correio fraterno 429

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CORREIO FRATERNO O ESPIRITISMO EM LINGUAGEM MODERNA Publicação da Editora Espírita Correio Fraterno • e-mail: [email protected]Ano 42 • Nº 429 • Setembro - Outub ro 2009 Encontro de historiadores Uma amostra do que vem sendo pesquisado cientificamente sobre o universo espírita. Pág. 8 42 ANOS DE CORREIO FRATERNO www.correiofraterno.com.br Visite o nosso site: anto a Ecologia como o Espiritismo prezam pelo equilíbrio do ser. As duas ciências que surgiram na mesma época, há mais de 150 anos, identificam-se na mesma análise sobre as questões da biodiversidade e do consumo numa visão integral, com o homem sendo o responsável pelo uso sustentável da sua morada. Para continuar usu- fruindo dessa oportunidade evolutiva de aprendizado e sobrevivên- cia, é preciso dominar o egoísmo, priorizando-se o bem coletivo, como lei natural da vida. É essa a ideia que vem ganhando foco no trabalho do jornalis- ta André Trigueiro, que demonstra em entrevista a convergência das várias áreas do conhecimento. Leia entrevista na página 4 A questão da SOBREVIVÊNCIA Ecologia e Espiritismo Pré-sal: futuro do pretérito? Deolindo Amorim, um ideal de abertura para a cultura espírita T Descobrimos a energia certa no século errado. Estima-se que o petróleo retirado do pré-sal deverá ser comercializado em escala daqui a 15 anos. E como estará o mundo daqui a 15 anos? É uma pergunta difícil de responder. Hoje, ninguém sabe exatamente quanto isso vai custar e, prin- cipalmente, qual será o preço do barril daqui a 15 anos.. Pág. 15 Baiano de Baixa Grande, nascido a 23 de janei- ro de 1906, Deolindo Amorim é uma das vozes mais eloqüentes e uma das penas mais fecundas que o Espiritismo conheceu no século XX. Em breves palavras, é possível dizer que Deolindo Amorim foi o grande responsável pela abertura do Espiritismo para o diálogo franco, rico e isen- to de preconceito com a cultura geral. Pág. 7

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Correio Fraterno, um dos mais conceituados veículos de informação espírita do Brasil.

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Page 1: Correio Fraterno 429

CORREIOFRATERNO

O ESPIRITISMO EM LINGUAGEM MODERNA

P u b l i c a ç ã o d a E d i t o r a E s p í r i t a C o r r e i o F r a t e r n o • e - m a i l : c o r r e i o f r a t e r n o @ c o r r e i o f r a t e r n o . c o m . b r • A n o 4 2 • N º 4 2 9 • S e t e m b r o - O u t u b r o 2 0 0 9

Encontro de historiadoresUma amostra do que vem sendo pesquisado cientificamente sobre o universo espírita.Pág. 8

42 ANOS DE CORREIO FRATERNO

www.correiofraterno.com.br

Visite o nosso site:

anto a Ecologia como o Espiritismo prezam pelo equilíbrio do ser. As duas ciências que surgiram na mesma época, há mais de 150 anos, identificam-se

na mesma análise sobre as questões da biodiversidade e do consumo numa visão integral, com o homem sendo o

responsável pelo uso sustentável da sua morada. Para continuar usu-fruindo dessa oportunidade evolutiva de aprendizado e sobrevivên-

cia, é preciso dominar o egoísmo, priorizando-se o bem coletivo, como lei natural da vida. É essa a ideia que vem ganhando foco no trabalho do jornalis-

ta André Trigueiro, que demonstra em entrevista a convergência das várias áreas do conhecimento. Leia entrevista na página 4

A questão da SOBREVIVÊNCIA

Ecologia e Espiritismo

Pré-sal: futuro do pretérito?

Deolindo Amorim, um ideal de abertura para a cultura espírita

T

Descobrimos a energia certa no século errado. Estima-se que o petróleo retirado do pré-sal deverá ser comercializado em escala daqui a 15 anos. E como estará o mundo daqui a 15 anos? É uma pergunta difícil de responder. Hoje, ninguém sabe exatamente quanto isso vai custar e, prin-cipalmente, qual será o preço do barril daqui a 15 anos.. Pág. 15

Baiano de Baixa Grande, nascido a 23 de janei-ro de 1906, Deolindo Amorim é uma das vozes mais eloqüentes e uma das penas mais fecundas que o Espiritismo conheceu no século XX. Em breves palavras, é possível dizer que Deolindo Amorim foi o grande responsável pela abertura do Espiritismo para o diálogo franco, rico e isen-to de preconceito com a cultura geral. Pág. 7

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2 CORREIO FRATERNO SETEMBRO - OUTUBRO 2009ED

ITO

RIA

L

utubro. Mês que lembra Kardec e o aniversário do Correio Fraterno, que lançou

sua primeira edição há 42 anos e hoje comemora com os leitores a alegria de estar presente na história do movimen-to espírita.

Neste ano, a importância de Kardec ficou ainda mais evidenciada. A gran-deza da obra dos espíritos foi fartamen-te analisada e debatida, por exemplo, tanto na 14ª. Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro, como no 5º. Encontro Nacional da Liga dos Histo-riadores e Pesquisadores Espíritas, reali-zado em São Paulo.

Na Bienal, a divulgação do espiritis-mo ampliou-se com o lançamento pela Federação Espírita Brasileira do livro Es-piritismo e Ecologia, do jornalista André Trigueiro, o entrevistado desta edição, que também passa a ser colunista do jor-nal, em Mundo Sustentável, um convite inadiável à reflexão sobre a coerência na conscientização ambiental, como um dever do espírito.

A história do espiritismo também faz parte dos calendários de outubro. E nada mais justo do que enaltecer as diversas pesquisas com temática espí-rita, apresentadas nas universidades, assunto que pôde ser amplamente de-

batido entre os próprios pesquisadores no 5º. Enlihpe.

O desdobramento de todos esses as-suntos compõe as páginas desta edição, numa unidade que enlaça, por exemplo, Deolindo Amorim, histórias individuais e descobertas de estudiosos e profissio-nais diversos sobre a espiritualidade, de-monstrando que, assim como o pensa-mento de Kardec evoluiu, livre, na busca da verdade, muita gente também hoje trilha esse mesmo caminho de vontade, amor e superação.

O campo está aberto. É só con-ferir. E participar. Ainda há muito a construir.

O

CORREIO DO CORREIO

Do humor a histórias de vidaEstamos desenvolvendo um site de di-vulgação do Espiritismo para nossa re-gião e o site de vocês tem sido grande fonte de inspiração. Após vários dias concebendo a nossa página, achamos praticamente tudo lá (inclusive a área de humor, as histórias de vida e muito mais!) Estão de Parabéns! Do design ao conteúdo!

Renet Viana, Médio Piracicaba, MG

O encarte do FraterninhoFico sempre contente em receber o Cor-reio Fraterno, que leio com prazer e aten-ção e, também pelo ensejo de receber os encartes do Fraterninho belamente re-presentado nos desenhos do Hamilton. Contem sempre comigo. Sinto prazer em poder, à altura das minhas possibili-dades, contribuir com vocês.

Iracema Sapucaia (autora do livro As Aventuras de Fraterninho),

São Paulo, SP

Envio de artigosEncaminhar para e-mail: [email protected] Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 4.800 caracteres, constando referência bibliográfica e pequena apresentação do autor.

CORREIOFRATERNO

JORNAL CORREIO FRATERNOFundado em 3 de outubro de 1967. Registrado no Registro de Pessoas Jurídicas em São Bernardo do

Campo, sob o n.o 17889. Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel - www.laremmanuel.org.br

Diretor: Raymundo Rodrigues EspelhoEditora responsável: Izabel Regina R. Vitusso

Jornalista responsável: Eliana Haddad MTB-11.686 Comunicação e Marketing: Tatiana Benites

Editoração: PACK Comunicação Criativawww.packcom.com.br

Editor de arte: Hamilton DertonioRevisão: Raquel Momoio

Impressão: Novaforma de Comunicação Ltda.

Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955Vila Alves Dias - Bairro Assunção - CEP 09851-000

São Bernardo do Campo – SP

Fones: (011) 4109-2939 e-mail: [email protected]

site: www.correiofraterno.com.brPermitida a reprodução parcial de textos do Correio Fraterno

desde que citada a fonte.As colaborações assinadas não representam necessariamente

a opinião do jornal.Periodicidade bimestral

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Editora Espírita Correio Fraterno

CNPJ 48.128.664/0001-67

Inscr. Estadual: 635.088.381.118

Presidente: Izabel Regina R. Vitusso

Vice-presidente: Belmiro Tonetto

Tesoureiro: Adão Ribeiro da Cruz

Secretário: Vladimir Gutierrez Lopes

Uma ética para a imprensa escrita

Em dois artigos, escritos por Allan Kar-dec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação:

•Aapreciaçãorazoáveldosfatos,edesuas conseqüências.

•Acolhimentodetodasobservaçõesanós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros.

•Discussão,porémnãodisputa.Asin-conveniências de linguagem jamais tiveramboasrazõesaosolhosdepes-soas sensatas.

•Ahistóriadadoutrinaespírita,deal-gumaforma,éadoespíritohumano.Oestudodessasfontesnosfornecerá uma mina inesgotável de observa-ções,sobrefatosgeraispoucoconhe-cidos.

•Osprincípiosdadoutrinasãoosde-correntes do próprio ensinamento dos Espíritos. Não será, então, umateoria pessoal que exporemos.

•Não responderemosaosataquesdi-rigidos contra o Espiritismo, contra seuspartidáriosemesmocontranós.Aliás,nosabsteremosdaspolêmicasque podem degenerar em persona-lismo.Discutiremososprincípiosqueprofessamos.

•Confessaremos nossa insuficiênciasobre todos os pontos aos quais não nosforpossívelresponder.Longederepelir as objeções e as perguntas,nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento.

•Se emitirmos nosso ponto de vista,issonãoésenãoumaopiniãoindivi-dual que não pretenderemos impor a ninguém.Nósaentregaremosàdis-cussão e estaremos prontos para re-nunciá-la,senossoerrofordemons-trado.

Esta publicação tem como finalidadeoferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões.Eligar,porumlaçocomum,osquecompreendemadoutrinaespí-rita sob seu verdadeiro ponto de vista moral:apráticadobemeacaridadedoevangelho para com todos.

Envie seus comentários para [email protected]

A parte de cada um

Conhecendo o CorreioRecebi do amigo Leo a nova edição do Correio Fraterno. Gostei muito! A propos-ta editorial de colocar o Espiritismo na vanguarda da modernidade parece muito acertada. O texto do Herculano [“A luz da razão e o poder da fé”] foi muito bem selecionado. Gostei também da proposta de resgate das bibliotecas espíritas e espe-cialmente do texto “Os santos sem reli-gião”, que vem confirmar que a boa von-tade está acima das religiões. Parabéns!

Vital Cruvinel, por e-mail

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SETEMBRO - OUTUBRO 2009 CORREIO FRATERNO 3A

CO

NTEC

E

onsiderado o terceiro maior evento da cidade do Rio de Ja-neiro, depois do Carnaval e do

Réveillon e um dos mais importantes do País – a 14.ª Bienal Internacional do Livro, realizada de 10 a 20 de setembro nos pavilhões do Riocentro, atraiu cer-ca de 600 mil visitantes.

Com volume de vendas beirando a casa dos 2,5 milhões de livros, e quase mil expositores, o evento contou este ano com a presença marcante do públi-co infanto-juvenil e revelou o interesse crescente do carioca pela leitura.

O estande de vendas da Federação Espírita Brasileira – que usou como parte da decoração a imagem do mé-dium Chico Xavier sob o teto – rece-beu a presença maciça do público. No sábado, dia 12 de setembro, foi a vez do conhecido escritor espírita Herminio C. Miranda, que tem cinco títulos pu-blicados pela Correio Fraterno, relançar sua obra Diálogo com as sombras – um verdadeiro clássico sobre desobsessão – marcando sua reaproximação com a Casa Máter do Espiritismo. Bem dis-posto, desfrutou da atenção e do

carinho dos leitores e admiradores que buscavam seu autógrafo, en-quanto segredava ao pé do ouvido do repórter: “Já estou com quase noventa anos”.

Neste mesmo dia, conquistaram também a atenção do público obras editoriais de Gerson Monteiro, vice-presidente da Rádio Rio de Janeiro e do jornalista André Trigueiro, conhe-cido âncora da Globo News. O escri-tor – que a partir desta edição é um dos colunistas do Correio Fraterno, onde escreve sobre o tema sustentabi-lidade – lançou sua obra Espiritismo e Ecologia, fazendo lotar o auditório Eu-clides da Cunha, quando, na presença de jornalistas, formadores de opinião, escritores e o público em geral, profe-riu palestra sobre o que o Espiritismo tem a ver com Ecologia. A solenidade de lançamento foi presidida por Nes-tor Masotti, presidente da FEB, e se-guida por livre debate.

O estande do MAP – Movimento de Amor ao Próximo– contou igual-mente com a visita maciça do público, que pôde ver no mesmo espaço o Clube de Arte, do Instituto de Cultura Espí-rita, representado, além da editora Lo-renz, que publica livros em esperanto.

A mídia espírita também se fez presente, transmitindo informações e prestando serviços de interesse públi-co. A Rede Boa Nova e a Rádio Rio de Janeiro gravaram entrevistas com celebridades espíritas, reportando a grande confraternização que a Bienal do Livro proporciona ao Movimento Espírita em geral e, notadamente, à ci-dade do Rio de Janeiro.

Jornalista, autor do livro Dom Pedro II e a Prin-cesa Isabel: uma visão Espírita-cristã do segun-do reinado.

PorPAULOROBERTOVIOLA

ESCRITORES ESPÍRITAS ATRAEM

PÚBLICO NA BIENAL

C

FOTOS:PAULOROBERTOVIOLA

Herminio: presença marcante na bienal

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4 CORREIO FRATERNO SETEMBRO - OUTUBRO 2009

Bastante premiado, você tem sido referência como jornalista ambiental. Como isso tudo co-meçou?André Trigueiro: Foi durante a Rio 92, a Conferência Internacional da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvi-mento. Eu cobri como jornalista o even-to paralelo, chamado de Fórum Global, que reuniu ONGs do mundo inteiro. Ali percebi que sustentabilidade era si-nônimo de sobrevivência, que precisá-vamos nos dar conta do tamanho dos estragos que estamos causando ao plane-ta, e do senso de urgência para corrigir o rumo. Como jornalista tenho prazer em falar sobre projetos e ações de transfor-mação socioambiental. Este tema preci-sa ganhar mais espaço na sociedade. É do interesse de cada um ser sustentável.

Qual o conceito mais simples para sustentabilidade?André Trigueiro: É equilíbrio, sobrevi-vência. Quando usamos de forma inteli-gente os recursos da natureza, não com-prometendo a capacidade de suporte ou recarga desses sistemas, estamos sendo sustentáveis. Quando exaurimos esses mesmos recursos, abalamos esse equilí-brio dinâmico e precipitamos o risco de colapso, de ruptura. Esse é o momento que estamos vivenciando. Perdemos o di-reito de errar. Hoje o assunto vem sendo tratado de forma mais ampla, mas não pode ser mais esquecido. Ecologia, como se sabe, significa “Estudo da casa”. Pois bem, a nossa casa tem se tornado um lu-gar cada vez mais hostil, e por nossa culpa.

Essa visão não é muito pessimista? Os números estão aí em diversos relató-rios mundiais e não podemos abando-nar a seriedade que exige esse processo. Não basta denunciar, é preciso partici-par e propor soluções. A Terra precisa de cuidados urgentes para que possamos continuar a merecê-la. Vale lembrar que 20% da população mundial consomem

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aproximadamente 80% dos recursos. Precisamos disseminar os valores do consumo consciente. Para virar esse jogo, a educação é fundamental.

Nesse trabalho de conscientiza-ção, a mídia tem cumprido com seu papel de maneira eficiente?André Trigueiro: O maior prêmio que podemos almejar como comunicadores é a sensação de sermos úteis. É preciso abrir caminhos na mídia para se tratar de assuntos urgentes e inadiáveis como a sustentabilidade. Meio ambiente envol-ve todas as áreas do saber e do conheci-mento, indistintamente. No jornalismo, forçosamente, é um assunto que deve estar cada vez mais inserido no dia-a-dia das coberturas. Percebi que falavam pouco sobre isso, resolvi investigar, fui pesquisar, buscar formação específica fora do jornalismo, e não parei mais. Em 2004, recebi o primeiro convite para dar palestra em centro espírita sobre o tema “Ecologia e Paz”, que aludia às ligações entre a doutrina espírita e a ciência eco-lógica. Meu novo livro nasceu aí.

Quando você se tornou espírita?André Trigueiro: Meu pai era católico, quase foi padre, e minha mãe espírita. Tive uma formação cristã e no final da adolescência, com fome de conhecimen-to, peguei os livros de cabeceira da mi-nha mãe. Eram os livros de Allan Kardec, com os quais tive plena identificação, e passei a frequentar o Centro Joanna de Ângelis. Participei da Mocidade Espíri-ta e engajei-me em alguns trabalhos da casa, com a aplicação de passes magnéti-cos ou a confecção do jornal da institui-ção. De dez anos para cá, comecei a dar palestras em instituições espíritas. Um de meus temas preferidos é a prevenção do suicídio, assunto que considero igual-mente urgente. Trata-se de um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Talvez o maior de todos os desastres eco-lógicos seja o autoextermínio.

Sersustentávelnãoéumcapricho.Não há opção

PorELIANAHADDAD

OjornalistaAndréTrigueiroconhecidoâncorado“JornaldasDez”,da Globo News, vem obtendo especial destaque na imprensa, des-de o dia 13 de setembro, quando lançou na Bienal Internacional do LivrodoRiodeJaneiro,oseulivroEspiritismo e Ecologia, editado pelaFederaçãoEspíritaBrasileira.Andréchamaaatençãoparaasrelaçõesexistentesentreamen-sagemespíritaeanecessidadedapreservaçãodavidapresente,enaltecendoaquestãoda responsabilidadedoespíritocomoserencarnado na relação com a sua morada.AsquestõesdesustentabilidadetêmsidoamplamenteabordadasnaPUC-RJ–ondeTrigueiroéprofessordeJornalismoAmbiental,curso iniciado por ele em2004 – e também emoutros progra-masquerealiza:naRádioCBN,noquadro“MundoSustentável”,naGloboNews,noprograma“CidadeseSoluções”,enoquadro“EcologiaeCultura”,naRádioEspíritaRiodeJaneiro,ondeéco-laboradorvoluntário.Ojornalista–comoespírita–tambémfazpalestrasgratuitassobreosuicídio,oqualanalisacomocomponenteintrínsecodamesmatemáticaecológicaportratardamaiordasagressõesambientais–oextermíniodaprópriavida. Foi justamente por ocasião da palestra que proferiu sobre Sui-cídionoSéculo21,durantearealizaçãodoseminárioValorização da Vida, que marcou os 21 anos de fundação da ASSEC – Assis-tênciaSocialdaSociedadeEspíritadeCotia,emSãoPaulo,em16de agosto último, que Trigueiro concedeu ao Correio Fraterno a seguinte entrevista.

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SETEMBRO - OUTUBRO 2009 CORREIO FRATERNO 5EN

TREV

ISTA

Você, sendo espírita atuante, percebe que o Espiritismo ajuda ou prejudica na divulgação des-sas ideias?André Trigueiro: (Pausa)...Depende. É preciso compreender o momento como encarnados para não perdermos tempo e comprometermos nosso processo evo-lutivo. Somos espíritos que animamos corpos, e não o contrário. Muitas vezes, menospreza-se a importância da vida ter-rena, na matéria, como encarnados, como se isso tudo, por ser passageiro efêmero, devesse ser também desprezível. Relega-se em segundo plano os assuntos do co-tidiano, como se toda a nossa atenção e cuidado devessem ser dispensados apenas à vida do Mundo Espiritual. Entendo que aí haja uma distorção perigosa. Sem prejuízo das prioridades que devemos assumir em relação aos assuntos espiritu-ais, somos responsáveis pelos rumos dos acontecimentos na Terra, e isso também é missão. Para que essa morada continue nos oferecendo – nesta e em outras exis-tências – oportunidades de evoluir e cres-cer, precisamos fazer a nossa parte.

Mas a escassez dos recursos, o co-lapso do Planeta, não faria parte

da Lei de Des-truição? André Trigueiro: No livro Espiritis-

mo e Ecologia há um capítulo em que co-mento a Lei de Destruição. Entendo que a destruição promovida sistematicamente pela humanidade em relação aos recursos naturais não renováveis do planeta ace-lera o risco do ecocídio, ou seja, do es-gotamento dos ecossistemas que nos for-necem matéria-prima e energia. Sem um meio ambiente saudável, não poderemos seguir em frente. Insistir no erro pode ser fatal para nós, porque o livre arbítrio é soberano. Se é assim que acontece com o suicídio – que vai contra as leis de Deus, mas que é permitido por Deus para que a criatura descubra por si, e da pior ma-neira possível, o equívoco desta decisão – porque não seria assim com o ecocí-dio? Se estamos realizando escolhas que depredam a vida numa escala sem prece-dentes, precisamos reinventar o modelo antes que seja tarde. Em resumo: vivemos um modelo suicida de desenvolvimento e precisamos reinventar o sistema.

Você concorda que na socieda-de materialista em que vivemos, tudo é descartável, produzindo mais lixo, mais consumo... André Trigueiro: Há resistências e é preciso reconhecer isso. Aos poucos, vamos nos conscientizando dos males causados pelos valores prevalentes da sociedade de consumo. Talvez a gente esteja experimentando pela primeira

vez na história o dilema: ou seguimos o modelo americano de consumo ou nos conscientizamos do erro que se co-mete com o consumismo exacerbado e desequilibrado. E isso também está no Evangelho, que nos lembra que no em-prego da fortuna a primeira finalidade é a utilidade providencial da riqueza. É preciso lembrar que o consumo favore-ce a vida, o consumismo exagerado é o que a degrada, exaurindo estoques de matéria-prima e energia que são finitos neste planeta. Há também a pergunta 705 de O Livro dos Espíritos em que Kardec indaga a Espiritualidade sobre a razão pela qual a terra nem sempre ofereceria ao homem o necessário. A resposta é lapidar:” A terra produziria sempre o necessário, se com o necessá-rio soubesse o homem contentar-se. Se o que ela produz não lhe basta a todas as necessidades, é que ele a emprega no supérfluo o que poderia ser empregado no necessário.”

Sustentabilidade ainda é uma utopia?André Trigueiro: Ser sustentável não é um capricho, não é uma escolha. Não há opção. Este é o ponto. A gente não está aqui discutindo uma questão pu-ramente de sonho de sustentabilidade. Não. Estamos discutindo sobrevivên-cia. É um momento singular da histó-ria. Estamos tendo a oportunidade de nos acertarmos, evitarmos o colapso.

A situação é meio apocalíptica, tem lugar no Espiritismo pra isso?André Trigueiro: Kardec disse que a verdadeira fé era aquela que poderia en-carar a razão frente a frente em todas as épocas da humanidade. Ora, já temos o elemento mensurável, que são as esta-tísticas mundiais sobre o esgotamento dos recursos. Resta-nos a escolha. Se a maioria da população do Planeta fizer uso dos recursos de forma perdulária, irá responder por isso. A lei divina permite a possibilidade de erro, mas não o jus-tifica. Ser espírita num planeta onde há o risco de colapso implica numa grande responsabilidade. Cada um vai determi-nar o que é conveniente para si. Vamos ter que fazer escolhas. Deus, conforme entendemos na Doutrina Espírita, não vai provocar uma interferência mágica no mundo, consertando aquilo que a maioria de nós deseja e escolhe.

André, ainda temos jeito?André Trigueiro: Somos os maiores predadores do planeta. E também a nossa maior ameaça. Talvez agora este-jamos sendo obrigados a refletir sobre o nosso legado, o que queremos deixar para os que vierem depois. Inclusive para nós mesmos, através da reencar-nação. É o entendimento da susten-tabilidade do nosso próprio processo evolutivo. Trata-se de uma questão básica para o Espiritismo. O consumo consciente é o nosso maior desafio. Na pergunta 799 de O Livro dos Espíritos, quando Kardec pergunta “de que ma-neira pode o Espiritismo contribuir para o progresso?”, a resposta é taxati-va: “Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade.(...)”. Ma-terialismo aí, assim que parece, não é só ausência de Deus. É o apego à matéria. É o que vemos amplamente dissemina-do por aí.

Como jornalista, você percebe que existe ainda algum preconcei-to na cobertura dessas matérias?André Trigueiro: Já percebi mais. E devo dizer que em 21 anos de carreira já é pos-sível perceber uma mudança no entendi-mento desse “sustentável”. Por exemplo, quem paga o meu salário e de outros co-legas que trabalham na mídia normal é a publicidade. E nem sempre é fácil fazer-se a contestação do consumismo, mas é pos-sível alertar para o respeito à capacidade do Planeta, aos limites dos ecossistemas, e à necessidade de consumirmos com mais responsabilidade. É função social da mídia não apenas denunciar o que está errado, mas sinalizar rumo e perspectiva. Apontar as saídas e inspirar novas atitu-des. É o que espero da mídia - e de mim mesmo - neste início de milênio.

Ok. Você gostaria de acrescentar mais alguma coisa?André Trigueiro: Sim. Que sou otimis-ta em relação ao movimento espírita no sentido de sermos mais claros e objeti-vos com relação ao tema, endossando a corrente numerosa de outras tradições religiosas que já entenderam que susten-tabilidade é um assunto espiritual. Esta-mos melhores do que já estivemos, mas ainda há muito a fazer nesse processo em que o mundo está sendo chacoalhado para que mudanças aconteçam em favor da vida. O que vale é a atitude.

Espiritismo e Ecologia será lançado em São Pau-lo, dia 18 de outubro, às 10h, na Federação Es-pírita do Estado de São Paulo, com palestra de André Trigueiro seguida de perguntas do públi-co e autógrafos. No dia 19, o lançamento será na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2073), a partir das 18h30.

OlivromostraasdiversasafinidadesexistentesentreoEspiritismoeaEco-logia,áreasdoconhecimentoquesurgiramnamesmaregiãodoplaneta,hácercade150anos.Espíritaseecologistasutilizamavisãosistêmicaparadefenderabiodiversidade,ousosustentáveldosrecursosnaturais,o consumo consciente, a primazia dos projetos coletivos em detrimento doindividualismo,tantasafinidadesque,segundooautor,muitasobrasespíritaspoderiamembasarpostuladosecológicos.Nocapítulo“PoluiçãoePsicosfera”,porexemplo,TrigueiroanalisaqueespíritaseecologistasidentificamrastrosdepoluiçãonosdoisplanosdaVida,diferentescategoriasde“resíduos”quegeramproblemastantonoplano material quanto no campo sutil. Espiritismo e Ecologia mostra a abrangênciadomeioambientequandocombinamosasvisõesecológicaeespíritadarealidadequenoscerca.“Seaciênciaecológicaofereceumamplo espectro de observação interligando sistemas que variam do micro ao macrocosmo, o Espiritismo desdobra esse olhar na direção do campo sutil,alargandoenormementeocampodeinvestigação”,concluioautor.

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6 CORREIO FRATERNO SETEMBRO - OUTUBRO 2009

Simpósio de Comunicação avaliadesafiosdatarefas Associações de Di-vulgadores do Espi-ritismo – ADE – de

São Paulo e Campinas realiza-ram no dia 6 de setembro o VI Simpósio Paulista de Co-municação Social Espírita sob o tema “Comunicação Social Espírita e Educação”. O even-to aconteceu em Campinas, interior de São Paulo, reu-nindo cerca de 80 pessoas em torno dos assuntos abordados pelos escritores e comunica-dores espíritas: Ivan Franzo-lin, Marcus De Mário, Der-meval Carinhana Jr. e Milton Felipeli.

A presença do escritor e pesquisador Jeferson Betarello marcou a mesa de debates, realizada após as apresenta-ções. O Simpósio contou com sessão de painéis, onde foram apresentados trabalhos selecionados pela Comissão Organizadora que ilustram o papel da Comunicação Social Espírita no processo de edu-cação da criatura humana.

AC

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Desencarna

Florentino Barrera

os 83 anos de idade, desencarnou no dia 2 de setembro o pesquisa-dor e escritor espírita Florentino

Barrera. Espírita atuante na Argentina, seu país de origem, Florentino editava o pe-riódico Vida Infinita, e escreveu diversos obras, dentre elas O Processo dos Espíritas, Metafísica e Espiritism, Bibliografia Espírita do século XIX, Etienne Dolet, o mártir do Espiritismo e o Auto-de-Fé de Barcelona.

Este último livro, o mais recente pu-blicado no Brasil, traduzido por Emília Santos Coutinho e Gabriela Santos Cou-tinho, traz imagens de protagonistas da história do Espiritismo: Kardec, Lachâtre, Colavida e Bernardo R. Ferrer, um dos testemunhas do auto-de-fé. Além de resu-mos biográficos a obra relaciona também as 300 obras que foram queimadas em 9 de outubro de 1861, pela Inquisição, des-crevendo minuciosamente o ato e suas re-percussões. Destaca o fato de o bispo que ordenou a queima dos livros, desencarna-do nove meses após o auto-de-fé, comuni-car-se mediunicamente, arrependido.

Barrera doou os direitos de tradução de suas obras em português ao CCDPE-ECM – Centro de Cultura, Documen-tação e Pesquisa do Espiritismo Eduardo Carvalho Monteiro.

Painéis: boas ideias para serem

assimiladasDERMEVALCARINHANA

om o intuito de pri-vilegiar a boa músi-ca, o Lar da Criança

Emmanuel (em São Bernar-do do Campo, SP) promo-veu no dia 12 de setembro um evento de arte, com a presença dos cantores e vio-lonistas José Roberto,Vansan e o coral Meimei, já consa-grados pelo público espírita de São Paulo. A presença de variados cânticos e melodias emocionou o público presente e mostrou que os nobres acordes tocam diretamente as fibras mais íntimas do coração, promovendo a alegria e a confraternização. Satis-feito, Vladimir Gutierrez Lopes, um dos organizadores e diretores da casa, avalia: “o evento qualificou as atividades da Casa.” www.laremmanuel.org.br

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MÚSICA NO LARVansan: Alma à música Coral Meimei

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SETEMBRO - OUTUBRO 2009 CORREIO FRATERNO 7B

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Deolindo Amorim,umidealdeaberturaparaaculturaespírita

aiano de Baixa Grande, nascido a 23 de janeiro de 1906, Deolindo Amorim é uma das vozes mais

eloquentes e uma das penas mais fecundas que o Espiritismo conheceu no século XX.

Em breves palavras, é possível dizer que Deolindo Amorim foi o grande res-ponsável pela abertura do Espiritismo para o diálogo franco, rico e isento de preconceito com a cultura geral. Essa conexão da Doutrina com os diversos ra-mos do conhecimento, já defendida por Kardec e ratificada por Léon Denis, foi por ele materializada e perseguida porque entendia ser, esse, o único meio de manter vivo o pensamento espírita, vivo e fiel às suas bases, às suas origens, falando mesmo numa cultura espírita.

Exatamente aqui, podemos identificar o primeiro traço do caráter pioneiro do seu trabalho. A sua época foi marcada por grandes polêmicas e perseguições, parte delas travadas no próprio seio espírita en-tre confrades discordantes que criticavam a aproximação do Movimento de concei-tos e idéias de outras filosofias e seguimen-tos e que, por isso mesmo, geraram uma espécie de “tendência carolizante”, ou seja, uma tendência a somente se estudar as obras de Allan Kardec com prejuízo das demais, profanas ou não. Nada obstante, Deolindo propõe uma abertura do pensa-mento espírita ao pensamento universal, nele buscando inspiração e, ao mesmo tempo, tentando inspirá-lo, como forma de afirmação das idéias espíritas, graças ao seu caráter universal e progressista.

Nessa esteira, entende ser necessária a criação de um espaço público para de-bates e discussões mais amplas acerca da doutrina e da cultura geral, mas sem per-der o foco principal: o estudo do Espiri-tismo a partir de suas obras fundamentais. Dentro desse projeto, funda, juntamente

com outros companheiros, o Centro Es-pírita 18 de Abril, em 1946, no Rio de Janeiro, com a precípua finalidade de or-ganizar e oferecer um Curso Regular de Espiritismo, nos moldes consignados por Kardec em Obras Póstumas.

Foi ele, portanto, o grande pionei-ro dos Cursos de Espiritismo em nossas terras, quem primeiro os idealizou, sis-tematizou e aplicou, de forma didática, em linguagem simples e acessível a toda gente. Até mesmo porque ele, Deolindo, apenas tivera o curso primário, jamais tendo se formado em Sociologia, embo-ra tenha sido aluno ouvinte do curso de Ciências Sociais da Faculdade Nacional de Filosofia e da Faculdade Brasileira de Serviço Social.

O “18 de Abril” foi o laboratório onde nasceu o Instituto de Cultura Espírita do Brasil, ICEB, fundado em 1957, local onde deu seguimento aos seus ideais di-dáticos, culturais e espíritas, empreenden-do pesquisas e ministrando cursos, parte dos quais foram reunidos em livros como Cadernos Doutrinários e Doutrina Espíri-ta, publicados pela Editora Circulus, de Salvador, Bahia.

Duramente criticado pela iniciativa do ICEB, a que o farisaísmo da época jocosamente apelidou de “Sorbonne”, enfrentou com serenidade e otimismo todas as resistências, certo de seus ideais e de sua fidelidade às propostas e ao pensa-mento kardequiano.

Ainda como decorrência de seu pio-neirismo, Deolindo ousou levar os temas espíritas para o debate acadêmico. Em 1956, a convite do respeitado crimina-lista Roberto Lyra, proferiu aplaudida conferência com o título “Espiritismo e Criminologia”, no Instituto de Crimino-logia do Distrito Federal, que resultou no livro Espiritismo e Criminologia, de sua la-

vra. Graças a isso, foi convidado para fa-lar a delegados de polícia, a advogados e a estudantes de Direito do Rio de Janeiro e de Florianópolis em diversas oportunida-des, dentre outras atividades, que tiveram o condão de promover o Espiritismo no seio acadêmico.

Ainda como fruto dessas investidas culturais, surgiram Africanismo e Espiri-tismo, O Espiritismo e as Doutrinas Espi-ritualistas, O Espiritismo à luz da crítica e O Espiritismo e os Problemas Humanos, dentre outras obras.

Escritor de abordagens profundas, mas sem pedantismo; versátil, sem perder o foco doutrinário; claro, sem ser simpló-rio; objetivo, sem ser lacunoso – assim se revela Deolindo Amorim em sua vas-ta produção bibliográfica. Era articulista com rica argumentação, tendo colabora-do com diversos órgãos da imprensa espí-rita, a exemplo do periódico “Mundo Es-pírita”, da Federação Espírita do Paraná, “Presença Espírita”, de Salvador, e “Folha Espírita”, de São Paulo. Grande parte de seus artigos foi reunida em livros, como A

PorPEDROCAMILO

B

O BAÚ DE MEMÓRIAS PODE SER FEITO POR VOCÊ!Envie para nós um fato marcante sobre o Espiritismo em sua cidade. Ele pode ser publicado aqui nesta seção.

E-mail: [email protected].

voz da experiência e Uma nova era, ambos organizados por Celso Martins.

O trabalho de Deolindo permane-ce desafiando os espíritas a um estudo mais detido e meticuloso, pela sua ri-queza conceitual e didática, bem como por sua atualidade.

Advogado com especialização em Ciências Criminais. Professor universitário no estado da Bahia e autor do livro Yvonne Pereira: uma heroína silenciosa (La-châtre). E-mail: [email protected]

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8 CORREIO FRATERNO SETEMBRO - OUTUBRO 2009

Encontro de Historiadores

estimula pesquisa com temáticaespírita

ESPE

CIA

L

5.º Encontro Nacional da Liga dos Historiadores e Pesquisadores Espíritas, realizado em São Paulo

nos dias 26 e 27 de setembro, trouxe uma amostra do que vem sendo pes-quisado sobre o universo espírita nas inúmeras frentes de estudos, tanto nas academias como em frentes de pesqui-sas com base científica.

Promovido pela Liga dos Histo-riadores e Pesquisadores Espíritas e pelo CCDPE - Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiri-tismo Eduardo Carvalho Monteiro, o evento mobilizou cerca de 80 par-ticipantes da Bahia, Brasília, Porto Alegre, Goiânia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, além de São Paulo, revelando o interesse crescente e a determinação dos pesquisadores em aprofundarem o conhecimento humano levando em

conta a espiritualidade e os fundamen-tos espíritas até então desconsiderados nos bancos acadêmicos.

O psicólogo e escritor Jáder Sam-paio, representante da Liga dos His-toriadores, e um dos principais coor-denadores do Encontro, deu início às 15 apresentações, enfocando parte do estudo que desenvolveu em sua tese de doutorado na Universidade Federal de Minas Gerais, revelando os senti-mentos mais comuns captados em sua pesquisa, junto a voluntários de insti-tuição do terceiro setor (casa espírita): o prazer, as angústias, o mecanismo de desligamento diante dos problemas exteriores (familiares, profissionais), o encontro da afetividade e outros, abor-dagem de expressiva utilidade para o aprimoramento das relações humanas nas casas espíritas.

O economista e coordenador do

PorIZABELVITUSSO

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Lima e Angélica Almeida: o Espiritismo em teses

acadêmicas

Page 9: Correio Fraterno 429

SETEMBRO - OUTUBRO 2009 CORREIO FRATERNO 9

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Como aprendemos? - Teoria e prática na educação espíritade Lucia Moysés, 160 páginasformato 14x21 cm

ESPECIA

L

Núcleo de Estudos do Terceiro Setor da Universidade Mackenzie, SP, Marco Milani, evidenciou a qualidade da pro-posta de gestão administrativa (gover-nança) que Allan Kardec traçou para a Sociedade Parisiense de Estudos Espíri-tas, que ele fundara em 1858. Segundo Milani, 50 % dos modernos elementos de governança, recomendados pelo Ins-tituto Brasileiro de Governança Corpo-rativa já estavam contidos na proposta de Kardec e 25% eram já parcialmente contemplados.

No campo da literatura, o estudioso e pesquisador Alexandre Caroli Rocha, conhecido por suas teses de mestrado e doutorado com base em livros psicogra-fados pelo médium Chico Xavier, rece-beu efusivos elogios aos apresentar seu recente estudo onde destaca nas obras ditadas por Humberto de Campos ao médium mineiro centenas de citações coincidentes com a sua obra escrita quando encarnado e também de autores que ele costumava ler, o que sugere seu desejo em sinalizar que fosse conferida a verossimilhança à obra ditada.

Ercilia Zilli, presidente da ABRAPE- Associação Brasileira de Psicólogos Es-píritas, trouxe dados sobre a incidência da religião no consultório psicológico. “Sem transcendência não se faz Psicolo-gia. Uma coisa é manter-se neutro; outra é excluir, negar a religiosidade. A Psico-logia é a Ciência e arte de integração do ser. A ética do psicólogo está em se pre-parar adequadamente”.

Também a psicóloga Ana Catarina Elias apresentou sua tese de doutora-do defendida na UNICAMP sobre a RIME - Relaxamento, Imagens Mentais e Espiritualidade, atestando a obtenção de tranquilidade em pacientes termi-

nais através de técnicas que incluem os elementos da espiritualidade. “Uma coi-sa é a religião, outra é a inclusão dos as-pectos da espiritualidade para se obter o bem-estar do paciente, incentivando-o a um movimento interno”.

Em sua apresentação, o pesquisa-dor Paulo Henrique Figueiredo lembra que “o Espiritismo deve ser lido em ordem cronológica. Muitos assuntos tratados por Kardec em O Livro dos Es-píritos são retomados, por exemplo, em A Gênese, para serem analisados com maior profundidade, o que mostra que houve evolução também no pensamen-to de Kardec” – completa.

A historiadora Angélica Almeida, que apresentou parte de sua pesquisa sobre a Psiquiatria e o Espiritismo, enfo-cando o trabalho do médico Inácio Fer-reira, de Uberaba, MG, disse ao avaliar o evento que “ele inova por trazer pes-soas tão diretamente envolvidas na pes-quisa e por promover um espaço para se expor ideias. “Isso tira o pesquisador do isolamento, faz aumentar o debate”.

Embora Jáder Sampaio tenha citado, ao abrir o evento, que o encontro não tinha intenção de ser um evento para as massas, grande parte dos pesquisadores

expressou a importância da difusão am-pla do que ele representa.

Segundo a filósofa Astrid Sayegh, que falou sobre Bergson e o Espiritis-mo, “é importante que o Espiritismo saia dos limites da estreita concepção de uma doutrina apenas consoladora. Ele é muito mais, e sua fundamentação científica só pode engrandecer a ciên-

cia”. Já o escritor e pesquisador Pedro Camilo lembra que “existem pessoas com interesse em pesquisa espírita e desconhecem que encontros como esse existam”, ideia também comparti-lhada pela jornalista e historiadora Na-dia Lima - “Temos médicos, psicólo-gos, historiadores, engenheiros, ad-ministradores, jor-nalistas, filósofos, pedagogos... Isso é a Ciência Espírita,

de modo transversal, a que se referiu o espírito Vianna de Carvalho”.

O evento também contou com apresentação de painéis de pesquisas, algumas ainda em andamento, como o trabalho do blog Decodificando-livro-es-píritos.blogspot.com, em que os pesquisa-dores Vital Cruvinel e Gustavo Leopol-do Daré fazem um estudo comparativo entre a primeira e segunda edição da obra. “Vim buscar dados para a pesquisa espírita. O conteúdo foi ótimo. Talvez devêssemos ter um espaço maior para debates. Não há outro que forneça as mesmas condições”, opina Vital.

Durante o evento, foi lançado o li-vro Pesquisas sobre o Espiritismo no Brasil - textos selecionados, uma coletânea dos trabalhos apresentados no evento do ano passado (www.ccdpe.org.br) que, segundo os organizadores, deve ser se-guido pela publicação dos trabalhos do Encontro deste ano.

Satisfeita com os resultados, Julia Nezu, presidente do CCDPE, enfati-za que o Centro de Cultura vem cum-prindo com os seus objetivos: reunir pesquisadores, dar visibilidade às suas produções e promover a memória do movimento espírita.

Ao lado, represen-tações estaduais presentes na abertura. Abaixo, Vital, Tiago e Leo: criatividade nos painéis

Page 10: Correio Fraterno 429

10 CORREIO FRATERNO SETEMBRO - OUTUBRO 2009PA

RA

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TEN

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MEL

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PitsografiaPor TATIANA BENITES

COISAS DE LAURINHA

Laurinha estava fazendo as tarefas da escolaquando viu que não havia feito suas tarefas dasaulasdoCentroEspíritaetinhaqueen-tregá-lasnodiaseguinte.Leua introduçãoecomeçouapensaremcomo faria aquela atividade.–Mãe,hojeédiadepedirpizza?–Não,Laurinha.Amanhãédiadepizza.–Seráqueagentenãopodemudaressasemana?–Porquê?– Porque tenho que fazer um trabalho para o Centro e temos que pedir pizza pra dar certo.–Estábem,voupedirhoje,masamanhãnão vou pedir de novo.–Tábom–respondeuafilha.Laurinhaficouesperandoansiosamenteapiz-za e ainda sem saber o que fazer foi para o quartoparapegarseulápisecaderno.Aochegarapizza,amãedeLaurinhacolo-cou-asobreamesaeabriuaembalagem.Quandoiacortá-la,Laurinhafalou:– Nããão!! –Comonão?–indagouopai.–Precisamoscortarparacomer,filha.–Não,vamosficarolhandoeveroquevaiacontecer.Chegoubempertodapizzaeficoucomoolharatento.–Filha,afinaloquevocêquerfazercomapizza?–Schiiii!Achoque temque fazer silêncio,porquenãoestáacontecendonada – respondeu a menina.–Filha,respondeproseupai.Oquevocêestáfazendo?– Pai, a professora do Centro pediu pra fazer esse trabalho – disse entregan-do um papel –, mas eu não sei como faz. Acho que a pizza fala alguma coisa, mas vocês não me deixam escutar!Opaipegouopapeleleu:“Fazerumtrabalhosobrepictografia:perguntaraospaisepesquisarsobreessetema”.O pai passou o papel para a esposa e deu um sorrizinho.–Filha,comoéonomedotrabalho?–Pitsografiaeaprofessorafalouquetinhaalgumacoisaavercomacomu-nicação e a arte, mas pelo visto essa pizza não tem arte nenhuma – disse desanimada.–Filha–comentouamãe–nãoépitsografiaépictografia!–Ahé?Equaladiferença?–Pictografiaéaformademediunidadequefazcomqueoespíritopinteatravésdosmédiuns.Lembradoquadrodacasadavovó?–Lembro.Foipintadoporespíritos?–Sim,atravésdeummédiumládocentroespírita.– Ah, agora entendi porque a professora falou de arte.–Entãoagoraquejáentendi.–Agorapodemoscomerapizza?–disseopai.–Ahpai,pizzajáestáfria!Quetalagentefazerumaesquentografiacomelaagora?

ilho de uma antiga famí-lia que se distinguia na magistratura e na tribu-

na jurídica, o jovem Hippolyte Léon Denizard Rivail era in-teligente e perspicaz. Aos 46 anos, entregou-se a observações perseverantes sobre os fenôme-nos das mesas girantes, empe-nhando-se em deduzir-lhes as consequências filosóficas. Aos 53, sob o pseudônimo de Allan Kardec, lançou O Livro dos Es-píritos e não parou mais, até de-sencarnar aos 64, vítima de um aneurisma cerebral.

Toda sua atividade de pes-quisa sobre o assunto pode ser acompanhada na coleção de onze volumes da Revista Espírita – publicações que mensalmente relatavam não só o conteúdo inovador para a época como a história do nascimento e da propagação do Espiritismo nos tra-balhos e estudos realizados na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

Quando desencarnou repentinamen-te em 31 de março de 1869 (em 3 de outubro completa-se 205 anos de seu nascimento), Kardec já havia prepara-do a Revista Espírita que sairia no mês, uma edição que sintetiza suas últimas reflexões, seus derradeiros pensamentos. Consta, por exemplo, nesta edição de março de 1869, em A Música e as Har-monias Celestes, a resposta do Espírito Rossini – famoso compositor erudito (1792-1868) – à pergunta feita por Kar-dec em janeiro do mesmo ano sobre sua opinião referente à música e às modifi-cações que lhe poderiam ser advindas da influência das crenças espíritas.

Rossini explicou-lhe que “para ser músico, não basta alinhar notas sobre um pentagrama, de maneira a conservar a justeza das relações musicais; assim só se consegue produzir ruídos agradáveis, mas é o sentimento que nasce sob a pena do verdadeiro artista, é ele que canta,

A curiosidade musical de

Kardec

chora, ri... Para dar alma à música, para fazê-la chorar, rir, uivar, é preciso que ele próprio haja experimentado esses dife-rentes sentimentos, dores, alegria, cóle-ra!”.

“O espírito inteligente, que ensina sua ciência aos que a ignoram, experimenta a felicidade de ensinar, porque sabe que torna feliz a quem instrui; o Espírito que faz ressoar no éter os acordes da harmonia que nele está, experimenta a felicidade de ver satisfeitos os que o ouvem”.

O músico ainda informa Kardec so-bre a relação existente entre a harmonia, a Ciência e a virtude. “São as três grandes concepções do espírito: a primeira o des-lumbra, a segunda o esclarece, a terceira o eleva.”

Léon Denis no livro O Espiritismo na Arte comenta que o espírito humano não pode se elevar até as supremas alturas da arte cuja fonte é Deus, mas pode, ao menos, elevar a elas suas aspirações. “A música, melhor do que a palavra, repre-senta o movimento, que é uma das leis da vida; por isso ela é a própria voz do mundo superior”.

DaREDAÇÃO

F Rossini

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SETEMBRO - OUTUBRO 2009 CORREIO FRATERNO 11M

OSA

ICO

Por que o pseudônimo Allan Kardec?

Para não confundir o professor com o codificador. Allan Kardec era seu nome numa reencarnação remota, quando foi druida, uma classe de sa-cerdotes celtas que acumulavam as funções de educadores e juízes.

Há registros históricos sobre os celtas?

Embora sejam precários, sabemos que a cultura céltica floresceu na Eu-ropa, antes do advento do Cristia-nismo. Era um povo evoluído para os padrões da época, que admitia a reencarnação e a Lei de Causa e Efeito, princípios consagrados pela Doutrina Espírita. Faz sentido saber que o Codificador veio de lá, revi-vendo aquelas ideias num patamar mais elevado de conhecimento, a partir do contato com os Espíritos.

Amor

O verdadeiro amor ao próximo con-siste em saber o que dói no outro.Um dia nos disporemos a exercitá-lo.Então, o Universo não terá segredos para nós.Seremos parte dele, integrados no in-finito amor de Deus.

Assuntos edificantes

Observamos os centros de interesse humano. Nos grupos que se reúnem em casa,na rua, nos setores profis-sionais, nas festas mundanas, difi-cilmente surpreenderemos alguém abordando assuntos edificantes, que digam respeito às normas do bem-viver, à Higiene Mental, à Arte, à Filosofia, à Ciência, à Religião...

Justiça Divina

Muitas pessoas questionam os acon-tecimentos difíceis e dolorosos, en-veredando por caminhos de rebeldia e desalento que lhes multiplicam os sofrimentos.Ignoram que não há males alheios à Justiça Divina, nem dores não suavi-zadas pela Divina Misericórdia.

Em breve a editora Correio Fraterno vai lançar o livro O pensamento de Richard Simonetti, onde você poderá ler esses e outros pensamentos.

PorRICARDOALVESDASILVA

ecente consulta médica de rotina resultou em pedido de exames complementares. Alguns já conhe-

cidos. A outro fomos apresentados: teste holter: eletrocardiograma realizado por 24 horas, período em que, com os eletro-dos no peito e conectados a um pequeno “rádio” pendurado na cintura, anotamos nossas atividades (dirigindo, trabalhando sentado ou em pé, subindo ou descendo escada etc.) e comentários quanto às sen-sações de cansaço, dor, falta de ar etc.).

Quando o médico prescreveu o exame, alertou-me para que eu pro-

curasse ter um dia normal, sem qualquer alteração nas ativida-

des. Mas em um dia comum eu não estaria com fios co-

nectados e uma pochete pendu-rada no cinto.

Instalados os apetrechos, co-mecei a pensar:

Uma vez rastreado meu coração, será que eu controlaria me-lhor a minha respiração? Fugiria dos natu-rais debates profissionais, normais em meu dia a dia? Exercitaria um pouco mais de tolerância ou complacência com os filhos? Tudo isso poderia ser orquestrado em busca do meu esperado sucesso no resultado do exame, o que no mínimo já resolveria de vez a questão, sem que exames complemen-

tares fossem pedidos.A consciência de algo

efetivamente muda nos-sa forma de ser? Sim. Saber

que estava sob monitoramen-to promoveu mudanças, não a

ponto de interferir substancial-mente no exame. E a consciência de que estamos expostos a leis naturais, imutáveis e perfeitas, que regula a existência de for-ma a atingirmos a perfeição, faz com que mudemos nossa forma de pensar, agir e, consequentemente, de ser?

Na questão 621 de O Livro dos Es-

Um impacto em nossa rotina

píritos, interrogados onde está escrita a lei de Deus, os Espíritos respondem “Na consciência”. Resposta simples, direta e que deixa aos homens possuidores de livre arbítrio a responsabilidade de sen-tir e viver Sua lei. De tempos em tem-pos, somos defrontados com nova gama de conhecimentos que nos ajudam a compreendê-la, com o apoio de Espí-ritos superiores responsáveis por essas revelações, seja de natureza científica ou moral, mas senti-la e vivê-la é uma con-quista íntima, pessoal e intransferível.

Por certo a consciência dessa lei pro-duzirá em nós mudanças drásticas de comportamento. Enquanto vivemos li-mitados em nossa ignorância, usamos por princípios norteadores o egoísmo, o orgulho, a vaidade, com medo da mor-te, este representante do término dos go-zos materiais, que respondem por nossos equívocos históricos na viagem evolutiva. Esclarecidos, começaremos o esforço de abandono dos erros passados, em bus-ca de uma vida mais solidária, humilde, despojada, com a coragem característica daqueles com conhecimento pleno de seu destino como filhos de Deus!

No meio do caminho, entre a igno-rância e o conhecimento, estamos todos que, já afastados dos grandes crimes, ainda nos vemos envolvidos com as dú-vidas e pequenezas da vida; algo escla-recidos do que somos, de onde viemos e para onde vamos, vivemos o conflito de dar o passo adiante, afastando-nos da materialidade e seus momentâneos prazeres, em direção à espiritualidade e à felicidade de estar harmonizado com as leis naturais.

Deste debate íntimo entre nossa reali-dade atual e nossa expectativa sobre o futu-ro, surgem as experiências vividas que nos ajudarão a ter pleno conhecimento da lei de Deus já registrada em nossa consciência, com impacto significativo em nossa rotina diária que passará a ser vivida em total con-formidade com a nossa natureza espiritual.

R

Page 12: Correio Fraterno 429

12 CORREIO FRATERNO SETEMBRO - OUTUBRO 2009A

GEN

DA

I Simpósio de Filosofia EspíritaO papel da Filosofia na edu-

cação do espíritoDias 11 e 12 de outubro, no Centro Espírita Nosso Lar— Casas André Luiz

Rua Duarte de Azevedo, 691—Santana Realização: Instituto Espírita de Estudos Filosóficos. Inscrições: www.ieef.com.br

7º CONEC- Congresso de Espi-ritismo do Circuito das Águas

Acontece nos dias 24 e 25 de outubro, no Centro de

Convenções em Serra Negra-SP, com presença de Carlos Augusto Abran-

ches, Carlos Baccelli, Emanuel Cris-tiano, José Eurípedes Garcia, e cerca de mil participantes. Realização: USE Intermunicipal do Circuito das Águas. www.usecircuitodasaguas.com.br.

III Simpósio de Saúde e Espiritu-alidade

A ser realizado pela UNI-FESP/EPM nos dias 6 e 7

de novembro. Tema: A Es-piritualidade no cuidado com o paciente. Presenças

dos doutores Hélio Penna, Sissy Veloso, Valdir Reginato – UNIFESP, Rodrigo Bassi, Mario Prieto Peres- AME , no Te-atro Marcos Lindenberg. Rua Botucatu, 862 Vila Clementino, São Paulo, SP. Inscrições pelo site: www.nuse.cjb.net. Vagas limitadas.

SOLUÇÕES

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qualquer hora, em qualquer lugar

OUT

24

NOV

6

OUT

11

Resposta do Enigma: Humberto não tinha curso

de espécie alguma, nem mes-mo o antigo Ginásio. Ele era autodidata. E isso pode ser

explicado pela reencarnação. Há espíritos que já trazem consigo conhecimentos de

outras existências.Fonte: Idéias e Reminiscências

Espíritas, de Deolindo Amorim

*Saiba mais, acessando www.correiofraterno.

com.br

ENIGMAQual era a forma-ção acadêmica do

escritor Hum-berto de Cam-pos, conhecido autor espiritual de vários livros

psicografados por Chico Xavier?

EVENTOS LAR

EMMANUELNoite da Pizza

17 de outubro, das 19 horas às 22 horas

Av. Humberto de A. Castelo Branco, 2955S. Bernardo - Tel.: 4109-8938

15 de novembro, a partir das 14 horasLocal: Associação dos Funcionários Públi-cos de São Bernardo do CampoRua 28 de Outubro, 61 - S. BernardoTel.: 4109-8938 (Lar)

OUT

17

NOV

15

CRUZADA DO CORREIOElaboradoporTatianaBeniteseHamiltonDertonio,especialmenteparaoCorreioFraterno

O evento mais aguardado do ano!

Enxovais bordados, artesanatos finos, pinturas

Chá Bazar Beneficente

Pai dos paisEmancipação

da alma

9em números

romanosEscola

EstadualQue não é vendido em quantidade

Sobrenome das irmãs

dos primórdios

do Espiritismo

7ª nota musical

Acreditar

Consoantes de rádio

Correto

Trouxe a 2ª revelação

Ligação

Personagemde “Há

2000 anos”

Personagemde “A feira dos casamentos”

O que respiramos

País asiático

Sorrir

Escola de Comunicação

e Artes

Elem. de comp. que exprime a

ideia de alma

Sentimento puro

Quali-dade ou condição de áspero

Cortar com os dentes

A vogal da vaia

A 3ªvogal

Adorar

Sílaba de bravo

Lavrar a terra

“Nosso”em inglês

Sigla deRondônia

Oposto de noite

Sílaba de adjunto

Considerar com respeito e simpatia

Euem italiano

Apetite sexual dos animais

em determina-das épocas

Locomover-se

Cilada

Sílaba de hino

Pessoa que não está

calma

Nome de mulher

Doar

Vitaminada

laranja

Hidrogênio

Esporte praticado

em quadra

-------Simonetti,

autor espírita

O Profeta

Aquiestá Alimento Não

acertar

Sílaba de jejum

Movimentodomar

Personagem do

romance “Nosso

Lar”

Residência

Chico ------,Médium

Bezerra de -------,

Médium

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SETEMBRO - OUTUBRO 2009 CORREIO FRATERNO 13EN

SAIO

obre metas e montanhas é o suges-tivo título do novo livro de mi-nha amiga Rita Foelker. Muito

conhecida nos meios espíritas, Rita é médium, bacharel em filosofia, pedago-ga, origamista e escritora de textos tão elegantes quão profundos. Por acumular tantas funções, Rita escreveu esta deli-cada obra baseada em experiências pró-prias de vida, com textos que buscam aprimorar os entendimentos de temas não somente espíritas, mas filosóficos, e suas consequências nesta nossa jornada evolutiva. Portanto, o livro fala com to-dos nós. As metas são nossos planos de vida e as montanhas, aqui, surgem como os desafios que precisamos enfrentar a cada dia, a cada instante.

Uma frase que me chamou muito a atenção neste livro foi: “Cuidado com metas para longo prazo”. Eis uma cir-cunstância que se repete ao longo da his-tória humana. Metas para longo prazo. Por sermos seres infinitos, temos o estra-nho hábito de planejar nossa vida do fim até o começo, como nos diz a canção. Quando nasce um filho, os pais já fazem planos para seu futuro, até mesmo pro-fissional. Quando arrumamos uma na-morada, ou namorado, já imaginamos um casamento, com filhos, cachorro e casa no campo. Quando arrumamos um bom emprego, já nos enxergamos nele até a aposentadoria ou mais além. Quando ganhamos dinheiro, já nos metemos em financiamentos extensos, a perder de vista. Quando conhecemos alguém, já construímos uma amizade eterna. Quando casamos, juramos amor até que a morte nos separe... A principal consequência? Desilusão.

Afinal de contas, está tudo na nossa cabeça, na nossa imaginação, na nossa vontade de vencer. Sempre foi assim. Tal-vez seja esse um dos motores que movem

PorGEORGEDEMARCO

S

Tempo de hoje, dores de sempre

a humanidade pois, como já dizia John Lennon, “vida é aquilo que acontece en-quanto fazemos planos para o futuro”. Mas aí surgem as montanhas e nos assus-tamos diante de sua imponência. Diante dela, duas alternativas: tentar dar a volta ou enfrentá-la. Não é covardia fugir da montanha, apenas estaremos retardando nossa caminhada, pois contorná-la é per-der um longo e precioso tempo tentando achar outro caminho. No mais das vezes, acabamos nos desorientando, tendo que voltar e retomar a caminhada do ponto em que desviamos.

Enfrentar a montanha não é nada fácil, mas a vida não é de facilidades! Se vamos sofrer, que seja lutando, acre-ditando, tendo fé. E olha que Jesus nos falou sobre a fé que move, justamente, montanhas! Escalar a montanha não

evitará nossas dores, mas, ao menos, es-tamos enfrentando nossas dificuldades com galhardia de quem sabe aonde vai chegar: no topo! Isto significa evoluir - nossa meta principal nesta e em todas as vidas. A evolução é incessante, mas cada um tem sua velocidade e, por isso, não adianta se espelhar na experiência alheia. Cada um de nós tem sua história, seu so-frer, sua ilusão. Cada um de nós tem sua (ou suas) montanha(s). Como dispomos de nosso livre-arbítrio e como nossa vida é uma sucessão de escolhas, devemos es-tar sempre atentos aos caminhos que to-mamos, às escolhas que fazemos. Esco-lhas que são nossas, pois a vida é nossa e, como diz aquele adesivo engraçadinho que circula em alguns carros da cidade: “Deus nos deu a vida para que cada um cuide da sua”.

Ao fazermos metas para longo pra-zo, vivemos um amanhã que talvez nem chegue e, quando nos deparamos com isso, sofremos. Dom Pedro II achava que iria governar o Brasil para sempre, e sofreu quando foi deposto. Santos Dumont acreditava que seu invento seria usado apenas para o bem, mas quedou-se depressivo ao ver aeronaves em uso militar. Adolf Hitler imaginava conquistar o mundo eternamente, mas suicidou-se ao ver seus planos ruírem. E aquele desempregado sofre, pois queria continuar trabalhando; e aquela namo-rada chora já que o amor eterno se foi; e aquela ‘amizade infinita’ nem responde nossos e-mails... O mundo moderno inventou novas formas para vivermos melhor, e, de fato, temos facilidades que nossos antepassados não tiveram. Mas isso não significa que a luta de viver e evoluir esteja menos árdua e dolorosa. Talvez haja até criado mais formas de sofrer, pois na ânsia de conquistarmos tantos bens, fazemos mais e mais planos que, quando frustrados, fazem-nos su-cumbir ao peso da tristeza.

Jesus, Mestre e modelo, prometeu consolo aos que sofrem e choram, cha-mando-os “bem-aventurados”, posto que estes têm ocasião “de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua sub-missão à vontade de Deus”, conforme Lacordaire, em O Evangelho segundo o Espiritismo e, quando conseguirmos “dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa satisfação: ‘Fui o mais forte’”.

Diante da montanha, subamos. Mas cuidado com metas para longo prazo.

George De Marco é jornalista, publicitário e radia-lista. Realiza atividades como expositor e educador de mocidade na seara espírita.

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14 CORREIO FRATERNO SETEMBRO - OUTUBRO 2009FO

I ASS

IM… Ali exaltei a

eficáciadaprece

PorGIOVANNISCOGNAMILLO

Bebê abandonado muda história de instituição

ra o mês de março de 2007, um domingo ensolarado e mar tran-quilo, dois quesitos para um pas-

seio de barco de recreio na linda Praia Vermelha, zona sul do Rio de Janeiro, bem ao pé do Pão de Açúcar.

Deliciava-me ao sabor das pequenas ondas, quando tive que me levantar e pegar uma garrafa com água potável e, veio o imprevisto: uma grande embar-cação passou muito veloz perto de nós, formando intensa marola. Foi o bastante para que eu perdesse o equilíbrio indo cair sobre o banco transversal ao bote. Senti um grande mal-estar e pensei logo em fratura de costela e deslocamento de rins, pois respirava com dificuldade. Lentamente retornei à praia, onde ami-gos me conduziram ao hospital público do Bairro Botafogo.

Medicado, fui recomendando a ficar uma semana de pleno repouso, pois em-bora não houvesse fraturas mais graves, sentia-me bastante incomodado com dores em decorrência da pancada.

Passados dois dias do ocorrido, na terça-feira, eu teria que proferir pales-tra de estudo no Grupo Espírita Rege-neração, no Bairro Maracanã, baseada no item 5 do cap. 27 de O Evangelho segundo o Espiritismo, que fala sobre a “Eficácia da Prece”. Aliás, essa Casa Es-pírita foi fundada por Bezerra de Me-nezes em 1891.

Não devendo faltar ao compromis-so, embora me sentisse tão quebradinho quanto arroz de terceira, rumei para o

desempenho da tarefa. A cada sacudi-da do ônibus me sentia arremessado ao umbral... Finalmente cheguei, e como estava todo torto, empenado e andando com dificuldade, agarrei-me ao gradea-do de entrada e fiz uma prece, apelando ao bondoso “Médico dos Pobres” me auxiliasse, pois precisava fazer o estudo sem cara feia, para não assustar os com-panheiros de tarefa.

Já no salão de reuniões e, como che-gara cedo, acomodei-me à mesa relendo o texto indicado para as meditações da noite. Sentei-me com dificuldade, e, de imediato, senti que uma mão deslizava do alto ao baixo de minhas costas. Era um passe restaurador, pensei. Concen-trei e procurei ajudar ao amigo espiritual que me atendia. O alívio foi instantâneo.

Logo o dirigente da reunião e o pú-blico assistente lotaram o salão.

Feita a prece de abertura, foi-me concedida a palavra. Em pé, eu ainda estava preocupado com a quebradeira, mas depois da assistência recebida, já não sentia dor alguma... O bondoso Dr. Bezerra de Menezes me enviara um dos seus bondosos enfermeiros, mediante a prece a ele dirigida.

Mais do que nunca, havia razões de sobra para eu exaltar em minha palestra a eficácia da prece.

Essa história aconteceu com Sr. Gio-vanni Scognamillo, do Rio de Janeiro. Conte a sua história também. Escreva para [email protected]

ESCRITÓRIO

BRASIL

CONTABILIDADE E SERVIÇOS S/C LTDA.

Tel.: (11) 4126-3300Rua Santa Filomena, 305

1º andar - CentroSão Bernardo do Campo - SP

[email protected]

Em1967,emSãoPaulo,umbebê,finamentevestidoéabandonadonumcesto,àbeiradaporta.Acolhido,recebeuHenrycomonome–carinhosamenteHenri-quinho–emhomenagemaHenryDunant,fundadordaCruzVermelhaInterna-cional.Juntoàcriança,apenasumbilhete:“Mãedesesperadacontacomvocês”.Orecém-nascido,aindacomocotoumbilical,eraportadordeumalesãocerebral.Viveupordoismeses,osuficienteparaqueaInstituiçãoBeneficenteNossoLar,queoacolhera,buscasseajudaparadesempenharnovasfunções.Fundadaem1946, por um grupo de senhoras, coordenado por Maria Augusta Puhlmann, seu destino de amparar crianças órfãs e abandonadas se ampliava. Interessada, afilhadeMariaAugusta,NancyPuhlmannDiGirolamo,partiuparaaFiladélfia(EUA)assimquesoubedeumnovométodoparatratamentodelesõesneuro-lógicasqueadotavaavisãodoserintegral,possibilitandoassimqueincluísseosconhecimentosespíritas.Apartirdaí,oNossoLarpassouaassistircriançascarentesportadorasdeLesãoCerebraledeSíndromedeDown,inter-relacionandotodososaspectosbio-psico-sócio-espiritual. Henriquinhopartiu.Novemesesdepois,nasciaFlorencePuhlmannDiGirolamo,filhadeNancy,comSíndromedeDown,hojetotalmenteintegradaaostrabalhosda Instituição.Essa e outras tantas histórias de superação estão reunidas no livro É preciso Saber Viver (EditoraMundoMaior) a ser lançadopela jornalistaeenfermeiraNancyPullmann, com data marcada para 8 de outubro. Vale a pena conhecer essas histórias de perto!

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SETEMBRO - OUTUBRO 2009 CORREIO FRATERNO 15

escobrimos a energia certa no século errado. No mundo do petróleo, é comum repetir-se

como um mantra o seguinte ditado: “A idade da pedra não acabou por falta de pedra. E a era do petróleo não chega-rá ao fim por falta de petróleo”. Pois a descoberta do petróleo na camada pré-sal – que poderá chegar a 100 bilhões de barris numa área que vai do litoral do Espírito Santo a Santa Catarina – pre-cipitou um clima de tamanha euforia no governo que qualquer análise menos apaixonada da questão é taxada de pessi-mista ou preconceituosa. Tentarei aqui, resumidamente, expor a situação naqui-lo que me parece importante destacar.

Estima-se que o petróleo retirado do pré-sal deverá ser comercializado em escala daqui a 15 anos. E como estará o mundo daqui a 15 anos? É uma per-gunta difícil de responder, mas temos algumas pistas. É fato que a exploração do petróleo a 8 km de profundidade e a 300 km da costa demandará investimen-tos maciços em uma nova plataforma tecnológica. Hoje, ninguém sabe exa-tamente quanto isso vai custar e, prin-cipalmente, qual será o preço do barril daqui a 15 anos. Como toda commodity, o petróleo tem o seu valor de mercado cotado internacionalmente, ou seja, a flutuação dos preços segue a maré das expectativas desse mercado, da oferta e da procura desta mercadoria. Em resu-mo: não é a Petrobras que define o preço final do barril, mas o mercado. Para que os custos de exploração do pré-sal sejam minimamente justificados, é importante que o preço do barril cubra as despesas decorrentes dessa exploração.

Daqui a 15 anos o mundo ainda de-penderá fortemente dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás) para fazer a roda da economia girar. É isso que jus-tifica a exploração do pré-sal. Mas essa dependência tende a se reduzir exponen-cialmente à medida que o aquecimento global – e seus efeitos devastadores – abre espaço para investimentos públicos e privados crescentes na direção de fontes

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Pré-sal:futurodopretérito?PorANDRÉTRIGUEIRO

limpas e renováveis de energia. Além dessa corrida tecnológica – que já está acontecendo - há uma forte tendência de se precificar no mercado o dano am-biental causado por produtos e serviços que demandam muitas emissões de C02. O ex-economista-chefe do Banco Mun-dial, Nicholas Stern, dá como certa esta internalização dos custos ambientais do carbono. Autor do chamado “Stern Re-view”, um consistente relatório de 600 páginas em que descreve diferentes ce-nários econômicos a partir do que esta-ríamos dispostos a fazer para enfrentar o aquecimento global, Nicholas Stern reco-nhece o desprestígio crescente dos com-bustíveis fósseis no mundo moderno. Um exemplo disso seria a nova política energética implementada pelo presidente

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dos Estados Unidos, Barack Obama. No país que transforma a cada dia 20 mi-lhões de barris de petróleo em fumaça – e que responde sozinho por 25% das emis-sões globais de gases estufa – estão sendo criadas novas taxas para as empresas que mais poluem e que não cumprem metas de redução de C02. Além disso, Obama usa recursos públicos para premiar novas patentes tecnológicas no setor energético, financiar os chamados green jobs (empre-gos que atendam às demandas dessa nova fronteira tecnológica) e substituir carros convencionais por outros mais eficientes com motores econômicos, ou até mesmo híbridos.

Se os recursos auferidos a partir da exploração do pré-sal não financiarem programas de eficiência energética e ino-vação tecnológica do Brasil, ajustando a nossa bússola na direção certa, enxerga-remos o futuro pelo retrovisor da Histó-ria. Que depois do pré-sal venha o pró-sol. E que se faça a luz na sombria matriz energética mundial.

Jornalista em Gestão Ambiental. www.mundosustentavel.com.br

“Todos os triunfos e fracassos que iluminam e obscurecem a Terra pertencem-nos, de algum modo.”

FonteViva-LiçãoPaiNosso-Emmanuel

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16 CORREIO FRATERNO SETEMBRO - OUTUBRO 2009

EDITORA CORREIO FRATERNO42 anos publicando os melhores autores e as melhores obras

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Visão Espírita da BíbliaJ.HerculanoPiresCrônicasdoutrinárias14 x 21 cm104páginas

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O mistério do bem e do malJ.HerculanoPiresCrônicasdoutrinárias14 x 21 cm180páginas

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O alvorecer da espiritualidadeJosephoMédiumDoloresBacelarRomance14 x 21 cm280páginas

O infinito e o finitoJ.HerculanoPiresCrônicasdoutrinárias14 x 21 cm160páginas

Jonathan, o pastorJosephoMédiumDoloresBacelarRomance14 x 21 cm160páginas

Editora Espírita Correio Fraterno do ABCAv.HumbertodeAlencarCasteloBranco,2955•BairroAssunçãoCEP09851-000•SãoBernardodoCampo•[email protected]

Tel.: 11 4109-2939www.correiofraterno.com.br