custos e formaÇÃo de preÇos de venda na exportaÇÃo · 4 2-produÇÃo continua.....36...

169
1 CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO Prof. Roberto Biasio

Upload: others

Post on 01-Jun-2020

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

1

CUSTOS E FORMAÇÃO

DE PREÇOS DE VENDA

NA EXPORTAÇÃO

Prof. Roberto Biasio

Page 2: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

ÍNDICE INTRODUÇÃO......................................... ............................08

I-CUSTOS 1-GENERALIDADES.................................... ............................09 1.1-Conceito de Custo............................ ............................09 1.2-Finalidades e Objetivos dos Custos........... ............................09 1.2.1-Determinação do Preço de Venda......... ............................09 1.2.2-Avaliação de Estoques.................. ............................09 1.2.3-Controle da Gestão Administrativa...... ............................10 1.2.4-Tomada de Decisão...................... ............................10 1.2.5-Elaboração de Orçamento................ ............................10 1.2.6-Planejamento e Projeção do Lucro....... ............................10 1.2.7-Apuração do Resultado.................. ............................11 1.2.8-Comparação dos Custos Refererente a Per ídos e Condições Econ.Dvs...11 1.2.9-Conhecimento do Grau de Eficiência Técn ico-Administravo da Empresa.11 1.2.10-Análise da Economicidade de Operações. ............................11 1.2.11-Conhecimento do Nível de Rentabilidade Econ.e Ponto ótimo de Prod.11

II-ASPECTOS DOS CUSTOS 1-TERMOLOGIA UTILIZADA EM CUSTOS INDUSTRIAIS....... ............................12 1.1-Gasto........................................ ............................12 1.2-Investimentos................................ ............................12 1.3-Custo........................................ ............................12 1.4-Despesa...................................... ............................13 1.5-Desembolso................................... ............................13 1.6-Perda........................................ ............................13 1.7-Matéria-prima................................ ............................13 1.8-Componentes.................................. ............................14 1.9-Materiais Auxiliares......................... ............................15 1.10-Materiais de Consumo........................ ............................15 1.11-Razões de Custos para a Distinção........... ............................15 1.12-Razões da Contabilidade Geral para a Distinç ão..........................16

III-ELEMENTOS E CUSTOS

1-QUADRO DEMONSTRATIVO DA COMPOSIÇÃO DO CUSTO GLOBAL...........................17 2-COMENTÁRIOS S/OS ELEMENTOS DO CUSTO GLOBAL DOS PRODUTOS......................18 2.1-Preço de Venda............................... ............................18 2.2-Custo Global................................. ............................18 2.3-Custo de Produção............................ ............................18 2.3.1-Custos Diretos......................... ............................18 2.3.2-Custos Indiretos....................... ............................19 2.4-Custo de Distribuição........................ ............................19 2.4.1-Despesas Comerciais.................... ............................19 2.4.2-Despesas de Administração Geral........ ............................20 2.5-Lucro........................................ ............................20

Page 3: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

2

IV-CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

1-QUANTO A ORIGEM GERAL............................ ............................21 1.1-Custos com o Trabalho Humano................. ............................21 1.2-Custos com o Capital......................... ............................21 1.3-Custos com Materiais......................... ............................21 1.4-Custos Tributários........................... ............................21 1.5-Custos Financeiros........................... ............................21 2-QUANTO AO AGENTE CONSUMIDOR...................... ............................21 2.1-Custos do Produto............................ ............................21 2.2-Custos dos Departamentos..................... ............................21 2.3-Custos das Divisões.......................... ............................22 2.4-Custos dos Centros de Custos................. ............................22 3-QUANTO AS FUNÇÕES (DESTINO)...................... ............................22 3.1-Custos de Fabricação......................... ............................22 3.2-Custos de Administração...................... ............................22 3.3-Custos de Comercialização.................... ............................22 4-QUANTO A FORMA DE APROPRIAÇÃO (FACILIDADE DE IDEN TIFICAÇÃO)..................22 4.1-Custos Diretos............................... ............................22 4.2-Custos Indiretos............................. ............................22 5-QUANTO A SUA ESPÉCIE (NATUREZA).................. ............................22 5.1-Custos com Mão-de-obra....................... ............................22 5.1.1-Mão-de-obra Direta..................... ............................23 5.1.2-Mão-de-obra Indireta................... ............................23 5.2-Custos com Materiais......................... ............................23 5.2.1-Matéria-prima.......................... ............................23 5.2.2-Componentes Diretos.................... ............................23 5.2.3-Material Secundário.................... ............................23 5.2.4-Material de Consumo.................... ............................23 5.3-Custos com Serviços.......................... ............................23 6-QUANTO A SUA POSIÇÃO NA CONTABILIDADE FINANCEIRA. ............................23 6.1-Custos Desembolsados......................... ............................23 6.2-Custos Calculatórios......................... ............................23 7-QUANTO AO OBJETO FINAL........................... ............................24 7.1-Custo da Mercadoria.......................... ............................24 7.2-Custo dos Serviços........................... ............................24 7.3-Custo do Produto............................. ............................24 8-QUANTO A NATUREZA DA ATIVIDADE................... ............................24 8.1-Empresa Industrial........................... ............................24 8.1.1-Custo Industrial....................... ............................24 8.1.2-Custo Comercial........................ ............................24 8.1.3-Custo Complementar..................... ............................24 8.2-Empresa Comercial............................ ............................24 8.2.1-Custo de Aquisição..................... ............................24 8.2.2-Custo Comercial........................ ............................24 8.2.3-Custo Complementar..................... ............................24 8.3-Empresa de Serviços.......................... ............................24 8.3.1-Custo de Operação...................... ............................24 8.3.2-Custo Comercial........................ ............................24 8.3.3-Custo Complementar..................... ............................24 9-QUANTO O GRAU DE VARIAÇÃO RELATIVO AS QUANTIDADES PRODUZIDAS.................25 9.1-Custos Fixos................................. ............................25

Page 4: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

3

9.2-Custos Variáveis............................. ............................25 9.2.1-Custo Variável Progressivo............. ............................25 9.2.2-Custo Variável Constante............... ............................25 9.2.3-Custo Variável Regressivo.............. ............................25 9.3-Custos Mistos................................ ............................26 9.4-Gráfico da Evolução dos Diferentes Tipos de C usto........................26 V-SISTEMAS DE CUSTEIO 1-QUANTO A FORMA DE APURAÇÃO....................... ............................27 1.1-Custos por Produto........................... ............................27 1.2-Custos por Ordem de Produção (por Encomenda). ............................27 1.3-Custos por Ordem de Serviço.................. ............................28 1.4-Custos por Processo.......................... ............................28 1.4.1-Custo por Processo Sequencial.......... ............................28 1.4.2-Custo por Processo Paralelo............ ............................28 1.4.3-Custo por Processo Seletivo............ ............................29 2-QUANTO A FORMA DE ALOCAÇÃO....................... ............................29 2.1-Custeio Direto ou Variável................... ............................29 2.2-Custeio por Absorção ou Global............... ............................29 2.3-Custeio Padrão ou Standard................... ............................29 3-QUANTO A CLASSE DOS VALORES EMPREGADOS........... ............................29 3.1-Com Base em Valores Históricos............... ............................29 3.2-Com Base em Valores de Reposição............. ............................30 3.3-Com Base em Valores Padrões.................. ............................30 4-QUANTO AO SISTEMA DE APROPRIAÇÃO................. ............................30 4.1-Não Seccional................................ ............................30 4.2-Seccional.................................... ............................30 5-QUANTO A LEGISLAÇÃO FISCAL BRASILEIRA............ ............................30 5.1-Avaliação dos Estoques de Matéria-prima ..... ............................30 5.1.1-Para quem Possua Inventário Permanente. ............................31 5.1.2-Para quem não Possua Inventário Permane nte.........................31 5.2-Avaliação dos Estoques de Produtos em Elabora ção.........................31 5.2.1-Para quem Possua Contontabilidade de Cu stos Integrada..............31 5.2.2-Para quem não Possua Contabilidade de C ustos Integegrada...........31 5.3-Avaliação dos Estoques de Produtos Acabados.. ............................31 5.3.1-Para quem Possua Contabilidade de Custo s Integrada.................31 5.3.2-Para quem não Possua Contabilidade de C ustos Integrada.............31 VI-SISTEMAS DE PRODUÇÃO

1-PRODUÇÃO POR ORDEM............................... ............................32 1.1-Conceito....................................... ............................32 1.2-Principais Características da Produção por Or dem.........................32 1.3-Distinção entre Produção por Ordem e Produção Contínua...................33 1.4-Diferenças no Tratamento Contábil............ ............................33 1.5-Contabilização da Produção por Ordem - Danifi cações......................34 1.5.1-Danificações de Materiais.............. ............................34 1.5.2-Danificações de Ordens Inteiras........ ............................34 1.5.3-Cálculo do Custo por Ordem de Trabalho. ............................34

Page 5: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

4

2-PRODUÇÃO CONTINUA................................ ............................36 2.1-Conceito..................................... ............................36 2.2-Principais Características da Produção Contín ua..........................36 2.3-Equivalência da Produção..................... ............................37 2.3.1-PEPS (FIFO) na Produção Contínua (por P rocesso)....................38 2.3.2-Custo Médio na Produção Contínua (por P rocesso)....................39 2.3.3-Equivalência de Produção: Caso mais Com plexo.......................40 3-PRODUÇÃO CONJUNTA................................ ............................41 3.1-Conceito..................................... ............................41 3.2-Principais Características da Produção Conjun ta..........................42 3.3-Distinção entre Co-produto, Subproduto e Suca tas.........................42 3.3.1-Co-produto............................. ............................42 3.3.2-Subproduto............................. ............................42 3.3.3-Sucata................................. ............................42 3.4-Custos Conjuntos............................. ............................43 3.4.1-Definição de Custos Conjuntos.......... ............................43 3.4.2-Diferença de Custos Conjuntos e Custos Comuns......................43 3.5-Métodos para Distribuição dos Custos Conjunto s...........................43 3.5.1-Método do Valor de Mercado............. ............................43 3.5.2-Método dos Volumes Produzidos.......... ............................46 3.5.3-Método da Igualdade do Lucro Bruto..... ............................46 3.5.4-Método da Ponderações.................. ............................47

VII-CUSTEIO POR ABSORÇÃO 1-CONCEITO......................................... ............................48 2-DISTINÇÃO ENTRE CUSTOS E DESPESAS................ ............................48 2.1-Custos....................................... ............................48 2.2-Despesas..................................... ............................49 3-DISTINÇÃO ENTRE CUSTOS DIRETOS E CUSTOS INDIRETOS ............................49 3.1-Custos Diretos............................... ............................49 3.2-Custos Indiretos............................. ............................49 4-O QUE COMPÕE O CUSTO DE PRODUÇÃO NO CUSTEIO POR ABSORÇÃO.....................50 5-O QUE NÃO COMPÕE O CUSTO DE PRODUÇÃO NO CUSTEIO POR ABSORÇÃO.................50 6-APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS (DIRETOS E INDIRETOS)..... ............................50 7-ESQUEMA BÁSICO DE APROPRIAÇÃO PELO CUSTEIO POR ABSORÇÃO......................51 7.1-Etapas do Esquema de Apropriação pelo Custeio por Absorção...............53 8-VANTAGENS DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO................ ............................54 9-DESVANTAGENS DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO............. ............................54

Page 6: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

5

VIII-CUSTEIO DIRETO (VARIÁVEL) 1-CONCEITO......................................... ............................55 2-DISTINÇÃO ENTRE CUSTOS FIXOS E CUSTOS VARIÁVEIS.. ............................55 2.1-Custos Fixos................................. ............................55 2.1.1-Características do Custos Fixos....... ............................55 2.1.2-Demonstração Gráfica dos Custos Fixos. ............................56 2.1.3-Exemplos de Custos Fixos.............. ............................56 2.2-Custos Variáveis............................. ............................56 2.2.1-Características dos Custos Variáveis.. ............................56 2.2.2-Demonstração Gráfica dos Custos Variáv eis.........................57 2.2.3-Exemplos de Custos Variáveis.......... ............................57 3-CARACTERÍSTICAS DO CUSTEIO DIRETO (VARIÁVEL) .... ............................57 4-RAZÕES PARA Não APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS FIXOS AOS PRODUTOS....................57 5-RAZÕES DO Não USO DO CUSTEIO DIRETO NOS BALANÇOS. ............................58 6-OBJETIVOS DO CUSTEIO DIRETO...................... ............................59 7-CUSTEAMENTO DIRETO COMO INSTRUMENTO DE PLANEJAMENTO DE LUCRO.................59 8-CUSTEAMENTO DIRETO COMO INSTRUMENTO DE CONTROLE..............................59 9-MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO........................... ............................60 10-ESQUEMA BÁSICO DO CUSTEIO DIRETO (VARIÁVEL)..... ............................60 11-VANTAGENS DO CUSTEIO DIRETO (VARIÁVEL).......... ............................62 12-DESVANTAGENS DO CUSTEIO DIRETO (VARIÁVEL)....... ............................63 13-COMPARAÇÃO ENTRE OS CUSTEIOS POR ABSORÇÃO E DIRETO..........................63 13.1-Influência na Apuração do Lucro............ ............................63 13.2-Aspecto Legal.............................. ............................63 13.3-Exemplo para Distinção entre os Custeios po r Absorção e Direto.........64

IX-MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 1-CONCEITO......................................... ............................72 1.1-Margem de Contribuição unitária.............. ............................72 1.2-Margem de Contribuição Global ou Total....... ............................72 2-MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS........................... ............................72 2.1-Margem de Contribuição x Volume.............. ............................72 2.2-Fatores Limitantes de Margem de Contribuição Unitária....................75 2.2.1-Horas Máquinas como Fator Limitante...... ............................75 2.2.2-Horas Máquinas e Demanda como Fatores Lim itantes.....................77 2.2.3-Componente como Fator Limitante.......... ............................78 2.2.4-Componente e Demanda como Fatores Limitan tes.........................79 3-RECEITAS, CUSTOS VARIÁVEIS E MARGEM DE CONTRIBUIÇ ÃO..........................79 4-VANTAGENS DOS ÍNDICES E MARGENS DE CONTRIBUIÇÃO.. ............................80

Page 7: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

6

X-RELAÇÃO CUSTO-VOLUME-LUCRO 1-CONCEITUAÇÃO DA ANÁLISE DO CUSTO-VOLUME-LUCRO.... ............................81 2-PRESSUPOSTOS DO CUSTO-VOLUME-LUCRO............... ............................81 3-LIMITAÇÕES DA ANÁLISE DO CUSTO-VOLUME-LUCRO..... ............................82 4-CUSTOS (E DESPESAS) FIXOS E VARIÁVEIS............ ............................82 4.1-Custos e Despesas Fixos...................... ............................82 4.2-Custos e Despesas Variáveis.................. ............................83 5-PONTO DE EQUILÍBRIO.............................. ............................83 5.1-Conceito .................................... ............................83 5.2-Objetivos da Análise do Ponto de Equilíbrio.. ............................84 5.3-Margem de Segurança e Alavancagem Operacional ............................85 5.4-Ponto de Equilíbrio Contábil, Econômico e Fin anceiro.....................85 5.5-Análises das Variações ...................... ............................87 5.5.1-Influência das variações de custos e de spesas fixos................87 5.5.2-Influência das variações de custos e de spesas variáveis unitários..90 5.5.3-Influência das variações de preços de v enda........................93 5.5.4-Influência das variações de quantidade ............................95 5.5.5-Influência das variações concomitantes de preço venda e quantidade.96 6-ESTRUTURAS DIFERENCIADAS E RELAÇÕES CUSTO/VOLUME/LUCRO.......................97 7-PODER DE COMPETIÇÃO E ESTRUTURAS DIFERENCIADAS... ............................99 8-LIMITAÇÕES AO USO DO PONTO DE EQUILÍBRIO......... ...........................100 9-PONTOS DE EQUILÍBRIO POR PRODUTO................. ...........................102

XI-POLÍTICA E FORMAÇÃO DE PREÇOS PARA EXPORTAÇÃO

1-PASSOS PARA EXPORTAÇÃO........................... ...........................104 1.1-Registro CACEX............................... ...........................104 1.2-Pesquisa de Mercado.......................... ...........................104 1.3-Negociação com o Importador.................. ...........................105 1.4-Preparação da Mercadoria..................... ...........................110 1.5-Contratação do Frete......................... ...........................110 1.6-Contratação do Seguro........................ ...........................110 1.7-Contratação do Câmbio........................ ...........................111 1.8-Documentos de Exportação..................... ...........................111 1.8.1-Fatura Pro-forma....................... ...........................111 1.8.2-Packing/Weight List-Lista de Embarque-R omaneio....................111 1.8.3-Commercial Invoice - Fatura Comercial.. ...........................111 1.8.4-Certificado de Origem.................. ...........................112 1.8.5-Registro de Exportação - RE............ ...........................112 1.9-Desembaraço da Mercadoria no Porto-Aeroporto- Fronteira..................112 2-FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA....................... ...........................112 2.1-Aspectos Gerais.............................. ...........................112 2.2-Fatores que Interferem na Formação do Preço d e Venda....................113 2.3-Definição de Objetivos na Determinação do Pre ço de Venda................114 2.3.1-Objetivos a Curto Prazo................ ...........................114 2.3.2-Objetivos a Longo Prazo................ ...........................114

Page 8: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

7

2.4-Principais Falhas na Determinação de Preços d e Venda....................114 2.5-Composição do Preço de Venda................. ...........................114 2.6-Fixação do Preço de Venda para Exportação.... ...........................117 2.6.1-Fixação do Preço de Venda Pelo Fabrican te Exportador..............117 2.6.2-Fixação do Preço de Venda Pela Comercia l Exportadora..............118 2.6.3-Preço de Venda em Função do Mercado Imp ortador....................119 2.6.4-Fixação do Preço de Venda Mínimo para E xportação..................120 2.6.5-Tributação: Mercado Interno e Externo.. ...........................121 2.6.6-Utilização de Incentivos à Exportação.. ...........................122 2.7-Métodos Usados na Determinação dos Preços de V enda.......................125 2.7.1-Determinação do Preço de Venda pelo Méto do do Custo................126 2.7.2-Determinação do Preço de Venda pelo Méto do Custeio Direto - MC.....140 2.7.3-Determinação do Preço Venda pelo Método do Lucro s/Cap.Empregado...152 2.7.4-Determinação do Preço de Venda pelo “MAR K-UP”......................152

XII-EXERCÍCIOS

1-CUSTEIO POR ABSORÇÃO, CUSTEIO DIRETO E MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO...............156 2-DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE VENDA COM BASE NO CUSTO............................164 BIBLIOGRAFIA....................................... ...........................168

Page 9: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

8

INTRODUÇÃO

Esta apostila foi elaborada com o objetivo de desen volver os tópicos mínimos necessários para a aprendizagem da disciplina de CU STOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS NA EXPORTAÇÃO, administrada para o curso de Administra ção de Empresas - Comércio Exterior da Universidade de Caxias do Sul.

A disciplina de Custos e formação de Preços na Expo rtação tem por objetivo

fundamental fornecer ao aluno os conhecimentos bási cos e indispensáveis da Contabilidade de Custos e na Formação do Preço de V enda para o Mercado Externo. Entre os objetivos básicos está possibilitar ao alu no condições conhecer as técnicas mais usuais de controle e apuração dos cus tos, habilitando-o a resolver problemas ligados ao planejamento, implantação e op eracionalização de sistemas de custos. Outro objetivo básico desta apostila é leva r ao conhecimento do aprendizado os diversos elementos a serem considera dos na fixação do preço de venda para exportação, bem como conhecer as diversa s técnicas para a determinação do referido preço.

Na elaboração desta apostila buscou-se desenvolver sistematicamente o

programa exigido para a referida disciplina. No dec orrer de sua elaboração foram pesquisadas diversas obras que tratam sobre os assu ntos constantes no programa exigido. Sendo que, os tópicos que julgamos mais im portantes foram inseridos nesta obra, aos quais foram adicionadas matérias po r nós desenvolvidas através de nossa vivência profissional e de conhecimentos pess oais.

Os temas abordados nesta apostila estão divididos e m dois grupos: 1º) Custos

e suas peculiaridades; 2º) Formação do Preço de Ven da para Exportação e suas características.

A primeira parte procurará dar um conhecimento bási co sobre o que vem a ser

CUSTO. Nesta parte será visto deste o conceito de c ustos, finalidades, classificações até a análise da relação do custo-v olume-lucro, passando pelo estudo dos sistemas de custeio e de produção usualm ente utilizados; da margem de contribuição e dos fatores Limitantes de produção e os aspectos técnicos-fiscais que envolvem a determinação do custo.

Na segunda etapa, serão abordados os diversos aspec tos que envolvem a

formação de preços na exportação, que vão deste os passos necessários a serem tomados para possibilitar a exportação até os diver sos métodos de cálculo do preço. Nesta parte inclui o estudo dos elementos es senciais que influenciam o preço de venda para o mercado externo, sendo eles e studados em casos práticos.

Por último, como complementação, encontraremos uma bateria de exercícios

práticos, destinados à fixação da matéria. Esta obra não teve a pretensão de esgotar o assunto sobre Custos e Formação

de Preços na Exportação, mas sim trazer de forma si mples e sintética os pontos fundamentais que envolvem este tema. Embora, ela es teja alicerçada sobre o programa da disciplina anteriormente referida, ela pode ser utilizada como material de pesquisa para conhecimento na atividade profissional, principalmente, se for um iniciante nesta área.

Page 10: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

9

I-CUSTOS

1-GENERALIDADES

O que gastamos para poder fazer alguma coisa é o cu sto dessa coisa. Se a dona-de-casa resolver fazer um bolo ela gasta para conseguir o que

deseja. Há um custo do bolo. Se um industrial fabrica calçados ele gasta para fa zer um par de sapatos e,

neste caso, existe um custo do calçado. Se o Governo tem por objetivo socorrer uma área ond e existe uma doença, gasta

para tal e, neste caso, há um custo de um Programa de Saúde. Quer a dona-de-casa, quer o industrial, quer o Gove rno, todos têm custos, ou

seja: todos gastam para conseguirem um bem ou um se rviço.

1.1-CONCEITO DE CUSTO

Custo de um bem ou serviço é a expressão monetária dos insumos físicos

realizados na obtenção deste cosiderando-se o total retorno dos capitais empregados em termos de reposição.

Do ponto de vista econômico, entende-se por custo t oda e qualquer aplicação de recursos, de diferentes formas e expressa em seu valor monetário, para a produção e distribuição de mercadorias (ou prestaçã o de serviços), até o ponto em que se possa receber o preço convencionado.

O custo de uma coisa é o quanto se gasta para conse guir-la e isto é interesse antigo e de todo mundo que deseja bem administrar s uas riquezas.

Custo é tudo o que se gasta para se obter um bem ou um serviço.

1.2-FINALIDADES E OBJETIVOS DOS CUSTOS

A apuração do custo tem várias finalidades, depende ndo a forma de como a

informação é utilizada, ela pode auxiliar a adminis tração nas diversas áreas da empresa.

Entre as várias finalidades da apuração dos custos, vamos citar algumas a seguir:

1.2.1-Determinação do Preço de Venda O objetivo deste custo é fornecer dados para a form ação do preço de venda. Quem produz o faz para vender. Saber por quanto se vai vender um produto,

entretanto, depende, fundamentalmente, de se conhec er o quanto se gastou para produzir.

1.2.2-Avaliação de Estoques Tem por finalidade informar o valor existente, na e mpresa de materiais e

produtos estocados.

Page 11: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

10

1.2.3-Controle da Gestão Administrativa Muitos dos instrumentos de controle que o administr ador tem à sua disposição

são baseados em dados de custos. É fácil observar que não pode haver controle sem o estabelecimento de

objetivos definidos e de metas a serem cumpridas pa ra a consecução desses objetivos.

Uma Contabilidade de Custos bem organizada é condiç ão necessária para dar ao administrador os meios de exercer comparação consta nte entre o que está sendo realizado e os padrões predeterminados.

1.2.4-Tomada de Decisão Tem por objetivo fornecer alternativas para a admin istração tomar as decisões

mais acertadas. Estas alternativas surgem através d o estudo dos custos ocorridos e projetando-se os futuros.

Através da análise dos custos a administração pode tomar inúmeras decisões, tais como:

-Redução dos gastos com uma determinada rubrica de despesa; -Substituição de um determinado equipamento por out ro que represente menor

custo ou melhor produtividade; -Extinção de setores ociosos ou desnecessários; -Redução do quadro de funcionários; -Substituição de matérias-primas por outras de valo res inferiores, ou a troca

de fornecedores; -Eliminação de certos privilégios concedidos aos fu ncionários ou a direção,

quando a situação não permite mantê-los, e concedê- los quando a empresa estiver em condição de oferecê-los.

-Investir em propaganda para aumentar o faturamento ; -Deixar de produzir um determinado produto, por se tornar inviável, ou seja,

por não trazer o retorno desejado; -Conceder benefícios aos funcionários, quando a sit uação permite e eliminá-

los quando ocorrer o inverso; -Estabelecer planos ou solucionar problemas especia is; 1.2.5-Elaboração de Orçamento Orçamento é um meio de coordenar os esforços indivi duais num plano de ação

que se baseia em dados de desempenhos anteriores e guiado por julgamentos racionais dos fatores que influenciarão o rumo dos negócios no futuro.

Como foi colocado acima, o orçamento se baseia em d ados de desempenhos anteriores e esses dados para serem obtidos é neces sário a participação do custo. Portanto, o custo é uma parte fundamental na elabor ação do orçamento, pois sem o estudo dele e a sua projeção futura, é impossível e stabelecermos um orçamento.

1.2.6-Planejamento e Projeção do Lucro Um aspecto do planejamento demandou que a administr ação fizesse uma previsão

econômica do ano seguinte e que fizesse planos com base naquela previsão. A contabilidade de custos contribuiu na coordenação d e planos realizados por funções de vendas e produção e na análise de suas i nter-relações. A contabilidade de custos também contribuiu na promoção de cooperaç ão entre planos desenvolvidos por administração descentralizada, organizada como divises de produtos.

Outro aspecto do planejamento requereu que a admini stração avaliasse propostas de ação para tomada de decisão. A contabi lidade de custos contribuiu na ordenação de dados relevantes, adequados para tais fins.

Page 12: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

11

Não é possível conseguirmos planejar um lucro futur o, se não soubermos projetar o custo envolvido na busca deste lucro. Po rtanto, a determinação do custo tem um papel preponderante no planejamento do lucro.

1.2.7-Apuração do Resultado O resultado é obtido entre o confronto das receitas e das despesas num

determinado período. Portanto, para obtermos o resu ltado devemos antes apurarmos o volume de custos (despesas) envolvidos na obtençã o das receitas.

1.2.8-Comparação dos Custos Referentes a Períodos e Condições Econômicas

Diversas Através da comparação dos custos referentes a perío dos e condições econômicas

diversas é possível determinar as condições que são favoráveis a empresa e quais as mais críticas. Identificadas e separadas as refe ridas condições, o administrador poderá se situar em qual das situaçõe s passadas ele se encontra e saber qual as medidas que ele deverá tomar para tir ar o maior proveito possível das condições favoráveis e se armar da melhor forma existente para enfrentar as situações desfavoráveis.

1.2.9-Conhecimento do Grau de Eficiência Técnico-Administrativa da Empresa Um estudo adequado dos custos da empresa nos propor ciona o conhecimento do

grau de eficiência técnico-administrativa que a emp resa deve alcançar. Este grau representa o estágio que a empresa deve alcançar pa ra obter o maior e melhor proveito dos investimentos utilizados pela administ ração. O estudo dos custos nos proporciona saber se a administração possui um grau de eficiência técnico-administrativa adequado.

1.2.10-Análise da Economicidade de Operações Este objetivo do custo é obtido através da análise das operações pela

empresa e dos custos envolvidos nelas. A análise da economicidade de operações ocorre na medida em que passamos a analisar o custo que envolve cada uma das operações e através deste estudo buscarmos a operaç ão mais econômica ou ainda a forma de executá-la de maneira mais econômica. Nest a análise, também está envolvido o levantamento dos custos dos desperdício s, do tempo ocioso dos operários, da capacidade ociosa do equipamento, dos produtos danificados, do trabalho necessário para conserto, dos serviços de garantia de produtos.

1.2.11-Conhecimento do Nível de Rentabilidade Econômica e do Ponto ótimo de

Produtividade Uma empresa que produz um bem deve saber qual é o s eu nível de rentabilidade

econômico e do ponto ótimo de produtividade com vis tos ao integral aproveitamento dos fatores da produção, sendo que, para ter este c onhecimento ela precisa necessariamente da Contabilidade de Custos.

O nível de rendimento econômico é obtido através do custo versus retorno. Já o ponto ótimo de produtividade é determinado em fun ção do nível de produtividade que a empresa deva obter para absorver mais adequad amente os custos envolvidos com os fatores da produção.

Page 13: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

12

II-ASPECTOS DOS CUSTOS

1-TERMINOLOGIA UTILIZADA EM CUSTOS INDUSTRIAIS Antes de analisarmos os aspectos dos custos se faz necessário discorrermos

sobre a terminologia que é utilizada em custos indu striais. esta terminologia não é uniforme entre os estudiosos, no entanto, vamos u tilizar a mais aceita.

Gastos, Custos e Despesas são três palavras sinônim as ou dizem respeito a conceitos diferentes? Confundem-se com Desembolso? E investimento tem alguma similaridade com elas? Perda se confunde com algum desses grupos?

E quanto a matéria-prima, componentes, materiais au xiliares e materiais de consumo, são expressões que representam coisas dife rentes ou são nomeclaturas sinônimas?

No meio desse emaranhado todo de nomes e idéias, no rmalmente o principiante se vê perdido, e às vezes o experiente embaraçado, por isso, passamos a utilizar a seguinte nomeclatura.

1.1-GASTO Sacrifício financeiro que a entidade arca para a ob tenção de um produto ou

serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Só existe gasto n o ato da passagem para a propriedade da empresa do bem ou serviço, ou seja, no momento em que existe o reconhecimento contábil da dívida assumida ou da redução do ativo dado em pagamento.

Todo o gasto implica em desembolso, mas não são a m esma coisa, tendo eles dois conceitos distintos.

1.2-INVESTIMENTOS Gasto ativado em função de sua vida útil ou de bene fícios atribuíveis a

futuro(s) período(s). Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (Gastos) que

são “estocado” nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente chamados de investimentos.

Podem ser de diversas naturezas e de períodos de at ivação variados: a de matéria-prima é um gasto contabilizado temporariame nte como investimento circulante; a máquina é um gasto que se transforma num investimento permanente; as ações adquiridas de outras empresas são gastos c lassificados como investimentos circulantes ou permanentes, dependend o da intenção que levou a sociedade à aquisição.

1.3-CUSTO Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produç ão de outros bens ou

serviços.

Page 14: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

13

O custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (b ens ou serviços, para a fabricação de um produto ou execução de um serviço) .

1.4-DESPESA Bem ou serviço consumidos diretamente ou indiretame nte para a obtenção de

receitas. As despesas são itens que reduzem o Patrimônio Líqu ido e que têm essa

característica de representar sacrifícios no proces so de obtenção de receitas. Despesas são valores que foram aplicados contra a r enda de um determinado

período. Despesa é o sacrifício para se obter receitas e que vai para o resultado

exatamente para, ao se deduzi-la das receitas, faze r aparecer o lucro ou o prejuízo.

Todas as despesas são ou foram gastos. Porém, algun s gastos muitas vezes não se transformam em despesas (por exemplo, terrenos, que não são depreciados) ou só se transformam quando de sua venda.

Todos os custos que são ou foram gastos se transf ormam em despesas quando da entrega dos bens ou serviços a que se referem. M uitos gastos são automaticamente transformados em despesas, outros p assam primeiro pela fase de custos e outros ainda fazem a via sacra completa, p assando por investimento, custo e despesa.

1.5-DESEMBOLSO Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço , ou ainda, de quitação de

uma obrigação. Pode ocorrer, durante ou após a entrada da utilidad e comprada, portanto

defasada ou não do gasto. 1.6-PERDA Não se confunde com despesa (muito menos com o cust o), exatamente pela sua

característica de anormalidade e involuntariedade; não é sacrifício feito com intenção de obtenção de receita. Exemplos comuns: p erdas com incêndios, obsoletismo de estoques etc.

São itens que vão diretamente à conta de Resultado, assim como as despesas, mas não representam sacrifícios normais ou derivado s de forma voluntária das atividades destinadas à obtenção da receita. É muit o comum o uso da expressão “perda de material” na fabricação de inúmeros bens; entretanto, a quase totalidade dessas “perdas” é, na realidade, um cust o, já que são valores sacrificados de maneira normal no processo de produ ção, fazendo parte de um sacrifício já conhecido até por antecipação para a obtenção da receita almejada.

Cabe aqui ressaltar que inúmeras perdas de pequenís simo valor são na prática comumente consideradas dentro dos custos ou das des pesas, sem sua separação; e isso é permitido devido à irrelevância do valor env olvido. No caso de montantes apreciáveis, esse tratamento não é correto.

1.7-MATÉRIA-PRIMA Matéria-prima é o material essencial (mais importan te) utilizado no processo

de produção e que sofre mutação física nesse proces so de fabricação ao se transformar em produto.

Essa é uma definição relativamente simples mas norm almente considerada bastante completa para finalidades contábeis. Com e la, vemos que a matéria-prima abrange, primeiramente, os materiais considerados i mportantes no processo de

Page 15: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

14

produção, e essa importância é tomada no sentido do valor, em dinheiro, que representam no contexto global da fabricação.

Com isso, não se consideram matérias-primas, materi ais de pequena monta consumidos no processo produtivo. O problema reside sempre no que é importante em termos econômicos e o que não é, já que sempre have rá alguma subjetividade nessa conceituação e não existe e nem pode existir regra definitiva e completa que resolva o caso em todas as hipóteses.

Em segundo lugar, vê-se na definição que a matéria- prima obrigatoriamente sofre um processo de mudança física na industrializ ação. Se não houver mutação física alguma, não costuma, esse material, ser cons iderado tecnicamente como matéria-prima.

Com isso, vemos que o petróleo é matéria-prima na f abricação de gasolina, óleo, naftas etc. É um consumo importante que diz r espeito a algo físico que se modifica fisicamente para se transformar no produto final .

A soja é uma matéria-prima utilizada na fabricação de óleo, farelos etc. O aço é matéria-prima utilizada na fabricação de inúm eros produtos siderúgicos. O minério de ferro é matéria-prima utilizada na fabri cação do aço.

Algumas dessas modificações físicas se dão, às veze s, não na sua forma intrínseca, mas na aparência física. Por exemplo, c onsidera-se a madeira a matéria-prima na fabricação de móveis, mesmo que a madeira contida no móvel seja, intrinsecamente, absolutamente igual à contida nas toras originais; mas como uma modificação física relativa ao corte, à aparência, ao tratamento, às vezes, até químico em seu revestimento acabou acontecendo, con sidera-se que também se passa chamar a essa madeira de matéria-prima.

Todavia, se não ocorrer mudança física alguma não s e chama a esse material de matéria-prima, mesmo que ele seja usado e aplicado de forma direta, objetiva, cristalina e inquestionável na fabricação de um pro duto qualquer.

Assim, o espelho comprado pela fábrica de móveis e aplicado diretamente na elaboração de um móvel nunca será chamado de matéri a-prima nessa fábrica. Ou então, o motor comprado de terceiros por um fabrica nte de geladeira não é considerado matéria-prima.

1.8-COMPONENTES A esses materiais adquiridos ou até produzidos pela própria empresa, que são

agregados, mesmo que de forma direta, ao produto, m as que não sofrem mutação física, se dá outros nomes, tais como: componentes, materiais diretos etc.

Alguns deles possuem até nomeclatura especial, como no caso das embalagens. Pode ocorrer de, numa indústria de cosméticos, dete rminadas embalagens serem o mais relevante dos custos incorridos na produção. _ s vezes, essas embalagens são superiores, em seu custo, ao próprio custo do produ to nelas contido. Porém, essas embalagens não são chamadas de matérias-primas porq ue não sofrem mutação física.

Se a própria fábrica de cosméticos efetua a fabrica ção dessas embalagens, poderá, na ala referente á sua produção, chamar de matéria-prima aos materiais lá utilizados: celulose, papel, cristal etc. Mas, depo is de obtida a embalagem, ela será considerada um custo direto do produto final ( perfume, por exemplo), mas terá o nome de componente ou material direto (espec ificamente embalagem) e nunca será chamada de matéria-prima.

O motor retro citado na fabricação da geladeira, ad quirido de terceiros ou fabricado pela própria empresa, será, na linha de p rodução do refrigerador, considerado como material direto, normalmente com o nome específico de componente, mas nunca será chamado de matéria-prima .

Pode-se, então, indagar se existe matéria-prima num a indústria exclusivamente montadora. E realmente pode ocorrer de não existir. Por exemplo, uma indústria de computadores faz aquisição junto a terceiros de tod os os componentes: peças de plástico, circuitos eletrônicos, chips, fios etc. S ua função acaba sendo exclusivamente a de especificar esses produtos, com prá-los de terceiros e efetuar a montagem. Sua produção industrial, por isso, limi ta-se à junção dos componentes, e como nenhum deles sofre alteração fí sica nessa empresa, simplesmente temos uma indústria sem matéria-prima.

Page 16: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

15

1.9-MATERIAIS AUXILIARES Materiais auxiliares são aqueles, de menor valor ec onômico, utilizados na

fabricação dos produtos, mas consumidos de forma in direta do ponto de vista da contabilidade de custos. E esse jeito de classifica ção precisa ser bastante esclarecido. Muitos desses materiais auxiliares não se apropriam fisicamente e diretamente ao produto mesmo, como no caso de combu stíveis, lubrificantes, lixas, brocas, papel etc.

Já outros são fisicamente acoplados de forma direta ao produto, mas, exatamente por sua irrelevância em termos econômico s, ou então pela dificuldade em se efetuar essa perfeita identificação, e muitas vezes por ambas as hipóteses, são classificados como materiais auxiliares, indire tos. Por exemplo, pregos, tintas, plaquetas, lixas, produtos químicos vários (solventes, aditivos, catalisadores e outros) etc. são muitas vezes aplic ados diretamente (do ponto de vista físico) na elaboração de um produto. Se a emp resa quiser, pode perfeitamente identificar o consumo desses itens c om a produção deste ou daquele produto. Porém, em função do comentado (pequeno val or econômico e dificuldade de mensuração) é comum ver as indústrias considerando tais materiais como auxiliares, indiretos.

É lógico então que, em função de uma distinta sofis ticação nos níveis de controle, e também de uma diferente visão analítica dos custos, pode ocorrer: a indústria A aponta o consumo de um determinado mate rial, tinta, por exemplo, e sabe quanto dela foi consumido na fabricação deste ou daquele item; por isso apropria contabilmente essa tinta como parte dos ma teriais diretos. Já a empresa B, com menor nível de controle, ou com menor atençã o para detalhes, ou mesmo porque para ela o gasto com esse material é menos r elevante, pode estar considerando o gasto com tinta totalmente com parte componente dos materiais auxiliares.

Vê-se então que, na prática, essasdistinções não sã o absolutamente universais; apenas em teoria que se tem uma forma m ais nítida de segregação.

1.10-MATERIAIS DE CONSUMO Os materiais de consumo são os materiais gastos pel a empresa mas que não

possuem nenhuma ligação com os produtos fabricados. Estes materiais podem ser consumidos tanto na área produtiva como na comercia l ou na administrativa. Quando consumidos na área produtiva, fazem parte do custo do produto, não por que o produto deles necessita para a sua fabricação, mas sim porque os meios de produção deles necessitam. Como exemplo podemos cit ar: material de limpeza, material de expediente, vestimentas etc.

1.11-RAZÕES DE CUSTOS PARA A DISTINÇÃO a)Quanto as expressões: Gasto, Investimento, Custo, Despesa, Desembolso e

Perda, a razão maior nesta distinção, para a Contab ilidade de Custos, está em separar o que irá do que não irá compor o custo do bem ou serviço a ser produzido. Irá compor o custo do novo produto ou se rviço, somente, como o próprio nome já diz, aquilo que se identificar como custo. Despesas, Investimentos e Perdas não fazem parte do custo de um produto. Quan to ao Desembolso e ao Gasto, são palavras que podem estar associadas a qualquer uma das anteriores (Custo, Despesa, Perdas e Investimentos).

b)Em relação as expressões: Matéria-prima, Componen tes, Material Auxiliar e

Material de Consumo, essa distinção em termos de co ntabilidade de custos (tratando-se apenas dos gastos efetuados pela área produtiva) tem efeito prático apenas no que diz respeito á separação entre os cus tos diretos de uma lado (matérias-primas, componentes e outros) e indiretos do outro lado (materiais auxiliares, materiais de consumo e outros). Logo, a própria titulação em si acaba

Page 17: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

16

não sendo importante, e sim apenas a forma com que serão agregados seus custos aos produtos: de forma direta ou não.

Os valores relativos a matérias-primas e a outros m ateriais diretos (embalagens, peças, componentes etc.) podem até sof rer de erros em suas terminologias; o principal é que sejam, em custos, apropriados diretamente aos produtos a que dizem respeito.

Já os materiais indiretos são alocados aos produtos sempre por meio de coeficientes de rateio, estimativas, “chutes” etc.

1.12-RAZÕES DA CONTABILIDADE GERAL PARA A DISTINÇÃO a)Em relação as expressões: Gasto, Investimento, Cu sto, Despesas, Desembolso

e Perda, na Contabilidade Geral a razão maior nesta distinção está em definir o que vai para o resultado do exercício e o que perma nece ativado. Vai para o resultado do exercício o que representa Despesa e P erda, ficando ativado o que representa Custo e Investimento. Já o Desembolso e o Gasto podem representar qualquer uma das expressões anteriores.

b)Em relação as expressões: Matéria-prima, Componen tes, Material Auxiliar e

Material de Consumo (quando utilizado no setor prod utivo), para a Contabilidade Geral não há de fato problema sério algum nessas cl assificações de ordem prática; desde que esses materiais estejam sendo baixados no momento de sua utilização, considerados como custo de produção por se referire m á fase de industrialização, e só sendo considerados como parte integrante do re sultado da empresa no momento da baixa do produto acabado, em função de sua venda , nada há que se temer por qualquer impropriedade terminológica.

É claro que, sempre, há o interesse do profissional de contabilidade em evidenciar uma terminologia adequada, independentem ente das conseqüências técnicas, no que se deve louvá-lo imensamente.

Um material de pequeno valor, secundário, pode até estar contabilizado com matéria-prima, mesmo que ele, inclusive, não venha a sofrer mutação física; mas se sua baixa for feita apenas quando de sua efetiva utilização, e esse valor baixado for incorporado aos custos de produção, agr egado aos produtos acabados e com estes baixado somente dentro do valor de custo dos produtos vendidos, nenhum problema maior estará ocorrendo. Mas trata-se, de q ualquer maneira, de uma situação que deve ser evitada porque sempre pode ha ver mal-entendido em função de uma classificação mal feita ou intitulação mal dada .

Page 18: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

17

III-ELEMENTOS DE CUSTOS São vários os elementos que compõem o custo de um p roduto, sendo que os

mesmos podem ser agrupados em função do tipo de cus to que desejamos apurar. A seguir encontramos um quadro onde nos mostra a comp osição geral do custo e despesa que compõem um produto (indústria), ao qual somando-se o lucro desejado encontramos o preço de venda.

Se tratarmos de custo e despesa de uma mercadoria ( empresa comercial) haverá

apenas uma mudança básica no quadro. O custo de pro dução deve ser substituído pelo custo de aquisição (gastos feitos na compra da mercadoria, descontados os impostos recuperáveis).

No caso de empresas prestadoras de serviços dever s er substituído pela soma

dos gastos realizados para a execução do serviço.

1-QUADRO DEMONSTRATIVO DA FORMAÇÃO DO CUSTO GLOBAL (GERAL) -------------------------------------------------- ------------- | | | | | MATERIAL DIRETO | | | | | | (Maté ria-prima e | | | | | CUSTO | Componentes) | | | | CUSTO | |--------------------| | | | | | | | | | | DIRETO | MÃO-DE-OBRA DIRETA | | PREÇO | CUSTO | | | | | | | DE |-------------------------------| | | | | | GASTOS GERAIS DE | | | | | CUSTO | FABRICAÇÃO | | DE | GLOBAL | PRODUÇÃO | | (Material Indireto,| | | | | | Mão-de -obra Indire-| | | (Custo | | INDIRETO | ta e Outros Custos| | | de | | | Indir etos | | VENDA | Venda) |------------------------------------- ------| | | | CUSTO DE | DESPESAS DE COMERCIALIZAÇÃO | | | | DISTRI- |-------------------------------| | | | BUIÇÃO | DESPESAS DE ADMINISTRAÇÃO GERAL| | |------------------------------------------ -------------| | | L U C R O | -------------------------------------------------- -------------

Page 19: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

18

2-COMETÁRIOS SOBRE OS ELEMENTOS DO CUSTO GLOBAL DOS PRODUTOS A seguir faremos um breve comentário sobre cada um dos elementos de custos

evidenciados no quadro acima: 2.1-PREÇO DE VENDA É o valor pelo qual a empresa vai vender o produto. É a importância a ser

cobrada, pela empresa, ao vender o produto a tercei ros. 2.2-CUSTO GLOBAL É o somatório dos dispêndios necessários para a pro dução e distribuição dos

produtos fabricados pela empresa. Custo Global é, p ortanto, formado pelo Custo de Produção e Custo de Distribuição. No que concerne a o Custo de Produção, a sua origem está na matéria-prima, componentes, mão-de-o bra direta e gastos gerais de fabricação.

2.3-CUSTO DE PRODUÇÃO O Custo de Produção, na indústria, equivale ao cust o de compra de mercadorias

no comércio e, por isso mesmo, é denominado, em amb os os casos, custo principal; a colocação no mercado, seja do produto ou da merca doria, origina o custo de distribuição, também denominado custo complementar ou comercial.

O Custo de Produção representa tudo o que é necessá rio dispender para se obter um produto em condições de venda.

O Custo de Produção se divide em dois grandes grupo s, que são: 2.3.1-Custos Diretos Custos diretos são principalmente os que incorre de terminado produto,

identificando-se como parte do respectivo custo Um custo direto é aquele que pode ser especificamen te atribuído a um produto.

Nesse tipo de custo não há necessidade de se utiliz ar distribuições proporcionais, a apropriação é feita de maneira dir eta.

Os custos diretos se subdividem em dois grupos, que são: Material Direto e Mão-de-obra Direta.

a)Material Direto: O material direto representa a parcela dos materiai s usados no processo de

fabricação que é imediatamente identificável e mens urável nos produtos produzidos. Os materiais postos no processo que não atendem a estes dois critérios são geralmente tratados como material ind ireto, uma parte do custo indireto de fabricação.

O material direto, também, sofre uma subdivisão, s endo ela em: Matéria-prima e Componentes.

a.1)Matéria-prima : É o material manipulado na transformação em produ to. É a

coisa que passa por transformação ou beneficiamento . O que define a matéria-prima não é a sua natureza, mas o seu estado primitivo em relação ao objetivo da indústria. Um mesmo bem pode ser produto numa indús tria e matéria-prima em outra. Como exemplo mencionamos o lingote de aço, que ao m esmo tempo que é produto da Usina de Fundição é matéria-prima da Indústria de L aminação de Aço. Da mesma forma que o fio é produto na Fiação é matéria-prima na Tecelagem.

a.2)Componentes : São peças que são adquiridas de terceiros e que i ntegrarão o

produto sem que haja qualquer alteração em sua prop riedade inicial. Exemplo: a embalagem e os cadarços de um par de sapatos; paraf usos utilizados para fixar as

Page 20: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

19

partes de um móvel; em fim qualquer peça utilizada na elaboração de um produto que não sofra nenhuma espécie de transformação por parte de quem está produzindo o referido produto.

b)Mão-de-obra Direta: É composta por todo o trabalho aplicado diretamente no produto ou em seus

componentes, seja ela especializada ou não. Quando o tempo de trabalho do o operário pode ser i dentificado com o produto,

lote de produto, processo fabril ou centro de custo s, o salário e seus encargos sociais serão considerados mão-de-obra direta. Para efeitos práticos, então, considera-se como mão-de-obra direta o salário do e mpregado cuja ocupação estiver diretamente relacionada ao produto que está sendo f abricado. Os demais operários empregados no departamento fabril, embora imprescin díveis à tarefa de produzir, não se encontram diretamente identificados com um d eterminado produto. Nesse caso, serão considerados como mão-de-obra indireta.

2.3.2-Custos Indiretos São todos os custos que não são perfeitamente mensu ráveis ou identificáveis

ao produto, portanto, dependem do emprego de recurs os para sua distribuição aos produtos, tais como, taxas de rateio ou critério de distribuição proporcional.

Os custos indiretos são custos necessários à operaç ão da fábrica, mas de natureza genérica demais para lançar-se diretamente no custo do produto. Este elemento de custo, por sua generalidade, é chamado de Gastos Gerais de Fabricação, podendo ser fixo ou variável, tendo ele as três classificações seguintes:

a)Material Indireto: É todo o material não usado como parte imediata no produto que se fabrica.

São elementos indispensáveis, mas que não se consti tuem no essencial. Como exemplo temos os suprimentos para a fábrica, como c ombustíveis, lubrificantes para máquinas, lixas, material de limpeza, material para manutenção, brocas, material de segurança, etc.

b)Mão-de-obra Indireta: É o trabalho dedicado à administração, supervisão, guarda, faxina,

aprendizado, almoxarifado, preparação de máquinas, controle de qualidade, apontadores, etc. Caracteriza-se pela participação auxiliar do processo produtivo e é ação desenvolvida em torno da fabricação, ajuda ndo-a a atingir seus objetivos.

c)Outros Custos Indiretos: Compreendem todos os custos não incorridos para os produtos fabricados, mas

para o benefício geral de toda a fábrica ou parte d ela. Entre tais custos temos: luz e força, água, telefone, depreciação, seguros, impostos, etc.

2.4-CUSTO DE DISTRIBUIÇÃO O Custo de Distribuição é a parcela de custo que so mada ao custo de produção

compõem o custo global. Portanto, o custo de distri buição é composto pelas despesas que não fazem parte do processo de produçã o, mas são indispensáveis para a empresa atingir seus objetivos.

O Custo de Distribuição pode ser dividido em: Despe sas Comerciais e Despesas de Administração Geral.

2.4.1-Despesas Comerciais São despesas relacionadas com a atividade de vendas . Entre elas podemos

citar: comissões a representantes, fretes e carreto s para entrega dos produtos

Page 21: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

20

vendidos, propaganda e promoções, salários e encarg os sociais dos funcionários ligados à área comercial (vendas, pesquisa de merca do, expedição), brindes, etc.

2.4.2-Despesas de Administração Geral São as despesas que ocorrem de forma a atender obje tivos genéricos da

empresa. São despesas ligadas ao controle, financia mento, investimento dos recursos da empresa. Como exemplo podemos citar: de spesas efetuadas pelos departamentos de contabilidade, financeiro, recurso s humanos, jurídico. Pode ser elas relacionadas com salários, encargos com salári os, telefone, correio, financiamento, material de expediente, doações e co ntribuições, etc.

2.5-LUCRO O lucro é a parcela correspondente a diferença entr e o preço de venda e o

custo global do produto. O lucro tem por objetivo r emunerar o investimento efetuado pelos proprietários da empresa. É através do lucro que a empresa consegue efetuar novos investimentos.

Page 22: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

21

VI-CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

Os custos de produção classificam-se por vários asp ectos, entre eles os quais

se destacam os seguintes: 1-QUANTO A ORIGEM GERAL 1.1-CUSTOS COM O TRABALHO HUMANO É o custo despendido para compensar o esforço human o com o intuito de atingir

os objetivos da empresa. 1.2-CUSTOS COM O CAPITAL UTILIZADO É o custo proveniente do investimento efetuado pela empresa (sócios). Este

custo, normalmente, é representado pelo valor que a pessoa que aplicou o dinheiro na atividade produtiva deixou de ganhar em outra a tividade.

1.3-CUSTOS COM MATERIAIS É o custo despendido na aquisição de materiais (mat érias-primas, produtos

intermediários, materiais de consumo, equipamentos, etc.) necessários a atividade.

1.4-CUSTOS (DESPESAS) TRIBUTÁRIOS Representam os gastos com o pagamento de impostos, taxas e contribuições. 1.5-CUSTOS (DESPESAS) FINANCEIROS São gastos provenientes da alocação de capitais de terceiros, podendo ser

despesas com financiamentos junto a bancos; juros p agos a fornecedores, por atraso; despesas com a cobrança de duplicatas prove nientes de vendas a prazo, etc.

2-QUANTO AO AGENTE CONSUMIDOR 2.1-CUSTOS DO PRODUTO Teremos o produto como agente consumidor, quando o custo é identificado

diretamente ao produto. Neste caso é considerado o produto como agente consumidor, pois o custo ocorreu de forma a atender uma necessidade do próprio produto.

2.2-CUSTOS DOS DEPARTAMENTOS O custo tem como agente consumidor o departamento, quanto é identificado o

departamento que efetuou o referido custo. Aqui o c usto ocorre em função de atender necessidade de um departamento.

Page 23: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

22

2.3-CUSTOS DAS DIVISÕES Terá como agente consumidor as divises, o custo, qu ando ele estiver

relacionado com divises, ou seja, quando os custos forem atribuídos por divises de produtos ou segmentos de mercados.

2.4-CUSTOS DOS CENTROS DE CUSTOS Neste caso o agente consumidor é considerado o cent ro de custo que absorveu o

custo. Aqui o custo está diretamente relacionado ao centro de custo que o efetuou ou indiretamente, tenha sido efetuado por outrem, m as o tenha sido realizado em seu benefício.

3-QUANTO AS SUAS FUNÇÕES 3.1-CUSTOS DE FABRICAÇÃO São os custos despendidos na produção do produto (m ão-de-obra, material

direto e gastos gerais de fabricação). 3.2-CUSTOS (DESPESAS) DE ADMINISTRAÇÃO São os gastos efetuados em áreas ligadas a administ ração geral, tendo por

objetivo: controle, financiamento e investimentos d os recursos detidos pela empresa.

3.3-CUSTOS (DESPESAS) DE COMERCIALIZAÇÃO São os custos efetuados para a realização das venda s dos produtos fabricados. 4-QUANTO A FORMA DE APROPRIAÇÃO 4.1-CUSTOS DIRETOS São todos os perfeitamente mensuráveis e identificá veis com o produto, não há

necessidade de se utilizar distribuições proporcion ais, a apropriação é feita de maneira direta.

Custos diretos são aqueles que podem ser diretament e apropriados a cada tipo de bem ou órgão, no momento de sua ocorrência, isto é, estão ligados diretamente a cada tipo de bem ou função de custo.

4.2-CUSTOS INDIRETOS São todos os custos que não são perfeitamente mensu ráveis ou identificáveis

ao produto, e portanto, dependem do emprego de recu rsos para sua distribuição aos produtos.

Custos indiretos são os custos comuns a muitos tipo s diferentes de bens, sem que se possa separar a parcela referente a cada um, no momento de sua ocorrência. Tal separação é efetuada através de um critério esp ecial, denominado rateio .

5-QUANTO A SUA ESPÉCIE 5.1-CUSTOS COM MÃO-DE-OBRA São os custos envolvidos com a mão-de-obra utilizad a dentro da empresa.

Custos estes representados pelos salários, encargos sociais e outros custos ligados com a mão-de-obra.

Estes custos podem ser divididos em:

Page 24: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

23

5.1.1-Mão-de-obra Direta : Os custos com a mão-de-obra direta são aqueles prov enientes da utilização de

mão-de-obra empregada diretamente na transformação do produto. Como exemplo, podemos citar: a mão-de-obra do operador de máquin a.

5.1.2-Mão-de-obra Indireta : Os custos com a mão-de-obra indireta são aqueles or iundos da utilização de

mão-de-obra que não tenha atuação direta no produto . Como exemplo, podemos citar: mão-de-obra de gerente de produção, de chefe de set or, de pessoal de manutenção, etc.

5.2-CUSTOS DOS MATERIAIS Estes custos são representados pelos gastos na comp ra de insumos necessários

à atividade empresarial e podem ser divididos em: 5.2.1-Matéria-prima : Matéria-prima é todo o material que é parte integra nte do produto e que sofre

transformação durante o processo produtivo. 5.2.2-Componentes Diretos : Os componentes diretos são representados por todo o material que é parte

integrante do produto, mas que não sofre transforma ção durante o processo de produção.

5.2.3-Material Secundário : O material secundário, também conhecido por materia l auxiliar, é o material

que se desgasta durante o processo produtivo, mas q ue não se agrega ao produto. Exemplo: lixas, rebolos, brocas, etc.

5.2.4-Material de Consumo : Material de consumo é o material utilizado nas ativ idades secundárias e

auxiliares da produção, não tendo relação direta co m o produto. Exemplo: vassouras, lubrificantes, material de limpeza, mate rial de segurança, etc.

5.3-CUSTOS COM SERVIÇOS Os custos com serviços são os custos representados pela aquisição de serviços

fora da empresa. Serviços estes relacionados com a elaboração de operações nos produtos ou partes destes, ou ainda, em equipamento s da empresa.

6-QUANTO A SUA POSIÇÃO NA CONTABILIDADE FINANCEIRA 6.1-CUSTOS DESEMBOLSADOS São os custos que após sua decisão significam desem bolso de caixa. São todos os custos representados por saída efetiva de numerários. Exemplo:

pagamento de salários, compra de matéria-prima, etc . 6.2-CUSTOS CALCULATÓRIOS São os custos que não exigem desembolso de numerári os, mas que, no entanto,

correspondem a insumos legítimos derivados das oper ações da empresa. Exemplo: depreciação.

Page 25: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

24

7-QUANTO AO OBJETO FINAL 7.1-CUSTO DA MERCADORIA Custo de cada produto ou subproduto em condições de venda; custo da cada

mercadoria, nas empresas comerciais. 7.2-CUSTO DOS SERVIÇOS Custo de cada serviço em condições de ser prestado. 7.3-CUSTO DO PRODUTO Custo da produção de utilidades, da construção de i móveis e de outras formas

de atividade. 8-QUANTO À NATUREZA DA ATIVIDADE 8.1-EMPRESAS INDUSTRIAIS 8.1.1-Custo Industrial Compreende todos os custos referentes à fabricação, produção ou

industrialização. 8.1.2-Custo Comercial Engloba todos os custos referentes á venda e à dist ribuição dos produtos. 8.1.3-Custo Complementar Abrange todos as despesas referentes à administraçã o, as despesas financeiras

e outros itens não classificados nos demais grupos. 8.2-EMPRESAS COMERCIAIS 8.2.1-Custo de Aquisição Custo de aquisição das mercadorias. 8.2.2-Custo Comercial Refere-se à venda e à distribuição das mercadorias. 8.2.3-Custo Complementar Conceito já indicado. 8.3-EMPRESAS DE SERVIÇO 8.3.1-Custo de Operação Compreende todos os custo referentes aos objetivos da empresa. 8.3.2-Custo de Manutenção Reúne todos os custos e despesas referente à manut enção do capital fixo

(aparelhamento técnico ou industrial), que preponde ra nesta categoria de empresa. 8.3.3-Custo Complementar Conceito já indicado.

Page 26: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

25

9-QUANTO O GRAU DE VARIAÇÃO RELATIVAMENTE ÀS QUANTIDADES PRODUZIDAS 9.1-CUSTOS FIXOS São aqueles, cujo o montante global permanece inalt erado, apesar da variação

do nível de atividade da empresa. São aqueles custos que, dentro de uma determinada e scala de produção,

permanecem constantes não se alterando com as modif icações da quantidade produzida. São também conhecidos como Custos de Est rutura, pois são decorrentes da natureza, do tipo e do tamanho de uma empresa e de suas instalações industriais.

9.2-CUSTOS VARIÁVEIS São todos os custos que variam em seu montante glob al em função da variação

do nível de atividade da empresa. São aqueles custos que acompanham o crescimento do volume de produção na

mesma proporção ou com a mesma intensidade. São tam bém conhecidos como Custos de Atividade, isto é, aqueles cuja origem é conseqüênc ia do funcionamento normal das empresa.

São os custos que variam em função da variação do v olume de atividade, ou seja, da variação da quantidade produzida no períod o. Quanto maior o volume de atividade no período, maior será o custo variável e , consequentemente, quanto menor o volume de atividade no período, menor será o custo variável.

Os custos variáveis apresentam-se subdivididos em: progressivo, constante e regressivo.

9.2.1-Custo Variável Progressivo : O progressivo é o custo variável cuja a variação oc orre em proporções maiores

que a variação do volume de atividade. Se cresce o volume produzido, o custo cresce proporcionalmente mais, se diminui o volume produzido, o custo diminui proporcionalmente mais. Este custo pode ser explic ado pela mão-de-obra direta trabalhando em recintos pequenos cujo acréscimos de pessoal provoca decréscimo de produtividade por saturação do local, dificultando a execução das tarefas. Assim, apesar de a produção crescer, o custo cresce em pro porção maior.

9.2.2-Custo Variável Constante : O constante é o custo variável cuja variação ocorre na mesma proporção da

variação do volume de atividade. Se cresce o volume produzido, o custo cresce na mesma proporção; se diminui o volume produzido, o c usto diminui na mesma proporção. Este custo pode ser explicado por consum o de matéria-prima, isto é, para cada unidade acrescida no volume produzido o c usto apresenta um acréscimo constante.

9.2.3-Custo Variável Regressivo : O regressivo é o custo variável cuja variação é pro porcionalmente menor em

relação à variação do volume de atividade. Se cresc e o volume produzido, o custo cresce em proporções menores: se diminui o volume p roduzido, o custo diminui proporcionalmente menos. Um exemplo deste custo são os serviços contratados junto a terceiros. Quanto maior for o lote de peças encom endadas, maior será o custo total, porém este não subirá na mesma proporção das quantidades encomendadas. Isto ocorre, uma vez que, o valor unitário tenderá a ser menor a medida que o lote aumenta, visto que, o prestador de serviços po ssui seus custos fixos de preparação do equipamento para efetuar os serviços encomendados e estes devem ser rateados em cima da produção. Consequentemente, qua nto maior a produção, menor será a parcela de custos fixos a ser atribuída aos preços. Portanto, a tendência de o preço de venda unitário diminuir na medida que o volume de encomenda aumentar.

Page 27: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

26

9.3-CUSTOS MISTOS São custos que não variam proporcionalmente com o n úmero de unidades

produzidas nem permanecem inalterados. Ao invés di sso, eles mostram uma tendência ascendente quando aumenta o número de uni dades produzidas. Um custo cujo total inclina-se a variar (mas não proporciona lmente) com o número de unidades produzidas, e não pode ser eliminado quand o não há produção é conhecido como um custo misto ou custo semivariável.

Os custos mistos são aqueles que possuem, no seu to tal uma parcela fixa e outra parcela variável. Um dos exemplos dos custos mistos é o consumo de energia elétrica que possui uma parte fixa (demanda) e outr a variável (consumo medido por quilowatt-hora), sendo que a parte fixa é paga inde pendentemente do volume de energia consumida, já a parte variável é paga em fu nção do volume consumido. Outro exemplo, é o aluguel de uma copiadora em que o valor é fixo até determinado número de cópias e, a partir desse número passa a v ariar em função do número de cópias tiradas.

9.4-GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DOS DIFERENTES TIPOS DE CUS TOS A seguir encontramos um gráfico onde está represent ada a evolução dos

diferentes tipos de custos, estudados neste capítul o.

9 (1) (2) V 8 (3) A 7 L 6 O (4) 5 R 4 E 3 S 2 ( 5) (R$) 1 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 12 NÍVEL DE ATIVIDADE (Quantidade Produzida ) (1) Custo Variável Progressivo (2) Custo Variável Constante (3) Custo Variável Regressivo (4) Custo Misto (5) Custo Fixo

Page 28: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

27

V-SISTEMAS DE CUSTEIO

Sistemas de custeio são os métodos utilizados para proceder a alocação ao

produto dos custos a ele relacionados. Os sistemas de custeio podem ter várias classificações, entre elas, podemos citar as seguin tes:

1-QUANTO A FORMA DE APURAÇÃO A apuração de custos consiste na acumulação do cust o em cada tipo de unidade

ou função de custo, cujo valor se deseja conhecer. É necessário que todas as unidades do mesmo tipo sejam padronizadas para que a determinação do custo unitário seja igual para cada uma das unidades.

O sistema de produção e o de comercialização dos pr odutos de uma empresa, bem como o tipo de produto final oferecido ao cliente, são os principais fatores determinantes do sistema de apuração de custos mais adequado para ser utilizado, pois o produto pode ter existência física ou ser si mplesmente um serviço.

1.1-CUSTOS POR PRODUTO Este sistema é usado nas empresas que produzem dife rentes tipos de bens

independentemente de encomenda do cliente, isto é, a produção é inicialmente destinada para estoque e, posteriormente, comercial izada. Normalmente são produtos padronizados e produzidos em grandes quant idades e em linha específica para cada produto.

A acumulação de custo é feita sobre cada tipo difer ente de produto, apropriando-se os custos diretos e rateando-se no f inal do período, os custos indiretos.

1.2-CUSTOS POR ORDEM DE PRODUÇÃO (POR ENCOMENDA) O sistema de custo por ordem de produção é um siste ma no qual cada elemento

do custo é acumulado separadamente, segundo ordens específicas de produção, emitidas pela Seção de Fabricação. Este sistema é c onhecido também pelo nome de sistema por encomenda.

O sistema por encomenda é o método que computa o cu sto, tendo por base a apropriação de cada ordem de produção e, consequent emente, o custo de um determinado período de fabricação é a soma das orde ns deste mesmo período.

Sob o sistema por ordem de produção, cada ordem de produção emanada de

cliente é considerada uma encomenda particular e ga nha um número, assim que o pedido é recebido. Geralmente os produtos a serem f abricados em cada encomenda têm características especiais que os diferenciam pr ontamente de todas as outras encomendas do departamento de produção.

Neste sistema, nenhum trabalho poderá ser iniciado sem que ele seja, devidamente autorizado; dar-se-á essa autorização p ela emissão de uma ordem de produção. As ordens de produção são emitidas para o início da execução do serviço.

Os custos, geralmente, são controlados numa ficha d e controle ou na própria requisição em que se pede a elaboração do produto. Através desse sistema, os

Page 29: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

28

valores oriundos do consumo e de outros gastos são registrados numa ficha controle. Essa ficha de controle é emitida, para d eterminada quantidade de produto a ser produzido, sempre em igualdade de con dições à quantidade constante no pedido do cliente. A ordem de fabricação ou requ isição encerra-se quando for completada a quantidade produzida, especificada na mesma. A determinação do custo unitário por produto sai da divisão do somatório do s valores gastos pela quantidade produzida.

Este sistema permite que a empresa relacione a rend a obtida numa ordem de produção com os custos realizados para a produção.

1.3-CUSTOS POR ORDEM DE SERVIÇO Tem as mesmas características do sistema anterior, cuja principal diferença é

o fornecimento do material pelo cliente, quando se tratar de um bem tangível que se transformará.

Caracteriza-se pelo fornecimento apenas do serviço e, em conseqüência, a acumulação dos custos é feita em cada ordem de serv iço diferente. Além do serviço, podem ser acumulados os valores dos materi ais cujo aplicação seja necessário. Em outras palavras, a apuração de custo s por ordem de serviço pode ter custo de materiais, porém, não sofrem transform ações e são simplesmente aplicados no lugar de outros defeituosos.

1.4-CUSTOS POR PROCESSO O custeamento por processo destina-se a acumular os custos numa empresa em

que a fabricação se caracteriza por produtos padron izados, produção contínua e demanda constante, ou seja, produção de unidades pa dronizadas, que recebem, cada uma, quantidades equivalentes de material, mão-de-o bra e custos indiretos, resultando em unidades idênticas produzidas em mass a. Este método consiste na divisão do custo do período pelas unidades produzid as, atribuindo-se ao quociente o custo médio unitário. Portanto, o custo unitário é determinado através da divisão do total de custos acumulados num processo, durante certo período de tempo, pelas unidades produzidas no mesmo período, nesse mesmo processo.

Tal sistema, adotado quando os produtos não podem s er identificados no processo produtivo, é aplicado com resultados posit ivos em indústrias de petróleo, de lâmpadas, de produtos farmacêuticos, e tc. A produção é realizada em diversos centros de custos, separadamente, e o cust o unitário, determinado por centro de custo. Cada centro de custo é identificad o como um processo específico.

Por este sistema, os custos são acumulados por cent ros produtivos ou centros de custos, diferentemente do sistema por ordem de p rodução em que os custos são acumulados em cada ordem, independentemente dos ór gãos de produção pelos quais seja necessário passar até chegar à fase final de f abricação.

Existem vários tipos de produção por processo, e os mais distintos são os sequenciais, os paralelos e os seletivos.

1.4.1-Custo por Processo Sequencial : No tipo sequencial, o produto é continuamente trans ferido de um processo para

o outro, até o último, quando o produto é considera do produto acabado e transferido para o depósito. É o tipo usado nas ind ústrias de cimento, de açúcar, de bebidas, de medicamentos e outras.

1.4.2-Custo por Processo Paralelo : No tipo paralelo, mais de um produto é elaborado at ravés de uma ou de mais de

uma fase de processos independentes, que podem ser operados simultaneamente ou não. Pertencem a este tipo as indústrias que, util izando matéria-prima inicial ou mais de uma, obtêm, durante o processo, vários p rodutos diferentes. É o caso

Page 30: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

29

da indústria de destilação de petróleo, que entra e m processamento uma matéria-prima (petróleo) e saem simultaneamente os vários p rodutos (gasolina, óleo diesel, óleo combustível, gás, asfalto, etc.).

1.4.3-Custo por Processo Seletivo : No tipo seletivo, existem fases para vários produto s, sem que todos os

produtos passem, necessariamente, por todas as fase s. É o caso da indústria de beneficiamento de castanhas em que toda a matéria-p rima entra em processamento (pré-aquecimento, remoção da casca), mas só parte e ntra no forno para torrar, tendo em vista a existência de mercado tanto para a castanha torrada como para a castanha apenas descascada.

2-QUANTO A FORMA DE ALOCAÇÃO 2.1-CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL É o sistema de custos onde só são alocados aos prod utos os custos variáveis,

ficando os custos fixos separados e considerados co mo despesas do período, indo diretamente para o resultado, para os estoques só v ão, como conseqüência, custos variáveis.

2.2-CUSTEIO POR ABSORÇÃO OU GLOBAL É um sistema de apuração de custos que consiste na apropriação de todos os

custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos.

2.3-CUSTEIO PADRÃO OU STANDARD Esse sistema de custo também é conhecido como custo orçado ou estimado. O uso

do custo standard ou padrão não requer a existência de um sistema contábil, formal, uma vez que um sistema de custo real ou atu al poderá ser a base desse sistema de custo. O sistema contábil tem seu papel fundamental no momento do confronto do custo-padrão (orçado)com o custo efeti vo (realizado).

Através do custo-padrão ou standard poder-se-á, com antecedência, determinar o custo-base de cada peça a ser produzida na empres a. Contudo, exigir-se-á um estudo especializado, bem como a utilização de expe riência anterior para formalizar a definição desse tipo de custo. Consequ entemente, esse tipo de custo é um sistema fundamentado na predeterminação das op erações, onde se refletirá o material que vai ser consumido, tempo, mão-de-obra e outros custos que se esperam ser necessários para a elaboração do produto ou ser viço. Portanto, o custo-padrão ou standard pode ser aplicado: como base para estab elecer preços de vendas; para medir a eficiência da produção; para determinar o v alor de inventário e como base de orçamento.

Os três sistemas de custeio aqui vistos, quanto a f orma de alocação, serão objeto de uma apreciação mais detalhada e profunda em capítulos posteriores, onde serão explanados em tópicos individuais.

3-QUANTO A CLASSE DOS VALORES EMPREGADOS 3.1-COM BASE EM VALORES HISTÓRICOS Com base neste sistema os custos são apurados pelos valores históricos, ou

seja, pelas importâncias que a empresa desembolsou no momento de sua realização,

Page 31: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

30

sendo assim, podemos dizer que os custos históricos correspondem aos valores de aquisição.

3.2-COM BASE EM VALORES DE REPOSIÇÃO Quando for utilizado o sistema de custeio com base valores de reposição,

estaremos trabalhando com os custos avaliados sempr e a valores de mercado. Neste sistema não importa quanto custou um determinado ga sto e sim quanto ele está custando atualmente.

Neste método de custeio, o custo do produto fabrica do é determinado levando-se em consideração os gastos necessários para sua p rodução, avaliados a valores de reposição (mercado).

3.3-COM BASE EM VALORES PADRÕES A determinação do custo de um produto utilizando-se o sistema com base em

valores padrões é efetuada através da obtenção de c ustos predeterminados.. Os valores dos gastos necessários á fabricação de um d eterminado produto são valorados através de estimativas de custos (custos predeterminados) levando-se em conta o conhecimento e a experiência. Estes custos passam a ser padrões e servem para determinar o custo de todas a unidades produzi das de um mesmo produto. As possíveis diferenças que surgirem entre os custos p redeterminados e os reais, devido a utilização do custeio padrão, deverão ser distribuídas, posteriormente, entre os produtos fabricados.

4-QUANTO AO SISTEMA DE APROPRIAÇÃO 4.1-Não SECCIONAL Quando a apropriação é feita diretamente aos produt os. O objetivo dos

cálculos é o produto, exclusivamente. 4.2-SECCIONAL Quando a apropriação do custo do processo e de uma parcela do custo

complementar é feita aos centros de custos e, após, através de rateios, procedesse à apropriação desses custos aos produtos , juntamente com os demais itens de custo considerados. Os cálculos têm dois o bjetivos: o custo de cada seção ou centro de custo (secundário) e o custo do produto (principal).

Estes dois sistemas serão vistos com maior profundi dade no capítulo que trata da Apropriação dos Custos.

5-QUANTO A LEGISLAÇÃO FISCAL BRASILEIRA A legislação fiscal brasileira estabelece formas al ternativas de avaliação de

estoques (consequentemente, de apropriação de custo s dos produtos e/ou mercadorias ao Resultado) dependendo do item a ser avaliado e do método de controle utilizado pela empresa. As formas de avali ação de estoque estão estabelecidas no art. 14 do Decreto-lei 1598/77 e n o art. 185 do Regulamento do Imposto de Renda e, são as seguintes:

5.1-AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES DE MATÉRIA-PRIMA Observação: Enquadram-se nesta sistemática, não ape nas a matéria-prima, mas

todos os itens, em estoque, adquiridos de terceiros , sejam eles matéria prima, componentes, material secundário, embalagem, materi al de consumo, etc.

Page 32: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

31

5.1.1-Para Quem Possua Inventário Permanente : a)Pelo custo médio ponderado; ou b)Pelo custo das aquisições mais recentes (PEPS). 5.1.2-Para Quem Não Possua Inventário Permanente : a)Segundo o inventário físico, sendo este avaliado aos últimos custos de

aquisição. 5.2-AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES DE PRODUTOS EM ELABORAÇÃO 5.2.1-Para Quem Possua Contabilidade de Custos Integrada e Coordenada à

Contabilidade Geral : a)Pelo custo médio ponderado de produção; ou b)Pelo custo médio das produções mais recentes (PEP S). c)Avaliação com base no preço de venda, subtraída a margem de lucro. Desde

que não resulte em valor inferior àquele que seria obtido através da avaliação pelos critérios “a’ e “b”.

5.2.2-Para Quem Não Possua Contabilidade de Custos Integrada e Coordenada à

Contabilidade Geral : a)Uma vez e meia o maior custo das matérias-primas, adquiridas no período

base (matérias-primas já incorporadas ao produto a ser avaliado); ou b)80% do valor dos produtos acabados, determinados através dos 70% do maior

preço de venda no período base (ou seja, 56% do mai or preço de venda no período base).

5.3-AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES DE PRODUTOS ACABADOS 5.3.1-Para Quem Possua Contabilidade de Custos Integrada e Coordenada à

Contabilidade Geral : a)Pelo custo médio ponderado de produção; ou b)Pelo custo das produções mais recentes (PEPS). c)Avaliação com base no preço de venda, subtraída a margem de lucro. Desde

que não resulte em valor inferior àquele que seria obtido através da avaliação pelos critérios “a’ e “b”.

5.3.2-Para Quem Não Possua Contabilidade de Custos Integrada e Coordenada à

Contabilidade Geral : a)70% do maior preço de venda no período base.

Page 33: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

32

III-SISTEMAS DE PRODUÇÃO

1-PRODUÇÃO POR ORDEM 1.1-CONCEITO O método de contabilização do custo industrial por ordem de produção, como o

próprio nome o indica, acumula os custos na ordem d e produção à medida que esta, acompanhando a produção, atravessa todos os centros de produção da fabrica, desde o estoque de matéria-prima ate o estoque de produto s acabados. O custo unitário da produção é obtido dividindo-se o valor total da ordem pelo numero de unidades produzidas.

A matéria-prima vai sendo lançada na ordem à medida que vai sendo requisitada. A mão-de-obra direta vai sendo lançada na ordem à medida que os apontamentos correspondentes vão sendo feitos.

O custo indireto de fabricação será conhecido no fi m do mês e então será dividido pelo valor do custo da mão-de-obra direta, a fim de se determinar o coeficiente por meio do qual os custos indiretos de fabricação serão apropriados às ordens de produção.. Esse coeficiente é, então, multiplicado pelo valor da mão-de-obra direta de cada uma das ordens de produç ão, determinando-se, assim, o custo indireto de fabricação de cada ordem.

O custo total da ordem de produção é a soma desses três custos. O Sistema de produção por ordem é também conhecido por produção por encomenda

(conceito de indústria de produção descontínua). Es te tipo de indústria trabalha, basicamente de adaptações para tipos diferentes de produtos, mas pode conter número muito grande de variações em suas especifica ções.

Neste tipo de indústria, as máquinas estão disposta s e agrupadas segundo as

suas características próprias.. Os produtos terão d e percorrer os diversos grupos de maquinas sem um fluxo contínuo, uma vez que os s eus processos de produção nem sempre coincidem ou assemelham-se.

É características das empresas que produzem: -equipamento especiais; -forjas leves e pesadas; -alguns móveis -impressos gráficos -embarcações -plataformas submarinas -navios -filmes cinematográficos etc. 1.2-PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO POR ORDE M As principais características da produção por ordem são as seguintes: -nenhum serviço é iniciado sem que seja devidamente autorizado através de

ordem de produção ou de um código correspondente; -identificação da ordem específica de produção por ordem e por cliente; -a produção não é padronizada; -o sistema exige maior trabalho burocrático para o registro e controle das

unidades produzidas; -não se mantém estoques regulares; -a produção não é contínua, isto é, não existe um f luxo lógico de operações; -os custos apurados por ordem são mais precisos, se comparados ao sistema de

produção por processo, pelo fato de serem levantado s individualmente por ordem de produção;

Page 34: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

33

-os produtos ou serviços são executados de acordo c om as exigências ou projetos de cada cliente;

-possibilita a analise da lucratividade dos produto s por ordem de produção 1.3-DISTINÇÃO ENTRE PRODUÇÃO POR ORDEM E PRODUÇÃO CONTÍNUA Existem dois fatores que determinam o tipo de Custe io, se por Ordem ou por

Processo (Contínuo): a forma de a empresa trabalhar e a conveniência contábil-administrativa.. Quanto à forma, principal responsá vel pela distinção, basta lembrar que se a empresa trabalha produzindo produt os iguais de forma contínua (um ou vários), fundamentalmente para estoque, isto é, para venda, terá já caracterizada sua natureza. Se produz atendendo a e ncomendas dos clientes ou então, produz também para venda posterior, mas de a cordo com determinações internas especiais, não de forma contínua, já se te rá incluído entre as de Produção por Ordem.

São exemplos comuns da Produção Contínua: indústria s de cimento, químicas, de petróleo, de álcool, de açúcar, automobilística (pa rte delas), de produtos alimentícios etc. Trabalham normalmente por Ordem a s indústria pesadas, frabricantes de equipamentos especiais, algumas ind ústrias de móveis, empresas de construção civil etc.

Também as indústrias de serviços são classificáveis num ou noutro grupo: pertencem à Produção Contínua: companhias de saneam ento básico (água e esgoto), telefonia, energia elétrica etc.; à Produção por Or dem: escritórios de planejamento, de auditoria, de consultoria de engen haria etc.

Muito comumente encontramos empresas que trabalham parte de uma forma, parte de outra; uma indústria de fechaduras, por exemplo, fabrica pelo menos parte dos componentes em série, de forma contínua, mas o seto r de montagem produz por ordem, produzindo ora um tipo ora outro de fechadur as. Ou uma indústria automobilística pode produzir o carro de forma cont ínua até um certo ponto , a partir daí, por ordem, segundo especificações de ac abamento, cor, acessórios etc. Ainda, uma indústria de plásticos pode produzir as folhas desse material em série, mas. ao transformá-las em embalagens, fazê-l as por ordem, fabricando cada modelo de uma vez.

Inúmeras vezes, por outro lado, procedem-se a algum as mudanças em função de conveniências. Por exemplo, uma empresa pode ter um a encomenda que leve 5 meses de trabalho; em vez de custear como se fosse uma or dem, faz um custeio como se fosse uma produção contínua durante esse tempo. Tal vez muitas das produções em série não passem de ordens de longa duração, como p rodução de certos eletrodomésticos, de alguns modelos de automóveis e tc. Pode também ocorrer de a empresa trabalhar em série durante certo tempo com determinado produto, mas desejar custeá-lo como se fosse uma grande ordem pa ra avaliar seu resultado global.

1.4-DIFERENÇAS NO TRATAMENTO CONTÁBIL Praticamente a única diferença entre os tratamentos da Contabilidade de

Custos reside no seguinte: Na Produção por Ordem , os custos são acumulados numa conta (ou folha)

específica para cada ordem ou encomenda. Essa conta só pára de receber custos quando a ordem estiver encerrada. Se terminar um ex ercício e o produto estiver ainda em processamento, não há encerramento, perman ecendo os custos até então incorridos na forma de bens em elaboração, no ativo ; quando a ordem for encerrada, será transferida para estoque de produto s acabados ou para Custos do Produtos Vendidos, conforme a situação.

Page 35: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

34

Na Produção Contínua , os custos são acumulados em contas ou folhas representativas das diversas linhas de produção; sã o encerradas essas contas sempre no fim de cada período (mês, semana, trimest re ou ano, conforme o período mínimo contábil de custos da empresa). Não há encer ramento das contas à medida que os produtos são elaborados e estocados, mas ape nas quando do fim do período; na apuração por Processo não se avaliam custos uni dade por unidade, e sim à base do custo médio do período (com a divisão do custo t otal pela quantidade produzida).

Em ambas os Custos Indiretos são acumulados nos div ersos Departamentos para depois serem alocados aos produtos (ordens ou linha s de produção). E em ambas também são utilizáveis os procedimentos relativos à s Taxas de Aplicação de CIF, apesar de esse recurso ser muito mais útil e por is so mesmo mais usado na Produção por Ordem.

1.5-CONTABILIZAÇÃO DA PRODUÇÃO POR ORDEM - DANIFICA ÇÕES 1.5.1-Danificação de Materiais Quando há danificações de matérias-primas ou outros materiais diretos ou

também indiretos, quando da elaboração de determina das ordens, dois procedimentos podem ser utilizados: apropriação à ordem que está sendo elaborada ou concentração dentro dos Custos Indiretos para ratei o à produção do período. Claro está que essas formas de tratamento são adotáveis p ara perdas dentro de certa normalidade, no entanto, se são perdas de grande va lor e anormais, devem ser consideradas como de período.

A alocação direta à ordem uma forma bastante útil p ara se conhecer o efetivo resultado de cada uma delas, desde que seja viável a apropriação direta; isso ocorre provavelmente na maioria dos casos. Mas se a s danificações nas matérias-primas ocorrem, por exemplo, dentro dos seus própri os armazéns de estocagens ou almoxarifados, antes de sua utilização na produção desta ou daquela ordem, toma-se necessária a atribuição a todos os produtos do p eríodo.

1.5.2-Danificação de Ordens Inteiras Comumente ocorre a danificação de uma ordem inteira ou pelo menos em estado

adiantado de fabricação. Do ponto de vista contábil , o procedimento mais correto é a baixa direta para perdas do período, sem a acum ulação aos novos custos de reelaboração da ordem. O Conservadorismo assim o re comenda, exceto se for imaterial o valor. Do ponto de vista administrativa , interessa, todavia, um relatório onde seja deduzido esse montante perdido do resultado obtido na encomenda (ou ordem). Nada impede que nos relatório s internos seja feito esse adendo aos relatórios emanados diretamente da Conta bilidade.

1.5.3-Cálculo do Custo por Ordem de Trabalho Suponhamos que uma determinada empresa trabalhe com produtos sob encomenda e

que a mesma costuma ter em produção várias ordens a o mesmo tempo. No primeiro período de atividade a empresa deu iníc io a três ordens de

trabalho, apresentando a mesmas, no final do primei ro período, as seguintes informações:

nº da matéria-prima mão-de-obra direta Gastos Gerais ordem aplicada corte costura d e Fabricação 1 6.000,00 3.000,00 1.000,00 2 4.000,00 2.000,00 2.000,00 3 5.000,00 3.000,00 1.000,00 --------- --------- -------- --------

Total 15.000,00 8.000,00 4.000,00 6 .000,00

Page 36: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

35

Nenhuma ordem foi concluída no primeiro mês, sendo que, empresa deseja distribuir os gastos gerais de fabricação na propor ção do consumo de matéria prima.

Distribuição dos gastos gerais de fabricação: total G.G.F Parcela de G.G.F. p/cada R$ 1,00 de Matéria-prima = ------------ total M.P. 6.000,00 Parcela de G.G.F = ------------ = 0,40 15.000,00 Composição do custo de produção e o valor dos estoq ues em elaboração do

primeiro período.

Nº da matéria-prima mão-de-obra direta G.G.F Estoque ordem aplicada corte costura M.P x 0, 40 em Elab. 1 6.000,00 3.000,00 1.000,00 2.400,0 0 12.400,00 2 4.000,00 2.000,00 2.000,00 1.600,0 0 10.600,00 3 5.000,00 3.000,00 1.000,00 2.000,0 0 11.000,00 --------- --------- -------- ------- - --------- Total 15.000,00 8.000,00 4.000,00 6.000,0 0 33.000,00

Consideremos agora que no segundo período a empresa de continuidade as ordens

iniciadas no primeiro período e deu início a mais d uas. Os dados que a empresa dispõe, relativo ao segundo período, são os seguintes:

Nº da matéria-prima mão-de-obra direta Gastos Gerais ordem aplicada corte costura de Fab ricação 1 1.000,00 3 h 12 h 2 4.000,00 7 h 15 h 3 3.000,00 4 h - 4 5.000,00 20 h 8 h 5 7.000,00 30 h 25 h --------- --------- -------- ---- ----- Total 20.000,00 10.0 00,00 A empresa informa ainda, que o custo da mão-de-obra direta por hora, no

segundo período, é de R$ 450,0 para o setor de cort e e de R$ 150,00 para o setor de costura. Os G.G.F devem ser distribuídos da mesm a maneira que os do primeiro período. As ordens 1, 2 e 5 foram concluídas, sendo que as ordens 1 e 5 foram entregues dentro do segundo período.

10.000, 00 Parcela de G.G.F. p/cada R$ 1,00 de M.P. = -------- -- = 0,50 20.000, 00 Composição do custo de produção relativo ao segundo período.

Page 37: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

36

Nº da matéria-prima mão-de-obra direta G.G.F Custo do ordem aplicada corte costura M.P x 0, 50 2º período 1 1.000,00 1.350,00 1.800,00 500, 00 4.650,00 2 4.000,00 3.150,00 2.250,00 2.000, 00 11.400,00 3 3.000,00 1.800,00 0,00 1.500, 00 6.300,00 4 5.000,00 9.000,00 1.200,00 2.500, 00 17.700,00 5 7.000,00 13.500,00 3.750,00 3.500, 00 27.750,00 --------- ---------- --------- ------- --- --------- Total 20.000,00 28.800,00 9.000,00 10.000, 00 67.800,00 Composição do custo total de cada ordem e sua class ificação no final do

segundo período. Nº da Custo do Custo do Produtos Produto s C.P.V. ordem 1º período 2º período em Elab. Pronto s 1 12.000,00 4.650,00 16.650,00 2 11.000,00 11.400,00 22.400, 00 3 10.000,00 6.300,00 16.300,00 4 0,00 17.700,00 17.700,00 5 0,00 27.750,00 27.750,00 --------- ----------- --------- ------- -- ---------- Total 33.000,00 67.800,00 34.000,00 22.400, 00 44.400,00 2-PRODUÇÃO CONTÍNUA 2.1-CONCEITO O método de contabilização do custo fabril por proc esso acumula os custos

pelos centros produtivos de fabricação nos quais o processo é analisado, por este motivo é também conhecido por - Produção por Proces so.

A matéria-prima é requisitada pelos diferentes cent ros de produção. A mão-de-obra direta também está lotada por centros de fabri cação. Os custos indiretos de fabricação são rateados para os centros de custo fa bris através dos rateios primário e secundário.

Neste sistema, a fábrica é dividida por fases de pr odução para alocação dos custos por determinado período de tempo (diário, se manal, mensal etc.). No fim deste período, os custos totais acumulados por fase são divididos pela unidades produzidas à medida que a produção é transferida pa ra outra fase com vista em outras transformações.. O custo vai sendo acumulado de uma fase para outra até o acabamento final do produto, a débito de quem receb er e a crédito de quem expedir.

No fim de cada mês é necessário custear a produção transferida de cada centro, durante o mês, bem como os estoques em fabr icação em cada um dos centros.

Para o cálculo dos custos do “transferido” e dos es toques finais em cada um dos centros, é necessário determinar, também, os cu stos unitários do que é adicionado a cada um dos centros durante o mês, ou seja dos três elementos do custo industrial, material direto, mão-de-obra dire ta e custos indiretos de fabricação.

A indústria de produção contínua se caracteriza por possuir fases ou processos de produção determinado por certo tipo de produto ou linha de produtos uniforme.

É típico, ainda nesta modalidade de indústria, que sua máquinas e equipamentos estejam colocados de acordo com o flux o do processo produtivo, visando obter continuidade e maior rendimento na pr odução.

Page 38: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

37

São características das seguintes indústrias: -Indústria alimentícia; -Indústria de lâmpadas; -Indústria de tintas; -Indústria farmacêutica; -Indústria química; -Indústria de cimento etc. 2.2-PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO CONTÍNUA As principais características da produção contínua (por processo) são as

seguintes: - os produtos são padronizados; - a produção é contínua, isto é, existe um fluxo ló gico de operações; - o custo unitário médio é determinado pela divisão do custo total pelas

unidades produzidas; - os custos são registrados por departamentos ou po r fases de fabricação; - exige-se menor esforço burocrático em comparação à produção por ordem, para

controle e apuração dos custos de cada unidade prod uzida; - os produtos são mantidos em estoque; - os clientes se sujeitam aos produtos que existem no mercado; - apontamentos simplicifados de mão-de-obra em cada departamento, em razão de

cada área contar com o seu pessoal fixo etc. 2.3-PRODUÇÃO EQUIVALENTE Equivalente de produção é um artifício para se pode r calcular o custo médio

por unidade quando existem Produtos em Elaboração n os finais de cada período, significa o número de unidades que seriam totalment e iniciadas e acabadas se todo um certo custo fosse aplicado só a elas, ao invés d e ter sido usado para começar e terminar umas e apenas elaborar parcialmente outr as.

Produção equivalente é também chamada valor adicion ado ao estoque de produtos em fabricação e vem expressa em unidade equivalente s ou unidades equivalentes a unidades completas. Uma unidade equivalente de qual quer custo é a quantidade do elemento de custo, que está presente em uma unidade do produto acabado. Dizer que determinada quantidade de matéria-prima tem 10 unid ade equivalentes é o mesmo que dizer que aquela quantidade é suficiente para fazer 10 unidade completas (em matéria-prima) do produto acabado.

Também os estoques em fabricação são expressos em u nidade equivalentes ou completas. Exprimindo-se o adicionado, o estoque in icial e o estoque final em unidades equivalentes, é possível compará-los ao tr ansferido, que vem sempre expresso em unidades completas ou equivalentes.

Para calcular as unidades equivalentes do estoque i nicial e do estoque final é necessário obter, ou estimar, as forçosa de acaba mento dos elementos de custo desses estoques em fabricação.

A fração de acabamento é simplesmente a relação ent re o número de unidade equivalentes ou completas do estoque e o número fís ico de unidades efetivas incompletas desse estoque.

unidades equivalentes f = fração de acabamento -------------------------- ------ unidades efetivamente inco mpletas e modo que: unidades equivalentes = fração de acaba mento x unidades

efetivamente completas Exemplo: 100 unidades de um produto que têm apenas metade da matéria-prima

que devem receber correspondem, no que concerne à m atéria-prima, a 50 unidade equivalentes daquele produto. A fração de acabament o é 1/2 porque 50/100 = 1/2.

Page 39: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

38

O cálculo ou a estimativa da fração de acabamento n em sempre é fácil. A maneira mais simples de resolver o problema é atrav és da sistemática aproximada de tratar as frações de acabamento, a qual, consist e em supô-las sempre iguais a 1/2, na esperança estatística de que os erros para mais compensem os erros para menos.

A maneira mais certa, porém, é estimar, tão correta mente quanto possível, a fração de acabamento que corresponde a cada fase de processo. Isso será tanto mais fácil quanto melhor for o conhecimento do proc esso fabril.

2.3.1-PEPS (FIFO) na Produção Contínua (por Processo) Na produção de Custos por Processo, os gastos da pr odução são acumulados por

período par rateio às unidades feitas. Suponhamos, num primeiro caso extremamente simples, que um único produto seja elaborado, e que os seguintes dados estejam disponíveis:

Custos de Produção do Período (Diretos e Indiretos) 50.000.000,00 Unidades produzidas: 20.000 (iniciadas e acabadas n o período) 50.000.000,00 O custo unitário será então a média: -------------- = 2.500,00/u 20.000 u Suponhamos que no período seguinte existam esses ou tros dados: Custo de Produção de Período: 55.440.000,00 Unidades iniciadas no período: 23.000 Acabadas: 21.000 Em elaboração no fim do 2º período: 2.000 Essas 2.000 unidades em elaboração estão “meio acab adas”, isto é, cada uma

delas recebeu metade de todo o processamento necess ário. Para se calcular agora o custo médio por unidade, n ão podemos dividir os

55.440.000,00 nem por 21.000 nem por 23.000 unidade s; é necessário o seguinte raciocínio:

21.000 acabadas vão entrar no cálculo pelo valor in tegral................ 1.000 2.000 semi-acabadas receberam cada uma metade do p rocessasmento; isto significa que se todo o custo aplicado nessa s 2.000 unidades fosse utilizado para início e érmino de outr o lote, ter-se-ia conseguido iniciar e acabar 1.000 unidades; logo, o equivalente em acabadas de 2.000 unidades “meio acabadas ” é.................... 1.000 ------ Equivalente total de produção...................... ....................... 22.000 55.4 40.000,00 Custo médio de cada un totalmente acabada = ---- --------- = 2.520,00 22.000 Os 55.440.000,00 serão então distribuídos: Produção acabada: 21.000u x 2.520,00/u.......... ................ 52.920.000,00 Produção em andamento: 2.000u x 1/2 x 2.520,00.. ................ 2.520.000,00 ------------- Total............................................. ............. 55.440.000,00 Suponhamos agora que no terceiro período ocorra:

Custos de produção no período: 52.780.000,00 Unidades novas iniciadas: 20.500

Page 40: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

39

Unidades em elaboração no fim do 3º período: 1.800, “1/3 acabadas” Unidades acabadas: 2.000 (iniciadas no 2º período) + 20.500 (iniciadas no 3º

período) - 1.800 (não acabadas) = 20.700 O número total de unidades trabalhadas no 3º períod o será de 22.500 (término

das 2.000 anteriores mais 20.500 as iniciadas), mas o Equivalente de Produção terá que ser calculado: Para término das 2.000 iniciadas no 2º período, gas taram-se os primeiros reais do 3º, e esse gasto para fazer a segunda m etade das 2.000 seria o necessário para inicias e terminar outras 1.00 0; logo 2.000 x ½ ...... 1.000 Das 20.500 novas, 1.800 não foram acabadas; assim, foram iniciadas e terminadas no 3º período (20.500 - 1.800)....... ....................... 18.700 O que se gastou para fazer 1/3 de 1.800 unidades eq uivaleria, em ter- mos de iniciadas e totalmente acabadas, a 1/3 x 1.800 u................ 600 ------- Equivalente total de produção...................... ....................... 20.300 52.780.000,00 Custo unitário do 3º período = --------------- = 2.600,00/u 20.300 u Produção em andamento no final: 1.800u x 1/3 x 2.6 00 = 1.560.000,00 Produção acabada no 3º período: 20.700 u, sendo: 2.000u anteriores, já tendo recebido no 2º período um total de.................. 2.520.0 00,00 mais o necessário ao seu término no 3º período 2.000u x 1/2 x 2.600,00...... 2.600.0 00,00 5.120.000,00 ------- ----- 18.700 novas: 18.700u x 2.600,00................... ........ 48.620.000,00 ------------- Total produção acabada............................. ........ 53.740.000,00 2.3.2-Custo Médio na Produção Contínua (por Processo)

Nota-se que ao adotarmos o critério à base do PEPS para avaliação da

produção acabada; primeiramente valoramos as 2.000 unidades iniciadas num e terminadas noutro período, e depois valoramos as in iciadas e terminadas. Temos praticamente dois lotes, onde o primeiro é formado por unidades que receberam cargas de dois períodos, com custos médios unitário s diferentes em cada um deles. Assim, esse lote terá com um custo médio distinto t anto dos 2.520,00 quanto dos 2.600,00 (2º e 3º períodos, respectivamente): 5.120 .000,00 / 2.000u = 2.560,00.

O segundo lote de 18.700 unidades está por 2.600/u. Esse é o melhor procedimento para esse tipo de situação, para se av aliar bem o custo do último período. Nada impede que, se interessar à empresa t rabalhar com Preço Médio no estoque de produtos acabados, apure ela um custo mé dio global da produção acabada: 53.740.000,00 / 20.700 u = 2.596,00 u. Mas o import ante é saber que o último lote, iniciado e acabado no 3º período, custou 2.60 0,00/u.

Outra forma de procedimento para cálculo do custo d e produção no terceiro (pelo custo médio) período seria:

Produção inicial em andamento...................... 2.520.000,00 Custos de produção do 3º período................... 52.780.000,00 ------------- Soma............................................... 55.300.000,00 Equivalente de produção para o total de 55.300.000, 00:

Page 41: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

40

2.000 u anteriores, agora equivalente às próprias 2 .000, já que está adicionado na soma de 55.300.000,00 o custo da p rimeira metade....... 2.000 18.700 u iniciadas e acabadas no 3º período........ ..................... 18.700 1.800 u 1/3 acabadas no 3º período................. ..................... 600 ------ Equivalente total.................................. ..................... 21.300 55.300.0 00,00 Custo médio unitário no novo critério: --------- ------ = 2.596,24 21.300 u

A divisão em produção acabada e em andamento agora seria: Produção acabada: 20.700 u x 2.596,24/u............ .... 53.742.253,00 Produção em processo:1.800 u x 1/3 x 2.596,24...... ... 1.557.747,00 ------------- Total.............................................. .... 55.300.000,00 Do ponto de vista de custo para avaliação de estoqu es, qualquer desses

procedimentos é aceitável; para efeito interno à em presa, o melhor é aquele visto primeiro (PEPS), que procura não misturar custo méd io de um ou outro período. Entretanto, por motivos de simplificação, usa-se ba stante o segundo (Custo Médio).

2.3.3-Equivalente de Produção: Caso mais Complexo Suponhamos que uma determinada empresa inicie 100.0 00 unidades no seu

primeiro mês de vida, das quais 15.000 não são acab adas. A matéria-prima é totalmente aplicada no início do processamento, enq uanto a mão-de-obra direta é utilizada uniformemente durante a fabricação e os c ustos indiretos são rateados à base de horas máquina. Os dados para esse primeiro mês são:

Custos de Produção do Período: Matéria-prima.........................R$ 25.000.00 0,00 Mão-de-obra direta....................R$ 9.500.00 0,00 Custos indiretos de produção..........R$ 5.775.00 0,00 --- ---------- Total.......................................R$ 40. 275.000,00 Cada uma das 15.000 unidades no final do período re ceber toda a matéria-

prima, 2/3 da mão-de-obra direta e 3/4 das horas-má quina que cada um requer. Não há possibilidade, portanto, de se trabalhar com um único equivalente de

produção para se calcular o custo médio unitário. É preciso que se use um equivalente de produção para cada tipo de custo.

Matéria-prima: O equivalente é o próprio total de . ................... 100.000 u, já que cada unidade, acabada ou não, recebeu 100% desse material. ======= Mão-de-obra direta: As unidades acabadas são ...... ................... 85.000 u e as 15.000 em elaboração equivalem, em termos d e iniciadas e acabadas, a 15.000 u x 2/3....................... ................... 10.000 u ------ Soma............................................... ................... 95.000 u ====== Custos indiretos: Unidades totalmente acabadas..... ................... 85.000 u em elaboração: 15.000 u x 3/4.................... ................... 11.250 u ------ Soma............................................... .................. 96.250 u

Page 42: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

41

Cálculo do custo médio unitário no 1º mês: 25.000.000,00 Matéria-prima : --------------- = 250,00/u 100.000 u 9.500.000,00 Mão-de-obra direta: --------------- = 100,00/u 95.000 u 5.775.000,00 Custos Indiretos: --------------- = 60,00/u 96.250 u Produção acabada do período: 85.000 u x 410,00 (250,00 + 100,00 + 60,00) = 34.8 50.000,00 Produção final em processo: Cada unidade terá recebido: De matéria-prima, o total........................ . 250,00 De mão-de-obra direta, 2/3 x 100,00.............. . 66,67 De Custos Indiretos, 3/4 x 60,00 ................ 45,00 ------ Soma............................................... 361,67 =======

Total da produção em andamento no final do primeir o mês: 15.000 x 361,67.............................. ................ 5.425.000,00 ------------- Total.......................................... ................ 40.275.000,00

Em alguns casos extremos poderiam ser desmembrados equivalentes para partes

dos custos indiretos: energia, mão-de-obra indireta etc., caso alguns deles, de valor relevante, não fossem distribuídos de forma u niforme ou semelhante aos demais.

3-PRODUÇÃO CONJUNTA 3.1-CONCEITO Existem duas formas de produção conjunta: uma em q ue os produtos são obtidos

com a simples reunião, transformação ou acoplamento de matérias-primas diferentes para a elaboração do produto final; outra, em que a s matérias-primas sofrem, por intermédio de um processo químico ou físico, a sepa ração em diversos elementos que formarão os produtos finais. A produção conjunt a está associada a esta última forma de produção

Em muitas empresas de Produção Contínua existe o fe nômeno da Produção Conjunta, a qual é o aparecimento de diversos produ tos a partir, normalmente, da mesma matéria-prima, como é o caso do tratamento in dustrial da quase totalidade dos produtos naturais: aparecimento de óleo, farelo etc. (a partir da soja); ossos, diferentes tipos de carnes etc. (a partir do boi); gasolina, querosene, emulação asfáltica etc. (a partir do petróleo) etc. Decorrem de um mesmo material diversos produtos conjuntos normalmente classificad os em co-produtos e subprodutos.

A produção conjunta não é uma característica própri a somente da produção contínua; é penas muito mais comum nesse tipo de em presa; pode também ocorrer na produção por ordem em alguns tipos de indústrias, c omo a de móveis de madeira por

Page 43: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

42

encomenda, onde, a partir de uma única tora, podem sair peças de diferentes qualidades, costaneiras etc., que são também co-pro dutos e subprodutos.

3.2-PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO CONJUNTA O custeio de produção conjunta, normalmente, surge na fase intermediária da

produção, isto é, no ponto de cisão. Os custos adic ionais identificáveis com cada produto devem ser separados e distribuídos a cada p roduto.

As principais características da produção conjunta são: - os produtos conjuntos não podem ser identificados separadamente antes do

ponto de cisão; - a produção de um produto depende da produção de o utro produto. 3.3-DISTINÇÃO ENTRE CO-PRODUTOS, SUBPRODUTOS E SUCATAS 3.3.1-Co-produtos São os produtos decorrentes da produção conjunta, s endo que cada um não

possui maior importância do que os outros; tendo po sição relevante no mercado.. São produzidos simultaneamente e não há maneira obj etiva de determinação do custo aplicável a cada um deles.

3.3.2-Subprodutos Trata-se de um ou mais produto de valor relativamen te pequeno, produzidos

simultaneamente com outro produto de maior valor, d enominado produto principal. É conseqüência normal do processo produtivo e tem con dições de negociabilidade na sua forma original, ou com processamento adicional. São itens que têm comercialização tão normal quanto os produtos da em presa, mas que representam porção ínfima no faturamento total.

Devido a essa característica de pequena participaçã o nas receitas da empresa e também ao fato de se originarem de desperdícios, deixam de ser considerados produtos propriamente ditos. Se o fossem, precisari am receber uma parcela dos custos de produção. Mas isso pode provocar até situ ações ridículas, como a de custearmos aparas, limalhas, serragem etc.; tornand o-se então preferível adoção do critério de nada lhes ser atribuído.

Surge daí o problema de como avaliarmos esses estoq ues de Subprodutos e de como contabilizarmos suas vendas. O procedimento ma is correto é o de considerarmos a receita originada de sua venda como redução do custo de produção da empresa. Como pode ocorrer de o subproduto surgi do num período só ser vendido em um período seguinte, há necessidade de se proced er a um acerto para que dos custos de um exercício não seja deduzida a venda de itens originados em exercício anterior. Deveria o subproduto surgido em cada perí odo ser sempre considerado como redução do custo de fabricação desse mesmo per íodo.

A técnica é, portanto, de se proceder a essa reduçã o, considerando-se o valor de venda menos os custos para a sua realização como a própria medida do montante do estoque do subproduto.

3.3.3-Sucatas As sucatas são resíduos que podem ou não ser decorr ência normal do processo

de produção, não possuindo valor de venda e condiçõ es de negociabilidade boas. São itens cuja venda é esporádica e realizada por v alor não previsível na data em que surgem na fabricação. Por isso, não só não rece bem custos, como também não têm sua eventual receita considerada como diminuiçã o dos custos de produção. Mesmo que existam em quantidade razoáveis na empres a, não aparecem como estoque na Contabilidade. Quando ocorrer sua venda, têm sua receita considerada como Outras Receitas Operacionais.

Page 44: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

43

3.4-CUSTOS CONJUNTOS 3.4.1-Definição de Custos Conjuntos Custos conjuntos são aqueles custos decorrentes da produção conjunta,

incorridos antes do ponto em que os diversos produt os emergem como unidades individuais.

São custos indivisíveis, não podendo ser identifica dos com cada produto, tornando a apropriação dos custos, qualquer que sej a o método empregado, arbitrária..

O problema dos custos conjuntos surgem em uma fase intermediária da produção, sendo que o custo final dos produtos se compõem de uma parcela dos custos conjuntos mais os custos subseqüentes ao ponto de c isão necessários para tornar o produto em condição de comercialização.

Os custos adicionais, após o ponto de cisão, se ide ntificáveis com os produtos, são alocados diretamente aos produtos; ca so contrário, como despesas do período.

Adota-se distribuir os custos conjuntos aos diverso s produtos, baseados em métodos que procuram com maior ou menor propriedade retratar o fluxo dos custos aos diversos produtos. Cabe salientar que, em qualq uer método empregado, sempre haverá arbitrariedade das limitações de cada um e q ue os valores obtidos são de significância comprometida.

3.4.2-Diferença entre Custos Comuns e Custos Conjuntos Os custos comuns são formas de acumulação de custos , isto é, são custos

acumulados de acordo com certas afinidades (incorri dos um mesmo departamento, numa mesma operação etc.) que são passíveis de sere m apropriados aos diversos produtos conforme bases significativas.. Para tais custos, a contabilidade está habilitada para a correta distribuição dos custos, não havendo maiores distorções nos custos unitários dos produtos.

Os custos conjuntos são decorrentes da produção con junta; portanto, não possuem base significativa para a sua distribuição aos diversos produtos. Em outras palavras, qualquer tentativa de distribuição dos custos aos produtos envolverá arbitrariedade. As decisões com base nos custos conjuntos distribuídos aos produtos são temeráveis, podendo comprometer a situação da empresa.

Dessa forma, a principal diferença entre os custos conjuntos e os custos comuns é que estes são divisíveis e aqueles não.

3.5-MÉTODOS PARA DISTRIBUIÇÃO DOS CUSTOS CONJUNTOS Existem diversos métodos para a alocação dos custos conjuntos aos diversos

produtos conjuntos. Contudo, é importante salientar que qualquer deles não retrata exatamente a ocorrência efetiva dos custos, porque qualquer que seja o método empregado, os custos serão sempre alocados d e maneira arbitrária, devido à característica de os custos conjuntos serem indivis íveis;

3.5.1-Método do Valor de Mercado Por este método, os custos conjuntos são distribuí dos aos diversos produtos

de acordo com as unidades produzidas de cada um, po nderado pelo preço de venda dos produtos no ponto em que emergem como unidades individuais, ou no ponto de cisão, supondo-se que possam ser vendidos neste est ado.

Existe uma pressuposição da existência de uma relaç ão entre o preço de venda e os custos incorridos na elaboração. Em outras pal avras, este método considera que os diferentes preços decorrem da maior ou menor dificuldade da sua elaboração. Assim, os produtos que tiverem maior pr eço de mercado serão aqueles que receberão maior custo. Como conseqüência deste método, temos uma margem bruta homogênea para todos os produtos.

Page 45: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

44

Muitas vezes não encontramos valores de mercado par a todos os produtos no estágio de acabamento ao ponto de cisão, sendo nece ssária adaptação do método, que consiste no emprego de um valor de mercado hipo tético no ponto de cisão, que se refere ao valor de mercado dos produtos finais, subtraídos dos custos adicionais de cada produto para torná-los em condiç ão de venda. A explicação para este procedimento é de que os custos adicionais est ariam mais associados às possibilidades de se conseguir melhor preço e maior es lucros relacionados a cada produto isoladamente do que ao processo de produção conjunta.

Este método, apesar de bastante empregado, é passív el de muitas críticas. O comportamento dos preços de mercado é menos decorre nte de atos de produção do que de fatores de mercado, como concorrência, escassez, estágio de vida dos produtos (produto no início do ciclo de vida, produto satura do etc.), ou de fatores como controle de preços pelo CIP. Outro problema é que o s preços encontrados no mercado estão longe de serem homogêneos, existindo muita dificuldade, senão impossibilidade , de se estabelecer um preço de mer cado, em muitas situações.

Este método é o mais utilizado na prática, mais em função da inexistência de outros melhores do que de méritos próprios, já que a alegação de que os produtos de maior valor são os que recebem ou têm condições de receber maior custo carece de maior racionalidade. Talvez seu grande mérito es teja no fato de distribuir o resultado de forma homogênea aos Co-produtos.

Vejamos um exemplo: Matéria-prima processada................... R$ 30.0 00.000,00 Mão-de-obra e custos industriais........... R$ 15.0 00.000,00 ------------- Custos conjuntos totais.................... R$ 45.0 00.000,00 Co-produto Valor de Quantidade Valor d e venda venda produzida tota l --------------------------------------------------- -------------- A 400,00 kg 55.000 kg 22 .000.000,00 B 200,00 kg 100.000 kg 20 .000.000,00 C 300,00 kg 60.000 kg 18 .000.000,00 A distribuição dos R$ 45.000.000,00 de custo conjun to feita proporcionalmente

à participação de cada co-produto na receita fica: Distribuição dos custos conjuntos: Total C.Conj. Parcela de custos conj.p/cada R$ 1,00 de Receita = ------------- Total Receita 45.000. 000,00 Parcela C.Conjuntos p/ R$1,00 de Receita = -------- ------ = 0,75 60.000. 000,00 Este resultado nos daria os seguintes custos por qu ilo: Co-produto Valor de venda Custo total Quanti dade Custo total (Rec. x 0,75) produ zida por kg --------------------------------------------------- -------------- A 22.000.000,00 16.500.000,00 55.0 00 300,00 B 20.000.000,00 15.000.000,00 100.0 00 150,00 C 18.000.000,00 13.500.000,00 60.0 00 225,00

Page 46: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

45

Se quiséssemos efetuar os cálculos com base nas pro porções dos preços por quilo em vez de com base na receita total, chegaría mos ao mesmo resultado, conforme demonstrativo abaixo:

Co- Preço venda Custo unitário Quantidade Custo total produto unitário (P.V. x 0,75) produzida conjunto --------------------------------------------------- -------------- A 400,00 300,00 55.000 16.500.000,00 B 200,00 150,00 100.000 15.000.000,00 C 300,00 225,00 60.000 13.500.000,00 Pode ocorrer de serem necessários processamentos ad icionais a um ou vários

dos Co-produtos; esses custos, agora específicos e identificáveis a cada um deles, não são mais parte dos custos conjuntos, e p or isso não entram mais no nosso tipo de problema, sendo debitados a cada co-p roduto especificamente. Mas ele têm um tipo de influência sobre os cálculos que estamos fazendo: o valor de mercado, existe para cada co-produto, pode ser poss ível apenas para ele na forma de totalmente acabado ou pode ser encontrado para a fase de semiprocessamento em que se acha. Se existir preço de venda no mercado p ara a fase em que surgem os co-produtos, basta fazer como já calculado para obt er o custo de cada um; após isso, os custos adicionais lhes serão apropriados i ndividual especificamente. Se não existir preço de mercado na fase em que aparece m, precisamos de um valor suposto de mercado calculado como sendo o preço de venda menos os custos específicos de término de produção. Se, no exemplo anterior, os dados fossem:

Co- Valor de Quantidade Valor de venda Custos produto venda produzida total Adicionais --------------------------------------------------- -------------- A 400,00 kg 55.000 kg 22.000.000,00 4.000.000,00 B 200,00 kg 100.000 kg 20.000.000,00 - C 300,00 kg 60.000 kg 18.000.000,00 6.000.000,00 ------------- ------------- 60.000.000,00 10.000.000,00 teríamos uma receita total deduzida dos custos adic ionais de R$

50.000.000,00, sendo que, a parcela de custos conju ntos para cada R$ 1,00 de receita, já deduzida dos custos adicionais, seria d e R$ 0,90 (45.000.000,00/50.000.000,00).

Este resultado nos daria os seguintes custos por qu ilo: Co- Receita total Custo Conj.total Quantidade Custo produto (-) C.Adic. (Rec. x 0,90) produzid a por kg --------------------------------------------------- -------------- A 18.000.000,00 16.200.000,00 55.000 294,55 B 20.000.000,00 18.000.000,00 100.000 180,00 C 12.000.000,00 10.800.000,00 60.000 180,00 Por esses valores os co-produtos seriam contabiliza dos, sendo que, no

decorrer dos seus processamentos, ser-lhes-iam aind a aplicados os custos adicionais, ficando assim:

Co- Custo total Quantidade C.Adic. C.Conj . Custo total produto Adicional produzida por kg por k g por kg --------------------------------------------------- -------------- A 4.000.000,00 55.000 72,73 294,5 5 367,28 B - 100.000 0,00 180,0 0 180,00 C 6.000.000,00 60.000 100,00 180,0 0 280,00

Page 47: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

46

3.5.2-Método dos Volumes Produzidos Este método distribui os custos conjuntos com base em unidades de medida

comuns a todos os produtos de maneira proporcional à quantidade obtida de cada produto. Estas unidades de medida podem ser: unidad es, quilos, litros ou qualquer outro padrão de medida que fosse possível mensurar todos os produtos.

O princípio que rege este método é o de que todos o s produtos que emergem de um mesmo processo deveriam receber uma parcela prop orcional dos custos com base na quantidade produzida de cada produto, mensurada pela unidade de medida escolhida.

A principal crítica a este método é a de que podemo s encontrar diversas formas possíveis de medir a produção, como galões, toneladas, unidades etc., sendo que, de acordo com a lógica de cada um, poder emos ter diversos custos para os produtos. Apesar de encontrar autores que não ac eitam este método, pelo fato de os produtos possuírem preços de mercado diferent es, os custos deveriam receber outro tratamento, onerando mais aqueles que possuís sem maior valor de venda.

Esse critério acaba por apropriar custos iguais por unidade de volume

elaborado; vejamos: Co- Volume Propor- Custo Conjunto Custo por Preço por produto produzido ção alocado un R$/ kg un R$/kg --------------------------------------------------- -------------- A 55.000 25,58% 11.511.628,00 209,3 0 400,00 B 100.000 46,51% 20.930.232,00 209,3 0 200,00 C 60.000 27,91% 12.558.140,00 209,3 0 300,00 ------- ------- ------------- Total 215.000 100,00% 45.000.000,00 O produto B está, por este critério, com custo maio r que seu preço de venda.

O valor de custo por unidade de cada co-produto pod eria simplesmente ser obtido pela divisão de R$ 45.000.000,00 por 215.000 kg. Ta l método poderia ser válido se os produtos tivessem características muito semelhan tes entre si, inclusive não muita divergência nos seus preços de mercado.

3.5.3-Método da Igualdade do Lucro Bruto Já que qualquer critério é arbitrário, poder-se-ia distribuir o custo

conjunto de tal forma que cada produto tivesse o es mo lucro bruto por unidade. Ainda usando o mesmo exemplo:

a)Se não existissem os custos adicionais dos co-pro dutos A e C: Receita Total............................ R$ 60.00 0.000,00 (-) Custo Total Conjunto.................. R$ 45.00 0.000,00 ------- -------- Lucro bruto total......................... R$ 15.00 0.000,00 15.000.000,00 Lucro bruto por kg --------------- = 69,77/kg 215.000 kg Logo:

Page 48: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

47

Co-produto Preço de Venda Lucro Bruto Custo (*) --------------------------------------------------- ----- A 400,00/kg 69,77/kg 330,23 /kg B 200,00/kg 69,77/kg 130,23 /kg C 300,00/kg 69,77/kg 230,23 /kg (*) Preço de venda menos o lucro bruto. b) Se existissem os custos adicionais dos produtos A e C. Receita total............................. R$ 60.00 0.000,00 (-) Custo total conjunto.................. R$ 45.00 0.000,00 (-) Custo adicional....................... R$ 10.00 0.000,00 - ------------- Lucro bruto total......................... R$ 5.00 0.000,00 5.000.000,00 Lucro bruto por kg --------------- = 23,26/kg 215.000 kg Logo: Co- |Preço de |Lucro |Preço menos |Menos Custo |Custo Antes produto | Venda |Bruto |Lucro Bruto | Adicional |dos C.Adic. --------|---------|------|------------|------------ |------------ A 400,00 23,26 376,74 72,73 304,02 B 200,00 23,26 176,74 - 176,74 C 300,00 23,26 276,74 100,00 176,74 Também seria possível fazer-se um cálculo onde o lu cro bruto não fosse igual

em reais por unidades de cada co-produto, e sim igu al percentualmente sobre o preço de venda de cada um; caso não existissem cust os adicionais, os valores obtidos seriam iguais ao do primeiro método discuti do (Valor de Mercado).

3.5.4-Método da Ponderações Este método é baseado na premissa de que os produt os deveriam receber custos

conjuntos em conformidade com as dificuldades encon tradas na sua obtenção. Assim, os fatores de produção, devidamente analisados, rec eberiam ponderações. Estes fatores poderiam ser: peso de cada unidade, tamanho do produto, dificuldade na elaboração, tempo consumido na fabricação, tipo de mão-de-obra utilizada, quantidade do material etc.

A pesar deste método ser criticado por muitos, vist o que as ponderações que sofrem os produtos são completamente subjetivas e a rbitrárias, às vezes ele tem dado bons resultados..

Para exemplificarmos, poderíamos chegar à conclusão de que, ainda no mesmo exemplo, deveríamos apropriar custos de tal forma q ue cada unidade de A equivalesse ao número-índice 100, cada unidade de B a 40 e cada unidade C a 65. Teríamos:

Co- |Peso|Quanti-| Ponderação|Parti- | Cust o Conjunto produto| |dade kg| total (*) |cipação| Total | por kg -------|----|-------|-----------|-------|---------- ----|-------- A 100 55.000 5.500.000 41,04% 18.470.14 6,00 335,82 B 40 100.000 4.000.000 29,85% 13.432.83 3,00 134,33 B 65 60.000 3.900.000 29,10% 13.097.01 1,00 218,28 ----------- ------ ---------- ---- 13.400.000 100,00% 45.000.000.00

Page 49: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

48

VII-CUSTEIO POR ABSORÇÃO

A contabilidade de custos, quando procura custear o produto atribuindo-lhe

também parte do custo fixo, é conhecida como contab ilidade de custos pelo método de custeamento por absorção ou integral. Este métod o consiste na apropriação de todos os custos de produção aos produtos elaborados de forma direta e indireta (rateios).

A metodologia de custeamento pelo método por absorç ão é considerada como básica para a avaliação de estoques pela Contabilid ade Financeira, para fins de levantamento de Balanço Patrimonial e de Resultados , com a finalidade de atender as exigências fiscais e societárias, entre outras. Em relação as exigências fiscais, o custeio por absorção , é o único aceito pelo Fisco.

O método de custeamento por absorção é falho em mui tas circunstâncias, como instrumentos gerencial de tomada de decisão, porque como premissa básica os “rateios” dos chamados custos fixos, que, apesar de se aparentarem lógicos, poderão levar a alocações arbitrárias e até enganos as.

O fato do sistema de absorção incorporar o total do s custos industriais (fixos e variáveis) aos produtos fabricados, ele ta mbém é conhecido por custeio global. Por este sistema todos os custos industriai s, sejam eles fixos ou variáveis, fazem parte do custo do produto, indo pa ra o estoque. Enquanto que, no sistema de custeio direto (variável) os custos fixo s vão para o resultado no período em que ocorrerem, no sistema de custeio por absorção eles só irão para o resultado no momento da efetiva venda dos produtos.

1- CONCEITO Custeio por absorção é o sistema de custeamento pel o qual é realizada a

apropriação aos produtos elaborados pela empresa, d e todos os custos incorridos no processo de fabricação, quer estejam diretamente vinculados ao produto, quer se refiram à tarefa de produção em geral e só passa m ser alocados aos bens fabricados indiretamente, isto é, mediante rateio. Passam a integrar o valor contábil dos produtos feitos, nesse método de custe io, tanto os custos que são variáveis (que só existem quando cada unidade é fei ta) quanto os fixos ( que independem de cada unidade, relacionando-se mais co m a criação das condições de se produzir).

No custeio por absorção é como se a empresa estives se separadas em duas partes: a fábrica e a atividade comercial; e é como se esta última estivesse a adquirir da fábrica os produtos por ela elaborados por um valor tal que cobrisse tudo o que a fábrica gasta para produzi-los..

Esses custos todos de fabricação são atribuídos a t odos os produtos e só serão descarregados para despesas, afetando o resul tado do período, quando forem vendidos. Deriva dessa concepção, inclusive a disti nção entre custo e despesa na empresa industrial.

2-DISTINÇÃO ENTRE CUSTOS E DESPESAS 2.1-CUSTOS Custo é o que se gasta na fábrica, no processo de p rodução. É atribuído aos

produtos feitos por meio de medições efetuadas (com o no caso da matéria-prima, da

Page 50: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

49

mão-de-obra direta, dos serviços de terceiros, dos componentes, etc.) ou por meio de rateios (mão-de-obra indireta, depreciações, seg uros, materiais indiretos, etc.). Vai para o estoque.

2.2-DESPESAS Despesa é o sacrifício para se obter receitas, e qu e vai para o resultado

exatamente para, ao se deduzi-la das receitas, faze r aparecer o lucro ou o prejuízo. No caso da indústria, ao se vender o prod uto, o que era estoque transforma-se numa despesa, e é agora jogado para o resultado como valor a ser diminuído da receita de venda. Apesar de ser chama do de custo dos produtos vendidos, esse valor corresponde a uma despesa. Log icamente, há as demais despesas relacionadas às vendas, à administração e ao uso dos recursos de terceiros (financeiros), etc.

3-DISTINÇÃO ENTRE CUSTOS DIRETOS E CUSTOS INDIRETOS Vimos que, pelo método de custeio por absorção, na indústria, ao se avaliar

os estoques dos produtos feitos (bem como dos ainda em elaboração), tem-se que fazer a inclusão não só dos chamados custos diretos como dos custos indiretos de fabricação. No entanto, a forma de alocação desses custos ao produto ocorre de forma diferenciada, ou seja, o custo direto é aloca do diretamente para o produto, enquanto que, o indireto necessita de rateios para sua transferência ao produto. Por esse motivo devemos saber distinguir muito bem quais são os custos diretos e quais os indiretos.

3.1-CUSTOS DIRETOS Custos diretos são aqueles que podemos identificar como pertencendo a este

ou aquele produto, pois há como mensurar-se quanto pertence a cada um, de uma forma objetiva e direta. É o caso das matérias-prim as, das embalagens, dos componentes, da mão-de-obra direta, dos serviços ex ecutados por terceiros, da energia elétrica consumida (quando há medidores que identificam quanto se está consumindo em cada item), etc. São apropriados aos produtos sem que seja necessário fazer rateios e não oferecem dúvidas qua nto a serem deste ou daquele item que está sendo produzido.

3.2-CUSTOS INDIRETOS Custos indiretos de fabricação, também chamados de gastos gerais de

fabricação, são aqueles incorridos dentro do proces so de produção mas que, para serem apropriados aos produtos, nos obrigam ao uso de rateios. Estes são artifícios que usamos para distribuir os custos que não conseguimos ver com objetividade e segurança a quais produtos se refere m. Com base neles, estimamos o quanto deve ir de depreciação, do custo com o pesso al que não trabalha diretamente sobre o produto, da energia que não med imos, quanto é consumida para cada item, do aluguel, dos materiais consumidos na fábrica, mas que não se consegue relacionar diretamente com o produto (como combustíveis, lubrificantes, higiene, solvente, etc.).

Existem muitos custos que poderiam ser mensurados e identificados com cada produto, mas que por sua irrelevância, ou pela difi culdade de se fazer a medição ou ainda pelo quanto se gastaria para fazer todo o controle, acabam sendo considerados como indiretos e, por isso, rateados. É o caso do consumo de alguns materiais, como brocas, serras, produtos químicos, ou então a energia elétrica e outros. _s vezes o custo com o pessoal direto da pr odução (que está de fato produzindo cada item) acaba, ou por ser de pequena monta em relação aos custos totais ou até por uma certa desorganização da empre sa, por ser rateados ao invés de medido, o que faz com que se esteja transferindo esse tipo de custo do grupo dos diretos para o dos indiretos. Claro fica que is so reduz a confiabilidade dos valores obtidos como custo final de fabricação de c ada bem.

Page 51: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

50

4-O QUE COMPÕE O CUSTO DE PRODUÇÃO NO CUSTEIO POR ABSORÇÃO Praticamente já se enumerou a maior parte dos custo s que, no custeio por

absorção, serão “absorvidos” pelo produto feito. Ma s há ainda alguns itens que precisam ser enumerados. Está incluído nesse rol ta mbém tudo o que se gasta com a administração da produção (chefia ou superintendênc ia da fábrica), compra e recepção de materiais, departamento de programação e controle da produção, almoxarifado de matérias-primas e demais materiais de consumo industrial (incluindo os de higiene, limpeza, etc.), transport e, alimentação e segurança do pessoal da fábrica, portarias e guardas de toda a p lanta industrial, depreciações de todos os imóveis, equipamentos, veículos, instal ações e outros imobilizados de uso no processo de fabricação, aluguel e arrendamen to mercantil de máquinas e outros fabris, transporte interno, manutenção, etc. Ainda devem ser incorporados como custo as amortizações de valores relacionados com a produção, como gastos de desenvolvimento de produto novo anteriormente difer idos, exaustão dos recursos naturais que estejam sendo utilizados na fabricação , como no caso de jazidas, minas, florestas, etc.

Enfim, tudo que esteja sendo sacrifício incorrido p ara que se produzam bens

deve ser atribuído como custo desses bens, quer o relacionamento entre o gasto e o produto seja direto ou indireto.

5-O QUE NÃO COMPÕE O CUSTO DE PRODUÇÃO NO CUSTEIO POR ABSORÇÃO Tudo o que a empresa estiver sacrificando mas que e stiver relacionado com a

administração geral da empresa, com o esforço de ve nda e com o uso de capitais de terceiros, deve ser tratado diretamente como despes a, não incorporando o custo do produto fabricado.

Assim, os honorários da diretoria, do conselho de a dministração, os gastos

com o departamento de contabilidade geral, de finan ças, orçamento, marketing, vendas, distribuição, etc., são diretamente descarr egados para o período, como despesas. As despesas com variações monetárias, jur os, descontos de duplicatas e demais encargos financeiros também vão para o resul tado.

Cabe aqui ressaltar que, no caso das despesas finan ceiras em sentido amplo,

os princípios contábeis fazem com que assim sejam c onceituados (isto é, como despesas, e não como custos), mesmo aqueles derivad os do financiamento de matérias-primas, de capital de giro para sustentar a produção, de equipamentos e imóveis de utilização industrial, etc. Os encargos financeiros não aumentam o valor dos ativos e representam o quanto se está dei xando de obter de lucro (ou tendo-se de acréscimo ao prejuízo) por não se estar utilizando capital próprio. Por não representarem gastos relativos aos ativos, e sim derivados dos passivos, e por não agregarem valor aos bens que financiam, s ão tratados como despesas.

6-APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS (DIRETOS E INDIRETOS) Os custos diretos são apropriados diretamente ao pr oduto, pois se identificam

como parte do respectivo produto. O custo direto é especificamente atribuído a um produto sem que haja a necessidade de ser utilizado distribuições proporcionais (rateios), a apropriação é feita de maneira direta.

Os custos indiretos formam parte integrante do prod uto, da mesma forma que os custos da matéria-prima e mão-de-obra direta. O cál culo do custo da matéria-prima e da mão-de-obra direta em uma unidade do produto é assunto relativamente simples, por ser possível pesá-los ou medi-los. É a ssunto diferente, entretanto, quando se trata de custos indiretos, porque este fa tor se compõe de muitos

Page 52: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

51

elementos diferentes, que às vezes não se podem dis tribuir separadamente a uma unidade do produto. Assim, é necessário criar algum a técnica para apropriar os custos indiretos ao trabalho como fator combinado. A distinção dos custos indiretos, como apropriação de qualquer espécie, pr ecisa fazer-se em uma base na qual seja possível determinação exata, tão eqüitati va quanto possível, constituindo parte do item a receber a apropriação.

A apropriação dos custos indiretos faz-se por meio de cálculos de rateios,

tantos quantos forem os fatores de rateio adotados e o interesse em obter maior ou menor precisão de cálculo.

As bases de rateio devem ser escolhidas de conformi dade com a relação que possa existir entre cada item de custo indireto e c ada produto, na proporção em que o produto considerado tenha sido causa do custo a ratear. Como são muitos itens, é comum fazer-se o seu agrupamento, para red ução de cálculos de rateio; além disso pode haver dificuldade em identificar-se a relação entre certos custos e produtos. Esses dois fatos prejudicam a exatidão dos cálculos, mas não constituem, maior inconveniente, quando as diferenç as numéricas são desprezíveis. Em caso contrário, deve-se procurar a exatidão, med iante utilização de maior número de bases e fatores de rateio.

Todos os custos indiretos só podem ser apropriados, pela sua própria definição, de forma indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de comportamento de c ustos, etc. Todas essas formas de distribuição contêm, em menor ou maior grau, um certo subjetivismo; portanto, a arbitrariedade sempre vai existir nessas alocaçõe s, sendo que às vezes ela existirá em nível bastante aceitável, e em outras o portunidades só a aceitamos por não haver alternativas melhores.

O sistema de custeio por absorção, para a apropriaç ão dos custos diretos e indiretos, pode ser obtido tanto pelo sistema de ap ropriação não seccional, como pelo seccional. Estes dois sistemas já foram objeto de nossos estudos, quando tratamos da apropriação dos custos.

Para termos uma noção mais clara de como é processa da a apropriação dos custos pelo custeio por absorção, é interessante re lacionarmos este assunto com o que foi abordado quando do comentário da sistemátic a adotada nos sistemas de apropriação não seccional e seccional.

7-ESQUEMA BÁSICO DE APROPRIAÇÃO PELO CUSTEIO POR ABSORÇÃO O esquema básico de apropriação pelo sistema de cus teio por absorção ocorre

da seguinte forma: -Os custos diretos são apropriados diretamente ao p roduto, por se

identificarem especificamente a cada produto; -Os custos indiretos são apropriados através de rat eios, podendo ser

diretamente aos produtos ou, apropriados aos centro s de custos e depois aos produtos;

-As despesas são levadas diretamente ao resultado d o exercício, por não

fazerem parte do custo dos produtos fabricados. -As receitas vão para o resultado, defrontando-se c om as despesas e

proporcionando o resultado (lucro ou prejuízo). Na página seguinte está demonstrado graficamente o esquema de apropriação de

custos e despesas pelo sistema de custeio por absor ção.

Page 53: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

52

7-ESQUEMA BÁSICO DE APROPRIAÇÃO PELO CUSTEIO POR ABSORÇÃO .------------. .------------. . ------------. | 1-CUSTOS | | 2-DESPESAS | | 3-RECEITAS | `------------’ `------------’ ` ------------’ | | | | | | .-----------------. | | | | | | | | | | .-------------. .-------------. | | | 4-Indiretos | | 5-Diretos | | | `-------------’ `-------------’ | | | | | | | | | | .------------. | | | | 6-Rateios | | | | `------------’ | | | | | | | | | | | .--------------------------------. | | | 7 - CUSTO INDUSTRIAL | | | |--------------------------------| | | | A | B | C | | | `--------------------------------’ | | | | | | | | .--------------------------------. | | | 8 - E S T O Q U E S | | | |--------------------------------| | | | A | B | C | | | `--------------------------------’ | | | | | | | | .--------------------------------. | | | 9-CUSTO DOS PRODUTO VENDIDOS | | | |--------------------------------| | | | A | B | C | | | `--------------------------------’ | | | | | | | | .------------------------------------------ ------------. | 10 - R E S U L T A D O (LUCRO OU P REJUÍZO) | `------------------------------------------ ------------’

1-Tudo o que é gasto para a fabricação dos produtos (custos diretos e indiretos).

2-São todos os gastos que não possuem relação diret a com a fabricação dos

produtos e por este motivo vão diretamente para o R esultado.

Page 54: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

53

3-Valor obtido na venda dos produtos. Receita com a venda dos bens fabricados pela empresa.

4-Custos que incorrem dentro do processo de produçã o, mas que, para serem

apropriados aos produtos necessitam de rateio (mate riais indiretos, mão-de-obra indireta, despesas gerais de fabricação).

5-Custos que são apropriados diretamente aos produt os, por ser possível a sua

mensuração de forma objetiva e direta a cada um dos produtos. Não necessitam de rateios para a sua apropriação (matéria-prima, comp onentes, mão-de-obra direta).

6-Forma utilizada para possibilitar a transferência dos custos indiretos aos

produtos. O rateio pode ser efetuado por dois siste mas: seccional ou não seccional.

a)Sistema de Rateio Seccional: é aquele em que os c ustos indiretos são transferidos primeiro para os centros de custos (pr odutivos e auxiliares). Posteriormente, os custos existentes nos centros au xiliares são rateados aos centros produtivos. E por fim, os custos dos centro s produtivos são rateados aos produtos, que somados aos custos diretos, formam o custo de produção dos produtos (custo industrial).

b)Sistema de Rateio não Seccional: é aquele em que os custos indiretos são apropriados diretamente aos produtos, sem passar pe los centros de custos. Após o rateio dos custos indiretos aos produtos, estes são somados aos custos diretos, para juntos comporem o custo de fabricação dos prod utos (custo industrial).

7)Custo total de fabricação dos produtos, composto pelos custos diretos e

indiretos de produção. 8)Estoque de produtos (em elaboração e acabados) av aliados pelo custo de

fabricação (custo industrial). 9)Valor do custo das unidades dos produtos vendidos . Este valor representa o

gasto (despesa) que a empresa teve para obter os pr odutos que foram objeto de venda.

10)Confronto entre as Receitas e as Despesas. O res ultado é obtido através do

confronto de todas as despesas e receitas que a emp resa tiver durante um exercício, independentemente se estiverem ou não re lacionadas diretamente com os produtos fabricados.

A B C são os produtos. Observação: Pelo sistema de custeio por absorção os custos fixos fazem parte

do custo do produto que irá compor o estoque. Só se rá despesa quando o referido produto for vendido. Portanto, o custo só será desp esa no período de sua ocorrência, se o produto ao qual foi incorporado fo r vendido no mesmo período de sua fabricação.

7.1-ETAPAS DO ESQUEMA DE APROPRIAÇÃO PELO CUSTEIO POR ABSORÇÃO 1ª)Separação entre custos e despesas; 2ª)Separação entre custos diretos e indiretos; 3ª)Apropriação dos custos diretos diretamente aos p rodutos; 4ª)Rateio dos custos indiretos;

Page 55: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

54

5ª)Soma dos custos diretos e indiretos de cada prod uto, objetivando, com isso obter o custo industrial de cada um;

6ª)Considerar como estoque (Ativo Circulante) os pr odutos em elaboração e os

prontos, ainda não vendidos (os estoques devem ser avaliados ao custo de fabricação, ou seja, ao custo industrial);

7ª)Considerar como parte do resultado do exercício as despesas efetuadas. Os

gastos sem relação com o processo produtivo. 8ª)Transferir para resultado ,na forma de Custo do Produtos Vendidos, o valor

do custo existente nos estoques, relativamente aos produtos vendidos. 9ª)Considerar as Receitas de Vendas como parte do r esultado. Os custos e as despesas incorridas num mesmo períod o só irão para Resultado

desse período caso toda a produção elaborada seja vendida e não haja estoques iniciais e nem finais.

8-VANTAGENS DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO A seguir vamos citar algumas das vantagens que o si stema de custeio por

absorção proporciona: a)o custo do produto é apurado de forma completa, p ois todos os itens que

interferem direta ou indiretamente na sua fabricaçã o são considerados; b)matem um controle rígido sobre centros de custos auxiliares e de produção

(quando for usado o sistema seccional), apontando i mediatamente qualquer distorção incorrida;

c)a avaliação dos estoques de produtos prontos e de produtos em elaboração é

feita pelo seu valor total; 9-DESVANTAGENS DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO a)apresenta grandes limitações em termos de análise s gerenciais; b)sua forma de apropriação dos custos não é facilme nte explicável,

principalmente quando a empresa precisa tomar decis ões a respeito de linhas de produtos ou eliminação de produtos fracos;

c)requer maiores investimentos; d)Ignora a elasticidade da procura; e)não leva em consideração a concorrência; f)os produtos não contribuem todos com a mesma marg em de lucro.

Page 56: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

55

VIII-CUSTEIO DIRETO (VARIÁVEL)

Na determinação do custo de um produto, considerand o-se os custos totais

(diretos e indiretos), quer sejam fixos ou variávei s, o que levaria ao conceito de que o custeio direto se ocuparia exclusivamente dos custos diretos, abandonando os custos indiretos. Na verdade, este e rrôneo conceito surge do próprio título - custeio direto - aparecido nos Est ados Unidos no ano de 1936 através de J. Harris e persiste até hoje. De ser en tendido que o custeio direto seria mais bem intitulado por custeio variável, uma vez que envolve todos os custos variáveis, quer sejam diretos ou indiretos, necessários ao produto ou serviço, englobando, portanto, matéria-prima, mão-d e-obra direta e outros custos proporcionais ao produto ou serviço. Observa-se, po rtanto, que todos os custos dispensáveis, se o produto ou serviço não for elabo rado ou prestado, classificam-se como custos considerados no sistema de custeio d ireto, donde se conclui que o referido sistema de custeio seria mais bem intitula do como custeio variável.

1-CONCEITO Custeio direto (ou variável) é o método de se avali ar os estoques de produtos

atribuindo-se a eles apenas e tão-somente os custos variáveis de fabricação, sendo os custos fixos descarregados diretamente com o despesas do período.

O custeio direto (ou variável) é um sistema de cust os onde só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os custos fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretam ente para o resultado, para os estoques só vão, como conseqüência, custos variávei s.

2-DISTINÇÃO ENTRE CUSTOS FIXOS E CUSTOS VARIÁVEIS 2.1-CUSTOS FIXOS Custos fixos, também conhecidos por custos de perío dos de tempo ou de custos

de estrutura, são aqueles em que a empresa incorre pelo fato de existir e estar pronta para produzir. Tais custos não sofrem altera ções significativas diante das variações ocorridas no volume de produção ou venda.

Custos fixos são aqueles que, em cruzeiros reais, n um período curto de tempo (normalmente um mês ou no máximo um trimestre), têm seu valor determinado pela expectativa de volume de produção, não se alterando pelo fato de se produzir mais ou então menos. Podem existir alterações na quantid ade produzida mas seu valor não muda por causa dessas modificações de volume. T alvez se alterem por problemas de inflação, mas não de forma diretamente proporcio nal às mudanças nas quantidades fabricadas.

2.1.1-Características dos Custos Fixos : a)o seu valor total é constante dentro de uma faixa considerável de produção; b)apresentam diminuição do valor por unidade de pro duto na medida em que a

produção aumenta;

Page 57: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

56

c)a sua distribuição pelos departamentos é problemá tica, dependendo, às vezes, de critérios adotados pela administração ou em outros casos por meio de métodos contábeis;

d)o controle dos seus valores, bem como de sua inci dência está afeto

diretamente à alta administração, não dependendo, p ortanto, dos responsáveis pelos departamentos.

2.1.2-Demonstração Gráfica dos Custos Fixos : | 4 | | Valores 3 | | ( R$) 2 | |--------------------------- Custos Fi xos 1 | | 0 `---------------------------- 1 2 3 4 5 Quantida de produzida 2.1.3-Exemplos de Custos Fixos : -Depreciação; -Honorários; -Seguros; -Arrendamento mercantil; -Aluguel; -Mão-de-obra indireta (e às vezes mão-de-obra diret a especializada, que não

pode ser dispensada ou recrutada facilmente), e out ros. 2.2-CUSTOS VARIÁVEIS Custos variáveis, também conhecidos de custos propo rcionais ou de custos de

atividade, são os incorridos diretamente na produçã o ou venda de determinado produto ou serviço: ocorrem somente quando houver p rodução ou venda e seu montante pode ser considerado proporcional à quanti dade produzida ou vendida.

São aqueles que, em cruzeiros reais, em curto perío do de tempo, modificam-se

de forma proporcional à modificação no volume de pr odutos feitos. 2.2.1-Características dos Custos Variáveis : a)o seu montante total varia em proporção direta co m o volume de produção; b)apresentam valor constante por unidade de produçã o, independente da

quantidade produzida; c)é fácil a obtenção do seu valor nos vários depart amentos por onde é

processado; d)o controle de seu consumo também é efetuado com s implicidade pelos

responsáveis de cada departamento.

Page 58: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

57

2.2.2-Demonstração Gráfica dos Custos Variáveis | / Custos Variáveis 4 | / | / Valores 3 | / | / ( R$) 2 | / | / 1 | / | / 0 `----------------------- 1 2 3 4 5 Quantidade produzida 2.2.3-Exemplos de Custos Variáveis : -Consumo de matéria-prima, -Embalagens; -Mão-de-obra direta (na maioria das vezes); -Serviços de terceiros contratados por unidade. -Parte da despesa com energia elétrica (parcela ref consumo) Observação: Há alguns custos que possuem uma parcel a fixa e outra variável,

como é o caso da energia elétrica, do telefone, da água, do consumo de certos produtos químicos. Nestes casos, o ideal, é separar a parcela fixa da variável.

3-CARACTERÍSTICAS DO CUSTEIO DIRETO (VARIÁVEL) O método do custeio direto, em sua concepção clássi ca, apresenta as seguintes

características: a)o custo do produto compreende exclusivamente os e lementos considerados

como custos variáveis, sejam eles diretos (material , salários e outros itens) ou indiretos (energia elétrica das máquinas, manutençã o, etc.);

b)o custo unitário é fixo e o custo total varia con forme a quantidade

produzida; c)portanto, o custeio direto reúne apenas os custos variáveis; d)os custos fixos, de apropriação indireta dev em ser cobertos com a

margem ou lucro bruto, representada pela diferença entre o preço de venda e o custo direto;

e)assim, a cobertura total dos custos fixos está na dependência das

quantidades vendidas de cada produto e da quota de custos atribuída a cada um, por unidade.

4-RAZÕES PARA NÃO APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS FIXOS AOS PRODUTOS São várias os motivos que levam muita gente a não a ceitar a apropriação dos

custos fixos ao produto, como determina o custeio p or absorção. Estes motivos fazem com que o sistema de custeio direto seja defe ndido por muitos como sendo o sistema ideal de custeio, principalmente, quando se tratar de aspectos gerenciais.

Page 59: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

58

A seguir estão citadas algumas das razões que motiv am a não apropriação dos custos fixos aos produtos:

1ª)Pela sua própria natureza, os custos fixos exist em independentemente da

fabricação ou não desta ou daquela unidade, e acaba m presentes no mesmo montante, mesmo que oscilações (dentro de certos limites) oco rram no volume de produção; tendem os custos fixos a ser muito mais um encargo para que a empresa possa ter condições de produção do que sacrifício para a fabr icação específica desta ou daquela unidade; são necessários muito mais para qu e a indústria possa operar, ter instalada sua capacidade de produção, do que pa ra fabricar uma unidade a mais de um determinado produto;

2ª)Por não dizerem respeito a este ou àquele produt o ou a esta ou àquela

unidade, são quase sempre distribuídos à base de cr itérios de rateio, que contêm, em maior ou menor grau, arbitrariedade; quase sempr e grandes graus de arbitrariedade. O fato de se apropriar de uma forma pode alocar mais custos em um produto do que em outro, e, se alterarmos o critéri o de rateio, talvez façamos o inverso. Por se alterar um procedimento de distribu ição de custos fixos, pode-se fazer de um produto rentável um não-rentável (apare ntemente), ou transformar um superavitário em deficitário, e vice-versa. E não h á lógica em se alterar o grau de rentabilidade de um produto em função de modific ações nas formas de rateio, essa é uma maneira de se auto-enganar.

3ª)O valor do custo fixo por unidade depende ainda do volume de produção:

aumentando-se o volume, tem-se um menor custo fixo por unidade, e vice-versa.. Se se for decidir com base em custo, é necessário asso ciar-se sempre ao custo global o volume que se tomou como base. Se a empresa estiv er reduzindo um item por ser pouco lucrativo, pior ainda ficará sua posição, dev ido à diminuição do volume; ou, se um produto estiver com baixo lucro, o aument o de preço com base no seu alto custo poderá provocar uma diminuição da sua pr ocura, e, consequentemente, reduzir seu volume, e assim aumentar ainda mais o c usto de produção, num círculo vicioso. Pior do que tudo isso, o custo de um produ to pode variar em função da alteração de volume de outro produto, e não da sua própria; ao se aumentar a quantidade dos outros elaborados, o montante a ser carregado por um determinado produto será diminuído, já que os custos fixos glob ais serão agora carregados mais para aquele item, cuja quantidade cresceu. O c usto de um produto pode, então, variar em função não do seu volume, mas da q uantidade dos outros bens fabricados.

5-RAZÕES DO NÃO USO DO CUSTEIO DIRETO NOS BALANÇOS Do ponto de vista decisorial, verificamos que o cus teio Direto (Variável) tem

condições de propiciar muito mais rapidamente infor mações vitais à empresa; também o resultado medido dentro do seu critério pa rece ser mais informativo à administração, por abandonar os custos fixos e trat á-los contabilmente, como se fossem despesas, já que são quase sempre repetitivo s e independentes dos diversos produtos e unidades.

Mas os Princípios Contábeis hoje aceitos não admite m o uso de Demonstrações de Resultados e de Balanços avaliados à base do Cus teio Direto; por isso, esse critério de avaliar estoques e resultado não é reco nhecido pelos Contadores, pelos Auditores Independentes e tampouco pelo Fisco .

Ele (o Custeio Direto) de fato fere os Princípios C ontábeis, principalmente o Regime de Competência e a Confrontação. Segundo est es, devemos apropriar as receitas e delas deduzir todos os sacrifícios envol vidos para a sua obtenção. Ora, se fabricamos hoje, incorremos hoje em custos que são sacrifícios para a obtenção das receitas derivadas das vendas dos prod utos feitos, e essas vendas poderão em parte vir amanhã. Não seria, dentro dess e raciocínio, muito correto jogarmos todos os custos fixos contra as vendas de hoje, se parte dos produtos só

Page 60: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

59

será vendida amanhã; deve então também ficar para a manhã uma parcela dos custos, quer variáveis, quer fixos, relativos a tais produt os.

Justifica-se dessa forma a ainda não aceitação do C usteio Direto para efeitos de Balanços e Resultados. Entretanto, essa situação poderá vir a mudar no futuro.

Mas essa não-aceitação do Custeio Direto não impede que a empresa o utilize para efeito interno, visando obter informações gere nciais para tomada de decisões.

6-OBJETIVOS DO CUSTEIO DIRETO Entre outros objetivos do custeio direto, podemos c itar: 1)Aumentar o poder competitivo da empresa; 2)Planejar melhor o resultado econômico; 3)Permitir uma política de preços mais flexíveis em função da capacidade

instalada da empresa e das condições vigentes no me rcado numa determinada época; 4)Possibilitar uma melhor análise dos custos de cad a produto,

individualmente; 5)Permitir uma melhor classificação dos produtos, p ela rentabilidade

apresentada individualmente. 6)Determinação da contribuição marginal, que a dife rença líquida de venda e o

custo unitário variável. 7-CUSTEAMENTO DIRETO COMO INSTRUMENTO DE PLANEJAMENTO DE LUCRO O orçamento empresarial é um plano administrativo q ue cobre todas as fases

das operações futuras, para alcançar um alvo propos to de lucro. Tal plano pode incluir planejamento de longo ou de curto prazo. Pa rece, contudo, que o custeamento direto é muito útil no planejar para pe ríodos curtos, digamos um ano ou menos, e no tomar decisões correntes sobre opera ções do que fazer para o planejamento de longo alcance. O custeamento direto , com sua separação de custos variáveis (produtos) e fixos (período), e o cálculo do valor do lucro marginal facilitam qualquer análise da relação custo-lucro-v olume. A análise do ponto de equilíbrio, a taxa de lucro sobre investimento, a c ontribuição marginal de um segmento total das vendas, o lucro total provenient e de todas as operações, baseado em determinado volume, todos esses problema s de planejamento podem ser resolvidos com o auxílio de um estrutura de custeam ento direto.

8-CUSTEAMENTO DIRETO COMO INSTRUMENTO DE CONTROLE O método de custeamento por absorção é o produto de uma Demonstração de

Resultados, adequadamente incompreensível, preparad a para administração. Com seus dados de despesas super ou subabsorvida e as possív eis flutuações inversas dos custos de produção e dados de venda, parece que se tornava necessário um tipo diferente de procedimento de custo. Adotando o cust eamento direto, a administração, principalmente a de vendas, em parti cular, acha que o contador de custos pode fornecer uma Demonstração de Resultados mais significativa e compreensível.. Mas destina-se este novo tipo de De monstração de Resultados a servir meramente ao departamento de vendas? Os rela tórios que o departamento de

Page 61: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

60

custos emite devem servir a todos as divisões de um a empresa. Parece adequado, portanto, preparar relatórios também para todos os departamentos ou áreas de responsabilidade, baseados em custo-padrão, orçamen tos flexíveis e uma divisão de todos os custos em seus componentes fixos e variáve is, sendo esta última considerada fundamental no custeio direto.

9-MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO Pelo método de custeamento direto, cada produto abs orve somente os custos que

incidem diretamente sobre si mesmos (custos variáve is). Somando-se a estes custos variáveis as despesas variáveis de comercialização (gastos que não integram o custo de fabricação, mas que variam em função da va riação do volume de unidades) teremos o custo total unitário variável do produto. A diferença entre o preço líquido de venda e o custo unitário variável é cham ada de Margem de Contribuição (MC). A Margem de Contribuição deve contribuir tant o para a absorção dos custos fixos, como para a obtenção do lucro total da empre sa. Isto é, a análise de lucro da empresa é efetuada não com base nos lucros unitários dos produtos, mas com base na Margem de Contribuição que cada um pode contribuir para absorver os custos fixos e formar o lucro total da empresa.

O método de custeamento direto substitui o lucro pe la Margem de Contribuição. Pelo custeio direto, a contribuição marginal é o qu e sobra da receita total

ou das vendas, após deduzidos os custos e despesas variáveis de produzir e vender.

Esta contribuição marginal, que também é chamada ma rgem de contribuição, ou margem direta, ou renda marginal, ou contribuição d e cobertura, é destinada à absorção de custos fixos e, após a total absorção d os custos fixos da empresa, começa a proporcionar o lucro.

O conceito do custeio direto surgiu pelo fato de as empresas terem seus custos fixos, isto é os custos de sua estrutura ind ependentes do nível de produção efetiva; e a primeira necessidade de cada produto ou serviço é gerar recursos dos seus custos variáveis, sendo o excesso , por menor que seja, uma contribuição para absorver custos fixos. Por este c onceito, a administração das empresas deixa de se preocupar com a maximização do lucro final para se preocupar com a maximização da margem de contribuição total, que se materializa, normalmente, com a maximização da margem de contrib uição de cada produto.

Sob o aspecto de custeio direto, os custos fixos s ão considerados como prejuízo, porque, se a empresa estiver parada, isto é, sem produção, não está gerando receita, mas está com custos fixos, o que p roporcionaria, naquele instante, resultado negativo. Assim, a preocupação primeira deve ser maximizar a margem de contribuição, porque isto resulta na maxi mização da capacidade de absorção de custos fixos e de geração de lucro.

Voltaremos a tratar sobre Margem de Contribuição, c om maior aprofundamento, no capítulo seguinte.

10)ESQUEMA BÁSICO DO CUSTEIO DIRETO (VARIÁVEL) Na página seguinte encontramos um esquema que nos e videncia como ocorre a

distribuição dos custos e das despesas, através do sistema de custeio direto.

Page 62: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

61

10-ESQUEMA BÁSICO DO CUSTEIO DIRETO (VARIÁVEL) .------------. .------------. .------------. | 1-CUSTOS | | 2-DESPESAS | | 3-RECEITAS | `------------’ `------------’ `------------’ | | | | `-----. | .------------------------. | | | | | | | | | | .-------------. .-------------. | | | 4-Variáveis | | 5-Fixos | | | `-------------’ `-------------’ | | | | | | .------------. .-----------. | | | | | | | | | | | | | | ,---------. .---------. .---------. .---------. | | |6-Indir. | |7-Diretos| |8-Indir. | |9-Diretos| | | `---------’ `---------’ `---------’ `---------’ | | | | | | | | | | | | | | ,------------. | | | | | | 10-Rateio | | `-------. | | | `------------’ | | | | | | | | | | | | | | | | | .--------------------------------. | | | | | 11 - CUSTO INDUSTRIAL | | | | | |--------------------------------| | | | | | A | B | C | | | | | `--------------------------------’ | | | | | | | | | | | | | | .--------------------------------. | | | | | 12 - E S T O Q U E S | | | | | |--------------------------------| | | | | | A | B | C | | | | | `--------------------------------’ | | | | | | | | | | | | | | .--------------------------------. | | | | | 13-CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS | | | | | |--------------------------------| | | | | | A | B | C | | | | | `--------------------------------’ | | | | | | | | | | | | | | .------------------------------------------ ------------. | 14 - R E S U L T A D O (LUCRO OU P REJUÍZO) | `------------------------------------------ ------------’

Page 63: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

62

1-Custos industriais, tanto dos centros produtivos como dos centros auxiliares;

2-São gastos que não possuem relação direta com a f abricação dos produtos, são gastos efetuados pelos centros administrativos;

3-Valor obtido na venda dos produtos. Receita com a venda dos bens fabricados pela empresa;

4-Custos que variam em função da produção, ou seja, se modificam de forma proporcional à modificação no volume de produtos fe itos;

5-Custos que embora oriundos da área industrial, nã o variam à medida em que há alteração no volume de produção. Custos que exis tem, mesmo quando a fábrica está parada;

6-Custos que variam com o volume de produção, porém não são identificados diretamente com o produto, dependendo de distribuiç ão proporcional. Ex.: Energia elétrica utilizada nas máquinas;

7-São custos que além de variarem quando ocorre var iação de produção, possuem a característica de se identificarem diretamente co m o produto. Ex.: Matéria-prima.

8-Custos que além de não variarem com o volume meno r ou maior de produção, são considerados indiretos, por não terem ligação d ireta com o produto. Ex.: Aluguel, depreciação.

9)Custos que não variam em função da produção, mas que por sua característica são considerados custos diretos. Ex.: Mão-de-obra d ireta, quando for composta de mão-de-obra especializada, dificultando a demissão e contratação da mesma.

10-Forma pela qual são distribuídos os custos variá veis indiretos aos produtos;

11-Custo do produto, pelo custeio direto, composto apenas dos custos variáveis de produção (diretos e indiretos);

12-Estoque de produtos (prontos e em elaboração), q uando for utilizado o sistema de custeio direto;

13-Valor do custo das unidades dos produtos vendido s, quando os mesmos forem avaliados pelo custeio direto;

14-Confronto entre as Receitas de vendas menos o so matório do custo dos produtos vendidos com os custos fixos e as despesas do exercício.

A B C são os produtos Observação: por este sistema de custeio (custeio di reto ou variável) os

custos fixos são considerados como despesa do exerc ício em que ocorrerem, mesmo que os produtos fabricados no mesmo período permane cerem no estoque.

11-VANTAGENS DO CUSTEIO DIRETO (VARIÁVEL ) Abaixo citaremos algumas das vantagens que o sistem a de custeio direto

proporciona: a)o impacto dos custos fixos nos resultados é salie ntado por que o total dos

custos aparece no demonstrativo de resultado; b)reflete a relação de custo, volume e lucro; c)facilita a avaliação de: produtos, volumes, regiõ es, clientes, etc.; d)é mais lógico e mais pragmático, principalmente q uando algum relatório tem

que ser explicado à Diretoria; e)facilita o trabalho de Orçamento e Planejamento E conômico e Financeiro; f)evita as dificuldades e possíveis distorções da a propriação dos custos

indiretos, mediante rateios, em face da imprecisão destes; g)demonstra a margem de contribuição de cada produt o para a absorção dos

custos fixos e para o lucro; h)reduz o lucro do exercício, uma vez que os custos fixos são contabilizados,

totalmente, como despesas, não sendo incorporados a o valor dos estoques; i)simplifica muito o cálculo de custos.

Page 64: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

63

12-DESVANTAGENS DO CUSTEIO DIRETO (VARIÁVEL) Como a maioria dos sistemas, o custeio direto, não apresenta apenas

vantagens, mas sim também possui algumas desvantage ns, entre elas podemos citar: a)a apropriação dos custos dos produtos é incomplet a; b)ignora os custos fixos; c)a classificação entre custos fixos e variáveis te nde a ser arbitrária, pois

há uma grande dificuldade de classificar corretamen te os custos segundo o seu comportamento diante do volume de atividade, princi palmente, em relação aos custos semivariáveis;

d)não mantém um controle completo sobre o processo de produção; e)não é aceito pelo fisco; f)a adoção do custeio direto pode levar o Administr ador a relegar os custos

fixos no processo de estabelecimento dos preços de venda; 13-COMPARAÇÃO ENTRE OS CUSTEIOS POR ABSORÇÃO E DIRETO 13.1-INFLUÊNCIA NA APURAÇÃO DO LUCRO Como já colocamos anteriormente, a diferença básica entre o custeio por

absorção e o custeio direto (variável) é a forma da destinação dos custos fixos. No custo por absorção eles compõem o custo de produ ção, indo para estoque, tornando-se em despesa quando da venda dos referido s produtos. Já no custeio direto, os custos fixos não são incorporados aos pr odutos, indo para o resultado no período em que ocorrerem. Com base nisso, podemo s afirmar que:

1º)sempre que as unidades produzidas forem maiores do que as unidades

faturadas, o custeio por absorção apresenta um resu ltado operacional maior do que o custeio direto;

2º)sempre que as unidades produzidas forem iguais à s unidades faturadas, não

existe diferença do resultado operacional, por um o u outro sistema de apuração; 3º)sempre que as unidades produzidas forem menores do que as unidades

faturadas o custeio direto apresenta um resultado o peracional maior do que o custeio por absorção.

13.2-ASPECTO LEGAL O Decreto-lei 1.598 de 26 de dezembro de 1.977 no s seus artigos 13 (custo

dos bens ou serviços) e 14 (determinação do custo d os bens) cria algumas normas referentes ao sistema de custos a ser adotado pelas empresas.

Esse decreto-lei faculta às empresas possuírem ou n ão um sistema de custos, mas com certeza aquela que não se enquadrar no Sist ema de Custos Integrado à Contabilidade Geral, será penalizada com um pagamen to a maior no Imposto de Renda.

As empresas de Sociedade Anônima e principalmente a s de capital aberto devem possuir um Sistema de Custo Integrado à Contabilida de, a própria Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apesar de ainda não estar fiscalizando com rigor as empresas de capital aberto, exige que as empresas t enham Custo Integrado.

Para que a empresa tenha o Sistema de Custeio Integ rado é necessário que possua os custos de seus produtos determinados atra vés do Sistema de Custeio por Absorção. Destacando-se dessa forma a necessidade d a utilização do Sistema de Custeio por Absorção e, consequentemente, descartan do a possibilidade de utilização do Custeio Direto para tal finalidade. M esmo assim, o Custeio Direto, é um elemento valioso de análise e por isso deve se r utilizado internamente nas empresas, para fins de tomada de decisão.

Page 65: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

64

13.3-EXEMPLOS PARA DISTINÇÃO ENTRE O CUSTEIO POR AB SORÇÃO E O CUSTEIO DIRETO Com o objetivo de obtermos uma idéia mais clara de quais as diferenças que

poderiam ocorrer na Demonstração de Resultados e no Balanço Patrimonial com o uso alternativo do Custeio Direto (Variável) e o Custei o por Absorção, façamos as seguintes hipóteses:

I)A empresa Zito Ltda produz um único produto e que tem os seguintes custos: a)Custos variáveis por unidade -Matéria-prima R$ 7,00 -Mão-de-obra direta R$ 4,00 -Embalagem R$ 2,50 -Componentes diretos R$ 1,50 ---- ------- -Total do custo variável por un R$ 15,00 b)Custos fixos -Depreciação R$ 500 .000,00 -Aluguel R$ 80 .000,00 -Mão-de-obra indireta R$ 260 .000,00 -Energia elétrica (iluminação) R$ 60 .000,00 ---- ------- Total custos fixos R$ 900 .000,00 c)Despesas complementares -Despesas com vendas R$ 180 .000,00 -Despesas administrativas R$ 120 .000,00 -Despesas financeiras R$ 200 .000,00 ---- ------- Total despesas complementares R$ 500 .000,00 d)Informações complementares -Estoque início do período -0 - -Produção do período 45 .000 un -Estoque no final do período 12 .000 un -Preço de venda unitário R$ 80,00 1-Utilizando-se, alternativamente os dois sistemas, pede-se: : a)Custo do produto; b)Estoque final e CPV; c)Demonstração do Resultado. a.1)Custo do produto pelo custeio por absorção : 900.000,00 Rateio dos custos fixos (inds.) ---------- = 20,00 por un 45.000 Custo do produto = 15,00 + 20,00 = R$ 35,00 a.2)Custo do produto pelo custeio direto: Como pelo custeio direto só faz parte do custo do p roduto os custos variáveis

de produção, então o custo do produto neste caso é de R$ 15,00 .

Page 66: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

65

b)Estoque Final e CPV -------------------------------------------------- ------------- | | | POR ABSORÇÃO | DIRETO | | ITEM | Quan- |-------------------|------ -------------| | |tidade | un | total | un | total | |---------------|-------|------|------------|------ |------------| |Estoque Inicial| -0- | | -0- | | -0- | |Produção | 45.000| 35,00|1.575.000,00| 15,00 | 675.000,00 | |Vendas (CPV) | 33.000| 35,00| 1.155.000,00 | 15,00| 495.000,00 | |Estoque Final | 12.000| 35,00| 420.000,00 | 15,00| 180.000,00 | -------------------------------------------------- ------------- c)Demonstração do Resultado CONTAS / SISTEMA DE CUSTEIO ABSORÇÃO DIRETO Receita de venda (33.000 x 80,00) 2.640.000,00 2.640.000,00 Custo dos produtos vendidos (CPV) (1.155.000,00) (495.000,00) ------------ ------------ LUCRO BRUTO 1.485.000,00 2.145.000,00 Despesas de Fabricação(custos fixos) -0- (900.000,00) ------------ ------------ Subtotal 1.485.000,00 1.245.000,00 Despesas com vendas (180.000,00) (180.000,00) Despesas administrativas (120.000,00) (120.000,00) Despesas financeiras (200.000,00) (200.000,00) ------------ ------------ LUCRO OPERACIONAL 985.000,00 745.000,00 Conclusão : O lucro maior foi obtido através do sistema de cust eio por Absorção. A

diferença entre os dois lucros foi de R$ 240.000,0 0 (985.000,00 - 745.000,00) a qual tem origem na diferença entre os dois estoques (420.000,00 - 180.000,00 = 240.000,00). Que por sua vez originou-se pela forma diferente que foram tratados os custos fixos. Pois, pelo sistema de custeio por absorção os referidos custos fixos foram incorporados aos produtos, numa parcela de R$ 20,00 por unidade. Enquanto que, pelo sistema de custeio direto os cus tos fixos ( R$ 900.000,00) foram considerados como despesa do próprio exercíci o, pelo sistema de custeio por absorção, somente foi considerada como despesa a pa rcela correspondente aos produtos vendidos (33.000 un x R$ 20,00 = R$ 660. 000,00), ficando o restante como estoque (12.000 un x R$ 20,00 = R$ 240.000,0 0).

Com isso podemos concluir: sempre que parte da prod ução permanecer no estoque

e não existir estoque inicial, o resultado pelo sis tema por absorção será maior, maior também será o estoque.

2-Qual seria o resultado obtidos pela mesma empresa se ela tivesse um estoque

inicial de 10.000 unidades, avaliadas ao mesmo cust o apurado na produção ( R$ 35,00 pelo o custeio por absorção e R$ 15,00 pelo o custeio direto) e vendesse todas as 55.000 unidades (10.000 unidades em estoqu e inicial mais as 45.000 unidades produzidas)?

Page 67: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

66

c)Demonstração do Resultado -------------------------------------------------- ------------- | | | POR ABSORÇÃO | DIRETO | | ITEM | Quan- |-------------------|------ -------------| | |tidade | un | total | un | total | |---------------|-------|------|------------|------ |------------| |Estoque Inicial| 10.000| 35,00| 350.000,00| 15,00 | 150.000,00 | |Produção | 45.000| 35,00|1.575.000,00| 15,00 | 675.000,00 | |Vendas (CPV) | 55.000| 35,00| 1.925.000,00 | 15,00| 825.000,00 | |Estoque Final | -0- | | -0- | | -0- | -------------------------------------------------- -------------

c)Demonstração do Resultado

CONTAS / SISTEMA DE CUSTEIO ABSORÇÃO DIRETO Receita de venda (55.000 x 80,00) 4.400.000,00 4.400.000,00 Custo dos produtos vendidos (CPV) (1.925.000,00) (825.000,00) ------------ ------------ LUCRO BRUTO 2.475.000,00 3.575.000,00 Despesas de Fabricação(custos fixos) -0- (900.000,00) ------------ ------------ Subtotal 2.475.000,00 2.675.000,00 Despesas com vendas (180.000,00) (180.000,00) Despesas administrativas (120.000,00) (120.000,00) Despesas financeiras (200.000,00) (200.000,00) ------------ ------------ LUCRO OPERACIONAL 1.975.000,00 2.175.000,00

Conclusão: O lucro maior foi obtido através do sistema de Cust eio Direto. A diferença

entre os dois lucros é de R$ 200.000,00 (2.175.000 ,00 - 1.975.000,00), a qual tem sua origem na diferença do estoque inicial (350 .000,00 - 150.000,00 = 200.000,00). Que por sua vez, originou-se da parcel a de custo fixo incorporada, por unidade, pelo sistema de custeio por absorção, no estoque inicial (10.000 x 20,00 = 200.000,00)

Neste caso percebemos que, quando a empresa vender toda a sua produção do

período e parte de seus estoques iniciais, passará a ter resultados menores utilizando-se do sistema de custeio por absorção, v isto que, passa a transferir para o resultado parte dos custos fixos que em exer cícios anteriores foram considerados como estoques, além é claro, de todos os custos do período (variáveis e fixos).

3)O que ocorreria se a mesma empresa não tivesse es toque inicial e nem

estoque final ( vendeu toda a produção do período)? a)Custo do produto não sofre nenhuma alteração perm anecendo o mesmo da

hipótese anterior, ou seja: Custeio por Absorção R$ 35,00 e Custeio Direto R$ 15,00 .

Page 68: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

67

b)Estoque Final e CPV -------------------------------------------------- ------------- | | | POR ABSORÇÃO | DIRETO | | ITEM | Quan- |-------------------|------ -------------| | |tidade | un | total | un | total | |---------------|-------|------|------------|------ |------------| |Estoque Inicial| -0- | | -0- | | -0- | |Produção | 45.000| 35,00|1.575.000,00| 15,00 | 675.000,00 | |Vendas (CPV) | 45.000| 35,00| 1.575.000,00 | 15,00| 675.000,00 | |Estoque Final | -0- | | -0- | | -0- | -------------------------------------------------- ------------- c)Demonstração do Resultado CONTAS / SISTEMA DE CUSTEIO ABSORÇÃO DIRETO Receita de venda (45.000 x 80,00) 3.600.000,00 3.600.000,00 Custo dos produtos vendidos (CPV) (1.575.000,00) (675.000,00) ------------ ------------ LUCRO BRUTO 2.025.000,00 2.925.000,00 Despesas de Fabricação(custos fixos) -0- (900.000,00) ------------ ------------ Subtotal 2.025.000,00 2.025.000,00 Despesas com vendas (180.000,00) (180.000,00) Despesas administrativas (120.000,00) (120.000,00) Despesas financeiras (200.000,00) (200.000,00) ------------ ----------- LUCRO OPERACIONAL 1.525.000,00 1.525.000,00 Conclusão : Não existe diferença entre os dois lucros apurados pelos dois sistemas. Isto

ocorreu devido: 1º)A venda total da produção, fazendo com que, em a mbos os sistemas, todos os

custos fixos fossem para o resultado, no mesmo perí odo; 2º)Não havendo estoque inicial, não houve repercuss ão de custos fixos de

períodos anteriores ( pelo sistema por absorção os estoques possuem uma parcela de custos fixos, enquanto que pelo sistema direto i sto não acontece:);

3º)Uma vez que, não tendo estoque inicial e toda a produção do período foi

vendida, no próprio período, não ficou nada para es toque final, que por conseqüência, fez com que não existisse nenhum cust o fixo do período absorvido pelo estoque final, pelo sistema de custeio por abs orção.

Conclusões finais: 1ª)O que difere um sistema de outro é a forma da de stinação dos custos fixos,

enquanto que o sistema por absorção absorve os cust os fixos ao custo do produto, levando-os para o estoque, o sistema direto os con sidera como despesa do exercício;

2ª)O resultado será maior pelo sistema de absorção quando a empresa estocar parte da produção do período, aumentando o volume d e seus estoques;

3ª)O resultado será maior pelo sistema direto se a empresa vender, além de toda a produção do período, parte dos seus estoques iniciais;

4ª)O resultado será igual se as vendas da empresa r epresentarem toda a produção do período. Neste caso não havendo consumo de estoques iniciais e nem formação de novos estoques com a produção do períod o.

Page 69: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

68

II)A empresa Aço Nobre S.A. produz três tipos difer entes de bacias e computou os seguintes custos durante um mês:

a)Custos diretos (variáveis) e produção mensal : -------------------------------------------------- ------------- | | Custo unitário em R$ | Quantidade| | Tipo de Bacia |---------------------------------- -| | | | Matéria-prima |Mão-de-obra direta | produzida | |---------------|---------------|------------------ -|-----------| | A | 40,00 | 50,00 | 600 | | B | 30,00 | 100,00 | 200 | | C | 50,00 | 60,00 | 400 | |-------------------------------------------------- -|-----------| | T O T A L | 1.200 | -------------------------------------------------- ------------- b)Custos indiretos de fabricação (fixos) : -Depreciação R$ 140.000,00 -Mão-de-obra indireta R$ 130.000,00 -Seguros R$ 90.000,00 -Energia elétrica R$ 70.000,00 -Outros gastos R$ 170.000,00 ---------- Total R$ 600.000,00 Pede-se : 1)Qual é o custo de cada produto pelo sistema de cu steio direto? 2)Qual é o custo de cada produto pelo sistema de cu steio por absorção,

considerando-se a apropriação dos custos indiretos de fabricação pelos seguintes critérios de rateios:

2.1)Nº de produtos fabricados; 2.2)Valor da matéria prima utilizada; 2.3)Valor da mão-de-obra direta utilizada. 1)Custeio Direto -------------------------------------------------- ------------- | | Custo unitário em R$ | | Tipo de Bacia |---------------------------------- -------------| | | Matéria-prima |Mão-de-obra direta | total | |---------------|---------------|------------------ -|-----------| | A | 40,00 | 50,00 | 90,00 | | B | 30,00 | 100,00 | 130,00 | | C | 50,00 | 60,00 | 110,00 | -------------------------------------------------- ------------- 2)Custeio por Absorção: 2.1)Nº de produtos fabricados: 600.000,00 Rateio dos custos fixos = ---------- = 500,00 por unidade 1.200 Distribuição dos custos fixos e determinação do cus to unitário dos

produtos:

Page 70: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

69

----------------------------------------------- ----------------- | Tipo |Quantidade| % de | Custos fixos | C usto | Custo | | de | |partic.|--------------------|Va riav.| Total | |Produto| Produzida|s/total| Total | p/un | p /un | p/un | |-------|----------|-------|------------| ------|-- -----|-------| | A | 600 | 50,00| 300.000,00 | 500,00| 90,00| 590,00 | | B | 200 | 16,67| 100.000,00 | 500,00| 1 30,00| 630,00 | | C | 400 | 33,33| 200.000,00 | 500,00| 1 10,00| 610,00 | |-------|----------|-------|------------|---------- -------------| | TOTAL | 1.200 | 100,00| 600.000,00 | | -------------------------------------------------- ------------- 2.2)Valor da matéria-prima -------------------------------------------------- -------------- |T.|Quant| Matéria-prima | % de| Custos fixos | Custo | Custo| |de| |---------------|partic|-----------------| Var. | Total| |P.|prod.| p/un| Total |s/tot.| Total | p/un | p/un | p/un | |--|-----|-----|---------|------|----------|------| ------|------| | A| 600 |40,00|24.000,00| 48,00|288.000,00|480,00| 90,00| 570,00 | | B| 200 |30,00| 6.000,00| 12,00| 72.000,00|360,00| 130,00| 490,00 | | C| 400 |50,00|20.000,00| 40,00| 240.00,00|600,00| 110,00| 710,00 | |--------------|---------|------|----------|------- -------------| | T O T A L |50.000,00|100,00|600.000,00| | -------------------------------------------------- ------------- 2.3)Valor da Mão-de-obra Direta -------------------------------------------------- ------------- |T.|Quan|Mão-de-obra Dir.| % de| Custos fixos | Custo | Custo| |de| |----------------|partic|-----------------| Var. | Total| |P.|prod| p/un | Total |s/tot.| Total | p/un | p/un | p/un | |--|----|------|---------|------|----------|------| ------|------| | A| 600| 50,00|30.000,00| 40,54|243.240,00|405,40| 90,00| 495,40 | | B| 200|100,00|20.000,00| 27,03|162.180,00|810,90| 130,00| 940,90 | | C| 400| 60,00|24.000,00| 32,43|194.580,00|486,45| 110,00| 596,45 | |--------------|---------|------|----------|------- -------------| | T O T A L |74.000,00|100,00|600.000,00| | -------------------------------------------------- ------------- Conclusões: 1ª)Pelo critério de custeio direto não há necessida de da existência de

rateios dos custos fixos, portanto, o custo unitári o do produto determinado por este critério será sempre composto de apenas dos cu stos variáveis;

2ª)Pelo sistema de custeio por absorção podemos not ar que o valor do custo unitário de cada produto muda em função da simples alteração do sistema de rateio dos custos fixos. Esta mudança é tão significativa em muitos casos, podendo transformar um produto rentável em um não rentável, ou vice-versa. No exemplo utilizado, podemos perceber que o produto B é o que tem menor custo, quando os custos fixos foram rateados utilizando-se como base a matéria-prima, porém é o de maior custo nos demais casos.

III)Utilizando-se dos dados do último exemplo, apen as considerando-se uma

alteração, que a quantidade produzida do produto A passe a ser somente de 200 unidades (no exemplo anterior era de 600 unidades), proceder os mesmos cálculos do exercício anterior.

Page 71: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

70

2)Custeio por Absorção: 2.1)Nº de produtos fabricados: 600.000,00 Rateio dos custos fixos = ---------- = 750,00 por unidade 800 Distribuição dos custos fixos e determinação do cus to do unitário dos

produtos: -------------------------------------------------- -------------- | Tipo |Quantidade| % de | Custos fixos | C usto | Custo | | de | |partic.|--------------------|Va riav.| Total | |Produto| Produzida|s/total| Total | p/un | p /un | p/un | |-------|----------|-------|------------| ------|-- -----|-------| | A | 200 | 25,00| 150.000,00 | 750,00| 90,00| 840,00 | | B | 200 | 25,00| 150.000,00 | 750,00| 1 30,00| 880,00 | | C | 400 | 50,03| 300.000,00 | 750,00| 1 10,00| 860,00 | |-------|----------|-------|------------|---------- -------------| | TOTAL | 800 | 100,00| 600.000,00 | | -------------------------------------------------- ------------- 2.2)Valor da matéria-prima -------------------------------------------------- -------------- |T.|Quant| Matéria-prima | % de| Custos fixos | Custo | Custo| |de| |---------------|partic|-----------------| Var. | Total| |P.|prod.| p/un| Total |s/tot.| Total | p/un | p/un | p/un | |--|-----|-----|---------|------|----------|------| ------|------| | A| 200 |40,00| 8.000,00| 23,53|141.180,00|705,90| 90,00| 795,90 | | B| 200 |30,00| 6.000,00| 17,65|105.900,00|519,50| 130,00| 659,50 | | C| 400 |50,00|20.000,00| 58,82|352.920,00|882,30| 110,00| 992,30 | |--------------|---------|------|----------|------- -------------| | T O T A L |34.000,00|100,00|600.000,00| | -------------------------------------------------- ------------- 2.3)Valor da Mão-de-obra Direta -------------------------------------------------- ----------------- |T.|Quan|Mão-de-obra Dir.| % de| Custos fixos |Custo | Custo | |de| |----------------|partic|------------------ -| Var. | Total | |P.|prod| p/un | Total |s/tot.| Total | p/un | p/un | p/un | |--|----|------|---------|------|----------|------- -|------|--------| | A| 200| 50,00|10.000,00| 18,52|111.120,00| 555,6 0| 90,00| 645,60 | | B| 200|100,00|20.000,00| 37,04|222.240,00|1.111,2 0|130,00| 1.241,20 | | C| 400| 60,00|24.000,00| 44,44|266.640,00| 666,6 0|110,00| 776,60 | |--------------|---------|------|----------|------- -----------------| | T O T A L |54.000,00|100,00|600.000,00| | -------------------------------------------------- -----------------

Page 72: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

71

Conclusões: 1ª)Qualquer mudança nas quantidades produzidas, ao se adotar o sistema

de custeio por absorção, acabará afetando o custo f inal dos produtos; 2ª)Com a redução da produção de um tipo de produto, independentemente

do método de rateio dos custos fixos, pelo sistema de custeio por absorção, ocorrerá um aumento de custo em todos os produtos, mesmo daqueles que não sofreram alteração;

3ª)No sistema de custeio direto a variação no volum e de produção não

afeta o custo individual do produto, pois os custos fixos são sempre considerados como despesa do exercício, independent emente do volume de produção;

4ª)Podemos perceber que com a redução do volume de produção do produto

tipo A, este passou a absorver um percentual menor de custo fixo, consequentemente, aumentando a participação dos dem ais produtos. Isto pode ocasionar a interpretação de que os demais produtos ficaram mais caros, o que na realidade não ocorreu;

5ª)Finalmente, podemos concluir que ao utilizarmos o sistema de

custeio por absorção deveremos tomar muito cuidado com as bases e critérios de rateios utilizados, pois se não forem bem usados eles poderão levar a respostas com grandes distorções. Distorçõe s estas que poderão levar-nos a tomar medidas incorretas.

Page 73: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

72

IX-MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

1-CONCEITO Margem de Contribuição é a diferença existente entr e a receita proporcionada

pelo produto e o seu custo variável. A Margem de Co ntribuição pode ser classificada em: margem de contribuição unitária e margem de contribuição global ou total.

1.1-MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA A margem de contribuição unitária é a diferença ent re os custos variáveis

unitários apropriados ao produto e a receita gerada pelo mesmo, tendo a propriedade de dimensionar a capacidade de amortiza ção dos custos fixos e a formação do lucro unitário. É o valor que cada unid ade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro.

1.2-MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO GLOBAL OU TOTAL A margem de contribuição total é a diferença entre os custos variáveis totais

e a receita gerada pelas vendas da empresa num dete rminado período. É o valor obtido através da multiplicação da margem de contri buição unitária pela a quantidade vendida de cada produto respectivamente.

2-MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS 2.1-MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO X VOLUME Muitas vezes uma margem de contribuição unitária p oderá nos impressionar

por sua rentabilidade, porém quando formos computar o total da margem de contribuição deste produto e confrontar com outro, poderá ocorrer que o de margem maior individual tenha a margem de contribuição tot al menor. E sempre que tivermos que optar entre dois produtos, devemos faz ê-lo optando pelo que nos traz a maior margem de contribuição total.

Com o objetivo de analisarmos a margem de contribui ção, começaremos com um

exemplo onde procuraremos evidenciar a necessidade de determinar sempre a margem de contribuição total de cada produto e não apenas a unitária. Embora, esta última seja necessária para obtermos a primeira, de vemos decidir sempre em relação a margem de contribuição total gerada por c ada produto.

Muito menos devemos utilizar o percentual da margem de contribuição sobre o

valor de venda de cada produto como ponto de referê ncia para a tomada de decisão. Primeiro vamos mostrar que não é possível utilizarm os o percentual de margem

de contribuição para tomada de decisão.

Page 74: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

73

Para o exemplo consideremos que a empresa “X” possu a os seguintes dados: --------------------------------------------------- ------------ | Volume | 5 un | 5 un | 5 un | 5 un | 20 un | |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| | Produtos | A | B | C | D | Total | |------------------|--------|--------|--------|---- ----|Limitat.| | Preços un R$ | 100,00| 300,00| 200,00| 50 0,00|de Prod.| |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| | Total Vendas R$ | 500,00|1.500,00|1.000,00|2.50 0,00|5.500,00| |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |(-)Custo| % | 30% | 60% | 45% | 5 0% | 50% | | Variá- |---------|--------|--------|--------|---- ----|--------| | vel | R$ p/un | 30,00| 180,00| 90,00| 25 0,00|********| | por |---------|--------|--------|--------|---- ----|--------| | Produto| R$ total| 150,00| 900,00| 450,00|1.25 0,00|2.750,00| |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |(=)Mar- | % | 70% | 40% | 55% | 5 0% | 50% | | gem de |---------|--------|--------|--------|---- ----|--------| | Contrib| R$ p/un | 70,00| 120,00| 110,00| 25 0,00|********| | Unitár.|---------|--------|--------|--------|---- ----|--------| | p/Prod.| R$ total| 350,00| 600,00| 550,00|1.25 0,00|2.750,00| |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| | (-)Custo Fixo R$|******************************* ****|2.500,00| |------------------|******************************* ****|--------| | (=)Resultado R$ |******************************* ****| 250,00| -------------------------------------------------- ------------- Observação: Quando analisamos a margem de contribuição, não det erminamos o “lucro” por

produto, mas sim Margem de Contribuição; os Custos Fixos são deduzidos da soma de todas as Margens de Contribuição, já que de fato nã o pertencem a este ou àquele produto, e sim ao global.

Considerando o quadro acima os produtos teriam a se guinte classificação: % de Margem de Contribuição R$ de Margem de Co ntrib.Unitária 1º lugar Produto A 70% 1º lugar Produto D R$ 250,00 2º lugar Produto C 55% 2º lugar Produto B R$ 120,00 3º lugar Produto D 50% 3º lugar Produto C R$ 110,00 4º lugar Produto B 40% 4º lugar Produto A R$ 70,00 R$ de Margem de Contribuição Total 1º lugar Produto D R$ 1.250,00 2º lugar Produto B R$ 600,00 3º lugar Produto C R$ 550,00 4º lugar Produto A R$ 350,00 As colocações diferentes entre os produtos por valo r relativo (%) e por

montante de margem de contribuição comprovam o prin cípio de que a base para tomada de decisão visando à maximização de lucros s erá, portanto, o resultado em valor e não em percentagem. É preferível um resulta do com percentagem baixa e valor absoluto alto à situação inversa.

É possível perceber que sendo iguais as quantidade s produzidas de todos os produtos, a colocação pela margem de contribuição u nitária e total permanecem inalteradas. Isto faz com que a empresa, ao enfrent ar um fator limitante, que determine um número máximo de produtos totais a ser em produzidos, ela deva optar sempre em produzir o produto de maior margem de con tribuição unitária. Pois, se a empresa só pode fabricar um número “X” de produtos, será este “X” multiplicado

Page 75: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

74

pela maior margem de contribuição unitária que gera rá a maior margem de contribuição total.

Porém, no momento em que as quantidades produzidas se mostram em montantes diferentes de um produto para outro, as colocações podem se inverter, caso os produtos de baixa contribuição unitária sejam produ zidos em quantidades muito superiores aos de maior margem de contribuição unit ária. Ou então vejamos como ficaria se os mesmos produtos, do exemplo anterior fossem produzidos nas seguintes quantidades.

Produto A B C D Quantidade produzida 24 10 12 4 -------------------------------------------------- ------------- | Volume | 24 un | 10 un | 12 un | 4 un | 50 un | |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| | Produtos | A | B | C | D | Total | |------------------|--------|--------|--------|---- ----|Limitat.| | Preços un R$ | 100,00| 300,00| 200,00| 50 0,00|de Prod.| |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| | Total Vendas R$ |2.400,00|3.000,00|2.400,00|2.00 0,00|9.800,00| |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |(-)Custo| % | 30% | 60% | 45% | 5 0% | 46,94% | | Variá- |---------|--------|--------|--------|---- ----|--------| | vel | R$ p/un | 30,00| 180,00| 90,00| 25 0,00|********| | por |---------|--------|--------|--------|---- ----|--------| | Produto| R$ total| 720,00|1.800,00|1.080,00|1.00 0,00|4.600,00| |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |(=)Mar- | % | 70% | 40% | 55% | 5 0% | 53,06% | | gem de |---------|--------|--------|--------|---- ----|--------| | Contrib| R$ p/un | 70,00| 120,00| 110,00| 25 0,00|********| | Unitár.|---------|--------|--------|--------|---- ----|--------| | p/Prod.| R$ total|1.680,00|1.200,00|1.320,00|1.00 0,00|5.200,00| |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| | (-)Custo Fixo R$|******************************* ****|2.500,00| |------------------|******************************* ****|--------| | (=)Resultado R$ |******************************* ****|2.700,00| -------------------------------------------------- ------------- Considerando-se o quadro acima os produtos passaria m agora a ter a seguinte

ordem de classificação. % de Margem de Contribuição R$ de Margem de Co ntrib.Unitária 1º lugar Produto A 70% 1º lugar Produto D R$ 250,00 2º lugar Produto C 55% 2º lugar Produto B R$ 120,00 3º lugar Produto D 50% 3º lugar Produto C R$ 110,00 4º lugar Produto B 40% 4º lugar Produto A R$ 70,00 R$ de Margem de Contribuição Total 1º lugar Produto A R$ 1.680,00 2º lugar Produto C R$ 1.320,00 3º lugar Produto B R$ 1.200,00 4º lugar Produto D R$ 1.000,00 Com as novas quantidades determinadas para cada pro dutos ocorreu uma inversão

total na classificação por margem de contribuição t otal, enquanto que, por percentagem e margem de contribuição unitária perma neceram inalteradas.

Page 76: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

75

Neste último exemplo ocorreram três ordens de class ificações diferentes uma das outras. Sendo que, é a classificação por margem de contribuição total que demonstra em ordem decrescente os produtos que mais maximizam os lucros.

Com isso percebemos que o fundamental é observarmos sempre a margem de contribuição total que cada produto proporciona, pr incipalmente, quando a produção não for uniforme entre os produtos.

Para fins de análise do lucro individual de cada pr oduto é importante analisarmos a margem de contribuição unitária em va lores monetários, nunca em percentagem. O percentual de margem de contribuição é importante quando queremos analisar a rentabilidade que o produto proporciona sobre o preço de venda, porém para fins de maximização do resultado total, o que realmente importa é a margem de contribuição total que cada produto proporciona.

2.2-FATORES LIMITANTES DE MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UN ITÁRIA: Quando uma indústria fabrica muitos produtos e está sendo operada à

capacidade máxima, muitas vezes é necessário decidi r que ordens se devem aceitar. A abordagem da margem de contribuição fornece os da dos para uma decisão apropriada, porque está determinada pelo produto qu e faz a maior contribuição total. Isto é, não significa necessariamente que os produtos a serem favorecidos sejam os que apresentam os maiores índices de contr ibuição por unidade de produto ou vendas monetárias. O objetivo é maximizar os luc ros totais, que dependem da consecução da maior margem de contribuição por unid ade de fator restritivo (espaço, limitativo ou crítico).

O fator restritivo é o item que restringe ou limita a produção ou venda de

determinado produto. Assim, o critério para os lucr os máximos, a uma dada capacidade, é a maior contribuição possível aos luc ros por unidade de fator restritivo. O fator restritivo varia de caso a caso , podendo ser horas máquinas, horas de mão-de-obra, metros cúbicos de espaço para apresentação de produtos, demanda, certo tipo de peça comum a todos os produt os fabricados etc. Em tais casos, uma relação do tipo índice de margem de contribuição é um indício suficiente para a lucratividade. A relação deve ser multiplicada pela rotação de estoque (número de vezes que o estoque é vendido po r ano), para obter medidas comparáveis de lucratividade do produto.

2.2.1-Horas Máquinas como Fator Limitante : Quando analisamos a maximização dos lucros sem fato r limitante de produção,

chegamos a conclusão que o produto que nos possibil itava um maior lucro era aquele que possuia maior margem de contribuição, em cruzeiros reais, total. Porém, quando nos depararmos com algum tipo de fato r limitante de produção, este pode reverter totalmente a posição anterior.

Para podermos observar o quanto um fator limitante influencia na decisão de escolha do produto mais lucrativo faremos alguns ex emplos inlustrativos a seguir:

Produção sem Fator Limitante -------------------------------------------------- ------------- | Produtos | A | B | C | D | |---------------------------|--------|--------|---- ----|--------| |Preço de venda unitário | 100,00| 300,00| 20 0,00| 500,00| |---------------------------|--------|--------|---- ----|--------| |Custo variável unitário | 30,00| 180,00| 9 0,00| 250,00| |---------------------------|--------|--------|---- ----|--------| |Margem de Contrib.unitária | 70,00| 120,00| 11 0,00| 250,00| --------------------------------------------------- ------------

Page 77: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

76

Não existindo nenhum fator limitante, a escolha de produzir e vender recairia em cima dos produtos de maior margem de co ntribuição unitária, assim sendo a escolha obedeceria a esta ordem:

1º lugar Produto D R$ 250,00 2º lugar Produto B R$ 120,00 3º lugar Produto C R$ 110,00 4º lugar Produto A R$ 70,00 Porém, sempre vai surgir algum tipo de fator limita nte. Muitas vezes este

fator não altera a ordem estabelecida anteriormente , mas o seu surgimento poderá fazer com que ocorra alteração na ordem encontrada. Alteração esta, que poderá representar a inversão total de rentabilidade dos p rodutos, passando os mais lucrativos a serem os menos lucrativos e, os com me nor lucro passarem a serem os de maior lucro.

Consideremos que como fator limitante o número de horas máquinas existente na empresa e que para produzir uma unidade de cada tipo de produto é necessário a quantidade de horas máquinas estabelecidas no quadr o abaixo:

Produção com Fator Limitante (Hora Máquin a) -------------------------------------------------- ------------- | Produtos | A | B | C | D | |---------------------------|--------|--------|---- ----|--------| |Horas-máq.nec.p/cada prod. | 5 | 20 | 8 | 25 | -------------------------------------------------- ------------- A empresa possui uma capacidade instalada total de 600 horas máquinas. Não

possuindo nenhum outro fator limitador (demanda, es paço) qual o produto que ela deveria escolher?

Para obtermos esta resposta devemos achar a margem de contribuição total de cada produto em função do fator limitador apresenta do.

-------------------------------------------------- ------------- | Produtos | A | B | C | D | |---------------------------|--------|--------|---- ----|--------| |Total horas Máquinas | 600 | 600 | 6 00 | 600 | |---------------------------|--------|--------|---- ----|--------| |Horas-máq.nec.p/cada prod. | 5 | 20 | 8 | 25 | |---------------------------|--------|--------|---- ----|--------| |Nº prods.possíveis fabracs.| 120 | 30 | 75 | 24 | |---------------------------|--------|--------|---- ----|--------| |Margem de Contrib. un | 70,00| 120,00| 11 0,00| 250,00| |---------------------------|--------|--------|---- ----|--------| |Margem de Contrib. total |8.400,00|3.600,00|8.25 0,00|6.000,00| -------------------------------------------------- ------------- Com o fator limitante de 600 horas máquinas os prod utos passariam a ter a

seguinte ordem de classificação por lucratividade: 1º lugar Produto A R$ 8.400,00 2º lugar Produto C R$ 8.250,00 3º lugar Produto D R$ 6.000,00 4º lugar Produto B R$ 3.600,00 Como podemos perceber, o produto A sem fator limita nte estava em quarto

lugar, porém com a existência do fator limitante ho ras máquinas ele passou a ser o primeiro. Enquanto que, o produto D passou de pri meiro para terceiro lugar. Isto ocorreu porque no mesmo espaço de tempo (600 h oras máquinas) é possível

Page 78: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

77

produzir cinco vezes mais do produto A em relação a o produto D, sendo que, a margem de contribuição unitária do produto D é maio r do que a do produto A, mas não na mesma proporção (cinco vezes maior).

Assim, sendo, a empresa deveria optar em produzir 1 20 unidades do produto A,

deixando de produzir os demais produtos. Porém, pod e existir outros fatores envolvidos nesta escolha que impedem a empresa de d eixar de fabricar os outros produtos (demanda, produto chamarisco, etc.).

2.2.2-Horas Máquinas e Demanda como Fatores Limitantes : Agora vamos associar dois fatores limitantes ao mes mo tempo. Continuando com o exemplo colocado anteriormente, a crescentamos os seguintes

dados: Produção com Fator Limitante (Demanda) -------------------------------------------------- ------------- | Produtos | A | B | C | D | |---------------------------|--------|--------|---- ----|--------| | Demanda existente | 20 | 80 | 5 0 | 30 | -------------------------------------------------- ------------- Com a demanda apresentada notamos que de nada adian ta produzir 120 unidades

do produto A, se só existe demanda para 20 unidades .. Então como fazer para maximizar os lucros neste cas o? Devemos produzir os produtos de maior margem de con tribuição pelo fator

limitante horas máquinas, porém até atingir a deman da existente. Vejamos como ficaria:

-------------------------------------------------- ------------- | Produtos | A | B | C | D |Total | |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |Demanda existente | 20 | 80 | 50 | 3 0 | 180 | |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |Hora-máq. por un | 5 | 20 | 8 | 2 5 |********| |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |Hora-máq.p/demanda| 100 | 1.600 | 400 | 7 50 | 2.850 | |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |Class.MC total H-m| 1º | 4º | 2º | 3 º |********| |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |H-máq.utiliz/disp.| 100 | - | 400 | 1 00 | 600 | |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |Quan.prods.fabric.| 20 | - | 50 | 4 | 74 | |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |Marg. Contrib. un | 70,00| 120,00| 110,00| 25 0,00|********| |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |Marg.Contrib.total|1.400,00| - |5.500,00|1.00 0,00|7.900,00| -------------------------------------------------- ------------- Conforme o quadro acima, as 600 horas máquinas seri am utilizadas de forma a

produzir as quantidades necessárias para atender a demanda, sempre preenchendo primeiro a dos produtos de maior margem de contribu ição total, por fator limitante horas máquinas, passando posteriormente, para o que vem logo em seguida, até esgotar o total de horas máquinas disp oníveis.

Page 79: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

78

2.2.3-Componente como Fator Limitante : Neste caso vamos analisar a existência de fator lim itante num determinado

componente que serve para todos os produtos, porém em quantidade variada. Os quatro produtos produzidos pela empresa necessit am de um tipo especial de

rolamento, cujo, atualmente não existe no mercado n acional, necessitando ser importado. A importação demora cerca de 90 dias par a ser concretizada. A empresa atualmente possui um estoque de 120 rolamentos.

Como deverá ela distribuir este estoque em relação aos produtos a serem fabricados?

Primeiro devemos saber qual é a quantidade de rolam entos que cada produto

necessita. Posteriormente, devemos localizar a marg em de contribuição total de cada produto, já levando em consideração o fator li mitante.

Produção com Fator Limitante (Compon ente) -------------------------------------------------- ------------- | Produtos | A | B | C | D | |---------------------------|--------|--------|---- ----|--------| |Quant. de rolamentos por un| 2 | 6 | 4 | 3 | --------------------------------------------------- ------------ Voltamos ao exemplo anterior, onde não havia fator limitante e os produtos

tinham as seguintes margens de contribuições unitár ias, em ordem decrescente: 1º lugar Produto D R$ 250,00 2º lugar Produto B R$ 120,00 3º lugar Produto C R$ 110,00 4º lugar Produto A R$ 70,00 Façamos agora a determinação da Margem de Contribui ção Total de cada produto

em função do fator limitante, agora apresentado (co mponentes). -------------------------------------------------- ------------- | Produtos | A | B | C | D | |--------------------------|--------|--------|----- ---|---------| |Total de rolamentos | 120 | 120 | 12 0 | 120 | |--------------------------|--------|--------|----- ---|---------| |Rolamentos.nec.p/cada prod| 2 | 6 | 4 | 3 | |--------------------------|--------|--------|----- ---|---------| |Nº prods.possíveis fabracs| 60 | 20 | 3 0 | 40 | |--------------------------|--------|--------|----- ---|---------| |Margem de Contrib. un | 70,00| 120,00| 110 ,00| 250,00| |--------------------------|--------|--------|----- ---|---------| |Margem de Contrib. total |4.200,00|2.400,00|3.300 ,00|10.000,00| -------------------------------------------------- ------------- Com a presença do fator limitante de 120 rolamentos disponíveis, os produtos

passariam a ter a seguinte ordem: 1º lugar Produto D R$ 10.000,00 2º lugar Produto A R$ 4.200,00 3º lugar Produto C R$ 3.300,00 4º lugar Produto B R$ 2.400,00 Neste caso o produto de maior margem de contribuiçã o total pelo fator

limitante é o D, consequentemente, seria ele o esco lhido para ser produzido, não havendo mais nenhum fator limitante.

Page 80: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

79

2.2.4-Componente e Demanda Como Fatores Limitantes : Agora vamos ver como ficaria se os mesmos produtos enfrentassem os dois

fatores limitantes simultaneamente (componentes - r olamentos e demanda). Para este exemplo vamos considerar o fator limitante com ponente a quantidade de rolamentos apresentada no exemplo anterior e a dema nda àquela apresentada no exemplo 2.2.2, quando tratamos da demanda como fato r limitante.

Quais os produtos que deveriam ser produzidos, obse rvados os dois fatores

limitantes aqui apresentados? Devemos produzir os produtos de maior margem de con tribuição pelo fator

limitante componentes (rolamentos), porém até ating ir a demanda existente. Vejamos como ficaria:

-------------------------------------------------- ------------- | Produtos | A | B | C | D |Total | |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |Demanda existente | 20 | 80 | 50 | 3 0 | 180 | |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |Rolamentos por un | 2 | 6 | 4 | 3 |********| |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |Rolament.p/demanda| 40 | 480 | 200 | 9 0 | 810 | |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |Class.MC total H-m| 2º | 4º | 3º | 1 º |********| |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |Rolam.utiliz/disp.| 30 | - | - | 9 0 | 120 | |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |Quan.prods.fabric.| 15 | - | - | 3 0 | 45 | |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |Marg. Contrib. un | 70,00| 120,00| 110,00| 25 0,00|********| |------------------|--------|--------|--------|---- ----|--------| |Marg.Contrib.total|1.050,00| - | - |7.50 0,00|8.550,00| -------------------------------------------------- ------------- Após analisarmos os exemplos aqui colocados, podemo s concluir que: se não

houver limitação na capacidade produtiva, interessa o produto que produz maior Margem de Contribuição por unidade, mas se existir, interessa o que produz a maior Margem de Contribuição Total pelo fator limit ante da capacidade.

Pode haver muitos fatores restritivos que tenham de ser utilizados por cada tipo diverso de produto. O problema de formular os programas mais lucrativos de produção e composições de matérias-primas é essenci almente o de maximizar a contribuição em face de diversos fatores limitativo s.

Pode ocorrer que existem num mesmo período diversos fatores limitando a capacidade da empresa, como horas-máquinas, uma cer ta matéria-prima, demanda, espaço físico, etc.

Quanto maior for o número de fatores limitantes con jugados ao mesmo tempo, maior será a dificuldade de identificarmos quais os produtos e em que quantidades devem ser produzidos para que ocorra a maximização do lucro.

3-RECEITAS, CUSTOS VARIÁVEIS E MARGEM DE CONTRIBUIÇ ÃO A alocação de receitas e de custos variáveis é, em geral, direta, porque cada

item é direta e especialmente identificável com det erminado segmento de atividade ou produto. As mudanças dos lucros líquidos podem s er facilmente calculadas multiplicando-se a alteração no número de unidades pela margem de contribuição

Page 81: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

80

unitária ou multiplicando-se o aumento na receita d e vendas pela taxa de contribuição marginal.

Por exemplo, a taxa de Margem de Contribuição do Pr oduto “X” é R$ 240,00, isto é, 40% de R$ 600,00 (preço de venda). O aumen to do lucro líquido resultante de um aumento de R$ 50,00 nas vendas pode ser faci lmente calculado como 0,40 x R$ 50,00, ou seja, R$ 20,00 (40% de R$ 50,00).

4-VANTAGENS DOS ÍNDICES E MARGENS DE CONTRIBUIÇÃO As vantagens de saber os índices e as margens de co ntribuição das divisões,

linhas de produção e de produtos podem ser resumida s da seguinte maneira: a)Os índices de margem de contribuição muitas vezes ajudam a administração a

decidir que produtos devem merecer maior esforço de venda ou ser colocados em planos secundários ou simplesmente tolerados pelos benefícios de vendas que puderem trazer a outros produtos.

b)As margens de contribuição são essenciais para au xiliar os administradores a decidirem se um segmento produtivo deve ser aband onado ou não. A curto prazo, se o produto recupera mais que seus custos variávei s, está dando uma contribuição aos lucros gerais. Esta informação é fornecida pron tamente dentro da abordagem de contribuição.

c)As margens de contribuição podem ser usadas para avaliar alternativas que se criam com respeito a redução de preços, desconto s especiais, campanhas publicitárias especiais e de prêmios para aumentar o volume de vendas. As decisões deste tipo são realmente determinadas por uma comparação dos custos adicionais visando ao aumento na receita de venda. Normalmente, quanto maior for o índice da margem de contribuição, melhor é a opor tunidade de promover vendas; quanto mais baixo o índice, maior será o aumento do volume de vendas necessário para recuperar os compromissos de promover vendas a dicionais.

d)Quando se chega à conclusão quanto aos lucros des ejados, pode-se avaliar prontamente seu realismo pelo cálculo do número de unidades a vender para conseguir os lucros desejados. O cálculo é facilmen te feito dividindo-se os custos fixos mais o lucro desejado pela margem de c ontribuição.

e)Muitas vezes é necessário decidir sobre como util izar determinado grupo de recursos (exemplo: máquinas ou insumos) de maneira mais lucrativa. A abordagem da contribuição fornece os dados necessários a uma decisão apropriada, porque esta decisão é determinada pelo produto que der a m aior margem total aos lucros.

f)Em última análise, os preços máximos são estabele cidos pela demanda do consumidor, os preços mínimos a curto prazo pelos c ustos variáveis de produzir e vender. Os partidários da abordagem contributiva af irmam que a apuração de custos com destaque para a margem de contribuição ajuda os gerentes a entenderem a relação entre custos, volume, preços e lucros e, po rtanto, leva a decisões mais sábias sobre preços.

Page 82: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

81

X-AS RELAÇÕES DO CUSTO COM O VOLUME E O LUCRO

A instabilidade econômica e consequentemente a inst abilidade de consumo levam

as empresas a verdadeiros malabarismos de promoção e ajuste produtivo para enfrentar suas necessidades de venda e manter o equ ilíbrio entre custo, volume e lucro.

Inicialmente, a administração da empresa deverá dec idir quanto às campanhas publicitárias para incentivo de sues produtos mais rentáveis. Posteriormente, com a reação do consumidor, deverá decidir sobre as alt erações do processo produtivo no sentido de adaptar à sua produção a ração do mer cado desde que seja economicamente viável. Outras alterações como aumen tos salariais, aumentos dos custos fixos, expansões da empresa também necessita m de um estudo minucioso para modificações, que decorrem das conseqüências das no vas condições que influenciam a estabilidade da relação custo, volume e lucro.

A administração precisa ter produtos ordenados pela sua lucratividade e conhecer com antecedência que efeitos uma modificaç ão no preço de venda, no volume de produção, ou combinações de produtos, uma alteração salarial ou uma modificação de fábrica. O analista de custos deve e star preparado para apresentação de informações para estas análises em curtos espaços de tempo, porque muitas vezes a rapidez de decisão conta mais que a própria solução, e a necessidade de acertar no julgamento é imprescindív el.

1-CONCEITUAÇÃO DA ANÁLISE DO CUSTO-VOLUME-LUCRO Esta análise consiste ma comparação dos diversos re sultados que podem ser

apresentados por um empreendimento. Isto significa que os vários níveis de produção, dentro da capacidade máxima instalada, de vem ser estudados e comparados para ser detectada a alternativa mais viável ou as alternativas mais convenientes.

De acordo com esta análise, podem ser respondidas p erguntas tais como: a) O empreendimento é viável? b) Qual o produto mais rentável? c) Qual o produto mais lucrativo? d) Quais as conseqüências da retirada de determinad o produto de fabricação? e) Variando um tipo de custo, para mais ou para men os, quais são as

conseqüências nos resultados da empresa? f) Reduzindo a produção da empresa, quais são as co nseqüências nos

resultados? g) Quais as conseqüências da variação, para mais e para menos de custos

diferentes nos resultados da empresa? h) Quando se produz diferentes produtos em proporçõ es diferentes, quais as

conseqüências no ponto de equilíbrio? 2-PRESSUPOSTOS DO CUSTO-VOLUME-LUCRO A análise de equilíbrio geralmente se apóia nos seg uintes pressupostos: 1- O comportamento dos custos e das receitas é conf iavelmente determinado, e

é linear dentro do intervalo de relevância, que rep resenta a amplitude dentro da

Page 83: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

82

qual a empresa tenha operado recentemente, isto por que, quando o volume cai a baixos níveis de atividade, existem certos custos f ixos que podem ser evitados.

2- Os custos podem ser separados em elementos fixos e variáveis. 3- Os custos fixos são constantes dentro do interva lo de relevância do

gráfico de equilíbrio. 4- As flutuações dos custos variáveis são proporcio nais ao volume. 5- Não há variações no preço de venda. 6- Não há variações nos preços dos fatores de custo s. 7- Não há variações de eficiência ou produtividade. 8- A análise cobre um único produto ou presume que será mantida determinada

composição de vendas para todos os volumes. 9- A receita e os custos são comparados com base nu ma atividade comum (valor

de vendas da produção ou unidades produzidas por ex emplo). 10- Talvez o pressuposto mais fundamental seja o de que o único fator de

custos relevante seja o volume. Evidentemente, outr os fatores, tais como guerras, greves, legislação, concorrência etc., também afeta m custos e vendas. A análise normal de custo-volume-lucro é simplificação grosse ira quanto estes fatores são ignorados injustificadamente.

11- As variações nos estoques inicial e final são i nsignificantes. A fidedignidade da análise de custo-volume-lucro de pende do retrato

razoavelmente exato do comportamento dos custos. O primeiro passo na análise dos custos é dividi-los em fixos e variáveis, para dete rminar o total dos custos fixos e a relação entre custos variáveis e o volume .

3-LIMITAÇÕES DA ANÁLISE DO CUSTO-VOLUME-LUCRO Na análise das relações custo-volume-lucro deverão ser lavados em

consideração os seguintes pontos: a) Variação de um componente : considerar mudança no preço sem a influência

nos demais componentes; na realidade, quando muda u m componente muda outro. b) Custos fixos e variáveis : geralmente, o comportamento do custo fixo não é

tão constante e o custo variável tem certos aspecto s que não variam sempre proporcionalmente ao volume.

c) Análise estatística : as próprias dificuldades existentes na montagem d os

dados par a análise não levam em consideração todo o dinamismo envolvido nas empresas e no dia-a-dia dos negócios. A própria inf lação é um fator de difícil controle dentro da análise, porque influencia por c ompleto toda a evolução dos dados.

4-CUSTOS (E DESPESAS) FIXOS E VARIÁVEIS 4.1-CUSTOS E DESPESAS FIXOS Custos fixos e despesas fixas são aqueles que, dent ro de um determinado

período de tempo (mês, trimestre etc.), assumem det erminado valor independentemente de nesse mesmo período a empresa ter um nível maior ou menor de atividade.

Sabidamente, não existe custo ou despesa eternament e fixos; são sim, fixos dentro de certos limites de oscilação da atividade a que se referem, sendo que, após tais limites, aumentam, mas não de forma exata mente proporcional, tendendo a subir em “degraus”. Assim, o custo com a supervisão de uma fábrica pode manter-se constante até que ela atinja, por exemplo, 50% da s ua capacidade; a partir daí, provavelmente precisará de um acréscimo ( 5, 20 ou 80%) para conseguir desempenhar bem a sua função.

Page 84: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

83

Alguns tipos de custos podem mesmo só se alterar se houver uma modificação na capacidade produtiva como um todo, sendo os mesmos de 0 a 100% da capacidade, nas são exceções (como a depreciação, por exemplo).

São assim classificados via de regra: os honorários da administração, os aluguéis, os arrendamentos mercantis, os salários e encargos dos funcionários administrativos, os encargos financeiros decorrente s de empréstimos e financiamentos etc.

4.2-CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS Os custos e despesas variáveis são aqueles que, den tro de certo período têm o

seu valor total determinado exatamente como decorrê ncia direta do nível de atividade da empresa.

Têm essa classificação: o consumo de matéria-prima, de embalagem e de outros materiais diretos na produção, cujo total de custo (consumo ou utilização no processo de fabricação) depende diretamente do níve l de produção; ou então o custo dos produtos vendidos no caso das empresas co merciais, já que o seu total em certo mês depende diretamente do volume de venda s; ou ainda os impostos e contribuições (ICMS, PIS, COFINS etc.) e comissões incidentes sobre o preço de venda.

Há também os custos (ou despesas) semifixos ou semi variáveis, que são aqueles que possuem parte fixa e parte variável. Por exempl o, o gasto com energia elétrica possui uma parcela fixa, que independe do efetivo consumo, e outra variável, que é proporcional ao uso da força (na in dústria, essas variáveis são conhecidas como “demanda” e “consumo”).

Isso também pode ocorrer com os vendedores, que pod em ter um salário fixo e mais a parte variável representada pelas comissões sobre as vendas. Nessas situações, para efeito de análise, é vital fazer-se a separação qual é a parcela fixa e qual é a variável.

5-PONTO DE EQUILÍBRIO 5.1-CONCEITO O ponto de equilíbrio é o parâmetro que determina o ponto em que a empresa

equilibra custos com receitas. Este ponto é também chamado Ponto de Ruptura, Ponto de Nivelamento, Ponto

Crítico, Ponto de Quebra ou “Break-even Poit”. No ponto de equilíbrio, a empresa está produzindo o suficiente para gerar

receita que se iguala ao custo, ou seja, a empresa não tem lucro nem prejuízo quando está operando em um nível de produção igual ao seu ponto de equilíbrio, porque ela está gerando recursos suficientes apenas para remunerar os seus fatores de produção.

Este ponto indica o mínimo de receita gerada pela p rodução para que a empresa não sofra prejuízo.

As empresas instalam-se na expectativa de gerar rec eita não só para remunerar os seus fatores de produção, mas também para propor cionar um excedente que permita distribuir lucro e constituir uma reserva p ara possibilitar a sua expansão.

Considerando-se as definições e conceitos já vistos , verifica-se que no Ponto de Equilíbrio podem ser deduzidas as seguintes fórm ulas:

1) Ponto de Equilíbrio em Quantidade = PEQ Custos e Despesas Fixos Totais PEQ = ------------------------------------ Margem de Contribuição Unitária

Page 85: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

84

onde, a margem de contribuição unitária é igual a diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas variáveis..

2) Ponto de Equilíbrio em Percentual = PE% Custos e Despesas Fixos Totais PE% = --------------------------------------- x 100 Receita Total - Custos Variáveis Totais 3) Ponto de Equilíbrio em Valor de Receita Total = P EVRT Custos e Despesas Fixos Totais PEVRT = ------------------------------------------- --- ou 1 - (Custo Variável unitário / Preço d e Venda) Custos e Despesas Fixos Totais PEVRT = ------------------------------------------- 1 - (Custo Variável Total / Receita To tal ) Dentre as três fórmulas a mais utilizada é a primei ra, que calcula o ponto de

equilíbrio em quantidades. Não existe ponto de equilíbrio que se possa afirmar ser o ideal. Ele deve ser

o mais baixo possível. Quanto menor o ponto de equi líbrio, mais segurança para a empresa não entrar na área de prejuízo.

O ponto de equilíbrio é um dos parâmetros mais usad os para avaliação de viabilidade de um empreendimento. Na determinação d ele, deve ser feita uma classificação rigorosa dos custos quanto à formação , tendo-se a preocupação de separar a parcela fixa da parcela variável existent es nos custos mistos.

Além da necessidade da utilização de outros parâmet ros para se avaliar a viabilidade de um empreendimento, o ponto de equilí brio deve estar relacionado o com o setor da economia em que a empresa irá atuar. Assim, deve ser considerado o mercado supridor de matérias-primas, o consumidor d os produtos, o supridor de mão-de-obra e de outros insumos básicos. Se todas e ssas condições forem favoráveis, o empreendimento pode ter sucesso, apes ar de apresentar um ponto de equilíbrio elevado (até 70% da capacidade máxima); por outro lado, se alguma ou algumas dessas condições forem desfavoráveis, o emp reendimento só será viável se apresentar um ponto de equilíbrio baixo (até 40% da capacidade máxima).

Deve ser dedicada especial atenção esses fatores p orque, em algumas circunstâncias (matérias-primas de safras esporádic as), mesmo com baixo ponto de equilíbrio (40% da capacidade máxima), o empreendim ento pode ser inviável. Nesses casos devem ser avaliados os custos fixos não elimi náveis mesmo nos períodos de entressafras. Para que o ponto de equilíbrio possa continuar sendo usado como um parâmetro confiável é necessário que os dados para a sua determinação abranjam um ciclo completo de produção da empresa, independente mente dos período civis, ou seja, semanas, quinzenas, meses, semestres ou anos.

5.2- OBJETIVOS DA ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO Uma vez obtida a margem de contribuição pelo método de custeamento direto,

poderá ser calculado o ponto de equilíbrio da empre sa, a fim de se averiguar o nível mínimo de produção e/ou vendas que deve ser p raticado para se obter determinado montante de lucro.

Em outras palavras, o equilíbrio ao nível mínimo de vendas que uma empresa deve realizar para não incorrer em prejuízo.

O cálculo do ponto de equilíbrio (receitas = despes as), através de modelos linearizantes, tem, de certa forma, atendido satisf atoriamente às decisões empresariais relativas a:

a) alteração no mix de vendas, tendo em vista o com portamento do mercado;

Page 86: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

85

b) alteração de políticas de vendas com relação a l ançamento de novos; c) definição do mix de produtos, do nível de produç ão e preço do produto; d) dar solução a muitas perguntas que exigem respos tas rápidas, tais como: - Quantas unidades de produto devem ser vendidas pa ra se obter determinado

montante de lucro? - O que acontecerá com o lucro se o preço aumentar ou diminuir? - O que acontecerá com o ponto de equilíbrio se det erminada matéria-prima

aumentar 20% e não tiver condições de ser repassada aos preços dos produtos? e) avaliação de desempenho através da análise da ma rgem de contribuição de

cada produto; f) planejamento e controle de vendas e de resultado s etc. 5.3-MARGEM DE SEGURANÇA E ALAVANCAGEM OPERACIONAL Suponhamos que uma construtora esteja produzindo um tipo de casa pré-

fabricada com as seguintes características: Custos variáveis: R$ 14.000,00 Custos + Despesas Fixos: R$ 100.000,00 Preço de Venda: R$ 24.000,00 100.000,00/mês Seu ponto de equilíbrio é de: --------------------- = 10 casas/m 24.000,00 - 14.000,00 Suponhamos que ela esteja produzindo e vendendo 14 casas por mês,

obtendo com isso um lucro de: 4 u/mês x 10.000,00 = 40.000,00/mês Dizemos que a empresa está com uma margem de segura nça de 4 casas, pois pode

ter essa redução sem entrar na faixa de prejuízo. E m termos percentuais, podemos dizer que está com uma margem de segurança de 28,6% .

4 u Margem de segurança = ---- = 28,6% 14 u Em receitas, o cálculo é o mesmo: Receita Atuais - Receitas no Ponto de E quilíbrio M.S = --------------------------------------------- ----- Receitas Atuais 336.000,00 - 240.000,00 M.S. = ------------------------- = 28,6% 336.000,00 5.4-PONTOS DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL, ECONÔMICO E FINA NCEIRO Se uma empresa tem as seguintes características: Custos + Despesas Variáveis : R$ 6.000,00/u Custos + Despesas Fixos: R$ 4.000.000,00/u Preço de Venda: R$ 8.000,00/u

Page 87: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

86

sabemos que seu ponto de equilíbrio será obtido qua ndo a soma das margens de contribuição (R$ 2.000,00/u) totalizar o montante s uficiente para cobrir todos os custos e despesas fixos; esse é o ponto em que cont abilmente não haveria nem lucro nem prejuízo (supondo produção igual á venda) . Logo, esse é o Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC);

4.000.000,00/ano PEC = ----------------- = 2.000 u/ano, ou R$ 16.000 .000,00/ano de 2.000,00/u vendas Mas um resultado contábil nulo significa que, econo micamente, a empresa está

perdendo (pelo menos o juro do capital próprio inve stido). Voltamos, assim, ao conceito de custos de oportunidade.

Suponhamos que essa empresa tenha tido um Patrimôni o Líquido no início do ano de R$ 10.000.000,00, colocados para render um mínim o de 10% a.a., temos um lucro mínimo desejado anual de R$ 1.000.000,00. Assim, se essa taxa for a de juros no mercado, concluímos que o verdadeiro lucro da ativi dade será obtido quando contabilmente o resultado for superior a esse retor no. Logo haverá um Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) quando houver um lucro c ontábil de R$ 1.000.000,00.

O PEE será obtido quando a soma das Margens de Cont ribuição totalizar então R$ 5.000.000,00, para que, deduzidos os Custos e De spesas Fixos de R$ 4.000.000,00, sobrem os R$ 1.000.000,00 de lucro mí nimo desejado:

5.000.000,00/ano PPE = ---------------- = 2.500 u/ano, ou 20.000 .000,00/ano de 2.000,00/u rec eitas Se a empresa estiver obtendo um volume intermediári o entre as 2.000 e as

2.500 unidades, estará obtendo resultado contábil p ositivo, mas estará economicamente perdendo, por não estar conseguindo recuperar sequer o valor do juro do capital próprio investido.

Por outro, o resultado contábil e o econômico não s ão coincidentes, necessariamente, com o resultado financeiro. Por ex emplo, se dentro dos custos e despesas fixos de R$ 4.000.000,00 existir uma depre ciação de R$ 800.000,00, sabemos que essa importância não irá representar de sembolso de caixa.

Dessa forma, os desembolsos fixos serão de R$ 3.200 .000,00/ ano; portanto, o Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) será obtido qu ando conseguirmos obter uma margem de contribuição total nessa importância:

3.200.000,00/ano PEF = ---------------- = 1.600 u ano, ou 12.800.000 ,00 de 2.000/u receitas totais Se a empresa estiver vendendo nesse nível, estará c onseguindo equilibrar-se

financeiramente, mas estará com um prejuízo contábi l de R$ 800.000,00, já que não estará conseguindo recuperar-se da parcela “consumi da” do seu Ativo Imobilizado. Economicamente estará, além desse montante, perdend o os R$ 1.000.000,00 dos juros, com um prejuízo de R$ 1.800.000,00.

Se o volume de vendas for 2.200 u, teremos: Resultado contábil: 200 x 2.000,00 = 400.000,00 d e lucro Resultado Econômico: (300) x 2.000,00 = (600.000,00 ) de prejuízo Resultado Financeiro: 600 x 2.000,00 = 1.200.000,00 de superávit (Esses números foram calculados tomando-se o volume de vendas em unidades

menos os respectivos pontos de equilíbrio; seriam o s mesmos caso calculássemos receitas totais menos os custos e despesas totais - contábeis, econômicas e financeiras).

Page 88: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

87

Assim, haveria em “Caixa” uma sobra de R$ 1.200.000 ,00/ano, que significariam, contabilmente, lucro de R$ 400.000,0 0, já que R$ 800.000,00 seriam a recomposição no Ativo da parte perdida no Imobili zado, mas essa sobra de R$ 400.000,00 é R$ 600.000,00 inferior ao mínimo desej ado de R$ 1.000.000,00.

Essa é de fato uma hipótese simplista para o cálcul o do resultado financeiro, pois estamos admitindo todas as receitas recebidas e todos os custos e despesas (exceto depreciação, é claro) pagos; mas também pod eremos admitir que o conceito de “caixa” seja ampliado para “Disponível + Valores a Receber de Clientes - Valores a Pagar a Fornecedores dos Insumos (Bens e Serviços)õ. Poderia também ser calculado outro Ponto de Equilíbrio Financeiro que levasse em conta eventuais divergências entre prazos de pagamento e de recebim ento.

Mais importante do que esse, todavia, é a elaboraçã o de um segundo Ponto de Equilíbrio Financeiro, que leve em consideração par celas financeiras de desembolso obrigatório no período que não estejam c omputadas nos Custos e Despesas (Ex.: parcela de amortização de empréstimo ).

5.5-ANÁLISE DAS VARIAÇÕES Se dentro da capacidade máxima de produção se estab elece um nível de produção

abaixo do máximo, e é chamado normal, as variações de quantidade produzida em torno deste normal ocasionam alterações nos resulta dos da empresa.

Dependendo da estrutura de produção, de venda e de custo do produto, uma variação, para menos, quantidade produzida em um pe ríodo pode acarretar resultados desastrosos, mesmo que aparentemente as variações sejam consideradas pequenas.

O mesmo raciocínio é aplicado nas variações de preç o de venda e dos diferentes custos unitários, cada uma delas apresen tando influência de maior ou de menor significação, mas, invariavelmente, todas ocasionando influências significativas nos resultados.

Em virtude disso, cada produto diferente produzido deve sofrer uma análise específica, para que possam ser avaliados as conseq üências das variações nos resultados. Esta análise utiliza os conceitos do cu steio direto (variável). Basicamente, são considerados os custos incorridos em função exclusiva da produção. OU seja, os custos que só ocorrem se houv er produção e estes custos são os custos variáveis.

Esta análise considera prioritária a diferença entr e a receita total e o custo variável total, porque é como a diferença que a empresa vai absorver os custos fixos e obter o lucro. A diferença é chamada Receita Marginal , ou Margem de Contribuição , ou Margem de Segurança que, quanto maior for, maior lucro ou menor prejuízo proporcionará.

Em outras palavras, a receita marginal é o que sobr a da receita total após

abatidos os custos variáveis totais e serve para ab sorver custos fixos e proporcionar lucro.

Nessa análise, os custos fixos são, inicialmente, c onsiderados como prejuízo, uma vez que, ao iniciar o período, em que a produçã o é zero, a receita é zero e o custo variável total também é zero, mas o custo fix o total tem valor porque corresponde ao custo da estrutura da empresa que in depende da produção. Assim, toda empresa inicia o período com prejuízo, corresp ondente aos custos fixos ou, pelo menos, a alguns deles, ou parte deles.

5.5.1-Influência das variações de custos e despesas fixos Será demonstrado através de um exercício prático o que ocorre com os

resultados considerados normais (coluna central do quadro) apresentados por um produto, quando ocorrem variações na quantidade pro duzida em um período

Partindo de um preço unitário de venda igual a R$ 2 0,00, um custo variável

unitário a R$ 15,00 e um custo e despesa fixo igual a R$ 800,00, far-se-á um exemplo com uma capacidade normal de produção de 20 0 unidades, para determinar a

Page 89: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

88

influência da variação da quantidade no lucro, na l ucratividade e no ponto de equilíbrio.

--------------------------------------------------- -------------- ITENS | - 10% | NORMA L | + 10% --------------------------------|----------|------- ---|---------- Preço de venda | 20,00 | 20, 00 | 20,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Quantidade | 200 | 2 00 | 200 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Receita Total (=)| 4.000,00 | 4.000, 00 | 4.000,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Custos + Despesas Unitários | 15,00 | 15, 00 | 15,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Custos Variáveis Totais (-)| 3.000,00 | 3.000, 00 | 3.000,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Margem de Contribuição Unitária | 5,00 | 5, 00 | 5,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Margem de Contribuição Total (=)| 1.000,00 | 1.000, 00 | 1.000,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Custos + Desps. Fixos Totais (-)| 720,00 | 800, 00 | 880,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Lucro (=)| 280,00 | 200, 00 | 120,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Variação no Lucro | + 40,00% | | - 40,00% --------------------------------|----------|------- ---|---------- Lucratividade (lucro x 100/R.T.)| + 7,00% | + 5,0 0% | + 3,00% --------------------------------|----------|------- ---|---------- Variação da Lucratividade | + 40,00% | | - 40,00% --------------------------------|----------|------- ---|---------- PEC em Unidades (CF + DF / MCu) | 144 | 1 60 | 176 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Variação no Ponto de Equilíbrio | - 10% | | + 10% --------------------------------------------------- --------------

A redução em 10% nos custos e despesas fixos totais provocou acréscimo de 40%

no lucro e na lucratividade, ao mesmo tempo que o p onto de equilíbrio sofreu uma redução de 10%.

O acréscimo de 10% nos custos e despesas fixos tota is provocou redução de 40% no lucro e na lucratividade, ao mesmo tempo que o p onto de equilíbrio sofreu acréscimo de 10%.

Nas variações dos custos e despesas fixos totais ob servou-se que o ponto de equilíbrio sofreu as mesmas variações.. Será que es te fato é coincidência? Não, isso realmente ocorre: a cada 1% de aumento nos cus tos e despesas fixos corresponde sempre 1% de aumento no ponto de equilí brio. O mesmo efeito ocorre quando ocorrer uma redução nos custos e despesas fi xos.

Em suma, se os custos e despesas fixos totais forem acrescidos ou reduzidos em determinado percentual, o ponto de equilíbrio ir á sofrer os acréscimos ou decréscimos. O ponto de equilíbrio é diretamente in fluenciado pelos custos e despesas fixos totais. Conseguindo-se reduzir os cu stos e despesas fixos até zero (hipoteticamente), ter-se-ia um ponto de equilíbrio igual a zero, também.

Outra constatação é que com o aumento dos custos e despesas fixos, para a empresa manter o mesmo lucro ela deverá vender um v olume igual a soma do ponto de equilíbrio e a margem de segurança existente anteri ormente, ou seja:

Page 90: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

89

Situação Quantidade Ponto de Mar gem de Lucro Vendida Equilíbrio Seg urança Obtido Normal(antes do aumento) 200 160 40 200 C/ + 10% nos C. e D.Fixos 200 176 24 120 P/Obter o mesmo Lucro 216 176 40 200 Logo, para manter o mesmo lucro de R$ 200,00, preci sa vender 176 + 40 = 216 u

por mês, com um aumento de apenas 8% sobre o volume anterior de 200 u. Isso ocorre porque, sem mudanças nos custos e despesas v ariáveis e no preço de venda, a margem de contribuição unitária se mantém, e, con sequentemente, basta, sempre as mesmas 40 u acima do ponto de equilíbrio para a obtenção daquele lucro de R$ 200,00. Esse número de 40 u sobre bases diferentes de pontos de equilíbrio (144u, 150u, 300u, etc.) representará sempre percentuais t ambém diferentes.

Se por outro lado, quisesse a empresa aumentar tamb ém seu lucro em 10%,

passando para R$ 220,00, aí sim precisaria aumentar sua vendas nos mesmos 10%. Lucro desejado 220, 00 Volume acima do PEC = --------------- = -------- = 44 MC unitária 5,0 0 Volume total = PEC + Vol.acima do PEC = 176 + 44 = 220 u Como podemos observar, o aumento de necessário nas vendas é o mesmo do

aumento dos custos e despesa fixos, ou seja, 10% (2 00u para 220 u = aumento de 10%).

Abaixo temos a demonstração do resultado obtido com o aumento de 10% nas

vendas, simultaneamente com o aumento de 10% nos cu stos e despesas fixos. RUBRICA NORMAL C/ + 10% nos C+D Fixos e Quantidade Quantidade 200 220 Preço de venda 20,00 20,00 Custo Variável 15,00 15,00 Margem Cont.un 5,00 5,00 Margem cont.Total 1.000,00 1.100,00 Custos + Desp.Fixos 800,00 880,00 Lucro 200,00 220,00 Como podemos observar, o lucro também aumentou 10%, consequentemente, toda

vez que aumentar os custos e despesas fixos e a emp resa deseja manter o mesmo lucro ela deverá vender um volume igual ao seu novo ponto de equilíbrio mais a margem de segurança existente anteriormente. Agora, se a empresa quer aumentar o seu lucro no mesmo percentual de aumento dos custos e despesas fixos (no caso de investimentos), então ela deverá incrementar o seu volume de vendas no mesmo percentual da variação dos custos e despesas fixos.

Poderíamos ainda nesse exemplo calcular, ao invés d e o aumento no número de

unidades, o acréscimo que precisaria haver no preço unitário de venda para, mantendo-se o mesmo volume atual de 200 u, consegui r-se o mesmo lucro de R$ 400,00.

Teríamos agora que obter uma M.C. Total então de R$ 1.080,00 (880,00 +

200,00), com as mesmas 200 u, o que significaria:

Page 91: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

90

M.C.Total 1.080,00 Margem de Contr.Unitária = ---------- = ----------- = 5,40 Quantidade 200 u Como os custos e despesas variáveis são de R$ 15,00 u, o preço de venda

precisaria passar para 20,40 u, com um aumento de a penas de 2% sobre os atuais R$ 20,00, ficando assim:

Preço de venda 20,40 Custos e Despesas Variáveis 15,00 Margem de Contribuição Unitária 5,40 Quantidade 200 Margem de Contribuição Total 1.080,00 Custos e Despesas Fixos 880,00 Lucro Obtido 200,00 5.5.2-Influência das variações de custos e despesas variáveis unitários As premissas fixadas na variação de quantidade serã o mantidas no exemplo a

seguir:

--------------------------------------------------- -------------- ITENS | - 10% | NORMA L | + 10% --------------------------------|----------|------- ---|---------- Preço de venda | 20,00 | 20, 00 | 20,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Quantidade | 200 | 2 00 | 200 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Receita Total (=)| 4.000,00 | 4.000, 00 | 4.000,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Custos + Despesas Unitários | 13,50 | 15, 00 | 16,50 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Custos Variáveis Totais (-)| 2.700,00 | 3.000, 00 | 3.300,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Margem de Contribuição Unitária | 6,50 | 5, 00 | 3,50 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Margem de Contribuição Total (=)| 1.300,00 | 1.000, 00 | 700,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Custos + Desps. Fixos Totais (-)| 800,00 | 800, 00 | 800,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Lucro (=)| 500,00 | 200, 00 | - 100,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Variação no Lucro | + 150% | | - 150% --------------------------------|----------|------- ---|---------- Lucratividade (lucro x 100/R.T.)| + 12,50% | + 5,0 0% | - 2,50% --------------------------------|----------|------- ---|---------- Variação da Lucratividade |+ 150,00% | | - 150,00% --------------------------------|----------|------- ---|---------- PEC em Unidades (CF + DF / MCu) | 123,08 | 1 60 | 228,57 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Variação no Ponto de Equilíbrio | - 23,08% | | + 42,86% --------------------------------------------------- --------------

Page 92: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

91

A redução de 10% no custo variável unitário provoco u acréscimo de 150% n lucro e na lucratividade, ao passo que o ponto de e quilíbrio reduziu em 23,08%.

O acréscimo em 10% no custo variável unitário provo cou redução de 150% no lucro e na lucratividade, ao passo que o ponto de e quilíbrio aumentou em 42,86%

Como podemos observar, neste caso, não vale a relaç ão de aumento dos custos com o aumento do ponto de equilíbrio vista no item anterior. Aqui, para um aumento de custos de 10% resultou um aumento de 42, 86 no ponto de equilíbrio, uma relação de 4,286 vezes mais. Esta relação varia mui to em função da margem de contribuição que o produto possui, como podemos obs erva abaixo:

SITUAÇÃO NORMAL C/+10% NORMAL C/+10% NORMAL C/+10% Preço Venda 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 C.Variável un 15,00 16,50 12,00 13,20 4,00 4,40 M.C. Unitária 5,00 3,50 8,00 6,80 16,00 15,60 C.+D.Fixos Total 800,00 800,00 800,00 800,00 8 00,00 800,00 Ponto Equilíbrio 160 u 228,57 100 u 117,65 50,00 51,28 Variação no P.E. - 42,86% - 17,65% - 2,56% A três situações partem de um preço de venda e cust o e despesa fixo total

igual. O que muda é o volume do custo e despesa var iável e por conseqüência a margem de contribuição. O que podemos observar é qu e quanto maior for o custo variável em relação a margem de contribuição maior deverá ser o aumento no volume de vendas para atingir o ponto de equilíbrio.

Percebemos aqui que é bastante grande a diferença c ausada sobre o ponto de

equilíbrio com a mesma porcentagem de acréscimo nos valores variáveis: a diferença reside no fato de no primeiro exemplo a m argem de contribuição ser bem menor do que no segundo este menor do que do tercei ro.

Para uma melhor análise, vejamos algebricamente o p roblema: Sabemos que o ponto de equilíbrio é calculado pela divisão dos (custos +

despesas) fixos pela margem de contribuição unitári a. CDF CDF PE (1) = -------- = ----------- mcu pu - vu Após o aumento de y%, o novo ponto de equilíbrio fi ca: CDF CDF PE (2) = ------------------ ou PE (2) = ---------- pu - cv (1 + y%) muc ’ Dividindo PE (2) por PE (1), temos: PE (2) CDF/muc’ mcu -------- = --------- = ------, finalmente temos, PE (1) CDF/mcu muc’ mcu PE (2) = PE (1) . ------ muc’

Page 93: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

92

Símbolos: CDF = Custo e Despesas Fixos Totais mcu = Margem de Contribuição Unitária pu = Preço de Venda por Unidade vu = Custo e Despesa Variável por Unidade muc’ = Nova mcu após aumento de y% nos valores vari áveis Assim, o novo ponto de equilíbrio é igual ao anteri or, mais o quanto a margem

de contribuição unitária anterior era percentualmen te maior do que a atual, isto é, o anterior multiplicado pela relação entre a mcu anterior e a nova (muc’).

Aplicando esse relacionamento no primeiro exemplo v isto, teremos: 5,00 PE (2) = PE (1) x ------- = PE (1) x 1,4286 3,50 PE (2) = 160 u x 1,4286 = 228,58 u, como já calculá ramos. No segundo exemplo, quando os variáveis eram apenas R$ 12,00, teríamos: 8,00 PE(2) = PE(1) x ---- = PE(1) x 1,1765 = 100 u x 1,1765 = 117,65 u 6,80 No primeiro exemplo, a mcu antes do acréscimo era 4 2,86% maior do que a nova.

por isso o PE cresceu nessa porcentagem. No segundo exemplo, a mcu anterior era apenas 17,65% maior do que a nova, e o PE cresceu e ntão apenas nessa proporção.

A conclusão final é a seguinte: Se a mcu é pequena, qualquer pequena

alteração nos custos e despesas variáveis provocará grandes alterações nessa mesma margem, o que acarretará, por sua vez, grande s modificações no ponto de equilíbrio. E se a mcu for grande, mesmo grandes al terações percentuais sobre os valores variáveis não alterarão em muito essa marge m, o que por sua vez não mudará em muito também o ponto de equilíbrio. O Efe ito, portanto, da alteração no ponto de equilíbrio trazido por mudanças nos custos e despesas variáveis é muito mais dependente da grandeza da margem de contribuiç ão unitária do que da porcentagem de tais mudanças.

Se a empresa deseja manter o mesmo ponto de equilíb rio e o mesmo lucro,

compensando o aumento dos custos e despesas variáve is com aumento do preço de venda, então, ela deverá aumentar o preço de venda unitário, em reais, o mesmo valor acrescentado aos custos de despesas variáveis , em resumo, deverá manter a mesma mcu.

Aplicando esse relacionamento nos exemplos, visto anteriormente, supondo que em ambos os exemplos a empresa estaria vendendo 200 unidades, teremos:

SITUAÇÃO NORMAL C/+10% NORMAL C/+10% NO RMAL C/+10% Preço Venda 20,00 21,50 20,00 21,20 2 0,00 20,40 C.Variável un 15,00 16,50 12,00 13,20 4,00 4,40 M.C. Unitária 5,00 5,00 8,00 8,00 1 6,00 16,00 CDF Total 800,00 800,00 800,00 800,00 80 0,00 800,00 Ponto Equilíbrio 160 u 160 u 100 u 100 u 50 u 50,00 Quant.Vendida 200 u 200 u 200 u 200 u 2 00 u 200 u Margem de Seg. 40 u 40 u 100 u 100 u 1 50 u 150 u Lucro Obtido 200,00 200,00 800,00 800,00 2.4 00,00 2.400,00

Page 94: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

93

Agora se a empresa pretende manter o mesmo lucro, c ompensando o aumento dos custos e despesas variáveis com aumento nas vendas, então, ela deverá aumentar o seu volume de vendas no mesmo percentual exigido pa ra atingir o novo ponto de equilíbrio.

Utilizando os dados dos dois primeiros exemplos ant eriores, teremos: SITUAÇÃO NORMAL AUMENTO C/+10% NORMAL AU MENTO C/%10% Preço Venda 20,00 20,00 20,00 20,00 C.Variável un 15,00 10,00% 16,50 12,00 10,00% 13,20 M.C. Unitária 5,00 3,50 8,00 6,80 C.+D.Fixos Total 800,00 800,00 800,00 800,00 Ponto Equilíbrio 160 u 42,86% 228,57 100 u 17,65% 117,65 Quantidade Vendida 200 u 42,86% 285,71 200 u 17,65% 235,30 Margem de Segurança 40 u 57,14 100 u 117,65 Lucro Obtido 200,00 200,00 800,00 800,00 5.5.3-Influência das variações de preços de venda

Continuam as premissas das variações anteriores. --------------------------------------------------- -------------- ITENS | - 10% | NORMA L | + 10% --------------------------------|----------|------- ---|---------- Preço de venda | 18,00 | 20, 00 | 22,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Quantidade | 200 | 2 00 | 200 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Receita Total (=)| 3.600,00 | 4.000, 00 | 4.400,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Custos + Despesas Unitários | 15,00 | 15, 00 | 15,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Custos Variáveis Totais (-)| 3.000,00 | 3.000, 00 | 3.000,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Margem de Contribuição Unitária | 3,00 | 5, 00 | 7,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Margem de Contribuição Total (=)| 600,00 | 1.000, 00 | 1.400,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Custos + Desps. Fixos Totais (-)| 800,00 | 800, 00 | 800,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Lucro (=)| - 200,00 | 200, 00 | 600,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Variação no Lucro | - 200 % | | + 200% --------------------------------|----------|------- ---|---------- Lucratividade (lucro x 100/R.T.)| - 5,56% | + 5,0 0% | + 13,64% --------------------------------|----------|------- ---|---------- Variação da Lucratividade |- 211,20% | | + 172,80% --------------------------------|----------|------- ---|---------- PEC em Unidades (CF + DF / MCu) | 266,67 | 1 60 | 114,29 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Variação no Ponto de Equilíbrio | + 66,67% | | - 28,57% --------------------------------------------------- --------------

Para a redução de 10% no preço, observa-se redução de 200% no lucro e 211,2% na lucratividade, enquanto o ponto de equilí brio sofreu um acréscimo de 66,67%.

Page 95: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

94

Para o acréscimo de 10% no preço, observa-se acrésc imo de 200% no lucro e de 172,8% na lucratividade, enquanto o ponto de equilí brio sofreu redução de 28,57%.

Já que a mudança no preço de venda produz nova mcu, sem alteração nos custos

fixos, a mesma relação vista no item anterior é vál ida: mcu PE (2) = PE (1) x ------ (para PEC em unidades) muc’ Se houver aumento no preço de venda, a nova margem de contribuição unitária

muc’ será maior que mcu, o que fará então com que o PE (2) novo seja igual ao anterior multiplicado pela porcentagem que a antiga mcu representava sobre a nova. Por exemplo:

pu = R$ 400,00 u vu = R$ 150,00 u CDF = R$ 50.000,00/mês 50.000,00 PE (1) = ------------- = 200 u/mês 250,00 Com aumento de 10% no preço de venda, pu = R$ 440,0 0; 250,00 PE (2) = 200 u/mês x -------- = 200 u/m x 0,862 = 1 72 u/mês 290,00 Isto significa que, no caso, um aumento de 10% no p reço de venda acabou por

reduzir o ponto de equilíbrio em 13,8%, já que a an tiga mcu corresponde a 86,2% da nova.

Para o caso de redução no preço de venda, valem as mesmas considerações do

item 4.6.2 (mudanças nos custos e despesas variávei s unitários), já que tem a mesma característica de reduzir a margem de contrib uição unitária.

Page 96: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

95

5.5.4-Influência das variações de quantidade Continuam as premissas das variações anteriores. --------------------------------------------------- -------------- ITENS | - 10% | NORMA L | + 10% --------------------------------|----------|------- ---|---------- Preço de venda | 20,00 | 20, 00 | 20,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Quantidade | 180 | 2 00 | 220 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Receita Total (=)| 3.600,00 | 4.000, 00 | 4.400,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Custos + Despesas Unitários | 15,00 | 15, 00 | 15,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Custos Variáveis Totais (-)| 2.700,00 | 3.000, 00 | 3.300,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Margem de Contribuição Unitária | 5,00 | 5, 00 | 5,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Margem de Contribuição Total (=)| 900,00 | 1.000, 00 | 1.100,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Custos + Desps. Fixos Totais (-)| 800,00 | 800, 00 | 800,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Lucro (=)| 100,00 | 200, 00 | 300,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Variação no Lucro | - 50% | | + 50% --------------------------------|----------|------- ---|---------- Lucratividade (lucro x 100/R.T.)| + 2,78% | + 5,0 0% | + 6,82% --------------------------------|----------|------- ---|---------- Variação da Lucratividade | - 44,40% | | + 36,40% --------------------------------|----------|------- ---|---------- PEC em Unidades (CF + DF / MCu) | 160 | 1 60 | 160 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Variação no Ponto de Equilíbrio | 0% | | 0% --------------------------------------------------- --------------

Para a redução de 10% na quantidade, observa-se dec réscimo de lucro de 50%,

de lucratividade de 44,4%, enquanto o ponto de equi líbrio se manteve constante. Para o acréscimo de 10 % na quantidade, observa-se acréscimo de 50% no lucro,

de 36,4% na lucratividade, enquanto o ponto de equi líbrio permaneceu constante. O ponto de equilíbrio é determinado em função da re lação dos custos e

despesas fixos com a margem de contribuição. Como a s variações de quantidade não provocam alterações em ambos os parâmetros, signifi ca que a relação permanece constante, e portanto, o volume necessário é o mesm o.

Page 97: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

96

5.5.5-Influência das variações concomitantes de preços de venda e de quantidade

Continuam as premissas das variação anteriores.

--------------------------------------------------- -------------- PREÇO | - 10% | | + 10% I T E N S -------------|----------| NORMA L |---------- QUANTIDADE | + 10% | | - 10% --------------------------------|----------|------- ---|---------- Preço de venda | 18,00 | 20, 00 | 22,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Quantidade | 220 | 2 00 | 180 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Receita Total (=)| 3.960,00 | 4.000, 00 | 3.960,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Custos + Despesas Unitários | 15,00 | 15, 00 | 15,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Custos Variáveis Totais (-)| 3.300,00 | 3.000, 00 | 2.700,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Margem de Contribuição Unitária | 3,00 | 5, 00 | 7,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Margem de Contribuição Total (=)| 660,00 | 1.000, 00 | 1.260,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Custos + Desps. Fixos Totais (-)| 800,00 | 800, 00 | 800,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Lucro (=)| - 140,00 | 200, 00 | 460,00 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Variação no Lucro | - 170 % | | + 130% --------------------------------|----------|------- ---|---------- Lucratividade (lucro x 100/R.T.)| - 3,54% | + 5,0 0% | + 11,62% --------------------------------|----------|------- ---|---------- Variação da Lucratividade |- 170,80% | | + 132,40% --------------------------------|----------|------- ---|---------- PEC em Unidades (CF + DF / MCu) | 266,67 | 1 60 | 114,29 --------------------------------|----------|------- ---|---------- Variação no Ponto de Equilíbrio | + 66,67% | | - 28,57% --------------------------------------------------- --------------

Na verdade, este quadro é superposição do segundo q uadro no primeiro quadro com sinais invertidos. Com isso, ficou evidenciada, neste caso, a maior influência da variação de preço do que da variação de quantidade sobre os resultados da empresa. Esta influência maior na var iação no preço de venda sempre ocorrerá quando o custo e despesa variável for maio r do que a variação ocorrida no preço de venda. No exemplo apresentado, com um a umento de 10% no preço de venda, este aumentou R$ 2,00, enquanto que o custo e despesa variável é de R$ 15,00. Se os custos e despesas fossem de apenas R$ 2,00 (aumento ocorrido no preço) resultando uma margem de contribuição unitár ia de R$ 18,00, não teríamos nenhuma variação no lucro, apenas no ponto de equil íbrio, o qual, nestes casos varia no mesmo percentual das quantidades produzida s. Quando o custo e despesa variável for superior a variação ocorrida no preço de venda, ocorrerá maior influência da variação de quantidade do que da vari ação de preço.

Page 98: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

97

As variações de 10% (negativas de preço e positivas de quantidade) provocaram redução de 170% de lucro e de lucratividade, enquan to o ponto de equilíbrio houve um acréscimo de 66,67%.

As variações de 10% (positivas de preço e negativas de quantidade) provocaram

acréscimo de 130% no lucro e 132,4% na lucratividad e. O ponto de equilíbrio decresceu 28,57%.

6-ESTRUTURAS DIFERENCIADAS E RELAÇÕES CUSTO/VOLUME/LUCRO Suponhamos três empresas concorrentes X, Y, Z, trab alhando com as seguintes

estruturas: Empresa X: Custos e Despesas Fixos: Mão-de-obra Indireta..................R$ 100.000, 00/mês Depreciação...........................R$ 20.000, 00/mês Despesas Diversas.....................R$ 30.000, 00/mês --- ----------- Total dos Custos e Despesas Fixos.......R$ 150.000, 00/mês Custos e Despesas Variáveis: Matéria-prima...........................R$ 300, 00/u Embalagem...............................R$ 100, 00/u Mão-de-obra direta......................R$ 400, 00/u Despesas de Venda.......................R$ 100, 00/u -------- Total dos custos e despesas variáveis...R$ 900, 00/u Preço de Venda..........................R$ 1.400, 00/u 150.000,00/mês PEC = ----------------- = 300 u/mês 500,00/u Empresa Y: Esta é a mais mecanizada que a outra, po r isso tem mais custos e

despesas fixos; em compensação, economiza na Mão-de -obra Direta. Empresa Y: Custos e Despesas Fixos: Mão-de-obra Indireta..................R$ 100.000, 00/mês Depreciação...........................R$ 60.000, 00/mês Despesas Diversas.....................R$ 50.000, 00/mês --- ----------- Total dos Custos e Despesas Fixos.......R$ 210.000, 00/mês Custos e Despesas Variáveis: Matéria-prima...........................R$ 300, 00/u Embalagem...............................R$ 100, 00/u Mão-de-obra direta......................R$ 150, 00/u Despesas de Venda.......................R$ 150, 00/u -------- Total dos custos e despesas variáveis...R$ 700, 00/u Preço de Venda..........................R$ 1.400, 00/u

Page 99: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

98

210.000,00/mês PEC = ----------------- = 300 u/mês, também. 700,00/u A empresa Z: A mais mecanizada de todas: Empresa Z: Custos e Despesas Fixos: Mão-de-obra Indireta..................R$ 80.000, 00/mês Depreciação...........................R$ 75.000, 00/mês Despesas Diversas.....................R$ 85.000, 00/mês --- ----------- Total dos Custos e Despesas Fixos.......R$ 240.000, 00/mês Custos e Despesas Variáveis: Matéria-prima...........................R$ 300, 00/u Embalagem...............................R$ 100, 00/u Mão-de-obra direta......................R$ 40, 00/u Despesas de Venda.......................R$ 160, 00/u -------- Total dos custos e despesas variáveis...R$ 600, 00/u Preço de Venda..........................R$ 1.400, 00/u 240.000,00/mês PEC = ----------------- = 300 u/mês, igualmente às outras. 800,00/u As três compram matéria-prima e embalagens pelos me smos preços e vendem

também seus produtos pelos mesmos valores. Coincide ntemente, têm o mesmo Ponto de Equilíbrio Contábil.

Montaremos um quadro onde serão evidenciados os res ultados contábeis delas,

os diferentes níveis de atividade: --------------------------------------------------- -------------- | RESULTADO EM R$ VOLUME |------------------------------------ -------------- | X | Y | Z --------------|----------------|----------------|-- -------------- 100 u/mês | (100.000,00) | (140.000,00) | (160.000,00) 200 u/mês | (50.000,00) | (70.000,00) | (80.000,00) 300 u/mês | - | - | - 400 u/mês | 50.000,00 | 70.000,00 | 80.000,00 500 u/mês | 100.000,00 | 140.000,00 | 160.000,00 --------------------------------------------------- -------------- A pesar de terem o mesmo PEC, têm resultados difere ntes fora desse ponto.

Também a Alavancagem Operacional das três é a mesma , como se pode ver comparando, por exemplo 400 com 500 u; para todas elas existe, para um aumento de 25% no volume, uma aumento de 100% no resultado.

Notamos que, à medida que aumenta o volume, todas p assam, é claro, a lucrar mais, porém Y ganha mais que X e Z mais que Y. em c ompensação, abaixo do ponto de equilíbrio Z perde mais que Y e Y mais que X.

Page 100: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

99

O fato de a empresa X ter mais custos e despesas va riáveis e consequentemente menor margem de contribuição unitária faz com que e la ganhe menos após obter o PEC. Em compensação, devido ao menor montante dos c ustos e despesas fixos, também tem menor prejuízo quando trabalha abaixo do PEC.

A empresa Z, com maior margem de contribuição unitá ria, é a que mais se beneficia de um volume acima do PEC, sendo, por out ro lado, a mais afetada quando trabalha abaixo dele.

Neste exemplo, o grau de automação fez com que houv esse esse aumento da margem de contribuição unitária, no sentido de X pa ra Z, pela redução da participação dos custos e despesas variáveis, apesa r de ter havido, por causa dessa mecanização, acréscimo nos custos e despesas fixos. Quem trocou fixos por variáveis aumentou seu risco de ter grandes prejuíz os (quando abaixo do PE), mas também aumentou sua possibilidade de ter grandes lu cros (quando acima do PE).

7-PODER DE COMPETIÇÃO E ESTRUTURAS DIFERENCIADAS Se o mercado comportasse apenas uma venda de 900 u/ mês e estivesse dividido

igualmente entre X, Y e Z, estariam todas com resul tado contábil igual a zero. Se o mercado comportasse 1.500 unidades, com a divisão também igual, seus lucros seriam diferentes. Por outro lado, é muito provável que o valor do investimento feito por Z seja bem maior do que o de Y, e o desta maior que o de X, devido aos valores requeridos para a própria instalação da pro dução mais automatizada.

Suponhamos, inclusive, que os investimentos feitos tenham sido: X: R$ 5.000.000,00 Y: R$ 7.000.000,00 Z: R$ 8.000.000,00 Todas elas, se no volume de 500 u/mês, estão com re torno sobre o investimento

igual, de 2% ao mês, ou 24% ao ano (R$ 100 .000,00/R$ 5.000.000,00, R$ 140.000,00/R$ 7.000.000,00, e R$ 160.000,00/R$ 8.00 0.000,00). Poderiam, assim, estar “todas em paz”.

Digamos que houvesse, por iniciativa de qualquer um a delas (provavelmente Z) ou por pressão do mercado comprador, ou por imposiç ão do governo etc., uma redução de 10% no preço de venda para todas elas. Q ual seria a repercussão sobre as três empresas, supondo ainda que as quantidades continuassem de 500 u para cada uma?

Empresa X: Nova mcu = (1.400,00 - 10% x 1.400,00 ) - 900,00 = 360,00 Lucro = 500u x 360,00 - 150.000,00 = 30.000,00 Empresa Y: Nova mcu = (1.400,00 - 10% x 1.400,00 ) - 700,00 = 560,00 Lucro = 500u x 560,00 - 210.000,00 = 70.000,00 Empresa Z: Nova mcu = (1.400,00 - 10% x 1.400,00 ) - 600,00 = 660,00 Lucro = 500u x 660,00 - 240.000,00 = 90.000,00 Continuam ainda as três com lucro, mas suas taxas d e retorno passam a

ser: Empresa X: R$ 30.000,00/R$ 5.000.000,00 = 0,6% ao m ês Empresa Y: R$ 70.000,00/R$ 7.000.000,00 = 1,0% ao m ês Empresa Z: R$ 90.000,00/R$ 8.000.000,00 = 1,125% ao mês A taxa de retorno de Z é agora quase o dobro da de X.

Page 101: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

100

Se a redução do preço tivesse sido 20%, a situação ficaria: Empresa X: Lucro = 500 u x (1.120,00 - 900,00) - 150.000,00 = (40.000,00), com TR = (0,8) % ao mês Empresa Y: Lucro = 500 u x (1.120,00 - 700,00) - 210.000,00 = 0,00, com TR = 0,0% ao mês Empresa Z: Lucro = 500 u x (1.120,00 - 600,00) - 240.000,00 = 20.000,00, com TR = 0,25% a o mês A empresa X já entrou na faixa de prejuízo, e a Y e stá no limite; apesar de Z

ter uma taxa de retorno bastante pequena, ainda é a única que apresenta resultado positivo, o que poderia fazer com que, a médio praz o, ficasse sozinha com o mercado.

É de se notar que, com as alterações nos preços de venda, mudaram,

logicamente, as M.C. Unitárias, e, por isso, os pon tos de equilíbrio. Com o preço a R$ 1.120,00, ficariam:

150.000,00 Empresa X: PEC = ------------ = 682 u/mês 220,00 210.000,00 Empresa Y: PEC = ------------ = 500 u/mês 420,00 240.000,00 Empresa Z: PEC = ------------ = 462 u/mês 520,00 Vamos admitir, para um outro tipo de raciocínio já visto, que a empresa X não

tenha pagamentos de dívidas a fazer, que Y tenha am ortização de R$ 50.000,00/mês e que Z as tenha em R$ 120.000,00/mês. O que aconte ceria em termos financeiros com as três?

Empresa X: Prejuízo de 40.000,00 + Deprecia ção de 20.000,00 = Déficit de 20.000,00 em caixa p or mês. Empresa Y: Resultado nulo + Depr.de 60.000, 00 - Amortização de 50.000,00 = Superávit de 10.00 0,00 por mês. Empresa Z: Lucro 20.000,00 + Depr.de 75.000 ,00 - Amortização de 120.000,00 = Déficit de 25.000, 00 por mês. Financeiramente, agora a empresa mais bem colocada é a Y, seguida pela X, e,

em último lugar, a Z! Talvez a Z consiga obter créditos ou renovações em função dos resultados

obtidos, o que provavelmente seria impossível à X. De qualquer forma, fica a conclusão final de que tã o importante quanto

conhecer a própria estrutura de custos e despesas é conhecer também a dos concorrentes.. Além de ser obrigatório saber sobre o lucro , sobre o caixa e retorno do investimento trazidas por mudanças nos c ustos e despesas fixos, no

Page 102: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

101

variáveis e no preço de venda é também absolutament e necessário conhecer-se as mesmas reações sobre os concorrentes para se ter um a boa idéia das conseqüências sobre cada um.

Uma medida mal estudada pode ser fatal até para a d ona da própria iniciativa. 8-LIMITAÇÕES AO USO DO PONTO DE EQUILÍBRIO Até agora temos visto exemplos onde sem dúvida algu ma explicações dos

conceitos de ponto de equilíbrio são de grande vali a e de fácil entendimento e aplicação. Mas a grande restrição do até agora vist o é o fato de termos sempre trabalhado com exemplos onde havia um único produto . Com isso, fica bastante simplificado o problema, o que não acontece quando a empresa trabalha com diversos produtos.

Na hipótese da existência de diversos produtos send o elaborados pela empresa,

o assunto se complica, já que os custos e despesas variáveis são diferenciados também para cada um, o que provoca a impossibilidad e de cálculo de um ponto de equilíbrio global.

Suponhamos que existissem 3 produtos, A, B, e C, se ndo fabricados: Custos e despesas variáveis: Produto A................................. R$ 4 00,00/u Produto B................................. R$ 2 00,00/u Produto C................................. R$ 3 50,00/u Preço de venda: Produto A................................. R$ 6 00,00/u Produto B................................. R$ 3 50,00/u Produto C................................. R$ 6 00,00/u Custos de despesas fixos:.................R$ 400.00 0,00/mês Se se trabalhasse só com o A, o PE seria de 2.000 u ; se só com o B, de

2.667u; e se só com o C, 1.600 u. Mas, existindo os três, qual o PE da empresa? Haver ia possibilidade de se

calcular caso todos tivessem a mesma margem de cont ribuição; teríamos assim um número de PE em unidades, tanto para um quanto para outro produto. O PE só não seria defino em reais, pois dependeria da diversas composições possíveis entre os três produtos.

Também poderia ser calculado o PE se a margem de co ntribuição fosse, mesmo

que diferente em reais, igual para todos em termos de porcentagem sobre o preço de venda. Aí também haveria um PE único definido em reais, sem definição quanto às quantidades, já que estas estaria dependendo tam bém das diferentes combinações possíveis entre eles.

Essas duas condições, de igualdade de M.C> em reais ou percentual sobre preço

de venda, são, todavia, caos de absoluta exceção. O normal é existirem diversos produtos com diferentes margens de contribuição, nã o havendo igualdade nem em termos monetários nem em percentuais sobre venda.

Por isso, acaba a empresa por ter n possibilidades de Ponto de Equilíbrio, já

que diferentes combinações são possíveis, de tal fo rma que a M.C. Total iguale a soma dos custos e despesas fixos. Por exemplo:

Page 103: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

102

a) 800 u de A, 700 de B e 500 de C: 800 u x 200,00 = 160.000,00 de M.C. Total de A 700 u x 150,00 = 105.000,00 de M.C. Total de B 540 u x 250,00 = 135.000,00 de M.C. Total de C ---------- 400.000,00 de M.C. Total b) 1.200 u de A e 640 de C: 1.200 u x 200,00 = 240.000,00 de M.C. Total de A 640 u x 250,00 = 160.000,00 de M.C. Total de C ---------- 400.000,00 de M.C. Total Poderia ser calculado um PE global, restrito à segu inte condição, por

exemplo: onde houvesse a mesma quantidade produzida e vendida de cada um dos três produtos:

M.C. de A: 200,00/u M.C. de B: 150,00/u M.C. de C: 250,00/u -------- 600,00/u = Soma das M.C. de cada un idade de cada produto 400.000,00 ---------- = 667 conjuntos de três unidades, sendo uma de 600,00 cada produto, isto é, 667 u de A, de B e de C. Agora par se analisar variações, racionaríamos: são necessárias 1,33...

unidades de B para se conseguir a M.C. de uma de A (200,00/150,00); logo, se houver redução de 30 de A, precisaremos de 40 a mai s de B. Para se tirar uma de A, seria necessário colocar-se 0,8 de C (200,00/250 ,00) etc.

Se fosse o caso de apenas dois produtos, até que se ria bastante fácil fazer-

se uma tabela das diferentes alternativas que daria m o PE global da empresa. Com 3, a tarefa se complicaria violentamente, ficando p raticamente impossível, pois teria que conter todas as alternativas, inclusive a s de eliminação de uma certa quantidade de um mais outra de outro produto para c ompensação com acréscimo do terceiro.

Essa é a grande limitação do uso do PE. Mas subsist e ainda uma alternativa

bastante útil. Vejamos a seguir. 9-PONTOS DE EQUILÍBRIO POR PRODUTO A possibilidade anterior de elaboração de “tabelas de PE” é também limitada

ao caso em que os custos e despesas fixos são comun s a todos os produtos. Quando isso não ocorre, só nos resta uma última hipótese: a análise dos custos e despesas fixos identificados, ou seja, daqueles que se identificam com um determinado produto ou grupo deles, pertencendo a e les sem nenhum rateio.

Page 104: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

103

(Obviamente, uma alternativa que poderia aparecer d e imediato seria a de se ratearem os custos e despesas fixos para se saber, a partir daí, o PE por produto. Entretanto, estamos já cansados de verific ar a falácia e o erro decorrentes desse tipo de procedimento.)

Suponhamos, no exemplo, que estejamos vendo que os custos e despesas fixos de R$ 400.000,00 fossem assim distribuídos:

Identificados com Produto A : R$ 110.000,00 Identificados com Produto B : R$ 60.000,00 Identificados com Produto C : R$ 125.000,00 -------- --- Soma dos Identificados: R$ 295.000,00 Comuns a todos os produtos: R$ 105.000,00 -------- --- Total Custos e Despesas Fixos: R$ 400.000,00 Poderíamos, a partir do conhecimento dos custos e d espesas fixos

identificados com cada produto e das respectivas ma rgens de contribuição, calcular agora seus pontos de equilíbrio específico s:

110.000,00 PE Específico de A: ------------- = 550 u 200,00 60.000,00 PE Específico de B: ------------- = 400 u 150,00 125.000,00 PE Específico de C: ------------- = 500 u 250,00 Entretanto, necessário se torna lembrar que esses p ontos de equilíbrio são

válidos para cada um dos produtos para a completa a mortização dos custos e despesas fixos identificados. Resta ainda a soma do s R$ 105.000,00 não identificados, comuns a todos, sem amortização. Com tais PE, haveria ainda esse montante de prejuízo, o que faz elevar o PE global da empresa.

Para a obtenção desse PE global, não existe de fato fórmula alguma capaz de

resolver o problema que não leve em consideração as inúmeras possibilidades de combinações entre os vários produtos. Entretanto, j á temos agora pelo menos parte da solução do problema. Fica, inclusive, simplifica do um pouco o cálculo do PE global.

Precisamos, após obtidas aquelas quantidades, vende r algumas ainda a mais

para a completa amortização dos R$ 105.00,00 comuns . As possibilidades vão agora desde mais 525 u de A (105.000,00/200,00) até mais 420 u apenas de C, ou qualquer composição entre os três.

Não há condições de uma formulação única, mas pelo menos o mínimo de cada

produto já foi determinado para a obtenção da amort ização dos próprios custos e despesas fixos identificados.

Finalmente, também é importante ser lembrado que, n o cálculo destes pontos de

equilíbrio específicos, existem também as hipóteses de inclusão dos valores “Perdido” (Depreciação, por exemplo), do lucro míni mo desejado, do PE Financeiro etc.

Page 105: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

104

VII-POLÍTICA E FORMAÇÃO DE PREÇOS PARA EXPORTAÇÃO

1-PASSOS PARA EXPORTAÇÃO O ingresso no mercado externo pode parecer complexo para algumas empresas,

especialmente para as de pequeno porte e que não di spõem de pessoal especializado no assunto.

As indicações aqui fornecidas visam dar uma idéia g eral sobre como funciona o sistema exportador brasileiro

1.1-REGISTRO NA CACEX Ao iniciar suas atividades no comércio exterior, a primeira providência

formal a ser tomada pela empresa é o registro no Ca dastro de Exportadores e Importadores da CACEX - Carteira de Comércio Exteri or do Banco do Brasil S.A.

Estão dispensadas do registro pessoas físicas ou ju rídicas que realizarem exportações de até US$ 10.000,00 por ano ou exporta ções esporádicas.

1.2-PESQUISA DE MERCADO A expressão pesquisa de mercado pode, à primeira vi sta, assustar um pouco a

pequena empresa que de imediato pensa nas grandes d espesas envolvidas e na sua complexidade. Todavia, nem sempre uma pesquisa bem feita custa muito ou é complexa.

Diante do dinamismo das relações comerciais e da ac irrada concorrência que existe no comércio exterior, a pesquisa de mercado desempenha papel fundamental na formulação de estratégias para a conquista de no vas áreas de consumo.

A pesquisa de mercado, em seu significado mais ampl o, é um estudo que

objetiva determinar: - as perspecitvas de venda que um mercado oferece a determinado produto ou

grupo de produtos. - a maneira mais eficiente de se obterem melhores r esultados com esse produto

ou grupo de produtos. Como ponto de partida, deve-se ter em mente que a m aior parte dos estudos

preliminares de uma pesquisa de mercado pode ser ef etuada sem se deixar o País. A pesquisa documental prévia possibilita ao empresá rio o acesso a diversas

informações de fundamental importância para o êxito de futuras negociações. As fontes de pesquisas são inúmeras: Câmaras de Com ércio, Consulados,

bibliotecas, revistas estrangeiras, publicações esp ecializadas em comércio exterior etc.

O engajamento no mercado internacional não deve ser uma atividade ocasional da empresa, mas um projeto bem definido, bem estrut urado, visando à continuidade e sem lugar para a improvisação.

Assim, antes de mais nada, a produção para exportaç ão deve estar adequada às exigências do importador e às peculiaridades do mer cado a que de destina. Imprescindível ainda á a observância de padrões de qualidade e outras especificações requeridas pelo mercado importador. Há casos em que o exportador

Page 106: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

105

deve alterar desde a matéria-prima empregada no pro duto até o rótulo da embalagem, passando por modificações importante no design.

Planejar vendas para o exterior requer levantamento s estatísticos dos mercados importadores em potencial, ao que deve ser acrescentado o exame de sua legislação alfandegária específica, bem com das nor mas brasileiras que regem a exportação. Vender ao exterior é praticamente sinôn imo de pesquisa de mercado, promoção comercial e contato permanente com o impor tador. É importante dar sempre respostas precisas às perguntas formuladas pelos po ssíveis importadores e é regra universal que toda correspondência deve ser respond ida.

Alguns pontos a serem observados pelo empresário na s negociações com o

exterior: a) Estudar o mercado com o qual deseja operar, de m odo a avaliar suas

efetivas possibilidades comerciais; b) Estudar os usos mercantis dos países com os quai s deseja negociar; c) Obter do importador informações a respeito de ex igência específicas de seu

país; d) Adequar os produtos a serem exportados às exigên cias do importador ou às

peculiaridades do país a que se destinam; e) Atentar para as disposições sobre controle de qu alidade e rotulagem

vigentes para o produto no mercado respectivo; f) Nas relações com a clientela usar sempre a lingu agem comercial adequada e

os termos técnicos apropriados; g) Responder sempre às consultas de importadores es trangeiros, mesmo que seja

para informá-los da impossibilidade de atendimento naquela oportunidade; h) Lembrar sempre que as formas de propaganda e pub licidade de um produto

devem estar em perfeita harmonia com as peculiarida des de cada mercado, já que o sucesso de uma campanha de promoção depende, em gra nde parte, da observância desse particular;

i) Calcular seu preço de exportação, levando em con ta, entre outros aspectos, os preços praticados pela concorrência;

j) Fornecer sempre mercadoria correspondente à amos tra enviada ao importador; l) Cumprir o prazo de embarque estabelecido nas neg ociações. 1.3-NEGOCIAÇÃO COM O IMPORTADOR Uma vez definidos mercado, canais de distribuição, estratégia de promoção,

preço, e identificados os compradores potenciais, i nicia-se a efetivação dos negócios, mediante troca de correspondência, contat o pessoal, pedido de agente no exterior ou solicitação do próprio importador. Ness e estágio é importante que se conheçam as peculiaridades e os riscos do país com o qual se deseja operar.

É imprescindível que a empresa envie ao importador o maior número possível de informações sobre o seu produto (catálagos, listas de preços, amostras etc.),detalhamento com precisão as condições do neg ócio: preços, prazos, formas de pagamento, qualidade, embalagem, apresentação, t ransporte, prazo de entrega, condições de venda etc..

A negociação formaliza-se através de um contrato. E ste documento não precisa ser necessariamente uma forma preestabelecida: uma carta em que se definam as condições da operação já é um contrato em si. O out ro modelo de contrato muito frequente é a fatura pro forma, que poderá ser devo lvida pelo importador ao exportador desde que o importador aceite as especif icações nela contidas.

O importante é que sejam determinadas com clareza a s condições da operação.

Os principais itens a definição são: 1-Características do produto : especificações técnicas, aplicações etc. 2-Embalagens para transporte : dimensão, tipo, material etc. 3-Condições de Venda :Incoterms-Internacional Commercial Terms

Page 107: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

106

Os Incoterms são regras de âmbito internacional e d e caráter facultativo, que definem responsabilidades quanto ao pagamento de fr ete, seguro e despesas portuárias e podem criar condições favoráveis para aqueles que os utilizam. É portanto de extrema importância a correta interpret ação do seu significado e da essência de cada termo, a fim de definir direitos e obrigações das partes (comprador/vendedor), evitando assim mal-entendidos e processos que poderão acarretar perda de tempo e despesas para os contrat antes.

Apesar de sua universalidade, os Incoterms ainda nã o conseguiram anular todas as diferenças existentes em prol de uma padronizaçã o absoluta, persistindo em cada país, em cada ramo de comércio, usos comerciai s que lhes são peculiares. Assim, é importante que os contratantes estejam ate ntos para as especificidade do seu tipo de negócio, acrescentando variantes que se jam do seu interesse e não se encontrem incluídas nos termos usuais como, por exe mplo, o seguro de guerra e outros.

Os INCOTERMS aprovados pela CCI (versão 1990) estã o agrupados em 4

categorias de acordo com o grau crescente de respon sabilidade em relação ao vendedor.

Na exportações, além dos Incoterms aprovados pela C CI, serão também aceitas

as condições de venda C+F e C+I, bem como quaisquer outras praticadas no comércio internacional (OCV - Outra Condição de Venda).

1ª) grupo “E” (partida) - o vendedor torna as mercadorias disponíveis para o

comprador em seu próprio estabelecimento de origem: EXW - Ex Works (A Partir do Local de Produção) a) O vendedor cumpre sua obrigação de entrega das m ercadorias quando as

coloca disponíveis, em sua propriedade (instalações ), ao comprador, nos prazos estabelecidos;

b) O comprador assume todos os custos e riscos env olvidos em retirar as mercadorias das instalações do vendedor até o desti no convencionado, inclusive os desembaraços;

c) A modalidade de transporte fica a critério do co mprador. Esta modalidade também pode ser designada de “Ex-Fa ctory” (A Partir da

Fábrica). 2ª) grupo “F” (transporte principal não pago) - o vendedor é solicitado a

entregar as mercadorias ao transportador designado pelo comprador: FAC - Free Carrier (Transporte Livre): a) A obrigação do vendedor estará cumprida após efe tuada a entrega da

mercadoria, desembaraçada para a exportação, a cust ódia do transportador nomeado pelo comprador, no ponto ou local designado;

b) Caso o comprador não indique o ponto de entrega, o vendedor pode escolher o local onde a mercadoria será entregue aos cuidado s do transportador;

c) Esta condição pode ser utilizada em qualquer mod alidade de transporte, inclusive o multimodal;

d) Não há obrigação do vendedor quanto ao seguro da mercadoria e transporte internacional.

FAS -Free Alongside Ship (Livre no Costado do Navio ) a) O vendedor cumpre suas obrigações quando a merca doria for colocada ao

longo do costado do navio transportador, no cais ou em embarcações utilizadas para carregamento da mercadoria, no porto de embarq ue designado;

b) O comprador assume os custos e riscos por perdas ou danos a partir desse momento;

c) O desembaraço para exportação é de responsabilid ade do comprador; d) A condição FAS só pode ser usada nos transportes marítimo, cabotagem,

fluvial e lacustre.

Page 108: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

107

FOB - Free on Board (Livre a Bordo) a) As obrigações do vendedor estarão cumpridas após as mercadorias terem

cruzado a amurada do navio (“ship a rail”), no port o de embarque designado; b) A partir da amurada do navio o comprador assume todos os custos e riscos

de perdas ou danos e, se for o caso, responde pelas despesas de colocação da mercadoria a bordo;

c) A condição FOB só pode ser utilizada para transp ortes marítimos, cabotagem, fluvial e lacustre.

d) Não há obrigação do vendedor quanto ao seguro e ao transporte internacional;

e) Se, através do tipo da amurada do navio, não for possível precisar o ponto de transferência de responsabilidade, o uso do term o FAC é mais apropriado, como, por exemplo, nos casos de tráfego “roll on-roll off ” ou por contêiner.

3ª) grupo “C” (transporte principal e/ou o seguro pagos) - o vendedor

contrata o transporte e/ou o seguro, conforme o cas o, porém sem assumir os riscos por perda ou dano às mercadorias ou custos adiciona is devidos a eventos que ocorram após o desembaraço e despacho:

CFR (C&F) - Cost and Freight: (Custo e Frete) a) O vendedor assume todos os custos, inclusive fre te, para transportar a

mercadoria até o porto de destino designado; b) O risco por perdas e danos, bem como quaisquer c ustos adicionais devidos a

eventos que ocorreram após as mercadorias terem sid o entregues a bordo do navio, são transferidos, do vendedor ao comprador, no mome nto em que a carga cruza a amurada do navio, no porto de embarque;

c) O vendedor providencia o desembaraço da mercador ia; d) A condição CFR (C&F) só pode ser usada para tran sporte marítimo,

cabotagem, fluvial e lacustre; e) Não há obrigação do vendedor quanto ao seguro in ternacional da mercadoria. CIF - Cost, Insurance and Freight: (Custo, Seguro e Frete) a) O vendedor tem as mesmas obrigações atribuídas n a modalidade CFR, além de

ter de providenciar a contratação do seguro marítim o contra o risco do comprador por perdas e danos à mercadoria durante o transport e, bem como pagar o prêmio correspondente;

b) Do vendedor somente é exigido obter o seguro com cobertura mínima; c) A condição CIF só pode ser utilizada para transp orte marítimo, cabotagem,

fluvial e lacustre; d) Se, através do tipo da amurada do navio, não for possível precisar o ponto

de transferência de responsabilidade, o uso do term o CIP é mais apropriado, como, por exemplo, nos caos de tráfego “roll on-roll off” ou por contêiner.

CPT - Carriage Paid to... (Transporte Pato até...) a) O vendedor paga o frete pelo transporte da merca doria até o local de

destino designado; b) O risco por perdas ou danos à mercadoria, bem co mo quaisquer custos

adicionais devidos a eventos ocorridos após a entre ga ao transportador são transferidos do vendedor para o comprador quando a carga é entregue à custódia do transportador. Se forem usados transportadores subs eqüentes até o destino pactuado, o risco transfere-se com a entrega ao pri meiro transportador;

c) O vendedor procede ao desembaraço da mercadoria para exportação; d) Esta condição pode ser usada para qualquer modal idade de transporte

inclusive o multimodal; e) Não há obrigação do vendedor quanto ao seguro in ternacional da mercadoria. CIP - Carriage and Insurance Paid to... (Transporte e Seguros Pagos até...) a) O vendedor tem as mesmas obrigações da modalidad e CPT, além de arcar com o

seguro contra riscos e danos à mercadoria durante o transporte, até o ponto designado;

Page 109: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

108

b) A condição CIP pode ser usada em qualquer tipo d e transporte, inclusive, o multimodal;

c) O vendedor é obrigado apenas a contratar o segur o pelo prêmio mínimo. C+F - Cost Plus Freight: (Custo e Frete) a) O vendedor assume todos os custos, inclusive fre te, para transportar a

mercadoria até o porto/aeroporto/local de fronteira de destino designado; b) Não há obrigação do vendedor quanto ao seguro in ternacional da mercadoria; c) O vendedor providencia o desembaraço da mercador ia; d) A condição C+F pode ser usada para qualquer moda lidade de transporte; C+I - Cost Plus Insurance (Custo e Seguro) a) O vendedor assume os custos e seguro internacion al da mercadoria até o

limite negociado; b) Não há obrigação do vendedor quanto a contrataçã o de transporte

internacional; c) A condição C+I pode ser usada para qualquer moda lidade de transporte; 4ª) grupo “D” (chegada) - o vendedor assume todos os custos e riscos

necessários para levar as mercadorias até o país de destino: DAF - Delivered at Frontier (Entregue na Fronteira) a) As obrigações do devedor estarão cumpridas após efetuada a entrega da

mercadoria, desembaraçada para exportação, em um po nto da fronteira indicado e definido da maneira mais precisa possível, anterior ao posto alfandegário do país limítrofe;

b) A expressão “fronteira” pode se referir a qualqu er fronteira, inclusive a do país de exportação;

c) Esta condição é usualmente empregada quando a mo dalidade de transporte for rodoviária ou ferroviária, porém pode ser utilizada em qualquer tipo de transporte;

d) Não há obrigação do vendedor quanto ao seguro in ternacional da mercadoria. DES - Delivered Ex-Ship (Entregue a Partir do Navio ) a) O vendedor cumpre suas obrigações quando a merca doria é entregue ao

comprador a bordo do navio, sem ainda estar desemba raçada para a importação, no porto de destino designado;

b) Cabe ao vendedor contratar o transporte e o segu ro internacional; c) Os custos e riscos envolvidos em levar a mercado ria até o porto de destino

são de responsabilidade do vendedor; d) A condição DES só pode ser usada para transporte marítimo, cabotagem,

fluvial e lacustre. DEQ - Delivered Ex Quay (Entregue a Partir do Cais) a) O vendedor cumpre suas obrigações de entrega qua ndo coloca a mercadoria

desembaraçada para a importação, à disposição do co mprador, no porto de destino designado;

b) Ao vendedor cabe assumir as despesas de frete e seguro internacionais, desembarque, tributos e outros encargos;

c) Esta modalidade só pode ser usada para transport e marítimo, cabotagem, fluvial e lacustre.

DDU - Delivered Duty Unpaid (Entregue Direitos Não Pagos) a) O vendedor cumpre suas obrigações quando a merca doria é entregue em local

designado no país de importação; b) Cabe ao vendedor assumir todos os custos e risco s, exceto impostos, taxas

e demais encargos incidentes na importação, bem com o custos e riscos em cumprir as formalidades alfandegárias;

c) O comprador paga os custos adicionais e assume q uaisquer riscos causados por sua omissão em desembaraçar no prazo;

d) Esta condição pode ser usada em qualquer modalid ade de transporte.

Page 110: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

109

DDP - Delivered Duty Paid (Entregue Direitos Pagos) a) O vendedor cumpre suas obrigações quando a merca doria é entregue em local

designado no país de importação; b) Cabe ao vendedor assumir todos os custos e risco s, inclusive impostos,

taxas e outros encargos incidentes na importação; c) Esta condição pode ser usada em qualquer modalid ade de transporte. 4- Preço : por unidade e total, na moeda da negociação. Na formação do preço para exportação, a empresa dev e atentar para os custos e

despesas adicionais que possam ocorrer, bem como pa ra os incentivos fiscais e financeiros existentes para a atividade exportadora .... Este item será tratado com maior profundidade, em tópico específico, mais adiante.

5- Prazo de entrega : Período de tempo em que a mercadoria deve ser ent regue..

É importante que seja cumprida esta condição, pois do caso contrário poderá acarretar vários problemas, deste despesas adiciona is até o cancelamento da própria venda.

6- Modalidades de pagamento : pagamento antecipado (cheque, ordem telegráfica,

ordem por carta), carta de crédito, cobrança, finan ciamento. Dentre as modalidades de pagamento existentes, a qu e oferece maior segurança

ao exportador é o pagamento antecipado. Entretanto, não é muito utilizada por implicar altos riscos para o importador. Como alter nativa, a carta de crédito irrevogável e confirmada por banco de primeira linh a pode ser considerada a opção de menor risco.

Carta de Crédito - é um compromisso de pagamento po r escrito, emitido por um banco (banco emissor) a favor de um exportador (ben eficiário) a pedido e segundo instruções de um importador (tomador). No documento , o banco emissor se compromete a pagar, aceitar ou negociar certa soma em dinheiro contra a apresentação de determinados documentos e o cumprim ento de certas exigências, dentro de um prazo limitado. Os documentos ali espe cificados têm por objetivo atender a exigências comerciais, oficiais, de segur os ou de transporte.

As cartas de crédito são amplamente utilizadas nas operações comerciais e oferecem para ambas as partes um elevado grau de se gurança, além da possibilidade de se conseguir, com maior facilidade, assistência financeira de uma terceira parte.

A situação político/econômica do país comprador pod erá recomendar a necessidade de que sejam os pagamentos, até por car ta de crédito, confirmados por um terceiro país.

7- Documentos a serem fornecidos : quais e quantas vias; O exportador deverá obter do importador a relação d e documentos que deverão

ser providenciados para ingresso das mercadorias no país de destino. Os documentos normalmente exigidos no exterior são a F atura Comercial (Commercial Invoice), o Certificado de Origem, o Conhecimento d e Embarque, entre outros.

FATURA COMERCIAL - A fatura comercial (Commercial I nvoice) substitui, no

âmbito externo, a nota fiscal. Sua validade começa a partir da saída da mercadoria do território nacional e

é imprescindível para o importador liberar a mercad oria em seu país. Não existe modelo oficial para a fatura comercial, ficando a c ritério do exportador a sua elaboração.

CERTIFICADO DE ORIGEM - O certificado de origem te m três modelos: 1- Certificado de Origem Comum - utilizado somente para comprovar a origem da

mercadoria quando a legislação do país importador a ssim o exige, independentemente da concessão de benefícios fiscai s na importação daquela mercadoria. É emitido, normalmente, pelas Federaçã o das Indústrias e do Comércio mediante a apresentação de cópia da fatura comercia l.

Page 111: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

110

2- Certificado de Origem ALADI - destina-se a compr ovar a origem de mercadorias brasileiras, que recebem tratamento pre ferencial no país importador, integrante da ALADI. É emitido, também, pelas Feder ações das Indústrias e do Comércio e algumas associações comerciais mediante a apresentação de cópia da fatura comercial.

3- Certificado de Origem SGP (Sistema Geral de Pref erências) - Este tipo de

certificado é emitido somente pela CACEX, após o em barque da mercadoria, mediante a apresentação de cópia da futura comercial, do Reg istro de Exportação e do conhecimento de embarque.

O certificado de Origem SGP é utilizado nas exporta ções para países industrializados que concedem benefícios na importa ção de determinados produtos oriundos de países em desenvolvimento.

CONHECIMENTO DE EMBARQUE - É o documento que compro va o efetivo embarque da

mercadoria a bordo do veículo que a transportará pa ra o exterior. Sua emissão é feita pela própria companhia transpor tadora, em três vias

originais negociáveis e tantas cópias não-negociáve is quantas o exportador solicitar.

Ao receber o conhecimento de embarque, o exportador deve proceder a conferência de todos os dados consignados.

É indispensável que o conhecimento de embarque este jam registradas as seguintes declarações da empresa transportadora:

- “shipped on board” - colocado a bordo; - “clean on board” - embarque sem restrições ou res salvas quanto à mercadoria

ou “received in apparent good order and conditions ” - mercadoria recebida em aparente boa ordem e condições.

1.4-PREPARAÇÃO DA MERCADORIA Desde o início da produção deve ser exercido contro le de qualidade rigoroso

para que o produto final corresponda às amostras en viadas e que, principalmente, atenda às especificações estabelecidas nas negociaç ões com o importador. A embalagem também deve merecer cuidados especiais pa ra, além de proteger o produto, atender às peculiaridades do mercado-alvo e atuar como elemento determinante na conquista de novos consumidores.

Os volumes que contiverem mercadorias produzidas ou beneficiadas ou extraídas do Brasil, destinadas à exportação, serão marcados de forma que indiquem sua origem brasileira e nome do exportador ou produtor, com o objetivo de facilitar sua rápida identificação.

O fabricante deve rotular ou marcar seus produtos, indicando sua firma ou sua marca fabril registrada, a localidade de fábrica, a expressão “Indústria Brasileira”, e outros dizeres que forem necessários à identificação do produto.

A Resolução nº 124, de 5-8-80, do CONCEX dispensa a indicação da origem da mercadoria, em alguns casos especiais.

1.5-CONTRATAÇÃO DO FRETE A contratação do frete é feita mediante contato do exportador com a companhia

que transportará a mercadoria, caso esta atribuição esta a cargo do exportador. O exportador deve fornecer todos os dados referentes aos volumes a serem embarcados, tais como: dimensões, peso, conteúdo e tipo de embalagem, de modo a possibilitar à transportadora reservar o espaço nec essário no veículo (reserva de praça).

1.6-CONTRATAÇÃO DO SEGURO Conforme a condição de venda estabelecida, deverá s er providenciada a

contratação de seguro de transporte em qualquer uma das companhias autorizadas a operar no ramo, mediante proposta a empresa segurad ora, contendo os seguintes dados: tipo de mercadoria, tipo de embalagem, meio de transporte, riscos a serem

Page 112: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

111

cobertos, valor da operação, local de início e térm ino do risco, identificação do veículo transportador e tipo de apólice pretendida.

1.7-CONTRATAÇÃO DE CAMBIO A contratação de câmbio é a operação pela qual o ex portador vende a um banco

(autorizado a operar em câmbio) as divisas nas tran sações com o exterior. Através do contrato de câmbio, o exportador se comp romete a entregar ao banco

autorizado a operar em câmbio as divisas provenient es do pagamento de mercadoria exportada, e o banco se compromete a pagar ao expor tador o valor em reais correspondente a essas dividas fixado em função da taxa cambial estabelecida na data da contratação do câmbio.

A contratação do câmbio, parcial ou total, pode ser efetuada prévia ou

posteriormente ao embarque da mercadoria. 1.8-DOCUMENTOS DE EXPORTAÇÃO Ao ser realizada uma exportação é necessário a emis são dos nos seguintes

documentos: 1.8.1-Fatura Pro-forma Com os dados oriundos da negociação com o importado r (pedido) deverá ser

emitido uma fatura pro-forma. Esta fatura não tem n ada a ver com a fatura extraída da nota fiscal. É emitida nos moldes inter nacionais, não tendo um modelo específico.

Após emitida a fatura pro-forma é enviada uma cópia da mesma (pode ser via

fax) para o importador providenciar a documentação necessária para o desembaraço em seu país.

Com base na mesma fatura pro-forma o exportador dev e providenciar a emissão de toda a documentação necessária para a referida e xportação.

1.8.2-”Packing/Weight List” - Lista de Embarque - Romaneio Com os dados da fatura comercial, mais alguns outro s dados é emitido o

Packing. Para ter validade a Lista de Embarque deverá ser as sinada por pessoa

autorizada no contrato social da empresa importador a e tenha cadastro na CACEX. 1.8.3-”Commercial Invoice” - Fatura Comercial Como foi dito anteriormente, a fatura comercial (Co mmercial Invoice)

substitui, no âmbito externo, a nota fiscal. Não ex istindo modelo oficial para ela, ficando a critério do exportador a sua elabora ção, devendo, no entanto conter os seguintes dados:

a) Data; b) Dados do Importador; c) Dados do Exportador; d) Dados do Consignatário; e) Condições de Embarque; f) Condições de Pagamento; g) País de Origem; h) País de Destino; i) Tipo de Mercadoria; j) Cubagem;

Page 113: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

112

l) Via de Embarque; m) Roteiro de Transporte; n) Quantidade, valor unitário e total, peso líquido e bruto, marca, descrição

das mercadorias. Para ter validade a Fatura Comercial deverá ser ass inada por pessoa

autorizada no contrato social da empresa e tenha ca dastro na CACEX. 1.8.4-Certificado de Origem Conforme dito anteriormente o certificado de origem é emitido para comprovar

a origem da mercadoria quando a legislação do país importador assim o exige. 1.8.5-Registro de Exportação - RE O RE é emitido pelo SISCOMEX. Para a sua emissão é necessário preencher o

Pedido para Emissão de RE e entrar no SISCOMEX atra vés do acesso via terminal. Qualquer empresa poderá solicita esse acesso, porém , devido ao seu alto custo poucas empresas têm esse acesso. Quem não tem acess o direto recorre aos serviços de despachante que por sua vez ou tem serviço própr io ou recorre a terceiros, na maioria das vezes ao Banco do Brasil.

1.9-DESEMBARAÇO DA MERCADORIA NO PORTO-AEROPORTO-FRONTEIRA Inicialmente a empresa necessita ter um despachante com procuração para

proceder o desembaraço, no local onde a mercadoria vai ser despachada. Junto com a mercadoria deverá estar toda a mercador ia necessária para o

desembaraço (Nota Fiscal de venda, Lista de Embarqu e, Certificado de Origem, Registro de Exportação - RE, Conhecimento de Transp orte Internacional, Solicitação de Desembaraço - SD). O SD é obtido jun to a Receita Federal quando da vitoria da mercadoria.

2-FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA 2.1-ASPECTOS GERAIS O problema da formação dos preços está ligado às co ndições de mercado, às

exigências governamentais, aos custos, ao nível de atividade e à remuneração do capital investido (lucro).

A tomada de decisão referente ao estabelecimento do preço de venda de um produto, requer um estudo muito profundo por parte do responsável por tal empreendimento, razão pela qual a consideramos como integrante do Planejamento Estratégico da empresa.

O Cálculo do preço de venda deve levar a um valor: -que traga à empresa a maximização dos lucros; -que seja possível manter a qualidade, atender aos anseios do mercado àquele

preço determinado; -que melhor aproveite os níveis de produção etc. Ao se determinar a formação do preço de venda de um produto deve-se observar

as seguintes condições: -forma-se um preço-base; -critica-se o preço-base à luz das características existentes do mercado, com

o preço dos concorrentes, volume de vendas, prazo, condições de entrega, qualidade, aspectos promocionais etc.;

-testa-se o preço às condições do mercado, levando- se em consideração as relações custo/volume/lucro e demais aspectos econô micos e financeiros da empresa;

Page 114: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

113

-fixa-se o preço mais apropriado com condições dife renciadas para atender: .volumes diferentes; .prazos diferentes de financiamento de vendas; .descontos para prazos mais curtos; .comissões sobre vendas para cada condição. 2.2-FATORES QUE INTERFEREM NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA Quando falarmos em Preço de Venda, devemos levar em consideração alguns

fatores relevantes, tais como: a) Filosofia da Empresa - se ela quer ter grandes lucros em curtíssimo pra zo

ou se o lucro é estabelecido a médio ou longo prazo . b) Público a ser Atingido - qual a faixa de mercado que a empresa está

buscando: a de baixa, média ou alta renda. c) Mercado de Atuação - saber se pretende vender somente no mercado inte rno ou

se também vai colocar seu produto no exterior. d) Nível de Concorrência - saber se atua num mercado de concorrência perfei ta,

monopólio ou oligopólio. e) Capacidade de Produção Instalada - é a partir dela que estabelecemos as

metas a serem alcançadas. f) Linhas de Produtos - conhecer detalhadamente os produtos fabricados p ela

empresa e os seus processos de fabricação. g) Integração com Área Comercial - o pessoal de vendas (internas e externas)

representam um valioso foco de informação no moment o da decisão da formação do preço de venda.

h) Forma de Comercialização - saber se a venda será para varejo, atacado, representantes, distribuidores.

i) Conhecer o Custo de Fabricação ou Aquisição do Prod uto - é a partir dele que começamos sempre toda e qualquer análise.

j) Política de Preços - altamente flexível, com o objetivo de incentivar as vendas e ao mesmo tempo enfrentar as mudanças das c ondições econômicas do momento.

l) Qualidade do Produto em Relação às Necessidades do Mercado Consumidor - o produto deve ter baixa, média ou alta qualidade.

m)Existência de Produtos Substitutos a Preços mais Co mpetitivos - o produto pode ser substituído por um outro a custos menores ou o produto é o único no mercado ou ainda seus similares são mais caros.

n) Demanda Esperada do Produto - objetiva determinar o volume de produtos possíveis de serem vendidos.

o) Controle de Preços - se o produto está ou não sujeito ao controle de preços governamentais.

p) Nível de Produção e Vendas Desejado - verificar o nível de produção e de vendas que se pretende ou se pode operar.

q) Volume de Custos e Despesas - volume necessário de custos e despesas de fabricar, administrar e comercialisar o produto.

O papel dos custos na determinação dos preços são i nfluenciadas por três

fatores básicos: os fregueses, os concorrentes e os custos. Os fregueses e os concorrentes definem se a empresa tem pouca influência

sobre o preço ou de pode fixar seus próprios preços . Produtos com muitos concorrentes, muitos fregueses e que não são percebidos

por esses com diferenciação, tal qual um produto de mais qualidade, não permitem que a empresa gerencie sobre seu preço.

Em um escopo de tempo de curto prazo a decisão de p reço pode ser função do mercado. Contudo, a médio e longo prazo a empresa t em de cobrir seus custos e obter o retorno esperado pelos investidores.

Caso contrário, está fadada a sucumbir.. Não haverá investidores para novos produtos ou para renovação de seus investimentos. P ortanto, um dos fatores básicos da decisão de preço é - o retorno sobre investimento .

Page 115: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

114

2.3-DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS NA DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE VENDA Quando da definição de objetivos na determinação do preço de venda devem ser

analisados, de forma independente, aquele de curto e longo prazo. 2.3.1-Objetivos a Curto Prazo a)Atacar ou desencorajar a presença de novos concor rentes. b)Estimular uma demanda adicional de forma imediata . c)Acelerar os valores de venda a prazo. d)Eliminar eventuais concorrentes. e)Aumentar a equipe de vendas. 2.3.2-Objetivos a Longo Prazo a)Definir o grau de retorno de investimento desejad o. b)Estabilizar as margens de lucro por produto. c)Alcançar determinada fatia do mercado. d)Atingir um volume de vendas definido. e)Adaptar-se aos padrões exigidos pelo mercado. f)Desenvolver produtos de caráter complementar. g)Manter a liderança de preços no mercado. 2.4-PRINCIPAIS FALHAS NA DETERMINAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA Apesar de usa importância o processo de determinaçã o de preços não recebe, em

um grande número de empresas, uma atenção especial incorrendo em falhas onde se destacam:

a)Falta de experiência de caráter econômico e finan ceiro da gerência. b)Falta de uma assistência interna ou a nível de co nsultoria. c)Falta de uma revisão periódica a fim de se evitar a perpectuação da falhas. d)Falta de acompanhamento dos principais fatores me rcadológicos. e)Falta de uniformidade na aplicação de conceitos e m termos de preço de

venda. f)Falta de análises mais cuidadosas sobre as observ ações ou reclames de

vendedores, representantes e clientes. 2.5-COMPOSIÇÃO DO PREÇO DE VENDA PARA A EXPORTAÇÃO O preço é um elemento decisivo na exportação. No âm bito internacional, onde a

disputa é sempre acirrada, só se conquistam mercado s se o preço for competitivo. Se a cotação é fator fundamental na exportação, dev em ser tomados cuidados

especiais na determinação do custo do produto ou da mercadoria. Os componentes do custo devem ser analisados em detalhe, eliminando-s e os elementos válidos apenas para o mercado interno.

Na formação do preço de venda para exportação, a em presa deve atentar para os

custos e despesas adicionais que possam ocorrer, be m como para os incentivos fiscais e financeiros existentes para a atividade e xportadora.

A seguir encontramos um esquema que nos evidencia c omo chegarmos ao preço de

venda o mercado interno e posteriormente, ao mercad o externo.

Page 116: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

115

ESQUEMA DA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA -------------------------------------------------- ------------- | CUSTO TOTAL | | * Custos industriais (matéria-prima, mão-de-obra e custos | | indiretos de fabricação), para o caso de produt o, ou | | * Custos de aquisição, para o caso de mercadoria | | * Despesas financeiras | | * Despesas administrativas | | * Despesas de Comercialização | -------------------------------------------------- ------------- (+) -------------------------------------------------- ------------- | L U C R O | -------------------------------------------------- ------------- (+) -------------------------------------------------- ------------- | TRIBUTOS :ICMS, IPI, PIS, COFINS, CONTRIB.SOCIAL, IRPJ, outr os | -------------------------------------------------- ------------- (=) -------------------------------------------------- ------------- | PREÇO DE VENDA DO PRODUTO OU DA MERCADORIA P/O MERCADO INTERNO| -------------------------------------------------- ------------- (-) -------------------------------------------------- ------------- | TRIBUTOS que estiverem agregados ao preço de mercado intern o e| | que não cabem na exportação: ICMS, IPI, PIS, COF INS e outros | -------------------------------------------------- ------------- (-) -------------------------------------------------- ------------- | CUSTOS E DESPESAS incluídas no preço de mercado interno mas | | que não incidem na exportação: | | * Comissão de venda no mercado interno, quando a venda para | | exportação for sem comissão - realizada diretam ente | | * Desps.financ.p/a obtenção de cap.de giro a taxa s de mercado | | * Custos de import.incentiva destinada à exportaç ão (DRAWBACK)| -------------------------------------------------- ------------- (+) -------------------------------------------------- ------------- | DESPESAS ADICIONAIS PARA EXPORTAR | | * Embalagem especial | | * Transporte e seguro internos até o porto de emb arque | | * Despesas Consulares | | * Corretagem de Câmbio | | * Despesas de embarque | | * Comissão de agente | | * Despesas financ.com obtenção de capital de giro à exportação| | * Seguro de Crédito | | * Outras | -------------------------------------------------- ------------- (=) -------------------------------------------------- ------------- | PREÇO DE VENDA DO PRODUTO OU DA MERCADORIA NO MERCADO EXTERNO | -------------------------------------------------- -------------

Page 117: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

116

Efetuando-se as adições e subtrações indicadas no e squema apresentado, chegamos ao preço FOB mínimo possível de exportação , conservada a mesma margem de lucro do mercado interno.

Caso a empresa esteja disposta a ganhar uma margem menor que no mercado interno ou mesmo abrir mercados novos sujeitando-se a ter um resultado nulo, então o seu preço mínimo para exportação deverá ser calculado com um lucro menor ou sem o mesmo. E, caso a exportação seja feita apr oveitando-se de ociosidade produtiva existente, então o preço mínimo para expo rtação poderá deixar de absorver a parcela dos custos e despesas fixos, que neste caso, seriam absorvidos totalmente pelas vendas no mercado interno.

Para facilitar o cálculo do preço de venda, os iten s que o compõem serão

distribuídos em seis grupos: 1)Custo do Produto ou Mercadoria 2)Despesas Fixas de Administração e Comercializ ação 3)Despesas Variáveis de Comercialização 4)Impostos e Contribuições sobre o Lucro 5)Lucro 1) Custo do Produto ou Mercadoria - é o valor pelo qual se obtem o produto

(indústria) ou mercadoria (comércio). 1.1) Custo do Produto - O custo do produto é obtido através da soma de t odos

os gastos realizados na sua industrialização, e são divididos em dois grupos: Custos variáveis de produção e custos fixos de prod ução.

a) Custos Variáveis de Produção - na maioria das vezes representados pelos custos diretos de produção. Ex.: Matéria-prima, com ponentes, Mão-de-obra Direta.

b) Custos Fixos de Produção - normalmente representam os custos indiretos de produção. Ex.: depreciação dos prédios e equipament os de produção, seguros ligados à área industrial.

1.2) Custo da Mercadoria - O custo da mercadoria é a soma de todos os gasto s

feitos para a sua aquisição e deixá-la em condições de venda. Este valor é obtido através da seguinte equação:

Custo pago ao fornecedor (+) Frete do fornecedor até a empresa (+) Seguro pago no transporte (+) Outros gastos na aquisição (ex.: custos de impo rtação) (-) Impostos recuperáveis (IPI, ICMS) -------------------------------- (=) Custo da mercadoria adquirida para revenda 2) Despesas Fixas de Administração e Comercialização - representadas pelas

despesas ligadas à administração e comercialização e que não variam com o volume de venda nem de produção. Ex.: depreciação de prédi os e equipamentos administrativos, despesas financeiras, salário do p essoal administrativo e comercial, gastos com despacho de mercadorias para exportação.

3) Despesas Variáveis de Comercialização - são as despesas que surgem ao se

comercializar os produtos, sendo que, o seu montant e varia proporcionalmente ao valor dos produtos vendidos. Ex.: impostos e contri buições sobre as vendas, comissões, despesa financeira embutida no preço, na venda a prazo.

4) Impostos e Contribuições sobre o Lucro - tributos que são devidos

proporcionalmente ao lucro obtido. Ex.: Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social.

Page 118: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

117

5) Lucro - parcela do preço de venda que a empresa deseja p ara si. Esta parcela representa a importância que cada produto t raz para dentro da empresa na forma de retorno dos investimentos efetuados. É o l ucro que possibilita a empresa obter recursos para o pagamentos dos dividendos aos acionistas e para a recuperação dos investimentos efetuados, bem como p ossibilitar a efetivação de novos investimentos.

2.6-FIXAÇÃO DO PREÇO DE VENDA PARA EXPORTAÇÃO As vendas realizadas para o mercado externo diferem em vários pontos em

relação as realizadas no mercado interno. Sempre qu e a empresa for cotar ou definir um preço de venda para exportação deverá le var em contas todas as variações (positivas e negativas) entre as vendas p ara o mercado interno e externo.

O volume destas diferenças de mercado podem oscilar em função do tipo de empresa que está exportando (indústria, comércio, i mportador-exportador). Para podermos analisar melhor estas diferenças vamos est udá-las especificamente a cada tipo de empresa.

2.6.1-Fixação do Preço de Venda Pelo Fabricante Exportador O fabricante é a empresa que produz produtos atravé s de processos de

industrialização. Estes processos transformam matér ia-prima em produtos finais. O fabricante que pretende vender parte de sua produ ção para o exterior, ao

fixar o preço de venda, deverá levar em conta o seg uinte: 1)Custo de fabricação do produto Ao fixar o preço de venda para o mercado interno as empresas incorporam ao

custo do produto, para fixação do preço de venda, t odos os custos fixos e variáveis. Ao fixar o preço de venda a empresa deve rá observar o seguinte:

- Se para atender o pedido a empresa vai utilizar p arte de sua ociosidade produtiva, então o custo do produto para exportação só deve ser composto do custos variáveis (os fixos já foram absorvidos pelo mercado interno).

- Se por outro lado, a empresa deve destinar parte de sua produção que tem colocação interna, então deverá considerar, além do s custos variáveis, os custos fixos que seriam absorvidos pela parcela de produto s que deixará de ser vendida no mercado interno para poder atender o mercado ext erno.

- Alterações necessárias para atender as especifica ções do importador. A

empresa poderá ter alguns de seus custos aumentados e outros reduzidos em função da necessidade de atender especificações do importa dor.

2)Despesas Fixas e Variáveis Aqui também, em relação as despesas fixas, a empres a deve levar em conta se a

venda para o mercado externo vai absorver apenas ca pacidade ociosa ou se parte da venda é constituída de mercadoria que seria vendida para o mercado interno. Além disso, a empresa deverá observar quais as despesas existentes (fixas e/ou variáveis) para uma venda no mercado interno que nã o existirão para o mercado externo e vice-versa.

3)Incentivos tributários O fabricante exportador tem os seguintes incentivos tributários, na maioria

da vezes: - Isenção de IPI, podendo manter o crédito por ocas ião das entradas de

matéria-prima e produtos intermediários. - Imunidade de ICMS (não pagamento), podendo manter o crédito por ocasião das

entradas de matéria-prima e produtos intermediários .

Page 119: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

118

- Não tributação do PIS e COFINS - Além da não inci dência destes tributos na venda para a exportação, o fabricante exportador te m direito ao crédito presumido destes tributos sobre as entradas das matérias-prim as e produtos intermediários utilizados para fabricação de produtos exportados.

4)Lucro na venda Por ser um novo mercado, para muitas empresas, as v endas para exportação

podem ter seus lucros reduzidos. Isto é justificado em função de possibilitar a empresa absorver a sua capacidade ociosa e divulgar os seus produtos para no exterior, com isso conquistar um novo mercado com o objetivo de obter lucros no futuro.

5)Captação de Capital de Giro Existem várias linhas de crédito especial para as i ndústrias que promovem a

exportação de seus produtos. Ao fixar o preço de venda a empresa deve levar em c onta as vantagens desse

tipo de captação de capital de giro Observação: A indústria que vender diretamente para comerciais exportadoras -

Trading Company - deve ter os mesmos procedimentos adotados para a venda para o mercado externo.

2.6.2-Fixação do Preço de Venda Pela Comercial Exportadora Comercial exportadora é a empresa que tem por objet ivo a compra de

mercadorias no mercado interno para depois vendê-la s para o mercado externo. Literalmente esta expressão é válida apenas para as empresa que tem este objetivo específico - Trading Company -, porém aqui vamos t ratar de todas as empresas comerciais que promovem exportações, sejam elas esp orádicas com rotineiras.

A empresa comercial é aquela que compra produtos já prontos de uma indústria ou de outra empresa comercial e revende...

A empresa comercial que pretende vender para o exte rior, ao fixar o preço de venda, deverá levar em conta o seguinte:

1)Custo de aquisição da mercadoria Em geral o custo de aquisição e mercadorias destina das à exportação é o mesmo

daquele quando destinado ao mercado interno. As var iações que podem ocorrer são em função de exigências específicas do importador.

2)Despesas Fixas e Variáveis Em relação das despesas fixas e variáveis na empres a comercial vale o mesmo

que foi colocado para o fabricante exportador 3)Incentivos tributários Os incentivos fiscais para a empresa comercial são menores que os dados para

a indústria, em são na maiorias das vezes os seguin tes: - Imunidade de ICMS: não pagamento por ocasião da v enda, porém não poderá

manter o crédito por ocasião das entradas das merca dorias exportadas. - Não tributação do PIS e COFINS nas vendas realiz adas para o exterior,

porém não tem o direito do crédito presumido que a indústria tem. 4)Lucro na venda As considerações feitas para a indústria valem para a empresa comercial.

Page 120: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

119

2.6.3-Preço de Venda em Função do Mercado Importador Importador é a empresa que adquire produtos ou maté rias-primas do exterior. O importador-exportador é a empresa que adquire pro dutos e/ou meterias primas

do exterior com objetivo de remetê-los novamente p ara o exterior. Esta remessa pode ser feita na mesma natureza que foram importad os (empresa comercial) ou em forma de novos produtos (indústria). O mais comum é a importação de matérias-primas e produtos intermediários para a fabricação de novos produtos.

Ao fixar o preço de venda para exportação o importa dor-exportador deve observar que a aquisição no mercado externo difere bastante daquela realizada no mercado interno, principalmente, em relação aos cus tos tributários.

O quatro a seguir nos evidencia como é calculado o custo de aquisição de

mercadorias adquiridas no mercado externo.

DEMONSTRATIVO DO CÁLCULO DOS CUSTOS DE AQUISIÇÃO NO MERCADO EXTERNO -------------------------------------------------- -------------------------- |Nº| ITEM | % | R$/US$ | VALOR | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |01|TOTAL FOB DA MERCADORIA (Vlr.da INVOICE)|*****| R$/US$ | | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |02|FRETE ATÉ O PORTO/AEROPORTO/FRONTEIRA |*****| US$ | | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |03|SEGURO ATÉ O PORTO/AEROPORTO/FRONTEIRA |*****| US$ | | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |04|TOTAL CIF DA MERCADORIA EM US$(01+02+03)|*****| US$ | | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |05|VLR. DO US$ ÚLTIMO DIA DO MÊS ANTERIOR |DATA _ _/__/__ | | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |06|TOTAL CIF DA MERCADORIA EM R$ (04x05) |*****| R$ | | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |07|VALOR DO IMP.DE IMPORTAÇÃO (II) (% x 06)| | R$ | | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |08|BASE DE CÁLCULO DO IPI (06 + 07) |*****| R$ | | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |09|IMPOSTO S/PRODUTO IND. (IPI) (% x 08) | | R$ | | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |10|INFRAERO S/VALOR CIF (% c/Adic. x 04) | | R$ | | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |11|INFRAERO S/PESO (Taxa x Peso ) | | R$ | | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |12|TOTAL INFRAERO (10 + 11) |*****| R$ | | |==|========================================|=====| ========|=================| |13|A.F.R.M.M. (% x 02) | | R$ | | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |14|ARMAZENAGEM NO PORTO (% x 50% de 06) | | R$ | | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |15|CAPATAZIAS (se houver) |*****| R$ | | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |16|DESPESAS TERMINAL DO PORTO (se houver) |*****| R$ | | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |17|TOTAL DESPESAS DO PORTO (13+14+15+16) |*****| R$ | | |==|========================================|=====| ========|=================| |18|COMISSÃO DO DESPACHANTE (% x 06 ou fixo)| | R$ | | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |19|BASE DE CÁLCULO DO ICMS(08+09+12ou17+18)|*****| R$ | | |--|----------------------------------------|-----| --------|-----------------| |20|VALOR DO ICMS (% x 19) |*****| R$ | | -------------------------------------------------- --------------------------

Page 121: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

120

Observação: Se a importação for feita em outra moed a que não seja o dólar, é só substituir o dólar pela respectiva moeda.

O custo de importação é composto pelos seguintes ga stos: Total CIF da mercadoria - item 06 do quadro (+) Imposto de Importação - II - item 07 (+) Imposto s/Produtos Industrializados - IPI - ite m 09 (+) Infraero - p/importações aéreas - item 12 (+) Despesas do porto - p/importações marítimas - i tem 17 (+) Comissão do despachante - item 18 (+) Imp.s/Circ.de Mercadorias e Serviços - ICMS - i tem 20 (+) Frete do aeroporto/porto/fronteira até a empres a (+) Comissão paga para representante (+) Custos com carta de crédito (+) Custos com a preparação e liberação de document ação (+) Outros custos com a importação --------------------------------------------------- -------- (=) Total dos gastos da importação (-) Crédito de IPI sobre a importação (-) Créd.de ICMS s/a importação e frete interno, se houver --------------------------------------------------- -------- (=) CUSTO DA MERCADORIA IMPORTADA É importante observarmos que vários dos gastos aqui citados podem não

ocorrem, caso a empresa importadora-exportadora faç a a importação amparada pelo DRAWBACK (Vide item 2.7.6-Utilização de Incentivos à Exportação).

O Drawback é o maior diferencial no cálculo do cus to de aquisição entre uma empresa importadora-exportadora e a empresa que imp orta para vender no mercado interno, sendo que, tende a ser fator determinante na fixação do preço de venda para a exportação, no caso de empresa importadora.

2.6.4-Fixação do Preço de Venda Mínimo para Exportação No momento da fixação do preço de venda para export ação, deve-se ter cuidado

de sempre partir-se do custo industrial (empresa fa bricante) para qualquer análise inicial. Esse procedimento é obrigatório po rque caso o preço de venda não cubra nem mesmo os custos diretos de produção a ope ração fica inviável, pelo menos em termos econômicos, dizemos isso porque pod e ser que a empresa saiba que está perdendo dinheiro e mesmo assim decida fazer a comercialização porque pretende ganhar um mercado ou cliente muito importa nte.

Sendo assim, para fixarmos o preço de venda mínimo para exportação deveremos observar algumas variáveis:

a) A empresa quer vender, mesmo que com prejuízo: Neste caso o preço mínimo a ser praticado dependerá de quanto a empresa está

disposta investir para conquistar o cliente ou o me rcado. b) A empresa quer vender com lucro zero - sem lucro b.1) Para atender o pedido a empresa utilizará part e de sua capacidade ociosa

de produção. Nessa hipótese a empresa deverá vender por um preço mínimo que absorva todos

os custos e despesas variáveis necessários para a v enda externa e, proporcione ainda, uma margem de contribuição total igual aos c ustos e despesas fixos adicionais totais necessários para exportar.

Page 122: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

121

b.2) Caso a empresa tenha que reduzir a venda inter na para atender o mercado externo.

Neste caso, a empresa deverá vender por um preço mí nimo, que além de absorver os custos e despesas descritos no item anterior, de verá absorver também a margem de contribuição total sobre a parcela de produção q ue tinha venda garantida no mercado interno, mais que foi teve que deixar de ve nder internamente para atender o pedido de exportação.

c) A empresa quer ter um lucro mínimo Esta hipótese pode ser associada com as anteriormen te apresentadas. Para

obtenção do preço mínimo na combinação com a hipóte ses anteriores basta adicionar o valor do lucro mínimo desejado (incluindo os cust os com os tributos a ele relacionados) como se fosse um custo ou despesa fix o.

Caso o lucro mínimo desejado pela empresa esteja es tabelecido em percentual, então o lucro será tratado como se fosse uma despes a variável sobre o preço de venda.

Existe ainda a possibilidade da empresa estabelecer um lucro baseado em um percentual sobre o seu custo variável. Neste caso, basta calcular o valor do lucro, partindo-se do custo variável, e passar a co nsiderá-lo como se custo variável fosse.

É bom lembrar que, caso o lucro líquido que a empr esa deseja é aquele obtido após a Contribuição Social sobre o Lucro e o Impost o de Renda deveremos considerar para fins de cálculo do preço de venda o lucro com os referidos tributos embutidos..

No item 2.8.2-Determinação do Preço de Venda pelo M étodo Custeio Direto - Margem de Contribuição será tratado de forma prátic a o cálculo do preço mínimo de venda para exportação..

2.6.5-Tributação: Mercado Interno e Externo O exportador deve estar sempre atento no momento de formular seu preço para o

mercado externo, uma vez que determinados tributos sobre produtos industrializados e/ou mercadorias somente existem internamente ou têm sua taxa reduzida quando destinados ao exterior.

a)Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Imposto de competência da União sobre produtos indu strializados, seletivo em

função da essencialidade dos produtos e revestido d o caráter de não-comulatividade.

Isenção : As vendas ou operações que destinem produtos indu strializados ou

manufaturados estão isentas da incidência do IPI. Estão isentas, também: - as exportações de produtos manufaturados nacional izados - as exportações em consignação; as remessas para f eiras e exposições no

exterior, investimentos sem cobertura cambial, no e xterior etc. - vendas com fim específico de exportação às Empres as Comerciais Exportadoras

constituídas conforme o Decreto-lei 1.248/72 (Trad ing Companies); - os fornecimentos para uso e consumo de bordo etc. Suspensão : Gozam de suspensão do imposto as saídas de produt os

industrializados, destinados à exportação, do estab elecimento industrial ou equiparado (Decreto nº 87.981/82) para:

- as empresas comerciais que operam no comércio ext erior - os armazéns alfandegados e entrepostos aduaneiros - os entrepostos industriais e outros estabelecimen tos da mesma empresa - as cooperativas, os consórcios de exportadores ou de produtos etc. A suspensão, por ser uma isenção condicionada à efe tiva exportação do

produto, sujeita o exportador à comprovação da mesm a, junto ao frabricante-vendedor.

Page 123: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

122

b)Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço s - ICMS É um tributo de competência estadual incidente sobr e as operações relativas à

circulação de mercadorias e serviços. O ICMS é não- comulativo, devendo ser abatido, em cada operação, o montante cobrado nas a nteriores.

Imunidade : As operações que destinem produtos industrializad os e/ou

mercadorias ao exterior são imunes de ICMS. A imunidade contempla a saída para o exterior de pr odutos industializados

e/ou mercadorias e a saída do estabelecimento indus trial ou de seus depósitos com destino a:

- empresas comerciais que operam exclusivamente no ramo da exportação - empresas comerciais exportadoras (Trading Compani es), desde que com o fim

específico de exportação - intervenientes comerciais e outros, em operações equiparadas à exportação - armazéns alfandegados e entrepostos aduaneiros A imunidade do ICMS não cabe na saída de produtos s emi-elaborados. c)Contribuição para o Fundo de Investimento Social - COFINS Contribuição social voltada ao custeio de investime ntos de caráter

assistencial. O COFINS não incide sobre a receita bruta decorrent e das vendas de produtos,

mercadorias ou serviços para o exterior. d)Programa de Integração Social - PIS Contribuição parafiscal destinada a promover a inte gração do empregado na

vida e no desenvolvimento das empresas. O PIS não incide sobre a receita bruta decorrente d as vendas de produtos,

mercadorias ou serviços para o exterior. e)Contribuição Social sobre o Lucro - CONSOC Contribuição social calculada sobre o lucro líquido da empresa destinada ao

custeio da previdência social. A CONSOC incide no lucro oriundo da exportação na m esma proporção que incide

sobre o lucro gerado com as vendas no mercado inter no, ou seja, 8% sobre o lucro líquido.

f)Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ É um tributo de competência federal incidente sobre a renda e proventos de

qualquer natureza. O lucro gerado pela venda na exportação é tributad o, pelo IRPJ, com a mesma

alíquota aplicada sobre o lucro gerado pelas vendas no mercado interno, ou seja 15%. Também incide o adicional de 10%, quando for o caso.

g)Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF O IRRF é uma forma de cobrança antecipada do impost o de renda, neste caso do

IRPJ. São isentas de retenção do IRRF as remessas de divi sas para o exterior para

pagamento de: - aluguéis e arrendamentos de locais para exposiçõe s, feiras e semelhantes -instalação, manutenção de escritórios comerciais e de representação,

armazéns, depósitos ou entrepostos - serviços efetuados com o objetivo de promover ou incrementar a exportação

de produtos manufaturados nacionais

Page 124: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

123

-juros de descontos no exterior, cambiais de export ação e comissões, relativos a créditos obtidos no exterior e destinad os ao financiamento da exportação de produtos nacionais

-comissões de agentes no exterior. 2.6.6-Utilização de Incentivos à Exportação Além dos incentivos ligados à redução e/ou eliminaç ão de alguns tributos,

vistos no item anterior, a exportação pode desfruta r de outros incentivos, tais como:

a)DRAWBACK: É o mecanismo que objetiva propiciar às empresas pr odutoras/exportadoras

melhores condições de aquisição de produtos importa dos, a serem utilizados em mercadorias exportáveis.

Como a adoção do regime especial de drawback, a emp resa terá acesso a benefícios:

-fiscais -cambiais e financeiros -administrativos. O drawback pode ser operacionalizado sob as modalid ades: - suspensão; - isenção; - restituição. Através do drawback é permitida a importação de: - produtos destinados à industrialização no país e posterior venda ao

exterior; - insumos utilizados em mercadorias exportadas ou d estinadas à exportação; - partes, peças etc. complementares de aparelhos, m áquinas, veículos ou

equipamentos exportados ou destinados ao mercado ex terno; - produtos que, mesmo não integrando o produto expo rtado ou a exportar,

participem do processo industrial (ex.: alvejamento , purificação etc.) - animais para abate e posterior exportação. 1)Benefícios 1.1-Fiscais a) isenção ou dispensa de recolhimento: - do Imposto sobre Importação - II - do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI - do Imposto s/a Circulação de Mercadorias e Serviç os - ICMS - do Adic.ao Frete p/ Renovação da Marinha Mercante - AFRMM - de outras taxas que não representem efetiva prest ação de serviços b) redução da taxa de expediente pela emissão de Gu ia de Importação 1.2- Cambiais e Financeiros - dispensa dos prazos mínimos de pagamento ao exter ior 1.3-Administrativos a) dispensa: - de controles do programa de importação - do exame de similaridade - do controle da Secretaria Especial de Informática - das restrições de suspensão ou limitação à import ação. - da obrigatoriedade de transporte em navio de band eira brasileira, exceto se

no caso de existência de acordos bilaterais b) prioridade de processamento.

Page 125: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

124

2-Modalidades Operacionais 2.1-Drawback Suspensão Modalidade que contempla importações de produtos a serem aplicados em

mercadorias exportáveis. O mecanismo vincula a trazida de bens a um compromi sso de exportação. Assim,

a dispensa do recolhimento dos tributos incidentes sobre a importação condiciona-se à efetiva exportação de mercadorias nas quais os produtos objeto do incentivo tenham sido empregados.

A concessão do drawback suspensão sujeita a empresa beneficiária. - à habilitação ao regime antes da realização da im portação dos produtos; - à assinatura de Termo de Responsabilidade; - ao cumprimento de prazos para exportação; - à comprovação da efetivação das exportações; - à apresentação de laudo técnico discriminatório d o processo de

industrialização, se julgado necessário. 2.2-Drawback Isenção Regime que ampara importações decorrentes de export ações já efetivadas, em

que tenham sido utilizados produtos importados. O drawback isenção possibilita a importação de merc adorias com isenção de

tributos, em quantidade e em qualidade equivalentes às consumidas nos produtos exportados, para reposição de estoque.

Não estando revestido do caráter de condicionalidad e, já que pressupõe uma importação anterior em que os tributos incidentes f oram efetivamente recolhidos, permite que os produtos tenham livre destinação, in clusive sejam utilizados em bens destinados ao comércio interno.

Compromissos: - comprovação da importação dos insumos; - comprovação da efetivação da exportação das merca dorias contendo os

produtos importados; - assinatura de Termo de Responsabilidade; - cumprimento de prazos para a importação dos insum os; - apresentação de laudo técnico, se exigido. 2.3-Drawback Restituição Modalidade que permite ao exportador a recuperação dos tributos que tenham

incidido na importação de insumos utilizados em pro dutos exportados. Sob o drawback restituição é concedida a reutilizaç ão dos tributos, mediante

certificado fiscal, em qualquer importação posterio r, independentemente do produto e sem a obrigatoriedade de utilização em me rcadoria a ser exportada

A habilitação ao benefício condiciona-se: - à comprovação da importação do insumo utilizado n o produto exportado - à comprovação da exportação - ao cumprimento de prazos legais - à comprovação do pagamento dos tributos, quando d a importação. b)PROGRAMAS ESPECIAIS DE EXPORTAÇÃO Comissão para concessão de benefícios fiscais a pro gramas especiais de

exportação - BEFIEX O Programa Befiex tem por finalidade principal o in cremento das exportações

de manufaturado, mediante a facilitação da importaç ão de bens para modernização, reposição, implantação e ampliação do parque indust rial de empresas voltadas à exportação.

As empresas industriais titulares do Programa Befie x poderão ser concedidos, entre outros, os seguintes benefícios:

-isenção ou redução do Imposto de Importação incide nte sobre máquinas, equipamentos, aparelhos, instrumentos e materiais e seus respectivos acessórios, sobressalentes e ferramentas, destinados a integrar o ativo imobilizado de empresas industriais.

Page 126: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

125

- isenção ou redução dos impostos de Importação e S obre Produtos Industrializados incidentes na importação de matéri as-primas, produtos intermediários, componentes e peças de reposição.

c)FINANCIAMENTOS ESPECIAIS À EXPORTAÇÃO Consciente da importância que o sistema de estímulo s creditícios representa

para a expansão das exportações, o Governo montou e mantém constantemente atualizado amplo esquema de financiamento, que abra nge desde a pesquisa de mercados, propaganda e divulgação do produto no ext erior até a sua produção e comercialização no estrangeiro.

Entre as diversas modalidades de financiamento ince ntivado encontramos duas de maior uso, ambas na forma de adiantamento de câm bio a ser fechado.

1) Adiantamento sobre Contratos de Câmbio - ACC Destina-se a antecipar recursos às empresas exporta doras, com base no câmbio

de exportação contratado com os bancos autorizados a operar em câmbio. São beneficiárias as empresas exportadoras que se c omprometerem a vender as

cambiais aos bancos. O valor do adiantamento poderá ser de até 100% das divisas vendidas, no

equivalente em reais. O prazo do financiamento se limita ao vencimento pa ctuado para a entrega das

cambiais. 2) Adiantamento sobre Cambiais Entregues - ACE Destina-se a antecipar recursos aos exportadores, c om base nos documentos de

exportação entregues ao banco. São beneficiárias as empresas exportadoras em geral . O limite do crédito atinge até 100% do valor em moe da nacional das cambiais

entregues, sendo o agente financeiro qualquer banco autorizado a operar em câmbio.

O prazo do adiantamento corresponde ao do venciment o das cambiais, acrescido de até 30 dias para trânsito de avisos.

2.7-MÉTODOS USADOS NA DETERMINAÇÃO DOS PREÇOS DE VENDA São vários os métodos utilizados na fixação do preç o de venda, podemos citar

como principais os seguintes: 1)Determinação do preço orientado pelo custo (Cost- Plus) - é a maneira pela

qual estabelecemos o preço de venda com base nos cu stos, adicionando-se aos mesmos uma certa margem de lucro, são várias maneir as de fazermos este cálculo:

-preço nas indústrias - conhecendo-se os custos de fabricação de produto e adicionando-se os custos fixos teremos o custo tota l.

Em seguida colocamos os impostos, margem de lucro e calculamos o preço de venda.

-preço dos atacadista e varejista - consiste em col ocar um percentual

arbitrado sobre o custo de aquisição e formar o pre ço de venda, é também conhecido como “ markup ”.

2-Determinação do Preço de Venda pelo Método Custei o Direto - Margem de

Contribuição - este método consiste em determinar um valor que cubra todos os custos e despesas variáveis do próprio produto, mai s uma parcela (margem de contribuição) destinada a cobrir os custos e despes as fixos e, após a cobertura destes últimos, esta parcela reverte-se em lucro.

3)Determinação do preço pelo método do Lucro sobre o Capital Empregado - é

calculado através da seguinte fórmula:

Page 127: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

126

Custo Total+(Total Cap.Empreg. x % L ucro Desejado) Preço de Venda:------------------------------------ -------------- Volume 4)Determinação do preço baseado na concorrência - é muito importante que

tenhamos este cuidado no momento da fixação do preç o de venda. São estes métodos os mais usados: -método de preço corrente - são produtos onde os co ncorrentes praticam o

mesmo preço, independente da maior ou menor procura . Ex.: cigarro, cafezinho, jornal, etc.

-método da imitação do preço - é aquele em que a em presa simplesmente copia os preços determinados e adotados por outra empresa selecionada entre as concorrentes do mercado. Quem imita preços pode faz ê-lo por iniciativa própria ou por acordo com a empresa lider.

-método de preços agressivos - ocorre quando entre um grupo de empresas concorrentes se estabelece a tendência a uma reduçã o repetida de preços, até serem atingidos, em certos casos, níveis economicam ente injustificáveis, as vezes, abaixo do custo das mercadorias. É conhecido como “guerra de preços” ou “dumping”.

-método dos preços promocionais - consiste em ofere cer certas mercadorias a preços tentadores com a finalidade de atrair o públ ico comprador para o local de venda e dessa forma, intensificar o número de clien tes potenciais. São os famosos “artigos do dia”, “ofertas da semana”, “liquidações de inverno”, etc.

5)Determinação do Preço pelo Método Misto - seria ingenuidade pensar que as

empresas estabelecessem seus preços de vendas utili zando-se somente de qualquer um dos métodos citados anteriormente. É aconselháve l e mais seguro para a empresa, que no momento da formação dos seus preços de venda, leve em consideração:

-os custos envolvidos; -as decisões da concorrência; -perspectivas de mercado. Para que possamos determinar o preço de venda de qu alquer produto ou

mercadoria devemos ter em mente primeiro o sistema que vamos utilizar na formação do preço de venda. Como já foi visto anteriormente há várias maneiras de se chegar ao preço de venda, a seguir vamos demonstrar algumas delas.

2.7.1-Determinação do Preço de Venda pelo Método do Custo Para se determinar o preço de venda pelo método de formação do preço de venda

pelo custo devemos seguir os seguintes passos: a)Apuração do Custo do Produto ou da Mercadoria Nesta primeira parte buscamos determinar o custo to tal para preço de venda do

produto ou da mercadoria. Custo este composto dos g astos totais de produção (diretos e indiretos) - para o produto - e gastos t otais de aquisição - para a mercadoria, da parcela de despesas administrativas e comerciais fixas e o montante individual de despesas variáveis de comerc ialização.

Para calcularmos o custo de produto (com base no cu steio por absorção) ou de mercadoria devemos seguir os seguintes passos:

Observação: Os passos 1º a 5º são exclusivos para o cálculo do custo do

produto, o 6º é dividido em duas partes, uma para p roduto ou para mercadoria, já os demais são comuns para os dois.

Page 128: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

127

1º)Separação dos custos diretos e indiretos de prod ução : Nesta etapa cabe a identificação de todos os custos de produção, sendo eles agrupados em dois grupos distintos:

1)Custos Diretos de Produção : aqueles que se identificam diretamente ao

produto. São os que podem ter seu volume medido esp ecificamente a cada produto individualmente. Ex.: matéria-prima, componentes, m ão-de-obra direta.

2)Custos Indiretos de Produção : são os custos que não possuem uma relação

direta com os produtos, sendo que, o seu volume con sumido não é determinado especificamente a cada produto individualmente. Ex. : depreciações, manutenção, seguros, etc.

2º)Apropriação dos custos indiretos de produção, da mão-de-obra e das

despesas fixas de administração geral : Através da utilização de planilha de apropriação de custos se efetua a distribuição dos custos indiretos de produção, do valor da mão de obra e seus encargos e das despe sas fixas de administração geral aos centros que se relacionam com os referido s gastos.

A distribuição é feita a cada centro de custo atrav és da utilização de uma base de rateio que mais se adecue a cada tipo de cu sto ou despesa envolvido. Ao final do rateio dos custos e das despesas aos centr os de custos obteremos, através da soma dos valores constantes em cada cent ro, o total de custo ou despesa envolvido em com cada um deles.

Os centros de custos são agrupados em três gru pos: 1)Centros Produtivos : centros onde ocorre a passagem do produto, sendo que,

nele é efetuado algum tipo de operação no produto. 2)Centros Auxiliares : centros, que como o próprio nome diz, estão na

estrutura produtiva com fins de auxiliar os centros produtivos. Sendo que, por eles o produto não passa, consequentemente, nesses centros não é processado nenhuma operação no produto.

3)Centros Administrativos : são os centros ligados à administração geral, não tendo nenhuma ligação com a fabricação dos produtos . Consequentemente, as despesas ocorridas nesses centros não irão compor o custo do produto, apenas serão somadas com o custo do produto para se obter o “custo total” do produto para determinação do preço de venda.

3º)Rateio dos custos dos centros auxiliares aos cen tros produtivos : Uma vez,

que os centros auxiliares existem para dar sustenta ção aos centros produtivos, devem então, após apurado o custo de cada centro de custos, seja ele produtivo, auxiliar ou administrativo, efetuar o rateio dos cu stos totais de cada centro auxiliar aos centros produtivos. Aqui, novamente, d everá ser utilizado, para a distribuição desses custos, a base de rateio que ma is se adecue.

4º)Determinação do custo de cada hora produtiva : Para obtermos o valor de

cada hora produtiva devemos dividir o total de cust o de cada centro produtivo pelo número de horas produtivas do mesmo centro de custo.

5º)Determinação do montante de cada tipo de custo d ireto que vai para cada

produto : Aqui devemos verificar, primeiramente, quais os c ustos que estão diretamente envolvidos com a produção de cada produ to. Em seguida, devemos multiplicar o seu montante utilizado pelo valor ind ividual de cada um deles.

Observação: Em função do rateio dos custos indireto s de produção aos centros

produtivos, o valor da hora produtiva incorpora não apenas o valor do custo da mão-de-obra direta, mas sim, também, uma parcela de todos os custos indiretos de produção. Consequentemente, o custo direto relativo a mão-de-obra direta será calculado através do número de horas utilizadas, po r cada produto, em cada centro, multiplicado pelo valor do custo da hora pr odutiva do respectivo centro de custo.

Page 129: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

128

6º)Apuração do custo de produção ou aquisição : 1) Custo de produção :O custo de produção é o somatório dos custos dire tos e

indiretos envolvidos na fabricação do produto. Uma vez que, os custos indiretos de fabricação são incorporados ao custo hora produt iva, então basta somar o total do custo da mão-de-obra, com os materiais diretos e os serviços externos.

Observação: O custo de produção aqui encontrado cor responde ao valor do produto para fins de estoque, quando avaliado pelo método de custeio por absorção.

2)Custo de aquisição : O custo de aquisição é composto de todos os gasto s para compra da mercadoria e deixá-la em condições de com ercialização. A apuração custo de mercadoria é bem mais simples do que o de produt o, bastando executar a equação abaixo:

Custo pago ao fornecedor (+) Frete do fornecedor até a empresa (+) Seguro pago no transporte (+) Outros gastos na aquisição (ex.: custos de impo rtação) (-) Impostos recuperáveis (IPI, ICMS) -------------------------------- (=) Custo da mercadoria adquirida para revenda 7º)Determinação da participação das despesas admini strativas em relação ao

custo total de produção (produto) ou de aquisição ( mercadoria) : O fato das despesas administrativas existirem sem terem nenhum a ligação com a área produtiva (no caso de produto) ou com o custo de aquisição (n o caso de mercadoria), não quer dizer que ao se estabelecer o preço de venda d evem ser esquecidas. Pois, se existir uma despesa administrativa é porque, para a empresa operar normalmente ela é necessária e consequentemente, o produto e a mercadoria a ser vendido deve trazer o retorno dessa despesa.

Para determinar a parcela das despesas administrati vas que cada produto ou mercadoria deve recuperar, usualmente, se estabelec e, primeiramente, uma relação entre o total das despesas administrativas ao total do custo de transformação (produto) ou aquisição (mercadoria). Depois, aplica -se o percentual encontrado na referida relação sobre o total do custo unitário de transformação (produto) ou sobre o total do custo unitário de aquisição (merca doria), obtendo-se com isso a parcela de despesas administrativas que o referido produto ou mercadoria deve suportar.

8º)Apuração do “custo” total do produto ou da merca doria : O “custo” total

para fins de estabelecimento do preço de venda, é o somatório do custo de produção (produto) ou custo de aquisição (mercadori a) com a parcela de despesas administrativas, referida a cada um.

9º)Determinação do percentual de despesas variávei s de comercialização : Este

percentual é representado pelo somatório dos percen tuais de todas as despesas variáveis de venda. Despesas estas que variam em fu nção do preço de venda estabelecido para cada produto, pois representam um percentual sobre o valor de venda. Entre elas podemos citar: ICMS, PIS, COFINS, Comissão, Despesas Financeira (relativa a venda a prazo), Fretes e Carretos s/Ven das e Propaganda e Publicidade (quando tiverem um percentual predeterminado sobre o valor das vendas), etc.

b)Apuração Percentual de Lucro Líquido antes dos Tr ibutos : Este percentual nos possibilita, somado aos percent uais das despesas

variáveis de comercialização, formar o coeficiente do Fator de Formação do Preço de Venda. O referido percentual é composto de uma p arcela do preço de venda, sendo que, a mesma se destina a obtenção do lucro d esejado e a cobertura dos tributos sobre o mesmo.

Page 130: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

129

10º)Determinação do percentual de lucro desejado e dos tributos a ele relacionados : Além dos custos e despesas envolvidos na produção e venda do produto, o preço de venda deve ser composto também de uma importância que represente o retorno desejado pela empresa.

Ao ser determinado um percentual de lucro desejado é necessário observarmos que para chegarmos ao referido percentual primeiro deveremos deduzir alguns tributos incidentes sobre o lucro obtido.

Atualmente, no Brasil são os seguintes os tributos incidentes sobre o lucro: 1)Contribuição Social (CS): calculada sobre o lucro líquido antes do Imposto

de Renda Pessoa Jurídica e após a dedução da própri a Contribuição Social. 2)Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ): calculad o sobre o lucro líquido,

após a dedução da Contribuição Social. É de se observar que estes tributos não possuem o p reço de venda como base de

cálculo. O seu montante tem relação direta em funçã o do volume de lucro obtido. c)Apuração do Fator de Formação do Preço de Venda A apuração do Fator de Formação do Preço de Venda s e baseia na determinação

de um acréscimo necessário sobre o custo total do p roduto para a obtenção de um valor que possibilite a cobertura, através do preço de venda obtido, de todos os custos de produção, das despesas fixas administrati vas, das despesas variáveis de comercialização, dos tributos sobre o lucro e ainda obter o lucro desejado.

11º)Determinação do Fator de Formação do Preço de V enda-FFPV O fator de formação do preço de venda é um coeficie nte que multiplicado pelo

valor do custo total do produto, obtem-se o preço d e venda do mesmo. Existem dois tipos de Fatores de Formação de Preço de Venda: 1)Fator de Formação do Preço de Venda sem Desconto (FFPVs/D) É o fator que determina o preço de venda líquido a ser cobrado, não podendo

ser aplicado nenhum desconto sobre o mesmo. O FFPVs/D é obtido pela seguinte fórmula: 1 FFPVs/D =--------------------, onde 1-(% DVC + % LL c/T) % DVC é o percentual das despesas variáveis sobre o preço de venda; % LL c/T é o percentual determinado para se obter o Lucro Líquido antes dos

tributos a ele relacionados. Observação: Os valores correspondentes aos percentu ais devem ser expressos na

forma centesimal, ou seja, o percentual determinado dividido por 100. Assim sendo, um percentual determinado de 25,32%, deverá ser informado como sendo 0,2532.

2)Fator de Formação do Preço de Venda com Desconto (FFPVc/D) É o fator que determina um valor para o preço de ve nda, de tal forma que a

empresa pode conceder, sobre o mesmo, o desconto de terminado e, com o valor líquido, ainda, obter o lucro desejado.

Page 131: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

130

O FFPVc/D é obtido pela seguinte fórmula: 1 -------------------- 1 - (%DVC + %LL c/T) FFPV s/D FFPVc/D = ------------------------, ou ------ -----, onde 1 - (% DD) 1 - ( % DD) % DD corresponde ao percentual de desconto determin ado Observação: Quanto a forma de utilização do percent ual, seguir o mesmo

raciocínio da fórmula anterior. d)Caso Prático de Determinação do Preço de Venda pe lo Custo A Metalúrgica Aço Nobre S/A produz dois tipos de co mponentes automotivos,

tendo os mesmos os seguintes dados: PRODUTO A B MATERIAIS DIRETOS -Aço SAE 6048 20 kg 25 kg -Rolamento tipo X 2 un 1 un -Rolamento tipo Y 1 un 3 un -Carcaça Fundida tipo A 1 un - -Carcaça Fundida tipo B - 1 un MÃO-DE-OBRA DIRETA -Centro de Corte 1,5 h 2,5 h -Centro de Tornos 2,0 h 4,0 h -Centro de Usinagem 3,5 h 2,0 h -Centro de Montagem 1,0 h 3,5 h SERVIÇOS EXTERNOS -Tratamento Térmico 3,0 h 4,0 h A empresa informa que utiliza o sistema de custeio por absorção e neste mês

possui os seguintes dados: 1)Custos dos Materiais Diretos -Aço SAE 6048 R$ 1,00 por kg -Rolamento tipo X R$ 30,00 por un -Rolamento tipo Y R$ 25,00 por un -Carcaça tipo A R$ 60,00 por un -Carcaça tipo B R$ 80,00 por un 2)Serviços Externos -Tratamento Térmico R$ 1,00 p /hora 3)Custo da hora produtiva em cada centro produtivo. Os gastos da empresa no referido mês foram de: Total do custo de transformação R$ 120.000,00 Total do custo de administração R$ 30.000,00 Para obter os valores das horas produtivas a empres a fez o uso de Mapas de

Locação de Custos, onde distribuiu o total dos gast os de transformação e administração pelos diversos centros de custos (pro dutivos, auxiliares e administrativos), seguindo os passos 1º a 4º, visto s anteriormente.

Após a distribuição de todos os gastos para os seus respectivos centos de custos foi feita e a distribuição dos custos dos ce ntros auxiliares aos

Page 132: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

131

produtivos, obtendo-se com isso o total do custo do s centros produtivos. Dividindo-se este total pelo total de horas produti vas de cada centro obteremos o valor da hora produtiva de cada centro respectivo.

Utilizando este processo a empresa obteve os seguin tes dados: Centro de Custo Corte R$ 12,00 Centro de Custo Tornos R$ 17,00 Centro de Custo Unsinagem R$ 14,00 Centro de Custo Montagem R$ 8,00 4)Despesas Comerciais Variáveis (s/preço de venda sem IPI) -ICMS 17,00% -PIS 0,65% -COFINS 2,00% -Comissão 5,00% -Despesa Financeira p/30 dias 3,00% (*) (*)Se % de despesa financeira disponível for s/o pr eço de venda c/IPI (%DF

s/PV c/IPI), deve-se transformá-lo em % de despesa financeira s/preço de venda s/IPI (%DF s/PV s/IPI), para isso: %DF s/PV s/IPI = (1 + %IPI) x %DF s/PV c/IPI --> % em centesimal.

5)Tributos Incidentes sobre o Lucro -Contribuição Social 8,00% -Imposto de Renda Pessoa Jurídica 15,00% 6)Lucro Pretendido pela Empresa A empresa deseja um lucro líquido de 15% após os tributos. 7)Preço de Venda A empresa quer saber os preços, dos dois, produtos nas seguintes condições: 7.1)Mercado Interno 7.1.1)A vista, com e sem IPI; 7.1.2)A prazo, com e sem IPI, para 30 dias; 7.1.3)A vista, s/IPI, em condições de dar um d esconto de 25% 7.1.4)A prazo, s/IPI, em condições de dar um d esconto de 15% 7.2)Mercado Externo - Exportação Nas vendas para o mercado externo a empresa terá as seguintes alterações na

sua estrutura de custos em relação ao apresentado até aqui (mercado interno): a)Eliminação das despesas de: ICMS, PIS, COFINS, IP I b)Redução da comissão de 5% para 3% c)Acréscimo dos seguintes custos e despesas, para a mbos os produtos, por un: -Preparação de documentos R$ 2,00 -Embalagem especial R$ 5,00 -Frete R$ 25,00 -Despesas de embarque 8,00 7.2.1)Preço de venda à vista com o mesmo lucro em p ercentual obtido no

mercado interno. 7.2.2)Preço de venda à vista mínimo para aceitar um pedido de exportação

(lucro igual a zero) 7.2.3)Preço de venda à vista com o mesmo lucro em v alor obtido no mercado

interno para o preço também a vista.

Page 133: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

132

RESOLUÇÃO DO CASO

1º)Apurar o custo do produto ou da mercadoria O nosso exemplo trata do cálculo do preço de venda de um produto, portanto,

vamos desenvolver o problema partindo dos dados da fabricação de um produto.

APURAÇÃO DO CUSTO POR PRODUTO ,-------------------------------------------------- -------------. | PRODUTO: “A” | |-------------------------------------------------- -------------| | | | | | C USTO | |Nº| FATOR DE CUSTO | | |-------- -------------| | | |Quant.| un | Unitári o | TOTAL | |--|--------------------------|------|----|-------- --|----------| |01| MATERIAIS | | | | 165,00 | | | --------- | | | | ---------| | | -Aço SAE 6048 | 20 | kg | 1,0 0 | 20,00 | | | -Rolamento X | 2 | un | 30,0 0 | 60,00 | | | -Rolamento Y | 1 | un | 25,0 0 | 25,00 | | | -Carcaça Fundida tipo A | 1 | un | 60,0 0 | 60,00 | | | | | | | | |02| SERVIÇOS EXTERNOS | | | | 3,00 | | | ----------------- | | | | --------| | | -Tratamento Térmico | 3,00 | h | 1,0 0 | 3,00 | | | | | | | | |03| MÂO-DE-OBRA DIRETA | | | | 109,00 | | | ------------------ | | | | ---------| | | -Corte | 1,50 | h | 12,0 0 | 18,00 | | | -Tornos | 2,00 | h | 17,0 0 | 34,00 | | | -Usinagem | 3,50 | h | 14,0 0 | 49,00 | | | -Montagem | 1,00 | h | 8,0 0 | 8,00 | |-------------------------------------------------- --|----------| |04| CUSTO TOTAL DE PRODUÇÃO | 277,00 | |-------------------------------------------------- --|----------| |05| Parcela das desp.de adm.(25%(*) s/total item 0 3)| 27,25 | |-------------------------------------------------- --|----------| |06| CUSTO TOTAL DO PRODUTO (p/fins preço de venda) | 304,25 | `-------------------------------------------------- -------------´

(*) Percentual obtido através da participação do t otal das despesas

administrativas em relação ao total do custo de pro dução. Quanto a forma de obtenção, do referido percentual, a mesma está demo nstrada no 7º passo da resolução deste caso prático.

Page 134: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

133

Observação: Se a empresa é comercial, então o custo total de produção (item 04) é substituído pelo custo total de aquisição, ob tido conforme passo 6º visto quando do comentário de como se chegar ao custo de aquisição de mercadoria

APURAÇÃO DO CUSTO POR PRODUTO ,-------------------------------------------------- -------------. | PRODUTO: “B” | |-------------------------------------------------- -------------| | | | | | C USTO | |Nº| FATOR DE CUSTO | | |-------- -------------| | | |Quant.| un | Unitári o | TOTAL | |--|--------------------------|------|----|-------- --|----------| |01| MATERIAIS | | | | 210,00 | | | --------- | | | | ---------| | | -Aço SAE 6048 | 25 | kg | 1,0 0 | 25,00 | | | -Rolamento X | 1 | un | 30,0 0 | 30,00 | | | -Rolamento Y | 3 | un | 25,0 0 | 75,00 | | | -Carcaça Fundida tipo B | 1 | un | 80,0 0 | 80,00 | | | | | | | | |02| SERVIÇOS EXTERNOS | | | | 4,00 | | | ----------------- | | | | --------| | | -Tratamento Térmico | 4,00 | h | 1,0 0 | 4,00 | | | | | | | | |03| MÃO-DE-OBRA DIRETA | | | | 154,00 | | | ------------------ | | | | ---------| | | -Corte | 2,50 | h | 12,0 0 | 30,00 | | | -Tornos | 4,00 | h | 17,0 0 | 68,00 | | | -Usinagem | 2,00 | h | 14,0 0 | 28,00 | | | -Montagem | 3,50 | h | 8,0 0 | 28,00 | |-------------------------------------------------- --|----------| |04| CUSTO TOTAL DE PRODUÇÃO | 368,00 | |-------------------------------------------------- --|----------| |05| Parcela das desp.de adm.(25%(*) s/total item 0 3)| 38,50 | |-------------------------------------------------- --|----------| |06| CUSTO TOTAL DO PRODUTO (p/fins preço de venda) | 406,50 | `-------------------------------------------------- -------------´

(*) Percentual obtido através da participação do t otal das despesas administrativas em relação ao total do custo de pro dução. Quanto a forma de obtenção, do referido percentual, a mesma está demo nstrada no 7º passo da resolução deste caso prático.

2º)Determinação da participação das Despesas Admini strativas em relação ao

custo total de produção: Esta participação é representada pelo percentual qu e o total das despesas

administrativas representam em relação ao total do custo de produção. Para o cálculo, basta fazer o seguinte:

Total Despesas Administrat ivas x 100 % de Participação = -------------------------- ---------- Total do Custo de Pr odução

Page 135: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

134

30.000,00 x 100 % de Participação = ----------------- = 25% 120.000,00 3º)Apuração do “custo” total do produto : O “custo” total do produto para fins de determinaçã o do preço de venda é o

somatório do total do custo de produção com a parce la de despesas administrativas atribuída a cada produto. Este valor está calculado nos quadros anteriores, onde está demonstrada apuração do custo de cada produto.

4º)Determinação do percentual de despesas variáveis de comercialização (%

DVC): Este percentual é obtido através da soma de todos o s percentuais das despesas

que possuem sua origem do preço de venda. ICMS 17,00% PIS 0,65% COFINS 2,00% Comissão 5,00% ------ Total % DVC p/preço de venda a vista 24,65% Despesa financeira p/venda a prazo em 30 dias 3,00% ------ Total % DVC p/preço de venda c/30 dias de praz o 27,65% Observação: O IPI não é considerado neste cálculo, pois o mesmo incide também

sobre o preço de venda, porém, sobre o valor do IPI não incide as demais despesas variáveis de comercialização. Exceção a esta regra ocorre quando a empresa vende o produto a consumidor não inscrito no ICMS ou quan do inscrito destinar o produto para consumo próprio sem direito a crédito de ICMS. Neste caso o ICMS incidiria sobre o total da Nota Fiscal, incluindo o IPI. Em n osso caso prático vamos trabalhar com a regra geral.

5º)Determinação do percentual de lucro e dos tribut os a ele relacionados : Este percentual representa a participação no preço de venda necessária para

cobrir todos os tributos relacionados com o lucro e ainda propiciar o lucro desejado. Como os tributos estão diretamente relaci onados com o lucro desejado, e este com o valor de venda, para obtermos o percentu al de lucro com os tributos devemos fazer uma conjugação do percentual de parti cipação do lucro em relação ao preço de venda e os dos tributos em relação à parce la de lucro.

Sendo um único tributo incidente sobre o lucro, o p ercentual total de lucro líquido (lucro líquido mais tributos) pode ser obti do através de uma regra de três, da seguinte forma:

Percentual de lucro desejado 15% Percentual de tributo sobre o lucro 30% % comparativo % estabelecido Lucro antes dos tributos 100% X Tributo 30% 30% Lucro liquido após tributos 70% 15% Se 100 = X , e 70 = 15, então: X = 100x15/70 -> X = 21,4286 Isto quer dizer que a empresa deve estabelecer um p ercentual de 21,4286%

sobre o preço de venda para, com 30% de tributos so bre o lucro, obter um lucro líquido final de 15% sobre o preço de venda. Conseq uentemente, a participação de um tributo sobre o preço de venda, estabelecido em 30% sobre um lucro líquido de 15%, será de 6,4286% (21,4286 - 15,00).

Page 136: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

135

Porém, como a legislação brasileira estabelece vári os tributos originados do lucro das empresas com bases de cálculo diferenciad as, a relação acima se torna um pouco mais complexa. Para obter o percentual de lucro líquido com todos os tributos estabelecidos neste caso (tributos exigido s pela legislação fiscal brasileira) montamos a seguinte fórmula:

%LL %LLaT = ----------------------------, onde (1-%IRPJ)x{1-[%CS/(1+%CS)]} %LLaT = Percentual de Lucro Líquido antes dos Tribu tos Observação: Os valores correspondentes aos percentuais devem se r informados sempre em

forma centesimal, ou seja, o percentual estabelecid o dividido por 100. Ex.: percentual de 30% de imposto de renda, informa-se 0 ,30, que corresponde a 30/100.

0,15 %LLaT= ------------------------------ (1-0,15)x{1-[0,08/(1+0,08)]} 0,15 %LLaT = -------------------------- (1-0,15)x[1-(0,08/1,08)] 0,15 %LLaT = -------------------- 0,85x(1-0,074074) 0,15 %LLaT = --------------- 0,85x0,925926 0,15 %LLaT = ---------- = 0,1906 -----> 0,1906 x 100 = 1 9,06% 0,787037 6º)Determinação do Fator de Formação do Preço de Ve nda-FFPV O FFPV nos possibilita obter o preço de venda atrav és de sua multiplicação

pelo custo total do produto. Como o caso em estudo requer que sejam determinados os preços de venda com e

sem desconto, se torna necessário calcularmos o FFP V sem desconto (FFPVs/D) e o FFPV com desconto (FFPVc/D).

Primeiro vamos calcular o FFPVs/D, o qual é obtido pela seguinte fórmula. 1 FFPVs/D = -------------------- 1 - (%DVC + %LL c/T) 7.1.1-Preço de venda a vista (líquido): 1 1 1 FFPVs/D = ----------------- = -------- = ------ = 1,776514 1-(0,2465+0,1906) 1-0,4371 0,5629

Page 137: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

136

Preço de venda a vista = custo total do produt o x FFPVs/D PRODUTO A B Custo total 304,2 5 406,50 FFPVs/D 1,77651 4 1,776514 -------- -- ---------- 7.1.1-Preço de venda a vista sem IPI 540,50 722,15 Valor do IPI (10% s/preço de venda) 54,0 5 72,22 -------- -- ---------- 7.1.1-Preço de venda a vista com IPI 594,55 794,37 7.1.2-Preço de venda a prazo (líquido): 1 1 1 FFPVs/D = --------------- = --------- = ------- = 1,876525 1-(0,2765+0,1906) 1-0,4671 0,5329 Preço de venda a prazo = custo total do produt o x FFPVs/D PRODUTO A B Custo total 304,2 5 406,50 FFPVs/D 1,87652 5 1,876525 -------- -- ---------- 7.1.2-Preço de venda a prazo sem IPI 570,93 762,81 Valor do IPI (10% s/preço de venda) 57,0 9 76,28 -------- -- ---------- 7.1.2-Preço de venda a prazo com IPI 628,02 839,09 COMPROVAÇÃO --------------------------------------------------- ------------- Condição -------------> | À VISTA | A PRAZO | |-------------| -------------| 1-PRODUTO -----------------------> | A | B | A | B | |------|------| ------|------| 2-Preço de venda com IPI (3+4) |594,55|628,02| 794,37|839,09| 3-IPI (10% s/4) | 54,05| 57,09| 72,27| 72,28| 4-Preço de venda s/IPI(custo x FFPV)|540,50|722,15| 570,93|762,81| 5-ICMS (17% s/4) | 91,89|122,77| 97,06|129,68| 6-PIS (0,65% s/4) | 3,51| 4,69| 3,71| 4,96| 7-COFINS (2% s/4) | 10,81| 14,44| 11,42| 15,26| 8-Comissão (5% s/4) | 27,03| 36,11| 28,55| 38,14| 9-Desp.financeira (av=0%; ap=3% s/4)| 0,00| 0,00| 17,13| 22,88| |------|------| ------|------| 10-Subtotal (4-5-6-7-8-9) |407,26|544,14| 413,06|551,89| 11-Custo total do produto |304,25|406,50| 304,25|406,50| |------|------| ------|------| 12-Lucro líq.antes tributos(10-11) |103,01|137,64| 108,81|145,39| 13-Contribuição social (8% s/14) | 7,63| 10,20| 8,06| 10,77| |------|------| ------|------| 14-Lucro antes do IRPJ (12-13) | 95,38|127,44| 100,75|134,62| 15-IRPJ (15% s/14) | 14,31| 19,12| 15,11| 20,19| |------|------| ------|------| 16-Lucro líq.após tributos(14-15) | 81,07|108,32| 85,64|114,43| |======|======| ======|======| 17-Percentual lucro líq.(16x100/4) |15,00%|15,00%| 15,00%|15,00%|

Page 138: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

137

Agora, vamos calcular o FFPVc/D, sendo o mesmo obti do pela seguinte fórmula: 1 -------------------- 1 - (%DVC + %LL c/T) FFPV s/D FFPVc/D = ------------------------, ou ------ ----- 1 - (% DD) 1 - ( % DD) 7.1.3-Preço de venda a vista com direito a des conto de 25%. 1,776514 1,776514 FFPVc/D = ---------- = ---------- = 2,368686 1-0,25 0,75 Preço de venda = custo total x FFPVc/D PRODUTO A B Custo total 304,2 5 406,50 FFPVc/D 2,36868 6 2,368686 -------- -- ---------- 7.1.3-Preço venda a vista p/desc.25% 720,67 962,87 COMPROVAÇÃO Preço de venda a vista antes do desc. 720,6 7 962,87 Desconto a ser concedido de 25% - 180,1 7 - 240,72 -------- -- ---------- Preço de venda a vista após o desc. 540,5 0 722,15 Este preço de venda a vista é igual ao obtido pelo FFPVs/D, sendo que a

composição do mesmo já foi demonstrada. 7.1.4-Preço de venda a prazo com direito a des conto de 15% 1,876525 1,876525 FFPVc/D = ---------- = ---------- = 2,207676 1-0,15 0,85 Preço de venda = custo total x FFPVc/D PRODUTO A B Custo total 304, 25 406,50 FFPVc/D 2,2076 76 2,207676 -------- -- ---------- 7.1.4)Preço venda a prazo p/desc. 15% 671,69 897,42 COMPROVAÇÃO Preço de venda a prazo antes do desc. 671, 69 897,42 Desconto a ser concedido de 15% - 100, 76 - 134,61 -------- -- ---------- Preço de venda a prazo após o desc. 570, 93 762,81 Este preço de venda a vista é igual ao obtido pelo FFPVs/D, sendo que a

composição do mesmo já foi demonstrada.

Page 139: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

138

7.2.1)Preço de venda à vista com o mesmo lucro em p ercentual obtido no mercado interno (15%).

O Cálculo deste preço segue os mesmos passos percor ridos no item 7.1.1,

apenas com duas alterações: 1ª)As despesas variáveis de comercialização que era m de 24,65%, em função da

exclusão de todos os tributos variáveis sobre o pre ço de venda e da redução da comissão, passam para apenas 3%.

2ª)Em função da necessidade de custos e despesas ad icionais para exportar, o

custo de cada produto vai aumentar em R$ 40,00, ass im distribuído. -Preparação de documentos R$ 2,00 -Embalagem especial R$ 5,00 -Frete R$ 25,00 -Despesas de embarque R$ 8,00 ------- Total R$ 40,00 7.2.1-Preço de venda a vista (líquido): 1 1 1 FFPVs/D = ----------------- = -------- = ------ = 1,283038 1-(0,03+0,1906) 1-0,2206 0,7794 Preço de venda a vista = custo total do produt o x FFPVs/D PRODUTO A B Custo total para o mercado interno 304,2 5 406,50 Custos variáveis adicionais p/exportar 40,0 0 40,00 ------ - ------- Custo total para exportação 344,2 5 446,50 FFPVs/D 1,28303 8 1,283038 -------- -- ---------- 7.2.1-Preço de venda a vista 441,69 572,88 COMPROVAÇÃO 1-PRODUTO | A | B | |--------- |---------| 2-Preço de venda s/IPI(custo x FFPV) | 441,69 | 572,88 | 3-Comissão (3% s/2) | 13,25 | 17,19 | |--------- |---------| 4-Subtotal (2-3) | 428,44 | 555,69 | 5-Custo total do produto (c/custos adic) | 344,25 | 446,50 | |--------- |---------| 6-Lucro líq.antes tributos(4-5) | 84,19 | 109,19 | 7-Contribuição social (8% s/8) | 6,24 | 8,09 | |--------- |---------| 8-Lucro antes do IRPJ (6-7) | 77,95 | 101,10 | 9-IRPJ (15% s/8) | 11,69 | 15,16 | |--------- |---------| 10-Lucro líq.após tributos(8-9) | 66,26 | 85,94 | |========= |=========| 11-Percentual lucro líq.(10x100/2) | 15,00% | 15,00%|

Page 140: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

139

7.2.2)Preço de venda à vista mínimo para aceitar um pedido de exportação (lucro igual a zero).

Este tipo de preço é normalmente calculado quando a empresa quer entrar num

mercado novo e se dispõe a vender a um preço que lh e cubra apenas gastos, sem lucro. Se o preço desejado é com lucro zero, então deixará de existir, também, os encargos da contribuição social e do imposto de ren da sobre o lucro.

O roteiro para o cálculo desse preço segue o mesmo do anterior. 7.2.2-Preço de venda a vista (líquido): 1 1 1 FFPVs/D = ------------- = -------- = ------ = 1,0 30928 1-(0,03+0,0) 1-0,03 0,97 Preço de venda a vista = custo total do produt o x FFPVs/D PRODUTO A B Custo total para exportação 344,2 5 446,50 FFPVs/D 1,03092 8 1,030928 -------- -- ---------- 7.2.2-Preço de venda a vista 354,90 460,31 COMPROVAÇÃO 1-PRODUTO | A | B | |--------- |---------| 2-Preço de venda s/IPI(custo x FFPV) | 354,90 | 460,31 | 3-Comissão (3% s/2) | 10,65 | 13,81 | |--------- |---------| 4-Subtotal (2-3) | 344,25 | 446,50 | 5-Custo total do produto (c/custos adic) | 344,25 | 446,50 | |--------- |---------| 6-Lucro líq.antes tributos(4-5) | 0,00 | 0,00 | 7.2.3)Preço de venda à vista com o mesmo lucro em v alor obtido no mercado

interno para o preço também a vista. Este preço busca transferir para o cliente o ganho dos benefícios fiscais

ocorridos na exportação, mantendo o mesmo lucro em reais que seria obtido na venda interna.

Neste caso o lucro com tributos passa a ser um valo r fixo, pré-determinado, deixando de ser um percentual. Sendo assim, ele dei xa de integrar a fórmula do FFPV para passar a fazer parte do valor que será mu ltiplicado pelo FFPV (custo + lucro c/tributos).

Dados para a resolução do problema: Produto A B Custo p/exportação (já c/os valores adicionais) 344,25 446,50 Lucro c/tributos obtido no Mercado Interno (7.1.2) 103,01 137,64 ------ ------ Vlr.nec.p/cobrir os custos e obter o lucro 447,26 584,14 1 1 1 FFPVs/D = ------------- = -------- = ------ = 1,0 30928 1-(0,03) 1-0,03 0,97

Page 141: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

140

Preço de venda a vista = custo total do produt o x FFPVs/D PRODUTO A B Custo total 447,2 6 584,14 FFPVs/D 1,03092 8 1,030928 -------- -- ---------- 7.2.3-Preço de venda a vista 461,09 602,21 COMPROVAÇÃO

--------------------------------------------------- ---------- 1-PRODUTO | A | B | |--------- |---------| 2-Preço de venda s/IPI(custo x FFPV) | 461,09 | 602,21 | 3-Comissão (3% s/2) | 13,83 | 18,07 | |--------- |---------| 4-Subtotal (2-3) | 447,26 | 584,14 | 5-Custo total do produto (c/custos adic) | 344,25 | 446,50 | |--------- |---------| 6-Lucro líq.antes tributos(4-5) | 103,01 | 137,64 | 7-Contribuição social (8% s/8) | 7,63 | 10,20 | |--------- |---------| 8-Lucro antes do IRPJ (6-7) | 95,38 | 127,44 | 9-IRPJ (15% s/8) | 14,31 | 19,12 | |--------- |---------| 10-Lucro líq.após tributos(8-9) | 81,07 | 108,32 | |========= |=========| 11-Percentual lucro líq.(10x100/2) | 17,58% | 17,99%| 2.7.2-Determinação do Preço de Venda pelo Método Custeio Direto - Margem de

Contribuição O cálculo do preço de venda através do método custe io direto

(variável)/margem de contribuição buscar obter um v alor de venda que além de cobrir todos os custos e despesas variáveis gere um a parcela excedente (margem de contribuição). Com esta parcela a empresa deve prim eiro produzir e vender um volume “x” de produtos (PE) para cobrir todos os se us custos e despesas fixos. Após este ponto de venda a empresa começará a obter lucro, lucro este igual ao volume de unidades vendidas acima do ponto de equil íbrio multiplicado pela margem de contribuição unitária.

Este método é bastante gerencial e prático, visto q ue, o mesmo não envolve

rateios e distribuições de custos e despesas, possi bilitando uma maior flexibilidade no seu cálculo.

A maior virtude deste método é que o preço por ele calculado não é

definitivo, podendo o mesmo ser alterado e compensa do com um aumento de venda, com uma redução nos custos e despesas fixos ou mesm o com uma redução dos custos e despesas variáveis. Também, possibilita a análise d a aceitação ou não de pedidos adicionais.

Page 142: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

141

As análises dessas variações foram desenvolvidas no capítulo AS RELAÇÕES DO CUSTO COM O VOLUME E O LUCRO .

Com objetivo de exemplificar o uso deste método vam os trabalhar algumas

variáveis partindo de um exemplo. A empresa Bom Gosto Ind.de Móveis Ltda fabrica um único produto - mesa para

escritório - e apresentou os seguintes dados: Custo Fixo Total por mês R$ 12.000, 00 Despesa Fixa Total por mês R$ 3.000, 00 Custo Variável por unidade R$ 175, 00 Despesas Variáveis de Comercialização ICMS 17,00% PIS 0,65% COFINS 2,00% Comissão 2,00% Lucro Líquido Desejado após os Tributos R$ 8.000, 00 Tributos Incidentes sobre o Lucro Contribuição Social 8,00% Imposto de Renda 15,00% Capacidade de Produção Instalada por Mês 315 un Produção Atual (atendendo o mercado) 250 un 1) Qual deve ser o preço de venda no nível de produ ção atual, para atingir o

lucro desejado? 2) Se a empresa resolver aumentar a sua produção em 10%, qual seria o preço a

ser praticado, para atingir o mesmo lucro? 3)Qual deve ser o preço de venda ser praticado pela empresa caso ela deseje

ter uma margem de contribuição de 40% sobre o custo variável de produção? Neste caso qual o lucro que ela obteria no nível de produ ção atual e quantas unidades seriam necessárias para atingir o lucro atual?

4)E se a empresa desejasse ter os mesmos 40% de mar gem, porém, desta vez

sobre o preço de venda? Neste caso quantas unidades seriam necessárias para atingir o ponto de equilíbrio contábil?

5) Considerando-se que o mercado interno só tem dem anda para 250 unidades a

empresa resolveu avaliar duas propostas recebidas d e uma empresa da argentina: 1ª) Aquisição de 65 unidades por R$ 210,00 cada. 2ª) Aquisição de 150 unidades por R$ 240,00 cada. 5.1)Deve a empresa Bom Gosto Ind.de Móveis Ltda ac eitar alguma das

propostas, sendo que, se fechar o contrato, ficará isenta dos tributos sobre o preço de venda (ICMS, PIS, COFINS) mas terá um aume nto nas comissões, passando dos atuais 2% para 3%, além de arcar com o custo de embalagem especial de R$ 4,00 e uma despesa e de transporte R$ 6,00, ambos por un idade. Também terá que arcar com uma despesa de R$ 500,00 por lote de mercadoria exportada em gastos com desembaraço ?

5.2)Qual seria o preço mínimo pelo qual passaria a valer a pena aceitar cada

uma das propostas?

Page 143: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

142

RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES PROPOSTAS

I-PREÇOS PARA MERCADO INTERNO

1) Preço de venda no nível de produção atual, para atingir o lucro desejado. Como já temos o lucro líquido definido, então devem os buscar o lucro antes

dos tributos (LL), depois somar-lo aos Custos (CFT) e Despesas (DFT) Fixos Totais para com isso obter-mos a Margem de Contribuição To tal (MCT), que dividida pela Quantidade Produzida e Vendida (QPV), teremos a mar gem de contribuição unitária (MCu).

Para a conversão do lucro líquido após os tributos em lucro líquido antes dos

tributos usaremos apresentada anteriormente. LL 8.000,00 LLaT = -------------- = ---------- = 10.164,71 0,787037 (*) 0,787037 (*) Resultado da aplicação da fórmula quando a Con tribuição Social for de 8%

e o Imposto de Renda de 15%. MCT = LLaT + CFT + DFT MCT = 10.164,71 + 12.000,00 + 3.000,00 = 25.164,71 MCu = MCT 25.164,71 ---- = ------------ = 100,66 QPV 250 u Sabemos que o Preço de Venda (PV) é o somatório da MCu com o Custo Variável

Unitário (CVu) mais a Despesa Variável Unitária (DV u). Então, PV = MCu + CVu + DVu PV = 100,66 + 175,00 + 0,2165 PV (DVu = 21,65% do P V) 1 PV - 0,2165 PV = 100,66 + 175,00 0,7835 PV = 275,66 275,66 PV = -------- = 351,83 0,7835 2) Preço com aumento de produção em 10% e o mesmo l ucro A sistemática é a mesma do item anterior, mudando a penas o volume de

produção. MCu = MCT 25.164,71 ----- = ------------ = 91,51 QPV 275 u

Page 144: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

143

PV = 91,51 + 175,00 + 0,2165 PV (DVu = 21,65% do PV ) 1 PV - 0,2165 PV = 91,51 + 175,00 0,7835 PV = 266,51 266,51 PV = -------- = 340,15 0,7835 3)Preço de venda com 40% de margem contribuição sob re o custo variável de

produção. Quando falamos em margem de contribuição estamos no s referindo a parcela do

preço de venda que não é absorvida pelos custos e d espesas fixas, a qual é destinada primeiramente a absorver o total dos cust os e despesa fixos (Ponto de Equilíbrio), posteriormente, ela passa a gerar o lu cro líquido antes dos tributos.

Sendo assim , primeiro devemos calcular a margem de contribuição unitária. MCu = CVu x 10% = 175,00 x 40% = 70,00 3.1)Preço de venda para QPV = 250 PV = MCu + CVu + DVu PV = 70,00 + 175,00 + 0,2165 PV (DVu = 21,65% do PV ) 1 PV - 0,2165 PV = 70,00 + 175,00 0,7835 PV = 245,00 245,00 PV = -------- = 312,70 0,7835 3.2)Lucro Líquido após os Tributos com a produção a tual Lucro Líquido após Tributos (LLpT) será a diferença entre o Lucro Líquido

antes dos Tributos (LLaT) e os tributos devidos sob re ele (Contribuição Social - CS e Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ). Por sua vez, o LLaT é diferença entre a MCT com e a soma dos CFT e DFT.

Sendo assim, teremos: LLaT = MCT - CFT - DFT e, LLpT = LLaT - CS - IRPJ MCT = 70,00 x 250 u = 17.500,00 LLaT = 17.500,00 - 12.000,00 - 3.000,00 = 2.500,00 LLpT = 2.500,00 - 185,18 = 2.314,82 - 347,22 = 1.967,60

Page 145: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

144

3.3)Quantidade para lucro após tributos = 8.000,00 Seguindo o raciocínio desenvolvido na primeira ques tão, temos: MCT = LLaT + CFT + DFT MCT = 10.164,71 + 12.000,00 + 3.000,00 = 25.164,71 MCT MCT MCu = -----, ou QPV = ----- QPV Mcu 25.164,71 QPV = ----------- = 359,4958 ---> 360 unidades 70,00 4)Preço com 40% de margem sobre o próprio preço de venda Novamente estamos tratando de margem de contribuiçã o, a diferença da

calculada no item anterior e essa, é que aquela foi calculada sobre um valor já predeterminado (CVu) e esta é calculada a partir de um valor ainda desconhecido, preço de venda.

4.1)Preço de venda para QPV = 250 Neste caso a margem de contribuição representa 40% do preço de venda, ou

seja, 0,40 PV. Tendo a empresa um volume de DV de 2 1,65% sobre o preço de venda (0,2165 PV) e um CVu de R$ 175,00, o preço de venda será assim calculado:

PV = MCu + CVu + DVu PV = 0,40 PV + 175,00 + 0,2165 PV 1 PV - 0,40 PV - 0,2165 PV = 175,00 0,3835 PV = 175,00 175,00 PV = ------- = 456,32 0,3835 4.2)Ponto de Equilíbrio com o preço calculado no it em 4.1 Para acharmos o volume necessário para atingir o Po nto de Equilíbrio (PE)

basta aplicarmos a fórmula do PE. CFT + DFT 12.000,00 + 3.000,00 15.000,00 PE = --------- = -------------------- = --------- = 82,1783 ->83u MC u 456,32 x 0,40 182,53

Page 146: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

145

COMPROVAÇÃO

Abaixo encontramos a comprovação das questões de 1 a 4.2 -------------------------------------------------- -------------------------- |RUBRICA/QUESTÃO | 1 | 2 | 3.1/3.2 | 3.3 | 4.1 | 4.2 | |----------------|---------|---------|---------|--- ------|---------|---------| |1-PV | 351,83| 340,15| 312,70| 312,70| 456,32| 456,32| |2-CVu | 175,00| 175,00| 175,00| 175,00| 175,00| 175,00| |3-DV(4+5+6+7) | 76,17| 73,64| 67,70| 67,70| 98,79| 98,79| |----------------|---------|---------|---------|--- ------|---------|---------| |4-ICMS (17% s/1)| 59,81| 57,83| 53,16| 53,16| 77,57| 77,57| |5-PIS(0,65% s/1)| 2,28| 2,21| 2,04| 2,04| 2,96| 2,96| |6-COFINS(2% s/1)| 7,04| 6,80| 6,25| 6,25| 9,13| 9,13| |7-COMISSÃO(2%s1)| 7,04| 6,80| 6,25| 6,25| 9,13| 9,13| |----------------|---------|---------|---------|--- ------|---------|---------| |8-MCu (1-2-3) | 100,66| 91,51| 70,00| 70,00| 182,53| 182,53| |9-QPV (*) | 250 u | 275 u | 250 u | 35 9,4958| 250 u | 82,1783u| |----------------|---------|---------|---------|--- ------|---------|---------| |10-MCT (3x4) |25.165,00|25.165,25|17.500,00|25. 164,71|45.632,50|15.000,00| |11-CFT |12.000,00|12.000,00|12.000,00|12. 000,00|12.000,00|12.000,00| |12-DFT | 3.000,00| 3.000,00| 3.000,00| 3. 000,00| 3.000,00| 3.000,00| |----------------|---------|---------|---------|--- ------|---------|---------| |13-LLaT(10-11-12|10.165,00|10.165,25| 2.500,00|10. 164,71|30.632,50| 0,00| |14-CS (8% s/15) | 752,96| 752,98| 185,19| 752,94| 2.269,07| 0,00| |----------------|---------|---------|---------|--- ------|---------|---------| |15-LLaIR (13-14)| 9.412,04| 9.412,27| 2.314,81| 9. 411,76|28.363,43| 0,00| |16-IRPJ(25%s/15)| 1.411,81| 1.411,84| 347,22| 1. 411,76| 4.254,51| 0,00| |----------------|---------|---------|---------|--- ------|---------|---------| |12-LLpT (10-11) | 8.000,23| 8.000,43| 1.967,59| 8. 000,00|24.108,91| 0,00| -------------------------------------------------- --------------------------

(*) Na comprovação das questões 3.3 e 4.2 foram ut ilizadas a quantidades

fracionadas com o objetivo de atingir o resultado e xato estabelecido nas referidas questões.

O quadro acima comprova que os preços calculados at endem os objetivos que a

empresa estabeleceu. Nas questões 1, 2 e 3.3 a empresa obteve o lucro de sejado de R$ 8.000,00. Nas

questões 1 e 2 o resultado da comprovação tem uma p equena diferença, de centavos, em virtude do arredondamento feito no preço de vend a.

Na questão 3.1 a margem de contribuição unitária o btida é de R$ 70,00,

correspondendo, a 40% do custo variável do produto (70,00/175,00 = 0,40 -> 40%). Já na questão 4.1 a margem de contribuição unitária é de R$ 182,53 e a mesma corresponde a 40% do preço de venda da referida que stão (182,53/456,32 = 40%).

Já na questão 4.2 ficou comprovado que com o preço calculado a empresa

necessita vender 82,1783 unidades (arredondando ter emos 83 unidades) para atingir o Ponto de Equilíbrio (lucro = 0).

Page 147: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

146

II-PREÇOS PARA MERCADO EXTERNO

5)Avaliação de preços para atender a proposta de em presa argentina. O primeiro passo que devemos seguir é ajustar o dad os do mercado interno para

o mercado externo.

CFT/mês p/mercado interno R$ 12.000,00 CFT adicionais p/exportar R$ 0,00 ------------ Total de CFT c/Merc.Interno e Externo ----> R$ 12 .000,00 DFT/mês p/mercado interno R$ 3.000,00 DFT adicionais p/exportar R$ 500,00 ------------ Total de DFT c/Merc.Interno e Externo ----> R$ 3 .500,00 CV un p/mercado interno R$ 175,00 CV un adicionais p/exportar R$ 10,00 --------- Total de CVun c/Merc.Interno e Externo --> R$ 185,00 Despesas Variáveis de Comercialização Só ficou as comissões que passaram de 2% p/ 3%, pois o ICMS, PIS e COFINS não incidem no ME. Comissão 3,00% Lucro Líquido Desejado após os Tributos O lucro mínimo desejado pela empresa (mercado interno + mercado externo) continua sendo R$ 8 .000,00 Tributos Incidentes sobre o Lucro Os tributos sobre o lucro são os mesmos para o mercado interno como o mercado externo Contribuição Social 8,00% Imposto de Renda 15,00% Capacidade de Produção Instalada por Mês 315 un Produção Atual (atendendo o mercado) 250 un 5.1-Deve a empresa aceitar alguma das propostas? 1ª) Aquisição de 65 unidades por R$ 210,00 cada. 2ª) Aquisição de 150 unidades por R$ 240,00 cada.

Page 148: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

147

Observamos que a 1ª proposta, de venda de 65 unidad es, vem absorver a capacidade ociosa existente na empresa (capacidade total de 315 un - capacidade aproveitada para o mercado interno de 250 un = 65 u n de capacidade ociosa). Já para atender a 2ª proposta a empresa terá, além de absorver 100% da capacidade ociosa, abrir mão de 85 unidades vendida atualmente no mercado interno.

PROPOSTAS SITUAÇÃO ATUAL 1ª PROPOSTA 2ª PROPOSTA Preço de venda 351,83 210,00 240,00 CV unitário 175,00 185,00 185,00 DV Comerc. 21,65% --> 76,17 3% --> 6,30 3% --> 7,20 ------ ------ ------ MC unitária 100,66 18,70 47,80

Passamos, então a verificar a viabilidade da 1ª pro posta. Como a 1ª proposta só absorve a capacidade ociosa, então ela é um complementa

da atual.

PROPOSTAS SITUAÇÃO ATUAL 1ª PROPOSTA TOTAL MC unitária 100,66 18,70 Quantidade x 250 un x 65 un ------------ ---------- MC Total 25.165,00 1.215,50 26.380,50 CF Total - 12.000,00 - 0,00 - 12.000,00 DF Total - 3.000,00 - 500,00 - 3.500,00 ------------ ---------- ----------- Lucro antes Tributos 10.165,00 715,50 10.880,50 Contribuição Social - 752,96 - 53,00 - 805,63 ------------ ---------- ----------- Lucro antes do IRPJ 9.412,04 662,50 10.074,54 IRPJ - 1.411,81 - 99,38 - 1.511,19 ------------ ---------- ----------- Lucro após os Tribs. 8.000,23 563,12 8.563,35

Como podemos observar a 1ª proposta é viável, visto que, aumentou o lucro da

empresa de R$ 8.000,23 para R$ 8.563,35. Para saber mos se ela é viável basta verificar se a MCT da 1ª proposta é superior aos cu stos fixos adicionais (1.215,50-500,00=715,50).

Sendo assim, para que a empresa aceitar a venda par a exportação ao preço de

R$ 210,00 o pedido mínimo deveria se de 27 unidades (27 un x 18,70 MCu = 504,90 MCT - 500,00 CFT ad. = 4,90) e no máximo de 65 unid ades, pois acima disso a empresa estaria trocando uma margem de contribuição unitária de R$ 100,66 (obtida no mercado interno) por uma de R$ 18,70 (obtida na exportação).

Page 149: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

148

Agora passamos a verificar a viabilidade da 2ª prop osta. A 2ª proposta não só absorve a capacidade ociosa, m as necessita de parte da

capacidade utilizada para atender o mercado interno . Sendo assim, para atender esta proposta a empresa deverá deixar de vender 85 unidades no mercado interno, fincando para este último apenas 165 unidades. Para este cálculo vamos supor que o mercado interno seja abastecido por concorrentes, não havendo, com isso, alteração de preço pelo fato da menor oferta por pa rte da empresa.

PROPOSTAS SITUAÇÃO ATUAL 2ª PROPOSTA TOTAL MC unitária 100,66 47,80 Quantidade x 165 un x 150 un ------------ ---------- MC Total 16.608,90 7.170,00 23.778,90 CF Total - 12.000,00 - 0,00 - 12.000,00 DF Total - 3.000,00 - 500,00 - 3.500,00 ------------ ---------- ----------- Lucro antes Tributos 1.608,90 6.670,00 8.278,90 Contribuição Social - 119,18 - 494,07 - 613,25 ------------ ---------- ----------- Lucro antes do IRPJ 1.489,72 6.175,93 7.665,65 IRPJ - 223,46 - 926,39 - 1.149,85 ------------ ---------- ----------- Lucro após os Tribs. 1.266,26 5.249,54 6.515,80 Como podemos observar a 2ª proposta não é viável, v isto que, o lucro da

empresa reduziu de R$ 8.000,23 para R$ 6.515,80, um a redução de R$ 1.484,43. Para sabermos se ela é viável basta verificar se a MCT d a 2ª proposta é superior ao soma dos custos fixos totais adicionais e o valor d a MCT renunciada no mercado interno, ou seja:

MCT na Exportação 47,80 x 150 u = 7.170,00 CFT adicionais p/exportar - 500,00 MCT renunciada no mercado int. 100,66 x 85 u = - 8.556,10 ======== Resultado da MCT 2ª proposta x situação atual = (1.886,10)

Este resultado difere daquele obtido na comparação dos dois lucros em função que neste não foi considerado a Contribuição Social e o Imposto de Renda, porém é o mesmo valor obtido na comparação dos resultados a ntes dos tributos (8.278,90 - 10.165,00 = (1.886,10). Se considerarmos que o prej uízo oriundo da 2ª proposta reduz o lucro tributável do mercado interno, então teremos:

Resultado da MCT 2ª proposta x situação atual = ( 1.886,10) Contribuição Social não paga s/vendas Merc.Ext. + 139,71 --------- Resultado após a Contribuição Social = (1.746,39) Imposto de Renda não pago s/vendas Merc.Interno + 261,96 --------- Res. 2ª x Atual, depois da compensação tributos (1.484,43)

Page 150: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

149

Agora, o resultado é o mesmo. Porém, para sabermos se ela é viável ou não, basta verificarmos se a MCT ajustada da 2ª proposta é positiva, nula ou negativa. Se positiva é viável, se nula é indiferente e se ne gativa é inviável.

Para vendermos com o preço de venda de R$ 240,00 (p reço ofertado na 2ª

proposta) a empresa só poderá renunciar 49 unidades . Este número é assim determinado

Produção sem mercado interno 65 un MCu da venda para o mercado externo x 47,80 -------- MCT c/a venda p/o Mercado Externo 3.107,00 Custos Fixos Totais Adicionais - 500,00 -------- MCT líquida na venda p/Merc.Externo 2.607,00 Para cada unidade, acima de 65, que a empresa vende r para externo ela terá

uma redução na sua MCT de R$ 52,86 (100,66 - 47,80) . Assim, ao vender 49,32 un (2.607,00/52,86) ela terá anulado o adicional de ma rgem de contribuição obtido na venda do excedente de produção. Sendo assim, a empr esa poderia vender, de sua produção total de 315 un, 114 un para o mercado ext erno e 201 para o mercado interno mantendo o mesmo resultado que obteria com a venda de 165 un exclusivamente para o mercado interno.

COMPROVAÇÃO

PROPOSTAS SITUAÇÃO ATUAL 2ª PROPOSTA TOTAL MC unitária 100,66 47,80 Quantidade x 201 un x 114 un ------------ ---------- MC Total 20.232,66 5.449,20 25.681,86 CF Total - 12.000,00 - 0,00 - 12.000,00 DF Total - 3.000,00 - 500,00 - 3.500,00 ------------ ---------- ----------- Lucro antes Tributos 5.232,66 4.949,20 10.181,86 Contribuição Social - 387,60 - 366,61 - 754,21 ------------ ---------- ----------- Lucro antes do IRPJ 4.845,06 4.582,59 9.427,65 IRPJ - 726,76 - 687,39 - 1.414,15 ------------ ---------- ----------- Lucro após os Tribs. 4.118,30 3.895,20 8.013,50

O resultado total só não foi de exatos R$ 8.000,00 porque consideramos 114 un (49 un + 65 un), quando a quantidade calculada foi de 114,32 un (49,32 + 65 un).

5.2)Qual seria o preço mínimo pelo qual passaria a valer a pena aceitar cada

uma das propostas? Agora vamos trabalhar com a hipótese de que a empre sa deseja atender o pedido

de exportação, atendendo uma das propostas recebida s, nas quantidades solicitadas e portanto, quer saber qual o preço mínimo que ela deve cobrar, em cada proposta para não sair perdendo. Para não sair perdendo a em presa deverá, na soma dos

Page 151: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

150

resultados de venda no mercado interno e externo ob ter o lucro líquido após os tributos de R$ 8.000,00.

5.2.1-Preço mínimo para atender a 1ª proposta A primeira proposta é de fornecer 65 unidades a emp resa argentina. Neste caso

a empresa deverá cobrar um valor que resulte uma MC T igual aos CFT adicionais, ou seja:

CFT adicionais para exportar R$ 500,00 MCT a ser obtida na venda de 65 un R$ 500,00 PV= MCu + DVu + CVu, onde: MCT 500,00 MCu = ----- = ------ = 7,6923 --> 7,69 QPV 65 u DVu = 3% x PV (3% se refere ao percentual de comi ssão) CVu = 185,00 (175,00 custo interno + 10,00 custo a dicional) PV = 7,69 + 0,03PV + 185,00 1PV - 0,03PV = 7,69 + 185,00 0,97PV = 192,69 192,69 PV = ------ = 198,65 0,97

5.2.1-PV mínimo para atender a 1ª proposta é de R$ 198,65 O preço oferecido pelo importador foi de R$ 210,00, portanto, acima do preço

mínimo necessário para cobrir os custos e despesas da venda. Se a empresa atender o pedido com o preço mínimo (R$ 198,65) não trará n enhuma alteração no resultado.

5.2.2-Preço mínimo para atender a 2ª proposta A segunda proposta é de fornecer 150 unidades a emp resa argentina. Neste caso

a empresa deverá cobrar um valor que resulte uma MC T igual a soma dos CFT adicionais e da MCT que a empresa deixará de obter pelo fato de ter que reduzir suas vendas internas em 85 unidades, ou seja:

CFT adicionais para exportar R$ 500,00 MCT a menor no mercado interno (100,66 x 85 un) R$ 8.556,10 -------- MCT a ser obtida na venda de 65 un R$ 9.056,10 PV= MCu + DVu + CVu, onde: MCT 9.056,10 MCu = ----- = --------- = 60,374 --> 60,37 QPV 150 u DVu = 3% x PV (3% se refere ao percentual de comi ssão) CVu = 185,00 (175,00 custo interno + 10,00 custo a dicional)

Page 152: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

151

PV = 60,37 + 0,03PV + 185,00 1PV - 0,03PV = 7,69 + 185,00 0,97PV = 245,37 245,37 PV = ------ = 252,96 0,97

5.2.2-PV mínimo para atender a 1ª proposta é de R$ 252,96 O preço oferecido pelo importador foi de R$ 240,00, portanto, abaixo do preço

mínimo necessário para cobrir os custos e despesas da venda. Se a empresa atender o pedido com o preço mínimo (R$ 252,96) não trará n enhuma alteração no resultado, porém, se vender ao preço oferecido ou abaixo do pr eço mínimo ela terá um resultado inferior daquele obtido com a venda só pa ra o mercado interno, de 250 un.

COMPROVAÇÃO

A seguir encontramos a comprovação das questão 5.2 -------------------------------------------------- -------------------------- | PROPOSTAS | 1ª PROPOSTA | 2ª PROPOSTA | |----------------|-----------------------------|--- --------------------------| |RUBRICA/questão |MERC.INT.|MERC.EXT.| SOMA |MER C.INT.|MERC.EXT.| SOMA | |----------------|---------|---------|---------|--- ------|---------|---------| |1-PV | 351,83| 198,65|*********| 351,83| 252,96|*********| |2-CVu | 175,00| 185,00|*********| 175,00| 185,00|*********| |3-DV(4+5+6+7) | 76,17| 5,96|*********| 76,17| 7,58|*********| |----------------|---------|---------|---------|--- ------|---------|---------| |4-ICMS (17% s/1)| 59,81| 0,00|*********| 59,81| 0,00|*********| |5-PIS(0,65% s/1)| 2,28| 0,00|*********| 2,28| 0,00|*********| |6-COFINS(2% s/1)| 7,04| 0,00|*********| 7,04| 0,00|*********| |7-COM.I2% E3%s1)| 7,04| 5,96|*********| 7,04| 7,58|*********| |----------------|---------|---------|---------|--- ------|---------|---------| |8-MCu (1-2-3) | 100,66| 7,69|*********| 100,66| 60,38|*********| |9-QPV (*) | 250 u | 65 u | 315 u | 165 u | 150 u | 315 u | |----------------|---------|---------|---------|--- ------|---------|---------| |10-MCT (3x4) |25.165,00| 499,85|25.664,85|16. 608,90| 9.057,00|25.665,90| |11-CFT |12.000,00| 0,00|12.000,00|12. 000,00| 0,00|12.000,00| |12-DFT | 3.000,00| 500,00| 3.500,00| 3. 000,00| 500,00| 3.500,00| |----------------|---------|---------|---------|--- ------|---------|---------| |13-LLaT(10-11-12|10.165,00| - 0,15|10.164,85| 1. 608,90| 8.557,00|10.165,90| |14-CS (8% s/15) | 752,96| 0,01| 752,95| 119,18| 633,85| 753,03| |----------------|---------|---------|---------|--- ------|---------|---------| |15-LLaIR (13-14)| 9.412,04| - 0,14| 9.411,90| 1. 489,72| 7.923,15| 9.412,87| |16-IRPJ(25%s/15)| 1.411,81| 0,02| 1.411,78| 223,46| 1.188,47| 1.411,93| |----------------|---------|---------|---------|--- ------|---------|---------| |12-LLpT (10-11) | 8.000,23| - 0,12| 8.000,11| 1. 266,26| 6.734,68| 8.000,94| -------------------------------------------------- --------------------------

O quadro acima comprova que os preços calculados at endem, com pequenas

diferenças em função de arredondamentos, os objetiv os que a empresa estabeleceu. Como foi possível observarmos no decorrer da resolu ção deste problema, o

sistema de cálculo de preço pelo custeio direto/mar gem de contribuição é bem mais flexível e prático.

Page 153: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

152

Além das hipóteses trabalhas poderíamos trabalhar c om vários produtos e estabelecermos uma margem de contribuição média e u m mix de produtos necessários serem produzidos e vendidos com o propósito de aten der os objetivos estabelecidos. Com estes dois itens estabelecidos a empresa poderia compensar a redução da margem de contribuição de um produto com o aumento da margem de outro, ou ainda com o aumento de quantidade do próprio pro duto que sofreu a redução ou em outro(s) produto(s). O mesmo raciocínio vale tam bém para o inverso.

2.7.3-Determinação do Preço de Venda pelo Método do Lucro sobre o Capital

Empregado Para a determinação do preço de venda através deste método devemos ter, além

do custo total dos produtos, o valor do capital emp regado e o percentual de lucro desejado sobre o mesmo.

O preço de venda por este método é obtido através d a seguinte fórmula: Custo total + (Total Capital Empregado x % Lu cro Desejado) PV = ---------------------------------------------- ------------ Volume Caso Prático de Determinação do Preço de Venda pelo Método do Lucro sobre o

Capital Empregado : A empresa Nova Era S.A. produz um único produto e t em os seguintes

dados: 1)Custo total da empresa (fixo e variável) R$ 1.280.000,00 2)Total Capital Empregado R$ 12.600.000,00 3)Volume de unidades produzidas 500 un 4)Percentual de lucro desejado s/capital empre gado 0,5% A empresa deseja saber qual deverá ser o preço de v enda. RESOLUÇÃO DO CASO 1.280.000,00+(12.600.000,00x0,005) 1.343.000 ,00 PV = ---------------------------------- = --------- --- = 2.686,00 500 500 Portanto, o preço de venda será R$ 2.686,00 por un idade. Observação: Para se determinar os custos totais da empresa, primeiro devemos

determinar o lucro desejado, pois sobre este incidi rão as despesas variáveis de comercialização calculadas sobre o preço de venda, uma vez que , o lucro faz parte do preço.

2.7.4-Determinação do Preço de Venda pelo “MARK-UP” : a)Definição de Mark-up : O mark-up é um índice aplicado sobre o custo de u m

bem ou serviço para formação do preço de venda. O comerciante de televisores, por exemplo, aplica u m índice de 2,3 sobre o

custo de aquisição de um determinado televisor e ob tem o preço de venda do mesmo. O dono de uma fábrica de móveis aplica um índice de 3,5 sobre o custo de

produção de uma determinada mesa e com isso, obtem o preço de venda da mesma.

Page 154: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

153

b)Finalidades do Mark-up : O mark-up tem por finalidade cobrir as seguintes contas:

-impostos sobre vendas; -taxas variáveis sobre vendas; -despesas administrativas fixas; -despesas de venda fixas; -custos indiretos de produção fixos; -lucro. c)Caso Prático de Determinação do Preço de Venda pe lo MARK-UP A Metalúrgica Noroeste S.A. deseja alterar sua tabe la de preços para a venda

de pinos de aço, e dispõe das seguintes informações : -Custos variáveis para produzir e vender, -para pagamento a vista: R$ 3 0,00 p/un -Impostos e taxas incidentes sobre as -vendas para pagamento a vista: 25% -Margem de contribuição desejada: 15% -Volume previsto de venda: 4.000 un -Custos fixos do período R$ 19.200,00 -Hipótese de entrega do produto no momento -da formação do preço. PEDE-SE: 1)Preço por un, para venda a vista e para pagamento em 30 dias, considerando

custo financeiro à razão de 10% ao mês. 2)Ponto de equilíbrio: em unidades, em valor, justi ficação. 3)Margem de segurança operacional: em unidades, em valor, em porcentagem e

porcentagem do lucro. 4)Comprovação do percentual de lucro encontrado no item anterior. d)Solução do caso Prático da Metalúrgica Noroeste S .A. : 1)Preços de venda a)Formação do Preço de Venda a Vista (PVV)

PVV = R$ 30,00/un + 0,25PVV + 0,15PVV PVV - 0,40PVV = R$ 30,00 PVV (1-0,40) = R$ 30,00 R$ 30,00 R$ 30,00 PVV = --------- = --------- = R$ 50,00, com isso, 1 - 0,40 0,60

O preço de venda a vista é de R$ 50,00 por unidade (pino).

Page 155: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

154

b)Formação do preço de venda a vista tomando-se com o base o mark-up. Preço de venda a vista (PVV) = 100% (-) Impostos e taxas a vista = (25%) (-) Margem de contribuição desejada = (15%) ---- = Mark-up divisor = 60% ou = Mark-up multiplicador (100%/64%) = 1,6667

b.1)Preço de venda a vista com base no mark-up divi sor R$ 30,00 R$ 30,00 PVV = ---------- = --------- = R$ 50,00, ou 60/100 0,60 PVV = R$ 50,00

b.2)Preço de venda a vista com base no mark-up mult iplicador PVV = R$ 30,00 un x 1,6667 = R$ 50,00 PVV = R$ 50,00 c)Formação do preço de venda a prazo (PVP)

c.1)Venda financiada em 30 dias PVP = PVV x (1 + %DF) PVP = 50,00 x (1 + 0,10) PVP = 50,00 x (1,10)

PVP = 55,00 2)Ponto de Equilíbrio (PE)

Custos Fixos Totais PE(un) = ------------------------------ Margem de Contribuição Unitária R$ 19.200,00 R$ 19.200,00 PE(un) = ----------------- = ------------- = 2.560 unidades ( R$ 50,00 x 15%) R$ 7,50 PE(un) = 2.560 unidades PE(valor) = PE(un) x PVV PE(valor) = 2.560 un x R$ 50,00 = R$ 128.000 ,00

PE(valor) = R$ 128.000,00

Page 156: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

155

Justificação do ponto de equilíbrio Demonstração de Resultados Vendas (2.560 un x R$ 50,00) R$ 128 .000,00 = 100% (-) Impostos e taxas s/vendas (25%) R$ 32 .000,00 = 25% (-) Custos variáveis (2.560 x 30,00) R$ 76 .800,00 = 60% ------- ------- ---- (=) Margem de contribuição R$ 19 .200,00 = 15% (-) Custos fixos R$ 19 .200,00 = 15% ------- ------- ---- (=) Resultado R$ 0,00 0% 3)Margem de segurança operacional (MSO) MSO(un) = volume previsto - PE(un) MSO(un) = 4.000un - 2.560 un MSO(un) = 1.440 un MSO(valor) = (volume previsto x PVV) - PE(valo r) MSO(valor) = (4.000un x R$ 50,00) - R$ 128.0 00,00 MSO(valor) = R$ 200.000,00 - R$ 128.000,00 MSO(valor) = R$ 72.000,00 MSO(valor) % MSO = ------------------ Venda total em R$ R$ 72.000,00 % MSO = -------------- = 0,36 ----> 36,00% R$ 200.000,00 %MSO = 36,00% % Lucro = % MC x % MSO % Lucro = 0,15 x 0,36 = 0,054 ---> 5,4% .------. % Lucro = | 5,4% |-----------------------------------------. `------´ | | 4)Comprovação do percentual do lucro | | Vendas (4.000 x 50,00) R$ 200.000,0 0 = 100% | (-) Impostos e taxas s/vendas (25%) R$ 50.000,0 0 = 25,0% | (-) Custo variáveis(4.000 x 30,00) R$ 120.000,0 0 = 60,0% | ------------- - | (=) Margem de contribuição R$ 30.000,0 0 = 15,0% | (-) Custos fixos R$ 19.200,0 0 = 9,6% | ------------- - | (=) Resultado R$ 10.800,0 0 = 5,4% <--´

Page 157: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

156

XIII-EXERCÍCIOS

I)EXERCÍCIOS SOBRE CUSTEIO POR ABSORÇÃO, DIRETO E M ARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

1)A empresa Alfa S.A. produtora de cadeiras levanto u os seguintes custos no

mês de mar/9y: a)Custos aplicados na produção: -Materiais diretos (total) R$ 2.000 ,00 -Mão-de-obra direta (total) R$ 1.800 ,00 -Custos gerais de fabricação (total) R$ 3.000 ,00 ------ --- -Total geral R$ 6.800 ,00 b)Despesas complementares -Despesas com vendas R$ 300 ,00 -Despesas administrativas R$ 200 ,00 -Despesas financeiras R$ 250 ,00 ------ --- -Total geral R$ 750 ,00 c)Informações complementares -Produção do mês 800 un -Estoque no início do mês 50 un R$ 400 ,00 -Estoque no final do mês 200 un -Preço de venda unitário R$ 12 ,00 A empresa utiliza o sistema de custeio por absorção para a apropriação dos

custos e o custo médio ponderado para a avaliação d os estoques. Calcular: 1)O custo unitário de produção no mês de mar/9y 2)Composição do estoque final 3)Demonstração do resultado.

xxx - xxx - xxx - xxx -

2)A empresa Sem Comparação Ltda produtora de calças e camisas obteve os seguintes custos durante o mês de abr/9x:

a)Custos Diretos(variáveis) TIPO DO MATÉRIA-PRIMA MÃO-DE-OBRA DIRETA QUANTIDADE PRODUTO POR UN POR UN PRODUZIDA Camisa 0,40 1,80 500 Calça 0,80 1,20 300

Page 158: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

157

b)Custos indiretos (fixos) de fabricação: TIPO DO CUSTO BASE DE RATEIO UTILIZADA VALOR Depreciação Unidades produzidas R$ 600,00 Materiais de consumo Matéria-prima consumida R$ 200,00 Mão-de-obra indireta Mão-de-obra direta aplicada R$ 180,00 Outros gastos Unidades produzidas R$ 320,00 --------- Total R$ 1.300,00 c)Despesas complementares Despesas com vendas R$ 200,00 Despesas administrativas R$ 400,00 Despesas financeiras R$ 300,00 -------- Total R$ 900,00 d)Informações complementares: PRODUTO ESTOQUE INICIAL ESTOQUE FINAL PREÇO D E VENDA POR UN Camisa -0- 100 R$ 5,00 Calça -0- 50 R$ 4,00 A empresa Sem Comparação Ltda quer saber, através d os sistemas de Custeio por

Absorção e Custeio Direto o seguinte: a)Custo dos produtos b)Estoque dos produtos no final do mês c)Demonstração do resultado

xxx - xxx - xxx - xxx -

3)A empresa Indl.Caxias Ltda produz três tipos dife rentes de sapatos e durante o mês de mar/9n constatou o seguinte:

a)CUSTOS DIRETOS (VARIÁVEIS) Tipo do Matéria-prima Mão-de-obra Quantidade sapato por un direta por un produzida A 50,00 80,00 3.000 B 60,00 50,00 5.000 C 40,00 60,00 2.000 b)CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO (FIXOS) -Depreciação R$ 200.000,00 -Limpeza R$ 100,000,00 -Mão-de-obra indireta R$ 300,000,00 -Outros gastos R$ 400.000,00 ------------ -Total R$ 1.000.000,00 PEDE-SE:1)Qual é o custo de cada produto pelo s istema de custeio direto? 2)Qual é o custo de cada produto pelo siste ma de custeio por

absorção, considerando-se a apropriação de todos os custos indiretos de fabricação, por três hipótese diferentes de apropri ação, utitizando-se para isso as seguintes bases de rateio: 1õ hipótese: pelo nº de produtos fabricados; 2õ hipótese: pelo valor da matéria-prima consumida; 3õ hipótese: pelo valor da mão-de-obra direta aplicada. Comentar os diferenças enc ontradas pelo uso alternados das bases de rateio.

xxx - xxx - xxx - xxx -

Page 159: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

158

4)A empresa Bom Tempo S.A. produz três tipos difere ntes de produtos e possui os seguintes dados:

a)CUSTOS DIRETOS (VARIÁVEIS) Tipo do Matéria-prima Mão-de-obra Embalagem Quantidade produto por un direta un por un produzida A 20,00 80,00 10,00 1.050 B 40,00 60,00 20,00 1.200 C 25,00 50,00 15,00 750 b)CUSTOS INDIRETOS (FIXOS) Tipo do custo Valor R$ Base de rateio Depreciação 100,00 Quant.produzida Aluguel 80,00 Quant.produzida Mão-de-obra indireta 130,00 Mão-de-obra dir eta Outros custos fixos 60,00 Matéria-prima PEDE-SE: 1)Qual é o custo de cada produto pelo sist ema de custeio variável

(direto) e pelo sistema de custeio por absorção?

xxx - xxx - xxx - xxx -

5)A empresa Casa Nova S/A produz dois tipos diferen tes de produtos, tendo os mesmos os seguintes dados:

PRODUTO A B Quantidade produzida 800 600 Matéria-prima consumida (total) 160,00 180,00 Mão-de-obra direta (total) 120,00 150,00 Outros materiais diretos (total) 40,00 48,00 Preço de venda 1,00 1,50 CUSTOS FIXOS DE PRODUÇÃO VALOR BAS E DE RATEIO Mão-de-obra indireta 400,00 Mão-de- obra Direta Depreciação 200,00 Matéria -prima A empresa possui contabilidade de custos integrada com a contabilidade geral

e quer saber qual é o custo dos produtos para fins de estoque, pelos sistemas de custeio direto e por absorção.

xxx - xxx - xxx - xxx -

6)A empresa Sul Brasil Ltda produtora de um tipo de caneta, durante o período

de um mês levantou os seguintes dados: -Produção e venda do período de 1.200 unidades -Custo fixos de produção (total) R$ 600,00 -Despesas fixas de administração (total) R$ 275,00 -Custo com os materiais diretos (total) R$ 720,00 -Custo com mão-de-obra direta (total) R$ 540,00 -As despesas variáveis de comercialização são de 30 % sobre o preço de venda. -O preço de venda é de R$ 4,00 PEDE-SE: a)Qual é o custo por unidade, através do custeio di reto e do custeio por

absorção, para fins de estoque?

Page 160: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

159

b)Qual é a margem de contribuição unitária? c)Qual é o percentual de margem de contribuição dei xado pelo produto sobre o

preço de venda? d)Qual é o resultado que a empresa obteve no períod o, antes do imposto de

renda? e)Quantas unidades seriam necessárias serem fabrica das e vendidas para se

obter o ponto de equilíbrio? f)E para se obter um lucro antes do imposto de rend a de R$ 1.400,00.

xxx - xxx - xxx - xxx -

7)A empresa Ar Frio S/A fabricante de um tipo de re frigerador, durante o período de um mês levantou os seguintes dados

-Produção e venda do período 1.500 unidades -Custos com materiais R$ 120,00 por unidade -Custos com mão-de-obra direta R$ 50,00 por unidad e. -Total de custos fixos de produção e despesas de ad ministração do período

foram de R$ 122.400,00. -Despesas variáveis de comercialização representam 27% sobre o valor de venda -O preço de venda por unidade é de R$ 400,00. A empresa utiliza o método de custeio direto e dese ja saber: a)Qual é o percentual de margem de contribuição dei xado pelo produto sobre as

vendas? b)Qual é o custo do produto para fins de estoque? c)Quantas unidades são necessárias fabricar e vende r para total cobertura dos

custos fixos(atingir o ponto de equilíbrio)? d)Qual é o resultado que a empresa obteve no períod o antes do imposto de

renda e contribuição social? e)Se a empresa pretender obter um lucro de R$ 51.0 00,00, quantas unidades

seriam necessárias serem fabricadas e vendidas e qu al deveria ser a receita total para atingir esse objetivo?

xxx - xxx - xxx - xxx -

8)A empresa Som & Vídeo S/A é fabricante de dois ti pos de televisores. Um com

controle remoto e outro sem controle remoto. A empr esa para atender o mercado produz mensalmente 5.000 unidades com controle e 4. 000 unidades sem controle. Os custos com materiais são de R$ 400,00 para o com c ontrole e R$ 380,00 para o sem controle, por unidade. Os demais custos variáve is são de R$ 250,00 por unidade para ambos os modelos, além de R$ 3.500,00 por hora de mão-de-obra direta tanto para um quanto para outro modelo. Os c ustos fixos de produção totalizam R$ 714.340,00 por mês e as despesas fixa s de administração e venda totalizam R$ 301.070,00 e ambos são rateados aos p rodutos tendo como base de rateio o custo da mão-de-obra direta. Os tempos de fabricação são de 22,6 horas para o modelo com controle remoto e de 18,5 horas p ara o modelo sem controle. Os preços de venda são respectivamente de R$ 1.300,00 para o modelo com controle remoto e R$ 1.200,00 para o sem controle remoto, s endo que as despesas variáveis de comercialização são de 30% para os dois modelos. A empresa quer saber de cada modelo.

Page 161: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

160

a)Qual é o Custo unitário para cada modelo pelos si stemas de apropriação direto e por absorção, para fins de estoque?

b)Qual é o custo unitário de cada modelo para fins de preço de venda? c)Qual é a margem de contribuição unitária de cada modelo? d)Qual é o lucro líquido obtido?

xxx - xxx - xxx - xxx -

9)A empresa de calçados Estilo S/A fabrica um deter minado modelo de sapato masculino, cujo o custo variável unitário de fabric ação é de R$ 75,00 por par. Num determinado mês a empresa fabricou 1.000 pares e teve no mesmo período um total de custo e despesa fixos (de produção e admin istração) de R$ 21.000,00. As despesas variáveis de comercialização representam 2 5% do valor das vendas. A empresa pretende obter um lucro de R$ 9.000,00. Sa bendo-se que a empresa utiliza o método de custeio direto, pede-se:

a)Qual o valor do preço de venda unitário e o total de receita necessária

para atingir este objetivo? b)Quantas unidades seriam necessárias serem fabrica das e vendidas para

atingir o ponto de equilíbrio? c)Qual deveria ser a receita total para atingir o p onto de equilíbrio? d)Qual será o resultado se a empresa produzir e ven der 1.200 unidades?

xxx - xxx - xxx - xxx -

10)Numa determinada empresa o preço de venda de um produto é de R$ 15,00 por unidades. Os custos variáveis de fabricação são de R$ 7,00 por unidade. A soma do custo fixo de produção com as despesas fixas de administração e venda totalizam R$ 2.550,00. As despesas variáveis de co mercialização representam 25% do preço de venda.

a)Qual é o valor da margem contribuição unitária? b)Qual deverá ser o valor total das vendas para que a empresa tenha um lucro,

antes do imposto de renda, de R$ 637,50? c)Quantas unidades deveriam ser produzidas e vendid as para atingir o ponto de

equilíbrio? d)Qual será o resultado se a empresa produzir e ven der 900 un? E quantas

seriam necessárias p/lucro de R$ 340,00?

xxx - xxx - xxx - xxx -

11)A empresa Verde Vale S.A. produz um único tipo d e móvel para escritório, sendo que durante o mês de junho/9x levantou os seg uintes dados:

Produção e venda do período 800 u n Custos com materiais diretos R$ 120,00 p or un Custos com mão-de-obra direta R$ 80,00 p or un Preço de venda R$ 300,00 p or un Custo fixo do mês (prod.+ adm.) R$ 12.000,00 t otal As despesas variáveis de comercialização representa m 25% sobre o preço de

venda.

Page 162: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

161

A empresa utiliza o método de custeio direto e dese ja saber: 1)Qual é o custo do produto para fins de estoque? 2)Qual é a margem de contribuição unitária? 3)Quantas unidades deveriam ser produzidas e vendid as para se obter o ponto

de equilíbrio? 4)Qual é o resultado que a empresa obteve no períod o antes dos tributos? 5)Quantas unidade a empresa deveria produzir e vend er para obter um

lucro de R$ 10.000,00?

xxx - xxx - xxx - xxx -

12)A empresa ZT Indústria de Equipamentos Eletrônic os Ltda produz um único produto, sendo que, num determinado mês levantou os seguintes dados: custo total com materiais diretos R$ 2.850,00; custo total de mão-de-obra direta R$ 2.100,00; custo unitário com serviços externos de p olimento R$ 0,70; total de gastos gerais fixos de fabricação de R$ 1.800,00; total de despesas fixas administração e comerciais R$ 900,00; as despesas variáveis de comercialização são de 30% sobre o preço de venda; a produção do mê s foi de 500 unidades e o preço de venda unitário é de R$ 28,00.

A empresa quer saber: 1.1)Qual é o custo para fins de estoque pelo sistem a de Custeio por Absorção

e pelo Custeio Variável? 1.2)Quantas unidades deveriam ser produzidas e vend idas para atingir o ponto

de equilíbrio? 1.3)Qual é o resultado que a empresa obteve antes d os tributos? A que preço

ela deveria vender este produto para aumentar o seu resultado em 35%, mantendo-se os demais dados inalterados?

1.4)Qual seria o resultado obtido se a empresa cons eguir ao mesmo tempo

reduzir as despesas variáveis de comercialização de 30% para 25% e aumentar a produção de 500 unidades para 1.000?

xxx - xxx - xxx - xxx -

13)Numa determinada empresa produz um único produto e o seu preço de venda é

de R$ 300,00 por unidade. O mesmo produto é compos to de R$ 80,00 de materiais diretos e de R$ 60,00 do Mão-de-obra Direta. A emp resa ainda possui os seguintes dados: Custo fixo de produção de R$ 8.500,00 e des pesas fixas de administração de R$ 2.890,00. As despesas variáveis de venda são de 25% sobre o preço de venda. A produção é de 400 unidades.

A empresa quer saber: 1)Qual é o custo para fins de estoque pelo sistema de Custeio por Absorção e

pelo Custeio Variável? 2)Quantas unidades deveriam ser produzidas e vendid as para atingir o ponto de

equilíbrio? 3)Quantas unidades devem ser produzidas e vendidas para que a empresa obtenha

um lucro de R$ 8.585,00?

Page 163: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

162

4)Qual será o resultado da empresa se ela produzir e vender 320 unidades do produto?

xxx - xxx - xxx - xxx -

14)A empresa Casa Nova S.A. fabrica três tipos de p rodutos, podendo ocorrer

quatro hipóteses diferentes: 1)Produção e venda sem fator limitante: Produto Custo variável un Preço venda un A 300,00 700,00 B 200,00 400,00 C 500,00 800,00 2)Produção sem fator limitante e venda tendo demand a como fator limitante Produto Custo variável un Preço venda un Demanda A 300,00 700,00 30 B 200,00 400,00 60 C 500,00 800,00 50 3)Produção com fator limitante e venda sem fator li mitante. O fator limitante

na produção é um determinado tipo de componente que é comum para os três produtos e existe em estoque apenas 800 unidades.

Tipo de Custo variável Preço de venda Component es necessários Produto por un por un para cada produto A 300,00 700,00 10 B 200,00 400,00 8 C 500,00 800,00 4 4)Produção e venda com fator limitante. Produção co m componente comum em

quantidade limitada e venda com demanda fixa. Tipo de Custo variável Preço de venda Demanda Co mponentes nec. Produto por un por un por prod p/cada prod. A 300,00 700,00 30 10 B 200,00 400,00 60 8 C 500,00 800,00 50 4 A empresa tem R$ 30.000,00 como custos fixos do pe ríodo e deseja saber nas

quatro hipóteses: 1)Qual é o produto proporciona o maior retorno? 2)Qual é o resultado do período? 3)Quais produtos que a empresa deveria produzir e e m que quantidade?

xxx - xxx - xxx - xxx -

15)A empresa Sul América S/A fabrica três tipos de produtos, podendo ocorrer quatro hipóteses diferentes:

1)Produção e venda sem fator limitante: Produto Custo variável un Preço vend a un A 400,00 600,00 B 600,00 900,00 C 700,00 800,00

Page 164: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

163

2)Produção sem fator limitante e venda tendo demand a como fator limitante Produto Custo variável un Preço venda un Demanda A 400,00 600,00 20 B 600,00 900,00 10 C 700,00 800,00 40 3)Produção com fator limitante e venda sem fator li mitante. O fator limitante

na produção é o fato dos três produtos dependerem d a mesma máquina, sendo que a mesma só dispõe de 120 horas por mês.

Tipo de Custo variável Preço de venda Horas má q.necessárias Produto por un por un para c ada produto A 400,00 600,00 5 B 600,00 900,00 2 C 700,00 800,00 4 4)Produção e venda com fator limitante. Produção co m componente comum em

quantidade limitada e venda com demanda fixa. Tipo de Custo variável Preço de venda Demanda H oras máq.nec. Produto por un por un por prod p/cada prod. A 400,00 600,00 20 5 B 600,00 900,00 10 2 C 700,00 800,00 40 4 A empresa tem R$ 20,00 como custos fixos do períod o e deseja saber nas

quatro hipóteses: 1)Qual é o produto proporciona o maior retorno? 2)Qual é o resultado do período? 3)Quais produtos que a empresa deveria produzir e e m que quantidade?

xxx - xxx - xxx - xxx -

16)A empresa Nova Era Ltda produz três tipos difere ntes de produtos, sendo que não consegue atender a demanda existente em fun ção da falta de um componente “X”, que está em falta no mercado. Os três produtos dependem deste componente, embora em quantidades diferenciadas. A empresa quer saber qual ou quais produtos ela deve produzir e em que quantidades, com base no s dados abaixo:

PRODUTO CUSTO VARIÁVEL PREÇO DE VENDA Nº COM P.NESCESSÁRIOS A R$ 8,00 R$ 20,00 4 un por produto B R$ 7,00 R$ 15,00 2 un por produto C R$ 12,00 R$ 28,00 5 un por produto A empresa possui ainda os seguintes dados: -As despesas variáveis são de 25% sobre o preço de venda -O total de componentes “X” disponível no estoque d a empresa é de 400

unidades

xxx - xxx - xxx - xxx -

Page 165: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

164

II-EXERCÍCIOS S/DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE VENDA COM BASE NO CUSTO 1)A empresa Sol Ind.e Com. Ltda fabrica dois tipos diferentes de produtos e

possui os seguintes dados: 1.1)Custos e despesas da empresa durante o mês: Produto A B Quantidade produzida e vendida 2.000 3.000 Custo total de produção 90.000,00 130. 000,00 Total desp. fixas adm. + coml. 50.000,00 1.2)Despesas variáveis de comercialização -ICMS 17,00% -PIS 0,65% -COFINS 2,00% -Comissão 5,00% -Financeira para venda a prazo 5,00% 1.3)Tributos sobre o lucro -Imposto de renda 15,00% -Contribuição social 8,00% 1.4)Lucro após todos os tributos -A empresa deseja um lucro líquido de 14,00% A empresa utiliza o sistema de custeio por absorção e distribui as despesas

fixas em função da participação dos custos de produ ção de cada produto e quer saber qual dever ser o preço de venda nas seguintes condições:

a)A vista sem desconto. b)A vista em condições de dar um desconto de 20% c)A prazo sem desconto. d)A prazo em condições de dar um desconto de 10%

xxx - xxx - xxx - xxx -

2)A empresa Casa Nova Ind. e Com. Ltda fabrica dois tipos diferentes de produtos e possui os seguintes dados:

1.1)Custos e despesas da empresa durante o mês: Produto A B Quantidade produzida e vendida 3.000 1.000 Custo un. com os materiais diretos 20,00 50,00 Custo un. com os demais gastos de prod. 5,00 8,00 Total desp. fixas (adm. + coml.) 2 0.000,00 1.2)Despesas variáveis de comercialização -ICMS 17,00% -PIS 0,65% -COFINS 2,00% -Comissão 5,00% -Financeira para venda a prazo 5,00% 1.3)Tributos sobre o lucro -Imposto de renda 15,00% -Contribuição social 8,00% 1.4)Lucro após todos os tributos -A empresa deseja um lucro líquido de 15,00%

Page 166: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

165

A empresa utiliza o sistema de custeio por absorção e distribui as despesas fixas em função da participação dos custos de produ ção de cada produto e quer saber qual dever ser o preço de venda nas seguintes condições:

a)A vista sem desconto. b)A vista em condições de dar um desconto de 17% c)A prazo sem desconto. d)A prazo em condições de dar um desconto de 8%.

xxx - xxx - xxx - xxx -

3)A empresa Casa & Cozinha Ltda fabrica dois tipos de produtos destinados à decoração de casas e durante um determinado mês lev antou os seguintes dados

PRODUTO A B Quantidade produzida (un) 50 0 1.000 Custos c/materiais diretos p/un R$ 15,0 0 17,00 Custos c/Mão-de-obra direta p/un R$ 5,0 0 13,00 Gastos Gerais de Fabricação total R$ 6 5.000,00 Despesas Fixas Administrativas total R$ 3 0.000,00 As despesas variáveis de comercialização são as seg uintes: ICMS 17,00% PIS 0,65% COFINS 2,00% Comissão 5,00% Lucro após os tributos 8,00% Tributos sobre o lucro Imposto de renda 15,00% Contribuição social 8,00% A empresa utiliza o sistema de custeio por absorção e distribui os seus

custos indiretos e as despesas administrativas em f unção da participação dos custos diretos de cada produto.

A empresa quer saber: 1)Qual é o custo do produto para fins de estoque? 2)Qual é o preço de venda à vista sem desconto. 3)Qual é o preço de venda à vista em condições de d ar um desconto de 25%

xxx - xxx - xxx - xxx -

4)A empresa NLZ Ind. e Com. Ltda fabrica un único t ipo de produto e possui os seguintes dados:

Custo total de produção por unidade R$ 45,00 Parcela das despesas administrativas por un R$ 8,00 As despesas variáveis de comercialização são as seg uintes: ICMS 12,00% PIS 0,65% COFINS 2,00% Comissão 8,00% Lucro após os tributos 10,00%

Page 167: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

166

Tributos sobre o lucro Imposto de renda 15,00% Contribuição social 8,00% A empresa quer saber qual dever ser o preço de vend a nas seguintes condições: a)A vista sem desconto. b)A vista em condições de dar um desconto de 20%

xxx - xxx - xxx - xxx - 5)A empresa TDE Indústria e Comércio Ltda fabrica dois tipos de

eletrodomésticos e durante um determinado mês levan tou os seguintes dados: PRODUTO A B Quantidade produzida 600 800 Tempo de produção (por unidade) 5h 7h Custos c/materiais diretos(por un) R$ 12 ,00 15,00 Custo da Mão-de-obra direta(por h) R$ 800 ,00 900,00 Gastos Gerais de Fabricação (total) R$ 6.000,00 Despesas Fixas Administrativas (total) R$ 1.800,00 As despesas variáveis de comercialização são as seg uintes: ICMS 17,00% PIS 0,65% COFINS 2,00% Comissão 6,00% Despesa financeira 3,00% Lucro após os tributos 12,00% Tributos sobre o lucro Imposto de renda 15,00% Contribuição social 8,00% A empresa utiliza o sistema de custeio por absorção e distribui os seus

custos indiretos e as despesas administrativas em f unção da participação dos custos diretos de cada produto.

A empresa quer saber: 3.1)Qual é o custo dos produtos para fins de estoqu e? 3.2)Qual é o preço de venda a prazo sem desconto? 3.3)Qual é o preço de venda à vista sem desconto? 3.4)Qual é o preço de venda à vista em condições de dar um desconto de 30%?

xxx - xxx - xxx - xxx -

6)A empresa Veneza Ind. e Com. S/A quer lançar um p roduto novo no mercado e obter um lucro líquido após todos os tributos de 10 %.

Para a produção e venda do referido produto a empre sa incorrerá nos seguintes

custos e despesas: 1)Custo com materiais aplicados por unidade -Custo de aquisição sem IPI R$ 100,00 -IPI sobre compra material 10,00% -ICMS sobre compra de material 12,00% 2)Outros custos diretos por unidade (variáveis) -Mão-de-obra direta R$ 20,00 -Energia Elétrica (já liq.de ICMS) R$ 800,00

Page 168: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

167

3)Gastos fixos de produção mensal. -Aluguel R$ 2.000,00 -Depreciação do investimento R$ 3.000,00 -Mão-de-obra indireta R$ 100,00 -Outros gastos de produção R$ 6.000,00 4)Despesas variáveis de comercialização -ICMS 17,00% -PIS 0,65% -COFINS 2,00% -Comissão 8,00% -IPI 10,00% 5)Tributos incidentes sobre o lucro -Contribuição Social (CS) 10,00% -Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) 25,00% 6)Despesas fixas mensais -Administrativas R$ 1.000,00 -Comerciais R$ 800,00 7)Investimento efetuado para a fabricação do referi do produto foi na ordem de

R$ 360.000,00, sendo ele depreciado contabilmente e m 10 anos, ou seja, a taxa de 10% ao ano.

A EMPRESA DESEJA SABER: 1)Qual será o custo para fins de: estoque (custeio por absorção); preço de

venda. Calcular os respectivos custos para os segui ntes volumes de produção e venda mensal de: 1.000 un; 2.000 un e 3.000?

2)Qual deve ser o preço de venda a vista, sem IPI, nas três hipóteses de

produção e venda apresentadas? 3)Qual será a margem de contribuição unitária em ca da uma das três situações? 4)Quantos produtos devem ser fabricados e vendidos para atingir o Ponto de

Equilíbrio nas três situações acima apresentadas? 5)Qual será o lucro líquido total obtido, após todo s os tributos, em cada uma

das três situações? 6)Quantos produtos devem ser produzidos e vendidos para a recuperação total

do investimento e em que prazo isso se daria? 7)Qual deve ser o preço para recuperar todo o inves timento em 12 meses, para

as três quantidades de produção informadas?

Page 169: CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA NA EXPORTAÇÃO · 4 2-PRODUÇÃO CONTINUA.....36 2.1-Conceito.....36

168

BIBLIOGRAFIA

01 - MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos - Ed. Atlas 02 - LEONE, George S.G.. Custos (Planejamento,Impl. e Controle) Ed. Atlas 03 - ------------------ Custos um Enfoque Administrativo . Vol. 1 - Fundação Getúlio Vargas 04 - NEPOMUCENO, Francisco. Formação do Preço de Vendas . Ed. Ipanema 05 - BEULKE, Rolando e BERTO, Dalvio J. Custos e Estratégias de Resultado . Ed. Sagra 06 - MANDARINO, Umberto. Custos . Ed. Atlas 07 - DUDICK, Thomas S. Controle de Custos Industriais. Ed. Atlas 08 - DUTRA, René Gomes, Custos-Uma Abordagem Prática - Ed. Atlas, 1ª Edição, 1986 09 - MATZ, CURRY, FRANK. Contabilidade de Custos. Ed. Atlas 10 - LI, David H.. Contabilidade de Custos - Livro Texto - Ed. Interamericana 11 - MAIERHOFER, Jorge. Projeto e Roteiro Didático p/a Disciplina de Contabilidade Industrial e Agrícola com Vistas a Técnica de Levantamento de Custos. 12 - LAWRENCE, W.B.. Contabilidade de Custos - Ed. IBRASA 13 - BEULKE, Rolando e BERTO, Dalvino. Custo e Estratégias de Resultado. Ed. Sagra 14 - -------------------------------- Custo Integrado à Contabilidade Ed. Sagra 15 - PERONI, José Osnir. Custo Industrial. Ed. Atlas 16 - LIMA, José Geraldo de. Custos . Ed. Atlas 17 - DUTRA, René Gomes. Custos uma Abordagem Prática. Ed. Atlas 18 - SANTOS, Joel José dos. Análise de Custos - um Enfoque Gerencial. Ed. Atlas 19 - LEONE, George S. G.. Custos - Planejamento, Implantação e Controle Ed. Atlas 19 - LOPES DE S°, Antonio. Custos e Administração de Materiais. Ed. Ediouro 20 - --------------------- Introdução à Administração e a Contabilidade de Custos. Ed. Ediouro 21 - SCHMIEDICKE, Robert E. e NAGY, Charles F. Pri ncípios de Contabilidade de Custos . Ed. Saraiva 22 - PASSARELLI, João e BONFIM, E. de A. Custos - Instrumento de Controle e Análise TPD - IOB 23- HORNGREN, Charles T. Contabilidade de Custos - Um Enfoque Administrativo. Vol. 1 e 2 - Ed. Atlas 24 - REVISTA DO CRCRS Nõ 58 25 - TEMÁTICA CONTÁBIL E BALANÇOS - Boletins IOB 17 /88; 24/88; 4/85 26 - MANUAL DO EXPORTADOR - Banco do Brasil S.A. - CACEX - 1988/89