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Crescimento e Desenvolvimento Infantil Crescimento É a modificação física do peso, do volume e do tamanho dos tecidos e dos órgãos do organismo em decorrência de alterações no número ou no volume das células. O crescimento do ser humano é um processo dinâmico e contínuo que ocorre desde a concepção até o final da vida, considerando-se os fenômenos de substituição e regeneração de tecidos e órgãos. É um processo biológico, de multiplicação e aumento do tamanho celular, expresso pelo aumento do tamanho corporal. Pode ser medido em centímetros ou gramas (estatura, peso, perímetro cefálico, perímetro torácico, etc.) Um dos melhores indicadores de saúde da criança; Reflete as condições de vida da criança, no passado e no presente. Fatores que interferem no crescimento e desenvolvimento Fatores intrínsecos (genéticos, endócrinos) Fatores extrínsecos (nutrição, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança) Fatores extrínsecos Dependência de fatores ambientais, tais como: alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e de higiene,

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Crescimento e Desenvolvimento Infantil

Crescimento

• É a modificação física do peso, do volume e do tamanho dos tecidos e dos órgãos do organismo em decorrência de alterações no número ou no volume das células.

• O crescimento do ser humano é um processo dinâmico e contínuo que ocorre desde a concepção até o final da vida, considerando-se os fenômenos de substituição e regeneração de tecidos e órgãos.

• É um processo biológico, de multiplicação e aumento do tamanho celular, expresso pelo aumento do tamanho corporal.

• Pode ser medido em centímetros ou gramas (estatura, peso, perímetro cefálico, perímetro torácico, etc.)

• Um dos melhores indicadores de saúde da criança;

• Reflete as condições de vida da criança, no passado e no presente.

Fatores que interferem no crescimento e desenvolvimento

• Fatores intrínsecos (genéticos, endócrinos)

• Fatores extrínsecos (nutrição, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança)

Fatores extrínsecos

• Dependência de fatores ambientais, tais como:

alimentação,

ocorrência de doenças,

cuidados gerais e de higiene,

condições de habitação e saneamento básico,

acesso aos serviços de saúde.

Fatores Intrínsecos:

• Genético: a herança genética estabelece um potencial ou alvo que pode ser atingido (80% favorável; 50 a 60% desfavorável).

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• No entanto, fatores ambientais podem perturbar o ritmo e a qualidade deste processo, principalmente em crianças < 5anos.

Fatores endócrinos:

• Hormônio de crescimento (GH):

É secretado pela hipófise anterior, atua sobre o crescimento do esqueleto.

• Hormônio da Tireóide:

Do nascimento até o fim do crescimento, a Tireóide aumenta de tamanho, sendo a ação da triiodotiroxina e da tiroxina (T3 e T4), o principal regulador do crescimento, por ser fator indispensável na evolução dos ossos.

Velocidade do crescimento das diferentes partes do corpo

Importância da Avaliação do Crescimento e Desenvolvimento pela Enfermagem

• A identificação dos fatores de risco: baixo peso ao nascer, baixa escolaridade materna, idades maternas extremas, desmame precoce,condições ambientais, etc

• Conhecer a criança, sabendo o que esperar dela em cada faixa etária;

• Planejar, prestar e avaliar o cuidado considerando suas necessidades relativas ao desenvolvimento;

• Auxiliar os pais a compreenderem melhor a criança, proporcionando assim a atenção adequada;

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AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO/ANTOPOMETRIA

• Peso

• Altura

• Perímetro Cefálico

• Perímetro Torácico

PESO x IDADE

• A variação do peso é muito mais rápida do que da estatura

• Reflete, quase que imediatamente, qualquer deterioração ou melhora do estado de saúde, mesmo em processos agudos

• Num prazo de poucos dias, podem ser observadas alterações importantes no peso

• Medição é mais fácil e mais precisa que da estatura.

• Primeiros dias de vida perda de 10% de seu peso de nascimento

• Aos 10 dias recupera peso de nascimento.

PESO

• Primeiro trimestre:700g/mês ( 25g/d)

• Segundo trimestre: 600g/mês (20g/d)

• Terceiro trimestre: 500g/mês (15g/d)

• Quarto trimestre: 400g/mês (10g/d)

• Peso de nascimento

• Duplica aos 5 meses

• Triplica aos 12 meses

• Quadruplica entre 2 e 2½ anos

Segundo ano:

• Primeiro semestre – 200 g / mês

• Segundo semestre – 180 g / mês

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Maiores de 2 anos – 2 kg / ano até 8 anos

• Peso = 2 n + 9 (n = idade em anos)

PESO x IDADE

• O Gráfico Peso/Idade do Cartão da Criança possui um eixo vertical e um eixo horizontal. O eixo vertical corresponde ao peso em quilogramas.

• O eixo horizontal corresponde à idade da criança em meses.

Toda vez que a criança é pesada este peso é marcado com um ponto no encontro da linha correspondente ao peso observado (eixo vertical) e da linha correspondente à idade da criança (eixo horizontal).

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PESO x IDADE

>97 SOBREPESO E OBESIDADE

(ALERTA DE RISCO)

97 E 10 FAIXA DE NORMALIDADE NUTRICIONAL (SATISFATÓRIO)

10 E 3 PESO BAIXO (INSATISFATÓRIO)

ABAIXO DE3 PESO MUITO BAIXO

CARTÃO DA CRIANÇA REPRESENTAÇÃO DAS CORES.

VERDE- PESO IDEAL

AMARELO –ATENÇÃO – BAIXO PESO

LARANJA-CUIDADO - PESO ACIMA DO IDEAL.

VERMELHO-CUIDADO – PESO MUITO BAIXO.

ESCORE Z

• Classificação proposta em 1997 (OMS)

• Relação entre o valor da medida que foi observada (MO) menos a média esperada segundo a idade e gênero (MEIG), sendo dividido o resultado pelo desvio-padrão esperado para a faixa etária (DP).

ESTATURA

ESTATURA X IDADE

• É cumulativo, progressivo e não sofre regressão.

• Déficits de estatura, a causa mais provável é a associação entre dieta deficiente e ocorrência de infecções pregressas, refletindo assim o passado de vida da criança (alimentação e morbidade).

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ESTATURA X IDADE

• Nascimento: 50 cm

• Primeiro trimestre – 10 cm

• Segundo trimestre – 7 cm

• Terceiro trimestre – 5 cm

• Quarto trimestre – 3 cm

• 1 a 2 anos: 12 – 13 cm/ano

• 2 a 3 anos: 8 cm/ano

• 3 a 4 anos: 7 cm/ano

• Maiores de 4 anos: 4 a 6 cm/ano

• Estatura = n x 5 + 90 (n = idade em anos)

ESTATURA X IDADE

• ENTRE O PERCENTIL 97 E 10 –NORMAL ( VERDE )

• ENTRE O PERCENTIL 10 E 3 –ATENÇÃO (AMARELO )

• ABAIXO DO PERCENTIL 3 – ABAIXO DO IDEAL (VERMELHO)

PERIMÉTRO CEFÁLICO

• PERÍMETRO CEFÁLICO X IDADE

Importante até 2 anos (maior crescimento).

• Serve para avaliar o tamanho da cabeça/cérebro, representando basicamente o crescimento do SNC.

O perímetro adequado e o que se situa entre os percentis 10 e 90.

No caso desse índice estar fora da faixa considerada de normalidade, a criança deve ser encaminhada para um especialista, para afastar diagnóstico de microcefalia ou de macrocefalia.

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Ganho Esperado de Perímetro Cefálico:

• Nascimento: 34 cm;

• 0 a 3 meses: 2 cm por mês;

• 3 a 6 meses: 1 cm por mês;

• 6 a 9 meses: 0,5 cm por mês;

• 9 a 12 meses: 0,5 cm por mês.

• 2 anos = 47,5 cm.

• 3 anos = 49 cm.

Perímetro Torácico

• Mostra o crescimento e funcionamento dos ossos do tórax.

• Pode ser medido na altura dos mamilos ou na altura da terminação do osso esterno (apêndice xifóide), no intervalo entre a inspiração e a expiração normal da criança.

• Perímetro cefálico x Perímetro torácico

• O perímetro cefálico é maior que o perímetro torácico ao nascimento (1 a 2 cm);

• Dos três aos cinco meses, os dois são iguais;

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• A partir do sexto mês de vida, o perímetro torácico tende a ser maior que o cefálico.

DESENVOLVIMENTO

É o aumento da capacidade do indivíduo na realização de funções cada vez mais complexas, podendo ser avaliado por testes e provas funcionais (modificação funcional das células, tecidos ou órgãos).

• É uma transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva, que inclui, além do crescimento, a maturação, a aprendizagem e os aspectos psíquicos e sociais.

DESENVOLVIMENTO

• Instrumentos de avaliação (grupos de características) - Condutas;

“CONDUTAS DE GESELL”

DESENVOLVIMENTO MOTOR

• Controle dos movimentos do corpo desde os grosseiros até os mais finos.

• Ocorre no sentido céfalocaudal e do centro para a periferia.

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DESENVOLVIMENTO ADAPTATIVO

• Atividades mais complexas que envolvem a coordenação entre sensação, percepção, elaboração, planejamento e execução. Coordenação dos movimentos oculares e manuais.

DESENVOLVIMENTO ADAPTATIVO

• Desenvolvimento motor fino (uso dos pequenos músculos, da mão e da coordenação olho/mão, resultando na capacidade de manipular pequenos objetos, escrever, desenhar e de toda a gama de ações que exige destreza manual). 

LINGUAGEM

• Compreende os meios de comunicação através de gestos, vocalizações e palavras.

• Implica tanto a compreensão como a expressão através de palavras, frases e gestos que transmitem uma intenção.

PESSOAL-SOCIAL Habilidades e atitudes pessoais da criança frente ao meio sócio-cultural.

• Relação da criança com o mundo que a rodeia e a autonomia para cuidar de si mesma (alimentar-se, vestir-se).

• Reflete a interação da criança com o ambiente e com as pessoas; o processo de socialização e de independência pessoal.

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO.

ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR

• REFLEXO EM CRIANÇAS MENORES DE 1 MÊS

REFLEXO DE MORO

• Estimulo: sons ou manobras que altere a sua posição natural.

• Reação súbita de abraço - Desaparece no 5° mês de vida

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REFLEXO DA MARCHA

QUATRO PONTOS CARDEAIS

• Reflexo de procura dos quatro pontos cardeais: faz-se estímulos nos quatro cantos da boca e ele procurará o local do estímulo.

REFLEXO DE PREENSÃO PALMAR E PLANTAR

• Coloca-se um objeto cilíndrico ( dedo ) para que ele segure com os dedos ou pelo menos flexione-os.

REFLEXO CÓCLEO-PALPEBRAL

• Bata palmas a cerca de 30 cm da orelha DIREITA da criança e verifique a sua resposta. Repita da mesma maneira o estímulo na orelha ESQUERDA e verifique sua resposta.

• Deve ser obtido em no máximo 2 a 3 tentativas.

• Resposta esperada: piscamento dos olhos.

REFLEXO CUTÂNEO-PLANTAR

• Faz-se um estímulo na região lateral externa do pé, no sentido do calcanhar para os dedos, ele deverá responder com

EXTENSÃO DOS DEDOS.

REFLEXO DE SUCÇÃO

• Peça a mãe que coloque a criança ao seio e observe. Se ela mamou há pouco tempo estimule seus lábios com o dedo e observe.

POSTURA DE BRAÇOS E PERNAS FLEXIONADOS

• Posição da criança: coloque deitada de costas e observe.

• Postura esperada: Nesta idade, os braços e pernas da criança deverão estar flexionados e a cabeça lateralizada .

POSTURA DE MÃOS FECHADAS

A criança em qualquer posição observe suas mãos:

• Postura esperada: suas mãos, nesta faixa etária, permanecem fechadas.

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Marcos de desenvolvimento do Cartão da Criança

• O bebê deve começar a mamar logo após o nascimento

• É muito importante para a saúde do bebê e da mãe, contribuindo para o vínculo entre mãe e filho. O bebê gosta de ouvir a mãe falar e cantarolar enquanto cuida dele.

• Ele já consegue demonstrar sinais de prazer (sorrir) e desconforto (chorar ou resmungar).

1 a 2 meses

• O bebê fica protegido pelo leite materno e raramente adoece. No colo da mãe, se sente seguro e acalentado. Ele gosta de ficar em várias posições e olhar para objetos coloridos. Mas sobretudo, gosta de ver o rosto da mãe.

• RESPONDE AO SORRISO.

3 a 4 meses

• Está bem mais ativo: olha para quem o observa, acompanha com o olhar e responde com balbucios quando alguém conversa com ele.

• Gosta de por as mãos e objetos na boca. Aprecia a companhia da mãe e gosta de trocar de lugar, atenção, pode cair.

• DE BRUÇOS, LEVANTA A CABEÇA E OMBROS.

5 a 6 meses

• O bebê sabe quando se dirigem à ele e gosta de conversar. Quando ouve uma voz, procura com o olhar. Olha e pega tudo: cuidado com objetos pequenos para não engasgar.

• Para que ele se movimente melhor, a mãe deve colocá-lo no chão.

• VIRA A CABEÇA NA DIREÇÃO DE UMA VOZ OU OBJETO SONORO.

7 a 9 meses

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• Mesmo estando amamentando, o bebê começa a querer provar outros alimentos. Ele gosta de brincar com a mãe e com os familiares (estranha pessoas de fora de casa). Não gosta de ficar só.

• Já fica sentado e também pode se arrastar ou engatinhar, pode até tentar se por de pé. É muito curioso (não deixar ao seu alcance: remédios, inseticidas e pequenos objetos).

• JÁ FICA SENTADO SEM APOIO.

10 a 12 meses

• Gosta de imitar os pais, dá adeus, bate palmas. Fala, pelo menos, uma palavra com sentido e aponta para as coisas que quer.

• Come comida da casa, porém precisa comer mais vezes que um adulto.

• Gosta de ficar em pé apoiando-se nos móveis ou nas pessoas.

• ENGATINHA OU ANDA COM APOIO.

13 a 18 meses

• A criança está cada vez mais independente: quer comer sozinha e já se reconhece no espelho. Anda alguns passos mas sempre busca o olhar dos pais ou familiares.

• Fala algumas palavras e, às vezes, frases de duas ou três palavras. Brinca com brinquedos e pode ter um predileto.

• ANDA SOZINHO.

19 meses a 2 anos

• A criança já anda com segurança, dá pequenas corridas, sobe e desce escadas. Brinca com vários brinquedos. Aceita a companhia de outras crianças, porém brinca sozinha. Já tem vontade própria, fala muito a palavra NÃO.

• Sobe e mexe em tudo: deve-se ter cuidado com o fogo e cabos de panelas.

• CORRE E/OU SOBE DEGRAUS BAIXOS.

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2 a 3 anos

• A criança gosta de ajudar a se vestir. Dá nomes aos objetos, diz seu próprio nome e fala "meu". A mãe deve começar, aos poucos, a tirar a fralda e ensinar, com paciência, o seu filho a usar o peniquinho.

• Demonstra suas alegrias, tristezas e raivas. Gosta de ouvir histórias e está cheia de perguntas.

• DIZ SEU NOME E NOMEIA OBJETOS COMO SENDO SEUS.

3 a 4 anos

• Gosta de brincar com outras crianças. Tem interesse em aprender sobre tudo o que a cerca, inclusive contar e reconhecer as cores.

• Ajuda a vestir-se e a calçar os sapatos. Brinca imitando as situações do seu cotidiano e os seus pais.

• VESTE-SE COM AUXÍLIO.

4 a 6 anos

• A criança gosta de ouvir histórias, aprender canções, ver livros e revistas.

• Veste-se e toma banho sozinha. Escolhe suas roupas, sua comida e seus amigos. Corre e pula alternando os pés. Gosta de expressar as suas idéias, comentar o seu cotidiano e, às vezes, conta histórias.

CONTA OU INVENTA PEQUENAS HISTÓRIAS.

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