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Pós – Penal e Processo Penal Legale

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Pós – Penale Processo Penal

Legale

EXECUÇÃO PENAL

1. LEP - Estrutura

A LEP – Lei das Execuções Penais é

estruturada da seguinte forma:

- Do objeto e aplicação da LEP

- Do condenado e do internado

- Dos órgãos da execução penal

- Dos estabelecimentos penais

1. LEP - Estrutura

- Da execução das penas em espécie

- Da execução das medidas de segurança

- Dos incidentes da execução

- Do procedimento Judicial

2. Objeto e Aplicação

O Grande objetivo da LEP é efetivar a sentença,

fiscalizando o seu cumprimento pelo sistema

progressivo (ou Inglês) de reintegração social

2. Objeto e Aplicação

A T E N Ç Ã O

2. Objeto e Aplicação

As disposições da LEP também se aplicam aos

presos provisórios, ao condenado pela Justiça

Eleitoral e ao Condenado pela Justiça Militar,

quando recolhidos a estabelecimento sujeito à

jurisdição ordinária

ATENÇÃO

STJ Súmula nº 192 - 25/06/1997 - DJ

01.08.1997 - Competência - Execução Penal

- Estabelecimentos Sujeitos à Administração

Estadual - Compete ao Juízo das Execuções

Penais do Estado a execução das penas

impostas a sentenciados pela Justiça

Federal, Militar ou Eleitoral, quando

recolhidos a estabelecimentos sujeitos à

administração estadual.

3. Do Condenado e Do Internado

Classificação:

A Comissão Técnica de Classificação elaborará

programa individualizador, segundo os

antecedentes e personalidade do condenado

3. Do Condenado e Do Internado

A Lei 13.167/15 dispõe sobre a separação de

presos:

Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes critérios:

I - acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados;

II - acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;

III - acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos dos apontados nos incisos I e II.

3. Do Condenado e Do Internado

Os presos condenados ficarão separados de acordo com os seguintes critérios:

I - condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados;

II - reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;

III - primários condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;

IV - demais condenados pela prática de outros crimes ou contravenções em situação diversa das previstas nos incisos I, II e III.

O preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica ameaçada pela convivência com os demais presos ficará segregado em local próprio.

3. Do Condenado e Do Internado

Assistência:

A assistência ao condenado será:

3. Do Condenado e Do Internado

- Material (alimentação, vestuário e instalações

higiênicas)

- À Saúde (atendimento médico, farmacêutico e

odontológico)

- Jurídica (assistência jurídica integral e gratuita)

3. Do Condenado e Do Internado

- Educacional (instrução escolar e formação

profissional)

- Social (amparar o preso ou internado e

prepará-lo para o retorno à liberdade)

- Religiosa (liberdade de culto)

- Ao Egresso (Orientação, Apoio, Alimentação e

Alojamento – 2 meses)

3. Do Condenado e Do Internado

A Lei 13.163/15 (dispõe sobre o ensino nas

penitenciárias): O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação profissional de nível médio, será implantado nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua universalização.

O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e será mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não só com os recursos destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária.

3. Do Condenado e Do Internado

Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos supletivos de educação de jovens e adultos.

A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em seus programas de educação à distância e de utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às presas.”

. O censo penitenciário deverá apurar:

I - o nível de escolaridade dos presos e das presas;

II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número de presos e presas atendidos;

III - a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas atendidos; (segue)

3. Do Condenado e Do Internado

IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo;

V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos e presas.”

3. Do Condenado e Do Internado

Trabalho

- Finalidade educativa e produtiva

-Direito a Salário (descontado indenização,

assistência à família, despesas pessoais,

ressarcimento ao Estado por conta da sua

manutenção)

- Jornada de de 6 a 8 hs com descanso aos

domingos e feriados

3. Do Condenado e Do Internado

O trabalho pode ser

- Interno

- Externo

3. Do Condenado e Do Internado

Deveres do Preso:

- Comportamento disciplinado

- Cumprimento da sentença

- Obediência ao servidor e respeito a qualquer

pessoa

3. Do Condenado e Do Internado

- Urbanidade e Respeito no trato com os demais

condenados

- Indenização à vítima

- Indenização ao Estado

- Higiene Pessoal e Asseio da cela

- Conservação aos objetos de uso pessoal

3. Do Condenado e Do Internado

Direitos do Preso:

- Alimentação suficiente

- Vestuário

- Previdência Social

- Constituição de pecúlio

- Proporcionalidade

(trabalho/descanso/recreação)

- Atividades profissionais, intelectuais, artísticas

e desportivas

3. Do Condenado e Do Internado

- Assistência (material, à saúde, jurídica,

educacional, social e religiosa)

- Proteção contra o sensacionalismo

- Entrevista pessoal e reservada com advogado

- Visita

3. Do Condenado e Do Internado

- Chamamento nominal

- Igualdade de Tratamento

- Audiência com o Diretor do Estabelecimento

- Direito de Petição

- Contato com o mundo exterior

(correspondência escrita, leitura e outros meios

de informação)

- Atestado de pena a cumprir

3. Do Condenado e Do Internado

Da disciplina

- consiste na colaboração com a ordem, na

obediência às determinações e no desempenho

no trabalho

3. Do Condenado e Do Internado

As faltas disciplinares se classificam em:

- Leves

- Médias

- Graves

3. Do Condenado e Do Internado

Comete falta grave o condenado que:

-Incitar ou participar de rebelião

-Fugir

-Possuir indevidamente objeto que possa servir

de arma

3. Do Condenado e Do Internado

-Provocar acidente do trabalho

-Descumprir as condições do regime aberto

-Faltar com obediência às autoridades e respeito

a todos

-Possuir aparelho telefônico ou similar

3. Do Condenado e Do Internado

O Condenado à pena restritiva de direito

também pode cometer falta grave, quando:

- Descumprir ou retardar, injustificadamente, a

restrição imposta

- Faltar com obediência às autoridades e

respeito a todos

3. Do Condenado e Do Internado

RDD – Regime Disciplinar Diferenciado

Quando a falta grave subverter a ordem ou

quando houver suspeita de envolvimento em

organização criminosa, o agente poderá ser

inserido no RDD

3. Do Condenado e Do Internado

RDD – Regime Disciplinar Diferenciado

Não se trata de um novo regime e sim de uma

forma mais rigorosa de cumprir o regime fechado

3. Do Condenado e Do Internado

RDD – Regime Disciplinar Diferenciado

Tem por principais características:

- Isolamento noturno e diurno

-Duração máxima de 360 dias renováveis (não

pode ultrapassar 1/6 da pena) (segue)

3. Do Condenado e Do Internado

- Banho de sol de 2 (duas) horas por dia

- Visitas semanais de 2 (duas) horas

- Possibilidade para o preso provisório

-Somente pode ser determinada pelo Juiz da

Execução

3. Do Condenado e Do Internado

As sanções disciplinares são:

- Advertência verbal

- Suspensão ou restrição de direitos

- Isolamento na própria cela

- Inclusão no RDD

4. Órgãos da Execução Penal

São órgãos da execução penal:

- o Juízo da Execução

- o Ministério Público

- o Conselho Penitenciário

- os Departamentos Penitenciários

- o Patronato

- o Conselho da Comunidade

- a Defensoria Pública

4. Órgãos da Execução Penal

Juízo da Execução

- Atribuições

4. Órgãos da Execução Penal

- Aplicar lei mais favorável

- Declarar extinta a punibilidade

4. Órgãos da Execução Penal

Decidir sobre:

-Soma ou Unificação de Penas

-Progressão

-Regressão de Regimes

-Detração

-Remição

4. Órgãos da Execução Penal

- Suspensão Condicional da Pena

- Livramento Condicional

- Incidentes da execução

4. Órgãos da Execução Penal

Cabe ainda ao Juízo da Execução determinar:

-A forma de cumprimento da pena restritiva de

direitos e fiscalizar sua execução

-A conversão da pena restritiva de direitos e de

multa em privativa de liberdade

-A conversão da pena privativa de liberdade em

restritiva de direitos

-A aplicação da medida de segurança

4. Órgãos da Execução Penal

- A revogação da medida de segurança

- A desinternação e o restabelecimento da

situação anterior

- O cumprimento de pena ou medida de

segurança em outra comarca

- A remoção do condenado para outra comarca

ou Estado da Federação

4. Órgãos da Execução Penal

- Zelar pelo cumprimento da pena ou medida de

segurança

- Inspecionar os estabelecimentos penais

- Interditar, no todo ou em parte os

estabelecimentos penais

- Compor e instalar o Conselho da Comunidade

- Emitir anualmente atestado de pena a cumprir

5. Dos Estabelecimentos Penais

- Dos estabelecimentos penais

(observações)

6. Da Execução das Penas em espécie

- Penas Privativas de Liberdade

- Penas Restritivas de Direitos

- Penas de Multa

(observações)

7. Da Execução das Medidas de Segurança

- Medidas de Segurança

(observações)

5. Recurso da Execução

De acordo com o art. 197 da LEP, das decisões

proferidas pelo Juiz das Execuções cabe Agravo

ATUAÇÃO DA DEFESA NA EXECUÇÃO

Progressão de Regime

Dúvida acerca da presença dos requisitos

“Progressão de regime – Dúvida quanto aosrequisitos do réu – In dubio pro reo – Entendimento– Inteligência: art. 2.º da Lei das Execuções Penais –No processo de execução onde existe dúvida quantoà satisfação ou não dos requisitos do réu para aprogressão de regime, deve este ser favorecido, e nãoa sociedade, pois os princípios norteadores doprocesso de conhecimento também se aplicam naexecução. (RJDTACrim 13/29)

Do fechado para o Aberto

“Pena – Regime prisional – Progressão do regimefechado para o aberto – Cumprimento em regimefechado, de período relativo ao semi-aberto, emface de falta de vagas em estabelecimento adequado– Admissibilidade – Inteligência: art. 33, § 2.º, doCódigo Penal, art. 112 da Lei das Execuções Penais –A progressão no regime prisional deve sergradativa. A mudança na progressão tem comocondição básica o cumprimento de 1/6 da pena noregime inicial ou anterior, além do mérito dosentenciado. (segue)

No entanto, se o sentenciado já cumpriu no regimefechado o período da pena relativo ao regime semi-aberto a que tinha direito, isso por falta de vaga emestabelecimento adequado, e não pela ausência deméritos pessoais, é justo que seja promovido para oregime aberto, desde logo.” (TACrimSP – Agr. emExec. 539.807/1 – Órgão Julgador: 2.ª Câmara –Rel. Ribeiro Machado)

“Prisão-albergue – Sentenciado com bomcomportamento que já cumpriu mais de 1/6 dapena em regime fechado – Dificuldade de vaga emregime semi-aberto – Desativação da Casa doAlbergado na comarca – Direito de progressão parao regime aberto domiciliar reconhecido. A ausênciade vaga no regime prisional semi-aberto não podelevar à conseqüência de suportar o sentenciado,preenchidas as condições, o regime fechado, poroutro lado, a desativação da Casa do Albergadotorna lícita a concessão de (segue)

prisão-albergue domiciliar.” (TACrimSP – Agr.em Exec. 477.917/4 – Órgão Julgador: 4.ªCâmara – Rel. Walter Theodósio –RJDTACrim 1/42)

Ementa: HABEAS CORPUS.EXECUÇÃO. PROGRESSÃO AO REGIME SEMI-ABERTO DEFERIDA, PELO JUÍZO DE EXECUÇÕESPENAIS, EM 04.04.2006. DECISÃO QUE TEVE OCUMPRIMENTO SOBRESTADO DIANTE DANOTÍCIA DA EXISTÊNCIA DE DOIS PROCESSOSORIUNDOS DA COMARCA DE NOVA IGUAÇU.DETERMINADO O DESARQUIVAMENTO DOSREFERIDOS PROCESSOS PARA AVERIGUAR OEFETIVO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOSOBJETIVOS E SUBJETIVOS PARA OBTENÇÃODA PROGRESSÃODE REGIME, O PACIENTE JÁAGUARDA HÁ 2 ANOS E 8 MESES (segue)

A SUA TRANSFERÊNCIA PARA O REGIME MAISBENÉFICO. ALEGAÇÃO DA DEFESA DECONSTRANGIMENTO ILEGAL POR EXCESSO DEPRAZO, UMA VEZ QUE O PACIENTE JÁ TEVE OPEDIDO DE PROGRESSÃO DEFERIDO, MASPERMANECE NO REGIME FECHADO.CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO.ORDEM CONCEDIDA, EM CONFORMIDADE COMO PARECER MINISTERIAL. (segue)

1. Deferida a progressão ao regime semi-aberto,configura constrangimento ilegal a demorainjustificada de 2 anos e 8 meses para darefetividade à aplicação do referido benefício, sob aalegação de existirem dois processos pendentes deapreciação no próprio Juízo da VEC. 2. Ordemconcedida, em conformidade com o parecerministerial, para que seja efetivadaa progressão deregime prisional, salvo se poroutro motivo o paciente não dever permanecer noregime prisional anterior (STJ HC 85081-RJ-2007-0138692-1 - Data de publicação: 19/12/2008)

AGRAVO EMEXECUÇÃO PROGRESSÃO AO REGIME SEMI-ABERTO DEFERIDA EM PRIMEIRO GRAU DEJURISDIÇÃO RECURSO MINISTERIAL AVALIAÇÃOPSICOLÓGICA, NO PRESENTE CASO, NÃO SEAPRESENTA COMO IMPRESCINDÍVEL PARA AANÁLISE DO MÉRITO - PRESENÇA DOSREQUISITOS OBJETIVO E SUBJETIVO ?MANUTENÇÃO DA PROGRESSÃO CONCEDIDARECURSO IMPROVIDO. (TJSP – Agravo emExecução Penal - EP 01935042020138260000 SP0193504-20.2013.8.26.0000 - Data de publicação:11/02/2014)

RECURSO DE AGRAVO -PROGRESSÃO AO REGIME SEMI-

ABERTODEFERIDA PELO DR. JUIZ "A QUO" -IRRESIGNAÇÃO DO REPRESENTANTE DOMINISTÉRIO PÚBLICO. - NÃO ACOLHIMENTO.- REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. -DECISÃO MANTIDA. Sentenciado que satisfaz orequisito temporal exigido. Exame criminológicofavorável ao apenado, com restrição no laudopsiquiátrico, que, por si só, não arma óbiceà progressão, face a presença de elementossubjetivos que autorizam a (segue)

transferência ao regime semi-aberto. Recursoimprovido. Encontrado em: do Paraná, porunanimidade de votos, em negar provimento aorecurso, mantendo-se o regime semi-aberto (TJPR– Recurso de Agravo RECAGRAV 656224 - Datade publicação: 07/05/1998)

“O estabelecimento de um regime de cumprimentode pena confere ao sentenciado direito subjetivo aodesconto na sistemática fixada, não constituindoesta mera expectativa de direito. A Constituição daRepública de 5.10.1988 prevê, em dois incisos doart. 5.º, direitos com especificidade para osentenciado. No inc. XLVIII preceitua: ‘a pena serácumprida em estabelecimentos distintos, deacordo com a natureza do delito, a idade e o sexodo apenado’ e, no subseqüente, o XLIX dispõe: ‘éassegurado aos presos o respeito à integridadefísica e moral’. (segue)

Adotou-se moderna sistemática penitenciária,alicerçada na constatação da possibilidade derecuperação do infrator. Daí os estágios, cujaexistência é concreta e fundada em lei. Ainobservância dos critérios de desconto, a par devulnerar direito subjetivo do condenado, representadescumprimento a preceitos de índoleconstitucional. E vem se admitindo constituirdesrespeito à integridade moral do sentenciadomantê-lo em regime fechado quando faz jus aoregime semi-aberto. Inadmissível o recolhimentodo sentenciado ao regime fechado (segue)

para, só então, aguardar existência de vaga noestabelecimento penitenciário adequado. Osentenciado não responde pela ineficiênciaestatal. Inexistindo vaga, não pode serconstrangido a descontar o escarmento em regimede maior severidade. Tal circunstância exteriorizanítida violação de seus direitos e é reparável pelohabeas corpus” (RT 713/356).

Execução Provisória“Processual penal constitucional – Preso provisório(prisão especial) – Habeas corpus e agravo deexecução (Lei 7.210/84, art. 197) – Possibilidade deuso do primeiro, mesmo na pendência do segundo– O habeas corpus tem assento constitucional epode ser sempre utilizado, desde que,evidentemente, presentes seus requisitos (CF, art.5.º, inc. LXVIII) – Decisão condenatória transitadaem julgado para o Ministério Público – Direito aoexame criminológico – Writ concedido para que oimpetrado ouça a comissão técnica (segue)

de classificação antes de decidir. I – Os pacientesforam condenados a 14 anos de reclusão porpeculato e formação de bando. Regime inicial, ofechado. Recorreram de especial e extraordinário.A sentença transitou em julgado para a acusação.Por possuírem diploma de curso universitário,estão presos em quartel da Polícia Militar estadual.Como já cumpriram mais de um sexto da pena,requereram ao impetrado (presidente do TJRJ)progressão prisional. Os pedidos foram indeferidosao fundamento de que são ‘presos provisórios’.Logo, não têm direito a (segue)

progredir prisionalmente. Foi concedida liminarpara que os pacientes fossem submetidos a examecriminológico. Após a realização deste, oimpetrado teve os laudos como superficiais e feitosao arrepio da lei. II – Ainda que ‘presos provisórios’,os pacientes têm, em tese, direito à progressãoprisional. Não podem ser penalizados por teremutilizado de recursos excepcionais (CF, art. 5.º, LV).De qualquer sorte, a decisão condenatória játransitou em julgado para a acusação. As penas,assim, não têm como ser agravadas. (segue)

A LEP também se aplica ao ‘preso provisório’ (art.2.º, parágrafo único). Desse modo, os pacientestêm direito ao exame criminológico, o qual deveser encaminhado à comissão técnica declassificação para que ela, nos termos do art. 112da LEP, encaminhe a conclusão ao impetrado paraque ele, motivadamente, defira ou não os pedidosde progressão. III – Ordem concedida para que oimpetrado ouça, antes, a comissão técnica declassificação.” (STJ – HC 2600/RJ – ÓrgãoJulgador: 6.ª Turma – Rel. Min. AdhemarMaciel)

SÚMULA VINCULANTE 56

A falta de estabelecimento penal adequado nãoautoriza a manutenção do condenado em regimeprisional mais gravoso, devendo-se observar,nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE641.320/RS.

Remição

Contagem para outros benefícios

"Pela interpretação mais benéfica, portanto, aremição deve ser considerada penaefetivamente cumprida, abreviando não só otermo final da pena como também o lapsonecessário para a obtenção de benefícios,especialmente a progressão, o livramentocondicional e o indulto" (TJSP - Agravo emexecução n° 0529111-26.2010.8.26.0000,rel. Des. Xavier de Souza, v.u., julgado em30/03/2011)

"A apuração dos dias remidos como penaefetivamente cumprida justifica-se na interpretaçãomais benéfica do artigo 126 da LEP, que confere aosdias trabalhados pelo apenado o caráter de penaefetivamente executada, devendo ser acrescidos,portanto, ao tempo de pena já cumprido, para efeitode integrar o lapso para obtenção de benefícios emsede de execução penal - Conclusão que está emconsonância com a interpretação dos artigos 126 e128 da LEP (segue)

com o próprio escopo do instituto da remição -Entendimento doutrinário e jurisprudencial nomesmo sentido..." (TJSP - Agravo em execuçãon° 0464146-39.2010.8.26.0000, 15a CâmaraCriminal do Tribunal de Justiça, rel. Des.Amado de Faria, v.u., julgado em 28/04/2011)

HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO. FALTA DECABIMENTO. EXECUÇÃO PENAL. REMIÇÃO DA PENA.ESTUDO. ART. 126 DA LEI N. 7.210 /1984. FREQUÊNCIAMÍNIMA E APROVEITAMENTO ESCOLAR. EXIGÊNCIASINEXISTENTES NA NORMA. 1. O remédio constitucionaltem suas hipóteses de cabimento restritas e não deve serutilizado a fim de provocar a discussão de temas afetos aapelação criminal, a recurso especial, a agravo emexecução, tampouco deve vir como sucedâneo de revisãocriminal. 2. Apesar de tal orientação, nada impede que oSuperior Tribunal de Justiça expeça ordem de ofício comoforma de afastar eventual constrangimento ilegal. 3.Inexistente na norma de regência a exigência de frequênciamínima obrigatória no curso e de aproveitamento escolarsatisfatório, não cabe ao intérprete estabelecer ressalvasrelativas à assiduidade e ao (segue)

aproveitamento do estudo como sendo requisitos necessáriospara o deferimento da remição. 4. A contagem de tempopara remição da pena, pela frequência a curso de ensino formal,deve ocorrer à razão de 1 (um) dia de pena para cada 12 (doze)horas de estudo (art. 126 , § 1º , inciso I , da Lei de ExecuçõesPenais , com redação conferida pela Lei nº 12.433 /2011)- HC n.210.202/RS, Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe 16/11/2012.5. Habeas corpus não conhecido. Ordem expedida de ofício,para determinar que o Juízo das execuções analise o pedido dobenefício da remição por estudo sem a exigência decomprovação do aproveitamento do curso e de assiduidade, nostermos do art. 126 , § 1º , I , da Lei de Execução Penal : 1 (um)dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar -atividade de ensino fundamental, médio, inclusiveprofissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificaçãoprofissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias. (STJ -HABEAS CORPUS : HC 289382 RJ 2014/0042842-2 - Data depublicação: 28/04/2014)

AGRAVO REGIMENTAL EM HABEASCORPUS. REMIÇÃO DA PENAPELO TRABALHO.SOMATÓRIO DE 6 (SEIS) HORAS EXTRAS QUE DEVECORRESPONDER A 1 (UM) DIA DE LABOR E NÃO A 1(UM) DIA DE PENAREMIDA. RECURSO MINISTERIALPROVIDO. 1. O período de atividade laboral do apenadoque exceder o limite máximo da jornada de trabalho (8horas) deve ser computado para fins de remição, de formaque a cada 6 (seis) horas extras realizadas equivalha a 1(um) dia de trabalho. 2. Agravo provido a fim de que a cada6 (seis) horas extras trabalhadas pelo pacientecorresponda a 1 (um) dia de trabalho para finsde remição da pena (STJ - AGRAVO REGIMENTAL NOHABEAS CORPUS : AgRg no HC 196715 RS2011/0026060-0 - Data de publicação: 22/08/2013)

HABEAS CORPUS. REMIÇÃO DA PENA PELOTRABALHO. RETROATIVIDADE DA LEI 12.433 /2011.ORDEM CONCEDIDA. 1. O instituto da remição é denítido caráter penal. Instituto que, para maior respeitoà finalidade reeducativa da pena, constituisuperlativo incentivo à aceitação daquilo que,discursivamente, nossa Lei de Execução Penal chamade “programa individualizador da pena privativa deliberdade” (art. 6º da Lei 7.210 /1984).A remição premia o apenado que se revela capaz dedisciplina e, nessa vertente, valoriza o (segue)

trabalho. Trabalho que a Constituição Federalpromoveu às categorias de princípio fundamental daRepública Federativa do Brasil (inciso IV do art. 1º) ede pilar da ordem social brasileira (art. 193). Sendocerto que a ulterior redação do art. 127 da Lei deExecução Penal desvalorizava aquilo que aConstituição qualifica sobremaneira. 2. A respostaestatal à indisciplina carcerária é de incorporar umjuízo de graduação da falta, mesmo grave, para, se foro caso, proporcionalizar as consequências delaadvindas. Isso em homenagem à garantia daindividualização (segue)

da pena, já na fase intramuros penitenciários. 3. Ocomando que se lê no inciso XL do art. 5º daConstituição Federal faz da retroação da norma penalmais benéfica um direito que assiste a todo réu oupessoa já penalmente condenada. Com o que aretroatividade benigna opera de pronto, por méritoda Constituição mesma. Constituição que se põe,então, como o único fundamento de validade daretroação penal da norma de maior teor benfazejo. Écomo dizer: se a benignidade está na regra penal, aretroação eficacial está na Constituição mesma. 4.Ordem concedida. (STF - HABEAS CORPUS : HC110317 MS - Data de publicação: 13/04/2012)

SURSIS

Período de prova“Habeas corpus – Sursis – Período de prova –Fixação acima do mínimo legal – Necessidade defundamentação – Constituição Federal (art. 93,IX) – Inobservância – Ordem concedida. Oórgão judiciário sentenciante tem o dever demotivar o seu pronunciamento quanto àconcessão ou denegação do benefício dasuspensão condicional da pena. A exigência demotivação dos atos jurisdicionais constitui, hoje,postulado constitucional inafastável que traduz,em sua concepção básica, poderoso fator delimitação (segue)

do próprio poder estatal, além de constituirinstrumento essencial de respeito e proteção àsliberdades públicas. Atos jurisdicionais quedescumpram a obrigação constitucional deadequada motivação decisória são atos estataisnulos. A estipulação, no sursis, do período deprova em limites ‘superiores’ ao mínimo legal nãopode ser ‘arbitrariamente’ fixada pelos Juízes ouTribunais, que deverão, para esse efeito, indicar,necessariamente, os motivos de sua decisão, sobpena de caracterização de injustoconstrangimento ao estado de liberdade dos réuscondenados. (segue)

Magistério da doutrina e da jurisprudência.” (STF– HC 68422-0 – Rel. Min. Celso de Mello)

Crimes Hediondos

“Tentativa de estupro – Pena base fixada em seumínimo legal de seis (06) anos de reclusão – Emface da norma do art. 14, inciso II, do Código Penal,minorada em 1/3 e tornada definitiva em quatro(04) anos de reclusão – A alusão na respeitávelsentença recorrida a que ‘o crime não se consumoupor motivos alheios à vontade do agente, a saber, achegada de terceira pessoa ao local’ não caracterizafundamentação, pois a própria lei estabelece quecaracteriza-se o crime tentado quando sua (segue)

consumação foi impossibilitada por circunstânciasalheias à vontade do réu – Ausente afundamentação, deve ser aplicada a reduçãomáxima. Satisfeitos pelo condenado os requisitosobjetivos e subjetivos do art. 77 do Código Penal, éimperativa a concessão da suspensão condicional dapena. O art. 2.º, incisos I e II, da Lei federal8.072/90, que trata de crimes consideradoshediondos, inviabiliza a anistia, a graça e o indulto, afiança e a liberdade provisória, mas não veda osursis, quando presentes os requisitos (segue)

objetivos e subjetivos para a sua concessão.”(TJPR – Emb. Decl. 10261 – Órgão Julgador:1.ª Câmara Criminal – Rel. Des. OsírisFontoura)

“Suspensão condicional da pena – Concessão –Tentativa de Estupro – Requisitos legais preenchidosnão obstante o disposto no § 1.º do art. 2.º da Lei8.072/90 – A suspensão condicional da pena não foivedada, a exemplo do ocorrido com a anistia, a graçae indulto. O que o§ 1.º do art. 2.º parece vedar é aprogressão criminosa nos regimes prisionais, comoassinala o Dr. Procurador de Justiça AntonioScarance Fernandes (RT 660/261), admitindo apossibilidade da suspensão a determinados delitos(segue)

previstos na lei especial, inclusive tentativa deestupro.” (TJSP – Ap. – Rel. Des. BentoMascarenhas – RJTJ 134/417)

HABEAS CORPUS. LESÃOCORPORAL. CONCESSÃO DE SURSIS.POSSIBILIDADE. PENA BASE FIXADA NOMÍNIMO LEGAL: 1 ANO. CIRCUNSTÂNCIASJUDICIAIS FAVORÁVEIS. RÉU PRIMÁRIO.CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO.PARECER DO MPF PELA DENEGAÇÃO DAORDEM. ORDEM CONCEDIDA, NO ENTANTO,PARA POSSIBILITAR A SUSPENSÃOCONDICIONAL DA PENA AO PACIENTE,MEDIANTE AS CONDIÇÕES A SEREMESTABELECIDAS PELO JUIZ DA EXECUÇÃO.(segue)

1. O réu foi condenado à pena mínima de 1 ano, suaconduta social foi considerada adequada pelo Juiz deprimeiro grau, além de ser tecnicamente primário. 2.O fato de o réu se embriagar nos fins de semana nãoé, por si só, suficiente para obstar o deferimentodo sursis, visto que as outras circunstânciasjudiciais pesam favoravelmente à concessão dobenefício almejado. Precedentes. 3. Parecerministerial pela denegação da ordem. 4. Ordemconcedida para possibilitar a suspensão condicionalda pena ao paciente, mediante as condições a seremestabelecidas pelo Juiz da Execução. (STJ - HABEASCORPUS : HC 138703 RJ 2009/0110740-8 - Data depublicação: 30/11/2009)

Trabalho Externo

“A execução da pena no regime inicial, semi-aberto, confere ao condenado o direito deconviver em sociedade, como no trabalhoexterno”. (STJ – RHC 649-RJ – Rel. Min. LuizVicente Cernicchiaro)

“Admite-se o trabalho externo a condenado aoregime semi-aberto, independentemente documprimento de 1/6 da pena, em função dascondições favoráveis verificadas”. (STJ – HC11.845-RS – Rel. Min. Gilson Dipp)

EXECUÇÃO PENAL. REGIME INICIALSEMIABERTO. TRABALHO EXTERNO. 1. Aexigência objetiva de prévio cumprimento domínimo de um sexto da pena, segundo a reiteradajurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, nãose aplica aos presos que se encontrem em regimeinicial semiaberto. Diversos fundamentos seconjugam para a manutenção desse entendimento.2. A aplicação do requisito temporal teria o efeito deesvaziar a possibilidade de trabalho (segue)

externo por parte dos apenados em regime inicialsemiaberto. Isso porque, após o cumprimento de1/6 da pena, esses condenados estarão habilitados àprogressão para o regime aberto, que temno trabalho externo uma de suas característicasintrínsecas. 3. A interpretação jurídica não podetratar a realidade fática com indiferença, menosainda quando se trate de definir o regime decumprimento das penas privativas de liberdade.(segue)

No caso, são graves e notórias as deficiências dosistema prisional. Neste cenário, sem descurar dosdeveres de proteção que o Estado tem para com asociedade, as instituições devem prestigiar osentendimentos razoáveis que não sobrecarreguemainda mais o sistema, nem tampouco imponhamaos apenados situações mais gravosas do que as quedecorrem da lei e das condenações que sofreram. 4.A inaplicabilidade do requisito temporal para odeferimento de trabalho externo não significa,(segue)

naturalmente, que a sua concessão deva serautomática. Embora a Lei de Execução Penal sejalacônica quanto aos requisitos pertinentes, éintuitivo que a medida é condicionada: (i) pelacondição pessoal do apenado, que deve sercompatível com as exigências de responsabilidadeinerentes à autorização para saída doestabelecimento prisional; e (ii) pela adequação docandidato a empregador. 5. Inexiste vedação legalao trabalho externo em empresa privada, (segue)

que deve ser admitido segundo critérios uniformes,aplicáveis a todos os condenados. O art. 34 ,§ 2º , daLei de Execução Penal –que prevê a celebração deconvênio com a iniciativa... Encontrado em: /6 da penapara concessão de trabalho externo, vencido, no ponto,o Ministro Celso de Mello..., e, por unanimidade,autorizar o agravante a realizar trabalho externo, tudonos termos do voto do Relator. Votou... sobreconcessão de trabalho externo. Ausente,justificadamente, o Ministro Joaquim Barbosa (STF -AG.REG. NO TRABALHO EXTERNO NAEXECUÇÃO PENAL : EP 2 DF - - Data depublicação: 29/10/2014)

HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSOESPECIAL. DESCABIMENTO. EXECUÇÃO DAPENA. REGIME SEMIABERTO. CASSAÇÃO DAAUTORIZAÇÃO PARA TRABALHO EXTERNO.AUSÊNCIA DE REQUISITO OBJETIVO.PRESCINDIBILIDADE DO CUMPRIMENTO DE1/6 DA PENA. CONSTRANGIMENTO ILEGALCONFIGURADO. 1. É assente o entendimento destaCorte no sentido de ser desnecessário ocumprimento de 1/6 (um sexto) (segue)

da pena, no mínimo, para a concessão do benefíciodo trabalho externo ao condenado a cumprir areprimenda no regime semiaberto, desde que satisfeitosos demais requisitos necessários, de natureza subjetiva.2. A exigência do cumprimento de 1/6 da pena para aconcessão da benesse do trabalho externo aos que seencontram no regime semiaberto configuraconstrangimento ilegal sanável, de ofício. 3. Habeascorpus concedido, de ofício, para cassar o acórdãoimpugnado e restabelecer a decisão do Juízo dasExecuções Criminais. (STJ - HABEAS CORPUS : HC282192 RS 2013/0377561-6 - Data de publicação:22/05/2014)

Livramento Condicional

Direito Subjetivo“Livramento condicional – Direito subjetivo doagente – Instituto filiado à escola do fim utilitário dapena – Requisitos para sua concessão – Verificaçãoda vida carcerária do condenado, não seu passado ousuas características psicológicas decorrentes de suanatureza, preexistentes ao início da execução dapena – ‘O livramento condicional é medida de fundonão institucional, restritiva da liberdade delocomoção. É forma de execução da pena privativade liberdade. Por ser forma mais branda decumprimento da sanção (segue)

penal, constitui-se em direito subjetivo públicodo agente. As características do instituto, nolastro da escola de fim utilitário da pena,adotada no nosso país, indicam que oimportante a verificar, quanto à presença ouausência dos requisitos para sua concessão, é avida carcerária do condenado, não seu passadoou suas características psicológicas decorrentesde sua natureza, preexistentes ao início daexecução da pena’.” (TARS – Ap. – Rel. VladimirGiacomuzzi – RT 705/367)

“Livramento condicional – Admissibilidade –Pressupostos – Arts. 83, II e III, do Código Penal. –Para a concessão do benefício do livramentocondicional, basta o preenchimento de um dosrequisitos exigidos no art. 83 do Código Penal. Se ocondenado, portador de maus antecedentes, cumpriumetade das penas, faz jus ao benefício, por ser mesmoum direito do sentenciado, e não mera faculdade doJuiz das execuções. – recurso provido.” (TJPR –Recurso de Ag. 10112 – Órgão Julgador: 1.ª CâmaraCriminal – Rel. Des. Osíris Fontoura)

Extinção

“Habeas Corpus – Livramento condicional – Práticade nova infração durante o período de prova –Ausência de decisão determinando a suspensãocautelar do curso do livramento condicional –Impossibilidade de reconhecimento após o termofinal da suspensão – Ordem concedida. 1. Findo operíodo de prova, sem revogação ou suspensão dolivramento condicional , há que se reconhecer aextinção da pena. (segue)

2. O retardamento indevido da decisão quejulgue extinta a pena não pode desconstituir oefeito anteriormente consumado, à falta derevogação ou suspensão do benefício:Precedentes. 3. Ordem concedida”. (STF –Descrição: habeas corpus – Número: 94580 –Julgamento: 30.09.2008 – Rel. Min. CármenLúcia – primeira turma)

Requisitos“Habeas Corpus – Livramento condicional – Art. 83,II, do CP – Requisito objetivo – Fuga doestabelecimento prisional – Art. 50, II, da LEP. I – Oque o art. 83, II, do CP, exige, para fins deatendimento de requisito objetivo para obtenção dobenefício do livramento condicional , é ocumprimento de metade da pena total imposta aosentenciado. Entender-se que a prática de faltagrave, consistente na evasão do estabelecimentoprisional, (segue)

obriga o sentenciado ao cumprimento de metade dapena restante para fins de concessão do livramentocondicional , é criar requisito objetivo não previsto emlei. II – O tão-só cumprimento do requisito objetivoprevisto no art. 83, II, do CP, não autoriza que osentenciado permaneça em liberdade durante operíodo de apreciação dos demais requisitosnecessários à obtenção do livramento condicional.Writ parcialmente concedido”. (STJ – Acórdão: HC25549/RJ (200201563940) – 494266 HC – QuintaTurma – Rel.: Min. Felix Fischer)

EXECUÇÃO PENAL. HABEASCORPUS. LIVRAMENTO CONDICIONAL.COMETIMENTO DE NOVO DELITO NO CURSODO BENEFÍCIO. DECISÃO DE PRORROGAÇÃOAPÓS O TÉRMINO DO PERÍODO DE PROVA.IMPOSSIBILIDADE. I - Cabe ao Juízo da Vara deExecuções Penais, nos termos do art. 145 da LEP,quando do cometimento de novo delito no períododo livramentocondicional, suspender cautelarmentea benesse, durante o período de prova, para,posteriormente, revogá-la, em caso (segue)

de condenação com trânsito em julgado. II - Expirado oprazo do livramento condicional sem a sua suspensão ouprorrogação (art. 90 do CP), a pena é automaticamenteextinta, sendo flagrantemente ilegal a sua revogaçãoposterior ante a constatação do cometimento de delitodurante o período de prova. (Precedentes do STJ e doSTF). III - In casu, não houve a suspensão cautelardo livramento condicional durante o seu curso,inexistindo, portanto, qualquer obstáculo para sereconhecer a extinção da pena, nos termos do art. 90 doCódigo Penal. Habeas corpus concedido. (STJ - HABEASCORPUS : HC 279405 SP 2013/0342984-0 - Data depublicação: 27/11/2014)

fim