crescimento e desenvolvimento de maracujazeiro

212
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE MARACUJAZEIRO AMARELO SOB SALINIDADE E USO DE BIOFERTILIZANTE E COBERTURA JOSÉ LUCÍNIO DE OLIVEIRA FREIRE AREIA – PB FEVEREIRO – 2011

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Page 1: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE MARACUJAZEIRO

AMARELO SOB SALINIDADE E USO DE BIOFERTILIZANTE E

COBERTURA

JOSÉ LUCÍNIO DE OLIVEIRA FREIRE

AREIA – PB

FEVEREIRO – 2011

Page 2: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

JOSÉ LUCÍNIO DE OLIVEIRA FREIRE

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE MARACUJAZEIRO

AMARELO SOB SALINIDADE E USO DE BIOFERTILIZANTE E

COBERTURA

AREIA – PB

FEVEREIRO – 2011

Page 3: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

JOSÉ LUCÍNIO DE OLIVEIRA FREIRE

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE MARACUJAZEIRO AMARELO SOB

SALINIDADE E USO DE BIOFERTILIZANTE E COBERTURA

Prof. Dr. Lourival Ferreira Cavalcante

CCA/UFPB – Orientador

Tese apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Agronomia da

Universidade Federal da Paraíba,

como parte dos requisitos para

obtenção do título de “Doutor em

Agronomia”. Área de Concentração:

Solos e Nutrição das Plantas.

AREIA - PB

FEVEREIRO – 2011

Page 4: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

Ficha Catalográfica elaborada na Seção de Processos Técnicos da

Biblioteca Setorial do CCA, UFPB, Campus II, Areia – PB.

F866r Freire, José Lucínio de Oliveira.

Crescimento e desenvolvimento de maracujazeiro amarelo sob salinidade e uso de biofertilizante e cobertura. / José Lucínio de Oliveira Freire. - Areia: UFPB/CCA, 2011. 185 f. il.

Tese (Doutorado em Agronomia) - Centro de Ciências Agrárias.

Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2011.

Bibliografia.

Orientador: Lourival Ferreira Cavalcante.

1. Maracujá 2. Maracujazeiro amarelo – fertilidade 3. Irrigação –

salinidade – taxa de crescimento I. Cavalcante, Lourival Ferreira

(Orientador) II. Título.

UFPB/CCA CDU: 634.776.3(043.2)

Page 5: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro
Page 6: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

v

DEDICATÓRIA

Ao Deus de Abraão, Deus de Isaque, Deus de Jacó, Deus de Davi. Meu

SENHOR e meu DEUS, a quem me prosto em honra, louvor e glorificações pela eterna

misericórdia e por ter me ajudado até aqui, fortalecendo a minha fé na certeza de dias

melhores que virão.

Ao meu pai, LUIZ PAULINO FREIRE. Não tivemos tempo de uma despedida

recíproca, mas sei do orgulho que sentia daquele que, segundo a lenda, era o filho

predileto. Os seus atributos qualitativos de humildade, honestidade e destemor se

cristalizaram em mim no meu dia a dia.

À minha mãe, MARIA DE OLIVEIRA FREIRE, para quem, pessoas simples

como nós só dispõem de um tiro a disparar no alvo da conquista social: a dedicação aos

estudos. É um beneplácito divino e um privilégio único ser filho de D. Maria e de Luiz

Paulino.

Aos meus irmãos Luciano, Luciene, Lúcia, Lucélia, Lucelma, Lucineudo,

Lucion e descendentes — e são dezenas deles —, representantes do meu povo, da minha

mais pura história. A cada um devo as orações, as torcidas a favor e o carinho da

admiração com mão dupla.

À minha esposa querida e amada, MADELE MARIA BARROS DE OLIVEIRA

FREIRE — detentora de um monte de bondades cristalizadas numa única criatura

divina —, sempre comigo “na saúde, na doença, na alegria e na tristeza”. Comigo há 23

anos, dividindo e se abancando nos acampamentos de nômades que somos. Privilegiou-

me em ser a MÃE dos meus filhos Luíza Gabriela, Lucion Sobrinho e do pequenino

Davi. A este quarteto, somando-se aos retrocitados, devo a completude, o supedâneo de

um lar abençoado por Deus e o estímulo-mor por fitar metas que, sem eles, seriam

inalcançáveis. Com eles, os obstáculos, transpu-los todos.

À minha tia Chaguinha e aos meus primos Joaquim Branco e Raynério, a quem

nutro um respeito e uma admiração ímpares.

Às minhas amigas Williana Brito, Valéria Feitosa e Cristina Ercília pela

bondade de serem minhas amigas, verdadeiramente.

Aos meus alunos do ontem, do hoje e do amanhã, pela divisão dos sonhos de

dias melhores.

Page 7: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

vi

AGRADECIMENTOS

Tenho a certeza de que a gratidão é um sentimento que alegra ao SENHOR.

Lembro-me da parábola dos dez leprosos curados por Jesus, quando, somente um,

dentre os dez, voltou ao Templo para render graças ao Pai pelo milagre alcançado. E foi

justamente um samaritano, aquele que respondeu à pergunta do Mestre: “Onde estão os

seus amigos? Onde estão?”

Não quero constar da relação das pessoas ingratas, nem comungar com os que

não se acostumaram a dizer MUITO OBRIGADO. Acima e muito além de tudo,

exclamo como o poeta bíblico: “Que darei eu ao meu SENHOR por todos os benefícios

que me tem concedido?” Que ecoe aos quatro cantos a minha gratidão ao Nosso Senhor

Jesus Cristo por todas as bênçãos derramadas.

Com sentimento de justiça e ternura no coração, sou extremamente grato aos que

se seguem no suporte à concretização deste ideal:

à Universidade Federal da Paraíba: por três vezes recorri aos bancos escolares do

Centro de Ciências Agrárias e, nas três vezes, retornei melhor, mais preparado e mais

bem sucedido;

ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Campus Crato,

nas pessoas dos seus Diretores Joaquim Rufino Neto e Éder Cardozo Gomes pela

concessão da liberação e a confiança de que eu bem representaria a Instituição, e

colegas de trabalho;

ao CNPq e CAPES pelo suporte financeiro da pesquisa e bolsa de estudos;

ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Salinidade — INCTSal —

pelas sugestões e amparo na condução dos trabalhos experimentais;

ao Professor Dr. Lourival Ferreira Cavalcante pela adoção como orientado por

me permitir habitar o seu acampamento de profícuas pesquisas em prol da agricultura

do semiárido. A seriedade, competência e infatigável dedicação ao trabalho se

cristalizaram na minha mente e se traduziram numa admiração, respeito e consideração

ímpares;

ao Professor Dr. José Ferreira da Costa Filho, pela bondade no fornecimento de

informações sobre agrometeorologia;

Page 8: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

vii

aos Coordenadores do Curso de Pós-Graduação em Agronomia do Centro de

Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, os professores Riselane

Alcântara de Lucena Bruno e Ademar Pereira de Oliveira, sempre solícitos aos meus

apelos de ajuda;

aos mestres do Curso: Alberício Pereira de Andrade, Francisco Assis de

Oliveira, Ivandro de França da Silva, Jacob da Silva Souto, José Ferreira da Costa Filho,

Lourival Ferreira Cavalcante, Rejane Maria Nunes Mendonça, Ricardo Elesbão Alves e

Walter Esfrain Pereira.

aos Professores Doutores Pedro Dantas Fernandes, José Francismar de Medeiros

e Francisco Assis de Oliveira, pela enorme contribuição no acabamento do produto final

dos meus esforços;

ao Professor Dr. Antônio Lucineudo de Oliveira Freire, um instrumento de

consulta constante, não somente na seara da Fisiologia Vegetal, mas como se

comportar com maturidade na ciclotimia de um curso de Doutorado;

a todos os colegas que cruzaram o meu caminho no Curso, em especial, a minha

deferência pela amizade desinteressada e companheirismo recíproco, de Thiago Dias,

Tarcísio Gondim, Saulo Gondim, Alex Matheus, Adriana Diniz, Belísia Diniz, Vinícius

Campos, Stella Prazeres, Adeilson do Nascimento e Sherly Aparecida;

aos funcionários dos Laboratórios do Departamento de Solos e Engenharia Rural

do CCA/UFPB: José do Patrocínio Alves, Sula, Roberval, Ednaldo, Montesquieu,

Gilson e Marielza pela paciência e contribuições;

à Secretária do Curso, Cícera Eliane, pela presteza em todas os meus reclamos e

solicitações;

a José Amaro e todos os colaboradores e guardiões do trabalho no Sítio

Macaquinhos — “Santuário das Teses sobre maracujazeiro amarelo, salinidade e

biofertilizante do CCA” —, pela amizade e auxílio, sem precedentes, na condução do

experimento.

A todos a minha sincera GRATIDÃO.

Page 9: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

viii

SUMÁRIO

Página

LISTA DE TABELAS....................................................................................... xi

LISTA DE FIGURAS........................................................................................ xii

LISTA DE APÊNDICES.................................................................................... xxiv

RESUMO............................................................................................................ xxvii

ABSTRACT........................................................................................................ xxix

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................

1.1. Objetivo geral.....................................................................................

1.2. Objetivos específicos..........................................................................

1

4

4

2. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 5

2.1. Aspectos econômicos, botânicos, edafoclimáticos e culturais do

maracujazeiro amarelo................................................................................

5

2.2. Salinidade nas plantas em geral e no maracujazeiro

amarelo........................................................................................................

7

2.3. Biofertilizante bovino.......................................................................... 11

2.3.1. Considerações gerais.................................................................

2.3.2. Efeitos do biofertilizante bovino no solo e nas plantas.............

2.3.3. Biofertilizante de esterco bovino e salinidade...........................

2.4. Fluorescência da clorofila a, trocas gasosas e clorofila a em plantas

sob condições de salinidade.................................................................

11

12

13

15

2.5. Consumo hídrico de plantas................................................................. 17

2.6. Necessidades hídricas do maracujazeiro amarelo................................

2.7. Cobertura morta...................................................................................

20

23

3. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 25

3.1. Localização do experimento, clima e solo da área experimental....... 25

3.2. Fatores em estudo, tratamentos e delineamento experimental ........ 28

3.3. Instalação do experimento e dotação hídrica dos tratamentos.................. 29

3.4. Preparo, aplicação do biofertilizante bovino e uso da cobertura morta........ 31

3.5. Implantação e manejo da cultura do maracujazeiro amarelo.....................................................................................................

34

Page 10: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

ix

3.6. Variáveis analisadas...................................................................................... 35

3.6.1. Fertilidade e salinidade do solo................................................... 35

3.6.2. Avaliações fenométricas das plantas........................................... 36

3.6.3. Composição mineral das plantas................................................. 37

3.6.4. Fluorescência da clorofila a........................................................ 38

3.6.5. Trocas gasosas............................................................................. 38

3.6.6. Teores de clorofila a, b, total e carotenóides.............................. 39

3.6.7. Consumo hídrico do maracujazeiro amarelo............................... 40

3.6.8. Produção do maracujazeiro amarelo............................................

3.6.9. Eficiência agronômica do uso da água maracujazeiro amarelo...

42

43

3.7. Análises estatísticas............................................................................ 43

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................. 44

4.1. Fertilidade e salinidade do solo.......................................................... 44

4.2. Crescimento e desenvolvimento das plantas...................................... 68

4.3. Composição mineral das plantas....................................................... 77

4.3.1. Macronutrientes na matéria seca foliar....................................... 77

4.3.2. Micronutrientes na seca foliar..................................................... 87

4.4. Fluorescência da clorofila a e eficiência fotoquímica........................ 98

4.4.1. Fluorescência inicial (F0)............................................................ 98

4.4.2. Fluorescência máxima (Fm)........................................................ 101

4.4.3. Fluorescência variável (Fv)......................................................... 102

4.4.4. Relação Fv/F0............................................................................. 104

4.4.5. Rendimento quântico potencial (Fv/Fm)..................................... 105

4.5. Trocas gasosas.................................................................................... 108

4.5.1. Concentração interna de CO2 (Ci)............................................... 108

4.5.2. Condutância estomática (gs)....................................................... 110

4.5.3. Taxa transpiratória (E)................................................................. 112

4.5.4. Taxa fotossintética (A)............................................................... 113

4.6. Teores de clorofila a, b, total e carotenóides...................................... 115

4.7. Consumo hídrico do maracujazeiro amarelo....................................... 121

4.7.1. Condições térmicas no ambiente dos lisímetros......................... 121

4.7.2. Evapotranspiração da cultura (ETc)............................................ 124

Page 11: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

x

4.7.3. Evapotranspiração de referência (ET0) e coeficientes de cultivo

(Kc)...............................................................................................

135

4.7.4. Condutividade elétrica da solução lixiviada (CESL)................... 139

4.8. Produção.............................................................................................

4.8.1. Abscisão das flores do maracujazeiro amarelo.............................

4.8.2. Número de frutos por planta..........................................................

4.8.3. Massa média dos frutos.................................................................

4.8.4. Produção de frutos por planta.......................................................

4.9. Eficiência agronômica de uso de água (EAUA)................................

5. CONCLUSÕES..............................................................................................

140

140

142

143

145

146

149

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 150

7. APÊNDICES................................................................................................... 174

Page 12: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

xi

LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 1. Composição física, química e salinidade do substrato

(solo + esterco bovino) utilizado nos tratamentos.

Remígio, PB, 2010..........................................................

27

Tabela 2. Composição química do biofertilizante bovino e das

águas utilizadas nas irrigações do maracujazeiro

amarelo. Remígio, PB, 2010..........................................

33

Tabela 3. Valores médios de alturas de plantas, período de poda

da haste principal e diâmetros caulinares para

determinações das taxas de crescimento absoluto e

relativo de altura e diâmetro caulinar do maracujazeiro

amarelo............................................................................

36

Tabela 4. Valores da temperatura (o C) na superfície do substrato

(SS), a 5 cm de profundidade, na superfície externa da

cobertura morta (SECM), na superfície externa dos

lisímetros (SEL) e variações de temperatura entre os

tratamentos sem e com cobertura (∆t), nas diferentes

fases diferentes fases fenológicas de maracujazeiro

amarelo irrigado com água não salina (NS) e salina (S),

no solo sem (SB) e com biofertilizante bovino (CB),

sem (SC) e com cobertura morta

(CC).................................................................................

123

Tabela 5. Evaporação do tanque Classe “A” (ECA), evapotranspiração de referência (ET0) e valores médios de ECA e ET0 nas distintas fases fenológicas do maracujazeiro amarelo no período de setembro de 2009 a abril de 2010 no Sítio Macaquinhos, Remígio, PB......................................................................................

135

Page 13: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

xii

LISTA DE FIGURAS Página

Figura 1.

Localização geográfica do município de Remígio, PB................

25

Figura 2. Distribuição mensal de chuvas (A) e valores de temperaturas

máximas, médias e mínimas do ar durante a condução do

experimento, de setembro de 2009 a abril de 2010

(B).................................................................................................

26

Figura 3. Curva característica de retenção de água do substrato composto

de solo e esterco bovino. Remígio, PB, 2010..............................

28

Figura 4. Arranjo espacial na área experimental do maracujazeiro amarelo

cultivado em recipientes plásticos utilizados como lisímetros de

pressão....................................................................

29

Figura 5. Disposição dos recipientes plásticos utilizados como lisímetros,

posição dos drenos e dos recipientes coletores da suspensão

lixiviada.................................................................................

30

Figura 6. Disposição da camada de brita e da areia lavada de rio na face inferior

dos recipientes plásticos utilizados como lisímetros de

pressão..........................................................................................

30

Figura 7. Procedimento da irrigação do maracujazeiro amarelo e tanque Classe

“A” instalado no local do experimento.................................................

31

Figura 8. Preparo e aplicação do biofertilizante bovino nos recipientes

plásticos utilizados como lisímetros de pressão..................................

32

Figura 9. Disposição da cobertura morta no ambiente superficial dos

recipientes plásticos utilizados como lisímetros de pressão...........

34

Figura 10. Leitura das variáveis de fluorescência da clorofila a em

maracujazeiro amarelo com utilização do instrumento Plant

Efficiency Analyser – PEA II®....................................................

38

Figura 11. Medições de trocas gasosas no maracujazeiro amarelo com

analisador de gás carbônico a infravermelho portátil (IRGA).....

39

Figura 12. Medição de temperatura com termômetro digital nos recipientes

plásticos usados como lisímetros de pressão.............

41

Figura 13. Leitura da condutividade elétrica da suspensão lixiviada após

irrigação do maracujazeiro amarelo com água de baixa (0,5 dS

Page 14: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

xiii

m-1) e alta salinidade (4,5 dS m-1)................................................ 42

Figura 14. Valores de pH do solo em função da irrigação com água não

salina e salina, em substratos sem e com biofertilizante comum

cultivados com maracujazeiro amarelo em floração....................

44

Figura 15. Teores de matéria orgânica no solo cultivado com maracujazeiro

amarelo irrigado com água não salina, salina e submetido às

condições de biofertilização e cobertura morta na época da

floração........................................................................

46

Figura 16. Teores de H+ + Al

3+ em substratos com maracujazeiro amarelo,

no estádio de floração, irrigado com água não salina e salina, em

solo sem e com cobertura.......................................................

47

Figura 17. Teores de fósforo extraível do solo na fase de florescimento do

maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina (A)

e em lisímetros sem e com biofertilizante bovino

(B)..................................................................................................

48

Figura 18. Valores de potássio no solo na fase de florescimento do

maracujazeiro amarelo em função da aplicação de água não

salina e salina em substratos sem e com biofertilizante, sem e

com cobertura morta......................................................................

49

Figura 19. Valores de cálcio no solo em função da aplicação de água não

salina e salina em substratos sem e com biofertilizante comum

cultivados com maracujazeiro amarelo à época da

floração..........................................................................................

51

Figura 20. Teores de magnésio no solo na floração do maracujazeiro

amarelo tratado com biofertilizante bovino..................................

53

Figura 21. Valores de sódio no solo à época da floração do maracujazeiro

amarelo em função da aplicação de água não salina e salina em

substratos sem e com biofertilizante, sem e com cobertura

morta..............................................................................................

54

Figura 22. Capacidade de troca catiônica (CTCpH 7) à época da floração no

solo cultivado com maracujazeiro amarelo irrigado com água

não salina e salina, sem e com biofertilizante bovino...................

55

Figura 23. Teores de boro no solo cultivado com maracujazeiro amarelo

Page 15: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

xiv

irrigado com água não salina, salina e submetidas às condições

de biofertilização e cobertura morta na época da

floração...........................................................................................

57

Figura 24. Teores de ferro no solo cultivado com maracujazeiro amarelo

submetido à irrigação com água não salina e salina, sem e com

biofertilizante bovino, na época de floração..................................

58

Figura 25. Teores de manganês no solo cultivado com maracujazeiro

amarelo submetido às condições de uso de biofertilizante

bovino, na época de floração.......................................................

59

Figura 26. Teores de zinco no solo cultivado com maracujazeiro amarelo

submetido à irrigação com água não salina e salina, sem e com

biofertilizante bovino (A) e sob condições de aplicação de

biofertilizante e cobertura morta (B), na época de floração...........

61

Figura 27. Valores da salinidade no extrato de saturação (CEes), no final do

experimento, no solo sob irrigação com água salina e não salina,

sem e com biofertilizante bovino (A) e irrigado com água salina

e não salina, sem e com cobertura morta (B).................................

62

Figura 28. Valores da salinidade no extrato de saturação (CEes), no final do

experimento, no solo sem e com biofertilizante bovino, sem e

com cobertura............................................................................

63

Figura 29. Percentagem de sódio trocável (PST) do solo em função da

aplicação de água não salina e salina em substratos sem e com

biofertilizante, sem e com cobertura morta, cultivados com

maracujazeiro amarelo na floração..............................................

64

Figura 30. Percentagem de sódio trocável (PST) do solo cultivado com

maracujazeiro amarelo, ao final do experimento, em função da

aplicação de água não salina e salina em substratos sem e com

biofertilizante...............................................................................

66

Figura 31. pH do extrato de saturação do solo (pHes) no final do

experimento com maracujazeiro amarelo irrigado com água

salina e não salina, sem e com biofertilizante bovino (A) e

irrigado com água salina e não salina, sem e com cobertura

morta (B)........................................................................................

67

Page 16: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

xv

Figura 32. pH do extrato de saturação do solo (pHes) no final do

experimento com maracujazeiro amarelo sem e com aplicação de

biofertilizante, sem e com cobertura morta...............................

68

Figura 33. Taxa de crescimento absoluto em altura (TCAA) de plantas de

maracujazeiro amarelo irrigadas com água não salina, salina e

submetidas às condições de biofertilização e cobertura

morta...............................................................................................

69

Figura 34. Taxa de crescimento relativo em altura (TCRA) de plantas de

maracujazeiro amarelo irrigadas com água de baixa e alta

salinidade, no solo sem e com biofertilizante................................

71

Figura 35. Taxa de crescimento absoluto em diâmetro caulinar (TCADC) de

plantas de maracujazeiro amarelo irrigadas com água de baixa e

alta salinidade, sem e com biofertilizante (A) e sem e com

cobertura morta (B)........................................................................

72

Figura 36. Taxa de crescimento relativo em diâmetro caulinar (TCRDC) do

maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina (A),

sem e com biofertilizante bovino (B).....................................

73

Figura 37. Período de poda dos ramos laterais em plantas de maracujazeiro

amarelo irrigadas com água não salina e salina (A) e efeitos do

biofertilizante bovino e cobertura morta sobre o período de poda

dos ramos laterais do maracujazeiro amarelo (B)..........................

74

Figura 38. Efeitos da irrigação com água não salina e salina sobre o

comprimento dos internódios (A) e número de ramos produtivos

em plantas de maracujazeiro amarelo (B)......................................

76

Figura 39. Diâmetro do caule de plantas aos 217 dias sob irrigação com

água não salina e salina, sem e com biofertilizante bovino (A),

sem e com biofertilizante e cobertura morta (B)............................

77

Figura 40. Teores de nitrogênio na matéria seca foliar do maracujazeiro

amarelo sob condições de irrigação com água não salina e salina,

no solo sem e com biofertilizante e cobertura morta.....................

78

Figura 41. Teores de fósforo na matéria seca foliar do maracujazeiro

amarelo irrigado com água não salina e salina...............................

79

Figura 42. Teores de potássio na matéria seca foliar do maracujazeiro

Page 17: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

xvi

amarelo sob condições de irrigação com água não salina e salina,

sem e com biofertilizante e cobertura morta..................................

81

Figura 43. Teores de cálcio na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo

irrigado com água não salina e salina (A), sem e com

biofertilizante (B)...........................................................................

83

Figura 44. Teores de magnésio na matéria seca foliar do maracujazeiro

amarelo irrigado com água não salina e salina (A), sem e com

biofertilizante (B)...........................................................................

84

Figura 45. Teores de enxofre na matéria seca foliar do maracujazeiro

amarelo irrigado com água não salina e salina, sem e com

biofertilizante bovino (A) e sem e com biofertilizante e cobertura

morta (B)........................................................................................

86

Figura 46. Teores de boro na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo

irrigado com água não salina e salina, sem e com

biofertilizante...............................................................................

87

Figura 47. Teores de cobre na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo

irrigado com água não salina e salina, sem e com

biofertilizante...............................................................................

88

Figura 48. Teores de ferro na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo

irrigado com água não salina e salina, sem e com

biofertilizante..................................................................................

90

Figura 49. Teores de manganês na matéria seca foliar do maracujazeiro

amarelo irrigado com água não salina e salina (A), sem e com

biofertilizante (B).........................................................................

92

Figura 50. Teores de zinco na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo

irrigado com água não salina e salina (A), sem e com

biofertilizante (B)...........................................................................

92

Figura 51. Teores de sódio na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo

irrigado com água não salina e salina, sem e com

biofertilizante...............................................................................

94

Figura 52. Relação Na+/Ca2+ na matéria seca foliar do maracujazeiro

amarelo irrigado com água não salina e salina (A) e tratamentos

sem e com biofertilizante (B).........................................................

95

Page 18: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

xvii

Figura 53. Relação Na+/Mg2+ na matéria seca foliar do maracujazeiro

amarelo irrigado com água não salina e salina, sem e com

biofertilizante................................................................................

96

Figura 54. Relação Na+/K+ na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo

em tratamento sem e com cobertura do solo (A) e irrigado com

água não salina e salina, sem e com biofertilizante

(B)...................................................................................................

97

Figura 55. Fluorescência inicial (F0) no início da floração do maracujazeiro

amarelo irrigado com água não salina (0,5 dS m-1) e salina (4,5

dS m-1)............................................................................................

98

Figura 56. Fluorescência inicial (F0) no início da floração do maracujazeiro

amarelo irrigado nos tratamentos sem e com biofertilizante

bovino (A) e sem e com cobertura morta (B).................................

99

Figura 57. Fluorescência inicial (F0) no final da fase produtiva do

maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina (A)

e em função da utilização do biofertilizante bovino e cobertura

morta (B)........................................................................................

100

Figura 58. Fluorescência máxima (Fm) no final da fase produtiva do

maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina.......

102

Figura 59. Fluorescência variável (Fv) do maracujazeiro amarelo irrigado

com água não salina e salina, no início da floração (A) e no final

da fase produtiva (B)......................................................................

103

Figura 60. Relação Fv/F0 no início da floração do maracujazeiro amarelo

sob condições de irrigação com água não salina, salina em covas

sem e com biofertilizante bovino e cobertura morta......................

104

Figura 61. Relação Fv/F0 no final da fase produtiva do maracujazeiro

amarelo irrigado com água não salina e salina (A), sem e com

biofertilizante bovino (B)...............................................................

105

Figura 62. Rendimento quântico potencial (FvFm) do maracujazeiro amarelo

no início da floração e irrigado com água não salina e

salina...............................................................................................

106

Figura 63. Rendimento quântico potencial (FvFm) ao final da fase produtiva

do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina

Page 19: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

xviii

(A), sem e com biofertilizante bovino (B)..................................... 107

Figura 64. Concentração interna de CO2 (Ci) em folhas de maracujazeiro

amarelo em solo sem e com biofertilizante bovino na época da

floração (A) e irrigado com água não salina e salina, sem e com

biofertilizante, no encerramento da fase produtiva (B)..................

110

Figura 65. Condutância estomática em folhas de maracujazeiro amarelo

irrigado com água não salina e salina, sem e com biofertilizante

bovino e cobertura morta no encerramento da fase produtiva.......

111

Figura 66. Taxa transpiratória no encerramento da fase produtiva do

maracujazeiro amarelo em solo sem e com biofertilizante e

cobertura morta...............................................................................

112

Figura 67. Fotossíntese líquida no encerramento da fase produtiva do

maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina.......

114

Figura 68. Teores de clorofila a em folhas de maracujazeiro amarelo

irrigado com água não salina e salina, sem e com biofertilizante

bovino e cobertura morta................................................................

116

Figura 69. Teores de clorofila b em folhas de maracujazeiro amarelo sob

condições de irrigação com água não salina e salina, sem e com

biofertilizante bovino e cobertura morta........................................

118

Figura 70. Teores de clorofila total em folhas de maracujazeiro amarelo

irrigado com água não salina e salina, sem e com cobertura

morta (A) e sem e com biofertilizante, sem e com cobertura

morta (B)........................................................................................

119

Figura 71. Teores de carotenóides no tecido foliar do maracujazeiro

amarelo sob condições de irrigação com água não salina, salina

em covas sem e com biofertilizante bovino e cobertura morta......

120

Figura 72. Temperaturas médias diárias da superfície do substrato e da

cobertura morta (A) e da superfície exterior dos lisímetros (B)

com maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e

salina, sem e com biofertilizante, sem e com cobertura

morta...............................................................................................

122

Figura 73. Consumo hídrico do maracujazeiro amarelo irrigado com água

não salina e salina, sem e com biofertilizante bovino, sem e com

Page 20: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

xix

cobertura morta no estádio de crescimento apical das plantas

(Fase I)..........................................................................................

124

Figura 74. Consumo hídrico do maracujazeiro amarelo irrigado com água

não salina e salina, sem e com biofertilizante bovino, sem e com

cobertura morta no estádio de crescimento dos ramos laterais e

produtivos (Fase II)........................................................................

127

Figura 75. Consumo hídrico do maracujazeiro amarelo irrigado com água

não salina e salina, no solo sem e com biofertilizante bovino,

sem e com cobertura morta no estádio de florescimento,

frutificação e amadurecimento dos frutos (Fase

III)..................................................................................................

129

Figura 76. Consumo hídrico do maracujazeiro amarelo irrigado com água

não salina e salina, sem e com biofertilizante bovino (A), sem e

com cobertura do solo (B) no estádio de repouso vegetativo após

a colheita dos frutos (Fase IV).......................................................

131

Figura 77. Consumo hídrico do maracujazeiro amarelo em função da

utilização do biofertilizante bovino e cobertura morta no estádio

de repouso vegetativo após a colheita dos frutos (Fase

IV).................................................................................................

132

Figura 78. Consumo hídrico total ou evapotranspiração acumulada da

cultura do maracujazeiro amarelo sob condições de irrigação

com água não salina e salina, sem e com biofertilizante e

cobertura do solo............................................................................

134

Figura 79. Valores médios dos coeficientes de cultivo (Kc) de

maracujazeiro amarelo no estádio de crescimento apical (Fase I)

no solo sem e com biofertilizante bovino (A), sem e com

cobertura morta (B)........................................................................

136

Figura 80. Coeficiente de cultivo de maracujazeiro amarelo, nos estádio

fenológico de crescimento dos ramos laterais e produtivos (Fase

II) (A) e floração e frutificação (Fase III) (B), sob irrigação com

água não salina e salina, sem e com biofertilizante e cobertura

morta...............................................................................................

137

Figura 81. Coeficiente de cultivo (Kc) no estádio de repouso vegetativo

Page 21: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

xx

após a colheita dos frutos de plantas irrigadas com água não

salina e salina, sem e com biofertilizante bovino (A), sem e com

cobertura morta (B)........................................................................

138

Figura 82. Condutividade elétrica da suspensão lixiviada (CESL) nos

lisímetros cultivados com maracujazeiro amarelo irrigado com

água não salina e salina, sem e com biofertilizante, sem e com

cobertura morta...............................................................................

139

Figura 83. Abscisão floral em plantas de maracujazeiro amarelo irrigadas

com água de baixa e alta salinidade (A), sem e com cobertura

morta (B)........................................................................................

140

Figura 84. Número de frutos por planta de maracujazeiro amarelo irrigados

com água não salina e salina em lisímetros sem e com

biofertilizante bovino (A), sem e com cobertura morta (B)...........

142

Figura 85. Massa média dos frutos do maracujazeiro amarelo irrigado com

água não salina e salina, em substrato sem e com

biofertilizante...............................................................................

144

Figura 86. Efeitos na produção por planta em solo sem e com cobertura (A)

e de maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e

salina, em substrato sem e com biofertilizante (B)........................

145

Figura 87. Eficiência agronômica de uso de água (EUA) em maracujazeiro

amarelo no solo sem e com cobertura (A) e sob condições de

salinidade da água de irrigação, no solo sem e com

biofertilizante bovino (B)...............................................................

147

Page 22: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

xxi

LISTA DE APÊNDICES

Página

Apêndice 1. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes a matéria orgânica (MO), acidez potencial (H + Al), pH, fósforo (P) e potássio (K) no solo na época da floração do maracujazeiro amarelo.................................................................

175

Apêndice 2. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes aos teores de cálcio (Ca), magnésio (Mg), sódio (Na) e capacidade de troca catiônica (CTC) no solo na época da floração do maracujazeiro amarelo.........................

175

Apêndice 3. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes aos teores de ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn) e boro (B) no solo na época da floração do maracujazeiro amarelo............................................................

176

Apêndice 4. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, dos valores de porcentagem de sódio trocável (PST), pH do extrato de saturação (pHes) e condutividade elétrica do extrato de saturação (CEes), na floração(1) ao final do experimento(2) em solo cultivado com maracujazeiro............

176

Apêndice 5. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes às taxas de crescimento absoluto e relativo em altura (TCAA, TCRA), taxas de crescimento absoluto e relativo em diâmetro caulinar (TCADC, TCRDC) do maracujazeiro amarelo............................................................

177

Apêndice 6. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes a comprimento de internódios (CI), número de ramos produtivos (NRP) e diâmetro caulinar (DC) do maracujazeiro amarelo............................................................

177

Apêndice 7. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes aos teores de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S) no tecido foliar do maracujazeiro amarelo.............................................

178

Apêndice 8. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes aos teores de boro (B), ferro (Fe), cobre (Cu), manganês (Mn) e zinco (Zn) no tecido foliar do maracujazeiro amarelo............................................................

178

Apêndice 9. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes aos teores de sódio (Na), relações sódio/cálcio (Na/Ca), sódio/magnésio (Na/Mg) e sódio/potássio (Na/K) no tecido foliar do maracujazeiro amarelo.............................

179

Page 23: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

xxii

Apêndice 10. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes à fluorescência inicial (F0), fluorescência máxima (Fm) e fluorescência variável (Fv) do maracujazeiro amarelo no início da floração (1) e encerramento da fase produtiva (2).

179

Apêndice 11. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes à fluorescência inicial (F0), fluorescência máxima (Fm) e fluorescência variável (Fv) do maracujazeiro amarelo no início da floração (1) e encerramento da fase produtiva (2).

180

Apêndice 12. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes à concentração interna de CO2 (Ci), condutância estomática (gs) e taxa transpiratória (E) e fotossíntese líquida (A) do maracujazeiro amarelo no início da floração (1) e encerramento da fase produtiva (2)...................................

180

Apêndice 13. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes à fotossíntese líquida (A) do maracujazeiro amarelo no início da floração (1) e encerramento da fase produtiva (2)............................................................................

181

Apêndice 14. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes aos teores de clorofila a (Cla), clorofila b (Clb), relação Cla/Clb, clorofila total (CT) e carotenóides (CRT) no tecido foliar do maracujazeiro amarelo..................................

181

Apêndice 15. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes aos valores médios de evapotranspiração da cultura (ETc) nas fases I a IV da planta e consumo hídrico total (ETcTOTAL) do maracujazeiro amarelo............................

182

Apêndice 16. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes aos valores médios de coeficientes de cultivo (Kc) nas fases I a IV do maracujazeiro amarelo.............................

182

Apêndice 17. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes à abscisão de flores (ABF), número de frutos por planta (NFP), massa média (MMF) e produção de frutos (PF) do maracujazeiro amarelo...............................................

183

Apêndice 18. Apêndice 19. Apêndice 20.

Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes à condutividade elétrica da suspensão lixiviada (CESL) e eficiência agronômica do uso de água (EAUA) do maracujazeiro amarelo...........................................................

Valores médios dos dados do balanço hídrico para do consumo hídrico referentes à precipitações (mm), volume de água aplicada (L) e volume de água drenada (L) nas fase de crescimento apical (Fase I) do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina (NS) e salina (S), no solo sem (SB) e com (CB) biofertilizante, sem (SC) e com (CC) cobertura morta........................................... Valores médios dos dados do balanço hídrico para do consumo hídrico referentes à precipitações (mm), volume de água aplicada

183

184

Page 24: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

xxiii

Apêndice 21. Apêndice 22.

(L) e volume de água drenada (L) na fase de crescimento dos ramos laterais e produtivos (Fase II) do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina (NS) e salina (S), no solo sem (SB) e com (CB) biofertilizante, sem (SC) e com (CC) cobertura morta Valores médios dos dados do balanço hídrico para do consumo hídrico referentes à precipitações (mm), volume de água aplicada (L) e volume de água drenada (L) na fase de floração e frutificação (Fase III) do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina (NS) e salina (S), no solo sem (SB) e com (CB) biofertilizante, sem (SC) e com (CC) cobertura morta................. Valores médios dos dados do balanço hídrico para do consumo hídrico referentes à precipitações (mm), volume de água aplicada (L) e volume de água drenada (L) na fase de encerramento da produção e repouso vegetativo (Fase IV) maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina (NS) e salina (S), no solo sem (SB) e com (CB) biofertilizante, sem (SC) e com (CC) cobertura morta...........................................................................................

184

185

185

Page 25: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

xxiv

JOSÉ LUCÍNIO DE OLIVEIRA FREIRE. Crescimento e desenvolvimento de

maracujazeiro amarelo sob salinidade e uso de biofertilizante e cobertura. Areia,

Centro de Ciências Agrárias, UFPB, fevereiro de 2011. 185p. Tese. Programa de Pós-

Graduação em Agronomia. Orientador: Prof. Dr. Lourival Ferreira Cavalcante.

RESUMO

Um experimento foi conduzido entre setembro de 2009 e abril de 2010 no

município de Remígio, PB, para se avaliar as respostas do maracujazeiro amarelo

(Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Degener) relacionadas à fertilidade e salinidade

edáfica, fenometria quantitativa, eficiência fotossintética, trocas gasosas, nutrição

mineral, consumo hídrico, produção e eficiência agronômica do uso de água pelas

plantas. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, no esquema

fatorial 2 x 2 x 2, referente à irrigação com água não salina (0,5 dS m-1) e salina (4,5 dS

m-1), sem e com biofertilizante bovino, sem e com cobertura morta, com três repetições

e três plantas por parcela, em recipientes plásticos circulares utilizados como lisímetros

de pressão, com 130 dm3 de volume e drenos na parte inferior para a lixiviação do

excesso de sais. A irrigação com água salina eleva a capacidade de troca catiônica e,

conjuntamente com o biofertilizante, aumenta os teores de potássio, cálcio e sódio no

solo. No início da floração, as plantas dos tratamentos com biofertilizante estão

adequadamente supridas em nitrogênio, magnésio, enxofre, cobre, manganês e zinco e a

irrigação com água salina eleva os teores de sódio nas folhas e provoca desequilíbrio na

acumulação foliar de potássio, cálcio e magnésio. A água salina e o biofertilizante

elevam e a cobertura morta reduz a condutividade elétrica do solo. As plantas sob

estresse salino apresentam atividade fotoquímica do fotossistema II e fotossíntese

líquida inibidas, resultando em menores massas médias dos frutos e produção da

cultura. A elevada abscisão das flores resulta na baixa produtividade das plantas, com

maiores prejuízos nos tratamentos com água salina, sem biofertilizante e sem cobertura

morta. O consumo hídrico é reduzido nas plantas sob estresse salino e a eficiência

agronômica do uso de água é superior nas plantas tratadas com biofertilizante e no solo

com cobertura morta.

Page 26: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

xxv

PALAVRAS-CHAVE: Fertilidade do solo; taxas de crescimento; fluorescência; trocas

gasosas; consumo hídrico.

Page 27: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

xxvi

JOSÉ LUCÍNIO DE OLIVEIRA FREIRE. Growth and development of yellow

passion fruit under salinity and use of biofertilizier in coverage. Areia, Centro de

Ciências Agrárias, UFPB, february Fo the 2011. 185p. Thesis. Post-Graduation in

Agronomy. Adviser: Prof. Dr. Lourival Ferreira Cavalcante.

ABSTRACT

An experiment was conducted between September 2009 and April 2010 in

Remigio, Paraiba State, to evaluate the responses of yellow passion fruit (Passiflora

edulis Sims f. flavicarpa Degener) related to fertility and soil salinity, fenometric

quantitative, photosynthetic efficiency, gás Exchange, mineral nutrition, water

consumption yield and water use efficiency by plants. The experimental design was

randomized blocks in a 2x2x2 factorial, related to irrigation with not saline (0.5 dS m-1)

and saline water (4.5 dS m-1), soil with and without biofertilizer, with and without

mulch, in three replications. Three plants were maintained in plastic containers used as

pressure circular lysimeters with 130 dm3 volume and drains to the leaching of salts

excess. The irrigation with saline water raises the cation exchange capacity, and

together with the biofertilizer increases levels of potassium, calcium and sodium in soil.

At the beginning of flowering, plants that received biofertilizer are adequately provided

in nitrogen, magnesium, sulfur, copper, manganese, zinc, and irrigation with saline

water increases the leaves sodium contents and causes imbalance in the leaf

accumulation of potassium, calcium and magnesium. The saline water and biofertilizer

increases, whereas mulch reduce the electrical conductivity of soil. Salt stress inhibits

the photosystem II photochemical activity and net photosynthesis, results lower fruit

weight average and crop yield. The high flower abscission results in low productivity of

plants, with high losses in treatments with saline water, soil without fertilizer and

without mulch. The water consumption is reduced in plants under salt stress and water

use agronomic efficiency was higher in plants treated with fertilizer and soil mulch.

KEYWORDS: Soil fertility, growth rates, fluorescence, gas exchange, water use.

Page 28: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

1

1. INTRODUÇÃO

No agronegócio brasileiro, a fruticultura irrigada é uma expressiva fonte

geradora de divisas para o País e de empregos diretos e indiretos na cadeia produtiva.

Para Freitas et al. (2009), esse segmento da economia é um dos mais importantes da

agricultura brasileira, respondendo por mais de 25% do valor da produção agrícola

nacional.

Com contribuição significativa no desempenho da fruticultura, principalmente

em níveis de médio e pequeno produtor, insere-se a exploração da cultura do

maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.), com relevante papel

socioeconômico. O Brasil ocupa a posição de maior produtor e consumidor mundial de

maracujá e o suco da sua fruta é o terceiro mais produzido no País (AGRIANUAL,

2009).

Em 2009, a produtividade nacional da cultura do maracujazeiro amarelo foi de

14,1 t ha-1, o que, segundo Ruggiero (2000), é considerada muito baixa, em comparação

com o potencial biológico da cultura em produzir entre 40 a 45 t ha-1 ano-1, em

condições adequadas de manejo. No Estado da Paraíba, no mesmo ano, a produção total

da cultura foi de 6.533 toneladas e rendimento de 8,5 t ha-1 (IBGE, 2010).

Na região semiárida do Nordeste brasileiro, o manejo da cultura depende da

irrigação, em muitos casos com uso de água com alto teor de sais (GUILHERME et al.,

2005), o que pode induzir modificações fisiológicas e comprometer o crescimento e

desenvolvimento das plantas. Para Cavalcante et al. (2006), nessa região, além da

variabilidade espaço-temporal das chuvas, a qualidade da água, muitas vezes, limita a

capacidade produtiva de muitas culturas, inclusive a do maracujazeiro amarelo,

principalmente quando o solo não possui condições físicas para lixiviação dos sais e

aeração suficiente à expansão radicular. Entretanto, a expansão das áreas agrícolas

insuficiente à demanda populacional, o elevado volume de água utilizada na agricultura,

a redistribuição irregular das pluviosidades e redução da disponibilidade de água de boa

qualidade, nas regiões áridas e semiáridas, verifica-se a necessidade de se utilizar águas

salinas na produção agrícola.

Para Ayers e Westcott (1999), água de irrigação que possui condutividade

elétrica entre 0,70 e 3,00 dS m-1 (C1) e acima de 3,00 dS m-1 (C3) são consideradas,

respectivamente, de riscos moderado e severo de salinidade.

Page 29: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

2

A salinidade é um dos estresses abióticos que mais limita o crescimento e a

produtividade das plantas em todo o mundo. No maracujazeiro amarelo, são relatados

reflexos negativos decorrentes da irrigação de plantas com águas de diferentes níveis de

salinidade na germinação de sementes (MEZA; ARIZALETA; BAUTISTA, 2007),

consumo hídrico (FREIRE et al., 2011), atributos biométricos de mudas e plantas

(SOARES et al., 2002; CAVALCANTE et al., 2005a; COSTA et al., 2005), teores de

pigmentos fotossintéticos foliares (FREIRE et al., 2010b), produção (NASCIMENTO,

2010) e atributos qualitativos externos e internos dos frutos (COSTA et al., 2001;

CAVALCANTE et al., 2003; FREIRE et al., 2010a; NASCIMENTO, 2010).

Submetidas a estresses abióticos ou ambientais as plantas expõem sintomas de

alterações no estado funcional das membranas dos tilacóides dos cloroplastos que

provocam mudanças nas características dos sinais de fluorescência, quantificados nas

folhas pela fluorescência inicial (F0), máxima (Fm) e variável (Fv) da clorofila a, além

do rendimento quântico potencial (Fv/Fm) (BAKER e ROSENQVST, 2004). A

exposição a níveis de 0,4 a 6,0 dS m-1 não influenciaram as variáveis de F0, Fm, Fv e

Fv/Fm em cultivares de amendoinzeiros (Arachis hipogaea L.), embora tenha

comprometido os componentes de crescimento e produtivos das plantas (CORREIA et

al., 2009). Em avaliações de porta-enxertos de mangueiras, Lucena (2009) verificou que

o aumento da salinidade da água de irrigação promoveu declínio no rendimento

quântico potencial com danos no aparelho fotossintético. As plantas apresentaram

reduções nas variáveis de trocas gasosas como condutância estomática, taxa

transpiratória e fotossíntese líquida quando submetidas a estresse salino, semelhante ao

observado por Cruz et al. (2003) em limão cravo.

Embora a irrigação seja uma ferramenta de manejo que contribua para ganhos

quantitativos e qualitativos no cultivo do maracujazeiro amarelo, em razão de

incrementos na produtividade, uniformidade, continuidade de produção e melhorias nos

atributos externos e internos dos frutos (FREIRE et al., 2010a), para Cavalcante et al.

(2003), a inconveniência da sensibilidade das culturas aos sais da água e do solo

evidencia a necessidade de pesquisas que tenham como meta a obtenção de tecnologias

viáveis para os produtores e que possam minimizar os efeitos deletérios da salinidade às

plantas, já que é, quase obrigatória, a utilização de águas salinas na agricultura em

regiões semiáridas.

Page 30: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

3

A utilização de técnicas e de biofertilizante produzido a partir da fermentação

anaeróbica do esterco bovino fresco, com o intuito de reduzir os efeitos depressivos da

salinidade da água, ou do solo, são possibilidades testadas nos últimos anos para

minimizar os problemas de salinização dos solos e proporcionarem o uso de águas

salinas na agricultura irrigada. Campos e Cavalcante (2009) verificaram que o uso do

biofertilizante bovino, semelhante ao observado por Sousa et al. (2008), Campos et al.

(2009) e Rebequi et al. (2009), respectivamente com maracujazeiro amarelo,

mamoneira e limão Cravo, reduziu os efeitos negativos da salinidade da água nos

componentes de crescimento de pimentão. Freire et al. (2010a) relataram os efeitos

positivos do biofertilizante bovino e da cobertura morta na qualidade pós-colheita do

maracujazeiro amarelo irrigado com águas de baixa e alta salinidade.

A cobertura morta com restos vegetais emanados da própria propriedade rural,

além do objetivo meio de redução a temperatura no ambiente edáfico e de manter a

umidade do solo, vem sendo utilizada com a finalidade de diminuir a evaporação da

água disponibilizada às plantas, evitando o incremento da concentração salina e

promovendo depleção nos quantitativos de sais na superfície do solo e próximo à zona

radicular (STAMETS e CHILTON, 1983; COSTA, 2007).

Com o uso da cobertura morta em maracujazeiro amarelo, Andrade et al. (2009)

obtiveram uma produtividade 25,56 t ha-1, superior em mais de 6,0 t ha-1 ao rendimento

de plantas sem o uso dessa prática protetiva do solo.

Page 31: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

4

1.1. OBJETIVO GERAL

Avaliar respostas comportamentais do maracujazeiro amarelo irrigado com água

de baixa e alta salinidade, em solo sem e com biofertilizante bovino, sem e com

cobertura, relacionadas à fertilidade e salinidade edáfica, fenometria quantitativa,

eficiência fotoquímica e fotossintética, nutrição mineral, produção, consumo hídrico e

eficiência agronômica do uso de água das plantas.

1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) diagnosticar o estado nutricional do maracujazeiro amarelo e as variáveis de

fertilidade, físicas e de salinidade do solo na fase plena de fluxo floral das

plantas;

b) estabelecer referências do comportamento fenométrico do maracujazeiro

amarelo em ambiente de lisimetria, sob salinidade, uso de biofertilizante bovino

e cobertura morta;

c) analisar a eficiência fotossintética das plantas em distintas fases fenológicas;

d) averiguar o comportamento produtivo do maracujazeiro amarelo;

e) referenciar a produção de frutos com a parâmetros fotossintéticos das plantas;

f) quantificar o consumo hídrico do maracujazeiro amarelo irrigado sob condições

de salinidade da água, biofertilização e cobertura morta;

g) quantificar a eficiência agronômica de uso da água do maracujazeiro amarelo.

Page 32: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

5

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Aspectos econômicos, botânicos, edafoclimáticos e culturais do maracujazeiro

amarelo

A terminologia maracujazeiro é denominação genérica de, aproximadamente,

500 espécies de maracujá, a maioria nativa da América tropical, entratanto, os cultivos

comerciais do Brasil se baseiam na espécie Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.,

conhecida como maracujá amarelo ou azedo (BRUCKNER et al., 2002).

No Brasil, o cultivo em escala comercial do maracujazeiro amarelo se iniciou no

começo da década de 70. Hoje, com os avanços científicos e tecnológicos nos sistemas

de produção e na área de pós-colheita de frutas, com o desenvolvimento da

agroindústria, o país detém a posição de maior produtor mundial da fruta (SILVA et al.,

2008) e maior exportador de suco concentrado e polpa de maracujazeiro , juntamente o

com a Colômbia, Equador e Peru, responde por 90% do mercado mundial

(AGRIANUAL, 2009).

O Nordeste, com área colhida, quantidade produzida e rendimento médio de,

respectivamente, 37.037 ha, 529.102 t de frutos e 14,28 t ha-1, é a região que responde

por 70% da produção nacional de maracujá amarelo. O Estado da Bahia é o maior

produtor do país e as maiores produtividades com a cultura do maracujazeiro amarelo

são obtidas nos Estados do Espírito Santo (27,21 t ha-1) e Ceará (23,12 t ha-1) (IBGE,

2010). No campo, emprega de 100 a 250 homens ha-1 ano-1, com maiores produtividades

obtidas em plantios irrigados (SILVA et al., 2006).

O maracujá amarelo se destaca entre as frutas tropicais pela qualidade sensorial

e farmacoterapeutica de seus frutos, teores equilibrados de sais minerais e vitaminas A e

C, além da cultura ser uma frutífera de ciclo relativamente curto e de fácil manejo, com

retorno econômico rápido (ROCHA et al., 2001; GURGEL et al., 2007).

O sistema radicial das plantas é axial ou pivotante (60% das raízes a 30 cm de

profundidade), caules cilíndricos ou 3 – 5 angulado, semi-flexíveis e trepadores,

apresentando gavinhas solitárias nas axilas das folhas que servem de suporte, folhas

alternas, inteiras ou lobadas, flores hermafroditas, actinomorfas, isoladas ou aos pares

nas folhas. A flor é auto-incompatível, isso significa que é dependente da polinização

Page 33: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

6

cruzada para fecundação, não sendo o pólen transportado pelo vento devido sua grande

massa e elevada viscosidade, necessitando, portanto, de um agente polinizador. O fruto

do maracujazeiro amarelo tem a forma ovóide ou globosa, com polpa mucilaginosa,

com sementes epígeas (LIMA e BORGES, 2004).

A propagação do maracujazeiro amarelo pode ser por via sexuada ou assexuada.

Os pomares comerciais são estabelecidos por mudas obtidas por sementes. Deste modo,

a elevada heterozigose existente determina uma alta variabilidade das plantas,

decorrendo, deste fato, a falta de uniformidade dos pomares. A propagação vegetativa,

realizada por meio de estaquia ou enxertia, é utilizada na manutenção de materiais de

plantio com boas características agronômicas, favorecendo a multiplicação de plantas

produtivas tolerantes a pragas e doenças. Por ser uma planta trepadeira, exige um

sistema de sustentação para sua condução, em sua maioria, em espaldeiras simples, com

um fio de arame liso número 12 (SILVA et al., 2004; LIMA e TRINDADE, 2004).

O maracujazeiro amarelo se desenvolve bem nos mais diversos tipos de solo,

desde os mais arenosos aos de textura mais argilosa, desde que sejam profundos,

apresentem boas qualidades químicas, bem drenados e com pH superior a 5,0. As áreas

de declividade plana a suavemente ondulada, com até 8% de declividade, e que tenham

solos com disponibilidade adequadas de oxigênio são as mais apropriadas ao cultivo do

maracujazeiro amarelo (COSTA et al., 2000; LIMA e BORGES, 2004; MACEDO,

2006).

Por ser uma trepadeira lenhosa, com crescimento rápido e vigoroso, com plantas,

em cultivos na região Nordeste apresentando florescimento contínuo, a absorção de

nutrientes deve ser constante. Estudos sobre a extração de nutrientes pelo maracujazeiro

amarelo mostram que o nitrogênio, potássio e o cálcio são os mais absorvidos, sendo o

manganês, zinco, cobre, boro e o ferro os micronutrientes absorvidos pelas plantas nessa

ordem seqüencial (BORGES, 2004), com pequenas variações na ordem de absorção dos

macros e micronutrientes em trabalhos desenvolvidos com a cultura no Estado da

Paraíba (MESQUITA et al., 2006; GONDIM et al., 2009 ).

Embora sendo de origem tropical, o maracujazeiro amarelo pode ser cultivado

em quase todas as regiões subtropicais. Dos elementos climáticos, a temperatura,

precipitação pluviométrica, umidade relativa e luminosidade exercem importante

influência sobre a longevidade e o rendimento da cultura. Os fatores climáticos afetam a

absorção e a acumulação de nutrientes pelo maracujazeiro amarelo. Os processos

Page 34: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

7

biológicos da cultura estão relacionados à temperatura. O maracujazeiro amarelo se

adapta melhor a regiões com temperaturas médias mensais entre 21 e 32 oC. A faixa de

temperatura entre 21 e 23 oC é considerada como a mais favorável ao crescimento da

plantas, situando-se o ótimo entre 23 e 25 oC. Temperaturas elevadas associadas a

ventos constantes e baixa umidade relativa do ar ocasionam dessecação dos tecidos pela

transpiração excessiva e impedem o desenvolvimento das plantas (SOUSA et al., 2001;

LIMA e BORGES, 2004).

A produtividade da cultura é afetada pela radiação solar, temperatura e número

de horas diárias de brilho solar. Fatores como estresse hídrico e deficiências

nutricionais, associados a dias curtos e baixas temperaturas do ar e do solo, restringem o

crescimento e o potencial produtivo do maracujazeiro amarelo (SOUSA; FOLEGATTI;

FRIZZONE, 2003). Em avaliações de cinco regimes de radiação utilizando telas de

sombreamento, Lucas (2002) constatou que os maiores níveis de sombreamento

reduziram a área foliar e o número de flores abertas do maracujazeiro amarelo reduziu

com a diminuição da radiação. Para Lima e Borges (2004), as regiões semiáridas

brasileiras, com fotoperíodo acima de 11 horas diárias de luz, associadas a altas

temperaturas e elevada luminosidade anual, permitem o florescimento e produção

contínuos do maracujazeiro amarelo, desde que haja suprimento adequado de água e

nutrientes.

Um problema enfrentado por produtores no Platô da serra de Cuité, região que

mais produz maracujá amarelo no Estado da Paraíba, é a perda da longevidade das

plantas, com relatos de plantios que estão sendo erradicados com ano e meio após

implantados. Alguns anos antes, um pomar de maracujazeiro amarelo produzia, de

maneira economicamente viável, por até três anos.

2.2. Salinidade nas plantas em geral e no maracujazeiro amarelo

Nas regiões de clima árido e semiárido, é frequente a água conter sais solúveis

em excesso, sendo que, a sua utilização, sem uma fração de lixiviação adequada, pode

provocar a salinização dos solos, reduzindo o crescimento, o desenvolvimento e os

teores de macronutrientes catiônicos no tecido foliar das plantas (GARCIA et al., 2007;

BAAGHALIAN et al., 2008).

Page 35: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

8

A salinidade é um dos mais importantes estresses ambientais que reduz a

evapotranspiração das culturas e, consequentemente, o seu rendimento (PEREIRA e

ALVES, 2010). Em ambientes salinos, a forma de controlar o acúmulo de sais no solo é

pela lixiviação, que pode ser proporcionada pela precipitação pluvial ou pela aplicação

de uma lâmina de água de irrigação superior à requerida pela cultura, fazendo com que

uma fração da água aplicada percole abaixo da zona radicular, lixiviando parte dos sais

acumulados (MEDEIROS; NASCIMENTO; GHEYI, 2010).

Os mecanismos fisiológicos primários das plantas que promovem redução no

crescimento das plantas submetidas ao estresse salino se manifestam, inicialmente,

em escala de horas ou dias, resultantes dos efeitos osmóticos dos sais presentes no

solo, que ocasionam estresse hídrico. Posteriormente, após semanas ou meses de

exposição ao estresse salino, os declínios na atividade meristemática e no

alongamento celular decorrem quando os sais absorvidos se acumulam nos diferentes

tecidos vegetais, provocando desequilíbrio nutricional, toxicidade iônica e

consequentes distúrbios funcionais e injúrias no metabolismo das plantas (MUNNS e

TESTER, 2008; SILVA et al., 2009).

Os efeitos negativos dos sais nas plantas estão associados ao desbalanço

nutricional em decorrência da redução da disponibilidade de K+, Ca

2+ e Mg

2+ pela alta

concentração de Na+ no solo ou na água de irrigação; à toxidez por elevado teor de

íons como o Na+, Cl

-1 ou SO4

2- nas plantas, com prejuízos nas funções dos sistemas

enzimáticos e síntese protéica. Essas inconveniências interferem na estrutura e na

função de enzimas ou na função do K+ e ao efeito osmótico, restringindo a absorção de

água pelas raízes, sob baixo potencial hídrico da solução do solo, resultando em

diminuição na turgescência celular, abertura estomática e assimilação líquida de CO2.

Nessas condições, provocam declínio da eficiência fotossintética, comprometendo o

crescimento, desenvolvimento e o potencial produtivo das culturas (LACERDA et al.,

2001; ZHU, 2001; WAHOME; JESCH; GRITTNER, 2001; GARCIA-SANCHEZ et al., 2002;

YOKOI; BRESSAN e HASEGAWA, 2002; LACERDA et al., 2003; EPSTEIN e BLOOM, 2006;

SILVEIRA et al., 2010). Entretanto, para Hasegawa et al. (2000), Ashraf e Harris (2004) e

Neves et al. (2008), esses efeitos dependem de muitos outros fatores como espécie,

Page 36: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

9

cultivar, estádio fenológico das plantas, intensidade e duração do estresse salino,

manejo cultural e condições edafoclimáticas.

De acordo com Paranichyanakis e Chartzoulakis (2005) e para Esteves e Suzuki

(2008), espécies vegetais com tolerância à salinidade devem controlar o transporte

desses íons na folha e proporcionar acúmulo no tecido radicial. A salinidade, tanto de

solos como de águas, é uma das principais causas da queda de rendimento das

culturas, em razão dos efeitos de natureza osmótica, tóxica e/ou nutricional. Algumas

frutíferas produzem rendimentos aceitáveis sob condições salinas, em virtude da

melhor adaptação osmótica, com maior capacidade de absorção de água, mesmo em

ambientes com potenciais osmóticos muito baixos (FLOWERS, 2004). Conforme Silveira

et al. (2010), os primeiros efeitos causados pelo excesso de sais às plantas são de

natureza biofísica, destacando-se os efeitos osmóticos com restrições ao transporte de

água no interior das células vegetais. Em seguida, desencadeia-se uma sequência de

reações, moduladas por hormônios, que levam a restrição à abertura estomática e

assimilação fotossintética do CO2.

As respostas das plantas à salinidade são complexas e de difícil compreensão por

envolver vários genes e diversos mecanismos fisiológicos e bioquímicos (HASEGAWA

et al., 2000).

A classificação do maracujazeiro amarelo como planta sensível à salinidade,

conforme Ayers e Westcot (1999), diverge na literatura. Esses autores afirmaram que,

por apresentar sensibilidade à salinidade, deveria ocorrer declínio produtivo da cultura

quando a condutividade elétrica do ambiente radicular das plantas atingisse valores

superiores a 1,3 dS m-1. No entanto, Cavalcante et al. (2002a), após irrigação com água

de salinidade de 0,5, 1,5 e 2,5 dS m-1, Soares et al. (2002), com águas de 1,0 a 8,0 dS

m-1, e Macedo (2006), com água de 3,6 dS m-1, concluíram que a cultura se comporta

como moderadamente tolerante aos sais. Constataram, também, que os efeitos da

salinidade da água às plantas se intensificam com a idade, onde, aos 32 e 77 dias, após a

germinação, os níveis limiares foram, respectivamente, de 5,61 e 2,73 dS m-1.

Em estudos relacionados aos efeitos da salinidade da água de irrigação aos

níveis de 0,5; 1,0; 2,0; 3,0; 4,5 e 6,0 dS m-1 em substratos com 0,34 e 1,41 dm3 de

volume sobre a germinação de sementes e algumas variáveis de crescimento inicial do

maracujazeiro amarelo, Cavalcante et al. (2002b) concluíram que a salinidade da água

Page 37: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

10

inibe a germinação das sementes, o crescimento e desenvolvimento das plantas,

principalmente em substratos de menor volume. Verificaram que os efeitos da

salinidade foram mais agressivos sobre o crescimento em altura, diâmetro do caule, área

foliar e biomassa das plantas que na germinação das sementes e que a irrigação com

águas de salinidade superior a 1,0 dS m-1 não possibilitam a produção de mudas com

qualidade para cultivo.

Na avaliação de efeitos da salinidade da água aos níveis de 0,75; 2,5; 4,5 e 6,0

dS m-1 sobre a germinação de sementes de maracujazeiro amarelo, Meza; Arizaleta;

Bautista (2007) verificaram que 79% germinaram nos tratamentos com água de mais

baixa salinidade, contrariamente ao observado nos tratamentos com água de teor salino

mais elevado, que apresentaram a menor taxa de germinação (49%).

Santos (2004), Costa et al. (2005), Cruz et al. (2006) e Sousa et al. (2008)

observaram que o crescimento de plântulas de maracujazeiro amarelo foi

significativamente inibido pelo acréscimo dos níveis de salinidade da água de irrigação.

Irrigações de mudas de maracujazeiro amarelo com águas salinas de condutividade

elétrica variando de 0,4 a 8,0 dS m-1 prejudicam o crescimento radicular das plantas

(CAVALCANTE et al., 2002b; SOARES et al., 2008).

Cavalcante et al. (2009b) avaliaram os efeitos da salinidade da água de irrigação

entre 0,4 e 4,0 dS m-1 sobre o crescimento inicial do maracujazeiro amarelo e

concluíram que o aumento do teor salino da água elevou expressivamente o caráter

salino do substrato, refletindo-se na redução do crescimento das plantas pelo diâmetro

caulinar, área foliar e produção de biomassa de raízes. Por outro lado, Andrade (1998)

não constatou efeito significativo da salinidade da água no diâmetro caulinar, número de

dias para podar a haste principal e ramos secundários das plantas de maracujazeiro

amarelo cultivadas em condições de campo, após irrigação com águas salinas de até 2,5

dS m-1 de condutividade elétrica. Soares et al. (2008) verificaram que a irrigação

suplementar durante 100 dias, na fase final do ciclo da cultura, com água de salinidade

de 5,0 dS m-1, não reduziu o diâmetro caulinar, número de dias para efetivar a poda da

haste principal e ramos secundários, número de frutos, peso médio dos frutos e

produção total do maracujazeiro amarelo.

Com relação aos atributos qualitativos, Costa et al. (2001) constataram que o

elevado nível de salinidade da água utilizado na irrigação do maracujazeiro amarelo (3,2

dS m-1) não resultou em perdas de qualidade da produção, com valores de rendimento

Page 38: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

11

em polpa, teor de sólidos solúveis, acidez total titulável e conteúdo de vitamina C total

semelhantes ou superiores aos de plantas irrigadas com água de baixa salinidade.

Semelhantemente, na avaliação das características físicas e químicas de frutos dessa

passiflorácea irrigada com água de 0,5 a 2,5 dS m-1, Cavalcante et al. (2003)

observaram que o aumento da salinidade da água não interferiu negativamente sobre as

características qualitativas dos frutos.

2.3. Biofertilizante bovino

2.3.1. Considerações gerais

Os altos custos de produção e a necessidade de conservação concomitante dos

recursos ambientais fazem com que o homem busque novas tecnologias de manejo e

produção agropecuária numa visão de agricultura ecológica e sustentável, priorizando a

qualidade de vida humana, do produto e amenizando o nível de contaminação do solo,

água, planta, homem e todos os organismos vivos componentes dos agroecossistemas.

O crescimento populacional e o cenário industrial têm aumentado a produção de

resíduos sólidos e líquidos, demandando desenvolvimento de tecnologias e estudos que

utilizem e transformem estes materiais a fim de reduzir a agressão ao meio ambiente e

aumentar a produção alimentar (ALVES; LOPES; TAMAI, 2001; DAROLT, 2002;

FIGUEIREDO e TANAMATI, 2010).

Além das técnicas convencionais de adubação com fertilizantes minerais, uma das

alternativas utilizadas no meio agronômico é a produção e utilização dos recursos

naturais existentes na propriedade, dentre eles o biofertilizante bovino ou bioplasma —

que se refere ao efluente resultante da fermentação aeróbica ou anaeróbica de produtos

orgânicos puros ou complementados com minerais, que podem ser usados na agricultura

para vários fins (COLLARD et al., 2001; LACERDA, 2010). Para Santos e Akiba

(1996), o biofertilizante é obtido a partir da fermentação metanogênica ou anaeróbica do

esterco bovino — de preferência o bovino leiteiro estabulado —, e, quando utilizado no

vegetal, de diversas formas e concentrações, promove equilíbrio nutricional, maior

resistência e tolerância às fitomoléstias, efeito estimulante ao crescimento, maior

equilíbrio com o ecossistema e, segundo Lacerda et al. (2010), a sua aplicação na

agricultura é importante pela diversidade dos nutrientes minerais quelatizados,

Page 39: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

12

disponibilizados na atividade biológica e como ativador enzimático do metabolismo

vegetal.

De acordo com Silva et al. (2007), os tipos de biofertilizantes líquidos

empregados na agricultura são, entre outros, o comum ou puro, supermagro, Vairo,

Agrobom e o Microgeo. Conforme Darolt (2002), a agricultura familiar utiliza o

biofertilizante bovino como adubo, agente de prevenção e controle de doenças, com

redução nos custos com insumos e defensivos químicos.

2.3.2. Efeitos do biofertilizante bovino no solo e nas plantas

Ao estudar o efeito de biofertilizantes em maracujazeiro amarelo, Collard et al.

(2001) verificaram que, em aplicações foliares, estes insumos proporcionaram maior

crescimento das plantas avaliadas em altura, diâmetro caulinar, número de ramos, de

flores, de frutos e, consequentemente, produção da cultura. Observaram que o

tratamento com biofertilizantes e adubação convencional apresentou um número de

flores 18,7% maior do que quando foi aplicado somente o biofertilizante. Para os

autores, a melhoria dos fatores de produção com o uso de biofertilizantes via foliar pode

estar associada a um fornecimento equilibrado de macro, micronutrientes e

fitohormônios, reduzindo os efeitos do distúrbio provocado por desequilíbrios de

nutrientes no solo e no ambiente radicular das plantas.

Souza e Rezende (2003) e Penteado (2004) constataram efeitos positivos do

biofertilizante bovino quando aplicado, via foliar, no crescimento, produtividade,

nutrição mineral, qualidade da produção colhida e aspectos fitossanitários de olerícolas.

Em estudos com a aplicação de biofertilizantes comum e supermagro no solo

cultivado com maracujazeiro amarelo, nas dosagens de 0.0, 0.6, 1.2, 1.8 e 2,4 L planta-1,

Cavalcante et al. (2007) não observaram interferência significativa no número de ramos

produtivos, no período do transplantio das mudas à poda do broto terminal da haste

principal e dos ramos laterais. Constataram, porém, que o biofertilizante supermagro

inibiu o diâmetro do caule e a produtividade da cultura quando em comparação com o

biofertilizante comum. A massa média dos frutos oscilou de 176 a 215 g quando foi

aplicado ao solo biofertilizante comum.

Ao utilizar o biofertilizante concentrado em macro e micronutrientes

(supermagro) em dosagens de até 4,0 L planta-1, Rodrigues et al. (2009b) verificaram

Page 40: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

13

que a aplicação isolada desta fonte nutricional influenciou no número de frutos,

produção por planta, produtividade, diâmetros longitudinal e transversal dos frutos,

teores de K, S, B, Cu, Zn e Na no tecido foliar da plantas. Na observação do

comportamento vegetativo e produtivo do maracujazeiro amarelo submetido a

aplicações de até 20 L planta-1 ano-1 de biofertilizante bovino, em intervalos de

aplicações de um a quatro meses, Araújo et al. (2008) concluíram que a dosagem de 15

L planta-1 ano-1 no solo foi a que proporcionou maiores crescimento e produção. Na

avaliação do efeito do efluente orgânico de até 2,0 L planta-1 por cova sobre a

composição mineral foliar e a fertilidade de um solo cultivado com mamoeiro Havaí,

Menezes Junior et al. (2008) observaram que a adição do biofertilizante, exceto em

manganês, supriu as exigências nutricionais em micronutrientes e contribuiu para

elevação dos teores de boro, cobre, ferro e zinco ao longo da idade das plantas, mas a

adição do insumo não interferiu na capacidade de troca catiônica e pH da solução do

solo.

Campos et al. (2008) observaram que o biofertilizante comum, à razão de 15 L

m2 de cova, antecipou em uma semana a poda do broto terminal e dos ramos laterais do

maracujazeiro amarelo, enquanto Rodolfo Júnior et al. (2009) verificaram que a

aplicação de 2,4 L planta-1 de biofertilizante comum e supermagro (enriquecido com

minerais), 30 dias antes e a cada dois meses após o transplantio, influenciaram

positivamente o crescimento, mas não diferiram na produção do maracujazeiro amarelo

sob irrigação com água não salina.

2.3.3. Biofertilizante de esterco bovino e salinidade

Nos últimos anos, vem sendo desenvolvida uma linha de pesquisa visando

avaliar a possibilidade de redução do potencial osmótico entre as plantas e o meio, com

aumento do ajustamento osmótico ou tolerância das plantas aos sais, com o uso de

insumos orgânicos, notadamente efluentes orgânicos líquidos como o biofertilizante

bovino. Esses efluentes orgânicos, segundo Ghoulam; Foursy; Fares (2002), Vessey

(2003) e Baalousha; Motelica-Heino; Coustumer (2006) e Silveira et al. (2010) podem

estimular a liberação de substâncias húmicas e proporcionar incremento na produção de

solutos orgânicos à base de açúcares, aminoácidos livres totais, prolina e glicina betaína,

além de elevar a capacidade de as plantas se ajustar aos sais.

Page 41: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

14

Nessa seara, Sousa et al. (2008) mencionam que a adição de biofertilizante em

solos irrigados com água salina reduziu os efeitos depressivos da salinidade às plantas

do maracujazeiro amarelo, devido o insumo orgânico ser uma fonte de compostos

bioativos (bactérias, leveduras, algas e fungos) e exercer ação positiva na nutrição,

fitossanidade das plantas e estimular a liberação de substâncias húmicas no solo.

Na avaliação do crescimento de mudas de maracujazeiro amarelo em solo salino

tratado com esterco bovino líquido ou biofertilizante, Cavalcante et al. (2009a)

apresentaram resultados evidenciando que o aumento do percentual do insumo

estimulou o crescimento das plantas em altura, diâmetro do caule, área foliar,

comprimento da raiz principal, fitomassa aérea e radicular nas mudas de maracujazeiro

amarelo. Conforme os autores citados, a aplicação do insumo orgânico ao solo, uma

semana antes da semeadura, foi mais eficiente ao crescimento das plantas e na redução

da salinidade em comparação aos resultados obtidos com aplicações 30 dias após a

emergência das plântulas.

Comportamento semelhante foi registrado, também, em mudas de goiabeira, cv.

Paluma, por Cavalcante et al. (2010b) ao concluírem que as plantas sob irrigação com

água salina em substrato com biofertilizante superaram as dos tratamentos sem o

insumo em 86,9; 72,4; 11,0; 252,4; 351 e 39,7% o crescimento em altura, diâmetro do

caule, comprimento de raízes, área foliar, biomassa das raízes e parte aérea,

respectivamente.

Resultados que evidenciam a ação atenuadora do biofertilizante bovino com

relação aos danos dos sais nas plantas foram obtidos por Campos et al. (2009) em

mamoneira, Campos e Cavalcante (2009) em pimentão, Rebequi et al. (2009) em

limoeiro, Campos et al. (2008), Freire et al. (2010a), Freire et al. (2010b), Nascimento

(2010) e Freire et al. (2011) com maracujazeiro amarelo. Na avaliação da diversidade

da macrofauna edáfica em pomar de maracujazeiro amarelo, Gondim et al. (2010)

constataram que o biofertilizante bovino sob irrigação com água salina estimulou a

população de indivíduos da macrofauna edáfica no período de estiagem.

Page 42: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

15

2.4. Fluorescência da clorofila a, trocas gasosas e clorofila a em plantas sob

condições de salinidade

As respostas das plantas ao estresse hídrico provocado pela salinidade incluem

mudanças fisiológicas, como o fechamento estomático, redução das taxas

fotossintéticas, acúmulo de solutos orgânicos, alterações nos níveis de fitormônios e

mudanças na atuação de genes (DUDY e GILAD, 2000; SILVEIRA et al., 2010).

Em consequência do acúmulo de sais nos tecidos vegetais, o estresse salino

promove redução nos processos de síntese de adenosina trifosfato (ATP) acoplada à fase

fotoquímica da fotossíntese, além de promover alterações no processo respiratório,

assimilação do nitrogênio, metabolismo de proteínas e desbalanço hormonal (MUNNS,

2002; PRISCO e GOMES FILHO, 2010). Como a fotossíntese constitui a base da

produção de uma cultura, a absorção e uso da energia luminosa pelos vegetais podem

ser estimados através da análise da fluorescência da clorofila. Para Baker e Rosenqvist

(2004), os estresses bióticos ou abióticos promovem modificações significativas na

emissão da fluorescência da clorofila a, com alterações fisiológicas na atividade

fotossintética das folhas.

A fotossíntese ocupa uma posição central na biossíntese de plantas fornecendo

uma ligação entre o metabolismo interno da planta e o ambiente externo. Parte da

energia luminosa absorvida pelos pigmentos cloroplastídicos da folha durante a

fotossíntese é reemitida como fluorescência (GLYNN; FRASER; GILLIAN, 2003). As

avaliações de parâmetros fisiológicos como fluorescência da clorofila a e trocas gasosas

são importantes nas observações de efeitos das condições osmóticas e hídricas sobre a

eficiência fotossintética das plantas, sendo a sua redução causada por fatores

estomáticos ou não estomáticos e provoca a redução no potencial de crescimento dos

vegetais.

O estudo da fluorescência da clorofila a tem se intensificado, principalmente no

correlacionando com estudos da fotossíntese, por ser um método que, além de não

destrutivo, permite análise qualitativa e quantitativa da absorção e aproveitamento da

energia luminosa através do fotossistema II (FSII) e relações com a capacidade

fotossintética. Avalia, também, vários tipos de estresse sobre a fotossíntese, entre eles o

promovido pela salinidade, que reduzem a taxa fotossintética e o transporte de elétrons,

Page 43: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

16

distúrbios dirigidos pela luz via fluorescência (PEREIRA et al., 2000; MOUGET e

TREMBLIN, 2002; TORRES NETTO et al., 2005).

A eficiência fotossintética máxima das plantas é expressa pela relação entre a

fluorescência variável (Fv) e a máxima (Fm). A Fv é obtida pela diferença entre a Fm e a

fluorescência inicial (F0), sendo a F0 correspondente à fração da energia absorvida pelo

complexo-antena e não transmitida aos pigmentos fotossintetizantes. As relações Fv/Fm

e Fv/F0 são as mais representativas do estado fotoquímico das folhas ou mesmo

indicadores de estresses (ZANANDREA et al. (2006).

De acordo com Cruz et al. (2009), a avaliação desses parâmetros mensura as

alterações na capacidade fotossintética das plantas em decorrência de estresses

abióticos. Em estudos com citros, verificaram que o estresse hídrico reduziu a eficiência

quântica potencial do fotossistema II das plantas. Na avaliação da emissão de

fluorescência da clorofila a em cultivares de amendoim submetidas às salinidades da

água de irrigação de 1,5 a 6,0 dS m-1, Correia et al (2009) não constataram alterações

significativas nos valores de F0, Fv, Fm e Fv/Fm.

No caso das trocas gasosas, o estresse salino prejudica a fotossíntese pela

limitação da difusão de CO2 através dos estômatos e mesófilo foliar e alterações no

metabolismo fotossintético. O fechamento estomático pode reduzir a concentração

interna de CO2, a taxa de assimilação de CO2 e condutância estomática (HASEGAWA

et al., 2000; SILVEIRA et al., 2010), como observaram Cruz et al. (2003) em limão

Cravo e Lucena (2009) em clones de mangueira.

O teor de clorofila nas folhas, conforme Taiz e Zeigher (2008), é influenciado

por fatores bióticos e abióticos, e está diretamente relacionado ao potencial de atividade

fotossintética das plantas. Os conteúdos de clorofila e carotenóides são um dos fatores

ligados à eficiência fotossintética de plantas e, consequentemente, ao crescimento,

desenvolvimento, produção e à adaptabilidade aos ambientes adversos. Os carotenóides

são pigmentos acessórios na absorção e transferência de energia radiante e protetores da

clorofila no que se refere à fotoxidação. O aumento nos teores de clorofila b é uma

característica importante, pois esta capta energia de outros comprimentos de onda e

transfere para a clorofila a, que efetivamente atua nas reações fotoquímicas da

fotossíntese (SCALON et al., 2003).

Marinho et al. (2005) expuseram plantas de coqueiro anão, na fase inicial de

produção, a níveis de salinidade da água de irrigação de 0,1 a 15,0 dS m-1 e observaram

Page 44: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

17

redução na condutância estomática e no potencial hídrico das folhas com o incremento

da salinidade, mas sem confirmações estatísticas na eficiência do aparelho fotossintético

com o aumento da salinidade.

Pinheiro et al. (2010) observaram que o estresse salino em mamoneiras

promoveu reduções consideráveis na fotossíntese líquida na fase inicial de exposição

aos sais, em razão da limitada capacidade de síntese e maior degradação de clorofila

total, clorofila a e b. Entretanto, o estresse salino promoveu maior incremento na

síntese de carotenóides totais, indicando que, sob estresse, as plantas parecem

necessitar de rotas alternativas de dissipação de energia a fim de evitar problemas de

fotoinibição e fotoxidação.

2.5. Consumo hídrico de plantas

Dentre os fatores de produção, a água é o que mais limita o rendimento das

plantas cultivadas, principalmente em regiões com precipitações pluviais irregulares. A

irrigação suplementar constitui uma alternativa para maximizar a produtividade e

reduzir o risco do investimento realizado, propiciando um maior número de safras ao

ano com maior geração de rendas e inserção nas cadeias produtivas (SOARES et al.,

2010).

O consumo de água pelas plantas é uma função direta da demanda atmosférica

do local, do conteúdo de água no solo e da capacidade de resistência da planta à perda de

água através das folhas. No sistema solo-planta-atmosfera, a transferência de água ocorre de

forma passiva, em resposta às diferenças de potenciais de água estabelecidas entre o solo e as

células das raízes da planta (SILVA, 1996; BERNARDO; SOARES; MANTOVANI,

2008).

O manejo da água em culturas irrigadas tem como objetivo decidir como,

quando e quanto irrigar. A quantidade de água a ser aplicada é normalmente

determinada pela necessidade hídrica da cultura, podendo ser estimada através da

evapotranspiração ou por meio da tensão da água no solo. Para se determinar o momento da

irrigação, além de outros parâmetros mencionados, podem-se utilizar outras medidas de

avaliação de água no solo, como frequência de irrigação, ou considerar os sintomas de

deficiência de água nas plantas (SILVA; BARRETO, 2004). O conhecimento da

Page 45: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

18

evapotranspiração é de grande importância na estimativa da necessidade de irrigação das

culturas, bem como para o manejo racional de recursos hídricos (BACK, 2007).

Para a avaliação das necessidades hídricas de uma cultura, podem-se utilizar

vários critérios com base nas medições climáticas. As variáveis climáticas mais

utilizadas são radiação solar, temperatura, umidade relativa do ar, velocidade do vento e

evaporação de água do solo. Com essas informações, pode-se determinar a

evapotranspiração (consumo de água em uma área cultivada) de uma cultura de

referência e, em seguida, através de coeficientes de cultivos apropriados, estimar o

consumo hídrico da cultura (COSTA et al., 2000).

Para Araújo; Costa; Santos (2007), informações de evapotranspiração de

referência (ET0), que levam estimativas da evapotranspiração das culturas (ETc), são

ferramentas importantes no manejo da irrigação. Com isso, a estimativa da

evapotranspiração pode variar com a precisão dos dados climáticos obtidos, tamanho da

série histórica e o método de estimativa utilizado, com influência na eficiência do

sistema de irrigação, em razão do dimensionamento inadequado desse sistema.

Vários modelos de balanço hídrico são empregados com a finalidade de

dimensionar sistemas de irrigação, manejar projetos ou estudar probabilidades de

ocorrências de estiagens ou excessos hídricos. Nesses modelos, utilizam-se como

entradas de água no sistema, a precipitação pluvial e/ou irrigação, e como principal

saída, a evapotranspiração das culturas. Dados de precipitação pluvial podem ser

obtidos com relativa facilidade, no entanto existe carência de informações sobre a

evapotranspiração das culturas. Devido às dificuldades de sua medida direta, é estimada

com base em valores de ET0 e no coeficiente de cultura (Kc) (BACK, 2007).

A evapotranspiração de referência (ET0) é uma técnica indireta que conduz a

uma estimativa das necessidades de água pelas plantas, uma vez que, utilizando um

coeficiente de cultura (na condição de que ele seja conhecido para a vegetação

estudada), possibilitará a determinação da lâmina de água perdida pela cultura, ou seja,

a sua evapotranspiração (FERNANDES e TURCO, 2003).

Doorenbos e Kassan (1979) apresentaram a terminologia de evapotranspiração

máxima (ETc) como um parâmetro que expressa o consumo hídrico das culturas sob

condições adequadas de suprimento de água. Esta se refere à perda de água de uma

cultura agronômica, sem restrições de água e em qualquer estágio de desenvolvimento.

Page 46: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

19

Os métodos de estimativa da evapotranspiração estão divididos em diretos e

indiretos. Os métodos diretos estimam a ETc diretamente por lisímetros, balanço hídrico

e controle de umidade do solo, sendo difíceis e onerosos, pois exigem equipamentos e

instalações especiais. Os métodos indiretos, estimam a evapotranspiração em função da

ET0 e do Kc e necessitam do conhecimento da variáveis climáticas por meio de modelos

que estimam a ET0 (VANZELA; HERNANDEZ; FERREIRA, 2007). Como métodos

indiretos estão a utilização do tanque Classe “A” e as equações que estimam a ET0 a

partir de dados climáticos, como a de Penman, Penman-Monteith, Blaney-Cridle e

Hargreaves (SANTOS; AZEVEDO; CALDEIRA, 2001).

A ETc pode ser medida diretamente através de lisímetros ou

evapotranspirômetros ou estimada pelos métodos do balanço hídrico do solo, balanço de

energia sobre a cultura ou utilização de modelos micrometeorológicos. Os lisímetros são

reservatórios abastecidos com solo, nos quais as culturas se desenvolvem em condições

naturais, a fim de que se possam medir a quantidade de água perdida por evaporação e

transpiração, fornecendo uma estimativa direta da taxa de evapotranspiração. Dentre os

métodos de estimativa da ET0, os mais precisos são aqueles fundamentados nos processos

físicos da evaporação da água e da evapotranspiração da cultura de referência, como é o caso

dos métodos de Penman-Monteith e do tanque Classe “A”. O critério para a escolha do

método de estimativa da ET0 depende da disponibilidade dos dados existentes e do bom senso

do empreendedor agrícola, que poderá, de forma menos onerosa, ter uma informação acurada

da necessidade hídrica da cultura e, com isto, minimizar os custos do uso da água e de energia

elétrica, obtendo aumentos consideráveis na produtividade com a aplicação eficiente da água

(SILVA; BARRETO, 2004).

Para realizar estimativas de evapotranspiração da cultura (ETc), o procedimento

usual é utilizar estimativas de evapotranspiração de referência (ET0), corrigidas por um

coeficiente de cultura (Kc). É um fator importante no indicativo do consumo de água

ideal para a planta durante todo o seu ciclo. Os valores de Kc são muito utilizados para a

determinação das necessidades hídricas das plantas, tanto em termos de manejo da água

de irrigação como nos planejamentos hidroagrícolas. Os valores de Kc variam com a

cultura, com o seu estádio de desenvolvimento, comprimento do seu ciclo vegetativo,

densidade do plantio e com as condições climáticas locais. Dependendo do método de

estimativa da ET0, o Kc tem valores diferentes, o que requer critérios na escolha e na

Page 47: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

20

utilização do método, precisando ajustar-se bem às condições locais (COSTA et al.,

2000).

O Kc é uma relação empírica entre a evapotranspiração de uma cultura (ETc),

sob condições de não estresse hídrico, e a evapotranspiração de referência (ET0). Esse

coeficiente expressa o desenvolvimento fenológico e fisiológico de uma cultura

particular em relação à evapotranspiração de referência e também representa o uso

de água de uma cultura específica, que é de importância relevante para a estimativa

do seu requerimento hídrico, necessário para o dimensionamento do sistema de

irrigação quanto para operacionalização de perímetros irrigados (CLARK et al, 1996;

PEREIRA; ALVES, 2010).

2.6. Necessidades hídricas do maracujazeiro amarelo

Informações sobre as necessidades hídricas da cultura do maracujazeiro amarelo

são ainda pouco frequentes. Dentre as exigências ambientais da cultura, a pluviosidade

anual necessária se situa na faixa de 800 a 1.750 mm, sendo que a maximização da

produção de frutos é garantida com precipitações anuais bem distribuídas, oscilando de

1.320 a 1.350 mm (SOUSA et al., 2004), ocorrendo a maior exigência hídrica no

período de emissão floral e formação dos frutos (FREIRE et al., 2011). É considerada

uma cultura muito exigente em água, necessitando em torno de 10 L ou mais por dia

para se manter suprida, haja vista que a carência hídrica no solo reduz o crescimento,

desenvolvimento, produção e qualidade dos frutos (CAVALCANTE et al., 2001).

Para Sousa (2000), o maracujazeiro amarelo requer, anualmente, em torno de

2.100 litros planta-1 de água ou 940 mm ano-1, em média. Nas condições de Piracicaba,

SP, Alencar (2000), utilizando o modelo de Penman-Monteith para estimar a

evapotranspiração de referência (ET0), verificou que o consumo hídrico do

maracujazeiro na fase vegetativa (até os 180 dias de plantio) foi de 432,9 mm, com

máximo consumo de água (4,68 mm dia-1) registrado no início da floração. Cavalcante;

Lima; Cavalcante (2001) reportam que o maracujazeiro apresentam elevada exigência

hídrica, necessitando em torno de 10,0 L água dia-1 para atender os requerimentos

fisiológicos, sem redução no crescimento, floração, produção e qualidade dos frutos.

Page 48: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

21

O consumo médio de água pelo maracujazeiro amarelo, determinado através da

ETc em lisímetros de drenagem, foi menor que 1,10 L planta-1 dia-1 na fase inicial (até

aos 90 dias após o transplantio das mudas). A partir deste ponto, o consumo cresceu até

aos 300 dias, atingindo o máximo de 23,37 L planta dia-1 e foi reduzido para 14,52 L

planta-1 dia-1 dos 300 aos 428 dias (SOUSA et al., 2001).

Araújo et al. (2000) avaliaram os efeitos de 1,25; 2,50; 3,75 e 5,00 L de água

duas vezes por semana, sem e com cobertura morta, sobre o crescimento do

maracujazeiro amarelo cultivado em sacos de polietileno com altura de 50 cm e 36 cm

de diâmetro, no município de Remígio, PB. Constataram que a aplicação de 10,00 L

semanais de água, em dois turnos de 5,00 L a cada 72 horas, foi estatisticamente

superior sobre o desenvolvimento das plantas pelo diâmetro caulinar, emissão de ramos

produtivos, número de botões florais, produção de frutos sadios, de matéria seca das

raízes, caules e folhas e sobre a disponibilidade de águas às plantas.

Na avaliação da produção e composição foliar de plantas de maracujazeiro

amarelo em função de lâminas de irrigação e número de plantas por cova, Gondim et al.

(2009) observaram que a lâmina hídrica de 10,6 mm proporcionou maior produção por

cova com maior número de plantas e que as mesmas foram supridas adequadamente em

N, K, Ca, S, Fe e Zn, mas deficientes em P, Mg, B, Cu e Mn.

Ao avaliar o consumo de água do maracujazeiro amarelo, Alencar (2000)

constatou que o coeficiente de cultura (Kc) médio até 69 dias foi de 0,4. A partir dessa

idade, o Kc aumentou e atingiu o valor máximo de 1,10 no final do experimento aos 189

dias após o plantio, correspondendo ao início do florescimento das plantas. Sousa

(2000) observou valores de Kc na região de Piracicaba, SP, para o período

compreendido entre o transplantio e o início da floração, com base na equação de

Penman-Monteith para estimativa da ET0. Os valores obtidos foram 0,39 para o

intervalo até 60 dias após o transplantio (DAT), 0,67 de 60 a 90 DAT, 0,81 de 90 a 120

DAT, 0,91 de 120 a 150 DAT e 1,10 de 150 a 180 DAT. Silva (2001), observando a

variação do Kc no primeiro ano de produção do maracujazeiro amarelo, verificou que os

maiores valores de Kc ocorreram no período correspondente à floração, formação e

maturação dos frutos (140 a 230 DAT) com valores próximos a 1,0.

Com o objetivo de determinar a demanda hídrica e o coeficiente de cultivo do

maracujazeiro amarelo, cultivado sob irrigação localizada, e utilizando lisímetros de

drenagem, Silva e Klar (2002) obtiveram valores de 954,98 mm e 1.062,21 mm para

Page 49: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

22

ETc e ET0, respectivamente, durante o período avaliativo de 10 meses. Os valores de Kc

variaram de 0,42 a 1,12, com os valores máximos registrados nos estádios fenológicos

de florescimento e formação dos frutos (150 e 210 dias após o transplantio das mudas

no campo).

Lucas (2002), em pesquisa com maracujazeiro amarelo, objetivando avaliar o

efeito de lâminas de irrigação e doses de potássio, aplicadas via fertirrigação por

gotejamento, verificou que a combinação de 118,5 mm de água com dose nula de

potássio propiciou uma produtividade de 14.806 kg ha-1 e 8.879 kg ha-1 quando a

dotação hídrica foi de 171,5 mm e 0,4 kg de K2O por planta.

Sousa; Alencar; Folegatti (2000) apresentaram valores de Kc, determinados a

partir de evapotranspiração da cultura obtida em lisímetro de drenagem e vários

métodos de estimativa de ET0, correspondentes a 1,24 e 1,16 para os métodos do tanque

Classe “A” e Penman-Monteith, respectivamente. Em trabalho conduzido no Estado de

São Paulo, Correa (2004) obteve um consumo hídrico total, no primeiro ciclo de

produção do maracujazeiro amarelo, de 650 mm em 447 dias. Os valores do coeficiente

de cultura (Kc) foram de 0,3 para a fase de desenvolvimento inicial, 0,4 para o

crescimento vegetativo apical, 0,5 para o crescimento vegetativo lateral e 0,9 para as

fases de florescimento, frutificação e maturação dos frutos. Silva et al. (2006) obteve

valores de Kc de 1,2 para as fases de floração e frutificação e 1,0 para a fase maturação

dos frutos.

Os resultados apresentados por Souza et al. (2009) com maracujazeiro amarelo

irrigado com água de boa qualidade no semiárido cearense corresponderam a uma

evapotranspiração acumulada de 1489, 3 mm em 296 dias de consumo, equivalente à

evapotranspiração diária de 5,81 mm dia-1. Os valores médios de coeficientes de cultivo

obtidos foram de 1,09 pelo método Penmam - Monteith - FAO e 0,88 pelo método do

tanque Classe “A”.

2.7. Cobertura morta

Na agricultura, a utilização de materiais de origem vegetal na cobertura do solo é

uma prática cultural antiga e objetiva proteger os cultivos e o solo da ação de agentes

atmosféricos, que podem provocar a sua compactação, aumentar as perdas hídricas e

causar a lixiviação dos nutrientes. Carter e Johnson (1988), Bragagnolo e Mielniczuk

Page 50: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

23

(1990) e Souza e Rezende (2003) afirmam que a cobertura morta pode influenciar

positivamente as qualidades físicas, químicas e biológicas do solo, bem como a

diminuição da perda de água por evaporação, por reduzir as oscilações térmicas, criando

condições ótimas para o crescimento radicular.

Muitos materiais têm sido usados para a cobertura do solo, tais como restos de

culturas, palha, fragmentos de rochas, cinzas vulcânicas, esterco bovino e de aves

(YANG et al., 2006). No entanto, os mais empregados são os filmes plásticos e a palha

(UNGER, 2001; TEJEDOR; JIMENEZ; DIAS, 2002).

Para Miranda et al. (2004), a utilização de restos vegetais como cobertura do

solo apresenta vantagens potenciais como reciclagem de nutrientes, redução das perdas

de água por evaporação da superfície do solo e manutenção de níveis de umidade e

temperatura, nas camadas superficiais do solo, adequados ao desenvolvimento de raízes

e de microrganismos benéficos às plantas. A depender do material vegetal utilizado, a

prática poderá contribuir para redução do impacto ambiental causado pelo acúmulo no

campo.

No caso da influência da cobertura morta na temperatura do ambiente edáfico

superficial, Bristow (1998) assevera que, dependendo do material vegetal utilizado e do

seu albedo, a temperatura do solo poderá ser elevada ou diminuída. Para este autor, um

material mais denso e que reflete menos a luz poderá causar o aumento da temperatura

do solo, elevando a evaporação.

Em relação ao material orgânico, cobertura com capim, serragem, sabugo de

milho e palha de arroz e de trigo têm se mostrado eficiente no aumento do crescimento e

produtividade das plantas através da manutenção do teor de água do solo, do controle da

temperatura, aumento nos níveis de nitrogênio e de outros minerais (SAEED e

AHMAD, 2009).

Em cultivos de trigo na China, Yang et al. (2006) observaram que o uso da

cobertura do solo reduziu a evaporação da água do solo e os riscos da salinidade,

melhorando a produtividade da cultura. Redução na salinidade do solo com o uso da

cobertura morta também foi observada por Rahamam et al. (2004).

Costa et al. (2008a) observaram que o uso da cobertura morta no solo causou

efeitos positivos na produção de biomassa seca das plantas de amaranto e atribuíram

esses resultados às reduções nas oscilações da temperatura do solo, à maior

disponibilidade de água e de nutrientes às plantas.

Page 51: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

24

Quando empregada associada à irrigação com água salina, Costa et al. (2008a)

verificaram que a cobertura morta reduziu o tempo médio do início da floração e

aumentou a altura e o diâmetro do caule, a área foliar e a massa seca total das plantas

de amaranto, independente do nível de salinidade da água de irrigação, por propiciar

maior disponibilidade de água às mesmas.

Page 52: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

25

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Localização do experimento, clima e solo da área experimental

O experimento foi conduzido no período de setembro de 2009 a abril de 2010 no

município de Remígio, PB (Figura 1), inserido na Mesorregião Agreste Paraibano e

Microrregião Curimataú Ocidental (INTERPA, 2008) e georreferenciado pelas

coordenadas geográficas de 6o53’00” de latitude Sul, 36o02’00” de longitude Oeste e

altitude de 470 m.

Figura 1. Localização geográfica do município de Remígio, PB.

O clima do município, segundo Köppen, é do tipo As’, quente e seco. A umidade

relativa e a temperatura média anual do ar variam de 70 a 80% e 24º C, respectivamente

(DINIZ, 2009). O período de pluviosidade decorre de março ou abril até julho ou agosto.

A pluviosidade total no período experimental foi de 166 mm. A distribuição da

pluviosidade mensal e os dados de temperatura máxima, média e mínima do ar registrados no

período experimental se encontram na Figura 2.

Page 53: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

26

Figura 2. Distribuição mensal de chuvas (A) e valores de temperaturas máximas, médias e mínimas do ar durante a condução do experimento, de setembro de 2009 a abril de 2010 (B).

O substrato constou de uma mistura dos primeiros 10 cm de um ARGISSOLO

AMARELO LATOSSÓLICO Eutrófico, não salino (SANTOS et al., 2006) com esterco

bovino de relação C/N 16/1, com teor de umidade de 12%, na proporção em volume de

10:1 (v/v).

Na Tabela 1, a caracterização dos atributos físicos do substrato utilizado nos

lisímetros foi efetuada conforme prescrições compiladas pela Embrapa (1997) e os

dados de fertilidade do solo e salinidade foram obtidos conforme metodologias

compiladas pela Embrapa (1997) e Richards (1954), respectivamente.

Page 54: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

27

Tabela 1. Composição física, química e salinidade do substrato (solo + esterco

bovino) utilizado nos tratamentos. Remígio, PB, 2010.

Atributos Valores Físicos

Areia (g kg-1) 828 Silte (g kg-1) 106 Argila (g kg-1) 66 ADA (g kg-1) 26 GF (%) 60,60 ID (%) 39,60 Ds (Mg m-3) 1,26 Dp (Mg m-3) 2,73 Pt (m

3 m-3) 0,54 A/S 0,62 U0,033MPA (g kg

-1) 103,40 U0,1MPA (g kg

-1) 82,80 U1,0MPA

(g kg-1) 55,40 U1,5MPA (g kg

-1) 30,70 Adi (g kg

-1) 72,70 Classe Textural Areia franca

Complexo sortivo pH (água: 1:2,5) 6,2 P (mg dm-3) 79,85 (A) K+ (mg dm

-3) 124,00 (A) Na+ (cmolc dm

-3) 0,29 Ca2+ (cmolc dm

-3) 3,95 (M) Mg2+ (cmolc dm

-3) 1,10 (A) SB (cmolc dm

-3) 5,65 H++Al3+ (cmolc dm

-3) 1,65 Al3+ (cmolc dm

-3) Ausente CTCpH7,0 (cmolc dm

-3) 7,30 m (%) 0,00 V (%) 77,39 M.O. (g kg-1) 11,81 (B) B (mg dm-3) 0,62 (A) Fe (mg dm-3) 36,04 (A) Cu (mg dm-3) < ADL Mn (mg dm-3) 6,80 (A) Zn (mg dm-3) 1,04 (A)

Salinidade pH 6,8 CE (dS m-1) 3,10 Ca2+ (mmolc L

-1) 8,80 Mg2+ (mmolc L

-1) 5,00 K+ (mmolc L

-1) 2,40 Na+ (mmolc L

-1) 14,95 SO4

2- (mmolc L-1) 5,60

CO32- (mmolc L

-1) Ausente HCO3

- (mmolc L-1) 8,17

Cl- (mmolc L-1) 16,97

RAS (mmol L-1)1/2 5,69 PST (%) 3,97 Classificação Não salino

ADA = Argila dispersa em água; GF = Grau de floculação; ID = Índice de dispersão; Ds = Densidade do solo; Dp = Densidade de partícula, Pt = Porosidade total; A/S = Relação argila-silte; Ucc = umidade do solo em capacidade de campo; Upmp = umidade do solo em ponto de murcha permanente; Adi = água disponível; SB = Soma de bases (Ca2+ + Mg2+ + Na+ + K+); CTC = Capacidade de troca catiônica [SB + (H+ + Al3+)]; m = Saturação em alumínio; V = Saturação de bases [(SB/CTC)*100]; M.O = Matéria orgânica; ]; ADL = Aquém do limite de detecção; CE = Condutividade elétrica; PST = percentagem de sódio trocável; RAS = Razão de adsorção de sódio [Na+/ (Ca2+ + Mg2+

/2)1/2 ]; A = alto ou adequado; B = baixo; M = médio (MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997).

Page 55: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

28

Os dados da curva característica de retenção de água no substrato (Figura 3)

foram obtidos em amostras com estrutura deformada e saturadas com água no

Laboratório de Irrigação e Drenagem da Universidade Federal de Campina Grande,

utilizando câmara de Richards (1954), acoplada em placas de porcelana porosas, às

tensões de 0,01; 0,033; 0,1; 0,5; 1,0 e 1,5 MPa.

Figura 3. Curva característica de retenção de água do substrato composto de solo e esterco bovino. Remígio, PB, 2010.

3.2. Fatores em estudo, tratamentos e delineamento experimental e tratamentos

Os fatores em estudo consistiram de irrigação com águas de baixa (0,50 dS m-1)

e alta salinidade (4,50 dS m-1), em recipientes plásticos utilizados como lisímetros de

pressão, sem e com aplicação de biofertilizante bovino comum, sem e com cobertura

morta. Os tratamentos utilizados no experimento foram:

T1: A1B1C1 (água não salina, sem biofertilizante e sem cobertura morta);

T2: A1B1C2 (água não salina, sem biofertilizante e com cobertura morta);

T3: A1B2C1 (água não salina, com biofertilizante e sem cobertura morta);

T4: A1B2C2 (água não salina, com biofertilizante e com cobertura morta);

T5: A2B1C1 (água salina, sem biofertilizante e sem cobertura morta);

T6: A2B1C2 (água salina, sem biofertilizante e com cobertura morta);

T7: A2B2C1 (água salina, com biofertilizante e sem cobertura morta);

T8: A2B2C2 (água salina, com biofertilizante e com cobertura morta).

O delineamento estatístico foi em blocos casualizados, arranjados em esquema

fatorial 2 x 2 x 2, com três repetições e cada unidade experimental foi representada por

Page 56: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

29

três plantas de maracujazeiro amarelo, transplantadas no arranjo espacial de 3,0 x 3,0 m,

para recipientes plásticos de 60 cm de diâmetro e 50 cm de altura, utilizados como

lisímetros de pressão, contendo 130 dm3 de substrato composto por solo + esterco

bovino (Figura 4).

Figura 4. Arranjo espacial na área experimental do maracujazeiro amarelo cultivado em recipientes plásticos utilizados como lisímetros de pressão. 3.3. Instalação do experimento e dotação hídrica dos tratamentos

Na parte inferior do reservatório, para lixiviação da suspensão excedente, foram

perfurados dois drenos, equidistanciados, com 1 cm de diâmetro e colocados recipientes

coletores de água de capacidade para 15 dm3, protegidos por lonas plásticas para evitar

entrada de água procedente de chuvas, para medição do volume drenado e avaliações da

salinidade da água pela condutividade elétrica do lixiviado (Figura 5).

Page 57: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

30

Figura 5. Disposição dos recipientes plásticos utilizados como lisímetros, posição dos drenos e dos recipientes coletores da suspensão lixiviada.

Os lisímetros foram instalados sobre bases de tijolos nivelados à altura de 30 cm

acima da superfície do solo. Para impedir a obstrução dos drenos, na base interna dos

lisímetros foi colocada uma camada de 2,5 cm de brita tamanho zero sobreposta por

uma camada de 5 cm de areia lavada de rio (Figura 6).

Figura 6. Disposição da camada de brita e da areia lavada de rio na face inferior dos recipientes plásticos utilizados como lisímetros de pressão.

As irrigações das plantas foram feitas com águas de baixa (CE de 0,50 dS m-1) e alta

salinidade (CE de 4,50 dS m-1). A água de menor condutividade elétrica era proveniente de

uma fonte superficial da propriedade Macaquinhos, Remígio, PB. Semanalmente,

procedia-se à diluição de uma água de salinidade elevada (CE de 9,50 dSm-1) ,

procedente do açude Jacaré, localizado no município de Remígio, PB, para obtenção do

nível de salinidade da água dos tratamentos com água salina, conforme procedimentos

de Cavalcante et al. (2005a).

Page 58: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

31

Aos 21 dias após o transplantio das mudas (DAT), foram iniciadas as irrigações

com água de alta salinidade, sendo os substratos irrigados até o ponto de saturação,

dando início aos tratamentos para avaliações do consumo hídrico das plantas.

As irrigações foram efetuadas diariamente, utilizando-se provetas volumétricas,

com reposição de um volume hídrico correspondente a 20% da lâmina de água

evaporada no dia precedente (GONDIM et al., 2009), medida no tanque Classe “A”

instalado em um local adjacente à área experimental (Figura 7). A frequência de

lixiviação foi de 7 (sete) dias, com utilização de uma fração de lixiviação (FL), em cada

lisímetro, de 10% do volume de água aplicado até o dia da lixiviação correspondente. A

FL foi aplicada após o substrato atingir a capacidade de campo.

Figura 7. Procedimento da irrigação do maracujazeiro amarelo e tanque Classe “A” instalado no local do experimento.

A suspensão lixiviada após as irrigações e/ou precipitações pluviais foi coletada e

mensurada em provetas volumétricas para determinações da evapotranspiração da

cultura no espaço temporal correspondente e a condutividade elétrica.

3.4. Preparo, aplicação do biofertilizante bovino e uso da cobertura morta

O biofertilizante bovino foi obtido a partir da fermentação anaeróbica do esterco

bovino fresco misturado com água não clorada, na proporção de 1:1 (100 dm3 de cada

componente), em recipiente com capacidade para 240 dm3, hermeticamente fechado por

um período mínimo de 30 dias, quando o pH foi de, aproximadamente, 7,0 (SANTOS;

AKIBA, 1996). Para a liberação do gás metano produzido pela fermentação, foi

conectada a extremidade de uma mangueira fina na extremidade superior do biodigestor

Page 59: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

32

mantendo a outra submersa em um recipiente com água para evitar a entrada de ar

(Figura 8).

Depois de fermentado, o biofertilizante líquido foi diluído em água na proporção

de 1:1 e aplicado na superfície do substrato contido nos lisímetros uma semana antes do

plantio e a cada 90 dias, até o final do experimento em volume de 10 dm3 planta-1,

conforme sugerido por Cavalcante et al. (2007) (Figura 8). Para que cada tratamento

tivesse igualdade na dotação hídrica, inicialmente foi obtido o volume de água contido

efetivamente no biofertilizante bovino e aplicado nos tratamentos sem aplicação deste

efluente orgânico. Para isto, foi determinada a massa de 1,0 L do biofertilizante que foi

posto a secar até a obtenção da massa seca do esterco de bovino contido no mesmo. A

diferença de ambas as massas correspondeu à massa de água que foi fornecida em

acréscimo para cada tratamento.

Figura 8. Preparo e aplicação do biofertilizante bovino nos recipientes plásticos utilizados como lisímetros de pressão.

Os resultados analíticos quanto à salinidade do biofertilizante bovino e das águas

de irrigação, conforme metodologias de Richards (1954) e Embrapa (1997), constam na

Tabela 2.

Page 60: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

33

Tabela 2. Composição química do biofertilizante bovino e das águas utilizadas nas irrigações do maracujazeiro amarelo. Remígio, PB, 2010.

Atributos Químicos Biofertilizante A1 A2

pH 6,7 6,4 7,7

CE (dS m-1 a 25o C) 2,55 0,50 4,50

RAS (mmol L-1) 0,87 2,12 0,57

Ca2+ (mmolc L-1) 13,75 1,67 2,80

Mg2+ (mmolc L-1 17,50 0,81 8,90

K+ (mmolc L-1) 3,33 0,11 0,43

Na+ (mmolc L-1) 3,42 2,37 31,96

SO42- (mmolc L

-1) 20,86 0,86 0,26

CO32- (mmolc L

-1) Ausente Ausente 0,10

HCO3- (mmolc L

-1) 2,50 1,12 3,20

Cl- (mmolc L-1) 10,00 3,14 40,80

Classificação C4S1 C1S1 C4S1

CE = Condutividade elétrica; RAS = Razão de adsorção de sódio [Na+/ (Ca2+ + Mg2+ /2)1/2 ]; A1 = Água não salina ; A2 = Água salina.

A cobertura morta foi feita com uma camada de 10 cm de capim seda (Cynodon

dactylon L.) e posta na superfície dos recipientes plásticos utilizados como lisímetros de

pressão, para onde a muda do maracujazeiro amarelo foi plantada, com reposição a cada

dois meses (Figura 9).

Page 61: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

34

Figura 9. Disposição da cobertura morta no ambiente superficial dos recipientes plásticos utilizados como lisímetros de pressão.

3.5. Implantação e manejo da cultura do maracujazeiro amarelo

As mudas do maracujazeiro amarelo foram produzidas em sacos de polietileno

(18 cm de altura e 13 cm de diâmetro) e transplantadas em setembro de 2009, após

criteriosa seleção, padronizando-se a altura (30 cm) e número de folhas (5 pares).

A cultura foi implantada no arranjo espacial de 3,0 x 3,0 m. No centro dos

lisímetros, foi aberta uma cova com o equipamento boca de lobo para transplantio das

mudas. As plantas foram conduzidas em espaldeiras verticais, com um fio de arame liso

nº 12, situado a 2,30 m da superfície do solo, preso e esticado por mourões espaçados de

três metros. No início do crescimento das plantas, foi utilizado barbante com a

finalidade de conduzir a haste principal à espaldeira. Na fase de condução das plantas,

procedeu-se à realização de desbrotas periódicas dos ramos laterais, de maneira que se

assegurasse o crescimento de uma única haste até o arame de sustentação. A poda do

broto terminal se deu quando a haste principal ultrapassou 10 cm da espaldeira, visando

induzir a planta a emitir novos ramos secundários. As plantas foram conduzidas com

dois ramos laterais, com poda dos ramos laterais ou secundários, efetuando-se a poda

deles quando ambos atingiram 1,5 m de distância da haste principal.

Foram efetuadas as podas das gavinhas a cada dez dias durante o período de

formação da cultura, para não haver entrelaçamento com os ramos das plantas de outras

Page 62: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

35

linhas de plantio e, também, para maior controle dos ramos das plantas nos tratamentos.

À medida que os ramos terciários se aproximaram do solo, foi feita a poda dos mesmos

a 0,30 m de distância do solo.

As adubações minerais foram realizadas conforme recomendações de São José

et al. (2000). A adubação de fundação foi feita com 150 g de superfosfato simples (20%

P2O5) por planta. O nitrogênio e o potássio foram aplicados em cobertura, fornecendo-se

10 g de uréia (45% N) aos 30 DAT e mensalmente a partir de então com 30 g de uréia e

50 g de cloreto de potássio (58% K2O) por planta e por adubação. No início da floração

foram aplicados 50 g de superfosfato simples por planta.

O controle das ervas daninhas foi feito manualmente no espaço interno dos

lisímetros. O controle de pragas e doenças foi feito preventivamente, utilizando-se os

agroquímicos recomendados para a cultura do maracujazeiro amarelo (MAPA, 2010).

A partir da primeira floração, foram realizadas polinizações manuais diárias, no

período da tarde, utilizando-se os dedos e retirando o pólen da flor de uma planta e

polinizando-se a flor de uma outra.

3.6. Variáveis analisadas

3.6.1. Fertilidade e salinidade do solo

Na floração das plantas, aos 117 dias após o transplantio, foram coletadas

amostras simples deformadas de solo, nos quatro quadrantes dos recipientes plásticos

utilizados como lisímetros de pressão, à profundidade de 0 a 20 cm, para formação de uma

amostra composta por parcela. O material foi colocado em sacos de polietileno

etiquetados e enviados para análises de fertilidade e salinidade.

Quanto à fertilidade do solo, as variáveis químicas analisadas foram: pH da

solução do solo, teores de fósforo, potássio, cálcio, magnésio, sódio, hidrogênio +

alumínio, matéria orgânica e os micronutrientes boro, cobre, ferro, manganês e zinco,

adotando-se metodologias compiladas pela Embrapa (1997).

Quanto à salinidade do solo, à mesma profundidade das análises de fertilidade,

foram determinadas no extrato de saturação a condutividade elétrica (CEes), pH, ao final

do experimento, e percentual de sódio trocável (PST) na floração e ao final do

experimento.

Page 63: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

36

3.6.2. Avaliações fenométricas nas plantas

As avaliações da fenologia quantitativa, não destrutiva das plantas, foram feitas

com base nas taxas de crescimento absoluto e relativo (BENINCASA, 2003;

RODRIGUES, 2008) a partir dos dados de alturas inicial e final das plantas, período

para poda da haste principal, diâmetros caulinares inicial e final contidos na Tabela 3.

Tabela 3. Valores médios de alturas de plantas, período de poda da haste principal e diâmetros caulinares para determinações das taxas de crescimento absoluto e relativo em altura e diâmetro caulinar do maracujazeiro amarelo.

TRATAMENTOS

hi

(cm)

hf

(cm)

PPHP (dias)

Өi (cm)

Өf (cm)

T1 57 164 22 0,49 1,82 T2 55 165 21 0,52 1,85 T3 52 168 19 0,48 2,08 T4 45 168 18 0,50 2,13 T5 67 159 25 0,52 1,66 T6 60 162 23 0,49 1,80 T7 61 164 21 0,48 1,87 T8 69 164 22 0,50 1,93

hi = altura inicial das plantas; h2 = altura final das plantas; PPHP = período para poda da haste principal; Өi = diâmetro caulinar inicial das plantas; Өf = diâmtero caulinar final das plantas.

As alturas das plantas foram medidas semanalmente, com auxílio de uma trena

milimetrada, até à poda do meristema apical, cerca de 10 cm acima da espaldeira, do

coleto até a inserção das últimas folhas do capitel das plantas. Com o auxílio de um

paquímetro digital, modelo Digimess®, foram obtidos os diâmetros caulinares das

plantas (cm) à altura de 10 cm dos coletos.

O período para poda dos ramos laterais correspondeu ao tempo decorrido entre

os 21 dias após o transplantio das mudas e o tempo médio da poda dos ramos laterais ou

secundários da planta.

Page 64: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

37

As taxas de crescimento absoluto e relativo em altura e diâmetro caulinar foram

baseadas nas equações 1 a 4:

TCAA = (hf – hi) * (∆t1)-1 [Eq. 1]

TCRA = (Ln hf – Ln hi) * (∆t1)-1 [Eq. 2]

TCADC = (Өf – Өi) * (∆t2)-1 [Eq. 3]

TCRDC = (Ln Өf – Ln Өi) * (∆t2)-1 [Eq. 4]

onde:

TCAA = taxa de crescimento absoluto em altura (cm dia-1);

TCRA = taxa de crescimento relativo em altura (cm cm-1dia-1);

TCADC = taxa de crescimento absoluto em diâmetro (cm dia-1);

TCRDC = taxa de crescimento relativo em diâmetro (cm cm-1dia-1);

hf = altura final da planta após a poda do meristema apical (cm);

hi = altura da planta aos 21 DAT (cm);

Ln = logaritmo neperiano;

Өf = diâmetro caulinar da planta ao final do experimento (cm);

Өi = diâmetro caulinar da planta aos 21 DAT (cm);

∆t1 = espaço temporal decorrido entre as leituras de hf e hi;

∆t2 = espaço temporal decorrido entre as leituras de Өf e Өi (196 dias).

Foi avaliado o comprimento médio dos internódios (cm) após as podas dos

ramos laterais das plantas e contado o número de ramos produtivos ao final do

experimento.

3.6.3. Composição mineral das plantas

Na floração plena das plantas (117 DAT), foram coletadas amostras individuais

da 4a folha a partir do meristema apical dos ramos produtivos intermediários e sadios

(MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997), de cada unidade experimental, para

avaliação do estado nutricional das plantas, com determinação dos teores de

macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S), micronutrientes (B, Cu, Fe, Mn e Zn) e sódio na

matéria seca do tecido foliar. A assepcia das folhas foi feita em água corrente e

submersão em água deionizada. O material foi posto a secar em estufa com circulação

forçada de ar, à temperatura de 70 oC, durante 72 horas, triturado em moinho tipo

Willey TE – 650®, utilizando-se peneira de 20 mesh. As análises químicas foram

Page 65: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

38

efetuadas no Laboratório de Química e Fertilidade do Solo do DSER/CCA/UFPB,

empregando-se as metodologias compiladas pela Embrapa (1997).

3.6.4. Fluorescência da clorofila a

As medições de emissão da fluorescência da clorofila a foram efetuadas aos 92

DAT, correspondente ao início da floração das plantas (71 dias após a aplicação dos

tratamentos) e aos 214 DAT (no final do experimento e 193 dias após a aplicação dos

tratamentos), entre 10:00’ e 11:15’ horas da manhã, na folha mediana do ramo produtivo

intermediário da planta, utilizando-se fluorômetro modulado Plant Efficiency Analyser

– PEA II® (Hansatech Instruments Co., UK). Para avaliações dos parâmetros de

fluorescência inicial (F0), fluorescência máxima (Fm), fluorescência variável (Fv),

relação Fv/F0 e rendimento quântico potencial (Fv/Fm) (MAXWELL e JOHNSON,

2000), foram colocadas pinças foliares (leaf clips) nas folhas selecionadas para as

leituras após 30 minutos de adaptação ao escuro (ROHÁCEK, 2002; KONRAD et al.,

2005), como indicado na Figura 10.

Figura 10. Leitura das variáveis de fluorescência da clorofila a em maracujazeiro amarelo com utilização do instrumento Plant Efficiency Analyser – PEA II®.

3.6.5. Trocas gasosas

Nos mesmos períodos avaliativos e horários das determinações da fluorescência

da clorofila a, foram realizadas medições das variáveis de trocas gasosas na folha

mediana e intacta do ramo produtivo intermediário da planta, com o auxílio do

analisador de gás carbônico a infravermelho portátil (IRGA), modelo LCPro+ Portable

Photosynthesis System® (ADC BioScientific Limted, UK), com temperatura ajustada a

Page 66: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

39

25oC, irradiação de 1800 µmol fótons m-2 s-1 e fluxo de ar de 200 ml min-1 (Figura 11).

As variáveis fisiológicas analisadas foram concentração interna de CO2 (Ci – µmol mol-

1), condutância estomática (gs – mol m-2 s-1), taxa transpiratória (E – mmol m-2 s-1) e

fotossíntese líquida (A – expressa em µmol CO2 m-2 m-1).

Figura 11. Medições de trocas gasosas no maracujazeiro amarelo com analisador de gás carbônico a infravermelho portátil (IRGA). 3.6.6. Teores de clorofila a, b, total e carotenóides

A diagnose da concentração de clorofila na folha foi efetuada no pico da

floração da cultura, coletando-se a 4a folha, intacta e com botão floral na axila, do ramo

terciário da região mediana da planta. As folhas foram acondicionadas em sacos de

papel laminados e transportadas em equipamento térmico contendo gelo e pó de

serragem e conduzidas ao Laboratório de Fertilidade e Nutrição de Plantas da

Universidade Federal de Campina Grande, com manutenção sob refrigeração para

quantificação destrutiva dos pigmentos fotossintéticos.

De cada folha, foram removidos discos foliares (Ø = 1,6 cm) nos quais se

determinou a massa fresca com balança analítica de precisão de 0,0001 g. Procedeu-se à

maceração dos discos foliares em acetona a 80% em ambiente com fonte de iluminação

artificial verde de baixa intensidade (AMARANTE et al., 2008). Os extratos obtidos

foram filtrados através de papel-filtro rápido e coletados em balões volumétricos de 25

mL, completando-se o volume ao final da filtragem após 48 horas. A densidade ótica

Page 67: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

40

dos filtrados foi lida em espectrofotômetro Carl Zeiss UV-Vis Spekol®, nos λ de 470,

647 e 663 nm, conforme Arnon (1949).

Os teores de clorofilas a, b e carotenóides nas soluções de leitura foram obtidos

de acordo com Lichtenthaler (1987), conforme equações de 5 a 7:

Clorofila a = 12,25 * A663 – 2,79 * A647 [Eq. 5]

Clorofila b = 21,50 * A647 – 5,10 * A663 [Eq. 6]

Carotenóides totais = (1000 x A470) – (1,82 C chl a) – (85,02 C chl b)

(198)-1

[Eq. 7]

Os valores obtidos foram transformados para teores de clorofila a, b e

carotenóides nas folhas, expressos em unidades de massa por massa fresca (mg g-1

matéria fresca).

3.6.7. Consumo hídrico do maracujazeiro amarelo

As necessidades hídricas das plantas foram avaliadas em 4 (quatro) estádios

fenológicos (Fases I a IV) das plantas, dos 21 aos 217 dias após o transplantio das

mudas (DAT), com base nas análises de dados de evapotranspiração de referência

(ET0), condições térmicas no ambiente dos lisímetros, evapotranspiração da cultura

(ETc), coeficientes de cultivo (Kc), condutividade elétrica da suspensão lixiviada (CESL)

e eficiência agronômica do uso de água pelas plantas (EAUA).

Os estádios de crescimento e as fenofases das plantas do maracujazeiro amarelo,

adaptados de Maciel; Batutista; Aular (1994) e Souza et al. (2009), foram:

Fase I: crescimento vegetativo apical (até à poda da haste principal, feita quando este

ultrapassou 10 cm do arame da espaldeira): 21 a 48 DAT;

Fase II: crescimento dos ramos laterais e produtivos (até à poda dos ramos secundários,

quando o ramo alcançou a estaca da outra planta, isto é, com até 1,50 m): 49 a 90 DAT;

Fase III: floração e frutificação: 91 a 195 DAT;

Fase IV: encerramento da fase produtiva e repouso vegetativo: 196 a 217 DAT.

A ET0 foi obtida dos valores de evaporação hídrica diária coletada do tanque

Classe “A”, conforme equação 10 (DOORENBOS e PRUITT, 1977):

[Eq. 8]

Page 68: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

41

ET0 = Kt*ECA

onde:

ET0 = evapotranspiração de referência (mm dia-1);

Kt = coeficiente do tanque Classe “A” (0,75) (BERNARDO; SOARES; MANTOVANI,

2008);

ECA = evaporação hídrica do tanque Classe “A” (mm dia-1).

As temperaturas foram medidas com termômetro Laser Digital Md TI 920

Instrutherm® (Figura 12), a cada 3 dias, às 15 horas, na superfície do substrato, da

cobertura morta, a 5 cm de profundidade (em quatro pontos equidistantes a 20 cm do

caule da planta) e na superfície exterior nos quatro quadrantes da posição mediana dos

recipientes plásticos usados como lisímetros de pressão.

Figura 12. Medição de temperatura com termômetro digital nos recipientes plásticos usados como lisímetros de pressão.

A evapotranspiração da cultura (ETc) foi obtida para cada fase de

desenvolvimento do maracujazeiro amarelo, conforme disposto na equação 9

(RODRIGUES, 2008), com base nos dados contidos nos Apêndices 19 a 22:

ETc = [P + (VA – VD) * S-1 ] * T-1 [Eq. 9]

em que:

ETc = evapotranspiração da cultura (mm dia-1);

P = precipitação pluviométrica no período (mm);

VA = volume total de água aplicado semanalmente no lisímetro até o início da drenagem

(L);

VD = volume da suspensão drenada do lisímetro (L);

S = área do lisímetro (0,282 m2);

Page 69: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

42

T = frequência de lixiviação (7 dias).

O coeficiente de cultivo ou da cultura (Kc) foi estimado através da relação entre a

evapotranspiração da cultura (mm dia-1) e a evapotranspiração de referência (mm dia-1),

de acordo com equação 10 (DOORENBOS e KASSAN, 1979):

Kc = ETc * ET0-1 [Eq. 10]

em que:

Kc = coeficiente de cultivo (adimensional);

ETc = evapotranspiração da cultura (mm dia-1);

ET0 = evapotranspiração de referência (mm dia-1).

A suspensão lixiviada após as irrigações foi coletada em recipientes plásticos

acoplados aos lisímetros para medição da condutividade elétrica (CESL) usando um

condutivímetro digital portátil, modelo CDR-870 Instrutherm® (Figura 13).

Figura 13. Leitura da condutividade elétrica da suspensão lixiviada após irrigação do maracujazeiro amarelo com água de baixa (0,5 dS m-1) e alta salinidade (4,5 dS m-1). 3.6.8. Produção do maracujazeiro amarelo

A partir do início da floração, diariamente até o final da fase reprodutiva do

maracujazeiro amarelo, foram coletadas e contadas as flores abortadas de cada planta

para determinação do percentual de flores abortadas (%).

A colheita foi realizada diariamente, no período de fevereiro a abril de 2010,

quando os frutos apresentavam início da maturação com aproximadamente 30% da área

com coloração amarelada (AULAR, 1995). Semanalmente os frutos foram contados e

Page 70: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

43

pesados, para obtenção do número de frutos planta-1, massa média de frutos (g fruto-1) e

produção por planta (kg planta-1).

3.6.9. Eficiência agronômica do uso da água do maracujazeiro amarelo

A eficiência agronômica do uso de água (EAUA) foi determinada conforme

Sousa et al. (2005) através da relação entre a massa total dos frutos estimada por hectare

ou rendimento (kg ha-1) e o volume hídrico total consumido por planta (L planta-1),

considerando-se o consumo hídrico total e a área ocupada por cada planta no lisímetro

(0,282 m2), consoante disposto na equação 11.

EAUA = MTf *V-1 [Eq. 11]

onde:

EAUA = eficiência agronômica do uso de água (kg de frutos ha-1 L-1 e/ou kg de frutos

L-1);

MTf = massa total dos frutos do maracujazeiro (kg)

V = volume de água total consumido por planta (L).

3.7. Análises estatísticas

Os resultados obtidos foram submetidos às análises de variância pelo teste de F e

comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, de acordo com

Banzatto e Kronka (2006), utilizando-se o Programa SAS STAT®.

Page 71: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

44

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Fertilidade e salinidade do solo

pH do solo

A interação salinidade da água de irrigação e biofertilizante de esterco bovino

exerceu efeitos significativos no pH da solução do solo (Apêndice 1).

O aumento da salinidade da água de irrigação reduziu o pH da solução do solo

(Figura 14), com resultados concordantes com os observados por Campos et al. (2009) e

Pessoa et al. (2010), entretanto, divergentes de Garcia et al. (2008) ao não verificarem

alterações nos valores de pH de Neossolo e um Latossolo cultivados com 30 genótipos

de feijoeiro em caixas de polietileno em casa de vegetação o solo cultivado com o

aumento da salinidade da água de irrigação de 0,5 a 10 dS m-1.

Figura 14. Valores de pH do solo em função da irrigação com água não salina e salina, em substratos sem e com biofertilizante comum cultivados com maracujazeiro amarelo em floração. Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre diferentes condições de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS (Diferença Média Significativa) = 0,09.

Nos tratamentos com água de baixa salinidade, a adição do biofertilizante elevou

o pH inicial do solo no experimento de 6,2 (Tabela 1) para 6,48, na época da floração do

Page 72: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

45

maracujazeiro amarelo. Esses resultados estão em acordo com Mitchel e Tu (2006) ao

concluírem que a adição de insumos orgânicos pode elevar o pH do solo.

Nos tratamentos com água salina e aplicação do biofertilizante, foram

registrados acréscimos de 0,11 unidades ao pH inicial do substrato. As elevações dos

valores de pH nos tratamentos com o insumo orgânico estão associadas às reduções e

incrementos, respectivamente nos teores de matéria orgânica no substrato (Figura 15).

Nesse sentido, Jiménez; Larreal; Noguera (2004) afirmam que a elevação do teor de

carbono orgânico, que atua como um regulador, inativa o H+ e aumenta o pH do solo

tratado com insumos orgânicos.

Na avaliação do aspecto salino do substrato com biofertilizante na formação de

mudas do maracujazeiro amarelo irrigado com água de diferentes salinidades, Sousa et

al. (2008) verificaram que, nos tratamentos com o biofertilizante, o pH do substrato

diminui com o aumento da condutividade elétrica da água de irrigação. Na observação

dos efeitos da salinidade da água de irrigação e do esterco bovino líquido fermentado

durante a formação de mudas de goiabeira Paluma, Cavalcante et al. (2010b)

registraram redução no pH do solo com o aumento da condutividade elétrica da água,

mas, por outro lado, constataram elevação de 5,98 para 6,32 com a aplicação do

biofertilizante.

Matéria orgânica no solo

A interação salinidade da água de irrigação x biofertilizante x cobertura do solo

interferiu significativamente nos teores de matéria orgânica do solo (Apêndice 1).

Nos tratamentos sem biofertilizante, sem e com cobertura do solo, o teor de matéria

orgânica foi superior em 8,2% e 14,1% nos tratamentos irrigados com água salina, em

comparação com os dados obtidos com água de boa qualidade (Figura 15).

Para Ciotta et al. (2003) e Costa et al. (2008b), o aumento do teor salino da água

de irrigação promove uma maior retenção da matéria orgânica no solo em virtude da

menor taxa de mineralização dos seus componentes orgânicos.

Page 73: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

46

Figura 15. Teores de matéria orgânica no solo cultivado com maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina, salina e submetido às condições de biofertilização e cobertura morta na época da floração. Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,32.

A adição do biofertilizante bovino promoveu aumentos expressivos no teor de

matéria orgânica do solo. Nos tratamentos com água não salina, os teores foram

elevados de 9,36 para 22,89 g kg-1 e de 9,66 para 26,25 g kg-1, no solo sem e com

biofertilizante bovino, respectivamente, indicando aumentos percentuais de 145% e

172%, respectivamente. No solo irrigado com água salina, o biofertilizante elevou os

teores de matéria orgânica de 128,5% e 126,7%, respectivamente, nos tratamentos sem e

com cobertura do solo morta, inferiores, entretanto, entre os tratamentos com água não

salina. Esses resultados evidenciam que a degradação biológica da matéria orgânica é

comprometida com o aumento da salinidade da água de irrigação e são condizentes com

as observações de Santos (2010).

Comparativamente ao valor inicial de 11,81 g kg-1, constata-se que o

biofertilizante, nesse tipo de cultivo, como no solo sob irrigação com água de baixa e

alta salinidade, sem ou com cobertura morta, elevou consideravelmente o teor de

matéria orgânica do solo.

Page 74: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

47

Acidez potencial do solo (H+ + Al3+)

A acidez potencial do solo respondeu estatisticamente apenas aos efeitos da

interação salinidade da água x cobertura do solo (Apêndice 1).

O aumento da salinidade da água de irrigação de 0,5 para 4,5 dS m-1 elevou os

teores de H+ + Al3+ no solo de 0,63 para 0,72 cmolc dm-3 e de 0,66 para 0,91 cmolc dm

-3,

refletindo aumentos percentuais de 9% e 37,8% promovido pela salinidade da água no

solo sem e com cobertura (Figura 16). Os maiores valores de H+ + Al3+ nos tratamentos

com cobertura morta, possivelmente, sejam decorrentes de um maior teor de umidade

nessas condições, resultando em uma maior concentração de H+ e, com efeito, em maior

acidez potencial.

Figura 16. Teores de H+

+ Al3+ em substratos com maracujazeiro amarelo, no estádio

de floração, irrigado com água não salina e salina, em solo sem e com cobertura. Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre diferentes condições de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de cobertura morta e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso de cobertura morta não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,19.

Esses resultados divergem de Paes et al. (1996) e Theodoro et al. (2003) ao

concluírem que a cobertura do solo com resíduos vegetais reduziu a acidez potencial

(H+ + Al3+) do solo.

Fósforo no solo

Os fatores isolados salinidade da água de irrigação e biofertilizante bovino

influenciaram significativamente os teores de fósforo no solo (Apêndice 1).

O aumento da salinidade da água de irrigação e o fornecimento do biofertilizante

resultaram em aumento dos teores de fósforo no solo (Figura 17). No solo irrigado com

Page 75: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

48

água de 4,5 dS m-1, os teores de P foram de 194,1 mg dm-3, superiores em, média, 24,4

mg dm-3 aos determinados no solo irrigado com água de baixa salinidade , com aumento

de 14% (Figura 17-A). Esses resultados são divergentes de Gomes et al. (2008) ao

constatarem que o aumento da salinidade da água de irrigação reduz a disponibilidade

de fósforo no solo.

Figura 17. Teores de fósforo extraível do solo na fase de florescimento do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina (A) e em lisímetros sem e com biofertilizante bovino (B). Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 14,70.

Para Pessoa et al. (2010), possivelmente com o pH do solo de 6,20 a 6,38

observado nos tratamentos com água salina (Figura 14), a carga superficial de partículas

do solo tenha se tornado cada vez mais negativa, aumentando a repulsão das partículas

entre o fosfato e a superfície adsorvente, com consequente diminuição da adsorção,

resultando em maior disponibilidade do macronutriente, o que foi constatado neste

trabalho, onde os teores de P no solo irrigado com água salina apresentaram valores de

194,1 mg dm-3.

A adição do biofertilizante bovino aumentou em 11,9% os teores de P no solo

com relação aos tratamentos sem o efluente orgânico, sendo elevado de 171,7 para

192,1 mg dm-3 (Figura 17-B). Pelos resultados, o biofertilizante pode reduzir a adsorção

de P no solo, em razão do teor de matéria orgânica em fornecer íons de origem orgânica

que competem com o fosfato pelos sítios de adsorção. Nesse sentido, Novais et al.

(2007) obtiveram correlação positiva entre o teor de matéria orgânica e o de P

disponível no solo, em razão da formação de pontes de cátions com o Al3+, Fe2+ e Ca2+ a

ela adsorvidos.

Page 76: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

49

Potássio no solo

A interação dos fatores salinidade da água de irrigação, biofertilizante bovino e

cobertura morta exerceu influência significativa nos teores de potássio no solo

(Apêndice 1).

Com exceção entre os tratamentos sem biofertilizante bovino e sem cobertura do

solo, o aumento da salinidade da água de irrigação comprometeu o teor de K+ no solo.

As reduções foram mais expressivas nos tratamentos com biofertilizante e sem

cobertura, de 247,90 para 166,70 mg dm-3 (32,7%) (Figura 18). Provavelmente, os

teores de Ca2+ e Mg2+ contidos no solo tratado com biofertilizante tenham incrementado

o antagonismo, com deslocamento do K+ dos sítios de troca e lixiviação após as

irrigações. Garcia et al. (2008) não observaram efeitos significativos nos teores de K+

no solo irrigado com água salina.

Figura 18. Valores de potássio no solo na fase de florescimento do maracujazeiro amarelo em função da aplicação de água não salina e salina em substratos sem e com biofertilizante, sem e com cobertura morta. Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 6,95.

O biofertilizante bovino contribuiu positivamente para incremento do teor de K+

no solo nos dois tipos de água, com superioridade nos tratamentos com água não salina.

O maior percentual de incremento foi verificado com a adição do biofertilizante nos

tratamentos sem cobertura, onde o teor de K+ no solo foi elevado de 157,5 para 248,4

Page 77: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

50

mg dm3 (57,7%). Nos tratamentos com água salina, o teor de K+ no solo foi mais

expressivo com a aplicação de biofertilizante bovino e uso da cobertura morta, com

elevação dos teores de 140,3 para 192,5 mg dm-3, correspondendo a um incremento de

37,2%. Isso evidencia que a aplicação de biofertilizante, independentemente do nível de

salinidade da água de irrigação, eleva os teores de K+ no solo a valores admitidos como

adequados às plantas em geral, inclusive ao maracujazeiro amarelo, conforme descrito

em Cavalcanti et al. (2008).

Comparativamente com outros autores, Diniz (2009) observou redução nos

teores de K+ no solo cultivado com biofertilizante e adubação nitrogenada, mas,

Nascimento (2010) detectou teores de 200 mg dm-3 de K+ no solo em plantio de

maracujazeiro amarelo irrigado com água salina (3,6 dS m-1) e biofertilizante bovino.

Os menores valores médios de K+ no solo nos tratamentos com água salina,

possivelmente sejam reflexos da lixiviação com as lavagens semanais do solo para

avaliação do consumo hídrico pelas plantas, e também pela competição pelos sítios de

troca entre os sais solúveis e este nutriente ou do antagonismo com o Mg2+ que,

conjuntamente com o Ca2+, deslocam o K+ do complexo sortivo, principalmente em

solos irrigados com água de salinidade elevada (QUAGGIO, 2000; DING; LUO; XU,

2006).

Com exceção dos tratamentos sob irrigação com água salina e com

biofertilizante, onde o teor de K+ no solo foi elevado de 166,7 para 192,5 mg dm-3, nos

demais tratamentos a cobertura do solo não exerceu efeitos significativos nesta variável.

Na avaliação das alterações na composição química da solução do solo após irrigação

com água salina e cobertura morta, Costa et al. (2008b) verificaram redução no teor de

K no solo.

Apesar dos mais baixos teores de K+ nos tratamentos com água não salina e

salina, sem biofertilizante, os valores superam o teor do nutriente no solo no início do

experimento (124 mg dm-3). Isso evidencia ação positiva do insumo orgânico sobre a

disponibilidade de K+ no solo.

Independentemente dos tratamentos, os teores de K+ no substrato no início do

experimento (124 mg dm-3) e os apresentados na Figura 18 são considerados altos por

Cavalcanti et al. (2008).

Page 78: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

51

Cálcio no solo

Os teores de cálcio no solo foram influenciados significativamente pela

interação salinidade da água x biofertilizante bovino (Apêndice 2).

Nos tratamentos irrigados com água de baixa salinidade, sem biofertilizante, os

teores de cálcio foram de 5,72 cmolc dm-3, superiores aos verificados no solo com água

salina em 0,61 cmolc dm-3, com incremento percentual de 11,9% (Figura 19).

Possivelmente, a salinidade promoveu a dispersão do material constituinte do substrato

(MEDEIROS; NASCIMENTO; GHEYI, 2010; SANTOS; CAVALCANTE; VITAL,

2010), contribuindo para maior lixiviação de bases trocáveis na suspensão drenada de

maior condutividade elétrica, como verificada na Figura 82, resultando em menores

valores de cálcio nos solos tratados com água salina. Dados médios apresentados por

Costa et al. (2008b) indicaram que não houve efeito significativo no teor de cálcio no

solo com o incremento da salinidade da água.

Figura 19. Valores de cálcio no solo em função da aplicação de água não salina e salina em substratos sem e com biofertilizante comum cultivados com maracujazeiro amarelo à época da floração. Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre diferentes condições de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,26.

A aplicação do biofertilizante elevou os teores de cálcio no solo de forma mais

expressiva nos tratamentos com água salina, com acréscimos de 6,4%. Rodrigues et al.

(2008), em estudos sobre a fertilidade de um solo cultivado com maracujazeiro amarelo

tratado com biofertilizante supermagro, verificaram aumentos de 2,45 para 3,82 cmolc

dm-3 no solo.

Page 79: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

52

Comparativamente, o solo irrigado com água não salina e com biofertilizante

apresentou teores de cálcio 11,4% superiores aos dos tratamentos com água salina e

com o insumo orgânico, com elevação de 5,44 para 6,06 cmolc dm-3. A inferioridade

pode ser devida à dispersão do solo provocada pela água de salinidade elevada

(MEDEIROS; NASCIMENTO; GHEYI, 2010; SANTOS; CAVALCANTE; VITAL,

2010) e com as lavagens semanais o nutriente deve ter sido lixiviado por fluxo de

massa. De acordo com Lagreid; Bockman; Kaarstad (1999) e Prates e Medeiros (2001),

a importância do biofertilizante como insumo orgânico não está nos quantitativos dos

elementos minerais da sua composição, mas na diversidade de nutrientes minerais

quelatizados e disponibilizados pela atividade biológica ao solo e às plantas e melhorias

das condições físicas dos solos.

Mesmo admitindo que o aumento da salinidade da água tenha provocado a

dispersão das argilas, elevando a macroporosidade do solo, resultando em maior

lixiviação de bases, inclusive o Ca2+ (MEDEIROS; NASCIMENTO; GHEYI, 2010;

SANTOS; CAVALCANTE; VITAL, 2010), os valores no solo na floração das plantas

estavam 29% e 38% superiores aos 3,95 cmolc dm-3 que o substrato possuía antes da

aplicação dos tratamentos sem e com biofertilizante, respectivamente. Quanto aos

tratamentos irrigados com água não salina, a superioridade foi de 45% e 53%,

respectivamente, no solo sem e com o insumo orgânico em comparação com os valores

do macronutriente antes de iniciar o experimento. Esses últimos resultados estão em

consonância com Nascimento (2010) ao avaliar a fertilidade do solo com doses de

biofertilizante bovino sob irrigação com água não salina (0,35 dS m-1) e salina (3,60 dS

m-1) e constatar aumentos nos teores de Ca2+ em relação ao valor inicial do solo

cultivado com maracujazeiro amarelo.

Page 80: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

53

Magnésio no solo

Dentre as fontes de variação adotadas, apenas o biofertilizante exerceu ação

significativa sobre os teores de Mg2+ no solo (Apêndice 2).

Pelos dados apresentados na Figura 20, verifica-se superioridade de 15% nos

teores de magnésio no solo nos tratamentos com biofertilizante bovino.

Figura 20. Teores de magnésio no solo na floração do maracujazeiro amarelo tratado com biofertilizante bovino. Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,19.

O valor inicial de Mg2+ no início do experimento era de 1,10 cmolc dm-3 (Tabela

1), sendo elevado 43,6% e 65,4% após a aplicação dos tratamentos no solo sem e com

biofertilizante, respectivamente. Ao considerar que não foi aplicado magnésio ao solo

com aplicação de fertilizantes minerais, os aumentos em relação ao valor inicial do solo

são devidos às irrigações com água não salina e salina, que continha 0,81 e 13,75 mmol

L-1 de magnésio, respectivamente, e ao biofertilizante.

A elevação do pH da solução do solo nos tratamentos com o insumo orgânico

(Figura 14) pode ter contribuído para o aumento do teor de Mg2+ (MALAVOLTA,

2006), como verificado também por Sousa et al. (2007) e Costa et al. (2010) ao

avaliarem o teor de magnésio no solo com a aplicação de fertilizantes orgânicos.

Sódio no solo

Os teores de sódio no solo foram influenciados estatisticamente pela interação

salinidade da água x biofertilizante bovino x cobertura morta (Apêndice 2).

Page 81: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

54

Os elevados teores de Na+ na água salina (31,96 mmolc L-1) e do biofertilizante

(3,42 mmolc L-1) promoveram a superioridade do elemento no solo (Figura 21).

Figura 21. Valores de sódio no solo na época da floração do maracujazeiro amarelo em função da aplicação de água não salina e salina em substratos sem e com biofertilizante, sem e com cobertura morta. Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de

Tukey (P < 0,05). DMS = 0,028.

Nos tratamentos irrigados com água não salina, o biofertilizante incrementou o

teor de sódio no solo sem cobertura morta em 12,8%. No solo irrigado com água salina,

os teores de sódio com o uso do insumo orgânico aumentaram de 0,70 para 0,98 cmolc

dm-3 e de 0,78 para 0,85 cmolc dm-3, correspondendo em aumentos percentuais de 40%

e 9%, nos tratamentos sem e com cobertura morta, respectivamente. Comparativamente,

o aumento do teor salino da água de irrigação e a aplicação do biofertilizante elevaram

os teores de Na+ no solo em mais de 100%, mais expressivamente de 0,40 (água não

salina, sem biofertilizante e sem cobertura morta) para 0,98 cmolc dm-3 (água salina,

com biofertilizante e sem cobertura). Resultados semelhantes foram registrados por

Nascimento (2010) em solo cultivado com maracujazeiro amarelo, com biofertilizante

sob irrigação com águas salinas.

Ao comparar os valores na época da floração das plantas com o teor original

(0,29 cmolc dm-3), constatam-se elevações nos teores de sódio no solo para 0,34 e 0,39

cmolc dm-3, nos tratamentos irrigados com água de baixa salinidade, e para 0,70 e 0,98

Page 82: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

55

cmolc dm-3 no solo irrigado com água de alta salinidade, respectivamente. Pelos

resultados, a irrigação com água de 4,5 dS m-1 elevou os teores de Na+ para o máximo

de 0,98 cmolc dm-3 (T7). Solos com teores de sódio a partir desse valor, conforme

Richards (1954), podem ter a sua estruturação comprometida.

Capacidade de troca catiônica do solo

No Apêndice 2, percebe-se que a capacidade de troca catiônica sofreu influência

significativa pela interação salinidade da água x biofertilizante bovino.

Os aumentos registrados para K+, Ca2+ e Na+ (Figuras 18, 19 e 21) resultaram no

aumento da capacidade de troca catiônica nos tratamentos com água não salina e com

biofertilizante (Figura 22). A irrigação com água salina no solo sem biofertilizante

elevou a CTC dos substratos de 8,58 para 9,22 cmolc dm-3, promovendo um acréscimo

de 7,4%. Nos tratamentos sem e com biofertilizante, irrigados com água não salina, a

CTC foi elevada de 8,58 para 9,36 cmolc dm-3.

Figura 22. Capacidade de troca catiônica (CTCpH 7) à época da floração no solo cultivado com maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, sem e com biofertilizante bovino. Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,20.

Os maiores teores de K+ e Ca2+, principalmente, nos tratamentos com água não

salina e com biofertilizante, possivelmente decorrentes de uma maior mineralização da

matéria orgânica do efluente orgânico, liberaram esses elementos nos sítios de troca,

aumentando a CTC. Nesse sentido, Ghoulam; Foursy; Fares (2002) e Rodrigues et al.,

Page 83: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

56

(2009a) afirmam que a aplicação de efluentes orgânicos líquidos influem positivamente

na elevação da CTC dos solos.

No solo irrigado com água salina, a aplicação do biofertilizante bovino não

influiu na CTC, com valores variando de 9,22 a 9,38 cmolc dm-3, respectivamente em

solos sem e com o insumo orgânico. Isso evidencia que o aumento da CTC foi, em

maior parte, devido à adição do superfosfato simples, que contém 18% de cálcio, do K+

nas adubações e dos teores de potássio, cálcio e magnésio contidos na água de irrigação.

Os valores da CTC referentes aos tratamentos com água não salina e salina, com

biofertilizante, não variaram, possivelmente em decorrência de teores médios mais

elevados de Ca2+ nos tratamentos com água não salina (Figura 19), contrabalanceando a

superioridade dos tratamentos com água salina nos teores de K+ e Na+ extraíveis do solo

(Figuras 18 e 21).

Ao relacionar os valores da Figura 22 com a CTC inicial do substrato (Tabela 1)

de 7,30 cmolc dm-3, observa-se que o aumento da salinidade da água de irrigação de 0,5

para 4,5 dS m-1, no solo sem biofertilizante, aumentou a CTC do solo em 17,5% e

26,3% e, no solo com o insumo, em 28,2% e 28,5%, respectivamente.

Teores de boro no solo

A interação salinidade da água de irrigação, biofertilizante bovino e cobertura

morta exerceu efeitos significativos nos teores de boro no solo (Apêndice 3).

Conforme a Figura 23, a elevação do teor salino da água de irrigação elevou os

teores médios de boro no solo de 0,63 para 0,79 mg dm-3 entre os tratamentos sem

biofertilizante e sem cobertura morta no solo, resultando em acréscimos de 25,4% desse

micronutriente. Esses resultados são coerentes com os teores de boro, na forma de sais,

encontrados na Tabela 1. Com aplicação do biofertilizante e o uso da cobertura, os

teores de boro no solo aumentaram em 14,1% nos tratamentos com água salina, sendo

elevado de 0,92 (água não salina) para 1,05 mg dm-3.

Page 84: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

57

Figura 23. Teores de boro no solo cultivado com maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina, salina e submetidas às condições de biofertilização e cobertura morta na época da floração. Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,036.

A cobertura morta proporcionou incrementos nos teores de boro no solo, de

forma mais expressiva nos tratamentos com água não salina e sem biofertilizante, com

acréscimos de 27% e, com água salina e com cobertura morta, de 16,7%. A cobertura

morta mantém o solo mais úmido e a nível adequado e, por isso, acelera a

decomposição da matéria orgânica, o que, segundo Abreu; Lopes; Santos (2007),

proporciona maiores condições para liberação do boro no solo.

Com relação ao uso do biofertilizante bovino, percebe-se que os teores de boro

no solo aumentaram com o fornecimento do insumo orgânico. Nos tratamentos com

água de baixa salinidade, os teores de boro no solo foram mais expressivos nos

tratamentos sem cobertura morta, sendo elevado de 0,63 para 0,84 mg dm-3,

expressando um aumento de 33,3%. No solo irrigado com água de alta salinidade, a

maior elevação foi nos tratamentos com cobertura morta, com teores médios de 0,89 a

1,05 mg dm-3 (23,6%), o que ratifica as observações de Abreu; Lopes e Santos (2007)

de que os insumos orgânicos são fontes de boro para o solo. Segundo Rosolem e

Bíscaro (2007), a maior parte de boro disponível no solo está ligada à fração orgânica,

que o retém fortemente. Ao avaliar o efeito da aplicação de biofertilizante supermagro e

potássio na cultura do maracujazeiro amarelo, Rodrigues et al. (2009a) observou que a

Page 85: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

58

adição de biofertilizante, em tratamentos sem e com potássio, aumentou a

disponibilidade de boro no solo.

Os teores de boro no solo expressos na Figura 22 são considerados altos ou

adequados por Malavolta; Vitti e Oliveira (1997) e expressam elevações de 1,6% (T1) a

69,4% (T8) com relação aos teores antes do início dos tratamentos (Tabela 1).

Teores de ferro no solo

Os teores de ferro no solo foram influenciados significativamente pela interação

salinidade da água de irrigação e biofertilizante bovino (Apêndice 3).

Apesar da tendência de declínio, os teores de ferro no variaram com o aumento

da salinidade da água de irrigação (Figura 24). Nos tratamentos sem biofertilizante, os

teores variaram de 54,6 a 55,0 mg dm-3 entre os tratamentos com água salina e não

salina, com teor adequado do micronutriente no solo de acordo com Malavolta; Vitti;

Oliveira (1997).

Figura 24. Teores de ferro no solo cultivado com maracujazeiro amarelo submetido à irrigação com água não salina e salina, sem e com biofertilizante bovino, na época de floração. Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 3,88.

A adição do biofertilizante nos tratamentos com água de baixa salinidade elevou

o teor de ferro no solo para 58,2 mg dm-3, mas sem diferença significativa com os

valores de 56,1 mg dm-3 nos tratamentos com água salina. A tendência desses resultados

está coerente com os relatados por Dantas (2007) ao observar que o biofertilizante

Page 86: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

59

reduziu a disponibilidade de ferro no solo. Por outro lado, estão em conflito com os de

França et al. (2009) ao registrarem aumento nos teores de ferro no solo de 14 a 20 mg

dm-3 e 14 e de 24 mg dm-3 em função de doses de biofertilizante puro e enriquecido,

respectivamente.

Comparativamente com o valor antes do início do experimento (36,04 mg dm-3),

a interação tipo de água x biofertilizante elevou os teores de ferro do solo em 52,6%,

51,4% e em 61,5% e 55,6%, respectivamente, no solo sem e com biofertilizante bovino

sob irrigação com águas de baixa e alta salinidade.

Teores de manganês no solo

Dentre as fontes de variação estudadas, apenas o biofertilizante bovino

influenciou significativamente (Apêndice 3) e elevou a disponibilidade de manganês no

solo (Figura 25).

Figura 25. Teores de manganês no solo cultivado com maracujazeiro amarelo submetido às condições de uso de biofertilizante bovino, na época de floração. Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,55.

Os teores de manganês no solo foram elevados de 10,4 para 11,1 mg dm-3, com

aumento de 6,7% atribuído ao insumo orgânico. Ao comparar com o teor original de 6,8

mg dm-3 que o substrato possuía antes dos tratamentos, percebe-se que os teores do

micronutriente foram elevados em 53% e em 63,2% nos tratamentos sem e com

biofertilizante, respectivamente. Esses valores, conforme Borges (2004), expressam um

teor médio no solo e a elevação pode ser decorrente do aumento do pH do solo nos

tratamentos com o biofertilizante e irrigação com água não salina. Segundo Abreu;

Page 87: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

60

Lopes e Santos (2007), a maior disponibilidade de manganês no solo ocorre na faixa de

pH de 4,0 a 6,0.

No solo tratado com biofertilizante puro em cultivo com mamoeiro, França et al.

(2009) verificaram que os conteúdos de manganês no solo cresceram linearmente com o

aumento das doses fornecidas, oscilando de 17 a 22 mg dm-3.

Teores de zinco no solo

As interações biofertilizante x salinidade da água e biofertilizante x cobertura do

solo exerceram efeitos significativos sobre os teores de zinco no solo na floração do

maracujazeiro amarelo (Apêndice 3).

O aumento da salinidade da água aplicada ao solo, sem o biofertilizante bovino,

elevou o teor de zinco no solo de 1,62 para 2,10 mg dm-3 (Figura 26-A), isto é, elevando

o teor no solo de médio para alto (MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997). Com o

insumo orgânico, não houve efeito significativo entre os tratamentos com água não

salina e salina, com valores respectivos de 3,00 e 3,04 mg dm-3. Esse comportamento,

contrasta com Costa et al. (2008b) ao observarem redução nos teores de zinco em

cultivo de amaranto sob adubação à base de zinco com o aumento do teor salino da água

de irrigação.

Nos tratamentos com água de baixa e alta salinidade, o biofertilizante promoveu

acréscimos de 1,38 e 0,94 mg dm-3, respectivamente, em relação ao solo sem o

respectivo insumo. Essas elevações, conforme Vale et al. (1997), podem ser devidas ao

aumento de cálcio, que desloca o zinco de complexos e quelatos para a solução do solo,

o que evidencia coerência com os teores de cálcio no solo indicados na Figura 19, que

superam os valores antes da aplicação dos tratamentos (Tabela 1). O aumento na

disponibilidade de zinco, de acordo com Abreu; Lopes e Santos (2007), pode, também,

estar associado com a faixa de pH da solução do solo entre 5,0 e 6,5, que é compatível

com o potencial hidrogeniônico verificado na interação salinidade da água x

biofertilizante apresentada na Figura 14.

Page 88: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

61

Figura 26. Teores de zinco no solo cultivado com maracujazeiro amarelo submetido à irrigação com água não salina e salina, sem e com biofertilizante bovino (A) e sob condições de aplicação de biofertilizante e cobertura morta (B), na época de floração. Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino (A) e minúsculas entre diferentes condições do uso da cobertura morta dentro das mesmas condições do uso do biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma condição do uso da cobertura morta dentro de diferentes condições do uso de biofertilizante bovino (B) não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,23.

Com relação aos fatores biofertilizante bovino e cobertura morta (Figura 26-B),

os teores de zinco no solo foram elevados com relação ao teor inicial antes dos

tratamentos (1,04 mg dm-3), com valores de 2,15 mg dm-3 (sem biofertilizante e com

cobertura morta) a 2,63 mg dm-3 (com biofertilizante e com cobertura morta), com

efeito significativo da proteção do solo entre os tratamentos ligados ao uso do

biofertilizante. Com níveis elevados de P no solo (Figura 17), Abreu; Lopes; Santos

(2007) verificaram antagonismo com zinco em cultivos de várias espécies de plantas.

Costa et al. (2008b) não observaram efeito significativo nos teores de zinco no

solo entre tratamentos com irrigação de plantas com salinidade de 0,5 a 4,0 dS m-1 e

cobertura morta em cultivo de amaranto, concordantes com as constatações deste

trabalho.

Page 89: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

62

Condutividade elétrica do extrato de saturação

As interações salinidade da água x biofertilizante, salinidade da água x

cobertura morta e biofertilizante x cobertura morta interferiram na condição salina do

solo ao final do experimento (Apêndice 4).

A elevação do conteúdo iônico da água de irrigação aumentou, expressivamente,

a salinidade do solo ao final do experimento (Figuras 27-A e 27-B). Pelos resultados

apresentados, a condutividade elétrica foi elevada de valores abaixo de 4,0 dS m-1 nos

tratamentos com água não salina, para 6,6 e 9,2 dS m-1 (Figura 27-A) e para 7,2 e 8,6 dS

m-1 nos solos irrigados com água de alta salinidade (Figura 27-B). Isso indica que o

caráter salino do solo foi elevado de não salino até fortemente salino, em que a CEes se

situa entre 8,0 e 16,0 dS m-1 (RICHARDS, 1954; MEDEIROS; NASCIMENTO;

GHEYI, 2010).

Figura 27. Valores da salinidade no extrato de saturação (CEes), no final do experimento, no solo sob irrigação com água salina e não salina, sem e com biofertilizante bovino (A) e irrigado com água salina e não salina, sem e com cobertura morta (B). Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino (A), minúsculas entre diferentes condições de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de cobertura morta e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso de cobertura morta (B) não

diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,44.

Na avaliação dos efeitos da salinidade da água de 0,1 a 8,0 dS m-1 em solos

cultivados com cana-de-açúcar, Santana et al. (2007) observaram incremento de 0,1 a

10,2 dS m-1 na condutividade elétrica do solo. Freitas et al. (2007) verificaram aumento

na CEes de até 3,0 dS m-1 em solos irrigados com água salina.

Page 90: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

63

A adição do biofertilizante e da cobertura morta reduziu em 28,2% e 16,2% o

teor salino em relação ao solo sem os respectivos insumos sob irrigação com água de

alta salinidade (4,5 dS m-1). No que se refere ao biofertilizante, a redução pode ser

resposta dos seus efeitos na melhoria física no aumento da porosidade total, como

verificado por Campos (2009) em solo sódico tratado com doses crescentes de

biofertilizante e por Cavalcante et al. (2010b) ao concluírem que o esterco líquido de

bovino exerce melhorias no espaço poroso do solo, contribuindo para maior dinâmica

da água. Quanto à cobertura morta, os efeitos devem ser devido ao solo se manter mais

úmido.

Ao analisar a Figura 28, observa-se redução mais expressiva da CEes de 6,4 para

4,6 dS m-1, com declínio de 28,1% no solo sem biofertilizante e com cobertura. No solo

com o insumo orgânico, a redução foi de 7,7%. Mesmo sob menor depleção entre o solo

com biofertilizante, sem e com cobertura do solo, o insumo orgânico reduziu em 18,8%

a condutividade elétrica do extrato de saturação do solo.

Figura 28. Valores da salinidade no extrato de saturação (CEes), no final do experimento, no solo sem e com biofertilizante bovino, sem e com cobertura. Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre diferentes condições do uso da cobertura morta dentro das mesmas condições do uso do biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma condição do uso da cobertura morta dentro de diferentes condições do uso de biofertilizante bovino não diferem

estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,44.

Apesar dos efeitos positivos do biofertilizante (Figura 27-A) e da cobertura

morta na redução da salinidade em relação aos tratamentos sem os respectivos insumos,

os valores da CEes são suficientes para inibir o crescimento da maioria das plantas

cultivadas, como registrado por Lima et al. (2007), Sousa et al. (2008) e Rebequi et al.

(2009).

Page 91: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

64

Percentagem de sódio trocável do solo

A interação salinidade da água de irrigação x biofertilizante x cobertura do solo

interferiu significativamente na percentagem de sódio trocável do solo (Apêndice 4).

Nos tratamentos com água não salina e sem cobertura morta, o biofertilizante

não exerceu efeito significativo na PST do solo, com elevação de 3,92 para 4,24%.

Mesmo sendo elevada de 4,16 para 4,20%, a aposição do insumo nos tratamentos com

cobertura do solo impediu o efeito significativo no teor salino (Figura 29).

Figura 29. Percentagem de sódio trocável (PST) do solo em função da aplicação de água não salina e salina em substratos sem e com biofertilizante, sem e com cobertura morta, cultivados com maracujazeiro amarelo na floração. Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de

Tukey (P < 0,05). DMS = 0,35.

Nos solos irrigados com água salina e sem cobertura morta, o incremento da

PST em função da aplicação do biofertilizante foi de 36,6%, sendo elevada de 7,62 para

10,41%. Menor tendência de elevação da PST foi verificada nos tratamentos com

biofertilizante e cobertura morta, com incremento de 4,9%, com os valores elevados de

8,42 para 9,04%.

A irrigação do solo com água de maior condutividade elétrica exerceu efeitos

significativos sobre a elevação da PST. Costa et al. (2008b) relataram que o aumento da

salinidade da água de irrigação proporcionou elevação da PST do solo e a cobertura

morta não exerceu efeitos sobre a redução dessa variável.

Page 92: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

65

Entre os tratamentos com água não salina e salina, respectivamente, os valores

médios de PST foram elevados de 3,92 para 7,62% no solo sem biofertilizante e sem

cobertura, de 4,16 para 8,42 nos tratamentos sem biofertilizante e com cobertura no

solo, respectivamente. Os maiores valores de PST foram evidenciados nos tratamentos

com água salina, com biofertilizante sem e com cobertura morta, com valores

respectivos de 10,4% e 9,04%, representando elevações de 145,5% e 115,2% em

relação ao solo com água não salina.

Esses resultados apesar de inferiores aos 15% e não expressarem riscos de

sodicidade (PST) ao solo e às plantas (RICHARDS, 1954; PIZARRO, 1978; QUEIROZ

et al., 2010), indicam aumentos respostivos do nível de sodicidade inicial que era de

4,01% (Tabela 3). Mesmo admitindo que os valores ainda não causam transtornos

porque são inferiores a 15%, os aumentos percentuais atingem incrementos de 90%,

110%, 160% e 125% em relação ao solo antes da aplicação dos tratamentos.

A interação salinidade da água e cobertura morta exerceu efeitos significativos

na percentagem de sódio trocável ao final do experimento (Apêndice 4).

Na Figura 30, observa-se que não houve diferença estatística entre os

tratamentos com o mesmo tipo de água com a aplicação do biofertilizante bovino ao

final do experimento. Independentemente do uso do insumo orgânico, a elevação do

teor salino incrementou a percentagem de sódio trocável no solo de 2,37 a 4,86% (sem

biofertilizante) e de 2,32 a 4,80% (com biofertilizante), em conformidade com o que

registraram Cavalcante et al. (2005a) em avaliações com maracujazeiro amarelo em

diferentes formas de plantio. De acordo com Amorim et al. (2002), os maiores valores

percentuais de sódio trocável no solo são proporcionais aos teores de sódio.

Page 93: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

66

Figura 30. Percentagem de sódio trocável (PST) do solo cultivado com maracujazeiro amarelo, ao final do experimento, em função da aplicação de água não salina e salina em substratos sem e com biofertilizante. Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino não diferem estatisticamente entre si pelo

teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,65.

Com base em Richards (1954), por serem inferiores a 15%, os níveis de

salinidade contidos em tratamentos analisados neste trabalho não ocasionam danos à

estrutura física do solo nas condições de lisimetria avaliadas e nem ocasionam toxidez

às plantas de maracujazeiro amarelo.

Em estudo com maracujazeiro amarelo, Nascimento (2010) verificou que,

diferentemente com o observado no solo irrigado com água salina, nos tratamentos com

água não salina a PST foi elevada com a aplicação do biofertilizante, com valores de

0,26 a 0,31%, expressivamente inferiores ao deste trabalho.

pH do extrato de saturação

Assim como verificado para a CEes, as interações salinidade da água x

biofertilizante e salinidade da água x cobertura do solo exerceram ação significativa no

pH do extrato de saturação (Apêndice 4).

Nas Figuras 31-A e 31-B, percebe-se que, no final do experimento, os solos com

água de maior condutividade elétrica, independentemente do biofertilizante da cobertura

morta, apresentaram reduções no pHes, menos expressivamente nos tratamentos com o

insumo orgânico e cobertura do solo.

Page 94: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

67

Figura 31. pH do extrato de saturação do solo (pHes) no final do experimento com maracujazeiro amarelo irrigado com água salina e não salina, sem e com biofertilizante bovino (A) e irrigado com água salina e não salina, sem e com cobertura morta (B). Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino (A), minúsculas entre diferentes condições de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de cobertura morta e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso de cobertura morta (B) não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,09.

Conforme a Figura 31-A, nos tratamentos sem e com biofertilizante, o pHes do

solo irrigado com água de baixa salinidade se manteve em 7,2. Observa-se, também,

que nos tratamentos com água salina e biofertilizante o pHes foi elevado de 6,8 para 7,1.

Aumento na mesma proporção foi observado no solo com cobertura sob irrigação com

água salina (Figura 31-B). O aumento relativo ao biofertilizante pode ser resposta ao

maior incremente de potássio, cálcio e magnésio ao solo e na cobertura do solo pela

manutenção do solo mais úmido e menos aquecido, resultando em menor lixiviação das

respectivas bases para a solução excedente (CAVALCANTE et al., 2005a).

O pHes foi influenciado significativamente pelos feitos conjuntos do

biofertilizante bovino e cobertura morta (Apêndice 4).

A cobertura morta elevou o pHes de 6,9 para 7,1 e de 7,1 para 7,2 nos

tratamentos sem e com biofertilizante bovino (Figura 32). Situação semelhante foi

apresentada por Santos (2004) ao constatar que a aplicação de biofertilizante eleva o

pHes.

Page 95: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

68

Figura 32. pH do extrato de saturação do solo (pHes) no final do experimento com maracujazeiro amarelo sem e com aplicação de biofertilizante, sem e com cobertura morta. Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre diferentes condições do uso da cobertura morta dentro das mesmas condições do uso do biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma condição do uso da cobertura morta dentro de diferentes condições do uso de biofertilizante bovino não diferem

estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,09.

4.2. Crescimento e desenvolvimento das plantas

A taxa de crescimento absoluto em altura das plantas (TCAA) foi obtida dos 21

dias após o transplantio das mudas até à poda da gema apical, conforme resultados dos

tratamentos observados na Tabela 4.

Conforme observado no Apêndice 5, a interação salinidade da água de irrigação

x biofertilizante x cobertura do solo exerceu efeitos significativos no crescimento em

altura.

Quando submetidas à irrigação com água de alta salinidade, sem biofertilizante e

sem cobertura do solo, as plantas apresentaram crescimento inferior em 34,4% em

relação às plantas irrigadas com água de baixa salinidade (Figura 33). Esse declínio

pode, segundo Hasegawa et al. (2000), Arruda et al.(2002), Correia (2005), Lima et al.

(2007), Meza; Arizaleta; Bautista (2007), Cavalcante et al. (2009b) e Farias et al.

(2009), comprometer a área foliar, resultando em menor eficiência fotossintética (Figura

63) e, como efeito, resultar na inibição do crescimento das plantas.

Page 96: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

69

Figura 33. Taxa de crescimento absoluto em altura (TCAA) de plantas de maracujazeiro amarelo irrigadas com água não salina, salina e submetidas às condições de biofertilização e cobertura morta. Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de

Tukey (P < 0,05). DMS = 0,42.

O crescimento das plantas em altura foi influenciado positivamente com a adição

do insumo orgânico, com exceção, nos tratamentos com água salina e com cobertura

morta. A cobertura morta, nos dois tipos de água de irrigação, elevou a TCAA. Na

interação com água de baixa salinidade, os resultados indicaram um aumento de 39,2%

nesta variável (6,85 cm dia-1) em relação às plantas testemunhas (4,92 cm dia-1).

Nas plantas irrigadas com água salina, o uso do efluente orgânico e da cobertura

do solo estimulou a velocidade de crescimento, com acréscimos de 33,1% na TCAA

(4,87 cm dia-1), quando comparadas com as do tratamento sem biofertilizante e

cobertura do solo (3,66 cm dia-1). Esses resultados indicam eficiência de ambos os

insumos na atenuação dos efeitos da salinidade da água de irrigação, contribuindo para

o crescimento inicial do maracujazeiro amarelo, como concluíram Silva et al. (2007) em

que a cultura teve o crescimento estimulado com o uso do biofertilizante bovino ao solo.

Silva et al. (2006) e Li et al. (2008) constataram que a cobertura morta mantém o solo

menos aquecido e mais úmido e, portanto, exercendo efeito diluidor dos sais sob maior

umidade.

Para Ghoulam; Foursy; Fares (2002) e Baalousha; Motelica-Heino; Coustumer

(2006), as substâncias húmicas dos materiais orgânicos podem proporcionar

Page 97: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

70

incrementos na produção de solutos orgânicos, como açúcares e aminoácidos livres,

elevando a capacidade das plantas se ajustarem osmoticamente aos sais. Com base nisto,

provavelmente, o biofertilizante bovino atue positivamente na redução dos efeitos

depressivos da salinidade às plantas de maracujazeiro amarelo.

De acordo com Vessey (2003) e Freire et al. (2010a), os solutos orgânicos do

biofertilizante bovino podem proporcionar condições mais adequadas ao alongamento

celular das plantas em decorrência da melhoria física do ambiente edáfico, do estímulo à

ação de proteínas e solutos orgânicos, resultando em maior disponibilidade de nutrientes

às plantas e maior atividade microbiana. A cobertura do solo aumenta a capacidade de

infiltração de água, reduz a taxa diária de evaporação em razão da reflexão da energia

radiante, conservando o solo com maior teor de umidade (STONE e MOREIRA, 2000;

SILVA et al., 2006; LI et al., 2008).

A menor taxa de crescimento absoluto em altura foi registrada nas plantas

submetidas à irrigação com água salina, sem biofertilizante e sem cobertura morta (3,66

cm dia-1).

Os fatores salinidade da água de irrigação e biofertilizante bovino, conjuntamente,

exerceram efeitos significativos na taxa de crescimento relativo em altura das plantas

(Apêndice 5).

O aumento da condutividade elétrica da água de irrigação, de 0,5 dS m-1 para 4,5

dS m-1 (Figura 34), afetou negativamente a taxa de crescimento relativo em altura

(TCRA) do maracujazeiro amarelo, mais expressivamente com a biofertilização. Os

declínios de 0,01 cm cm dia-1, equivalente ao percentual de 20,0%, e de 0,03 cm cm-1

dia-1, de 42,8%, com o aumento do teor salino da água, nos tratamentos sem e com

biofertilizante, respectivamente, evidencia o comprometimento das atividades

fisiológicas, com perdas na capacidade de crescimento e desenvolvimento das plantas

(HASEGAWA et al., 2000; TÁVORA; FERREIRA e HERNANDEZ, 2001; TAIZ e

ZEIGER, 2008). No tocante à salinidade, o comportamento dos dados se coaduna com

Costa et al. (2005), Cruz et al. (2006) e Cavalcante et al. (2009a) em que o crescimento

de plântulas de maracujazeiro amarelo foi significativamente inibido pelo acréscimo do

teor salino das águas de irrigação.

Page 98: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

71

Figura 34. Taxa de crescimento relativo em altura (TCRA) de plantas de maracujazeiro amarelo irrigadas com água de baixa e alta salinidade, no solo sem e com biofertilizante. Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino não diferem estatisticamente entre si pelo

teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,0087.

Os efeitos inibidores da salinidade no crescimento das plantas, como na taxa de

crescimento relativo, em altura, do maracujazeiro amarelo, têm sido referenciados mais

do ponto de vista da toxicidade de íons específicos, como Na+, Cl- ou SO42- do que da

ação conjunta do complexo salino ou da mistura de sais nas funções dos sistemas

enzimáticos e síntese protéica (ZHU, 2001; GARCIA-SANCHEZ et al., 2002;

WAHOME; JESCH; GRITTNER, 2002).

Entretanto, esses efeitos podem ser, também, de natureza osmótica, baixa

capacidade de ajustamento osmótico da cultura e redução do potencial total da água

provocado pelo aumento da concentração salina, resultando em estresse hídrico e

reduzindo a água disponível às plantas. Nessas condições, registram-se inibição no

alongamento celular, na abertura estomática, assimilação líquida de CO2, declínio da

eficiência fotossintética e, consequentemente, no crescimento das plantas (KASHEM et

al., 2000; LACERDA et al., 2001; VIANA; BRUCKNER; MARTINEZ, 2001;

MUNNS, 2002; YOKOI et al., 2002; LACERDA et al., 2003; FLOWERS, 2004;

MUNNS; TESTER, 2008). Esse conjunto de adversidades compromete a atividade

fisiológica, provocando perdas da capacidade de crescimento e desenvolvimento das

plantas.

As interações salinidade da água x biofertilizante bovino e salinidade da água x

cobertura morta influenciaram significativamente a taxa de crescimento absoluto em

diâmetro caulinar (TCADC) do maracujazeiro amarelo (Apêndice 5).

Page 99: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

72

O incremento do teor salino das águas de irrigação comprometeu TCADC do

maracujazeiro amarelo, mas sempre com menor intensidade nas plantas dos tratamentos

com biofertilizante (Figura 35-A) e cobertura morta (Figura 35-B). As reduções

observadas na TCADC são justificadas pelo aumento da quantidade de sais, conforme

observações de Munns e Tester (2008).

Figura 35. Taxa de crescimento absoluto em diâmetro caulinar (TCADC) de plantas de maracujazeiro amarelo irrigadas com água de baixa e alta salinidade, sem e com biofertilizante (A) e sem e com cobertura morta (B). Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino (A), minúsculas entre diferentes condições de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de cobertura morta e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso de cobertura morta (B) não

diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,003.

Os dados médios de TCADC foram mais expressivos nos tratamentos com água de

baixa salinidade e biofertilizante bovino, com aumento de 21,6%, referente à elevação

de 0,074 a 0,090 cm dia-1. As plantas submetidas ao estresse salino com água de 4,5 dS

m-1 tiveram a TCADC elevada de 0,068 cm dia-1, nos tratamentos sem biofertilizante,

para 0,078 cm dia-1 com a adição do insumo, exibindo um aumento de 14,7%, com

redução do efeito inibidor da salinidade da água às plantas, conforme evidenciado por

Campos et al. (2009) para mamoneira (Ricinus communis L.), Cavalcante et al. (2009a)

e Gondim et al. (2010) para maracujazeiro amarelo.

A utilização da cobertura morta reduziu significativamente o crescimento caulinar

das plantas, entretanto interferiu mais significativamente nas plantas tratadas com água

salina, com acréscimos de 8,6% na TCADC (Figura 35-B), possivelmente em

decorrência do menor aquecimento da superfície do substrato (Tabela 5), contribuindo

Page 100: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

73

para manutenção de um maior teor de umidade no solo com cobertura morta, conforme

observaram Miranda et al. (2004) e Lyra et al. (2010).

As fontes de variação salinidade da água e biofertilizante bovino, isoladamente,

exerceram influência significativa na taxa de crescimento relativo em diâmetro caulinar

(TCRDC) do maracujazeiro amarelo (Apêndice 5).

O aumento da salinidade da água de irrigação de 0,5 para 4,5 dS m-1 reduziu de

0,008 para 0,007 cm cm-1 dia-1, com declínio de 12,5%, TCRDC das plantas (Figura 36-

A). A aplicação do biofertilizante promoveu um aumento de 14,2% no crescimento,

sendo elevado de 0,007 para 0,008 cm cm-1 dia-1, conforme dispõe a Figura 36-B.

Figura 36. Taxa de crescimento relativo em diâmetro caulinar (TCRDC) do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina (A), sem e com biofertilizante bovino (B). Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,0001.

Na avaliação do crescimento inicial do maracujazeiro amarelo, Cruz et al.

(2006) e Cavalcante et al. (2009a) observaram efeitos inibitórios de alguns parâmetros

com a elevação do conteúdo salino da água de irrigação, como observado nos

tratamentos sem biofertilizante. Nos tratamentos com o efluente orgânico, a expressão

dos seus efeitos positivos no crescimento caulinar das plantas, segundo Nardi et al.

(2002), Vessey (2003), Campos (2009), Cavalcante et al. (2009b) e Rebequi et al.

(2009), decorrem da melhoria física do ambiente edáfico, do estímulo à ação de

proteínas e solutos orgânicos, resultando em maior disponibilidade de água, nutrientes e

maior atividade microbiana às plantas.

Page 101: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

74

A salinidade da água de irrigação e a interação biofertilizante bovino x cobertura

morta exerceram efeitos significativos no período de poda dos ramaos laterais das

plantas (Apêndice 6).

Conforme indicado na Figura 37-A, o aumento da salinidade da água de irrigação

inibiu o crescimento das plantas, retardando o período de poda dos ramos laterais em

7,5 dias, em comparação às plantas irrigadas com água de 0,5 dS m-1. Mesmo

considerando o tempo decorrido para o início dos tratamentos com água salina, o tempo

total para poda dos ramos laterais, com água de alta salinidade, foi de 97,8 dias,

semelhante ao registrado por Cavalcante et al. (2007), mas inferior aos 102 dias

registrados por Soares et al. (2008) em cultivo de maracujazeiro amarelo irrigado com

água salina (4,0 dS m-1), à variação de 118 a 128 dias apresentada por Diniz (2009) e

aos 118 dias por Nascimento (2010) em maracujazeiro sob irrigação com água salina.

Os resultados obtidos estão compatíveis com as afirmações de Tester e Davenport

(2003) de que os efeitos osmóticos restringem a disponibilidade hídrica por toxicidade e

desordens nutricionais, reduzem o crescimento e o desenvolvimento de plantas.

Figura 37. Período de poda dos ramos laterais em plantas de maracujazeiro amarelo irrigadas com água não salina e salina (A) e efeitos do biofertilizante bovino e cobertura morta sobre o período de poda dos ramos laterais do maracujazeiro amarelo (B). Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si (A) e médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre diferentes condições do uso da cobertura morta dentro das mesmas condições do uso do biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma condição do uso da cobertura morta dentro de diferentes condições do uso de biofertilizante bovino (B) não diferem estatisticamente entre si pelo teste

de Tukey (P < 0,05). DMS (A) = 2,20; DMS (B) = 3,45.

Com base na Figura 37-B, independentemente da aplicação de biofertilizante

bovino nas covas, a cobertura morta estimulou o crescimento das plantas, reduzindo o

período de poda dos ramos laterais das plantas de 82,7 para 70 dias e de 72,2 para 67,5

Page 102: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

75

dias nas plantas sem e com biofertilizante, respectivamente. Com isso, percebe-se que o

maior retardamento na poda dos ramos laterais ocorreu nas plantas sem os insumos, que

foi de 82,7 dias, e a maior velocidade, de 67,5 dias, foi nas plantas tratadas com ambos

os insumos.

A utilização simultânea do biofertilizante bovino e da cobertura do solo reduziu

em 18,4% o tempo para poda dos ramos laterais em comparação com as plantas onde

não se adotou esse tipo de manejo. A antecipação da poda dos ramos laterais nessas

circunstâncias pode ser resposta do biofertilizante como ativador do crescimento das

plantas, conforme afirmam Santos e Akiba (1996) e Campos et al. (2008), mas diverge

de Santos (2004) ao afirmar que o insumo orgânico aplicado ao solo não exerceu efeitos

significativos sobre a fenometria do maracujazeiro amarelo.

O comprimento de internódios dos ramos laterais do maracujazeiro amarelo foi

influenciado estatisticamente pelo fator isolado salinidade da água de irrigação

(Apêndice 6).

Na Figura 38-A, observa-se menor alongamento celular dos internódios das

plantas irrigadas com água de alta salinidade em relação às plantas tratadas com água

não salina, com valores de 9,50 cm e 10,91 cm, respectivamente, com declínio de

12,9%. Segundo Tester e Davenport (2003) e Munns e Tester (2008), isso reflete

modificações morfológicas, estruturais e metabólicas nas plantas submetidas ao estresse

dos sais.

A redução do comprimento internodal resulta no aumento do número dos ramos

produtivos nas plantas irrigadas com água de teor salino mais elevado, com

superioridade de 15,2% em relação às plantas irrigadas com água não salina (Figura 38-

B). Mesmo em condições adversas ao crescimento vegetativo, os 31,58 ramos

produtivos, obtidos em plantas irrigadas com água salina, superaram a variação de 22 a

28 ramos apresentada por Araújo et al. (2008), os 25 ramos registrados por Rodolfo

Junior; Cavalcante; Buriti (2009), em cultivo irrigado com água de boa qualidade e

adubação mineral, como também a variação de 20 a 30 ramos apresentada por

Cavalcante et al. (2007).

Page 103: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

76

Figura 38. Efeitos da irrigação com água não salina e salina sobre o comprimento dos internódios (A) e número de ramos produtivos em plantas de maracujazeiro amarelo (B). Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS (A) = 0,77; DMS (B) = 2,07.

Os diâmetros caulinares de plantas aos 217 DAT sofreram efeitos significativos

da ação conjunta dos fatores salinidade da água e biofertilizante bovino e biofertilizante

bovino com cobertura morta (Apêndice 6).

Entre os tratamentos sem e com biofertilizante, constataram-se aumentos de 19,3

para 21,8 mm, com acréscimos de 13%, e de 18,3 para 19,9 mm com elevação de 8,7%,

respectivamente, no diâmetro caulinar de plantas irrigadas com água não salina e salina

(Figura 39-A). Mesmo com superioridade na expressão percentual do diâmetro caulinar

nas plantas sob irrigação com água não salina, as plantas apresentaram diâmetros mais

evoluídos nas plantas tratadas com biofertilizante por qualquer nível de salinidade da

água de irrigação. Isso ratifica as observações de Campos e Cavalcante (2009) de que o

biofertilizante bovino reduz os efeitos depressivos da salinidade da água de irrigação às

plantas.

Os resultados foram inferiores à variação de 24,1 a 28,6 mm e 20,3 a 27,9 mm

obtidas, respectivamente, por Campos et al. (2008) em plantas maracujazeiro amarelo

aos 180 dias após o plantio fertilizadas com potássio em covas sem e com biofertilizante

bovino e cobertura morta, e por Nascimento (2010) em plantas da mesma cultura, aos

240 dias após o transplantio, em solo irrigado com água salina, sem e com NPK e doses

de biofertilizantes.

Page 104: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

77

Figura 39. Diâmetro do caule de plantas aos 217 dias sob irrigação com água não salina e salina, sem e com biofertilizante bovino (A), sem e com biofertilizante e cobertura morta (B). Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino (A), minúsculas entre diferentes condições de uso da cobertura morta dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma condição do uso de cobertura morta dentro de diferentes condições do uso de biofertilizante bovino (B) não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,59.

Na Figura 39-B, percebe-se a influência positiva do biofertilizante e da cobertura

do solo no diâmetro caulinar do maracujazeiro amarelo. A variação de 18,1 a 21,2 mm

no diâmetro caulinar das plantas é semelhante à verificada por Santos (2004) em plantas

de mesma idade tratadas com biofertilizante puro.

4.3. Composição mineral das plantas 4.3.1. Macronutrientes na matéria seca foliar Nitrogênio A interação salinidade da água, biofertilizante bovino e cobertura morta exerceu

ação siginificativa nos teores de nitrogênio no tecido foliar do maracujazeiro amarelo

(Apêndice 7).

Os teores de N na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo (MS) foram

reduzidos com o aumento da salinidade da água de irrigação, exceto nos tratamentos

sem biofertilizante e com cobertura morta, onde não se observou diferença significativa

(Figura 40). De acordo com Bar et al. (1997), os teores de N na matéria seca foliar das

Page 105: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

78

plantas são reduzidos com a salinidade devido ao aumento da absorção e consumo de

cloreto pelas plantas. Ocorrem decréscimos nos teores de nitrato (NO3-) na parte aérea

em decorrência, provavelmente, de efeitos antagônicos do Cl- sobre a absorção de NO3-

ou a redução na absorção de água, como pode ser aferido na Figura 78.

Figura 40. Teores de nitrogênio na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo sob condições de irrigação com água não salina e salina, no solo sem e com biofertilizante e cobertura morta. Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de

Tukey (P < 0,05). DMS = 0,55.

Nas plantas irrigadas com água não salina e salina, no solo sem biofertilizante e

sem cobertura morta, os teores de N foram reduzidos de 53,99 para 51,35 g kg-1 de

matéria seca foliar, respectivamente. Nos tratamentos com biofertilizante, a maior

redução nos teores foliares de N com o aumento da salinidade da água foi observada nos

tratamentos sem cobertura morta (6,4%) com valores entre 57,83 e 54,13 g kg-1 MS.

A aplicação de biofertilizante elevou os teores de N na massa foliar do

maracujazeiro foram mais elevados, porém com maior expressividade nos tratamentos

com água não salina e cobertura morta, variando de 50,23 para 55,13 g kg-1 MS, com

acréscimos de 9,8%. Esses resultados não são respostas isoladas do biofertilizante, que,

segundo Vessey (2003), pode acelerar a disponibilidade de nutrientes às plantas. A

fertilização com uréia e os teores de matéria orgânica no solo, observados na Figura 15,

também devem ter contribuído para a elevação dos teores foliares de N nas plantas.

Nesse sentido, Bayer e Mielniczuk (2008) afirmam que a matéria orgânica é a principal

Page 106: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

79

fonte deste nutriente no solo. Cavalcante et al. (2010a) verificaram elevação nos teores

foliares de N em quiabeiro adubado com fontes orgânicas que mais rapidamente

mineralizam este nutriente no solo.

Ao considerar, com base em Malavolta; Vitti; Oliveira (1997), que o

maracujazeiro amarelo exige nitrogênio entre 40 e 50 g kg-1 MS, as plantas na floração

plena estavam adequadamente supridas deste macronutriente, principalmente nos

tratamentos com biofertilizante.

Fósforo

Dentre as fontes de variação adotadas, apenas a salinidade da água de irrigação

interferiu significativamente no teor de fósforo pelas plantas (Apêndice 7).

Figura 41. Teores de fósforo na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina. Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,32.

Na Figura 41, verifica-se superioridade de 10% nos teores de P em plantas

tratadas com água salina, sendo os teores elevados de 3,36 para 3,70 g kg-1 MS,

coerentemente com os resultados de P extraível no solo apresentados na Figura 17.

Segundo Grant et al. (2001) e Taiz e Zeiger (2008), este nutriente é fundamental na

composição do ATP, responsável pelo armazenamento e transporte energético para

processos endergônicos como a síntese de compostos orgânicos e absorção ativa de

nutrientes, e sua deficiência restringe o processo de crescimento das plantas. Com base

nesses autores, os maiores teores de P verificados nas plantas irrigadas com água salina

podem minimizar os impactos negativos no crescimento vegetal sob essa condição.

Page 107: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

80

Esses resultados, mesmo próximos aos teores médios de 3,39 g kg-1 MS obtidos

por Diniz (2009) com o cultivo da mesma espécie, com biofertilizante e irrigação com

água de boa qualidade, indicam que as plantas estavam deficientes em P. Para

Malavolta; Vitti e Oliveira (1997), o maracujazeiro amarelo se encontra adequadamente

suprido quando apresenta teores na matéria seca foliar deste macronutriente entre 4,0 e

5,0 g kg-1 MS.

A interação entre a salinidade e a nutrição mineral de fósforo em plantas é

complexa e dependente da espécie, da concentração de fósforo no solo e dos tipos de

sais e nível de salinidade da água de irrigação (GRATTAN e GRIEVE, 1999), o que

pode justificar as discrepâncias entre os resultados obtidos no presente estudo e os

obtidos por outros autores. Sousa et al. (2010) não observaram efeitos significativos do

aumento de salinidade de 0,8 para 5,0 dS m-1 nos teores de P no tecido foliar de milho

(Zea mays L.). Para Ferreira et al. (2007), a salinidade pode diminuir a concentração de

fósforo no tecido das plantas, em razão dos efeitos da força iônica, que reduzem a

atividade de fosfato na solução do solo, e pela diminuição da solubilidade deste

nutriente com o aumento dos níveis de NaCl. Além disso, alguns resultados

experimentais evidenciam que os teores de P em plantas cultivadas em ambientes

salinos variam durante o crescimento e o desenvolvimento da cultura (LACERDA et

al., 2006; NEVES et al., 2009).

Potássio

Os teores de potássio na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo foram

influenciados pela interação salinidade da água x biofertilizante x cobertura morta

(Apêndice 7).

A amplitude dos teores de K+ nas folhas oscilou de 17,5 entre as plantas dos

tratamentos com água salina, sem biofertilizante e sem cobertura do solo a 25,8 g kg-1

MS em plantas tratadas com água não salina, com biofertilizante e cobertura morta

(Figura 42). Os menores teores deste nutriente foram obtidos nas plantas dos

tratamentos com água salina. No solo sem o insumo orgânico e da cobertura, os teores

de K+ foram reduzidos em 24,3% com o estresse salino, apresentando valores de 23,13

para 17,50 g kg-1 MS, e nas plantas dos tratamentos com cobertura, sem biofertilizante,

a redução foi de 22,7%.

Page 108: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

81

Figura 42. Teores de potássio na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo sob condições de irrigação com água não salina e salina, sem e com biofertilizante e cobertura morta. Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de

Tukey (P < 0,05). DMS = 1,35.

Em relação à salinidade da água de irrigação, a maior depleção nos teores

foliares de K+ de 25,44 para 20,68 g kg-1 MS nos tratamentos com biofertilização foi

registrada nas plantas irrigadas, respectivamente, com água não salina e salina e sem

cobertura do solo. Para Marschner (1995), Azevedo Neto e Tabosa (2000) e Ferreira et

al. (2001), a menor absorção de K+ em plantas sob estresse salino tem sido atribuída à

competição entre o Na+ e o K+ pelos sítios de absorção no plasmalema ou um maior

efluxo de K+ das raízes, como resultado direto de trocas osmoticamente induzidas na

permeabilidade do plasmalema, como também da substituição de cálcio por sódio na

membrana. Nas condições de salinidade elevada, a redução na concentração de K+

constitui em mais um inibidor ao crescimento das plantas (Figuras 33, 34 e 36-A), visto

que o potássio é o principal nutriente que exerce ação no decréscimo do potencial

osmótico (YOSHIDA, 2002; DIAS; BLANCO, 2010), como estratégia à absorção de

água e nutrientes pelas plantas sob estresse salino.

Nas plantas irrigadas com água não salina, os teores de K+ na matéria seca foliar

do maracujazeiro amarelo foram elevados de 23,13 para 25,44 g kg-1 MS no solo sem

cobertura morta. Nas plantas irrigadas com água salina, foram registrados teores de

17,50 a 20,68 g kg-1 e de 18,74 a 21,20 g kg-1 MS, no solo sem e com cobertura morta,

Page 109: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

82

respectivamente. A contribuição positiva do biofertilizante na elevação dos teores de K+

nas folhas, possivelmente, seja decorrente das substâncias húmicas e estímulo à

produção de solutos orgânicos liberados com a mineralização desse efluente orgânico

(NARDI et al., 2002; GHOULAM; FOURSY; FARES, 2002; VESSEY, 2003;

BAALOUSHA; MOTELICA-HEINO; COUSTUMER, 2006). Quanto à cobertura do

solo, não foram registrados efeitos sobre os teores de K+ nas folhas do maracujazeiro

amarelo.

Os resultados apresentados, na maioria dos casos, são inferiores à variação de

20,64 a 23,44 g kg-1 MS apresentada por Nascimento (2010) em plantas de

maracujazeiro amarelo sob irrigação com água não salina e salina, uso de biofertilizante

e adubação mineral com NPK. Comparativamente, são inferiores às variações de 35 e

40 g kg-1 e 24 e 32 g kg-1 MS, registradas, respectivamente, por Malavolta; Vitti;

Oliveira (1997) e Cantarutti (2007) e expressam que as plantas estavam deficientes em

potássio.

Cálcio

A salinidade da água e o biofertilizante exerceram efeitos significativos sobre os

teores de Ca2+ no tecido foliar das plantas (Apêndice 7).

Na Figura 43-A, observa-se redução nos teores de Ca2+ no tecido foliar das

plantas. Os teores deste macronutriente foram de 8,10 e 6,37 g kg-1 MS de Ca2+ entre as

plantas irrigadas com água de baixa e alta salinidade, respectivamente, resultando em

perdas de 21,3%. Os resultados são inferiores aos 9,7 g kg-1 MS de Ca2+ no tecido foliar

de mudas de maracujazeiro amarelo registrados por Cruz et al. (2006) em plantas

submetidas à condição de salinidade de 3,8 dS m-1.

Page 110: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

83

Figura 43. Teores de cálcio na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina (A), sem e com biofertilizante (B). Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,60.

De acordo com Marschner (1995), entre as possíveis causas da redução dos

teores de cálcio no tecido foliar das plantas está o excesso de Na+ ou do SO42-, o que

pode, segundo Larcher (2006), induzir deficiência nutricional do elemento às plantas.

Para Girija; Smith; Swamy et al. (2002), o Ca2+ é responsável pelo acúmulo de prolina

na planta, possibilitando o ajustamento osmótico no citoplasma, influenciando

positivamente no metabolismo celular e no crescimento vegetal em condições de

salinidade elevada. Para Azevedo Neto e Tabosa (2000), o aumento do teor de sódio do

meio externo, como verificado na Figura 21, ocasiona inibição da acumulação de cálcio

nos tecidos das plantas, ocorrendo o deslocamento do nutriente do plasmalema das

células radiculares.

A adição do biofertilizante estimulou a absorção de cálcio, com aumento de 24%

no acúmulo na matéria seca de folhas, com os teores do elemento sendo de 6,46 para

8,01 g kg-1 MS. Os valores estão aquém da amplitude ideal de 15 a 20 g kg-1 MS

recomendada para o maracujazeiro amarelo por Malavolta; Vitti; Oliveira (1997). Isso

pode ser consequência de efeitos antagônicos do Ca2+ com outros elementos como o

Na+ e os altos teores de K+ no solo (Figura 18), promovendo redução na absorção do

elemento pelas plantas. Mesmo assim, as plantas não apresentaram sintomas visuais de

deficiência de cálcio.

Page 111: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

84

Magnésio A acumulação de magnésio no tecido foliar das plantas, assim como verificada

para o cálcio, sofreu influência da ação isolada da qualidade da água de irrigação e da

aplicação do biofertilizante bovino ((Apêndice 7).

A elevação da salinidade da água promoveu decréscimos nos teores foliares de

magnésio nas plantas de 3,08 para 2,62 g kg-1 MS, com declínio de 14,9% provocado

pela água salina (Figura 44-A).

Figura 44. Teores de magnésio na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina (A), sem e com biofertilizante (B). Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,39.

O valor de 2,62 g kg-1 MS é inferior aos 3,0 g kg-1 MS obtidos por Macedo

(2006) em plantas irrigadas com água salina de 3,6 dS m-1 e aos 12,0 g kg-1 MS

observados por Cruz et al. (2006) em folhas de maracujazeiro amarelo submetido, por

50 dias, a solução nutritiva com condutividade elétrica de 3,8 dS m-1. Em avaliações dos

efeitos de doses de biofertilizante bovino e adubação nitrogenada, em covas irrigadas

com água de boa qualidade, Diniz (2009) verificou teores médios de magnésio de 3,51 g

kg-1 MS em plantas de maracujazeiro amarelo. Os resultados são inferiores aos de

Nascimento (2010), após verificação que, nos tratamentos com água não salina, os

teores de Mg2+ em maracujazeiro amarelo foram reduzidos de 7,70 para 5,10 g kg-1 MS,

enquanto nas plantas submetidas ao estresse salino, foi observada depleção de 7,20 para

5,64 g kg-1 MS, com aplicação de doses de biofertilizante e adubação mineral.

O biofertilizante bovino promoveu aumentos dos teores de Mg2+ elevados em

17,6% (Figura 44-B) comparados às plantas no solo sem o insumo orgânico, com os

Page 112: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

85

valores elevados de 2,62 para 3,08 g kg-1 MS. Essa superioridade pode ser atribuída ao

elevado teor de magnésio no substrato (Tabela 1) e no biofertilizante (Tabela 2),

resultando em maior disponibilidade no solo (Figura 20) e, com efeito, em maior

acúmulo na matéria seca do tecido foliar das plantas. Com os resultados alcançados,

provavelmente, o biofertilizante reduziu os efeitos de competição do Na+ (Figura 21)

com o Mg2+, resultando em maior disponibilização às plantas, indicando os efeitos

positivos do insumo orgânico na minimização de processos fisiológicos depressivos dos

sais às plantas (CAVALCANTE et al., 2005a; CAMPOS et al., 2007; CAVALCANTE

et al., 2007; FREIRE et al., 2010a). Além da função do magnésio nas atividades

fisiológicas das plantas, como co-fator em enzimas do metabolismo energético e na

molécula de clorofila, este íon é requerido para a integridade dos ribossomos e contribui

efetivamente para a estabilidade estrutural dos ácidos nucléicos e membranas (TAIZ;

ZEIGER, 2008).

Os níveis de magnésio nas folhas obtidos nos tratamentos de plantas irrigadas

com águas de baixa e alta salinidade, no solo sem e com biofertilizante são adequados

ao maracujazeiro amarelo, conforme Malavolta; Vitti; Oliveira (1997) que consideram

de 1,5 a 3,5 g kg-1 MS como de suprimento adequado.

Enxofre

As interações salinidade da água x biofertilizante e biofertilizante x cobertura do

solo promoveram diferenças significativas nos teores foliares de enxofre do

maracujazeiro amarelo (Apêndice 7).

No solo sem o biofertilizante, as plantas irrigadas com água de 4,5 dS m-1

tinham teores foliares de enxofre de 15,12 g kg-1 MS, portanto, 14,9% inferior ao valor

de 17,77 g kg-1 MS observado no tecido foliar de maracujazeiro amarelo tratado com

água não salina (Figura 45-A). Nos tratamentos com água não salina, o fornecimento do

insumo orgânico não interferiu nos teores do nutriente, com valores de 17,75 e 17,35 g

kg-1 MS de enxofre na matéria seca foliar das plantas.

Page 113: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

86

Figura 45. Teores de enxofre na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, sem e com biofertilizante bovino (A) e sem e com biofertilizante e cobertura morta (B). Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino (A), minúsculas entre diferentes condições de uso da cobertura morta dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma condição do uso de cobertura morta dentro de diferentes condições do uso de biofertilizante bovino (B) não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 1,34.

Os valores relativos às plantas irrigadas com água não salina e salina são

superiores à amplitude de 4,0 e 4,6 g kg-1 MS e de 9,05 a 12,82 g kg-1 MS, observada

por Cruz et al. (2006) e Nascimento (2010) em mudas e plantas adultas de

maracujazeiro amarelo irrigada com água de alta salinidade, respectivamente.

Nos tratamentos correspondentes à interação biofertilizante x cobertura morta

(Figura 45-B), verificam-se acréscimos de 21,1% com o uso da cobertura nas plantas

sem aplicação de biofertilizante, mas, não se constatam efeitos significativos com a

adoção da cobertura do solo e o insumo orgânico. Percebe-se que a aplicação do

biofertilizante foi eficiente em elevar os teores de enxofre de 14,86 para 18,02 g kg-1

MS nos tratamentos sem cobertura morta. De acordo com Bayer e Mielniczuk (2008),

os insumos orgânicos se caracterizam como fontes de N, P e S, o que justificam, aliado

aos quantitativos de sulfatos contidos nas águas de irrigação (Tabela 2), as elevações

nos teores de enxofre no tecido foliar das plantas submetidas às condições de uso de

água salina (Figura 45-A) e não utilização da cobertura morta (Figura 45-B).

Os teores de enxofre nas folhas foram superiores à amplitude de 3,0 a 4,0 g kg-1

MS suficiente à cultura do maracujazeiro amarelo, segundo Malavolta; Vitti; Oliveira

Page 114: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

87

(1997), reflexos da biofertilização, da adubação em fundação com superfosfato simples,

que possui 18% de enxofre na sua composição química.

4.3.2. Micronutrientes na matéria seca foliar Boro

A interação salinidade da água e biofertilizante bovino exerceu efeitos

significativos sobre os teores de boro no tecido foliar do maracujazeiro amarelo

(Apêndice 8).

Os teores de boro na matéria seca das folhas das plantas foram sensivelmente

reduzidos com o aumento do teor salino da água de irrigação, nas condições sem e com

aplicação do biofertilizante (Figura 46). No solo sem o insumo orgânico, a acumulação

do nutriente no tecido foliar do maracujazeiro foi reduzida de 70,44 a 46,04 mg kg-1 MS

e no solo com o referido insumo de 71,07 para 46,51 mg kg-1 MS, expressando, em

ambas as situações, depleções de 34,6%. Esses resultados indicam a dificuldade das

plantas sob estresse salino na absorção e translocação do boro, como por Neves et al.

(2004).

Figura 46. Teores de boro na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, sem e com biofertilizante. Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino não diferem estatisticamente entre si pelo

teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 12,71.

Ao comparar os teores de boro no tecido foliar com o conteúdo do nutriente no

solo (Figura 23), constata-se comportamento invertido entre ambos. Nas mesmas

condições, no solo os teores de B aumentaram nos tratamentos com água salina e

Page 115: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

88

biofertilizante e nas plantas ocorreu o inverso, isto é, o aumento da salinidade da água

de irrigação no solo com biofertilizante inibiu a absorção do micronutriente pelas

plantas.

Independentemente da condição salina da água de irrigação e do biofertilizante,

os resultados superaram os teores foliares de 30 a 35 mg kg-1 em maracujazeiro amarelo

com biofertilizante comum apresentados por Meneses (2007), mas são concordantes

com a amplitude de 48 a 220 mg kg-1 obtida por Rodrigues et al. (2009) em

maracujazeiro amarelo em solo com supermagro e 62 a 80 mg kg-1 por Rodolfo Júnior

(2007) em solo com biofertilizante comum. Superaram, também, as variações de 15,2 a

19,3 e 17,5 a 24,4 mg kg-1 obtida por Nascimento (2010) em plantas irrigadas com água

não salina e salina, com biofertilizante e NPK, respectivamente.

Mesmo com reduções em ambos os casos, as plantas estavam quantitativamente

supridas em boro, comparando-se com Malavolta; Vitti; Oliveira (1997), que

consideram plantas equilibradas neste micronutriente quando contêm na matéria seca

foliar entre 40 e 50 mg kg-1MS.

Cobre

Os teores de cobre na matéria seca foliar das plantas foram influenciados

significativamente pela interação salinidade da água x biofertilizante bovino (Apêndice

8).

Conforme se verifica na Figura 47, nos tratamentos com água não salina, os

teores de cobre foram elevados de 12,10 para 26,23 mg kg-1 entre as plantas dos

tratamentos sem e com biofertilizante bovino, aumentando em mais de 100% a absorção

do elemento.

A elevação da salinidade da água de irrigação no solo sem biofertilizante

proporcionou dos teores de cobre nas folhas de 12,10 para 28,15 mg kg-1 MS, com

acréscimos de 13,3% em relação aos tratamentos com água de boa qualidade. A

tendência dos dados está em acordo com Bosco et al. (2009), ao concluírem que o

estresse salino aumentou o conteúdo deste nutriente em berinjelas.

Page 116: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

89

Figura 47. Teores de cobre na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, sem e com biofertilizante. Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino não diferem estatisticamente entre si pelo

teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 7,64.

Nos tratamentos com água de baixa salinidade, a aplicação do biofertilizante

elevou os teores do cobre a 26,38 mg kg-1 MS (117,5%), superiores aos observados por

Rodrigues et al. (2009b) na avaliação da influência do biofertilizante supermagro

aplicado em covas de maracujazeiro irrigado com água não salina.

O biofertilizante não exerceu efeitos significativos nos teores de cobre entre as

plantas irrigadas com água não salina e salina, com valores de 26,23 e 26,38 mg kg-1

MS. Os resultados se assemelham aos 27,7 mg kg-1 MS de cobre em folhas de

maracujazeiro amarelo sob irrigação com água salina registrados por Macedo (2006) e

superiores à amplitude de 7,37 a 22,92 mg kg-1 MS obtida por Nascimento (2010) com a

mesma cultura irrigada com água salina, em solo com biofertilizante e adubação mineral

com NPK.

Com a variação dos dados de 12,10 a 28,15 mg kg-1 MS nas plantas tratadas sem

biofertilizante sob irrigação com água de baixa e alta salinidade e de 26,23 a 26,38 mg

kg-1 MS, nos tratamentos com o insumo, constata-se superioridade à faixa do teor de

cobre na matéria seca do tecido foliar das plantas admitida como adequada de 10 a 20

mg kg-1 MS ao maracujazeiro amarelo (MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997).

Page 117: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

90

Ferro A interação salinidade da água e biofertilizante bovino influiu de forma

significativa nos teores de ferro na matéria seca foliar das plantas (Apêndice 8).

Quanto ao ferro na matéria seca do tecido foliar do maracujazeiro amarelo,

percebe-se que, nos tratamentos sem biofertilizante, embora os valores médios mesmo

inferiores aos obtidos nos tratamentos com água não salina, a elevação da salinidade da

água não exerceu efeitos significativos, com valores de 55,78 para 46,23 mg kg-1 MS

correspondendo a um declínio de 17,12% (Figura 48).

Figura 48. Teores de ferro na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, sem e com biofertilizante. Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino não diferem estatisticamente entre si pelo

teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 12,41.

Nos tratamentos com o insumo ocorreu aceleração na absorção do

micronutriente nas plantas irrigadas com água salina, quando comparadas às plantas sob

irrigação com água de baixa salinidade (Figura 48). Os teores foram elevados de 33,99

mg kg-1 MS para 47,96 mg kg-1 MS, expressando um aumento de 41,1%.

Os resultados são baixos quando comparados aos teores de 120 a 200 mg kg-1

MS exigidos pela cultura (MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997). Os baixos

valores de registrados, independentemente da ação da salinidade da água e do

biofertilizante bovino, indicam que a absorção de ferro pode ter sido inibida pelo

excesso de P no solo (Figura 17). Conforme relatado por Dechen e Nachtigall (2006) e

Abreu et al. (2007), a mobilidade do ferro na planta é prejudicada pelo elevado

conteúdo de fósforo no solo.

Page 118: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

91

Comparativamente, os valores são marcadamente mais baixos em relação aos

177,2 mg kg-1 MS obtidos por Macedo (2006) e aos 104,7 mg kg-1 MS por Nascimento

(2010) com o maracujazeiro amarelo irrigado com águas de 3,6 e 3,9 dS m-1,

respectivamente.

Manganês O fator isolado salinidade da água de irrigação exerceu efeitos significativos

sobre os teores de manganês na matéria seca foliar das plantas (Apêndice 8).

Pelos dados da Figura 49, os teores de Mn2+ na matéria seca foliar do

maracujazeiro amarelo foram reduzidos de 224,31 para 181,47 mg kg-1 MS, com

depleção de 19,1% provocada pela elevação da salinidade da água de 0,5 para 4,5 dS m-

1. Essa redução com o incremento de salinidade da água foi registrada, também, por

Bosco et al. (2009) em cultivo de berinjela (Solanum melongena L.) sob concentrações

de NaCl de 0,0 a 137,3 mmol L-1, com valores de manganês no tecido foliar sendo

diminuído linearmente de 337,0 para 102,0 mg kg-1 à medida que o teor salino

aumentava.

Mesmo com redução dos teores absorvidos com o aumento da salinidade da

água de irrigação e o manganês ser essencial à síntese de clorofila, ativação de enzimas

e participação no fotossistema II como responsável pela fotólise da água (DECHEN;

NACHTIGALL, 2006; EPSTEIN; BLOOM, 2006), os resultados evidenciam que o

aumento do teor salino da água, não comprometeram as atividades fisiológicas das

plantas relacionadas às funções do micronutriente.

De acordo com Prado e Natale (2006), os teores adequados deste micronutriente

para o maracujazeiro amarelo estão entre 40 e 250 mg kg-1 MS, o que, neste trabalho,

independentemente da salinidade da água, indicam que os valores obtidos são

suficientes para a nutrição das plantas.

Page 119: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

92

Figura 49. Teores de manganês na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina (A), sem e com biofertilizante (B). Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 36,88.

Zinco A salinidade da água e o biofertilizante bovino exerceram, isoladamente, efeitos

significativos nos teores de zinco na matéria seca foliar das plantas (Apêndice 8).

O aumento da salinidade da água de irrigação e a aplicação do biofertilizante

estimularam a absorção e acumulação de Zn2+ nas folhas das plantas (Figura 50).

Figura 50. Teores de zinco na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina (A), sem e com biofertilizante (B). Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 2,49.

Nas Figuras 50-A e 50-B, percebe-se que a irrigação das plantas com água de

maior salinidade e com biofertilizante, respectivamente, elevou os teores de Zn2+ no

tecido foliar de 39,48 a 44,35 mg kg-1 MS e de 40,43 a 43,41 mg kg-1 MS.

Page 120: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

93

Nesse sentido, embora Dechen e Natchgall (2006) e Façanha; Canella; Dobbss

(2008) relatem que alta concentração de fósforo no solo (Figura 17) possa provocar a

deficiência de Zn2+ em plantas em geral, pelos resultados registrados, as plantas se

apresentaram quantitativamente equilibradas nesse micronuriente.

Comparativamente, com maracujazeiro amarelo irrigado com água de boa

qualidade em solo com biofertilizante bovino, os resultados são compatíveis com a

amplitude de 33,87 a 61,27 mg kg-1 MS apresentada por Diniz (2009) e superiores à

variação de 28,60 e 32,0 e de 17,30 a 32,58 mg kg-1 MS registradas, respectivamente,

por Rodrigues et al. (2009b) e por Nascimento (2010) com a cultura sob irrigação com

água não salina e com aplicação de supermagro e salina (3,9 dS m-1) e biofertilizante,

respectivamente.

Os teores de Zn2+ apresentados nos tratamentos indicam que as plantas se

encontravam com suprimento ideal do micronutriente, uma vez que, conforme,

Malavolta; Vitti; Oliveira (1997), a faixa adequada no tecido foliar varia de 25 a 40 mg

kg-1 MS.

Sódio

Os teores de sódio acumulados nas folhas das plantas foram significativamente

influenciados pelo aumento do conteúdo salino da água de irrigação e pela aplicação do

biofertilizante (Apêndice 9).

No solo sem o insumo orgânico, os teores aumentaram de 5,15 para 6,41 g kg-1

MS entre plantas dos tratamentos com água não salina e salina, refletindo um aumento

de 24,5%, conforme resultados da Figura 51. Nos tratamentos com biofertilizante, nas

mesmas condições de irrigação, os teores de sódio foram elevados de 5,65 para 6,85 g

kg-1 MS, entre as plantas tratadas com água não salina e salina, com incremento de

21,23%. Em ambas as situações, os aumentos são respostas dos teores do elemento na

água de irrigação (Tabela 3) e no solo (Figura 21).

Page 121: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

94

Figura 51. Teores de sódio na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, sem e com biofertilizante. Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino não diferem estatisticamente entre si pelo

teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,41.

O comportamento dos resultados está em acordo com Cavalcante et al. (2005a) e

Silva et al. (2007), ao afirmarem que a elevação da salinidade da água de irrigação é o

principal fator responsável pelo aumento da salinidade no ambiente radicular e pode

aumentar os teores de sódio no tecido vegetal. Ferreira et al. (2005) e Sousa et al.

(2010) afirmam que o acúmulo do íon sódio em excesso, no tecido foliar de plantas

principalmente, resulta na inibição do crescimento em função de sua ação tóxica sobre

o metabolismo celular.

Os resultados constantes na Figura 51 superam os 3,15 g kg-1 MS apresentados

por Macedo (2006) nas folhas de maracujazeiro amarelo irrigado com água salina (4,2

dS m-1) e à variação de 1,73 a 3,48 g kg-1 MS registrada por Nascimento (2010) com a

mesma cultura irrigada água salina (3,9 dS m-1) e aplicação de biofertilizante bovino.

Relações Na+/Ca2+, Na+/Mg2+ e Na+/K+

A salinidade da água e o biofertilizante bovino, isoladamente, exerceram efeitos

significativos na relação Na+/Ca2+ (Apêndice 9).

A relação Na+/Ca2+ foi elevada na matéria seca foliar das plantas irrigadas com

água de maior salinidade e reduzidas nas plantas dos tratamentos com biofertilizante

bovino (Figura 52).

Page 122: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

95

Figura 52. Relação Na+/Ca2+ na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina (A) e tratamentos sem e com biofertilizante (B). Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,12.

O aumento da salinidade da água elevou a relação Na+/Ca2+ no tecido foliar do

maracujazeiro amarelo de 0,67 para 1,07, com acréscimos de 59,7% em relação ao

observado em plantas irrigadas com água não salina. Esse aumento, segundo Marschner

(1995), reduz o deslocamento do cálcio da membrana celular, induzindo perda da sua

integridade. O aumento dessa relação com o incremento da salinidade indica acréscimos

na absorção de sódio em detrimento do cálcio, resultando em desequilíbrio iônico no

maracujazeiro amarelo. Em pupunheira (Bactris gasipaes, Kunth), Fernandes et al.

(2002) observaram que o incremento da relação provocou desordens nutricionais nas

plantas.

Para Porcelli; Boem e Lavado (1995) e Garcia et al. (2007), nas condições de

estresse salino ocorre desequilíbrio na absorção iônica pela redução radicular na

seletividade Ca2+ - Na+. Na avaliação dos efeitos de salinidade crescente do solo sobre

os teores nutricionais dos macronutrientes catiônicos e suas relações com o sódio,

Garcia et al. (2007) constataram aumentos da relação Na+/Ca2+ no tecido foliar do milho

(Zea mays L.), com reflexos negativos no desequilíbrio nutricional causado pelo

estresse salino. Resultados semelhantes foram obtidos, também, por Lima;

Campanharo; Espíndula (2007) em pimentão (Capsicum annuum L.) irrigado com águas

de níveis de salinidade de 0,0 a 2,0 dS m-1, com relação Na+/Ca2+ sendo elevada de 0,25

a 0,35.

O biofertilizante proporcionou redução na relação Na+/Ca2+ de 0,94 para 0,79,

equivalente a uma depleção de 16% em relação ao solo sem o insumo orgânico (Figura

Page 123: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

96

52-B). Esse declínio evidencia ação positiva do biofertilizante em atenuar a ação

depressiva da salinidade da água às plantas, como comentado por Vessey (2003),

Cavalcante et al. (2005b), Campos et al. (2007) e Freire et al. (2010a).

A interação salinidade da água e biofertilizante influenciou estatisticamente a

relação Na+/Mg2+ no tecido foliar das plantas (Apêndice 9).

A elevação da salinidade da água de irrigação aumentou os valores da relação

Na+/Mg2+ na matéria seca foliar das plantas dos tratamentos sem e com biofertilizante

bovino (Figura 53).

Figura 53. Relação Na+/Mg2+ na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, no solo sem e com biofertilizante. Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino não diferem estatisticamente entre si pelo

teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,39.

Nas plantas dos tratamentos com água de baixa salinidade, a aplicação do

biofertilizante não exerceu efeitos significativos na relação Na+/Mg2+, que variou de

1,58 para 1,79, entretanto, nas plantas irrigadas com água salina, a relação foi reduzida

de 2,77 a 2,36 com biofertilizante. Em comparação com a relação obtida em plantas

irrigadas com água não salina, mesmo com o aumento de 31,8% nas plantas irrigadas

com água salina e com biofertilizante, quando a relação foi elevada de 1,79 para 2,36, a

utilização do insumo reduziu os efeitos da salinidade da água de irrigação. Nesse

sentido, Ayers e Westcot (1999) afirmam que, quando as relações Na+/Mg2+ aumentam,

a absorção de sódio pelas plantas também é elevada e os desequilíbrios quanto ao cálcio

e magnésio se tornam evidentes.

A cobertura morta e a interação salinidade da água e biofertilizante bovino

exerceram efeitos significativos na relação Na+/K+ na MS (Apêndice 9).

Page 124: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

97

A cobertura do solo com capim seda reduziu, e a água salina, tanto nas plantas

dos tratamentos sem e com biofertilizante bovino, elevou os valores da relação Na+/K+

(Figura 54).

Figura 54. Relação Na+/K+ na matéria seca foliar do maracujazeiro amarelo em tratamento sem e com cobertura do solo (A) e irrigado com água não salina e salina, sem e com biofertilizante (B). Médias seguidas de mesmas letras (A), mesmas letras minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino (B) não diferem

estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,01.

Na Figura 54-A, percebe-se que a utilização da cobertura morta reduziu a

relação Na+/K+ em 10,3%, com diminuição de 0,29 para 0,26. No que se refere à

interação salinidade da água x biofertilizante (Figura 54-B), verifica-se no solo sem o

insumo que a água salina aumentou significativamente a relação Na+/K+ de 0,21 para

0,36 e, no solo com biofertilizante, de 0,23 para 0,34, correspondendo aos incrementos

de 71,4% e 47,8%, respectivamente. A diferença entre 71,4% e 47,8% expressa a ação

positiva do biofertilizante em atenuar os efeitos prejudiciais da salinidade da água às

plantas. De acordo com Mirisola Filho (2003), Alvarez Pizarro (2006) e Morais et al.

(2007), o aumento da concentração de cloreto de sódio no substrato eleva a relação

Na+/K+ em todos os órgãos da planta.

Para Marschner (1995), altas concentrações de Na+ no solo, como indicado na

Figura 21, e nas plantas (Figura 51) podem inibir a absorção de K+ pelas plantas através

do antagonismo entre os dois íons ou poderá proporcionar o vazamento do K+ quando

há a substituição do Na+ pelo Ca2+ nas membranas celulares. Os resultados evidenciados

nas Figuras 54-A e 54-B são inferiores aos de Hasegawa et al. (2000), ao afirmarem

Page 125: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

98

que o maracujazeiro amarelo, como planta glicófita, tolera relação Na+/K

+ foliar de até

0,60.

4.4. Fluorescência da clorofila a e eficiência fotoquímica

4.4.1. Fluorescência inicial (F0)

A fluorescência inicial da clorofila a na fase de florescimento do maracujazeiro

amarelo foi afetada significativamente pela salinidade da água de irrigação,

biofertilizante bovino e cobertura morta, isoladamente (Apêndice 10).

A irrigação das plantas com água salina (4,5 dS m-1) ocasionou uma elevação de

4% na F0 em relação às plantas tratadas com água não salina (0,5 dS m-1), sendo elevada

de 532,8 para 555,8 elétrons quantum-1 (Figura 55).

Figura 55. Fluorescência inicial (F0) no início da floração do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina (0,5 dS m-1) e salina (4,5 dS m-1). Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 20,91.

Os valores de 555,8 elétrons quantum-1 da F0, evidenciam que o aparelho

fotossintético das plantas sob estresse salino foi pouco afetado, em comparação às

plantas tratadas com água não salina, em decorrência, possivelmente, do curto período

de exposição das plantas ao estresse salino, que foi de 71 dias de aplicação do

tratamento. Entretanto, em conformidade com Allakhverdiev et al. (2000), essa

elevação da F0 do maracujazeiro amarelo sob condições de alta salinidade da água de

irrigação indica o início de mudanças expressivas nas características fotossintéticas das

plantas em ambientes estressantes. Conforme Dias e Marenco (2007), o aumento em F0

Page 126: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

99

tem sido atribuído à inativação do fotossistema II, como resultado do dano na proteína

D1, sem descartar a possibilidade de desprendimento do complexo coletor de luz do

complexo central desse fotossistema.

Situação semelhante aos resultados de F0 de plantas sob estresse salino (Figura

55) foi observada nas plantas dos tratamentos no solo sem biofertilizante (Figura 56-A)

e sem cobertura (Figura 56-B), que apresentaram valores mais elevados de F0,

respectivamente de 558,3 e 557,2 elétrons quantum-1. Os menores valores de F0 em

plantas no solo com biofertilizante, de 530,3 elétrons quantum-1, e com cobertura, de

531,5 elétrons quantum-1, evidenciam, segundo Baker e Rosenqvst (2004), efeitos

positivos na minimização da destruição do centro de reação do fotossistema II (FSII –

P680), com menor dano no aparelho fotossintético das plantas.

Figura 56. Fluorescência inicial (F0) no início da floração do maracujazeiro amarelo irrigado nos tratamentos sem e com biofertilizante bovino (A) e sem e com cobertura morta (B). Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 20,91.

Semelhantemente ao verificado na fase de floração (Figura 56), a F0 no

encerramento da fase produtiva do maracujazeiro amarelo aumentou, de forma mais

expressiva, com o incremento da salinidade da água de irrigação (Figura 57-A). Nos

tratamentos com água não salina e salina, respectivamente, os valores desta variável

foram de 505 e 569 elétrons quantum-1 (12,7%). Para Baker e Rosenqvst (2004), o

aumento da F0 é independente dos eventos fotoquímicos e reflete destruição do centro

de reação do FSII ou diminuição na capacidade de transferência da energia de excitação

da antena para o centro de reação. Peltier e Cournac (2002) e Dias e Marenco (2006)

sugerem que o aumento da F0 em plantas sob estresse abiótico pode ser atribuído à

Page 127: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

100

redução não fotoquímica da quinona (QA) pelo NADPH disponível no cloroplasto e

severos danos na proteína D1 do FSII.

A salinidade da água e a interação biofertilizante bovino e cobertura morta

exerceram efeitos significativos na F0 na fase final produtiva das plantas (Apêndice 10).

Figura 57. Fluorescência inicial (F0) no final da fase produtiva do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina (A) e em função da utilização do biofertilizante bovino e cobertura morta (B). Médias seguidas de mesmas letras (A), mesmas letras minúsculas entre diferentes condições de uso da cobertura morta dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma condição do uso de cobertura morta dentro de diferentes condições do uso de biofertilizante

bovino (B) não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS (A) = 27,55; DMS

(B) = 38,97.

Em avaliações da fluorescência da clorofila a em folhas de tangerineira Ponkan

(Citrus reticulata Ponkan) sob estresse hídrico, Cruz et al. (2009) verificaram elevação

de F0 em função do aumento do estresse causado por deficiência hídrica, corroborando

que o valor deste parâmetro pode aumentar quando os centros de reação do FSII estão

comprometidos ou a transferência da energia de excitação da antena para os centros de

reação está prejudicada.

Na avaliação de características para emissão de fluorescência da clorofila a em

dois materiais genéticos de amendoim, Correia et al. (2009) verificaram que a F0 não foi

influenciada pelos níveis de sais da água de irrigação (0,4; 1,5; 3,0; 4,5; 6,0 dS m-1). Em

cultivares de mangueiras, Lucena (2009) observou incrementos na F0 a partir de 15

mmol L-1 de cloreto de sódio.

Na Figura 57-B, entre plantas tratadas sem e com biofertilizante e sem cobertura,

constata-se uma depleção de 7,1% na F0, sendo reduzida de 589 para 547 elétrons

Page 128: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

101

quantum-1, evidenciando que a utilização do insumo orgânico pode reduzir o efeito

inibitório nos centros fotossintéticos das plantas do maracujazeiro amarelo.

No solo com biofertilizante bovino, a redução de 547 para 519 elétrons quantum-1

com a utilização da cobertura morta, correspondendo a 5,1%, o que, em conformidade

com Vessey (2003) e Freire et al. (2010a), pode ser decorrência de que o biofertilizante

bovino tenha proporcionado condições mais adequadas à redução da F0, e consequente

diminuição nos efeitos inibitórios nos centros fotossintéticos das folhas do

maracujazeiro amarelo, em virtude da melhoria física do ambiente edáfico, do estímulo

à ação de proteínas e solutos orgânicos, o que resultou em maior acúmulo de N (Figura

40) e Mg (Figura 44) na matéria seca foliar das plantas, maior atividade microbiana,

maior conservação do teor de umidade e redução da temperatura do solo com a

cobertura do solo. De acordo com Dechen e Nachtigall (2006), Epstein e Bloom (2006)

e Taiz e Zeiger (2008), o Mg tem papel preponderante na elevação da capacidade

fotossintética das plantas.

4.4.2. Fluorescência máxima (Fm)

No início da floração do maracujazeiro amarelo, os tratamentos não exerceram

efeitos significativos na Fm das plantas (Apêndice 10).

Nos tratamentos com água não salina, os valores de Fm variaram de 3.095 a

2.924 elétrons quantum-1, respectivamente, nos tratamentos sem e com biofertilizante e

sem cobertura do solo. Com a irrigação com água salina, verificaram-se valores entre

2.712 e 2.999 elétrons quantum-1, respectivamente para situações sem e com

biofertilizante e sem cobertura do solo. Os dados obtidos são concordantes com Correia

et al. (2009) que não observaram efeitos significativos do incremento de salinidade na

água de irrigação em amendoim, indicando proximidade dos materiais avaliados com

relação à atividade fotoquímica.

No final da fase produtiva do maracujazeiro amarelo, a irrigação de plantas com

água de maior teor salino influenciou negativamente a Fm, com depleção de 2.256,7

para 2.048,1 elétrons quantum-1 entre plantas tratadas com água não salina e salina,

respectivamente, com queda de 9,2% na fluorescência máxima (Figura 58). Para Lucena

(2009), o estresse salino afeta negativamente a atividade fotossintética com alterações

nos parâmetros do fotossistema II.

Page 129: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

102

Figura 58. Fluorescência máxima (Fm) no final da fase produtiva do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina. Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 200,79.

Cruz et al. (2009) obtiveram redução da Fm de 2.220 para 1.680 elétrons

quantum-1 em tangerinas (Citrus reticulata Blanco) com a elevação do estresse causado

por deficiência hídrica. Com melancieiras (Citrulus lanatus Thumb. Mansf) submetidas

a diferentes regimes hídricos, Melo et al. (2010) observaram decréscimos de 13,5% no

comportamento da Fm de plantas sob estresse hídrico, sendo os valores reduzidos de

1.792 para 1.550 elétrons quantum-1 com a elevação do déficit hídrico.

4.4.3. Fluorescência variável (Fv)

Nas fases de florescimento e final produtiva das plantas, a Fv foi influenciada

significativamente pela ação isolada da salinidade da água (Apêndice 10).

A Fv é um parâmetro da cinética rápida da fluorescência que representa o

incremento a partir da F0 até à Fm (LUCENA, 2009). No estádio fenológico de início da

floração (Figura 59-A), as plantas irrigadas com água não salina apresentaram valores

de Fv de 2.347,4 elétrons quantum-1, com superioridade de 9,6% aos 2.212,9 quantum-1

observados nas plantas sob estresse salino. Com tendência semelhante e mais

expressivamente, na Figura 59-B constata-se que a elevação do teor salino da água de

irrigação no final da fase produtiva do maracujazeiro amarelo reduziu a Fv das plantas

de 1.751,7 para 1.479,1 elétrons quantum-1, com decréscimos de 15,6%, e inibiu a

atividade fotoquímica nas folhas (MELO et al., 2010). Lucena (2009) relatou

Page 130: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

103

decréscimos de até 40,3% na Fv de mangueira (Mangifera indica L.), cultivar Ubá, com

a elevação do teor salino da água de irrigação.

Figura 59. Fluorescência variável (Fv) do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, no início da floração (A) e no final da fase produtiva (B). Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS (A) = 121,64; DMS (B) = 209,60.

Comparativamente, percebe-se que a exposição das plantas aos níveis de

salinidade da água por um período de tempo maior, no caso das plantas no final da fase

produtiva, reduziu a fluorescência variável da clorofila a das plantas, de 2.347,4 para

1.751,7 e de 2.212,9 para 1.479,1 elétrons quantum-1, respectivamente, nos tratamentos

com água não salina e salina. Isso evidencia que as condições abióticas analisadas

promovem danos no aparelho fotossintético das plantas, comprometendo o FSII, com o

decorrer do tempo de exposição ao fator estressante.

Page 131: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

104

4.4.4. Relação Fv/F0

No estádio de florescimento das plantas, a relação Fv/F0 sofreu efeitos

significativos da interação salinidade da água, biofertilizante bovino e cobertura morta

(Apêndice 11).

O estresse salino reduziu de 4,53 para 3,49 e de 4,56 para 4,03 a Fv/F0 das

plantas no solo sem biofertilizante, sem cobertura morta e com biofertilizante, com

cobertura morta, respectivamente (Figura 60). Nas plantas tratadas com água não salina

e com cobertura, a utilização do biofertilizante incrementou a Fv/F0 em 11,2%, com

valores elevados de 4,10 para 4,56. Nas plantas irrigadas com água de alta salinidade, o

biofertilizante incrementou este parâmetro de 3,59 para 4,17, o equivalente a um

acréscimo de 16,1%. A utilização da cobertura morta reduziu de 4,53 para 4,10 e elevou

de 3,59 para 4,08 a Fv/F0 nas plantas tratadas com água não salina e salina,

respectivamente.

Figura 60. Relação Fv/F0 no início da floração do maracujazeiro amarelo sob condições de irrigação com água não salina, salina em covas sem e com biofertilizante bovino e cobertura morta. Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de

Tukey (P < 0,05). DMS = 0,22.

De acordo com Peixoto; Mata; Cambraia (2002), a relação Fv/F0 é um parâmetro

importante para amplificar as pequenas variações possíveis de Fv/Fm em plantas sob

determinadas condições de estresse. Konrad et al. (2005) observaram redução de 3,8

Page 132: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

105

para 1,7 da Fv/F0 em cultivares de cafeeiro (Coffea arabica L.) com utilização de 0,148

mmol L-1 de alumínio, semelhantemente às reduções com o incremento na salinidade da

água neste trabalho.

As fontes de variação salinidade da água e biofertilizante bovino exerceram

efeitos significativos na relação Fv/F0 no final da fase produtiva do maracujazeiro

amarelo (Apêndice 11).

Na Figura 61-A, observa-se que as plantas irrigadas com água não salina

apresentaram Fv/F0 de 3,5, superior aos 2,6 apresentados por plantas irrigadas com água

salina, com incremento de 34,6%. A relação Fv/F0 foi elevada de 2,7 para 3,4 com a

aplicação do biofertilizante às plantas (Figura 61-B).

Figura 61. Relação Fv/F0 no final da fase produtiva do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina (A), sem e com biofertilizante bovino (B). Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,61.

4.4.5. Rendimento quântico potencial (Fv/Fm)

Na fase de florescimento das plantas, o rendimento quântico potencial do

fotossistema II foi influenciado significativamente pela salinidade da água (Apêndice

11).

Para Baker e Rosenqvst (2004) e Correia et al. (2009), as medições da eficiência

fotoquímica do fotossistema II, estimadas através da relação entre a fluorescência

variável e a fluorescência máxima da clorofila a (Fv/Fm), relacionam-se com a

eficiência quântica da atividade fotoquímica do FSII quando todos os centros de reação

estão abertos.

Page 133: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

106

Conforme Figura 62, o incremento no teor salino da água até o início da floração

reduziu a Fv/Fm de 0,82 para 0,77, com depleção de 6,1%. Segundo Bolhàr-

Nordenkampf et al. (1989), Pereira et al. (2000), Queiroz, Garcia e Lemos Filho (2002),

Zanella et al. (2004) e Melo et al. (2010), nestas condições, o sistema fotossintético está

intacto e não se observa inibição da atividade fotoquímica nos centros de reação do FSII

das plantas. Os valores de Fv/Fm obtidos nas plantas sob estresse salino refletem,

baseando-se em Moughet e Treblim (2002) e Zanandrea et al. (2006), o início de

variações expressivas nas taxas de conversão da energia fotoquímica e não fotoquímica

dissipada. Pelos resultados apresentados, nesse estádio de desenvolvimento, o

maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina, com Fv/Fm de 0,82, apresentou

maior atividade fotoquímica do FSII, com aumento de 6,5% com relação ao obtido com

plantas irrigadas com água salina.

Figura 62. Rendimento quântico potencial (Fv/Fm) do maracujazeiro amarelo no início da floração e irrigado com água não salina e salina. Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,03.

Semelhantemente, Zanandrea et al. (2006), em plantas de feijoeiro (Phaseolus

vulgaris L.), observaram uma elevação da Fv/Fm de 0,826 até à concentração salina da

água de 100 mmol L-1, com uma queda atingindo valores de 0,802 na concentração

salina de 200 mmol L-1. Lucena (2009) observou que mudas de mangueira irrigadas

com água salina de 45 mmol L-1 de NaCl apresentaram um declínio no rendimento

quântico potencial de até 27,9% com relação às plantas controle.

Page 134: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

107

No final da fase produtiva do maracujazeiro amarelo, os fatores salinidade da

água de irrigação e biofertilizante bovino exerceram efeitos significativos na relação

Fv/Fm (Apêndice 11).

A irrigação com água de alta salinidade proporcionou uma depleção de 7,8% na

Fv/Fm, que foi reduzida de 0,77, nas plantas irrigadas com água não salina, a 0,71, o que,

segundo Bolhàr-Nordenkampf et al. (1989), que relatam que a relação ideal deve estar

entre 0,75 e 0,85, reflete danos fotoinibitórios nos centros de reação do FSII nas plantas

tratadas com água salina. Lucena (2009) observou declínio da Fv/Fm de 0,79 para 0,62

em cultivares de mangueira com a elevação do teor salino da água de irrigação de até 45

mmol L-1 de NaCl. Correia et al. (2009) registraram declínio de 11,2% no rendimento

quântico potencial em amendoim com a elevação da salinidade da água de irrigação de

0,4 para 6,0 dS m-1.

Figura 63. Rendimento quântico potencial (Fv/Fm) ao final da fase produtiva do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina (A), sem e com biofertilizante bovino (B). Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,03.

Os baixos valores de Fv/Fm nas plantas sob estresse salino, provavelmente, de

acordo com Baker (1993), são decorrentes do fechamento estomático (Figura 65) e do

declínio da fotossíntese líquida (SMIRNOFF, 1993; SILVEIRA et al., 2010), conforme

Figura 67.

A aplicação do biofertilizante bovino elevou de 0,72 para 0,77 os valores de

Fv/Fm, com valores na faixa ideal às plantas, de 0,75 a 0,85, preconizada por Bolhàr-

Page 135: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

108

Nordenkampf et al. (1989). A elevação da Fv/Fm de 0,72 para 0,77 nas plantas tratadas

com biofertilizante bovino reforça as afirmações de Cavalcante et al. (2007) e Anjos

(2010) de que o insumo orgânico, por ser fonte de compostos bioativos, exerce ação

positiva na nutrição das plantas e estimula a liberação de substâncias húmicas no solo,

favorecendo uma maior atividade da enzima redutase e redução de aminoácidos livres,

proporcionando maior acúmulo de N nas plantas, diminuindo o efeito do estresse

hídrico e salino e, possivelmente, elevando a eficiência quântica potencial da atividade

química do FSII.

Entre os valores de Fv/Fm das plantas irrigadas com água não salina e das

irrigadas com água salina, observa-se, em comparação com os valores registrados à

época da floração das plantas (Figura 62) e ao final da fase produtiva (Figura 63-A) que

a queda na eficiência quântica potencial já era previsível, uma vez que na a partir do

início da fase final do ciclo produtivo, ocorre a senescência dos órgãos vegetais,

causada por depleção nos teores de pigmentos fotossintéticos, reduções na razão FII/FI e

degradação dos componentes protéicos dos fotossistemas (FALQUETO et al., 2007).

4.5. Trocas gasosas

4.5.1. Concentração interna de CO2 (Ci)

A interação biofertilizante bovino e cobertura morta, na fase de florescimento

das plantas, e a salinidade da água, na fase final produtiva das plantas, exerceram efeitos

significativo da concentração interna de CO2 nas folhas (Apêndice 12).

No início da floração das plantas, nos tratamentos sem biofertilizante, a

cobertura morta elevou a Ci de 206,2 a 235,7 µmol mol-1, com acréscimos de 14,3%,

diferentemente dos tratamentos no solo com biofertilizante em que não se observou

efeitos significativos da cobertura do solo (Figura 64-A).

Page 136: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

109

Figura 64. Concentração interna de CO2 (Ci) em folhas de maracujazeiro amarelo em solo sem e com biofertilizante bovino na época da floração (A) e irrigado com água não salina e salina, sem e com biofertilizante, no encerramento da fase produtiva (B). Médias seguidas de mesmas letras (A, B), mesmas letras minúsculas entre diferentes condições de uso da cobertura morta dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma condição do uso de cobertura morta dentro de diferentes condições do uso de biofertilizante bovino (A) não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS (A) = 19,93; DMS (B) = 16,88.

Nos tratamentos sem cobertura morta, observou-se maior Ci nas plantas com

biofertilizante em comparação com as que não receberam o insumo orgânico, em que a

Ci foi elevada de 206,2 para 229,3 µmol mol-1, com aumento de 11,2%. Mesmo com

tendência de redução, nos tratamentos com cobertura do solo não se observou efeito

significativo com aplicação do efluente orgânico nos valores médios de Ci. Para Lyra et

al. (2010), o uso da cobertura proporciona boas condições hídricas no solo, evitando a

manifestação de estresse hídrico o que, juntamente com a condição nutricional adequada

fornecida pelo biofertilizante bovino, fornece condições para a manutenção do

metabolismo fotossintético, conforme tendência evidenciada para a Ci nesse estádio

fenológico.

Na avaliação ao final do experimento, observa-se que o uso da água salina na

irrigação do maracujazeiro amarelo proporcionou uma elevação de 13,2% na Ci, com

valores de 229,4 µmol mol-1, nas plantas irrigadas com água não salina, e 259,7 µmol

mol-1 nas sob estresse salino (Figura 64-B), caracterizando os efeitos negativos da

salinidade no metabolismo do carbono nas plantas.

Musyimi; Netondo; Ouma (2007) observaram aumentos em torno de 300% na Ci

em plantas de abacateiro sob condições de salinidade, com reflexos negativos na taxa

fotossintética das plantas. As elevações na Ci do tecido foliar podem estar associadas à

Page 137: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

110

queda na atividade de enzimas do metabolismo do carbono em razão da sensibilidade à

toxicidade gerada pelo teor dos íons Na+ e Cl- nas folhas (FARQUHAR; SHARKEY,

1982; PARIDA; DAS; MITTRA, 2004; PARIDA; DAS, 2005; LUCENA, 2009).

Valores considerados elevados na Ci no interior das folhas indicam que o CO2 não está

sendo utilizado para a síntese de açúcares pelo processo fotossintético, com acúmulo

deste gás, indicando que algum fator não estomático está interferindo nesse processo

(LARCHER, 2006), o que foi confirmado com a depleção na eficiência fotossintética

das plantas irrigadas com água de alta salinidade (Figura 63-A).

4.5.2. Condutância estomática (gs)

Os tratamentos avaliados não exerceram efeitos significativos na condutância

estomática no início da floração das plantas (Apêndice 12).

Nos tratamentos com água não salina, no solo sem biofertilizante, a gs seguiu a

tendência de elevação com uso da cobertura morta de 0,18 para 0,34 mol m-2 s-1. Com a

aplicação do biofertilizante, a condutância estomática tendeu a aumentar com a

cobertura morta de 0,25 para 0,30 mol m-2 s-1. Tendências semelhantes foram

observadas nos tratamentos com água salina, com valores de gs variando de 0,17 (T5) a

0,24 (T6).

A interação dos fatores salinidade da água, biofertilizante bovino e cobertura

morta exerceu influência significativa na gs das plantas (Apêndice 12).

De acordo com a Figura 65, observa-se que as plantas irrigadas com água de

baixa salinidade e com cobertura morta, a gs foi elevada de 0,03, no solo sem

biofertilizante, a 0,08 mol m-2 s-1, no solo com biofertilizante bovino. No solo com

cobertura, as plantas irrigadas com água salina apresentaram elevação da gs de 0,02 a

0,04 mol m-2 s-1, com acréscimos de 100%, com a aplicação do biofertilizante. Esses

resultados, provavelmente, sejam em razão dos efeitos do insumo orgânico no estado

nutricional das plantas em decorrência da atenuação da ação depressiva dos sais às

plantas (NARDI et al., 2002; BAALOUSHA; MOTELICA-HEINO; COUSTUMER,

2006) e da cobertura morta, com interferência direta nas relações hídricas. A cobertura

do solo altera a relação solo-água, reduzindo a evapotranspiração e proporcionando

menor consumo hídrico das plantas (ARAÚJO et al., 2000; ANDRADE et al., 2002;

LYRA et al., 2010).

Page 138: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

111

Figura 65. Condutância estomática em folhas de maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, sem e com biofertilizante bovino e cobertura morta no encerramento da fase produtiva. Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de

Tukey (P < 0,05). DMS = 0,011.

Netondo; Onyango; Beck (2004); Musyimi; Netondo; Ouma (2007), Flexas et

al. (2008) e Silveira et al. (2010) afirmam que a salinidade elevada da água de irrigação

exerce efeito prejudicial no processo de abertura estomática, por aumentar a resistência

à difusão de CO2, o que foi observado nas plantas irrigadas com a água de 4,5 dS m-1,

principalmente nas plantas com biofertilizante e cobertura morta em que a gs foi

reduzida de 0,08, nas plantas irrigadas com água de baixa salinidade, para 0,04 mol m-2

s-1, nas irrigadas com água de alta salinidade.

Para Larcher (2006) e Taiz e Zeiger (2008), sob condições de estresse severo,

uma das primeiras respostas das plantas pode ser o fechamento estomático, de forma a

minimizar a perda de água, conforme observações em arroz (Oryza sativa L.) e milho

submetidos às condições de estresse salino, por Moradi e Ismail (2007) e Abdel-Latif

(2008), respectivamente.

Page 139: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

112

4.5.3. Taxa transpiratória (E)

Na floração das plantas não houve efeitos significativos dos tratamentos na taxa

transpiratória das plantas (Apêndice 12), com valores oscilando de 2,00 (T1) a 3,33

mmol m-2 s-1 (T2), evidenciando as mesmas tendências observadas com a condutância

estomática.

A taxa transpiratória no encerramento da fase produtiva das plantas foi

influenciada significativamente pela interação dos fatores biofertilizante e cobertura

morta (Apêndice 12).

Na Figura 66, verifica-se que, ao final do experimento, a aplicação do

biofertilizante no solo sem a cobertura morta, inibiu em 36,3% os valores de taxa

transpiratória das plantas, sendo diminuída de 1,35 para 0,86 mmol m-2 s-1.

Contrariamente, com utilização da cobertura morta, a taxa transpiratória foi elevada de

1,12 para 1,70 mmol m-2 s-1 (51,7%), o que evidencia os benefícios do uso concomitante

do insumo orgânico e cobertura do solo em maracujazeiro amarelo.

Figura 66. Taxa transpiratória no encerramento da fase produtiva do maracujazeiro amarelo em solo sem e com biofertilizante e cobertura morta. Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre diferentes condições do uso da cobertura morta dentro das mesmas condições do uso do biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma condição do uso da cobertura morta dentro de diferentes condições do uso de biofertilizante bovino não diferem

estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,31.

Nos tratamentos com biofertilizante, observou-se incremento de 97,7% nos

valores de taxa transpiratória das plantas com a utilização da cobertura morta, onde a

elevação foi de 0,86 para 1,70 mmol m-2 s-1. Este fato pode estar associado ao menor

Page 140: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

113

déficit hídrico, com ajustamento osmótico, que as plantas foram submetidas (LUCENA,

2009).

Esse comportamento confirma os dados obtidos de gs (Figura 65), evidenciando

a importância do uso da cobertura do solo e do biofertilizante bovino nessas plantas.

Esses tratamentos podem ter proporcionado melhoria nas condições hídricas do solo e,

consequentemente, das plantas, possibilitando as trocas gasosas entre as plantas e o

meio, evitando estresse hídrico. De acordo com Gonçalves et al. (2010), a relação direta

entre transpiração e condutância estomática é esperada, tendo em vista a diminuição do

fluxo de vapor d’água para a atmosfera e, consequentemente, da transpiração, à medida

em que se fecham os estômatos. Redução na taxa de transpiração, com consequente

queda na condutância estomática e taxa de fotossíntese, induzida por estresse hídrico e

salino, foi observada em pinhão manso (SILVA et al., 2010).

4.5.4. Taxa fotossintética (A)

A taxa fotossintética das plantas não foi influenciada pelos tratamentos na fase

de floração (Apêndice 13), com tendências de elevação semelhantes às observadas para

gs e taxa transpiratória, com valores de 10,12 (T7) a 18,37 µmolCO2 m2 s-1 (T2)

A fotossíntese líquida em plantas de maracujazeiro amarelo foi

significativamente influenciada pela salinidade da água (Apêndice 13).

Em função da redução da condutância estomática (Figura 65), da taxa

transpiratória (Figura 66) e do aumento da concentração interna de CO2 (Figura 64) nas

folhas, a taxa de assimilação líquida foi comprometida quando as plantas foram

irrigadas com água de alta salinidade (Figura 67). As plantas irrigadas com água salina

apresentaram valores inferiores de taxa fotossintética líquida (1,80 µmolCO2 m2 s-1) aos

verificados em plantas irrigadas com água não salina (2,56 µmolCO2 m2 s-1), com

redução de 30%, ao final do experimento.

Page 141: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

114

Figura 67. Fotossíntese líquida no encerramento da fase produtiva do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina. Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,73.

O estresse salino reduz a taxa de assimilação líquida de CO2, taxa de

transpiração e condutância estomática em glicófitas (GIBBERD; TURNER; STOREY,

2002; LÓPEZ-CLIMENT et al., 2008). Vários pesquisadores têm afirmado que a

salinidade reduz a taxa fotossintética de plantas através de efeitos estomáticos e não

estomáticos (MUSYIMI; NETONDO; OUMA, 2007), apesar de que estes últimos não

estão totalmente esclarecidos (NETONDO; ONYANGO; BECK, 2004). Uma

consequência indireta do fechamento estomático é a restrição à entrada de CO2 nas

células, o que poderia aumentar a susceptibilidade a danos fotoquímicos, pois baixas

taxas de assimilação do CO2 causam energia luminosa excessiva no FSII (SILVA et al.,

2010). Distúrbios nas reações fotoquímicas causadas pelo estresse salino foram

verificados por Netondo; Onyango; Beck (2004), Souza et al. (2004), Tezara et al.

(2005) e Lucena (2009), o que foi comprovado com os resultados do rendimento

quântico potencial (Fv/Fm) nas plantas irrigadas com água de salinidade elevada

contidos na Figura 63-A.

Netondo; Onyango; Beck (2004) observaram uma correlação positiva entre a

condutância estomática e a taxa de assimilação de CO2, sugerindo que o fator

estomático era o limitante para a fotossíntese sob estresse salino. No entanto, esses

fatores estomáticos são mais significativos em salinidades moderadas, enquanto que sob

altas salinidades, as limitações são de natureza não estomática (EVERARD et al.,

1994).

Page 142: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

115

Musyimi; Netondo: Ouma (2007) enfatizam que baixa condutância estomática,

associada à alta Ci, é uma resposta adaptativa ao CO2 extracelular, através da qual as

limitações difusivas à fotossíntese são ajustadas em resposta a mudanças na demanda no

mesofilo pelo CO2. Acrescentam ainda que, embora os fatores estomáticos e não

estomáticos estejam associados à redução na fotossíntese após irrigação com água

salina, a maior parte dessa redução é o resultado de efeitos não estomáticos. Geralmente

o estresse salino está associado ao estresse hídrico, e ambos podem causar redução na

fotossíntese devido a distúrbios na estrutura e funcionamento do aparato fotoquímico

(HURA et al., 2007).

Pinheiro et al. (2010) afirmam que o estresse salino promove reduções

consideráveis na fotossíntese líquida de plantas, que podem estar associadas a uma

limitada capacidade de síntese e maior degradação de clorofilas a, b e totais.

4.6. Teores de clorofila a, b, total e carotenóides

Os teores de clorofila a, b e carotenóides foram afetados significativamente pela

interação salinidade da água, biofertilizante bovino e cobertura morta (Apêndice 14).

De acordo com os resultados apresentados na Figura 68, observa-se que entre os

tratamentos relacionados à salinidade da água, sem biofertilizante e sem cobertura

morta, a elevação do teor salino da água de irrigação reduziu os teores de clorofila a nas

plantas de 1,25 para 1,13 mg g-1 de matéria fresca, com depleção de 9,6%, resultando

em redução da eficiência fotossintetizante (Figura 63-A). Entretanto, com a aposição do

insumo orgânico, essa perda nos teores de clorofila a foi mais expressiva, com 22,6%,

com valores sendo reduzidos de 1,68 para 1,30 mg g-1 de matéria fresca,

respectivamente, para plantas irrigadas com água não salina e salina.

Page 143: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

116

Figura 68. Teores de clorofila a em folhas de maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, sem e com biofertilizante bovino e cobertura morta. Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de

Tukey (P < 0,05). DMS = 0,05.

Jamil et al. (2007), Cavalcante et al. (2009) e Mendonça et al. (2010) afirmam

que plantas que crescem sob condições de salinidade têm sua atividade fotossintética

reduzida, resultando na redução do crescimento, com menor área foliar e menor

conteúdo de clorofila. A redução da clorofila, nas plantas expostas à salinidade da água,

ocorre em razão do aumento da enzima clorofilase, que degrada as moléculas deste

pigmento fotossintetizante. Para Zanella et al. (2004), um dos fatores ligados à

eficiência fotossintética de plantas (Fv/Fm) e, consequentemente, ao crescimento e à

adaptabilidade a ambientes adversos é o conteúdo de clorofila e carotenóides.

Nas plantas irrigadas com água não salina, no solo com biofertilizante bovino e

sem cobertura, observou-se o maior teor médio de clorofila a, com valores de 1,68 mg

g-1 de matéria fresca - MF, superando em 48,6% os valores de 1,13 mg g-1 MF

observados nas plantas irrigadas com água não salina, no solo sem biofertilizante e sem

cobertura. Esses resultados são concordantes com as afirmações de Sultana; Ikeda; Itoh

(1999), Jamil et al. (2007) e Mendonça et al. (2010) ao concluírem que os teores de

pigmentos fotossintéticos nas plantas são reduzidos pela salinidade na solução do solo.

A aplicação do biofertilizante bovino proporcionou aumentos significativos nos

teores de clorofila a nas plantas, podendo-se inferir que as plantas conservaram, em

parte, sua capacidade de síntese de clorofila a, que são constantemente degradadas e

Page 144: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

117

ressintetizadas ao longo do ciclo das plantas. Comparativamente, quando se aplicou o

insumo orgânico e a cobertura morta às plantas irrigadas com água não salina ou salina,

não se observou efeitos significativos no teor da clorofila a.

O uso da cobertura morta elevou os teores de clorofila a de 1,13 para 1,25 e de

1,30 para 1,44 mg g-1 de matéria fresca nos tratamentos com água salina, sem e com

biofertilizante bovino, respectivamente, com efeitos positivos na condição fotossintética

das plantas (ZANELLA et al., 2004).

Pela Figura 69, observa-se que os teores de clorofila b oscilaram de 0,14 a 0,30

mg g-1 de matéria fresca, sendo os menores valores verificados em plantas submetidas

ao estresse salino, sem biofertilizante no solo e sem cobertura, o que corrobora as

informações de Lima et al. (2004) e Parida; Das; Mittra (2004) de que o estresse salino

reduz os teores de pigmentos fotossintetizantes das plantas, possivelmente devido à

menor capacidade das plantas em sintetizá-los ou na maior degradação de clorofilas. De

acordo com Scalon et al. (2003), o aumento da proporção de clorofila b, como

observado, principalmente, entre plantas dos tratamentos com água não salina e com

cobertura do solo, sem e com utilização do biofertilizante, é uma característica

importante, pois este pigmento clorofiliano capta energia de outros comprimentos de

onda e transfere para a clorofila a, que efetivamente atua nas reações fotoquímicas da

fotossíntese.

Nos tratamentos referentes à interação tripla, nas plantas irrigadas com água não

salina e com cobertura morta, a aplicação do biofertilizante bovino no solo elevou os

teores de clorofila b de 0,22 para 0,29 mg g-1 de matéria fresca. Nas plantas tratadas

com água salina e sem cobertura morta, observou-se elevação em 100% nos teores deste

pigmento fotossintetizante com o uso do efluente orgânico, com teores sendo elevados

de 0,14 para 0,28 mg g-1 de matéria fresca.

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118

Figura 69. Teores de clorofila b em folhas de maracujazeiro amarelo sob condições de irrigação com água não salina e salina, sem e com biofertilizante bovino e cobertura morta. Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de

Tukey (P < 0,05). DMS = 0,01.

Como a função das clorofilas é absorver quantas de luz incidente (AMARANTE

et al., 2008), percebe-se que os melhores tratamentos relacionados aos teores de

clorofilas a e b foram os de plantas tratadas com água não salina, no solo com

biofertilizante e sem cobertura (Figuras 68 e 69).

As interações salinidade da água x cobertura morta e biofertilizante bovino x

cobertura morta exerceram efeitos significativos de clorofila total em folhas de

maracujazeiro amarelo (Apêndice 14).

Na interação salinidade da água x cobertura do solo (Figura 70-A), a elevação do

teor salino da água nos tratamentos sem cobertura do solo, os teores de clorofila total

sofreram depleção de 19,2%, sendo reduzidos de 1,77 para 1,43 mg g-1 de matéria

fresca. Com a cobertura morta, nos tratamentos com água salina, os teores de clorofila

total foram reduzidos em 0,12 mg g-1 MF, enquanto, nas plantas tratadas com água

salina, a cobertura morta elevou os teores de clorofila total em 0,17 mg g-1 MF por

tratamento.

Page 146: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

119

Figura 70. Teores de clorofila total em folhas de maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, sem e com cobertura morta (A) e sem e com biofertilizante, sem e com cobertura morta (B). Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre diferentes condições de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de cobertura morta e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso de cobertura morta (A) e minúsculas entre diferentes condições do uso da cobertura morta dentro das mesmas condições do uso do biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma condição do uso da cobertura morta dentro de diferentes condições do uso de biofertilizante bovino (B) não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,076.

A cobertura morta favoreceu as plantas nos teores totais dos pigmentos

fotossintetizantes, mais expressivamente nos tratamentos sem biofertilizante, com

elevação média de 0,37 mg g-1 MF por tratamento (Figura 70-B). O uso do

biofertilizante bovino influenciou positivamente os teores de clorofila total nos

tratamentos sem cobertura do solo, com incrementos de 9,2%, sendo elevados de 1,41

para 1,54 mg g-1 MF.

Nas plantas irrigadas com água não salina e com cobertura do solo, a aplicação do

biofertilizante bovino no solo, conforme se observa na Figura 71, elevou os teores de

pigmentos carotenóides de 0,36 para 0,44 mg g-1 de matéria fresca, equivalendo a

acréscimos de 22,2%. Nas plantas tratadas com água salina e sem cobertura do solo,

ocorreu incrementos de 131,2% nos teores de carotenóides no solo com o uso do

biofertilizante, com valores sendo elevados de 0,16 para 0,37 mg g-1 de matéria fresca.

Page 147: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

120

Figura 71. Teores de carotenóides no tecido foliar do maracujazeiro amarelo sob condições de irrigação com água não salina, salina em covas sem e com biofertilizante bovino e cobertura morta. Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de

Tukey (P < 0,05). DMS = 0,04.

Os menores teores de carotenóides foram obtidos nas plantas irrigadas com água

salina, no solo sem biofertilizante e sem cobertura, com valores de 0,16 mg g-1 de

matéria fresca, confirmando observações de Sharma e Hall (1991) de que o estresse

salino diminui os teores desses pigmentos.

O biofertilizante bovino, em ambas as condições de irrigação das plantas,

estimulou a produção de carotenóides, como observado nas Figuras 69 e 70 para os

teores de clorofilas a e b, respectivamente.

À exceção entre os tratamentos sem biofertilizante bovino e sem cobertura do

solo, não se observaram efeitos significativos da elevação do teor salino da água nos

teores de carotenóides, confirmando, segundo Pinheiro et al. (2010), que sob condições

estressantes as plantas não necessitam de rotas alternativas de dissipação de energia para

evitar problemas de fotoinibição e fotooxidação.

Page 148: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

121

4.7. Consumo hídrico do maracujazeiro amarelo

4.7.1. Condições térmicas no ambiente dos lisímetros

A Tabela 4 dispõe os dados médios de temperatura, medida às 15 horas, da

superfície do substrato, a 5 cm de profundidade, na superfície da cobertura do solo e nas

bordas externas dos lisímetros em cada fase fenológica da cultura.

Nos tratamentos com água não salina, os dados indicam que as temperaturas

médias na superfície do substrato e a 5 cm de profundidade foram superiores, em

valores absolutos, aos observados no solo com água salina. A superioridade mais

expressiva foi de 2,7 e 3,1 oC (sem biofertilizante e com cobertura morta) e de 1,7 oC e

4,2 oC (com biofertilizante, sem cobertura morta), na superfície do substrato e a 5 cm de

profundidade, respectivamente.

Nos tratamentos com água não salina e no solo sem biofertilizante bovino, a

cobertura reduziu a temperatura média da superfície do substrato e a 5 cm de

profundidade, respectivamente, em 10,3 oC e 8,7 oC. No solo com biofertilizante, a

depleção em temperatura com a cobertura morta foi de 8,8 oC, referentes aos valores na

superfície do substrato, e 8,4 oC a 5 cm de profundidade. A temperatura média nos

tratamentos com água salina e sem biofertilizante foi reduzida em 11,7 oC na superfície

do substrato e 10,9 oC a 5 cm de profundidade. No solo irrigado com água salina e com

biofertilizante, a redução térmica média com a utilização da cobertura morta foi de 8,0

oC e 5,6 oC, respectivamente na superfície do substrato e a 5 cm de profundidade, com

variação de 30,3 a 32 oC, na superfície do substrato, e de 29,9 a 31,3 oC a 5 cm de

profundidade.

O uso da cobertura morta, como proteção do solo, diminui a evaporação da água

adicionada durante a irrigação, evitando a precipitação de sais na zona radicular.

Segundo Stamets e Chilton (1983), essa camada protege o substrato contra a perda de

água, favorece a formação de microclima úmido, serve como reservatório de água à

cultura em crescimento e favorece o desenvolvimento das plantas (CADAVID et al.,

1998). Além disso, a cobertura promove o crescimento do sistema radicular na camada

superficial e reduz as flutuações de temperatura do solo (GILL et al., 1996).

Resende et al. (2005) verificaram que a cobertura do solo com capim seco em

cultivos de cenoura (Daucus carota L.) manteve o solo com um gradiente de

temperatura de aproximadamente 3,5 oC inferior ao tratamento sem cobertura morta.

Page 149: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

122

Para Gasparim et al. (2005), as coberturas protetoras desempenham importante função

na agricultura, porque podem modificar as variações de temperatura no interior do solo

e, principalmente próximo à superfície, alterando consideravelmente o ambiente para o

desenvolvimento da flora e da fauna do solo.

Independentemente dos tratamentos, as temperaturas médias da superfície da

cobertura morta foram inferiores, em valores absolutos, às observadas na superfície do

substrato sem cobertura morta (Figura 72-A). Na superfície exterior dos lisímetros, as

temperaturas médias no período avaliativo oscilaram de 40,4 oC, no tratamento com

água salina, no solo com biofertilizante e cobertura morta a 42,9 oC, no solo irrigado

com água não salina, sem biofertilizante e com cobertura morta (Figura 72-B).

Figura 72. Temperaturas médias diárias da superfície do substrato e da cobertura morta (A) e da superfície exterior dos lisímetros (B) com maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, sem e com biofertilizante, sem e com cobertura morta.

Page 150: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

123

Tabela 4. Valores da temperatura (oC) na superfície do substrato (SS), a 5 cm de profundidade, na superfície externa da cobertura morta (SECM), na superfície externa dos lisímetros (SEL) e variações de temperatura entre os tratamentos sem e com cobertura (∆t), nas diferentes fases diferentes fases fenológicas de maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina (NS) e salina (S), no solo sem (SB) e com biofertilizante bovino (CB), sem (SC) e com cobertura morta (CC).

FASE I

TRATAMENTOS Água Bio CM SS ∆t 5 cm ∆t SECM SEL ∆t T1 NS SB SC 39,8 9,5 38,5 7,2 42,8 -1,9 T2 NS SB CC 30,3 31,3 39,8 44,7 T3 NS CB SC 41,7 10,5 40,1 8,6 43,3 -0,3 T4 NS CB CC 31,2 31,5 37,8 43,6 T5 S SB SC 38,6 9,1 38,0 8,5 42,3 1,1 T6 S SB CC 29,5 29,5 35,3 41,2 T7 S CB SC 38,3 7,1 38,0 7,7 42,0 -0,5 T8 S CB CC 31,2 30,3 36,3 42,5

FASE II

TRATAMENTOS Água Bio CM SS ∆t 5 cm ∆t SECM SEL ∆t T1 NS SB SC 41,0 6,2 40,2 4,7 41,2 -1,6 T2 NS SB CC 34,8 35,5 42,1 42,8 T3 NS CB SC 39,2 8,4 40,6 8,8 40,1 -0,5 T4 NS CB CC 30,8 31,8 36,6 40,6 T5 S SB SC 39,3 10,3 39,0 9,7 41,4 1,4 T6 S SB CC 29,0 29,3 38,6 40,0 T7 S CB SC 38,1 7,8 35,7 5,8 40,8 0,6 T8 S CB CC 30,3 29,9 37,3 40,2

FASE III

TRATAMENTOS Água Bio CM SS ∆t 5 cm ∆t SECM SEL ∆t T1 NS SB SC 42,7 9,2 40,6 7,0 39,5 -0,1 T2 NS SB CC 33,5 33,6 40,5 39,6 T3 NS CB SC 40,1 7,8 39,3 7,3 39,5 2,2 T4 NS CB CC 32,3 32,0 40,2 37,3 T5 S SB SC 41,2 9,2 40,4 9,2 36,8 -1,7 T6 S SB CC 32,0 31,2 39,7 38,5 T7 S CB SC 38,7 6,7 35,2 4,1 38,1 0,3 T8 S CB CC 32,0 31,1 39,2 37,6

FASE IV

TRATAMENTOS Água Bio CM SS ∆t 5 cm ∆t SECM SEL ∆t T1 NS SB SC 49,6 16,1 49,6 15,9 44,2 -0,1 T2 NS SB CC 33,5 33,7 40,6 44,3 T3 NS CB SC 42,9 8,4 41,5 8,8 44,3 0,3 T4 NS CB CC 34,5 32,7 40,5 44,0 T5 S SB SC 49,1 18,2 47,8 16,2 44,1 1,5 T6 S SB CC 30,9 31,6 38,8 42,6 T7 S CB SC 42,2 10,4 35,9 4,6 41,1 0,0 T8 S CB CC 31,8 31,3 38,4 41,1

Page 151: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

124

4.7.2. Evapotranspiração da cultura (ETc)

O consumo hídrico das plantas nos estádio de crescimento vegetitivo apical,

crescimento dos ramos laterais e produtivos e florescimento, frutificação e

amadurecimento dos frutos do maracujazeiro amarelo e consumo hídrico total das

plantas foi afetado significativamente pela interação salinidade da água x biofertilizante

bovino x cobertura morta (Apêndice 15).

A Figura 73 evidencia que, durante o estádio de crescimento apical (Fase I), os

consumos hídricos de plantas irrigadas com águas de diferentes conteúdos iônicos

foram semelhantes, estatisticamente. Possivelmente, o curto espaço de tempo de

exposição das plantas aos níveis de sais das águas de irrigação (28 dias) não tenha sido

suficiente para reduzir o potencial osmótico da solução do solo ao nível de interferir na

absorção de água e nutrientes pelas plantas.

Figura 73. Consumo hídrico do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, sem e com biofertilizante bovino, sem e com cobertura morta no estádio de crescimento apical das plantas (Fase I). Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de

Tukey (P < 0,05). DMS = 0,14.

Os mais elevados e baixos consumos hídricos diários foram observados,

respectivamente, nas plantas de maracujazeiro amarelo irrigadas com água não salina no

solo, sem biofertilizante e sem cobertura (3,72 mm dia-1) e nas irrigadas com água

salina, no solo com biofertilizante e com cobertura (2,95 mm dia-1), equivalendo, nas

Page 152: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

125

condições de plantios em lisímetros, a uma demanda hídrica diária de 1,06 e 0,84 L

planta-1 nos primeiros dias após iniciada a irrigação com água salina. Em ambas as

situações, ou seja, no cultivo em lisímetro irrigado com águas de baixo e alto teores

salino ou sob cultivo tradicional irrigado com água não salina, o consumo hídrico da

cultura durante o crescimento inicial é baixo. Sousa et al. (2001) relatam que, nos

primeiros 90 dias de idade, o consumo hídrico do maracujazeiro é inferior a 1,10 L

planta dia-1, expressando baixo consumo hídrico.

Com a utilização da cobertura morta, foi evidenciado efeito significativo com as

plantas irrigadas com água de baixa salinidade e sem biofertilizante bovino. A ETc

média verificada foi de 3,16 mm dia-1, com economia hídrica de 15,1% (0,56 mm dia-1

por planta). A mesma tendência de redução na evapotranspiração da cultura ficou

evidenciada nos tratamentos com o uso do biofertilizante bovino, onde esta variável foi

de 3,25 mm dia-1 nas plantas sem cobertura morta e de 2,95 mm dia-1 (9,2% menor) com

o uso da cobertura do substrato. Paiva et al. (2004) e Cavalcante et al. (2005b)

constataram que a cobertura morta mantém o solo mais úmido e menos aquecido,

resultando em redução da evapotranspiração das culturas.

Pela Tabela 4, observa-se que, nos tratamentos com cobertura morta,

independentemente da salinidade da água e da aplicação do biofertilizante, a

temperatura média da superfície (30,6 o C) e à profundidade de 5 cm do substrato (30,7 o

C) foi, em média, no período da Fase I da cultura, 22,9 % e 20,9%, respectivamente,

inferior aos tratamentos sem cobertura do solo. Nos tratamentos com cobertura,

provavelmente, segundo Schöffel (2010), tenha ocorrido uma atenuação na absorção e

reflexão da radiação solar incidente, resultando na redução do balanço de radiação

interna e, consequentemente, numa menor ETc das plantas em comparação com os

tratamentos sem cobertura do solo.

A aplicação do biofertilizante bovino não diferiu estatisticamente nos tratamentos

com água não salina e com cobertura morta e salina e sem cobertura morta. A maior

redução da ETc de 3,41mm dia-1 para 2,90 mm dia-1, com declínio de 14,9%, foi entre

as plantas tratadas com água salina, no solo sem biofertilizante e sem cobertura morta e

os tratamentos com água salina, no solo com biofertilizante e com cobertura morta.

Tendência semelhante foi observada por Sousa et al. (2008) ao constatarem maior

crescimento nas plantas irrigadas com água salina e biofertilizante em relação às plantas

tratadas sem o insumo.

Page 153: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

126

Nas plantas irrigadas com água salina, a variabilidade no consumo hídrico foi de

2,90 mm dia-1, nas plantas tratadas com biofertilizante bovino e com cobertura morta, a

3,58 mm dia-1, no solo sem o insumo e sem cobertura. A salinidade exerceu efeito

significativo nos resultados entre plantas dos tratamentos sem e com biofertilizante e

sem e com cobertura, com valores respectivos de 3,35 e 2,90 mm dia-1, com redução de

13,4% na ETc de plantas com o insumo orgânico e com cobertura morta no substrato,

equivalente a uma diminuição no consumo correspondeu a um volume de 4,5 m3 de

água ha-1.

No estádio fenológico de crescimento dos ramos laterais e produtivos do

maracujazeiro amarelo (Fase II), verifica-se, pela Figura 74, que a ETc das plantas

irrigadas com água de alta salinidade foi sensivelmente menor em relação ao consumo

das plantas irrigadas com água não salina. A maior exposição das plantas aos efeitos

deletérios dos sais da água aplicada, nesta fase que foi de intenso crescimento,

aumentou a pressão osmótica na solução do substrato e comprometeu a absorção de

água e nutrientes, com reflexos negativos sobre processos fisiológicos e consumo

hídrico das plantas (AYERS e WESTCOT, 1999; SILVA et al., 2006; TAIZ e ZEIGER,

2008; DIAS; BLANCO, 2010). De acordo com Rhoades e Loveday (1990), altas

concentrações de sais solúveis na zona radicular reduzem o potencial osmótico da água

em relação ao interior das plantas, comprometendo o fluxo de água no sentido solo-

planta e o crescimento vegetativo.

Page 154: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

127

Figura 74. Consumo hídrico do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, sem e com biofertilizante bovino, sem e com cobertura morta no estádio de crescimento dos ramos laterais e produtivos (Fase II). Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de

Tukey (P < 0,05). DMS = 0,02.

Nos tratamentos com água não salina, a ETc oscilou de 6,77 mm dia-1 (sem

biofertilizante e com cobertura morta) para 7,99 mm dia-1 (sem biofertilizante e sem

cobertura morta), com redução de 15,3% no consumo hídrico das plantas no solo com

biofertilizante e cobertura. Em trabalho de avaliação da evapotranspiração da cultura do

maracujazeiro amarelo em lisímetros de drenagem e irrigado com água de boa

qualidade, Alencar (2000) verificou valores médios de consumo de 8,50 mm dia-1 no

mesmo estádio fenológico. Esse valor é 6,3% superior ao do tratamento com água não

salina, no solo sem biofertilizante e sem cobertura desta pesquisa. Souza et al. (2009)

verificaram que no estádio de formação da cultura ocorreu uma tendência de aumento

nos valores de ETc do maracujazeiro amarelo cultivado em condições de aridez e em

covas, com média de 5,71 mm dia-1, e, portanto, inferior ao do trabalho em apreço.

A cobertura morta reduziu a ETc das plantas de 7,99 para 6,77 mm dia-1, com

depleção de 15,2%. entre plantas irrigadas com água não salina, no solo sem

biofertilizante e cobertura morta.

A aplicação do biofertilizante bovino nos tratamentos com água salina elevou o

consumo hídrico das plantas no estádio de crescimento dos ramos laterais e produtivos.

Page 155: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

128

A evapotranspiração entre plantas sob irrigação com água salina, no solo sem e com

cobertura foi elevada de 6,26 para 6,64 mm dia-1 e de 5,95 para 6,13 mm dia-1, com a

aplicação do biofertilizante, com aumentos de 6,1% e 3,0%, respectivamente. Essa

constatação evidencia que, possivelmente, o efluente orgânico tenha mitigado a

intensidade dos efeitos depressivos dos sais às plantas, por ação de complexas reações

das substâncias húmicas no solo e acúmulo de solutos orgânicos, que mantêm o

potencial osmótico no tecido celular mais baixo que na solução externa, refletindo-se na

capacidade das plantas em absorverem água, conforme dispõem Nardi et al. (2002),

Munns (2005) e Baalousha; Motelica-Heino; Coustumer (2006).

No tocante às plantas submetidas ao estresse salino, a maior economia de água

(7,7%) ocorreu entre os tratamentos com biofertilizante, com consumos hídricos médios

de 6,64 e 6,13 mm dia-1 entre os tratamentos sem e com cobertura do solo. Na fase de

formação vegetativa das plantas de maracujazeiro, em ambas as condições de salinidade

da água de irrigação, a cobertura morta sobre o substrato alterou, em conformidade com

Stone; Moreira (2000) e Cavalcante et al. (2005a), a relação solo-água, com reduções na

taxa de evapotranspiração das plantas e promovendo a manutenção do solo mais úmido.

No período referente à fase II do maracujazeiro amarelo, os tratamentos com água salina

e com cobertura proporcionaram menores gradientes térmicos (Tabela 4), o que se

reflete nos menores valores de ETc.

Na Figura 75, no estádio fenológico correspondente à floração, frutificação e

amadurecimento dos frutos do maracujazeiro amarelo, verificou-se comportamento de

consumo hídrico semelhante à fase vegetativa de crescimento dos ramos laterais e

produtivos. As demandas hídricas das plantas irrigadas com água não salina foram

superiores às das plantas submetidas a estresse salino. Esse comportamento dos dados

está coerente com Letey (1999), Tester e Davenport (2003), Paiva et al. (2004)

Cavalcante et al. (2005a) e Dias e Blanco (2010) ao apresentarem que o aumento da

salinidade da água e do solo compromete o consumo hídrico das plantas, devido às

alterações no potencial osmótico entre os tecidos vegetais e o meio salino, toxicidade

iônica, desequilíbrio na absorção de nutrientes e redução na ETc.

Page 156: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

129

Figura 75. Consumo hídrico do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, no solo sem e com biofertilizante bovino, sem e com cobertura morta no estádio de florescimento, frutificação e amadurecimento dos frutos (Fase III). Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,08.

Os valores de ETc das plantas irrigadas com água não salina e salina oscilaram

de 10,47, no solo com biofertilizante e cobertura, para 11,60 mm dia-1, nos tratamentos

sem biofertilizante e sem cobertura do solo, e de 6,53, no solo sem biofertilizante e com

cobertura, para 6,99 mm dia-1, nas plantas com biofertilizante e sem cobertura,

respectivamente. No estádio de floração e frutificação, Silva e Klar (2002) e Souza et al.

(2009) registraram, respectivamente, ETc de 3,21 e 6,95 mm dia-1 em plantas de

maracujazeiro amarelo em cultivo convencional e irrigação com água de boa qualidade.

Neste estado fenológico, a aplicação do biofertilizante bovino reduziu o

consumo hídrico das plantas nos tratamentos com água não salina e sem cobertura

morta. A cobertura morta influenciou positivamente o consumo hídrico nos tratamentos,

com uma variação de 10,33 para 11,60 mm dia-1, ocasionando redução de 10,9% na ETc

entre os tratamentos com água não salina e sem biofertilizante.

A ETc das plantas irrigadas com água salina aumentou de 6,53 (sem

biofertilizante e sem cobertura morta) para 6,99 mm dia-1 (com biofertilizante e sem

cobertura morta). Em termos globais, a depleção no consumo de água pelas plantas

irrigadas com água salina, comparativamente aos tratamentos análogos com água não

salina, foi de 40,8%, 36,8%, 36,7% e 36,5%, respectivamente, para tratamentos no solo

Page 157: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

130

sem biofertilizante e sem cobertura, sem biofertilizante e com cobertura, com

biofertilizante e sem cobertura e com biofertilizante e com cobertura. Esses decreptos

confirmam as observações de Alves et al. (2000), Gervásio; Carvalho; Santana (2000),

Dias et al. (2005) e Soares et al. (2008) de que o consumo de água pelas plantas é

sensivelmente reduzido, durante o ciclo produtivo, com o incremento dos níveis de

salinidade da água de irrigação ou do solo.

No estádio de repouso vegetativo após a colheita dos frutos, as interações

salinidade da água x biofertilizante bovino, salinidade da água x cobertura morta e

biofertilizante bovino x cobertura morta exerceram efeitos significativos no consumo

hídrico das plantas (Apêndice 15).

O período de avaliação da Fase IV, equivalente ao repouso vegetativo após a

colheita dos frutos, foi de 21 dias. Nessa fase, observa-se que o biofertilizante exerceu

efeitos significativos, reduzindo o consumo hídrico das plantas irrigadas com água não

salina, de 10,20 para 9,40 mm dia-1, com declínio ou economia de água de 7,8% (Figura

76-A). Os resultados obedeceram à tendência registrada na fase de florescimento e

frutificação (Figura 75).

Nas plantas irrigadas com água salina, o insumo orgânico não revelou efeito

significativo na ETc, mas, comparativamente, as plantas irrigadas com água não salina

tiveram a ETc reduzida em 47,2% e 42,6% em relação à água de maior conteúdo iônico,

respectivamente, no solo sem e com biofertilizante bovino.

Entre as plantas irrigadas com os dois níveis de salinidade da água no solo sem

biofertilizante bovino (Figura 76-A), e sem cobertura morta (Figura 76-B), verifica-se

que o consumo de água das plantas foi reduzido com o incremento da salinidade hídrica

de 10,20 mm dia-1 para 5,40 mm dia-1 e de 10,30 mm dia-1 para 5,60 mm dia-1,

respectivamente. Esse comportamento foi verificado por França e Silva et al. (2005)

com pimentão (Capsicum annuum L.), afirmando que, nesse estádio fenológico, as

plantas têm maior sensibilidade à condição salina da água de irrigação e sofrem redução

na ETc.

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131

Figura 76. Consumo hídrico do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, sem e com biofertilizante bovino (A), sem e com cobertura morta (B) no estádio de repouso vegetativo após a colheita dos frutos (Fase IV). Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino (A), minúsculas entre diferentes condições de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de cobertura morta e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso de cobertura morta (B) não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,31.

Na Figura 76-B, nos tratamentos com água não salina e salina, cobertura morta

reduziu o consumo hídrico do maracujazeiro amarelo, de forma mais expressiva em

plantas irrigadas com água não salina, em que se observou redução de 8,8% no

consumo hídrico.

De acordo com a Tabela 4, as temperaturas médias na superfície do substrato e a

5 cm de profundidade na Fase IV do maracujazeiro amarelo, nos dois tipos de água de

irrigação, foram sempre menores nos tratamentos com o uso do biofertilizante, com

valores médios respectivos de 38,7o C e 37,1o C nos tratamentos com água não salina e

37,0o C e 33,1o C, com água salina. No solo sem biofertilizante, as temperaturas

variaram de 41,6o C a 41,7o C (água não salina) e de 38,7o C a 37,1o C (água salina) para

superfície do solo e a 5 cm de profundidade, respectivamente. Isso evidencia, pelos

resultados apresentados na Figura 78, que nos tratamentos com menores valores

térmicos se observaram menores consumos hídricos, corroborando com as afirmações

de Oliveira et al. (2002).

Situação semelhante foi verificada na Figura 76-B, onde os menores consumos

hídricos foram verificados nas plantas irrigadas com água salina e com cobertura morta,

consonantes com os menores gradientes de temperaturas na superfície do solo e a 5 cm

de profundidade nos solos com maior teor salino e com prática protetora, evidenciados

Page 159: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

132

na Fase IV do maracujazeiro amarelo (Tabela 4) e confirmados por Costa; Melo;

Ferreira (2007).

A ETc na Fase IV das plantas foi afetada significativamente pela interação

biofertilizante e cobertura morta (Apêndice 16).

Nos tratamentos sem biofertilizante, o consumo hídrico das plantas foi reduzido

de 8,3 para 7,5 mm dia-1 entre as plantas do solo apenas sem e com cobertura, com

declínio de 9,6%. No solo com o insumo orgânico, a cobertura morta não interferiu no

consumo hídrico das plantas (Figura 77). Esses dados estão coerentes com as reduções

de temperatura no substrato, como verificados na Tabela 5 em que, com o uso da

cobertura do solo, sem ou com aplicação do insumo orgânico, manteve o substrato

menos aquecido, refletindo a influência da radiação solar na ETc das plantas, como

afirma Schöffel (2010).

Em avaliações de consumo de água de maracujazeiro amarelo sob condições de

lisimetria, com irrigação das plantas com água de boa qualidade, Alencar (2000), nas

condições climáticas de Piracicaba, SP, verificou valores médios de ETc de 4,68 mm

dia-1 aos 196 dias após o transplantio das mudas, inferiores aos observados neste

trabalho.

Figura 77. Consumo hídrico do maracujazeiro amarelo em função da utilização do biofertilizante bovino e cobertura morta no estádio de repouso vegetativo após a colheita dos frutos (Fase IV). Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre diferentes condições do uso da cobertura morta dentro das mesmas condições do uso do biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma condição do uso da cobertura morta dentro de diferentes condições do uso de biofertilizante bovino não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,31.

Page 160: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

133

Conforme indicado na Figura 78, o consumo hídrico total, ou ETc acumulada, nas

plantas irrigadas com água não salina foi sensivelmente superior ao das plantas irrigadas

com água salina. Os valores da ETc total no período de 196 dias foram de 1.884,81 mm

(T1 – 531,52 L planta-1), 1.660,28 mm (T2 – 468,20 L planta

-1), 1.774,97 mm (T3 –

500,54 L planta-1), 1.679,15 (T4 – 473,52 L planta-1), 1.206,27 (T5 – 340,17 L planta

-1),

1.135,98 mm (T6 – 320,35 L planta-1), 1.217,32 mm (T7 – 343,29 L planta

-1) e 1.152,11

mm (T8 – 325,27 L planta-1).

Nos tratamentos com água salina, a menor ETc acumulada do maracujazeiro

amarelo, conforme Gervásio; Carvalho; Santana (2000), Gholipoor et al. (2002), Dias et

al. (2005) e Dias e Blanco (2010), é resposta da elevação do conteúdo iônico da água de

irrigação, que expõe o sistema radicial das plantas aos efeitos deletérios dos sais, com

redução do potencial osmótico no interior das células vegetais. Para Figueirêdo et al.

(2009), a depleção da evapotranspiração das culturas ocasionada pela irrigação com

água salina é reflexo da redução no potencial osmótico do solo, formação de crostas na

superfície do solo e efeitos nocivos devido à toxidez de certos sais, como o cloreto de

sódio, e desequilíbrios nutricionais com reduções na área foliar.

De acordo com Tester e Davenport (2003) e Dias e Blanco (2010), em condições

salinas ocorre redução na disponibilidade hídrica às plantas pela redução do

componente osmótico do potencial hídrico do solo. Para Nobre et al. (2010), o aumento

da concentração salina da água de irrigação contribui negativamente para absorção de

água pelas plantas, determinando redução nos processos fotossintéticos, como

observado neste trabalho (Figuras 67 e 70), provocando redução nas variáveis de

crescimento das plantas (Figuras 33, 34, 35-A e 36-A).

Page 161: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

134

Figura 78. Consumo hídrico total ou evapotranspiração acumulada da cultura do maracujazeiro amarelo sob condições de irrigação com água não salina e salina, sem e com biofertilizante e cobertura do solo. Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas interações água x biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas nas interações água x cobertura do solo dentro de biofertilizante e de mesmas letras gregas entre as águas x biofertilizante, sem ou com cobertura do solo, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 11,09.

Para qualquer tipo de água de irrigação, os dados médios de ETc acumulada ou

consumo hídrico total variaram de 1.135,98 a 1.884,81 mm, superiores aos 645,88 mm

apresentados por Silva e Klar (2002), com maracujazeiro amarelo, cultivado em

Botucatu, SP (22o 51’ S e 48o 26’ W) e com irrigação localizada e coerentes com os

1.489,8 mm obtidos por Souza et al. (2009) com maracujazeiro amarelo, no município

de Pentecoste, CE (3o 45’ S e 39o 15’ W), implantado no espaçamento de 4,0 m x 2,5 m

e irrigado com água de boa qualidade.

A prática da cobertura morta reduziu efetivamente o consumo hídrico das plantas

nos tratamentos. Os valores de ETc acumulada foram reduzidos de 1.884,81 para

1.660,28 mm e de 1.774,97 para 1.679,15 mm, com decréscimos de 11,6% e 5,4% nos

tratamentos com água não salina, no solo sem e com biofertilizante, respectivamente.

Nas plantas irrigadas com água salina, o consumo hídrico total das plantas decresceu

com a cobertura morta, nos tratamentos sem e com biofertilizante, respectivamente, de

1.206,27 para 1.135,98 mm, com decréscimos de 5,8%, e de 1.217,33 para 1.152,11

mm, com redução de 5,4%, o que foi observado também por Paiva et al. (2004) em

cultivos sob estresse salino da água de irrigação.

Page 162: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

135

4.7.3. Evapotranspiração de referência (ET0) e coeficientes de cultivo (Kc)

Os dados da evaporação do tanque Classe “A” e evapotranspiração de referência

(ET0) para períodos fenológicos do maracujazeiro amarelo e totais, por 196 dias de

avaliação, estão contidos na Tabela 5.

Tabela 5. Evaporação do tanque Classe “A” (ECA), evapotranspiração de referência (ET0) e valores médios de ECA e ET0 nas distintas fases fenológicas do maracujazeiro amarelo no período de setembro de 2009 a abril de 2010 no Sítio Macaquinhos, Remígio, PB.

FASES

DURAÇÃO

(dias)

ECA (mm)

ECA Média (mm dia-1)

ET0

(mm)

ET0 Média (mm dia-1)

I 28 206,36 7,37 154,77 5,53 II 42 329,56 7,85 247,17 5,89 III 105 718,57 6,84 538,93 5,13 IV 21 136,64 6,51 102,48 4,88

TOTAL 196 1.391,13 - 1.043,35 - I = crescimento vegetativo apical; II = crescimento dos ramos laterais e produtivos ; III = floração e frutificação; IV = encerramento da fase produtiva.

Os valores médios de ECA variaram de 6,51 a 7,85 mm dia-1, sendo registrada,

consequentemente, uma amplitude de ET0, que servirá de base para as determinações

dos coeficientes de cultivo (Kc) em cada fase fenológica do maracujazeiro amarelo, de

4,88 a 5,89 mm dia-1.

O coeficiente de cultivo das plantas no estádio de crescimento apical foi

influenciado significativamente pela salinidade da água e cobertura morta, isoladamente

(Apêndice 16).

No estádio fenológico de crescimento apical (Fase I), os coeficientes de cultivo

foram reduzidos no solo com biofertilizante (Figura 79-A) e com cobertura morta

(Figura 79-B). A redução de 0,62 para 0,55 e de 0,63 para 0,56, expressam reduções de

11,3 e 11,1%, no solo sem e com biofertilizante e sem e com cobertura,

respectivamente. No mesmo estádio fenológico do maracujazeiro amarelo, os valores

superaram o Kc de 0,41 obtido por Alencar (2000), estando na mesma ordem de 0,55;

0,60; 0,69 apresentados por Silva e Klar (2002), Silva et al. (2006), Souza et al. (2009),

respectivamente, em cultivo convencional sob irrigação localizada com água de boa

qualidade.

Page 163: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

136

Figura 79. Valores médios dos coeficientes de cultivo (Kc) de maracujazeiro amarelo no estádio de crescimento apical (Fase I) no solo sem e com biofertilizante bovino (A), sem e com cobertura morta (B). Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,02.

Os coeficientes de cultivo das plantas nos estádios de crescimento dos ramos

laterais e produtivos e floração e frutificação foram influenciados significativamente

pela interação salinidade da água x biofertilizante bovino x cobertura morta (Apêndice

16).

No estádio de crescimento dos ramos laterais e produtivos (Fase II), os Kc das

plantas irrigadas com água de condutividade elétrica de 4,5 dS m-1 foram

significativamente menores em relação aos das plantas irrigadas com água não salina

(Figura 80-A). A tendência dos resultados está em acordo com Munns e Tester (2008)

de que o estresse salino compromete o crescimento e o consumo de água pelas plantas

glicófitas, em geral.

Nos tratamentos com água não salina, os coeficientes de cultivo da Fase II entre

as plantas variaram de 1,23, no solo com biofertilizante e com cobertura, a 1,35, no solo

sem biofertilizante e sem cobertura, evidenciando redução dos valores médios do Kc

com o uso da cobertura do solo. Coerentemente com o observado nos valores de ETc da

Figura 73, o uso do biofertilizante incrementou em 6,9% o Kc neste estádio fenológico

nas plantas com cobertura morta. Nesta fase fenológica do maracujazeiro amarelo em

plantas irrigadas com água não salina, em condições de lisimetria, Silva e Klar (2006) e

Freire et al. (2011) verificaram valores de Kc, respectivamente, de 0,90 e de 0,87 a 0,98.

Page 164: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

137

Figura 80. Coeficientes de cultivo de maracujazeiro amarelo, nos estádios fenológicos de crescimento dos ramos laterais e produtivos (Fase II) (A) e floração e frutificação (Fase III) (B), sob irrigação com água não salina e salina, sem e com biofertilizante e cobertura morta. Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,01.

Os valores de Kc do maracujazeiro amarelo submetido à irrigação com água

salinas oscilaram de 1,01 a 1,13, com maior valor médio em plantas tratadas com o

biofertilizante bovino no solo sem cobertura morta. Esses resultados são superiores à

amplitude de 0,78 a 0,91 registrada por Freire et al. (2011) em plantas cultivadas em

ambiente de lisimetria, com água de mesma salinidade, com uso de biofertilizante

bovino e sem cobertura morta.

No estádio fenológico de floração, frutificação e amadurecimento dos frutos, os

valores de Kc de plantas irrigadas com água não salina no solo sem ou com

biofertilizante bovino e sem ou com cobertura morta, em geral foram superiores a 2,00

(Figura 80-B). Esses valores são marcadamente elevados em comparação com os

obtidos em cultivos convencionais irrigados com água não salina por Alencar (2000),

Silva e Klar (2002), Correia (2004) e Souza et al. (2009), respectivamente, 1,10; 1,12;

1,12 e 1,08. Nestas condições, durante a fase reprodutiva a quantidade de água

requerida foi alta, situando-se entre 10,33 e 11,60 mm dia-1 e valores médios da ET0 de

5,13 mm dia-1, conforme se observa na Figura 79 e Tabela 6, entretanto com a redução

das condições térmicas do ar e no ambiente dos lisímetros (Tabela 5) o Kc se elevou

para valores entre 2,01 (solo sem biofertilizante e com cobertura morta) e 2,26 (solo

sem biofertilizante e sem cobertura morta). A cobertura morta reduziu

Page 165: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

138

significativamente os valores de Kc, sem ou com aplicação do insumo orgânico,

consoante se observou na fase fenológica de crescimento apical.

Na Fase IV do maracujazeiro amarelo, os coeficientes de cultivos foram afetados

significativamente pelas interações salinidade da água x biofertilizante bovino e

salinidade da água x cobertura morta (Apêndice 16).

Os valores de coeficientes de cultivo do maracujazeiro amarelo na Fase IV nas

condições de irrigação com água não salina foram superiores aos das plantas com água

salina, sem ou com biofertilizante bovino (Figura 81).

Pelos valores referentes à interação tipo de água x biofertilizante (Figura 81-A),

a irrigação com água salina reduziu o Kc de 2,10 para 1,10 no solo sem e de 1,92 para

1,10 no solo com o insumo orgânico, com declínios percentuais de 47,6% e 42,7%,

respectivamente. Quanto á interação salinidade da água x cobertura do solo, as redução

dos Kc com a elevação do teor salino da água de irrigação, os declínios foram de 45,7%

e 44%, respectivamente, no solo sem e com cobertura (Figura 81-B).

Figura 81. Coeficiente de cultivo (Kc) no estádio de repouso vegetativo após a colheita dos frutos de plantas irrigadas com água não salina e salina, sem e com biofertilizante bovino (A), sem e com cobertura morta (B). Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino (A), minúsculas entre diferentes condições de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de cobertura morta e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso de cobertura morta (B) não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,06.

Os dados de Kc das plantas, aos 196 dias após o início dos tratamentos, irrigadas

com águas não salina, tanto no solo sem e com biofertilizante, como sem e com

cobertura, com variações de 1,91 a 2,10 são, expressivamente, superiores ao valor

médio de 1,18 obtidos por Silva e Klar (2002), em plantas com idade entre 180 e 210

Page 166: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

139

dias após o transplantio, sob irrigação com água sem restrição à cultura e cultivo

convencional, isto é, em covas de 0,4 m x 0,4 m x 0,4 m.

4.7.4. Condutividade elétrica da suspensão lixiviada (CESL)

A interação salinidade da água, biofertilizante bovino e cobertura morta exerceu

ação significativa na condutividade elétrica das suspensões lixiviadas (CESL) (Apêndice

18).

A CESL variou de 4,4 a 5,7 dS m-1 e de 21,7 a 21,8 dS m-1 entre os tratamentos

irrigados com água não salina e salina, no solo sem biofertilizante, sem e com cobertura,

respectivamente (Figura 82). A tendência dos dados está coerente com a observada por

Pessoa et al. (2010), evidenciando, conforme afirmações de Medeiros et al. (2010), a

importância da fração de lixiviação na tentativa de reduzir a intensidade do estresse

provocado pela irrigação com águas salinas.

Figura 82. Condutividade elétrica da suspensão lixiviada (CESL) nos lisímetros cultivados com maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, sem e com biofertilizante, sem e com cobertura morta. Médias seguidas de mesmas letras, maiúsculas nas mesmas condições de salinidade da água e de uso de biofertilizante dentro de cobertura morta; minúsculas mesmas condições de salinidade da água e de uso de cobertura morta e mesmas letras gregas entre diferentes condições de salinidade da água e mesmas condições de uso do biofertilizante e cobertura morta, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 0,35.

Exceto na suspensão drenada dos tratamentos irrigados com água salina no solo

com cobertura, a aplicação do biofertilizante bovino não exerceu efeitos significativos

Page 167: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

140

entre os valores da CESL. No solo com o insumo orgânico, a cobertura reduziu os

valores da CESL de 21,9 a 19,8 dS m-1, correspondendo a um decréscimo de 8,8% nos

sais lixiviados.

Exceto nos tratamentos com água salina, no solo sem biofertilizante, a cobertura

morta reduziu a salinidade na suspensão drenada, de forma mais acentuada nos

tratamentos com água salina e sem biofertilizante (22,8%). Provavelmente, tais efeitos

tenham sido motivados por essa prática manter o solo mais úmido e menos aquecido,

resultando em efeito diluidor, com menor lixiviação de sais na suspensão excedente

(CAVALCANTE et al., 2005a).

4.8. Produção

4.8.1. Abscisão das flores do maracujazeiro amarelo

As fontes de variação salinidade da água e cobertura morta exerceram efeitos

significativos na abscisão das flores do maracujazeiro amarelo (Apêndice 17).

Pelos resultados apresentados na Figura 83, constatam-se elevados valores de

abscisão das flores do maracujazeiro amarelo, com maior expressividade nas plantas

irrigadas com água salina e nos cultivos sem cobertura morta.

Figura 83. Abscisão floral em plantas de maracujazeiro amarelo irrigadas com água de baixa e alta salinidade (A), sem e com cobertura morta (B). Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 2,67.

O aumento do teor de salinidade da água de irrigação de 0,5 para 4,5 dS m-1

resultou no abortamento de flores de 69,8% para 83,9%, com incremento de 20,2%

Page 168: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

141

(Figura 83-A). A cobertura morta reduziu as perdas de flores de 79,6% para 74,0% em

relação às plantas dos tratamentos sem cobertura.

Esses valores de abortamento de flores em maracujazeiro amarelo são

excessivamente elevados e se refletem nas perdas de produção por planta e, com efeito,

no rendimento por área da cultura. Possivelmente a elevada temperatura (Figura 2-B e

Tabela 5) e a baixa umidade relativa do ar no horário de abertura das flores, entre 11 e

16 horas, tenham comprometido a mobilidade dos grãos de pólen, sem fecundação das

flores sob polinização pelas mamangavas (Xylocopa spp) ou manual, tenham favorecido

a abscisão das flores, pois, mesmo mantendo o teor adequado de umidade no solo, esses

fatores climáticos podem ter reduzido o teor de umidade do grão de pólen. Para

Utsunomiya (1992), temperaturas mais elevadas podem provocar a queda de frutos pela

inibição da fertilidade do óvulo, ou posteriormente, por ocasião do deenvolvimento da

semente, resultando em um menor número de sementes por fruto. Apesar o

desenvolvimento vigoroso, temperaturas superiores a 33 oC afetam negativamente o

crescimento e o peso dos frutos, além do rendimento em volume de suco.

As altas temperaturas médias diárias durante a floração e formação dos frutos

contribuíram no aumento da abscisão de flores e frutos de todos os tratamentos, com

maior expressividade nas plantas irrigadas com água salina. As abscisões médias de

flores e frutos nos tratamentos foram de 73,0% (T1), 70,4% (T2), 71,3% (T3), 70,1%

(T4), 88,2% (T5), 80,8% (T6), 86,0% (T7) e 80,4% (T8). Menzel e Simpson (1994)

relatam que dias com temperaturas máximas de 36o C afetam a germinação do grão-de-

polen, refletem na baixa umidade do estigma, resultando em baixo pegamento dos

frutos do maracujazeiro amarelo. Para Ferreira e Albuquerque (1990), as elevadas

temperaturas noturnas que se verificam na região semiárida do Nordeste brasileiro

podem se constituir no fator indutor da elevada abscisão floral em plantas, devido à

redução do teor de prolina nos polens.

Campos et al. (2010) afirmam que altas temperaturas durante o florescimento

reduzem o pegamento floral de glicófitas, prejudicando a floração e a produção final e

que temperaturas superiores a 35oC acarretam prejuízos ao desenvolvimento do cultivo,

pois provocam aborto espontâneo das flores.

Page 169: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

142

4.8.2. Número de frutos por planta

O número de frutos por planta foi significativamente influenciado pelas

interações salinidade da água x biofertilizante e salinidade da água x cobertura morta

(Apêndice 17).

O aumento da salinidade da água prejudicou o número de frutos colhidos por

planta (Figura 84). Ao considerar a redução de 37 para 21 e de 43 para 24 frutos por

planta nos tratamentos com água não salina e salina, no solo sem e com biofertilizante,

respectivamente, na Figura 84-A, constata-se que o insumo orgânico atenuou o efeito

salino da água na perda de rendimento do maracujazeiro amarelo.

Figura 84. Número de frutos por planta de maracujazeiro amarelo irrigados com água não salina e salina em lisímetros sem e com biofertilizante bovino (A), sem e com cobertura morta (B). Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições de salinidade da água x sem ou com biofertilizante e maiúsculas nas interações da mesma salinidade da água x sem e com biofertilizante (A) e minúsculas entre condições de salinidade da água x sem ou com cobertura do solo e maiúsculas nas interações da mesma salinidade da água x sem e com cobertura do solo (B) não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 1,43.

As perdas entre as plantas irrigadas com água de boa qualidade e salina foram

de 43,2 e 44,2%, respectivamente, entre os tratamentos sem e com biofertilizante. Os

aumentos de 37 para 43 e de 21 para 24 frutos por planta entre as plantas irrigadas com

água não salina e salina, no solo sem e com biofertilizante, respectivamente, expressam

baixos incrementos percentuais de 16,2% e 14,3%. Com isso, os resultados são

marcadamente baixos, mesmo no tratamento mais significativo, correspondendo a

47.778 frutos por hectare, cerca de 51% do total de frutos obtido por Nascimento (2010)

em plantas irrigadas com água não salina e com biofertilizante bovino em condições de

Page 170: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

143

campo, mas superior aos 46.300 frutos por hectare obtido por Soares et al. (2008) com

plantas irrigadas com água com 0,2 dS m-1 de condutividade elétrica.

Nas plantas irrigadas com água salina, nos tratamentos com aplicação do

biofertilizante bovino, a produção de frutos por planta é inferior aos 35 frutos por planta

apresentados por Soares et al. (2008) em plantio irrigado com água de 5,0 dS m-1 de

condutividade elétrica. Nas condições de uso do biofertilizante bovino, as plantas

irrigadas com água não salina superaram a produção de frutos das plantas sob estresse

salino em 79,2%.

Comportamento semelhante foi registrado para o número de frutos por planta

sob irrigação com água não salina e salina, no solo sem e com cobertura morta (Figura

84-B). Os valores são da mesma ordem dos obtidos em função da salinidade da água x

biofertilizante bovino, com uma variação entre 39 a 41 frutos por planta, nos

tratamentos com água não salina e sem cobertura morta, e 20 a 25 frutos por planta nas

plantas irrigadas com água salina no solo com cobertura.

As plantas dos tratamentos no solo sem e com cobertura morta tiveram o número

de frutos reduzidos de 39 para 20 e de 41 para 21 frutos por planta, respectivamente, nas

plantas irrigadas com água de baixa e elata salinidade. Esses resultados expressam que a

água salina provocou perdas de 48,7% e 39,1% nas plantas do solo sem e com

cobertura, respectivamente.

4.8.3. Massa média dos frutos

A massa média dos frutos foi influenciada significativamente pela interação

salinidade da água x biofertilizante bovino (Apêndice 17).

Pela Figura 85, observa-se supremacia da massa média dos frutos provenientes

de plantas tratadas com biofertilizante bovino, nos dois níveis de salinidade da água de

irrigação. A massa média dos frutos foi elevada significativamente de 182,3 g para

195,6 g entre as plantas irrigadas com água não salina com o uso do biofertilizante, com

acréscimos médios por unidade de 7,3%. Os efeitos positivos dos teores de K na massa

média dos frutos (LIMA; BORGES, 2004) foram ratificados com os resultados

apresentados na Figura 42, onde as plantas dos tratamentos com biofertilizante bovino

possuíram maior teor deste nutriente.

Page 171: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

144

Esses resultados superaram a amplitude de 139,8 a 193,7 g obtida por Freire et

al. (2010a) com frutos de maracujazeiro amarelo irrigado com água de 0,5 dS m-1,

inferiores à variação de 191,0 a 228,0 obtida por Araújo et al. (2006) e por Campos et

al. (2007) em cultivos irrigado com água de boa qualidade e adubação potássica, e

também inferiores à variação de 199,1 a 239,7 obtida por Nascimento (2010) em plantas

tratadas com biofertilizante, mas se enquadram nos valores médios de 178,0 g por fruto

obtidos por Rodrigues et al. (2008).

Figura 85. Massa média dos frutos do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, em substrato sem e com biofertilizante. Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS = 11,52.

O aumento do teor salino da água de irrigação resultou na perda de 182,3 para

141,3 g por fruto no solo sem biofertilizante e de 195,6 para 154,8 g, com perdas de

22,5% e 20,8%, respectivamente, mas, com menor intensidade nos tratamentos com

biofertilizante bovino, evidenciando a atenuação do estresse salino das plantas na massa

média dos frutos pelo insumo orgânico. Resultados semelhantes foram obtidos por

Cavalcante et al. (2005b) ao verificarem que o aumento da salinidade reduz a massa

média dos frutos do maracujazeiro amarelo.

Apesar da água salina induzir as plantas a produzirem frutos com menor massa

média, em relação às irrigadas com água de boa qualidade, os valores variaram de 141,3

a 154,8 g por fruto. Esses valores, são inferiores à média de 200 g por fruto, exigida

pelo mercado consumidor dos grandes centros comerciais do Brasil, como apresentam

Meletti et al. (2002), para a região Sudeste, e Freire et al. (2010a) para o Nordeste.

Page 172: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

145

Os resultados obtidos com água de salinidade elevada foram superiores aos

117,3 g registrados por Costa et al. (2001), em plantas irrigadas com água de alta

salinidade, e aos 122 g por fruto apresentados por Cavalcante et al. (2002a) em

maracujazeiro amarelo irrigado com água salina de 3,2 e 2,5 dS m-1, respectivamente.

Entretanto, foram inferiores à variação de 184 a 195 g por fruto apresentada por

Nascimento (2010) em maracujazeiro amarelo sob irrigação com água de alta salinidade

(3,8 dS m-1).

4.8.4. Produção de frutos por planta

A cobertura do solo e a interação salinidade da água x biofertilizante bovino

exerceram efeitos significativos na produção de frutos por planta (Apêndice 17).

Nas plantas do solo com cobertura morta, a produção de frutos por planta foi de

5,75 kg, correspondente a uma produtividade estimada de 6,4 t ha-1, contra 5,03 kg nas

plantas sem cobertura morta, equivalendo ao rendimento de 5,6 t ha-1, com

superioridade de 14,3% (Figura 86-A).

Figura 86. Efeitos na produção por planta em solo sem e com cobertura (A) e de maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina e salina, em substrato sem e com biofertilizante (B). Médias seguidas de mesmas letras (A), mesmas letras minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de biofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino (B) não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS (A) = 0,29; DMS (B) = 0,42.

As plantas dos tratamentos com água não salina e biofertilizante produziram, em

média, 8,28 kg, superando os 6,77 kg planta-1 obtidos no solo sem o insumo, resultando

Page 173: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

146

em produtividades de 9,2 e 7,5 t ha-1 e superioridade de 22,3% com relação à produção

das plantas no solo sem biofertilizante (Figura 86-B). As mais elevadas eficiência

fotossintética, fotossíntese líquida e clorofila total nas plantas irrigadas com água não

salina, com biofertilizante e uso de cobertura morta, relatadas nas figuras 63-B, 67 e 70,

respectivamente, resultaram em maior produção de fotoassimilados (TAIZ e ZEIGHER,

2008), proporcionando maior produção de frutos por planta nessas condições.

O aumento da salinidade da água comprometeu a capacidade produtiva do

maracujazeiro amarelo de 6,77 para 2,91 kg planta-1 no solo sem biofertilizante e de

8,28 para 3,61 kg planta-1 nos tratamentos com o insumo. Os declínios expressam

perdas de 57,0 e 56,4% entre as plantas do solo sem e com biofertilizante. Em quaisquer

das situações, os rendimentos são significativamente baixos em relação às 11 t ha-1

obtidas na região Nordeste e às 17 t ha-1 referentes à média nacional (AGRIANUAL,

2009). As baixas produtividades são devidas ao efeito negativo da salinidade da água de

irrigação e, também, em razão das altas temperaturas do solo (Tabela 4). Essas

inconveniências, provavelmente, também estimularam o aumento das abscisões das

flores, resultando em menores número de frutos por planta (Figura 84), massa média

dos frutos (Figura 85) e baixos rendimentos ao final (Figura 86).

Nas plantas irrigadas com água de 0,5 dS m-1, as produções por planta

apresentadas são inferiores às registradas por Rodrigues et al. (2009b) e Nascimento

(2010). Com a utilização de biofertilizante comum e supermagro, Rodolfo Junior et al.

(2009) observaram valores entre 7,7 e 15,5 kg planta-1. Em plantios irrigados com água

moderadamente salina, Cavalcante et al. (2005b) registraram a variação da produção

por planta de 4,5 a 7,1 kg, utilizando o volume de 5 L de água dia-1, e de 4,9 a 7,6 kg,

com o volume de 10 L de água dia-1, valores próximos aos verificados neste trabalho.

4.9. Eficiência agronômica do uso de água (EAUA)

A cobertura morta e a interação salinidade da água x biofertilizante exerceram

efeitos significativos na eficiência do uso de água pelas plantas (Apêndice 18).

Pelos resultados apresentados na Figura 87-A, a EAUA foi elevada de 0,011

para 0,013 kg L-1, correspondente às produções de 12,22 kg ha-1 L-1 e 14,33 kg ha-1 L-1,

entre as plantas dos tratamentos sem e com cobertura no solo. Esses resultados indicam

que, para se produzir 1,0 kg de fruto são exigidos 90,9 e 76,9 L de água,

Page 174: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

147

respectivamente. Comparativamente à variação de rendimento de 12,22 a 14,33 kg ha-1

L-1, esses resultados são bastante inferiores à amplitude de 19,64 a 35,87 kg ha-1 mm-1

obtida por Martins (1998) após avaliar os efeitos do nitrogênio e potássio na EAUA por

plantas de maracujazeiro amarelo, entretanto, dentro da variação de 7,85 a 18,25 kg ha-1

L-1 e 10,19 e 34,05 kg ha-1 L-1 obtida por Sousa et al. (2005) com maracujazeiro

amarelo, implantado no espaçamento de 3,5m x 4,0 m, em covas de formato cilíndrico

com 1,0 m de diâmetro e 0,5 m de profundidade, adubadas por fertirrigação com níveis

de potássio de 0,0 a 0,9 kg planta-1 ano-1 .

Figura 87. Eficiência agronômica de uso de água (EAUA) em maracujazeiro amarelo no solo sem e com cobertura (A) e sob condições de salinidade da água de irrigação, no solo sem e com biofertilizante bovino (B). Médias seguidas de mesmas letras (A), mesmas letras minúsculas entre condições diferentes de salinidade da água dentro das mesmas condições do uso de bi ofertilizante bovino e maiúsculas entre a mesma salinidade da água dentro de diferentes condições do uso do biofertilizante bovino (B) não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). DMS (A) = 0,0008; DMS (B) = 0,0012.

A superioridade dos resultados dos tratamentos com cobertura morta está

coerente com Mishra; Rathore; Tomar (1995), Saeed e El-Nadi (1997) e Hatfield;

Sauer; Prueger (2001) ao concluírem que o aumento da produtividade e,

consequentemente, da EAUA se dão em função da adequada distribuição de água e da

manutenção dos teores de umidade no solo ao longo do ciclo da cultura, como expressa

a cobertura morta.

Na Figura 87-B, percebe-se que o aumento do teor salino da água de irrigação

comprometeu a eficiência agronômica do uso de água de plantas, nos tratamentos sem e

com aplicação do efluente orgânico. Os valores médios de EAUA de plantas irrigadas

com água não salina e salina, no solo sem biofertilizante bovino, foram,

Page 175: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

148

respectivamente, de 0,013 kg L-1 (14,33 kg ha-1 L-1) e 0,007 kg L-1 (7,23 kg ha-1 L-1),

confirmando as observações de Gholipoor et al. (2002) de que a eficiência agronômica

do uso de água das plantas é reduzida com o incremento da salinidade no solo. Para

Grattan e Grieve (1999) e Lacerda (2005), a redução no crescimento das plantas pode

influenciar negativamente na eficiência dos nutrientes aplicados e resultar em prejuízo

na eficiência agronômica do uso de água.

O biofertilizante bovino influenciou positivamente na eficiência do uso de água

pelas plantas irrigadas em ambos os níveis de salinidade, com valores de 0,017 kg L-1

(18,69 kg ha-1 L-1) e 0,009 kg L-1 (10,33 kg ha-1 L-1), para maracujazeiro amarelo

irrigados com água não salina e salina, respectivamente. Pelos resultados, observa-se

que a biofertilização, mesmo de forma modesta, exerceu efeito sobre a EAUA por

aumentar a eficiência fisiológica da planta (HATFIELD; SAUER; PRUEGER, 2001).

Em trabalho avaliativo da EAUA do maracujazeiro amarelo com quatro níveis de

irrigação associados a doses de potássio, Sousa et al. (2005) verificaram uma amplitude

de 0,01 kg L-1 (7,85 kg ha-1 L-1) a 0,048 kg L-1 (34,05 kg ha-1 L-1), com dotação hídrica

entre 926,76 e 2.706,3 L planta-1 ano-1, e, portanto, expressivamente superiores aos

dados apresentados.

Page 176: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

149

5. CONCLUSÕES

1. A irrigação com água salina eleva a capacidade de troca catiônica e, conjuntamente

com o biofertilizante, aumenta os teores de potássio, cálcio e sódio no solo;

2. A água salina e o biofertilizante incrementam e a cobertura morta reduz a

condutividade elétrica e a percentagem de sódio trocável do solo;

3. O biofertilizante estimula o crescimento das plantas irrigadas com água não salina e

salina;

4. No início da floração, as plantas dos tratamentos com biofertilizante estão

adequadamente supridas em nitrogênio, potássio, magnésio, enxofre, cobre, manganês e

zinco;

5. A irrigação com água salina eleva os teores de sódio na matéria seca foliar e provoca

desequilíbrio na acumulação foliar de potássio, cálcio e magnésio;

6. A atividade fotoquímica do fotossistema II (Fv/Fm) é inibida nas plantas sob estresse

salino;

7. O estresse salino reduz a fotossíntese líquida e o biofertilizante bovino atenua os

efeitos depressivos dos sais nos teores dos pigmentos clorofilianos e carotenóides do

maracujazeiro amarelo;

8. O aumento do teor salino da água de irrigação compromete a massa média dos frutos

e a produção da cultura, mas com menor intensidade nos tratamentos com biofertilizante

bovino;

9. A elevada abscisão das flores resulta na baixa produtividade das plantas, com maiores

prejuízos nos tratamentos com água salina, no solo sem biofertilizante e sem cobertura

morta;

10. O consumo hídrico é reduzido nas plantas sob estresse salino;

11. O biofertilizante e a cobertura morta elevam a eficiência agronômica do uso de água

pelas plantas.

Page 177: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

150

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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7. APÊNDICE

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Apêndice 1. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes a matéria orgânica (MO), acidez potencial (H + Al), pH, fósforo (P) e potássio (K) no solo na época da floração do maracujazeiro amarelo.

Quadrados Médios

Fonte de Variação

GL

MO

H + Al

pH

P

K

Blocos 2 0,2778ns 0,5918ns 0,0004ns 178,40ns 133,72ns

Água (A) 1 4,7801* 1,5053ns 0,2400** 12,667** 10.548,9**

Bio (B) 1 11.817,0** 0,7804ns 0,2400** 8,7705* 23.398,2**

Cobertura (C) 1 149,30** 2,7843ns 0,0016ns 0,909ns 177,95ns

A x B 1 35,240** 0,0217ns 0,060** 0,805ns 4.264,2**

A x C 1 2,9100 ns 6,0214* 0,0016ns 0,1891ns 97,88ns

B x C 1 58,530** 0,8965ns 0,0150ns 0,1402ns 315,67*

A x B x C 1 15,930** 0,0867ns 0,0016ns 1,500ns 497,35**

Resíduo 14 0,1034 0,0276 0,0051 282,6590 48,3557

CV (%) - 1,87 22,73 1,14 9,24 3,80

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação. Apêndice 2. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes aos teores

de cálcio (Ca), magnésio (Mg), sódio (Na) e capacidade de troca catiônica (CTC) no solo na época da floração do maracujazeiro amarelo.

Quadrados Médios

Fonte de variação

GL

Ca

Mg

Na

CTC

Blocos 2 0,2279ns 0,0501ns 0,0010ns 0,0439ns

Água (A) 1 2,3126** 0,1666ns 1,2439** 0,6501**

Bio (B) 1 0,6834* 0,3504* 0,0733** 1,2927**

Cobertura (C) 1 0,2501ns 0,0004ns 0,0005ns 0,00004ns

A x B 1 0,0001ns 0,0016ns 0,0229** 0,5551**

A x C 1 0,4676ns 0,0104ns 0,0017ns 0,0002ns

B x C 1 0,0234ns 0,0001ns 0,0188** 0,00004ns

A x B x C 1 0,0301ns 0,0016ns 0,0117** 0,00004ns

Resíduo 14 0,1431 0,0484 0,0008 0,0267

CV (%) - 6,77 12,86 4,76 1,78

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação.

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176

Apêndice 3. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes aos teores de ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn) e boro (B) no solo na época da floração do maracujazeiro amarelo.

Quadrados Médios

Fonte de variação

GL

Fe

Mn

Zn

B

Blocos 2 24,066ns 0,1504ns 0,0385ns 0,0011ns

Água (A) 1 3,0888ns 0,6666ns 0,2926* 0,0571**

Bio (B) 1 109,8** 2,9400* 8,6520** 0,1479**

Cobertura (C) 1 2,3126ns 0,4816ns 0,0273ns 0,0813**

A x B 1 49,622* 0,0266ns 0,2262* 0,0001ns

A x C 1 6,1307ns 0,0016ns 0,3978** 0,0006ns

B x C 1 31,487ns 0,0150ns 0,0477ns 0,000005ns

A x B x C 1 28,886ns 0,0016ns 0,1247ns 0,0098*

Resíduo 14 9,8837 0,3985 0,0355 0,0013

CV (%) - 5,72 5,85 7,76 4,28

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação. Apêndice 4. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, dos valores de

porcentagem de sódio trocável (PST), pH do extrato de saturação (pHes) e condutividade elétrica do extrato de saturação (CEes), na floração(1) ao final do experimento(2) em solo cultivado com maracujazeiro.

Quadrados Médios

Fonte de variação

GL

PST(1)

PST(2)

pHes

CEes

Blocos 2 0,059 ns 0,0916ns 0,0079ns 0,0012*

Água (A) 1 135,11** 36,97** 0,4266** 158,10**

Bio (B) 1 5,3408** 0,0247ns 0,0816** 7,0417**

Cobertura (C) 1 0,0506ns 0,3015ns 0,1066** 1,5000**

A x B 1 3,4586** 0,0002* 0,1066** 13,807**

A x C 1 0,2181ns 0,7740ns 0,0816** 5,2266**

B x C 1 2,2261** 0,0009ns 0,0266** 3,3750**

A x B x C 1 1,3309** 0,0392ns 0,0150 0,2817ns

Resíduo 14 0,1226 0,2807 0,0055ns 0,1288

CV (%) - 5,38 14,78 1,04 6,77

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação.

Page 204: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

177

Apêndice 5. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, das taxas de crescimento absoluto e relativo em altura (TCAA, TCRA), taxas de crescimento absoluto e relativo em diâmetro caulinar (TCADC, TCRDC) do maracujazeiro amarelo.

Quadrados Médios Fonte de variação

GL

TCAA

TCRA

TCADC

TCRDC

Blocos 2 0,1653ns 0,000123ns 0,00001ns 4,209E-7ns

Água (A) 1 12,980** 0,00199** 0,0005** 2,629E-6*

Bio (B) 1 5,5200** 0,00066** 0,0010** 3,299E-6**

Cobertura (C) 1 0,5490ns 0,00011ns 0,00005* 1,162E-7ns

A x B 1 1,2650* 0,00027* 0,00006* 4,473E-8ns

A x C 1 0,2542ns 0,00008ns 0,00004* 5,059E-7ns

B x C 1 0,3927ns 0,00002ns 0,00001ns 2,544E-10ns

A x B x C 1 1,2558** 0,00023ns 0,00003ns 9,515E-9ns

Resíduo 14 0,18054 0,000051 0,00001 4,25 9E-7

CV (%) - 8,41 14,27 3,42 7,68

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação. Apêndice 6. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes a

comprimento de internódios (CI), número de ramos produtivos (NRP) e diâmetro caulinar (DC) do maracujazeiro amarelo.

Quadrados Médios

Fonte de variação

GL PPRL CI NRP DC

Blocos 2 2,04167ns 0,1666ns 1,5000ns 0,0454ns

Água (A) 1 337,5000** 12,0411** 104,1666** 11,7600**

Bio (B) 1 253,5000** 0,3750ns 2,6666ns 25,6266**

Cobertura (C) 1 450,66667** 1,0416ns 8,1666ns 6,0000**

A x B 1 1,5000ns 0,0416ns 0,1666ns 1,2150*

A x C 1 2,6666ns 0,3750ns 2,6666ns 0,7350ns

B x C 1 96,0000** 0,3750ns 1,5000ns 1,2150*

A x B x C 1 2,6666ns 0,3750ns 2,6666ns 0,6666ns

Resíduo 14 2,66667ns 0,7857 5,6428 0,2306

CV (%) - 3,45 8,68 8,05 2,42

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação.

Page 205: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

178

Apêndice 7. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes aos teores de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S) no tecido foliar do maracujazeiro amarelo.

Quadrados Médios

Fonte de Variação

GL

N

P

K

Ca

Mg

S

Blocos 2 0,1917ns 0,0548ns 5,4722ns 0,8350ns 0,1969ns 0,3789ns

Água (A) 1 27,093** 0,6936* 156,62** 17,9747** 1,2376* 14,018*

Bio (B) 1 60,992** 0,0816ns 33,630** 14,3067** 1,2558* 7,3041*

Cobertura (C) 1 28,820** 0,2016ns 3,8320ns 0,4788ns 0,0176ns 7,6388*

A x B 1 8,3426** 0,0450ns 1,2285ns 0,0876ns 0,0092ns 7,5488*

A x C 1 6,5000** 0,0066ns 0,0322ns 0,4134ns 0,0234ns 2,3562ns

B x C 1 0,0759** 0,0006ns 0,8475ns 0,2970ns 0,0301ns 24,766ns

A x B x C 1 2,5090** 0,0294ns 0,0009* 0,2625ns 0,0001ns 0,4704ns

Resíduo 14 4,2483 0,1404 1,5048 0,4727 0,2012 1,1776

CV (%) 1,03 10,61 5,55 9,50 15,72 6,38

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação. Apêndice 8. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes aos teores

de boro (B), ferro (Fe), cobre (Cu), manganês (Mn) e zinco (Zn) no tecido foliar do maracujazeiro amarelo.

Quadrados Médios

Fonte de Variação

GL

B

Fe

Cu

Mn

Zn

Blocos 2 70,1055ns 22,4269ns 13,048ns 1.587,47ns 3,0485ns

Água (A) 1 3.595,62** 29,4152ns 389,13** 11.007,31* 141,7662**

Bio (B) 1 1,7930ns 603,104* 232,62* 4.575,51ns 56,1335*

Cobertura (C) 1 136,0408ns 267,400ns 62,985ns 619,556ns 3,0602ns

A x B 1 0,0337* 830,373* 383,68** 1.774,08ns 0,4902ns

A x C 1 87,4016ns 73,2552ns 20,387ns 1.002,85ns 3,3078ns

B x C 1 47,7144ns 40,3782ns 43,848ns 2.679,28ns 5,3865ns

A x B x C 1 15,1368ns 230,330ns 104,16ns 846,568ns 2,9610ns

Resíduo 14 105,6419 100,7655 38,1460 1.777,29 8,1336

CV (%) - 17,56 21,82 26,58 20,78 6,80

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação.

Page 206: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

179

Apêndice 9. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes aos teores de sódio (Na), relações sódio/cálcio (Na/Ca), sódio/magnésio (Na/Mg) e sódio/potássio (Na/K) no tecido foliar do maracujazeiro amarelo.

Quadrados Médios

Fonte de variação

GL

Na

Na/Ca

Na/Mg

Na/K

Blocos 2 0,0732ns 0,0410ns 0,2455ns 0,0001ns

Água (A) 1 8,9792** 0,9440** 4,6640** 0,0975**

Bio (B) 1 1,3254** 0,1504* 0,0661ns 0,0001ns

Cobertura (C) 1 0,2480ns 0,0375ns 0,0240ns 0,0035**

A x B 1 0,0048** 0,0640ns 0,5704* 0,0026**

A x C 1 0,0400ns 0,0192ns 0,0006ns 0,0001ns

B x C 1 0,2604ns 0,0073ns 0,0384ns 0,0001ns

A x B x C 1 0,3456ns 0,0054ns 0,1066ns 0,0003ns

Resíduo 14 0,1489 0,0201 0,1004 0,0032

CV (%) - 6,41 16,34 14,91 5,41

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação. . Apêndice 10. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes à fluorescência

inicial (F0), fluorescência máxima (Fm) e fluorescência variável (Fv) do maracujazeiro amarelo no início da floração (1) e encerramento da fase produtiva (2).

Quadrados Médios

Fonte de Variação

GL

F0 (1)

F0 (2)

Fm (1)

Fm (2)

Fv (1)

Fv (2)

Blocos 2 436,541ns 966,5416ns 28.549ns 29.138ns 37.074 ns 21.085ns

Água (A) 1 3.174,0** 24.512,0** 34.277ns 261.042** 108.541* 445.537*

Bio (B) 1 4.704,00* 23.250,3** 22.878ns 119.992ns 170,666 ns 248.880ns

Cobertura (C) 1 3.952,66* 360,3750ns 68.373ns 104.676ns 76.388ns 117.320ns

A x B 1 32,6666ns 51,0416ns 123.410ns 47.082,0ns 10.668ns 50.233,5ns

A x C 1 240,666ns 18,3750ns 36.738ns 5.985,04ns 69.984ns 6.666,66ns

B x C 1 640,666ns 6.902,04* 92,0416ns 345,041ns 0,16666ns 10.333,5ns

A x B x C 1 352,666ns 70,0416ns 44.118ns 104.412ns 79.350 ns 109.890ns

Resíduo 14 571,7797 992,6845 95.697,94 52.700,75 19.341,30 57.424,36

CV (%) 4,39 5,87 6,56 10,66 6,09 14,83

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação.

Page 207: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

180

Apêndice 11. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes à fluorescência inicial (F0), fluorescência máxima (Fm) e fluorescência variável (Fv) do maracujazeiro amarelo no início da floração (1) e encerramento da fase produtiva (2).

Quadrados Médios

Fonte de variação

GL

Fv/Fm (1)

Fv/Fm (2)

Fv/F0 (1)

Fv/F0 (2)

Blocos 2 0,0013ns 0,0004ns 0,2924ns 0,0198ns

Água (A) 1 0,0073* 0,0196** 1,3206** 4,4290**

Bio (B) 1 0,0014ns 0,0129* 0,3821* 3,2047**

Cobertura (C) 1 0,0001ns 0,0026ns 0,0016ns 0,3978ns

A x B 1 0,0018ns 0,0002ns 0,0011ns 0,5370ns

A x C 1 0,0004ns 0,00004ns 0,2262ns 0,0759ns

B x C 1 0,0002ns 0,0035ns 0,0144ns 0,2650ns

A x B x C 1 0,0008ns 0,0027ns 0,4229* 0,3060ns

Resíduo 14 0,0013 0,0018 0,0512 0,2232

CV (%) - 4,56 5,78 5,38 15,40

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação. Apêndice 12. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes à

concentração interna de CO2 (Ci), condutância estomática (gs) e taxa transpiratória (E) e fotossíntese líquida (A) do maracujazeiro amarelo no início da floração (1) e encerramento da fase produtiva (2).

Quadrados Médios

Fonte de Variação

GL

Ci (1)

Ci (2)

gs (1)

gs (2)

E (1)

E (2)

Blocos 2 664,57ns 240,84ns 0,0048ns 0,0001ns 0,0179ns 0,0382ns

Água (A) 1 1.020,5ns 5.442,0** 0,0198ns 0,0016** 0,1066ns 0,2773ns

Bio (B) 1 575,26ns 80,6667ns 0,0007ns 0,0016** 1,0416ns 0,4374**

Cobertura (C) 1 68,3437ns 244,4816ns 0,0287ns 0,0002ns 0,1066ns 0,0864ns

A x B 1 33,8437ns 333,0150ns 0,000004ns 0,00001ns 0,7350ns 0,1472ns

A x C 1 429,26ns 60,1667ns 0,0077ns 0,0004ns 0,2816ns 0,0322ns

B x C 1 2.330,5** 655,2150ns 0,0117ns 0,0020** 0,7350ns 0,7704**

A x B x C 1 14,2604ns 54,0000ns 0,0007ns 0,0006* 0,7350ns 0,1908ns

Resíduo 14 259,8110 372,8475 0,0942 0,0018 0,3260 0,0635

CV (%) 7,24 7,89 34,13 27,96 24,64 19,06

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação.

Page 208: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

181

Apêndice 13. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes à fotossíntese líquida (A) do maracujazeiro amarelo no início da floração (1) e encerramento da fase produtiva (2).

Quadrados Médios

Fonte de variação

GL

A (1)

A (2)

Blocos 2 10,7286ns 0,4446ns

Água (A) 1 39,6264ns 3,4808

Bio (B) 1 5,3581ns 1,7496ns

Cobertura (C) 1 51,4508ns 2,0300ns

A x B 1 0,0192ns 0,2016ns

A x C 1 34,6560ns 0,0060ns

B x C 1 0,0840ns 0,6403ns

A x B x C 1 19,5842ns 0,6666ns

Resíduo 14 14,7797 0,7151

CV (%) - 29,40 38,74

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação. Apêndice 14. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes aos teores

de clorofila a (Cla), clorofila b (Clb), relação Cla/Clb, clorofila total (CT) e carotenóides (CRT) no tecido foliar do maracujazeiro amarelo.

Quadrados Médios

Fonte de Variação

GL

Cla

Clb

ClT

CRT

Blocos 2 0,0092ns 0,0004ns 0,0102ns 0,0041ns

Água (A) 1 0,1285** 0,0161** 0,2357** 0,0480**

Bio (B) 1 0,3002** 0,0169** 0,4596** 0,0387**

Cobertura (C) 1 0,0073ns 0,0001ns 0,0052 ns 0,0108*

A x B 1 0,0175** 0,0013* 0,0092 ns 0,0039 ns

A x C 1 0,0692** 0,0083** 0,1257** 0,0914**

B x C 1 0,0249** 0,0045** 0,0507** 0,0120*

A x B x C 1 0,0350** 0,0163** 0,0035 ns 0,0304**

Resíduo 14 0,0031 0,0002 0,0037 0,0019

CV (%) - 4,10 6,51 3,81 11,07

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação.

Page 209: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

182

Apêndice 15. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes aos valores médios de evapotranspiração da cultura (ETc) nas fases I a IV da planta e consumo hídrico total (ETcTOTAL) do maracujazeiro amarelo.

Quadrados Médios

Fonte de Variação

GL

ETcI

ETcII

ETcIII

ETcIV

ETcTOTAL

Blocos 2 0,0370ns 0,0043ns 0,0581ns 0,3087ns 404,52ns

Água (A) 1 0,0104ns 8,1006** 100,93** 116,52** 1.962.309**

Bio (B) 1 0,7656** 0,1595** 0,0934ns 0,9337** 1.525,299**

Cobertura (C) 1 0,8333** 2,0338** 2,4186** 2,3566** 77.931,55**

A x B 1 0,0015ns 0,0868** 0,1521** 0,9979** 5.235,37**

A x C 1 0,0188ns 0,1734** 0,5127** 0,4974** 12.811,7**

B x C 1 0,0003ns 0,1956** 0,1820** 0,8788** 6.711,73**

A x B x C 1 0,01057* 0,4835** 0,1811** 0,1407ns 5.732,87**

Resíduo 14 0,0221 0,0076 0,0679 0,0631 123,18

CV (%) - 4,52 1,28 2,95 3,31 0,75

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação. Apêndice 16. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes aos valores

médios de coeficientes de cultivo (Kc) nas fases I a IV do maracujazeiro amarelo.

Quadrados Médios Fonte de variação

GL

KcI

KcII

KcIII

KcIV

Blocos 2 0,0001ns 0,0001ns 0,0022ns 0,0134ns

Água (A) 1 0,000001ns 0,2335** 3,8353** 4,8870**

Bio (B) 1 0,0273** 0,0045** 0,0003ns 0,0392**

Cobertura (C) 1 0,0247** 0,0586** 0,0919** 0,1001**

A x B 1 0,0002ns 0,0025** 0,0057** 0,0425**

A x C 1 0,0012ns 0,0049** 0,0194** 0,0360**

B x C 1 0,0001ns 0,0056** 0,0069** 0,0210 ns

A x B x C 1 0,0040ns 0,0139** 0,0068** 0,0063ns

Resíduo 14 0,0009 0,0002 0,0025 0,0026

CV (%) - 5,15 1,28 2,95 3,28

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação.

Page 210: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

183

Apêndice 17. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes à abscisão de flores (ABF), número de frutos por planta (NFP), massa média (MMF) e produção de frutos (PF) do maracujazeiro amarelo.

Quadrados Médios

Fonte de variação

GL

ABF

NFP

MMF

PF

Blocos 2 40,3465ns 1,6250ns 7,0416ns 0,0642ns

Água (A) 1 936,50** 1.980,16** 10.045,04** 109,26**

Bio (B) 1 6,3860ns 112,66** 1.080,04** 7,3372**

Cobertura (C) 1 106,93** 66,6666** 210,0416ns 3,0745**

A x B 1 0,5704ns 13,5000** 0,0416* 0,9801*

A x C 1 31,3273ns 20,1666** 12,0416ns 0,1162ns

B x C 1 3,7762ns 0,6666ns 1,0416ns 0,0852ns

A x B x C 1 0,0864ns 0,1666ns 117,0416ns 0,1488ns

Resíduo 14 9,3240 1,3392 86,7559 0,1159

CV (%) - 3,94 3,73 5,52 6,31

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação. Apêndice 18. Resumos das análises de variância, pelo quadrado médio, referentes à

condutividade elétrica da suspensão lixiviada (CESL) e eficiência agronômica do uso de água (EAUA) do maracujazeiro amarelo.

Quadrados Médios

Fonte de variação

GL

CESL

EAUA

Blocos 2 0,0077ns 0,0000004ns

Água (A) 1 1.582,81** 0,00026**

Bio (B) 1 1,4979** 0,00004**

Cobertura (C) 1 8,4065** 0,00004**

A x B 1 1,2395** 0,00001**

A x C 1 0,0463ns 0,000006**

B x C 1 1,1393* 0,0000001ns

A x B x C 1 1,6297** 0,0000007ns

Resíduo 14 0,1289 0,00000001

CV (%) - 2,72 8,09

GL = Grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** significativos aos níveis de 5% e 1%, respectivamente; CV = Coeficiente de variação.

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Apêndice 19. Valores médios dos dados do balanço hídrico para do consumo hídrico referentes à precipitações (mm), volume de água aplicada (L) e volume de água drenada (L) nas fase de crescimento apical (Fase I) do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina (NS) e salina (S), no solo sem (SB) e com biofertilizante (CB), sem (SC) e com cobertura morta (CC).

FASE I

TRATAMENTOS Água Bio CM Precipitação VA VD

T1 NS SB SC 0,0 34,29 4,92

T2 NS SB CC 0,0 31,30 6,24

T3 NS CB SC 0,0 31,60 5,83

T4 NS CB CC 0,0 29,80 6,45

T5 S SB SC 0,0 31,97 3,65

T6 S SB CC 0,0 31,26 4,23

T7 S CB SC 0,0 30,22 3,35

T8 S CB CC 0,0 29,57 2,90

Apêndice 20. Valores médios dos dados do balanço hídrico para do consumo hídrico referentes à

precipitações (mm), volume de água aplicada (L) e volume de água drenada (L) na fase de crescimento dos ramos laterais e produtivos (Fase II) do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina (NS) e salina (S), no solo sem (SB) e com biofertilizante (CB), sem (SC) e com cobertura morta (CC).

FASE II

TRATAMENTOS Água Bio CM Precipitação VA VD

T1 NS SB SC 12,0 100,00 8,48

T2 NS SB CC 12,0 82,90 5,93

T3 NS CB SC 12,0 92,80 6,29

T4 NS CB CC 12,0 88,70 5,59

T5 S SB SC 12,0 81,00 10,04

T6 S SB CC 12,0 78,18 10,96

T7 S CB SC 12,0 85,10 3,35

T8 S CB CC 12,0 79,00 2,90

Page 212: Crescimento e Desenvolvimento de Maracujazeiro

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Apêndice 21. Valores médios dos dados do balanço hídrico para do consumo hídrico referentes à precipitações (mm), volume de água aplicada (L) e volume de água drenada (L) na fase de floração e frutificação (Fase III) do maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina (NS) e salina (S), no solo sem (SB) e com biofertilizante (CB), sem (SC) e com cobertura morta (CC).

FASE III

TRATAMENTOS Água Bio CM Precipitação VA VD

T1 NS SB SC 99,0 336,00 21,43

T2 NS SB CC 99,0 301,14 20,86

T3 NS CB SC 99,0 326,41 25,88

T4 NS CB CC 99,0 311,40 28,72

T5 S SB SC 99,0 212,43 38,46

T6 S SB CC 99,0 207,30 41,36

T7 S CB SC 99,0 219,70 40,16

T8 S CB CC 99,0 214,40 44,90

Apêndice 22. Valores médios dos dados do balanço hídrico para do consumo hídrico referentes à

precipitações (mm), volume de água aplicada (L) e volume de água drenada (L) na fase de encerramento da produção e repouso vegetativo (Fase IV) maracujazeiro amarelo irrigado com água não salina (NS) e salina (S), no solo sem (SB) e com biofertilizante (CB), sem (SC) e com cobertura morta (CC).

FASE IV

TRATAMENTOS Água Bio CM Precipitação VA VD

T1 NS SB SC 55,0 51,00 2,60

T2 NS SB CC 55,0 51,40 9,70

T3 NS CB SC 55,0 48,60 6,40

T4 NS CB CC 55,0 45,70 7,30

T5 S SB SC 55,0 30,30 11,10

T6 S SB CC 55,0 39,10 25,20

T7 S CB SC 55,0 33,00 16,90

T8 S CB CC 55,0 31,40 14,30