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S I S T E M A N E R V O S O Curso Técnico de Enfermagem Componente Curricular : Enfermagem Neuropsiquiátrica I Profª Dinamara Selbach [email protected] Ano 2015

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Page 1: Curso Técnico de Enfermagem - Disciplina: Enfcolegiodomfeliciano.com.br/professores/dinamara/files/2015/03/... · organismo a perceber as variações do meio (interno e externo),

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I S

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Curso Técnico de Enfermagem Componente Curricular : Enfermagem Neuropsiquiátrica I

Profª Dinamara Selbach [email protected]

Ano 2015

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Apresentação:

Este material tem por objetivo oferecer a Você, querido (a) aluno (a) um subsídio de estudo e pesquisa que reforce os conhecimentos construídos durante as aulas. O componente curricular de Enfermagem Neuropsiquiátrica exige aprofundamento, estudo e conexões (muitas sinapses) para uma compreensão adequada de seus conceitos.

Nas páginas que seguem Você encontrará textos, gravuras e indicação de vídeos que podem e devem ser utilizados e acessados em casa e que estarão disponíveis na página da professora que está no site do Colégio (clicar no linck “site dos professores”, acessar letra D, Dinamara de Brito Selbach) ou no Setor de reprografia do Colégio (xerox).

É importante lembrar que estudar Neuro exige dedicação, pois essa área trabalha com conceitos específicos que não são de domínio do senso comum, tornando muitas vezes complexa sua compreensão. Pensando nisso, deixo algumas dicas de como realizar esse estudo, ao longo do semestre para que obtenha o resultado esperado, vejamos:

Realizar leitura prévia do material distribuído e/ou adquirido; Anotar (a lápis) ao lado ou no próprio texto as dúvidas surgidas durante a leitura; Sublinhar com caneta marcador (preferencialmente, nas cores laranja ou verde) as partes

mais significativas, após a exploração do material, em sala de aula; Utilizar lápis de cor para pintar as gravuras, selecionando cores diferentes para parte

específica da peça estudada – trazê-los para aula; Anotar no material as explicações dadas em aula e/ou registradas na lousa durante a

exploração do material; Criar esquemas objetivos para “explicar” o material explorado em seu caderno ou no

próprio material; Tirar suas dúvidas em aula e anotar no material os esclarecimentos dados. Lemre-se:

nenhuma pergunta é “boba” ou não deve ser feita; muitas vezes a sua dúvida pode ser a do colega , por isso nunca deixe de perguntar quando tiver dúvida;

Estudar toda semana o que foi trabalhado em aula, não deixando acumular. Faça resumos com suas palavras, crie siglas para lembrar as partes principais;

Buscar compreender o que foi explorado em aula, evitar decorar. A memorização somente deve ser utilizada para o nome das peças (ex. cérebro, cerebelo, tronco encefálico, etc). Esse componente curricular exige que você compreenda o que foi trabalhado, pois cada parte contribui para a compreensão da anterior ou da seguinte, ou seja, para a compreensão do funcionamento do Sistema Nervoso.

Durante o semestre você deve desenvolver algumas habilidades (ex.: perceber, localizar,

compreender, etc) para adquirir a competência exigida para a aprovação ao final do semestre. Preocupe-se com isso o tempo todo, pois somente poderá seguir adiante, quem adquirir o que foi estabelecido. Adquira vocabulário, analise, sintetize, enfim, compreenda!

Por fim, é importante lembrar que esse estudo só é possível nos dias de hoje porque muitas pessoas doaram seu tempo e conhecimento para desvendar os mistérios do corpo e, principalmente, do cérebro humano. Por isso, a Você, estudante do Curso Técnico de Enfermagem, vale lembrar que, por trás de cada peça, existiram pessoas que construíram suas vidas, suas histórias, seus sonhos. Tenhamos, como profissionais da saúde, o maior respeito nesse estudo.

Bons estudos,

Profª Dinamara Selbach

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INTRODUÇÃO:

SISTEMA NERVOSO _____________________________

Todos os seres vivos precisam estar em permanente intercâmbio com o meio em que vivem. Para

sobreviver, devem interagir com ele, identificando suas características e produzindo respostas adaptativas, tais

como localizar alimentos, encontrar parceiros para a reprodução ou fugir de predadores e de outros perigos.

Nos animais, é o Sistema Nervoso que se encarrega de estabelecer essa comunicação com o mundo ao redor e

também com as partes internas do organismo. O cérebro, como sabemos, é a parte mais importante do nosso

Sistema Nervoso, pois é através dele que tomamos consciência das informações que chegam pelos órgãos dos

sentidos e processamos essas informações, comparando-as com a nossas vivências e expectativas. É dele

também que emanam as respostas voluntárias ou involuntárias, que fazem com que o corpo, eventualmente,

atue sobre o ambiente.

Desde a época dos antigos romanos até o século XVIII acreditava-se que o cérebro funcionava por

intermédio de espíritos, que eram gerados no interior do organismo. Pensava-se que os nervos eram canais por

onde circulava essa substância espiritual que se movia sob o comando do cérebro. As próprias células nervosas,

que são responsáveis pelas funções do Sistema Nervoso, somente vieram a ser conhecidas em um passado bem

mais recente, e a maneira como funcionam só pôde ser compreendida no princípio do século XX.

Ao longo da evolução animal, o encéfalo, que é a região do Sistema Nervoso que fica na extremidade em

que se localiza a cabeça dos vertebrados, sofreu um processo de enorme crescimento. Essa expansão foi

causada pelo acúmulo de neurônios que se associaram, formando circuitos cada vez mais complexos. Esses

circuitos acrescentaram, pouco a pouco, capacidades e habilidades novas na interação com o meio ambiente.

Isso possibilitou o surgimento de comportamentos sofisticados, além de novos processos mentais. O cérebro,

como se sabe, é a porção mais importante do encéfalo no que se refere a essas funções.

Hipócrates, considerado o pai da medicina, já afirmava, há cerca de 2.300 anos, que é através do cérebro

que sentimos tristeza ou alegria, e é também por meio de seu funcionamento que somos capazes de aprender

ou de modificar nosso comportamento à medida que vivemos. Da mesma forma, os processos mentais, como o

pensamento, a atenção ou a capacidade de julgamento, são frutos do funcionamento cerebral.

Na nossa relação com o mundo, o tempo inteiro somos estimulados e respondemos aos elementos do

ambiente. A cada estímulo externo (como o cheiro de um alimento ou o som de uma buzina) e mesmo interno

(como dor ou sensação de fome), o organismo reage, ou seja, de certo modo “responde” a essas perguntas:

De onde vem o estímulo? Como meu corpo reage a esse estímulo?

Isto me fará bem ou mal? Já tive essa sensação antes?

Isso somente é possível porque temos sistemas que funcionam como nossos reguladores: o Sistema

Nervoso e o Sistema Endócrino. O Sistema Nervoso, juntamente com o Sistema Endócrino, capacitam o

organismo a perceber as variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações que essas variações

produzem e a executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo

(homeostase). São os Sistemas envolvidos na coordenação e regulação das funções corporais. Vejamos:

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Para pensarmos um pouco nisso e conhecermos um pouco mais sobre o Sistema Nervoso, o sistema que

estudaremos em nosso componente curricular, assistiremos ao vídeo exibido pela BBC, intitulado “Corpo

Humano 09 –Sistema Nervoso parte 1” (08:13). Esse vídeo pode ser acessado em www.youtube.com.br.

OBS.: A cada vídeo que você assistir, anote no espaço destinado o que mais lhe chamou sua atenção,

inclusive o que você não compreendeu para tirar suas dúvidas em aula.

...Anotando o principal:

Sistema Endócrino: controla as diversas

funções de nosso organismo principalmente interferindo no

metabolismo.

Sistema Nervoso: é o principal regulador de

nossas funções, exercendo controle sobre quase todas as atividades ou

eventos que ocorrem a cada momento no nosso corpo.

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Tudo começou assim...

Ao longo de sua vida sobre a Terra, o homem teve o seu Sistema Nervoso gradativamente aperfeiçoado, e sua condição humana só foi possível de ser atingida através da evolução do cérebro.

É provável que o potencial sem uso esteja à espera de processos evolutivos humanos para entrar em funcionamento, à medida que novas condições ambientais comecem a surgir e novos estímulos ocorram.

Por enquanto, podemos apenas afirmar que a vontade de captar novos estímulos, ligada à aprendizagem, é o caminho para uma evolução cerebral.

Durante a evolução, o Sistema Nervoso como um todo – e o cérebro, em particular – sofreu um grande processo de aperfeiçoamento.

Considerando o estudo evolutivo, observa-se que o cérebro humano pode ser dividido em três partes distintas, funcional e evolutivamente:

- cérebro reptiliano ou cérebro primitivo (R); - cérebro límbico ou das emoções (L); - cérebro superior ou neocórtex (N) Vejamos cada um deles, separadamente:

a) Cérebro reptiliano ou cérebro primitivo (R): é assim chamado por

ter sido herdado evolutivamente dos répteis (embora já existisse em escalas animais inferiores). Considera-se que inicie no tronco, embora este não seja “cérebro” propriamente dito, mas sim responsável pelas funções vegetativas. Podemos considerar como cérebro reptiliano mais especificamente a região Hipotalâmica, sendo esta a responsável pelo comportamento sexual, alimentar, de sono vigília, agressivo e social (sendo este último referente ao ângulo de hierarquia social, em grupo ou em bando). O cérebro reptiliano contribui decisivamente para a sobrevivência da espécie ou do indivíduo. Contudo, em animais cujo complexo cerebral é constituído basicamente por essa parte, não se observam vínculos mais estreitos entre seus semelhantes, como ocorre com os répteis. Como exemplo, o animal caça apenas para si, sem a divisão do alimento; a cópula é sem a escolha do parceiro, não obedece à hierarquia social, etc.

b) Cérebro límbico ou das emoções (L): Desenvolveu-se evolutivamente em torno do cérebro R a partir dos

mamíferos primitivos. Constitui o centro das emoções (embora ainda primitivas), possuindo, entretanto, uma intensa ligação com o cérebro R. Repete os comportamentos próprios do mesmo, mas com uma maior elaboração (como exemplos, maior estruturação familiar, preocupação com os membros da própria espécie, cuidados com a prole, capacidade de defesa ampliada e divisão dos alimentos – o macho vai à caça e traz alimento para a fêmea e os filhotes; a fêmea come e regurgita para os filhotes). Ocorre também divisão social e respeito de hierarquia, entre outras manifestações de maior evolução. Esses fatos contribuem para uma adaptação mais perfeita da espécie ao meio em que vive, aumentando, assim, a probabilidade de sobrevivência e reprodução. Na espécie humana, o cérebro (L) é o substrato das emoções primitivas, realizando uma constante troca ou feedback com o neocórtex para o aprimoramento dessas emoções.

c) Cérebro superior ou neocórtex (N): Também é conhecido como cérebro humano, pois compreende a

parte evolutivamente mais recente. Apesar desse nome, não é somente na espécie humana que aparece, pois animais inferiores, como o cão e o macaco, por exemplo, já o têm bem desenvolvido. Mesmo assim, é no homo sapiens sapiens (sp.humana) que ele atinge o máximo de seu desenvolvimento e aperfeiçoamento. Formou-se gradativamente pela evolução em torno do cérebro (L), possibilitando o cumprimento de tarefas mais associadas ao intelecto e à gnose (poder criativo), conferindo ao homem as capacidades de fala, escrita, motricidade elaborada, realização de cálculos matemáticos, composição artística, enfim, tudo aquilo que nos diferencia e identifica como seres humanos. Através do neocórtex, portanto, a natureza tirou o homem da condição simples de animal, tornando-o racional e ampliando suas emoções e seu intelecto (como exemplo, o sentimento familiar, antes restrito aos componentes da própria espécie, torna-se extensivo aos demais seres vivos e também ao meio em que vive). Essa estrutura orgânica poderosa pode, entretanto, a partir do seu próprio poder, tanto criar como destruir, se não for bem utilizada e preservada.

Vamos assistir a esse vídeo, bem interessante e esclarecedor que pode ser acessado pelo endereço eletrônico https://www.youtube.com/watch?v=Nl-Fsv7JHNQ (46:48)

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Processo evolutivo do Sistema Nervoso

Fig. 1

400 100 O Milhões de anos

Crescimento relativo do cérebro ao longo do processo evolutivo dos vertebrados

(baseado em JERRISON, H.J., 1976 e GRIER, J.W., 1984)

Fig. 2 - Desenvolvimento do Sistema Nervoso: período pré-natal * Período crítico do desenvolvimento pré-natal. O risco de anomalias é maior enquanto os órgãos estão se formando. Extraído de The Developing Human: Clinically Oriented Embryology, 1998.

300 200

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Curso Técnico de Enfermagem Componente Curricular : Enfermagem Neuropsiquiátrica I Profª Dinamara Selbach

Data: 18/03/15 Turma: 101E Bons estudos!!!! – 2ª parte

SISTEMA NERVOSO E SUAS DIVISÕES

Podemos dizer que o Sistema Nervoso exerce suas atividades através de 3 funções básicas:

1. Função Motora: os nervos motores conduzem a informação do SNC em direção aos músculos

e às glândulas do corpo, levando as informações do SNC. Quando isso ocorre a função motora está em ação.

2. Função Sensorial: os nervos sensitivos captam informações do meio interno e externo do corpo e as conduzem ao SNC. Durante esse processo de “sentir”, podemos dizer que a função sensorial está em ação;

3. Função Integrativa/ integradora: a informação sensitiva trazida ao SNC é processada ou interpretada, a partir da ação da função sensorial e função motora.

É importante compreendermos que o Sistema Nervoso (SN) é dividido em algumas partes. A essa divisão chamamos de Divisão Anatômica do Sistema Nervoso. Observe o esquema, abaixo:

SISTEMA NERVOSO (SN)

SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP) ENCÉFALO CÉREBRO NERVOS CRANIANOS CEREBELO ESPINHAIS TRONCO ENCEFÁLICO GÂNGLIOS TERMINAÇÕES NERVOSAS MEDULA ESPINHAL

SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

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Compreendendo o esquema anterior: O SN é formado por uma porção central denominada SNC (Sistema Nervoso Central) e uma porção periférica, denominada SNP(Sistema Nervoso Periférico). O SNC recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a tomada de decisões e o envio de ordens. O SNP carrega informações dos órgãos sensoriais para o Sistema Nervoso Central e do Sistema Nervoso Central para os órgãos efetores (músculos e glândulas).

DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO:

O SNC recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a tomada de decisões e o envio de ordens. O SNP carrega informações dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso central e do sistema nervoso central para os órgãos efetores (músculos e glândulas).

MPORTANTE: Pode-se dividir o sistema nervoso em sistema nervoso da vida de relação ou somático e sistema

nervoso da vida vegetativa ou visceral. O sistema nervoso da vida de relação é aquele que se relaciona com organismo com o meio ambiente. Apresenta um componente aferente e outro eferente. O componente aferente conduz aos centros nervosos impulsos originados em receptores periféricos, informando-os sobre o que passa no meio ambiente. O componente eferente leva aos músculos estriados esqueléticos o comando dos centros nervosos resultando em movimentos voluntários. O sistema nervoso visceral é aquele que se relaciona com a inervação e com o controle das vísceras. O componente aferente conduz os impulsos nervosos originados em receptores das vísceras a áreas especificas do sistema nervoso. O componente eferente leva os impulsos originados em centros nervosos até as vísceras. Este componente eferente é também denominada de sistema nervoso autônomo e pode ser dividido em sistema nervoso simpático e parassimpático. ................................................................................................................................................................................................ Bibliografia: www.auladeanatomia.com; www.fhttp://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso1.asp Tomita, Rúbia Yuri. Atlas visual do corpo humano - sistema nervoso. São Paulo: Rideel, 1995. 16 p. Doretto, Dario. Fisiopatologia clínica do sistema nervoso: fundamentos da semiologia. São Paulo: Atheneu, 1989. 442 Martin, John H. Neuroanatomia: texto e atlas. 2. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. 574 p. ............................................................................................................................. ............................................................................... .......

LEMBRANDO....

O que é o sistema nervoso? Um sistema é um conjunto de órgãos e estruturas que têm uma função em comum. Visto

assim, o sistema nervoso é o conjunto de órgãos que têm em comum a função de integrar e

regular rapidamente o funcionamento do corpo, permitindo não só que o indivíduo atue como

um conjunto, mas também de maneira ajustada ao ambiente, à sua história de vida e às

suas projeções para o futuro. O sistema nervoso é capaz de fazer isso devido à estrutura de seus

órgãos e tecidos, compostos por células capazes de detectar variações de energia, transformá-las

em sinais químicos e elétricos e transmiti-los rapidamente a outras partes do próprio sistema

nervoso e do corpo. Por sua rapidez e flexibilidade o sistema nervoso difere de outro sistema

integrador do organismo: o sistema endócrino, de ação também global, porém lenta (da ordem de

minutos, horas ou dias).

Legenda: SNC

SNP

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FUNÇÕES DO SISTEMA NERVOSO: Uma das funções do sistema nervoso de fato é permitir aos animais

a detecção de estímulos e a organização de respostas coordenadas do organismo a eles, como dizem os

livros-texto. O sistema nervoso complexo o suficiente, como o nosso, dota o indivíduo de passado e

futuro, ao torná-lo capaz de aprender novas associações; de lembrar dessas associações, e também de seus

efeitos sobre o corpo; e de usar essas informações para fazer projeções para o futuro. Desse modo, mesmo as

respostas ao presente levam em consideração as experiências passadas e o que se antecipa para o futuro -

racional e emocionalmente.

...................................................................................................................................

Divisões principais do Sistema Nervoso Central

O Sistema Nervoso Central é dividido em duas grandes porções: encéfalo e medula espinhal.

O encéfalo, conjunto de tecidos nervosos dentro da caixa craniana, pode ser dividido em três grandes estruturas: o cérebro (formado pelo telencéfalo e pelo diencéfalo), o cerebelo (na parte posterior no encéfalo, na nuca) e o tronco encefálico (formado por mesencéfalo, ponte e bulbo). Essas divisões correspondem às porções do tubo neural de onde elas se originam no desenvolvimento do Sistema Nervoso. A aparência complexa do encéfalo adulto esconde o fato de ser todo ele organizado, na verdade, como um grande tubo. O telencéfalo é a porção mais anterior, seguida de diencéfalo, mesencéfalo, ponte e bulbo; o cerebelo se forma por trás, da junção de parte das estruturas que dão origem ao tronco encefálico.

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1. Encéfalo: Cérebro:

a) Telencéfalo

A porção mais anterior, o telencéfalo, é a que ocupa o maior espaço no cérebro humano, devido ao grande tamanho do córtex cerebral. A ele chegam todos os sinais que vêm do corpo pelo tronco encefálico e diencéfalo. O córtex cerebral processa todos esses sinais ao mesmo tempo, além de seus próprios sinais internos relacionados a memórias, valores e projeções para o futuro, agregando complexidade e flexibilidade ao comportamento.

O telencéfalo é composto pelo córtex cerebral, pela amígdala (que, como você vê, não é a da garganta, que para evitar confusões agora se chama tonsila) e pelo estriado.

Estas últimas duas estruturas são internas (ou "subcorticais), ocultas sob o córtex cerebral. Este, por sua vez, pode ser dividido didaticamente em 5 lobos: - o lobo occipital é o maisposterior, responsável pela visão; - o lobo parietal fica imediatamente posterior ao sulco central, a dobra mais profunda do córtex, e processa todos os sinais relacionados ao espaço corporal, inclusive a qual parte desse espaço dedicamos nossa atenção; - o lobo temporal se destaca na lateral do cérebro, abaixo de outra grande dobra (o sulco lateral), e processa informações auditivas, visuais, e ainda participa da representação da identidade pessoal (self) e do julgamento moral; - o lobo frontal corresponde a toda a porção do córtex anterior ao sulco central. Aqui estão as áreas do córtex que organizam o comportamento, desde a elaboração de metas e estratégias, passando pela representação de valores e tomada de decisões, incluindo julgamentos morais, até o comando dos movimentos propriamente ditos; - o lobo da ínsula, não mostrado na figura, é uma dobra interna do córtex (donde o nome, que significa ilha), responsável por monitorar em permanência o estado funcional do corpo, e portanto as emoções, gerando informações que são então usadas pelo lobo frontal para ajustar o comportamento ao nosso estado interno.

b) Diencéfalo:

A segunda divisão do encéfalo na ordem rostro-caudal é o diencéfalo, formado por vários núcleos.

Os maiores são os que, em conjunto, formam o tálamo, passagem obrigatória para quase toda a

informação que é encaminhada ao córtex cerebral. Abaixo dele fica o hipotálamo, estrutura vital que

recebe o tempo todo informações sobre o estado funcional do corpo e regula todos os sistemas que são

capazes de modificar o funcionamento do corpo, inclusive através do comportamento. Acima do tálamo

fica a glândula pineal, ou epitálamo, que também ajuda a integrar o funcionamento de corpo e cérebro.

Outras estruturas do diencéfalo são os globos pálidos, parte dos núcleos da base juntamente com o

estriado telencefálico, e o núcleo subtalâmico.

c) Mesencéfalo

O mesencéfalo é a porção seguinte no eixo encefálico, composto de vários pequenos núcleos, vários dos

quais integram funções sensoriais e motoras; de outros com função moduladora; e de grandes feixes de fibras

que interligam o córtex cerebral ao cerebelo e à medula espinhal. Aqui ficam por exemplo os colículos, que

usam informação visual e auditiva para comandar movimentos elementares de orientação, como o

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reposicionamento dos olhos e orelhas (para os animais que conseguem movê-las!); o núcleo

de Edinger-Westphal, que comanda a acomodação dos olhos, e o núcleo do nervo oculomotor, que

comanda os movimentos laterais dos olhos; e a substância negra e a área tegmentar ventral vizinha, fontes

da dopamina que modula a motivação e a regulação dos movimentos.

Unidade Fundamental do cérebro:

Unidade Fundamental do Cérebro

Neurônios são as unidades funcionais do sistema nervoso: são eles as células excitáveis cuja atividade elétrica é comunicada a outras células, mesmo a um metro de distância (por exemplo, para levar informação da medula espinhal até o seu dedão do pé). Essa comunicação é direcional - ou seja, tem sentido de entrada e saída em cada neurônio - devido à estrutura dos neurônios e à distribuição de receptores e canais iônicos em sua superfície. Assim, neurônios recebem sinais pelos dendritos; integram esses sinais nos dendritos e no corpo celular; e, dependendo do resultado dessa integração, disparam potenciais de ação em seu axônio, que transmite a atividade aos neurônios seguintes. Como resultado da excitabilidade dos neurônios e da conectividade entre eles (axônio de um sobre os dendritos dos outros), a atividade de um neurônio influencia a dos outros - e, por sua vez, é influenciada pela atividade de dezenas, centenas ou mesmo milhares deles. Como são raríssimos os neurônios que ficam

Lobos ou lóbulos Cerebrais

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silenciosos por mais do que uns poucos segundos, é possível pensar no sistema nervoso como um conjunto

de neurônios permanentemente ativos, trocando sinais o tempo todo - até que a morte os cale.

..................................................................................................... ...........Referência: http://www.cerebronosso.bio.br/

O SNC divide-se em encéfalo e medula espinhal. O encéfalo corresponde ao cérebro -telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo) - , cerebelo, e tronco cefálico, que se divide em: BULBO, situado caudalmente; MESENCÉFALO, situado cranialmente; e PONTE, situada entre ambos.

No SNC, existem as chamadas substâncias cinzenta e branca. A substância cinzenta é formada pelos corpos dos neurônios e a branca, por seus prolongamentos. Com exceção do bulbo e da medula espinhal, a substância cinzenta ocorre mais externamente e a substância branca, mais internamente.

Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa craniana, protegendo o encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a medula - também denominada raque) e por membranas denominadas meninges, situadas sob a proteção esquelética: dura-máter (a externa), aracnóide (a do meio) e pia-máter (a interna). Entre as meninges aracnóide e pia-máter há um espaço preenchido por um líquido denominado líquido cefalorraquidiano ou líquor.

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Curso Técnico de Enfermagem Componente Curricular : Enfermagem Neuropsiquiátrica I Profª Dinamara Selbach

Data: 23/03/15 Turma: 101E Bons estudos!!!! – 3ª parte

CÉREBRO (continuação)

O encéfalo humano contém cerca de 35 bilhões de neurônios e pesa aproximadamente 1,4 kg. O

telencéfalo ou cérebro é dividido em dois hemisférios cerebrais bastante desenvolvidos. Nestes, situam-se as sedes da memória e dos nervos sensitivos e motores. Entre os hemisférios, estão os VENTRÍCULOS CEREBRAIS (ventrículos laterais e terceiro ventrículo); contamos ainda com um quarto ventrículo, localizado mais abaixo, ao nível do tronco encefálico. São reservatórios do LÍQUIDO CÉFALORRAQUIDIANO, (LÍQÜOR), participando na nutrição, proteção e excreção do sistema nervoso.

Em seu desenvolvimento, o córtex ganha diversos sulcos para permitir que o cérebro esteja suficientemente compacto para caber na calota craniana, que não acompanha o seu crescimento. Por isso, no cérebro adulto, apenas 1/3 de sua superfície fica "exposta", o restante permanece por entre os sulcos.

Funções dos hemisférios cerebrais direito e esquerdo

Embora os hemisférios cerebrais tenham uma estrutura simétrica, ambos com os dois lóbulos que

emergem do tronco cerebral e com áreas sensoriais e motoras, certas funções intelectuais são

desempenhadas por um único hemisfério. Geralmente, o hemisfério dominante de uma pessoa ocupa-se

da linguagem e das operações lógicas, enquanto que o outro hemisfério controla as emoções e as

capacidades artísticas e espaciais. Em quase todas as pessoas destras e em muitas pessoas canhotas, o

hemisfério dominante é o esquerdo. Esses dois hemisférios são conectados entre si por uma região

denominada corpo caloso

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___________________________________________________________ I M P O R T A N T E

Funções do cérebro

O cérebro é o centro de controle do movimento, do sono, da fome, da sede e

de quase todas as atividades vitais necessárias à sobrevivência. Todas as

emoções, como o amor, o ódio, o medo, a ira, a alegria e a tristeza, também

são controladas pelo cérebro. Ele está encarregado ainda de receber e

interpretar os inúmeros sinais enviados pelo organismo e pelo exterior. Os

cientistas já conseguiram elaborar um mapa do cérebro, localizando

diversas regiões responsáveis pelo controle da visão, da audição, do olfato,

do paladar, dos movimentos automáticos e das emoções, entre outras.

No entanto, pouco ainda se sabe sobre os mecanismos que reagem o

pensamento e a memória.

O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta áreas funcionalmente distintas, sendo a

maioria pertencente ao chamado neocórtex.

O cérebro é composto por cerca de 100 bilhões de células nervosas, conectadas umas às outras e

responsáveis pelo controle de todas as funções mentais. Além das células nervosas (neurônios), o cérebro

contém células da glia (células de sustentação), vasos sangüíneos e órgãos secretores. Ele tem três

componentes estruturais principais: os grandes hemisférios cerebrais, em forma de abóbada (acima), o

cerebelo, menor e com formato meio esférico (mais abaixo à direita), e o tronco cerebral (centro). No

tronco cerebral, destacam-se a medula alongada ou bulbo raquiano (o alargamento central) e o tálamo

(entre a medula e os hemisférios cerebrais).

De acordo com suas funções na condução dos impulsos, os neurônios podem ser classificados em: 1. Neurônios receptores ou sensitivos (aferentes): são os que recebem estímulos sensoriais e

conduzem o impulso nervoso ao sistema nervoso central. 2. Neurônios motores ou efetuadores (eferentes): transmitem os impulsos motores (respostas ao

estímulo). 3. Neurônios associativos ou interneurônios: estabelecem ligações entre os neurônios receptores e

os neurônios motores.

Quanto à sua estrutura e à organização de seus prolongamentos os neurônios podem ser classificados em:

Neurônios unipolares - possuem um corpo celular e um axônio. Não são muito frequentes e

constituem, por exemplo, as células sensoriais da retina e mucosa olfatória.

Neurônios bipolares - possuem um dendrito, um corpo celular e um axônio. São frequentes nas

estruturas sensoriais (retina, mucosa olfatória).

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Neurônios pseudounipolares - possuem um corpo celular e somente um prolongamento, que se

comporta como dendrito em uma de suas porções e como axônio na outra porção. Um exemplo típico

deste tipo é representado pelos neurônios sensitivos dos gânglios sensitivos da medula espinal,

responsáveis pela condução de impulsos nervosos de teto, pressão, calor frio etc.

Neurônios multipolares - possuem um corpo celular, vários dendritos e um axônio. Constituem a

maioria dos neurônios do tecido nervoso.

Além do neurônio, temos outra célula nervosa, chamada de GLIA ou NEUROGLIA. Vamos conhecer

um pouco dessas células nervosas.

As células da neuróglia cumprem a função de sustentar, proteger, isolar e nutrir os neurônios. Há diversos tipos celulares, distintos quanto à morfologia, a origem embrionária e às funções que exercem. Distinguem-se, entre elas, os astrócitos, oligodendrocitos e micróglia. Têm formas estreladas e prolongações que envolvem as diferentes estruturas do tecido.

Os astrócitos são as maiores células da neuróglia e estão associados à sustentação e à nutrição dos neurônios. Preenchem os espaços entre os neurônios, regulam a concentração de diversas substâncias com potencial para interferir nas funções neuronais normais (como por exemplo as concentrações extracelulares de potássio), regulam os neurotransmissores (restringem a difusão de neurotransmissores liberados e possuem proteínas especiais em suas membranas que removem os neurotransmissores da fenda sináptica). Estudos recentes também sugerem que podem ativar a maturação e a proliferação de células-tronco nervosas adultas e ainda, que fatores de crescimento produzidos pelos astrócitos podem ser críticos na regeneração dos tecidos cerebrais ou espinhais danificados por traumas ou enfermidades.

Os oligodendrócitos são encontrados apenas no sistema nervoso central (SNC). Devem exercer papéis importantes na manutenção dos neurônios, uma vez que, sem eles, os neurônios não sobrevivem em meio de cultura. No SNC, são as células responsáveis pela formação da bainha de mielina. Um único oligodendrócito contribui para a formação de mielina de vários neurônios (no sistema nervoso periférico, cada célula de Schwann mieliniza apenas um único axônio)

A micróglia é constituída por células fagocitárias, análogas aos macrófagos e que participam da defesa do sistema nervoso.

Sinapse é um tipo de junção especializada em que um terminal axonal faz contato com outro

neurônio ou tipo celular. As sinapses podem ser elétricas ou químicas (maioria).

Sinapses elétricas

As sinapses elétricas, mais simples e evolutivamente antigas, permitem a transferência direta da corrente iônica de uma célula para outra. Ocorrem em sítios especializados denominados junções gap ou junções comunicantes. Nesses tipos de junções as membranas pré-sinápticas (do axônio - transmissoras do impulso nervoso) e pós-sinápticas (do dendrito ou corpo celular - receptoras do impulso nervoso) estão separadas por apenas 3 nm. Essa estreita fenda é ainda atravessada por proteínas especiais denominadas conexinas. Seis conexinas reunidas formam um canal

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denominado conexon, o qual permite que íons passem diretamente do citoplasma de uma célula para o de outra. A maioria das junções gap permite que a corrente iônica passe adequadamente em ambos os sentidos, sendo desta forma, bidirecionais.

Em invertebrados, as sinapses elétricas são comumente encontradas em circuitos neuronais que medeiam respostas de fuga. Em mamíferos adultos, esses tipos de sinapses são raras, ocorrendo freqüentemente entre neurônios nos estágios iniciais da embriogênese.

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Referências:

1 – www.afh.com.br

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Sinapses químicas

Via de regra, a transmissão sináptica no sistema nervoso humano maduro é química. As membranas pré e pós-sinápticas são separadas por uma fenda com largura de 20 a 50 nm - a fenda sináptica. A passagem do impulso nervoso nessa região é feita, então, por substâncias químicas: os neuro-hormônios, também chamados mediadores químicos ou neurotransmissores, liberados na fenda sináptica. O terminal axonal típico contém dúzias de pequenas vesículas membranosas esféricas que armazenam neurotransmissores - as vesículas sinápticas. A membrana dendrítica relacionada com as sinapses (pós-sináptica) apresenta moléculas de proteínas especializadas na detecção dos neurotransmissores na fenda sináptica - os receptores. Por isso, a transmissão do impulso nervoso ocorre sempre do axônio de um neurônio para o dendrito ou corpo celular do neurônio seguinte. Podemos dizer então que nas sinapses químicas, a informação que viaja na forma de impulsos elétricos ao longo de um axônio é convertida, no terminal axonal, em um sinal químico que atravessa a fenda sináptica. Na membrana pós-sináptica, este sinal químico é convertido novamente em sinal elétrico.

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Como o citoplasma dos axônios, inclusive do terminal axonal, não possui ribossomos, necessários à síntese de proteínas, as proteínas axonais são sintetizadas no soma (corpo celular), empacotadas em vesículas membranosas e transportadas até o axônio pela ação de uma proteína chamada cinesina, a qual se desloca sobre os microtúbulos, com gasto de ATP. Esse transporte ao longo do axônio é denominado transporte axoplasmático e, como a cinesina só desloca material do soma para o terminal, todo movimento de material neste sentido é chamado de transporte anterógrado. Além do transporte anterógrado, há um mecanismo para o deslocamento de material no axônio no sentido oposto, indo do terminal para o soma. Acredita-se que este processo envia sinais para o soma sobre as mudanças nas necessidades metabólicas do terminal axonal. O movimento neste sentido é chamado transporte retrógrado.

As sinapses químicas também ocorrem nas junções entre as terminações dos axônios e os músculos; essas junções são chamadas placas motoras ou junções neuro-musculares.

Por meio das sinapses, um neurônio pode passar mensagens (impulsos nervosos) para centenas ou até milhares de neurônios diferentes.

Neurotransmissores

A maioria dos neurotransmissores situa-se em três categorias: aminoácidos, aminas e peptídeos. Os neurotransmissores aminoácidos e aminas são pequenas moléculas orgânicas com pelo menos um átomo de nitrogênio, armazenadas e liberadas em vesículas sinápticas. Sua síntese ocorre no terminal axonal a partir de precursores metabólicos ali presentes. As enzimas envolvidas na síntese de tais neurotransmissores são produzidas no soma (corpo celular do neurônio) e transportadas até o terminal axonal e, neste local, rapidamente dirigem a síntese desses mediadores químicos. Uma vez sintetizados, os neurotransmissores aminoácidos e aminas são levados para as vesículas sinápticas que liberam seus conteúdos por exocitose. Nesse processo, a membrana da vesícula funde-se com a membrana pré-sináptica, permitindo que os conteúdos sejam liberados. A membrana vesicular é posteriormente recuperada por endocitose e a vesícula reciclada é recarregada com neurotransmissores.

Os neurotransmissores peptídeos constituem-se de grandes moléculas armazenadas e liberadas em grânulos secretores. A síntese dos neurotransmissores peptídicos ocorre no retículo endoplasmático rugoso do soma. Após serem sintetizados, são clivados no complexo de golgi, transformando-se em neurotransmissores ativos, que são secretados em grânulos secretores e transportados ao terminal axonal (transporte anterógrado) para serem liberados na fenda sináptica.

Diferentes neurônios no SNC liberam também diferentes neurotransmissores. A transmissão sináptica rápida na maioria das sinapses do SNC é mediada pelos neurotransmissores aminoácidos glutamato (GLU), gama-aminobutírico (GABA) e glicina (GLI). A amina acetilcolina medeia a transmissão sináptica rápida em todas as junções neuromusculares. As formas mais lentas de transmissão sináptica no SNC e na periferia são mediadas por neurotransmissores das três categorias.

O glutamato e a glicina estão entre os 20 aminoácidos que constituem os blocos construtores das proteínas. Conseqüentemente, são abundantes em todas as células do corpo. Em contraste, o GABA e as aminas são produzidos apenas pelos neurônios que os liberam.

O mediador químico adrenalina, além de servir como neurotransmissor no encéfalo, também é liberado pela glândula adrenal para a circulação sangüínea.

Abaixo são citadas as funções específicas de alguns neurotransmissores.

endorfinas e encefalinas: bloqueiam a dor, agindo naturalmente no corpo como analgésicos.

dopamina: neurotransmissor inibitório derivado da tirosina. Produz sensações de satisfação e prazer. Os neurônios dopaminérgicos podem ser divididos em três subgrupos com diferentes funções. O primeiro grupo regula os movimentos: uma deficiência de dopamina neste sistema provoca a doença de Parkinson, caracterizada por tremuras, inflexibilidade, e outras desordens motoras, e em fases avançadas pode verificar-se demência. O segundo grupo, o mesolímbico, funciona na regulação do comportamento emocional. O terceiro grupo, o

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mesocortical, projeta-se apenas para o córtex pré-frontal. Esta área do córtex está envolvida em várias funções cognitivas, memória, planejamento de comportamento e pensamento abstrato, assim como em aspectos emocionais, especialmente relacionados com o stress. Distúrbios nos dois últimos sistemas estão associados com a esquizofrenia.

Serotonina: neurotransmissor derivado do triptofano, regula o humor, o sono, a atividade sexual, o apetite, o ritmo circadiano, as funções neuroendócrinas, temperatura corporal, sensibilidade à dor, atividade motora e funções cognitivas. Atualmente vem sendo intimamente relacionada aos transtornos do humor, ou transtornos afetivos e a maioria dos medicamentos chamados antidepressivos agem produzindo um aumento da disponibilidade dessa substância no espaço entre um neurônio e outro. Tem efeito inibidor da conduta e modulador geral da atividade psíquica. Influi sobre quase todas as funções cerebrais, inibindo-a de forma direta ou estimulando o sistema GABA.

GABA (ácido gama-aminobutirico): principal neurotransmissor inibitório do SNC. Ele está presente em quase todas as regiões do cérebro, embora sua concentração varie conforme a região. Está envolvido com os processos de ansiedade. Seu efeito ansiolítico seria fruto de alterações provocadas em diversas estruturas do sistema límbico, inclusive a amígdala e o hipocampo. A inibição da síntese do GABA ou o bloqueio de seus neurotransmissores no SNC, resultam em estimulação intensa, manifestada através de convulsões generalizadas.

Ácido glutâmico ou glutamato: principal neurotransmissor estimulador do SNC. A sua ativação aumenta a sensibilidade aos estímulos dos outros neurotransmissores.

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http://www.webciencia.com/11_04cerebro.htm#ixzz3CgKXXn2m