defesa da concorrência - aula 1

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  • Defesa da Concorrncia ANS Prof. Ricardo Vale- Aula 01

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    SUMRIO PGINA

    1-Palavras Iniciais 1 2

    2- O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia 3 54

    3- Lista de Questes e Gabarito 55 - 63

    Ol, amigos do Estratgia Concursos! Tudo bem?

    sempre uma enorme satisfao estar aqui com vocs!

    Meu nome Ricardo Vale e posso dizer que a minha relao

    com os concursos pblicos comeou bem cedo. No ano de 2001, fui aprovado na EsPCEX, onde conclu em 1o lugar o curso preparatrio de

    cadetes do Exrcito. No ano de 2002, ingressei na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), onde conclu em 2o lugar minha formao em

    Cincias Militares. Em 2008 fui aprovado em 3 lugar no concurso de Analista de Comrcio Exterior do MDIC, cargo em que atualmente

    exero minhas atribuies. Desde o incio de 2009, tambm sou professor

    de Comrcio Internacional e Direito Internacional Pblico em cursos preparatrios presenciais e on-line.

    Esse curso que ora se inicia tem como tema a Defesa da Concorrncia, assunto muito importante para voc que pretende ingressar nos quadros da ANS (Agncia Nacional de Sade Suplementar).

    Eu, particularmente, j tive a oportunidade de estudar bastante esse assunto porque ele tem relao direta com o Comrcio Internacional, que

    minha grande paixo, depois da minha esposa, claro!

    Bem, pessoal, o nosso edital contempla os seguintes tpicos:

    DEFESA DA CONCORRNCIA: 1. Lei n 8.884/1994 e suas alteraes (Dispe sobre a preveno e a represso s infraes contra a ordem econmica e d outras providncias). 2 Lei n

    12.529/2011 (Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia) 3 Abordagens: escolas de Harvard e Chicago; as regras per se e de razo; o modelo de estrutura-conduta-

    desempenho; a abordagem dos custos de transao. 4 Poder de mercado. 5 Mercados relevantes. 6 Prticas anticompetitivas

    horizontais e verticais. 7 Prticas anticoncorrenciais no setor de sade suplementar. 8 Polticas de defesa da concorrncia. 9 Instituies de defesa da concorrncia no Brasil. 10 Interao

    entre as agncias reguladoras e rgos de defesa da concorrncia no Brasil.

    AULA 01- DEFESA DA CONCORRNCIA

    LZNotaIdntico ao da ANTT

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    Com o objetivo de estudarmos todo o contedo programtico do edital, teremos trs encontramos, os quais esto programados para as

    seguintes datas:

    CRONOGRAMA

    Ao longo do curso, pretendo resolver o maior nmero possvel

    de questes, sempre que possvel com foco no CESPE. Entretanto, quando no tivermos questes do CESPE sobre um determinado assunto,

    usarei questes de outras bancas examinadoras ou, ainda, questes inditas. O objetivo resolvermos muitas questes ao longo de nossas

    aulas.

    J que eu e o curso estamos apresentamos, deixemos de conversa e vamos nossa aula!

    Um abrao,

    Ricardo Vale

    O segredo do sucesso a constncia no objetivo!

    Aula 01 (22/04/2013) 1 Lei n 8.884/1994 e suas alteraes (Dispe sobre

    a preveno e a represso s infraes contra a ordem econmica e d outras providncias). 2 Lei n 12.529/2011 (Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa

    da Concorrncia) 9 Instituies de defesa da concorrncia no Brasil.

    Aula 02 (03/05/2013) 8 Polticas de defesa da concorrncia. 3 Abordagens: escolas de Harvard e Chicago; as regras per se e de razo; o

    modelo de estrutura-conduta-desempenho; a abordagem dos custos de

    transao. 4 Poder de mercado. 5 Mercados relevantes. 6 Prticas anticompetitivas horizontais e verticais.

    Aula 03 (13/05/2013) 7 Prticas anticoncorrenciais no setor de sade

    suplementar. 10 Interao entre as agncias reguladoras e rgos de defesa da concorrncia no Brasil.

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    1- O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia (Lei n

    12.529/2011):

    1.1- Introduo:

    A disciplina jurdica da concorrncia encontra fundamento,

    no ordenamento jurdico brasileiro, no art. 170, da CF/88, que dispe o seguinte:

    Art. 170. A ordem econmica, fundada na valorizao do

    trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justia

    social, observados os seguintes princpios:

    ... IV - livre concorrncia

    A Constituio Federal de 1988 estabelece, assim, a livre concorrncia como princpio geral da ordem econmica, reconhecendo, implicitamente, a tese de que mercados competitivos

    geram maior eficincia econmica, possibilitando maior bem-estar e qualidade de vida aos cidados. Destaque-se, entretanto, que, embora o

    legislador constituinte tenha optado pela livre concorrncia, esta no absoluta. O Estado possui diversas formas de interveno na

    economia, direta (como no caso de monoplios em setores estratgicos

    ou indiretamente (atravs da regulao econmica).

    Ao promover a regulao econmica, o Estado intervm de forma indireta na economia, definindo as regras de competio para os

    agentes econmicos. Por exemplo, quando o Estado, por meio da ANS, define regras aplicveis aos planos de sade, ele est intervindo

    indiretamente na economia e estabelecendo regras de competio para aquele mercado.

    Intimamente relacionada livre concorrncia, est a livre iniciativa, assim considerada a liberdade do exerccio de atividade

    econmico. A livre iniciativa, considerada tambm um dos fundamentos da Repblica Federativa do Brasil, fica materializada no art. 170,

    pargrafo nico, da CF/88, segundo o qual assegurado a todos o livre exerccio de qualquer atividade econmica, independentemente de

    autorizao de rgos pblicos, salvo nos casos previstos em lei.

    A livre concorrncia considerada um

    desdobramento do princpio da livre iniciativa. Ou, em outras palavras, a livre concorrncia um

    princpio que deriva da livre iniciativa. No existe uma sem a outra; no pode haver, de fato, livre

    iniciativa, se houverem barreiras concorrncia e aos novos entrantes no mercado.

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    A livre concorrncia como princpio da ordem econmico deriva do pensamento liberalista, cujas origens nos remontam ao filsofo e

    economista Adam Smith, autor da conhecida obra A Riqueza das Naes. Para Adam Smith, o Estado deveria se abster de intervir na economia; os mercados tinham a capacidade de se autorregularem. Era a chamada mo invisvel do mercado.

    Mas por que a existncia de mercados competitivos se traduz em maior eficincia econmica?

    A ideia-base a de que em um mercado no qual predomine a

    livre iniciativa e a livre concorrncia, haver vrios ofertantes de bens e servios, o que levar a uma competio entre agentes econmicos,

    que buscaro aumentar sua eficincia, produzindo bens e servios de

    melhor qualidade e a custos cada vez mais reduzidos. Os consumidores tero acesso a bens e servios cada vez melhores e mais baratos; por sua

    vez, as empresas, imersas em um ambiente competitivo, estaro estimuladas a inovar, gerando novas tecnologias e novos mtodos e

    processos de produo.

    O sucesso dos agentes econmicos dever, segundo essa lgica, ser resultado direto da eficincia na produo de bens e

    servios, e no da utilizao de prticas desleais de comrcio ou de abuso do poder econmico. Com efeito, o art. 173, 4, da CF/88, dispe

    que a lei reprimir o abuso do poder econmico que vise

    dominao dos mercados, eliminao da concorrncia e ao aumento arbitrrio dos lucros. Perceba que a livre concorrncia a regra geral na

    ordem econmica do Estado brasileiro, admitindo-se a interveno estatal para reprimir condutas anticoncorrenciais, caracterizadas pelo abuso

    do poder econmico.

    Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova!

    1. (ANAC-Tcnico em Regulao rea 2 / 2012) O princpio da livre concorrncia, um dos princpios fundamentais da atividade

    econmica, relaciona-se intimamente ao princpio da livre iniciativa.

    Comentrios:

    A livre concorrncia e a livre iniciativa so princpios gerais da ordem econmica. Juntos, eles estimulam a maior eficincia dos agentes

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    econmicos e contribuem para o desenvolvimento e crescimento econmico do Estado. Questo correta.

    2. (ANAC-Especialista-Cargo 5 /2009) A CF garante a todas as pessoas fsicas e jurdicas a liberdade para exercer qualquer

    atividade econmica, desde que devidamente autorizadas pelos rgos pblicos, em quaisquer hipteses.

    Gabarito:

    As pessoas fsicas e jurdicas tm liberdade para exercer qualquer atividade econmica, independentemente de autorizao de

    rgos pblicos, exceto nos casos previstos em lei. Questo errada.

    3. (ANAC-Especialista-Cargo 5 /2009) A livre concorrncia uma manifestao da liberdade de iniciativa e, para garanti-la, a

    CF dispe que a lei reprimir o poder econmico das empresas.

    Gabarito:

    Pegadinha das boas! O Estado no ir reprimir o poder

    econmico das empresas, eis que a livre concorrncia e a livre iniciativa so princpios gerais da ordem econmica. O que o Estado reprime o

    abuso do poder econmico, conduta que prejudica a livre concorrncia. Questo errada.

    4. (Procurador Ministrio Pblico - TCDF/2002) Decorre do princpio da livre concorrncia a expressa disposio

    constitucional de que a lei reprimir o abuso do poder econmico que vise, entre outros aspectos, ao aumento arbitrrio dos lucros.

    Comentrios:

    O abuso do poder econmico que vise, entre outros aspectos, ao aumento arbitrrio dos lucros, desvirtua a livre concorrncia. Em razo

    disso que a CF/88 determina que a lei reprima essa prtica anticoncorrencial. Questo correta.

    5. (Analista de Infraestrutura / 2012) A livre-concorrncia,

    princpio da ordem econmica, constitui desdobramento da livre-iniciativa, devendo orientar-se pelos princpios da dignidade e da

    justia social.

    Comentrios:

    Livre concorrncia e livre iniciativa esto intimamente

    associadas. A livre concorrncia um desdobramento da livre iniciativa. Questo correta.

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    LZNotaContra a lei no pode!

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    6. (Procurador Federal-AGU/2010) A livre concorrncia, princpio geral da atividade econmica, defende que o prprio

    mercado deve estabelecer quais so os agentes aptos a se perpetuarem, deixando aos agentes econmicos o estabelecimento

    das regras de competio.

    Comentrios:

    Embora a CF/88 tenha optado pela livre concorrncia como regra

    geral, est no absoluta O Estado tem a prerrogativa de intervir na economia, definindo as regras de competio (regulao econmica).

    Questo errada.

    7. (ANS / Especialista Cargo 2/2005) O Estado, visando garantir a liberdade de iniciativa e a livre concorrncia, dispe de mecanismos que reprimem o abuso do poder econmico e a

    concorrncia desleal.

    Comentrios:

    O Estado possui, sim, mecanismos para reprimir o abuso do

    poder econmico e a concorrencial. Com esse objetivo que foi estruturado o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia. Questo

    correta.

    1.2- O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia (Lei n

    12.529/2011):

    1.2.1- Finalidade:

    O edital da ANS previu a cobrana da Lei n 8.884/94, a qual,

    todavia, foi revogada pela Lei n 12.529/2011, que produziu enorme reestruturao no Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia. A

    meno a essa lei revogada nos parece um erro da banca examinadora; no entanto, acreditamos ser importante pontuar, em contraste com a lei

    revogada, as inovaes mais importantes promovidas pela Lei n

    12.529/2011, norma que est atualmente em vigor.

    A finalidade da Lei n 12.529/2011 j anunciada logo em seu

    art. 1:

    Art. 1o Esta Lei estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia - SBDC e dispe sobre a preveno e a

    represso s infraes contra a ordem econmica, orientada

    pelos ditames constitucionais de liberdade de iniciativa, livre

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    concorrncia, funo social da propriedade, defesa dos consumidores e represso ao abuso do poder econmico.

    Com base nesse dispositivo, possvel verificar que a Lei n 12.529/2011 teve dois objetivos centrais: i) estruturar o Sistema

    Brasileiro de Defesa da Concorrncia e; ii) prevenir e reprimir as infraes contra a ordem econmica. No houve, aqui, grande mudana

    em relao ao que dispunha a Lei n 8.884/94, que tambm tinha como objetivo a preveno e represso s infraes contra a ordem econmica.

    No entanto, sob a gide da Lei n 8.884/94, ainda no havia, sob o ponto de vista formal um Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia.

    A Lei n 12.529/2011 busca tutelar bens jurdicos importantes

    para o Estado (livre iniciativa e a livre concorrncia), os quais, ao serem protegidos, permitem maior eficincia econmica do mercado. A tutela

    desses bens jurdicos feita por aes de preveno e represso de infraes contra a ordem econmica, sobre as quais teremos a

    oportunidade de comentar mais frente.

    As aes de preveno se concentram, essencialmente, no controle de atos de concentrao econmica (fuses, por exemplo).

    Com isso, busca-se prevenir a formao de estruturas de mercado com potencial para prejudicar a concorrncia. J as aes de represso

    consistem na apurao e aplicao de penalidades s infraes

    ordem econmica.

    A Lei n 12.529/2011 tambm conhecida como lei

    antitruste. Estudaremos mais sobre o truste em

    aula futura, mas, desde j, saiba que ele ocorre

    quando duas empresas se unem para obter o controle

    de mercado, o que restringe a concorrncia.

    Questo controversa que ora se impe saber quem so os titulares dos bens jurdicos protegidos pela Lei n 12.529/2011. Sobre

    o tema, h diferentes pontos de vista, os quais voc deve levar para a prova. Se nos apegarmos literalidade da Lei n 12.529/2011 (art.1,

    pargrafo nico), ser possvel afirmar que o titular dos bens jurdicos por ela protegidos a coletividade. No entanto, uma interpretao

    doutrinria dessa questo nos leva a concluir que a coletividade titular de toda e qualquer norma jurdica.

    Nesse sentido, os verdadeiros titulares dos bens jurdicos protegidos pela Lei n 12.529/2011 seriam as pessoas que exploram a

    atividade econmica. So elas que, em ltima anlise, tem interesse direto na liberdade de iniciativa, livre concorrncia e eficincia econmica

    do mercado. Todavia, resta claro que os consumidores e a sociedade

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    como um todo tambm auferem, ainda que indiretamente, benefcios decorrentes da liberdade de iniciativa e da liberdade de concorrncia.

    Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova!

    8. (ANP Especialista rea 8/2012) O pequeno e o micro empresrio so os titulares dos bens jurdicos protegidos pela lei de preveno e de represso s infraes contra a ordem

    econmica.

    Comentrios:

    O titular dos bens jurdicos protegidos pela Lei n 12.529/2011

    a coletividade. Questo errada.

    9. (ANTAQ Especialista-Cargo 2/2005 - adaptada) A Lei n 12.529/2011, ao estabelecer mecanismos de preveno e de represso s infraes contra a ordem econmica, teve por

    finalidade a proteo de bens jurdicos coletivos.

    Comentrios:

    O titular dos bens jurdicos protegidos pela Lei n 12.529/2011

    a coletividade. Com efeito, os bens jurdicos tutelados por essa lei (livre iniciativa e livre concorrncia) so bens coletivos. Questo correta.

    10. (Consultor Legislativo- Senado Federal/2002-adaptada) A Lei

    n 12.529/2011, que trata da defesa da concorrncia, objetiva prevenir a formao de estruturas de mercado que possam

    prejudicar a concorrncia.

    Comentrios:

    Uma das finalidades da Lei n 12.529/2011 justamente

    prevenir infraes contra a ordem econmica. Nesse sentido, busca prevenir a ocorrncia de atos de concentrao econmica que possam

    prejudicar a concorrncia. Questo correta.

    11. (Consultor Legislativo- Senado Federal/2002-adaptada) A Lei

    n 12.529/2011, que trata da defesa da concorrncia, objetiva

    reprimir condutas anticoncorrenciais.

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    Comentrios:

    A Lei n 12.529/2011 tem duas grandes vertentes: preveno e

    represso. Questo correta.

    12. (Consultor Legislativo- Senado Federal/2002-adaptada) A Lei n 12.529/2011, que trata da defesa da concorrncia, objetiva

    exercer o controle dos preos.

    Comentrios:

    No objetivo da lei antitruste exercer o controle de preos no

    mercado. Questo errada.

    13. (Consultor Legislativo- Senado Federal/2002) A Lei n. 12.529/2011, que trata da defesa da concorrncia, objetiva

    exercer a fiscalizao das tarifas pblicas.

    Comentrios:

    No objetivo da lei antitruste exercer a fiscalizao das tarifas

    pblicas. Questo errada.

    1.2.2- Territorialidade:

    A Lei n 12.529/2011 no se aplica somente s prticas cometidas no territrio brasileiro; ela tambm emana seus efeitos sobre

    prticas que, embora cometidas em territrio de outro pas, produzam ou possam produzir seus efeitos no territrio nacional. Em outras palavras,

    possvel a aplicao extraterritorial da Lei n 12.529/2011.

    o que se depreende do art. 2, da referida lei, que assim dispe:

    Art. 2o Aplica-se esta Lei, sem prejuzo de convenes e tratados de que seja signatrio o Brasil, s prticas

    cometidas no todo ou em parte no territrio nacional ou que nele produzam ou possam produzir efeitos.

    Assim, para efeitos de aplicao da Lei n 12.529/2011, leva-se

    em considerao tanto o local onde a prtica foi cometida (teoria da atividade) quanto o local onde foram produzidos os seus efeitos

    (teoria do resultado). Nesse sentido, ainda que uma prtica

    anticoncorrencial seja levada a cabo por empresas estrangeiras, esta poder ser apreciada pela autoridade administrativa brasileira, desde que

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    os efeitos dessa prtica sejam sentidos no Brasil. Trata-se de espcie de competncia internacional da jurisdio administrativa brasileira.

    Deve-se destacar que reputa-se domiciliada no territrio nacional a empresa estrangeira que opere ou tenha no Brasil filial,

    agncia, sucursal, escritrio, estabelecimento, agente ou representante. A empresa estrangeira ser notificada e intimada de todos os atos

    processuais previstos na Lei n 12.529/2011, independentemente de procurao ou de disposio contratual ou estatutria, na pessoa do

    agente ou representante ou pessoa responsvel por sua filial, agncia, sucursal, estabelecimento ou escritrio instalado no Brasil.

    Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova!

    14. (Consultor Legislativo - Cmara /2002) Em matria de defesa

    da concorrncia, a competncia internacional da jurisdio brasileira determinada de acordo com o critrio do lugar de

    domiclio ou de residncia do acusado.

    Comentrios:

    Em matria de defesa da concorrncia, a competncia

    internacional da jurisdio brasileira existir quando os resultados (efeitos) do ato anticoncorrencial ocorrerem no Brasil. Questo errada.

    15. (ANTAQ Especialista-Cargo 2/2005-adaptada) Uma empresa multinacional estrangeira, ainda que possua filial no

    Brasil, no pode ser submetida s disposies legais da Lei n 12.529/2011, caso suas prticas econmicas tenham aqui algum

    reflexo, porque estaria afetada a soberania do seu pas de origem.

    Comentrios:

    A Lei n 12.529/2011 se aplica tanto ao local em que foi

    cometida prtica anticoncorrencial quanto ao local onde esta produziu seus resultados. Portanto, a multinacional estrangeira poder, sim, se

    sujeitar s disposies da Lei n 12.529/2011. Questo errada.

    16. (Consultor Legislativo- Senado Federal/2002-adaptada) DCO Ltda., empresa norte-americana que detm o controle acionrio da

    empresa brasileira Refrigerantes do Brasil Ltda., adquiriu, no

    Chile, os ativos relacionados marca Orangina, bebida no-

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    alcolica, carbonatada, que era exportada para o Brasil pela empresa Bebidas Latinas, de origem chilena. Refrigerantes do

    Brasil Ltda. fabrica no Brasil duas bebidas no-alcolicas, carbonatadas.

    Considerando as caractersticas dessa situao hipottica, correto afirmar que a transao no pode ser submetida

    apreciao do Conselho Administrativo de Defesa Econmica (CADE), porque foi realizada no exterior.

    Comentrios:

    A transao poder, sim, ser submetida apreciao do CADE, uma vez, embora a transao no tenha ocorrido no Brasil, ela produzir

    efeitos anticoncorrenciais no territrio brasileiro. Questo errada.

    1.2.3- Estrutura do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia:

    O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia, conforme j

    comentamos, somente passou a existir, do ponto de vista formal, com a

    entrada em vigor da Lei n 12.529/2011. Antes, porm, sob a gide da Lei n 8.884/94, especialistas e estudiosos do Direito da Concorrncia j

    consideravam a existncia de um sistema aos moldes do que existe hoje.

    Antes da Lei n 12.529/2011, considerava-se que o Sistema

    Brasileiro de Defesa da Concorrncia era formado pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econmica), SDE (Secretaria de Direito

    Econmico) e SEAE (Secretaria de Acompanhamento Econmico). Com a

    nova Lei, o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia (SBDC) passou a ser composto apenas pelo CADE (Conselho Administrativo de

    Defesa Econmica) e pela SEAE (Secretaria de Acompanhamento Econmico). A SDE deixou de ter atribuies em matria de defesa da

    concorrncia, passando a se concentrar nas questes relativas defesa do consumidor.

    1.2.3.1- Conselho Administrativo de Defesa Econmica (CADE):

    O Conselho Administrativo de Defesa Econmica (CADE) tem natureza jurdica de autarquia, estando vinculado ao Ministrio da Justia,

    com sede e foro no Distrito Federal. Nos termos do art.4, da Lei n 12.529/2011, trata-se de entidade judicante com jurisdio em todo o territrio nacional. Importante destacar, para que no se faa confuso, que o CADE no exerce funo jurisdicional; ao mencionar

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    que o CADE tem jurisdio em todo o territrio nacional, a Lei n 12.529/2011 est apenas se referindo ao fato de que essa autarquia tem

    competncia para, administrativamente, aplicar a lei em todo o territrio brasileiro.

    Na prova, fique atento para o seguinte:

    1) Se a questo cobrar a literalidade da norma,

    considere CORRETA a afirmao de que o CADE

    entidade judicante.

    2) Se a questo adentrar em discusses

    doutrinrias, considere CORRETA a afirmao de

    que o CADE no exerce funo jurisdicional. Com

    efeito, o Brasil no adota o sistema do contencioso

    administrativo, o que nos permite afirmar que o Poder

    Executivo no pode exercer a funo

    jurisdicional.

    Com a reestruturao promovida pela Lei n 12.529/2011, o

    CADE passou a ser constitudo pelos seguintes rgos:

    a) Tribunal Administrativo de Defesa Econmica;

    b) Superintendncia-Geral; e

    c) Departamento de Estudos Econmicos.

    Existe, ainda, uma Procuradoria Federal, atuando junto ao

    CADE, o que, na opinio de especialistas da rea, contribui para aproxim-lo do Poder Judicirio, algo que plenamente compatvel com o

    atual contexto, em que h cada vez maior judicializao das questes relativas defesa da concorrncia.

    a) Tribunal Administrativo de Defesa Econmica:

    O Tribunal Administrativo, rgo judicante, tem como

    membros 1 (um) Presidente e 6 (seis) Conselheiros, os quais so escolhidos dentre cidados com mais de 30 (trinta) anos de idade, de

    notrio saber jurdico ou econmico e reputao ilibada, nomeados pelo Presidente da Repblica, depois de aprovados pelo Senado Federal.

    Os cargos de Presidente e de Conselheiro so de dedicao

    exclusiva, no se admitindo qualquer acumulao, salvo as

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    constitucionalmente previstas. O mandato, tanto para o Presidente quanto para os Conselheiros, de 4 anos, no coincidentes, vedada a

    reconduo.

    A perda de mandato do Presidente ou dos Conselheiros do

    CADE s poder ocorrer em virtude de deciso do Senado Federal, por provocao do Presidente da Repblica, ou em razo de condenao

    penal irrecorrvel por crime doloso, ou de processo disciplinar de conformidade com o que prev a Lei no 8.112/90 (Estatuto dos Servidores

    Pblicos Federais) e a Lei no 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa). Tambm perder o mandato, automaticamente, o

    membro do Tribunal que faltar a 3 (trs) reunies ordinrias consecutivas, ou 20 (vinte) intercaladas, ressalvados os afastamentos temporrios

    autorizados pelo Plenrio.

    H algumas vedaes ao Presidente e aos Conselheiros do

    Tribunal Administrativo, as quais esto relacionadas no art. 8, da Lei n 12.529/2011:

    Art. 8o Ao Presidente e aos Conselheiros vedado:

    I - receber, a qualquer ttulo, e sob qualquer pretexto, honorrios, percentagens ou custas;

    II - exercer profisso liberal; III - participar, na forma de controlador, diretor, administrador, gerente, preposto ou mandatrio, de sociedade civil, comercial ou

    empresas de qualquer espcie; IV - emitir parecer sobre matria de sua especializao, ainda

    que em tese, ou funcionar como consultor de qualquer tipo de empresa; V - manifestar, por qualquer meio de comunicao, opinio sobre

    processo pendente de julgamento, ou juzo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenas de rgos judiciais, ressalvada a

    crtica nos autos, em obras tcnicas ou no exerccio do magistrio; e VI - exercer atividade poltico-partidria.

    1o vedado ao Presidente e aos Conselheiros, por um perodo de 120 (cento e vinte) dias, contado da data em que deixar o

    cargo, representar qualquer pessoa, fsica ou jurdica, ou interesse perante o SBDC, ressalvada a defesa de direito prprio. 2o Durante o perodo mencionado no 1o deste artigo, o

    Presidente e os Conselheiros recebero a mesma remunerao do cargo que ocupavam.

    3o Incorre na prtica de advocacia administrativa, sujeitando-se pena prevista no art. 321 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Cdigo Penal, o ex-presidente ou ex-

    conselheiro que violar o impedimento previsto no 1o deste artigo.

    4o vedado, a qualquer tempo, ao Presidente e aos Conselheiros utilizar informaes privilegiadas obtidas em

    decorrncia do cargo exercido.

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    O Tribunal Administrativo , sem dvida, o rgo que exerce a funo mais importante da estrutura do CADE. o Tribunal quem

    decidir sobre a existncia de infrao ordem econmica, aplicando, se for o caso, as penalidades previstas em lei. Tambm o

    Tribunal que decidir os processos administrativos para imposio de sanes administrativas por infraes ordem econmica e ordenar

    providncias que conduzam cessao de infrao ordem econmica.

    No se pode esquecer, ainda, da competncia do Tribunal Administrativo para apreciar atos de concentrao econmica.

    O Tribunal Administrativo exerce funo que, de certo modo, se

    assemelha funo do Poder Judicirio. Entretanto, como estudamos em Direito Administrativo, o Brasil no adota o contencioso administrativo (sistema francs), motivo pelo qual no h que se falar que esse Tribunal exerce funo judicante, ainda que a Lei n 12.529/2011, de

    modo atcnico o tenha feito.

    As competncias do Plenrio do Tribunal Administrativo de

    Defesa Econmica esto relacionadas no art. 9, da Lei n 12.529/2011:

    Art. 9o Compete ao Plenrio do Tribunal, dentre outras atribuies previstas nesta Lei:

    I - zelar pela observncia desta Lei e seu regulamento e do regimento interno;

    II - decidir sobre a existncia de infrao ordem econmica e aplicar as penalidades previstas em lei; III - decidir os processos administrativos para imposio de

    sanes administrativas por infraes ordem econmica instaurados pela Superintendncia-Geral;

    IV - ordenar providncias que conduzam cessao de infrao ordem econmica, dentro do prazo que determinar; V - aprovar os termos do compromisso de cessao de prtica e

    do acordo em controle de concentraes, bem como determinar Superintendncia-Geral que fiscalize seu cumprimento;

    VI - apreciar, em grau de recurso, as medidas preventivas adotadas pelo Conselheiro-Relator ou pela Superintendncia-Geral;

    VII - intimar os interessados de suas decises; VIII - requisitar dos rgos e entidades da administrao pblica

    federal e requerer s autoridades dos Estados, Municpios, do Distrito Federal e dos Territrios as medidas necessrias ao cumprimento desta Lei;

    IX - contratar a realizao de exames, vistorias e estudos, aprovando, em cada caso, os respectivos honorrios profissionais

    e demais despesas de processo, que devero ser pagas pela empresa, se vier a ser punida nos termos desta Lei; X - apreciar processos administrativos de atos de concentrao

    econmica, na forma desta Lei, fixando, quando entender conveniente e oportuno, acordos em controle de atos de

    concentrao;

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    XI - determinar Superintendncia-Geral que adote as medidas administrativas necessrias execuo e fiel cumprimento de

    suas decises; XII - requisitar servios e pessoal de quaisquer rgos e entidades do Poder Pblico Federal;

    XIII - requerer Procuradoria Federal junto ao CADE a adoo de providncias administrativas e judiciais;

    XIV - instruir o pblico sobre as formas de infrao da ordem econmica; XV - elaborar e aprovar regimento interno do CADE, dispondo

    sobre seu funcionamento, forma das deliberaes, normas de procedimento e organizao de seus servios internos;

    XVI - propor a estrutura do quadro de pessoal do CADE, observado o disposto no inciso II do caput do art. 37 da

    Constituio Federal; XVII - elaborar proposta oramentria nos termos desta Lei; XVIII - requisitar informaes de quaisquer pessoas, rgos,

    autoridades e entidades pblicas ou privadas, respeitando e mantendo o sigilo legal quando for o caso, bem como determinar

    as diligncias que se fizerem necessrias ao exerccio das suas funes; e XIX - decidir pelo cumprimento das decises, compromissos e

    acordos.

    As decises do Tribunal Administrativo sero tomadas por maioria, com a presena mnima de 4 (quatro) membros, sendo

    o qurum de deliberao mnimo de 3 (trs) membros. O voto de qualidade, no caso de empate, cabe ao Presidente do Tribunal.

    O Tribunal Administrativo toma decises que, no mbito do Poder Executivo, so definitivas (no passveis de reviso). Elas sero

    imediatamente executadas, comunicando-se, em seguida, ao Ministrio Pblico, para que sejam adotadas as medidas legais cabveis no mbito de

    suas atribuies. As autoridades federais, os diretores de autarquia, fundao, empresa pblica e sociedade de economia mista federais e

    agncias reguladoras so obrigados a prestar, sob pena de responsabilidade, toda a assistncia e colaborao que lhes for

    solicitada pelo CADE, inclusive elaborando pareceres tcnicos sobre as matrias de sua competncia.

    Possvel questo de prova!

    O Diretor-Geral da ANS tem a obrigao de prestar, sob pena de responsabilidade, toda a assistncia e colaborao

    que lhe for solicitada pelo CADE, inclusive elaborando

    pareceres tcnicos sobre as matrias de sua competncia.

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    Vejamos, agora, as competncias do Presidente do Tribunal, relacionadas no art. 10, da Lei n 12.529/2011:

    Art. 10. Compete ao Presidente do Tribunal: I - representar legalmente o Cade no Brasil ou no exterior, em juzo ou fora dele;

    II - presidir, com direito a voto, inclusive o de qualidade, as reunies do Plenrio;

    III - distribuir, por sorteio, os processos aos Conselheiros; IV - convocar as sesses e determinar a organizao da respectiva pauta;

    V - solicitar, a seu critrio, que a Superintendncia-Geral auxilie o Tribunal na tomada de providncias extrajudiciais para o

    cumprimento das decises do Tribunal; VI - fiscalizar a Superintendncia-Geral na tomada de providncias para execuo das decises e julgados do Tribunal;

    VII - assinar os compromissos e acordos aprovados pelo Plenrio;

    VIII - submeter aprovao do Plenrio a proposta oramentria e a lotao ideal do pessoal que prestar servio ao Cade; IX - orientar, coordenar e supervisionar as atividades

    administrativas do Cade; X - ordenar as despesas atinentes ao Cade, ressalvadas as

    despesas da unidade gestora da Superintendncia-Geral; XI - firmar contratos e convnios com rgos ou entidades nacionais e submeter, previamente, ao Ministro de Estado da

    Justia os que devam ser celebrados com organismos estrangeiros ou internacionais; e

    XII - determinar Procuradoria Federal junto ao Cade as providncias judiciais determinadas pelo Tribunal.

    As competncias dos Conselheiros do Tribunal, por sua vez, esto previstas no art. 11, da Lei n 12.529/2011:

    Art. 11. Compete aos Conselheiros do Tribunal:

    I - emitir voto nos processos e questes submetidas ao Tribunal; II - proferir despachos e lavrar as decises nos processos em que

    forem relatores; III - requisitar informaes e documentos de quaisquer pessoas, rgos, autoridades e entidades pblicas ou privadas, a serem

    mantidos sob sigilo legal, quando for o caso, bem como determinar as diligncias que se fizerem necessrias;

    IV - adotar medidas preventivas, fixando o valor da multa diria pelo seu descumprimento; V - solicitar, a seu critrio, que a Superintendncia-Geral realize

    as diligncias e a produo das provas que entenderem pertinentes nos autos do processo administrativo, na forma desta

    Lei; VI - requerer Procuradoria Federal junto ao CADE emisso de parecer jurdico nos processos em que forem relatores, quando

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    entenderem necessrio e em despacho fundamentado, na forma prevista no inciso VII do art. 15 desta Lei;

    VII - determinar ao Economista-Chefe, quando necessrio, a elaborao de pareceres nos processos em que forem relatores, sem prejuzo da tramitao normal do processo e sem que tal

    determinao implique a suspenso do prazo de anlise ou prejuzo tramitao normal do processo;

    VIII - desincumbir-se das demais tarefas que lhes forem cometidas pelo regimento; IX - propor termo de compromisso de cessao e acordos para

    aprovao do Tribunal; X - prestar ao Poder Judicirio, sempre que solicitado, todas as

    informaes sobre andamento dos processos, podendo, inclusive, fornecer cpias dos autos para instruir aes judiciais.

    b) Superintendncia-Geral:

    A Superintendncia-Geral um rgo novo, criado pela Lei n

    12.529/2011, com atribuies bem semelhantes s que desempenhava anteriormente, em matria de defesa da concorrncia,

    a Secretaria de Direito Econmico (SDE). Recorde-se que a SDE era considerada, antes da edio da Lei n 12.529/2011, integrante do

    Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia. Hoje, as atribuies da SDE no incluem mais a defesa da concorrncia, destinando-se,

    fundamentalmente, proteo do consumidor.

    Na estrutura da Superintendncia-Geral, h 1 (um) Superintendente-Geral e 2 (dois) Superintendentes Adjuntos. A

    escolha do Superintendente-Geral realizada mediante processo

    idntico ao da escolha do Presidente e dos Conselheiros do Tribunal Administrativo de Defesa Econmica. O Superintendente-Geral ser escolhido dentre cidados com mais de 30 (trinta) anos de idade, notrio saber

    jurdico ou econmico e reputao ilibada, nomeado pelo Presidente da Repblica, depois de aprovado pelo Senado Federal. Ele ter mandato de

    2 anos, sendo permitida a reconduo para um nico perodo subsequente.

    Os cargos de Superintendente-Geral e de Superintendentes-

    Adjuntos so de dedicao exclusiva, no se admitindo qualquer acumulao, salvo as constitucionalmente permitidas. Destaque-se que

    os Superintendentes-Adjuntos sero indicados pelo Superintendente-

    Geral.

    Mas, afinal, quais so as competncias da Superintendncia-Geral?

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    Em linhas gerais, possvel afirmar que a Superintendncia-Geral tem funo inquisitria. Enquanto o Tribunal Administrativo

    decide (julga) processos administrativos em que existam infraes ordem econmica, a Superintendncia-Geral que promove o inqurito

    administrativo destinado a apurar a infrao contra a ordem econmica.

    Assim, a Superintendncia-Geral que conduz o inqurito, remetendo ao Tribunal Administrativo, para julgamento, os processos

    administrativos que instaurar, quando entender configurada infrao da ordem econmica. Da mesma forma, a Superintendncia-Geral ir

    arquivar autos de inqurito administrativo ou de seu procedimento preparatrio quando decidir pela insubsistncia de indcios de infrao

    ordem econmica.

    As competncias detalhadas da Superintendncia-Geral esto

    previstas no art. 13, da Lei n 12.529/2011:

    Art. 13. Compete Superintendncia-Geral: I - zelar pelo cumprimento desta Lei, monitorando e

    acompanhando as prticas de mercado; II - acompanhar, permanentemente, as atividades e prticas comerciais de pessoas fsicas ou jurdicas que detiverem posio

    dominante em mercado relevante de bens ou servios, para prevenir infraes da ordem econmica, podendo, para tanto,

    requisitar as informaes e documentos necessrios, mantendo o sigilo legal, quando for o caso; III - promover, em face de indcios de infrao da ordem

    econmica, procedimento preparatrio de inqurito administrativo e inqurito administrativo para apurao de infraes ordem

    econmica; IV - decidir pela insubsistncia dos indcios, arquivando os autos

    do inqurito administrativo ou de seu procedimento preparatrio; V - instaurar e instruir processo administrativo para imposio de sanes administrativas por infraes ordem econmica,

    procedimento para apurao de ato de concentrao, processo administrativo para anlise de ato de concentrao econmica e

    processo administrativo para imposio de sanes processuais incidentais instaurados para preveno, apurao ou represso de infraes ordem econmica;

    VI - no interesse da instruo dos tipos processuais referidos nesta Lei:

    a) requisitar informaes e documentos de quaisquer pessoas, fsicas ou jurdicas, rgos, autoridades e entidades, pblicas ou privadas, mantendo o sigilo legal, quando for o caso, bem como

    determinar as diligncias que se fizerem necessrias ao exerccio de suas funes;

    b) requisitar esclarecimentos orais de quaisquer pessoas, fsicas ou jurdicas, rgos, autoridades e entidades, pblicas ou privadas, na forma desta Lei;

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    c) realizar inspeo na sede social, estabelecimento, escritrio, filial ou sucursal de empresa investigada, de estoques, objetos,

    papis de qualquer natureza, assim como livros comerciais, computadores e arquivos eletrnicos, podendo-se extrair ou requisitar cpias de quaisquer documentos ou dados eletrnicos;

    d) requerer ao Poder Judicirio, por meio da Procuradoria Federal junto ao CADE, mandado de busca e apreenso de objetos,

    papis de qualquer natureza, assim como de livros comerciais, computadores e arquivos magnticos de empresa ou pessoa fsica, no interesse de inqurito administrativo ou de processo

    administrativo para imposio de sanes administrativas por infraes ordem econmica, aplicando-se, no que couber, o

    disposto no art. 839 e seguintes da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Cdigo de Processo Civil, sendo inexigvel a propositura

    de ao principal; e) requisitar vista e cpia de documentos e objetos constantes de inquritos e processos administrativos instaurados por rgos ou

    entidades da administrao pblica federal; f) requerer vista e cpia de inquritos policiais, aes judiciais de

    quaisquer natureza, bem como de inquritos e processos administrativos instaurados por outros entes da federao, devendo o Conselho observar as mesmas restries de sigilo

    eventualmente estabelecidas nos procedimentos de origem; VII - recorrer de ofcio ao Tribunal quando decidir pelo

    arquivamento de processo administrativo para imposio de sanes administrativas por infraes ordem econmica; VIII - remeter ao Tribunal, para julgamento, os processos

    administrativos que instaurar, quando entender configurada infrao da ordem econmica;

    IX - propor termo de compromisso de cessao de prtica por infrao ordem econmica, submetendo-o aprovao do Tribunal, e fiscalizar o seu cumprimento;

    X - sugerir ao Tribunal condies para a celebrao de acordo em controle de concentraes e fiscalizar o seu cumprimento;

    XI - adotar medidas preventivas que conduzam cessao de prtica que constitua infrao da ordem econmica, fixando prazo para seu cumprimento e o valor da multa diria a ser aplicada, no

    caso de descumprimento; XII - receber, instruir e aprovar ou impugnar perante o Tribunal

    os processos administrativos para anlise de ato de concentrao econmica; XIII - orientar os rgos e entidades da administrao pblica

    quanto adoo de medidas necessrias ao cumprimento desta Lei;

    XIV - desenvolver estudos e pesquisas objetivando orientar a poltica de preveno de infraes da ordem econmica; XV - instruir o pblico sobre as diversas formas de infrao da

    ordem econmica e os modos de sua preveno e represso; XVI - exercer outras atribuies previstas em lei;

    XVII - prestar ao Poder Judicirio, sempre que solicitado, todas as informaes sobre andamento das investigaes, podendo,

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    inclusive, fornecer cpias dos autos para instruir aes judiciais; e

    XVIII - adotar as medidas administrativas necessrias execuo e ao cumprimento das decises do Plenrio.

    c) Departamento de Estudos Econmicos:

    O CADE possui em sua estrutura um Departamento de Estudos Econmicos, cuja atribuio consiste em assessorar o Tribunal

    Administrativo e a Superintendncia-Geral nos assuntos de ordem econmica. Nesse sentido, incumbncia do Departamento de Estudos

    Econmicos a elaborao de estudos e pareceres econmicos, de

    ofcio ou por solicitao do Plenrio, do Presidente, do Conselheiro-Relator ou do Superintendente-Geral, zelando pelo rigor e atualizao tcnica e

    cientfica das decises do rgo.

    O Departamento de Estudos Econmicos dirigido por um Economista-Chefe, o qual nomeado por ato conjunto do

    Superintendente-Geral e do Presidente do Tribunal Administrativo, dentre brasileiros de ilibada reputao e notrio conhecimento econmico.

    Cabe destacar que o Economista-Chefe poder participar das reunies do Tribunal, sem direito a voto.

    d) Procuradoria Federal junto ao CADE:

    H uma Procuradoria Federal especializada atuando junto ao

    CADE, cujas competncias esto relacionadas no art. 15, da Lei n 12.529/2011:

    Art. 15. Funcionar junto ao CADE Procuradoria Federal

    Especializada, competindo-lhe: I - prestar consultoria e assessoramento jurdico ao CADE;

    II - representar o CADE judicial e extrajudicialmente; III - promover a execuo judicial das decises e julgados do CADE;

    IV - proceder apurao da liquidez dos crditos do CADE, inscrevendo-os em dvida ativa para fins de cobrana

    administrativa ou judicial; V - tomar as medidas judiciais solicitadas pelo Tribunal ou pela Superintendncia-Geral, necessrias cessao de infraes da

    ordem econmica ou obteno de documentos para a instruo de processos administrativos de qualquer natureza;

    VI - promover acordos judiciais nos processos relativos a infraes contra a ordem econmica, mediante autorizao do Tribunal;

    VII - emitir, sempre que solicitado expressamente por Conselheiro ou pelo Superintendente-Geral, parecer nos

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    processos de competncia do CADE, sem que tal determinao implique a suspenso do prazo de anlise ou prejuzo

    tramitao normal do processo; VIII - zelar pelo cumprimento desta Lei; e IX - desincumbir-se das demais tarefas que lhe sejam atribudas

    pelo regimento interno. Pargrafo nico. Compete Procuradoria Federal junto ao

    CADE, ao dar execuo judicial s decises da Superintendncia-Geral e do Tribunal, manter o Presidente do Tribunal, os Conselheiros e o Superintendente-Geral informados sobre o

    andamento das aes e medidas judiciais.

    Dentre as atribuies da Procuradoria-Federal, destaco, pela importncia, a de promover a execuo judicial das decises e

    julgados pelo CADE.

    O Procurador-Chefe ser nomeado pelo Presidente da

    Repblica, aps aprovao do Senado Federal, dentre cidados brasileiros com mais de 30 (trinta) anos de idade, de notrio

    conhecimento jurdico e reputao ilibada. Ele ter mandato de 2 (dois) anos, permitida sua reconduo para um nico perodo.

    Na sua funo de assessoria jurdica, o Procurador-Chefe poder participar, sem direito a voto, das reunies do Tribunal, prestando

    assistncia e esclarecimentos, quando requisitado pelos Conselheiros, na forma do Regimento Interno do Tribunal.

    1.2.3.2-Secretaria de Acompanhamento Econmico (SEAE):

    A Secretaria de Acompanhamento Econmico (SEAE) rgo

    vinculado estrutura do Ministrio da Fazenda e, em matria de defesa da concorrncia, tem como funo primordial exercer as funes

    de advocacia da concorrncia. Nesse sentido, a ela compete promover a concorrncia em rgos de governo e perante a sociedade.

    As competncias da SEAE esto enumeradas no art. 19, da Lei

    n 12.529/2011:

    Art. 19. Compete Secretaria de Acompanhamento

    Econmico promover a concorrncia em rgos de governo e perante a sociedade cabendo-lhe, especialmente, o

    seguinte: I - opinar, nos aspectos referentes promoo da

    concorrncia, sobre propostas de alteraes de atos normativos de interesse geral dos agentes econmicos, de

    consumidores ou usurios dos servios prestados submetidos a consulta pblica pelas agncias reguladoras e,

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    quando entender pertinente, sobre os pedidos de reviso de tarifas e as minutas;

    II - opinar, quando considerar pertinente, sobre minutas de atos normativos elaborados por qualquer entidade pblica

    ou privada submetidos consulta pblica, nos aspectos referentes promoo da concorrncia;

    III - opinar, quando considerar pertinente, sobre

    proposies legislativas em tramitao no Congresso Nacional, nos aspectos referentes promoo da

    concorrncia; IV - elaborar estudos avaliando a situao concorrencial de

    setores especficos da atividade econmica nacional, de ofcio ou quando solicitada pelo CADE, pela Cmara de

    Comrcio Exterior ou pelo Departamento de Proteo e Defesa do Consumidor do Ministrio da Justia ou rgo que

    vier a suced-lo; V - elaborar estudos setoriais que sirvam de insumo para a

    participao do Ministrio da Fazenda na formulao de polticas pblicas setoriais nos fruns em que este Ministrio

    tem assento; VI - propor a reviso de leis, regulamentos e outros atos

    normativos da administrao pblica federal, estadual,

    municipal e do Distrito Federal que afetem ou possam afetar a concorrncia nos diversos setores econmicos do Pas;

    VII - manifestar-se, de ofcio ou quando solicitada, a respeito do impacto concorrencial de medidas em discusso

    no mbito de fruns negociadores relativos s atividades de alterao tarifria, ao acesso a mercados e defesa

    comercial, ressalvadas as competncias dos rgos envolvidos;

    VIII - encaminhar ao rgo competente representao para que este, a seu critrio, adote as medidas legais cabveis,

    sempre que for identificado ato normativo que tenha carter anticompetitivo.

    A Secretaria de Acompanhamento Econmico (SEAE), para o cumprimento de suas atribuies, poder requisitar informaes e

    documentos de quaisquer pessoas, rgos, autoridades e entidades, pblicas ou privadas, mantendo o sigilo legal quando for o caso. Alm

    disso, poder celebrar acordos e convnios com rgos ou entidades pblicas ou privadas, federais, estaduais, municipais, do Distrito Federal e

    dos Territrios para avaliar e/ou sugerir medidas relacionadas promoo da concorrncia.

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    Possvel questo de prova!

    A Secretaria de Acompanhamento Econmico (SEAE) poder

    opinar, nos aspectos referentes promoo da concorrncia,

    acerca de ato administrativo submetido consulta pblica

    pela ANS.

    Em plena sintonia com os objetivos de transparncia, a Secretaria de Acompanhamento Econmico (SEAE) divulgar anualmente relatrio de suas aes voltadas para a promoo da

    concorrncia.

    Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova!

    17. (ANAC-Especialista rea 5 /2012) O Conselho Administrativo de Defesa Econmica, autarquia competente para

    promover a concorrncia em rgos de governo e perante a

    sociedade, compe, juntamente com a Secretaria de Acompanhamento Econmico, o sistema brasileiro de defesa da

    concorrncia.

    Comentrios:

    De fato, o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia

    composto pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econmica) e pela SEAE (Secretaria de Acompanhamento Econmico). No entanto, ao

    contrrio do que afirma a questo, no o CADE quem detm a competncia para promover a concorrncia em rgos de governo e

    perante a sociedade. Essa uma atribuio da SEAE, rgo responsvel pela advocacia da concorrncia. Questo errada.

    18. (ANAC-Tcnico em Regulao rea 2 / 2012) No Brasil, a livre concorrncia fiscalizada pelo Sistema Brasileiro de Defesa

    da Concorrncia, formado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econmica (CADE) e pela Secretaria de Acompanhamento

    Econmico do Ministrio da Fazenda.

    Comentrios:

    Perfeita a assertiva! Integram o SBDC o CADE e a SEAE. Questo

    correta.

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    19. (ANEEL Especialista rea 3/2010) O CADE autarquia vinculada ao Ministrio da Fazenda.

    Comentrios:

    O CADE autarquia vinculada ao Ministrio da Justia. Questo

    errada.

    20. (ANP Especialista rea 8/2012) papel do CADE aprovar os termos do compromisso de cessao de prtica

    anticoncorrencial e do acordo em controle de concentraes.

    Comentrios:

    Exatamente o que prev o art. 9, inciso V, da Lei n

    12.529/2011. Questo correta.

    21. (ANP Especialista rea 9/2012) A Secretaria de Direito Econmico (SDE) no tem responsabilidade pela aprovao de projetos destinados a reparar direitos difusos lesados, tais como

    os do meio ambiente e do consumidor, uma vez que isso est sob responsabilidade do Conselho Administrativo de Defesa Econmica

    (CADE).

    Comentrios:

    O CADE no tem competncia para aprovar projetos destinados

    a reparar direitos difusos lesados, tais como os do meio ambiente e do consumidor. Questo errada.

    22. (ANP Especialista rea 9/2012) A Secretaria de Acompanhamento Econmico (SEAE) o rgo encarregado de apreciar os atos de concentrao e de reprimir condutas

    anticoncorrenciais.

    Comentrios:

    O CADE quem detm competncia para apreciar atos de

    concentrao econmica e reprimir condutas anticoncorrenciais. A SEAE responsvel pela advocacia da concorrncia. Questo errada.

    23. (ANATEL-Especialista rea 12/2008) Compete ao Plenrio do Conselho Administrativo de Defesa Econmica (CADE)

    acompanhar, permanentemente, as atividades e as prticas comerciais de pessoas fsicas ou jurdicas que detiverem posio

    dominante em mercado relevante de bens ou servios, para prevenir infraes da ordem econmica, podendo, para tanto,

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    LZNotaSEAE no reprime nada!

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    requisitar as informaes e documentos necessrios, mantendo o sigilo legal, quando for o caso.

    Comentrios:

    Trata-se de competncia da Superintendncia-Geral, conforme art. 13, inciso II, da Lei n 12.529/2011. Questo errada.

    24. (ANS / Especialista Cargo 4/2005-adaptada) O Tribunal Administrativo de Defesa Econmica composto por conselheiros

    escolhidos entre brasileiros com notrio saber jurdico ou econmico e reputao ilibada, com mais de trinta anos de idade,

    os quais podem perder o mandato, automaticamente, se faltarem a trs reunies ordinrias consecutivas.

    Comentrios:

    O Tribunal Administrativo composto por m Presidente e seis Conselheiros escolhidos dentre cidados com mais de 30 (trinta) anos de

    idade, de notrio saber jurdico ou econmico e reputao ilibada, nomeados pelo Presidente da Repblica, depois de aprovados pelo Senado

    Federal.

    No caso de falta a trs reunies ordinrias consecutivas, o Conselheiro perder o mandato automaticamente. Questo correta.

    25. (ANS / Especialista Cargo 2/2005) Os conselheiros do Conselho Administrativo de Defesa Econmica (CADE) no podem

    ser scios de sociedade limitada ou de sociedade em conta de participao.

    Comentrios:

    Essa vedao no est relacionada no art. 8, da Lei n 12.529/2011. Os Conselheiros podem ser scios de sociedade limitada ou

    de sociedade em conta de participao. O que eles no podem participar na forma de controlador, diretor, administrador, gerente, preposto

    ou mandatrio, de sociedade civil, comercial ou empresas de qualquer espcie. Questo errada.

    26. (ANS / Especialista Cargo 2/2005) competncia privativa dos procuradores do CADE a representao legal dessa entidade

    em juzo.

    Comentrios:

    De fato, compete Procuradoria Federal junto ao CADE representa-lo judicial e extrajudicialmente. Questo correta.

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    27. (Juiz Federal TRF 1 Regio/2009-adaptada) A respeito da disciplina jurdica da concorrncia empresarial, assinale a opo

    correta.

    a) A SDE e a SEAE so rgos vinculados ao Ministrio da Justia.

    b) As denncias de infrao ordem econmica devem ser inicialmente

    encaminhadas SEAE, que ser responsvel por realizar as averiguaes preliminares.

    c) O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia tem apenas um rgo judicante.

    d) A SDE o principal rgo do Poder Executivo encarregado de

    acompanhar os preos da economia.

    e) A atribuio de instruir o pblico sobre as formas de infrao da ordem

    econmica da SEAE.

    Comentrios:

    Letra A: errada. A SEAE vinculada ao Ministrio da Fazenda.

    Letra B: errada. Na vigncia da Lei n 12.529/2011, as

    denncias devem ser encaminhadas Superintendncia-Geral do CADE.

    Letra C: correta. De fato, s h um rgo judicante no SBDC: o CADE. Apenas duas ressalvas: i) o CADE autarquia (e no rgo); ii)

    no adequado dizer que o CADE exerce funo judicante. A lei, todavia, disse isso... No briguemos com a banca!

    Letra D: errada. O acompanhamento dos preos da economia atribuio da SEAE.

    Letra E: errada. Essa atribuio do Plenrio do Tribunal (art. 9, inciso XIV).

    28. (Juiz Federal TRF 1 Regio / 2011) A perda de mandato dos conselheiros do CADE s pode ocorrer em virtude de deciso do presidente da Repblica, por provocao de qualquer cidado,

    ou em razo de condenao penal irrecorrvel por crime doloso.

    Comentrios:

    A perda de mandato do Presidente ou dos Conselheiros do CADE

    s poder ocorrer em virtude de deciso do Senado Federal, por provocao do Presidente da Repblica, ou em razo de condenao

    penal irrecorrvel por crime doloso, ou de processo disciplinar de

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    conformidade com o que prev a Lei n 8.112/90, a Lei n 8.429/92 ou por infringncia a algumas das vedaes previstas no art. 8, da Lei n

    12.529/2011. Questo errada.

    29. (Juiz Federal TRF 1 Regio / 2011) Ao presidente e aos conselheiros do CADE vedado emitir parecer sobre matria de sua especializao, ainda que em tese, podendo eles, no entanto,

    atuar como consultores de empresa privada.

    Comentrios:

    Os Conselheiros do CADE no podem atuar como consultores de

    empresa privada (art. 8, inciso IV, da Lei n 12.529/2011). Questo errada.

    30. (Consultor Legislativo- Senado Federal/2002) Entre as

    competncias do CADE inclui-se a de decidir sobre a existncia de infrao ordem econmica e ampliar as penalidades previstas em

    lei.

    Comentrios:

    O CADE no pode ampliar as penalidades previstas em lei.

    Questo errada.

    1.3- Infraes Ordem Econmica e Penalidades:

    1.3.1- Infraes Ordem Econmica:

    Ao tratar das infraes ordem econmica, a Lei n 12.529/2011 clara ao dispor sobre sua aplicabilidade. Segundo o art.

    31, a lei se aplica s pessoas fsicas ou jurdicas de direito pblico

    ou privado, bem como a quaisquer associaes de entidades ou pessoas, constitudas de fato ou de direito, ainda que temporariamente, com ou

    sem personalidade jurdica, mesmo que exeram atividade sob regime de monoplio legal.

    importante destacar que as diversas formas de infrao da

    ordem econmica implicam a responsabilidade da empresa e a responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores,

    solidariamente. Tambm sero solidariamente responsveis as empresas ou entidades integrantes de grupo econmico, de fato ou

    de direito, quando pelo menos uma delas praticar infrao ordem

    econmica.

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    Na hiptese de prticas concorrenciais ilcitas, poder tambm ser desconsiderada a personalidade jurdica do responsvel por

    infrao da ordem econmica. A desconsiderao ser aplicvel quando houver abuso de direito, excesso de poder, infrao da lei, fato ou ato

    ilcito ou violao dos estatutos ou contrato social por parte de administrador ou scio-proprietrio. A desconsiderao tambm ser

    efetivada quando houver falncia, estado de insolvncia, encerramento ou

    inatividade da pessoa jurdica provocados por m administrao.

    Muitas vezes, as infraes da ordem econmica se configuram tambm em outros tipos de ilcitos. Nesse caso, plenamente possvel

    a responsabilizao na esfera administrativa e na esfera criminal, sem que que fique configurado o bis in idem. o que se depreende da

    leitura do art. 35, da Lei n 12.529/2011, que dispe que a represso das infraes da ordem econmica no exclui a punio de outros ilcitos

    previstos em lei.

    Mas quais so, afinal, as infraes da ordem econmica?

    As infraes da ordem econmica esto tipificadas no art.36, da

    Lei n 12.529/2011:

    Art. 36. Constituem infrao da ordem econmica,

    independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir

    os seguintes efeitos, ainda que no sejam alcanados: I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre

    concorrncia ou a livre iniciativa; II - dominar mercado relevante de bens ou servios;

    III - aumentar arbitrariamente os lucros; e IV - exercer de forma abusiva posio dominante.

    De incio, possvel verificar que as infraes da ordem econmica, para sua caracterizao, independem de culpa latu sensu

    (dolo ou culpa). Assim, mesmo que a empresa no tenha tido inteno (dolo) ou culpa, se ela praticar conduta anticoncorrencial, ela ser

    uma infrao ordem econmica.

    So consideradas infraes da ordem econmica os atos que tenham como resultado potencial ou efetivo o prejuzo o livre

    concorrncia, a dominao de mercados, o aumento arbitrrio de lucros ou o abuso de posio dominante no mercado. Para que algum ato seja

    considerado como infrao ordem econmica, condio essencial a

    ocorrncia ou a potencialidade de ocorrncia de algum dos efeitos lesivos enumerados nos incisos do art. 36.

    importante destacar que a conquista de mercado

    resultante de processo natural fundado na maior eficincia de agente

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    econmico em relao a seus competidores no caracteriza o ilcito de dominao de mercados. A posio dominante no mercado, por sua vez, ser presumida quando uma empresa ou grupo de empresas for capaz de alterar unilateral ou coordenadamente as condies de

    mercado ou quando controlar 20% (vinte por cento) ou mais do mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo CADE

    para setores especficos da economia.

    Conforme comentamos, os diversos incisos do art. 36 tratam dos

    efeitos potenciais e efetivos de um ilcito concorrencial. No entanto, para que fique configurada a infrao ordem econmica, preciso

    que seja verificada tambm a presena de certas condutas, as quais esto relacionadas no art. 36, 3o, da Lei n 12.529/2011.

    A interpretao correta, ento, a de que as condutas relacionadas no art. 36, 3o (abaixo transcritas) somente sero

    ilcitos concorrenciais (infraes ordem econmica) quando produzirem ou tiverem potencial para produzir os efeitos indicados

    no art. 36, inciso I, da Lei n 12.529/2011.

    3o As seguintes condutas, alm de outras, na medida em que configurem hiptese prevista no caput deste artigo e

    seus incisos, caracterizam infrao da ordem econmica: I - acordar, combinar, manipular ou ajustar com

    concorrente, sob qualquer forma:

    a) os preos de bens ou servios ofertados individualmente; b) a produo ou a comercializao de uma quantidade

    restrita ou limitada de bens ou a prestao de um nmero, volume ou frequncia restrita ou limitada de servios;

    c) a diviso de partes ou segmentos de um mercado atual ou potencial de bens ou servios, mediante, dentre outros, a

    distribuio de clientes, fornecedores, regies ou perodos; d) preos, condies, vantagens ou absteno em licitao

    pblica;

    Comentrios: As condutas relacionadas no inciso I dizem respeito

    prtica anticoncorrencial denominada de cartel. O cartel uma prtica restritiva horizontal, que consiste em acordo entre agentes econmicos

    que ocupam posio no mesmo estgio na cadeia produtiva. Os concorrentes podem, por exemplo, combinar que mantero o preo da

    gasolina a R$ 3,00 / litro, o que traz graves prejuzos aos consumidores. Ou, ainda, acertar que somente iro ofertar no mercado certa quantidade

    de soja, o que leva ao encarecimento dos preos e restries de oferta.

    II - promover, obter ou influenciar a adoo de conduta comercial uniforme ou concertada entre concorrentes;

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    LZNotaCARTEL

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    Comentrios: Uma empresa com grande poder de mercado ou mesmo associaes divulgam prticas a serem adotadas por todos os

    concorrentes, de maneira uniforme. Seria o caso, por exemplo, em que so divulgadas tabelas de preo por sindicatos e associaes de classe,

    prticas que causam problemas de concorrncia no mercado.

    III - limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao

    mercado; IV - criar dificuldades constituio, ao funcionamento ou

    ao desenvolvimento de empresa concorrente ou de fornecedor, adquirente ou financiador de bens ou servios;

    V - impedir o acesso de concorrente s fontes de insumo, matrias-primas, equipamentos ou tecnologia, bem como

    aos canais de distribuio;

    Comentrios: Os incisos III, IV e V so bastante semelhantes e

    consistem em impor barreiras ao ingresso no mercado. Algumas prticas que podem ser aqui enquadradas so o boicote, as polticas de

    desconto e a exclusividade. Um exemplo que poderia ser aqui enquadrado o de uma fabricante de bebidas que somente distribui seus

    produtos a restaurantes e bares que no vendem os produtos de outro fabricante.

    VI - exigir ou conceder exclusividade para divulgao de

    publicidade nos meios de comunicao de massa;

    Comentrios: Um exemplo seria o de uma emissora de televiso que d

    exclusividade divulgao de um determinado produto em detrimento de outros concorrentes.

    VII - utilizar meios enganosos para provocar a oscilao de

    preos de terceiros;

    Comentrios: Nessa conduta, esto presentes dois elementos: a utilizao de meios enganosos e o efeito de oscilao de preos de terceiros. Por ser de difcil enquadramento, ainda no h histrico de

    condenao pelo CADE.

    VIII - regular mercados de bens ou servios, estabelecendo

    acordos para limitar ou controlar a pesquisa e o desenvolvimento tecnolgico, a produo de bens ou

    prestao de servios, ou para dificultar investimentos destinados produo de bens ou servios ou sua

    distribuio;

    Comentrios: Essa conduta anloga ao estabelecimento de cartis e prtica de criao de barreiras a novos concorrentes. Um exemplo seria o

    de um acordo entre concorrentes e um fornecedor exclusivo de

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    determinada tecnologia, por meio do qual este se compromete a no repass-la a empresas que pretendam ingressar no mercado.

    IX - impor, no comrcio de bens ou servios, a distribuidores, varejistas e representantes preos de

    revenda, descontos, condies de pagamento, quantidades mnimas ou mximas, margem de lucro ou quaisquer outras

    condies de comercializao relativos a negcios destes com terceiros;

    Comentrios: Poderamos enquadrar nessa conduta, a fixao de preos mnimos para revenda. Um exemplo seria o de uma editora que determina que as livrarias devero vender um determinado livro por R$

    75,00.

    X - discriminar adquirentes ou fornecedores de bens ou

    servios por meio da fixao diferenciada de preos, ou de condies operacionais de venda ou prestao de servios;

    XI - recusar a venda de bens ou a prestao de servios, dentro das condies de pagamento normais aos usos e

    costumes comerciais;

    Comentrios: Os incisos X e XI evidenciam condutas bem semelhantes.

    Um exemplo foi o caso levado ao CADE em que as Organizaes Globo se recusavam a disponibilizar os canais Sportv e Sportv 2 s operadoras de TV associadas empresa NeoTV.

    XII - dificultar ou romper a continuidade ou desenvolvimento de relaes comerciais de prazo

    indeterminado em razo de recusa da outra parte em submeter-se a clusulas e condies comerciais

    injustificveis ou anticoncorrenciais;

    Comentrios: Nesse caso, um fornecedor impe unilateralmente as condies em que ir negociar determinado bem ou servio. Caso a outra parte se recuse a se submeter a tais clusulas e condies

    comerciais, haver uma espcie de recusa de venda.

    XIII - destruir, inutilizar ou aambarcar matrias-primas,

    produtos intermedirios ou acabados, assim como destruir, inutilizar ou dificultar a operao de equipamentos

    destinados a produzi-los, distribu-los ou transport-los;

    Comentrios: A destruio de insumos pode causar impactos negativos sobre toda a cadeia produtiva, escasseando a oferta de bens

    que so importantes como matria-prima.

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    XIV - aambarcar ou impedir a explorao de direitos de propriedade industrial ou intelectual ou de tecnologia;

    Comentrios: O agente econmico que detm direitos de propriedade intelectual de um produto ou servio, certamente, detm vantagem

    sobre seus concorrentes. Ao impedir que outros agentes tenham acesso a essa tecnologia pode levar a uma situao de monoplio, que ,

    portanto, danosa concorrncia.

    XV - vender mercadoria ou prestar servios injustificadamente abaixo do preo de custo;

    Comentrios: Essa conhecida como a prtica de preos predatrios, visando eliminar a concorrncia e estabelecer um monoplio. A empresa,

    em suas operaes, cobra um preo abaixo do prprio custo da mercadoria ou do servio.

    XVI - reter bens de produo ou de consumo, exceto para

    garantir a cobertura dos custos de produo;

    Comentrios: A conduta descrita nesse inciso XVI se confunde com a do

    inciso XIII, com a variante de que, ao invs de destruir / inutilizar, aqui apenas se retm bens de produo ou consumo.

    XVII - cessar parcial ou totalmente as atividades da

    empresa sem justa causa comprovada;

    Comentrios: Uma empresa que possua grande poder de mercado, ao

    cessar suas atividades de forma repentina, pode impactar a ordem econmica, chamando a ateno das autoridades de defesa da

    concorrncia.

    XVIII - subordinar a venda de um bem aquisio de outro ou utilizao de um servio, ou subordinar a prestao de

    um servio utilizao de outro ou aquisio de um bem;

    e;

    Comentrios: Essa conduta tambm vedada pelo Cdigo de Defesa do Consumidor, sendo mais conhecida por venda casada. Ela ser uma afronta ordem econmica quando tiver por objetivo a dominao do mercado.

    XIX - exercer ou explorar abusivamente direitos de propriedade industrial, intelectual, tecnologia ou marca.

    Comentrios: O uso abusivo dos direitos de propriedade intelectual tambm pode configurar prtica anticoncorrencial. Um exemplo de situao em que foi utilizado esse enquadramento foi quando a AMBEV

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    passou a usar garrafas de 630 ml para comercializar suas bebidas, o que foi considerado abusivo por elevar os custos das suas concorrentes.

    Acima, tratamos dos ilcitos administrativos relacionados s condutas anticoncorrenciais. No entanto, essas condutas tambm podero

    resultar em ilcitos penais. A Lei n 8.137/90 tipifica como crimes contra a ordem econmica os seguintes:

    Art. 4 Constitui crime contra a ordem econmica:

    I - abusar do poder econmico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente, a concorrncia mediante

    qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas; II - formar acordo, convnio, ajuste ou aliana entre ofertantes, visando:

    a) fixao artificial de preos ou quantidades vendidas ou produzidas;

    b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empresas; c) ao controle, em detrimento da concorrncia, de rede de

    distribuio ou de fornecedores. Pena - recluso, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa.

    1.3.2- Penalidades:

    O art. 37, da Lei n 12.529/2011, trata das penalidades

    aplicveis por infrao ordem econmica.

    No caso de empresa, a prtica de infrao ordem econmica tem como penalidade multa de 0,1% a 20% do faturamento bruto no

    ramo de atividade empresarial em que ocorreu a infrao. O valor a ser considerado como faturamento bruto o obtido no ltimo exerccio anterior instaurao do processo administrativo. Cabe destacar que a

    multa aplicada pela autoridade administrativa no ser inferior vantagem auferida.

    No caso das demais pessoas fsicas ou jurdicas de direito

    pblico ou privado, bem como quaisquer associaes de entidades ou pessoas constitudas de fato ou de direito, ainda que temporariamente,

    com ou sem personalidade jurdica, que no exeram atividade empresarial, no sendo possvel utilizar-se o critrio do valor do

    faturamento bruto, a multa ser entre R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) e R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhes de reais).

    No caso de administrador, direta ou indiretamente responsvel pela infrao cometida, quando comprovada a sua culpa ou dolo, multa

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    de 1% (um por cento) a 20% (vinte por cento) daquela aplicada empresa ou entidade.

    H, ainda, penas complementares, aplicadas quando os ilcitos forem de gravidade elevada. Essas penas esto relacionadas no art. 38,

    da Lei n 12.529/2011:

    Art. 38. Sem prejuzo das penas cominadas no art. 37 desta Lei, quando assim exigir a gravidade dos fatos ou o

    interesse pblico geral, podero ser impostas as seguintes penas, isolada ou cumulativamente:

    I - a publicao, em meia pgina e a expensas do infrator, em jornal indicado na deciso, de extrato da deciso

    condenatria, por 2 (dois) dias seguidos, de 1 (uma) a 3

    (trs) semanas consecutivas; II - a proibio de contratar com instituies financeiras

    oficiais e participar de licitao tendo por objeto aquisies, alienaes, realizao de obras e servios, concesso de

    servios pblicos, na administrao pblica federal, estadual, municipal e do Distrito Federal, bem como em

    entidades da administrao indireta, por prazo no inferior a 5 (cinco) anos;

    III - a inscrio do infrator no Cadastro Nacional de Defesa do Consumidor;

    IV - a recomendao aos rgos pblicos competentes para que:

    a) seja concedida licena compulsria de direito de propriedade intelectual de titularidade do infrator, quando a

    infrao estiver relacionada ao uso desse direito;

    b) no seja concedido ao infrator parcelamento de tributos federais por ele devidos ou para que sejam cancelados, no

    todo ou em parte, incentivos fiscais ou subsdios pblicos; V - a ciso de sociedade, transferncia de controle

    societrio, venda de ativos ou cessao parcial de atividade; VI - a proibio de exercer o comrcio em nome prprio ou

    como representante de pessoa jurdica, pelo prazo de at 5 (cinco) anos; e

    VII - qualquer outro ato ou providncia necessrios para a eliminao dos efeitos nocivos ordem econmica.

    Na dosimetria da pena, devem ser levados em considerao diversos fatores quais sejam: a gravidade da infrao, a boa-f do

    infrator, a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator, a consumao ou no da infrao, o grau de leso, ou perigo de leso, livre

    concorrncia, economia nacional, aos consumidores, ou a terceiros, os efeitos econmicos negativos produzidos no mercado, a situao

    econmica do infrator e a reincidncia.

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    1.3.3- Prescrio:

    As aes punitivas da administrao pblica federal, direta e

    indireta, objetivando apurar infraes da ordem econmica prescrevem em 5 anos contados da data da prtica do ilcito ou, no caso

    de infrao permanente ou continuada, do dia em que tiver cessada a prtica do ilcito. Passado esse prazo, no pode mais ser exercido o direito

    de ao com o objetivo de apurar infraes da ordem econmica.

    1.3.4- Direito de Ao:

    O art. 47, da Lei n 12.529/2011, em perfeita consonncia com

    o princpio da inafastabilidade do controle jurisdicional, consagra o direito de ao no caso de infrao ordem econmica.

    Segundo esse dispositivo, os prejudicados podem ingressar em juzo para, em defesa de seus interesses individuais ou individuais

    homogneos, obter a cessao de prticas que constituam infrao da ordem econmica, bem como o recebimento de indenizao por perdas e

    danos sofridos. Cabe destacar que o direito de levar o caso ao Poder Judicirio independe da existncia de inqurito ou processo

    administrativo, que, caso exista, no ser suspenso em virtude do ajuizamento da ao.

    Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova!

    31. (ANTAQ Especialista-Cargo 2/2005) O abuso do poder econmico pode se concretizar por meio de vrias prticas, como a dominao de mercado relevante, a eliminao da concorrncia e o

    aumento arbitrrio dos lucros.

    Comentrios:

    Segundo o art. 173, 4, da CF/88, a lei reprimir o abuso do

    poder econmico que vise dominao dos mercados, eliminao da concorrncia e ao aumento arbitrrio dos lucros. Questo correta.

    32. (Juiz Federal TRF 1 Regio / 2011) As diversas formas de infrao da ordem econmica implicam a responsabilidade da

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    empresa e a individual de seus dirigentes ou administradores, solidariamente.

    Comentrios:

    Os dirigentes e administradores so responsveis solidrios por infraes ordem econmica (art. 32). Questo correta.

    33. (Procurador Federal-AGU/2004) No mbito da lei antitruste,

    dispensvel que um sujeito de direito tenha personalidade

    jurdica.

    Comentrios:

    A lei antitruste aplica-se s pessoas constitudas de fato ou de direito, ainda que temporariamente, com ou sem personalidade

    jurdica. Questo correta.

    34. (ANEEL Especialista rea 3/2010-adaptada) Com base na Lei n 12.529/2011, os atos de pessoas jurdicas de direito pblico ou privado podem ser analisados, mesmo quando

    exercerem atividade sob regime de monoplio legal.

    Comentrios:

    A Lei n 12.529/2011 se aplica inclusive s pessoas jurdicas de

    direito pblico ou privado que exeram atividades sob regime de monoplio legal. Questo correta.

    35. (ANAC-Especialista rea 5 /2012) Presume-se posio dominante, que consiste em infrao da ordem econmica, sempre

    que uma empresa ou grupo de empresas for capaz de alterar, de forma unilateral ou coordenada, as condies de mercado, e

    conseguir, nessa circunstncia, controlar 20% ou mais do mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo Conselho

    Administrativo de Defesa Econmica para setores especficos da economia.

    Comentrios:

    Questo difcil! A presuno de posio dominante est regulada pelo art. 36, 2, da lei antitruste. So duas as situaes em que se

    considera que uma empresa tem posio dominante presumida:

    1) A empresa ou grupo de empresas capaz de alterar unilateral ou coordenadamente as condies de mercado; ou

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    2) A empresa ou grupo de empresa controla 20% (vinte por cento) ou mais do mercado relevante, podendo este percentual ser

    alterado pelo CADE para setores especficos da economia.

    No enunciado da questo, a banca examinadora deu a entender

    que a segunda situao precisaria necessariamente acontecer como consequncia da primeira. Na verdade, basta que uma das situaes

    ocorra para que fique caracterizada a posio dominante presumida. Questo errada.

    36. (ANAC-Tcnico em Regulao rea 2 / 2012) De acordo com o princpio da livre concorrncia, a fixao dos preos das mercadorias e dos servios deve resultar dos atos cogentes da

    autoridade administrativa.

    Comentrios:

    Pelo princpio da livre concorrncia, os preos das mercadorias e

    servios no devem ser fixados pela autoridade administrativa, mas sim pelas foras do mercado. Questo errada.

    37. (ANAC-Tcnico em Regulao rea 2 / 2012) Para que o aumento arbitrrio de lucro seja considerado infrao da ordem

    econmica, o agente responsvel deve ter agido com dolo ou culpa.

    Comentrios:

    As infraes ordem econmica independem de dolo ou culpa. Questo errada.

    38. (ANAC-Tcnico em Regulao rea 2 / 2012) A represso das infraes da ordem econmica exclui a punio de outros ilcitos previstos em lei.

    Comentrios:

    A represso das infraes da ordem econmica no exclui a punio de outros ilcitos previstos em lei. Assim, plenamente possvel a

    responsabilizao na esfera civil e na esfera criminal. Questo errada.

    39. (ANP Especialista rea 8/2012) Considere que uma empresa tenha incorrido em uma das formas de infrao contra a ordem econmica descritas na lei de regncia. Nessa situao,

    somente a empresa ser responsabilizada, os seus dirigentes e administradores no.

    Comentrios:

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    Os administradores e dirigentes tm responsabilidade solidria por infraes ordem econmica. Assim, eles tambm iro responder pela

    conduta anticoncorrencial. Questo errada.

    40. (Consultor Legislativo - Cmara /2002) Em determinadas

    situaes, previstas em lei, a personalidade jurdica do responsvel por infrao da ordem econmica poder ser

    desconsiderada.

    Comentrios:

    De fato, a personalidade jurdica do responsvel por infrao da

    ordem econmica poder ser desconsiderada. o que prev o art. 34, da Lei n 12.529/2011:

    Art. 34. A personalidade jurdica do responsvel por infrao da

    ordem econmica poder ser desconsiderada quando houver da parte deste abuso de direito, excesso de poder, infrao da lei,

    fato ou ato ilcito ou violao dos estatutos ou contrato social. Pargrafo nico. A desconsiderao tambm ser efetivada quando houver falncia, estado de insolvncia, encerramento ou

    inatividade da pessoa jurdica provocados por m administrao.

    Questo correta.

    41. (ANAC-Tcnico em Regulao rea 2 / 2012) Quando houver abuso de direito por parte do responsvel por infrao da

    ordem econmica, a sua personalidade jurdica poder ser desconsiderada.

    Comentrios:

    Quando houver abuso de direito, excesso de poder, infrao da lei, fato ou ato ilcito ou violao dos estatutos ou contrato social, poder

    ser desconsiderada a personalidade jurdica do responsvel por infrao da ordem econmica. Questo correta.

    42. (Juiz Federal TRF 1 Regio / 2011) Para ser caracterizada como infrao da ordem econmica, a ao de limitar, falsear ou

    prejudicar, de qualquer forma, a livre concorrncia ou a livre iniciativa depende da comprovao de dolo ou culpa.

    Comentrios:

    As infraes ordem econmica independem de dolo ou culpa. Questo errada.

    43. (Procurador BACEN/2009) A Lei Antitruste no alcana

    pessoas jurdicas de d