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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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Produção Didático-Pedagógica

Oralidade: como desatar esse nó?

Aparecida do Rocio da Silva

Ponta Grossa

2010

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Título Oralidade: como desatar esse nó?

Autora Aparecida do Rocio da Silva

Escola de Atuação Colégio Major Vespasiano Carneiro de Mello

Município da escola Castro

Núcleo Regional de Educação Ponta Grossa

Orientadora Elódia Constantino Roman

Instituição de Ensino Superior UEPG

Área do Conhecimento Língua Portuguesa

Produção Didático-Pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar Português, Arte, Biologia

Público Alvo Alunos do curso “Formação de Docentes”

Apresentação A oralidade precisa ser vista como objeto de

ensino. Por isso faz-se necessário proporcionar

situações em que a língua falada seja trabalhada,

ampliando a capacidade de interação e

comunicação de nossos alunos em diferentes

contextos. Para que isso se efetive, a Unidade

Didática, a seguir, traz algumas propostas de

atividades na forma de Oficinas privilegiando

situações linguístico-comunicativas.

Espera-se com o término das oficinas que a

oralidade comece a ecoar enquanto prática social

em nossas aulas de ensino da língua e que nosso

alunado consiga adequar o seu discurso de acordo

com os diferentes contextos dos quais faz parte.

Palavras chave: Língua Portuguesa. Expressão. Oficina. Oralidade

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Apresentação

Unidade Didática, a seguir, nasceu com o propósito de organizar algumas práticas

em sala de aula com o intuito de ampliar a competência linguístico-comunicativa de

nossos alunos. Pensamos ser necessário fazer com que a oralidade apareça de forma

mais efetiva na dinâmica das aulas de língua materna. No entanto, não são muitos os

materiais que nos ajudam a trilhar por essa empreitada. Portanto, a proposta deste

trabalho é sistematizar algumas atividades que possam contribuir com os educadores,

pois através dos passos apresentados, eles poderão enriquecer a sua „dança

pedagógica‟, complementá-la, criar outros passos, adaptar as estratégias usadas e

entrar no compasso do trabalho com a oralidade.

Ao se trabalhar com uma proposta voltada à elocução, ao uso expositivo da

palavra, o professor deve também priorizar ações que mostrem ao aluno a necessidade

de dizer claramente o que pensa ou apresentar de forma satisfatória um assunto

estudado, bem como, a importância de saber ouvir e respeitar as formas de expressão

do outro. Essas capacidades precisam ser ensinadas, porque têm a ver com cidadania,

com o estar no mundo. Afinal, essa necessidade de comunicação em diferentes

contextos é uma questão de inclusão, de pertença social.

Pensar na oralidade enquanto objeto de ensino, fez com que a leitura de alguns

autores fosse necessária para que se consolidassem conceitos, equívocos fossem

esclarecidos e a organização de estratégias - a respeito desse assunto presente, mas

abafado no contexto escolar - surgisse com o viço da expectativa e a necessidade de

sua continuidade em momentos futuros. Embasando o referencial teórico dessa Unidade

Didática, citam-se os seguintes autores: Marcuschi (2001, 2005, 2007, 2008) Antunes

(2003), Rojo (2004), Bortoni (2005), Bakhtin (2003), Belintane (2000) Schneuwly(2004)

e Dolz(2004), Vanoye(2007). Alguns desses estudiosos pesquisados, afirmam a

necessidade de se trabalhar com a língua oral na escola e revelam que nesse campo

não há grandes pesquisas porque o ensino de Língua Portuguesa, por muitos anos,

baseou-se estritamente na cultura da escrita.

Entretanto, a oralidade precisa fazer parte de forma mais efetiva no processo de

ensino-aprendizagem. Marcuschi (2001) confirma a centralidade da oralidade no dia a

dia da maioria das pessoas. Contudo, segundo o autor, a instituição escolar dá a essa

A

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modalidade atenção quase inversa à sua centralidade na relação com a escrita. Antunes

(2003) confirma a relevância de ampliar o espaço da língua falada em sala de aula.

Não podemos, não devemos, pois, adiar a compreensão de que a participação

efetiva da pessoa na sociedade acontece, muito especialmente, pela “voz”, pela

“comunicação”, pela “atuação e interação verbal, pela linguagem, enfim. Tivemos

por muito tempo uma escola que favoreceu ao mutismo, que obscureceu a

função interativa da língua, que disseminou a ideia de uma quase irreversível

incompetência linguística, o que nos deixou, a todos, calados e, quase sempre,

apáticos. (ANTUNES, 2003, p. 15)

Somos sim, seres orais, mas a dificuldade de nossos alunos em expressar-se

oralmente em situações que saiam da esfera familiar, cotidiana é latente. Belintane

(2000) postula que o ensino do oral é um imenso “por-fazer” e confirma nossas

colocações ao analisar que a língua oral ocupa um acanhado espaço nos currículos em

geral. Schneuwly (2004), outro teórico que se dedica aos gêneros orais, expressa que

“temos poucas análises sobre o que é o oral para um dos principais atores do sistema

escolar: o professor”.

Já que, nesse caminho, muito ainda precisa ser criado, a organização desse

material norteia-se através de uma oficina sobre a oralidade apresentada a seguir.

OFICINA treinando a oralidade

Primeira Etapa A falta de materiais, de sistematização de atividades envolvendo a língua falada é

um problema que envolve nosso espaço pedagógico, conforme comentado

anteriormente. Que é preciso trabalhar com a oralidade, através de seus diversificados

gêneros, é uma verdade. Mas... como fazer isso?

Queremos que nossos alunos se expressem bem, que opinem , sejam claros,

concluam ideias e façam boas apresentações orais, mas falta dar o respaldo para que

essas competências sejam adquiridas. Claro que todos, como falantes de uma língua,

sabem „falar‟, mas a questão é: que falar temos prestigiado em nossas aulas? De acordo

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com Bakhtin (2003), nossos enunciados se concretizam através de gêneros orais ou

escritos. Dominamos muitos gêneros orais informais, utilizados com espontaneidade e

que não precisam ser ensinados, porque são usados naturalmente. Entretanto, outros

requerem maior regulação, carecem – primeiramente – de elaboração através da escrita,

devem ser esquematizados e precisam ser apreendidos na escola. Como exemplos

desses gêneros têm-se as exposições orais, palestras, notícias, debates.

Muitas pessoas têm dificuldade para se expressar, ficam tensas, nervosas, suam,

são envolvidas por certo „pavor‟ se tiverem que fazer uso da palavra.

Quem “já não ouviu frases como: “eu não sei falar em público”; “ não consigo me

expressar direito”; “falar não é comigo”; “deixe que a(o) fulana(o) fale”.

O expor-se, dominar uma situação em que a língua falada será o meio de

interação social, causa dificuldades mesmo, principalmente, àqueles alunos mais

tímidos, mais retraídos. Há uma dificuldade em revelar-se. Portanto, é através das

„máscaras‟ do revestir-se da persona que faremos ir aflorando mais a cada um, fazendo

nascerem os outros personagens, os „atores‟ que somos, nos diferentes contextos, pois

assumimos em diferentes representações, posturas diversas.

Diante disso, a proposta de atividades de interação corporal e de desenvoltura faz

parte desta primeira etapa.

Primeiro momento: Expressão Corporal

Com todo o grupo

Num espaço amplo em que possam se movimentar (auditório, pátio, sala de

aula...)

É importante que as atividades sejam filmadas para que os alunos possam verificar o

seu desempenho e, no decorrer do processo, possam mensurar dificuldades e avanços.

Filmar

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O professor usará um fundo musical e em seguida, inicia os exercícios. Depois de certo

tempo, pede que realizem as ordens solicitadas de acordo com o ritmo da música;

Caminhar silenciosamente pela sala, mudando sempre de direção;

Caminhar na ponta dos pés; caminhar na ponta dos calcanhares;

Caminhar com os joelhos unidos e depois com os joelhos afastados;

Caminhar encolhendo os ombros, cabisbaixo;

Caminhar fixando o olhar nos colegas, usando uma expressão séria, depois

alegre, triste, preocupada, etc.

Caminhar como se estivesse conversando com um amigo imaginário;

Caminhar procurando algo perdido;

Caminhar como estivesse num imenso vazio;

Saltitar...

Em duplas:

Sou a sua sombra. Um aluno em frente ao outro. Escolhe-se primeiro o que será

a sombra e depois se invertem os papéis. Um deverá fazer exatamente o que o

outro fez.

Ao som de uma música, cada dupla escolhe quem

será o manipulador e quem será a marionete. Ao sinal

dado pelo professor, o manipulador movimenta fios

invisíveis presos ao corpo da marionete que deve agir

exatamente como se os fios estivessem presos a seu

corpo e sendo movimentados. Depois de um tempo,

invertem-se os papéis.

Nossos alunos, antes de qualquer coisa, precisam sentir-se bem, seguros no grupo

com o qual irão trabalhar. E, para „quebrar o gelo‟, para fazer com que se sintam mais

confiantes e melhorem sua expressão corporal, serão feitas pantomimas.

Professor (a), se achar necessário, crie

outras variações.

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Pantomima

Esse recurso será utilizado com o intuito de desenvolver mais confiança,

entrosamento e descontração da equipe. Primeiramente, serão feitas pantomimas em

grupo para que os alunos sintam-se „protegidos‟. As pantomimas propiciam maior

conhecimento do nosso corpo, pois a gesticulação, a visibilidade, a expressão

contribuem para que as pessoas se concentrem apenas nesses aspectos sem se

preocuparem com o diálogo (NOVELLY, 1994, p.43). Com isso, irão percebendo a

grande força comunicativa que têm nossos gestos, expressões faciais e a nossa

postura nas interações discursivas. Afinal, o corpo fala.

O professor escreve em fichas as emoções/estados de ânimo que devem ser

demonstrados pelos participantes do grupo. Todos podem demonstrar todas as

emoções ou pode-se dividir essa tarefa em grupos.

Formar grupos de 4 ou 5 alunos e distribuir as tarefas de cada equipe por escrito. Pedir

que preparem a cena, pois, em seguida, apresentarão para os colegas.

Sugestões:

A

Um assaltante entrando numa casa;

A mãe chega, cansada, em casa e verifica que tudo está uma bagunça;

O neto fica responsável por levar a o (a) avô/avó ao banco;

alegre irritado

arrogante envergonhado

excitado malicioso emburrado

bravo

tenso triunfante exausto

sonolento

triste

desconfiado teimoso mandão

Encenação que comunica

uma ideia ou ação sem o uso do diálogo.

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Um estudante vai à diretoria por má conduta;

Um adolescente entra na sala na qual o pai/mãe está verificando o seu boletim

com notas baixas;

Um adolescente não aceitando a droga oferecida pelo colega;

Arrumação de uma noiva no dia de seu casamento;

A mãe entra no quarto para verificar se o bebê está dormindo;

Alguém (tia, avó, irmã, pai...) chega para dar banho no bebê, pois a mãe tem

medo;

Um médico sai da sala de raios X para informar ao paciente que este tem uma

doença incurável.

B

A encenação deve mostrar as pessoas “atravessando” um certo cenário.

Uma rua escura e violenta;

Uma rua larga numa noite escura e com vento;

Uma floresta de plantas devoradoras de gente;

Uma grande tigela cheia de gelatina;

Uma piscina de plumas;

Uma rua cheia de vidros quebrados;

Uma tempestade;

Uma corda suspensa no ar.

Um caminho sob a água.

1. Atividade individual.

C

Encenação simples. Cada aluno irá apresentar a sua pantomima e os outros tentarão

adivinhar do que se trata. A plateia deve aguardar o término da encenação para depois

falar.

trocar fraldas em um bebê; passear com um cachorro; comprar e permanecer em fila para

ir à academia de ginástica

ir pagar alguma coisa e não encontrar a carteira.

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pagar; embrulhar presentes;

preparar uma mesa; plantar em um jardim; trocar um pneu furado;

procurar pelas lentes de contato; colher flores; recortar um molde de roupa;

chorar num velório;

cumprimentar um velho amigo na rua;

limpar a geladeira. tomar banho;

lavar roupas e calçados e depois estendê-los;

dirigir um carro; fazer uma entrevista de emprego;

limpar a casa; lavar o carro; estudar num ônibus lotado.

terminar um relacionamento amoroso.

Atividades adaptadas do livro

Jogos Teatrais: exercícios para grupos e sala de aula. Autora: Maria C. Novelly

Após as atividades, para se ter uma avaliação sobre a etapa realizada, faz-se as

perguntas:

Segundo momento Criando um personagem

Caixa de magia

O que sentiram ao realizar a atividade?

Em que ela pode contribuir para a melhoria de nossa expressão oral?

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Levar um caixa com diversas máscaras, perucas, óculos, enfeites usados em festas

de aniversário e/ou casamentos, algumas peças de vestuário. Incentivar cada um da

turma a buscar o seu acessório, construir o seu personagem e:

Desfilar com a caracterização construída;

Fazer de conta que é outra pessoa, dar um nome a ela e inventar uma pequena

apresentação „dessa personagem‟.

Essa „brincadeira‟ deve ser improvisada. Cada aluno (a) elabora na hora o

que quer contar sobre a sua personagem/criação.

Terceiro momento: A voz em ação

Ao apresentarem a personagem, na atividade anterior, que elementos

comunicativos fizeram parte desse momento?

Com certeza, esses elementos compuseram a apresentação de vocês. Alguns

utilizaram com mais eficiência, outros se sentiram mais intimidados. E como já foi

Quais as sensações ao apresentarem a personagem?

Tiveram vergonha ou não?

Conseguem explicar o porquê de ser mais fácil falar quando colocamos algumas „máscaras‟?

Gestos? Expressão facial? Voz? Movimentos?

Pausa para um

bate-papo.

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mencionado, para melhorarmos nossa oralidade é preciso que treinemos. Por isso, os

exercícios a seguir têm por objetivo trabalhar a voz e a expressão facial.

O professor deverá contar um evento corriqueiro, mas utilizando uma voz cheia

de suspense e de insistência, levando os ouvintes a um anticlímax.

Leitura do texto

“Era um dia comum, sem muitos sobressaltos. Mas a ansiedade tomou conta de mim. Não sabia

mais o que fazer. O sol escondia-se no horizonte e eu perdia-me em pensamentos, ou melhor,

naquela vontade de cometer uma grande loucura.

Não resisti. Entrei no carro e fui. Aquele seria o dia, não adiaria mais. Não ouviria a opinião de

mais ninguém. Seguia velozmente pelas ruas da cidade até encontrar o local desejado. Parei

em frente. O lugar não era espaçoso, a porta um tanto estreita para o meu gosto. Algumas

pessoas circulavam por ali. Desci, fui seguindo lentamente em direção àquele jovem que tão

simpaticamente me olhava. Fixei o olhar no rapaz e pedi: duas bolas de chocolate com creme,

por favor?”

Muitas vezes, o que se comunica não é o que se diz, mas o como se diz. Por isso, ao

falarmos, a nossa voz exerce uma função fundamental.

Exercitando

1. Aquecimentos vocais

a) Os alunos inspiram e expiram devagar. Repetir. Inspirar e contar até dez em voz

alta.

Variações – começar falando baixo, depois falando alto; contar de trás para

frente;

contar de 5 em 5 até 50; como um a criança; como um romântico; como um

cantor de ópera...

b) Os atores fingem que suas bocas são como tiras de borracha que se distendem

na seguinte sequência: direita, esquerda, para cima, para baixo, enrugada para

dentro como a boca de um idoso, estendida para fora como a boca de um peixe e

então esticada em todas as direções.

c) Repetir a sequência “a, o,u ,i” duas ou três vezes.

d) Repetir trava-línguas curtos seis vezes cada.

O peito do pé do padre Pedro é preto.

Iara amarra a arara rara, a rara arara de Araraquara.

Três tigres tristes.

Creio que é feio o bloqueio do meio alheio.

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2. Colorindo as palavras.

O professor diz uma lista de palavras com voz neutra. Os alunos repetem-nas em

coro, “colorindo-as” ou dizendo-as com o máximo de expressão possível,

refletindo o real significado das palavras.

estressado ventoso Feliz chorando macio sedoso morno tranquilo raivoso rindo rachar duro gelado trovão Alegre gritando fluir delicado quente morto Triste carrancudo sussurrar quebradiço abafado calafrios Tenso relaxado suave grudento fresco ensopado nervoso severo ondulado esponjoso calmo bravo deprimido áspero crocante horrível

Atividades adaptadas do livro Jogos Teatrais: exercícios para grupos e sala de aula. Autora: Maria C. Novelly

Quarto Momento: Variedade Linguística

Quando falamos em oralidade, em língua falada, gêneros orais, não há como não

falarmos em variedades linguísticas. Nossa Língua Portuguesa apresenta ricas

diversidades. No entanto, há muito preconceito linguístico que deve ser combatido por

aqueles que reconhecem a dinamicidade da língua e suas múltiplas facetas nas

interações sociais.

O reconhecimento da realidade sociolinguística do aluno não quer dizer que

devamos ficar só nisso, mas levar os falantes a se apoderarem de novos recursos

linguísticos, principalmente, das variedades urbanas de prestígio e da norma-padrão

tradicional. (BAGNO, 2009, p.34)

Nem todas as variedades linguísticas do Brasil recebem prestígio social, muitas

são estigmatizadas. É fundamental que reconheçamos nesses diferentes falares

regionais, sociais, temporais, contextuais, a identidade do português do Brasil; sem

deixarmos de falar da norma culta ou das variedades urbanas cultas de prestígio como

afirma Bagno (2009). Essa norma é uma variação do português que precisa ser

trabalhada porque é prestigiada socialmente, mas ela não pode ser vista como “melhor”,

mais “correta”, visto que em língua os conceitos de melhor ou pior, certo e errado devem

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ser explicitados. É necessário ressaltar que o que determinará a variedade linguística

usada será a situação sociocomunicativa da qual o falante está fazendo parte.

E, ainda, para ilustrar o tema, a analogia feita por Bagno em seu livro Preconceito

Linguístico é muito pertinente.

O que é o Português para o referido autor?

Na verdade, como costumo dizer, o que habitualmente chamamos de português é um grande „balaio de gatos‟, onde há gatos dos mais diversos tipos: machos, fêmeas, brancos, pretos, malhados, grandes, pequenos, adultos, idosos, recém-nascidos, gordos, magros, bem-nutridos, famintos, raquíticos, etc. Cada um desses “gatos” é uma variedade do português brasileiro, com sua gramática

especifica, coerente, lógica e funcional. (BAGNO, 2009, p.32)

Para um maior conhecimento do professor a respeito do assunto, o quadro a

seguir, elaborado com os dados compilados de Bortoni-Ricardo (2004) em seu livro

Educação em Língua Materna: a sociolinguística na sala de aula mostra algumas

variedades linguísticas do português brasileiro.

Uso de /r/ pelo /l/ nos grupos consonantais: “pranta”/planta; “broco”/bloco; “pobrema”/ problema.

O “r” pós - vocálico, tende a ser suprimido nos infinitivos verbais “amá”/amar;. “falá”/ falar; “saí”/sair. Nas formas do futuro do subjuntivo: “se eu estivé”/se eu estiver; “se

ele quisé”/ se ele quiser. Nos substantivos e advérbios com mais de uma sílaba: “amô”/amor; “melhó”/melhor; “maió”/maior.

Nos nomes monossilábicos o /r/ pós-vocálico tende a preservar-se mais: mar; dor, par; cor...

Alternância de “lh” e “i”: “muié/mulher; véio/velho

Tendência a tornar paroxítonas as palavras proparoxítonas: arve/árvore; “

xicra”/xícara;”chacra”/chácara.

Redução dos ditongos: “caxa”/caixa; “pexe”/peixe; “quejo”/queijo; “poco”/pouco.

O s pós-vocálico varia muito a pronúncia dependendo da região. Esse fonema pode ser representado graficamente como s, x, ou como z, exemplos: lápis, cós, extra,

rapaz, feliz, mês, vez etc. O /s/ pós-vocálico como morfema de plural tende ser suprimido em situações não monitoradas: “os menino” “meus brinquedo”; “os meus tio”.

O /s/ em palavras monomorfêmicas (formadas por um único morfema) em que ele faz parte do morfema lexical tende a não ser suprimido; pires, Paris, atrás, tênis.

Assimilação do nd em n “falanu”/falando; “comenu”/comendo. E também do mb em m “tamém”/também.

Ausência de concordância verbal quando o sujeito vem depois do verbo: “Chegou duas moças.”/Chegaram duas moças; “Já chegou os jornais”/ Os jornais chegaram?

Desnasalização das vogais postônicas: “home”/homem; “virge”/virgem; “fizeru”/fizeram.

Redução do “e” ou “o” átonos em i e u: “ovu”/ovo; “bebi”/bebe; “

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Conversando sobre o quadro da Bortoni - Ricardo...

É importante que conheçamos os estudos propostos pela Sociolinguística para

que ao trabalharmos essas variações, muito mais comuns na fala do que na escrita, os

encaminhamentos necessários sejam mais bem direcionados aos nossos alunos. Visto

que, ao compreendermos melhor esses processos, entendendo os porquês dos “erros”

poderemos refletir com eles sobre as variedades da língua e conduzi-los a melhorar sua

competência linguística, não vendo de forma estigmatizada os diferentes falares que

conhecemos, mas de forma identitária. Afinal, a língua é viva, está em constante

mudança e Bagno (2009) tão bem a conceitua ao dizer que “é um grande corpo em

movimento, em formação e transformação, nunca definitivamente pronto.”

Nesse “balaio de gatos” - que é o português - conforme o autor citado, nessa

imensa mistura de cultura e diversidade que as variedades apresentam, vamos ouvir a

rica melodia de algumas vozes da nação e, utilizando o quadro da Bortoni, localizar

através de atenciosa escuta, algumas das especificidades do português brasileiro.

Se os alunos quiserem poderão registrar alguns comentários que mais tarde farão

ao grupo.

Ouvir trechos de músicas em que as variedades apareçam e comentar sobre

elas.

Quais das variedades listadas no quadro, você ouve

com maior frequência?

Observamos essas variedades mais na fala ou na

escrita? Por quê?

Algumas delas são bem frequentes na fala e não na

escrita. Qual (is) é/são comuns também na escrita?

Essas variedades são “erradas”? As pessoas podem

utilizá-las em qualquer situação sociocomunicativa?

Justifique.

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Neste momento, o objetivo é focalizar algumas diferenças na pronúncia de acordo com a

origem do cantor (a). Faz-se necessário ressaltar que, as atividades, aqui apresentadas, são finas fatias desse „bolo‟ tão bem recheado e enfeitado, com as inúmeras variedades linguísticas

presentes neste país.

Serrano, sim senhor! Os Serranos Composição: Flory Weger/ Jauro Ghelen/ Glauber Vieira. [...] (Refrão) Me orgulho em ser serrano Pisador de geada fria Domador de ventania Para-peito pro Minuano Sou gaiteiro veterano Sapecador de pinhão No mundo que é meu galpão Sou monarca soberano (2x) Disponível em: http://www.kboing.com.br/script/radioonline/busca_

Acesso em: 23/5/2010

Posso Até Me Apaixonar Zeca Pagodinho Composição: Dudu Nobre Gosto que me enrosque Num rabo de saia Quero carinho quero cafuné [...] Não faz assim Que eu posso até me apaixonar [...] Disponível em: http://www.kboing.com.br/script/radioonline/busca_ Acesso em: 23/5/2010

Samba do Arnesto Adoniran Barbosa

O Arnesto nos convidou pra um samba, ele

mora no Brás Nóis fumos não encontremos ninguém Nóis vortemos com uma baita de uma reiva Da outra vez nói ms num vai mais

Nós não semos tatu! [...] Disponível em: http://letras.terra.com.br/adoniran-barbosa/43968/

Acesso21/6/2010

Neném Mulher Elba Ramalho

Composição: Pinto do Acordeon

Neném, Neném, Neném O que aconteceu Tão todos te querendo Tu vem fica mais eu, oh! Neném, Neném, meu bem Me dá teu coração Que eu caso com você Nesta noite de verão

Disponível em: http://www.kboing.com.br/script/radioonline/busca_ Acesso em: 23/5/2010

Qui Nem Jiló Luiz Gonzaga

Se a gente lembra só por lembrar De um amor que a gente um dia perdeu Saudade entonce assim é bom pro cabra se convencê Que é feliz sem saber pois não sofreu

Porém se a gente vive a sonhar Com alguém que se deseja rever [...]

Disponível em: http://www.kboing.com.br/script/radioonline/busca_ Acesso em: 23/5/2010

Galopada Almir Sater

Composição: Almir Sater / Paulo Simões Morena do meu apreço Desconheço o que é cansaço Feito nuvem de poeira apareço e me desfaço Atrás do seu endereço Que na carta veio errado [...] Disponível em: http://www.kboing.com.br/script/radioonline/busca_ Acesso em: 23/5/2010

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Assistir trechos que serão editados de um vídeo do Youtube sobre

variedades linguísticas

A escola não deve:

A seguir, apresenta-se a segunda etapa da oficina.

E quanto ao vídeo? Quais

são os comentários que

vocês têm a fazer?

A escola precisa mostrar

aos alunos que as

variedades linguísticas da

sala de aula e de fora dela

são próprias de um país

multilíngue. No entanto, qual

variedade precisa ser

ensinada e por quê?

Ser local de

discriminação

linguística

linguística

Ser omissa

ao

português

culto

As músicas que você ouviu são todas de artistas brasileiros, no entanto, notou alguma diferença?

Vamos ouvi-las, novamente, observando alguns aspectos da pronúncia e do vocabulário.

Dentre elas, qual é mais desprestigiada e estigmatizada socialmente? Por quê?

Existe preconceito linguístico no país? O que você acha disso?

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Segunda Etapa

O segundo momento do trabalho estará voltado para o reconhecimento de alguns

gêneros textuais orais, tendo como objetivo conhecer e discutir sobre suas

características, bem como suas especificidades.

No decorrer das atividades, reforçar com os alunos os aspectos inerentes à

oralidade independentemente da situação sociodiscursiva da qual o falante está

inserido. Esses aspectos são: saber ouvir, aprender a fazer-se ouvir, pensar antes de

falar, saber inserir a voz do outro na própria fala, ter autonomia, ter clareza, ter postura,

ser polido (a). Os itens anteriores devem ser legitimados pelo professor (a) ao realizar

suas práticas com a língua falada, não se esquecendo de enfatizar que esses

„comportamentos‟ contribuem para a nossa inserção em diferentes situações sociais,

pois esses são aprendizados necessários a qualquer pessoa.

1ª atividade

Os alunos serão organizados em grupos e receberão alguns textos para a

leitura. Esses estarão fora da sua ordem estrutural e deverão ser lidos pelos

componentes da equipe, reorganizados pelos mesmos, e depois, deverão ler para a

turma.

O professor pergunta para cada equipe questões referente àquele gênero como:

função na situação comunicativa, finalidade do texto, possíveis interlocutores, onde

podem ser encontrados, são práticas discursivas próprias de que domínio, esse gênero

é exclusivamente oral, escrito ou a oralidade e a escrita se misturam?

Segundo Marcuschi (2007, p.23), usamos a expressão domínio discursivo para

designar uma esfera ou instância de produção discursiva ou de atividade humana. Esses

domínios não são textos, nem discursos, mas propiciam o aparecimento de discursos

bastante específicos. Do ponto de vista dos domínios, falamos em discurso jurídico,

jornalístico, religioso...

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Quais gêneros serão escolhidos para a atividade?

Telefonema, sermão, carta comercial, lenda, biografia, romance, bilhete, aula

expositiva, reunião de condomínio, carta pessoal horóscopo, receita culinária, bula, lista

de compras, cardápio, instruções de uso, inquérito policial, resenha, conversação

espontânea, outdoor, notícia piada, , novena, conferência, carta eletrônica, ,

entrevista,exposição oral, bate-papo virtual.

a) Telefonema

__Alô, quem fala? __É a Ana. __ Oi, Ana, tudo bem? Sabe quem está falando? __ Não, não tô reconhecendo. __É a Rose, sua antiga vizinha. Lembra? __Ah... Rose... Que surpresa boa. Como vai? __Vou bem. Liguei para saber como estão: você, o Mário e os meninos. __Tamo levando. Os meninos estão enormes. O Carlos é do time de basquete daqui, ADORA esporte. O Lucas é mais caseiro, vive em frente daquele computador. Mas, graças a Deus, está tudo em ordem. __Que bom, sinto saudades. Aqui a vizinhança é muito diferente, o máximo que você consegue é bom dia ou boa tarde e olhe, lá. __Mas tem que aparecer, por aqui. Vai ser muito bem recebida. E você trabalhando? __Não, só em casa. Me sinto muito sozinha. O Claudio sempre viajando e a Carla fica no colégio o dia todo. __Que bom que ligou. Estamos esperando. __ Esperar uma folga do Claudio. Sabe como é, a gente se enrola e acaba só ficando em casa. Mas foi muito bom ter conversado com você. Dê notícias, tá? __Tchau, um abraço em todos aí. Obrigada por ligar.

Sugestão de como poderá ser dividido cada texto para as equipes.

__É a Rose, sua antiga vizinha. Lembra? __Ah... Rose... Que surpresa boa. Como vai?

__Que bom que ligou. Estamos esperando.

__ Esperar uma folga do Claudio. Sabe como é, a gente se enrola e acaba só ficando em casa. Mas foi muito bom ter conversado com você. Dê notícias, tá? __Tchau, um abraço em todos aí. Obrigada por ligar.

__Vou bem. Liguei para saber como estão: você, o Mário e os meninos.

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__Mas tem que aparecer, por aqui. Vai ser muito bem recebida. E você trabalhando? __Não, só em casa. Me sinto muito sozinha. O Claudio sempre viajando e a Carla fica no colégio o dia todo.

__Tamo levando. Os meninos estão enormes. O Carlos é do time de basquete daqui, ADORA esporte. O Lucas é mais caseiro, vive em frente daquele computador. Mas, graças a Deus, está tudo em ordem. __Que bom, sinto saudades. Aqui a vizinhança é muito diferente, o máximo que você consegue é bom dia ou boa tarde e olhe lá.

__Alô, quem fala? __É a Ana. __ Oi, Ana, tudo bem? Sabe quem está falando? __ Não, não tô reconhecendo.

b) Carta familiar

Castro, 25 de julho de 2010

Querida, Vânia.

Como tem passado? Está tudo bem por aí? Estou meio chateada com a notícia que quero

lhe dar. Não poderei ir ficar uns dias aí, porque a mãe ficou doente, está fazendo uns exames,

anda muito nervosa e eu tenho que está por perto para dar uma ajudinha. Pena, né, já tava

imaginando as nossas festas, a maior animação. Mas mãe é mãe e eu quero que a minha

mãezinha melhore logo. Deus me livre ver a coitadinha sofrendo.

E você, amiga, o que tem feito? Continua paquerando o Jânio? Ele se decidiu ou ainda está

meio enrolado? Não perca muito tempo com ele, não. Você merece alguém muito especial. Ah,

sabe quem terminou aquele namoro de séculos? A Marta. Ela vivia em função daquele chato,

lembra que nem ia fazer trabalho na nossa casa por causa dele. Coitada, descobriu que estava

sendo traída, ficou na maior deprê.

Tenho estudado bastante, estou fazendo estágio e ano que vem termino o curso de

Formação de Docentes. Mas estou sem saber ainda se quero dar aula. Tenho ido fazer

observação em algumas escolas e não é fácil, não. Sei lá, acho que não tenho muito jeito para

isso.

Já que não poderei ir, bem que você poderia vir pra cá. Tenho tantos “babados”, você

nem imagina, mas o bom é contar pessoalmente. Peça para sua mãe e venha.

Beijos e um abração cheio de saudade, miga.

Laura

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Já que não poderei ir, bem que você poderia vir pra cá. Tenho tantos “babados”, você nem

imagina, mas o bom é contar pessoalmente. Peça para sua mãe e venha.

Como tem passado? Está tudo bem por aí? Estou meio chateada com a notícia que quero

lhe dar. Não poderei ir ficar uns dias aí, porque a mãe ficou doente, está fazendo uns exames,

anda muito nervosa e eu tenho que está por perto para dar uma ajudinha. Pena, né, já tava

imaginando as nossas festas, a maior animação. Mas mãe é mãe e eu quero que a minha

mãezinha melhore logo. Deus me livre ver a coitadinha sofrendo.

Beijos e um abração cheio de saudade, miga.

Laura

Tenho estudado bastante, estou fazendo estágio e ano que vem termino o curso de Formação

de Docentes. Mas estou sem saber ainda se quero dar aula. Tenho ido fazer observação em

algumas escolas e não é fácil, não. Sei lá, acho que não tenho muito jeito para isso.

E você, amiga, o que tem feito? Continua paquerando o Jânio? Ele se decidiu ou ainda está

meio enrolado? Não perca muito tempo com ele, não. Você merece alguém muito especial. Ah,

sabe quem terminou aquele namoro de séculos? A Marta. Ela vivia em função daquele chato,

lembra que nem ia fazer trabalho na nossa casa por causa dele. Coitada, descobriu que estava

sendo traída, ficou na maior deprê.

Castro, 25 de julho de 2010

Querida, Vânia.

c) Conversa informal

__ Oi, que tá fazendo por aí?

__ Vim pagar umas contas e tô louca pra fazer outras.

__ É, né. Veja quanta coisa linda! Dá vontade de levá tudo.

__ Vai na Texana sábado? Acho que vai tá super animado.

__ Sei lá, tá caro e enche de candango.

__Ui, que nojenta. Vamo. Vai tá divertido.

__Quem sabe. Se eu decidir, eu ligo, tá.

__ Joia, tchau. Faz tempo que tô na rua.

__ Tchau.

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__ Sei lá, tá caro e enche de candango. __Ui, que nojenta. Vamo. Vai tá divertido.

__ Oi, que tá fazendo por aí? __ Vim pagar umas contas e tô louca pra fazer outras.

__Quem sabe. Se eu decidir, eu ligo, tá. __ Joia, tchau. Faz tempo que tô na rua. __ Tchau.

__ É, né. Veja quanta coisa linda! Dá vontade de levá tudo. __ Vai na Texana sábado? Acho que vai tá super animado.

d) Biografia

Paulo Freire nasceu em 1921 em Recife, numa família de classe média. Com o agravamento da crise econômica mundial iniciada em 1929 e a morte de seu pai, quando tinha 13 anos, Freire passou a enfrentar dificuldades econômicas. Formou-se em direito, mas não seguiu carreira, encaminhando a vida profissional para o magistério.

Suas idéias pedagógicas se formaram da observação da cultura dos alunos – em particular o uso da linguagem – e do papel elitista da escola. Em 1963, em Angicos (RN), chefiou um programa que alfabetizou 300 pessoas em um mês. No ano seguinte, o golpe militar o surpreendeu em Brasília, onde coordenava o Plano Nacional de Alfabetização do presidente João Goulart. Freire passou 70 dias na prisão antes de se exilar.

Em 1968, no Chile, escreveu seu livro mais conhecido, Pedagogia do Oprimido. Também deu aulas nos Estados Unidos e na Suíça e organizou planos de alfabetização em países africanos. Com a anistia, em 1979, voltou ao Brasil, integrando-se à vida universitária. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores e, entre 1989 e 1991, foi secretário municipal de Educação de São Paulo.

Freire foi casado duas vezes e teve cinco filhos. Foi nomeado doutor honoris causa de 28 universidades em vários países e teve obras traduzidas em mais de 20 idiomas. Morreu em 1997, de infarto.

Disponível em htpp:// revistaescola.abril.com.br/ acesso em 2/6/2010

Em 1968, no Chile, escreveu seu livro mais conhecido, Pedagogia do Oprimido. Também deu aulas nos Estados Unidos e na Suíça e organizou planos de alfabetização em países africanos. Com a anistia, em 1979, voltou ao Brasil, integrando-se à vida universitária. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores e, entre 1989 e 1991, foi secretário municipal de Educação de São Paulo.

Paulo Freire nasceu em 1921 em Recife, numa família de classe média. Com o

agravamento da crise econômica mundial iniciada em 1929 e a morte de seu pai, quando tinha 13 anos, Freire passou a enfrentar dificuldades econômicas. Formou-se em direito, mas não seguiu carreira, encaminhando a vida profissional para o magistério.

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Suas idéias pedagógicas se formaram da observação da cultura dos alunos – em particular o uso da linguagem – e do papel elitista da escola. Em 1963, em Angicos (RN), chefiou um programa que alfabetizou 300 pessoas em um mês. No ano seguinte, o golpe militar o surpreendeu em Brasília, onde coordenava o Plano Nacional de Alfabetização do presidente João Goulart. Freire passou 70 dias na prisão antes de se exilar.

Freire foi casado duas vezes e teve cinco filhos. Foi nomeado doutor honoris causa de 28 universidades em vários países e teve obras traduzidas em mais de 20 idiomas. Morreu em

1997, de infarto.

e) Notícia

17/06/2010-21h18

TSE diz que Ficha Limpa vale para condenados antes da lei

DE SÃO PAULO

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) votou na noite desta quinta-feira pela validade da lei do Ficha Limpa para políticos condenados antes de sua promulgação.

A lei foi promulgada no dia 4 deste mês pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela impede, dentre outros dispositivos, a candidatura de políticos condenados por um colegiado da Justiça (mais de um juiz). O texto havia sido aprovado pelo Congresso no dia 19.

A dúvida sobre a validade da lei para políticos que já foram condenados foi causada por uma emenda do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), que alterou o texto estabelecendo que a proibição vale para "os que forem condenados", em vez de "os que tenham sido condenados", como estava escrito anteriormente.

Disponível em http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/educadores/ acesso em 17/6/2010

A lei foi promulgada no dia 4 deste mês pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) votou na noite desta quinta-feira pela validade da lei do Ficha Limpa para políticos condenados antes de sua promulgação.

A dúvida sobre a validade da lei para políticos que já foram condenados foi causada por uma emenda do senador Francisco Dornelles (PP-RJ),

Ela impede, dentre outros dispositivos, a candidatura de políticos condenados por um colegiado da Justiça (mais de um juiz). O texto havia sido aprovado pelo Congresso no dia 19.

que alterou o texto estabelecendo que a proibição vale para "os que forem condenados", em vez de "os que tenham sido condenados", como estava escrito anteriormente.

17/06/2010-21h18 TSE diz que Ficha Limpa vale para condenados antes da lei DE SÃO PAULO

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f) Novena

Novena a Santa Rita de Cássia - Advogada nos casos difíceis

Oh Santa protetora dos angustiados, potente advogada nos casos difíceis, Santa Rita: tu que és o sol brilhante da Santa Igreja Católica, o espelho da paciência, o flagelo dos demônios, a saúde dos doentes, a consolação dos pobres, a admiração dos Santos e o exemplar de cada virtude, tu, esposa sagrada de Jesus Cristo, coroada pelo mesmo Jesus e marcada na testa com um dos seus Sagrados espinhos, do alto dos Céus escuta a minha voz de mísero pecador: reza por mim, interceda-me graças. Recorro a ti, minha excelsa protetora nas atribulações presentes que me angustiam. Não permitas que eu tenha que sucumbir com o peso das penas que suporto. Vem em meu socorro, oh Santa Rita, tua proteção, reza para mim apoiando com a tua intercepção, junto do trono do Altíssimo, à minha oração e alcance para mim as graças. Obtens para mim aumento de fé, de esperança e de caridade; uma devoção sincera e filial à grande Mãe de Deus; a libertação de todos os males e especialmente obtens para mim... (aqui diga-se a graça que se deseja). Esta graça eu te peço e espero com confiança que seja para maior glória de Deus e para o meu bem verdadeiro. E faz que vencidas as tentações e superados todos os obstáculos, possa um dia vir-te agradecer no Céu, e viver eternamente com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo. Assim seja. Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

o espelho da paciência, o flagelo dos demônios, a saúde dos doentes, a consolação dos pobres, a admiração dos Santos e o exemplar de cada virtude, tu, esposa sagrada de Jesus Cristo, coroada pelo mesmo Jesus e marcada na testa com um dos seus Sagrados espinhos, do alto dos Céus escuta a minha voz de mísero pecador: reza por mim, interceda-me graças.

E faz que vencidas as tentações e superados todos os obstáculos, possa um dia vir-te agradecer no Céu, e viver eternamente com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo. Assim seja. Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Recorro a ti, minha excelsa protetora nas atribulações presentes que me angustiam. Não permitas que eu tenha que sucumbir com o peso das penas que suporto.

(aqui diga-se a graça que se deseja). Esta graça eu te peço e espero com confiança que seja para maior glória de Deus e para o meu bem verdadeiro.

Oh Santa protetora dos angustiados, potente advogada nos casos difíceis, Santa Rita: tu que és o sol brilhante da Santa Igreja Católica,

Vem em meu socorro, oh Santa Rita, tua proteção, reza para mim apoiando com a tua intercepção, junto do trono do Altíssimo, à minha oração e alcance para mim as graças. Obtens para mim aumento de fé, de esperança e de caridade; uma devoção sincera e filial à grande Mãe de Deus; a libertação de todos os males e especialmente obtens para mim...

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2ª atividade

Atividade de reformulação. Esse exercício nos permite tomar consciência dos obstáculos que intervêm no recebimento oral de uma mensagem.

Em duplas, frente a frente. O professor propõe um tema sobre o qual um dos alunos

terá que dar sua opinião. O outro apenas ouve o que o (a) colega falou, sem tomar nota. Depois reformulará o que ouviu. Irá repetir as informações ditas pelo seu interlocutor.

Adaptação de Vanoye, 2007. Usos da linguagem: Problemas e tecnicas na produção oral e escrita.

Temas que podem ser sugeridos pelo professor:

Qual sua opinião sobre as eleições presidenciais de 2010?

O que você acha dos

relacionamentos homossexuais?

Por que há tantos jovens no mundo

das drogas?

O que é fundamental para o ser

humano ser feliz?

Se hoje, pudesse fazer uma

viagem, para onde iria e por quê?

Vocês reconhecem, nas nossas interações sociais, esses gêneros?

Eles têm características próprias? Quais?

Todos são gêneros orais?

Há gêneros em que a escrita e a oralidade se misturam? Que outros casos o gênero é, primeiramente, escrito e depois se transforma em oral?

Conhecem outros gêneros em que o processo se dá ao contrário, ou seja, o gênero aparece na oralidade, depois passa para a escrita?

Os gêneros apresentados pertencem aos mesmos domínios discursivos?

Concordam que em certas situações de comunicação precisamos elaborar um plano, escrever o que deverá ser dito?

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3ª atividade

Em trios, a atividade será semelhante à primeira. No entanto, um dos componentes do

grupo apenas observará o diálogo da dupla, que será sobre temas solicitados pelo

professor/a. Após conversa da dupla, aquele/a que apenas observou, fará a

reformulação do que foi dito.

4ª atividade

Entregar, por escrito, para cada dupla a situação que deverá ser representada.

ir aos correios

cumprimentar; dizer que quer enviar uma

carta ou outra encomenda perguntar qual é o serviço

mais rápido

comparar o preço dos serviços

escolher o serviço pagar despedir-se

ir ao posto médico

cumprimentar explicar qual exame

deseja fazer explicar se já está

agendado ou não

responder às perguntas da

atendente pedir que ela repita as

informações despedir-se

comprar um bilhete de ônibus

cumprimentar pedir um bilhete de ida e

volta indicar o destino, o dia e a

hora informar-se sobre os horários agradecer e saudar voltar e perguntar se o ônibus

costuma atrasar ou chega no horário

Ir à padaria

cumprimentar fazer o pedido

olhar para o balcão e pedir mais alguma coisa

perguntar o preço; acrescentar esse

item à compra pagar

despedir-se

ir à farmácia

Cumprimentar dizer que quer um

medicamento para a gripe

explicar os sintomas

receber o medicamento pagar despedir-se

ir a uma loja

cumprimentar pedir um produto perguntar / dizer o preço comparar preços e produtos

escolher / rejeitar um produto agradecer e saudar

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Passaremos para a terceira etapa de trabalho, a qual tem por meta a realização de

práticas orais mais formais.

Terceira Etapa

Em nossa fala cotidiana, dominamos muito bem os gêneros como: conversas

espontâneas, pedido de informações, respostas ao professor, conversa familiar, bate-

papo com os amigos... Mas, ao sabermos que os outros ouvirão o que temos a dizer, ao

sentirmos que seremos o centro das atenções, muitos são tomados por certos

sentimentos como veremos a seguir:

As atividades dessa etapa têm como foco propiciar maior contato com a oralidade

mais formal, visto que, é essa que traz à tona, para alguns, as sensações descritas

acima. Por isso, o gênero oral em destaque será a notícia televisiva. Como o objetivo

das estratégias que virão é criar situações para que nossos alunos possam colocar-se

em posição de destaque com o intuito de comunicar-se através da fala, o estudo desse

gênero não será detalhado. Faremos apenas alguns recortes sobre o mesmo,

ressaltando questões pontuais. No entanto, é importante frisar que o ponto fundamental

desta unidade didática está expresso na etapa seguinte, cujo objetivo maior gira em

torno do gênero exposição oral.

Insegurança!

Vergonha!

Medo!

Ansiedade!

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A respeito do gênero: notícia televisiva, Marcuschi (2005) classifica-o como

misto, pois nesse se dá a mesclagem das modalidades (fala/escrita). O noticiário

televisivo é recebido pelo telespectador, oralmente, no entanto, o texto foi

originariamente escrito. Ao ser discutido o gênero, é importante ressaltar que as notícias

são escritas, primeiramente, para depois serem oralizadas pelos jornalistas. Isso prova

que as situações mais formais requerem planejamento para a organização do gênero

oral.

Relatar é a capacidade de linguagem dominante da notícia, situando-se entre os

gêneros dessa esfera discursiva que se concretiza através da representação pelo

discurso de experiências vividas, situadas no tempo. ( Dolz, Noverraz, et al.2004).

O que é a notícia?

É um gênero informativo, a matéria–prima dos jornais. Objetiva informar o leitor

sobre fatos que ocorreram ou estão ocorrendo dentro ou fora do país. Basicamente, sua

construção se dá respondendo às seguintes perguntas:

"O quê" - o fato ocorrido "Quem" - o personagem envolvido

"Onde" - o local do fato "Quando" - o momento do fato "Por quê" - a causa do fato

"Como" - o modo como o fato ocorreu

Os principais fatores que influenciam na qualidade da notícia são:

Novidade: a notícia deve conter informações novas, e não repetir as já conhecidas;

Proximidade: quanto mais próximo do leitor for o local do evento, mais interesse

a notícia gera, porque implica mais diretamente na vida do leitor; Tamanho: tanto o que for muito grande quanto o que for muito pequeno atrai a

atenção do público;

Relevância: notícia deve ser importante, ou, pelo menos, significativa. Acontecimentos banais, corriqueiros, geralmente não interessam ao público.

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornalismo. Acesso em 10/6/2010

Atividade

1. Utilizando a TV Multimídia, editar trechos de notícias atuais para que os alunos observem as informações, a postura dos jornalistas, a ênfase dada ao fato noticiado, as partes que compõem o gênero.

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Comentários sobre as observações feitas.

1.1 Entregar o fato noticiado por escrito e pedir para que apresentem à turma. Criar um cenário que relembre um noticiário de TV.

Tarefa de Casa:

Pesquisar no Jornal da cidade uma notícia impressa que deverá ser oralizada em sala de aula, de preferência, sem ser lida.

2. Apresentar as notícias selecionadas, com a utilização do microfone.

A comunicação é própria do ser humano e de extrema importância para seu

desenvolvimento social. Com uma frequência cada vez maior, somos solicitados a falar

em público, seja numa apresentação na escola, atividade em sala de aula, em uma festa

familiar, em uma reunião no trabalho ou em um evento público. Portanto, é necessário

que conheçamos algumas técnicas que possam nos ajudar a utilizar melhor esses os

gêneros orais.

Muitos são os que têm medo de falar em público, isso é comum e não é próprio

apenas de pessoas inexperientes ou não escolarizadas. É impressionante como

algumas pessoas com grande capacidade, boa formação escolar, cultas, se tiverem que

se expor a uma plateia que não lhe seja familiar, sentem-se intimidadas.

Professor (a), não se esqueça de registrar

todas suas impressões sobre a

apresentação feita.

A tarefa a seguir, é um aquecimento para a

próxima etapa.

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Quem já não sentiu as pernas bambas, frio na barriga ao ter de desvelar-se

diante de um grupo tendo que fazer com que sua fala seja aceita, impressione, agrade

os ouvintes? A ansiedade e a insegurança fazem com que o corpo demonstre nossas

emoções. A tensão traz consigo a tremedeira, gagueira, a sudorese e o medo de não

conseguir comunicar aquilo que foi planejado.

O que podemos fazer para

minimizar essas situações?

Utilizando a TV multimídia, apresentar algumas sensações comuns que surgem quando

somos colocados diante de uma plateia. Fazer o seguinte questionamento:

1. Quando foi preciso que você falasse em público na escola ou fora dela? Lembra-se

de como se sentiu?

2. Por que as pessoas ficam nervosas quando têm que se apresentar?

As situações apresentadas a seguir são frequentes. Leia e comente.

“Quando falo em público fico muito nervoso, as batidas do meu coração aceleram, as mãos suam, as

pernas tremem, a voz enrosca na garganta, os pensamentos somem, perco a concentração, não consigo

ouvir o que estou falando e não tenho controle sobre a velocidade das palavras.”

“Não sei o que fazer com as mãos. Quando estou na frente do público parece que elas ficam enormes e

sobram dedos para todos os lados. Como deverei gesticular ?”

“Na escola, quando tenho que apresentar um seminário, acho melhor parar no lugar e começar a falar

sem sair dali. Falo rápido para terminar.”

Adaptação do texto de Polito. Vencendo na comunicação. Disponível em: http://www.slideshare.net/bernardes/10-dicas-

para-se-falar-em-pblico. Acesso em: 17/5/2010

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Atividade

Reunir a turma em grupos e entregar para cada equipe cartões com dicas importantes a serem seguidas ao elaborarem suas apresentações. Cada grupo, após a leitura, deverá organizar a apresentação do conteúdo para a sala.

Observação - As informações que serão socializadas ao grupo devem ser contadas e

explicadas e não deverá ser utilizada a leitura oralizada, ou seja, as equipes não poderão apenas ler para os outros. Caso alguns grupos assim procedam, não interrompê-los no momento da apresentação. Questioná-los sobre o porquê da “escolha” feita e o desempenho dos membros da equipe, bem como suas dificuldades.

A forma como você fala é tão importante quanto o assunto que você está expondo, por isso

escolha o tom adequado. Não fale muito alto para não irritar a plateia, nem muito baixo

porque logo essa deixará de prestar atenção porque não entende o que você fala. Sempre

seja entusiasmo ao falar, faça com que percebam que o que você tem a dizer é interessante.

O equilíbrio é a dose certa na fala: nem muito rápido, nem muito devagar parando por longos

momentos.

Preocupe-se em pronunciar bem as palavras, porque se sua pronúncia for clara, todos os

fonemas forem bem articulados, a mensagem será melhor compreendida pelos ouvintes e o

interesse desses aumentará. É comum no dia a dia falarmos suprimindo alguns sons como

em: bejo, intera, fazê, ocupá, chegamo... No entanto, em situações mais formais, como em

uma palestra, apresentação de um seminário, a nossa linguagem deve aproximar-se o

quanto mais da norma culta do país. Esses cuidados devem estar presentes

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Sua fala deve ser “colorida”, ou seja, alternando os tons da voz, criando um ritmo gostoso de comunicação. Se durante toda a exposição, utilizar sempre o mesmo tom, certamente, irá desinteressar os ouvintes. Muitas vezes a pessoa sabe muito bem o conteúdo, mas esquece de dar um “jeitinho” em sua maneira de dizer usando: silêncios, frases mais altas, criando um ar de expectativa, aguçando a curiosidade do seu público. Fale com entusiasmo, vibre com a sua mensagem, demonstre emoção e interesse nas suas

palavras e ações. Assim, terá autoridade para interessar e envolver os seus ouvintes. Use um vocabulário adequado à situação discursiva. Use um vocabulário simples, objetivo e

suficiente para identificar todas as suas idéias e pensamentos.

Prepare a apresentação, treine-a várias vezes. Use o espelho.

Tenha Postura Correta. Fique sempre bem posicionado. Ao falar procure não colocar as

mãos nos bolsos, nas costas, cruzar os braços, nem se debruce sobre a mesa ou cadeira.

Deixe os braços naturalmente ao longo do corpo ou acima da linha da cintura e gesticule

com moderação. O excesso de gesticulação é mais prejudicial que a falta. Imagine você

assistir alguém que durante uma hora gesticula muito?

Distribua o peso do corpo sobre as duas pernas, evitando o apoio ora sobre uma perna, ora

sobre a outra. Essa atitude torna a postura deselegante. Também não fique se

movimentando desordenadamente de um lado para outro e quando estiver parado não abra

demasiadamente as pernas. Só se movimente se pretender se aproximar dos ouvintes, ou

dar ênfase a determinada informação.

Use uma postura do tronco relaxada, nem muito caída, nem demasiada levantada, essas

podem passar uma imagem de negligência ou arrogância.

É preciso coerência quando discursamos. O corpo deve estar em sintonia com a fala. Deixe

o semblante sempre descontraído e, sendo possível, sorridente. Não fale em alegria com a

fisionomia fechada nem em tristeza com a face alegre.

Importantíssimo no momento de uma exposição ou em outra situação de interação face a

face é o contato visual. Ao falar, olhe para todas as pessoas. Principalmente, ao ler, este

cuidado tem de ser redobrado, pois existe sempre a tendência de olhar o tempo todo para o

texto, esquecendo a presença dos ouvintes.

Seja você mesmo. Essa é a maior “dica” de como falar melhor: a naturalidade acima de tudo.

Adaptação de: Pereira. Oratória e comunicação. Disponível em: http://www.blogflaviopereira.com.br/oratoria-e-

comunicacao/oratoria-recursos-corporais/ Acesso em 15/5/2010

Como falar em público? Disponível em: http://www.brasilescola.com/curiosidades/como-falar-publico.htm Acesso em

15/5/2010

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Na última etapa da Oficina, o gênero em destaque será a exposição oral, sendo esse

um dos mais utilizados em sala de aula pelos docentes, quando realizam atividades

voltadas à oralidade.

Quarta etapa

As bases teóricas que consolidaram essa 4ª etapa de trabalho são

sustentadas, em especial, por Dolz; Schneuwly e Noverraz (2004) e

podem ser confirmadas no livro: Gêneros orais e escritos na escola.

A terminologia, frequentemente, utilizada na escola para se referir à

exposição é o seminário e esse gênero apresenta uma das raras

atividades orais que são praticadas com maior frequência nas salas de

aula. A exposição oral faz parte da tradição escolar, no entanto, apesar de

praticada, muitas vezes isso se dá:

Sem que um trabalho didático seja efetuado;

Sem a preocupação de ensinar, em sala de aula, como deve ser a

construção da linguagem para a realização desse gênero;

Sem estratégias concretas de intervenção;

Sem que procedimentos explícitos de avaliação sejam adotados.

Na verdade, nota-se a falta de clareza e encaminhamentos dos professores

quando pedem aos alunos esse tipo de atividade. Com o intuito de organizar estratégias

ao professor, direcionando suas ações, para que possa encaminhar de maneira mais

satisfatória essa prática oral, os passos - a seguir - poderão auxiliar o docente.

É comum, em nossa prática, muitas vezes organizarmos os grupos, selecionarmos os

temas e dizermos que deverão apresentar o seminário. O questionamento é o seguinte:

Será que explicamos como deve ser feito esse trabalho?

Quais as especificidades próprias desse gênero?

Quais são as partes que devem compor a exposição oral? Como fazê-la?

Haverá a organização de um texto escrito, ou apenas é preciso copiar um

texto sobre o tema e ler algumas coisas em frente à turma?

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Para que possamos clarear alguns conceitos pertinentes ao gênero em questão,

torna-se necessário especificar as características mais relevantes de uma exposição

oral.

Quanto à importância desse gênero nas nossas práticas de oralidade, de acordo

com os autores mencionados, frisamos que:

A exposição é um instrumento privilegiado de transmissão e conhecimento de

diversos conteúdos. Aprendem todos, aqueles que a ouvem, mas principalmente,

aqueles que a preparam e apresentam-na, pois precisarão pesquisar, buscar fontes

diversificadas de informações, selecioná-las, depois elaborar um esquema em que

possa se sustentar a apresentação oral. Também garante àqueles que apresentam

assumir um papel de “especialista” para que a própria ideia de transmitir um conteúdo

tenha sentido. Esses conceitos devem ser trabalhados, em sala de aula, através de

exemplos, modelos para que depois sejam pedidos os famosos seminários aos alunos.

Para que a turma possa apresentar-se bem nas exposições, ressalta-se que tomem

conhecimento dos itens abaixo:

a) Exposição é um discurso que se caracteriza numa situação de comunicação

específica, reunindo o orador ou expositor e seu auditório;

b) Ao longo da ação de linguagem, o orador deve levar em conta o destinatário, o que

imagina que já saiba, seus interesses e expectativas;

c) A exposição oral é um gênero textual público, relativamente, formal e específico, no

qual um expositor-especialista dirige-se a um auditório, de maneira (explicitamente)

estruturada, para lhe transmitir informações, descrever-lhe ou lhe explicar alguma

coisa;

d) A exposição constitui, de fato, uma estrutura bastante convencional de

aprendizagem. O aluno toma, de certa forma, o lugar do professor e experimenta

esse mecanismo de transmissão e interação com a plateia;

e) O expositor deve ao longo da explanação, avaliar a novidade, a dificuldade daquilo

que expõe; percebendo os sinais que são enviados pelo auditório. Observando isso,

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pode fazer as reformulações, buscar outras formas de explicar aquilo que notou ter

sido de difícil compreensão pelos outros;

f) Deve ter claro a que conclusões quer levar seu auditório;

g) Deve aprender a fazer perguntas a fim de estimular a atenção dos ouvintes de

verificar se a finalidade de sua intervenção está sendo atingida;

h) Deve tomar consciência das condições que garantem a boa transmissão de seu

discurso: elocução clara; utilização pertinente dos recursos auxiliares como

cartazes, multimídia, transparência. Esses recursos devem ser um suporte para a

exposição e jamais irão substituir o conhecimento que você irá passar com o seu

discurso.

Quais são as partes que compõe o gênero exposição oral?

1. Abertura - consiste em fazer o contato com o auditório, saudação e momento em

que o expositor é instituído como tal.

2. Introdução – é o momento de entrada no discurso. Trata-se de uma etapa de

apresentação, de delimitação do assunto. Esse primeiro contato do expositor com o

público deve mobilizar a atenção. O interesse e a curiosidade dos ouvintes.

3. Plano de exposição – essa fase é importante porque deixa transparente para o

auditório, os procedimentos, ou seja, os rumos que a apresentação vai seguir. É dar

o esboço do que será mostrado.

4. Desenvolvimento – encadeamento dos temas, é a apresentação em si do conteúdo

proposto, que deve seguir ao plano exposto no item anterior.

5. Recapitulação – a síntese do que foi dito, retomada dos principais pontos da

exposição e abre o espaço para as etapas seguintes.

6. Conclusão – transmite uma “mensagem” final, mas pode também lançar um

problema novo, ou dar início a um debate.

7. Encerramento – De certo modo, é semelhante à abertura, frequentemente os

agradecimentos ao auditório e nesse momento, às vezes, o auditório intervém.

Ao elaboramos uma exposição oral, atentemos para:

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Pesquisa

Após a escolha do assunto, os alunos devem pesquisar sobre o tema.

Elaboração do texto escrito

Organizar o que pesquisaram e elaborar por escrito o que deverá

ser apresentado. Levar em conta para quem está sendo preparada a exposição. Seguir as partes que compõem o gênero exposição oral:

abertura, introdução, plano de exposição, desenvolvimento, recapitulação, conclusão, encerramento.

Contato com o auditório

Manter contato visual com a plateia. Perceber se estão entendendo. Questioná-los sobre o que foi exposto para certificar-se se os

propósitos foram atingidos.

Primeira atividade

Como deve ser uma

exposição oral?

A atividade anterior

deu algumas dicas

que poderão ser

usadas por vocês na

apresentação dos

trabalhos da escola?

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Formar os grupos e entregar para a turma alguns temas que deverão ser apresentados em forma de exposição. A

escolha dos assuntos pode ser combinada com professor(a) de outra disciplina utilizando assuntos que os alunos, por exemplo, já estudaram. Os temas sugeridos

aqui estão relacionados aos conteúdos de Biologia do primeiro ano.

Segunda atividade

A apresentação das exposições será no próximo encontro. O professor não deve interferir enquanto os alunos estiverem realizando o seminário. No entanto, é imprescindível que o mesmo observe e anote as dificuldades da

turma quanto ao gênero para que as estratégias sejam construídas com base nessas lacunas.

Terceira atividade

Depois de concluídos os trabalhos, conversar com os alunos sobre as

sensações durante a apresentação, dificuldades e inseguranças.

A turma prestou atenção ao tema? Por quê?

Que outros elementos relevantes devem estar

presentes numa exposição, além do

conteúdo a ser tratado?

Houve organização e domínio sobre o assunto

escolhido?

Outros recursos para ajudar na exposição oral

foram utilizados?

A linguagem utilizada foi adequada? E o tom de

voz? Houve contato visual com a plateia?

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Quarta atividade

Usando a tv multimidia, editar trechos de vídeo do youtube sobre a arte de

falar em público. Além de observar o conteúdo retratado no vídeo, notar

outros aspectos como: postura, interação com a plateia, questões

discursivas que fazem com que haja encadeamento do texto.

Quinta atividade

“A exposição oral caracteriza-se por um espécie de compromisso simultâneo com

a língua falada e a língua escrita.” (VANOYE, 2007, p.224)

É preciso aprender como organizar uma exposição oral. Ajudar os alunos a verificar as

partes que devem conter o gênero, como esse se estrutura. Ver quadro acima.

Como a primeira exposição oral realizada foi gravada, o professor deverá editá-la para que os alunos observem como foi desenvolvida, ou não, a sequência do

gênero, se os marcadores discursivos foram usados. Alguns deles são: “em

primeiro lugar”, “em seguida”, “depois”, “então”, “portanto”, abordarei agora outro

aspecto”. E na conclusão: “gostaria de resumir alguns pontos”, “para concluir”,

“finalizando”. Entregar cartões para os alunos registrarem as expressões

linguísticas que os mesmos usaram naquele momento.

Sexta atividade

Os alunos assistirão, na TV multimídia, a uma exposição oral realizada pela

professora sobre a elaboração de uma boa exposição oral. Depois, receberão o

texto impresso, em seguida farão o exercício parafraseando as expressões

utilizadas pela professora para articular as diferentes partes do texto.

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Possíveis fórmulas

Apresentação do assunto vou tentar mostrar como...

- o assunto de minha exposição será...

- -

Entrada no assunto, preparação do

desenvolvimento vejamos, primeiramente, quais...

-

- -

Sequência do desenvolvimento/ mudança de tema Então, mostrei algumas dificuldades... e

agora vou citar... A etapa seguinte é ...

- - -

-

Recapitulação do assunto... Revendo os principais pontos...

- - -

Anúncio da conclusão Para finalizar...

- -

-

Atividade adaptada de Dolz, Schneuwly et.al.(2004) A exposição oral

Sétima atividade

Neste momento, os alunos irão organizar a sua exposição oral, seguindo os passos trabalhados. Essa

atividade também será gravada para que depois possam ser socializados os avanços quanto ao domínio do gênero.

Que a exposição

oral tenha um

novo compasso

na escola!

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Algumas considerações

Sabemos das inúmeras dificuldades enfrentadas por nós, professores da rede

pública, em nossa caminhada de docência. No entanto, não podemos fazer com que

esses obstáculos calem nosso desejo de mudança, de melhoria. Afinal, trabalhamos

como o “Ser”, que é singular e plural. Precisamos ter límpido em nossas ações o caráter

de inclusão desse ser, por isso, nossos alunos deverão ser motivados a sentirem-se

capazes e parte da sociedade que, no labutar diário, ainda acredita, ainda sente a

vontade de mudança, mesmo diante de tantos percalços.

E, para fazer com que nossas convicções sempre fervilhem e ampliemos a

competência linguística de nossos alunos, terminamos essa Unidade Didática com as

palavras de Dolz e Schneuwly .

...é possível ensinar a escrever textos e a exprimir-se oralmente em situações públicas escolares e extraescolares. Uma proposta como essa tem sentido quando se inscreve num ambiente escolar no qual múltiplas ocasiões de escrita e de fala são oferecidas aos alunos. [...] Criar contextos de produção precisos, efetuar atividades ou exercícios múltiplos e variados; é isso que permitirá aos alunos apropriarem-se das noções, das técnicas e dos instrumentos necessários ao desenvolvimento de suas capacidades de expressão oral e escrita, em situações de comunicação diversa. (DOLZ, SCHNEUWLY, et al. 2004, p.96)

Após a elaboração das atividades voltadas à oralidade e desenvolvidas sob forma

de Oficina, esperamos que essas possam contribuir com o processo de ensino e

aprendizagem e auxiliar os colegas professores a enriquecer suas aulas.

As estratégias utilizadas são apenas pequenos pontos numa temática tão

abrangente. Entretanto, que sejam essas estratégias o primeiro ensejo, para que as

muitas vozes, presentes na sala de aula, sejam respeitadas, ouvidas e encontrem um

novo tom – muito menos abafado, é claro!

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