEstagios Call limparGrafico 'Processar estágios For iEstagio = 1 To clEstagios.Count Call carregarPrioridadeDosTrabalhos(iEstagio) Call processarEstagio(iEstagio)

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Call pintarEstagio(iEstagio) Next End Sub Private Sub limparGrafico() Worksheets("Resultado").Activate Range("limpaArea").Select Selection.Copy Range("A2:A17").Select ActiveSheet.Paste Application.CutCopyMode = False Range("A1").Select iIncrementaLinhaGra fico = 1 End Sub Private Sub processarEstagio(ByVal iEstagio As Integer) Dim sKeyTrabalho As String Dim sKeyEstagio As String Dim sKeyEstagioAnterior As String Dim sKeyMaquina As String Dim sKeyTrabalhoComPrioridade As String Dim iMaquina As Integer Dim iTrabalho As Integer Dim cTrabalhoComPrioridade As clsTrabalho Dim iTempoProcessamento As Integer Dim iFimProcessamentoUltimoTrabalhoMaquina As Integer Dim iTempoProcessamentoUltimoTrabalhoMaquina As Integer Set clTrabalhos = New colTrabalhos Dim sMaquinaAnterior As String Dim iIncremento As Integer 'Key para o Estagio sKeyEstagio = "E" + CStr(iEstagio) 'Verifica se existem máquinas disponíveis para o estágio If clEstagios.Item(sKeyEstagio).Maquinas.Count = 0 Then MsgBox "Não existem máquinas disponíveis para esse estágio!", vbInformation, "Erro" Exit Sub End If For iMaquina = 1 To clEstagios.Item(sKeyEstagio).Maquinas.Count 'Key da máquina sKeyMaquina = "M" + CStr(iEstagio) + CStr(iMaquina) 'Existe trabalhos na fila de prioridade para o estágio em questão? If clEstagiosComPrioridade.Item(sKeyEstagio).Trabalhos.Count <> 0 Then If clEstagios.Item(sKeyEstagio).Maquinas.Item(sKeyMaquina).Trabalho Is Nothing Then 'Associa uma nova coleção de trabalhos ao estágio e máquina Set clEstagios.Item(sKeyEstagio).Maquinas.Item(sKeyMaquina).Trabalho = New colTrabalhos End If 'Armazena a key do primeiro trabalho da fila de prioridade para retirá -lo sKeyTrabalho = clEstagiosComPrioridade.Item(sKeyEstagio).Trabalhos.Item(1).nome

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'Tempo de processamento do último trabalho da máquina iTempoProcessamentoUltimoTrabalhoMaquina = clEstagios.Item(sKeyEstagio).Maquinas.Item(sKeyMaquina).Trabalho.Item(clEstagios.Item(sKeyEstagio).Maquinas.Item(sKeyMaquina).Trabalho.Count).fimProcessamento 'Se o for o segundo estágio ou posterior devemos levar em conta o estágio anterior para o processamento If iEstagio > 1 Then sKeyEstagioAnterior = "E" + CStr(iEstagio - 1) 'Maquina onde o trabalho estava no estágio anterior sMaquinaAnterior = retornaMaquina(sKeyEstagioAnterior, sKeyTrabalho) If clEstagios.Item(sKeyEstagioAnterior).Maquinas.Item(sMaquinaAnterior).Trabalho(sKeyTrabalho).fimProcessamento <= iTempoProcessamento Or _ clEstagios.Item(sKeyEstagio).Maquinas.Item(sKeyMaquina).Trabalho.Count = 0 Or (iTempoProcessamentoUltimoTrabalhoMaquina <= clEstagios.Item(sKeyEstagioAnterior).Maquinas.Item(sMaquinaAnterior).Trabalho(sKeyTrabalho).fimProcessamento And clEstagios.Item(sKeyEstagioAnterior).Maquinas.Item(sMaquinaAnterior).Trabalho(sKeyTrabalho).inicioProcessamento >= iTempoProcessamentoUltimoTrabalhoMaquina) Then If clEstagios.Item(sKeyEstagioAnterior).Maquinas.Item(sMaquinaAnterior).Trabalho(sKeyTrabalho).fimProcessamento < iTempoProcessamentoUltimoTrabalhoMaquina Then iIncremento = iTempoProcessamentoUltimoTrabalhoMaquina Else iIncremento = clEstagios.Item(sKeyEstagioAnterior).Maquinas.Item(sMaquinaAnterior).Trabalho(sKeyTrabalho).fimProcessamento End If iTempoProcessamento = clEstagiosComPrioridade.Item(sKeyEstagio).Trabalhos.Item(1).tempoProcessamento + iIncremento clEstagiosComPrioridade.Item(sKeyEstagio).Trabalhos.Item(1).fimProcessamento = iTempoProcessamento clEstagiosComPrioridade.Item(sKeyEstagio).Trabalhos.Item(1).inicioProcessamento = iTempoProcessamento - clEstagiosComPrioridade.Item(sKeyEstagio).Trabalhos.Item(1).tempoProcessamento 'Adiciona o trabalho que está na fila em uma das máquinas Call clEstagios.Item(sKeyEstagio).Maquinas.Item(sKeyMaquina).Trabalho.Add(clEstagiosComPrioridade.Item(sKeyEstagio).Trabalhos.Item(1), sKeyTrabalho) 'Remove o trabalho que já foi alocada em uma máquina da fila Call clEstagiosComPrioridade.Item(sKeyEstagio).Trabalhos.Remove(1) Else iTempoProcessamento = iTempoProcessamento + 1 End If Else iTempoProcessamento = clEstagiosComPrioridade.Item(sKeyEstagio).Trabalhos.Item(1).tempoProcessamento + iTempoProcessamentoUltimoTrabalhoMaquina 'Colocar o fim de processamento clEstagiosComPrioridade.Item(sKeyEstagio).Trabalhos.Item(1).fimProcessamento = iTempoProcessamento

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clEstagiosComPrioridade.Item(sKeyEstagio).Trabalhos.Item(1).inicioProcessamento = iTempoProcessamento - clEstagiosComPrioridade.Item(sKeyEstagio).Trabalhos.Item(1).tempoProcessamento 'Adiciona o trabalho que está na fila em uma das máquinas Call clEstagios.Item(sKeyEstagio).Maquinas.Item(sKeyMaquina).Trabalho.Add(clEstagiosComPrioridade.Item(sKeyEstagio).Trabalhos.Item(1), sKeyTrabalho) 'Remove o trabalho que já foi alocada em uma máquina da fila Call clEstagiosComPrioridade.Item(sKeyEstagio).Trabalhos.Remove(1) End If 'Se Existem trabalhos para esse estágio na fila de prioridade e o número da máquina em questão 'for igual ao número de máquinas disponíveis nesse estágio precisamos zerar a variável iMaquina If iMaquina = clEstagios.Item(sKeyEstagio).Maquinas.Count And clEstagiosComPrioridade.Item(sKeyEstagio).Trabalhos.Count <> 0 Then iMaquina = 0 End If End If Next End Sub Private Function retornaMaquina(ByVal sKeyEstagioAnterior As String, ByVal sKeyTrabalho As String) As String Dim iMaquina As Integer For iMaquina = 1 To clEstagios.Item(sKeyEstagioAnterior).Maquinas.Count If clEstagios.Item(sKeyEstagioAnterior).Maquinas.Item(iMaquina).Trabalho.Exists(sKeyTrabalho) Then retornaMaquina = clEstagios.Item(sKeyEstagioAnterior).Maquinas.Item(iMaquina).key Exit For End If Next End Function Private Sub carregarPrioridadeDosTrabalhos(ByVal iEstagio As Integer) 'Inicia a collection para armazenamento dos trabalhos (auxiliar) Set clEstagiosComPrioridade = New colEstagios Dim iPrioridadeCount As Integer Dim cTrabalhoComPrioridade As clsTrabalho Dim sKeyTrabalho As String Dim sKeyEstagio As String Dim sKeyEstagioAnterior As String Dim sKeyMaquina As String Dim iTrabalho As Integer Dim iTrabalhoCount As Integer Dim vPrioridade() As Variant Dim iCount As Integer Set cEstagio = New clsEstagio Set clTrabalhos = New colTrabalhos

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'Retorna um vetor ordenado vPrioridade = retornarEstagioOrdenado(iEstagio) iTrabalhoCount = UBound(vPrioridade, 2) For iTrabalho = 1 To iTrabalhoCount sKeyEstagio = "E" + CStr(iEstagio) 'O primeiro estágio é tra tado diferentemente Set cTrabalhoComPrioridade = New clsTrabalho sKeyTrabalho = vPrioridade(1, iTrabalho) cTrabalhoComPrioridade.nome = sKeyTrabalho cTrabalhoComPrioridade.tempoProcessamento = vPrioridade(3, iTrabalho) sKeyTrabalho = cTrabalhoComPrioridade.nome cTrabalhoComPrioridade.key = sKeyTrabalho Call clTrabalhos.Add(cTrabalhoComPrioridade, sKeyTrabalho) Next Set cEstagio.Trabalhos = clTrabalhos Call clEstagiosComPrioridade.Add(cEstagio, sKeyEstagio) End Sub Private Function retornarEstagioOrdenado(ByVal iEstagio As Integer) As Variant Dim atemp() As Variant Dim iMaquina As Integer Dim iTrabalho As Integer Dim sKeyTrabalho As String Dim sKeyMaquina As String Dim sKeyEstagioAnterior As String Dim iTrabalhoCount As Integer sKeyEstagioAnterior = "E" + CStr(iEstagio - 1) iTrabalhoCount = Range("Estagios").Rows.Count / clEstagios.Count For iTrabalho = 1 To iTrabalhoCount ReDim Preserve atemp(3, iTrabalho) As Variant sKeyTrabalho = Range("Estagios")(iTrabalho + ((iEstagio - 1) * iTrabalhoCount), colTrabalho) atemp(1, iTrabalho) = sKeyTrabalho If iEstagio = 1 Then 'No coluna 2 será armazenado o que vai ser ordenado 'No primeiro estágio a ordem é pelo tempo de processamento atemp(2, iTrabalho) = Range("Estagios")(iTrabalho + ((iEstagio - 1) * iTrabalhoCount), colPrioridade) 'Tempo de processamento atemp(3, iTrabalho) = Range("Estagios")(iTrabalho + ((iEstagio - 1) * iTrabalhoCount), colTempoProcessamento) Else sKeyMaquina = retornaMaquina(sKeyEstagioAnterior, sKeyTrabalho) 'Do segundo em diante é pelo final de processamento. atemp(2, iTrabalho) = clEstagios.Item(sKeyEstagioAnterior).Maquinas.Item(sKeyMaquina).Trabalho.Item(sKeyTrabalho).fimProcessamento + Range("Estagios")(iTrabalho + ((iEstagio - 1) * iTrabalhoCount), colPrioridade) 'Tempo de processamento

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atemp(3, iTrabalho) = Range("Estagios")(iTrabalho + ((iEstagio - 1) * iTrabalhoCount), colTempoProcessamento) End If Next retornarEstagioOrdenado = Sort(atemp) End Function Private Sub carregarMaquinasNosEstagios() Dim iEstagio As Integer Dim iNume roMaquinasNoEstagio As Integer Dim iMaquina As Integer Set clEstagios = New colEstagios For iEstagio = 1 To Range("Maquinas").Rows.Count iNumeroMaquinasNoEstagio = Range("Maquinas")(iEstagio, colMaquina).Value Set clMaquinas = New colMaquinas For iMaquina = 1 To iNumeroMaquinasNoEstagio 'Define a máquina Set cMaquina = New clsMaquina cMaquina.nome = "M" + CStr(iEstagio) + CStr(iMaquina) cMaquina.key = cMaquina.nome Call clMaquinas.Add(cMaquina, cMaquina.key) Next 'Define o estágio Set cEstagio = New clsEstagio cEstagio.nome = "E" + CStr(iEstagio) cEstagio.key = cEstagio.nome Set cEstagio.Maquinas = clMaquinas 'Adiciona a máquina ao estagio Call clEstagios.Add(cEstagio, cEstagio.key) Next End Sub Private Sub pintarEstagio(ByVal iEstagio As Integer) Dim iTrabalho As Integer Dim iMaquina As Integer 'Ativa a worksheet de resultado Worksheets("Resultado").Activate For iMaquina = 1 To clEstagios.Item(iEstagio).Maquinas.Count iIncrementaLinhaGrafico = iIncrementaLinhaGrafico + 1 Cells(iIncrementaLinhaGrafico, 1) = clEstagios.Item(iEstagio).nome Cells(iIncrementaLinhaGrafico, 2) = clEstagios.Item(iEstagio).Maquinas.Item(iMaquina).nome 'Para cada trabalho For iTrabalho = 1 To clEstagios.Item(iEstagio).Maquinas.Item(iMaquina).Trabalho.Count 'Cola o Trabalho que está sendo realizado Cells(iIncrementaLinhaGrafico, 2 + clEstagios.Item(iEstagio).Maquinas.Item(iMaquina).Trabalho.Item(iTrabalho).fimProcessamento).Value = clEstagios.Item(iEstagio).Maquinas.Item(iMaquina).Trabalho.Item(iTrabalho).nome 'Seleciona o Range para aplicar as cores e as bordas

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Range(Cells(iIncrementaLinhaGrafico, 3 + clEstagios.Item(iEstagio).Maquinas.Item(iMaquina).Trabalho.Item(iTrabalho).inicioProcessamento), Cells(iIncrementaLinhaGrafico, 2 + clEstagios.Item(iEstagio).Maquinas.Item(iMaquina).Trabalho.Item(iTrabalho).fimProcessamento)).Select 'Pinta o Range Selection.Interior.ColorIndex = 40 Selection.Interior.Pattern = xlSolid 'Coloca a borda Selection.Borders(xlDiagonalDown).LineStyle = xlNone Selection.Borders(xlDiagonalUp).LineStyle = xlNone With Selection.Borders(xlEdgeLeft) .LineStyle = xlContinuous .Weight = xlThin .ColorIndex = xlAutomatic End With With Selection.Borders(xlEdgeTop) .LineStyle = xlContinuous .Weight = xlThin .ColorIndex = xlAutomatic End With With Selection.Borders(xlEdgeBottom) .LineStyle = xlContinuous .Weight = xlThin .ColorIndex = xlAutomatic End With With Selection.Borders(xlEdgeRight) .LineStyle = xlContinuous .Weight = xlThin .ColorIndex = xlAutomatic End With Selection.Borders(xlInsideVertical).LineStyle = xlNone Next Next End Sub Private Function Sort(tempArray As Variant) As Variant Dim MaxVal As Variant Dim MaxElement1 As Variant Dim MaxElement2 As Variant Dim MaxIndex As Integer Dim i, j As Integer ' Step through the elements in the array starting with the ' last element in the array. If Not IsEmpty(tempArray) Then For i = UBound(tempArray, 2) To 1 Step -1 ' Set MaxVal to the element in the array and save the ' index of this element as MaxIndex. MaxVal = tempArray(2, i) MaxElement1 = tempArray(1, i) MaxElement2 = tempArray(3, i) MaxIndex = i

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' Loop through the remaining elements to see if any is ' larger than MaxVal. If it is then set this element ' to be the new MaxVal. For j = 1 To i If tempArray(2, j) > MaxVal Then MaxVal = tempArray(2, j) MaxElement1 = tempArray(1, j) MaxElement2 = tempArray(3, j) MaxIndex = j End If Next j ' If the index of the largest element is not i, then ' exchange this element with element i. If MaxIndex < i Then tempArray(3, MaxIndex) = tempArray(3, i) tempArray(2, MaxIndex) = tempArray(2, i) tempArray(1, MaxIndex) = tempArray(1, i) tempArray(2, i) = MaxVal tempArray(1, i) = MaxElement1 tempArray(3, i) = MaxElement2 End If Next i End If Sort = tempArray End Function

86

1.2 Tempo de Lead-Time

Peç

a

Ser

ra d

e F

ita

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nsa

Fric

ção

Pre

nsa

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êntr

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e Le

ad-T

ime

1 5 8 5 2 6 6 6 0 0 0 5 422 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 1 53 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 44 2 1 0 1 0 0 0 0 0 2 1 85 1 1 0 0 2 0 0 0 0 0 1 46 5 5 0 7 5 0 0 0 0 14 5 387 4 2 0 2 5 0 0 0 9 0 5 278 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 29 4 2 0 1 3 9 0 5 4 0 1 2910 30 9 9 6 18 30 0 0 0 0 6 10811 7 3 0 1 3 0 0 0 0 0 1 1512 4 4 0 1 5 0 0 0 2 0 1 1713 4 3 0 1 3 0 0 0 0 0 1 1114 4 5 0 2 0 0 0 4 0 0 5 1915 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 15 1816 2 2 0 1 3 0 0 2 0 0 1 1217 1 2 1 0 0 0 0 0 0 0 1 518 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 319 3 0 0 4 0 0 0 0 0 4 1 1220 1 3 0 2 0 2 0 0 6 9 2 2521 2 2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 522 10 8 0 3 0 0 0 3 4 0 2 3023 11 9 9 4 0 0 0 20 0 0 2 5524 2 11 0 0 0 0 6 0 0 0 2 2025 11 6 0 4 0 0 0 2 0 0 2 2526 2 3 4 1 9 10 0 0 0 0 4 3227 5 4 0 4 8 8 0 0 4 0 3 3328 5 5 0 3 0 0 0 0 0 0 1 1429 9 8 3 1 0 0 0 0 0 0 1 2130 5 13 4 2 0 0 0 0 0 0 3 2631 1 3 0 0 0 0 3 0 0 0 1 732 6 4 0 2 0 10 0 0 0 0 1 2233 2 1 1 1 0 0 0 0 0 2 1 734 3 2 0 1 0 0 0 0 0 0 1 735 4 5 0 2 10 25 0 0 4 0 2 5236 6 4 4 0 0 0 0 10 0 16 16 5637 2 4 2 1 0 0 0 0 0 0 3 1138 1 3 2 1 0 0 0 0 1 0 1 839 1 4 1 1 2 0 0 0 3 2 4 1640 2 7 1 1 5 0 8 0 0 0 7 3141 1 4 2 2 0 0 0 0 0 0 1 1142 1 4 1 1 2 0 0 0 0 0 4 1143 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 344 1 3 2 1 0 0 0 0 0 1 1 1045 0 2 0 1 0 0 3 0 0 1 1 846 7 10 7 3 0 0 0 0 0 0 1 27