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Revista da Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção Edição 80 | Ano IX | Agosto de 2017 Da área médica à industrial, o uso da ferramenta é quase irrestrito Entrevista exclusiva de Waldyr Barroso, diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) 3 o Encontro Anual Abendi sobre Certificação de Competências Pessoais em Atmosferas Explosivas vem aí... Na Seção Técnica, veja os artigos de especialistas em termografia

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Revista da Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção

Edição 80 | Ano IX | Agosto de 2017

Da área médica à industrial,o uso da ferramenta équase irrestrito

Entrevista exclusiva de Waldyr Barroso,diretor da AgênciaNacional de Petróleo,Gás Natural eBiocombustíveis(ANP)

3o Encontro AnualAbendi sobreCertificação deCompetências Pessoaisem AtmosferasExplosivas vem aí...

Na Seção Técnica, vejaos artigos de especialistasem termografia

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editorial

Se você tiver ideias, sugestões ou críticas a fazer, envie para:[email protected]

João Gabriel Hargreaves Ribeiro

Presidente

Caro leitor,

Olhar para a mesma área com perspectivas diferentes. Essa é uma atitude determinante à inovação, além, é claro, da criação de novos serviços e produ-tos. Ao me concentrar no assunto, como foco do editorial, tenho a intenção de incentivá-lo, leitor, a dar uma guinada na sua realidade, tanto para o lado pro-fissional quanto pessoal, já que os vejo como inseparáveis. Há tempos, caiu por terra a velha história de que trabalho e família não se misturam, um bom exem-plo é a tendência ao home office crescendo a cada dia .

Infelizmente, em razão da turbulência econômico-social recente, percebo uma desesperança que ainda paira no ar. Mas, com a longa experiência na área executiva, sinto que o momento para investir em você mesmo já chegou. Mes-mo a passos lentos, o País começa a dar sinais de reação. Precisamos acreditar nisso, e emitir uma vibração positiva nesse sentido. Aqui, na Abendi, estamos nos reinventando sempre. Esta edição da Revista Abendi, por exemplo, trata, na sua quase totalidade, de uma das ferramentas mais antigas de END, mas que vem sendo modernizada e ampliando as suas áreas de aplicação: a termografia.

Conheça, na matéria de capa, os segmentos que mais se beneficiam desse re-curso. Especialistas de grandes empresas explicam as vantagens da ferramenta, dão dicas de como extrair, ao máximo, as vantagens que ela oferece e ressaltam a importância em ter profissionais qualificados à frente desse trabalho. E, por falar nisso, leia, na editoria de Certificação um texto sobre o processo de certifi-cação em termografia, que está aberto no momento.

Ainda sobre esse método, na Seção Técnica você terá acesso a artigos, desen-volvidos por especialistas Níveis 3 em Termografia, abordando desde conheci-mentos básicos da ferramenta, para quem nunca teve contato, até cases mais complexos.

Além destes assuntos, a edição também trata de outros, como Eventos. O pró-ximo acontece em Santos (SP), no dia 19 de setembro, quando será realizado o 3o Encontro Anual Abendi sobre Certificação de Competências Pessoais em At-mosferas Explosivas. Ali, reuniremos acadêmicos e representantes de empresas habituados ao tema de extrema importância às empresas: o cuidado com áreas eminentemente sujeitas ao risco de explosões.

Outro tema que certamente vai te interessar é a entrevista, exclusiva à Revista Abendi, com o diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocom-bustíveis (ANP), Waldyr Barroso. Saiba quantas rodadas de leilões para explora-ção de petróleo estão previstas, como estamos no ranking de produção, nossa capacidade de extração, entre outras informações.

Viu só! As novidades são boas, então fique já por dentro dos assuntos, a tua revista está te esperando...

Boa leitura a todos!

Pedro Paiva – Magnaflux Jan Smid – RadiolabWagner Romano – GEOswaldo Rossi Júnior – IntermetroCarlos Madureira – BBL

Prof. Sérgio Brandi – USPProf. Sérgio Barra – UFRNProf. Thomas Clarke – UFRGSProf. Armando Albertazzi – UFSC Prof. Américo Scotti - UFUProfa. Raquel Gonçalves – UnicampProf. Armando Shinohara – UFPEProf. Francisco Ilo – UPE

Supervisora de comunicação:Grazielle PaivaJornalista responsável: Alexandra Alves (MTB 26660)Comercial: Bruno MunhozDesigner: Henrique LealRevisor: Paulo RanieriProjeto Gráfico e Diagramação:Giovana Garofalo Capa/Foto: Acervo FlirEdição Gráfica | Giovana GarofaloGráfica: Mundial Gráfica

7.000 exemplares

Profissionais especializados (engenhei-ros, gerentes, administradores) de em- presas de END e Inspeção, usuários des- sa tecnologia, técnicos (supervisores, ins- petores e operadores) que estão direta- mente envolvidos com o tema e insti-tuições de ensino.

expediente

Conselho Editorial

Comitê Científico

Equipe

Tiragem

Público leitor

ISSN: 1980-1599

A Abendi não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em ar-tigos ou matérias assinadas, que expressam apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da revista. À pu-blicação reserva-se o direito de, por motivo de espaço e clareza, resumir cartas e artigos.

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Av. Onze de Junho, 1317 – Vila ClementinoCEP: 04041-054. São Paulo (SP)Tel. (11) 5586-3199 – Fax (11) 3302-5850Site: www.abendi.org.br

Lançamentos de livros, apostilas, anais eprodutos [email protected] | (11) 5586-3196

Bureau de Certificação Abendi. (11) 5586-3181

Feiras, eventos, simpósios e encontros do [email protected] | (11) 5586-3197

Área Técnica da [email protected] (11) 5586-3195

Seja um sócio ou sócio patrocinador da [email protected] (11) 5586-3190 ou 3146

Treinamentos e Ensino a Distância (EaD)[email protected](11) 5586-3141 ou [email protected]

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Antônio Noca [email protected](85) 8702-5368 ou (85) 99932-9159

Marco Brito [email protected](81) 99961-5110 e (81) 98833-7703

Antonio Luiz Leite [email protected](71) 99964-8636

Carlos Otávio Damas [email protected] (79) 99679-2747

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A expertise no domínio operacionalda ferramenta é determinante àinterpretação do resultado da inspeção

AS INIMAGINÁVEISÁREAS DE APLICAÇÃO DATERMOGRAFIA

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notícias• Alunos da Unicamp operam ferramentas de END• Novo acordo de cooperação com instituição do Ceará• Associação presente em evento alemão de END • Inmetro quer apoio da Abendi• Acadêmico parceiro da associação recebe prêmio em evento britânico sobre condições de monitoramento• Abendi e multinacionais discutem tecnologia• Evento sobre corrosão em Alagoas tem participação da associação• Entidades unem esforços

área técnica• Abendi torna-se Regional do Comitê Brasileiro da Qualidade (CB 25 da ABNT) • Você conhece a CE de Termografia?

sócios• Empresa sócia: a Abendi te ajuda a encontrar o profissional certo• Profissional, seja mais feliz no trabalho!• E-book sobre termografia

treinamentosAbendi reconhece treinamentos de Termografia

eventos• 3° Encontro Anual Abendi sobre Certificação de Competências Pessoais em Atmosferas Explosivas• Profissionais N3 juntos novamente

certificaçãoCertificação em Termografia está aberta

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sócios patrocinadoresInspetec comemora 8 anos

seção técnica• Um Dispositivo Versátil para Simulação e Medição de Importantes Parâmetros Aplicados em Termografia• Ciclo de falha em uma conexão elétrica• Gestão, Procedimentos e a Tríade da Qualidade em Termografia

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entrevistaEm entrevista exclusiva à Revista Abendi, o diretor da AgênciaNacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), WaldyrBarroso, fala sobre o futuro da exploração de petróleo no Brasil

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6 revista abendi no 80agosto de 2017

n o t í c i a s

U m grupo de alunos da Universida- de Estadual de Campinas (Uni-

camp) participou, recentemente, de uma demonstração prática, na Abendi, sobre Ensaios Não Destrutivos (ENDs). Eram es-tudantes do curso de pós-graduação da faculdade de Engenharia Mecânica da instituição, e tiveram a oportunidade de fazer simulações com Ultrassom (US), Líquido Penetrante (LP), Partículas Mag-néticas (PM), Controle Dimensional (CD) e Termografia, além de assistir a uma palestra apresentada pelo gerente do Centro de Exames de Qualificação (CEQ), da entidade, Marcelo Neris. ‘’É muito im-portante proporcionar a visão prática aos alunos. Isso falta em nosso curso, que é totalmente teórico. Queremos voltar aqui outras vezes’’, explicou o professor da dis-

Os alunos participaram de uma demonstração prática

a

ciplina de ENDs, Freddy Franco. Ao co-mentar que já trabalhou com Radiogra-fia, um dos alunos, Diego Boschetti, disse que sempre teve interesse em conhecer outras técnicas. ‘’Os Ensaios Não Destru- tivos são extremamente eficazes e rápi- dos em qualquer setor, como no de ali-mentos, por exemplo, no qual tenho ex-periência. ’’

Lembrando que a visita fez parte do “Programa Difusão de ENDs em Institui-ções de Ensino’’, voltado à difusão das técnicas de END e Inspeção por meio de ações focadas no aprimoramento da tecnologia e qualificação de pessoas. Saiba mais acessando o site da entidade, clicando em Abendi e, em seguida, em Programas Instituições de Ensino.

ALUNOS DA UNICAMPOPERAM FERRAMENTASDE END

Inmetro quer apoio da Abendi

Representantes do Inmetro solicitaram o apoio da Abendi no sentido de reforçar o pleito, junto ao Governo, para a transfor-mação do instituto em uma agência reguladora em metrologia, qualidade e segurança de produtos. Caso isso seja possível, en-tidades como a Abendi terão respostas mais rápidas em relação às demandas, em geral, aos setores públicos, tendo o Inmetro como interlocutor. Em suma, como agência, o instituto irá for-mular e executar a política nacional de metrologia, normalização industrial e certificação de qualidade de produtos. Entre outros benefícios, isso promove o estreitamento dos diálogos entre os mercados interno e externo, a geração de empregos e ainda re-força a participação da sociedade nos processos regulatórios. Participaram da reunião os seguintes colaboradores da Abendi: João Conte (diretor executivo) João Rufino (gerente do Bureau de Cer-tificação) e Antonio Aulicino (gerente de Relações Institucionais) e do Inmetro: Rodrigo Otávio Ozanan de Oliveira (presidente), Rodrigo Costa Félix (Divisão de Acústica e Metrologia), Sérgio Ballerini (secretário geral).

Abendi e Inmetro somam esforços para transformar o instituto em uma agência reguladora

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NOVO ACORDO DE COOPERAÇÃO COM INSTITUIÇÃO DO CEARÁ

A Abendi e o Instituto Federal de Ciên-cia, Tecnologia e Educação do Ceará

(IFCE) acabam de firmar um convênio de cooperação educacional e tecnológica. A solenidade aconteceu no mês passado, no Campus Avançado de Pecém, quan-do o diretor executivo da Abendi, João Conte, e reitor do IFCE, Virgílio Augusto Sales Araripe, assinaram o documento. Os principais objetivos do acordo são:• estimular o ensino dos END na região

O diretor executivo da Abendi, João Conte, apresentou as principais atividades da associação

aEncaminhe suas ideias por email: [email protected].

a

ACADÊMICO PARCEIRO DA ABENDIRECEBE PRÊMIO EM EVENTOBRITÂNICO SOBRE MONITORAMENTO DA CONDIÇÃO

O professor Armando Shinohara, da Universidade Federal do Per-

nambuco (UFPE), recebeu, do Instituto Britânico de Ensaios Não Destrutivos (BINDT), um prêmio de participação por um trabalho técnico realizado pela universidade. A entrega foi feita duran-te o Congresso Mundial de Monitora-

mento da Condição, realizado em junho pelo BINDT. “Tive a honra de receber essa premiação das mãos do professor Len Gelman, da Uni-versidade de Cranfield, e presi-dente da Sociedade Internacional de Monitoramento da Condição (ISCM)’’, lembrou.

• promover a qualificação e certificação de professores e comunidade externa• promover a difusão da tecnologia de END e Inspeção • reunir profissionais e especialistas atra-vés da realização de eventos

Vale destacar que a Abendi está aberta a sugestões e comentários em geral para novas parcerias.

Associação presente em evento alemãode END O presidente da Abendi, João Gabriel Har-greaves Ribeiro, participou, em junho, do encontro anual da Associação Alemã de Ensaios Não Destrutivos (DGZfP), em Ko-blenz, uma pequena cidade turística no no-roeste da Alemanha, entre os rios Reno e Mosel. A reunião contou com especialistas de várias partes do mundo, e apresentou as novidades da área de END&Inspeção., com foco em segurança no futuro.

João Grabriel (segundo à direita) durante o jantar de confraternização

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n o t í c i a s

EVENTO SOBRE CORROSÃO EM ALAGOAS TEMPARTICIPAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO

O representante regional da Abendi, em Alagoas, Jarbas Cabral Fagun-

des, realizou, recentemente, um minicur-so no seminário Corrosão e Mecanismos de Deterioração dos Materiais Metálicos e Não Metálicos, no auditório do Senai Poço, em Maceió. ‘’Trabalhamos os aspectos teóricos da corrosão e os práticos. Apre-sentamos uma série de exemplos’’, des-tacou. Com caráter beneficente, o even- to chamou a atenção para a importância da capacitação técnica no segmento.

Jarbas: ‘’Tivemos umaparticipação efetiva dosengenheiros de inspeção’’

a

a

ABENDI EMULTINACIONAISDISCUTEMTECNOLOGIA

U ma reunião entre representantes da Abendi e de empresas como

Petrobras, Shell, Rosen, Saipem, GE e Sísmeros , na sede da ABNT, no Rio de Janeiro, teve como assunto principal ‘’Internet das Coisas.’’ O tema foi apre-sentado por dois profissionais: Expedito Junior, especialista em Tecnologia da In-formação (TI) da IBM, e Fábio Fonseca, engenheiro líder de software do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da GE. De forma geral, eles destacaram o avan-ço do gerenciamento, uso e da aplicação de dados gerados por equipamentos industriais, transmitidos via internet. A aplicação desse recurso é muito comum nas atividades de monitoramento de condições e manutenção preditiva.

Fábio Fonseca, da GE, foi umdos palestrantes

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ENTIDADESUNEM ESFORÇOSE m reunião na sede da Abendi, repre-

sentantes da entidade e da Associa-ção Brasileira das Indústrias de Materiais Explosivos e Agregados (Abimex) defini-ram uma série de ações conjuntas, com foco central na criação de um núcleo de associações e sindicatos na Abimex. En-gajada na área de Atmosferas Explosivas, com processo de certificação de pessoas em áreas classificadas Ex, a Abendi con-tribuirá, significativamente, com esse projeto, oferecendo atividades de treina-mento e certificação (de pessoas e equi-pamentos) no setor.

Entre as primeiras propostas do núcleo estão o desenvolvimento do curso de prevenção de incêndio (Senai), esteiras de transporte de mineração, perfurado-

res de rochas, certificações de cami-nhões de bombeamento de explosivos e dos motoristas. Vale destacar que a Abimex realiza trabalhos em parceria com os Institutos Militar de Engenha-ria (IMA) e Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o que proporcionará a utilização das instalações do Círculo Militar para atender às necessidades do projeto.

Participaram do encontro os seguin-tes colaboradores da Abendi: diretor executivo, João Conte; gerente do Bure-au de Certificação, João Rufino Teles Fi-lho; gerente de Relações Institucionais, Antonio Aulicino; e da Abimex: o presi-dente, Ubirajara D`Ambrósio; e o vice--presidente de Consultorias, Contratos e Parcerias, Sérgio Volani Filho.

O objetivo central é criar um núcleo de associações e sindicatos na Abimex

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á r e a t é c n i c a

ABENDI TORNA-SE REGIONAL DO COMITÊBRASILEIRO DA QUALIDADE (CB 25 DA ABNT)

R ecentemente, a Abendi tornou-se a Regional São Paulo do CB-25 (Co-

mitê Brasileiro da Qualidade) da ABNT, responsável pela elaboração das nor-mas de sistema de gestão da qualidade e normas relacionadas à tecnologia de suporte, geradas pelo ISO/TC 176 (Qua-lity management and quality assurance), bem como das normas de avaliação da conformidade geradas pelo ISO CASCO (Committee on conformity assessment).

A função da Regional é ser um braço do CB-25 e colaborar com o desenvol-vimento de normas sobre sistemas de gestão da qualidade, tecnologias de su-porte e avaliação da conformidade, pro-movendo a participação de profissionais do estado e facilitando a disseminação, bem como, a consequente ampliação da abrangência e influência dos trabalhos do Comitê Brasileiro da Qualidade.

Entre outras atividades, a função, agora, é também colaborar com o desenvolvimento de normas sobre sistemas de gestão da qualidade, tecnologias de suporte e avaliação da conformidade

Abaixo, estão relacionadas as Comissões de Estudos do CB-25:

• CE 1/Terminologia – participação da elaboração e revisão de normas internacionais (ISO) e nacionais (ABNT), voltadas para terminologia e conceitos de sistemas de gestão da qualidade;

• CE 2/Sistemas de gestão da qualidade - participação da elaboração e revisão das normas nacionais e internacionais, no campo de siste-mas de gestão da qualidade;

• CE 3/Tecnologias de suporte – participar da elaboração e revisão de normas na área de tecnologias de suporte, tais como auditoria, , treinamento, envolvimento e engajamento das pessoas, satisfação do cliente e outras diretrizes;

• CE 4/Avaliação da Conformidade - participação na elaboração da normas ISO/Casco e nas normas brasileiras correspondentes, relativas a temas ligados à qualidade, revisão e avaliação.

• CE 5/Documentos Auxiliares – participar da elaboração de documentos e normas de sistemas de gestão da qualidade, com requisitos para aplicação da ABNT NBR ISO 9001 em organizações diversas, incluindo prefeituras, escolas, etc.

No texto a seguir, o superintendente do CB-25, Renato Lee (foto), explica porque a Abendi foi escolhida como Regional

“O ABNT/CB-25 tem como escopo a normalização no campo da gestão da qualidade, compreendendo sistemas da qualidade; garantia da qualidade e tecnologias de suporte; diretrizes para aplicação das normas da qualidade; e no campo da avaliação da conformida-de, excluindo-se a normalização de pro-dutos e serviços. Dentro desse escopo, o Comitê definiu sua missão da seguinte forma: produzir e disseminar documen-tos normativos de sistemas da gestão da qualidade e de avaliação da con-formidade e defender os interesses do Brasil nos foros de normalização, con-tribuindo para a melhoria do desempe-nho das organizações e o bem estar da sociedade.

As estratégias definidas para alcançar este fim são: desenvolver as atividades de normalização em sintonia com os Comitês Técnicos ISO/TC 176 – Sistemas de gestão da qualidade e ISO/CASCO – Avaliação da conformidade; contribuir para o aprimoramento técnico brasilei-ro e participação estratégica nos Comi-tês ISO/TC 176 e ISO/CASCO; participar

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da geração e atualização das normas e dos guias brasileiros da qualidade em parale-lo com os ISO/TC 176 e ISO/CASCO, para o Sistema Nacional de Metrologia, Qualida-de Industrial e Normalização – Sinmetro e promover a disseminação de conceitos, normas e guias de avaliação da conformi-dade.

A fim de desenvolver suas estratégias e ampliar a participação de profissionais, da forma mais abrangente possível, o ABNT/CB-25 resolveu criar Regionais nos diver-sos estados brasileiros, contando com o apoio de instituições reconhecidamente competentes e comprometidas com o de-senvolvimento, aprimoramento e dissemi-nação do conhecimento técnico em que se envolve. O ABNT/CB-25 conta hoje com seis Regionais, sendo uma delas a Regional São Paulo, coordenada pela Abendi - Asso-ciação Brasileira de Ensaios Não Destruti-vos e Inspeção.

A ideia de convidar a Abendi para ser a Regional SP do ABNT/CB-25 prende-se ao fato dela ser uma instituição tradicional, séria e reconhecida pela comunidade téc-nico-científica ao difundir as atividades de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção e, prin-cipalmente, pelas ações de qualificação e certificação de pessoas, pela sua experiên-cia em normalização.

O que o CB-25 espera da Abendi é que essa Associação mobilize as organizações e profissionais da região de São Paulo, for-mando grupos de trabalho, para colaborar na elaboração das normas internacionais do Comitê Técnico da Qualidade da ISO – ISO/TC/176, seja comentando os docu-mentos gerados na elaboração das normas de gestão da qualidade e avaliação da con-formidade, seja participando diretamente nas reuniões internacionais do TC176.

Espera-se também que os grupos de tra-balho contribuam para a elaboração das respectivas normas brasileiras NBR ISO e na disseminação do conhecimento adqui-rido pelos profissionais mobilizados, otimi-zando, assim, a formação de profissionais nessa área de conhecimento.”

VOCÊ CONHECE A

CE TERMOGRAFIA?C riada em 2004, a Comissão de Estudo de Normalização em Termografia

é composta por 43 empresas, representadas por 68 profissionais. Até o momento, já foram realizadas 72 reuniões, com participação de 732 pessoas, resultando em oito normas publicadas e, atualmente, está em fase de desen-volvimento um projeto de norma (ver abaixo). Além disso, a comissao também participa dos trabalhos de normalizacao internacional da ISO, representando a ABNT no TC-135 Non Destructive Testing / SC-08 – Infrared Thermography.

15424 Ensaiosnãodestrutivos-Termografia 13/10/2016 Terminologia 15572 Ensaiosnãodestrutivos-Termografia 15/3/2013 Guia para inspeção de equipamentos elétricos e mecânicos 15718 Ensaiosnãodestrutivos-Termografia 29/7/2014 Guiaparaverificaçãodetermovisores15763 Ensaiosnãodestrutivos-Termografia 29/7/2014 Critériosdedefiniçãodeperiodicidadede inspeção em sistemas elétricos de potência 15866 Ensaiosnãodestrutivos-Termografia 16/12/2014 Metodologia de avaliação de temperatura de trabalho de equipamentos em geral em sistemas elétricos 16292 Ensaiosnãodestrutivos-Termografia 13/6/2014 Medição e compensação da temperatura aparenterefletidautilizandocâmeras termográficas16554 Ensaiosnãodestrutivos-Termografia 12/12/2016 Medição e compensação da transmitância de ummeioatenuanteutilizandocâmeras termográficas16485 Ensaiosnãodestrutivos–Termografia 11/7/2016 Medição e compensação da emissividade utilizandocâmerastermográficasouradiômetros 58:000.11-009 EnsaioNãoDestrutivo–Termografiapor Princípiosgerais infravermelho (em desenvolvi- mento)

a

NÚMERO/ TÍTULO PUBLICAÇÃO/NORMA CONFIRMAÇÃO

Participe, defenda as suas ideias e colabore com o desenvolvimento indus-trial do seu País! Os interessados em integrar uma ou mais comissões devem entrar em contato com Cláudia Raza: [email protected]. Lembrando que as discussões nas reuniões também podem ser feitas a distância, e não apenas de forma presencial.

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12 revista abendi no 80agosto de 2017

e n t r e v i s t a

Confira a entrevista, exclusiva àRevista Abendi, sobre.o futuro daexploração de petróleo no Brasil,com o diretor da Agência Nacionalde Petróleo, Gás Natural eBiocombustíveis (ANP),Waldyr Barroso

1. Quantas rodadas de leilões, de áreas de explo-ração (quais), estão previstas para os próximos três anos?

Até 2019 estão previstas mais nove rodadas. Neste ano, ocorrerão a 14a Rodada de Licitações de Blocos para Exploração e Produção, sob o regime de conces- são, em 27 de setembro, e a 2a e 3a Rodadas de Parti-lha, de áreas no pré-sal, ambas em 27 de outubro. Lembramos que, em 2017, já foi realizada a 4ª Roda- da de Licitações de campos terrestres maduros, no dia 11 de maio. Para 2018, estão previstas a 4a Rodada de Partilha, a 15ª Rodada de Licitações de Blocos para Exploração e Produção e a 5a Rodada de Licitações de campos terrestres maduros. Para 2019, estão previstas a 5a Rodada de Partilha, a 16ª Rodada de Licitações de Blocos para Exploração e Produção e a 6ª Rodada de Li-citações de campos terrestres maduros.

2. Qual é a capacidade atual diária de extração de petróleo? Esse número vem se mantendo ou caiu na última década. Quanto deve aumentar e em quanto tempo?

Em maio de 2017, com dados mais recentes disponí-veis, a produção de petróleo no Brasil totalizou 2,653 milhões de barris por dia (bbl/d). O volume representa um crescimento de 4,5% na comparação com o mês an-terior e de 6,7% em relação ao mesmo mês em 2016. A produção de petróleo registra crescimento nos últimos

O FUTURO DA EXPLORAÇÃO DEPETRÓLEO NO BRASIL

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anos, totalizando os valores de 2,248 e 2,430 milhões de bbl/dia, em média, para os anos de 2014 e 2015, respectivamen-te. Ao longo de todo o ano de 2016, foram produzidos, em média, 2,510 milhões de bbl/dia, um aumento de 3,27% em relação a 2015.

Os dados anuais de produção, de 2007 a 2016, podem ser acessados na Tabela 2.9 do Anuário Estatístico Brasilei-ro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2017, dispo- nível na página http://www.anp.gov.br/wwwanp/publi cacoes/anuario-estatistico/3819-anuario-estatistico-2017.

Já os dados mensais encontram-se no Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural, em http://www.anp.gov.br/wwwanp/publicacoes/boletins-anp/2395-boletim--mensal-da-producao-de-petroleo-e-gas-natural.

3. Qual a posição do Brasil no ranking mundial de produ-ção de petróleo (caiu ou subiu nos últimos anos)?

O Brasil ganhou três posições, saindo da 12a posição para a 9a posição no ranking, na comparação do Anuário publicado no ano 2017 com sua versão de 2016.

A produção por país, de 2007 a 2016, está disponível na Tabela 1.2 do Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2017, na página http://www.anp.gov.br/wwwanp/publicacoes/anuario-estatistico/3819-anu-ario-estatistico-2017.

4. Além da Petrobras, quais principais empresas de pe-tróleo que vêm investindo no Brasil?

Atualmente, há 94 grupos econômicos detentores de con-cessões para exploração e produção de petróleo e gás natu-ral no Brasil, sendo 46 nacionais e 48 estrangeiros. A relação completa está disponível na página http://www.brasil-roun-ds.gov.br/portugues/lista_de_concessionarios.asp.

5. Sabemos que as atividades de exploração e produção são a base da indústria petrolífera. No Brasil, quais nossos principais focos exploratórios, campos terrestres ou marí-timos?

Em maio de 2017, os campos marítimos produziram 95,2% do petróleo e 84,0% do gás natural no País. A produção ocorreu em 8.306 poços, sendo 748 marítimos e 7.558 terrestres. Re-centemente, o Governo Federal lançou o Programa de Re-vitalização das Atividades de Exploração e Produção de Pe-tróleo e Gás em Áreas Terrestres (Reate), com o objetivo de estimular a produção de petróleo e gás em áreas terrestres. A previsão é triplicar a produção onshore (em terra) no Brasil até 2030.

Também como forma de estimular a produção em terra, a ANP realizou este ano a 4ª Rodada de Licitações de campos ter-

restres maduros. A licitação ofereceu nove áreas inativas com acumulações marginais, das quais oito foram adquiridas pelas empresas. Estão previstas ainda a 5ª e a 6ª Rodada de Licitações de campos terrestres maduros, em 2018 e 2019, respectiva-mente.

Áreas inativas com acumulações maduras abrangem a área de concessão com descobertas conhecidas de petróleo e/ou gás natural onde não houve produção ou a produção foi interrompida por falta de interesse econômico. Essas rodadas têm como objetivos ampliar o conhecimento das bacias sedimentares e oferecer oportunidades a pequenas e médias empresas, possibilitando a continuidade dessas atividades nas regiões onde exercem importante papel so-cioeconômico.

6. Fale, especificamente, sobre o pré-sal. Em termos de qualidade e quantidade, ali estão nossos melhores óleos? Somos autossuficientes?

Em maio de 2017, a produção do pré-sal, oriunda de 75 poços, foi de 1.265 Mbbl/d de petróleo e 49 MMm³/d de gás natural, totalizando 1.572 Mboe/d e correspondendo a 47,5% do total produzido no Brasil. Esta contribuição possui grande relevância na disponibilidade nacional de petróleo, com resultados positivos para exportação. Em 2016, as ex-portações de petróleo (291 milhões) superaram as importa-ções (65 milhões) respaldadas pela produção (918 milhões de bbl), quando o Brasil registrou um consumo aparente po-sitivo em 692 milhões de bbl. Em 2016, o Brasil produziu 918 milhões de bbl e importou 65 milhões. No mesmo período, a exportação somou 291 milhões, demonstrando uma con-dição de consumo aparente positivo em 692 milhões de bbl.

Em 2015, o Brasil produziu 890 milhões de bbl e importou 118 milhões. No mesmo período, a exportação somou 269 milhões, demonstrando uma condição de consumo aparen-te positivo em 739 milhões de bbl.

A dependência externa de petróleo e seus derivados, no período de 2007 a 2016, está disponível na Tabela 2.56 do Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2017, na página http://www.anp.gov.br/wwwanp/publicacoes/anuario-estatistico/3819-anuario--estatistico-2017.

Quanto à qualidade do óleo advindo das camadas do pré--sal, pode-se dizer que é boa, em geral de médio ºAPI, contri-buindo com o Brasil para reduzir a importação de petróleo, não só pelo volume produzido como também porque sua menor densidade permite que ele possa ser misturado a óle-os mais pesados fazendo com que tenhamos uma mistura de óleos (blend) mais apropriada para atividade de refino, agregando, assim, maior rentabilidade ao negócio.

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14 revista abendi no 80agosto de 2017

e n t r e v i s t a

7. Comente sobre as principais regras dos contratos de concessão para exploração. Todos incluem a cláusula de conteúdo local (explique)?

A ANP realizou algumas alterações nas minutas dos edi-tais e dos contratos de concessão para as rodadas deste ano, com o objetivo de simplificar as regras e atrair investimentos ao País. Para a 14ª Rodada, destacam-se entre as mudanças: adoção da fase de exploração única; retirada do conteúdo local como critério de oferta na licitação; royalties diferen-ciados para áreas de nova fronteira e bacias maduras com maiores riscos; redução do patrimônio líquido mínimo para não operadoras (investidores); e incentivos para o aumento da participação de pequenas e médias empresas.

Na elaboração dos pré-editais e das minutas dos contratos do pré-sal, entre as prin-cipais mudanças, estão: informações específicas relativas aos procedi-mentos de individuali-zação da produção para a 2ª Rodada; inclusão de regras que permitam a participação, na moda-lidade de não-operador, dos Fundos de Investi-mento em Participações (FIPs); possibilidade de aproveitamento de do-cumentos apresentados em uma rodada de par- tilha para a outra; ade- quação da cláusula de P,D&I à Resolução Pede-for nº 1/2017; alteração da cláusula de conteúdo local para adaptação à Resolução CNPE nº 07/2017; adaptação dos textos ao direito de preferência da Petrobras em atuar como operadora.

Com relação à questão específica do conteúdo local, esse conceito é aplicado pela ANP desde a 1ª Rodada de Licita- ções de Blocos para Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, ocorrida em 1999, por meio da Cláusula de Conteúdo Local constante nos contratos de concessão. Naquela ocasião, os concorrentes puderam ofertar livre-mente valores de bens e serviços a serem adquiridos de empresas brasileiras para a realização das atividades de exploração e desenvolvimento da produção. Os percentu- ais de conteúdo local oferecidos pelas empresa concor- rentes foram computados para efeitos de pontuação das

ofertas para aquisição dos blocos. Este modelo de com- promisso permaneceu vigente até a 4ª Rodada de Licita- ções.

Na 5a e 6a Rodadas, a Cláusula de Conteúdo Local nos con-tratos de concessão foi modificada e passou a exigir percen-tuais mínimos e diferenciados para a aquisição de bens e serviços brasileiros destinados a blocos terrestres, a blocos localizados em águas rasas e a blocos em águas profundas.

Na 7a Rodada de Licitações, outras mudanças foram intro-duzidas na Cláusula de Conteúdo Local, que passou a limitar as ofertas de conteúdo local a faixas percentuais situadas entre valores mínimos e máximos. Foi também estabeleci-da uma planilha contendo itens e subitens, onde se permi-tia que a empresa ofertante alocasse pesos e percentuais de

conteúdo local em cada um dos itens.

Para a 1ª Rodada do Pré-Sal, realizada sob o modelo de partilha em 2013, o conteúdo local mínimo exigido foi de 37% para fase de exploração e de 15% para o teste de longa duração realizado nesta etapa; de 55% para os módulos da etapa de desenvolvimento que iniciarem a produção até 2021 e de 59% para os módulos desta mes-ma etapa que iniciarem até 2022. Não houve de-

finição de percentuais máximos. A Resolução CNPE no 07/2017, de 11 de abril de 2017,

definiu o novo modelo de Conteúdo Local a ser aplicado nas próximas rodadas de licitação. Além de deixar de ser considerado como fator de pontuação das ofertas, houve simplificação dos compromissos e redução dos percentu-ais mínimos. Para blocos em terra, serão exigidos apenas compromissos globais para a fase de exploração e para a etapa de desenvolvimento da produção, ambos de 50%. No caso de áreas marítimas, será exigido global de 18% para a fase de exploração e, no caso da etapa de desenvolvimen- to, foram fixados compromissos mínimos para três macro- grupos: Construção de Poços (25%); Sistema de Coleta e Escoamento (40%) e Unidade Estacionária de Produção (25%).

“Entidades como a Abendi apresentamsinergia positiva com a atribuição legal

da ANP na área de segurançaoperacional. Sua atuação, visando

assegurar a integridade dos equipamentos e de sistemas operacionais, através de

técnicas avançadas de ensaios einspeções, torna-se essencial para dar

sustentabilidade a este setor’’.

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15tecnologia preservando a vidawww.abendi.org.br

8. Como o senhor avalia a importância de entidades como a Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção (Abendi), voltada à disseminação de técnicas de ENDs e certificação profissional como forma de preservar a vida e o meio ambiente, evitando acidentes nas empresas?

A ANP é o órgão responsável pela fiscalização das ativi-dades de exploração e produção de petróleo e gás natu- ral, de acordo com o previsto na Lei nº 9.478/1997. O ob-jetivo dessa fiscalização é prevenir falhas na segurança operacional das instalações e evitar eventuais prejuízos à vida, ao meio ambiente e ao patrimônio.

Entidades como a Abendi apresentam sinergia positiva com a atribuição legal da Agência na área de segurança operacional. Sua atuação, visando assegurar a integrida-de dos equipamentos e sistemas operacionais, através de técnicas avançadas de ensaios e inspeções, torna-se es-sencial para dar sustentabilidade a este setor. Além disso, é um importante ator para a difusão do conhecimento e capacitação técnica de profissionais que atuam na indús-tria de petróleo e gás natural, especialmente, quando ne- a

cessitamos superar barreiras tecnológicas cada vez mais desafiadoras, tais como temperaturas e pressão elevadas, janelas operacionais estreitas e altos níveis de contaminan-tes.

9. Faça qualquer comentário que considerar relevante. As áreas a serem ofertadas nas próximas rodadas de li-

citações, previstas para o período 2017-2019, apresentam blocos que estão entre as oportunidades mais atrativas disponíveis no mundo. São áreas contendo bilhões de barris de petróleo in place, criando oportunidades para todos os tipos de companhias de exploração e produção. O desenvolvimento destes novos campos de petróleo e gás natural trará um impacto muito relevante na indústria de serviços e suprimentos no Brasil nos próximos anos.

O País está passando pela maior transformação da história do setor de óleo e gás, desde a época de criação da Petro-bras, em 1953. Isso levará a um mercado competitivo e di-versificado. As empresas interessadas em investir agora no Brasil têm a maior janela de oportunidade em décadas.

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16 revista abendi no 80agosto de 2017

INSPETEC® COMEMORA SEU 8º ANIVERSÁRIO

tre outros, a INSPETEC® firma-se como uma empresa dedicada e de resposta rápida, pronta para atender clientes de diversos segmentos.

Contando com profissionais expe-rientes e qualificados pelos mais rigoro-sos órgãos do setor, aliados à cultura de

iniciativa, aprendizagem contínua, rein-venção e inovação, a INSPETEC® busca a excelência de acordo com as normas de qualidade que preza como um valor, es-tabelecendo uma relação transparente e garantindo a qualidade nos processos de seus clientes. a

s ó c i o s p a t r o c i n a d o r e s

F undada em 2009, com uma ideia inovadora, a INSPETEC® vem crescendo ao longo de sua

jornada tendo em sua filosofia a exce-lência operacional, garantindo a inte-gridade dos processos de seus Clientes, Colaboradores e Fornecedores.

Com serviços especializados em Acompanhamento e Avaliação de For-necedores, Fiscalização nos Processos de Fabricação, Inspeção e Controle de Qualidade, Diligenciamento, NR-13, den-

“Agradecemos aos nossos Colaboradores e Fornecedores pela Contribuição em mais um ano nessa jornada de aprendizado e crescimento e aos nossos Clientes pela confiança e parceria estabelecida.”

A Direção

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18 revista abendi no 80agosto de 2017

EMPRESAS SÓCIAS DA ABENDIABR Engenharia LtdaACINOR Inspeções e ServiçosTécnicos LtdaALTIPLANOServiçosemAlturaeTreinamentosLtdaASPServiçosIndustriaisLtdaAraújo Engª e Integridade emEquipamentos LtdaArctestServiçosTec.Insp.eManut.Indl.LtdaArmenioEnd.InspeçãodeSoldasLtda.ArotecS/AIndústriaeComércioAss.Bras.TecnologiaparaConstruçãoe Mineração - SOBRATEMAAuroraImagensAéreasLtda.Awi service LTDAAçosF.SacchelliLtdaBRITO E KERCHE Inspeções eServiços Ltda MEBelov Engenharia LtdaBentlydoBrasilLtda.Bruke Do Brasil LtdaC.I.CCertificaçãoemEquipamentosIndustriais e Cabos LtdaCARVALHO & CARVALHO Engenharia LTA-EPPCBCIndústriasPesadasS/ACG.GEOSensoriamentoRemotpeTopografiaLtda-EPPCIA - Centro Nacional de Tecnologia e Com.LtdaCIMAR Montagem Eletro-MecânicaLtda-EPPCONSINSP-Insp.Equips.eManut.Indl.Ltda

CarestreamdoBrasilCom.eServ.deProd.Med.LtdaCarlos Alberto Arruda Salles Marques & Cia LtdaCentrodePesquisadeEnergiaElétrica-CEPELCieme Engenharia EireliConcremat - Engenharia eTecnologiaS/AConcremat - Engenharia eTecnologiaS/AConfabIndustrialS/AControl Union LtdaCooperativadosInsp.Equip.Autônomosdo Estado Bahia LtdaCyberiaDiagnostic Imagind Automação LtdaDivers University Esporte Aquático LtdaENDOliveiraFiscalizaçãoTécnicaemMontagemLtda-EPPEND-CheckConsult.eServ.Espec.dePeçaseEquip.LtdaEngisaInsp.ePesquisaAplicadaàIndústria LtdaEsgotecnicaServiçosEspecializadosLtda-EPPEstaleiro Brasa LtdaExtendeFASC - Serviços em Segurança do Trabalho LTDAFMC Technologies do Brasil LtdaFlirSystemsBrasilCom.deCâmerasInfravermelhas LtdaFugro Brasil Serviços Submarinos e Levantamentos Ltda

FurnasCentraisElétricasS/AGerman Engenharia e Serviços deManutenção LtdaGuided Ultrasonics LtdaHCG Equipamentos LtdaHelling GmbHICT Manutenção, Inspeção e SoldaINSPETEC-InspeçõesTécnicasIRM Services LtdaISQ Brasil - Instituto de Soldadura e Qualidade LtdaIT - Elétrica Comercial e Serviços-EIRELI-EPPÍntegraCoop.deTrabalhoProfis.deEngªInteg.Equip.LtdaITWChemicalProductsLtdaInoservice Serviços de Inspeção LtdaInspek Serviços Técnicos Ltda - MEInstrumentalInst.deMediçãoLtdaIntermetro Serviços Especiais LtdaIntertekIndustryServicesBrasilLtda.JBS Inspeção e Ensaios LtdaK2 do Brasil Serviços LtdaKromaProdutosFotográficoseRepresentação LtdaKubika Comercial LtdaLenco - Centro de ControleTecnológico LtdaLifting Assitência Técnica Elétrica e Comercial LTDALloyds Register do Brasil LtdaLottici & Lottici Ltda MeM2M do Brasil - Serviços eRepresentação em END LtdaMKS Serviços Especiais deEngenharia Ltda

s ó c i o s

| SÓCIOS PATROCINADORES |

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MorizaCristinaMerendaEPPMaex Engenharia LtdaMarcelodeCarvalhoSalomãoEPPMaxim Comércio e Consultoria Industrial LtdaMegasteam Instrumentação &Mecânica LtdaMetal-Chek do Brasil Indústria e Comércio LtdaMetaltec Não Destrutivos LtdaNDT do BrasilNRTreinamentosLtda.EPPNovarumSkyTecnologiaLtda.-MENuclebrásEquipamentosPesadosS/A-NUCLEPNúcleo Serviços de Inspeção de Equipamentos LtdaO.SInspeçõeseReparosemEquipamentos Industriais Ltda - EPPOceânica Engenharia eConsultoria LtdaOlympusScientificSolutionsAmericas CorpOver Sea - Comércio e Reparos Navais Ltda-MEPANAMERICANTECHNOLOGYGROUPS.A.PRO-ENGENHARIAPetróleoBrasileiroS/A-PETROBRASPhotonitaLtda-EppPhysicalAcousticsSouthAmericaLtda-PASAPolimeterComércioeRepresentações LtdaPolotestConsultoria,ControledeQualidade e Serviços LtdaPolytesteInspeçõesProaqtEmpreendimentosTecnológicosQualitec Engenharia daQualidade LtdaQualitech Inspeção, Reparo eManutençãoLtda.Qualy End Inspeções LtdaR.R.V.M.ComércioeAssessoriaTécnica Ltda

RufinoTelesEngenhariaSALT Serviços TécnicosEspecializadosLtda-EPPSANTEC - Tecnologia de SoldagemSENAT Group do Brasil - Serviços MarítimoseTerrestresLtda.SGS do Brasil LtdaSISTAC - Sistemas de Acesso LtdaSKE Inspeção e Consultoria LtdaSaipem do Brasil Serviços de PetróleoSanesi Engenharia eSaneamento LtdaServ-End Indústria e Comércio LtdaServiçoNacionaldeAprendizagemIndustrial - SENAIServiçosMarítimosContinentalS/ASiemens LtdaSimõeseAlvesLtda.Starnort Comércio e ServiçosTécnicos LtdaSystemAsses.,Insp.eControledaQualidade LtdaT&D Inspeções e Consultorias LtdaTask-PolygonTech-Insp Treinamentos e Serviços LtdaTechnotest Serviços de Inspeções Técnicas LtdaTecnomedição Sistemas deMedição LtdaTracOilAndGasLTDA.Tracerco do Brasil Diagnósticos de ProcessosIndustriaisLtdaUTC EngenhariaVSB - Vallourec Soluções Tubulares do BrasilVTECH Consulting LtdaVallourec Soluções Tubulares do BrasilS.AVallourec Soluções Tubulares do BrasilS/A.Victória Qualidade Industrial LtdaVillar Manutenção de Máquinas LtdaVillaresMetalsS/AVoith Hydro Ltda

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20 revista abendi no 80agosto de 2017

s ó c i o s

EMPRESA SÓCIA: A ABENDI TEAJUDA A ENCONTRAR OPROFISSIONAL CERTO

U m dos benefícios do Setor de Sócios de Abendi é o Banco de Va-gas. Trata-se de um link disponível, no site da associação, para que

empresas sócias em geral cadastrem, a qualquer momento, as oportu-nidades de emprego, com acesso restrito ao associado. Então não perca mais tempo! Entre em contato agora com o Setor de Sócios da Abendi e, antes de preencher uma vaga, peça ajuda a quem mais entende de END&Inspeção no mercado. Para isso, basta uma rápida navegada em nosso site: clique em serviços e, na sequência, em banco de vagas.

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a

No site da Abendi, acesse: biblioteca/publicações técnicas/livros

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PROFISSIONAL,SEJA MAIS FELIZ NO TRABALHO!

E studos voltados à área de Recursos Humanos (RH) comprovam que medidas simples fazem toda a diferença em relação ao bem estar

profissional• Tenha autoconhecimento: As realizações profissionais e pessoais an-dam juntas. Saiba quais valores te motivam, conheça bem suas habilida-des e características que devem ser desenvolvidas. O profissional deve escolher uma carreira que combine com os gostos dele, que tenha a ver com suas aptidões;• Descubra se o seu perfil combina com o da empresa: O profissional deve saber se a cultura da empresa é compatível com os valores pessoais. É importante, por exemplo, decidir se o melhor é trabalhar em uma em-presa competitiva ou de cultura amigável;• Defina um plano de carreira: É preciso avaliar ainda o que determi-nada experiência agrega ao seu currículo, pois, muitas vezes, a atividade não oferece ao profissional uma oportunidade melhor no futuro;• Contorne o “lado chato” do trabalho: Emprego perfeito é pratica-mente impossível, por mais que a pessoa goste do que faz e que a em-presa ofereça oportunidades de crescimento. Portanto, não deixe os “conflitos relacionais” interferirem no seu rendimento. Encare isso como um “laboratório” para o amadurecimento pessoal;• Crie redes de relacionamento profissional: Boa parte das vagas de emprego não é divulgada no mercado, mas preenchida por meio do networking. Além disso, o relacionamento construído nas mídias sociais tem se tornado cada vez mais importante;• Conte com a sorte: Em valores percentuais, segundo especialistas, os fatores que mais contribuem para conseguir um emprego são: 90% es-forço e persistência e 10% sorte. É que em algumas circunstâncias, quesi-tos como endereço, formação e nível social dão um bom empurrãozinho nisso. a

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21tecnologia preservando a vidawww.abendi.org.br

t r e i n a m e n t o s

ABENDI RECONHECETREINAMENTOS DE TERMOGRAFIA

E specialistas afirmam que a Termografia, quan-do aplicada por um profissional bem treinado e certificado, é capaz de gerar milhões de reais

em economia às empresas. Atenta a essa realidade, a

O nível de qualificação do profissional faz toda a diferença na interpretação do laudo

Abendi iniciou o reconhecimento de treinamentos de Termografia. Na entrevista a seguir, conversamos com o representante do 1º Organismo de Treinamento (OT) de Termografia.

Macson Guedes, responsável pela FLIR / ITC1. Por que tomou a decisão de se tornar um OT em Termo-

grafia?A FLIR, por meio do ITC (Centro de Treinamento de Infraver-

melhos), possui proximidade de anos com a Abendi, estando sempre disponível para as necessidades do segmento no Brasil. O mesmo ocorre entre o ITC e outras associações de Ensaios Não Destrutivos em todas as partes do mundo.

2. Como funcionará o OT (treinamento, estrutura do local,

qualificação dos instrutores)?O ITC é um instituto com único e exclusivo foco em treinar e

certificar pessoas em Termografia e não abre mão de possuir os melhores nomes em Termografia como instrutores. Boa parte deles foi pioneira no uso da técnica em seus países com mais de 30 anos de experiência.

No Brasil, possuímos um Centro de Treinamento localizado em Sorocaba, interior de São Paulo. Além da sala exclusiva para o ITC, disponibilizamos para os alunos corpos de prova para testes práti-cos e diversos tipos de câmeras infravermelhas. Além disso, os alu-nos ainda têm a oportunidade de conhecer pessoalmente como são realizados calibrações e ajustes em termovisores em nosso labora-tório, onde foram investidos milhões de dólares em equipamentos.

Sorocaba está estrategicamente localizada a menos de uma hora do aeroporto de Campinas. Voando pela Azul, por exemplo, o aluno ainda possui transporte da própria companhia aérea di-retamente para nossa cidade sem custo e com todo conforto. A nossa subsidiária está localizada a 100 metros de um hotel com bom custo-beneficio, o que facilita a vida de nossos alunos, redu-zindo o investimento e proporcionando mais tempo para estudos. Cabe lembrar que não realizamos cursos apenas em Sorocaba. O ITC/FLIR oferece ainda cursos In Company para empresas em qual-quer parte do Brasil, além de cursos de aplicação de Termografia, desenvolvimento de relatório, manuseio de câmeras, inspeção de fornos, detecção de gases, Termografia por drones, e muitos ou-tros. São dezenas de cursos à disposição e há ainda a possibilidade de desenvolvimento de cursos personalizados à real necessidade de nossos clientes.

3. Fale sobre as vantagens do treinamento num OT em rela-ção a outras instituições em geral?

Infelizmente, o mercado está repleto de profissionais minis-

trando cursos de Termografia que não possuem didática, expe-riência e qualificação para tal atividade. Para o ITC (FLIR), ser uma OT é mais do que uma vantagem. Ser uma OT é um compromisso com a Abendi, com a sociedade e com os profissionais e empresas que fazem uso das técnicas de ensaio não destrutivos. A Abendi concentra os maiores nomes em ensaios não destrutivos e a FLIR é líder mundial e nacional em Sistemas infravermelhos, garantin-do ao aluno o máximo em aprendizado e troca de experiências.

4. De forma geral, o senhor acredita que a Termografia é um

dos métodos de END mais empregadas nas indústrias? Por que?A Termografia sem dúvida já é uma dos métodos mais empre-

gadas na indústria. Muitos possíveis usuários do método acaba-vam não adquirindo um termovisor com receios relacionados à suporte técnico e calibração de seus instrumentos. Desde a instalação da FLIR no Brasil e do investimento de mais de 2 mi-lhões de dólares em nosso laboratório local, percebemos uma mudança grande nesta percepção e uma receptividade maior a este importante investimento. A palavra investimento é bastante apropriada à Termografia, principalmente pelo alto e rápido re-torno financeiro com o uso apropriado do método. Quanto custa 1 hora de uma máquina parada? E de um setor de uma empresa? Ou mesmo da empresa em sua totalidade?

5. Fale sobre as perspectivas de melhoria na área e em rela-

ção à evolução da Termografia?O mercado está em busca de eficiência. Eficiência remete a

fazer mais com o menor uso de recurso possível. A Termografia está diretamente relacionada à economia de recurso material,

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22 revista abendi no 80agosto de 2017

tempo e segurança dos profissionais. Os últimos lançamentos da FLIR proporcionaram a milhares de profissionais que tives-sem acesso à tecnologia, como o FLIR ONE, que transforma um Smartphne em uma câmera, o FLIR CM174 e o FLIR DM284, Ali-cate Amperímetro e Multímetros, respectivamente, ambos com

Se você realiza treinamentos de termografia, seja um OT também! Entre em contato com Aline Soares: [email protected] ou (011) 5586-3175.

Além da Flir, um OT em Curitiba, no Para-ná, deverá ser reconhecido pela Abendi até o fim do ano: a ThermoVisão Treinamentos Ltda. Acompanhe a entrevista com o res-ponsável pelo OT, Mario Cimbalista Júnior.

1. Por que tomou a decisão de se tornar um OT em Termografia?

Com o tempo, o mercado descobriu que as câmeras não sabiam dizer se o que elas enxergavam era uma anomalia ou não e, então, era necessário treinar o inspetor para poder extrair do infravermelho tudo o que ele podia informar. Assim, começamos a dar treinamentos sistemáticos cujos materiais di-dáticos se tornaram a base para os livros. Com a filiação à Abendi, oito anos atrás, e o crescente interesse em Certificação, a OT foi um passo natural.

2. Como funcionará esse OT (treinamento, estrutura do lo-cal, qualificação dos instrutores)?

Basicamente, teremos treinamentos em nossa Sede, em Curi-tiba, mas também teremos um estrutura móvel montada para treinamentos em outras cidades e, eventulamente, In Company, caso haja alunos em número suficiente. Isso porque, como você pode ver na imagem abaixo, temos muitos kits didáticos para apresentar tudo o que se pode fazer com uma câmera infraver-melha. O instrutor inicialmente serei eu mesmo

3. Fale sobre as vantagens do treinamento num OT em rela-ção a outras instituições em geral.

Um OT oferece uma garantia institucional e reconhecimento internacional ! Por preparar os alunos para uma certificação, for-nece o que há de melhor no mercado. Os demais treinamentos, por melhores que sejam, oferecem a garantia pessoal de seus instrutores. Como os alunos são ainda, e de forma geral, inexpe-rientes, não sabem ainda diferenciar o que é melhor em termos de Termografia. São, assim, presas fáceis nas mãos de aventurei-ros que têm a certeza de que em terra de cego, quem tem um olho é rei. Diversos alunos nossos, que já tinham treinamentos não satisfatórios, repetem a frase: “Mas isso ninguém tinha me explicado antes!”. Essa é a vantagem de um treinamento em um OT.

4. Comente sobre a importância da certi-ficação em termografia?

Em termos legais, um laudo de Termografia pode ser levado a juízo em uma ação de re-paração de danos ou para exigir direitos em uma garantia de um equipamento ou de um fornecimento de energia. Estamos falando muitas vezes em milhões de Reais. Por exem-plo: uma seguradora pode se recusar a pagar um sinistro que não tenha sido detectado a tempo ou cujo laudo tenha sido produzido por uma pessoa não certificada. Quem ga-rante a qualificação do profissional de Termo-grafia que vai sustentar o prêmio de seguro para uma indústria? A importância de uma

certificação não é apenas um papel, mas, sim, a melhor garantia de uma análise técnica, bem fundamentada e econômica.

5. De forma geral, o senhor acredita que a Termografia é um dos métodos de END mais empregadas nas indústrias? Por que ?

Todos os métodos de END são fundamentais. Mas, e como métodos dedicados, são extremamente focados. Por exemplo: Raios X só fazem isso, Raios X. Análise de vibrações só faz isso, analisa as vibrações mecânicas. Líquido Penetrante também e assim por diante. Já a Termografia, como método de sensore-amento remoto, sem contato físico com o objeto de interesse, permite uma variedade enorme de interpretações que, além de em alguns casos ser a única técnica aplicável, pode ser utiliza-da nas mais variadas aplicações. Por que isso? Porque o calor irradiado é uma assinatura que revela o estado funcional de um equipamento e que, frequentemente, leva a outros métodos de END. Por exemplo: a Termografia pode verificar mancais, rola-mentos, correias, transmissões, chaminés, fornos, refratários, carcaças de motores e compressores, redutores sem contato físico para um teste qualitativo. Uma vez constatada uma ano-malia, ela vai desencadear, por exemplo, uma análise de vibra-ções. Além disso, a Termografia pode ser utilizada em materiais compostos, infiltrações, circulação de ar, refratários, cálculos de perda de energia e um sem número de outras aplicações. Em suma, é uma técnica extremamente versátil. Qualquer objeto de interesse que irradie calor pela sua operação pode ser ava-liado pela Termografia.

t r e i n a m e n t o s

uma câmera infravermelha incorporada, e principalmente o FLIR C2, que é um termovisor de bolso a um preço bastante acessível. Por outro lado, a FLIR também lançou, recentemente, drones e câmeras de alta velocidade em Megapíxel com capacidades de medição e visualização em milhares de Hz.

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e v e n t o s

Aproveite essa chance de conhecer opanorama geral sobre os problemas e as soluções em relação à segurançanessas áreas

I mpactos ambientais irreversíveis e perda de muitas vidas podem ser o resultado de um único erro em um ambiente de trabalho com atmosfe-

ra explosiva. Embora os principais alvos desse risco sejam as refinarias e petroquímicas, qualquer local tomado por gás inflamável ou poeira combustível está altamente exposto ao perigo de explosões. E você sabia que todas as pessoas, independentemen-te de profissão, devem ser previamente treinadas antes de entrar numa instalação assim? Essa e ou-tras questões serão discutidas no 3° Encontro Anual Abendi sobre Certificação de Competências Pesso-ais em Atmosferas Explosivas, programado para 19 de setembro, em Santos, no Litoral Sul de São Paulo.

Trata-se de uma oportunidade ímpar para ter um panorama geral sobre os problemas e as soluções relacionadas a essas áreas, proporcionando ainda a troca de experiências entre renomados especialistas no assunto. Um dos principais temas de discussão será o processo de certificação de pessoas envolven-do competências pessoais ‘’Ex’’, além das certifica-ções de empresas prestadoras de serviços ‘’Ex’’ (pro-jeto, montagem, inspeção, manutenção e reparos) e de equipamentos elétricos e mecânicos e Skids ‘’Ex.’’

Um dos palestrantes do evento, Roberval Bulga-relli, consultor técnico da Petrobras, explica que a necessidade e o interesse pelo processo de certifi-cação de pessoas vieram do mercado, notadamente das empresas com instalações elétricas, de instru-mentação, automação, telecomunicações e mecâ-nicas em Atmosferas Explosivas. “A certificação das competências de pessoas que realizam estas ativi-dades é uma garantia de que conhecem as normas técnicas aplicáveis e também trabalham de forma correta e segura, não apenas no projeto ou na ins-talação desses equipamentos, mas, também, na sua manutenção, inspeção e reparo”.

De forma geral, o público-alvo do encontro é for-mado por profissionais que trabalham em indústrias com atmosferas explosivas, representantes de em-presas usuárias desse tipo de instalações e de pres-tadoras de serviços ‘’Ex’’.

Local: Escola Senai ‘’Antonio Souza Noschese’’ Avenida Senador Feijó, 421 – Vila Mathias,Santos – SP

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3o ENCONTRO ANUAL ABENDI SOBRECERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIASPESSOAIS EM ATMOSFERASEXPLOSIVAS

Garanta já sua participação no evento, acesse: abendieventos.org.br/atmosferas_explosivas

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e v e n t o s

2ª Competição Prática de Inspeção Visual EX 007

Durante a programação do Encontro Anual “Ex” da Abendi, estará aberta a possibilidade das pessoas presentes participarem do 2ª Competição Prática de Inspeção Visual Ex 007.

O objetivo desta atividade é fazer com que as pessoas possam avaliar seus conheci-mentos com relação aos requisitos de inspeção visual de equipamentos e instalações em atmosferas explosivas, de acordo com os requisitos da Norma ABNT NBR IEC 60079-17 – Atmosferas explosivas – Parte 17 – Inspeção e manutenção de instalações elétricas. Deve ser ressaltado que esta Norma pode ser considerada como sendo a parte mais importante da Série ABNT NBR IEC 60079, sob o ponto de vista da segurança ao longo do ciclo total de vida das instalações “Ex”.

A competição propõe que os participantes inspecionem visualmente, identifiquem e relatem por escrito as eventuais “não conformidades” existentes nas instalações de equi-pamentos elétricos e eletrônicos “Ex” no Laboratório de Áreas Classificadas, simulando uma instalação industrial em atmosferas explosivas contendo gases inflamáveis e poeiras combustíveis.

Confira os Prêmios da Competição:

1º LUGAR • Isenção da taxa de certificação pela Abendi, pelo procedimento de créditos estrutura-

dos, para a Unidade de Competência Ex 000 + Ex 001*• Treinamento EAD• Brinde especial• Medalha

2º LUGAR • Isenção da taxa de certificação pela Abendi, pelo procedimento de créditos estruturados, para a Unidade de Competência Ex 000 ou Ex 001*• Treinamento EAD• Brinde especial• Medalha

3º LUGAR • Isenção da taxa de certificação pela Abendi, pelo procedimentode créditos estruturados, para a Unidade de CompetênciaEx 000 ou Ex 001*• Medalha

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As inscrições são gratuitas e limitadas. Acesse: http://abendieventos.org.br/atmosferas_explosivas/

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Programação técnica

10:00 às 10:40 Palestra 1 - O sistema de certificação de Competências Pessoais “Ex. Hélio Rodrigues (Abendi)

10:40 às 11:20 Palestra 2 - A indústria química e seus desafios em atmosferas explosivas. Rogério Pereira da Silva (Abiquim)

11:20 às 12:00 Palestra 3 - O sistema de certificação de empresas de prestação de serviços “Ex”: Projeto, montagem, inspeção, manutenção e reparo “Ex”. Roberval Bulgarelli (Petrobras)

12:20 às 13:00 Painel para debates

13:00 às 14:00 Intervalo para almoço

14:00 às 14:40 Palestra 4 - Requisitos de gestão de segurança na manipulação e estocagem de grãos e produtos do agronegócio em atmosferas explosivas. Tito Ken Yamamoto (ADM – Archer Daniels Midland)

14:40 às 15:20 Palestra 5 - A Formação Profissional em Competências Pessoais Ex. Fernando Marques do Amaral - SENAI Santos

15:20 às 16:00 2ª Competição - Atividades Práticas de Inspeção visual em Atmosferas Explosivas Ex 007

16:00 às 16:30 Coffee break

16:30 às 17:30 Mesa redonda com palestrantes do dia.

17:30 às 18:00 Premiação – 2ª Competição Atividades Práticas de Inspeção visual em Atmosferas Explosivas Ex 007

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O Valor de inscrição inclui para todos os participantes:

• Programação Social (Coffee-Break e Almoço) • 01 Exemplar do Livro “Atmosferas Explosivas - Instalação

de Equipamentos Elétricos Em Áreas Classificadas”, auto-ria do Sr. José da Silva, que estará presente no evento. • Pontuação para o crédito estruturado de recertificação, clique aqui e saiba mais sobre o crédito estruturado no site da Abendi. • Atestado de participação • Acesso às apresentações do evento em formato pdf (disponibilizados no site).

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e v e n t o s

O Conaend&IEV 2018 traz à tona as últimas novidades em EnD&Inspeção, condições de monitoramento e contro-le de qualidade em diferentes segmentos industriais:

E tem mais...Também já estamos recebendo as sinopses dos trabalhos técni-cos de quem tem interesse em se apresentar no evento. Contri-bua, com a sua experiência e formação, para a diversificação e temas do Conaend&IEV 2018. Acesse o site do evento e inscreva seu resumo: www.conaend.org.br

ÁREAS ENVOLVIDAS

AEROESPACIAL AUTOMOTIVO CONSTRUÇÃO CIVIL DUTOS

ELETROMECÂNICO ENERGIA FERROVIÁRIOMINERAÇÃO/CIMENTEIRO

NAVAL ÓLEO & GÁS PAPEL E CELULOSEPETRÓLEO/

PETROQUIMÍCO

SIDERURGIA/METALURGIA

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BENEFÍCIOS

• Isenções da filiação sócio individual; inscrição do Conaend 2018 e da participação de um treinamento por ano da Abendi (sob consulta);• Divulgação do seu trabalho na página do evento, com currículo resumido e foto; na revista e nos demais veículos de comunica-ção da entidade;• Certificado de membro de comissão;• Homenagem e agradecimento.

ATRIBUIÇÕES

• Indicar temas e palestrantes renomados para as conferências e sessões especiais; • Contribuir com a montagem da grade técnica do evento;• Selecionar, avaliar e recomendar o aceite de sinopses e traba-lhos técnicos finais;• É responsável pela apresentação dos palestrantes e autores de trabalhos, além de estimular a participação do público e contro-lar o tempo das apresentações;• Indicar empresas potenciais para participação (patrocínio, ex-posição ou congressistas).

REQUISITOS

• Trabalhar na área END&Inspeção e afins;• Ter amplo conhecimento das atividades da associação;• Ao representar a Abendi, solicita-se não direcionar para inte-resses próprios;• Trata-se de uma atividade voluntária, portanto não haverá re-muneração.

Viu como vale a pena?Então aproveite essa oportunidade e envie agora um email, se candidatando, para: [email protected].

Você gostaria de ser um dos coordenadores técnicos do Conaend&IEV?O Coordenador Técnico é responsável por organizar e coordenar um sessão especial no congresso. Veja abaixo como se candidatar:

A s opções de áreas para obter a certificação profissional, como Nível 3, nos últimos dez

anos aumentaram, significativamente, na Abendi. Durante a 7o Encontro de Profissionais Certifica-dos N3, no dia 01 de dezembro, das 10 às 18 ho-ras, na sede da associação, serão apresentadas as novas certificações do SNQC/END e atualizações dos sistemas já existentes, além de promover a troca de experiências e proporcionar ao N3 as úl-timas novidades do segmento. Na ocasião, ainda será realizado um debate sobre o atual cenário econômico, frente às oportunidades e dificulda-des em torno dessa atividade.

Os assuntos discutidos serão: a defasagem tec-nológica Brasil x Europa x EUA e de novos méto-dos de END, com participação da Federação Eu-ropeia de Ensaios Não Destrutivos, via webinar; o futuro da profissão de END em função do cenário econômico, a indústria 4.0 e o impacto na ativi-dade de END, o uso de simuladores nos cursos e exames de certificação e necessidades de altera-ção da atual sistemática de qualificação e certifi-cação de pessoas.

PROFISSIONAIS N3 JUNTOS NOVAMENTE

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c e r t i f i c a ç ã o

CERTIFICAÇÃO EM TERMOGRAFIA ESTÁ ABERTA

O sistema de certificação em ter- mografia da Abendi está aberto.

Para dar entrada ao processo, os inte-ressados devem enviar à associação to- da a documentação necessária: duas fo-tos 3X4, ficha de solicitação e o código de ética preenchidos (no site da Abendi, em certificação/termografia TM) para download), declaração de acuidade vi- sual, cópias do CPF e RG e um dossiê com- provando a pontuação e o tempo de ex-periência na área.

Vale destacar que a certificação por exames em Termografia da Abendi pos-sui um diferencial: a utilização de um dispositivo projetado por Furnas para a realização de exames práticos, no Cen-tro de Exames de Qualificação (CEQ) da associação. ‘’Embora a prova prática seja

Da área elétrica à agricultura, a ferramenta é uma das mais empregadas no setor de inspeção da maioria dos segmentos industriais

opcional em algumas normas, o Grupo de Trabalho (GT) responsável pelo de-senvolvimento da norma brasileira de certificação em Termografia optou por avaliar a qualificação dessa forma por considerá-la uma etapa importante a uma avaliação mais confiável da certi-ficação, explica o examinador do pro-cesso de certificação em Termografia e integrante do GT, Laerte dos Santos.

Inédito e batizado de Dispositivo Si-mulador de Condições Termográficas (DSCT), o equipamento reproduz a roti-na da atividade, sendo capaz de repre-sentar diversas situações recorrentes durante as inspeções do termografista.

Pré-requisitos: Os profissionais de Ter-mografia são classificados em três níveis crescentes de competência. Para se cer- a

‘’É de extrema importância que a utilização da termografia seja realizada de forma correta, baseada em princípios, critérios e parâmetros estabelecidos e em procedimentos normativos. Assim, e aí podemos dizer que de forma eficiente, a termo-grafia cumpre o seu papel ao prevenir e evitar a ocorrência de defeitos de origem térmica, que podem, inclusive, propiciar uma destruição parcial ou total das máquinas e/ou equipamentos. Pode também, dependendo da gravidade dos danos, causar uma paralisação da operação. Nesse sentido, a certificação de pessoas vai ao encontro da necessidade de garantir que a prática da termografia seja realizada de forma competente, promovendo uma correta utilização dos equipamentos e medições e inspeções realizadas com precisão. A Abendi, reconhecido organismo de certificação de pessoas, visando o aten-dimento dessa necessidade do mercado, desenvolveu o processo de certificação em termografia, hoje disponível em 3 níveis de competência (N1, N2 e N3). A certificação de pessoas assegura que as inspeções realizadas nas empresas terão de fato um padrão de qualidade. É importante ressaltar que inicialmente esse processo de certificação surgiu com o apoio de represen-tantes de grandes empresas que, inclusive, são integrantes do Grupo de Trabalho (GT) de Termografia, como Furnas, Metrô, Thermotronics, Tecnoemel; além de consultores Níveis 3.

tificar em qualquer nível, os candidatos precisam atender a alguns requisitos pre-estabelecidos, como grau de escolarida-de, aptidão física, horas de treinamento e experiência profissional comprovada no sentido de garantir o entendimento dos procedimentos das medidas e análises termográficas. Com relação à escolarida-de e à experiência profissional, é exigido diploma de conclusão de ensino técnico de nível médio ou de formação superior, no caso dos Níveis 3. A norma que regula a atividade no território nacional é a NA-009 (Qualificação e Certificação de Pessoal em Termografia), que tem como base a ISO 18.436-7 (Condições de Monitoramento e Diagnóstico de Máquinas – Requisitos para Qualificação e para a Certificação de Pesso-al. Parte 7 – Termografia) e a ISO 9712.

Para se certificar em qualquer nível, os candidatos precisam atender a alguns requisitos, como grau de escolarida-de, treinamento e experiência profissional comprovada, dentre outros. Para saber mais sobre o processo de certifi-cação em Termografia, contate a Abendi ou acesse o nosso site e clique em certificação

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LISTA DE PROFISSIONAIS CERTIFICADOS PELA ABENDIAs informações completas de cada profissional certificado nos meses de junho e julho de 2017 estão disponíveis no site da Abendi, em consultas/profissionais certificados.

Profissionaiscertificados-Nível1

MauroLuísdaSilvaPauloRobertodaCostaQuintalMarcosPauloMacedoMendesDouglas Coelho de CarvalhoThiago César Nogueira GlóriaRuy Diego de Lima TorresClaudio dos Santos ChavesFelipe Vasconcelos Bitencourt da SilvaHenie Lais da Silva LimaJean Cassiano TeixeiraBruno da Mota SilvaBruno da Mota SilvaTálita Rodrigues de Oliveira MartinsPauloRicardodeSouzaAndré Luis Viana GuimarãesFilipe Guilherme Santiago LangCléber Maia JaglieriMayckon de OliveiraPedroAlbuquerqueRangeldaSilvaWesley do Couto FernandesLaércio GonçalvesJosuéRochadeSouzaFelipePadiaFogaçaFabio Roberto da SilvaAngelo dos Santos LanesDaniel Caetano Batista dos SantosAlexandrePrestesMoisés dos SantosDouglas Finger LemosTiago Rodrigues BorgesThalles Henrique Neves RosaGerson Simões UltramarLucas da Silveira SiqueiraRogerPieriMarcelo Keil SilvaVilson Carlos VogtEveraldo Rodrigues daSilvaGuilhermo DornellesMaicon da Silva MoulinFabio Laurindo

Profissionaiscertificados-Nível2

Jair Gomes Nogueira FilhoJuarezSantanaAragãoMauricio FonsecaMarcos Ramos de JesusLuísFabianoPeçanhaAntônioJoséRegoAguiarEdmilson Batista dos SantosRicardo Maia de OliveiraMarcos Antonio Serrão MartinsMarcelodeSouzaFarias

Djavan Rodrigues Marinho VieiraRodrigo Torralbo MartinsJeferson Loures de OliveiraHudson da Silva NascimentoTiagoPassosdeOliveiraArildoDonizeteFerreiraPauloAndréBorsodiMenezesThiago José BuenoElaine Cristina de Oliveira dos SantosLuciano dos Santos SilvaMilquezedecLimadeCamposWagnerLimadeSouzaWagnerLimadeSouzaOylio Klingner NetoAlex da Rosa EsckMarcelo Almeida de AndradeAndersonSouzadeLucasNoel Roberto Marques GuimarãesMarcelo de FreitasRenato Lima BarbosaRodrigo de Melo SilvaRodrigo Alexandre Sousa SantosMarco Aurélio Onhas BrandolinAndrewsRaynerRosadeSouzaMateus Alba da AssunçãoDécio Tavares BurleRafaelAtanesPereiraFernando Mendes AdãoRafael Bieli AlmeidaUalaceLuizSouzaEspiritoSantoUdison Fernando Lima de JesusJeferson Garcia DiasCarlos Eduardo Labis VieiraDenis Juliano dos Santos ViannaLuisGustavoLopesManzonGledson Hilton VidalJoão Alves dos Santos NetoRafael Vieira BastosRodrigo Raimundo dos SantosLincon de Araujo SantosThiago de Oliveira CostaHenrique Soares FerreiraLeandro dos Santos e SilvaAdilson Stawny HukUilson dos Santos BatistaDiogo Mariano da CostaJúlio César Mesquita de SantanaJúlio César Mesquita de SantanaVictorHugoPrataVervloetDouglas Ferreira FranciscoAlexandre Alacoque CoelhoReinaldo dos Santos Reis NetoCintia Valéria Moreira GoboRobinson Antonio SilvaLeandro Lopes da Silva

Weverton Santos LimaGustavo Monteiro de Castro TeixeiraEduardo Conceição da SilvaRamon Lucas Freitas LeiteLeonardo Quirino ReisWalace Rodrigues da SilvaJulio Sabino FrançaJadson Da Silva SousaWanderson Willimans da SilvaLuizEduardoCardosodeMagalhãesMarceloBrighentidePaulaTadeu dos Reis Lopes JuniorJosé Augusto Ferreira AssisWemersonAnicioPereiraJonathan de Oliveira Machado Profissionaiscertificados-Nível3

NivaldoLopesCruzFausto HirataClayton Bitencourt FontouraDayvid Rangel de MirandaCarlos Henrique Lopes DambosHerbert de Oliveira AlmeidaJussan Dos SantosAnaElizaCastroSobreiraPalazzoWeslley Carlos Dias da SilvaRicardodeSouzaAlmeidaPlínioSilvadeAbreuRaimundoNonatoRodriguesBaldez

Outras modalidades

Valdinei Sena Carneiro - EletromecânicaRafael Gardoni Rodrigues- EletromecânicaAlexandreMagnoPereiraSilva-Eletrome-cânicaVictor dos Santos - EletromecânicaJean Marvila Barbosa - EletromecânicaGeorgeCezarCaféRocha-ControleDimensionalHélio Rodrigues - RACTania Aparecida Batista - RACNairson de Oliveira - RACCarlos Augusto Miloni - EletromecânicaCarlos Roberto de Lima - RACMarcelo Gervásio Constâncio - RACAnderson Alexandre Antunes - Atmosfera ExplosivaRogérioPereiradaSilva-AtmosferaExplosivaJoão Salvador Filho - Atmosfera Explosiva

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c a p a

I niciada em meados do século XVIII, na Inglaterra, a Revolução Industrial impactou, profundamen-te, em tudo o que se conhecia como sistema produtivo. Esse fenômeno internacional se

espalhou, rapidamente, pelos quatro cantos do mundo, chancelado por uma mudança radical: a substituição do artesanato pe-las máquinas. No Brasil, essa nova re-alidade surgiu cem anos depois, por volta de 1930, quando o então pre-sidente Getúlio Vargas estimulou a transformação do modelo eco- nômico nacional, passando do agrário-exportador para o chão de fábrica. A partir desta evo- lução, pesquisadores e enge-nheiros se viram obrigados a aperfeiçoar os métodos de fa- bricação, criando nova tecno- logias. Isso desencadeou ou- tranecessidade: o monitora- mento e a manutenção dos equipamentos. O grande de- safio foi desenvolver ferra-mentas capazes de inspecionar toda essa nova estrutura, a fim de evitar acidentes, paradas pa- ra manutenção corretiva e au-mentar a vida útil das máquinas. Foi aí que surgiram os Ensaios Não Destrutivos (ENDs) e, entre esses mé-

A expertise no domínio operacional da ferramenta é determinante à interpretação do resultado da inspeção

Alexandra Alves

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todos, estava a Termografia, que foi sen-do migrada dos meios militares para o civil, até se tornar amplamente empre-gada nos dias atuais.

Mas, afinal, como isso funciona? Tra- ta-se de um método de sensoriamento remoto, por meio da medição da tem- peratura das superfícies sob exame e formação de uma imagem térmica dos componentes do equipamento ou sis- tema, a partir de radiação infraverme- lha emitida. A câmera termográfica po- de detectar processos de desgaste, oxi- dação e falhas ainda em estágio inicial, sem interrupção do funcionamento. A manutenção preditiva termográfica é considerada uma boa solução para quem busca resultados em tempo real e não pode parar a produção de diferen-tes sistemas e equipamentos, como:

Setor Elétrico – auxilia na identifica-ção de problemas geradores de anoma-lias térmicas, geralmente provocados pelo aquecimento por efeito Joule em contatos ou à outras falhas em condu-tores/sistemas elétricos;

Equipamentos mecânicos dinâmi- cos – diagnostica deficiências provo-cadas pelo atrito entre peças, eviden-ciando inadequações, problemas na lu- brificação ou desalinhamentos de ei-xos, verificados por meio da medição da temperatura de dispositivos de acopla-mento;

Em equipamentos mecânicos está-ticos – demonstra regiões onde há fa-lhas no isolamento térmico.

De forma geral, a termografia faz par- te da rotina de inspeção da maior par- te dos segmentos industriais. Começan- do pelo Setor Petroquímico, a Petrobras é um bom exemplo de usuária. A ferra-menta é utilizada na inspeção de equi-pamentos de processo (como fornos e trocadores de calor) em refinarias, em sis- temas de processamento primário em plataformas (vasos, tanques, etc) e em sistemas elétricos e mecânicos, seja em refinarias, plataformas ou terminais. Sis-

temas elétricos também são inspecio-nados por termografia nos edifícios da companhia. Em todos os casos, as ativi-dades são executadas periodicamente, a cada seis meses, com geração de rela-tórios e seguindo procedimentos esta-belecidos como norma interna (N-2472 - Ensaio Não Destrutivo - Termografia).

“A gestão da inspeção de sistemas elétricos e mecânicos conta ainda com o software Piton, inteiramente desen-volvido por técnicos da Petrobras na UO-BC, e instalado em diversas unida-des, como a própria UO-BC , UO-ES, Re-duc, Cenpes e outras que manifestaram interesse no sistema. Na inspeção de flares, em operação com uso de RPAS, também executamos a termografia, se a unidade necessitar deste tipo de avalia-ção, além da inspeção visual, seguindo a norma interna N-2665 - Inspeção em Serviço de Sistema de Tocha “Flare”, e a regulamentação nacional em vigor’’, acrescenta a engenheira consultora do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cen- pes/PDISO/TME), Carla Alves Marinho.

Segundo ela, em menor escala, e de forma não periódica, a termografia tam-bém é empregada para determinar o nível de borra em tanques de armaze-namento (refinarias e terminais), na aná-lise de vazamentos em válvulas (válvula “dando passagem”) e na formação de incrustações em tubulações e linhas de produção. As aplicações citadas até aqui são baseadas na termografia passiva, ou seja, na observação e análise do gra-diente térmico, naturalmente gerado na operação dos equipamentos, sistemas, válvulas ou tubulações. O Cenpes tam-bém desenvolve metodologias ativas de termografia, nas quais ocorre a in-serção controlada de calor na superfície de interesse e aquisição de termogra-mas para análise direta ou após adoção de metodologias matemáticas, como análise de Fourier e decomposição das imagens, segundo amplitude e/ou fase. Esses métodos vêm sendo usados na

inspeção de compósitos (detecção de áreas sem adesivo em juntas coladas ou áreas sem adesão na interface aço/revestimento de compósito), iniciando--se a aplicação também em polímeros (juntas soldadas). Técnicas ativas, como termografia por correntes parasitas, tam- bém foram objeto de análise na detecção de defeitos superficiais em juntas de aço soldadas. Com a metodologia passiva, o Cenpes estudou ainda o monitoramen-to de processos de soldagem em aço e, atualmente, desenvolve programas simi-lares na soldagem de polietileno.

Imagens termográficas de caldeira

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“A Petrobras capacita, periodicamen-te, sua força de trabalho no emprego das técnicas de inspeção, e a termogra-fia é uma delas. Particularmente já mi-nistrei diversos cursos, seja no ambiente da Universidade Petrobras, no Cenpes ou diretamente em alguma unidade so- licitante, como ocorreu recentemente na UTG de Caraguatatuba, no Litoral Paulista. Há previsão de ao menos mais um treinamento para este ano. A dura-ção deles pode variar de 8 a 40 horas, a depender da necessidade do grupo (conhecimento, reciclagem, aplicações práticas etc). O Cenpes também está em frequente intercâmbio com entida-des externas, seja através de projetos de pesquisa ou de salutar troca de experi-ências sobre a técnica’’, destaca.

Outra usuária da ferramenta é Furnas, que utiliza a ferramenta nos processos de manutenção em todas as subesta-ções, usinas e linhas de transmissão, quando são estabelecidas periodicida-de de inspeção para cada unidade. ‘’De uma forma geral, na empresa, como um todo, a termografia é empregada a todo o momento, desde inspeções progra-madas, monitoramentos dos possíveis defeitos, ensaios em equipamentos re-cuperados, treinamentos de termogra-fistas e outros’’, acrescenta o supervisor do Grupo de Termografia e Detecção de Corona, Laerte dos Santos.

A termografia infravermelha, de acor-do com Santos, é uma excepcional fer-ramenta de manutenção preditiva cada vez mais acessível ao usuário final, que permite localizar de forma bastante prá-tica possíveis falhas nos sistemas elétri-cos em geral, evitando, assim, diversas paradas não programadas, perdas de produção ou de fornecimento de ener-gia. ‘’A técnica permite detectar falhas em seus estágios iniciais e não eviden-ciados por outros métodos. Furnas uti-liza a técnica de termografia infraver-melha em inspeções desde 1972, sendo uma das empresas pioneiras na aplica-

ção dessa tecnologia no Brasil, tendo participado frequentemente de vários encontros nacionais e internacionais so-bre o tema.’’

A termografia também é muito co-mum na Construção Civil, especificamen te no momento da manutenção. O prin-cipal objetivo é investigar a existência ou não de anomalias em redes e siste-mas elétricos e mecânicos, em elemen-tos dos edifícios como: alvenarias, fa-chadas e revestimentos, vigas e pilares, entre outros. ‘’O uso está se tornando cada vez mais aplicado, entretanto é uma aplicação extremamente empírica, exigindo uma formação adequada dos técnicos e engenheiros civis’’, alerta o orientador de mestrado e doutorado no Programa de Pós-graduação em Estru-turas e Construção Civil da Universidade de Brasília, Elton Bauer.

A seguir, confira alguns exemplos de aplicação:

Danos em fachadas

O estudo de anomalias em fachadas usa a termografia passiva, ou seja, sem induzir aquecimento nos elementos do edifício. O técnico estuda a incidência so- lar e analisa o fluxo de calor na área. Os

defeitos subsuperficiais atuam como re- sistências térmicas, ou seja, quando o sol incide sobre a fachada essas regiões se mostram com temperaturas mais al- tas. Isso é captado no termograma e ana- lisado para identificar e mapear as fa-lhas (figura 1).

O comportamento inverso também é observado, ou seja, à noite, quando o fluxo de calor inverte seu sentido, os de-feitos ou anomalias aparecem mais frios (Figura 2).

Uma análise global da fachada (Figu- ra 3) mostra e identifica regiões com anomalias, revestimentos substituídos e

Entrada de processoprimário com setas

Figura 1 – Detalhe do aquecimento solar sobre um elemento com defeitos internos. O comporta-mento inverso também é observado, ou seja, à noite, quando o fluxo de calor inverte seu sentido, os defeitos ou anomalias aparecem mais frios (Figura 2).

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também a região da estrutura (vigas e pi-lares). Todos esses elementos são muito úteis no entendimento das patologias da fachada, bem como também nos mape-amentos para estudo da degradação e vida útil.

De acordo com Bauer, o fato da termo-grafia de infravermelho ser uma técnica que permite a inspeção à distância, em tempo real e, além disso, apresentar o termograma em que se identifica a va-riação da temperatura nos elementos, revoluciona a análise. Entretanto, para re-alizar uma inspeção é necessário estudar, preliminarmente e com profundidade, os fluxos térmicos (horas de sombrea-mento, insolação, temperaturas), não só para identificar o momento em que os contrastes térmicos são maiores (e assim a identificação é mais precisa), mas, tam-bém, para verificar se é possível efetuar o estudo de termografia. Essa análise é facilmente realizada empregando uma plataforma de simulação higrotérmica. ‘’Em muitos casos, principalmente pelos sombreamentos e reflexos de edifícios vizinhos, fica muito difícil a análise. Já pelo lado positivo, eu consigo fazer uma inspeção termográfica de um edifício de dez andares entre quatro a seis horas. Isso é uma vantagem imensa, dada a lo-gística complexa para a inspeção da for-ma convencional, que demoraria de três

Figura 2 – Identificação de anomalias no resfria-mento da fachada à noite. Os defeitos são identifi-cados com temperaturas mais frias.

Figura 3 – Trecho de fachada inspecionado em que se pode visualizar regiões com destacamentos (mais quentes) trechos das vigas e pilares.

a cinco dias, aproximadamente’’, explica.Mesmo apresentando inúmeras van-

tagens, complementa Bauer, ainda não existe um mercado sólido para a termo-grafia. ‘’No Brasil, ela não é valorizada nas avaliações e continua no campo da pesquisa. Seria muito interessante um viés de entidade de grupo em que se fortalecesse e organizasse esse setor. Também pesa o elevado custo dos equi-pamentos e o pouco interesse dos fa-bricantes em investir nesses prováveis usuários. Tentamos fazer convênios de pesquisa par divulgar essa aplicação da termografia, mas nunca obtivemos su-cesso.”

Especialista na atividade, o Nível 3 em Termografia, Atílio B. Veratti, desta-ca a aplicação da ferramenta nos seto-res elétrico (desde concessionárias até sistemas elétricos industriais, prediais e residenciais), térmico (fornos, reatores, sistemas térmicos de geração de ener- gia... e mecânica (mancais, rolamentos, acoplamentos). ‘’Nos últimos anos, o preço decrescente dos sistemas infraver-melhos permitiu que a termografia se tornasse ainda mais acessível e integrada aos sistemas de inspeção e monitora-mento em praticamente todos os setores da indústria. ’’

Um bom exemplo da relação custo/benefício, complementa Veratti, é a fun-

ção da termografia no sistema integra-do de geração e transmissão de energia elétrica nacional.’’ Essas inspeções são vitais para indicar falhas potenciais nos componentes das linhas e subestações. A localização e o reparo de uma anoma-lia em um componente crítico evita a interrupção do fornecimento de ener-gia para milhões de pessoas. É difícil imaginar as consequências econômi-cas para o País, em um cenário despro-vido dessa importante ferramenta. ’’

Outro especialista na área, com 30 anos de experiência, Mário Cimbalista Júnior, que já publicou dois livros so-bre o tema e está escrevendo a terceira obra, diz que a termografia pode fun-cionar na prática com qualquer objeto de interesse que emita infravermelho. ‘’Em muitos casos, peças com baixa emissividade (geralmente objetos me-tálicos, aço polido, latão, cobre, alumí-nio, etc.) terão de ser observados utili-zando alguns truques que, é claro, os profissionais certificados saberão como empregar. Dessa maneira, as aplicações praticamente não têm fim. É possível utilizar a termografia desde a astrono-mia até a microscopia’’, garante.

A seguir, conheça algumas aplicações apontadas pelo especialista:

• Medicina Veterinária: Para busca por gado extraviado, detecção de do-enças degenerativas em equinos, lami-nite (inflamação nos cascos) e muito mais. Uma restrição é que os animais, por via de regra, terão de ter pelo cur-to, já que os longos e espessos são bons isolantes térmicos;

• Medicina: Esse campo, as aplica-ções ainda engatinham devido à pre-dileção da área por exames anatômi-cos de imagem contra os fisiológicos. A Termografia aplicada à biomédica (conhecida no meio médico como Ter-mometria Cutânea) raramente pode efetuar um diagnóstico em estado de homesostase, já que doenças e pato-logias criam uma estase diferenciada

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que, sem uma referência estatística, é extremamente difícil de diferenciar de uma normalidade. Entretanto, estudos de perfusão em cirurgias cardíacas, varizes e compressão ner-vosa, além de alguns processos inflamatórios superficiais têm aplicações bem conhecidas;

• Agricultura: É comum para avaliação de plantações, quando o objetivo é prever a infestação por fungos antes do aparecimento das manchas nas folhas das plantas;

• Ciência forense: Nessa área, a termografia é uma aliada na localização de túmulos, devido à mudança de distribuição tér-mica do solo e eventual sobreaquecimento por causa da putre-fação. Na localização de pessoas ainda vivas, flutuando em nau-frágios ou na busca por motores ainda aquecidos em acidentes aéreos em áreas de mata mais densa. Nos locais mais frios, a ferramenta já é muito utilizada, por exemplo, para encontrar pessoas perdidas no meio da mata ou em regiões geladas;

• Área Militar: O uso da termografia é extenso tanto na aeronáutica quanto na marinha, com assinaturas térmicas de outros veículos militares, como em terra no combate ao terro-rismo. Um exemplo foi a identificação do suspeito no último atentado em Boston, localizado, por um Termovisor instalado em um helicóptero, escondido dentro de um barco nos fun-dos de uma casa;

‘’As aplicações, literalmente, não têm fim. Mas, como sempre, as câmeras não fazem diagnósticos sozinhas. É necessário um profissional competente, avaliando cada imagem para fazer um diagnóstico e um prognóstico confiáveis’’, salienta Cimbalista.

Profissionais

Quanto ao nível dos profissionais na área, o acadêmico Elton Bauer acredita que, atualmente, o mercado esteja carente de pessoal qualificado. ‘’Existem muitos curiosos achando que sa-bem utilizar a termografia. Eles vão por tentativa e erro, e er-ram mais do que acertam, denegrindo, inclusive, a técnica. Eu sempre divulgo que, para trabalhar com essa ferramenta, cada equipe, obrigatoriamente, deve ter um termografista, no mí-nimo nível 1. Mesmo assim, as equipes necessitam desenvol-ver metodologias e padrões de análise. Nossa equipe aqui do Laboratório de Ensaio de Materiais da Universidade de Brasília tem desenvolvido padrões para a inspeção, hoje podendo em-pregar a termografia quantitativa para medição da profundi-dade de fissuras em fachadas. Isso realmente é uma evolução muito significativa’’, avalia.

Para dar uma ideia sobre a importância da qualificação do profissional da área, o N3 Atílio B. Veratti diz que ‘’os mais moder-nos sistemas termográficos são comparáveis aos instrumentos musicais, dependem do artista para produzir uma boa música.’’ No futuro, segundo ele, podem ser desenvolvidos sistemas de

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inteligência artificial ou reconhecimento de padrões, porém, atualmente, laudos corretos dependem da experiência de termografistas certificados e experientes.

De forma geral, o especialista acredita que o Brasil possui bons profissionais da área, mas não em quantidade suficien-te para atender à demanda de trabalho. ‘’Em muitas empresas, mesmo de grande porte, ainda há uma quantidade razoá-vel de pessoal envolvido em termografia sem a devida certificação. Os riscos legais disso são muito maiores que eventuais temores por demandas trabalhistas re-correntes da qualificação diferenciada. No aspecto das carências do mercado, é importante salientar a responsabilidade do profissional de nível (categoria) 3. É ele que responde legalmente pela im-plantação de sistemas de inspeção ter- mográfica e dos procedimentos a serem seguidos, considerando características como: formação, critérios de classificação de anomalias, condições de medição, operação dos equipamentos, seguran-ça, etc. Repetindo, essa função é do N3, e não da empresa que o emprega ou do fabricante do equipamento’’, esclarece.

Ao exemplificar os riscos citados aci-ma, Veratti diz que pequenas variações de temperatura podem provocar graves consequências. ‘’Podemos citar o caso de um transformador responsável pelo for-necimento de energia em uma empresa de médio porte, no qual o vazamento do óleo contido em uma das buchas de entrada de alta tensão provocava um padrão térmico característico, tipica-mente com variações de temperatura de poucos graus Celsius. Embora existam janelas indicadoras do nível normal de óleo das buchas, apenas a termografia é capaz de revelar, para um termografista experimentado, o nível real do óleo e a gravidade do caso. As consequências dessa anomalia são drásticas: a explosão do transformador com grandes danos a todo o equipamento circundante. Para o cliente, fora o pior cenário de perdas hu-

Salas de treinamento/laboratório de termografia

Padrões de referência de temperatura usados para calibração

Simulador de Condições Termográficas, interface e acessórios

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manas, significaria um impacto global na produção com interrupção de mui-tos dias na produção.’’

Para não correr esses riscos, Furnas possui pessoal próprio e qualificado pa- ra realizar estudos e inspeções termo-gráficas nas instalações. ‘‘ Dessa forma, garantimos alta qualidade nos trabalhos executados. Criamos, há 20 anos, um treinamento de termografia, com a fina-lidade de suprir as necessidades especí-ficas. Destacamos, ainda, que, recente- mente, Furnas inaugurou duas salas de treinamento/laboratório para aulas teó- ricas e práticas, quando os treinandos aprendem toda a teoria envolvida e são

“São muitos os casos em que a termo- grafia já evitou falhas graves nas insta-lações de Furnas, mas o incidente, rela-tado a seguir, exemplifica bem a impor-tância da termografia, não só para nossa empresa, mas, também, para todo o Sis-tema Elétrico Brasileiro. Primeiramente, começo explicando que linhas de trans-missão geralmente são equipadas com um condutor instalado no topo das tor- res, chamado de Cabo Para-raios. Esse condutor tem como uma de suas fina- lidades minimizar a probabilidade de queda de descargas atmosféricas dire-tas nos condutores energizados da li-nha de transmissão. Assim sendo, uma ruptura do Cabo Para-raios pode oca-sionar falha nos circuitos que estão abaixo dele, ou seja, dos condutores da linha ou de todo um circuito de uma subestação, como mostra a Figura 1. Em ambos os casos, o resultado da queda ocasiona uma séria perturbação ao sistema elétrico, com consequên-cias imprevisíveis.

Figura 1 – Cabo Para-raios instalado sobre uma subestação e sobre uma LT

Figura 2 – Cabo Para-raios instalado em uma torre de uma LT de 500 kV

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Acompanhe, a seguir, na íntegra, um caso em que a termografia evitou um acidente em Furnas relatado pelo supervisor do Grupo de Termografia e Detecção deCorona, Laerte dos Santos.

submetidos a diversas situações reais en- contradas em campo’’, exemplifica Santos.

Ele acrescenta ainda que a empresa tem uma grande preocupação em prepa- rar, de maneira diferenciada, seus cola-boradores, investindo em treinamentos e certificações nessa área. ‘’Furnas tem participado, ativamente, da elaboração da Certificação Brasileira de Termografia, tendo desenvolvido, inclusive, o equipa- mento que está sendo utilizado pela Abendi, nas provas práticas para certi-ficação em termografia, o Simulador de Condições Termográficas, já apresenta-do internacionalmente no maior con-gresso relacionado ao assunto (Thermal

Infrared Applications XXXVIII – Thermo-sense).

Além disso, a empresa possui pessoal qualificado, na execução de manuten- ção nos termovisores, e um Laboratório de Termometria, acreditado pelo Inme- tro sob a responsabilidade da Superin- tendência de Planejamento e Engenha- ria de Manutenção (EM.O) / Gerência de Centro Técnico de Ensaios e Suporte à Manutenção (GES.O). O laboratório é equipado com padrões de referência de temperatura (corpos negros), ras-treados ao Inmetro, e que servem para realizar a calibração de pelo menos 70 termovisores em operação.

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A ocorrência aqui descrita mostra que, além dos danos anteriormente re-latados, poderia ter causado um grave distúrbio ao sistema elétrico se esta não fosse detectada de forma precoce pela termografia. A razão de tal gravidade é que o circuito onde ocorreu o problema é parte de um dos mais importantes sis-temas de transmissão de FURNAS e do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Em uma inspeção termográfica, reali-zada durante um treinamento de técni- cos em termografia, foi detectado um aquecimento de mais de 100 °C no topo de uma torre de linha transmissão de 500 kV, a mais de 50 metros de altura, (vide figura 2).

Na ocasião, os técnicos de manuten-ção em linhas de transmissão foram acionados e o reparo foi realizado sem a necessidade do desligamento da linha, isto é, com a mesma energiza-da. Portanto, além de evitar a falha e sérios prejuízos a Furnas e ao sistema elétrico, o reparo foi realizado a um custo muito baixo para a empresa e sem qualquer interrupção ao referido circuito.

As fotos da Figura 3 mostram a si-

Figura 3 – Gancho de ancoragem que sustenta o cabo para-raios

Saiba mais sobre termografia...

• Conheça o sistema de certificação da Abendi em termografia. Conheça todos os detalhes na página 30.

• Na página 20, em Sócios, há su-gestão de um e-book de Termografia. Um manual completo, abordando as normas Abendi NA NA-009 e ISO 1843.

tuação crítica em que se encontrava o gancho de ancoragem que sustenta-va o cabo Para-raios e como ele estava prestes a romper. Note, também, o ar- co elétrico produzido em outra situação semelhante, sendo este o responsável pelo desgaste do gancho de ancora-gem e de uma possível queda do cabo Para-raios sobre outros equipamentos da subestação.

Em consequência desta ocorrência, detectada pela termografia, foram de-

senvolvidos estudos e procedimentos adequados de manutenção, visando o controle e a segurança do sistema de transmissão de FURNAS. Contudo é importante ressaltar que uma falha no sistema elétrico de FURNAS, além de causar prejuízo direto para a empresa, pode causar falha no SIN. Por essa razão, existe uma preocupação constante do corpo técnico e um cuidado especial com a confiabilidade dos equipamen-tos/instalações de toda a empresa.’’

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UM DISPOSITIVO VERSÁTIL PARA SIMULAÇÃO E MEDIÇÃO DEIMPORTANTES PARÂMETROS APLICADOS EM TERMOGRAFIA

Este artigo apresenta um dispositivo extremamente versátil e muito útil para a área de termografia. Ele pode ser utilizado como um corpo negro de baixo custo para a verificação da calibração de câmeras termográfi-cas e termômetros de infravermelho, como referência na comparação de características de câmeras, como instrumento didático para o estudo e aplicações de transferência de calor e radiometria e, especialmente,

Laerte dos SantosAlisson Maria LemosaMarcoAntônioAbi-Ramia

INTRODUÇÃO

Em medições de temperatura e/ou em análises térmicas uti- lizando radiômetros (câmeras termográficas e termômetros de infravermelho), a correta operação e calibração dos radiômetros e o conhecimento sobre os fenômenos físicos envolvidos são muito importantes. Consequentemente, a qualificação do termo- grafista e um radiômetro calibrado são elementos que devem ser exigidos quando se deseja alcançar resultados confiáveis. Porém, qualificar um termografista adequadamente e verificar periodicamente a calibração do radiômetro, geralmente não são tarefas de baixo custo.

Um treinamento adequado deve fornecer ao termografista os conhecimentos teóricos necessários e é altamente recomendável que ele tenha acesso a aulas práticas, nas quais possa manusear o radiômetro e se familiarizar com as principais situações que irá encontrar no dia a dia. Entretanto, aulas práticas, que criem no termografista um alto grau de confiança, devem ser realizadas no próprio local em que ele vá desempenhar as inspeções, prefe- rencialmente apresentando as possíveis anomalias relacionadas àquele local. Se realizado em sala de aula, o cenário ideal seria a sala possuir vários equipamentos e anomalias térmicas rela- cionados ao local em que serão realizadas as futuras inspeções. A primeira opção nem sempre é possível e quando é, os equipa- mentos sob análise e inspeção nem sempre estão com anomalias e estas não podem ser provocadas apenas para o treinamento. Na segunda opção, reproduzir a grande diversidade de equipa- mentos existentes e a grande quantidade de anomalias térmi- cas possíveis de uma determinada instalação, como uma subesta- ção, por exemplo, exigiria um alto custo para um centro de treinamento ou uma entidade educacional.

Do mesmo modo, também não é uma tarefa simples, do ponto de vista financeiro, verificar periodicamente a calibração do radiô- metro. Geralmente, para ser possível executar essa tarefa, é

Sinopse

como um simulador, capaz de simular termicamente objetos, equipa-mentos e superfícies. Nessa última funcionalidade, o dispositivo, se visto a olho nu, mostrará a imagem visível do equipamento ou superfície que está simulando, mas, se visualizado por uma câmera termográfica, re-produzirá as temperaturas aparentes daquele mesmo equipamento ou superfície.

necessário que se possua equipamentos corpos negros de alto custo ou que o radiômetro seja enviado periodicamente a labo- ratórios de terceiros para ser verificado ou calibrado.

O dispositivo aqui apresentado se propõe a minimizar estas dificuldades com simplicidade e baixo custo.

O SIMULADOR DE CONDIÇÕES TERMOGRÁFICAS

Batizado de Simulador de Condições Termográficas (SCT), o dispositivo aqui discutido (Figura 1) inicialmente foi concebido para tornar possíveis os exames práticos da certificação brasileira de termografia. Entretanto, ele tem provado ser uma ferramenta muito útil e versátil para centros de treinamentos e entidades educacionais e ainda pode ser utilizado como um corpo negro de baixo custo para a verificação da calibração de radiômetros.

Basicamente, o SCT é um simulador de corpo negro de super- fície/área plana, cuja temperatura de superfície é ajustada, con- trolada e monitorada por computador, via cabo RS-232/USB ou via wireless. Na superfície frontal do SCT e dentro de uma ampla faixa de temperatura é possível obter exatidão, uniformidade e estabilidade de temperatura, adequados para a verificação da calibração de grande parte dos radiômetros comerciais. Contudo, suas várias outras funcionalidades são resultado do software desenvolvido para controlá-lo e monitorá-lo e dos diversos aces- sórios que o acompanham.

Através do software é possível inserir, monitorar e controlar a temperatura da área frontal do SCT, ao mesmo tempo em que possibilita o monitoramento da potência necessária para alcançar e estabilizar a temperatura desejada. Além disso, o software oferece a possibilidade de salvar todo o histórico das variações de temperatura no tempo, criar planilhas e gráficos. Caso o reló- gio do SCT seja sincronizado com o relógio do radiômetro, as medidas realizadas em um determinado horário podem ser comparadas e validadas com os registros salvos no SCT.

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Figura 1 - Simulador de Condições Termográficas (SCT)Figura 2 - Módulo criado a partir das temperaturas

do objeto a ser simulado

Com auxílio de acessórios, o SCT possibilita desempenhar diversas funções úteis ao estudo e a aplicações de transferência de calor. Algumas delas são listadas abaixo:

• Simular termicamente uma determinada superfície.• Realizar ensaios e medidas de condutividade ou resistência

térmica baseada nas Normas ASTM C 177, C 1044 e ISO 8302.• Realizar ensaios e medidas de emissividade segundo as

Normas NBR 16485, ASTM E1933 ou ISO 18434-1 Annex A.2.• Realizar ensaios e medidas de transmitância de acordo com as

Normas NBR 16554 ou ASTM E1897.• Realizar ensaios e medidas de temperatura aparente refletida

de acordo com as Normas NBR 16292, ASTM E1862 ou ISO 18434-1 Annex A.1.

• Ensaios de determinação de melhor foco óptico.• Realizar ensaios e medidas de IFOV e MFOV.

SCT COMO SIMULADOR DE SUPERFÍCIES

Nesta funcionalidade, o SCT pode simular termicamente objetos, equipamentos, seres vivos, etc. Isso é possível através de

Figura 3 - SCT simulando uma conexão em operação – (a) Visto a olho nu (b) Visto com uma câmera termográfica (c) Visto com uma câmera termográfica em modo fusão.

um módulo acoplado à área dianteira aquecida do SCT.O módulo é construído utilizando como modelo um ter-

mograma real do objeto que se deseja simular. O termograma 2D é convertido em uma imagem 3D por um software CAD (computer aided design). O eixo z é calculado pela Equação 1, con- vertendo as temperaturas aparentes do termograma em espessura do módulo. Assim, o módulo terá uma espessura não uniforme, proporcional às temperaturas aparentes da superfície do objeto a ser simulado, como mostrado na Figura 2.

Sobre a superfície do módulo é fixada um película transparente para a radiação infravermelha, na qual a imagem visível do objeto a ser simulado é impressa. Como resultado, se o SCT é visto por uma câmera termográfica, ele reproduz as temperaturas aparentes da superfície do objeto e, ao mesmo tempo, se for visto a olho nu, mostra a imagem do próprio objeto como mostrado na Figura 3.

O módulo é construído realizando os passos seguintes:a) Com uma câmera termográfica de resolução nxm captura-

se a imagem térmica (termograma) do objeto real que se deseja simular e converte-o em uma matriz de temperaturas aparentes Ts(i,j) .

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Figura 4 - Termograma do objeto a ser simulado convertido em uma matriz de temperaturas aparentes

b) Utilizando a lei de Fourier (Equação 1), converte-se as diversas temperaturas aparentes da superfície do objeto em uma matriz de espessuras L(i,j).

(1)

c) A partir dos valores de espessura calculados e definindo as dimensões de largura e comprimento iguais às dimensões frontais do SCT, o módulo é confeccionado em uma impressora 3D ou em um torno a CNC (controle numérico computadorizado) utilizando um material de alta resistência térmica.

d) Sobre o módulo é afixado uma película de material transpa- rente ao infravermelho, no qual é impresso a foto da superfície do objeto, com as mesmas dimensões e no mesmo ângulo em que foi capturado o seu termograma. Desse modo, ao ser observado a olho nu, o módulo mostra a foto do objeto e ao ser observado através de uma câmera termográfica, o módulo mostra a distri- buição térmica simulada do objeto.

Finalmente, para que o módulo simule o objeto, ele deve ser acoplado à área aquecida do SCT como mostrado na Figura 5, na qual TSCT ≥ Ts(i,j)max.

USO DO SCT NA MEDIÇÃO DA CONDUTIVIDADE TÉRMICA

Com esta funcionalidade, é possível testar e medir a condutivi- dade térmica e determinar as propriedades de transmissão térmica de uma placa plana (amostra) em regime estacionário.

Passos para medir a condutividade térmica de uma placa plana:a) Conectar a placa na área aquecida do SCT de acordo com a

Figura 6.b) Ajustar o SCT para a temperatura desejada e aguarde sua

estabilização.c) Medir a temperatura TS e calcular o coeficiente de conduti-

vidade térmica KS utilizando a Equação 2.

(2)

Figura 5 – O módulo deve ser acopladoem contato direto com o SC

Figura 6 – A amostra (placa plana) deve seracoplada em contato direto com o SCT

Ao medir a temperatura TS com uma câmera termográfica, é possível realizar não apenas medições em alguns pontos, mas também toda a superfície da amostra, o que fornece mais informações sobre a amostra e é um benefício adicional em relação aos métodos que utilizam termômetros de contato. Cabe, aqui, observar que este ensaio tem um propósito didático e não pretende alcançar resultados de alta exatidão.

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USO DO SCT EM ENSAIOS E MEDIÇÃO DE EMISSIVIDADE

Para executar ensaios e medição de emissividade, o usuário deve acoplar a amostra diretamente em contato a área aquecida do SCT, Ajustar a temperatura desejada, bem como o ângulo de visão utilizado no ensaio. Os ensaios de dependência angular da emissividade podem ser realizados com rotação horizontal ou vertical do SCT.

A medição de emissividade pode ser realizada na temperatura desejada, adotando a NBR 16485, a ASTM E1933 ou a ISO 18434-1 Annex A.2.

A Figura 7 mostra exemplos de ensaios de emissividade.

USO DO SCT EM ENSAIOS DE TRANSMITÂNCIA DE MATERIAIS

Ensaios e medição da transmitância de materiais podem ser

Figura 7 – Exemplos de ensaios de emissividade

realizados com a simples instalação de diferentes materiais, poucos centímetros à frente do SCT. A Figura 8 mostra um exemplo de medição de transmitância de uma janela de infravermelho.

A medição de transmitância pode ser realizada na temperatura desejada, adotando a Norma NBR 16554 ou a ASTM E1897.

USO DO SCT COMO REFERÊNCIA DE TEMPERATURA(CORPO NEGRO)

O SCT é um simulador de corpo negro de área plana. Sua área frontal possui um material de alta condutividade térmica, moldada de uma só peça para melhorar a uniformidade da temperatura e sua superfície é revestida com uma substância de alta emissividade. Sua temperatura pode ser ajustada com exatidão, uniformidade e estabilidade, tornando-se adequado para verificar a calibração da maioria dos radiômetros comerciais.

Figura 8 – Ensaio de uma janela de infravermelhoFigura 9 – Verificação da calibração de

uma câmera termográfica

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INTERFACE DO SCT COM O USUÁRIO A Figura 10 mostra a interface utilizada para controlar o SCT,

desenvolvida em plataforma Windows/LabVIEW e que possibilita ao usuário as seguintes funcionalidades:

• Ajuste da temperatura desejada e monitoramento da área aquecida.

• Exibição do gráfico de temperatura em função do tempo e arquivamento dos dados em planilha e/ou bitmap.

• Visualização do erro entre a temperatura desejada e a temperatura real.

• Visualização da potência aplicada ao sistema de aquecimento.• Comunicação USB / Serial.• Comunicação sem fio.

CONCLUSÃO

Este artigo apresenta o Simulador de Condições termográficas – SCT, dispositivo simples, mas com várias funcionalidades, incluindo a interessante capacidade de simular a superfície de objetos reais. Essa funcionalidade possibilita o estudo prático em sala de aula, de diferentes áreas, como eletricidade, mecânica, médica, construção, veterinária, etc. e ainda pode ser utilizado como um corpo negro de baixo custo para a verificação da calibração de câmeras termográficas e termômetros de infravermelho.

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Figura 10 – Interface HMI do SCT

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CICLO DE FALHA EM UMA CONEXÃO ELÉTRICA

Mário Cimbalista Júnior

TEMPERATURA VERSUS DETERIORAÇÃO

Uma investigação com centenas de conectores elétricos defeituosos (COPEL, 1986) mostrou que, muitos deles, apesar de apresentarem pequenos aumentos de temperatura (5°C a 10 °C) acima da temperatura ambiente, foram encontrados seriamente deteriorados e outros com temperaturas de 100 °C ou mais tiveram pequena deterioração visível.

As razões para este aparente paradoxo são que o aquecimento excessivo por um longo período de tempo faz com que as super- fícies em contato aqueçam, se afastem e produzam pequenos arco-voltaicos – nem sempre intensos e visíveis - até o ponto em que ocorre uma deterioração grave, embora nem sempre igualmente visível. Os arcos fazem com que, em uma etapa se- guinte, as superfícies derretam e soldem entre si, o que constitui então um caminho de baixa resistência para o fluxo de correntes. Como resultado dessa fusão, o aquecimento do componente pode até cessar completamente por um tempo uma vez que a área de contato aumenta devido à “fusão” entre as superfícies. Essas soldas não intencionais são, de forma geral, pobres e quebra- diças por estresse mecânico, alta carga, correntes de falta, dila- tações e contrações sucessivas por fatores ambientais e mesmo a vibração de frequência industrial. Estes eventos fazem parte do ciclo de funcionamento de qualquer conexão e, depois de um nú- mero indeterminado, mas finito de esforços, há a ruptura mecâ- nica da solda, com a ocorrência novamente de arco e a soldagem das superfícies. Enquanto esse ciclo continua, a deterioração das superfícies progride; se não detectada a tempo pela Termografia, a conexão ou contato apresentará uma falha.

Em termos práticos, duas superfícies, mesmo que polidas de uma conexão ou contato, nunca são perfeitamente planas (Fig. 1 e 2). Pelo contrário, são constituídas de pequenas irregularidades que, quando unidas e mantidas assim por torque ou pressão, per- mitem que a corrente elétrica passe por elas, de uma superfície para a outra. Devido a sucessivos esforços de dilatação e contra- ção por variações na carga aplicada, variações ambientais e at- mosféricas circadianas ou sazonais, essas pequenas irregulari- dades vão se deteriorando pelo processo já explicado. O detalhe é que o centelhamento, por sua vez, funde os picos de contato causando um assentamento entre as superfícies.

Esse assentamento, por sua vez, diminui o torque ou pressão exercida entre as superfícies. Isso, por sua vez, facilita as que- bras de outras soldas e o ciclo perverso se estabelece. Se a velo- cidade de aquecimento for muito rápida, a tendência é a falha a curto prazo. Por outro lado, se o aquecimento for lento, a ten- dência é uma fusão mais estável e um período maior até a falha. Isso pode ser exemplificado no gráfico a seguir (Fig. 3).

Figura 1: Imagem de Microscopia Atômica deum filme de Cobre de 4nm de espessura

Figura 2: Circulação de corrente porcontatos microscópicos

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Nas Figs. 4 e 5 pode-se observar dois casos de deterioração severa sem que haja aquecimento correspondente.

A fim de comprovar o ciclo de aquecimentos e sucessivas soldas de uma conexão real, foi montado em um experimento

Figura 3: Ciclo hipotético de falha em uma conexão elétrica

Figura 4: Exemplo de cabo e terminal no destaque em vermelho, severamente oxidado internamente,com carga, soldado e “frio”

conforme a Fig. 6. Nessa montagem, um terminal defeituoso é submetido a uma carga constante, desligado e religado, e a curva de temperaturas que o mesmo atinge (Fig. 7) apresenta as oscilações ocorridas ao longo do tempo.

Figura 5: Ponta de cabo deteriorado (severamente oxidado internamente), com carga, soldado e “frio

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Figura 6: Experimento com conexão defeituosa

Figura 7: Curvas de aquecimento e resfriamento em uma conexão defeituosa

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CONCLUSÕESNão se deve deixar enganar pela temperatura absoluta. A

temperatura medida no momento da inspeção Termográfica não indica, necessariamente, a gravidade de um uma anomalia ou defeito. Ele pode estar em um ciclo de baixa ou, como nos casos das Figs. 4 e 5, completamente soldado e frio. Para um diagnóstico correto, há que se considerar, em primeiro lugar, se a periodicidade em que o mesmo é inspecionado é adequada. Se a periodicidade for inadequada, é possível passar por um componente defeituoso sem que o mesmo se apresente aquecido. Em segundo lugar, a importância de cada componente no âmbito do sistema como um todo e em qual momento desta curva de temperaturas a medição está sendo feita. E, em último lugar, mas não menos importante, que cada anomalia, se evoluir para uma falha, vai causar uma interrupção de fornecimento de energia com reflexos imediatos na produção e faturamento.

CASO CONCRETONa prática, e em instalações expostas às intempéries, por

exemplo, os ciclos de variação de temperatura são mais complexos. No exemplo a seguir (Fig. 8), uma chave seccionadora em um poste é acompanhada durante alguns dias. No primeiro dia, as leituras são feitas de duas em duas horas, no horário comercial. Após esse período, as leituras foram feitas sempre que havia disponibilidade da câmera. As variações que se pode observar na temperatura são devidas não só ao horário em que as imagens foram feitas (variações de carga), mas também em função de eventos atmosféricos (chuva no caso).

Os valores individuais de cada imagem térmica podem ser vistos na Tabela 1 e a variação em gráfico na Fig. 9.

Após um resfriamento significativo pela chuva, a conexão volta a subir sua temperatura a uma taxa maior que vinha apre- sentando antes do evento.

Figura 8: Acompanhamento de variação de temperatura ao longo do tempo

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Esse exemplo é emblemático de quão crítica uma Termografia pode ser. A periodicidade correta, o treinamento do inspetor, e a câmera adequada, com lentes, se necessário, são fundamentais para economias muito significativas em termos de parada de fábrica, produção perdida, homens-hora desperdiçados. Em termos de manutenção preditiva e preventiva, hoje em dia a Termografia é mais que uma ferramenta. É uma técnica fundamental sem a qual, por exemplo, o sistema elétrico brasileiro não sobreviveria seis meses. Em termos fabris, não há mais como conseguir o desempenho atual sem uma Termografia realizada por um profissional competente e certificado, e sem uma câmera adequada.

REFERÊNCIAS

- Avaliação de conectores defeituosos retirados de campo, mario cimbalista jr. Companhja Paranaense de Energia, SMT, 1986

- Iop Science, Nanotechnology, http://iopscience.iop.org/0957-4484/labtalk-article/59989 acessado em 12 de Janeiro de 2017

- Theoretical Falilure Curve, The Insfraspection Institute, Infrarede Inspection Manual, Electrical and Mechanical, June 1986

- Termografia Qualitativa em Instalações Industriais, Volume 1, mario cimbalista jr, 2016 a

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GESTÃO, PROCEDIMENTOS E A TRÍADE DA QUALIDADE EM TERMOGRAFIA.

AttílioB.VerattieErandyFloresG.

Há 52 anos, a introdução da Termografia alterou definitivamen- te o modo de se obter informação sobre mecanismos de desgaste associados a anomalias térmicas em todos os ramos da indústria.

O Brasil é o primeiro país a implantar um sistema de certificação em termografia na América Latina. A consequência natural é a necessidade de ocorrer, em paralelo, um aprimoramento na forma como as inspeções termográficas são geridas.

Nesse contexto, uma das mais importantes e mais abrangentes atribuições do termografista nível 3 em uma empresa é a elabo- ração de um sistema de Gestão e Procedimentos de Inspeções Termográficas.

Um sistema de gestão e procedimentos de inspeções termo- gráficas determina como os trabalhos serão realizados, especifica os equipamentos necessários, controla o fluxo de informação e a validação dos relatórios por profissionais certificados. Também define a base de dados que será utilizada na tomada de decisões e na curva de aprendizado da empresa com relação ao material gerado pelas inspeções termográficas.

Em sua concepção, um sistema de Gestão e Procedimentos, in- corpora os três aspectos constituintes da “Tríade da Qualida- de“: Profissional Envolvido, Equipamento Selecionado e Proces- samento da Informação Térmica.

PROFISSIONAL ENVOLVIDOO primeiro vértice da qualidade envolve os graus de capacitação

e treinamento necessários para as diversas categorias de profissionais envolvidos na operação do sistema de Gestão.

Em Termografia, a identificação de anomalias é altamente de- pendente capacitação e do treinamento do elemento humano. Se um tipo de anomalia não existir previamente na mente do termografista, provavelmente passará sem ser detectada.

Dependendo da função, alguns profissionais necessitarão apenas de treinamentos básicos ministrados interna ou externa- mente na empresa. Outros demandarão certificação Nível 1, 2 ou eventualmente 3, segundo o grau de responsabilidade e as normas reconhecidas do país.

Uma deficiência que infelizmente ocorre é a falta de treinamento adequado na operação e funções dos equipamentos utilizados, necessidade muitas vezes detectada em participantes de cursos de nível 1.

Quando necessário uma empresa pode desenvolver material de capacitação e treinamento específico para sua atividade, de preferência sob a responsabilidade de profissionais nível 3.

EQUIPAMENTO SELECIONADOO segundo vértice da qualidade diz respeito aos equipamentos

utilizados. Consiste na definição das especificações dos sistemas infraver-

Imagem 1 – Tríade da Qualidade

melhos em termos de desempenho e custo/benefício, conside- rando a grande variedade de marcas e versões que cobrem toda a gama de preços.

Diferentes tarefas demandam diferentes necessidades, alguns dos parâmetros típicos a serem especificados são:

• Resolução de Medição (MFOV, dado em miliradianos): de- finido como o menor objeto que pode ser medido a uma certa distância. É resultado do número de pixels que compõem a matriz do detector, ângulo da lente, qualidade da óptica selecionada e, eventualmente, das características do modo de medição (por

Imagem 02: Inspeção termográfica em rede detransmissão. Nesta aplicação é crucial a capacidade

do sistema infravermelho em medir objetos pequenosa longas distancias.

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exemplo velocidade relativa do objeto-alvo). Este parâmetro não é informado pelos fabricantes, existindo métodos para sua determinação em situações específicas. O conhecimento do MFOV é determinante para a definição de procedimentos que permitam a correta medição de objetos pequenos a longa dis- tância, típica das inspeções de redes elétricas de distribuição e transmissão.

• Ângulo de visão: em aplicações como inspeções de edificações, fornos e reatores de grandes dimensões a principal necessidade é apresentar um amplo campo de visão. Lentes com campos de visão maiores que 40° são necessárias para essas aplicações.

• Equipamentos de baixo custo: de que forma equipamentos de pequeno porte e boa resolução podem ser inseridos de maneira efetiva nos sistemas de inspeções termográficas? Essa é uma pergunta que os testes realizados em diversos clientes irão demonstrar, mas a tendência é uma presença cada vez mais ampla e definitiva da Termografia nas atividades rotineiras de inspeção de equipamentos e verificação de reparos realizados.

PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃOO terceiro vértice da Qualidade é a Informação. Faz parte do

gerenciamento a tomada de decisões responsáveis com base na melhor informação disponível.

A Termografia busca, em última essência, Informação.Para assegurar a credibilidade da técnica, temos que ser

capazes de transformar os dados térmicos em informações sobre a condição operacional dos equipamentos inspecionados.

Se essa informação não é devidamente registrada, armazenada e analisada grande parte do investimento é perdida.

O processamento da informação térmica se inicia com o tratamento das imagens gravadas no aplicativo do fabricante, passa pelo critério de análise e classificação das anomalias, emissão dos relatórios e elaboração de uma base de dados, o que possibilitará criar uma curva de aprendizado para o sistema de inspeção termográfica.

• Tratamento das imagens: inclui as capacidades do aplicativo de processamento de imagens do fabricante do sistema infravermelho com as funções de medição, paletas, filtros etc. Em alguns casos pode envolver aplicativos complementares como o MatLab.

• Análise das medições efetuadas: a medição de temperaturas não tem nenhum valor se não houver critérios para orientar as análises (delta T ou MTA). Por sua vez critérios não serão de grande valia se não estiverem associados a ações específicas. Os autores adotam a forma que consideram a mais efetiva para se classificar uma anomalia, denominada Risco ao Sistema Produtivo, ou Risco ao Fornecimento, conceito que encontra similaridade ao adotado pelas empresas seguradoras.

• Analises térmicas especiais como o Cálculo de Trocas Térmicas e a Avaliação de Espessura de Revestimentos são importantes para a transformação de valores de temperaturas em importantes informações sobre a condição operacional dos equipamentos inspecionados.

Imagem 03: Mesma cena vista com lentes deângulos de visão de 45°, 25° e 15°.

Imagem 04: Sistemainfravermelho

conectável em celular.

Imagem 05: Análise de revestimento refratário,imagens comparativas processadas com

o aplicativo ResearchIR.

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Imagem 06: Classificação de Risco ao Sistema.

Imagem 07: Cálculos de Trocas Térmicas em equipa-mentos de grande porte.

Imagem 08: Avaliação de espessura de revestimentos em equipamentos Imagem 09: Análise estatística de ocorrências em um

sistema elétrico

Texto extraído do Sistema de Gestão e Procedimentos de Inspeções Termográficas.Eng. Attílio B. Veratti – termografista N3 Abendi e ITC e Enga. Erandy Flores Guevara – termografista N3 ITC.ICON Tecnologia Termográfica e Engenharia Consultiva Ltda.

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SETEMBRO DATA REALIZAÇÃOWEBINAR-RECICLAGEMPARAINSTRUTORESDEOTS 5 ABENDIENSAIOS RADIOGRÁFICOS N 11 a19 ABENDIENDEMMATERIAISCOMPÓSITOSPOLIMÉRICOS 18e19 ABENDILÍQUIDOPENETRANTEN3 18a 22 ABENDIUSAPLICADOASOLDAPORRESISTÊNCIAAPONTO(AUTOMOBILÍSTICO) 18a 22 ABENDIINSPEÇÃODEDUTOSTERRESTRES,ENSAIOSETESTES 25a29 ABENDI

OUTUBRO DATA REALIZAÇÃOINSPEÇÃOEMFAIXADEDUTOS 2a6 ABENDINOVO-INSPEÇÃODEFABRICAÇÃOEMPROJETOSDOTIPOEPC 2 ABENDIULTRASSOMN3 16a20 ABENDIINSPEÇÃODEDUTOSFLEXÍVEISERISERS 20e 21 ABENDI RIO DE JANEIRO

INSPEÇÃOEMPÁS,TORRESEESTRUTURASEÓLICAS-BAHIA 23a 27 ABENDI

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UNIDADE SÃO PAULO SETEMBRO DATAULTRASSOMMEDIÇÃODEESPESSURA 4a 11ULTRASSOMNÍVEL1CHAPALAMINADA 4a 14ULTRASSOM NÍVEL 2 4 a 25PARTÍCULASMAGNÉTICASNÍVEL2 11a 22LÍQUIDOPENETRANTENÍVEL2 11a30DETECÇÃODEVAZAMENTOSNÍVEL1 25a 27DETECÇÃODEVAZAMENTOSNÍVEL2 25a 28CONTROLEDIMENSIONALDETOPOGRAFIAINDUSTRIAL 25/9a19/10

OUTUBRO DATAULTRASSOMMEDIÇÃODEESPESSURA 2a 11 ULTRASSOMNÍVEL1CHAPALAMINADA 2a 18ULTRASSOMNÍVEL2 2/10a1/11LÍQUIDOPENETRANTENÍVEL2 9a23PARTÍCULASMAGNÉTICASNÍVEL2 9a 28ENSAIOVISUALNÍVEL2 16/10a25/10ULTRASSOMFERROVIÁRIONÍVEL2 16/10a06/11LÍQUIDOPENETRANTENÍVEL2 28/10a30/12DETECÇÃODEVAZAMENTOSNÍVEL2 30/10a03/11

UNIDADE TAUBATÉ SETEMBRO DATALÍQUIDOPENETRANTENÍVEL2 18/9a7/10ULTRASSOMMEDIÇÃODEESPESSURA 25/9a5/10PARTÍCULASMAGNÉTICASNÍVEL2 25/9a16/10

OUTUBRO DATAENSAIORADIOGRÁFICONÍVEL2 9/10a9/11ULTRASSOMNÍVEL2 23/10a24/11

UNIDADE BAHIA SETEMBRO DATAENSAIO VISUAL NÍVEL 2 11 a26PARTÍCULASMAGNÉTICASNÍVEL2 18/9a7/10CONTROLEDIMENSIONALN2-CALDEIRARIAETUBULAÇÃO 18/9a28/10

OUTUBRO DATAULTRASSOMMEDIÇÃODEESPESSURA 23/10a1/11LÍQUIDOPENETRANTENÍVEL2 23/10a11/11ULTRASSOMNÍVEL2 23/10a24/11

UNIDADE SANTOS SETEMBRO DATALÍQUIDOPENETRANTENÍVEL2 11a30PARTÍCULASMAGNÉTICASNÍVEL2 18/9a7/10

OUTUBRO DATAULTRASSOMNÍVEL2 23/10a24/11

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