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AULA 05 DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

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AULA 02 DIREITO TRIBUTRIO

AULA 05

DIREITO DAS OBRIGAESDAS OBRIGAES SOLIDRIAS CONCEITO E CARACTERSTICAS:Caracteriza-se a obrigao solidria pela multiplicidade de credores e/ou de devedores, tendo cada credor direito totalidade da prestao, como se fosse credor nico, ou estando cada devedor obrigado pela dvida toda, como se fosse o nico devedor.

DAS OBRIGAES SOLIDRIASQuatro so os caracteres da obrigao solidria:Pluralidade de sujeitos ativos ou passivos;Multiplicidade de vnculos, sendo distinto ou independente o que une o credor a cada um dos codevedores solidrios e vice-versa;Unidade de prestao, visto que cada devedor responde pelo dbito todo e a cada credor pode exigi-lo por inteiro.Corresponsabilidade dos interessados, j que o pagamento da prestao efetuado por um dos devedores extingue a obrigao dos demais.

DAS OBRIGAES SOLIDRIAS DIFERENAS ENTRE SOLIDARIEDADE E INDIVISIBILIDADE:Primeiramente, porque cada devedor solidrio pode ser compelido a pagar, sozinho, a dvida inteira, por ser devedor do todo. Nas obrigaes indivisveis, contudo, o codevedor s deve sua quota-parte. Pode ser compelido ao pagamento da totalidade do objeto somente porque impossvel fracion-lo.

DAS OBRIGAES SOLIDRIASPerde a qualidade de indivisvel a obrigao que se resolver em perdas e danos (CC, art. 263).

DAS OBRIGAES SOLIDRIAS PRINCPIOS COMUNS SOLIDARIEDADEArt. 265. A solidariedade no se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.

Art. 266. A obrigao solidria pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagvel em lugar diferente, para o outro.DAS OBRIGAES SOLIDRIASAssim, pode um dos credores ou dos devedores s-lo pura e simplesmente, outro a prazo ou sob condio, podendo igualmente estas diferentes modalidades concorrer na mesma pessoa.

DAS OBRIGAES SOLIDRIAS DA SOLIDARIEDADE ATIVA

Solidariedade ativa a relao jurdica entre credores de uma s obrigao e o devedor comum, em virtude da qual cada um tem o direito de exigir deste o cumprimento da prestao por inteiro.

DAS OBRIGAES SOLIDRIAS CARACTERSTICAS DA SOLIDARIEDADE ATIVA

Art. 267. Cada um dos credores solidrios tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestao por inteiro.DAS OBRIGAES SOLIDRIASQualquer credor pode promover medidas assecuratrias e de conservao dos direitosAssim, se um deles constitui em mora o devedor comum a todos aproveitam os seus efeitos;A interrupo da prescrio, requerida por um estende-se a todos [...];Qualquer credor pode ingressar em juzo com a ao adequada, assim obtendo o cumprimento da prestao com extino da dvida.DAS OBRIGAES SOLIDRIASSe um dos cocredores se torna incapaz, nenhuma influncia exercer tal circunstncia sobre a solidariedade;Finalmente, se um dos credores decai da ao, no ficam os outros inibidos de acionar, por sua vez, o devedor comum;

Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidrios no demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poder este pagar.DAS OBRIGAES SOLIDRIASArt. 270. Se um dos credores solidrios falecer deixando herdeiros, cada um destes s ter direito a exigir e receber a quota do crdito que corresponder ao seu quinho hereditrio, salvo se a obrigao for indivisvel.DAS OBRIGAES SOLIDRIASOs herdeiros do credor falecido no podem exigir a totalidade do crdito e sim apenas o respectivo quinho hereditrio, isto a prpria quota. DAS OBRIGAES SOLIDRIASArt. 271. Convertendo-se a prestao em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.

Mesmo com a perdas e danos, a unidade da prestao no comprometida.

DAS OBRIGAES SOLIDRIASArt. 273. A um dos credores solidrios no pode o devedor opor as excees pessoais oponveis aos outros.

Art. 274. O julgamento contrrio a um dos credores solidrios no atinge os demais; o julgamento favorvel aproveita-lhes, a menos que se funde em exceo pessoal ao credor que o obteve.DAS OBRIGAES SOLIDRIASArt. 269. O pagamento feito a um dos credores solidrios extingue a dvida at o montante do que foi pago.

A quitao libera o devedor em face de todos os outros cocredores, at o montante em que foi pago, podendo estes exigir a diferena, ou, se for o caso, provar, por todos os meios admitidos em direito, a simulao ou fraude que porventura a macule. DAS OBRIGAES SOLIDRIASArt. 272. O credor que tiver remitido a dvida ou recebido o pagamento responder aos outros pela parte que lhes caiba.

Extinta a obrigao, quer pelo meio direto de pagamento, quer pelos meios indiretos, como novao, compensao e outros, responder o credor favorecido, perante os demais, pelas quotas que lhe couberem. DAS OBRIGAES SOLIDRIASSolidariedade Passiva

A solidariedade passiva consiste na concorrncia de dois ou mais devedores, cada um com o dever de prestar a dvida toda. DAS OBRIGAES SOLIDRIASSolidariedade Passiva

O credor pode se dirigir a qualquer devedor e exigir a totalidade da prestao. O devedor escolhido no pode tentar pagar somente a sua quota parte. Quando cobrado um s, todos esto livres da prestao. Pode o credor agir contra um ou contra vrios, sem que isso signifique renncia, com o redirecionamento posterior. Eventual culpa no perecimento do objeto da prestao no isenta os devedores, sendo que as consequncias do fato culposo deve recair ao responsvel.

DAS OBRIGAES SOLIDRIASSolidariedade Passiva

Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dvida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. P. nico: No importar renncia da solidariedade a propositura de ao pelo credor contra um ou alguns dos devedores.DAS OBRIGAES SOLIDRIASSolidariedade Passiva

Art. 276. Se um dos devedores solidrios falecer deixando herdeiros, nenhum destes ser obrigado a pagar seno a quota que corresponder ao seu quinho hereditrio, salvo se a obrigao for indivisvel; mas todos reunidos sero considerados como um devedor solidrio em relao aos demais devedores.DAS OBRIGAES SOLIDRIASSolidariedade Passiva

A remisso ou perdo pessoal dado pelo credor a um dos devedores solidrios no extingue a solidariedade em relao ao codevedores, acarretando to somente a reduo da dvida, em proporo ao valor retido. DAS OBRIGAES SOLIDRIASSolidariedade Passiva

Art. 278. Qualquer clusula, condio ou obrigao adicional, estipulada entre um dos devedores solidrios e o credor, no poder agravar a posio dos outros sem consentimento destes.DAS OBRIGAES SOLIDRIASSolidariedade Passiva

Art. 282. O credor pode renunciar solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.

Pargrafo nico. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistir a dos demaisDAS OBRIGAES SOLIDRIASSolidariedade Passiva

Art. 279. Impossibilitando-se a prestao por culpa de um dos devedores solidrios, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos s responde o culpado.DAS OBRIGAES SOLIDRIASSolidariedade Passiva

Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ao tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigao acrescida.DAS OBRIGAES SOLIDRIASSolidariedade Passiva

Do ponto de vista das relaes internas, oriundas da solidariedade, concernente s relaes particulares entre os devedores, s o culpado acabar arcando com as consequncias do pagamento dos juros da mora, no acerto final pela via regressiva.DAS OBRIGAES SOLIDRIASSolidariedade Passiva

Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as excees que lhe forem pessoais e as comuns a todos; no lhe aproveitando as excees pessoais a outro codevedor.

So as excees pessoais que no atingem e no contaminam o vnculo dos demais devedores. DAS OBRIGAES SOLIDRIASSolidariedade passiva

Art. 283. O devedor que satisfez a dvida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no dbito, as partes de todos os co-devedores.DAS OBRIGAES SOLIDRIASQue paga toda dvida ao credor, solve a sua parte a diante a rata de seus consortes. Por essa razo faz jus ao reembolso, pela via regressiva. DAS OBRIGAES SOLIDRIASArt. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuiro tambm os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigao incumbia ao insolvente.DAS OBRIGAES SOLIDRIASArt. 285. Se a dvida solidria interessar exclusivamente a um dos devedores, responder este por toda ela para com aquele que pagar.

REFERNCIASGONALVES, Carlos Roberto. Teoria geral das obrigaes. 10. ed. So Paulo: Saraiva, 2013, p. 130-173.