das obrigaÇÕes solidÁrias
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DAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
DA SOLIDARIEDADE ATIVA – Arts. 267 a 274, do CC/02
Trata-se de Agravo de Instrumento. O AUTOR, denominado aqui
AGRAVANTE NELSON THADEU MARTINS DE OLIVEIRA moveu uma ação
de despejo em face de Hugo Segabinassi e de Alberto Mitio Tsuda e não
obteve êxito. O juiz, na sentença, além de negar improcedente o pedido, o
condenou, por óbvio, ao pagamento de honorários sucumbenciais, além de
litigância de má-fé. O AGRAVANTE não pretendo arcar sozinho com as
despesas acima citadas, ingressou com este Agravo de Instrumento, alegando
que as verbas sucumbenciais devem ser divididas, tendo em vista a
existência de mais de um patrono no processo, no caso, o AGRAVADO Alan
Cardec Delgado Arantes que, por seu turno, ingressou nos autos da ação de
despejo como terceiro interessado.
Na sentença, o juiz baseou-se nos arts. 267 e 269 do CC/2002. Sendo:
Art.267. Cada um dos credores solidários tem
direito a exigir do devedor o cumprimento da
prestação por inteiro.
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores
solidários extingue a dívida até o montante do
que foi pago.
O juiz concluiu que quando existem diversos patronos constituídos no
processo, há entre eles solidariedade ativa em relação aos honorários de
sucumbência admitindo-se que apenas um dos credores solidários execute
a verba honorária, descabendo o seu fracionamento. Assim, manteve a
decisão anterior e habilitou qualquer um dos credores o exercício da execução.
De acordo com o art. 264, do Código Civil, o regime da solidariedade
importa que, quando na mesma obrigação concorrer mais de um credor, cada
um deles terá direito à dívida toda. Isto é, um único co-credor pode exigir do
devedor o pagamento integral da dívida. Na sentença, o Magistrado a quo não
fez menção quanto à exclusividade do pagamento das verbas de sucumbência
a apenas uma das partes envolvidas.
Desta feita, o pedido do Agravante (em dividir as verbas sucumbenciais) é
irrelevante, pois a obrigação solidária ativa é indivisível, ou melhor, não é
fracionável em relação ao devedor (relação externa), apenas o sendo entre os
demais sujeitos ativos da relação obrigacional (relação interna).
Como bem prelecionou, ao final, o Relator, “o título é uno e habilita a qualquer
um dos credores o exercício da execução”. Assim sendo, é determinado ao
Agravante, ou ao outro Patrono - uma vez que na sentença o Magistrado não
fez menção de exclusividade - o pagamento das verbas por inteiro,
pertencendo a este apenas o direito de reclamar daquele (no plano interno da
relação obrigacional) a parte que lhe toca.
REFERÊNCIA:
AGRAVO DISPONÍVEL EM: http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/22828015/agravo-de-
instrumento-ag-2044309420128260000-sp-0204430-9420128260000-tjsp. Acesso em: 05 de
abril de 2013.