craniectomia descompressiva no infarto maligno de acm

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Journal Club Reunião I R1. Fernanda Coimbra Pereira Serviço de Clínica Médica do Hospital Universitário de Maringá Maringá, 09 de fevereiro de 2011

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Page 1: Craniectomia descompressiva no infarto maligno de ACM

Journal ClubReunião I

R1. Fernanda Coimbra Pereira

Serviço de Clínica Médica do Hospital Universitário de Maringá

Maringá, 09 de fevereiro de 2011

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Caso Clínico

Paciente E.M.S, sexo feminino, 33 anos foi trazida ao Pronto Socorro do H.U.M no dia 02/02/11 com história de rebaixamento do nível de consciência associado a hemiplegia direita, paralisia facial direita e elevação da PA (170/100), iniciados há 5 horas na cidade de origem.

História pregressa de HAS sem tratamento e eclâmpsia na última gestação.

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Caso Clínico

Ao exame físico de entrada: REG, Glasgow 13, corada, hidratada, AAA, obesa. Taquicárdica, taquipnéica, PA 110/60.

AR: MV presentes, simétricos, sem RA.ACV: BRNF2T sem sopros.ABD: spEx.neurológico: Pupilas isocóricas fotorreagentes,

desvio da rima labial para E, hemiparesia D e sinal de Babinski positivo à direita.

Page 5: Craniectomia descompressiva no infarto maligno de ACM

TC de crânio em 02/02/11

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TC de crânio em 02/02/11

Page 7: Craniectomia descompressiva no infarto maligno de ACM

Apagamento de sulcos corticaisHiperdensidade da artéria cerebral

média

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Perda do contorno insular Apagamento do núcleo lentiforme

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TC de crânio em 03/02/11

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TC de crânio em 03/02/11

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Caso clínico

Após 3 dias de internamento com tratamento clínico, paciente apresentou midríase fixa bilateral, sendo iniciado protocolo para morte encefálica.

Esta foi confirmada através de doppler transcraniano no dia 07/02/11.

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Decompressive Surgery for the Treatment of MalignantInfarction of the Middle Cerebral Artery (DESTINY)

A Randomized, Controlled Trial

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1. Introdução

• O tratamento do edema cerebral decorrente do infarto maligno da artéria cerebral média ainda é assunto controverso entre neurologistas e neurocirurgiões.

• Infartos hemisféricos ocorrem em 1 a 10% dos infartos supratentoriais.

Heinsius T, Bogousslavsky J, Van Melle G. Large infarcts in the middle cerebral artery territory: etiology and outcome patterns. Neurology. 1998; 59:341–350.

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1. Introdução

• Em estudos prospectivos em terapia intensiva, a taxa de mortalidade entre esses pacientes chega a 70-80%.

• As estratégias conservadoras são usadas para reduzir a formação do edema cerebral, mas ainda há pouca evidência da eficácia desses métodos. Hofmeijer J, van der Worp HB, Kappelle LJ. Treatment of space-occupying cerebral infarction. Crit

Care Med. 2003;31:617–625.

Hacke W, Schwab S, Horn M, Spranger M, DeGeorgia M, von Kummer R. ‘Malignant’ middle cerebral artery infarction: clinical course and prognostic signs. Arch Neurol. 1996;53:309–315.

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1. Introdução• Estudos não controlados e não randomizados já

demonstram benefícios do uso dessa terapia cirúrgica quando indicada precocemente.

• Cinco estudos randomizados foram sendo desenvolvidos para investigar a eficácia da cirurgia de descompressão: HeADDFIRST, HeMMI, HAMLET, DECIMAL e DESTINY.

Schwab S, Steiner T, Aschoff A, Schwarz S, Steiner HH, Jansen O, Hacke W. Early hemicraniectomy in patients with complete middlecerebral artery infarction. Stroke. 1998;29:1888–1893

Major ongoing stroke trials. Stroke. 2006;37:e18–e26

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2. Pacientes e Métodos

• DESTINY é um ensaio clínico prospectivo, multicêntrico, randomizado e controlado.

• Tanto a terapia conservadora quanto a cirurgia descompressiva foram conduzidas de acordo com protocolos previamente definidos por intensivistas, neurologistas e neurocirurgiões.

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2. Pacientes e Métodos• Modelo do estudo e estatística:

- Mortalidade após 30 dias;- Seguimento após 6 meses;- Seguimento após 1 ano.

- Os dois últimos através de mRS (Modified Rankin Scale), Barthel Scale e NHISS Scale.

Modified Rankin Scale 0 No symptoms at all

1 No significant disability despite symptoms; able to carry out all usual duties and activities .

2 Slight disability; unable to carry out all previous activities, but able to look after own affairs without assistance.

3 Moderate disability; requiring some help, but able to walk without assistance.

4 Moderately severe disability; unable to walk without assistance and unable to attend to own bodily needs without assistance .

5 Severe disability; bedridden, incontinent and requiring constant nursing care and attention.

6 Dead.

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Escala de Barthel (0-20)

Avalia e pontua as ações de: Evacuar, urinar, higiene pessoal, ir ao banheiro, alimentar-se, deslocações, mobilidade, vestir-se, escadas e tomar banho.

Classificação:0 - 04 Muito Grave05 -09 Grave10-14 Moderado15-19 Ligeiro20 Independente

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3. Resultados

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3. Resultados

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3. Resultados

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3. Resultados

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4. Discussão

• Várias pesquisas demonstram uma redução na mortalidade depois de uma hemicraniectomia tardia. E uma diminuição maior ainda se a cirurgia for realizada precocemente.

• Por outro lado, especialmente em pacientes mais velhos, tem se demonstrado uma mortalidade em 12 meses de até 50% e uma evolução favorável em apenas 20% dos sobreviventes.

Gupta R, Connolly ES, Mayer S, Elkind MS. Hemicraniectomy for massive middle cerebral artery territory infarction: a systematic review. Stroke. 2004;35:539–543.

Rieke K, Schwab S, Krieger D, von Kummer R, Aschoff A, Schuchardt V, Hacke W. decompressive surgery in space-occupying hemispheric infarction: results of an open, prospective trial. Crit Care Med. 1995;23:1576–1587.

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4. Discussão• DESTINY é o primeiro estudo prospectivo e

randomizado que demonstra redução da mortalidade com a indicação da hemicraniectomia descompressiva em infartos cerebrais extensos.

• Além dessa redução, demonstra preocupação com o desfecho clínico (funcional) e com a qualidade de vida dos pacientes.

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4. Discussão• O DESTINY mostrou um melhor resultado daqueles

pacientes submetidos à cirurgia, com 47% deles com um mRS score <3 depois de 6 e 12 meses. Contra apenas 27% dos pacientes que receberam apenas o tratamento conservador.

• Apenas 1 dos 14 (7%) pacientes submetidos à cirurgia apresentou um mRS de 5, contra 2 dos 7 (28%) inclusos no tratamento conservador.

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4. Discussão• Outros achados do DESTINY compatíveis com outros 3

estudos randomizados europeus:

- Após a cirurgia, a probabilidade de sobrevivência aumentou de 22% para 71%.

- A probabilidade de sobreviver com um mRS ≤ 4 passou de 24% para 75%.

- A probabilidade de sobreviver com um mRS≤ 3 quase se duplicou.

- E por fim, a probabilidade de um mRS ≥5 não aumentou.

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4. Discussão• Mas existiram deficiências no DESTINY:

- 81% dos pacientes pertenciam a um só centro.- O avaliação cega não foi possível.- Houveram 2 violações ao protocolo do estudo.- Não incluiu pacientes > 60 anos.

• Finalmente, mais ensaios randomizados são

necessários para resolver essa questão no futuro.

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