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CONTAS DE MINAS INFORMATIVO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS N. 92 . Ano XVI . 17 de Setembro de 2012 Controle gera economia de R$ 600 mi nas obras da Copa Projeto Quali agiliza tramitação de processos Abertas as inscrições para encontro P rojeto coordenado pelo Comitê Ges- tor, composto pelo Conselheiro Presidente Wanderley Ávila, Conse- lheiro Sebastião Helve- cio e pelo Auditor Gil- berto Diniz, propõe ra- cionalizar a geração, re- duzir o número e conferir maior celeridade à trami- tação de processos, bem como de intensificar o uso da tecnologia da in- formação e aprimorar a gestão voltada para re- sultados. PÁGINA 8 Conselho dá nota máxima para Escola de Contas A Escola de Con- tas e Capacitação Professor Pedro Aleixo recebeu avaliação Triplo A, nota máxima, dada pelo Conselho Es- tadual de Educação. A nota é decorrente de ins- peção realizada na sede O Tribunal de Con- tas abriu inscri- ções para o “En- contro Nacional sobre Transparência e Controle Social – perspectivas e desafios” que ocorrerá no período de 17 a 19 de ou- tubro deste ano, em BH. do Tribunal de Contas que analisou o projeto pedagógico, secretaria, corpo docente e instala- ções da escola (espaço físico, salas de aula, au- ditório, biblioteca e de- mais equipamentos). PÁGINA 3 PÁGINA 8 A revelação foi feita pelo Ministro do TCU, Valmir Campelo, Re- lator Geral das Obras da Copa, durante o Encontro Técnico Nacional: os desa- fios do controle em rede e os riscos na Copa do Mundo de 2014, que aconteceu no Tribunal de Contas de Mi- nas Gerais (TCEMG), nos dias 10 e 11 de setembro. Segundo ele, a economia de R$ 600 milhões foi alcan- çada com ações preventivas da rede de controle. O Mi- nistro garantiu ainda que Mi- nas Gerais é o estado em que as obras estão mais adiantadas. Acompanhado do Governador Antonio Anastasia e do Presidente do TCEMG, Conselheiro Wanderley Ávila, dentre vá- rias autoridades, Campelo visitou as obras do Mineirão. PÁGINAS 4 E 5

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Page 1: CONTASDEMINAS de Minas - Edição 92-para site.pdf · Ano XVI . 17 de Setembro de 2012 Controle gera economia de R$ 600 mi nas obras da Copa ... contro Nacional sobre TransparênciaeControle

CONTASDEMINASINFORMATIVO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS N. 92 . Ano XVI . 17 de Setembro de 2012

Controle gera economia deR$ 600 mi nas obras da Copa

Projeto Quali agilizatramitação de processos

Abertas asinscrições

para encontro

Projeto coordenadopelo Comitê Ges-tor, composto pelo

Conselheiro PresidenteWanderley Ávila, Conse-lheiro Sebastião Helve-cio e pelo Auditor Gil-berto Diniz, propõe ra-cionalizar a geração, re-

duzir o número e conferirmaior celeridade à trami-tação de processos, bemcomo de intensificar ouso da tecnologia da in-formação e aprimorar agestão voltada para re-sultados.

PÁGINA 8

Conselho dá nota máximapara Escola de Contas

AEscola de Con-tas e CapacitaçãoProfessor Pedro

Aleixo recebeu avaliaçãoTriplo A, nota máxima,dada pelo Conselho Es-tadual de Educação. Anota é decorrente de ins-peção realizada na sede

OTribunal de Con-tas abriu inscri-ções para o “En-

contro Nacional sobreTransparência e ControleSocial – perspectivas edesafios” que ocorrerá noperíodo de 17 a 19 de ou-tubro deste ano, em BH.

do Tribunal de Contasque analisou o projetopedagógico, secretaria,corpo docente e instala-ções da escola (espaçofísico, salas de aula, au-ditório, biblioteca e de-mais equipamentos).

PÁGINA 3PÁGINA 8

Arevelação foi feitapelo Ministro do TCU,Valmir Campelo, Re-

lator Geral das Obras daCopa, durante o EncontroTécnico Nacional: os desa-fios do controle em rede e osriscos na Copa do Mundode 2014, que aconteceu noTribunal de Contas de Mi-nas Gerais (TCEMG), nosdias 10 e 11 de setembro.Segundo ele, a economia deR$ 600 milhões foi alcan-çada com ações preventivasda rede de controle. O Mi-nistro garantiu ainda queMi-nas Gerais é o estado emque as obras estão maisadiantadas. Acompanhadodo Governador AntonioAnastasia e do Presidentedo TCEMG, ConselheiroWanderley Ávila, dentre vá-rias autoridades, Campelovisitou as obras doMineirão.

PÁGINAS 4 E 5

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2 CONTAS DE MINAS . TCEMG . 17 de setembro de 2012

DIREÇÃOWanderley ÁvilaConselheiro Presidente

DIRETORIA DE COMUNICAÇÃOLúcio Braga GuimarãesDiretor/Jorn. Mtb n. 3422 – DRT/MG

EDITOR RESPONSÁVELLuiz Cláudio Diniz MendesCoordenador/Jorn. Mtb n. 0473 – DRT/MG

REDAÇÃOMárcio de Ávila RodriguesRaquel Campolina MoraesFred La RoccaThiago Rios GomesKarina Camargos CoutinhoUrsulla Magro Pohl

REVISÃODionne Emília Simões do Lago Gonçalves

DIAGRAMAÇÃOMárcio Wander - MG-00185 DG - DRT/MG

EDIÇÃODiretoria de ComunicaçãoAv. Raja Gabáglia, 1.315 - CEP: 30380-435Luxemburgo - Belo Horizonte/MGFones: (31) 3348-2147 / 3348-2177Fax: (31) 3348-2253e-mail: [email protected]: www.tce.mg.gov.br

IMPRESSÃOImprensa Oficial do Estado de Minas GeraisAvenida Augusto de Lima, 270 – CentroTel.: (31) 3237-3400www.iof.mg.gov.br

TIRAGEM5.400 exemplares

CONTAS DEMINAS

MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTOAO TRIBUNAL DE CONTAS

WanderleyGeraldo ÁvilaCONSELHEIRO PRESIDENTE

Adriene Barbosade Faria AndradeCONSELHEIRA VICE-PRESIDENTE

Sebastião HelvecioRamos de CastroCONSELHEIRO CORREGEDOR

EduardoCarone CostaCONSELHEIRO

CláudioCouto TerrãoCONSELHEIRO OUVIDOR

Mauri JoséTorres DuarteCONSELHEIRO

José Alves VianaCONSELHEIRO

Gilberto PintoMonteiro DinizAUDITOR

Licurgo JosephMourão de OliveiraAUDITOR

Marcílio BarencoCorrea de MelloPROCURADOR DOMINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS

Elke Andrade Soaresde Moura SilvaPROCURADORA DO MINISTÉRIOPÚBLICO DE CONTAS

CristinaAndrade MeloPROCURADORA DO MINISTÉRIOPÚBLICO DE CONTAS

Daniel de CarvalhoGuimarãesPROCURADOR DO MINISTÉRIOPÚBLICO DE CONTAS

Glaydson SantoSoprani MassariaPROCURADOR-GERAL DOMINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS

Maria Cecília BorgesPROCURADORA DO MINISTÉRIOPÚBLICO DE CONTAS

SaraMeinberg SchmidtAndradeDuartePROCURADORA DO MINISTÉRIOPÚBLICO DE CONTAS

Arealização de uma Copa doMundo para o país sede,como o Brasil em 2014, vai

muito além de um evento esportivo;representa um instrumento de trans-formação social. No Brasil, existe aexpectativa de investimento de bi-lhões de reais em ações de infraes-trutura nas cidades-sede e em re-forma e construção de estádioscapazes de abrigar os jogos, se-gundo as normas da FIFA. Isto sig-nifica que em todos os níveis da ad-ministração pública estão e estarãosendo utilizados recursos públicos.

É nesse quadro que o Tribunal

de Contas do Estado de Minas Ge-rais, acompanhando o próprio ritmodas obras aqui realizadas, cujo an-damento é reconhecido como refe-rência para o restante do país, rea-lizou o Encontro Técnico Nacional:os desafios do controle em rede e osriscos na Copa do Mundo de 2014,em 10 de setembro último.

Para o TCEMG, a união de es-forços dos órgãos fiscalizadores,mais do que nunca, é fundamental.Tão fundamental quanto a orienta-ção de exercer o controle dos gastospúblicos com a visão de colaborarpara a correta utilização dos recur-

sos, sem a ótica única da punição.Nesse sentido, conforme des-

tacou na abertura do Encontro oPresidente do Tribunal de Contasde Minas, a Rede de Controle daGestão Pública em Minas Geris ce-lebrou um Acordo de CooperaçãoTécnica em 2009 e vem realizandoações para ampliar e aprimorar aarticulação de parcerias entre os ór-gãos públicos e as entidades partí-cipes nas diversas esferas daAdmi-nistração Pública.

O Encontro Técnico Nacional:os desafios do controle em rede e osriscos na Copa do Mundo de 2014

contou com a participação de con-selheiros, membros, técnicos e ana-listas dos tribunais de contas das ci-dades-sede, do Tribunal de Contasda União e da Controladoria-Geralda União, num grande intercâmbiode informações e experiências.

Como relatou o Ministro WalmirCampelo no evento do TCEMG, otrabalho realizado em conjunto, TCUe TCEs, visa à vitória não apenasnos gramados da Copa do Mundode 2014, mas na transparência, nacolaboração, na responsabilidade eno controle social.

EDITORIAL

Muito além do gramado

A tutela do patrimônio ambiental e culturalARTIGO

Rachel Rocha Barbosa de CastroAnalista de ControleExterno do TCEMG

Eliana Crivellari Florêncio BragaOficial de Controle

Externo do TCEMG

Nasduas últimas décadas do sé-culo XX, começou a surgir umconjunto de novos direitos.Trata-

se, na realidade, de “direitos” que sem-pre existiram sem ser reconhecidos oureivindicados, ou passaram a existir emvirtude de transformações mundiais re-centes: a mudança do relacionamentodo homemcomanatureza, que ensejoua reivindicaçãoa todoumconjunto de di-reitos ambientais; as guerras, a explora-ção econômica desenfreada e as mu-danças culturais deste século chamarama atenção para a necessidade de asse-gurar os direitos ao patrimônio histórico-cultural das nações; e, por último, masnão menos importante, a grande trans-formação na percepção do papel doEs-tado e das relações entre os interessesprivados e o interesse público deu ori-gemà demanda pelo direito ao patrimô-nio econômico público, ou, em palavrasmais simples, o direito à coisa pública.Oconceito de “coisa pública” abrange tam-bém um significado mais amplo de pa-trimônio comum do povo, compreen-dendo tudo o que é público, inclusive omeio ambiente, a cultura, a educação, aciência e a tecnologia, etc.

Neste contexto, surge o conceitojurídico de meio ambiente. O Direitopassou a se preocupar com este objetoporque novos valores foram sendo in-corporados ao ordenamento jurídico.Assim como ocorreu com a qualidadede vida, a dignidade humana, a cida-dania, a nacionalidade, a solidariedade,

o equilíbrio ecológico, a preservaçãoda vida em todas as suas formas, o pa-trimônio cultural, todos os valores estãoconectados com a preservação am-biental. Juridicamente, esta preserva-ção não é um fim em si mesmo, émeiopara realização de inúmeros outros va-lores já positivados pelo Direito.

Hodiernamente torna-se cada vezmais difícil separar o natural do cultural,porque são raríssimos os lugares noplaneta Terra que têm escapado ao im-pacto da atividade humana. Destaforma, para os fins de proteção, a no-ção de meio ambiente é muito ampla,abrangendo todos os bens naturais eculturais de valor juridicamente prote-gido, desde o solo, as águas, a flora, afauna, as beleza naturais e artificiais, oser humano, o patrimônio histórico, ar-tístico, turístico, paisagístico, monu-mental, arqueológico, espeleológico,paleontológico, além das disciplinas ur-banísticas contemporâneas.

O aparecimento de direitos am-bientais e culturais, reconhecidos comofundamentais, está ligado ao momentoque se percebe que o exercício de li-berdade individual, almejado por meioda conquista de direitos civis e políticos,não estaria completo sem a tutela jurí-dica dos interesses sociais. Neste con-texto, ganha força omovimento pelos di-reitos de igualdade - que engloba osambientais e culturais - assim denomi-nados porque têm a finalidade de ga-rantir aos cidadãos condições dignas deexistência. OEstado assume novos en-cargos, devendo ser também social, in-vestir no bem-estar, no meio ambiente,não bastando somente a garantia doexercício de direitos civis e políticos.

O Estado que se estrutura no iní-cio do século XXI tem incumbênciasque vão além das garantias de liber-

dade. As desigualdades sociais, agra-vadas e intensificadas pelos processosde industrialização, pela explosão de-mográfica e pelas grandes guerrasmundiais, dão ensejo a lutas por direi-tos sociais. Significa dizer que se es-pera que o Estado assuma encargosque extrapolam a esfera da regulaçãodos direitos individuais. A tendência éde ampliar a proteção aos interessessociais, coletivos e difusos, por viaconstitucional, numa linha de concilia-ção desses interesses com aqueles decaráter individual. No germinar da cons-ciência ambiental, o ser humano se dáconta de que sua sobrevivência de-pende da relação que mantiver com oambiente natural e cultural. A tutela ju-rídica da preservação do ambiente na-tural visa garantir nossa sobrevivênciabiológica, enquanto a tutela jurídica dapreservação do ambiente cultural visagarantir nossa sobrevivência histórica.

Assumindo a responsabilidadepela realização dos direitos fundamen-tais, os Estados incorporam estes va-lores. A tendência do Estado contem-porâneo é a de ampliar a proteção aosinteresses sociais, coletivos e difusos,por via constitucional, numa linha deconciliação desses interesses com osinteresses de caráter individual. Assi-milando essa nova vocação do Estado,vários textos constitucionais passarama consagrar gama sempre crescentede direitos sociais, evoluindo paulati-namente no tratamento dos interessesindividuais e, geralmente, a preserva-ção dos valores naturais e culturais, emsuas diversas manifestações.

Expressando esta consciência, oDireito brasileiro reconheceu expressa-mente a existência de direitos ambien-tais e culturais. Adefesa deste direto foiimposta ao Poder Público e à comuni-

dade, tendo as Constituições brasileiraemineira reconhecido a crescente com-plexidade das relações sociais e umanova estruturação jurídica da socie-dade, o que permitiu umamaior partici-pação da sociedade civil organizada, apartir do reconhecimento destes direi-tos como sendo de interesse da socie-dade brasileira, a qual, com o adventoda tutela jurisdicional dos interesses di-fusos, tem a possibilidade de participa-ção ativa no processo preservacionistadestes bens.

A tutela jurídica da preservaçãodo patrimônio ambiental e cultural bra-sileiro deve ser inserida no contexto dodireito ambiental constitucional. O or-denamento jurídico brasileiro não tu-tela um direito da natureza ou da cul-tura, ou seja, nenhum ambiente éprotegido pelo simples fato de existir.Sua proteção, a tutela jurídica que hojerecebe, existe em função do que ele re-presenta para o ser humano. Os direi-tos ambientais e culturais são fruto doreconhecimento, por parte das autori-dades institucionalizadas, dos aspec-tos qualitativos da vida humana.

Diante desta auspiciosa mudançade paradigmas, é impositivo que as ins-tituições do Estado estejam preparadaspara enfrentar os novos e crescentesdesafios que passam a se apresentar apartir desta nova tendência, sendo in-dispensável conhecer e manejar comhabilidade os instrumentos aptos à efe-tiva proteção do patrimônio natural ecultural deste país. Espera-se que estaabordagem traga os tribunais de contaspara este processo de discussão econstrução de possibilidades de atua-ção do controle externo nas políticaspúblicas de preservação do patrimônioambiental e cultural.

HamiltonAntônio CoelhoAUDITOR

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3CONTAS DE MINAS . TCEMG . 17 de setembro de 2012

O servidor do TCEMG,Henrique Satuf Silva, lotado naCoordenadoria de Fiscalizaçãode Obras e Serviços de Enge-nharia – CFOSEP, pertencenteà Diretoria de Assuntos Espe-ciais e Engenharia de Perícia –DAEEP, integrou o grupo sele-cionado pelo Instituto BrasileirodeAuditoria de Obras Públicas –Ibraop – para elaborar duas im-portantes orientações técnicas– OTs – que vão funcionar comoreferência no trabalho dos téc-nicos de tribunais de contas bra-sileiros, na área de auditoria emobras públicas.

As duas OTs já se encon-tram na fase de consultapública. A sociedade podeacompanhar e enviar suas con-tribuições até novembro de2012, no caso da OT 004/2012,que objetiva “uniformizar o en-tendimento quanto à precisãodo orçamento de obras públi-cas” e, até março de 2013, paraa OT 005/2012, que propõe a“uniformização dos métodos eprocedimentos para a apuraçãode sobrepreço e superfatura-mento em obras públicas”.

As orientações técnicas do

Ibraop são documentos elabo-rados por técnicos de vários tri-bunais de contas do Brasil e edi-tados no formato de uma norma.Embora a adoção das OTs nãoseja obrigatória, o fato de con-solidarem o entendimento damaioria dos tribunais de contasbrasileiros a respeito de deter-minado tema na área de audito-ria de obras públicas, asseguraaos técnicos maior respaldo nasconclusões dos relatórios quepreparam.

Consulta PúblicaPromover a participação

dos cidadãos, empresas e enti-dades no processo de tomadade decisão das ações governa-mentais é um dos principais ob-jetivos da consulta pública. Ocadastro prévio na página daConsulta Pública é necessárioapenas para envio das contri-buições. Todos os documentosque estiverem em consulta, osque estão em andamento ou osque estão encerrados podemser visualizados e impressossem a necessidade desse ca-dastramento.

Os representantes do Conselho Estadual de Educação visitaram as obrasdas futuras instalações da Escola de Contas

Henrique Satuf Silva (segundo à esquerda) e parte da equipe técnicaresponsável pela fiscalização nas obras do Independência (ao fundo)

OPresidenteWanderley

Ávila gravoumensagemde aberturado Curso de

Ensino àDistância

TCEMG participa daelaboração de orientações

para auditorias

OBRAS PÚBLICAS

O IbraopO Ibraop congrega profis-

sionais que atuam no controleexterno e interno de obras pú-blicas em todo o país. O prin-cipal objetivo da entidade épromover o aprimoramentotécnico de métodos e proce-dimentos de auditoria e con-trole de obras e serviços deengenharia. O Instituto nas-ceu em 2000, durante a reali-zação do V Simpósio Nacio-nal de Auditoria de ObrasPúblicas, na Bahia, a partirjustamente da necessidade

constatada pelos participan-tes do evento: “dar conse-quência aos assuntos discuti-dos nos encontros técnicos”.Em conjunto com os tribunaisde contas brasileiros, passoua ser o organizador dos sim-pósios nacionais de auditoriade obras públicas. Tambémrealiza os encontros técnicosnacionais, com o desenvolvi-mento de atividades prepara-tórias aos simpósios, eventosque se consolidaram como re-ferência nacional.

OConselho Estadual deEducação de Minas Geraisavaliou a Escola de Contas

e Capacitação Professor PedroAleixo e a conceituou com um “Tri-plo A” referente aos quesitos orga-nização do curso, corpo docente einfraestrutura física e tecnológicados cursos de pós-graduação latosensu ofertados pela Escola.

A nota de avaliação é decor-rente de inspeção realizada nasede do Tribunal de Contas pelosprofessores Emerson Luiz de Cas-tro e Nilda Maria de Oliveira, mem-bros do Conselho Estadual deEducação de Minas Gerais, queanalisaram o projeto pedagógico,secretaria, corpo docente e insta-lações (espaço físico, salas deaula, auditório, biblioteca e demaisequipamentos). Além disso, aequipe do Conselho de Educaçãomineiro conheceu as obras de am-pliação que abrigará as futuras ins-talações da Escola de Contas.

O projeto da nova sede prevêquatro salas de aula com capaci-dade de cinquenta alunos, um au-ditório com capacidade de noventapessoas e um laboratório de infor-mática com vinte computadoresconectados à internet. Além disso,está sendo projetado um espaçodestinado à secretaria e direçãoda Escola e, também, um espaçode convivência para os alunos comcantina.

HISTÓRICOEm24/11/2011, o Conselho Es-

tadual de Educação de Minas Ge-rais aprovou o pedido de credencia-mento especial da Escola deContase Capacitação Professor PedroAleixo com o curso de pós-gradua-ção lato sensu Especialização emcontrole de contas, transparência eresponsabilidade pública.

Diante disso, uma delegaçãodo Conselho Estadual de Educaçãofoi enviada ao Tribunal para avaliara estrutura do curso e emitir um re-latório de verificação in loco. O rela-tório dos membros do Conselho –contendo o “Triplo ConceitoA” dadoà Escola de Contas foi enviado àCâmara do Ensino Superior, sendo

distribuído a um relator que elaborouum relatório final. Levado à sessãoplenária no dia 30/8/2012, as con-clusões do relator foram aprovadaspor unanimidade.

O relatório agora será encami-nhado à Secretaria de Estadode Ciência, Tecnologia e Ensino Su-perior (Sectes) para homologaçãoe, em seguida, para decreto doGovernador do Estado de MinasGerais.

Apartir daí, a Escola de Contase Capacitação Professor PedroAleixo passará a certificar como es-cola formal de ensino sem a neces-sidade de convênio com instituiçãoparticular.

Lançado curso deensino à distância

A Escola de Contas e Capa-citação Professor Pedro Aleixovai iniciar, no dia 20 de setembro,o seu primeiro curso na modali-dade de ensino à distância. O ob-jetivo é levar a experiência dasMacrorregionais de 2012 - ARes-ponsabilidade da AdministraçãoPública em ano eleitoral, para umnúmero maior de agentes públi-cos municipais.

Com conteúdos disponibili-zados via web, o treinamentoserá oferecido em quatro módu-los: Equipe de transição de man-dato; Restos a pagar e as des-pesas de pessoal, Aspectosrelevantes de licitações - dis-pensa e inexigibilidade, e Obras eserviços de engenharia na tran-sição de governo.

O material didático seráadaptado para diversas mídiascomo vídeos, arquivos em áudioe materiais gráficos para web,

que podem ser acessados no am-biente do curso, pela internet. Amatéria contemplará também asdúvidas apresentadas com maisfrequência nos Encontros Técni-cos de 2012, que serão soluciona-das durante o curso.

A Escola de Contas expan-dirá, assim, a capacitação de ser-vidores e jurisdicionados, “levandoo conhecimento a 1.200 agentespúblicos, em um mês, a um custo

expressivamente inferior, só pos-sível com o emprego dos recur-sos eletrônicos online” – afirma oPresidente Wanderley Ávila.

Ainda de acordo com ele, “ainiciativa democratiza o acesso àinformação, essencial em anoeleitoral, difundindo material iné-dito, desenvolvido pelos servido-res que integram cada um dosmódulos”.

Escola de Contasrecebe nota máxima

Conselho Estadual de Educação

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4 CONTAS DE MINAS . TCEMG . 17 de setembro de 2012

O Ministro Valmir Campelo com o GovernadorAnastasia, o Presidente Wanderley Ávila, oPresidente do IRB Severiano Costandrade eo Conselheiro Sebastião Helvecio

O Ministro Valmir Campelo elogiou o andamento das obras da Copa emMinas, durante o encontro realizado pelo TCEMG

Os técnicos participaram de oficinas durante os dois dias

Os riscos e desafios da Copa no Brasil foram o tema central do Encontro

COPA D

Ações de fiscalizaçmais de R$ 600 m

OMinistro Valmir Cam-pelo, do Tribunal deContas da União (TCU),

divulgou que já foram economi-zados mais de 600 milhões dereais nos gastos com as obraspara a Copa do Mundo de2014. A informação foi prestadadurante o Encontro Técnico Na-cional: os desafios do controleem rede e os riscos na Copado Mundo de 2014, que acon-teceu no Tribunal de Contas deMinas Gerais (TCEMG) nosdias 10 e 11 de setembro.

Campelo também ressaltouo caráter pedagógico adotadopelo TCU em relação às fiscali-zações. “A contribuição do Tri-bunal não se mede apenas emcifras economizadas. São de in-comensurável valor as orienta-ções, recomendações e alertasdiuturnamente expedidos aos di-versos órgãos executivos res-ponsáveis pelas iniciativas vol-tadas para a tempestiva or-

ganização do Mundial”, comple-tou o Ministro.

Gastos desnecessáriosNa abertura do encontro, o

Presidente do TCEMG, Conse-lheiro Wanderley Ávila, desta-

cou o papel de fiscalização queos órgãos de controle devemexercer para evitar gastos des-necessários com as obras daCopa do Mundo de 2014. “Osrecursos públicos estarãosendo utilizados nos três níveisda Federação e, nesse cenário,os tribunais de contas serãoprotagonistas no controle e nafiscalização dos gastos do erá-rio público”, afirmou.

A programação do eventocontou com duas palestras téc-nicas, além de oficinas. O Minis-tro Substituto do TCU, MarcosBemquerer Costa, abordou otema Interesse público e conti-nuidade de obras públicas: me-didas alternativas à sustação daexecução de contratos irregula-res na palestra de abertura do

Visita aoAcompanhado pelo Governador

de Minas Gerais, Antonio Anastasia,pelo Presidente do TCEMG, Wan-derley Ávila, pela Vice-Presidente,Adriene Andrade, e pelo ConselheiroSebastião Helvecio, o Ministro ValmirCampelo visitou as obras do Minei-rão. A revitalização do estádio e oritmo acelerado das obras de mobili-dade urbana foram elogiados porCampelo, que destacou ainda que o“Mineirão é, sem dúvida nenhuma, oestádio com as abras mais adianta-das no Brasil”.

E completou: “por uma questãode justiça, devo dizer que Belo Hori-zonte é a capital mais adiantada emtermos de construção da arena etambém em termos de mobilidade ur-bana. Ela também está muito avan-

Oficinas

Nos dois dias do eventoforam realizadas oficinascoordenadas por técnicos doTCEMG, do Tribunal de Con-tas da União e da Controla-doria-Geral da União, com aparticipação de servidoresdos Tribunais de Contas deMinas Gerais, Amazonas, RioGrande do Norte, Pernam-buco, Ceará, Bahia, DistritoFederal, Mato Grosso, Rio deJaneiro, São Paulo, Paraná,Rio Grande do Sul e outros

órgãos federais envolvidoscom o controle das contas pú-blicas.

As oficinas abordaram te-mas como superfaturamento eoverlay, atuação prévia empro-cessos licitatórios, e adminis-tração do contrato – atuaçãoconcomitante. Simultanea-mente às oficinas temáticas,também aconteceu o Encon-tro Temático de Parcerias Pú-blico-Privadas (PPP) nos está-dios.

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5CONTAS DE MINAS . TCEMG . 17 de setembro de 2012

As obras do Mineirão foram consideradaspelo Ministro Valmir Campelo como umadas mais adiantadas do País

O Auditor Licurgo Mourão, um dos idealizadores do evento, presidiu amesa de debates na Conferência “Riscos na Copa do Mundo 2014”

o Técnico Nacional, realizado na sede do Tribunal de Contas de Minas Gerais

DE 2014

ção economizarammilhões para o País

Auditores dos Tribunais deContas (Audicon), da Escolade Administração Fazendária(Esaf) e da Escola de Contas eCapacitação Professor PedroAleixo do TCEMG.

Além do Presidente Wan-derley Ávila e do Ministro ValmirCampelo, compuseram a mesade honra da abertura, o Minis-tro Substituto do TCU, MarcosBemquerer; o Secretário de Es-tado Extraordinário da Copa doMundo, Fuad Noman; o Secre-tário de Estado Adjunto daCasa Civil e de Relações Insti-tucionais, Flavio HenriqueUnes; o Chefe da ControladoriaRegional da União em MinasGerais, Luiz Alberto Sanabio; aSecretária de Controle Externode Obras e Serviços de Enge-nharia do TCE/MT, Narda Con-suelo Vitório; e o Presidente doInstituto Rui Barbosa, Conse-lheiro Severiano Costandrade.

Contas da União, da Associa-ção dos Membros dos Tribu-nais de Contas do Brasil (Atri-con), do Instituto Rui Barbosa(IRB), do Instituto Brasileiro deAuditoria de Obras Públicas(Ibraop), da Associação dos

evento. No dia seguinte, a Con-troladora-Geral do Município deBelo Horizonte, Cristiana Fortini,falou sobreDesafios do controleinterno nos gastos com a Copado Mundo de 2014.

Um dos principais objetivosdo encontro técnico, idealizadopelo gabinete do Auditor doTCEMG, Licurgo Mourão, epela Diretoria de Assuntos Es-peciais, Engenharia e Perícia,foi promover a troca de expe-riências e o intercâmbio de in-formações entre os tribunais decontas das cidades-sede daCopa do Mundo, do Tribunal deContas da União e Controlado-ria-Geral da União.

O Encontro Técnico Nacio-nal foi realizado pelo TCEMG,com o apoio do Tribunal de

Mineirãoçada no que diz respeito a outras ca-pitais”.

Segundo os dados divulgadospelo Governo de Minas Gerais, 78%da obra está concluída e 100% daspeças pré-moldadas das arquibanca-das e da esplanada já foram fabrica-das. Além disso, 95% dos pré-mol-dados já foram instalados e 90% daarquibancada inferior concluída. Maisde 3.000 operários estão trabalhandona reforma do estádio.

A obra tem previsão de entregapara o dia 21 de dezembro desteano e terá capacidade de abrigar 64mil torcedores, 80 camarotes e es-paço para aproximadamente três miljornalistas durante a Copa das Con-federações e Copa do Mundo de2014.

A Vice-Presidente Adriene Andrade prestigiou o lançamento dolivro do Ministro Valmir Campelo e do Auditor Rafael Jardim

Lançamento de livro

Durante o Encontro Téc-nico Nacional: os desafios docontrole em rede e os riscosna Copa do Mundo de 2014,o Ministro Valmir Campelo e oAuditor Federal de ControleExterno, Rafael Jardim, parti-ciparam de uma sessão deautógrafos do livro Obras Pú-blicas – Comentários à Juris-prudência do TCU, escrito emparceria por ambos.

O livro propõe ao leitorum acesso rápido e organi-zado aos mais variados tópi-cos relativos à jurisprudênciado TCU empregada no con-trole de obras públicas. Eletambém aborda temas rela-cionados à concepção, à lici-tação, execução e fiscaliza-ção dos gastos públicos, alémde comentários e o posicio-namento doutrinário.

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6 CONTAS DE MINAS . TCEMG . 17 de setembro de 2012

Coordenadoria e Comissão de Jurisprudência e Súmula | Belo Horizonte | 20 de agosto a 02 de setembro de 2012 | n. 74Este Informativo, desenvolvido a partirde notas tomadas nas sessões de jul-gamento das Câmaras e do TribunalPleno, contém resumos elaboradospela Coordenadoria e Comissão de Ju-risprudência e Súmula, não consistindoem repositórios oficiais da jurisprudên-cia deste Tribunal.

PlenoLegalidade da participaçãodas sociedades cooperativas

em licitaçõesÉ legal a participação das sociedadescooperativas em licitações, especial-mente a partir da alteração do inciso Ido §1º do artigo 3º pela Lei 8.666/93pela Lei 12.349/10, desde que se ob-serve a compatibilidade do objeto socialda cooperativa com o item a ser lici-tado.Esse foi o parecer, da lavra doCons. Cláudio Couto Terrão, exaradopelo TCEMG em resposta a consulta. Orelator ponderou que, embora a ques-tão pareça simples, a participação decooperativas em certames licitatórios ématéria polêmica, tendo suscitado de-bates no âmbito do Direito Administra-tivo e nos tribunais. O relator aduziuque, a princípio, o entendimento doTCEMG era pela impossibilidade departicipação das cooperativas nas lici-tações, citando várias Consultas, dentreelas a de n. 249.384, sob a alegação deofensa ao princípio da igualdade, pelofato de as cooperativas não estaremobrigadas a recolher tributos, acarre-tando injusta vantagem em relação aoutras espécies societárias. Salientounão partilhar de tal entendimento, con-siderando afronta ao princípio da igual-dade, em sua acepção material, a nãopermissão de as cooperativas regular-mente constituídas participarem de cer-tames licitatórios, ao argumento de quetais sociedades são instituições privile-giadas. Mencionando Gina Copola, afir-mou que “tratar desigualmente S/As,S/C e Cooperativas é imprescindível,na medida em que essas sociedadessão inteiramente desiguais em sua na-tureza, seus institutose seus propósi-tos”. Assinalou ter o Código Civil tratadodas sociedades cooperativas, ressal-vando a legislação especial consagradana Lei 5.764/71, que define a PolíticaNacional de Cooperativismo e institui oregime jurídico dessas sociedades, asquais possuem natureza civil, podendoadotar por objeto qualquer gênero deserviço, operação ou atividade. Regis-trou que se o objeto da licitação encon-tra-se adequado ao objeto social dacooperativa e elademonstra ter condi-ções de atender às exigências da Lei8.666/93, bem comoaos requisitos doinstrumento convocatório, a vedação àsua participação configura restrição aocaráter competitivo do certame, com-portamento vedadopelo inciso I do §1°do art. 3° da Lei 8.666/93, mesmo antesdas alterações trazidas pela Lei12.349/10. Especificamente quanto àparticipação de cooperativas em pre-gões, o relator apresentou manifesta-ção favorável do TCU e doTJMG. Noâmbito do TCEMG, o relator afirmouque, em 2004, registrou-se o primeirojulgado dissidente à proibição anterior-mente estabelecida, e, posteriormente,em deliberações datadas de 2006 e2007, foi admitida a participação decooperativas em certames licitatórios(Consultas n. 711.021 e 716.563). Ex-

plicou que duas peculiaridades quantoàs sociedades cooperativastêm inte-ressado aos doutrinadores e aplicado-res do direito no que tange à sua parti-cipação em licitações: a desigualdadedos tributos em relação às demais so-ciedades comerciais e a repercussãodas questões trabalhistas. Quanto àquestão tributária, constatou duas cor-rentes opostas. Observou, por um lado,a existência da corrente defendendo“que as cooperativas não poderiam dis-putar com as empresas comerciais in-corporando privilégios fiscais”.Em sen-tidocontrário, afirmou que a doutrinamajoritária manifesta-se favoravelmenteà participação das cooperativas em li-citações, sem qualquer equalização tri-butária em relação às demais socieda-des comerciais, em razão do estímuloconstitucional concedido ao cooperati-vismo. No que concerne à questão tra-balhista, aduziu ser o cerne da questãoo possível desvirtuamento da funçãoda cooperativa. Registrou que, sobesse prisma, as manifestações do TCUrepudiam as contratações intermedia-das, sob a justificativa de que, se o ob-jeto exige a existência de subordina-ção do trabalhador ao contratado, nãohá possibilidade dessa atividade ser de-senvolvida por meio de cooperativa,pois uma das características deste ins-tituto é justamente a ausência de su-bordinação entre os cooperados. Res-saltou a edição do Enunciado deSúmula 281 doTCU, segundo oqual “Évedada a participação de cooperativasem licitação quando, pela natureza doserviço ou pelo modo como é usual-mente executado nomercado em geral,houver necessidade de subordinaçãojurídica entre o obreiro e o contratado,bem como de pessoalidade e habitua-lidade”. Salientou ser pacífica a juris-prudência do TCU pela inadmissibili-dade da terceirização de serviçosconcernentes à área finalística dos ór-gãos e entidades daAdministração, me-diante a contratação de sociedades co-merciais ou cooperativas. Postas essasconsiderações, ao analisar a nova re-dação do art. 3º da Lei 8.666/93, con-ferida pela Lei 12.349/10, o relator cons-tatou não ter havido alteração danorma, mas simples acréscimo da ex-pressão “inclusive nos casos de socie-dades cooperativas”. Considerou res-tarem assegurados às cooperativas osmesmos princípios básicos já consig-nados no caput do art. 3° da Lei8.666/93 – legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade, probidade ad-ministrativa – e, em especial, o princípioda igualdade, sem necessidade dequalquer destaque a essa ou àquelaforma societária. Asseverou ter sido odebate acerca da possibilidade ou nãoda participação de cooperativas em li-citações a justificativa da nova reda-ção, ponderando bastar uma leitura da-Lei 8.666/93 para seconstatar ainexistência de óbice à participação dassociedades cooperativas, mesmo an-tes da Lei 12.349/10. Concluiu que anova redação expressa o tratamentoigualitário que deve ser conferido àscooperativas, impedindo equívocos naaplicação da lei. Assentou não ser ra-zoável que o estímulo constitucionalatribuído às sociedades comerciais sir-vade empecilho para sua atuação juntoàAdministração, mediante participaçãoem certames licitatórios. Reafirmou não

se afigurar justo que o instrumento con-vocatório contenha cláusula com o pro-pósito de equalizar as diferentes obri-gações fiscaisentre as sociedadescooperativas e as demais, restando pre-judicado seus privilégios fiscais, sobpena de ofensa ao princípio da isono-mia, que justifica o tratamento diferen-ciado dispensado às cooperativas. Oparecer foi aprovado por unanimidade(Consulta n. 841.941, Rel. Cons. Cláu-dio Couto Terrão, 22.08.12).

Impossibilidade de se considerarcréditos inscritos em dívidaativa como Ativo Disponívelpara amortização da dívidaflutuante e da dívida fundada

Trata-se de consulta questionando, emsíntese, se os créditos a receber, ins-critos em dívida ativa, podem ser con-siderados como Ativo Disponível paraamortização da dívida flutuante e da dí-vida fundada, bem como para apuraçãoda disponibilidade financeira nos doisúltimos quadrimestres do mandato dechefe de poder. O relator, Cons. CláudioCouto Terrão, apresentou, inicialmente,os conceitos de dívida ativa – definidacomo o cadastro, no âmbito da Admi-nistração Pública, no qual estão inscri-tos os créditos a serem recebidos, denatureza tributária ou não tributária, osquais deixaram de ser pagos esponta-neamente dentro do prazo fixado e que,por este motivo, foram acrescidos dosadicionais legalmente previstos, apósa devida realização do processo admi-nistrativo para a apuração da sua pre-sunção de certeza, liquidez e exigibili-dade – e deAtivo Disponível, apontadocomo “o conjunto de valores que repre-sentam a forma mais líquida do capitalde uma pessoa física ou jurídica e quepossam ser aplicados e utilizados ime-diatamente, sem restrições, tais como odinheiro disponível ou o depósito de li-vre movimentação bancária”. Em se-guida, salientou que os créditos inscri-tos em dívida ativa não podem serconsiderados como componentes doAtivo Disponível, por não terem sidoefetivamente arrecadados, permane-cendo, dessa forma, como um simplesdireito creditício daAdministração e nãocomo um valor líquido de livre movi-mentação. Assentou que, ainda que ocrédito esteja revestido de elementoscomo certeza e liquidez, não se podeafirmar de plano que o seu recebimentoserá certo, de acordo com o montantehistórico e em valores líquidos, em ra-zão das situações de ausência de bensdo sujeito passivo e das diversas for-mas de satisfazer a obrigação. Aduziuque, justamente pela incerteza da sol-vabilidade relativa ao recebimento doscréditos inscritos em dívida ativa, é queeles não podem ser utilizados paraamortizar os débitos de longo e curtoprazo da Administração, constantestanto na dívida fundada quanto na dí-vida flutuante. Ressaltou constituíremexceções os casos descritos nas Leis9.703/98, 10.819/03 e 11.429/06, queprevêem a possibilidade de utilização,pelo entes federados, dos depósitosrealizados em dinheiro para discussãodo crédito inscrito em dívida ativa parao pagamento de precatórios judiciais ede sua dívida fundada.Assinalou aindaque, caso exista previsão na LOA dedotações suficientes para o pagamentointegral dessas duas despesas, o valor

excedente poderá ser utilizado na rea-lização de despesas de capital. Salien-tou igualmente a impossibilidade de seutilizar, para fins do cumprimento da re-gra de final de mandato estabelecida noart. 42 da LRF, os créditos da dívidaativa como disponibilidade de caixa,uma vez que esta expressão repre-senta os recursos financeiros da enti-dade, excluindo, por óbvio, os créditosa receber, os quais, como visto, nãocompõem oAtivo Disponível. Registrouque as receitas provenientes do rece-bimento da dívida ativa, qualquer queseja a forma (pagamento em dinheiro,depósito bancário, dação em paga-mento, compensação de créditos e ad-judicação), têm caráter orçamentário,pertencendo ao exercício em que foremarrecadadas, devendo seu registro serdiscriminado em contas contábeis deacordo com a natureza do crédito origi-nal, nos termos do art. 39 da Lei4.320/64. Em face do exposto, concluiupela impossibilidade de se considerarcomoAtivo Disponível os créditos cons-tantes na dívida ativa que, dessa forma,não devem ser levados em considera-ção para fins de cumprimento do art. 42da LRF e para amortização das dívidasflutuante e fundada. O parecer foi apro-vado por unanimidade (Consulta n.838.060, Rel. Cons. Cláudio Couto Ter-rão, 22.08.12).

Questões atinentes à utilizaçãode superávit financeiro

Trata-se de consulta indagando acercada possibilidade de autarquia utilizar osuperávit financeiro apurado em seubalanço patrimonial do exercício ante-rior como fonte de recursos para a aber-tura de créditos suplementares e espe-ciais em seu próprio orçamento, aindaque tal superávit tenha sido absorvidopelo déficit orçamentário da Prefeiturana consolidação dos balanços anuais eque o balanço patrimonial consolidadodo Município tenha apresentado déficitfinanceiro. Inicialmente, o relator, Cons.Mauri Torres, informou ter sido a ques-tão integralmente abordada na Con-sulta n. 837.626, de sua relatoria.Nesse sentido, transcreveu excerto doparecer exarado na aludida consulta,na qual se reconhece que, embora in-dependente financeira e administrati-vamente do Executivo municipal, as en-tidades públicas têm seu orçamentoaprovado por decreto do Executivo eencaminhado para aprovação no bojoda Lei Orçamentária Anual do Municí-pio, em consonância com os princípiosda unicidade e universalidade, insculpi-dos no art. 165 da CR/88. Cita tese rei-terada emitida pelo Cons. SebastiãoHelvecio, segundo o qual “Compete pri-vativamente ao Poder Executivo a ini-ciativa das leis orçamentárias e das queautorizem a abertura de créditos adi-cionais, suplementares ou especiais,destinados a qualquer Poder ou órgão,com fulcro nos arts. 163, inciso III e 61,§1°, alínea b da Constituição da Repú-blica vigente”. Nessa esteira, concluique a aplicação dos recursos financei-ros excedentes no âmbito da entidadenão depende de superávit ou saldo fi-nanceiro no Executivo, mas está su-jeita à lei autorizativa e/ou edição do de-creto de abertura, ambos de iniciativado Executivo municipal. Especifica-mente em relação ao procedimentocontábil a ser adotado pela autarquia no

caso de haver superávit financeiro, des-taca que o dirigente da entidade, me-diante justificativa, poderá requerer aoExecutivo municipal que edite decretode abertura de crédito adicional ou en-caminhe, se necessário, um projeto delei para autorizá-lo. Afirma, de outrolado, que caso não haja interesse daautarquia na utilização do superávit fi-nanceiro no mesmo exercício, deveráinscrevê-lo como superávit financeirono balanço patrimonial para utilizá-lono orçamento da autarquia do exercícioseguinte, sempre para investimentosafetos à sua atuação. Após citar esseposicionamento, o Cons. Rel. Mauri Tor-res aduziu que a autarquia poderá utili-zar o superávit financeiro apurado emseu balanço patrimonial do exercícioanterior, conforme disposto no art. 43,§1°, I, da Lei 4.320/64, independente deter ocorrido superávit ou déficit finan-ceiro no orçamento do Executo munici-pal. Assinalou que o superávit finan-ceiro da autarquia apurado no final doexercício, caso não seja usado comofonte de recurso para crédito suple-mentar no exercício em que ocorreu(art. 43, §1°, II, da Lei 4.320/64), deveser inscrito no balanço patrimonial comosuperávit financeiro do exercício ante-rior para ser utilizado como fonte de re-curso seguinte (art. 43, §1°, I, da Lei4.320/64), não podendo ser usado parasuprir déficit do orçamento do Executivomunicipal no momento da consolida-ção dos balanços anuais, pois as re-ceitas das autarquias, em razão de suaautonomia administrativa e financeira,não se confundem, em hipótese al-guma, com as do Executivo municipal.Por fim, assentou que para a autarquiautilizar o superávit financeiro apuradocomo fonte de recurso para a aberturade crédito suplementar e especial emseu próprio orçamento, o seu dirigente,mediante justificativa, deverá requererao Executivo municipal que edite umdecreto de abertura de crédito adicionalou encaminhe, se necessário, um pro-jeto de lei para autorizá-lo. O parecer foiaprovado por unanimidade (Consultan. 876.934, Rel. Cons. Mauri Torres,22.08.12).

Retenção de pagamento em virtudede falta de regularidade fiscal emcontrato administrativo constituiofensa ao princípio da legalidade

Trata-se de consulta acerca da licitudede retenção de pagamento à empresaprestadora de serviço que, no curso daexecução de contrato administrativo,embora tenha cumprido a prestaçãoprincipal, não mantenha a regularidadefiscal exigida do edital de licitação e nopróprio instrumento contratual. A rela-tora, Cons. Adriene Andrade, afirmouque a comprovação da regularidade fis-cal perante a Fazenda Pública Federal,Estadual e Municipal constitui requisitode habilitação prévia nos procedimen-tos licitatórios e é necessária para quese verifique a idoneidade do preten-dente, sua capacidade de cumprir ascondições da futura contratação, a ob-servância dos deveres referentes a tri-butos e contribuições gerados pela ati-vidade ou profissão a ser realizada e aprobabilidade de inadimplência. Nessesentido, transcreveu as normas conti-das no art. 27, IV, c/c art. 29, III, da Lei8.666/93 e no art. 195, §3°, da CR/88,que exige a regularidade com a seguri-

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dade social de todos aqueles contra-tantes com o Poder Público. Observouque, por se tratar de cláusula essencial,a referida exigência deve ser mantidadurante toda a execução do contrato,ainda que se trate de formalidade pré-via, consoante disposto no art. 55, XII,da Lei de Licitações.Ademais, salientouser possível, em interpretação ao art.78, I, IX, X e XI da Lei 8.666/93, a res-cisão do contrato pela Administração,de acordo com o interesse estatal, casoo particular deixe de preencher o re-quisito da regularidade fiscal no cursoda sua execução. Ponderou que, ape-sar de ser possível a aplicação de san-ções ou até mesmo a rescisão contra-tual se o contratado não mantiver,durante toda a execução do contrato,as obrigações por ele assumidas e to-das as condições de habilitação e qua-lificação exigidas na licitação, é precisoconsiderar que o estatuto das licitaçõesnão faz menção à retenção de paga-mento após ter sido cumprida a presta-ção devida pelo particular. Explicou sera principal obrigação da Administraçãonos contratos o pagamento dos preçospactuados pelos serviços prestados oubens fornecidos, enquanto o particulartem o direito de, uma vez cumprida suaobrigação, receber o valor acordadocomo remuneração pela execução docontrato. Lembrou que não se podeperder de vista o fato de a Administra-ção Pública estar submetida ao princí-pio da legalidade, base do Estado deDireito e garantia do cidadão, que a ob-riga a agir conforme determinação le-gal. Ressaltou não estar a comprova-ção da regularidade fiscal durante aexecução do contrato arrolada dentreas condições para o pagamento, pre-vistas pelo art. 40, XIV, da Lei 8.666/93.Assinalou que, na medida em que a ci-tada Lei de Licitações não contempla apossibilidade de retenção ou bloqueiode pagamento por parte daAdministra-ção Pública depois da execução satis-fatória da prestação de serviços pelofornecedor ou prestador, não há comose admitir a conduta a que se refere oquestionamento, mesmo que o particu-lar se encontre em dívida com a Fa-zenda Nacional ou outras instituições,por se tratar de inquestionável desviodos objetivos buscados pela lei. Desta-cou posicionamento do STJ sobre amatéria, verificando que a interpreta-ção decorre do entendimento segundoo qual a retenção de pagamento emcaso de não apresentação da certidãoequivale a uma penalidade não inscul-pida no art. 87 da Lei 8.666/93 e, comotal, submete-se ao princípio da especi-ficidade, sendo vedada a retenção dopagamento devido, abrindo-se, entre-tanto, a possibilidade de eventual res-cisão do contrato. O parecer foi apro-vado por unanimidade (Consulta n.862.776, Rel. Cons. Adriene Andrade,29.08.12).

Admissibilidade de condução deveículo oficial por servidor

público ou vereador em caráterexcepcional e temporário

Veículo oficial incorporado ao patrimô-nio da Câmara Municipal pode ser con-duzido por servidor público ou vereador,devidamente habilitados, previamentedesignados mediante ato do Presidenteda Câmara, desde que em caráter ex-cepcional e temporário, sob pena deconfigurar desvio ilegal de função, oque poderá sujeitar os responsáveis poresses atos às sanções civis, penais eadministrativas previstas em legislaçãoespecífica. Esse foi o parecer proferidopelo Tribunal Pleno em consulta. Ini-cialmente, o relator, Cons. CláudioCouto Terrão, afirmou ser fundamentala análise da questão sob a óptica doprincípio da razoabilidade, ao ponto de

se verificar a melhor maneira de aten-der ao interesse público. Observou que,no âmbito federal, a condução de veí-culo oficial por servidor é regulamen-tada pela Lei 9.327/96. Registrou que,na hipótese de insuficiência de servi-dores ocupantes de cargo de motoristaoficial, a lei federal prevê a possibili-dade de servidores conduzirem veícu-los oficiais, desde que no interesse doserviço e no exercício de suas própriasatribuições, e que possuam documentode habilitação, bastando uma simplesautorização pelo dirigente máximo doórgão ou entidade a que pertençam.Ainda nessa linha de entendimento,aduziu que a Lei 8.112/90, no art. 117,XVII, admite que um servidor confie aoutro atribuições estranhas ao cargoocupado, desde que em situações deemergência e transitórias, sem que issoconfigure desvio ilícito de função. Pon-derou que, embora tais normas sejamaplicáveis à Administração Pública Fe-deral, nada impede que o mesmo pa-râmetro seja adotado na esfera munici-pal, se assim apontar a conveniênciaadministrativa. Assinalou não ser ra-zoável, em hipóteses excepcionais etransitórias, deixar os veículos sem uti-lização enquanto se busca a resoluçãodo problema, sob pena de violação aoprincípio da continuidade do serviço pú-blico. Concluiu, portanto, ser admissívelque o veículo oficial seja conduzido porvereador ou servidor público, devida-mente habilitado, previamente desig-nado mediante ato do Presidente doLegislativo, exclusivamente para o cum-primento de obrigações afetas às ativi-dades da Câmara Municipal, desde quetal medida se dê em caráter excepcio-nal e temporário. Contudo, ressaltouque, uma vez constatada a não apro-vação do projeto de lei visando à cria-ção dos cargos específicos ou o nãoprovimento de tais cargos e que,mesmo assim, o veículo continue sendoconduzido por vereador ou por servidornão ocupante de cargo de motorista, odesvio de função poderá ser conside-rado ilegal e, aos responsáveis por es-ses atos poderão ser imputadas as san-ções civis, penais e administrativasprevistas em legislação específica. Ovoto foi aprovado por unanimidade(Consulta n. 852.068, Rel. Cons. Cláu-dio Couto Terrão, 29.08.12).

Devolução de recursos doLegislativo ao Executivo aofinal do exercício financeiro

e outras questõesO Pleno do TCEMG, em resposta aconsulta, concluiu: a) pela ilegalidadeda realização de despesa pública quenão tenha saldo orçamentário na dota-ção específica, por contrariar o dispostono art. 167, II, da CR/88, bem como oart. 59, da Lei 4.320/64, e os arts. 15 e16 da LC 101/00; b) pela ilegalidade daocorrência de despesa inscrita em“Restos a Pagar não Processados”,sem saldo orçamentário na dotação es-pecífica e sem ato regular de suple-mentação, por contrariar as disposiçõeslegais citadas acima, além do art. 60 daLei 4.320/64; c) pela legalidade da nãodevolução, por parte do Poder Legisla-tivo ao Poder Executivo, do saldo apu-rado ao final do exercício financeiro, oqual será tratado como parte liberadados recursos financeiros para execu-ção de programas de trabalho da Câ-mara, do exercício imediatamente se-guinte; d) pela obrigatoriedade de osórgãos públicos fornecerem informa-ções de interesse particular, ou de inte-resse coletivo ou geral, ressalvadasaquelas cujo sigilo seja imprescindível àsegurança da sociedade e do Estado,nos termos do art. 5º, XXXIII, da CR/88,regulamentado pela Lei 12.527/11; e)pela possibilidade de o Poder Execu-

tivo, responsável pela execução do or-çamento público e consolidação das in-formações contábeis - orçamentárias, fi-nanceiras e patrimoniais - requisitardocumentos e informações do PoderLegislativo, embora não esteja a fisca-lização dos parlamentos a cargo doExecutivo. O relator, Cons. Eduardo Ca-rone Costa, ao fundamentar a conclu-são contida no item (a), destacou que oart. 167, II, da CR/88, veda expressa-mente a realização de despesas ou aassunção de obrigações diretas que ex-cedam os créditos orçamentários ouadicionais. Salientou que o art. 15 daLRF dispõe que são consideradas nãoautorizadas, irregulares e lesivas ao pa-trimônio público a geração de despesaou a assunção de obrigação que nãoatendam ao disposto nos arts. 16 e 17.Ressaltou o preceituado nos arts. 59 e60 da Lei 4.320/64, que estabelece anecessidade de empenho para a reali-zação de despesa, o qual não poderáexceder o limite dos créditos concedi-dos. Reafirmou que, por meio do orça-mento ou de crédito adicional, o PoderLegislativo concede uma autorizaçãode gasto para que sejam executados osprogramas orçamentários. Concluiupela ilegalidade da despesa realizadasem crédito orçamentário ou crédito adi-cional, a qual não se encontra revestidade autorização legislativa para suaocorrência. Quanto ao item (b), con-cluiu pela ilegalidade da existência dedespesa inscrita em “Restos a Pagarnão Processados”, sem saldo orça-mentário na dotação específica e semato regular de suplementação, combase na fundamentação legal indicadaacima. Mencionando o art. 36 da Lei4.320/64, aduziu pela necessidade doempenho das despesas inscritas emRestos a Pagar, sejam eles processa-dos ou não processados, e do saldo nadotação orçamentária, oriundo da leiorçamentária ou de créditos adicionais.Em relação ao disposto no item (c), res-saltou a existência de diversos prece-dentes do TCEMG sobre o tema, aexemplo das Consultas n. 809.485,800.718, 748.002, 734.906, 778.098,684.661 e 618.952. O relator transcre-veu o posicionamento firmado nas Con-sultas 618.952, 778.098 e 684.661,além da norma presente no art. 3, §3ºda INTC 08/03, a qual determina que“As Câmaras Municipais poderão de-volver à tesouraria das Prefeituras osaldo de caixa existente em 31 de de-zembro. O saldo de caixa que perma-necer em poder das Câmaras Munici-pais, em 31 de dezembro, deverá serdeduzido do repasse financeiro do exer-cício imediatamente seguinte”. Ressal-tou, ainda, que o mencionado saldo em“caixa” corresponde às disponibilidadesfinanceiras existentes em caixa e ban-cos, após a dedução dos valores com-prometidos até 31 de dezembro. Noque tange às conclusões dispostas nospontos (d) e (e), o relator informou queo art. 5º, XXXIII da CR/88 estabeleceque “todos têm direito a receber dosórgãos públicos informações de seu in-teresse particular, ou de interesse cole-tivo ou geral, que serão prestadas noprazo da lei, sob pena de responsabili-dade, ressalvadas aquelas cujo sigiloseja imprescindível à segurança da so-ciedade e do Estado”. Enfatizou que oacesso à informação pública foi regula-mentado pela Lei 12.527/12, que su-bordina a seu regime toda a Adminis-tração Direta e Indireta da União, dosEstados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios. Citou trechos da Consulta n.618.952, que dispõe sobre a relaçãoentre os Poderes Legislativo e Execu-tivo na consolidação da execução or-çamentária. Por fim, fundamentado noart. 5º, XXXIII da CR/88, aduziu quequalquer pessoa natural ou jurídica tem

direito ao acesso a qualquer documentoou informação pública, desde que nãoseja de caráter sigiloso. Entendeu tam-bém que, embora a fiscalização do Po-der Legislativo não esteja a cargo doPoder Executivo, ele pode requisitar do-cumentos e informações, pois é res-ponsável pela execução do orçamentopúblico e consolidação de todas as in-formações contábeis: orçamentárias, fi-nanceiras e patrimoniais. O parecer foiaprovado por unanimidade (Consultan. 874.067, Rel. Cons. Eduardo CaroneCosta, 29.08.12).

Aspectos relativos à utilizaçãode documentos eletrônicos pela

Administração PúblicaTrata-se de consulta indagando sobre apossibilidade de digitalização, subme-tida a processo de certificação digital deautenticidade, de documentos perti-nentes à execução orçamentária e aocontrole das relações de pessoal pelaAdministração Pública. Inicialmente, orelator, Cons. Cláudio Couto Terrão,após breve explanação sobre autiliza-ção de documentos eletrônicos pelaAdministração Pública, esclareceu queo consulente se refere a documentosproduzidos originariamente no suportepapel, ou seja, não gerados sob a formaeletrônica, desejando saber, em suma,acerca da possibilidade de sua substi-tuição por cópias digitalizadas e certifi-cadas. Destacou que no ordenamentojurídico brasileiro não há norma espe-cífica disciplinando a matéria, podendoser encontradaem alguns diplomas le-gais de forma esparsa. Como exem-plo, trouxe a alteração introduzida pelaLei 11.419/06, que acrescentou o inc. VIao art. 365 do CPC.Afirmou que não sepode deixar de reconhecer as vanta-gens advindas da digitalização de do-cumentos sucedida de autenticaçãocartorial: redução de gastos com papele, dessa forma, favorecimento da pre-servação ambiental; redução de espa-ços para arquivos físicos; agilidade nogerenciamento, recuperação e atuali-zação das informações. Diante do ex-posto, o relator entendeu que, emboranão haja regramento legal sobre otema, aos documentos digitalizados,submetidos a processo de certificaçãodigital de autenticidade por cartório,deve ser conferido o mesmo valor jurí-dico dos originais, razão pela qual con-sidera plausível que o TCEMG aceite aapresentação dos documentos digitali-zados ao invés de receber os originaisem suporte papel. Ponderou que, porser ainda algo novo, e considerandoque tais documentos devem obedecerao disposto na tabela de temporalidadedefinida pelaAdministração Pública, aoTCEMG devem ser franqueadas todasas informações disponíveis e necessá-rias para a efetiva e eficaz atividade decontrole, independentemente de esta-rem digitalizadas ou não, razão pelaqual reputa a não obrigatoriedade deaceitação exclusiva de documentos di-gitalizados, havendo outros disponíveis.Ressaltou a existência de instrumen-tos normativos exigindo a apresenta-ção impressa de certos documentos, eem razão dessas exigências legais oTCEMG não poderá ser obrigado aaceitá-losem cópia digitalizada (Con-sulta n. 682.699). Assim, em relação àindagação acerca da possibilidade de oTCEMG aceitar exclusivamente docu-mentos em cópias digitalizadas, o rela-tor respondeu de forma negativa, ale-gando que há, inclusive, documentoscuja digitalização é tecnicamente inviá-vel, seja pelo seu grande volume, sejapela possibilidade das cópias ficaremilegíveis. No que diz respeito ao docu-mento nato-eletrônico, citou a MedidaProvisória 2.200-2/01 e o Decreto Es-tadual n. 44.566/07, que atribuíram va-

lor jurídico aos documentos emitidos earmazenados eletronicamente, de exis-tência apenas digital, bem como às as-sinaturas neles firmadas. Ressaltousera única interpretação possível a possi-bilitar o alinhamento das regras já fir-madas pelo TCEMG com o ordena-mento jurídico atualmente vigentepermitir a comprovação da execuçãofinanceira e orçamentária por meio dedocumentos produzidos originalmentena forma eletrônica. Observou ser,nessa esteira, a orientação consubs-tanciada na Consulta n. 661.206. Des-tacou a INTC 02/10, alterada pela INTC07/11, que trata da possibilidade doTCEMG aceitar documentos digitais,ou seja, produzidos originalmente nesteformato. Registrou não se configurarrazoável, tendo em vista a preservaçãoda memória do patrimônio público, aimpressão de documento eletrônicopara suamicrofilmagem, meio esse queimprime os mesmos efeitos legais dosdocumentos apresentados em juízo oufora dele (art. 1°, §5°, da Lei 5.433/68).Afirmou se tratar, no entanto, de pro-cesso caro e tecnologicamente anacrô-nico, uma vez que, nos dias atuais, é in-comensurável a produção deinformação no suporte digital. Em rela-ção à indagação sobrea possibilidadede expurgos dos originais, também-considerou necessário distinguir os do-cumentos produzidos originariamenteno suporte papel e aqueles nascidoseletrônicos. Assinalou que, quanto aoexpurgo de documentos nascidos empapel, dada anecessidade de garantir aatuação do controle externo e a pre-servação da memória do serviço pú-blico, deve ser atendido o disposto nalegislação específica, respeitando a ta-bela de temporalidade.Asseverou a ne-cessidade de a Administração Públicamanter uma Comissão deAvaliação deDocumentos responsável pela criaçãoda tabela de temporalidade, instru-mento no qual é determinado o prazode guarda dos documentos na fase cor-rente e intermediária, bem como suadestinação final. Explicou que a citadatabela deve ser aprovada pela autori-dade máxima do órgão para que possaser aplicada na instituição. Citou nova-mente o art. 365 do CPC, que no §1°determina a preservação pelo detentordos originais dos documentos digitali-zados até o final do prazo para interpo-sição de ação rescisória. Anotou mani-festação do TCEMG em resposta àConsulta n. 608.870 no sentido da pos-sibilidade de incineração de documen-tos referentes a atos de admissão eaposentadoria de pessoal após arqui-vamento e microfilmagem, desde querealizada a verificação da legalidadedos referidos atos pelos órgãos com-petentes e respectivo registro, e obser-vado o prazo de dois anos para inter-posição de recurso de revisão,destacando a necessidade dos docu-mentos serem colocados à disposiçãodo servidor antes de serem eliminados.Relativamente à memória do serviçopúblico, ressaltou que o fato de ser ele-trônico o documento, não fica dispen-sada a sua preservação na forma origi-nal, pois alegislação federal obriga apreservação dos documentos pelos Po-deres da Administração do Município,independenteda forma em que foramgerados. O parecer foi aprovado porunanimidade (Consulta n. 730.773, Rel.Cons. Cláudio Couto Terrão, 29.08.12)

Servidores responsáveispelo Informativo

Alexandra Recarey Eiras NovielloFernando Vilela Mascarenhas

Dúvidas e informações: [email protected](31) 3348-2341

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para a cidadania”; oConselheiro Ouvidordo TCEMG, CláudioCouto Terrão; o Procu-rador da República emMinas Gerais e Doutorem Direito Constitucio-nal, Álvaro Ricardo deSouza Cruz; o Ouvi-dor-Geral da União eDoutor em Direito Pú-

blico, José Eduardo Romão; o Con-selheiro e Vice-Presidente do TCEde Pernambuco e daAssociação dosTribunais de Contas do Brasil – Atri-con e Presidente do Colégio de Cor-regedores e Ouvidores dos Tribunaisde Contas do Brasil, Valdecir Pas-coal; o Conselheiro Corregedor Ge-ral do TCE do Mato Grosso e Presi-dente da Atricon, Antonio JoaquimMoraes Rodrigues Neto; o Auditordo TCEMG, Licurgo Joseph Mourãode Oliveira; o doutor em Direito Pú-blico e Diretor da Escola de Contas eCapacitação Prof. Pedro Aleixo doTCEMG, Gustavo Costa Nassif; oPresidente do Conselho Superior doInstituto Brasileiro de Estudos daFunção Pública, Eurico BitencourtNeto e a Analista de Controle Ex-terno do TCEMG, Rita de CássiaChió Serra.

8 CONTAS DE MINAS . TCEMG . 17 de setembro de 2012

DEVO

LUÇÃ

O GARANTIDADR/MG

TRANSPARÊNCIA E CONTROLE SOCIAL

TCE abre inscriçõespara encontro nacionalAs inscrições

para o “En-contro Nacio-

nal sobre Transparênciae Controle Social – pers-pectivas e desafios”, queo Tribunal de Contas doEstado de Minas Geraisvai realizar no períodode 17 a 19 de outubrodeste ano, em Belo Hori-zonte, já podem ser feitas no site doevento, localizado no Portal doTCEMG: www.tce.mg.gov.br. Podemparticipar os servidores das ouvido-rias públicas, conselheiros e presi-dentes de tribunais de contas, audi-tores, procuradores do MinistérioPúblico de Contas, representantesda sociedade civil organizada, con-selhos públicos, servidores públicos ecidadãos em geral.

O encontro pretende reunir ecompartilhar informações e novasmetodologias relacionadas ao temae criar um espaço de discussão so-bre a transparência, o controle so-cial, a ética e a democracia. Obje-tiva também facilitar, por meio dointercâmbio de experiências, o de-senvolvimento de mais ouvidoriaspúblicas e de ações, em nível esta-dual e municipal, necessárias paraatender, de forma efetiva, às deter-

minações da Lei de Acesso à Infor-mação.

Organizado pela Ouvidoria doTCEMG, pela Escola de Contas eCapacitação Prof. Pedro Aleixo e aAssociação dos Servidores doTCEMG –Asscontas, o Encontro Na-cional conta com o apoio da Cemig,do Instituto Newton Paiva e da Fe-deração das Indústrias de Minas Ge-rais – Fiemg. O apoio institucional édaAssociação dos Membros dos Tri-bunais de Contas do Brasil – Atri-con, do Instituto Rui Barbosa e doColégio dos Corregedores e Ouvi-dores dos Tribunais de Contas.

Os três dias do encontro reú-nem, entre os 16 palestrantes, algu-mas das maiores autoridades no as-sunto como o filósofo, escritor, doutorem Educação e Professor da PUC-SP, Mário Sérgio Cortella, responsá-vel pela palestra magna “Educação

Cartilhas orientam sobre subsídiosde vereadores e Controle Interno

Projeto Quali propõe melhoriasna tramitação dos processosApresentado pelo Conselheiro

Corregedor Sebastião Helvecio, nodia 05 de setembro, aos conselhei-ros, auditores e procuradores do Mi-nistério Público junto ao Tribunal, oProjeto Quali tem como objetivo oaprimoramento da tramitação deprocessos no Tribunal de Contas doEstado de Minas Gerais, e do Sis-tema de Gestão eAdministração deProcessos – SGAP, considerandoos objetivos estratégicos do Tribunalde racionalizar a geração, reduzir onúmero e conferir maior celeridadeà tramitação de processos, bemcomo de intensificar o uso da tec-nologia da informação e aprimorar agestão voltada para resultados.

Coordenado pelo Comitê Ges-tor, composto pelo Conselheiro Pre-sidente Wanderley Ávila, Conse-lheiro Sebastião Helvecio e peloAuditor Gilberto Diniz, conformePortarias nº 124 e 125/2012, o pro-jeto se estrutura a partir de doisgrandes grupos de trabalho: o grupode aprimoramento do SGAP e ogrupo de aprimoramento do fluxode tramitação dos autos de proces-sos, que deverá se apoiar na disci-plina BPM – Business Process Ma-nagement ou Gerenciamento deProcessos de Negócio. O BPMbusca superar a visão fragmentadados processos de trabalho, atravésde uma percepção de ponta aponta, o que pressupõe o ciclo devida completo do processo, desde asua modelagem, análise, redese-

nho, implantação e automação atra-vés de aplicativos BPMs, monitora-mento e controle, e disponibilizaçãode indicadores.

Caberá ao grupo de trabalhopropor ao Comitê Gestor melhorias eprojetos de normatização do rito pro-cessual do Tribunal de Contas noâmbito do controle externo, segundodiagnóstico da atual situação retra-tada emmapas de processos do Tri-bunal modelados por meio da meto-dologia BPM, bem como revisar,adequar e propor a regulamenta-ção das naturezas de processo edo Sistema de Gestão eAdministra-ção de Processos (SGAP), além depromover estudo sobre a implanta-ção do processo eletrônico no âm-bito do Tribunal. A ação pretendepossibilitar, também, a automaçãodos processos modelados - a ser im-plementada pela Diretoria de Tecno-logia da Informação.

De acordo com o ConselheiroSebastião Helvecio, o objetivo doprojeto é racionalizar a tramitaçãode acordo com a natureza especí-fica de cada processo, e, conse-quentemente, agilizar o seu anda-mento na Casa. “Nas consultas,processos em que o Tribunal res-ponde a dúvidas dos jurisdiciona-dos (órgãos e entidades fiscaliza-dos), estima-se que o novoandamento proposto pelo projetoreduzirá em 28% o tempo de trami-tação.” - exemplifica o Conselheiro.

O Tribunal de Contas, dandocontinuidade às ações pedagógi-cas, lançou duas cartilhas, umapara orientar câmaras municipaisna fixação dos subsídios dos ve-readores, e outra para instruir tec-nicamente os jurisdicionados sobreo aprimoramento e a efetividadedos sistemas municipais de Con-trole Interno, visando a uma atua-ção eficiente, dinâmica, atual e par-ceira do controle externo.

O guia “Orientação geraispara fixação dos subsídios dos ve-readores”, desenvolvido pela Dire-

mas e princípios aplicáveis ao con-trole interno. Além de conceitos eobjetivos, o trabalho também reco-menda uma estrutura mínima euma lista de atividades para cadasetor dentro dos órgãos públicos.

As cartilhas utilizam uma lin-guagem simples e objetiva, alémde uma diagramação prática e fun-cional, criada pela Comissão de Pu-blicações. Os dois livretos podemser encontrados em formato virtual,entre outros trabalhos desenvolvi-dos, no site do TCEMG, no link deCapacitação e Cultura/publicações.

toria de Controle Externo dos Muni-cípios, é fundamentado no artigo 29,inciso VI, da Constituição Federal etraz informações sobre a remunera-ção de vereadores para a próxima le-gislatura (2013-2016). Ainda instrui

sobre a transparência no controle deverificação da conformidade e trazesclarecimentos revestidos de inte-resse público, na medida em quebuscam conscientizar todos aquelesque se interessam pelo tema, vi-

sando, também, promover a intera-ção do TCEMG com a sociedade.

A “Cartilha de Orientações so-bre Controle Interno” dispõe de con-ceitos fundamentais, os principaisaspectos legais, as diretrizes, nor-