da escola pÚblica paranaense 2009

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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Page 1: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009

O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

Page 2: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009

Secretaria de Estado da EducaçãoAv. Água Verde, 2140 - Água Verde - CEP 80240-900 Curitiba-PR - Fone: (41) 3340-1500

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Superintendência da Educação

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais

Programa de Desenvolvimento Educacional

Unidade UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná

PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA

CADERNO PEDAGÓGICO

Professor PDE-2009: Olga Andreis Marafon dos Santos

Orientador(a): Profª. Sueli Ribeiro Comar

Núcleo Regional de Francisco Beltrão

2009

Page 3: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

CADERNO PEDAGÓGICO

OLGA ANDREIS MARAFON DOS SANTOS

FRANCISCO BELTRÃO – PR2009

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Page 4: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009

OLGA ANDREIS MARAFON DOS SANTOS

TÍTULO: UM LEGADO SOBRE O ENSINO NOTURNO PARA AS FUTURAS GERAÇÕES.

Caderno Pedagógico apresentado para o acompanhamento das atividades do professor PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional.Orientador(a): Profª. Sueli Ribeiro Comar.

FRANCISCO BELTRÃO – PR2009

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Page 5: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

Professor PDE – 2009: Olga Andreis Marafon dos Santos.

Área PDE: Pedagogia

NRE: Francisco Beltrão.

Professor Orientador IES: Sueli Ribeiro Comar.

IES vinculada: UNIOESTE – Cascavel.

Escola de Implementação: Colégio Estadual Doze de Novembro – Ensino Médio e Pro-

fissional.

Público Objeto da Intervenção: Professores, Alunos, Direção, Equipe Pedagógica e

Funcionários deste referido colégio.

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CADERNO PEDAGÓGICO PDE-2009

CAROS COLEGAS

O caderno pedagógico apresentado está direcionado a Diretores, Pedagogos,

Coordenadores Pedagógicos, Professores e demais profissionais que acreditam que é

possível transformar a sociedade através da educação, pois é através dela que o

homem aprende a viver e conviver com as pessoas como ser inteligente e capaz de

exercer a cidadania, ocupa um espaço neste mundo cósmico. É na família, que inicia

sua primeira trajetória de vida estendendo-se na escola onde procura desenvolver sua

integralidade e singularidade humana através do desenvolvimento de hábitos atitudes

e valores que perfazem por toda sua existência.

Diante das questões acima surgem estudos e debates que nos leva a refletir

sobre o ensino e aprendizagem, especificamente no ensino noturno quando se torna

cada dia mais difícil uma vez que os alunos têm jornadas de trabalho de oito ou mais

horas diárias, não raro em atividades pesadas e difíceis, os conteúdos fogem da área

de interesses dos alunos.

Por isso muitas dificuldades se contrapõem a quem deseja promover situações

de aprendizagem com significado, a fim de reforçar conteúdos não devidamente

assimilados, ou para desenvolver um ambiente propício ao surgimento de relações

afetivas e sociais, tanto entre professores e alunos quanto entre os próprios alunos.

Percebe-se através de estudos e pesquisas realizadas que a democratização é

atestada não apenas pelo aumento do número de matrículas ou pela expansão da rede

pública, mas também pela possibilidade de, ao menos a partir da década de 90, ter

havido uma alteração qualificativa no perfil sócio-econômico da clientela dos cursos de

ensino médio noturno. Os filhos de trabalhadores, muitos deles já trabalhadores

também, fizeram-se cada vez mais presentes nas escolas de ensino médio,

principalmente em anos mais recentes. E o ensino noturno, apesar das dificuldades e

problemas, contribuiu decisivamente para isso.

Com a expansão do capitalismo o avanço tecnológico, a exigência das

empresas, da indústria e do comércio aumentaram gradativamente em relação ao

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estudo para os funcionários exercerem determinadas funções ou simplesmente serem

um gari ou ocupar outras funções na empresa. Este é um dos motivos principais pela

qual, muitas pessoas voltam às escolas para concluírem seus estudos. Porém, muitas

vezes devido à escola não atender as expectativas esperadas pelos alunos e também

o tempo que estiveram fora da escola, o cansaço do dia-a-dia, acarretam dificuldades

de compreensão em relação aos conhecimentos técnico científicos o que gera evasão

repetência e desistências.

ENTENDENDO O ENSINO NOTURNO

A educação deve ter uma pitada de “sonho”. Sonho de fazer a história que cada um idealizou para o futuro: uma história de possibilidades, mais democrática e pluralista, onde não há autoritarismo e sim humanismo (FREIRE, 2001).

Este caderno pedagógico é o resultado do trabalho desenvolvido no Colégio

Estadual Doze de Novembro Ensino Médio e Profissional, localizado no município de

Realeza, atende 800 alunos, distribuídos nos seguintes cursos: cursos Ensino Médio,

Integrado, Administração em nível Médio – Subseqüente e curso de Formação de

Docentes. Apresenta em sua estrutura educacional a Filosofia da Escola – Preparar o

aluno para o exercício consciente da cidadania capaz de defender seus direitos e

cumprir seus deveres, aprimorando-se como pessoa humana em sua formação ética,

moral, autonomia intelectual e compreensão dos conhecimentos científicos e

tecnológicos do mundo contemporâneo através de uma educação transformadora.

O curso de ensino médio do período noturno atende alunos de classes sociais

heterogêneas, todos são trabalhadores no período diurno, exercem as funções

profissionais, como: auxiliar de contabilidade, balconista, vendedor, caixa de

supermercado, de loja, pedreiro, carpinteiro, operador de máquinas, frentista,

secretária, doméstica, entregador de correio e outras profissões.

Visto que a grande maioria dos alunos pertence à classe trabalhadora faz-se

necessário desenvolver uma pesquisa para levantamento de dados voltados às

expectativas e objetivos dos alunos sobre o que esperam da escola para o presente, e

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as metas estabelecidas para o futuro. Diante dessas constatações buscam-se

alternativas de aprendizagem e metodologias diversificadas que propiciem o interesse

pela escola, motivação para a pesquisa, bem como perceber a importância dos

conhecimentos científicos para construção do papel político de cada pessoa na

sociedade.

ENSINO NOTURNO: HISTÓRIA A CONTAR

Há referências ao ensino primário de adolescentes e adultos analfabetos ao

longo de toda a legislação escolar do império, das províncias e mais tarde dos estados

registrados de 1870 – 1880, referem-se a algumas características desse tipo de ensino:

o ensino noturno era oferecido aos que pertenciam às classes trabalhadoras que não

tinham possibilidade de estudar no período diurno, funcionavam à noite. Em locais

improvisados, dirigido por mestres que ganhavam muito pouco. No início das matrículas

a freqüência era grande, diminuía no decorrer do ano letivo. Registros da época

afirmam que os cursos não produziam ‘resultados esperados’ porém, continuavam a

serem criados, motivados pelas exigências políticas da época.

Segundo Carvalho (1998) na década de 50 houve a expansão do ginásio em São

Paulo, a partir da solicitação das associações de bairros aos vereadores e deputados.

Com o funcionamento do período noturno nos prédios dos grupos escolares (que só

mantinham período diurno). As lutas dos estudantes por vagas nas universidades

públicas nos anos de 60 com a abertura das faculdades no período noturno

favoreceram a demanda. Nos anos 70, a falta de compromisso do Estado com a

educação estimulou a abertura de escolas de 2° grau particulares como também a

expansão dos cursos de 2°grau nas escolas públicas quase sempre no período

noturno.

Ainda para o autor, nos anos 80 o ensino noturno se expandiu em toda

Constituição, “(...) a educação é direito do povo e dever do Estado”. A instalação de

escolas e seus períodos pelo caráter oficial de oferta, de favor do governo, mas é

elemento importante para a educação do povo na construção da cidadania.

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A luta pela escola foi levada pelos movimentos sociais urbanos, na década de

50, na esteira do populismo (barganhando politicamente suas demandas por escola,

transporte, assistência médica), mas também aparece na década de 70, quando os

setores populares tiveram que lutar contra um Estado autoritário voltado para os

interesses que não os propriamente ligados à educação do povo.

Por que o povo tem lutado para conseguir Escola? Como se tem organizado para

que essas lutas avancem?

A história dessas lutas lentamente vai sendo contada nos cursos de licenciatura

e de magistério, pela iniciativa de alguns professores, pela implantação de disciplinas

no currículo (como Educação e Sociedade), superando o "atraso oficial" da Escola

quanto à produção contemporânea. Já é possível conhecer parte do esforço na

construção de um saber sobre a Escola; já há material, dados, ainda poucos, mas

produzidos. É o caminho de superação da concepção "estatal", tão presente na história

da Educação que os livros didáticos, os manuais em geral apresentam e que os cursos

de formação de professores quase sempre reproduzem.

Pouco se conhece ainda sobre as representações que o povo faz sobre a

Escola; sua expectativa quanto ao que ela ensina inclusive a ele, pela própria expansão

do acesso; as relações entre o processo de escolarização e o de proletarização (pela

presença ou pela ausência), que estão presentes na história da educação vivida, mas

que não aparecem na história escrita, ensinada nas escolas. A mídia - TV, jornais

diários, rádio -, com todo o seu poder educativo, não priorizam a Escola Pública, não a

inclui como matéria.

Os níveis de ensino - os objetivos de cada um e as relações entre eles; as

formas de manutenção dos "sistemas" de ensino; a formação, seleção e remuneração

do pessoal docente, administrativo e de serviços; os currículos mínimos de cada nível

de ensino, a organização escolar.

As classes de alfabetização, destinadas a quem a idade e a necessidade de

trabalhar não permitiam freqüentar cursos diurnos, funcionavam à noite, em locais

improvisados, dirigidas por mestres que ganhavam pequena gratificação, e a freqüência

dos alunos diminuía muito no decorrer do ano letivo.

Registros da época dão conta de que os cursos não produziam os "resultados

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esperados", mas continuavam a serem criados, motivados pelas exigências políticas da

época e provavelmente obrigados pela demanda.

A criação de cursos noturnos para atender à continuação de estudos é bem mais

recente e obedece a uma conjuntura social muito diferente. Existem, no entanto,

determinantes estruturais, como as relações sociais de produção no quadro mundial da

modernização neoliberal, competitiva e excludente, que justificam e alimentam a

seletividade e a exclusão dos mais pobres do sistema escolar. A localização das

crianças mais pobres nas escolas - período, bairro, Escola - mostra uma verdade

impossível de ser ocultada. Para Germano (1993), de 1970 a 1976, a média de

dispêndio em Educação e Cultura pela União, como porcentagem da Receita de

Impostos, é de 6,4 %, enquanto de 1960 a 1969 ela é de 10,1 %.

Nesta perspectiva, vemos que a modalidade do Ensino Noturno, acompanha a

história política, econômica e ideológica da sociedade brasileira.

COLÉGIO ESTADUAL DOZE DE NOVEMBRO - ENSINO MÉDIO E

PROFISSIONAL

Apresentação da instituição escolar envolvendo alguns aspectos externos e

internos:

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SALA DE AULA

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QUADRA DE ESPORTES

LABORATÓRIO DIGITAL

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BIBLIOTECA

SALA DE AULA

QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS ALUNOS

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UM LEGADO SOBRE O ENSINO NOTURNO PARA AS FUTURAS

GERAÇÕES

Frente ao referencial teórico exposto até aqui, nos propomos a deixar para todos

os que se preocupam com a pesquisa relacionada ao ensino noturno, algumas ações

as quais se constituem possibilidades de um trabalho menos excludente em relação à

modalidade expressa.

Dentre muitos processos metodológicos dispomos:

Conversação com os alunos sobre o motivo de estudarem no período noturno,

percebendo seus medos, angústias, ansiedades e alternativas de mudança;

Entrevista com os alunos através da aplicação de um questionário com o objetivo

de obter dados sobre a aprendizagem e o local de trabalho destacando o

comportamento, atitudes, maneira de ser e viver e conviver nestes ambientes;

Elaboração do planejamento anual – bimestral – com a adequação do Plano de

Trabalho Docente para os alunos do período noturno que pertencem à classe

trabalhadora, de forma que os conteúdos das respectivas disciplinas atendam as

expectativas dos alunos;

Elaboração de atividades diversificadas como: textos reflexivos, vídeos, palestras

para melhoria da auto-estima e valorização dos mesmos; e,

Elaboração de grupos de estudo envolvendo professores, funcionários e equipe

pedagógica, sobre temas educativos.

QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS ALUNOS

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QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS PROFESSORES

REFLETINDO COM OS PROFESORES DO ENSINO NOTURNO

O objetivo desse questionário é compreender o aluno do ensino noturno para

que permaneça na Escola com disposição e interesse pelo estudo, de maneira que

ofereça maior qualidade no que envolve o processo ensino e aprendizagem.

(1-) Qual a sua concepção sobre ensino e aprendizagem?

(2-) Em sua opinião existe diferença no ensino do período diurno com o noturno?

Por quê?

(3-) Por que você fez a escolha de trabalhar a noite?`

(4-) Quais suas expectativas em trabalhar com as 1ªs séries noturnas? Por quê?

(5-) Como você analisa as 1ªs Séries do período noturno?

(6-) Em sua opinião quais os aspectos que poderiam ser melhorados na modalida-

de do ensino noturno?

Com o questionário abaixo se pretende obter maior conhecimento e esclareci-

mento em relação à colocação das idéias, como também na maneira de ser, pensar e

agir como aluno do ensino noturno, estudante e trabalhador.

QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS ALUNOS

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(1-) Descreva como é seu dia a dia na escola.

(2-) Quais as dificuldades que você enfrenta no ensino noturno?

(3-) O que você espera da escola em relação ao presente? E ao futuro?

(4-) O que você considera mais importante aprender na escola?

(5-) Como é seu relacionamento com:

a) Professores b) Funcionários

b) Equipe pedagógica c) Direção

(6-) Você se sente motivado e tem interesse em estudar a noite?

(7-) Quais as dificuldades pessoais que você tem que superar para estudar no no-

turno?

(8-) Sente dificuldade em alguma disciplina ou você tem facilidade de aprendiza-

gem em todas as áreas?

(9-) Existe, da sua parte, concentração e seriedade em relação aos estudos? Jus-

tifique:

(10-) O que os professores representam para você?

(11-) Como você se sente em relação ao trabalho?

(12-) Como é o relacionamento com seu patrão no trabalho?

(13-) Em sua opinião o trabalho é importante no dia a dia das pessoas? Por quê?

Ao responder essas questões pretende-se obter conhecimento sobre o que se

pensa, se reflete e se busca na escola, ou seja, estabelecer a relação entre escola e

trabalho enquanto espaço educativo. Por isso sua colaboração é muito importante:

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QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS AGENTES EDUCACIONAIS - I

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(1-) O que você entende por escola enquanto espaço educativo?

(2-) De que forma você exerce influência na educação dos alunos no dia a dia do

seu trabalho?

(3-) Em sua opinião houve mudanças de comportamento, atitudes e valores em

relação aos alunos do passado com os do presente? Explique:

(4-) Você gosta de trabalhar no período noturno? Descreva como é trabalhar a

noite.

(5-) Relate uma experiência que mais marcou você durante seu trabalho no rela-

cionamento com os alunos.

QUESTIONÁRIO DESTINADO A EQUIPE PEDAGÓGICA

Com as questões abaixo se pretende obter um conhecimento mais próximo so-

bre a estrutura organizacional e disciplinar da Escola, que engloba como centro, o alu-

no, no processo ensino e aprendizagem.

(1-) Qual sua concepção sobre ensino e aprendizagem?

(2-) Através da análise do Planejamento e Plano Docente do Período Noturno es-

tabeleça a viabilidade em se concretizar a aprendizagem em relação a:

a) Objetivos b) Conteúdos

c) Estratégias metodológicas d) Critérios de Avaliação

(3-) Existem alternativas teóricas e metodológicas para que haja a permanência

dos alunos na escola do período noturno?

(4-) De que forma o pedagogo pode ser o mediador do ensino e aprendizagem no

período noturno?

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Page 19: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009

SUGESTÕES DE FILMES E DOCUMENTÁRIOS/SINOPSES

Este espaço se constitui em uma oportunidade de percebermos que o Ensino

Noturno não é uma modalidade isolada, mas faz parte de um contexto maior, com

determinantes políticos e econômicos. Dada a sua importância, muitos produtores

tentam traduzir os desafios do ensino, por meio de filmes, documentários. O nosso

objetivo é enriquecer ainda mais a análise com algumas sugestões.

DOCUMENTÁRIO: Pro Dia Nascer Feliz.

• Sinopse

As adversas situações que o adolescente brasileiro enfrenta dentro da escola.

Meninos e meninos, ricos e pobres em situações que revelam precariedade,

preconceito, violência e esperança. Em três estados brasileiros, em classes

sociais distintas, adolescentes falam da vida na escola, seus projetos e

inquietações numa fase crucial de sua formação. Professores também expõem

seu cotidiano profissional, ajudando a pintar um quadro complexo das

desigualdades e da violência no país a partir da realidade escolar. Prêmio

especial do júri no Festival de Gramado 2006.

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Page 20: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009

FILME: Desafiando Gigantes.

• Sinopse

Nunca desista, nunca volte atrás, nunca perca a fé O PODER DA CRENÇA

PROPORCIONA A HABILIDADE DE VENCER. Nos seus seis anos como técnico

de futebol americano de uma escola, Grant Taylor nunca conseguiu levar seu

time Shiloh Eagles a uma temporada vitoriosa. E ao ter que enfrentar crises

profissionais e pessoais aparentemente insuperáveis, a idéia de desistir nunca

lhe pareceu tão atraente. É apenas depois que um visitante inesperado o desafia

a acreditar no poder da fé que ele descobre a força da perseverança para

vencer.

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Page 21: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009

FILME: Escritores da Liberdade.

• Sinopse

Erin Gruwell (Hilary Swank) é uma jovem professora que leciona em uma

pequena escola de um bairro periférico nos EUA. Por meio de relatos de guerra,

ela ensina seus alunos os valores da tolerância e da disciplina, realizando uma

reforma educacional em toda a comunidade.

O filme "Escritores da Liberdade" (Freedom Writers, EUA, 2007) aborda, de uma

forma comovente e instigante, o desafio da educação em um contexto social

problemático e violento. Tal filme se inicia com uma jovem professora, Erin

(interpretada por Hilary Swank), que entra como novata em uma instituição de

"ensino médio", a fim de lecionar Língua Inglesa e Literatura para uma turma de

adolescentes considerados "turbulentos", inclusive envolvidos com gangues.

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Page 22: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009

FILME: 1,99 o supermercado que vende palavras.

• Sinopse

1,99 é um supermercado que vende palavras. Os personagens principais do

filme são o desejo, a angústia e a compulsão que temos pelo ato da compra.

Curiosas histórias ocorrem neste supermercado branco e ninguém consegue de

lá sair. Em um cenário todo branco e sem diálogos, com prateleiras e carrinhos

iguais aos de um supermercado, o diretor paulista Marcelo Masagão faz uma

reflexão sobre os limites do consumismo. Há pelo menos uma linha ficcional

mais explícita para colocar dentro deste supermercado. Os frequentadores do

lugar, homens, mulheres, crianças, velhos e moços, só têm à disposição caixas

de vários tamanhos, onde se lêem slogans, frases prontas, palavras ou apenas

letras. Muitas das referências à publicidade são reais e foram usadas com

autorização de empresas creditadas nos letreiros iniciais. Não há diálogos, mas

cria-se uma série de situações dramáticas onde estas pessoas, também vestidas

de branco, se relacionam. Do lado de fora outras tantas, vestidas com as cores e

com os níveis de elegância da vida real, que simbolizam os excluídos.

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Page 23: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009

FILME: Nenhum a Menos.

• Sinopse

As dificuldades encontradas por uma menina de 13 anos quando tem de

substituir seu professor, que viaja para ajudar a mãe doente. Antes de partir, ele

recomenda à garota que não deixe nenhum aluno abandonar a escola durante

sua ausência. Quando um garoto desaparece da escola, a jovem professora

descobre que ele deixou o vilarejo em direção à cidade em busca de emprego,

para ajudar no sustento da família. Seguindo os conselhos de seu professor, ela

vai atrás do aluno.

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FILME: Gênio Indomável.

• Sinopse

Um garoto dotado de grande inteligência mas que vive se metendo em encrenca.

Sem família e com pouca educação formal, ele devora livros mas guarda tudo

que aprende para si e procura empregos que dispensam qualificação. Um

professor do MIT descobre que Will é um gênio e quer o garoto em sua equipe

de matemática, mas, como Will tem problemas com a polícia, é preciso fazer um

acordo com a justiça. São impostas duas condições: ele tem que trabalhar com o

professor e fazer terapia. Sean McGuire (Robin Willians) é o terapeuta chamado

para domar o dificíl temperamento do rapaz. Ambos são igualmente teimosos,

mas surge uma amizade que convence Will a encarar seu passado e seu futuro.

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FILME: O Duelo de Titãs.

• Sinopse

Nos anos 70, numa cidade da Virgínia, a justiça determinou que as escolas

deveriam promover a integração entre brancos e negros. Cumprindo a norma, a

escola T.C. Williams substituiu o treinador de futebol americano Bill Yoast,

branco, por Herman Boone, negro. Além de não ser bem recebido, o novo

treinador tem que lidar com jovens que estão juntos pela primeira vez e que, por

preconceito racial, não se dão bem. Mais do que o esporte, o racismo é o maior

desafio que Boone enfrenta para levar o time adiante.

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Page 26: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009

CONCLUSÃO

A questão fundamental a ser respondida agora é esta: quais são as condições

para que, dentro do processo ensino-aprendizagem, o aluno da escola noturna esteja

em busca de trabalho, iniciando-se nele ou já inserido no seu universo, e possa

construir sua aprendizagem seja a base para sua vida, seja ingressando no ensino

superior ou permanecendo no mesmo nível?

Creio que os segmentos da escola pública necessitam serem revisados como

um todo: currículo, infra-estrutura, corpo docente, alunos e as necessidades de cada

um desses segmentos, pois não são ações isoladas ou grupos de pessoas (sejam

professores, pais ou autoridades) com boa vontade que conseguirão realizar todas as

modificações que a escola necessita.

Os professores necessitam melhores condições de trabalho, para que possam

também perceber seus alunos de forma diversificada e com isso auxiliá-los na

construção significativa de conhecimentos, proporcionando, assim, promoção,

permanência e não evasão e repetência.

Creio, portanto, que se cada um dos segmentos envolvidos na criação,

administração, e manutenção das escolas noturnas se propuser a refletir reavaliar e

transformar muitas das atividades e atitudes que hoje ocorrem nas escolas noturnas de

nível médio, com certeza haverá alunos e professores melhores e mais felizes.

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS

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BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1985.BRANDÃO, Zaia. Democratização de ensino: meta ou mito. 3ª edição. Rio de Janeiro:

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CAPARALINI, Maria Bernardete. Santa Cecília. A transmissão do ensino noturno. Campinas: Papiros, 1991.

CARNEIRO, Moacir Alves. Leitura crítico-compreensiva. Artigo a Artigo. 14ª edição. Rio de Janeiro: Vozes, 1997.

CARVALHO, Célia Pezollo de. Ensino noturno: realidade e ilusão. São Paulo: Cortez, 1984. _______________. Alternativas metodológicas para o trabalho pedagógico voltado ao curso noturno. São Paulo: FDE, 1998.

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MELLO, Guiomar Namo de. Educação escolar: paixão pensamento e Prática. São Paulo: Cortez, 1994.

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SUGESTÕES DE LEITURAS REFRENTES AO ENSINO NOTURNO DIS-PONÍVEL ON-LINE

ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. Curso noturno: uma abordagem histórica. Disponível em: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/amb_a.php?t=026Acesso em 30/05/2009.

CARNEIRO. Elaine de Brito. Confrontos e perspectivas da Educação Física escolar no ensino noturno.Disponível em http://www.rieoei.org/rie44a04.pdfAcesso em 10/05/2009.

GADELHA, Elma Teixeira. Projetos Didáticos: uma alternativa curricular para a educação de jovens e adultos. Revista Eletrônica Espaço do Currículo, João Pessoa- PB, ano 1, nº 2, Nov.2008. Disponível em: http://www.aepppc.org.br/revista/Acesso em 01/07/2009.

KEHL, Maria Rita. A Juventude como sintoma da cultura. Disponível em:http://www.mariaritaKEHL.psc.br/resultado.php?id_75. Acesso em 26/04/2008.

NOSELLA, Paulo. Gramsci e o ensino noturno. Disponível em http://www.acessa.com/gramsci/?id=440&pageAcesso em 05/05/2009.

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