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Dificuldades de Aprendizagem Unidade curricular: Educação Especial I FPCE-UC Marcelino Pereira

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Da Prendi z Age Me Especial i

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  • Dificuldades de Aprendizagem

    Unidade curricular: Educao Especial I

    FPCE-UC

    Marcelino Pereira

  • As D.A. como a esponja sociolgica que absorve uma grande diversidade de problemas educacionais: quando se

    confunde o sintoma com a doena

    Dificuldades de aprendizagem (learning disabilities)

    Problemas de aprendizagem (learning difficulties)

    Dificuldades na aprendizagem

    Dificuldades de ensinagem

    Dificuldades especficas de aprendizagem

    Deficincia mental ligeira

    Insucesso escolar

    Descapacidades de aprendizagem

    Perturbaes da aprendizagem, DSM-IV-TR Perturbao da leitura

    Perturbao do clculo

    Perturbao da escrita

    Perturbao da aprendizagem sem outra especificao

  • Dificuldades de aprendizagem versus problemas de

    aprendizagem

    DA: dfice nas competncias acadmicas bsicas (leitura, escrita, clculo), que presume a falta de aptido para abordar uma matria especfica em condies regulares de ensino, de etiologia ainda desconhecida, mas seguramente neuro-biolgica, o grau do distrbio ser moderado ou profundo. [learning Disabilities]

    PA: pode atribuir-se uma origem determinada (definida com maior ou menor preciso), que vai dificultar a aprendizagem, resultando num desempenho acadmico deficitrio. Frequentemente as dificuldades so em grau mais moderado ou leve. [Learning difficulties]

  • Dificuldades de aprendizagem: a evoluo

    Kirk, 1962

    National Institute of Health, 1988

    O artigo de Hammill em 1991 no Journal of Learning Disabilities

    OCDE, 2000

    Learning Disabilities Association of Ontrio, 2001

    Gradualmente, atribui-se:

    Mais importncia ao grau da dificuldade

    s implicaes na vida adulta (distrbio permanente)

    Sintomas podem estar presentes na idade pr-escolar

    Podem co-existir com outros problemas

  • Dificuldades de aprendizagem: a Prevalncia

    2 a 10% (APA, 2000)

    Variam entre 2 e 20%

    4 a 5% a estimativa mais realista

    Constituem 47% das NEE

    Ratio em funo do gnero de 3.7-1

  • Critrios de diagnstico comuns

    Discrepncia

    Excluso

    Especificidade

    Resistncia

    Poucos factores de risco

  • Critrios de diagnstico comuns: discrepncia

    Resultado alcanado numa escala de inteligncia VS resultados obtidos em testes de desempenho acadmico

    Limitaes deste critrio

    As escalas de inteligncia subestimam a aptido Sugere-se uma descida do limiar de QI

    As escalas de inteligncia tambm so medidas de desempenho

    Pode ocorrer como resultado de outros factores

  • Critrios de diagnstico comuns: excluso de

    outras causas

    DM, Perturbaes emocionais, DV, D. Auditiva, D. motora desvantagens scio-culturais so excludas enquanto

    factores etiolgicos primrios.

    Podem co-existir mas impe-se um grau de dificuldade maior

    Ex. Numa criana com DM a gravidade da dificuldade ter de ser mais severa do que prevista pelo comprometimento

    cognitivo inerente a esse quadro clnico.

  • Critrios de diagnstico comuns: especificidade

    Critrio menos consensual. O DSM-IV-TR prev que quando se verifiquem os critrios para mais de uma perturbao de aprendizagem,

    todas devem ser diagnosticadas (distinguem: perturbao da leitura, perturbao do clculo; perturbao da escrita)

    Perturbao da aprendizagem sem outra especificao

    Dois entendimentos distintos

    DA circuncreve-se a um desempenho deficitrio numa rea acadmica bsica: DA especfica (dislexia, discalculia, no-

    verbais) (e.g, Rourke, 1991; Chasty, 2002)

    DA e DA especficas so uma e a mesma coisa

    O critrio especificidade um instrumento da anlise funcional do problema (Correia, 2003)

  • Critrios de diagnstico comuns: Resposta ao

    tratamento

    Crianas com DA reagem menos favoravelmente ao tratamento do que aquelas que apresentam problemas

    de aprendizagem similares mas sem DA

    Resistentes s metodologias habituais de ensino

    O diagnstico ainda integra a interveno fundamental identificarmos o tipo de intervenes j efectuadas

  • Critrios de diagnstico comuns: poucos factores

    de risco identificados

    Potencialmente mais geradores de excluso

    No h dfice visvel

    H confuso de identidades

    No h precursores / preditores fidedignos

    No so contempladas adaptaes bem definidas no REE

    Importante analisar os precursores desenvolvimentais

    O diagnstico faz-se apenas na idade escolar (aps dois anos)

  • Caracterizao cognitiva e estratgias de

    interveno

    Recepo, organizao e reteno da informao

    Percepo

    O modo de apresentao da informao condiciona a aprendizagem

    Ateno

    Selectiva ou focalizada (Driver, 2001)

    O teste americano no ser o mais indicado

    Tempo de vigilncia ou ateno sustentada (Levitte & Jonhstone, 2001)

    Implicaes na gesto dos tempos de aprendizagem

    Memria

  • Caracterizao cognitiva e estratgias de

    interveno

    Recepo, organizao e reteno da informao Memria

    Curto prazo (estruturas subcorticais), maior comprometimento da memria sequencial

    Expor toda a informao e, posteriormente, proceder sua organizao

    Longo prazo (estruturas corticais), maior comprometimento da memria associativa

    Repetio, associao, categorizao

    A linguagem como mediador

    Acesso prvio s fontes de informao

  • Caracterizao cognitiva e estratgias de

    interveno

    Estilos cognitivos e metacognio

    Tempo cognitivo pautado pela impulsividade (???)

    Maior reflexividade do pensamento

    Gastar mais tempo a ler ou a ver uma situao

    Pensar em voz alta

    Identificar as diferentes alternativas de resposta.

    Metacognio (Campione, Brown & Ferrara, 1982) Auto-conhecimento

    Controlo executivo

  • Caracterizao cognitiva e estratgias de

    interveno

    Estilos cognitivos e metacognio Metacognio em situaes de aprendizagem

    escolar: Declarativo (com menores problemas) Condicional Procedimental

    Desenvolver a metacognio Ajud-los a identificar os seus modos de aprender Avaliar a eficcia Monitorizar os comportamentos As tcnicas de estudo devem ser percebidas como

    competncias transversais

  • Caracterizao cognitiva e estratgias de

    interveno

    Estilos cognitivos e metacognio Os alunos com D.A necessitam de um ensino

    explcito, sistemtico e controlado (Rosenchine & Stevens, 1997) Reviso e anlise diria dos trabalhos de casa e da matria

    leccionada.

    Apresentao de nova matria, em quatro momentos distintos.

    Prtica guiada e verificao da compreenso.

    Feedback e correces, orientadas pelas respostas dos alunos.

    Prtica individual independente.

    Revises semanais e mensais.

  • Dimenso emocional e motivacional

    Perfil atribuicional desajustado

    Assumem a responsabilidade pelo insucesso

    Encaram-se como um elemento estranho face aos eventuais xitos

    Expectativas de fracasso e baixa auto-estima

    Fracasso repetido e no contingente ao eventual esforo

    Ateno ao manipularem o grau de dificuldade da tarefa

  • Dimenso emocional e motivacional (Comer, 2004)

    Atribuio global interna estvel

    Atribuio global interna instvel

    Atribuio global externa estvel

    Atribuio global externa instvel

    Atribuio especfica interna estvel

    Atribuio especfica interna instvel

    Atribuio especfica externa estvel

    Atribuio especfica externa estvel

  • Protocolo de avaliao: princpios gerais

    Para estabelecer um diagnstico de Dificuldades de aprendizagem a avaliao dever revelar: Nvel intelectual mdio ou superior;

    Desempenho de nvel inferior em competncias acadmicas especficas;

    Funes neurocognitivas especficas comprometidas (por exemplo, memria operativa ou conscincia fonolgica).

    Ter tido oportunidades de aprendizagem adequadas.

  • Protocolo de avaliao: princpios gerais

    Enfoque neuropsicolgico exame objectivo das funes subjacentes aprendizagem

    escolar: porque que isto acontece?

    Aspectos neurosensoriais e motores

    Psicolingusticos

    Atender aos aspectos evolutivos Funes alteradas ou apenas com um nvel de maturao insuficiente?

    Estabelecer o perfil exacto do distrbio Avaliao das competncias acadmicas

    Manifestaes reactivas nos planos comportamental e emocional

    A interveno considerada uma parte da anlise funcional do problema

  • Protocolo de avaliao: princpios gerais

    uma avaliao ecolgica

    Maior protagonismo aos procedimentos de avaliao informal e anlise de produtos*

    Anlise dos cadernos dirios

    Observao directa

    Construo de portflios

    Ter em conta a representatividade dos estmulos e a representatividade das respostas

  • Procedimentos gerais de avaliao

    neuropsicolgica

    Psicomotricidade

    Lateralidade: a prova de Harris e o Inventrio de Edimburgo Dar especial ateno lateralidade cruzada

    Percepo auditiva

    Prova de Ritmo de Mira-Stamback*

    Rastreio de outros sinais que indiciem comprometimento da integridade neurolgica

    Torque

    Execuo de movimentos padronizados especficos e habilidades integrativas complexas

    Provas de integrao sensorial: estereognosia; grafoestesias.

  • Outros procedimentos gerais de avaliao

    Psicolgica

    Escalas de Inteligncia de Wechsler

    Teste de Avaliao da Fluncia e Preciso de Leitura: O Rei (Carvalho, 2008)*

    Teste de Avaliao do Reconhecimento e Palavras Escritas (Moniz, 2008)

    Teste de Idade de Leitura - TIL (Castro, 2008)

    Teste de Reconhecimento de Palavras e Pseudopalavras (Vale, 2009)

    PAL-Port 22- Leitura Oral de Palavras (Festas & Leito, 2007)

    PAL-PORT 21- Escrita de Palavras (Festas & Leito, 2007) Ter em ateno a categorizao das palavras em funo de diferentes

    dimenses.

  • Outros procedimentos gerais de avaliao

    psicolgica

    Questionrio de Histria de Leitura ARHQ de Lefly & Pennington (2000). Verso portuguesa de Alves & Castro (2003)

    TICL- Teste de Identificao das Competncias Lingusticas (Viana, 2002)

    BACIL- Bateria de Avaliao dos Comportamentos Iniciais de Leitura (Teixeira & Almeida, 1994)

    Prova de Conceitos sobre a Escrita (adaptao portuguesa de R. Alves, 2003, da prova Concepts about Print de Clay, 2000)

    Escala de Identificao das Dificuldades de Aprendizagem de Myklebust - EIDA (1978)*

    Teste de Maturidade para a Leitura ABC de Loureno-Filho*

  • Os procedimentos de avaliao Psico-educativa

    A anlise dos erros

    Relao de causalidade entre o tipo de erro e o processo ou funo subjacente

    Erros no clculo (cf. Ayala, 1997)

    Mecnicos

    Conceptuais (13+4= 8)

    Procedimento ou algoritmo imperfeito (32+83= 16)

    Operao incorrecta

    Descuido

  • Os procedimentos de avaliao Psico-educativa

    A anlise dos erros

    Relao de causalidade entre o tipo de erro e o processo ou funo subjacente

    Erros (enganos) na leitura (Goodman)- o elemento de referncia a palavra ou a frase

    Insero (V)

    Omisso (rodear a partcula com um crculo)

    Substituio (regista-se a partcula e corta-se com trao oblquo..)

    Inverso ( )

    Regresso (regista-se, assinalando a palavra/frase com linha ondulada)

  • Os procedimentos de avaliao Psico-educativa

    A anlise dos erros

    Relao de causalidade entre o tipo de erro e o processo ou funo subjacente

    Erros na escrita (Maistre)

    Transcrio puramente fontica (confuses, omisses e inverses)

    Ortografia de uso corrente (de leitura, letras mudas, grafia)

    Gramaticais

    Homnimos, homfonos e parnimos

  • Os procedimentos de avaliao Psico-educativa

    Metodologia para a anlise da leitura (Goodman, 1973; 1986)

    Gravao da leitura

    Textos desconhecidos, narrativos, longos e difceis

    Procedimentos: o leitor no deve receber ajuda.

    Reconto do texto.

    Recomendamos

    Diferentes procedimentos de anlise

    Leitura em voz alta (velocidade, compreenso e exactido)

    Leitura silenciosa (velocidade e compreenso)

    Audio de um texto (compreenso)

    Pseudopalavras vs palavras

  • Os procedimentos de avaliao Psico-educativa

    Avaliao dos nveis de leitura de acordo com a metodologia de Vaney:

    Leitura sub-silbica (6 aos 7 anos)

    Leitura silbica (6 aos 7 anos)

    Leitura hesitante (7-8 anos)

    Leitura corrente (9-10)

    Leitura expressiva (a partir dos 10 anos)

  • Os procedimentos de avaliao Psico-educativa

    Metodologia para a anlise composio escrita (Hall, Salas & Grimes, 1998)

    Analisam-se seis dimenses

    Contedo

    Organizao

    Vocabulrio

    Estrutura frsica

    Caligrafia

    Ortografia

    Cada uma das dimenses avaliada numa escala com trs nveis: baixo, mdio e elevado.

  • Os testes de rendimento acadmico

    aferidos

    Inexistentes

    Devem primar pela diversidade nas condies de aplicao e no tipo de itens, facilitando a

    anlise funcional do problema

  • Teste de Avaliao da Fluncia e

    Preciso de Leitura: O Rei (Carvalho, 2008)

    Forma A

    Conto em verso Era uma vez um Rei, de Jos Barata Moura

    214 palavras

    s crianas do 1 ano aplica-se apenas esta verso.

    Forma B

    Conto em Prosa O Rei vai nu, de autor desconhecido

    281 palavras

    Tempo de leitura mximo: 3 minutos

  • Teste de Avaliao da Fluncia e

    Preciso de Leitura: O Rei

    Tempo de leitura

    Nmero de palavras lidas (PL)

    Nmero de erros ou incorreces de leitura (E)

    Nmero de palavras lidas correctamente (PLC)

    ndice de preciso [p= (PLC/PL)x100]

    ndice de fluncia [F= (PLC/TL)x60]

    Normas em percentis e por ano de escolaridade.

    Registam-se ndices

  • EIDA- Escala de Identificao das Dificuldades de

    aprendizagem

    Instrumento de screening (Myklebust, 1971;Lerner, 2006; Cardoso, 2008)

    24 itens numa escala de 1 a 5

    Compreenso auditiva

    Linguagem falada

    Orientao espcio-temporal

    Psicomotricidade

    Sociabilidade

    ndice Total

    Total verbal (auditiva e falada)

    Total no-verbal

    5A5M aos 14 anos

  • EIDA- Escala de Identificao das Dificuldades de

    aprendizagem

    A sub-escala referente coordenao motora a que apresenta menor poder discriminativo.

    A sub-escala referente linguagem falada a que apresenta maior poder discriminativo.

    Pontos de corte: a pontuao total de 81 indica a ausncia de problemas e o resultado de 61 indicador

    clnico de dificuldades de aprendizagem.

  • Ana versus Joo: resultados da

    avaliao psicolgica

    Insucesso escolar

    Desenvolvimento intelectual mdio

    Ausncia de problemas em funes especficas

    Pobreza e dificuldade na expresso das emoes

    Dfices nas competncias sociais

    Insucesso escolar

    Desenvolvimento intelectual superior

    Perturbaes visoperceptivas e na

    organizao espcio-

    temporal

    Sinais de imaturidade neurolgica

    Ana Joo

  • Ana versus Joo: histria de

    desenvolvimento

    Marcadores negativos

    Estrutura familiar atpica

    Desinvestimento progressivo pelas actividades escolares

    Exame mdico revela ausncia de dfices sensoriais

    No apresenta problemas nas competncias acadmicas bsicas

    Marcadores positivos

    Desinvestimento progressivo pela escolaridade

    No exame mdico no apresenta dfices sensoriais

    Apresenta problemas nas competncias acadmicas bsicas

    Ana Joo

  • Ana versus Joo: formulao e anlise

    compreensiva

    Apresenta insucesso escolar devido a problemas de ordem scioafectiva. A escola deve ajudar a criar condies para que a aluna progrida normalmente, procedendo a alteraes (temporrias) no clima emocional em que decorre o acto educativo

    Apresenta insucesso escolar devido a uma D.A. (dislexia), o aluno necessita de apoio educativo e de meios facilitadores que lhe permitam compensar o dfice, nomeadamente meios especiais de acesso ao currculo.

    Ana Joo