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Universidade Presidente Antnio Carlos UNIPAC

Ressonncia Magntica NuclearCurso de extenso

Professora: Fabiane Assis Carvalho Curso: Engenharia Qumica Ipatinga Novembro de 2009

Sumrio1. INTRODUO 2. PRINCPIOS DA TCNICA 2.1. PROPRIEDADES MAGNTICAS DOS NCLEOS 2.2. TIPOS DE ESPECTRMETROS DE RESSONNCIA MAGNTICA NUCLEAR 2.2.1. ESPECTRMETRO DE RMN POR ONDA CONTNUA (CW) 2.2.2. ESPECTRMETRO DE RMN COM TRANSFORMADA DE FOURIER (TF) 2.3. MANIPULAO DA AMOSTRA 2.4. TRATAMENTO DOS DADOS DOS ESPECTROS DE RMN DE 1H 2.4.1. DESLOCAMENTO QUMICO POSIO DOS PICOS NO ESPECTRO DE RMN 1H 2.4.2. INTEGRAO DAS REAS DOS PICOS 2.4.3. DESDOBRAMENTO DO SINAL. 2.4.4. EFEITO DA BLINDAGEM DOS PRTONS 2.5. TRATAMENTO DE DADOS DOS ESPECTROS DE RMN 13C 2.5.1. TIPO DE SINAL NUM ESPECTRO DE RMN 13C 2.5.2. DESLOCAMENTOS QUMICOS DO 13C ESTUDO DIRIGIDO REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 3 3 3 5 5 6 6 7 7 8 8 9 11 11 12 13 18

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ndice de FigurasFigura 1- Movimento de precesso do ncleo. _______________________________________________ 4 Figura 2 (a) Na ausncia de campo magntico externo, os momentos magnticos dos prtons (representado pelas setas) esto orientados ao acaso. (b) Quando h um campo magntico externo (Bo) os prtons se orientam de forma paralela () e antiparalela () a esse campo. _____________________ 4 Figura 3 Frmula estrutural do padro interno tetrametilsilano (TMS). _________________________ 7 Figura 4 Desdobramento do sinal no 1,1,2-triclorooctano. ____________________________________ 9 Figura 5 A circulao dos eltrons de uma ligao CH sob a influncia de um campo magntico externo, gerando diminuto campo magntico (campo induzido) que blinda o prton. _______________ 9 1 Figura 6 A blindagem dos eltrons faz com que a absoro na RMN H seja deslocada para os campos magnticos externos mais intensos. ________________________________________________ 9 Figura 7 Blindagem dos prtons do etino pela circulao dos eltrons Anisotropia. ____________ 10 1 Figura 8 Espectro de RMN de H para o complexo [Zn{S2CN(C2H5)2}2]. __________________________ 10 13 Figura 9 Espectro de RMN de C para o complexo [Zn{S2CN(C2H5)2}2] __________________________ 12

ndice de TabelasTabela 1 Determinao do Nmero de Spin I_______________________________________________ 3 Tabela 2 Deslocamentos qumicos para os diferentes tipos de prtons. ________________________ 11

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Espectroscopia de Ressonncia Magntica Nuclear1. IntroduoA espectroscopia de Ressonncia Magntica Nuclear RMN uma ferramenta muito til, empregada na identificao de compostos orgnicos e metalorgnicos (conhecidos como complexos, so compostos formados por estruturas orgnicas ligadas a um centro metlico), juntamente com as tcnicas de espectroscopia de absoro na regio do infravermelho e ultravioleta-visvel. RMN uma tcnica de espectroscopia de absoro em que uma amostra, em condies apropriadas, submetida a um campo magntico podendo absorver radiao eletromagntica na regio das radiofreqncias (rf) em uma freqncia regida pelas caractersticas estruturais da amostra. A absoro determinada por alguns ncleos da amostra. O espectro resultante um registro grfico das freqncias dos picos de absoro em funo da intensidade.

2. Princpios da tcnica2.1. Propriedades Magnticas dos Ncleos

Todos os ncleos atmicos possuem uma carga total positiva, graas presena dos prtons que possuem carga positiva e dos nutrons que no possuem cargas. Assim como os eltrons, os prtons e nutrons tambm possuem nmero quntico spin, que combinados geram os conhecidos nmeros de spin I. Em alguns ncleos de certos nucldeos (istopos) essa carga nuclear gira em torno do seu eixo nuclear, gerando um dipolo magntico ou momento magntico, cuja direo coincide com o eixo spin. Esse movimento de pode ser descrito em termos do nmero de spin (I), que pode assumir os valores 0, 1/2, 1, 3/2, etc. Quando o nmero for zero (l = 0) significa que o ncleo no gira em torno de seu eixo. A tabela 1 mostra as possveis combinaes entre os nmeros de prtons e nutrons tendo como referncias os nmeros atmicos e de massa atmica.Tabela 1 Determinao do Nmero de Spin I

Nmero de Spin I Meio inteiro Inteiro Zero

Massa atmica mpar Par Par

Nmero atmico mpar ou par mpar Par1H 1 2

Exemplo (1/2), 8O (5/2), 7N1H 6C 14 12 16 17 15

(1/2)

(1), 7N (1), 5B (3)32

10

(0), 8O (0), 16S (0)

3

Os ncleos que possuem nmero de spin l = 1/2 (P exemplo 1H1, 1H3, 6C13, (Por emplo:15 19 31 7N , 9F , 15P )

apresentam grande facilidade de gerar espectros e, portanto uma

distribuio de carga esfrica e uniforme. Desses os mais comumente utilizados na sfrica Desses, espectrometria de RMN so o 1H e 13C. Os momentos magnticos desses ncleos, quando na ausncia de um campo magntico externo, esto orientados ao acaso. Ao serem inseridos a um campo magntico externo eles apresentam orientaes definidas, descrevendo movimento de presentam , precesso em torno do eixo do campo aplicado, Figura 1.

Figura 1- Movimento de precesso do ncleo.

Em termos de mecnica quntica, o nmero de orientaes ( o) diferentes m quntica, (N nesse sistema definido pel nmero de spin (I) do ncleo, de acordo com a relao: pelo 2 1 [Equao 1]

Resolvendo a equao 1 para os ncleos que apresentam grande facilidade em gerar espectros, ou seja, nmero de spin I = 1/2, obtm obtm-se duas orientaes possveis quando estes ncleos esto submetidos ao de um campo mag magntico externo. Essas orientaes so conhecidas e determinadas como alinhamento as paralelo e antiparalelo, Figura 2. ,

Figura 2 (a) Na ausncia de campo magntico externo, os momentos magnticos dos prtons (representado pelas setas) esto orientados ao acaso. (b) Quando h um campo magntico externo (Bo) as) os prtons se orientam de forma paralela ( e antiparalela () a esse campo. () )

O alinhamento paralelo apresenta valores de energia mais baixos que os alinhamentos antiparalelos. A passagem do ncleo do nvel de energia mais baixa (alinhamento paralelo) para o nvel de energia mais alta ( (alinhamento antiparalelo o antiparalelo) estado excitado, s possvel quando este ncleo recebe um determinado valor de 4

energia. Esta energia na espectroscopia de RMN proporcionada pela radiao eletromagntica na regio das radiofreqncias (rf). Quando ocorre esta absoro de energia pelos ncleos em um campo magntico estacionrio dizemos que eles esto em ressonncia com a radiao eletromagntica. Esta energia eletromagntica proporcional intensidade do campo magntico estacionrio ao qual a amostra est inserida, e descrito pela relao mostrada na equao 2. o/2 [Equao 2]

Onde E a energia, h a constante de Planck, a razo giromagntica do ncleo e o a intensidade do campo magntico estacionrio. Desta forma, quanto maior a intensidade do campo magntico maior a energia necessria para promover a transferncia de nveis do ncleo. Comumente, a energia dada e medida em freqncia (), obedecendo relao da equao 3. =1

/2

[Equao 3]

Assim, para o ncleo de 1H em um campo magntico de intensidade 2,35 tesla (T) necessitade de uma energia com freqncia de 100 MHz. Estes valores de energia so diferentes para cada tipo de ncleo. Aps a absoro dessa energia eletromagntica na regio das

radiofreqncias o ncleo dissipa-a ao meio e retornam ao estado de spin de menor energia (paralelo). A esse processo d-se o nome de relaxao e o tempo necessrio para que ele ocorra o tempo de relaxao. Existem dois modos bsicos de relaxao de um ncleo. Um deles a relaxao spin-rede no qual a energia se transfere s molculas vizinhas ( rede). Num outro a energia se dissipa para os ncleos dos tomos vizinhos, na mesma molcula, sendo denominada relaxao spin-spin.

2.2.

Tipos de espectrmetros de Ressonncia Magntica Nuclear

Os equipamentos de anlise por Ressonncia Magntica Nuclear se distinguem quanto forma de introduo da radiao eletromagntica necessria para o desenvolvimento da anlise. Essa pode ser de dois tipos: por Onda Contnua (CW) ou por pulsos com Transformada de Fourier (TF). O primeiro instrumento comercial de RMN surgiu em 1953 e operava na forma de Onda Contnua.

2.2.1. Espectrmetro de RMN por Onda Contnua (CW)Este tipo de equipamento trabalha com a energia eletromagntica na regio das radiofreqncias (rf) com valores fixos e a intensidade do campo magntico variando continuamente. Quando o campo magntico tem intensidade correta, os 5

ncleos, individualmente, absorvem energia das radiofreqncias e h ressonncia. Esta absoro provoca fluxo de pequena corrente eltrica em uma bobina receptora que envolve a amostra. O instrumento ento amplifica a corrente e exibe o sinal (um pico ou uma srie de picos) em um papel de registro grfico calibrado em unidades de freqncia (Hz). O resultado , portanto, um espectro de RMN. O tempo de obteno de um espectro de RMN de 1H de 2 a 5 minutos.

2.2.2. Espectrmetro de RMN com Transformada de Fourier (TF)Os instrumentos que operam com transformada de Fourier (RMN-TF) tm resoluo muito alta e atingem sensibilidade muito maior do que os instrumentos de RMN em onda contnua. A amostra inserida no equipamento irradiada pela energia eletromagntica na regio das radiofreqncias, com um pulso curto da radiao (durante aproximadamente 10-5s). Este pulso excita todos os ncleos ao mesmo tempo gerando um sinal digitalizado, que detectado como uma voltagem na prova sensora da RMN em funo do tempo. Este sinal, depois de amplificado, convertido em uma seqncia de dados discretos que so armazenados na memria do computador. Este processo se repete at que se tenha armazenado dados suficientes para ter um sinal forte. Sendo obtido, este sinal , ento, transformado pelo computador, atravs da Transformada de Fourier, numa funo da freqncia. O tempo de obteno de um espectro de RMN de 1H pelo mtodo da Transformada de Fourier ocorre num intervalo muito curto de 5 segundos. Os instrumentos modernos com campos magnticos acima de 100 MHz baseiam-se em magnetos supercondutores (solenides) resfriados com hlio e operam no modo pulsado com transformada de Fourier. Outros requisitos bsicos so os valores de campo altos, estabilidade e homogeneidade do campo de radiofreqncias.

2.3.

Manipulao da amostra

A amostra deve estar em uma soluo com solvente apropriado e contida em um tubo de vidro de 5 mm de dimetro. Assim preparada, colocada no compartimento de amostra, onde esto as bobinas transmissoras e receptoras e um orifcio de onde sai o ar comprimido sobre o tubo, causando rotao em torno do eixo vertical. O solvente ideal para preparar a soluo no deveria ter hidrognios e deveria ser inerte, com baixo ponto de ebulio e barato. Como os instrumentos pulsados 6

dependem de deutrio para efetuar e manter a calibrao da freqncia do campo necessrio utilizar solventes deuterados. O mais comumente utilizado o clorofrmio deuterado (CDCl3). O pico da impureza, pequeno e fino, aparece em uma regio de deslocamento de 7,26 ppm e raramente interfere na anlise.

2.4.

Tratamento dos dados dos Espectros de RMN de 1H

2.4.1. Deslocamento Qumico Posio dos Picos no Espectro de RMN 1HSe os ncleos dos tomos de hidrognio estivessem sozinhos certamente eles absorveriam energia num campo magntico com intensidade bem determinada. Contudo, os tomos de hidrognios esto presentes nas molculas e cada um ocupa uma regio com diferentes valores de densidade eletrnica, o que provoca absores da radiao eletromagntica em diferentes intensidades magnticas. Dessa forma, os sinais dos hidrognios aparecem em diferentes regies do espectro de RMN, ou seja, diferentes deslocamentos qumicos. A intensidade do campo em que a absoro ocorre depende sensivelmente das vizinhanas magnticas de cada prton. Esta vizinhana depende de dois fatores: dos campos magnticos gerados pelos eltrons em movimento e dos campos magnticos que provm de outros prtons vizinhos (ou de outros ncleos magnticos). Os deslocamentos qumicos so medidos na escala horizontal do espectro, a escala delta (), em unidades de partes por milho, e a intensidade cresce da esquerda para a direita, ou seja, um sinal que aparece em = 7 ocorre em um campo magntico com intensidade mais baixa que outro que aparece em = 2. Os sinais esquerda do espectro ocorrem em campo baixo e aqueles direita ocorrem em campo alto. O sinal que aparece em = 0 tido como o sinal de referncia. Ele ocorre devido a uma adio de um composto padro a fim de calibrar a escala de deslocamento qumico do espectro de RMN. O composto de referncia mais usado o Tetrametilsilano (TMS), com a frmula molecular representada na Figura 3.CH3 H3C Si CH3 CH3

Figura 3 Frmula estrutural do padro interno tetrametilsilano (TMS).

Esse composto apresenta vrias vantagens em sua utilizao devida sua excelente simetria, por ser quimicamente inerte, voltil (PE 27 e solvel na maior C)

7

parte dos solventes orgnicos. Apresenta um nico sinal de absoro, agudo e intenso. Existe uma relao intrnseca entre o nmero de sinais no espectro e o nmero de tipos diferentes de tomos de hidrognio no composto. Entende-se por diferentes tipos de tomos de hidrognios as diferentes regies em que eles formam suas ligaes. Quando os deslocamentos qumicos so dados em Hertz a freqncia do campo magntico tem que ser especificada. Estes deslocamentos tambm podem ser expressos em unidades adimensionais, dividindo-se a freqncia de ressonncia (em Hz) pela freqncia aplicada (em Hz) e multiplicando-se por 106, por ser conveniente express-la em partes por milho (ppm). Dessa forma temos a origem da escala delta () para a expresso do deslocamento qumico em relao ao TMS, equao 4. = , ,

[Equao 4]

2.4.2. Integrao das reas dos picosO espectro obtido seja por CW ou FT registrado como uma srie de picos cujas reas so proporcionais ao nmero de ncleos de hidrognio que eles representam. As reas dos picos so medidas por um integrador eletrnico que traa uma linha em degraus cujas alturas so proporcionais s reas dos picos. Estas reas medidas com exatido esto entre si na mesma proporo que o nmero de tomos de hidrognio que provocam cada sinal. A contagem dos tomos de hidrognios a partir da integrao til para determinar ou confirmar frmulas moleculares, detectar picos sobrepostos, determinar a pureza de amostras e efetuar anlises quantitativas.

2.4.3. Desdobramento do Sinal.O desdobramento do sinal nos fornece informaes sobre os outros tomos de hidrognio que compem a vizinhana do tomo de hidrognio em questo, visto que o sinal de um prton influenciado pelos campos magnticos que provm de outros prtons vizinhos. Assim, um nico sinal pode se desdobrar em dois (dupletos), trs (tripletos), quatro (quartetos)... Sendo dependentes do nmero prtons presentes na vizinhana, Figura 4.

8

Figura 4 Desdobramento do sinal no 1,1,2-triclorooctano.

2.4.4. Efeito da Blindagem dos PrtonsA posio de um sinal no espectro de RMN se relaciona com as densidades eletrnicas e com a circulao dos eltrons no composto. Estes eltrons, sob um campo magntico externo, descrevem trajetrias preferenciais e, por serem partculas carregadas, geram diminutos campos magnticos. Estes campos magnticos gerados m so do tipo induzidos e produzem o efeito de blindagem dos prtons, Figura 5. prtons,

Figura 5 A circulao dos eltrons de uma ligao C H sob a influncia de um campo mag CH magntico externo, gerando diminuto campo magntico (campo induzido) que blinda o prton.

Um prton que for fortemente blindado pelos eltrons no pode absorver energia num mesmo campo magntico que um prton menos blindado. Dessa forma, este prton fortemente blindado absorver num campo externo de maior intensidade te (nos equipamentos com TF, numa freqncia mais elevada). O campo externo deve ser mais intenso a fim de compensar o pequeno campo induzido, Figura 6. induzido,

Figura 6 A blindagem dos eltrons faz com que a absoro na RMN H seja deslocada para os agem campos magnticos externos mais intensos.

1

9

Essa blindagem pode ocorrer pelas diferenas de eletronegatividade dos tomos na molcula (efeito indutivo) e pela orientao da molcula em relao ao campo magntico aplicado (efeito da Anisotropia Diamagntica). O efeito da anisotropia diamagntica se relaciona muito com a circulao dos eltrons deslocalizados, que podem blindar ou no os prtons A esse fato se deve o efeito de prtons. anisotropia, Figura 7. Considerando somente o efeito indutivo da diferena de eletronegatividade esperaramos uma ordem para o aparecimento dos sinais dos prtons ligados a cada tipo de carbono, a seguinte forma: (campo de baixa intensidade) sp < sp2 < sp3 (campo de alta intensidade) po Mas a ordem que aparece nos espectros : (campo de baixa intensidade) sp2 < sp < sp3 (campo de alta intensidade)

Figura 7 Blindagem dos prtons do etino pela circulao dos eltrons Anisotropia.

A tabela 2 relaciona as posies dos sinais (deslocamento qumico) para os prtons mais comumente analisados. Os deslocamentos qumicos destacados por asteriscos apresentam valores variados com solventes diferentes e com a temperatura e concentrao. A Figura 8 mostra um espectro de RMN 1H obtido para o composto N,N-dietilditiocarbamato de zinco, com suas respectivas atribuies. dietilditiocarbamato7.26 1.0 3.85 3.82 1.33 1.30 0.00

TMS0.9 0.8H3C N S S Zn S S N CH3

0.7 0.6

H3C

CH3

Intensity

0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0

Forma estrutural do complexo [Zn{S2CN(C2H5)2}2]

CH3 CDCl 3 CH2 H2O

0.02 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5

0.09 4.0 3.5 3.0 Chemical Shift (ppm) 2.5 2.0

0.040.15 1.5 1.0 0.5

0.67 0 -0.5

Figura 8 Espectro de RMN de H para o complexo [Zn{S2CN(C2H5)2}2].

1

10

Tabela 2 Deslocamentos qumicos para os diferentes tipos de prtons.

Tipo de prton Alquila primrio R-CH3 Alquila secundrio R-CH2-R Alquila tercirio R3CH Allico R2C=CR-CH3 Cetona R-CO-CH3 Benzlico ArCH3 Acetilnico RC CH Iodeto de alquila RCH2I ter R-O-CH2-R lcool R-CH2OH Brometo de alquila R-CH2Br Cloreto de alquila R-CH2Cl Vinlico R2C=CH2 Vinlico R2C=CHR Aromtico Ar-H Aldedo R-COH Hidroxila de lcool R-OH Amnico R-NH3 Fenlico ArOH Carboxlico R-COOH

Deslocamento qumico 0,8 - 1,0 1,2 - 1,4 1,4 - 1,7 1,6 - 1,9 2,1 - 2,6 2,2 - 2.5 2,5 - 3,1 3,1 - 3,3 3,3 - 3,9 3,3 - 4,0 3,4 - 3,6 3,6 - 3,8 4,6 - 5,0 5,2 - 5,7 6,0 - 9,5 9,5 - 9,6 0,5 - 6,0 * 1,0 - 5,0 * 4,5 - 7,7 * 10,0 - 13,0 *

2.5.

Tratamento de dados dos espectros de RMN 13C

O carbono 13 o istopo natural que corresponde a apenas 1,1% de todo o carbono natural. Ele representa-se muito importante para a anlise de carbono por RMN devido sua capacidade de formar espectros. Seu istopo natural 12C constitui a forma mais abundante deste elemento, aproximadade 99%, e no possui spin magntico no gerando, portanto, sinais de RMN. De forma geral, os espectros de RMN1 13

C so menos complicados que os

espectros de RMN H e mais fceis de serem interpretados.

2.5.1. Tipo de sinal num espectro de RMN 13CCada tipo de tomo de carbono em uma molcula orgnica comum produz somente um pico no espectro de RMN13

C. No existe acoplamento de carbono-

carbono que provoque o desdobramento dos sinais em picos mltiplos. Isso se acontece devido a baixa abundncia natural deste istopo (1,1%), pois apenas um 11

tomo de carbono em cada 100 tomos deste elemento, tem o ncleo com massa atmica 13. Este fato elimina, a princpio, a possibilidade de dois tomos de carbono vizinhos interferirem na absoro um do outro, provocando um desdobramento natural dos respectivos sinais numa multiplicidade de picos. Os espectros de RMN13

C s

podem ser obtidos nos espectrmetros de RMN com TF, devido a esta baixa abundncia natural deste istopo e tambm sua sensibilidade intrinsecamente baixa.

2.5.2. Deslocamentos qumicos do 13CO padro interno de referncia, com zero ppm nos espectros de RMN1 13

Co

mesmo utilizado nos espectros de RMN H, o tetrametilsilano (TMS). J vimos que o efeito de blindagem dos ncleos provocado pela densidade eletrnica que o circunda, sendo que quanto mais blindado for este ncleo o sinal de absoro de rf dele aparecer deslocado para a direita (campos magnticos altos), se for pouco blindado o ncleo estar mais exposto ao campo e, conseqentemente, seu sinal no espectro aparecer mais a esquerda (campos magnticos baixos). Os ncleos de carbono 13 so fortemente influenciados por este efeito de blindagem. Quando o tomo de carbono se liga a elementos menos eletronegativos que ele, por exemplo, outro tomo de carbono ou tomos de hidrognio, este carbono estar mais blindado e seu sinal aparece mais direita. Por outro lado, quando um tomo de carbono 13 est ligado a tomos muito eletronegativos, como os halognios, apresentam-se pouco blindados e seus sinais aparecem esquerda. A figura 9 mostra um espectro de RMN13

C obtido para o composto N,N-dietilditiocarbamato de zinco, com suas respectivas202.19 1.0 0.9H3C N S CH3 N S

atribuies.77.02 76.38 49.27 12.13 0.00

CDCl3 TMS

S Zn

S

0.8 0.7

H3C

CH3

Intensity

0.6 0.5 0.4 0.3

Forma estrutural do complexo [Zn{S2CN(C2H5)2}2]

CH30.2

CH2 NCS2

0.1 0 200 180 160 140 120 100 Chemical Shift (ppm) 80 60 40 20 0

Figura 9 Espectro de RMN de

13

C para o complexo [Zn{S2CN(C2H5)2}2]

12

Estudo Dirigido1. Dados os compostos abaixo proponha os espectros de RMN 1H e desdobramentos dos sinais no espectro de RMN 1H. bramentos (a) CH3CH2CH2CH3 (b) 1,1 -Dimetilciclopropano Dimetilciclopropano (c) CH3CH2OH (d) CH3CH = CH2 (e) 1-Penteno (f) 1,2-Dibromopropano (g) 1-Cloro-2-propanol (h) Etano (i) 2,3-Dimetil-2-buteno (j) Propano (l) 2-Buteno (m) ter-butilmetlico13

C, indicando os

2. Quando dissolvido em CDCl3, um composto x, com frmula molecular C4H8O2, d CDCl3, um espectro de RMN 1H que consiste num dupleto a 1,35, um singleto a 2,15, um singleto largo a 3,75 e um quarteto a 4,25. Quando dissolvido em D2O, o composto d espectro de RMN 1H semellhante, com exceo do sinal em 3,75, que desaparece. (a) Proponha a estrutura do composto x. (b) Explique a razo do desaparecimento do sinal de RMN em 3,75 quando se usa o D2O como solvente.

3. Proponha as estruturas de cada composto cujo espectros so mostrad a seguir: cujos mostrados (a)

13

(b)

(c)

(d)

14

(e)

4. Atribua a cada sinal o respectivo tomo de hidrognio que o gerou no espectro de RMN 1H. (a)

(b)

15

(c)

(d)

(e)

16

5. Dados os espectros de RMN 13C, proponha as frmulas estruturais dos compo compostos em questo. (a)

(b) C5H10O

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Referncias bibliogrficasCARVALHO, F. A. Sntese e caracterizao de complexos N,N-dietilditiocarbamato de Bi, Sn, Ga, In e Zn, e o estudo dos produtos de decomposio trmica. 2009. NASCIMENTO, C. J., BLOCH, C. J. Ressonncia Magntica Nuclear: Gradus Primus. Biotecnologia Cincia e Desenvolvimento, n. 21, p. 5261, 2001. SILVERSTEIN, R. M., WEBSTER, F. X. Identificao Espectromtrica de Compostos Orgnicos. 6 Ed. SOLOMONS, T.W. Grahan. Qumica Orgnica 1. 6a Ed. VELOSO, D. P. et al. Curso de operao no Espectrmetro de RMN AVANCE DPX200. Departamento de Qumica, UFMG.

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