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Aula 00 Curso Regular de Direito Eleitoral Professor: Ricardo Torques 00000000000 - DEMO

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Aula 00

Curso Regular de Direito Eleitoral

Professor: Ricardo Torques

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CURSO REGULAR DE DIREITO ELEITORAL EM TEORIA E QUESTÕES, COM VÍDEO-AULAS

Aula 00 - Prof. Ricardo Torques

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Aula 00

Apresentação do Curso

Cronograma

Introdução ao Direito Eleitoral

SUMÁRIO

Apresentação ................................................................................... 2

Cronograma de Aulas ........................................................................ 9

1 – Considerações Iniciais ................................................................ 10

2 - Introdução ao Direito Eleitoral ..................................................... 10

2.1 - Conceito .............................................................................. 11

2.2 – Fontes ................................................................................ 12

2.3 – Noções de Teoria Geral do Direito .......................................... 22

2.4 - Princípios de Direito Eleitoral ................................................. 30

3 - Questões .................................................................................. 57

3.1 - Questões sem Comentários ................................................... 57

3.2 - Gabarito .............................................................................. 63

3.3 - Questões com Comentários ................................................... 64

4 - Considerações Finais .................................................................. 83

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Apresentaça┘o do Curso e Cronograma de Aulas Apresentação

Iniciamos nosso Curso Regular de Direito Eleitoral em teoria e questões com vídeo-aulas para voltado concursos de Tribunais Regionais Eleitorais.

É um Curso inédito! Devido a procura e perspectiva de novos concursos para os Tribunais Regionais Eleitorais pelo país, lançamos o presente curso que abrangerá todos os assuntos que podem ser exigidos nas provas objetivas. Num total de 13 aulas, além desta introdutória, passaremos por todos os assuntos teóricos da matéria, sem deixar de alertar para as recentes reformas promovidas na legislação eleitoral, especialmente pela Lei nº 12.891/2013.

O nosso Curso será desenvolvido tanto para os cargos de Técnico quanto para os cargos de Analista, para as mais diversas especialidades. Desse modo, os assuntos serão tratados para atender àquele que está iniciando os estudos na área eleitoral, bem como àquele que está estudando há mais tempo. Ademais, o curso será voltado para aquele que é bacharel em Direito como também para aquele que tem pouco conhecimento na área jurídica. Os conceitos serão expostos de forma didática, com explicação de termos jurídicos, de conceitos complexos e resumos da jurisprudência, quando importante para a prova.

Atualmente, há inúmeros TREs com procedimento em trâmite para realização de novo concurso. Alguns com comissões formadas, outros com dispensa de licitação e, alguns ainda, na iminência do edital. Se houver dúvida quanto ao TRE para o qual você pretende concorrer, escreva-nos!

Ademais, há projeto de lei em trâmite para ampliação dos quadros e das funções de todos os TREs pelo Brasil, conforme podemos acompanhar pelo link abaixo:

http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tse-criacao-de-cargos-efetivos-e-de-funcoes-comissionadas-para-zonas-eleitorais

Além disso, a estrutura remuneratória dos tribunais é interessante, com uma ótima evolução patrimonial ao longo dos anos, além de funções de confiança e de cargos em comissão, que conferem tranquilidade financeira.

Para que tenhamos ideia, atualmente a estrutura remuneratória dos quadros de Analista e de Técnico dos Tribunais Eleitoral (TREs e TSE), é a seguinte:

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Para os cargos de Analista Judiciário, temos:

Classe Padrão Vencimento Básico GAJ AQ 7,5% AQ 10% AQ 12,5% GAS 35% REM. SEM GRAT. REM. COM GRAT. - MÁXIMO

C

13 R$ 6.957,41 R$ 6.261,67 R$ 521,81 R$ 695,74 R$ 869,68 R$ 2.435,09 R$ 13.219,08 R$ 16.523,85

12 R$ 6.754,77 R$ 6.079,29 R$ 506,61 R$ 675,48 R$ 844,35 R$ 2.364,17 R$ 12.834,06 R$ 16.042,58

11 R$ 6.558,03 R$ 5.902,23 R$ 491,85 R$ 655,80 R$ 819,75 R$ 2.295,31 R$ 12.460,26 R$ 15.575,32

B

10 R$ 6.367,02 R$ 5.730,32 R$ 477,53 R$ 636,70 R$ 795,88 R$ 2.228,46 R$ 12.097,34 R$ 15.121,68

9 R$ 6.181,57 R$ 5.563,41 R$ 463,62 R$ 618,16 R$ 772,70 R$ 2.163,55 R$ 11.744,98 R$ 14.681,23

8 R$ 5.848,22 R$ 5.263,40 R$ 438,62 R$ 584,82 R$ 731,03 R$ 2.046,88 R$ 11.111,62 R$ 13.889,53

7 R$ 5.677,88 R$ 5.110,09 R$ 425,84 R$ 567,79 R$ 709,74 R$ 1.987,26 R$ 10.787,97 R$ 13.484,97

6 R$ 5.512,51 R$ 4.961,26 R$ 413,44 R$ 551,25 R$ 689,06 R$ 1.929,38 R$ 10.473,77 R$ 13.092,21

A

5 R$ 5.351,95 R$ 4.816,76 R$ 401,40 R$ 535,20 R$ 668,99 R$ 1.873,18 R$ 10.168,71 R$ 12.710,88

4 R$ 5.196,07 R$ 4.676,46 R$ 389,71 R$ 519,61 R$ 649,51 R$ 1.818,62 R$ 9.872,53 R$ 12.340,66

3 R$ 4.915,86 R$ 4.424,27 R$ 368,69 R$ 491,59 R$ 614,48 R$ 1.720,55 R$ 9.340,13 R$ 11.675,16

2 R$ 4.772,68 R$ 4.295,41 R$ 357,95 R$ 477,27 R$ 596,59 R$ 1.670,44 R$ 9.068,09 R$ 11.335,12

1 R$ 4.633,67 R$ 4.170,30 R$ 347,53 R$ 463,37 R$ 579,21 R$ 1.621,78 R$ 8.803,97 R$ 11.004,96

Dessa forma, o inicial para o cargo de Analista Judiciário está em R$ 8.803,97 e o final de carreira em R$ 13.219,08.

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Para os cargos de Técnico, temos:

Classe Padrão Vencimento Básico GAJ AQ 7,5% AQ 10% AQ 12,5% GAS 35% REM. SEM GRAT. REM. COM GRAT. - MÁXIMO

C

13 R$ 4.240,47 R$ 3.816,42 R$ 318,04 R$ 424,05 R$ 530,06 R$ 1.484,16 R$ 8.056,89 R$ 10.071,11

12 R$ 4.116,96 R$ 3.705,26 R$ 308,77 R$ 411,70 R$ 514,62 R$ 1.440,94 R$ 7.822,22 R$ 9.777,78

11 R$ 3.997,05 R$ 3.597,35 R$ 299,78 R$ 399,71 R$ 499,63 R$ 1.398,97 R$ 7.594,40 R$ 9.493,00

B

10 R$ 3.880,63 R$ 3.492,57 R$ 291,05 R$ 388,06 R$ 485,08 R$ 1.358,22 R$ 7.373,20 R$ 9.216,50

9 R$ 3.767,60 R$ 3.390,84 R$ 282,57 R$ 376,76 R$ 470,95 R$ 1.318,66 R$ 7.158,44 R$ 8.948,05

8 R$ 3.564,43 R$ 3.207,99 R$ 267,33 R$ 356,44 R$ 445,55 R$ 1.247,55 R$ 6.772,42 R$ 8.465,52

7 R$ 3.460,61 R$ 3.114,55 R$ 259,55 R$ 346,06 R$ 432,58 R$ 1.211,21 R$ 6.575,16 R$ 8.218,95

6 R$ 3.359,82 R$ 3.023,84 R$ 251,99 R$ 335,98 R$ 419,98 R$ 1.175,94 R$ 6.383,66 R$ 7.979,58

A

5 R$ 3.261,96 R$ 2.935,76 R$ 244,65 R$ 326,20 R$ 407,75 R$ 1.141,69 R$ 6.197,72 R$ 7.747,16

4 R$ 3.166,95 R$ 2.850,26 R$ 237,52 R$ 316,70 R$ 395,87 R$ 1.108,43 R$ 6.017,21 R$ 7.521,51

3 R$ 2.996,17 R$ 2.696,55 R$ 224,71 R$ 299,62 R$ 374,52 R$ 1.048,66 R$ 5.692,72 R$ 7.115,90

2 R$ 2.908,90 R$ 2.618,01 R$ 218,17 R$ 290,89 R$ 363,61 R$ 1.018,12 R$ 5.526,91 R$ 6.908,64

1 R$ 2.824,17 R$ 2.541,75 R$ 211,81 R$ 282,42 R$ 353,02 R$ 988,46 R$ 5.365,92 R$ 6.707,40

Assim, o inicial para o cargo de Técnico Judiciário está em R$ 5.365,92 e o final de carreira em R$ 8.056,89.

Além disso, para ambos os cargos existem funções de confiança, e demais benefícios legais, como o vale alimentação, vale transporte e planos de saúde.

Portanto, uma ótima oportunidade!

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Vistos esses aspectos iniciais referente ao cargo, vamos tecer algumas observações prévias importantes a respeito do nosso Curso.

PRIMEIRA, trata-se de Curso Regular. Em razão disso, nosso estudo será aprofundado e sem a necessidade de “correr” com a matéria. Veremos cada um dos pontos com calma e com a profundidade necessária para absorver bem os assuntos, de acordo com o que as bancas vêm exigindo em prova. Isso é importante, pois o nosso foco não é uma doutrina, com posicionamentos divergentes, com análise crítica da matéria, com discussões teóricas. Trata-se de um curso voltado para provas de concurso público, de modo que as questões anteriores e as características das bancas serão nosso “termômetro”.

SEGUNDA, as provas anteriores serão nosso guia.

Bancas como CESPE, FCC e CONSULPLAN constituem o guia da nossa matéria, pois fizeram os mais recentes concursos de TRE. Desses editais anteriores – todos de 2015 – podemos extrair algumas informações relevantes.

É essencial tratar da legislação eleitoral atualizada.

A grande maioria das questões cobram a literalidade da lei.

Em alguns pontos específicos é importante o conhecimento de assuntos teóricos e doutrinários.

A jurisprudência dos tribunais superiores – especialmente STF e TSE – serão mencionados quando relevantes para a nossa prova.

Além disso, discussões jurídicas recentes como “Reforma Eleitoral”, criação do partido Rede Sustentabilidade, cadastro biométrico, verticalização das coligações, fidelidade partidária, entre outros, são relevantes e também serão abordadas.

Desse modo, podemos afirmar que as aulas serão baseadas em várias “fontes”.

FONTES

Doutrina quando essencial e majoritária

Legislação Eleitoral (em

sentido amplo)

Assuntos relevantes no

cenário jurídico

Jurisprudência relevante dos

Tribunais Superiores

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TERCEIRA, vamos resolver muitas questões. Traremos questões das mais variadas bancas de concurso público, notadamente do CESPE, da FCC e da CONSULPLAN. Além disso, traremos questões adaptadas e inéditas. Explico. Em razão das reformas eleitorais e devido ao fato de que nos anos de 2013 e 2014 tivemos poucos concursos de TRE, muitas das questões anteriores estão desatualizadas. Assim, a depender da questão, faremos ajustes e, em relação a determinados assuntos, criaremos questões inéditas. Isso porque a realização de questões é fundamental para a fixação dos assuntos abordados.

É bom registrar que todas as questões do material serão comentadas de forma analítica. Sempre explicaremos o porquê da assertiva/alternativa estar correta ou incorreta. Isso é relevante, pois o aluno poderá analisar cada uma delas, perceber eventuais erros de compreensão e revisar os assuntos tratados.

De nada adiantaria trazemos 100 ou 200 questões por aula, várias delas sobre o mesmo assunto, e não explicar detalhadamente como vocês devem “pensar” a questão na hora da prova. Pegaremos a questão, analisaremos cada uma das alternativas/assertiva para que, caindo algo semelhante em prova, você tenha segurança e tranquilidade para marcá-la.

Esta é a nossa proposta!

Vistos os aspectos gerais do curso, teçamos algumas considerações acerca da metodologia de estudo.

As aulas em .pdf têm por característica essencial a didática. Vamos abordar assuntos doutrinários, legislativos e jurisprudenciais com objetividade, priorizando a clareza, para facilitar a absorção.

Isso, contudo, não significa superficialidade. Pelo contrário, sempre que necessário e importante os assuntos serão aprofundados de acordo com o nível de exigência das provas anteriores.

Para tanto, o material será permeado de esquemas, gráficos informativos, resumos, figuras, tudo com o fito de “chamar atenção” para os conteúdos que possuem relevância para a prova. Sempre que houver uma “corujinha” no material redobre a atenção.

Além disso, teremos a cada aula em .pdf uma ou algumas aulas em vídeo. Essas aulas têm por finalidade revisar a matéria e lapidar assuntos relevantes de prova. Longe de qualquer outra pretensão, não há como, por intermédio das vídeo-aulas, aprofundar teoricamente todos os assuntos.

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Dessa forma, o .pdf continua a ser o principal instrumento de estudo do nosso curso junto ao Estratégia, contudo, agregamos um instrumento de revisão e fixação da matéria, que são as aulas gravadas. Assim, a cada aula, nas considerações finais, mencionaremos os assuntos e quantidade de vídeo aulas gravadas para revisão da matéria.

Por fim, é importante registrar que todos os conteúdos, leis e informações pertinentes a nossa disciplina constarão do material e estarão devidamente explicadas ou, ao menos, citada. Assim, não será necessário recorrer a nenhum outro material complementar. O nosso curso fornecerá uma preparação completa e integral!

Foco, objetividade e didática conduzirão todo o nosso curso.

Por fim, nossas aulas seguirão uma estrutura padronizada. Haverá uma parte inicial, onde abordaremos os assuntos que serão tratados, informações sobre aulas passadas (tais como esclarecimentos, correções etc.) e informações sobre os concursos eleitorais e indicação das vídeo-aulas de revisão. Em seguida, teremos a parte teórica da aula. Após a teoria, vamos responder às questões. Num primeiro momento você terá a bateria de testes na forma “seca”, juntamente com o gabarito. Após, comentaremos de modo analítico, explicando cada uma das alternativas. Por fim, faremos o fechamento da aula, com sugestões para a revisão e dicas de estudo.

Vejamos a estrutura das aulas:

CA

RA

CT

ER

ÍSTIC

AS

DO

C

UR

SO

Destaque das principais aspectos de cobrança em prova.

Utilização de recursos didáticos (esquemas, quadros, resumos, gráficos).

Questões comentadas analíticamente.

Material completo.

Foco e objetividade.

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Por fim, resta uma breve apresentação pessoal. Meu nome é Ricardo Strapasson Torques! Sou graduado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pós-graduado em Direito Processual.

Estou envolvido com concurso público há 08 anos, aproximadamente, quando ainda na faculdade. Trabalhei no Ministério da Fazenda, no cargo de ATA. Fui aprovado para o cargo Fiscal de Tributos na Prefeitura de São José dos Pinhais/PR e para os cargos de Técnico Administrativo e Analista Judiciário nos TRT 4ª, 1º e 9º Regiões. Atualmente, resido em Cascavel/PR e sou servidor Público na 2ª Vara do Trabalho de Toledo.

Já trabalhei em outros cursinhos, presenciais e on-line e, atualmente, em parceria com o Estratégia Concursos lançamos diversos cursos, notadamente na área eleitoral e de Direitos Humanos.

Deixarei abaixo meus contatos para quaisquer dúvidas ou sugestões. Terei o prazer em orientá-los da melhor forma possível nesta caminhada que estamos iniciando.

E-mail: [email protected] Facebook: https://www.facebook.com/ricardo.s.torques

•Assuntos a serem estudados•Observações sobre aulas passadas•Informações atinentes ao andamento do curso

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

•Teoria•Esquemas e gráficos explicativos•Legislação de Aula•Doutrina e Jurisprudência quanto estritamente necessário•Resumo dos principais aspectos do tópico estudado.

AULA

•Lista das questões sem comentários•Gabarito•Questões Comentadas analiticamente.

QUESTÕES

•Sugestões de leituras e considerações quanto à revisão•Dicas e sugestões de estudo•Informações sobre a próxima aula.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Cronograma de Aulas

Os conteúdos acima foram distribuídos da seguinte maneira:

AULA 00 – Introdução ao Direito Eleitoral Disponibilização Conceito Fontes Princípios Teoria Geral do Estado

18.03.2015

AULA 01 – Direito Eleitoral na Constituição Federal Disponibilização Direitos de Nacionalidade Direitos Políticos Partidos Políticos

01.04.2015

AULA 02 – Justiça Eleitoral Disponibilização Composição Competência TSE, TRE, Juízes Eleitorais, Juntas Eleitorais Ministério Público Eleitoral

10.04.2015

AULA 03 – Alistamento Eleitoral (parte 01) Disponibilização Alistamento Eleitoral segundo o Código Eleitoral e Resolução 21.538 30.04.2015

AULA 04 – Alistamento Eleitoral (parte 02) Disponibilização Alistamento Eleitoral segundo o Código Eleitoral e Resolução 21.538 10.05.2015

AULA 05 – Elegibilidade e Inelegibilidade Disponibilização Elegibilidade e inelegibilidade segundo a Constituição Federal, Lei das Eleições e Lei das Inelegibilidades 20.05.2015

AULA 06 – Partidos Políticos Disponibilização Lei nº 9.096/1995 e alterações posteriores 30.05.2015

AULA 07 – Abuso de Poder e Prestação de Contas Disponibilização Abuso de Poder e Prestação de Contas 09.06.2015

AULA 08 – Propaganda Eleitoral Disponibilização Propaganda Eleitoral 19.06.2015

AULA 09 – Eleições Disponibilização Eleições segundo o Código Eleitoral 29.06.2015

AULA 10 – Lei das Eleições Disponibilização Lei nº 9.504/1997 e alterações posteriores 09.07.2015

AULA 11 – Crimes Eleitorais e Processo Eleitoral Disponibilização Crimes Eleitorais e Processo Eleitoral 19.07.2015

AULA 12 – Ações e Recursos Eleitorais Disponibilização Ações e Recursos Eleitorais 29.07.2015

AULA 13 – Fornecimento de Transporte Gratuito, Súmulas do TSE e Resumo

Disponibilização

Lei nº 6.091/74 e alterações posteriores Súmulas do TSE Resumo

08.08.2015

Como vocês podem perceber as aulas são distribuídas de modo que possamos tratar cada um dos assuntos com tranquilidade, transmitindo segurança a vocês para um excelente desempenho em prova. Eventuais ajustes de cronograma poderão realizados por questões didáticas e serão sempre informações com antecedência.

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Aula どど ┽ Introduça┘o ao Direito Eleitoral 1 Ȃ Considerações Iniciais

Em nossa aula inaugural vamos estudar alguns pontos introdutórios do Direito Eleitoral.

Primeiramente devemos saber o que é Direito Eleitoral, quais os assuntos abrangidos, qual o posicionamento da disciplina no ordenamento jurídico. Veremos também as fontes do Direito Eleitoral.

Num segundo momento, vamos tecer algumas considerações gerais sobre Teoria Geral do Estado, fundamentais para compreendermos a necessidade e importância da nossa disciplina.

Em seguida vamos analisar os princípios gerais que orientam nossa disciplina.

Assim:

Pessoal, embora seja um assunto introdutório, na prova do TRE-GO/CESPE/2015 perguntaram se medida provisória pode disciplinar sobre Direito Eleitoral. Na prova do TRE-RR/FCC/2015 a banca

questionou se as Resoluções do TSE são fontes formais. Será que vale a pena estudar esta aula introdutória?

Boa aula a todos!

2 - Introdução ao Direito Eleitoral

Neste capítulo vamos tratar objetivamente da parte introdutória da matéria. São conceitos que, por vezes, não vêm expresso em edital, contudo têm importância para nos situarmos na matéria e para formar a base para os assuntos futuros.

INTRODUÇÃO AO DIREITO ELEITORAL

Conceito

Teoria Geral do Estado

Fontes

Princípios de Direito Eleitoral

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2.1 - Conceito O Direito é composto de vários ramos como o Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Civil e o Direito Eleitoral entre outros. Cada um desses ramos cuida de um assunto específico. Por exemplo, o Direito Civil cuida essencialmente das relações entre as pessoas contratos, casamento etc.

O Direito Eleitoral cuida, essencialmente, de tudo o que envolve eleições. Desse modo, o Direito Eleitoral quando determinada pessoa pode votar ou se candidatar a algum cargo político. Estuda também todo o processo de escolha dos nossos representantes, desde o registro da candidatura até a diplomação, oportunidade em que o candidato escolhido é declarado eleito.

Portanto, o Direito Eleitoral é um ramo do Direito que trata de diversos assuntos relacionados às eleições.

Como dissemos no início da aula, usaremos conceitos doutrinários apenas quando essencial para compreendermos a matéria. Aqui é um desses momentos. Vejamos, então, dois conceitos:

Segundo Francisco Dirceu Barros1:

O Direito Eleitoral é ramo do Direito Público que trata dos institutos relacionados com os direitos políticos e das eleições, em todas as suas fases, como forma de escolha dos titulares dos mandatos eletivos e das instituições do Estado.

Para Marcos Ramayana2:

Ramo do Direito Público que disciplina o alistamento eleitoral, o registro de candidatos, a propaganda política eleitoral, a votação, apuração e diplomação, além de organizar os sistemas eleitorais, os direitos políticos ativos e passivos, a organização judiciária eleitoral, dos partidos políticos e do Ministério Público dispondo de um sistema repressivo penal especial.

Os conceitos acima são interessantes, pois exemplificam vários assuntos que estão abrangidos pelo Direito Eleitoral e que serão estudados em nossas aulas. Não vamos, neste momento do curso, estudar cada um desses institutos, eles serão estudados, naturalmente, à medida que avançarmos na matéria.

De todo modo, desde já algumas informações são relevantes!

(i) O Direito Eleitoral é um ramo do Direito Público. É comum a distinção entre ramos do Direito Público e ramos do Direito Privado. O Direito Privado envolve as relações entre pessoas físicas e jurídicas no âmbito particular (obrigações, indenizações, contratos). Já o Direito Público envolve assuntos de interesse da coletividade, ultrapassando a fronteira do mero interesse particular. O Direito Eleitoral nessa classificação é ramo do Direito Público.

1 BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral. 10ª edição. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2011, p. 01. 2 RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral. 10ª edição, rev., ampl. e atual., Niterói: Editora Impetus, 2010, p. 14.

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Porque? Por um simples fato, o Direito Eleitoral disciplina como serão as eleições, quem poderá votar, quem poderá candidatar-se a determinado cargo político. São interesses da coletividade, disciplinados pelo Direito eminentemente público.

(ii) O Direito Eleitoral possui institutos e princípios próprios. Isso denota que a disciplina possui autonomia científica e didática, razão pela qual é tratada como matéria autônoma.

Embora autônoma, há diversas normas de Direito Eleitoral que estão dentro da Constituição, como, por exemplo direitos políticos, nacionalidade, regras gerais atinentes aos partidos políticos e organização da Justiça Eleitoral. Esses assuntos são estudados também em Direito Constitucional, numa verdadeira intersecção entre ambas as disciplinas.

(iii) O Direito Eleitoral disciplina os direitos políticos e as eleições de modo geral. Esses dois institutos são o cerne do Direito Eleitoral. Todos os demais institutos jurídicos eleitorais decorrem dos direitos políticos e das eleições propriamente. Neste contexto, à disciplina de Direito Eleitoral compete tratar do alistamento eleitoral, do registro de candidatos, da propaganda política eleitoral, da votação, apuração e diplomação, da organização dos sistemas eleitorais, dos direitos políticos ativos e passivos, da organização judiciária eleitoral, partidos políticos e crimes eleitorais.

Ok? No início é difícil mesmo, parece um monte de informação sem sentido e complexa. Com o tempo essas informações são compreendidas com naturalidade. Por hora é importante apenas fixar que o Direito Eleitoral é o ramo do direito que estuda as regras relativas aos direitos políticos e às eleições.

Sigamos!

2.2 Ȃ Fontes

Conceito

Em termos simples, a expressão fontes refere-se aos modos de elaboração e revelação da norma jurídica. A palavra fonte remete à ideia de origem, daquilo que surge. É justamente esse o conceito de fonte para o direito:

DIREITO ELEITORAL

ramo do Direito Público

possui institutos e princípios

próprios

disciplina direitos políticos e eleições

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Fonte é aquilo que dá origem ao direito ou, mais especificamente, às normas jurídicas.

Classificação

Tradicionalmente a doutrina distingue fontes primárias de fontes secundárias de Direito Eleitoral.

As fontes primárias são aquelas decorrentes do Poder Constituinte Originário ou aquelas decorrentes do exercício da função típica do Poder Legislativo (Poder Constituído). Devemos lembrar que cada um dos poderes reserva funções típicas: ao Executivo administrar, ao Judiciário julgar e ao Legislativo legislar e fiscalizar. Assim, compete ao Poder Legislativo editar leis eleitorais, verdadeiras fontes primárias eleitorais.

A principal fonte primária é a Constituição Federal, fruto do Poder Constituinte Originário e, por isso, manifestação direta da soberania popular. Dela emanam todas as demais normas primárias do nosso ordenamento jurídico, em razão da superioridade hierárquica da Constituição Federal. O Texto Constitucional traz diversas regras de direito eleitoral, havendo, inclusive, um capítulo próprio sobre os direitos políticos (art. 14 a 16) e sobre os partidos políticos (art. 17).

Como tudo emana da Constituição Federal, é o seu Texto que prevê a competência para que o Poder Legislativo disciplina normas de Direito Eleitoral. Assim, confere-se à União a competência legislar privativamente sobre Direito Eleitoral. Logo, todas as demais normas decorrentes do exercício da função legislativa são primárias. Podemos destacar que tais normas retiram o fundamento de validade direto do texto constitucional e estão sujeitas ao controle de constitucionalidade.

O fundamento da competência legislativa privativa da União está no art. 22, I, da CF:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (...)

Ou seja, quem estabelece as regras de Direito Eleitoral é a União!

Aprofundando um pouco a matéria neste aspecto, é relevante tratar do art. 22, § único da CF, que prevê a possibilidade de a União editar uma lei complementar autorizando aos Estados legislar sobre questões específicas arroladas nos incisos do art. 22 e, portanto, sobre Direito Eleitoral.

A COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR SOBRE DIREITO ELEITORAL É

PRIVATIVA DA UNIÃO

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Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

Há controvérsia quanto a tal possibilidade em nossa disciplina, uma vez que o processo eleitoral e as regras aplicáveis às eleições são as mesmas para todo o território nacional. Assim, na prática não temos lei complementar federal que autorize lei eleitoral específica pelos estados-membros. De todo modo, para fins da nossa prova, EM TEORIA, é possível que a União editar uma lei complementar geral autorizando aos demais entes da federação legislar sobre questões específica de Direito Eleitoral.

Retornando às normas eleitorais, editadas nos termos do art. 22, I, da CF, elas são classificadas em normas primárias diretas e normas primárias indiretas (ou subsidiárias). As primeiras assim são denominadas porque disciplinam direta e especificamente assuntos de natureza eleitoral. Destacam-se:

Lei nº 4.737/1965 (Código Eleitoral); Lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos); Lei Complementar nº 64/1990 (Lei das Inelegibilidades); Lei 9.504/1997 (Lei das Eleições).

Paralelamente, existem as fontes primárias indiretas, ou seja, normas que, embora legislativas primárias, são aplicadas subsidiária ou supletivamente. Destacam-se:

Código Penal e Código de Processo Penal; Código Civil e Código de Processo Civil;

Por outro lado existem também as denominadas fontes secundárias, normas que retiram fundamento de validade da legislação infraconstitucional, não propriamente da Constituição.

Em Direito Eleitoral, possuem especial destaque as Resoluções, que podem ser editadas tanto pelo TRE, quanto pelo TSE. Embora formais e fontes diretas, as Resoluções são fontes secundárias. Aprofundaremos no tópico seguinte.

Para além dessas, são consideradas fontes materiais o Direito Eleitoral a doutrina eleitoral, que constitui o entendimento dos juristas de Direito Eleitoral, a jurisprudência do TSE – que constituem as decisões reiteradas da Corte sobre matérias eleitorais – assim como as Súmulas e os Estatutos dos partidos políticos.

Ao contrário das fontes formais, as fontes materiais não caráter vinculativo e funcionam como substrato teórico para a edição posterior de fontes formais pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário eleitoral no exercício da função normativa.

Resoluções do TSE

As Resoluções do TSE são tecnicamente normas de caráter infralegal e regulamentar, por meio dos quais o órgão supremo eleitoral dá

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cumprimento à legislação infraconstitucional. Por serem normas são consideradas como fontes formais.

Tal atribuição normativa é conferida ao TSE, pelo art. 23, IX do Código Eleitoral:

Compete, ainda, privativamente ao Tribunal Superior: (...)

IX – expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código; (...)

Ademais, o art. 105, da Lei das Eleições, com redação dada pela Lei 12.037/2009 conceitua legislativamente as Resoluções do TSE nos seguintes termos:

Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas nesta Lei, poderá expedir todas as instruções necessárias para a sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos.

Dos dispositivos acima, podemos concluir que as Resoluções do TSE são normas que estabelecem regras legais, gerais e abstratas, editadas para a execução da legislação eleitoral. O objetivo principal de tais normas é regulamentar as eleições. Anualmente e especialmente nos anos eleitorais, o TSE edita diversas Resoluções, que disciplinam procedimentos não previstos na legislação eleitoral. Essas regulamentações aplicam-se a todos aqueles que concorrerem às eleições de modo geral e abstrato e com caráter vinculante.

Além disso, as Resoluções tratam especificamente sobre Direito Eleitoral, razão pela qual são consideradas fontes diretas.

Portanto...

Contudo, precisamos aprofundar um pouco mais! Há diversos autores na doutrina que afirmam que as Resoluções do TSE possuem caráter normativo primário, normatizando hipóteses não reguladas pela

norma eleitoral. Tal entendimento predominou na doutrina, uma vez que antes da Lei 12.037/2009, a redação do art. 105 era mais simples, não continha a menção expressa ao caráter regulamentar e a impossibilidade de criar ou restringir direitos das Resoluções do TSE. Deste modo, o TSE entendia que suas resoluções tinham caráter legal. Esse entendimento foi, inclusive, sufragado no STF.

Assim, formou-se na jurisprudência duas posições bem claras:

As Resoluções do TSE são fontes formais e diretas do Direito Eleitoral.

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1ª POSIÇÃO: existem Resoluções do TSE primárias, que inovam a ordem jurídica.

A primeira posição foi adotada pelo STF no julgamento da ADI nº 3.999 e ADI nº 4.086, no qual o Plenário confirmou a constitucionalidade da Resolução nº 22.610/2007, que disciplina o processo de perda de mandato eletivo por infidelidade partidária. Em síntese, discutiu-se que a referida Resolução disciplinou de maneira inovadora o processo de perda de cargo

eletivo, matéria que somente poderia ser disciplinada por norma editada pelo Poder Legislativo.

Vejamos excerto do julgado3:

Fidelidade partidária. Ação direta de inconstitucionalidade ajuizada contra as Resoluções 22.610/2007 e 22.733/2008, que disciplinam a perda do cargo eletivo e o processo de justificação da desfiliação partidária. Síntese das violações constitucionais arguidas. Alegada contrariedade do art. 2º da Resolução ao art. 121 da Constituição, que ao atribuir a competência para examinar os pedidos de perda de cargo eletivo por infidelidade partidária ao TSE e aos TREs, teria contrariado a reserva de lei complementar para definição das competências de Tribunais, Juízes e Juntas Eleitorais (art. 121 da Constituição). Suposta usurpação de competência do Legislativo e do Executivo para dispor sobre matéria eleitoral (art. 22, I; arts. 48 e 84, IV, da Constituição), em virtude de o art. 1º da Resolução disciplinar de maneira inovadora a perda do cargo eletivo. Por estabelecer normas de caráter processual, como a forma da petição inicial e das provas (art. 3º), o prazo para a resposta e as consequências da revelia (art. 3º, caput e parágrafo único), os requisitos e direitos da defesa (art. 5º), o julgamento antecipado da lide (art. 6º), a disciplina e o ônus da prova (art. 7º, caput e parágrafo único, e art. 8º), a Resolução também teria violado a reserva prevista no art. 22, I, e arts. 48 e 84, IV, da Constituição. (...). Por fim, dizem os requerentes que o ato impugnado invadiu competência legislativa, violando o princípio da separação dos poderes (arts. 2º e 60, §4º, III, da Constituição). O STF, por ocasião do julgamento dos Mandados de Segurança 26.602, 26.603 e 26.604 reconheceu a existência do dever constitucional de observância do princípio da fidelidade partidária. Ressalva do entendimento então manifestado pelo Ministro Relator. Não faria sentido a Corte reconhecer a existência de um direito constitucional sem prever um instrumento para assegurá-lo. As resoluções impugnadas surgem em contexto excepcional e transitório, tão somente como mecanismos para salvaguardar a observância da fidelidade partidária enquanto o Poder Legislativo, órgão legitimado para resolver as tensões típicas da matéria, não se pronunciar. São constitucionais as Resoluções 22.610/2007 e 22.733/2008 do TSE.

Portanto, do que se lê acima, o STF entendeu que, de fato, a matéria deveria ser editada pelo Poder Legislativo, em razão da regra de competência constante do art. 22, I, da CF. Contudo, a exigência da fidelidade partidária é extraída do próprio Texto da Constituição e, assim, não faz sentido apenas aplicar mediante lei do Poder Legislativo.

Entendeu assim o STF que a Resolução TSE nº 22.610/2010 é uma norma transitória e de caráter excepcional, que se justifica em face da demora do Poder Legislativo em editar uma norma para disciplinar a matéria.

3 ADI 3.999 e ADI 4.086, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 12-11-2008, Plenário, DJE de 17-4-2009.

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Desse modo, neste caso, concluiu o STF que a Resolução do TSE, além de ser fonte formal direta é, também, fonte primária.

Vejamos, em seguida, outro posicionamento do STF.

2ª POSIÇÃO: existem Resoluções do TSE secundárias, as quais não podem inovar na ordem jurídica.

A Resolução TSE nº 20.993/2002 determinou a verticalização das coligações partidárias. Veremos esse assunto com profundidade futuramente, não se preocupem. Em termos simples o TSE obrigou os partidos adotar a coligação nacional para concorrer nas eleições estaduais e municipais, sem possibilidade de outros arranjos entre os partidos nos estados-membros e nos municípios.

Em razão disso, vários partidos políticos ingressaram com uma ADI perante o STF, questionando a norma criada pela Resolução. Neste julgamento, o STF entendeu que a Resolução do TSE possui caráter secundário e interpretativo, não

podendo inovar na ordem jurídica, dada a natureza das resoluções.

Vejamos a ementa da ADI nº 2.6264:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PARÁGRAFO 1º DO ARTIGO 4º DA INSTRUÇÃO Nº 55, APROVADA PELA RESOLUÇÃO Nº 20.993, DE 26.02.2002, DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. ART. 6º DA LEI Nº 9.504/97. ELEIÇÕES DE 2002. COLIGAÇÃO PARTIDÁRIA. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTIGOS 5º, II E LIV, 16, 17, § 1º, 22, I E 48, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ATO NORMATIVO SECUNDÁRIO. VIOLAÇÃO INDIRETA. IMPOSSIBILIDADE DO CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE. Tendo sido o dispositivo impugnado fruto de resposta à consulta regularmente formulada por parlamentares no objetivo de esclarecer o disciplinamento das coligações tal como previsto pela Lei 9.504/97 em seu art. 6º, o objeto da ação consiste, inegavelmente, em ato de interpretação. Saber se esta interpretação excedeu ou não os limites da norma que visava integrar, exigiria, necessariamente, o seu confronto com esta regra, e a Casa tem rechaçado as tentativas de submeter ao controle concentrado o de legalidade do poder regulamentar. Precedentes: ADI nº 2.243, Rel. Min. Marco Aurélio, ADI nº 1.900, Rel. Min. Moreira Alves, ADI nº 147, Rel. Min. Carlos Madeira. Por outro lado, nenhum dispositivo da Constituição Federal se ocupa diretamente de coligações partidárias ou estabelece o âmbito das circunscrições em que se disputam os pleitos eleitorais, exatamente, os dois pontos que levaram à interpretação pelo TSE. Sendo assim, não há como vislumbrar, ofensa direta a qualquer dos dispositivos constitucionais invocados. Ação direta não conhecida. Decisão por maioria.

Em síntese, o STF afirmou que as Resoluções possuem caráter secundário e destinam-se a interpretar a norma eleitoral.

Esse é o entendimento, inclusive, de Francisco Dirceu Barros5:

A reforma eleitoral alterou totalmente o art. 105 caput da Lei nº 9.504/1997 e ao estabelecer as principais características de uma resolução, mitigou o seu caráter de ato normativo primário, pois não será possível uma resolução restringir direito ou estabelecer sanções distintas das previstas na Lei 9.504/1997.

4 ADI 2626, Relator Min. Sydney Sanches, julgado em 18/04/2004, DJ 05-03-2004. 5 BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral, p. 07/08.

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No mesmo sentido, posiciona-se Rafael Barretto6:

As resoluções do TSE são normas de caráter regulamentar que a Corte edita para disciplinar a aplicação da legislação eleitoral, normalmente sintetizando no texto delas, a jurisprudência do Tribunal sobre as matérias versadas.

Sintetizando as posições do STF...

Para efeito de prova devemos levar as seguintes informações...

A nossa vantagem aqui é a seguinte: as questões não têm perguntado se é fonte primária ou secundária, limitam-se apenas a questionar se é fonte formal e direta. Como veremos nas questões, esse assunto foi exigido pela FCC já neste ano, em 2015! Por isso que nós alongamos a análise aqui! Compreendido?

6 BARRETO, Rafael. Direito Eleitoral, Col. Saberes do Direito, São Paulo: Editora Saraiva, 2012, versão eletrônica.

1ª posição

•fonte formal - porque institui institui normas gerais e abstratas•fonte direta - porque trata exclusivamente de direito eleitoral•fonte primária - porque inova na ordem jurídica e não apenas regulamenta a legislação eleitoral

2ª posição

•fonte formal - porque institui institui normas gerais e abstratas•fonte direta - porque trata exclusivamente de direito eleitoral•fonte secundária - porque se presta a interpretar e regulamentar a legislação infraconstitucional, não podendo inovar na ordem jurídica

Resoluções do TSE

FONTE FORMAL FONTE DIRETAFONTE

PRIMÁRIA/SECUNDÁRIA (* divergência)

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Medida Provisória

As medidas provisórias constituem uma espécie normativa peculiar. Ao contrário da regra, elas são criadas pelo Presidente da República, Governador ou Prefeitos, ou seja, pelo Poder Executivo. Em razão disso, a medida provisória tem validade apenas por 60 dias, prorrogáveis por outros 60 dias e será editada apenas em situações de relevância e urgência. Passado esse período, se a medida provisória não for convertida em lei, perderá sua eficácia.

Por conta de todas essas questões específicas, há vedação no Texto Constitucional para edição de tal espécie normativa para disciplinar Direito Eleitoral nos termos do art. 62. §1º, I, a da CF:

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.

§1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I – relativa a:

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; (...).

Portanto...

Consultas

De início saibamos, as consultas NÃO SÃO FONTES FORMAIS OU DIRETAS do Direito Eleitoral, mas tão somente fontes interpretativas. Vejamos o porquê!

As Consultas consistem na atribuição conferida aos TREs e ao TSE para responder questionamentos feitos por autoridades competentes, desde que não se refira a um caso concreto propriamente. A consulta não pode ser reportar a um caso concreto propriamente, pois seria uma forma irregular de se antecipar o julgamento de determinado processo judicial eleitoral.

Assim, a consulta constitui uma forma de orientar as partes envolvidas no processo eleitoral, com a finalidade de evitar processos judiciais. Assim, após as consultas os interessados sentem-se seguros dos atos praticados durante todo o processo das eleições, sem necessidade de recorrer às ações judiciais.

A consulta não possui caráter vinculante, muito menos erga omnes.

É VEDADO À MEDIDA PROVISÓRIA DISPOR SOBRE DIREITOS POLÍTICOS, PARTIDOS POLÍTICOS E

DIREITO ELEITORAL.

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E o que isso significa?

Uma decisão judicial, após o trânsito em julgado possui efeito vinculante entre as partes. Isso significa dizer que a decisão judicial proferida vincula a parte de modo que ela não poderá deixar de observar a decisão. O caráter erga omnes, por sua vez, indica que a lei ou ato jurídico atinge a todos. Tais efeitos não se aplicam à consulta, que constitui apenas um posicionamento da Justiça Eleitoral sobre determinada matéria que tem gerado dúvida na comunidade, sem vincular ninguém, e sem se aplicar a todos indistintamente.

Assim, é possível que embora exarado determinado entendimento em consulta, futuramente determinado TRE ou o TSE decidam, no exercício da função jurisdicional, de modo diverso.

A competência para responder às consultas é atribuída ao TRE e ao TSE. Quanto a este, vejamos o que dispõe o art. 23, XII, do Código Eleitoral:

Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior, (...)

XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político; (...)

Já em relação ao TRE a competência vem disciplinada no art.

Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais: (...)

VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político; (...)

Notaram alguma diferença entre os dispositivos?

Há uma diferença bastante relevante que comumente é objetivo de prova. No âmbito do TSE as consultas serão formuladas por autoridade de jurisdição federal ou órgão nacional de partido político. Já no âmbito dos TRE as consultas poderão ser formuladas por autoridade pública ou partido político.

Logo...

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Para finalizar, vejamos um exemplo.

O TSE foi consultado no ano passado nos termos por um Senador da República:

1. Aplicar-se-á a Lei Federal n° 12.891/2013 para as eleições gerais de 2014?

2. Em caso afirmativo, a Lei Federal n° 12.891/2013 será totalmente ou parcialmente aplicada?

3. No caso de parcial aplicação para as eleições gerais de 2014, quais serão os dispositivos que valerão para o ano que vem?

Após análise das questões formuladas o TSE respondeu à consulta, em síntese, do seguinte modo7:

CONSULTA. APLICABILIDADE DA LEI Nº 12.891/2013 ÀS ELEIÇÕES DE 2014. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL. RESPOSTA NEGATIVA À PRIMEIRA INDAGAÇÃO. PREJUDICADAS AS DEMAIS.

Portanto, o entendimento foi o de que a Lei nº 12.891/2013, que instituiu a Minirreforma Eleitoral não se aplica às eleições de 2014, em razão do princípio da anualidade eleitoral.

Síntese

Finalizamos assim, o estudo das fontes. Vimos alguns aspectos específicos, que envolvem a matéria. Para a prova devemos lembrar:

7 Consulta nº 100075, Relator Min. João Otávio de Noronha, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Data 01/09/2014.

CONSULTAS

TSE - formuladas por

autoridade de jurisdição federal

órgão nacional de partido político.

TRE - formuladas por

autoridade pública

partido político

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2.3 Ȃ Noções de Teoria Geral do Direito Neste tópico vamos situar vocês a respeito de como é estruturado e organizado nosso Estado. Veremos alguns aspectos da organização administrativa para que possamos compreender como ocorre o processo eleitoral no Brasil.

A Constituição Federal é a norma máxima de um Estado, que regulamenta assuntos importantes como direitos fundamentais, organização do poder, distribuição de competências, exercício das funções políticas e forma de governo. Essas regras dão origem ao Estado e que nada mais são do que um contrato aceito por um grupo de pessoas de determinado território.

Portanto, o que veremos aqui são algumas regras que organizam e estruturam o Estrado Brasileiro.

FO

NT

ES

DE

DIR

EIT

O

ELE

ITO

RA

L

Primárias

Diretas

CF

Código Eleitoral

Lei dos Partidos Políticos

Lei das Inelegibilidades

Lei das Eleições

Indiretas (subsidiárias)

Código Penal

Código de Processo Penal

Código Civil

Código de Processo Civil

Reso

luçõ

es

do

TS

E

FONTES FORMAIS

FONTES DIRETAS

FONTES PRIMÁRIAS/SECUNDÁRIAS

(*divergência)

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 DEU ORIGEM AO ESTADO

BRASILEIRO ATUAL!

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Para a criação/constituição do Estado brasileiro foi necessário a reunião do povo em nosso território que, soberanamente, ou seja, sem qualquer interferência de qualquer outro país, estabeleceu um contrato. Esse contrato é a Constituição Federal!

Podemos extrair, portanto, três elementos fundamentais na constituição de um Estado:

Vejamos cada um deles!

O povo refere-se às pessoas que estão efetivamente ligadas ao Estado ou porque nasceram aqui ou porque residem em nosso País. Veremos, já na próxima aula, as regras que definem quem será considerado brasileiro. Dito de outra forma, vamos estudar as

regras relativas à nacionalidade, definindo quais são os requisitos e quais as condições para uma pessoa ser considerada brasileira.

A definição de território compreende o limite espacial onde está situado o povo brasileiro.

O governo soberano, por fim, refere-se à titularidade do poder para comandar o Estado brasileiro. Ao governo compete regulamentar a vida em sociedade de acordo com os parâmetros definidos na Constituição. Compete também executar as prescrições da CF e da legislação infraconstitucional bem como julgar os conflitos que surgirem no convívio social.

A soberania é atribuída ao povo, detentor do poder supremo, distinguindo-se em interna e externa.

Internamente a soberania refere-se ao poder conferido ao Estado Brasileiro sobre qualquer outro poder existente na sociedade brasileira. O único poder institucionalizado, responsável por gerir o Brasil são os poderes constituídos pela Constituição Federal.

Além da soberania interna, nosso país é soberano internacionalmente, na medida em que nenhum outros País ou organização internacional poderá sujeitar o Estado Brasileiro. O Brasil é independente e autodeterminado em relação aos demais países.

ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DE UM ESTADO

Povo Território Governo soberano

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Trata-se de um governo soberano, porque não está vinculado, dentro dos seus limites territoriais, a nenhum outro poder social ou Estado.

Segundo nossa Constituição Federal no art. 1º, § único, a soberania é exercida pelo povo, de forma direta ou indireta, conforme veremos no decorrer do curso.

Assim, dispõe o art. 1º, § único:

Parágrafo Único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes, nos termos desta Constituição.

Como podemos perceber, portanto, a organização do Estado brasileiro é delimitada pela Constituição ao afirmar “nos termos desta Constituição”.

O Texto Constitucional define que o Brasil é um Estado de Direito, de modo que compete a lei exercer papel fundamental, pois todas as pessoas que residem em nosso território estão submetidas ao ordenamento jurídico brasileiro, composto pela Constituição e legislação infraconstitucional.

Ademais, segundo nossa Constituição, o Brasil é um Estado Democrático. Devemos prestar atenção nesse conceito, porque ele é fundamental para o Direito Eleitoral. A democracia refere-se ao governo do povo, que funda um regime político pautado na soberania popular, característico de uma sociedade livre, segundo a qual cada pessoa tem o direito de participar livremente das decisões da sociedade.

A soberania materializa-se pela participação da sociedade nas decisões políticas, seja pelo sufrágio universal - pelo voto direto, secreto, universal e periódico - bem como pelo referendo, plebiscito e iniciativa popular.

Entenderam a correlação da democracia com o direito eleitoral?

A SOBERANIA É ENTENDIDA COMO O PODER SUPREMO QUE O ESTADO POSSUI DENTRO DOS SEUS LIMITES TERRITORIAIS E, INTERNACIONALMENTE, REFERE-SE À NÃO SE SUJEIÇÃO A

NENHUM OUTRO PODER NO ÂMBITO INTERNACIONAL.

POVO pessoas ligadas ao Estado

TERRITÓRIO delimitação territorial onde está situado o povo

GOVERNO SOBERANO titularidade para comando do povo brasileiro

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Nesse sentido, segundo José Jairo Gomes8:

A soberania popular revela-se no poder incontrastável de decidir. É ela que confere legitimidade ao exercício do Poder Estatal.

Portanto, a condução do Estado brasileiro se dá por mecanismos diretos e indiretos de democracia. Ao Direito Eleitoral compete estudar esses mecanismos. Para tanto, devemos nos socorrer das fontes jurídicas de Direito Eleitoral. É o que passaremos a estudar no tópico seguinte. Antes, porém, cumpre analisar alguns de conceitos específicos de Teoria Geral do Estado que são importantes: forma de Governo, forma de Estado, sistema de Governo e regime de Governo.

Vamos iniciar com um esquema simples e, na sequência, vejamos cada um desses conceitos, em separado:

Forma de Governo República

Forma de Estado Federativa

Sistema de Governo Presidencialista

Regime de Governo Democrática

Parte da doutrina denomina a forma de governo e o regime de governo como princípios! Isso destaca a importância desse assunto para a nossa prova.

Deste modo, podemos afirmar que são princípios constitucionais eleitorais o princípio republicano e o princípio democrático, que passamos estudar.

Forma de Governo

A forma de governo determina como se atinge o poder, disciplinando a relação entre aqueles que governam o Estado e os governados. Deste modo, a forma de governo fixa a sistematização do exercício do poder e composição dos órgãos estatais.

8 GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 9ª edição, São Paulo: Editora Atlas S/A, 2013, p. 44.

O DIREITO ELEITORAL NADA MAIS É DO QUE O EXERCÍCIO DA SOBERANIA PELO POVO

BRASILEIRO, PELOS DIVERSOS MECANISMOS PREVISTOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

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Tradicionalmente, existem duas formas de Governo bastante difundidas: a Monarquia e a República.

A Monarquia caracteriza-se pela vitaliciedade e hereditariedade. Isso significa dizer que a pessoa do governante permanecerá no governo durante toda a sua vida, não havendo processo eleitoral e, com sua morte, assumem o poder os sucessores.

Na República é o governo do povo. A República pressupõe que as funções governamentais sejam ser exercidas por cidadãos que foram eleitos pelo sufrágio universal, escolhidos para exercerem tal função. Desse modo, podemos afirmar que a República tem como premissa basilar o princípio da igualdade, uma vez que não há possibilidade de adoção da sucessão hereditária para os cargos políticos, nem mesmo tratamento diferenciado àqueles que pretendem chegar ao poder. Isso significa dizer que todas as pessoas podem concorrer em condições de igualdade aos cargos políticos previstos em nossa Constituição.

Na República o exercício do poder supremo é atribuído ao povo, que escolhe seus representantes para “cuidar” da “coisa pública” (República).

Antes de finalizar, vejamos as características da República:

(i) O exercício do Governo pelo político escolhido é transitório, segundo mandatos fixos, com renovações periódicas. É por isso, por exemplo, que temos eleições a cada 4 anos.

(ii) Os governantes são escolhidos pelo povo, por intermédio do voto.

(iii) Qualquer cidadão tem a prerrogativa de participar da vida política em condições de igualdade, desde que preenchidos os requisitos previstos na legislação.

•Forma como se atinge o Poder.•No Brasil, o governo é do povo.•O exercício dos cargos políticos são transitórios.•Os governantes são escolhidos pelo povo.•Os cidadão podem concorrer aos cargos públicos em condições deigualdade.

REPÚBLICA

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Forma de Estado

A forma de Estado se refere a organização político-administrativa dos entes que compõe determinado Estado. No Brasil existem três entes federativos: a União, os estados-membros e os municípios. Por isso a forma do Estado brasileiro é a federativa, porque dividida em entes. A forma adotada por determinado Estado pode ser federativa ou unitária.

O Estado unitário é caracterizado pela concentração de poder no governo central, o

qual simplesmente delega parcelas de prerrogativas aos demais entes, na extensão da sua vontade e pelo tempo que interessar. Essa forma de Estado é marcada pela inexistência de autonomia para os demais entes governamentais, uma vez que todo o poder é concentrado no governo central.

O Brasil, como dissemos, adota a forma de estado federativa, isso equivale dizer que no nosso país prevalece a descentralização de poder entre os entes políticos. Assim, cada ente federado possui autonomia e uma esfera de competência própria, delimitada pela Constituição.

A autonomia dos entes federados se caracteriza, em especial, pela capacidade de autogoverno, sendo garantida competência orçamentária, administrativa, legislativa, financeira e, principalmente, tributária.

Podemos citar como outra característica do federalismo a aptidão de produção de leis pelos entes federados, tendo em vista a possibilidade dos Estados e Municípios de legislar desde que observados certos parâmetros constitucionais.

Vejamos, também, as principais características da federação:

(i) O Estados-membros influenciam na formação da vontade nacional. Assim, não compete apenas à União definir os rumos gerais do país. No Brasil a influência regional se dá pela atuação dos senadores, que são representantes dos Estados-membros e, no Congresso Nacional, legislam em prol de interesse dos seus respectivos Estados.

(ii) A igualdade dos entes federativos. Cada ente federativo possui esfera de competência própria, sem distinções ou preferência entre os entes federativos.

(iii) A existência uma Justiça específica para resolver os litígios entre os entes. No Brasil, a Justiça Federal é a responsável por tal competência.

(iv) A existência de um espaço de competência exclusiva para cada um dos entes federativos. Cada ente federativo possui algumas matérias que somente ele pode tratar e legislar. Um exemplo clássico são os tributos. O IPTU, por exemplo, é competência exclusiva do município, o IPVA de

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competência exclusiva dos Estados-membros e IR da União. Um ente não pode interferir na competência do outro.

Sistema de Governo

O sistema de governo adotado pelos Estados representa o modo como é conduzido o relacionamento entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo. Os dois sistemas de governo contrastantes são o parlamentarismo e presidencialismo. Já o sistema de governo adotado pelo Brasil é o presidencialismo.

O sistema parlamentarista possui uma maior aplicabilidade do sistema de freios e contrapesos, tendo em vista que a chefia de

Estado e a chefia de governo são exercidas por pessoas diferentes. Nesse sistema, a chefia de Estado é ocupada pelo monarca ou pelo presidente, enquanto a chefia de governo fica a cargo do primeiro ministro ou chanceler, escolhido pelo Poder Legislativo. É um sistema de chefia dual, todavia, o poder que possui maior relevância é o Poder Legislativo, tendo em vista que cabe aos seus membros escolher o Chefe de Governo.

Já no presidencialismo há predominância do Poder Executivo.

Assim, nesse sistema existe uma separação entre quem faz as leis – Poder Legislativo – e quem tem a obrigação de cumpri-las – Poder Executivo. O governo é independente do parlamento e a este cabe fiscalizar o Executivo. Nesse sentido, as funções de chefe de governo e chefe de estado se concentram em uma única figura, o Presidente.

Vamos às características sistema presidencialista de governo?

(i) A chefia de Estado e a chefia de Governo são ocupadas pela mesma pessoa.

O CHEFE DE GOVERNO é o representante do país no âmbito da política e economia interna. Representa o país nas relações com os cidadãos e com os demais

entes.

•Forma descentralizada de organização do Estado brasileiro.•Autonomia e esfera de competência própria dos entes.•Estados-membros influenciam na vontade nacional (Senado Federal).•Igualdade entre os entes federativos.•Justiça específica para solução de litígios.•Espaço de competência exclusiva.

FEDERAÇÃO

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O CHEFE DE ESTADO representa o país em relação aos outros países. O chefe de Estado representa o país internacionalmente. No Brasil, tanto a chefia de Estado como a chefia de governo são exercidas pelo Presidente da República.

(ii) Preponderância do Poder Executivo.

(iii) A chefia de governo é ocupada pelo candidato que individualmente alcançar o maior número de votos. Determina a Constituição que o Presidente será eleito se obtiver a maioria absoluta dos votos válidos.

(iv) O Poder Legislativo não participa diretamente do governo.

Vejamos, por fim, o regime de governo!

Regime de Governo

O regime de governo adotado no Brasil é o regime democrático e é exatamente o que permite a aplicação do Direito Eleitoral. Na verdade, a Constituição Federal consagrou o Brasil como um Estado Democrático de Direito, o que caracteriza, segundo Francisco Dirceu Barros9:

Uma convergência de vontades entre os legalmente administrados (povo) e aqueles que legitimamente administram (governo).

O regime democrático, com maior ou menor amplitude, é o adotado na maior parte das nações desenvolvidas. Tendo em vista que a participação popular nas decisões do governo eleito possuem maior legitimidade, o que permite, pelo menos em tese, a fiscalização do governo e a possibilidade de discussão na tomada de decisões.

Esse regime de governo pressupõe uma interação entre entes governamentais e a sociedade. Tem como princípio a participação popular e o respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos.

No Brasil a democracia é exercida, em regra, de forma indireta, ou seja, o povo não toma as decisões políticas direta e pessoalmente, uma vez que os representantes são eleitos pela sociedade para, em nome da sociedade e segundo os interesses desta, escolherem os caminhos que serão seguidos.

9 BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral, p. 15.

•Modo como é conduzido o relacionamento entre o Poder Executivo e oPoder Legislativo.

•Há predominância do Poder Executivo.•A chefia de Estado e a chefia de governo é exercida pelo Presidente daRepública.

•O Poder Legislativo não participa diretamente do governo.

PRESIDENCIALISMO

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Assim, para formação de uma democracia representativa indireta há a necessidade de que os representantes sejam legitimamente eleitos.

... um esquema que você deverá levar para a prova:

Vimos os conceitos mais importantes de Teoria Geral do Direito e com isso finalizamos a primeira parte da nossa aula.

Sigamos!

2.4 - Princípios de Direito Eleitoral

Introdução

Dentro do ordenamento, as normas jurídicas podem se revelar por intermédio de regras jurídicas ou de princípios. Essa frase é muito relevante e a correta compreensão fundamental para o entendimento do Direito contemporaneamente.

•Permite a aplicação do Direito Eleitoral.•Convergência entre o povo e os governantes, dada a interação entreambos.

•Maior legitimidade no exercício do poder.

REGIME DEMOCRÁTICO

•Forma como se atinge o poder.•República

FORMA DE GOVERNO

•Organização político-administrativa dos entesque compõe determinado Estado.

•FederalFORMA DE ESTADO

•O modo como é conduzido o relacionamentoentre o Poder Executivo e o Poder Legislativo

•PresidencialismoSISTEMA DE GOVERNO

•convergência de vontade entre os legalmenteadministrados (povo) e aqueles quelegitimamente administram (governo).

•Democrático

REGIME DE GOVERNO

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Veremos uma série de características que distinguem os princípios das regras. A cada característica analisada você compreenderá cada vez melhor a diferença e a importância dos princípios jurídicos para o nosso ordenamento. Essa é a nossa pretensão.

As regras são enunciados jurídicos tradicionais, que preveem uma situação fática e, se esta ocorrer, haverá uma consequência jurídica. Por exemplo, se alguém violar o direito à imagem de outrem (fato), ficará responsável pela reparação por eventuais danos materiais e morais causados à pessoa cujas imagens foram divulgadas indevidamente (consequência jurídica).

Assim...

Os princípios, por sua vez, segundo ensinamentos de Robert Alexy, são denominados de “mandados de otimização” que condicionam todas as estruturas subsequentes e servem de parâmetro para interpretação. Isso significa dizer que os princípios constituem normas com caráter mais amplo, aplicáveis a diversas situações fáticas a depender do contexto envolvido. Os princípios constituem espécie de normas que deverão ser observados na medida do possível.

As regras são aplicadas a partir da técnica da subsunção, ou seja, se ocorrer a situação de fato haverá a incidência da consequência jurídica prevista. Ou a regra aplica-se àquela situação ou não se aplica (técnica do “tudo ou nada”). Para os princípios, ao contrário, a aplicação pressupõe o uso da técnica de ponderação de interesses, pois a depender da situação fática, assegura-se com maior ou menor amplitude o princípio (técnica do “mais ou menos”).

Por exemplo, para o processo do trabalho o decurso de 2 anos poderá implicar violação ao princípio da celeridade; para o processo crime o decurso de 5 anos não implicará, necessariamente, violação ao mesmo princípio. Notem que são dois contextos fáticos diferentes em que o princípio poderá ser aplicado de forma diferente e com consequências distintas.

DIVULGAR INDEVIDAMENTE

A IMAGEM DE UMA PESSOA

fato jurídico

VIOLAÇÃO AO DIREITO À IMAGEM

regra jurídica (art. 5º, X e XXIII, da CF, combinado com

dispositivos do CC)

CONSEQUÊNCIA dever de indenizar

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Isso não acontece em relação às regras. Lembre-se do exemplo que demos no início. Se o sujeito praticar o fato jurídico e este se amoldar perfeitamente aos termos da regra jurídica haverá incidência com o surgimento das consequências decorrentes. Não há maior ou menor aplicação da regra. Perfeito?

Quanto à natureza, os princípios fundamentam as regras de modo que constituem a “ratio” da norma fundamentada. As regras, por sua vez, buscam fundamento nos princípios, o que lhes confere forma e amplitude.

O que isso significa?

Vimos que os princípios são gerais, aplicam-se a diversas situações, porque possuem uma carga valorativa. Em razão disso, os princípios muitas vezes são utilizados para justificar a aplicação da regra jurídica. Isso significa dizer que várias regras jurídicas são pensadas (racionalizadas) a partir dos princípios envolvidos. Por exemplo, há, como veremos ainda na aula de hoje, uma regra que disciplina que o processo eleitoral que possa implicar em perda do mandato eletivo deverá tramitar em, no máximo, um ano. Essa regra é fundamentada no princípio da celeridade, pois determina que no processo eleitoral, em função dos valores e princípios envolvidos, será considerado célere o processo que tramitar no prazo referido. Assim, o legislador valendo-se da racionalidade dos princípios que envolvem o direito eleitoral, fixou a regra. Por isso se diz que os princípios constituem a ratio (a racionalidade, a razão) das regras jurídicas.

Os princípios possuem alto grau de abstração, podendo abranger diversas situações heterogêneas, de modo que se concretizam em graus diversos. As regras, entretanto, possuem baixo grau de abstração, abrangendo tão somente situações homogêneas. Conforme vimos acima, os princípios podem ser aplicados às mais diversas situações (heterogêneo) com maior ou menor aplicabilidade a depender da situação em concreto. Já as regras jurídicas aplicam-se apenas às mesmas situações envolvidas (homogêneo), tal como descrito pela norma.

Distinguem-se ainda os princípios das regras quanto à aplicabilidade. Os princípios sujeitam-se à técnica interpretativa, em razão da indeterminabilidade ou generalidade do seu comando. As regras, por seu turno, possuem aplicação direta e imediata, desde que se enquadrem na situação objetivamente especificada.

Assim...

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Vimos, assim as diferenças entre os princípios e regras. Notamos também que os princípios possuem enorme relevância e são naturalmente fonte formal do direito eleitoral, uma vez que são normas ao lado das regras jurídicas.

Na sequência veremos uma série de princípios aplicáveis ao Direito Eleitoral e que podem ser objeto de cobrança em prova. Vamos dividir os princípios didaticamente em três grupos: princípios eleitorais em espécie, princípio processuais civis aplicáveis ao processo eleitoral e princípios eventualmente aplicáveis na seara eleitoral.

Dos três grupos, o mais relevante é o primeiro, razão pela qual dedicaremos maior tempo de estudo. Os demais serão tratados objetivamente, uma vez que ao longo do nosso Curso eles serão retomados em assuntos específicos.

Princípios Eleitorais em Espécie

Princípio da lisura das eleições

Informa o referido princípio que a atuação da Justiça Eleitoral, do Ministério Público Eleitoral, dos partidos políticos e candidatos deve ser pautada na preservação da lisura das eleições.

Por lisura podemos compreender a condução das ações e atitudes com sinceridade, com franqueza. Esse é o sentido do princípio eleitoral, a condução franca, leal, sincera das eleições por todas as partes envolvidas no processo eleitoral, com vistas ao exercício legítimo da democracia.

O referido princípio encontra previsão no art. 23 da Lei das Inelegibilidades:

Art. 23. O Tribunal formará sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e notórios, dos indícios e presunções e prova produzida, atentando para circunstâncias ou fatos, ainda que não indicados ou alegados pelas partes, mas que preservem o interesse público de lisura eleitoral.

O dispositivo enuncia que ao julgar a ação de investigação judicial eleitoral (que estudaremos adiante) a Justiça Eleitoral deverá levar em consideração diversos valores envolvidos, desde que haja preservação da lisura eleitoral.

REGRAS

•mandados de determinação•aplicado por subsunção•técnica do "tudo ou nada"•buscam fundamento nos princípios•possuem reduzido grau de abstração e indeterminabilidade

•aplicação direta e imediatada

PRINCÍPIOS

•mandados de otimização•aplicado por ponderação de interesses

•técnica do "mais ou menos"•constituem a ratio das regras•possuem elevado grau de abstração e de indeterminabilidade

•dependem da interpretação

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Por fim, leciona Marcos Ramayana10:

A garantia da lisura das eleições nutre especial sentido de proteção aos direitos fundamentais da cidadania (cidadão-eleitor), bem como encontra alicerce jurídico-constitucional nos arts. 1º, inciso II e 14 §9º da Lei Fundamental.

Trouxemos o conceito do doutrinador acima, porque ele faz referência a dois dispositivos constitucionais. O primeiro deles reporta-se à cidadania como fundamento da República e o segundo, dada a importância, citamos:

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)

De acordo com o dispositivo acima, compete ao legislador infraconstitucional estabelecer – por meio de lei complementar – outras hipóteses de inelegibilidade tendo em vista valores que assegurem a lisura do processo eleitoral, ao proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do abuso de poder.

Para a nossa prova...

Princípio do aproveitamento do voto

Pelo princípio do aproveitamento do voto, a atuação da Justiça Eleitoral, de um modo geral, deve pautar-se no sentido de preservar a soberania popular, a apuração do voto e a diplomação dos eleitos.

Esse princípio é também conhecido como princípio do in dubio pro voto, em comparação com o princípio penal do in dubio pro reo, vem disciplinado no art. 219 do Código Eleitoral:

Art. 219. Na aplicação da lei eleitoral o juiz atenderá sempre aos fins e resultados a que ela se dirige, abstendo-se de pronunciar nulidades sem demonstração de prejuízo.

Segundo Thales e Camila Cerqueira11 esse princípio é também conhecido como princípio da vedação da restrição de direitos políticos, da atipicidade eleitoral ou da estrita legalidade eleitoral.

10 RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral, p. 22. 11 CERQUEIRA, Thales Tácito e CERQUEIRA, Camila. Direito Eleitoral Esquematizado, p. 43.

O princípio da lisura das eleições impõe a atuação correta, sincera, proba dos atos que envolvam o

processo eleitoral.

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Em decorrência do referido princípio afirma-se que são mitigados eventuais formalismos no processo eleitoral, inclusive aqueles que implicam em nulidades absolutas, desde que seja possível sanar a nulidade. Desse modo, se as partes interessadas não alegarem a nulidade em momento oportuno não poderão fazê-lo posteriormente. Além disso, não poderá o Juiz reconhecer de ofício a nulidade, sob pena do violação do princípio do aproveitamento do voto.

É o que se extrai dos arts. 223, caput, e 259, caput, ambos do Código Eleitoral:

Art. 223. A nulidade de qualquer ato, não decretada de ofício pela Junta, só poderá ser argüida quando de sua prática, não mais podendo ser alegada, salvo se a argüição se basear em motivo superveniente ou de ordem constitucional.

Art. 259. São preclusivos os prazos para interposição de recurso, salvo quando neste se discutir matéria constitucional.

Vocês notaram que destacamos o “salvo”? Pessoal, atenção! Existem mitigações do princípio do aproveitamento do voto. Toda vez que a nulidade for pautada em uma violação a regra constitucional, ela

poderá ser declarada a qualquer tempo, ainda que o cidadão já tenha efetuado o voto. Essa exceção se justifica em razão da supremacia e a hierarquia da Constituição, que disciplina os assuntos mais relevantes para a sociedade. Veremos, futuramente, por exemplo que a alegação de inelegibilidade fundada na Constituição não se sujeita a prazo prescricional, ao passo que as hipóteses de inelegibilidades previstas tão somente na legislação infraconstitucionais se não forem arguidas no momento oportuno sujeitam-se à prescrição.

Princípio da celeridade eleitoral

O princípio da celeridade é comum a diversos ramos processuais do direito. Aqui no Direito Eleitoral, segundo Marcos Ramayana12, o princípio da celeridade ganha contornos próprios no sentido de que

as decisões eleitorais devem ser imediatas, evitando-se delongas para as fases posteriores à data da diplomação, sendo verdadeiras exceções os casos que possam demandar um julgamento para além da posse.

Notem que a celeridade eleitoral aproxima-se da imediaticidade. No Direito Eleitoral o processo deve ser o mais rápido possível.

12 RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral, p. 24.

•princípio do in dubio pro voto•princípio da vedação da restrição de direitos políticos•princípio da atipicidade eleitoral•princípio da estrita legalidade eleitoral

PRINCÍPIO DO APROVIETAMENTO DO VOTO - SINÔNIMOS

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A finalidade deste princípio é evitar o prolongamento de decisões eleitorais após a posse dos eleitos e após o início do exercício do mandato eletivo. Nesse contexto é relevante o art. 257, § único, do Código Eleitoral, que adota a tutela da imediaticidade, segundo a qual a execução das decisões eleitorais será imediata adotando-se meios eficazes e práticos de intimação, tais como telegrama e fax.

Vejamos o dispositivo:

Parágrafo único. A execução de qualquer acórdão será feita imediatamente, através de comunicação por ofício, telegrama, ou, em casos especiais, a critério do presidente do Tribunal, através de cópia do acórdão.

Há, ainda, importante dispositivo da Lei das Eleições que disciplina o prazo de um ano entre a propositura da ação e o resultado final do julgamento para as ações que possam resultar na perda de mandato eletivo. É o que disciplina o art. 97-A:

Art. 97-A. Nos termos do inciso LXXVIII do art. 5o da Constituição Federal, considera-se duração razoável do processo que possa resultar em perda de mandato eletivo o período máximo de 1 (um) ano, contado da sua apresentação à Justiça Eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 1o A duração do processo de que trata o caput abrange a tramitação em todas as instâncias da Justiça Eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 2o Vencido o prazo de que trata o caput, será aplicável o disposto no art. 97, sem prejuízo de representação ao Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

Assim, para o processo eleitora...

Sobre o dispositivo citado leciona Marcos Ramayana13:

O legislador tratou de contemplar na Lei das Eleições a garantia efetiva da proteção judicial, pois é cediço que se registrou casos em que o diplomado eleito exercia o mandato em toda a sua plenitude pelo prazo de 4 (quatro) anos e a ação ainda não tinha solução final.

Caso não seja observado o referido prazo podem decorrer uma série de consequência tais como crime de desobediência (art. 345 do CE), infração disciplinar a ser apurada perante as corregedorias dos tribunais eleitorais,

13 RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral, p. 25.

DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO

1 ano, quando envolver ações que possam resultar na perda do

mandato eletivo

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TSE e Ministério Público, bem como representação ao Conselho Nacional de Justiça, segundo dispõe §2º supracitado.

Registre-se, por fim, que esse prazo de um ano restringe-se às ações judiciais que podem implicar perda de mandato, de modo que demais processo e questões eleitorais submetem-se à regra geral da celeridade prevista no art. 5º, LXXVIII, da CF.

Princípio da devolutividade dos recursos

Embora venhamos tratar desde princípio posteriormente, é importante, desde logo fixarmos a premissa de que os recursos eleitorais são dotados, em regra, apenas do efeito devolutivo, por aplicação do art. 257, caput, do Código Eleitoral.

Art. 257. Os recursos eleitorais não terão efeito suspensivo.

Isso significa dizer que os recursos eleitorais têm apenas o efeito de devolver a matéria específica recorrida ao Tribunal para nova análise. Assim, com o recurso leva-se a matéria recorrida para análise

pelo órgão julgador de hierarquia superior, o qual analisará se a sentença foi correta. Enquanto o tribunal analisa o recurso a sentença recorrida é válida e poderá ser executada, não permanecendo suspensa em razão do recurso apresentado.

A finalidade desse princípio é conferir maior celeridade ao processo eleitoral.

Portanto...

Se vocês estiverem atentos, perceberam que destacamos o “em regra”. Justamente! Existem exceções. Vejamos o art. 216 do CE:

Art. 216. Enquanto o Tribunal Superior não decidir o recurso interposto contra a expedição do diploma, poderá o diplomado exercer o mandato em toda a sua plenitude.

De acordo com o dispositivo acima, enquanto o TSE não decidir o recurso contra a expedição do diploma (RCED) o diplomado poderá exercer o madando. Isso significa dizer que a decisão que cassa o diploma do candidato tem efeito suspensivo de forma que a sentença condenatória não será aplicada enquanto o recurso estiver sob análise.

Pelo princípio da devolutividade dos recursos eleitorais EM REGRA as sentença não possuem efeitvo suspensivo, podendo ser executadas,

independentemente de recurso à instância superior.00000000000

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Essa mitigação, contudo, é relativizada. A jurisprudência do TSE14 compreende que o art. 216 não é aplicável. Ademais, na Resolução nº 21.635 o

TSE posicionou-se – no art. 90, §2º - no sentido de que o efeito do recurso da decisão que julga procedente o pedido de nulidade do diploma em razão de fraude, corrupção e abuso do poder econômico ou político nas eleições possui apenas efeito devolutivo.

Princípio da preclusão instantânea

Inicialmente, vamos conceituar preclusão. De acordo com a doutrina, preclusão consiste na perda de uma situação jurídica processual ativa. A preclusão constitui instrumento processual fundamental para o deslinde da ação. Assim, pode-se afirmar que sem preclusão não há processo, ou melhor, sem o instituto da preclusão o processo não termina.

A preclusão consagra três princípios:

princípio da segurança jurídica; princípio da boa-fé; princípio da duração razoável do processo.

Tradicionalmente, a doutrina menciona espécies de preclusão, que sinteticamente podem ser definidas do seguinte modo:

1º. Preclusão Temporal: perda de um poder processual em razão do decurso do tempo (exemplo: perda de um prazo para apresentar recurso)

2º. Preclusão Consumativa: perda de um poder processual em razão do seu exercício (exemplo: após a apresentação da contestação a parte não poderá apresentar nova contestação alterando a anterior).

3º. Preclusão Lógica: perda do poder processual em razão da prática anterior de um ato incompatível com ele (exemplo: firma-se espontaneamente um acordo judicial e, em seguida, a parte recorre do acordo).

4º. Preclusão sanção: preclusão decorrente da prática de ato ilícito. Em Direito Eleitoral podemos encontrar diversas aplicações para princípio. Para a nossa prova duas delas possuem interesse.

(i) No processo eleitoral, a matéria encontra-se disciplinada nos arts. 171 e 259, ambos do CE:

Art. 171 Não será admitido recurso contra a apuração, se não tiver havido impugnação perante a Junta, no ato apuração, contra as nulidades argüidas.

Art. 259. São preclusivos os prazos para interposição de recurso, salvo quando neste se discutir matéria constitucional.

14 Cite, por exemplo, o Acórdão nº 1.272, de 2003, e a Medida Cautelar nº 1.181/SP, de 2002.

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Sobre o assunto, lecionam Thales e Camila Cerqueira15:

Ao contrário da Justiça Comum, a Justiça Eleitoral é mais célere, além de conter algumas peculiaridades, tal como a preclusão dos prazos para interposição de recursos, não sendo estes atinentes à matéria constitucional, ou de recursos contra a apuração das eleições, que não serão admitidos caso não haja prévia e oportuna impugnação perante a Junta Eleitoral. Logo, não havendo impugnação imediata e/ou não se tratando de matéria constitucional, considera-se preclusa a matéria.

(ii) Ainda segundo o princípio da preclusão eventuais impugnações quanto à identidade do eleitor deverão ser formuladas antes do exercício do voto, sob pena de se considerar consumado o ato do sufrágio.

Esse é o entendimento que se extrai dos arts. 147, §1º, 149 e 223, todos do CE. Considerando que o último dispositivo já foi citado quando abordamos o princípio do aproveitamento do voto, vejamos a literalidade dos dois primeiros:

§ 1º A impugnação à identidade do eleitor, formulada pelos membros da mesa, fiscais, delegados, candidatos ou qualquer eleitor, será apresentada verbalmente ou por escrito, antes de ser o mesmo admitido a votar.

Art. 149. Não será admitido recurso contra a votação, se não tiver havido impugnação perante a mesa receptora, no ato da votação, contra as nulidades argüidas.

A ideia aqui é a de resolver eventuais impugnações até o exercício do voto. Para tanto os partidos políticos e coligações, por meio dos fiscais e delegados de partido, devem impugnar o voto até o ato de votar, sob pena de incidência da preclusão instantânea.

Sobre o referido princípio lecionam Thales e Camila Cerqueira16:

Ao contrário da Justiça Comum, a Justiça Eleitoral é mais célere, além de conter algumas peculiaridades, tal como a preclusão dos prazos para interposição de recursos, não sendo estes atinentes à matéria constitucional, ou de recursos contra a apuração das eleições, que não serão admitidos caso não haja prévia e oportuna impugnação perante a Junta eleitoral. Logo, não havendo impugnação imediata e/ou não se tratando de matéria constitucional, considera-se preclusa a matéria.

Princípio da anualidade eleitoral

O princípio da anualidade, também conhecido como princípio da antinomia eleitoral sendo considerado pela doutrina como o princípio mais importante do Direito Eleitoral.

Não é à toa que o referido princípio encontra sede constitucional. O art. 16 da CF preconiza que a lei que alterar o processo eleitoral somente entra em vigor na data da sua publicação, não se aplicando às eleições que ocorram um ano da data da sua vigência.

15 CERQUEIRA, Thales Tácito e CERQUEIRA, Camila. Direito Eleitoral Esquematizado, p. 53. 16 CERQUEIRA, Thales Tácito e CERQUEIRA, Camila. Direito Eleitoral Esquematizado, p. 54.

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Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)

Desse modo, a lei que alterar o processo eleitoral tem vigência imediata, mas eficácia contida ou pro futuro. Assim, embora entre em vigor imediatamente, a lei somente produzirá “efeitos práticos” decorridos 01 ano da data de sua vigência.

Por exemplo, sancionada uma lei eleitoral em 01.01.2014, com vigência imediata, somente poderá ser aplicada em 02.01.2015, ou seja, após o decurso de um ano da vigência da norma ela passaria a produzir efeitos práticos. Em razão disso, tal norma

não poderia ser aplicada às eleições de 2014.

Vocês lembram do exemplo que citamos referente à Lei nº 12.891/2013, denominada de “Minirreforma Eleitoral”? Naquele caso o TSE entendeu que a Lei – que entrou em vigor em 11.12.2013 – somente poderiam ser aplicadas às eleições que ocorrerem após 11.12.2014, ou seja, um ano após vigar. Assim, tornou-se aplicável a Lei nº 12.891/2013 apenas em 12.12.2014, uma vez que ela alterou o processo eleitoral! Interessante, não?

Em decorrência disso, os dispositivos revogados pela Lei da Minirreforma Eleitoral permaneceram aplicáveis às eleições de 2014. Como assim, Professor, um dispositivo revogado pode ser aplicado? Justamente! Como a lei nova não pode ser aplicada pois tem que aguardar o decurso de um ano, a lei revogada permanecerá aplicável por esse período de tempo!

Por conta disso, é possível afirmar que em razão do princípio da anualidade da lei eleitoral é possível se falar também em ultra-atividade da lei eleitoral. Isso significa que uma lei eleitoral, embora revogada, continuará a produzir efeitos pelo lapso de um ano.

Segundo Francisco Dirceu Barros17:

Ultra-atividade é o fenômeno pelo qual uma lei eleitoral, embora tendo sido revogada, continua sendo aplicada.

De acordo com Thales e Camila Cerqueira o art. 16 da CF, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 3º, aperfeiçoou a dogmática jurídica, uma vez que a redação originária mencionava tão somente a vigência da lei eleitoral.

Com a redação após a Emenda, temos:

Vigência Refere à aplicação imediata da lei, que não observará prazos de vacatio legis.

Eficácia Refere-se à produção de efeitos, que ocorrerá tão somente após decorrido o lapso de 01 ano.

17 BARROS, Francis Dirceu. Direito Eleitoral, p. 18.

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A respeito da aplicação do prazo, Thales e Camila Cerqueira18 lecionam:

Cumpre registrar que esse princípio da “anualidade eleitoral” deve ser entendido como “anualidade e um dia”, porquanto estivermos diante de uma lei que altere o “processo eleitoral”, ela não terá eficácia para as eleições em curso, somente no próximo pleito. Então, para surtir eficácia, a lei deve ser publicada (e não promulgada), no mínimo “um ano e um dia” antes das eleições.

Trouxemos a citação acima para frisar a contagem do prazo. Cuidado! A somente será aplicável após o decurso prazo de um ano. Assim, se a lei foi editada em 11.12.2013, ela permanecerá inaplicável até 11.12.2014 e, portanto, somente poderá ser aplicada em 12.12.2014, ou seja, um ano e um dia após!

Algumas observações a respeito desse dispositivo são fundamentais para a sua prova.

(i) O art. 16, da CF, é considerado “cláusula pétrea” segundo entendimento do STF, por representar expressão da segurança jurídica, garantia fundamental. É o que se extrai do excerto abaixo da ADI nº 3.685 (abaixo citada).

(ii) Por “processo eleitoral” devemos compreender as normas destinadas aos partidos no pleito, envolvendo regras que disciplinam o alistamento, a votação, a apuração dos votos e a diplomação.

A discussão sobre a definição do que é “processo eleitoral” é relevante, em razão da celeuma em torno do art. 17, §1º, da CF.

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 52, de 2006)

De acordo com a Emenda Constitucional nº 52/2006, no art. 2º, a regra acima entraria em vigor imediatamente, aplicando-se às eleições de 2006, sem a necessidade de observar o princípio da anualidade, vez que não trata de processo eleitoral propriamente.

Nesse sentido é o posicionamento de Marcos Ramayana19:

Tecnicamente, portanto, as regras das formações das coligações para uma determinada eleição não fazem parte de uma fase do processo eleitoral em sentido restrito, pois, na verdade, as coligações antecedem ao registro das candidaturas e são normas de abrangência estatutária e partidária.

Contudo, não foi esse o entendimento do TSE, para quem o caráter nacional do dispositivo e segurança jurídica das relações entre eleitores, candidatos e partidos, com regras eleitorais previamente aprovadas, são

18 CERQUEIRA, Thales Tácito e CERQUEIRA, Camila. Direito Eleitoral Esquematizado, p. 41. 19 RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral, p. 34.

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valores importantes e essenciais. Esse entendimento foi acompanhado pelo STF. Vejamos a emenda do julgado na ADI nº 3.65520:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 2º DA EC 52, DE 08.03.06. APLICAÇÃO IMEDIATA DA NOVA REGRA SOBRE COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS ELEITORAIS, INTRODUZIDA NO TEXTO DO ART. 17, § 1º, DA CF. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI ELEITORAL (CF, ART. 16) E ÀS GARANTIAS INDIVIDUAIS DA SEGURANÇA JURÍDICA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (CF, ART. 5º, CAPUT, E LIV). LIMITES MATERIAIS À ATIVIDADE DO LEGISLADOR CONSTITUINTE REFORMADOR. ARTS. 60, § 4º, IV, E 5º, § 2º, DA CF. (...). 2. A inovação trazida pela EC 52/06 conferiu status constitucional à matéria até então integralmente regulamentada por legislação ordinária federal, provocando, assim, a perda da validade de qualquer restrição à plena autonomia das coligações partidárias no plano federal, estadual, distrital e municipal. 3. Todavia, a utilização da nova regra às eleições gerais que se realizarão a menos de sete meses colide com o princípio da anterioridade eleitoral, disposto no art. 16 da CF, que busca evitar a utilização abusiva ou casuística do processo legislativo como instrumento de manipulação e de deformação do processo eleitoral (ADI 354, rel. Min. Octavio Gallotti, DJ 12.02.93). 4. Enquanto o art. 150, III, b, da CF encerra garantia individual do contribuinte (ADI 939, rel. Min. Sydney Sanches, DJ 18.03.94), o art. 16 representa garantia individual do cidadão-eleitor, detentor originário do poder exercido pelos representantes eleitos e "a quem assiste o direito de receber, do Estado, o necessário grau de segurança e de certeza jurídicas contra alterações abruptas das regras inerentes à disputa eleitoral" (ADI 3.345, rel. Min. Celso de Mello). 5. Além de o referido princípio conter, em si mesmo, elementos que o caracterizam como uma garantia fundamental oponível até mesmo à atividade do legislador constituinte derivado, nos termos dos arts. 5º, § 2º, e 60, § 4º, IV, a burla ao que contido no art. 16 ainda afronta os direitos individuais da segurança jurídica (CF, art. 5º, caput) e do devido processo legal (CF, art. 5º, LIV). 6. A modificação no texto do art. 16 pela EC 4/93 em nada alterou seu conteúdo principiológico fundamental. Tratou-se de mero aperfeiçoamento técnico levado a efeito para facilitar a regulamentação do processo eleitoral. 7. Pedido que se julga procedente para dar interpretação conforme no sentido de que a inovação trazida no art. 1º da EC 52/06 somente seja aplicada após decorrido um ano da data de sua vigência.

De acordo com o julgado acima, ficou definido que o processo legislativo eleitoral não pode ser usado de forma casuística ou de modo propiciar a manipulação. Por conta disso foi estabelecido o princípio da anualidade, que tem por objetivo conferir segurança jurídica e estabilidade ao processo eleitoral.

Portanto...

20 ADI 3685, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 22/03/2006, DJ 10-08-2006 PP-00019 EMENT VOL-02241-02 PP-00193 RTJ VOL-00199-03 PP-00957.

Se a lei alterar o processo eleitoral, deverá observar o princípio da anualidade.

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Como não há um critério legal ou delimitado do que é ou não processo eleitoral, a doutrina tem se esforçado em analisar casos práticos para enquadrá-lo ou não na regra do art. 16, da CF.

Em análise de situações hipotéticas, Francisco Dirceu Barros criou uma série de exemplos classificando-os como hipóteses que são consideradas “processo eleitoral” e que possui isso deveriam observar o

princípio da anualidade e outro grupo de situações que, segundo o autor, não necessitariam observar o referido princípio constitucional eleitora, posto que não se amoldam à hipótese de “processo eleitoral”. Como a matéria é importante e pode ser objeto de prova em uma questão contextualizada vejamos o esquema abaixo, que sintetiza o pensamento do autor:

Princípio da responsabilidade solidária entre candidatos e partidos políticos

O referido princípio está expresso no art. 241 do Código Eleitoral:

Art. 241. Toda propaganda eleitoral será realizada sob a responsabilidade dos partidos e por eles paga, imputando-lhes solidariedade nos excessos praticados pelos seus candidatos e adeptos.

Parágrafo único. A solidariedade prevista neste artigo é restrita aos candidatos e aos respectivos partidos, não alcançando outros partidos, mesmo quando integrantes de uma mesma coligação. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)

Portanto, segundo o princípio da responsabilidade solidária tanto os partidos políticos (pessoa jurídica de direito privado) como os candidatos (pessoas naturais) devem responder cível,

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modificações na Lei de Inegibilidades (TSE)

emancipação de municípios ou alteração no mínimo de cadeiras das câmaras municipais

crimes eleitorais

processo penal que receba subsídio do CPP

prestação de constas eleitoral

resoluções do TSE que funcionem como ato normativo secundário (interpretativas)

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mudança na lei partidária

mudança na lei eleitoral

mudança no processo penal autonômo

resoluções do TSE que funcionem como ato normativo primário00000000000

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administrativa e penalmente pelos abusos e excessos causados. A finalidade desse princípio é evitar que o partido político atribua a responsabilidade pela propaganda eleitoral irregular ao candidato e o candidato faça o mesmo, ambos com o intuito se eximir das responsabilidades decorrentes do ato ilícito.

No mesmo sentido, estão os arts. 17 e 38 da Lei das Eleições:

Art. 17. As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos partidos, ou de seus candidatos, e financiadas na forma desta Lei.

Art. 38. Independe da obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral pela distribuição de folhetos, adesivos, volantes e outros impressos, os quais devem ser editados sob a responsabilidade do partido, coligação ou candidato. (Redação dada pela Lei nº 12.891, de 2013)

Princípio da irrecorribilidade das decisões do Tribunal Superior Eleitoral

Embora venhamos a tratar com maior profundidade do princípio adiante, por se tratar de princípio específico do Direito Eleitoral vamos mencioná-lo brevemente.

Encontra-se previsto no art. 281, caput, do CE:

Art. 281. São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior, salvo as que declararem a invalidade de lei ou ato contrário à Constituição Federal e as denegatórias de "habeas corpus" ou mandado de segurança, das quais caberá recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, interposto no prazo de 3 (três) dias.

Portanto, em regra as decisões do TSE são irrecorríveis. Contudo, existem duas exceções, que comumente são exigidas em provas:

(i) decisões que declararem a invalidade de lei ou ato contrário à Constituição Federal.

(ii) decisões denegatórias de "habeas corpus" ou mandado de segurança.

Em ambos os casos, caberá recurso para o STF no prazo de 3 dias.

Princípio proporcional e majoritário

O §único do art. 1º da CF, já citado nesta aula, estabelece que a democracia será participativa ou semidireta. Desse modo disciplina duas formas de escolha dos eleitos: o sistema eleitoral majoritário e o sistema eleitoral proporcional.

No sistema eleitoral majoritário será eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos válidos. Essa maioria pode ser:

a) simples ou relativa – será eleito aquele que obtiver o maior número de votos apurados. O sistema majoritário simples é adotado, segundo nossa Constituição, para as eleições de Senador da República e Prefeito de município com menos de 200.000 mil eleitores.

b) absoluta – será eleito aquele que atingir mais de metade dos votos apurados, excluídos votos brancos e nulos.

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O sistema majoritário absoluto é adotado, nas eleições de Presidente da República, Governadores e Prefeitos de município com mais de 200.000 eleitores.

Esse sistema privilegia a figura do candidato ao invés do partido político no qual está registrado.

O sistema eleitoral proporcional confere maior importância ao número de votos válidos conferidos ao partido político. Foi instituído por considerar que a representatividade da população ocorre com base na ideologia que determinados partidos políticos representam.

Nesse sistema se aplica o cálculo do quociente eleitoral, obtido pela divisão do número de votos válidos pelo número de vagas a serem preenchidas. Esse sistema é usado nas eleições de Deputado Federal, Deputado Estadual e Distrital e vereador.

Retornaremos ao assunto com profundidade em aula futura, de todo modo...

Princípio da moralidade eleitoral

Trata-se de princípio constitucional eleitoral expresso no art. 14, §9º, da CF:

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.

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majoritário

simples maior número de votos

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Prefeito (mais de 200.000 eleitores)

proporcional votos do partido

Deputado Federal

Deputado Estadual

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Segundo o referido princípio a ética deve prevalecer dentro do jogo político. Desta forma, se o candidato conseguir obter mandato mediante utilização de práticas ilícitas, antiéticas ou imorais o exercício do mandato não será legítimo.

Por conta disso, a legislação estabelece uma série de consequências, que a inobservância da moralidade poderá implicar. Destaca-se, nesse contexto, as inelegibilidades, que serão objeto de estudo detalhado ao longo do nosso curso.

Princípio da autonomia dos Partidos

O presente princípio encontra-se consubstanciado no art. 17 da CF. A matéria ainda será objeto de análise aprofundada em nosso curso. Contudo, vamos trazer nesta aula, desde logo, um conceito inicial geral.

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

(...)

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

Os partidos políticos são considerados instrumentos necessários e importantes para a preservação do Estado Democrático de Direito. Em razão disso, os partidos políticos não podem sofrer intervenções ou interferência estatal quando estiverem agindo dentro da legalidade. São livres, portanto, a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos no Brasil, conforme o dispositivo acima citado.

Além disso, segundo dispõe o §1º, são autônomos os partidos para definir estrutura interna, organização e funcionamento, bem como para adotar as coligações eleitorais que bem entenderem.

Aqui em relação às coligações eleitoral devemos ir com calma, pois a matéria foi objeto de controvérsia e, em razão disso pode perfeitamente cair em nossa prova.

Segundo a redação atual do dispositivo, na formação de coligações, não há necessidade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal. Anteriormente, o entendimento era o de que os partidos deveriam adotar critério de coligações coerentes entre as esferas municipal, estadual ou distrital e federal.

Assim, atualmente, é perfeitamente possível que o PT, por exemplo, alie-se com o PMDB no âmbito federal para fins de coligações, porém, não estejam coligados no âmbito municipal.

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Reitero que nesta aula apenas devemos compreender a ideia geral, porque esse assunto será retomado com riqueza de detalhes em aula futura. Ok?

Chegamos ao final do estudo dos princípios específicos de Direito Eleitoral. De todos os princípios acima mencionados, o mais relevante e que mais aparece em provas é o princípio da anualidade. Portanto, máxima atenção ao assunto.

Vejamos, para finalizar, um esquema com as principais informações referentes aos princípios eleitorais específicos.

PRINCÍPIO DA LISURA DAS ELEIÇÕES

As partes envolvidas no processo eleitoral devem conduzir as eleições de modo franco e sincero, com vistas ao exercício legítimo da democracia.

Dirige-se ao magistrado, ao MP, aos candidatos, partidos e, inclusive, eleitores.

PRINCÍPIO DO APROVEITAMENTO DO VOTO

A atuação da Justiça Eleitoral deve pautar-se no sentido de preservar a soberania popular.

As nulidades, ainda que absolutas, somente serão declarada se não houver possibilidade de saná-las e delas decorram prejuízo.

PRINCÍPIO DA CELERIDADE ELEITORAL

As decisões eleitorais devem ser imediatas.

Utilização de meios práticos de intimação.

Prazo máximo de 01 ano para processos que possam resultar em perda do mandato eletivo. Demais, observam a regra geral da CF.

PRINCÍPIO DA DEVOLUTIVIDADE DOS RECURSOS

Os recursos eleitorais têm apenas o efeito de devolver a matéria específica recorrida ao Tribunal para nova análise.

Possibilidade de determinação de provas pelo relator em sede recursal, limita o princípio.

PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO INSTANTÂNEA

Impugnações quanto à identidade do eleitor deverão ser formuladas antes do voto, sob pena de se considerar consumado o ato do sufrágio.

PARTIDOS POLÍTICOS

Livrecriação, fusão, incorporação e

extinção

Autônomos

estrutura interna, organização,

funcionamento e coligações

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PRINCÍPIO DA ANUALIDADE ELEITORAL

A lei que alterar o processo eleitoral somente entra em vigor na data da sua publicação, não se aplicando às eleições que ocorram um ano da data da sua vigência.

Viabiliza a ultra-atividade da lei eleitoral.

Distingue vigência (aplicação imediata da lei) de eficácia (produção de efeitos).

PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE CANDIDATOS E PARTIDO POLÍTICO

Tanto os partidos políticos (pessoa jurídica de direito privado) como os candidatos (pessoas naturais) devem responder cível, administrativa e penalmente pelos abusos e excessos causados.

PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES DO TSE

Em regra.

Exceções: decisões contrárias à CF ou decisões denegatórias de "habeas corpus" ou mandato de segurança.

PRINCÍPIO PROPORCIONAL E MAJORITÁRIO

Pelo princípio majoritário será considerado eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos (aplica-se aos cargos do Poder Executivo e Senador da República)

Pelo princípio proporcional a eleição do candidato depende do número de votos obtidos pelo partido ao qual está registrado o político (aplica-se aos cargos do Poder Legislativo, com exceção do cargo de Senador da República).

Na sequência, veremos com objetividade demais princípios processuais civis aplicáveis ao Direito Eleitoral. Contudo, por se tratarem de princípios que são naturalmente explicitados com maior profundidade no processo civil, analisaremos apenas os conceitos gerais.

Princípios processuais civis aplicáveis ao processo eleitoral

Princípio do devido processo legal

É um princípio considerado por parte da doutrina como cláusula geral do processo, uma vez que segundo Nelson Nery Júnior21:

bastaria a norma constitucional haver adotado o princípio do “due processo of law” para que daí decorressem todas as consequências processuais que garantiam aos litigantes o direito a um processo e a uma sentença justa. É, por assim dizer, o gênero do qual todos os demais princípios constitucionais do processo são espécie.

A fim de compreendermos o referido princípio, façamos uma análise de cada um dos seus termos:

Devido: a expressão “devido” é uma expressão aberta e indeterminada, cuja determinação ocorrerá com o decurso do tempo. Deste modo, busca-

21 NERY JR., Nelson. Princípios do Processo Civil na Constituição Federal, 7ª edição. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002.

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se ser processado conforme as regras entendidas como corretas à época em que se insere.

A noção de processo devido se agigantou com o tempo. Antigamente, o processo o processo era composto por poucas regras. Atualmente, em razaõ do devido processo legal, são exigidas várias garantais e regras, previstas ao longo do ordenamento, tais como contraditório, igualdade, duração razoável do processo, juiz natural, motivação, proibição da prova ilícita etc. Esse rol compreende o que se denomina de conteúdo mínimo do devido processo legal.

Processo: conjunto de atos praticados no desenrolar dos atos processuais.

Legal: estar de acordo com o direito.

Ademais, a doutrina discorre acerca das DIMENSÕES do princípio do devido processo legal, o substantivo e o formal.

Pelo devido processo legal substantivo entende-se a aplicação do princípio da razoabilidade e da proporcionalidade.

Já pelo devido processo judicial (ou formal) entende-se que todo o processo deve se desenvolver seguindo rigorosamente os ditames legais.

O princípio do devido processo legal aplica-se também ao processo eleitoral, de modo que todo o trâmite do procedimento eleitoral deverá observar as regras do contraditório, com decisões e condutas razoáveis e proporcionais. Além disso, devem ser observadas as regras eleitorais previstas na legislação, tudo sob pena de violação ao princípio em comento.

Princípio do contraditório e da ampla defesa

O princípio do contraditório assegura à parte interessada a ciência à parte interessada de todos os atos e termos processuais do processo. Já pelo princípio da ampla defesa, confere-se a prerrogativa de se defender no processo, manifestando-se e produzindo provas em defesa dos seus interesses.

Tal como o princípio do devido processo legal, o princípio do contraditório comporta duas DIMENSÕES.

Pela dimensão formal refere-se ao direito de participar do processo (ser ouvido).

Já pela dimensão material refere-se ao poder de influenciar na decisão.

•Princípio Processual Fundamental•Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade•Deve desenvolver de modo observar os ditames legais.

PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL

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Assim, o juiz não pode decidir nenhuma questão a respeito da qual não se tenha dado a oportunidade de a parte se manifestar.

O aspecto material do princípio do contraditório é também denominado de princípio da ampla defesa, ou seja, é o poder de influenciar na decisão a ser proferida pelo magistrado.

No Direito Eleitoral podemos afirmar o princípio do contraditório e da ampla defesa se fazem presentes em todo o procedimento e em todas as fases, segundo as regras jurídico-eleitorais previstas. Assim, as partes interessadas além de terem serem cientificadas dos atos e termos processuais constantes dos autos, terão, desde que observadas as regras, a prerrogativa de produzir provas e trazer elementos de convencimento aos autos com a finalidade de influenciar o convencimento do juiz.

Segundo Thales e Camila Cerqueira22:

O princípio do contraditório é conhecido na doutrina pelo binômio ciência e participação, ou seja, consiste no fato de se possibilitar a ambas as partes tanto o conhecimento de todos os atos processuais quanto a efetiva participação na realização desses, bem como na valoração das provas produzidas.

Assim:

CONTRADITÓRIO CIÊNCIA

AMPLA DEFESA PARTICIPAÇÃO

Princípio da imparcialidade do juiz

No direito processual o princípio da imparcialidade impõe ao juiz o dever de permanecer equidistante das partes, de modo que o magistrado devem ofertar às partes iguais oportunidades, sem diferenças desarrazoadas ou fixação de preferências entre as partes.

22 CERQUEIRA, Thales Tácito e CERQUEIRA, Camila. Direito Eleitoral Esquematizado, p. 47.

PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO

dimensão formal

direito de participar do

processo

PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA

dimensão material

possibilidade efetiva de influir

na decisão

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O princípio da imparcialidade pode ser visualizado no processo em relação à atuação das partes, como na conduta capaz de influenciar negativa o processo eleitoral. Vejamos:

Na primeira hipótese, pelo princípio da imparcialidade entende-se que o juiz deve assumir, dentro do processo, uma postula neutra e equidistante em relação às partes.

Na área eleitoral o princípio se manifesta no fato de que os membros do judiciário, serventuários e Ministério Público não podem concorrer a cargos eletivos, senão se exonerarem de seus cargos.

Outra manifestação do princípio está prevista no art. 95 da Lei das Eleições, o qual impede o exercício da função de juiz eleitoral por quem seja parte em ações judiciais que envolvam candidato durante o processo eleitoral, em caso de interesse do magistrado na causa.

Art. 95. Ao Juiz Eleitoral que seja parte em ações judiciais que envolvam determinado candidato é defeso exercer suas funções em processo eleitoral no qual o mesmo candidato seja interessado.

Princípio da isonomia

A Constituição Federal consagra no art. 5º, caput, o princípio da isonomia formal ou de primeira geração, segundo o qual todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Contudo, a CF, em outros dispositivos ao longo do Texto apresenta o princípio da isonomia material/substancial ou de segunda geração, segundo o qual deve-se tratar os iguais como iguais e os desiguais como desiguais, na medida de suas desigualdades. Há quem defenda, ainda, o princípio da isonomia de terceira geração: igualdade pressupondo o direito de ser diferente (igualdade pluralista).

Assim:

1º. geração: igualdade formal

2º. geração: igualdade substancial

3º. geração: igualdade pluralista (direito de ser diferente)

O princípio da isonomia opera em dois planos distintos.

IGUALDADE NA LEI: frente ao legislador ou ao próprio executivo, na edição, respectivamente, de leis, atos normativos e medidas provisórias, impedindo que possam criar tratamento abusivamente diferenciado a pessoas que se encontram em situações idênticas.

•O Poder Judiciário e o Ministério Público devem agir desprovido de qualquer interrese político-partidário.

PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE

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IGUALDADE PERANTE A LEI: na obrigatoriedade do intérprete de aplicar a lei e atos normativos de maneira igualitária, sem estabelecimento de diferenciações em razão de sexo, religião, convicções filosóficas ou políticas, raça, classe social.

No Direito Eleitoral o princípio da isonomia significa igualdade de tratamento entre as partes do processo. Isso equivale dizer que alguns privilégios concedidos aos entes públicos no Direito Civil, tais como duplo grau de jurisdição obrigatório e prazos em dobro não se aplicam à Justiça Eleitoral, em razão do princípio da igualdade eleitoral.

Princípio dispositivo

Para analisar o referido princípio devemos nos reportar aos modelos processuais tradicionais. Distinguem-se, a princípio, dois modelos, que tratam da distribuição de tarefas entre os sujeitos processuais (partes e juiz).

Modelo Dispositivo (adversarial ou acusatório): dá protagonismo às partes, cabendo ao juiz, basicamente, a tarefa de decidir. Isso significa dizer que compete às partes conduzir o processo e ao juiz, julgar.

Consiste em modelo liberal, que prega o afastamento do Estado, adotado especialmente em países de “common law”.

Modelo Inquisitivo (inquisitorial): dá protagonismo ao juiz, que possui poderes de condução e decisão. Costuma-se dizer que o modelo inquisitivo é comum em países de “civil law”.

Além do poder decisório, a condução do processo também é atribuída ao magistrado, que possuirá diversas competências para agir de ofício. Em alguns casos, o magistrado poderá, inclusive, instaurar o processo judicial.

Em que pese a distinção, não existe nenhum país que possua direito processual puramente dispositivo ou inquisitivo. Há, em verdade, uma predominância de manifestações de dispositividade ou de inquisitoriedade.

No processo eleitoral predomina o princípio dispositivo, ou seja, às partes é conferido o poder de conduzir o processo. Assim, em regra, não é possível ao magistrado iniciar de ofício o processo, conforme Súmula 18 do TSE:

Conquanto investido de poder de polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral para, de ofício, instaurar procedimento com a finalidade de impor multa pela veiculação de propaganda eleitoral em desacordo com a Lei nº 9.504/97.

•Igualdade formal: perante a lei•Igualdade material: tratamento igualitário às pessoas de mesmas condições e desigulitário às pessoas com condições diferentes com o fito de igulá-las.

PRINCÍPIO DA ISONOMIA

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Essa Súmula do TSE traz importante distinção. O Juiz Eleitoral possui o poder de polícia, que será desempenhado durante o processo eleitoral, com vistas a manter a legitimidade e lisura do processo de escolha dos nossos representantes. Dessa forma, sempre o Juiz identificar a existência de uma propaganda irregular, analisará os fatos e se constar a ilicitude fará a remoção da propaganda no exercício do poder de polícia, sem a necessidade de provação por outros partidos políticos, candidatos ou Ministério Público.

Conforme estudaremos na aula referente à propaganda eleitoral, além da retirada da propaganda, se realizada de forma irregular, o candidato e o partido político respectivo ficarão sujeito à multa. Assim, temos duas situações bem distintas:

1º - REMOÇÃO DA PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR

2º - APLICAÇÃO DA MULTA POR DESCUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO ELEITORAL

A Súmula TSE nº 18 afirma que o juiz eleitoral poderá remover a propaganda de ofício, porém não poderá aplicar a multa. A aplicação da multa eleitoral depende de provocação, em respeito ao princípio dispositivo. Assim, somente se o Ministério Público, candidato ou partido político ingressarem com ação será possível aplicação da multa eleitoral por descumprimento das normas relativas à propaganda.

Contudo, no que atine ao procedimento administrativo-eleitoral – de retirada da propaganda irregular – o juiz poderá se valer do poder de polícia de ofício, de acordo com a Lei nº 11.300/2006.

Nesse aspecto releva-se o viés inquisitivo do processo eleitoral, considerado por parte da doutrina de princípio do impulso oficial.

Assim...

Princípio da oralidade

O princípio da oralidade consubstancia-se na realização de atos processuais pelas partes envolvidas no processo eleitoral de modo verbal.

O art. 169 do Código Eleitoral disciplina o referido princípio nos seguintes termos:

Art. 169. À medida que os votos forem sendo apurados, poderão os fiscais e delegados de partido, assim como os candidatos, apresentar impugnações que serão decididas de plano pela Junta.

SEARA CÍVEL-ELEITORAL

•O magistrado não pode agir de ofício, a não ser nos casos expressamente previstos em lei.

SEARA ADMINISTRATIVO-ELEITORAL

•O magistrado pode, em regra, agir de ofício.

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§ 1º As Juntas decidirão por maioria de votos as impugnações.

§ 2º De suas decisões cabe recurso imediato, interposto verbalmente ou por escrito, que deverá ser fundamentado no prazo de 48 (quarenta e oito) horas para que tenha seguimento.

§ 3º O recurso, quando ocorrerem eleições simultâneas, indicará expressamente eleição a que se refere.

De acordo com o dispositivo acima, eventuais irregularidades no processo de apuração dos votos devem ser impugnadas imediatamente, de forma verbal. A Junta decidirá de plano e, da decisão, poderá a parte interessada recorrer de forma verbal (ou por escrito) ao Tribunal.

O princípio da oralidade constitui forma de tornar o processo tempestivo, vale dizer, no sentido de tornar o processo eleitoral célere e menos formal.

Princípio da publicidade

Os atos processuais são, em regra, públicos. Trata-se de direito fundamental do indivíduo, como controle da opinião sobre os serviços de justiça, situando-se ainda entre as maiores garantias de independência, imparcialidade, autoridade e responsabilidade do juiz.

Tradicionalmente são mencionadas duas dimensões do princípio da publicidade:

1º. Publicidade Interna: não há qualquer restrição de publicidade aos sujeitos do processo.

2º. Publicidade Externa: restringível em razão de intimidade ou interesse público.

A motivação é consequência do dever de publicidade, como meio para que se dê à sociedade conhecimento dos fundamentos que levaram à tomada de decisão do magistrado.

No que diz respeito à publicidade externa, em regra, os procedimentos eleitorais são públicos.

Entretanto, existem algumas hipóteses constitucionais nas quais o processo correrá em segredo de justiça. É o que se extrai dos arts. 93, IX, e 5º LX, ambos da CF:

IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou

•Refere-se à prática de atos processuais de modo verbal.

•Torna o processo mais célere e menos formal.

PRINCÍPIO DA ORALIDADE

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somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

Sobre o referido princípio, lecionam Thales e Camila Cerqueira23:

Por este princípio temos que as ações eleitorais devem ser públicas; até mesmo a AIME (Ação de Impugnação de Mandato Eletivo), que tem previsão constitucional, art. 14, §11, e deve correr em segredo de justiça, terá seu julgamento aberto ao público.

Por fim, decorrência do princípio da publicidade é a norma eleitoral que prevê a publicidade dos doadores de campanha durante todo o processo eleitoral, que tem por finalidade conferir transparência quanto ao financiamento das eleições.

Princípio da lealdade processual

O princípio da lealdade processual decorre da previsão do art. 14, do CPC, que ao tratar dos deveres das partes do processo estabelece que estas deverão:

expor os fatos em juízo conforme a verdade;

proceder com lealdade e boa-fé;

não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento;

não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito.

cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final.

Tal dispositivo poderá ser utilizado como regra subsidiária ao processo eleitoral. A doutrina especializada24 cita aplicações do princípio ao Direito Eleitoral:

a) Promotor de Justiça não pode exercer a unção eleitoral se foi filiado a partido político, durante uma “quarentena”.

É o que se extrai do art. 80 da Lei Complementar nº 75/1993:

Art. 80. A filiação a partido político impede o exercício de funções eleitorais por membro do Ministério Público até dois anos do seu cancelamento.

Seguindo com as aplicações na seara eleitoral do referido princípio a doutrina supramenciona outro exemplo:

23 CERQUEIRA, Thales Tácito e CERQUEIRA, Camila. Direito Eleitoral Esquematizado, p. 52. 24 CERQUEIRA, Thales Tácito e CERQUEIRA, Camila. Direito Eleitoral Esquematizado, p. 53.

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b) Art. 14, §11, da CF/88: determina a punição do autor de Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME), intentada de forma temerária ou com manifesta má-fé.

Princípio da identidade física do juiz

Finalizando a análise dos princípios processuais relevantes que são aplicados ao processo eleitoral, destaca-se o princípio da identidade física, segundo o qual o magistrado eleitoral que concluir a instrução deverá proferir a sentença.

A finalidade desse princípio é permitir que o juiz que teve contato com as partes, e, que, portanto, terá mais condições de compreender o que ocorreu no caso concreto, julgue a lide.

Assim, uma vez distribuído o processo o juiz que tiver tomado conhecimento do processo, ficará responsável pelo julgamento, vinculando-se a este processo.

Princípios eventualmente aplicados ao Direito Eleitoral

Finalmente, iremos expor um quadro dos princípios pertencentes a outras matérias que podem ser aplicados ao Direito Eleitoral. Iremos apenas citar tais princípios sem conceitua-los, uma vez que se trata de matéria atinente a outras disciplinas.

Esses princípios eventualmente aplicáveis ao Direito Eleitoral, segundo Thales e Camila Cerqueira25, podem ser divididos em:

a) Princípio Administrativo-Eleitorais; b) Princípios da Propaganda Eleitoral; c) Princípios Penal-Eleitorais.

Não vamos analisar cada um desses princípios, pois foge a nossa matéria e pretensão deste curso. Apenas vejamos a relação de princípios segundo a divisão acima.

25 CERQUEIRA, Thales Tácito e CERQUEIRA, Camila. Direito Eleitoral Esquematizado, p. 56.

•O juiz que concluir a instrução deverá proferir a sentença.

•Maior proximidade com a causa do juiz que conduziu o proceso.

PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO

JUIZ

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3 - Questões

Na sequência trazemos inúmeras questões anteriores de concurso público, bem como algumas questões que elaboramos para revisar pontos importantes da matéria. Primeiramente trazemos questões de

alternativas e, num segundo bloco, passamos às questões de assertivas.

É importante registrar que o contingente de questões neste assunto é um pouco escasso, razão pela qual trouxemos 27 questões. Em regra, nossas aulas possuem um quantitativo maior de questões de concurso.

3.1 - Questões sem Comentários

Questão 01 – UFPR/TJ-PR – Juiz - 2012

No que consiste o princípio da anualidade eleitoral?

a) As leis eleitorais têm validade de apenas 01 (hum) ano a partir de sua publicação, razão pela qual existem as Resoluções do TSE a cada eleição.

b) As leis eleitorais valem apenas para o ano da eleição para a qual foram editadas e publicadas e são complementadas pelas Resoluções do TSE.

c) As leis eleitorais que alteram o processo eleitoral somente entram em vigor 01 (hum) ano depois da eleição para a qual foi publicada.

d) As leis eleitorais que alteram o processo eleitoral entram em vigor na data de sua publicação e não se aplicam à eleição que ocorra até 01 (hum) ano da data de sua vigência.

ADMINISTRATIVO-ELEITORAL

•princípio da legalidade•princípio da impessoalidade

•princípio da moralidade•princípio da publicidade•princípio da eficiência

PRINCÍPIOS ATINENTES À PROPAGANDA

ELEITORAL

•princípio da legalidade•princípio da liberdade•princípio da responsabilidade

•princípio da igualdade•princípio da disponibilidade•princípio do controle judicial da propaganda

•princípio da proibição da pré-candidatura

PRINCÍPIOS DA SEARA PENAL-ELEITORAL

•princípio da individulização das penas

•princípio da judicialidade das provas

•princípio da fungibilidade recursal

•princípio do duplo grau de jurisdição

•princípio da publicidade•princípio da obrigatoriedade da ação penal pública

•princípio da indisponibilidade da ação penal pública

•princípio da verdade real ou da verdade processual

•princípio da presunção de inocência

•princípio da ampla defesa•princípio do juiz natural•princípio da identidade física de forma mitigada

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Questão 02 – PONTUA/TRE-SC – Técnico Judiciário – 2011

São fontes diretas do Direito Eleitoral, EXCETO:

a) Código Eleitoral.

b) Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral.

c) A Lei das Inelegibilidades.

d) Constituição Federal.

Questão 03 – FCC/TRE-RN – Analista Judiciário – 2011 - adaptada

A Emenda Constitucional no 45, de 2004, inseriu, no inciso LXXVIII do artigo 5º da Constituição Federal, norma expressa assegurando a razoável duração do processo, tanto no âmbito judicial quanto administrativo, bem como estipulou ao legislador ordinário a obrigação de prever os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. No âmbito eleitoral, tal princípio tem relevância destacada, especialmente no processo que possa resultar em perda do mandato eletivo. Sob tal premissa, a Lei no 12.034/09 trouxe importante inovação, qual seja a

a) fixação de um critério objetivo para a conformação do princípio da duração razoável do processo, considerando como tal o lapso temporal máximo de 1 ano, contado da apresentação do processo à Justiça Eleitoral.

b) previsão de prazos mais curtos de tramitação para cada fase processual, os quais são diminuídos pela metade em relação aos demais processos eleitorais.

c) irrecorribilidade das decisões interlocutórias e o recebimento dos recursos apenas no efeito devolutivo.

d) relativização do princípio da motivação das decisões judiciais, permitindo aos juízes eleitorais a adoção de fundamentação sucinta e a dispensa do relatório no julgamento dos feitos.

Questão 04 – MPE/GO – Promotor de Justiça – 2013 - adaptada

Sobre o alcance do princípio constitucional da anterioridade eleitoral, julgue, com base na jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, as assertivas seguintes:

I. O princípio da anterioridade eleitoral, previsto no art. 16 da Constituição da República, é direito fundamental e cláusula pétrea, que também abrange, na sua extensão, as emendas constitucionais.

II. Leis complementares veiculadoras de novas hipóteses de inelegibilidade não se submetem ao princípio da anterioridade eleitoral.

III. Na interpretação do texto do art. 16 da Constituição da República, a locução "processo eleitoral" aponta para a realidade que se pretende proteger, pelo princípio da anterioridade eleitoral, de deformações oriundas de modificações que, casuisticamente introduzidas pelo Parlamento, culminem por romper a necessária igualdade de chances dos protagonistas - partidos políticos e candidatos - no pleito iminente.

IV. O princípio da anterioridade eleitoral condiciona a vigência da lei eleitoral a que não haja eleição a menos de um ano de sua publicação.

a) As assertivas I e II estão corretas

b) As assertivas I e III estão corretas.

c) As assertivas III e IV estão corretas.

d) As assertivas II e IV estão corretas.

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Questão 05 – FCC/TRE-RO – Técnico Judiciário – 2013

NÃO se incluem, dentre as fontes do Direito Eleitoral as

a) Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral.

b) decisões jurisprudenciais.

c) leis estaduais.

d) normas da Constituição Federal.

e) Lei das Eleições

Questão 06 – FCC/TRE-PR – Analista Judiciário – 2012

Obedecerá ao princípio da representação proporcional a eleição para

a) a Câmara dos Deputados.

b) o Senado Federal.

c) Governador de Estado.

d) Prefeito Municipal.

e) Presidente da República

Questão 07 – CESPE/Câmara dos Deputados – Analista Legislativo- 2014 – questão adaptada

Acerca dos princípios do direito eleitoral, assinale a alternativa incorreta.

a) De acordo com o princípio da lisura das eleições, as partes envolvidas no processo eleitoral devem conduzir as eleições de modo franco e sincero, com vistas ao exercício legítimo da democracia.

b) Conforme o princípio do aproveitamento do voto, a atuação da Justiça Eleitoral deve pautar-se no sentido de preservar a soberania popular. As nulidades apuradas nos votos, ainda que absolutas, somente serão declarada se não houver possibilidade de saná-las e delas decorram prejuízo.

c) Uma das facetas do princípio da celeridade eleitoral é que as decisões eleitorais devem ser imediatas.

d) Tido como princípio basilar do direito eleitoral, e inscrito no texto constitucional, o princípio da eficiência determina que o agente político ou administrador seja 100 % eficiente.

Questão 08 – CESPE/Câmara dos Deputados – Analista Legislativo-2014 – questão adaptada

Acerca dos princípios da anualidade eleitoral previsto no art. 16, da CF, assinale o item correto.

a) O princípio da anualidade da lei eleitoral foi consagrado no sistema jurídico brasileiro pela CF, cujo texto pertinente, originalmente, limitava-se a estabelecer que a lei que alterasse o processo eleitoral só entraria em vigor um ano após sua promulgação.

b) O princípio da anualidade atualmente consagrado no art. 16, da CF, não diferencia os conceitos de vigência e aplicabilidade da norma.

c) O princípio da anualidade eleitoral sempre fez a diferenciação entre vigência e aplicabilidade da norma, mesmo antes da emenda constitucional nº 04/93.

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d) Com a aplicação do princípio da anualidade eleitoral ou anterioridade, a norma entra em vigor um ano após sua publicação.

Questão 09 – CESPE/Câmara dos Deputados – Analista Legislativo-2014

Assinale o princípio que não é aplicável ao Direito Eleitoral.

a) princípio da igualdade.

b) princípio do devido processo legal.

c) princípio do duplo grau de jurisdição necessário.

d) princípio da preclusão.

e) princípio da imparcialidade

Questão 10 – questão inédita – 2014

O princípio da preclusão eleitoral, que consiste na perda de uma situação jurídica processual ativa, consagra a aplicação de diversos outros princípios, exceto:

a) princípio da segurança jurídica.

b) princípio do juiz natural.

c) princípio da boa-fé.

d) princípio da duração razoável do processo.

Questão 11 – Questão Inédita – 2014

São manifestações do princípio da celeridade, exceto:

a) a imediaticidade das decisões eleitorais.

b) a utilização de meios práticos de intimação.

c) o prazo máximo de um ano para processos que possam resultar em perda do mandato eletivo.

d) prazo diferenciado para a Fazenda Pública.

Questão 12 – Questão Inédita - 2014

No que se refere às fontes de direito eleitoral e a posição majoritária da doutrina, assinale a opção correta.

a) O Código Eleitoral é considerado fonte secundária do Direito Eleitoral.

b) A Constituição é tida como a fonte primária suprema do Direito Eleitoral, embora se encontre no mesmo patamar das demais fontes primárias, é tida como parâmetro de todas as leis eleitorais.

c) O Código de Processo Civil, por prever diversos princípios aplicáveis ao Direito Eleitoral é considerado como fonte primária direta desse ramo.

d) A Lei de Inelegibilidades é fonte secundária do Direito Eleitoral.

Questão 13 – Questão Inédita – 2014

Quanto aos princípios de direito eleitoral assinale a alternativa correta.

a) De acordo com o princípio da devolutividade dos recursos eleitorais, os recursos eleitorais têm apenas o efeito de devolver a matéria específica recorrida ao Tribunal para nova análise.

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b) O princípio da anualidade não aplica-se mais ao Direito Eleitoral pátrio.

c) Os recursos eleitorais possuem, em regra, a possibilidade de oposição de recursos em quaisquer circunstâncias.

d) Conforme o princípio da preclusão instantânea, as impugnações quanto à identidade do eleitor deverão ser formuladas após as eleições, a fim de não prejudicar o pleito eleitoral.

Questão 14 – Questão Inédita – 2014

No que se refere à Teoria Geral da Constituição assinale a alternativa correta.

a) A forma de Governo adotada no Brasil é a Federativa.

b) A forma de Estado adorada no Brasil é a República.

c) O Regime de Governo adotado no Brasil é a República.

d) O Sistema de Governo adotado no Brasil é o Presidencialismo.

Questão 15 – questão inédita – 2014

Quanto às resoluções do Tribunal Superior Eleitoral, assinale a alternativa incorreta.

a) possuem caráter regulamentar.

b) podem alterar e criar direitos previstos em lei.

c) não podem estabelecer sanções diversas das constantes da Lei das Eleições.

d) não são submetidas ao controle de constitucionalidade.

Questão 16 – COSULPLAN – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013

Os eleitos para ocupar mandatos eletivos no Brasil são definidos segundo os sistemas proporcional ou majoritário. As regras constitucionais e legais é que definem qual o princípio adotado, a depender do cargo. É correto afirmar que se elegem, necessariamente, por maioria absoluta todos os

a) Vereadores.

b) Deputados Federais.

c) Prefeitos de Capitais.

d) Governadores de Estado.

Questão 17 – FCC/TRE-RR – 2015 – Técnico Judiciário – Área Administrativa

Incluem-se dentre as fontes diretas do Direito Eleitoral:

(A) os julgados que compõem a jurisprudência dos Tribunais Eleitorais.

(B) os entendimentos doutrinários relativos ao Direito Eleitoral.

(C) as resoluções do Tribunal Superior Eleitoral.

(D) as leis estaduais.

(E) as leis municipais.

Questão 18 – CESPE/TRE-MT - Analista Judiciário – Área Judiciária – 2005 – questão adaptada

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O estudo das fontes do direito encontra aspectos deveras sugestivos em amplitude e variedade no direito eleitoral. As fontes não se isolam como elemento de vínculo exclusivo com o direito eleitoral, em virtude de indilacerável unidade da ordem jurídica em que está integrado. Mas não deixam de contar com elementos próprios, que refletem suas condições peculiares. Para melhor ordenação lógica, há de se partir da Constituição Federal, que é a fonte suprema de onde promana, em distribuição hierarquizada, a ordem jurídica estatal, estabelecendo conexão formal e padrões de validade à criação e à aplicação do direito em geral. - Fávila Ribeiro. Direito eleitoral. 4.ª ed. Forense, 1997, p. 15 (com adaptações).

Tomando o texto acima como referência inicial, assinale a opção incorreta a respeito das fontes do direito eleitoral.

a) A Constituição de 1988, ao tratar dos direitos políticos, contempla os elementos que orientam a elaboração da Lei de Inelegibilidades, que tem natureza de lei complementar.

b) Legislar sobre direito eleitoral é competência privativa da União.

d) A Lei de Inelegibilidades é fonte secundária do Direito Eleitoral.

c) A Lei dos Partidos Políticos é fonte formal direta do Direito Eleitoral.

e) O Código Eleitoral confere ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) competência para expedir instruções para sua fiel execução.

Questão 19 – Questão Inédita - 2014

No que se refere ao Código eleitoral, julgue o item a seguir.

Parte do Código Eleitoral foi recepcionado pela CF de 1988 como lei complementar, dessa forma, pode ser alterado por lei complementar ou por lei ordinária específica.

Questão 20 – Questão Inédita - 2014

Quanto aos princípios processuais aplicáveis ao processo eleitoral, julgue o item a seguir.

O princípio do contraditório exige que a parte tome ciência e participe de todos os atos processuais. Esse princípio é plenamente aplicável ao direito eleitoral.

Questão 21 – CESPE/Câmara dos Deputados – Analista Legislativo-2014

Acerca dos princípios do direito eleitoral, julgue os itens a seguir.

Entre os princípios norteadores do direito eleitoral brasileiro incluem-se o princípio da igualdade, o princípio do devido processo legal, o princípio da publicidade e o princípio da preclusão ou da eventualidade.

Questão 22 – CESPE/TRE-MT - Analista Judiciário – Área Judiciária – 2005 – questão adaptada

Acerca dos princípios pertinentes ao direito eleitoral e aos direitos políticos de que trata a Constituição Federal, julgue o item seguinte.

O exercício da soberania popular restringe-se ao sufrágio universal, com valor igual para todos.

Questão 23 – CESPE/TRE-MT - Analista Judiciário – Área Judiciária – 2005 – questão adaptada

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No Brasil, o Poder Judiciário conta com uma estrutura autônoma, um ramo especializado, destinado a dizer o direito nas lides eleitorais. Cabe à justiça eleitoral julgar os processos eleitorais e também organizar a eleição, do ponto de vista administrativo. Nesse sentido, a Constituição Federal e o Código Eleitoral estatuem os critérios para a organização da justiça eleitoral e a definição de sua competência.

A esse respeito, julgue.

Um dos princípios previstos na Constituição e que se aplicam ao direito eleitoral é o princípio da motivação das decisões judiciais.

Questão 24 – CESPE/TRE-GO – Analista Judiciário – Área Administrativa - 2015

Julgue os itens a seguir, relativos à organização político-administrativa do Estado brasileiro, às disposições gerais dos servidores públicos e ao processo legislativo.

Compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito eleitoral e, no âmbito dessa legislação concorrente, a competência da União está limitada ao estabelecimento de normas gerais.

Questão 25 – CESPE/TRE-GO – Analista Judiciário – Área Administrativa - 2015

Julgue os itens a seguir, relativos à organização político-administrativa do Estado brasileiro, às disposições gerais dos servidores públicos e ao processo legislativo.

Embora a CF permita ao ocupante da Presidência da República a adoção de medidas provisórias com força de lei em casos de relevância e urgência, o texto constitucional proíbe a edição desse tipo de instrumento com relação ao direito eleitoral.

Questão 26 – CESPE/TRE-GO – Analista Judiciário – Área Administrativa - 2015

Uma das principais características do direito eleitoral é a constante modificação de regras que estabelecem o funcionamento do processo eleitoral e de tudo que o cerca. Julgue o próximo item, referente a essa característica e à propaganda partidária.

No que diz respeito à propaganda política, as novas regras criadas recentemente pelas chamadas minirreformas eleitorais, que trouxeram importantes alterações em vários pontos da legislação eleitoral, não foram aplicadas nas eleições de 2014.

Questão 27 – CESPE/TRE-GO – Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2015

Julgue os itens subsecutivos, referentes aos direitos políticos e à organização político-administrativa do Estado brasileiro.

É competência privativa da União legislar acerca do direito eleitoral.

3.2 - Gabarito

Questão 01 – D Questão 02 – B

Questão 03 – A Questão 04 – B

Questão 05 – C Questão 06 – A

Questão 07 – D Questão 08 – A

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Questão 09 – C Questão 10 – B

Questão 11 – D Questão 12 – D

Questão 13 – A Questão 14 – D

Questão 15 – B Questão 16 – D

Questão 17 – A Questão 18 – C

Questão 19 – INCORRETA Questão 20 – CORRETA

Questão 21 – CORRETA Questão 22 – INCORRETA

Questão 23 - CORRETA

3.3 - Questões com Comentários

Questão 01 – UFPR/TJ-PR – Juiz - 2012

No que consiste o princípio da anualidade eleitoral?

a) As leis eleitorais têm validade de apenas 01 (hum) ano a partir de sua publicação, razão pela qual existem as Resoluções do TSE a cada eleição.

b) As leis eleitorais valem apenas para o ano da eleição para a qual foram editadas e publicadas e são complementadas pelas Resoluções do TSE.

c) As leis eleitorais que alteram o processo eleitoral somente entram em vigor 01 (hum) ano depois da eleição para a qual foi publicada.

d) As leis eleitorais que alteram o processo eleitoral entram em vigor na data de sua publicação e não se aplicam à eleição que ocorra até 01 (hum) ano da data de sua vigência.

Comentários

Pessoal, se vocês me perguntassem: professor, só conseguirei lembrar de um princípio para a prova, qual deles devo estudar? Certamente este: o princípio da anualidade eleitoral! É sem dúvidas o princípio mais importante e o mais exigido em provas.

Vejamos cada uma das alternativas!

A alternativa A está incorreta e é totalmente descabida. Não faz sentido as leis eleitorais terem validade de apenas 01 ano após sua publicação. As leis eleitorais, como as demais leis, são válidas, em regra, até o momento em que forem revogadas.

A alternativa B está incorreta pelo mesmo motivo exposto na alternativa acima. Não há que se falar em limitação de validade posterior das leis eleitorais.

A alternativa C está incorreta. Conforme mencionado em aula, o princípio da anualidade eleitoral faz a diferenciação entre vigência e aplicabilidade na lei. A questão está errada porque a lei entre em vigor na data de sua

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publicação, porém, produz efeitos nas eleições realizadas após 01 ano da edição da lei.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Vamos relembrar o dispositivo:

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)

Questão 02 – PONTUA/TRE-SC – Técnico Judiciário – 2011

São fontes diretas do Direito Eleitoral, EXCETO:

a) Código Eleitoral.

b) Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral.

c) A Lei das Inelegibilidades.

d) Constituição Federal.

Comentários

Essa é uma questão complicada. Trouxemos ela para a nossa bateria de questões para mostrar para vocês como o tema é complicado, pois existem diversas correntes de pensamento.

No entender da banca PONTUA, a alternativa que não representa uma fonte direta do Direito Eleitoral é a alternativa B, dada como gabarito da questão.

A banca utilizou a doutrina de Roberto Moreira de Almeida26. Para o autor as fontes podem ser divididas em fontes diretas ou primárias e fontes indiretas ou secundárias, do seguinte modo.

26 ALMEIDA, Roberto Moreira de. Curso de Direito Eleitoral, 5ª edição, rev. e atual, Bahia: Editora JusPodvim, 2011, p. 02/05.

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Dessa forma, as Resoluções do TSE são considerada como fontes indiretas, ao passo que as demais alternativas trazem fontes diretas do Direito Eleitoral.

Friso, contudo, que esse entendimento não é o majoritário. Conforme vimos em aula, devemos adotar para a nossa prova o seguinte posicionamento:

A classificação acima é a majoritária e adotada pelas principais bancas de concurso público, notadamente o CESPE e a FCC. De todo modo é bom estarmos cientes das divergências que envolvem a matéria.

Questão 03 – FCC/TRE-RN – Analista Judiciário – 2011 - adaptada

A Emenda Constitucional no 45, de 2004, inseriu, no inciso LXXVIII do artigo 5º da Constituição Federal, norma expressa assegurando a razoável duração do processo, tanto no âmbito judicial quanto administrativo, bem como estipulou ao legislador ordinário a obrigação de prever os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. No âmbito eleitoral, tal princípio tem relevância destacada, especialmente no processo que possa resultar em perda do mandato eletivo. Sob tal premissa, a Lei no 12.034/09 trouxe importante inovação, qual seja a

a) fixação de um critério objetivo para a conformação do princípio da duração razoável do processo, considerando como tal o lapso temporal máximo de 1 ano, contado da apresentação do processo à Justiça Eleitoral.

b) previsão de prazos mais curtos de tramitação para cada fase processual, os quais são diminuídos pela metade em relação aos demais processos eleitorais.

FO

NT

ES

DO

DIR

EIT

O

ELE

ITO

RA

L

Fontes diretas ou primárias

Constituição Federal

Código Eleitoral

Lei Orgânica dos Partidos

Lei das Inegibilidade

Lei das Eleições

Fontes indiretas ou secundárias

Código Penal

Código de Processo Penal

Código Civil

Código de Processo Civil

Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral

Resoluções do TSE

FONTE FORMAL FONTE DIRETAFONTE

PRIMÁRIA/SECUNDÁRIA (* divergência)

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c) irrecorribilidade das decisões interlocutórias e o recebimento dos recursos apenas no efeito devolutivo.

d) relativização do princípio da motivação das decisões judiciais, permitindo aos juízes eleitorais a adoção de fundamentação sucinta e a dispensa do relatório no julgamento dos feitos.

Comentários

Embora essa questão seja complexa e serve como excelente parâmetro para nossos estudos e, principalmente, para a revisão da matéria.

Segundo o enunciado, o princípio da celeridade é importante para o Direito Eleitoral, o que implicou, inclusive, numa inovação trazida pela Lei Eleitoral. Que inovação é essa?

A Lei nº 12.034/2009 acrescentou o artigo 97-A à Lei nº 9504/97. Vejamos o dispositivo:

Art. 97-A. Nos termos do inciso LXXVIII do art. 5o da Constituição Federal, considera-se duração razoável do processo que possa resultar em perda de mandato eletivo o período máximo de 1 (um) ano, contado da sua apresentação à Justiça Eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 1º A duração do processo de que trata o caput abrange a tramitação em todas as instâncias da Justiça Eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

Vimos rapidamente em aula que o processo eleitoral não poderá durar mais do que um ano, sob pena de violação ao princípio da celeridade.

Portanto, a alternativa A é a alternativa correta e o gabarito da questão.

A alteração representou verdadeiro respeito ao princípio da celeridade. Esse princípio possui maior destaque no direito eleitoral na medida em que todos os prazos são reduzidos a fim de promover uma solução no tempo adequado das eleições.

A alternativa B está incorreta, posto que não há previsão de que os prazos serão diminuídos pela metade em relação aos demais processos eleitorais.

A alternativa C está incorreta, pois embora a irrecorribilidade das decisões interlocutórias e o recebimento dos recursos apenas no efeito devolutivo sejam princípio do direito eleitoral, não foram instituídas com a Lei 12.034/2009.

A alternativa D está incorreta, posto que o princípio constitucional da motivação das decisões, previsto no art. 93, IX, da CF, não poderá ser relativizado, muito menos da forma como foi colocado pela banca.

Questão 04 – MPE/GO – Promotor de Justiça – 2013 - adaptada

Sobre o alcance do princípio constitucional da anterioridade eleitoral, julgue, com base na jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, as assertivas seguintes:

I. O princípio da anterioridade eleitoral, previsto no art. 16 da Constituição da República, é direito fundamental e cláusula pétrea, que também abrange, na sua extensão, as emendas constitucionais.

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II. Leis complementares veiculadoras de novas hipóteses de inelegibilidade não se submetem ao princípio da anterioridade eleitoral.

III. Na interpretação do texto do art. 16 da Constituição da República, a locução "processo eleitoral" aponta para a realidade que se pretende proteger, pelo princípio da anterioridade eleitoral, de deformações oriundas de modificações que, casuisticamente introduzidas pelo Parlamento, culminem por romper a necessária igualdade de chances dos protagonistas - partidos políticos e candidatos - no pleito iminente.

IV. O princípio da anterioridade eleitoral condiciona a vigência da lei eleitoral a que não haja eleição a menos de um ano de sua publicação.

a) As assertivas I e II estão corretas

b) As assertivas I e III estão corretas.

c) As assertivas III e IV estão corretas.

d) As assertivas II e IV estão corretas.

Comentários

Vejamos cada um dos itens!

O item I está correto. Conforme dito em aula, a doutrina e jurisprudência consideram o art. 16 da CF como cláusula pétrea, como expressão da garantia fundamental da segurança jurídica.

Princípio da anualidade é cláusula pétrea.

O item II está incorreto, pois o princípio da anterioridade se aplica no caso de novas hipóteses de inelegibilidade.

O item III está correto. O item foi retirado das ADIs nº 3345 e nº 3741, as quais declararam que processo eleitoral é tudo aquilo que provocar:

1) rompimento da igualdade de participação dos partidos políticos e dos respectivos candidatos no processo eleitoral;

2) a criação de deformação que afete a normalidade das eleições;

3) a introdução de fator de perturbação do pleito;

4) a promoção de alteração motivada por propósito casuístico.

Nesse sentido, o princípio da anterioridade eleitoral visa evitar a edição de normas que prejudiquem a igualdade no pleito. Notem que para responder essa questão não é necessário o conhecimento das ADINs, mas tão somente que o princípio citado visa proteger a igualdade no pleito e a segurança jurídica.

O item IV está incorreto, pois o princípio da anterioridade limita a aplicação da norma e não sua vigência.

Assim, a alternativa B é a correta e o gabarito da questão.

Questão 05 – FCC/TRE-RO – Técnico Judiciário – 2013

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NÃO se incluem, dentre as fontes do Direito Eleitoral as

a) Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral.

b) decisões jurisprudenciais.

c) leis estaduais.

d) normas da Constituição Federal.

e) Lei das Eleições

Comentários

Mais uma questão curiosa sobre fontes.

Primeiramente, a FCC considerou a doutrina como uma fonte do direito eleitoral. Como vimos em aula, embora material, a doutrina constitui uma fonte do direito eleitoral. Como a questão não mencionou se queria fontes formais ou materiais, não há como afirmar que a questão encontra-se incorreta. Ok?

Seguindo! Segundo a banca, a alternativa C não representa uma fonte do Direito Eleitoral. Assim, entendeu a organizadora que “leis estaduais” não podem ser consideradas fontes do Direito Eleitoral. O problema dessa questão é que o art. 22, da CF, que fixa a competência privativa da União para legislar sobre direito eleitoral. Além disso, determina o dispositivo – no § único – que é possível à União, por lei complementar, delegar competência aos estados-membros para legislar sobre questões específicas previstas nos incisos do art. 22.

Dessa forma, em tese, é possível a edição de lei complementar para tratar de Direito Eleitoral. Contudo, para a FCC não! Entende a banca que “lei estadual” não é fonte do Direito Eleitoral. Entendemos que essa questão – por falta de objetividade – deveria ser anulada pela banca.

Questão 06 – FCC/TRE-PR – Analista Judiciário – 2012

Obedecerá ao princípio da representação proporcional a eleição para

a) a Câmara dos Deputados.

b) o Senado Federal.

c) Governador de Estado.

d) Prefeito Municipal.

e) Presidente da República

Comentários

A alternativa A é a correta e o gabarito da questão, uma vez que em relação ao Senado Federal, Governador de Estado, Prefeito Municipal e Vice-Prefeito Municipal é aplicado o princípio majoritário.

Como sabemos, as eleições do Chefe do Executivo e Senador respeitam o princípio majoritário, enquanto as eleições de Câmara dos Deputados e Vereadores respeitam o princípio da representação proporcional.

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Sobre o princípio proporcional e majoritário, lembre-se:

PRINCÍPIO PROPORCIONAL E MAJORITÁRIO

Pelo princípio majoritário será considerado eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos (aplica-se aos cargos do Poder Executivo e Senador da República)

Pelo princípio proporcional a eleição do candidato depende do número de votos obtidos pelo partido ao qual está registrado o político (aplica-se aos cargos do Poder Legislativo, com exceção do cargo de Senador da República).

Questão 07 – CESPE/Câmara dos Deputados – Analista Legislativo- 2014 – questão adaptada

Acerca dos princípios do direito eleitoral, assinale a alternativa incorreta.

a) De acordo com o princípio da lisura das eleições, as partes envolvidas no processo eleitoral devem conduzir as eleições de modo franco e sincero, com vistas ao exercício legítimo da democracia.

b) Conforme o princípio do aproveitamento do voto, a atuação da Justiça Eleitoral deve pautar-se no sentido de preservar a soberania popular. As nulidades apuradas nos votos, ainda que absolutas, somente serão declarada se não houver possibilidade de saná-las e delas decorram prejuízo.

c) Uma das facetas do princípio da celeridade eleitoral é que as decisões eleitorais devem ser imediatas.

d) Tido como princípio basilar do direito eleitoral, e inscrito no texto constitucional, o princípio da eficiência determina que o agente político ou administrador seja 100 % eficiente.

Comentários

Vejamos cada uma das alternativas!

A alternativa D está incorreta e é o gabarito da questão. Todas as demais alternativas estão corretas e mencionam corretamente os princípios eleitorais, que vimos em aula.

Relembrando...

PRINCÍPIO DA LISURA DAS ELEIÇÕES

A atuação da Justiça Eleitoral, do Ministério Público Eleitoral, dos partidos políticos e candidatos deve ser pautada na preservação da lisura das eleições.

PRINCÍPIO DO APROVEITAMENTO DO

VOTO

A atuação da Justiça Eleitoral, de um modo geral, deve pautar-se no sentido de preservar a soberania popular, a apuração do voto e a diplomação dos eleitos.

PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO

INSTANTÂNEA

Eventuais impugnações quanto à identidade do eleitor deverão ser formuladas antes do voto, sob pena de se considerar consumado o ato do sufrágio.

A alternativa D está incorreta por duas razões:

Em primeiro lugar, o princípio da eficiência não é um princípio basilar do Direito Eleitoral. Fala-se, ao máximo, que o princípio da eficiência seria aplicado eventualmente ao processo eleitoral como um princípio

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administrativo-eleitoral, posto que é um dos 05 princípios que regem a Administração Pública, previstos no caput do art. 37, da CF.

Em segundo lugar porque esse princípio não exige “100%” de eficiência, mas sim que o agente público aja de maneira a tomar as decisões com maior eficiência para a prática dos atos administrativos. Somente por mencionar 100% de eficiência a assertiva já poderia ser considerada incorreta, tendo em vista a intangibilidade prática e objetiva do percentual.

Questão 08 – CESPE/Câmara dos Deputados – Analista Legislativo-2014 – questão adaptada

Acerca dos princípios da anualidade eleitoral previsto no art. 16, da CF, assinale o item correto.

a) O princípio da anualidade da lei eleitoral foi consagrado no sistema jurídico brasileiro pela CF, cujo texto pertinente, originalmente, limitava-se a estabelecer que a lei que alterasse o processo eleitoral só entraria em vigor um ano após sua promulgação.

b) O princípio da anualidade atualmente consagrado no art. 16, da CF, não diferencia os conceitos de vigência e aplicabilidade da norma.

c) O princípio da anualidade eleitoral sempre fez a diferenciação entre vigência e aplicabilidade da norma, mesmo antes da emenda constitucional nº 04/93.

d) Com a aplicação do princípio da anualidade eleitoral ou anterioridade, a norma entra em vigor um ano após sua publicação.

Comentários

Mais uma questão envolvendo o princípio da anualidade eleitoral!

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Conforme mencionado em aula, o princípio da anualidade da lei eleitoral está previsto no art. 16 da CF e consagra a vigência imediata da lei eleitoral e a eficácia apenas após o decurso de um ano de sua vigência.

Antes da alteração pela Emenda Constitucional nº 04/1993, o art. 16 possuía a seguinte redação:

Art. 16 – A lei que alterar o processo eleitoral só entrará e vigor um anos após sua promulgação.

Pelo dispositivo citado, o princípio da anualidade até 1993 consagrava apenas o vigor do texto eleitoral após do decurso de 01 ano.

A alternativa B está incorreta, tendo em vista que a emenda constitucional nº 04/93 alterou o dispositivo de modo que ficou clara a diferenciação entre vigência e aplicabilidade da lei eleitoral.

A alternativa C está incorreta, pois, como dito acima, a diferenciação entre vigência e aplicabilidade ocorreu somente após 1993.

A alternativa D está incorreta, pois a norma eleitoral possui vigência desde a sua publicação e aplicabilidade após 01 ano.

Para não restar qualquer confusão quanto à matéria, vejamos o quadro abaixo:

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Questão 09 – CESPE/Câmara dos Deputados – Analista Legislativo-2014

Assinale o princípio que não é aplicável ao Direito Eleitoral.

a) princípio da igualdade.

b) princípio do devido processo legal.

c) princípio do duplo grau de jurisdição necessário.

d) princípio da preclusão.

e) princípio da imparcialidade

Comentários

A alternativa que não representa um princípio aplicável é a alternativa C.

Conforme dito em aula, tendo em vista o princípio da celeridade, o princípio do duplo grau de jurisdição necessário não será aplicado, no caso de ações nas quais façam parte a Fazenda Pública.

Todos os demais princípios citados são plenamente aplicáveis ao Direito Eleitoral.

Vamos relembrar os conceitos conforme quadro abaixo.

PRINCÍPIO DA IGUALDADE

Refere-se ao tratamento igual das partes no processo eleitoral, sem quaisquer formas de privilégios.

PRINCÍPIO DO DEVIDO

PROCESSO LEGAL

Processo orientado segundo as regras ao seu tempo, observando a regular produção de provas e a observância das regras processuais.

PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO

Instrumento processual que implica na perda de uma situação jurídica processual ativa em decorrência do tempo, pelo exercício do direito, da prática de um ato processual incompatível ou em face da prática de ato ilícito.

Questão 10 – questão inédita – 2014

O princípio da preclusão eleitoral, que consiste na perda de uma situação jurídica processual ativa, consagra a aplicação de diversos outros princípios, exceto:

a) princípio da segurança jurídica.

PRINCÍPÍO DA ANUALIDADE

ANTES DA EC 4/93

vigência da lei eleitoral após 01 ano

APÓS A EC 4/93

vigência imediata da lei eleitoral

eficácia da lei eleitoral apenas após 01 ano de

vigência

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b) princípio do juiz natural.

c) princípio da boa-fé.

d) princípio da duração razoável do processo.

Comentários

Conforme mencionado em aula, a preclusão consagra três princípios:

princípio da segurança jurídica; princípio da boa-fé; princípio da duração razoável do processo.

Assim, a alternativa B não menciona um princípio consagrado pelo princípio da preclusão.

Questão 11 – Questão Inédita – 2014

São manifestações do princípio da celeridade, exceto:

a) a imediaticidade das decisões eleitorais.

b) a utilização de meios práticos de intimação.

c) o prazo máximo de um ano para processos que possam resultar em perda do mandato eletivo.

d) prazo diferenciado para a Fazenda Pública.

Comentários

A alternativa que não apresenta uma manifestação do princípio da celeridade é a alternativa D.

Como mencionado anteriormente, no direito eleitoral não se aplicam os prazos qualificados do direito civil para a Fazenda Pública. Ou seja, não há prazo em dobro em respeito a celeridade. Todas as partes do processo eleitoral possuem os mesmos prazos, sem prerrogativas.

Questão 12 – Questão Inédita - 2014

No que se refere às fontes de direito eleitoral e a posição majoritária da doutrina, assinale a opção correta.

a) O Código Eleitoral é considerado fonte secundária do Direito Eleitoral.

b) A Constituição é tida como a fonte primária suprema do Direito Eleitoral, embora se encontre no mesmo patamar das demais fontes primárias, é tida como parâmetro de todas as leis eleitorais.

c) O Código de Processo Civil, por prever diversos princípios aplicáveis ao Direito Eleitoral é considerado como fonte primária direta desse ramo.

d) A Lei de Inelegibilidades é fonte secundária do Direito Eleitoral.

Comentários

A alternativa A está totalmente incorreta, posto que o CE é fonte primária direta.

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A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A Constituição é considerada fonte primária suprema de todas as leis, tendo em vista que servem de parâmetro para todo o ordenamento jurídico.

Quanto à alternativa C, embora o CPC será uma fonte primária do Direito Eleitoral não é um fonte primária direta, mas indireta ou subsdiária!

A alternativa D, por fim, está incorreta, posto que a Lei de Inelegibilidades é fonte primária direta.

Questão 13 – Questão Inédita – 2014

Quanto aos princípios de direito eleitoral assinale a alternativa correta.

a) De acordo com o princípio da devolutividade dos recursos eleitorais, os recursos eleitorais têm apenas o efeito de devolver a matéria específica recorrida ao Tribunal para nova análise.

b) O princípio da anualidade não aplica-se mais ao Direito Eleitoral pátrio.

c) Os recursos eleitorais possuem, em regra, a possibilidade de oposição de recursos em quaisquer circunstâncias.

d) Conforme o princípio da preclusão instantânea, as impugnações quanto à identidade do eleitor deverão ser formuladas após as eleições, a fim de não prejudicar o pleito eleitoral.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Como estudado em aula, os recursos eleitorais são recebidos somente com efeito devolutivo, como regra.

A alternativa B é absurda, posto que o princípio da anualidade é um dos princípios mais importantes de nossa disciplina.

A alternativa C está incorreta, pois a regra é a não aplicabilidade de recursos eleitorais, exceto em decisões contrárias à CF ou decisões denegatórias de "habeas corpus" ou mandato de segurança.

A alternativa D está incorreta. O princípio da preclusão imediata prevê exatamente o contrário. As impugnações quanto à identidade do eleitor deverão ser formuladas antes do voto, sob pena de se considerar consumado o ato do sufrágio.

Questão 14 – Questão Inédita – 2014

No que se refere à Teoria Geral da Constituição assinale a alternativa correta.

a) A forma de Governo adotada no Brasil é a Federativa.

b) A forma de Estado adorada no Brasil é a República.

c) O Regime de Governo adotado no Brasil é a República.

d) O Sistema de Governo adotado no Brasil é o Presidencialismo.

Comentários

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Todas as demais alternativas misturam os itens.

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Vejamos o quadro abaixo a fim de deixar clara a questão:

Questão 15 – questão inédita – 2014

Quanto às resoluções do Tribunal Superior Eleitoral, assinale a alternativa incorreta.

a) possuem caráter regulamentar.

b) podem alterar e criar direitos previstos em lei.

c) não podem estabelecer sanções diversas das constantes da Lei das Eleições.

d) não são submetidas ao controle de constitucionalidade.

Comentários

A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão, tendo em vista que não pode criar nem alterar direitos previstos em lei.

Todas as demais alternativas representam características das Resoluções do TSE.

Vejamos quadro que sintetiza esse tema:

Questão 16 – COSULPLAN – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013

•Forma como se atinge o poder.•República

FORMA DE GOVERNO

•Organização político-administrativa dos entes que compõe determinado Estado.

•FederalFORMA DE ESTADO

•O modo como é conduzido o relacionamento entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo

•Presidencialismo SISTEMA DE GOVERNO

•convergência de vontade entre os legalmente administrados (povo) e aqueles que legitimamente administram (governo).

•Democrático

REGIME DE GOVERNO

•Caráter regulamentar•Não pode criar nem alterar direitos previstos em lei•Não podem estabelecer sanções diversas das constantes da Lei dasEleições

•Não se sujeitam a controle de constitucionalidade, mas, tão somente, aocontrole de legalidade.

RESOLUÇÕES DO TSE

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Os eleitos para ocupar mandatos eletivos no Brasil são definidos segundo os sistemas proporcional ou majoritário. As regras constitucionais e legais é que definem qual o princípio adotado, a depender do cargo. É correto afirmar que se elegem, necessariamente, por maioria absoluta todos os

a) Vereadores.

b) Deputados Federais.

c) Prefeitos de Capitais.

d) Governadores de Estado.

Comentários

Vejamos cada uma das alternativas.

A alternativa A está incorreta, posto que os vereadores são eleitos segundo o princípio proporcional, logo não observam a regra da maioria absoluta dos votos.

A alternativa B está incorreta, pelos mesmos motivos que vimos acimas.

A alternativa C nos induz a erro, uma vez ela limita a eleição pelo princípio majoritário apenas ao Prefeitos de capital.

A exigência de maioria absoluta ocorre tão somente nas eleições para Presidente da República, Governador de Estado e do Distrito Federal, bem como para Prefeitos de município que possua mais de 200.000 eleitores.

A alternativa D, por fim, é a correta e gabarito da questão, conforme esquema acima.

Questão 17 – FCC/TRE-RR – 2015 – Técnico Judiciário – Área Administrativa

Incluem-se dentre as fontes diretas do Direito Eleitoral:

(A) os julgados que compõem a jurisprudência dos Tribunais Eleitorais.

(B) os entendimentos doutrinários relativos ao Direito Eleitoral.

(C) as resoluções do Tribunal Superior Eleitoral.

(D) as leis estaduais.

(E) as leis municipais.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

PRINCÍPIO MAJORITÁRIO

maioria absoluta

Presidente da República Governador de Estado e do Distrito Federal

Prefeitos em municípios com mais de 200.000

eleitores.

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A questão é bastante tranquila. Habitualmente as fontes formais são distinguidas em fontes diretas e fontes indiretas. As fontes diretas são aquelas que tratam especificamente de Direito Eleitoral, como o Código Eleitoral e a Lei de Inelegibilidades, para citarmos dois exemplos. As fontes indiretas são aquelas aplicáveis subsidiariamente ao Direito Eleitoral, a exemplo normas processuais do CPC.

As Resoluções do TSE são consideradas ora como fontes primárias, ora como fontes secundárias do Direito Eleitoral, segundo amplamente discutido em aula.

De todo modo, devemos lembrar que tais fontes são formais, pois estabelecer comandos gerais, que regulamentam, que disciplinam o processo eleitoral. Ademais, como tratam especificamente de Direito Eleitoral podemos afirmar que são fontes diretas, o que torna a alternativa A correta.

Lembre-se, julgados e entendimentos doutrinários não possuem o caráter de fontes formais (mas apenas materiais), com caráter interpretativo, de forma que não se encaixam propriamente no contexto. Não seria possível classificar uma fonte material em direta e indireta. Além disso, as leis estaduais e municipais não enquadram-se como fontes do Direito Eleitoral, muito menos diretas.

Questão 18 – CESPE/TRE-MT - Analista Judiciário – Área Judiciária – 2005 – questão adaptada

O estudo das fontes do direito encontra aspectos deveras sugestivos em amplitude e variedade no direito eleitoral. As fontes não se isolam como elemento de vínculo exclusivo com o direito eleitoral, em virtude de indilacerável unidade da ordem jurídica em que está integrado. Mas não deixam de contar com elementos próprios, que refletem suas condições peculiares. Para melhor ordenação lógica, há de se partir da Constituição Federal, que é a fonte suprema de onde promana, em distribuição hierarquizada, a ordem jurídica estatal, estabelecendo conexão formal e padrões de validade à criação e à aplicação do direito em geral. - Fávila Ribeiro. Direito eleitoral. 4.ª ed. Forense, 1997, p. 15 (com adaptações).

Tomando o texto acima como referência inicial, assinale a opção incorreta a respeito das fontes do direito eleitoral.

a) A Constituição de 1988, ao tratar dos direitos políticos, contempla os elementos que orientam a elaboração da Lei de Inelegibilidades, que tem natureza de lei complementar.

b) Legislar sobre direito eleitoral é competência privativa da União.

d) A Lei de Inelegibilidades é fonte secundária do Direito Eleitoral.

c) A Lei dos Partidos Políticos é fonte formal direta do Direito Eleitoral.

e) O Código Eleitoral confere ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) competência para expedir instruções para sua fiel execução.

Comentários

A alternativa C é a incorreta e gabarito da questão, pois a Lei de Inelegibilidade é fonte formal direta do Direito Eleitoral. Vejamos cada uma das alternativas.

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A alternativa A está correta. Esse assunto será aprofundado em aula específica. Contudo, devemos saber as inelegibilidades estão previstas na Constituição e na lei complementar, nos termos do art. 14, §7º, da CF:

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)

A alternativa B está correta, em razão do que prevê o art. 22, I, da CF:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (...)

A alternativa D está correta, pois a Lei dos Partidos Político é formal e direta. Trata-se de norma editada pelo Poder Legislativo, na seara do art. 22, I, da CF, e que disciplina especificamente assunto de Direito Eleitoral.

A alternativa E está correta, conforme art. 23, IX, do CE:

Compete, ainda, privativamente ao Tribunal Superior: (...)

IX – expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código; (...)

Questão 19 – Questão Inédita - 2014

No que se refere ao Código eleitoral, julgue o item a seguir.

Parte do Código Eleitoral foi recepcionado pela CF de 1988 como lei complementar, dessa forma, pode ser alterado por lei complementar ou por lei ordinária específica.

Comentários

A assertiva está incorreta.

Não vimos a questão diretamente, contudo, é importante sabermos que o Código Eleitoral foi, em parte, recepcionado como lei complementar, uma vez que no que diz respeito à organização e competência dos Tribunais, juízes de direito e juntas eleitorais o art. 121, caput, da CF exige a edição de lei complementar para regular a matéria.

Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.

Assim, como o Código Eleitoral é anterior a 1988 (editado em 1965), aplicação do princípio do aproveitamento das leis, o Código sujeitou-se ao controle material de conformidade do texto com a Constituição, sendo recepcionado, conforme orientação do STF, como lei complementar dada a compatibilidade material com a CF.

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Vejamos excerto da ementa do STF27:

O Código Eleitoral, recepcionado como lei material complementar na parte que disciplina a organização e a competência da Justiça Eleitoral (art. 121 da Constituição de 1988), estabelece, no inciso XII do art. 23, entre as competências privativas do TSE ‘responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político’.

Todavia, pelo princípio da simetria das leis, somente lei complementar pode alterar lei complementar. Desse modo, a assertiva está incorreta ao afirmar que lei ordinária específica pode alterar lei complementar.

Questão 20 – Questão Inédita - 2014

Quanto aos princípios processuais aplicáveis ao processo eleitoral, julgue o item a seguir.

O princípio do contraditório exige que a parte tome ciência e participe de todos os atos processuais. Esse princípio é plenamente aplicável ao direito eleitoral.

Comentários

A assertiva está correta.

Conforme mencionado em aula, o princípio do contraditório é um dos princípios eleitorais e é representado pelo binômio “ciência e participação”, vale dizer, a parte interessada deve ter ciência dos atos processuais praticada, bem como deverá ser intimada para que possa apresentar seus argumentos de modo que tenha a possibilidade de influenciar na decisão.

Questão 21 – CESPE/Câmara dos Deputados – Analista Legislativo-2014

Acerca dos princípios do direito eleitoral, julgue os itens a seguir.

Entre os princípios norteadores do direito eleitoral brasileiro incluem-se o princípio da igualdade, o princípio do devido processo legal, o princípio da publicidade e o princípio da preclusão ou da eventualidade.

Comentários

A assertiva está correta, todos esses princípios foram arrolados em aula.

Vamos relembrar os conceitos conforme quadro abaixo.

PRINCÍPIO DA IGUALDADE

Refere-se ao tratamento igual das partes no processo eleitoral, sem quaisquer formas de privilégios.

PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO

LEGAL

Processo orientado segundo as regras ao seu tempo, observando a regular produção de provas e a observância das regras processuais.

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Regra pela qual determina-se que os atos processuais são, em regra, públicos.

27 MS 26.604, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 4-10-2007, Plenário, DJE de 3-10-2008

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PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO

Instrumento processual que implica na perda de uma situação jurídica processual ativa em decorrência do tempo, pelo exercício do direito, da prática de um ato processual incompatível ou em face da prática de ato ilícito.

Questão 22 – CESPE/TRE-MT - Analista Judiciário – Área Judiciária – 2005 – questão adaptada

Acerca dos princípios pertinentes ao direito eleitoral e aos direitos políticos de que trata a Constituição Federal, julgue o item seguinte.

O exercício da soberania popular restringe-se ao sufrágio universal, com valor igual para todos.

Comentários

Está incorreta a assertiva. O exercício da soberania, conforme vimos em aula será exercido indiretamente por intermédio do voto, direto, secreto, universal e periódico. Contudo, poderá ser exercido diretamente por intermédio dos mecanismos previstos na CF como o plebiscito e o referendo, entre outros.

Questão 23 – CESPE/TRE-MT - Analista Judiciário – Área Judiciária – 2005 – questão adaptada

No Brasil, o Poder Judiciário conta com uma estrutura autônoma, um ramo especializado, destinado a dizer o direito nas lides eleitorais. Cabe à justiça eleitoral julgar os processos eleitorais e também organizar a eleição, do ponto de vista administrativo. Nesse sentido, a Constituição Federal e o Código Eleitoral estatuem os critérios para a organização da justiça eleitoral e a definição de sua competência.

A esse respeito, julgue.

Um dos princípios previstos na Constituição e que se aplicam ao direito eleitoral é o princípio da motivação das decisões judiciais.

Comentários

Está correta a assertiva. Assim prevê o art. 93, IX, da CF:

IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Questão 24 – CESPE/TRE-GO – Analista Judiciário – Área Administrativa - 2015

Julgue os itens a seguir, relativos à organização político-administrativa do Estado brasileiro, às disposições gerais dos servidores públicos e ao processo legislativo.

Compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito eleitoral e, no âmbito dessa legislação concorrente, a competência da União está limitada ao estabelecimento de normas gerais.

Comentários

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A assertiva está incorreta. A competência para legislar sobre matéria eleitoral é privativa da União, conforme o art. 22, I, da CF.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;

Lembre-se:

DIREITO ELEITORAL COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO

Questão 25 – CESPE/TRE-GO – Analista Judiciário – Área Administrativa - 2015

Julgue os itens a seguir, relativos à organização político-administrativa do Estado brasileiro, às disposições gerais dos servidores públicos e ao processo legislativo.

Embora a CF permita ao ocupante da Presidência da República a adoção de medidas provisórias com força de lei em casos de relevância e urgência, o texto constitucional proíbe a edição desse tipo de instrumento com relação ao direito eleitoral.

Comentários

A assertiva está correta. É exatamente isso que traz o art. 62, §1º, “a” da CF:

§ 1.° É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I – relativa a:

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;

Lembre-se:

É VEDADA À MEDIDA PROVISÓRIA TRATAR SOBRE MATÉRIA DE DIREITO ELEITORAL

Questão 26 – CESPE/TRE-GO – Analista Judiciário – Área Administrativa - 2015

Uma das principais características do direito eleitoral é a constante modificação de regras que estabelecem o funcionamento do processo eleitoral e de tudo que o cerca. Julgue o próximo item, referente a essa característica e à propaganda partidária.

No que diz respeito à propaganda política, as novas regras criadas recentemente pelas chamadas minirreformas eleitorais, que trouxeram importantes alterações em vários pontos da legislação eleitoral, não foram aplicadas nas eleições de 2014.

Comentários

Está correta a assertiva. A questão envolve o princípio da anualidade eleitoral.

O art. 16 da CF preconiza que a lei que alterar o processo eleitoral somente entra em vigor na data da sua publicação, não se aplicando às eleições que ocorram um ano da data da sua vigência.

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Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)

Logo as alterações decorrentes da reforma eleitoral –Lei nº 12.891/2013 - publicada em 12.12.2013, data em que entrou em vigor, somente pode ser aplicada após 12.12.2014 e, portanto, não se aplicou às eleições de 2014.

Questão 27 – CESPE/TRE-GO – Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2015

Julgue os itens subsecutivos, referentes aos direitos políticos e à organização político-administrativa do Estado brasileiro.

É competência privativa da União legislar acerca do direito eleitoral.

Comentários

A assertiva está correta. Para responder à questão devemos lembrar o art. 22, I, da CF:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (...).

COMPETE À UNIÃO LEGISLAR PRIVATIVAMENTE SOBRE DIREITO ELEITORAL

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4 - Considerações Finais

Pessoal, chegamos ao final da nossa aula demonstrativa.

Em relação a esta aula teremos duas vídeo-aulas, que serão disponibilizadas tão logo sejam gravadas. Conforme programação nossa, no mês de abril as aulas estarão disponíveis. A princípio, teremos gravaremos um vídeo para tratar dos conceitos, fontes e teoria geral. No segundo vídeo

abrangeremos os princípios, com destaque para o princípio da anualidade.

Esta aula ficou extensa! A nossa ideia é demonstrar como serão desenvolvidas nossas aulas, primaremos por trabalhar bem os assuntos, apontando as divergências, trazendo esquemas, citações e toda a legislação necessária para prova. Queremos que você sinta segurança para estudar com o nosso material, sem necessitar de outros materiais e gabarite a prova.

Se houver dúvidas quanto às aulas, quanto ao concurso, sobre nossa disciplina e até mesmo quanto ao mundo dos concursos, nos procure! Estamos à disposição nas redes sociais, por e-mail e no fórum do Curso.

Espero todos na nossa próxima aula, quando trataremos de um assunto bem agradável: as normas constitucionais eleitorais. Até lá!

Um forte abraço e bons estudos a todos!

Ricardo Torques

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