curso de pÓs-licenciatura de especializaÇÃo em enfermagem de reabilitaÇÃo margarida rocha...
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CURSO DE PÓS-LICENCIATURA CURSO DE PÓS-LICENCIATURA DE ESPECIALIZAÇÃODE ESPECIALIZAÇÃO
EM ENFERMAGEM DE REABILITAÇÃO EM ENFERMAGEM DE REABILITAÇÃO
Margarida Rocha
ReabilitaçãoReabilitaçãoAVCAVC
Acidente Vascular Cerebral (AVC) Acidente Vascular Cerebral (AVC)
DefiniçãoDefinição
Qualquer processo patológico que comprometa o fluxo sanguineo vascular para uma região distinta do cérebro, provocando lesões.
Isquémico
Hemorrágico
Este acontecimento pode ocorrer de forma ictiforme (súbito), devido à presença de factores de risco vascular ou por defeito neurológico focal (aneurisma).
AVCAVC
TrombóticoEmbólicohipoperfusão
H. Intracerebral H. subaracnoide
Acidente Vascular CerebralAcidente Vascular Cerebral
DéficitsDéficits
funções motoras
sensoriais,
comportamentais,
perceptivas e da linguagem.
Déficits motores paralisias completas (hemiplegia)
parciais/ incompletas (hemiparésia)
no hemicorpo oposto ao local da lesão que ocorreu no cérebro.
A localização e extensão exactas da lesão provocada pelo AVC determinam o quadro neurológico apresentado por cada utente e, o seu aparecimento é normalmente repentino, oscilando entre leves ou graves, podendo ser temporários ou permanentes.
Acidente Vascular CerebralAcidente Vascular Cerebral
CONSEQUÊNCIAS CONSEQUÊNCIAS
Perda do controlo voluntário dos movimentos normais;
Dificuldades na deglutição;
Incontinência de esfíncteres;
Alterações da sensibilidade;
Problemas psicológicos e emocionais;
Problemas de compreensão;
Dificuldades na reintegração social .
Acidente Vascular CerebralAcidente Vascular Cerebral
Diagnóstico diferencialDiagnóstico diferencial
Hipoglicemia;
Paralisia de Bell (paralisia periférica do VII par craniano);
Encefalopatia hipertensiva;
Hematoma epidural/subdural;
Tumor cerebral;
Encefalite;
entre outros…
Acidente Vascular CerebralAcidente Vascular Cerebral
Pode durar alguns dias a várias semanas; O tónus muscular fica flácido; O movimento do lado afectado é difícil ou mesmo impossível
(músculos da face, língua, tronco e membros)
1)1)Período inicial – choque cerebralPeríodo inicial – choque cerebral
2)2)Fase de recuperaçãoFase de recuperação
Geralmente tem o seu início entre a 2ª e a 6ª semana; Progride em três períodos diferentes, com duração
diferente de doente para doente.
Acidente Vascular CerebralAcidente Vascular Cerebral
Períodos da fase de recuperaçãoPeríodos da fase de recuperação
Pode ser um período longo;
É o mais incapacitante dos três períodos;
A perda motora é acompanhada de uma perda de sensibilidade
severa;
Apesar do membro superior afectado estar completamente flácido
existe um "espasmo flexor" a nível dos dedos .
1.1. Período flácido (persistência da hipotonia) Período flácido (persistência da hipotonia)
Acidente Vascular CerebralAcidente Vascular Cerebral
Os movimentos normais tendem a iniciar-se nos membros distalmente (a mão e o braço antes do ombro, o pé e a perna antes do quadril);
Geralmente permanece uma pequena incapacidade.
2.2. Período de recuperação (evolução para o tónus normal) Período de recuperação (evolução para o tónus normal)
Períodos da fase de recuperaçãoPeríodos da fase de recuperação
Acidente Vascular CerebralAcidente Vascular Cerebral
Períodos da fase de recuperaçãoPeríodos da fase de recuperação
A recuperação da função motora com uma evolução para a espasticidade
é a ocorrência mais frequente;
Há uma recuperação inicial dos movimentos proximais dos membros
(quadril e ombro), que ocorre 1º no membro inferior;
O desenvolvimento da espasticidade é observado nos músculos
antigravíticos (os que mantêm o corpo na posição erecta e suportam o
peso) .
3.3. Período espástico (evolução para a hipertonia) Período espástico (evolução para a hipertonia)
Objectivos da reabilitação:Objectivos da reabilitação:
Reduzir os défices;
Adquirir a máxima independência funcional;
Minimizar a incapacidade;
Reintegrar socialmente;
Restabelecer um padrão de vida gratificante.
Factores que influenciam a reabilitaçãoFactores que influenciam a reabilitação
A qualidade do tratamento de reabilitação;
Motivação do doente e família;
Idade do doente;
Persistência do estado de flacidez.
Acidente Vascular CerebralAcidente Vascular Cerebral
Correntes de reeducação motoraCorrentes de reeducação motora
Berta Bobath (1907-Berta Bobath (1907-1991)1991)Centra a sua actuação no lado são
REABILITAÇÃOREABILITAÇÃO
Margaret Johnstone (1919-Margaret Johnstone (1919-2006)2006)
Centra a sua actuação no lado afectado
Correntes de reeducação motora
Berta BobathBerta Bobath
Dar o máximo de independência nas actividades da vida diária, doméstica e marcha, através do desenvolvimento da destreza e força muscular do lado são;
Manter as amplitudes articulares e desenvolver a forçamuscular remanescente do lado afectado.
Objectivos:Objectivos:
REABILITAÇÃOREABILITAÇÃO
Correntes de reeducação motora
Margaret JohnstoneMargaret Johnstone
Utilizar posicionamentos opostos aos padrões da espasticidade mesmo antes desta surgir, isto é, na fase inicial da doença, e mantê-los 24h, tentando evitar o estabelecimento de posições viciosas que a espasticidade habitualmente determina ;
Reeducar a função motora e sensitiva do lado afectado através da estimulação dos reflexos posturais normais e segundo o padrão normal do desenvolvimento motor da criança;
Executar actividades bilaterais para aumentar o equilíbrio entre os lados são e afectado.
Objectivos:Objectivos:
REABILITAÇÃOREABILITAÇÃO
Correntes de reeducação motora
Berta Berta BobathBobath
Dorsal /Lateral - lado são
REABILITAÇÃOREABILITAÇÃO
Margaret JohnstoneMargaret Johnstone
DECÚBITOSDECÚBITOS
POSTURASPOSTURAS
MOBILIZAÇÃOMOBILIZAÇÃOPASSIVA PASSIVA
MOBILIZAÇÃOMOBILIZAÇÃOACTIVAACTIVA
AUTOMOBILIZAÇÃOAUTOMOBILIZAÇÃO
Dorsal e Laterais
Funcionais Inibidoras da Espasticidade
Técnica Habitual
Alterações à Técnica Habitual
Correntes de reeducação motora
Berta Berta BobathBobath
Não Executa
REABILITAÇÃOREABILITAÇÃO
Margaret JohnstoneMargaret Johnstone
ACTIVIDADES ACTIVIDADES DA VIDA DIÁRIADA VIDA DIÁRIA
MOBILIZAÇÃOMOBILIZAÇÃODA OMOPLATADA OMOPLATA
LEVANTELEVANTE
Utilização dos Membros
Sãos
Actividades Bilaterais
Executa
Precoce De acordo com as Aquisições Adquiridas
Margaret Johnstone
1ª Fase1ª Fase
Unidade do doente;
Posicionamento em padrão anti-espástico;
Mobilização passiva.
REABILITAÇÃOREABILITAÇÃO
REABILITAÇÃOREABILITAÇÃOMargaret Johnstone
Unidade do doente
Hemiplegia esquerda
A mesa de apoio, bem como posteriormente a cadeira para o levante, devem ser colocadas do lado afectado
REABILITAÇÃOREABILITAÇÃOMargaret Johnstone
Unidade do doente
Hemiplegia esquerda
REABILITAÇÃOREABILITAÇÃOMargaret Johnstone
Unidade do doente
Hemiplegia esquerda
REABILITAÇÃOREABILITAÇÃO
Mobilização passiva
A flexão da articulação escápulo-umeral realiza-se com o membro superior em rotação externa;
A mobilização da articulação tíbio-társica realiza-se com a coxa e o joelho em flexão.
Posicionamentos
Sempre em padrão anti-espástico
Rolar; Ponte; Carga no cotovelo; Sentar-se.
REABILITAÇÃOREABILITAÇÃO
Quadripedia; Treino de equilíbrio; Transferências; Auto-mobilização.
► No leito:No leito:
Margaret Johnstone2ª Fase2ª Fase
Treino de equilíbrio; Auto-mobilização; Exercícios finos da mão; Carga no membro superior
REABILITAÇÃOREABILITAÇÃOMargaret Johnstone
2ª Fase2ª Fase
►Na posição de sentadoNa posição de sentado
►Em péEm pé
Treino de equilíbrio; Carga nos membros inferiores;Treino de marcha.
REABILITAÇÃOREABILITAÇÃO
Talas de pressãoTalas de pressão
Mantêm o posicionamento correcto (padrão anti-espástico) durante o exercícioAumentam a carga sensitivaEstabilidade na postura
Tipos:
Mão de dupla insuflação; Antebraço; Braço (70cm/80cm); Perna com dupla insuflação; Perna e pé; Pé.
As talas são insufladas através de uma boquilha.O ar quente e húmido torna a tala macia e maleável.
REABILITAÇÃOREABILITAÇÃO
Talas de pressãoTalas de pressão
Perda sensitiva;
Hipotonia (flacidez);
Desenvolvimento de hipertonia (espasticidade);
Edemas;
Apoio para as actividades da vida diária.
REABILITAÇÃOREABILITAÇÃO
Talas de pressãoTalas de pressão
Indicações:
REABILITAÇÃOREABILITAÇÃO
Talas de pressão:Talas de pressão:
AplicaçãoAplicação
Pressão intermitente
Pressão contínua
Pressão moderada;
Membro posicionado em padrão anti-espástico;
Tempo de permanência de 30 a 60 minutos;
Vigilância permanente.
REABILITAÇÃOREABILITAÇÃO
Talas de pressãoTalas de pressão
Cuidados na aplicação:
Talas de pressãoTalas de pressão
Aplicação com pressão intermitente
1) Aplicação das talas de pressão durante 30 minutos;
2) Remoção das talas de pressão;
3) Mobilização passiva de todos os segmentos articulares do membro superior e inferior;
4) Nova aplicação das talas de pressão;
5) Mobilização passiva do ombro/ quadril (com as talas de pressão colocadas).
• Quando a espasticidade é mínima ou ausente e existe perda sensitiva:
Talas de pressãoTalas de pressão
Aplicação contínua
1 - Aplicação das talas de pressão durante 60 minutos;
2 - Após 30 minutos, mobilização passiva do ombro/ quadril (com as talas de pressão colocadas);
3 - Manter as talas de pressão mais 30 minutos;
4 - Depois dos 30 minutos, remoção das talas de pressão;
5 - Mobilização passiva de todos os segmentos articulares do membro superior e inferior.
• Quando a espasticidade está instalada e a perda sensitiva não é muito importante:
Talas de pressãoTalas de pressão
Aplicação
1 - Massagem de drenagem linfática;
2 - Aplicação da tala com o membro posicionado de forma a facilitar a drenagem linfática;
3 - Massagem tipo effleurage.
• Edemas
Talas de pressãoTalas de pressão
Aplicação
Apoio para as actividades da vida diária
Aplicação da tala de acordo com a posição desejada e a actividade a exercer
Edema agudo do pulmão;
Insuficiência cardíaca congestiva;
Trombose venosa profunda;
Problemas dermatológicos.
Talas de pressãoTalas de pressão
Contra-indicações
PROBLEMAS QUE PODEM SER EVITADOS APÓS O AVC
- Padrão espástico da mão
- Subluxação do ombro / Ombro doloroso
- Espasticidade do membro inferior
PROBLEMAS QUE PODEM SER EVITADOS APÓS O AVC
1 - Posicionamento em padrão anti-espástico; 2 - Mobilizações passivas e activas assistidas;3 - Actividades bilaterais para aumentar a amplitude do
movimento;4 - Utilização de dispositivos:
Padrão espástico da mão
A posição funcional da mão é aquela em que o punho fica em extensão, com os dedos ligeiramente flectidos e o polegar em abdução.
PrevençãoPrevenção
• Rolo manual;• Tala postural;• Divisor digital.
Dificuldade em executar os movimentos controlados da mão e dedos.
PROBLEMAS QUE PODEM SER EVITADOS APÓS O AVC
Padrão espástico da mão
Rolo manual /Posicionamentos
Posicionamento palmar
PROBLEMAS QUE PODEM SER EVITADOS
APÓS O AVC
Padrão espástico da mão
Talas posturais
PROBLEMAS QUE PODEM SER EVITADOS APÓS O AVC
Padrão espástico da mão
Divisores digitais
PROBLEMAS QUE PODEM SER EVITADOS APÓS O AVC
Subluxação do ombro / Ombro doloroso
As principais causas:
A flacidez dos músculos que suportam o membro superior (deltóide e supra-espinhoso);
O peso do membro superior e a força da gravidade que o puxam para baixo;
Os músculos que sustentam a omoplata ficarem retraídos devido à espasticidade instalada, impedindo a mobilização da omoplata (rotação externa e elevação) aquando da flexão da articulação escápulo-umeral.
PROBLEMAS QUE PODEM SER EVITADOS APÓS O AVC
Posicionamento em padrão anti-espástico (protração da omoplata e
rotação externa e abdução da articulação escápulo-umeral);
Mobilizações passivas da articulação escápulo-umeral e omoplata;
Exercícios de auto-mobilização;
Actividades bilaterais;
Utilização de dispositivos de apoio para reforçar a mecânica da
articulação.
A dor está associada à fraqueza e distensão dos músculos e ligamentos (resultante do posicionamento incorrecto), à imobilidade da omoplata e à alteração do plano da articulação entre a omoplata e o úmero.
Prevenção
Subluxação do ombro / Ombro doloroso
PROBLEMAS QUE PODEM SER EVITADOS APÓS O AVC
Subluxação do ombro / Ombro doloroso
A cápsula articular e o músculo supra-espinhoso ficam comprimidos contra o acrómio.
PROBLEMAS QUE PODEM SER EVITADOS APÓS O AVC
Subluxação do ombro / Ombro doloroso
Posição funcional da articulação
Alteração do plano da articulação entre a omoplata e
o úmero
PROBLEMAS QUE PODEM SER EVITADOS APÓS O AVC
Utilização de dispositivos de apoio para reforçar a mecânica da articulação.
PrevençãoPrevenção
Subluxação do ombro / Ombro doloroso
PROBLEMAS QUE PODEM SER EVITADOS APÓS O AVC
Ocorre quando algumas semanas após o AVC se começa a desenvolver uma espasticidade severa, originando uma marcha desajeitada em que o doente apoia o seu peso na parte anterior do pé. Os dedos ficam tão flectidos que a marcha e permanecer em pé se tornam muito dolorosos.
Espasticidade do membro inferior
PROBLEMAS QUE PODEM SER EVITADOS APÓS O AVC
■ Posicionamento em padrão anti-espástico;■ Mobilizações passiva e activa-assistida;■ Aplicação de talas de pressão (perna e pé) ;■ Colocação e sustentação do membro inferior no espaço e
movimentos activos;■ Transferência de peso.
PrevençãoPrevenção
Espasticidade do membro inferior
Uma marcha eficiente é aquela em que o doente consegue flectir o quadril e o joelho, apoiar o calcanhar e manter o pé na posição neutra.
PROBLEMAS QUE PODEM SER EVITADOS APÓS O AVC
Talas posturais (perna)
Espasticidade do membro inferior
PROBLEMAS QUE PODEM SER EVITADOS APÓS O AVC
Talas posturais (perna)
Espasticidade do membro inferior
PROBLEMAS QUE PODEM SER EVITADOS APÓS O AVC
Dispositivo de apoio (pé)
Espasticidade do membro inferior
Divisor de espuma de borracha entre os dedos (a abdução dos dedos reduz a espasticidade no pé inteiro).
Intervenção da famíliaIntervenção da família
Familiares agem de uma forma mais afectiva do que efectiva
Envolver o doente e família no processo de reabilitação, promovendo programas específicos de educação e apoio à família de modo a facilitar a sua integração bio-psico-social