da escola pÚblica paranaense 2009 - … · no âmbito da geografia, a pesquisa vai contribuir até...

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

Caderno Pedagógico FAZER PARA APRENDER – MAPAS E MAQUETES – DESPERTANDO O INTERESSE PELA GEOGRAFIA

Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA – UEL

AUTOR: MILTON GABRIEL DE OLIVEIRA

GEOGRAFIA

NRE- APUCARANA

ORIENTADORA:

Profª. Drª. ROSELY SAMPAIO ARCHELA

Londrina 2009/2010

3

Epígrafe

Joseph Conrad (1857-1924), escritor inglês de origem polonesa, autor de O

coração das trevas, tem um texto célebre sobre sua paixão pelos mapas, expressa

no livro pela personagem Marlow:

Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br

Bem, quando era pequeno, tinha paixão por mapas. Eu ficava horas

olhando a América do sul, ou a África, ou a Austrália, e abandonava-me às glórias

da exploração. Naquela época, havia muitos espaços em branco no mundo, e

quando enxergava um que parecia particularmente convidativo no mapa (mas todos

pareciam assim), colocava o dedo ali e dizia: “Quando crescer vou para lá.” O Pólo

Norte era um desses lugares, recordo. Bem, ainda não estive lá e não vai ser agora

que vou tentar. O encanto acabou. Outros lugares espalhavam-se pelo Equador e

em cada tipo de latitude sobre todos os hemisférios. Estive em alguns deles... bem,

não vamos falar sobre isso. Havia um, no entanto, o maior, o mais branco por assim

dizer- que me atraia especialmente.

É verdade que, nessa época, já não era mais espaço em branco. Tinha

sido preenchido, desde minha adolescência, por rios, lagos e nomes. Cessar de ser

um espaço em branco ou um delicioso mistério- um retalho claro sobre o qual um

garoto podia sonhar sonhos de glória. Tornara-se um lugar tenebroso. Mas havia um

rio grande e poderoso, que você podia ver no mapa, semelhante a uma imensa

cabra desenrolada. Com a cabeça no mar, o corpo em repouso curvado á distância

sobre o vasto país, e o rabo perdido nas profundezas da terra. E quando olhei para o

mapa na vitrine de uma loja, ele me fascinou como uma cobra fascina um pássaro-

4

um passarinho idiota. Então lembrei que havia uma grande empresa, uma

companhia que fazia comércio naquele rio. Ora, bolas, pensei, não pode comerciar

sem usar algum tipo de embarcação nesse pedaço de água doce - barcos a vapor,

por exemplo! Por que não tentar obter o comando de um deles? Saí caminhando ao

longo da Fleet Street, mas consegui me livrar da idéia. A cobra havia me encantado.

Entenderam bem, era uma companhia continental, aquela sociedade

de comércio, mas eu conhecia muita gente que morava no continente, pois a vida lá

é mais barata e não tão ruim quanto parece, dizem (Conrad, 2001, p. 2-14).

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Apresentação

Professor(a):

O presente caderno pedagógico se constitui enquanto produção

didático-metodológica do projeto de intervenção intitulado “Raciocínio geográfico/cartográfico para a compreensão da atual organização da sociedade e os desdobramentos da prática educativa – Fazer para aprender – mapas e maquetes – despertando o interesse pela Geografia”, o foco deste

trabalho busca refletir, analisar e repensar as novas práticas escolares, junto aos

alunos, no que se refere ao ensino da Geografia, por meio de mapas e maquetes, no

intuito de facilitar-lhes e motivar-lhes, durante o seu aprendizado, tendo em vista

que, o que se pretende é ajudá-los a compreender a espacialização dos aspectos

físicos como a representação do relevo e tudo o que há sobre ele. Ao longo de

nossa experiência têm-se observado o uso deficitário desses recursos no ensino da

Geografia, por parte dos professores, como também a dificuldade do alunado em

relação à compreensão dos mesmos.

No que tange a Geografia, o saber construir e interpretar as

representações cartográficas é de suma importância para a formação do raciocínio

geográfico dos alunos. Esse é o objetivo principal da pesquisa, pois irão identificar,

relacionar e ordenar os fenômenos reais nas suas multidimensões espaciais,

imprescindíveis à leitura e compreensão do mundo. Segundo Lacoste, 1988: “A

representação não terá sentido algum, como não teria uma página escrita para

quem não aprender a ler”. Com suas palavras ele ratifica o nosso pensar que

demonstra a necessidade da alfabetização cartográfica.

O ensino da Geografia sofreu mudanças ao longo dos anos,

entretanto a que se pensar nas várias formas de ensinar o alunado a compreender o

espaço e tudo que existe no entorno e sobre ele. Para reforçar a nossa proposta

faremos uso das idéias de Almeida e Passini (1989), que defendem o uso da leitura

e interpretação cartográfica. Para eles é necessário passar pelo processo de

construção das mesmas e tal leitura não se resume à localização de alguns

elementos na representação, mas sim, deve estar embasada na “compreensão da

6

linguagem cartográfica, decodificando os significantes por meio da legenda e de

pequenos cálculos para chegar às medidas reais do espaço, visualizando-o.

(PASSINI, 1994, p. 26).

Hoje a atuação do professor inclui uma postura que vai além de

pesquisador uma vez que ele utiliza-se de diversas formas de ensinar e também

avaliar o contexto, para então, tomar decisões relativas ao aprendizado dos alunos.

Entendemos que, a partir do uso de mapas e maquetes, os alunos assimilarão com

maior facilidade o ensino da Geografia.

Cabe ao professor desta disciplina motivar o aluno a encarar os

estudos como uma tarefa significativa e interessante.

À medida que o aluno aprofunda sua capacidade de análise e

compreensão, passa a ser possível a desenvolver um olhar mais crítico sobre o que

ele aprende.

Para reforçar nosso propósito, citaremos a professora Mafalda Nesi

Francischett e Mateus Pires Marchesan:

Cada vez mais aumenta a atenção de pesquisadores para estudos das representações cartográficas nos currículos escolares de Geografia. Atribui-se isso ao desenvolvimento da linguagem, da comunicação que, a partir da década de 70, trouxe mudanças tanto no âmbito metodológico quanto no científico, abrangendo principalmente o ensino da Geografia. (FRANCISCHETT; MARCHESAN, 2008, p. 1).

Assim, ao estudar as representações de um dado espaço elege-se

como categoria de análise a própria representação, sobretudo as concepções da

linguagem cartográfica. O mapa é uma representação cartográfica do espaço, um

recurso didático entre a realidade e o leitor da realidade espacial, caso, o aluno.

O mapa reproduz um sistema de signos que expressam valores

sociais, culturais e históricos. Portanto, o que vem norteando a pesquisa é fazer com

que o aluno entenda, leia e interprete a linguagem cartográfica.

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Para que tudo isso aconteça no lócus que é a escola, não podemos

conceber a formação do professor de geografia sem que ele tenha conhecimento

dos vários métodos e técnicas de pesquisas, disponibilizado pelo mundo acadêmico

e que devem ser utilizados no cotidiano da sala de aula. “Cabe lembrar que a nossa

pratica pedagógica em sala de aula, requer capacidade de reflexão, de criação do

conhecimento e de metodologias do ensino” (PONTUSCHKA; PAGANELLI;

CACETE, 2007, p. 189).

No âmbito da Geografia, a pesquisa vai contribuir até mesmo para

que professor e alunos desenvolvam um processo de investigação do espaço social,

que é o cotidiano escolar. O desconhecimento desse espaço, por parte dos

docentes, dessa área, pode impedir ou dificultar o bom desempenho do trabalho

junto aos alunos.

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Caro estudante:

Tenho a satisfação de trazer para você, este Caderno Pedagógico,

destinado a auxiliar no ensino, na leitura, na interpretação, na análise e na

confecção de mapas e maquetes e destinado a subsidiar n sua formação inicial no

que se refere ao ensino/aprendizagem da Geografia.

Você provavelmente está curioso para saber o que este caderno

poderá ensinar-lhe. Se estiver, parabéns! Você deu o primeiro passo para aprender:

ter curiosidade. É com ela que iniciamos nossa aprendizagem em qualquer assunto.

Imagine-se descobrindo o mundo. Observando tudo que encontramos

pela frente, a curiosidade mostra o interesse pelo universo em que vivemos. As

pessoas mais sábias são aquelas que mantêm essa mesma curiosidade durante

toda a vida. Perguntando sempre: Por quê? Para quê? Como? Onde? Quando?.

Geralmente aprendemos alguma coisa quando temos curiosidade. Se

você é curioso, este caderno pedagógico é especial. Ele vai ajudá-lo a conhecer,

ler, interpretar, analisar e confeccionar mapas e maquetes, e ainda vai levá-lo a

conhecer e interagir com o mundo em que vivemos.

Observar as paisagens e os lugares que nos cercam, vai ser o nosso

ponto de partida.

Tenho certeza de que, trabalhando com esse caderno você vai

aprender se divertindo e perceber que a Geografia é uma ciência viva e atraente,

essencial para expandir seus horizontes e desenvolver uma visão crítica do

mundo.

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Sumário

INTRODUÇÃO........................................................................................................ 10

UNIDADE 1: MAQUETE DE E.V.A. (Etil Vinil Acetato)........................................15 UNIDADE 2: MAQUETE DE PAPELÃO OU DE ISOPOR.......................................18

UNIDADE 3: MAQUETE NO RECIPIENTE DE PLÁSTICO OU VIDRO (CURVA DE NÍVEL).................................................................................................21 UNIDADE 4: MAQUETE DE CURVA DE NÍVEL......................................................23 UNIDADE 5: MAQUETE DE TRANSPARÊNCIAS.................................................. 30

REFERÊNCIAS........................................................................................................ 32

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INTRODUÇÃO

Um pouco de história da Cartografia

Sempre existiram mapas, ou, pelo menos, a vontade de delimitar ou

determinar o espaço, sempre esteve presente na mente humana. Aprender sobre o

meio ambiente e a organização de estruturas abstratas para representá-lo sempre

esteve presente na vida em sociedade desde a origem da humanidade até

atualmente. Mas a história da cartografia iniciou-se com a descoberta e

comprovação de representação cartográfica, concretizando à antiga abstração.

Ao trocar espaço real por um espaço analógico, o homem tomou posse

do domínio intelectual do universo, que trouxe uma série de conseqüências. Os

mapas antecederam a escrita em muitas sociedades, mas só no século XIX juntou-

se às disciplinas modernas cujo conjunto está a cartografia.

Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br

O mapa mais antigo é datado de 6000 a.C. encontrado em Çatal Höyük

na Turquia, mais tarde mapas e gravações em rochas Europa, Ásia, América e da

África também ficaram conhecidas e foram estudadas, como a pré-história da

cartografia. Os mapas surgem com os desenhos dos povos primitivos em cavernas,

muitos ainda não tiveram o seu significado desvendado, com o surgimento das

primeiras civilizações, eles passaram a ter cada vez mais importância, não

representando a função prática. Mostrando os conhecimentos de determinada

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região, introduziram um valor simbólico, estabelecendo o poder e o domínio de

determinados grupos.

Alguns historiadores ou estudiosos afirmam que a cartografia surgiu

por volta de 2500 a. C. na Suméria onde foi encontrado o considerado primeiro

mapa, que constituía em placa de argila cosida com a escrita cuneiforme (escrita

suméria) que representava norte da Mesopotâmia.

Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br

Os gregos se destacaram, pois foram os primeiros a usar uma base

científica e a observação, utilizando a trigonometria, Erastótenes (276-194 a. C.)

mediu a circunferência terrestre chegando perto dos 40076 km reais (ele afirmava

que eram 4500 km). Anaximandro de Mileto (610-546 a.C.) representava a terra

como um círculo achatado onde estavam Europa, África e Ásia banhadas por um

oceano, mais tarde, Pitágoras defende que a terra era esférica de acordo com suas

observações práticas e filosóficas, que só seriam aceitas no meio científico, anos

mais tarde, pela influência de Aristóteles.

Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br

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O sistema de coordenadas geográficas (latitude e longitude), utilizando-

se da matemática e da observação dos astros celestes. Foi criado por Hiparco

(séc.11ª. C.), astrônomo grego.

O mais importante trabalho da cartografia na época clássica, composta

de oito volumes foi a obra de Claudius Ptolomeu, “Geographia”, onde se encontra

dicas para a elaboração de mapas-mundi, o autor foi o primeiro a defender a Teoria

Geocêntrica.

Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br

A cartografia ressurge com o intuito de garantir a segurança dos viajantes e de

representação das novas descobertas, destacando a “Escola de Sagres” em

Portugal, onde estudaram os pilotos e cosmógrafos, surgindo assim os Portulanos

ou Cartas Portulanas, na “Era dos Descobrimentos (século XV a XVIII), por muitos

séculos, os mapas eram privilégio da elite, com a invenção da imprensa, na segunda

metade do século XV os mapas se tornaram mais acessíveis.

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Em 1570 é criado o primeiro Atlas mundial, de autoria de Ortelius (1527

– 1598), o “Theatrum Orbis Terrarum”, onde foi reunido preciosos mapas, produzidos

pelos mais famosos e importantes cartógrafos da época, inclusive Mercator que em

1569 produziu o primeiro mapa-mundo com projeção cilíndrica.

Hoje a Cartografia conta com valiosos recursos como aerofotos,

imagens orbitais, sistema de posicionamento por satélites, programa de

computadores e etc.

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A Cartografia é a ciência que trata da terra ou parte dela através de

mapas, catas e outros tipos de projeções cartográficas.

Em 1949 as Nações Unidas definiu a cartografia como sendo: “A

ciência que se ocupa da elaboração de mapas de toda espécie. Abrange todas as

fases dos trabalhos, desde os primeiros levantamentos até a impressão final dos

mapas”.

Em 1964 a Associação Cartográfica Internacional Geografia, reunida

em Londres estabelece que a Cartografia é “ o conjunto de estudos e operações

científicas, artísticas e técnicas, baseado nos resultados de observações diretas ou

de análise de documentação, com vistas à elaboração e preparação de cartas,

projetos e outras formas de expressão, assim como a sua utilização”

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Definições:

Cartografia: É a ciência e técnica de confeccionar mapas.

Mapas: Representação dos aspectos geográfico–naturais ou artificiais da terra

destinada a fins culturais, ilustrativos ou científicos.

Definição do Dicionário Cartográfico – (Oliveira, 1980, p. 233). Representação

gráfica, em geral uma superfície plana e numa determinada escala, com a

representação de acidentes físicos e culturais da superfície da Terra, ou de um

planeta ou satélite. As posições dos acidentes devem ser precisas, de acordo,

geralmente, com um sistema de coordenadas. Serve igualmente, para demonstrar

parte ou toda superfície da esfera celeste.

Carta: Representação precisa da Terra, permitindo a mediação de distância,

direções e a localizações de pontos.

Definição do Dicionário Cartográfico – (Oliveira 1980 p. 57). Representação dos

aspectos naturais e artificiais da Terra, destinada a fins práticos da atividade

humana, principalmente a avaliação precisa das distâncias, direções e a localização

geográfica de pontos, áreas e detalhes; representação plana, geralmente em médias

ou grandes escala,de uma superfície da Terra, subdividida em folhas, de forma

sistemática obedecendo um plano nacional ou internacional.

Nome tradicionalmente empregado na designação do documento

cartográfico de âmbito naval. É empregado no Brasil, também como sinônimo de

mapa em muitos casos.

A ciência na Cartografia permite o uso de técnicas avançadas que

proporcionam a produção de mapas através de computadores, de imagens de

satélites, de fotografia aérea.

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Fazer para aprender – mapas e maquetes

Nesta atividade desenvolvida em sala de aula, podem ser trabalhados

os conceitos dos quatro eixos dos Conteúdos Estruturantes da Geografia contidos

nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná como:

- Formação e transformação das paisagens

- A formação, localização, exploração e utilização dos recursos

naturais.

- A distribuição das atividades produtivas, a transformação da

paisagem e a (re) organização do espaço geográfico.

A utilização de mapas e maquetes em sala de aula é tomar o ensino de

Geografia mais fácil e prazeroso, pois permitem ao educando materializar os

conceitos trabalhados e aplicá-los no seu cotidiano, construindo maquetes

funcionais, com materiais recicláveis e alternativos.

UNIDADE 1: MAQUETE DE E.V.A. (Etil Vinil Acetato )

Material:

- E.V.A. nas cores verde claro, amarelo, pele, laranjado, vermelho e marrom.

- Alfinetes

- Papel carbono

- Cola para E.V.A.

- Tinta plástica azul

- Papel de seda ou vegetal

- Tesoura

- Durex

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- Papelão, MDF para a base da maquete 30 x 40 cm.

Passo a passo:

Escolha um mapa – físico ( relevo ) – Ex: África.

Copie no papel de seda ou vegetal o mapa, depois passe com o papel carbono no E.V.A. verde – que será o mapa base, correspondendo às altitudes de 0 a 100 m e recorte-o.

Copie e recorte o E.V.A., amarelo para representar as altitudes de 200 m.

Copie e recorte o E.V.A., cor da pele para as altitudes de 400m.

Copie e recorte o E. V. A., laranjado para as altitudes de 1000 m.

Utilize o mesmo processo para o E.V.A. vermelho para as altitudes de 1500 m marrom para altitudes superiores a 2000m.

Cole os recortes de E.V.A. na base de papelão ou MDF começando pela cor verde, amarelo, cor da pele, laranja, vermelho e marrom, conforme as altitudes.

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Fonte: Milton Gabriel de Oliveira

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UNIDADE 2: MAQUETE DE PAPELÃO OU DE ISOPOR

Mapa do Paraná – relevo.

Material:

-Mapa topográfico ou altimétrico xerocado, ex. Paraná.

- 5 lâminas de isopor de 0,5 cm de espessura de 40 X 30 cm – reutilizadas.

- 5 lâminas de papelão ou isopor de 30 cm x 40 cm – reutilizadas.

- 2 folhas de papel de seda.

- Canetas hidrográficas de 6 cores.

- Cola de isopor

- Cola branca

- Papel carbono.

- Recipiente para diluir a cola.

- 1 pincel.

- Jornal velho, papel higiênico, papel toalha.

- Tinta guache branca, verde, amarela, laranja, vermelha, azul e preta.

- 1 lâmina de papelão ou MDF – reutilizada 40X40 cm para a base.

- Alfinetes.

- Massa corrida.

- Pano para limpeza.

-Tesoura de ponta fina e longa.

- Cortador de isopor ou pirógrafo.

- Lixa d’água fina

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Fonte: Milton Gabriel de Oliveira

Fonte: Milton Gabriel de Oliveira

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Descrição metodológica da confecção da maquete.

Selecione o material a ser utilizado e inicie a confecção da maquete:

1 – Escolha o mapa topográfico ou altimétrico do espaço geográfico desejado, ex.

bairro, regiões brasileiras, cidade em que mora, estado, país, etc. (no caso o

Paraná).

2 – Utilizando as canetas coloridas copie cada curva de nível de uma, cor marcando

o valor de cada uma no papel de seda.

3 – Transfira para a lâmina de isopor ou papelão (reutilizados), utilizando o papel

carbono, começando pela curva de menor altitude ou valor, marque sempre o valor,

formando assim a base da maquete, no isopor use alfinetes, perfurando o papel de

seda sobre ele.

4 - Recortar cuidadosamente com tesoura no papelão e no isopor utilize o cortador

próprio de isopor ou pirógrafo.

5 – Terminado o recorte de todas as curvas, cole uma sobre a outra observando no

mapa as altitudes, a posição e a distancia entre cada curva.

6 – Utilizando um pincel passe cola sobre a maquete toda a vá colando papel

higiênico, papel toalha ou jornal para cobri-la totalmente.

7 – Aguarde a secagem, depois pinte com guache branco.

8 – Se for a maquete de isopor aplique uma ou mais demão de massa corrida, que

pode ser com espátula ou pincel.

9 – Lixar levemente com lixa d’água para tirar as imperfeições.

10 – Cole a maquete na base de MDF ou papelão firme.

11 – Trabalhe sobre a maquete, conforme o tema escolhido.

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UNIDADE 3: MAQUETE EM RECIPIENTE DE PLÁSTICO ou VIDRO

(CURVA DE NÍVEL )

Material utilizado:

– Um recipiente transparente de tamanho médio – ( plástico ou vidro)

– Uma lâmina de vidro ou transparência.

– Caneta para retroprojetor ou para transparência.

– Régua.

– Duas folhas de papel sulfite.

– Isopor.

– Tinta acrílica marrom e verde.

– Cola de Isopor.

– Estilete.

– Pincel

– Corante para água.

Metodologia:

1 – Utilizando a régua, marque de cm em cm um dos lados do recipiente, para depois usar como base de cada curva de nível.

2 – Confeccione uma maquete de uma montanha ou uma área elevada de isopor e pinte de verde ou marrom.

3 - Cole dentro do recipiente a maquete de isopor representando o relevo elevado.

4 – Dissolver corante que contraste com a maquete e despejar a cada centímetro da escala do recipiente.

6 – Com a lâmina de vidro ou transparência vá riscando as curvas a cada centímetro.

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7 – Com o papel de seda copie o desenho e transfira para a folha de sulfite e terá as curvas de uma carta topográfica, obtendo assim o resultado inverso da maquete.

Fonte: Milton Gabriel de Oliveira

Fonte: Milton Gabriel de Oliveira

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UNIDADE 4: MAQUETE DE CURVA DE NÍVEL.

Representar as altitudes do relevo foi sempre um desafio para a

cartografia e mesmo para nós professores de Geografia. Por muito tempo os mapas

não conseguiam passar de forma cristalina e precisa essa informação ou então

tentavam a representação meramente figurativa, sem nenhum embasamento

científico que permitisse a interpretação correta das formas do relevo.

Somente no século passado começou a ter um tratamento mais

adequado. Das diversas tentativas feitas, nenhum dos métodos foi mais eficiente do

que as curvas de nível (isoípsas – mesmas altitudes) sendo até hoje utilizado.

As curvas de nível são linhas projetadas verticalmente sobre a carta,

resultantes da intersecção de planos horizontais que cortam o relevo terrestre, a

partir da superfície de referência (nível zero) em altitude eqüidistantes, isto é, ela

permite representar num plano, com eqüidistância determinadas, as secções de uma

elevação.

As curvas de nível são linhas de mesmas altitudes, medidas em

metros, são paralelas entre si e eqüidistantes, nas quais permitem uma

representação cartográfica das formas do relevo (3 dimensões) o que atende a

várias finalidades além daquela que é primordial (visualização das formas do

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terreno) entre outras: cálculo de zonas ou faixas de visibilidade, cálculo de volume

de terra, traçado de estradas, etc.

A adoção da eqüidistância é fundamental na definição de um sistema

de curva de nível, e o valor em metros, depende da escala da carta, portanto quanto

maior for a escala da carta menor será a eqüidistância (mais detalhes) e quanto

menor for a escala da carta maior será a eqüidistância (menos detalhe).

Conforme a escala do mapa é possível reconhecer e medir com

bastante precisão as variações de altitudes do relevo e também as inclinações de

suas vertentes. A proximidade maior ou menor dos intervalos entre as curvas de

nível indica a maior ou menor declividade do relevo.

Valores e variações de curvas de nível

A cada quinta curva de nível a partir da curva de valor zero é indicada

por uma linha mais grossa que habitual. Essa linha passa ser denominada “curva de

nível mestra ou índice” e tem um valor que é múltiplo de cem, as curvas de nível

situadas entre as curvas de nível mestras são denominadas curvas de nível

intermediárias e existem ainda as curvas auxiliares.

As curvas de nível mestras facilitam a leitura das elevações,

propiciando maior rapidez na identificação do valor da curva, geralmente são

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fornecidos os valores das elevações dessa curva. Nas áreas de depressão, as

curvas são chamadas curvas de depressão, delimitam uma área de altitude mais

baixa do que as áreas vizinhas e usa-se setas que partem dessas curvas para

direção a inferior.

A utilização deste método de curva de nível torna mais eficiente para a

cartografia, pode mostrar precisamente a topografia do relevo. Na construção de

uma maquete, por mais simples que seja, a escala configura um detalhe onde se

enfrentam várias dificuldades. Lembrando que além da escala horizontal ou linear,

produzida em relação L-O ou N-S, temos também a escala vertical, e

concomitantemente o chamado “exagero vertical”.

A escala vertical deve ser maior que a horizontal, caso contrário as

variações do perfil serão quase imperceptíveis, a escala vertical sendo muito grande

o relevo ficaria demasiadamente exagerado e assim descaracterizando-o. Esta

relação entre a escala vertical e horizontal é que chamamos de exagero vertical.

Podemos usar para a escala vertical um número de 5 a10 vezes maior que a escala

horizontal, então se H = 50.000 e V = 10.000,o exagero vertical será igual a 5.

Para calcular o valor da escala vertical da nossa maquete temos:

- a escala linear da maquete é de 1:1.700.000;

- levar em consideração a espessura do material utilizado, MDF, papelão ou

isopor, a mais recomendável é de 0,5cm.

- no papelão fica difícil calcular a espessura, mas no final da construção, uma

altitude de até 2.000 metros, na maquete será de cerca de 2,5cm assim temos a

seguinte equação:

Exagero= 2,5cm : pela raiz quadrada de 17km;

E = 2,5 : 3,8

E = 10, o exagero é de 10 vezes.

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Então se temos a escala de 1:1.700.000, retira-se um zero ou um décimo e temos

1:170.000,temos então a escala vertical de 1:1,7km,se o múltiplo de 1,7 por 2,5

obtemos o resultado que pode alcançar 4,25cm de altura retratando assim o exagero

vertical.

Observando que o relevo não é tão abrupto (Paraná) ao dividirmos 2,5 por 1,7

conhecemos o valor de 1,5 de exagero vertical.

Assim temos as escalas da maquete:

Escala linear 1:1.700.000;

Escala vertical 1:170.000;

Exagero vertical 1,5 vezes.

Na verdade podemos utilizar o exagero vertical da maneira que nos convier, sem

deixarmos o bom de lado.

Como trabalhar e ensinar a curva nível

O método de curva de nível é muito abstrato, então como vamos

ensinar este conceito aos alunos? Há muitas dificuldades na interpretação de

mapas, pois nos livros didáticos aparecem uma cartografia com conceitos prontos e

abstratos.

A construção de maquete é uma das propostas metodológica para se

ensinar as curvas de nível, ima vez que ela ajuda na representação tridimensional

do relevo, facilitando a observação e a visualização das formas topográficas,

identificadas na maquete pela distribuição das curvas de nível.

Segundo Archela (1998, p.76) “Não podemos considerar as

representações do relevo apenas como fim didático, que encerre em si informações,

mas um meio didático através do qual os elementos da realidade devem ser

trabalhados em conjunto”.

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De acordo com Simielli, Bromberg, Girardi, Raimundo, Morone (1999,

p.30) “ A maquete aparece então como processo de restituição do “concreto”

(relevo) a partir de uma abstração (curva de nível), centrando-se aí sua real

utilidade, complementada com diversos usos a partir deste modelo concreto

trabalhado pelos alunos.”

A confecção de maquetes de curvas de nível, que representa o relevo

tridimensionalmente, ajuda entender essa curva de nível representada

bidimensionalmente num mapa, além de poder explorar outros conceitos como

bacias hidrográficas, divisores de água, como também formar várias

noções cartográficas( posição,distância, orientação, etc), com a confecção da

maquete o aluno vai construir novos conhecimentos.

Material:

- Uma lâmina de isopor de 2,5 cm de espessura;

- Estilete;

- Tinta acrílica nas cores verde e marrom;

- Pincel chato nº 18;

Passo a passo:

1 - Escolha a forma de um relevo elevado;

2 - Modele no isopor o relevo escolhido;

3 - Pinte de verde e marrom;

4- Se quiser faça um suporte para colocar cada uma das partes que representa as curvas de nível.

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Fonte: Milton Gabriel de Oliveira

Fonte: Milton Gabriel de Oliveira

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Fonte: Milton Gabriel de Oliveira

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UNIDADE 5: MAQUETE DE TRANSPARÊNCIAS

Escolha um mapa – Ex. Relevo da Região Centro – Oeste brasileira.

Material utilizado:

- Cinco ou seis transparências (conforme as cores do mapa);

- Cinco ou seis molduras de 21 X 30 cm por 1,5 de espessura;

– Caneta marcador para retroprojetor, (seis cores);

– Uma base de MDF, papelão ou isopor (reutilizados);

– Tinta acrílica branca;

– Pincel chato nº 18;

- Cola cascorez extra;

Fonte: Milton Gabriel de Oliveira

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Passo a passo:

1 – Desenhe ou trace o contorno do mapa (relevo) escolhido no Atlas. Na 1ª

transparência ou na base de MDF, papelão ou isopor;

2 – Comece copiando em uma transparência as menores altitudes do mapa, que

geralmente é verde e assim sucessivamente nas demais transparências, até a maior

altitude do mapa (respeitando as cores indicadas do mapa);

3 – Cole a 1ª moldura e em seguida a transparência que indica a menor altitude, que

no caso será a de cor verde, agora cole outra moldura e outra transparência e assim

sucessivamente até a última moldura, está pronta a maquete de transparências.

Fonte: Milton Gabriel de Oliveira

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Referências:

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<http://www.portalsaofrancisco.com.br>. Acesso em 02 de julho de 2010.

Estas atividades foram desenvolvidas na disciplina: Aspectos metodológicos na aprendizagem do saber geográfico, na turma do PDE de 2009 na Universidade Estadual de Londrina, ministrada pelas e Professoras e Doutoras Eloíza Cristiane Torres e Rosely Sampaio Archela.

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O roteiro das atividades foi orientado pela Doutora Eloíza Cristiane Torres.