decifrando textos e enunciados€¦ · questão 28 tecnologias da contemporaneidade e meios de...

Christiane Mazur Doi

1

DECIFRANDO TEXTOS E ENUNCIADOS

EXEMPLOS E QUESTÕES DO ENEM DETALHADAMENTE EXPLICADOS

CHRISTIANE MAZUR DOI

ES

2020


2

Christiane Mazur Doi é Doutora em Engenharia Metalúrgica e de Materiais,

Mestre em Ciências - Tecnologia Nuclear, Engenheira Química e Licenciada em

Matemática, com Aperfeiçoamento em Tópicos de Estatística. Possui mais de 20

anos de experiência no Ensino Superior, ministrando disciplinas como Cálculo,

Estatística, Física e Química e elaborando materiais instrucionais para diversos

cursos de graduação. É autora de vários livros.


3

APRESENTAÇÃO

Muitas vezes, quando lemos notícias ou tentamos resolver questões de

concursos e de provas como as do Enem (Exame Nacional dos Estudantes), deparamos

com enunciados que parecem bem complicados: vemos textos longos, reportagens de

revistas, declarações de personalidades, trechos de livros, poesias, letras de músicas,

charges, tirinhas, cartazes publicitários, figuras elaboradas, mapas, tabelas e gráficos...

Chegamos até a pensar em desistir de resolver questões assim.... Mas,

frequentemente, já temos a resposta procurada no próprio enunciado, basta sabermos

decifrar o que foi fornecido.

E como decifrar um enunciado? Lendo e interpretando textos e aplicando o

raciocínio lógico em situações concretas.

Para isso, apresento, neste livro, um “passo a passo” que destrincha uma

questão de múltipla escolha (teste) desse modo:

identificação do tema abordado,

estudo minucioso do enunciado e

análise de cada alternativa, verificando o porquê de uma alternativa ser correta ou

incorreta.

Faço essa análise da seguinte maneira: primeiramente, analiso, com exemplos,

12 tipos de textos que podem estar presentes em questões elaboradas e, depois,

aplico o “passo a passo” como método para decifrar 40 questões do Enem.

Os assuntos e/ou temas presentes nesses exemplos e nessas questões estão

detalhados a seguir.

Boa leitura!


ES


4

EXEMPLOS E QUESTÕES

Assunto/tema

Exemplo 1.1 Texto representado por cartaz publicitário – ilustração de colisão de

veículos e agressão humana.

Exemplo 1.2 Texto representado por cartaz publicitário – ilustração de planta x

pulmão.

Exemplo 1.3 Texto representado por figura – ilustração de sorvete e planeta Terra.

Exemplo 1.4 Texto representado por tirinha – “Mafalda”.

Exemplo 1.5 Texto representado por charge – “rede social”.

Exemplo 1.6 Texto representado por poema – “Poema tirado de uma notícia de

jornal”.

Exemplo 1.7 Texto representado por trecho do hino nacional – orações em ordem

indireta e vocabulário não usual.

Exemplo 1.8 Texto representado por gráfico - transplantes de órgãos no Brasil (2009 a

2013).

Exemplo 1.9 Texto representado por tabela - salário mínimo no Brasil de 2002 a 2010.

Exemplo

1.10

Texto representado por trecho de publicação acadêmica – causas do

aquecimento global.

Exemplo 2.1 Textos contraditórios – efeitos do consumo de ovo na saúde.

Exemplo 2.2 Textos complementares – aplicações das radiações.

Questão 1 Doação de órgãos e transplantes de córneas.

Questão 2 Prática de atividades físicas e uso de suplementos alimentares por

adolescentes.

Questão 3 Histórico da máquina linotipo.

Questão 4 Efeitos visuais.

Questão 5 Mudanças nos hábitos musicais dos brasileiros.

Questão 6 Redução da violência por meio da palavra.

Questão 7 Sedentarismo e obesidade nos adolescentes.

Questão 8 Gasto militar dos Estados Unidos no período de 1988 a 2006.

Questão 9 Forma característica do falar popular regional no Brasil.

Questão 10 Poluição ambiental: emissões anuais de CO2 per capita.

Questão 11 Violência sexual na infância.


5

Questão 12 Segurança na internet e espionagem corporativa.

Questão 13 MMA e tendência de redimensionamento de práticas corporais.

Questão 14 Destinação inadequada do lixo caseiro.

Questão 15 Consumo de energia elétrica e de água de 5 máquinas de lavar roupa.

Questão 16. O funk e o hip-hop no Brasil.

Questão 17 Conceituação de música.

Questão 18 Hábitos de leitura dos brasileiros.

Questão 19 Trabalho infantil.

Questão 20 Comércio ilícito de animais.

Questão 21 Aleitamento materno.

Questão 22 Uso de protetor solar: recomendações de fator de protetor solar (FPS).

Questão 23 Uso de protetor solar: família em férias no Nordeste e escolha de fator de

protetor solar (FPS).

Questão 24 Aspectos culturais do jogo.

Questão 25 Cartum e crítica social.

Questão 26 Danças folclóricas – quadrilha.

Questão 27 Produção de vitamina D.

Questão 28 Tecnologias da contemporaneidade e meios de comunicação do passado.

Questão 29 Influência da tecnologia na mente e lucros de empresas.

Questão 30 Uso social da tecnologia e suas contradições.

Questão 31 Bullying virtual ou ciberbullying.

Questão 32 Diferentes abordagens em situações de separação conjugal.

Questão 33 Taxa de crescimento natural da população brasileira no século XX.

Questão 34 Diferentes linguagens artísticas para a caracterização da mulher

idealizada.

Questão 35 Uso da norma gramatical padrão.

Questão 36 Nota no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) e

horas de estudo.

Questão 37 Evolução de vendas (em reais) de medicamento ao longo de 2011.

Questão 38 Variação da extensão média do gelo marítimo.

Questão 39 Taxa de fecundidade total no Brasil de 1940 a 2010.

Questão 40 Mudanças na oferta e no consumo de revistas com a internet.


6

Agradeço a Deus.

Dedico este livro às memórias de Kaoru, Marisilda e Leila.


7

Decifrando enunciados – textos

Há questões de provas, como questões do Enem (Exame Nacional dos

Estudantes) e de outros exames, que pretendem verificar nossa capacidade de ler e

interpretar textos e de aplicar o raciocínio lógico em situações concretas, a fim de

fazermos inferências, extrapolações, projeções e críticas e de chegarmos a conclusões

válidas.

Muitas questões requerem que essas habilidades sejam associadas à realização

de comparações, para detectarmos, por exemplo, contradições ou complementações

de informações.

De modo geral, os enunciados dessas questões são formados por textos como,

por exemplo, artigos, editoriais, reportagens, citações, declarações, trechos de livros,

poesias, letras de músicas, charges, tirinhas, cartazes publicitários, figuras, ilustrações,

mapas, tabelas e gráficos.

Logo, precisamos entender com clareza a mensagem contida no texto de um

enunciado, apresentado nas várias formas dos exemplos anteriores, para podermos

decifrá-lo.

Para elaborarmos esse entendimento, vamos classificar os enunciados de acordo

com os critérios a seguir.

Enunciados formados por um único texto.

Enunciados formados por dois ou mais textos.


8

1. Enunciados formados por um único texto.

Conforme já foi dito, o termo texto envolve diversas formas de comunicação de

ideias: artigos, editoriais e reportagens de jornais e de revistas, citações de autores,

declarações de personalidades, fragmentos de publicações acadêmicas, trechos de

livros, poesias, letras de músicas, charges e tirinhas que usam humor e ironia para

transmitir mensagens, cartazes de campanhas publicitárias, ilustrações que recorrem a

metáforas visuais, composições de figuras, mapas, tabelas e gráficos.

Vejamos, a seguir, alguns exemplos específicos de textos que podem compor

enunciados das chamadas questões contextualizadas.

Exemplo 1.1. Texto representado por cartaz de campanha publicitária -

ilustração de colisão de veículos e de agressão humana.

Vamos analisar o texto a seguir.

Texto. Cartaz de campanha publicitária contra a violência no trânsito.

Disponível em <http://postcriativo.com/publicidade/criatividade-em-foco-contra-a-violencia-no-

transito/>. Acesso em 19 abr. 2019.


9

O texto do exemplo 1.1 é um cartaz da campanha publicitária chamada “Chega

de Violência”, criada pela agência Terremoto e pelo estúdio Ernst Photography para a

Concessionária de Rodovias Ecovia.

Ricardo Gandolfi, diretor de criação da agência, disse que o objetivo da

campanha foi “mostrar o acidente de trânsito em sua forma mais crua e verdadeira:

como um ato de agressão entre pessoas”. Ele complementa: “ao descrever uma batida,

a maioria das pessoas refere-se somente ao veículo” e “é comum ouvir que ‘aquele

SUV bateu no ônibus’, ‘o carro capotou’ ou ‘a moto entrou debaixo do caminhão’.”

Observamos, no cartaz, que a situação de colisão entre dois veículos ganhou

mais proximidade com o leitor pela sua associação com a situação de uma pessoa, com

expressão de dor, recebendo o soco de uma mão em punho. A pessoa que recebe o

soco está identificada com um veículo de “pequeno porte” e o agressor está

identificado com um veículo de “grande porte”.

Vemos que se trata de uma metáfora, pois a campanha nasceu de um raciocínio

por analogia (por comparação): a imagem do cartaz constrói metaforicamente uma

relação entre uma pessoa “dando um soco” em outra e um carro “batendo” em outro.

Esse texto poderia fazer parte de um enunciado que usa montagens de imagens

e associações de ideias para transmitir alguma mensagem.

Exemplo 1.2. Texto representado por cartaz de campanha publicitária -

ilustração de planta x pulmão.



10

Texto. Ilustração: cuidando da natureza, a gente cuida da sua vida.

Disponível em <http://adagelimajr2.blogspot.com.br/2008/04/cuidando-da-natureza.html>. Acesso em

23 abr. 2015.

A ilustração do exemplo 1.2 é um cartaz de uma campanha publicitária da

empresa Volvo que tem o seguinte slogan: “cuidando da natureza, a gente cuida da

sua vida”.

A imagem é uma metáfora visual, na qual se emprega o seguinte raciocínio por

analogia (por comparação): a ilustração do cartaz constrói metaforicamente uma

relação entre uma planta e um órgão vital, o pulmão. A ideia de cuidar da natureza,

relacionada com a planta, está vinculada à ideia de cuidar da saúde humana,

relacionada com a semelhança entre a geometria das folhas e a anatomia do pulmão.

As veias da planta remetem aos bronquíolos pulmonares.

Esse texto poderia fazer parte de um enunciado que usa uma ilustração para

relacionar ideias e conceitos.


11

Exemplo 1.3. Texto representado por figura - sorvete e planeta Terra.


Texto. Figura: sorvete e planeta Terra.

Disponível em <http://www.pearltrees.com/malrogo/la-poesia/id12354056/item122113297>. Acesso em

23 abr. 2019.

A figura do exemplo 1.3 é uma metáfora visual em que a “bola” de um sorvete

de casquinha representa o planeta Terra. O sorvete está derretendo e isso remete à

ideia de derretimento das calotas polares.

Esse texto poderia fazer parte de um enunciado que usa uma ilustração com o

intuito de chamar a atenção para um problema ambiental.


12

Exemplo 1.4. Texto representado por tirinha – “Mafalda”.


Texto. Tirinha da Mafalda, personagem criada por Quino.

Quino. Toda Mafalda, 2003.

Depois de lermos a tirinha do exemplo 1.4, acabamos sorrindo. Por que ocorre

esse efeito de humor? Para respondermos a essa pergunta, vamos analisar todos os

quadros da tirinha.

No primeiro e no segundo quadros, Mafalda ouve a seguinte mensagem em um

programa televisivo: “lembrem-se, caros amigos: temos que amar muito nossos pais...

pois a eles devemos a vida”.

No terceiro quadro, a menina reflete sobre o que acabou de ouvir.

No quarto quadro, a garota vai até a sala onde estão seus pais e pergunta a

eles: “quanto é?”.

O efeito de humor vem do fato de Mafalda entender em sentido literal o que foi

dito no programa: para ela, “dever a vida aos pais” não foi interpretado como “ser

grata aos pais por ter nascido”, mas como “quanto preciso pagar aos meus pais por ter

nascido”. Além disso, Mafalda faz a pergunta para “se livrar da obrigação de amar”. Ela

questiona: “quanto custa para eu não ser obrigada a amar?”.


13

Esse texto poderia fazer parte de um enunciado que usa o humor e a ironia de

tirinhas para realizar análises sobre aspectos comunicacionais.

Exemplo 1.5. Texto representado por charge – “rede social”.


Texto. Charge “rede social”, de autoria de Ivan Cabral.

Disponível em <http://www.ivancabral.com/2011/06/charge-do-dia-rede-social.html>. Acesso em 03

mai. 2018.

A charge do exemplo 1.5 explora o sentido duplo da expressão “rede social”. No

canto superior esquerdo da charge, há a indicação “rede social”: essa menção faz com

que pensemos em um grupo de pessoas conectadas via internet. Na ilustração, temos

dez pessoas dividindo uma única rede de dormir com remendos e a indicação “rede

social aqui em casa é outra coisa”, em contraste com o significado anterior dado ao

termo “rede social”.

Enfim, Ivan Cabral usa o fato do termo “rede social” ter mais de um significado

para criar sua charge. Essa característica é denominada polissemia.


14

Esse texto poderia fazer parte de um enunciado que usa a combinação de

informações visuais e de efeitos linguísticos para realizar crítica social.

Exemplo 1.6. Texto representado por poema – “Poema tirado de uma notícia

de jornal”.

Vamos analisar o texto a seguir, o poema intitulado “Poema tirado de uma

notícia de jornal”, de Manuel Bandeira, publicado na obra “Libertinagem”.

Texto. Poema tirado de uma notícia de jornal (Manuel Bandeira).

João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado

O texto do exemplo 1.6 é um poema que noticia a morte de João Gostoso.

Se fosse escrito na forma de texto jornalístico, o poema poderia ficar como

segue.

João Gostoso, carregador de feira-livre e morador de um barracão sem número

do morro da Babilônia, morreu afogado depois de se atirar na Lagoa Rodrigo de Freitas

na noite em que bebeu, cantou e dançou no bar Vinte de Novembro.

Esse texto poderia fazer parte de um enunciado que verifica a interpretação do

conteúdo de um texto poético.


15

Exemplo 1.7. Texto representado por trecho do hino nacional brasileiro -

orações em ordem indireta e vocabulário não usual.


Texto. Trecho do hino nacional brasileiro.

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade

Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade,

Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada, Idolatrada,

Salve! Salve!

O texto do exemplo 1.7 é um fragmento do hino nacional brasileiro. Vamos

verificar as mensagens a serem transmitidas reescrevendo trechos que estão na ordem

indireta para a ordem direta e entendendo o significado de palavras e expressões

pouco usuais.

Se reescrevermos “ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo

heróico o brado retumbante” na ordem direta e com palavras mais simples, ficamos

com o seguinte: “as margens calmas (plácidas) do Ipiranga ouviram o grito estrondoso

(brado retumbante) de um povo heróico”. Há uma personificação das margens do rio

Ipiranga quando se diz que elas ouviram o brado de um povo heróico. Trata-se de uma

referência ao chamado “Grito do Ipiranga”, brado de “Independência ou Morte” feito


16

por Dom Pedro I às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, e que marca

historicamente a proclamação da independência do Brasil em 7 de setembro de 1822.

“E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, brilhou no céu da pátria nesse instante”

significa que “o sol da liberdade brilhou no céu da pátria nesse instante em raios

brilhante (fúlgidos)”. O “sol da liberdade” faz referência à independência do Brasil em

relação a Portugal.

“Se o penhor dessa igualdade conseguimos conquistar com braço forte, em teu

seio, ó liberdade, desafia o nosso peito a própria morte!” significa que “se conseguimos

conquistar a garantia (penhor) dessa igualdade com firmeza (braço forte), a própria

morte desafia nosso peito”. Ou seja, se conquistamos a igualdade entre as nações,

podemos sacrificar nossas vidas para defendermos nossa liberdade.

“Ó Pátria amada, idolatrada, salve! salve!” significa “saudações à pátria amada e

venerada”.

O exemplo 1.7 poderia fazer parte de um enunciado que solicita a interpretação

de um texto contendo orações em ordem indireta e vocabulário não usual.

Exemplo 1.8. Texto representado por gráfico - transplantes de órgãos

ocorridos no Brasil de 2009 a 2013.


Texto. Gráfico que mostra os números de transplantes de órgãos ocorridos

no Brasil de 2009 a 2013.


17

Disponível em <http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/02/brasil-registra-aumento-nas-doacoes-de-

orgaos-mas-nao-atinge-meta.html>. Acesso em 03 mai. 2015.

Com base nos dados fornecidos no texto do exemplo 1.8, apresentado na forma

de gráfico, vemos que o maior número de transplantes de órgãos no Brasil ocorreu em

2013, mas de 2012 para 2013 não foi o período em que tivemos o maior aumento

percentual no número de transplantes.

O exemplo 1.8 poderia fazer parte de um enunciado dado por gráfico contendo

a evolução da quantidade de transplantes realizados em certo período no Brasil a fim

de se verificar se já foram atingidas metas determinadas pelos órgãos responsáveis.

Exemplo 1.9. Texto representado por tabela - salário mínimo no Brasil de

2002 a 2010.


Texto. Tabela contendo valores do salário mínimo no Brasil de 2002 a 2010.


18

Salário Mínimo (2002 - 2010)

Vigência Salário Mínimo

(R$) Variação em relação ao valor

anterior (%)

1/4/2002 200 -

1/4/2003 240 20,00

1/5/2004 260 8,33

1/5/2005 300 15,38

1/6/2006 350 16,67

1/4/2007 380 8,57

1/3/2008 415 9,21

1/2/2009 465 12,05

1/1/2010 510 9,68

Em relação aos períodos fornecidos no texto do exemplo 1.9, apresentado na

forma de tabela, vemos que o maior valor de salário mínimo no Brasil ocorreu em

2010, mas de 2009 para 2010 não tivemos o maior aumento percentual nesse valor. O

maior aumento percentual aconteceu de 2002 para 2003.

O exemplo 1.9 poderia fazer parte de um enunciado dado por tabela contendo

a evolução anual do valor do salário mínimo no Brasil entre 2002 e 2010 e suas

variações percentuais em relação ao ano anterior. Essa tabela poderia estar associada

com outra que indicasse a taxa anual de inflação no período considerado a fim de se

fazerem inferências sobre o poder de compra do trabalhador.

Exemplo 1.10. Texto representado por trecho de publicação acadêmica –

causas do aquecimento global.


Texto. Trecho de artigo publicado em revista acadêmica - causas do

aquecimento global.


19

Causas do aquecimento global: antropogênica versus natural O aquecimento global é um fenômeno climático de larga extensão, ou seja, um aumento da temperatura média superficial global, provocado por fatores internos e/ou externos. Fatores internos são complexos e estão associados a sistemas climáticos caóticos não lineares, isto é, inconstantes, devido a variáveis como a atividade solar, a composição físico-química atmosférica, o tectonismo e o vulcanismo. Fatores externos são antropogênicos e relacionados a emissões de gases-estufa por queima de combustíveis fósseis, principalmente carvão e derivados de petróleo, indústrias, refinarias, motores, queimadas etc.

PAULA, B. L.; SILVA, R. W. C. Terra e Didática. 5(1):42-49, 2009 (fragmento). Disponível em <http://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/v5/pdf-v5/TD_V-a4.pdf>. Acesso em 11 mai.

2015.

O texto do exemplo 1.10 é um fragmento de publicação acadêmica intitulada

“causas do aquecimento global: antropogênica versus natural”. Esse título já divide as

origens do aquecimento em global em dois tipos: ações humanas (causas

antropogênicas) e ações da natureza (causas naturais).

É dito que o aquecimento global se refere à elevação da temperatura média na

superfície da Terra, causada por fatores internos e externos. Os fatores internos,

relacionados com as ações da natureza, são complexos e dependem de “variáveis

como a atividade solar, a composição físico-química atmosférica, o tectonismo e o

vulcanismo”. Os fatores externos, relacionados com as ações humanas

(antropogênicas), estão vinculados às emissões de gases de efeito estufa pela queima

de combustíveis fósseis (carvão e derivados de petróleo), pelas atividades industriais,

pelo funcionamento de refinarias e de motores e pelas queimadas, por exemplo.

O exemplo 1.10 poderia fazer parte de um enunciado em que fossem solicitadas

as principais causas do aquecimento global e que elas fossem classificadas em ações

humanas e ações naturais.


20

2. Enunciados formados por dois ou mais textos.

Muitos enunciados de questões fornecem dois ou mais textos e solicitam

conclusões vindas da comparação entre esses textos.

De modo amplo, se comparamos dois textos que tratam de determinado

assunto, podemos verificar se há contradição ou se há complementação entre eles,

além de outros tipos de relações.

Para entendermos melhor essa análise, vamos estudar os exemplos a seguir.

Exemplo 2.1. Textos contraditórios – efeitos do consumo de ovo na saúde.

Vamos ler os textos I e II a seguir.

Texto I. Ovo pode fazer tão mal ao coração quanto cigarro, diz estudo

(23 ago. 2012)

O consumo da gema pode levar a um aumento no risco de doenças cardíacas, segundo a pesquisa.

Foto. Getty Images.

Uma pessoa que come muitos ovos pode ter o mesmo risco que os fumantes em ter artérias obstruídas e para desenvolver sérios danos cardíacos. David Spence, professor de neurologia da Universidade Western, no Canadá, encontrou uma relação entre o consumo da gema de ovo e o desenvolvimento da aterosclerose, processo que contribui para o risco de ataque cardíaco e acidente vascular após placas de gordura se acumularem nas paredes das artérias. Até então, só era conhecida a má influência do cigarro na formação da placa arterial. Liderado por Spence, o grupo de pesquisadores examinou 1.231 pacientes que foram internados no centro vascular do hospital universitário após um derrame cerebral, até mesmo os com riscos leves. Eles fizeram um breve questionário sobre os hábitos


21

diários das pessoas (dieta, exercícios, cigarro etc.) e cruzaram com os dados de medição da parede carótida feita no hospital. A pesquisa revelou que as artérias haviam ficado mais estreitas em 20% dos pacientes que comiam ovos com frequência, frente aos 2/3 dos que fumam bastante.

Disponível em <http://www.icor.com.br/50/ovo-pode-fazer-tao-mal-quanto-o-cigarro-diz-pesquisa/>.

Acesso em 23 abr. 2015.

Texto II. Os 10 benefícios do ovo para a saúde

(21 abr. 2014)

Os benefícios do ovo são grandiosos. Ele é uma fonte rica de proteína e outros 13 nutrientes essenciais. Ácido fólico, Ferro, Zinco, Proteína, Fósforo, Manganês, Potássio… A lista é enorme. A presença especial está na colina, que faz parte das vitaminas do complexo B. De acordo com um estudo da Harvard School of Public Health, não há nenhuma ligação significativa entre o consumo de ovo e doenças cardíacas. Na verdade, de acordo com um estudo, o consumo regular de ovos pode ajudar a prevenir coágulos sanguíneos, acidente vascular cerebral e ataques cardíacos.

Disponível em <http://www.saudedica.com.br/os-10-beneficios-do-ovo-para-saude/>. Acesso em 23 abr. 2015.

Se fizermos uma comparação entre os textos I e II do exemplo 2.1, veremos

que eles são trechos de reportagens que apresentam conclusões contraditórias sobre o

impacto do consumo de ovos no desenvolvimento de doenças cardíacas.

No texto I, é dito que uma pesquisa observou “relação entre o consumo da

gema de ovo e o desenvolvimento da aterosclerose, processo que contribui para o risco

de ataque cardíaco e acidente vascular após placas de gordura se acumularem nas

paredes das artérias”. Em oposição a essa ideia, no texto II, é dito que um estudo

revelou que “não há (...) ligação significativa entre o consumo de ovo e doenças

cardíacas” e que “o consumo regular de ovos pode ajudar a prevenir coágulos

sanguíneos, acidente vascular cerebral e ataques cardíacos”.

http://www.saudedica.com.br/ferro/

http://www.saudedica.com.br/zinco/

http://www.saudedica.com.br/quanto-de-proteina-voce-realmente-precisa/

http://www.saudedica.com.br/fosforo/

http://www.saudedica.com.br/manganes/

http://www.saudedica.com.br/potassio/

http://www.dicademusculacao.com.br/vitaminas-complexo-b/

http://www.saudedica.com.br/os-10-beneficios-do-ovo-para-saude/


22

Exemplo 2.2. Textos complementares – aplicações das radiações.

Vamos ler os textos I e II a seguir.

Texto I. Aplicações das radiações

Atualmente, o conceito de radiação leva em consideração de sua periculosidade sem abordar os aspectos positivos de suas aplicações. A medicina, a indústria, particularmente a farmacêutica, e a agricultura são as áreas mais beneficiadas na utilização de radiação ionizante. Os riscos e os benefícios devem ser ponderados. A radiação é um risco e deve ser usada de acordo com os seus benefícios. Disponível em <http://fisicamed-bio.blogspot.com.br/2012/04/aplicacoes-das-radiacoes.html>. Acesso

em 23 abr. 2015 (adaptado).

Texto II. Aplicações dos radioisótopos.

Disponível em <http://fisicamed-bio.blogspot.com.br/2012/04/aplicacoes-das-radiacoes.html>. Acesso

em 23 abr. 2015 (adaptado).


23

Se fizermos uma comparação entre os textos I e II do exemplo 2.2, veremos

que o texto II complementa o texto I em relação às aplicações benéficas das

radiações.

No texto I, são dadas informações gerais sobre as aplicações das radiações: é

dito que “a medicina, a indústria, particularmente a farmacêutica, e a agricultura são

as áreas mais beneficiadas na utilização de radiação ionizante”. No texto II, essas

informações gerais são complementadas e detalhadas por meio de um quadro que

fornece aplicações específicas das radiações na medicina (auxílio em diagnósticos,

tratamento de doenças e terapêutica radioativa), na agricultura (conhecimento da ação

de fertilizantes, estudo do crescimento de plantas e ensaio de alimentação de gado),

na indústria (medida de pequenas espessuras, localização de fendas em canos e

descobertas de falhas em partes metálicas) e em pesquisas educacionais (investigação

de princípios fundamentais, experiências e troca de conhecimentos).

3. Decifrando questões: identificação de temas, estudos de enunciados

e análises de alternativas.

Os exemplos de textos mostrados são úteis para a análise de enunciados e de

alternativas de questões contextualizadas, como as do Enem e de outros exames.

A seguir, usaremos a interpretação de textos e o raciocínio lógico para

resolvermos 40 questões de múltipla escolha, conhecidas como testes.

Utilizaremos o seguinte “passo a passo” (método): identificação do tema

abordado na questão, estudo detalhado do enunciado e análise de cada alternativa,

com apresentação de argumentos que justifiquem o fato de ela ser correta ou

incorreta.


24

QUESTÃO 1

Tema. Doação de órgãos e transplantes de córneas.

Questão 1 (Enem 2014 – com adaptações). Analise os textos a seguir.

Texto I

Seis estados zeram fila de espera para transplante da córnea Seis estados brasileiros aproveitaram o aumento no número de doadores e de transplantes feitos no primeiro semestre de 2012 no país e entraram para uma lista privilegiada: a de não ter mais pacientes esperando por uma córnea. Até julho desse ano, Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Norte e São Paulo eliminaram a lista de espera no transplante de córneas, de acordo com balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, no Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos. Em 2011, só São Paulo e Rio Grande do Norte conseguiram zerar essa fila.

Disponível em <https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/09/27/seis-estados-zeram-fila-de-espera-para-transplante-da-cornea.htm>. Acesso em 19 jun. 2020.

Texto II

Disponível em <https://www.radioclubejoinville.com.br/1a-campanha-pela-vida-seja-doador-de-orgaos-

avise-sua-familia/>. Acesso em 19 jun. 2020.

A notícia e o cartaz abordam a questão da doação de órgãos. Ao relacionar os dois

textos, observa-se que o cartaz é

A. contraditório, pois a notícia informa que o país superou a necessidade de doação de

órgãos.

https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/09/27/seis-estados-zeram-fila-de-espera-para-transplante-da-cornea.htm

https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/09/27/seis-estados-zeram-fila-de-espera-para-transplante-da-cornea.htm

https://www.radioclubejoinville.com.br/1a-campanha-pela-vida-seja-doador-de-orgaos-avise-sua-familia/

https://www.radioclubejoinville.com.br/1a-campanha-pela-vida-seja-doador-de-orgaos-avise-sua-familia/


25

B. complementar, pois a notícia diz que a doação de órgãos cresceu e o cartaz solicita

doações.

C. redundante, pois a notícia e o cartaz têm a intenção de influenciar as pessoas a

doarem seus órgãos.

D. indispensável, pois a notícia fica incompleta sem o cartaz, que apela para a

sensibilidade das pessoas.

E. discordante, pois ambos os textos apresentam posições distintas sobre a

necessidade de doação de órgãos.

Estudo do enunciado.

No enunciado, são fornecidos dois textos, denominados texto I e texto II.

O texto I é uma notícia que informa que, em virtude do aumento no número de

doadores e na quantidade de transplantes realizados no primeiro semestre de 2012,

seis estados brasileiros eliminaram a lista de espera para transplante de córneas

naquele ano.

O texto II é um cartaz que estimula a doação de órgãos por meio dos seguintes

dizeres: “Seja um doador de órgãos. Avise a sua família”.

Pede-se que seja avaliada a relação entre os textos I e II.

Resolução da questão (análises das alternativas).

A – Alternativa incorreta.

Justificativa. A notícia não informa que o país superou a necessidade de doação de

órgãos. Pelo contrário, o texto I (notícia) diz que apenas seis estados brasileiros

eliminaram, em 2012, a fila de transplante de córneas. Além disso, o texto I (cartaz)


26

faz referência apenas a transplantes de córneas e não a transplantes de todos os

órgãos.

B – Alternativa correta.

Justificativa. O texto II (cartaz) complementa o texto I (notícia), pois convida o leitor a

ser um doador e orienta-o a avisar sua família, com a intenção de que a doação seja

de fato efetivada.

C – Alternativa incorreta.

Justificativa. O texto I (notícia) e o texto II (cartaz) não são redundantes, pois a notícia

informa sobre as doações e os transplantes de córneas realizados em 2012 e o cartaz

estimula as pessoas a serem doadoras de órgãos.

D – Alternativa incorreta.

Justificativa. O texto I (notícia) não necessita da complementação do texto II (cartaz)

para totalizar a informação que pretende transmitir.

E – Alternativa incorreta.

Justificativa. O texto I (notícia) e o texto II (cartaz) não são discordantes: não

apresentam posições distintas sobre a necessidade de doação de órgãos.

Alternativa correta: B. ____________________________________________________________

QUESTÃO 2

Tema. Prática de atividades físicas e uso de suplementos alimentares por

adolescentes.

Questão 2 (Enem 2014). Analise o texto a seguir.


27

Uso de suplementos alimentares por adolescentes Evidências médicas sugerem que a suplementação alimentar pode ser benéfica para um pequeno grupo de pessoas, aí incluídos atletas competitivos, cuja dieta não seja balanceada. Tem-se observado que adolescentes envolvidos em atividade física ou atlética estão usando cada vez mais tais suplementos. A prevalência desse uso varia entre os tipos de esportes, aspectos culturais, faixas etárias (mais comum em adolescentes) e sexo (maior prevalência em homens). Poucos estudos se referem a frequência, tipo e quantidade de suplementos usados, mas parece ser comum que as doses recomendadas sejam excedidas. A mídia é um dos importantes estímulos ao uso de suplementos alimentares ao veicular, por exemplo, o mito do corpo ideal. Em 2001, a indústria de suplementos alimentares investiu globalmente US$ 46 bilhões em propaganda, como meio de persuadir potenciais consumidores a adquirir seus produtos. Na adolescência, período de autoafirmação, muitos deles não medem esforços para atingir tal objetivo.

ALVES. C.; LIMA. R. J. Pediatr. v.85. n.4. 2009 (fragmento).

Sobre a associação entre a prática de atividades físicas e o uso de suplementos

alimentares, o texto informa que a ingestão desses suplementos

A. é indispensável para as pessoas que fazem atividades físicas regularmente.

B. é estimulada pela indústria voltada para adolescentes que buscam um corpo ideal.

C. é indicada para atividades físicas como a musculação com fins de promoção da

saúde.

D. direciona-se para adolescentes com distúrbios metabólicos e que praticam

atividades físicas.

E. melhora a saúde do indivíduo que não tem uma dieta balanceada e nem pratica

atividades físicas.


O enunciado apresenta um fragmento de publicação acadêmica cujo título é “uso de

suplementos alimentares por adolescentes”. É dito que adolescentes praticantes de

atividades físicas estão utilizando cada vez mais suplementos alimentares, indicados

“para um pequeno grupo de pessoas, aí incluídos atletas competitivos, cuja dieta não

seja balanceada”. O texto complementa que, embora existam poucos estudos sobre a


28

frequência, o tipo e a quantidade de suplementos alimentares consumidos por esses

jovens, as doses recomendadas são excedidas. Segundo o texto, a mídia estimula o

uso de suplementos alimentares quando preconiza o “mito do corpo ideal”.

A questão solicita uma avaliação sobre a associação entre a prática de atividades

físicas e o uso de suplementos alimentares.

Resolução da questão (análise das alternativas).


Justificativa. No texto, é dito que “a suplementação alimentar pode ser benéfica para

um pequeno grupo de pessoas, aí incluídos atletas competitivos, cuja dieta não seja

balanceada”. Ou seja, não é dito que a suplementação alimentar é obrigatória para

quem pratica atividades físicas regularmente.


Justificativa. No texto, é dito que adolescentes praticantes de atividades físicas estão

utilizando cada vez mais suplementos alimentares e que “a mídia é um dos importantes

estímulos ao uso de suplementos alimentares ao veicular, por exemplo, o mito do

corpo ideal”. É acrescentado que, “na adolescência, período de autoafirmação, muitos

deles não medem esforços para atingir tal objetivo”. Logo, concluímos que a

associação entre a prática de atividades físicas e o uso de suplementos alimentares é

estimulada pela indústria voltada para adolescentes que buscam um corpo ideal.


Justificativa. No texto, é dito que “poucos estudos se referem à frequência, ao tipo e à

quantidade de suplementos usados, mas parece ser comum que as doses

recomendadas sejam excedidas”. Além disso, não é feita menção específica à prática

da musculação. Logo, não podemos depreender que a associação entre a prática de


29

atividades físicas e o uso de suplementos alimentares seja indicada para atividades

físicas como a musculação com fins de promoção da saúde.


Justificativa. No texto, não é dito que a associação entre a prática de atividades físicas

e o uso de suplementos alimentares seja indicada para adolescentes que sofrem de

distúrbios metabólicos e que praticam atividades físicas.


Justificativa. No texto, não é dito que a associação entre a prática de atividades físicas

e o uso de suplementos alimentares tenha impacto positivo na saúde de quem não

adota dieta balanceada e não pratica atividades físicas.


QUESTÃO 3

Tema. Histórico da máquina linotipo.


Linotipos O Museu da Imprensa exibe duas linotipos. Trata-se de um tipo de máquina de composição de tipos de chumbo, inventada em 1884 em Baltimore, nos Estados Unidos, pelo alemão Ottmar Mergenthaler. O invento foi de grande importância por ter significado um novo e fundamental avanço na história das artes gráficas. A linotipia provocou, na verdade, uma revolução porque venceu a lentidão da composição dos textos executada na tipografia tradicional, em que o texto era composto à mão, juntando tipos móveis um por um. Constituía-se, assim, no principal meio de composição tipográfica até 1950. A linotipo, a partir do final do século XIX, passou a produzir impressos a baixo custo, o que levou informação às massas, democratizou a informação. Promoveu uma revolução na educação. Antes da linotipo, os jornais e revistas eram escassos, com poucas páginas e caros. Os livros didáticos eram também caros, pouco acessíveis.

Disponível em <http://portal.in.gov.br>. Acesso em 23 fev. 2013 (adaptado).


30

O texto apresenta um histórico da linotipo, uma máquina tipográfica inventada no

século XIX e responsável pela dinamização da imprensa. Em termos sociais, a

contribuição da linotipo teve impacto direto na

A. produção vagarosa de materiais didáticos.

B. composição aprimorada de tipos de chumbo.

C. montagem acelerada de textos para impressão.

D. produção acessível de materiais informacionais.

E. impressão dinamizada de imagens em revistas.


O enunciado apresenta um texto que discorre sobre a linotipo: uma “máquina de

composição de tipos de chumbo inventada em 1884” e de fundamental importância

para o desenvolvimento das artes gráficas. De acordo com o enunciado, a linotipia

causou “uma revolução porque venceu a lentidão da composição dos textos executada

na tipografia tradicional, em que o texto era composto à mão”. Segundo o texto, no

final do século XIX, a linotipia, com a produção de impressos a baixo custo, facilitou a

divulgação da informação e o acesso ao conhecimento por meio de livros, jornais e

revistas.

A questão solicita uma avaliação sobre os impactos sociais da máquina linotipo.



Justificativa. O texto fornece um histórico da linotipo e apresenta consequências da

invenção, em 1884, dessa máquina tipográfica: ela “venceu a lentidão da composição

dos textos executada na tipografia tradicional”; “passou a produzir impressos a baixo


31

custo, o que levou informação às massas e democratizou a informação”; e “promoveu

uma revolução na educação”, pois, “antes da linotipo, os jornais e revistas eram

escassos, com poucas páginas e caros” e “os livros didáticos eram também caros,

pouco acessíveis”. Isso contraria a ideia de que a linotipia tenha tido como impacto a

“produção vagarosa de materiais didáticos”.

B – Alternativa incorreta.

Justificativa. O texto não informa que o impacto social da linotipia tenha sido a

“composição aprimorada de tipos de chumbo”.



“montagem acelerada de textos para impressão”.

D – Alternativa correta.

Justificativa. No enunciado, é dito que a linotipia causou “uma revolução porque

venceu a lentidão da composição dos textos executada na tipografia tradicional, em

que o texto era composto à mão”. De acordo com o texto fornecido, no final do século

XIX, a linotipia, com a produção de impressos a baixo custo, facilitou a divulgação da

informação e o acesso ao conhecimento por meio de livros, jornais e revistas. Logo,

concluímos que, em termos sociais, a linotipia teve impacto direto na “produção

acessível de materiais informacionais”.



“impressão dinamizada de imagens em revistas”.

Alternativa correta: D. ____________________________________________________________


32

QUESTÃO 4

Tema. Efeitos visuais.

Questão 4 (Enem 2006). Analise as figuras a seguir.

As linhas nas duas figuras geram um efeito que se associa ao seguinte ditado popular:

A. “Os últimos serão os primeiros”.

B. “Os opostos se atraem”.

C. “Quem espera sempre alcança”.

D. “As aparências enganam”.

E. “Quanto maior a altura, maior o tombo”.


O enunciado apresenta dois textos nas formas de figuras.

Na primeira figura, temos ilustrações de três homens colocados em feixes de linhas

que simulam retas paralelas e geram efeito de perspectiva. Em decorrência desse

efeito, parece que o segundo homem é maior do que o primeiro e que o terceiro

homem é maior do que o segundo, mas, na verdade, os três homens têm o mesmo

tamanho.


33

Na segunda figura, temos um plano composto por conjuntos de semirretas em várias

direções e, nesse plano, temos uma figura central que parece ser uma elipse, mas que,

na verdade, é uma circunferência.

A questão pede que os efeitos das figuras sejam associados a um ditado popular.



Justificativa. Não há indicação, na primeira figura, de que “os últimos serão primeiros”.

Na segundo figura, há apenas formas geométricas.


Justificativa. Nas figuras, não há referências sobre as ideias de oposição e de atração.


Justificativa. Das figuras, não podemos concluir que é preciso aguardar que o tempo

passe para que algo seja alcançado.


Justificativa. Conforme detalhado no estudo do enunciado, os efeitos de fundo das

figuras fazem com que desenhos de homens de mesmo tamanho pareçam de

tamanhos diferentes e que uma circunferência pareça ser uma elipse. Isso está

associado à ideia de que “as aparências enganam”.


Justificativa. Na primeira figura, temos desenhos de homens de mesma altura que

aparentam ter alturas diferentes, mas não há referências a homens que podem cair de

alturas diferentes.



34

QUESTÃO 5

Tema. Mudanças nos hábitos musicais do brasileiro.


O Brasil é sertanejo Que tipo de música simboliza o Brasil? Eis uma questão discutida há muito tempo, que desperta opiniões extremadas. Há fundamentalistas que desejam impor ao público um tipo de som nascido das raízes socioculturais do país. O samba. Outros, igualmente nacionalistas, desprezam tudo aquilo que não tem estilo. Sonham com o império da MPB de Chico Buarque e Caetano Veloso. Um terceiro grupo, formado por gente mais jovem, escuta e cultiva apenas a música internacional, em todas as vertentes. E mais ou menos ignora o resto. A realidade dos hábitos musicais do brasileiro agora está claro, nada tem a ver com esses estereótipos. O gênero que encanta mais da metade do país é o sertanejo, seguido de longe pela MPB e pelo pagode. Outros gêneros em ascensão, sobretudo entre as classes C, D e E, são o funk e o religioso, em especial o gospel. Rock e música eletrônica são músicas de minoria. É o que demonstra uma pesquisa pioneira feita entre agosto de 2012 e agosto de 2013 pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope). A pesquisa “Tribos musicais — o comportamento dos ouvintes de rádio sob uma nova ótica” faz um retrato do ouvinte brasileiro e traz algumas novidades. Para quem pensava que a MPB e o samba ainda resistiam como baluartes da nacionalidade, uma má notícia: os dois gêneros foram superados em popularidade. O Brasil moderno não tem mais o perfil sonoro dos anos 1970, que muitos gostariam que se eternizasse. A cara musical do país agora é outra.

GIRON, L. A. Época, n. 805, out. 2013 (fragmento).

O texto objetiva convencer o leitor de que a configuração da preferência musical dos

brasileiros não é mais a mesma da dos anos 1970. A estratégia de argumentação para

comprovar essa posição baseia-se no(a)

A. a apresentação dos resultados de uma pesquisa que retrata o quadro atual da

preferência popular relativa à música brasileira.

B. caracterização das opiniões relativas a determinados gêneros, considerados os mais

representativos da brasilidade, como meros estereótipos.

C. uso de estrangeirismos, como rock, funk e gospel, para compor um estilo próximo

ao leitor, em sintonia com o ataque aos nacionalistas.

D. ironia com relação ao apego a opiniões superadas, tomadas como expressão de

conservadorismo e anacronismo, com o uso das designações “império” e “baluarte”.


35

E. contraposição a impressões fundadas em elitismo e preconceito, com a alusão a

artistas de renome para melhor demonstrar a consolidação da mudança do gosto

musical popular.


O texto do enunciado, uma reportagem da Revista Época, é introduzido pela seguinte

pergunta: “que tipo de música simboliza o Brasil?”. O autor apresenta respostas dadas

por três grupos: o primeiro, composto por “fundamentalistas que desejam impor ao

público um tipo de som nascido das raízes socioculturais do país”, diz que é o samba; o

segundo, formado por “nacionalistas” que “desprezam tudo aquilo que não tem estilo”,

diz que é a MPB; e o terceiro, constituído “por gente mais jovem”, diz que é a música

internacional. Mas, de acordo com o texto, uma pesquisa realizada pelo Ibope entre

agosto de 2012 e agosto de 2013 mostra que o “gênero que encanta mais da metade

do país é o sertanejo, seguido de longe pela MPB e pelo pagode”, que “outros gêneros

em ascensão, sobretudo entre as classes C, D e E, são o funk e o religioso, em especial

o gospel” e que “rock e música eletrônica são músicas de minoria”. O autor conclui que

houve mudanças no perfil sonoro do Brasil desde 1970.

Pede-se a estratégia de argumentação usada no texto para convencer o leitor de que

“a configuração da preferência musical dos brasileiros não é mais a mesma da dos

anos 1970”.


A – Alternativa correta.

Justificativa. A estratégia de argumentação usada pelo autor para convencer o leitor de

que “a configuração da preferência musical dos brasileiros não é mais a mesma da dos


36

anos 1970” é a “apresentação dos resultados de uma pesquisa que retrata o quadro

atual da preferência popular relativa à música brasileira”. Nessa pesquisa, feita pelo

Ibope, indicam-se mudanças nos hábitos musicais do brasileiro, que, em 2012 e 2013,

prefere o sertanejo ao samba e à MPB.


Justificativa. O autor não usa a caracterização das opiniões de determinados gêneros

“como meros estereótipos” para convencer o leitor de que a preferência musical dos

brasileiros mudou em relação à década de 1970.


Justificativa. O autor não utiliza “estrangeirismos, como rock, funk e gospel, para

compor um estilo próximo ao leitor” e não afirma que isso está “em sintonia com o

ataque aos nacionalistas” para convencer o leitor de que “a preferência musical dos

brasileiros mudou em relação à década de 1970.


Justificativa. O autor não baseia sua estratégia de argumentação na ironia sobre o

apego a ideias conservadoras e anacrônicas.


Justificativa. O autor não baseia sua estratégia de argumentação na “contraposição a

impressões fundadas em elitismo e preconceito, com a alusão a artistas de renome”

para mostrar que houve mudanças nas preferências musicais do brasileiro.

Alternativa correta: A. ____________________________________________________________


37

QUESTÃO 6

Tema. Redução da violência por meio da palavra.

Questão 6 (Enem 2014). Analise a propaganda a seguir.

Disponível em <www.portaldapropaganda.com.br>. Acesso em 28 jul. 2013.

Essa propaganda defende a transformação social e a diminuição da violência por meio

da palavra. Isso se evidencia pela

A. predominância de tons claros na composição da peça publicitária.

B. associação entre uma arma de fogo e um megafone.

C. grafia com inicial maiúscula da palavra “voz” no slogan.

D. imagem de uma mão segurando um megafone.

E. representação gráfica da propagação do som.


O cartaz de propaganda do enunciado apresenta um objeto híbrido, inusitado, formado

pela associação de duas imagens distintas. A parte superior do objeto é um megafone

e sua parte superior é a coronha de um revólver: isso resulta em um artefato que é a

combinação de um instrumento usado para ampliar a voz com uma arma. Ou seja, o

objeto pode ser empunhado como se fosse uma arma.


38

Pede-se o fator que evidencia o fato de a propaganda defender “a transformação social

e a diminuição da violência por meio da palavra”.

Resolução da questão (analise das alternativas).


Justificativa. Não há predominância de tons claros na composição da peça publicitária:

inclusive, há uso significativo da cor preta.


Justificativa. A mensagem de transformação social e de redução da violência por meio

da palavra é obtida pela montagem de um objeto que associa uma arma de fogo

(“violência”) com um megafone (“palavra”).


Justificativa. Não é a grafia com inicial maiúscula da palavra “voz” no slogan que

evidencia a mensagem de transformação social e de redução da violência por meio da

palavra.


Justificativa. A imagem do cartaz não é a de uma mão segurando um apenas um

megafone: a mão segura um objeto híbrido, formado pela associação entre uma arma

de fogo e um megafone.


Justificativa. A mensagem de transformação social e de redução da violência por meio

da palavra não está na representação gráfica da propagação do som.

Alternativa correta: B.

____________________________________________________________


39

QUESTÃO 7

Tema. Sedentarismo e obesidade nos adolescentes.


Adolescentes: mais altos, gordos e preguiçosos A oferta de produtos industrializados e a falta de tempo têm sua parcela de responsabilidade no aumento da silhueta dos jovens. “Os nossos hábitos alimentares, de modo geral, mudaram muito”, observa Vivian Ellinger, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), no Rio de Janeiro. Pesquisas mostram que, aqui no Brasil, estamos exagerando no sal e no açúcar, além de tomar pouco leite e comer menos frutas e feijão. Outro pecado, velho conhecido de quem exibe excesso de gordura por causa da gula, surge como marca da nova geração: a preguiça, “Cem por cento das meninas que participam do Programa não praticavam nenhum esporte”, revela a psicóloga Cristina Freire, que monitora o desenvolvimento emocional das voluntárias. Você provavelmente já sabe quais são as consequências de uma rotina sedentária e cheia de gordura. “E não é novidade que os obesos têm uma sobrevida menor”, acredita Claudia Cozer, endocrinologista da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Mas, se há cinco anos os estudos projetavam um futuro sombrio para os jovens, no cenário atual as doenças que viriam na velhice já são parte da rotina deles. “Os adolescentes já estão sofrendo com hipertensão e diabete”, exemplifica Claudia.

DESGUALDO, P. Revista Saúde. Disponível em <http://saude.abril.com.br>. Acesso em 28 jul. 2012 (adaptado).

Sobre a relação entre os hábitos da população adolescente e as suas condições de

saúde, as informações apresentadas no texto indicam que

A. a falta de atividade física somada a uma alimentação nutricionalmente

desequilibrada constituem fatores relacionados ao aparecimento de doenças

crônicas entre os adolescentes.

B. a diminuição do consumo de alimentos fontes de carboidratos combinada com um

maior consumo de alimentos ricos em proteínas contribuíram para o aumento da

obesidade entre os adolescentes.

C. a maior participação dos alimentos industrializados e gordurosos na dieta da

população adolescente tem tornado escasso o consumo de sais e açúcares, o que

prejudica o equilíbrio metabólico.


40

D. a ocorrência de casos de hipertensão e diabetes entre os adolescentes advém das

condições de alimentação, enquanto que na população adulta os fatores

hereditários são preponderantes.

E. a prática regular de atividade física é um importante fator de controle da diabetes

entre a população adolescente, por provocar um constante aumento da pressão

arterial sistólica.


No texto do enunciado, um fragmento de reportagem da Revista Saúde, o autor afirma

que a oferta de produtos industrializados e a falta de tempo também são responsáveis

pelo aumento de peso dos adolescentes. Pesquisas indicam que, no Brasil, há exageros

no consumo de sal, de açúcar e de gordura e que nossa rotina tem sido marcada pelo

sedentarismo. Com isso, “adolescentes já estão sofrendo com hipertensão e diabete”.

Pede-se uma avaliação sobre hábitos dos adolescentes e suas condições de saúde.



Justificativa. No texto, sedentarismo e maus hábitos alimentares são apontados como

alguns dos fatores responsáveis pelo aparecimento de doenças crônicas entre os

adolescentes, como a hipertensão e o diabete.


Justificativa. No texto, não é dito que o aumento da obesidade entre os adolescentes

está relacionado com a redução do consumo de alimentos fontes de carboidratos e

com a elevação do consumo de alimentos ricos em proteínas.


41


Justificativa. No texto, é dito que há exageros no consumo de sal e de açúcar e não é

feita referência a prejuízos ao equilíbrio metabólico.


Justificativa. No texto, não é dito que a ocorrência de casos de hipertensão e diabetes

na população adulta é advinda, principalmente, de fatores hereditários.


Justificativa. No texto, não é dito que a prática regular de atividade física causa

constante elevação da pressão arterial sistólica.


QUESTÃO 8

Tema. Gasto militar dos Estados Unidos no período de 1988 a 2006.

Questão 8 (Enem 2010). O gráfico a seguir apresenta o gasto militar dos Estados

Unidos, no período de 1988 a 2006.

O GASTO MILITAR DOS ESTADOS UNIDOS SUPERA O DO FIM DA GUERRA FRIA

Fonte. Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (Sipri). Almanaque Abril, 2008.


42

Com base no gráfico, o gasto militar no início da guerra no Iraque foi de

A. U$ 4.174.000,00.

B. U$ 41.740.000,00.

C. U$ 417.400.000,00.

D. U$ 41.740.000.000,00.

E. U$ 417.400.000.000,00.


O enunciado fornece um gráfico que mostra, em bilhões de dólares, os gastos

realizados pelos Estados Unidos em conflitos externos de 1988 a 2006.

Pede-se, com base no gráfico, o valor do gasto militar dos Estados Unidos no início da

guerra no Iraque.

Resolução da questão.

Conforme pode ser lido diretamente no gráfico do enunciado, no início da guerra no

Iraque, datado de 2003, o gasto militar dos Estados Unidos foi de U$ 417,4 bilhões, ou

seja, U$ 417.400.000.000,00

Alternativa correta: E. ____________________________________________________________

QUESTÃO 9

Tema. Forma característica do falar popular regional no Brasil.



43

Óia eu aqui de novo xaxando Óia eu aqui de novo para xaxar

Vou mostrar pr’esses cabras Que eu ainda dou no couro

Isso é um desaforo Que eu não posso levar

Que eu aqui de novo cantando Que eu aqui de novo xaxando

Óia eu aqui de novo mostrando Como se deve xaxar Vem cá morena linda

Vestida de chita Você é a mais bonita

Desse meu lugar Vai, chama Maria, chama Luzia Vai, chama Zabé, chama Raque Diz que eu tou aqui com alegria BARROS, A. Óia eu aqui de novo.

Disponível em <www.luizluagonzaga.mus.br>. Acesso em 5 mai. 2013 (fragmento).

A letra da canção de Antônio de Barros manifesta aspectos do repertório linguístico e

cultural do Brasil. O verso que singulariza uma forma característica do falar popular

regional é:

A. “Isso é um desaforo”.

B. “Diz que eu tou aqui com alegria”.

C. “Vou mostrar pr’esses cabras”.

D. “Vai, chama Maria, chama Luzia”.

E. “Vem cá morena linda, vestida de chita”.


O enunciado é constituído pela letra de uma canção de Antônio de Barros, na qual o

autor mostra aspectos do repertório linguístico e cultural do Brasil.

Pede-se para que se identifique, nas alternativas, o verso que singulariza uma forma

característica do falar popular regional.


44


A, B, D e E – Alternativas incorretas.

Justificativa. “Isso é um desaforo”, “diz que eu tou aqui com alegria”, “vai, chama

Maria, chama Luzia” e “vem cá morena linda, vestida de chita” não expressam um

modo característico do regionalismo brasileiro.

C – Alternativa correta.

Justificativa. Em “Vou mostrar pr’esses cabras”, temos uma expressão do regionalismo

brasileiro, pois a palavra “cabras” é usada no sentido de “pessoas”.

Alternativa correta: C. ____________________________________________________________

QUESTÃO 10

Tema. Poluição ambiental: emissões anuais de CO2 per capita.

Questão 10 (Enem 2006). A poluição ambiental tornou-se grave problema a ser

enfrentado pelo mundo contemporâneo. No gráfico seguinte, alguns países estão

agrupados de acordo com as respectivas emissões médias anuais de CO2 per capita.

Fonte. O Estado de S. Paulo, 22/7/2004 (adaptado).


45

Considerando as características dos países citados, bem como as emissões médias

anuais de CO2 per capita indicadas no gráfico, assinale a opção correta.

A. O índice de emissão de CO2 per capita dos países da União Europeia se equipara ao

de alguns países emergentes.

B. A China lança, em média, mais CO2 per capita na atmosfera que os EUA.

C. A soma das emissões de CO2 per capita de Brasil, Índia e Indonésia é maior que o

total lançado pelos EUA.

D. A emissão de CO2 é tanto maior quanto menos desenvolvido é o país.

E. A média de lançamento de CO2 em regiões e países desenvolvidos é superior a 15

toneladas por pessoa ao ano.


O enunciado é constituído por um gráfico de barras horizontais em que os

comprimentos e as posições das barras estão associados com toneladas médias anuais

de emissões de CO2 per capita em vários países e várias regiões do mundo. No gráfico,

os países estão agrupados de acordo com os valores dessas emissões.



Justificativa. Do gráfico, vemos que o índice de emissão anual de CO2 per capita de

países da União Europeia está entre 2 a 7 toneladas, equiparável aos índices de alguns

países emergentes, como a China, o México, o Chile e a Argentina.


Justificativa. Do gráfico, vemos que a China lança, em média, de 2 a 7 toneladas

anuais per capita de CO2 e que os Estados Unidos lançam, em média, de 16 a 36


46

toneladas anuais per capita de CO2. Logo, a China lança, em média, menos CO2 per

capita na atmosfera do que os EUA.


Justificativa. Do gráfico, vemos que os 3 países em análise (Brasil, Índia e Indonésia)

lançam, em média, no máximo 2,5 toneladas anuais per capita de CO2, gerando, no

total, no máximo 7,5 toneladas anuais per capita (que é o resultado de 2,5 vezes 3).

Os Estados Unidos lançam, em média, de 16 a 36 toneladas anuais per capita de CO2.

Logo, a soma das emissões de CO2 per capita do Brasil, da Índia e da Indonésia é

menor do que o total lançado pelos EUA.


Justificativa. Do gráfico, vemos que há países “mais desenvolvidos”, como os da União

Europeia, com emissões menores do que as de países “menos desenvolvidos”.


Justificativa. Do gráfico, vemos que há países “desenvolvidos”, como os da União

Europeia, com emissões inferiores a 15 toneladas de CO2 por pessoa ao ano.


QUESTÃO 11

Tema. Violência sexual na infância.

Questão 11 (Enem 2014). Analise o cartaz a seguir.


47

Disponível em <www.portaldapropaganda.com.br>. Acesso em 29 out. 2013 (adaptado).

Os meios de comunicação podem contribuir para a resolução de problemas sociais,

entre os quais o da violência sexual infantil. Nesse sentido, a propaganda usa a

metáfora do pesadelo para

A. informar crianças vítimas de abuso sexual sobre os perigos dessa prática,

contribuindo para erradicá-la.

B. denunciar ocorrências de abuso sexual contra meninas, com o objetivo de colocar

criminosos na cadeia.

C. dar a devida dimensão do que é o abuso sexual para uma criança, enfatizando a

importância da denúncia.

D. destacar que a violência sexual infantil predomina durante a noite, o que requer

maior cuidado dos responsáveis nesse período.

E. chamar a atenção para o fato de o abuso infantil ocorrer durante o sono, sendo

confundido por algumas crianças com um pesadelo.


48


O enunciado apresenta um cartaz em que há a imagem de um monstro disforme,

conhecido como o “bicho-papão” que assusta crianças em pesadelos, e que contém,

em seu interior, os dizeres “para algumas crianças, o pesadelo chega antes do sono”.

Além disso, no cartaz está escrito “denuncie qualquer caso de violência sexual infantil”.

Pede-se a alternativa que mostra a finalidade do uso da metáfora do pesadelo na

propaganda.



Justificativa. A metáfora do pesadelo usada na propaganda não visa a informar

diretamente às crianças vítimas de abuso sexual a respeito dos seus perigos.


Justificativa. A metáfora do pesadelo usada na propaganda não visa a denunciar o

abuso sexual cometido apenas contra meninas.


Justificativa. A metáfora do pesadelo, representada pelo “bicho-papão” da figura do

cartaz, visa a “dar a devida dimensão do que é o abuso sexual para uma criança”.

Além disso, o texto da propaganda estimula a denúncia dos casos de violência sexual

infantil.


Justificativa. A metáfora do pesadelo usada na propaganda não é utilizada com a

intenção de “destacar que a violência sexual infantil predomina durante a noite”.


49


Justificativa. A metáfora do pesadelo usada na propaganda não se destina a indicar

que o abuso sexual infantil acontece durante o sono.


QUESTÃO 12

Tema. Segurança na internet e espionagem corporativa.


Em uma escala de 0 a 10, o Brasil está entre 3 e 4 no quesito segurança da informação. “Estamos começando a acordar para o problema. Nessa história de espionagem corporativa, temos muita lição a fazer. Falta consciência institucional e um longo aprendizado. A sociedade caiu em si e viu que é uma coisa que nos afeta”, diz S. P., pós-doutor em segurança da informação. Para ele, devem ser estabelecidos canais de denúncia para esse tipo de situação. De acordo com o conselheiro do Comitê Gestor da Internet (CGI), o Brasil tem condições de desenvolver tecnologia própria para garantir a segurança dos dados do país, tanto do governo quanto da população. “Há uma massa de conhecimento dentro das universidades e em empresas inovadoras que podem contribuir propondo medidas para que possamos mudar isso [falta de segurança] no longo prazo”. Ele acredita que o governo tem de usar o seu poder de compra de softwares e hardwares para a área da segurança cibernética, de forma a fomentar essas empresas, a produção de conhecimento na área e a construção de uma cadeia de produção nacional.

SARRES, C. Disponível em <www.ebc.com.br>. Acesso em 22 nov. 2013 (adaptado).

Considerando o surgimento da espionagem corporativa em decorrência do uso da

internet, o texto aponta uma necessidade advinda desse impacto, que se resume em

A. alertar a sociedade sobre os riscos de ser espionada.

B. promover a indústria de segurança da informação.

C. discutir a espionagem em fóruns internacionais.

D. incentivar o aparecimento de delatores.

E. treinar o país em segurança digital.


50


O enunciado apresenta um texto que indica deficiências na segurança da informação

no Brasil. Há uma declaração em que um pós-doutor nessa área afirma que, na

“espionagem corporativa, temos muita lição a fazer”. Segundo o conselheiro do Comitê

Gestor da Internet (CGI), “o Brasil tem condições de desenvolver tecnologia própria

para garantir a segurança dos dados do país” e existe “massa de conhecimento dentro

das universidades e em empresas inovadoras” que pode propor “medidas para que

possamos mudar isso [falta de segurança] no longo prazo”.

Pede-se uma necessidade decorrente do surgimento da espionagem corporativa em

virtude do amplo uso da internet.


A, C, D e E – Alternativas incorretas.

Justificativa. No texto, não são feitas referências a “alertar a sociedade sobre os riscos

de ser espionada”, “discutir a espionagem em fóruns internacionais”, “incentivar o

aparecimento de delatores” ou “treinar o país em segurança digital” como

necessidades vindas do surgimento da espionagem corporativa pelo uso da internet.


Justificativa. Segundo o conselheiro do Comitê Gestor da Internet (CGI), “o governo

tem de usar o seu poder de compra de softwares e hardwares para a área da

segurança cibernética, de forma a fomentar o desenvolvimento dessas empresas, a

produção de conhecimento na área e a construção de uma cadeia de produção

nacional”. Ou seja, ele sugere que se promova a indústria de segurança da informação.



51

QUESTÃO 13

Tema. MMA e tendência de redimensionamento de práticas corporais.


O boxe está perdendo cada vez mais espaço para um fenômeno relativamente recente do esporte, o MMA. E o maior evento de Artes Marciais Mistas do planeta é o Ultimate Fighting Championship, ou simplesmente UFC. O ringue, com oito cantos, foi desenhado para deixar os lutadores com mais espaço para as lutas. Os atletas podem usar as mãos e aplicar golpes de jiu-jitsu. Muitos podem falar que a modalidade é uma espécie de vale-tudo, mas isso já ficou no passado: agora, a modalidade tem regras e acompanhamento médico obrigatório para que o esporte apague o estigma negativo. CORREIA. D. UFC: saiba como o MMA nocauteou o boxe em oito golpes. Veja. 10 jun. 2011 (fragmento).

O processo de modificação das regras do MMA retrata a tendência de

redimensionamento de algumas práticas corporais, visando enquadrá-las em um

determinado formato. Qual o sentido atribuído a essas transformações incorporadas

historicamente ao MMA?

A. A modificação das regras busca associar valores lúdicos ao MMA, possibilitando a

participação de diferentes populações como atividade de lazer.

B. As transformações do MMA aumentam o grau de violência das lutas, favorecendo a

busca de emoções mais fortes tanto aos competidores como ao público.

C. As mudanças de regras do MMA atendem à necessidade de tornar a modalidade

menos violenta, visando à sua introdução nas academias de ginástica na dimensão

da saúde.

D. As modificações incorporadas ao MMA têm por finalidade aprimorar as técnicas das

diferentes artes marciais, favorecendo o desenvolvimento da modalidade enquanto

defesa pessoal.

E. As transformações do MMA visam a delimitar a violência das lutas, preservando a

integridade dos atletas e enquadrando a modalidade no formato do esporte de

espetáculo.


52


O enunciado apresenta um fragmento de reportagem da Revista Veja. No texto,

informa-se que “o boxe está perdendo cada vez mais espaço para (...) o MMA” e que o

fato de essa modalidade ser “uma espécie de vale-tudo já ficou no passado: agora, a

modalidade tem regras e acompanhamento médico obrigatório para que o esporte

apague o estigma negativo”. É dito que o “processo de modificação das regras do MMA

retrata a tendência de redimensionamento de algumas práticas corporais”.

Pede-se “o sentido atribuído a essas transformações incorporadas historicamente ao

MMA”.


A, B, C e D – Alternativas incorretas.

Justificativa. No texto, não há referência ao fato de que introduções e/ou modificações

de regras do MMA visem a associar-lhe valores lúdicos, a aumentar seu grau de

violência, a inseri-lo em academias de ginástica na dimensão da saúde ou a aperfeiçoar

as técnicas das diferentes artes marciais.

E – Alternativa correta.

Justificativa. De acordo com o texto, agora o MMA tem “regras e acompanhamento

médico obrigatório”, fazendo com que “o esporte apague o estigma negativo” e deixe

de ser considerado “uma espécie de vale-tudo”. Disso, infere-se que “as

transformações do MMA visam a delimitar a violência das lutas, preservando a

integridade dos atletas e enquadrando a modalidade no formato do esporte de

espetáculo”.



53

QUESTÃO 14

Tema. Destinação inadequada do lixo caseiro.


A última edição deste periódico apresenta mais uma vez tema relacionado ao tratamento dado ao lixo caseiro, aquele que produzimos no dia a dia. A informação agora passa pelo problema do material jogado na estrada vicinal que liga o município de Rio Claro ao distrito de Ajapi. Infelizmente, no local em questão, a reportagem encontrou mais uma forma errada de destinação do lixo: material atirado ao lado da pista como se isso fosse o ideal. Muitos moradores, por exemplo, retiram o lixo de suas residências e, em vez de um destino correto, procuram dispensá-lo em outras regiões. Uma situação no mínimo incômoda. Se você sai de casa para jogar o lixo em outra localidade, por que não o fazer no local ideal? É muita falta de educação achar que aquilo que não é correto para sua região possa ser para outra. A reciclagem do lixo doméstico é um passo inteligente e de consciência. Olha o exemplo que passamos aos mais jovens! Quem aprende errado coloca em prática o errado. Um perigo!

Disponível em <http://jornaldacidade.uol.com.br>. Acesso em 10 ago. 2012 (adaptado).

Esse editorial faz uma leitura diferenciada de uma notícia veiculada no jornal. Tal

diferença traz à tona uma das funções sociais desse gênero textual, que é

A. apresentar fatos que tenham sido noticiados pelo próprio veículo.

B. chamar a atenção do leitor para temas raramente abordados no jornal.

C. provocar a indignação dos cidadãos por força dos argumentos apresentados.

D. interpretar criticamente fatos noticiados e considerar os relevantes para a opinião

pública.

E. trabalhar uma informação previamente apresentada com base no ponto de vista do

autor da notícia.


O enunciado apresenta um editorial que discorre sobre um fato noticiado na última

edição do periódico, relativo ao tratamento inadequado do lixo caseiro que produzimos

diariamente. Foca-se no problema do material jogado em estrada que liga o município


54

de Rio Claro ao distrito de Ajapi: “moradores retiram o lixo de suas residências e, em

vez de um destino correto, procuram dispensá-lo em outras regiões”. O autor

questiona: “se você sai de casa para jogar o lixo em outra localidade, por que não o

fazer no local ideal?”. E responde: é “falta de educação achar que aquilo que não é

correto para sua região possa ser para outra” e “a reciclagem do lixo doméstico é um

passo inteligente e de consciência”.

Pede-se para que seja identificada uma das funções sociais do gênero textual utilizado

no editorial, que apresenta leitura diferenciada de uma notícia veiculada no jornal.



Justificativa. A abordagem feita pelo autor do editorial não visa à mera reapresentação

de fatos que já tenham sido noticiados pelo próprio periódico.

B, C e E – Alternativas incorretas.

Justificativa. A abordagem feita pelo autor do editorial não visa a “chamar a atenção do

leitor para temas raramente abordados no jornal”, a “provocar a indignação dos

cidadãos por força dos argumentos apresentados” ou a “trabalhar uma informação

previamente apresentada com base no ponto de vista do autor da notícia”. Há uma

interpretação crítica sobre um fato noticiado na última edição do periódico e que

apresenta impactos sociais e ambientais: o tratamento inadequado do lixo caseiro que

produzimos diariamente.


Justificativa. O editorial fornecido no enunciado faz uma interpretação crítica de um

fato noticiado na última edição do periódico, relativo ao tratamento dado ao lixo


55

caseiro que produzimos diariamente. Por meio de indagações e de posicionamentos, o

autor chama a atenção da opinião pública.


QUESTÃO 15

Tema. Consumo de energia elétrica e de água de 5 máquinas industriais de

lavar roupa.

Questão 15 (Enem 2007). Analise as figuras I e II a seguir.

Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (adaptado).


56

As figuras apresentam dados referentes aos consumos de energia elétrica e de água

relativos a cinco máquinas industriais de lavar roupa comercializadas no Brasil. A

máquina ideal, quanto a rendimento econômico e ambiental, é aquela que gasta,

simultaneamente, menos energia e água. Com base nessas informações, conclui-se

que, no conjunto pesquisado,

A. quanto mais uma máquina de lavar roupa economiza água, mais ela consome

energia elétrica.

B. a quantidade de energia elétrica consumida por uma máquina de lavar roupa é

inversamente proporcional à quantidade de água consumida por ela.

C. a máquina I é ideal, de acordo com a definição apresentada.

D. a máquina que menos consome energia elétrica não é a que consome menos água.

E. a máquina que mais consome energia elétrica não é a que consome mais água.


O enunciado fornece duas figuras, denominadas figura I e figura II.

Na figura I, temos os consumos de energia elétrica, em kWh (kilowatts-hora), para

cinco máquinas industriais de lavar roupa (máquinas I, II, III, IV e V).

Na figura II, temos os consumos de água, em L (litros), para essas cinco máquinas

industriais de lavar roupa.

Os dados apresentados nas figuras I e II estão resumidos na tabela a seguir

Máquina Consumo de energia (kWh) Consumo de água (L)

I 1,24 76,38

II 0,94 99,35

III 0,93 109,31

IV 1,53 215,80

V 1,83 325,80


57

É dito que “a máquina ideal, quanto a rendimento econômico e ambiental, é aquela

que gasta, simultaneamente, menos energia e água”.

Pede-se que seja apontada uma conclusão válida com base nas informações dadas.


A e B - Alternativas incorretas.

Justificativa. De acordo com a tabela apresentada no estudo do enunciado, há, por

exemplo, máquinas que consomem “pouca” energia elétrica e “pouca” água. Logo, não

podemos dizer que “quanto mais uma máquina de lavar roupa economiza água, mais

ela consome energia elétrica” e que “a quantidade de energia elétrica consumida por

uma máquina de lavar roupa é inversamente proporcional à quantidade de água

consumida por ela”.


Justificativa. De acordo com a tabela apresentada no estudo do enunciado, a máquina

I não é a ideal, pois ela não é a que gasta, simultaneamente, menos energia e água.



que consome menos energia é a III (0,93 kWh) e a máquina que consome menos água

é a II (99,35 L). Logo, a máquina que menos consome energia elétrica não é a que

consome menos água.



V é a que consome mais energia (1,83 kWh) e mais água (325,80 L).



58

QUESTÃO 16

Tema. O funk e o hip-hop no Brasil.


No Brasil, a origem do funk e do hip-hop remonta aos anos 1970, quando da proliferação dos chamados bailes black nas periferias dos grandes centros urbanos. Embalados pela black music americana, milhares de jovens encontravam nos bailes de final de semana uma alternativa de lazer antes inexistente. Em cidades como o Rio de Janeiro ou São Paulo, formavam-se equipes de som que promoviam bailes onde foi se disseminando um estilo que buscava a valorização da cultura negra, tanto na música como nas roupas e nos penteados. No Rio de Janeiro ficou conhecido como “Black Rio”. A indústria fonográfica descobriu o filão e, lançando discos de “equipe” com as músicas de sucesso nos bailes, difundia a moda pelo restante do país.

DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da juventude. Belo Horizonte:

UFMG, 2005.

A presença da cultura hip-hop no Brasil caracteriza-se como uma forma de

A. lazer gerada pela diversidade de práticas artísticas nas periferias urbanas.

B. entretenimento inventada pela indústria fonográfica nacional.

C. subversão de sua proposta original já nos primeiros bailes.

D. afirmação de identidade dos jovens que a praticam.

E. reprodução da cultura musical norte-americana.


O enunciado apresenta um fragmento da tese de doutorado de Juarez Dayrell.

Segundo o texto, o funk e o hip-hop surgiram, no Brasil, na década de 1970, com a

difusão dos bailes black nas periferias de centros urbanos. O autor acrescenta que, por

exemplo, no Rio de Janeiro e em São Paulo, formaram-se “equipes de som que

promoviam bailes” nos quais se buscava “a valorização da cultura negra” na música,

nas roupas e nos penteados. Conclui que a “indústria fonográfica descobriu o filão e,


59

lançando discos de “equipe” com as músicas de sucesso nos bailes, difundia a moda

pelo restante do país”.

Pede-se uma caracterização da presença da cultura hip-hop no Brasil.



Justificativa. No texto, não é dito que “a presença da cultura hip-hop no Brasil

caracteriza-se como uma forma de lazer gerada pela diversidade de práticas artísticas

nas periferias urbanas”: é dito que o funk e o hip-hop surgiram, no Brasil, na década

de 1970, com a difusão dos bailes black nas periferias de centros urbanos.


Justificativa. No texto, não é dito que “a presença da cultura hip-hop no Brasil

caracteriza-se como uma forma de entretenimento inventada pela indústria fonográfica

nacional, como uma forma de subversão de sua proposta original já nos primeiros

bailes ou como uma forma de reprodução da cultura musical norte-americana”: é dito

que, “embalados pela black music americana, milhares de jovens encontravam nos

bailes de final de semana uma alternativa de lazer antes inexistente”.


Justificativa. Segundo o texto, “a presença da cultura hip-hop no Brasil caracteriza-se

como uma forma de afirmação de identidade dos jovens que a praticam”. O autor diz

que, em cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo, formaram-se “equipes de som que

promoviam bailes” nos quais se buscava “a valorização da cultura negra” na música,

nas roupas e nos penteados.



60

QUESTÃO 17

Tema. Conceituação de música.


Era um dos meus primeiros dias na sala de música. A fim de descobrirmos o que deveríamos estar fazendo ali, propus à classe um problema. Inocentemente perguntei: — O que é música? Passamos dois dias inteiros tateando em busca de uma definição. Descobrimos que tínhamos de rejeitar todas as definições costumeiras porque elas não eram suficientemente abrangentes. O simples fato é que, à medida que a crescente margem a que chamamos de vanguarda continua suas explorações pelas fronteiras do som, qualquer definição se torna difícil. Quando John Cage abre a porta da sala de concerto e encoraja os ruídos da rua a atravessar suas composições, ele ventila a arte da música com conceitos novos e aparentemente sem forma.

SCHAFER, R. M. O ouvido pensante. São Paulo: Unesp, 1991 (adaptado).

A frase “quando John Cage abre a porta da sala de concerto e encoraja os ruídos da

rua a atravessar suas composições”, na proposta de Schafer de formular uma nova

conceituação de música, representa a

A. acessibilidade à sala de concerto como metáfora, num momento em que a arte

deixou de ser elitizada.

B. abertura da sala de concerto, que permitiu que a música fosse ouvida do lado de

fora do teatro.

C. postura inversa à música moderna, que desejava se enquadrar em uma concepção

conformista.

D. intenção do compositor de que os sons extramusicais sejam parte integrante da

música.

E. necessidade do artista contemporâneo de atrair maior público para o teatro.


No texto do enunciado, é dito que, em um dos primeiros dias de aula do Professor

Schafer na sala de música, ele propõe a seguinte pergunta à classe: o que é música?


61

Mestre e alunos passam dois dias inteiros tentando respondê-la e descobrem que “as

definições costumeiras não eram suficientemente abrangentes”. Mas, relata o autor,

“quando John Cage abre a porta da sala de concerto e encoraja os ruídos da rua a

atravessar suas composições, ele ventila a arte da música com conceitos novos e

aparentemente sem forma”.

Pede-se a representação dessa última frase “na proposta de Schafer de formular uma

nova conceituação de música”.



Justificativa. Abrir a porta da sala de concerto não é uma atitude usada

metaforicamente como acessibilidade à sala de concerto: trata-se do fato em si.


Justificativa. É dito que Cage “abre a porta da sala de concerto e encoraja os ruídos da

rua a atravessar suas composições abertura da sala de concerto” e não que ele

permitiu que a música fosse ouvida do lado de fora do teatro.


Justificativa. Não é dito que havia o desejo de enquadrar a música a uma concepção

conformista.


Justificativa. Abrir a porta da sala de concerto e permitir a entrada de ruídos da rua são

atitudes que mostram a “intenção do compositor de que os sons extramusicais sejam

parte integrante da música”.


62


Justificativa. Na frase em análise, não há referências à necessidade de o artista

contemporâneo atrair maior público para o teatro.


QUESTÃO 18

Tema. Hábitos de leitura dos brasileiros.


Censura moralista Há tempos que a leitura está em pauta. E, diz-se, em crise. Comenta-se esta crise, por exemplo, apontando a precariedade das práticas de leitura, lamentando a falta de familiaridade dos jovens com livros, reclamando da falta de bibliotecas em tantos municípios, do preço dos livros em livrarias, num nunca acabar de problemas e de carências. Mas, de um tempo para cá, pesquisas acadêmicas vêm dizendo que talvez não seja exatamente assim, que brasileiros leem, sim, só que leem livros que as pesquisas tradicionais não levam em conta. E, também de um tempo para cá, políticas educacionais têm tomado a peito investir em livros e em leitura.

LAJOLO, M. Disponível em <www.estadao.com.br>. Acesso em 2 dez. 2013 (fragmento).

Os falantes, nos textos que produzem, sejam orais ou escritos, posicionam-se frente a

assuntos que geram consenso ou despertam polêmica. No texto, a autora

A. ressalta a importância de os professores incentivarem os jovens às práticas de

leitura.

B. critica pesquisas tradicionais que atribuem a falta de leitura à precariedade de

bibliotecas.

C. rebate a ideia de que as políticas educacionais são eficazes no combate à crise de

leitura.

D. questiona a existência de uma crise de leitura com base nos dados de pesquisas

acadêmicas.


63

E. atribui a crise da leitura à falta de incentivos e ao desinteresse dos jovens por livros

de qualidade.


No texto do enunciado, retirado do jornal O Estado de S. Paulo, a jornalista Marisa

Lajolo reproduz comentários que fazem menção às possíveis causas da crise na prática

leitura no Brasil, como a “falta de familiaridade dos jovens com livros”, a “falta de

bibliotecas em tantos municípios” e o “preço dos livros”. No entanto, ela relata que

pesquisas acadêmicas afirmam que talvez não seja assim, pois os brasileiros “leem

livros que as pesquisas tradicionais não levam em conta” e “políticas educacionais têm

tomado a peito investir em livros e em leitura”.

Pede-se a postura adotada pela autora no texto do enunciado.



Justificativa. No texto, Marisa Lajolo não faz referência à “importância de os

professores incentivarem os jovens às práticas de leitura”.


Justificativa. No texto, Marisa Lajolo não faz críticas ao fato de pesquisas tradicionais

apontarem a precariedade de bibliotecas como causa da falta de leitura.


Justificativa. No texto, Marisa Lajolo faz referência ao fato de que “políticas

educacionais têm tomado a peito investir em livros e em leitura”, ou seja, ela não

“rebate a ideia de que as políticas educacionais são eficazes no combate à crise de

leitura”.


64


Justificativa. No texto, Marisa Lajolo questiona, com base em dados de pesquisas

acadêmicas, se há, de fato, crise na prática de leitura entre os brasileiros. Segundo

essas pesquisas, os brasileiros “leem livros que as pesquisas tradicionais não levam em

conta” e “políticas educacionais têm tomado a peito investir em livros e em leitura”.


Justificativa. No texto, Marisa Lajolo cita que pesquisas acadêmicas questionam se há

realmente crise na prática de leitura entre os brasileiros. Além disso, não faz referência

à falta de interesse dos jovens por livros de qualidade.


QUESTÃO 19

Tema. Trabalho infantil.

Questão 19 (Enem 2013). Analise a ilustração a seguir.

KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em <http://capu.pl>. Acesso em 3 ago. 2012.


65

O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos

prêmios por suas ilustrações. Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego

usa sua arte para

A. difundir a origem de marcantes diferenças sociais.

B. estabelecer uma postura proativa da sociedade.

C. provocar a reflexão sobre essa realidade.

D. propor alternativas para solucionar esse problema.

E. retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.


No enunciado, é mostrada uma ilustração do artista polonês Pawla Kuczynskiego. Nela,

vemos dois meninos em situações contrastantes: o primeiro está descalço, com a calça

arregaçada, e puxa com esforço um carregamento; o segundo calça tênis nos pés,

veste calça comprida e brinca com um carrinho. Trata-se de uma cena que visa à

reflexão sobre o trabalho infantil.

Pede-se a intenção do autor na obra apresentada.



Justificativa. A ilustração não retrata causas de acentuadas diferenças sociais.


Justificativa. A ilustração não retrata uma capacidade de ação (postura proativa) da

sociedade em relação a um problema social.


66


Justificativa. A ilustração, ao mostrar o antagonismo entre um menino que brinca e

outro que trabalha, visa a provocar reflexão sobre o problema do trabalho infantil.


Justificativa. A ilustração faz referência ao trabalho infantil, mas não apresenta

sugestões para solucionar esse problema.


Justificativa. A ilustração não retrata o modo como diversos países tratam da questão

do trabalho infantil.


QUESTÃO 20

Tema. Comércio ilícito de animais.

Questão 20 (Enem 2007). A figura a seguir é parte de uma campanha publicitária.

Com Ciência Ambiental, n.10, abr./2007.


67

Essa campanha publicitária relaciona-se diretamente com a seguinte afirmativa:

A. O comércio ilícito da fauna silvestre, atividade de grande impacto, é uma ameaça

para a biodiversidade nacional.

B. A manutenção do mico-leão-dourado em jaula é a medida que garante a

preservação dessa espécie animal.

C. O Brasil, primeiro país a eliminar o tráfico do mico-leão-dourado, garantiu a

preservação dessa espécie.

D. O aumento da biodiversidade em outros países depende do comércio ilegal da

fauna silvestre brasileira.

E. O tráfico de animais silvestres é benéfico para a preservação das espécies, pois

garante-lhes a sobrevivência.


No enunciado, é mostrado um cartaz de uma campanha publicitária em que vemos um

mico-leão-dourado preso por grades em uma jaula. Há os dizeres: “nem sempre é o

criminoso quem vai parar atrás das grades”. Logo, é feita uma crítica quanto ao fato de

que as pessoas que praticam comércio ilegal de animais, colocando-os atrás das

grades, nem sempre são punidas (“presas”) por isso.

Pede-se a relação da campanha publicitária com uma das alternativas apresentadas.



Justificativa. O comércio ilegal da fauna silvestre aprisiona animais atrás das grades.

Isso é uma ameaça para a biodiversidade nacional, pois interfere na reprodução de

animais, além de submetê-los a risco de morte.


68


Justificativa. A campanha publicitária critica a manutenção do mico-leão-dourado em

jaulas e sua comercialização ilícita. Isso pode afetar negativamente a preservação

dessa espécie animal.


Justificativa. A campanha publicitária não faz qualquer referência ao aumento da

biodiversidade em outros países e, além disso, critica o comércio ilegal da fauna

silvestre brasileira.


QUESTÃO 21

Tema. Aleitamento materno.

Questão 21 (Enem 2007). A tabela abaixo representa, nas diversas regiões do

Brasil, a porcentagem de mães que, em 2005, amamentavam seus filhos nos primeiros

meses de vida.

Ao ingerir leite materno, a criança adquire anticorpos importantes que a defendem de

doenças típicas da primeira infância. Nesse sentido, a tabela mostra que, em 2005,


69

percentualmente, as crianças brasileiras que estavam mais protegidas dessas doenças

eram as da região

A. Norte.

B. Nordeste.

C. Sudeste.

D. Sul.

E. Centro-Oeste.


No enunciado, é dada uma tabela que fornece, para cada região do Brasil, as

porcentagens de mães que, em 2005, amamentavam seus filhos até o 4º mês de vida

e de 9 meses a 1 ano de idade.

Informa-se que o aleitamento materno protege a criança das doenças típicas da

primeira infância, pois, com isso, ela adquire anticorpos importantes.

Com base nessa informação e nos dados da tabela, pede-se em qual região brasileira,

em 2005 e em termos percentuais, as crianças brasileiras que estavam mais protegidas

das doenças da primeira infância.

Resolução da questão (análise da tabela).

De acordo com a tabela, a região Norte apresentou os maiores percentuais de

aleitamento materno em 2005 (85,7% das mães amamentavam até o 4º mês de vida e

54,8% das mães amamentavam de 9 meses a 1 ano de idade).



70

QUESTÃO 22

Tema. Uso de protetor solar: recomendações de fator de proteção solar

(FPS).

Questão 22 (Enem 2007). A pele humana é sensível à radiação solar e essa

sensibilidade depende das características da pele. Os filtros solares são produtos que

podem ser aplicados sobre a pele para protegê-la da radiação solar. A eficácia dos

filtros solares é definida pelo fator de proteção solar (FPS), que indica quantas vezes o

tempo de exposição ao sol, sem o risco de vermelhidão, pode ser aumentado com o

uso do protetor solar. A tabela seguinte reúne informações encontradas em rótulos de

filtros solares.

ProTeste, ano V, n.55, fev./2007 (adaptado).

As informações acima permitem afirmar que

A. as pessoas de pele muito sensível, ao usarem filtro solar, estarão isentas do risco

de queimaduras.

B. o uso de filtro solar é recomendado para todos os tipos de pele exposta à radiação

solar.


71

C. as pessoas de pele sensível devem expor-se 6 minutos ao sol antes de aplicarem o

filtro solar.

D. pessoas de pele amarela, usando ou não filtro solar, devem expor-se ao sol por

menos tempo que pessoas de pele morena.

E. o período recomendado para que pessoas de pele negra se exponham ao sol é de 2

a 6 horas diárias.


No enunciado, é dito que os filtros solares devem ser aplicados sobre a pele para

protegê-la da radiação solar e que sua eficácia é dada pelo chamado fator de proteção

solar (FPS). O FPS “indica quantas vezes o tempo de exposição ao sol, sem o risco de

vermelhidão, pode ser aumentado com o uso do protetor solar”.

É fornecida uma tabela que mostra informações de rótulos de filtros solares. Nela, em

função do tipo de pele e da sua sensibilidade à radiação solar, é recomendado certo

valor de FPS.

Pedem-se conclusões válidas extraídas da análise do enunciado.



Justificativa. De acordo com a tabela dada, as pessoas de pele muito sensível devem

usar protetores solares com FPS entre 12 e 20. Isso aumenta de 12 a 20 vezes o

tempo de exposição ao sol, sem o risco de vermelhidão, mas não garante que essas

pessoas estejam isentas do risco de queimaduras.


72


Justificativa. Na tabela, recomenda-se o uso de filtro solar para todos os tipos de peles

expostas à radiação solar. O que varia, em função do tipo de pele, é o FPS do filtro a

ser utilizado.


Justificativa. Não há qualquer recomendação de exposição ao sol antes da aplicação do

filtro solar.


Justificativa. Há diferenças no tempo de exposição ao sol em função do uso ou do não

uso de filtro solar.


Justificativa. De acordo com a tabela dada, pessoas de pele negra devem usar

protetores solares com FPS entre 2 e 6. Isso aumenta de 2 a 6 vezes o tempo de

exposição ao sol, sem o risco de vermelhidão, mas não significa que essas pessoas

devam expor-se ao sol de 2 a 6 horas diárias.


QUESTÃO 23

Tema. Uso de protetor solar: caso de família em férias no Nordeste e escolha

de fator de proteção solar (FPS).

Questão 23 (Enem 2007 – com adaptações). Uma família de europeus escolheu

as praias do Nordeste para uma temporada de férias. Fazem parte da família um

garoto de 4 anos de idade, que se recupera de icterícia, e um bebê de 1 ano de idade,


73

ambos loiros de olhos azuis. Os pais concordam que os meninos devem usar chapéu

durante os passeios na praia. Entretanto, divergem quanto ao uso do filtro solar. Na

opinião do pai, o bebê deve usar filtro solar com FPS ≥ 20 e o seu irmão não deve usar

filtro algum porque precisa tomar sol para se fortalecer. A mãe opina que os dois

meninos devem usar filtro solar com FPS ≥ 20.

É dada a tabela a seguir.

ProTeste, ano V, n.55, fev./2007 (adaptado).

Na situação apresentada, comparada à opinião da mãe, a opinião do pai é

A. correta, porque ele sugere que a família use chapéu durante todo o passeio na

praia.

B. correta, porque o bebê loiro de olhos azuis tem a pele mais sensível que a de seu

irmão.

C. correta, porque o filtro solar com FPS ≥ 20 bloqueia o efeito benéfico do sol na

recuperação da icterícia.

D. incorreta, porque o uso do filtro solar com FPS ≥ 20, com eficiência moderada,

evita queimaduras na pele.

E. incorreta, porque é recomendado que pessoas com olhos e cabelos claros usem

filtro solar com FPS ≥ 20.


74


O enunciado apresenta um estudo de caso em que uma família de europeus, composta

pelos pais e por dois filhos (um menino de 4 anos, que se recupera de icterícia, e um

bebê de 1 ano, ambos loiros e de olhos azuis), passam as férias em praias do

Nordeste. O pai acha que o bebê precisa usar filtro solar com FPS superior a 20

(FPS≥20), mas que o garoto não precisa usar filtro solar (apenas chapéu). Já a mãe

considera que os dois filhos devem usar filtro solar com FPS≥20.

É fornecida uma tabela que mostra informações de rótulos de filtros solares. Nela, em

função do tipo de pele e da sua sensibilidade à radiação solar, é recomendado certo

valor de FPS.

Pede-se uma comparação entre as opiniões do pai e da mãe.


A, B e C – Alternativas incorretas.

Justificativa. A opinião do pai é incorreta, pois, segundo a tabela do enunciado, o

menino de 4 anos, de pele, olhos e cabelos claros, deve usar filtro solar com FPS

superior a 20 (FPS≥20).


Justificativa. Pela tabela, o filtro solar com FPS superior a 20 tem eficiência muito alta.


Justificativa. A opinião da mãe é correta, pois, segundo a tabela do enunciado, o

menino de 4 anos, de pele, olhos e cabelos claros, deve usar filtro solar com FPS

superior a 20 (FPS≥20).



75

QUESTÃO 24

Tema. Aspectos culturais do jogo.


O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da “vida quotidiana”.

HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 2004.

Segundo o texto, o jogo comporta a possibilidade de fruição. Do ponto de vista das

práticas corporais, essa fruição se estabelece por meio do(a)

A. fixação de táticas, que define a padronização para maior alcance popular.

B. competitividade, que impulsiona o interesse pelo sucesso.

C. refinamento técnico, que gera resultados satisfatórios.

D. caráter lúdico, que permite experiências inusitadas.

E. uso tecnológico, que amplia as opções de lazer.


O texto do enunciado apresenta uma definição de jogo: ação voluntária realizada de

acordo com regras consentidas e obrigatórias, que apresenta finalidade em si, gera

tensão e alegria e distingue-se da “vida quotidiana”.

É dito que “o jogo comporta a possibilidade de fruição” e pede-se como isso é

estabelecido em relação às práticas corporais.


76



Justificativa. A definição de jogo apresentada no texto contrasta com a ideia de fixação

de táticas.


Justificativa. A definição de jogo apresentada no texto contrasta com as ideias de

competitividade e de interesse pelo sucesso.


Justificativa. A definição de jogo apresentada no texto contrasta com as ideias de

refinamento técnico e de obtenção de resultados satisfatórios.


Justificativa. A definição de jogo apresentada no texto está relacionada com ideias de

tensão e de alegria (“caráter lúdico”) e de rompimento com a “vida quotidiana”

(vivência de “experiências inusitadas”).


Justificativa. A definição de jogo apresentada no texto contrasta com a ideia de

utilização de tecnologia.


QUESTÃO 25

Tema. Cartum e crítica social.

Questão 25 (Enem 2013). Analise o cartum a seguir.


77

O cartum faz uma crítica social. A figura destacada está em oposição às outras e

representa a

A. opressão das minorias sociais.

B. carência de recursos tecnológicos.

C. falta de liberdade de expressão.

D. defesa da qualificação profissional.

E. reação ao controle do pensamento coletivo.


O cartum do enunciado mostra diversos homens, todos idênticos e andando em

mesmo sentido, caracterizados como bonecos de corda. Há apenas um homem em

destaque que não é caracterizado como boneco de corda e que anda em sentido

oposto aos demais.

Pede-se a crítica social estabelecida no cartum por meio da representação da figura

destacada que está em oposição às outras.


78



Justificativa. A figura destacada, em oposição às outras, não representa a opressão das

minorias sociais.


Justificativa. A figura destacada, em oposição às outras, não representa a carência de

recursos tecnológicos.


Justificativa. A figura destacada, em oposição às outras, não representa a falta de

liberdade de expressão.


Justificativa. A figura destacada, em oposição às outras, não representa defesa da

qualificação profissional.


Justificativa. A figura destacada, em oposição às outras, rompe com a movimentação

mecânica e de sentido único das demais. Ao seguir seu próprio caminho e não ser

guiada como um boneco de corda, representa reação ao controle do pensamento

coletivo.


QUESTÃO 26

Tema. Danças folclóricas - quadrilha.



79

Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança aristocrática oriunda dos salões franceses, depois difundida por toda a Europa. No Brasil, foi introduzida como dança de salão e, por sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrência, é importante a presença de um mestre “marcante” ou “marcador”, pois é quem determina as figurações diversas que os dançadores desenvolvem. Observa-se a constância das seguintes marcações: “Tour”, “En avant”, “Chez des dames”, “Chez des cheveliê”, “Cestinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a chuva”, “Garranchê”, “Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espinhos” etc. No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformações: surgem novas figurações, o francês aportuguesado inexiste, o uso de gravações substitui a música ao vivo, além do aspecto de competição, que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por órgãos de turismo.

CASCUDO. L. C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Melhoramentos. 1976. As diversas formas de dança são demonstrações da diversidade cultural do nosso país.

Entre elas, a quadrilha é considerada uma dança folclórica por

A. possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso,

identificar uma nação ou região.

B. abordar as tradições e costumes de determinados povos ou regiões distintas de

uma mesma nação.

C. apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, sendo, também, considerada dança-

espetáculo.

D. necessitar de vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de

origem.

E. acontecer em salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros musicais.


No texto do enunciado, é dito que a quadrilha, característica das festas juninas

brasileiras, teve origem como dança aristocrática na França e, depois, foi difundida por

toda a Europa. Nela, devemos ter um mestre que define as várias figurações dos

dançarinos. Algumas de suas marcações são: “Tour”, “En avant”, “Chez des dames”,

“Chez des cheveliê”, “Cestinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a chuva”,

“Garranchê”, “Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espinhos” etc. A quadrinha, no


80

contexto urbano do Rio de Janeiro, sofreu alterações nas figurações, perdeu “o francês

aportuguesado”, passou a usar gravações no lugar da música ao vivo e, em alguns

casos, ganhou aspecto de competição.

Pede-se a alternativa que indica o motivo de a quadrilha ser considerada uma dança

folclórica.



Justificativa. No texto, não é feita qualquer menção ao fato de a quadrilha apresentar

atributos divinos e religiosos como características principais.


Justificativa. De acordo com o texto, a quadrilha é considerada uma dança folclórica

porque teve origem nos salões franceses, difundiu-se pela Europa, chegou ao Brasil e,

aqui, sofreu transformações em virtude de tradições e costumes regionais.


Justificativa. No texto, não é feita qualquer menção ao fato de a quadrilha ser

considerada dança-espetáculo em função de fazer uso de técnicas apuradas.


Justificativa. No texto, não é feita qualquer menção ao fato de que a quadrilha deva

ser dançada com vestuário específico que defina seu país de origem.


Justificativa. No texto, não é feita qualquer menção ao fato de que a quadrilha deva

ser praticada em salões e festas com influência de vários gêneros musicais.



81

QUESTÃO 27

Tema. Produção da vitamina D.

Questão 27 (Enem 2013). Leia os textos a seguir.

Texto I

É evidente que a vitamina D é importante — mas como obtê-la? Realmente, a vitamina D pode ser produzida naturalmente pela exposição à luz do sol, mas ela também existe em alguns alimentos comuns. Entretanto, como fonte dessa vitamina, certos alimentos são melhores do que outros. Alguns possuem uma quantidade significativa de vitamina D, naturalmente, e são alimentos que talvez você não queira exagerar: manteiga, nata, gema de ovo e fígado.

Disponível em <http://saude.hsw.uol.com.br>. Acesso em 31 jul. 2012.

Texto II Todos nós sabemos que a vitamina D (colecalciferol) é crucial para sua saúde. Mas a vitamina D é realmente uma vitamina? Está presente nas comidas que os humanos normalmente consomem? Embora exista em algum percentual na gordura do peixe, a vitamina D não está em nossas dietas, a não ser que os humanos artificialmente incrementem um produto alimentar, como o leite enriquecido com vitamina D. A natureza planejou que você a produzisse em sua pele e não a colocasse direto em sua boca. Então, seria a vitamina D realmente uma vitamina?

Disponível em <www.umaoutravisao.com.br>. Acesso em 31 jul. 2012.

Frequentemente circulam na mídia textos de divulgação científica que apresentam

informações divergentes sobre um mesmo tema. Comparando os dois textos,

constatamos que o texto II se contrapõe ao texto I quando

A. comprova cientificamente que a vitamina D não é uma vitamina.

B. demonstra a verdadeira importância da vitamina D para a saúde.

C. enfatiza que a vitamina D é mais comumente produzida pelo corpo que absorvida

por meio de alimentos.

D. afirma que a vitamina D existe na gordura dos peixes e no leite, não em seus

derivados.

E. levanta a possibilidade de o corpo humano produzir artificialmente a vitamina D.


82


No texto I, é dito que a “vitamina D pode ser produzida naturalmente pela exposição à

luz do sol” e que também podemos encontrá-la, em quantidade significativa, em

alimentos como a manteiga, a nata, a gema de ovo e o fígado.

No texto II, é dito que, “embora exista em algum percentual na gordura do peixe, a

vitamina D não está em nossas dietas, a não ser que os humanos artificialmente

incrementem um produto alimentar, como o leite enriquecido com vitamina D”. E

complementa: “a natureza planejou que você a produzisse em sua pele e não a

colocasse direto em sua boca”.

Pede-se a alternativa que mostra o porquê de o texto II contrapor-se ao texto I.



Justificativa. O texto II questiona se a vitamina D seria realmente uma vitamina, mas

apresenta comprovações científicas de que ela não é uma vitamina.


Justificativa. O texto II afirma que a vitamina D é “crucial para a saúde”, mas não

demonstra sua verdadeira importância para a saúde.


Justificativa. O texto I afirma que a vitamina D, produzida naturalmente pela exposição

à luz do sol, também é encontrada em alimentos como a manteiga, a nata, a gema de

ovo e o fígado. O texto II afirma que há algum percentual de vitamina D na gordura do

peixe, mas que ela não está em nossas dietas, a não ser em alimentos enriquecidos

artificialmente. E enfatiza que “a natureza planejou que você a produzisse em sua pele

e não a colocasse direto em sua boca”. Logo, o texto II contrapõe-se ao texto I ao


83

minimizar a presença de vitamina D em alimentos e enfatizar sua produção pela

exposição ao sol em detrimento da sua absorção pelos alimentos.


Justificativa. O texto II afirma que afirma que há algum percentual de vitamina D na

gordura do peixe e que ela pode ser encontrada no leite artificialmente enriquecido.


Justificativa. O texto II afirma que há alimentos que podem ser artificialmente

enriquecidos com vitamina D, mas não considera a hipótese de o corpo humano

produzir artificialmente essa vitamina.


QUESTÃO 28

Tema. Tecnologias da contemporaneidade e meios de comunicação do

passado.

Questão 28 (Enem 2013). Leia o texto a seguir.

O bit na galáxia de Gutenberg Neste século, a escrita divide terreno com diversos meios de comunicação. Essa questão nos faz pensar na necessidade da “imbricação, na coexistência e interpretação recíproca dos diversos circuitos de produção e difusão do saber...”. É necessário relativizar nossa postura frente às modernas tecnologias, principalmente à informática. Ela é um campo novidativo, sem dúvida, mas suas bases estão nos modelos informativos anteriores, inclusive, na tradição oral e na capacidade natural de simular mentalmente os acontecimentos do mundo e antecipar as consequências de nossos atos. A impressão é a matriz que deflagrou todo esse processo comunicacional eletrônico. Enfatizo, assim, o parentesco que há entre o computador e os outros meios de comunicação, principalmente a escrita, uma visão da informática como um “desdobramento daquilo que a produção literária impressa e, anteriormente, a tradição oral já traziam consigo”.

NEITZEL. L. C. Disponível em <www.geocities.com>. Acesso em 1 ago. 2012 (adaptado).


84

Ao tecer considerações sobre as tecnologias da contemporaneidade e os meios de

comunicação do passado, esse texto concebe que a escrita contribui para uma

evolução das novas tecnologias por

A. se desenvolver paralelamente nos meios tradicionais de comunicação e informação.

B. cumprir função essencial na contemporaneidade por meio das impressões em

papel.

C. realizar transição relevante da tradição oral para o progresso das sociedades

humanas.

D. oferecer melhoria sistemática do padrão de vida e do desenvolvimento social

humano.

E. fornecer base essencial para o progresso das tecnologias de comunicação e

informação.


No texto do enunciado, são feitas análises que vinculam tecnologias atuais com meios

de comunicação do passado. Inicialmente, é dito que devemos “relativizar nossa

postura frente às modernas tecnologias, principalmente à informática”. Afirma-se que

as bases das tecnologias da contemporaneidade estão em “modelos informativos

anteriores, inclusive na tradição oral” e que “a impressão é a matriz que deflagrou todo

esse processo comunicacional eletrônico”. Conclui-se que há um parentesco “entre o

computador e os outros meios de comunicação, principalmente a escrita”.

Pede-se a alternativa que estabelece como a escrita contribuiu para a evolução das

novas tecnologias.


85



Justificativa. O texto não afirma que a escrita contribui para a evolução das novas

tecnologias por desenvolver-se paralelamente aos meios tradicionais de comunicação e

informação. É dito que há um parentesco “entre o computador e os outros meios de

comunicação, principalmente a escrita”.



tecnologias por desempenhar tarefa fundamental na contemporaneidade pelas

impressões em papel.



tecnologias por fazer a passagem da tradição oral para o progresso das sociedades.



tecnologias por melhorar o padrão de vida e promover o desenvolvimento social.


Justificativa. Do texto, depreende-se que a escrita contribui para a evolução das novas

tecnologias por ser base para o progresso das tecnologias de comunicação e

informação, conforme dito em “a impressão é a matriz que deflagrou todo esse

processo comunicacional eletrônico”.



86

QUESTÃO 29

Tema. Influência da tecnologia na mente e lucro de empresas.


Para Carr, internet atua no comércio da distração Autor de “A Geração Superficial” analisa a influência da tecnologia na mente O jornalista americano Nicholas Carr acredita que a internet não estimula a inteligência de ninguém. O autor explica descobertas científicas sobre o funcionamento do cérebro humano e teoriza sobre a influência da internet em nossa forma de pensar. Para ele, a rede torna o raciocínio de quem navega mais raso, além de fragmentar a atenção de seus usuários. Mais: Carr afirma que há empresas obtendo lucro com a recente fragilidade de nossa atenção. “Quanto mais tempo passamos online e quanto mais rápido passamos de uma informação para a outra, mais dinheiro as empresas de internet fazem”, avalia. “Essas empresas estão no comércio da distração e são experts em nos manter cada vez mais famintos por informação fragmentada em partes pequenas. É claro que elas têm interesse em nos estimular e tirar vantagem da nossa compulsão por tecnologia”.

ROXO, E. Folha de S. Paulo. 18 fev. 2012 (adaptado).

A crítica do jornalista norte-americano que justifica o título do texto é a de que a

internet

A. mantém os usuários cada vez menos preocupados com a qualidade da informação.

B. torna o raciocínio de quem navega mais raso, além de fragmentar a atenção de

seus usuários.

C. desestimula a inteligência, de acordo com descobertas científicas sobre o cérebro.

D. influencia nossa forma de pensar com a superficialidade dos meios eletrônicos.

E. garante a empresas a obtenção de mais lucro com a recente fragilidade de nossa

atenção.


O texto do enunciado é uma reportagem publicada no Jornal Folha de S.Paulo com o

título “Para Carr, internet atua no comércio da distração” e subtítulo “Autor de ‘A

Geração Superficial’ analisa a influência da tecnologia na mente”.


87

Carr, jornalista americano, diz que a internet não estimula a inteligência das pessoas.

Com base em descobertas científicas sobre o funcionamento do cérebro humano, Carr

conclui que a internet piora o raciocínio e a atenção de quem navega pela rede.

Segundo ele, existem empresas no comércio da distração que lucram com essa

fragilização da nossa atenção, pois são “experts em nos manter cada vez mais famintos

por informação fragmentada em partes pequenas”.

Pede-se a alternativa que justifica o título do texto.



Justificativa. De acordo com o texto, a internet não estimula a preocupação com a

qualidade da informação. Carr afirma que a internet piora o raciocínio e a atenção de

quem navega pela rede.

B, C e D – Alternativas incorretas.

Justificativa. De acordo com o texto, a internet “torna o raciocínio de quem navega

mais raso, além de fragmentar a atenção de seus usuários”. No entanto, não é isso

que justifica o título da reportagem, que é “Para Carr, internet atua no comércio da

distração”.


Justificativa. Segundo Carr, existem empresas no comércio da distração que lucram

com a fragilização da nossa atenção, pois elas são “experts em nos manter cada vez

mais famintos por informação fragmentada em partes pequenas”. Isso justifica o título

da reportagem, que é “Para Carr, internet atua no comércio da distração”.



88

QUESTÃO 30

Tema. Uso social da tecnologia e suas contradições.


CURY, C. Disponível em <http://tirasnacionais.blogspot.com>. Acesso em 13 nov. 2011.

A tirinha denota a postura assumida por seu produtor frente ao uso social da

tecnologia para fins de interação e de informação. Tal posicionamento é expresso, de

forma argumentativa, por meio de uma atitude

A. crítica, expressa pelas ironias.

B. resignada, expressa pelas enumerações.

C. indignada, expressa pelos discursos diretos.

D. agressiva, expressa pela contra-argumentação.

E. alienada, expressa pela negação da realidade.


O enunciado apresenta uma tirinha formada por três partes.

Na primeira parte, intitulada “no mundo dos conectados, não há preconceito”, há um

rapaz aparentemente baixo e moreno postando a seguinte mensagem na internet: “sou

alto, loiro e sincero”.


89

Na segunda parte, intitulada “(no mundo dos conectados), não há ignorância”, há um

rapaz que faz o seguinte comentário para outro que lê um livro: “ler pra quê, tem tudo

na wikipedia!”.

Na terceira parte, intitulada “(no mundo dos conectados), não há covardia”, há uma

moça postando a seguinte mensagem por celular para um suposto namorado “eu não

te amo mais”, em vez de fazer isso pessoalmente.

Pede-se a alternativa que contem a postura do autor da tirinha em relação ao uso

social da tecnologia para fins de interação e de informação.



Justificativa. Pelo exposto no estudo do enunciado, concluímos que a tirinha indica, em

cada uma das suas três partes, contrastes entre os títulos inseridos em retângulos e as

falas e as atitudes das personagens. O autor usa a ironia para realizar críticas quanto

ao uso social da tecnologia para fins de interação e de informação.


Justificativa. A postura do autor da tirinha não é de resignação, pois ele critica a

oposição existente entre os títulos inseridos em retângulos e as falas e as atitudes das

personagens, conforme detalhado no estudo do enunciado.

C e D – Alternativas incorretas.

Justificativa. A postura do autor da tirinha não é de indignação ou de agressão.

Inclusive, ele usa o humor para realizar sua crítica.


90


Justificativa. A postura do autor da tirinha não é de alienação. Pelo contrário, ele

assume postura crítica em relação ao uso social da tecnologia para fins de interação e

de informação.


QUESTÃO 31

Tema. Bullying virtual ou cyberbullying.


O que é bullying virtual ou cyberbullying? É o bullying que ocorre em meios eletrônicos, com mensagens difamatórias ou ameaçadoras circulando por e-mails, sites, blogs (os diários virtuais), redes sociais e celulares. É quase uma extensão do que dizem e fazem na escola, mas com o agravante de que as pessoas envolvidas não estão cara a cara. Dessa forma, o anonimato pode aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças e os efeitos podem ser tão graves ou piores. “O autor, assim como o alvo, tem dificuldade de sair de seu papel e retomar valores esquecidos ou formar novos”, explica Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Disponível em <http://revistaescola.abril.com.br>. Acesso em 3 ago. 2012 (adaptado).

Segundo o texto, com as tecnologias de informação e comunicação, a prática do

bullying ganha novas nuances de perversidade e é potencializada pelo fato de

A. atingir um grupo maior de espectadores.

B. dificultar a identificação do agressor incógnito.

C. impedir a retomada de valores consolidados pela vítima.

D. possibilitar a participação de um número maior de autores.

E. proporcionar o uso de uma variedade de ferramentas da internet.


91


No texto do enunciado, define-se bullying virtual (ou cyberbullying) como o bullying

feito eletronicamente por meio de “com mensagens difamatórias ou ameaçadoras

circulando por e-mails, sites, blogs redes sociais e celulares”. Segundo o texto, o

cyberbullying é mais grave do que o bullying sofrido na escola, pois, como “as pessoas

envolvidas não estão cara a cara”, “o anonimato pode aumentar a crueldade dos

comentários e das ameaças”.

Pede-se a alternativa que mostra o porquê de a prática do bullying ganhar nuances de

perversidade e ser potencializada com as tecnologias de informação e comunicação.


A, C, D e E – Alternativas incorretas.

Justificativa. No texto, não é dito que a prática do bullying ganha nuances de

perversidade nem que é potencializada com as tecnologias de informação e

comunicação por essas tecnologias atingirem um grupo maior de espectadores;

possibilitarem a participação mais autores; impedirem a retomada de valores

consolidados pela vítima; ou proporcionarem o uso de uma variedade de ferramentas

da internet.


Justificativa. Segundo o texto, o cyberbullying é mais grave do que o bullying sofrido

na escola, pois, como “as pessoas envolvidas não estão cara a cara”, “o anonimato

pode aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças”. Ou seja, a prática do

bullying ganha novas nuances de perversidade e é potencializada com as tecnologias

de informação e comunicação pela dificuldade de identificação do agressor.


92


QUESTÃO 32

Tema. Diferentes abordagens em situações de separação conjugal.


Nós, brasileiros, estamos acostumados a ver juras de amor, feitas diante de Deus, serem quebradas por traição, interesses financeiros e sexuais. Casais se separam como inimigos, quando poderiam ser bons amigos, sem traumas. Bastante interessante a reportagem sobre separação. Mas acho que os advogados consultados, por sua competência, estão acostumados a tratar de grandes separações. Será que a maioria dos leitores da revista tem obras de arte que precisam ser fotografadas antes da separação? Não seria mais útil dar conselhos mais básicos? Não seria interessante mostrar que a separação amigável não interfere no modo de partilha dos bens? Que, seja qual for o tipo de separação, ela não vai prejudicar o direito à pensão dos filhos? Que acordo amigável deve ser assinado com atenção, pois é bastante complicado mudar suas cláusulas? Acho que essas são dicas que podem interessar ao leitor médio.

Disponível em <http://revistaepoca.globo.com>. Acesso em 26 fev. 2012 (adaptado).

O texto foi publicado em uma revista de grande circulação na seção de carta do leitor.

Nele, um dos leitores manifesta-se acerca de uma reportagem publicada na edição

anterior. Ao fazer sua argumentação, o autor do texto

A. faz uma síntese do que foi abordado na reportagem.

B. discute problemas conjugais que conduzem à separação.

C. aborda a importância dos advogados em processos de separação.

D. oferece dicas para orientar as pessoas em processos de separação.

E. rebate o enfoque dado ao tema pela reportagem, lançando novas ideias.


No texto do enunciado, publicado na seção carta do leitor Revista Época, um leitor

posiciona-se sobre uma reportagem publicada na edição anterior dizendo que “os

advogados consultados, por sua competência, estão acostumados a tratar de grandes

separações”: questiona se a maioria das pessoas teria obras de arte que precisassem


93

ser fotografadas antes da separação, por exemplo. Sugere que fossem dados

conselhos mais básicos, como o fato de a separação amigável não interferir na partilha

dos bens e que, independentemente do tipo de separação, não há prejuízo no direito à

pensão dos filhos.

Pede-se a alternativa que indica a argumentação usada pelo autor do texto publicado

na seção carta do leitor.



Justificativa. O leitor não faz um resumo do que foi abordado na reportagem publicada

na edição anterior.

B e C – Alternativas incorretas.

Justificativa. O leitor não analisa as causas das separações nem a importância dos

advogados nesses processos.


Justificativa. O leitor não dá dicas para pessoas em processos de separação.


Justificativa. O leitor questiona o enfoque dado ao tema pela reportagem, voltada para

a separação de casais com grandes recursos financeiros, que não seria o caso da

maioria dos leitores da revista. Ele lança novas ideias quando sugere que fossem dados

conselhos mais básicos.



94

QUESTÃO 33

Tema. Taxa de crescimento natural da população brasileira no século XX.

Questão 33 (Enem 2003). O quadro abaixo mostra a taxa de crescimento natural da

população brasileira no século XX.

Período Taxa anual média de crescimento natural (%)

1920-1940 1,90

1940-1950 2,40

1950-1960 2,99

1960-1970 2,89

1970-1980 2,48

1980-1991 1,93

1991-2000 1,64 Fonte. IBGE, Anuários Estatísticos do Brasil.

Analisando os dados podemos caracterizar o período entre

A. 1920 e 1960 como de crescimento do planejamento familiar.

B. 1950 e 1970 como de nítida explosão demográfica.

C. 1960 e 1980 como de crescimento da taxa de fertilidade.

D. 1970 e 1990 como de decréscimo da densidade demográfica.

E. 1980 e 2000 como de estabilização do crescimento demográfico.


No texto do enunciado, é fornecido um quadro que mostra a taxa média percentual de

crescimento natural da população brasileira em diversos períodos do século XX.

Pede-se a alternativa que caracteriza corretamente um desses períodos.


95



Justificativa. Analisando o quadro, vemos que, entre 1920 e 1960, houve elevada taxa

média percentual de crescimento natural da população brasileira, o que se opõe à ideia

aumento do planejamento familiar.


Justificativa. Analisando o quadro, vemos que, entre 1950 a 1970, houve elevadas

taxas de crescimento populacional, o que permite caracterizar esse período como de

explosão demográfica.


Justificativa. Analisando o quadro, vemos que, entre 1960 e 1970, a taxa média

percentual de crescimento natural da população brasileira foi de 2,89% e que, entre

1970 e 1980, essa taxa caiu para 2,48%. Logo, não podemos concluir que, entre 1960

e 1980, houve crescimento da taxa de fertilidade.


Justificativa. O conceito de densidade demográfica refere-se ao número de habitantes

por quilômetro quadrado. O quadro não fornece informações a respeito desse índice.


Justificativa. O conceito de crescimento demográfico está relacionado com um

“balanço” entre taxas de natalidade, de mortalidade e de imigração. Isso não está

fornecido no quadro do enunciado.



96

QUESTÃO 34

Tema. Diferentes linguagens artísticas para a caracterização da mulher

idealizada.

Questão 34 (Enem 2012). Leia os textos a seguir.

Texto I LXXVIII (Camões, 1525?-1580)

Leda serenidade deleitosa, Que representa em terra um paraíso;

Entre rubis e perlas doce riso Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa;

Presença moderada e graciosa, Onde ensinando estão despejo e siso

Que se pode por arte e por aviso, Como por natureza, ser fermosa;

Fala de quem a morte e a vida pende, Rara, suave; enfim, Senhora, vossa;

Repouso nela alegre e comedido: Estas as armas são com que me rende E me cativa Amor; mas não que possa

Despojar-me da glória de rendido. CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008.

Texto II


97

SANZIO, R. (1483-1520). A mulher com o unicórnio. Roma, Galleria Borghese Disponível em

<www.arquipelagos.pt>. Acesso em 29 fev. 2012.

A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas linguagens artísticas diferentes,

participaram do mesmo contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos

A. apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo unicórnio presente na pintura e

pelos adjetivos usados no poema.

B. valorizarem o excesso de enfeites na apresentação pessoal e na variação de

atitudes da mulher, evidenciadas pelos adjetivos do poema.

C. apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sobriedade e o equilíbrio,

evidenciados pela postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados

no poema.

D. desprezarem o conceito medieval da idealização da mulher como base da produção

artística, evidenciado pelos adjetivos usados no poema.

E. apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela emotividade e o conflito

interior, evidenciados pela expressão da moça e pelos adjetivos do poema.


No enunciado, são fornecidos dois textos, denominados texto I e texto II.

O texto I é um soneto de Camões, que descreve a mulher do seguinte modo: “leda

serenidade deleitosa”, “em terra um paraíso”, pele “neve cor-de-rosa”, “presença

moderada e graciosa”, “ser fermosa” e “rara, suave”.

O texto II é uma pintura na qual Rafael retrata uma mulher bonita, graciosa, serena e

de pele rosada, ou seja, compatível com as características presentes no poema de

Camões.

Pede-se uma comparação entre o poema (texto I) e a pintura (texto II).


98

Resolução da questão (análises das alternativas).

A e D – Alternativas incorretas.

Justificativa. O poema e a pintura apresentam um retrato idealizado da mulher. O

unicórnio é um ser mágico, não real. Os adjetivos do poema evocam características de

beleza e graça são quase divinas.


Justificativa. O poema e a pintura não citam o uso de enfeites na apresentação pessoal

e não mencionam ações e atitudes da mulher.


Justificativa. O poema e a pintura apresentam um retrato idealizado da mulher: serena,

equilibrada e bela, quase divina. Ela seria “em terra um paraíso”.


Justificativa. O poema e a pintura caracterizam a mulher como um ser sereno e

equilibrado, mas não com alguém em conflito interior.


QUESTÃO 35

Tema. Uso da norma gramatical padrão.

Questão 35 (Enem 2012).

Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns anos, ele sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas informações sobre as regras da gramática, que eu não respeitava, e sobre a grafia correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra num desses meus badulaques. Acontece que eu, acostumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei em “varreção” – do verbo “varrer”. De fato, trata-


99

se de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma reprovação. Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário, aquela que tem, no topo, a fotografia de uma “varroa”(sic!) (você não sabe o que é uma “varroa”?) para corrigir-me do meu erro. E confesso: ele está certo. O certo é “varrição” e não “varreção”. Mas estou com medo de que os mineiros da roça façam troça de mim porque nunca os vi falar de “varrição”. E se eles rirem de mim não vai me adiantar mostra-lhes o xerox da página do dicionário com a “varroa” no topo. Porque para eles não é o dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais, fala “varreção” quando não “barreção”. O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado.

ALVES, R. Mais badulaques. São Paulo: Parábola, 2004 (fragmento).

De acordo com o texto, após receber a carta de um amigo “que se deu ao trabalho de

fazer um xerox da página 827 do dicionário” sinalizando um erro de grafia, o autor

reconhece

A. a supremacia das formas da língua em relação ao seu conteúdo.

B. a necessidade da norma padrão em situações formais de comunicação escrita.

C. a obrigatoriedade da norma culta da língua, para a garantia de uma comunicação

efetiva.

D. a importância da variedade culta da língua, para a preservação da identidade

cultural de um povo.

E. a necessidade do dicionário como guia de adequação linguística em contextos

informais privados.


O texto do enunciado é um fragmento de livro em que o autor, Rubem Alves, diz que

tem um amigo rigoroso com uso formal (padrão) da língua brasileira. Quando Alves

fala “varreção” no lugar de “varrição”, é repreendido pelo amigo por meio de uma

carta. O autor admite o erro e diz que ”de fato, trata-se de um equívoco que, num

vestibular, poderia me valer uma reprovação”. Também diz: “estou com medo de que


100

os mineiros da roça façam troça de mim porque nunca os vi falar de ‘varrição’”, pois,

“para eles não é o dicionário que faz a língua”, mas o povo.

Pede-se a alternativa que retrata corretamente a atitude de Alves após receber a carta

de um amigo “que se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário”.



Justificativa. O autor não defende a superioridade das formas da língua em relação ao

seu conteúdo.


Justificativa. Ao usar “varreção” no lugar de “varrição”, o autor diz que ”de fato, trata-

se de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma reprovação”. Logo, ele

admite que em situações formais de comunicação escrita é necessário o uso da norma

padrão.


Justificativa. Segundo a autor, utilizar “varreção” no lugar de “varrição” faz parte do

uso popular da língua. Logo, isso não afeta a comunicação efetiva.


Justificativa. O autor não afirma que a preservação da identidade cultural de um povo

é determinada pelo uso obrigatório da variedade culta da língua.


Justificativa. O autor não afirma que o dicionário é necessário para conduzir a

adequação linguística em situações informais privadas.



101

QUESTÃO 36

Tema. Nota no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) e

horas de estudo.


Uma falsa relação

O cruzamento da quantidade de horas estudadas com o desempenho no Programa

Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) mostra que mais tempo na escola não

é garantia de nota acima da média.

Dos países com notas abaixo da média nesse exame, aquele que apresenta maior

quantidade de horas de estudo é


102

A. Finlândia.

B. Holanda.

C. Israel.

D. México.

E. Rússia.


O texto do enunciado é um esquema gráfico que relaciona, para diversos países, as

horas de estudo (lidas no eixo horizontal) com as notas no Pisa (lidas no eixo vertical).

Indica-se que a nota média é 500 pontos.

Pede-se, dos países com notas abaixo da média, o que apresenta maior quantidade de

horas de estudo.

Resolução da questão (análise do gráfico).

Analisando o gráfico, vemos que há 5 países com notas abaixo da média no Pisa

(abaixo de 500 pontos):

Rússia (com cerca de 6.000 horas de estudo);

Portugal (com cerca de 7.000 horas de estudo);

México (com cerca de 7.500 horas de estudo);

Itália (com cerca de 8.250 horas de estudo); e

Israel (com cerca de 8.500 horas de estudo).

Logo, dos países com notas abaixo da média no Pisa, Israel é o que apresenta maior

quantidade de horas de estudo.



103

QUESTÃO 37

Tema. Evolução de vendas (em reais) de medicamento ao longo de 2011.

Questão 37 (Enem 2012). O dono de uma farmácia resolveu colocar à vista do

público o gráfico mostrado a seguir, que apresenta a evolução do total de vendas (em

reais) de certo medicamento ao longo do ano de 2011.

De acordo com o gráfico, os meses em que ocorreram, respectivamente, a maior e a

menor venda absolutas em 2011 foram

A. março e abril.

B. março e agosto.

C. agosto e setembro.

D. junho e setembro.

E. junho e agosto.


104


O texto do enunciado é um gráfico que relaciona os meses do ano (lidos no eixo

horizontal) com os totais de vendas (em reais) de certo medicamento ao longo de 2011

(lidos no eixo vertical).

Pedem-se os meses em que houve a maior e a menor venda absolutas em 2011.


Analisando o gráfico, vemos que o maior total de vendas ocorreu em junho de 2011 e

que o menor total de vendas ocorreu em agosto de 2011.


QUESTÃO 38

Tema. Variação da extensão média de gelo marítimo.

Questão 38 (Enem 2012). O gráfico mostra a variação da extensão média de gelo

marítimo, em milhões de quilômetros quadrados, comparando dados dos anos 1995,

1998, 2000, 2005 e 2007. Os dados correspondem aos meses de junho a setembro. O

Ártico começa a recobrar o gelo quando termina o verão, em meados de setembro. O

gelo do mar atua como o sistema de resfriamento da Terra, refletindo quase toda a luz

solar de volta ao espaço. Águas de oceanos escuros, por sua vez, absorvem a luz solar

e reforçam o aquecimento do Ártico, ocasionando derretimento crescente do gelo.


105

Com base no gráfico e nas informações do texto, é possível inferir que houve maior

aquecimento global em

A. 1995.

B. 1998.

C. 2000.

D. 2005.

E. 2007.


O texto do enunciado é um gráfico que relaciona, para 1995, 1998, 2000, 2005 e 2007,

meses do ano (lidos no eixo horizontal) com as extensões do gelo marítimo (lidas no

eixo vertical).

Pede-se o ano em que houve maior aquecimento global.


106


O maior aquecimento global ocorre quando a extensão de gelo marítimo é mínima,

pois o gelo do mar tem função de resfriar a Terra. Analisando o gráfico, vemos que a

extensão de gelo marítimo é mínima em 2007.


QUESTÃO 39

Tema. Taxa de fecundidade total no Brasil de 1940 a 2010.

Questão 39 (Enem 2013 – com adaptações). Leia o texto a seguir.

Segundo o gráfico, no período considerado, houve

A. decréscimo da população absoluta.

B. tanto aumento quanto redução da taxa de fecundidade.


107

C. diminuição da proporção de adultos.

D. expansão de políticas de controle da natalidade.

E. aumento da renovação da população economicamente ativa.


O texto do enunciado é um gráfico que relaciona as taxas de fecundidade total no

Brasil com o tempo, desde 1940 até 2010.

Pede-se uma análise do gráfico.


Analisando o gráfico, vemos que, de 1950 a 1960, houve aumento na taxa de

natalidade. Em todos os outros períodos houve redução na taxa de natalidade de uma

década para outra. Logo, de 1940 a 2010, houve períodos de aumento e de redução da

taxa de fecundidade.


QUESTÃO 40

Tema. Crítica social.


Disponível em <www.assine.abril.com.br>. Acesso em 29 fev. 2012 (adaptado).


108

Com o advento da internet, as versões de revistas e livros também se adaptaram às

novas tecnologias. A análise do texto publicitário apresentado revela que o surgimento

das novas tecnologias

A. proporcionou mudanças no paradigma de consumo e oferta de revistas e livros.

B. incentivou a desvalorização das revistas e livros impressos.

C. viabilizou a aquisição de novos equipamentos digitais.

D. aqueceu o mercado de venda de computadores.

E. diminuiu os incentivos à compra de eletrônicos.


O texto do enunciado é uma propaganda que informa que, assinando a versão

impressa de uma revista, com mais R$58,10, adquire-se, também, a versão digital por

um ano e meio.

Pede-se uma análise do texto publicitário em relação ao surgimento das novas

tecnologias.



Justificativa. As novas tecnologias causaram mudanças no consumo e na oferta de

revistas e livros, pois eles podem ser comprados tanto em versão impressa quanto em

versão digital.


Justificativa. Na propaganda, estimula-se a aquisição de revistas em versão impressa,

além da versão digital.


109


Justificativa. Na propaganda, não há referências à viabilização de compra de novos

equipamentos digitais.


Justificativa. Na propaganda, não há referências ao aquecimento do comércio de

computadores.


Justificativa. Na propaganda, não há referências à redução de incentivos para a

aquisição de eletrônicos.


decifrando textos e enunciados€¦ · questão 28 tecnologias da contemporaneidade e meios de...

Documents