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CURSO DE EXECUÇÃO PENAL Professor: Rodrigo J. Capobianco

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CURSO DE EXECUÇÃO PENALProfessor: Rodrigo J. Capobianco

FORMAÇÃO DA EXECUÇÃO PENAL

INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA

• Para aplicar a pena, deve o Juiz seguir o critériotrifásico criado por Nélson Hungria, pelo qual:

Critério Trifásico de Aplicação da Pena

• 1ª Fase – É aplicada a pena base, observando-se as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP

Circunstâncias judiciais

• Culpabilidade

Circunstâncias judiciais

• Culpabilidade

• Antecedentes

Circunstâncias judiciais

• Culpabilidade

• Antecedentes

• Conduta Social

Circunstâncias judiciais

• Culpabilidade

• Antecedentes

• Conduta Social

• Personalidade do agente

Circunstâncias judiciais

• Culpabilidade

• Antecedentes

• Conduta Social

• Personalidade do agente

• Motivos, circunstâncias e consequências do crime

Circunstâncias judiciais

• Culpabilidade

• Antecedentes

• Conduta Social

• Personalidade do agente

• Motivos, circunstâncias e consequências do crime

• Comportamento da vítima

Critério Trifásico de Aplicação da Pena

• 2ª Fase – São aplicadas as agravantes e atenuantes genéricas (art. 61 e ss do CP)

Critério Trifásico de Aplicação da Pena

• 3ª Fase – São aplicadas as causas de aumento e diminuição de pena.

Carta Guia de Execução Penal Informações — TJDFT

Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos

Territórios(exemplo de carta de guia)

http://www.tjdft.jus.br/cidadaos/execucoespenais/vepema/informacoes/cartaguiadeexecucaopenalinformacoes

Carta Guia de Execução Penal Informações

• Informações necessárias a fim de instruircorretamente com as devidas cópias a Carta deGuia de Execução Penal

• Cópias necessárias:

• Denúncia ou queixa com data de oferecimento e recebimento da denúncia ou queixa e aditamento, se o houver;

• Auto de prisão em flagrante, se houver informações quanto ao tipo de procedimento investigatório (IP, TC, Investigação MP etc), número; data da lavratura; data do fato, e Unidade da Federação em que se originou;

• Qualificação do condenado; nome, filiação, naturalidade, data de nascimento e endereço completo e do número do telefone , número INI, documentos de identidade se houver, outros nomes e alcunha usados pelo réu;

• Incidência Penal em que foi condenado;• Sentença (Pronúncia e/ou condenatória); inclusive

os embargos de declaração;• Acórdão cópia integral quando dá provimento ou

certidão de julgamento quando improvido o• recurso, bem como data da publicação do

acórdão;• Trânsito em julgado da sentença (de pronúncia

e/ou condenatória) para a acusação e para a defesa.

• Trânsito para o MP, da sentença condenatória (no caso de execução provisória), quando a apelação

• for da defesa;• Trânsito em julgado do acórdão para a defesa e

para a acusação;

• Quando houver suspensão pelo art. 366 do CPP, informar a data da decisão de suspensão e a data da sua revogação;

• Quando houver suspensão pelo artigo 89 da Lei 9.099/95, informar a data da decisão de suspensão e a data da sua revogação;

• Informações sobre prisão (flagrante ou mandado de prisão temporária e/ou preventiva) data de cumprimento da ordem de prisão;

• Data em que foi posto em liberdade (alvará de soltura); (liberdade provisória/ revogação de prisão/Habeas Corpus);

• Cópia da guia de recolhimento da fiança (quando houver) e quando houver quebra ou perda da fiança informar (cópia da decisão e do ofício encaminhado ao banco);

• Cálculo de custas e multa (cálculo atualizado).• Quando houver remessa das peças para a

execução definitiva, encaminhar novo cálculo de custas. É necessário que o cálculo seja feito nos autos da ação penal, pois devem ser contadas as peças.

• Todas as informações acima indicadas são essenciais para a execução penal tanto, para a fixação dos prazos prescricionais como para a fiel execução da pena nos termos da legislação vigente.

• As Medidas de Segurança são da competência da VEP e não da VEPEMA e devem ser instruídas com os Laudos do Incidente de Insanidade.

• As Cartas de Guia devem ser encaminhadas diretamente ao Serviço de Distribuição do Fórum Mirabete.

• Peças complementares devem ser encaminhadas como documentos ao juízo em que a execução estiver tramitando.

LEI DE EXECUÇÃO PENAL

1. LEP - Estrutura

A LEP – Lei das Execuções Penais é

estruturada da seguinte forma:

- Do objeto e aplicação da LEP

- Do condenado e do internado

- Dos órgãos da execução penal

- Dos estabelecimentos penais

1. LEP - Estrutura

- Da execução das penas em espécie

- Da execução das medidas de segurança

- Dos incidentes da execução

- Do procedimento Judicial

2. Objeto e Aplicação

O Grande objetivo da LEP é efetivar a sentença,

fiscalizando o seu cumprimento pelo sistema

progressivo (ou Inglês) de reintegração social

2. Objeto e Aplicação

A T E N Ç Ã O

2. Objeto e Aplicação

As disposições da LEP também se aplicam aos

presos provisórios, ao condenado pela Justiça

Eleitoral e ao Condenado pela Justiça Militar,

quando recolhidos a estabelecimento sujeito à

jurisdição ordinária

ATENÇÃO

STJ Súmula nº 192 - 25/06/1997 - DJ

01.08.1997 - Competência - Execução Penal

- Estabelecimentos Sujeitos à Administração

Estadual - Compete ao Juízo das Execuções

Penais do Estado a execução das penas

impostas a sentenciados pela Justiça

Federal, Militar ou Eleitoral, quando

recolhidos a estabelecimentos sujeitos à

administração estadual.

3. Do Condenado e Do Internado

Classificação:

A Comissão Técnica de Classificação elaborará

programa individualizador, segundo os

antecedentes e personalidade do condenado

3. Do Condenado e Do Internado

A Lei 13.167/15 dispõe sobre a separação de

presos:

Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes critérios:

I - acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados;

II - acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;

III - acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos dos apontados nos incisos I e II.

3. Do Condenado e Do Internado

Os presos condenados ficarão separados de acordo com os seguintes critérios:

I - condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados;

II - reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;

III - primários condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;

IV - demais condenados pela prática de outros crimes ou contravenções em situação diversa das previstas nos incisos I, II e III.

O preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica ameaçada pela convivência com os demais presos ficará segregado em local próprio.

3. Do Condenado e Do Internado

Assistência:

A assistência ao condenado será:

3. Do Condenado e Do Internado

- Material (alimentação, vestuário e instalações

higiênicas)

- À Saúde (atendimento médico, farmacêutico e

odontológico)

- Jurídica (assistência jurídica integral e gratuita)

3. Do Condenado e Do Internado

- Educacional (instrução escolar e formação

profissional)

- Social (amparar o preso ou internado e

prepará-lo para o retorno à liberdade)

- Religiosa (liberdade de culto)

- Ao Egresso (Orientação, Apoio, Alimentação e

Alojamento – 2 meses)

3. Do Condenado e Do Internado

A Lei 13.163/15 (dispõe sobre o ensino nas

penitenciárias): O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação profissional de nível médio, será implantado nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua universalização.

O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e será mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não só com os recursos destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária.

3. Do Condenado e Do Internado

Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos supletivos de educação de jovens e adultos.

A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em seus programas de educação à distância e de utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às presas.”

. O censo penitenciário deverá apurar:

I - o nível de escolaridade dos presos e das presas;

II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número de presos e presas atendidos;

III - a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas atendidos; (segue)

3. Do Condenado e Do Internado

IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo;

V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos e presas.”

3. Do Condenado e Do Internado

Trabalho

- Finalidade educativa e produtiva

-Direito a Salário (descontado indenização,

assistência à família, despesas pessoais,

ressarcimento ao Estado por conta da sua

manutenção)

- Jornada de de 6 a 8 hs com descanso aos

domingos e feriados

3. Do Condenado e Do Internado

O trabalho pode ser

- Interno

- Externo

3. Do Condenado e Do Internado

RDD – Regime Disciplinar Diferenciado

Quando a falta grave subverter a ordem ou

quando houver suspeita de envolvimento em

organização criminosa, o agente poderá ser

inserido no RDD

3. Do Condenado e Do Internado

RDD – Regime Disciplinar Diferenciado

Não se trata de um novo regime e sim de uma

forma mais rigorosa de cumprir o regime fechado

3. Do Condenado e Do Internado

RDD – Regime Disciplinar Diferenciado

Tem por principais características:

- Isolamento noturno e diurno

-Duração máxima de 360 dias renováveis (não

pode ultrapassar 1/6 da pena) (segue)

3. Do Condenado e Do Internado

- Banho de sol de 2 (duas) horas por dia

- Visitas semanais de 2 (duas) horas

- Possibilidade para o preso provisório

-Somente pode ser determinada pelo Juiz da

Execução

4. Órgãos da Execução Penal

São órgãos da execução penal:

- o Juízo da Execução

- o Ministério Público

- o Conselho Penitenciário

- os Departamentos Penitenciários

- o Patronato

- o Conselho da Comunidade

- a Defensoria Pública

4. Órgãos da Execução Penal

Juízo da Execução

- Atribuições

4. Órgãos da Execução Penal

- Aplicar lei mais favorável

- Declarar extinta a punibilidade

4. Órgãos da Execução Penal

Decidir sobre:

-Soma ou Unificação de Penas

-Progressão

-Regressão de Regimes

-Detração

-Remição

4. Órgãos da Execução Penal

- Suspensão Condicional da Pena

- Livramento Condicional

- Incidentes da execução

4. Órgãos da Execução Penal

Cabe ainda ao Juízo da Execução determinar:

-A forma de cumprimento da pena restritiva de

direitos e fiscalizar sua execução

-A conversão da pena restritiva de direitos e de

multa em privativa de liberdade

-A conversão da pena privativa de liberdade em

restritiva de direitos

-A aplicação da medida de segurança

4. Órgãos da Execução Penal

- A revogação da medida de segurança

- A desinternação e o restabelecimento da

situação anterior

- O cumprimento de pena ou medida de

segurança em outra comarca

- A remoção do condenado para outra comarca

ou Estado da Federação

4. Órgãos da Execução Penal

- Zelar pelo cumprimento da pena ou medida de

segurança

- Inspecionar os estabelecimentos penais

- Interditar, no todo ou em parte os

estabelecimentos penais

- Compor e instalar o Conselho da Comunidade

- Emitir anualmente atestado de pena a cumprir

5. Dos Estabelecimentos Penais

- Dos estabelecimentos penais

(observações)

6. Da Execução das Penas em espécie

- Penas Privativas de Liberdade

- Penas Restritivas de Direitos

- Penas de Multa

(observações)

7. Da Execução das Medidas de Segurança

- Medidas de Segurança

(observações)

5. Recurso da Execução

De acordo com o art. 197 da LEP, das

decisões proferidas pelo Juiz das Execuções

cabe Agravo

fim

• A Lei 13.281/16 alterou o Código de Trânsito Brasileiro no que diz respeito ao cumprimento de pena em crimes de trânsito:

Aplicação da Pena no Código de Trânsito Brasileiro

• Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Código, nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes atividades:

Aplicação da Pena no Código de Trânsito Brasileiro

• I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito;

• II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que recebem vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados;

Aplicação da Pena no Código de Trânsito Brasileiro

• III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de acidentados de trânsito;

• IV - outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de vítimas de acidentes de trânsito.

fim

Aplicação da Pena no Código de Trânsito Brasileiro

ATUAÇÃO DA DEFESA NA EXECUÇÃO

Progressão de Regime

Dúvida acerca da presença dos requisitos

“Progressão de regime – Dúvida quanto aos requisitosdo réu – In dubio pro reo – Entendimento –Inteligência: art. 2.º da Lei das Execuções Penais – Noprocesso de execução onde existe dúvida quanto àsatisfação ou não dos requisitos do réu para aprogressão de regime, deve este ser favorecido, e nãoa sociedade, pois os princípios norteadores doprocesso de conhecimento também se aplicam naexecução. (RJDTACrim 13/29)

Do fechado para o Aberto

“Pena – Regime prisional – Progressão do regimefechado para o aberto – Cumprimento em regimefechado, de período relativo ao semi-aberto, em facede falta de vagas em estabelecimento adequado –Admissibilidade – Inteligência: art. 33, § 2.º, do CódigoPenal, art. 112 da Lei das Execuções Penais – Aprogressão no regime prisional deve ser gradativa. Amudança na progressão tem como condição básica ocumprimento de 1/6 da pena no regime inicial ouanterior, além do mérito do sentenciado. (segue)

No entanto, se o sentenciado já cumpriu no regimefechado o período da pena relativo ao regime semi-aberto a que tinha direito, isso por falta de vaga emestabelecimento adequado, e não pela ausência deméritos pessoais, é justo que seja promovido para oregime aberto, desde logo.” (TACrimSP – Agr. emExec. 539.807/1 – Órgão Julgador: 2.ª Câmara – Rel.Ribeiro Machado)

“Prisão-albergue – Sentenciado com bomcomportamento que já cumpriu mais de 1/6 da penaem regime fechado – Dificuldade de vaga em regimesemi-aberto – Desativação da Casa do Albergado nacomarca – Direito de progressão para o regime abertodomiciliar reconhecido. A ausência de vaga no regimeprisional semi-aberto não pode levar à conseqüênciade suportar o sentenciado, preenchidas as condições,o regime fechado, por outro lado, a desativação daCasa do Albergado torna lícita a concessão de (segue)

prisão-albergue domiciliar.” (TACrimSP – Agr. emExec. 477.917/4 – Órgão Julgador: 4.ª Câmara –Rel. Walter Theodósio – RJDTACrim 1/42)

Ementa: HABEAS CORPUS.EXECUÇÃO. PROGRESSÃO AO REGIME SEMI-ABERTO DEFERIDA,PELO JUÍZO DE EXECUÇÕES PENAIS, EM 04.04.2006. DECISÃOQUE TEVE O CUMPRIMENTO SOBRESTADO DIANTE DA NOTÍCIADA EXISTÊNCIA DE DOIS PROCESSOS ORIUNDOS DA COMARCADE NOVA IGUAÇU. DETERMINADO O DESARQUIVAMENTO DOSREFERIDOS PROCESSOS PARA AVERIGUAR O EFETIVOPREENCHIMENTO DOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOSPARA OBTENÇÃO DA PROGRESSÃODE REGIME, O PACIENTE JÁAGUARDA HÁ 2 ANOS E 8 MESES A SUA TRANSFERÊNCIA PARAO REGIME MAIS BENÉFICO. ALEGAÇÃO DA DEFESA DECONSTRANGIMENTO ILEGAL POR EXCESSO DE PRAZO, UMA VEZQUE O PACIENTE JÁ TEVE O PEDIDO

DE PROGRESSÃO DEFERIDO, MAS PERMANECE (segue)

NO REGIME FECHADO. CONSTRANGIMENTO ILEGALEVIDENCIADO. ORDEM CONCEDIDA, EM CONFORMIDADE COMO PARECER MINISTERIAL.1. Deferida a progressão ao regime semi-aberto, configuraconstrangimento ilegal a demora injustificada de 2 anos e 8meses para dar efetividade à aplicação do referido benefício,sob a alegação de existirem dois processos pendentes deapreciação no próprio Juízo da VEC. 2. Ordem concedida, emconformidade com o parecer ministerial, para que seja efetivadaa progressão deregime prisional, salvo se por outro motivo opaciente não dever permanecer no regime prisional anterior(STJ HC 85081-RJ-2007-0138692-1 - Data de publicação:19/12/2008)

AGRAVO EM EXECUÇÃO PROGRESSÃO AO REGIME SEMI-ABERTO DEFERIDA EM PRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃORECURSO MINISTERIAL AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA, NO PRESENTECASO, NÃO SE APRESENTA COMO IMPRESCINDÍVEL PARA AANÁLISE DO MÉRITO - PRESENÇA DOS REQUISITOS OBJETIVO ESUBJETIVO ? MANUTENÇÃO DA PROGRESSÃO CONCEDIDARECURSO IMPROVIDO. (TJSP – Agravo em Execução Penal - EP01935042020138260000 SP 0193504-20.2013.8.26.0000 - Datade publicação: 11/02/2014)

RECURSO DE AGRAVO - PROGRESSÃO AO REGIME SEMI-ABERTODEFERIDA PELO DR. JUIZ "A QUO" - IRRESIGNAÇÃO DOREPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. - NÃOACOLHIMENTO. - REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. - DECISÃOMANTIDA. Sentenciado que satisfaz o requisito temporalexigido. Exame criminológico favorável ao apenado, comrestrição no laudo psiquiátrico, que, por si só, não arma óbiceà progressão, face a presença de elementos subjetivos queautorizam a transferência ao regime semi-aberto. Recursoimprovido. Encontrado em: do Paraná, por unanimidade devotos, em negar provimento ao recurso, mantendo-seo regime semi-aberto (TJPR – Recurso de Agravo RECAGRAV656224 - Data de publicação: 07/05/1998)

“O estabelecimento de um regime de cumprimentode pena confere ao sentenciado direito subjetivo aodesconto na sistemática fixada, não constituindo estamera expectativa de direito. A Constituição daRepública de 5.10.1988 prevê, em dois incisos do art.5.º, direitos com especificidade para o sentenciado.No inc. XLVIII preceitua: ‘a pena será cumprida emestabelecimentos distintos, de acordo com a naturezado delito, a idade e o sexo do apenado’ e, nosubseqüente, o XLIX dispõe: ‘é assegurado aos presoso respeito à integridade física e moral’. (segue)

Adotou-se moderna sistemática penitenciária,alicerçada na constatação da possibilidade derecuperação do infrator. Daí os estágios, cujaexistência é concreta e fundada em lei. Ainobservância dos critérios de desconto, a par devulnerar direito subjetivo do condenado, representadescumprimento a preceitos de índole constitucional.E vem se admitindo constituir desrespeito àintegridade moral do sentenciado mantê-lo em regimefechado quando faz jus ao regime semi-aberto.Inadmissível o recolhimento do sentenciado ao regimefechado (segue)

para, só então, aguardar existência de vaga noestabelecimento penitenciário adequado. Osentenciado não responde pela ineficiência estatal.Inexistindo vaga, não pode ser constrangido adescontar o escarmento em regime de maiorseveridade. Tal circunstância exterioriza nítidaviolação de seus direitos e é reparável pelo habeascorpus” (RT 713/356).

Execução Provisória“Processual penal constitucional – Preso provisório(prisão especial) – Habeas corpus e agravo deexecução (Lei 7.210/84, art. 197) – Possibilidade deuso do primeiro, mesmo na pendência do segundo –O habeas corpus tem assento constitucional e podeser sempre utilizado, desde que, evidentemente,presentes seus requisitos (CF, art. 5.º, inc. LXVIII) –Decisão condenatória transitada em julgado para oMinistério Público – Direito ao exame criminológico –Writ concedido para que o impetrado ouça a comissãotécnica (segue)

de classificação antes de decidir. I – Os pacientesforam condenados a 14 anos de reclusão por peculatoe formação de bando. Regime inicial, o fechado.Recorreram de especial e extraordinário. A sentençatransitou em julgado para a acusação. Por possuíremdiploma de curso universitário, estão presos emquartel da Polícia Militar estadual. Como jácumpriram mais de um sexto da pena, requereram aoimpetrado (presidente do TJRJ) progressão prisional.Os pedidos foram indeferidos ao fundamento de quesão ‘presos provisórios’. Logo, não têm direito a(segue)

progredir prisionalmente. Foi concedida liminar paraque os pacientes fossem submetidos a examecriminológico. Após a realização deste, o impetradoteve os laudos como superficiais e feitos ao arrepio dalei. II – Ainda que ‘presos provisórios’, os pacientestêm, em tese, direito à progressão prisional. Nãopodem ser penalizados por terem utilizado derecursos excepcionais (CF, art. 5.º, LV). De qualquersorte, a decisão condenatória já transitou em julgadopara a acusação. As penas, assim, não têm como seragravadas. (segue)

A LEP também se aplica ao ‘preso provisório’ (art.2.º, parágrafo único). Desse modo, os pacientes têmdireito ao exame criminológico, o qual deve serencaminhado à comissão técnica de classificaçãopara que ela, nos termos do art. 112 da LEP,encaminhe a conclusão ao impetrado para que ele,motivadamente, defira ou não os pedidos deprogressão. III – Ordem concedida para que oimpetrado ouça, antes, a comissão técnica declassificação.” (STJ – HC 2600/RJ – Órgão Julgador:6.ª Turma – Rel. Min. Adhemar Maciel)

Remição

Contagem para outros benefícios

"Pela interpretação mais benéfica, portanto, aremição deve ser considerada penaefetivamente cumprida, abreviando não só otermo final da pena como também o lapsonecessário para a obtenção de benefícios,especialmente a progressão, o livramentocondicional e o indulto" (TJSP - Agravo emexecução n° 0529111-26.2010.8.26.0000, rel.Des. Xavier de Souza, v.u., julgado em30/03/2011)

"A apuração dos dias remidos como pena efetivamentecumprida justifica-se na interpretação mais benéficado artigo 126 da LEP, que confere aos dias trabalhadospelo apenado o caráter de pena efetivamenteexecutada, devendo ser acrescidos, portanto, ao tempode pena já cumprido, para efeito de integrar o lapsopara obtenção de benefícios em sede de execuçãopenal - Conclusão que está em consonância com ainterpretação dos artigos 126 e 128 da LEP (segue)

com o próprio escopo do instituto da remição -Entendimento doutrinário e jurisprudencial no mesmosentido..." (TJSP - Agravo em execução n° 0464146-39.2010.8.26.0000, 15a Câmara Criminal do Tribunalde Justiça, rel. Des. Amado de Faria, v.u., julgado em28/04/2011)

HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO. FALTA DE CABIMENTO.EXECUÇÃO PENAL. REMIÇÃO DA PENA. ESTUDO. ART. 126 DALEI N. 7.210 /1984. FREQUÊNCIA MÍNIMA EAPROVEITAMENTO ESCOLAR. EXIGÊNCIAS INEXISTENTES NANORMA. 1. O remédio constitucional tem suas hipóteses decabimento restritas e não deve ser utilizado a fim de provocara discussão de temas afetos a apelação criminal, a recursoespecial, a agravo em execução, tampouco deve vir comosucedâneo de revisão criminal. 2. Apesar de tal orientação,nada impede que o Superior Tribunal de Justiça expeça ordemde ofício como forma de afastar eventual constrangimentoilegal. 3. Inexistente na norma de regência a exigência defrequência mínima obrigatória no curso e de aproveitamentoescolar satisfatório, não cabe ao intérprete estabelecerressalvas relativas à assiduidade e ao (segue)

aproveitamento do estudo como sendo requisitos necessários parao deferimento da remição. 4. A contagem de tempopara remição da pena, pela frequência a curso de ensino formal,deve ocorrer à razão de 1 (um) dia de pena para cada 12 (doze)horas de estudo (art. 126 , § 1º , inciso I , da Lei de ExecuçõesPenais , com redação conferida pela Lei nº 12.433 /2011)- HC n.210.202/RS, Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe 16/11/2012. 5.Habeas corpus não conhecido. Ordem expedida de ofício, paradeterminar que o Juízo das execuções analise o pedido do benefícioda remição por estudo sem a exigência de comprovação doaproveitamento do curso e de assiduidade, nos termos do art. 126 ,§ 1º , I , da Lei de Execução Penal : 1 (um) dia de pena a cada 12(doze) horas de frequência escolar - atividade de ensinofundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ouainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3(três) dias. (STJ - HABEAS CORPUS : HC 289382 RJ 2014/0042842-2- Data de publicação: 28/04/2014)

AGRAVO REGIMENTAL EM HABEASCORPUS. REMIÇÃO DA PENAPELO TRABALHO. SOMATÓRIO DE6 (SEIS) HORAS EXTRAS QUE DEVE CORRESPONDER A 1 (UM)DIA DE LABOR E NÃO A 1 (UM) DIA DE PENAREMIDA.RECURSO MINISTERIAL PROVIDO. 1. O período de atividadelaboral do apenado que exceder o limite máximo da jornadade trabalho (8 horas) deve ser computado para finsde remição, de forma que a cada 6 (seis) horas extrasrealizadas equivalha a 1 (um) dia de trabalho. 2. Agravoprovido a fim de que a cada 6 (seis) horas extras trabalhadaspelo paciente corresponda a 1 (um) dia de trabalho para finsde remição da pena (STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO HABEASCORPUS : AgRg no HC 196715 RS 2011/0026060-0 - Data depublicação: 22/08/2013)

HABEAS CORPUS. REMIÇÃO DA PENA PELO TRABALHO.RETROATIVIDADE DA LEI 12.433 /2011. ORDEM CONCEDIDA. 1. Oinstituto da remição é de nítido caráter penal. Instituto que, paramaior respeito à finalidade reeducativa da pena, constituisuperlativo incentivo à aceitação daquilo que, discursivamente,nossa Lei de Execução Penal chama de “programa individualizadorda pena privativa de liberdade” (art. 6º da Lei 7.210 /1984).A remição premia o apenado que se revela capaz de disciplina e,nessa vertente, valoriza o trabalho. Trabalho que a ConstituiçãoFederal promoveu às categorias de princípio fundamental daRepública Federativa do Brasil (inciso IV do art. 1º) e de pilar daordem social brasileira (art. 193). Sendo certo que a ulteriorredação do art. 127 da Lei de Execução Penal (segue)

desvalorizava aquilo que a Constituição qualifica sobremaneira. 2.A resposta estatal à indisciplina carcerária é de incorporar um juízode graduação da falta, mesmo grave, para, se for o caso,proporcionalizar as consequências dela advindas. Isso emhomenagem à garantia da individualização da pena, já na faseintramuros penitenciários. 3. O comando que se lê no inciso XL doart. 5º da Constituição Federal faz da retroação da norma penalmais benéfica um direito que assiste a todo réu ou pessoa jápenalmente condenada. Com o que a retroatividade benignaopera de pronto, por mérito da Constituição mesma. Constituiçãoque se põe, então, como o único fundamento de validade daretroação penal da norma de maior teor benfazejo. É como dizer:se a benignidade está na regra penal, a retroação eficacial está naConstituição mesma. 4. Ordem concedida. (STF - HABEAS CORPUS: HC 110317 MS - Data de publicação: 13/04/2012)

SURSIS

Período de prova“Habeas corpus – Sursis – Período de prova –Fixação acima do mínimo legal – Necessidade defundamentação – Constituição Federal (art. 93, IX)– Inobservância – Ordem concedida. O órgãojudiciário sentenciante tem o dever de motivar oseu pronunciamento quanto à concessão oudenegação do benefício da suspensão condicionalda pena. A exigência de motivação dos atosjurisdicionais constitui, hoje, postuladoconstitucional inafastável que traduz, em suaconcepção básica, poderoso fator de limitação(segue)

do próprio poder estatal, além de constituirinstrumento essencial de respeito e proteção àsliberdades públicas. Atos jurisdicionais quedescumpram a obrigação constitucional deadequada motivação decisória são atos estataisnulos. A estipulação, no sursis, do período de provaem limites ‘superiores’ ao mínimo legal não pode ser‘arbitrariamente’ fixada pelos Juízes ou Tribunais,que deverão, para esse efeito, indicar,necessariamente, os motivos de sua decisão, sobpena de caracterização de injusto constrangimentoao estado de liberdade dos réus condenados.(segue)

Magistério da doutrina e da jurisprudência.” (STF –HC 68422-0 – Rel. Min. Celso de Mello)

Crimes Hediondos

“Tentativa de estupro – Pena base fixada em seumínimo legal de seis (06) anos de reclusão – Em faceda norma do art. 14, inciso II, do Código Penal,minorada em 1/3 e tornada definitiva em quatro (04)anos de reclusão – A alusão na respeitável sentençarecorrida a que ‘o crime não se consumou por motivosalheios à vontade do agente, a saber, a chegada deterceira pessoa ao local’ não caracterizafundamentação, pois a própria lei estabelece quecaracteriza-se o crime tentado quando sua (segue)

consumação foi impossibilitada por circunstânciasalheias à vontade do réu – Ausente a fundamentação,deve ser aplicada a redução máxima. Satisfeitos pelocondenado os requisitos objetivos e subjetivos do art.77 do Código Penal, é imperativa a concessão dasuspensão condicional da pena. O art. 2.º, incisos I e II,da Lei federal 8.072/90, que trata de crimesconsiderados hediondos, inviabiliza a anistia, a graça eo indulto, a fiança e a liberdade provisória, mas nãoveda o sursis, quando presentes os requisitos (segue)

objetivos e subjetivos para a sua concessão.” (TJPR– Emb. Decl. 10261 – Órgão Julgador: 1.ª CâmaraCriminal – Rel. Des. Osíris Fontoura)

“Suspensão condicional da pena – Concessão –Tentativa de Estupro – Requisitos legais preenchidosnão obstante o disposto no § 1.º do art. 2.º da Lei8.072/90 – A suspensão condicional da pena não foivedada, a exemplo do ocorrido com a anistia, a graça eindulto. O que o § 1.º do art. 2.º parece vedar é aprogressão criminosa nos regimes prisionais, comoassinala o Dr. Procurador de Justiça Antonio ScaranceFernandes (RT 660/261), admitindo a possibilidade dasuspensão a determinados delitos (segue)

previstos na lei especial, inclusive tentativa deestupro.” (TJSP – Ap. – Rel. Des. BentoMascarenhas – RJTJ 134/417)

HABEAS CORPUS. LESÃO CORPORAL. CONCESSÃO DE SURSIS.POSSIBILIDADE. PENA BASE FIXADA NO MÍNIMO LEGAL: 1 ANO.CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS FAVORÁVEIS. RÉU PRIMÁRIO.CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. PARECER DO MPFPELA DENEGAÇÃO DA ORDEM. ORDEM CONCEDIDA, NOENTANTO, PARA POSSIBILITAR A SUSPENSÃO CONDICIONAL DAPENA AO PACIENTE, MEDIANTE AS CONDIÇÕES A SEREMESTABELECIDAS PELO JUIZ DA EXECUÇÃO. 1. O réu foi condenadoà pena mínima de 1 ano, sua conduta social foi consideradaadequada pelo Juiz de primeiro grau, além de ser tecnicamenteprimário. 2. O fato de o réu se embriagar nos fins de semana nãoé, por si só, suficiente para obstar o deferimento do sursis, vistoque as outras circunstâncias judiciais pesam favoravelmenteà concessão do benefício almejado. Precedentes. (segue)

3. Parecer ministerial pela denegação da ordem. 4. Ordemconcedida para possibilitar a suspensão condicional da pena aopaciente, mediante as condições a serem estabelecidas pelo Juizda Execução. (STJ - HABEAS CORPUS : HC 138703 RJ2009/0110740-8 - Data de publicação: 30/11/2009)

Trabalho Externo

“A execução da pena no regime inicial, semi-aberto, confere ao condenado o direito de conviverem sociedade, como no trabalho externo”. (STJ –RHC 649-RJ – Rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro)

“Admite-se o trabalho externo a condenado aoregime semi-aberto, independentemente documprimento de 1/6 da pena, em função dascondições favoráveis verificadas”. (STJ – HC 11.845-RS – Rel. Min. Gilson Dipp)

EXECUÇÃO PENAL. REGIME INICIAL SEMIABERTO.TRABALHO EXTERNO. 1. A exigência objetiva de préviocumprimento do mínimo de um sexto da pena, segundo areiterada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, não seaplica aos presos que se encontrem em regime inicialsemiaberto. Diversos fundamentos se conjugam para amanutenção desse entendimento. 2. A aplicação do requisitotemporal teria o efeito de esvaziar a possibilidadede trabalho externo por parte dos apenados em regime inicialsemiaberto. Isso porque, após o cumprimento de 1/6 da pena,esses condenados estarão habilitados à progressão para oregime aberto, que tem no trabalho externo (segue)

uma de suas características intrínsecas. 3. A interpretaçãojurídica não pode tratar a realidade fática com indiferença,menos ainda quando se trate de definir o regime decumprimento das penas privativas de liberdade. No caso, sãograves e notórias as deficiências do sistema prisional. Nestecenário, sem descurar dos deveres de proteção que o Estadotem para com a sociedade, as instituições devem prestigiar osentendimentos razoáveis que não sobrecarreguem ainda mais osistema, nem tampouco imponham aos apenados situaçõesmais gravosas do que as que decorrem da lei e das condenaçõesque sofreram. 4. A inaplicabilidade do requisito temporal para odeferimento de trabalho externo não significa, (segue)

naturalmente, que a sua concessão deva ser automática.Embora a Lei de Execução Penal seja lacônica quanto aosrequisitos pertinentes, é intuitivo que a medida é condicionada:(i) pela condição pessoal do apenado, que deve ser compatívelcom as exigências de responsabilidade inerentes à autorizaçãopara saída do estabelecimento prisional; e (ii) pela adequaçãodo candidato a empregador. 5. Inexiste vedação legalao trabalho externo em empresa privada, que deve ser admitidosegundo critérios uniformes, aplicáveis a todos os condenados.O art. 34 , § 2º , da Lei de Execução Penal –que prevê acelebração de convênio com a iniciativa... Encontrado em: /6 dapena para concessão de trabalho externo, vencido, (segue)

no ponto, o Ministro Celso de Mello..., e, por unanimidade,autorizar o agravante a realizar trabalho externo, tudo nostermos do voto do Relator. Votou... sobre concessão detrabalho externo. Ausente, justificadamente, o Ministro JoaquimBarbosa (STF - AG.REG. NO TRABALHO EXTERNO NAEXECUÇÃO PENAL : EP 2 DF - - Data de publicação:29/10/2014)

HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL.DESCABIMENTO. EXECUÇÃO DA PENA. REGIME SEMIABERTO.CASSAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO PARA TRABALHO EXTERNO.AUSÊNCIA DE REQUISITO OBJETIVO. PRESCINDIBILIDADE DOCUMPRIMENTO DE 1/6 DA PENA. CONSTRANGIMENTO ILEGALCONFIGURADO. 1. É assente o entendimento desta Corte nosentido de ser desnecessário o cumprimento de 1/6 (um sexto)da pena, no mínimo, para a concessão do benefíciodo trabalho externo ao condenado a cumprir a reprimenda noregime semiaberto, desde que satisfeitos os demais requisitosnecessários, de natureza subjetiva. 2. A exigência documprimento de 1/6 da pena para a concessão (segue)

da benesse do trabalho externo aos que se encontram noregime semiaberto configura constrangimento ilegal sanável, deofício. 3. Habeas corpus concedido, de ofício, para cassar oacórdão impugnado e restabelecer a decisão do Juízo dasExecuções Criminais. (STJ - HABEAS CORPUS : HC 282192 RS2013/0377561-6 - Data de publicação: 22/05/2014)

Livramento Condicional

Direito Subjetivo“Livramento condicional – Direito subjetivo do agente –Instituto filiado à escola do fim utilitário da pena –Requisitos para sua concessão – Verificação da vidacarcerária do condenado, não seu passado ou suascaracterísticas psicológicas decorrentes de suanatureza, preexistentes ao início da execução da pena –‘O livramento condicional é medida de fundo nãoinstitucional, restritiva da liberdade de locomoção. Éforma de execução da pena privativa de liberdade. Porser forma mais branda de cumprimento da sanção(segue)

penal, constitui-se em direito subjetivo público doagente. As características do instituto, no lastro daescola de fim utilitário da pena, adotada no nossopaís, indicam que o importante a verificar, quanto àpresença ou ausência dos requisitos para suaconcessão, é a vida carcerária do condenado, nãoseu passado ou suas características psicológicasdecorrentes de sua natureza, preexistentes aoinício da execução da pena’.” (TARS – Ap. – Rel.Vladimir Giacomuzzi – RT 705/367)

“Livramento condicional – Admissibilidade –Pressupostos – Arts. 83, II e III, do Código Penal. –Para a concessão do benefício do livramentocondicional, basta o preenchimento de um dosrequisitos exigidos no art. 83 do Código Penal. Se ocondenado, portador de maus antecedentes,cumpriu metade das penas, faz jus ao benefício, porser mesmo um direito do sentenciado, e não merafaculdade do Juiz das execuções. – recurso provido.”(TJPR – Recurso de Ag. 10112 – Órgão Julgador: 1.ªCâmara Criminal – Rel. Des. Osíris Fontoura)

Extinção

“Habeas Corpus – Livramento condicional – Práticade nova infração durante o período de prova –Ausência de decisão determinando a suspensãocautelar do curso do livramento condicional –Impossibilidade de reconhecimento após o termofinal da suspensão – Ordem concedida. 1. Findo operíodo de prova, sem revogação ou suspensão dolivramento condicional , há que se reconhecer aextinção da pena. (segue)

2. O retardamento indevido da decisão que julgueextinta a pena não pode desconstituir o efeitoanteriormente consumado, à falta de revogação oususpensão do benefício: Precedentes. 3. Ordemconcedida”. (STF – Descrição: habeas corpus –Número: 94580 – Julgamento: 30.09.2008 – Rel.Min. Cármen Lúcia – primeira turma)

Requisitos

“Habeas Corpus – Livramento condicional – Art. 83, II,do CP – Requisito objetivo – Fuga do estabelecimentoprisional – Art. 50, II, da LEP. I – O que o art. 83, II, doCP, exige, para fins de atendimento de requisitoobjetivo para obtenção do benefício do livramentocondicional , é o cumprimento de metade da pena totalimposta ao sentenciado. Entender-se que a prática defalta grave, consistente na evasão do estabelecimentoprisional, (segue)

obriga o sentenciado ao cumprimento de metade dapena restante para fins de concessão do livramentocondicional , é criar requisito objetivo não previsto emlei. II – O tão-só cumprimento do requisito objetivoprevisto no art. 83, II, do CP, não autoriza que osentenciado permaneça em liberdade durante o períodode apreciação dos demais requisitos necessários àobtenção do livramento condicional. Writ parcialmenteconcedido”. (STJ – Acórdão: HC 25549/RJ(200201563940) – 494266 HC – Quinta Turma – Rel.:Min. Felix Fischer)

EXECUÇÃO PENAL. HABEASCORPUS. LIVRAMENTO CONDICIONAL. COMETIMENTO DE NOVODELITO NO CURSO DO BENEFÍCIO. DECISÃO DE PRORROGAÇÃOAPÓS O TÉRMINO DO PERÍODO DE PROVA. IMPOSSIBILIDADE. I -Cabe ao Juízo da Vara de Execuções Penais, nos termos do art.145 da LEP, quando do cometimento de novo delito no períododo livramentocondicional, suspender cautelarmente a benesse,durante o período de prova, para, posteriormente, revogá-la, emcaso de condenação com trânsito em julgado. II - Expirado oprazo do livramento condicional sem a sua suspensão ouprorrogação (art. 90 do CP), a pena é automaticamente extinta,sendo flagrantemente ilegal a sua revogação posterior ante aconstatação do cometimento de delito durante (segue)

o período de prova. (Precedentes do STJ e do STF). III - In casu,não houve a suspensão cautelardo livramento condicional durante o seu curso, inexistindo,portanto, qualquer obstáculo para se reconhecer a extinção dapena, nos termos do art. 90 do Código Penal. Habeas corpusconcedido. (STJ - HABEAS CORPUS : HC 279405 SP2013/0342984-0 - Data de publicação: 27/11/2014)

fim

PRINCIPAIS SÚMULAS DO STF

• Súmula Vinculante 56

• A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.

1. Análise das Súmulas

Súmula Vinculante 26

PARA EFEITO DE PROGRESSÃO DE REGIME NO CUMPRIMENTO DE PENA POR CRIME HEDIONDO, OU EQUIPARADO, O JUÍZO DA EXECUÇÃO OBSERVARÁ A INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 2º DA LEI N. 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990, SEM PREJUÍZO DE AVALIAR SE O CONDENADO PREENCHE, OU NÃO, OS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS DO BENEFÍCIO, PODENDO DETERMINAR, PARA TAL FIM, DE MODO FUNDAMENTADO, A REALIZAÇÃO DE EXAME CRIMINOLÓGICO.

1. Análise das Súmulas

Súmula 719

A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA PERMITIR EXIGE MOTIVAÇÃO IDÔNEA

1. Análise das Súmulas

Súmula 718

A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA.

1. Análise das Súmulas

Súmula 716

ADMITE-SE A PROGRESSÃO DE REGIME DE CUMPRIMENTO DA PENA OU A APLICAÇÃO IMEDIATA DE REGIME MENOS SEVERO NELA DETERMINADA, ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA.

1. Análise das Súmulas

Súmula 700

É de 5 (cinco) dias o prazo para a interposição de agravo contra decisão do juiz da execução penal

1. Análise das Súmulas

Súmula 611

Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação da lei mais benigna.

1. Análise das Súmulas

Súmula 499

NÃO OBSTA À CONCESSÃO DO "SURSIS" CONDENAÇÃO ANTERIOR À PENA DE MULTA.

1. Análise das Súmulas

PRINCIPAIS SÚMULAS DO STJ

Súmula 562

É possível a remição de parte do tempo de execução da pena quando o condenado, em regime fechado ou semiaberto, desempenha atividade laborativa, ainda que extramuros.

1. Análise das Súmulas

Súmula 545

Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no art. 65, III, d, do Código Penal.

1. Análise das Súmulas

• Súmula 535

A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto.

1. Análise das Súmulas

• Súmula 534

A prática de falta grave interrompe a contagem doprazo para a progressão de regime de cumprimentode pena, o qual se reinicia a partir do cometimentodessa infração.

1. Análise das Súmulas

• Súmula 533

Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é

imprescindível a instauração de procedimentoadministrativo pelo diretor do estabelecimento

prisional, assegurado o direito de defesa, a serrealizado por advogado constituído ou defensorpúblico nomeado

1. Análise das Súmulas

• Súmula 527

O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.

1. Análise das Súmulas

• Súmula 526

O reconhecimento de falta grave decorrente docometimento de fato definido como crime dolosono cumprimento da pena prescinde do trânsito emjulgado de sentença penal condenatória noprocesso penal instaurado para apuração do fato.

1. Análise das Súmulas

• Súmula 520

O benefício de saída temporária no âmbito daexecução penal é ato jurisdicional insuscetível dedelegação à autoridade administrativa doestabelecimento prisional.

1. Análise das Súmulas

Súmula 491

É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.

1. Análise das Súmulas

Súmula 471

Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional.

1. Análise das Súmulas

Súmula 444

É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.

1. Análise das Súmulas

Súmula 443

O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente

para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes.

1. Análise das Súmulas

Súmula 441

A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional.

1. Análise das Súmulas

Súmula 440

Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção

imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.

1. Análise das Súmulas

Súmula 439

Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada.

1. Análise das Súmulas

Súmula 269

É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.

1. Análise das Súmulas

Súmula 192

Compete ao juízo das execuções penais do estado a execução das penas impostas a sentenciados pela justiça federal, militar ou eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a administração estadual.

fim

1. Análise das Súmulas

PRÁTICA

AGRAVO EM EXECUÇÃO

Excelentíssimo Senhor Doutor

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara das Execuções Criminais*

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara das Execuções Criminais* da Comarca de ...

Autos n. ...

Fulano,

Fulano, qualificado nos autos em epígrafe,

Fulano, qualificado nos autos em epígrafe, por seuadvogado ao final firmado, vem respeitosamente àpresença de V. Ex.a, não se conformando com a r. decisãoque ...*,

Fulano, qualificado nos autos em epígrafe, por seuadvogado ao final firmado, vem respeitosamente àpresença de V. Ex.a, não se conformando com a r. decisãoque ...*, da mesma interpor AGRAVO EM EXECUÇÃO, nostermos do art. 197 da Lei de Execução Penal e Súmula 700do Supremo Tribunal Federal.

Fulano, qualificado nos autos em epígrafe, por seuadvogado ao final firmado, vem respeitosamente àpresença de V. Ex.a, não se conformando com a r. decisãoque ...*, da mesma interpor AGRAVO EM EXECUÇÃO, nostermos do art. 197 da Lei de Execução Penal e Súmula 700do Supremo Tribunal Federal.

Outrossim, caso V. Ex.a não entenda em se retratar,

Fulano, qualificado nos autos em epígrafe, por seuadvogado ao final firmado, vem respeitosamente àpresença de V. Ex.a, não se conformando com a r. decisãoque ...*, da mesma interpor AGRAVO EM EXECUÇÃO, nostermos do art. 197 da Lei de Execução Penal e Súmula 700do Supremo Tribunal Federal.

Outrossim, caso V. Ex.a não entenda em se retratar,requer que as razões anexas sejam encaminhadas ao E.Tribunal de Justiça* de ...

Fulano, qualificado nos autos em epígrafe, por seuadvogado ao final firmado, vem respeitosamente àpresença de V. Ex.a, não se conformando com a r.decisão que ...*, da mesma interpor AGRAVO EMEXECUÇÃO, nos termos do art. 197 da Lei de ExecuçãoPenal e Súmula 700 do Supremo Tribunal Federal.Outrossim, caso V. Ex.a não entenda em se retratar,requer que as razões anexas sejam encaminhadas ao E.Tribunal de Justiça* de ...Termos em quePede deferimento.Local, data.Advogado (a)OAB ...

RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO

RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO

Agravante: Fulano

Agravada: Justiça Pública*

RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO

Agravante: Fulano

Agravada: Justiça Pública

Egrégio Tribunal de Justiça*

Colenda Câmara

Doutos Julgadores

Fatos

“contar o histórico”

Direito

“Desenvolver as teses”

Pedido

Diante do exposto,

Pedido

Diante do exposto, requer que seja dado provimentoao agravo para

Pedido

Diante do exposto, requer que seja dado provimentoao agravo para reformar a decisão e ...*,

Pedido

Diante do exposto, requer que seja dado provimentoao agravo para reformar a decisão e ...*, como medidade justiça.

Pedido

Diante do exposto, requer que seja dado provimentoao agravo para reformar a decisão e ...*, como medidade justiça.

Local, data.

Advogado(a)

OAB ...

PEDIDO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL

Excelentíssimo Senhor Doutor

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara das Execuções Criminais*

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara das Execuções Criminais* da Comarca de ...

Autos n. ...

Fulano,

Fulano, qualificado nos autos em epígrafe,

Fulano, qualificado nos autos em epígrafe, por seuadvogado ao final firmado,

Fulano, qualificado nos autos em epígrafe, por seuadvogado ao final firmado, vem respeitosamente àpresença de V. Ex.a requerer o LIVRAMENTOCONDICIONAL,

Fulano, qualificado nos autos em epígrafe, por seuadvogado ao final firmado, vem respeitosamente àpresença de V. Ex.a requerer o LIVRAMENTOCONDICIONAL, nos termos do art. 66, III, “e” da Lei7210/84, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

Fatos

“contar o histórico”

Direito

“Demonstrar que o requerente é merecedor do benefício (cumpre os requisitos do art. 83 do CP)”

Pedido

Diante do exposto,

Pedido

Diante do exposto, requer que seja concedido olivramento condicional,

Pedido

Diante do exposto, requer que seja concedido olivramento condicional, com a expedição de carta delivramento,

Pedido

Diante do exposto, requer que seja concedido olivramento condicional com a expedição de carta delivramento, como medida de justiça.

Pedido

Diante do exposto, requer que seja concedido olivramento condicional com a expedição de carta delivramento, como medida de justiça.

São Paulo*, ___ de _______________ de ___

AAAAAAAAAAA

OAB 000000

PEDIDO DE PROGRESSÃO DE REGIME

Excelentíssimo Senhor Doutor

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara das Execuções Criminais*

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara das Execuções Criminais* da Comarca de ...

Autos n. ...

Fulano,

Fulano, qualificado nos autos em epígrafe,

Fulano, qualificado nos autos em epígrafe, por seuadvogado ao final firmado,

Fulano, qualificado nos autos em epígrafe, por seuadvogado ao final firmado, vem respeitosamente àpresença de V. Ex.a

Fulano, qualificado nos autos em epígrafe, por seuadvogado ao final firmado, vem respeitosamente àpresença de V. Ex.a requerer a PROGRESSÃO do regime_____ para o regime ______,

Fulano, qualificado nos autos em epígrafe, por seuadvogado ao final firmado, vem respeitosamente àpresença de V. Ex.a requerer a PROGRESSÃO do regime_____ para o regime ______, nos termos do art. 66, III,“b” da lei 7.210/84,

Fulano, qualificado nos autos em epígrafe, por seuadvogado ao final firmado, vem respeitosamente àpresença de V. Ex.a requerer a PROGRESSÃO do regime_____ para o regime ______, nos termos do art. 66, III,“b” da lei 7.210/84, pelos fatos e fundamentos a seguirexpostos.

Fatos

“contar o histórico”

Direito

“Demonstrar que o requerente é merecedor da progressão (cumpre os requisitos do art. 112 da LEP*)”

Pedido

Diante do exposto,

Pedido

Diante do exposto, requer que seja concedido aprogressão

Pedido

Diante do exposto, requer que seja concedido aprogressão do regime ____ para o regime _____,

Pedido

Diante do exposto, requer que seja concedido aprogressão do regime ____ para o regime _____, comomedida de Justiça !

Pedido

Diante do exposto, requer que seja concedido aprogressão do regime ____ para o regime _____, comomedida de Justiça !

São Paulo*, ___ de _____________ de ____.

AAAAAAAAAAAAAA

OAB n. 0000000