crescimento econômico, desenvolvimento e saúde - ufjf.br · carlos morel, coordenador do centro...

40
Crescimento Econômico, Desenvolvimento e Saúde Jaqueline Castro [email protected] 40095172

Upload: truongque

Post on 08-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Crescimento Econômico,Desenvolvimento e Saúde

Jaqueline [email protected]

40095172

Vídeo

200 países, 200 anos, 4

minutos

Crescimento

X

Desenvolvimento

Crescimento Econômico

Podemos definir crescimento econômico como o aumento da

capacidade produtiva da economia (produção de bens e

serviços). É definido basicamente pelo índice de crescimento

anual do Produto Nacional Bruto (PNB), per capita. O

crescimento de uma economia é indicado também pelo

crescimento da força de trabalho, pela receita nacional poupada

e investida e pelo grau de aperfeiçoamento tecnológico.

(Carlos Escóssia - 2009)

Desenvolvimento Econômico

Já o desenvolvimento econômico, podemos conceituá-lo como

sendo o crescimento econômico, acompanhado pela melhoria

da qualidade de vida da população e por alterações profundas

na estrutura econômica.

(Carlos Escóssia - 2009)

Mankiw et al (1992) introduziram o capital humano nos modelos

de crescimento econômico. A hipótese seria que o Modelo de

Solow expandido, incluindo o capital humano, explicaria melhor

as divergências de renda per capta entre os países

Y = f (K, A*L, H)

Y = Produto

K = Capital

A = Conhecimento

L = Trabalho

H = Capital Humano

O estado de saúde é considerado parte do

estoque de capital humano, alterando

diretamente a capacidade produtiva dos

trabalhadores.

Taxa de Depreciação do Estoque

de Capital Humano

O “estoque” de saúde dos indivíduos diminui ao longo

do tempo.

“...Em seu livro Desenvolvimento como liberdade,

Amartya Sen demonstra que investir em educação e

em saúde tem um efeito muito positivo sobre o

crescimento econômico, citando o exemplo da

China, cujo crescimento atual foi bastante

favorecido pela expansão da alfabetização e dos

serviços públicos de saúde...”

Luis Eugenio Portela Fernandes de SouzaPresidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO)

22/11/2012

“... o aumento do PIB torna um país mais rico, mas

se as condições de vida das pessoas, incluindo seus

níveis de saúde, não melhoram, o país não se torna

desenvolvido. Nesse sentido – e considerando que a

experiência histórica e a teoria econômica

evidenciam que o crescimento do volume de

riquezas, como medido pelo PIB, não é suficiente

para produzir bem-estar social...”

Luis Eugenio Portela Fernandes de SouzaPresidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO)

22/11/2012

Qual o impacto da

existência de doenças em

um país para o

desenvolvimento dele?

Folha de São Paulo – Da Redação

“Crescimento econômico causa aumento da incidência de sífilis”06/05/2010 - 17h34

A cada hora, um bebê nasce com sífilis na China. A infecção bacteriana de fácil

tratamento foi quase erradicada há 50 anos, mas agora é a doença

sexualmente transmissível mais comum em Xangai, maior cidade do país.

Prostitutas e homens bissexuais estão espalhando a epidemia, segundo artigo

publicado no "New England Journal of Medicine".

O aumento da incidência da sífilis está ligado ao crescimento

econômico do país, que aumenta a renda disponível para executivos e

operários, dando mais oportunidade para sexo sem proteção enquanto eles

estão fora de casa a trabalho, de acordo com o artigo.”

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u731263.shtml

“...A maioria dos economistas clássicos diz que a saúde de

uma população melhora quando a economia melhora. Mas o

que a OMS aponta é que a saúde não é só consequência do

desenvolvimento: é um requisito para ele. Com saúde, vive-se

mais, falta-se menos ao trabalho, ao estudo, então produz-se

mais, e a economia ganha. Esse relatório mede isso. O

dinheiro que seria gasto com doença pode ir para educação.

Uma pessoa com malária fica pelo menos 15 dias de cama; já li

que uma menina, no Norte do país, tinha sido reprovada na

escola de tanto que faltava, por causa da malária...”

Carlos Morel, Coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz e professor da Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento da UFRJ, para

Alessandra Duarte (O Globo, 2010).

“...No Brasil, está havendo um movimento interessante:

pesquisas sobre o conceito de "complexo industrial da saúde".

Querem mostrar ao setor privado que saúde pode ser uma

chance de negócio. Na balança comercial brasileira, o déficit

do setor saúde é US$ 7 bilhões/ano. A gente importa demais,

há aí demanda por novos negócios. O Brasil está querendo se

desenvolver, mas esbarra na falta de muita coisa, como

mão-de-obra qualificada para a área. Além da falta da própria

saúde para a população...”

Carlos Morel, Coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz e professor da Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento da UFRJ, para

Alessandra Duarte (O Globo, 2010).

Bibliografia

DUARTE, A. Saúde é requisito para desenvolvimento econômico, diz

especialista. O Globo. 04 jun. 2010. Disponível em:

http://oglobo.globo.com/pais/saude-requisito-para-desenvolvimento-economic

o-diz-especialista-2998484#

PRATA, P.R. Desenvolvimento Econômico, Desigualdade e Saúde. Cad. Saúde

Públ., Rio de Janeiro, 10 (3): 387-391, Jul/Sep, 1994. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/csp/v10n3/v10n3a18.pdf

SOUZA, L. Saúde é desenvolvimento. Carta Capital - 22 nov. 2012. Disponível

em:http://www.cartacapital.com.br/saude/saude-e-desenvolvimento/

2011

OBRIGADA!

Enquanto isso, no Brasil...(Aula 4 – Continuação da aula anterior)

Variação Anual de Crescimento do PIB (%) - BRASIL

Variação Anual do IDH (%) - BRASIL

14/03/2013

2013

Saúde e Desigualdade

Curva de Lorenz

Mostra a desigualdade existente na distribuição de renda em

uma determinada sociedade. Consiste em um diagrama em

que num dos eixos é o Rendimento e no outro a População.

"os x% da população mais pobre detêm y% do total de

rendimento".

Fonte: Adaptado de Factorama (03/11/2007)

W = Linha de perfeita igualdade

Quanto mais afastada da diagonal estiver esta linha, maior é a

concentração do rendimento, ou seja, maior será a

desigualdade na repartição do rendimento

Curva de Lorenz

w

Coeficiente de Gini

Medida de desigualdade desenvolvida em 1912. Consiste em

um número entre 0 e 1. Em que 0 corresponde à completa

igualdade de renda e 1 à desigualdade.

0 1

Igualdade Desigualdade

Coeficiente de Gini

Nada mais é do que a razão das áreas no

diagrama da Curva de Lorenz.

A = Área entre a linha de perfeita igualdade

e a curva de Lorenz

B = Área abaixo da curva de Lorenz

Saúde e Desigualdade

Já se passaram 23 anos desde que o SUS foi oficializado por meio de uma Lei

Orgânica. Por que ele ainda apresenta tantos problemas de gestão e

funcionamento?

“...Quando o SUS surgiu, os especialistas imaginavam que chegaríamos a um

sistema-modelo de saúde pública, mas eles ignoravam que um sistema de saúde

privado já estava em franca expansão, tanto pela política do então Instituto Nacional de

Assistência Médica Previdenciária de estimular empresas a criarem assistência médica

para seus empregados quanto pela atuação de pequenos hospitais que lançaram

“planos de saúde” para a classe média. Acabamos com um modelo altamente

fragmentário e que espelha a desigualdade da sociedade brasileira. Sistema

único pressupõe um modelo que serve a população inteira, para todos e para tudo. Mas

o que temos atualmente é o SUS atendendo no nível de atenção básica, mas ainda sem

a cobertura integral...”

Cornelis Van Stralen – UFMG (03/07/2013)

https://www.ufmg.br/online/arquivos/028945.shtml

N° de profissionais a cada mil habitantes por estado (Foto: Reprodução / Ministério da Saúde)

“Durante muito tempo no Brasil foi divulgado,

equivocadamente, que a relação de um médico para

1.000 habitantes seria considerada ideal pela

Organização Mundial de Saúde (OMS). A OMS jamais

defendeu esse índice, que não tem fundamento. A

Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização

Pan- Americana da Saúde (OPAS) não estabelecem,

tampouco taxas ideais de número de leitos por habitante

a serem seguidas e cumpridas por seus

países-membros.”

(No brasil faltam médicos: mito ou realidade? Por João Carlos Simões)

“...Mas é a comparação com os países ricos,

principalmente da Europa, que revela a disparidade

entre a situação no Brasil e nas economias

desenvolvidas. Em geral, existem duas vezes mais

médicos na Europa que no Brasil - 33,3 a cada 10 mil

habitantes. São 48 médicos na Áustria a cada 10 mil

cidadãos, contra 40 na Suíça, 37 na Bélgica, 34 na

Dinamarca, 33 na França, 36 na Alemanha e 38 na Itália.”

(Agência Estado – 20 mai 2013)

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2013-05-20/oms-alerta-para-o-baixo-numero-de-m

edicos-no-brasil.html

“O Ministério da Saúde pretende alcançar 2,5

médicos para cada mil pessoas - índice similar ao da

Inglaterra*, que tem 2,7.”

*A Inglaterra possui um sistema público de saúde, o NHS (National Health Service)

(Fernanda Bassete e Giovana Girardi – Agência Estado em 04 jul 2013)

http://www.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-tem-dois-medicos-para-cada-mil-habitantes,10

50074,0.htm

Saúde e Desigualdade

“...Richard Wilkinson e Kate Pickett divulgaram extensa

documentação para comprovar, no livro The Spirit Level,

que a riqueza média de uma nação, medida pelo produto

interno bruto, tem pouco impacto sobre uma longa lista

de males sociais, enquanto a forma como essa riqueza é

distribuída, em outras palavras, o nível de desigualdade

social, influi profundamente na dispersão e intensidade

dos males.”

(Zygmunt Bauman - "44 cartas do mundo líquido moderno")

Saúde e Desigualdade

“Por exemplo, Japão e Suécia são países administrados de

maneira muito diferente; a Suécia é um grande Estado de

bem-estar social, enquanto o Japão oferece pouquíssimos

programas de previdência social. O que os une, todavia, é uma

distribuição relativamente equitativa da renda, e, portanto,

uma defasagem pequena entre o padrão de vida dos 20% mais

ricos e dos 20% mais pobres da população. Mais importante

ainda é que nesses países há menos “problemas sociais” que

em outras sociedades altamente industrializadas, com uma

divisão menos igualitária da renda e da riqueza social.”

(Zygmunt Bauman - "44 cartas do mundo líquido moderno")

Saúde e Desigualdade

“Descoberta notável e preocupante é que o acréscimo dos

níveis de investimento na área de saúde quase não tem

impacto na expectativa de vida média, mas o crescimento do

nível de desigualdade tem forte impacto, e extremamente

negativo.”

(Zygmunt Bauman - "44 cartas do mundo líquido moderno")

Leitura Recomendada

Brasil mostra que só crescimento não gera

desenvolvimento, aponta estudo da ONU

http://www.pnud.org.br/Noticia.aspx?id=1980

Saúde e Desigualdade

http://divagacoesligeiras.blogs.sapo.pt/255772.html

Bibliografia

A Curva de Lorenz e o Coeficiente de Gini. Disponível em:

http://www.cps.fgv.br/cps/Pesquisas/Politicas_sociais_alunos/2012/Site/Hoffma

nn_3_DL.pdf

BAUMAN, Z. 44 cartas do mundo liquido moderno. Caítulo 21 – Saúde e

Desigualdade. 2011. Disponível em:

http://divagacoesligeiras.blogs.sapo.pt/255772.html

SIMOES, J.C. No Brasil faltam médicos: mito ou realidade?. 2011.

OBRIGADA!