dalÉtica hegeliana

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DALÉTICA HEGELIANA: Em Hegel, a dialética se movimenta da seguinte forma: primeiro existe a TESE ( teoria posta em discussão), que é a ideia, gerando uma ANTÍTESE, que se contrapõe à TESE, surgindo assim a SÍNTESE (que abrange ambas), que é a superação das anteriores.Hegel aplicava esse raciocínio à realidade e aos diferentes momentos da história humana. Desde as antigas civilizações do oriente até a concepção de Estado Moderno, constando nesse ínterim, acontecimentos como o surgimento da filosofia, o iluminismo e a Revolução Franceses. Ou seja, a história estaria dividida em três etapas, correspondendo exatamente à TESE, ANTÍTESE e SÍNTESE. A SÍNTESE representa a superação da contradição. Mas como a verdade só se encontra na totalidade do sistema, essa primeira síntese ainda não é a verdade da questão, mas passa a ser uma nova tese, com uma antítese e uma síntese correspondentes. O processo continua ad infinitum até chegarmos à ideia absoluta. O sistema começa com “ser indeterminado puro” e termina com a Ideia Absoluta ou a própria Verdade. Essa Ideia Absoluta é como o “pensamento se pensando”, ou o Deus do filósofo de Aristóteles, o Motor Imóvel. Hegel da muitos exemplos para mostrar que o Absoluto é Espírito. De modo mais interessante, afirma que esse espírito se manifesta nos indivíduos, nas instituições sociais como a família & o estado, e na arte, na religião e na filosofia de uma época.Esta ideia do Espírito Objetivo como a encarnação externa da mente foi adotada por outros filósofos. Hegel via então a história como “a marcha da razão no mundo” e as instituições humanas como o produto do devir dialético. DIALÉTICA REALEANA E TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO: A Teoria Tridimensional do Direito é uma concepção de Direito,elaborada pelo jusfilósofo brasileiro Miguel Reale em 1968, e posteriormente abordada em diversas obras.Miguel Reale buscou, através desta teoria, unificar três concepções unilaterais do direito:

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Page 1: DALÉTICA HEGELIANA

DALÉTICA HEGELIANA: Em Hegel, a dialética se movimenta da seguinte forma: primeiro existe a TESE ( teoria posta em discussão), que é a ideia, gerando uma ANTÍTESE, que se contrapõe à TESE, surgindo assim a SÍNTESE (que abrange ambas), que é a superação das anteriores.Hegel aplicava esse raciocínio à realidade e aos diferentes momentos da história humana. Desde as antigas civilizações do oriente até a concepção de Estado Moderno, constando nesse ínterim, acontecimentos como o surgimento da filosofia, o iluminismo e a Revolução Franceses. Ou seja, a história estaria dividida em três etapas, correspondendo exatamente à TESE, ANTÍTESE e SÍNTESE. A SÍNTESE representa a superação da contradição.

Mas como a verdade só se encontra na totalidade do sistema, essa primeira síntese ainda não é a verdade da questão, mas passa a ser uma nova tese, com uma antítese e uma síntese correspondentes. O processo continua ad infinitum até chegarmos à ideia absoluta. O sistema começa com “ser indeterminado puro” e termina com a Ideia Absoluta ou a própria Verdade. Essa Ideia Absoluta é como o “pensamento se pensando”, ou o Deus do filósofo de Aristóteles, o Motor Imóvel.

Hegel da muitos exemplos para mostrar que o Absoluto é Espírito. De modo mais interessante, afirma que esse espírito se manifesta nos indivíduos, nas instituições sociais como a família & o estado, e na arte, na religião e na filosofia de uma época.Esta ideia do Espírito Objetivo como a encarnação externa da mente foi adotada por outros filósofos. Hegel via então a história como “a marcha da razão no mundo” e as instituições humanas como o produto do devir dialético.

DIALÉTICA REALEANA E TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO:

A Teoria Tridimensional do Direito é uma concepção de Direito,elaborada pelo jusfilósofo brasileiro Miguel Reale em 1968, e posteriormente abordada em diversas obras.Miguel Reale buscou, através desta teoria, unificar três concepções unilaterais do direito:

- O Sociologismo jurídico, associado aos fatos e à eficácia do Direito;

- O Moralismo jurídico, associado aos valores e aos fundamentos do Direito; e

- O Normativismo abstrato, associado às normas e à mera vigência do Direito.

Segundo a teoria tridimensional, o Direito se compõe da conjugação harmônica dos três aspectos primordiais:

- O aspecto normativo, ou seja, o aspecto de ordenamento do Direito;

- O aspecto fático, ou seja, o seu nicho social e histórico; e

- O aspecto axiológico, ou seja, os valores buscados pela sociedade, como a Justiça.

A conjugação proposta por Reale pressupõe uma constante comunicação entre o segundo e o terceiro aspectos, que origina e também se relaciona com o primeiro. Esta comunicação é denominada pelo próprio autor como a "dialética de implicação-

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polaridade", ou, "dialética de complementariedade". Esta dialética consiste na percepção de que fatos e valores estão constantemente relacionados na sociedade de maneira irredutível (polaridade) e de mútua dependência (implicação). Exemplo:

Na legislação sobre títulos de crédito, há previsão para o pagamento de uma letra de câmbio na data de seu vencimento, caso contrário, a mesma está sujeita a protesto e consequente cobrança do título pelo credor.

Neste caso, podemos identificar uma norma (o próprio dispositivo legislativo que gera as obrigações e direitos no caso), resultante e unificadora da relação entre fatos (a situação da emissão da letra de câmbio, o contexto histórico de necessidades técnicas e jurídicas das transações comerciais, etc.) e valores (o valor da garantia, do crédito, da segurança financeira, etc.).

A análise por parte de advogados e juízes do Direito não deve se manter presa a somente uma, ou mesmo duas destas dimensões, devendo estar constantemente vinculada à interpretação do sistema tridimensional como um todo.O Direito é uma realidade cultural, porque é o resultado da experiência do homem. A bilateralidade é essencial ao Direito.

Reale afirma que ao passar pela simples harmonização do sociologismo, moralismo e normativismo jurídicos, chegamos à chamada tridimensionalidade genérica do Direito que, apesar de levar em conta de maneira sistemática mais aspectos do que outras teorias, ainda falha em analisar a correlação essencial entre estes elementos primordiais.

Surge então a proposta da tridimensionalidade específica e dinâmica, que analisa o conceito de valor, reconhecendo seu papel de elemento constitutivo da experiência ética e a implicação constante entre valor e história.

Desta forma, afirma a inserção do valor na realidade fática de maneira dinâmica - que todo o valor implica na tomada de determinada posição, seja ela positiva ou negativa, da qual resulta uma noção de dever ou não-dever. Esta distinção permite que, no plano normativo, a sociedade possa inserir um fim no ordenamento social, uma forma de alcançar os objetivos valorizados pela sociedade em harmonia ou oposição à realidade fática.

o direito deve ser estudado como Norma, Valor e Fato Social. O primeiro aspecto, considerado em um evento jurídico, enlaça os demais fatores, que se resumem no fato econômico, demográfico, geográfico, etc. e no valor que imprime significado a este acontecimento, gerando as tendências que guiarão as ações humanas desencadeadas a partir destes fatos.

Não dá para imaginar as leis, ou seja, a Norma, independente dos eventos sociais, dos hábitos, da cultura, das carências da sociedade – englobadas no âmbito do Fato Social -, e a existência desses elementos são impossíveis sem que se leve em conta seus valores. Assim, pode-se afirmar que os pontos de vista normativos – o Direito como ordem, disciplina -, fático – a concretização sócio-histórico do evento jurídico - e

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axiológico – a esfera do valor judicial, ou seja, da Justiça em si - estão profundamente entrelaçados.

Assim, percebe-se que o Direito não é um esboço lógico, uma mera abstração. Ele deve ser compreendido em seu aspecto prático, como elemento social, cotidianamente vivenciado na práxis. não é possível mentalizar o Direito como algo estático, mas sim enquanto o resultado de um movimento dialético, de um roteiro que está sendo escrito, à mercê das mudanças e dos acontecimentos que oscilam no tempo e no espaço. É com esta visão que as normas devem ser analisadas, visando atender as expectativas do universo axiológico.

POSITIVISMO: O positivismo jurídico é uma corrente da teoria do direito que procura explicar o fenômeno jurídico a partir do estudo das normas positivas, ou seja, daquelas normas postas pela autoridade soberana de determinada sociedade. O direito é definido com base em elementos empíricos e mutáveis com o tempo. Nega-se, com isso, as teorias dualistas que admitem a existência de um direito natural ao lado do direito positivo. Assim, uma regra pertencerá ao sistema jurídico, criando direitos e obrigações para os seus destinatários, desde que emane de uma autoridade competente para a criação de normas e desde que seja criada de acordo com o procedimento previsto legalmente para a edição de novas normas, respeitados os limites temporais e espaciais de validade, assim como as regras do ordenamento que resolvem possíveis incompatibilidades de conteúdo (antinomias).

Metodologicamente, o positivismo jurídico representa uma opção pela neutralidade do intérprete do direito, sustentando que ele não deve se posicionar relativamente aos conteúdos das normas, mas apenas descrevê-los, de modo a preservar a vontade política expressa por aqueles que criaram as normas.

GNOSEOLOGIA JURÍDICA: estuda as possibilidades do saber jurídico. Um dos mais conhecidos métodos da gnoseologia jurídica é o método da tridimensionalidade realeana, que conhece o direito a partir de uma fenomenologia que analisa o fato, o valor e a norma como dimensões dinâmicas e correlacionais do direito.Aplica-se ao direito o caráter de ser ontognoseológico, formado pra reale, num correlação entre sujeito que conhece(gnosiologia) e objeto conhecido (ontológico). O ser-conhecido do direito é a apreensão de sua tridimensionalidade concreta e das relações sociais concretas que essas três facetas revelam. É o ramo da filosofia geral que estuda unicamente o conhecimento jurídico (Direito).

1- O conhecimento empírico ou vulgar: o grau de menor conhecimento, mediante uma simples captação da realidade através ou com a ajuda dos sentidos. (amamentação, quando a mãe leva pela mão até a escola no primeiro dia)

2- O conhecimento científico ou racional: superior ao empírico. A única fonte de conhecimento é o intelecto, a razão.

3- O conhecimento filosófico: grau mais elevado do conhecimento

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DEONTOLOGIA JURÍDICA: A deontologia jurídica é a ciência que cuida dos deveres e dos direitos dos operadores do direito, bem como de seus fundamentos éticos e legais. Etimologicamente,de ontologia significa ciência dos deveres. é ciência aplicada àqueles que exercem alguma profissão jurídica, em especial os advogados,magistrados e promotores de justiça.

Há duas espécies de requisitos que o indivíduo deve preencher para exercer a profissão de advogado:

1- Legais: Os requisitos legais para o exercício da advocacia (ou seja, os decorrentes da lei: diploma de graduação em Direito, etc.).

2- Pessoais: não tem previsão legal. Remetem à personalidade do advogado, aos seus atributos morais e intelectuais.

EPISTEMOLOGIA JURÍDICA: É reflexão sobre o conhecimento do direito, trata de entender se tal conhecimento é possível que forma ou estrutura haja de ter, quais são suas maneiras de se apresentar à sociedade, etc.

AXIOLOGIA JURÍDICA: Trata dos valores jurídicos, estuda sobre quais são os valores que geraram um modelo de direito ou que prevalecerão na hora de elaboração ou aplicação do direito. De todos os valores, o mais importante é a justiça.

CULTUROLOGIA JURIDICA: Tratam-se os dados do historiador do Direito. Além da conexão entre os fatos busca-se o sentido ideal ou o significado essencial não do fato singular, mas dele como fenômeno humano geral, daí advém o nome de Culturologia, pois se trata da vivência do Direito enquanto cultura, a partir da qual uma experiência valiosa depreende um esforço para a sua preservação, trata-se em verdade da filosofia da histórico-jurídica.