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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SAMIRA YUSUF AHMAD ISMAIL DE MELLO

O ENSINO DA GEOGRAFIA EM QUADRINHOS: PAISAGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO MUNICÍPIO DE

MANOEL RIBAS – PARANÁ

LONDRINA 2010

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SAMIRA YUSUF AHMAD ISMAIL DE MELLO

O ENSINO DA GEOGRAFIA EM QUADRINHOS: PAISAGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO MUNICÍPIO DE

MANOEL RIBAS – PARANÁ

Projeto Pedagógico apresentado à Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED, como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, área de Pedagogia na Universidade Estadual de Londrina. Orientadora: Profª Eloiza Cristiane Torres

LONDRINA 2010

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SUMARIO

IDENTIFICAÇÃO ...................................... ................................................................3

PROBLEMATIZAÇÃO .................................... ..........................................................4

OBJETIVO PRINCIPAL .......................................... ..................................................5

UNIDADE I - HISTÓRIAS EM QUADRINHOS (HQS) NA ESCOLA COMO UM

RECURSO DIDÁTICO ..............................................................................................6

UNIDADE II - CRESCIMENTO DAS CIDADES E URBANIZAÇÃO. ........................13

UNIDADE III ..............................................................................................................21

UNIDADE IV..............................................................................................................37

UNIDADE V...............................................................................................................42

CRONOGRAMA ......................................... ..............................................................48

REFERÊNCIAS.........................................................................................................49

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IDENTIFICAÇÃO

ÁREA: GEOGRAFIA

PROFESSOR PDE:

Professora Samira Yusuf Ahmad Ismail de Mello

NRE/ Ivaiporã

PROFESSORA ORIENTADORA NA IES:

Professora Eloiza Cristiane Torres

Departamento de Geocências/CCE

INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR:

Universidade Estadual de Londrina

TEMA DE ESTUDO NA INTERVENÇÃO

Urbanização

TÍTULO

O Ensino da Geografia em Quadrinhos: Paisagem e Evolução Histórica do Município

de Manoel Ribas – Paraná

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PROBLEMATIZAÇÃO

Estamos vivendo momentos de grandes transformações na educação.

Mudanças essas que se faz necessário filtrar aquilo que mais favoreça maiores

vantagens ao ensino nas escolas. Para tanto é ainda necessário que o professor

tenha em mente aquilo que realmente quer traçar para que suas aulas tenham o

êxito a que se propõe. É sabido que a flexibilidade é um dos pontos muito importante

no ensino aprendizagem. A flexibilidade nos permite adaptar nossas práticas

pedagógicas respeitando o currículo a ser cumprido e ao mesmo tempo adaptar as

diferenças individuais de cada aluno, respeitando os diversos ritmos de

aprendizagem, integrar as diferenças locais e os contextos culturais.

É necessário ainda estimular a criatividade do aluno com os recursos que

estão disponíveis na escola. Diante das perspectivas do mundo em que vivemos, no

qual a introdução de novas tecnologias atinge toda a sociedade, em diferentes graus

e velocidades, é notável que também as escolas estejam adicionando

computadores, vídeos, Internet, CDs, DVDs e outros recursos tecnológicos ao seu

aparato e trabalho em aulas.

Claro que se tiver acesso às novas tecnologias o trabalho torna-se mais fácil,

mas isso não quer dizer que o professor não poderá dar uma aula estimulante sem

esses recursos. Segundo José Manuel Moran (2007, p. 30) “Na educação o mais

importante não é utilizar grandes recursos, mas desenvolver atitudes de

comunicação e afetivos favoráveis”, algumas estratégias que além de estimular o

aluno, aguça sua criatividade fazendo com que sua aprendizagem seja de qualidade

e não somente de quantidade.

Assim, considera-se este trabalho um desafio e ao mesmo tempo instigador,

fazendo com que o professor passe a utilizar as HQs em suas práticas pedagógicas.

Dessa forma este trabalho parte de estudos e reflexões sobre como utilização das

histórias em quadrinhos em suas aulas.

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OBJETIVO PRINCIPAL

O presente plano de trabalho é propor ao professor o resgate histórico e

geográfico dos diversos municípios utilizando as histórias em Quadrinhos enquanto

material didático

Para tanto esse material será dividido em UNIDADES para facilitar o

desenvolvimento do trabalho. Traremos aqui um breve relato do resgate da evolução

e da história do município de Manoel Ribas, que servirá de base para apresentação

do mesmo, o qual o professor e alunos irão usar posteriormente para confecção do

gibi.

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UNIDADE I

HISTÓRIAS EM QUADRINHOS (HQS) NA ESCOLA COMO UM REC URSO

DIDÁTICO

JUSTIFICATIVA

De acordo com as pesquisas recentes sobre o processo de aprendizagem e

memorização, o ensino de novos conceitos e procedimentos fica mais fácil quando

estabelecemos a ligação com o conhecimento prévio do aluno. Rubem Alves

salienta que só conservamos na memória e aprendemos aquilo que nos é

significado e possui relações com o nosso universo sócio-cultural. Nesse contexto

propomos um trabalho com as Histórias em Quadrinhos (HQs), como um recurso de

apoio didático, o qual nos permitira abordar conteúdos e conceitos em qualquer área

e nível de aprendizagem, por tratar-se de um material comumente acessado pelos

alunos para entretenimento e lazer, não encontrando, portanto, resistência por parte

deles, como afirma Flávio Calazans, na obra História em quadrinhos na escola. A

revista Nova Escola, publicou em abril de 1998, uma reportagem de capa, sob o

título: Quadrinhos-poderosa ferramenta pedagógica, a respeito do uso em sala de

aula.

Os quadrinhos têm a seu favor a simplicidade e a lógica das imagens, que

permitem a todos, compreensão da mensagem sem a necessidade de maiores

conhecimentos, ou alto nível intelectual. Estas imagens, mesmo estáticas, dão a

sensação de movimento. Os desenhos organizados sequencialmente lidam com

diferentes ângulos de visão, estabelecendo ritmos e estruturando o espaço, com

significações que de forma alguma estão restritas somente as palavras, concedendo

ao leitor uma participação mais ativa; nem tudo está dito, é necessário preencher as

lacunas com suas próprias elaborações mentais.

De acordo com Coelho (1987), no tocante à geografia, a criança tem contato

com a noção de espaço, ela conhece nome de países e lugares mesmo que não

familiarizada com eles, mas pode associar os personagens e outros elementos da

paisagem, diferenciar que o Chico Bento mora e trabalha no campo, enquanto a

Mônica, Cebolinha e Magali na cidade, e o Tio Patinhas é rico e dono de uma

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fábrica, enquanto que o Cascão é pobre. Essas identificações são um meio de ela

criar questionamentos e fazer comparações com sua realidade, além de exprimir a

sua capacidade criativa.

As histórias em quadrinhos datam desde o homem das cavernas que já

apresentavam acontecimentos da vida cotidiana e fenômenos naturais com

desenhos em pedras e paredes das cavernas, e mantiveram-se em constante

renovação e influenciaram não só os outros meios de comunicação, mas também as

artes. A proliferação das histórias em quadrinhos aconteceu com o surgimento do

jornal humorístico ilustrado, também no séc. XlX. Naquela época, mais da metade da

população da Europa era analfabeta, e segundo Ferro (1987, p. 29) “[...] e lógico que

muita gente que lia mal ou não sabia ler preferisse, ao jornal apenas com texto,

aquele que trazia ilustrações e, até mesmo, histórias e notícias contadas através do

desenho (banda desenhada)”.

No entanto segundo Moacir Cirne (1990), na cultura ocidental os quadrinhos

nasceram simultaneamente na Alemanha (1865 com Max unid. Moritz); no Brasil (em

30 de Janeiro de 1869 com as Aventuras do Nhô Quim, de Ângelo Agostini, foi a

primeira história em quadrinhos brasileira, publicada pela revista Vida Fluminense do

Rio de Janeiro. Ela contava “[...] as surpresas e as desventuras de um homem

simples do nosso interior”). Cirne (1990, p. 16); na França (1889 com La Familie

Fenouiltard de Christophe). Somente em Outubro de 1905 é editada a revista Tico-

Tico, destinada ao público infantil, idealizada por Manuel Bonfim e Renato de Castro.

Ainda segundo Cirne (1990) foram publicadas informações folclóricas,

geográfica e história em quadrinhos, seu personagem símbolo “Chiquinho” era o

Buster Brown, de R. F. Outcault, lançado em 1902 nos Estados Unidos, devidamente

adaptada para a realidade brasileira. Mais tarde, foram publicadas, nessa mesma

revista “As Aventuras do Ratinho Curioso” (Mickey) e “As Aventuras do Gato Félix”

entre outros. No Brasil existem muitos quadrinistas talentosos e de grande

repercussão nessa área. Cirne (1990) faz uma referencia especial para o autor

MAURICIO DE SOUZA, como sendo o quadrinista brasileiro de maior sucesso da

época, entre seus personagens mais conhecidos. Nacional e internacionalmente,

destacam o Bidu e Franjinha, criados primeiro (1959), depois veio Cebolinha (1960);

Cascão, Horácio, Chico Bento e Astronauta (1963); Penadinho (1964) e Mônica

(1965), para citar apenas alguns dos mais de cem personagens da galeria do autor.

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A importância da HQ é muito grande, pois irreverentemente contribuiu de

forma divertida e eficaz para a construção de uma nova linguagem, baseada em

símbolos, metáforas visuais, ritmos e efeitos estéticos organizados sequencialmente.

A relação entre imagem e texto vem sendo explorada desde a origem da

comunicação escrita, hieróglifos, ideogramas e outros símbolos podem ser

considerados ancestrais da HQ, mas é como já citamos a partir das aventuras dos

primeiros personagens surgidos na segunda metade do século XIX; no Brasil,

Alemanha, Inglaterra, França, Itália e EUA, que todo o universo fascinante dos

quadrinhos se revelará.

Embora com todo esse universo de fascínio, houve um período em que as

histórias em quadrinhos, foram alvos de muitas críticas e passou a ser uma atividade

proibida nas escolas sob pena de punição. Alguns professores e pedagogos

acreditavam ser, as histórias em quadrinhos prejudiciais para a aprendizagem,

deixando os alunos com raciocínio lento e com dificuldades para perceber o

abstrato.

Abrahão (1977, p. 138) resumiu as críticas e restrições feitas aos quadrinhos

da seguinte forma:

• “Quanto ao Processo”: Dispõe para uma atitude de preguiça mental; Retarda o processo de abstração; Dificulta o hábito da leitura em livros.

• “Quanto ao Conteúdo”: Linguagem descuidada (no geral, nas traduções); Temas nocivos, incluindo valores de ordem moral, política e social, estranhos a nossa cultura; apresenta, em geral, aspectos material, pictórico ou tipográfico falho e imperfeito.

Diante dessa análise, Abrahão (1977, p. 164), afirma que é o processo e não

o conteúdo que define as histórias em quadrinhos como um tipo de literatura

específico e, portanto, é ele quem deve ser julgado. “a condenação dos assuntos

utilizados, mesmo quando justa, não poderia significar a condenação do próprio

gênero da leitura”.

Temas como morte, crime, luta que aparecem nas histórias, não são maus por

natureza e podem até ser útil e benéfico. O autor considera que a identificação com

os heróis satisfaz necessidades das crianças e ainda argumenta que: “... não é

preciso suprimir a literatura em quadrinhos, nem condená-la em princípio, mas

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depurá-la dos elementos nocivos, escolhendo para nossos filhos a que constitui

leitura sadia, rejeitando a que não convém” (ABRAHÃO, 1977, p. 170).

Coelho (1987) também defende a leitura de história em quadrinho e ao

contrário do que se pensava, pode influenciar positivamente no emocional da

criança. Ao escrever um artigo para a Folha de São Paulo por ocasião do aniversário

do personagem Mônica, intitulada como “Mônica” 30 anos sem “Psicologia”. Ele

afirma que no mundo dos personagens de Maurício de Souza são muito simples,

isto é, existem conflitos nas histórias e que mexem com o emocional de quem lê,

mas são histórias escritas com base na psicologia do censo comum e pode até

oferecer aprendizagem de forma formal e informal sobre o aspecto do mundo social.

Ao analisar as ações dos personagens da “Turma da Mônica” - mediante as

emoções como “alegria”, “tristeza”, “medo”, “raiva” oferecem de certa forma,

comportamentos expressivos (verbais e não verbais) que pode retratar o cotidiano.

As ações são as mais corriqueiras possíveis, pois quando o personagem Mônica

como criança que é sente-se agredida pelos apelidos que lhes dão, então ela bate, o

Cascão só não gosta de banho, o Cebolinha troca as letras, personagens simples

que refletem a maneira como se prevê e se explica o comportamento das pessoas

cotidianamente. Em relação às restrições ao uso da história em quadrinho nas

escolas já foram superadas, pelo menos parcialmente.

Mendes (1990) destaca três possibilidades para a história em quadrinho

enquanto recurso didático: a) a análise crítica das histórias feita em conjunto com a

criança; b) o incentivo à criação de histórias em quadrinhos pela própria criança,

expressando a sua visão de mundo particular, (o que poderia ser feito pelos

professores de Língua Portuguesa, arte, história); c) a utilização das histórias em

quadrinhos como meio de expressão e conscientização política.

Várias publicações nacionais, inclusive documentos oficiais como as

Referências Curriculares para a Educação Infantil e os Parâmetros Curriculares

Nacionais para o Ensino Fundamental, publicados pelo Ministério da Educação, tem

apontado diretrizes e sugestões para o trabalho com as histórias em quadrinhos na

sala de aula (exemplos notórios temos com os projetos de Bibe-Luyten (1998); Brasil

(1997); Higuchi (2002); Pellegrini (2000), utilizando dessa ferramenta em diferentes

disciplinas através de variadas atividades).

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Vergueiro (1985) constata o pioneirismo do Brasil, na criação de uma

disciplina sobre “histórias em quadrinhos”, em um curso acadêmico de Graduação

de Comunicação na Universidade de Brasília.

Hoje se convive com super-heróis, anti-heróis, justiceiros, vilões, meninos

endiabrados, seres fantásticos e é claro mulheres maravilhosas vivendo aventuras

em paisagens imaginárias, em galáxias desconhecidas, ou no seu cotidiano de

cidadãos comuns, na cidade contemporânea ou ainda resgatada de um passado

distante considerada por Will Eisner como “a mídia do mundo moderno”, as histórias

em quadrinhos representam as fontes mais profícuas para estudarmos os costumes

e as ideias de nossa época. A HQ marcou indelevelmente, a história do século XX,

seja exercendo ou sofrendo influências tanto nos meios de comunicação de massa –

cinema, televisão, publicidade etc., quanto nas artes em geral, como, por exemplo,

na obra de Roy Lichtenstein, um dos principais expoentes da pop art. Para além de

sua dimensão de divertimento de massa, a HQ também passa a ser utilizada, ao

longo de sua história, como suporte para outros objetivos – comerciais e/ou políticos

demonstrando sua profunda significação sócio-cultural pela intensa capacidade de

influenciar seus leitores em suas percepções sensoriais e visões de mundo.

Deste modo, o universo dos quadrinhos carrega consigo as contradições

sociais, políticas e ideológicas da contemporaneidade. O mercado de publicações no

Brasil experimentava, neste contexto, um momento de expansão do número de

jornais, revistas e livros, bem como do aumento da tiragem dos quadrinhos e que

nessa época, entre as revistas de quadrinhos para crianças, destacou-se, como já

foi citado anteriormente o Tico-Tico, Vida Infantil, Sesinho e Era Uma Vez. Todas

com tiragens entre 50.000 e 100.000 exemplares. Estas revistas representam um

exemplo da vitalidade dos quadrinhos brasileiros na época. Nelas se forjaram alguns

dos principais quadrinistas do Brasil como Ziraldo, Fortuna, Luís Sá, Theo, Max

Yantok etc.

Em suas páginas, vinculavam-se o ideário nacionalista e reivindicava a

consolidação de uma indústria nacional dos quadrinhos, especialmente como forma

de contrapor-se à penetração cultural dos comics norte-americanos, iniciada nos

anos 30, através do suplemento Juvenil, e intensificada com a publicação do Pato

Donald pela Editora Abril (1950). Em 1951, é realizada a primeira Exposição

Internacional de Histórias em Quadrinhos. Podemos ainda citar outros exemplos

sobre a possibilidade de se utilizar a HQ como fonte para percebermos as disputas

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político-ideológicas no século XX, podemos mencionar alguns fatos marcantes da

própria história da HQ.

Depois de servir de meio de comunicação eficaz para promoções de

campanhas do governo norte-americano durante a Segunda Guerra Mundial - por

exemplo, Mandrake, Tarzã e o Fantasma prontificaram-se para lutar contra os

nazistas e os japoneses, a HQ sofreu, durante os anos 50, intensa campanha de

censura, liderada pelo médico psiquiatra Frederic Wertham, em virtude de seu

suposto incentivo à delinqüência juvenil. Certamente influenciado pelo clima

instaurado pelo macarthismo na política norte-americana, essa campanha atingiu

seu ápice com a instalação do Comic Code, por sugestão do senador Robert C.

Hendrickson da Subcomissão do Senado, em 1954. Contraditoriamente, isso

possibilitou a expansão dos quadrinhos em outros países, como a Europa e o

próprio Brasil, por conta do arrefecimento de sua exportação pelos syndicates norte-

americanos, que, desde os anos 30, monopolizavam o cenário quadrinístico no

mundo ocidental. Em contrapartida, os quadrinhos também trouxeram consigo, em

seu conteúdo, diversas tendências libertárias ao longo de sua história.

A historiografia da história dos quadrinhos no Brasil tem como um dos seus

principais eixos o discurso globalizante, numa forte tendência para a visão

panorâmica dos autores e obras.

Figura 1. Zé Lelé: comunicação através da imagem gráfica.

De certa forma, pode-se dizer que as histórias em quadrinhos vão ao encontro

das necessidades do ser humano na medida em que se utilizam fortemente um

elemento de comunicação que esteve presente na história da humanidade desde os

primórdios: obras. De certa forma, pode-se dizer que as histórias em quadrinhos vão

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ao encontro das necessidades do ser humano, na medida em que utilizam

fortemente um elemento de imagem gráfica.

O homem primitivo, por exemplo, transformou a parede das cavernas em um

grande mural, em que registrava elementos de comunicação para seus

contemporâneos: o relato de uma caçada bem sucedida, a informação da existência

de animais selvagens em uma região específica, a indicação de seu paradeiro, etc.

(RAMA, 2004, p. 8).

Com base nessas informações, propomos desenvolver um trabalho de

qualidade, que possa representar a evolução e a formação histórica do município,

contada em quadrinhos (gibi). Essas histórias são enredos narrados quadro a

quadro, por meio de textos que utilizam discurso direto.

Eiser (2001 apud BRAGA, 2010), define as histórias em quadrinhos como

sendo “uma arte sequencial, pois os quadrinhos só têm uma narrativa quando mais

de um desenho é colocado em uma sequencia, significando uma ação”. Existem

muitas outras definições, mas o fundamental é que o esse instrumento é significativo

no exercício da aprendizagem. Somado a isso, é possível a interdisciplinaridade,

que além de promover diferentes olhares sobre o mesmo assunto, proporciona o

aumento do campo de discussões e reflexão entre as ciências envolvidas. O campo

artístico, expressado em diferentes mídias, também ocupa uma posição importante

na geografia e nesse processo interdisciplinar de formação do conhecimento por

poder manifestar sentimentos, percepções, e uma determinada conjuntura social,

econômica e cultural presente em alguma fração de tempo-espaço. Dessa forma, a

geografia ganha um leque de possibilidades para melhor atingir a percepção do

público discente abordado, em sua prática pedagógica, a música, a literatura, e o

objeto em questão: as histórias em quadrinhos.

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UNIDADE II

CRESCIMENTO DAS CIDADES E URBANIZAÇÃO

A aceleração da urbanização brasileira no pós-guerra está vinculada à

intensificação do êxodo rural gerado pela rápida transformação das estruturas

econômicas do país com a implantação da indústria moderna. Nos últimos sessenta

anos, o Brasil passou por um intenso processo de urbanização, que o transformou

em um país predominantemente urbano.

Entre 1940 e 2000, houve uma inversão das parcelas rural e urbana da

população. Nos anos 40, no meio rural viviam 68,8% do total da população,

sobrando apenas 31% de moradores do meio urbano. No ano de 2000 essa

realidade não se faz mais presente, pois os dados do recenseamento relatam que a

parcela da população no meio rural correspondia a 18,8%, enquanto que a

população urbana alcançava 81,2% do total, conforme relata o IBGE/julho de 2002.

Historicamente, o campo precedeu a cidade, ou seja, é bem mais antigo.

Este, já existiu durante séculos ou milênios. As primeiras cidades surgiram na

Mesopotâmia (áreas compreendidas pelos rios Tigre e Eufrates, atual Iraque), tendo

surgido posteriormente no Vale do Rio Nilo, 3100 a.C., no Vale do Rio Indo 2.500

anos a. C, e no Rio Amarelo 1550 a.C., região Mediterrânea, Europa, e finalmente as

cidades da China e do Novo Mundo (SPOSITO, 2000, p. 18).

Na realidade as cidades apareceram há mais de 3.500 anos a.C., mas

somente com a Revolução Industrial, no século XVIII é que ela ganha maior fôlego,

desencadeando um grande processo de desenvolvimento. Até então, como foi citado

anteriormente, o campo era mais importante que as cidades, nele se concentravam

a maioria da população e suas riquezas. A partir daí, essa situação foi se invertendo

e atualmente, o campo depende da cidade, pois com as técnicas modernas de

produção de alimentos (principalmente a biotecnologia) podem-se cultivar certas

espécies em condições artificiais, sem solo, ainda criar certos animais ou peixes,

sem grande espaço disponível, conforme relata Vesentini (1997).

O campo hoje produz aquilo que a cidade necessita quando enfatiza que no

campo modernizado, a natureza ali presente é cientificamente conhecida, domada,

codificada, comandada, sobre a qual, mediante as biotecnologias e o influxo do

mercado, se impõe um calendário agrícola cada vez menos dependente das

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condições naturais e mais dependentes do progresso técnico e das demandas do

mercado. Ainda segundo Vesentini (1997), existem atualmente algumas sociedades,

totalmente urbanas, com 100% de suas populações vivendo nas cidades: Cingapura,

Hong Kong, Ilhas Cayman, Nauru, Gibraltar, Mônaco e Vaticano. São áreas

pequenas, com grande concentração populacional, assim como também existem

países imensos e países bastante industrializados, como é o caso dos EUA que

comporta uma pequena parcela de sua população concentrada no campo.

É claro que as transformações quantitativas de tal magnitude implicam transformações qualitativas profundas. O país, se não está totalmente urbanizado, tem seguramente caráter preponderantemente urbano (DEÁK; SHIFFER, 1999, p. 11-12).

Segundo Vesentini (1997), após o século XIX, vem ocorrendo um contínuo

crescimento do meio urbano à custa do meio rural, isto é, grandes quantidades de

pessoas transferem-se do campo para as cidades. São as migrações rural-urbanas,

conhecidas em países subdesenvolvidos como êxodo rural.

Autores como Garcia e Caravello (2002), enfatizam que entre as principais

causas responsáveis pelo intenso êxodo rural ocorrido (e que ainda ocorre, embora

em menor proporção) no país, merecem destaque os fatores de repulsão da

população rural e outros como o fator de atração urbana.

Magnoli e Araújo (2000, p. 99), reforçam esses fatores como sendo causa de

extrema relevância para o êxodo rural, quando afirma que “uma das causas da sua

formação é a modernização técnica do trabalho rural, com a substituição do homem

pela máquina, a persistência de uma estrutura fundiária concentradora”, ou seja,

poucas pessoas com muitas terras e a maioria dos trabalhadores rurais sem terra

alguma, acaba por obrigar a venderem seu trabalho para garantir sua sobrevivência

e a de sua família. Nas áreas em que foi implantada a mecanização agrícola, iniciou-

se um forte processo de desemprego, o que também obrigou o homem do campo a

se mudar para as cidades.

De acordo com dados do IBGE houve um contínuo declínio (com exceção do

último censo) da população economicamente ativa envolvida no setor primário,

resultando no intenso processo de urbanização e industrialização iniciada no país

após 1940.

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O setor secundário apresentou grande crescimento até o início da década de

80, mas desde então sua participação na economia do país tem declinado em

sucessão às diversas crises no setor e a robotização (substituição do trabalho

humano por robôs nas linhas de montagens das fábricas). Já o setor terciário vem

apresentando um crescimento acelerado graças a dois fatores: o processo de

urbanização, que gerou a necessidade de novos serviços, aumentando a oferta de

vagas no setor – o fato de o setor terciário abranger determinadas atividades

urbanas capazes de absorver pessoas sem qualificação profissional, que se

oferecem em massa para trabalhos simples e mal remunerados. Esse fator é

característico dos países subdesenvolvidos, que ao se expandir rapidamente, não

conseguem abarcar e nem ofertar empregos suficiente para toda população, que

acabam por prestar serviços sem nenhuma qualificação profissional e sem elevar a

qualidade do produto. Esse fenômeno é conhecido como “hipertrofia” do setor

terciário. Ainda segundo Milton Santos (1996, p. 11): “A cidade, onde tantas

necessidades emergentes não podem ter resposta, está desse modo fadado a ser

tanto o teatro, de conflitos crescentes como o lugar geográfico e político da

possibilidade de soluções.”

A inserção no mercado de trabalho capitalista busca estratégias de

sobrevivência, as quais implicam qualificação de mão de obra e acesso hábil em

informática e ainda assim a disputa competitiva e acirrada. Dessa forma muitas

pessoas nos grandes centros são obrigadas a se dedicar a atividades do setor

informal, os camelôs por exemplos.

O adensamento populacional nas grandes cidades faz com que todo o espaço

disponível seja ocupado. Assim o desaparecimento das áreas verdes, a cobertura

dos solos por camadas asfálticas e a instalação de edifícios e casas resultam em

graves problemas urbanos, como citado por Antrop (2005 apud HARDT; SANTOS;

PEREIRA-SILVA, 2007, p. 24): “as mudanças na paisagem são expressão da

dinâmica interação entre as forças naturais e culturais do ambiente”.

Dessa forma vemos que com o passar dos tempos, a paisagem via se

modificando, isso porque o lugar muda através do tempo e das pessoas inseridas

nesse espaço e tempo consecutivos, isto é, mudam as pessoas e também mudam

suas relações com a paisagem.

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As paisagens também sofreram alterações devido às mudanças que ocorreram nos setores primário, secundário e terciário. A expansão desses setores e o desenvolvimento tecnológico, bem como a modernização na indústria e na agricultura, interferiram na organização espacial do campo e da cidade (CASTELLAR; MAESTRO, 2002, p. 23).

De acordo com Sene e Moreira (2001), são notórias as mudanças na

paisagem de lugar onde moramos hoje, e do que era quando crianças. Isso porque

os valores e costumes, ações do cotidiano, instalações de novas casas, ruas,

praças, etc., modificam a paisagem de acordo com as atitudes e ações humanas.

Talvez o mais relevante seja considerar a afetividade humana para com a natureza e a sociedade; considerar a ética, os direitos naturais e humanos, e quiçá aceitar as diversidades geográficas, que no fundo é que dão cores, odores, sabores e maciez ou aspereza a toda nossa paisagem (OLIVEIRA, 2004 apud SILVA, 2004, p. 14).

Ainda segundo Bertrand (1972, p. 2):

[...] a paisagem não é a simples adição de elementos geográficos disparatados. É, em uma determinada porção do espaço, o resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos que, reagindo dialeticamente uns sobre os outros, fazem da paisagem um conjunto único e indissolúvel, em perpetua evolução.

A observação atenta das formas construídas numa paisagem nos permite

perceber, somente pela aparência, que algumas obras são mais antigas do que as

outras. Há diferenças visíveis nos materiais utilizados, no estilo arquitetônico, nas

técnicas de construção, conforme relata Sene e Moreira (2001, p. 24):

A paisagem da cultura primitiva, mesmo os abrigos podem ser redondos como as colméias. As paisagens rurais, no entanto, não estão desprovidos de ortogonais, os campos de cultivo frequentemente são retangulares apesar de suas formas raramente se evidenciam a nível do terreno.

Assim sendo, cabe ressaltar que existem no mundo, muitos outros exemplos

de formas construídas pelo ser humano que se mantiveram na paisagem ao lado de

obras mais recentes, mas com outra função. Isso ocorre porque as relações sociais

mudam, muda o lugar, muda o espaço geográfico, conforme Sene e Moreira (2001).

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O espaço urbano é o lugar onde os elementos naturais e sociais encontram-

se em relações dinâmicas, em constante transformação e em processo ininterrupto

de interação. No entanto, há uma constatação de que é apenas nas cidades que

ocorreram problemas ambientais. Esses problemas se agravam no espaço urbano,

tendo em vista as complexidades de ações, criações e produções dos homens que

circulam, vivem, passeiam, trabalham. Essas múltiplas atividades acabam por serem

responsáveis pela configuração socioambiental das cidades, por mais que o

município de Manoel Ribas seja uma cidade de pequeno porte, tem suas

dificuldades e as mesmas complexidades (embora em menor grau) de um município

maior.

A cidade é uma forma de organização sócio-espacial complexa; seu desenvolvimento depende de infraestrutura tecnológica, cultural e administrativa. [...] os espaços urbanos ou rurais vivenciados por nós acabam tendo um significado especial, pois nele moramos, nos relacionamos com outras pessoas, trocamos experiências, estudamos, trabalhamos nos divertimos [...] (LUCCI; BRANCO; MENDONÇA, 2005, p. 253).

Nessa análise, a geografia deve contribuir para estimular um trabalho

pedagógico transformador da realidade, ou seja, desenvolver um saber geográfico, a

partir de um processo em que se possa efetivamente construir outra visão de

mundo, com vistas à promoção da cidadania, de modo que o educando possa

compreender o espaço em que vive, da escala local até a global, e com isso,

contribuir na construção de um novo paradigma que contemple as aspirações

populares de melhor qualidade de vida socioeconômica e um mundo

ambientalmente mais equilibrado.

O estudo da geografia deve constituir um momento para analisar a

organização espacial, ou seja, as transformações concretas e visíveis que a

sociedade produz no meio em que vive a indiferença, a proximidade sem expansão,

a aplicação da regra de que, quanto mais proximidade física, ocorrem também

menores contatos humanos, e finalmente, a agressividade.

Os temas da cidade e do urbano são conteúdos educativos que propiciam aos alunos possibilidades de confronto entre as diferentes imagens de cidade, as cotidianas e as científicas. O tratamento desses temas permite ao professor explorar concepções, valores, comportamentos dos alunos em relação ao espaço vivido, além de

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permitir também, analisar a partir da experiência dos alunos; permite ainda trabalhar como objetivo de se garantir o direito à cidade. (CAVALCANTE, 2002, p. 16-17).

Assim, podemos dizer que, cabe a nós, professores de geografia, uma tarefa

fundamental, de mostrar aos alunos que os problemas ambientais estão presentes,

não apenas nos grandes centros, mas também em pequenos municípios como o

acima citado, levando-os a compreender a complexidade dos novos problemas pela

temática ambiental na construção do espaço urbano.

Quando falamos em processo de urbanização é necessário que se faça sua

distinção, pois existem diferenças fundamentais entre os países desenvolvidos e

países subdesenvolvidos.

O processo de urbanização teve início com a Revolução Industrial, mas de

certa forma esse fenômeno foi relativamente lento até meados do século XX. A

urbanização a partir desse século ocorreu num ritmo muito acelerado, na qual o

sistema capitalista muito contribuiu para que ela se desencadeasse em diversas

noções. Aqui é relevante relatar as diferenças existentes no tipo de urbanização. Nos

países desenvolvidos esse processo ocorre de modo geral, na primeira e na

segunda Revolução Industrial, de forma lenta e num período de tempo mais longo,

possibilitando que esse espaço urbano fosse bem estruturado, além de formar uma

rede densa e interligada. O mesmo não ocorreu nos países subdesenvolvidos, uma

vez que o processo de urbanização é recente, tomando fôlego principalmente após a

segunda Guerra Mundial e com a chegada da Indústria, ao mesmo tempo em que, a

modernização do campo acaba provocando o êxodo rural, que fomenta uma

aceleração da urbanização, decorrente da concentração exagerada da população

em um número reduzido de cidades, causando em alguns países a “macrocefalia”

urbana.

Segundo Lojkine (1981), o processo que gera fixos e fluxos tem uma

resultante que se expressa espacialmente em duas escalas: a cidade na escala de

lugares e, a rede urbana enquanto a manifestação espacial de cooperação entre

lugares.

Entretanto é viável que se compreenda que o aumento da população na área

urbana, não significa urbanização, propriamente dito, costuma-se conceituar

urbanização como sendo o aumento da população urbana em relação à população

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rural. Dessa forma, só ocorre urbanização quando o percentual do aumento da

população urbana supera a população rural.

Para Lefebvre (1972), o significado dos termos urbano e urbanização vão

além das cidades. Urbanização seria uma condensação dos processos sociais e

espaciais que permitiriam ao capitalismo se manter e reproduzir suas relações

essenciais de produção e a própria vivência do capitalismo estaria baseado na

criação do espaço social crescente e abrangente, instrumental e mistificado.

A idéia de urbanização está intimamente associada à construção e

concentração de muitas pessoas em um espaço restrito (as cidades) e também pela

substituição das atividades encantadas antes do setor rural para realizar as

atividades dos setores secundários e terciários.

O processo de urbanização no Brasil foi essencialmente concentrador, tanto

que nos anos 50, o Brasil possuía apenas três grandes cidades: Rio de Janeiro, São

Paulo e Recife, as quais possuíam mais de 500 mil habitantes. Já nos anos 90, nada

menos que 26 aglomerações urbanas já tinham ultrapassado a marca de meio

milhão de habitantes. Comumente, o Brasil, de predominantemente agrário,

transformou-se virtualmente num grande espaço urbano.

Assim, considera-se um desafio problematizar e investigar as complexas

relações da formação de uma cidade, dentro das práticas pedagógicas e saberes,

buscando estratégias de ensino em geografia significativas para o educando.

Logo, busca-se aqui, empreender ações e reflexões sobre a formação

histórica do município e sua urbanização com base nos seguintes questionamentos:

*Como desenvolver o ensino da geografia através de um processo

construtivo não linear e sim dinâmico, no qual o passado e presente

entrelaçam-se evidenciando o processo evolutivo ocorrido no município?

*Como levar o aluno a entender que o que temos hoje no nosso município

não surgiu ao acaso, mas que resulta de um processo de trabalho

evolutivo?

*Como criar situações que possibilitem aos alunos, acesso às informações

sobre o município de uma forma que ultrapasse os limites da sala de aula?

*Como incentivar os alunos a construírem suas próprias observações e

conceitos sobre o município, partindo do contato direto com as fontes

históricas do município?

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*De que forma o ensino da geografia pode proporcionar um saber

significativo e prazeroso, levando o educando a se sentir participante ativo

no processo de crescimento do município?

*Como despertar no aluno o interesse em conhecer suas raízes e ao mesmo

tempo cativar seu respeito e amor para com o lugar onde reside?

Tomando como referencial a ideia de Hernandez (1998), ensinar é também

estimular o desejo de saber. O educando aprende quando torna significativa a

informação ou os conhecimentos que se aprende na sala de aula. É de fundamental

importância que o aluno enquanto aprendiz se envolva no processo, faça parte

desse processo, assim poderá desenvolver capacidades, habilidades, interesse e

gosto em aprender.

Nesse sentido, pretende-se trabalhar sua afetividade e a sua inserção social

em relação ao seu município, bem como suas relações inter pessoais e suas

diferentes formas de expressar esse novo saber.

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UNIDADE III

Toda cidade tem sua história, seja ela formada de forma planejada, seja de

forma espontânea. Essa história inicial quase sempre esquecida. Pois as cidades

diante da globalização e da acelerada urbanização se reinventam, renascem e as

pessoas (homem) que fazem essa história ora se vão, ora estão ou ainda virão

transformando, a cidade. Cabe aqui uma breve descrição da evolução histórica da

cidade de Manoel Ribas, trabalho esse realizado através de pesquisas em diversas

fontes, entrevistas, plano diretor entre outros, no qual a partir dessas informações

podemos resgatar a historia de Manoel Ribas.

Um aspecto importante para a compreensão do atual modelo de

desenvolvimento e cada professor irá fazer o levantamento histórico de sua própria

cidade, ou seja, a cidade em que deseja implementar o projeto.

UM POUCO DA CIDADE DE MANOEL RIBAS – PARANÁ

CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TERRITÓRIO

Análise Geopolítica

O município de Manoel Ribas é parte integrante da República Federativa do

Brasil e do Estado do Paraná, exercendo a competência e autonomia política,

administrativa, financeira e legislativa, asseguradas pela Constituição Federal, pela

Constituição Estadual e por esta Lei Orgânica.

As coordenadas geográficas que localizam o território são as Longitudes de

51º40’04” Oeste e a Latitude de 24º30’49” Sul. Quanto às características gerais do

território, Manoel Ribas está inteiramente compreendido na Zona Fisiográfica do Rio

Ivai, com uma altitude média de 972 metros do nível do mar. Fazem parte da

categoria da cidade, as comunidades e propriedades rurais. Para o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e o Instituto Paranaense de

Desenvolvimento Econômico e Social – IPARDES, Manoel Ribas é reconhecida pelo

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código 411450, localiza-se na mesorregião Norte Central Paranaense e está

agrupado na Microrregião de Ivaiporã.

Os limites políticos institucionais do município são Cândido de Abreu; com

divisas a leste, Pitanga, com divisas a sul; Nova Tebas, com divisas a oeste e

Ariranha do Ivaí, Ivaiporã e Arapuã, com divisas a norte. Manoel Ribas é Distrito

Judiciário pertencente à Comarca de Manoel Ribas e é compreendido na 196º Zona

Eleitoral. O código de discagem direta à distância – DDD é o número 43 e o código

postal de endereçamento postal – CEP é 85260-000.

Os feriados municipais comemorados em Manoel Ribas são os dias 08 de

janeiro, quando se comemora o aniversário da cidade e o dia 13 de junho, quando

se comemora o seu padroeiro, Santo Antônio de Pádua.

Através do último censo demográfico nacional realizado em 2000, com a

publicação de dados em 2001, Manoel Ribas possui uma área total de 571 km2. Sua

área representa 0,2867% do Estado do Paraná, 0,1014% da Região e 0,0067% de

todo o território brasileiro. A população local é estipulada em 13.066 habitantes,

densidade demográfica de 23,33 hab/km2 e a taxa de urbanização em 68,39%. Seu

nativo é denominado manoelribense.

HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE MANOEL RIBAS SEGUNDO A DOCUMENTAÇÃO TERRITORIAL DO

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE

O entrevero promovido pelo SPI – Serviço de Proteção ao Índio (atual FUNAI)

em 1923, entre a comunidade indígena e os habitantes de Pitanga, provocou

dispersão espontânea de inúmeras famílias da região. Algumas vieram para o

território do atual município de Manoel Ribas, onde aqui e acolá, despontava a

fumaça da chaminé de algumas casas de famílias pioneiras.

Os primeiros povoadores que se estabeleceram no local onde surgiu a Cidade

de Manoel Ribas foram Fabrício Antônio Getúlio, Osório Francisco Meira, João

Stanislau Psick e Vicente Constanski, os quais, prosseguindo a obra civilizadora dos

seus antepassados, imprimiram notável impulso de progresso e desenvolvimento à

localidade, então denominada Campina Alta.

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FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA

Em 1974, foi elevado à categoria de Distrito Administrativo, subordinado ao

município de Pitanga. Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o distrito figura no

município de Pitanga.

Elevado à categoria de município com a denominação de Manoel Ribas, pela

lei estadual nº 790, de 14/11/1951, desmembrado de Pitanga. Sede do Distrito de

Manoel Ribas (ex-povoado). Constituído de dois distritos: Manoel Ribas e

Ivainópolis. Instalado em 08/01/1956.

Em divisão territorial datada de 01-VII-1955, o município é constituído de dois

distritos: Manoel Ribas e Ivainópolis. Pela lei estadual nº 2398, de 06/07/1955,

adquiriu o distrito de Guaritá do município de Pitanga para o de Manoel Ribas. Pela

lei estadual nº 2429, de 13/08/1955, o distrito de Ivainópolis passou a denominar-se

Ivaiporã.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de três

distritos: Manoel Ribas, Guaritá e Ivaiporã. Pela lei estadual nº 4245, de 25/07/1960,

desmembra do município de Manoel Ribas o distrito de Ivaiporã e Guaritá. Para

formar o novo município de Ivaiporã. Pela lei estadual nº 4556, de 13/03/1962, é

criado o distrito de Barra Santa Salete e anexado ao município de Manoel Ribas.

ANÁLISE HISTÓRICA E GEOGRÁFICA DO ESTADO DO PARANÁ

O Estado do Paraná é uma organização espacial ocorrida numa relação de

tempo. Didaticamente, região é uma unidade básica de organização social,

econômica e espacial ocorrida em certo espaço de tempo. Portanto, o Paraná é uma

região, pois apresenta e conserva estas características.

As cidades principais do Estado do Paraná são a sua capital, Curitiba,

seguida de Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guarapuava,

São José dos Pinhais e Paranaguá. A economia está pautada na agropecuária e

industrialização. O Estado é reconhecido pela potencialidade agrícola,

principalmente dos grãos e da miscigenação étnica.

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O Paraná é dividido geograficamente em 10 mesorregiões e 39 microrregiões.

Mais informações sobre o Paraná será introduzida no texto, principalmente sobre as

matrizes produtivas.

O território de Manoel Ribas localiza-se na mesorregião Norte Central

Paranaense e está agrupado na microrregião de Ivaiporã, com ocupação e

colonização recente, se comparada aos primeiros núcleos e povoados.

CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO

A ação destruidora por parte do homem é universal e milenar e se agravou no

século XX em razão do desmedido crescimento das populações e os avanços

tecnológicos e científicos. A dominação das águas, da terra, do espaço aéreo por

parte das nações civilizadas provocou a devastação das florestas, exaurimento do

solo, da fauna e poluição da água.

Para reconhecer as características físicas da paisagem de Manoel Ribas se

busca entender as hipóteses de evolução climática, as características

geomorfológicas, litólicas, pedológicas existentes, entre outros, capazes de

testemunhar o processo evolutivo, apesar da flora, através do tempo, bem como o

impacto antrópico sofrido pela ocupação e uso da terra.

Todos os indicadores ambientais de Manoel Ribas estão embasados no

Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE do Estado do Paraná, o Caderno Leituras

Regionais – Mesorregião Norte Central e levantamento no município.

CLIMA

O clima é resultado de um processo complexo envolvendo atmosfera, oceano,

superfícies sólidas (vegetadas o não), apresentando enorme variabilidade no tempo

e no espaço.

O Estado do Paraná é cortado em sua porção norte pela linha imaginária do

Trópico de Capricórnio. Isto equivale dizer que ¼ do território está localizado em

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faixa de clima tropical e ¾ está localizado em faixa de clima subtropical.

O clima subtropical é uma transição do clima tropical, com verões quentes e

inverno ameno, chuvas bem distribuídas o ano inteiro e estações bem definidas. As

precipitações têm uma média entre 1600 e 1900 mm/ano.

A linha imaginária do Trópico de Capricórnio corta pela metade a Mesorregião

Norte Central Paranaense, cruzando com a cidade de Maringá. Através desta

análise verificamos que Manoel Ribas está localizada em área de clima subtropical,

com temperaturas médias mais baixas que no restante do Estado.

O clima de Manoel Ribas é classificado, segundo Wladimir Koppen, como

clima sub-tropical úmido mesopotérmico (Cfa), ou seja, climas mesopotérmicos, com

temperatura média do mês mais frio inferior a 18ºC e superior a -3ºC, ao menos um

mês com média igual ou superior a 10ºC. No verão, com temperatura média igual ou

superior a 22ºC no mês mais quente. Sempre úmido, com pluviosidade média anual

de 1600 a 1700 milímetros, sendo o mês menos chuvoso com precipitação superior

a 60 milímetros.

CARACTERIZAÇÃO GEOMORFOLÓGICA

O relevo do Estado do Paraná caracteriza-se pela freqüência de terrenos de

baixada no litoral, onde predomina as planícies de aluvião, e a existência de

planaltos e serras de formações rochosas cristalinas, como a escarpa da serra do

Mar. Seu relevo é dos mais expressivos, pois 52% do território fica acima dos 600m

e apenas 3% abaixo dos 300m. No relevo paranaense distinguem-se cinco unidades

geomorfológicas que se seguem de leste para oeste, de acordo com os trabalhos de

Reinhard Maack:

a) Litoral;

b) Escarpa da Serra do Mar;

c) Primeiro Planalto – Curitiba (Planalto Cristalino);

d) Segundo Planalto – Ponta Grossa (Planalto Paleozóico);

e) Terceiro Planalto – Guarapuava (Planalto do Trapp do Paraná).

O terceiro planalto, conhecido também como Planalto de Guarapuava, ocupa

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cerca de 2/3 da área mais a oeste do Estado. Corresponde geologicamente ao

derrame de rochas eruptivas como basalto, diabásicos, meláfiros e aos depósitos de

arenitos (Botucatu e Caiuá), da era Mesozóica. O relevo do terceiro planalto são as

Cuestas, típico de rocha sedimentar.

Tendo por base os Rios Itararé, Tibagi, Ivaí, Piquiri e Iguaçu, o Terceiro

Planalto pode ser dividido nos seguintes blocos:

a) Rio Tibagi/ Rio Itararé – sub planalto Cambará, conhecido também como

São Jerônimo;

b) Rio Tibagi/ Rio Ivaí – sub planalto Apucarana;

c) Rio Ivaí/ Rio Piquiri – sub planalto Campo Mourão;

d) Rio Piquiri/ Rio Iguaçu – planalto de Guarapuava;

e) Rio Iguaçu/serra da Fartura (divisa PR/ SC) Planalto de Palmas.

A mesorregião Norte Central está localizada parcialmente, em sua maior

extensão territorial, no terceiro planalto, subdivisões planalto de Apucarana e

planalto de Campo Mourão e uma pequena porção está localizada no segundo

planalto. O terceiro planalto ou planalto Trapp do Paraná é constituído por derrames

basálticos e a conformação de sua paisagem é bastante uniforme, determinada

pelas formas de mesetas (pequenos planaltos), patamares (planaltos pouco

elevados, em geral arenosos) e pelas extensas várzeas do Rio Paraná. É limitado

pela Serra da Esperança, que o separa do segundo planalto.

O segundo planalto, também denominado planalto de Ponta Grossa, exibe em

geral uma paisagem suavemente ondulada onde ocorrem elevações e morros do

tipo mesetas, de forma isolada ou em cadeia, definidas geomorfologicamente pela

diferença de erosão entre rochas sedimentares (arenitos) e rochas eruptivas básicas

(basaltos), caracterizando uma configuração de superfície muito uniforme.

Manoel Ribas está localizada parte na unidade geomorfológica terceiro

planalto – sub planalto Campo Mourão – e parte no segundo planalto a partir da

Serra geral até a divisa com Cândido de Abreu determinada pelo Rio Ivaí.

Geologicamente na are do município afloram rochas ígneas básicas da

formação Serra geral, compostas por basaltos maciços e amigdalóides, afaníticos,

cinzentos e pretos, raramente andesitos, e arenitos da Formação Botucatu. Na área

do segundo planalto afloram os siltitos, argilitos e arenitos verdes ou vermelhos e

calcarenitos da Formação Rio do Rastro.

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O perfil geomorfológico de Manoel Ribas é caracterizado por diversas

situações de relevo e a área central do município é um grande divisor de águas que

se caracteriza por um relevo levemente ondulado e pequenas áreas de relevo

montanhoso com declividades de 13% a 20%, de 20% a 45% e acima de 45%

respectivamente, determinados pela escarpa da Serra geral e pelo vale do Rio

Jacutinga. E na área as margens do Rio Ivaí, predomina o relevo de planície fluvial

com declividades entre 0% a 3%, 3% a 8% e 8% a 13%. Sua implantação sobre o

divisor de águas dos principais rios como o do Rio Ivaí e Rio Jacutinga evita a

tendência natural de alagamento, assim como o subdivisor do Arroio Monjolo Velho

com a Água do Tigre.

TOPOGRAFIA

A Topografia é a ciência que estuda os acidentes geográficos definindo a

situação e a localização deles numa área qualquer. Tem a importância de definir as

medidas de área, localização, loteamento, variações de nível e cubagem de terra.

A topografia municipal é caracterizada pela declividade e ou inclinação das

vertentes de um território no que diz respeito à planialtimetria. Levando em

consideração o perfil topográfico transversal de Manoel Ribas, verificamos que a

altimetria tem a menor altitude no rio Ivaí com 440 metros e a maior altitude é de 940

no divisor de águas do Rio Ivaí com o Rio Jacutinga por onde passa a Pr 170 em

direção a Pitanga.

O perímetro urbano de Manoel Ribas está em zonas consideradas estáveis.

Estas zonas correspondem às áreas de topo dos interflúvios e setores de alta

vertente com fracas declividades são as mais favoráveis à ocupação pelas

condições topográficas, contudo, dada a susceptibilidade erosiva dos solos, também

devem ser tomados os cuidados necessários para o controle do escoamento

superficial.

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CONDICIONAMENTO GEOTÉCNICO

O perímetro urbano de Manoel Ribas apresenta como condicionante

geotécnico, a presença de cursos de água alta declividades, que devem ser

protegidos por mata ciliar e evitados para ocupação urbana. Portanto não deve haver

loteamento no entorno dos córregos isso também devido à fragilidade ambiental

como risco de alagamento. A cidade apresenta também declividades que não

possibilitam construções de baixo custo pela baixa profundidade dos solos nestas

áreas e a possibilidade de problemas com as habitações.

As rodovias PR 466 e BR-487 não adentram a área urbana, mas são limites

do perímetro urbano de Manoel Ribas. Nessas rodovias, as ligações são feitas por

trevos ao redor da área urbana e da zona industrial. Estas zonas devem ser

implantadas nas margens desta rodovia. Portanto, as rodovias não são

caracterizadas como condicionamento geotécnico, pois passam pela borda do

perímetro urbano, também não há tráfego de veículos pesados ou intensos à

localização de conjuntos habitacionais próximos a rodovia deve ser considerada,

pois existe um conjunto próximo a BR-487.

POTENCIAL HÍDRICO DO MUNICÍPIO DE MANOEL RIBAS

De acordo com a classificação apresentada, o município de Manoel Ribas

situa-se totalmente na zona fisiográfica da bacia do rio Ivaí, que por sua vez

deságua no rio Paraná. Todos os córregos e ribeirões correm em direção ao rio Ivaí.

Mas antes correm para afluentes de grande porte como o rio Corumbataí, pois na

área central do município existe um divisor de águas separando-as entre as bacias

que correm diretamente para o rio Ivaí e as que correm para o rio Corumbataí. A

drenagem predominante nas micro-bacias onde se insere o município é do tipo

dentrítico com orientação estrutural leste-oeste das sub-bacias e micro bacias e

norte-sul dos pequenos afluentes.

A drenagem natural do município contribui parte na direção leste e parte na

direção oeste, sendo bacia do rio Ivaí por meio das sub-bacias e do rio Corumbataí

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por meio de suas sub-bacias respectivamente.

MICRO BACIAS DO MUNICÍPIO DE MANOEL RIBAS

*Rio Azul

*Rio Ariranha;

*Rio Bulha;

*Rio Lajeado;

*Rio do Limbo;

*Rio Monjolo Velho;

*Rio do Salto;

*Rio do Tigre;

*Rio Jacutinga;

*Rio do Padre;

*Rio do Sol;

*Rio Munhoz;

*Rio Barra Preta;

*Córrego Carretel.

Quanto à conservação do solo nas micro bacias do município de Manoel

Ribas, aproximadamente 50% dessas apresentam curvas de nível e 80% tem áreas

de preservação permanente, mata ciliar, quanto ao sistema de cultivo, plantio direto

ou convencional, o sistema mais utilizado é o plantio direto utilizado em 90% das

áreas.

A EMATER e o Departamento Municipal de Manoel Ribas trabalham com a

incidência de 09 micros bacias, denominadas Rio Azul, Rio Ariranha, Rio da Bulha,

Rio Lajeado, Rio do Limbo, Rio Monjolo Velho, Rio do Salto, Rio do Tigre e Rio

Jacutinga. As informações quanto aos números de propriedades rurais e suas

respectivas dimensões estão descritas na tabela abaixo.

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Micro Bacia

Rio Azul 126 24,2

Rio Ariranha 250 33,89

Rio da Bulha 44 35,52

Rio Lajeado 72 42,51

Rio do Limbo 101 28,45

Rio Monjolo Velho 115 20,45

Rio do Salto 55 42,51

Rio do Tigre 77 22,15

Rio Jacutinga 121 27,30

TOTAL 961 ----------

Quadro1 - Microbacias Cadastradas Na Seab Fonte : EMATER (2007)

A área total do município corresponde a 59.103,7 hectares (ha). Segundo o

IPARDES, em 2002, a cobertura florestal correspondia a 3.764,9 ha, representando

6,36% da área municipal e 2,786% do total das áreas florestais da mesorregião

Norte Central Paranaense (134.444,4 ha). Segundo o IPARDES, em 2002, as áreas

municipais manejadas com técnica de reflorestamento equivaliam a 110,40 hectares,

representando 0,85% do total das áreas reflorestadas da mesorregião Norte Central

Paranaense (12.976 ha).

Quanto à cobertura vegetal no município de Manoel Ribas, este apresenta

originalmente a Floresta Ombrófila Mista (FOM) nas áreas mais altas e mais frias do

setor central do município e a Floresta Estacional Semi-decidual (FES) nas partes

baixas dos vales dos rios Ivaí e Corumbataí.

Quanto à arborização urbana, Manoel Ribas apresenta grande variedade de

árvores, entre elas espécies como pitanga, alfiveira, magnólia, pata de vaca, chorão,

sibipiruna entre outras. O plantio de mudas é feito pelo departamento de agricultura

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do município e a manutenção é feita pelos proprietários dos lotes das respectivas

árvores que está sobre a responsabilidade do Departamento de Agricultura e Meio

Ambiente na manutenção e no plantio respectivamente, são utilizados as espécies:

aroeira salsa, pata de vaca, sibipiruna, ipê roxo, ipê amarelo, alfiveira e tipuana.

As mudas são produzidas no viveiro municipal localizado na rua sete de

setembro. Este viveiro tem a capacidade de produzir cem mil mudas em duas

estufas, sendo uma de 60 m2 para as nativas e outra de 200m2 para a produção de

eucalipto.

COMÉRCIO E SERVIÇOS

O comércio de Manoel Ribas revela-se ser relativamente diversificado, porém

pouco especializado. Verifica-se a presença de bares, restaurantes, sorveterias e

similares, comércios de produtos diversificados e os mini-mercados e mercearias. A

exemplo de outros municípios pequenos, pode-se supor com base nos dados do

IPARDES (2004), que parte da demanda local de consumo está sendo suprida pelo

comércio localizado nas cidades próximas de maior porte como Ivaiporã, Pitanga,

Apucarana, Maringá e Londrina.

Quanto à quantidade e ao tamanho das empresas de Manoel Ribas

predominam as de pequeno porte ou micro-empresas com apenas dois funcionários

no máximo num total de 326 empresas cadastradas no departamento de indústria e

comércio da Prefeitura Municipal de Manoel Ribas. O número de empresas de médio

porte com aproximadamente 8 funcionários é de 33. E o número de grandes

empresas com aproximadamente 18 funcionário é de 7.

POTENCIAL TURÍSTICO

Manoel Ribas não é banhada pelo rio Paraná, portanto seu território não faz

parte do Parque Nacional de Ilha Grande e nem do Corredor de Biodiversidade

Iguaçu – Caiuá. Não é banhada pelo rio Paranapanema ou Piquiri, mas é banhada

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pelo Rio Ivaí que se caracteriza pelas prainhas de água doce e chácaras de lazer,

portanto apresenta um bom potencial hídrico, mas que não se configura como ponto

de grande repercussão turística, pois é utilizado somente para a pesca.

Qualquer atividade relacionada à pesca de competição, banho nos rios de

água doce, deve ter uma escala espacial menor e maior planejamento e infra-

estrutura. Mesmo com algumas adversidades, Manoel Ribas apresenta potencial

turístico rural, devido as inúmeras belezas rurais e naturais no seu território, com

enfoque nas mesorregiões mais próximas.

Entre atrativos naturais está o Morro da Santa que é utilizado para

peregrinação de fiéis que visitam o santuário de Santa Salete no distrito de Barra

Santa Salete. Este local fica a 20 km do centro da cidade e é de fácil acesso. Neste

morro há também uma gruta.

Há também a Lagoa Nova Itaúna que possui um total de 12 alqueires, com

uma ponte suspensa ligada a uma ilha e pode ser usada para a pesca e lazer, o

acesso é mais no período de estiagem por estradas pavimentadas e não

pavimentadas.

Outros atrativos são os saltos, o principal é o Salto Cristalino, com 52 metros

de queda, localizado a sudeste do município na comunidade Barra Preta a 10 km do

centro da cidade e de fácil acesso outro atrativo próximo a este salto são os

paredões de rocha aflorante. Os outros saltos são a Cachoeira Itaúna, o Salto da

Onça e a Cachoeira da Vila Nova.

VOCAÇÃO E POTENCIAL ESTRATÉGICO DE MANOEL RIBAS NO UNIVERSO DA MESORREGIÃO

NORTE CENTRAL

Fatores de Desenvolvimento Municipal

De 1970 até os dias atuais, verifica-se um equilíbrio na expansão da

população da sede urbana e da zona rural, diferentemente do estado do Paraná e do

contexto regional, mas mesmo assim, verifica-se a necessidade de atrair renda e

emprego para o município.

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Uma solução encontrada que o plano diretor pode identificar é definir e

assegurar espaços nos quais se possam desenvolver atividades econômicas, rurais

e urbanas, geradoras de oportunidades de emprego e renda – qualificar imóveis

desocupados para micro e pequenas empresas. Este procedimento pode criar

condições para gerar emprego e renda e reverter o processo de defasagem.

Uma ação tomada pela prefeitura municipal é a aquisição de terrenos para a

instalação de indústria e comércio no município, bem como fazer manutenção dos

barracões existentes. Pode ser potencializado o turismo no município e a aldeia Ivaí

Kaigang.

Manoel Ribas possui uma proximidade com os países membros do Mercado

Comum do Cone Sul – MERCOSUL e próximo dos portos, como o de Paranaguá,

Santos e São Francisco do Sul. É necessária a articulação dos poderes públicos

constituídos para estreitar vínculos inter-regionais, aprofundar estudos das relações

fronteiriças, além de fortalecer a relação do Paraná com a matriz produtiva nacional

e dos países do MERCOSUL. A especialidade do município é agropecuária.

Pensando regionalmente ou em formato de cooperativa, este mercado pode ser uma

opção.

Outro grande diferencial na capacidade de planejamento do município do

porte de Manoel Ribas é o seu grau de integração microrregional, nas suas diversas

formas: consórcio, associações, pactos, fórum de desenvolvimento, comitês. É

fundamental a importância da AMOCENTRO – Associação dos Municípios do Centro

do Paraná na defesa dos interesses microrregião de Ivaiporã.

São vários os instrumentos e mecanismos institucionais utilizados para

fortalecer as relações com outras unidades de governo. Os sistemas de impostos

partilhado e os créditos, assim como as subvenções são meios de grande

importância para o regime de relações cada vez mais intensas, com vistas a uma

compensação de finanças, ou seja, à redistribuição da receita pública, cooperação

em projetos de interesse comum, coordenação de interesses, planos e programas

em que seja necessária a participação de duas ou mais esferas de governo.

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USO DO SOLO RURAL

Ao descrever o uso do solo rural, foi identificado no capítulo II os solos, a

topografia, a acessibilidade e infra-estrutura adequadas para as diversas formas de

produção agropecuária, extração vegetal, exploração mineral, uso não agrícolas

como turismo, moradias permanentes, entre outras.

Através do último censo demográfico nacional realizado em 2000, com a

publicação de dados em 2001, o território municipal é de 571 km2 representando

0,2867% da área total do Estado do Paraná, 0,0067% da Região Sul e 0,00067% de

todo o território brasileiro.

O município de Manoel Ribas tem duas divisões político-administrativas:

Manoel Ribas, sede do município e conforme a legislação vigente, considerada

como zona urbana e Nossa Senhora de Salete.

O território é dividido em zona urbana e zona rural. A zona rural é composta

de patrimônios de Água Fria, Pinhalzinho, Barra Azul, Paciência, Barra da

Esperança, Santa Mariana do Sul, km Dezessete, Rio dos Micos, Nova Itaúna, Bela

Vista, Aldeia Indígena Ivaí, Nossa Senhora das Graças, Três Marias, São José,

Colégio Munhoz, Rio do Padre, Barra Preta, Assentamento Rural de Nova Itaúna,

vilas rurais e propriedades rurais. O município sofreu com o êxodo rural devido às

constantes crises da agricultura e a seletividade crescente dos produtores a partir de

critérios tecnológicos e econômicos.

O município é caracterizado por diversas situações de relevo. A área central

do município é um grande divisor de águas que se caracteriza por um relevo

suavemente ondulado e regular. A maior parte desta área é preenchida por lavouras

anuais em rotação como soja, milho, trigo e feijão. Há também as áreas com

pastagens para pecuária de corte e leiteira, áreas utilizadas para a criação de suínos

assim como as áreas de culturas permanentes, que é o caso do eucalipto. Conclui-

se que estes usos podem estar em grandes extensões ou pequenas parcelas de

terra caracterizando um uso do solo misto. Por fim, 5% do território é coberto por

áreas de preservação.

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ALDEIA INDÍGENA IVAÍ

A Aldeia Indígena Ivai está localizada a 5 km do perímetro urbano, próxima ao

Aeroporto. São 330 famílias perfazendo um total de 1.437 habitantes. A atividade

desenvolvida pelo povo kaigang é a agricultura de subsistência e o artesanato,

principalmente na confecção das fitas de taquara verde. Esta fita é tingida com

anelina colorida, própria para isso. Os balaios são desenvolvidos pelos homens. A

aldeia possui um ônibus que transporta pessoas e mercadorias para os grandes

centros urbanos do Estado do Paraná.

A educação da aldeia é competência do Poder Público em todas as esferas.

As escolas localizadas na aldeia chamam-se Escola Rural Municipal Cacique

Salvador Venhy – Educação Infantil e Ensino Fundamental, com demanda para 16

turmas e Escola Estadual Indígena Cacique Gregório Kaekchot – Ensino

Fundamental e Médio, com demanda para 10 turmas. Estas escolas seguem o

planejamento da lei de diretrizes e bases da educação, diferindo apenas com a

inclusão da língua kaiganga. Um problema é que todos falam a língua materna, mas

não conseguem escrever e nem ler.

Na área da saúde, funciona um posto de saúde com um médico que atende

todos os dias para consultas e os casos de internamento, a população é beneficiária

é transportada para Manoel Ribas, Ivaiporã, Pitanga, Curitiba. Em relação à saúde

bucal, atende no posto de saúde um dentista, atendendo 20 horas semanais. Outros

profissionais da saúde realizam seus serviços: uma enfermeira padrão com 40 horas

semanais, dois agentes auxiliares de enfermagem e cinco agentes de saúde. Os

agentes são responsáveis pelas visitas nas casas e convocação para o controle pré-

natal e vacinas. Existem 16 habitantes kaigang que trabalham como auxiliares nas

salas de 1ª e 4ª séries, cinco auxiliares de serviços gerais e um tratorista contratado

da FUNAI.

As atividades de lazer da aldeia é o campo de futebol localizado dentro do

próprio posto, jogos de baralho e bilhar para a população mais idosa. Em relação ao

transporte, existe na aldeia uma infra-estrutura composta de 1 ônibus utilizado para

a venda de produtos de artesanato, veículos cedidos pela FUNAI, FUNASA e

Prefeitura Municipal.

A interação entre a aldeia e o restante da população local é muito rara.

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Atualmente a comunidade indígena tem a necessidade de conviver com o resto da

comunidade manoelribense. Existem preconceitos e visões distorcidas do modo de

vida da comunidade indígena. Os problemas que envolvem o fumo e a bebida é

devido à falta de interação política municipal.

TRANSPORTE COLETIVO

Meirelles (2001) entende que “o transporte coletivo urbano e rural, desde que

contenha nos limites territoriais do município, é de sua exclusiva competência, como

serviço público de interesse local, com caráter essencial”.

O município possui linhas de transporte coletivo entre a sede e as

comunidades rurais, 16 linhas são terceirizadas e 41 são realizadas por frota própria

da prefeitura. Os ônibus e microônibus num total de 10 veículos ficam guardados na

garagem municipal localizada na Rua Marechal Deodoro da Fonseca, 1126, Bairro

Santa Rita. Estes veículos estão em bom estado de conservação, com exceção dos

mais antigos de fabricação anterior a 1979, as condições de tráfego nestas linhas de

modo geral, são excelentes, necessitando apenas de alguns reparos e pequenas

melhorias. O poder público municipal assegura o mandamento constitucional do

transporte gratuito para estudantes.

Para as vilas rurais o atendimento é em determinados dias de semana como

segue: Santa Mariana do Sul, nas segundas feiras; Bela Vista nas terças e quintas

feiras; Novos Caminhos, todos os dias.

Manoel Ribas tem sua rodoviária localizada na Avenida Sergipe que é

mantida pela Prefeitura Municipal, e atende uma média de 65 passageiros por dia.

Nesta rodoviária operam três empresas que fazem a ligação do município com as

cidades vizinhas e com o resto do país, que são a VINSA, a GARCIA e a

NORDESTE.

Atividades professor que irá implantar o projeto :

O professor deverá fazer o levantamento e o regate histórico de sua cidade

levando em conta pesquisas bibliográficas, pesquisas através de memória viva,

plano diretor, pesquisa de campo, palestras com pioneiros, pais de alunos, etc.

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UNIDADE IV

Para confecção de gibis é necessário que se conheça algumas técnicas de

elaboração do mesmo. Seguindo o passo a passo abaixo, irá facilitar muito para o

aluno desenvolver seus desenhos. Deve-se quadrinhar e dividir quantos quadros

será colocado nas páginas. A Revista Nova Escola da Editora Abril de 1998 trouxe

uma reportagem de CAPA de como fazer um gibi (REPORTAGEM..., 1998). Veja o

modelo abaixo:

Como fazer um gibi

Para desenhar os quadrinhos é preciso, além da

inspiração, conhecer algumas técnicas.

Se você tem uma idéia incrível para uma história

em quadrinhos, já está a meio caminho de

conseguir fazê-la. Mas há etapas a serem

cumpridas antes de seu gibi ser um sucesso.

Veja.

1. Criação dos personagens

Dos protagonistas aos tipos secundários, o autor precisa

planejar tudo, para não cair em contradição mais tarde. O ideal

é ter em mente cada personagem, com a personalidade, o

aspecto físico, o estilo das roupas, os vícios e as virtudes.

Nessa fase, o artista deve desenhar cada um dos tipos em

posições variadas e com expressões faciais bem marcadas.

Treinando o seu traço não haverá perigo de, ao longo da

história, o personagem ficar irreconhecível.

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2. Argumento e roteiro

O argumento é a idéia geral da história, com começo, meio e

fim. Quando é trocado em miúdos, tem-se o roteiro, que deve

ser planejado quadro a quadro. Nessa fase as páginas são

diagramadas, as cenas descritas e os diálogos finalmente

definidos.

3. Desenho

A lápis, as linhas de todos os elementos das páginas são

marcadas personagens, cenários, balões (já no caso dos

textos, escritos a lápis), onomatopéias (palavras que

reproduzem sons naturais, como Tchibum! Pou! Crás! ) e os

contornos dos quadrinhos.

4. Letras

Com tinta nanquim (seus alunos podem usar uma caneta

hidrográfica preta de ponta fina), o texto dos balões e as

onomatopéias são finalizados. Os profissionais trabalham com

páginas cujo espaço para letras já vem pré-marcado. Um erro

muito comum para quem está começando é entusiasmar-se

demasiadamente e desenhar todo o quadrinho antes de decidir o

texto que acompanhará a imagem. Quando chega a hora de

preencher os balões, descobre-se que o espaço é curto. Aí é

tarde. Planeje, então, o desenho e o texto simultaneamente. O

melhor modo de fazer isso é checar e rechear o seu roteiro.

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5. Arte-final

Como as letras, os demais elementos gráficos recebem

a tinta preta, cobrindo cuidadosamente os traços a lápis

e corrigindo eventuais falhas. Você pode optar por usar

caneta ou pincel. Para dar efeito de luz e sombra, pode-

se hachurar ou pontilhar. Nos quadrinhos de autor, o

arte-finalista e o desenhista são a mesma pessoa.

6. Cor

A última etapa antes da impressão do gibi é a colorização dos

quadrinhos. Os desenhistas profissionais vêm usando cada vez

mais programas gráficos de pintura por microcomputador. Na

classe, os alunos podem optar entre os lápis de cor, as

canetinhas ou outras técnicas de pintura que já tenham sido

trabalhadas em sala de aula.

A professora ANDRÉA DE CARLI postou em seu blog em 22 de Março de

2008 outros modelos de como confeccionar gibis e o uso das onomatopéias (DE

CARLI, 2008).

ETAPAS PARA CRIAÇÃO DE UMA HISTÓRIA EM QUADRINHOS

1- Personagens

São eles que conduzem os enredos. Os personagens têm vontades, dramas,

conflitos, ironias. É por meio de suas falas e ações que as histórias são contadas.

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2- Balões

Criados especificamente para as histórias em quadrinhos (HQs), os balões possuem

vários tipos, sendo os principais: de fala, de pensamento de ira,de berro, de

sussurro. Neles são escritos os pensamentos e as falas dos personagens. O

desenho deles é bem variado, mas em geral os de fala possuem um "rabinho" em

direção ao personagem falante.

3- Cenários

É nos cenários que as ações dos personagens acontecem. Há dois tipos de

cenários, os internos (dentro de residências e outros prédios) e os externos (a rua, o

espaço sideral, o céu).

4- Onomatopéias

São palavras ou junções de palavras que imitam a voz de animais ou ruídos de

objetos.

Ex: BUUM!!! (explosão), CRI_CRI!! (grilo), TOC-TOC! (batendo à porta), TIC-TAC!

(bater do relógio). Embora sejam outro elemento exclusivo da linguagem das HQs,

as onomatopéias são passíveis de criação livre.

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5- Recordatórios

É um tipo de balão usado específicamente para a narração. Não possuem "rabinho"

em direção a personagens. Exemplos: "Enquanto isso..." e "No dia seguinte..."

6- Quadros

Eles delimitam o enquadramento das cenas de uma HQ. Podem ser variáveis em

tamanho e formato, de acordo com a necesidade da cena a ser desenhada.

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UNIDADE V

Nesta unidade é hora de uma análise mais profunda em relação ao projeto

apresentado, de posse com informações sobre a estratégia de ação que se pretende

executar e do passo a passo de como se pretende abordar o conteúdo a ser

trabalhado.

ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

A proposta deste trabalho será o de trabalhar com o nº de 38 alunos da 7ª

série A, do ensino fundamental (séries finais) da Escola Estadual Nereu Ramos,

município de Manoel Ribas - Paraná.

A metodologia consiste em levar o aluno a identificar a diferença existente em

crescimento urbano e urbanização, conhecimento esses, necessário para

compreender o grau de transformação que as paisagens urbanas sofrem para a

formação das cidades.

O estudo da urbanização terá enfoque direcionado para o estudo da evolução

histórica do município de Manoel Ribas, de forma que o aluno possa conhecer,

interpretar e entender todo o processo de transformação pela qual a cidade passou

para estar como se apresenta agora. O método adotado é o qualitativo. Foram

realizadas entrevistas a partir de técnica de memória viva, em que foi elaborado um

inventário sobre a história de Manoel Ribas desde o ano de 1850.

Neste inventário são abordados a chegada dos imigrantes, a política, a

formação da cidade. Será feito análise e interpretação das fotos tiradas no decorrer

dos anos passados, comparação com fotos dos dias atuais dos mesmos locais;

entrevistas com pessoas da comunidade que tiveram ou tem participação direta ou

indiretamente e contribuem para a expansão e desenvolvimento urbano.

• Trabalho interdisciplinar na elaboração de textos e representação gráfica;

• Inventário dos dados e informações coletadas instigando os alunos para a

inquietude do saber a ponto de levá-los a buscar informações,

reconstruindo pensamento e ampliando seus conhecimentos;

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• A confecção da história em quadrinhos (gibi), serão realizadas em grupos.

Os temas serão divididos pela afinidade do aluno, sendo os blocos:

ambiente, história, um personagem, etc.

• Sobre a evolução e transformações que a cidade de Manoel Ribas passou,

para ser o que hoje conhecemos;

• Montagem final do gibi;

• Exposição dos trabalhos: fotografar e colocar num blog, exposição no pátio

da escola e apresentação dos trabalhos em reunião dos pais.

Passo a passo na prática.

DESENVOLVIMENTO DO MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO NA ESCOLA.

JUSTIFICATIVA

Conhecer a historia da própria cidade e perceber-se integrante de um

contexto histórico social especifico é um dos objetivos dessa atividade, considerando

a importância da noção do passar dos tempos, partindo da analise das

permanências e as transformações, favorecendo a percepção da noção de

processo, importante para reflexão histórica.

Através da observação e da gradativa construção de critérios dos registros

dessas observações fazem parte da construção do espírito investigativo que se

deseja desenvolver nos alunos.

METODOLOGIA

O professor deverá delimitar áreas específicas da cidade onde possam ser

encontrados vestígios da formação e da evolução da cidade. Como exemplo a

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primeira Igreja, a primeira escola, prefeitura, etc.

O professor deverá preparar os alunos, em sala de aula, considerando os

seguintes aspectos:

• A explicitação dos objetos propostas;

• Situações dirigidas de pesquisas do histórico da cidade;

• Elaboração conjunta do roteiro de observação;

• Estimular o aprimoramento dos registros e o espírito colaborativo;

• Organização do trabalho coletivo nos grupos;

• Processo de avaliação, enquanto parte do processo.

CONTEÚDOS QUE SERÃO ABORDADOS

• História da formação e evolução histórica do município de Manoel Ribas;

• Observação e registros dos vestígios do passado da cidade;

• Reconhecimento das características das edificações antigas.

CRONOGRAMA

O Projeto de Intervenção Pedagógica será desenvolvido em dois momentos.

Elaboração do material histórico através das entrevistas que será realizada e

elaboração e confecção dos gibis.

DURAÇÃO APROXIMADA - Um Semestre

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1º MOMENTO

Breve apresentação do conteúdo teórico sobre urbanização e crescimento

das cidades; como se dá sua formação, o que as cidades oferecem para a

população, etc.

Explicações de forma expositiva oral, através de discussões dialogada com os

alunos sobre o conceito de cidade.

Pedir que eles façam uma rápida reflexão sobre a cidade de Manoel Ribas e

enumerar verbalmente os benefícios que a vida urbana oferece, quais os níveis de

qualidade de vida, lazer, etc.

Comentar com os alunos o projeto de Intervenção Pedagógica a ser

desenvolvido sobre nossa cidade.

Conhecer a história da formação e a evolução do município de Manoel Ribas,

cabendo aqui o professor definir os principais conteúdos e procedimentos no quesito

no que diz respeito à evolução histórica e crescimento da cidade envolvendo as

edificações, atividades econômicas, infra-estrutura e ações que geraram

modificações no espaço urbano.

TRABALHO DE CAMPO (pesquisa)

• Elaboração do roteiro para um passeio no centro da cidade,

acompanhados pelo professor para uma observação geral da rua e de

seus edifícios.

• Divisão das turmas em grupos, definindo responsabilidades individuais e

coletivas para coleta de dados e seleção das informações;

• Cada grupo deverá obrigatoriamente entrevistar pelo menos um pioneiro,

ou parente deste, para conhecer a história da formação do município;

• Realização de coletas de materiais (fotos antigas mapas, cartas

geográficas ou algum objeto utilizado no início da ocupação da região).

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• Elaborar e apresentar painel com fotos antigas e recentes de alguns

lugares da cidade;

• Elaborar relatório sobre as entrevistas com os pioneiros da cidade;

• Sociabilizar as informações dos grupos entre si.

Após esse trabalho o professor irá trabalhar com material apostilado, sobre e

Formação e Evolução Histórica do Município, para complementar o trabalho

executado nas pesquisas, a fim de tirar qualquer dúvida que por ventura tenha ficado

entre os alunos.

2º MOMENTO

Agora que a turma já conhece como ocorreu a formação e a evolução da

cidade de Manoel Ribas, é hora de elaborar e montar os gibis.

Novamente os alunos serão divididos em grupos;

Cada grupo ficará responsável por uma parte da história da formação do

Município; o qual deverá selecionar fatos relevantes ali ocorridos, pela

elaboração do texto desses fatos, roteiros, desenhos, para montagem das

partes dos gibis seguindo as instruções abaixo:

Passo a passo pra elaborar o gibi

• Montar o roteiro da parte histórica que o grupo ficou responsável

(montar um pequeno texto).

• Dividir este texto em partes e decidir o que será colocado em cada

quadro,

• Decidir quantos quadros será colocado em cada página,

• Averiguar quais tipos de balões ou onomatopéias que será usado de

acordo com a história elaborada.

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• Fazer o esboço no caderno, dividindo o texto que irá ser escrito no

quadro 1 e qual desenho será feito; depois decidir o que será escrito

no quadro 2 obedecendo a sequência dos fatos. Fazer assim

sucessivamente até o final do texto.

• Todas as equipes farão os roteiros da história da do município para

elaboração dos gibis, utilizando as instruções anteriores;

• Montagem dos gibis

• Apresentação dos gibis confeccionados para os pais e toda

comunidade escolar.

AVALIAÇÃO

O professor estabelecerá metas e critérios dentro do processo, seguindo

os seguintes itens:

-Cumprimento das atividades solicitadas, respeitando-se entre si,

colaborando sempre com o grupo;

-Socialização das informações coletadas pelo grupo;

-O roteiro dos registros de campo será avaliado quanto à organização,

qualidade do registro e cuidados com o material;

-Produto final: “gibi” será avaliado quanto ao capricho, qualidade do texto

e informações ali explicitada.

-Participação coletiva e individual.

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CRONOGRAMA

Mês Agosto

Mês Setembro

Mês Outubro

Mês Novembro

Mês Dezembro

Preparação da sala (histórico do município de Manoel ribas)

Pesquisas de memória viva (feita pelos alunos)

X X

Montagem da coleta de dados

X X

Palestras com Pioneiros

X

Elaboração e apresentação do gibi (em grupos)

x x

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REFERÊNCIAS

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BERTRAND, G. Paisagem e geografia física global: esboço metodológico. Caderno de Ciências da Terra , São Paulo, n. 13, p. 1-27, 1972.

BIBE-LUYTEN, S. M. O que é história em quadrinhos . 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1998.

BRAGA, Altamiro. Um olhar geografico sobre as histórias em quadrinho s. Disponível em: <http://egal2009.easyplanners.info/area03/3040_Braga_Altamiro.pdf>. Acesso em: 31 mar. 2010.

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CASTELLAR, S.; MAESTRO, V. Geografia 6ª série . 2. ed. São Paulo: Scipione, 2002.

CAVALCANTE, L. S. Geografia e práticas de ensino . Goiânia: Alternativa, 2002.

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