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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

MARIA DE FÁTIMA TARGINO CRUZ

O PRINCÍPIO DO TRABALHO E O TRABALHO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO –

EXPLICITANDO O CONCEITO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Trabalho apresentado como

conclusão final ao Programa de

Desenvolvimento Educacional –

PDE, artigo final, na área de

Gestão Escolar, sob a orientação da

professora Hilda Alberton de

Carvalho da UTFPR.

CURITIBA

2010

2

I PARTE

FUNDAMENTAÇÃO

O QUE É O TRABALHO? UMA RESPOSTA MARXISTA

Autor: CRUZ, Maria de Fátima Targino1

Orientador: CARVALHO, Hilda Alberton de2

RESUMO

Pretende-se mostrar neste artigo como Marx pensa a questão do trabalho, como

princípio educativo e categoria central para compreendermos as relações histórico-

sociais e econômicas na sociedade capitalista. O trabalho se apresenta como

condição ontológica inalienável na humanização do Homem. Segundo as idéias de

Marx, o Homem atua sobre a natureza modificando-a, provocando mudanças e

novas condições de existência. E o que diferencia o Homem dos outros animais é a

capacidade de planejar na sua mente as suas ações de trabalho antes de executá-

las. Portanto, o que o distingue do animal é o fato do Homem num certo momento da

história, começar a produzir os seus próprios meios de subsistência. Utilizou-se

como base para pesquisa, os textos do próprio Marx.

PALAVRAS – CHAVES

Trabalho, Homem, ação do homem, Natureza, alienação, Marx e Engels.

1 Especialização em Educação, Pedagoga, Técnica – Pedagógica do DET/SEED-PR

2 Mestre em Tecnologia, Chefe do DAGEE – UTFPR e Professora Orientadora PDE - 2009

3

ABSTRACT

We shall show in this article as Marx thinks the issue of work as an educational

principle and core category to understand the historical relationships - social and

economic in capitalist society. The work is presented as inalienable ontological status

in the humanization of man. According to the ideas of Marx, the man acts on the

nature modifying it, making changes and new conditions of existence. And what

differentiates humans from other animals is the ability to plan in his mind his actions

work before running them. So what distinguishes the animal is the fact that at one

point in human history, to begin producing their own livelihood. It was used as the

basis for that search, the texts of Marx himself.

KEYWORDS

Work, man, human action, nature, alienation, Marx and Engels.

4

INTRODUÇÃO

“… o animal se utiliza da Natureza e nela produz transformações

só por sua presença; o homem submete-a a serviço de seus fins com as

modificações que lhe imprime: domina-a. Reside nisso a diferença

essencial e decisiva entre o homem e os outros animais; é o trabalho

por sua vez o que determina tal diferença...” (ENGELS, p.190 s/a)

Neste artigo pretende-se apresentar as idéias de Marx e a sua concepção de

trabalho.

Marx concebe o trabalho como atividade ontológica e estruturante do ser

social, na medida em que nos mostra que o homem na sua relação com a natureza,

interage conscientemente com ela através do trabalho, isto é, a natureza lhe fornece

os meios materiais, e este produz transformações, submetendo-a ao seu serviço,

dominando-a para garantir a sua existência.

É fato que ele também o considera na sua historicidade, como atividade que

pode ser penosa e avilta o homem quando o aliena de si mesmo e dos produtos

resultantes do seu trabalho que se transforma em mercadorias.

No entanto, vamos tratar neste texto, da primeira dimensão do trabalho, a

ontológica, porque entendemos que qualquer análise que se faça sobre determinado

fenômeno, seja no contexto educacional, profissional, social, sem tomarmos o

trabalho nesta dimensão, como princípio, corre-se o risco de ser vazia mecanicista e

ideologicamente marcada.

Não há como negar que todos os seres humanos, são seres da natureza,

sendo assim, necessitam alimentar-se, proteger-se, e para tanto precisam criar e

extrair desta própria natureza, os meios para tal, o que só pode ser feito através do

trabalho.

5

Já nos dizia ENGELS,

“o trabalho é a fonte de toda a riqueza, asseveram os economistas. É ele

que ao lado da Natureza a fornece a matéria que transforma em riqueza.

Porém, é infinitamente mais do que isto. É a primeira condição fundamental

de toda a vida humana; e o é em tal grau, que, em certo sentido, devemos

dizer: o trabalho criou o próprio homem...” (ENGELS, p. 177 s/a)

Neste sentido, e como diz o próprio Marx,

“como atividade que visa de uma forma ou de outra, a apropriação do que é

natural, o trabalho é condição natural da existência humana, uma condição

do metabolismo entre o homem e a natureza independentemente de

qualquer forma social.” (MARX, 1978, p. 142)

Portanto, se não captarmos e compreendermos o rico conteúdo filosófico do

conceito de trabalho contido numa das principais obras de Karl Marx, “O Capital”,

estaremos decerto fadados a conceber o trabalho como mera elaboração de objetos

úteis, numa visão prático utilitária. Decorre daí que, deste ponto de vista a dimensão

ontológica do trabalho se resume a uma dimensão meramente produtiva, e que de

fato é uma análise que expressa e explicita a ideologia do capital.

Entretanto, visando uma possível superação desta visão prático-utilitarista

do trabalho, propõe-se mostrar que o mesmo revelado como uma atividade

específica do homem, não é apenas a criação de objetos úteis e que satisfazem as

suas necessidades, mas também, e principalmente o ato de humanização do

homem.

6

É importante notificar que a metodologia utilizada para o desenvolvimento

desta análise e texto, são as citações do próprio Marx e Engels que constam dos

seus livros, sejam eles: “O Capital”, “Manuscristos econômicos - filosóficos”,

Dialética da Natureza”. Através delas procuramos situar o processo de trabalho

como a atividade do homem cuja operacionalidade transforma a si e a natureza.

Pois como diz o próprio Marx, “o homem, ao produzir, só pode atuar como a

natureza, isto é, mudando as formas da matéria. E mais. Nesse trabalho de

transformação, é constantemente ajudado pelas forças naturais. ”(MARX, 1982, p.

50).

Portanto, os escritos de Marx e Engels são a base metodológica e de análise

para o desenvolvimento do presente texto, pois a reflexão aqui apresentada e que

aborda a questão do trabalho na sua dimensão ontológica, toma com pressuposto

que é pelo trabalho que o homem se torna homem, ou seja, o homem é o seu

próprio criador e, este é o princípio do trabalho e uma tese eminemente marxista.

O TRABALHO HUMANO

É nos meados do século XIX que Marx e Engels fazem uma análise rigorosa

e exaustiva das relações de trabalho na sociedade desta época que se configura

como capitalista. Marx, além da análise histórico-social que faz do trabalho, no

contexto desta sociedade, também o apresenta como uma categoria ontológica, ou

seja, aquela que vai dá conta de explicar que o homem é diferente dos outros

animais, e pela ação consciente do trabalho, é capaz de criar a sua própria

existência.

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Vejamos o que diz Marx sobre o trabalho nesta perspectiva:

“Antes de tudo, o trabalho é um processo entre o homem e a Natureza, um

processo em que o homem, por sua própria ação, media, regula e controla

seu metabolismo com a Natureza. Ele mesmo se defronta com a matéria

natural como uma força natural. Ele põe em movimento as forças naturais

pertencentes à sua corporalidade, braços e pernas, cabeça e mão, a fim de

apropriar-se da matéria natural numa forma útil para a sua própria vida, Ao

atuar, por meio desse movimento, sobre a natureza externa a ele e ao

modificá-la, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza. Ele

desenvolve as potências nela adormecidas e sujeita o jogo de suas forças

a seu próprio domínio. Não se trata aqui das primeiras formas instintivas,

animais, de trabalho. (…) Pressupomos o trabalho numa forma em que

pertence exclusivamente ao homem. Uma aranha executa operações

semelhantes às do tecelão, e a abelha envergonha mais de um arquiteto

humano com a construção dos favos de suas colméias. Mas o que

distingue, de antemão, o pior arquiteto da melhor abelha é que ele construiu

o favo em sua cabeça, antes de construí-lo em cera.” (MARX, 1983, p.149)

Neste sentido podemos afirmar que o que diferencia o homem dos outros

animais, é a sua capacidade de produzir para viver. No entanto, a ação do homem

não se faz somente em função das suas necessidades imediatas, pois ele é capaz

de antecipar na sua cabeça os caminhos que irá trilhar para executar as suas ações.

Desta forma, o trabalho possibilita ao homem ir além da pura natureza, contrapor-se

ao mundo material, dos objetos, com perspectivas de autonomia diante dela.

Voltando a Marx, vejamos agora como ele novamente coloca a questão do trabalho,

reafirmando a relação homem – natureza,

“o meio de trabalho é uma coisa ou um complexo de coisas que o

trabalhador coloca entre si mesmo e o objeto de trabalho e que lhe serve

como condutor de sua atividade sobre esse objeto, Ele utiliza as

propriedades mecânicas, físicas, químicas das coisas para fazê-las atuar

8

como meios de poder sobre outras coisas, conforme o seu objetivo. O

objeto do qual o trabalhador se apodera diretamente – abstraindo a coleta

de meios prontos de subsistência, frutas, por exemplo, em que somente

seus próprios órgãos corporais servem de meios de trabalho – não é o

objeto de trabalho, mas o meio de trabalho (…). Do mesmo modo como a

terra é sua despensa original, é ela seu arsenal de meios de trabalho.

Fornece-lhe, por exemplo, a pedra que ele lança, com que raspa, prensa,

corta, etc. “(…) (MARX, 1983, p. 150)

Portanto, podemos concluir a partir do que afirma Marx, que o trabalho é em

primeiro lugar, um processo de que participam igualmente homem e natureza, está

de fato colocando o homem numa relação de igualdade diante dela, isto é, um não

se sobrepõe ao outro.

Nesta perspectiva é importante considerar que até agora, todo o conjunto de

idéias apresentado sobre a questão do trabalho em Marx, mostra a relação que ele

faz do trabalho com a essência do homem. Isto é, o homem enquanto ser natural

vive sob a égide da necessidade e, quanto mais humano ele se torna, mais

necessidades ele cria, ampliando assim progressivamente o círculo destas

necessidades humanas. Elas podem ser de caráter natural, como: fome, sede, sexo,

frio, etc., quanto de caráter histórico – social. Como diz Marx,

“a fome é uma necessidade natural; necessita, portanto, de uma natureza

fora de si, de um objeto fora de si, para poder se satisfazer, para poder se

aplacar. A fome é uma necessidade objetiva que um corpo sente de um

objeto que existe fora dele e que é indispensável para a sua integração e

para a manifestação de seu ser.” (MARX, 1962, p. 116 – 117)

No entanto, ambas se encontram numa relação dialética e indissociável, pois

nela temos configurado o homem como ser criador e produtor. E a atividade que

possibilita esta relação é o trabalho. Isto significa dizer que no trabalho, homem e

9

objeto encontram – se numa relação mediata e mediada, e que se expressa

posteriormente numa ação concreta pensada.

Por isso, diz Marx no seu livro “O Capital”, quando define o trabalho como

uma atividade prática do homem direcionada para uma finalidade,

“no fim do processo do trabalho, aparece um resultado que já existia antes

idealmente na imaginação do trabalhador. Ele não transforma apenas o

material sobre o qual opera; ele imprime ao material o projeto que tinha

conscientemente em mira, o qual constitui a lei determinante do seu modo

de operar e ao qual tem de subordinar sua vontade. E essa subordinação

não é um ato fortuito. (…) ”(MARX, 1968, p. 202)

Entretanto, a partir da dominação da natureza para a produção da sua

existência material, o homem manifestou um “estranhamento” entre trabalhador e

trabalho em decorrência das condições criadas pela divisão social do trabalho e

também pela propriedade privada, sobretudo quando o produto do trabalho, antes

mesmo de o trabalhador realizar-se, pertence à outra pessoa que não o trabalhador.

“Tal fato implica apenas que o objeto produzido pelo trabalho, o seu

produto, opõe-se a ele como ser estranho, como um poder

independentemente do produtor. O produto do trabalho é o trabalho que se

fixou num objeto, que se transformou em coisa física, é a objetivação do

trabalho. A realização do trabalho constitui simultaneamente a sua

objetivação. A realização do trabalho aparece na esfera da economia

política como desrealização do trabalhador, a objetivação como perda e

servidão do objeto, a apropriação como alienação.”(MARX, 2003, p. 111-

112)

10

Nesse sentido, ao invés de se realizar com o seu trabalho, o trabalhador se

aliena nele, na medida em que perde a visão de totalidade das suas ações, pela

divisão exacerbada do trabalho. É esta outra faceta do trabalho que Marx vai tratar

como “auto-alienação do homem”, “alienação do trabalho”, isto é, tem a sua raiz na

alienação do trabalhador do produto do seu trabalho. Portanto, a alienação do

produto do trabalho do homem, leva a uma alienação do próprio homem.

Podemos ler nos ”Manuscritos”, que a alienação ocorre quando o

trabalhador não consegue discernir e reconhecer o produto do seu trabalho nas

formas sociais de produção, e também na própria atividade produtiva. Isto é, o

trabalho não pertence à natureza do trabalhador, mas é condição para que ele

sobreviva. O trabalho não constitui a satisfação de uma necessidade, mas apenas

um meio de satisfazer outras necessidades, ou seja,

“o trabalho externo, o trabalho em que o homem se aliena, é um trabalho de

sacrifício de si mesmo, de martírio. O seu caráter estranho resulta

visivelmente do fato de se fugir do trabalho, como da peste, logo que não

existe nenhuma compulsão física ou de qualquer outro tipo. Finalmente, a

exterioridade do trabalho para o trabalhador transparece no fato de que ele

não é o seu trabalho, mas o do outro, no fato de que não lhe pertence, de

que no trabalho ele não pertence a si mesmo, mas a outro.” (MARX, 2003,

p. 114)

No entanto, em Marx, o primado das categorias econômicas, decorre do

significado central da categoria do trabalho como estrutura fundante das relações

sociais e das relações humanas, ou seja, as relações econômicas e os resultados

advindos das suas análises e investigações devem ser identificados nas múltiplas

relações do trabalho na sua dimensão ontológica e constitutiva do mundo do

trabalho, pois se assim não o for, o trabalho deixa de constituir-se como essência

humana, como muito bem nos diz e queria Marx, e passa a determinar a existência

humana, pelo determinismo econômico.

11

Nesse sentido, usamos as palavras do próprio Marx:

“O processo de trabalho, como o apresentamos em seus elementos simples

e abstratos, é atividade orientada a um fim para produzir valores de uso,

apropriação do natural para satisfazer as necessidades humanas, condição

universal do metabolismo entre o homem e a natureza, condição natural

eterna da vida humana e, portanto, independente de qualquer forma dessa

vida, sendo antes igualmente comum a todas as forças sociais. Por isso,

não tivemos necessidade de apresentar o trabalhador em sua relação com

outros trabalhadores. O homem e seu trabalho, de um lado, a Natureza e

suas matérias, do outro, bastavam. Tão pouco quanto o sabor do trigo

revela quem o plantou, podem-se reconhecer nesse processo as condições

em que decorre se sob o brutal açoite do feitor de escravos ou sob o olhar

ansioso do capitalista” (…) (MARX, 1983, p. 153)

Desta forma, para finalizar, almeja-se com este texto, ter contribuído para

uma melhor compreensão do significado da categoria do TRABALHO no contexto do

materialismo histórico e, mais importante, instigado à leitura dos escritos do novo e

velho MARX.

12

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir das várias passagens dos textos de Marx e Engels é possível

identificar e compreender o trabalho na sua forma ontológica como a atividade vital

do homem, ou seja, o trabalho do homem é atividade de dominar a natureza, pois na

medida em que ele se apropria das forças naturais através do trabalho, faz com que

a natureza trabalhe com os interesses e com as necessidades humanas.

Essa dialética homem – natureza configura uma relação que pode ser vista

como a naturalização do homem e humanização da natureza, mediada pelo

trabalho. É a transformação da natureza e do homem através do trabalho.

Nesse sentido, o trabalho torna-se a categoria central e fundante do

materialismo histórico e também a categoria que possibilita a compreensão crítica da

condição social do mundo em que vivemos.

Portanto, reconhecemos nos textos de Marx e Engels, que a categoria do

trabalho é também uma das mais importantes para a compreensão das relações que

se estabelecem no interior da escola, da sociedade e para a compreensão dos

processos da educação.

Considerando que o propósito deste texto foi o de responder a questão

levantada sobre o que é o trabalho, e respondê-la através dos escritos de Marx e

Engels, concluímos afirmando que, assumir o trabalho na sua dimensão ontológica e

como princípio educativo, implica tomá-lo como atividade inerente ao homem,

enquanto expressão própria do homem que através dele transforma a natureza,

transformando a si próprio.

É fato que tratamos aqui do trabalho enquanto manifestação humana na

medida em que o homem para executá-lo “põe em movimento braços e pernas, as

forças naturais do seu corpo, a fim de apropriar-se das produções da natureza” (…)

(MARX, 1982, p. 202) e, sobretudo ao planejar as suas ações exerce total controle

sobre essa natureza. Este foi o nosso principal foco de análise.

13

Sabemos que Marx também trata do trabalho nas suas formas alienada e

alienante na relação capital – trabalho. No entanto, esta outra dimensão do trabalho,

configura-se como outro foco de análise e que exige o desenvolvimento de um

segundo texto a partir, obviamente, dos escritos de Marx.

14

REFERÊNCIAS

ENGELS, F. Dialética da natureza. São Paulo: Editora Alba Ltda., sem ano

MARX, K. Manuscritos econômicos- filosóficos. Tradução: W. Roces. México: Ed

Grijalbo, 1962

--------------- Manuscritos econômicos – filosóficos. São Paulo: Editora Martin

Claret, 2003

MARX, K. O Capital. Tradução: Reginaldo Sant „Anna. Rio de Janeiro: Ed.

Civilização Brasileira, 1968

------------ O Capital. Tradução: José Carlos Bruni. IN: Os Pensadores. São Paulo:

Abril Cutural, 1978

------------ O Capital. Tradução: Reginaldo Sant‟ Anna. São Paulo: Difel S.A, 1982

------------ O Capital. Tradução: Regis Barbosa e Flávio R. Kothe. São Paulo: Abril

Cultural, 1983

15

II PARTE

SISTEMATIZAÇÃO DAS AÇÕES PREVISTAS NO PROJETO E UTILIZAÇÃO DO

MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO

RESUMO

Este artigo tem por finalidade apresentar a reflexão sobre a implementação do

Projeto cujo título é “O princípio educativo do trabalho e o trabalho como princípio

educativo - explicitando o conceito na Educação Profissional”, com os estudantes da

Educação Profissional de um Colégio Estadual da rede pública de ensino do Paraná.

Foi desenvolvido através de uma proposta de trabalho intitulada “Caderno Temático”

que propõe a análise e a discussão sobre o trabalho como princípio educativo com

bases marxista. Possibilitar aos estudantes e professores a construção de

conhecimentos com bases teórico-metodológicas norteadas pelo princípio do

trabalho é o objetivo principal desse projeto. Os resultados foram surpreendentes

tendo em vista que nos Colégios que ofertam a Educação Profissional, existe ainda

uma grande dificuldade por parte dos professores e estudantes de compreender que

o trabalho é o eixo norteador da proposta pedagógica da Educação Profissional.

Utilizou-se para o desenvolvimento desta proposta de trabalho, os instrumentos de

leitura, análise e escrita de textos.

PALAVRAS – CHAVES

Educação Profissional, trabalho, proposta pedagógica, estudantes e marxista.

16

ABSTRACT

This article aims to present reflections on the implementation of the project whose

title is “the principle of educational work and work as an educational principle

explaining the concept in professional education”, to students of professional

education for a state college's public schools do Paraná.

It was developed by a working proposal titled “thematic dossier” that proposes the

analysis and discussion about working as an educational principle with Marxist

foundations. Provide students and teachers to build knowledge bases with theoretical

methodological guided by the principle of work is the goal of the project The results

were surprising given that the colleges that offer vocational education, there is still a

major difficulty for teachers and students understand that work is the guiding line of

the educational proposal of professional education. It was used to develop this proposal

for work, reading instruments, analysis and writing of texts.

KEYWORDS

Professional education, work, pedagogical, students, Marxist

17

INTRODUÇÃO

A proposta “Fundamentos Políticos e Pedagógicos da Educação

Profissional/SEED-PR”, tem como eixo principal o TRABALHO como princípio

educativo, além dos princípios da Ciência, Cultura e Tecnologia. Com base nesses

pressupostos e principalmente do Trabalho na perspectiva marxista, elaborou-se um

Projeto para ser desenvolvido com os estudantes da Educação profissional, num

Colégio da rede pública estadual de ensino, através do PDE – Programa de

Desenvolvimento Educacional.

O referido Projeto trabalhou com a explicitação dos eixos estruturantes da

proposta mencionada anteriormente, com o objetivo de possibilitar a sua

compreensão, tomando como princípio norteador o conceito de Trabalho na sua

dimensão ontológica. Nesse caso, a literatura que deu suporte a essa discussão e

análise junto aos estudantes, é de fundamento marxista.

Para o desenvolvimento e a implementação desse Projeto com os estudantes

da Educação Profissional, foi elaborado material didático pedagógico denominado

“Caderno Temático”, que objetiva proporcionar aos professores, pedagogos e

estudantes a reflexão sobre a questão do Trabalho na Educação Profissional,

trazendo discussões teóricas sobre o Trabalho como princípio educativo. Além

disso, objetivou-se ainda o seu posterior uso como material de apoio pedagógico

para professores e pedagogos.

Para tal, elaboraram-se várias atividades na perspectiva de subsidiar o

trabalho dos professores e pedagogos da Educação profissional, tendo em vista que

a sua formação não lhes permite a compreensão da categoria do trabalho como

fundante da Educação profissional na sua dimensão humana (ontológica). Portanto,

todas as atividades propostas no Caderno Temático tiveram como principal objetivo

oportunizar os profissionais que trabalham na Educação Profissional, o

redimensionamento do seu percurso formativo para que seja possível trabalhar com

os estudantes uma formação integral e politécnica. Superar o viés de que o trabalho

18

prepara só para o mercado e oportuniza a empregabilidade, é uma reflexão

necessária e que permeia a discussão e análise proposta nesse material e que foi

desenvolvida com os estudantes da Educação Profissional, do CE Loureiro

Fernandes.

Nesse caso, o presente artigo, tem como objetivo principal mostrar o

desenvolvimento do Projeto de Intervenção Pedagógica, através do instrumento

Caderno Temático, na perspectiva de apresentar como os estudantes e os

professores, principalmente os estudantes se manifestaram diante da reflexão

proposta pelos textos apresentados, lidos, analisados e discutidos. Essa foi uma

contribuição significativa ao incentivo da escrita e da leitura dos autores clássicos

Marx e Engels, como dos autores modernos que tratam da temática do trabalho

como princípio educativo, norteados pela teoria marxista.

O PROJETO

O Projeto foi implementado na perspectiva de proporcionar a reflexão aos

estudantes sobre o TRABALHO na sua dimensão ontológica pensada por Marx e

Engels. Essa concepção de Trabalho toma como pressuposto que é pelo Trabalho

que o homem se torna homem, ou seja, que o homem é o seu próprio criador. No

entanto, a discussão sobre a questão do Trabalho, ultrapassou a sua análise

enquanto categoria ontológica, na medida em também foi apresentado como

atividade que pode ser penosa ao homem e que o avilta quando o aliena de si

mesmo e dos produtos resultantes do seu trabalho que Marx chama de mercadoria.

A proposta de trabalho com o Projeto tem como foco principal desenvolver

estudos de aprofundamento teórico com os estudantes da Educação Profissional-

Curso Técnico médio – subseqüente de um Colégio Estadual da região central de

Curitiba, através de estudos, análises e discussões do conceito de TRABALHO

como princípio educativo, na sua dimensão ontológica.

19

Para o desenvolvimento desses estudos, análises e discussões, elaborou-se

material didático intitulado: “Caderno Temático”, cujas atividades estão articuladas

ao Projeto de Intervenção Pedagógica do PDE – Programa de Desenvolvimento

Educacional de 2009.

O referido Caderno está estruturado e organizado de forma que permite aos

seus usuários uma reflexão acerca da temática, através da leitura e análise dos

textos nele propostos.

Os textos que ora se apresenta foram lidos e discutidos pelos estudantes a

partir de uma proposta metodológica cujos encaminhamentos estabelecem

estratégias de trabalho tais como: leitura dos textos, problematização sobre os

textos e a síntese dos textos lidos.

“O trabalho como princípio educativo frente às novas tecnologias”, do prof.

Dermeval Saviani, foi o primeiro texto a ser lido, analisado e discutido. O segundo foi

“O trabalho como princípio educativo” da profª Acácia Kuenzer. Em seguida

analisou-se ainda “Trabalho, ciência e cultura: conceitos estruturantes do Ensino

Médio” de Marise N. Ramos. Outro texto muito importante nesse debate foi

“Concepções e mudanças no mundo do trabalho e o Ensino Médio”, do prof.

Gaudêncio Frigotto. Na perspectiva de análise sobre o trabalho no mercado de

trabalho, discutiu-se o texto do prof. Vitor H. Paro, “Parem de preparar para o

mercado de trabalho!!! Reflexões acerca dos efeitos do neoliberalismo sobre a

gestão e o papel da escola básica”. “E por último, organizou-se uma coletânea de

fragmentos de textos de Marx e Engels extraídos dos livros: “O Capital”,

“Manuscritos econômico-filosóficos”, Manifesto do Partido Comunista” e outros.

É importante que se relate a participação e o envolvimento dos estudantes

nesses estudos, tendo em vista que essa foi uma proposta de trabalho totalmente

diferenciada da rotina de atividades da escola.

A princípio, encontrou-se certa resistência com a proposição da leitura dos

textos, tendo em vista que os mesmos trazem uma abordagem e principalmente

uma linguagem alheia ao cotidiano dos estudantes (trata-se de estudantes do Curso

Técnico de Segurança do Trabalho – subseqüente). No entanto, à medida que os

20

textos iam sendo explicitados, a discussão tornava-se interessante. Nesse caso a

proposta de trabalho cumpriu o seu objetivo.

A escrita (síntese) dos textos foi outra situação que criou certo impacto no

desenvolvimento do trabalho. Após a leitura e análise e discussão dos textos, um a

um foi solicitado uma síntese tendo uma problematização como norteadora. No

entanto, a dificuldade de escrita dessas sínteses, apontou como uma necessidade

ainda das escolas investirem significativamente na leitura e escrita como ações

metodológicas principais nas salas de aulas e em todas as disciplinas do currículo.

O que se percebe é que os relatos orais expressam melhor a compreensão

do lido, discutido e analisado, porém, no momento de transcrever as idéias

apresentadas de forma oral para o texto, os conhecimentos básicos de como

escrever um texto, fazem falta.

Nesse contexto, é importante que se esclareça que apesar desses pequenos

entraves, os estudantes se envolveram de forma significativa na proposta de

trabalho. A cada encontro previsto para a análise e a discussão dos textos

propostos, faltou tempo, tendo em vista a empolgação dos mesmos e a necessidade

de se colocarem diante do assunto em pauta.

Nesse sentido, e para referendar as afirmações anteriores, é importante que

se apresente a transcrição de alguns trechos dos textos escritos pelos estudantes e

que representam a sua compreensão da temática trabalhada através da proposta do

Projeto durante a sua implementação.

Do primeiro texto apresentado: “O trabalho como princípio educativo frente

às novas tecnologias”, do prof. Saviani, temos a seguinte análise para a reflexão

proposta: “Destaque do texto qual a afirmação do autor que mais contribuiu para a

sua compreensão do trabalho como princípio educativo e explique a sua escolha”.

“Educa-se através de múltiplas organizações, não apenas através da

escola. Educa-se, por exemplo, através dos sindicatos, partidos políticos

21

das associações de pais, das associações dos mais diversos tipos. Educa-

se através do trabalho, através da convivialidade do relacionamento

informal das pessoas entre si”. “Não só a escola ensina tudo o que o

homem deve aprender, mas sim na maioria das atividades o homem está

aprendendo algo diferente do que se ensina na escola.” (sic)

Do segundo texto: “O trabalho como princípio educativo”, da profª Acácia

Kuenzer, perguntamos: “No seu texto a autora propõe um novo ensino de 2º grau.

Em que bases está estruturado esse novo ensino? Explique”. Temos como resposta

de um dos estudantes, o seguinte:

“Está estruturado na politecnia. “O trabalho estará comprometido com os

interesses da classe trabalhadora e será tomado como princípio educativo.”

(sic)

Do texto seguinte intitulado: “Trabalho, ciência e cultura: conceitos

estruturantes do Ensino Médio”, de Marise N. Ramos, pergunta-se o seguinte:

“Destaque do texto, trechos que você considera importantes para a compreensão do

conceito de trabalho como princípio educativo.” Obtivemos a seguinte resposta:

“Segundo Marise N Ramos o conceito de trabalho, ciência e cultura como

aqueles que estruturam as finalidades do ensino médio e que, portanto,

orientam a organização curricular e as práticas pedagógicas que dão

materialidade ao processo formativo nesta etapa da educação básica. O

trabalho é o princípio educativo no ensino médio na medida que coloca

exigências específicas para o processo educativo. “A concepção de trabalho

22

associa-se a concepção de ciência: conhecimentos produzidos e

legitimados socialmente ao longo da história.” (sic)

O quarto texto analisado e discutido foi o do prof. Gaudêncio Frigotto:

“Concepções e mudanças no mundo do trabalho e o Ensino Médio”, do qual se

solicitou explicação para a seguinte afirmação do autor: “O trabalho, então, de

atividade produtora imediata de valores de uso para os trabalhadores, se reduz à

mercadoria e tende a se confundir com emprego”. Apresenta-se a resposta de um

dos estudantes bem pertinente à questão:

“De acordo com Gaudêncio Frigotto, o trabalho passou a transformar-se em

mercadoria oferecido aos detentores do poder aquisitivo (capital), deixando

de lado seu ideal inicial: dignificar o homem. Passou também a ser visto

como método de acumulação de lucros para os capitalistas, que segundo o

texto são os detentores do capital, sob a falsa idéia de que proletários e

capitalistas estão em situação de igualdade e que o primeiro vende sua mão

de obra por vontade própria, não por necessidade sendo então, produtora

imediata de valores de uso próprio do trabalho. Hoje, se reduz à

mercadoria, onde quem tem a mão de obra (trabalhador) tenta

supervalorizá-la, enquanto quem detém o poder aquisitivo (capitalista)

procura lucrar o máximo possível sobre o trabalho realizado.” (sic)

Do quinto texto: “Parem de preparar para o mercado de trabalho!!! Reflexões

acerca dos efeitos do neoliberalismo sobre a gestão e o papel da escola básica”, de

Vitor H. Paro, pergunta-se: “Você compreende como pertinente a preocupação do

autor quanto o papel da escola em preparar para o mercado de trabalho? Explique”.

Temos como resposta o seguinte:

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“A preocupação do autor torna-se pertinente quando questiona o método

de ensino e o fim que ele prevê. Adiverte que a educação é uma atualização

histórica de cada indivíduo, a qual tem por objetivo prover os indivíduos e os

elementos culturais necessários para viver na sociedade que pertence.

Porém, a escola tem sido usada como instrumento de consumo, com maior

valor econômico do que educacional, tudo isso sustentado no argumento

equivocado. De que ela é a causa, e a conseqüência da ascensão social.

Tudo isso poderia ser resumido como uma crítica ao método de ensino que

visa apenas suprir as necessidades do capitalismo.”(sic)

E por último, da coletânea de fragmentos de textos de Marx e Engels

extraídos dos livros: “O Capital”, “Manuscritos econômico-filosóficos”, Manifesto do

Partido Comunista” e outros, se solicita que explique o que é o TRABALHO,

considerando os conceitos apresentados por Marx e Engels nos seus textos.

Vejamos a resposta apresentada por um dos estudantes.

“Desde o princípio o trabalho existe, quando o homem primitivo saia para

cassar, pescar ou colher frutas já é considerado trabalho, ao se utilizar de

um galho de arvore para apanhar uma fruta em um lugar mais alto tornando

o galho extensão de sua mão, ou seja, utilizando da natureza, recursos que

ela lhes fornece, se adaptando ao meio em que vive, como a abelha que

produz a colméia, isso é o que ela faz sempre, porque é o extinto, é o que

aprendeu a fazer isso a vida toda, já o homem difere do animal, pois usa a

natureza ao seu favor, tem o poder de planejar e transformar a natureza em

beneficio próprio através do trabalho. Podemos dizer que trabalho é o

esforço humano, utilizando da força física (braços e pernas) e também

mental para transformar seja a natureza seja o ambiente que vive.” (sic)

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RESULTADOS

Após o término da implementação do Projeto e conclusão das atividades

propostas no Caderno Temático, pode-se deduzir que o mesmo cumpriu os seus

objetivos. E para melhor referendar essa posição apresentam-se algumas

considerações feitas pelos estudantes na perspectiva da avaliação e diagnóstico

quanto à contribuição das leituras e discussões dos textos, para uma melhor

compreensão da questão do TRABALHO no mundo do trabalho e para a sua

profissionalização.

Questões:

“Durante a implementação do Projeto PDE, realizamos o estudo e a

discussão de vários textos e autores. Você considera importante esse estudo e

discussão para a sua profissionalização? Por que”?

“Dos autores lidos e discutidos qual você considera que mais contribuiu para

a compreensão do trabalho como princípio educativo? Por que”?

“Escreva a sua avaliação sobre a realização das leituras e debates dos

textos”.

“Acho importante sim, pois muitos autores nos mostraram como nos

comportar e agir perante várias situações. Marx foi o autor no qual mais me

chamou atenção, pois ele mostra toda a situação de uma pessoa na

civilização. A leitura e debates foram bons para esclarecer muitas dúvidas

sobre muitos assuntos do dia a dia”. (sic)

“Considero importante, pois deu pra ver e entender os princípios da

educação e do trabalho e também do emprego. Marx, porque a leitura dos

textos dele é mais compreensíveis, uma leitura mais fácil de fazer. Os

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debates foi um tanto quanto complicado e as leituras foi difícil pra mim pois

os textos eram complicados de ler e compreender, mas mesmo assim

aprendi coisas que ainda não tinha conhecimento”. (sic)

“Importante sim, apesar de alguns textos tem palavras que não são do

conhecimento de todos, sempre tem algo a se aprender em qualquer leitura.

Todos tem a sua parceria na importância do trabalho como princípio

educativo. Mais é difícil escolher um só pois todos são muito detalhistas e

complexos nos textos. O assunto é interessante, mais acredito que tivemos

pouco tempo para os debates”.(sic)

“Foi importante, por que jamais eu sabia da preocupação com o trabalho ou

seja coincidiu muito com o curso que estamos fazendo o que representa o

trabalho para nós, por que existe o trabalho e como devemos encarar o

trabalho. Eu particularmente gostei muito dos textos do Frigotto e do Paro.

Para mim foi novidade eu não sabia que existia essa preocupação com o

estudante e a preparação para o trabalho preparar o estudante para a vida

e para o mercado de trabalho. Resumindo depende muito do desempenho

do aluno no mercado competitivo, ou seja, um bom aluno, sempre consegue

as melhores colocações no mercado de trabalho”. (sic)

Esses são depoimentos feitos pelos estudantes e que demonstram a

trajetória do trabalho durante o desenvolvimento e a implementação do projeto.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a implementação do Projeto e dos resultados apresentados, é possível

concluir que a proposta de trabalho foi bem aceita pelos estudantes, apesar da

coletânea de textos que norteou toda a discussão, ser até aquele momento,

totalmente desconhecida por eles.

Nesse sentido, pode-se deduzir que o objetivo de possibilitar aos estudantes

e professores a reflexão sobre trabalho como princípio educativo, foi atingido na

medida em que os textos (depoimentos) deles revelam outra compreensão acerca

da temática.

Na perspectiva de oportunizar aos estudantes uma formação profissional

integral e politécnica, é que se pensou em desenvolver a análise e a reflexão sobre

o trabalho enquanto categoria constitutiva do ser social.

Sendo assim, ao finalizar com os estudantes as atividades propostas no

Projeto, considera-se que os fundamentos básicos sobre as bases em que se

assenta o trabalho na sociedade capitalista, foram apropriados.

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REFERÊNCIAS

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KUENZER, A. Z. Exclusão includente e inclusão excludente – a nova forma de dualidade estrutural que objetiva as novas relações entre educação e trabalho. IN: LOMBARDI, J.C.; SAVIANI, D.; SANFELICE, J. L. (orgs) Capitalismo, trabalho e educação. 3. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2005.

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Paulo: Ed. Cortez, 1988.

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___________ Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.