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CSNU (2017) - Guerra civil na síria 1. APRESENTAÇÃO DAS DIRETORAS Olá, senhores delegados! Sejam muito bem-vindos ao Conselho de Segurança das Nações Unidas! Eu sou diretora assistente do comitê CSNU 2017 Guerra Civil na Síria e estou cursando o segundo ano do ensino médio no curso técnico integrado em mecânica no Instituto Federal do Espirito Santo. Meu primeiro contado com a Simulação foi em 2015, onde eu fui delegada pela primeira vez em um comitê econômico, embora eu prefira simular no CSNU. Em 2016 eu recebi minha primeira menção honrosa no comitê da guerra do Vietnã 1970 e nesse ano fui convidada para compor essa mesa diretora sobre um tema que eu considero de extrema importância. Nesse sentido, a guerra na Síria é um conflito extremamente complexo de origens históricas e que exige muito empenho e dedicação para ser discutido com qualidade. Tenho certeza que vocês estarão à altura do desafio! Espero que vocês estejam tão ansiosos quanto eu! Até agosto! Stephanie Monteiro, Diretora Assistente do Conselho de Segurança das Nações Unidas Olá, senhores delegados! Me chamo Larissa e sou a diretora assistente do Conselho de Segurança das Nações Unidas Guerra Civil na Síria. Tenho 18 anos e estou no terceiro ano do curso técnico em mecânica no Ifes - Campus Aracruz. Sou apaixonada por idiomas, escrever, diferentes culturas e, como consequência disso, amo livros, filmes e séries! Sou muito animada e vocês sempre vão me ver com um sorriso no rosto. Entrei no projeto SiGI no meu primeiro ano e tive a oportunidade de participar do Minionu em 2015 e 2016, na PUC Minas de Belo Horizonte. Depois dessas experiências não teve jeito: me apaixonei por esse ambiente diplomático, pelas questões discutidas e tudo o que elas representam. Nesse comitê iremos discutir um assunto que acredito ser muito importante e urgente. Dia após dia, cidades e pessoas estão sendo sucumbidas aos horrores dessa guerra impiedosa. Por essa razão, é um assunto que vem sendo tratado pela comunidade internacional há anos, mas por ser tão complexo, nenhuma ação foi suficiente para dar fim, de uma vez por todas, a essa calamidade. Espero vocês dispostos a mudar esse histórico! Bons estudos e até logo! Larissa Prates, Diretora Assistente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Saudações. Meu nome é Ana Karolina de Alvarenga Valim, tenho 18 anos e serei a diretora geral do Conselho de Segurança 2017 Guerra Civil na Síria. Eu participo do projeto de Simulação desde 2014, quando entrei no Ifes Campus Aracruz e, desde então, sou apaixonada por relações internacionais e, principalmente, por resolução de conflitos, sendo eles de qualquer natureza. Já participei de muitos comitês, alguns debates do Conselho de Segurança, mas em especial a Assembleia Geral das Nações Unidas 2016, sobre a Reestruturação do Conselho de Segurança, onde fui agraciada com menção honrosa, da IV SiGI, em 2016. Gosto muito de estudar e conhecer outras culturas e, com certeza, tenho planos de muitas viagens. Considero- me uma pessoa que vive muito em si mesma, mas sempre disposta a ajudar quem precisar. Bom, apresentações feitas, a mesa diretora do

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CSNU (2017) - Guerra civil na síria

1. APRESENTAÇÃO DAS DIRETORAS

Olá, senhores delegados! Sejam muito bem-vindos ao Conselho de

Segurança das Nações Unidas! Eu sou diretora assistente do comitê CSNU

2017 – Guerra Civil na Síria e estou cursando o segundo ano do ensino

médio no curso técnico integrado em mecânica no Instituto Federal do

Espirito Santo. Meu primeiro contado com a Simulação foi em 2015, onde

eu fui delegada pela primeira vez em um comitê econômico, embora eu

prefira simular no CSNU. Em 2016 eu recebi minha primeira menção

honrosa no comitê da guerra do Vietnã 1970 e nesse ano fui convidada

para compor essa mesa diretora sobre um tema que eu considero de

extrema importância. Nesse sentido, a guerra na Síria é um conflito

extremamente complexo de origens históricas e que exige muito empenho e

dedicação para ser discutido com qualidade. Tenho certeza que vocês

estarão à altura do desafio! Espero que vocês estejam tão ansiosos quanto

eu! Até agosto! Stephanie Monteiro, Diretora Assistente do Conselho de

Segurança das Nações Unidas Olá, senhores delegados! Me chamo Larissa

e sou a diretora assistente do Conselho de Segurança das Nações Unidas –

Guerra Civil na Síria. Tenho 18 anos e estou no terceiro ano do curso

técnico em mecânica no Ifes - Campus Aracruz. Sou apaixonada por

idiomas, escrever, diferentes culturas e, como consequência disso, amo

livros, filmes e séries! Sou muito animada e vocês sempre vão me ver com

um sorriso no rosto. Entrei no projeto SiGI no meu primeiro ano e tive a

oportunidade de participar do Minionu em 2015 e 2016, na PUC Minas de

Belo Horizonte. Depois dessas experiências não teve jeito: me apaixonei

por esse ambiente diplomático, pelas questões discutidas e tudo o que elas

representam. Nesse comitê iremos discutir um assunto que acredito ser

muito importante e urgente. Dia após dia, cidades e pessoas estão sendo

sucumbidas aos horrores dessa guerra impiedosa. Por essa razão, é um

assunto que vem sendo tratado pela comunidade internacional há anos,

mas por ser tão complexo, nenhuma ação foi suficiente para dar fim, de

uma vez por todas, a essa calamidade. Espero vocês dispostos a mudar

esse histórico! Bons estudos e até logo! Larissa Prates, Diretora Assistente

do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Saudações. Meu nome é

Ana Karolina de Alvarenga Valim, tenho 18 anos e serei a diretora geral do

Conselho de Segurança 2017 – Guerra Civil na Síria. Eu participo do projeto

de Simulação desde 2014, quando entrei no Ifes – Campus Aracruz e,

desde então, sou apaixonada por relações internacionais e, principalmente,

por resolução de conflitos, sendo eles de qualquer natureza. Já participei de

muitos comitês, alguns debates do Conselho de Segurança, mas em

especial a Assembleia Geral das Nações Unidas – 2016, sobre a

Reestruturação do Conselho de Segurança, onde fui agraciada com

menção honrosa, da IV SiGI, em 2016. Gosto muito de estudar e conhecer

outras culturas e, com certeza, tenho planos de muitas viagens. Considero-

me uma pessoa que vive muito em si mesma, mas sempre disposta a

ajudar quem precisar. Bom, apresentações feitas, a mesa diretora do

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Conselho de Segurança das Nações Unidas deseja aos senhores, nossos

queridos representantes mundiais, bons estudos e muita animação.

Esperamos a todos com o coração aberto e dispostas a ajudar no que for

preciso. Até o grande dia! Ana Karolina de Alvarenga, Diretora Geral do

Conselho de Segurança das Nações Unidas

2. INTRODUÇÃO

No Guia de Estudos, apresentaremos a Guerra Civil na Síria e questões

relacionadas a serem tratadas durante o andamento do comitê. Lembrem-

se que até mesmo as discussões mais simples podem mudar sua maneira

de pensar e de agir e, por isso, esperamos que os senhores se dediquem a

esse assunto e que venham afiados e prontos para as discussões!

3. APRESENTAÇÃO DO ÓRGÃO SIMULADO

O Conselho de Segurança foi criado em 1946 e tem suas funções e

atribuições firmadas no capítulo V da Carta das Nações Unidas, sendo

algumas delas:

Manter a paz e a segurança internacionais de acordo com os propósitos e

princípios das Nações Unidas;

Examinar qualquer controvérsia ou situação suscetível de provocar atritos

internacionais;

Recomendar métodos para o acerto de tais controvérsias ou as condições

para sua solução. De acordo com o Art. 25 da Carta, todos os membros das

Nações Unidas concordam em aceitar e cumprir as decisões do Conselho,

sendo assim, é o único órgão que admite um caráter mandatório. O

Conselho é constituído por 15 membros: cinco permanentes - Estados

Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França e China - e dez membros rotativos,

eleitos pela Assembleia Geral, sendo metade deles por um período de 2

anos e a outra metade com mandatos de 1 ano apenas (UNIC, 2011). De

maneira geral, para a aprovação de quaisquer resoluções em plenário, é

necessário que nove dos 15 membros assinalem afirmativamente, onde

exige-se que, dentre esses nove, 5 sejam permanentes. No entanto, a Carta

distingue as circunstâncias para que esse procedimento de votação seja

seguido à risca e é isso que veremos a seguir. Para entender a votação do

CSNU, deve-se diferenciar questões substanciais de questões

procedimentais. Os Art. 26

4. CONTEXTO HISTÓRICO

4.1. Histórico do Oriente Médio O Oriente Médio foi um dos berços da

chamada revolução agrícola e, como consequência, cenário de importantes

sociedades, que se formaram a partir de 3000 a.C. Dessas sociedades que

se estabeleceram na área denominada de Crescente Fértil – faixa territorial

que se estende do norte da África até o golfo Pérsico, uma área árida com

extensões desérticas, porém irrigada pelos rios Nilo, Jordão, Tigre e

Eufrates – destacaram-se as do Egito, banhada pelo rio Nilo, e as da

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Mesopotâmia, banhada pelos rios Tigre e Eufrates (VAINFAS, 2010). Mapa

I – Crescente Fértil Fonte: Infoescola Podemos observar que as culturas

árabes têm longa e orgulhosa história, com impérios importantes que

governaram de Bagdá, Damasco, Cairo e Córdoba, mas nos últimos 500

anos viveram sob controle de estrangeiros: otomanos, britânicos, franceses

e italianos. O domínio colonial começou a ruir na década de 1920 e

terminou após a Segunda Guerra Mundial. Os países que surgiram das

antigas colônias variam entre nações com sólida identidade própria (Egito,

Marrocos) a construções frágeis traçadas pelas antigas metrópoles para

atender a seus aliados políticos (Jordânia, Líbano, Iraque). Os novos

governos foram de caráter autoritário e oscilaram entre três grandes

correntes (SANTORO, 2011). Elas são expostas a seguir:

As monarquias, estão presentes no Marrocos, na Jordânia e nos Estados

do Golfo Pérsico (Arábia Saudita, Bahrein, Kuwait). Aliadas das antigas

metrópoles coloniais da Europa e dos Estados Unidos, apresentam-se

como opções moderadas politicamente; As ditaduras militares surgiram

como rejeição a monarquias, dependentes dos aliados ocidentais, no Egito

e Líbia, ou como a consequência da disputa de poder que se seguiu à

independência na Tunísia e na Argélia. Veem a si mesmas como

instrumento de modernização e da realização de reformas sociais, críticas

das elites de seus países e de forte teor nacionalista pan-árabe;

Os regimes autoritários do Partido Baath – Renascença, em árabe – foram

estabelecidos na Síria e no Iraque na década de 1960, em substituição às

ditaduras militares que governavam aqueles países (no caso iraquiano,

após os generais deporem e assassinarem o rei). Esposam “socialismo

árabe” parecido com o das ditaduras militares, mas o controle do sistema

está com a elite política civil, ligada por fortes vínculos étnicos e religiosos,

como os al-Tikrit no Iraque de Saddam Hussein ou a seita alauíta na Síria

da família Assad. Foram os aliados mais constantes da União Soviética na

região (SANTORO, 2011). O Líbano e os territórios palestinos foram

exceções, porque o alto grau de fragmentação religiosa do primeiro

(cristãos, muçulmanos xiitas e sunitas), e de divisões políticas dos

segundos (mais de uma dúzia de movimentos da Organização para a

Libertação Palestina e o Hamas), e da presença de exércitos estrangeiros

(Israel, Síria) entre ambos impediram a criação de uma coalizão estável

para impor um governo autoritário. O que existe neles são alianças

cambiantes, que com frequência se transformam em choques armados ou

mesmo em guerras civis. O cenário regional conflituoso foi influência forte

para a preservação de ditaduras nos países árabes. No pós-Guerra Fria, a

principal bandeira de regimes autoritários em busca de legitimidade é o

nacionalismo, o qual pode ser entendido como a defesa da integridade

territorial e de identidades culturais em contraposição a processos de

modernização e pressões econômicas globais. Tais fatores estão presentes

de modo intenso no Norte da África e no Oriente Médio, devido a

persistência do conflito árabe-israelense, ao estabelecimento de bases

militares dos Estados Unidos e ao desafio representado pelos movimentos

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fundamentalistas islâmicos. Com isso, ditadores árabes afirmavam as suas

8 populações ser impossível democratizar os governos, pois uma “mão

forte” é necessária para derrotar os inimigos do Estado – Israel, os EUA, a

Al-Qaeda e outras seitas religiosas (SANTORO, 2011). As revoltas árabes

foram mais intensas nos regimes militares (Tunísia, Egito, Líbia, Iêmen) e

naquelas nações onde o governo é exercido por uma minoria religiosa (Síria

e Bahrein) (SANTORO, 2011).

4.1.1. A Síria Mapa II – Território da Síria Fonte: The World Factbook Antes

do começo da guerra, a Síria era um lugar calmo. As chamadas do muezim

para orar e o som dos sinos da igreja ressoavam sobre os telhados de

Damasco, a capital habitada mais antiga do mundo, onde os sírios

gostavam de se vangloriar que cristãos e muçulmanos, além de pessoas de

outras religiões, viviam lado a lado em paz. As pessoas agitavam os

mercados com sua energia e suas conversas altas. As mulheres podiam

estar na rua após meia noite e ainda assim se sentirem seguras. Os

homens jogavam gamão na rua com seus vizinhos. O sotaque sírio era

propagado pelas regiões através das novelas do país, transmitindo

hospitalidade e simplicidade aos árabes (THE ECONOMIST, 2013, tradução

independente). A história da Síria está intimamente ligada aos processos de

expansão de grandes civilizações antigas e das potências modernas.

Devido a sua localização no mediterrâneo oriental e em função da presença

de grandes rios com terras agricultáveis, a posição geográfica da Síria foi

um ponto importante para a 9 conexão entre as potências ocidentais e seus

domínios na Ásia (ZAHREDDINE, 2013). Com uma área aproximada de

185.180 km², há uma estimativa de quase 18 milhões de habitantes na

Síria, sendo sua capital, a cidade de Damasco. Sua população é composta

por árabes, sírios, curdos, circassianos, armênios e turcos. O idioma oficial

é o árabe, porém tem-se como segunda língua o francês, e predominam

três religiões, a saber, islamismo, cristianismo e ateísmo (UNITAS, 2016).

Apesar de ser habitada há milênios antes de cristo, a Síria como nação

independente é recente, visto que sua independência ocorreu depois da

segunda guerra mundial, no ano de 1946. Até então, os sírios eram

dominados por franceses e britânicos: “Durante a Primeira Guerra Mundial,

os sírios e outros árabes revoltaram-se e ajudaram o Reino Unido a lutar

contra o Império Otomano, em troca de apoio à independência. Com o fim

da guerra, no entanto, a Liga das Nações dividiu a Grande Síria em quatro

regiões: Síria, Líbano, Palestina e Transjordânia. Por mandato, a França

passou a dirigir a Síria. O país tornou-se independente em 1946. [...] No ano

seguinte, porém, a ONU partilhou a Palestina: um Estado judeu (Israel) e

um Estado árabe. Os sírios e outros povos árabes imediatamente invadiram

Israel, mas a ONU impôs o cessarfogo. Em 1949, oficiais do Exército

depuseram o governo, que o culparam por não tentar impedir a divisão da

Palestina. Em uma tentativa de estabelecer a unidade árabe, a Síria juntou-

se ao Egito, em 1958, na chamada República Árabe Unida (RAU), que teve

fim após um golpe militar na Síria, em 1961. Em meados da década de

1960, o Partido Socialista Árabe (Baath) chegou ao poder. O governo

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encampou a maioria das indústrias e todo o comércio exterior do país. Em

1971, Hafez al-Assad, líder do partido, tornouse presidente da Síria.

Governou autoritariamente, sendo sucessivamente reeleito (1971, 1978,

1985, 1991) em disputas sem oposição organizada. ” (UNITAS, 2016). Os

motivos por trás da guerra civil estão enraizados de forma muito profunda

em sua história, desde a antiguidade. O Império Romano utilizou dos Oásis

de Palmira (Tadmur) para conectar suas rotas de comércio entre o

Crescente Fértil e a Ásia Central. A batalha por Damasco, na Revolta Árabe

de 1916 foi crucial para desarticular o já combalido Império Turco Otomano

no Oriente Médio. A presença francesa pós Primeira Grande Guerra,

garantiu a 10 manutenção de minorias cristãs na região, que favoreceu

enormemente os interesses da potência mandatária (ZAHREDDINE, 2013).

Na formação do Estado, a disputa étnica e religiosa pelo poder esteve

sempre em evidência, como consequência da política colonial francesa de

enfraquecer a unidade árabe, instaurando pequenas divisões no país,

governadas por um grupo que representava a minoria da população, os

alauítas, em detrimento da maioria sunita (80% da população) (Direito

Internacional).

4.1.2. A Síria com a família Assad Em 1963, o partido Baath toma o poder

através de um golpe militar. Hafez al-Assad assume em 1971 e permanece

até 10 de junho de 2000, ao contrário dos seus antecessores, Hafez deixou

o cargo para seu filho Bashar al-Assad, que assumiu logo após a morte do

pai, a família Assad está no poder a 44 anos. Bashar al-Assad possuía

apenas 34 anos de idade na ocasião. Desta forma, a constituição síria teve

de ser alterada para diminuir a idade mínima aceita para a ocupação de tal

cargo. O novo presidente manteve suas alianças locais seguindo o modelo

de seu pai, valendo-se principalmente da força das alianças com as

minorias (NEIVAL, 2015). Em um primeiro momento, parecia que o novo

presidente poderia trazer mudanças reais para o regime Sírio, em função de

sua formação europeia (oftalmologista formado na Inglaterra) e por sua

jovialidade. Algumas pequenas transformações foram percebidas nos

primeiros anos, como maior acesso à informação (por meio da internet) e

tentativas do presidente em retirar a Síria de seu forte isolamento político.

Porém, observou-se que as forças políticas que sustentavam seu governo

não permitiram uma mudança mais profunda do Modus operandi do regime,

mantendo os mesmos instrumentos de ação do período anterior

(ZAHREDDINE, 2013). Sabendo disso, mais adiante iremos tratar da revolta

popular que foi o princípio para a existência deste comitê.

4.2. A Primavera Árabe A Primavera Árabe, iniciada em 2010, é um dos

movimentos político sociais mais surpreendentes que surgiram na região

compreendida entre o Oriente Médio e o Norte da África, porquanto abrange

vários países e tem gerado 11 grandes consequências políticas,

econômicas e, principalmente, sociais (GALERANI, 2016). A autoimolação

de um vendedor tunisiano, em 2010, desencadeou uma onda de protestos

em diversos países e atingiu com mais força Egito, Iêmen, Líbia, Síria e

Bahrein, mas também repercutiu na Argélia, Jordânia, Marrocos e Arábia

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Saudita. Essa onda foi motivada por diversas causas, algumas

identificáveis, tais como o autoritarismo, a extrema pobreza e a

desigualdade social, e outras que somente serão identificáveis após certo

distanciamento histórico-temporal. Segundo o diplomata Bruno Rezende:

“De modo geral, os manifestantes abstiveram-se de atribuir a origem de

suas frustrações a atores externos. Os movimentos populares no Oriente

Médio e no norte da África caracterizaram-se por serem espontâneos e

locais. Mais da metade da população dos países envolvidos nos protestos

tinha menos de 25 anos, e a situação de desemprego, inflação e falta de

perspectivas para os jovens, combinada à insatisfação política com regimes

autoritários (as únicas exceções não autoritárias na região eram Líbano e

Palestina), com corru 12 muro de uma escola e acabaram presos. Frente a

estas manifestações, o governo respondeu com força, abrindo fogo e

prendendo alguns dos envolvidos (BBC, 2015). A partir disso, as

manifestações só se intensificaram. Inicialmente, a população síria

demandava uma maior abertura democrática e clamava pelo fim do estado

de emergência em voga há 48 anos. É importante ressaltar que, antes do

início das manifestações contra o governo de Assad, os sírios já se

queixavam de um alto nível de desemprego, exacerbada corrupção, falta de

liberdade política e grande repressão governamental a qualquer ato que

considerasse ser contra a conjuntura do país. Houve manifestações em

escala nacional pedindo a renúncia do presidente, o fim das execuções

extrajudiciais e a libertação dos presos políticos. Bashar al-Assad, por sua

vez, tentou agir de modo conciliatório; Ele se recusou a renunciar, porém,

fez concessões: encerrando o estado de emergência, aprovou uma nova

Constituição e realizou eleições multipartidárias. Entretanto, a oposição

continuou combatendo e exigindo sua queda (CONFLITOS

INTERNACIONAIS, 2014). A tentativa de solução do impasse durou pouco,

chegando a ser até duvidosa, pois nada saiu do papel, nenhum cronograma

para a efetivação das mudanças foi estabelecido, o que levou a sociedade a

duvidar da atitude de Assad em relação às concessões. Todavia, a esta

altura, os civis estavam cada vez mais adeptos às revoltas contra o governo

e este continuava a responder com violência, tentando acabar com a

dissidência utilizando a força do exército e alegando estar combatendo

terroristas. À priori, membros da oposição passaram a pegar em armas com

o objetivo de se defender das investidas do governo. Entretanto, após certa

organização, passaram a usá-las para expulsar o exército de Assad de suas

regiões. Estourando em uma guerra civil, com brigadas rebeldes lutando

contra tropas governamentais pelo controle de cidades, povoados e zonas

rurais. A violência chegou à capital Damasco e a Aleppo, a segunda

metrópole mais importante do país, em 2012 (BBC, 2015). Em meio aos

confrontos entre as forças do governo e dos rebeldes, estes primeiros, o

exército da Síria, foram acusados pela oposição de usar armas químicas no

final de agosto de 2013 na região ao leste de Chouta, próximo a capital

Damasco e na província de Rif Dimashq, que são zonas controladas por

simpatizantes da oposição ou que ainda estavam em disputa. Nesse ataque

foram totalizadas mais de 1.700 mortes, dentre eles muitas crianças,

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inclusive 13 recém-nascidos, segundo algumas fontes. Esse ataque,

presumivelmente com recurso a gás sarin, acontece numa altura em que

peritos das Nações Unidas se encontravam no terreno precisamente para

investigar as denúncias da utilização de armas químicas por parte do

regime sírio. Em pronunciamento, o regime de Bashar al-Assad negou ser

autor destes ataques com armas químicas e acusou os rebeldes de o terem

feito para divulgar notícias falsas ao seu respeito e desviar a atenção das

suas derrotas (CSNU, 2014). Os Estados Unidos, apoiados pela França e

Reino Unidos, em resposta aos ataques químicos por parte do governo

sírio, ameaçaram atacar com forças militares o regime de Bashar al-Assad.

Em contraposição e aliados a Bashar, China e Irã repudiaram a

possibilidade de ataque à Síria. O Conselho de Segurança das Nações

Unidas, então, se reuniu em 21 de agosto de 2013, a pedido de vários

países, para discutir a questão da utilização de armas químicas pela Síria.

Estados Unidos, França, Reino Unido, Luxemburgo e Coreia do Sul, cinco

dos 15 países que integravam o Conselho de Segurança, demandaram a

reunião imediata do órgão. A ONU também foi pressionada pela

manifestação da Arábia Saudita, em tomar providências para o fim da

tragédia na Síria (CSNU, 2014).

4.3. CONFERÊNCIA DE GENEBRA I E II

4.3.1. Conferência de Genebra I Em junho de 2012, reunidos numa

conferência em Genebra, denominada Conferência de Genebra I sobre a

Síria, membros da comunidade internacional tentaram fechar um acordo

para pôr fim à violência e levar a paz à Síria. Participaram da reunião, os

cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, Turquia, Iraque,

Kuwait, Catar, Rússia e China, além do enviado da ONU para a Síria, Kofi

Annan, que foi quem convocou essa conferência. As grandes potências

regionais Irã e Arábia Saudita não foram convidadas a estarem presentes

nas discussões (IG, 2012). Na conferência internacional, as delegações

presentes concordaram que seria formado um governo de transição para o

país, embora tenham deixado em aberto se o presidente Bashar al-Assad

poderia fazer parte do governo de transição. Segundo Annan, a nova

administração deveria ter "poderes executivos totais" e ter integrantes da

oposição e do atual governo, mas não está claro se Assad a integraria. Ele

também defendeu um cessar-fogo imediato, a 14 implementação do plano

de paz da ONU1 e que agências humanitárias tenham acesso imediato aos

necessitados. Já os EUA insistiram que Assad não deveria ter permissão de

continuar no poder no topo de um governo de transição e há pouca chance

de que a fragmentada oposição síria apoie qualquer plano que não explicite

a necessidade de o presidente sírio renunciar. Rússia e China que têm

seguido as diretrizes russas no conflito, vetaram por duas vezes sanções

que puniriam o regime de Assad (IG, 2012).

4.3.2. Conferência de Genebra II A Conferência, que aconteceu em janeiro

de 2014, em Montreux, no interior da Suíça, foi convocada pela ONU, EUA,

Rússia e Liga Árabe, envolvendo pela primeira vez, frente a frente desde o

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começo da guerra, os aliados de Assad e sua oposição, representada pela

Coalizão Nacional Síria, além de contar com a participação de cerca de 40

países. Para essa reunião, o Irã não foi convidado, pois se recusou a apoiar

um governo de transição como prevê a "Declaração de Genebra". A

solicitação da Conferência foi impulsionada após os ataques químicos em

Damasco, capital da Síria, que resultou em milhares de mortes, incluindo

grandes números de crianças, em agosto de 2013 e tem como objetivo

encontrar um governo de transição para o país após quase três anos de

uma guerra. O ponto de partida das negociações foi a Declaração Final da

Primeira Conferência pela Paz na Síria, realizada em Genebra em junho de

2012. Nela ficou definida a formação de um governo interino e a renúncia

do presidente Bashar al-Assad não foi explicitamente exigida. No entanto,

delegações como a oposição síria e os EUA defenderam na primeira

sessão da segunda reunião que “Não é possível que um homem que optou

por uma resposta brutal contra seu próprio povo possa reencontrar

legitimidade para governar”, enquanto o ministro sírio da Informação,

Omrane al-Zohbi, afirmou que “Bashar al-Assad não deixará o governo”

(RFI, 2014). O governo e a oposição síria não marcaram nenhum ponto em

Genebra, mas acreditam ter alcançado uma pequena vitória, ao manter

suas posições. O regime resistiu à pressão de seus aliados, que o

convidaram a falar de um governo provisório, e a oposição garantiu o apoio

de importantes forças rebeldes em terra podendo obter de seus aliados

estrangeiros mais armas (G1, 2014). 1 Plano de paz da ONU: previa um

cessar-fogo, um recuo de rebeldes e de tropas do governo. Foi aceito por

Assad, mas nunca cumprido.

5. APRESENTAÇÃO DO TEMA

Como previsto pela Carta das Nações Unidas, qualquer ação de

intervenção militar só pode ser tomada com aprovação do Conselho de

Segurança das Nações Unidas (CSNU). O conceito de Reponsabilidade em

Proteger – bastante usado nas relações internacionais – remete à

necessidade de proteger a população civil das atrocidades da guerra. Desta

forma, onde haja evidências de que o Estado não consiga ou não queria

combatê-las, a sociedade internacional poderá buscar formas pacíficas de

interromper o conflito em prol da proteção da população. Se as tentativas

pacíficas falharem, poderá ocorrer uma ofensiva militar, desde que ela seja

aprovada pelo Conselho de Segurança. Contudo, em relação ao conflito na

Síria, o Conselho ainda não alcançou um consenso, o que inviabiliza

qualquer intervenção (FERREIRA, 2013). A situação da Síria apela para a

possibilidade de intervenção, mesmo que não seja o mais viável, tendo em

vista que o caos interno instalado pela luta entre rebeldes e o governo já

alcança nível de crise internacional, reforçando o clima de instabilidade no

Oriente Médio. Milhões de sírios estão fugindo do país, recorrendo

principalmente aos países mais próximos. Os cidadãos restantes sofrem

diariamente com bombardeios e com a violência da guerra, sendo que o

conflito fica gradativamente mais intrincado com suas várias frentes e, com

o avanço do Estado Islâmico, a situação tende a agravar-se (FERREIRA,

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2013). Considerando tudo o que já foi posto aos senhores, agora

passaremos a orientá-los sobre o nosso tema em questão.

5.1. O Curdistão Sírio

Os curdos representam um grupo étnico composto por aproximadamente 30

milhões de pessoas, que são a maioria em uma região que abarca uma

área de aproximadamente 450.000 km² - o Curdistão. Esse território se

encontra hoje ultrapassando regiões de quatro países: Turquia, Síria, Iraque

e Irã (além de uma pequena continuação deste território na Armênia)

(TABORDA; ADAM, 2016). Rojava, ou Curdistão Sírio, é, em teoria, uma

região autônoma situada na porção norte-nordeste da Síria. Possui

organizações políticas, tais como, o Conselho Supremo Curdo e o Partido

de União Democrático (PYD), como também possui sua força militar, as

Unidades de Proteção Popular (YPG). 16 Mapa III - Rojava Fonte:

Wikipédia As organizações curdas se uniram à revolta em seus primeiros

momentos, com protestos em Kobane, Amuda, Qamishli e outras

localidades da Síria setentrional. Uma estimativa mostra que 300.000

curdos-sírios estavam privados do direito à cidadania, o que era um

obstáculo para qualquer gestão pública e toda organização que

reivindicasse os direitos dos curdos era reprimida com dureza (El País,

2016). Comparados aos grupos rebeldes de oposição ao governo, os

curdos sírios tiveram uma participação mais discreta nas manifestações

anti-Assad e nos conflitos que se seguiram em 2011, apesar de ser um

antigo alvo de discriminação de Damasco. Com a radicalização do conflito,

a maior parte das milícias curdas se juntou aos demais rebeldes contra as

forças de Assad, passando a combater grupos fundamentalistas na medida

em que as diferenças entre estes e os rebeldes moderados se acirraram

(FUJII, 2015). Existia ainda uma grande dificuldade para a luta curda no

país, pois o Conselho Nacional Sírio não estava disposto a fazer alianças,

por temer em assumir as suas reinvindicações. Além disso, quando o PYD

tentou deixar de combater ao lado da oposição, foi considerado suspeito de

colaborar com o regime de Assad. Após uma investida da oposição síria à

capital Damasco, em meados de 2012, Bashar al-Assad decidiu retirar suas

tropas da região norte do país. Essa tática acabou por ceder o controle do

território para o PYD, que aproveitou a situação para estabelecer o

Curdistão sírio como essa região autônoma e organizar uma democracia de

assembleia. Em novembro de 2013, foi declarada autonomia pelos cantões

de Afrin, Kobani e Jazira, com a declaração da constituição de Rojava, cujo

preâmbulo diz ser uma “confederação de curdos, árabes, assírios, caldeus,

arameus, turcomanos, armênios e chechenos” (TABORDA; ADAM, 2016) e

proclamando, inclusive, uma carta de moldes 17 constitucionais,

enfatizando o secularismo e a igualdade de gênero, a qual foi aprovada pela

população local em janeiro de 2014 (NASSER; ROBERTO, 2016). Desta

maneira, o enfraquecimento do governo Assad significou ganhos efetivos

para os curdos do país, que adquiriram um grau de autonomia que jamais

tiveram, ainda que à custa de pesadas perdas e de uma das maiores crises

humanitárias da atualidade (FUJII, 2015). Segundo Idris Nassan, hoje vice-

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ministro do Exterior do cantão do Kobane: “Nós, que apostamos na

democracia e no laicismo, não lutamos por substituir um regime dominado

pelos alauítas por outro dominado pelos sunitas, mas por mudar a

mentalidade dominante. E a comunidade internacional depende de nós na

batalha contra o extremismo religioso e para levar a democracia para a

região”. (El País, 2016) Ademais, conforme as Forças Armadas sírias foram

deixando o território de Rojava para combater os rebeldes em outras áreas

do país, o foco dos curdos sírios foi transferido para os extremistas

salafistas, como a Frente Al-Nusra, e depois para o Estado Islâmico à

medida que este dominou a maior parte do território próximo às áreas

curdas. No dia 17 de março de 2016, sua administração de fato proclamou

a fundação de um sistema federalista de governo, a Federação do Norte da

Síria – Rojava (FNS) que, mesmo possuindo certas relações diplomáticas

com alguns países, não é reconhecido oficialmente como província

autônoma por nenhum membro da comunidade internacional. Não se pode

esquecer o entrave político em relação à Turquia, que julga o PYD e o YPG

como uma ameaça a seu próprio território, por conta das relações

amistosas com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, PKK, que atua

em território turco e é considerado uma organização terrorista pelos turcos.

Contudo, os curdos são extremamente relevantes no combate ao terrorismo

e ao alastramento do EI e da Al-Nusra no território sírio. O que

verdadeiramente transformou os curdos em um ator de caráter internacional

da Síria foi a ameaça do Estado Islâmico (ISIS ou EI), especialmente devido

à histórica resistência dos curdos na invasão de Kobane (setembro 2014-

janeiro 2015), na qual homens e mulheres, combatendo lado a lado,

conseguiram 18 expulsar as hostes jihadistas. Os EUA se fixou neles como

uma força capaz de derrotar o EI e até a Rússia começou a cortejar o PYD

(El País, 2016). O PYD, até o presente momento, não manifestou o

interesse de independência da Síria, mesmo que já estejam preparados

para isto. Apenas querem o seu reconhecimento como província autônoma

dentro da Síria.

5.2. O recente ataque de armas químicas na Síria A Organização para

Proibição de Armas Químicas (OPAQ), como cumprimento de seus termos,

ficou responsável em averiguar a destruição das armas químicas na Síria.

Após o governo de Moscou ter negociado em Genebra II sobre a destruição

do estoque de Bashar al-Assad e negociado também com o presidente, o

governo sírio abriu mão de seu estoque de armas desse tipo, transferindo-o

para países europeus neutros como Dinamarca e Noruega (FUJII, 2015),

tudo supervisionado por equipes da OPAQ. A organização havia vistoriado

em torno de 97% do território, porém, os acometimentos não pararam,

sendo noticiada outras vezes a suspeita do uso de gases tóxicos dentro do

país, todas estas investigadas pela OPAQ, sempre entregando um relatório

de suas inspeções para a ONU. Entretanto, nem todas atribuídas com

convicção ao governo. O Daesh (EI) é apontado como autor de alguns

ataques, pela Síria e Rússia, e segundo a porta-voz do Ministério das

Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, “O Daesh está

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transferindo da cidade síria de Raqqa para os bairros controlados da

província de Deir ez-Zor suas usinas e equipamentos para produção de

munições, incluindo aqueles que são equipados com armas químicas

tóxicas”. Os diferentes grupos da oposição também já foram acusados de

ofensivas do tipo. Membros do governo sírio, por vezes, já acusaram a

coalização de estarem atacando as regiões controladas por rebeldes com a

finalidade de incriminarem Assad. Em relação ao incidente relatado na

província de Idlib, dominada pela oposição ao norte da Síria, Khan

Shaykhoun, no dia 4 de abril, pelo menos 58 pessoas, incluindo crianças,

foram mortas e dezenas ficaram feridas no que teria sido um ataque

químico e, segundo algumas fontes, esse número pode ter sido bem maior.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos, um grupo de monitoramento do

conflito, afirmou que ataques aéreos do governo sírio ou de 19 aviões

russos liberaram gases tóxicos, os quais asfixiaram muitas pessoas (BBC,

2017). A província de Idlib, onde vivem 900 mil pessoas, é frequentemente

alvejada pelo governo e pela Rússia, sua aliada, assim como pela coalizão

contra o EI, liderada pelos Estados Unidos. É uma região em que há uma

aliança de um grupo rebelde com o grupo jihadista Hayat Tahir Al-Sham,

ligado à alQaeda. Uma fonte militar síria negou que o governo tenha usado

armas químicas. O Ministério de Defesa da Rússia também afirmou não ter

realizado nenhum ataque aéreo na região. Em comunicado, a Casa Branca

disse "ter certeza" de que o governo de Bashar al-Assad está por trás do

ataque. Reino Unido e França também condenaram a ação e pediram uma

reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU (BBC, 2017). O

atual enviado de paz da ONU, Staffan de Mistura, disse que o ataque foi

"horrível" e que deve haver uma "identificação clara de responsabilidades e

prestação de contas" pelo ataque na cidade (BBC, 2017). Dois dias após o

ocorrido, Donaldo Trump – atual presidente dos Estados Unidos – ordena

um bombardeio contra a base de Shayrat, em Homs, uma das principais da

força aérea de Bashar al-Assad, no primeiro ataque de Washington que

teve como alvo a liderança do regime sírio. Dessa forma, a ofensiva se deu

em represália ao ataque químico, tratando-se de um novo e importante

agravamento da guerra civil na Síria que, em seis anos, deixou centenas de

milhares de mortos e 5 milhões de refugiados (LIMA, 2017).

5.3. A questão do Estado Islâmico Sem ligações nem com o regime Assad,

nem com a oposição, o Estado Islâmico (EI) surgiu como uma terceira

grande força no conflito e avançou tanto sobre as Forças Armadas Sírias

quanto os grupos rebeldes, chegando a ocupar 35% território sírio e a

controlar 60% do petróleo do país em julho de 2014. Organização

fundamentalista, tem como base religiosa e ideológica o salafismo,

movimento ultraconservador que defende uma interpretação literal do

Alcorão e o retorno dos muçulmanos às práticas do Islã do século VII.

Diferentemente dos demais grupos que se opõem ao governo sírio, o EI não

tem como objetivo primordial a derrubada de Assad, tendendo a priorizar a

conquista 20 territorial e, nessa perspectiva, todos os demais beligerantes

são considerados inimigos, até mesmo outros grupos fundamentalistas

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salafistas, caso não lhe jurem lealdade (FUJII, 2015). Segundo William Fujii,

para o regime Assad, o advento do EI teve dois impactos de grande

importância, um negativo, outro, positivo. Naturalmente, o fato de o grupo

fundamentalista lutar contra o governo representou um revés para Bashar

al-Assad, sobretudo quando se leva em conta que esse grupo tomou

extensas áreas do Estado sírio. Apesar disso, surpreendentemente, o

resultado do avanço do Estado Islâmico beneficiou, em um primeiro

momento, o regime Assad mais do que o prejudicou. À medida que o grupo

jihadista tornavase uma força que não poderia mais ser ignorada –

ameaçando virtualmente todas as partes envolvidas na guerra de forma

indistinta – haja vista que o EI representa uma ameaça às duas partes do

conflito, o bloco de oposição ao governo sírio passou a reconhecê-lo como

mais urgente em ser combatido. Aos poucos o governo estadunidense viu

sua prioridade na guerra mudar, em parte sobrepujando os riscos que

Assad representa para os interesses da maioria dos atores, internacionais e

nacionais, que participa da guerra civil (FUJII, 2015). Em face da expansão

avassaladora do EI Síria e posteriormente no Iraque, o próprio governo

norte-americano havia mudado o foco de sua retórica com relação a Assad,

pondo o combate ao terrorismo como um ponto mais importante do que a

saída do presidente, como vinha fazendo desde o início do conflito. Em

janeiro de 2015, o atual Secretário de Estado John Kerry apresentou um

discurso diferente, dizendo: “É hora de o Presidente Assad, o regime Assad,

colocar seu povo em primeiro lugar e pensar sobre as consequências de

suas ações, que estão atraindo mais terroristas para a Síria” (FUJII, 2015).

No campo da ação, a política dos Estados Unidos para a Síria também se

alterou de maneira considerável, uma vez que o país se lançou em uma

intervenção militar direta contra alvos ligados ao ISIS por meio de

bombardeios aéreos, liderando a coalizão internacional contra o grupo

fundamentalista e ao mesmo tempo garantindo a Assad que não atacaria

áreas controladas pelo governo (FUJII, 2015). Porém, esse “acordo” não

durou muito, pois após o ataque químico à província de Idlib, o atual

presidente dos Estados Unidos, Mestrando em História pela Universidade

de Brasília e bacharel em Ciência Política pela Universidade de Greenwich.

Donald Trump, acusou o governo de Bashar al-Assad de ser o responsável

e bombardeou a base aérea de Al Shayrat, perto de Homs. Essa atitude por

parte do governo americano é uma mudança significativa de sua atuação

em território sírio, foi a primeira vez que os Estados Unidos atacaram

diretamente a Síria, em seis anos de guerra. Trump também voltou a cobrar

com mais veemência que Assad saia do poder, além de deixar claro que

ataques químicos não serão mais tolerados por parte de seu governo. Ao

mesmo tempo, a despeito dos ganhos relativos que o avanço do EI

proporcionou ao governo, é certo que o fato de ele ter se estabelecido

firmemente em mais de um terço do território do país, além da incapacidade

do Exército Sírio de contê-lo, tornou-se fator de preocupação para

Damasco. A isso se deve somar questões religiosas, que possuem

importância fundamental para os jihadistas. Afinal, Assad, além de

comandar um regime laico, pertence à seita alauíta, cujos adeptos são

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vistos como hereges pelos fundamentalistas sunitas (FUJII, 2015). Portanto,

afora questões de geopolítica, resistir ao EI representa uma questão de

sobrevivência religiosa e física para membros do regime Assad e o próprio

presidente, receio este reforçado pelos numerosos relatos e imagens das

atrocidades cometidas pelos militantes fundamentalistas contra soldados

sírios. Como agravante, há ainda o histórico de repressão do governo

contra as comunidades sunitas, que serve simultaneamente para aumentar

a apreensão de Assad e o ímpeto jihadista dos membros do Estado

Islâmico, todos sunitas por definição (FUJII, 2015). Nos últimos meses, o

Estado Islâmico vem ocupando violentamente cada vez mais cidades em

territórios sírios, cometendo atrocidades a aqueles que não apoiam o grupo,

como por exemplo, os xiitas e os curdos, causando milhares de mortos e

milhões de refugiados. Essa grande expansão do grupo extremista, fez com

que a comunidade internacional tivesse uma negativa reação ao grupo, que

é declarado inimigo dos Estados Unidos e que, nos últimos meses, vem

cometendo uma série de violações aos direitos humanos, decapitando

estrangeiros principalmente de nacionalidade estadunidense, inglesa e

francesa, divulgando essas atrocidades em tempo real nas redes sociais,

causando grande terror e espanto ao redor do mundo. Em contrapartida, os

Estados Unidos prometeram combater o Estado Islâmico, e desde agosto

de 2013 vem realizando, juntamente com o Reino Unido, ataques aéreos

contra alvos do Estado Islâmico na Síria, causando a morte não só dos

rebeldes militantes do grupo, mas também de militares e de civis inocentes

(ACNUR, 2015).

5.3.1. Coalizão do Oriente Médio

Formada em setembro de 2014 com liderança dos Estados Unidos da

América, a Coalizão tem como objetivo central o combate à Organização do

Estado Islâmico (EI). Obama, ao anunciar o início das atividades da

coalizão, evidenciou o fato de que o combate ao terrorismo, dessa vez,

seria diferente de como foi no Afeganistão em 2001 e no Iraque em 2003,

isto porque, a opção agora não era a de enviar tropas estadunidenses ao

território sírio e iraquiano (países onde a Organização do Estado Islâmico

se encontrava), mas sim de realizar ataques aéreos e contar com o apoio

de forças aliadas em solo. Desse modo, a atuação desta Coalizão não seria

caracterizada tipicamente como de guerra, mas sim representaria um

conjunto de medidas e iniciativas adotadas para combater de vez a

organização terrorista (AGNU, 2016). Dessa maneira, a atuação da

coalizão, basicamente, foi planejada para pautar-se em quatro pilares

centrais:

1) dar apoio militar ao novo governo iraquiano para o combate ao Estado

Islâmico, sem envio de tropas de solo;

2) Aumentar o apoio aos rebeldes de oposição ao governo da Síria;

3) Angariar apoio e recursos da comunidade internacional;

4) oferecer ajuda humanitária aos muçulmanos sunitas e xiitas das regiões

de controle do grupo que estão refugiados, além de cristãos e outras

minorias religiosas.” (AGNU, 2016). Os países participantes da Coalizão

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são, dentre outros, Austrália, Bélgica, Canadá, França, Reino Unido e vários

países árabes como Arábia Saudita, Emirados Árabes, Jordânia, Marrocos,

Catar, Bahrein e Egito. Fazer parte desta coalizão significa, então, contribuir

com os pilares centrais supracitados da mesma, e, portanto, o que estes

países já realizaram, por exemplo, foram: ataques aéreos e o fornecimento

de treinamento a forças do exército iraquiano e a milícias curdas que

buscam combater o Estado Islâmico. Além disso, alguns deles ajudaram de

maneira indireta, como a República Tcheca, disponibilizando armamentos à

coalizão e, portanto, fomentando-a. Outro exemplo é a Turquia, que cedeu

bases militares aos Estados Unidos com a intenção de utilizá-las para

lançamento de ataques aéreos à Síria (AGNU, 2016). Até fevereiro de 2015

contabiliza-se, segundo dados do governo estadunidense, que haviam sido

realizados 1250 ataques a alvos da Organização o que gerou um saldo, até

aquela época de 6000 mortos. Já no mês de julho, a coalizão realizou em

menos de 24 horas, 29 ataques aéreos a uma província do Iraque, e visava

atingir 67 alvos do Estado Islâmico. Neste mesmo mês derrubaram-se

pontes que ligavam uma cidade síria ao Iraque, com a intenção estratégica

de fazer com que a movimentação do grupo terrorista se dificultasse. Todo

este cenário gerou a maior crise de refugiados desde a Segunda Guerra

Mundial (AGNU, 2016). Neste contexto, a Rússia passou a agir

unilateralmente, uma vez que apoia o governo sírio de Bashar al-Assad,

enviando, por exemplo, armas ao exército sírio. Todavia, Moscou também

tem o interesse de acabar com o terrorismo e a crise da Síria, mas enxerga

que para alcançar isto, ao contrário dos Estados Unidos, é necessário que o

governo de Assad se fortifique. Isso se justifica, também, pelo histórico de

intensas relações diplomáticas entre Rússia e Síria. Além disso, o país

americano critica a maneira que a Rússia tem atuado, porque, segundo ele,

ela tem atingido a população civil, o que só pioraria a situação do país. Por

outro lado, a Rússia também critica a atuação estadunidense, alegando

impropriedade e desrespeito aos civis, isto porque os países têm visões

diferentes sobre o governo sírio vigente (AGNU, 2016). Por fim, em 2016,

Estados Unidos e Rússia, anunciaram uma nova tentativa de solucionar os

problemas da região, declararam um acordo de cessar-fogo, ou seja, parar

com os ataques e desenvolver uma agenda que proponha a paz. Feito isso,

os países estabeleceriam um grupo conjunto para combater a Organização

do Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Entretanto, o acordo falhou, foi

violado mais de 69 vezes e não se permitiu que a ajuda humanitária

chegasse. O acordo supostamente foi violado por ambas as partes, Estados

Unidos e Rússia, no entanto, as acusações ocorrem recorrentemente entre

estes dois países. Contudo, sabe-se com certa certeza que houve violação

por parte dos próprios rebeldes sírios (AGNU, 2016).

6. POSICIONAMENTO DOS PRINCIPAIS ATORES

6.1. Estados Unidos da América, França, Reino Unido e Alemanha; Apesar

de todas as intervenções, os países ocidentais estavam mais receosos no

início da guerra, pois buscaram evitar o envolvimento em uma nova crise no

Médio Oriente. Porém, a partir de 2012, os Estados Unidos, o Reino Unido

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e a França passaram a prover à oposição de enormes quantidades de 24

armamentos não letais, incluindo equipamentos de comunicação e

suprimentos médicos. A Inglaterra também começou a apoiar com

inteligência, a partir de sua base no Chipre, em cooperação com militares

turcos e com rebeldes anti-Assad. A Alemanha tem monitorado ações do

exército da Síria e, segundo o jornal Bild, os alemães possuem informantes

oficiais dentro do governo de Bashar al-Assad.

6.2. Rússia e China; A Rússia é a principal aliada do governo Assad e

participa diretamente da Guerra Civil na Síria. A China, por sua vez, declara

apoio a Assad e à Rússia, mas não se envolveu ativamente no conflito.

Membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas

(CSNU), os países se opõe a quaisquer intervenções de cunho militar da

ONU em território sírio e condena a postura de alguns países do ocidente

em intervir em questões internas do país. Desde o início do conflito, o

governo russo já vetou resoluções que propunham a intervenção ocidental

na guerra, debatidas no CSNU. O governo russo alega que além de

ilegítimas, as intervenções ferem a soberania do Estado sírio, chamando

tais práticas de terrorismo e igualando ao Estado Islâmico, o que contribui

para o agravamento do quadro de feridos e refugiados e favorece

abertamente um lado do conflito, tomando como exemplo, a situação

ocorrida na Líbia (ACNUR, 2015). A China concordou com a Rússia,

declarando que uma ação militar teria impacto negativo sobre a economia

mundial.

A Rússia afirmou, inclusive, que os grupos armados na Síria também

assumem grande responsabilidade sobre a situação humanitária no país,

pois dificultam a entrada de reforços humanitários nas regiões as quais

estão sobre o controle dos rebeldes. De maneira geral, a nação russa, por

ser um dos poucos países que ainda conseguem exercer influência sobre o

governo sírio, direcionando seus esforços para uma possível resolução do

conflito, o que traria maior estabilidade política para a Síria, influenciando

assim o quadro de refugiados e feridos da Guerra (ACNUR, 2015).

6.3. Irã e Arábia Saudita; Arábia Saudita e Irã, antagonistas conhecidos de

muitos anos, reforçam suas oposições ao apoiarem abertamente os lados

envolvidos no impasse sírio. A Arábia Saudita, com a população

majoritariamente sunita, apoia a oposição síria. Esse apoio se dá por meio

de envio de armamentos para os rebeldes. Já o Irã, majoritariamente xiita,

apoia o governo de Bashar al-Assad, de família alauíta, seita próxima do

xiismo. Nesse sentido, o Irã age diretamente em favor do governo sírio, com

o intuito de proteger seu aliado Assad e reforçar seu papel no mundo árabe.

Assim sendo, ajuda no efetivo militar e bélico (EERRI, 2012).

6.4. Turquia; A Turquia atua em favor da retirada do governo Sírio e

representa o poder da OTAN na fronteira norte desse país, aliada ao

Ocidente, apoiando, portanto, a oposição síria. Porém, devido a sua forte

contrariedade ao povo curdo, tem suas ressalvas no que tange o apoio

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militar dado pelo EUA a eles. Em relação ao seu apoio ao Exército Livre da

Síria, estariam abrigando e treinando membros das guerrilhas anti-Assad e,

junto com a Arábia Saudita, vem fornecendo aos rebeldes armamentos

pesados e outros equipamentos militares. Isso levou a grandes tensões

entre os governos sírio e turco (EERRI, 2012).

6.5. Países fronteiriços com a Síria; Países que fazem fronteira com a Síria,

como Jordânia, Líbano, Iraque e Turquia, têm arcado com problemas

originados pelo conflito, em foco, a quantidade de refugiados de guerra.

Esses países não dispõem de infraestrutura suficiente para receber os

refugiados e vivenciam um dilema em relação a essas pessoas. Alguns

desses países vivem ainda seus próprios conflitos, como é o caso do

Iraque, o que torna ainda mais difícil a prestação de assistência a essas

pessoas (FERREIRA, 2013).

7. CRONOLOGIA DA GUERRA

2000: morre Hafez al-Assad, sendo sucedido pelo seu filho, Bashar al-

Assad em julho. Outubro de 2001: Síria consegue assento no Conselho de

Segurança das Nações Unidas, apoiada por países asiáticos e africanos. 8

de março de

2004: Comitê de Defesa das Liberdades Democráticas e Direitos Humanos

na Síria organiza protesto em favor da libertação de prisioneiros políticos no

país.

Maio de 2004: Estados Unidos impõe sanções econômicas contra a Síria

alegando apoio ao terrorismo.

26 Maio de 2007: Bashar al-Assad é reeleito, com aproximadamente 97%

dos votos, para o cargo de presidente por mais sete anos.

Março de 2011: adolescentes pintam slogans revolucionários nas paredes

de escolas em Deera, sendo presos e torturados. Tal situação leva a

protestos pró-democracia, que são reprimidos violentamente, deixando

quatro mortos. Durante o funeral das vítimas, as forças de Assad matam

mais um civil. A partir desse fato, desencadeia - se uma revolta no país que

pede a deposição de Bashar al-Assad.

20 de março: sede do Partido Baath, de Bashar al-Assad, é incendiada pela

população.

25 de abril: tropas do Exército e tanques entram em Deera, matando 20

civis.

9 de maio: tanques ocupam a cidade de Homs.

23 de maio: União Europeia impõe sanções a Bashar al-Assad.

27 de maio: todos os países do G8 discursam contrários às atitudes do

governo sírio. Apesar disso, as repressões violentas contra a população

continuam.

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2 de junho: oposição exilada pede a renúncia de Assad, sugerindo que o

país deveria passar a ser governado pelo vice-presidente até que se

pudesse reunir um conselho em prol da democracia.

10 de junho: o governo turco afirma que 2.400 refugiados sírios já pediram

refúgio a Turquia.

19 de dezembro: aproximadamente 70 soldados que abandonaram seus

postos foram mortos em Jabal al-Zawiya.

Fevereiro de 2012: Homs se mantém como foco dos rebeldes, levando o

governo a bombardear a cidade, deixando 700 mortos.

Maio de 2012: bombardeios ocorrem na capital Damasco, deixando 55

mortos. Governo alega bombardeio a terroristas. - Ataque à cidade de

Houla deixa 108 mortos, sendo 49 deles crianças. Situação choca a

comunidade internacional.

30 de junho: acontece na Suíça a Conferência de Genebra I sobre a Síria.

19 de julho: China e Rússia vetam pela terceira vez a imposição de sanções

e a intervenção na Síria durante reunião do Conselho de Segurança das

Nações Unidas. - Os Estados Unidos afirmam que o Conselho de

Segurança fracassou totalmente na Síria.

23 de julho: Síria admite possuir armas químicas e biológicas e afirma que

as utilizará em caso de intervenção.

21 de agosto: Qadri Jamil, vice-presidente da Síria, afirmou que intervenção

no país é inviável, mas que o governo está disposto a discutir com a

oposição até mesmo a resignação de Assad.

20 de agosto: jornalista japonesa é morta durante cobertura na província de

Aleppo.

27 de agosto: rebeldes abatem helicóptero militar do governo na capital

Damasco. Rebeldes afirmam que o ato é uma retaliação aos massacres em

Daraya. - Mais 9 mil refugiados chegam à Turquia.

29 de agosto: Bashar al-Assad afirma que a Turquia é responsável direto

pela situação na Síria.

30 de agosto: Irã e Egito iniciam propostas de cessar-fogo na Síria durante

Conferência do Movimento de países não alinhados. - Ban-Ki Moon,

secretário-geral das Nações Unidas, afirma o importante papel do Irã na

resolução do conflito na Síria.

2 de setembro: ONU afirma que as tropas do governo teriam matado 1,6 mil

habitantes apenas na semana anterior.

3 de setembro: mediador das Nações Unidas e da Liga Árabe afirma que é

quase impossível que os esforços diplomáticos tenham resultado para

encerrar o conflito na Síria. - Presidente da Cruz Vermelha, Peter Dauer, vai

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a Damasco para conversar com Bashar al-Assad. O tema discutido foi a

situação humanitária no país. - Bombardeio aéreo deixa 18 mortos na

província de Aleppo.

5 de maio de 2013: ataque israelense em território sírio mata pelo menos 42

soldados.

27 de maio: jornalistas franceses afirmam que as tropas de Assad estariam

usando armas químicas contra os rebeldes. - União Europeia suspende

embargo de armas à oposição, acrescentando que irão manter as sanções

contra o governo sírio.

28 de maio: Rússia anuncia que mandará novos mísseis para auxiliar o

governo de Assad.

30 de maio: Assad diz que acordo de resolução para o conflito deveria ser

submetido a referendo. Oposição anuncia boicote à Conferência Genebra II

devido ao anúncio do recebimento de mísseis russos pelo governo sírio,

bem como por volta do envolvimento do Irã e do Hezbollah.

31 de maio: ACNUR anuncia que o número de refugiados sírios já passa de

1,6 milhões.

5 de junho: após uma ofensiva de três semanas, exército de Assad retoma

o controle da cidade de Qusair, reduto da oposição que possui localização

estratégica na fronteira com o Líbano.

13 de junho: Estados Unidos anunciam que intensificarão assistência aos

rebeldes sírios.

27 de junho: Observatório Sírio de Direitos Humanos anuncia que mortos no

conflito já passam de 100 mil. (UNB,2013)

18 de agosto: inspetores da ONU chegaram à Síria para investigar três

locais onde armas químicas foram supostamente usadas, incluindo a cidade

de Khan al-Assal, no norte do país, onde cerca de 26 pessoas foram mortas

em março.

21 de agosto: na tentativa de expulsar forças rebeldes de uma área próxima

ao leste da capital Damasco, as forças do governo iniciaram um intenso

bombardeio. Durante esse ataque, foguetes com agentes tóxicos foram

lançados em áreas civis na região de Ghouta. (BBC, 2013). Nesse ataque

foram totalizadas mais de 1.700 mortes, dentre eles muitas crianças,

inclusive recém-nascidos. O Conselho de Segurança da ONU realizou uma

reunião de emergência a pedido de vários países, para discutir a questão

da utilização de armas químicas pela Síria.

14 de setembro: encontro diplomático entre Rússia e EUA para discorrer

sobre a situação das armas químicas na Síria ocorre na Suíça.

15 de setembro: aviões de guerra sírios bombardearam redutos rebeldes da

capital um dia depois que os Estados Unidos concordaram em cancelar

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ações militares em um acordo com a Rússia para remover as armas

químicas do presidente Bashar al Assad.

16 de setembro: inspetores da ONU confirmam em uma reunião do CSNU o

uso de gás sarin no ataque químico de 21 de agosto na Síria. - É exigido

que a Síria destruísse seu arsenal de armas químicas até a metade de

2014.

18 de setembro: o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei

Ryabkov, se reúne com o presidente da Síria, Bashar al Assad, em

Damasco, para averiguar as informações sobre seu arsenal químico, tal

como prevê o plano russo-americano para a eliminação dessas armas do

país. Para pressionar Damasco, EUA diz que vai manter suas forças e

navios militares estrategicamente posicionados no Mediterrâneo. Assad

afirma que a destruição de armas químicas vai demorar um ano.

21 de setembro: Síria entrega o inventário de suas armas químicas à Opaq.

24 de setembro: combatentes curdos tomam o controle da vila síria de Yafa,

na fronteira com a Turquia, após enfrentamentos com grupos jihadistas

ligados à Al Qaeda.

27 de setembro: Conselho de Segurança aprova unanimemente uma

resolução que prevê a destruição das armas químicas da Síria.

01 de novembro: Exército Sírio toma controle de cidade estratégica em

Aleppo após duas semanas de combate com rebeldes.

29 de novembro: bomba cai no centro de Damasco deixando 4 mortos e 26

feridos.

22 de janeiro de 2014: acontece em Montreux, Suíça, a Conferência de

Genebra II sobre a Síria.

23 de janeiro: segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, os

combates entre os rebeldes, em sua maioria islamitas, e os jihadistas do

EIIL (Estado Islâmico do Iraque e Levante), vinculado à Al Qaeda, deixaram

em 20 dias quase 1.400 mortos na Síria.

24 de janeiro: regime sírio e oposição aceitam negociar pela primeira vez.

05 de fevereiro: governo sírio lança barris com explosivos sobre Aleppo e

mata dezenas de crianças. - Número de refugiados sírios passa de 3

milhões, segundo ONU.

10 de fevereiro: começa 2ª rodada de negociação de paz e mediador se

reunirá separadamente com delegações sírias.

05 de março: ONU acusa Assad de causar crise de fome, desnutrição e

mortes em massa.

15 de março: guerra na Síria completa 3 anos.

29 de abril: atentados na cidade síria de Homs deixa ao menos 42 mortos.

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13 de maio: governo sírio é acusado ter praticado ataques químicos com

cloro em três cidades. - Lakhdar Brahimi renuncia ao cargo de mediador da

ONU na Síria.

22 de maio: Rússia e China vetam em uma reunião do CSNU a resolução

contra Síria que pedia a investigação da Corte Penal Internacional.

30 de maio: bombardeios deixam quase 2 mil civis mortos em Aleppo.

01 de junho: Síria tem eleições presidenciais com mais de um candidato em

décadas. - Otan anuncia que não reconhecerá o resultado dessa eleição.

03 de junho: Bashar al-Assad é reeleito presidente da Síria por mais sete

anos.

14 de julho: Conselho de Segurança da ONU aprova envio forçado de ajuda

humanitária à Síria.

24 de agosto: militantes do Estado Islâmico tomam partes de base aérea

síria.

Setembro de 2014: é formada a Coalizão Internacional liderada pelos EUA

que tem como objetivo o combate ao Estado Islâmico.

15 de março de 2015: guerra na Síria completa 4 anos.

09 de dezembro: secretário de Estado norte-americano vai a Moscou para

conversar com Putin sobre Síria. -Premiê turco acusa Rússia de “limpeza

étnica” na Síria.

11 de dezembro: Putin confirma que Rússia dá apoio às tropas de Assad na

Síria.

18 de dezembro: Conselho de Segurança aprova unanimemente plano de

paz para a Síria.

23 de dezembro: ataques russos deixam 200 civis mortos na Síria.

01 de janeiro de 2016: uma missão de investigadores da agência global

contra armas químicas encontrou indicações de que algumas pessoas na

Síria foram expostas ao mortal gás sarin, ou a um composto parecido com

ele, de acordo com um relatório que a Organização das Nações Unidas.

29 de janeiro: começa negociações de paz em Genebra disse que discutirá

questões humanitárias, incluindo o fim dos bombardeios dos governos

russo e sírio.

30 de janeiro: grupo da principal oposição na Síria viaja a Genebra com

início de negociações de paz. 0

3 de fevereiro: enviado da Organização das Nações Unidas suspende as

tentativas de lançar um diálogo de paz para a Síria depois que o Exército,

apoiado por ataques aéreos russos, fez um grande avanço contra forças

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rebeldes ao norte de Aleppo, fechando rotas de suprimento da oposição

vindas da Turquia para a cidade. 0

8 de fevereiro: Angela Merkel critica ataques russos à Síria.

12 de fevereiro: em reunião na Alemanha, as autoridades internacionais

concordaram em acelerar o envio de ajuda humanitária às cidades sitiadas

e 'cessar as hostilidades no país em uma semana.

15 de fevereiro: hospital do MSF é alvo de ataques.

22 de fevereiro: EUA e Rússia anunciam acordo para cessar-fogo na Síria.

27 de fevereiro: cessar-fogo para que cidades sitiadas recebam ajuda

humanitária na Síria.

15 de março: guerra na Síria completa 5 anos.

16 de março: Rússia retira quase metade de sua força aérea da Síria.

04 de maio: Síria bloqueia ajuda a centenas de milhares e arrisca novo

cerco a Aleppo, segundo ONU.

07 de setembro: ativistas na Síria acusam o governo do presidente Bashar

al-Assad de ter usado bombas de gás cloro em um ataque à cidade de

Aleppo, no início da semana.

09 de setembro: EUA e Rússia anunciam acordo de cessar-fogo na Síria.

12 de setembro: cessar-fogo que deve durar uma semana entra em vigor

após o pôr-do-sol.

22 de setembro: governo sírio anuncia ofensiva em Aleppo.

14 de dezembro: trégua prevista em Aleppo não ocorre. Começa a

evacuação de civis de uma área de Aleppo dominada por rebeldes.

18 de dezembro: os presidentes da Rússia e da Turquia conversam por

telefone sobre intensificar os esforços para permitir a chegada de ajuda

humanitária e para se chegar a uma solução política na Síria. Turquia diz

que 12 mil pessoas já foram retiradas de Aleppo.

19 de dezembro: o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou,

por unanimidade, a resolução para o envio de observadores da organização

a Aleppo. O objetivo é o monitoramento da saída de civis da cidade em

segurança.

21 de dezembro: ônibus cheios de civis sírios começam a deixar o último

enclave controlado por rebeldes no Leste de Aleppo novamente, após

pausa de um dia.

22 de dezembro: exército sírio anuncia retomada total de Aleppo.

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06 de fevereiro de 2017: especialistas de Rússia, Turquia, Irã e da ONU

realizaram uma reunião técnica em Astana, capital do Cazaquistão para

discutir a implementação do acordo de cessar-fogo na Síria.

26 de fevereiro: exército sírio avança contra EI perto de Aleppo. - Ativistas

sírios pedem conversas sobre transição política e monitoramento de cessar-

fogo.

28 de fevereiro: a Rússia dá seu sétimo veto para proteger o governo sírio

de ações do Conselho de Segurança da ONU, bloqueando uma tentativa de

potências ocidentais de imporem sanções por conta de acusações de

ataques com armas químicas durante o conflito de seis anos no país. A

China apoiou a Rússia e deu o seu sexto veto sobre a Síria.

02 de março: exército sírio anuncia a retomada de Palmira, Patrimônio

Histórico da Humanidade.

15 de março: guerra na Síria completa 6 anos.

04 de abril: pelo menos 80 pessoas foram mortas e centenas ficaram

feridas no que teria sido um ataque químico em uma cidade no noroeste da

Síria, dominada por rebeldes. Momentos depois, aviões dispararam

foguetes contra clínicas locais que cuidavam dos sobreviventes. Opaq

manifesta grave preocupação com suposto ataque químico a cidade síria.

França solicita reunião emergencial no Conselho de Segurança para tratar

de ataque químico. Investigadores de crimes de guerra da ONU vão

averiguar suposto ataque com armas químicas na Síria.

05 de abril: Moscou, com poder de veto, impediu a aprovação de uma

resolução preparada por EUA, França e Reino Unido para condenar o

governo da Síria. Rússia defende Síria e acusa rebeldes por ataque

químico. Trump declara que seu posicionamento com relação a Assad

mudou.

06 de abril: EUA ordena lançamento de 59 mísseis contra uma base aérea

militar Síria deixando 9 mortos, sendo 4 crianças. Ministro turco declara que

autópsias confirmam o uso de armas químicas no ataque do dia 04.

07 de abril: Trump declara que os mísseis foram em resposta ao uso de

armas químicas na Síria. - Israel e UE mostram apoio à decisão de Trump.

Putin convoca uma reunião do CSNU após ataque dos EUA. A Rússia

suspendeu seu acordo de segurança aérea com os EUA na Síria após os

bombardeios. Síria promete aumentar ofensiva na guerra civil após ataque

americano.

11 de abril: G7 decide não impor sanções a Rússia por apoiar Assad.

27 de abril: ocorre a Reunião Emergencial do Conselho de Segurança sobre

a Guerra Civil na Síria.

8. QUESTÕES RELEVANTES

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Após as várias tentativas de reuniões para uma negociação de paz que não

surtiram efeito, o comitê traz a Genebra uma conferência emergencial,

auferindo examinar o que já foi feito até a data atual e o que pode ser feito

diante das situações atuais para que um cessar fogo possa realmente

acontecer por ambas às partes, estabilizando o número de mortos e

refugiados que só vem crescendo, averiguando medidas para combate ao

Estado Islâmico, que instaurou uma guerra sob guerra dentro do conflito

Sírio, e o que fazer com as consequências mundiais do conflito que assola

a sociedade internacional desde 2011. Para isso, organizamos algumas

perguntas para auxiliar o posicionamento dos senhores nos debates:

Tendo em vista o histórico de negociações, qual é a melhor condição para

que se realizem novas conferências e evitem novas quebras de acordos de

cessar fogo?

Uma reforma política no governo de Bashar Al-Assad dentro da Síria é

necessária para que ocorra a paz. Dentro dessa afirmação, tratados entre o

governo e a oposição podem existir? Se sim, como conciliar as

reivindicações das partes?

A transição política é substancial para o início das negociações entre

governo e os rebeldes? Se sim, a transição deve começar a ocorrer agora

ou deve-se ter mais negociações entre o governo e o grupo da oposição?

O Conselho de Segurança, como principal órgão zelador da paz e

segurança internacional, deve tomar medidas para a busca da paz na Síria?

Qual papel assume o Conselho de Segurança na intermediação do

conflito?

Como o Conselho de Segurança deve agir em relação ao avanço do

Estado Islâmico sobre a Síria em meio ao conflito?

O que fazer para que as armas enviadas até o momento para os grupos

da oposição e para os curdos não caiam nas mãos do Estado Islâmico?

Quais os avanços contra o EI já foram conquistados até o momento?

Qual a melhor maneira de combate a este grupo? Os bombardeios têm

sido efetivos? A comunicação entre os países participantes das coalizações

tem sido buscada pelas partes envolvidas?

O que foi cumprido desde a primeira conferência de Genebra?

Como evitar que o conflito alcance proporções maiores do que já possui?

O que fazer com o número exacerbado de refugiados? Como fazer a

ajuda humanitária chegar nos mais afetado pela guerra?

O que fazer em relação à reincidência de ataques químicos? Quais

medidas serão tomadas em relação a isso?

9. Referências

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internacional-liderada-pelos-eua/. Acesso em: 19 de jul. de 2017.

10. Tabela de demandas País Demanda Afeganistão Alemanha Arábia

Saudita Bolívia (2018) Cazaquistão (2018) China Coligação Nacional Síria

da Oposição Egito (2017)

Representações pontual

Afeganistão Alemanha Arábia Saudita Bolívia (2018) Cazaquistão (2018)

China Coligação Nacional Síria da Oposição Egito (2017) Representações

pontualmente demandadas a tomar parte nas discussões. Representações

medianamente demandadas a tomar parte nas discussões. Representações

frequentemente demandadas a tomar parte nas discussões. Estados

Unidos da América Etiópia (2018) França Irã Iraque Itália (2018) Japão

(2017) Jordânia Líbano Liga Árabe O Diplomata Organização para a

Proibição de Armas Químicas - OPAQ Reino Unido Rojava - Curdistão Sírio

Rússia Senegal (2017) Síria Suécia (2018) Turquia Ucrânia (2017) União

Europeia Uruguai (2017)