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1 TRANSCRIÇÃO AUDIÊNCIA PÚBLICA CENTRO DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS CTR – Itaboraí 12 de Março de 2009 ITABORAÍ Í N D I C E 02 – Abertura: Presidente – Antonio Carlos Gusmão 06 – ESTRE Ambiental Dr. Pedro 15 – Professor Cláudio Fernando Mahler 22 – Analista Ambiental – Dyrton Belas 30 – Promotor de Justiça da Tutela Coletiva do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro – Dr. Tiago Gomes 35 – Pedido de uso da palavra: Vereadores 42 – Perguntas e Respostas 78 Encerramento: Presidente – Antonio Carlos Gusmão

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TRANSCRIÇÃO

AUDIÊNCIA PÚBLICA

CENTRO DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS

CTR – Itaboraí

12 de Março de 2009

ITABORAÍ

Í N D I C E

02 – Abertura: Presidente – Antonio Carlos Gusmão 06 – ESTRE Ambiental – Dr. Pedro 15 – Professor Cláudio Fernando Mahler 22 – Analista Ambiental – Dyrton Belas 30 – Promotor de Justiça da Tutela Coletiva do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro – Dr. Tiago Gomes 35 – Pedido de uso da palavra: Vereadores 42 – Perguntas e Respostas 78 – Encerramento: Presidente – Antonio Carlos Gusmão

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TRANSCRIÇÃO

AUDIÊNCIA PÚBLICA

CENTRO DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS

CTR – Itaboraí

12 de Março de 2009

ITABORAÍ

(Tempo Total: 210’45”)

► Abertura – Presidente: Antonio Carlos Gusmão Presidente: Antonio Carlos Gusmão: – Então, meus amigos, meu nome é Antonio Carlos Gusmão. Eu sou presidente, aqui, da Audiência Pública, hoje, na qual vamos discutir esses empreendimento que é uma central pra tratamento de resíduos, realizado aqui, no Município de Itaboraí. Então, a audiência pública, ela faz parte do procedimento de licenciamento ambiental, e o procedimento de licenciamento ambiental, o primeiro momento do licenciamento, é quando o empreendedor pede ao órgão ambiental do Estado que, na ocasião, ainda, era a FEEMA, hoje chama-se INEA, pede uma licença prévia, para o Estado responder a ele se aquele empreendimento tem ou não viabilidade ambiental naquela região. E foi o procedimento tomado pela empresa que está pretendendo implantar essa atividade, aqui, em Itaboraí. E como parte desse processo de licenciamento, o órgão ambiental elabora uma Instrução Técnica, um Termo de Referência, e entrega ao empreendedor dizendo que ele tem que fazer um estudo mais detalhado, um estudo mais minucioso dos impactos que aquele empreendimento pode fazer na região. E esse tipo de atividade, que há uma legislação que diz que tem que ser feito esse estudo, a empresa cumpriu essa etapa e entregou esse estudo na FEEMA, que criou um

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grupo de trabalho pra analisar esse estudo, e chega no determinado momento, no qual a legislação determina que deve-se fazer uma audiência pública. E essa audiência pública, pode ser solicitada pela sociedade, ou por quem tem legitimidade pra solicitar, ela é marcada, é divulgada, e é o momento em que a sociedade é apresentada ao empreendimento. Então, hoje, n[os, aqui, estamos reunidos com esse objetivo. Qual? Que vocês sejam informados como é esse empreendimento, quais são os seus impactos, quais são suas características... E, pra isso, vocês vão estar na presença do empreendedor, da empresa que quer fazer esse negócio aqui, de quem elaborou o estudo de impacto ambiental, a empresa de consultoria, o INEA, que é quem tem a competência de dar ou não a licença pretendida, que é essa primeira fase, que se chama licença prévia, que é a primeira fase do licenciamento. E, a partir de hoje, todos, ainda, têm um prazo de 10 dias pra encaminharem suas sugestões, encaminharem seus comentários... Porque, a partir de hoje, as informações de vocês começam a ser consideradas e apreciadas junto com toda a documentação que a FEEMA tinha, na época, que hoje é o INEA. Eu estou vendo, aqui, um salão, um ambiente muito agradável, com muitas pessoas, uma representatividade forte, muitos representantes daqui, de vocês, na região; tem deputados, vereadores, presentes. Estou vendo, aqui, o Ministério Público, o CREA, Secretários de Governo... Portanto, a audiência pública é uma demonstração do interesse, do conhecimento e da participação de vocês, que é o objeto dessa ferramenta de licenciamento é esse mesmo, é apresentar o projeto à sociedade. Certo? Então, eu queria convidar pra participar, aqui, da mesa, inicialmente, a nossa secretária, que já se convidou, inclusive, já sentou à mesa, a Aline. Muito obrigado. Vocês são muito “espontâneos”! Convidar o nosso colega, que é o chefe, presidente, diretor do grupo de trabalho que está analisando esse empreendimento, que é o químico, analista ambiental Dyrton Belas. Por favor. O nosso representante da empresa que fez o pedido do licenciamento. Me desculpa, mas, eu não sei o nome da pessoa que vai representar... Sr Pedro. O representante da empresa que fez o estudo de impacto ambiental, que é o professor Cláudio Mahler. Queria, também, ter a honra de convidar o Promotor de Justiça da Tutela Coletiva de Itaboraí, Dr. Tiago Gonçalves Veras Gomes. Importante a presença do Ministério Público conosco, que veio com a sua equipe de apoio, do grupo de apoio do [GATE – 0:05:39]. Muito obrigado, Dr. Tiago!

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Queria convidar, também, o representante da Prefeitura, na figura do Secretário [JANOR – 0:05:56], que é cuidar do meio ambiente. E queria, também, com muita honra e muito prazer, elogiando, inclusive, a presença e a participação de todos os políticos da região, mencionar, aqui, eu gostaria que ele se apresentasse – não podemos colocar todos na mesa, se não, ficaria... O barco ia adernar, aqui. mas, os nossos vereadores: Geraldo Saraiva. Cadê o Geraldo Saraiva? Muito obrigado! Elson Paes. Muito obrigado! Severino Bill. Muito obrigado! Levi do Mercado. Marcos Araújo. Vereador Marcos Araújo. Obrigado! Delclécio Machado. Muito obrigado, Delclécio! O nosso colega, Carlinhos da Farmácia. Vereador Valdir Batista. E, também, queria agradecer a presença do nosso Deputado Estadual, Sabino. Muito obrigado! Então o procedimento da audiência... Desculpa. Essa lista me foi fornecida. Eu estou sendo indelicado ou injusto com alguma autoridade presente, aqui? Eu estou vendo o colega... Voz Masculina não identificada 1: – Caio, Vereador João Caio. Presidente: Antonio Carlos Gusmão: – Caio? Cadê o nosso colega?

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Desculpa vereador. Queria, também, registrar a presença do engenheiro Adalto, do CREA, que eu já estou localizando, aqui... Sempre presente nas audiências... Do grupo de Apoio Técnico do Ministério Público... Obrigado às colegas e aos colegas! Então, como é o procedimento da audiência? Inicialmente, o empreendedor, vai explicar o seu projeto, vai explicar o empreendimento. Em seguida, a empresa que fez o estudo do impacto ambiental vai apresentar o estudo pra vocês verificarem como foi feito o relatório de impacto ambiental e vocês escutarem. Ao entrarem, aqui, nesse salão, vocês receberam um prospecto, um folheto, que tem uma ficha de perguntas no seu interior. As perguntas dever ser feitas nessa linha, porque vão fazer parte do processo administrativo desse licenciamento. A audiência pública, ela é gravada, e, depois, toda essa gravação é reproduzida, mas, também, ficamos com as manifestações dentro do processo. Está certo? E, a partir de hoje, ainda, há um prazo de dez dias para que sejam encaminhadas as manifestações e comentários decorrentes, aqui, da audiência pública. Então, esse é o procedimento. Depois, do empreendedor, de quem fez o estudo do impacto, o colega Dyrton, do INEA, apresenta como está sendo feito o procedimento administrativo. E, depois, nós abrimos pras perguntas e a participação de vocês. Certo? Então, inicialmente, eu convidaria a todos pra que nós ouvíssemos e executássemos o Hino Nacional Brasileiro. Muito obrigado! Execução do Hino Nacional Brasileiro – [0:09:46 a 0:13:02] Então, iniciando, aqui, as apresentações, eu passo a palavra ao nosso colega o Dr. Pedro, que vai apresentar, pela ESTRE Ambiental, o empreendimento.

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ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Boa noite a todos! Meu prazo é 15 minutos, não é Dr. Gusmão? 15 minutos, não é? Bem vindos a essa nossa Audiência Pública! Muito obrigado pela presença! Eu vou ser conciso na minha apresentação. Nós temos um prazo, aqui, estabelecido, que é um prazo, relativamente, curto. Eu vou tentar trazer pros senhores, de uma maneira rápida, o que é o nosso empreendimento, e a nossa experiência da empresa em fazer esse tipo de empreendimento em outras regiões do Brasil. O CTR de Itaboraí... O CRT de Itaboraí, então, é a empresa responsável por esse empreendimento – Centro de Tratamento de Resíduos em Itaboraí. O CTR de Itaboraí, ele está sendo conduzido pela ESTRE. ESTRE Ambiental é uma empresa que opera há 10 anos nesse sistema de tratamento e disposição de resíduos. Nos temos, hoje, 5 centros de tratamento e disposição de resíduos já funcionando. Nós operamos metade dos resíduos de Buenos Aires, e a ESTRE é uma empresa que, hoje, gerencia e opera em torno de 20 mil toneladas por dia de resíduos. É um valor muito alto. Metade da Cidade de São Paulo é gerenciada pela ESTRE Ambiental, hoje. Metade dos resíduos gerados na Cidade de São Paulo é gerenciado pela ESTRE Ambiental. Importante detalhar, aqui, é nesses 10 anos, nós conseguimos certificar todas as nossas unidades no sistema ISO 14000. isso dá garantia, isso dá um norte ao processo, isso dá muita responsabilidade. Apesar de toda responsabilidade que é dada pelos órgãos ambientais, nós fomos além, nós conseguimos em todas as nossas unidades a ISO 14000. Eu vou apresentar pra vocês, inicialmente, o quê que é, o que se pretende fazer, aqui, em Itaboraí. Nós temos, aqui, um sistema, uma unidade que nós vamos colocar 6 filtros de sistemas de tratamento e disposição de resíduos. Então, tem o Aterro Sanitário; nós temos a Reciclagem de Resíduos Reaproveitáveis – resíduos urbanos; nós temos a Reciclagem de Resíduos da Construção Civil – entulhos e material de demolição; nós temos a Bioremediação de solos contaminados e resíduos contaminados com hidrocarboneto; nós temos a Unidade de Blendagem de Resíduos, onde nós vamos fazer, aí, uma mistura, um blend pra poder transformar esse material em combustível pra fornos de

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cimento; e temos a Unidade de Tratamento de Resíduos do Sistema de Saúde, através de um sistema de alta travagem. A nossa gleba tem 2 milhões e 600 mil metros quadrados – 260 hectares – desse, aproximadamente, 40% nós vamos utilizar em nossas atividades de tratamento e disposição de resíduos. O restante da gleba, nós vamos manter como área de preservação permanente, área com vegetação nativa, e vamos fazer, em torno dessa área, de forma a não ter nenhum tipo de aproximação com vizinhança, com moradores... Nós vamos manter, dentro do nosso próprio terreno, esse isolamento. Essa fotografia que eu estou mostrando é um dos empreendimentos da ESTRE. Ele é muito semelhante ao que nós vamos fazer, aqui, em Itaboraí. Então, nós temos, aqui, um aterro sanitário, que opera há 10 anos; nós temos, aqui, os outros sistemas que nós pretendemos colocar, aqui, igualzinho em Itaboraí. Então, é uma unidade que nós estamos trazendo pra cá uma unidade que a gente já opera e trabalha há, aproximadamente, 10 anos. Portanto, nós temos experiência. Sabemos que aqueles pontos que poderiam trazer algum tipo de impacto ambiental, ao longo do tempo, nós fomos corrigindo esses impactos ambientais, como vocês vão poder ver ao longo dessa apresentação. Então, é isso. Já falamos o quê que é importante, aqui. O aterro vai ter 54 milhões de metros cúbicos de capacidade para recebimento de resíduos. Se nós recebermos em torno de 3 a 4 mil toneladas por dia, nós vamos ter, aí, 34 anos de vida útil do aterro. O sistema de aterro sanitário, ele não é, como muitas pessoas pensam, parecido ou semelhante a um “lixão”. Ele é, totalmente, diferente. São obras distintas, e tem uma proteção, uma preocupação ambiental, totalmente, distintas. O aterro sanitário, ele é dotado de sistemas de proteção ambiental. Então, tem que ser um terreno escolhido, com condições, com qualidade praquilo, o tipo do solo, o aqüífero da região... Enfim, tudo isso tem que levar em consideração na escolha do terreno. A ESTRE demorou alguns anos a busca do terreno dessa região leste d região metropolitana do Rio de Janeiro, até que encontrasse um terreno que tivesse condições ambientais adequadas, qualidades ambientais adequadas pra se implantar o empreendimento. Então, apesar da qualidade ambiental já existente, pré-existente no local, nós precisamos implementar, aí, diversas obras de proteção ambiental. No caso do aterro sanitário, vocês viram naquele slide anterior que eu faço uma preparação do solo, eu faço em parte do terreno. Eu faço uma compactação do solo de forma que qualquer líquido que caia ali, ele não se infiltre no terreno, ele demore alguns anos – muitos anos mesmo – pra poder ultrapassar essa camada de solo compactado. Sobre esse solo compactado , eu coloco um manta de polietileno de alta densidade. Isso aqui, no slide, que eu estava mostrando, no aterro, vocês vejam que tudo ao fundo do aterro é forrado com essa manta, 2 milímetros de manta. Isso significa que eu vou ter uma impermeabilização, totalmente, do solo.

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Essa manta, posteriormente, ela é coberta por terra. Ela é soldada; existe uma solda dupla, de forma que eu não tenha risco nenhum de que nesse local haja um rompimento, infiltração de líquido percolado. E essa manta recebe uma camada de solo compactado de mais 80 centímetros. Então, eu faço um grande sanduíche: solo, manta, solo. E, aí, só em cima disso, é que eu vou começar a colocar lixo. Aqui, é um sistema já pronto. Um sistema de drenagem onde eu já comecei a drenagem de líquidos percolados, pronto pra receber resíduos. Então, vejam que essa preocupação, mostro esse pacote, a manta do lado, de forma que eu nunca vou ter problema de infiltração [? – 0:21:14] no solo; nunca vou degradar no aqüífero do solo. E como é que eu posso comprovar isso? Porque eu tenho esses sistemas no entorno, que eu vou mostrar, daqui a pouco, são poços que eu instalo em diversas regiões, e vou retirando água desse aqüífero e vou analisando periodicamente. A cada três meses eu analiso pra verificar se houve algum tipo de infiltração, de contaminação. Nós estamos há mais de 10 anos e isso nunca aconteceu. Isso aqui será uma drenagem de gases de liquido percolado. O lixo, quando é colocado sobre o terreno, ele vai sofrendo um processo de degradação. Ele vai degradando e vai gerando líquido e vai gerando gases. Então, eu, pra ter um bom impedimento, eu tenho que captar o líquido e gases. Aqui está o sistema de drenagem todo instalado. Aqui, esse sistema de drenagem líquido de gases é o coração do empreendimento. Se ele for bem feito, eu não vou ter infiltração, eu não vou ter risco de emanação de gases na minha região de entorno. Outro aspecto importante no aterro é o sistema de drenagem de águas pluviais. Vejam que são obras robustas, são obras que têm, aí, uma capacidade de drenagem muito eficiente e muito elevada, de forma que nada das águas de chuva que caiam em cima do aterro, elas infiltram. Elas são retiradas e, com isso, eu elimino qualquer tipo de escorregamento maciço de resíduos. Esse é um tipo de obra que nós usamos nos nossos empreendimentos. São caixas de retenções de sólidos. Quando chove, aquela enxurrada carregando aquele material percolado, ela vem, ela passa por aqui, há uma sedimentação desse material, e a água, quando sai, já sai limpa e não leva pros rios, pras drenagens aquele material que vai provocando um assoreamento dos rios e corpos d’água. Os gases têm que ser retirados, porque, se não, eles causa, ali, o problema de rompimento do aterro e causa problema de cheiro na região do entorno. Então, o que eu faço? Eu coloco um sistema de drenagem adequado e, hoje, eu já estou numa outra fase do meu empreendimento. Eu disse pra vocês que tinha impactos ambientais que tinham no

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nosso empreendimento, que, ao longo do tempo, nós fomos corrigindo. Esse é um deles. O que é que eu fiz? Eu coloquei um sistema de exaustão. Então, eu vou succionar esses gases. Eu tiro todos os gases do aterro, através desse sistema; passo nessas estações intermediárias e vou para o meu sistema de [? – 0:24:00]. Hoje, eu tenho todos esses gases nessas tochas centralizadas. A temperatura que queima isso aqui é mais de 1000 graus centigrados. E o que acontece com isso? Por que é que eu digo que eu reduzo o impacto ambiental? Esses gases que poderiam trazer cheiro no entorno, elas não são mais liberados. Eu estou com uma pressão negativa dentro do aterro e eu faço com que isso seja succionado, seja trazido pra cá e queimado. Isso aqui gera um tal de crédito de carbono, quando eu queimo isso aqui. Hoje, eu estou queimando, simplesmente, e lançando na atmosfera. Mas, eu já estou providenciando a instalação de motores; e, aqui, em Itaboraí, já vamos iniciar o aterro já colocando motores pra geração de energia elétrica com esse biogás. Esse empreendimento aqui, pra vocês terem uma idéia, já conseguiria geral 9 ou 10 mega watts de energia, de potencia por hora. Significa que daria pra abastecer uma cidade de mais de 100 mil habitantes, só com a energia elétrica produzida nesse empreendimento. O chorume, os líquidos gerados, eu recolho esse material, faço o recolhimento. Lá em cima, naquela monta, naqueles [? – 0:25:12], eu recolho tudo e levo pro tratamento. Então, eu tenho, já, instalado o sistema de tratamento, aqui, que me dá uma eficiência muito interessante, que na remoção, são sistemas aeróbicos, anaeróbicos, e vem de um lado. Do lado esquerdo, lá, é a mostra do chorume bruto. Do lado direito, já o chorume tratado, que eu estou conseguindo na minha estação piloto, é o que eu pretendo fazer em Itaboraí, esse tipo de tratamento nos dar água nessa condição pra poder fazer um bom uso dessa água. Está certo? Nós precisamos de água pra fazer [? – 0:25:44]. Esse é um ponto importante – lavagem de [?]. todas as entradas, as possibilidades do nosso empreendimento, nós lavamos diversas vezes por dia, nós lavamos as vias. A própria empresa tem uma... O recolhimento de pequenos detritos que caem nas vias, que faz a lavagem. Então, essa água seria usada com essa finalidade. A outra atividade que eu vou colocar, aqui, seria a Unidade de Triagem de Resíduos. É uma unidade que vai trabalhar com 10 toneladas/dia. E qual o interesse da ESTRE? Nós vamos colocar sistemas como esse aqui, sistema manual, com catação manual do material e vamos passar isso pra ser operado por uma cooperativa de catadores. Eu tenho em Paulinha um sistema que opera, já, há quase 10 anos. São, aproximadamente, 50 pessoas que fazem a catação, cooperados. Funciona muito bem. É certificada pela ISO 14000, também, essa unidade. É a única unidade de reciclagem

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certificada pela ISO 14000 no mundo! E ela opera dentro das instalações da ESTRE, e faz, aí, esse tipo de trabalho. Outra atividade que eu vou colocar no meu Centro de Tratamento de Resíduos, é a Unidade de Beneficiamento de Materiais da Construção Civil. Com uma capacidade de 1000 toneladas/dia, é uma atividade que nós vamos ver que ela pode gerar. Essa é uma unidade que está operando. Essa é a unidade de Paulinha que está operando. Então, ela vai gerar pedrisco, ela vai gerar brita, vai gerar areia, que eu posso usar em obras civis; eu posso usar na pavimentação, eu posso usar no preenchimento de valas, de saneamento, posso usar na construção de... Fazer blocos pra construção popular... Tem diversos tipos de utilidade. E a própria empresa, ela usa uma grande parte disso, no contra aterro, como pra fazer acesso, pra manutenção de acesso, ela usa esse tipo de material. Então, é um material nobre que tem uma utilidade muito grande. Um detalhe, aqui, que é importante. Quando eu faço esse tipo de trabalho, eu gero poeira, porque eu estou moendo pedra, estou moendo concreto. Então, vejam lá, eu faço uma extensão de água nas saídas dessas correias, de forma a abater essa poeira e evitar qualquer tipo de impacto ambiental. Outra unidade que eu vou instalar aqui é a Unidade de Biomineração de Solos Contaminados. Eu pretendo ter uma capacidade de 500 toneladas /dia. E o processo que eu vou instalar, é um processo, totalmente, natural; é um processo biológico. Essa tecnologia nós trouxemos da Alemanha; nós compramos essa empresa alemã, que era nossa sócia no início, e hoje ela é, totalmente, nossa. Trata-se de um método no qual eu pego os solos contaminados por hidrocarboneto, por solos de postos de gasolina... Enfim. Faço, aí, uma adição de nutrientes: nitrogênio, fósforo, potássio... Faço a mistura e esse material fica sendo revirado, fica sendo tratado, sofrendo ataque de bactérias – como ocorre na natureza – e depois de, mais ou menos, 42, 45 dias, eu tenho esse material tratado, a exemplo do que está ali. Esse material, eu posso devolver ao local onde eu recolhi. Eu faço uma escavação naquele solo contaminado que foi escolhido. Eu posso levar de volta esse solo, ou posso utilizá-lo para o cobrimento do aterro, no caso, do aterro sanitário. Esse galpão é todo drenado. É todo feito, à exaustão. Não tem escape de gás. Não tem nada pra atmosfera. Os gases gerados nesse galpão, eles passam por um processo de tratamento num sistema chamado biofiltro. Aqui é um filtro natural, também, feito com restos de madeira, com carvão ativado... E eu faço a retirada e a eficiência, aqui, é muito elevada. Praticamente, não tem nenhuma emissão de hidrocarboneto na região. Eu faço, também, a análise disso, aí, trimestralmente, e não tem emissão nenhuma desse material pra atmosfera. Outra unidade que eu vou colocar, aqui, dentro do meu empreendimento, é a chamada Unidade de Blendagem. O quê que é isso? Eu tenho diversos tipos de resíduos que eu vou retirando de locais, que não me serve pra nada. Então, por exemplo, todo mundo já viu, no posto de gasolina, quando ele faz a

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lavagem de carro, quando ele faz... Sempre sobra, lá no fundo, uma pasta, lá, que tem resto de graxa, resto de óleo, aquele material. Aquilo não pode se jogar no aterro, não pode se fazer nada com aquilo. Então, precisa de um tratamento, uma queima daquilo. Só que queimar aquele material é uma coisa complicada. Então, o que eu faço? Eu misturo aquilo com serragem, eu misturo com outros líquidos, restos de outros produtos... Faço uma coisa chamada blend. Esse blend, eu faço com esses equipamentos, que são equipamentos robustos. Essa é uma unidade nossa no Paraná, unidade nova. Eu faço todas essa mistura, toda essa preparação; e esse resíduo é transformado em combustível de forno de cimento. Como vocês sabem, forno de cimento consome muito combustível, consome muito [? – 0:31:39.6] e eu substituo parte do suporte utilizado lá por esse blend de resíduo. É claro que aqui em Itaboraí, eu não tenho como utilizar; eu só preparo. Recebo e faço a preparação e mando pra um local, pra onde tenha forno de cimento. Isso é uma prática muito usada no mundo. Hoje, a maior parte dos fornos de cimento na Europa e nos Estados Unidos, utilizam só esse material, esse blend como combustível. Outra unidade que nós vamos colocar aqui é a Unidade de Tratamento de Resíduos do Serviço de Saúde. Essa unidade, ela vai ser feita pela [? – 0: 32:22.9]. É o melhor sistema que nós temos. Não existe queima. Então, todo resíduo que seja de hospital, de pronto socorro... Enfim. Tudo isso, ele vem embalado e é colocado dentro de uma máquina que sofre uma pressão elevada, sofre temperatura elevada, ela recebe uma queda de vapor muito elevada. Ele faz uma espécie de um cozimento desse material, durante meia hora, mais ou menos, ele fica sob a ação de pressão e temperatura. Depois desse período, ele elimina todo material bacteriológico que está nele, todos contaminantes e microorganismos. Então, eu faço a trituração e esse material pode ser colocado no aterro sanitário, sem qualquer risco. Eu faço, também, um monitoramento disso, um acompanhamento... Cada carga que eu coloco, eu vou fazendo um acompanhamento pra ver se esse sistema, realmente, deu certo. Eu dei uma discussão rápida pra vocês do que nós pretendemos colocar aqui, e eu fiz questão de mostrar, aqui, fotos pra vocês. Na verdade, nós não estamos fazendo uma aventura, fazendo algo desconhecido, alguma coisa que a gente não tenha conhecimento, não tenha domínio. Eu estou trazendo, aqui, o que existe no estado da arte, o que a empresa faz a dez anos, dando certo, trabalhando correto e sem nenhum risco ao ambiente e nem à saúde pública. Agora, é preciso que isso seja acompanhado. O segredo disso é o acompanhamento. Então, dentro do próprio [? – 0:33:54.3], dentro do mesmo programa, dos nossos programas de acompanhamento, eu tenho, aqui, o sistema de monitoramento. Então, eu tenho que ter um controle de entrada, muito bem feito. Eu não posso receber dentro do meu empreendimento, materiais que sejam incompatíveis. Eu não vou querer nunca receber no meu aterro sanitário, resíduos perigosos que possam... Sejam incompatíveis

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com essa tecnologia. Porque a gente tem que entender que é um ponto importante, gente, trata-se de um empreendimento, integralmente, privado, que diferente de um empreendimento da prefeitura, um empreendimento público. A prefeitura, a gente já conhece e sabe que, ao longo dos anos, foram feitos lixões sem nenhum tipo de controle. Aqui, não. Se acontecer qualquer coisa errada, a empresa é penalizada e os proprietários da empresa correm o risco de serem processados civilmente e criminalmente. Então, é preciso tomar o máximo de cuidado possível. O patrimônio da empresa não pode ter nenhum tipo de risco. Então, pra isso, eu uso esses sistemas todos de monitoramento. Eu usei aquele lá pra controlar a entrada de resíduo. Eu uso isso, aqui, esses piers juntos, que eu chamo, são poços que eu faço e atinjo o lençol d’água e faço, a cada três meses, eu vou fazendo uma avaliação pra ver se teve algum tipo de contaminação. Se há contaminação, eu tenho como intervir e tenho como me recuperar. É claro que eu faço isso tudo pra não ter contaminação, e espero que nunca tenha contaminação, mas, eu tenho que acompanhar. Eu não posso, e nem podem acreditar naquilo que eu estou falando; tem que ter um sistema que vá lá e fale, olha não está tendo contaminação, não está tendo nenhum tipo de risco ao ambiente. Aqui, cada unidade dessa minha, que, também, não via deixar de existir, eu vou ter um centro de... Um laboratório. Eu tenho que, então, cada carga de resíduos que chega, eu tenho que tirar uma mostra, fazer uma análise, pra ver se é compatível, se está tudo correto, aquilo que está indo, levando pra lá. Então, eu monitoro, também, o ar, e monitoro os corpos d’água que existem, água, rios... Enfim. Tudo isso eu tenho que monitorar pra ver se o meu empreendimento está tendo algum tipo de efeito na qualidade ambiental daquela região. Finalmente, eu gostaria de colocar pros senhores, o seguinte: A ESTRE tem o seu instituto, o Instituto ESTRE, que é uma organização de responsabilidade sócio-ambiental. Quais são os focos desse Instituto ESTRE? Os focos são: educação ambiental, coleta seletiva e reflorestamento urbano. Educação ambiental – o nosso centro de educação ambiental, de Paulinha, que é uma das unidades nossas, o ano passado, ela recebeu 14.000 pessoas, que visitaram o empreendimento, entraram no empreendimento, tiveram contato... Crianças da pré-escola, pessoal da pós graduação, pessoal do órgão ambiental de lá, a CETESP, que é equivalente a FEEMA, de lá. Todo esse pessoal teve acesso, foi lá, visitou, entrou no aterro, a gente tem um ônibus que leva o pessoal pra acompanhar, pra ver, pra andar por lá... Isso é uma coisa muito importante, porque ele trás à comunidade a questão ambiental; ele começa a levar às pessoas a questão ambiental, e isso tem um fator, ele começa a duplicar, de uma forma muito interessante.

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Nós treinamos o ano passado, nesse programa de educação ambiental, 1000 professores da rede pública e privada lá, da região metropolitana de Campinas. Dentro do aspecto de responsabilidade do reflorestamento urbano, nós produzimos, o ano passado, 80.000 mudas de essências nativas que nós distribuímos à população. Então, esse foi um outro foco que nós tivemos. Aqui, em Itaboraí, nós vamos colocar um Centro de Educação Ambiental, aos mesmos moldes que nós temos em Paulinha. Igualzinho. Que nós vamos instalar, aqui, e com os mesmos programas pra gente duplicar pro sistema de educação ambiental. E tem um aspecto importante dentro do Instituto ESTRE. Existe do lado na nossa área, dentro da propriedade, existe uma capela, que ela está, hoje, totalmente, deteriorada. Então, é compromisso da empresa, dentro desse programa sócio ambiental, ela vai restaurar essa capela e vai devolver à comunidade pra o uso, aí... Para o uso da sociedade em geral. Gente, muito obrigado! Me desculpem da brevicidade. Eu tentei me manter dentro do tempo.

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Presidente: Antonio Carlos Gusmão: – Muito obrigado pela apresentação, Dr. Pedro. E, agora, o professor Cláudio Mahler, por favor, fazendo a apresentação pela empresa que fez o estudo de campo.

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Professor Cláudio Fernando Mahler: – Boa noite a todas! Obrigado pela presença! [? – 0:38:53] no aterro de Paulinha, independente de [? – 0:39:07], na realidade, é um dos maiores locais de tratamento de resíduos no Brasil. Certamente, para o Estado do Rio de Janeiro, pro Município de Itaboraí, é uma conquista importante. Bom. Dentro do estudo tem alguns pontos importantes. Eu vou tentar ser bastante rápido, para nós seguirmos. A abertura do programa, as diretrizes da FEEMA, [? – 0:39:32], e os objetivos, qualificar e quantificar os impactos ambientais; indicar s medidas [? – 0:39:44] e propor um código de monitoramento de projetos e medidas de proteção. [? – 0:39:53] Bom. Então, é o escopo do trabalho, basicamente. Nós fizemos, aqui, uma etapa básica, que compreendeu a leitura do projeto, a caracterização do ambiente, o meio físico, biótico, socioeconômico, os aspectos legais, planos e projetos co-localizados, avaliação dos impactos ambientais, compatibilidade, empreendimento, planos e projetos co-localizados; avaliação por cenários, atual, tendencial e futura; e determinação das medidas mitigadoras; planos de monitoramento e viabilidade ambiental. Temos elementos de análise e fatores ambientais, a parte de compartimento, fator ambiental, como, por exemplo: Atmosfera: microclima, ruídos, qualidade do ar; Geosfera: morrote, baixada; Pedosfera: fertilidade e produtividade do solo; Hidrosfera: escoamento, canais, áreas inundáveis; Águas Subterrâneas: águas subterrâneas. Vegetação: mata nativa, área de transição, pastagens; Fauna: fauna terrestre e avifauna, espécies peridomiciliares, vetores de doenças – tudo isso foi cuidado. Também, a parte de água... Ecossistemas Aquáticos: ecossistemas aquáticos; Qualidade da Água: qualidade das águas superficiais, qualidade das águas do lençol freático.

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E os elementos de análise, nós temos: Processo: - dinâmica atmosférica; - geodinâmica; - hidrodinâmica; - ecodinâmica (terrestre e aquática); - dinâmicas urbanas, econômicas e populacional. Ainda, os problemas. Nós poderíamos ter problemas, tanto no meio físico, como: assoreamento de canais, áreas degradadas, enchentes, poluição das águas; no meio biótico: desmatamentos, afugentamento da fauna, alteração de ecossistemas, alteração de ecossistemas aquáticos, vetores de doenças; e, por fim, o meio antrópico, que é a ocupação desordenada da área, déficit de infra-estrutura e serviços, geração de resíduos sólidos não tratados, não, devidamente, encaminhados, doenças, sub-habitação, pobreza e insegurança pública. Então, pela metodologia da análise, os elementos da análise: Potenciais: - localização da classe média; - urbanização da classe baixa; - lazer, turismo; - centro comercial; - atividades agrícolas; - atividades minerais; - atividades industriais. Quer dizer, todos esses elementos são analisados com essa metodologia. E com a metodologia nós temos, o que seria o horizonte temporal, a fase 1, que é a fase de implantação. São 6 meses: - Licença de Implantação; - Terraplanagem; - Construção das Unidades. Pra dar início ao trabalho apresentado pela empresa. E a fase 2 – Operação – operação de 20 anos: - Licença de Operação; - Recebimento de destinação final dos resíduos. Aqui, nós vemos o projeto como um todo. Vocês vêem que a concepção dele é uma concepção básica, que a ESTRE definiu que ia ser apresentada pelo Dr. Pedro, mais ou menos, como [? – 0:43:30].

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Aí, vêm as alternativas locacionais e vetores de expansão do município. A gente tem, aí, a área escolhida. A APA de Guapimirim, dá pra ver... A COMPERJ, vetores de expansão e a área central do município, uma distância bastante adequada, como a gente vai poder ver. Então, a área de influência direta, a gente tem esse entorno de três quilômetros, próximo a BR101. E, aqui, uma área de influência indireta de 30 quilômetros. Então, em termos de planos e projetos co-localizados, nós temos os principais: - COMPERJ; - PDBG – bastante conhecido; - Arco rodoviário; - Unidade de Compostagem e Reciclagem de Itaboraí. Então, aqui, o [? – 0:44:39] do nosso Diagnóstico Ambiental: Meios Físicos: - caracterização climática, geológica, geomorfologia, solos e os recursos hídricos da área. Parte Biótica: - caracterização vegetal, fauna, unidades de conservação ambiental. E, por fim, o Antrópico: - Evolução da ocupação, ocupação e uso do solo, evolução da população, as questões econômicas concernentes a isso, infra-estrutura urbana e serviços, arqueologia e o sistema viário. E, daí, nós vemos aqui, por exemplo, o balanço hídrico, em que a gente pode ver que é muito comum, aqui, no Estado do Rio de Janeiro, no período de abril a outubro, nós temos um período de déficit em termos de água, mas, no período de outubro a março, a gente pode ver, aí, março, também, caracterizou o Tom Jobim na sua música “Águas de Março”, a gente vê que a gente tem uma relação significativa em termos de água no mês de março, com uma significativa elevação em termos de chuva. Aqui, nós podemos ver o mapa geológico da área. A caracterização dele... Aqui, o Diagnostico Ambiental em termos de geologia da área. A cobertura bastante comum de solo residual, maduro, argiloso, pequenas camadas de areia fina e, depois, um solo residual jovem suntuoso – esse na cor rosa – e o verde seria um solo residual jovem suntuoso , argiloso, aquelas outras camadas, o que é uma cobertura bastante comum para essa região, que é, até, favorável pra instalação de um aterro aqui. Em temos de geomorfologia regional, a gente pode ver que é uma região com um domínio suave colinoso e tem planícies aluviais. E, aqui, a gente tem o meio físico, também, exatamente, o que eu tinha falado, a geomorfologia local, que detém pequenas colunas, bastante suaves, caracterizando essa região.

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O meio físico, a gente tem a Bacia hidrográfica local, com a sub-bacia do Rio Caceribu, que é uma região, bastante, importante, que vai ser bem protegida no projeto. Aqui a gente tem a bacia de drenagem. Aqui, nós temos, agora, o mapa da vegetação, é toda uma região com vegetação secundária sem palmeiras. A gente tem a agricultura, a cultura permanente, a vegetação anterior já está mais estreita nessa área. O meio biótico, a flora, vegetação local e fragmento florestal, aqui, na área, a gente pode ver a região. E, aqui, o meio biótico, a flora, o aspecto da vegetação predominante. A gente vê que não é uma região com muitas árvores. E, aqui, um pouco da flora da região, o aspecto fragmento florestal que nessa região, aí, vai ser preservado. E, aqui, as unidades de conservação ambiental. Próximo da área, nós temos a APA de Guapimirim, o Manguezal de Itambi, o Parque Paleontológico São José, a Fazenda Mato Grosso, a APA de Maricá já está bem distante... Serra da Tiririca, e a APA da Bacia do Rio Macacu e o Barbosão que, também, estão distantes da área. O meio Antrópico, o uso e a ocupação da área, também, nós examinamos como é que seria a ocupação dessa área. A gente tem matas a uma distância e áreas urbanas, também, a uma distância, bastante, grande da área do aterro de Itaboraí. E, aqui, o meio Antrópico – sistema viário de acesso é, extremamente, favorável, porque ali tem ruas e formas de chegar ao aterro por vias sem grandes problemas de acesso. E a avaliação por impacto, de impacto relativo, foi identificado vinte e cinco impactos, sendo que oito de elevada importância: - Aumento da demanda por infra-estrutura; - Desgaste dos sistemas e serviços; - Emissão de gases que é também um possível impacto; - Atração de espécies da fauna; - Desvalorização dos imóveis é um fato, que é possível mas não necessário; - Incômodo à população; - Aumento do trânsito de veículos; e, realmente, - Acidentes de trânsito são possíveis impactos. E impactos positivos. 11 com elevada importância dos 14 identificados: - barreira à ocupação urbana desordenada; - aumento da renda média da região; - melhoria da situação sócio-econômica da região;

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- geração de empregos; - implantação de controles urbanísticos; - aumento de arrecadação de impostos para o município de uma forma significativa; - maior oferta de serviços; - redução da degradação ambiental; - contribuição à redução do efeito estufa; E eu diria, até, outro, que não está aí, que é a parte da solução na questão dos resíduos [? – 0:50:39], que é um fato importante pra você resolver esse problema. Avaliação da compatibilidade planos e projetos co-localizados – relaciona-se de forma positiva, seja direta ou indiretamente, com o empreendimento, estando em conformidade direta com a maioria deles. Um próprio exemplo semelhante é o caso de Paulinha, em que o aterro, lá, teve impacto, extremamente, positivo pra toda a região. E a avaliação do cenário: O cenário atual, um resumo, foi estudado e, no caso, não vai dar pra apresentar tudo agora. - Resumo das características do ambiente local; - Cenário tendencial, que vai ser uma intensificação da ocupação urbana, que tem que ser bem administrada pela prefeitura pra ter um desenvolvimento favorável para toda a região; - Cenário futuro com o empreendimento no seu Estado como o CTR – Itaboraí. O cenário-empreendimento demonstra que o CTR – Itaboraí, contribuirá, de forma decisiva, para a melhoria da região, possibilitando uma melhoria da qualidade de vida e do desenvolvimento, do desempenho econômico em toda a região. Em termos de medidas mitigadoras, essa do impacto já foi apresentada pelo Dr. Pedro: - sistema de impermeabilização da célula de disposição dos resíduos sólidos urbanos; - a cobertura dos resíduos sólidos urbanos com material inerte, que é uma solução, extremamente, adequada, e eu tenho diversas soluções e isso certamente digamos que é a sempre a mais adequada no caso; - sistema de coleta e tratamento dos gases do chorume; - sistema de drenagem das águas pluviais; - projeto de controle geotécnico pra garantir estabilidade do conjunto etc.; - implantação de autoclave para resíduos do serviço de saúde; - manutenção preventiva de caminhões e máquinas, isso também faz parte como medida mitigadora; - cobertura dos caminhões de transporte com lona, pra evitar poluição ambiental no transporte em áreas próximas ao aterro; - implantação dos projetos de re-vegetação, paisagismo e cinturão verde; - implantação do plano de monitoramento das áreas verdes.

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E ainda dentro dos planos de monitoramento, nós temos o controle geotécnico maciço de resíduos sólidos urbanos; a questão das águas superficiais e as subterrâneas sendo controladas; o sistema de drenagem de águas pluviais; o sistema de drenagem e controle de gases e percolados, para limitação da emissão de metano e etc.; sistema de tratamento de chorume e esgoto sanitário; controle da qualidade da água, controle da qualidade do ar, controle das áreas verdes como foi bem colocado antes, também da questão da educação ambiental. A questão da viabilidade ambiental – estamos chegando ao fim – é viável o nível que prenuncie ou estar conforme o projeto proposto e conforme a tese que teria que recolhe-los que claramente eles sempre dão bons resultados. E que adotem, evidentemente, as medidas mitigadoras, aqui, citadas, e os planos do monitoramento que foram propostos aqui no [? – 0:54:14]. Eu queria agradecer a todos e estamos prontos para as perguntas. Obrigado!

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Presidente: Antônio Carlos Gusmão: – Muito obrigado pela apresentação do professor Cláudio Mahler, e agora a palavra passa para o analista ambiental do INEA, Sr. Dyrton Belas da Silva que vai apresentar quanto ao procedimento do licenciamento está se transcorrendo. Muito obrigado!

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Dyrton Belas: – Bom, boa noite a todos! A princípio... pedir desculpa porque eventualmente eu vou falar Feema, ao invés de INEA, porque são trinta anos de Feema pra três meses de INEA. Bom, enquanto ele coloca a apresentação, informar a vocês que o que está se discutindo aqui é uma licença prévia, a apresentação é pra isso. O órgão vai se colocar se ele é favorável ou não ao empreendimento, se há viabilidade ambiental para a instalação desse empreendimento. Essa licença se for concedida, ela não autoriza o empreendedor a mexer uma palha do outro empreendimento, isso é objeto de uma segunda licença, que a licença de instalação, onde vão ser vistos todos os projetos detalhados. Aí, é a apresentação do processo de origem ao “20224707”. Eu vou falar rápido porque vários desses assuntos já foram tratados. Isso aí é seqüência lógica, foi quando ele deu entrada no requerimento de licença, foi em 07/2007. Em 03/2008 foi emitida a inspeção técnica pra apresentação do EIA/RIMA. Em 07/2008 foi dado o “aceite” para análise do EIA/RIMA. Em 02/2009 a deliberação CECA marcando essa audiência. E no dia 12, hoje, a audiência pública. Qual o objetivo dessa licença? Na verdade, é pra implantação de um centro de tratamentos de resíduos. Ela está sendo baseada em uso e ocupação de solo, observando todos os impactos positivos e negativos, de acordo com o processo que me vinculei a apresentar. Bom, quais são as principais características do Centro? Destina-se ao tratamento de resíduo, processamento de cinco mil toneladas de resíduo doméstico; há uma unidade de armazenamento temporária que já foi apresentada todas essas unidades, a unidade de triagem e armazenamento temporário também pra reciclagem, uma unidade de triagem, armazenamento e beneficiamento da construção civil, uma de biorremediação de solo contaminado, e uma unidade de desinfecção de resíduo de saúde. O que é essa coisa de desinfecção? É um processo de autoclave, que, na realidade, torna esses resíduos inertes e eles podem ser dispostos no aterro.

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A avaliação da equipe técnica. Eu vou falar da equipe técnica assim, são vários profissionais, várias formações, nós temos aqui uns cinco. Temos engenheiro ambiental, engenheiro químico, temos químico, temos geólogos... E é uma parte importante dessa avaliação... Temos biólogos. No meio físico, foi avaliada geologia regional, local, a geomorfologia, hidrogeologia, hidrologia e climatologia. No meio biótico, que foi observado que a cobertura da área dominante é formada por pastagem cultivada, que é usada como suplemento alimentar pra gado. E também, a ausência de um lugar de conservação e a auto preservação permanente. No meio antrópico, que a gente está colocando, também, meios econômicos, a localidade está no Distrito de Cabuçu, de forte estagnação econômica devido a agro-pecuária. Ainda de acordo com EIA, a gente pega uma estrutura de composição do lixo semelhante ao usual, nessa área não há nada que seja diferente o convite encontrado certo. Existência mesmo afastado de sítio arqueológico e patrimônio histórico cultural. Agora, os aspectos a nivel de poluição que a gente observou na análise. A parte [? – 0:59:01] da água, foi separado em instalação e operação. Em relação às emissões atmosféricas na fase da instalação, a parte de terraplanagem e tráfego de veículo nós vamos ter a emissão de particulado, devido a essa movimentação. E o controle proposto foi a umidificação das vias internas por meio de caminhão pipa e captação de água pluvial no local. E a emissão de gases de combustão de veículos. Na realidade, esse controle é feito por regulagem periódica no veículo, tem a vistoria anual do DETRAN que controla essas emissões. Na fase de operação – aí, nós separamos, exatamente, pelas unidades que foram apresentadas como possíveis instalações dentro do CTR. Então, na unidade de Biorremediação, a gente tem emissão de hidrocarboneto, material particulado [? – 0:59:50] e encaminhamento ao tratamento constituído de biofiltro. O que é que a gente [? – 1:00:01], ele agora informa que ele vai ter este tratamento, a gente entende que esse tratamento é um tratamento usual, necessário e suficiente pra não termos emissão. Mas, o detalhamento do projeto é apresentado numa outra fase. Na unidade de armazenamento desinfecção de resíduo, nós colocamos “possíveis” porque o caráter operacional não é tão simples, então pode haver a emissão de odores característicos na despressurização da autoclave. E não há nenhuma previsão de se estabelecer um contrato controlado na unidade quer dizer, o projeto é um sistema fechado que a gente tem que olhar o detalhe desse projeto pra verificar o melhor controle possível.

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Unidade de drenagem, nós temos a emissão de voláteis e material particulado. E a implantação de coifa e biofiltro, também é entendida como necessário o suficiente. A unidade beneficiamento de resíduos da construção civil, a gente tem a geração de particulado proveniente, no caso da blendagem, moagem e peneiramento. O controle proposto foi a implantação do sistema de aspersão com água de forma a evitar a emissão. Vocês viram no detalhamento da apresentação do empreendedor, o detalhamento de como funciona. O aterro sanitário, propriamente dito, vai receber os resíduos da parte social, então nós temos a emissão de gases proveniente da decomposição anaeróbica e da fração orgânica dos resíduos. O sistema de controle é a implantação de drenos verticais centrais com espaçamento e queima de biogás gerado no aterro. A unidade de recicláveis nós temos também uma possível emissão de material particulado durante a operação de alimentação dos silos. E o controle não há nenhuma previsão de controle, uma vez que é bastante falar em galpão fechado. A gente entende que, se houver a emissão, ele fica restrito ao interior do balcão. Agora, em relação aos efluentes líquidos. Na fase de instalação nós temos a geração de efluentes sanitários – os funcionários que vão trabalhar, dos operários, e a proposta é fossa asséptica e filtro anaeróbico e posterior em redução de carga orgânica serão infiltradas no sumidouro. Uma possível geração de efluentes oleosos provenientes da área de manutenção de veículos. Por que a gente bota “possível”? Porque o ideal é que não ocorra, mas pode ocorrer, em ocorrendo ele vai ser tratado em um conjunto separador de óleo. Já na fase de operação, nós continuamos tendo efluentes sanitários provenientes dos funcionários que vão trabalhar. E, aí, os líquidos sanitários serão recolhidos e encaminhados pra uma estação de tratamento, serão reutilizados para a questão do aterro após o tratamento. Essa é proposta do empreendedor que é assim que trabalha num círculo fechado. Efluentes gordurosos provenientes do refeitório. Ele vai ser tratado em caixa de gordura e também, depois, direcionado pra estação de tratamento. Uma possível geração de percolado da unidade de biorremediação de solo contaminado. Aqui a gente está colocando possíveis, preste bem atenção. Os líquidos gerados nesse local serão encaminhados através de canaletas a serem implantadas no local para caixas de acumulação. Normalmente, o que se faz é que esse efluente ele volte pra drenagem, e não havendo emissão, não há isolamento de efluente.

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E a geração de eventual lavagem dos coletores de resíduos de saúde do piso da unidade: Os efluentes gerados no local serão encaminhados pra uma caixa de acumulação, depois direcionado a estação de tratamento de afluentes e serão reutilizados na asperção do aterro, fechando o ciclo. O mesmo sistema dos outros. Ainda teremos a geração de água pluvial proveniente da área de intervenção do empreendimento, isso vai ser a colocação do sistema de drenagem local de águas pluvial, que é um conjunto de rede de caráter permanente ou do provisório, que pode ser alterada na medida em que o empreendimento for crescendo. Isso é uma obra dinâmica, a medida que o empreendimento vai ser reconstruído há uma mudança. E geração de lavagem das rodas de veículo. Os efluentes são encaminhados pra caixa de acúmulo e depois pra estação de tratamento e a mesma situação, aspergidos sobre a massa de lixo. Ainda na fase de operação, percolado na unidade de reciclável, e esse percolado será levado por meio do sistema de drenagem que vai conduzir a estação de tratamento. E uma possível geração de água pluvial contaminada da área de abastecimento de veículo, se houver, a caixa separadora de óleo é o suficiente. Aí, vem a parte principal que é o percolado gerado no maciço do aterro, ele vai ser captado no sistema de drenagem e vai conduzir a estação de tratamento, e, depois, a aspersão sobre a própria massa. E a estação de tratamento proposta, quer dizer, qual o sistema de tratamento proposta ele compõe de um reservatório com aeração; caixa separadora de sólidos; flotadores; tanques homogeneizadores; tanque regulador, reatores ou filtros biológicos e tanque de lodo. É um processo usual bastante conhecido, bastante atestada a eficiência dele, a gente não vê nenhum problema. A gente não tem isso detalhado. Isso será objeto da licença de instalação. Os resíduos, nós colocamos – e, aí, terminando – na fase de instalação vai haver um gerenciamento desse resíduo, classificação, armazenagem temporária e encaminhamento. Na fase de operação, a própria razão do empreendimento dispõe os resíduos, então, não há necessidade, o controle é o próprio empreendimento. Em relação a ruído, tanto na fase de instalação e operação, o grupo identificou que a maior fonte é da movimentação dos veículos, embora devido a distância com o receptor, que é a população, e a proposta já apresentada de um cinturão verde, esses problemas vão ser minimizados, a gente tem idéia aqui que depois da operação não vai gerar nenhum tipo de problema.

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As medidas mitigadoras propostas, foi nós que atendemos como devem ser colocados, é um controle de emissão atmosférica na fase de implantação e empreendimento, que constitui a aspersão da umidificação das vias de acesso interna e externa; a implantação já do projeto de vegetação e paisagismo e cinturão verde; controle de espécie nativa da região; e ameniza a temperatura, retenção de poeira, gases e ruídos. Então, quer dizer, é um projeto bastante simples e bastante efetivo. Uma outra medida mitigadora, são as operadoras das máquinas de terraplanagem por utilizar os EPI’s; e no transporte cobrir material inerte (solo para recolhimento de lixo) com a lona, a fim de evitar queda. Também, na realização do plano de monitoramento das manchas de vegetação nativa que se formam numa das áreas de empreendimento que vai ser preservada e implantar um sistema de coleta e queima de gases, projeto de drenagem nas bancadas do aterro, tem que ver a parte da intervenção de modo a evitar o escoamento livre de água pluvial. Na idade antiga, chama-se dissipação de energia. A conformação dos taludes deverá ser realizada com critério, de modo que a medida que forem sendo geradas na área, sejam concomitantemente plantados espécies vegetais de crescimento rápido. A conclusão do grupo: Em relação ao meio físico, ele é favorável a instalação do empreendimento considerando que o local apresenta naturalmente características positivas para tal fim. O comportamento intermitente do aqüífero freático local , pacote sedimentar pouco espesso, proximidade de um arcabouço rochoso e ausência de drenagem superficial significativa. Em relação ao meio biótico, a implantação do empreendimento se dará em área totalmente improvisada, instituída de atributos naturais que justifiquem a sua conservação. A construção CTR operação causarão modificações na paisagem, porém não haverá supressão de vegetação e não deverá provocar degradação no ambiente. Em relação a parte sócio-econômica – ele vai trazer mudança significativa contusa a ação no espaço do solo, ocasionando mudanças na dinâmica espacial e particular na ADA, que poderão ser controlada com a pressão das mitigadoras propostas pelo empreendedor e que, algumas, nós estamos sugerindo. Com base na avaliação apresentada no EIA, concluiu-se que a implantação do empreendimento é viável, que eventuais impactos negativos sobre o meio físico e sócio-econômico, serão passíveis de atenuação nas fases de implantação e operação com o cumprimento de todos os programas ambientais de recuperação do controle, medidas mitigadoras, e planos de monitoramento recomendados. A gente está colocando isso.

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O parecer é de caráter preliminar e depende dos resultados a serem obtidos ainda na audiência pública. Entretanto, pode-se adiantar que diante da avaliação do grupo de trabalho a implantação do empreendimento possui viabilidade sobre o ponto de vista ambiental, observadas, evidentemente, as condicionantes formuladas. Essas são algumas que nós consideramos as mais importantes que o empreendedor na fase de requerimento de licença de instalação, se empreendimento for passível da emissão da licença prévia, aí vai ser necessário requerer a licença de instalação. Então para a licença de instalação, ele deverá apresentar, dentre outros, os seguintes programas: - programa de monitoramento de aterro; - programa de apoio as cooperativas de lixo e reciclagem e outros para áreas agrícolas da AID, estabelecendo parcerias e ignorando os impactos com possível desvalorização imobiliária. - programa de vigilância e controle operacional do aterro; - o programa de comunicação social – mas, aqui já estamos identificando duas estratégias de ação, uma horizontal, com os empreendedores locais e sociedade civil organizada, por meio de realização de campanhas de comunicação social e coleta seletiva de lixo. E uma segunda atuação com articulação institucional (verticalizada) no sentido de propor melhorias na infra-estrutura urbana. Ainda no programa de gestão ambiental e programa de monitoramento proposta no EIA, com detalhamento dos projetos e apresentação do cronograma físico. Um programa de procedimento de segurança a ser adotado nas obras de instalação de cada poço e captação de gás e chorume, privilegiando a estabilidade do maciço. Um programa de transporte e manutenção que contém a implantação do centro de controle operacional pra monitoramento dos veículos responsáveis pelos transportes de carga e de trabalhadores, a implantação de uma base de apoio operacional, inventário de um plano de melhoria das estradas vicinais que dão acesso ao empreendimento, um sistema de sinalização detalhado tanto em relação aos acessos internos quanto aos externos, em relação a localização do empreendimento para minimizar impactos de tráfego de veículos. Isso tem tudo a ver com a própria avaliação do EIA já coloca como possíveis impactos problemas no trânsito, problema de... Então, o que a gente está colocando são programas que visam atenuar essa condição. E, agora já na forma de projeto. Um projeto sistema de controle das emissões atmosféricas. Um projeto eu vou explicar por que, é um conceitual de monitoramento de calor de efluente líquido, gasoso e na fase de encerramento do aterro.

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Se esse processo vier a ser a ser realizado, a proposta inicial, quer dizer, o período de vida útil são trinta e quatro anos, a gente exigir hoje do empreendedor que apresente um projeto que vai ser levado a cabo daqui há trinta e quatro anos, é um abuso da nossa parte, porque daqui há trinta e quatro anos as técnicas são outras, os procedimentos são outros... Esperamos que as tecnologias melhorem ainda mais, porque a gente precisa de um projeto conceitual. Um projeto de controle pra evitar o carregamento e o transbordamento de material pra via pública. Um projeto de controle pra reduzir o nível de ruído proveniente da execução das obras e o fluxo de veículos durante as obras de implantação. Um projeto de paisagismo de barreira verde, respeitando os limites propostos no EIA, com uma largura de 20 metros no mínimo na área do empreendimento, sendo que na parte leste deverá ter 100 metros, ambas com espécie nativas. Contemplar no projeto a lista de espécie vegetais a ser utilizados, sua distribuição e cronograma. Um projeto de monitoramento de águas subterrâneas, considerando o ciclo hidrológico, monitorando as épocas de maior índice pluviométrico. Um projeto que o empreendedor já se propôs a apresentar, que é o aproveitamento energético do biogás. Um projeto de tratamento do percolado, mas aí já o projeto detalhado, dimensionado e também, quando o requerimento de LI, o modelamento geofísico da área do maciço, e a recomendação pra implantar os postos de captação de gás e postos de captação de gás e chorume na área do aterro com “restrição de uso” para disposição de RSU de forma progressiva, acompanhada por ensaios de campo permanentes, apreciado pela equipe geotécnica responsável pela operação do aterro, de forma a monitorar o comportamento do maciço de lixo, garantindo a viabilidade do prosseguimento do assentamento dos novos poços. Isso aí é porque, como é uma audiência pública, vocês têm dez dias ainda pra apresentar qualquer proposta, qualquer entendimento que você julga importante. A equipe tem esse prazo pra receber, analisar, ver se cabe, ver se, por caso... Porque nós apresentamos alguns itens das instruções, eventualmente algum item que alguém queira incorporar no projeto, se for viável, nós colocaremos e, eventualmente, a gente já pode ter colocado simplesmente pra apresentar. Obrigado!

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Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Muito obrigado a apresentação do colega Dyrton! Deixar claro pra vocês aqui que a audiência pública é o momento que a gente discute o empreendimento que está sendo proposto aqui pelo empreendedor. Vocês já devem estar aí formulando as suas perguntas na folha própria pra isso. Daqui a pouco as pessoas que estão trabalhando aqui na audiência, vão recolher essas perguntas e iniciando a fase da participação da comunidade, da sociedade, eu queria passar a palavra ao nosso Promotor de Justiça, Dr. Tiago, pra fazer as considerações sobre o Ministério Público da tutela de Itaboraí. Muito obrigado!

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Dr. Tiago Gomes: – Senhores membros da mesa, demais autoridades presentes, a todos os cidadãos que aqui se encontram, boa noite! Meu nome é Tiago Gomes, eu sou Promotor de Justiça da Tutela Coletiva do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Muitos de vocês, talvez, não saibam, ainda, pra que serve uma audiência pública e como foi acabado de falar, é, justamente, para que se apresente pra sociedade, pra toda a comunidade local da iniciativa privada e também através do poder público para que tomem ciência do projeto que foi elaborado. É uma oportunidade em que a sociedade como um todo tem de debater diretamente com o Poder Público e com a empresa privada que pretende fazer o projeto sobre todas as conseqüências. Isso é uma forma de demonstrar a presença do Estado democrático de direito. Democracia é isso, é o Governo do povo, pelo povo e para o povo. Então, o povo está presente aqui hoje, tem direito de fazer suas perguntas, escrever suas observações e todas elas serão analisadas e levadas em conta pelos órgãos competentes. O Ministério Público, como eu já disse, tem uma previsão constitucional de proteger a sociedade. O Ministério Público é o guardião do estado democrático de direito e através de um Promotor de Justiça que está interessado em prover a ordem jurídica justa. A Promotoria de Tutela Coletiva é aquela promotoria que trata dos direitos difusos, coletivos, individuais, homogêneos. Dentre esses direitos, para os cidadãos possam ter ciência do que se trata, estão aqui os direitos do consumidor, está aqui a questão da improbidade administrativa, da corrupção do Poder Público, da questão do contribuinte e, finalmente, do que nos interessa hoje, a questão do meio ambiente. O meio ambiente, ecologicamente, equilibrado, é um direito de todos. Isso está escrito na própria Constituição lá no artigo 225. Obviamente, o Promotor de Justiça, que ora vos fala, não tem conhecimento técnico, não é formado em engenharia ambiental, em biologia... Pra poder debater aspectos mais específicos do projeto que foi apresentado. No entanto, o MP conta com órgãos chamado de GATE, que é Grupo de Apoio Técnico, que está representado aqui hoje na assistência pelas doutoras Simone de Alvarenga e Gisele de Lima, que são engenheiras sanitaristas e biólogas do Ministério Público. Baseado nesse projeto inicial que foi apresentado, esse estudo de impacto ambiental, as nossas engenheiras do Ministério Público fizeram um parecer preliminar. Esse parecer preliminar, inclusive, Senhor Presidente, agora eu aproveito a oportunidade pra requerer a juntada, pra constar em ata, esse parecer preliminar conforme o INEA, por hora, é favorável à licença prévia que está sendo requerida. Por que?

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Porque, por ora, ainda não foi apurado nenhum fato concreto grave que desautorize essa licença prévia. No entanto, existem algumas observações que o Ministério Público gostaria de fazer. Obviamente aqui, eu estou usando o parecer que foi feito pelas engenheiras, não vou fazer todas as observações que elas fizeram, porque são questões muito específicas e talvez não interessem, tão diretamente, a sociedade. Eu venho aqui fazer algumas observações das mais importantes que eu considerei. A primeira dúvida do Ministério Público é em relação ao licenciamento. Se o licenciamento que está sendo requerido é de toda unidade e é de todo projeto de uma vez só ou se é de cada uma daquelas unidades que foi especificada? Do aterro sanitário, com os resíduos os destinados a reciclagem, da unidade de biorremediação, da unidade de armazenamento temporário e blendagem resíduos industriais, da unidade de tratamento de resíduos sólidos do serviço de saúde etc. Então a primeira pergunta e justamente essa, se você é uma licença única pra todo empreendimento, pra todo projeto, ou se está se pleiteando uma licença específica pra cada uma dessas unidades. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Dr. Tiago, o Dr. quer que seus questionamentos sejam respondidos um por um, oportunamente... Então essa é a primeira pergunta? Dr. Tiago Gomes: – Essa é a primeira pergunta. Dyrton Belas: – Dr. Tiago, a licença prévia é pra todo o complexo, todas as unidades, ela abrange todo o sistema. É biorremediação, resíduo de saúde, todos eles. Dr. Tiago Gomes: – A licença de instalação também é sempre geral ou é específica? Dyrton Belas: – Não. A licença de instalação ainda é um objeto pra o empreendedor requerer. Se o órgão entender que com os projetos apresentados, todas as unidades são válidas, ele pode dar licença pra todas as unidades. Se entender, por exemplo, “não, olha o projeto pra tratamento de resíduo de saúde não está bom”, o órgão emite pra todo o resto e não emite pra saúde, mas isso é uma segunda fase. A primeira, o empreendimento como um todo está sendo licenciado, mas isso não garante a ele que ele tenha licença de instalação para todas as unidades no terreno. Dr. Tiago Gomes: – Na verdade, todas as perguntas e observações que eu vou fazer agora estariam mais, realmente, relacionadas a segunda fase. Com relação a segunda fase a gente viu que, por ora, não tem nada a opor.

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E a principal preocupação do Ministério Público aqui, é em relação as medidas mitigadoras, que já foram bastante expostas, e principalmente daquelas medidas compensatórias. Eu acho que num segundo momento seria interessante a gente especificar quais seriam essas medidas compensatórias. E aqui, o próximo assunto em relação a essa medida compensatória, em relação a implantação do cinturão verde. Como já foi dito, a importância do cinturão verde é consenso, e o estudo prevê a implantação desse cinturão em 20 metros junto ao cercamento do empreendimento e de 100 metros na porção oeste onde há uma ocupação humana. Aí, as peritas fizeram aqui um grande comentário que, em resumo, o Ministério Público recomenda que seja feita uma faixa, no mínimo, de cinqüenta metros ao longo de todo o perímetro do empreendimento Dyrton Belas: – A recomendação, com certeza, vamos olhar e vamos avaliar a possibilidade. Agora o cinturão verde não é uma medida compensatória, ela é uma medida mitigadora. A medida compensatória, ela é estipulada por valor. Ou seja, é feito um cálculo pela legislação, tem todo um forma pra calcular que diz que o cálculo, digamos, chegue... Porque vai de meio por cento a 1,1 do investimento. Então, é feito o cálculo e é determinado, por exemplo, digamos que chegue a 0,7, então é 0,7. Na fase de requerimento de licença de instalação, ele assina um documento para o pagamento desse montante em parcelas, não é muito da instituição, só estou assim esclarecendo. E essas medidas compensatórias são definidas não pela instituição, mas pelo grupo de trabalho que existe dentro da secretaria com vários representantes de outros entes públicos que define aonde vai ser aplicado aquele recurso. Dr. Tiago Gomes: – Na verdade, essas observações e recomendações que o Ministério Público está fazendo são direcionadas ao povo. Ao INEA... Ao executivo. É, tem uma observação, também, em relação à recomposição vegetal. O estudo informa o que será feito na recomposição vegetal que visa, basicamente, a formação de bosques e matas com fins ecológicos. No entanto não consta no EIA a proposição de um projeto de recuperação ambiental. Esse contexto é a implantação da barreira verde possui uma concepção extinta de um projeto de restauração ecológica que deve objetivar a recuperação do ecossistema e de processo ecológico, enquanto uma barreira verde visa a mitigação de impactos negativos do empreendimento. Aí, por fim, as peritas concluem, aqui, ressaltando, que no interior da área do empreendimento ao fragmento de mata atlântica, que deve ser adensado e escondido de forma a possibilitar a preservação da fauna e da flora. Essa seria uma das medidas compensatórias sem ser pecuniárias que o Ministério Público entende que seria recomendável.

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Dyrton Belas: – A gente acata a sugestão mas, essa previsão já foi feita em relação ao empreendedor, em relação da manutenção dessa faixa que tem mata atlântica. Dr. Tiago Gomes: – Exatamente. Os peritos realmente falaram que já foi feito, mas, no entanto, a gente acha que seria mais interessante se numa segunda fase a gente pudesse especificar mais essa forma... Dyrton Belas: – Sim, mas isso vai... A resolução, inclusive a recuperação dos [? – 1:24:42], consta isso, também. Dr. Tiago Gomes: – A próxima observação seria em relação aos recursos hídricos e a área de preservação permanente. Os nossos peritos destacaram que o entorno de nascentes e dos cursos d’água que são áreas de preservação permanente, e que representa restrições legais e ambientais a ocupação do terreno. O estudo do impacto ambiental não apresentou um mapeamento dessas áreas de preservação permanente, não considerando a supressão dessas áreas protegidas com um impacto negativo do empreendimento. Conseqüentemente não apresentou medidas mitigatórias e compensatórias. Dyrton Belas: – Então, um desses pode ser. O EIA/RIMA não identificou e a vistoria da equipe do INEA ao local, não identificou nenhuma nascente e nenhum córrego, nada na região. Então, talvez por isso não tenha sido observado, porque não há. Dr. Tiago: – A observação pode ter sido feita, provavelmente, em razão da grande extensão, é uma área muito grande. Dyrton Belas: – Sim, sim. Dr. Tiago Gomes: – A próxima observação aqui é em relação ao abastecimento d’água. O EIA informa que a água a ser utilizada será fornecida em caminhões tanque, e armazenada em cisternas. Aponta se há viabilidade dessa concepção de abastecimento de água a longo prazo. Como o Sr. Mesmo disse, é um projeto que tem previsão aí de 34 anos, é obvio que todo esse período vão haver muitas mudanças que devem ser levadas em consideração, mas, também assim a título de sugestão e de debate já no segundo momento, o Ministério Público propõe pra nós discutirmos, se não seria viável, ao invés de colocar um caminhão pipa, que pudesse ser feito um convênio, um acordo, um contrato entre a

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empresa e a Cedae ou o município de Itaboraí, afim de que pudesse levar água a região, seria também uma maneira de beneficiar a população. Dyrton Belas: – Nesse aspecto, é melhor a gente aguardar a proposta do empreendedor. A gente pode ver até isso mais tarde. Mas, a principio, o abastecimento de água quando ouve se falar em caminhão pipa é porque é basicamente pra consumo humano. A outra água que ele vai tratar ele... tem até um projeto que não foi colocado em momento nenhum porque vamos dizer assim, me parece que ainda é uma idéia, é o reaproveitamento e até a venda dessa água que foi tratada, mas, evidentemente, não é pra consumo humano. Essa água vai ser ou pra uso industrial ou qualquer outra coisa. Então, essa fonte de abastecimento do caminhão pipa com cisterna é, basicamente, pra consumo humano, até porque é água de sanitário, é água que ninguém usa, isso não tem problema. Então, dependendo da quantidade de gente, de funcionários, que vão trabalhar efetivamente no CTR, o empreendedor tem que fazer um balanço se vale ou quanto é que custa trazer a água de fora. Mas, é uma idéia, acho que o empreendedor pode levar isso em consideração pra ver se viabiliza alguma coisa no requerimento de licença de instalação. A gente gostaria muito, se for positivo pra sociedade é melhor. Dr. Tiago Gomes: – Pois é, aqui tem outras observações, mas são muito específicas, são muito técnicas, eu acho que não caberia o debate agora aqui nesse momento. Esse parecer do Ministério Público, deve ser prévio o debate, são sete notas impressas, vão ser disponibilizadas aqui tanto pelo Enéias quanto por um empreendedor pra análise, e se a sociedade, a comunidade quiser ter contato direto com esse parecer, pode comparecer na sede do Ministério Público que fica do lado fórum aqui, a Promotoria de Tutela Coletiva do Meio Ambiente do Consumidor, o controle do [? – 0:1:28:18] de prioridade administrativa. O Ministério está de portas abertas pra população, quem tiver alguma dúvida pode comparecer lá. Obrigado! Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Bom, então iniciamos os comentários, as considerações, as perguntas... E o Dr. Tiago está encaminhando um documento pra anexar ao processo. Não é isso Dr. Tiago? Então, depois, o senhor encaminha pra gente anexar ao processo. Recebemos, também, o pedido de uso da palavra aqui dos vereadores da região, que parecem que eles, também, querem entregar um documento, alguma coisa pra anexar o processo? Então o representante de vocês pode fazer uso da palavra. Quem vai fazer?

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Vereador Geraldo Saraiva: – Boa noite a mesa representante, empresários, funcionários estaduais, ao representante do Ministério Público e a platéia presente! Inicialmente, me apresentando, eu sou Geraldo Saraiva, vereador com seis mandatos no município de Itaboraí e tivemos a surpresa de só tomar conhecimento desse projeto a coisa de quinze dias atrás, quando um grupo de vereadores foi convidado a Paulinha que eu não pude comparecer, inclusive, para conhecer o projeto. O que nos causou surpresa inclusive, surpreendendo a todos nós aqui a pouca presença de público, perfeitamente, explicável. Primeiro porque o convite foi feito no jornal municipal é, que sai quinzenalmente num pé de página. E as pessoas presentes aqui, a maioria foram convidados pela própria câmara, porque se os vereadores se aqui retirarem seus convidados, praticamente só teremos aqui noventa por cento de público de outros municípios. Aí, o que pode ser perfeitamente comprovado, porque ali no estacionamento setenta e oitenta por cento dos carros que eu tive o cuidado de observar são de veículos com placas não de Itaboraí, estranho pra uma audiência pública que mexe com os interesses da população como um todo. Mas, gostaríamos de dizer também que foi dito aqui por um morador, essa audiência foi solicitada pela sociedade. Que sociedade? A câmera municipal de vereadores eleita pra representar o povo desconhecia, totalmente, o projeto, foi tomar conhecimento há quinze dias atrás. Itaboraí recebeu recentemente de uma das suas extremidades, um projeto que ocupa dez por cento de seu solo o COPERJ, numa outra extremidade agora, recebe um aterro sanitário. A pergunta é: Qual a terra que vai sobrar depois disso tudo para os empreendimentos habitacionais, para a indústria, para o comércio? Porque pra nós vereadores, sinceramente, esse aterro sanitário é um presente de grego! Sobre o aspecto da legalidade, o senhor representante do Ministério Público, estranha-se que esse projeto tenha chegado até aqui, a partir do momento em que a lei orgânica dos municípios, que é a Constituição de Itaboraí, proíbe com um dos seus artigos que projetos desse tipo, sejam instalados no município de Itaboraí. Então, nós vamos entrar na Justiça, a Câmara Municipal como um todo, porque totalmente o contrário a esse empreendimento, ela desconheceu em momento algum foi ouvido, senhor representante do Ministério Público, em momento algum tomou conhecimento. E, em recente encontro de prefeitos acontecido aqui em Itaboraí na COPERJ, quando dez, doze prefeitos estiveram com o atual prefeito Sérgio Soares, todos eles não aceitaram o empreendimento desse porte em São Gonçalo, Tanguá, Cachoeira de Macacu... Por que Itaboraí? A última pergunta, o que ganha Itaboraí nesse projeto?

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Foi falado aqui que a restauração de uma capela de 60 metros quadrados [? – 0:19:23.7], Itaboraí vai ganhar é a recuperação de uma capela? Isso é muito pouco! Vamos falar em emprego porque isso aí é muito vago e é falar em cima de uma coisa que só o futuro vai responder. Finalmente, a pergunta principal. Foi falado aqui por representante não sei se da FEEMA, do Estado, que isso aqui trata de uma licença prévia, que nada vai ser feito enquanto não vier a licença definitiva. A pergunta é: Qual a certeza que a empresa tinha da aprovação desse projeto, a partir do momento que os familiares da antiga fazenda Itapaquará, disseram que venderam essa área por nove milhões de reais? Não sou eu que estou dizendo, são familiares dos vendedores da área. Então a empresa tinha garantia da aprovação, como é que vai se gastar nove milhões de reais, pra uma coisa que é uma licença prévia. Se pagou-se por uma área, se comprou por uma área, é porque já tinha certeza antecipada de que o projeto seria aprovado. Ou a empresa tem dinheiro pra jogar fora, pra gastar nove milhões, pra depois partir pra uma licença prévia e uma possível definitiva? Não acreditamos que empresa privada nenhuma nesse Brasil, esteja em condições de jogar dinheiro pela janela! De logo seu presidente, nós estamos aqui como representantes, sexto mandato, a Câmera Municipal está presente e em momento algum, senhor representante do Ministério Público, temos conhecimento desse projeto, surpresa total. E oitenta por cento do público presente não reside em Itaboraí. Obrigado! Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Muito obrigado vereador, pela sua contribuição! E quando se faz um licenciamento, quando ele é requerido, uma licença ambiental de um empreendimento dessa natureza, há uma legislação que determina que cópias do relatório de impacto ambiental devem ser distribuídos em diversos órgãos públicos, na Câmara Municipal, na Secretaria de Meio Ambiente... Enfim, em vários locais no sentido de que dê publicidade ao relatório de impacto ambiental. E aqui no nosso processo administrativo aberto, na época na FEEMA, consta que esse procedimento foi atendido.

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Gostaria que o coordenador do grupo de trabalho esclarecesse pro senhor, as épocas e datas que foram entregues esses documentos. Dyrton Belas: – É, eu tenho aqui um ofício encaminhado ao Excelentíssimo Senhor Governador Presidente da Câmara Municipal de Itaboraí – Praça Marechal Floriano Peixoto, 12 – Centro. A entrega desse EIRA/RIMA foi recebido em 17/09/2008, por uma pessoa... não sei, alguma coisa Vargas, é... 852007, essa é a matrícula da pessoa. Consta aqui. Eu tenho encaminhado a comissão de controle do meio ambiente e defesa civil da ALERJ, recebida também no dia 17/09/2008. Temos a procuradoria da república, temos ao Ministério Público, ao IBAMA, à comissão de controle ambiental CECA, a prefeitura municipal de Itaboraí, a fundação superintendência da SERLA e ao IEF. Todos esses órgãos precitados que receberam o EIRA/RIMA. Voz masculina não identificada: – Tem aí a data de publicação do pedido? Dyrton Belas: – Pois não. Publicação do pedido? Voz masculina não identificada: – Pedido de licenciamento. Dyrton Belas: – Pedido de licenciamento? Voz masculina não identificada: – Isso. Tem a data de publicação. A Câmera só recebeu depois que compareceu ao gabinete da secretária do meio ambiente e exigiu. Pode conferir a carta. Dyrton Belas: – A data que está aqui é 17/09/2008. Se o senhor quiser observar, vir aqui, não tem nenhum problema não. Voz masculina não identificada: – Eu perguntei a data da publicação do pedido, comunicando que estava disponível na Câmara de Itaboraí, a publicação do jornal já dizia que esse documento estava na Câmara quando ainda não estava. A Câmara através do seu presidente, compareceu ao gabinete da secretária do meio ambiente pra exigir que a Câmara tomasse conhecimento. O que, talvez, o Vereador Geraldo Saraiva não saiba, porque não era vereador nesse dia, nesse momento. Dyrton Belas: – Sim. Mas, o senhor tem algum documento disso, que é pra poder juntar, aqui, no laudo do processo?

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Voz masculina não identificada: – Que houve o encontro? Dyrton Belas: – É. Porque o senhor disse que foi lá e que apresentou um documento... Pra fazer constar. Voz masculina não identificada: – Posso encaminhar pra SERLA, amanhã. Dyrton Belas: – Pois não. A gente agradece! Voz masculina não identificada: – Eu sou o diretor geral da Câmara de Itaboraí. Eu posso encaminhar pra SERLA, amanhã. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Então, em relação à manifestação, muito oportuna, do vereador Geraldo Saraiva, o único esclarecimento, aqui, é que nós cumprimos o rito, o procedimento da distribuição do relatório de impacto ambiental. Esse relatório de impacto ambiental, também, está na página que a FEEMA, e o atual INEA, mantêm, pra divulgação, mais ainda, pra atingir outras pessoas. As publicações todas foram feitas dentro dos prazos... Quer dizer, a nossa missão, aqui, como Estado, é mostrar pra vocês que o processo de licenciamento, o procedimento de licenciamento, todo o rito está sendo obedecido. Nós estamos aqui pra conduzir uma audiência pública, que é o exercício de cidadania, de democracia, onde todas as pessoas, aqui, vão se manifestar dizendo suas dúvidas. E a nossa missão é esclarecer a parte processual, a parte administrativa. A apresentação do projeto, os impactos, o grau de compensação... Essas e todas os outros desdobramentos, é o que vai ser discutido, aqui. por isso que o representante do empreendedor e o representante da empresa que fez o estudo dos impactos, estão aqui pra esclarecer todas essas perguntas. Essa que é a nossa função. Então, qualquer dúvida... O vereador já disse que recebeu, há 15 dias. Pode... Claro que nós acreditamos na sua declaração. Mas, aqui, tem um documento dizendo que foi entregue em agosto ou setembro. Os outros – 95 comunidades da audiência pública – nós fizemos, independente de a legislação prever. Nós conseguimos uma lista, sempre, com as pessoas dos municípios, e procuramos avisar ao maior número de associações... Estou vendo, aqui, representações... Estou vendo a [? – 0:40:50], estou vendo o CREA, estou vendo várias associações. E são pessoas que estão aqui porque sabiam, porque houve divulgação e publicidade desse pedido de licenciamento.

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Pois não. Voz masculina não identificada: – Teve um processo, um aviso à Câmara de Itaboraí que haveria audiência pública, hoje? Presidente Antônio Carlos Gusmão: – A legislação estabelece que essa audiência pública vai ser realizada, vamos dizer... Hoje é dia 12, não é isso? Isso foi publicado com, pelo menos, dez dias de antecedência, em jornais, no Diário Oficial... Onde a legislação determina. A legislação não determina que a CECA tem que avisar, diretamente, nesse dia para a Câmara – o senhora fala a Câmara dos Vereadores, não é isso? Foi avisado. Está aqui. são 95 entidades que foram avisadas. Quer dizer, nós fazemos isso por um excesso de divulgação. Não há dúvida, pra mim, que esse objetivo, aqui, da divulgação foi atendido e que esse local, aqui, está repleto de pessoas. As pessoas só vêm porque tem conhecimento. E todos os prazos foram obedecidos. Então, o que eu quero dizer pra vocês e pra todas as pessoas, aqui, é que a nossa... Voz masculina não identificada: – A Câmara não foi avisada. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – A nossa missão, que é o que a legislação determina, foi atendida. Isso é o que eu queria deixar claro com vocês. Vereador – Não identificado – Boa noite à mesa! Boa noite senhores e senhoras que estão, aqui, presentes! Parabenizar o Geraldo, aí, pela fala, pelo conhecimento. Eu gostaria de saber por que essa publicação não foi num jornal de grande circulação, e sim, num jornal que sai 5, 50 edital? E gostaria de saber, também, pra deixar claro, aqui, que, segundo um corretor antigo do município, passa pra gente que, dentro dessa área, existem nascentes. E o promotor falou que vocês passaram pra ele que não existe nascente.

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Quer dizer, é muito importante pra gente, o conhecimento do que vocês estão trazendo pra nossa cidade, se a população está de acordo. No momento, o que eu vejo, aqui, é a minoria de uma cidade que, hoje, chega a quase 300 mil habitantes, duzentos e poucos mil. Por que é que aqui tem 50 mil pessoas? Por causa da divulgação da audiência pública. Então, eu gostaria que essa audiência pública fosse marcada, sim, mas, no jornal de São Gonçalo, o Dia, o Globo... Pra que toda a comunidade de Itaboraí tomasse ciência dessa audiência pública. E não num jornal que sai 50 edital e olhe lá. Então, isso é muito importante pra gente. Muito obrigado! Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Passar a palavra, aqui, ao Dr. Thiago, que ele quer fazer um esclarecimento. Dr. Tiago Gomes: – Como foi feita a referência ao Ministério Público, expressamente, 3 vezes, na fala do Dr. Vereador, eu gostaria, só, de esclarecer que o Ministério Público não é advogado de empresa, não é advogado de empreiteiro, não é advogado de FEEMA, do INEA, de qualquer outro órgão Estadual, não é advogado da Câmara Municipal e vereador. O Ministério Público vela pela correta aplicação da lei, de toda a legislação; da lei orgânica, e, acima da lei orgânica, da Constituição da República. Obviamente, se um vereador, ou qualquer cidadão, principalmente, qualquer cidadão, que é a pessoa que está, diretamente, interessada no caso, se essa pessoa estiver inconformada e tiver algum motivo concreto que impossibilite, ou que inviabilize, ou que não autorize a instalação desse projeto, essa pessoa – um cidadão qualquer, ou a autoridade que seja – pode representar ao Ministério Público, onde será instaurado um procedimento e, com toda cautela, com toda calma, com a assistência de peritos, de profissionais, será analisada a viabilidade técnica e a viabilidade social do projeto. Este é o papel do Ministério Público. Que fique bem claro para todo mundo! Antônio Luiz: – Eu queria aproveitar para acompanhar os vereadores e dar os parabéns aos vereadores, por estarem a tomar esta atitude. Porque, de fato, a sociedade civil não foi avisada, as associações de moradores, nenhuma... Foram noventa entidades que foram avisadas pelo senhor presidente desta audiência pública. Nenhuma associação de moradores recebeu um convite. E mais. Vocês estão a ver a distância, o local que estão neste efeito, o transporte que é preciso para tomar para aqui. A maioria de nós, membros das associações de moradores

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não temos como ir embora, temos que agora ir pedir carona as pessoas que estão aqui, que têm carro, que nos podem levar para lá. E então, isto foi feito, para nós não virmos, para a sociedade civil não vir, para as associações de moradores, não virem, então, eu penso que esta audiência pública, ela é feita, para cumprir um termo legal, e não é pra, efetivamente, para cumprir com o seu papel, como diz o promotor público, que nós podíamos um dia, se tivermos algum problema, alguma para denunciar, vínhamos aqui para denunciar. Mas, como isso foi feito para nós não o fazermos, então, também em nome de muitas, e da maioria das associações de moradores, também, nós achamos que o processo estar a começar mal. E não é por acaso que foi entregue em setembro, e agora que a audiência pública, que é para os vereadores que saíram, e os vereadores que chegam... Isto é feito já para nós não termos conhecimento, e então, também nós manifestamos o nosso desagrado com a maneira como o processo está indo. Independentemente de ser bom, ou não bom, ou mais bom ou menos bom, isso é outra historia, mas que o processo está a começar mal, estar a começar mal, e é isto que nós, nos manifestamos contra. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Sr. Antonio Luiz, muito obrigado! Quero só deixar aqui registrado, que entre as associações de moradores e comunidades que foram encaminhados a informação, temos aqui a, AMPEF – Associação de Moradores do Parque Estrada Friburgo, senhor Jacson; Associação Comunitária de Visconde de Itaboraí, o senhor Delcimar; Associação de Moradores de Nova Cidade, senhor Wander; Associação de Moradores do Bairro Ampliação, senhora Sonia Maria; Associação de Moradores do Bairro Vila Esperança, senhora Simone; Associação de Moradores do Gebara, senhor Antonio Luiz; Associação de Moradores do Meu Sossego, senhora Sandra. Então, eu só estou informando para vocês, mas tem aqui, senhor Antonio Luiz, o seu e-mail é [email protected]? O senhor recebeu o e-mail? Então, se o senhor está confirmando que recebeu o e-mail, eu agradeço, e fique registrado que o senhor recebeu o e-mail. Obrigado senhor Antonio Luiz! Tiago Gomes: - Acabou de vir aqui na minha mesa, a perita do Ministério Público, a doutora Simone, e ela me falou que, em conversa informal com os moradores da localidade, que estão aí na platéia, esses moradores então disseram pra ela que, há nascentes sim, de curso de água na área. Então, calma aí pessoal, este é exatamente o objetivo da audiência pública, a gente poder discutir com tranqüilidade, com muito respeito todas as questões ambientais.

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Diante disto, eu gostaria de fazer constar em ata, também, que requer, porque acha que seria bastante viável, uma vistoria conjunta do Ministério Público com o órgão Ambiental Estadual, o INEA, e devido o Ministério Público, diante dessas novas denúncias que chegaram aqui na audiência Pública, e aqui é o local adequado para chegar essa novas notícias, eu gostaria de propor que essa vistoria conjunta, fosse feita o mais rápida possível, o Ministério Público já está a disposição em qualquer data a ser agendada, inclusive, antes da emissão da licença prévia. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Está feito o registro, e eu vou começar com as perguntas que foram encaminhadas. Deixar claro aqui, para as pessoas que estão aqui conosco, que a audiência pública, ela tem vários assuntos que devem ser discutidos, um é a publicidade, o outro é o procedimento do processo, a parte administrativa, que deve ser apresentada a vocês. E a outra é o aspecto das informações, vocês tirarem as dúvidas, em relação ao que foi apresentado aqui. Então, se está questão, referente às nascentes de água já justificam uma vistoria em conjunto, já tivemos aqui um ganho nesta reunião, o qual, da identificação de um aspecto que pode não ter sido contemplado no estudo. Então, esse que é o nosso objetivo, é responder as perguntas, é discuti-las, sempre como o Dr. Tiago frisou, num ambiente de democracia e de cidadania, onde as pessoas respondem, perguntam, esclarecem, com todos tendo espaço para as suas perguntas. Então, aqui, o senhor Bruno Lopes, pergunta: Como fica a relação intermunicipal, no recebimento dos resíduos, que certamente não serão exclusivos de Itaboraí? Então, o senhor Bruno Lopes, morador da Rua Senador Nabuco, pergunta, como que ficaria esta relação intermunicipal, financeira e legal, no recebimento dos resíduos, que, certamente, não seriam exclusivos de Itaboraí. Onde é que está o senhor Bruno Lopes? Esta pergunta eu passo para o empreendedor. ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – O CRT em Itaboraí, vai ser uma prestadora de serviço do município, portanto, ele vai recolher todos os impostos devidos, ele vai recolher ISS, esse é um ponto muito importante, este tipo de empreendimento dá uma geração de 5% de ISS para o município, então, nós vamos recolher ISS e as demais taxas necessárias. Por ser um empreendimento privado, nós fazemos um contato direto com o gerador de resíduos, e a partir daí, fazemos o recolhimento dos impostos, e é uma coisa muito simples de acontecer.

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Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Senhor Bruno, o que o senhor perguntou o senhor ficou satisfeito com a resposta dele? Então por favor, pode vir aqui senhor Bruno. Era interessante que ficasse um microfone móvel ali, que desse mais conforto às pessoas. Bruno Lopes: -Boa noite a todos! Na realidade, nesta pergunta o que eu gostaria de saber é, porque a empresa prestadora de serviço, vai ter seus impostos recolhidos, como qualquer empresa de comércio de mercadoria e etc. Eu queria, saber, na realidade, como é que fica com relação ao município, que poderia receber alguma compensação, ou, se existe algum aparato legal onde inclua este tipo de coisa, porque você vai estar recebendo resíduos de outras regiões de outros municípios. Inclusive, por exemplo, temos hoje um problema sério, com relação à compra de pneus utilizados internacionalmente, então, isso o Ministério Público, inclusive, agindo e propondo acabar com esse tipo de entrada de resíduos, em princípio, não é muito clara. Então, é por aí, que eu fico com essa pergunta. ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Veja bem. Nós estamos propondo não fazer um sistema que vai degradar a qualidade ambiental do município. Muito pelo contrário! Nós vamos fazer um sistema que é reconhecido, mundialmente, como um sistema segundo o que existe de melhor no estado da arte nós estamos colocando aqui. E nós temos a certeza de que não vamos trazer prejuízo ambiental, nem prejuízo pra saúde da população. Portanto, não se trata de trazer resíduo internacional, não se trata de trazer resíduo... Nós vamos trazer resíduo, aqui, da região, vamos trazer resíduo, aqui, das indústrias da região. Então, na verdade, nós estamos ajudando, nós estaremos ajudando a desenvolver a condição social e econômica da região. Portanto, nós entendemos que não precisa ter nenhum tipo de compensação a mais do que nós já estamos prevendo. Eu acho que o que nós estamos trazendo, até agora, a gente acaba visando o seguinte: nós, realmente, somos contra a trazer “lixão” pra cidade. Nós não vamos trazer “lixão”, de forma nenhuma. Nós vamos trazer, sim, uma central de tratamento de resíduos. Em nenhum momento passou pela nossa cabeça trazer lixão. Portanto, quando se fala “lixão”, “não queremos lixão”, “não queremos”, isso não tem nenhum tipo de relação com a nossa empresa. Nós, também, somos contra lixão. Nós,

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também, combatemos lixão. E, pra nós, o maior problema que nós temos são os lixões, que é uma fonte de receita que nós estamos perdendo. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Ainda nós temos 2 inscrições, aqui. E, depois, nós vamos fazer as perguntas... Vamos responder às perguntas que estão escritas. Então, a primeira é o Sr. José Carlos. COOPERLÍNEA – José Carlos Silva: – Boa noite a todos! Meu nome é Jose Carlos Silva. Eu sou da cidade de Paulinha. Sou representante da Comunidade da Cidade de Paulinha. Eu sou representante de uma cooperativa de catadores. Ou seja, hoje, na realidade, nós somos uma cooperativa de profissionais na área de reciclagem. Nós estamos instalados dentro do aterro sanitário de Paulinha, aonde nós temos, hoje, 22 sócios cooperados, e 18 reeducandos, que são presos em regime semi aberto, do Complexo Hortolândia Campinas, lá da nossa região. Voz Masculina não identificada 2: – O senhor é de Itaboraí? COOPERLÍNEA – José Carlos Silva: – Eu não sou de Itaboraí, eu sou de Paulinha, como eu disse anteriormente. Estou, aqui, representando a Comunidade de Paulinha. E eu gostaria de apresentar pra vocês os benefícios que nós temos, lá, em Paulinha, com o sistema de coleta seletiva que nós implantamos e com o processo de triagem. Eu faço parte dessa família que está aqui, é a Família COOPERLÍNEA. São ex catadores, ex donas de casa, ex desempregados, pessoas aposentadas, que, hoje, têm benefícios diretos com relação à parceria feita com a ESTRE Ambiental S. A. mais 110 empresas da cidade; 86 escolas, hoje, que trazem as crianças, têm, efetivamente, a educação ambiental dentro da cidade, e trazem material pra gente. Voz Masculina não identificada 2: – Leva esse pra Paulinha! Leva esse pra Paulinha! Faz outra cooperativa lá. COOPERLÍNEA – José Carlos Silva: – A ESTRE montou pra gente as instalações. Uma coisa que a gente deve tentar entender é o seguinte: todos nós, aqui, geramos lixo. Todos nós, aqui, efetivamente, geramos lixo. E ninguém quer o lixo na nossa residência.

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Eu posso afirmar pra vocês que, se em Itaboraí, hoje, Itaboraí , fizer um trabalho de educação ambienta e coleta seletiva, ela vai gerar, no mínimo, 400 postos de trabalho diretos com a educação ambiental e a coleta seletiva. É isso o que está sendo realizado na nossa cidade! Essas são as instalações que nós temos, aonde nós fazemos um trabalho de processo de triagem dos materiais. Esse material é coletado pela Prefeitura Municipal, é feita a educação ambiental pela Prefeitura e destinado pra nós. Nós temos, hoje, os seguintes benefícios: Ninguém na nossa unidade de triagem ganha menos de R$700,00. Vos Masculina não identificada 3: – Sr. Coordenador! Sr. Coordenador, essa apresentação está prevista na audiência? O senhor falou sobre reversão? Isso é permuta! [burburinho] Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Agradeço muito a sua participação, mas, o objetivo, aqui, não é esse. Eu acho que ele já passou a mensagem dele, dizendo que o empreendimento, na região dele, traz benefícios. Você me desculpa, mas, se for abrir a palavra... Mas, importante. Ele veio passar pra vocês. Passou uma mensagem. Mas, não é o caso de apresentar... Então, está encerrado esse assunto. Eu queria passar a palavra... São 3 inscrições, aqui. espero que as pessoas que falem, agora, comecem a falar, objetivamente, sobre esse empreendimento, que é a certeza que eu tenho que é o depoimento do nosso colega do Partido Verde. Sr. Adelmo, não é isso? Muito obrigado pela sua participação! Voz feminina não identificada: – O Partido Verde não cuida de nada, aqui, em Itaboraí, não!

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A gente está vivendo, aí, numa “merda”, aqui, no município. Estamos esperando resolver alguma coisa. Partido Verde – Sr. Adelmo: – Boa noite aos presentes! Eu sou o presidente do Partido Verde no Município de Itaboraí. Eu tenho, primeiramente, uma pergunta ao empreendedor. Nós sabemos, como foi dito, aqui, pelo Vereador Geraldo Saraiva, que, além dos 9 milhões, a empresa vai investir outros tantos para a construção dessa central de tratamento. A dúvida que nós temos, hoje, é: como é que vai ser feito pra essa empresa ser remunerada? Qual é o objetivo real de remuneração da empresa? Não nos foi apresentado, e eu, como presidente do Partido Verde, é claro, estou, aqui, nesse momento, que, também, só fui conhecedor dessa audiência pública, há 15 dias atrás. Infelizmente, a coisa começou a andar nesse ponto. E, pra terminar a minha colocação, eu gostaria de aproveitar, aqui, a presença do Dr. Tiago, promotor de justiça do nosso município, a pessoa que está incumbida de defender os nossos interesses. Dr. Tiago, o nosso partido, enquanto partido, estará endereçando ao seu gabinete, amanhã, um pedido de nulidade dessa audiência pública, ao qual eu peço o apoio dos senhores vereadores, aqui, nesse momento, diante da manifestação contrária, que está sendo vista. Eu acho que, mais do nunca, até que o senhor tenha a condição de avaliar, de complementar todo o trabalho que está sendo feito, se tem nascente, se não tem nascente... Eu acho que essa audiência pública deveria ser nula de pleno direito a partir de agora. [? – 17:52 – 2º cd] Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Eu estou entendendo que o senhor [? – 0:18:00 – 2º cd]. Está registrado em ata. E, pra fechar, agora, esse bloco de intervenções com a fala, eu queria convidar o colega da APDEMA, o nosso amigo Gil, pra fazer as suas considerações, claro que, naquele tempo que você sabe que é o tempo rapidíssimo... Por favor. Obrigado pela presença!

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APDEMA - Gil: – Boa noite à mesa! Boa noite Gusmão! Boa noite a todos os presentes! Eu já vou fazer direito. Em relação ao projeto, por exemplo, o RIMA, o estudo de todas as alternativas locacionais, especialmente, no tocante à alternativa de não execução. Isso não consta do projeto. Por exemplo, se não for executado o projeto, quais seriam as outras alternativas pro lixo? Isso não consta no RIMA. Não analisou toda a legislação aplicável ao empreendimento e à área do empreendimento, sobretudo, a legislação ambiental. Não contemplou o estudo EIA, importante plano para as questões de programas governamentais. Não tem o EIA no projeto. Não abrangeu, o estudo, a bacia hidrográfica, compreendendo, seriamente, ao estudo. Quer dizer, a bacia hidrográfica não foi contemplada, inclusive, o comitê da bacia hidrográfica não foi comunicado. Eu faço parte do comitê, inclusive, o vice presidente do comitê da bacia hidrográfica da Baía da Guanabara. Nós não temos qualquer informação, a não ser aquelas que nós fomos buscar em relação ao projeto. Na questão do estudo do meio sócio econômico, não está clara a localização do empreendimento, em relação ao uso e ocupação do solo municipal. Não foi realizado o estudo de sinergia, previsto na legislação. Então, isso é em relação ao RIMA. As perguntas que eu anotei, aqui, tipo: Qual o valor da tonelada paga? Qual o valor da tonelada compactada, que terá que ser pago por esta sociedade? Na questão do tratamento do entulho, a Resolução 307 do CONAMA determina que o entulho seja tratado na fonte. Se tem um prédio sendo construído, ele tem que ser tratado no local. A partir do momento em que você retira esse entulho e que leva esse entulho pra ser tratado em outro local, você está descumprindo o CONAMA, porque está lançando material particulado na atmosfera e ficamos com nossa bacia aérea comprometida. Então, rasgamos a resolução do CONAMA.

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De onde virá o material para fazer a cobertura? Nós não conseguimos, também, detectar. Porque, se não, você fica destruindo um monte de morro pra aterrar lixo. Então, você provoca a destruição pra aterrar lixo. Não está claro da onde vem esse material pra fazer esse aterramento. E, pra fechar, pra fechar, rapidinho... Aí, é uma pergunta em relação ao senhor Cláudio Mahler. Se ele é consultor do empreendimento? E, se ele é consultor do empreendimento, e, aí, ao Ministério Público, como é possível um servidor público, no caso, porque ele é diretor da FAPERJ, ao mesmo tempo ser consultor de um empreendimento? Eu queria um esclarecimento, porque, eu acho que, aí, também, tem um conflito jurídico nesse processo. Obrigado! Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Então, as perguntas que o nosso colega da APDEMA fez, você fez muito corrido, de fato, me é impossível guardar. Mas, as perguntas são para os consultores e pro senhor Pedro. Pela ordem... Qual foi a primeira? [burburinho] Ao EIA/RIMA? [burburinho] Deixa que eu faço a “tradução simultânea”. Resolução 307 do CONAMA, que não foi contemplada no RIMA? ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Isso aí, na verdade, é o seguinte: essa Resolução 307, ela diz que você não pode jogar esse material no aterro. Você pode transportar, porque como é que você vai fazer dentro de uma casa, sua, como é que você vai reciclar esse material? Não existe isso, aí. Isso é impossível de ser atendido. E a CONAMA não fala isso, na verdade.

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Eu estou sem o texto da CONAMA, mas, a CONAMA não fala isso. E tem uma coisa inviável – como é que você vai ter uma reforma? Você vai derrubar um telhado na sua casa, derrubar uma parede, como é que você vai reciclar dentro da sua casa uma coisa dessas? Impossível! Eu estou sem o texto da CONAMA, aqui, hoje. [burburinho] Presidente Antônio Carlos Gusmão: – A origem do material que vai fazer a cobertura do aterro? ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – O material da cobertura, nós temos disponível dentro do próprio terreno. Eu falei, lá, que nós precisamos fazer uma terraplanagem pra poder preparar o aterro. Então, o material de corte, eu faço o corte, esse espaço eu uso pra colocar lixo, e, aí, está o material que eu vou usar pra cobertura. Então, eu fiz um projeto de forma que eu não vou ter material final. Quando acabar o aterro, eu não vou ter que botar fora, e não vou precisar trazer material de fora. Eu vou ter material suficiente. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Agora, o Sr. Gil fez uma observação direta ao consultor, o nosso professor Cláudio Mahler. Por favor. Professor Cláudio Fernando Mahler: – Eu agradeço ao rapaz, aí, a pergunta. Eu acho que ele não percebeu que o senhor me chamou de “professor”. Eu sou professor da Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Primeira coisa. Segunda: Quando eu fui convidado pelo Governador, pelo Secretário de Ciência e Tecnologia para trabalhar no Estado, eu avisei que eu continuaria com as minhas atividades na Universidade; continuo orientando teses, continuo dando aulas, continuo exercendo o papel que nós exercemos na Universidade, em prestar serviços para a sociedade, através de uma fundação que existe na Universidade chamada Fundação COPEC. Quem prestou serviços, na parte do EIA/RIMA, foi a Fundação COPEC, que me escolheu pra ser o coordenador de uma equipe que contava com diversos alunos, a maioria são ex alunos meus.

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Então, foi isso que foi feito. Não há nada irregular. Eu acho uma pena! Não sei quem lhe falou isso, quem lhe passou essa informação, de forma maldosa... Não tem nada a ver. O que eu fiz foi um trabalho de coordenação de uma consultoria da fundação COPEC, eu não sou consultor pessoal do programa, que isso fique claro pra você. [burburinho] A fundação COPEC e diversos professores da universidade em especial da COPPE, que é um centro de pesquisas, localizado na Ilha do Fundão, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, exerce atividades às vezes de trabalho, como diretor de um órgão, e etc., mas, continuo dando aula e exercendo a sua atividade. O reitor tem conhecimento, o decano tem conhecimento, o diretor da COPPE tem conhecimento, o Governador tem conhecimento, o secretário e o presidente da FAPERJ. [burburinho] Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Está superado então? A outra pergunta é o valor da tonelada? ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Isso é uma coisa que vai variar de resíduo pra resíduo. Existe uma infinidade de resíduos, se eu estiver falando de solo contaminado é um preço, se tiver falando de resíduo [0:26:04 – cd 2], se eu tiver falando de entulho é outro, existem variedades de preços e em função das característica dos resíduos. Não tem um valor único. Eu não sei se você percebeu, eu vou trabalhar com resíduos industriais, industriais perigosos, resíduos urbanos, resíduos da construção civil, resíduos de serviço de saúde, cada um num valor. APDEMA - Gil: – Você não teria agora como enumerar, algum desses? Por exemplo, o resíduo domiciliar, qual seria hoje o valor da tonelada? ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Veja só, o resíduo domiciliar, hoje se cobra nos nossos aterros, um valor de aproximadamente de quarenta a quarenta e cinco Reais a tonelada, esse é o valor para resíduos urbanos. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Então, obrigado a participação do senhor Gil, obrigada as respostas e os esclarecimentos. E aqui, nós temos agora algumas perguntas, referentes a alternativas locacionais.

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O senhor Marcos Antonio de Jesus, cadê o senhor Marcos Antonio? Muito obrigado o senhor Marcos Antonio. Senhor Aguinaldo Cotim, cadê o senhor Aguinaldo Cotim? A senhora Isabela. Então, caso a Prefeitura de Itaboraí e toda a população local, se oponha ao projeto, existe alguma outra alternativa de local? ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Bom, veja só, nós temos que faze uma, eu falei durante a minha apresentação, que nós passamos durante alguns anos buscando alternativas, e nós precisamos ter alternativas que tenham atributos ambientais. Nós fizemos essa escolha, e entendemos que, do ponto de vista ambiental, a alternativa mais segura, nas melhores condições de receber este empreendimento é esta fazenda que foi adquirida. O que acontece? A empresa, este não é o primeiro lugar que ela faz isso não é... É a vida da empresa, ela enquanto empreendedor, ela não pode ser... Ela tem assumir riscos, todo o empreendedor tem que assumir risco, todo empreendedor tem que entender que tem que assumir risco; e a empresa não foge disso, ela assume risco. Se ela quer ter um negócio, se ela quer implantar um negócio, ela tem que, buscar a área, adquirir a área, e dar continuidade no empreendimento. É sempre assim que funciona, e esse não é o primeiro que nós fazemos, nós já fizemos outros tantos, e sempre desta mesma forma, se compra a área, se coloca o dinheiro na frente, se instala o dinheiro no empreendimento, e aí você vai colocar a disposição do setor público e do setor privado, é assim que funciona na vida. E esta busca de alternativas, dentre toda as que nós encontramos, foi esta a melhor alternativa, mas, existe um detalhe muito importante que nós temos que lembrar aqui, nós estamos falando de uma empresa privada. Eu tenho que ter alternativas que estejam à venda, eu não posso ter como a prefeitura tem, ir lá e desapropriar aquela área, eu tenho que comprar a área, então, é o que eu fiz, escolhi a melhor alternativa, fiz essa avaliação, e comprei a melhor área. É claro que eu não vou fazer isso sem nenhum tipo de experiência, sem nenhum tipo de experiente, eu tenho que usar técnica, eu tenho que saber o que eu estou fazendo, eu tenho que empregar o meu dinheiro de uma maneira correta, e pra isso, eu uso técnica, pra isso nós somos técnicos, pra poder definir isso, pra poder saber o que é melhor e o que não é. Presidente Antônio Carlos Gusmão:

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– A pergunta do senhor Marco Antonio, que foi respondida, é muito parecida também, com a do senhor Edmilson Costa, onde é que está o senhor Edmilson Costa? Boa noite senhor Edmilson, e obrigado. Eu gostaria de saber se um projeto como este, de grande repercussão, vindo a ser realizado em Itaboraí, quais as vantagens encontradas neste município? E se outras áreas do Rio de Janeiro foram pesquisadas? Seria o solo de Itaboraí o mais indicado, para a realização deste projeto? A pergunta vai de encontro com a do nosso colega Marco Antonio, não é isso? E temos, também, a pergunta, você pode fazer um comentário em relação... O senhor ficou satisfeito com a resposta dele, ou o senhor queria mais algum esclarecimento? Edmilsom Costa: - Eu gostaria de mais esclarecimentos. Boa noite, eu sou representante de uma comunidade do Apolo II, nós também fomos penalizados, e não fomos noticiados deste grande projeto, desta audiência pública que está sendo realizada hoje, o que nos traz assim, um grande constrangimento, em que nós ficamos ao lado, e toda essa comunidade de Apolo II e Apolo III, não estão aqui, exatamente porque não foram suficientemente informadas. Então, eu pergunto aos senhores o seguinte: Será que foram outras áreas pesquisadas, analisadas, vistas, fora do município de Itaboraí? Será que no Rio de Janeiro não existe áreas ricas, propensas, pra que fosse desenvolvido este projeto? Eu pergunto mais uma coisa: Quais são as vantagens que Itaboraí, numa situação de um município tão pobre, venha a ter? Será que o nível de emprego vai aumentar? Será que estas terras que foram compradas pelos senhores, serão beneficiadas? De que forma? A vizinhança, que hoje precisa tanto de assistência, teria algum tipo de benefício, uma remuneração, ou mesmo, o pessoal que trabalha na redondeza, por ser um pessoal, talvez, com nível baixo de cultura, seria beneficiado de alguma maneira?

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Essa é a minha pergunta. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Muito obrigado pela sua pergunta! E vamos aí esclarecer as dúvidas do senhor Edmilson. ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Bom veja só senhor Marco Antonio, na verdade nós procuramos sim, muitas outras áreas, e isso está escrito no próprio estudo de alternativas do EIA, está escrito as áreas que nós buscamos. Nós buscamos áreas fora desta cidade, procuramos áreas para outros locais. Agora, está área que nós encontramos, é sem dúvidas, a melhor área para está finalidade, porque, nós sabemos depois que nós tínhamos adquirido está área, surgiu o pólo petroquímico, o pólo petroquímico é um grande demandador desse tipo de atividade. O pólo petroquímico, este tipo de atividade, é extremamente importante para o pólo, porque o pólo gera uma quantidade de resíduos muito grandes, então, ele tem que ter um local pra você fazer um tratamento, a disposição destes resíduos, e é claro que você tem que estar numa região próxima da influência do empreendimento. Mas, o pólo petroquímico vai atrair uma população muito grande junto com ele, são indústrias, são outras empresas que estarão vindo a reboque do pólo petroquímico. Então, isto faz com que nós tenhamos uma geração muito grande ainda de resíduos na região. O que mais eu poderia responder para o senhor? Com relação à remuneração das pessoas que moram no entorno. Veja só, nós somos uma empresa privada que nós temos despesas e nós temos o lucro. Não é possível que a gente consiga colocar numa empresa privada, ela virá uma instituição de caridade, nós passarmos a fazer doação pra quem mora em torno, até porque, nós não estamos degradando a qualidade vida das pessoas, nós não estamos estragando a propriedade das pessoas, não estamos trazendo nenhum prejuízo pra saúde das pessoas. Então, o que nós vamos fazer? O que nós estamos contribuindo para a sociedade? Nós estamos contribuindo primeiro com, o aumento de arrecadação de impostos Então, 5% do que nós arrecadarmos é ISS que vai pra Prefeitura. Nós vamos melhorar a questão de renda. Nós vamos fornecer mais de 100 empregos diretos pra população, e mais de 150 – 150 a 200 – empregos indiretos. Eu acho que

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isso não é pouco, e nós vamos privilegiar para os nossos empregos, para as nossas atividades, quem está na região de influência do empreendimento. Por quê? É mais fácil as pessoas chegarem até lá, é mais fácil pras pessoas trabalharem, pras pessoas poderem desenvolver suas atividades... Então, nós estamos contribuindo. Estamos aumentos impostos, estamos dando empregos e estamos distribuindo renda. Então, eu acho que o nosso trabalho social, nós estamos cumprindo perfeitamente, senhor Marco Antonio. Então, não há por que se falar em remuneração pras pessoas do entorno. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Só, continuando aqui essa série de perguntas. Em relação, aqui, à Isabella. Isabella! Cadê a Dona Isabella? Obrigado! O nosso colega, o Vereador Geraldo Saraiva, no seu depoimento, mencionou a Lei Orgânica municipal. Não foi? Que foi lembrada, aqui, por outro colega, também. E a senhora Isabella pergunta: O EIA/RIMA considerou o zoneamento definido no plano diretor municipal de 2006, onde a área se insere em zona especial de produção agrícola, entrecortado por zonas especiais de preservação permanente. Então, a pergunta é se o EIA/RIMA considerou esse zoneamento? Professor Cláudio Fernando Mahler: – Nós fizemos o EIA/RIMA considerando as informações do [? – 0:37:31 – cd 2]. ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Está no Anexo do EIA/RIMA. Está o zoneamento e como foi considerado. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – A senhora perguntou se o EIA/RIMA considerou. Não é isso? E a resposta foi que considerou. ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Considerou e nós abordamos, integralmente. Nós partimos, até pra aquisição da área, foi utilizado o zoneamento municipal pra ver se essa região poderia receber esse tipo de empreendimento. A partir daí é que nós fizemos a compra, a aquisição e demos continuidade ao projeto.

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Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Sr. Agnaldo. Aquela pergunta do Sr. Agnaldo onde é que está? Agnaldo Cotim. A sua pergunta em relação à localização é, mais ou menos, na mesma linha do Edmilson, na mesma linha do Sr. Marc. Por que Itaboraí? Como o Estado do Rio de Janeiro é tão grande, com tantas terras improdutivas, por que não foi localizado em outro município, já tentando implantar tantas empresas por aqui? E, se conseguir, tem que ter muito cuidado quando se fala, pra lembrar Gramacho. Não é isso? A preocupação dele é Gramacho, que é um local de aterro, aqui, no Rio de Janeiro. Lembram que Itaboraí já foi considerado o município mais miserável do Estado. Será que não vamos ser o “município do lixo”? Temos que ter cuidado, pois, aqui, criamos nossos filhos e netos. Então, essa é a pergunta do Sr. Agnaldo. ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Olha. O que nós vamos fazer, gente, não tem nada a ver com Gramacho, não tem nada a ver com o que existe, aí. Nossos empreendimentos são, totalmente, diferentes. Eu mostrei algumas fotos, aí, e vocês puderam verificar. São aterros que recebem quantidades equivalentes a de Gramacho, só que tem um controle seguro, não tem nenhum risco ambiental. Então, podem ficar tranqüilos porque não vamos ter nada parecido com Gramacho. Nada, nada, nada. Com relação à Itaboraí, mais uma vez, a escolha... É o seguinte, gente: Nós estamos instalados em cidades ricas, em cidades que têm uma condição social muito boa. A instalação do empreendimento não trouxe nenhuma desvalorização de terra, não trouxe nenhuma desvalorização ambiental... Pelo contrário! Nós conseguimos valorizar a cidade. Nós estamos aqui como empreendedores ambientais. Muito pelo contrário, que nós queremos ter “lixão”, que nós queremos ter, aqui, uma situação inadequada ambiental.

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A empresa ESTRE, ela vende qualidade ambiental. Ela vende uma disposição adequada de resíduos, ela vende um tratamento adequado de resíduos sem impactos ambientais. É isso que é o nosso objetivo. Nós não queremos, de forma alguma, trazer pra cá um empreendimento que possa denegrir a sua imagem, porque nós temos do outro lado, nós temos quem nos cobra isso aí. Não basta o órgão ambiental cobrar, o próprio interessado... Por exemplo, vocês acham que o pólo petroquímico, que gera resíduo, ele vai depositar, lá, um grama de lixo, se ele não souber que a qualidade daquilo lá é muito boa? Porque o gerador de resíduos, no caso, o pólo petroquímico, a Petrobras, se ele depositar essa material onde não tenha uma garantia ambiental, ele é co responsável. No futuro ele vai ser chamado pra pagar aquele dano ambiental. Então, ele é o maior exigente que existe! Ele vai lá, ele fiscaliza, ele avalia muito mais do que qualquer órgão ambiental, porque ele tem medo de colocar lá um dinheiro indevido. Então, isso é muito importante que vocês tenham que considerar: nós somos fiscalizados, diuturnamente, pelos nossos parceiros, pelos nossos usuários e pelo órgão ambiental. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Obrigado! Nós temos, aqui, uma solicitação, que chegou na mesa, do responsável pelo veículo Pálio com aplaca KXW2452, que estaria, ali, atrapalhando a movimentação no pátio. Antes de alguma outra solicitação de palavra, eu teria que comunicar a vocês, também, que o nosso colega Ronaldo Freire, comunicou, aqui, pediu pra avisar ao Dr. Tiago que já existe uma ação pública, no sentido de cancelar a audiência pública. Adelmo! Adelmo, já existe, aqui, o Ronaldo está nos informando e informando, aqui, ao Dr. Tiago, que já foi iniciada uma ação pública no sentido de cancelar a audiência. Foi feita uma ação no sentido de cancelar. Nós estamos, aqui, nesse momento, apresentando o empreendimento a vocês. Quer dizer, a audiência é o momento do princípio da informação, e vocês do princípio da participação. Tudo pode ser feito, tudo pode ser pedido. Isso aqui é uma democracia, as pessoas têm o direito de pedir a anulação. Mas, quem tem o poder de anular, ou não deixar realizar, não se manifestou, nós tínhamos, então, como obrigação, respeitá-los e realizar a audiência pública, mas, registrar que os pedidos já foram feitos. Dr. Tiago Gomes: – Por favor. Respondendo, então, ao Sr. Ronaldo e ao representante do Partido Verde, que, também, dará entrada numa representação, eu, só, gostaria de esclarecer o seguinte, sem fazer prévio parecer sobre o assunto:

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A audiência pública, ela deve ser anulada se houver algum vício formal, se houver algum vício de legalidade. Ou seja, se essa audiência pública estiver acontecendo hoje, em descumprimento à lei. Por exemplo, se não tivesse que ser dada a devida publicidade. Eu não sei se todos os requisitos legais foram atendidos. Isso vai ser objeto de análise. Eu só gostaria de ressaltar que o simples fato da população estar insatisfeita com esse aterro sanitário, isso não significa que a audiência pública vá ser anulada. A audiência pública, pelo contrário, é o momento que a população tem de demonstrar a sua satisfação ou a sua insatisfação, a sua preocupação, as suas observações, etc. etc. Eu gostaria, também, só, de fazer uma observação, sem fazer um juízo de valor de, absolutamente, nada, porque isso vai ser feito dentro do processo; apenas, para fins de informar a população. É obvio... Eu estou vendo, aqui, cartazes: “lixão, não”. É óbvio que ninguém quer ver lixão em lugar nenhum. O que está sendo proposto, aqui, é um aterro sanitário. Aterro sanitário não é a mesma coisa que “lixão”. Obviamente, seja lixão, seja aterro sanitário, são medidas antipáticas pra sociedade. Ninguém quer que, do lado da sua casa, ou, dentro do seu município, haja um lixão. Então, a gente deve lembrar que todos nós produzimos lixo. A propriedade deve obedecer a sua função social. É função social da propriedade que está prevista na Constituição. Ah! Então, isso significa que em qualquer lugar pode ser instalado um lixão? É óbvio que não! E é, justamente, esse o motivo da intervenção do ministério público. A intervenção do Ministério Público é pra verificar se esse aterro sanitário, se essa licença que está sendo requerida para a construção de um aterro sanitário está obedecendo ou não aos requisitos legais. E esses requisitos legais são inúmeros, daí, a gente tem a presença de peritos, engenheiros ambientais, pra dar o suporte técnico pro Ministério Público. Em relação à pergunta do Bruno, que foi feita, e que várias pessoas estão falando sobre esse lixão, lixão... Que é uma medida antipática, eu só gostaria de esclarecer, também, o seguinte, porque é uma dúvida que muitas pessoas devem estar. Quem vai ser usuário desse lixão? Ainda não sabemos. Trata-se de uma empresa privada. Quem está aqui não é o município de Itaboraí. Quem está aqui é uma empresa privada que está solicitando ao Poder Público uma autorização pra construir um aterro sanitário. E quem vão ser os usuários desse aterro sanitário? São as pessoas que, futuramente, vierem a contratar essa empresa.

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Quem são essas pessoas? A empresa privada, quem quiser contratar... Se for construído vai ter o direito. E o Poder Público. Obviamente, desde que precedida de licitação, que é o requisito necessário para a contratação pelo Poder Público. Outra pergunta que foi feita pro Ministério Público é a questão do funcionário público estar atuando na iniciativa privada. A Constituição da República veda a acumulação de dois cargos públicos. Em princípio, sem fazer juízo de valor, aqui a gente está a informar à população – o funcionário público pode, desde que compatível com o horário, exercer de atividade privada. Obviamente, ele não pode se valer de seu cargo público, da sua influência política no cargo público, pra obter benefícios escusos pra iniciativa privada. Caso isso seja constatado, eventualmente, será perquirido através da improbidade administrativa da ação civil pública. E, por último, só lembrar, mais uma vez, à população porque, provavelmente, a maioria aqui não sabe, que na semana retrasada, no dia 26 de fevereiro, logo depois do carnaval, o Ministério Público, através de mim e da Promotoria de Tutela Coletiva, ajuizou uma ação civil pública contra o município de Guapimirim. Por quê? Lá no município de Guapimirim, existe, hoje, um lixão. O quê que é um lixão? É um terreno, a céu aberto, aonde é depositado todo lixo, todos os resíduos sólidos do município, e não tem qualquer tratamento. É feito a queimada daquele lixo, o que polui a camada de ozônio; os catadores vão lá e acabam se cortando porque não têm todo aquele aparato profissional, que é necessário; eventual, inúmeros danos ambientais fora praticados. Tudo isso lá, em Guapimirim. Então, o Ministério Público, na semana retrasada, já entrou com uma ação civil pública pra obrigar ao município de Guapimirim, a construir um aterro sanitário. O quê que é um aterro sanitário? Que é o que vocês indagam? É um lixão, legalmente, autorizado pelo poder público. É um lixão que respeite o meio ambiente. É isso o que o Ministério Público fez lá em Guapimirim. Aqui, no município de Itaboraí, existe, tramitando no Ministério Público, um inquérito civil público que trata do lixão de Itaboraí. Há notícias, inclusive, de que esse lixão não está obedecendo às normas técnicas, à legislação ambiental... Então, caso seja aprovado esse aterro sanitário, caso seja verificado que não tem danos ambientais ao município, apesar de ser um empreendimento antipático, é preciso que a

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população entenda e pense no assunto, desprovida de preconceito, que é uma medida necessária, porque em algum lugar vai ter que ser depositado o lixo do município. Não estou dizendo que eu concordo, não estou dizendo que está, legalmente, adequado, que está, ambientalmente, adequado. É, apenas, pra fins de esclarecimento da população. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Muito obrigado pela sua participação e resposta! Professor Cláudio Fernando Mahler: – Eu, só, queria dar um esclarecimento outra vez. Eu sou professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sou diretor do Estado na FAPERJ. Está tudo, devidamente, esclarecido. O que aconteceu foi uma empresa privada procurar a Universidade, procurar a COPPE, e solicitar o serviço. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Está esclarecido. Partido Verde – Sr. Adelmo: – Eu gostaria, só, de complementar a informação, aqui, por favor. Dr. Tiago, a idéia nossa de encaminharmos um ofício ao Ministério Público não é no sentido, somente, que a audiência pública seja anulada. O nosso receio, aqui, enquanto comunidade, é que a licença prévia seja concedida pela FEEMA. Porque já estamos, aí, há, pelo menos, 50% do processo da definitiva. Então, o objetivo é que nem essa licença prévia seja concedida. E eu gostaria de dizer aos senhores empreendedores, ninguém aqui é contra que alguma empresa venha a cuidar do lixo de Itaboraí. Nós estamos falando Dr. Tiago e pros senhores também, na movimentação de trezentos caminhões por dia nas nossas estradas... Só nos impactos ambientais se discute? Ninguém discutiu aqui como é que vai ficar a situação do município de Itaboraí com esses trezentos caminhões por dia circulando na cidade. Ninguém comentou aqui o risco que vai acontecer, além dos riscos ambientais, com todo esse fluxo. Isso são pontos fortes em que, infelizmente, a gente não pode concordar. Então que em Niterói tem a sua unidade de tratamento, São Gonçalo tem a sua unidade de tratamento, Itaboraí também tem a sua unidade de tratamento, até pra receber o que

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estiver sendo gerado pelo COOPERJ, mas que sejam núcleos menores, o impacto principalmente dessa movimentação de caminhões, vai ser muito menor. Obrigado! Dr. Tiago Gomes: – No parecer do Ministério Público existe um item e uma observação, justamente, sobre essa questão viária, o impacto viário que esse aterro sanitário pode ter pro município. Eu não comentei aqui, porque são muitos itens, não tem como comentar todos os itens, isso já foi passado aqui pro INEA e pra empresa, pra que forneça estudos, forneça esclarecimentos sobre esse impacto. No entanto, o resultado final desse impacto só vai poder ser analisado, de forma mais prática, quando a gente souber quem vai ser a clientela desse aterro sanitário, por ora nós não sabemos quem vai ser a clientela. Se o município de Itaboraí vai contratar, se vai ser a COOPERJ, se outro município vai contratar. No entanto, desde logo, o Ministério Público requer em seu parecer, já fez uma observação pra que seja feito um esclarecimento assim como o impacto viário, isso já foi previsto. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Eu gostaria que as pessoas que querem fazer as intervenções orais compreendam que a gente tem que fazer um balanço aqui entre as perguntas escritas e o que foi, e as intervenções. Então, nós temos alguns questionamentos em relação à água. A senhora Viviane pergunta: o controle ambiental dos efluentes líquidos será realizado? De que forma? Senhora Viviane por favor. ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Bom, nós vamos fazer o tratamento como eu expus lá na minha apresentação, nós vamos tratar todo esse fluente líquido, esse material nós não vamos lançar em curso d’água. Esta água, depois de tratada nós vamos fazer o reuso, seja pra lavar vias, seja pra irrigar dentro do próprio aterro, ou seja até pra poder vender essa água pra terceiro, porque nós sabemos que com a chegada do pólo petroquímico numa região, existe uma demanda muito forte de água, a água passa a ser um bem escasso, então isso nós pretendemos vender essa água tratada. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Dona Viviane, a senhora está satisfeita? O senhor Alberto Coelho? Boa noite seu Alberto!

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O que acontecerá com as nascentes e o córrego Itapocorá? Estão na fazenda Itapocorá, local de implantação do empreendimento. Bom, o que acontecerá? ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Na verdade é o seguinte, eu tenho um documento aqui, inclusive um documento oficial aqui, que foi emitido pela SERLA, que é o órgão adequado que cuida disso, e dizendo que lá não tem, não existe nascente, não existe córrego. Ele é o órgão do Estado do Rio de Janeiro que pode se manifestar e falar se tem ou não tem, ele disse que não tem. Os técnicos que analisaram e que fizeram o EIA/RIMA foram lá e constataram que também não existe córrego. Na verdade o que existe lá, existe uma confusão muito grande, como a área é muito grande e é uma área rochosa, quando chove, as águas de chuva elas escorrem pelo meio da área e algumas pessoas nessa época de chuva acham que lá existem córrego, mas, não existe. Existe uma condição geológica, uma condição intra-geológica que é avaliada pra se constatar se é córrego ou não. Isso foi feito, essa análise foi feita, nós fizemos uma série de sondagens da área pra avaliar o nível do lençol freático e se constatou que lá não é córrego, não é nascente. Então, não tem... nós vamos ficar aqui até amanhã falando “é córrego, não é”, mas existe uma técnica pra se avaliar isso, não é o olho que se fala, existe técnica. E foi feito uma avaliação técnica e se constatou que não é córrego, então eu acho que essa discussão pra nós ela está encerrada nesse momento. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Senhor Alberto. Cadê o senhor Alberto? Isso, já foi aqui posto em Ata que vai ser objeto de uma vistoria em conjunto para tirar essa dúvida em relação à nascente. [burburinho] Ele disse que a cartografia... chega aqui senhor Alberto. [burburinho] Ah, desculpa! Então, por favor, eu gostaria que o organizador colocasse por favor um microfone que pudesse... Sr. Alberto, o senhor me desculpe. [burburinho] Só um momentinho pra ficar gravado. Sr. Alberto:

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– A cartografia da fundação CIDE, define áreas, aí, como nascente e córrego, inclusive, definindo o nome do córrego como córrego Itapocorá. Que é um contribuinte... vai contribuir com o rio Iguá... ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Desculpa, mas esse corpo d’água todo que você está falando, ele está fora da área, ele está fora da área de intervenção. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Mas, esse assunto já é um assunto que ficou discutido polêmica e vai ser esclarecido agora... Perfeito esse questionamento! Já está aqui fazendo, querendo ter esta intervenção. Voz masculina – não identificada: – Boa noite a todos. Boa noite senhor presidente, demais pares, senhoras e senhores! Gostaria até... Dr. Tiago chegou agora aqui, eu na verdade, eu gostaria de deixar duas coisas registradas. Esse aterro sanitário que hoje está em discussão da aprovação prévia, não é só para receber resíduos de Itaboraí, não. É Niterói, São Gonçalo, Magé, Maricá, Guapimirim, Rio Bonito, Tanguá, Cachoeira... E há pessoas que dizem na “boca miúda” que não é só nesses municípios que receberão e mandarão os seus aterros para Itaboraí. Vou falar de aterro pra não falar de lixo, que obviamente, é um lixo, obviamente, que a empresa do seu Pedro não é um lixão, obviamente que ela tem uma referência, ela é um centro de tratamento de resíduo, aonde nós, moradores de Itaboraí, que amamos essa cidade, temos que respeitar e fazer o nosso próprio julgamento. Então, eu gostaria de deixar isso registrado. E quero parabenizar aqui, não poderia deixar de vir aqui, pegar o microfone e parabenizar o Ministério Público pela pessoa do Dr. Tiago que representa essa instituição e fazer uma pergunta: Por que uma empresa que na verdade fez todo o projeto, esqueceu ou se omitiram que lá passa uma nascente ou um riacho? Por quê? Essa pergunta eu deixo à mesa para os caros senhores. Muito obrigado! Presidente Antônio Carlos Gusmão:

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– Muito obrigado! Bom, essa pergunta da nascente, já é objeto aí de... Aqui é a senhora Neide. Onde é que está a senhora Neide? Neide da Silva Gonçalves. A pergunta que ela faz também é bastante parecida com relação ao Dr. Márcio Macedo e também com a senhora Ednalva Rodrigues, dona Ednalva. Em relação é o seguinte: qual o diagnóstico encontrado quanto à sustentabilidade em conseqüência do impacto no meio ambiente? E como ficará a água nos poços da população? ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Bom gente, com relação a essa questão de sustentabilidade, é aquilo que eu já falei durante toda minha apresentação. Nós fizemos um projeto... São diversos fatores em um. Primeira unidade, a escolha de uma área adequada que tenha potencial pra receber esse empreendimento. É a área que tem potencial. Segundo lugar, nós fizemos um projeto, que é o projeto que tem por objetivo redução dos impactos ambientais. O nosso projeto ele é assim, ele... Olhando lá vocês vão verificar que ele tem condições de mitigar e de reduzir sua própria essência aos impactos ambientais originados nesse tipo de atividade. Então, em termos de sustentabilidade não entendemos que pós implantação do empreendimento, vá ocorrer nenhum tipo de impacto que vá alterar a qualidade ambiental daquela região. Nós temos todo um entorno da vegetação nativa, é nós vamos preservar a questão da paisagem local. Em relação aos acessos, nós fizemos uma avaliação, o acesso tem condições de receber esse tipo de empreendimento, nós vamos fazer manutenções nos acessos, nós vamos fazer sinalização, enfim, nós vamos fazer melhorias necessárias na questão acesso. Então, em termos de sustentabilidade, não há nenhum tipo de risco. E nessa mesma esteira de resposta eu vou dizer a qualidade da água dos poços. O que nós mostramos lá? Compactação do terreno, colocação de manta, colocação da nova camada de argila sobre o... Aí que vem a colocação de lixo. Esse pacote que eu estou prevendo, ele não vai deixar que o chorume ou outros líquidos, possa se infiltrar no solo e atingir a água dos poços. Então, não há qualquer risco pra qualidade dos poços, quem tem poços hoje vai poder continuar usando sem nenhum tipo de risco pro futuro. Então, isso é um projeto sustentável desde o início, que você faz... Você coloca ali sistemas de proteção ambiental que são condizentes com o impacto gerado no

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empreendimento, e tem condições de minimizar ou não levar esse tipo de impacto ambiental. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Muito obrigado, Sr. Pedro! O senhor Claudenir Cruz. Senhor Jair Dias. Eles perguntam em relação a emprego. Qual o percentual de mão-de-obra local? E perguntando qual a contrapartida em benefícios para a região? E durante a operação e construção do CTR, qual o percentual de mão-de-obra local? Eles fazem uma distinção entre a possibilidade de mão-de-obra local na construção e na operação. ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Na verdade, quem vai fazer a instalação e quem vai fazer a construção, é basicamente a mesma... quem vai fazer a operação, basicamente, é o mesmo grupo. Com exceção dos galpões, coisas desse tipo, que, aí ele sim é contratado por empresas específicas, mas o resto da mão-de-obra vai ser a mesma. Normalmente, a mão-de-obra é de noventa e cinco a noventa e oito por cento de mão-de-obra local, e como eu falei pra vocês nós temos um detalhe ainda, a gente procura privilegiar as pessoas que estão mais próximas do empreendimento. Isso facilita transportes, facilita a assiduidade... Enfim, é uma série de vantagens. Então, de noventa e cinco a noventa e oito por cento mão-de-obra local. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Hoje, os motoristas responsáveis pelos veículos Pálio, estão causando aí um desconforto pras pessoas que querem sair. Primeiro o Pálio já foi devidamente manobrado. Agora, há um Pálio preto de placa LBB-4465. Se possível, esse veículo... E, também, um outro, agora um Pólo Classic de placa LCX-3868. Os responsáveis por essas viaturas estão dificultando a saída dos colegas. Muito obrigado aí se vocês pudessem avaliar. Temos aqui uma pergunta agora em relação à tecnologia, da senhora Roberta Vieira que pergunta: A estabilidade geotécnica do aterro está garantida? De que forma? E qual é o plano de monitoramento? Obrigado pela sua participação!

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ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Gente, esse é um dos principais preocupações da empresa, a estabilidade geotécnica do maciço de resíduos. Então nós, por exemplo, o nosso projeto nós já fazemos toda uma modelagem geotécnica e estabelecemos taludes adequados e estabelecemos formas construtivas adequadas. E dois, eu tenho todo um monitoramento contínuo, eu faço diariamente o monitoramento. Eu uso o enclinometro. Eu estou falando que a pessoa fez uma pergunta técnica e eu vou responder tecnicamente. Nós usamos enclinometros, usamos postos peso métricos dentro do aterro, dentro do maciço de lixo pra ver o nível de água presente no maciço de resíduos, usamos marcos superficiais. Com isso, nós conseguimos fazer uma rede de avaliação de forma que qualquer movimentação do maciço, eu tenho condições de intervir e de não deixar escorregar. Então, isso é um dos pontos básicos e eu faço essa coisa diariamente, eu estou monitorando a questão geotécnica. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Senhora... A senhora está satisfeita com a resposta? Temos uma pergunta aqui também dos nossos colegas da ECO Marapendi. Boa noite pra todos os colegas! A colega Vera sempre presente nas audiências, valorizando aqui as nossas discussões. A pergunta: De onde virá o material de cobertura que será utilizada no empreendimento? Eu acho que essa pergunta foi respondida mas... Ao longo de sua vida útil? ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Como eu já respondi anteriormente, nós faremos operações de corte do aterro dentro do próprio terreno, e a medida que a gente for cortando, vamos estocando o solo e esse solo vai servir pra cobertura e impermeabilização de base. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Vocês estão satisfeito com essa resposta? Então a pergunta que já foi feita aqui pelos colegas da ECO Marapendi, em relação a utilização do material de cobertura... ECO Marapendi – Voz feminina 1: – Com licença. Boa noite!

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Eu não considerei respondida a pergunta pelo seguinte, no próprio EIA está dito que um dos impactos negativos é o transporte de material de cobertura, porque fala que, no início da alteração do empreendimento, será utilizado material de terraplanagem e depois haverá o impacto negativo com o transporte desse material. Portanto, de onde vem esse material? ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Na verdade, eu tinha abordado o seguinte, o projeto nós estamos... Quando foi feito o EIA/RIMA, nós tínhamos o projeto na sua fase preliminar. Nós estávamos ainda fazendo isso, feito uma concepção do projeto. Hoje nós já avançamos mais nesse projeto, eu posso responder pra você que nós teremos material suficiente que dentro do terreno existem os pequenos morrotes, dentro do terreno. Então, nós vamos fazer esse ponto desses morrotes pra poder colocar lixo e poder... e esse material nós vamos usar pra cobertura. Outra coisa, lá no extremo leste do terreno, tem um talude grande que faz fundo com o nosso terreno, eu não sei se eu tenho aqui... Não tenho o desenho aqui, mas na minha apresentação estava o desenho lá. O fundo leste, então, vem um talude. E o que eu vou ter que fazer? Vou ter que fazer um grande canal de concreto, desviando toda essa água pluvial, tudo isso vai me resultar num corte muito grande que o outro tem que desviar pra evitar da água pluvial atravessar no maciço do lixo. Então, eu não sei se está aqui no EIA... Está aí aquela imagem onde aparece o aterro pra mostrar pra ela? Coloca lá a apresentação. Olha aqui, isso aqui são canais que eu estou fazendo pra captar a água de chuva. Esse e aquele lá em cima. Então, isso tudo aqui eu vou ter que fazer corte no terreno, são cortes muito grandes pra que eu possa encaminhar essa água pluvial sem ter interferência com o maciço de resíduos. Isso vai resultar uma quantidade de terra, o material que eu vou usar pra cobertura é muito grande. Então, eu tenho lá naquela lateral, eu tenho aqui que são os morros... Eu vou ter... Tudo isso eu vou ter que fazer um corte e fazer um canal aberto, porque tem locais que vai ter mais de dez metros de profundidade. Então, isso vai dar muito material de cobertura. Ficou correta a resposta? Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Satisfeita agora com a resposta? Professor Cláudio Fernando Mahler: – Posso complementar a resposta dele?

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Só com uma observação. Alguém numa apresentação aqui comentou que o aterro tem uma vida prevista muito longa e só um dado interessante que tem um aluno meu que defendeu tese ano passado, da utilização de resíduo de compostagem pra fazer barreira capilar de cobertura, diminuindo muito o consumo de solo. Teve uma outra que vai defender esse mesmo pra fazer, justamente, o que seria a proteção com relação aos gases também levando uma certa parte de resíduo de compostagem. Então, acredito que, ao longo dos anos, todo esse procedimento de cobertura do aterro também vai mudar. Só como uma observação, um adendo. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Muito obrigado pelas perguntas e as respostas. O senhor Ronaldo. E o senhor André Cantareli. As perguntas são as seguintes: Qual a garantia real que no decorrer dos vinte anos da LO, caso ocorra, o empreendimento terá as regras de segurança previstas nas normas ambientais? Dyrton Belas: – Na realidade embora a LO tem validade de cinco anos, e em qualquer momento a licença pode ser caçada se, efetivamente, ele não cumprir qualquer requisito de restrição. Então, o acompanhamento é constante, não existe licença pra vinte anos. Ele pode operar vinte anos, trinta, desde que venha cumprindo todas as normas. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Muito obrigado pela resposta, Sr. Dyrton! Em relação ao senhor Délvio. Délvio está aí, nosso colega? A pergunta é. Também o senhor Ari Rodrigues. Na possibilidade da implementação desse projeto, o que será feito com o outro aterro sanitário localizado no distrito de Itambí? Há possibilidade desse aterro receber lixo de toda a área metropolitana do estado do Rio de Janeiro? ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Com relação ao atual aterro controlado aqui na cidade, ele vai ser desativado, vão ser feito as obras de recuperação ambiental, estabilização, e ele vai ser feito o plantio de grama e vai permanecer estabilizado no cenário.

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Com relação a receber resíduos de toda região metropolitana do Rio, essa é uma pergunta que, dizer pra você o seguinte, nós temos uma distância física a vencer pra trazer resíduos e, é claro que, como é que eu vou pensar numa cidade que estão no outro lado aqui da Baía de Guanabara, não trazerem resíduos pra cá. Fisicamente, isso é impossível, vai ter uma condição de transporte muito difícil. Então, isso é uma questão que, pra nós, nós nem consideramos dentro de nosso EIA. Nós estamos trabalhando com essa região de influência do empreendimento, aqui.. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Nessa mesma linha, tem uma outra pergunta da colega da Eco Marapendi, a viabilidade do empreendimento dependerá do lixo de municípios vizinhos? Por que um aterro tão grande? Por que mais um aterro no mesmo município. ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – A verdade é o seguinte, mais um aterro, não. A cidade, nem a minha região, é importante que se diga isso, gente, nem a cidade e nem a região tem nenhum sistema adequado pra tratamento a disposição de resíduos. Na verdade, é o seguinte, hoje a qualidade ambiental da região leste da zona metropolitana fica, extremamente, prejudicada pela falta de opção pra se ter um local, por não existir um local adequado pra tratamento a disposição de resíduos sólidos. Eu acho que a população, teria que estar alerta pra esse tipo do assunto, porque na questão ambiental nós temos que entender o seguinte, não há fronteira. Se existe um lixão do outro lado, no município vizinho, é claro que Itaboraí também pode ser influenciado por esse lixão, por essa disposição inadequada de resíduos. Não há fronteira, os corpos d’água podem ser contaminados, a qualidade do ar pode ser prejudicada pela presença desse outro empreendimento. Então, nessa linha de resposta que a gente está dizendo aqui agora, não há qualquer risco pra qualidade ambiental de Itaboraí e nós não vamos ter aqui nenhum tipo de... Não haverá nenhum tipo de prejuízo ambiental com a presença de um sistema adequado pro tratamento. Então, não é mais um. Na verdade, é o primeiro que se pretende colocar de uma forma adequada, de uma forma, ambientalmente, sustentável como a gente já falou, isso sim. Voz feminina 2– não identificada: – Boa noite!

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Eu volto a perguntar por que um empreendimento tão grande pra receber cinco mil toneladas/dia? Só um esclarecimento, no RIMA consta que Itaboraí tem um aterro sanitário licenciado. É o que está escrito no RIMA. ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Sim. Eu até concordo com você que foi dito que no RIMA tem um aterro sanitário licenciado. Na verdade, o aterro já está em fase final da vida útil, ele já está bem em situação totalmente... está acabando. Na verdade é o seguinte, é uma questão de interpretação. O aterro que vai ser colocado... eu acho que a sua pergunta está correta, eu acho que está muito bem colocada a sua pergunta. Existe... Ao longo do tempo, nós vamos melhorando a tecnologia e nós vamos melhorando o padrão das coisas. Está certo? Numa determinada época, isso que estava aqui, esse empreendimento que estava aqui, a gente entendia como empreendimento bom, de boa qualidade. O empreendimento que nós pretendemos trazer aqui, não tem nada a ver com aquilo que está ali, é um empreendimento totalmente diferente, uma situação muito melhor, é um aproveitamento do terreno, uma proteção dos recursos naturais, totalmente, diferenciado daquilo que está ali. Está certo? É outro padrão. Nós evoluímos tecnologicamente, existem equipamentos, existem materiais hoje adequados de fazer uma obra melhor. Voz feminina 2– não identificada: – Bom, então eu vou pedir um esclarecimento do INEA, já que teve uma pergunta anterior, justamente, sobre essa questão da duração do empreendimento, da licença de operação pra que a gente tem, um aterro sanitário aqui que você está me dizendo que não é operado de maneira inadequada, e que pelo menos consta no RIMA, que tem a licença de operação... Só pra concluir, eu pedi o esclarecimento do INEA, e, aí, depois, eu gostaria que você falasse sobre o tamanho do empreendimento. Por que cinco mil toneladas/dia... Dyrton Belas: – Bom, em relação ao existente, tudo tem início, meio e fim.

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Esse empreendimento ele está sendo encerrado. A proposta é pra encerrar, agora o fato dele ter licença, a explicação vem... Inclusive, foi dada anteriormente. O que era muito bom há dez anos atrás, quinze anos atrás, vinte anos atrás, não é bom hoje. E você tem que... Sim, mas existe uma validade de licença, não é porque você tem carteira de motorista, em ordem que eu posso lhe punir porque você está dirigindo, embora, eu acho que de repente você possa estar dirigindo mau. Existem novas técnicas colocadas a cada momento. Então o fato dele [? – 1:20:49 – cd 2] e o período de validade da licença é um ato [? – 1:20:55 – cd 2]. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Então relação por que cinco mil toneladas/dia. ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Bom, na verdade, é o seguinte: Nós fizemos um estudo e nós entendemos que a região de Itaboraí, ela vai sofrer um crescimento muito grande nos próximos anos, com a vinda do pólo petroquímico... Nós não vamos conseguir definir, exatamente, o tamanho disso, quanto que vai ser, se vai ser... qual vai ser a taxa de crescimento. Nós sabemos que vai crescer e crescer bastante. O pólo petroquímico vai trazer outras indústrias, vai trazer população, vai trazer renda... Enfim, vai trazer uma série de fatores que vai mudar a qualidade da região. Então, nós estabelecemos em nosso parâmetro um valor que nós entendemos que daqui há dez, quinze, vinte anos, é o tamanho que é razoável pra região, como vai ficar a região de Itaboraí e seu entorno nesse período. Nosso aterro, nosso empreendimento, nosso CTR, não é pra 5 anos. Nosso empreendimento é pra trinta e quatro anos, se você quer saber. Então, a gente estima que vai ocorrer um crescimento orgânico, você vai ter uma melhoria do padrão de qualidade de vida, a crise vai melhorar enfim, todos os setores sociais e com isso nós estabelecemos um valor que nós entendemos, nessa nossa valoração do crescimento de taxa, de aumento de população. Tudo isso, nós entendemos que isso é um valor adequado. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Deixa essa senhor se manifestar. [burburinho] Mas, aí, deixa ela... A Carol perguntou três vezes e as três foi atendido.

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Sra. Márcia: – Boa noite! A minha pergunta também vem de encontro com o que ela falou, mas, como eu moro... eu sou moradora de Itambí, meu nome é Márcia, moro perto... Na época foi dito “ah, seria um local para tratar o lixo”, trataram de jogar o lixo na nossa casa e deixar céu aberto, rato, entrar, barata e outras coisas a mais. Não estou dizendo que a mesma coisa vai acontecer, mas, que já temos esse medo. Então o que acontece? Como nós já temos esse problema local eu gostaria de saber se, será fechado um local ou será da mesma maneira que está aquele lá em Itambi? ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Vai ser fechado, vai ter um cinturão verde de aproximadamente duzentos metros no seu entorno, a condição mínima, e vai ser um controle de pessoas... Enfim, totalmente cercado e fechado e com proteção ambiental dentro da propriedade. Não estamos contando com terceiros pra manter a área de mata. Nós vamos ter nossa própria proteção. ECO Marapendi – voz feminina: – Só dando continuidade, já que a gente trabalha junto. Eu sou do ECO Marapendi, é o seguinte: Se vocês não estão contando com a Prefeitura, do contrato com a prefeitura, parece que não houve licitação, isso ainda não ocorreu, até porque vocês ainda não estão licenciados, como é que você fala nessa condição, de um vai ser encerrado e por isso vai ter outro? Como é que o INEA se justifica essa... que foi chamado no seu RIMA de “aterro sanitário licenciado”, está sendo encerrado e não diz também quando que ele vai ser encerrado, qual é o prazo de vida útil que ele ainda tem e condiciona isso ao seu aterro? Eu não entendi, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Um é aterro público e outro é aterro particular, está sendo licenciado que talvez seja ainda contratado como empresa pública. ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Não. Vai ser exatamente isso. Quando eu fiz referência a isso, na verdade, eu falei o seguinte, alguém perguntou: Por que mais um? Eu disse, é o seguinte, gente, nós estamos colocando um empreendimento de outro padrão e é claro eu tenho respondido pra todo mundo que eu não tenho contrato com ninguém, que nós somos uma empresa privada que nós estamos... Agora, uma coisa se tem que saber, aquele local lá está acabando a vida útil dele, e você tem que entender mais, com a chegada da COOPERJ, na realidade, você vai ter um aumento de resíduos

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muito grande sendo gerado, não só resíduo urbano como resíduo industrial, e ele não vai comportar aquele empreendimento, ele já está com a vida útil dele finalizando. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Então mais uma pergunta dos colegas da Eco Marapendi que nós registramos aqui. A pergunta é dirigida ao Dr. Tiago. O Ministério Público se posicionou favorável ao empreendimento. Se a audiência é um esclarecimento, como se posicionou favorável antes de ter conhecimento da posição da população? Essa é a pergunta. Não é? Você disse que o Dr. Tiago que se posicionou favorável ao cicenciamneto...? Dr. Tiago: – Quem fez a pergunta? Presidente Antônio Carlos Gusmão: – São os colegas de uma associação chamada Eco Marapendi. Dr. Tiago: – Eu já falei umas cinco ou seis vezes, isso talvez não tenha ficado muito claro. O que o Ministério Público disse foi que, em parecer preliminar não verificou nenhum fato concreto grave o suficiente, para não ensejar a licença prévia. Em que foi baseado esse parecer preliminar do Gate, dos peritos do Ministério Público? Foi baseado nas informações que foram passadas pelo empreendedor e, também, pelo INEA que hoje já se manifestou, mostrou o documento aqui dizendo que não constatou nenhuma nascente de água, nenhum rio na região. No entanto, a partir do momento em que na audiência pública o Ministério Público tomou conhecimento através de alguns moradores de que no local existe essa possibilidade de ter fluxo d’água, a partir do momento que o Ministério Público tomou conhecimento desse fato, e nesta audiência pública, e aqui é o local adequado para o Ministério Público tomar conhecimento disso, porque o Ministério Público não tem bola de cristal pra saber o que acontece lá, o Ministério Público precisa da sociedade, precisa do cidadão pra tomar conhecimento do que está acontecendo nesse local. A partir do momento em que o Ministério Público recebeu essa notícia, já foi falado, claramente, aqui na mesa que o Ministério Público requereu, inclusive, sendo atestado em Ata que fosse feito uma vistoria conjunta dos peritos do Ministério Público, com o INEA e por outros órgãos, como o CREA, que já se manifestou aqui e com outros órgãos governamentais competentes. Então, que fique bem claro isso, já tem sido repetido várias vezes.

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Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Deixar claro que esse ruído não teve nenhuma interferência dos participantes da mesa. Senhora Liana Claudia. Liana Claudia está aí? Obrigado pela sua pergunta! Ela já foi aqui comentada, mas, em respeito aqui a senhora... Caso não seja aprovado esse projeto o que o Município vai fazer com seu lixo? ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Na verdade é o seguinte, como a gente já tem dito até agora, nós somos uma alternativa técnica, uma alternativa ambiental que está se apresentando à região. Nós sabemos que nós não temos garantido nada de lixo, nós não temos garantido nada com a indústria, nada com a prefeitura, não estamos garantido nada. Nós estamos vindo aqui, estamos nos apresentando como uma alternativa, estamos colocando, investindo o nosso dinheiro, como a gente poderia comprar uma frota de caminhão, nós ficamos implantando empreendimento pra tratamento e disposição de resíduos. Agora, nós, por outro lado, aí vou dar minha opinião como técnico na área ambiental. Um empreendimento desse porte, ele é necessário pra região, a região leste da zona metropolitana, aqui, de vocês, vai passar por um crescimento expressivo nos próximos anos. A vinda da COOPERJ, a vinda das indústrias que virão junto com a COOPERJ, vai dar uma explosão no crescimento demográfico, de resíduos industriais... E, com isso nós corremos o risco de ter problemas ambientais sérios aqui. É claro que nós... Daqui a pouco, pode chegar outro empreendedor e instalar outro do lado aqui nosso em Itaboraí, instalar outro no município do lado, e não sabemos, não somos donos do mundo, nós não somos donos da situação. Nós entendemos o seguinte, que ele pra nós tem viabilidade, tem espaço pra se colocar um empreendimento aqui pra tratar e dispor resíduos. Agora, mais que isso, nós, enquanto empreendedores privados, não podemos responder. Eu não sei o que vai acontecer, de repente a prefeitura diz “olha, eu não quero dispor o resíduo no seu aterro, eu vou fazer o meu aterro próprio, aquele que está lá hoje eu vou recuperar, eu vou ampliar e vou fazer lá”. Acabou. Nós não vamos poder brigar com a prefeitura, ela tem a decisão, ela faz o que ela bem entender. A COOPERJ falou “olha, eu não vou mandar nada pra vocês, eu vou simplesmente fazer meu próprio sistema, eu vou fazer meu sistema próprio”... Eu não posso brigar com ninguém. É claro que aí eu vou sair comercialmente à busca de resíduos. Mas o que vai acontecer ao empreendimento, não dá pra saber. Agora, evidentemente, gente, nós sabemos que hoje a situação ambiental na região é muito ruim pela falta de um local adequado pra tratamento e disposição de resíduos. A

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população só vai ter a ganhar se vier um empreendimento dessa ordem que pra essa região. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Muito obrigado! Está satisfeita? O senhor Luciano. Boa noite senhor Luciano! Com a mobilização do mundo de hoje, por questões ligadas ao meio ambiente, onde questões como: responsabilidade social e sustentabilidades são discutidas, também nas organizações contemporâneas, como fica a questão da emissão de gases? Foi até comentado aqui. A possibilidade de proliferação de doenças, de pragas como rato e outros nessa região? Então, a preocupação do nosso amigo, o Luciano Sena, é no sentido dos desdobramentos disso em relação à emissão de poluição atmosférica, em relação a proliferação de ratos, de insetos, de vetores e pragas. Então, essa é uma preocupação importante. Muito obrigado, Sr. Luciano! ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – O que nós vamos fazer? O nosso empreendimento, a parte de tratamento, de biorremediação, blendagem, aquilo tudo, existe, como eu mostrei lá na apresentação, existe uma exaustão de gases e tratar desses gases desses gases de forma que não tenha emitido pra atmosfera sem nenhum risco. O gás gerado no aterro, o chamado biogás, esse será feito uma sucção, conforme eu mostrei lá, todo o aterro trabalhará com pressão negativa de forma que, quando eu tenho uma pressão negativa, o que acontece? Ao invés deu ter uma pressão empurrando esse gás pra fora do aterro, eu vou estar succionando e o gás vai estar adentrando para os tubos de dreno, então eu vou evitar que esses gás escape. E qual o motivo deu evitar? Dois, se eu conseguir aprovar um projeto junto a ONU, o projeto de geração de crédito de carbono, o que vai acontecer? Eu posso vender crédito de carbono pros países do primeiro mundo, os países da Europa. Então, esse é o primeiro motivo. Pra mim, virou matéria-prima, não virou mais

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poluição, não virou mais motivo de incomodo, virou matéria-prima, eu vou conseguir ganhar dinheiro! Segundo motivo, eu quero gerar energia elétrica com isso aí, eu quero pegar esse gás, passar no motor e gerar energia elétrica, virou um combustível. Então, eu não posso perder isso de jeito nenhum, eu sou muito ressentido com a perda desse material, captar tudo e aproveitar. Então, emissões pra fora nada e eu vou queimar isso a mil graus centígrados, sem nenhum tipo de risco de poluir. Com relação à presença de ratos, de moscas, de tudo isso, é uma questão de gerenciamento de operação. O que eu vou fazer? Eu tenho condições de cobrir esse material, assim que chega eu vou cobrir, vou compactando e cobrindo, isso faz com que ele tenha... Elimine. A gente sabe que só existem os vetores quando eu tenho um dos três “as”, abrigo, alimento e água. Se eu cortar um desses itens, eu já não tenho mais os vetores. Então, se eu corto o abrigo e o alimento, ele elimina o vetor. E é o que eu vou fazer. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Satisfeito senhor Luciano? Muito obrigado! Senhor Silvestre. Onde é que está o senhor Silvestre? Seu Antônio Luiz? Aquelas perguntas que o senhor fez, estão repetidas aqui. O senhor está satisfeito com os questionamentos que o senhor fez? Não foi o senhor que usou a palavra aqui, ou eu estou confundindo? [burburinho] Como se pretende que seja feito o monitoramento permanente de que todo o projeto seja em todas as etapas? E na conclusão do projeto e durante a operação por parte da sociedade civil da população? Não é isso senhor Antônio Luiz? Em relação ao monitoramento. O senhor... faz oralmente a sua pergunta. Antônio Luiz: – É aquilo que nós estamos habituados, por exemplo, COOPERJ. COOPERJ – decidiu-se fazer a COOPERJ e uma das coisas que ela nos garantiu numa audiência pública, aqui – salve erro, aqui – uma audiência pública e em várias reuniões

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é que, por exemplo, não iria... Iria abrir estradas para o COOPERJ, estradas que eles iriam fazer e nenhum caminhão iria passar pelas estradas atuais. Hoje, o COOPERJ já começou a trabalhar no aterro, passam caminhões a todas as horas pelas estradas existentes. Não construíram uma sequer estrada, e foi dito em audiência pública o que fazer. E esses projetos são todos muito bonitos, é maravilhoso! Eu assino esse projeto, eu sou favorável a esse tipo de coisa. Só que, se a sociedade civil não estiver organizada e se não houver um espaço pro nosso monitoramento, as coisas, se não acontecerem, o que é que nós vamos fazer? Ah! Não aconteceu, não podemos fazer nada, já está o empreendimento, o homem já gastou uma fortuna ali, o que nós vamos fazer? Então, tem que haver garantia que a sociedade civil possa acompanhar durante e depois, antes, durante e depois. Antes estamos aqui, durante não sei e depois só Deus saberá. E outra coisa, agora eu faço as três perguntas, outra pergunta que está aí. Existe o Conselho Municipal do Meio Ambiente, é um órgão político, é um órgão em lei e é um órgão que deve ser respeitado. E ele foi chamado? Eu acho que não. O órgão. Ele foi chamado pra acompanhar? Foi lhe dado o RIMA? Não. E isso, eu penso que esses órgãos todos devem ser respeitados, são órgãos legais, em que as pessoas são eleitas, ele tem representantes da sociedade civil e tem representantes do Poder Público. E existe, também, o Conselho Municipal de Política Urbana, o ITA-URB. É um órgão em lei, deve ser respeitado e foi chamado? Claro que não! Eu faço parte desse órgão e não fomos chamados. Tivemos lá um dia desses numa reunião, e falou-se, por acaso. Então, eu penso que esses órgãos todos deveriam ter sido respeitados e no RIMA devia ter esse apontamento, o Ministério Público deve, também, levar isso em conta e esses órgãos que são representantes legais da sociedade devem ser respeitados. Eram essas as perguntas. Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Está ótimo o que o senhor perguntou!

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Só em relação às estradas, é que o senhor disse que em nome da audiência do COOPERJ, falou-se que ia ter uma ampliação da malha rodoviária, dizer pro senhor o seguinte, que uma estrada, também, tem que passar por um processo de licenciamento ambiental, tem que fazer EIA/RIMA, tem que ter audiência pública. Então, as rodovias que estão em torno do COOPERJ, que estão aqui na área de influência de Itaboraí, nesse momento estão sendo realizadas audiências públicas e os processos de licenciamento estão em andamento. Isso é uma notícia boa pro senhor e pra toda a sociedade. [burburinho] Em relação as estradas. Antônio Luiz: – Se foi dito que não havia um caminhão a passar nas nossas estradas, mentiram-nos, porque estão a passar. Então, seja... Isso tem que ser previsto. É o que eu digo agora ao senhor empresário, já lhe dou os parabéns pelo projeto. Está muito bonito! Continua assim... Eu não sou contra o projeto não, sou contra... Presidente Antônio Carlos Gusmão: – A gente compreendeu o que o senhor falou. Eu só estou acrescentando que esta questão da rodovia também será objeto de licenciamento e vai ter um melhoramento pra região. Está bem? ESTRE Ambiental – Dr. Pedro: – Ele falou esse negócio do acompanhamento, eu queria, até, fazer uma proposta aqui Gusmão, é o seguinte, eu queria aproveitar a presença do Ministério Público e da sociedade e uma coisa que eu fiz na... que a gente fez em São Paulo, foi contar uma comissão de acompanhamento desse empreendimento. E a gente pode, perfeitamente, adotar isso. Uma vez feito, a sociedade com o Ministério Público, nós fazemos um acompanhamento mensal, quinzenal, enfim, quanto tempo eles acharem necessário a gente faz o acompanhamento e isso pode ser estabelecido como exigência na licença.

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Presidente Antônio Carlos Gusmão: – Uma outra contribuição, vamos anotar. Meus amigos, nós estamos a três horas de audiência pública, cumprimos todos os procedimentos, queria muito, mas muito agradecer a presença de todos, as pessoas aqui presentes, representantes do município, Deputado Sabino. Cadê o deputado? Muito obrigado deputado por ter ficado até agora dando uma demonstração de tudo de bom. Aos vereadores presentes, aos colegas da secretaria, nosso amigo Valter Plácido, o nosso chefe do setor de trânsito o professor Osmar, as pessoas da FEEMA, do INEA presentes aqui, aos meus colegas da SERLA, representantes da comunidade, o colega que vem lá de... Sr. José Carlos, muito obrigado! Só que, naquele momento, José Carlos, o senhor queria dar um testemunho importante, e eu deixei o senhor passar a fazer o seu comercial, mas aí ia começar um conflito, espero que vocês tenham compreendido esse tipo de condução. Queria agradecer aos meus alunos também que tiveram aqui, o Bruno, um prazer enorme em revê-lo, Edmar enfim, todos! E dizer que fizemos hoje aqui, um exercício de cidadania, democracia, discutimos com educação, com respeito. As pessoas que entraram com ação no sentido de que a audiência não tenha validade, mas, ela foi realizada dentro de todos os procedimentos estabelecidos. Eu queria muito agradecer a presença de todos! Eu tenho muito orgulho nesse tipo de trabalho que eu faço, que é representar o Estado e a Secretaria do Estado de Meio Ambiente, no sentido de mostrar transparência e a lisura no processo de licenciamento ambiental. Muito obrigado! Boa noite! E eu gostaria que todos fossem pra casa em paz.. Muito obrigado! Temos aqui uma contribuição final aqui do nosso colega... Vai se identificar? Ricardo Guimarães: – Boa noite a todos! Boa noite a mesa!

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Meu nome é Ricardo Guimarães, eu sou ex vereador, fui vereador da última legislatura, hoje, sou Secretário de Indústria Comércio e Turismo. Eu quero parabenizar a mesa e dizer que realmente é uma tarefa árdua, porque, às vezes, essas questões políticas, se chocam com os aspectos técnicos, e nós temos que ter consciência que o lixo tem que ir pra algum lugar, e nós todos fabricamos lixo diariamente. E, me parece que houve uma controvérsia, mas, dizer que eu sou testemunha de que a Câmara Municipal tinha conhecimento desde o ano passado disso, e este ano alguns vereadores visitaram, inclusive, um estabelecimento semelhante a esse pra ver como funciona. É a contribuição que eu gostaria de passar e, se precisar, declaro em juízo. Antônio Carlos Gusmão: – Obrigado, Ricardo! Está registrado no processo na data de recebimento. Muito obrigado! Uma boa noite pra todos! E eu fiquei muito feliz de participar desse trabalho aqui. Obrigado!

[Fim]

Transcritora: Vânia Faria Tel: (21) 3215-0489

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