de pulperias - noel guarany

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De Pulperias - Noel Guarany

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De Pulperias - Noel GuaranyUm payador que se prezaMesmo rodando no caiRecorre a vida cantandoAos ps do Eterno Pai,E depois volta de novoCantar pra o povo e se vai.Conheo as penas do mundo De tanto que j andeiDiz que existem sete penas Sete mistrios tambm,As minhas perdi a contaMistrios no encontrei.Sou payador e me agradaEsse ofcio de cantorMesmo sofrendo no mundoAs penas de um cantadorSou cantor e guitarreiro L na mi'a querncia flor.Jamais me perdi no trilhoQuando canto opinandoSempre falei as verdadesA quem tiver escutandoHumilde pra um peo d'estnciaE touro pra um contestando.s vezes duro de queixo,s vezes meio macio,s vezes com turbulncias vezes calma de rioDesses que embalam estrelasEm claras noites de estio.So manhas dos payadoresDa minha terra missioneiraMais ou menos so iguaisNa minha ptria campeiraTouros, quando em seu rodeioTouraos, a vida inteira.Os amores que eu j tiveNunca falei a ningumVivo cantando no mundoAmando e querendo bemSou payador missioneiroDiga a importncia que tm. a sina dos tapejarasDessas de beber mensagensQue o vento trs nas aragensDo fundo das noites clarasBordoneando nas taquarasE pelas frinchas da portaPorque reanima e confortaO velho sangue guerreiroE se eu nasci missioneiroPros demais pouco me importa.Nasci no meio do campoNa costa do banhadalDentro dum rancho barreadoDe cho duro e desigualMeu bero foi um pelegoSobre um couro de bagual.Bebi leite na mangueiraNuma guampa remanchadaE cavalo num tioMe aquentei de madrugadaEnquanto o vento assobiavaNos campos brancos de geada.Brinquei com gado de ossoNa sombra do velho umbuE "ansim" volteando um amargoE o churrasco meio cru,Fui crescendo e me orgulhandoDe ter nascido um xir.Depois de andar gauderiandoPor muita querncia estranhaHoje vivo no meu ranchoNa humildade da campanhaJunto chinoca queridaE o cusco que me acompanha.Na estaca em frente do ranchoDorme o pingo meu amigoCompanheiro que eu adoroPrenda guasca que bendigoPois alegrias e penasSempre reparte comigo. meu vizinho de portaUm casal de quero - queroPor isso, embora ndio pobreBem rico me consideroTendo china, pingo e cuscoDo mundo nada mais quero.E quando de noite a luaVem destapando meu ranchoAgarro na gaita velhaQue guardo erguida num ganchoE dando rdeas ao peitoNum vaneiro me desmancho.E o meu verso como o ventoQue vai dobrando a flexilhaE floreia compadrescoO hino desta coxilhaEntre os buracos de balaDo pavilho farroupilha. mesmo que o bombeadorDos piquetes da vanguardaQue vem abrindo caminhoPrs tropas da retaguardaE enquanto a cordeona choraMeu cusco fica de guarda.E ali pela solidoOnde o meu canto escramuaParece que a noite velhaCheia de mgoas soluaE a prpria lua pampeanaNo santa f se debrua.Mas pr deixar o sossegoDo meu rancho macanudoBasta s a voz de um clarimCom china e cusco me mudoNa defesa do rio grandeQue adoro acima de tudo.Na defesa do rio grandeQue adoro acima de tudo.