estudo completo ii cor˝ntios -...

12
ESTUDO COMPLETO II CORヘNTIOS A A MENTE DE PAULO A OBRA DA CRUZ Introdução a II Coríntios Em II Coríntios, Paulo mostra-nos que se nossa intenção é ter um vida plena em Cristo, temos de experimentar Cristo por meio da obra da cruz (1:9; 4:10-12), e o operar da cruz é para experimentarmos a unção, o selar e o penhor do Espírito Santo (1:21-22). O ministério provém desta experiência. A Segunda carta aos Coríntios dá-nos um modelo, um exemplo de como o mortificar da cruz opera, de como Cristo é trabalhado em nosso ser e como nos tornamos a expressão de Cristo. O pensamento central das Escrituras é a intenção de Deus de trabalhar-se em nosso interior em Cristo e por meio do Espírito, a fim de que Deus e nós, nós e Deus, possamos ser verdadeiramente um em vida, em natureza e no Espírito. Em 2ª Coríntios, Paulo foi adiante, dizendo-lhes que temia que os cristãos fossem distraídos de Cristo. Eles tinham sido desposados a Cristo, mas ainda almejavam algo além dEle (11:2-3). Paulo os exortou a esquecer todos os outros objetivos e a tomar Cristo como seu único alvo. As experiências mencionadas nesse livro são experiências no Santo dos Santos. Esse livro retrata uma pessoa que estava no Santo dos Santos. Paul e seus cooperadores eram tais pessoas. Eles entraram na boa terra e estavam vivendo no espírito, experienciando Cristo todo tempo. Eles eram profundos, até mesmo os mais profundos na experiência de Cristo. 2ª Coríntios pode ser considerada como a autobiografia do apóstolo Paulo. Se você quer saber que tipo de pessoa o apóstolo Paulo era, deve examinar 2ª Coríntios. Esta carta fala sobre o ministério da nova aliança, que é constituído, produzido e formado com as experiências das riquezas de Cristo por meio de sofrimentos, pressões e da obra mortificadora da Cruz. O Corpo precisa de alguns irmãos que foram trabalhados de forma completa por Deus, a fim de terem algo de Cristo, não simplesmente em sua mente, como conhecimento a ser ensinado para os outros, mas como as riquezas de Cristo em seu espírito e em todo seu ser interior, para ser transmitido a outros. II Coríntios 1 versículos chaves: II Co 1:4-6; 8,9 e 12; II Coríntios 1:4-6 diz “Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. Porque, como as aflições de Cristo transbordam para conosco, assim também por meio de Cristo transborda a nossa consolação. Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação é, a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos” . Deus nos encoraja em toda a nossa tribulação com um propósito: que sejamos capazes de encorajar a outros. A palavra grega para consolação no versículo 4 também significa encorajamento. Ser consolado por Deus significa ser encorajado por Ele. O operar da Cruz A obra da cruz terminou com você, levou-o a um fim.Se desejamos ministrar algo de Deus em Cristo aos outros, temos de sofrer (o sofrimento de Cristo) para ter a experiência. É pelo caminho da cruz que teremos algumas riquezas de Cristo para ministrar aos outros. O ministério não surge de nenhuma outra maneira, mas somente pelo operar da cruz. Paulonos disse que Deus colocou-o numa situação onde foi “sobremaneira” (1:8) ou “excessivamente sobrecarregado” a fim de que ele pudesse confortar a outros. Você pode ser perguntar por que tenho tantos problemas? Você percebeu que nessa carta existe a frase: “excessivamente sobrecarregado” ou “sobremaneira pressionado”?A Paulo diz-nos que ele e seus cooperadores foram excessivamente sobrecarregados acima de sua capacidade ou força de modo que se desesperaram da própria vida (1:8). Quando você se encontra sob determinado tipo de sofrimento, nunca tente exercitar sua própria força para suportá-lo sozinho. Nunca tente vencê-lo por si mesmo.

Upload: lethu

Post on 31-Jan-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS - …cristianeduraes.com.br/igreja/estudos/mente_paulo/II_Corintios... · ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS A A MENTE DE PAULO A OBRA DA CRUZ Introduçªo

ESTUDO COMPLETO II CORÍNTIOSA A MENTE DE PAULO

A OBRA DA CRUZ

Introdução a II Coríntios

Em II Coríntios, Paulo mostra-nos que se nossa intenção é ter um vida plena em Cristo, temos de experimentar Cristopor meio da obra da cruz (1:9; 4:10-12), e o operar da cruz é para experimentarmos a unção, o selar e o penhor doEspírito Santo (1:21-22). O ministério provém desta experiência. A Segunda carta aos Coríntios dá-nos um modelo, umexemplo de como o mortificar da cruz opera, de como Cristo é trabalhado em nosso ser e como nos tornamos aexpressão de Cristo. O pensamento central das Escrituras é a intenção de Deus de trabalhar-se em nosso interior emCristo e por meio do Espírito, a fim de que Deus e nós, nós e Deus, possamos ser verdadeiramente um em vida, emnatureza e no Espírito.

Em 2ª Coríntios, Paulo foi adiante, dizendo-lhes que temia que os cristãos fossem distraídos de Cristo. Eles tinham sidodesposados a Cristo, mas ainda almejavam algo além dEle (11:2-3). Paulo os exortou a esquecer todos os outrosobjetivos e a tomar Cristo como seu único alvo.

As experiências mencionadas nesse livro são experiências no Santo dos Santos. Esse livro retrata uma pessoa queestava no Santo dos Santos. Paul e seus cooperadores eram tais pessoas. Eles entraram na boa terra e estavam vivendono espírito, experienciando Cristo todo tempo. Eles eram profundos, até mesmo os mais profundos na experiência deCristo. 2ª Coríntios pode ser considerada como a autobiografia do apóstolo Paulo. Se você quer saber que tipo depessoa o apóstolo Paulo era, deve examinar 2ª Coríntios.

Esta carta fala sobre o ministério da nova aliança, que é constituído, produzido e formado com as experiências dasriquezas de Cristo por meio de sofrimentos, pressões e da obra mortificadora da Cruz. O Corpo precisa de algunsirmãos que foram trabalhados de forma completa por Deus, a fim de terem algo de Cristo, não simplesmente em suamente, como conhecimento a ser ensinado para os outros, mas como as riquezas de Cristo em seu espírito e em todoseu ser interior, para ser transmitido a outros.

II Coríntios 1

versículos chaves: II Co 1:4-6; 8,9 e 12;

II Coríntios 1:4-6 diz “Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os queestiverem em alguma tribulação, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. Porque, como asaflições de Cristo transbordam para conosco, assim também por meio de Cristo transborda a nossa consolação. Mas,se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação é, a qualse opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos” .

Deus nos encoraja em toda a nossa tribulação com um propósito: que sejamos capazes de encorajar a outros. A palavragrega para consolação no versículo 4 também significa encorajamento. Ser consolado por Deus significa serencorajado por Ele.

O operar da CruzA obra da cruz terminou com você, levou-o a um fim.Se desejamos ministrar algo de Deus em Cristo aos outros, temosde sofrer (o sofrimento de Cristo) para ter a experiência. É pelo caminho da cruz que teremos algumas riquezas deCristo para ministrar aos outros. O ministério não surge de nenhuma outra maneira, mas somente pelo operar da cruz.

Paulonos disse que Deus colocou-o numa situação onde foi “sobremaneira” (1:8) ou “excessivamentesobrecarregado” a fim de que ele pudesse confortar a outros. Você pode ser perguntar por que tenho tantos problemas?Você percebeu que nessa carta existe a frase: “excessivamente sobrecarregado” ou “sobremaneira pressionado”? A

Paulo diz-nos que ele e seus cooperadores foram excessivamente sobrecarregados acima de sua capacidade ou força demodo que se desesperaram da própria vida (1:8). Quando você se encontra sob determinado tipo de sofrimento, nuncatente exercitar sua própria força para suportá-lo sozinho. Nunca tente vencê-lo por si mesmo.

Page 2: ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS - …cristianeduraes.com.br/igreja/estudos/mente_paulo/II_Corintios... · ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS A A MENTE DE PAULO A OBRA DA CRUZ Introduçªo

Depois que Paulo nos disse que ele e seus cooperadores foram tão sobrecarregados que se desesperam até da própriavida, ele disse: “Contudo, já em nós mesmos tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós, e, sim,no Deus que ressuscita os mortos” (1:9). Quando os apóstolos estavam sob a pressão da aflição, desesperados até daprópria vida, devem ter-se perguntado qual seria o resultado de seu sofrimento. A obra da cruz termina com nosso egopara que possamos experimentar Deus em ressurreição. A experiência da cruz sempre resulta no desfrute do Deus daressurreição. Tal experiência produz e forma o ministério (II Co.1:4-6).

A palavra de Paulo nos mostra que a obra começada em nós precisa ser terminada. Aí, então, aprenderemos a nãoconfiar em nós mesmos, mas em Deus. Ele está trabalhando por meio da cruz para terminar a obra em nós. (A cruzterminou para Jesus e quando disse que tudo estava consumado estava também dizendo para nós que a cruz ficavacomo herança para nós daí o texto que diz para tomarmos nossa cruz e Segui-lo). Deus está trabalhado para levar-nosa um fim, até mesmo para que nossa espiritualidade, nossas conquistas espirituais, sejam levadas a um fim.

Em 1:12, Paulo diz: “O testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não comsabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e principalmente convosco”. Em sua consciência,Paulo tinha o testemunho de que andava, movia-se e tinha seu ser nesta Terra não em sabedoria carnal, mas na graça deDeus. Para alguns, sabedoria pode ser uma maneira inteligente de enfrentar determinada situação, mas essa sabedoriavem da nossa mente. A sabedoria humana é algo que você possui visando fazer algo para si mesmo. A graça de Deus éque você não faça nada, mas que Deus faça tudo em seu interior. Não é você fazer algo para enfrentar a situação, maspermitir que Deus faça tudo em você e por você. Não podemos fazer nada humanamente falando: ir ao monte, jejuar,comprar seu passaporte com dízimos, com campanhas. O nosso papel no tomar a cruz é deixar que a Espada do Espíritopenetre dentro de nós e nos corte dividindo o que o pecado misturou e lutar pela transformação de nosso entendimento.

Paulo disse que se conduzia na simplicidade e sinceridade de Deus. Simplicidade pode também significar singeleza.Deus é simples e Deus é singelo. Quanto mais estamos na carne e na alma, mas complexos somos. Então não temossimplicidade, mas complexidade. Uma pessoa almática é muito complexa. Quanto mais ficamos no espírito, maissomos simples e sinceros. Somos sinceros na motivação, no objetivo e em tudo o que desejamos. Em 1:12 estão asimplicidade ou singeleza de Deus, a graça de Deus e a sinceridade de Deus. Se fomos tratados com a cruz, de talmaneira que ela nos levou ao fim, seremos pessoas pacíficas que desfrutam e experimentam a graça de Deus cuidandode tudo por nós. Assim seremos tão simples e tão sinceros em nossa motivação e em nosso objetivo. Desfrutaremos agraça de Deus e teremos a simplicidade e sinceridade de Deus.

Victor Frankl considerado o precursor da logoterapia foi vitimizado pelo abuso nazista, ele diz que o espírito humanotem um cordão umbilical chamado consciência. O que ele quer dizer? Como o nosso corpo biológico tem um cordãoumbilical que evidencia que ele tem origem em outro corpo biológico. O nosso espírito também tem um cordãoumbilical que evidencia que ele também tem origem em um outro Espírito, que é o Espírito de Deus. E esse cordãoumbilical do espírito humano chama-se consciência. É a interpretação do Victor Frankeu, muito próxima ainterpretação do livro de provérbios que vai nos dizer que a nossa consciência é a lâmpada que Deus se utiliza parafalar conosco. Essa compreensão nos mostra que a voz de Deus vem de dentro e não de fora.

Quando Joana Dark foi martirizada e quando ela estava morrendo, ela disse: essa noite eu ouvi a voz de Deus, e osseus torturadores lhe disseram: você ouviu apenas a voz da sua consciência, a voz que está aí dentro de você; e eladisse, pois é assim mesmo que eu ouço a voz de Deus.

O selo e o penhor do Espírito SantoQuando a cruz de Cristo trabalha em você, este trabalho introduz a ressurreição. Portanto, em 1:21-22 diz-se que Deusnos ungiu, nos selou como sua propriedade e pôs o seu Espírito em nossos corações. Se desejamos ministrar algo deCristo a outras pessoas, temos de experimentar Cristo pelo operar da cruz, e o operar da cruz é pelo penhor - EspíritoSanto.

Deus nos ungiu Consigo mesmo. A unção de Deus em nós é a transmissão de todos os Seus elementos divinos em nós.Quando éramos incrédulos, não tínhamos os elementos divinos. Somente tínhamos o elemento humano. Deus nos ungiuConsigo mesmo a fim de podermos ser totalmente mesclados a Ele e sermos totalmente um com Ele.

A unção transmite os elementos de Deus para o nosso interior e o selo imprime os elementos divinos para expressar aimagem de Deus. Se, com um carimbo carimbarmos um pedaço de papel, a figura do carimbo será deixada no papel. Oselar nos dá a figura ou a imagem. Deus não somente nos ungiu com todos os Seus elementos, como também selou-noscom Sua própria imagem.

Vamos relembrar da reflexão do último encontro de domingo, que foi dito que quando Deus não tiver mais nenhumarazão para nos tolerar, para nos perdoar, será por causa dessa marca (do Selo do Espírito Santo) e não porque nós

Page 3: ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS - …cristianeduraes.com.br/igreja/estudos/mente_paulo/II_Corintios... · ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS A A MENTE DE PAULO A OBRA DA CRUZ Introduçªo

somos bonzinhos que Ele continuará derramando do Seu favor e da Sua graça sobre nós. Esse foi o maior ato de amorde Deus, se fazer presente dentro de nós através do seu Santo Espírito.

Deus a partir da vida, da morte, da ressurreição de Cristo e do derramamento do Seu Espírito Santo; deixou de ser umDeus que está do lado de fora de nós e passou a ser um Deus que está do lado de dentro de nós. Um Deus encarnado,o Emanuel, “Deus em mim”. Embora também Deus esteja do lado de fora, mas em relação a nossa intimidade com Ele,o lugar do divino não é mais fora de nós, mas dentro de nós. Essa é a grande diferença do evangelho, o Espírito Santohabita em nós.

Se não entendermos que Deus mudou de endereço, nós estaremos buscando mais uma versão da busca pelo divino.Temos que entender que Deus não está mais LÁ, mas Ele está AQUI, dentre de nós

Não seja manipulado pelas vozes do lado de fora, ouça a voz do Espírito que está dentro de você.

Deus mudou de endereço, busque Deus aí, dentro do seu coração. Pois foi assim que Jesus nos ensinou, quando vocêquiser falar com Deus feche a porta do seu quarto, busque-o em secreto. Eu sei que você pode interpretar esta passagemliteralmente, mas você também pode interpretar dizendo, se eu quiser ouvir Deus, eu preciso buscá-lo no mais íntimodo meu ser e fazer que se cale a força das outras vozes, até que a voz Dele se pronuncie dentro de mim.

Fechar a porta, buscar o lugar do silêncio, sem ruídos, sem interferências, não é apenas fechar a porta do seu quartopara não atender um telefonema. É calar as vozes que estão lá do lado de fora, lhe impedindo de avançar e deprosseguir.

Para refletir...

O que Paulo quer dizer quando ele fala no v:12 sobre consciência?

II Coríntios 2PERDÃO

“Falar de perdão é falar de Deus, é falar da graça, é falar da capacidade de oferecer aos outros uma memóriaapagada, sem registros, sem mágoas e sem as tatuagens do ressentimento. Perdoar é deixar o outro nascer de novo emnossa história, sem a memória que fizeram dele uma desagradável lembrança. Falar de perdão é falar de algo que omundo não ensina. É falar de vida, de saúde, de paz e da verdadeira humanidade individual que se transforma nasemelhança de Deus, pois quem não perdoa adoece e se deforma como gente. Falar de perdão é falar do sentimentoessencial para se viver com o coração descoberto neste mundo de agressões e de facas afiadas. Falar de perdão éfalar de Jesus na nossa vida” (Caio Fábio).

Sobrevoando no texto II Coríntios 2:5-11

O que significa pedir perdão?Às vezes nós esbarramos em alguém e pedimos “desculpa” e a pessoa faz um aceno dizendo tudo bem e a vidaprossegue. Mas pedir desculpa é bem diferente de pedir perdão. Quem pede perdão admite ser alguém ainda sob ocontrole do pecado, ainda adoecido pela raiva. Pede perdão aquele que desejou matar, aquele que desejou morrer;aquele que está doente e precisa de cura. Embora o cristão sempre procure andar na luz para agradar ao Senhor,também é verdade que há anseios sombrios dentro de nós que pedem satisfação, coisas que não ousamos falar empúblico. Assim mesmo os que procuram ser bonzinhos e equilibrados, podem manifestar sua maldade e desequilíbriovez por outra. Uma palavra cortante ou uma agressão física podem ser tão traumatizantes que causam seqüelas de longaduração. Pedir perdão depois de agir assim, significa admitir que há algo errado, algo que precisa de conserto, umaadmissão de que não somos o que gostaríamos de ser.Por isso não há lugar para a falta de perdão em uma comunidade cristã, porque sem ele estas feridas continuarãoabertas. Todos nós devemos admitir que estamos sendo transformados à imagem de Cristo (Ef 4:24), mas que a obraainda não está completa, e que até lá devemos admitir nossa fraqueza, renovar a esperança e nos perdoarmosmutuamente. Todos nós cometemos erros, podem ser erros involuntários, mas boa parte deles é fruto da insegurança,orgulho, inveja, sentimento de superioridade etc... Todos esses frutos negativos surgem da falta de amor. Fazemosvítimas com o nosso comportamento e somos vítimas do comportamento dos outros. Por isso precisamos de perdãomútuo. Sem perdão a comunidade cristã se esfacela debaixo do peso dos frutos da carne.

Page 4: ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS - …cristianeduraes.com.br/igreja/estudos/mente_paulo/II_Corintios... · ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS A A MENTE DE PAULO A OBRA DA CRUZ Introduçªo

A comunidade a qual falta perdão é uma comunidade fraca. Quando Paulo menciona o perdão necessário para acomunidade de Corinto, afirma que por amor ele perdoa qualquer pessoa que a comunidade perdoar (II Co 2:10,11).Ele faz isso para que Satanás não ganhe vantagem sobre nós, pois seremos uma corrente forte bem ligada pelo vínculoda paz e pelo perfeito amor. Se estivermos conscientes disso também estaremos preparados para evitar as maquinaçõesdo inimigo. Já uma comunidade forte é aquela que sabe precisar do perdão mútuo, para que a falta dele não corroa oselos das correntes, enfraquecendo-a. É quando admitimos nossas falhas e fraquezas é que nos tornamos fortes, pois operdão mútuo estreita os vínculos de amor e tira do inimigo qualquer vantagem que tenha sobre nós.

Leia atentamente II Co 2:7 e veja que existe uma punição para aquele que traz tristeza para Iluminando a pista... a comunidade. Perdão é coisa séria. Pede perdão aquele que sabe ter se comportado de

acordo com a sua natureza pecaminosa. Quando o perdão se faz necessário, a tristeza gerada pelo pecado cometido jáestá presente. O pecado deve ser “confrontado”, pois o perdão precisa ser específico.Quando Paulo diz que “a punição pela maioria é suficiente”. Até esse ponto a correção é saudável e visa restaurar oindivíduo faltoso e a comunidade. Mas Paulo alerta que a correção não pode se arrastar por mais tempo que onecessário, sob pena de esmagar o irmão perdoado sob o peso da culpa que lhe é imposto. A tristeza excessiva surgequando a correção não é seguida pelo acolhimento. É manter a punição sem conceder o alívio proporcionado peloperdão. Não é assim que Deus age. Quando a igreja corrige o faltoso está em sintonia com o ensino bíblico. Masquando se apega demais à correção, esquece-se que o objetivo é sempre a restauração dos relacionamentos com Deus ecom o próximo. É o mesmo que “jogar na cara” repetidamente o pecado cometido por uma pessoa que já se arrependeu.

Nesse ponto a medida exagerada da correção envenena a alma do faltoso, causa-lhe tristeza excessiva e se desvia doensino bíblico.O passado não é apagado- perdoar não é esquecer. O pecado cometido no passado permanece na memória, mas nãoexerce mais influência negativa sobre o presente. Assim neste contexto, perdão significa não permitir que o passadodefina o presente. O pecado que separou irmãos perde seu poder e os relacionamentos podem então ser restaurados.Punição sem acolhimento é sinal de falta de perdão. O perdão que Deus nos concede precisa ser espalhado por nós, unsaos outros, em qualquer comunidade. Efésios 4:3 nos faz entender que devemos ser bondosos e compassivos uns paracom os outros, é preciso distribuir na comunidade, o perdão que Deus já nos concedeu. E em Colossenses 3:14 nos fazentender como o perdão ajuda quando precisamos a lidar com as queixas.

Você quer perdoar? Então decida, pois perdão é uma decisão; perdão é você liberar – Aterrissando na Palavra soltar alguém de dentro de você. Se você diz que perdoou apenas porque aceitou oculpado, mas lembra a ele de seu erro sempre que ele erra, então, você não o perdoou, apenas o seqüestrou a você. Operdão não tira a nossa memória dos fatos, mas tira a emoção deles, e, além disso, mata o fato/passado como argumentopara a vida contra a pessoa.

Ninguém é obrigado a ficar com ninguém mesmo depois de perdoar o ofensor. Aliás, até para que duas pessoas seseparem é essencial que se perdoem. No entanto, se decidem continuar perdoadamente juntos, então, que o tema daofensa não volte nunca mais. Cada ofensa é uma ofensa. Quem perdoa lida com cada uma, não com o montante dasofensas, pois, se a cada nova ofensa tudo voltar..., é porque perdão nunca houve.Jesus mandou perdoar até 70 x 7 o mesmo individuo em um só dia. Mas a cada perdão não se deve trazer a multidãodos outros para o encontro com a verdade. Ou, então, melhor é não dizer que se perdoou. O grande desafio do perdão édesistir da ofensa do outro como direito nosso contra ele! Quem perdoa não perde a memória, mas desiste do direito deacusar ou de reter a memória como raiva ou crédito. Por isto o perdão é um ato de fé e não de emoção, pois pelaemoção ninguém perdoa ninguém.Somente pela fé que antes olha para o próprio perdão que se recebe de Deus todos os dias, é que alguém pode praticar operdão como decisão de graça e como privilégio. Mas enquanto perdoar é um fardo e uma obrigação, todo perdão seráapenas sacrifício. Perdão é vida quando se torna privilégio em fé! O perdão do homem para o homem deve serrepetição do perdão de Deus aos homens. Os homens perdoados por Deus são eternamente devedores de perdão aopróximo. Só entenderemos o impacto positivo do perdão quando entendermos que o perdão de Deus está vinculado aoperdão que entendemos ao nosso próximo. Pois o mandamento principal é amar a Deus e ao nosso próximo comoamamos a nós mesmos. Amamos a Deus, amando o nosso próximo.

Pondo os Pés nos chão...1- Tente explicar para si mesmo e para o grupo porque o perdão é tão necessário em umacomunidade cristã?

Page 5: ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS - …cristianeduraes.com.br/igreja/estudos/mente_paulo/II_Corintios... · ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS A A MENTE DE PAULO A OBRA DA CRUZ Introduçªo

2- Você já viu uma comunidade ser enfraquecida por falta de perdão mútuo? E quais são asmaquinações de Satanás que dão a ele vantagem sobre nós?

3- O que aconteceria em nossa comunidade se estivéssemos sempre dispostos a perdoar os irmãosque nos prejudicaram?

4- Como você descreveria a alegria de ter sido perdoado? Você tem algum caso de relacionamentorestabelecido por causa do perdão mútuo? Compartilhe conosco.

5- Você acha que poderia pedir perdão a Deus sem perdoar aqueles que o prejudicaram?

Ore, reflita e faça uma lista das pessoas que precisam do seu perdão. E depois decida a tomar uma posição.

II Coríntios 3A NOVA ALIANÇA

Tempo da Graça

“A extensão da Graça em nós é para dentro e para fora do ser — no íntimo, como vida no “secreto”; e publicamente como expressão da existência em missão no mundo.” (Caio Fábio).

Depois de toda a catástrofe acontecida entre os evangélicos nos últimos anos, com a prevalência da Teologia daProsperidade contra e sobre o Evangelho de Jesus, a simples idéia de Graça, de favor imerecido, foi banida pelopaganismo dos sacrifícios feitos à base de muita Barganha com Deus. Quando o salmista diz que a Graça é melhor quea vida, é porque ela é maior que a vida. Ou seja, o que se tem na Graça de Deus é toda suficiência para todas asdimensões da existência. A Graça começa como verdade de Deus para nós, mas seu caminho é levar-nos a tratar daverdade-nossa-em-Deus. Entretanto, a nossa verdade para Deus é feita da decisão que se toma de deixar que a Graçanos trate em verdade em todas as áreas de nosso ser.A Graça não apenas tira o homem do inferno, mas tira o inferno do homem. A Graça é loucura; pois, Deus é amor,Deus é Graça; e tudo o mais que de Deus se possa falar ou discernir acontece como Graça — justiça, verdade, juízo,perdão, santificação e qualquer outro atributo de Deus, nada mais são do que Graça; assim como também tudo de bomque se pode provar como fruto do Espírito decorre exclusivamente do amor.Viver pela Graça significa viver em permanente estado de inimizade contra todas as Teologias Morais de Causa eEfeito. "Pela Graça somos salvos, mediante a fé". Isto porque quem crê na Graça de Cristo, conforme o Evangelho,não faz barganhas com Deus! É uma questão de amor e fidelidade à Cruz de Cristo, pois a Lei morreu nele.

Sobrevoando no texto II Coríntios 3 e 4: 1-6

O que é a velha e a nova aliança ?A nova aliança é instituída pela graciosa oferta de Deus da sua presença salvadora através de Jesus Cristo. E a velhaaliança é a tentativa do homem fazer o seu melhor para agradar a Deus. Mas a nova aliança é Deus fazendo tudo pornós. Na velha aliança tudo vem de mim, nada de Deus; na nova aliança, tudo vem de Deus, nada de mim.Paulo descobriu o segredo da nova aliança, não foi logo depois da sua conversão. Ele queria fazer a obra de Deus doseu jeito, na sua força, pelas suas estratégias; ele ainda estava vivendo na velha aliança. Mas no decorrer da caminhada,Deus estava mostrando a ele que não é por força nem por violência, mas pelo Espírito que a obra é feita (Zc 4:6).Somente depois de quatorze anos Paulo aprende que nada vem de nós; tudo vem de Deus.

Leia atentamente II Co 3:3,6 e veja que a velha aliança foi um código de leis escritos emIluminando a Pista tábuas de pedra, fora de nós. A nova aliança é a própria Palavra de Deus escrita em nossos

corações; ou seja, dentro de nós. A velha aliança gravada com letras em pedra é chamada por Paulo de ministério demorte. Isso porque a lei revela o pecado, mas não a tira. A lei condena, mas não absolve.O ministério do Espírito - a nova aliança, sob a qual os pecados são perdoados para nunca mais serem lembrados; é umministério que traz vida, porque na nova aliança o pecador é substituído por Cristo, e em Cristo, ele recebe o perdão dos

Page 6: ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS - …cristianeduraes.com.br/igreja/estudos/mente_paulo/II_Corintios... · ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS A A MENTE DE PAULO A OBRA DA CRUZ Introduçªo

seus pecados. Cristo morreu a nossa morte, para vivermos a sua vida. O ministério do Espírito é aplicar em nós osbenefícios da redenção de Cristo. A velha aliança aponta a culpa e a condenação. O problema não é a lei, pois ela ésanta, justa, boa e espiritual, mas a carne é fraca, doente e impotente (Rm 8:3).A nova aliança é o ministério da justiça porque o pecador é justificado por meio do sangue de Cristo. Cristo não apenaspaga a nossa dívida, dando-nos o perdão, mas também põe em nossa conta sua infinita justiça de tal maneira que jánenhuma condenação há para quem está nele (Rm 8:1).Paulo diz que o propósito de Deus ao inaugurar a nova aliança do Espírito era exatamente este: que as exigências justasda lei pudessem ser cumpridas nas pessoas que andam segundo o Espírito. A lei nos serviu de aio para nos conduzir aCristo, a fim de que fôssemos justificados por fé (Gl 3:24). O fim da lei é Cristo (Rm 10:4). A lei aponta o pecado, masnão o remove. Ela é como um raio X que detecta um tumor, mas não o remove. Paulo diz que a velha aliança é como obrilho no rosto de Moiséis. O seu brilho apagou, mas o brilho no rosto de Cristo é permanente, e esse brilho representaa nova aliança, uma aliança permanente e revestida de glória. Moisés temeu que percebessem ter-se apagado o brilhoda sua face e continuou com o véu quando não mais precisava dele. O véu disfarça, esconde, separa. Muitas vezes, nóstambém tentamos esconder nosso fracasso espiritual, familiar, profissional, ministerial, usando um véu – máscara. Avida cristã deve ser um contínuo remover de máscaras. Assim como Moisés escondeu sua glória apagada atrás de umvéu, assim também escondemos quem nós somos atrás de muitas máscaras. Que máscaras são essas?Uma delas é a máscara do legalismo. Os fariseus puseram essa máscara, o véu do orgulho e da obediência externa.Mas, Jesus os desmascarou e os chamou de hipócritas, de sepulcros caiados, que honravam a Deus apenas de lábios,enquanto o coração estava longe do Senhor. Os fariseus não tinham coragem de confrontar seus próprios pecados econdenavam na vida dos outros, aquilo que eles mesmos não praticavam.

Há muitas pessoas, ainda hoje, que estão presas à velha aliança com suas leis, ritos, Aterrissando na Palavra cerimônias e com o véu sobre o coração. Cristo nos libertou da lei, o véu é removido pelaconversão a ele (3:15 -17).Na conversão recebemos um novo coração, uma nova mente, uma nova vida, novos hábitos. Na conversão morremospara o mundo, para o pecado, para carne e ressuscitamos para uma nova vida em Cristo. Na conversão nos tornamosfilhos de Deus por adoção e nascemos do Espírito; nela nos despojamos das roupagens do velho homem e nosrevestimos de Cristo. Assim, as máscaras do engano, da mentira, da falsidade, da hipocrisia, da justiça própria e dadureza de coração que enchiam o guarda-roupa do velho homem não são mais compatíveis com a nova vida querecebemos em Cristo Jesus. Viver em Cristo é viver na verdade, na luz, é viver sem máscaras.A liberdade é alcançada pelo Espírito Santo. A velha aliança traz escravidão, mas a nova aliança produz liberdade. Aliberdade é a presença vivificadora do Espírito Santo. Ele nos liberta de toda a idéia de viver de aparências. Quandovivemos no Espírito temos a liberdade de viver uma vida autêntica e quando andamos nele, desistimos das desculpasinfundadas para esconder ou justificar nossos pecados. A liberdade que o Espírito nos dá não é para torcermos asEscrituras, mas para vivermos vitoriosamente sobre o pecado.

James Hastings diz que liberdade não é licença para viver de qualquer maneira. Há dois tipos de liberdade: a falsaliberdade é aquela que o homem é livre para fazer o que quer; a verdadeira é aquela que o homem é livre para fazer oque deve. Uma pessoa livre pode todas as coisas, mas nem tudo convém. O Espírito de Cristo oferece liberdade naesfera do pensamento, da conduta e da vontade. Jesus disse: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo8:32). Quem vive na nova aliança é livre e é transformado progressivamente na imagem de Cristo. O véu é retirado docoração não apenas no ato da conversão, mas o processo de santificação é um contínuo remover de máscaras. O projetoeterno de Deus é nos transformar à imagem de Cristo e refletir em nós o seu caráter.

Warren Wiersbe diz que sob a antiga aliança somente Moiséis subiu ao monte e teve comunhão com Deus; mas sob anova aliança todos os cristãos têm o privilégio de desfrutar da comunhão com o Senhor. Por meio de Cristo, podemosentrar no Santo dos Santos (Hb 10:19,20); e não precisamos escalar uma montanha. Ser transformado de glória emglória, ou seja, a imagem de Cristo, é um processo contínuo. A palavra grega “de glória em glória” descreve umamudança exterior resultante de um processo interior.

A lei pode nos levar a Cristo (Gl 3:24), mas somente a Graça pode nos tornar semelhante a Ele.

Pondo os Pés nos chão...

1 O que você pensa sobre a afirmação do salmista quando diz que “A Graça é melhor do que avida” ?

2 Como a compreensão desta Graça afeta a sua vida?

Page 7: ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS - …cristianeduraes.com.br/igreja/estudos/mente_paulo/II_Corintios... · ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS A A MENTE DE PAULO A OBRA DA CRUZ Introduçªo

II Coríntios 4

TESOUROS EM VASOS DE BARRO

Sobrevoando no texto II Coríntios 4

Você veio ao mundo para ser um vaso de honra e não de desonra. Deus decidiu guardar Seus tesouros em nós, para quea excelência do poder seja dele, e nunca nossa. Pois o Seu poder se aperfeiçoa em nossa fraqueza, pois, do contrário,certamente ficaríamos arrogantes. Por essa razão é que em “tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos,mas não desesperados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos” (II Co 4:8).E se desejamos ser instrumentos de Deus, algo que é pura obra da Graça, ainda mais teremos que conhecer o caminhoda fraqueza, a fim de que discirnamos nossos próprios corações. Por essa razão é que aquele que é visto como alguémque edifica os outros, mais profundamente conhecerá a operação da morte para que outros possam experimentar a vida.

“As dores de uns são as sabedorias que trarão vida a outros” (Caio Fábio).Somente pessoas conscientes de sua própria fraqueza podem experimentar esse privilégio como gratidão, e nunca comoarrogância. É por essa razão que não desfalecemos nunca. Mesmo quando vemos o nosso “homem exterior” seconsumindo, pois sabemos que existe uma contrapartida. Afinal, na mesma proporção, o nosso “homem interior” serenova de dia em dia (16-18).Temos um tesouro eterno habitando em nossa fraqueza. Ora, tal consciência gera muita paz. Afinal, sabemos que anossa tribulação na terra é leve e momentânea, mas produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso deglória. Dessa forma, devemos andar pela fé. Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que se não vêem.As coisas que pertencem aos sentidos — as que se vêem — são temporais, enquanto as que se não vêem são eternas.Quem tem essa consciência em fé já não se queixa. Tampouco julga que o vaso seja importante. Afinal, somos vasos debarro, tirados do pó — e ao pó voltaremos! Mas o tesouro, esse sim, é eterno. E já nos habita como santa contradiçãoda Graça, embora nós seus portadores, sejam sempre expostos à fraqueza.Nós somos o vaso de barro, frágil, mas dentro de nós existe um tesouro inestimável valor. Esse tesouro é o evangelho.O vaso é frágil, mas o evangelho é poderoso. O vaso não tem beleza em si mesmo, mas o evangelho traz o fulgor daglória de Deus na face de Cristo. O vaso se quebra e precisa ser substituído, mas o evangelho é eterno e jamais pode sermudado.Willian MacDonald diz que há alguma coisa muita errada quando o vaso rouba o tesouro de sua glória, quando omostruário chama mais atenção do que a jóia que ele exibe; quando os talheres de uma mesa ganham mais destaque doque a própria refeição. A fraqueza do vaso ressalta a excelência do poder de Deus. O vaso não pode se orgulhar por serportador de um tesouro. Paulo não temia o sofrimento nem as tribulações, pois sabia que Deus guardava o vaso,enquanto este guardasse o tesouro. Todo vaso tem um propósito e uma finalidade. Ele é feito para conter algo e paratransportar algo. Precisamos ser vasos de honra, úteis e preparados para toda boa obra (II Tm 2:21).

Leia atentamente II Co 4:8, 9 “Em tudo somos atribulados, porém não angustiados;Iluminando a Pista Perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos,

porém não destruídos”. Neste texto ilustra uma série de declarações paradoxais. Elas refletem de um lado, avulnerabilidade de Paulo e de seus companheiros, e, de outro lado, o poder de Deus que os sustenta.A vida cristã não é uma estufa espiritual nem uma sala vip. Ser cristão não é pisar tapetes aveludados, mas cruzardesertos abrasadores. Ser cristão não é ser aplaudido pelos homens, mas carregar no corpo as marcas de Jesus.

“Atribulados, mas não angustiados”. A tribulação é uma prova externa, enquanto a angústia é um sentimento interno.A tribulação produz angústia (Sl 116:3), mas Paulo mesmo enfrentando circunstâncias adversas era fortalecido peloSenhor.

Aterrissando na Palavra

Trazendo essas verdades para os nossos dias, esse texto pode se aplicar a duros golpesQue parecem vir do nada sobre a nossa vida, como um câncer, um acidente fatal. Pelo poder de Deus somoscapacitados, e então reagimos de forma sobrenatural a fim de que Deus seja glorificado, e as pessoas sejam impactadas

Page 8: ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS - …cristianeduraes.com.br/igreja/estudos/mente_paulo/II_Corintios... · ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS A A MENTE DE PAULO A OBRA DA CRUZ Introduçªo

pelo nosso testemunho. Se passamos por tribulações é para que Cristo seja glorificado.O propósito final da nossa existência, do nosso trabalho, do nosso sofrimento é para a glória de Deus. O fim principaldo homem não é buscar sua própria glória, mas glorificar a Deus. Tudo começa que começa com a graça conduz àglória.

Pondo os Pés nos chão...

* O que você pensa ao saber que você veio ao mundo para ser vaso de honra e não de desonra? E o

que é isso na prática do seu dia a dia?

II Coríntios 5 e 6

MINISTÉRIO DA RECONCILIAÇÃOO Amor de Cristo nos Constrange

Sobrevoando no texto II Coríntios 5 e 6

Cristo morreu para que vivêssemos por meio d’Ele, para Ele, com Ele e ainda para que experimentássemos a realidadeda nova criação. Cristo não morreu por nós para vivermos uma vida egoísta e centrada em nós mesmos. Obviamente,não servimos a Cristo para sermos salvos, mas porque já fomos salvos. As nossas boas obras não são causa da nossasalvação, mas sua conseqüência.O apóstolo Paulo admite haver um tempo quando tudo quanto ele sabia sobre Cristo era o que os outros homensdiziam. Entretanto, agora ele não o conhece mais assim. Toda a perspectiva de vida de Paulo mudou. Coisas que anteshaviam sido consideradas importantes, agora se vêem despidas de valor (Fl 3:4-8). Ele não se orgulha mais da posiçãohumana, apenas de sua posição diante de Deus, que é o dom da graça (5:2). Talvez a melhor evidência de que a novaaliança está operando em nós é a mudança que ocorre em relação à maneira como vemos os outros. Sua posição,dinheiro, cor, deixam de ser importantes, e todas as pessoas passam a ter um valor infinito, pois são feitas à imagem deDeus.

Leia atentamente II Co 5:17 “Se alguém está em Cristo, nova criatura é. As coisas antigasIluminando a Pista já passaram; eis que tudo se fez novo”. Neste texto Paulo está falando de novos hábitos,

pensamentos e desejos de quem está em Cristo. Não está aqui a idéia de mudança do passado da pessoa, mas sim,mudança de sua posição em relação a Deus e ao mundo. Está em Cristo é participar antecipadamente da nova criaçãode Deus. É ter um gosto antecipado da restauração de todas as coisas.O pecado divide e desintrega. Ele provocou um abismo espiritual, pois separou o homem de Deus. Um abismo social,pois separou o homem do seu próximo e um abismo psicológico, pois separou o homem de si mesmo. O mundo estámarcado pelas tensões do pecado. Nesse mundo empapuçado de ódio, ferido pelo pecado e distante de Deus, areconciliação é uma necessidade imperiosa.

Aterrissando na PalavraA palavra grega para reconciliação significa: mudança de forma. Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo(5:18 e19). A reconciliação é a remoção da barreira alienadora entre o homem e Deus. A reconciliação é iniciativadivina. O homem é o ofensor e Deus é o “ofendido”. A reconciliação deveria ter partido de nós, a parte ofensora, maspartiu de Deus, a parte ofendida.O evangelho não é o homem buscando a Deus, mas Deus buscando o homem. Foi o homem quem caiu e se afastou,mas foi Deus quem busca; “com amor eterno eu te amei e com benignidade eu te atraí” (Jr 31:3). O amor de Deus pornós é eterno. O homem pecou mais Deus continuou amando o homem da mesma maneira. Os puritanos diziam que nãohá nada que possamos fazer para Deus nos amar mais e nada que possamos fazer para Deus nos amar menos. Seuamor é imutável.

Page 9: ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS - …cristianeduraes.com.br/igreja/estudos/mente_paulo/II_Corintios... · ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS A A MENTE DE PAULO A OBRA DA CRUZ Introduçªo

Deus poderia ter nos tratado como tratou os anjos rebeldes. Eles foram conservados em prisões eternas (Jd 6:13) e empermanente estado de perdição. Mas Deus providenciou, para nós, um caminho de volta para Ele. Cristo é esse caminho(Jo 14:6). Na verdade, não foi à cruz de Cristo que gerou o amor de Deus; foi o amor de Deus que gerou a cruz (Jo3:16). A cruz estava cravada no coração de Deus desde a fundação do mundo (Ap 13:8). Pois ela foi o preço que Deuspagou para nos reconciliar consigo. A cruz é a prova cabal de que Deus está de braços abertos para nos receber.A nossa reconciliação com Deus custou-lhe um preço infinito, a morte do seu próprio Filho. Quando Deus criou ohomem, ele pôs a mão no barro. Mas quando Deus foi salvar o homem, Ele entrou no barro, pois o verbo se fez carne ehabitou entre nós.

Pondo os Pés nos chão...

Depois de tudo o que Deus fez por você, da morte de Cristo em seu favor, se você desprezar essa

oferta de amor, nada mais lhe resta senão uma horrível expectativa de juízo. Receber a graça de Deus

em vão é rejeitar a oferta da reconciliação, é escarnecer da graça, é fazer pouco caso do amor de

Deus, é virar as costas para Deus. (6:1). Hoje é o dia oportuno de você se reconciliar com Deus. Hoje,

a porta da graça está aberta. Amanhã pode ser tarde demais!

II Coríntios 7 ao 13

Aterrissando na Palavra

O capítulo 7 está baseado nas grandes promessas de comunhão com Deus, Paulo pede a cada discípulo para purificar-se de toda impureza: da carne (imoralidade, obras da carne) e do espírito (idolatria, doutrinas e práticas erradas). E pedepara aperfeiçoar a santidade com reverência e respeito para com Deus.

Paulo volta a falar sobre os problemas entre ele e os coríntios. Ele pede que abram seus corações, afirmando que elesempre agia em boa fé e sinceridade. Ele comentou sobre a severidade de uma carta anterior (é possível que houvesseoutra carta entre 1 e 2 Coríntios, na qual Paulo repreendeu algumas atitudes erradas dos coríntios. Muitas pessoasacreditam que, entre as duas cartas, Paulo teria feito uma visita a Corinto e que, devido alguns problemas com osirmãos na visita, teria mandado uma carta severa, corrigindo-os).

Ele se alegrou por causa do arrependimento verdadeiro deles. No versículo 10, ele fez um comentário valioso sobre atristeza e o arrependimento. A tristeza de entender que o nosso pecado fere ao próprio Deus produz o arrependimentoverdadeiro que leva a salvação. Mas a tristeza do mundo, de se lamentar por causa de conseqüências pessoais eimediatas, sem compreender os efeitos maiores do pecado, não produz o arrependimento que Deus quer. Pode causaralgum sentimento de remorso (como Judas Iscariotes sentiu quando devolveu o dinheiro da traição), mas não produz oarrependimento verdadeiro que precisamos para sair do pecado.

Além da sua alegria devida ao arrependimento dos coríntios, Paulo ficou mais contente ainda quando ouviu de quemaneira eles trataram Timóteo. Paulo começou este capítulo com tristeza, pedindo que eles abrissem os corações paraaceitá-lo. Encerrou o capítulo elogiando a atitude dos coríntios, e dizendo que tinha plena confiança neles.

Nos capítulos 8 e 9, Paulo incentiva os coríntios a participarem liberalmente da assistência aos santos necessitados naJudéia. Neste ensinamento, encontramos instruções e exemplos que mostram um aspecto do verdadeiro amor entreirmãos em Cristo. Os que tinham condições financeiras ajudaram outros que necessitavam de assistência.

Vemos que ao lado da apresentação cristocêntrica do evangelho, Paulo enfatiza o assunto do dinheiro. Interessante éque dinheiro foi o segundo tema mais abordado por Jesus na sua pregação terrena, só perdendo para o tema do Reino deDeus. Quando idolatrado, recebe o nome de uma divindade: Mamom! Certamente este é um tema delicado na Igrejahoje. Por isto também ele deve ser analisado à luz da Bíblia a fim de aprendermos como exercitar o uso do mesmo,

Page 10: ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS - …cristianeduraes.com.br/igreja/estudos/mente_paulo/II_Corintios... · ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS A A MENTE DE PAULO A OBRA DA CRUZ Introduçªo

como saúde moral, espiritual e acima de tudo com a ética que a palavra de Deus nos impõe.Paulo mostra que não basta contribuir, mas há que se ter motivação correta e atitudes claras no ato de dar. Para evitarequívocos, ele cita os cristãos Macedônicos como modelo de contribuintes, salientando atitude que dignificam suaparticipação nas necessidades financeiras da Igreja. Eles contribuíam com sacrifício muitas vezes (8:2, 3); contribuíamcom alegria. Também o faziam generoso e liberalmente (9:5, 11 e 13). Faziam isto voluntariamente (8:3), achavam aoportunidade de fazê-lo um privilégio (8:4). Eles contribuíram comprometidamente, pois a si mesmo se deram.

As ofertas eram feitas com sinceridade e proporcionalmente, livre do legalismo que leva as pessoas a fazerem contaspara arcarem com o exigido. Acima de tudo, o faziam com amor. O interessante é que lendo sobre o assunto, emnenhum momento os vemos tendo debates a respeito de percentuais de contribuição, tais como o bruto ou na questão dodízimo ou se é legítimo ou não levantar oferta publicamente. Por que era assim? Porque seus corações eram puros emsolicitar e em contribuir. Não contribuíam porque entediam que deviam compartilhar com menos necessidades e porqueconsideravam a causa do evangelho justa e digna. Essa era a razão porque o faziam com alegria no coração. Quem temo coração puro não precisa se explicar muito. Simplesmente faz para Deus e abençoar o próximo. Não se trata de fazernegócio com Deus. Há muitas motivações nobres para se contribuir, mas a maior de é o amor! Os que assim o fazem,mostra Paulo, não estão preocupados em obedecer às leis religiosas, retribuir benefícios, sustentar causas, lucrar oufazer negócios com o Pai. Contribuem como quem entrega um tesouro nas mãos de Deus, sabedores que Ele é digno,de receber glória, honra, poder, riquezas, entre todos os homens, pelos séculos dos séculos.

O que o Apóstolo diz sobre os resultados desta contribuição por amor?

Ele mostra alguns resultados: a) As necessidades dos santos são supridas (9:2) e assim se concretiza a comunidadecristã com o seu ideal de justiça social, algo promovido pelo amor e não pela lei. b) As pessoas abençoadas tributamgraças a Deus, pois estas contribuições são para elas, a expressão do amor de Deus e por isto a Ele Louvam eagradecem (9:11-12), e finalmente, um terceiro resultado: c) Acontece a glória de Deus. Paulo diz que as pessoas“glorificam a Deus pela obediência de vossa confissão quanto ao evangelho” (9:13).

As pessoas percebem que a vida cristã não é um discurso, ou seja, muitas palavras com poucas ideias, mas umaverdadeira pratica que é capaz de gerar gente e comunidades cujo interesse maior em tudo isto é a glória de Deus e nãodos homens. Finalmente Paulo, o homem de Deus, enfatiza que quem assim o faz tem abundância (9:6-11), pois amatemática do Reino de Deus afirma que mais tem quem mais doa. E mais bem-aventurado coisa dar do que receber.

Depois fala de um amor inestimável que podemos dar uns aos outros: Intercessão com afeto (9:14). “Quando alguémresponde à nossa doação com o famoso “Deus lhe pague”, já está nos colocando em situação privilegiada na vida,pois “quem dá aos pobres, empresta a Deus e Deus lhe paga” (Pv 19:17), disse o Pr. René Kivitz.

Desta forma, concluirmos que cristãos sabem lidar com dinheiro. Sabem como arrecadar, como fazer com o mesmo etc.Nestes cristãos a solidariedade é praticada, a justiça é promovida, o evangelho é testemunhado e o nome de Deus églorificado.

No capítulo 10, Paulo volta à defesa do seu apostolado em contraste com as alegações dos falsos apóstolos queinduziram os coríntios ao erro. Em alguns momentos, ele assume o ponto de vista dos seus críticos, usando de ironiapara se colocar numa posição de fraqueza. É necessária uma leitura cuidadosa para não se perder nas mudanças de"tom" nas palavras de Paulo.

Apesar das opiniões de outros sobre Paulo, ele afirma a sua determinação de fazer o certo, agindo de acordo com avontade de Deus e não a dos homens. Os versículos 3 a 6 descrevem bem a atitude e as táticas do servo de Deus nasbatalhas espirituais. Observe: Somos seres humanos, mas não usamos táticas humanas; as armas que usamos sãoespirituais, não carnais; com as armas poderosas de Deus, podemos vencer a força dos homens (fortalezas, sofismas,altivez, pensamentos). Sofismas são pensamentos ou raciocínios que parecem razoáveis e válidos, porém são falsos.Paulo mostra, aqui, que a sabedoria de Deus é superior à suposta sabedoria dos homens. Nosso alvo é simples: levar"cativo todo pensamento à obediência de Cristo", completando a nossa submissão.

Paulo recusou avaliar-se por comparações com outros homens, e condenou tal prática. Infelizmente, muitos supostosservos do Senhor ainda não captaram o sentido desse ensinamento. Há hoje comentários sobre qual pregador é melhorque o outro, prêmios para melhores sermões, melhores livros, melhores sites evangélicos na internet, etc. Pessoas quealegam ser cristãs participam ousadamente do pecado de auto-promoção. Tal prática não cabe no Reino de Deus (vejaMateus 20:27; 23:11; Lucas 17:10).

Paulo não tentou validar seu trabalho por comparações com os trabalhos de outros. Ele se viu no contexto daresponsabilidade que Deus lhe deu. A esfera de ação dele incluiu Corinto e ele faria o trabalho entre eles, apesar daoposição de alguns "irmãos".

Page 11: ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS - …cristianeduraes.com.br/igreja/estudos/mente_paulo/II_Corintios... · ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS A A MENTE DE PAULO A OBRA DA CRUZ Introduçªo

No capítulo 11, Paulo justifica sua loucura! Na segunda metade deste capítulo, ele usará alguns argumentos quenormalmente não empregaria. Aqui, ele explica o motivo. Ele estava agindo por amor aos coríntios, fazendo tudo paraevitar que eles caíssem no engano de falsos apóstolos.

Quando homens carnais começaram a comparar pessoas, Paulo ficou para trás. Outros eram mais eloqüentes ou maispolidos do que Paulo. Ele disse, ironicamente, que ele era louco e os próprios coríntios sábios (1 Coríntios 4:10). Éclaro que não era o caso. Em 1 Coríntios 2:16, ele disse que tinha a mente de Cristo. No início de 1 Coríntios 3, chamouos coríntios de crianças carnais. Do mesmo modo, ele criticou as pessoas que se julgavam sábias, dizendo que devemosnos gloriar exclusivamente no Senhor (2 Coríntios 10:12,17-18). Paulo não era louco, mas considerou qualquer defesabaseada nos feitos humanos um tipo de loucura. Assim, ele respondeu com esse tipo de argumento em 1 Coríntios 4:10-13 e usará a mesma abordagem em 2 Coríntios 11:21-29.

O zelo de Paulo destaca a importância de nos manter puros, e de ajudar outros a fazerem o mesmo. Paulo procuravaproteger os coríntios de falsos mestres para apresentar a noiva como virgem ao seu verdadeiro esposo, Cristo. Pauloemprega uma ilustração muito comum para descrever o povo de Deus. Desde o Velho Testamento, a relação entre Deuse seu povo foi comparada ao noivado e ao casamento. No Novo Testamento, encontramos a mesma figura em várioslivros.

Ao invés de se exaltar como outros, especialmente os falsos apóstolos (tais apóstolos-11:5), Paulo tinha se humilhadopara servir. Viveu humildemente. Não pediu dinheiro aos coríntios, mesmo passando privações. "Despojei outrasigrejas..." (8-9). Paulo recebeu seu sustento de outras congregações. Ele não se fez pesado aos coríntios. Ele não viu otrabalho com uma igreja como "negócio" para lucrar materialmente e, sim, como serviço e sacrifício. Ele precisava desustento, e o recebia de outras congregações. Especificamente, ele cita ajuda recebida da Macedônia durante seu tempoem Corinto.

Os argumentos da loucura de Paulo: (1) A sua genealogia: de pura linhagem dos judeus; (2) O seu trabalho: ministro deCristo que sofria muito por causa da sua fé; (3) Preocupação com as igrejas: um peso até maior do que o sofrimentofísico. Ele não se gloriou nestas coisas. A única coisa dele que deu motivo para se gloriar foi a sua própria fraqueza.Quando enfrentou perseguições intensas, foi Deus que deu livramento. A fraqueza de Paulo, até a sua incapacidade dese defender, destacou a grandeza de Deus e seu poder (veja 10:17).

No capítulo 12, Paulo continua os comentários do capítulo 11, mostrando que ele poderia se gloriar mais que os falsosapóstolos que estavam enganando os coríntios. Embora que tenha como se gloriar, ele não o faz porque entende bemque toda a glória pertence ao Senhor. Se fosse para se exaltar, Paulo citaria as suas próprias experiências espirituais,principalmente as suas visões e revelações. Até uma vez ele foi levado ao terceiro céu (o paraíso) onde ouviu coisasque o homem não pode falar! Mas, esta experiência não deu motivo para Paulo se exaltar. Foi algo que ele recebeu, nãoalgum ato que ele fez. Foi Deus que lhe concedeu esta bênção, e Paulo continua sendo um mero homem.

"Conheço um homem" - Paulo se esforçou tanto para evitar a vanglória que nem se identificou aqui. A experiênciaobviamente era dele mesmo, mas ele não quer dizer "Eu fui arrebatado ao paraíso!" De fato, ele guardou silêncio sobreeste assunto durante 14 anos!

Se Paulo recusa se gloriar nos seus feitos e nas suas experiências espirituais, ele pode se gloriar no quê? Ele já falouvárias vezes: na sua fraqueza. No seu argumento aqui, ele torna seu ponto "fraco" em ponto forte. Ele se gloria nafraqueza, porque a fraqueza dele destaca com mais clareza a força de Deus (12:5, 9,10; 13:3).

A ilustração de fraqueza que Paulo escolheu foi de algum sofrimento que ele descreve como "espinho na carne". Elenão identifica o espinho, mas fala algumas coisas interessantes que nos ajudam quando enfrentamos diversos tipos desofrimento em nossas vidas: (1) O espinho servia para combater qualquer tendência de se ensoberbecer ou se exaltar.Nas fraquezas, lembramos da nossa dependência de Deus e do fato que somos insignificantes em comparação com ele;(2) O espinho foi um mensageiro de Satanás. Embora Deus use nossas angústias para seu propósito, foi Satanás que pôso espinho na vida de Paulo. Compare com o caso de Jó. Deus permitiu que o Diabo o afligisse; (3) Paulo pediu trêsvezes, mas Deus recusou tirar o espinho de sua vida. As doutrinas de algumas igrejas hoje que sugerem que a vidacristã deve ser livre de sofrimento, ou que sofrimento é prova de pecado na vida da pessoa, são doutrinas erradíssimas.Paulo, um servo fiel e dedicado, sofreu na carne. Servos fiéis hoje podem sofrer pobreza, doenças e outras tristezas; (4)A graça de Deus basta. Satanás mandou o espinho, mas Deus o usou para mostrar a importância de sua graça para comPaulo; (5) O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza do homem; (6) Paulo prefere gloriar em Cristo a receber a glóriados homens; (7) Uma vez que Paulo aprendeu entender as coisas desta maneira, ele sentia prazer nas fraquezas,injúrias, etc, pois nestes momentos ele viu o poder de Deus com mais nitidez. Veja Tiago 1:3-4; (8) Quando Paulo erafraco em termos de circunstâncias desta vida, ele se sentiu mais forte por causa da força de Deus na vida dele.

Page 12: ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS - …cristianeduraes.com.br/igreja/estudos/mente_paulo/II_Corintios... · ESTUDO COMPLETO II COR˝NTIOS A A MENTE DE PAULO A OBRA DA CRUZ Introduçªo

Mostrando a sinceridade do seu amor para com os coríntios, Paulo faz mais um apelo incentivando-os a praticar apureza. Ele não gostaria de encontrá-los praticando pecado.

No capítulo 13, Paulo se preparou para visitar Corinto pela terceira vez e estaria preparado para confrontar os falsosapóstolos com a justiça que a palavra de Deus exige. Ele mostrou certeza de que Cristo falava nele, e afirmou a sua féno poder de Jesus. Jesus morreu na fraqueza, mas ressuscitou e vive no poder.

Enquanto Paulo sugeriu a possibilidade que os coríntios fossem reprovados, ele falou com confiança de sua própriaposição, e pediu que eles reconhecessem que ele não era reprovado.

Como costumava fazer, Paulo encerrou a carta com algumas saudações para os irmãos. Ele enfatiza: A união, a pazentre irmãos e o amor fraternal.