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educação, fisica

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O que deficincia fsica/neuromotora

Deficincia Fsica

Definio

A deficincia fsica pode ser definida como uma desvantagem, resultante de um comprometimento ou de uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho motor de uma determinada pessoa, ocasionando alteraes ortopdicas e/ou neurolgicas.Ou, dito de outra forma:A deficincia fsica abrange uma variedade de condies no sensoriais que afetam o indivduo em termos de mobilidade, de coordenao motora geral ou da fala, como decorrncia de leses neurolgicas, neuromusculares e ortopdicas, ou ainda, de ms-formaes congnitas ou adquiridas.

Assim, so considerados portadores de deficincia fsica os indivduos que apresentam comprometimento da capacidade motora, nos padres considerados normais para a espcie humana.

importante salientar que a deficincia fsica no tem nada a ver com deficincia mental; a deficincia fsica afeta as funes motoras e no a parte cognitiva da pessoa. Na maioria dos casos, a inteligncia fica preservada.

Que sinais podem ser observados, nas pessoas com deficincia fsica? Movimentao sem coordenao ou atitudes desajeitadas de todo o corpo ou parte dele; Anda de forma no coordenada, pisa na ponta dos ps ou manca; Ps tortos ou qualquer deformidade corporal; Pernas em tesoura (uma estendida sobre a outra); Dificuldade em controlar os movimentos, desequilbrios e quedas constantes; Dor ssea, articular ou muscular; Segura o lpis com muita ou pouca fora; Dificuldade para realizar encaixe e atividades que exijam coordenao motora fina.Tipos de deficincia fsica:Hemiplegia: quando a metade esquerda ou direita do corpo fica paralisada, em decorrncia da leso de clulas nervosas do crebro que comandam o movimento desta parte do corpo;Paraplegia: paralisia dos membros inferiores (pernas);Tetraplegia: paralisia dos membros superiores (braos) e dos inferiores (pernas).Hemiplgicos, paraplgicos e tetraplgicos sofrem leses no sistema nervoso (no crebro ou na medula espinhal), que alteram o controle neurolgico sobre os msculos, afetando os movimentos do corpo. Se a leso afetar a rea da linguagem, a pessoa pode no falar ou falar com dificuldade.As pessoas amputadas tambm so includas no grupo das portadoras de deficincia fsica, tanto as que nasceram sem um membro, perderam-no em um acidente ou precisaram tir-lo por motivo de sade, como um problema circulatrio ou de gangrena.As pessoas com paralisia cerebral pertencem a esta categoria de deficincia fsica. A paralisia cerebral um distrbio do movimento e/ou da postura que ocorre em conseqncia de uma leso que pode ter ocorrido no crebro durante a gestao, na hora do parto ou logo aps o nascimento, devido a uma interrupo no fornecimento de oxignio para o crebro. Esta denominao - "paralisia cerebral" - nos leva a acreditar que estas pessoas tm suas funes cognitivas afetadas, o que nem sempre verdade. A leso afeta, em graus variados, a fala, a coordenao motora ou a locomoo. Por falta de informaes, as pessoas acham que, porque a fala ficou alterada, estas pessoas tm tambm uma deficincia mental.H outros tipos de deficincia fsica, como a esclerose mltipla (uma doena degenerativa que ataca o sistema nervoso, provocando enrijecimento dos membros e dificuldades de locomoo), espinha bfida (ocasionada pela m formao da coluna vertebral e da medula espinhal, durante a formao do feto), poliomielite, que est considerada erradicada, aqui no Brasil, distrofia muscular, que abrange um grupo de disfunes musculares com alguns sintomas em comum, resultantes de falhas no desenvolvimento de fibras musculares e outras.Definio de desenvolvimento motor

Desenvolvimento o processo continuo de mudana ao longo do tempo, que se inicia na concepo e termina apenas com a morte.

O desenvolvimento motor, portanto, a mudana progressiva no comportamento de movimento ao longo do ciclo da vida. Envolve a adaptao continua do individuo s mudanas na sua capacidade de movimento, num esforo incessante de obter e manter o controle motor, e a competncia de movimento. Essa perspectiva no considera o desenvolvimento como algo segmentado em reas cognitivas, afetivas e motoras especificas, nem o toma como se fosse dividido em estgios ou dependente da idade. Ao invs disso uma perspectiva vitalcia sugere que alguns aspectos do desenvolvimento do individuo podem ser conceitualizados em reas, por serem semelhantes a estgios e dependentes da idade, enquanto outros aspectos no podem. Alem disso, o conceito da obteno e da manuteno da competncia de movimento compreende qualquer alterao desenvolvimentista, seja ela positiva ou negativa.

Pode-se estudar o desenvolvimento motor como um processo ou como um produto. Como processo, pode-se considera-lo sobre o ponto de vista de fatores subjacentes que influenciam tanto o desempenho motor, como a capacidade de movimento das pessoas, desde a infncia ate a idade avanada. Como produto, possvel estuda-lo sobre um ponto de vista descritivo ou normativo, e de modo geral o desenvolvimento motor estudado em amplos perodos, fases e estgios.

Deficincia fsica na infncia

As crianas com deficincia fsica tm dificuldades motoras que limitam sua capacidade de interagir com o mundo fsico. Estas deficincias podem impedir que estas crianas desenvolvam habilidades motoras que formam a base do seu processo de aprendizagem. Estas deficincias impedem tambm que elas executem atividades que podem ajudar educadores e terapeutas a entenderem e avaliarem a capacidade intelectual dessas crianas.

Existe um trabalho realizado na Unicamp, que busca descrever essa experincia de aprendizado de uma criana com paralisia cerebral e mostrar como este aprendizado usando o computador pode propiciar s crianas deficientes, especialmente aquelas com paralisia cerebral, a oportunidade de desenvolver atividades interessantes, desafiantes, e que tenham propsitos educacionais e de diagnstico. Estas atividades podem propiciar uma compreenso mais profunda da habilidade intelectual dessas crianas, e podem oferecer elas a chance de adquirir conhecimento e sobrepujar suas deficincias intelectuais.

A criana com deficincia fsica apresenta problemas de coordenao motora que so relacionados com a presena de leso cerebral ou leso de partes do corpo direta ou indiretamente envolvidos no sistema motor. Em geral, estas crianas tm um desenvolvimento intelectual retardado causado pela falta de interao com o meio ambiente, ou pela leso cerebral, a qual pode afetar reas do crebro responsvel por funes intelectuais especficas.

Entretanto, as deficincias motoras tornam quase que impossvel uma melhor avaliao e compreenso da capacidade intelectual destas crianas. Fica muito difcil criar atividades que elas possam desenvolver a fim de permitir a avaliao dos seus potenciais intelectuais, uma vez que elas no conseguem manipular objetos.

Ncleo de Informtica Aplicada Educao

Universidade Estadual de Campinas So PauloA falta de compreenso dos problemas da criana deficiente fsica tem levado as pessoas a adotarem certos comportamentos que tm um impacto negativo no desenvolvimento intelectual destas crianas. Por exemplo, comum encontrarmos pais e professores desenvolvendo todas as atividades para suas crianas, como, por exemplo, vestindo-as, escrevendo por elas, etc. Este tipo de atitude leva a criana a ser ainda mais deficiente, medida que a torna mais dependente e no lhe propicia a chance de desenvolver atividades que ela tem condies de executar. Alm disso, estas atitudes so geralmente adotadas porque as pessoas acham que as chances que estas crianas tm para fazer e aprender coisas mnimas, independente de qualquer programa educacional ou teraputico. Isto freqentemente no verdade, embora os mtodos tradicionais de avaliao e de ensino no tenham se mostrado adequado para resolver a maioria dos problemas que a criana com deficincia fsica encontra no seu dia-a-dia.

O desenvolvimento muscular

Uma vez constatada a deficincia fsica, a criana deve ser encaminhada para um programa de estimulao; alguns profissionais usam o termo "estimulao precoce" e, outros, "estimulao essencial".

muito importante comear a estimular o beb o mais cedo possvel, com o objetivo de desenvolver suas capacidades e sua independncia nas atividades quotidianas, de acordo com a fase de desenvolvimento que ele est.

O tnus dos msculos, isto , sua elasticidade e sua capacidade de se contrair e de se esticar, obedecendo s ordens que o crebro d, o que permite nossos movimentos. medida que os msculos so exercitados, o tnus muscular vai se fortalecendo.

Para que o desenvolvimento motor do beb acontea, preciso que o tnus muscular se fortalea, juntamente com o desenvolvimento do sistema nervoso. Algumas crianas com deficincia fsica so hipotnicas: seus msculos so flcidos, "moles". Em alguns casos de paralisia cerebral, acontece o oposto: os msculos ficam muito rgidos, causando espasticidade.

O ser humano obedece a um padro de desenvolvimento motor, de acordo com sua idade. Este padro no igual para todos; h crianas que tm um desenvolvimento mais rpido, enquanto outras so mais "preguiosas". A criana com algum tipo de deficincia fsica tem mais dificuldade de seguir estas etapas; da a necessidade de fazer exerccios de estimulao e de usar equipamentos e aparelhos, que so de grande ajuda no seu dia-a-dia.

H diversos tipos de aparelhos e adaptaes para o deficiente fsico. Alguns so muito caros; neste caso, os portadores de deficincia fsica ou profissionais habilidosos vem-se levados a usar a criatividade e fazer improvisaes, utilizando materiais disponveis. O fundamental que funcionem e garantam autonomia pessoa que os utiliza.O Desenvolvimento Motor na Deficincia Fsica

Paralisia Cerebral (PC), Acidente Vascular Cerebral (AVC) E Traumatismo Cranio-Encefalico (TCE) restringem os indivduos em termos de experimentao de padres normais de movimentos funcionais que so essenciais para o desenvolvimento motor normal. Conseqentemente, so comuns os atrasos no controle e no desenvolvimento motor. Tipicamente, os portadores PC apresentam atrasos motores porque geralmente tem menos oportunidades de se movimentar, no tm capacidade de movimento ou sentem dificuldade para controla-los. Indivduos com graus variados de TCE e AVC podem ter dificuldades de planejar e executar os movimentos devido ao dano na rea da crebro que responsvel pelo controle motor (e ou trs regies relacionada). Com freqncia as crianas com PC e TCE no so capazes de executar movimentos fundamentais de forma adequada.

Os programas de EF devem incentivar o desenvolvimento seqencial das habilidades e padres motores fundamentais, essenciais para a participao e jogos, esportes e atividades de lazer. A avaliao autentica, que enfatiza a avaliao de habilidades funcionais, deve ser usada nos programas de EF. Ao tentar aperfeioar o desenvolvimento motor, o professor de EF deve preocupar-se com a forma de execuo de um movimento, no com o seu resultado. A meta de todo programa de EF deve ser incentivar as pessoas a atingirem o Maximo de controle e de desenvolvimento motor no que diz respeito s atividades funcionais.

A Aptido fsica na Deficincia Fsica

H um consenso segundo os quais os nveis adequados de aptido fsica ligada sade ajudam os portadores de deficincia a realizar atividades da vida diria, de recreao e lazer; essas atividades, por sua vez, promovem um estilo de vida saudvel. Nveis reduzidos de forca, flexibilidade muscular e resistncia cardiovascular so comuns em portadores de PC, AVC e TCE e podem levar a incapacidade de manter o equilbrio. Fazer atividades da vida diria, transferir ou movimentar o corpo de forma independente, ou participar de atividades funcionais de recreao e lazer. A fora e a flexibilidade devem ser desenvolvidas tanto quanto possvel, pois a falta de trabalho especifico sobre essas capacidades leva ao enfraquecimento e a baixa amplitude de movimento, causando contraturas permanentes de articulaes, que provocam uma significativa perda da capacidade de movimento. Por ex, os portadores de forma mais graves de PC esptica podem ter grande necessidade de desenvolver amplitude de movimento e flexibilidade.

Pessoas que sofreram TCE ou AVC podem precisar desenvolver e manter um nvel adequado de atividade aerbia, sobretudo se o trauma for recente.

Desenvolvimento psico-social e a Deficincia Fsica

Muitos portadores de PC, AVC e TCE carecem de auto-confiana, apresentam baixos nveis de motivao e tem problemas a imagem corporal. possvel desenvolver uma imagem corporal realista se o professor de EF no tiver a expectativa de que os alunos executem perfeitamente as habilidades e atividades. Ao invs disso mais importante que o aluno realize a atividade com a maior independncia possvel, com um grau especifico de competncia. O professor deve promover uma atitude segundo a qual, as vezes, possvel falhar ao fazer as atividades, porque a falha um componente natural do processo de aprendizagem. As atividades fsicas consideradas divertidas, e no difceis, podem motivar os alunos a atuar com o Maximo de seu potencial.

Paralisia cerebral

J que a PC no uma doena, a maioria dos profissionais da rea medica concorda de dizer que ela no tratada, mas controlada. O controle da PC est voltado a amenizar os sintomas provocados pelo dano cerebral e ajudar a criana a atingir o seu potencial maximo de crescimento e desenvolvimento. Essa ajuda consiste em controlar as deficincias motoras e outras associadas. O controle da disfuno motora geralmente implica no desenvolvimento do controle muscular voluntrio, enfatizando o relaxamento muscular e melhorando as habilidades motoras funcionais. Em alguns casos so utilizados suportes ou rteses para ajudar a evitar contraturas ou apoiar os grupos musculares afetados, principalmente os msculos espsticos.

Devido ao dano no SNC, muitos portadores de PC apresentam desenvolvimento de reflexos anormais, muito provavelmente as crianas portadoras de PC faro algum tipo de fisioterapia com o intuito de inibir a atividade desses reflexos e melhorar a flexibilidade e o alinhamento do corpo.

Entretando, dados cientficos recentes mostram que as atividades de manipulao passivas durante os primeiros anos de vida no so to eficientes para corrigir a atividade reflexa anormal quanto se pensava. A nfase do tratamento deve ser a realizao e o refinamento de atividades motoras por meios do auto-controle ativo. Habilidades motoras funcionais, como andar, correr e arremessar, devem ser desenvolvidas e adquiridas.

Os distrbios perceptivos motores tambm contribuem para o mau desempenho motor. Por causa deles, muitas crianas portadoras de PC, apresentam perodos curtos de ateno e se distraem facilmente com pessoas e objetos no ambiente imediato. Assim, talvez seja necessrio fazer as atividades em um ambiente com a menor quantidade possvel de distraes, particularmente no inicio do desenvolvimento da habilidade.

Os distrbios de percepo visual so comuns em alunos portadores de PC e podem prejudicar atividades e provas que envolvem relaes espaciais, como o posicionamento do jogador em esportes coletivos (como futebol), a permanncia na raia (na natao) e determinao de distancia entre os objetos (como as bolas de bocha). Os alunos podem ter dificuldade em varias tarefas que requerem preciso e mira, como arremessar, jogar para cima, ou chutar o objeto em direo ao alvo especificado; e tambm nas que requerem graus variados de coordenao motora fina, como o tiro ao alvo, pesca ou mini-bilhar.

Traumatismo Crnio-encefalico (TCE) ou Acidente Vascular Cerebral (AVC)

Imediatamente aps o AVC, os sobreviventes precisam passar por um processo de reabilitao planejado, sistemtico e individualizado. Com tudo, a intensidade e a durao desse programa dependem do grau de deficincia. Por exemplo, a pessoa que tem paresia (fraqueza muscular), ou paralisia em um membro, mas continua com movimento voluntrio no restante do corpo, necessita de pouca terapia intensiva. Por outro lado pessoa que apresenta paralisia completa nos quatro membros, precisa de terapia mais intensa.

O controle motor tambm fica abalado com o acontecimento desses dois casos. Dependendo do local e da gravidade da leso, os portadores com TCE e AVC podem ter dificuldades para planejar, iniciar e controlar movimentos motores grosseiros e finos. Tipicamente, os portadores de TCE tem dificuldade para executar movimentos em seqncia. Esse fato tem implicaes importantes na EF e nas atividades esportivas, principalmente quando necessrio ligar combinaes de habilidades independentes na seqncia. Pessoas que sofreram TCE ou AVC tipicamente precisam re-aprender os movimentos e padres movimento que eram executados normalmente antes da leso. Para ajudar nesse processo, as habilidades mais complexas devem ser divididas em sub-habilidades mais simples, que devem ser praticadas na seqncia. Como esses indivduos tipicamente tem problemas para processar informaes, eles precisam, aps as instrues, de tempo suficiente para planejar os movimentos antes de execut-los.

Como acontece com os portadores de PC, a percepo visual das pessoas que sofreram TCE ou AVC tambm pode ser afetada.Por tanto, essas pessoas podem ter dificuldades de fazer atividades que requerem relaes espaciais e controles de objetos, como agarrar, chutar e bater. Logicamente as atividades que incorporam o controle de objetos devem ser individualizadas. Os adolescentes com TCE E AVC devem ter a opo de atividades de esporte e lazer que iro aprender nas aulas de educao Fsica. Essa opo lhes confere o necessrio senso de independncia e autocontrole, alm de contribuir para uma transio tranqila da escola comunidade.

Amputaes

A falta de membros, tanto superiores como inferiores, pode afetar o nvel de habilidade motora. Amputaes adquiridas acima ou abaixo do cotovelo e acima ou abaixo do joelho, por exemplo, podem resultar, inicialmente em prejuzo ou falta de jeito no desempenho das habilidades motoras. Esse fato pode ser acentuado em adolescentes e adultos que j aprenderam essas habilidades (por exemplo, arremessar por cima, chutar uma bola) com seus membros dominantes. A ausncia de um membro afeta o centro de gravidade em maior grau nas amputaes de membro inferior que nas de superior. O resultado disso uma dificuldade nas tarefas que requerem equilbrio. O desenvolvimento do equilbrio esttico e dinmico crucial para a execuo de habilidades locomotoras como andar, correr, pular num p ou sentar na cadeira de rodas (com o objetivo de se locomover). As atividades que promovem o desenvolvimento do equilbrio e do alinhamento correto do corpo devem ser incentivadas. A velocidade e a agilidade tambm podem ser prejudicadas, particularmente nas deficincias de membros inferiores. A natao muitas vezes ajuda os amputados.

Deficincias Medulares

O dano medula espinhal pode acontecer em decorrncia de doenas infecciosas ou de diversas causas genticas e ambientais. As causas comuns as deficincias medulares, e as implicaes para o planejamento e realizao da EF.

Deficincias medulares so problemas que decorrem de uma leso ou doena nas vrtebras e/ou nervos da coluna vertebral. Quase sempre, esto associadas a certo grau de paralisia, devido ao dano medula espinhal. O grau de paralisia depende do local da leso na coluna vertebral e do nmero de fibras nervosas destrudas em conseqncia dessa leso.

O professor de educao fsica deve estar ciente dos diversos sistemas de classificao das deficincias medulares. Porm a que nos interessa, neste caso, so as mdicas, pois se baseia no seguimento da medula espinhal que foi comprometido.

O grau de paralisia e/ou perda de sensibilidade est relacionado ao local da leso (quanto altura na coluna) e ao nvel de dano neural (grau da leso). Se a medula sofreu rompimento completo, a pessoa no tem controle motor nem sensibilidade nas partes do corpo que esto inervadas abaixo daquele ponto. Por exemplo, um indivduo com leso em T1 completo teria todos os msculos e capacidades apresentadas nesse nvel e acima dele normalizadas (inervao dos msculos do pescoo, braos e diafragma). J em muitos casos, o dano medula espinhal apenas parcial, tendo como resultado a reteno de algum controle motor ou sensibilidade abaixo do local da leso.

necessrio fazer um diagnstico junto a uma equipe de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais para, assim saber quais as funes remanescentes ao individuo lesado, pois s dessa forma podemos modificar e /ou desenvolver programas alternativos adequados para suprir as necessidades de alunos portadores de deficincias medulares. Se no houver preciso no diagnostico o risco de agravar a situao do paciente, ou desenvolver um programa de atividades fsicas que no seja efetivo para a recuperao e/ou aprendizado do deficiente eminente.

O professor de EF pode prever necessidades nas reas de imagem corporal, forca na parte superior do corpo, amplitude de movimento, resistncia e tolerncia cadeira de rodas. Essas necessidades, juntamente com as capacidades funcionais dos alunos.

A Natao para deficientes fsicos: implicaes e aplicaes

As atividades aquticas podem oferecer situaes de sucesso e satisfao para PPD (Eichstaedt & Kalakian,1987) onde sua contribuio para a manuteno da sade bem como promoo de auto-estima podem ser muito significativas para o desenvolvimento da criana portadora de deficincia, uma vez que a infncia delas caracterizada por muitos episdios de frustraes. Por exemplo, as atividades no meio liquido tem sido elegidas como formas de tratamento de pessoas que tem distrbios motores, particularmente problemas de marcha, cujas partes do corpo tem dificuldade de vencer a fora da gravidade (Sherill, 1986). A impulso e a resistncia da gua possibilitam a natao em comum de deficientes e no deficientes (Innenmoser, 1979). Existem efeitos teraputicos que so cumpridos pela presena do meio liquido.

A gua tambm pode ser vista como um meio para refinar padres de movimento e de explorao das relaes eu-espao-tempo (Burkhardt & Escobar, 1986). Pode-se ter como objetivos o desenvolvimento do autoconceito, autoconfiana, prover desafios, desenvolvimento de esquema corporal, melhora da propriocepo, formao de esquemas motores. Porm, temos que levar em conta as limitaes que a gua impe na execuo de movimentos no meio liquido por deficientes.

Um exemplo o lesado cerebral, onde a natao proporciona meios de estimulao para o desenvolvimento da etapa psico-motora em que encontra. Se as condies o permitirem, poder desenvolver a percepo cinestesia e o auto-controle Tonico, afirmao da lateralidade, orientao espacial e percepo temporal necessrias a organizao prxica.

Outro exemplo que a natao tambm uma atividade aerbia excelente para os amputados, pois muitas vezes minimiza o efeito da ausncia do membro, pois podemos utilizar nadadeiras para ajudar na propulso. Alem disso, para a escoliose, o nado crawl ajuda a amenizar a giposidade nos hemi-torax escoliticos, sendo que a alterao ocorre devido a modificao na tcnica da respirao (inspirao/expirao).

Consideraes pedaggicas

importante a compreenso do processo evolutivo do aluno com deficincia fsica/neuromotora, e das interferncias que limitam, parcial ou totalmente, as suas funes corporais na interao com o meio.

O educador, a partir do diagnstico clnico (deficincia), ter condies de estabelecer parmetros relativos s:

Limitaes decorrentes do grau e da extenso das reas lesadas.

Implicaes pedaggicas.

Aes previstas e providas no atendimento s necessidades do aluno.

Estratgias que ofeream condies de oportunidade de igualdade para o desenvolvimento do potencial.

Para o desenvolvimento de um trabalho pedaggico efetivo com esse alunado, faz-se necessrio estabelecer uma interao com a famlia e os profissionais da rea clnico-teraputica (fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudilogo, psiclogo) para o entendimento, no apenas do diagnstico, mas das implicaes motoras no desempenho pessoal, educacional e social desse aluno.

Na prtica do contexto escolar, esses conhecimentos bsicos relativos ao aluno com deficincia/neuromotora traro segurana escola e ao professor, em sala de aula, no processo ensino-aprendizagem, bem como sero indicativos das medidas a serem tomadas no atendimento s necessidades educacionais.

Servios de Apoio Especializados ofertados na rea da Deficincia Fsica/Neuromotora

O Departamento de Educao Especial, no uso de suas atribuies e considerando os preceitos legais que regem a Educao Especial (LDB/9394/96), Diretrizes Nacionais para a Educao Especial na Educao Bsica, Parecer n. 17/01 CNE, Resoluo n. 02/01 CNE e a Deliberao n. 02/03 CEE), expediu a Instruo n. 02/04, que estabelece critrios para a solicitao de Professor de Apoio Permanente em Sala de Aula para atuar no Ensino Fundamental, Ensino Mdio e Educao de Jovens e Adultos, e a Instruo n. 02/04, que estabelece critrios para a solicitao do servio de apoio Centro de Atendimento Especializado para a Educao Bsica e Educao de Jovens e Adultos.

Os servios e apoio especializados garantidos na Deliberao n. 02/03 tm a finalidade de atendimento s necessidades pedaggicas do aluno com comprometimento motor, visando o acesso, a permanncia e sua progresso no processo de ensino-aprendizagem.

O papel da famlia

Segundo a psicloga Rosana Glat: "A influncia da famlia no processo de integrao social do deficiente uma questo que deve ser analisada levando-se em considerao dois ngulos: a facilitao ou impedimento que a famlia traz para a integrao da pessoa portadora de deficincia na comunidade e a integrao da pessoa com deficincia na prpria famlia.

Estes dois aspectos so, sem dvida, interdependentes: quanto mais integrada em sua famlia uma pessoa com deficincia for, mais esta famlia vai tender a trat-la de maneira natural ou "normal" deixando que, na medida de suas possibilidades, participe e usufrua os recursos e servios gerais da sua comunidade; conseqentemente, mais integrada na vida social esta pessoa ser. Paralelamente, quanto mais ela estiver participando das atividades da comunidade e levando uma vida "normal" equivalente de outras pessoas da sua faixa etria, mais ela ser vista pelos membros de sua famlia como "igual aos demais".

Entrando na escola

muito importante que a criana com deficincia fsica freqente a escola, onde ela pode desenvolver seu potencial intelectual e interagir com outras crianas.

A famlia desempenha um papel fundamental no processo de adaptao da criana escola: ela deve conversar com a professora e com a equipe escolar, orientando sobre como tratar a criana, seus limites e potencialidades.Pode ser necessrio adaptar a carteira, verificar qual a melhor posio em relao lousa e se o banheiro tem condies de ser utilizado. importante consultar a criana sobre suas necessidades, com naturalidade.

Pequenas adaptaes podem fazer muita diferena: por exemplo, se a criana no consegue segurar o papel para escrever, este pode ser preso na carteira com fita crepe.Como a criana com deficincia fsica em geral, escreve mais lentamente, a professora pode esperar mais tempo para apagar a lousa ou estimular o trabalho cooperativo, no qual os colegas colaboram sem, porm, fazer as tarefas pela criana com deficincia. Outra alternativa possvel a professora preparar fichas com o texto escrito na lousa, que a criana possa levar para casa.

Na fase inicial de aprendizagem da leitura, da escrita e do clculo, as diferenas entre crianas com deficincia fsica e crianas no deficientes pequena, em geral. O desenvolvimento intelectual bastante semelhante, principalmente se a criana teve uma estimulao adequada; ela vai precisar de auxlio para se locomover e para manusear o material escolar. Esta constatao verdadeira tambm para as etapas posteriores do processo de aprendizagem.

Segundo Maria Christina B. T. Maciel: " muito importante para uma criana portadora de deficincia fsica aprender, desde pequena, a no se autolimitar. Ela precisa ter em mente que no doente e que, apesar destas limitaes, pode ter uma boa convivncia na sociedade.A sociedade, por sua vez, precisa aprender a conviver com as diferenas individuais de cada um. O professor e toda a equipe escolar devem criar uma relao de confiana com o aluno, descartando a hiptese de ele vir a ter medo ou vergonha de no aprender imediatamente o que est sendo ensinado.Na verdade, a diferena de ritmo pode acontecer com qualquer criana, portadora ou no de necessidades especiais. Assim, fundamental criar uma relao de confiana com todos os alunos.A escola muito importante para qualquer criana, mas ainda mais importante para a criana com deficincia. na escola que a criana aprende a confiar em si mesma, percebendo que capaz de realizar a maioria das atividades, embora levando um pouco mais de tempo.Sugestes para adaptar o ambiente escolar aos portadores de deficincia fsica

A Secretaria de Educao Especial do Ministrio da Educao sugere: O acesso fsico a preocupao fundamental no que diz respeito a estes estudantes, devido a dificuldades de locomoo ou ao uso de cadeira de rodas. Isto implica a existncia de percursos em que o aluno se possa movimentar mais facilmente de uma aula para as outras, ou seja, em que no tenha de se defrontar com barreiras arquitetnicas; Estes estudantes podem eventualmente atrasar-se, ao ir de uma sala para outra, principalmente quando as aulas no so todas no mesmo complexo. Pode tambm haver a necessidade de fazer alguns ajustes que permitam ao aluno freqentar aulas laboratoriais; As aulas em laboratrios podem requerer algumas adaptaes do material e local de trabalho (altura do balco, mesa, cadeiras, entre outros). Se puder proporcionar estas modificaes, trabalhe diretamente com o aluno para criar um local o mais acessvel possvel, promovendo a participao dele em todas as tarefas; Na elaborao de viagens de estudo, o aluno dever assistir seleo dos locais a visitar e seleo dos meios de transporte; Sempre que houver muita gente (em corredores, bares, restaurantes) e estiver ajudando um colega em cadeira de rodas, avance a cadeira com prudncia; o aluno poder-se- sentir incomodado se esbarrar em outras pessoas.

"A praa do povo..."

Embora a escola seja um espao fundamental para todas as pessoas, portadoras ou no de deficincia, ela no o nico; a vida tambm acontece em outros espaos, igualmente ricos em oportunidades de convivncia e outros tipos de aprendizagem.Para a pessoa com deficincia fsica, o acesso a estes outros lugares , muitas vezes, problemtico, pois nem sempre eles foram construdos levando em conta suas necessidades. No caso de edifcios de uso pblico, h uma legislao determinando que eles sejam adaptados. Infelizmente, nem sempre estas leis so cumpridas. hora, ento, de municiar-se com informaes e reivindicar seus direitos de cidado.As adaptaes arquitetnicas facilitam o acesso de muitas pessoas: Pessoas com deficincia fsica Idosos Gestantes Mes com carrinho de beb Pessoas que quebraram a perna Obesos CardacosPortanto, vale a pena investir em adaptaes arquitetnicas que, muitas vezes, so de baixo custo (fazer uma rampa, por exemplo) e vo beneficiar muitas pessoas. Mas, para conseguir isso, preciso sair e ser visto pelos demais. Muitas vezes, as pessoas no providenciam estas facilidades em seus estabelecimentos porque no pensaram no assunto e no perceberam que o portador de deficincia tambm um consumidor.Se as cidades fossem planejadas para atender s necessidades de todas as pessoas, incluindo os grupos acima enumerados, elas seriam assim: Os edifcios teriam os elevadores, sanitrios e corredores acessveis e utilizveis por portadores de deficincia; Os deficientes fsicos poderiam participar de eventos polticos, sociais e culturais; Os meios de transporte seriam adaptados; As cabinas telefnicas permitiriam sua utilizao por pessoas em cadeira de rodasTradicionalmente as pessoas portadoras de deficincia foram classificadas ou categorizadas conforme suas condies fsicas, mentais, emocionais ou sociais. Conhecer o tipo de deficincia e identificar as limitaes apresentadas pelo aluno contribui sobremaneira para a participao deste em programas de Educao Fsica. No entanto, a deficincia no deve constituir o nico critrio para a formao de grupos. O potencial apresentado pelo aluno dever nortear a elaborao do programa permitindo o mximo desenvolvimento no domnio motor. Tradicionalmente tem se dado nfase excessiva s limitaes do aluno e sido negligenciadas as suas capacidades.

A capacidade para se movimentar um dos elementos essenciais que garantem ao ser humano estar interagindo com o ambiente (Manoel, 1986). Adotando-se a abordagem desenvolvimentista assume-se que o ser humano apresenta mecanismos de condies internas, prprias para sua organizao, em que h complexidade crescente, indo de movimentos reflexos para movimentos voluntrios, de habilidades bsicas para habilidades especficas, de movimentos naturais para movimentos culturalmente determinados (Pedrinelli & Manoel, 1988).

Pra atender os objetivos que a educao fsica adaptada pretende atingir, ou seja, propiciar o desenvolvimento motor e fsico do aluno, o desenvolvimento de padres fundamentais de movimento, e a aquisio de habilidades esportivas, preciso identificar as necessidades e as capacidades de cada educando, e especialmente compreender o processo de desenvolvimento que ocorre durante toda vida do ser humano.

Propiciar a participao de todos, focalizar o potencial motor do aluno e favorecer maior autonomia constituem aspectos relevantes na implantao de programas de educao fsica para as crianas portadoras de deficincia fsica.

Observar e constatar que os alunos que participam de programas de educao fsica: (1) demonstram maior interesse em se locomover de maneira independente, (2) descobrem solues motoras novas e diversificadas em diferentes situaes, (3) desenvolvem uma atitude positiva em relao participao em aulas de Educao Fsica, (4) passam a responder prontamente a solicitaes e organizam-se mais facilmente quando lhes atribuda alguma responsabilidade ou problema a resolver, Tornam evidente a importncia da atividade motora para o desenvolvimento da criana portadora de deficincia fsica.

Referencias Bibliogrficas

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Eichstaedt,Carl B.

Developmental/adapted physical education

Macmillan Publishing Company

New York, 1987Simpsio Paulista de Educao Fsica Adaptada 88, 90, 92, 94

Professores:

Flvio Fava de Moraes

Myriam Krasilchik

Jos Geraldo Massucato

Luzimar Teixeira

Edison de Jesus Manoel

Elizabeth de Mattos