Custos da (não) Qualidade Autor: Marcelo Melgaço M.Sc. CQMgr/ASQ

Os custos da qualidade nas organizações enquadram-se em duas categorias ou áreas principais: os custos de controle e os custos de falha no controle.

Custos de Controle: custos associados à definição, criação e controle da qualidade, bem como os associados à avaliação e feedback da conformidade com a qualidade, confiabilidade e requisitos de segurança.

Custos de Falha no Controle: custos associados às conseqüências das falhas em atender aos requisitos estabelecidos, tanto dentro da organização como nas mãos dos clientes.

� Os custos de falha no controle se subdividem em custos de falha interna e

custos de falha externa.

Custos de Falha Interna: são os custos associados a defeitos que são encontrados antes da entrega do produto ao cliente. São custos que desapareceriam se não existissem defeitos no produto anteriormente à entrega. Exemplos desta subcategoria são: Refugo: produtos defeituosos que não apresentam viabilidade econômica de reparo. Retrabalho: custos associados ao reparo de produtos para torná-los adequados ao uso Refugo e retrabalho – fornecedores: custos de refugo e retrabalho devidos à produtos não-conforme recebidos dos fornecedores. Inspeção 100%: os custos de identificação de unidades defeituosas em lotes de produtos que contém níveis inaceitáveis de defeitos. Reinspeção, reteste: custos de reinspeção e reteste de produtos que sofreram retrabalho ou outro tipo de revisão.

Custos de Falhano Controle

Custos de FalhaExterna

Custos de FalhaInterna

Outros: a diferença entre o preço normal de venda e o preço reduzido devido à problemas de qualidade. Custos de Falha Externa: são os custos em que se incorre para determinar o grau de conformidade a requisitos de qualidade. Alguns exemplos são: Custos de garantia: custos envolvidos na troca ou reparo em produtos que se encontram no período de garantia. Produtos devolvidos: custos associados ao recebimento e troca de produtos defeituosos recebidos do campo. Abatimentos: os custos de concessões feitos aos clientes devido à produtos abaixo do padrão aceitos pelo cliente como estão ou a ajustes de produtos que não se adequam às necessidades de uso. � Os custos de controle se subdividem em custos de prevenção e custos de

avaliação.

Custos de Avaliação: são os custos em que se incorre para determinar o grau de conformidade a requisitos de qualidade. Alguns exemplos são: Teste e inspeção de recebimento: custos de determinação da qualidade do produto adquirido. Inspeção e teste no processo: custos de avaliação de conformidade a requisitos durante o processo produtivo. Inspeção e teste finais: custos de avaliação de conformidade a requisitos para aceitação do produto. Auditorias de qualidade do produto: custos de executar auditorias de qualidade durante o processo ou em produtos acabados. Manutenção da precisão de equipamentos de teste: custos de calibração de instrumentos e equipamentos.

Custos deControle

Custos de Avaliação

Custos dePrevenção

Avaliação de estoques: custos de teste de produtos estocados ao ar livre ou em depósitos para avaliar seu grau de degradação. Custos de Prevenção: são os custos em que se incorre para manter os custos de falha e avaliação em um patamar mínimo. Alguns exemplos são: Planejamento de qualidade: inclui o amplo espectro de atividades que coletivamente criam o plano da qualidade e os numerosos planos específicos. Inclui também a preparação de procedimentos necessários para comunicar esses planos a todos os interessados. Auditorias de qualidade: custos de avaliação da execução das atividades componentes do plano da qualidade. Avaliação da qualidade do fornecedor: custos de avaliação das atividades do fornecedor orientadas à qualidade previamente à seleção do fornecedor, auditorias de atividades no decorrer do contrato e esforços conjuntos de melhoria de qualidade empreendidos com os fornecedor. Treinamento: custos de preparação e condução de programas de treinamento relacionados à qualidade. É possível avaliar três linhas distintas de produtos de uma empresa com relação ao comportamento dos custos da qualidade:

Pode-se afirmar que a linha A apresenta uma taxa de falha desproporcionalmente elevada com pouquíssimos esforços de prevenção e avaliação. Os esforços de avaliação apresentam-se elevados na linha B. Embora possa se verificar uma alta percentagem de esforço de prevenção na linha C, os custos de falha interna permanecem elevados. Isto indica que uma proporção maior do esforço preventivo existente deve ser despendida na redução de falhas internas.

41,2%

45,1%

13,1%

0,6%

20,3%

25,1%

51,5%

3,1%

20%

45%

30%

5%

FalhaExterna

FalhaInterna

Avaliação

Prevenção

Linha de Produto A B C