deixe o meu povo ir !

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DEIXE MEU POVO IR David W. Dyer – www.graodetrigo.com DEIXE O MEU POVO IR! por David W. Dyer Tradução: Maria Regina Vidal Eliasquevici Revisão: Silvana Pinheiro Taets Jair de Almeida Silva Capa: John D. Dyer PUBLICACÃO: MINISTÉRIO GRÃO DE TRIGO

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David W. Dyer

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  • DEIXE MEU POVO IR

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    DEIXE

    O MEU

    POVO

    IR!

    por

    David W. Dyer

    Traduo: Maria Regina Vidal Eliasquevici

    Reviso: Silvana Pinheiro Taets

    Jair de Almeida Silva

    Capa: John D. Dyer

    PUBLICACO: MINISTRIO GRO DE TRIGO

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    PUBLICAO :

    MINISTRIO GRO DE TRIGO

    Titulo do original em ingls: The One True Church A Grain of Wheat Ministries Publication

    Primeira edio em Ingls: 2007

    www.graodetrigo.com email: [email protected]

    Traduo: Maria Regina Eiasquevici

    Reviso: Silvana Pinheiro Taets

    Jair de Almeida Silva

    Capa: John D. Dyer

    Todas a citaes bblicas foram extradas da Traduco em Portugus de Joo Ferreria de Almeida, verso Revista e Atualizada no Brasil. As

    citaes que fogem e essa regra so seguidas de indicaes.

    VITRIA, novembro/2007

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    Filho do homem, descreva Otemplopara a nao de Israel

    Para que se envergonhe dos Seus pecado.

    Que ele analisem o modelo e,

    se ficarem envergonhados por tudo o que fizeram,

    informe-os acerca da planta do templo- sua disposio

    suas sadas e suas entradas- toda a sua planta e toda as suas

    estipulaes e leis

    Ponha essas coisas por escrito diante deles para que sejam

    fiis planta e sigam as suas estipulaes.

    ( Ez 43:10-11, NVI)

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    NDICE

    1. UMA VISO CELESTIAL................................................ 9 2. A SUBSTNCIA DA IGREJA........................................ 23 3. A FORMA DA IGREJA.....................................................43 4. ONDE DEUS MORA.......................................................... 65 5. LIDERANA NA IGREJA................................................ 83 6. DEIXE O MEU POVO IR.................................................127 7. A UNIDADE DA IGREJA................................................149 8. COMPROMISSO.............................................................. 169 9. REUNIES....................................................................... 189 10. VIVENDO EM AMOR ................................................. 223 11. COISAS QUE DESTROEM.......................................... 253 12. CONSTRUINDO SOBRE A FUNDAO.................. 279 POSFCIO.......................................................................... 305

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    PREFCIO

    Este um livro sobre a casa de Deus.Poucos cristos parecem ter muito interesse neste assunto. Eles parecem pensar assim: Quem se importa com o lugar onde Deus vive? Certamente Ele capaz de tomar conta de Seus prprios problamas. Temos nossas vidas para viver. Temos contas a pagar, crianas para educar e trabalho para fazer. Notemos tempo para nos preocuparmos com o lugar onde Deus ir morar. O Rei Davi,porm, tomou uma atitude diferente. Ele tinha um outro tipo de corao. Ele disse: ...no darei sono aos meus olhos e nem repouso s minhas plpebras at que eu encontre lugar para o Senhor,uma morada para o Poderoso de Jac ( Sl 132:4-5). Davi era um homem que tinha intimidade com o Todo Poderoso.Por causa dessa comunho, seu corao comeou a abraar os desejos do Altssimo. Ele comeou a sentir as coisas que estavam no corao de Deus e a desej-las tambm. Talvez por esse motivo, o Senhor o considerou um homem segundo o Seu corao (At 13:22). Davi foi um homem abenoado por Deus, em parte porque procurava as coisas que Deus desjava. Muitos crentes hoje no aproveitam essa beno. Trabalham longas horas para pagar suas prestaes e outras dvidas, mas parecem nunca chagar a um topo financeiro. Tentam se entreter com vrias diverses,incluidocomidas e bebidas,mas no se satisfazem facilmente. Esto constantemente comprando novas roupas,mas isto tambm no parece ir ao encontro de seuas necessidades emocionais. ...considerai o vosso passado,diz o Senhor. Tendes semeado muito e recolhido pouco; comeis,mas no chega para farta-vos, bebeis,mas no d para saciar-vos; vestir-vos, mas no estais bem aquecidos e aquele

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    que recebe salrio o coloca num saco furado. ...considerai o vosso caminho.Procurastes pormuito, mas na verdade alcaaste pouco,quando o truxestes para casa, Eu lhe assoprei para longe sua prpria casa. Por isso, retm os cus o seu orvalho e a terra os seus frutos. E fiz vir a seca sobre a terra e sobre os montes, e sobre o trigo e sobre o mosto,esobre o azeite e sobre tudoo que a terra produz, como tambm sobre os homens, e sobre os animais,e sobre todo o trabalho das mos ( Ag 1:5-e 9-11) Deus hoje est chamando homens e mulheres a se voltarem para Ele e trabalharem junto com Ele na construo de sua morada eterna. Ele estprocurando por aqueles que iro correspoder ao seu corao. Este autor espera que, por meio deste livro,alguns cristos sejam levados a mudar o seu foco.Talvez por meio deste texto, alguns sejam induzidos a compreender mais profundamente as coisas que esto no corao de Deus. Ento, podero dedicar suas vidas a construir a casa deDeus. Eles podem ajudar a construir o Seu reino e transformar isso na prioridade de suas vidas. Deste modo, certamente iro experimentar maravilhosas bnos em seu trabalho e tambm recompensas eternas quando Jesus voltar. David W. Dyer

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    UMA VISO CELESTIA

    1.

    UMA VISO CELESTIAL

    As instrues que Deus deu a Moiss, Ele tambm est falando hoje a cada um de ns. No somente no Velho Testamento, mas tambm no Novo, encontramos a seguinte advertncia: "V, pois, que tudo faas segundo o modelo que te foi mostrado no monte" (x 25:40 e Hb 8:5). Esta uma admoestao que precisamos contemplar seriamente.

    Moiss foi um homem chamado por Deus para liderar Seu povo e para construir um lugar para Sua morada. Moiss com-preendeu muito bem essa excelente chamada e estava pronto para responder a ela com todo o seu corao.

    Entretanto, ele no era livre para fazer o que quisesse. No tinha liberdade de inventar coisa alguma, de planejar o que quer que fosse ou de fazer qualquer coisa de acordo com os seus prprios gostos ou desejos. Ele foi instrudo a fazer tudo estrita-mente de acordo com a viso celestial que havia recebido pes-soalmente, enquanto estava com Deus na montanha.

    Veja, Moiss havia subido ao monte santo. L, ele passou um bom tempo (40 dias e 40 noites, para ser exato), na real presena do Deus Todo Poderoso. Ele conheceu o temor a Deus. Havia

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    10 DEIXE O MEU POVO IR!

    experimentado Sua terrvel majestade e poder. Alm disso, havia contemplado o corao de Deus e comeado a compreen-der algo sobre o que o seu Criador estava desejando. Ento, quando desceu daquela montanha, tinha queimando dentro de si uma viso celestial, uma revelao espiritual, que passou a controlar a sua obra, enquanto ele estava construindo uma morada para o Altssimo.

    Essas coisas nos deveriam falar, hoje, bem claramente. Quando nos convertemos e comeamos a desejar nos envolver na obra de Deus, isso algo que devemos considerar seria-mente. Se desejamos ser colaboradores de Deus e auxili-Lo na construo de Sua eterna morada, esse um aspecto importante a ser considerado.

    Antes de comearmos a nos empenhar nisso, precisamos ter entrado profundamente na presena de Deus. No apenas ter entrado, mas ter gasto um tempo - um bom tempo - ouvindo, vendo e compreendendo o que que Deus deseja. Antes de ir muito alm do estgio e das atividades da infncia espiritual, importantssimo que tenhamos recebido uma revelao celes-tial, de maneira que o nosso trabalho seja feito com substncia divina e no meramente com madeira, feno ou palha (1 Co 3:12). Precisamos ter visto o santo plano de Deus e, ento, construir de acordo com Sua planta.

    Queridos irmos e irms, esta no uma considerao sem importncia. No algo com que possamos lidar superficial-mente. Quando comeamos a nos envolver em construir junta-mente com Deus, tomamos parte em uma construo que eter-na. O que Deus constri por meio de ns ser Sua habitao eter-na. Portanto, no pode e no deve ser algo feito sem muita re-velao e orao, e at mesmo temor e tremor. Todos ns de-veramos ter uma dose saudvel de respeito e temor a Deus, quando comeamos a construir algo em Seu nome.

    O Senhor nosso Deus no habita e nem nunca ir habitar em um templo construdo por mos humanas (At 7:48). Portanto, se no construirmos de acordo com o Seu desenho, o que constru-

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    UMA VISO CELESTIAL 11

    irmos no ir satisfaz-Lo, e Ele no ir morar ali. No ser o lugar de Sua morada. Muitos cristos hoje ficam iludidos porque Deus ocasionalmente visita suas obras em construo. J que Sua presena vem de vez em quando, eles imaginam que Ele est aprovando o que esto fazendo.

    Mas o que precisamos construir urgentemente no um lugar que Deus venha visitar uma vez ou outra, mas um lugar onde Ele aprecie morar. Precisamos construir a eterna casa espi-ritual de Deus, onde Ele ir residir permanentemente, por toda a eternidade. Para fazer assim, precisamos receber uma pro-funda viso celestial. Tudo o que fizermos dever ser guiado por esta revelao.

    OUTROS PADRES

    Milhes de crentes, homens e mulheres de Deus, esto cons-truindo hoje. H muita atividade crist. A cada dia literalmente centenas de "igrejas" brotam ao redor do mundo. Agrada-me acreditar que a maioria destes queridos irmos esteja fazendo o seu trabalho com o corao puro e um sincero desejo de agradar a Deus. Entretanto, muitos deles parecem estar construindo sem muita compreenso do plano celestial. Eles esto simplesmente copiando o que vem os outros fazendo. Esto construindo de acordo com a viso que viram na esquina de baixo, e no na santa montanha de Deus.

    Em vez de receber uma viso de Deus, eles esto confiando no homem. Em lugar de uma revelao celestial, ouvem de um grupo ou de outros que esto fazendo sucesso e atraindo um grande nmero de pessoas, e ento correm a copiar o que estes outros esto fazendo.

    Talvez alguns estejam meramente fazendo o que sua deno-minao fez no passado. Possivelmente a tradio os inclinou a certo padro de construo. Outros podem estar fazendo o que aprenderam na Escola Bblica ou no Seminrio. Outros ainda confiam em sua prpria popularidade, dons ou carisma, para

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    12 DEIXE O MEU POVO IR!

    atrair e conservar muitas pessoas em seu rebanho. H, de fato, muitos mtodos e padres sendo usados nas construes hoje.

    Mas talvez todos ns devssemos parar por um momento e considerar cuidadosamente o que estamos fazendo. Este um assunto muito srio. As coisas que fazemos tm conseqncias eternas. Portanto, no ns feriremos se tomarmos alguns minu-tos e, em orao, avaliarmos nosso trabalho diante de Deus.

    Vamos entrar em Sua presena e derramar nossos planos e projetos diante Dele. Vamos com reverncia abrir nossos coraes para ouvir a Sua opinio. Vamos perguntar honesta-mente a ns mesmos e a Deus: "Todas as coisas que estamos fazendo so realmente prova de fogo? O que estamos constru-indo realmente a casa de Deus? Ser que mesmo um lugar onde Ele se alegrar em morar eternamente?"

    Em 1 Corntios 3:10-17, Paulo nos faz algumas admoestaes e nos d algumas instrues sobre como construir a casa de Deus e quais materiais devemos usar. Ele nos persuade a tomar muito cuidado com o que estamos fazendo. Ele diz: "Porm cada um veja como edifica [sobre a fundao]" (vs. 10). No suficiente construirmos algo que achamos bom ou algo que os outros aprovem. essencial construirmos de acordo com o desenho de Deus e com materiais aprovados.

    Ento, queridos irmos, sejam cuidadosos! Sejam muito, muito cuidadosos, para que o que vocs esto fazendo esteja em harmonia com a mente de Deus! No tenham pressa em sair por a fazendo algo para Deus. extremamente importante ouvir de Deus e ver a Sua habitao eterna primeiro, antes de comear-mos a construir. Se comearmos com uma viso celestial, ento todo o nosso trabalho ser aprovado. Desta forma, no seremos envergonhados quando Ele vier e examinar as coisas que temos feito.

    Ao prosseguirmos com este livro, estaremos examinando detalhadamente que tipo de materiais devemos usar, mas, por enquanto, precisamos ver claramente que h dois tipos disponveis. H materiais sobrenaturais, que so tipificados por

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    UMA VISO CELESTIAL 13

    "ouro, prata e pedras preciosas"; e os materiais terrenos, repre-sentados por "madeira, feno e palha" (vs. 12). O primeiro tipo tem sua origem em Deus, sendo celestial em qualidade. O segundo tipo algo meramente humano e natural.

    No mundo atual, os dois tipos de materiais podem ser usa-dos para fazer construes impressionantes. Muitas manses multimilionrias tm a madeira como sua estrutura bsica, mas no Reino de Deus, apenas usando os Seus materiais e seguindo os Seus planos, poderemos satisfaz-Lo.

    O SUCESSO NO O PADRO

    Em nosso empenho para sermos agradveis a Deus, uma coisa precisa ficar muito clara: a medida de julgamento para nossas obras no o sucesso. Deixe-me repetir isso. Ou que con-firma ou no a satisfao de Deus com o que estamos fazendo no se muitas pessoas esto comparecendo aos nossos encon-tros. No o quo popular ns e nossa mensagem nos tornamos. No o fato de muitos na comunidade crist estarem aplaudin-do e admirando nosso trabalho. No porque nosso trabalho est crescendo e se espalhando de tal maneira que a nao inteira, ou mesmo o mundo todo, est ouvindo falar de ns. Honestamente, at mesmo um vrus pode se espalhar rapida-mente e se tornar mundialmente famoso.

    Hoje em dia, parece haver um critrio que as pessoas admi-ram. Quando outras pessoas olham para nosso trabalho, nor-malmente esto tentando ver uma coisa. Eles querem ver se somos bem sucedidos ou no. O padro do mundo este, nor-malmente: "H um sucesso visvel? A obra est se expandindo? H alguma evidncia concreta de xito?" Se houver, nossa obra admirada e aprovada. Se no houver, ento o que estamos fazendo negligenciado ou mesmo desprezado. Este o padro do mundo.

    Mas o padro de Deus completamente diferente. Seu padro a obedincia. Sua aprovao ocorre se estamos traba-

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    lhando de acordo com os Seus planos ou no. O que fazemos em obedincia a Ele pode parecer um sucesso aos olhos humanos, entretanto, tambm possvel que no parea. Os caminhos de Deus freqentemente so misteriosos. Ele no usa os meios e os mtodos do mundo. Sua sabedoria algo que o mundo e as pes-soas que vivem nele no conseguem compreender (1 Co 1:18-25). Muitas vezes Suas obras so ocultas, pequenas e inespe-radas. Entretanto, com o passar do tempo, elas produzem os resultados mais excelentes.

    Para esclarecer um pouco este ponto, vamos dar uma olha-da em alguns dos homens de Deus que foram poderosamente usados por Ele, mas ainda assim foram desprezados e rejeitados. Eles eram bem sucedidos aos olhos de Deus, mas desconsidera-dos pelo mundo, e alguns, at mesmo pelas comunidades reli-giosas de seus dias.

    No era obediente, mas certamente no era popular. Eu imagino que a maioria das pessoas o considerava louco. L esta-va ele construindo um imenso barco em terra seca, sem nenhum modo de conseguir lev-lo gua. No h dvida de que ele era motivo do riso da vizinhana. Mas ele foi obediente a Deus.

    Jeremias foi um profeta ungido e usado por Deus. Dois livros inteiros do Velho Testamento so suas obras e profecias. Cada simples palavra era inspirada e ungida pelo Deus do Universo. Cada profecia que ele falou estava correta e veio (ou ainda vir) se cumprir.

    Entretanto, ele no tinha grupos de seguidores. Quase ningum prestou alguma ateno a ele e nem obedeceu s suas palavras. A nao para a qual ele profetizava nunca se arrepen-deu e eventualmente teve que ser julgada por Deus. Seu "mi-nistrio" foi um desastre, do ponto de vista humano. Muitos outros profetas tambm se encaixam nessa categoria.

    Embora possamos imaginar uma situao diferente, Paulo, o apstolo, tambm parecia um fracasso no final de seu mini-strio. Ele foi preso, de maneira que "a esfera de seu ministrio" encolheu: de um obreiro viajante pelo mundo a algum que

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    tinha contacto apenas com umas poucas pessoas que o visi-tavam na priso. Ento, todas as igrejas da sia, muitas das quais ele havia fundado, o rejeitaram e se desviaram (2 Tm 1:15). Ele aproveitou para escrever e enviar umas poucas cartas da priso, mas isto certamente no tomava todo o seu tempo. Entretanto, quem poderia ter imaginado o fruto que esse pero-do de sua vida iria produzir?

    Jesus, o Filho primognito de Deus, tambm foi desprezado e rejeitado pela maioria (Is 53:3). Embora gozasse alguns per-odos de popularidade, Ele sabia que os homens freqentemente estavam se congregando com Ele por razes erradas. Quando Ele lhes falava algo mais duro, que exigia um compromisso maior da parte deles, muitos se viravam e O deixavam. No final de Seu ministrio terreno, Jesus estava sozinho. No auge de Seu trabalho sobrenatural, todos os Seus seguidores O aban-donaram.

    Muito embora hoje se veja a obra de Jesus como um sucesso, j que o Cristianismo se espalhou por todo o globo, se olhsse-mos para as coisas como se estivssemos l naquele tempo, Sua obra provavelmente iria parecer falha ou at mesmo um desas-tre. Ele, o lder, foi morto, e todos os Seus seguidores foram dis-persos. O sucesso aparente no , e nunca poder ser, a medida de nosso trabalho para Deus.

    NOSSAS OBRAS SERO JULGADAS

    Quando Jesus voltar, o que ns fizemos em Seu nome ser julgado. De novo, em 1 Corntos 3:13, lemos que nossas obras sero testadas pelo fogo sobrenatural. Se nossas obras foram feitas com materiais combustveis, isto , algo humano, natural e terreno, elas sero queimadas. Se nossas obras foram feitas com materiais celestiais, elas sobrevivero ao teste.

    Deus nos assegura aqui que, mesmo que as obras de alguns sejam destrudas, eles prprios sero salvos (vs.15). Entretanto, mostrado que haver um severo julgamento para aqueles que

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    construram erradamente. No apenas suas obras se perdero junto com as recompensas por tais obras, mas tambm haver um tipo de julgamento para eles prprios.

    Talvez isso se refira ao julgamento expresso no alerta de 1 Corntos 3:17, onde lemos: "Se algum destruir o santurio de Deus, Deus o destruir..." O contexto deste versculo muito importante. O assunto aqui a construo do Templo de Deus. Neste trabalho de construo, somos ensinados que se "destru-irmos" o Templo de Deus, sofreremos severo julgamento. De acordo com R. N. Champlin, Ph D, em seu comentrio sobre o Novo Testamento, esta palavra "destruir" tambm pode ser traduzida por "arruinar", "corromper," "fazer desviar" e/ou "estragar", em sentido moral ou fsico (volume 4, p. 51).

    A palavra traduzida como "destruir" (vs. 17), referindo-se ao que Deus far pessoa ofensora, exatamente a mesma palavra grega traduzida por "destruir" na primeira parte do versculo. Assim, vemos que Deus ir punir aqueles que poluem Sua morada eterna, de acordo com o que ele ou ela fez. As obras destruidoras que algum pratica se tornaro o seu prprio julga-mento.

    O que ento significa "destruir" ou "estragar" a casa de Deus? Significa que, usando materiais incorretos, podemos poluir ou danificar o verdadeiro lugar de residncia de Deus - o Seu Templo. inteiramente possvel para ns, trabalhando sem revelao sobrenatural, construir coisas dentro do Templo de Deus, que o vo poluindo, danificando e estragando. Alm disso, se fizermos tais coisas, sofreremos severas conseqncias quando Jesus vier para nos julgar pelas nossas obras.

    Queridos irmos e irms, esse versculo deveria ser muito srio para ns. No estamos tratando aqui com algum tipo de construo temporria. Estamos construindo a morada eterna do Deus Todo Poderoso. Portanto, devemos ser muito cuida-dosos com o que fazemos. Se ns, por meio de nossa ignorncia e motivos carnais, destruimos a casa de Deus, seremos destrui-dos da mesma maneira quando Ele vier.

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    ALGUNS EXEMPLOS DO VELHO TESTAMENTO

    No Velho Testamento, vemos alguns exemplos desse tipo de poluio. No livro de Levtico, captulo 10, versculo 1, lemos a histria de dois sacerdotes: Nadabe e Abi, que eram filhos de Aro. Eles pareciam gostar de suas obrigaes religiosas e se tornaram orgulhosos de suas posies entre as pessoas. Ento, pensaram que podiam melhorar ou aumentar um pouco os desgnios de Deus.

    Um dia, em vez de seguir os mandamentos de Deus, eles pegaram seus incensrios, puseram um pouco de incenso neles e marcharam para o tabernculo para fazer o seu prprio tipo de oferenda. Eles vieram com um novo e moderno jeito de adorar. Do ponto de vista de Deus, isso era "fogo profano" (Lv 10:1). A inveno deles lhes custou suas vidas. Profanaram a casa de Deus e ento veio o fogo da presena de Deus e os consumiu.

    Em 2 Reis, captulo 16, temos a histria de Acaz, que foi um dos reis de Jud. Infelizmente, esse homem no temia a Deus e nem compreendia os Seus caminhos. Um dia, ele viajou para Damasco para encontrar o rei da Assria, a quem acabara de pagar tributos com o ouro e a prata que havia roubado do Templo.

    Ento, naquela cidade, ele viu um altar pago. Era bastante comovente. Era grande, muito enfeitado e espetacularmente bonito. Parecia muito melhor aos seus olhos do que o razoavel-mente mais simples e bem menor altar de bronze que Salomo havia feito.

    Assim, ele mandou ao sacerdote Urias algumas medidas e a planta do altar que viu. Antes mesmo de Acaz voltar para casa, Urias edificou uma rplica do altar pago. Em seguida Acaz e Urias arrastaram o altar de bronze do Senhor e colocaram no Templo o novo e impressionante altar. Ento, Acaz instruiu os sacerdotes a usar o extravagante altar para todos os sacrifcios e ofertas. O velho altar de bronze seria usado apenas para Acaz

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    "buscar orientao", o que significa "procurar a direo de Deus". Imagino que o altar de bronze foi pouco usado por ele.

    O novo altar era grande e impressionante, mas no foi plane-jado por Deus. Era uma grande obra humana. Era atraente, do ponto de vista terreno e carnal. Mas era uma poluio para a habitao simblica de Deus, o Templo.

    H muitas coisas que os homens apreciam com os seus sen-tidos naturais. Ambientes bonitos, mensagens eloqentes, msi-ca agitada e muitas outras coisas nos so agradveis. Portanto, h uma grande tentao de instituir tais coisas em nosso traba-lho para o Senhor.

    Enquanto estamos construindo Sua morada, tentador adi-cionar um pouco de nossas idias ou decoraes. muito difcil no incorporar algo de nossos prprios desgnios e direes. Mas vamos nos lembrar sempre: "...pois aquilo que elevado entre os homens abominao diante de Deus" (Lc 16:15).

    MUITOS TIPOS DE TRABALHADORES

    H muitos tipos de obreiros hoje no projeto de construo de Deus. Assim como o projeto de uma construo terrena requer diferentes tipos de trabalhadores, incluindo eletricistas, enca-nadores, carpinteiros, pedreiros etc., assim tambm a construo de Deus requer pessoas para desempenhar diferentes funes.

    Lemos no Novo Testamento sobre apstolos, profetas, evan-gelistas, pastores e mestres. Alm disso, aprendemos sobre diversos tipos de dons e ministrios. Este livro no tem o objeti-vo de delinear e discutir cada uma dessas diferentes funes, mas apenas dizer que elas so muitas e variadas.

    Um importante ministrio que tem uma relao direta com nossa atual investigao o trabalho de um apstolo. Deus o Arquiteto de Sua construo. Ele mesmo desenhou a planta. Mas tambm h aqueles que so chamados "sbios constru-tores" (1 Co 3:10-NVI). So um tipo de supervisores ou mestres de contruo. So indivduos que passaram um tempo na mon-

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    tanha de Deus, olharam profundamente dentro do Seu corao, viram o Seu plano e entenderam como construir aquilo que viram. Este o trabalho de um apstolo. Portanto, um apstolo algum que tem uma viso ampla dos desejos de Deus e uma clara compreenso espiritual de como construir aquilo que Deus revelou a ele.

    Os apstolos so aqueles a quem Deus revelou "Seus mis-trios". Paulo escreve: "...pois, segundo uma revelao, me foi dado conhecer o mistrio..." (Ef 3:3). Tendo recebido revelaes, ento eles se tornam "despenseiros dos mistrios de Deus" (1 Co 4:1). Eles obtiveram algo de supremo valor e so responsveis perante Deus por sua administrao. Isto significa que os aps-tolos devem ser humildes servos, compartilhando fielmente com o resto do corpo de Cristo as coisas preciosas que Deus lhes revelou. Eles precisam trabalhar para que os outros membros sejam guiados pela mesma revelao celestial.

    claro que cada tipo de ministrio necessita de alguma re-velao divina para operar. Cada membro do corpo deve seguir a liderana sobrenatural para ser efetivo. Entretanto, aqui que encontramos um problema comum na Igreja hoje.

    Para explicar melhor, vamos falar sobre o encanador. Vamos admitir que ele saiba lidar com os canos. Ele bom naquilo que faz e sabe que seu trabalho uma parte essencial do projeto. Mas, se ele comear a pensar que o que v e sabe a totalidade do projeto, ento comeam a surgir problemas.

    Talvez pudssemos pensar em nosso "encanador" como um evangelista. Ele bom naquilo que faz. Ele sabe que a sua parte importante. Em tudo que l na Bblia, ele v evangelismo. J que esse o seu dom e a sua funo, isto o que Deus revela a ele pela Sua Palavra. Mas tambm muito possvel e at mesmo comum para este evangelista comear a imaginar que viu o plano completo de Deus. Ele comea a pensar que a sua parte a mais importante, que o seu trabalho o trabalho que Deus quer que seja feito. J que isto que v quando olha a Palavra de Deus, ele supe que isto tudo o que est ali para ser visto.

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    20 DEIXE O MEU POVO IR!

    Entretanto, j que este(a) irmo() no um apstolo, sua viso limitada, porque Deus no revela a ele(a) o Seu plano mais completo. A menos que tenha a humildade de considerar isto e compreender que necessita do resto do corpo, ele indu-bitavelmente ir encontrar dificuldades e tambm causar muitos problemas na Igreja por meio do seu trabalho. Em vez de traba-lhar em harmonia com as outras partes, ele ou ela podem se tornar independentes e at mesmo lutar contra o que os outros esto fazendo, j que as aes destes so diferentes daquilo que ele(a) entende.

    A propsito, no queremos perseguir os evangelistas. Esse mesmo problema tambm evidente em outros membros do corpo de Cristo, ainda que cheios de dons.

    Hoje, na Igreja de Cristo, vemos muitos irmos e irms cons-truindo dessa maneira imprevidente. Pensando que o seu mini-strio o mais importante ou mesmo o nico caminho, eles comeam a "construir uma igreja" em torno do seu ministrio. Em vez de simplesmente fazer a parte deles na construo do corpo, eles se retiram para um canto e congregam com outros que concordam com eles, ou a quem eles convencem da importncia de seu ministrio.

    O resultado que vemos grupos tentando construir a casa de Deus exclusivamente com canos e encaixes (que exemplifi-cariam o evangelismo). Outros esto construindo somente com fios, tomadas e pontos de luz (que corresponderiam profecia ou ensino). Cada um enfatiza a sua compreenso e o seu dom, sem a humildade de ver que a parte deles apenas uma parte do plano.

    Assim, compreendemos parte da importncia do ministrio apostlico. Parte dessa funo servir s vrias partes do corpo, ajudando-as a compreender o plano mais amplo de Deus e lhes mostrando como podem executar a sua parte em harmonia com o resto. J que viram mais da construo completa, eles podem ser teis aos outros, ajudando-os a utilizar seus dons e mi-nistrios para construir a eterna morada de Deus. A viso apos-

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    UMA VISO CELESTIAL 21

    tlica um elemento necessrio construo da casa de Deus. Ento, importante para todos os trabalhadores da construo que eles ouam e compreendam a viso celestial daqueles que genuinamente a receberam.

    A revelao divina absolutamente essencial quando esta-mos construindo a Igreja de Deus. No podemos nem mesmo comear sem ela. Assim como um construtor de um grande edifcio ou at mesmo de uma casa bem menor, no pensaria em comear a construo sem uma planta, assim tambm ns pre-cisamos receber a revelao de Deus. Precisamos ver o que est em Seu corao. Ento, precisamos ser cuidadosos para construir exatamente de acordo com a viso que temos recebido, en-quanto estamos com Ele na montanha.

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    2.

    A SUBSTNCIA DA IGREJA

    nos convertemos e comeamos a pensar em traba-lhar junto com Deus para cumprir Seus propsitos eternos, primeiro precisamos receber Dele uma revelao. Precisamos gastar tempo em Sua santa presena. Precisamos subir "ao santo monte de Deus". l que percebemos o que est em Seu corao e l que compreendemos o que devemos construir e como faz-lo. Sem esta revelao, possvel e at bem provvel que muito do nosso tempo e energia seja gasto construindo algo que Ele no deseja.

    Uma das coisas sobre as quais devemos ter certeza quando comeamos a construir sobre o tipo de materiais que devemos usar. Quando estamos construindo a habitao do Deus eterno, h normas especficas que precisamos seguir no que diz respeito aos materiais empregados. No somos livres para usar qualquer tipo de elementos que consideramos apropriados. Se quisermos satisfazer o corao de Deus, precisamos seguir cuidadosamente o plano divino.

    Por um lado, podemos facilmente construir com materiais naturais. As Escrituras chamam estas coisas de "madeira",

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    "palha" e "feno". Estes itens so representativos do que o ser humano pode fazer por si prprio. Por exemplo, um homem natural pode planejar, organizar, administrar e usar seus talen-tos "dados por Deus" para influenciar pessoas e at mesmo atrair seguidores.

    Muitos homens e mulheres podem persuadir outros sobre sua "posio". Podem recrutar outros para se unir s suas fileiras. Podem dar conselhos, ensinar e at pregar sobre um grande nmero de assuntos. Podem fazer discursos interes-santes, poderosos e cheios de emoo. Estas e muitas outras coisas podem ser feitas pelo homem natural.

    J que o homem natural pode fazer todas estas coisas, fcil fazer todas elas quando comeamos a trabalhar para Deus. Especialmente se temos habilidades em algumas reas, muito natural pensar que podemos usar nossos recursos para ajudar a construir a casa de Deus. Mas, como a origem destas coisas ter-rena e humana, elas realmente so apenas madeira, palha e feno. No importa o quo impressionante seja a estrutura que esta-mos construindo. O que conta o tipo de material que usamos na construo.

    As Escrituras tambm mencionam outros tipos de materiais de construo: ouro, prata e pedras preciosas. Estes itens so representativos de materiais de origem divina. Eles no so as obras que os homens fazem para Deus, mas as obras que o prprio Deus faz por meio dos homens. Quando estamos cons-truindo com materiais divinos, no somos mais ns que estamos fazendo a obra, mas Deus que vive e Se move por meio de ns para cumprir Seus propsitos.

    Muitos homens tm habilidades. Alguns podem construir uma choupana ou uma casa. Outros possivelmente poderiam construir um avio. Outros ainda so capazes de desenhar e construir espaonaves ou computadores gigantes. H coisas realmente notveis que os homens tm construdo.

    Mas ainda h uma coisa que o homem no pode construir. Ele no pode fazer um ser vivo. Nenhum homem pode juntar

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    A SUBSTNCIA DA IGREJA 25

    clula com clula, conectar as vrias clulas aos nervos, fazer ossos e msculos, vrios rgos especficos e fazer com que tudo viva e respire. Somente Deus pode dar a vida e fazer um ser vivo.

    A casa de Deus, na qual Ele ir morar por toda a eternidade, uma casa viva. Ns, o Seu povo, somos "as pedras vivas" desta casa (1 Pe 2:5). A casa de Deus no uma estrutura fsica, estti-ca, como a que construiria qualquer presidente ou rei na Terra. Ao contrrio, uma construo viva, com a Vida de Deus. um tabernculo vivo, que respira e se move. um vaso no qual Ele pode ser visto e atravs do qual Ele viver, Se mover e Se expressar no Universo.

    J que nenhum homem pode fazer algo vivo, claro que ns no podemos construir coisa alguma para Deus por ns mes-mos. O melhor que podemos fazer trabalhar junto com Ele (1 Co 3:9). Seguindo a Sua liderana, momento a momento, e con-fiando plenamente em Seu poder, podemos ser usados por Ele para construir algo que Lhe agrada.

    Mesmo se tivssemos recebido a revelao do produto final, ainda assim, no teramos a habilidade sobrenatural para fazer aquilo que vimos. Podemos receber uma viso divina. Podemos receber um vislumbre de Sua casa eterna. Mas ns somos e sem-pre seremos dependentes de Deus para fazer a obra em ns e por meio de ns. A revelao nunca nos faz capazes de fazer as coisas por ns mesmos. Em vez disso, como criancinhas, pre-cisamos andar de mos dadas com o nosso Criador e cooperar com o que Ele est fazendo a cada dia.

    DEUS DESEJA UMA NOIVA

    "Ento o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem e este adormeceu: tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne" (Gn 2:21).

    Aprendemos nas Escrituras que nosso Senhor est preparan-do uma Noiva para Si (Ap 21:2). No Velho Testamento, lendo

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    sobre a criao de Ado e Eva, encontramos um quadro profti-co referente futura Noiva de Cristo. Ali podemos entender bem sobre o tipo de materiais que Deus quer usar. dito que Ado foi criado "do p da terra" (Gn 2:7). Ele foi feito de mate-rial comum, terreno.

    Mas quando Eva, sua noiva, foi criada, Deus usou algo dife-rente. Eva foi feita de algo que saiu "do lado" de Ado. Nada mais foi acrescentado. Nenhum "p", nenhuma madeira, folha, ou pedra foi usada. Deus usou apenas o que Ele havia retirado do lado de Ado para fazer sua noiva. Esta histria antiga ainda nos fala hoje.

    Assim como Ado foi colocado para dormir, a fim de que Deus executasse nele a primeira cirurgia para a retirada do material com o qual faria sua noiva, assim tambm Jesus "caiu adormecido" na cruz. L, o cirurgio assistente de Deus, o sol-dado romano, fez uma inciso no lado de Jesus e algo muito pre-cioso jorrou: sangue e gua (Jo 19:34). O sangue e a gua, repre-sentando a Vida derramada de Cristo, so as genunas substn-cias que o Pai est usando hoje para construir uma Noiva, Sua Igreja. Assim como no caso de Eva, nada terreno ou humano pode ser acrescentado. Nenhum outro ingrediente pode ser usado. Somente a Vida de Jesus Cristo pode ser usada para edi-ficar uma Noiva que o Seu corao deseja.

    A VIDA DE DEUS

    J que a Vida de Jesus a substncia - de fato, a nica subs-tncia que podemos usar para construir apropriadamente a santa habitao de Deus - talvez seja bom gastarmos um tempo para investigar exatamente o que ela . Embora alguns leitores possam j estar bem familiarizados com este assunto, para muitos ser algo novo e muito importante.

    No Novo Testamento, que foi escrito originalmente em grego, encontramos pelo menos trs diferentes palavras gregas que so traduzidas por uma nica palavra em portugus:

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    "vida". Evidentemente, os gregos tinham uma cultura filosfica com uma compreenso mais rica e mais ampla da vida do que temos hoje. Ento, eles usaram vrias palavras diferentes para expressar essas idias.

    Neste momento, trs palavras gregas vo ter a nossa ateno. Elas so "BIOS", "PSUCH" e "ZO". Estas trs palavras so traduzidas por uma nica palavra portuguesa -"vida", embora elas tenham significados bastante diferentes. Portanto, importante conhecer o significado destas palavras e fazer a diferena entre elas enquanto lemos a Bblia. Desta forma, podemos ter uma compreenso melhor do que a Bblia est dizendo. Por favor, me acompanhe enquanto revemos os significados destas trs palavras gregas.

    A palavra BIOS parece ser a que mais se aproxima do que queremos dizer quando falamos "vida" em portugus. Inclui idias como a durao de nossa vida, nosso trabalho ou susten-to, nossa conduta moral e nossa vida biolgica.

    A palavra PSUCH geralmente significa nossa vida psi-colgica ou a vida de nossa alma. Isso inclui nossa vida emo-cional e nossos pensamentos. De fato, esta palavra freqente-mente traduzida por "alma" e contrastada com o nosso espri-to. Em Hebreus 4:12, lemos que uma das funes da Palavra de Deus fazer uma clara e definida diviso entre nossa alma (PSUCH) e nosso esprito.

    A palavra grega ZO mais freqentemente usada no Novo Testamento para se referir a um tipo de vida muito especial, a Vida de Deus. Os escritores do Novo Testamento escolheram esta palavra grega para expressar algo supremamente exaltado - a Vida do prprio Deus. J que Ele o nico ser eterno do Universo, o nico que nunca foi criado, Sua Vida realmente algo muito especial.

    esta Vida sobrenatural que estava em Jesus Cristo (Jo 1:4). esta Vida, sem princpio e sem final, que fluiu do Seu lado no Calvrio. esta Vida toda-poderosa e triunfante que Ele d gra-tuitamente queles que crem. E esta a Vida genuna do

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    prprio Deus, que Ele usa para construir Sua Igreja, Sua Noiva. Esse o nico material aprovado com que podemos construir a Sua morada eterna.

    OUTROS MATERIAIS

    Ento, quando comeamos trabalhar com Deus e construir Sua casa, devemos usar os materiais apropriados. Precisamos construir com a Sua Vida ZO. Precisamos usar apenas esta substncia. Nada mais precisa ser acrescentado. Nada mais, humano ou terreno, pode ser usado. Isto significa que nossas habilidades naturais esto excludas.

    Por exemplo, precisamos pr de lado nossa habilidade para fazer com que as pessoas nos sigam. Nosso dom para influenciar pessoas e persuadi-las a fazer o que queremos tambm precisa ser desconsiderado. Nossa personalidade carismtica, que fre-qentemente usamos para encantar os outros e atra-los para a nossa obra, rejeitada. Nosso modo de manipular os outros politicamente; nossas tcnicas de aparncia para sermos amigos de todos e atra-los para o nosso grupo; nossa presena autoritria que temos usado para impressionar as pessoas -todas essas coisas devem ser lanadas fora. Mais do que isso, nosso conhecimento, todas as coisas que aprendemos sobre "como" construir uma "igreja", devem ser descartadas.

    Por que estas coisas devem ser descartadas? Porque elas tm origem na alma. Elas so uma expresso da nossa vida PSUCH e no uma revelao da Vida de Deus. Enquanto nossos talentos e habilidades so uma expresso de nossa vida natural, nenhum resultado sobrenatural pode acontecer.

    Quando desejamos trabalhar junto com Deus e construir a Sua morada eterna, precisamos nos humilhar e nos esvaziar de todas as nossas idias e planos pr-concebidos. Precisamos deixar de lado tudo o que aprendemos com as outras cons-trues meramente humanas. Na verdade, precisamos nos arrepender de tudo o que estivemos fazendo e que no passava

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    A SUBSTNCIA DA IGREJA 29

    de esforo humano e natural. Ento precisamos aprender a cons-truir de acordo com Seu plano celestial. Como vimos, um aspec-to essencial deste plano que nenhum material pode ser usado, alm daquele que Ele providenciou e que a Sua prpria Vida sobrenatural!

    Alguns podero argir que Deus, j que nos fez de uma certa maneira, com certas aptides e talentos, certamente gostaria que usssemos estas habilidades naturais para a Sua glria. Entretanto, este no o caso. Nada natural pode ser usado em Sua construo. Ele no ir morar em um Templo feito por nossas mos, no importa o talento que voc imagina ter. Sua construo de madeira, palha e feno pode ser bonita, mas no a casa de Deus.

    A questo aqui no se temos ou no habilidades, mas: Quem est no controle destas habilidades? Quem est realmente fazendo a obra? Que "vida" est animando nossos talentos e habilidades? verdadeiramente a Vida de Deus ou o homem natural tentando trabalhar por Deus? Somos ns que estamos dando o melhor de ns para Ele ou Ele Se movendo e fluindo por meio de ns?

    Nada que seja natural dentro de ns pode ser usado por Ele, at que seja total e completamente quebrado por Suas mos! Nossa confiana em nossa capacidade de fazer as coisas deve acabar totalmente. Nossas habilidades pessoais e qualificaes no tm nenhum valor para Deus, enquanto elas esto sob o controle do homem natural. Enquanto a nossa vida natural se expressan-do, o resultado s pode ser algo combustvel.

    Paulo, o apstolo, antes de se converter, era um forte homem natural. Tinha muitas habilidades naturais. Ento Deus traba-lhou em sua vida para quebrar a confiana que ele tinha em si mesmo. Depois de anos de experincia seguindo a Cristo, ele pde escrever: "Porque, quando estou fraco, ento, que sou forte" (2 Co 12:10). E: "Porque ns tambm somos fracos nele, mas viveremos, com ele, para vs outros pelo poder de Deus" (2 Co 13:4). Ele cita, em nosso benefcio, o que Jesus ensinou a ele:

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    "Minha graa te basta, porque o poder se aperfeioa na fraque-za [humana]" (2 Co 12:9). As habilidades humanas freqente-mente atrapalham a obra de Deus, mas, nas fraquezas humanas, Ele glorificado, porque nelas pode exibir o Seu poder.

    OUTROS TIPOS DE ANIMAIS

    Antes de Deus fazer uma noiva para Ado, Ele e Ado exa-minaram juntos todos os animais, e Ado foi lhes dando nomes. Mas, quando lemos essa passagem cuidadosamente, em Gnesis 2:18-20, vemos que aquela no foi apenas uma sesso para denominar animais. Deus e Ado estavam procurando por algo especfico. Estavam procurando uma noiva para Ado (vs. 20). Mas nenhuma pde ser encontrada.

    Embora os pssaros e outros animais fossem, sem dvida, graciosos, felpudos, amigveis e atraentes, cada um a seu modo, eles no tinham o mesmo tipo de vida que Ado tinha. Eles no eram da mesma espcie que ele. Portanto, nenhum deles se qua-lificava para ser sua esposa. Eles foram rejeitados. Do mesmo modo, o prprio Deus s pode se casar com algum que tenha a mesma Vida e a mesma natureza que a Sua. Isto significa, assim como no caso de Ado, que a Noiva de Deus deve ser constru-da com aquilo que sai do Seu lado.

    Talvez, o grupo com o qual voc se rene seja bem sucedido. Pode ser que muitas pessoas sejam atradas pelo seu trabalho. Possivelmente, seus programas diferenciados para jovens, solteiros, casais etc., sejam bem freqentados. Pode ser que sua percia (ou a de sua esposa) em organizao e gerenciamento seja espantosa, e voc esteja conseguindo alcanar suas metas.

    Talvez, suas realizaes aparentes estejam atraindo a ateno dos outros, e o seu "ministrio" esteja se expandindo rapida-mente. possvel que recentemente voc tenha se unido a um movimento "cristo" muito popular, e por isso "sua igreja" este-ja crescendo muito rapidamente. Talvez, voc esteja ganhando fama ou at mesmo uma audincia internacional.

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    Em todas essas situaes, h uma questo importante que precisa ser respondida: Tudo isso um produto da Vida Divina ou fruto da habilidade e ambio humana? um produto do que est jorrando do lado de Jesus ou algo natural e terreno, vestido com palavras e frases crists? O que voc est construin-do realmente a Noiva de Cristo ou apenas um outro tipo de animal gracioso e felpudo? Ou, pior ainda, algum tipo de monstro religioso? Apenas um tipo de obra ir suportar o dia do julgamento. As outras todas sero queimadas (1 Co 3:15).

    No sou juiz de sua obra para Deus. Ele quem vai analisar tudo o que fazemos. Cada um de ns estar diante do trono de Deus, apresentando todas as nossas obras, e ento o julgamento de Deus ser executado sobre ns. Com isto em mente, ns somos exortados a examinar cuidadosamente nossa prpria obra luz de Deus (Gl 6:4).

    Meu trabalho como seu irmo em Cristo no aprovar ou condenar o que voc est fazendo em nome de Jesus. apenas compartilhar com voc as coisas que Ele tem me mostrado e estimular voc, no temor a Deus, a ouvir o que Ele pode estar falando a voc e a responder a Ele de todo o seu corao.

    A VERDADEIRA CASA DE DEUS

    A verdadeira casa de Deus construda pela ministrao de Vida ZO fluindo para ns e atravs de ns pelo Santo Esprito. Estamos sendo transformados em habitao de Deus atravs do Esprito (Ef 2:22). "o Esprito da vida (ZO) em Cristo Jesus" (Rm 8:2) que est fazendo a obra em ns e por meio de ns. Este no um trabalho que o homem natural possa fazer. No h nada dentro de ns, desassociado da ministrao da Vida pelo Esprito Santo, que possa servir para ser usado na construo.

    Portanto, essencial para cada cristo saber distinguir se est no Esprito ou se est meramente operando pela alma. preciso ser capaz de discernir quando se est agindo e falando pelo fluir da Vida divina ou quando algo natural est operando.

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    Precisamos desesperadamente discernir o que vem do Alto e o que vem da Terra.

    A chave aqui que a nova Vida de Deus vive em nosso esprito humano. O Santo Esprito Se uniu ao nosso esprito e os dois espritos se tornaram um (1 Cor 6:17). Portanto, o que est fluindo para ns, vindo do nosso esprito, vem de Deus. Por outro lado, o que vem de nossa alma natural, terreno e rejeita-do para a santa construo do templo de Deus.

    Como precisamos ns, o povo de Deus, experimentar a sepa-rao entre nossa alma e nosso esprito (Hb 4:12)! desespe-radora a nossa necessidade, nesta hora, de saber quando sim-plesmente nossa alma agindo por Deus e quando realmente Deus agindo por meio de ns! Esse assunto de distino entre alma e esprito vasto. No h espao neste livro para falar disso com grandes detalhes. Mas eu quero estimular todos os leitores a gastar algum tempo revendo dois captulos de meu livro DE GLRIA EM GLRIA. Estes dois captulos, o 10 e o 11, sobre a diviso entre alma e esprito, podem ser de grande ajuda para a compreenso desse assunto essencial.

    Entretanto, h dois aspectos da alma que necessitam ser examinados mais detalhadamente, j que eles entram muito facilmente em nossos projetos de construo para Deus.

    A MENTE HUMANA

    Primeiro, vamos falar sobre nossa mente. A mente parte de nossa alma. Quando nossa mente est debaixo do controle do Esprito, temos o fluir da Vida ZO e paz (Rm 8:6). Mas quando nossa mente est sendo motivada pela carne, a vida da alma flui de nossa mente e o resultado a morte.

    Freqentemente, tal uso carnal de nossa mente o resultado de agirmos de acordo com o nosso conhecimento acumulado. Muitos crentes, talvez sem imaginar isto, tm "aprendido" a agir como um cristo. Eles tm experincia no que dizer ou fazer e em como lidar com diversas situaes. Talvez tenham sido

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    A SUBSTNCIA DA IGREJA 33

    treinados em alguma escola sobre como viver e agir em um ambiente cristo. possvel que pensem saber como construir uma igreja ou um grupo e esto ocupados completando o que sabem fazer entre o seu crculo de conhecidos cristos.

    Por exemplo: pode ser que eles tenham um certo jeito de orar que pensem "trazer resultados". Possivelmente pensam que sabem a maneira certa de expulsar demnios. possvel que tenham aprendido uma maneria especial de pregar, usando vrios tons de voz e gestos dramticos, paracendo uma pea de teatro. Essas e muitas outras coisas similares so freqentemente empregadas na Igreja do Senhor.

    Desta forma, esto tentando construir a casa de Deus com materiais terrenos, carnais. Eles usam a sabedoria natural da mente humana. Isto talvez nos faa lembrar as palavras de Paulo: "Se algum julga saber alguma coisa, com efeito, no aprendeu ainda como convm saber" (1 Co 8:2). O que real-mente precisamos saber como construir com o Esprito Santo e por meio Dele, que quem transmite a Vida de Deus.

    Voc se lembra do Jardim do den? L havia uma rvore chamada "rvore do conhecimento do bem e do mal". A rvore era cheia de conhecimentos. Talvez fosse bom expandirmos um pouco a nossa compreenso dessa verdade, para ver que ela re-presenta muito mais do que simples conhecimento do mal.

    Devemos estar cientes de que h tambm um "bom" conhe-cimento exibido por essa rvore. Tal rvore era (e ainda ) cheia de todo tipo de conhecimento e sabedoria boa, humana e terre-na. Esse "bom" conhecimento inclui o conhecimento de: como construir uma igreja; como aconselhar pessoas em determinadas situaes; como organizar vrios ministrios da igreja; como fazer isto ou como fazer aquilo de um modo "cristo"; e muito, muito mais.

    O resultado de comer o fruto daquela rvore era a morte. Tambm hoje isto uma verdade. Sim, a mente usada pelo homem natural produz morte. A mente humana, cheia de todo o tipo de conhecimento de como ser um cristo, de como agir ou

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    reagir em cada situao, como formar um grupo etc., resulta em morte espiritual. A mente natural, sendo animada e usada pela vida da alma, produz morte, onde quer que ela se manifeste. Verdadeiramente, as Escrituras dizem que "o saber ensober-bece" (1 Co 8:1), mas nada faz para construir a casa espiritual de Deus.

    Possivelmente, voc tem passado por algumas experincias que podem confirmar essas verdades. Voc pode ter assistido a muitos cultos e pregaes que no edificaram o seu esprito. Pode ser que sua mente tenha sido estimulada, mas o seu homem interior no foi alimentado. Possivelmente, voc rece-beu conselho ou ministrao que no penetrou na raiz de suas necessidades, nem ministrou a Vida ZO. Seu esprito foi deixa-do sem o verdadeiro alimento espiritual.

    H incontveis homens e mulheres hoje que, embora sejam participantes de algum tipo de grupo cristo organizado, esto realmente morrendo de fome espiritual. Se a ministrao que recebem meramente mental, se simplesmente a transmisso de conhecimento bblico, eles no podem receber nutrio. Qualquer ministrao que no seja a expresso da Vida divina fluindo por meio do Esprito Santo no pode edificar a Noiva. A Noiva de Jesus feita somente do que fluiu do Seu lado no Calvrio.

    EMOES E ENTRETENIMENTO

    claro que alguns percebem a falta do fluir da Vida. Eles discernem que no esto recebendo alimento espiritual. Mas, comumente a soluo deles tambm carnal. Sentindo a lacuna espiritual, eles recorrem estimulao emocional para tentar preencher o espao vazio. Sua msica de louvor torna-se mais e mais alta. Participantes so incentivados a bater palmas, saltar e danar. Algumas pregaes se tornam simplesmente uma gri-taria de palavras ou frases comumente aceitas. Tudo isso e muita coisa mais meramente um esforo para incitar as emoes dos

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    A SUBSTNCIA DA IGREJA 35

    que assistem, tentando preencher a falta do fluir do Esprito Santo. Isto tambm tem a sua origem na alma.

    Estimulao emocional no faz nada para alimentar o espri-to humano. Quando encontros cristos sempre se constituem em muito som estridente e gritaria, um observador casual pode ser levado a concluir que, ou o Deus desse grupo surdo, ou Ele est muito, muito distante.

    Uma outra ttica comum nas igrejas dos nossos dias, em uma tentativa de compensar a falta do fluir da Vida, recorrer a vrios entretenimentos. Claro que h os corais e os solos padres. Mas, popular mesmo hoje em dia, so as danas cos-tumeiras, com bandeiras e roupas, apresentaes de teatro, mmica e at bandas profissionais. Luzes faiscantes e efeitos especiais tambm podem ser usados. Pode ser que estas coisas tragam ao nosso grupo um sucesso aparente. possvel que mais e mais pessoas estejam comparecendo aos nossos encon-tros. Talvez imaginemos que estamos construindo a casa de Deus com os nossos mtodos diferenciados.

    Mas, precisamos parar um minuto e nos perguntar questes muito srias. Ser possvel que essas coisas sejam simplesmente terrenas e humanas? Elas esto produzindo resultados espiritu-ais? Os homens e mulheres que esto comparecendo aos nossos encontros tm sido transformados imagem de Deus? Eles tm sido libertos do pecado e cheios da Vida de Deus de uma maneira visvel, que pode ser comprovada? Eles esto sendo transformados em pessoas santificadas, em quem Deus se agra-da de habitar? Suas vidas esto sendo mudadas, seus casamen-tos restaurados e as suas famlias esto sendo governadas pela graa de Deus?

    A nossa ministrao o resultado do fluir da Vida divina ou um substituto humano? Esse um trabalho que estamos fazen-do para Deus ou um trabalho que Deus est fazendo por meio de ns? E tal trabalho verdadeiramente prova de fogo, para que venamos o teste no dia do julgamento, ou algo que parece bom, mas na verdade feito de madeira, feno e palha? A ver-

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    dadeira Noiva de Cristo est sendo construda somente com aquilo que est fluindo de Seu lado ferido.

    ANDANDO POR F

    Muitas pessoas, quando discutem como construir a Igreja, querem saber quais passos devem dar. Parecem desejar algum tipo de frmula ou programa que possam seguir. Gostam de ter algo tangvel em suas mos, algo que possam fazer, algo que usem para melhorar o seu grupo. Eles se sentem muito inse-guros em simplesmente confiar que Jesus far a obra.

    Mas a casa de Deus uma casa espiritual. No nada que dependa de planos, programas e frmulas. Por ser espiritual, tambm misteriosa e intangvel. O homem natural no pode compreend-la com a sua mente natural. Nossos olhos fsicos no podem v-la. E nossas mos humanas no podem constru-la. Somente a Vida derramada de Cristo pode executar este tra-balho.

    A casa de Deus uma casa viva. No algo esttico que pos-samos planejar, determinar ou controlar. J que ela viva, ela sempre nova. Jesus, o arquiteto desta casa, est vivo hoje. Quando Ele andava aqui na Terra, Suas palavras e aes eram sempre imprevisveis. Quando Seus discpulos acordavam a cada manh, no tinham a menor idia sobre para onde Ele iria, o que iria dizer ou o que iria fazer a seguir. Eles simplesmente tinham que confiar Nele para lider-los e, assim, eles O seguiam para onde Ele fosse.

    Nada mudou. Jesus no nos revela uma srie de passos para construir a Sua casa. Ns, com a simplicidade das crianas, devemos andar com Ele todos os dias. Ns tambm precisamos andar com Ele mesmo sem saber o que vai acontecer depois. Precisamos acreditar que, conforme O seguimos e obedecemos, Sua casa estar sendo construda. Colaborar com Deus na cons-truo de Sua casa um caminho de f. No algo fixo ou pr-programado. Se no soubermos como caminhar com Jesus por

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    f, no poderemos construir Sua casa. Pela f, somos capazes de sentir Sua liderana no dia a dia e de colaborar com Ele nas coisas que Ele est fazendo.

    Se pensarmos que sabemos o que fazer, h uma grande pro-babilidade de tentarmos faz-lo. Se imaginarmos conhecer o plano, muito fcil para o nosso homem natural tentar execut-lo. No momento em que pensamos saber o que Deus est fazen-do, ns estendemos nossas mos humanas para tentar ajudar.

    Por esta razo, Deus no nos mostra tudo. Seu plano que caminhemos com Ele e O obedeamos. Nunca vai terminar a necessidade de caminhar com a confiana de uma criana. Se quisermos trabalhar com Deus na construo de Sua casa, este o nico caminho.

    Imaginar que sabemos o que fazer e como faz-lo evidn-cia de que perdemos nossa direo espiritual. No momento em que pensamos que sabemos como ou o qu construir, isto prova de que Jesus se mudou e ns estamos simplesmente nos agarrando forma vazia de algo que Ele fez no passado. Quantos homens de Deus esto nesta posio! Esto tentando permanecer em algo que Deus fez no passado. Isto no funciona.

    verdade que Deus pode nos dar uma direo futura. Ocasionalmente, Ele nos mostrar como executar uma coisa ou outra para Ele. Entretanto, estas coisas so sempre sujeitas a mudanas. Nosso Senhor est sempre fazendo coisas novas. No podemos tirar os olhos Dele. Precisamos olhar sempre para Ele e no somente para as coisas que Ele fez no passado. Preci-samos estar sempre prontos, como o povo de Israel no deserto, para empacotar nossas coisas e partir a qualquer momento. No podemos perder contato com Ele. Deste modo, seremos frutfe-ros em nosso trabalho de construo de Sua morada eterna.

    CONSTRUINDO COM VIDA

    Nosso chamado da parte de Deus para edificar os mem-bros individuais do corpo de Cristo. Isso requer que estejamos

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    38 DEIXE O MEU POVO IR!

    ministrando uns aos outros a Vida de Jesus. Como podemos ser cheios da Vida de Deus? Vamos investigar um pouco sobre este importante assunto.

    A necessidade bsica de tudo que tem vida alimento. Qualquer ser vivo, seja planta ou animal, precisa de alimento para viver. Portanto, podemos concluir que, para estarmos cheios da Vida espiritual, precisamos receber algum tipo de nutrio espiritual. Nossa Vida espiritual no cresce por apren-dizagem. No produto de um esforo mental ou emocional. No h outro jeito de estar cheio de Vida, a no ser comer. Ainda mais, precisamos comer freqente e consistentemente.

    O alimento que nosso ser espiritual necessita uma pessoa: Jesus Cristo. Ele nos explica: "...se no comerdes a carne do Filho do Homem e no beberdes o seu sangue, no tendes vida [ZO] em vs mesmos" (Jo 6:53). Isto muito simples. Para estarmos cheios de Sua Vida divina, precisamos estar em intimidade espiritual com Ele. Precisamos estar comendo e bebendo de tudo o que Ele .

    Portanto, o primeiro passo que precisamos dar para construir a casa de Deus nos encher de tudo o que Ele . Precisamos gastar tempo, muito tempo, em Sua presena. Precisamos comer, beber e respirar todas as facetas de Sua natureza. Preci-samos nos saturar, at o ponto de transbordar esta Vida (ZO) abundante. Isto deve se tornar a nossa experincia diria.

    Ento, quando falamos aos outros, isso o que devemos compartilhar com eles. Quando estivermos com eles, eles sen-tiro o aroma suave de Cristo. Quando ministrarmos, ensinar-mos, aconselharmos ou ajudarmos algum, o que sair de den-tro de ns ser aquilo que tivermos adquirido. "A boca fala do que o corao est cheio" (Mt 12:34). Se no estivermos nos ali-mentando do Cordeiro, teremos apenas algo humano para com-partilhar. Se no estivermos nos enchendo dessa substncia di-vina, nosso "ministrio" ser somente terreno e humano.

    Quando nos falta a Vida ZO para ministrar, a nica alterna-tiva confiar na carne. Ento, dependemos de nosso conheci-

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    A SUBSTNCIA DA IGREJA 39

    mento bblico. Nossa educao, nossa atrao pessoal, nossas habilidades naturais, nossos talentos persuasivos entram em ao. Quando no temos o verdadeiro Cordeiro para oferecer, resta-nos, como foi com Caim, meros vegetais. E isto no pode construir a morada eterna de Deus.

    EM QU ESTAMOS TRABALHANDO?

    Na Igreja de Jesus Cristo hoje h muita atividade. Encontros, conferncias, seminrios e retiros existem em abundncia. Muito trabalho est sendo feito. H muita atividade na construo. Mas parece que muito deste trabalho est sendo feito para me-lhorar a alma. Muitos dos esforos cristos parecem se dire-cionar para fazer "o velho homem" melhorar.

    Algumas igrejas empregam regras e regulamentos para ten-tar controlar apetites carnais. Talvez essas normas se apliquem a tipos de roupas, estilos de cabelos e atividades esportivas.

    Outros grupos submetem seus membros a algum tipo de autoridade humana, como o pastor ou algum tipo de "discipu-lador" que, supostamente, deve supervisionar suas vidas. Outros ainda empregam algum tipo de sistema de reeducao, seja de estudos bblicos, programas de treinamento, seminrios etc., para ensinar o novo crente como se comportar de um modo melhor. Em quase todas as "igrejas" h algum esforo sendo feito para melhorar, retreinar ou restringir a velha vida e a velha natureza.

    Mas todos estes esforos so condenados ao fracasso. Isto porque eles no penetram na raiz dos problemas humanos. A causa real de nosso problema no o que fazemos, mas o que somos em nossa PSUCH ou alma. O que ns somos - seres humanos com vida e natureza pecadoras - o que nos faz errar. Somente a Vida de Jesus Cristo tem o poder de lidar com este problema.

    A soluo aqui ministrar a Vida aos espritos dos outros. Conforme o homem espiritual cresce, o velho homem levado

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    4 0 DEIXE O MEU POVO IR!

    morte. Quando a nova Vida espiritual se fortalece, nossas ati-tudes e aes mudam. Nossos apetites e desejos se tornam dife-rentes. Nossos pensamentos e opinies comeam a refletir os de nosso Senhor. Isto no porque ns fomos instrudos ou reedu-cados, mas porque h uma nova Vida vivendo em ns e por meio de ns.

    A Vida que recebemos de Jesus cheia do Seu carter e de Sua natureza divina. Seus pensamentos, sentimentos, planos e propsitos so todos contidos em Sua Vida. Assim, quando esta Vida cresce, ela comea a se expressar em ns e por meio de ns. Comeamos ento a sentir Seus sentimentos e a, realmente, pen-sar Seus pensamentos. Quanto mais esta Vida amadurece, mais refletimos Cristo em cada aspecto de nossas vidas. Em vez de tentar pensar, agir ou falar imitando Jesus, podemos nos tornar uma expresso real de Sua Vida eterna. Ns nos tornamos vasos vivos por meio dos quais o prprio Deus Se revela.

    Ento a nossa meta deve ser nos encher com esta Vida e mi-nistr-la aos outros. Quanto mais dela obtivermos, mais frutfero ser o nosso ministrio. Deus ir usar nossos dons e habilidades espirituais para Se expressar por meio de ns. Ento, os que esto ao nosso redor tambm sero alimentados e crescero. A coisa mais importante que podemos fazer para construir a casa de Deus vir a Ele constantemente e encher nossos espri-tos com Sua Vida. Deste modo, ns podemos "repartir" ou "ministrar" aos nossos irmos e irms e at mesmo ao mundo que perece.

    Qualquer outro mtodo, no importa o quanto seja bem intencionado, no pode deter o pecado. Isto porque tais mto-dos somente funcionam tentando corrigir nossos pensamentos, nossos sentimentos e nossas decises. Estes so simples aspectos de nossa alma.

    Paulo muito claro quando explica que a lei fraca, porque ela opera somente atravs da carne (Rm 8:3). Do mesmo modo, todos os nossos esforos para aplicar "princpios cristos" s nossas vidas, apenas atingem o homem exterior. Eles no fazem

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    A SUBSTNCIA DA IGREJA 41

    coisa alguma para transformar algo da PSUCH para a Vida ZO. Alm disso, qualquer "disciplina" a que possamos subme-ter qualquer crente que est errando nada far para penetrar a profundidade da questo, que aquilo que ele .

    A verdadeira soluo a ministrao do Esprito. Quando estamos caminhando em Vida, porque estamos em comunho com Deus e cheios de Sua Vida. Ento podemos ministrar isto aos outros. Esta ministrao viva penetra no profundo do espri-to humano, efetuando uma mudana verdadeira e eterna no centro daqueles a quem ministramos.

    Esta Vida, que fluiu do lado ferido de Jesus Cristo na cruz, o nico elemento que pode ser usado para construir a casa de Deus. Como precisamos experimentar esta Vida! Como pre-cisamos conhecer esta Vida, para discernir entre ela e as mani-festaes da alma! uma necessidade desesperadora, nesta lti-ma hora, para o povo de Deus deixar os vos exerccios reli-giosos. essencial pararmos toda atividade que meramente da alma, humana e terrena. crucial nos arrependermos de toda a nossa obra natural e de todos os esforos terrenos e comearmos a viver e a trabalhar pelos impulsos de uma Outra Vida.

    Queridos irmos e irms, estas consideraes so impor-tantes. Todas as nossas obras sero julgadas um dia. O fogo de Deus ir nos testar e tambm quilo que estivemos construindo. Que possamos ter humildade para interromper qualquer coisa que percebemos no vir Dele. Que ns possamos ter honesti-dade para admitir e abandonar qualquer construo que tenha sido feita por mos humanas. Que ns possamos estar entre aqueles de quem ser dito: "...suas obras foram feitas em Deus" (Jo 3:21).

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    A FORMA DA IGREJA 43

    3.

    A FORMA DA IGREJA

    Cada tipo de vida, seja vegetal, seja animal, tem sua forma particular. Quando cresce, ela se molda aos padres de seus ge-nitores. Torna-se aquela forma reconhecvel que mostra de onde veio. Por exemplo, cada variedade de rvore cresce de acordo com a sua forma familiar. Uma bananeira tem sempre a mesma aparncia. Uma macieira tem uma forma tpica. As pessoas que tm familiaridade com plantas podem dizer, distncia, que rvore aquela, apenas pela sua forma. A mesma regra ver-dadeira para com os animais. Um co sempre aparenta ser um co, assim como um gato sempre aparenta ser um gato.

    Reconhecemos a vida desses animais pela sua forma. Esta forma exterior resultado da vida que est no interior deles. A vida do gato sempre produz a forma de gato. A vida do cachor-ro sempre cresce em forma de cachorro. Essas formas familiares no so um resultado de auto-esforo da parte dessas criaturas. Tambm no so produzidas por meio de outros seres adminis-trando ou fiscalizando o desenvolvimento delas. Ao invs disso, a prpria vida presente nelas que produz a forma familiar.

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    44 DEIXE O MEU POVO IR!

    Exatamente do mesmo modo, a Vida de Jesus Cristo, medi-da que cresce dentro dos crentes, produz a Igreja. Esse um princpio da maior importncia. a Vida de Deus que produz a forma da Igreja, Sua Noiva! Mais do que isso, apenas esta Vida (ZO) que produz a Igreja. Se vamos trabalhar junto com Deus na construo da Igreja que Ele deseja, precisamos compreender inteiramente esse fato bsico.

    Quando desejamos trabalhar junto com Deus e construir Sua morada eterna, precisamos aprender a construir de acordo com o padro que vimos na montanha. Este padro um padro vivo. A Igreja de Jesus um ser vivo. Sua Noiva construda pela Sua Vida. Portanto, apenas construindo com a Sua Vida e pela Sua Vida que podemos chegar ao resultado que Ele tanto almeja. At que tenhamos compreendido essa verdade bsica e essen-cial, no estamos em condies de construir a casa de Deus!

    O PADRO DO NOVO TESTAMENTO

    Muitos crentes esto construindo hoje, mas muitos deles no tm um entendimento claro sobre o que esto fazendo. O erro mais comum que cometem achar que discernem o padro de construo enquanto lem o Novo Testamento. Ento comeam a copiar este padro. Eles trabalham ativamente para reproduzir a forma que acreditam ter visto.

    comum que alguns lderes ou grupos imaginem ter alcanado o padro que mais se assemelha ao padro do livro de Atos ou das Epstolas. Eles acreditam que o seu jeito o mais bblico. Talvez estejam implantando um certo tipo de estrutura de autoridade. Talvez selecionem diconos e pastores de uma maneira especial. Possivelmente esto iniciando certos tipos de encontros, cerimnias ou prticas. Pode ser que estejam insistin-do em um certo esquema de doutrinas, crenas ou at no uso de novas palavras "mais bblicas".

    O problema que copiar um padro que algum pensa ter percebido um srio engano. colocar o carro na frente dos

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    A FORMA DA IGREJA 45

    bois. Nunca podemos colocar em prtica algum padro, doutri-na ou exerccio e produzir algo que agrade a Deus. O padro que acreditamos ver, nunca, nunca ir produzir a Vida de Cristo. Por outro lado, a Vida de Cristo sempre gera o padro ou forma apropriada, aquele que Deus deseja.

    Esta verdadeiramente uma questo de vida ou morte. Quando tentamos reproduzir um padro, invariavelmente o resultado ser algo sem vida, algo morto. Ns no temos o poder de gerar Vida. Somente Deus pode fazer isso.

    Talvez acreditemos que, se produzirmos algo prximo ao padro divino, Deus vai descer correndo para abeno-lo. Possivelmente, pensemos que, se conseguirmos construir algo semelhante ao que vimos na Bblia, Ele vir morar neste lugar. Talvez achemos que Ele vir e dar Vida imagem que fizemos. Mas no, isso nunca acontecer! Nosso Deus nunca dar Vida ao que construmos para Ele, no importa se acreditamos que algo bblico.

    Portanto, muitas de nossas obras permanecem mortas ou sem efeito. Permanecem uma coisa sem vida que precisamos constantemente tentar empurrar para a frente com programas, atividades e entusiasmo humanos. Sempre requerem a nossa ateno para que se mantenham em movimento. Precisamos sempre manter a estrutura religiosa sendo alimentada pela ener-gia, esforo e organizao humana .

    Por no ter a sua prpria vida, a estrutura humana sempre requer o servio daqueles que tm um relacionamento vivo com Jesus. Porque a forma religiosa no viva, ela necessita con-stantemente sugar nutrio daqueles que tm intimidade e comunho com Jesus.

    Ento, o zelo, o entusiasmo e o amor por Jesus, que os mem-bros dos grupos humanamente controlados tm, tornam-se o suporte para os planos e programas da instituio. Os membros so usados para liderar vrios programas, acompanhar novos visitantes e assumir muitas outras atividades, que so neces-srias para manter a mquina em movimento.

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    4 6 DEIXE O MEU POVO IR!

    Tais organizaes necessitam de homens e mulheres que lhes sirvam de alimento, assim como um parasita necessita de um corpo vivo para dele tirar seu sustento. Algumas vezes, quando a organizao j usou toda a vida que estava em algums membros, quando eles j deram tudo o que podiam para ajudar e acabaram sem fora e sem nimo, ela os cospe e procura ou-tros para tomar seus lugares. Esse triste desfecho o resultado de se estar construindo com materiais terrenos, ao invs de subs-tncias divinas.

    ENTO, COMO VAMOS CONSTRUIR?

    Podemos trabalhar com Jesus na construo de Sua Igreja, ministrando Sua Vida uns aos outros. Ele declarou que Ele "a Vida" (Jo 11:25). Portanto, quando O compartilhamos com os outros, estamos construindo a Igreja. Conforme O seguimos, Ele nos guiar a usar de maneira certa os dons e os ministrios que nos deu para edificar a outros. Por meio de nosso relacionamen-to ntimo com Ele, iremos receber uma revelao viva, cheia de sabedoria e de direo. Aps isso, podemos compartilhar o que recebemos. Essa Vida produzir, ento, a forma que Ele desejar.

    Os crentes que esto em relacionamento ntimo com Jesus a cada dia esto cheios de Sua Vida. Estes indivduos esto cons-tantemente fazendo algo, pois o seu Senhor os est dirigindo dia a dia. Eles esto visitando os doentes. Esto compartilhando o Evangelho. Esto procurando solucionar as necessidades dos outros e pedindo a Deus maneiras para conseguir fazer isso. Esto cuidando dos pobres. Esto orando uns pelos outros e constantemente procurando um meio de ministrar Cristo uns aos outros.

    Tais cristos esto sempre juntos, porque o Esprito de Deus os est incitando a procurar a companhia e a amizade dos ou-tros. Esto se encontrando, orando juntos e louvando juntos. Esto sendo edificados e mantidos unidos pelo Esprito Santo. No h necessidade aqui de controle humano. No h homem

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    A FORMA DA IGREJA 47

    algum ou grupo algum que esteja planejando ou organizando isso. A direo sobrenatural. A Vida de Cristo ir produzir todos os atributos da Igreja que vimos no Novo Testamento.

    Todos os elementos da Igreja devem ser um produto da Vida sobrenatural de Cristo: quando nos encontramos; onde nos encontramos; como os encontros so conduzidos; o uso dos dons; a funo dos vrios ministrios; nosso relacionamento com os outros membros do corpo; quando atuamos juntos; quando vamos orar; como, quando e onde iremos evangelizar; o exerccio de qualquer tipo de liderana; etc. Cada aspecto singu-lar da Igreja deve ser um produto da Vida Divina. Cada atitude, movimento ou atividade do corpo deve ser um resultado da Vida e da direo do Cabea da Igreja. Enquanto isso no acon-tecer, haver apenas uma forma religiosa e morta.

    Jesus ressuscitou da morte. Ele est vivo hoje e capaz de nos liderar. Porque Ele vive e Se move por meio dos diferentes membros de Seu corpo, a forma de Sua Igreja comea a se ma-nifestar. Quando ministramos Jesus Cristo uns aos outros, a morada de Deus est sendo construda. Quando o Esprito de Deus flui dentro de ns e atravs de ns, esta edificao sobre-natural aparece. a Vida de Deus que habita em ns e que ministrada aos outros por meio de ns. o prprio Senhor Jesus vivendo e Se movendo por meio de Seu povo para preparar a Sua Noiva. Esse o modo, na verdade o nico modo, pelo qual a Igreja pode ser edificada.

    Queridos irmos e irms, precisamos edificar com Vida. No devemos tentar arrumar a Igreja do jeito que julgamos ser corre-to. No precisamos planejar, controlar ou organizar as pessoas para conseguir a forma que achamos ideal para a Igreja.

    No h absolutamente nenhuma necessidade de homens e mulheres tentarem manipular a outros para conseguir uma aparncia bblica. No somos chamados a usar mtodos humanos para atingir metas sobrenaturais. O segredo de cons-truir a Igreja viva ministrar Jesus aos outros. Sua Vida sempre ir produzir a Noiva pela qual Ele tem ansiado.

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    4 8 DEIXE O MEU POVO IR!

    Deus no depende de nossas habilidades organizacionais para reunir um grupo de pessoas e mant-las unidas. Ele no espera ansiosamente que usemos nossos dons para impressio-nar um nmero adequado de indivduos, a fim de podermos constituir uma "igreja". No necessrio moldarmos os outros a algo que julgamos ser o desejo de Deus. Nosso Deus no mora e nem ir morar nesses templos construdos por mos humanas. Ele est procurando por uma casa viva. Esta casa resultado de Sua Vida crescendo dentro de homens e mulheres.

    Sabemos pelas Escrituras que Jesus est procurando por uma Noiva. Vamos tomar como ilustrao o exemplo de um homem. Normalmente, o homem est muito interessado na beleza e na forma de sua futura esposa. Essas coisas so impor-tantes para ele. Ele pode, ento, sair e comprar um manequim? Esse objeto pode ser excepcionalmente atraente e bem feito, mas ir satisfaz-lo? Claro que no! Este homem est procurando por algum vivo, cheio de vida, que possa responder a ele de muitas maneiras diferentes.

    Da mesma forma, Jesus nunca iria desejar entrar em uma unio matrimonial com uma forma vazia. Ele est procurando por algum que esteja vivo, cheio de Sua prpria Vida. Conseqentemente, nunca deveramos fazer da forma a nossa meta, mas sim permitir que a Sua Vida crie Sua Noiva da maneira que Ele a deseja.

    FALSOS APSTOLOS

    H hoje, na comunidade crist, muitas pessoas que se auto-intitulam "apstolos". Pode ser que alguns deles tenham real-mente este ministrio. O esperado que muitas dessas pessoas tenham recebido uma viso e estejam construindo de acordo com ela.

    Entretanto, existem, infelizmente, os "falsos apstolos" (2 Co 11:13). H aqueles que pretendem ter sido enviados por Deus, mas na verdade no tm a preparao e a viso necessrias para

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    A FORMA DA IGREJA 49

    realizar este ministrio. Possivelmente, eles mesmos se auto-enviaram ou foram enviados por outros homens para tentar fazer a obra de Deus. Muito embora eles possam ser bem suce-didos ao estabelecer vrios grupos debaixo de sua liderana e controle, pode ser que o que estejam fazendo no resista ao teste do dia do Julgamento.

    H alguns desses homens, aparentes apstolos, que poderi-am ser chamados "apstolos cortadores de biscoitos". Um corta-dor de biscoitos uma forma de metal ou plstico que emprega o mesmo padro de corte repetidamente, em uma pea suave e moldvel de massa. Esses apstolos so aqueles que imaginam ter discernido o padro encontrado no Novo Testamento. Eles supem ter compreendido a "forma" da Igreja.

    Ento eles vo, de grupo em grupo, aos que do abertura para eles, e ali "colocam as coisas em ordem". Isso significa que eles arrumam a liderana e as atividades do grupo, subjugando-os s suas idias. Quando os membros do grupo so jovens, inexperientes ou suficientemente maleveis para se submeter ao seu controle, ento eles estabelecem o seu padro naquele lugar. Assim, eles acreditam estar "plantando uma outra igreja neotes-tamentria".

    Mas h um pequeno problema. Essa frmula no pode e nunca ir atrair ou produzir a Vida de Deus. Tudo o que pode ser adquirido com esses esforos chegar a algo parecido com uma Igreja, mas sem Vida. Pode ser que tais esforos produzam algo que aparente ser muito bblico. provvel que esses cons-trutores tenham muitos versculos para dar sustentao ao que esto fazendo. Mas, conforme estivemos vendo, ser bblico no suficiente. Ser meramente bblico no produz a Vida de que necessitamos.

    Por exemplo, os fariseus dos dias de Jesus eram muito fami-liarizados com a Palavra de Deus, embora falhassem em ver Deus nela. Eram muito bblicos, mas O perderam. Precisamos estar construindo com a Vida Daquele que foi revelado na Bblia. Simplesmente imitar o que achamos que os primeiros

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    50 DEIXE O MEU POVO IR!

    crentes fizeram ir produzir algo morto. Uma forma morta, superficial, no um lugar onde Deus Se interesse em morar.

    O padro do Novo Testamento, que precisamos ver e com o qual necessitamos construir, uma Pessoa Viva. Deixe-me repe-tir isto. O padro do Novo Testamento uma Pessoa! No um sistema, uma estrutura de autoridade ou algum tipo de "ordem" bblica a qual devemos aderir. Quando construmos com Jesus, a casa de Deus edificada. Quando plantamos a semente viva, a Igreja viva cresce a partir dela.

    O EXEMPLO DA FLOR

    Vamos tomar agora o exemplo da flor. Suponha que dese-jamos ter um tipo de planta com flores - talvez uma margarida. Temos duas escolhas. Para atingir o nosso objetivo, podemos ir a uma loja que venda determinados objetos e comprar alguns itens: material de seda colorida, arame verde, um pouco de cola, tinta e tudo o que precisamos para produzir uma planta e suas flores. Podemos ento trabalhar com este material. Podemos cortar, colar e pintar. Podemos fazer folhas, hastes, botes e flo-res. Logo teremos algo que se parea com a flor que desejamos.

    Hoje, h pessoas que so peritas nesse tipo de coisa. Tenho visto flores de seda que nem se distinguem das flores reais. So to reais e bem feitas que aparentam ser flores genunas. Voc pode at mesmo comprar um perfume e colocar nelas para que cheirem como uma flor real. Mas h um pequeno problema. Elas esto mortas. So artificiais. Elas se parecem com algo real, mas so falsas. So uma simples imitao.

    Quantas obras para Deus se encaixam nesta categoria! Elas tm a aparncia ou a estrutura das Escrituras, mas falta-lhes abundncia de Vida. Elas parecem adequadas e possuem carac-tersticas que esto de acordo com o Novo Testamento. Elas tm flores, com hastes e ptalas, mas no so vivas. Talvez elas te-nham ancios, diconos, cultos etc., mas no tm a Vida de Deus que est enchendo e animando cada parte de sua estrutura. A

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    A FORMA DA IGREJA 51

    forma no resultado da Vida e, portanto, nunca poder satis-fazer o Senhor.

    Se quisermos ter uma flor, h uma outra maneira de con-segui-la. Entretanto, um modo muito mais vagaroso e um processo que pode parecer tolo. Entretanto, o caminho da vida. Primeiro voc pega um pequeno gro - a semente - e a enterra no solo. Aps isso, voc espera alguns dias. Com carinho e o tempo apropriados, a vida que est contida nesta semente ir florescer. O poder da vida que est nesta pequena e insignifi-cante semente ir produzir as lindas flores que voc deseja.

    Do mesmo modo, quando desejamos edificar a Igreja, pre-cisamos compreender esse princpio da Vida. Temos que ter pacincia. Algumas vezes podemos parecer tolos aos olhos dos outros. Nosso trabalho simplesmente ministrar Jesus Cristo aos outros, quando e como o Esprito Santo escolher. No pre-cisamos saber muito. No precisamos de educao religiosa for-mal. No precisamos fazer nada com nossa prpria fora ou inteligncia. Apenas precisamos pacientemente servir aos outros com alimento eterno, a Vida de Jesus Cristo. Podemos fazer isto confiando completamente que esta Vida produzir o padro do Novo Testamento. A ministrao do Esprito Santo resultar sempre em Igreja. Nunca crescer algo diferente.

    Conforme uma planta cresce, no comeo, ela no se parece em nada com a foto que voc v no pacote de sementes. Prova-velmente como um pequeno broto verde, muito frgil e que poderia ser confundido com muitas outras plantas ou mesmo com erva daninha. Mas, com tempo e nutrio, todas as feies da flor comeam a aparecer. Comeamos a ver as folhas, as hastes e os botes. Finalmente, a flor completa est em vigor.

    Quando simplesmente ministramos Jesus, no princpio as coisas podem parecer pequenas e insignificantes. Contudo, somos advertidos a no desprezar "o dia das pequenas coisas" (Zc 4:10). Pode ser que nem todas as "caractersticas" da Igreja estejam em evidncia. Talvez, todos os dons e ministrios no estejam ainda em plena florao. Pode ser que algumas partes

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    52 DEIXE O MEU POVO IR!

    estejam faltando. Mas Deus nos fala sobre isso em Sua Palavra. Em Marcos 4:28, lemos "...primeiro a erva e ento a espiga de milho". O pequeno broto verde (a erva) surge primeiro e, ento, depois de algum tempo e de nutrio, ns vemos o fruto (a espi-ga do milho).

    Precisamos confiar na semente. A Vida de Cristo ir pro-duzir sempre e somente a verdadeira Igreja viva. No temos a necessidade de sair correndo e comear a fabricar algo por ns mesmos, nem para Deus. Vamos esperar pacientemente. Vamos continuar semeando e regando, sabendo que, em Seu tempo, o desejo divino vir tona.

    Sabemos, por exemplo, que na Igreja vemos certos dons e ministrios. Lemos no Novo Testamento sobre evangelistas, pas-tores, mestres, apstolos e profetas (Ef 4:11). Lemos sobre dons de cura, milagres, sabedoria, conhecimento, profecia e muitas outras coisas. Compreendemos que a igreja primitiva se reunia diariamente, de casa em casa (At 2:46). Os apstolos estavam ensinando no Templo (At 5:42). Pouco depois, alguns foram enviados para ensinar e pregar. Diconos foram escolhidos (At 6:5). Ancios foram reconhecidos (At 14:23). Igrejas foram plan-tadas. Podemos identificar muitas partes diferentes desta plan-ta. Mas como tudo isto aconteceu? Foi resultado de esforo humano ou do fluir da Vida Divina?

    O QUE JESUS ESQUECEU

    No sei como aconteceu, mas parece que Jesus Se esqueceu de ensinar aos discpulos como estabelecer uma igreja. Ele pas-sou um bom tempo com eles, cerca de trs anos e meio. Estavam juntos todo o tempo, comendo, viajando, ministrando e dormin-do. Entretanto, Ele parece ter Se esquecido de ensin-los como organizar uma igreja. Nos quatro evangelhos no encontramos registro de tal instruo.

    Jesus no explicou como realizar os cultos. No mencionou como selecionar diconos ou ancios. Ele parece ter negligenci-

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    A FORMA DA IGREJA 53

    ado o ensino de como organizar coisas, como fazer alguns encontros, como realizar reunies de orao, grandes cele-braes ou pequenos grupos. Talvez no tenha passado pela Sua mente deixar instrues sobre como levantar ofertas, pagar os pastores e outras despesas. Ele no deu sugestes de como criar novos grupos para as crianas e atividades para os adolescentes, ou promover retiros e convenes. Ele passou tanto tempo com eles e no lhes ensinou coisa alguma sobre essas coisas e outras tantas que parecem to importantes.

    Mas, de fato, encontramos dois versculos nos quais Jesus nos ensina sobre a Igreja. Um deles quando Ele especifica-mente diz: "Eu edificarei a minha Igreja" (Mt 16:18). Isto deveria falar profundamente conosco. Ele nunca disse: "Por favor, vo e construam a minha Igreja de acordo com as seguintes instru-es." Ele insistiu em dizer que Ele iria fazer o trabalho. Ele iria fazer a construo.

    Nossa funo seria partir e pregar ao mundo sobre Ele. Ns devemos anunciar ao mundo as Boas Novas sobre a Sua Pessoa e sobre a Sua obra. Enquanto ns O ministramos aos outros, Ele vai construindo a Sua casa. Sim, somos Seus colaboradores. Ns temos uma parte para executar. Entretanto, no construir algo para Ele, mas deixar que Ele trabalhe por meio de ns.

    Um segundo versculo no qual Jesus nos fala sobre a cons-truo de Sua Igreja Joo 16:13. Ali ns lemos que Jesus iria nos enviar o Esprito Santo e que, quando Ele viesse, nos guiaria toda verdade. Em vez de ensinar aos discpulos uma lista de instrues e de passos a serem tomados, Ele disse que lhes enviaria o Esprito Santo. Seguindo o Esprito Santo, todos as necessidades de seus coraes seriam supridas. A ordem destas coisas muito importante. Primeiro, Deus derramou do Seu Santo Esprito. Depois, temos o registro de tudo o que Deus fez em Seu povo e por meio de Seu povo.

    Todas as caractersticas, os dons, as reunies e os ministrios da Igreja, sobre a qual lemos na Bblia, eram resultado dos homens e mulheres seguindo o Esprito Santo. Aquelas pessoas

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    54 DEIXE O MEU POVO IR!

    no tinham o Novo Testamento. Elas tambm no possuam instrues detalhadas de Jesus. Ento, eram foradas a confiar no Esprito Santo dia a dia. Simplesmente tinham de segui-Lo em f e confiana. Elas eram guiadas por Sua Vida, e a Sua Vida produziu as igrejas que vemos na Palavra de Deus.

    Ento, se queremos ver essas mesmas coisas acontecendo em nosso tempo e lugar, o que devemos fazer? Precisamos fazer as coisas do mesmo modo que os crentes do Novo Testamento. Primeiro, precisamos ser cheios do Esprito Santo. Depois, pre-cisamos segui-Lo em tudo o que Ele nos levar a fazer. Quando fizermos isso, poderemos ter completa certeza de que a Sua li-derana ir produzir as coisas que vemos no livro de Atos e nas Epstolas. A Vida de Deus somente ir produzir a Igreja.

    Por outro lado, se simplesmente tentarmos repetir o padro que acreditamos ver no Novo Testamento, iremos nos desviar do objetivo. Iremos pro