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O CLIMA URBANO DE SÃO JOÃO DE MERITI: UM ESTUDO APLICADO À QUALIDADE AMBIENTAL
LEANDRO DA SILVA GREGÓRIO ¹
1 Mestrando do Programa de Pós Graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro –RJ
e-mail:[email protected]
ANA MARIA P. MACEDO BRANDÃO ² 2 Géografa, Profª.Drª Adjunta, Depto. Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro –RJ
e-mail:[email protected]
RESUMO O intenso processo de urbanização na Região metropolitana do Rio de Janeiro interferiu grandemente na dinâmica ambiental e provocou profundas transformações no espaço geográfico resultando em impactos sócio-ambientais e climáticos. No Município de São João de Meriti, este processo atuou acentuadamente devido à intensa taxa de ocupação e urbanização, sem qualquer infra-estrutura, em detrimento da qualidade ambiental. Este trabalho objetiva analisar a evolução das transformações ambientais em São João de Meriti, os impactos resultantes e como estes contribuem para configuração do clima local. Com isto visa-se contribuir com ações de educação ambiental na comunidade objetivando a melhoria da qualidade ambiental. A metodologia compõe-se do levantamento de dados históricos, sócio-econômicos, pluviométricos, hidrológicos, geomorfológicos e de qualidade do ar, a elaboração de gráficos, mapeamentos e análise crítica através do uso de sistemas de informação geográfica (SIG), aplicação de questionários de percepção ambiental, uso de cartas sinóticas e de imagens de satélites meteorológico e de Landsat 5, canal infra-vermelho termal. Resultados preliminares apontam elevados índices de poluição atmosférica, altos riscos de inundações, configuração de ilhas de calor de elevadas intensidades e alto grau de degradação sócio-ambiental no município. PALAVRAS-CHAVES: Clima urbano, Qualidade ambiental, Educação Ambiental,
2
THE URBAN CLIMATE OF SÃO JOÃO DE MERITI: A STUDY APPLYED TO ENVIROMENTAL QUALITY
ABSTRACT
The intense process of urbanization in the metropolitan region of Rio de Janeiro interfered greatly in the dynamic environment and caused profound changes in the geographical area resulting in socio-environmental impacts and intense weather. In the city of Sao Joao de Meriti, this process acted of strong form because of intense urbanization rate of occupancy, without any infrastructure, in detriment of environmental quality. This paper have objective examine the evolution of environmental changes in Sao Joao de Meriti checking resulting impacts and how they contribute to setting the local weather. It proposes implement actions of environmental education in the community to contribute to improvement of environmental quality. The methodology consists of the removal of historical data, socio-economic, rainfall, water, air quality and geomorphologic., The preparation of charts, maps and critical analysis through the use of geographic information systems (GIS), application of questionnaires of environmental perception, use of letters synoptic and satellite images of weather and the use of images from Landsat 5 satellite channel infra-red thermal. Preliminary results indicate high levels of air pollution, high flood risks, signs of heat islands of high intensity and high degree of socio-environmental degradation in the municipality.
KEY WORDS: Urban Climate, Enviromental Quality, Enviromental Education,
3
INTRODUÇÃO A intensidade e recorrência de problemas urbanos de natureza climática, como enchentes e
alagamentos, a poluição atmosférica e as famosas ilhas de calor, tem sido a tônica dessas últimas
décadas. Inegavelmente, estes problemas trazem conseqüências danosas, afetando a saúde física e
mental da população que vive nos centros urbanos, que somados a outros impactos ambientais,
contribuem para uma diminuição da qualidade de vida das pessoas..
Este quadro mostra a situação de muitas áreas metropolitanas do Brasil, entre elas, a do Rio de Janeiro.
Segundo BRANDÃ0 (1992) o acelerado e desordenado processo de crescimento urbano do Rio de
Janeiro, que caracteriza principalmente o século XX, vem provocando a degradação do meio físico,
incluindo as alterações climáticas e seus impactos produzidos e que, em última instância, resultam em
sérios impactos socioeconômicos.
Os municípios que compõem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro vêm sofrendo ano após ano
com esses problemas, em especial, os 13 municípios da Baixada fluminense. Esta região localiza-se
entre a Serra do mar e a Baía de Guanabara, geomorfologicamente, caracterizada por uma diversidade
de sítios, com terrenos com cotas bastante baixas em relação ao mar, mas não abaixo do nível do mar e
onde se encontra uma grande quantidade de morros do tipo meia laranja. Dentre os municípios da
Baixada Fluminense destaca-se o de São João de Meriti, nossa área de estudo que concentra um
contingente populacional de 449.476 habitantes numa restrita área de apenas 35 km², resultando na
maior densidade demográfica do Brasil 12.946 hab/km² (IBGE, 2000). Sua área quase 100%
urbanizada, decorre do intenso processo de urbanização, sem nenhum resquício de mata nativa e com
poucas áreas arborizadas.
O município apresenta, ainda, algumas informações sócio-econômicas preocupantes, como baixa
escolaridade, altos índices de evasão escolar, baixa renda per capita, por exemplo, o que reforça a
necessidade de adoção de medidas de intervenção para frear o agravamento desse processo, que
melhorem a conscientização dos problemas ambientais que afetam a população e que promovam
melhor distribuição de renda.
Este trabalho tem por objetivo analisar o sistema clima urbano no município de São João de Meriti
contemplando os três canais de percepção: o termodinâmico (ilhas de calor), o físico-químico
(poluição do ar) e o impacto pluviométrico (enchentes), buscando compreender como as características
geoecológicas do sítio interagem com aquelas resultantes do processo de urbanização (uso do solo,
cobertura vegetal, estrutura urbana), imprimindo ao ritmo climático da cidade uma característica toda
peculiar. A partir dos resultados alcançados visa-se o desenvolvimento de ações de educação
ambiental, envolvendo a comunidade e o poder público, para minimizar os impactos climáticos
negativos na vida do cidadão meritiense e amenizar a situação sócioambiental no município, pois sem
uma mudança de comportamento da sociedade tais melhorias dificilmente serão alcançadas.
4
MATERIAIS E MÉTODOS
Para atingir o objetivo proposto adotou-se a metodologia, de acordo com Monteiro (1976) e
Brandão (1996) compreendendo as etapas: Levantamento bibliográfico, de dados, informações e
documentos referentes ao tema e ao município; coleta de dados climáticos; coleta de dados de
qualidade do ar existentes no município, obtidos através da Fundação Estadual de Engenharia do Meio
Ambiente (FEEMA). Na utilização destes dados usou-se o software Surfer 8 para geração dos gráficos
de concentração de poluentes por meio do interpolador Krigging e o software Excel para elaboração
dos gráficos de variação temporal dos poluentes, além do software SAGA/UFRJ para confecção do
mapa de violações ao padrão de qualidade do ar; com o uso de “data loggers” – realizou-se
monitoramento de campo para obtenção de dados climáticos (temperatura e umidade relativa do ar) em
diferentes ambientes visando à configuração de ilhas de calor, nas estações de verão e inverno. Para o
tratamento e análise destes dados foi utilizado o software Arc View 3.2 para elaboração do Modelo
Numérico de Terreno (MNT) da temperatura, obtido por meio do interpolador IDW (Inverso do
quadrado da distância) e a grade regular retangular; aplicação de questionários de percepção ambiental,
confecção de gráficos com o uso do software Excel e respectiva análise. Experimentos de campo, entre
os meses de Janeiro e Março (45 dias) de 2006, para obtenção de dados de pluviosidade com uso de
pluviômetros alternativos de garrafas PET, utilizando-se as mesmas técnicas empregadas na análise da
temperatura, descritas acima; digitação e tratamento estatísticos dos dados; elaboração do modelo
numérico de terreno do relevo do município e entorno usando-se a grade irregular triangular e o
método de interpolação de triangulação de Delaunay; coleta de imagens de satélite e cartas sinóticas
visando correlacionar os resultados obtidos em campo com a situação sinótica vigente; elaboração de
cartogramas de condições sócio-econômicas (queima de lixo na propriedade e abastecimento da
propriedade por água de poço) através do software IBGE-Estatcart; elaboração de gráficos de dados
sócio-econômicos com o Software Excel. Com o intuito de confrontar a verdade terrestre (dos dados
mensurados em campo) com as informções de temperatura aparente registrada por sensor orbital, foi
feita uma comparação dos mapeamentos obtidos pelo equipamento em campo do dia 11/03/2007 às
10:00 AM com o imageado pelo sensor termal (banda 6) LandSat 5 TM.
Para o tratamento dessas informações utilizou-se o Sistema de Processamento de Informações
Georeferenciadas (SPRING) desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Foram eleborados uma carta-imagem e um mapa de uso do solo do município de São Jão de Meriti
utlizando das bandas 3, 4 e 5 para geração da composição colorida e posterior classificação para
geração do mapa de uso do solo, com o objetivo de correlacionar os tipos de uso no municipio com os
valores de temperatura.
5
Na imagem termal para a obtenção da temperatura aparente foi necessária a transformação do sinal
digital proveniente do satélite em radiância, a qual foi convertida em temperatura como descrito por
Chander e Markhann (2000) pelas fórmulas a seguir:
onde Lmax e LMin representam, respectivamente, os valores da radiância máxima e mínima
escalonados pelo sensor, NCmax e NCmin representam, respectivamente, os níveis de cinza máximo
e mínimo, NC representa o nível de cinza de cada pixel da imagem, k1 (1260,56) e k2 (607,76) são as
constantes de calibração para a banda 6
RESULTADOS E DISCUSSÕES
CARACTERIZAÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS E HISTÓRICO DO MUNICIPIO DE
SÃO JOÃO DE MERITI E DA BAIXADA FLUMINENSE
O município de São João de Meriti, com 34 km², localiza-se a 22º47’48” de latitude S e a
43º23’48” de longitude O, sendo um dos treze municípios que formam a região da Baixada
Fluminense a qual se insere na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (figura1).
Figura 1 – Localização do município de São João de Meriti. Elaborado pelos Autores
6
O sítio da Região é bastante diversificado com a ocorrência de áreas baixas estas predominando
nos municípios de Duque de Caxias e Magé; os morrotes, também conhecidos como “morros meia-
laranja” que ocorrem em grande parte da região, destacando-se o município de São João de Meriti e
mais de 40 elevações acima de 100 metros. Elevações médias em Nilópolis e Belford Roxo, crescem à
medida que atingem os municípios de Queimados e Japerí.
Ao Norte da Região localizam-se as vertentes da Serra do Mar e o maciço do Tinguá, onde se
encontram as maiores elevações do território, próximas de 1700 metros de altitude. No Sul encontra-se
outra elevação, o Maciço de Gericinó, também chamada de Serra de Madureira ou, mais recentemente,
Serra do Vulcão. Neste, o ponto mais alto chega a 974 metros (Figura 2).
Nas várias planícies existentes, que em geral acompanham os rios, ocorrem constantes
inundações, formando brejos e alagados, principalmente, à medida que se aproximam da Baía de
Guanabara. A expansão da Baixada fluminense ocorreu juntamente com a expansão da cidade do Rio
de Janeiro, nos séculos XVIII e XIX.
Figura2. Modelo Numérico de Terreno do Relevo de parte da Baixada Fluminense. Elaborado pelos Autores
Os primeiros povoamentos de São João de Meriti ocorreram no século XVII e o seu auge
econômico, no século XVIII devido aos inúmeros engenhos existentes e ao intesno transporte de
produtos alimenticios nos rios e porto fluviais da região, àquela época.
Este período de prosperidade começou entrar em decadência a partir do século XIX. Vários fatores de
ordem física, econômica, política e social contribuíram para isto. De ordem física podemos dizer que o
desenvolvimento da agricultura levou a uma drástica alteração do ambiente com a derrubada da mata
nativa para dar lugar ao plantio, ao pasto para o gado e para extração de lenha. Com isso, os rios Meriti
e Sarapuí, que eram navegáveis até meados do século XIX, com a intensificação do desmatamento nas
cabeceiras e margens, acelerou a processo de obstrução os cursos d’água; o matagal cobriu extensas
7
áreas dos rios; o leito turfado transformou-se em pântano. A navegação foi prejudicada impedindo o
escoamento da produção através dos rios. Além disso, em 1855, a região foi atingida por uma febre,
chamada cólera-morbus, pela malária e pelo impaludismo, doenças atribuídas ao desmatamento das
margens e assoreamento dos rios. (TORRES 2004).
Entretanto é no século XX, mais precisamente, a partir dos anos 30 e 40, que São João de Meriti
passou pelas maiores transformações em seu espaço geográfico, desde a sua fundação, no século XVI,
cujos efeitos permanecem até hoje como degradação dos rios, a pouca vegetação existente, a precária
infra-estrutura urbana ( figura 3), além da grande densidade de construção de forma desoradenada,
chegando a uma taxa de quase cem por cento de urbanização, o grande crescimento populoacional,
resultando na maior densidade demográfica do Brasil com 12479 hab/Km² (figura 4)
Figura 3 Figura 8 Foto Rio Pavuna Meriti Fonte: Arquivo pessoal dos Autores
5.000
55.000
105.000
155.000
205.000
255.000
305.000
355.000
405.000
455.000
1920 1940 1947 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2007
n° de habitantes
Evolução do número de habitantes em São João de Meriti
Figura 4 Evolução do crescimento da população meritiense: fonte dos dados: CIDE e IBGE. Grafico Elaborado pelos Autores
8
CANAL IMPACTO METEÓRICO: REGIME E RITMO PLUVIOMÉTRICO
Analisando a atual situação do municpio e, principalmente, nas áreas próximas aos rios Sarapuí
e Pavuna-Meriti, verifica-se que o acelerado processo de urbanização, sem qualquer tipo de
planejamento, somado à falta de uma política de saneamento séria, alterou substancialmente o sitio
original, mudando completamente a dinâmica ambiental existente.
Como já mencionado, o sítio da região é, basicamente, composto por morrotes e as planícies de
inundação dos rios. Com o passar do tempo esses foram completamente ocupados, inclusive
desrespeitando o limite marginal. Com essa intensa impermeabilização dos solos, sem uma drenagem
adequada, acrescida ao processo de assoreamento dos rios, as enchentes continuam sendo comuns,
principalmente, no verão, época em que as chuvas são mais intensas e concentradas. Assim a
população ribeirinha, cujas habitações são precárias, é amplamente afetada.
Não é possível afirmar, com precisão, se toda essa longa e profunda derivação antrópica no
ambiente da região, produziu alteração no regime de chuvas, devido à escassez de dados que permitam
tal correlação. Porém, os poucos dados disponíveis mostram que o período chuvoso ocorre de
dezembro a março, mas elas precipitam de forma concentrada em poucos dias, geralmente, associadas
à entrada de sistemas frontais, quando chuvas superiores a 50 mm, em apenas um dia, são frequentes.
O experimento realizado no período de janeiro a março de 2006, objetivando monitorar a chuva
no município de São João de Meriti, utilizando-se de pluviômetros alternativos e com a colaboração da
comunidade, mostrou que as chuvas seguem o mesmo padrão daquele registrado pela estação
pluviométrica oficial, concentradas em alguns poucos dias, geralmente associadas à passagem frontal.
A vantagem deste experimento é que ele possibilitou a representação espacial da pluviosidade nesse
período na área de estudo. Assim, o mapeamento do total das chuvas acumuladas no período do
experimento (figura 5), mostrou que os maiores valores foram registrados na porção leste do
município, enquanto na porção oeste embora com valores menores, foram registrados um maior
números de alagamentos. Isto, possivelmente, deve-se a dificuldade de escoamento das águas, uma vez
que no setor oeste há maior concentração de morrotes, formando vales estreitos e, ainda, pela
precariedade de infra-estrutura nesta porção (figura 6).
9
Figura5. Mapeamento do total das chuvas acumuladas no período de 15 de Jan. à 05 de Mar. De 2006 (Elaborado pelos Autores )
Figura 6 Modelo Nùmerico de Terreno do Relevo do Municipio de São João de Meriti elaborado pelos autores
O problema das enchentes é agravado pelo alto grau de poluição dos Rios Sarapuí e Pavuna-
Meriti. As principais fontes poluidoras são os esgotos domésticos lançados sem qualquer tratamento o
que poderia ter sido amenizado caso as obras de tratamento de esgoto, previstas nos vários programas
projetados para a região, houvessem, efetivamente, implementadas.
Somente no município de São João de Meriti, a maior parte do lixo é depositada nos rios e
córregos, nos terrenos baldios e nos logradouros públicos o que dificulta o fluxo das águas dos rios,
“estrangulando” seu leito, forçando a extravasar para as margens já impermeabilizadas agravando o
processo. Em conseqüência, o nível dos Rios Sarapuí e Pavuna-Meriti é bastante baixo, facilitando seu
10
extravasamento nos episódios de chuva Os impactos dessa situação calamitosa na sociedade são
enormes.
Além das perdas materiais e de vidas humanas nas enchentes, o número de doenças de
veiculação hídrica é bastante elevado. Em São João de Meriti as principais doenças que afetam a
população são as de veiculação hídrica como a leptospirose com crescente aumento no número de
casos nos últimos anos. O fato é agravado pelo precário sistema hospitalar no município que possui
poucas unidades ambulatoriais, nenhum hospital público, sobrecarregando os hospitais de outros
municípios.
A questão do abastecimento de água é preocupante no Município e Baixada Fluminense.
Muitos domicílios não são abastecidos pela rede regular de água possuindo instalações clandestinas,
onde normalmente os canos que abastecem as propriedades atravessam o leito do rio (que está
completamente poluído) sem qualquer tipo de cuidado, estas instalações são conhecidas como “linhas
brancas” (figura 7). Em alguns municípios como é o caso de São João de Meriti, boa parte dos
domicílios tem como abastecimento da propriedade, a água de poço comum o que é alarmante, pois
com a precária infra-estrutura de esgotos, o lençol freático pode estar completamente contaminado.
Figura 7 Instalações clandestinas de água (Linhas brancas) no Bairro Jardim Metrópole- São João de Meriti
Fonte boletim FAPERJ
CANAL FÍSICO-QUÍMICO: A QUALIDADE DO AR NO MUNICIPIO
A qualidade ao ar no Estado do Rio de Janeiro é mensurada pela Fundação Estadual de
Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA) que possui uma rede de estações de monitoramento
espalhada pelo Estado. Vale ressaltar que esta rede encontra-se defasada em termos de quantidade de
estações (alguns municípios só possuem uma estação), na qualidade das medições (algumas costumam
fazer uma medição apenas em determinados meses) e quanto ao tipo de poluente mensurado. No caso
de São João de Meriti a única estação existente, só mede partículas em suspensão (PTS) e partículas
inaláveis (PI), o que é lamentável, pois poluentes perigosos como monóxido de carbono, ozônio, entre
11
outros, não são monitorados. Portanto, a análise da qualidade do ar nesse estudo, no município,
considera apenas os elementos partículas em suspensão (PTS) e partículas inaláveis (PI).
São João de Meriti é o município da região metropolitana que apresenta os piores índices de
qualidade do ar. Segundo o mais recente relatório de qualidade do ar do Estado do Rio de Janeiro, este
município apresenta índices de partículas em suspensão e inaláveis bem acima do padrão anual.
Quanto ao comportamento da concentração dos poluentes ao longo do tempo nota-se uma tendência de
decréscimo, porém no ano de 2006 há uma ligeira elevação. Apesar dessa tendencia de declinio, os
indices em São João de Meriti ainda são mais elevados que os das outras estações da região
metropolitana apresentadas na figura 8
Figura 8 Evolução Anual de partículas em suspensão Fonte: Relatório qualidade do ar 2006/FEEMA
Analisando o poluente partículas inaláveis (PI) cujo limite tolerável à saúde humana, segundo a
resolução 03/90 do CONAMA, é de 150µm³ e que só pode ser violado uma vez ao ano, este índice foi
violado diversas vezes em anos consecutivos em São João de Meriti. Uma vez que sua maior
periculosidade é devida a capacidade de penetrar mais profundamente no sistema respiratório
alojando-se nos alvéolos pulmonares trazendo graves problemas de saúde, o limite tolerável à saúde
humana é inferior ao adotado para partículas em suspensão (240 µm³).
Observa-se nas figuras 9 e 10, uma distribuição desse poluente em Janeiro de 2001 e Junho de
2004 comparando o município de São João de Meriti com os municípios de Nilópolis, Nova Iguaçu e
Duque de Caxias, onde em ambos os meses São João de Meriti é o que apresenta os piores índices
comparados aos outros municípios.
12
D.Caxias S.J Meriti Nilópolis N.Iguaçu6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
40
70
100
130
160
190
220
250
Distribuição das Partículas inaláveis nos Municipios adjacentes a S.J.Meriti
JANEIRO DE 2001
D.Caxias S.J Meriti Nilópolis N.Iguaçu
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
30
50
70
90
110
130
150
170
190
210
230
250
270
Distribuição das Partículas inaláveis nos Municipios adjacentes a S.J.Meriti
JUNHO DE 2004
Chama atenção nesses dois gráficos o fato de que no verão, onde normalmente a qualidade do
ar é boa, o índice apresentou-se ruim e no inverno onde normalmente a qualidade do ar é ruim ocorreu
o inverso. Isto foi devido à condição sinótica predominante. Em janeiro houve grande atuação do
anticlone subtropical do atlântico sul, que garantiu estabilidade atmosférica e com a entrada de poucas
frentes frias quase não registrou chuvas (que “lavam” a atmosfera). Essa condição favoreceu muito a
concentração de poluentes e com isso os indices de qualidade do ar foram ruins. Já em junho de 2001 a
entrada de frentes frias e as chuvas consequentes, permitiram uma limpeza da atmosfera, o que fez
com que os índices de qualidade do ar fossem bons. Este resultado mostra que o índice de qualidade do
ar está muito atrelado com a condição sinótica vigente, independente da estação.
Algumas razões podem ser apontadas como contribuintes para esta situação. O intenso tráfico
de veículos em alguns pontos do município como no Centro da cidade e na rodovia Presidente Dutra
que corta o município; o grande número de ruas de terra batida o que representa um aporte de material
em suspensão devido a ação dos ventos (figura 9); a prática de queima de lixo comum no município
(figura 10) e pouquíssima taxa de arborização que atuaria como um filtro desses poluente,
contribuindo para purificação do ar. Além disso, o grande número de indústrias no municipio e na
região é mais um agravante (Figura 11). Como reflexo disso, as doenças de pele e respiratórias são as
que mais afetam a saúde da população meritiense (Gráfico 12).
Gráfico 9 distribuição de partículas inaláveis em Janeiro de 2001
Fonte dos dados: FEEMA Gráfico elaborado pelos Autores
Gráfico 10 distribuição de partículas inaláveis em Junho de 2004
Fonte dos dados: FEEMA Gráfico elaborado pelos Autores
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Fig. 9 Foto da Parte Leste de S.J.Meriti Fonte: Arquivo pessoal dos autores
Fig 10 Percentual de domicílios que queimam lixo na propriedade Fonte dos dados: IBGE
(Cartograma elaborado pelos autores)
14Fig 11 Distribuição das industrias em São João e entorno. Elaborado pelos autores
O CAMPO TÉRMICO E INDÍCIOS DE ILHA DE CALOR
Gráfico 12 Principais doenças no município Fonte: CIMA
Devido à carência de dados de temperatura, foi necessário a realização de experimentos de campo para
análise do comportamento térmico no município. Foram realizados três trabalhos de campo, no
inverno e na primavera de 2006 e no verão de 2007 com a utilização de termo-higrômetros
automáticos (data loggers) da marca Novus. Os resultados obtidos a partir dessas medições diretas em
campo, foram confrontados aos resultantes do tratamento da Imagem de Satélite Landsat5, canal infra
vermelho termal, do dia 11/03/2007, dia coincidente com um experimento de campo que apresentou
menor cobertura de nuvem. Em função de problemas operacionais em relação ao monitoramento de
campo na estação de primavera de 2006, a análise fica restrita aos episódios do inverno de 2006 e do
verão de 2007. Para tais dados tomados diretamente no campo, será aplicada a metodologia proposta
por Monteiro (1976) e Brandão (1996).
No inverno de 2006 a condição do tempo se deu pela chegada de uma frente fria fraca no Estado, o que
não representou uma queda brusca de temperatura, mas influenciou na intensidade da ilha de calor,
onde no horário de maior intensidade da ilha de calor (15h00min h), a ilha de calor foi de fraca
intensidade (2°C), destacando-se os bairros do Centro e Vilar dos Teles, que são os de maior
circulação, como os mais quentes (figura 12). No verão de 2007 a condição de tempo bom já foi
favorável à manifestação mais intensa da ilha de calor. Nesse experimento foram utilizados apenas
dois pontos, um em São João de Meriti e outro em Belford Roxo. Em ambos as temperaturas
apresentaram-se bastante elevadas, porém em São João foram registradas as maiores temperaturas. Às
14h00min do dia 10 de março (destacado no gráfico 13) em São João de Meriti foi registrado 42°C e
em Belford Roxo 38°C, formando-se em São João uma ilha de calor de moderada à forte intensidade
(> 4°C).
15
Figura 12: Mapa do campo térmico as 15:00 no Inverno de 2006
Gráfico 13: Gráfico da variação da temperatura no verão de 2007
Por meio da imagem de satélite termal do dia do experimento – 10 de março (figura 14) pode-se
observar, claramente, que as áreas mais periféricas ao centro da cidade são menos quentes, ou seja nas
áreas mais afastadas do centro, onde há menor densidade de construção e alguma vegetação de baixo
porte, as temperaturas se apresentam mais baixas, enquanto as áreas mais densamente construídas e de
maior circulação como o centro do município (figura 15) são mais quentes, com temperaturas bem
Experimento de campo Período: 8/03/2007 a 14/03/2007 (4ªSemana)Local: Bairro Jardim Dimas Filho/B.Roxo
20
22
24
26
28
30
32
34
36
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8/3/20
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8/3/20
07
8/3/20
07
9/3/20
07
9/3/20
07
9/3/20
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7
10/3/200
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10/3/200
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7
11/3/200
7
11/3/200
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7
12/3/200
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13/3/200
7
13/3/200
7
13/3/200
7
14/3/200
7
14/3/200
7
14/3/200
7
°C
28
33
38
43
48
53
58
63
68
73
78%
Temperatura Umidade
Experimento de campo Período:8/03/2007 a 14/03/2007 ( 4ª Semana) Local: Bairro São Mateus/ S.J.Meriti
25
27
29
31
33
35
37
39
41
43
45
°C
25
35
45
55
65
75
85
%
Temperatura Umidade
16
elevadas cuja diferença chegou a 7°C (ilha de calor de forte intensidade) em alguns pontos, como
mostrado na imagem de satélite, corroborando o que foi mensurado no experimento de campo.
Figura 14 Mapa de Uso do Solo do municipio de Sâo João de Meriti Elaborado pelos Autores
Figura 15 Mapeamento térmico obtido través do sensor Termal do Satélite LandSat5 TM elaborado pelos autores
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como objetivo fazer uma análise do sistema clima urbano no município de
São João de Meriti/RJ buscando compreender a interrelação entre o ambiente físico e as ações
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antrópicas e de que forma ao longo da história deste município, da região da baixada fluminense, o
ambiente natural foi sendo alterado e de que modo o clima urbano foi influenciado por esse processo.
Vale ressaltar que se apresentaram algumas dificuldades que impediram que se realizasse uma
investigação mais aprofundada como a precariedade de dados climatológicos e sócio-econômicos do
município e da região, a limitação de equipamentos para realização de mais experimentos de campo
devido aos poucos recursos financeiros e a limitação de locais seguros para instalação dos
equipamentos. Exemplo disto pode-se citar o experimento do verão de 2007 em que só puderam ser
utilizados dois pontos para a instalação dos equipamentos de levantamento dos dados climáticos.
Porém, apesar de tais limitações, conclusões importantes foram alcançadas nessa pesquisa e
servem como subsidio para a realização de mediadas que poderão melhorar a qualidade ambiental e de
vida no município.
Como já apontado anterirormente, o processo de degradação ambiental no município inicia-
se no final do século XIX, resultante da decadência econômica e a partir da década de 1930 o processo
de urbanização intensificou-se em detrimento do ambiente de tal forma que nos anos 80 o município
tinha uma área de quase 100% urbanizada e a maior densidade da América latina, persistente até os
dias atuais.
Paralelamente por meio do levantamento do histórico das políticas de saneamento na região
verificou-se que tal preocupação é antiga, pois desde o século XIX foram instituídas diversas
comissões de saneamento, o que mostra que os problemas com epidemias e problemas sanitários são
antigos e os problemas não tiveram uma resolução definitiva, pois os mesmos erros permanecem desde
o século XIX até os dias atuais como deficiência técnicas, falta de continuidade dos projetos de
saneamento, desarticulação de atuação das esferas de poder envolvidas, corrupção, medidas paliativas
e que interessavam ao mercado imobiliário.
Quanto aos aspectos climáticos no município de São João de Meriti verifica-se que em
termos de pluviosidade as chuvas ocorrem de forma concentrada no verão, que associada com a alta
taxa de impermeabilização das ruas as enchentes são recorrentes, trazendo prejuízos materiais e de
vidas humanas. Alem disso, analisando a espacialização com o relevo do município (figura 1),
verificou-se que a parte leste é a mais afetada com enchentes devido ao fato de apresentar maior
precariedade de infra-estrutura e a concentração de “morrotes” formando bacias que dificultam o
escoamento da água. Em conseqüência das enchentes os casos de doenças de veiculação hídrica afetam
bastante a população.
No que tange a qualidade do ar o município apresenta os piores índices de poluição do
Estado desde o inicio da década de 1990 e com isto as doenças de pele e respiratórias são as que mais
afetam a população meritiense. Os fatores apontados por contribuir com a poluição no município são o
grande número de indústrias existentes no entorno do município, a grande taxa de ruas sem calçamento
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( em torno de 60%) que representa um aporte de partículas em suspensão na atmosfera, além do grande
número de domicílios que queimam lixo na propriedade.
No campo térmico do município, sua configuração foi realizada por meio dos experimentos
de campo, já que não há estações meteorológicas no município. Por meio destes experimentos
verificou-se que o município em condições sinóticas favoráveis (tempo bom e claro) as temperaturas
apresentam-se bastante elevadas. No experimento do verão de 2007 alguns dias as temperaturas
chegaram a 43°, e corroborando o que foi mensurado no experimento do inverno de 2006 as áreas de
maior circulação de veículos e pessoas e maior densidade de construção, como bairro do centro.
Com o uso da imagem termal do Satélite Landsat 5 TM observou-se que as áreas de maior
circulação de veículos e pessoas e maior densidade de construção são as mais quentes no município,
concordando com a verdade terrestre em campo. Esta ferramenta permite a identificação de possíveis
áreas ilhas de calor e conseqüentemente estimar o confronto térmico. Portanto, em termos de conforto
térmico no município é bastante ruim devido às altas temperaturas.
Após analisar a características do clima local do município de São João de Meriti pode-se
observar que se trata de um município com indicadores climáticos desfavoráveis a qualidade
ambiental, devido aos altos índices de poluição, enchentes constantes e grande desconforto térmico,
principalmente, no verão. Isto se deve ao modelo de urbanização implantado sem qualquer
planejamento. Verifica-se então que o município apresenta indicadores ruins de qualidade ambiental
que somados aos problemas sócio-econômicos com baixa renda da população, falta de unidades
hospitalares, alto consumo de água e pouco oferta de água de qualidade, a carência de áreas verdes,
coleta de lixo e limpeza dos rios precária, a situação do município é grave e são necessárias mediadas
urgentes para que no futuro tais problemas atinjam níveis piores.
Para que haja uma mitigação de tais problemas sócio-ambiental, são necessárias adoção de
medidas tais como melhoria da limpeza urbana no município; a limpeza regular do principais rios e
córregos; melhoria na infra-estrutura no que tange à drenagem adequada, drenagem e pavimentação de
forma consciente. Além disso, a mentalidade dos atores locais contribui para este quadro, como o
péssimo hábito da população local de remover ou cortar arvore de forma irregular e da prefeitura
municipal que não tem uma política de conscientização e de arborizar a cidade.
É necessário que se adotem no município programas de educação ambiental que trabalhe
junto à população, a importância do plantio e conservação das arvores. Isto se constitui uma
ferramenta importante para melhorar o conforto térmico na cidade, amenizar a poluição atmosférica,
reduzindo os casos de doenças respiratórias e favorecendo a permeabilidade do solo ajudando a reduzir
os efeitos das enchentes, além de imprimir uma beleza paisagística ao ambiente. Também para que se
melhora a questão do lixo é necessário além da conscientização da população local, criação e
investimentos em programas sociais de reciclagem de lixo, que além de diminuir a disposição de lixo
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em lugar impróprio, promoverá incremento à renda de parte da população a qual possui uma das
menores rendas per capita do Estado.
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