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CURRCULO FUNCIONAL NA EDUCAO ESPECIAL PARA O
DESENVOLVIMENTO DO ALUNO
COM DEFICINCIA INTELECTUAL DE 12 A 18 ANOS
Maria Teresa Almeida Cerqueira1
RESUMO
Este artigo apresenta uma reviso bibliogrfica das idias principais sobre aEducao Especial e suas mudanas, um histrico sobre Currculo e um enfoquesobre o Currculo Funcional. A pesquisa buscou atravs da interveno pedaggica
o acompanhamento da aplicabilidade de atividades contextualizadas, oportunizandoa vivncia das tarefas do cotidiano no ambiente escolar, denominadas AVPs(Atividades de Vida Pratica) e AVDs (Atividades de Vida Diria); incluindo no s oasseio corporal e cuidados domsticos mas tambm atividades relacionadas aolazer, transporte e vida social, atravs de aes conjuntas com a famlia ecomunidade. Ajudar o educando a ser o mais independente possvel na aquisiode hbitos e atitudes essenciais para a vida possibilitando que se torne til eparticipante em seu meio familiar e social um dos principais objetivos destaproposta. Os resultados obtidos vm confirmar a necessidade e importncia daaplicao de atividades funcionais para que o educando com maior grau dedeficincia intelectual se desenvolva, melhorando assim a sua qualidade de vida.Portanto importante a formao continuada dos professores, para que seatualizem e busquem alternativas, elaborando estratgias diferenciadas paraatender as necessidades especificas dos educandos.
Palavras Chave: Educao Especial. Currculo Funcional. Autonomia. Atividades
de Vida Diria. Atividades de Vida Prtica.
1 Maria Teresa Almeida Cerqueira professora, com especializao em Educao Especial e atua na rea de
deficincia intelectual.
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1 INTRODUO
Como valorizar os nossos alunos com necessidades educativas especiais por
suas habilidades e no por suas limitaes?
Na busca da resposta desse problema, pode-se argumentar que nosso jovem
com deficincia intelectual como qualquer outro jovem, deve ser visto como ser
ativo, capaz de cuidar de suas necessidades pessoais e colaborar nas atividades da
casa e na comunidade.
No dia a dia observamos que, so grandes as dificuldades no
desenvolvimento das atividades propostas, como tambm nos cuidados pessoais e
principalmente na sua dependncia como pessoa; como cidado. Nestes ltimosanos nossa escola especializada no atendimento a alunos com deficincia
intelectual, tem recebido uma clientela com maior comprometimento e limitaes,
inclusive nas atividades de vida diria. Apresentam necessidades em adquirir maior
autonomia na execuo de tarefas simples, considerando que essas habilidades
contribuiro para melhora de sua qualidade de vida.
O Currculo Funcional uma proposta de ensino que visa melhoria da
qualidade de vida diria dos nossos educandos.De modo geral, trata-se de um empreendimento de ensino projetado para
oferecer oportunidades para nossos jovens aprenderem naturalmente habilidades
que so importantes para torn-los mais independentes, produtivos e felizes em
diversas reas importantes da vida humana em famlia e em comunidade.
O currculo no deve ser concebido de maneira a ser o aluno quem seadapte aos moldes que oferece, mas como um campo aberto
diversidade. Tal diversidade no deve ser entendida no sentido de quecada aluno poderia aprender coisas diferentes, mas sim de diferentesmaneiras ... ( PASTOR. 1995 p. 142-14).
Nossa interveno como professores nesse processo de mediao est
baseada na credibilidade das mudanas. Entendemos que o educando e educador
so modificveis, havendo um processo de troca, estabelecendo-se um vnculo de
respeito, amabilidade e conseqentemente o processo de ensino e aprendizagem
ter grande probabilidade de ser efetivado.
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Atravs de estudos e pesquisas procurou-se compreender a importncia do
currculo no processo ensino-aprendizagem, dando um enfoque maior no Currculo
Funcional, dentro da Educao Especial.
Este trabalho busca contribuir com o professor atravs de estratgias de
ensino-aprendizagem e atividades funcionais a serem desenvolvidas com os
educandos deficientes intelectuais; oportunizando a vivncia das tarefas do
cotidiano (atividades prticas e dirias) no ambiente escolar, possibilitando tambm
o desenvolvimento de comportamento adequado para o convvio social.
O presente trabalho vem ao encontro com as necessidades dos educandos,
a fim de que possam, construir sua cidadania e se tornarem indivduos produtivos e
participativos do processo de desenvolvimento pessoal e familiar.
1.1 OBJETIVOS
Proporcionar atividades educativas e indicar estratgias aos educadores para
o desenvolvimento de habilidades funcionais e conhecimentos que sero
importantes para tornar a pessoa com deficincia intelectual independente eprodutiva, conforme suas possibilidades na sua vida escolar, familiar e social.
Educar, ensinar e instruir para a vida prtica, proporcionando o
desenvolvimento de comportamento e atitude adequados para o convvio
social. Oportunizando a vivncia das tarefas do cotidiano no ambiente
escolar, denominadas AVPs (Atividades de Vida Diria) e AVDs (Atividades
de Vida Prtica) melhorando assim a sua qualidade de vida.
1.2 METODOLOGIA
Este projeto originou-se da observao direta, reflexo e registro sobre a
prtica pedaggica do professor de Educao Especial realizada em sala de aula de
uma Escola Especial com alunos deficientes intelectuais que apresentam maiores
dificuldades. Este trabalho destina-se a proporcionar atividades educativas e indicar
estratgias aos nossos educandos que possibilitem o desenvolvimento de
habilidades que sero importantes para torn-los mais independentes na
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convivncia do dia-a-dia, na comunidade escolar, familiar e social, onde esto
inseridos.
A metodologia utilizada levar os alunos a vivenciarem experincias da vida
diria em casa, na comunidade e na escola, para uma melhor qualidade de vida,
envolveu a pesquisa bibliogrfica e a pesquisa participativa. A pesquisa bibliogrfica
baseou-se em livros, documentos e artigos com o intuito de enriquecer o referencial
terico e conhecer melhor o tema em questo.
Reconhecendo que no h um nico mtodo ideal para todos os educandos,
estaremos a par de diferentes metodologias e saberemos adapt-las conforme as
necessidades de cada aluno, visando o desenvolvimento de comportamentos e
atitudes adequadas para o convvio social e tambm uma maior autonomia nasatividades de vida prtica.
A pesquisa participativa envolve vnculos entre os pesquisadores e os
pesquisados, podendo estabelecer um elo de conhecimento da realidade, o que
permite um bom desenvolvimento qualitativo.
De acordo com MINAYO, DESLANDES e CRUZ NETO (2001, p.57), a
pesquisa participativa a fase de explorao de campo e o trabalho se apresenta
como uma possibilidade de se conseguir uma aproximao com o que se desejaconhecer e estudar. ocupado pelas pessoas e grupos convivendo numa dinmica
de interao social, da qual seremos participantes do processo tambm. Buscando
uma aproximao adequada com as pessoas selecionadas para o estudo, com a
apresentao da proposta de estudo aos grupos envolvidos, uma comunicao
verbal e prtica diria com trocas positivas, onde cada dia de trabalho seja refletido
e avaliado.
Esta pesquisa caracterizou-se como qualitativa, utilizando-se observaescomo instrumento, bem como as atividades realizadas pelos alunos:
Prticas de produo de alimentos simples, de organizao e limpeza
na cozinha pedaggica. Normas de comportamento e higiene neste
ambiente.
Orientao nos diversos aspectos de higiene e principalmente aos
seus cuidados pessoais.
Realizao de atividades de psicomotricidade para o desenvolvimento
da conscincia corporal; locomoo, equilbrio,organizao espacial .
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Visitas orientadas a diversos locais onde possam ampliar seus
conhecimentos e tornarem-se mais independentes.
Realizao de trabalhos manuais.
Faremos tambm, leituras e anlises de autores relacionados ao
assunto estudado, os quais vo nos dar subsdios para desenvolver
este trabalho.
3 EDUCAO ESPECIAL
No Brasil, nas ltimas dcadas, registram-se considerveis avanos,
resignificando a funo da escola especial, que visa oferecer atendimento
especializado restritamente a alunos que no apresentem nenhuma condio de
freqentar o sistema do ensino comum, conforme cita a lei 9397/96, no capitulo V
da Educao Especial no 2:
O atendimento educacional ser feito em classes ou servios especializados
sempre que, em funo das condies especficas dos alunos, no for possvel a
sua integrao nas classes comuns de ensino regular. Assim como as Diretrizes daEducao Especial na Educao Bsica no Art. 10 explicita que freqentaro a
Escola Especial:
Art. 10. Os alunos que apresentem necessidades educacionais especiais e
requeiram ateno individualizada nas atividades da vida autnoma e social,
recursos, ajudas e apoios intensos e contnuos, bem como adaptaes curriculares
to significativas que a escola comum no consiga prover, podem ser atendidos, em
carter extraordinrio, em escolas especiais, pblicas ou privadas, atendimentoesse complementado, sempre que necessrio e de maneira articulada, por servios
das reas de Sade, Trabalho e Assistncia Social.
A escola especial em si mantm uma especificidade diferente do ensino
regular, a qual primordialmente tem por objetivo cumprir sua misso de forma
heterognea. Tal especificidade garante a manuteno de determinadas funes
que no paradigma incluso no mais restrita escola especial, mas
indiscutivelmente funo prioritria desta do ponto de vista pedaggico. Segundo as
mesmas Diretrizes e mesmo caput em seus pargrafos:
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1 As escolas especiais, pblicas e privadas, devem cumprir as exigncias
legais similares s de qualquer escola quanto ao seu processo de credenciamento e
autorizao de funcionamento de cursos e posterior reconhecimento.
2 Nas escolas especiais, os currculos devem ajustar-se s condies do
educando e ao disposto no Captulo II da LDBEN.
3 A partir do desenvolvimento apresentado pelo aluno, a equipe
pedaggica da escola especial e a famlia deve decidir conjuntamente quanto
transferncia do aluno para escola da rede regular de ensino, com base em
avaliao pedaggica e na indicao, por parte do setor responsvel pela educaoespecial do sistema de ensino, de escolas regulares em condio de realizar seu
atendimento educacional.
O aluno atendido nesta modalidade no apresenta nenhuma condio de
autonomia e independncia para freqentar o ensino regular, mesmo que lhe seja
ofertado currculo adaptado e funcional, por conseqncia de quadros neurolgicos
ou psiquitricos especficos.
Com base nos dispositivos legais e referenciais apresentados, a educaoespecial se consolida e passa a ser um compromisso social a partir da organizao
de uma prtica pedaggica, perpassando pelos diferentes nveis de escolarizao e
evidenciando que esta no pode ser organizada de forma isolada, mas no conjunto
da compreenso da totalidade pedaggica e interfaces do ensino bsico.
Hoje na educao especial de suma importncia ressaltar a Declarao
de Salamanca, elaborada em 1994, onde se encontra expresso o princpio de
integrao e a preocupao com a garantia de escolas para todos. Em seu artigo 3incentiva os governos a realizarem algumas aes de melhorias na rede de ensino
e solicita que os pases signatrios desta Declarao considerem com seriedade os
aspectos abaixo citados:
O principio de igualdade de oportunidades;
Adoo de medidas paralelas e complementares s educacionais, nos
outros campos de ao social (sade, bem estar social, trabalho etc);
Incluso das crianas com deficincias nos planos Nacionais de Educao
para Todos;
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Especial ateno s necessidades de crianas com deficincias graves ou
mltiplas deficincias;
Considerao da importncia da linguagem;
Mais adiante, no artigo 7 da mesma Declarao, l-se a seguinte afirmao:
O princpio fundamental da escola inclusiva o de que todas as crianasdevem aprender juntas, sempre que possvel, independente de quaisquerdificuldades que elas possam ter. Escolas inclusivas devem reconhecer eresponder s necessidades diversas de seus alunos, acomodando ambosestilos e ritmos de aprendizagem a assegurando uma educao dequalidade a todos atravs de um currculo apropriado arranjosorganizacionais, estratgias de ensino, uso de recursos e parcerias com as
comunidades. Na verdade existir uma continuidade de servios e apoioproporcional ao continuo de necessidades especiais encontradas dentro daescola (1994).
Isto nos remete importncia da escola manter um ambiente sadio e acolhedor,
capaz de adaptar-se e buscar meios para que os seus alunos sejam cidados bem
sucedidos e capazes de atuar criticamente na sociedade.
Com o reconhecimento oficial do direito da pessoa com deficincia intelectual ao
acesso no ensino regular, as escolas inclusivas propem um modo que constitui o
sistema educacional, considerando as necessidades de todos os alunos e
estruturado em funo dessas necessidades. A incluso causa uma mudana de
perspectiva educacional, pois no se limita a ajudar somente os alunos que
apresentam dificuldades na escola, mas a todos: professores, alunos e pessoal
administrativo para que se obtenha sucesso na corrente educativa geral. O
impacto dessa concepo considervel porque ela supe a abolio completa dos
servios segregadores
3.1 CURRCULO
Enfocado como um problema prtico, o currculo, no Brasil, demorou a
alcanar um nvel de discusso sociolgica. Mas, na dcada de 1980, neste pas,
houve um progresso notvel. O debate foi aceso e abrangente. A educao popular
ganhou espaos na reflexo e na prtica pedaggica, bem como um nvel terico.
Alm das teorias crtico-sociais, o construtivismo teve grande aceitao nos meios
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educacionais brasileiros (e prossegue tendo, em larga escala). As propostas
curriculares oficiais avanaram muito em seus aspectos tericos, ensejando prticas
conseqentes, ainda que tenhamos a convico de que as prticas ficaram muitas
aqum das teorizaes. A tendncia mais coerente a de adotar um currculo
crtico ou, ao menos, uma postura crtica diante das questes curriculares.
O currculo tem histria recente. Ainda que seja um termo utilizado desde a
Antigidade clssica, como hoje entendido, o currculo comeou a fazer histria
apenas nas ltimas dcadas. Se por algum tempo (at a dcada de 1960) as
questes curriculares estiveram desconectadas dos problemas sociais, a partir de
ento, com as Novas Sociologias Educacionais, comeando pela Gr-Bretanha,
pela Frana, este enfoque, o socilogo, se espalhou pelo mundo todo, chegando aoBrasil pelo fim da dcada de 1980.
De acordo com o parecer da Lei de Diretrizes e Bases incumbe unio em
estabelecer diretrizes norteadoras para o ensino bsico. Incumbe s secretarias e
conselhos Estaduais e Municipais de Educao na definio de prazos e
procedimentos para que os estabelecimentos de ensino implementem suas
propostas curriculares, compatveis com a Lei de Diretrizes e Bases da Educao
Nacional n. 9394/96 LDB de 20 de dezembro de 1996.Os princpios polticos educacionais da SEED baseiam-se nos seguintes
eixos norteadores, conforme o texto de introduo das Diretrizes Curriculares: a)
compromisso com a diminuio das desigualdades sociais; b) articulao das
propostas educacionais com desenvolvimento econmico, social, poltico e social da
sociedade; c) defesa da educao bsica e da educao publica, gratuita e de
qualidade, como direito fundamental do cidado; d) articulao de todos os nveis e
modalidades de ensino; e) compreenso dos profissionais da educao comosujeitos epistmicos; f) acesso, permanncia e a sucesso de todos os alunos na
escola; na valorizao do professor e de todos os profissionais da educao; g)
trabalho coletivo e gesto democrtica em todos os nveis institucionais; h)
atendimento s diferenas e diversidade cultural.
A Escola Pblica tem a necessidade de uma organizao de ensino que
tenha como referncia a construo de aprendizagens significativas para o
desenvolvimento do ser humano e o exerccio consciente da cidadania pela
coletividade.
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Neste contexto, o currculo envolve outros trs: Quais sejam: currculo formal
plano e propostas pedaggicas, currculo em ao aquilo que efetivamente
acontece nas salas de aula e nas escolas e currculo oculto o dito, aquilo que
tanto aluno quanto professores trazem, carregado de sentimento, criando as formas
de relacionamento, poder e convivncia nas salas de aula.
Este paradigma curricular uma forma de organizar princpios ticos,
polticos e estticos que fundamentam a articulao entre as reas do
conhecimento e aspectos da vida da cidad.
A base nacional comum: refere-se ao conjunto de contedos mnimos das
reas do conhecimento articulados aos aspectos da vida cidad de acordo com o
artigo 26 da LDB, por ser a dimenso obrigatria dos currculos nacionais certamente mbito privilegiado da avaliao nacional do rendimento escolar. A base
nacional comum deve preponderar substancialmente sobre a dimenso
diversificada. certo que o artigo 15 de LDB indica um modo de se fazer
travessia, em vista da autonomia responsvel dos estabelecimentos escolares. A
autonomia, como objeto de uma escola consolidada, saber resumir a sua proposta
pedaggica (artigo 12 da LDB) a integrao da Base Nacional comum e da parte
diversificada, face s finalidades da educao fundamental.A Parte Diversificada envolve os contedos complementares escolhidos por
cada sistema de ensino e estabelecimentos escolares, integrado Base Nacional
Comum, de acordo com as caractersticas regionais e locais da sociedade, da
cultura, da economia e da clientela, referindo-se, portanto na Proposta Pedaggica
de cada Escola conforme artigo 26 LDB.
Os contedos mnimos das reas do Conhecimento referem-se s noes e
conceitos essenciais sobre fenmenos, processos, sistemas e operaes, quecontribuem para a constituio de saberes, conhecimentos, valores e prticas
sociais indispensveis ao exerccio de uma vida de cidadania plena.
Assim sendo, em todas as escolas, dever ser garantida a igualdade de
acesso dos alunos a uma Base Nacional Comum, de maneira a legitimar a unidade
e a qualidade de ao pedaggica na diversidade nacional; a Base Nacional comum
e sua Parte Diversificada devero integrar-se em torno do paradigma curricular, que
visa estabelecer a relao entre a Educao Fundamental comum.
Hoje, as questes curriculares esto intimamente conectadas aos problemas
sociais e, em dias mais recentes, aos aspectos culturais. Uma pedagogia crtica
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para formar cidados capazes de exercer poder sobre suas vidas e especialmente
sobre as condies de produo e aquisio de conhecimento. Que buscam refletir
sobre os contedos manifestos e ocultos na realidade social e escolar deve estar
articulado prtica escolar, para que nesta se possam problematizar as relaes do
poder que ocorrem nas diferentes trocas, linguagens, tempo e espaos sociais.
Segundo DE LA TORRE (1993, p.138) o modelo holstico do currculo,
agrupa os diferentes conceitos curriculares em trs dimenses: reflexo, estratgias
e ao, que correspondem s trs dimenses da estrutura curricular: projeto,
processo e ao, com uma clara interdependncia entre elas.
Essa concepo holstica nos leva a considerar o currculo como um fator de
mudana. Um currculo, portanto, transformador e aberto, em que predomine acomplexidade, a heterogeneidade e a diversidade frente simplicidade,
homogeneidade e uniformidade.
necessrio refletir sobre a necessidade de um currculo intercultural, que
assume as propostas da pedagogia intercultural, as quais buscam superar aquelas
pedagogias que trataram as relaes culturais sob a tica de uma cultura dominante
e assimiladora das minorias, dissolvendo suas tradies em favor das hegemnicas.
BARRON (1992, p.231) estabelece uma srie de competncias prioritrias a serdesenvolvida por um currculo intercultural:
1. Competncias para a comunicao intercultural e o trabalho em equipe:
Centrada na promoo de projetos de trabalho conjunto, nos quais a
diferenciao cultural no implica a separao de seus membros. Ainda que
tal separao tenda a se formar de modo natural, por razes de afinidade e
semelhana cultural, a interveno educativa deve promover o intercmbio
intercultural, compartilhando valores, preocupaes universais e umaeducao igualitria para todos.
2. Conscincia crtica e tica que permita superar as atitudes de
discriminao. Trata-se de unir a crtica e a tica para criar um sistema de
interveno pedaggica que permita ordenar a ao social e poltica para
desenvolver uma sociedade mais justa, igualitria e livre, mediante a
promoo da comunicao, da auto-realizao e da solidariedade. As reas
transversais do currculo oferecem uma oportunidade para realizar essa
tarefa.
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3. Comportamento autnomo e solidrio: entendendo a necessidade
inevitvel dessas dimenses como formadoras do desenvolvimento humano,
tanto individual como social.
Em Currculo, cultura e sociedade MOREIRA E SILVA (1994), rejeitam o
conceito de currculo como um rol de coisas a serem transmitidas e absorvidas com
passividade. O currculo , antes, um terreno de produo e de poltica cultural, no
qual os materiais existentes funcionam como matria-prima de criao, recriao e,
sobretudo, de contestao e transgresso.
MOREIRA E SILVA (1994) afirmam que o currculo escolar constitui um
marco, uma moldura que delimita a insero das crianas em sistemas designificao, nos quais elas representam coisas, nos quais partilham significados e
nos quais ampliam sua compreenso da realidade. Pelo uso dos signos e da
.linguagem que representamos o mundo e lhe damos significado, atribumos
.determinados sentidos aos seus objetivos e aos seus eventos.
Ao caracterizar deste modo as prticas curriculares, querem apontar para o
imperativo de v-las articuladas como o conjunto de prticas sociais que constituem
no apenas a escolarizao, mas toda a experincia que nos institui como sujeitos. preciso lembrar que as crianas interagem com outros artefatos culturais, na
mdia, nas relaes sociais, elas vivem imersas numa teia discursiva, num universo
de significados que transcende ao espao da escola.
O modelo curricular, bem como o seu desenvolvimento, deve ser uma funo
de todo o meio ambiente da criana, no apenas o da escola e dos aspectos da
cultura generalizada. Devem ser includos aspectos scio-culturais de dentro e de
fora da escola. O currculo deve tratar de recreao, sade, atividades criativas,ajustamento em casa, bem como da soluo de problemas e situaes que
envolvam tarefas na sala de aula.
Os contedos da escolaridade so definidos, em todos os nveis e
modalidades de ensino, a partir dos problemas encontrados no cotidiano,
possibilitando a transformao da compreenso sobre o vivido e oportunizando a
construo de conhecimentos significativos, que se reorganizam na relao entre os
conceitos cotidianos e cientficos.
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3.1.1 Currculo Funcional
O Currculo Funcional uma proposta de ensino que visa melhoria da
qualidade de vida de pessoas com deficincia mental. De um modo geral, trata-se
de um amplo empreendimento de ensino projetado para oferecer oportunidades
para os alunos aprenderem, as habilidades que so importantes para torn-los
independentes, competentes, produtivos e felizes em diversas reas importantes da
vida, familiar e em comunidade. A idia bsica que o ensino esteja orientado para
promover a interao positiva desse aluno com o meio em que vive.
Currculo Funcional aquele que facilita o desenvolvimento de habilidades
essenciais, a participao em uma grande variedade de ambientes integrados(FALVEY, 1982).
Para determinar se uma atividade curricular funcional ou no, o professor
deve se perguntar: caso o aluno no aprenda a desempenhar esta atividade,
algum ter que fazer isto, para ele? Se a resposta for sim, a atividade muito
provavelmente ser funcional (FALVEY, 1982).
muito importante que estes alunos adquiram e desempenhem outras
atividades que no sejam funcionais, uma vez que elas iro melhorar a suaqualidade de vida. Habilidades de recreao e lazer um bom exemplo (BROWN et
al, 1986).
A oportunidade de fazer escolhas, tomar decises e expressar preferncias
so aspectos bastante negligenciados em programas educacionais para as pessoas
com limitaes intelectuais (SHEVIN & KLEIN, 1984; GUES et al, 1985; FALVEY,
1989).
Desta forma, trs contextos de oportunidades de escolha devem serconsiderados (SHEIVIN & KLEIN, 1984).:
Atividades de classe planejadas para o desenvolvimento de habilidades
especficas de escolha;
Integrao das oportunidades de fazer escolhas durante o perodo escolar
atravs das diferentes reas curriculares;
Proviso de oportunidades dentro e fora da escola para o aluno vivenciar os
benefcios e conseqncias das escolhas feitas
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Partindo do pressuposto que educao no s escolaridade no sentido de
contedos meramente acadmicos, e que todas as pessoas podem beneficiar-se da
educao sistemtica e assistemtica, Notadamente junto aos alunos com
deficincia consideradas mais graves surgiu a necessidade de se trabalhar, sob
uma tica educacional, tambm as chamadas atividades de vida diria e as
atividades de vida prtica oportunizando aos alunos maior independncia e
autonomia em seus hbitos e atitudes, possibilitando pessoa sentir-se til.
Incluindo no s os asseios corporais e cuidados domsticos, mas tambm as
atividades relacionadas com o lazer, a vida comunitria, o transporte e tantas
outras.
O Currculo Funcional uma proposta que aponta caminhos para o aluno, sua maneira e com o auxilio da famlia e de professores, tenha participao social e
melhor autogesto na vida. Para atingir as metas no Currculo Funcional, torna-se
importante a participao da famlia e interao amistosa entre o professor e o
aluno que so os agentes do processo ensino-aprendizagem.
Para elaborar e implementar um empreendimento de ensino funcional
importante organizar o ensino e refletir cuidadosamente sobre o seu planejamento.
Um elemento desse planejamento um programa educacionalindividualizado, baseado em necessidades atuais e futuras do aluno. Nesse
programa de ensino, os objetivos so identificados a partir do contexto de vida do
aluno e das informaes sobre o conhecimento e habilidades que ele tem, bem
como sobre aqueles que dever aprender.
Cabe ao professor identificar os objetivos especficos, com clareza e
simplicidade, nas diversas oportunidades de ensino que o ambiente escolar;
familiar; cultural; comunitrio, oferecem. Por exemplo, se um aluno no sabe comocuidar de suas necessidades pessoais, estas sero relacionadas como objetivos de
ensino. Mas, dizer que uma habilidade da rea de autocuidados escolhida como
objetivo prioritrio para o aluno no significa que somente esta habilidade deva ser
ensinada. Enfatizam-se todos os aspectos da vida do aluno, como, por exemplo, o
social, acadmico, linguagem, que sejam relevantes para torn-lo independente e
produtivo e capacit-lo a viver bem em comunidade. Habilidades de autocuidados
constituem uma rea em que o aluno precisa ser independente. Os objetivos
educacionais so determinados para sua imediata funcionalidade no trabalho e na
vida diria.
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O professor seleciona os objetivos de ensino a partir da coleta de
informaes em visitas domiciliares, entrevistas com a famlia e realizao de
observaes direta do aluno em atividades da rotina. Nessas ocasies, so
identificados os comportamentos e conhecimentos que o aluno ainda no aprendeu,
aqueles que so importantes para o aluno ser mais independente, e as habilidades
que esto de acordo com a sua idade cronolgica.
Todos os objetivos de ensino so importantes, desde que os conceitos ou as
habilidades ensinadas sejam funcionais e possam ser utilizadas ao longo da vida
dos alunos. No entanto, muitas escolas parecem insistir em produzir conhecimentos
e habilidades no funcionais nos ambientes educacionais. A maioria dos programas
educacionais para a populao em geral, assim como para os alunos que tmdificuldade na aprendizagem, incluem o ensino para memorizar conceitos, tais como
nomes de cores e formas, recortar, colar, apontar, escrever, etc. Ensinar cores
importante, mas tornar esse conhecimento funcional para o aluno ainda mais
importante. Utilizam-se cores no cotidiano quando se selecionam produtos em
supermercados ou lojas, para identificar sinais de trnsito, distinguir roupas
preferidas e no preferidas, distinguir os alimentos, discriminar objetos em que o
conhecimento necessrio.Desta maneira, discriminar cores passa a ser imediatamente funcional e
amplamente aplicvel em situaes semelhantes. O mesmo ocorre com as
habilidades de recortar, colar, pintar, desenhar, escrever, apontar, etc. que podem
ser mais motivadoras e interessantes, quando houver a necessidade dessas
habilidades em oportunidades reais que o cotidiano oferece. Por exemplo, a
habilidade de recortar til, quando embrulhamos um presente, na realizao de
trabalhos artesanais com tecidos ou papis, para abrir correspondncia etc. Noficamos recortando papis ou outros objetos ao acaso. Nesse sentido, quando os
objetivos de ensino so teis e fazem parte do dia-a-dia, a maioria dos alunos
recorda e retm a informao ou buscam o aperfeioamento no desempenho das
atividades. Do contrrio, passa-se muito tempo fazendo algo que no muito
interessante e que no resulta em conhecimento que se possa utilizar
imediatamente. Como resultado, o educando enfrenta fracassos contnuos que o
levam a frustrao e a pouca motivao para aprender.
Faz-se necessrio um ensino mais sistematizado e peridico, isto , carecem
de elaborao de procedimentos, bem como de estratgias verbais, visuais e
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principalmente de realizao at ser internalizado. Os procedimentos de ensino
devem buscar a reproduo do convvio do aluno.
Finalmente, na organizao do ensino funcional deve-se considerar um plano
de avaliao que deve ocorrer durante todo o processo de ensino/aprendizagem.
Na hiptese de fracasso ou no engajamento do aluno nas atividades, verifica-se a
adequao dos objetivos de ensino e, principalmente, das estratgias de ensino s
caractersticas individuais e analisa-se o desempenho do aluno nas atividades. Os
dados dessas observaes auxiliam o professor na reviso das condies de
ensino, a promover mudanas nas estratgias e reavaliar o ensino durante o
decorrer do tempo. Isso significa avaliar procedimentos e tcnicas de ensino, seus
efeitos e modificar o que for necessrio para promover a aprendizagem. Assim. Opapel do professor o agente facilitador na situao do ensino/aprendizagem.
O currculo funcional, na educao especial, pode ser analisado no artigo: A
Educao Especial no Marco do Currculo Escolar, MIRANDA (2000), diz que a
adequada resposta s necessidades educativas especiais e comuns dos alunos
exige dispor de um projeto educativo na escola, compartilhado por toda a
comunidade educativa que assuma, tanto a nvel conceitual, como metodolgico e
organizacional, a diversidade como fator inerente a todo grupo humano. Esseprojeto escolar deve dar sentido a todas as atuaes e servios que possam
precisar aos alunos, tendo sempre as situaes mais inclusivas possveis no ensino
regular. Os recursos precisos para esta situao educativa, em quantidade
suficiente e com a qualidade requerida em cada caso devem ser os recursos da
escola, a qual deve assegurar a ateno especfica aos alunos que dela precisam.
Para isso, a identificao das necessidades educativas de um aluno constitui
ponto de partida para a determinao da atuao educacional que se concretiza nocurrculo escolar, assim como os recursos pessoais e materiais precisos para o
processo educativo.
Determinadas informaes sobre o desenvolvimento dos alunos: biolgicos,
intelectuais, lingsticos, psicomotores, sociais e emocionais; compreendem um
grupo de aspectos especialmente relevantes e ajudaro a conhec-los em maior
profundidade e ajustar melhor a resposta educativa que necessitam.
MIRANDA (2000), tambm salienta a participao dos pais que deve ser
assegurado, essa colaborao entre famlia e escola tem conhecidos efeitos
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positivos no desenvolvimento educativo de alunos com necessidades educativas
especiais.
Ressalta que para oferecer uma resposta educativa ante a diversidade de
alunos, uma proposta de currculo aberto, oferece um dos instrumentos mais
valiosos. Assim, os professores contam com estratgias educativas que lhes
permitiro alcanar a individualizao do ensino: as adaptaes curriculares.
As adaptaes curriculares visam adequar o currculo s necessidades
especiais dos alunos. Podem constituir alteraes pouco expressivas ou muito
significativas nos contedos, procedimentos didticos e avaliativos, de modo a
possibilitar o atingimento dos objetivos definidos para cada etapa educativa.
Essas adaptaes curriculares que visam o acesso aprendizagem podemincluir, segundo Manjn e Col. (1997):
A criao de ambiente fsico e material adequado s necessidades
educacionais do aluno;
A melhoria dos nveis de comunicao com os adultos e com os colegas;
A adequao dos mtodos, tcnicas e procedimentos didtico-pedaggicos
para a aprendizagem e a sua integrao social;
A colocao do aluno nos grupos que favorecem a sua aprendizagem e asua integrao social;
A organizao do ambiente da sala de aula e das atividades de modo
acessvel a todos os alunos, inclusive aos que apresentem necessidades
especiais;
A introduo de atividades complementares ou substitutivas para o aluno
alcanar os objetivos dos demais colegas;
A supresso de atividades e objetivos educacionais que no esto aoalcance do aluno em decorrncia de suas limitaes ou que impeam sua
participao ativa no grupo;
A substituio de objetivos e atividades por objetivos acessveis,
significativos e bsicos para o aluno;
A adaptao do tempo e dos critrios para o cumprimento dos objetivos, o
desenvolvimento dos contedos e a realizao do processo avaliatrio.
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Mesmo com todas essas possibilidades, nem sempre um currculo regular
alterado atende s necessidades do aluno com deficincia mltipla. Muitas vezes,
em decorrncia da gravidade de suas deficincias, alguns requerem um currculo
individual especfico.
Alm das adaptaes, algumas recomendaes podem ser observadas para
sua educao:
Apoiar o processo de desenvolvimento e aprendizagem da criana,
respeitando as particularidades de suas etapas evolutivas;
Encorajar, estimular e valorizar a criana, interagindo afetivamente com
ela, favorecendo sua auto-estima e reconhecendo suas conquistas e
realizaes;
Desafiar a criana a participar, descobrir e criar;
Adotar seu prprio desempenho como referncia para avaliaes.
Seguindo uma tendncia internacional, a expresso adaptaes curriculares
passa a denominar toda e qualquer ao pedaggica que tenha a inteno de
flexibilizar o currculo para oferecer respostas educativas s necessidades especiais
dos alunos, no contexto escolar, conforme podemos constatar na definio deestudiosos da rea:
Podemos definir as adaptaes curriculares como modificaes que necessrio realizar em diversos elementos do currculo bsico paraadequar as diferentes situaes, grupos e pessoas para as quais se aplica.As adaptaes curriculares so intrnsecas ao novo conceito de currculo.De fato, um currculo inclusivo deve contar com adaptaes para atender diversidade das salas de aula, dos alunos (GARRIDO LANDIVAR, 1999, p.53).
Diante dos nmeros significados que essa terminologia sugere, importante
deixar claro o sentido que desejamos imprimir ao termo, de modo a no sugerir que
tenhamos em mente que a escola dever ter um currculo adaptado ou separado
para alguns. A idia que a flexibilizao/adaptao curricular seja uma
prerrogativa para a celebrao das diferenas em sala de aula, contrariando a idia
tradicional de que todos os alunos aprendem da mesma forma, com as mesmas
estratgias metodolgicas, com os mesmos materiais e no mesmo tempo/faixa
etria. Ou seja, precisamos abolir a idia de que teremos que adaptar o currculo
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para aqueles que se diferenciam do grupo homogneo que, pretensamente,
constitui as salas de aula.
As dificuldades de aprendizagem dos alunos que apresentam deficincias,
altas habilidades/superdotao e condutas tpicas manifestam-se com um contnuo,
incluindo desde situaes leves e transitrias que podem ser passveis de
interveno pedaggica por meio do desenvolvimento das estratgias
metodolgicas utilizadas, cotidianamente, at situaes mais graves e permanentes
que requerem a utilizao de recursos e servios especializados para sua
superao.
Ao contrrio do que imagina a maioria dos educadores, adaptaes
curriculares no so desenvolvidas apenas pelos professores, em sala de aula, masdevem ser desenvolvidas em diferentes nveis de atuao:
Nos Sistemas de Ensino (Secretaria Estadual e Municipal) quando so
desenvolvidas aes que promovam a acessibilidade, a contratao de
profissionais de apoio, a formao continuada de professores, as mudanas
na matriz curricular, a implantao e implementao de uma rede de apoio.
No projeto Poltico-Pedaggico da escola quando envolvem aes em
que estejam contemplados todos os segmentos da comunidade escolar,alm daquelas diretamente relacionadas ao planejamento e execuo dos
componentes curriculares:
No planejamento do professor (sala de aula) quando estiverem implicadas
a utilizao de estratgias metodolgicas, atividades e recursos que melhor
respondam as necessidades individuais dos alunos que apresentam
dificuldades de aprendizagem.
Relembrando que as adaptaes curriculares so o conjunto de aes que se
realizam nos objetivos, contedos, critrios e procedimentos de avaliao, nas
atividades e metodologia para atender s diferenas individuais dos alunos.
Essa proposta de um currculo aberto, flexvel e descentralizado requer um
conjunto de medidas de poltica de desenvolvimento educacional imprescindveis
para a mudana que supe a implantao do currculo proposto para tornar-se
realidade na prtica escolar.
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As medidas que afetam a referida mudana referem-se a seis mbitos
distintos: formao do professor; materiais curriculares; servios de apoio escola;
organizao escolar; investigao educativa e avaliao.
GONZLES (2002) destaca a necessidade de um currculo em que a
flexibilidade, a abertura, a autonomia e a adequao configuram-se como os seus
aspectos definidores. Em relao educao especial, um currculo delineado por
essas caractersticas dever:
1. Contemplar as necessidades educativas dos alunos;
2. Dar ateno diversidade na aula;
3. Estimular a heterogeneidade;
4. Favorecer a individualizao e a socializao do ensino;5 .Potencializar processos de colaborao reflexiva entre os profissionais;
6. Desenvolver intervenes pedaggicas para os alunos com necessidades
educativas especiais em uma dimenso mais cognitiva;
7 .Adaptar o currculo s necessidades educativas dos alunos.
Como princpios que regem as intervenes neste campo deve-se
considerar: estruturar de forma ativas experincias e interaes de maneira quesejam recprocas; ajust-las ao gosto e interesses das crianas; reforar os
comportamentos sociais; ter presente que as atividades mais importantes no
desenvolvimento social so as resolues de problemas, programar atividades para
generalizao.
Segundo o mesmo autor, um aspecto bsico para uma vida adaptativa o
desenvolvimento da autonomia. Muitos dos objetivos desta rea so aspectos
chaves para facilitar a verdadeira integrao em grupos sociais de referncia. Essesobjetivos se realizam em atividades dirias que devem ser includos no currculo
como prioritrios. Deve se comear trabalhando com os hbitos bsicos como
higiene, alimentao, cuidado pessoal, etc. Ainda o desenvolvimento da autonomia
dever centrar-se na aquisio de habilidades de autonomia pessoal tais como:
saber orientar-se, deslocar-se sozinho ou ser capaz de utilizar os servios
comunitrios de forma adequada. Esses objetivos vo sendo atingidos em etapas.
Com respeito ao como ensinar, objetivos e contedos aos alunos com
necessidades especiais, alguns critrios metodolgicos so recomendados pelo
CMREE (1991), fomentar a motivao para a tarefa, aumentando a segurana do
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Em um segundo momento os alunos agruparam as frutas, realizando a
higiene e preparando a salada de frutas. O aluno A, apresentou dificuldades em
picar a banana, demonstrando que em casa no realiza essa atividade. Os alunos
J e K no conseguiram se servir sozinhos necessitando que a professora
pegasse em sua mo para ajud-los a se servirem, percebemos que normalmente
pais e professores super protegem as pessoas com deficincias.
Somente o aluno A recusou-se a comer a salada de frutas, apesar de todo o
incentivo dos colegas e a professora continuou se recusando.
Essa atividade foi bastante dinmica e produtiva, onde os alunos ampliaram
seus conhecimentos participando efetivamente de todo o processo.
Quando fomos preparar a salada de frutas observei a grande dificuldade demuitos alunos realizarem com independncia essa atividade. Diante dessa situao
percebemos o quanto necessrio que as atividades de vida diria sejam
trabalhadas na escola e em casa com maior freqncia para que esses indivduos
possam se tornar mais independentes.
No decorrer da interveno pedaggica foram preparados bolo, gelatina, pat
com a alface da horta com a participao efetiva dos alunos. Durante cada atividade
realizada na cozinha so explorados os ingredientes e utenslios utilizados. Aps otrmino de cada atividade realizada a limpeza e organizao da cozinha com a
participao dos alunos e feito o registro.
Realizar no banheiro a higiene pessoal sugerida no material didtico, aps o
recreio e lanche todos os dias; levando o aluno a perceber a necessidade e
importncia da mesma para a manuteno da sade:
- Lavar e secar as mos;
- Escovar os dentes
Atividade desenvolvida: Higiene pessoal aps o lanche.
Diariamente como parte da rotina do dia, os alunos aps o lanche realizam a
higiene. Necessitam estimulao para pegar seu material de higiene e se dirigirem
ao banheiro. Os alunos na sala de aula colocam na escova a pasta na quantidade
adequada sob orientao da professora e dirigem-se ao banheiro. A professora
acompanha cada aluno na escovao fazendo as intervenes necessrias. O
aluno F ainda no consegue fazer o bochecho e engole a gua, j o aluno A que
no incio mostrava-se dependente, sem iniciativa e super protegido pela me agora
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mostra-se independente na realizao da atividade. Aps a escovao, lavam e
secam as mos com papel toalha, o aluno J que no incio pegava o papel toalha
sem controle na quantidade para enxugar as mos j consegue perceber a
necessidade de pegar apenas duas folhas.
Ao trmino desta tarefa, todos vo para a sala e guardam seus materiais de
higiene no armrio sob a orientao da professora. Observou-se progressos
significativos em cada aluno ao realizarem esta atividade.
Estimular o educando a preparar o seu lanche no refeitrio quando for
possvel e a servir-se com independncia progressivamente. Colocar seus utenslios
no balco da cozinha aps lanchar.
Atividade desenvolvida no refeitrio no horrio do lanche
A hora do lanche considerada um momento pedaggico, pois os alunos so
estimulados a comerem adequadamente e com independncia, servindo-se
sozinho, colando seus utenslios no balco da cozinha aps lanchar e ajudando na
limpeza do refeitrio.
Antecipadamente preparam seu lanche quando possvel: passam doce nabolacha, cortam o po e colocam queijo e presunto etc.
O aluno A necessita de auxilio para por a sopa no prato no apresentando
controle nos seus movimentos. Necessita vivenciar mais esta atividade envolvendo
a famlia para que a mesma tambm oportunize este momento. O aluno F tambm
apresenta algumas dificuldades: alimentando-se muito rpido e no apresentando
controle da quantidade suficiente, fazendo-se necessrio estar sempre pontuando.
Os alunos esto progressivamente alimentando-se melhor. A aluno J e oaluno P j conseguem colocar a comida no prato e o suco no copo sem
derramarem.
Atividade Produtiva
Pintar latas e colar figuras decorativas para vender e arrecadar fundos para
fazer um lanche fora da escola.
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Atividade desenvolvida: Pintura de latas
Os alunos participam na realizao de trabalhos artesanais com o objetivo de
desenvolver suas habilidades. dada uma funo para cada produto
confeccionado.
Uma vez por semana foi realizada a pintura de latas. Cada aluno recebeu
uma lata de variados tamanhos para pintar utilizando tinta e pincel. Os alunos A,
B, K e F necessitaram de apoio constante para realizar a atividade. J os
alunos P, G e J so mais independentes e receberam apenas algumas
informaes. Aps o trmino da atividade foram ao banheiro lavar as mos e os
pincis sob a orientao da professora. Os alunos ajudaram a professora a fazer o
acabamento colando uma figura e passando o verniz na lata. No final da atividadeos alunos com a professora saram para efetuar a venda do produto para os
funcionrios da escola.
Os alunos demonstraram grande satisfao em receber o dinheiro, pois
sabiam que iriam utilizar esta arrecadao para fazer um lanche no final do
semestre.
Atividade de SocializaoPossibilitar o desenvolvimento de comportamentos e atitudes adequadas
para o convvio social com a realizao de um lanche em uma pizzaria.
Atividade desenvolvida: lanche na pizzaria
Como acertado anteriormente com aos alunos, a arrecadao da venda das
latas decoradas foi agendada uma visita a uma pizzaria onde realizamos um lanche.
Todos os alunos estavam muito empolgados em realizar este passeio. Aochegarmos no local fomos muito bem recebidos pelos funcionrios que nos levaram
at a mesa. Os alunos B e J conversaram com os funcionrios que ficaram muito
admirados com a educao dos mesmos. Todos lancharam sob a orientao da
professora e atendente, comportaram-se adequadamente e surpreenderam a todos
que ali estavam. No final do lanche os funcionrios elogiaram o comportamento dos
alunos dizendo que os alunos ditos normais, de modo geral no apresentam tal
comportamento. Para a surpresa de todos os funcionrios haviam preparado uma
lembrana para cada aluno que ao receberem ficaram muito felizes.
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Observamos que esta atividade elevou a auto-estima dos nossos jovens, isto
se refletiu no comportamento e na fisionomia alegres dos mesmos.
Atividade de Psicomotricidade
Realizar atividades variadas de psicomotricidade na quadra, explorando o
corpo, lateralidade, estruturao e organizao espacial, postura, equilbrio,
locomoo e coordenao motora ampla.
Atividade desenvolvida: Explorando o Corpo.
Os alunos manipularam as bexigas de diversas maneiras: com as mos, com
os ps, com a cabea e com o corpo.Observou-se durante a atividade que o aluno A permaneceu o tempo todo
isolado do grupo, no interagindo, ficando calado e retrado.
A aluna K dispersa e na brincadeira com a bola havia necessidade de
seguir orientaes, houve a interveno da professora para ajud-la, mas ela
recusava-se a seguir as regras do jogo querendo somente brincar com a bola do
seu jeito.
O aluno F est interagindo melhor com o grupo, mostrando-se participativoem colaborar e o alunoJest sempre atento, chamando ateno dos colegas
para realizarem corretamente a atividade . Observei que os educandos esto
fazendo relaes sociais atravs de movimentos, explorando o corpo de maneira
mais natural e expressiva.
Obs. Todas as atividades realizadas sero feitas pelo aluno com ajuda do
professor. Retirar progressivamente a ajuda at que seja capaz de executar a tarefa
apenas com superviso.Sempre que possvel s atividades vivenciadas pelos alunos sero
sistematizadas em sala.
4 CONCLUSO
Dentre as dificuldades atuais encontradas na educao de alunos comdeficincia intelectual em nosso pas, esto a falta de conhecimento sobre quais as
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limitaes e habilidades que essas pessoas possuem, a capacidade do profissional
que os que atendem, e a escolha de um currculo educacional adequado para o
desenvolvimento integral destes alunos.
A abordagem do Currculo Funcional tem sido uma proposta defendida para a
educao desses jovens, levando em considerao aspectos importantes para o
processo de integrao, desenvolvimento de habilidades funcionais que estejam
vinculadas a qualidade de vida e a adequao de idade cronolgica, priorizando o
ambiente natural do aluno para realizao das atividades e tambm a participao
efetiva dos pais para que paralelamente oportunizem a seus filhos desenvolverem
tarefas do seu cotidiano.
O presente projeto do Currculo Funcional apresenta alternativas para nossosalunos adquirirem maior autonomia, independncia e alcanarem melhor
desempenho no seu dia-a-dia.
Nosso trabalho foi gratificante, pois, nossa interveno como professoras
nesse processo de mediao foi baseado na credibilidade das mudanas.
A teoria de Feurstein citado por FONSECA (1995), muito contribuiu para
nossa prtica pedaggica. Como mediadores devemos provocar situaes nas
quais o aluno necessite pensar, colaborar para a melhoria da sua auto-imagem.No trabalho com o deficiente intelectual, qualquer interveno tem que ter
como primeiro objetivo o desenvolvimento da identidade positiva, de auto-imagem
sadia e da autoconfiana.
Segundo FERREIRA (1990), a aprendizagem um processo vincular, dois
personagens quem ensina e quem aprende um vnculo que se estabelece entre
ambos, sendo que no ntimo deste vnculo humano, que se processa a
aprendizagem.O Currculo Funcional vem sendo desenvolvido em nossa escola, pois
sentimos a necessidade da elaborao e da prtica deste projeto na medida em que
a idade dos nossos alunos mais comprometidos foi avanando e teramos que
conhecer mais para atender com qualidade esses educandos.
Este projeto veio enriquecer com novas experincias e um conjunto de
atividades adequadas, vivenciadas no cotidiano do nosso trabalho, como
mediadoras da construo do conhecimento.
Os resultados alcanados demonstraram aspectos como: melhoria no
relacionamento entre os alunos, na disciplina, crescimento pessoal, autonomia,
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melhoria da auto-estima e a confiana em si prprio. Acreditamos que dessa forma
nossos adolescentes tero maiores condies de construir sua cidadania e se
tornarem indivduos produtivos e participativos do processo de desenvolvimento
pessoal e social.
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