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MINISTÉRIO DA SAÚDE CURSO BÁSICO DE VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO MÓDULO II: ABASTECIMENTO DE ÁGUA AULA 3: IDENTIFICAÇÃO DAS FORMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA, COMPETÊNCIAS E EXIGÊNCIAS RELACIONADAS Brasília - DF 2020

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  • MINISTÉRIO DA SAÚDE

    CURSO BÁSICO DE VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

    MÓDULO II: ABASTECIMENTO DE ÁGUA

    AULA 3: IDENTIFICAÇÃO DAS FORMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA, COMPETÊNCIAS E EXIGÊNCIAS RELACIONADAS

    Brasília - DF 2020

  • Brasília – DF2020

    CURSO BÁSICO DE VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

    MÓDULO II: ABASTECIMENTO DE ÁGUA

    AULA 3: IDENTIFICAÇÃO DAS FORMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA, COMPETÊNCIAS E EXIGÊNCIAS RELACIONADAS

    MINISTÉRIO DA SAÚDESecretaria de Vigilância em Saúde

    Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde Pública

  • Ficha Catalográfica

    Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das

    Emergências em Saúde Pública.

    Curso básico de vigilância da qualidade da água para consumo humano : módulo II : abastecimento de água : aula 3 : identificação

    das formas de abastecimento de água, competências e exigências relacionadas [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria

    de Vigilância em Saúde, Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde Pública. – Brasília :

    Ministério da Saúde, 2020.

    12 p. : il.

    Modo de acesso:

    World Wide Web: www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/curso_basico_vigilancia_qualidade_agua_modulo_II_aula_3.pdf

    ISBN 978-85-334-2784-6

    1. Abastecimento de água. 2. Competências e exigências. 3. Água para consumo humano. I. Título.

    CDU 37.017.4:628.15

    Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2020/0013Título para indexação:

    Basic course on drinking water quality surveillance: module II: water supply: lesson 3: identification of water supply forms, related competencies

    and requirements

    Elaboração, distribuição e informações:MINISTÉRIO DA SAÚDESecretaria de Vigilância em SaúdeDepartamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde Pública Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde AmbientalSRTVN, Quadra 701, lote D, Edifício PO700, 6º andarCEP: 70719-040 – Brasília/DFSite: www.saude.gov.br/svsE-mail: [email protected]

    Elaboração:Demetrius Brito Viana – CGVAM/SVSTiago de Brito Magalhães – CGVAM/SVS

    Colaboração:Adriana Rodrigues Cabral – CGVAM/SVSAristeu de Oliveira Júnior – CGVAM/SVSCamila Vicente Bonfim – CGVAM/SVSDaniela Buosi Rohlfs – DSASTE/SVSFernanda Barbosa de Queiroz – CGVAM/SVSJamyle Calencio Grigoletto – CGVAM/SVSLuiz Felipe Lomanto Santa Cruz – CGVAM/SVSMagda Machado Saraiva Duarte – CGVAM/SVSPedro Henrique Cabral de Melo – CGVAM/SVSRenan Neves da Mata – CGVAM/SVSRosane Cristina de Andrade – CGVAM/SVSThais Araújo Cavendish – CGVAM/SVS

    Diagramação:Milena Hernández Bendicho

    Fotografias:Demetrius Brito VianaNathalia Ronald de Souza Ribeiro – Acervo PNSRRicardo Ramos – Acervo Mapear GeossoluçõesFreepik

    Normalização:Editora MS/CGDI

    Revisão:Khamila Silva – Editora MS/CGDITatiane Souza – Editora MS/CGDI

    2020 Ministério da Saúde.Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Sem Derivações 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: www.saude.gov.br/bvs.

    Tiragem: 1ª edição – 2020 – versão eletrônica

  • 3 Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde

    CURSO BÁSICO DE VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANOMÓDULO II: Abastecimento de água | AULA 3: Identificação das formas de abastecimento de água, competências e exigências relacionadas

    SUMÁRIO

    APRESENTAÇÃO ............................................................................................................. 4

    1 IDENTIFICAÇÃO DAS FORMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ..................... 5

    2 COMPETÊNCIAS E EXIGÊNCIAS RELACIONADAS A SAA, SAC E SAI ............. 7

    3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................11

    REFERÊNCIAS ..............................................................................................................12

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    APRESENTAÇÃO

    Este curso é uma iniciativa do Ministério da Saúde que tem como objetivo a qualificação dos técnicos responsáveis pelo desenvolvimento das ações básicas de vigilância da qualidade da água para consumo humano nos estados e nos municípios. O conteúdo é dividido em módulos que abordam conceitos, definições e normas legais relacionadas à temática, além de assuntos práticos como identificação das formas de abastecimento de água, interpretação de resultados de análises de qualidade da água, fluxo de coleta de dados etc.

    A finalidade dessa aula é orientar para a correta identificação das formas de abastecimento de água para consumo humano e apresentar as principais exigências do Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS n.º 5, de 28 de setembro de 2017, para cada forma de abastecimento. Ao final da aula estão disponíveis exercícios de fixação do conteúdo apresentado.

    É importante ressaltar que a atividade de identificação é de extrema importância, uma vez que a norma de potabilidade determina obrigações distintas a serem cumpridas para os sistemas e soluções alternativas coletivas de abastecimento de água.

    BONS ESTUDOS!

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    1IDENTIFICAÇÃO DAS FORMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

    Até o momento, foram abordados diversos conceitos técnicos relativos ao abastecimento de água, bem como apresentadas as etapas que podem fazer parte dos sistemas e soluções alter-nativas de abastecimento de água para consumo humano.

    Diante das várias combinações possíveis entre as etapas apresentadas, principalmente em um país das dimensões do Brasil, com realidades tão diversas, destaca-se as dificuldades em aco-modar todas as situações práticas na classificação estabelecida no Anexo XX da Portaria de Con-solidação GM/MS n.º 5 de 2017.

    Assim, seguem descritos no Quadro 1 alguns exemplos que, se não encerrarão todas as dúvidas relacionadas à classificação das formas de abastecimento, podem ajudar a esclarecer algumas das situações mais comuns.

  • 6 Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde

    CURSO BÁSICO DE VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANOMÓDULO II: Abastecimento de água | AULA 3: Identificação das formas de abastecimento de água, competências e exigências relacionadas

    Quadro 1 – Exemplos de diferentes formas de abastecimento de água e sua classificação

    Situação prática de abastecimento Forma de abastecimento Responsáveis

    Captação de água em cisterna ou poço para consumo de uma família.

    Solução alternativa individual

    Vigilância

    Captação, tratamento e distribuição da água à população por meio de chafariz ou fonte comunitária.

    Solução alternativa

    coletiva

    Controle e vigilância

    Clubes de lazer com captação, tratamento e canalização próprios visando ao fornecimento de água aos sociosfrequentadores.

    Solução alternativa

    coletiva

    Controle e vigilância

    Campings ou resorts com captação, tratamento e canalização próprios visando fornecer água aos seus clientes.

    Solução alternativa

    coletiva

    Controle e vigilância

    Creches, escolas e postos de saúde com captação, tratamento e canalização próprios visando fornecer água aos pacientes e profissionais do estabelecimento.

    Solução alternativa

    coletiva

    Controle e vigilância

    Captação, tratamento e distribuição da água por meio de veículo transportador (ex.: caminhão-pipa).

    Solução alternativa

    coletiva

    Controle e vigilância

    Condomínios verticais (prédios) não atendidos pela rede de distribuição, com captação, tratamento e canalização próprios visando ao abastecimento dos condôminos.

    Solução alternativa

    coletiva

    Controle e vigilância

    Condomínios horizontais (conjunto de residências) com captação, tratamento e canalização próprios visando ao abastecimento dos condôminos.

    Solução alternativa

    coletiva

    Controle e vigilância

    Condomínios horizontais (conjunto de residências) com captação, tratamento e rede de distribuição próprios visando ao abastecimento dos moradores.

    Sistema de abastecimento

    Controle e vigilância

    Serviço de abastecimento de água sob administração de autarquia municipal ou companhias estaduais de saneamento, com captação, tratamento e distribuição da água à população por meio de rede de distribuição.

    Sistema de abastecimento

    Controle e vigilância

    Serviço de abastecimento de água sob administração de empresa privada, com captação, tratamento e distribuição da água à população por meio de rede de distribuição.

    Sistema de abastecimento

    Controle e vigilância

    Fonte: adaptado de Brasil (2004).

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    2COMPETÊNCIAS E EXIGÊNCIAS

    RELACIONADAS A SAA, SAC E SAI

    O Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS n.º 5 de 2017 determina exigências distintas para as diferentes formas de abastecimento apresentadas, conforme veremos adiante, mas antes de abordar essas diferenças vamos relembrar as definições de Controle e Vigilância da qualidade da água para consumo humano.

    Relembrando...

    Segundo a definição que consta no artigo 5° do Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS nº 5 de 2017, “Controle da qualidade da água para consumo humano é o conjunto de atividades exercidas regularmente pelo responsável pelo sistema ou por solução alternativa coletiva de abastecimento de água, destinado a verificar se a água fornecida à população é potável, de forma a assegurar a manutenção desta condição.”

    Também segundo esse Anexo, a Vigilância da qualidade da água para consumo humano é o “conjunto de ações adotadas regularmente pela autoridade de saúde pública para verificar o atendimento a esta Portaria, considerados os aspectos socioambientais e a realidade local, para avaliar se a água consumida pela população apresenta risco à saúde humana.”

    Ou seja, os prestadores de serviço de abastecimento de água para consumo humano são responsáveis pelas ações de Controle e as secretarias de saúde são responsáveis pelas ações de Vigilância.

    Agora vamos entender a relação desses conceitos com a classificação das formas de abastecimento de água.

    Segundo o artigo 3° do Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS n.º 5 de 2017, “toda água destinada ao consumo humano, distribuída coletivamente por meio de sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento de água, deve ser objeto de controle e vigilância da qualidade da água.”

  • 8 Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde

    CURSO BÁSICO DE VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANOMÓDULO II: Abastecimento de água | AULA 3: Identificação das formas de abastecimento de água, competências e exigências relacionadas

    O artigo 4° do Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS n.º 5 de 2017, por sua vez, define que “toda água destinada ao consumo humano proveniente de solução alternativa individual de abastecimento de água, independentemente da forma de acesso da população, está sujeita à vigilância da qualidade da água.”

    Ou seja, as diversas exigências de Controle referem-se somente às formas coletivas de abastecimento de água (Sistema de Abastecimento de Água – SAA e Solução Alternativa Coletiva – SAC), enquanto as ações de vigilância devem ser realizadas considerando as três formas de abastecimento (SAA, SAC e Solução Alternativa Individual –SAI).

    Agora podemos abordar as principais exigências propriamente ditas, a começar pelas disposi-ções do Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS n.º 5 de 2017 sobre tratamento da água para fornecimento à população por meio de SAA e SAC.

    Em seu artigo 23°, o Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS n.º 5 de 2017 defi-ne que “os sistemas e as soluções alternativas coletivas de abastecimento de água para consumo humano devem contar com responsável técnico habilitado.”

    Ou seja, todo SAA e toda SAC devem contar com técnico habilitado que será o respon-sável por garantir que o sistema esteja sendo operado de maneira adequada e que os padrões de potabilidade da norma estão sendo atendidos.

    Em seu artigo 24°, o Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS n.º 5 de 2017 de-fine que “toda água para consumo humano, fornecida coletivamente, deverá passar por processo de desinfecção ou cloração.”

    Ou seja, todo SAA e SAC deve conter, obrigatoriamente, pelo menos a desinfecção entre as etapas de tratamento, independentemente das características do manan-cial utilizado (subterrâneo ou superficiais).

    Essa exigência tem como objetivos principais a inativação de bactérias e vírus noci-vos à saúde humana, conforme será visto em maiores detalhes no próximo módulo, bem como a manutenção de residual de desinfetante na distribuição da água, que visa prevenir possíveis eventos de recontaminação na rede.

    No parágrafo único desse mesmo artigo, o Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS n.º 5 de 2017 define que “as águas provenientes de manancial superficial devem ser submetidas a processo de filtração.”

    Essa exigência tem como base o reconhecimento das evidências sobre a impor-tância epidemiológica da transmissão de protozoários via abastecimento de água (inclusive em mananciais mais bem protegidos) e o fato dos protozoários serem mais resistentes à etapa de desinfecção em relação às bactérias e aos vírus, sendo a etapa de filtração a principal barreira sanitária relacionada a esses organismos

  • 9 Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde

    CURSO BÁSICO DE VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANOMÓDULO II: Abastecimento de água | AULA 3: Identificação das formas de abastecimento de água, competências e exigências relacionadas

    Cabe ainda aos responsáveis por SAA e SAC: manter e controlar a qualidade da água produzida e distribuída, de forma que ela atenda ao padrão de potabilidade; garantir a adequada operação e manutenção; verificar a qualidade dos produtos utilizados no tratamento e prestar contas ao setor Saúde e ao público consumidor.

    Entre essas atividades, destaca-se a importância da aferição da potabilidade da água por parte dos prestadores de serviço, que deve seguir as disposições do Anexo XX da Portaria de Conso-lidação GM/MS n.º 5 de 2017 sobre os planos de amostragem de controle da qualidade da água para consumo humano.

    Basicamente, os números mínimos de análises a serem realizadas para cada forma de abastecimento (SAA ou SAC) devem ser calculados para cada ponto de monitoramento e parâmetro de qualidade da água em função do tipo de manancial utilizado para captação, das etapas existentes, de seu período diário de funcionamento e da população atendida.

    Atenção: os planos de amostragem serão abordados de forma aprofundada mais à frente, no Módulo de Qualidade da água para consumo humano.

    Devido às peculiaridades relacionadas ao abastecimento de água por meio de veículo transpor-tador, esse tema mereceu um artigo específico na norma de potabilidade, que estabelece exi-gências exclusivas para essa forma de distribuição de água.

    Segundo o artigo 15° do Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS n.º 5 de 2017, “compete ao responsável pelo fornecimento de água para consumo humano por meio de veículo transportador:

    I – garantir que tanques, válvulas e equipamentos dos veículos transportadores sejam apropriados e de uso exclusivo para o armazenamento e transporte de água potável;

    II – manter registro com dados atualizados sobre o fornecedor e a fonte de água;

    III – manter registro atualizado das análises de controle da qualidade da água, previstos nesta Portaria;

    IV – assegurar que a água fornecida contenha um teor mínimo de cloro residual livre de 0,5 mg/L; e

  • 10 Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde

    CURSO BÁSICO DE VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANOMÓDULO II: Abastecimento de água | AULA 3: Identificação das formas de abastecimento de água, competências e exigências relacionadas

    V – garantir que o veículo utilizado para fornecimento de água contenha, de forma visível, a inscrição “ÁGUA POTÁVEL” e os dados de endereço e telefone para contato.”

    Essas exigências foram estabelecidas com o objetivo de garantir que o veículo utilizado seja exclusivo para o transporte de água para consumo humano, bem como sua conservação, evitando ferrugem, vazamentos, amassados ou perfurações.

    Assim como o veículo, os dispositivos de introdução e retirada de água (por exemplo, equipamentos de sucção, torneiras, mangueiras e válvulas) também devem ser mantidos em perfeito estado de conservação para evitar a contaminação do interior do tanque e da água por consequência.

    Destaca-se ainda que a água transportada tenha, de acordo com a legislação vigente, o controle e a vigilância da qualidade da água assegurados, bem como a manutenção de um teor mínimo de cloro residual livre de 0,5 mg/L.

    Por fim, segundo o artigo 45° da Lei n.° 11.445, de 5 de janeiro de 2007, e o artigo 6° do Decreto n.° 7.217, de 21 de junho de 2010, toda edificação permanente urbana deverá estar ligada à rede pública de abastecimento de água disponível, no entanto, exceções são admitidas desde que devidamente embasadas em normativos do titular do serviço de abastecimento de água, o município, dos órgãos de regulação e de meio ambiente.

    Segundo o parágrafo único do artigo 12 do Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS n.º 5 de 2017, “a autoridade municipal de saúde pública não autorizará o fornecimento de água para consumo humano, por meio de solução alternativa coletiva, quando houver rede de distribuição de água, exceto em situação de emergência e intermitência.”

    O parágrafo único do art. 12 do Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS n.º 5 de 2017 visa acompanhar as diretrizes nacionais para o saneamento básico, assumindo que SAA são mais bem estruturados para atender à demanda de água da população e, ao menos em teoria, os SAA oferecem maior segurança em termos da qualidade da água, visto que, após a captação, a água é submetida a processos de tratamento, geralmente em ciclo completo, e a um rígido controle antes de ser distribuída à população. No entanto, destaca-se que, em muitas situações, soluções alternativas são necessárias, tendo em vista que o SAA existente é insuficiente para atender a toda a demanda

  • 11

    3CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Uma medida indispensável para a garantia da qualidade da água para consumo é a adequada concepção e implantação da forma de abastecimento, seja ela SAA, SAC ou SAI, de modo que estejam presentes todas as etapas necessárias para que a água chegue potável ao consumidor. No entanto, a segurança da água exige diversas ações e essa é apenas uma delas.

    Tão importante quanto é a forma de abastecimento em si, a adequada operação dos processos e a manutenção das unidades que cumprem papéis fundamentais para que a água distribuída atenda ao padrão de potabilidade. No Módulo III serão abordados os aspectos relativos à quali-dade da água para consumo humano, no qual serão discutidos alguns limites críticos para dife-rentes etapas de tratamento

    Destaca-se que a avaliação e o gerenciamento dos riscos de contaminação da água, desde o ma-nancial até o consumo, é reconhecido, hoje, como a forma mais efetiva de garantir a segurança da qualidade da água para consumo humano. Assim, para a garantia da qualidade da água é ne-cessário um completo conhecimento da forma de abastecimento, das possíveis fontes de con-taminação, dos locais onde elas podem ocorrer e das medidas a serem adotadas para prevenção ou correção. No Módulo V, intitulado de Inspeção Sanitária, haverá uma abordagem aprofundada desses aspectos.

    No Módulo VI serão abordados os Planos de Segurança da Água, uma metodologia explicitada na terceira edição dos Guidelines for Drinking-Water Quality (GDWQ) da Organização Mundial da Saúde (OMS), denominado como Planos de Segurança da Água (PSA) (WHO, 2004), que preten-de fazer a avaliação e o gerenciamento dos riscos de contaminação da água em toda a forma de abastecimento.

  • 12

    REFERÊNCIAS

    BRASIL. Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010. Regulamenta a Lei no 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, e dá outras providên-cias. Brasília, DF. 2010.

    ______. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília – DF. 2007.

    ______. Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017. Consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde. Anexo XX - Do Controle e da vigilân-cia da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília – DF. 2017.

    WHO. World Health Organization. Guidelines for drinking-water quality. Geneva: WHO. Third edi-tion. 2004.

  • Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúdewww.saude.gov.br/bvs