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Edição Porto Aiio XXVII n.°9717. 1,20€.Quarta-feira, 23 de Novembro de 2016 Director: David Dinis Adjuntos: Diogo Queiroz de Aridrade, Tiago Luz Pedro, Vítor Costa Directora de Arte: Sónia Matos Livros O fenómeno Carlos Ruiz Zafón tem um novo (e derradeiro) capítulo Cultnra,32133 Ciência uma nova história para contar sobre a hipertensão e o sistema linunitário Ciência, 26127 Portugal paga maF cedo ao FMZÍ com a ajuda das famílias Tesouro amortiza 2000 milhões de euros previstos para 2018 e 2019 Almofada vem da forte procura das famílias pelas novas emissões de dívida pública e do adiamento da recapitalização da CGD para 2017 Governo prevê poupança de 41 milhões de euros em juros Economia. 20 Taxa fixa no crédito à habitação é pouco amiga / \ 1 EUA Como os democratas j se vão relacionar com Trump Destaque, 213 I--’ E 1 1 [ b 1 Maioria dos alunos chumba mesmo nas melhores escolas Insucesso no secundário público é elevado, revela o novo indicador elaborado pelo ministério plOlil 1 Mais de um terço dos novos contratos dos últimos meses é em taxa fixa. Custo pode não compensar p18I19 - PUBLICIDADE ,.Portugaidup1ica estrelas no guia mais famoso do mundo: hoje sabe-se quem ganhou

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Edição Porto • Aiio XXVII • n.°9717. 1,20€.Quarta-feira, 23 de Novembro de 2016 • Director: David Dinis Adjuntos: Diogo Queiroz de Aridrade, Tiago Luz Pedro, Vítor Costa Directora de Arte: Sónia Matos

LivrosO fenómeno Carlos RuizZafón tem um novo(e derradeiro) capítuloCultnra,32133

CiênciaHá uma nova história paracontar sobre a hipertensãoe o sistemalinunitárioCiência, 26127

PortugalpagamaF cedoao FMZÍ comaajuda dasfamíliasTesouro amortiza 2000 milhões de euros previstospara 2018 e 2019 • Almofada vem da forte procuradas famílias pelas novas emissões de dívida públicae do adiamento da recapitalização da CGD para2017 • Governo prevê poupança de 41 milhõesde euros em juros Economia. 20

Taxa fixano créditoà habitaçãoé pouco amiga

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EUAComo osdemocratas jse vãorelacionarcom TrumpDestaque, 213

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10 • Público . Quarta-feira, 23 de Novembro de 2016

SOCIEDADE

Nas públicas de topo mais demetade dos alunosjá chumbaram

Os resultados dos seus alunos nosexames do ensino secundário catapultaram-nas para os lugares cimeiros do ranking de 2015, massão menos de metade os estudantes das escolas públicas mais bemclassificadas nesta ordenação queconseguiram, cumulativamente,concluir o secundário sem chumbar no 10.0 e 11.0 ano e ter positiva nos exames nacionais do 12.0.

Esta é uma das formas de medir odesempenho das escolas que se tornou possível com um novo indicadorpara o ensino secundário elaborado pelo Ministério da Educação, quefoi disponibilizado ontem atravésdo portal InfoEscolas. Chamam-lhe“percursos directos de sucesso” e écontabilizado seguindo o percursoindividual dos alunos durante o ensino secundário.

No final emerge um novo retratodas escolas, já que é possível sabero que está para além das médias dosexames, no caso se houve ou não retenções nos dois primeiros anos dosecundário. E não só. Os resultadosobtidos por cada escola neste indicador são comparados a nível nacionalcom os registados pelos alunos que àentrada do secundário, ou seja, nasprovas finais do 90 ano, tiveram notas semelhantes.

Para o secretário de Estado daEducação, João Costa, este é o indicador “mais robusto para analisaro sucesso” dos estudantes e, pelocaminho, o desempenho dos estabelecimentos de ensino. Isto porqueajuda a perceber se o trabalho desenvolvido em cada escola permitiu queos seus alunos tivessem percursos desucesso — e se a percentagem dos queo conseguiram é superior ou inferiorà verificada em outras escolas que receberam alunos com o mesmo nívelde desempenho.

O PÚBLICO centrou atenções nas

ES José Falcão Coimbra52%

ES Infanta D. Maria, Coimbra-_

_________

ES do Restelo Lisboa•51

EBS Clara de Resende, Porto

EBS D. Filipa de Lencastre, Lisboa

ES Garcia de Orta Porto

—,,•- 47[5 de Raul Proença C. da Rainha

• 46ES José Comes Ferreira, Lisboa

46EBS da Batalha, Batalha

45ES Pedro Nunes Lisboa

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Fonie PUL3LiC

dez escolas públicas e privadas queficaram mals bem classificadas noranking do secundário de 2015, feito com base nas notas dos exames.No caso das públicas, só em três severifica que pouco mais de metadedos alunos conseguiram “percursosdirectos de sucesso”, ou seja, passaram de ano no 10.0 e 11.0 e chegaramao 12.° em 2015/16 e conseguiram positiva nosexames finais. São elas asescolas secundárias de José Falcão(52%) e da Infanta D. Maria (51%), deCoimbra, e a secundária do Restelo(51%), em Lisboa.

Nas outras sete a percentagem dealunos que nunca chumbaram no secundário e tiveram notas positivasnos exames de 2015/16 oscilou entreos 49% da Escola Secundária Clara deResende, no Porto, e os 43% regista-

dos pela Secundária Pedro Nunes,em Lisboa. O PUBLICO tentou, semsucesso, falar com os directores destas escolas, mas uns já tinham saido,outros adiaram eventuais comentários, uma vez que ainda não tinhamanalisado este novo indicador.

Ao contrário do que se passa nasescolas públicas, os colégios queocuparam os dez primeiros lugaresdo ranking do secundário, com asmelhores médias nos exames, também se saem bem neste indicador. Aspercentagens de alunos com percursos de sucesso variam aqui entre os68% do Colégio de São Teotónio, deCoimbra, e os 91% do Colégio NossaSenhora do Rosário, no Porto.

Nove destas dez escolas privadasconseguem, de resto, uma taxa depercursos de sucesso superior àquela

que seria de esperar tendo em contaos resultados de outros estabelecimentos de ensino que receberamalunos com o mesmo nível de desempenho.

Já no grupo das dez escolas públicas mais bem classificadas no ranlcingdas médias de exame, apenas quatroconseguiram ter mais alunos com“percursos de sucesso directo” doque o esperado face ao nível dos alunos que receberam no 90 ano.

Ranlcing alternativoEste novo indicadorjá se encontravadisponível, no ano passado, para o3•0 ciclo, o que permitiu ao PÚBLICO, na altura, elaborar um ranlcingalternativo, que acompanhou a tradicional ordenação das escolas emfunção das médias dos exames. Em

a I[r 1’

Novo indicador do desempenhodas escolas vem confirmar que o nívelde insucesso no secundário é elevado,mesmo nas escolas públicas que maisse destacam nos rankings

- As dez públicas mais bemEaucaçao colocadas no ranking de 2015Clara viana % de alunos que concluiu o

secundário sem ter chumbado emnenhum ano e com positiva nosexames nacionais em 2O5/2016

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As percentagensde alunos compercursos desucesso variamno privado entreos 68% do Colégiode São Teotónio,em Coimbra, e os91% do Colégio deNossa Senhora doRosário, no Porto

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Público• Quarta-feira, 23 de Novembro de 2016 • 11

Escolas queretêm alunosantes dos anosde exame sãopenalizadaspelo novoindicadorelaboradopeloministério

declarações aos jornalistas, o secretário de Estado João Costa indicouque tal também é possível agorapara o secundário, referindo queestes dados mostram, por exemplo,que escolas que aparecem no meioda tabela nos rankings saltam paraos lugares cimeiros se a variável emcausa for o indicador dos “percursosdirectos de sucesso”.

É um indicador que “compara oque é comparável” e que “não premeia a retenção nem a selecção dosalunos” pelas escolas, frisou ainda.Ou seja, as que têm a tendência dechumbar os alunos nos anos anteriores aos de exame, com o objectivode garantir bons resultados nestasprovas nacionais, acabam por serpenalizadas nesta nova forma deencarar o seu desempenho.

Para além do indicador de sucesso,foram disponibilizados outros trêsnovos indicadores do desempenho,que têm na base a comparação deresultados entre disciplinas e quepermitem constatar que há variaçõesque dependem mais do trabalho desenvolvido pelas escolas do que docontexto de origem social dos alunos. “Os rankings de escolas feitosexclusivamente com os resultadosdos exames são muito redutores e estes dados são uma mais-valia porquepermitem avaliar e perceber a importância que o ensino tem no percursode um estudante”, disse o presidenteda Associação Nacional de Directoresde Agrupamentos e Escolas Públicas,Filinto Lima.

[email protected]

Samuel SilvaUm dos indicadores incluídos ontem,no portal InfoEscolas, do Ministérioda Educação, permite avaliar a dispersão dos resultados dos estudantes nos exames nacionais. Analisadasas cinco escolas do Estado e as cincoprivadas que no ano passado maisse destacaram no ranking do ensinosecundário às cinco disciplinas commais alunos inscritos nos exames,conclui-se que os colégios têm turmas mais homogéneas.

O indicador de desigualdade deresultados dentro das escolas afere a distância média entre as notasque os alunos de uma mesma escola obtiveram nos exames nacionais.Em 2015/16, a dispersão média dasnotas dos estudantes dos cinco colégios analisados pelo PÚBLICO foide 3,65 valores, ao passo que nas escolas públicas esse número chegoua 4,2 valores.

A conclusão “não é surpreendente” para Gil Nata, do Centro de Investigação e Intervenção Educativas daUniversidade do Porto: “Se tivesseque adivinhar, seria exactamente is‘to que esperava.” Estes colégios cobram propinas elevadas que são umconstrangimento económico à entrada dos alunos. “Necessariamentetêm um público mais homogéneopor isso”, diz. “Na escola públicatemos que acolher todos os alunos.Temos alguns dos melhores do pais,mas também temos a outra face damoeda”, acrescenta o presidente daAssociação Nacional de Directoresde Agrupamentos e Escolas Públicas,Filinto Lima.

A mesma avaliação permite ainda perceber que nos colégios existe sempre uma menor dispersão denotas, qualquer que seja a escola oua disciplina em análise. Por exempio, em Matemática A, a diferençaentre os alunos destes cinco colégiosatinge, no máximo, 4,9 valores (Colégio S. João de Brito, em Lisboa).Na Escola Secundária D. Filipa deLencastre, também em Lisboa, estamédia sobre para 5,8 valores. Nesta

análise foram tidos em conta, paracada escola, os resultados dos exames de Português, Matemática A,Física e Química, Biologia e Geologiae Filosofia.

O ministério valoriza as possibilidades abertas por estes dados,avançando que estes podem permitir, por exemplo, intervençõesde diferenciação pedagógica parapermitir reduzir estas assimetriasinternas. Esta é, de resto, a primeiravez que o portal InfoEscolas com-

para resultados dos alunos nas diferentes disciplinas — e não apenasno Português e Matemática. “Nóstemos um historial de muitos anosem que não temos dados sobre umasérie de disciplinas. Nós não sabemos como é o ensino da disciplinade História ou da Físico-químicaem Portugal e precisamos de dados sobre isso”, sublinhou ontem osecretário de Estado da Educação,João Costa. “Há vida para além doPortuguês e da Matemática.”

Está disponível informação sobrealunos dos cursos científico-humanísticos do ensino secundário (cerca de192.000 alunos matriculados em 592escolas), alunos do 3.° ciclo (317.000em 1263 escolas) e do 2.0 ciclo (cerca de 216.000 em 1104 escolas).

[email protected]

Uma escola que recebealunos de dez e os leva a17 é uma escola melhordo que uma que recebealunosdel5eoslevaal7

Como medir as desigualdadesdentro das escolas?

592Número de escolas secundáriaspara as quais há informação noInfoEscolas, frequentadas por192 mil alunos

Turmas dos colégios privados são mais homogéneas

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