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Daniela Macambira

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Daniela Macambira

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Índice para Catálogo Sistemático:1. Ensino Fundamental I: 374.012

ISBN: 978-85-8314-040-5ISBN: 978-85-8314-000-9

APRENDER EDITORA CEARENSE DE MATERIAL DE ENSINO LTDA.Rua Marvin, 104 – Parque Manibura

CEP: 60.821-790 - Fortaleza - Ceará - Fone/Fax: (85) 3194.1300www.aprendereditora.com.br

E-mail: [email protected]

Editora

Ana Cristina Miranda da Costa

Editora Assistente

Patrícia Ferreira

Projeto Gráfico

Adriano Rodriguês

Editoração e Diagramação

Michelle Costa

Capa

Mikael Holanda

Ilustrações

Flávio Filho

Revisão Ortográfica

Bruno Mota Pinheiro e Patrícia Ferreira

Catalogação

Gabriela Alves Gomes

Impressão

Tecnograf

Aprender Editora Cearense de Material de Ensino Ltda

Novo Lendo Você Fica Sabendo: Letramento e Alfabetização – 1° ano: guia de orientações didáticas do professor / Aprender Editora Cearense de Material de Ensino Ltda / Daniela Miranda da Costa Macambira – Fortaleza: Aprender Editora, 2015.

460p.; Il

ISBN: 978-85-8314-040-5

1. Educação. I.TítuloCDD 370

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998.Todos os direitos reservados.

Novo Lendo Você Fica Sabendo: Letramento e Alfabetização - 1o ano© Daniela Macambira

Todos os direitos reservados

Autora

Daniela Miranda da Costa MacambiraMestra em Linguística Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Especialista em Alfabetização pela Faculdade 7 de Setembro (FA7). Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Autora de livros didáticos de Educação Infantil e Ensino Fundamental I.

Colaboradoras

Gilvanira FreitasDoutoranda em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Mestra em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Autora de livros didáticos de Educação Infantil e Ensino Fundamental I.

Katy Araújo e SilvaPós-graduada em Psicopedagogia pela Faculdade Christus. Habilitada em Supervisão escolar pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Formadora Educacional na área de Educação.

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Caro professor, cara professora

O Guia de Orientações Didáticas do Professor foi produzido com a intencionalidade de tornar-se um instrumento colaborativo e mediador da prática docente. Nele estão presentes as concepções teóricas e metodológicas que respaldam a Coleção Novo Lendo Você Fica Sabendo: Letramento e Alfabetização.

Através da leitura, do estudo, da compreensão e da reflexão crítica deste instrumento, você terá orientações sobre os objetivos das atividades propostas, sugestões para trabalhar essas atividades consonantes às concepções de aprendizagem e desenvolvimento que ancoram estas. Além disso, o Guia dispõe de:

• Textos teóricos sobre os conceitos que constituem o referencial teórico da Coleção.

• Um instrumental de acompanhamento da aprendizagem dos alunos voltado para os aspectos dos processos de leitura (gênero trabalhado, interlocutores, assunto, suportes, função sociocomunicativa, compreensão, inferência, conclusões, intertextualidade, relação grafema/ fonema, consciência fonológica etc.), processo de escrita (composição, organização e escrita de diferentes gêneros, expressão de opiniões, argumentações, consciência metacognitiva na escrita de frases, palavras, sílabas etc., e processo de oralidade (elaboração de discurso a partir de um motivo/tema, expressão de opinião, conversa espontânea, exposição de características físicas e psicológicas, ouvir a opinião dos outros e posicionar-se diante dela, organização do discurso de acordo com o papel social assumido, relato de leituras extraescola, relato de opinião sobre diferentes gêneros lidos etc.).

• Sugestões de atividades interventoras.

• Sugestões detalhadas do planejamento de algumas atividades.

• Sugestões de livros, filmes e sites.

• Proposta de Formação Contínua de Professores.

APRESENTAÇÃO

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A Coleção está embasada na Teoria da Atividade Sócio-Histórico-Cultural (Vygotsky, 1934/1993, Leontiev, 1959/1988, Engstrom, 2000/2005), que compreende que os sujeitos, historicamente, constituem-se aos demais por meio de relações mediadas com o mundo (Liberali, 2012). Nesta relação somos produtos e, também, produtores da história, do meio e da cultura.

Convidamos você, juntamente conosco, a participar desse desafio: “orientar os alunos para que sejam protagonistas das ações, fazendo uso da linguagem como processo social e discursivo, nas diversas situações do dia a dia, que envolvem oralidade, leitura e escrita dentro e fora dos muros da escola”.

Desejamos, também, que você, professor ou professora, assuma, além do papel social de educador ou educadora, o papel de coautor ou coautora de nossa Coleção.

Um forte abraço colaborador nessa parceria!

Aprender Editora

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1. Pressupostos teóricos e metodológicos em que se baseia a Coleção ................... 7

1.1. Algumas reflexões sobre leitura e escrita ............................................... 10

1.2. Concepção de Formação Contínua ........................................................ 19

2. Coletânea de textos teóricos que respaldam a metodologia proposta

na Coleção ................................................................................................. 29

2.1. Gêneros textuais: definição e funcionalidade .......................................... 29

2.2. O Lugar da argumentação na construção do conhecimento em

sala de aula ...................................................................................... 48

2.3. O ensino de língua estrangeira (LE) ...................................................... 69

2.4. Alfabetização e letramento .................................................................. 78

2.5. Os conceitos de alfabetização e letramento e os desafios da articulação

entre teoria e prática ......................................................................... 93

2.6. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita – elementos para

reflexões sobre uma experiência suíça (Francófona) ............................... 106

2.7 A criança de 6 anos, a linguagem escrita e o ensino fundamental

de nove anos .................................................................................... 126

3. Conhecendo a Coleção ................................................................................. 137

3.1. Objetivos gerais ................................................................................. 137

3.2. Perfil da Coleção ................................................................................ 138

3.3. Material didático para o aluno .............................................................. 139

3.4. Material didático para o professor ......................................................... 140

3.5. Iconografia ........................................................................................ 141

3.6. Por dentro da Coleção ......................................................................... 150

4. Planejamento pedagógico ............................................................................ 161

4.1. Sugestões para o planejamento das tarefas da Coleção ........................... 163

4.2. Perspectivas e reflexões sobre rotina .................................................... 253

5. Avaliação enquanto processo ........................................................................ 257

5.1. Pressupostos teóricos e metodológicos .................................................. 257

5.2. A Prática pedagógica do professor e atividades de ensino ........................ 260

SUMÁRIO

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5.3. Levantamento das capacidades de leitura, escrita e oralidade propostas nas tarefas da Coleção Novo Lendo Você Fica Sabendo: Letramento e Alfabetização ................................................................. 263

5.4. Eixos de ensino, objetivos específicos e conteúdos .................................. 318

6. Intervenção pedagógica ............................................................................... 411

6.1. Sugestões para atividades interventoras ................................................ 416

7. Leituras complementares ............................................................................. 441

8. Sugestões de filmes e sites .......................................................................... 449

9. Bibliografia ................................................................................................ 457

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1. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS EM QUE SE BASEIA

A COLEÇÃO

O conceito de linguagem que respalda e fundamenta os materiais da Coleção Novo Lendo Você Fica Sabendo: Letramento e Alfabetização, bem como o Processo de Formação Contínua proposto pela mesma, é o de que a linguagem é um fenômeno social e não individual.

A linguagem é uma prática social que constitui o sujeito, e pode atuar como propiciadora da constituição de educadores críticos e reflexivos. Para isso, a linguagem precisa, também, ser compreendida como prática discursiva, como afirma Magalhães (2009), isto é, como produção simbólica que se constitui nas práticas sociais histórico culturalmente situadas e que, por sua vez, constituem essas práticas. É, justamente, nas e pelas práticas sociais que o homem se constitui como ser humano. O eu de cada indivíduo é, e sempre será, resultado das relações, das interações sociais, do dialogismo constitutivo da linguagem, das diversas vozes presentes nos discursos. Assim, a linguagem perpassa toda a Coleção tanto como objeto quanto instrumento do processo de ensino-aprendizagem.

Enfim, a linguagem é considerada em uma perspectiva bakhtiniana, na qual o enunciado é a unidade básica do conceito de linguagem. Só existe linguagem em um complexo e real sistema de diálogo. O enunciado é produzido em um determinado local, em um determinado tempo, é produzido e recebido por interlocutores, que são sujeitos históricos. Cada enunciado, portanto, é um evento social, histórico e comunicativo diferente, que não se repete.

A linguagem oral, portanto, assume um papel central no decorrer da Coleção, pois, como afirma Marchuschi (2001:25), a oralidade é uma prática social interativa para fins comunicativos que se apresenta sob várias formas ou gêneros textuais fundados na realidade sonora. Vai desde uma realização mais informal à mais formal nos mais variados contextos de uso. Cada situação comunicativa pressupõe formas diferenciadas de agir socialmente. O contexto é que vai direcionar a escolha para o tipo de linguagem que devemos usar. Logo, podemos considerar a linguagem oral como uma forma

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de inclusão social e de socialização. Nas atividades da Coleção Novo Lendo Você Fica Sabendo: Letramento e Alfabetização, as atividades propostas, demarcam a importância do trabalho com a oralidade, principalmente em dois momentos denominados CONTEXTUALIZANDO e IMITANDO A VIDA REAL, além das atividades que objetivam especificamente a produção de gêneros orais. Para as atividades comunicativas orais são necessárias habilidades que ultrapassam a questão gramatical. São habilidades tais como uma organização discursiva para que os interlocutores possam compreender o que está sendo dito e assim ocorra a efetiva interação, sequência do pensamento, finalidade da comunicação em uma situação contextual.

Compreendemos que a leitura e a escrita são atividades sociais. Para viver o mundo do conhecimento dos processos de leitura e escrita, como afirma Soares (2006), o aprendiz necessita de dois passaportes: o domínio da tecnologia da escrita (o sistema alfabético e ortográfico), que se constrói por meio do processo de alfabetização e o domínio de competências de uso dessa tecnologia (saber ler e escrever em diferentes situações e contextos), que se constrói por meio do processo de letramento. Para tanto, as práticas de sala de aula devem ser intencionalmente planejadas e orientadas de modo que a alfabetização seja constituída na perspectiva do letramento. Segundo Soares (2001), o exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita implica habilidades várias, tais como: a capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos (informar, informar-se, interagir com outros, imergir no imaginário, no estético para ampliar conhecimentos, divertir-se etc.); habilidades de interpretar e produzir diferentes tipos e gêneros orais e escritos; habilidades de orientar-se pelos protocolos de leitura que marcam o texto ou fazer uso destes ao escrever: atitudes de inserção efetiva na cultura escrita, tendo interesse, informações, construindo conhecimentos, escrevendo ou lendo de forma diferenciada, segundo as circunstâncias, os objetivos e os interlocutores.

Objetiva-se que os alunos, como leitores, apropriem-se do contexto de leitura, que compreendam o que estão lendo, que façam relação com outros textos, outros contextos, apreciem os textos e se posicionem perante eles, entre outros. Como escritores, almejamos, também, que os educandos considerem o contexto de produção do seu texto, por que ele está escrevendo, para quem, o que ele irá dizer, como irá dizer, qual o gênero predominante, quais palavras irá utilizar, qual a extensão do texto, como irá organizar as ideias etc.

A Coleção, também, enfoca os gêneros propostos por Dolz e Schneuwly. Trabalha a compreensão leitora por meio dos gêneros que circulam nas diferentes esferas da sociedade e atividades intencionalmente planejadas a partir destes. Acreditamos que

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esse trabalho colabora para a aprendizagem e o desenvolvimento de forma significativa, da linguagem dos alunos, partindo do pressuposto que não nos interessa apenas a codificação (escrita) e decodificação (leitura), mas principalmente o letramento, uma vez que a escola precisa formar sujeitos que possam assumir diferentes modos de agir, de acordo com a necessidade, o contexto e a situação, transformando situações e a si próprios. Desta forma, consideramos os gêneros e o trabalho com os mesmos, como instrumentos fundamentais no processo de ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa. Vale ressaltar que não estamos nos referindo a um trabalho estático, a perguntas que apenas possibilitam os alunos a responderem sim ou não, ou isso ou aquilo, mas sim, questionamentos que os levem a refletirem de forma crítica, a imaginar a situação de comunicação de forma real para, assim, ter condições de se posicionar, elaborar e registrar as suas respostas.

Desta forma, é imprescindível pensar um instrumento do processo de ensino--aprendizagem onde essas questões estejam presentes não apenas no discurso, mas sim na concepção que respalda e sustenta as atividades. Sendo assim, também é importante compreender o que está previsto por lei, em nível nacional, de acordo com documentos oficiais do Ministério da Educação, como a Lei de Diretrizes e Bases – Lei 9394/96, a reso-lução nº 4, de 2010, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica e os Parâmetros Curriculares Nacionais.

A resolução nº 4, de 2010, no artigo 13, parágrafo 3º, incisos VII, VIII e IX, referenda a Coleção Novo Lendo Você Fica Sabendo: Letramento e Alfabetização no tocante ao Material Estruturado e à Formação Contínua proposta como podemos observar nos incisos abaixo:

VII – constituição da rede de aprendizagem, entendida como um conjunto de ações didático-pedagógicas, com foco na aprendizagem e no gosto de aprender, subsidiada pela consciência de que o processo de comunicação entre estudantes e professores é efetivado por meio de práticas e recursos diversos;

IX – adoção de rede de aprendizagem, também como ferramenta didático-pedagógica relevante nos programas de formação inicial e continuada de profissionais da educação, sendo que esta opção requer planejamento sistemático integrado estabelecido entre sistemas educativos ou conjunto de unidades escolares.

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A crença de que primeiro se aprende a “decifrar um código”, a partir de uma sequência de etapas para, posteriormente, se ler efetivamente está embasada em uma perspectiva de alfabetização tradicional. Essa concepção de alfabetização hoje é contestada, pois nela a leitura se resume apenas ao processo de decodificação, e a escrita ao processo de codificação, sendo esses exteriores, não contextualizados e passíveis de serem ensinados mediante técnicas. Por outro lado, também é importante destacar que só o contato e o convívio intenso com textos que circulam na sociedade não podem garantir que os alunos se apropriem da escrita alfabética, uma vez que essa aprendizagem não é espontânea e requer que o aluno reflita sobre as características do nosso sistema de escrita, através de suas produções, em situações contextualizadas, sendo, então, a interação com outros educandos, com os professores, o trabalho com competências e habilidades, intervenções pedagógicas e reflexões metacognitivas imprescindíveis, além de outras para a aprendizagem da leitura e da escrita.

Destacamos, então, que o conceito de escrita, em que está pautada a Coleção, tem como aspecto central as elaborações sócio-históricos-culturais, sendo a escrita um processo dependente das condições de interação social e das situações de ensino. Deve-se, portanto, considerar a escrita como um processo de construção, interação e interlocução das crianças.

Sobre situação de ensino, deve-se compreender que não se escreve como se fala, ou seja, a escrita não se pauta apenas na relação sons e letras. Nem sempre há, por exemplo, uma letra para cada som, se pensarmos em nosso alfabeto, veremos que em pouquíssimos casos isso acontece, como ressalta ROJO (2009), no quadro abaixo:

a b c d e f g h i j l m n o p q r s t u v x z

Temos, isso sim, alguns tipos de relação entre letras e sons da fala:

• UMA LETRA PARA UM SOM, em poucos casos: p para/p/; b para /b/; t para /t/5; d para /d/; f para /f/; v para /v/; i para /i/; u para /u/6;

• VÁRIAS LETRAS PARA UM SOM: /s/ - s, c, ç, x, ss, sc, z, xc; /j/ - g, j; /z/ - x, s, z e assim por diante;

1.1. ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE LEITURA E ESCRITA