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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
ANA ROSA COSTA PINHEIRO
ENSINO SUPERIOR UMA NOVA PERSPECTIVA PARA PROFISSIONAIS NA
ÁREA DA ESTÉTICA E BELEZA
São Luís 2010
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
ENSINO SUPERIOR UMA NOVA PERSPECTIVA PARA PROFISSIONAIS NA
ÁREA DA ESTÉTICA E BELEZA
Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência do Ensino Superior. Orientador: Professor Ms. Vilson Sérgio
São Luís 2010
DEDICATÓRIA À minha mãe que sempre foi uma mulher lutadora e com visão de futuro além de grande educadora que me conduziu a busca da Pós- graduação na docência do ensino superior.
AGRADECIMENTOS
A Deus, ao Espírito Santo que me guiam sempre.
A minha família por estarem sempre presentes na minha vida.
Aos amigos, especialmente aos profissionais de beleza que me oportunizaram
conhecer pessoas que gostam de gente, além de tocar profundamente na essencial auto-estima
e beleza interior do ser humano.
RESUMO
Este trabalho relaciona as características da era contemporânea inscrita na
modernidade “líquida” que exige flexibilidade, rapidez, fluidez, aceleração, criatividade e dos
processos de produção e dos profissionais envolvidos. Discute os impactos das
transformações do mundo do trabalho, na produção, na sociedade, na educação profissional e
tecnológica. Discute-se a situação das universidades diante da nova legislação brasileira,
referente à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº.9394/96, referente ao ensino
superior no Brasil; focaliza-se a história das universidades, as suas influências, seus princípios
e finalidades; retrata-se o histórico da nova lei de diretrizes e bases da educação no âmbito do
ensino superior; destacam-se os artigos referentes a este campo de estudo. Analisa-se a
situação das universidades diante da nova legislação.
METODOLOGIA
O trabalho monográfico foi baseado na apresentação da proposta do Curso
Superior na Área da Beleza com a devida pesquisa bibliográfica, questionamento da classe,
além do acompanhamento da Associação de Beleza do Maranhão (APCBAM) no Projeto
Empreender desde o ano de 2000, projeto do SEBRAE com o lema Unir para Crescer,
proporcionou ao grupo uma perspectiva de mudança comportamental e trabalho em equipe
sobretudo, na visão empresarial. Atualmente como profissionais da beleza e reconhecidos pela
lei, através do curso de cabeleireiro, membros da diretoria, com a oportunidade de
apresentação de projetos pela instituição adquirem mais oportunidades e respeito.
O trabalho ora apresentado reúne e socializa idéias de vários estudiosos e
pesquisadores, referente ao tema da educação superior e a nova legislação que sustenta todo o
ensino superior no Brasil, procurando descrever a sua influência dentro do contexto de
relações sociais das universidades. Sabe-se que a universidade, enquanto instituição social,
tem o papel primordial de gerar e difundir o saber, a todos os indivíduos que compõem a
nossa sociedade. Porém, a concretização desse processo se constitui em ações históricas
situadas em um contexto social mais amplo. Analisa as últimas transformações introduzidas
no sistema nacional de ensino superior, pela lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
nº.9394/96, descreve a atual situação do ensino superior, vem retratar as condições das
universidades, nos termos legais, os benefícios e dificuldades encontradas com essa
legislação atual.
Para a realização desse trabalho fez-se necessário embasamento teórico, através de
pesquisa bibliográfica, relacionada ao campo dos saberes inerente às áreas de estrutura e
funcionamento da educação superior.
SUMÁRIO
METODOLOGIA
INTRODUÇÃO ..................................................................................... 08
Capítulo I ESTÉTICA E IMAGEM PESSOAL.................................................... 12
1.1 A indústria da beleza................................................................................ 14
Capítulo II O CONTEXTO HISTÓRICO DA BELEZA E SUAS VARIAÇÕES 19
Capítulo III TIPOS DE BELEZA.............................................................................. 25
3.1 Beleza clássica – o ideal grego................................................................. 25
3.2 Beleza natural .......................................................................................... 26
3.3 Beleza madura ......................................................................................... 27
3.4 Beleza elaborada ...................................................................................... 30
3.5 Beleza étnica ............................................................................................ 31
3.6 Beleza exótica .......................................................................................... 33
3.7 Beleza superlativa .................................................................................... 34
3.8 Beleza teen ............................................................................................... 36
3.9 Beleza moderna ....................................................................................... 37
3.10 Beleza andrógina ..................................................................................... 39
Capítulo IV UNIVERSIDADE: BREVE GÊNESE HISTÓRICA ......................... 42
Capítulo V A UNIVERSIDADE NO BRASIL: PRINCÍPIOS E
FINALIDADES.......................................................................................
45
5.1 Princípios da Universidade ...................................................................... 45
5.2 Finalidades da Universidade ................................................................... 46
5.3 Eixos dominantes na LDB ....................................................................... 47
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................. 48
BIBLIOGRAFIA...................................................................................... 49
ANEXOS ................................................................................................. 51
INTRODUÇÃO
Durante muitos séculos o ser humano busca a satisfação de desejos e um deles é o
de permanecer jovem.
A necessidade da formação do profissional empreendedor, com habilidades para
trabalhar em equipes multidisciplinares, oferecendo atendimento personalizado é aquele que
faz diferença no mercado de trabalho.
A concorrência nessa área é cada dia maior e, portanto, o conhecimento científico
e o domínio de técnicas tornam-se fundamentais. A tecnologia oferece desde tratamentos com
laser a equipamentos que emitem ondas eletromagnéticas. Assim, conhecer os novos
produtos, dispor de equipamentos modernos e seguros, entender o funcionamento do mercado
e ter acesso a uma bibliografia atualizada são aspectos que fazem muita diferença.
Apesar de a profissão ser exercida no Brasil há mais de 50 anos, e não estar
regulamentada, somente foi reconhecida no segundo semestre do ano 2007 através da Lei
6846/2002 de 26/09/2007. Depois de aprovada, poderão exercer a profissão pessoas com
formação técnica, as que tenham comprovadamente exercido atividade, nos termos a serem
definidos pela futura lei, e também os portadores do diploma expedido por instituições
estrangeiras.
As transformações sociais, políticas e econômicas produzidas pela globalização
mundial desencadeiam alterações profundas na estrutura das empresas e no mercado de
trabalho, que se torna cada vez mais exigente em termos de formação e especialização
profissional.
O Maranhão é um dos estados do nordeste que necessita alavancar o crescimento
do emprego industrial, do comércio e do setor de serviços. Essa necessidade e o processo de
globalização vêm tornando a ciência a serviço da beleza, provocando grandes mudanças. Os
cremes e as vitaminas antioxidantes, os peelings, as massagens, a alimentação equilibrada dão
condições de viver o tempo de maneira melhor. Se, no inicio do século, velho era quem
chegava aos 50 anos, hoje, é nessa idade que muitos realmente começam a aproveitar a vida.
A medicina rompeu barreiras, e para ela, o corpo humano hoje quase não tem mistério.
A indústria da beleza, agora voltada para sua noção mais ampla de bem-estar, é
um setor que não conhece crise. De maneira direta ou indireta, a estética atrai investimentos,
amplia mercados, promove trabalho.
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O profissional da beleza, estética e imagem pessoal é um profissional
multidisciplinar que, além de lidar com tecnologia sofisticada, deve acompanhar a produção
de conhecimentos no setor, pois não adianta ele ter equipamentos de última geração se não
souber como tirar o melhor proveito deles, se não compreender seu modo de atração e as
reações orgânicas envolvidas nos procedimentos.
Por isso, é tão importante a formação. O profissional da beleza, estética e imagem
pessoal precisa planejar e organizar empresas, além de controlar e cumprir diferenciadas
tarefas para garantir o adequado funcionamento da empresa. A formação de profissionais para
o bom desempenho das organizações, pois, o impacto do mau funcionamento de uma
instituição de beleza é tão danoso, que atinge a qualidade de vida da sociedade.
O aprendizado do profissional da beleza, estética e imagem pessoal envolve
conhecimentos multidisciplinares com visão estratégica e empreendedora, abrange grande
variedade de habilitações, qualificando o profissional para trabalhar em salões de beleza, spas,
clínicas de estéticas, na indústria de cosméticos, como consultores de beleza, instrutores, ou
ainda para atuar como gerentes em estabelecimentos voltados para este universo profissional.
O curso deve oferecer uma formação abrangente, abordando teoria e prática de
áreas que são essenciais ao currículo de quem trabalha com a beleza. Dentre elas tem-se:
química, biologia, anatomia da pele e do couro cabeludo e geral, empreendedorismo,
cosmetologia, gestão de pessoas, psicologia, estética, saúde, nutrição, segurança no trabalho,
educação ambiental, informática básica, línguas dentre outras.
Os representantes dos países – membros da Organização das Nações Unidas –
ONU estiveram reunidos em setembro de 2000, em Nova York para reafirmarem os
compromissos assumidos até 2005. O Brasil cria mais sete metas (hoje oito) para serem
cumpridas em 2015, além de cinquenta novos indicadores de acompanhamento dos objetivos
do milênio. As novidades estão no relatório entregue na cúpula do milênio + 5, que aconteceu
em meados de setembro em Nova York pelos líderes de 191 nações oficializaram um pacto
para tornar o mundo mais solidário e mais justo, até 2015. O sucesso desse grande projeto
humanitário só será possível por meio de oito iniciativas que ficaram conhecidas como
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), as quais são: Erradicar a extrema pobreza
e a fome; Educação básica de qualidade para todos; Promover a igualdade entre os sexos e a
autonomia das mulheres; Reduzir a mortalidade infantil; Melhorar a saúde das gestantes;
Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças; Garantir a sustentabilidade ambiental;
Estabelecer parcerias para o desenvolvimento.
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Um dos objetivos dos compromissos de 2005 é “promover a igualdade entre os
sexos e autonomia das mulheres, tendo as metas da ONU para o mundo e metas do Brasil em
“eliminar as disparidades entre os sexos no ensino fundamental e médio, se possível em 2005,
e em todos os níveis de ensino, o mais tardar até 2015”.
Além de ser um mercado de muitas oportunidades, a concorrência nessa área é
cada dia maior, portanto, conhecimento científico e o domínio de técnicas tornam-se
fundamentais. A tecnologia oferece desde tratamentos com laser e equipamentos que emitem
ondas eletro - magnéticas, até químicas especializadas.
Assim, conhecer os novos produtos, dispor de equipamentos modernos e seguros,
entender o funcionamento do mercado e ter acesso a uma bibliografia atualizada são aspectos
que fazem muita diferença. Apesar das mudanças, somente agora a beleza está em alta no
mercado masculino, o interesse dos homens em beleza e estéticas tem mostrado que vai além
do consumo de produtos cosméticos e começa a ser sentido em outras áreas do mercado. A
beleza exterior precisa ser um reflexo de corpo e mente, harmonizados, reafirmando o
conceito cada vez mais difundido que não adianta nada a embalagem ser boa se o conteúdo é
ruim.
Os cuidados com a beleza podem ser fundamentados para a auto-estima e o
fortalecimento do amor próprio é uma excelente ferramenta para a superação de problemas de
saúde como estresse e depressão.
Há uma demanda no estado que precisa da formação de profissionais, adequando
a realidade do mercado, visto que é um dos que mais cresce no mundo, e o profissional de
beleza, estética e imagem pessoal é de fundamental importância para garantir a melhoria
contínua no processo de gestão e desenvolvimento da empresa na área e necessita estar
qualificado para exercer tal função.
O Curso Superior de Tecnologia de Beleza e Imagem Pessoal veio apara
complementar esses conhecimentos.
Até os anos 80, a coiffere era um ramo pouco competitivo. Qualquer profissional
talentoso conseguia conquistar clientela e fazer sucesso. Hoje, no entanto, não basta ter
talento para virar empresário. A cosmética passou a ser o segundo tipo de negócio (só perde
para a construção civil) a gerar mais emprego e dinheiro no Brasil. O consumidor se tornou
bem mais exigente, procurando conforto, tratamento personalizado, qualidade e praticidade. O
mercado está mais sofisticado.
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As mãos e os pés estão no mercado da beleza, relatórios históricos comprovam
que três mil anos antes de Cristo os egípcios mergulhavam as pontas dos dedos em bases de
hena para manter as mãos coloridas e mais atraentes. Arte e vaidade nas mãos e nos pés foram
cruzando os tempos e chegaram aos dias atuais, envolvidos nas embalagens de moda,
modernas tecnologias e bons negócios. A partir do século XIX, o cuidado com as unhas
ganharem atenção maior da sociedade.
No século XX, no período pós-guerra, intensificou-se o uso das cores e a adoção
de técnicas mais apurados de limpeza e cuidado. Recentemente, com a forte moda de
valorização do corpo e o desenvolvimento de novos produtos, a corrida rumo à beleza ganha
mais adeptos, o que gera um movimento de busca por serviços especializados.
Manicuras e pedicuros, que lidam com o tratamento de mãos e pés, integram a
categoria de profissionais que pertencem a um grupo privilegiado, que conta com boas
chances de ingressar no mercado de trabalho e obter grande retorno econômico.
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CAPÍTULO I
ESTÉTICA E IMAGEM PESSOAL
Etimologicamente a palavra estética vem do grego aisthesis, com o significado de
“faculdade de sentir”, “compreensão pelos sentidos”, “percepção totalizante”.
Novos conceitos em Estética Beleza é bem estar. É o espelho da auto-estima. É a
maneira como a gente se sente e o resultado do que a gente faz para ficar cada dia melhor.
O conceito de beleza mudou, padrões de beleza deixaram de ser apenas os de
artistas de cinema e de televisão. Você pode-e deve criar seu próprio padrão de beleza. Neste
milênio de descobertas, a estética aliou-se a medicina e está aí para tornar isso possível.
Matarazzo ( apud Sarkis, 1998, p.123) “beleza é a qualidade das coisas que me
agradam”.
Beleza, auto - estima e bons negócios – nunca foi tão bonito ser bonito. Na tão
esperada Era de Aquário, a tecnologia colocou-se a serviço da beleza e dos cuidados com o
corpo. Novos equipamentos e cosméticos possibilitam transformações no cabelo, nas unhas e
na pele, elevando a auto - estima de pobres e ricas, negras e brancas, ocidentais e orientais. E
os sonhos de beleza se transformaram em fermento para a economia, alimentando o mercado
de cosméticos, as filiais multinacionais como a Wella e a L’Oreal registraram grande
crescimento nos últimos cinco anos gerando empregos e movimentando o comércio.
Segundo Nunes (2003, p.34) com a chegada do século XXI, mesmo com o maior
desempenho tecnológico, está ressurgindo a prática da utilização da argila. Não se errou
seguindo a natureza, nela existe uma arte de viver. A mãe terra cuida bem de seus filhos.
O que é beleza? A beleza segundo os questionamentos de Krishnamurti:
Você esta esperando uma definição, uma fórmula ou você deseja indagar a
respeito do tempo?
Existe uma medida para a beleza?
Será que a beleza é a aproximação a um padrão conhecido ou imaginário?
Será que é uma abstração destituída de moldura?
Será que é algo exclusivo, nesse caso, será que o exclusivo pode ser integrado?
Será que pode haver beleza exterior sem que haja liberdade interior?
Será a beleza decoração? Adorno?
Será que demonstrar beleza exterior é uma indicação de sensibilidade?...
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Mas, o que é que você está procurando?
Uma combinação do exterior com o interior?
Como pode haver beleza sem o interior?
Para qual você dá mais ênfase?
Ouve-se frases de pseudo consolo como “beleza não põe mesa” ou “o que importa
é a beleza interior” ou ainda “quem ama o feio bonito lhe parece”. E o pior é quando alguma
alma caridosa se refere a alguém como “ela não é bonita, mas é tão boa pessoa”.
Concorde ou não com o poeta Vinícius de Morais, que declarava com toda
sinceridade: “as feias que me desculpem, mas beleza é fundamental”.
Mas a verdade é que até hoje a beleza pode não ser tudo, pode não ser o mais
importante, mas certamente faz muita diferença na vida de uma pessoa.
A busca do belo atravessou os séculos da história e perdura até em uma linda
aventura em que, a cada conquista, acrescenta-se mais um prêmio partilhado. Mas, afinal, a
beleza se encontra em tantos lugares, como fazer para reconhecê-la e incorporá-la a vida?
Cada pessoa pode desvendar e compreender sua própria beleza, integrando-a
naturalmente ao seu modo de vida e para isso é preciso ter em mente que a beleza não existe
estanque, cristalizada em alguma fórmula mágica. Ela aparece na medida em que se sabe
chamá-la, seduzindo-a para perto de nós. É um exercício lúdico, no qual se pode lançar mão
de tudo, desde a pura percepção estética até as últimas técnicas e recursos da perfumaria,
moda e cosmética em um fascinante jogo para satisfazer e proporcionar o bem estar além do
prazer do olhar.
O belo e o feio: questão de gosto.
O que é a beleza? Será possível defini-la objetivamente ou será uma noção
eminentemente subjetiva, isto é, que depende de cada um?
Segundo Vinícius de Moraes: “As feias que me perdoem, mas a beleza é
fundamental”, sua citação permanece como um símbolo de opressão que sofrem as mulheres
em nome da beleza. Por imposição da mídia, passou-se a acreditar que o objetivo da beleza
física é uma meta alcançável e, em nome dela, quantos desatinos se cometem.
A indústria de poções milagrosas que prometem eterna juventude e a proliferação
de procedimentos cirúrgicos de compensação estética invadem os rostos, mesmo os mais
humildes, numa obsessão cotidiana.
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O preço não importa, a meta de tornar-se mais bela transformou-a na principal
angústia da mulher moderna, porque se soma a tantas outras como: cuidar dos filhos,
trabalhar, suportar o egoísmo e as frustrações dos companheiros e, acima de tudo manter a
esperança e a calma diante de tudo.
Pode-se argumentar que isso não é novidade.
Novos conceitos em Estética Beleza é bem estar. É o espelho da auto-estima. É a
maneira como a gente se sente e o resultado do que a gente faz para ficar cada dia melhor.
O conceito de beleza mudou, padrões de beleza deixaram de ser apenas os de
artistas de cinema e de televisão. Você pode e deve criar seu próprio padrão de beleza. Neste
milênio de descobertas, a estética aliou-se a medicina e está aí para tornar isso possível.
Arte e Beleza - a evolução do que chama-se beleza se desenvolveu de mãos dadas
com as artes plásticas. Cada novo artista e cada novo movimento nas artes foi considerado
como tal na medida em que materializou novos modelo de beleza. Dessa forma, o conceito de
beleza expandiu-se, assim como a capacidade de perceber a beleza das coisas.
A estética atual tem dificuldade em conciliar as perspectivas sistemáticas com a
crescente multiplicação dos fenômenos estéticos. A aura da beleza não inspira mais
reverência: é suspeita como se fosse um instrumento mercadológico a serviço da imagem do
Estado do governo e de suas instituições.
Rosenfield (apud Michaud, 2006, p.53) quando o filósofo francês analisa a
recuperação dos conceitos de estética e do patrimônio artístico pela máquina burocrática, que
reitera recortes ecléticos das teorias estéticas clássicas, combinando os velhos ideais do artista
profético com as novas fórmulas que proclamam os valores modernos de um pluralismo
relativizante.
A Estética expõe três momentos principais da arte com suas formas ou figurações
históricas com suas formas de arte simbólica, clássica e romântica.
Matarazzo (apud Tsé, 1998, p.131) “todos conhecendo o belo: eis aí o feio.Todos
reconhecendo o bem como bem: eis aí o mal.”
1.1 A indústria da beleza
Observa-se um crescimento muito grande no mercado de beleza nos últimos anos,
conta Maslova Teixeira Valença, assessora técnica de Imagem Pessoal do SENAC Nacional.
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A procura pelos cursos que são oferecidos cresceu muito. Isso tem a ver com o
fato de a mídia estar bombardeando a mulher com a imagem de um corpo perfeito, mas
também com a noção de que um curso de cabeleireiro ou manicure pode mudar a vida
financeira de uma pessoa.
Na Amazônia, um barco-escola faz o mesmo serviço. Foi crido convênios com as
prefeituras locais para oferecer os cursos durante alguns meses. Mais tarde, as alunas praticam
o que aprenderam e atendem à população local, explica ela.
Muitas vezes, tornar-se cabeleireira, manicure ou esteticista pode ser uma
oportunidade para abrir o próprio negócio. Afinal, em qualquer cidadezinha, por menor que
seja sempre existe um salão de beleza. E o investimento não é muito alto. Para começar, basta
uma portinha, uma cadeira, tesoura, espelho, um lugar para lavar o cabelo e secador, diz
Maslova.
A poderosa indústria da beleza além de melhorar a qualidade de vida de cada
núcleo familiar, o projeto de biodiversidade também gera frutos para a coletividade.
Patrocinando melhoria na sede da cooperativa, que teve a prensa reformada e hoje conta com
um secador para as castanhas e um trator para recolher os sacos da beira do rio. As instalações
também passaram por uma reforma geral. Isso aumentou a produtividade e, portanto, a renda
conta a gerente, garantindo ainda que a Natura tenha a preocupação de incluir na parceria um
planejamento para cada região.
No Amapá, por exemplo, os engenheiros agrônomos contratados pela empresa
pensaram em toda cadeia de produção das famílias que extraem a castanha, já que cada uma
delas também vive da roça de produtos como o milho. A atividade de cada um foi repensada
de modo a gerar produtividade e lucro máximos.
Outro exemplo de sucesso da linha Ekos acontece nas comunidades de Campo
Limpo, Boa Vista e Ilha de Cojituba (PA). É lá que trinta famílias vivem da extração de
priprioca, uma erva extremamente aromática, que sempre foi usada nos banhos de cheiro da
população de Belém e era um dos sucessos do Mercado do Ver o Peso, no coração da capital
paraense. Descoberta pelos pesquisadores da Natura, a priprioca mudou as perspectivas das
famílias que viviam da sua extração.
A renda de cada uma delas, no mínimo, triplicou. Além disso, fez-se o marketing
do perfume que usa priprioca na novela Celebridade da Rede Globo, e as famílias também
ganharam o preço de mercado pelo direito do uso de imagem. Com o dinheiro, reformaram
suas casas e criaram uma sede para o movimento das mulheres da região, conta Sônia.
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As histórias de sucesso das pessoas envolvidas com a extração dos ingredientes
para os cosméticos refletem o grande progresso da empresa.
Outra grande marca de cosméticos totalmente verde e amarela, o Boticário
também apresenta números impressionantes. Além disso, a empresa gera 12 mil empregos
diretos e indiretos. Assim como a Natura, o Boticário pensa na responsabilidade social: 1% do
lucro da empresa é destinado a investimento social privado, sendo que 80% desta verba é
direcionada para a Fundação o Boticário de apoio à natureza. Os vinte por cento restantes vão
para outros projetos sociais.
O Boticário tem se esforçado para criar produtos adequados à especificidade cada
vez maior do consumidor nacional. Sua nova linha de maquiagem: Bronze Brasil, destaca o
dourado da pele e as cores fortes que, segundo a diretora de marketing da empresa, Elaine
Pinheiro Simões, “traduzem o calor do povo brasileiro”. A tecnologia de ponta se alia à beleza
na coleção, que inclui produtos como a base líquida efeito bronzeado.
A maquiagem tem tonalidade única e se adapta a todos os tipos de pele, explica
Elaine. “É oil free, ou seja, não tem óleos, ideal para os dias de calor excessivo do verão. E
ainda contém agentes umectantes que evitam o ressecamento da pele.”
Beleza em alta no mercado masculino - o interesse dos homens por beleza e
estética tem mostrado que vai além do consumo de produtos cosméticos e começa a ser
sentido em outras áreas do mercado. É cada vez mais comum a presença de homens que
procuram a depilação para o corpo.
Já há uma noção de que a beleza é uma forma de melhorar a cabeça e a relação
com as pessoas, diz Marcelo Domingos, dono de salão, um biólogo marinho que aderiu ao
mercado da beleza e nunca deixa de diminuir um pouco as próprias sobrancelhas e tirar a
cutícula das unhas das mãos.
Prova de que, para homens e mulheres, o “papo cabelo” muitas vezes pode ser tão
bom quanto o “ papo cabeça”.
A fórmula é simples: valorize seu tipo. A preocupação em alcançar um padrão de
beleza distante de seu biotipo, de suas medidas, de sua concepção de vida, pode resultar em
um desastre.
Por isso, é preciso saber o que fazer para destacar os pontos fortes, atenuar ou
fazer desaparecer os pontos fracos. Mudar sem gastar muito dinheiro e, de preferência, sem
recorrer a intervenções mais radicais como cirurgias plásticas. E o caminho é um só: procurar
um profissional capacitado.
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Segundo Valença (2000, p 60) O que fazem os homens num salão de beleza? Os
serviços mais procurados pela clientela masculina são: tratamento contra queda de cabelos,
corte, manicure, pedicure, podologia, tratamento para cabelos muito secos e oleosos,
tingimento de fios e até mesmo a técnica de suavizar as rugas das mãos com massagens de
produtos a base de parafina.
Mas agora, eles podem depilar o rosto. A novidade começou no meio artístico,
mas já ganha seguidores entre executivos muito atarefados. Uma barba feita por depilação
pode durar até 20 dias, se for uma barba cerrada, ou até 30 dias, em barbas de pêlos finos.
Mas esta é uma depilação que requer cuidados muito especiais.
A indústria cosmética foi a que mais cresceu no mundo devido a necessidade de
mudança que as pessoas têm de acordo com várias circunstâncias. Uma delas é mudar a forma
do cabelo.
Na coloração capilar o mercado mundial da cosmética disponibiliza várias
alternativas onde encontra-se três tipos de coloração: coloração permanente, coloração semi -
permanente e coloração temporária. As informações nos dizem que o cabelo saudável está
diretamente ligado ao bom funcionamento do nosso organismo.
Um dos desafios da mulher, em seu cotidiano, é de se definir convenientemente
diante dos padrões de beleza aceitos. Se os meios de comunicação a compelem à adoção
acrítica de modelos estereotipados, torna-se imprescindível, conforme Cláudia Matarazzo ela
se assuma em sua individualidade, mostrando uma maneira de ser que lhe seja própria,
aliando assim beleza exterior à sensibilidade interior.
Para tanto, a autora descortina dez paradigmas de beleza que servem de referência
à mulher brasileira: a beleza clássica, a natural, a madura, a elaborada, a étnica, a exótica, a
superlativa, a teen, a moderna e a andrógina. São faces visuais que se inter-relacionam,
podendo a leitura se reconhecer num ou mais destes tipos. Nesse sentido, Cláudia Matarazzo
convida-a a desvendar e compreender sua própria beleza, integrando-a naturalmente a seu
modo de vida.
A busca da beleza depende, pois, de cada mulher em particular. Num país
multirracial como o Brasil, as características desses paradigmas de beleza aparecem com
grande variedade.
Cabendo então a ela combinar a sua multiplicidade de traços, criando para si uma
maneira de se expressar visualmente. Essa maneira de ser e estar, além disso, não é estática,
modificando-se momento a momento, conforme circunstâncias existenciais e faixas etárias.
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Dessa forma, os dez paradigmas de beleza são aqui apresentados em suas
potencialidades e também em suas armadilhas. As informações particularizadas sobre cada
uma dessas fases da mulher são complementadas, ainda, com indicação sobre a conveniente
utilização de recursos cosméticos, aliada às solicitações da moda.
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CAPÍTULO II
O CONTEXTO HISTÓRICO DA BELEZA E SUAS VARIAÇÕES
A história da vaidade humana, na verdade, começa muito longe. Os cosméticos
foram inventados pelos mesopotâmios, na cidade de Kich, El Obeid e Ur, 3.500 a.C. Os vasos
encontrados desse período ainda continham manchas provenientes de gordura animal, mineral
e sementes de frutas. Além disso, há indícios de pinturas corporais que seriam usadas em
rituais mágicos, mas não com intenções de embelezamento.
Os egípcios, que atingiram um extraordinário grau de avanço técnico em diversas
áreas, acrescentaram à cosmetologia importantes descobertas. Entre elas, a mais lembrada é o
Kohl, pigmento negro à base de sulfato de antimônio, usado como lápis para os olhos. É o
Kohl que chama a nossa atenção nas imagens egípcias, emoldurando e desenhando os olhos
nos mais diferentes formatos e tamanhos.
O uso da sombra também nasceu no Egito antigo; era uma pasta verde à base de
pó de chumbo, que se chamava uati.
A beleza para os egípcios tinha um valor religioso, daí a sua importância. Várias
inscrições encontradas em escavações arqueológicas demonstram isso. Não é por acaso que o
nome de uma de suas mais belas rainhas Nefertiti, significa “a beleza está aqui”. Aliás, uma
inscrição sobre Nefertiti dizia: “uma das maiores alegrias do mundo é a beleza: procurá-la e
reconhecê-la onde está. Procurá-la e exaltá-la onde não está”. Outra inscrição: “se a beleza lhe
fizer companhia, você será sempre feliz”.
Os faraós compravam as escravas mais bonitas para servirem como esteticistas
(alguns chegavam a ter mais de 100 escravos só para seus cuidados pessoais). Esses escravos
especiais tinham um status privilegiado na corte, recebendo cargos com nomes pomposos
como “supervisor de cosmética” e “maquilador real”.
Hoje, com a evolução da indústria cosmética existem cremes específicos para
cada região do corpo: rosto, mãos, pescoço, área dos olhos, lábios, seios. Se você seguir à
risca as indicações vai gastar mais tempo no tratamento de sua pele. Em compensação, terá
resultados mais eficazes. Naturalmente, cada mulher encontra seu ponto de equilíbrio, pois
sabe quais são suas regiões mais críticas, nas quais a pele precisa de tratamento mais
intensivo.
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A beleza elaborada é construída a partir dos detalhes. Cada um deles é importante
e faz a maior diferença no visual do conjunto. Dessa forma, lembre-se de alguns elementos
que são fundamentais e que, quanto mais valorizados, mais trabalharão por você.
Segundo Ademar Seródio, presidente da Avon do Brasil: “de nada adianta fabricar
um baton que propicie uma cor maravilhosa para os lábios de uma mulher, se ela não tem um
sorriso para oferecer”.
Segundo André Breton: “a beleza será convulsiva ou não será nada”.
“Que me perdoem, mas a beleza é fundamental”. Certamente o poeta não se
oporia a que se generaliza-se os seus versos. Porque, em “Receita de Mulher”, Vinícius de
Moraes, referindo-se especificamente à beleza feminina, abre o poema afirmando: “As muito
feias que me perdoem /Mas a beleza é fundamental”. (Nota-se que, em geral, as pessoas citam
erradamente estes versos, dizendo: “as feias que me perdoem”. Retiram a enorme
benevolência de Vinícius, contida justamente no advérbio muito, mas isto é outra história).
O Substantivo “estética” designa hoje qualquer conjunto de idéias (filosóficas)
com o qual se procede a uma análise, investigação ou especulação a respeito da arte e da
beleza. Ou seja, estética é a parcela da filosofia (e também, mais modernamente, da
psicologia) dedicada a buscar sentidos e significados para aquela dimensão da vida na qual o
homem tem experiência com a beleza. Estética é a “ciência” da beleza.
O que pretende-se é falar da beleza e não da estética. Caso optasse por falar do
segundo, deveria conter uma pequena história das teorias a respeito do belo ao longo dos
tempos e uma explanação de uma ou mais correntes estéticas contemporâneas. Não é este o
propósito. Intenta-se discutir a (humana) experiência em face de determinados objetos que se
percebe e sentem-se como belos. O que acontece frente a um quadro, uma canção, um filme,
um poema, uma paisagem ou uma noite enluarada e que leva a suspirar: “como é bela!” Esta
vai ser a questão central, em torno dela gravitarão outras que, espera-se possam ser
equacionadas e (ao menos) satisfatoriamente respondidas.
Porém, outra distinção que se faz necessária: aquela entre “estética”- a “ciência do
belo”- e “experiência estética”. Esta última será nestas linhas, sinônimo de “experiência da
beleza” ou “experiência do belo”. Experiência estética é a experiência que tem-se frente a um
objeto ao senti-lo como belo. Assim, outro título para este texto poderia ser “o que é
experiência estética”. Mas, como adepta da simplicidade e a qualquer custo, utiliza-se o
popular “beleza”.
20
Alguns autores, no entanto, pendem para um extremado rigor e não identificam a
experiência estética com a experiência da beleza. Afirmam que a experiência estética compõe-
se de três experiências (ou sentimentos): a experiência da beleza, a do sublime e a do
gracioso, ressalvando, todavia, que a beleza é a componente principal dessa experiência
maior.
Não é interessante tentar delimitar os conceitos de beleza, de sublime e de graça,
mesmo porque nesses próprios autores as fronteiras entre os termos não são claramente
distinguidas, e isso poderia, mais do que aclarar, confundir as coisas. Nestas páginas,
experiência estética e experiência da beleza serão sinônimas.
Posto este caráter, “cotidiano” da beleza, neste capítulo há que se reconhecer dois
tipos básicos de relacionamento que se mantém com o mundo, os quais serão largamente
discutidos e aprofundados em capítulos ulteriores. Estes dois tipos (que alguns filósofos
chamariam de duas formas de “intencionalidade”) podem ser denominados relacionamento
prático e estético. Na experiência prática com o mundo interessa a função das coisas, e na
experiência estética a sua aparência.
O ponto que deve ficar claro de antemão (cuja obscuridade talvez seja o principal
material na construção do preconceito quanto ao termo “beleza”) é justamente este: a beleza é
uma maneira de se relacionar com o mundo. Não tem a ver com formas, medidas, proporções,
tonalidades e arranjos pretensamente ideais que definem algo como belo. Acabou-se o tempo
em que os estudos estéticos ditavam regras de beleza: um objeto podia ser considerado belo
apenas e tão somente se conformasse com os parâmetros traçados pela corrente estética em
voga na época.
Beleza não diz respeito às qualidades dos objetos, mensuráveis, quantificáveis e
normatizáveis. Diz respeito à forma de como se relacionar com eles. Beleza é relação (entre
sujeito e objeto).
É oportuno fazer um pequeno comentário sobre o liame que une o conceito (dito
“universal” pelos filósofos) representado pelo substantivo “beleza” e o conceito (dito
“particular”) dado pelo adjetivo “belo”. A democracia, o amor, é, de forma, um conceito
“ideal”,um horizonte em direção ao qual caminham os objetos particulares que são
“belos”.Tais universais são como que metas, utopias a serem atingidas desde a vida concreta e
histórica do dia-a-dia. Nenhum objeto encarna a “beleza pura” (como diz Caetano Veloso),
nenhum ato humano é plenamente a corporificação da “justiça”, “amor”; nenhum homem
livre é a íntegra expressão da “liberdade”, e assim por diante.
21
A discussão agora deve centrar-se na experiência prática que se tem com o mundo
na vida cotidiana, a fim de estabelecer um contra ponto para que a experiência estética possa
ser melhor compreendida.
O que é belo para um não é para outro. Decisivamente a beleza não se encontra
nas coisas, não é certo atributo objetivo que determinados objetos detêm e outros não.
A beleza habita a relação. A relação que um sujeito (com uma determinada
percepção) mantém com um objeto. A beleza está entre o sujeito e o objeto. Neste sentido é
que se pode compreender os versos de Alberto Caeiro (Fernando Pessoa): “A beleza é o nome
de qualquer coisa que não existe. Que dou às coisas em troca do agrado que me dão”. Para
que a consciência sinta a beleza é necessário que seja tocada pelo “aparecer” de um dado
objeto.
Além das grandes transformações que atingiram o mundo real das crianças e dos
idosos, a outra importantíssima mudança relativa à realidade feminina. Sem a consolidação do
urbanismo, seria realmente difícil imaginar que todo aquele trabalho silencioso que levou as
mulheres de uma condição de marginalidade e de subalternidade à outra condição de
autonomia e de igualdade social cada vez maior pudesse sair vencedor, pelo menos nas
democracias ocidentais. E não é lugar aqui de explanar o capítulo (sem dúvida,
importantíssimo) dos direitos civis e do direito ao voto, mas, de modo mais genérico, o
reconhecimento, a legitimidade, a capacidade universal das mulheres de poder ascender a
todos os postos profissionais que, por sua vez, pela tradição, eram confiados tão somente aos
homens.
Acima de tudo, a idêntica capacidade de estudar e de buscar o sucesso nas
atividades intelectuais desmontou o preconceito de que as mulheres não seriam portadas ao
estudo, principalmente ao estudo científico, mas que, no máximo, a pedagogia (entendia como
certo prolongamento social de sua “vocação” principal: a de serem mães, guardiãs do lar e
educadoras dos filhos).
O fato de ter desfeito esse preconceito e de assim ter proporcionado a inserção
social da mulher em todos os setores da sociedade, com a consequente “descoberta” de que
não apenas a mulher era capaz tanto quanto o homem, mas que em muitas situações ela
tornava-se até mais merecedora de estima e de aprovação que o homem, provocou uma
transformação cultural e coletiva de enormes proporções. Antes de tudo, provocou uma nova
seleção social, uma hierarquização e uma diferenciação interna quanto ao mercado de
trabalho, além disso, produziu como efeito uma outra distribuição de renda e, portanto, uma
ulterior mudança no seio da família.
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Mas, principalmente, possibilitou para milhares e milhares de mulheres, enfim
emancipadas de arcaicos Cânones auto-suficientes, pessoas com seu autodomínio e com seus
próprios caminhos a percorrer.
Tudo isso, no princípio balançou as relações primárias (relações com o cônjuge,
com os filhos e com os parentes mais próximos).
Além disso, redimensionou a realidade feminina nos confrontos com a
maternidade (aceitação de critérios racionais ao lidar com as relações íntimas, com uma
sensível redução das taxas de natalidade). Por fim, possibilitou uma afirmação da mulher na
sociedade, como acréscimo aos seus compromissos tradicionais ligados a casa, a igreja e a
educação dos filhos.
Nada disso teria acontecido se, como contexto geral, já não tivesse existido o
urbanismo, com todas as suas inegáveis implicações coletivas e estruturais.
Modificando-se esse elo da ordem social, muitos outros tiveram de mudar
também. O fato de a mulher estar inserida no mundo do trabalho inevitavelmente aumenta a
importância da escola, como outra fonte de educação e de assistência à criança, transforma
profundamente o ambiente de trabalho (na fábrica, nos escritórios, nas carreiras de lideranças,
em todas as instituições sociais, privadas e públicas).
Sua presença estabelece transformações qualitativas nas relações humanas no
local de trabalho; antagonismos e cooperações de natureza diversa; grandes transformações no
seio da família, no que diz respeito á organização do dia, ao tempo livre e à realidade do
orçamento econômico familiar (o “salário familiar”, agora aumentado, transforma-se quase
sempre em maiores recursos econômicos, em benefícios da educação dos filhos, em melhoria
no ambiente doméstico, em garantias sociais, em oportunidades culturais, em viagens).
A mulher moderna é uma mulher urbana e a pressão cada vez maior de uma
urbanização por parte de populações semi-rurais, deve-se, com toda probabilidade, pelo
menos em grande parte às exigências das mulheres em ver mais valorizado o próprio futuro.
Analisar essa transformação, tendo o cuidado de imaginar três gerações, que se
reestruturam com base nessa mesma perspectiva coletiva, restabelece toda a riqueza que está
implícita nessa escolha, afinal, difusa por meio da televisão, do cinema e dos jornais, como
um modelo social moderno e legítimo.
O que, em muitos países do mundo ocidental ou ocidentalizado, apresente-se,
afinal, como parte integrante da modernidade, em outros países (como, por exemplo, nos
países Árabes, na Índia, na China), pelo contrário, é fonte de “retrocessos” culturais que se
voltam para modelos pré-modernos.
23
E não é por acaso que todos os movimentos coletivos fundamentalistas têm, como
seu motivo ideológico recorrente, o pedido de uma mudança radical dessa disufa tendência
urbana.
E já que nessa perspectiva generalizada indubitavelmente existem também
infinitos riscos (uma acrescida vulgarização e manipulação da imagem da mulher, uma
pornográfica liquidação da sua dignidade como ser humano, uma exposição consumista do
seu corpo, que é causa de infinitivos problemas educativos e ainda violências, malversações,
exploração, prostituição organizada), o debate sobre o papel da mulher continua aberto para
mil discussões.
Foi à vida na cidade que, desfazendo a realidade da mulher antes seus liames
tradicionais, fê-la imergir definitivamente na modernidade como sujeito independente.
Mas ainda nenhuma mulher moderna volte atrás, hoje, na direção de atávicas e
trágicas formas de segregação e de desumana sublternidade, isso não deve levar a aceitar de
maneira acrítica a emancipação e a libertação feminina daquelas formas de vida que
tradicionalmente estavam apenas nas mãos dos homens.
Todos os movimentos feministas são de natureza urbana e isso não ocorre por
acaso. Nos países em que a mulher ainda está presa a vínculos tradicionais, é nas cidades que
vanguardas femininas estão tomando consciência dos novos pápeis que a mulher pode
assumir. Um caminho, agora, aberto. Mas não foi menos duro ser segregada e ultrajada por
uma cultura que nem mesmo a consideravam um ser humano.
Segundo Arcangeli (2002, p.67) “o cabelo é como a roupa que a gente usa todos
os dias. É como cartão de visitas e revela quem somos: personalidade, estilo de vida e até o
jeito de encarar o mundo. Por isso, tem que ser bonito e bem cuidado.”
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CAPÍTULO III
TIPOS DE BELEZA
3.1. Beleza Clássica - o ideal grego
A busca da beleza é provavelmente tão antiga quanto o homem. No entanto, foi na
Grécia antiga que se estabeleceram alguns conceitos de estética, que de uma forma ou de
outra, permanecem até hoje. Os gregos acreditavam que o que era belo obedecia a certa
proporção chamada “proporção aurea”. Existiam até mesmo formas matemáticas par calcular
essa proporção e, no corpo humano, esse rigor matemático também era usado. A beleza de
uma pessoa era determinada pelas proporções e distâncias entre as partes do corpo. Segundo
Aristóteles e Platão, a mulher seria um desvio do modelo masculino, um afastamento da
perfeição representada pelo homem. E, dessa maneira, não se enquadraria completamente nas
características usadas para definir a beleza.
Apesar dessa opinião de Aristóteles, as histórias gregas estão repletas de mulheres
belíssimas, que seduziram seus apaixonados de tal maneira a ponto de levá-los a cometer os
maiores desatinos.
Helena, mulher de Menelau, era uma dessas beldades. Apaixonou-se por Páris,
príncipe de Tróia, com quem fugiu, desencadeando uma guerra que durou dez longos anos e
arrastou milhares de soldados à morte. Terminada a guerra, Ulisses, um desses guerreiros
Ítaca, enfrentou todo tipo de contratempos e aventuras por mais dez anos, inspirado apenas
pela lembrança do amor de sua mulher Penélope, outra mulher fascinante.
Apesar das fórmulas matemáticas postuladas pelos Gregos, o ideal da beleza
clássica atravessou os séculos e chega até nós como um tipo de beleza objetiva, ou seja, uma
beleza baseada em regras claras, que acaba não dependendo do “gosto” de cada um. A
proporção correta e a simetria perfeita de traços resultam em um tipo que dificilmente pode
ser considerado “feio”. Dessas mulheres, pode-se dizer tudo: que não possuem charme, que
lhes falta um certo brilho, que têm pouca vivacidade. Porém, possuem uma beleza inegável e
uma aparência que, no mínimo proporciona prazer ao olhar. Outros fatores acabam sendo
levados em conta e essa idéia de “belo absoluto” vem caindo por terra, dando espaço a outras
manifestações e a variações dentro do próprio conceito de clássico.
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A beleza clássica tem outra característica: a estabilidade. O que é clássico
dificilmente envelhece: torna-se uma antiguidade rara.
Além de Afrodite, deusa do amor, a mitologia Grega tinha três divindades ligadas
ao conselho de beleza. Eram as graças: Eufrosine, Tália e Aglaê. Os babilônios também
tinham uma divindade ligada à beleza. Era o deus Marduk, que presidia o ritual de
embelezamento das mulheres. Uma oração a ele, encontrada entre objetos desse povo dizia: “a
cada dia eu faço uma unção com óleos, queimo perfumes e uso cosméticos que me deixam
mais digna de vos adorar”.
Segundo Fernando Pessoa “cada época entrega à seguinte apenas aquilo que não
foi”.
3.2. Beleza Natural
A cosmética e seus produtos não estão de modo algum excluídos dos rituais da
beleza natural. No entanto, eles aparecem de forma muito mais sutil para realçar, corrigir,
limpar, iluminar, perfumar são muito mais percebidos do que vistos.
A simplicidade baseada em noções de limpeza nos rituais de beleza nem sempre
foi regra. Nos séculos XVI, XVII e início do XVIII, a situação era bem diferente. Várias
doenças como a sífilis e a peste ameaçavam a Europa e a água era suspeita de ser a
transmissora desses males. Resultado: o banho praticamente sumiu do cotidiano das pessoas.
O livro L’architecture Française, J.F. Blondel, escrito em 1750, faz um
levantamento em 73 palácios particulares da França e mostra a decadência do banho, apenas
cinco desses palácios tinha um aposento especialmente dedicado a ele.
Na época era considerado limpo quem usasse muitos cosméticos. O pó substitui a
água. O perfume encobria o cheiro do suor.
Em meados do século XVIII, uma mudança sensível começou a acontecer: a
burguesia, uma nova classe social, começa a ganhar força na Europa. Para firmar seu lugar na
sociedade, os burgueses passam a questionar os valores da aristocracia. E o banho de cada dia
volta a ter espaço. Ao contrário dos aristocratas, os burgueses passam a perseguir os
cosméticos, alegando que eles prejudicavam a saúde, que era um sinal de moleza, de preguiça
e de futilidade. A moda era voltar ao natural. Tudo que fosse ligado à imagem do camponês
saudável, de bochechas rosadas e braços fortes prontos para o trabalho.
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Os benefícios da água começam a se difundir em todo ocidente no começo do
século XIX. Em 1854, o consenso da água como agente de limpeza (e, portanto, de saúde e de
beleza) está praticamente restabelecido. Um livro com crônicas da época: “o cosmético por
excelência, o instrumento de limpeza, é o sabão. Sua principal função é livrar a pele das
gorduras e impurezas”.
Os ingredientes e suas receitas podem variar conforme a cultura e a época. No
entanto, desde que se tem notícia da cosmética aplicada a serviço da beleza, mais importante
do que as fórmulas é a frequência de sua aplicação. De nada adianta usar um único pontinho
do melhor creme do mundo e parar por aí. A beleza se desenvolve com cuidados frequentes e
não com passes de magia.
Segundo Jean Cocteau: “é preciso muito tempo para tornar-se jovem”.
3.3. Beleza Madura
Essa beleza não é aquela que aparece em capas de revistas. Nela se mistura
dignidade, elegância, graça. É como se o frescor da juventude fosse substituído por detalhes
mais sutis e, talvez por isso, mais encantadores.
A beleza madura é duradoura e profunda. O brilho e a energia da juventude são
substituídos por sabedoria e refinamento. É como se fosse “desencantada” pelo tempo. Na
verdade, não se trata simplesmente de ficar atenta ao passar dos anos para encobrir seus
efeitos. Ao contrário, mulheres que sabem cultivar sua beleza são experts em detectar as
mudanças que ocorrem em seu modo de vida e a forma como elas se refletem em sua maneira
de expressar-se para adaptar seu exterior a elas. O resultado quase sempre é extremamente
harmonioso e agradável.
A idade da beleza - a relação entre beleza e idade na história é, no mínimo,
confusa. Salvo raras exceções, a juventude sempre foi uma característica associada ao belo. A
questão é: quantos anos têm essa “juventude”?
No Império Romano, a maioria das mulheres casava-se aos doze anos de idade.
Aos catorze esperava-se (pelo menos das bem-nascidas) que já fossem exemplos de
matriarcas, esposas dignas e mães exemplares. Embora não fossem comuns, existem registros
de casamentos efetuados antes mesmo da primeira menstruação.
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Nesse caso beleza é o que menos importava, já que o status de mulher casada
implicava a quase completa abdicação do corpo e da beleza. As meninas passavam a usar o
véu de matriarcas, que lhes cobria praticamente todo o rosto e o corpo.
De maneira inversa, vale citar o exemplo de Diane de Poitiers que, na metade do
século XVI, reinou absoluta no coração de Henrique II, rei da França. Ela tinha mais de trinta
anos quando conquistou o jovem príncipe, então com pouco mais de dez (amor belíssimo que
durou até a morte do rei, aos quarenta anos, em 1559).
Durante décadas a poderosa rainha Catarina de Médicis, mulher de Henrique II,
usou todos artifícios para afastar o marido dessa paixão. Inutilmente, pois de nada valeram
suas alquimias importadas de Florença, nem mesmo os vinte anos a menos que a separavam
de Diane, mulher inteligente acima de tudo, esmerava-se em agradar seu senhor de todas as
formas possíveis, não economizando imaginação nessa tarefa.
Tinha um estilo tão marcante, que o fato de usar apenas preto e branco acabou
lançando moda na corte. Enquanto o banho diário estava em decadência na Europa, sob
suspeita de transmitir doenças, Diane banhava-se todos os dias em águas de fontes e, quando
possível, na chuva, que também resgatou uma prática atribuída à rainha Cleópatra do Egito: o
banho em leite de jumenta. Além disso, exercitava-se em cavalgadas regulares e tinha uma
alimentação equilibrada, baseada em frutas e verduras, bem diferente da dieta do resto da
corte francesa.
A Imperatriz Josephine de Beauharnais, mulher de Napoleão, foi outra mulher que
entrou para a História, não só por sua beleza, mas também pela maneira inteligente pela qual
fez uso dela (vários anos mais velha do que ele). Josephine era criticada não apenas por um
grande amor de um grande homem, mas também por sua origem crioula (era de Martinica),
inaceitável entre a nobreza francesa.
Falando de mulheres do século Catherine Deneuve, com seus traços perfeitos e
fisionomia serena, nunca deixou de surpreender o público e arrancar suspiro a cada aparição.
Com o passar do tempo sua beleza se cristaliza, seu estilo se aperfeiçoa, se há alguns anos a
imprensa limitava-se a assediá-la para fotografá-la melhor, hoje todos se interessam pelo que
ela tem a dizer.
O terror da beleza madura são os fios de cabelos brancos. Cosmetólogos do
mundo inteiro esmeram-se em aprimorar fórmulas para manter os cabelos brilhantes e, dentro
do possível, em um tom que se aproxime de sua cor natural.
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Os antigos egípcios, por exemplo, usavam uma mistura de sangue de boi negro
com óleo cinza de ossos de pássaros e plantas para escurecer os fios. Alguns rituais para
manter os cabelos chegavam bem perto do que se pode chamar de magia. A rainha Shesh, por
exemplo, usava uma receita que levava uma perna de lebre, tâmaras trituradas e casca de
asnos, tudo isso cozido com óleo e depois espalhado pelo cabelo.
Também foram os egípios que descobriram os efeitos cosméticos da famosa
henna, que até hoje é usada como matéria-prima de tinturas e xampus. Segundo eles, quanto
mais velha fosse a árvore que produz a henna, mais avermelhados os cabelos ficavam. É claro
que a henna que usamos hoje tem muito pouco da original, a maioria dos produtos
industrializados têm em sua fórmula grandes doses de corantes e químicas. Por isso, atenção
quem quiser usar henna deve se certificar-se de que seu cabelo é resistente para aguentar o
ressecamento que ela provoca.
Esse processo de renovação também acontece naturalmente por que cada fio de
cabelo tem seu ciclo natural de vida. Em média, as pessoas perdem de 60 a 100 fios de cabelo
por dia e, acredite isso não significa que você esteja ficando careca, para cada fio que fica em
seu pente, outro novinho em folha, está nascendo.
A pele é como uma tela onde o tempo imprime sua marca. E, dependendo de
como você a trata, com os anos, ela poderá revelar desenhos atraentes e expressivos ou um
traçado grosseiro. Marcas (no caso, rugas) não são necessariamente feias, a não ser que
venham acompanhadas de sinais evidentes de maus-tratos. É claro que, se elas a incomodam a
ponto de atrapalhar sua auto-estima, existem vários tratamentos capazes de apagar (ou quase)
essas rugas indesejáveis.
Um dos mais conhecidos e que produz uma mudança significativa na textura da
pele é o peeling.
Claro que existem soluções menos radicais, a mesma escamação do peeling pode
ser promovida a médio e longo prazo por meio de cremes á base de alfahidroxi-ácidos
(A.H.A) é um nome complicado que serve par designar ácidos como o famoso glicólico
(retirado da cana-de-açucar), o málico (da maçã), o pirúvico (da uva) e o lático (leite). Os
famosos banhos de leite, um dos rituais de beleza de Cleópatra e de outras divas da
antiguidade, nada mais eram do que tratamentos que se valiam das qualidades do ácido lático.
O peeling a laser é certamente um avanço considerável em relação ao peeling
químico. Consiste em remover a pele antiga através da sua exposição aos raios de laser de
CO2 (dióxido de carbono). As rugas são tratadas sem que se machuque a pele ao redor.
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Botox uma solução rápida e indolor é um procedimento que vem gerando uma
enorme polêmica por ser relativamente novo no Brasil. No Canadá e nos EUA já está sendo
usado há mais de dez anos. Mas, uma vez que se compreende como funciona, percebe-se que
é uma prática muito menos radical do que os peeligs e ideal para atenuar e até mesmo
eliminar rugas e vincos de expressão que ainda não sejam muito profundos.
Segundo Jean Baudrillard: “seduzir é morrer como realidade e reconstruir-se
como uma ilusão”.
3.4 Beleza Elaborada
Para essas pessoas cultivar o tipo de beleza “elaborada” pode ser alternativa mais
interessante. Aliás, a beleza elaborada ou “trabalhada” pode ser praticada por qualquer um.
Na realidade, é como um exercício diário de observação, que começa com um olhar atento e
crítico ao espelho e à própria personalidade.
Um dos melhores exemplos de mulher que alcançou milagres através de um
atento e rigoroso controle de sua imagem é Jackie Kennedy Onassis. A bela da família sempre
foi sua irmã Lee, com feições delicadas, olhos esverdeados e um corpo mignon, com curvas
muito bem definidas. Jaqueline não tivera a mesma sorte: o rosto era largo demais, os olhos
castanhos muito separados, nariz sem graça, corpo muito esguiu, pouco busto e, como senão
bastasse, os cabelos muito negros a colocavam a distância do padrão de beleza da loira
voluptuosa que predominava na América nos anos 50.
Ninguém diria que ela se tornaria uma lenda: seus vestidos e penteados seriam
copiados no mundo inteiro, seu estilo de vida invejado por todos e cada gesto seu interpretado
com a maior atenção por uma legião de fãs. E não pelo fato de ter se tornado a primeira dama
dos Estados Unidos, mas por sua elegância e charme incontestáveis. Jackie não foi apenas
uma mulher que teve o poder de modificar o seu visual e influenciar toda uma geração com
seu estilo. Não foram poucas as tragédias que viveu. Sua disciplina e tenacidade permitiram
lhe tomar as rédeas de sua vida, determinando o rumo de seu destino.
A beleza elaborada não possui uma formula estanque. E essa é uma de suas
vantagens à medida que se acrescenta um ou outro ritual, que se descobre uma nova forma de
apresentar uma atitude diferente, isto vai sendo somado a uma história que pode ser escrita
durante toda a vida. Nada se perde.
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3.5 Beleza Étnica
Por que procurar a beleza longe da gente?
Na maior parte das vezes, a valorização de características raciais, sejam elas quais
forem, tem um resultado muito mais interessante do que tentativas aleatórias de transformação
por meio de cosméticos ou de cirurgia.
O Brasil é um país multiracial. São muitas as etnias que aqui se estabeleceram e o
que é melhor, puderam continuar a cultivar suas tradições livremente. Descendentes de índios,
africanos, orientais, árabes e europeus misturam seus biotipos em uma troca expontânea de
vivências culturais.
A mulher que valoriza sua cultura e suas tradições traz consigo uma carga de
segurança muito maior do que aquela que busca apenas a estética formal.
Tradição e modernidade - nestes tempos de globalização, pode causar estranheza
falar de beleza étnica. O padrão estético dominante é o Norte-Americano. Hoje pode-se
observar as mulheres orientais, que lançam mão dos mais sofisticados recursos para
aproximarem o máximo possível sua aparência do padrão ocidental, desde o uso das roupas de
grife consagradas até pequenas cirurgias plásticas para aumentar a profundidade dos olhos. O
mesmo se pode dizer da raça negra. Alisar os cabelos, durante muito tempo, parece ter sido
uma tendência irresistível.
Isso não acontece por um acaso. Uma vez que os padrões de beleza são ditados
pelas grandes potências econômicas e distribuídos pelo mundo em revistas, no cinema e na
televisão, assumir uma postura de preservação das características raciais pode parecer um
pouco como andar na “contramão do progresso”. E nem sempre se quer assumir esse risco.
Não há problema em seguir os padrões internacionais de beleza. Mas quando isso
significa abrir mão da própria história, transformando a herança genética, é o caso de se
questionar o “padrão” e pensar duas vezes.
Até pouco tempo atrás, não eram fabricados no Brasil produtos cosméticos para
negras. O que existiam ou era importado e de difícil acesso, ou simplesmente se restringia a
um tom mais escuro de base, que nem sempre atendia às necessidades de um mercado tão
exigente. O Brasil é o segundo maior consumidor de cosméticos, perdendo apenas par os
Estados Unidos.
Como perguntava a letra da marchinha de carnaval: “nega do cabelo, qual o pente
que te penteia”?
31
Além de preconceituoso, o verso está muito longe da realidade. Na verdade, os
cabelos da raça negra, em geral, são extremamente sensíveis e macios. Outro mito é que os
negros têm cabelos grossos. Na verdade, os fios podem ter as mais diferentes expessuras, mas
são muito sensíveis por serem mais secos. Por isso, é importante fazer com frequência um
tratamento de hidratação.
No Brasil há ótimas opções de xampus e condicionadores específicos para esses
cabelos e cada vez mais surge produtos de tratamento. Há, por exemplo, uma linha
relativamente nova no mercado, com produtos que dispensam o enxágue, que ajuda a proteger
os fios, mantendo-os mais flexíveis. Chamados de leave in, podem ser aplicados nos cabelos
ainda molhados e impedem que eles percam a gordura natural.
Quanto à roupa diz-se: étnico não é traje típico. Uma coisa é fato, as cores ganham
outra dimensão quando colocadas sobre a pele negra. Afinal, não se trata de vestir-se à
maneira africana da cabeça aos pés e sim de buscar inspiração nos elementos dessa cultura,
trazendo-os para o dia-a-dia. A tradição é apenas um ponto de partida para adaptar o que
quiser e como quiser ao seu contexto.
Orientais há milênios aperfeiçoam seus rituais. Enquanto na Europa as mulheres
obedeciam a preceitos religiosos renegando a beleza física por considerar perigosas aos
mandamentos da Igreja Católica, as orientais sofisticavam seus rituais, modelavam seus
corpos com faixas para poder exibí-los em aderentes quimonos de seda cintilante, desenvolvia
seus cosméticos e elaboravam seus penteados.
Quando a peste trouxe o medo da água ao ocidente, levando as mulheres a
recorrerem a perfumes e pós-aromáticos, as japonesas já sabiam que a beleza vem de dentro
para fora e haviam desenvolvido receitas de alimentação e medicação. A idéia era de que um
corpo bem nutrido e um espírito em paz são fundamentais para uma beleza integral. De uma
maneira geral, em matéria de beleza e sedução, o oriente sempre esteve à frente do ocidente e,
o que é melhor, sem nenhum complexo de culpa.
O Japão, globalizado, é uma pena que tenha se ocidentalizado tanto, seguindo
principalmente o modelo norte-americano. Seus desenhos animados apresentam, em vez de
graciosas gueixas que ainda se vê nas gravuras do passado, uma legião de mulheres com os
olhos enormes e redondos, geralmente claros. O padrão de beleza passou a ser outro.
Segundo autor desconhecido: “A beleza é transparente: é preciso aprender a
enxergar através dela”.
32
3.6 Beleza Exótica
O exotismo estimula a imaginação das pessoas, talvez por seu forte elemento de
mistério. Quando algo não é familiar ou foge demais do padrão, diz-se que é exótico, e
sempre com um leve tom de admiração.
O fascínio pelo exótico sempre existiu. Não se pode afirmar com certeza, mas será
que Júlio César teria se rendido tão completamente aos encantos de Cleópatra se ela tivesse os
mesmos cachos castanhos das matronas romanas, em vez de uma invejável coleção de
perfumadas e geométricas perucas negras?
Mas aí é que está a graça: a mulher que adota uma postura exótica é uma mulher
que questiona dogmas, busca alternativa e sabe impor um ponto de vista diferente.
O exotismo está ligado a detalhes inusitados, que não obedecem aos modelos
oficiais adotados pela sociedade. É como uma peça que não se encaixa no quebra-cabeça,
chamando atenção justamente por dar a sensação de que “está fora do lugar”. Ao deparar com
esse visual, é possível dizer a nós mesmas: “tenho certeza de que jamais conseguiria usar isso,
mas, não é que nela está simplesmente um máximo”.
Nesse caso, será que tudo acaba perdendo o exotismo? Não. Na verdade a força de
atração do exotismo está presente de uma forma mais duradoura naquilo que é essencialmente
seu e de mais ninguém. Está na história, o exótico também passa a ser aquilo que é
extremamente pessoal.
Daí a importância de adotar uma atitude coerente com a aparência. Apenas
quando o visual está em perfeita harmonia com a personalidade é que os olhares críticos se
dissolvem, porque você passa a transmitir credibilidade.
Um erro comum é achar que o exotismo está ligado apenas a elementos de outras
culturas. Isso é uma meia-verdade. Certamente, por não fazer parte do dia-a-dia ou de
referências culturais, o visual de outros contém uma carga forte de exotimo. Principalmente
quando se pensa no Oriente, com seus tecidos sedosos e transparentes e suas jóias
exuberantes.
33
3.7 Beleza Superlativa
“Fulana é um mulherão”! Essa frase quase sempre é aplicada a mulheres bonitas
além dos padrões considerados normais. Os “mulherões” fazem um sucesso enorme e
cultivam seu tipo sem pudor. É uma forma de beleza superlativa, exagerada.
Mulheres altas demais que desfilam com graça todos os seus centímetros extras,
sem encolher-se tentando disfarçar. Ou as gordinhas irresistíveis que exibem uma silhueta
exuberante, ocupando seu espaço com segurança. Ou ainda aquelas com traços exagerados e
características marcantes como longas cabeleiras, lábios muito carnudos, coxas grossas.
Ao longo da história a mulher já recorreu aos mais radicais expedientes para ter
um corpo sensual, que chamasse a atenção por suas curvas acentuadas. Durante o Império
Romano, por exemplo, as meninas eram literalmente enfaixadas na altura do tórax para que
seus quadris se desenvolvessem mais. Além dos quadris largos serem reconhecidos como
característica de beleza, acreditava-se que eles facilitariam o trabalho de parto no futuro.
Numa época em que a mortalidade de mulheres durante o parto era altíssima,
supunha-se que esse artifício poderia evitar complicações e garantir a vida da futura mãe.
Se observado os movimentos da história da arte, pode-se perceber quanto à
valorização de um corpo esbelto é um fenômeno estético recente. Na Idade Média, o ideal de
beleza eram as mulheres esguias, de braços longos e seios pequenos. No entanto, o ventre
tinha de ser arredondado, com uma barriguinha ligeiramente saliente. No Renascimento, as
gordinhas representavam o ideal de beleza.
Uma das explicações para esses padrões de beleza pode estar no tipo de dieta de
cada uma dessas épocas. Livros de receitas medievais destacam o gosto por alimentos com
ingredientes ácidos e pouca gordura. Já no Renascimento consumiu-se muita manteiga,
gordura animal e doces.
Com o passar do tempo, já não bastava à opulência natural das formas. As
mulheres queriam mais. Em 1855, a imperatriz Eugênia da França difundiu o uso da crinolina,
uma armação de aço que dava suporte a várias saias sobrepostas, transformando os quadris
das mulheres em imensos balões. Quanto maior era a armação, mais elegante a silhueta. Para
realçar ainda mais as curvas dos quadrís, as aristócratas ainda se submetiam a uma verdadeira
tortura, espartilhos apertadíssimos. A cintura fina (conseguia a custo de um esforço quase
sobre-humano) tornava ainda mais evidentes a forma e o volume dos quadris.
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A chave da beleza é o equilíbrio, a harmonia. A mulher superlativa valoriza
naturalmente qualquer roupa. Portanto, se o decote é pronunciado, a saia não precisa ser tão
curta. Se o vestido é justo, convém não exagerar no decote. Se esse é o seu caso, lembre-se de
que, por mais discreto que seja o modelo, dificilmente ira esconder completamente as curvas
de um corpo como o seu. Você já sai na frente no ranking da sensualidade e não precisa de
artifícios para colocá-la mais em evidência.
Diz a sabedoria popular que os olhos são o espelho da alma. Mas são os lábios
que seduzem e dão vida ao rosto. De nada adiantam decotes ou transparências se os lábios não
estiverem valorizados adequadamente, traduzindo num belo sorriso suas melhores intenções.
O batom é um elemento básico do ritual de beleza feminino e sua origem é
antiguíssima. Os babilônios, 2.100 a.C. já usavam uma tintura de base vegetal para reavivar os
lábios. Desde então, as mulheres já sabiam que lábios descoloridos dão uma triste impressão
de abatimento à fisionomia.
Um inimigo das mulheres de curvas generosas é a celulite, embora ela não atinja
apenas as mulheres cheinhas. As magras também correm o risco de ganhar essas ondulações,
decorrente de desequilíbrio hormonal e alimentação inadequada.
Os hormônios femininos são os principais responsáveis pelo aparecimento da
celulite e vão determinar onde e em que quantidade ela vai aparecer. Funciona assim: o tecido
que fica entre a pele e os músculos enchem-se de gordura como pequenos balões,
comprimindo os vasos sanguíneos que ficam em volta. Em estágios mais avançados, esse
tecido chega a ter suas fibras de sustentação comprometidas, endurecendo e deformando a
região.
O sal é um inimigo de quem tem tendência a ter celulite, pois ajuda a reter água
no organismo, dificultando a eliminação de resíduos. Ainda na alimentação básica, beber água
é um dos melhores tratamentos de beleza. Beba, no mínimo, 2 litros por dia. A água purifica e
limpa o organismo, além de hidratar a pele deixando a aparência mais flexível e luminosa.
Segundo Ugo Foscolo: “a beleza é uma espécie de harmonia visível, que penetra
suavemente nos corações humanos”.
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3.8 Beleza Teen
O nome já diz: é um tipo de beleza adolescente, cujas principais características
são o viço e o frescor da juventude. As cores, a textura da pele e a energia juvenil são seus
maiores atrativos, sobrepondo-se, muitas vezes, a traços bem delineados ou proporções
harmoniosas.
É um tipo de beleza volátil, que tende a mudar ao longo dos anos. E deve mudar,
pois sendo instintiva, muitas vezes é frágil, é importante manter-se alerta para não insistir em
cultivar um tipo que com o tempo, pode se transformar.
Brigitte Bardot é um dos exemplos mais claro desse engano: era absolutamente
irresistível aos vinte anos, com seus lábios de eterno beicinho e olhar atrevido. Hoje, com
mais de cinquenta, continua a usar o grosso e negro traço de delineador, que pesa em sua
fisionomia emoldurada por longuíssimo e não tão viçosos cabelos louros. Quase uma
caricatura da estrela que foi um dia.
Já Audrey Hepburn, que por tanto tempo interpretou personagens inocentes com
seus imensos olhos de gazela, soube tirar partido do seu tipo físico e manter sua beleza intacta
até o fim da vida. Manteve seu estilo, percebendo onde e quando deveria mudar a forma de
explorar seu tipo tão etéreo. A maturidade não lhe roubou o olhar encantador, o porte de
princesa e o longo pescoço de cisne. Além disso, soube cultivar e “decantar” com o tempo
todas as suas qualidades naturais. Tinha uma intuição infalível na hora de escolher modelos
que não apenas realçavam sua elegância, mas ainda tornavam mais marcante a sua qualidade
juvenil.
Há exemplos históricos de mulheres que souberam usar esse mix de imagens,
criando um encanto que perduraria por muitos séculos. Quem visse Cleópatra, esposa do rei
Ptolomeu do Egito, à frente de uma das civilizações mais avançadas da época, dominando
oito idiomas, jamais poderia imaginar que ela tinha apenas dezesseis anos de idade então. O
encanto daquela menina-rainha chegou a inspirar Plutarco, que escreveu: “sua beleza nada
tinha de extraordinário para que provocasse tanta admiração. Mas, pelo encanto de sua
fisionomia, pela graça de toda sua pessoa, pelo atrativo de sua intimidade, Cleópatra sempre
deixava um aguilhão na alma”.
Essa mistura permitiu a mais famosa rainha do Egito chegar ao fim de sua vida,
aos trinta e sete anos de idade, com o mesmo fascínio que possuía quando subiu ao trono.
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Ser jovem não basta. De nada adianta ter pele acetinada, musculatura rija e
cabelos brilhantes, pois, com o tempo, todo esse viço tende a diminuir até desaparecer. A
graça e a inteligência são adornos definitivos, que aumenta o encanto, ajudando a torná-lo
permanente, independentemente do passar dos anos.
Segundo Coco Chanel: “a moda é o que as pessoas acham bonito e se torna feio.
A Arte é o que as pessoas acham feio e se torna bonito”.
3.9 Beleza Moderna
Terá sido sempre belo o que hoje se considera assim? Será ainda belo num futuro
distante o que encanta agora? Certamente há o belo eterno, atemporal. Mas há também o belo
mais frágil, sujeito a influências da moda, da cultura, das religiões e suprema força do século
da indústria. É nesse sentido que se refere à beleza moderna: a beleza da era industrial, da
linha de produção, dos cosméticos em massa, da moda, do cinema, dos padrões
internacionalizados e de conceitos permanentemente mutantes.
A partir da industrialização da moda e da cosmética, a beleza passou ater uma
dinâmica diferente. Na moda surge a simplificação de linhas, substituindo o floreado e o
romântico nouveau do começo do século. Essa tendência tem atravessado décadas, com os
enxutos tailleurs, hoje transformados nos terninhos executivos usados pelas mulheres.
A busca da beleza, até então efetuadas de maneira empírica, agora se dá de forma
organizada, quase científica: são instituídos concursos de miss, campanhas, entregas de
prêmios. É a tirania ditada pelas imagens de Hollywood, subitamente apenas os penteados
com enchimento e lindas ondas brilhantes são aceitáveis. Depois, é a vez das loiras platinadas
de formas opulentas, como Marilyn Monroe, ou das loiras de rostinho ingênuo e o olhar
angelical, como Doris Day.
A mulher moderna vê-se envolvida por um turbilhão de informações, que chegam
como fórmulas fáceis de felicidade, mas que nem sempre funcionam.
Claro. Se, por um lado, milhares de soluções são oferecidas como pequenos
milagres embalados com laços de fita, por outro, nunca a sociedade exigiu tanto das mulheres.
Além das limitações ditadas pelos estreitos conceitos de Hollywood, as mulheres
também começam a ser cobradas pelos direitos que reivindicam, não basta trabalhar e ajudar
no orçamento doméstico.
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É preciso trabalhar e ser também ótima mãe. Mas nem isso é suficiente. É preciso
trabalhar, ser ótima mãe e esposa competente (bonita, sensual, inteligente). E ainda assim é
pouco. Com a concorrência no mercado de trabalho, é necessário, além de tudo, ser mais
competente do que os colegas do sexo masculino para provar que faz jus ao salário que lhe
pagam.
A mulher moderna tem pouco tempo para se tornar bonita, embora tenham muito
mais recursos à disposição do que jamais tiveram suas antecessoras. Exatamente por isso,
quem cultiva o tipo de beleza “moderna” deve estar sempre atenta às mudanças e caprichos da
indústria da moda e da cosméstica, além de observar para que lado sopram os ventos do
mercado.
É preciso um discernimento muito apurado para não se deixar levar por todas as
tendências que surgem, e saber escolher entre tantos looks que lhe são impostos.
Este é o lado positivo, a essência do espírito moderno, segundo C. Plasse: “o
interior do homem expressado pelo seu exterior”.
Mesmo assim, há alguns looks cujos elementos sobrevivem e conseguem
permanecer por mais tempo. Os cortes de cabelo Chanel, as meias de nylon, os tailleurs e a
minissaia são alguns deles. Mas nada supera o hit dos hits, que até hoje literalmente faz a
cabeça das mulheres: cabelos loiros. Os fios dourados que trazem em seu brilho o mito da
loira fatal, de Marylin Monroe a Madona e Sharon Stone.
As loiras produzidas não são um fenômeno recente. A história conta que essa
moda começou durante o Império Romano. Ao travar as batalhas contra os países eslavos, as
tropas romanas iam acumulando escravos entre os povos conquistados. Os cabelos dourados
desses povos viraram uma febre entre as mulheres romanas, que passaram a desenvolver
fórmulas para clarear o cabelo.
Essas técnicas atingiram o auge na Itália do Renascimento. Surgiu então,
especialistas em descoloração de cabelos, a chamada arte biondeggiante (a arte de deixar
loiro). Chá de camomila, cascas de cebola, sumo de limão, açafrão e até pastas de enxofre
eram passados nos cabelos, que depois deviam ficar ao sol sob um chapéu de abas largas sem
a copa, chamado sollana. A sollana era fundamental porque permitia que o sol clareasse os
cabelos sem queimar a pele (mulheres de tez clara como o leite ainda estavam em alta). A
onda de loiras envolveu a Itália de tal forma que um cronista da época chegou a afirmar: “não
é possível encontrar, em toda a península, uma única morena”.
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Beleza à Venda, a beleza se torna um acessório. Sua característica fundamental é
associada à identidade de um produto. Ela própria se torna um produto. Estar-se
frequentemente exposto a várias formas de representação da beleza em fotos de revistas e
jornais, outdoors, imagens de cinema, televisão e vídeo, além das imagens virtuais. Esse
registro é sempre veiculado cuidadosamente de forma a aumentar o impacto no consumidor.
Notadamente se estar de tal maneira habituado a receber essas imagens
trabalhadas das mais diversas formas, que frequentemente deixa de apreciar a beleza humana
real, ao vivo, pois todas essas formas de representação vão monopolizando e deturpando a
sensibilidade.
É transformado de certa maneira em consumidores de imagens artificiais, com a
idéia ilusória de que pode-se estar sempre mais belos e mais sedutores se apenas ceder ao
fascínio de determinado objeto.
Selina Sarkis diz “Beleza é a qualidade das coisas que me agradam”.
3.10 Beleza Andrógina
No início do século XIX uma escritora francesa chocou a sociedade ao se
apresentar vestida não apenas com calças compridas e pesados sapatos fechados, mas também
de paletó, camisa e acessórios masculinos. E foi mais longe, passou a assinar seus trabalhos
com nome de homem, George Sand. Essa acabou sendo sua marca registrada e ela conquistou,
além da admiração e respeito de seus contemporâneos, o amor inspirado e leal de Fréderic
Chopin.
Muito antes disso, Joana D’Arc, vestida como homem e envergando pesada
armadura de guerreiro, arrebatou seguidores fiéis, levando-os a lutar por sua fé. Também é
conhecida a teoria de que Mona Lisa, o quadro mais famoso do mundo, nada mais seria do
que o auto-retrato de Leornado da Vinci, o genial artista que imortalizou a obra.
Como se vê, não há nenhuma novidade no fato de que, depois de conquistar
direitos (quase) iguais aos dos homens e uma boa fatia do mercado de trabalho, as mulheres se
sintam perfeitamente à vontade para se apresentar vestidas e penteadas como eles e, por que
não? Com uma atitude visual que as confunde com eles.
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A androginia tem uma forte dose de mistério e o seu fascínio reside na fusão dos
elementos femininos com os masculinos. O resultado dessa fusão torna-se atraente porque
deixa de ser óbvio e a sua descoberta acontece à medida que se aprofunda o olhar.
Afinal, o que é o andrógino?
Segundo várias culturas, o andrógino seria uma entidade que existia antes da
formação do universo. Para Platão, o andrógino seria uma criatura fundamental, que possuiria
em si os princípios masculinos e femininos. Dividindo-se, o andrógino teria dado origem não
apenas ao homem e à mulher, mas a tudo o que é masculino e feminino.
E não pára por aí, na mitologia hindu, os deuses Shiva e Shakti são
frequentemente representados como um ser único, ao mesmo tempo homem e mulher.
Na cultura chinesa, há o yang e o ying, os dois princípios complementares do
universo: claro e escuro, quente e frio, masculino e feminino. Na representação desse
princípio, yang e ying estão entrelaçados e fazem parte de um todo único.
Na civilização greco-romana, durante o transe dionisíaco, certas divindades eram
representadas ora como homem ora como mulher, ou até mesmo identificadas com alguma
força da natureza que incorporava ambas as identidades. Nos terreiros de candomblé,
frequentemente presencia-se fenômenos parecidos. Finalmente, a alquimia medieval refere-se
a Deus como “o grande Andrógino”.
A partir dos anos 60 essa corrente se faz mais presente. E o início do sucesso de
modelos como Twiggy e Verushka exibindo nas passarelas um irresistível visual unissex.
Mais tarde Grace Jones, Boy George, David Bowie, Mick Jagger e Elton John viriam
confirmar e reforçar essa tendência.
No Brasil, um estivador carioca vestia-se de mulher à noite e ficou famoso como
“Madame Satã”. Fez escola sem saber que era o precursor das atuais drags. No cenário
artístico, Ney Mato Grosso já alucinava a pláteia com seu visual andrógino, complementado
por plumas e brilhos e sua voz afinadíssima cantando com modulações femininas.
Foi a Rainha Catarina de Médici quem difundiu o uso das chamadas ceroulas no
ocidente, que mais tarde evoluíram até chegar às calcinhas de hoje. A peça, que só era usada
por homens, ajudava a rainha a praticar hipismo protegida de olhares indiscretos. Mas a avó
da calcinha já era considerada erótica demais e até indecente. Dizia-se que apenas as
prostitutas e as lavadoras de vidraças se apropriavam de uma peça tão íntima da indumentária
dos homens.
Segundo Lao Tsé (Todos reconhecendo o belo como belo: Eis aí o feio. Todos
reconhecendo o bem como bem: Eis aí o mal).
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A ciência evoluiu de tal forma nas últimas décadas que hoje é permitido sonhar o
impossível, definir um conceito de beleza, por exemplo, para então esculpir o corpo e moldar
a identidade de acordo com ele. Parece loucura, não? No entanto, Orlan, uma artista
multimídia Francesa, vem trabalhando nisso desde 1990.
Seu projeto chama-se “reencarnação de Santa Orlan” e consiste em transformar a
si própria em uma imagem de beleza conceituada por ela, valendo-se de recursos gráficos e
eletrônicos e de obras de artes. Assim Orlan chegou a uma imagem de mulher que ela
considera ideal.
Essa imagem leva em conta não só a forma desses personagens, mas também sua
identidade. Por exemplo: a imagem traz referências de Diana, por ser uma deusa aventureira;
de Europa, por ter permitido que a transportassem para um futuro desconhecido, e de Mona
Lisa, de Da Vinci, por sua androginia.
Segundo Arcangeli (2002):
“Você já deve ter percebido que a beleza de hoje é uma beleza construída. Porque em nenhum outro tempo os recursos para tratar da pele, do corpo, da saúde e da alimentação e das técnicas capazes de prevenir os efeitos do tempo (ou ao menos adiá-los) estiveram tão acessíveis às pessoas”. (ARCANGELI, 2002, p.13).
Hoje, no entanto, um discurso sobre beleza só faz sentido se imbuído da
preocupação de voltar à atenção sobre si próprio, desenvolvendo interior e exterior em
perfeita sintonia. Deve-se procurar não apenas recuperar mas reocupar o espaço do corpo e
viver plena e conscientemente o tempo que é destinado para tal processo.
Um dos aspectos mais positivos da globalização é que, hoje, com o fácil acesso à
informação, não existem mais pretextos para ignorar os benefícios de todos os métodos,
práticas e técnicas à disposição para deixar mais saudáveis, conscientes e plenos. Ao assumir
sem medo a sensibilidade, exercitando a percepção e expressando a criatividade, finalmente
torna-se possível manifestar a beleza.
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CAPÍTULO IV
UNIVERSIDADE: BREVE GÊNESE HISTÓRICA
No registro da história, o surgimento da universidade dada por volta do final da
Idade Média e a Reforma (entre os séculos XI e XV), onde teve-se, nesse período a Igreja
Católica, como a responsável pela unificação do ensino superior em um só órgão que foi a
universidade. A primeira universidade é datada em 1088 na Bolônia-Itália, iniciada como
uma escola leiga, especializada na área de Direito.
Percebe-se que as universidades, detiveram forte influência católica, e que sempre
procurou manter a unidade de conhecimento básico para todas as especificidades, Luckesi
(1985, p.31) descreve que, “grande parte do trabalho intelectual desenvolvido nesses tempos
gravida em torno das verdades da fé, religião e, para tanto, os estudiosos filosóficos [...]”.
A influência católica tem um forte poder sobre toda a universidade e processo de
ensino como um todo, buscando sempre o rigor nos trabalhos científicos, trazendo como
características que duram até hoje, tais como; o rigor, a seriedade lógica do pensamento,
busca de prova, entre outros; pode-se considerar tais características ligadas talvez aos
contextos sociais que envolviam as universidades nos seus primórdios, pois se era a igreja que
detinha o saber, nesse sentido o saber era dominado pela igreja.
A história aponta que nos momentos renascentistas e durante a Reforma e Contra
Reforma, no século XVI, muda todo o contexto sócio-político, trazendo como marca principal
o rápido desenvolvimento de mentalidade individualista e também o desenvolvimento das
ciências modernas que trás para as universidades um novo perfil e propósito que, conforme
aos moldes antigos, não estava acompanhando o espírito difundido pela Renascença e pela
Reforma.
Já no século XVIII surge o movimento Iluminista, com os enciclopedistas, que
questionam o tipo de saber fundamentados nas “summas medievais”.
Sérgio Castanho, em estudos realizados apresenta os seguintes modelos de
universidades:
Modelos clássicos modernos de universidade: modelo imperial napoleônico,
modelo idealista alemão, modelo elitista inglês, modelo utilitarista norte-americano.
Modelos contemporâneos de universidades: modelo democrático nacional
participativo, modelo neoliberal globalista plurimodal.
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É possível também destacar no século XIX, a industrialização que Lukesi (1985)
relata:
“O responsável pelo “golpe” à universidade medieval e pela entronização da universidade napoleônica na França, caracterizada pela progressiva perda do sentido unitário da alta cultura e a crescente aquisição do caráter profissional, profissionalizante, na linha do espírito positivista, pragmático e utilitarista do iluminismo”(p. 32)
E que Garrido (2002, p.149) descreve, “franco-napoleônico, que se caracterizava
por uma organização não universitária, mas profissionalizante, centrada em cursos e
faculdades, visando à formação de burocratas para desempenho das funções do Estado”
Com uma organização administrativa prevalecendo um modelo de universidade
centralizadora e fragmentada e com uma forte característica de impossibilitar e dificultar
processos divergentes de pensamentos, nestes termos surgiu uma universidade com uma
unidade impositiva que até hoje tem dificuldade em se atualizar.
A Alemanha perde o pioneirismo da Revolução Industrial, surge um processo de
construção nacional, iniciada pela França e Inglaterra.
“O avanço da ciência por meio de pesquisa das questões nacionais é proposto como saída para renovação tecnológica, no esforço deliberado de eliminar a dependência e estruturar a autonomia nacional, comprometendo a universidade com as tarefas de integração nacional e incorporação da cultura alemã à civilização industrial, antecipando-se historicamente à industrialização e criando uma química e metalurgia altamente desenvolvidas, a fim de permitir ao país competir no quadro internacional” (GARRIDO, 2002, p.150-151).
Os institutos incumbidos na formação profissional, enquanto que os centros de
pesquisas tinham em seus propósitos, segundo Garrido (2002 p.151):
“A busca desinteressada da verdade como caminho também do autodesenvolvimento e autoconsciência; atividade científica criativa, sem padrões pré-estabelecidos; caráter humanitário da atividade científica; processo cooperativo entre os docentes e entre estes e os discentes; docência como atividade livre; associação cooperativa entre professores e alunos sem forma exterior de controle e organização acadêmica”. (GARRIDO, 2002, p.151).
O modelo utilitarista norte-americano foi considerado como “bases” do
movimento pedagógico da Escola Nova. Neste modelo, a universidade era vista como “centro
de progresso” que tinha em seu propósito prepara o indivíduo para a ação.
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Alfred North Whitehead, autor da obra The aims of education and other essays,
estabelecia que a universidade teria como objetivo a ação dos cidadãos ativos, empenhados no
progresso da nação.
Modelo elitista inglês, em destaque registra-se a publicação da famosa obra The
Idea of a Universty. Em 1852, pelo célebre cardeal John Henry Newman, que sintetiza a
universidade em dois pólos: como sendo uma instituição que vela pela salvaguarda dos
valores tradicionais, e ministra o desenvolvimento da nação. Em resumo, a universidade tem o
papel de realizar a síntese dos valores da tradição aristocrática com os do processo burguês.
Atualmente, a produção do capitalismo é sustentada pelo neoliberalismo, que é a
dominação da ideologia. Discute-se que a produção é globalizada. Castanho, comenta que a
universidade é neoliberal porque ela orienta para a exigência do mercado, procurando definir
um espaço onde o indivíduo busque instrumentos para o seu sucesso na sociedade. Por isso
uma visão de mundo e não somente de determinada nação, ela é chamada de globalista, além
de suas pesquisas serem voltadas para a informação acessível à rede de computadores
mundiais.
E por último, ou seja, pela falta de importância dada à pesquisa, na formação do
ensino e no serviço de extensão onde se percebe que a universidade quer deixar de ser
universidade. Neste contexto, ela deixa de ser chamada de pluridisciplinar, e passa a ser
plurimodal, isto é, a universidade assume a forma variada, tantas quantas às necessidades do
mercado e da integração que o mercado exigir.
No Brasil, a ascensão do novo modelo é quase que completo, o marco desse
modelo de universidade, deu-se com a aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB) nº 9.394 de dezembro de 1996.
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CAPÍTULO V
A UNIVERSIDADE NO BRASIL: PRINCÍPIOS E FINALIDADES
A história do ensino superior no Brasil, é datada somente a partir de 1808, com o
registro da chegada da família real ao Brasil, apesar de várias tentativas dos Jesuítas de
criarem universidades anterior a esta data.
Com a criação de várias Faculdades ou Escolas Superiores, a partir de 1930,
inicia-se uma nova fase no Brasil, com a tentativa de agrupar entre três ou mais faculdades
onde legalmente passariam a ser chamadas de universidade.
As primeiras universidades que surgiram no Brasil foram em Minas Gerias e em
São Paulo. Anísio Teixeira juntamente com outros intelectuais, entre eles pode-se destacar
Darcy Ribeiro, formaram uma equipe com novos moldes, pois o momento político exigia uma
nova realidade. Neste contexto, é elaborado um projeto que convence os governantes e a
partir daí é instituída a Universidade de Brasília.
“Mais uma vez, as forças contrárias à renovação das idéias impedem despoticamente o desenvolvimento da nascente universidade brasileira. Isso ocorre em 1964. A quase totalidade daquela equipe de professores foi afastada de suas funções de refletir, de renovar o saber” (LUKESI, 1985, p.35).
5.1 Princípios da Universidade
Com o propósito de uma construção igualitária para todos, a sociedade busca
trazer a harmonia aos indivíduos e, para isso, o homem respalda-se em legislações e regras
que amparam todas as instituições sociais. Para Mazzili (1996, p.5), “também a universidade
enquanto instituição socialmente constituída e determinada, tem refletido historicamente o
quadro social de sua época incorporado em suas agendas à temática fornecida pela sociedade
onde se encontra inserida”.
No início da década de 80, a Associação Nacional de Docentes do Ensino
Superior – ANDES, formulou um projeto de universidade, que tem como objetivo a
consolidação de uma educação pública e gratuita para toda a população.
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Hoje, a universidade brasileira, busca a construção de um padrão unitário de
qualidade para todos, e para esse critério, preconiza a autonomia e gestão democrática da
universidade, aliada ao compromisso do Estado, para alcançar os seus objetivos.
Relacionada à nova legislação, a LDB nº.9.394/96, Garrido classifica as
instituições superiores em: Universidade, Centro Universitário, Faculdades Integradas e
Institutos ou Escolas Superiores
Ao longo da história sempre foram registrados fatos na luta pelo poder de uma
classe dominante e sua forma de manipulação social. A nova legislação favorece a oferta da
ampliação da universidade. Porém, somente as instituições como as universidades e as
faculdades integradas, são as únicas que em sua estrutura, possui rigor na oferta do ensino,
pesquisa e extensão.
5.2 Finalidades da Universidade
Os objetivos da educação em uma sociedade são analisados conforme o contexto
sociocultural e político em que se encontra o homem, bem como as suas ações e sua forma de
atuação dentro da sociedade. Dentro dessa realidade, está situada a universidade na busca de
conhecimento para a sociedade. Sousa (1997, P. 188), descreve que “os três fins principais da
universidade passaram a ser a investigação, o ensino e a prestação de serviços”.
Em estudo e análise, mais recente Garrido (2002) relata que:
Entende-se a universidade como Instituição educativa cuja finalidade é o permanente exercício da crítica, que se sustenta na pesquisa, no ensino e na extensão, ou seja, na produção do conhecimento por meio da problematização dos conhecimentos historicamente produzidos, de seus resultados na construção da sociedade humana e das novas demandas e desafios que apresenta. (GARRIDO, 2002, p.161-162).
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5.3 Eixos Dominantes na LDB
Sancionada no ano de 1996, pelo Presidente da República Fernando Henrique
Cardoso, a Lei nº9.394/96, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB),
deve um diferencial em relação às demais leis, que já existiam.
Conta a história, que foi com treze anos de tradição, para formulação da lei de
nº4.024/61, já a lei nº5.692/71(que foi reformulada pelas leis de nº.7.044/82), e a lei nº
540/68, elas foram elaboradas de modo tão rápido que registrou por parte dos educadores e da
sociedade uma insatisfação, onde em sua formulação foram registrados celeridades (rapidez),
demonstrando um caráter autoritário e inadequado.
Considerando a nova LDB, ou seja, a lei de nº.9.394/96, que teve como projeto
inaugural, destaque inicial, a participação do legislativo em vez do executivo, em sua
elaboração, pois era costume o executivo que realizava tal função, vivendo em 1987 novos
momentos na história do Brasil, com a elaboração de uma Constituição Federal. Surge o
projeto inicial da LDB, neste novo panorama o retrato da educação, se apossa do contexto
brasileiro, que traz características bastante novas para a estrutura e funcionamento da
educação escolar brasileira.
A LDB, apresenta dois eixos estruturadores, que Cury (1997, p.9) sintetiza do
seguinte modo:
1º eixo: à dominância da flexibilidade(ao invés do engessamento) se contrapondo
a função complementar da normatização(não cartorial);
2º eixo: à dominância da avaliação se contrapõe a função colaborativa que
estrutura a federação republicana (ao invés da subordinação).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após pesquisas bibliográficas, com tema envolvendo a importância da profissão
de beleza, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9.394/96, onde busca-se
rever a origem e finalidade da universidade e a sua influência para o ensino superior,
procurando exaltar a influência no homem e relacionando-o ao meio acadêmico, percebe-se
que mesmo sabendo que se tratando de uma lei maior da educação nacional, sua importância
para a sociedade brasileira é sempre relativa ao conteúdo que os atores nela inscrevem.
Percebe-se que mesmo com uma lei maior amparando todo o ensino superior e as
universidades ainda resta muito caminho a ser percorrido até se chegar à finalidade que busca
as universidades, que é o conhecimento científico e literário acessível a todos.
Como considerações finais desse trabalho, entende-se que a expectativa em
relação a nova LDB é animadora, afinal é um passo firme na consolidação e na concretização
de muitas conquistas e de avanços significativos, cabe a todos analisar cada artigo e ir em
busca de uma interpretação que favoreça aos anseios e aos compromissos e deveres da
população.
Hoje, no entanto, um discurso sobre beleza só faz sentido se imbuído da
preocupação de voltar à atenção sobre si próprio, desenvolvendo interior e exterior em
perfeita sintonia. Deve-se procurar não apenas recuperar, mas reocupar o espaço do corpo e
viver plena e conscientemente o tempo que é destinado a cada um.
Um dos aspectos mais positivos da globalização é que, hoje, com o fácil acesso à
informação, não existem mais pretextos para ignorar os benefícios de todos os métodos,
práticas e técnicas à disposição para deixar todos mais saudáveis, conscientes e plenos. Ao
assumir sem medo a sensibilidade, exercitando a percepção e expressando a criatividade,
finalmente torna-se possível manifestar a beleza.
Nada substitui o profissional que conhece profundamente seu ofício. É aquele que
sempre trabalha melhor do que o equipamento, e que obtém um resultado melhor do que a
simples aplicação do produto, porque tem experiência, conhecimento e está sempre
atualizado, pois, mais do que um cabeleireiro ou manicura, esse profissional é um verdadeiro
consultor de beleza em sua área.
48
BIBLIOGRAFIA
ARCANGELI, Cristiana. Beleza para a vida inteira. 3ª edição.São Paulo: Editora Senac.São Paulo, 2002. BOAVENTURA, Elias. A função social da universidade. Piracicaba: UNIMEP, 1991. CADERNOS DOS ANDES. Juiz de Fora, n.2, jul.1996. CIPRIANO, Carlos Luckesi et al. Fazer universidade: proposta metodológica. 2. ed. SãoPaulo: Cortez, 1985. CURY, Augusto Jorge. A ditadura da beleza e a revolução das mulheres. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2005. CURY, Carlos Roberto Jamil. Reforma Universitária na Nova Lei de Diretrizes da Educação Nacional. Caderno de Pesquisa, Minas Gerais, nº.1, junho.1997. DUARTE, João Francisco Jr. O que é beleza? (Experiência Estética).São Paulo: Editora Brasiliense. 3ªedição,1991. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1996. GADOTTI, Moacir. Pedagogia da práxis. 3ª.ed. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2001. ______________. Educação e poder: introdução à pedagogia do conflito. 13ª.ed. São Paulo: Cortez, 2003. LAROSA, Marco Antonio; AYRES, Fernando Arduini. Como produzir uma monografia passo a passo...siga o mapa da mina. Rio de Janeiro: WAK, 2002. MATARAZZO, Claudia. Beleza 10: um guia de cuidados para todas as mulheres. São Paulo: Editora SENAC, 1998. MAZZILI, Sueli. Universidade e Sociedade. Cadernos CEDES. São Paulo: Cortez, n.22, 1996. MORAN, José Manuel; Masetto, Marcos & Behrens, Marilda. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 7ª Ed.São Paulo: Papirus, 2003. NUNES, Kátia Silva. A Arte de se cuidar: Estética Integral - A profissão do Novo Milênio, 2003. PARIENTI, I.J.Medicina Estética. Editora: Andrei.Traduzida do Medicine Esthétique da coleção Abréges, publicado por Masson S.A., Paris, França, 2000.
49
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50
ANEXOS
51
ANEXO I
O CURSO SUPERIOR E SUA IMPORTÂNCIA
FINALIDADE E OBJETIVOS DO CURSO
O Curso visa atender demandas do mercado local, nacional e internacional,
advindas das necessidades a partir da globalização e técnicas aperfeiçoadas e atualizadas
condizentes com o século 21. A inovação é uma necessidade presente na área da beleza
Existem alguns perfis profissionais predominantes: os de pessoas previsíveis,
acomodadas, proativas, empreendedoras, e inovadoras.
Com esse fim, o curso proposto pretende:
Formar e atualizar profissionais com visão estratégica e empreendedora para a
área de beleza;
Qualificar os treinados (aluno), estimulando-os a agilizarem suas tarefas e
ampliarem seus conhecimentos técnicas;
Criar possibilidades de melhor aproveitamento dessa tecnologia a nível
profissional;
Implantar uma nova metodologia de uso de recursos tecnologia, através da
educação continuada;
Auxiliar os Educadores no desenvolvimento de estratégias de ensino para a
utilização adequada e disciplinada dos recursos tecnológico;
Ensinar o educando a buscar e administrar seu conhecimento através da
aprendizagem associativa e cooperativa;
Integrar plenamente a tecnologia e o meio ambiente ao curriculum escolar
através do apoio didático;
Incorporar ao trabalho a preocupação com a segurança no trabalho e cuidados
com a saúde do trabalhador;
Preparar os educandos para uma sociedade mais dinâmica, através do uso da
informação proporcionada pela educação continuada ou permanente.
Utilizar a informática e a Internet dentro dos parâmetros pedagógicas pré-
estabelecidos.
PERFIL PROFISSIONAL
Oferecer ao mercado de trabalho profissionais, com competência para promover e
participar da melhoria continuar mercado promissor e no mundo globalizado. Visar avanços
de ações que mostram técnicas a se estabelecerem no mercado de trabalho com qualidade e
responsabilidade. Refletir sobre o processo ensino-aprendizagem em relação à formação de
valores e atitudes profissionais.
Proporcionar aos participantes (instrutores e instruídos, educadores e educados) o
crescimento pessoal para desempenho de suas atividades enquanto formadores de cidadãos
críticos e reflexos. Através da ação transformadora da educação para tornar o Brasil um pais
melhor e mais justo. Contribuir para cada vez mais pessoa tenham valor profissional no
mercado, sejam referência em suas áreas de atuação e, consequentemente, tenham a
oportunidade de mudar suas vidas e a realidade em que estão inseridos. Inserir profissionais
aptos a atuar em um mercado altamente competitivo e em constantes transformações.
Desenvolver gestão competente controlando e coordenando seu espaço de atuação. Exerce
funções gerenciais com capacidades de planejar, organizar, implantar e gerir programas de
desenvolvimento.
Como Empreendedor, promover as idéias e as práticas inovadoras com
competência para implantar soluções alternativas e inovadoras, bem como a capacidade
crítica, reflexiva e criativa. Como consultor, entender a empresa e a sua cadeia produtiva, a
sua razão de ser, seus objetivos e políticas, trabalhar com cultura da organização,
transformando em oportunidades utilizando os novos conhecimentos para aprimorar
estratégias em vantagens competitivas. Analisar criticamente as organizações, antecipando e
procurando suas transformações.
O Profissional da beleza, estética e imagem pessoal deverá receber um conjunto
de saberes e conhecimentos provenientes de várias instâncias: conhecimento científico,
conhecimento técnico e experiência de trabalho e social, além de receber uma formação que
contém aspectos éticos proporcional embasamento as questões teóricas levando a refletir
sobre sua profissão: necessidade de mudança, posicionamento profissional e reflexão sobre
paradigma da profissão, trabalhando setores da organizações e da sociedade sobre seu novo
papel.
Quanto aos aspectos éticos, espera-se que este profissional tenho uma
compreensão do seu código de ética profissional, usando de reflexão das normas e
regulamento. Espera-se que venham abranger questões maiores como cidadania e direitos
humanos, objetivando a formação dos profissionais que colaboram para a melhoria das
relações pessoais e com o mundo.
O profissional da beleza deverá ser preparado para desempenhar com alto padrão
de competência, as tarefas peculiares a profissão, contribuindo para melhoria da qualidade e
maior produtividade nas organizações.
Deve dar ênfase no relacionamento com os clientes (interno e externo) valorizar
os princípios de um bom sistema de comunicação, te habilidade para o trabalho em equipe na
busca da sinergia, resolver problemas referentes ao seu trabalho, melhorando a qualidade e a
produtividade dos serviços, conhecer e aplicar elementos da psicologia, tendo habilidade nas
relações pessoais: coletar dados e elaborar relatórios, aplicar termos para o planejamento de
eventos, viagens, reuniões, cerimoniais, apresentação de técnicas e produtos, buscando a
modernização.
1. Dados do Curso
Denominação do Curso Graduação em Estética, Imagem Pessoal Modalidade Graduação em Tecnologia Amparo Legal DO CURSO
LDB n. 9.394/1996; Parecer CNE/CES 436/2001; Resolução CNE/CP 3/2002
Turno de funcionamento Integral Matutino Vespertino Noturno Totais Vagas por turma - - - 45 Número de turmas 04 Total de vagas anuais 180 Regime de Matrícula: Período letivo Carga horária total do curso 1.860 horas
Prazo de integralização da carga horária
TEMPO MÍNIMO (meses/semestre)
TEMPO MÁXIMO (meses/semestre)
4 semestres 7 semestres
2. Organização e Desenvolvimento Curricular
2.1.Justificativa da oferta do curso
As transformações sociais, políticas e econômicas produzidas pela globalização
mundial desencadeiam alterações profundas na estrutura das empresas e no mercado de
trabalho, que se torna cada vez mais exigente em termos de formação e especialização
profissional.
O Maranhão é um dos estados do nordeste que necessita alavancar o crescimento
do emprego industrial, do comércio e do setor de serviços. Essa necessidade e o processo de
globalização vêm tornando a ciência a serviço da beleza, provocando grandes mudanças. Os
cremes e as vitaminas autioxidantes, os peelings, as massagens, a alimentação equilibrada nos
dão condições de viver nosso tempo de maneira melhor. Se, no inicio do século, velho era
quem chegava aos 50 (cinqüenta anos), hoje, é nossa idade que muitos realmente começam a
aproveitar a vida. A medicina rompeu barreiras, e para ela, o corpo humano hoje quase não
tem mistério.
A industria da beleza, agora voltada para sua noção mais ampla de bem-estar, é um
setor que não conhece crise. De maneira direta ou indireta, a estética atrai investimentos,
amplia mercados, promove trabalho.
O profissional da beleza, estética e imagem pessoal é um profissional
multidisciplinar que, além de lidar com tecnologia sofisticadas, deve acompanhar a produção
de conhecimentos no setor, pois não adianta ele ter equipamentos de ultima geração se não
souber como tirar o melhor proveito deles, se não compreender seu modo de atração e as
reações orgânicas envolvidas nossos procedimentos. Por isso é tão importante a formação. O
profissional da beleza, estética e imagem pessoal precisa planejar e organizar empresas, além
de controlar e cumprir diferenciadas tarefas para garantir o adequado funcionamento da
empresa.
A formação de profissionalmente para o bem desempenho das organizações, pois,
o impacto do mau funcionamento de uma instituição de beleza é tão danoso, que atinge a
qualidade de vida da sociedade.
O aprendizado do profissional da beleza, estética e imagem pessoal envolve
conhecimentos multi disciplinares com visão estratégica e empreendedora abrange grande
variedade de habilitações, qualificando o profissional para trabalhar em salões de beleza, spas,
clínicas de estéticas, na indústria de cosméticos, como consultores (as) de beleza, instrutores
(as), ou ainda para atuar como gerentes em estabelecimentos voltados para este universo
profissional.
O curso deve oferecer uma formação abrangente, abordando teoria e prática de
áreas que são essenciais ao currículo de quem trabalha com a beleza. Dentre elas temos:
química, biologia, anatomia da pele e do couro cabeludo e geral, empreendedorismo,
cosmetologia, gestão de pessoas, psicologia, estética, saúde, nutrição, segurança no trabalho,
educação ambiental, informática básica, línguas dentre outras (etc...).
Os representantes dos paises – membros da Organização das Nações Unidas –
ONU estiveram reunidos em setembro de dois mil e cinco (2005), em Nova York para
reafirmarem os compromissos assumidos até o ano de dois mil e cinco (2005). O Brasil cria
mais sete metas para serem cumpridas em dois mil e quinze (2015), além de cinqüenta novos
indicadores de acompanhamento dos objetivos do milênio. As novidades estão no relatório
entregue na cúpula do milênio + 5, que aconteceu em meados de setembro em Nova York.
Um dos objetivos dos compromissos de 2005 é “promover a igualdade entre os
sexo e autonomia das mulheres, tendo as metas da ONU para o mundo e metas do Brasil em
“eliminar as disparidades entre os sexos no ensino fundamental e médio, se possível em 2005,
e em todos níveis de ensino, o mais tardar até 2015”.
Além de ser um mercado de muitas oportunidades, a concorrência nessa área é
cada dia maior e, portanto conhecimento científico e o domínio de técnicas tornam-se
fundamentais. A tecnologia oferece desde tratamentos com laser e equipamentos que emitem
ondas eletro-magnéticas, até químicas especializadas.
Assim, conhecer os novos produtos, dispor de equipamentos modernos e seguros,
entender o funcionamento do mercado e ter acesso a uma bibliografia atualizada são aspectos
que fazem muita diferença. Apesar das mudanças, somente agora a beleza está em alta no
mercado masculino, o interesse dos homens em beleza e estética tem mostrado que vai além
do consumo de produtos cosméticos e começa a ser sentido em outras áreas do mercado.
A beleza exterior precisa ser um reflexo de corpo e mente harmonizados,
reafirmando o conceito cada vez mais difundido que não adianta nada a embalagem ser boa se
o conteúdo é ruim.
Os cuidados com a beleza pode ser fundamentado para a auto-estima e o
fortalecimento do amor próprio e uma excelente ferramenta para a superação de problemas de
saúde como stresse e depressão.
Há uma demanda no estado que precisa da formação de profissionais, adequando a
realidade do mercado, visto que um dos que mais cresce no mundo, e o profissional de beleza,
estética e imagem pessoal é de fundamental importância para garantir a melhoria continua no
processo de gestão e desenvolvimento da empresa na área da beleza e necessita está
qualificado para exercer tal função.
O Curso de Graduação em Tecnologia de Estética e Imagem Pessoal veio apara
complementar esses conhecimentos.
Até os anos 80, a coiffere era um ramo pouco competitivo. Qualquer profissional
talentoso conseguia conquistar clientela e fazer sucesso. Hoje, no entanto, não basta ter
talento pra virar empresário(a). A cosmética passou a ser o segundo tipo de negócio (só perde
para a construção civil) a gerar mais emprego e dinheiro no Brasil.O consumidor se tornou
bem mais exigente,procurando conforto,tratamento personalizado,qualidade e praticidade. O
mercado está mais sofisticado.
As mãos e os pés estão no mercado da beleza, relatórios históricos comprovam que
três mil anos antes de Cristo os egípcios mergulharam as pontas dos dedos em bases de hena
para manter as mãos coloridas e mais atraentes. Arte e vaidade nas mãos e nos pés foram
cruzando os tempos e chegaram aos dias atuais, envolvidos em embalagens de moda,
modernas tecnologias e bens negócios. A partir do século XIX, o cuidado com as unhas
ganharem de maior sociedade. No século XX, no período pós-guerra, intensificou-se o uso
das cores e a adoção de técnicas mais apurados de limpeza e cuidado. Recentemente, com a
forte moda de valorização do corpo e o desenvolvimento de novos produtos, a corrida rumo à
beleza ganham mais adeptos, o que acaba quando um movimento de busca por serviços
especializados.
Manicuras e pedicuras, que lidam com o tratamento de mão e pés, integram a
categoria de profissionais que pertencem a um grupo privilegiado, que conta com boas
chances de ingressar no mercado de trabalho e obter retorno econômico.
3. Finalidade e objetivos do curso
Com esse fim, o curso proposto pretende:
Formar e atualizar profissionais com visão estratégica e empreendedora para a
área de beleza;
Qualificar os treinados (alunos), estimulando-os a agilizarem suas tarefas e
ampliarem seus conhecimentos técnicos;
Criar possibilidades de melhor aproveitamento dessa tecnologia a nível
profissional;
Implantar uma nova metodologia de uso de recursos tecnológicos, através da
educação continuada;
Auxiliar os Educadores no desenvolvimento de estratégias de ensino para a
utilização adequada e disciplinada dos recursos tecnológicos;
Ensinar o educando a buscar e administrar seu conhecimento através da
aprendizagem associativa e cooperativa;
Integrar plenamente a tecnologia e o meio ambiente ao curriculum escolar através
do apoio didático;
Incorporar ao trabalho a preocupação com a segurança no trabalho e cuidados
com a saúde do trabalhador;
Preparar os educandos para uma sociedade mais dinâmica, através do uso da
informação proporcionada pela educação continuada ou permanente.
Utilizar a informática e a Internet dentro dos parâmetros pedagógicas pré-
estabelecidos.
4. Perfil Profissional de Egresso
Oferecer ao mercado de trabalho profissionais, competentes para promover e
participar da melhoria contínua no mercado promissor e no mundo globalizado. Visar avanços
de ações que norteiam técnicos a se estabelecerem no mercado de trabalho com qualidade e
responsabilidade. Refletir sobre o processo ensino-aprendizagem em relação à formação de
valores e atitudes profissionais.
Proporcionar aos participantes (instrutores e instruídos, educadores e educandos) o
crescimento pessoal para desempenho de suas atividades enquanto formadores de cidadãos
críticos e reflexivos, através da ação transformadora da educação para tornar o Brasil um país
melhor e mais justo. Contribuir para que cada vez mais pessoas tenham valor profissional no
mercado, sejam referência em suas áreas de atuação e, consequentemente, tenham a
oportunidade de mudar suas vidas e a realidade em que estão inseridos. Inserir profissionais
aptos a atuarem num mercado altamente competitivo e em constantes transformações.
Desenvolver gestão competente controlando e coordenando seu espaço de atuação.
Exercer funções gerenciais com capacidade de planejar, organizar, implantar e
gerir programas de desenvolvimento. Como Empreendedor, promover as idéias e as práticas
inovadoras com competência para implantar soluções alternativas e inovadoras, bem como a
capacidade crítica, reflexiva e criativa. Como consultor, entender a empresa e a sua cadeia
produtiva, a sua razão de ser, seus objetivos e políticas, trabalhar com cultura da organização,
transformando em oportunidades utilizando os novos conhecimentos para aprimorar
estratégias em vantagens competitivas. Analisar criticamente as organizações, antecipando e
procurando suas transformações.
O Profissional da beleza, estética e imagem pessoal deverá receber um conjunto de
saberes e conhecimentos provenientes de várias instâncias: conhecimento científico,
conhecimento técnico e experiência de trabalho e social, além de receber uma formação que
contém aspectos éticos proporcional embasamento às questões teóricas levando a refletir
sobre sua profissão: necessidade de mudança, posicionamento profissional e reflexão sobre
paradigma da profissão, trabalhando setores da organizações e da sociedade sobre seu novo
papel.
Quanto aos aspectos éticos, espera-se que este profissional tenha uma
compreensão do seu código de ética profissional, usando de reflexão das normas e
regulamento. Espera-se que venha abranger questões maiores como cidadania e direitos
humanos, objetivando a formação dos profissionais que colaboram para a melhoria das
relações pessoais e com o mundo.
O profissional da beleza deverá ser preparado para desempenhar com alto padrão
de competência, as tarefas peculiares a profissão, contribuindo para melhoria da qualidade e
maior produtividade nas organizações.
Deve dar ênfase no relacionamento com os clientes (internos e externos) valorizar
os princípios de um bom sistema de comunicação, ter habilidade para o trabalho em equipe na
busca da sinergia, resolver problemas referentes ao seu trabalho, melhorando a qualidade e a
produtividade dos serviços, conhecer e aplicar elementos da psicologia, tendo habilidade nas
relações pessoais: coletar dados e elaborar relatórios, aplicar termos para o planejamento de
eventos, viagens, reuniões, cerimoniais, apresentação de técnicas e produtos, buscando a
modernização.
5. Objetivo Geral
Desenvolver ampla base de conhecimento, competências, habilidades e atitudes
que atendem às expectativas da atração voltada para o contexto da área de beleza, estética e
imagem pessoal, em seus aspectos mercadológicos, organizacionais, gerenciais, tecnológicos
e estratégicos.
5.1.Objetivos Específicos
Proporcionar aos alunos uma visão abrangente e integrada a serviços da
Beleza, Estética e Imagem Pessoal e condições para que analisem a dinâmica do
ambiente de beleza e seus efeitos na estratégia e competividade empresariais.
Ajudar os alunos na compreensão de conceitos essenciais, princípios, técnicas,
processos de modelos modernos dessa gestão, no âmbito das organizações.
Criar condições para que o aluno conheça, discuta as práticas de análise,
planejando, controle e avaliação das atividades relacionadas à área de Beleza,
Estética e Imagem Pessoal.
6. Objetivo do Curso
Qualificar profissionais com visão estratégica e empreendedora para a área de
estética, cosmética e imagem pessoal, finalizadas por atitudes de emprego crítico de
instrumentos modernos e ágeis de gestão, capazes de intervir na dinâmica do mercado a favor
da missão empresarial.
7. Requisito de Acesso
O Curso Superior de Tecnologia de Beleza e Imagem Pessoal é destinado a
profissionais que já atuam na respectiva área com formação escolar em nível médio ou
superior e recém-graduados nas diversas áreas do conhecimento.
8. Requisito do Profissional
O Curso Superior de Tecnologia de Beleza e Imagem Pessoal pretende qualificar
profissionais que sejam capazes de desempenhar com sucesso as atividades relacionadas a
Beleza e Estética, com aplicação e a extensão dos conhecimentos adquiridos às finalidades
profissionais, procurando atender aos participantes que buscam desenvolver ou aperfeiçoar
suas qualidades para gestão na representativa área, aumentar sua competências para as
atividades atuais ou que vislumbrem a abertura de sua própria empresa a curto ou médio
prazo.
CURSO DE GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA EM ESTÉTICA, E IMAGEM PESSOAL DURAÇÃO MÍNIMA: (2 ANOS) CARGA HORÁRIA: 1.800 horas
Primeiro Módulo Segundo Módulo Terceiro Módulo Quarto Módulo Comunicação
Empresarial (oral e escrita)
60 h
Imagem Pessoal e Estilismo
60 h
Gestão de Pessoas 60 h
Estética Capilar 60 h
Empreendedorismo, Associativismo e Cooperativismo
60 h
Química Aplicada 60 h
Princípios Ativos Capilares e
Colorimetria 60 h
Marketing 60 h
Introdução à Cosmética
60 H
Estrutura Capilar 60 H
Cosmetologia Aplicada
90 H
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC
90 h Biocosmética e Fitocosmética
90 h
Microbiologia e Parasitologia
60 h
Espanhol Técnico 60 h
Nutrição e Reeducação Alimentar
60 h Ética e Bioética Comportamental
Profissional 60 h
Inglês Técnico 60 h
Terapia Capilar 60 h
Técnicas de Negociação
60 h
Noções de Biologia Celular e Bioquímica
60 h
Direito Empresarial e Legislação
90 h
Informática 60 h
Saúde e Segurança no Trabalho e
Educação Ambiental
60 h Metodologia
Científica 60 h
Planejamento Estratégico
60 h
Matemática 60 h
Fundamentos da Qualidade
60 h 450 450 450 450
ANEXO II
AS MULHERES E A CIDADE
Além das grandes transformações que atingiram o mundo real das crianças e dos
idosos, a outra importantíssima mudança relativa à realidade feminina. Sem a consolidação do
urbanismo, seria realmente difícil imaginar que todo aquele trabalho silencioso que levou as
mulheres de uma condição de marginalidade e de subalternidade a uma outra condição de
autonomia e de igualdade social cada vez maior pudesse sair vencedor, pelo menos nas
democracias ocidentais. E não é lugar aqui de explanar o capítulo (sem dúvida,
importantíssimo) dos direitos civis e do direito ao voto, mas, de modo mais genérico, o
reconhecimento, a legitimidade, a capacidade universal das mulheres de poder ascender a
todos os postos profissionais que, por sua vez, pela tradição, eram confiados tão-somente aos
homens.
Acima de tudo, a idêntica capacidade de estudar e de buscar o sucesso nas
atividades intelectuais desmontou o preconceito de que as mulheres não seriam portadas ao
estudo, principalmente ao estudo científico, mas que, no máximo, as pedagogia (entendia
como certo prolongamento social de sua “vocação” principal: a de serem mães, guardiãs do
lar e educadoras dos filhos ).
O fato de ter desfeito esse preconceito e de assim ter proporcionado a inserção
social da mulher em todos os setores da sociedade, com a consequente “descoberta” de que
não apenas a mulher era capaz tanto quanto o homem, mas que em muitas situações ela
tornava-se até mais merecedora de estima e de aprovação que o homem, provocou uma
transformação cultural e coletiva de enormes proporções. Antes de qualquer coisa, provocou
uma nova seleção social, uma hierarquização e uma diferenciação interna quanto ao mercado
de trabalho; além disso, produziu como efeito outra distribuição de renda e, portanto, uma
ulterior mudança no seio da família. Mas, principalmente, possibilitou para milhares e
milhares de mulheres, enfim emancipadas de arcaicos Cânones auto-suficientes, pessoas com
seu autodomínio e com seus próprios caminhos a percorrer.
Tudo isso, no princípio ,balançou as relações primárias (relações com o cônjuge,
com os filhos e com os parentes mais próximos ).Além disso, redimensionou a realidade
femininas nos confrontos com a maternidade (aceitação de critérios racionais ao lidar com as
relações íntimas, com uma sensível redução das taxas de natalidade ). Por fim, possibilitou
uma afirmação da mulher na sociedade, como acréscimo aos seus compromissos tradicionais
ligados à casa, à Igreja e à educação dos filhos.
Nada disso teria acontecido se, como contexto geral, já não tivesse existido o
urbanismo, com todas as suas inegáveis implicações coletivas e estruturais.
Modificando-se esse elo da ordem social, muitos outros tiveram de mudar
também. O fato de a mulher estar inserida no mundo do trabalho inevitavelmente aumenta.
A importância da escola, como outra fonte de educação e de assistência à
criança; transforma profundamente o ambiente de trabalho (na fábrica, nos escritórios, nas
carreiras de lideranças, em todas as instituições sociais, privadas e públicas etc.).Sua presença
estabelece transformações qualitativas nas relações humanas no local de trabalho;
antagonismos e cooperações de natureza diversa; grandes transformações no seio da família,
no que diz respeito á organização do dia, ao tempo livre e à realidade do orçamento
econômico familiar (o “salário familiar”, agora aumentado, transforma-se quase sempre em
maiores recursos econômicos ,em benefícios da educação dos filhos, em melhoria no
ambiente doméstico, em garantias sociais, em oportunidades culturais, em viagens etc.).
A mulher moderna é uma mulher urbana e a pressão cada vez maior de uma
urbanização por parte de populações semi-rurais, deve-se, com toda probabilidade, pelo
menos em grande parte às exigências das mulheres em ver mais valorizado o próprio futuro.
Analisar essa transformação, tendo o cuidado de imaginar três gerações, que se
reestruturam com base nessa mesma perspectiva coletiva, restabelece toda a riqueza que está
implícita nessa escolha, afinal, difusa por meio da televisão, do cinema e dos jornais, como
um modelo social moderno e legítimo.
O que, em muitos países do mundo ocidental ou ocidentalizado, apresente-se,
afinal, como parte integrante da modernidade, em outros países (como, por exemplo, nos
países árabes, na Índia, na China ),pelo contrário, é fonte de “retrocessos “ culturais que se
voltam para modelos pré-modernos e não é por acaso que todos os movimentos coletivos
fundamentalistas têm, como seu motivo ideológico recorrente, o pedido de uma mudança
radical dessa difusa tendência urbana.
E já que nessa perspectiva generalizada indubitavelmente existem também
infinitos riscos (uma acrescida vulgarização e manipulação da imagem da mulher, uma
pornográfica liquidação da sua dignidade como ser humano, uma exposição consumista do
seu corpo, que é causa de infinitivos problemas educativos e ainda violências, malversações,
exploração, prostituição organizada etc. ), o debate sobre o papel da mulher continua aberto
para mil discussões.
Foi a vida na cidade que, desfazendo a realidade da mulher antes seus liames
tradicionais, fê-la (fez a mulher) imergir definitivamente na modernidade como sujeito
independente.
Mas ainda nenhuma mulher moderna volte atrás, hoje, na direção de atávicas e
trágicas formas de segregação e de desumana subalternidade, isso não nos deve levar a aceitar
de maneira acrítica a emancipação e a libertação feminina daquelas formas de vida que
tradicionalmente estavam apenas nas mãos dos homens.
Todos os movimentos feministas são de natureza urbana e isso não ocorre por
acaso. Nos países em que a mulher ainda está presa a vínculos tradicionais, é nas cidades que
vanguardas femininas estão tomando consciência dos novos papéis que a mulher pode
assumir. Um caminho, agora, aberto. Mas não foi menos duro ser segregada e ultrajada por
uma cultura que nem mesmo a consideravam um ser humano.
ANEXO III
FOLHA DE AVALIAÇÃO
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PARTICIPANTE
Nome:____________________________Sexo:_______ Data de Nascimento:___/___/___ Idade:____ Estado Civil( )solteiro ( )casado/vivendo juntos ( ) viúvo ( )desquitado/divorciado Naturalidade:_____________________UF:___ Documentação: Registro Geral_______________ Órgão Expedidor_________ Expedição:___/___/___ CPF________________ CTPS__________ Série_____ Estrangeiro(país de origem):_____________ Naturalizado: ( )Sim ( )Não Raça/Cor:( )Branca( )Negra( )Indígena( )Amarela( )Parda Necessidade Especial:( )Mental( )Física( )Visual( )Auditiva( )Múltiplas Necessidades ( )Altas habilidades Situação Ocupacional: ( )Empregado( )Empregador( )Profissional Liberal ( )Desempregado( )Autônomo( )Em busca do Primeiro Emprego Escolaridade:()EnsinoFundamental()Completo()Incompleto ( )Ensino Médio()Completo()Incompleto ( )Ensino Superior()Completo()Incompleto Endereço:______________________________________ Complemento______________Bairro/Distrito________ Cidade__________________UF______CEP__________ Fones: Filiação: Nome do Pai____________________________ Nome da Mãe___________________________
DADOS PROFISSIONAIS Razão Social:____________________________________ Nome de Fantasia:________________________________ Ramo de Atividade:_______________________________ CNPJ:_______________Grau de Risco_____________ Porte: ( )Micro( )Pequena( )Média( )Grande Representante Legal/Cargo:________________________ Nº de Empregados:__________ Endereço:_______________________________________ Complemento______________Bairro/Distrito________ Cidade__________________UF______CEP__________ Fones:_____________
_________________de__________de______
__________________________ Assinatura
FOLHA DE AVALIAÇÃO
QUESTÕES RELATIVAS À PROFISSÃO
Pretende retornar aos estudos: ( )sim ( )não Qual sua maior dificuldade ao retornar os estudos: ( )não estudo há muitos anos ( )não tenho apoio da família ( )não acredito no estudo ( )não tenho disposição ( )acredito saber tudo da área Ao retornar aos estudos em que área pretende obter mais conhecimentos: ( )na área da beleza( ) outra área Pensa ser importante a formação superior: ( )sim ( )não Quanto a formação superior deseja fazer: ( )na área ( )outra área Se deseja formação em outras áreas, diga o por que:( ) área sem perspectiva ( ) área pouco exigente de conhecimento Este é seu objetivo de vida:( ) continuar na área( )procurar outra área( ) obter mais conhecimento na área( )já tenho todo conhecimento E sua realização profissional: ( )pretende realizar-se nesta profissão ( )busco outra profissão Que sonho gostaria de alcançar com a continuidade do estudo: ( ) reconhecimento ( )conhecimento da área ( )ampliar conhecimentos( )retorno financeiro ( )novas oportunidades ( )todas as opções O que sua família pensa a respeito desse retorno: ( ) acreditam na possibilidade ( ) contribuem para seu objetivo ( )não acredita no seu retorno ( ) dá muita força ( ) trabalha comigo