decreto de lei

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7486 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N. o 250 — 30 de Dezembro de 2005 ANEXO XIII Fase CCNR I ( 1 ) P N (kW) CO (g/kWh) HC (g/kWh) NO x (g/kWh) PT (g/kWh) 37 P N < 75 6,5 1,3 9,2 0,85 75 P N < 130 5,0 1,3 9,2 0,70 P N 130 5,0 1,3 n 2 800 tr/ /min = 9,2 500 n < 2 800 tr/ min = 45 x n ( -0,2 ) 0,54 ( 1 ) Protocolo (CNR 19, Resolução da Comissão Central de Navegação no Reno de 11 de Maio de 2000.) ANEXO XIV Fase CCNR II ( 1 ) P N (kW) CO (g/kWh) HC (g/kWh) NOx (g/kWh) PT (g/kWh) 18 P N < 37 5,5 1,5 8,0 0,8 37 P N < 75 5,0 1,3 7,0 0,4 75 P N < 130 5,0 1,0 6,0 0,3 130 P N < 560 3,5 1,0 6,0 0,2 P N 560 3,5 1,0 n 3150 min -1 = 6,0 343 n < 3150 min -1 = 45 n (-0,2) -3 n < 343 min -1 = 11,0 0,2 ( 1 ) Protocolo (CNR 21, Resolução da Comissão Central de Navegação no Reno de 31 de Maio de 2001.) Decreto-Lei n. o 237/2005 de 30 de Dezembro O Programa do XVII Governo Constitucional, ao estabelecer como um dos seus objectivos o relançamento da política de defesa dos consumidores, considera indis- pensável a revisão dos normativos legais sobre segurança de produtos e serviços de consumo, com particular relevo para os problemas da alimentação e da saúde pública. Para alcançar aquele objectivo há que assegurar uma actuação credível ao nível da avaliação e comunicação dos riscos na cadeia alimentar, procurando restringir a ocorrência de danos sociais nas áreas da saúde, da economia e da defesa dos consumidores. A experiência veio demonstrar que a existência de cerca de quatro dezenas de serviços e organismos públi- cos, a maioria dos quais integrados no Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, com atribuições e competências na área do controlo oficial dos géneros alimentícios, inviabiliza a eficácia desejável na actuação da prevenção e da repressão de comportamentos que ponham em risco a cadeia ali- mentar. Entende-se, pois, que, a fim de aumentar a confiança dos consumidores, deve estabelecer-se um modelo que congregue num único organismo a quase totalidade dos serviços relacionados com a fiscalização e com a ava- liação e comunicação dos riscos na cadeia alimentar por forma a reforçar a relação entre avaliadores e ges- tores dos riscos, sem que a vertente de avaliação e comu- nicação perca o seu carácter independente, assegurando a cooperação com a Autoridade Europeia para a Segu- rança dos Alimentos, no âmbito das suas atribuições, conforme se dispõe no Regulamento (CE) n. o 178/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 28 de Janeiro. Aproveita-se ainda a oportunidade para integrar no novo organismo as atribuições e competências actual- mente detidas pela Inspecção-Geral das Actividades Económicas (IGAE) em matéria de controlo oficial dos géneros alimentícios, como em matéria de fiscalização do sector não alimentar, por forma que a articulação junto dos agentes económicos, que actuam cada vez em maior número simultaneamente nas duas áreas, garanta uma maior rentabilização dos recursos humanos e mate- riais envolvidos e permita uma melhor imagem da gestão de controlos junto do mesmo operador, evitando sobre- posições em matéria de fiscalização de um mesmo esta- belecimento, nas diferentes componentes do exercício da sua actividade. A criação da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que o presente decreto-lei mate- rializa, pretende responder às preocupações acima enun- ciadas através de uma estrutura orgânica que permita, com significativos ganhos de eficiência e maior eficácia, proceder a uma avaliação científica independente dos riscos na cadeia alimentar e fiscalizar as actividades eco- nómicas a partir da produção e em estabelecimentos industriais ou comerciais, tirando partido do «saber fazer» anteriormente disperso por vários serviços e orga- nismos e agora concentrado numa única entidade. A opção pela criação de um novo organismo facilita a tarefa de eliminar deficiências e desadequações nas rotinas implantadas, permitindo passar para o consu- midor uma mensagem clara de que se abre um novo ciclo ao nível da eficácia do sistema instituído, depois de vários anos de tentativas sempre adiadas. Finalmente, a criação da ASAE insere-se na orien- tação geral do Governo, mormente na Resolução do Conselho de Ministros n. o 102/2005, de 24 de Junho, quanto à redução da despesa pública e de reforma estru- tural da Administração, traduzida, neste caso, na con- centração de funções e de serviços, com acréscimo de eficácia e racionalização de meios materiais e humanos, de que é exemplo a redução de três dezenas de cargos dirigentes. Foram ouvidos os sindicatos representativos dos sectores. Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas. Assim: Nos termos da alínea a) do n. o 1 do artigo 198. o da Constituição, o Governo decreta o seguinte: CAPÍTULO I Disposições gerais Artigo 1. o Objecto É criada a Autoridade de Segurança Alimentar e Eco- nómica, doravante designada por ASAE.

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Page 1: Decreto de lei

7486 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 250 — 30 de Dezembro de 2005

ANEXO XIII

Fase CCNR I (1)

PN(kW)

CO

(g/kWh)HC

(g/kWh)NOx

(g/kWh)PT

(g/kWh)

37 PN < 75 6,5 1,3 9,2 0,85

75 PN < 130

5,0 1,3 9,2 0,70

PN 130 5,0 1,3 n 2 800 tr / /min = 9,2500 n < 2 800 tr/ min = 45 x n (-0,2)

0,54

(1) Protocolo (CNR 19, Resolução da Comissão Central de Navegação no Reno de 11 de Maio de 2000.)

ANEXO XIV

Fase CCNR II (1)

PN(kW)

CO

(g/kWh)HC

(g/kWh)NOx

(g/kWh)PT

(g/kWh)

18 PN < 37 5,5 1,5 8,0 0,8

37 PN < 75 5,0 1,3 7,0 0,4

75 PN < 130 5,0 1,0 6,0 0,3

130 PN < 560 3,5 1,0 6,0 0,2

PN 560 3,5 1,0 n 3150 min-1 = 6,0343 n < 3150 min-1 = 45 n (-0,2) -3n < 343 min -1

= 11,0

0,2

(1) Protocolo (CNR 21, Resolução da Comissão Central de Navegação no Reno de 31 de Maio de 2001.)

Decreto-Lei n.o 237/2005de 30 de Dezembro

O Programa do XVII Governo Constitucional, aoestabelecer como um dos seus objectivos o relançamentoda política de defesa dos consumidores, considera indis-pensável a revisão dos normativos legais sobre segurançade produtos e serviços de consumo, com particularrelevo para os problemas da alimentação e da saúdepública.

Para alcançar aquele objectivo há que assegurar umaactuação credível ao nível da avaliação e comunicaçãodos riscos na cadeia alimentar, procurando restringira ocorrência de danos sociais nas áreas da saúde, daeconomia e da defesa dos consumidores.

A experiência veio demonstrar que a existência decerca de quatro dezenas de serviços e organismos públi-cos, a maioria dos quais integrados no Ministério daAgricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas,com atribuições e competências na área do controlooficial dos géneros alimentícios, inviabiliza a eficáciadesejável na actuação da prevenção e da repressão decomportamentos que ponham em risco a cadeia ali-mentar.

Entende-se, pois, que, a fim de aumentar a confiançados consumidores, deve estabelecer-se um modelo quecongregue num único organismo a quase totalidade dosserviços relacionados com a fiscalização e com a ava-liação e comunicação dos riscos na cadeia alimentar

por forma a reforçar a relação entre avaliadores e ges-tores dos riscos, sem que a vertente de avaliação e comu-nicação perca o seu carácter independente, assegurandoa cooperação com a Autoridade Europeia para a Segu-rança dos Alimentos, no âmbito das suas atribuições,conforme se dispõe no Regulamento (CE) n.o 178/2002,do Parlamento Europeu e do Conselho, de 28 de Janeiro.

Aproveita-se ainda a oportunidade para integrar nonovo organismo as atribuições e competências actual-mente detidas pela Inspecção-Geral das ActividadesEconómicas (IGAE) em matéria de controlo oficial dosgéneros alimentícios, como em matéria de fiscalizaçãodo sector não alimentar, por forma que a articulaçãojunto dos agentes económicos, que actuam cada vez emmaior número simultaneamente nas duas áreas, garantauma maior rentabilização dos recursos humanos e mate-riais envolvidos e permita uma melhor imagem da gestãode controlos junto do mesmo operador, evitando sobre-posições em matéria de fiscalização de um mesmo esta-belecimento, nas diferentes componentes do exercícioda sua actividade.

A criação da Autoridade de Segurança Alimentar eEconómica (ASAE), que o presente decreto-lei mate-rializa, pretende responder às preocupações acima enun-ciadas através de uma estrutura orgânica que permita,com significativos ganhos de eficiência e maior eficácia,proceder a uma avaliação científica independente dosriscos na cadeia alimentar e fiscalizar as actividades eco-nómicas a partir da produção e em estabelecimentosindustriais ou comerciais, tirando partido do «saberfazer» anteriormente disperso por vários serviços e orga-nismos e agora concentrado numa única entidade.

A opção pela criação de um novo organismo facilitaa tarefa de eliminar deficiências e desadequações nasrotinas implantadas, permitindo passar para o consu-midor uma mensagem clara de que se abre um novociclo ao nível da eficácia do sistema instituído, depoisde vários anos de tentativas sempre adiadas.

Finalmente, a criação da ASAE insere-se na orien-tação geral do Governo, mormente na Resolução doConselho de Ministros n.o 102/2005, de 24 de Junho,quanto à redução da despesa pública e de reforma estru-tural da Administração, traduzida, neste caso, na con-centração de funções e de serviços, com acréscimo deeficácia e racionalização de meios materiais e humanos,de que é exemplo a redução de três dezenas de cargosdirigentes.

Foram ouvidos os sindicatos representativos dossectores.

Foram ouvidos os órgãos de governo próprio dasRegiões Autónomas.

Assim:Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da

Constituição, o Governo decreta o seguinte:

CAPÍTULO I

Disposições gerais

Artigo 1.o

Objecto

É criada a Autoridade de Segurança Alimentar e Eco-nómica, doravante designada por ASAE.

Page 2: Decreto de lei

N.o 250 — 30 de Dezembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7487

Artigo 2.o

Natureza jurídica e missão

1 — A ASAE é um serviço da administração directado Estado dotado de autonomia administrativa, nadependência hierárquica do ministro que tutela a áreada economia.

2 — A ASAE é a autoridade administrativa nacionalespecializada no âmbito da segurança alimentar e dafiscalização económica.

3 — A ASAE é a autoridade nacional de coordenaçãodo controlo oficial dos géneros alimentícios e o orga-nismo nacional de ligação com outros Estados membros,sendo responsável pela avaliação e comunicação dos ris-cos na cadeia alimentar, bem como pela disciplina doexercício das actividades económicas nos sectores ali-mentar e não alimentar, mediante a fiscalização e pre-venção do cumprimento da legislação reguladora dasmesmas.

Artigo 3.o

Jurisdição territorial

1 — A ASAE, enquanto entidade nacional respon-sável pela avaliação e comunicação dos riscos na cadeiaalimentar e autoridade coordenadora do controlo oficialdos géneros alimentícios, tem âmbito nacional.

2 — Enquanto entidade fiscalizadora das actividadeseconómicas, a ASAE exerce a sua actividade em todoo território do continente.

Artigo 4.o

Regime jurídico

A ASAE rege-se pelas disposições constantes do pre-sente decreto-lei e pelos seus regulamentos internos.

Artigo 5.o

Atribuições

São atribuições da ASAE:

a) Emitir pareceres científicos e técnicos, recomen-dações e avisos, nomeadamente em matériasrelacionadas com a nutrição humana, saúde ebem-estar animal, fitossanidade e organismosgeneticamente modificados;

b) Recolher e analisar dados que permitam a carac-terização e a avaliação dos riscos que tenhamimpacte, directo ou indirecto, na segurançaalimentar;

c) Avaliar os riscos alimentares, nomeadamente osrelativos aos novos alimentos e ingredientes ali-mentares novos, alimentos para animais, novosprocessos tecnológicos e riscos emergentes;

d) Promover a criação de uma rede de intercâmbiode informação entre entidades que trabalhemnos domínios das suas competências;

e) Assegurar a comunicação pública e transparentedos riscos;

f) Promover a divulgação da informação sobresegurança alimentar junto dos consumidores;

g) Colaborar, na área das suas atribuições, coma Autoridade Europeia para a Segurança dosAlimentos;

h) Acompanhar a participação técnica nacional nasdiferentes instâncias internacionais em matéria

de segurança alimentar, designadamente quantoàs normas e procedimentos de controlo;

i) Proceder à avaliação dos riscos biológicos, quí-micos, físicos e nutricionais e dos riscos ine-rentes à saúde e bem-estar animal e à alimen-tação animal;

j) Propor a definição da estratégia da comunicaçãodos riscos em matéria de segurança alimentar,tendo em consideração os conteúdos, os meiose os grupos alvo da comunicação;

l) Promover acções de natureza preventiva erepressiva em matéria de infracções contra aqualidade, genuinidade, composição, aditivosalimentares e outras substâncias e rotulagemdos géneros alimentícios e dos alimentos paraanimais;

m) Assegurar, em articulação com a Direcção-Ge-ral de Veterinária (DGV), o funcionamento dospostos de inspecção fronteiriços (PIF);

n) Executar, em articulação com a (DGV), o PlanoNacional de Controlo de Resíduos;

o) Executar, em articulação com a Direcção-Geralde Protecção das Culturas, o Programa Oficialde Controlo de Resíduos de Pesticidas em Pro-dutos de Origem Vegetal;

p) Fiscalizar os estabelecimentos de abate, prepa-ração, tratamento e armazenamento de produ-tos de origem animal;

q) Fiscalizar os estabelecimentos da indústria trans-formadora da pesca, navios-fábrica, lotas e mer-cados grossistas;

r) Fiscalizar a cadeia de comercialização dos pro-dutos de origem vegetal e dos produtos de ori-gem animal, incluindo os produtos da pesca eda aquicultura;

s) Fiscalizar a circulação e comércio de uvas des-tinadas à produção de vinho, de mosto e devinho em todo o território nacional;

t) Fiscalizar os lagares de azeite, bem como o des-tino do azeite obtido da azeitona laborada eseus subprodutos;

u) Fiscalizar a oferta de produtos e serviços nostermos legalmente previstos e, quando for casodisso, proceder à investigação e instrução deprocessos por contra-ordenação cuja competên-cia lhe esteja legalmente atribuída;

v) Fiscalizar o cumprimento das obrigações legaisdos agentes económicos, assegurando a instru-ção dos respectivos processos de contra-orde-nação, sem prejuízo das competências atribuídaspor lei a outras entidades;

x) Fiscalizar todos os locais onde se proceda a qual-quer actividade industrial, comercial, agrícola, pis-catória ou de prestação de serviços, designada-mente de produtos acabados e ou intermédios,armazéns, escritórios, meios de transporte, entre-postos frigoríficos, empreendimentos turísticos,empreendimentos de turismo no espaço rural,estabelecimentos de turismo de natureza, agên-cias de viagens, empresas de animação turística,estabelecimentos de restauração e bebidas, can-tinas e refeitórios, recintos de diversão ou deespectáculos, portos, gares e aerogares, sem pre-juízo das competências atribuídas por lei a outrasentidades;

z) Proceder à realização de perícias e colheitas deamostras nos locais onde se produzam, comer-cializem e ministrem alimentos para animais;

Page 3: Decreto de lei

7488 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 250 — 30 de Dezembro de 2005

aa) Executar, em colaboração com outros organis-mos competentes, as medidas destinadas a asse-gurar o abastecimento do País em bens e ser-viços considerados essenciais, tendo em vistaprevenir situações de açambarcamento;

bb) Promover e colaborar na divulgação da legis-lação sobre o exercício dos diferentes sectoresda economia cuja fiscalização lhe esteja atri-buída junto das associações de consumidores,associações empresariais, associações agrícolase das pescas, organizações sindicais e agenteseconómicos;

cc) Promover a divulgação dos resultados da acti-vidade operacional de fiscalização, sem prejuízodas regras inerentes ao segredo de justiça;

dd) Arquivar os processos de contra-ordenação cujacompetência instrutória lhe esteja legalmenteatribuída, sempre que se verificar que os factosque constam dos autos não constituem infracçãoou não existam elementos de prova susceptíveisde imputar a prática da infracção a um deter-minado agente;

ee) Prosseguir quaisquer outras atribuições que lhesejam cometidas por lei.

Artigo 6.o

Princípios orientadores

A ASAE, no exercício da sua missão, rege-se pelosprincípios da independência científica, da precaução, dacredibilidade e transparência e da confidencialidade.

Artigo 7.o

Cooperação com outras entidades

1 — A ASAE e os demais serviços, organismos ouentidades com funções de prevenção e repressão cri-minal ou contra-ordenacional ou com funções de auto-ridade administrativa devem cooperar no exercício dasrespectivas atribuições, utilizando os mecanismos legal-mente adequados.

2 — A ASAE pode solicitar aos serviços e organismosdo ministério que tutela a área da economia os ele-mentos de informação e a colaboração de recursoshumanos qualificados que se mostrem necessários aodesenvolvimento de projectos específicos.

3 — Os organismos públicos devem prestar à ASAEa colaboração que lhes for solicitada, designadamentena área técnico-pericial.

4 — Em articulação com o Ministério dos NegóciosEstrangeiros, a ASAE pode estabelecer relações de coo-peração com organismos similares de outros países oucom organizações internacionais.

Artigo 8.o

Rede de informação

A ASAE promove a criação de uma rede de inter-câmbio de informação com entidades, públicas ou pri-vadas, no domínio das suas atribuições, que tem porobjectivo, designadamente, um quadro de cooperaçãoatravés da coordenação das actividades, do intercâmbiode informações e da elaboração e execução de projectoscomuns.

CAPÍTULO II

Organização, serviços e competências

Artigo 9.o

Órgãos e serviços

1 — São órgãos da ASAE:

a) O presidente;b) O conselho científico.

2 — São serviços centrais da ASAE:

a) A Direcção de Avaliação e Comunicação dosRiscos na Cadeia Alimentar (DACR);

b) A Direcção de Serviços de Planeamento e Con-trolo Operacional (DSPCO);

c) A Direcção de Serviços Gerais (DSG);d) O Laboratório Central de Qualidade Alimentar

(LCQA);e) O Gabinete de Documentação e de Formação

(GDF);f) O Gabinete de Apoio Jurídico (GAJ).

3 — São serviços desconcentrados da ASAE:

a) A Direcção Regional do Norte, no Porto;b) A Direcção Regional do Centro, em Coimbra;c) A Direcção Regional de Lisboa e Vale do Tejo,

em Lisboa;d) A Direcção Regional do Alentejo, em Évora;e) A Direcção Regional do Algarve, em Faro.

4 — No âmbito das Direcções Regionais, são criadasas seguintes delegações, sediadas nas localidades onde,à data da entrada em vigor do presente decreto-lei, fun-cionam as direcções regionais de agricultura (DRA),do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rurale das Pescas:

a) Delegações de Braga e de Mirandela, integradasna Direcção Regional do Norte;

b) Delegação de Castelo Branco, integrada naDirecção Regional do Centro;

c) Delegação de Santarém, integrada na DirecçãoRegional de Lisboa e Vale do Tejo.

Artigo 10.o

Presidente

1 — A ASAE é dirigida por um presidente, nomeadopor despacho conjunto do Primeiro-Ministro e do mem-bro do Governo responsável pela área da economia,que é coadjuvado por quatro vice-presidentes, um dosquais exerce as funções de director científico para osriscos da cadeia alimentar, nomeados por despacho domembro do Governo responsável pela área da economia.

2 — Para todos os efeitos legais, são equiparados:

a) O presidente da ASAE a inspector-geral;b) O director científico para os riscos da cadeia

alimentar a subdirector-geral;c) Os demais vice-presidentes a subinspectores-

-gerais.

3 — Compete ao Presidente:

a) Representar a ASAE junto de quaisquer ins-tituições ou organismos, nacionais ou inter-nacionais;

Page 4: Decreto de lei

N.o 250 — 30 de Dezembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7489

b) Dirigir, coordenar e orientar os serviços, bemcomo aprovar os regulamentos e normas de exe-cução necessários ao seu bom funcionamento;

c) Aprovar e apresentar superiormente o plano eo relatório de actividades anuais da ASAE;

d) Submeter à aprovação das entidades competen-tes o orçamento e as contas anuais da ASAE;

e) Decidir e propor a locação e aquisição de bense serviços no âmbito das suas competências;

f) Aprovar, mediante parecer do director cientí-fico, as recomendações e avisos que vinculama ASAE;

g) Exercer os demais poderes previstos neste decre-to-lei e que não estejam atribuídos a outrosórgãos e serviços.

4 — O director científico para os riscos da cadeia ali-mentar exerce as competências previstas no artigo 11.o

5 — Os demais vice-presidentes exercem as compe-tências que neles forem delegadas ou subdelegadas pelopresidente, sendo este substituído, nas suas ausênciase impedimentos, por aquele que para o efeito designar.

Artigo 11.o

Director científico para os riscos na cadeia alimentar

O director científico para os riscos na cadeia alimentarreporta directamente ao presidente da ASAE, compe-tindo-lhe, designadamente:

a) Dirigir, coordenar e orientar a DACR, bemcomo aprovar os regulamentos e normas de exe-cução necessários ao seu bom funcionamento;

b) Emitir parecer sobre as recomendações e avisosque vinculam a ASAE e sobre as iniciativas pro-postas pelo conselho científico ao presidente;

c) Assegurar a necessária articulação com os orga-nismos congéneres dos países da União Euro-peia;

d) Propor ao membro do Governo responsávelpela área da economia a nomeação dos mem-bros do conselho científico;

e) Aprovar as iniciativas que lhe são propostas peloconselho científico, designadamente a criaçãoe a composição de comissões técnicas espe-cializadas;

f) Divulgar os pareceres do conselho científico;g) Proceder aos contactos com os órgãos de comu-

nicação, nos termos a articular com o presidente.

Artigo 12.o

Conselho científico

1 — O conselho científico é o órgão de consulta espe-cializada do director científico em matérias científicas,de desenvolvimento tecnológico e de projectos de inves-tigação, gozando de plena autonomia técnico-científicapara o efeito.

2 — O conselho científico, nomeado por despacho domembro do Governo responsável pela área da economia,sob proposta do director científico, tem a seguintecomposição:

a) Entre três e seis personalidades de reconhecidomérito científico;

b) Os presidentes das comissões técnicas espe-cializadas;

c) Três membros, com adequado currículo e dereconhecido mérito em matérias técnico-cien-tíficas, escolhidos de entre funcionáriosda DACR.

3 — Ao conselho científico compete, designada-mente:

a) Emitir pareceres científicos, por sua iniciativa,mediante aprovação do director científico, oua solicitação deste ou de entidades responsáveispor interesses relevantes na área da segurançaalimentar, incluindo, para além dos organismose serviços públicos com competências no sectoralimentar, as associações mais representativasde consumidores, produtores, industriais ecomerciantes;

b) Proceder à coordenação geral necessária paragarantir a coerência do procedimento de for-mulação de pareceres científicos, em particularno que respeita à adopção de regras de fun-cionamento e à harmonização dos métodos detrabalho;

c) Acompanhar o progresso científico e técnico naárea da segurança alimentar;

d) Proceder, entre outras actividades, à avaliaçãodos riscos na cadeia alimentar e propor as medi-das legislativas e administrativas adequadas;

e) Propor ao director científico a realização deestudos, conferências, colóquios, seminários eoutras actividades destinadas a avaliar, aprofun-dar e divulgar o conhecimento da segurançaalimentar;

f) Propor ao director científico a criação e com-posição de comissões técnicas especializadas;

g) Activar as comissões técnicas especializadassempre que tal se mostre necessário face à espe-cificidade das matérias sobre as quais se devampronunciar;

h) Elaborar o projecto de regulamento interno esubmetê-lo ao director científico.

4 — O conselho científico reúne ordinariamente umavez em cada trimestre e extraordinariamente sempreque for convocado pelo seu presidente.

5 — O conselho científico elege, de entre os membrosa que alude a alínea a) do n.o 2, o respectivo presidentee delibera sobre a sua organização e funcionamento,prevendo a eventual participação de peritos externos,em regulamento interno.

6 — O conselho científico reporta directamente aodirector científico.

7 — Para efeitos da comunicação de riscos, o conselhocientífico está inibido de proceder à comunicação dosriscos, bem como a qualquer outra manifestação oudeclaração relacionada com as competências desteórgão, sem obtenção de prévia e expressa autorizaçãodo presidente da ASAE, a solicitar mediante comuni-cação ao director científico.

8 — Os membros do conselho científico, salvo aquelesque são trabalhadores da ASAE, têm direito ao abonode senhas de presença no valor de 55% do índice 100da escala salarial do regime geral da função públicapor cada reunião em que efectivamente participem.

9 — Independentemente do número de reuniões emque participem, os membros do conselho científico comdireito ao abono de senhas de presença não podem aufe-rir por cada mês mais do dobro do valor referido no

Page 5: Decreto de lei

7490 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 250 — 30 de Dezembro de 2005

número anterior, salvo proposta fundamentada do pre-sidente do conselho científico e mediante autorizaçãodo Ministro de Estado e das Finanças.

Artigo 13.o

Comissões técnicas especializadas

1 — As comissões técnicas especializadas são equipasmultidisciplinares que funcionam como estruturas deapoio ao conselho científico, constituídas por persona-lidades com qualificação e experiência nas respectivasáreas, que actuam sob sua orientação e superinten-dência.

2 — São criadas comissões técnicas especializadas nasseguintes áreas, sem prejuízo do disposto na alínea f)do n.o 3 do artigo 12.o:

a) Aditivos alimentares, aromatizantes, auxiliarestecnológicos e materiais em contacto com géne-ros alimentícios;

b) Aditivos e produtos ou substâncias utilizadosnos alimentos para animais;

c) Fitossanidade dos produtos fitossanitários e res-pectivos resíduos;

d) Organismos geneticamente modificados (OGM);e) Produtos dietéticos, nutrição e alergias;f) Riscos biológicos;g) Contaminantes da cadeia alimentar;h) Saúde e bem-estar animal.

3 — Até à designação dos presidentes das comissõestécnicas especializadas, estas são presididas por ummembro do conselho científico a que se refere a alínea a)do n.o 2 do artigo 12.o

4 — As regras de funcionamento das comissões téc-nicas especializadas são fixadas em regulamento a apre-sentar ao director científico, sob proposta do conselhocientífico.

Artigo 14.o

Direcção de Avaliação e Comunicação dos Riscos na Cadeia Alimentar

1 — No âmbito da avaliação dos riscos, a DACR pro-cede à avaliação dos riscos biológicos, químicos, físicose nutricionais e dos riscos inerentes à saúde e bem-estaranimal e à alimentação animal, competindo-lhe, desig-nadamente:

a) Proceder a estudos e elaborar pareceres técnicose científicos;

b) Proceder à recolha de dados relativos ao con-sumo de géneros alimentícios e à incidência eprevalência dos riscos da cadeia alimentar;

c) Analisar os dados dos diferentes organismoscom atribuições nas várias componentes dafileira alimentar que permitam a caracterizaçãodos riscos com impacte directo ou indirecto nasegurança alimentar;

d) Analisar, de forma sistemática, informações edados que permitam propor programas de vigi-lância dos riscos;

e) Propor as entidades que devem integrar a redede intercâmbio de informação e assegurar o seufuncionamento;

f) Proceder ao tratamento das mensagens que cir-culem no sistema de alerta rápido (RASFF) ede outros sistemas de alerta ou de troca deinformação;

g) Programar e desenvolver acções de naturezapreventiva e informativa;

h) Adoptar procedimentos para a criação e manu-tenção de bases de dados e de registos nacionaisde alimentos;

i) Secretariar o conselho científico;j) Promover e organizar a realização de cursos,

seminários, jornadas técnicas e outras acçõesde formação contínua especializada;

l) Estabelecer ligações a bases de dados científicose técnicos e cooperar cientificamente comoutros organismos com actividade no domíniodas suas competências.

2 — A DACR, no âmbito da comunicação dos riscos,procede à definição da estratégia da comunicação dosriscos em matéria de segurança alimentar, tendo emconsideração os conteúdos, os meios e os grupos alvoda comunicação, competindo-lhe, designadamente:

a) Planear e implementar os programas de comu-nicação dos riscos;

b) Comunicar os pareceres, as recomendações eos avisos;

c) Elaborar comunicados ou outros suportes decomunicação;

d) Proporcionar informação acessível e compreen-sível dos pareceres científicos;

e) Tornar público, em tempo útil, informações cre-díveis e objectivas;

f) Acompanhar a preparação e difusão pública dosdocumentos;

g) Desenvolver e colaborar em estudos de opinião;h) Proceder à divulgação da actividade da ASAE

no âmbito das competências de avaliação ecomunicação dos riscos;

i) Elaborar o plano específico de actuação emsituações de crise.

Artigo 15.o

Direcção de Serviços de Planeamento e Controlo Operacional

A DSPCO procede ao planeamento e acompanha-mento da actividade operacional competindo-lhe, desig-nadamente:

a) Efectuar estudos sobre a actividade operacionalda ASAE;

b) Recolher, analisar e tratar toda a informaçãode natureza operacional, com vista à realizaçãodas acções de inspecção, fiscalização ou deinvestigação;

c) Promover o planeamento das acções de fisca-lização nas diferentes áreas de especializaçãoe de intervenção, em articulação com as direc-ções regionais;

d) Prestar apoio à coordenação da actividade ope-racional da ASAE desenvolvida pelos sectoresde fiscalização e investigação e técnico-periciais,propondo as acções mais adequadas;

e) Conceber e optimizar metodologias de actuaçãovisando a prevenção e a repressão das infracçõesno âmbito das competências da ASAE;

f) Elaborar instruções e procedimentos visando aeficaz execução da actividade da ASAE.

Artigo 16.o

Direcção de Serviços Gerais

A DSG promove e assegura a administração e gestãodos recursos humanos, financeiros, patrimoniais, infor-máticos, de biblioteca, documentação e expediente,competindo-lhe, designadamente:

a) Elaborar os estudos necessários à afectação egestão de recursos humanos;

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N.o 250 — 30 de Dezembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7491

b) Estudar a aplicação de métodos actualizados degestão de recursos humanos e promover a rea-lização das acções necessárias à implementaçãodo plano anual de formação, tendo em atençãoos objectivos de modernização administrativa eas necessidades gerais e específicas dos diversosdepartamentos e unidades orgânicas;

c) Coligir e organizar a informação relativa aosrecursos humanos visando uma gestão optimi-zada e elaborar o balanço social;

d) Assegurar o processamento dos vencimentos eabonos relativos ao pessoal, bem como o expe-diente relacionado com os benefícios sociais aque têm direito;

e) Elaborar os projectos de orçamentos e respec-tivas alterações, bem como todos os elementosnecessários à gestão previsional;

f) Exercer o controlo orçamental e a avaliação daafectação dos recursos financeiros às actividadesdesenvolvidas pelos órgãos e serviços;

g) Promover e assegurar todos os procedimentosinerentes à liquidação das despesas e à eficazcobrança das receitas;

h) Elaborar e instruir os processos de aquisiçãode equipamentos, bens e serviços;

i) Definir, organizar e gerir o sistema integradode informação;

j) Garantir a gestão da rede de comunicações epropor novas arquitecturas que permitam asse-gurar elevados níveis de segurança, fiabilidadee operacionalidade;

l) Definir, organizar e orientar tecnicamente o sis-tema de documentação;

m) Assegurar a recepção, classificação, registo, dis-tribuição e envio de correspondência.

Artigo 17.o

Laboratório Central de Qualidade Alimentar

1 — Ao LCQA compete, designadamente:

a) Realizar as análises destinadas ao controlo ofi-cial na perspectiva de prevenção e repressãodas infracções contra a genuinidade e qualidadedos géneros alimentícios e respectivas matérias--primas e assegurar o funcionamento do júri deprova organoléptica;

b) Promover e coordenar as actividades relativasao estudo de métodos de análise e aos estudosinterlaboratoriais para harmonização de proces-sos e técnicas de análise;

c) Colaborar com a Comissão Europeia e comorganismos internacionais, como o ComitéEuropeu de Normalização, a Organização Inter-nacional de Normalização e a Comissão doCodex Alimentarius, para estudo de novosmétodos de análise;

d) Assegurar a realização de análises e estudosdecorrentes da obrigatoriedade inerente a labo-ratório acreditado pelo Conselho Oleícola Inter-nacional;

e) Participar em cadeias de avaliação de capaci-dade laboratorial com vista ao reconhecimentono âmbito do controlo europeu coordenado;

f) Proceder à análise e estudo das medidas neces-sárias à elaboração da legislação nacional ecomunitária no domínio dos critérios de purezae condições de utilização de aditivos alimentarese auxiliares tecnológicos, bem como dos teores

admissíveis de contaminantes em todos os géne-ros alimentícios e respectivas matérias-primas;

g) Elaborar e assegurar a actualização do Manualde Qualidade e garantir a acreditação do LCQApelo organismo nacional competente;

h) Colaborar com os restantes laboratórios nacio-nais e regionais oficiais nos domínios da for-mação profissional e da execução das tarefasinerentes à respectiva acreditação;

i) Emanar as directivas funcionais necessárias àuniformização de métodos e procedimentos doslaboratórios regionais;

j) Executar as análises solicitadas por entidadespúblicas no domínio da sua especialidade e exer-cer quaisquer outras acções ou funções que lhesejam superiormente determinadas.

2 — O LCQA é dirigido por um director de serviços.

Artigo 18.o

Gabinete de Documentação e de Formação

O GDF assegura o tratamento da legislação queregula o exercício das actividades económicas nas suasduas vertentes, o tratamento da documentação técnicae científica com interesse para a ASAE, bem como pro-cede à preparação das acções de formação inerentesàs carreiras de inspecção, competindo-lhe, designada-mente:

a) Proceder à investigação de fontes documentaisnacionais e estrangeiras com interesse específicopara a actividade da ASAE;

b) Recolher, organizar, difundir e manter actua-lizada a legislação específica e a informação ine-rente à actividade da ASAE;

c) Apoiar outros serviços na selecção de documen-tação científica e técnica de interesse paraa ASAE;

d) Colaborar com os serviços ou organismos doMinistério na elaboração de procedimentos comvista à implementação de um sistema de gestãode qualidade;

e) Elaborar os conteúdos programáticos, prepararos respectivos manuais e assegurar a realizaçãodas acções de formação interna e específica des-tinada ao pessoal das carreiras de inspecção;

f) Assegurar a articulação com outros organismosnacionais e promover relações de cooperaçãocom organismos homólogos internacionais.

Artigo 19.o

Gabinete de Apoio Jurídico

1 — Ao GAJ compete, designadamente:

a) Assegurar o apoio jurídico a todos os órgãose serviços da ASAE;

b) Elaborar pareceres, estudos e informações rela-tivos à actividade operacional;

c) Instruir processos disciplinares e realizar pro-cessos de averiguações e inquéritos que lhesejam determinados;

d) Analisar e preparar resposta a exposições, recla-mações ou recursos;

e) Dar parecer jurídico sobre projectos de diplo-mas preparados por outros organismos relacio-nados com a actividade da ASAE sobre os quaisdeva obrigatoriamente pronunciar-se;

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7492 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 250 — 30 de Dezembro de 2005

f) Garantir o exercício do patrocínio judiciário;g) Elaborar projectos de decisão nos processos de

contra-ordenação que caiba à ASAE decidir,nos termos da legislação aplicável, e asseguraro processamento subsequente;

h) Preparar e analisar protocolos e outros instru-mentos contratuais nos quais a ASAE participe.

2 — O GAJ é dirigido por um director de serviços.

Artigo 20.o

Direcções regionais

1 — No âmbito das respectivas áreas geográficas deactuação, as direcções regionais são serviços que têmpor finalidade desenvolver as diligências necessárias eadequadas ao cumprimento das atribuições previstas nopresente decreto-lei, competindo-lhes, designadamente,assegurar a fiscalização do cumprimento das normaslegais que disciplinam as actividades económicas nossectores alimentar e não alimentar.

2 — As direcções regionais da ASAE têm por áreageográfica de actuação o continente, na configuraçãodefinida pelo nível II da Nomenclatura de Unidades Ter-ritoriais (NUTS), sem prejuízo de eventuais ajustamen-tos que se revelem necessários, mediante despacho doministro que tutela a área da economia.

3 — As direcções regionais são dirigidas por direc-tores regionais, equiparados a dirigentes intermédios do1.o grau, que dependem do presidente ou de um vice--presidente, com excepção do director científico paraos riscos da cadeia alimentar, nas competências quenaquele forem delegadas.

4 — Compete aos directores regionais, no âmbito darespectiva área geográfica:

a) Representar o presidente;b) Assegurar o cumprimento de todas as atribui-

ções da ASAE;c) Zelar pelo cumprimento das orientações do

presidente;d) Coadjuvar as autoridades judiciárias;e) Controlar a legalidade e adequação nos actos

de intervenção da ASAE.

5 — As direcções regionais compreendem os seguin-tes sectores especializados de intervenção:

a) Sectores de fiscalização e investigação (SFI), atéum máximo de sete;

b) Sector técnico-pericial, até um máximo de dois.

6 — As direcções regionais, para a prossecução dasacções inerentes à fiscalização, podem estruturar-se emunidades dirigidas por dirigentes intermédios do2.o grau.

7 — Cada direcção regional dispõe de um núcleo deapoio administrativo.

Artigo 21.o

Sectores de fiscalização e investigação e sectores técnico-periciais

1 — Aos SFI compete desenvolver as atribuições daASAE no domínio da fiscalização e investigação do cum-primento das obrigações legais que disciplinam as acti-vidades económicas nos sectores alimentar e não ali-mentar.

2 — Os SFI são coordenados por funcionários dascarreiras de inspecção, preferencialmente da carreirade inspector superior, sendo designados por despachodo presidente, sob proposta dos respectivos directoresregionais.

3 — Quando dirijam no mínimo três brigadas, cons-tituídas cada uma por dois funcionários das carreirasde inspecção, os coordenadores dos SFI são remune-rados pelo índice correspondente à respectiva carreirae escalão, majorado de um impulso de 55 pontos, tendocomo limite a remuneração base de um dirigente inter-médio do 2.o grau.

4 — Aos sectores técnico-periciais compete prestarassessoria técnica, através da realização de estudos, perí-cias, concepção, adaptação e aplicação de métodos eprocessos técnico-científicos.

5 — Os sectores técnico-periciais são coordenados,preferencialmente, por funcionários das carreiras de ins-pecção superior ou técnica superior, designados por des-pacho do presidente, sob proposta dos respectivos direc-tores regionais, de quem dependem directamente.

6 — Quando os sectores técnico-periciais tiverem ummínimo de seis funcionários das carreiras de inspecçãoou técnicas, os respectivos coordenadores são remune-rados pelo índice correspondente à respectiva carreirae escalão, majorado de um impulso de 55 pontos, tendocomo limite a remuneração base de um dirigente inter-médio do 2.o grau.

Artigo 22.o

Núcleos de apoio administrativo

1 — Compete ao núcleo de apoio administrativo decada direcção regional e de cada delegação asseguraras tarefas de natureza administrativa nos termos a definirpelo director regional.

2 — O núcleo de apoio administrativo é coordenadopor um funcionário da carreira técnico-profissional ouadministrativa designado por despacho do presidente,sob proposta do director regional do qual dependedirectamente.

3 — Os coordenadores dos núcleos de apoio admi-nistrativo são remunerados pelo índice imediatamentesuperior ao que detêm ou, caso se encontrem posicio-nados no último escalão, por um índice correspondentea um acréscimo de 20 pontos.

Artigo 23.o

Delegações

1 — As delegações das direcções regionais, chefiadaspor dirigentes intermédios do 2.o grau, prosseguem asfinalidades das respectivas direcções regionais na áreageográfica que lhes for atribuída, bem como as com-petências que lhes forem delegadas pelo respectivodirector regional.

2 — As delegações das direcções regionais são cria-das, alteradas e extintas por despacho conjunto dosministros responsáveis pelas áreas das finanças, Admi-nistração Pública e economia.

3 — Os dirigentes das delegações das direcções regio-nais dependem directamente do respectivo directorregional.

4 — O número de sectores de fiscalização e instruçãoe técnico-periciais em cada delegação não pode ser supe-rior a quatro.

5 — Cada delegação pode dispor de um núcleo deapoio administrativo.

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N.o 250 — 30 de Dezembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7493

CAPÍTULO III

Organização e funcionamento

Artigo 24.o

Flexibilidade estrutural

O funcionamento e a gestão da ASAE assentam numaestrutura flexível e baseiam-se no modelo de gestão par-ticipada e integrada na definição e realização dos objec-tivos de controlo e avaliação sistemática dos resultados.

Artigo 25.o

Princípios de gestão

1 — O funcionamento da ASAE assenta na estruturadefinida no presente decreto-lei e na articulação comos serviços centrais com vista à realização dos objectivoscomuns dos ministérios.

2 — A gestão da ASAE orienta-se por objectivos pre-viamente definidos e pelo adequado controlo de resul-tados e dos respectivos custos financeiros.

Artigo 26.o

Instrumentos de gestão

A actividade da ASAE obedece às normas gerais esta-belecidas para o regime financeiro dos serviços dotadosde autonomia administrativa, sendo utilizados os seguin-tes instrumentos de gestão:

a) Plano estratégico de médio prazo, actualizadoanualmente, contemplando as linhas de orien-tação da ASAE;

b) Plano anual de actividades;c) Orçamento anual, elaborado com base no plano

de actividades, e suas actualizações;d) Relatório anual de actividades;e) Conta de gerência anual;f) Balanço social;g) Outros documentos de acompanhamento regu-

lar da actividade e da execução orçamental.

Artigo 27.o

Receitas

Constituem receitas da ASAE:

a) As dotações provenientes do Orçamento doEstado;

b) O produto de serviços prestados;c) O produto da venda de publicações;d) O produto das coimas cobradas em processos

de contra-ordenação, na mesma proporção comque revertiam para os serviços extintos oureestruturados;

e) O produto da cobrança das taxas relativas àsbebidas espirituosas não vínicas;

f) Quaisquer outras receitas que por lei, contratoou a qualquer outro título lhe sejam atribuídas.

Artigo 28.o

Despesas

Constituem despesas da ASAE as que resultem dosencargos e responsabilidades decorrentes da prossecu-ção das suas actividades.

Artigo 29.o

Cobrança coerciva de dívidas

1 — A cobrança coerciva de dívidas à ASAE é efec-tuada através do processo de execução fiscal.

2 — O processo referido no número anterior tem porbase certidão emitida com valor de título executivo, deacordo com o disposto no artigo 162.o do Código deProcedimento e de Processo Tributário.

CAPÍTULO IV

Pessoal

Artigo 30.o

Regime de pessoal

1 — O pessoal da ASAE integrado nas carreiras deinspecção está sujeito ao regime jurídico da funçãopública e rege-se pelo Decreto-Lei n.o 112/2001, de 6de Abril.

2 — O restante pessoal da ASAE rege-se pelas nor-mas aplicáveis ao contrato individual de trabalho.

Artigo 31.o

Quadros de pessoal

1 — Os lugares do quadro de pessoal dirigente daASAE constam do quadro anexo ao presente decreto-lei,que dele faz parte integrante.

2 — Para a execução das atribuições da ASAE, asdirecções de serviço podem estruturar-se em divisões,cujas competências são definidas por despacho do pre-sidente, a publicar no Diário da República, sem prejuízodo estabelecido no número anterior.

3 — A ASAE dispõe de um quadro de pessoal emregime de função pública para as carreiras de inspecçãoe de um quadro de pessoal em regime de contrato indi-vidual de trabalho para os demais trabalhadores.

4 — Os quadros de pessoal referidos no número ante-rior são aprovados por portaria conjunta dos ministrosresponsáveis pelas áreas das finanças, da AdministraçãoPública e da economia.

Artigo 32.o

Regime de duração do trabalho

1 — Ao pessoal da ASAE é aplicado o regime deduração do trabalho estabelecido para a função pública,salvo o disposto no número seguinte.

2 — O serviço prestado pelo pessoal das carreiras deinspecção é de carácter permanente, o que implica aobrigatoriedade da sua prestação durante o dia ou ànoite, incluindo os dias de descanso e feriados, con-soante as necessidades de serviço.

Artigo 33.o

Segredo profissional e incompatibilidades

1 — Os membros dos órgãos da ASAE, o respectivopessoal e as pessoas ou entidades que lhe prestem, atítulo permanente ou ocasional, quaisquer serviços ficamsujeitos a segredo profissional sobre os factos e docu-mentos cujo conhecimento resulte do exercício das suasfunções ou da prestação de serviços referidos e, sejaqual for a finalidade, não podem divulgar nem utilizar

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7494 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 250 — 30 de Dezembro de 2005

em proveito próprio ou alheio, directamente ou porinterposta pessoa, o conhecimento que advenha de taisfactos.

2 — O dever de segredo profissional mantém-se aindaque as pessoas ou entidades a ele sujeitas, nos termosdo disposto no número anterior, deixem de prestar ser-viços à ASAE.

3 — Sem prejuízo da responsabilidade civil ou cri-minal que dela resulte, a violação do segredo profissionalestabelecido no presente artigo quando cometida porum dos membros dos órgãos da ASAE ou pelo seupessoal implica para o infractor as sanções disciplinarescorrespondentes à sua gravidade, que podem ir até àdestituição, demissão ou rescisão do respectivo contratode trabalho, e quando praticada por pessoa ou entidadevinculada à ASAE por um contrato de prestação deserviços ou avença confere ao presidente o direito deresolver imediatamente esse contrato.

4 — Sem prejuízo das disposições legais sobre incom-patibilidades, o pessoal das carreiras de inspecção emserviço efectivo e os membros do conselho científicoe das comissões técnicas não podem exercer cargos degerência, administração ou quaisquer outras funções,sejam ou não remuneradas, ao serviço de quaisquer enti-dades cuja actividade esteja no âmbito das atribuiçõesda ASAE.

Artigo 34.o

Formação

A ASAE promove a organização de acções de aper-feiçoamento e reciclagem profissionais e de cursos deformação profissional destinados à preparação, espe-cialização e aperfeiçoamento dos funcionários do seuquadro, podendo fazê-lo em colaboração com outrasentidades.

Artigo 35.o

Mobilidade geográfica

1 — A mobilidade do pessoal do quadro da ASAEpara localidade diferente daquela onde exerce funçõespode fazer-se a seu pedido ou na sequência de pro-moção, nos termos do respectivo concurso.

2 — O pessoal das carreiras de inspecção pode, porconveniência de serviço, ser colocado temporariamente,sem a sua anuência, em localidade diferente daquelaonde exerce funções.

3 — A colocação a que se refere o número anterior,para a qual são escolhidos prioritária e rotativamenteos funcionários mais modernos na respectiva categoria,deve obedecer aos requisitos abaixo indicados:

a) Ser objecto de despacho fundamentado dopresidente;

b) Operar-se dentro da área territorial da direcçãoregional onde o funcionário se encontre colo-cado ou para um distrito limítrofe daquela área;

c) Não ultrapassar o período de um ano, o qualpode ser prorrogado, excepcionalmente, pormais um ano, por despacho do ministro quetutela a área da economia, sob proposta dopresidente.

Artigo 36.o

Subsídio de deslocação e de residência

O pessoal das carreiras de inspecção da ASAE colo-cado, por conveniência de serviço, em localidade dife-rente daquela onde exerce funções tem direito a um

subsídio de residência, nos termos definidos nos arti-gos 7.o a 10.o do Decreto-Lei n.o 190/99, de 5 de Junho,a um subsídio fixo correspondente a 30 dias de ajudasde custo a que teria direito por deslocações da sua resi-dência habitual, ao subsídio de deslocação referido noartigo 12.o do Decreto-Lei n.o 190/99, de 5 de Junho,e a faltar ao serviço até 5 dias, nos termos definidosno artigo 13.o do mesmo diploma.

Artigo 37.o

Patrocínio judiciário

1 — Os funcionários da ASAE que sejam arguidosem processo contra-ordenacional, disciplinar ou judicialpor actos cometidos ou ocorridos no exercício e porcausa das suas funções têm direito a ser assistidos poradvogado retribuído a expensas do Estado, através daASAE, bem como a transporte e ajudas de custo quandoa localização do tribunal ou das entidades policiais ojustifique.

2 — O disposto no número anterior não afasta a obri-gação de ressarcir o Estado em todas as despesas supor-tadas sempre que o funcionário venha a ser condenadoem qualquer dos processos referidos no número anteriorlogo que a decisão ou a sentença judicial tenham tran-sitado em julgado.

3 — O advogado referido no n.o 1 é indicado pelaASAE, ouvido o interessado.

CAPÍTULO V

Disposições finais e transitórias

Artigo 38.o

Transferência de competências

1 — A competência para a aplicação das coimas esanções acessórias, que incumbia aos serviços e orga-nismos extintos, transita para a Comissão de Aplicaçãode Coimas em Matéria Económica e de Publicidade.

2 — Consideram-se transferidas para a ASAE todasas competências em matéria de fiscalização e instruçãoprocessual anteriormente cometidas aos serviços e orga-nismos extintos ou reestruturados por força do constanteneste decreto-lei.

3 — Até à entrada em vigor da lei que aprove o novoenquadramento da investigação das actividades econó-micas mantém-se em vigor o capítulo IV do Decreto-Lein.o 46/2004, de 3 de Março.

4 — As competências da Direcção de Serviços de Cer-tificação, Normalização, Promoção e Garantia da Qua-lidade Alimentar e do Gabinete de Trocas Intracomu-nitárias e com Países Terceiros da Direcção-Geral deFiscalização e Controlo da Qualidade Alimentar(DGFCQA) transitam para a DGV.

Artigo 39.o

Contrato individual de trabalho

1 — Os funcionários que não sejam integrados nascarreiras de inspecção podem optar pelo regime de con-trato individual de trabalho mediante declaração escrita,individual e irrevogável, dirigida ao dirigente máximodo serviço.

2 — A opção referida no número anterior implica aexoneração do lugar de origem e a cessação do vínculo

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N.o 250 — 30 de Dezembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7495

à função pública com efeitos à data da publicação docorrespondente aviso no Diário da República.

Artigo 40.o

Manutenção do vínculo à função pública

Os funcionários referidos no n.o 1 do artigo anteriorque não optem pelo regime do contrato individual detrabalho continuam sujeitos ao regime jurídico da funçãopública, sem perda de quaisquer direitos.

Artigo 41.o

Quadro de pessoal transitório

1 — É criado na ASAE um quadro de pessoal tran-sitório, a aprovar por portaria conjunta dos Ministrosde Estado e das Finanças e da tutela, em que são inte-grados os funcionários que transitem dos serviços e orga-nismos extintos ou reestruturados por força do dispostono presente decreto-lei e que não optem pelo contratoindividual de trabalho nos termos do artigo anterior.

2 — Os lugares do quadro a que se refere o númeroanterior extinguem-se à medida que vagarem.

3 — Até à aprovação do quadro a que se refere on.o 1 mantêm-se em vigor os quadros de pessoal dosserviços extintos ou reestruturados por força do presentedecreto-lei.

4 — O mapa de pessoal em regime de contrato indi-vidual de trabalho é ajustado periodicamente e pelaforma prevista no n.o 1 do presente artigo à medidaque se extinguirem os lugares do quadro da funçãopública, não podendo em caso algum a ASAE excederum volume global de emprego a definir na portaria pre-vista no artigo 31.o

Artigo 42.o

Protecção social

Sem prejuízo de outras contribuições previstas na lei,a ASAE contribui para o financiamento da Caixa Geralde Aposentações com uma importância mensal de mon-tante idêntico ao das quotas pagas pelos seus traba-lhadores abrangidos pelo regime de protecção social dafunção pública.

Artigo 43.o

Situações especiais

1 — Os funcionários do quadro da Inspecção-Geraldas Actividades Económicas (IGAE), da DGFCQA eda Agência Portuguesa de Segurança Alimentar, I.P.(APSA), que se encontrem a exercer funções em outrosserviços ou organismos em regime de destacamento,requisição ou comissão de serviço mantêm essa situaçãoaté ao termo do respectivo prazo.

2 — Ao pessoal que se encontre na situação de licençasem vencimento de longa duração é aplicado o dispostono Decreto-Lei n.o 193/2002, de 25 de Setembro.

3 — Os funcionários que se encontram destacados ourequisitados na APSA, na IGAE e na DGFCQA podemoptar pela sua integração no quadro de pessoal da ASAEna mesma categoria e carreira, aplicando-se o dispostono n.o 3 do artigo 47.o

Artigo 44.o

Concursos e estágios pendentes

1 — Mantêm-se válidos os concursos de pessoal aber-tos anteriormente à data de entrada em vigor do pre-sente decreto-lei.

2 — O pessoal que à data de entrada em vigor dopresente decreto-lei se encontre em regime de estágiomantém-se nesta situação até à conclusão do mesmo,devendo, consoante os casos e se necessário, sernomeado novo júri ou elementos do júri, o qual procedeà respectiva avaliação e classificação final.

Artigo 45.o

Comissões de serviço

1 — Com a entrada em vigor do presente decreto-leicessam as comissões de serviço de todos os dirigentesde nível superior dos organismos extintos.

2 — Cessam igualmente as comissões de serviço dosdirigentes de nível intermédio, do 1.o e do 2.o grausdos serviços extintos, podendo manter-se, por despachodo presidente da ASAE, em regime de gestão correnteaté à nomeação dos novos titulares.

Artigo 46.o

Transição de pessoal e regime de supranumerários

1 — Transitam para o quadro de pessoal da ASAE,de acordo com as regras estabelecidas no Decreto-Lein.o 193/2002, de 25 de Setembro, para as mesmas car-reiras e categorias que detêm os funcionários:

a) Do quadro de pessoal da IGAE;b) Do quadro de pessoal da DGFCQA, à excepção

do pessoal afecto às unidades orgânicas a quese refere o n.o 4 do artigo 38.o, que transitapara os quadros da DGV;

c) Do quadro de pessoal da APSA;d) Das Divisões de Fiscalização dos Produtos de

Origem Vegetal e Animal das DRA;e) Da Divisão de Alimentação Animal e da Divisão

de Saúde Pública Veterinária da DGV, rela-tivamente à execução do Plano Nacional deControlo de Resíduos;

f) Das Divisões de Fiscalização Vitivinícola I, IIe III e do Laboratório do Instituto da Vinhae do Vinho (IVV);

g) Do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto(IVDP) que desempenhem funções de fiscali-zação a que se refere a alínea s) do artigo 5.o;

h) Da Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura(DGPA) que desempenhem funções de fisca-lização a que se referem as alíneas q) e r) doartigo 5.o;

i) Da Agência de Controlo das Ajudas Comuni-tárias ao Sector do Azeite (ACACSA) quedesempenhem funções de fiscalização no âmbitodas atribuições a que se refere a alínea t) doartigo 5.o

2 — Exceptua-se do disposto no número anterior opessoal a transferir para os quadros de supranumeráriosdos respectivos ministérios, nos termos do Decreto-Lein.o 193/2002, de 25 de Setembro, a definir por despachoconjunto dos Ministros de Estado e das Finanças, daEconomia e da Inovação e da Agricultura, do Desen-volvimento Rural e das Pescas.

Artigo 47.o

Transição para as carreiras de inspecção

1 — Os funcionários do regime geral e os da carreirade inspecção dos quadros das DGFCQA que se encon-

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7496 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 250 — 30 de Dezembro de 2005

travam abrangidos pelas disposições constantes doDecreto Regulamentar n.o 25/2002, de 5 de Abril, tran-sitam para a carreira de inspecção do quadro da ASAEsem dependência de quaisquer formalidades e de acordocom as regras de transição estabelecidas naquelediploma.

2 — Os funcionários do regime geral dos quadros dasDRA que se encontravam abrangidos pelas disposiçõesconstantes do Decreto Regulamentar n.o 30/2002, de9 de Abril, transitam para a carreira de inspecção doquadro da ASAE sem dependência de quaisquer for-malidades e de acordo com as regras de transição esta-belecidas naquele diploma.

3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,os funcionários do regime geral dos serviços e orga-nismos referidos no artigo 46.o que comprovadamenteestejam a desempenhar funções de fiscalização há pelomenos 5 anos e desde que tenham idade não superiora 50 anos à data da entrada em vigor do presente decre-to-lei transitam para as carreiras de inspecção do quadroda ASAE mediante aprovação em estágio, com duraçãonão inferior a 1 ano, e a classificação final mínima deBom, que integra um curso de formação específica, nosseguintes termos:

a) Para a carreira de inspector superior, o pessoaldas carreiras do grupo de pessoal técnico supe-rior, com licenciatura adequada e carta de con-dução de veículos ligeiros, de acordo com osseguintes critérios:

i) Os assessores principais para a categoriade inspector superior principal;

ii) Os assessores para a categoria de inspec-tor superior;

iii) Os técnicos superiores principais para acategoria de inspector principal;

iv) Os técnicos superiores de 1.a e 2.a classespara a categoria de inspector;

b) Para a carreira de inspector técnico, o pessoaldas carreiras do grupo de pessoal técnico, habi-litado com curso superior adequado que nãoconfira grau de licenciatura e carta de conduçãode veículos ligeiros, de acordo com os seguintescritérios:

i) Os técnicos especialistas principais paraa categoria de inspector técnico especia-lista principal;

ii) Os técnicos especialistas para a categoriade inspector técnico especialista;

iii) Os técnicos principais para a categoriade inspector técnico principal;

iv) Os técnicos de 1.a e 2.a classes para acategoria de inspector técnico;

c) Para a carreira de inspector-adjunto, o pessoaldas carreiras do grupo de pessoal técnico pro-fissional, habilitado com o 12.o ano de esco-laridade ou equivalente e carta de condução deveículos ligeiros, de acordo com os seguintescritérios:

i) Os técnicos profissionais especialistas prin-cipais para a categoria de inspector-ad-junto especialista principal;

ii) Os técnicos profissionais especialistas paraa categoria de inspector-adjunto espe-cialista;

iii) Os técnicos profissionais principais paraa categoria de inspector-adjunto prin-cipal;

iv) Os técnicos profissionais de 1.a e 2.a clas-ses para a categoria de inspector-adjunto.

4 — A transição referida no número anterior faz-separa o escalão igual ao que o funcionário detém nacategoria de origem, com excepção dos técnicos supe-riores de 2.a classe, dos técnicos de 2.a classe e dostécnicos profissionais de 2.a classe, que transitam parao escalão a que corresponda, na estrutura da categoria,índice remuneratório igual ou, se não houver coinci-dência, índice superior mais aproximado, não relevando,no entanto, para efeitos de progressão na carreira otempo de serviço no escalão de origem.

5 — Quando a categoria da carreira para onde tran-sita o pessoal a que se refere o n.o 2 resulte da fusãode duas categorias, releva na nova categoria, para efeitosde promoção na carreira, apenas o tempo de serviçoprestado na categoria mais elevada da anterior carreira.

6 — O regulamento do estágio e o curso de formaçãoespecífica referidos no n.o 3 do presente artigo são apro-vados por despacho conjunto dos ministros responsáveispelas áreas das finanças, da Administração Pública eda economia.

7 — Aos funcionários das direcções regionais da eco-nomia que à data da entrada em vigor do Decreto-Lein.o 46/2004, de 3 de Março, desempenhavam funçõesde fiscalização aplica-se igualmente o disposto nos n.os 3e 4.

8 — Para efeitos do estabelecido no n.o 3, conside-ram-se suficientes os cursos destinados às carreiras deinspecção da IGAE que se encontram aprovados à datada entrada em vigor do presente decreto-lei.

Artigo 48.o

Sucessão

O presente decreto-lei constitui título bastante decomprovação, para todos os efeitos legais, devendo osserviços competentes realizar, mediante simples comu-nicação ao presidente, os actos necessários ao registoa favor da ASAE dos bens e direitos da APSA, da IGAE,da DGFCQA, das DRA, do IVV, do IVDP, da DGPAe da ACACSA que se encontrem sujeitos a tal registo.

Artigo 49.o

Sistema de alerta rápido

A ASAE, por força das suas atribuições na área dasegurança alimentar, integra o conjunto de entidadesa quem são obrigatoriamente comunicadas as mensa-gens que circulam no RASFF.

Artigo 50.o

Referências legais

As referências legais à APSA, à IGAE, à DGFCQA,à DGPC, às DRA, à DGV, ao IVV, ao IVDP, à DGPAe à ACACSA relativamente às competências que pelopresente decreto-lei transitam para a ASAE conside-ram-se feitas a esta.

Page 12: Decreto de lei

N.o 250 — 30 de Dezembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7497

Artigo 51.o

Extinção de serviços

1 — São extintos os seguintes serviços do Ministérioda Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas:

a) DGFCQA;b) Direcções de Serviços de Fiscalização e Con-

trolo da Qualidade Alimentar e respectivas divi-sões, das DRA;

c) Divisão de Alimentação Animal, da DGV.

2 — São extintos os seguintes serviços do Ministérioda Economia e da Inovação:

a) IGAE;b) APSA.

3 — A ASAE sucede na universalidade dos direitose obrigações legais e contratuais dos serviços e orga-nismos referidos nos números anteriores, incluindo ossaldos existentes nas respectivas dotações orçamentais.

Artigo 52.o

Alteração de estruturas

1 — A estrutura nuclear dos serviços, bem como adefinição das atribuições e competências das respectivasunidades orgânicas, podem ser alteradas por portariaconjunta dos ministros responsáveis pelas áreas dasfinanças, da Administração Pública e da economia.

2 — As unidades orgânicas flexíveis podem ser cria-das, alteradas ou extintas por despacho do dirigentemáximo do serviço, que deve definir as respectivas atri-buições e competências, bem como a afectação ou rea-fectação do pessoal do respectivo quadro, no âmbitodo limite máximo previamente fixado em portaria domembro do Governo competente.

3 — As alterações aos lugares do quadro de pessoaldirigente da ASAE resultantes da aplicação dos númerosanteriores são aprovadas por portaria conjunta dosministros responsáveis pelas áreas das finanças, daAdministração Pública e da economia.

Artigo 53.o

Norma revogatória

São revogados:

a) O Decreto-Lei n.o 98/97, de 26 de Abril;b) Os artigos 14.o e 24.o do Decreto-Lei n.o 99/97,

de 26 de Abril;c) O artigo 26.o do Decreto-Lei n.o 106/97, de 2

de Maio, com as alterações introduzidas pelosDecretos-Leis n.os 128/97, de 24 de Maio, e526/99, de 10 de Dezembro;

d) As alíneas h), l), m), n) e o), apenas relativa-mente às atribuições do IVDP que transitampara a ASAE, do artigo 13.o do Decreto-Lein.o 278/2003, de 6 de Novembro;

e) O Decreto-Lei n.o 46/2004, de 3 de Março, semprejuízo do disposto no n.o 3 do artigo 38.o;

f) O Decreto-Lei n.o 217-B/2004, de 9 de Outubro;g) Os artigos 25.o a 27.o do Decreto Regulamentar

n.o 13/97, de 6 de Maio;h) Os artigos 25.o a 27.o do Decreto Regulamentar

n.o 14/97, de 6 de Maio;

i) Os artigos 24.o a 26.o do Decreto Regulamentarn.o 15/97, de 6 de Maio;

j) Os artigos 26.o a 28.o do Decreto Regulamentarn.o 16/97, de 7 de Maio;

l) Os artigos 26.o a 28.o do Decreto Regulamentarn.o 17/97, de 7 de Maio;

m) Os artigos 24.o a 26.o do Decreto Regulamentarn.o 18/97, de 7 de Maio;

n) Os artigos 24.o a 26.o do Decreto Regulamentarn.o 19/97, de 7 de Maio.

Artigo 54.o

Entrada em vigor

O presente decreto-lei entra em vigor no dia 1 deJaneiro de 2006.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 3 deNovembro de 2005. — José Sócrates Carvalho Pinto deSousa — Fernando Teixeira dos Santos — Alberto Bernar-des Costa — Manuel António Gomes de Almeida dePinho — Jaime de Jesus Lopes Silva.

Promulgado em 21 de Dezembro de 2005.

Publique-se.

O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.

Referendado em 22 de Dezembro de 2005.

O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto deSousa.

ANEXO

Quadro a que se refere o artigo 31.o

Designação dos cargos dirigentes Qualificação dos cargos dirigentesNúmero

delugares

Presidente . . . . . . . . . . . . . . . . Direcção superior do 1.o grau 1Vice-presidente . . . . . . . . . . . . Direcção superior do 2.o grau 3Director científico . . . . . . . . . . Direcção superior do 2.o grau 1Director de serviço . . . . . . . . . Direcção intermédia do 1.o grau 9Chefe de divisão . . . . . . . . . . . Direcção intermédia do 2.o grau 31

MINISTÉRIO DO TRABALHOE DA SOLIDARIEDADE SOCIAL

Decreto-Lei n.o 238/2005de 30 de Dezembro

A retribuição mínima mensal garantida (RMMG)beneficia o conjunto de trabalhadores que auferem retri-buições mais baixas, visando a melhoria das suas con-dições de vida e assegurando-lhes, nos termos consti-tucionais, o direito a uma existência condigna. Este valoré também o referencial para cálculo de importantes ediversas prestações e contribuições pecuniárias emvários sectores da nossa sociedade.

A fixação da RMMG tem pois de ponderar, de formacuidada, observando o disposto no n.o 2 do artigo 266.odo Código do Trabalho e no respeito pelos critériosrecomendados pela Convenção n.o 131 da OrganizaçãoInternacional do Trabalho, a melhoria das condições