cruz de combate ii esfeb
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Apesar de existirem algumas informações sobre
as referidas medalhas, estas são esparsas e
insuficientes. Informações sobre a quantidade
de medalhas concedidas, tipos de cunhagens e
datas de concessão não existiam até então.
Sendo assim, este estudo teve por objetivo
fazer uma revisão de literatura, de forma que
estas informações possam trazer à tona
maiores conhecimentos históricos e
numismáticos sobre as referidas medalhas.
I – INTRODUÇÃO
II – DESENVOLVIMENTO
a. Critérios de concessão
b. Descrição da medalha
c. Proposta de concessão da medalha
d. Local de concessão
e. Prazos de concessão
f. Diplomas
g. Novas cunhagens
h. Dilatação dos prazos e últimas concessões
i. Quantitativos concedidos
III – CONCLUSÃO PARCIAL
As Cruzes de Combate foram medalhas
criadas para serem outorgadas aos militares
que se distinguiram em ação, sendo que a de
1ª Classe para aqueles que praticaram atos de
bravura, ou revelaram espírito de sacrifício no
desempenho de missões de combate, e as de
2ª Classe para aqueles que participaram de
feitos excepcionais, praticados em conjunto,
por vários militares.
Responsável: General Comandante da Força em Ope-
rações
Publicação de atos de bravura comprovados em BI
Recurso - General Comandante
- Ministro da Guerra
Estes requerimentos foram feitos pelo menos até
1948, com o último caso que se tem registro o do 2º
Sargento Enfermeiro, do Hospital Central do Exército,
Artelino Borges dos Santos, o qual solicitava a Cruz de
Combate de 1ª Classe, tendo seu requerimento sido
arquivado por falta de amparo legal. (D.O.U. 16 de
dezembro de 1948).
A Cruz de Combate seria entregue no Teatro de
Operações, em presença de tropa, pelo Comandante
das Forças em Operações. Para os ausentes, proceder-
se-ia como previsto para a Medalha de Campanha, em
local e datas fixados pelo Ministro da Guerra.
Como os acontecimentos eram sucessivos e
rápidos, muitas vezes as partes de combate não eram
escritas, perdendo-se a oportunidade de se descrever
alguma ação meritória e, desta forma, concedendo
tardiamente alguma condecoração, mesmo que ainda
na Itália.
INICIAL: até seis meses após o regresso da ultima
fração do TO (25 Out 44)
Último regresso: 31 Out 45 (DOU 30 Nov 45)
ALTERAÇÃO: até um ano após o regresso (DOU 24
Abr 46)
Veremos adiante que estes prazos foram
adiados mais algumas vezes, não tendo encerrado
ainda a concessão das Cruzes de Combate nesta
segunda data prevista: 31 de outubro de 1946.
Como dito anteriormente, os prazos para
entrada de requerimentos para a concessão das
medalhas foi dilatado várias vezes. Então, em março
de 1948, quando o estoque da cunhagem inicial estava
esgotando, não sendo suficiente para as futuras
concessões, o Presidente da República determinou
que o Ministério da Fazenda enviasse mensagem,
devidamente justificada, à Câmara dos Deputados,
solicitando abertura de crédito especial, para a
aquisição de Medalhas de Guerra e de Cruz de
Combate, conferidas a Oficiais, Sargentos e Civis, a
título de excepcional distinção (Noticiário, transcrito
do D.O.U. de 3 de março de 1948).
A resposta da Câmara dos Deputados foi
enviada ao Presidente através da mensagem Nr. 165,
acompanhada da exposição de motivos Nr 433, de 8
de abril de 1948, justificando a necessidade de
abertura de crédito especial, pelo Ministério da
Guerra, na importância de Cr$ 1.189.900,00 para
atender as despesas com a confecção de medalhas de
guerra e da cruz de combate, conferidas a oficiais,
sargentos e civis. (Aviso Nr 108, P.R. 9.167 – 48, ao 1º
Secretário da Câmara dos Deputados, transcrito no
DOU de 30 de abril de 1948).
Esta quantia permitiu ao Exército que cunhasse as
medalhas que estavam faltando ser entregues àqueles
que já faziam jus e ainda não tinham sido
condecorados, e provavelmente ainda teria alguma
sobra para que fossem entregues àqueles que ainda
as requeressem no futuro. O processo iniciado em
março de 1948 foi encerrado apenas em 1952, quando
houve novamente a concessão da referida medalha, já
com as medalhas da segunda cunhagem.
Não se sabe o motivo, mas algumas pequenas
características das medalhas iniciais não foram
mantidas, originando um 2° modelo de Cruz de
Combate. Talvez a mudança de fabricante possa ser
uma das razões.
Falta de controle do Exército.
A determinação do Secretario Geral da Guerra Paulo
Figueiredo corrobora com esta hipótese. Ele
determinou, aos comandantes de corpos e chefes de
estabelecimentos e repartições militares, que
remetessem, com a possível urgência, à sua secretaria,
relações de oficiais, praças e serventuários civis que
foram agraciados com as Medalhas de Guerra, Cruz de
Combate de 1ª Classe, idem de 2ª Classe, Sangue do
Brasil, Ouro, Prata, Bronze e passadeira de Platina,
descriminando separadamente as condecorações,
assim como as dos que ainda não receberam os
diplomas da Medalha de Campanha da F.E.B.
(Noticiário, transcrito no DOU de 16 de março de 1949).
TO – antes 08 maio
CC1 – 8
CC2 - 23
TO – após 08 maio
CC1 – 111
CC2 - 69
Brasil – Set 45 e Jul 47
CC1 – 454
CC2 - 512
Brasil – Fev 52 e Mai 61
CC1 – 70
CC2 - 513
TOTAL
CC1 – 643
CC2 - 1117
Os totais encontrados neste estudo foram próximos
aos números divulgados no Livreto Notícia Histórica
(1945, p. 43) "Além disso, perto de 1500 citações de
combate (grifo nosso) e cerca de 1000 condecorações
atestam bem o valor com que se bateu a nossa gente,
em tão curto prazo".
Apesar de cerca de 1750 cruzes de combate terem
sido concedidas, o número de diplomas foi um pouco
maior, pois temos que acrescentar a este resultado os
diplomas conferidos àqueles que tombaram em
combate. Desta forma, os números subiriam para
aproximadamente 2100 diplomas.
Por fim, o Brasil mandou cerca de 25000 homens do
Exército para a Itália. Com os resultados encontrados
neste estudo, podemos concluir parcialmente que
cerca de 8,4% dos febianos receberam uma das duas
mais altas condecorações que a FEB possuía,
demonstrando que grande parte destes homens
demonstraram elevado espírito de cumprimento de
missão e sentimento do dever, não medindo esforços
para honrar o nome do Brasil, perante os aliados e
perante inclusive seus inimigos.