daniel pereira dissertacao
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Tese de Mestrado em Ensino de Artes VisuaisTRANSCRIPT
U N I V E R S I D A D E L U S Í A D A D E L I S B O A
Faculdade de Ciências Humanas e Sociais
Instituto de Psicologia e Ciências da Educação
Mestrado em Ensino de Artes Visuais no 3.º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário
Leitura e produção visual: práticas letivas através da aprendizagem significativa
Realizado por: Daniel Filipe Fortuna Pereira
Supervisionado por: Prof. Doutor Arqt. Joaquim José Ferrão de Oliveira Braizinha
Dr. José Manuel Mata Justo Orientado por:
Dr. Francisco Gonçalves Carneiro
Constituição do Júri: Presidente: Prof. Doutor Carlos César Lima da Silva Motta Supervisor: Prof. Doutor Arqt. Joaquim José Ferrão de Oliveira Braizinha Arguente: Prof. Doutor Arqt. Miguel Mira George Rodrigues Vogal: Prof.ª Doutora Maria Adelaide Gregório dos Santos da Fonseca Pires
Dissertação aprovada em:
30 de Janeiro de 2015
Lisboa
2014
U N I V E R S I D A D E L U S Í A D A D E L I S B O A
F a c u l d a d e d e C i ê n c i a s H u m a n a s e S o c i a i s
I n s t i t u t o d e P s i c o l o g i a e C i ê n c i a s d a E d u c a ç ã o
M e s t r a d o e m E n s i n o d e A r t e s V i s u a i s n o 3 . º C i c l o d o E n s i n o B á s i c o e n o E n s i n o S e c u n d á r i o
Leitura e produção visual: práticas letivas através da aprendizagem significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira
Lisboa
Setembro 2014
U N I V E R S I D A D E L U S Í A D A D E L I S B O A
F a c u l d a d e d e C i ê n c i a s H u m a n a s e S o c i a i s
I n s t i t u t o d e P s i c o l o g i a e C i ê n c i a s d a E d u c a ç ã o
M e s t r a d o e m E n s i n o d e A r t e s V i s u a i s n o 3 . º C i c l o d o E n s i n o B á s i c o e n o E n s i n o S e c u n d á r i o
Leitura e produção visual: práticas letivas através da aprendizagem significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira
Lisboa
Setembro 2014
Daniel Filipe Fortuna Pereira
Leitura e produção visual: práticas letivas através da
aprendizagem significativa
Relatório de estágio apresentado ao Instituto de Psicologia e Ciências da Educação da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Lusíada de Lisboa para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Artes Visuais no 3.º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário. Coordenador de mestrado: Prof. Doutor Carlos César Lima da Silva Motta Supervisores de estágio: Prof. Doutor Arqt. Joaquim José Ferrão de Oliveira Braizinha, Dr. José Manuel Mata Justo Orientador de estágio: Dr. Francisco Gonçalves Carneiro
Lisboa
Setembro 2014
Ficha Técnica
Autor Daniel Filipe Fortuna Pereira
Coordenador de mestrado Prof. Doutor Carlos César Lima da Silva Motta
Supervisores de estágio Prof. Doutor Arqt. Joaquim José Ferrão de Oliveira Braizinha Dr. José Manuel Mata Justo
Orientador de estágio Dr. Francisco Gonçalves Carneiro
Título Leitura e produção visual: práticas letivas através da aprendizagem significativa
Local Lisboa
Ano 2014
Mediateca da Universidade Lusíada de Lisboa - Catalogação na Publicação PEREIRA, Daniel Filipe Fortuna, 1984- Leitura e produção visual : práticas letivas através da aprendizagem significativa / Daniel Filipe Fortuna Pereira ; coordenado por Carlos César Lima da Silva Motta ; supervisionado por Joaquim José Ferrão de Oliveira Braizinha, José Manuel Mata Justo ; orientado por Francisco Gonçalves Carneiro. - Lisboa : [s.n.], 2014. - Relatório de estágio do Mestrado em Ensino de Artes Visuais no 3.º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário, Instituto de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade Lusíada de Lisboa. I - CARNEIRO, Francisco Gonçalves, 1972- II - BRAIZINHA, Joaquim José Ferrão de Oliveira, 1944- III - JUSTO, José Manuel Mata, 1955- IV - MOTA, Carlos César Lima da Silva, 1948- LCSH 1. Educação visual 2. Arte - Ensino e estudo 3. Dificuldades de aprendizagem 4. Escola Básica e Secundária das Lajes do Pico (Açores, Portugal) - Ensino e estudo (Estágio) 5. Universidade Lusíada de Lisboa. Instituto de Psicologia e Ciências da Educação - Teses 6. Teses - Portugal - Lisboa 1. Visual education 2. Art - Study and teaching 3. Learning disabilities 4. Escola Básica e Secundária das Lajes do Pico (Açores, Portugal) - Study and teaching
(Internship) 5. Universidade Lusíada de Lisboa. Instituto de Psicologia e Ciências da Educação - Dissertations 6. Dissertations, Academic - Portugal - Lisbon LCC 1. LB1043.5.P47 2014
Aos meus avós
“If we had to reduce all of educational
psychology to just one principle, we would
say this: The most important single factor
influencing learning is what the learner
already knows. Ascertain this and teach him
accordingly”
(Ausubel, 1968, p.vi)
AGRADECIMENTOS
Expresso o meu agradecimento ao Professor José Mata Justo, supervisor do estágio
pedagógico, pelo apoio oferecido durante a realização do presente relatório.
Gostaria igualmente de agradecer ao Professor Francisco Carneiro pela sua
disponibilidade enquanto orientador de estágio e à Professora Olga Ávila Pacheco
enquanto Presidente da Direção da Escola Básica e Secundária das Lajes do Pico,
pelo seu acolhimento e inserção no contexto socioeducativo do concelho das Lajes do
Pico.
Ao Professor João Magalhães, pela partilha de conhecimentos de práticas
pedagógicas e atividades performativas.
Por fim, agradeço ao Luís Dias e Deonilde Dias pela amizade e apoio disponibilizado
durante este ano de adaptação à realidade açoriana, pessoalmente inédita, e que
muito me preencheu do ponto de vista profissional e pessoal.
APRESENTAÇÃO
Leitura e produção visual: práticas letivas através da
Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira
As Metas Curriculares são um referencial primordial na avaliação externa dos alunos e
das escolas.
Neste trabalho, resultante de estágio pedagógico realizado na Região Autónoma dos
Açores, propõe-se o equacionar do problema do desempenho discente na disciplina
de Educação Visual, na perspetiva de alcançar estas metas, enquadrado pela Teoria
da Aprendizagem Significativa.
O enfoque deste trabalho de ação docente, pesquisa e reflexão sobre a realidade
letiva encontrada no terreno, dá-se sobretudo ao nível das estratégias usadas para a
melhoria dos resultados escolares, para o alcançar dos objetivos definidos pelas
Metas Curriculares e criação de indicadores de aferição do sucesso das
aprendizagens.
Palavras-chave: Artes Visuais, Educação Visual, Estratégias de Ensino e Avaliação,
Metas Curriculares, Teoria da Aprendizagem Significativa, Região Autónoma dos
Açores
PRESENTATION
Visual Production and Visual Reading: Teaching Practices through the
Significative Learning Theory
Daniel Filipe Fortuna Pereira
The Curricular Goals are a fundamental referential for the students and schools
external evaluation.
In this work, resulting of a pedagogical internship held in the Autonomous Region of the
Azores, it is proposed the engagement of the student success/performance problem, at
the Visual Education subject, reaching for achievement of the Curricular Goals, trough
the view of the Significative Learning Theory.
The focus of this work of teaching, research and meditation on the teaching reality
found on the terrain, is set up mostly on the strategies used for improvement of the
school results within the effort of reaching the Curricular Goals and the creation of
indicators for measuring the success in learning processes.
Keywords: Visual Arts, Visual Education, Strategies for teaching and evaluating,
Curricular Goals, Significative Learning Theory, Azores
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 1 - Mapa da Região Autónoma dos Açores. (Geopt, 2014) ......................... 21
Ilustração 2 - Vulcão dos Capelinhos na Ilha do Faial em 1958 (SIARAM, 2011) ....... 22
Ilustração 3 – Evolução da população açoriana emigrada para os E.U.A. entre 1960 e
1977. (ilustração nossa, 2013) .................................................................................... 22
Ilustração 4 - Localização da vila das Lajes do Pico na Ilha do Pico. (ilustração nossa,
2013) .......................................................................................................................... 25
Ilustração 5 – Regata de Botes Baleeiros na festa da Semana dos Baleeiros nas Lajes
do Pico. (Ilustração nossa, 2013) ................................................................................ 26
Ilustração 6 - Vista para a Escola Básica e Secundária das Lajes do Pico e Montanha
do Pico (ilustração nossa, 2013) ................................................................................. 27
Ilustração 7 – Espiral auto-reflexiva Lewiniana. (Fernandes, 2004, p.7) ..................... 34
Ilustração 8 – Concerto com os alunos do ensino artístico vocacional de música.
(Ilustração nossa, 2013) ............................................................................................. 39
Ilustração 9 – Distribuição das classificações negativas dos alunos do 7ºA por
disciplinas. (ilustração nossa, 2013) ........................................................................... 39
Ilustração 10 – Distribuição de frequência de alunos do 7ºA a disciplinas com apoio.
(ilustração nossa, 2013) .............................................................................................. 39
Ilustração 11 – Distribuição do número de alunos do 7ºA pelas disciplinas com
melhores resultados. (ilustração nossa, 2013) ............................................................ 40
Ilustração 12 – Distribuição do número de alunos do 7ºA pelas disciplinas com maiores
dificuldades. (ilustração nossa, 2013) ......................................................................... 40
Ilustração 13 – Distribuição do número de alunos do 7ºA pelas disciplinas preferidas.
(ilustração nossa, 2013) .............................................................................................. 40
Ilustração 14 - Distribuição por percentagem do nível habilitacional das mães dos
alunos do 7ºA. (ilustração nossa, 2013) ...................................................................... 41
Ilustração 15 - Distribuição por percentagem do nível habilitacional dos pais dos alunos
do 7ºA. (ilustração nossa, 2013) ................................................................................. 41
Ilustração 16 – Distribuição das profissões das mães dos alunos do 7ºA. (ilustração
nossa, 2013) ............................................................................................................... 41
Ilustração 17 - Distribuição das profissões dos pais dos alunos do 7ºA. (ilustração
nossa, 2013) ............................................................................................................... 41
Ilustração 18 - Distribuição do número de alunos do 7ºB pelas disciplinas preferidas.
(ilustração nossa, 2013) .............................................................................................. 42
Ilustração 19 - Distribuição do número de alunos do 7ºB pelas disciplinas com maiores
dificuldades. (ilustração nossa, 2013) ......................................................................... 42
Ilustração 20 – Expectativas vocacionais dos alunos do 7ºB. (ilustração nossa, 2013)
................................................................................................................................... 42
Ilustração 21 - Distribuição das profissões das mães dos alunos do 7ºB. (ilustração
nossa, 2013) ............................................................................................................... 43
Ilustração 22 - Distribuição das profissões dos pais dos alunos do 7ºB. (ilustração
nossa, 2013) ............................................................................................................... 43
Ilustração 23 – Estampa com a figura de Stravinsky desenhada por Picasso, fornecida
para a execução do exercício. (ilustração nossa, 2013) .............................................. 44
Ilustração 24 – Exercício executado por uma aluna do 7ºB com a figura na orientação
convencional. (ilustração nossa, 2013) ....................................................................... 45
Ilustração 25 - Exercício executado pela mesma aluna do 7ºB com a figura na
orientação invertida. (ilustração nossa, 2013) ............................................................. 45
Ilustração 26 – Estampa com modelos para a execução do exercício. (ilustração
nossa, 2013) ............................................................................................................... 46
Ilustração 27 - Estampa com outros modelos para a execução do exercício. (ilustração
nossa, 2013) ............................................................................................................... 47
Ilustração 28 – Exercício da aula observada 2, executado por uma aluna do 7ºA.
(ilustração nossa, 2013) .............................................................................................. 47
Ilustração 29 – Exercício da aula observada 2, executado por um aluno do 7ºA.
(ilustração nossa, 2013) .............................................................................................. 47
Ilustração 30 – Modelo explicativo dos objetivos do exercício da aula observada 3.
(ilustração nossa, 2013) .............................................................................................. 48
Ilustração 31 - Estampa com modelos para a execução do exercício da aula observada
3. (ilustração nossa, 2013) .......................................................................................... 49
Ilustração 32 - Exercícios da aula observada 3, executados por dois alunos do 7ºB.
(ilustração nossa, 2013) .............................................................................................. 49
Ilustração 33 - Exercícios da aula observada 4, executados por dois alunos do 7ºA.
(ilustração nossa, 2013) .............................................................................................. 51
Ilustração 34 - Exercício da aula observada 4, executado por uma aluna do 7ºB.
(ilustração nossa, 2013) .............................................................................................. 52
Ilustração 35 – Gráfico com a sobreposição dos Resultados da Avaliação Escolar e
Aferição da Aprendizagem Significativa do Exercício de Figura Invertida, da turma 7ºA.
(ilustração nossa, 2014) .............................................................................................. 69
Ilustração 36 - Gráfico com a sobreposição dos Resultados da Avaliação Escolar e
Aferição da Aprendizagem Significativa do Exercício de Figura Invertida, da turma 7ºB.
(ilustração nossa, 2014) .............................................................................................. 69
Ilustração 37 - Gráfico com a sobreposição dos Resultados da Avaliação Escolar e
Aferição da Aprendizagem Significativa do Exercício de Estrutura da Forma, da turma
7ºA. (ilustração nossa, 2014) ...................................................................................... 72
Ilustração 38 - Gráfico com a sobreposição dos Resultados da Avaliação Escolar e
Aferição da Aprendizagem Significativa do Exercício de Estrutura da Forma, da turma
7ºB. (ilustração nossa, 2014) ...................................................................................... 72
Ilustração 39 - Gráfico com a sobreposição dos Resultados da Avaliação Escolar e
Aferição da Aprendizagem Significativa do Exercício de Desenho do Rosto, da turma
7ºA. (ilustração nossa, 2014) ...................................................................................... 75
Ilustração 40 - Gráfico com a sobreposição dos Resultados da Avaliação Escolar e
Aferição da Aprendizagem Significativa do Exercício de Desenho do Rosto, da turma
7ºB. (ilustração nossa, 2014) ...................................................................................... 75
Ilustração 41 - Gráfico com a sobreposição dos Resultados da Avaliação Escolar e
Aferição da Aprendizagem Significativa do Exercício de Desenho com Grelha
perspetógrafo, da turma 7ºA. (ilustração nossa, 2014) ............................................... 78
Ilustração 42 - Gráfico com a sobreposição dos Resultados da Avaliação Escolar e
Aferição da Aprendizagem Significativa do Exercício de Desenho com Grelha
perspetógrafo, da turma 7ºB. (ilustração nossa, 2014) ............................................... 78
Ilustração 43 – Diagrama da Aprendizagem Significativa e Mecânica. (UNISINOS,
2014) .......................................................................................................................... 81
Ilustração 44 – Aprendizagem Significativa e produção de conhecimento (Cardápio
pedagógico, 2014) ...................................................................................................... 82
Ilustração 45 – Aprendizagens decorrentes da Aprendizagem Significativa, segundo a
Teoria de Ausubel (Xavier, 2005, p.20) ....................................................................... 83
Ilustração 46 – Alguns conceitos básicos da teoria de Ausubel (Moreira e Buchweitz,
1993) .......................................................................................................................... 84
Ilustração 47 – Mapa conceptual para a Teoria da Aprendizagem Significativa
(Moreira, 2010) ........................................................................................................... 85
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Evolução da população residente na Região Autónoma dos Açores desde
1960 até 2011. ............................................................................................................ 23
Tabela 2 – Distribuição da população portuguesa ativa por regiões e atividade
económica de acordo com os Censos de 2011. .......................................................... 23
Tabela 3 - Distribuição da População portuguesa segundo o nível de escolaridade
atingido e taxa de analfabetismo, em percentagem e em valores absolutos, em 2011 24
Tabela 4 – Distribuição da População açoriana por grupos etários em 2001 e 2011, em
percentagem e em valores absolutos ......................................................................... 24
Tabela 5 - Cronograma do Plano de Ação do Projeto ................................................. 36
Tabela 6 – Horário das aulas observadas/participadas de Educação Visual e Horário
letivo de docência ....................................................................................................... 38
Tabela 7 – Plano de Aula Observada nº1 ................................................................... 44
Tabela 8 - Plano de Aula Observada nº2 .................................................................... 46
Tabela 9 - Plano de Aula Observada nº3 .................................................................... 48
Tabela 10 - Plano de Aula Observada nº4 .................................................................. 50
Tabela 11 - Inquérito I sobre o exercício de Figura Invertida da Aula Observada I ..... 57
Tabela 12 - Inquérito II sobre o exercício de Desenho de Estrutura da Forma –
Desenho Linear, da Aula Observada II ....................................................................... 61
Tabela 13 - Inquérito III sobre o exercício de Desenho do Rosto, da Aula Observada III
................................................................................................................................... 62
Tabela 14 - Inquérito IV sobre o exercício de Desenho com Grelha Perspetógrafo, da
Aula Observada IV ...................................................................................................... 64
Tabela 15 – Resultados da Avaliação Escolar e Aferição da Aprendizagem
Significativa do Exercício de Figura Invertida, da turma 7ºA. ...................................... 68
Tabela 16 - Resultados da Avaliação Escolar e Aferição da Aprendizagem Significativa
do Exercício de Figura Invertida, da turma 7ºB. .......................................................... 68
Tabela 17 – Média e Desvio Padrão da Avaliação Escolar e Coeficiente de Correlação
de Pearson, do Exercício de Figura Invertida, da turma 7ºA. ...................................... 69
Tabela 18 - Média e Desvio Padrão da Avaliação Escolar e Coeficiente de Correlação
de Pearson, do Exercício de Figura Invertida, da turma 7ºB. ...................................... 70
Tabela 19 - Resultados da Avaliação Escolar e Aferição da Aprendizagem Significativa
do Exercício de Desenho de Estrutura da Forma, da turma 7ºA. ................................ 71
Tabela 20 - Resultados da Avaliação Escolar e Aferição da Aprendizagem Significativa
do Exercício de Desenho de Estrutura da Forma, da turma 7ºB. ................................ 71
Tabela 21 – Média e Desvio Padrão da Avaliação Escolar e Coeficiente de Correlação
de Pearson, do Exercício de Figura Invertida, da turma 7ºA. ...................................... 72
Tabela 22 – Média e Desvio Padrão da Avaliação Escolar e Coeficiente de Correlação
de Pearson, do Exercício de Figura Invertida, da turma 7ºB. ...................................... 73
Tabela 23 - Resultados da Avaliação Escolar e Aferição da Aprendizagem Significativa
do Exercício de Desenho do Rosto, da turma 7ºA. ..................................................... 74
Tabela 24 - Resultados da Avaliação Escolar e Aferição da Aprendizagem Significativa
do Exercício de Desenho do Rosto, da turma 7ºB. ..................................................... 74
Tabela 25 – Média e Desvio Padrão da Avaliação Escolar e Coeficiente de Correlação
de Pearson, do Exercício de Desenho do Rosto, da turma 7ºA. ................................. 75
Tabela 26 – Média e Desvio Padrão da Avaliação Escolar e Coeficiente de Correlação
de Pearson, do Exercício de Desenho do Rosto, da turma 7ºB. ................................. 76
Tabela 27 - Resultados da Avaliação Escolar e Aferição da Aprendizagem Significativa
do Exercício de Desenho com Grelha Perspetógrafo, da turma 7ºA. .......................... 77
Tabela 28 - Resultados da Avaliação Escolar e Aferição da Aprendizagem Significativa
do Exercício de Desenho com Grelha Perspetógrafo, da turma 7ºB. .......................... 77
Tabela 29 – Média e Desvio Padrão da Avaliação Escolar e Coeficiente de Correlação
de Pearson, do Exercício de Desenho com Grelha perspetógrafo, da turma 7ºA. ...... 78
Tabela 30 – Média e Desvio Padrão da Avaliação Escolar e Coeficiente de Correlação
de Pearson, do Exercício de Desenho com Grelha perspetógrafo, da turma 7ºB ....... 79
Tabela 31 – Matriz Curricular do 3º ciclo de acordo com Decreto-Lei n.º 139/2012 de 5
de julho Diário da República, 1.ª série — N.º 129 — 5 de julho de 2012 ..................... 89
Tabela 32 - Conteúdos Programáticos do Programa de Educação Visual - Ajustado . 90
Tabela 33 – Finalidades e Objetivos Gerais estabelecidos pelo Programa da disciplina
de Educação Visual .................................................................................................... 92
Tabela 34 - Parâmetros de Avaliação estabelecidos no Programa de Educação Visual
................................................................................................................................... 93
Tabela 35 – Desenvolvimento dos Parâmetros de Avaliação estabelecidos no
Programa de Educação Visual .................................................................................... 94
Tabela 36 - Metas Curriculares Educação Visual para o 7.° Ano - Domínios de
referência, objetivos e descritores de desempenho - Despacho nº 15971/2012 de 7 de
Dezembro ................................................................................................................... 96
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS
AAS - Aferição da Aprendizagem Significativa
AE - Avaliação Escolar
APECV - Associação dos Professores de Expressão e Comunicação Visual
EV - Educação Visual
D.G.E.B.S. - Direcção Geral dos Ensinos Básico e Secundário
DREF - Direção Regional da Educação e Formação dos Açores
EBS - Escola Básica e Secundária
GAVE - Gabinete de Avaliação Educacional
MC - Metas Curriculares
MEC - Ministério da Educação e Ciência
PAA - Plano Anual de Atividades
PEE - Projeto Educativo Escolar
RAA - Região Autónoma dos Açores
TAS - Teoria da Aprendizagem Significativa
SUMÁRIO
1. Introdução .............................................................................................................. 19
2. Problemática .......................................................................................................... 21
2.1. Descrição do contexto ..................................................................................... 21
2.1.1. Contexto educativo e sociocultural da Região Autónoma dos Açores ....... 21
2.1.2. Contexto educativo e sociocultural da Escola Básica e Secundária das Lajes do Pico na Ilha do Pico .............................................................................. 25
2.2. Definição da problemática ............................................................................... 28
3. Objetivos do projeto ............................................................................................... 31
4. Metodologia............................................................................................................ 33
4.1. Metodologia do Projeto .................................................................................... 33
4.2. Plano de ação ................................................................................................. 36
4.3. Caracterização da população .......................................................................... 38
4.4. Observação de aulas ....................................................................................... 43
4.5. Inquéritos aos discentes .................................................................................. 53
5. Análise e Recolha de Dados .................................................................................. 67
5.1. Apresentação e avaliação dos dados .............................................................. 67
6. Fundamentação Teórica ........................................................................................ 81
6.1. A Teoria da Aprendizagem Significativa .......................................................... 81
6.2. O objeto de ensino da disciplina de Educação Visual: Práticas de ensino-aprendizagem para os processos de leitura e produção visual ............................... 88
6.3. As metas curriculares e a sua aplicação na disciplina de Educação Visual ..... 95
7. Conclusão .............................................................................................................. 99
7.1. Conclusões Finais ........................................................................................... 99
Referências .............................................................................................................. 101
Bibliografia ................................................................................................................ 103
Apêndices ................................................................................................................. 105
Apêndice A ........................................................................................................... 109
Apêndice B ........................................................................................................... 115
APÊNDICE C .......................................................................................................... 121
ANEXOS .................................................................................................................... 127
ANEXO A ............................................................................................................... 131
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 19
1. INTRODUÇÃO
O presente relatório de estágio tem como tema “Leitura e produção visual: práticas
letivas através da Aprendizagem Significativa” e resulta do estágio curricular
desenvolvido na Escola Básica e Secundária das Lajes do Pico no ano letivo de
2012/2013, no âmbito do Mestrado em Ensino de Artes Visuais no 3ºciclo do Ensino
Básico e no Ensino Secundário da Universidade Lusíada de Lisboa.
O trabalho de investigação desenvolvido centra-se na problemática do desempenho
discente referenciado pelas Metas Curriculares do Ministério da Educação e Ciência
(MEC), na disciplina de Educação Visual (EV), tendo sido aferido o contributo de
práticas letivas enquadradas pela Teoria da Aprendizagem Significativa (TAS).
As Metas Curriculares são um referencial de grande importância na instituição
educativa, servindo a avaliação externa de alunos e de escolas. Como tal, considerou-
se relevante que a experiência de estágio possibilitasse a verificação de uma
influência positiva da aplicação dos pressupostos preconizados pela TAS, para o
alcançar das mesmas.
Procurou-se, desta forma, pôr em prática processos de ensino com recurso a
aprendizagem significativa, na disciplina de EV, aferindo a sua eficácia na melhoria da
qualidade das aprendizagens discentes e no desempenho escolar. Estes tinham como
objetivo o alcançar das Metas Curriculares, tendo sido feita recolha e análise de dados
que permitam criar conclusões relativas a esta problemática.
Adotou-se uma metodologia de investigação-ação estruturada por diversos planos de
ação sucessivamente reformulados com base nas necessidades encontradas no
terreno e desenvolvidos a partir de um dos princípios basilares da TAS - para melhor
ensinar deve-se conhecer primeiro aquilo que o aluno sabe e orientar as
aprendizagens em função desse facto - em função da estrutura cognitiva do aluno.
Deste modo, implementaram-se inquéritos sucessivamente aperfeiçoados e no
decorrer desse ano letivo, procurou-se a construção de indicadores de aferição que
possibilitassem discernir se as aprendizagens estavam a ser de facto significativas,
para assim melhor poder avaliar o contributo destas práticas para o sucesso
educativo.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 20
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 21
2. PROBLEMÁTICA
2.1. DESCRIÇÃO DO CONTEXTO
O contexto educativo no qual se desenvolve este projeto localiza-se na Escola Básica
e Secundária das Lajes do Pico, no concelho das Lajes do Pico da Ilha do Pico.
2.1.1. CONTEXTO EDUCATIVO E SOCIOCULTURAL DA REGIÃO AUTÓNOMA
DOS AÇORES
O estágio pedagógico foi realizado no território da Região Autónoma dos Açores, na
Ilha do Pico.
Ilustração 1 - Mapa da Região Autónoma dos Açores. (Geopt, 2014)
Na caracterização deste contexto, importa fazer uma breve análise sobre os dados
sociodemográficos, culturais e políticos que particularizam o território da Região
Autónoma dos Açores na sua génese educativa.
Um dos aspetos mais relevantes da sociedade açoriana é a sua evolução
demográfica, fator intimamente relacionado com o movimento migratório que se fez
sentir desde a grande erupção do vulcão dos Capelinhos em 1958, na ilha do Faial.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 23
A população residente açoriana não recuperou do decréscimo abrupto originado pela
emigração das décadas de sessenta e setenta e não se registou o retorno à sua
região com a revolução de 1975, uma vez que a efetiva melhoria das condições de
vida ainda é um processo em desenvolvimento neste território.
Tabela 1 – Evolução da população residente na Região Autónoma dos Açores desde 1960 até 2011.
Fonte: INE (2011)
No que respeita às atividades económicas é inegável a importância do sector agrícola
na sociedade açoriana, como se verifica na tabela 2, observando-se no entanto que o
seu peso tem vindo a diminuir, tendo o sector dos serviços e da construção
aumentando a sua importância e melhorando a condição socioeconómica das famílias
açorianas.
Tabela 2 – Distribuição da população portuguesa ativa por regiões e atividade económica de acordo com os Censos de 2011.
Fonte: INE (2011)
Na caracterização da população estudante verifica-se um aumento significativo, do
grupo etário que frequenta o ensino secundário na última década, muito embora a
percentagem de alunos a frequentar o ensino superior ainda seja reduzida em relação
aos valores do continente.
Data 1960 1970 1981 1991 2001 2011
População Residente
327 480 289 091 243 410 237 583 241 763 246 772
Zona Geográfica
População economicamente ativa empregada
Total Primário Secundário Terciário
Norte 1501883 43023 2,8% 533848 35,5% 925012 61,7%
Centro 940211 35018 3,7% 282800 30,1% 622393 66,2%
Lisboa 1223276 8810 0,7% 203141 16,6% 1011325 82,7%
Alentejo 298691 28062 9,3% 65576 21,9% 205053 68,8%
Algarve 186191 6142 3,3% 29992 16,1% 150057 80,6%
Região Autónoma dos Açores 102127 8636 8,5% 21050 20,6% 72441 70,9%
Região Autónoma da Madeira
108808 3695 3% 18302 16,8% 86811 80,2%
Portugal 4361187 133386 3% 1154709 26,5% 3073092 70,5%
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Daniel Filipe Fortuna Pereira 24
Este afunilamento educativo deve-se a múltiplos fatores, sendo o isolamento
geográfico (e o elevado custo que dele advém para a continuação dos estudos
superiores fora da região), a baixa taxa de escolarização dos agregados familiares e a
falta de perspetivas profissionais, os principais contributos para o número reduzido de
alunos no ensino universitário.
A baixa taxa de escolarização é uma questão central no projeto educativo regional
açoriano. Como se verifica na tabela 3, apenas cerca de 10% da população possui
formação de nível superior e 73,7% possuem até ao 3º ciclo do Ensino Básico, de
acordo com os Censos de 2011 .
Tabela 3 - Distribuição da População portuguesa segundo o nível de escolaridade atingido e taxa de analfabetismo, em percentagem e em valores absolutos, em 2011
Zona Geo-
gráfica
Popu- lação
População residente segundo o nível de escolaridade atingido Taxa de
Analfabetism
o
Nenhum nível de escolari-dade
Ensino pré-
escolar
Ensino Básico Ensino Secun-dário
Ensino pós-
Secun-dário
Ensino Superior
1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo
Norte 3689682
(8%) 298201
(2,4%) 87951
(32,1%) 1183901
(12,3%) 453161
(15,8%) 583622
(15,1%) 556011
(0,7%) 27976
(13,5%) 498859
5,01%
Centro 2327755
(8,9%) 208837
(2,4%) 55994
(32,8%) 764092
(10%) 231784
(15,1%) 350665
(15,9%) 370067
(0,9%) 20295
(14%) 326021
6,39%
Lisboa 2821876
(7,5%) 210460
(2,6%) 73445
(24,1%) 679545
(8,3%) 233119
(16%) 452687
(19,5%) 550109
(1%) 28594
(21%) 593917
3,23%
Alentejo 757302
(12,2%) 92570
(2,4%) 17954
(31,3%) 237339
(9,7%) 73207
(15,5%) 117275
(16,3%) 123105
(0,8%) 5781
(11,9%) 90071 9,57%
Algarve 451006
(9,4%) 42540
(2,4%) 11064
(27,6%) 124617
(8,9%) 40084
(16,6%) 75084
(20,4%) 91960
(1,1%) 4786
(13,5%) 60871 5,36%
R. A. Açores 246772
(7,3%) 17930
(2,9%) 7193
(32,1%) 79184
(14,6%) 36050
(16,8%) 41382
(14,7%) 36275
(0,8%) 2185
(10,7%) 26573 4,68%
R. A. Madeira 267785
(9,2%) 24602
(3,1%) 8204
(31,4%) 84100
(11,7%) 31251
(15%) 40249
(15,9%) 42797
(1,1%) 2994
(12,5%) 33588 6,99%
Portugal 10562178 (8,5%) 895140
(2,5%) 261805
(29,8%) 3152778
(10,4%) 1098656
(15,7%) 1660964
(16,8%) 1770324
(0,9%) 92611
(15,4%) 1629900
5,23%
Fonte: INE (2011)
Tabela 4 – Distribuição da População açoriana por grupos etários em 2001 e 2011, em percentagem e em valores absolutos
Fonte: INE (2011)
Zona Geográfica:
Região Autónoma dos Açores
População residente
Em 2001 Em 2011
Total Grupos etários Total Grupos etários
HM 0-14 15-24 25-64 65 ou mais HM 0-14 15-24 25-64 65 ou mais
Percentagem População residente
100% 21,4% 17% 48,6% 13% 100% 17,9% 14,1% 54,9% 13,1%
População residente
241763 51767 41092 117585 31319 246772 44197 34731 135466 32378
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
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A vila das Lajes baseou a sua economia na atividade agrícola, com a plantação de
cereais e crescente atividade vinícola, produzindo nos seus solos vulcânicos o vinho
Verdelho. Atualmente, a região vinícola está designada Paisagem Protegida de
Interesse Regional da Cultura da Vinha da Ilha do Pico e encontra-se classificada
como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO.
A grande atividade que se destacou na vila até ao final do século passado é a
baleação conferindo-lhe a designação de vila baleeira. A caça à baleia marcou
profundamente a região e propulsou o desenvolvimento de uma atividade económica e
cultural em torno deste cetáceo, nomeadamente na criação de indústrias de
transformação de cachalote em óleos, farinhas e adubos, na construção artesanal de
botes baleeiros, e edificação de equipamentos de apoio à atividade.
Atualmente são promovidas atividades de observação de cetáceos que mantêm vivo o
espírito Baleeiro das Lajes do Pico, e os antigos equipamentos baleeiros foram
reconvertidos em museus: Museu dos Baleeiros e Museu da Fábrica da Baleia.
O pendor cultural deste concelho, como em muitos outros dos Açores traduz-se em
manifestações religiosas, nesta vila consumadas na festa da Semana dos Baleeiros, e
um forte associativismo, destacando-se muitas associações recreativas filarmónicas,
associações desportivas e um jornal centenário da região “O Dever”.
Ilustração 5 – Regata de Botes Baleeiros na festa da Semana dos Baleeiros nas Lajes do Pico. (Ilustração nossa, 2013)
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 27
No que respeita à Escola Básica e Secundária das Lajes do Pico, esta constituiu-se
enquanto instituição de ensino público no ano letivo de 1977/1978, pela Portaria
776/77 de 22 de Dezembro, tendo sido posteriormente agrupada numa unidade
orgânica englobando todos os estabelecimentos desde o pré-escolar ao ensino
secundário.
Na Escola funcionam, para além do ensino regular, o ensino artístico vocacional, que
faculta o Curso Básico de Música, o equivalente ao 5º grau dos Conservatórios de
Música, o ensino profissional (designado por cursos PROFIJ), o ensino recorrente
noturno e apoios ao nível do ensino especial (Núcleo de Educação Especial).
As turmas que acompanhei durante o período de estágio pertencem ao 7º ano de
escolaridade constituídas por 21 e 17 alunos respetivamente. A turma A possui 15
alunos inscritos na disciplina de Educação Visual (frequentando os restantes o ensino
artístico vocacional de musica) e a turma B possui 12 alunos inscritos nesta disciplina.
Durante este ano letivo, no qual exerci a atividade de docente, aprofundei questões
relativas ao ensino-aprendizagem de conhecimentos no campo das artes visuais e ao
desenvolvimento e aperfeiçoamento de noções básicas de desenho no âmbito
operativo genérico da comunicação visual. Estas reflexões foram colocadas em prática
através de uma metodologia investigação-ação orientadora da ação docente.
Ilustração 6 - Vista para a Escola Básica e Secundária das Lajes do Pico e Montanha do Pico (ilustração nossa, 2013)
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 28
2.2. DEFINIÇÃO DA PROBLEMÁTICA
São muitos os referenciais que podem nos orientar na compreensão do processo educativo e na construção de estratégias de ensino e de avaliação que efetivamente contribuam para a formação dos nossos alunos. (...) a Teoria da Aprendizagem é um referencial essencial para a organização, desenvolvimento e avaliação do ensino e da aprendizagem. (...) acredito que parte dos atuais problemas educacionais decorre do facto do conceito de aprendizagem ainda ser polissémico entre os sujeitos que integram o sistema eduativo. (Lemos, 2006, p.54)
As práticas letivas na disciplina de Educação Visual (EV), enquadradas pela Teoria da
Aprendizagem Significativa (TAS), são a temática principal do presente trabalho.
Trata-se de uma problemática que neste trabalho se enquadra através da prática
reflexiva de investigação-ação desenvolvida durante o meu estágio curricular.
A referência do sucesso esperado para as atividades letivas em causa encontra-se
patente no estabelecido pelas Metas Curriculares (MC) para EV. A aplicação destas
orientações tem um carácter obrigatório, conforme o estabelecido pelo Despacho nº
15971/2012 de 7 de Dezembro, tratando-se portanto de um referencial incontornável
no que concerne à temática da avaliação externa de escolas e de alunos.
Apesar dos objetivos das Metas Curriculares se encontrarem devidamente expressos,
estas são omissas, na maioria das vezes, de orientações acerca do percurso a
desenvolver para as alcançar. Por outro lado, é evidente a necessidade de articulação
das mesmas com o programa de EV e essa interdependência é legível, parcialmente,
nas próprias MC, mas parece estar ainda por fazer uma correlação mais estruturada
entre estes dois documentos. Verifica-se ainda que a fundamentação expressa das
MC e do programa de EV pode ser muito mais desenvolvida e discutida.
Para aperfeiçoar o modo metodologico para alcançar estas metas, ou qualquer outro
objetivo pedagógico, haverá que eleger um caminho, um modelo conceptual e
consequentes modelos de análise da realidade de estudo, para a partir dai ser
possível a criação de dispositivos táticos para intervir sobre o problema. Optou-se por
encetar esta análise à problemática a partir dos pressupostos da TAS, corrente de
pensamento oriunda da psicologia construtivista, e a partir da intervenção em campo
guiada pelo método da Investigação-Ação.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 29
O modelo de análise e formulação enquadrado pela TAS permite-nos trabalhar a partir
do problema encontrado da existência de um desfasamento entre objetivos expressos
e conhecimento de estratégias pedagógicas a usar para alcançar os objetivos.
O programa de EV é um referencial que dá alguma orientação para a formulação de
tais instruções pedagógicas, mas é um guião que permanece ainda, bastante
atomizado, pouco sistematizado relativamente à sua fundamentação e como tal, diz-
nos por vezes o que fazer, mas ainda pouco do como e o porquê fazer.
Para dar resposta a esse como e porquê há que perceber a natureza das operações
que os alunos deverão realizar, assim como a natureza das competências que, mais
adiante, deverão ser capazes de desenvolver.
Através da TAS, percebemos que a aquisição de competências e o desenvolvimento
do saber se dá por excelência quando a estrutura cognitiva do individuo é
reestruturada por aprendizagens significativas, ou seja, quando os conhecimentos
antigos são modificados e dão lugar novos elementos cognitivos cada vez mais
diferenciados e estáveis. Pelo contrário, quando se aprende de forma mecânica, por
repetição fica-se mais distante da autonomia individual e da competência, opera-se
com apoio na memória ou no automatismo. Desejavelmente, a praxis da leitura e da
produção visual deverá afastar-se desta falta de autonomia individual ou de qualquer
entrave colocado por automatismos acríticos – quer na leitura quer na produção.
Revela-se então, fundamental, a racionalização acerca dos conceitos envolvidos no
exercício de uma determinada competência, e como tal, mais do que garantir que os
alunos memorizam um determinado conjunto de preceitos (informações literais,
organizadas cognitivamente de forma arbitrária) acerca da leitura e produção visual,
importa que os mesmos sejam capazes de efectivamente operar a partir das noções,
para assim serem capazes de verdadeiramente exercer uma competência. Esse
operar de conteúdos de um determinado saber ocorre somente quando acontece na
estrutura cognitiva do aluno e nela se determinam quais as ações a tomar.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 30
Naturalmente que, como em qualquer processo de ação humana, intervêm no
processo cognitivo influências diversas ditadas pela experiência do indivíduo, crenças,
valores, pontos de vista pessoais, princípios externos impostos ou seguidos
espontaneamente.
Pretende-se salientar que apesar de todos estes elementos interferirem, a educação
do individuo continua a poder possibilitar um corpo de conhecimentos
operacionalizável que lhe vai permitir fundamentar técnica e cientificamente a sua
ação no mundo, contrapondo isso ao condicionamento que as doutrinas impostas
possam ditar.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 31
3. OBJETIVOS DO PROJETO
O objetivo central deste trabalho de investigação prende-se com a aferição de práticas
e dinâmicas de sala de aula que aumentem a eficácia dos processos educativos na
melhoria do cumprimento das Metas Curriculares (MC) no âmbito da disciplina de
Educação Visual.
A hipótese a testar é verificar se existe um contributo positivo da utilização de
abordagens fundamentadas pela Teoria da Aprendizagem Significativa, visando-se
que alunos e professores alcancem os objetivos definidos pelas MC.
A recolha e análise de dados procura sustentar a aferição da influência dos processos
de aprendizagem significativa, promovidos no terreno pelos docentes, na qualidade
das aprendizagens demonstradas na execução de quatro exercícios que decorreram
ao longo do ano.
Em cada exercício foram recolhidos dados de observação de aula, avaliação docente
dos exercícios perante parâmetros escolares habituais – relativos aos resultados
evidenciados pelo cumprimento do estipulado nos enunciados – confrontando-se estes
dados com os recolhidos de diversos inquéritos incidentes sobre os exercícios com o
objetivo de testar e aferir até que ponto as aprendizagens envolvidas nos exercícios
estavam a ser significativas, analisando-se posteriormente o resultado do contributo
desta forma de aprender para o sucesso geral dos resultados escolares de cada
aluno.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
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Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 33
4. METODOLOGIA
4.1. METODOLOGIA DO PROJETO
Este trabalho de projeto procurará responder aos seus objetivos, através de uma
metodologia de intervenção investigação-ação, na qual tomo um papel ativo e
interveniente na situação educativa como investigador.
Informam esta prática reflexiva, para além dos dados recolhidos imediatamente em
contexto de sala de aula, a utilização também de instrumentos metodológicos de
recolha de dados de forma sistematizada como sejam a avaliação de exercícios e da
prestação e evolução dos alunos, assim como questionários colocados aos discentes.
No campo das metodologias de investigação socioeducativas foi eleita a metodologia
de investigação-ação de Kurt Lewin (1946, p. 34-46) por melhor se enquadrar no
desenvolvimento deste projeto, relativamente à orientação da prática educativa com o
objetivo de melhorar o ensino e as aprendizagens na sala de aula, através de uma
predisposição para a reflexão e crítica da ação.
Ela implica o abandono do praticismo não reflexivo, favorece, quer a colaboração interprofissional, quer a prática pluridisciplinar – quando não interdisciplinar ou mesmo transdisciplinar – e promove, inegavelmente, a melhoria das intervenções em que é utilizada. (Almeida, 2001, p.175)
Esta metodologia envolve uma primeira fase de planificação (plano de ação) na qual
se determina a problemática objeto de análise, uma fase de ação subsequente na qual
são implementadas em contexto de aula os planos de ação definidos e se procede à
sua observação e finalmente uma fase de reflexão onde avaliarei e refletirei a partir da
ação os resultados observados.
Desenvolve-se esta metodologia, por conseguinte, numa espiral de ciclos de
planificação, ação, observação e reflexão, sendo um processo sistemático de
aprendizagem orientado para a praxis em contexto de sala de aula.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 34
Ilustração 7 – Espiral auto-reflexiva Lewiniana. (Fernandes, 2004, p.7)
A nível de orientação para a abordagem de intervenção na situação educativa,
referenciei-me pelo modelo teórico de aprendizagem vinculado pela Teoria da
Aprendizagem Educativa, de modo a procurar alcançar as competências e requisitos
previstos nas Metas Curriculares.
Para este efeito, a Teoria da Aprendizagem Significativa tem a premissa da construção
do conhecimento através da alteração contínua da estrutura cognitiva do aluno
relativamente aos conteúdos do conhecimento. Posiciona o aluno como ser pensante,
construtor constante do seu próprio conhecimento, ao invés de um repositório de
conhecimentos acumulados. “As leis e os modelos científicos deverão ser entendidos
como construções explicativas feitas pelos cientistas, não descobertas” (Moreira e
Valadares, 2009, p.114).
David Ausubel aponta nesta teoria o conceito básico de subsunçor – um conhecimento
prévio relativamente estável em termos cognitivos, com significados estabelecidos,
que deverá servir de ancoradouro para novas significações – a referida construção dos
conhecimentos. Trata-se de um processo interativo em que aquilo que o discente sabe
previamente se mostra determinante pois é o principal factor de influência sobre as
novas aprendizagens.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 35
Consequência disso é a necessidade de se trabalhar com materiais didáticos
potencialmente significativos – bem organizados, estruturados, aprendíveis,
estabelecidos de acordo com os conhecimentos prévios dos alunos. Esta é apontada
como condição necessária para o sucesso da aprendizagem significativa como indica
Moreira e Valadares (2009, p.54).
Uma outra condição cumulativa para o sucesso das aprendizagens significativas
prende-se com a predisposição para aprender de tal forma - significativa - ou seja,
relacionar de modo não arbitrário e não-literal os novos conhecimentos com os
preexistentes, razão pelo qual, este fator deve ser necessariamente verificado para o
sucesso desta metodologia de intervenção.
Quando o discente carece de conhecimentos prévios que lhe permitam estruturar os
novos conhecimentos, atribuindo novos significados, pode dizer-se que a
aprendizagem acontece de forma mecânica. Este tipo de aprendizagem não possibilita
a transferência da capacidade operativa para situações novas. É portanto possível
aferir o sucesso da aprendizagem significativa quando verificamos no aluno a
capacidade de resolver problemas diferentes que requeiram os mesmos
conhecimentos – a aferição do sucesso das aprendizagens significativas baseia-se
então em todas estas premissas para ser possível analisar os resultados que surtem
da intervenção pedagógica e reformular estratégias didáticas em função dos mesmos,
conforme preconizado pela metodologia de investigação-ação.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 37
Para auxiliar na análise dos resultados do conjunto de dados recolhidos na
observação docente, procurou-se ir aperfeiçoando os inquéritos e estabelecer
indicadores para destrinçar mais facilmente se a aprendizagem estava a ser
significativa e quais as aprendizagens mais relevantes para o sucesso geral de cada
aluno na resolução dos problemas propostos, visando o alcançar de vários pontos
prioritários referenciados pelas Metas Curriculares.
Desta necessidade surge a criação de um parâmetro avaliativo que designamos de
Aferição de Aprendizagem Significativa (AAS) no qual se procura dar uma expressão
numérica – como um sistema de pontuação de uma avaliação sumativa comum - que
não tem nenhum significado aritmético diretamente relacionado com outros sistemas
de avaliação quantitativa, mas surge antes como um modo de melhor poder trabalhar
a analise dos dados recolhidos.
Segundo Pérez Serrano (1990, p.24), qualquer paradigma ou modelo de que se adote
condiciona os procedimentos do estudo que servem a investigação. Cada modelo de
investigação propõe uma conceção distinta do que é a investigação: como investigar,
que investigar e para quê investigar.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 38
4.3. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO
A população do projeto de estudo é constituída por duas turmas do 7º ano de
escolaridade, tendo sido desenvolvido com os alunos inscritos na disciplina de
Educação Visual.
Em paralelo com o estágio académico, exerci a docência no ensino artístico
vocacional de música, nos três primeiros graus, referentes ao 5º, 6º e 7ºano de
escolaridade, na disciplina de instrumento Guitarra Clássica, Formação Musical e
Classe de Conjunto de acordo com o horário definido pela EBS das Lajes do Pico.
Tabela 6 – Horário das aulas observadas/participadas de Educação Visual e Horário letivo de docência
Horário Segunda Terça Quarta Quinta Sexta
08.30 09.15
7ºA – Ed. Visual 5ºB – Instrum.
09.15 10.00
7ºA – Ed. Visual 5ºB – Instrum.
10.15 11.00
5ºA – Instrum. 7ºB – Instrum. 5ºA – Instrum. 7ºB – Instrum. 6ºB – Instrum.
11.00 11.45
5ºA – Instrum. 7ºB – Instrum. 5ºA – Instrum. 7ºB – Instrum. 6ºB – Instrum.
12.00 12.45
Formação Musical I - 5ºB
12.45 13.30
Formação
Musical I - 5ºB
13.45 14.30
CNL 7ºB – Ed. Visual
14.30 15.15
CNL 7ºB – Ed. Visual 6ºB – Instrum. 10ºB - Desenho
15.30 16.15
7ºA – Instrum. 6ºB – Instrum. 10ºB - Desenho
16.15 17.00
Orquestra 7ºA – Instrum. Classe de Conjunto – 7A
10ºB - Desenho
17.00 17.45
Orquestra Classe de Conjunto – 7A
horário das aulas observadas/participadas de Ed. Visual, no âmbito do estágio
horário letivo de docência do ensino vocacional de música
As aulas observadas/participadas nas turmas do 7ºA e 7ºB iniciaram-se no mês de
Setembro, mês em que se iniciou a minha atividade docente na disciplina de
Instrumento do ensino artístico vocacional. O horário letivo atribuído permitiu-me
acompanhar as duas turmas nos 2 blocos de 45minutos semanais que a disciplina de
EV possui no 3ºciclo do Ensino Básico. De forma esporádica, pude assistir e participar
nas aulas da disciplina de Desenho do 10ºano de Artes Visuais cujos planos de aula,
não sendo contemplados para presente investigação, se encontram em apêndice
neste trabalho.
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Ilustração 8 – Concerto com os alunos do ensino artístico vocacional de música. (Ilustração nossa, 2013)
Turma 7ºA
De acordo com o seu projeto curricular a turma, do 7ºA de 21 alunos, apresenta uma
média de idades de 13 anos sendo 25% dos seus alunos, repetentes. As disciplinas
em que ocorreram maior número de classificações escolares negativas são História,
Matemática e Inglês. De registar que na disciplina de Educação Visual se verifica um
aluno com classificação negativa e, por isso, foi proposto para frequência de apoio.
Ilustração 9 – Distribuição das classificações negativas dos alunos do 7ºA por disciplinas. (ilustração nossa, 2013)
Ilustração 10 – Distribuição de frequência de alunos do 7ºA a disciplinas
com apoio. (ilustração nossa, 2013)
Das disciplinas que apresentam melhores resultados no que respeita às classificações
escolares, a Educação Visual aparece no meio da tabela, havendo 5 alunos com a
nota máxima. A mesma não é considerada como disciplina com dificuldades para a
maioria dos alunos da turma sendo eleita a terceira disciplina preferida pela mesma
população.
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Ilustração 11 – Distribuição do número de alunos do 7ºA pelas disciplinas com melhores resultados. (ilustração nossa, 2013)
Ilustração 12 – Distribuição do número de alunos do 7ºA pelas disciplinas com maiores dificuldades. (ilustração nossa, 2013)
Ilustração 13 – Distribuição do número de alunos do 7ºA pelas disciplinas preferidas. (ilustração nossa, 2013)
As habilitações literárias dos pais dos alunos não registam estudos no ensino superior,
e apenas 10% das mães os possuem. Verifica-se que uma elevada percentagem,
cerca de 30%, de ambos elementos do agregado familiar possuem qualificações iguais
ou inferior ao 4º ano de escolaridade e que em média o nível habilitacional se situa no
6º ano de escolaridade.
Dado o nível habilitacional dos encarregados de educação as profissões
desempenhadas são as expectadas.
No que diz respeito às profissões exercidas pelas mães, evidencia-se uma
percentagem elevada (cerca de 30%) a desempenharem a atividade de doméstica.
Pelos pais estas encontram-se mais distribuídas sendo a agricultura a que possui
maior frequência absoluta.
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Aula Observada I
Tabela 7 – Plano de Aula Observada nº1
Plano de Aula
Data: Duração: 27 e 28 de Novembro; 90 minutos;
Conteúdos do exercício: Desenho Linear, Observação, Figura Humana, Tipologias de representação expressiva
Conceitos subjacentes ao exercício:
Direção
Proporção
Dimensão
Estratégias a Implementar:
Proposta de exercício de observação de uma figura humana fornecida numa estampa, primeiro com a orientação convencional e depois invertida verticalmente;
O primeiro registo de observação (orientação convencional) será livre e sem orientação dos docentes, pedindo-se apenas que seja feito através de desenho linear;
O segundo registo (figura invertida) deve ocorrer pela adição de pequenos troços contíguos da figura observada, partindo da parte para o todo;
Solicitar o comentário crítico no fim, de forma oral e escrita relativamente às dificuldades do exercício e relativamente a qual das abordagens produziu melhor resultado;
Recursos Didáticos:
Estampa com figura humana; Papel e lápis de grafite;
Avaliação da Aprendizagem:
A avaliação de aprendizagem nos termos escolarmente previstos (não a aprendizagem significativa) será realizada com recurso a grelha de avaliação.
Ilustração 23 – Estampa com a figura de Stravinsky desenhada por Picasso, fornecida para a execução do exercício. (ilustração
nossa, 2013)
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Ilustração 24 – Exercício executado por uma aluna do 7ºB com a figura na orientação convencional. (ilustração nossa, 2013)
Ilustração 25 - Exercício executado pela mesma aluna do 7ºB com a figura na orientação invertida. (ilustração nossa, 2013)
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Aula Observada II
Tabela 8 - Plano de Aula Observada nº2
Plano de Aula
Data: Duração: 5, 6, 12 e 13 de Março; 180 minutos;
Conteúdos do exercício: Desenho de Estrutura da forma, Tipologias de Representação Expressiva – Simplificação;
Linhas de contorno aparentes e de configuração;
Perceção das proporções naturais e das relações orgânicas.
Conceitos subjacentes ao exercício:
Desenho Linear
Direção/Dimensão/Proporção
Estratégias a Implementar:
Propôs-se o registo, pela observação, da estrutura invisível/geométrica de maneira a adequar os elementos que suportam a forma observada;
Os alunos deverão realizar várias tentativas de modo a que o registo se aproxime o mais possível da perceção;
Recursos Didáticos:
Estampas;
Quadro;
Projetor;
Papel e lápis de grafite;
Avaliação da Aprendizagem:
A avaliação de aprendizagem nos termos escolarmente previstos (não a aprendizagem significativa) será realizada com recurso a grelha de avaliação.
Ilustração 26 – Estampa com modelos para a execução do exercício. (ilustração nossa, 2013)
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 47
Ilustração 27 - Estampa com outros modelos para a execução do exercício. (ilustração nossa, 2013)
Ilustração 28 – Exercício da aula observada 2, executado por uma aluna do 7ºA. (ilustração nossa, 2013)
Ilustração 29 – Exercício da aula observada 2, executado por um aluno do 7ºA. (ilustração nossa,
2013)
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
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Aula Observada III
Tabela 9 - Plano de Aula Observada nº3
Plano de Aula
Data: Duração: 7, 8, 14 e 15 de Maio; 180 minutos;
Conteúdos do exercício: Interpretação e Representação;
Estrutura e Proporções do Rosto Humano, Módulo, Articulação de vistas planimétricas;
Conceitos subjacentes ao exercício:
Desenho linear
Simetria
Proporção/Dimensão
Estrutura da Forma
Estratégias a Implementar:
Representar rostos, pela observação de modelos apresentados em vista frontal complementada por vista de perfil;
Os alunos deverão procurar estruturar os desenhos a partir da decomposição nos elementos constituintes da cara, trabalhando a partir da proporção como relação entre dimensões, procurando usar módulos dimensionais para a composição;
Recursos Didáticos:
Estampas;
Quadro;
Papel e lápis de grafite;
Avaliação da Aprendizagem:
A avaliação de aprendizagem nos termos escolarmente previstos (não a aprendizagem significativa) será realizada com recurso a grelha de avaliação.
Ilustração 30 – Modelo explicativo dos objetivos do exercício da aula observada 3. (ilustração nossa, 2013)
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 49
Ilustração 31 - Estampa com modelos para a execução do exercício da aula observada 3. (ilustração nossa, 2013)
Ilustração 32 - Exercícios da aula observada 3, executados por dois alunos do 7ºB. (ilustração nossa, 2013)
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
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Aula Observada IV
Tabela 10 - Plano de Aula Observada nº4
Plano de Aula
Data: Duração: 21, 22, 28 e 29 de Maio; 180 minutos;
Conteúdos do exercício: Representação por observação mediada por quadrícula.
Conceitos subjacentes ao exercício:
Proporção/Dimensão
Desenho linear
Módulo
Direção
Valor Tonal
Posição
Estratégias a Implementar:
Os alunos deverão reproduzir pela observação mediada por grelha perspectógrafo várias ilustrações.
Deverá procurar-se a utilização sistematizada de localização e transferência de referências visuais observadas e medidas pelo perspectógrafo.
Procurar o resultado final pela conjugação das partes, libertando as preocupações com a expressão para momento em que a configuração formal já esteja bem dominada no suporte.
Recursos Didáticos:
Grelha Perspectógrafo;
Estampas;
Quadro;
Projetor;
Papel e lápis de grafite;
Avaliação da Aprendizagem:
A avaliação de aprendizagem nos termos escolarmente previstos (não a aprendizagem significativa) será realizada com recurso a grelha de avaliação.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
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Ilustração 33 - Exercícios da aula observada 4, executados por dois alunos do 7ºA. (ilustração nossa, 2013)
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
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Ilustração 34 - Exercício da aula observada 4, executado por uma aluna do 7ºB. (ilustração nossa, 2013)
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 53
4.5. INQUÉRITOS AOS DISCENTES
Os sucessivos inquéritos, colocados aos alunos de forma sistemática após a
realização de cada um dos quatro exercícios contemplados neste projeto de
investigação, pretenderam aferir sobretudo a existência e a qualidade das pretendidas
aprendizagens significativas.
Procurou-se, através deste instrumento metodológico, identificar os conhecimentos
prévios dos alunos, testando através das questões, indícios de os mesmos terem sido
eficazmente mobilizados na resolução dos exercícios
Os inquéritos foram aplicados às turmas do 7ºA e 7ºB da Escola Básica das Lajes do
Pico no decorrer do ano letivo. Foram realizados quatro inquéritos, um para cada um
dos exercícios previstos neste estudo. Cada inquérito foi colocado sempre uma ou
duas aulas após o exercício a que se referem, de modo a os discentes poderem dispôr
de algum afastamento temporal em relação aos mesmos, possibilitando dados
cognitivos já reflexivos, mas não um afastamento excessivo que pudesse suscitar
dúvidas ao aluno sobre as dificuldades com que lidou e considerandos que fez
relativos ao trabalho realizado.
A prática de recolha de informação através dos inquéritos e da observarão de aula foi
sendo sucessivamente revista de modo a aperfeiçoar a informação trazida pelos
dados de modo a aferir a qualidade das aprendizagens realizadas e sobretudo o modo
como estavam a ocorrer, isto é, se estavam a ser significativas.
As questões colocadas pelos inquéritos aos alunos foram de resposta de escolha
múltipla, procurando-se assim obter respostas mais precisas. As mesmas foram
criadas recorrendo a uma linguagem clara e acessível, fortemente referenciada pelos
conceitos abordados e explanados durante as aulas.
Estes inquéritos são assim uma ferramenta metodológica de apoio à observação
docente, que visam informar a orientação didática, conforme é explanado no capítulo
da Metodologia, através de processo de investigação-ação, procurando assim que os
resultados possam alterar a maneira como a ação didática é conduzida. Isto vem ao
encontro de um dos pressupostos principais da TAS que é conhecer o que o aluno
sabe para a partir de ai operar a construção de conteúdo através da reorganização
cognitiva.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 54
Procura-se que as ideias âncora – subsunçores - (que tem de já estar presentes,
quando assim não acontece identifica-se logo à partida uma situação de dificuldade de
aprendizagem do aluno à qual deve ser dada toda a prioridade) se alterem, ganhando
significados cada vez elaborados, substantivos, interligados de forma não literal, e que
sejam cada vez mais distintos uns dos outros e estáveis, para que o domínio sobre a
matéria seja cada vez maior.
Para cada exercício, foi programado pelos discentes, uma abordagem tática incidente
de forma muito intensa nos conteúdos mais relevantes para a sua resolução,
identificando temas e conceitos-chave.
Nestes desafios colocados aos discentes estiveram sempre patentes os vários
domínios e indicações previstas nas MC e pelo programa de EV, bem como outras
problemáticas-chave da leitura e produção visual. Para além desta priorização de
conceitos, a observação de aula e análise de inquéritos foi permitindo, ao longo do
tempo, o discernir de diversas outras temáticas prioritárias que surgiam em vários
alunos, relacionadas com falhas de base nos subsunçores relativos a conceitos
epistemologicamente basilares, que minam toda a procedência de aprendizagens que
deveria, a partir destes ser construída.
Esta definição de conceitos prioritários foi planeada e definida como estratégia
metodológica a pôr em prática pelos docentes, tal como a fundamentação
metodológica deste trabalho de investigação assente na TAS ação proclama.
Para a estruturação do inquérito foram tidos em conta os pressupostos de João
Moreira (2009, p.9).
1) O investigador tem uma ideia clara do que pretende saber;
Pretende-se saber se os alunos adquiriram aprendizagens significativas de conteúdos
envolvidos nos exercícios. Seria contudo possível resolver os exercícios não
recorrendo a este tipo de aprendizagem - o aluno usaria nesses caso aquilo que é
descrito no capítulo da Fundamentação Teórica como aprendizagem mecânica.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 55
Importa aqui, portanto, que as questões colocadas sejam suficientemente elucidativas
a respeito desta dicotomia, de modo a poder deixar o mais claro possível que, perante
a resposta dada pelo aluno no inquérito e a observação de aula do mesmo, foi usado
conhecimento que só poderia ser mobilizado através de conteúdos aprendidos
significativamente. Uma experiencia de despiste eficaz, nos casos que suscitem mais
duvidas, será verificar se o aluno foi capaz de resolver problemas semelhantes com
aparências diferentes, ou se foi capaz de resolver um problema novo, até nunca
resolvido por si, recorrendo a conhecimentos articulados em raciocínio e não somente
à memória (pois não há memória de um problema que ainda não se experienciou).
2) Os respondentes são capazes de compreender o item;
As perguntas do questionário recorrem a linguagem acessível, empregando os termos
usados em contexto de sala de aula.
3) Os respondentes interpretam o item no sentido pretendido pelo investigador;
Evitou-se sempre perguntas com resposta aberta e referenciou-se em todas as
questões, o que era perguntado, a conhecimentos e procedimentos explicitamente
usados em contexto de sala de aula. Uma vez que se fez um questionário para cada
exercício, explicitando esse facto no próprio questionário, reduziu-se o âmbito de
resposta e alguma eventual polissemia dos termos usados, pois os mesmos passaram
a dizer respeito a um evento concreto – o da realização do exercício.
4) Os respondentes estão dispostos a procurar exaustivamente, na sua memória
ou noutro local, a informação relevante;
Este pressuposto é efetivamente um fator que poderá comprometer a qualidade de
alguma da informação recolhida, uma vez que quando colocado a um aluno menos
motivado ou mais negligente o esforço do mesmo em responder empenhadamente
poderá não ser garantido. Contudo, tais casos terão sido, pela observação dos
docentes, francamente minoritários.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 56
5) Os respondentes estão dispostos a responder com sinceridade;
As questões colocadas encontram-se pouco relacionadas com valores ou atitudes,
focaram-se pelo contrário, em perceções e conhecimentos, em questões sobre o
entendimento dos alunos sobre o funcionamento de princípios de desenho. Um
discente que não detenha domínio sobre os mesmos apenas poderá tentar acertar
aleatoriamente na melhor resposta.
Portanto, apesar de este facto poder trazer alguma perturbação à qualidade dos dados
obtidos, será sempre, do ponto estatístico uma perturbação reduzida devido às
probabilidades relativamente reduzidas de acertar em um número elevado de
respostas corretas de elevada pontuação. Adicionalmente, foi estabelecido o sigilo
relativo à identificação dos alunos nos questionários, para evitar constrangimentos
relativos ao direito à privacidade.
6) A resposta não é influenciada por fatores contextuais;
Não se identificou algum fator contextual que fosse passível de influenciar a resposta.
Considerou-se importante esclarecer os discentes que o questionário não tinha
qualquer influência na avaliação escolar.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
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Inquérito I sobre o exercício de Figura Invertida da Aula Observada I
Tabela 11 - Inquérito I sobre o exercício de Figura Invertida da Aula Observada I
PRÉFIGURAÇÃO DAS QUESTÕES FORMULAÇÃO PONTUAÇÃO
1.1. Dos processos abaixo descritos, qual consideras que melhor descreve o processo de elaboração do exercício de observação da figura invertida?
a) Partir do todo para o particular. a) 5pontos
b) Partir do particular para o todo. b) 30pontos
c) Nenhum dos dois processos. c) 10pontos
1.2. O que pretendia o exercício? O que se pretendia que aprendessem com o exercício?
a) Não tenho a certeza a) 5pontos
b) Perceber que para se fazer um bom desenho é necessário a paciência para conseguir visualizar figuras que ao serem colocadas ao contrário se tornam num exercício difícil de resolver, a não ser com paciência.
b) 5pontos
c) Treinar a observação e o registo por troços adjacentes, de modo mais rigoroso possível, tomando atenção à direção e comprimentos das linhas ou às proporções formadas por elas.
c) 30pontos
1.3. Era pretendido neste exercício a simplificação e estilização de formas?
a) Não tenho a certeza a) 10pontos
b) Sim. b) 5pontos
c) Não. c) 30pontos
1.4. Durante a realização do exercício procuravas reconhecer e identificar os vários elementos da figura representada? Cabeça, mãos, braços, pernas?
a) Não tenho a certeza a) 10pontos
b) Sim. b) 5pontos
c) Não. c) 30pontos
1.5. Para resolver bem o exercício, era necessário uma maneira de operar o desenho que passava sobretudo pela observação e controlo de direções e controlo visual de proporções/dimensões?
a) Não tenho a certeza a) 5pontos
b) Sim. b) 30pontos
c) Não. c) 0pontos
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 58
Comentário crítico ao Inquérito I:
Questão 1.1. Dos processos abaixo descritos, qual consideras que melhor
descreve o processo de elaboração do exercício de observação da figura
invertida?
Com a resposta da alínea a) o aluno revela possível incompreensão da metodologia e
do problema, ainda que no momento a metodologia possa ter sido adestrada e
"executada" de forma automática e acrítica. Contudo, pela resposta, não assimilou a
problemática envolvida pois não a terá questionado ou refletido, apenas operou
momentaneamente aquilo que lhe foi pedido para fazer, e portanto, não o fez uma
utilização dos conceitos com uma construção inerente dos mesmos, como acontece
numa aprendizagem significativa.
Com a resposta da alínea b) o aluno revela boa compreensão do pressuposto
operacional do exercício.
Na resposta da alínea c), não fica explícito se o aluno revela boa compreensão do
pressuposto operacional do exercício.
Questão 1.2. O que pretendia o exercício? O que se pretendia que aprendessem
com o exercício?
A dupla questão trata-se de uma despistagem, uma confirmação de que não foi
apenas um equívoco na resposta do aluno.
Não se coloca aqui explicitamente a hipótese de que se desenha melhor ao contrário
do que na posição regular, uma vez que esta enunciação seria demasiadamente
explícita para os discentes. Contudo, no exercício 4 - registo com grelha, será
verificada esta consciência para se constatar que os alunos estão a resolver
problemas diferentes de modo semelhante, ou seja, usando a estruturação cognitiva
entretanto desejavelmente criada, de acordo com o que prevê a TAS.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 59
Questão 1.3. Era pretendido neste exercício a simplificação e estilização de
formas?
O tema da estilização e simplificação de formas deverá ser trabalhado na disciplina de
Educação Visual, contudo, à data deste exercício de desenho de figura invertida, ainda
não haviam sido trabalhados especificamente este assunto, pelo esta se trata de uma
pergunta que visa aferir o esclarecimento detido pelos alunos relativamente aos
pressupostos deste exercício e portanto, pergunta à qual se deveria responder
negativamente. Serve como elemento de aferição de aprendizagem significativa, com
base num dos seus principais pressupostos - o aluno ser capaz de resolver bem
problemas iguais, ainda que apresentados de modo diferente (em contexto
diferenciado).
De acordo com a TAS, o aluno deverá ser capaz de dar resposta a situações novas,
provando assim fazer uso da sua estruturação cognitiva que relaciona significados de
modo não literal, não se tratado assim de mera aprendizagem mecânica, que apenas
que serve para resolver situações absolutamente iguais. Portanto, deverá ser
considerado como uma resposta de valor adicional aquela em que o aluno consegue
diferenciar se efetivamente aqui o requisito operacional do exercício e de
aprendizagem se prendia ou não com os processos de simplificação e estilização de
formas.
Efetivamente não era objetivo do exercício, a simplificação e estilização de formas,
pois muito embora a obra que é processualmente reproduzida com o exercício seja um
desenho de Picasso que é até bastante eloquente quanto ao tema da simplificação e
estilização, de facto, não era de todo objetivo do exercício por em prática tal tipo de
operacionalidade e estratégias representativas. Trata-se sim de um exercício de
observação e construção formal por articulação de elementos imediatamente
adjacentes, implicando concretamente o controlo direcional e controlo visual
proporcional e/ou dimensional.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 60
Questão 1.4. Durante a realização do exercício procuravas reconhecer e
identificar os vários elementos da figura representada? Cabeça, mãos, braços,
pernas?
Este é um aspeto importante a verificar, uma vez que é uma tentação a que qualquer
desenhador ceder sem que se aperceba. Este exercício passava exatamente por
evitar esse reconhecimento de elementos familiares, cognitivamente tipificados pela
linguagem simbólica, indutores de condicionamento da ação de registo. O observador
tende a desenhar o que conhece dos objetos, ou o que na sua estrutura cognitiva ficou
graficamente tipificado, ao invés daquilo que efetivamente lhe está a ser fornecido pelo
sentido da visão. Este tipo de desvio condiciona a clareza de raciocínio necessária
para o processo de observação e tradução gráfica da informação visual e corresponde
a um uso literal de arquétipos da cognição do observador.
Estes preconceitos formais são usados geralmente sem domínio pelo autor dos
registos gráficos, uma vez que este recorre aos mesmos de forma habitualmente
acrítica, fazendo corresponder com grande aleatoriedade aspetos formais
provenientes da sua própria construção simbólica dos arquétipos, às formas
observadas, geralmente com grandes falhas de correspondência, pois a forma
simbólica tende a generalizar (ineficazmente) a complexidade da informação prestada
pela visão.
Questão 1.5. Para resolver bem o exercício, era necessário uma maneira de
operar o desenho que passava sobretudo pela observação e controlo de
direções e controlo visual de proporções/dimensões?
Este era este o pressuposto operacional mais importante.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 61
Inquérito II sobre o exercício de Desenho de Estrutura da Forma – Desenho
Linear, da Aula Observada II
Tabela 12 - Inquérito II sobre o exercício de Desenho de Estrutura da Forma – Desenho Linear, da Aula Observada II
PRÉFIGURAÇÃO DAS QUESTÕES FORMULAÇÃO PONTUAÇÃO
2.1.Neste exercício procuraste entender a estrutura geométrica da forma dos objetos observados?
a) Não tenho a certeza a) 5pontos
b) Sim. b) 30pontos
c) Não. c) 0pontos
2.2. Neste exercício pretendia-se compreender a decomposição geométrica dos objetos observados em várias subpartes?
a) Não tenho a certeza a) 5pontos
b) Sim. b) 30pontos
c) Não. c) 0pontos
2.3. Era pretendido neste exercício a simplificação e estilização de formas?
a) Não tenho a certeza a) 10pontos
b) Sim. b) 15pontos
c) Não. c) 10pontos
2.4. Os desenhos que fizeste ajudaram-te a perceber a maneira como as formas dos objetos observados se relacionavam entre si?
a) Não tenho a certeza a) 5pontos
b) Sim. b) 30pontos
c) Não. c) 0pontos
Comentário crítico ao Inquérito II:
Questão 2.1. Neste exercício procuraste entender a estrutura geométrica da
forma dos objetos observados?
A resposta da alínea a) revela incompreensão da metodologia, e do problema, ainda
que no momento a metodologia possa ter sido adestrada e "executada" de forma
automática e acrítica, contudo, o aluno, pela resposta, não assimilou a problemática
envolvida pois não a questionou, não refletiu, apenas operou momentaneamente
aquilo que lhe foi pedido para fazer, e portanto, não o fez de forma significativa.
A resposta da alínea b) o aluno revela boa compreensão do pressuposto operacional
do exercício.
A resposta da alínea c) não fica explícito se o aluno revela boa compreensão do
pressuposto operacional do exercício.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 62
Questão 2.2. Neste exercício pretendia-se compreender a decomposição
geométrica dos objetos observados em várias subpartes?
Este era este o pressuposto operacional mais importante.
Questão 2.3. Era pretendido neste exercício a simplificação e estilização de
formas?
É um objetivo implicado, não o objetivo preponderante, pelo que deve ser dada
cotação à consciência deste processo, ainda que este tipo de processo não seja um
aspeto substancial da aprendizagem significativa passível neste exercício.
Questão 2.4. Os desenhos que fizeste ajudaram-te a perceber a maneira como as
formas dos objetos observados se relacionavam entre si?
Esta era uma constatação importante passível de ser descrita por quem consegui
desenvolver bem o exercício.
Inquérito III sobre o exercício de Desenho do Rosto, da Aula Observada III
Tabela 13 - Inquérito III sobre o exercício de Desenho do Rosto, da Aula Observada III
PRÉFIGURAÇÃO DAS QUESTÕES FORMULAÇÃO PONTUAÇÃO
3.1.Neste exercício procuraste entender a estrutura geométrica dos rostos observados?
a) Não tenho a certeza a) 5pontos b) Sim. b) 30pontos c) Não. c) 0pontos
3.2. Utilizaste a grelha para enquadrar e verificar o posicionamento e dimensionamento dos vários elementos relativos às proporções dos rostos observados?
a) Sim. a) 10pontos
b) Não. b) 0pontos
3.3. Usaste essa grelha para ligar o desenho do rosto visto de frente ao rosto visto de perfil?
a) Sim. a) 30pontos
b) Não. Liguei os dois desenhos através da observação e comparação de várias subdivisões do rosto, mas sem usar a grelha para isso.
b) 30pontos
c) Não. Fiz as duas vistas do rosto sem usar uma grelha.
c) 0pontos
d) Não tenho a certeza d) 0pontos
3.4. Fizeste medições de partes de maior dimensão do rosto através da soma de várias partes pequenas?
a) Sim, quase sempre. a) 30pontos
b) Sim, algumas vezes. b) 20pontos
c) Não, quase nunca. c) 5pontos d) Não, nunca. d) 0pontos
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 63
Comentário crítico ao Inquérito III:
Questão 3.1. Neste exercício procuraste entender a estrutura geométrica dos
rostos observados?
A resposta b) revela que o aluno possui boa compreensão do pressuposto operacional
do exercício, muito embora a importância deste aspeto seja neste exercício menos
importante que no exercício de estrutura.
Questão 3.2. Utilizaste a grelha para enquadrar e verificar o posicionamento e
dimensionamento dos vários elementos relativos às proporções dos rostos
observados?
Os conceitos de proporção, posição e dimensionamento eram de grande importância
operativa para este exercício.
Questão 3.3. Usaste essa grelha para ligar o desenho do rosto visto de frente ao
rosto visto de perfil?
A articulação da vista frontal com a vista de perfil prende-se com a temática dos
sistemas de múltipla projeção ortogonal, assim como com a temática da estrutura da
forma. O discente que tem consciência de ter usado este tipo de relação geométrica
estrutural entre as duas vistas, revela que os seus conceitos base, desta índole, já se
encontram a ser desenvolvidos e que portanto está a ser produzida alguma
aprendizagem significativa neste âmbito. Estas problemáticas foram abordadas pelos
discentes na apresentação e acompanhamento dos exercícios, mas não eram parte
expressa do enunciado.
Questão 3.4. Fizeste medições de partes de maior dimensão do rosto através da
soma de várias partes pequenas?
Conceito implícito de proporção e proporcionalidade, no âmbito matemático lida-se
aqui concretamente com a proporcionalidade direta. Trata-se de um conceito operativo
fundamental para o exercício.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 64
Inquérito IV sobre o exercício de Desenho com Grelha Perspetógrafo, da Aula
Observada IV Tabela 14 - Inquérito IV sobre o exercício de Desenho com Grelha Perspetógrafo, da Aula Observada IV
PRÉFIGURAÇÃO DAS QUESTÕES FORMULAÇÃO PONTUAÇÃO
4.1.Dos processos abaixo descritos, qual consideras que melhor descreve o processo de elaboração do exercício?
a) Partir do todo para o particular. a) 0pontos
b) Partir do particular para o todo. b) 30pontos
c) Nenhum dos dois processos. c) 5pontos
4.2. Utilizaste a grelha para enquadrar e verificar o posicionamento e dimensionamento dos vários elementos relativos às proporções das figuras e cenários observados?
a) Sim. a) 10pontos
b) Não. b) 0pontos
4.3. A fase inicial do exercício passava pelo registo das figuras e cenários observados recorrendo a desenho linear?
a) Sim. a) 20pontos
b) Não. b) 0pontos
c) Não tenho a certeza. c) 0pontos
4.4. Neste exercício o mais importante era:
a) O registo completo e informativo das figuras e cenários observados, apresentando corretamente os diversos pormenores e texturas.
a) 5pontos
b) O registo correto das proporções e orientações das figuras e cenários observados, assim como a expressão dos valores lumínicos nela presentes.
b) 30pontos
c) A obtenção de um resultado realista, obtido pela apresentação dos diversos pormenores e textura, após uma boa captação das proporções e orientações recorrendo à quadrícula.
c) 5pontos
d) Registar corretamente os contornos das formas das figuras e cenários observados, recorrendo para isso à quadrícula.
d) 15pontos
4.5. Na utilização da quadrícula, o processo passava normalmente por:
a) Observar a estrutura das formas observadas e localização das suas linhas estruturais e de contorno na quadrícula através dos pontos de interseção das mesmas com a quadrícula. Utilização de seguida da posição desses pontos para configurar as linhas na folha.
a) 30pontos
b) Usar a quadrícula como referência para localizar objetos ou partes de objetos observados, tentando preencher um quadrado de cada vez e trabalhando sempre de seguida os quadrados imediatamente ao lado.
b) 15pontos
c) Usar a quadrícula como modulo, para medir os objetos observados. c) 5pontos
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 65
Comentário crítico ao Inquérito IV:
Questão 4.1. Dos processos abaixo descritos, qual consideras que melhor
descreve o processo de elaboração do exercício?
A resposta da alínea a revela incompreensão da metodologia, e do problema, ainda
que no momento a metodologia possa ter sido adestrada e "executada" de forma
automática e acrítica, contudo, o aluno, pela resposta, não assimilou a problemática
envolvida pois não a questionou, não refletiu, apenas operou momentaneamente
aquilo que lhe foi pedido para fazer, e portanto, não o fez de forma significativa.
A resposta da alínea b) o aluno revela boa compreensão do pressuposto operacional
do exercício.
Na resposta da alínea c) não fica explícito se o aluno revela boa compreensão do
pressuposto operacional do exercício.
Questão 4.2. Utilizaste a grelha para enquadrar e verificar o posicionamento e
dimensionamento dos vários elementos relativos às proporções das figuras e
cenários observados?
Os conceitos de proporção, posição e dimensionamento eram de grande importância
operativa para este exercício.
Questão 4.3. A fase inicial do exercício passava pelo registo das figuras e
cenários observados recorrendo a desenho linear?
Sim, a metodologia correta implicava esta abordagem inicial ao exercício.
Questão 4.4. Neste exercício o mais importante era:
Pretendia-se aqui que o aluno fosse capaz de discernir claramente a metodologia do
exercício
Questão 4.5. Na utilização da quadrícula, o processo passava normalmente por:
Pretendia-se aqui que o aluno fosse capaz de discernir claramente aspetos
metodológicos relacionados especificamente com a utilização da grelha
perspectógrado.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 66
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
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5. ANÁLISE E RECOLHA DE DADOS
5.1. APRESENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS DADOS
Para a análise dos dados recolhidos nas turmas do 7ºA e 7ºB ao longo dos quatro
exercidos contemplados, optou-se pela sobreposição em mapa de pontos, do
parâmetro da Avaliação Escolar (AE) – correspondentes à avaliação oficial escolar
prevista para a disciplina, com o parâmetro da Aferição da Aprendizagem Significativa
(AAS) – composto pela ponderação do resultado dos inquéritos, juntamente com uma
avaliação de atitudes e valores – persistência e empenho.
Inicialmente optou-se por valorizar sobejamente as atitudes e valores (persistência e
empenho) devido à fundamentação conceptual que levou à criação do parâmetro AAS.
Verificaram-se imediatamente correlações demasiado fortes entre a AE e a AAS.
Assim, como forma de introduzir possibilidade de falha, e aferir a validade da formula
da AAS, no que toca à sua correlação com a Avaliação Escolar, foi reduzido a
importância do parâmetro das atitudes e valores, de 40% para 30%, de forma a dar um
pouco de mais importância ao Inquérito, tomando este um peso adicional de 10%
porcento e reduzindo a garantia de correlação que se poderia estabelecer entre AE
AAS devida ao facto de ambas deterem um fator em comum.
Considerou-se a eliminação deste fator de atitudes e valores da fórmula de aferição da
AAS, mas concluiu-se que o mesmo teria de ser sempre parte integrante deste
parâmetro para ter coesão concetual mais plena e fundamentada, uma vez que as
respostas dadas pelo Inquérito teriam sempre de ser corroboradas por uma atitude
ativa do aluno. Colocou-se a hipótese de criação de um algoritmo próprio mais
sensível para a determinação de um fator de Persistência/Empenho, tendo o objetivo
da recolha destes dados a informação da orientação dos docentes no terreno e o
alerta para as sinergias positivas e negativas ai encontradas. Optou-se por não
desenvolver esse rumo, pela complexidade do mesmo, ficando esse trabalho por fazer
talvez numa futura reanálise, de maior sistematização estatística.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 68
Exercício de Figura Invertida - Aula Observada I
Tabela 15 – Resultados da Avaliação Escolar e Aferição da Aprendizagem Significativa do Exercício de Figura Invertida, da turma 7ºA.
7A AVALIAÇÃO ESCOLAR (AE) AFERIÇÃO DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA (AAS)
A L U N O S
Persistência / Empenho
(20%)
Cuidado na observação e
registo, conducente a um
resultado final satisfatório: rigor na observação
(80%)
Resultado da AE
(%)
Persistência / Empenho
(30%) Inquérito
(70%) Resultado da
AAS (%)
1 80 80 80 80 75 76,5 2 65 75 73 65 80 75,5 3 60 65 64 60 75 70,5 4 85 70 73 85 70 74,5 5 70 75 74 70 65 66,5 6 55 65 63 55 70 65,5 7 65 75 73 65 65 65 8 70 70 70 70 60 63 9 80 85 84 80 85 83,5
10 75 90 87 75 80 78,5 11 70 85 82 70 85 80,5 12 70 90 86 70 75 73,5 13 65 55 57 65 60 61,5 14 75 70 71 75 70 71,5 15 85 90 89 85 80 81,5
A negrito, os resultados máximos e mínimos.
Tabela 16 - Resultados da Avaliação Escolar e Aferição da Aprendizagem Significativa do Exercício de Figura Invertida, da turma 7ºB.
7B AVALIAÇÃO ESCOLAR (AE) AFERIÇÃO DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA (AAS)
A L U N O S
Persistência / Empenho
(20%)
Cuidado na observação e
registo, conducente a um
resultado final satisfatório: rigor na observação
(80%)
Resultado da AE
(%)
Persistência / Empenho
(30%) Inquérito
(70%) Resultado da
AAS (%)
1 70 85 82 70 60 64 2 60 70 68 60 30 42 3 55 50 51 55 35 43 4 70 80 78 70 75 73 5 80 90 88 80 75 77 6 40 50 48 40 65 55 7 75 60 63 75 70 72 8 85 90 89 85 90 88 9 90 95 94 90 80 84
10 65 70 69 65 80 74 11 80 75 76 80 60 68 12 70 80 78 70 55 61
A negrito, os resultados máximos e mínimos.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 70
Tabela 18 - Média e Desvio Padrão da Avaliação Escolar e Coeficiente de Correlação de Pearson, do Exercício de Figura Invertida, da turma 7ºB.
Avaliação Escolar
Média 73,66666667 Desvio Padrão 14,48091743
Coeficiente de Correlação de Pearson 0,731530048
A turma do 7ºB revela uma maior dispersão geral da correlação entre a Avaliação
Escolar e a Aferição da Aprendizagem Significativa, evidenciando-se, por outro lado,
uma menor homogeneidade e qualidade das avaliações académicas dos exercícios,
comparativamente ao 7ºA.
O parâmetro estatístico do desvio padrão da a Avaliação Escolar do 7ºA confirma isto,
com um valor de 9,48% para uma média de 75,06%, desvio significativamente menor,
portanto, que o desvio padrão homólogo do 7ºB de 14,48% para a média respectiva de
73,66%.
Pode-se apreciar assim, sensivelmente, que as duas turmas têm resultados médios
muito próximos na Avaliação Escolar (75,06% vs 73,66%) mas apresentam uma
distribuição da prestação dos alunos bastante diferenciada, percebendo-se a
contribuição de alguns resultados de valor substancialmente inferior de alguns alunos
do 7ºB para esta diferença na dispersão. Por outro lado, identifica-se genericamente
correlações fortes entre AE e AAS em ambas as turmas, sendo a mesma mais forte no
7ºA, com um coeficiente de correlação de Pearson de 0,805, sendo o valor homólogo
no 7ºB de 0,732.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 71
Exercício de Desenho de Estrutura da Forma - Aula Observada II
Tabela 19 - Resultados da Avaliação Escolar e Aferição da Aprendizagem Significativa do Exercício de Desenho de Estrutura da Forma, da turma 7ºA.
7A AVALIAÇÃO ESCOLAR (AE) AFERIÇÃO DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA (AAS)
A L U N O S
Persistência / Empenho
(20%)
Estrutura/ Conceitos específicos
envolvidos nos exercícios
(50%)
Adequação da forma à estrutura/
Adequação da estrutura à forma/
capacidade de observação
(30%)
Resultado da AE
(%)
Persistência / Empenho
(30%) Inquérito
(70%) Resultado
da AAS (%)
1 75 70 75 72,5 75 70 71,5 2 70 75 70 72,5 70 80 77 3 65 60 65 62,5 65 75 72 4 80 80 80 80 80 90 87 5 65 60 65 62,5 65 55 58 6 60 65 60 62,5 60 55 56,5 7 55 55 50 53,5 55 45 48 8 65 70 65 67,5 65 50 54,5 9 85 85 90 86,5 85 75 78 10 80 85 80 82,5 80 90 87 11 75 85 85 83 75 85 82 12 75 95 90 89,5 75 100 92,5 13 70 70 65 68,5 70 75 73,5 14 80 75 75 76 80 70 73 15 80 85 80 82,5 80 70 73
A negrito, os resultados máximos e mínimos.
Tabela 20 - Resultados da Avaliação Escolar e Aferição da Aprendizagem Significativa do Exercício de Desenho de Estrutura da Forma, da turma 7ºB.
7B AVALIAÇÃO ESCOLAR (AE) AFERIÇÃO DA APRENDIZAGEM
SIGNIFICATIVA (AAS)
A L U N O S
Persistência / Empenho
(20%)
Estrutura/ Conceitos específicos
envolvidos nos exercícios
(50%)
Adequação da forma à estrutura/
Adequação da estrutura à forma/
capacidade de observação
(30%)
Resultado da AE
(%)
Persistência / Empenho
(30%) Inquérito
(70%) Resultado
da AAS (%)
1 60 70 75 69,5 60 75 69 2 65 70 70 69 65 75 71 3 50 55 55 54 50 35 41 4 75 80 80 79 75 65 69 5 85 90 95 90,5 85 85 85 6 30 45 50 43,5 30 45 39 7 85 70 65 71,5 85 75 79 8 65 75 85 76 65 45 53 9 90 85 85 86 90 80 84 10 55 50 50 51 55 65 61 11 85 80 80 81 85 70 76 12 70 70 70 70 70 50 58
A negrito, os resultados máximos e mínimos.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 73
Tabela 22 – Média e Desvio Padrão da Avaliação Escolar e Coeficiente de Correlação de Pearson, do Exercício de Figura Invertida, da turma 7ºB.
Avaliação Escolar
Média 70,08333333
Desvio Padrão 14,26029665
Coeficiente de Correlação de Pearson 0,812200938
A turma do 7ºB continua a manifestar uma maior dispersão geral da correlação entre a
Avaliação Escolar e a Aferição da Aprendizagem Significativa, mantendo-se a maior
homogeneidade e qualidade das avaliações académicas nos exercícios,
comparativamente ao 7ºA.
O parâmetro estatístico do desvio padrão da Avaliação Escolar do 7ºA confirma-o,
com um valor de 10,53% para uma média de 73,47%, desvio significativamente
menor, portanto, que o desvio padrão homólogo do 7ºB de 14,26% face à média de
70,08%. Mais uma vez nos deparamos com duas turmas com resultados médios muito
semelhantes na Avaliação Escolar (73,47% vs 70,08%) mas com uma distribuição da
prestação dos alunos bastante diferenciada, com maior dispersão de valores no 7ºB.
Continuam-se a identificar correlações fortes entre AE e AAS em ambas as turmas,
sendo a mesma ligeiramente mais forte no 7ºA, com um coeficiente de correlação de
Pearson de 0,860, com o valor homólogo no 7ºB de 0,812.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 74
Exercício de Desenho do Rosto - Aula Observada III
Tabela 23 - Resultados da Avaliação Escolar e Aferição da Aprendizagem Significativa do Exercício de Desenho do Rosto, da turma 7ºA.
7A AVALIAÇÃO ESCOLAR (AE) AFERIÇÃO DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA (AAS)
A L U N O S
Persistência / Empenho
(20%)
Estrutura/ Conceitos específicos
envolvidos nos exercícios
(50%)
Adequação da forma à estrutura/
Adequação da estrutura à forma/
capacidade de observação
(30%)
Resultado da AE
(%)
Persistência / Empenho
(30%) Inquérito
(70%) Resultado
da AAS (%)
1 80 75 75 76 80 80 80 2 75 70 75 72,5 75 90 85,5 3 60 55 50 54,5 60 80 74 4 80 85 80 82,5 80 85 83,5 5 60 50 60 55 60 60 60 6 60 65 60 62,5 60 70 67 7 50 50 55 51,5 50 60 57 8 70 70 70 70 70 55 59,5 9 90 90 90 90 90 100 97 10 85 90 85 87,5 85 100 95,5 11 80 90 90 88 80 100 94 12 70 85 85 82 70 100 91 13 75 70 70 71 75 75 75 14 75 75 75 75 75 75 75 15 80 85 85 84 80 75 76,5
A negrito, os resultados máximos e mínimos.
Tabela 24 - Resultados da Avaliação Escolar e Aferição da Aprendizagem Significativa do Exercício de Desenho do Rosto, da turma 7ºB.
7B AVALIAÇÃO ESCOLAR (AE) AFERIÇÃO DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA (AAS)
A L U N O S
Persistência / Empenho
(20%)
Estrutura/ Conceitos específicos
envolvidos nos exercícios
(50%)
Adequação da forma à estrutura/
Adequação da estrutura à forma/
capacidade de observação
(30%)
Resultado da AE
(%)
Persistência / Empenho
(30%) Inquérito
(70%) Resultado
da AAS (%)
1 70 75 75 74 70 55 59,5 2 60 65 60 62,5 60 50 53 3 40 40 45 41,5 40 30 33 4 80 80 80 80 80 100 94 5 80 80 85 81,5 80 100 94 6 60 55 65 59 60 35 42,5 7 55 70 70 67 55 75 69 8 60 75 75 72 60 65 63,5 9 85 70 85 77,5 85 70 74,5 10 50 45 50 47,5 50 35 39,5 11 90 75 65 75 70 65 66,5 12 75 65 65 67 75 90 85,5
A negrito, os resultados máximos e mínimos.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 76
Tabela 26 – Média e Desvio Padrão da Avaliação Escolar e Coeficiente de Correlação de Pearson, do Exercício de Desenho do Rosto, da turma 7ºB.
Avaliação Escolar
Média 67,04166667
Desvio Padrão 12,58508918
Coeficiente de Correlação de Pearson 0,854799955
As turmas do 7ºA e 7ºB desta vez apresentam valores de desvio padrão semelhantes.
O 7ºA apresenta um desvio de 12,76% para uma média de 73,47% e o 7ºB um desvio
de 12,59% para uma média de 67,04%. Pode-se interpretar esta modificação
relativamente ao que aconteceu nos exercícios anteriores pelo extremar dos valores
mais altos e mais baixos alcançados pelos alunos do 7ºA, o que se pode dever a uma
evolução do desempenho de alguns e desmotivação verificada nos alunos com
resultados piores, que com o avançar do ano letivo tendem a deixar aumentar alguma
displicência. Importa referir que este alargar da gama de resultados obtidos, embora
pedagogicamente alarmante, serve de campo de ensaio da aplicação do parâmetro
ASS a um universo mais vasto de circunstâncias de aprendizagem, passando a
comtemplar assim alunos já reconhecidamente desmotivados e devidamente
sinalizados relativamente à fragilidade do seu desempenho escolar no presente ano
letivo. Torna-se então bastante relevante constatar que o coeficiente de correlação de
Pearson não sofre grande alteração no caso concreto deste exercício. Verifica-se
assim então que o coeficiente de correlação se situou nos 0,843 para a turma do 7ºA.
Na turma do 7ºB, tanto do desvio padrão como o coeficiente de correlação mantem
valores semelhantes aos dos exercícios anteriores, assim como a média da Avaliação
Escolar. O desvio padrão foi de 12,59 para uma média de 67,04, com um coeficiente
de correlação de Pearson entre a AE e a ASS de 0,855.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 77
Exercício de Desenho com Grelha Perspetógrafo - Aula Observada IV
Tabela 27 - Resultados da Avaliação Escolar e Aferição da Aprendizagem Significativa do Exercício de Desenho com Grelha Perspetógrafo, da turma 7ºA.
7A AVALIAÇÃO ESCOLAR (AE) AFERIÇÃO DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA (AAS)
A L U N O S
Persistência / Empenho
(20%)
Estrutura/ Conceitos específicos
envolvidos nos exercícios
(50%)
Adequação da forma à estrutura/
Adequação da estrutura à forma/
capacidade de observação
(30%)
Resultado da AE
(%)
Persistência / Empenho
(30%) Inquérito
(70%) Resultado
da AAS (%)
1 80 80 75 78,5 80 80 80 2 80 75 70 74,5 80 85 83,5 3 70 60 55 60,5 70 75 73,5 4 70 80 80 78 70 80 77 5 75 60 65 64,5 75 80 78,5 6 55 60 55 57,5 55 60 58,5 7 55 55 60 56,5 55 55 55 8 60 60 75 64,5 60 50 53 9 95 80 95 87,5 95 100 98,5 10 95 85 90 88,5 95 100 98,5 11 90 90 95 91,5 90 100 97 12 80 80 90 83 80 100 94 13 80 65 75 71 80 90 87 14 85 80 70 78 85 90 88,5 15 80 75 75 76 80 80 80
A negrito, os resultados máximos e mínimos.
Tabela 28 - Resultados da Avaliação Escolar e Aferição da Aprendizagem Significativa do Exercício de Desenho com Grelha Perspetógrafo, da turma 7ºB.
7B AVALIAÇÃO ESCOLAR (AE) AFERIÇÃO DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA (AAS)
A L U N O S
Persistência / Empenho
(20%)
Estrutura/ Conceitos específicos
envolvidos nos exercícios
(50%)
Adequação da forma à estrutura/
Adequação da estrutura à forma/
capacidade de observação
(30%)
Resultado da AE
(%)
Persistência / Empenho
(30%) Inquérito
(70%) Resultado
da AAS (%)
1 65 70 65 67,5 65 70 68,5 2 65 70 60 66 65 50 54,5 3 50 60 50 55 50 40 43 4 85 90 85 87,5 85 75 78 5 85 90 85 87,5 85 70 74,5 6 65 70 70 69 65 55 58 7 85 75 75 77 85 85 85 8 65 80 75 75,5 65 80 75,5 9 90 85 90 87,5 90 90 90 10 60 50 55 53,5 60 45 49,5 11 95 90 90 91 95 80 84,5 12 70 70 70 70 70 65 66,5
A negrito, os resultados máximos e mínimos.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 79
Tabela 30 – Média e Desvio Padrão da Avaliação Escolar e Coeficiente de Correlação de Pearson, do Exercício de Desenho com Grelha perspetógrafo, da turma 7ºB
Avaliação Escolar
Média 73,91666667
Desvio Padrão 12,7043896
Coeficiente de Correlação de Pearson 0,910200982
As turmas do 7ºA e 7ºB continuam a apresentar valores de desvio padrão
semelhantes. O 7ºA apresenta um desvio de 11,30% para uma média de 74,00% e o
7ºB um desvio de 12,70% para uma média de 73,91%. Continua-se a verificar, no 7ºA,
que este valor mais alto do desvio padrão se associa à amplitude dos resultados
escolares verificados – desde os 50% aos 90% - o que teve como causa a
desmotivação verificada nos alunos com resultados piores, que ainda assim
conseguiram manter nestes exercícios avaliação positiva.
É de salientar também que o coeficiente de correlação de Pearson entre a Avaliação
Escolar e a Aferição da Aprendizagem Significativa apresenta um valor mais elevado,
para as duas turmas, neste exercício, de 0,880 e 0,910, para o 7ºA e 7ºB
respetivamente, o que pode corresponder a um avanço na sistemática tentativa de
melhorar os inquéritos ao longo do tempo, acusando assim alguma maturidade do
mesmo, ou por outro lado, pode ser devido às próprias características do exercício em
questão, passiveis de uma aferição mais fácil ou informativa por via do inquérito e
observação de aulas.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 80
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 81
6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
6.1. A TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Na atualidade da investigação sobre o ensino, tem-se dado demasiada prioridade às
ações do professor e ao conhecimento do aluno aferido em momentos pontuais para
analisar a qualidade do processo educativo. São raros os trabalhos que discutem
explicitamente a relação entre o fazer docente e o processo de aprendizagem do
aluno, ou melhor, entre os aspetos do evento educativo que influenciaram o tipo de
aprendizagem realizada, ou não realizada, pelo discente (Lemos e Moreira, 2003,
p.54).
Lemos e Moreira procuram evidenciar que cada caso de ensino é idiossincrático e,
portanto, demanda ações igualmente idiossincráticas. Mais do que usar estratégias
específicas, pré-determinadas, para a apresentação de determinados temas,
pretende-se, fazer aprender, através de um conjunto de ações que o docente põe em
prática no intuito de ajudar o discente a aprender significativamente no âmbito do tema
apresentado.
A Aprendizagem Significativa é a ideia central da teoria da aprendizagem preconizada
por David Ausubel. Para o autor (1963, p.37-38), trata-se de um processo no qual o
indivíduo relaciona uma nova informação de forma não arbitrária e substantiva com
aspetos relevantes presentes na sua estrutura cognitiva
Ilustração 43 – Diagrama da Aprendizagem Significativa e Mecânica. (UNISINOS, 2014)
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 82
Ilustração 44 – Aprendizagem Significativa e produção de conhecimento (Cardápio pedagógico, 2014)
Estes aspetos relevantes, designados subsunçores ou ideias âncora, ao interagirem
com a nova informação contribuem com novos significados para a mesma. É um
processo interativo, que não deve ser interpretado somente como uma simples
ligação, os subsunçores modificam-se, tornando-se progressivamente mais
diferenciados, elaborados e estáveis, de acordo com Moreira (1999, p.6).
Trata-se igualmente de um caminho de construção pessoal de significados, este
enquadramento para a aprendizagem, possui um caráter idiossincrático que definirá
decisivamente a forma como os indivíduos se relacionarão com o seu meio, referido
por Novak (2000, p. 54).
Deste modo, pode-se dizer que a aprendizagem significativa de um determinado
corpus de conhecimento corresponde à construção mental de significados pelo que
implica uma ação, pessoal e intencional, que relaciona a nova informação percebida
com os significados já existentes na estrutura cognitiva. Esta intencionalidade
constitui-se como uma variável a tentar aferir na recolha de dados realizada em âmbito
de estágio.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 83
Ilustração 45 – Aprendizagens decorrentes da Aprendizagem Significativa, segundo a Teoria de Ausubel (Xavier, 2005, p.20)
Lemos defende, quanto mais estável e organizada for a estrutura cognitiva do
indivíduo, maior a sua possibilidade de perceber novas informações, realizar novas
aprendizagens e de agir com autonomia na sua realidade. (2006, p.56).
A aprendizagem significativa ocorre quando nova informação se ancora em conceitos
relevantes – subsunçores- preexistentes na estrutura cognitiva do aluno. Ausubel
qualifica as estruturas cognitivas como sendo hierárquicas. Nas mesmas, os conceitos
são representações de experiências sensoriais do indivíduo. A ocorrência da
aprendizagem significativa envolve o crescimento e modificação do conceito
subsunçor. A partir de um conceito geral, previamente assimilado pelo discente, o
conhecimento pode ser construído de modo a interligar-se com novos conceitos
facilitando a compreensão das novas informações, dando maior relevância e
operacionalidade ao conhecimento adquirido. As ideias novas só podem ser
aprendidas e retidas de forma útil caso se refiram a conceitos e proposições já
disponíveis, de acordo com Moreira (1999, p.7).
Quanto mais estável e organizada for a estrutura cognitiva do indivíduo, maior a sua
possibilidade de perceber novas informações, realizar novas aprendizagens e de agir
com autonomia na sua realidade.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 84
É dado aqui enfoque à questão da importância do conhecimento para o sujeito, visto
que este determinará o modo como o indivíduo irá agir na sua realidade. Quando se
tem uma estrutura cognitiva organizada, com ligações substantivas e não arbitrárias
entre os significados armazenados, o indivíduo está melhor apetrechado para usar o
conhecimento, realizar novas aprendizagens e, portanto, interagir com e na realidade,
como é defendido por Novak (2000, p.64).
Ilustração 46 – Alguns conceitos básicos da teoria de Ausubel (Moreira e Buchweitz, 1993)
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 85
Ilustração 47 – Mapa conceptual para a Teoria da Aprendizagem Significativa (Moreira, 2010)
O conhecimento, quando produto de aprendizagem mecânica, por ter restrita a sua
capacidade de utilização em novas situações, não garante autonomia intelectual para
a ação do indivíduo.
A aprendizagem significativa, ao invés, potencia a construção de respostas para
problemas nunca vivenciados e “leva tanto à capacitação humana quanto ao
compromisso e à responsabilidade” (Novak, 2000, p.54), podendo ser enquadrada
numa função de construção da sociedade, por parte da escola.
Não se considera contudo, que deva ser arbitrário o conhecimento que se deseja
aprendido e, a partir do pressuposto de que os grupos sociais definem-se
identitariamente, quando os seus sujeitos compartilham conhecimentos, crenças e
valores, a educação formal ganha importância como instância responsável pela
seleção e o favorecimento da aprendizagem significativa desses conhecimentos
(Lemos, 2006, p.58).
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 86
Salienta-se aqui a importância do comprometimento do professor e do aluno com o
processo ensino-aprendizagem, uma vez que é reconhecido o interesse público da
autonomia interventiva do individuo em sociedade.
O ato de ensinar e de aprender é intermediado por diferentes representações sobre
um mesmo conhecimento: a do professor, a do aluno e a do material de ensino
(Gowin, 1981). Nesta interação, a ocorrência de aprendizagem depende da partilha e
captação prévia dos significados dessas representações.
A identidade de cada situação de ensino é, assim, dada pela interação que
professores, alunos e conhecimento estabelecem entre si. As suas especificidades
integradas determinarão a identidade do evento educativo – este tratar-se-á sempre
de um processo particular, enquadrado pelo contexto da sua própria particularidade.
“O currículo é consequência das características desse contexto e a avaliação um
elemento que deverá estar presente em todo o processo”. (Lemos, 2006, p.61)
Assim, pressupõe-se a necessidade do planeamento adequado do processo de
ensino, da ação do professor e da organização escolar de modo a atender às
especificidades das situações de ensino, a avaliação, a interdependência entre
elementos do evento educativo e o seu caracter contextual.
O termo “significativo” não se refere ao grau de importância das ideias, ou à correção
científica das mesmas. A terminologia anglo-saxónica explicita melhor o sentido do
conceito – meaningfull learning – trata-se de um processo de aprendizagem em que
ocorre a atribuição pessoal de significado a ideias que são percecionadas,
processadas e representadas mentalmente de uma forma operativa, substantiva e não
literal.
O método proposto por Ausubel para a avaliação da aprendizagem significativa passa
por procurar evidência da resolução de problemas distintos, através de provas que
testem o entendimento dos conceitos envolvidos, recorrendo a materiais e situações
diferentes das experimentadas anteriormente no processo de aprendizagem.
“Se tivesse que reduzir toda a psicologia educacional a um só princípio, diria o
seguinte: o fator isolado mais importante influenciador da aprendizagem é aquilo que o
aprendiz já sabe. Determine isso, e ensine o aluno concorrentemente com tal”.
(Ausubel, 1968, p. vi)
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 87
Como tal, revela-se fundamental identificar os conhecimentos prévios do aluno, o que,
não sendo condição suficiente, é condição necessária.
A primeira condição referida por Ausubel como necessária para a aprendizagem
significativa prende-se com a elaboração e organização de material didático
potencialmente significativo. Devem ser atendidas aqui, tanto a natureza da estrutura
cognitiva do aluno, como as características do conhecimento a ser apreendido. A
articulação entre estes dois elementos é necessária para a organização de material de
ensino potencialmente significativo (Lemos, 2006, p.60).
A segunda condição para a ocorrência de aprendizagem significativa prende-se com a
intencionalidade do aluno para aprender de forma significativa. As duas condições
devem ocorrer ao mesmo tempo, uma vez que é possível aprender sem ensino e, de
igual forma, se o aluno não tomar a iniciativa de aprender de forma significativa, não
haverá ensino ou material potencialmente significativo que garanta a aprendizagem do
discente.
De igual forma, se existir intencionalidade para aprender de forma mecânica, como
atualmente ocorre, não haverá ensino potencialmente significativo que garanta a
aprendizagem significativa.
O professor deve estar apetrechado ao nível teórico para construir um material
didático potencialmente significativo, considerando o que o aluno já sabe e as
características do conhecimento a ser ensinado. O discente, por seu turno, deverá
procurar captar os significados ensinados, interpretá-los e relacioná-los (de forma
substantiva e não arbitrária) com os conhecimentos já adquiridos.
Adicionalmente pode referir-se a importância do contexto e a influência que o mesmo
tem, nomeadamente no delimitar do poder de decisão e atuação do professor. É
possível questionar os limites da autonomia do docente e considerar então que as
características políticas, económicas, sociais e ambientais do contexto são de grande
influência na organização do material didático.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 88
Os princípios programáticos propostos por Ausubel devem ser transversais a todo o
ensino. A sequencialidade deve ser pensada no planeamento do material didático,
assim como a diferenciação progressiva de conteúdos e sua reconciliação integrativa.
Ausubel identifica a avaliação como aspeto nuclear para a promoção de aprendizagem
em sala de aula, já que é a partir da mesma que se pode aferir os conceitos e
aprendizagens que o aprendiz já detém de modo a observar e aperfeiçoar a evolução
da aprendizagem.
Considera-se igualmente, que a aprendizagem dos alunos é favorecida com a
avaliação. O docente ao definir e evidenciar os objetivos fomenta também espectativas
nos alunos. Estes, na preparação para os momentos avaliativos, efetuam as suas
revisões e promovem a consolidação das aprendizagens. A reflexão crítica posterior
sobre os resultados das provas ajuda a confirmar ou a corrigir as práticas dos
discentes.
6.2. O OBJETO DE ENSINO DA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO VISUAL: PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM PARA OS PROCESSOS DE LEITURA E PRODUÇÃO VISUAL
É possível enquadrar o objeto de ensino da disciplina de Educação Visual no âmbito
das suas possibilidades cognitivas e operativas, no recurso a um corpo de
conhecimentos e espectativa de desenvolvimento de competências nos alunos,
visando um desenvolvimento pessoal que permita um pleno participar dos processos
de leitura e produção visual, nas suas diversas instâncias operacionais e culturais.
O programa de Educação Visual e as Metas Curriculares para a disciplina são
referenciais de uso obrigatório no processo educativo, que importam ser
continuamente testadas na sua possibilidade de uso conducente ao sucesso
educativo, assim como enquadradas pelo seu extenso corpo de fundamentos.
Conforme a matriz curricular do 3ºciclo do Ensino Básico, definida pelo Decreto-Lei
nº139/2012 de 5 de julho, a disciplina de Educação Visual aparece com carácter
obrigatório no 7º e 8º ano de escolaridade com a carga horária semanal mínima de 90
minutos, ficando os restantes 210 minutos do grupo de Expressões e Tecnologias para
as outras disciplinas do grupo. No 9º ano, a carga horária global do grupo é reduzida
para 250 minutos não havendo obrigatoriedade da introdução de Educação Visual face
às restantes disciplinas do grupo.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 89
Tabela 31 – Matriz Curricular do 3º ciclo de acordo com Decreto-Lei n.º 139/2012 de 5 de julho Diário da República, 1.ª série — N.º 129 — 5 de julho de 2012
Componentes do currículo Carga Horária Semanal (a)
7.º ano 8.º ano 9.º ano Total do ciclo
Áreas disciplinares
Português 200 200 200 600
Línguas Estrangeiras 270 225 225 720
Inglês; Língua Estrangeira II; Ciências Humanas e Sociais 200 200 250 650
História; Geografia; Matemática 200 200 200 600
Ciências Físicas e Naturais 270 270 270 810
Ciências Naturais; Físico-Química; Expressões e Tecnologias (b) 300 (b) 300 250 850
Educação Visual; TIC e Oferta de Escola (c); Educação Física; Educação Moral e Religiosa (d) (45) (45) (45) (135)
Tempo a cumprir 1 530
(1 575) 1 485
(1 530) 1 485
(1 530) 4 500
(4 635)
Oferta complementar (e) (e) (e) (e) (a) Carga letiva semanal em minutos, referente a tempo útil de aula, ficando ao critério de cada escola a distribuição dos tempos pelas diferentes disciplinas de cada área disciplinar, dentro dos limites estabelecidos — mínimo por área disciplinar e total por ano ou ciclo. (b) Do total da carga, no mínimo, 90 minutos para Educação Visual. (c) Nos termos do disposto no artigo 11.º. (d) Disciplina de frequência facultativa, nos termos do artigo 15.º, parte final, com carga fixa de 45 minutos. (e) Frequência obrigatória para os alunos, desde que criada pela escola, em função da gestão do crédito letivo disponível, nos termos do artigo 12.º
Fonte: Ministério da Educação e Ciência (2012)
O programa de Educação Visual em vigor foi aprovado pelo Despacho nº124/ME/91,
de 31 de julho, tendo sido ajustado, apenas no que se refere aos conteúdos
específicos da disciplina, pelo Departamento da Educação Básica do MEC em 2011,
criando: o Programa de Educação Visual – Ajustado.
“Assim, selecionámos os conteúdos (...) tendo o cuidado de lhes acrescentar uma proposta de abordagem sequencial, baseada na experiência de prática letiva e tendo presente o desenvolvimento cognitivo dos jovens. Esta sequenciação é sobretudo relevante se levarmos em consideração que a frequência da Educação Visual no 9ºano, de acordo com a nova organização curricular, não é comum a todos os alunos que terminam o Ensino Básico. Assim, o 8ºano assume-se como um ano terminal de Educação Visual para muitos dos jovens estudantes. (Ministério Educação e Ciência, 2011.p.3)
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 90
O programa aponta para a criação de uma base de trabalho composta por um
conjunto base de conteúdos que poderão ser reestruturados dentro da autonomia de
cada escola nos grupos disciplinares ou na planificação da turma.
Prevê que a disciplina possua um caracter transversal dentro do currículo do básico,
fazendo a gestão de conteúdos com outras áreas disciplinares.
No que diz respeito às «áreas de exploração» dos conteúdos deverá ser dada
prioridade ao Desenho, Pintura e Escultura, elegendo sobretudo o Desenho como
principal veículo para o exercício da atividade.
“ (...) O Desenho é o exercício básico insubstituível de toda a linguagem plástica, bem como constitui uma ferramenta essencial na estruturação do pensamento visual. Nessa medida, deve ser desenvolvida de forma sistemática, nomeadamente em registos livres, registos de observação ou na representação rigorosa.” (Ministério Educação e Ciência, 2011.p.3)
Tabela 32 - Conteúdos Programáticos do Programa de Educação Visual - Ajustado
Conteúdos Resultados pretendidos 7º 8º 9º
Comuni-cação
Elementos Visuais na Comunicação
Fazer o levantamento gráfico (com lápis, esferográfica, carvão) do seu envolvimento (equipamento, habitação, pessoas).
x x x
Códigos de comunicação visual
Elaborar gráfico e esquemas; Conceber Bandas Desenhadas; Executar projetos de equipamento, organização de espaços, fazendo
esboço cotado, vistas ortogonais, maquetas. Conceber e executar sinalizações (de serviços, circulações)
x x
x x x
x x
Papel da imagem na Comunicação
Reconhecer a importância das imagens (publicidade comercial, social, política) no comportamento das pessoas
Executar e reproduzir folhetos informativos; Executar cartazes;
x x x
x x x
x
Espaço
Representa-ção do Espaço
Representar o espaço utilizado isoladamente ou de modo integrado, as sobreposições, variações de dimensão, de cor e de claro-escuro ou as gradações de nitidez
x x x
Representar objetos pelas suas vistas no sistema europeu: Desenhando as vistas necessárias para compreensão de um objeto
(noções de contorno e corte); Registando as suas medidas (escalas, cotas); utilizando linguagem
gráfica convencional (traço contínuo, interrompido, etc.).
x x
Conhecer sistematizações geométricas da perspetiva de observação (linhas e pontos de fuga, direções principais e auxiliares, divisões proporcionais, etc.)
x x
Conhecer vários sistemas de representação axonométrica. Representar um objeto simples em perspetiva cavaleira. Converter a representação pelas vistas ortogonais numa representação
axonométrica e vice-versa.
x x x
Relação homem/ espaço
Registar as proporções e, em esquema, os movimentos Projetar objetos ou espaços tendo em conta a relação homem-espaço
(por ex. montagem de uma exposição, organização da sala de convívio, encenação de uma peça de teatro, etc.).
x x x
x x
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 91
Estru-tura
Estrutura/ Forma/ Função
Compreender a estrutura não apenas como suporte de uma forma mas, também, como princípio organizador dos elementos que a constituem.
Relacionar a forma e a função dos objetos com a sua estrutura. Representar a geometria das formas naturais e o seu ritmo de
crescimento.
x x x
x x
x x
Módulo/ Padrão
Compreender os conceitos de módulo e de padrão. Realizar estruturas modulares (padrões), de suporte e visuais
x x
Forma
Perceção Visual da Forma
Compreender que a percepção visual das formas envolve a interação da luz-cor, das linhas, da textura, do volume, da superfície, etc.
x
x
x
Factores da forma dos objetos
Conhecer as propriedades físicas de diversos materiais (comportamento em esforço, reação aos agentes exteriores, etc.).
Escolher os materiais a utilizar na resolução de problemas de design Compreender a importância do factor económico considerando como
condicionantes do design : a mão-de-obra, os materiais, o tempo. Compreender a diferença entre produções artesanais e industrial. Compreender as vantagens económicas do fabrico em série de
elementos e módulos Distinguir entre a função principal e as subfunções de um objeto (por
ex. guarda-chuva, pega, etc.) Relacionar a forma dos objetos com as medidas e os movimentos do
homem. Fundamentar a escolha de uma entre várias formas que satisfaçam
todos os fatores considerados.
x x x x x
x x x x x x
x x x x x
Representa-ção técnica de objetos
Utilizar a Dupla Projeção Ortogonal na representação técnica de objetos
x
Luz-
Cor
Conhecimen-tos Científicos
Compreender a cor dos objetos como resultado da absorção e reflexão seletivas das ondas luminosas pela matéria.
Compreender as diferenças entre a síntese aditiva da luz e a síntese subtrativa dos pigmentos.
Conhecer as cores primárias e secundárias da síntese aditiva e as sínteses subtrativas.
x x x
Luz-cor na representação do espaço
Compreender os efeitos da cor na percepção do mundo envolvente; Utilizar os efeitos da cor na melhoria da qualidade do ambiente; Aplicar os conhecimentos adquiridos sobre a cor – sensação e a
influência da cor no comportamento.
x x
x x x
x x x
Aplicações Conhecer aplicações das sínteses aditivas e subtrativa. (cores complementares/contrastes).
x
Fonte: Ministério da Educação e Ciência (2011, p.3)
Excetuando o ajustamento nos conteúdos, o programa de 1991 mantém-se atual,
definindo as finalidades e os objetivos gerais da disciplina. Estes dois polos
organizam-se de acordo com a tabela 33.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 92
Tabela 33 – Finalidades e Objetivos Gerais estabelecidos pelo Programa da disciplina de Educação Visual
Finalidades Objetivos
Desenvolver a perceção
- Avaliar as qualidades formais (linha, luz, textura, estrutura) e expressivas dos objetos; - Avaliar as interações dos elementos visuais num determinado campo visual (movimento, ritmo); - Compreender a geometria das formas visuais; - Representar o “mundo real”;
Desenvolver a sensibilidade estética
- Ser sensível à influência das relações formais na qualidade visual do envolvimento; - Ser sensível ao valor estético de diferentes formas de expressão visual;
Desenvolver a criatividade
- Materializar o desenvolvimento de uma ideia estabelecendo novas relações ou organizando em novas bases;
Desenvolver a capacidade de expressão
- Analisar as reações pessoais aos acontecimentos e às qualidades do mundo envolvente; - Utilizar intencionalmente as interações dos elementos visuais para o enriquecimento da expressão;
Desenvolver a capacidade de utilizar meios de expressão visual
- Dominar técnicas expressivas; - Adequar os meios à ideia que se pretende materializar;
Desenvolver o sentido crítico
- Ter consciência dos critérios de apreciação que aplica (nas diferentes manifestações artísticas, na resolução de problemas); - Compreender a influência dos fatores estéticos, funcionais, formais, económicos e sociais, na determinação das formas dos objetos e do envolvimento; - Emitir opiniões e discutir posições com base na sensibilidade, na experiência e nos conhecimentos adquiridos;
Desenvolver a capacidade de comunicação
- Assumir uma posição consciente e crítica em relação aos meios de comunicação visual; - Interpretar e executar objetos de comunicação visual, utilizando diferentes sistemas de informação/ representação (cartazes, gráficos, mapas); - Compreender estereótipos como elementos facilitadores mas também empobrecedores da comunicação; - Representar a terceira dimensão no plano, utilizando formas sistemáticas e forma expressivas; - Empregar adequadamente vocabulário específico;
Desenvolver o sentido social
- Ter em conta as opiniões dos outros quando justificadas, numa atitude de construção de consenso como forma de aprendizagem em comum; - Ter consciência do valor das manifestações artísticas de culturas diferentes (no espaço e no tempo) - Avaliar o funcionamento do trabalho em grupo, designadamente quanto à cooperação, rendimento e sentido de responsabilidade; - Gerir materiais e equipamentos coletivos; -Conhecer ambientes de trabalho relacionados com atividades artísticas (oficinas de artistas e de artesãos) - Tomar contacto com valores, atitudes, problemas, vocabulário específico, de profissionais de atividades artísticas;
Desenvolver a capacidade de intervenção
- Compreender a importância da qualidade do envolvimento; - Assumir uma posição consciente e crítica perante o envolvimento visual; - Intervir no envolvimento visual no sentido da melhoria da qualidade de vida, designadamente nas suas relações com: - a defesa do Ambiente; - a defesa do Património Cultural (erudito e popular); - a defesa do Consumidor;
Fonte: Direcção Geral dos Ensinos Básico e Secundário (1991, p.9)
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 93
Tendo em consideração as referidas finalidades e objetivos, o programa define os
seguintes parâmetros de avaliação da disciplina:
Técnicas
Conceitos
Processos
Perceção/representação do Real
Valores e atitudes
Tabela 34 - Parâmetros de Avaliação estabelecidos no Programa de Educação Visual
Parâmetros de Avaliação
Técnicas
DOMÍNIO
EXPRESSÃO
RIGOR
CLAREZA
Conceitos FORMAÇÃO E ALARGAMENTO
APRECIAÇÃO VERBAL
Processos
PROCESSO DE DESIGN
CONSIDERAÇÃO DE CONDICIONANTES
APLICAÇÃO E ALARGAMENTO DE CONHECIMENTOS
DIVERSIDADE DE IDEIAS
FUNDAMENTAÇÃO NA ESCOLHA DE ALTERNATIVAS
EFICÁCIA NA COMUNICAÇÃO VISUAL DAS IDEIAS
FUNDAMENTAÇÃO NA APRECIAÇÃO VERBAL
EXPRESSÃO NÃO CONDICIONADA
SENSIBILIDADE AO ENVOLVIMENTO
RELAÇÃO INTENÇÃO/PROUTO
Perceção/ Representação
do real
SENSIBILIDADE QUALIDADES FORMAIS
QUALIDADES EXPRESSIVAS
REPRESENTAÇÃO DO REAL
ASPETOS FORMAIS
ASPETOS EXPRESSIVOS
EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE DE REPRESENTAR
Atitudes
SUPERAÇÃO DOS OBSTÁCULOS
RESPEITO PELAS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS
ORGANIZAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO
CONTRIBUIÇÃO PARA O TRABALHO DE GRUPO
INTERVENÇÃO NA MELHORIA DO ENVOLVIMENTO
AUTONOMIA NO TRABALHO INDIVIDUAL
REFLEXÃO SOBRE SITUAÇÕES, etc.
FRUIÇÃO DAS QUALIDADES ESTÉTICAS
CUIDADO COM A SEGURANÇA E HIGIENE
Fonte: Direcção Geral dos Ensinos Básico e Secundário (1991, p.9)
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Tabela 35 – Desenvolvimento dos Parâmetros de Avaliação estabelecidos no Programa de Educação Visual
Parâmetros de Avaliação Orientações
Técnicas As técnicas são avaliadas aos níveis de domínio e expressão, pondo-se maior peso na utilização expressiva. São ainda avaliados quanto à sua adequação em relação àquilo que o aluno quer expressar ou comunicar.
Conceitos A sua formação e alargamento são avaliados através dos efeitos observados nas representações bi e tridimensionais e na apreciação verbal de «objetos» e do envolvimento.
Processos
Design
Consideração e diversas condicionantes (funcionais, ergonómicas, materiais, económicas, sociais, técnicas, ambientais) na definição do problema;
Capacidade de alargar e aplicar os conhecimentos que já possui (conceitos, procedimentos, técnicas);
Diversidade de ideias alternativas; Fundamentação na escolha de alternativas; Eficácia na comunicação visual das ideias (representação
bi e tridimensional; Fundamentação na apreciação verbal de produtos finais;
Expressão não condicionada
Sensibilidade ao envolvimento; Relação entre a intenção do sujeito que exprime e o
produto de expressão;
Perceção/ Representação
do real
Avalia-se a sensibilidade às qualidades do envolvimento e dos objetos: qualidades formais (interações linha/cor/textura/estrutura/etc.) e qualidades expressivas.
Avalia-se a capacidade de representação do real, sobretudo a partir dos 8º e 9ºanos, tanto nos seus aspetos formais como nos expressivos.
Avalia-se a evolução da capacidade de representar, no plano bidimensional, a terceira dimensão.
Atitudes
Superação dos obstáculos na realização de um projeto; Respeito pelas diferenças individuais; Organização do plano de trabalho; Contribuição para o trabalho de grupo; Intervenção na melhoria do envolvimento; Autonomia no trabalho individual; Reflexão sobre sentimentos, situações e fenómenos; Fruição das qualidades estéticas dos objetos e o envolvimento; Cuidado com a segurança e higiene no trabalho;
Fonte: Direcção Geral dos Ensinos Básico e Secundário (1991, p.9)
Os dados para avaliação deverão possuir como instrumentos metodológicos: a
observação direta da realização dos exercícios e a sua apreciação verbal
fundamentada pelos alunos.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 95
6.3. AS METAS CURRICULARES E A SUA APLICAÇÃO NA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO VISUAL
As metas curriculares de Educação Visual do 3ºciclo do Ensino Básico em vigor foram
aprovadas pelo Despacho nº 15971/2012 de 7 de Dezembro, devendo esta
atualização à nova organização curricular implementada na disciplina neste ciclo de
estudos.
As metas de Educação Visual são descritas por este documento legislativo, como
essenciais para o desenvolvimento da “curiosidade, a imaginação, a criatividade e o
prazer pela investigação, ao mesmo tempo que proporciona a aquisição de um
conjunto de conhecimentos e de processos cooperativos” (Rodrigues, 2012, p.3) pelos
alunos, num sistema e ensino em que o conhecimento progride e se difunde.
Sustentam um enriquecimento de conhecimento através de um contexto de cariz
científico e experimental, sendo este adquirido através de processos práticos, ensaios
e tentativas. No 3ºciclo as metas incidem, de modo genérico, sobre conteúdos como a
representação de formas geométricas (através de sistemas geométricos de
representação) desenho expressivo, valor tonal, expressão e comunicação da forma,
perceção visual e construção de imagem, entre outros.
De acordo com o definido, estas encontram-se divididas em quatro domínios: o
contexto da Técnica, da Representação, do Discurso e do Projeto com objetivos e
descritores específicos para cada ano escolar.
O âmbito da Técnica refere um conjunto de procedimentos de carácter sistemático e
metodológico tendo como fim a aquisição de conhecimento e desenvolvimento de
aptidões específicas. O contexto da Representação envolve procedimentos de registo
comunicacional, esquematização e visualização de simbologias gráficas. O domínio do
Discurso caracteriza-se por um conjunto de procedimentos de encadeamento de
factos que aludem ao ato de comunicar ou significar dentro da ação discursiva. Por
fim, o contexto do Projeto é caracterizado por procedimentos coordenados,
envolvendo a análise de requisitos e recursos disponíveis para cumprir determinado
objetivo especifico.
A estruturação dos conteúdos das metas curriculares teve em consideração o
programa de Educação Visual nomeadamente os seus objetivos gerais, finalidades e
conteúdos.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 96
Tabela 36 - Metas Curriculares Educação Visual para o 7.° Ano - Domínios de referência, objetivos e descritores de desempenho - Despacho nº 15971/2012 de 7 de Dezembro
TÉCNICA
OBJETIVO GERAL (1):
Diferenciar materiais básicos de desenho técnico na representação e criação de formas.
1.1: Desenhar objetos simples presentes no espaço envolvente, utilizando materiais básicos de desenho
técnico (papel, lápis, lapiseira, régua, esquadros, transferidor, compasso).
1.2: Registar e analisar as noções de escala nas produções artísticas, nos objetos e no meio envolvente
(redução, ampliação, tamanho real).
1.3: Desenvolver formas artificiais à escala da mão, do corpo e do espaço vivencial imediato e conhecer
a noção de sombra própria e de sombra projetada.
OBJETIVO GERAL (2):
Conhecer formas geométricas no âmbito dos elementos da representação.
2.1: Empregar propriedades dos ângulos em representações geométricas (traçado da bissetriz, divisão
do ângulo em partes iguais).
2.2: Utilizar circunferências tangentes na construção de representações plásticas (tangentes externas e
internas, reta tangente à circunferência, linhas concordantes).
2.3: Desenhar diferentes elementos, tais como espirais (bicêntrica, tricêntrica, quadricêntrica), ovais,
óvulos (eixo menor e eixo maior) e arcos (volta inteira/romano, ogival, curva e contracurva, abatido).
OBJETIVO GERAL (3):
Relacionar sistemas de projeção e codificação na criação de formas.
3.1: Distinguir formas rigorosas simples, utilizando princípios dos sistemas de projeção (sistema europeu:
vistas de frente, superior, inferior, lateral direita e esquerda, posterior; plantas, alçados).
3.2: Conceber objetos/espaços de baixa complexidade, integrando elementos de cotagem e de cortes no
desenho (linha de cota, linha de chamada, espessuras de traço).
3.3: Aplicar sistematizações geométricas das perspetivas axonométricas (isometria, dimétrica e
cavaleira).
OBJETIVO GERAL (4):
Dominar a aquisição de conhecimento geométrico.
4.1: Desenvolver ações orientadas para a decomposição geométrica das formas, enumerando e
analisando os elementos que as constituem.
4.2: Desenvolver capacidades que evidenciem objetivamente a compreensão da estrutura geométrica do
objeto.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 97
REPRESENTAÇÃO
OBJETIVO GERAL (5):
Dominar instrumentos de registo, materiais e técnicas de representação.
5.1: Selecionar instrumentos de registo e materiais de suporte em função das características do desenho
(papel: textura, capacidade de absorção, gramagem; lápis de grafite: graus de dureza; pincéis).
5.2: Utilizar corretamente diferentes materiais e técnicas de representação na criação de formas e na
procura de soluções (lápis de cor, marcadores, lápis de cera, pastel de óleo e seco, tinta da china,
guache, aguarela, colagem).
OBJETIVO GERAL (6):
Reconhecer o papel do desenho expressivo na representação de formas.
6.1: Explorar e aplicar processos convencionais do desenho expressivo na construção de objetos
gráficos (linhas de contorno: aparentes e de configuração; valores claro/escuro: sombra própria e
projetada; medidas e inclinações).
6.2: Desenvolver e empregar diferentes modos de representação da figura humana (captar a proporção
da figura e do rosto; relações do corpo com os objetos e o espaço).
OBJETIVO GERAL (7):
Aplicar tecnologias digitais como instrumento de representação.
7.1: Distinguir vários tipos de tecnologias digitais e as suas potencialidades como ferramenta de registo.
7.2: Explorar registos de observação documental através das tecnologias digitais (imagem digital;
fotografia digital: composição ou enquadramento, formato, ponto de vista, planos, iluminação; vídeo
digital: planos de ação, movimentos de câmara).
OBJETIVO GERAL (8):
Dominar tipologias de representação expressiva.
8.1: Desenvolver ações orientadas para a representação da realidade através da perceção das
proporções naturais e das relações orgânicas.
8.2: Representar objetos através da simplificação e estilização das formas.
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DISCURSO
OBJETIVO GERAL (9):
Compreender a noção de superfície e de sólido.
9.1: Descrever o processo de criação de superfícies e de sólidos (geratriz e diretriz).
9.2: Enumerar tipos de superfícies (plana, piramidal, paralelepipédica, cónica, cilíndrica e esférica) e
sólidos (pirâmides, paralelepípedos, prismas, cones, cilindros e esferas).
OBJETIVO GERAL (10):
Distinguir elementos de construção de poliedros
10.1: Reconhecer a diferença entre polígono e poliedro.
10.2: Descrever os elementos de construção de poliedros (faces, arestas e vértices).
10.3: Identificar tipos de poliedros (regulares e irregulares) no envolvente.
OBJETIVO GERAL (11):
Compreender e realizar planificações geométricas de sólidos
11.1: Distinguir sólidos planificáveis de não planificáveis.
11.2: Realizar planificações de sólidos (prismas e pirâmides; cones; cilindros).
OBJETIVO GERAL (12):
Dominar tipologias de discurso geométrico bi e tridimensional.
12.1: Desenvolver ações orientadas para a compreensão dos elementos construtivos, que agregados
cumprem uma função de reciprocidade e coexistência.
12.2: Identificar e aplicar figuras geométricas, que aparecendo num mesmo encadeamento lógico,
permitem compor diferentes sólidos.
PROJETO
OBJETIVO GERAL (13):
Explorar princípios básicos do Design e da sua metodologia.
13.1: Analisar e valorizar o contexto em que surge o design (evolução histórica, artesanato, produção em
série indiscriminada, a primeira escola: Bauhaus, objetos de design, etc.).
13.2: Reconhecer e descrever a metodologia do design (enunciação do problema, estudo de materiais e
processos de fabrico, pesquisa formal, projeto, construção de protótipo, produção).
13.3: Identificar disciplinas que integram o design (antropometria, ergonomia, etc.).
OBJETIVO GERAL (14):
Aplicar princípios básicos do Design na resolução de problemas.
14.1: Distinguir e analisar diversas áreas do design (design comunicação, produto e ambientes).
14.2: Desenvolver soluções criativas no âmbito do design, aplicando os seus princípios básicos, em
articulação com áreas de interesse da escola.
OBJETIVO GERAL (15):
Reconhecer o papel da observação no desenvolvimento do projeto.
15.1: Desenvolver ações orientadas para a observação, que determinam a amplitude da análise e
asseguram a compreensão do tema.
15.2: Identificar no âmbito do projeto, componentes e fases do problema em análise.
Fonte: Rodrigues (2012, p.11 - p.14)
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 99
7. CONCLUSÃO
7.1. CONCLUSÕES FINAIS
No final deste trabalho de investigação-ação possibilitou-se constatar a eficácia das
metodologias de investigação ação apoiadas em pressupostos da Teoria da
Aprendizagem Significativa. A viabilidade desta abordagem confirma-se pela avaliação
dos dados recolhidos, nomeadamente no facto de se ter verificado uma correlação
consistente entre os indicadores da avaliação escolar (AE) e o a aferição da
aprendizagem significativa (AAS), podendo-se assim inferir, neste estudo de caso,
também, a consequência inversa – os alunos que não realizaram aprendizagens
significativas tenderam a apresentar resultados escolares inferiores. As exceções a
esta correlação revelaram-se pouco significativas.
Cumulativamente, verificou-se a apetência desta abordagem metodológica para o
desenvolvimento de estratégias de ensino relativas à problemática das metas
curriculares, tendo nos casos verificados neste trabalho existido sucesso no seu
cumprimento.
Este trabalho de investigação-ação comprova também, inerentemente, a
compatibilidade das abordagens construtivistas para o ensino-aprendizagem no
âmbito das artes visuais, domínio pouco tradicional deste meio académico.
Durante o desenvolvimento dos exercícios contemplados neste trabalho, juntamente
com os inquéritos e observação de aula, constatou-se a pertinência de âmbito, deste
trabalho para um aprofundamento adicional da problemática da gestão e produção do
currículo escolar na área das artes visuais, tema que não é visto aqui de forma
sistemática, nem exaustiva, mas para o qual se foram encontrando números pontos de
contacto com as problemáticas aqui desenvolvidas.
Não se trata então este relatório de uma dissertação com a pretensão de definir um
modelo teórico explicativo para a didática de EV enquadrada pela TAS, mas sim uma
contribuição para o estudo sobre esta temática, que disponibiliza informação para o
aperfeiçoamento de indicadores de aferição do sucesso de aprendizagens
significativas no âmbito da leitura e produção visual.
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 100
Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 101
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Leitura e produção visual: práticas letivas através da Aprendizagem Significativa
Daniel Filipe Fortuna Pereira 103
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Daniel Filipe Fortuna Pereira 104
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APÊNDICES
Disciplinas de leitura e produção visual: valorização e operacionalização pelos discentes
Daniel Filipe Fortuna Pereira 107
LISTA DE APÊNDICES
Apêndice A - Planos de Aulas da turma do 10ºano de Artes Visuais na disciplina de Desenho
Apêndice B - Levantamento fotográfico de alguns trabalhos realizados de acordo com os Planos de Aulas
Apêndice C - Pesquisa para a Planificação de Aulas das turmas do 7ºano e 10ºano.
Disciplinas de leitura e produção visual: valorização e operacionalização pelos discentes
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APÊNDICE A Planos de Aulas da turma do 10ºano de Artes Visuais na disciplina de
Desenho
Disciplinas de leitura e produção visual: valorização e operacionalização pelos discentes
Daniel Filipe Fortuna Pereira 111
SECRETARIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA
DIREÇÃO REGIONAL DA EDUCAÇÃO
ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DAS LAJES DO PICO
Plano de Aula
Desenho
Docente Estagiário: Daniel Filipe Fortuna Pereira Data da Aula
15/02/2013 Ano / Turma: 10 B Docente Orientador:
Francisco Carneiro
1. Referências
Hugh Ferris – vistas progressivas de até à arte final.
Disciplinas de leitura e produção visual: valorização e operacionalização pelos discentes
Daniel Filipe Fortuna Pereira 112
2. Conteúdos a abordar
- as fases de desenvolvimento de um desenho até à sua configuração final;
- o desenho como objeto comunicacional;
- o processo como dinâmica informativa da composição e orientadora da observação e registo de vários âmbito de análise e registo visuais, como: a proporção, a estrutura formal subjacente;
- a iluminação do objeto representado; a distribuição do contraste e a sua influência na leitura visual;
- a modelação da massa pela distribuição da iluminação (modelação claro-escuro);
- a observação, analise e registo dos objetos observados do geral para o particular; as possibilidades operativas novas levantadas pelo próprio processo de trabalho e seu questionamento;
- o questionar da adequação do processo de trabalho ao objeto observado; a velocidade do registo/processo – operações rápidas e lentas;
3. Estratégias a Implementar
- a espontaneidade do registo, possibilitada pela separação de fases que o processo proposto sugere;
- a velocidade do registo – tentativa de alcançar 5 fases de desenho em apenas dois tempos letivos;
- o questionamento critico do processo de analise/registo e dos meios usados;
4. Recursos a Utilizar
- observação de objetos com alguma complexidade ao nível da quantidade de volumes e sub-volumes interarticulados, como sugerido pelas volumetrias dos edifícios ilustrados por Hugh Ferris;
5. Formas de Avaliação das Aprendizagens
Parâmetro A – 50% eficiência e intencionalidade no uso das fases
Parâmetro B – 30% fluência gráfica, expressividade
Parâmetro C – 20% esboço de um possível relatório de trabalho – apontar das diversas palavras-chave que o aluno associou a cada fase
Lajes do Pico, 15 de Fevereiro de 2013
O Docente Estagiário,
Daniel Pereira
Disciplinas de leitura e produção visual: valorização e operacionalização pelos discentes
Daniel Filipe Fortuna Pereira 113
SECRETARIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA
DIREÇÃO REGIONAL DA EDUCAÇÃO
ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DAS LAJES DO PICO
Plano de Aula
Desenho
Docente Estagiário: Daniel Filipe Fortuna Pereira Data da Aula
10/05/2013 Ano / Turma: 10 B Docente Orientador:
Francisco Carneiro
1. Referências
Kimon Nicolaides – The natural way to draw (1941)
Disciplinas de leitura e produção visual: valorização e operacionalização pelos discentes
Daniel Filipe Fortuna Pereira 114
2. Conteúdos a abordar
- A Perceção visual: os mecanismos neurofisiológicos da visão, sensação, percepção, cognição e os hemisférios cerebrais. A visão e o tacto no entendimento e representação da imagem. - Desenho de contorno cego, percepção cega, desenho de contorno lento e de mobilidade gestual; e
desenho usando a mão esquerda;
3. Estratégias a Implementar Realização de uma sequência de exercícios, de curta duração, através do desenho exploratório utilizando
a Perceção Visual e Tacto.
1º exercício – Desenho lento de contorno cego de um objeto do quotidiano (não olhando para a
folha de papel)
2ºexercício – Desenho lento de contorno sem levantar a caneta da folha de papel, observando o
objeto;
3ºexercício – Desenho rápido que configure a massa de um objeto sem levantar a caneta da
folha de papel; (mobilidade gestual)
4ºexercício – Desenho cego de configuração da massa de um objeto quotidiano; (não olhando
para a folha de papel)
5ºexercício – Desenho linear lento de configuração do objeto por apalpação; (repetido com duas vezes com objetos diferentes)
6ºexercício – Desenho linear com a mão esquerda, observando o objeto;
7ºexercício – Desenho linear com a mão direita, observando o mesmo objeto;
-No final da aula, os alunos deverão realizar a sua autoavaliação por escrito e respetiva justificação no verso da ficha de trabalho.
4. Recursos a Utilizar
- Quadro;
- Caneta esferográfica;
- Objetos do Quotidiano;
5. Formas de Avaliação das Aprendizagens
Participação e empenho dos alunos – grelha de observação na sala de aula.
Trabalhos realizados.
Lajes do Pico, 10 de Maio de 2013
O Docente Estagiário,
Daniel Pereira
APÊNDICE B Levantamento fotográfico de alguns trabalhos de Desenho da turma do 10ºano
de Artes Visuais, realizados de acordo com o Plano de Aulas
Trabalho de uma aluna do 10ºB – Plano de Aula nº1
Exercício 1
Exercício 2
Disciplinas de leitura e produção visual: valorização e operacionalização pelos discentes
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Exercício 3
Exercício 4
Disciplinas de leitura e produção visual: valorização e operacionalização pelos discentes
Daniel Filipe Fortuna Pereira 119
Trabalho de um aluno do 10ºB – Plano de Aula nº1
Trabalho de uma aluna do 10ºB – Plano de Aula nº1
Disciplinas de leitura e produção visual: valorização e operacionalização pelos discentes
Daniel Filipe Fortuna Pereira 120
APÊNDICE C
Pesquisa para a Planificação de Aulas das turmas do 7ºano e 10ºano.
Disciplinas de leitura e produção visual: valorização e operacionalização pelos discentes
Daniel Filipe Fortuna Pereira 126
ANEXOS
Disciplinas de leitura e produção visual: valorização e operacionalização pelos discentes
Daniel Filipe Fortuna Pereira 129
LISTA DE ANEXOS
Anexo A - Metas Curriculares de Educação Visual do 2º e 3º ciclo do Ensino Básico
Disciplinas de leitura e produção visual: valorização e operacionalização pelos discentes
Daniel Filipe Fortuna Pereira 130
ANEXO A
Metas Curriculares de Educação Visual do 2º e 3ºciclo do Ensino Básico
Disciplinas de leitura e produção visual: valorização e operacionalização pelos discentes
Daniel Filipe Fortuna Pereira 132
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