Crimes contra a Saúde Pública

Néfi CordeiroNéfi Cordeiro

Direito Penal na Era dos Riscos

Coletivos: Tributário, Consumidor, Saúde Coletivos: Tributário, Consumidor, Saúde Pública... Pública...

Difusos (3ª Geração de Direitos do Homem Difusos (3ª Geração de Direitos do Homem e da Mulher): Meio Ambiente, Patrimônio e da Mulher): Meio Ambiente, Patrimônio genético...genético...

Efetividade e Garantias

Incremento da efetividade (resultado ótimo) Incremento da efetividade (resultado ótimo) sem danos às garantias.sem danos às garantias.

Caminho é a ampliação da força Caminho é a ampliação da força persecutória ou a melhoria da persecução persecutória ou a melhoria da persecução criminal.criminal.

Finalidade do Processo Penal

Impôr pena ao culpadoImpôr pena ao culpado

Meio de defesa ao imputadoMeio de defesa ao imputado

Crimes contra a Saúde Pública

Tutela: a constitucional garantia de Tutela: a constitucional garantia de socorro médico de qualidade, sem danos socorro médico de qualidade, sem danos gerados por particularesgerados por particulares

Sujeito Passivo Direto é o ente coletivoSujeito Passivo Direto é o ente coletivo Sujeito Passivo Indireto é o particular Sujeito Passivo Indireto é o particular

eventualmente atingidoeventualmente atingido

Casos de Enfrentamento

Escândalo dos Sanguessugas,Escândalo dos Sanguessugas, Estelionato por fraudulentos atendimentos Estelionato por fraudulentos atendimentos

médicosmédicos Importação de MedicamentosImportação de Medicamentos

Escândalo dos Sanguessugas

A Máfia das Ambulâncias, divulgado em A Máfia das Ambulâncias, divulgado em 2006, revelando imputada quadrilha que 2006, revelando imputada quadrilha que tinha como objetivo desviar dinheiro tinha como objetivo desviar dinheiro público cedido pelo Ministério da Saúde a público cedido pelo Ministério da Saúde a Municípios para a compra de Municípios para a compra de ambulâncias.ambulâncias.

Foram acusados Deputados Federais, Foram acusados Deputados Federais, Senadores, Prefeitos e integrantes do Senadores, Prefeitos e integrantes do executivo.executivo.

CONVÊNIO ENTRE A MUNICIPALIDADE E CONVÊNIO ENTRE A MUNICIPALIDADE E A UNIÃO À AQUISIÇÃO DE A UNIÃO À AQUISIÇÃO DE AMBULÂNCIAS E DEMAIS APARELHOS AMBULÂNCIAS E DEMAIS APARELHOS MÉDICOS - IRREGULARIDADES NO MÉDICOS - IRREGULARIDADES NO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO. Agravo de PROCEDIMENTO LICITATÓRIO. Agravo de instrumento a que se nega provimento. (TRF4, instrumento a que se nega provimento. (TRF4, AG 5003933-58.2011.404.0000, 3ª T, Rel. p/ AG 5003933-58.2011.404.0000, 3ª T, Rel. p/ Ac. Thompson Flores Lenz, D.E. 10/05/2011)Ac. Thompson Flores Lenz, D.E. 10/05/2011)

TRF1, ACR 7590, Relator CARLOS OLAVO, 3ª T., TRF1, ACR 7590, Relator CARLOS OLAVO, 3ª T., j. 23/08/2011:j. 23/08/2011:

1. Materialidade e autoria das condutas delituosas 1. Materialidade e autoria das condutas delituosas atribuídas ao réu dos delitos de quadrilha (art. 288 atribuídas ao réu dos delitos de quadrilha (art. 288 do CP), fraude à licitação (art. 90 da Lei n. do CP), fraude à licitação (art. 90 da Lei n. 8.666/93) e corrupção ativa (art. 333 do CP) 8.666/93) e corrupção ativa (art. 333 do CP) devidamente comprovadas.devidamente comprovadas.

2. A confissão dos fatos e do modus operandi do 2. A confissão dos fatos e do modus operandi do esquema de fraude à licitações da denominada esquema de fraude à licitações da denominada Operação Sanguessuga, assegurou ao acusado a Operação Sanguessuga, assegurou ao acusado a redução das penas fixadas na fração de 1/3 (um redução das penas fixadas na fração de 1/3 (um terço), em razão da colaboração premiada (art. terço), em razão da colaboração premiada (art. 6º da Lei nº 9.034/95 e art. 14 da Lei nº 6º da Lei nº 9.034/95 e art. 14 da Lei nº 9.807/99). 9.807/99).

segue a persecução...20/03/2012 20/03/2012

O prefeito de Curaçá, na Bahia, Salvador O prefeito de Curaçá, na Bahia, Salvador Lopes Gonsalves, foi denunciado pelo Lopes Gonsalves, foi denunciado pelo Ministério Público Federal por fraude em Ministério Público Federal por fraude em licitações, acusado de estar associado com licitações, acusado de estar associado com a máfia das sanguessugas. a máfia das sanguessugas.

02/03/2012 Agência O Globo 02/03/2012 Agência O Globo

PGR desiste de investigar deputado acusado de PGR desiste de investigar deputado acusado de "sanguessuga""sanguessuga"

O Ministério Público Federal (MPF) jogou a toalha e desistiu O Ministério Público Federal (MPF) jogou a toalha e desistiu de investigar o deputado João Magalhães (PMDB-MG), de investigar o deputado João Magalhães (PMDB-MG), acusado de envolvimento no escândalo dos sanguessugas. acusado de envolvimento no escândalo dos sanguessugas.

O procurador-geral da República (PGR), O procurador-geral da República (PGR), Roberto Gurgel, pediu e o Supremo Roberto Gurgel, pediu e o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou arquivar o Tribunal Federal (STF) aceitou arquivar o inquérito contra o parlamentar. inquérito contra o parlamentar.

O pedido foi feito mesmo tendo o empresário O pedido foi feito mesmo tendo o empresário Luiz Vedoin declarado, em depoimento à Luiz Vedoin declarado, em depoimento à Polícia Federal, que pagou R$ 42 mil em Polícia Federal, que pagou R$ 42 mil em dinheiro para o deputado em troca de ajuda dinheiro para o deputado em troca de ajuda para facilitar os negócios da empresa para facilitar os negócios da empresa Planan.Planan.

Fraudes nos registros de procedimentos médicos

A materialidade está consubstanciada nos A materialidade está consubstanciada nos documentos demonstrativos de que foram documentos demonstrativos de que foram inseridos nas requisições de exames pagas inseridos nas requisições de exames pagas pelo SUS procedimentos não realizados, pelo SUS procedimentos não realizados, com o propósito de obtenção de valores com o propósito de obtenção de valores indevidos mediante indução em erro do indevidos mediante indução em erro do SUS. SUS.

Comprovada a autoria e o dolo do réu que Comprovada a autoria e o dolo do réu que obteve para si vantagem ilícita em obteve para si vantagem ilícita em prejuízo do Sistema Único de Saúde, prejuízo do Sistema Único de Saúde, mediante adulteração de requisições de mediante adulteração de requisições de exames de diversos pacientes, inserindo exames de diversos pacientes, inserindo dolosamente declarações falsas, dolosamente declarações falsas, objetivando a cobrança indevida do SUS. objetivando a cobrança indevida do SUS. (TRF4, ACR 2002.72.04.002321-0, 7ª T., (TRF4, ACR 2002.72.04.002321-0, 7ª T., Rel. Márcio Rocha, D.E. 01/02/2012)Rel. Márcio Rocha, D.E. 01/02/2012)

Exercício fraudulento da medicinaA falsificação de documentos públicos A falsificação de documentos públicos

(diploma de conclusão do curso superior (diploma de conclusão do curso superior de medicina) visando ao exercício ilegal de medicina) visando ao exercício ilegal da profissão de médico, consubstanciado da profissão de médico, consubstanciado no requerimento de exames clínicos, no requerimento de exames clínicos, prescrição de medicamentos e realização prescrição de medicamentos e realização de plantões médicos em hospital, de plantões médicos em hospital,

Exercício fraudulento da medicinaconstitui crime-meio, que deve ser absorvido constitui crime-meio, que deve ser absorvido

pelo crime-fim, pois a falsificação em pelo crime-fim, pois a falsificação em questão se exauriu no exercício ilegal da questão se exauriu no exercício ilegal da medicina, sem mais potencialidade lesiva. medicina, sem mais potencialidade lesiva.

(STJ, HC 138221, Relatora LAURITA VAZ, (STJ, HC 138221, Relatora LAURITA VAZ, 5ª T, Un, j. 29/09/2009)5ª T, Un, j. 29/09/2009)

Importação de MedicamentosDescaminho: 1 a 4 anosDescaminho: 1 a 4 anos

Tráfico de drogas: 5 a 15 anos (era 3 a 15)Tráfico de drogas: 5 a 15 anos (era 3 a 15)

Art. 273 CP: 10 a 15 anos – crime hediondoArt. 273 CP: 10 a 15 anos – crime hediondo

Homicídio: 6 a 20 anosHomicídio: 6 a 20 anos

Competência - Exportação1. A adulteração de medicamentos e sua 1. A adulteração de medicamentos e sua

posterior exportação, isso, por si só, não posterior exportação, isso, por si só, não atrai a competência da Justiça Federal. 2. atrai a competência da Justiça Federal. 2. Também não se cuida, no caso dos autos, Também não se cuida, no caso dos autos, das hipóteses previstas na Lei nº 9.613/98 das hipóteses previstas na Lei nº 9.613/98 que definem a competência da Justiça que definem a competência da Justiça Federal. Federal.

(STJ, CC 200400547143, Relator NILSON (STJ, CC 200400547143, Relator NILSON NAVES, 3ª S, por maioria, j. 08/09/2004)NAVES, 3ª S, por maioria, j. 08/09/2004)

Competência - ImportaçãoÉ da competência da Justiça Federal o É da competência da Justiça Federal o

julgamento do crime previsto no artigo julgamento do crime previsto no artigo 273, § 1º-B, incisos I e V, do Código 273, § 1º-B, incisos I e V, do Código Penal, sempre que estiver caracterizada a Penal, sempre que estiver caracterizada a internacionalidade do delito.internacionalidade do delito.

(STJ, CC 115536, Relator MARCO (STJ, CC 115536, Relator MARCO AURÉLIO BELLIZZE, 3ª S, Un, j. AURÉLIO BELLIZZE, 3ª S, Un, j. 26/10/2011)26/10/2011)

Materialidade

Inexistindo provas de que as mercadorias Inexistindo provas de que as mercadorias apreendidas tratavam-se, efetivamente, de apreendidas tratavam-se, efetivamente, de produtos destinados a fins terapêuticos ou produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais e inviabilizada a futura medicinais e inviabilizada a futura comprovação em razão da destruição das comprovação em razão da destruição das mesmas, deve ser mantida a decisão que mesmas, deve ser mantida a decisão que rejeitou a denúncia. rejeitou a denúncia.

(TRF4, RSE 0007149-34.2006.404.7002, 8ª T., (TRF4, RSE 0007149-34.2006.404.7002, 8ª T., Rel. Paulo Afonso, D.E. 13/05/2010)Rel. Paulo Afonso, D.E. 13/05/2010)

Dano ao particular - Contrabando Na importação de pequenas quantidades de Na importação de pequenas quantidades de

medicamentos, sem especial potencial medicamentos, sem especial potencial lesivo à saúde pública, incide a norma geral lesivo à saúde pública, incide a norma geral de punição à importação de produto de punição à importação de produto proibido (proibição relativa, porque sujeita a proibido (proibição relativa, porque sujeita a controle prévio, inexistente no caso), o controle prévio, inexistente no caso), o contrabando, do art. 334 do CP.contrabando, do art. 334 do CP.

(TRF4, EINF 2004.70.00.026203-8, Rel. (TRF4, EINF 2004.70.00.026203-8, Rel. MARCOS ARAUJO, j. 16/09/10)MARCOS ARAUJO, j. 16/09/10)

Subjetividade

Pequena quantidade Pequena quantidade Espécie de medicamentoEspécie de medicamento Destinação comercialDestinação comercial

Insignificância – não cabe 3. Sendo a proteção à saúde o objeto jurídico 3. Sendo a proteção à saúde o objeto jurídico

da norma proibitiva, resta inviabilizada a da norma proibitiva, resta inviabilizada a aplicação do princípio da insignificância. aplicação do princípio da insignificância.

(TRF4, ACR 2003.72.01.004561-9, 8ª T, Rel. (TRF4, ACR 2003.72.01.004561-9, 8ª T, Rel. VICTOR LAUS, UN, D.E. 09/11/2011)VICTOR LAUS, UN, D.E. 09/11/2011)

Insignificância – admite-se Na hipótese, em face da diminuta quantidade de Na hipótese, em face da diminuta quantidade de

fármacos introduzidos, incapaz de causar lesão à fármacos introduzidos, incapaz de causar lesão à saúde pública e ao erário, mostra-se cabível a saúde pública e ao erário, mostra-se cabível a aplicação do princípio da insignificânciaaplicação do princípio da insignificância

(TRF4, QO EM RSE 0001292-78.2009.404.7106, (TRF4, QO EM RSE 0001292-78.2009.404.7106, Rel. ÉLCIO PINHEIRO DE CASTRO, UN, J. Rel. ÉLCIO PINHEIRO DE CASTRO, UN, J. 14/02/2012)14/02/2012)

AtipiaSegundo a ANVISA, ainda que o medicamento Segundo a ANVISA, ainda que o medicamento

apreendido não conste do seu cadastro de apreendido não conste do seu cadastro de registro, quando for constatada que a registro, quando for constatada que a finalidade é para uso pessoal, o produto poder finalidade é para uso pessoal, o produto poder ser internalizado devidamente acompanhado ser internalizado devidamente acompanhado de seu respectivo receituário médico, de seu respectivo receituário médico, comprovando assim sua finalidade. comprovando assim sua finalidade.

(TRF4, HC 2008.04.00.009161-2, 8ª T., Rel. (TRF4, HC 2008.04.00.009161-2, 8ª T., Rel. Wowk Penteado, D.E. 30/04/2008)Wowk Penteado, D.E. 30/04/2008)

Sanção do Tráfico2. Em que pese não haja inconstitucionalidade 2. Em que pese não haja inconstitucionalidade

nas penas fixadas ao delito do artigo 273 nas penas fixadas ao delito do artigo 273 do CP, estas se mostram desproporcionais do CP, estas se mostram desproporcionais à repressão da conduta sob análise, motivo à repressão da conduta sob análise, motivo pelo qual cabível o apenamento aplicado pelo qual cabível o apenamento aplicado ao crime de tráfico de entorpecentes. ao crime de tráfico de entorpecentes.

4. Cabível a aplicação da majorante do artigo 4. Cabível a aplicação da majorante do artigo 40, I, da Lei 11.343/06, haja vista a 40, I, da Lei 11.343/06, haja vista a manifesta internacionalidade do delito, manifesta internacionalidade do delito, bem como a minorante prevista no art. 33, bem como a minorante prevista no art. 33, § 4º, do mesmo diploma, uma vez que § 4º, do mesmo diploma, uma vez que preenchidos os requisitos legais. preenchidos os requisitos legais.

(TRF4, ACR 0009722-74.2008.404.7002, 8ª (TRF4, ACR 0009722-74.2008.404.7002, 8ª T., Rel. Paulo Afonso, D.E. 16/08/2011)T., Rel. Paulo Afonso, D.E. 16/08/2011)

Tertius legis 1. Não é dado ao juiz, em razão do princípio 1. Não é dado ao juiz, em razão do princípio

da proporcionalidade, aplicar ao réu da proporcionalidade, aplicar ao réu condenado a determinado tipo penal condenado a determinado tipo penal sanção diversa daquela legalmente sanção diversa daquela legalmente prevista (preceito secundário da norma).prevista (preceito secundário da norma).

2. In casu, a aplicação, pelo Juiz sentenciante, 2. In casu, a aplicação, pelo Juiz sentenciante, da reprimenda prevista para o delito de da reprimenda prevista para o delito de contrabando (art. 334, caput, do CP) ao contrabando (art. 334, caput, do CP) ao réu condenado pelo crime tipificado art. réu condenado pelo crime tipificado art. 273, § 1º-B, incs. I, V e VI, do CP) foi 273, § 1º-B, incs. I, V e VI, do CP) foi incorreta, do mesmo modo a aplicação da incorreta, do mesmo modo a aplicação da pena do tráfico de drogas realizado pelo pena do tráfico de drogas realizado pelo Tribunal a quo.Tribunal a quo.

(STJ, REsp 1050890, Rel JORGE MUSSI, 5ª (STJ, REsp 1050890, Rel JORGE MUSSI, 5ª T, Un, j. 13/12/2011)T, Un, j. 13/12/2011)

Sanção do TráficoNos casos de fatos que, embora censuráveis, Nos casos de fatos que, embora censuráveis,

não assumam tamanha gravidade, deve-se não assumam tamanha gravidade, deve-se recorrer, tanto quanto possível, ao emprego recorrer, tanto quanto possível, ao emprego da analogia em favor do réu, recolhendo-se, da analogia em favor do réu, recolhendo-se, no corpo do ordenamento jurídico, no corpo do ordenamento jurídico, parâmetros razoáveis que autorizem a parâmetros razoáveis que autorizem a aplicação de uma pena justa, sob pena de aplicação de uma pena justa, sob pena de ofensa ao princípio da proporcionalidade. ofensa ao princípio da proporcionalidade.

"A criação de solução penal que "A criação de solução penal que descriminaliza, diminui a pena, ou de descriminaliza, diminui a pena, ou de qualquer modo beneficia o acusado, não qualquer modo beneficia o acusado, não pode encontrar barreira para a sua eficácia pode encontrar barreira para a sua eficácia no princípio da legalidade, porque isso no princípio da legalidade, porque isso seria uma ilógica solução de aplicar-se um seria uma ilógica solução de aplicar-se um princípio contra o fundamento que o princípio contra o fundamento que o sustenta" (Fábio Bittencourt da Rosa. In sustenta" (Fábio Bittencourt da Rosa. In Direito Penal, Parte Geral. Rio de Janeiro: Direito Penal, Parte Geral. Rio de Janeiro: Impetus, 2003, p. 04). Impetus, 2003, p. 04).

(ACR 0006535-32.2006.404.7001, 8ª T., Rel. (ACR 0006535-32.2006.404.7001, 8ª T., Rel. Artur César de Souza, D.E. 10/03/2011)Artur César de Souza, D.E. 10/03/2011)

É criação favorável É criação favorável

ao acusado?ao acusado?

Liberdade Provisória - VEDADA

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:insuscetíveis de:

II - fiança e liberdade provisória.II - fiança e liberdade provisória.§ 2º Em caso de sentença condenatória, o juiz § 2º Em caso de sentença condenatória, o juiz

decidirá fundamentadamente se o réu decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.poderá apelar em liberdade.

PROCESSO PENAL. CRIME HEDIONDO. PROCESSO PENAL. CRIME HEDIONDO. LIBERDADE PROVISÓRIA. LIBERDADE PROVISÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. VEDAÇÃO IMPOSSIBILIDADE. VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL. REQUISITOS DO CONSTITUCIONAL. REQUISITOS DO ART. 312, CPP. ART. 312, CPP.

(TRF2, HC 200802010107983, Rel. (TRF2, HC 200802010107983, Rel. LILIANE RORIZ, 2ª T., Un, DJU LILIANE RORIZ, 2ª T., Un, DJU 29/09/2008)29/09/2008)

Liberdade Provisória - ADMITIDA

Ausentes os pressupostos para a prisão preventiva, Ausentes os pressupostos para a prisão preventiva, impõe-se a concessão de liberdade provisória ao impõe-se a concessão de liberdade provisória ao flagrado, ainda que se trate de suposta prática do flagrado, ainda que se trate de suposta prática do crime previsto no artigo 273, § 1º-B, do Código crime previsto no artigo 273, § 1º-B, do Código Penal, devendo a soltura ser condicionada ao Penal, devendo a soltura ser condicionada ao arbitramento de fiança, para vincular o agente ao arbitramento de fiança, para vincular o agente ao Juízo e assegurar seu comparecimento aos atos Juízo e assegurar seu comparecimento aos atos processuais. processuais.

(TRF4, HC 5000202-20.2012.404.0000/PR, Rel. (TRF4, HC 5000202-20.2012.404.0000/PR, Rel. MÁRCIO ROCHA, 7ª T., Un, J. 28/02/12)MÁRCIO ROCHA, 7ª T., Un, J. 28/02/12)

Regime aberto e Penas substitutivas

Crime Hediondo - VEDAÇÃO:Crime Hediondo - VEDAÇÃO:

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:insuscetíveis de:

§ 1º A pena por crime previsto neste artigo § 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em regime será cumprida integralmente em regime fechado.fechado.

Regime aberto e Penas substitutivas Cabimento:Cabimento:

8. Fixado o regime aberto para o cumprimento da reprimenda 8. Fixado o regime aberto para o cumprimento da reprimenda corporal, nos termos do artigo 33, §2º, "c", do Código Penal. corporal, nos termos do artigo 33, §2º, "c", do Código Penal.

9. Cumpridos os requisitos previstos no artigo 44 do Código 9. Cumpridos os requisitos previstos no artigo 44 do Código Penal, assiste aos acusados o direito à substituição das penas Penal, assiste aos acusados o direito à substituição das penas privativas de liberdade por restritivas de direitos, ante a privativas de liberdade por restritivas de direitos, ante a declaração, pelo Supremo Tribunal Federal, de declaração, pelo Supremo Tribunal Federal, de inconstitucionalidade da vedação prevista no artigo 44 da inconstitucionalidade da vedação prevista no artigo 44 da Lei de Tóxicos. Lei de Tóxicos.

(TRF4, ACR 2007.70.05.000481-2, 8ª T., Rel. Victor Laus, D.E. (TRF4, ACR 2007.70.05.000481-2, 8ª T., Rel. Victor Laus, D.E. 25/08/2011)25/08/2011)

9. Cumpridos os requisitos previstos no artigo 9. Cumpridos os requisitos previstos no artigo 44 do Código Penal, assiste aos acusados 44 do Código Penal, assiste aos acusados o direito à substituição das penas o direito à substituição das penas privativas de liberdade por restritivas de privativas de liberdade por restritivas de direitos, ante a declaração, pelo Supremo direitos, ante a declaração, pelo Supremo Tribunal Federal, de inconstitucionalidade Tribunal Federal, de inconstitucionalidade da vedação prevista no artigo 44 da Lei de da vedação prevista no artigo 44 da Lei de Tóxicos. Tóxicos.

(TRF4, ACR 2007.70.05.000481-2, 8ª T., Rel. (TRF4, ACR 2007.70.05.000481-2, 8ª T., Rel. Victor Laus, D.E. 25/08/2011)Victor Laus, D.E. 25/08/2011)

Medidas de EfetividadeInterferindo nas garantias:Interferindo nas garantias: Maior entrosamento do magistrado Maior entrosamento do magistrado

investigador com a polícia, MPF e órgãos investigador com a polícia, MPF e órgãos fiscalizatóriosfiscalizatórios

Ampliação e antecipação temporal das Ampliação e antecipação temporal das medidas invasivas de quebra de sigilos medidas invasivas de quebra de sigilos telefônico, bancário e fiscaltelefônico, bancário e fiscal

Ampliação das prisões processuaisAmpliação das prisões processuais

Medidas de EfetividadeSem afetar garantias:Sem afetar garantias: Especialização dos operadores do direitoEspecialização dos operadores do direito Troca de informações pela inteligência Troca de informações pela inteligência

policial e órgãos do Ministério Públicopolicial e órgãos do Ministério Público Simplificação de processos de trabalhoSimplificação de processos de trabalho Priorização de feitosPriorização de feitos

29 Dezembro 201129 Dezembro 2011

The World Justice Project (WJP)The World Justice Project (WJP)

Percepção da população sobre a efetividade Percepção da população sobre a efetividade da justiça:da justiça:

Fator 8: Eficácia da justiça criminal8.1 Os crimes são efetivamente investigados.8.1 Os crimes são efetivamente investigados.

8.2 Os crimes são julgados de forma eficaz e 8.2 Os crimes são julgados de forma eficaz e em tempo hábil.em tempo hábil.

8.3 O sistema correcional é eficaz na redução 8.3 O sistema correcional é eficaz na redução do comportamento criminal.do comportamento criminal.

8.4 O sistema de justiça criminal é imparcial.8.4 O sistema de justiça criminal é imparcial.

8.5 O sistema de justiça criminal é livre de 8.5 O sistema de justiça criminal é livre de corrupção.corrupção.

8.6 O sistema de justiça criminal é livre de 8.6 O sistema de justiça criminal é livre de influências governamentais impróprias.influências governamentais impróprias.

8.7 O sistema de justiça criminal concede ao 8.7 O sistema de justiça criminal concede ao acusado o devido processo da lei.acusado o devido processo da lei.

Brasil ocupa 44º lugar Brasil ocupa 44º lugar

de 66 paísesde 66 países