da escola pÚblica paranaense 2009 · las. portanto, o que o distingue do animal é o fato do homem...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
MARIA DE FÁTIMA TARGINO CRUZ
O PRINCÍPIO DO TRABALHO E O TRABALHO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO –
EXPLICITANDO O CONCEITO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Trabalho apresentado como
conclusão final ao Programa de
Desenvolvimento Educacional –
PDE, artigo final, na área de
Gestão Escolar, sob a orientação da
professora Hilda Alberton de
Carvalho da UTFPR.
CURITIBA
2010
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I PARTE
FUNDAMENTAÇÃO
O QUE É O TRABALHO? UMA RESPOSTA MARXISTA
Autor: CRUZ, Maria de Fátima Targino1
Orientador: CARVALHO, Hilda Alberton de2
RESUMO
Pretende-se mostrar neste artigo como Marx pensa a questão do trabalho, como
princípio educativo e categoria central para compreendermos as relações histórico-
sociais e econômicas na sociedade capitalista. O trabalho se apresenta como
condição ontológica inalienável na humanização do Homem. Segundo as idéias de
Marx, o Homem atua sobre a natureza modificando-a, provocando mudanças e
novas condições de existência. E o que diferencia o Homem dos outros animais é a
capacidade de planejar na sua mente as suas ações de trabalho antes de executá-
las. Portanto, o que o distingue do animal é o fato do Homem num certo momento da
história, começar a produzir os seus próprios meios de subsistência. Utilizou-se
como base para pesquisa, os textos do próprio Marx.
PALAVRAS – CHAVES
Trabalho, Homem, ação do homem, Natureza, alienação, Marx e Engels.
1 Especialização em Educação, Pedagoga, Técnica – Pedagógica do DET/SEED-PR
2 Mestre em Tecnologia, Chefe do DAGEE – UTFPR e Professora Orientadora PDE - 2009
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ABSTRACT
We shall show in this article as Marx thinks the issue of work as an educational
principle and core category to understand the historical relationships - social and
economic in capitalist society. The work is presented as inalienable ontological status
in the humanization of man. According to the ideas of Marx, the man acts on the
nature modifying it, making changes and new conditions of existence. And what
differentiates humans from other animals is the ability to plan in his mind his actions
work before running them. So what distinguishes the animal is the fact that at one
point in human history, to begin producing their own livelihood. It was used as the
basis for that search, the texts of Marx himself.
KEYWORDS
Work, man, human action, nature, alienation, Marx and Engels.
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INTRODUÇÃO
“… o animal se utiliza da Natureza e nela produz transformações
só por sua presença; o homem submete-a a serviço de seus fins com as
modificações que lhe imprime: domina-a. Reside nisso a diferença
essencial e decisiva entre o homem e os outros animais; é o trabalho
por sua vez o que determina tal diferença...” (ENGELS, p.190 s/a)
Neste artigo pretende-se apresentar as idéias de Marx e a sua concepção de
trabalho.
Marx concebe o trabalho como atividade ontológica e estruturante do ser
social, na medida em que nos mostra que o homem na sua relação com a natureza,
interage conscientemente com ela através do trabalho, isto é, a natureza lhe fornece
os meios materiais, e este produz transformações, submetendo-a ao seu serviço,
dominando-a para garantir a sua existência.
É fato que ele também o considera na sua historicidade, como atividade que
pode ser penosa e avilta o homem quando o aliena de si mesmo e dos produtos
resultantes do seu trabalho que se transforma em mercadorias.
No entanto, vamos tratar neste texto, da primeira dimensão do trabalho, a
ontológica, porque entendemos que qualquer análise que se faça sobre determinado
fenômeno, seja no contexto educacional, profissional, social, sem tomarmos o
trabalho nesta dimensão, como princípio, corre-se o risco de ser vazia mecanicista e
ideologicamente marcada.
Não há como negar que todos os seres humanos, são seres da natureza,
sendo assim, necessitam alimentar-se, proteger-se, e para tanto precisam criar e
extrair desta própria natureza, os meios para tal, o que só pode ser feito através do
trabalho.
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Já nos dizia ENGELS,
“o trabalho é a fonte de toda a riqueza, asseveram os economistas. É ele
que ao lado da Natureza a fornece a matéria que transforma em riqueza.
Porém, é infinitamente mais do que isto. É a primeira condição fundamental
de toda a vida humana; e o é em tal grau, que, em certo sentido, devemos
dizer: o trabalho criou o próprio homem...” (ENGELS, p. 177 s/a)
Neste sentido, e como diz o próprio Marx,
“como atividade que visa de uma forma ou de outra, a apropriação do que é
natural, o trabalho é condição natural da existência humana, uma condição
do metabolismo entre o homem e a natureza independentemente de
qualquer forma social.” (MARX, 1978, p. 142)
Portanto, se não captarmos e compreendermos o rico conteúdo filosófico do
conceito de trabalho contido numa das principais obras de Karl Marx, “O Capital”,
estaremos decerto fadados a conceber o trabalho como mera elaboração de objetos
úteis, numa visão prático utilitária. Decorre daí que, deste ponto de vista a dimensão
ontológica do trabalho se resume a uma dimensão meramente produtiva, e que de
fato é uma análise que expressa e explicita a ideologia do capital.
Entretanto, visando uma possível superação desta visão prático-utilitarista
do trabalho, propõe-se mostrar que o mesmo revelado como uma atividade
específica do homem, não é apenas a criação de objetos úteis e que satisfazem as
suas necessidades, mas também, e principalmente o ato de humanização do
homem.
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É importante notificar que a metodologia utilizada para o desenvolvimento
desta análise e texto, são as citações do próprio Marx e Engels que constam dos
seus livros, sejam eles: “O Capital”, “Manuscristos econômicos - filosóficos”,
Dialética da Natureza”. Através delas procuramos situar o processo de trabalho
como a atividade do homem cuja operacionalidade transforma a si e a natureza.
Pois como diz o próprio Marx, “o homem, ao produzir, só pode atuar como a
natureza, isto é, mudando as formas da matéria. E mais. Nesse trabalho de
transformação, é constantemente ajudado pelas forças naturais. ”(MARX, 1982, p.
50).
Portanto, os escritos de Marx e Engels são a base metodológica e de análise
para o desenvolvimento do presente texto, pois a reflexão aqui apresentada e que
aborda a questão do trabalho na sua dimensão ontológica, toma com pressuposto
que é pelo trabalho que o homem se torna homem, ou seja, o homem é o seu
próprio criador e, este é o princípio do trabalho e uma tese eminemente marxista.
O TRABALHO HUMANO
É nos meados do século XIX que Marx e Engels fazem uma análise rigorosa
e exaustiva das relações de trabalho na sociedade desta época que se configura
como capitalista. Marx, além da análise histórico-social que faz do trabalho, no
contexto desta sociedade, também o apresenta como uma categoria ontológica, ou
seja, aquela que vai dá conta de explicar que o homem é diferente dos outros
animais, e pela ação consciente do trabalho, é capaz de criar a sua própria
existência.
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Vejamos o que diz Marx sobre o trabalho nesta perspectiva:
“Antes de tudo, o trabalho é um processo entre o homem e a Natureza, um
processo em que o homem, por sua própria ação, media, regula e controla
seu metabolismo com a Natureza. Ele mesmo se defronta com a matéria
natural como uma força natural. Ele põe em movimento as forças naturais
pertencentes à sua corporalidade, braços e pernas, cabeça e mão, a fim de
apropriar-se da matéria natural numa forma útil para a sua própria vida, Ao
atuar, por meio desse movimento, sobre a natureza externa a ele e ao
modificá-la, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza. Ele
desenvolve as potências nela adormecidas e sujeita o jogo de suas forças
a seu próprio domínio. Não se trata aqui das primeiras formas instintivas,
animais, de trabalho. (…) Pressupomos o trabalho numa forma em que
pertence exclusivamente ao homem. Uma aranha executa operações
semelhantes às do tecelão, e a abelha envergonha mais de um arquiteto
humano com a construção dos favos de suas colméias. Mas o que
distingue, de antemão, o pior arquiteto da melhor abelha é que ele construiu
o favo em sua cabeça, antes de construí-lo em cera.” (MARX, 1983, p.149)
Neste sentido podemos afirmar que o que diferencia o homem dos outros
animais, é a sua capacidade de produzir para viver. No entanto, a ação do homem
não se faz somente em função das suas necessidades imediatas, pois ele é capaz
de antecipar na sua cabeça os caminhos que irá trilhar para executar as suas ações.
Desta forma, o trabalho possibilita ao homem ir além da pura natureza, contrapor-se
ao mundo material, dos objetos, com perspectivas de autonomia diante dela.
Voltando a Marx, vejamos agora como ele novamente coloca a questão do trabalho,
reafirmando a relação homem – natureza,
“o meio de trabalho é uma coisa ou um complexo de coisas que o
trabalhador coloca entre si mesmo e o objeto de trabalho e que lhe serve
como condutor de sua atividade sobre esse objeto, Ele utiliza as
propriedades mecânicas, físicas, químicas das coisas para fazê-las atuar
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como meios de poder sobre outras coisas, conforme o seu objetivo. O
objeto do qual o trabalhador se apodera diretamente – abstraindo a coleta
de meios prontos de subsistência, frutas, por exemplo, em que somente
seus próprios órgãos corporais servem de meios de trabalho – não é o
objeto de trabalho, mas o meio de trabalho (…). Do mesmo modo como a
terra é sua despensa original, é ela seu arsenal de meios de trabalho.
Fornece-lhe, por exemplo, a pedra que ele lança, com que raspa, prensa,
corta, etc. “(…) (MARX, 1983, p. 150)
Portanto, podemos concluir a partir do que afirma Marx, que o trabalho é em
primeiro lugar, um processo de que participam igualmente homem e natureza, está
de fato colocando o homem numa relação de igualdade diante dela, isto é, um não
se sobrepõe ao outro.
Nesta perspectiva é importante considerar que até agora, todo o conjunto de
idéias apresentado sobre a questão do trabalho em Marx, mostra a relação que ele
faz do trabalho com a essência do homem. Isto é, o homem enquanto ser natural
vive sob a égide da necessidade e, quanto mais humano ele se torna, mais
necessidades ele cria, ampliando assim progressivamente o círculo destas
necessidades humanas. Elas podem ser de caráter natural, como: fome, sede, sexo,
frio, etc., quanto de caráter histórico – social. Como diz Marx,
“a fome é uma necessidade natural; necessita, portanto, de uma natureza
fora de si, de um objeto fora de si, para poder se satisfazer, para poder se
aplacar. A fome é uma necessidade objetiva que um corpo sente de um
objeto que existe fora dele e que é indispensável para a sua integração e
para a manifestação de seu ser.” (MARX, 1962, p. 116 – 117)
No entanto, ambas se encontram numa relação dialética e indissociável, pois
nela temos configurado o homem como ser criador e produtor. E a atividade que
possibilita esta relação é o trabalho. Isto significa dizer que no trabalho, homem e
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objeto encontram – se numa relação mediata e mediada, e que se expressa
posteriormente numa ação concreta pensada.
Por isso, diz Marx no seu livro “O Capital”, quando define o trabalho como
uma atividade prática do homem direcionada para uma finalidade,
“no fim do processo do trabalho, aparece um resultado que já existia antes
idealmente na imaginação do trabalhador. Ele não transforma apenas o
material sobre o qual opera; ele imprime ao material o projeto que tinha
conscientemente em mira, o qual constitui a lei determinante do seu modo
de operar e ao qual tem de subordinar sua vontade. E essa subordinação
não é um ato fortuito. (…) ”(MARX, 1968, p. 202)
Entretanto, a partir da dominação da natureza para a produção da sua
existência material, o homem manifestou um “estranhamento” entre trabalhador e
trabalho em decorrência das condições criadas pela divisão social do trabalho e
também pela propriedade privada, sobretudo quando o produto do trabalho, antes
mesmo de o trabalhador realizar-se, pertence à outra pessoa que não o trabalhador.
“Tal fato implica apenas que o objeto produzido pelo trabalho, o seu
produto, opõe-se a ele como ser estranho, como um poder
independentemente do produtor. O produto do trabalho é o trabalho que se
fixou num objeto, que se transformou em coisa física, é a objetivação do
trabalho. A realização do trabalho constitui simultaneamente a sua
objetivação. A realização do trabalho aparece na esfera da economia
política como desrealização do trabalhador, a objetivação como perda e
servidão do objeto, a apropriação como alienação.”(MARX, 2003, p. 111-
112)
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Nesse sentido, ao invés de se realizar com o seu trabalho, o trabalhador se
aliena nele, na medida em que perde a visão de totalidade das suas ações, pela
divisão exacerbada do trabalho. É esta outra faceta do trabalho que Marx vai tratar
como “auto-alienação do homem”, “alienação do trabalho”, isto é, tem a sua raiz na
alienação do trabalhador do produto do seu trabalho. Portanto, a alienação do
produto do trabalho do homem, leva a uma alienação do próprio homem.
Podemos ler nos ”Manuscritos”, que a alienação ocorre quando o
trabalhador não consegue discernir e reconhecer o produto do seu trabalho nas
formas sociais de produção, e também na própria atividade produtiva. Isto é, o
trabalho não pertence à natureza do trabalhador, mas é condição para que ele
sobreviva. O trabalho não constitui a satisfação de uma necessidade, mas apenas
um meio de satisfazer outras necessidades, ou seja,
“o trabalho externo, o trabalho em que o homem se aliena, é um trabalho de
sacrifício de si mesmo, de martírio. O seu caráter estranho resulta
visivelmente do fato de se fugir do trabalho, como da peste, logo que não
existe nenhuma compulsão física ou de qualquer outro tipo. Finalmente, a
exterioridade do trabalho para o trabalhador transparece no fato de que ele
não é o seu trabalho, mas o do outro, no fato de que não lhe pertence, de
que no trabalho ele não pertence a si mesmo, mas a outro.” (MARX, 2003,
p. 114)
No entanto, em Marx, o primado das categorias econômicas, decorre do
significado central da categoria do trabalho como estrutura fundante das relações
sociais e das relações humanas, ou seja, as relações econômicas e os resultados
advindos das suas análises e investigações devem ser identificados nas múltiplas
relações do trabalho na sua dimensão ontológica e constitutiva do mundo do
trabalho, pois se assim não o for, o trabalho deixa de constituir-se como essência
humana, como muito bem nos diz e queria Marx, e passa a determinar a existência
humana, pelo determinismo econômico.
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Nesse sentido, usamos as palavras do próprio Marx:
“O processo de trabalho, como o apresentamos em seus elementos simples
e abstratos, é atividade orientada a um fim para produzir valores de uso,
apropriação do natural para satisfazer as necessidades humanas, condição
universal do metabolismo entre o homem e a natureza, condição natural
eterna da vida humana e, portanto, independente de qualquer forma dessa
vida, sendo antes igualmente comum a todas as forças sociais. Por isso,
não tivemos necessidade de apresentar o trabalhador em sua relação com
outros trabalhadores. O homem e seu trabalho, de um lado, a Natureza e
suas matérias, do outro, bastavam. Tão pouco quanto o sabor do trigo
revela quem o plantou, podem-se reconhecer nesse processo as condições
em que decorre se sob o brutal açoite do feitor de escravos ou sob o olhar
ansioso do capitalista” (…) (MARX, 1983, p. 153)
Desta forma, para finalizar, almeja-se com este texto, ter contribuído para
uma melhor compreensão do significado da categoria do TRABALHO no contexto do
materialismo histórico e, mais importante, instigado à leitura dos escritos do novo e
velho MARX.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das várias passagens dos textos de Marx e Engels é possível
identificar e compreender o trabalho na sua forma ontológica como a atividade vital
do homem, ou seja, o trabalho do homem é atividade de dominar a natureza, pois na
medida em que ele se apropria das forças naturais através do trabalho, faz com que
a natureza trabalhe com os interesses e com as necessidades humanas.
Essa dialética homem – natureza configura uma relação que pode ser vista
como a naturalização do homem e humanização da natureza, mediada pelo
trabalho. É a transformação da natureza e do homem através do trabalho.
Nesse sentido, o trabalho torna-se a categoria central e fundante do
materialismo histórico e também a categoria que possibilita a compreensão crítica da
condição social do mundo em que vivemos.
Portanto, reconhecemos nos textos de Marx e Engels, que a categoria do
trabalho é também uma das mais importantes para a compreensão das relações que
se estabelecem no interior da escola, da sociedade e para a compreensão dos
processos da educação.
Considerando que o propósito deste texto foi o de responder a questão
levantada sobre o que é o trabalho, e respondê-la através dos escritos de Marx e
Engels, concluímos afirmando que, assumir o trabalho na sua dimensão ontológica e
como princípio educativo, implica tomá-lo como atividade inerente ao homem,
enquanto expressão própria do homem que através dele transforma a natureza,
transformando a si próprio.
É fato que tratamos aqui do trabalho enquanto manifestação humana na
medida em que o homem para executá-lo “põe em movimento braços e pernas, as
forças naturais do seu corpo, a fim de apropriar-se das produções da natureza” (…)
(MARX, 1982, p. 202) e, sobretudo ao planejar as suas ações exerce total controle
sobre essa natureza. Este foi o nosso principal foco de análise.
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Sabemos que Marx também trata do trabalho nas suas formas alienada e
alienante na relação capital – trabalho. No entanto, esta outra dimensão do trabalho,
configura-se como outro foco de análise e que exige o desenvolvimento de um
segundo texto a partir, obviamente, dos escritos de Marx.
14
REFERÊNCIAS
ENGELS, F. Dialética da natureza. São Paulo: Editora Alba Ltda., sem ano
MARX, K. Manuscritos econômicos- filosóficos. Tradução: W. Roces. México: Ed
Grijalbo, 1962
--------------- Manuscritos econômicos – filosóficos. São Paulo: Editora Martin
Claret, 2003
MARX, K. O Capital. Tradução: Reginaldo Sant „Anna. Rio de Janeiro: Ed.
Civilização Brasileira, 1968
------------ O Capital. Tradução: José Carlos Bruni. IN: Os Pensadores. São Paulo:
Abril Cutural, 1978
------------ O Capital. Tradução: Reginaldo Sant‟ Anna. São Paulo: Difel S.A, 1982
------------ O Capital. Tradução: Regis Barbosa e Flávio R. Kothe. São Paulo: Abril
Cultural, 1983
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II PARTE
SISTEMATIZAÇÃO DAS AÇÕES PREVISTAS NO PROJETO E UTILIZAÇÃO DO
MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO
RESUMO
Este artigo tem por finalidade apresentar a reflexão sobre a implementação do
Projeto cujo título é “O princípio educativo do trabalho e o trabalho como princípio
educativo - explicitando o conceito na Educação Profissional”, com os estudantes da
Educação Profissional de um Colégio Estadual da rede pública de ensino do Paraná.
Foi desenvolvido através de uma proposta de trabalho intitulada “Caderno Temático”
que propõe a análise e a discussão sobre o trabalho como princípio educativo com
bases marxista. Possibilitar aos estudantes e professores a construção de
conhecimentos com bases teórico-metodológicas norteadas pelo princípio do
trabalho é o objetivo principal desse projeto. Os resultados foram surpreendentes
tendo em vista que nos Colégios que ofertam a Educação Profissional, existe ainda
uma grande dificuldade por parte dos professores e estudantes de compreender que
o trabalho é o eixo norteador da proposta pedagógica da Educação Profissional.
Utilizou-se para o desenvolvimento desta proposta de trabalho, os instrumentos de
leitura, análise e escrita de textos.
PALAVRAS – CHAVES
Educação Profissional, trabalho, proposta pedagógica, estudantes e marxista.
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ABSTRACT
This article aims to present reflections on the implementation of the project whose
title is “the principle of educational work and work as an educational principle
explaining the concept in professional education”, to students of professional
education for a state college's public schools do Paraná.
It was developed by a working proposal titled “thematic dossier” that proposes the
analysis and discussion about working as an educational principle with Marxist
foundations. Provide students and teachers to build knowledge bases with theoretical
methodological guided by the principle of work is the goal of the project The results
were surprising given that the colleges that offer vocational education, there is still a
major difficulty for teachers and students understand that work is the guiding line of
the educational proposal of professional education. It was used to develop this proposal
for work, reading instruments, analysis and writing of texts.
KEYWORDS
Professional education, work, pedagogical, students, Marxist
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INTRODUÇÃO
A proposta “Fundamentos Políticos e Pedagógicos da Educação
Profissional/SEED-PR”, tem como eixo principal o TRABALHO como princípio
educativo, além dos princípios da Ciência, Cultura e Tecnologia. Com base nesses
pressupostos e principalmente do Trabalho na perspectiva marxista, elaborou-se um
Projeto para ser desenvolvido com os estudantes da Educação profissional, num
Colégio da rede pública estadual de ensino, através do PDE – Programa de
Desenvolvimento Educacional.
O referido Projeto trabalhou com a explicitação dos eixos estruturantes da
proposta mencionada anteriormente, com o objetivo de possibilitar a sua
compreensão, tomando como princípio norteador o conceito de Trabalho na sua
dimensão ontológica. Nesse caso, a literatura que deu suporte a essa discussão e
análise junto aos estudantes, é de fundamento marxista.
Para o desenvolvimento e a implementação desse Projeto com os estudantes
da Educação Profissional, foi elaborado material didático pedagógico denominado
“Caderno Temático”, que objetiva proporcionar aos professores, pedagogos e
estudantes a reflexão sobre a questão do Trabalho na Educação Profissional,
trazendo discussões teóricas sobre o Trabalho como princípio educativo. Além
disso, objetivou-se ainda o seu posterior uso como material de apoio pedagógico
para professores e pedagogos.
Para tal, elaboraram-se várias atividades na perspectiva de subsidiar o
trabalho dos professores e pedagogos da Educação profissional, tendo em vista que
a sua formação não lhes permite a compreensão da categoria do trabalho como
fundante da Educação profissional na sua dimensão humana (ontológica). Portanto,
todas as atividades propostas no Caderno Temático tiveram como principal objetivo
oportunizar os profissionais que trabalham na Educação Profissional, o
redimensionamento do seu percurso formativo para que seja possível trabalhar com
os estudantes uma formação integral e politécnica. Superar o viés de que o trabalho
18
prepara só para o mercado e oportuniza a empregabilidade, é uma reflexão
necessária e que permeia a discussão e análise proposta nesse material e que foi
desenvolvida com os estudantes da Educação Profissional, do CE Loureiro
Fernandes.
Nesse caso, o presente artigo, tem como objetivo principal mostrar o
desenvolvimento do Projeto de Intervenção Pedagógica, através do instrumento
Caderno Temático, na perspectiva de apresentar como os estudantes e os
professores, principalmente os estudantes se manifestaram diante da reflexão
proposta pelos textos apresentados, lidos, analisados e discutidos. Essa foi uma
contribuição significativa ao incentivo da escrita e da leitura dos autores clássicos
Marx e Engels, como dos autores modernos que tratam da temática do trabalho
como princípio educativo, norteados pela teoria marxista.
O PROJETO
O Projeto foi implementado na perspectiva de proporcionar a reflexão aos
estudantes sobre o TRABALHO na sua dimensão ontológica pensada por Marx e
Engels. Essa concepção de Trabalho toma como pressuposto que é pelo Trabalho
que o homem se torna homem, ou seja, que o homem é o seu próprio criador. No
entanto, a discussão sobre a questão do Trabalho, ultrapassou a sua análise
enquanto categoria ontológica, na medida em também foi apresentado como
atividade que pode ser penosa ao homem e que o avilta quando o aliena de si
mesmo e dos produtos resultantes do seu trabalho que Marx chama de mercadoria.
A proposta de trabalho com o Projeto tem como foco principal desenvolver
estudos de aprofundamento teórico com os estudantes da Educação Profissional-
Curso Técnico médio – subseqüente de um Colégio Estadual da região central de
Curitiba, através de estudos, análises e discussões do conceito de TRABALHO
como princípio educativo, na sua dimensão ontológica.
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Para o desenvolvimento desses estudos, análises e discussões, elaborou-se
material didático intitulado: “Caderno Temático”, cujas atividades estão articuladas
ao Projeto de Intervenção Pedagógica do PDE – Programa de Desenvolvimento
Educacional de 2009.
O referido Caderno está estruturado e organizado de forma que permite aos
seus usuários uma reflexão acerca da temática, através da leitura e análise dos
textos nele propostos.
Os textos que ora se apresenta foram lidos e discutidos pelos estudantes a
partir de uma proposta metodológica cujos encaminhamentos estabelecem
estratégias de trabalho tais como: leitura dos textos, problematização sobre os
textos e a síntese dos textos lidos.
“O trabalho como princípio educativo frente às novas tecnologias”, do prof.
Dermeval Saviani, foi o primeiro texto a ser lido, analisado e discutido. O segundo foi
“O trabalho como princípio educativo” da profª Acácia Kuenzer. Em seguida
analisou-se ainda “Trabalho, ciência e cultura: conceitos estruturantes do Ensino
Médio” de Marise N. Ramos. Outro texto muito importante nesse debate foi
“Concepções e mudanças no mundo do trabalho e o Ensino Médio”, do prof.
Gaudêncio Frigotto. Na perspectiva de análise sobre o trabalho no mercado de
trabalho, discutiu-se o texto do prof. Vitor H. Paro, “Parem de preparar para o
mercado de trabalho!!! Reflexões acerca dos efeitos do neoliberalismo sobre a
gestão e o papel da escola básica”. “E por último, organizou-se uma coletânea de
fragmentos de textos de Marx e Engels extraídos dos livros: “O Capital”,
“Manuscritos econômico-filosóficos”, Manifesto do Partido Comunista” e outros.
É importante que se relate a participação e o envolvimento dos estudantes
nesses estudos, tendo em vista que essa foi uma proposta de trabalho totalmente
diferenciada da rotina de atividades da escola.
A princípio, encontrou-se certa resistência com a proposição da leitura dos
textos, tendo em vista que os mesmos trazem uma abordagem e principalmente
uma linguagem alheia ao cotidiano dos estudantes (trata-se de estudantes do Curso
Técnico de Segurança do Trabalho – subseqüente). No entanto, à medida que os
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textos iam sendo explicitados, a discussão tornava-se interessante. Nesse caso a
proposta de trabalho cumpriu o seu objetivo.
A escrita (síntese) dos textos foi outra situação que criou certo impacto no
desenvolvimento do trabalho. Após a leitura e análise e discussão dos textos, um a
um foi solicitado uma síntese tendo uma problematização como norteadora. No
entanto, a dificuldade de escrita dessas sínteses, apontou como uma necessidade
ainda das escolas investirem significativamente na leitura e escrita como ações
metodológicas principais nas salas de aulas e em todas as disciplinas do currículo.
O que se percebe é que os relatos orais expressam melhor a compreensão
do lido, discutido e analisado, porém, no momento de transcrever as idéias
apresentadas de forma oral para o texto, os conhecimentos básicos de como
escrever um texto, fazem falta.
Nesse contexto, é importante que se esclareça que apesar desses pequenos
entraves, os estudantes se envolveram de forma significativa na proposta de
trabalho. A cada encontro previsto para a análise e a discussão dos textos
propostos, faltou tempo, tendo em vista a empolgação dos mesmos e a necessidade
de se colocarem diante do assunto em pauta.
Nesse sentido, e para referendar as afirmações anteriores, é importante que
se apresente a transcrição de alguns trechos dos textos escritos pelos estudantes e
que representam a sua compreensão da temática trabalhada através da proposta do
Projeto durante a sua implementação.
Do primeiro texto apresentado: “O trabalho como princípio educativo frente
às novas tecnologias”, do prof. Saviani, temos a seguinte análise para a reflexão
proposta: “Destaque do texto qual a afirmação do autor que mais contribuiu para a
sua compreensão do trabalho como princípio educativo e explique a sua escolha”.
“Educa-se através de múltiplas organizações, não apenas através da
escola. Educa-se, por exemplo, através dos sindicatos, partidos políticos
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das associações de pais, das associações dos mais diversos tipos. Educa-
se através do trabalho, através da convivialidade do relacionamento
informal das pessoas entre si”. “Não só a escola ensina tudo o que o
homem deve aprender, mas sim na maioria das atividades o homem está
aprendendo algo diferente do que se ensina na escola.” (sic)
Do segundo texto: “O trabalho como princípio educativo”, da profª Acácia
Kuenzer, perguntamos: “No seu texto a autora propõe um novo ensino de 2º grau.
Em que bases está estruturado esse novo ensino? Explique”. Temos como resposta
de um dos estudantes, o seguinte:
“Está estruturado na politecnia. “O trabalho estará comprometido com os
interesses da classe trabalhadora e será tomado como princípio educativo.”
(sic)
Do texto seguinte intitulado: “Trabalho, ciência e cultura: conceitos
estruturantes do Ensino Médio”, de Marise N. Ramos, pergunta-se o seguinte:
“Destaque do texto, trechos que você considera importantes para a compreensão do
conceito de trabalho como princípio educativo.” Obtivemos a seguinte resposta:
“Segundo Marise N Ramos o conceito de trabalho, ciência e cultura como
aqueles que estruturam as finalidades do ensino médio e que, portanto,
orientam a organização curricular e as práticas pedagógicas que dão
materialidade ao processo formativo nesta etapa da educação básica. O
trabalho é o princípio educativo no ensino médio na medida que coloca
exigências específicas para o processo educativo. “A concepção de trabalho
22
associa-se a concepção de ciência: conhecimentos produzidos e
legitimados socialmente ao longo da história.” (sic)
O quarto texto analisado e discutido foi o do prof. Gaudêncio Frigotto:
“Concepções e mudanças no mundo do trabalho e o Ensino Médio”, do qual se
solicitou explicação para a seguinte afirmação do autor: “O trabalho, então, de
atividade produtora imediata de valores de uso para os trabalhadores, se reduz à
mercadoria e tende a se confundir com emprego”. Apresenta-se a resposta de um
dos estudantes bem pertinente à questão:
“De acordo com Gaudêncio Frigotto, o trabalho passou a transformar-se em
mercadoria oferecido aos detentores do poder aquisitivo (capital), deixando
de lado seu ideal inicial: dignificar o homem. Passou também a ser visto
como método de acumulação de lucros para os capitalistas, que segundo o
texto são os detentores do capital, sob a falsa idéia de que proletários e
capitalistas estão em situação de igualdade e que o primeiro vende sua mão
de obra por vontade própria, não por necessidade sendo então, produtora
imediata de valores de uso próprio do trabalho. Hoje, se reduz à
mercadoria, onde quem tem a mão de obra (trabalhador) tenta
supervalorizá-la, enquanto quem detém o poder aquisitivo (capitalista)
procura lucrar o máximo possível sobre o trabalho realizado.” (sic)
Do quinto texto: “Parem de preparar para o mercado de trabalho!!! Reflexões
acerca dos efeitos do neoliberalismo sobre a gestão e o papel da escola básica”, de
Vitor H. Paro, pergunta-se: “Você compreende como pertinente a preocupação do
autor quanto o papel da escola em preparar para o mercado de trabalho? Explique”.
Temos como resposta o seguinte:
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“A preocupação do autor torna-se pertinente quando questiona o método
de ensino e o fim que ele prevê. Adiverte que a educação é uma atualização
histórica de cada indivíduo, a qual tem por objetivo prover os indivíduos e os
elementos culturais necessários para viver na sociedade que pertence.
Porém, a escola tem sido usada como instrumento de consumo, com maior
valor econômico do que educacional, tudo isso sustentado no argumento
equivocado. De que ela é a causa, e a conseqüência da ascensão social.
Tudo isso poderia ser resumido como uma crítica ao método de ensino que
visa apenas suprir as necessidades do capitalismo.”(sic)
E por último, da coletânea de fragmentos de textos de Marx e Engels
extraídos dos livros: “O Capital”, “Manuscritos econômico-filosóficos”, Manifesto do
Partido Comunista” e outros, se solicita que explique o que é o TRABALHO,
considerando os conceitos apresentados por Marx e Engels nos seus textos.
Vejamos a resposta apresentada por um dos estudantes.
“Desde o princípio o trabalho existe, quando o homem primitivo saia para
cassar, pescar ou colher frutas já é considerado trabalho, ao se utilizar de
um galho de arvore para apanhar uma fruta em um lugar mais alto tornando
o galho extensão de sua mão, ou seja, utilizando da natureza, recursos que
ela lhes fornece, se adaptando ao meio em que vive, como a abelha que
produz a colméia, isso é o que ela faz sempre, porque é o extinto, é o que
aprendeu a fazer isso a vida toda, já o homem difere do animal, pois usa a
natureza ao seu favor, tem o poder de planejar e transformar a natureza em
beneficio próprio através do trabalho. Podemos dizer que trabalho é o
esforço humano, utilizando da força física (braços e pernas) e também
mental para transformar seja a natureza seja o ambiente que vive.” (sic)
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RESULTADOS
Após o término da implementação do Projeto e conclusão das atividades
propostas no Caderno Temático, pode-se deduzir que o mesmo cumpriu os seus
objetivos. E para melhor referendar essa posição apresentam-se algumas
considerações feitas pelos estudantes na perspectiva da avaliação e diagnóstico
quanto à contribuição das leituras e discussões dos textos, para uma melhor
compreensão da questão do TRABALHO no mundo do trabalho e para a sua
profissionalização.
Questões:
“Durante a implementação do Projeto PDE, realizamos o estudo e a
discussão de vários textos e autores. Você considera importante esse estudo e
discussão para a sua profissionalização? Por que”?
“Dos autores lidos e discutidos qual você considera que mais contribuiu para
a compreensão do trabalho como princípio educativo? Por que”?
“Escreva a sua avaliação sobre a realização das leituras e debates dos
textos”.
“Acho importante sim, pois muitos autores nos mostraram como nos
comportar e agir perante várias situações. Marx foi o autor no qual mais me
chamou atenção, pois ele mostra toda a situação de uma pessoa na
civilização. A leitura e debates foram bons para esclarecer muitas dúvidas
sobre muitos assuntos do dia a dia”. (sic)
“Considero importante, pois deu pra ver e entender os princípios da
educação e do trabalho e também do emprego. Marx, porque a leitura dos
textos dele é mais compreensíveis, uma leitura mais fácil de fazer. Os
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debates foi um tanto quanto complicado e as leituras foi difícil pra mim pois
os textos eram complicados de ler e compreender, mas mesmo assim
aprendi coisas que ainda não tinha conhecimento”. (sic)
“Importante sim, apesar de alguns textos tem palavras que não são do
conhecimento de todos, sempre tem algo a se aprender em qualquer leitura.
Todos tem a sua parceria na importância do trabalho como princípio
educativo. Mais é difícil escolher um só pois todos são muito detalhistas e
complexos nos textos. O assunto é interessante, mais acredito que tivemos
pouco tempo para os debates”.(sic)
“Foi importante, por que jamais eu sabia da preocupação com o trabalho ou
seja coincidiu muito com o curso que estamos fazendo o que representa o
trabalho para nós, por que existe o trabalho e como devemos encarar o
trabalho. Eu particularmente gostei muito dos textos do Frigotto e do Paro.
Para mim foi novidade eu não sabia que existia essa preocupação com o
estudante e a preparação para o trabalho preparar o estudante para a vida
e para o mercado de trabalho. Resumindo depende muito do desempenho
do aluno no mercado competitivo, ou seja, um bom aluno, sempre consegue
as melhores colocações no mercado de trabalho”. (sic)
Esses são depoimentos feitos pelos estudantes e que demonstram a
trajetória do trabalho durante o desenvolvimento e a implementação do projeto.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a implementação do Projeto e dos resultados apresentados, é possível
concluir que a proposta de trabalho foi bem aceita pelos estudantes, apesar da
coletânea de textos que norteou toda a discussão, ser até aquele momento,
totalmente desconhecida por eles.
Nesse sentido, pode-se deduzir que o objetivo de possibilitar aos estudantes
e professores a reflexão sobre trabalho como princípio educativo, foi atingido na
medida em que os textos (depoimentos) deles revelam outra compreensão acerca
da temática.
Na perspectiva de oportunizar aos estudantes uma formação profissional
integral e politécnica, é que se pensou em desenvolver a análise e a reflexão sobre
o trabalho enquanto categoria constitutiva do ser social.
Sendo assim, ao finalizar com os estudantes as atividades propostas no
Projeto, considera-se que os fundamentos básicos sobre as bases em que se
assenta o trabalho na sociedade capitalista, foram apropriados.
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REFERÊNCIAS
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