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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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A IMPLEMENTACÃO DO

CURRÍCULO DISCIPLINAR NAS ESCOLAS ESTADUAIS DO PARANÁ

Disponível: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/... Acesso em: 06/06/2010 LONDRINA 2009/2010

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA – UEL

AUTORA: HELENA DOS SANTOS MENDES

PDE - PEDAGOGIA NRE - APUCARANA

ORIENTADORA: Prof.ª Ms. ISABELE FIORELLI SILVA

LONDRINA 2009/2010

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AGRADECIMENTOS

A DEUS que me ensina a todo o momento, com direito a erros, acertos e no final ainda com direito à recuperação. Ao meu esposo Clélio, a minha filha Gabriele Maria e ao meu filho Clélio Antonio de Souza Filho pela compreensão. A Profª. Isabelle Fiorelli Silva pelas orientações. A Profª. Maria Aparecida Mendonça pela correção gramatical. A Profª. Afife Maria dos Santos Mendes Fontanini pela organização e arte. Aos amigos e professores do curso PDE 2009/2010 pelo incentivo, troca de conhecimentos e amizade. A todos que de uma forma ou de outra colaboraram para que este trabalho fosse realizado.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.....................................................................................5

INTRODUÇÃO..........................................................................................6

UNIDADE 1

A questão da sobrevivência, da escola, da educação e do currículo.......................8

Referências Bibliográficas..........................................................................................13

Atividade da Unidade 1.................................................................................14

UNIDADE 2

Currículo e o papel do professor....................................................................15

Referências Bibliográficas..........................................................................................19

Atividades da Unidade 2...............................................................................20

UNIDADE 3

Colocando em prática o Currículo Disciplinar...................................................21

Referências Bibliográficas..........................................................................................28

Atividades da Unidade 3...............................................................................29

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APRESENTAÇÃO

Este trabalho faz parte do Programa de Desenvolvimento Educacional –

PDE, instituído pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED) em

parceria com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

(SETI), como “uma política pública que estabelece o diálogo entre professores da

Educação Superior e os da Educação Básica, através de atividades teórico-práticas

orientadas, tendo como resultado a produção de conhecimentos e mudanças

qualitativas na prática escolar pública paranaense” (SEED./O que é PDE./Disponível

em: <http:/www.pde.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/informativos/informativo.pde-01,pdf>

Acesso em: 30/06/2010).

O programa é constituído de várias atividades, entre elas, está a

construção de uma produção didático-pedagógica a ser elaborada para a utilização

durante o processo de implementação do projeto de intervenção pedagógica

elaborado a partir da intenção manifestada pelo professor do PDE e do diagnóstico

realizado na escola em que atua, tendo necessariamente, um professor orientador

da Instituição de Ensino Superior (IES), neste caso a Universidade Estadual de

Londrina (UEL), ao qual está vinculado.

Considerando a natureza do projeto, optou-se pela produção de um

Caderno Pedagógico, por hora aqui apresentado, composto por textos que devem

contemplar o objeto de estudo do professor do PDE, complementado por sugestões

de atividades e encaminhamentos metodológicos.

A Autora.

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INTRODUÇÃO

A busca da humanidade pela sobrevivência, leva-nos à transmissão e

produção de conhecimentos. Desta necessidade é que surge a figura do professor,

profissional responsável pela grande tarefa de ensinar. Criam-se escolas, no

entanto, apenas para alguns.

Com o passar do tempo, ampliam-se o número de pessoas a serem

atendidas pela educação por “direito”, o que representou a possibilidade de domínio.

Criam-se fórmulas (currículo) para que se efetive a transmissão e

produção de conhecimentos. Refazem-se propostas curriculares e, é claro, visando

alcançar melhores resultados.

Somente a “consciência de mundo” desenvolvida por cada um dos seres

humanos poderá, ao longo do percurso, garantir os retornos positivos, ou seja, a

sobrevivência. E é nesse sentido que se deve orientar a construção dos currículos

das escolas da Rede Estadual de Educação do Paraná.

Dessa forma, em continuidade ao Projeto de Intervenção Pedagógica na

Escola, direcionado ao corpo docente (professores) e professores pedagogos, este

caderno tem como objetivo: servir de apoio para a aplicação prática em um curso de

capacitação oferecido pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), aos

professores da Rede Estadual de Ensino da cidade de Apucarana, mais

especificamente, aos professores do Colégio Estadual Nilo Cairo – Ensino

Fundamental, Médio e Normal e demais profissionais da área que demonstrarem

interesse.

O caderno é composto por três textos: divididos em unidades elaboradas

de acordo com as pesquisas bibliográficas. Cada unidade enfatiza um aspecto

conceitual e ainda traz sugestões de atividades.

A primeira unidade preocupa-se com: “A questão de sobrevivência, da

escola, da educação e do currículo”, representando uma introdução a uma temática

maior, ou seja, “A implementação do currículo disciplinar nas escolas estaduais do

Paraná”.

A segunda unidade é direcionada à análise do: “Currículo e o papel dos

professores”, em que o foco é a questão da construção de um currículo elaborado

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entre os anos de 2004 e 2008 pela Rede Estadual de Ensino do Paraná e ainda o

papel dos professores desta rede.

A terceira e última unidade contempla a questão: “Colocando em prática

o currículo disciplinar”, que aborda o planejamento e conhecimento sobre o Projeto

Político Pedagógico (PPP) ligado a uma Proposta Pedagógica Curricular, ou seja, às

Diretrizes Curriculares Estaduais, ao Plano de Trabalho Docente e ao Plano de Ação

da Escola embutido no Projeto Político Pedagógico. Também sugere plano(s) de

aula(s) ou unidades temáticas quando utilizadas de acordo com o modelo elaborado

de uma didática, pelo professor João Luis Gasparin para a Pedagogia Histórico-

Critica. Versa ainda sobre a questão do uso de tecnologias que podem contribuir

para efetivacão de um melhor trabalho e ainda sobre o pertencer de um profissional

com relação às ideias que se propõe.

O objetivo desse trabalho é auxiliar na implementação da proposta de um

currículo, em especial do Currículo do Estado do Paraná, dando subsídios aos

professores em sua prática e ainda servir de estímulo para um maior

aprofundamento da questão aqui abordada.

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A QUESTÃO DA SOBREVIVÊNCIA,

DA EDUCAÇÃO, DA ESCOLA E DO CURRÍCULO

Disponível em: http://www.corbis.com.br Acesso em: 07/06/2010

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As grandes mudanças científico-tecnológicas, econômicas e políticas

influenciam a organização da sociedade e repercutem na escola.

Nas escolas públicas do Paraná tal repercussão é recorrente. O papel dos

professores sofre muitas influências oriundas do contexto mais amplo. As políticas

educacionais estão presentes nas suas formas de agir e atuar.

A educação é própria dos seres humanos e se caracteriza por sua

natureza em um trabalho não material com um objetivo, adequado a uma finalidade,

com uma intenção, ou seja, a busca pela sobrevivência.

Há cerca de 4.500 anos foi criada a escola. Os seres humanos

matriculam-se ou são matriculados nas escolas por vários objetivos. Porém,

segundo Lima (2008, p.17), “a existência da escola cumpre um objetivo

antropológico, ou seja, o de garantir, a continuidade da espécie, socializando para

as novas gerações as aquisições e invenções resultantes do desenvolvimento

cultural da humanidade”.

Citando Lima (2008, p.17),

em nossa espécie, o adulto detém um papel importante, culturalmente determinado, de garantir esta continuidade. A espécie humana subsiste, exatamente, pela transmissão que seus membros mais velhos fazem aos bebês, às crianças pequenas e aos jovens das ações humanas, dos conhecimentos, dos valores, da cultura. Na escola, esta ação do adulto se revela como a função pedagógica que o professor tem de possibilitar, a apropriação do conhecimento sistematizado.

Assim, a figura do professor é impar, necessitando um grande

comprometimento. É na escola, que ele irá colocar em prática tudo aquilo que

adquiriu e se preparou, se prepara e continuará se preparando para o resto de sua

vida profissional.

Segundo Veiga (2000),

a escola como uma instituição social, dimensiona a educação de um ângulo formal e sistemático, constituída de uma forma conservadora e outra progressista. Conservadora quando faz o cultivo individual, preparando o homem para o desempenho de papéis sociais, facilitando a divisão técnica e social do trabalho, reforçando as desigualdades sociais. Progressista quando parte do princípio de que a educação escolar é parte integrante da sociedade, da estrutura social, e busca a preparação do indivíduo para a vida sociopolítica e cultural, seu ideal é a emancipação do homem.

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Estas formas de educação constituem pedagogias nas formas de ensinar

chamadas uma Progressista e a outra Liberal. A Pedagogia Liberal justifica o sistema capitalista, sua ênfase se dá

na defesa da liberdade, dos direitos e interesses individualistas na

sociedade, forma de organização social baseada na propriedade

privada dos meios de comunicação. Teoria não-crítica, que

predominou entre 1549-1985, sendo dividida em Tradicional, Escola

Nova Diretiva, Escola Nova Não-diretiva e Tecnicista.

Enquanto que na Pedagogia Progressista a escola é condicionada

pelos aspectos sociais, políticos e culturais, mas contraditoriamente

existe nela um espaço que aponta a possibilidade de transformação

social. A educação possibilita a compreensão da realidade histórico-

social e explicita o papel do sujeito construtor/transformador dessa

mesma realidade e sustenta a finalidade sócio-política da educação.

Periodo de dominância 1960-1990, dividindo-se em: Libertária,

Libertadora e Histórico-Critica.

Os professores são alguns dos responsáveis pela função pedagógica de

possibilitar a apropriação do conhecimento formal pelos alunos, dentro de um

espaço e um tempo separado da vida cotidiana. Ensinar, hoje, exige dos professores

saberes diferentes, em relação aos professores que ensinaram há 20 anos ou até

mais. As mudanças culturais rápidas refletem necessidades novas nas gerações,

que apresentam peculiaridades nas formas de pensamento, comportamento e

aprendizagem.

As Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica do Estado do

Paraná (2008, p.14) afirmam que,

esta mesma geração é fruto de seu tempo histórico, das relações sociais em que está inserida, mas é também um ser singular, que atua no mundo a partir do modo como o compreende e como dele lhe é possível participar. Muitas vezes aprende coisas fora da escola de forma descontextualizada, não muito segura, superficial, contraditórias o que não lhes permite ganhos em termos de conhecimentos para a vida. Ao serem matriculados e estarem frequentando uma escola precisam ser vistos desta maneira como alguém que traz uma bagagem de conhecimentos, porém, muitas vezes não um conhecimento científico, formal, seguro que lhes permita emancipação enquanto sujeitos de uma história.

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Segundo Lima (2008, p. 18), um Currículo que pretende ser democrático

deve visar a humanização de todos porque

humanizar é o processo pelo qual todo ser humano passa para se apropriar das formas humanas de comunicação, para adquirir e desenvolver os sistemas simbólicos, para aprender a utilizar os instrumentos culturais necessários para as práticas mais comuns da vida cotidiana até para a invenção de novos instrumentos, para se apropriar do conhecimento historicamente constituído e das técnicas para a criação nas artes e criação nas ciências. Processo de humanização implica, igualmente, em desenvolver os movimentos do corpo para a realização de ações complexas como necessárias para a preservação da saúde, para as práticas culturais, para realizar os vários sistemas de registro, como o desenho e a escrita.

Pode-se acrescentar ainda práticas culturais de transmissão de

conhecimentos relacionados à alimentação, preservação ambiental, políticos, sociais

e, por conseguinte, a preservação da espécie humana.

“Os alunos na escola devem adquirir conhecimentos, voltados ao seu

desenvolvimento pessoal e ético, de costume, que corresponde a uma disposição

natural, mas que é adquirido ou conquistado por hábito” (VASQUES, 2005, p.24),

um conjunto sistemático de conhecimentos racionais e com objetivos, ou seja,

conhecimentos colocados a serviço do bem comum e de toda a espécie humana.

A escola para cumprir os seus objetivos utiliza-se do Currículo, como

define Sacristán; Gómez (1998, p. 125), O termo currículo provém da palavra latina currere, que se refere à carreira, a um percurso que deve ser realizado e, por derivação, a sua representação ou apresentação. A escolaridade é um percurso para os alunos/as, e o currículo é seu recheio, seu conteúdo, o guia de seu progresso pela escolaridade. Ainda que o uso do conteúdo do termo remonte à Grécia de Platão e Aristóteles, entra em cheio na linguagem pedagógica quando a escolarização se torna uma atividade de massas (Hamilton e Gibson, 1980. Citado por Goodson, 1989, p.13), que necessita estruturar-se em passagens e níveis. Aparece como problema a ser resolvido por necessidades organizativas, de gestão e de controle do sistema educativo, ao necessitar uma ordem e uma seqüência na escolarização. Um sistema escolar complexo, frequentado por muitos alunos/as, deve organizar-se, e servindo a interesses sociais com conseqüências tão decisivas, tende a ser controlado inevitavelmente. Implica, pois, a idéia de regular e controlar a distribuição do conhecimento. Além de expressar os conteúdos do ensino – o que é e, por isso mesmo, o que não é o objeto de ensino -, estabelece a ordem de sua distribuição. É óbvio, que tem certa capacidade reguladora da prática, desempenhando o papel de uma espécie de partitura interpretável, flexível, mas de qualquer forma determinante da ação educativa.

Quando se tem oportunidade de vivenciar a discussão democrática, como

foi entre 2004 e 2008 no Estado do Paraná, onde todas as escolas estaduais

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participaram da construção das novas Diretrizes Curriculares da Educação Básica,

compreende-se que os currículos não são conteúdos prontos a serem passados aos

alunos, aliás, devem ser vistos como uma construção e seleção de conhecimentos e

práticas produzidas em contextos concretos e em dinâmicas sociais, políticas e

culturais, intelectuais e pedagógicas. Conhecimentos e práticas expostos às novas

dinâmicas e reinterpretados em cada contexto histórico.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIMA, Elvira Souza. Indagações sobre currículo: currículo e desenvolvimento

humano / [Elvira Souza Lima]; organização do documento Jeanete Beauchamp,

Sandra Denise Pagel, Aricelia Ribeiro do Nascimento. – Brasília: Ministério da

Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008.

VEIGA, I. P. A. Escola fundamental, currículo e ensino. São Paulo: Papirus, 2000.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da

Educação Básica. Departamento de Ed. Básica, 2008.

SACRISTÁN, J. Gimeno. Compreender e transformar o ensino / J. Gimeno

Sacristán e A. I. Perez Gomes; trad. Ernani F. da Fonseca Rosa – 4. ed. - ArtMed,

1998.

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ATIVIDADE DA UNIDADE 1

1- Elabore uma resenha com base no texto “A questão da sobrevivência, da educação, da escola e do currículo”.

Disponível: Clip-art (Microsoft Word 2003) – 18/07/2010.

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O CURRÍCULO E O PAPEL DO PROFESSOR

Disponível em: http://www.diaadiaeducação.pr.gov.br Acesso em: 07/06/2010

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Não há que desesperar do homem. Os meninos continuam a ser a esperança e promessa da humanidade. O que podemos fazer por eles? São muitos os caminhos possíveis. Cada educador há de encontrar um jeito de caminhar na aventura de transformar a si próprio, o outro, a comunidade, as relações entre as pessoas, para que um dia seja possível às futuras gerações viver a dignidade da existência humana. (SERRÃO Y BALLEIRO, 1999).

No Estado do Paraná de 2004 a 2008 a Secretaria de Estado da

Educação (SEED) por força de um movimento iniciado na década de oitenta, que

provocou a definição regional ou local de Diretrizes Curriculares, promoveu vários

encontros, simpósios e semanas de estudos pedagógicos para a elaboração dos

textos das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, portanto, estas são “fruto”

de uma discussão coletiva.

No entanto, precisa-se ainda na prática trabalhar as necessidades da

escola a partir de seus limites e avanços. Será que na prática todos os envolvidos

estão cientes de que ao longo destes anos foi construída uma nova proposta de

Currículo e em que isto implica? Professores docentes e professores pedagogos da

Rede Estadual do Paraná estão cientes quanto isto significa e qual o papel que cabe

a cada um destes profissionais para a implementação deste currículo?

Na Lei Complementar nº. 103/2004 - PR, que institui e dispõe sobre o

Plano de Carreira dos Professores da Rede Estadual de Educação Básica do

Paraná, publicado no Diário Oficial nº. 6687 de 15/03/2004, o professor é o servidor

público que exerce docência, suporte pedagógico, direção, coordenação,

assessoramento, supervisão, orientação, planejamento e pesquisa exercida em

Estabelecimento de Ensino, Núcleos Regionais da Educação, Secretaria de Estado

da Educação e unidades a ela vinculadas. Docência é a atividade de ensino

desenvolvida pelo professor, direcionada ao aprendizado do aluno e

consubstanciada na regência de classe. Para o exercício do cargo de professor nas

atividades de coordenação, administração escolar, planejamento, supervisão e

orientação educacional é exigida a graduação em Pedagogia, ou seja, são estes os

chamados professores pedagogos.

Então, pode-se afirmar que o professor docente e professores pedagogos

da Secretaria Estadual de Educação do Paraná desempenham funções com um

diferencial, no entanto com um único propósito, ou seja, a implementação do

currículo, currículo elaborado entre os anos de 2004 e 2008, com a participação

destes próprios profissionais.

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Muitas vezes, no decorrer do trabalho docente alguns profissionais

perdem o foco do “objetivo geral”, o que prejudica a compreensão do processo de

construção de um currículo de forma democrática. É por isso que, acontece de na

prática alguns educadores estarem trabalhando, durante muito tempo, fora da

coletividade, apenas fazendo por fazer, deixando de ter um “objetivo geral” para a

prática docente.

É necessário sempre estarmos recordando qual o propósito do trabalho e

qual o papel que cada um deve assumir para a implementação do que se propõe em

decorrência do que foi construído. Para se conseguir as respostas, algumas vezes,

precisa-se recorrer a Leis, documentos, leituras, estudos, ajuda de pessoas mais

experientes, cursos etc. Tudo isso deve ser desenvolvido buscando-se um objetivo e

a constante formação continuada.

Quando se constrói uma proposta vai-se ao encontro de uma forma de

currículo que busque uma educação fundada na possibilidade de tornar a escola e o

conhecimento escolar uma via de emancipação humana.

As disciplinas de: Arte, Biologia, Ciências, Educação Física, Ensino

Religioso, Filosofia, Física, Geografia, História, Língua Estrangeira Moderna, Língua

Portuguesa, Matemática, Química e Sociologia são disciplinas de tradição curricular

onde os conteúdos se explicitam e carregam uma marca política.

Dessa forma, como estão nas Diretrizes (2008, p.25) datadas e

interessadas, as disciplinas devem considerar os contextos históricos e sua função

no processo. Nesse sentido, alguns saberes disciplinares considerados importantes

no passado podem estar excluídos do campo de estudos da disciplina nos dias de

hoje. O conhecimento que identifica uma ciência e uma disciplina escolar é histórico,

não é estanque, nem está cristalizado, o que caracteriza a natureza dinâmica e

processual de todo e qualquer currículo.

A proposta do currículo das escolas da Rede Estadual do Paraná tem

como fundamento a Pedagogia Progressista, pedagogia esta já citada na unidade

anterior, e dividida em três tendências cujas características posicionam a escola

como condicionada pelos aspectos sociais, políticos e culturais, onde a educação

possibilita a compreensão da realidade histórico-social e localiza o sujeito como

construtor/transformador dessa mesma realidade. Segundo Antônio (2008, p.8),

“utilizando-se da Tendência Pedagógica Histórico-Crítica, se é possível chegar a

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uma didática que busca traduzir para a sala de aula o processo dialético de

elaboração do conhecimento”.

Transpor a compreensão teórica sobre ensino-aprendizagem para a

prática, muitas vezes se torna difícil, porém é importantíssimo que se leve os alunos

ao conhecimento histórico, científico, artístico e filosófico, possibilitando-lhe

condições de analisar a sociedade atual em suas contradições, instrumentalizando-

os para transformar sua prática social e não os adaptando simplesmente a este

mundo tão excludente, preconceituoso e meritocrático, como foi citado em

documento da semana pedagógica 2010, enviado pela Secretaria de Estado da

Educação do Paraná.

O conhecimento é histórico, não é parado, nem cristalizado,

caracterizando o currículo como algo dinâmico e processual, onde as disciplinas

escolares além de seus conteúdos “mais estáveis” incorporam e atualizam os

conteúdos decorrentes do movimento das relações de produção e dominação que

determinam relações sociais, que geram pesquisas científicas e trazem para o

debate questões políticas e filosóficas, vinculando-se tanto à diversidade étnico-

cultural quanto aos problemas sociais contemporâneos.

Ainda, vale salientar, que um currículo organizado em disciplinas também

deve dialogar numa perspectiva interdisciplinar. Segundo as Diretrizes Curriculares

(2008, p. 27), as relações interdisciplinares se estabelecem quando: conceitos,

teorias ou práticas de uma disciplina são chamados à discussão e auxiliam na

compreensão de um recorte de um conteúdo qualquer de outra disciplina. Ao tratar o

objeto de estudo de uma disciplina, buscam-se nos quadros conceituais de outras

disciplinas referenciais teóricos que possibilitam uma abordagem mais abrangente

desse objeto.

Ainda, segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado

do Paraná (2008, p. 27),

a interdisciplinaridade é uma questão epistemológica e está na abordagem teórica e conceitual dada ao conteúdo em estudo, concretizando-se na articulação das disciplinas cujos conceitos teóricos e práticas enriquecem a compreensão desse conteúdo. É na abordagem dos conteúdos e na escolha dos métodos de ensino advindos das disciplinas curriculares que as inconsistências e as contradições presentes nas estruturas sociais são compreendidas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PARANÁ, Lei Complementar 103/2004 – Plano de Carreira dos Professores.

Disponível em: < http://pde.pr.gov.br> Acesso em: 24/03/2010.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Ed. Básica. Departamento de Ed. Básica, 2008.

SERRÃO, M; BALLEIRO, M.C. Aprendendo a ser a conviver. São Paulo: FTD,

1999.

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ATIVIDADES DA UNIDADE 2

1- Leitura da Lei Complementar nº. 103/2004 – Plano de Carreira

dos Professores (Publicado no Diário Oficial nº. 6687 de

15/03/2004).

Disponível em:

http://www.pde.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/Leis/Lei_Complementar_

103.pdf

2- Leituras da Carta do Departamento de Educação Básica e do

texto “A Educação Básica e a opção pelo Currículo Disciplinar”, das Diretrizes Curriculares da Educação Básica –

Paraná 2008.

Disponível em:

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/modules/cont

eudo/conteudo.p?conteudo=98

3- A partir das leituras realizadas responda: qual o papel do

professor na implementação do currículo escolar?

Disponível: Clip-art (Microsoft Word 2003) – 18/07/2010.

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COLOCANDO EM PRÁTICA O CURRÍCULO DISCIPLINAR

Disponível em: http://www.corbis.com.br Acesso em: 07/06/2010.

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Não basta ter conhecimentos da existência de um currículo e a forma

como ele foi construído, se faz necessário, um comprometimento de todos que

estejam ligados na efetivação deste, em especial os professores. O

comprometimento se inicia quando se coloca em prática a constante busca pela

implementação deste currículo, empenho em compreender constantemente o que foi

colocado na teoria através de uma construção democrática, suas intenções, seus

objetivos, buscando formas de executar, seja através da troca de experiências com

outros profissionais ou na atualização dos conteúdos ministrados.

Ser professor hoje, em especial, de uma classe escolar pública ou de um

país em desenvolvimento, influenciado por interesses econômicos de todo mundo,

se torna uma tarefa bastante difícil, como escreve Betini (et al, 2007, p.83),

com a tentativa de o capital universalizar a escola de ensino fundamental para que possa atingir seus interesses econômicos e com a pressão das classes populares para que seus filhos tenham acesso à educação escolar, cria-se um conflito de interesses que aparentemente segue a mesma direção, entretanto, serve a interesses opostos. Os professores estão entre os interesses do capital e do trabalho, ora atendem a um, ora a outro.

O professor como sujeito ético deve buscar a concretização de um

trabalho que busque atender ao interesse de todos, ao interesse de uma população,

assumindo que pertence a raça humana.

Muitas vezes, nos deparamos com alunos já em séries avançadas com

pouco conhecimento escolar sistematizado, organizado e com pouquíssima visão

politizada. O que fazer para ajudá-los?

Torna-se necessário reverter esta situação. Segundo Snyders (apud

Betini, et al, 2007, p.86), “a escola não é agente de renovação”; “mas o professor,

intelectual de seu trabalho e comprometido com a educação das classes populares,

deve buscar uma educação transformadora em vez de uma educação alienante e

reprodutora do modelo capitalista”.

O neoliberalismo segundo Betini (et al, 2007, p.88) é,

uma ideologia, fruto de uma proposta econômica feita logo após a segundo guerra mundial por Hayek, Friedman, Poper e Mandariaga na Suíça com o objetivo de salvar o capitalismo, por meio do retorno de taxas de lucros, restrição aos movimentos sindicais: livre jogo de mercado, controle sobre a moeda, colocado em prática no Brasil, após a década de 70, aplicado mais amplamente à economia nos anos 90 e nos atuais, reverte em cortes nos

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gastos com educação e saúde, onde os governantes brasileiros apenas consentem amplamente na política ditada pela economia mundial.

Frigotto (l998, p.15) coloca que, “o rumo que assume a história deste fim

de século, no plano ético-político, e de afirmação do ideário neoliberal e, portanto da

“nova era do mercado” como única via possível da sociabilidade humana”.

Concluindo, esqueceu-se da educação como meio de sociabilização.

Assim repensar sempre, atualizar-se sempre, verificar sempre as questões

relacionadas ao trabalho docente, se torna necessário para aqueles comprometidos

e que desejam um mundo melhor. Para os professores da rede estadual uma das

ferramentas básicas para a concretização de seu trabalho, primeiro está no

conhecimento que se tem; segundo, no comprometimento quanto à estrutura de

como está organizada cada escola, que envolve um planejamento do Projeto Político

Pedagógico, da Proposta Pedagógica Curricular, do Plano de Trabalho Docente e do

Plano de Ação da Escola.

O Projeto Político Pedagógico (PPP) é a expressão conceitual:

fundamentos históricos, filosóficos; pedagógicos (curriculares) e

psicológicos (concepção de ensino e aprendizagem), a partir do

diagnóstico da escola e também do projeto de sociedade

expressado como projeto pedagógico.

A Proposta Pedagógica Curricular (PPC), ou seja, a concepção

de educação pela via das disciplinas: sua concepção e métodos

deverão estar fundamentados nas Diretrizes Curriculares Estaduais.

O Plano de Trabalho Docente é parte da Proposta Pedagógica

Curricular, ligada indiretamente as Diretrizes, que organiza o

ensino-aprendizagem em sala de aula.

O Plano de Ação da Escola é expressão e parte do PPP (Projeto

Político Pedagógico), com o objetivo de organizar e articular as

ações necessárias ao funcionamento do ponto de vista da gestão

escolar.

É no Projeto Político Pedagógico que se tem o marco situacional, que faz

uma análise da realidade da escola; o marco conceitual que fala sobre a opção

teórica, da tendência pedagógica acolhida pela escola, e o marco operacional que

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define as linhas de ação e a (re) organização do trabalho pedagógico escolar na

perspectiva, pedagógica, administrativa, financeira e político-social.

Assim o ponto de partida para a implementação final de um currículo, ou

seja, a efetivação de aprendizagem, de conhecimentos por parte do aluno reside,

principalmente, no Plano de Trabalho Docente, documento que registra o que se

pensa fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer e com quem fazer. É um

referencial para as ações educacionais, é a formalização dos diferentes momentos

do processo de planejamento, é também a apresentação sistematizada e justificada

das decisões tomadas.

Planejamento e Plano estão estreitamente relacionados, mas não são

sinônimos. O Plano de Trabalho Docente possui:

Conteúdos (bimestral, trimestral, semestral);

Justificativa que coloca a intenção do trabalho com o conteúdo,

expressa concepção;

Critérios de avaliação que partem do conteúdo e não do instrumento;

Encaminhamentos metodológicos que estão ligados à justificativa,

aos critérios de avaliação e aos instrumentos de avaliação. Os

instrumentos de avaliação estão ligados aos critérios de avaliação e

às metodologias e a

Referência bibliográfica, permitindo perceber em que material e em

qual concepção o professor vem fundamentando seu conteúdo. Por

sua vez desdobra-se em plano de aula ou planos de aulas.

Fundamentar conteúdos de forma historicamente situada, implica buscar

outras referências, não sendo, portanto o livro didático o único recurso.

Colocar em prática o que foi previsto em um plano de trabalho retoma um

desafio, ou seja, um desafio ligado à didática possível de ser aplicada à perspectiva

da Pedagogia Histórico-Crítica.

Segundo Pimenta (2008, p.1),

uma das causas pela qual a Pedagogia Histórico-Crítica não se efetiva nas unidades escolares é a ausência de maior e melhor compreensão dos pressupostos filosóficos do materialismo histórico que fundamentam essa tendência pedagógica e que marcam fortemente as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná.

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A autora questiona se, “existe uma concepção didático-pedagógica da

Secretaria do Estado da Educação (SEED) explicitada nas Diretrizes Curriculares do Estado, conhecida e aceita pelos professores”?

Para Libâneo (apud. Pimenta, 2008, p.5), “a didática é tomada como

“disciplina integradora” que engloba um conjunto de conhecimentos que entrelaçam

contribuições de diferentes esferas científicas (teoria da educação, teoria do

conhecimento, psicologia, sociologia, filosofia)”. Somente o conhecimento sobre uma

didática possível de ser aplicada à Tendência Pedagógica Histórico-Crítica poderá

colaborar para a efetivação desta prática pedagógica.

Gasparin em sua obra intitulada “Uma Didática para a Pedagogia

Histórico-Crítica” coloca uma das possíveis formas de organização do trabalho

pedagógico, no entanto, ressalta não se tratar de a didática desta perspectiva,

estando aberta para que outros estudiosos arrisquem em dar um novo passo.

Consolida-se desta forma, em procedimentos práticos que podem servir

de apoio ao trabalho docente. Para tanto Gasparin (apud. Antonio, 2008, p.31), parte

do pressuposto da Teoria Histórico-Cultural e da Pedagogia Histórico-Crítica,

consolidando-se em procedimentos práticos.

Assim, os passos de uma possível didática para a Pedagogia Histórico-

Crítica são:

Prática social inicial;

Problematização;

Instrumentalização;

Catarse e

Prática social final.

Isso tudo numa ação docente-discente em nível de sala de aula.

Prática social inicial do conteúdo = onde o professor lista o conteúdo e

os objetivos e verifica o que os alunos já sabem a respeito do conteúdo (mobiliza os

alunos), para efeito de planejamento já prevê as possíveis curiosidades, desafia os

alunos questionando o que gostariam de aprender mais. Na prática pode utilizar-se

de vários recursos para realizar esta prática inicial (recursos materiais, coisas que

chamem a atenção, não precisando ficar preso apenas à oralidade).

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Problematização = elaboração de questionamentos com base no

conteúdo, preferencialmente voltados a sua disciplina podendo ainda ser

interdisciplinar, seguindo conteúdos previstos naquela série.

Instrumentalização = ações docentes e discentes para apropriação ou

construção de um conhecimento, mediado pelo professor. Lista de técnicas,

dinâmicas, processos, atividades, procedimentos que serão utilizados para

apresentar o conteúdo científico. Listar os recursos humanos e materiais

necessários a serem utilizados.

Catarse = Síntese mental do aluno, quando o professor prevê o que o

aluno foi capaz de aprender, avaliação considerando as dimensões trabalhadas, do

que ele sabia inicialmente e do que foi capaz de aprender; de construir, atendendo

aos objetivos e ao que foi trabalhado.

Prática social final = utilização do que aprendeu de forma politizada.

Para que se coloque em prática este tipo de trabalho, a recomendação é

que não sejam planejadas aulas, mas unidades de conteúdos, ou seja, um conjunto

de aulas.

Segundo Gasparin (2003, p.1), “para concretização de aula ou conjunto de

aulas que busquem mudanças efetivas, de imediato se pensa no mestre tanto do

ponto de vista didático-pedagógico quanto político. Não se dispensam tecnologias,

pelo contrário, exige-se, cada vez mais, sua presença na escola, mas como meios

auxiliares e não como substitutos dos professores”.

O uso de tecnologias na educação muito pode contribuir para a efetivação

do conhecimento, facilitando a vida dos professores, servindo de uma melhor

estratégia ligada muitas vezes as salas de aulas típicas, que contam com 30, 40, 45

alunos, pois ajuda na melhoria da atenção dos alunos, na melhor utilização do

tempo destinado à concretização dos objetivos educacionais. A violação deste

direito se torna uma afronta contra aqueles a quem é destinado à educação, o bom

uso do tempo tanto em termos de qualidade como quantidade (domínio de sala,

conteúdo e concretização de objetivos). A frequência, pontualidade dos professores

e dos alunos é essencial para o êxito no conhecimento.

O aluno deve ser levado a desenvolver-se de forma consciente ou

inconsciente, observando, pensando, ouvindo, lendo, fazendo coisas, por ensaio e

erro (tarefas, pesquisas etc), fazendo colocações e questionando. A didática

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utilizada pelo professor tem como objetivo ajudar no processo de como se dá o

conhecimento, havendo necessidade de um plano a ser utilizado que estimule a

participação do aluno, que utilize estímulos visuais, auditivos, táteis, que mantenham

a atenção, a motivação, o interesse do aluno por mais tempo. O professor precisa

ter em mente que enquanto faz isso está ensinando o aluno a ouvir, a fazer

perguntas, a ser crítico, a reformular suas ideias inadequadas ou mal elaboradas,

sem desencorajá-lo. Não se devem ignorar os equívocos dos alunos que podem

levá-los a um conhecimento errôneo, orientando-os sempre que isso for percebido.

Assim durante todo o processo em que se dá a aprendizagem deve ser valorizado

tanto o processo, quanto o progresso, na qualidade do que se está aprendendo,

quanto os resultados atingidos.

Fazendo isso, se pode melhorar o conhecimento e o resultado da

aprendizagem.

O professor docente pode melhorar bastante a qualidade de suas aulas

quando:

Tem domínio seguro do que está ensinando;

Participa de um planejamento em nível de escola:

Elabora bem um plano de trabalho docente:

Entra em uma sala de aula, a cada dia, consciente do que pretende

fazer, dos materiais que irá utilizar;

Conhece bem seus alunos;

Dá feedback constante , de maneira oportuna, clara e necessária e

aos problemas aquém de sua lógica e

Mantém-se equilibrado buscando ajuda dos demais professores

docentes ou não, pais e comunidade escolar.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BETINI, M. E. S. et al. Organização do Trabalho Didático. Disponível em:

http://www.diaadia.pr.gov.br/cge/arquivos/File/ORGANIZACAODOTRABALHODIDAT

ICO_UNICAMP.pdf Acesso em: 07 abr. 2010.

FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e Crise do Trabalho: perspectivas de final de

século. Petrópolis, RJ. Vozes, 1998.

GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 5. ed. –

ver. - Campinas, SP. Editora Autores Associados, 2009..

PIMENTA, Viviane Ziemmer Magalhães. Desafios da Didática na Perspectiva da Pedagogia Histórico-Crítica. Disponível em:

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1150-

4.pdf?PHPSESSID=2009051513132455 Acesso em: 26/05/2010.

PORTAL DIA-A-DIA EDUCAÇÃO. Plano de Trabalho Docente: o papel da equipe pedagógica e a interlocução com o professor.

Disponível em:

http://www.pedagogia.seed.pr.gov/arquivos/Files/OTP/O_PEDAGOGO_E_O_PTD.p

pt Acesso em: 29/05/2010.

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ATIVIDADES DA UNIDADE 3

1- No planejamento, em nível de escola, como está dividido o

trabalho escolar? Escreva sobre cada divisão.

2- O que é o Plano de Trabalho Docente e o plano(s) de aula?

3- Segundo Gasparin, como deve ser trabalhado um plano de

aula dentro da tendência Histórico-Crítica e ainda seguir as

Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná?

Disponível: Clip-art (Microsoft Word 2003) – 18/07/2010.