correio fraterno 463

16
Ano 47 • Nº 463 • Maio - Junho 2015 CORREIO FRATERNO SEMPRE ATUAL, COM O MELHOR DO CONTEÚDO ESPÍRITA ISSN 2176-2104 Redução da maioridade penal. Sim ou não? Você sabia? Jornalista inglês envia mensagem a Rui Barbosa Corria o ano de 1912. Hospedados em uma estação de águas estavam o es- critor Rui Barbosa e inúmeras outras pessoas. A conversa, alegre, de súbito versou sobre a possibilidade dos fatos espirituais. Alguém, então, lembrou-se das experi- ências de intercâmbio com os espíritos. Leia mais na página 10. M uitos temas considerados polêmicos, como a redução da maio- ridade penal, estão agitando os debates em vários segmentos da sociedade brasileira, num saudável exercício democrático e da esperada liberdade de expressão. A proposta de emenda à Constituição, que tem sido bastante discuti- da, deseja considerar que a pena em prisão comum possa valer a partir dos 16 e não mais dos 18 anos de idade. Nesta edição, dois pontos de vista trazem elementos para serem ava- liados. Um deles defende que “Cada indivíduo age de acordo com a sua maturidade e, se alguns agem em detrimento de um grupo ou sociedade, deve ter a oportunidade de ser educado e não prejudicar ainda mais a própria sociedade que o acolhe, ainda que tenha que ficar recluso”. O que pensa sobre isso? Leia nas páginas 8 e 9. Congresso Estadual reúne 1.200 pessoas em Santos A alegria pelo reencontro de tantos amigos do movimento espírita no Con- gresso Estadual de Espiritismo de São Paulo, não foi maior do que os momentos de profunda reflexão dos congressistas atentos ao chamado: “Para onde caminha a humanidade – Educação, Ética e Amor”. Leia na página 3. Suicídio: O jornalista André Trigueiro abraça a causa pela preserva- ção da vida e conta em en- trevista por que é preciso se falar mais sobre o tema. Leia nas páginas 4 e 5. wwwcorreiofraterno.com.br 11 4109-2939 Entrevista O marco inicial da incrível obra espírita de Herminio C. Miranda

Upload: editora-espirita-correio-fraterno

Post on 24-Jul-2016

243 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Correio Fraterno, um dos mais conceituados veículos de informação espírita do Brasil.

TRANSCRIPT

Page 1: Correio Fraterno 463

A n o 4 7 • N º 4 6 3 • M a i o - J u n h o 2 0 1 5

CORREIOFRATERNO

SEMPRE ATUAL, COM O MELHOR DO CONTEÚDO ESPÍRITA

ISSN

217

6-21

04

Redução da maioridade penal. Sim ou não?

Você sabia?Jornalista inglês envia mensagem

a Rui BarbosaCorria o ano de 1912. Hospedados em uma estação de águas estavam o es-

critor Rui Barbosa e inúmeras outras pessoas. A conversa, alegre, de súbito versou sobre a possibilidade dos fatos espirituais. Alguém, então, lembrou-se das experi-ências de intercâmbio com os espíritos. Leia mais na página 10.

Muitos temas considerados polêmicos, como a redução da maio-ridade penal, estão agitando os debates em vários segmentos da sociedade brasileira, num saudável exercício democrático e da

esperada liberdade de expressão.A proposta de emenda à Constituição, que tem sido bastante discuti-

da, deseja considerar que a pena em prisão comum possa valer a partir dos 16 e não mais dos 18 anos de idade.

Nesta edição, dois pontos de vista trazem elementos para serem ava-liados. Um deles defende que “Cada indivíduo age de acordo com a sua maturidade e, se alguns agem em detrimento de um grupo ou sociedade, deve ter a oportunidade de ser educado e não prejudicar ainda mais a própria sociedade que o acolhe, ainda que tenha que fi car recluso”. O que pensa sobre isso?

Leia nas páginas 8 e 9.

Congresso Estadual reúne 1.200 pessoas em Santos

A alegria pelo reencontro de tantos amigos do movimento espírita no Con-gresso Estadual de Espiritismo de São Paulo, não foi maior do que os momentos de profunda refl exão dos congressistas atentos ao chamado: “Para onde caminha a humanidade – Educação, Ética e Amor”. Leia na página 3.

Suicídio: O jornalista André Trigueiro abraça a causa pela preserva-ção da vida e conta em en-trevista por que é preciso se falar mais sobre o tema. Leia nas páginas 4 e 5.

wwwcorreiofraterno.com.br11 4109-2939

Entrevista

wwwcorreiofraterno.com.br

O marco inicial da incrível

obra espírita de Herminio C.

Miranda

O jornalista André Trigueiro abraça a causa pela preserva-ção da vida e conta em en-trevista por que é preciso se falar mais sobre o tema.

Entrevista

Page 2: Correio Fraterno 463

2 CORREIO FRATERNO MAio - JUnHo 2015

www.correiofraterno.com.br

editoRiAl

A história da humanidade terrena mostra que o progresso é inevitá-vel. Embora muitas vezes pareça

que estejamos vivendo as piores fases, os piores dias, num mundo conturbado de tanta violência, estamos sim em evolução, vivendo e aprendendo através das experi-ências de acertos e desacertos. O mundo somos nós.

Uma das lições do livro Pão Nosso, que acaba de ser premiado como o melhor livro cristão do ano, nos chama atenção para o verbo contribuir. Alerta Emmanuel, pela psicografi a de Chico Xavier, que há várias maneiras de colaborar. Uma delas estaria no cuidado que devemos ter contra as “tris-tezas e sombras esterilizadoras”. Má vonta-

de, queixas, insatisfação, leviandades, não integram o quadro dos trabalhos efi cazes de nossas atividades no mundo.

O segredo estaria, portanto, não apenas em contribuir, mas na vibração de amor e alegria que colocarmos nas nossas contri-buições. E é assim, com esse sentimento carinhoso, que esta edição chega até você, levando à luz de informações a importân-cia da valorização da vida, com a entrevista de André Trigueiro, que nos convida a uma refl exão urgente sobre o papel de cada um de nós em relação à prevenção do suicídio. Outro assunto importante é o debate em torno da redução da maioridade penal com

CORREIO DO CORREIO Para onde caminha o espiritismoGostaria de comentar sobre um pequeno trecho do artigo “Para onde caminha o espiritismo” (edição 461), onde se escreve sobre “o trabalho hercúleo de Allan Kardec para a sistematização das verdades reveladas”. Gostaria de lembrar que Kardec não sistematizou o espiritismo. Ao contrário, ele mesmo afi rmou que a doutrina não tem espírito de sistema, que é uma doutri-na que acompanha as transformações culturais,

que tudo o que ela aceita ou afi rma está sempre aberto à discussão. Também o nosso fi lósofo maior, o professor Herculano Pires, disse que o espiritismo é uma doutrina assistemática.

Almir Palacio, por email

Interessante sua observação. Mas a palavra “sis-tematização” nesse sentido se refere ao trabalho de encadeamento das ideias, trabalho de Kardec, para colocar a doutrina de forma lógica nas obras

Envio de artigosEncaminhar por e-mail: [email protected] Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 3.800 caracteres, constando referência bibliográfi ca e pequena apresentação do autor.

CORREIOFRATERNO

JORNAL CORREIO FRATERNOFundado em 3 de outubro de 1967 Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel

www.laremmanuel.org.brwww.facebook.com/correiofraterno

Diretor: Raymundo Rodrigues EspelhoEditora: Izabel Regina R. Vitusso

Jornalista responsável: Eliana Ferrer Haddad (Mtb11.686)Apoio editorial: Cristian FernandesEditor de arte: Hamilton Dertonio

Diagramação: PACK Comunicação Criativawww.packcom.com.br

Administração/fi nanceiro: Raquel MottaComercial: Magali Pinheiro

Comunicação e marketing: Tatiana BenitesAuxiliar geral: Ana Oliete Lima

Apoio de expedição: Osmar TringílioImpressão: Lance Gráfi ca

Telefone: (011) 4109-2939 E-mail: [email protected]

Site: www.correiofraterno.com.brTwitter: www.twitter.com/correiofraterno

Atendimento ao leitor: [email protected]: entre no site, ligue para a editora ou,

se preferir, envie depósito para Banco Itaú,agência 0092, c/c 19644-3 e informe a editora.

Assinatura anual (6 exemplares): R$ 42,00Mantenedor: acima de R$ 42,00

Exterior: U$ 28.00

Periodicidade bimestralPermitida a reprodução parcial de textos,

desde que citada a fonte.As colaborações assinadas não representam

necessariamente a opinião do jornal.

Editora Espírita Correio FraternocnPJ 48.128.664/0001-67

inscr. estadual: 635.088.381.118

Presidente: Adão Ribeiro da CruzVice-presidente: Tânia Teles da MotaTesoureiro: Vicente Rodrigues da Silva

Secretária: Ana Maria G. CoimbraAv. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955

Vila Alves Dias - CEP 09851-000 São Bernardo do Campo – SP

Uma ética para a imprensa escrita

em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Cor-reio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação:

• A apreciação razoável dos fatos, e de suas consequências.

• Acolhimento de todas observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros.

• discussão, porém não disputa. As in-conveniências de linguagem jamais ti-veram boas razões aos olhos de pessoas sensatas.

• A história da doutrina espírita, de al-guma forma, é a do espírito humano. o estudo dessas fontes nos forneceráuma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos.

• os princípios da doutrina são os de-correntes do próprio ensinamento dos espíritos. não será, então, uma teoria pessoal que exporemos.

• não responderemos aos ataques diri-gidos contra o espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que po-dem degenerar em personalismo. discu-tiremos os princípios que professamos.

• confessaremos nossa insufi ciência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicita-mos. Serão um meio de esclarecimento.

• Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião indivi-dual que não pretenderemos impor aninguém. nós a entregaremos à discus-são e estaremos prontos para renunciá--la, se nosso erro for demonstrado.

esta publicação tem como fi nalidade ofe-recer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões. e ligar, por um laço comum, os que com-preendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos.

Envie seus comentários para [email protected]. Os textos poderão ser publicados também no nosso site www.correiofraterno.com.br

ISSN 2176-2104

dar com

da codifi cação. Elas têm uma sequência, prin-cipalmente O livro dos espíritos, quando vai do geral (o que é Deus) ao particular (a criação, a matéria, o espírito, sua fi nalidade, as leis morais etc). Sistema é um conjunto de ideias organizadas logicamente, e neste sentido o espiritismo é sistemá-tico. Mas não pertence ainda a nenhum sistema fi losófi co, seja de Platão, de Hegel ou qualquer outro fi lósofo. Daí a expressão “livre do espírito de sistema”, ou seja, o espiritismo como fi losofi a não está “fechado” num único sistema fi losófi co (idea-lismo, realismo, etc), porque conversa com todos eles, dependendo do objeto de estudo e da forma que se quer conhecê-lo.

diferentes posicionamentos de espíritas, a favor e contra, respeitando-se o direito da liberdade de expressão, um ensaio impor-tante que devemos fazer constantemente de respeito às diferentes opiniões.

Não são assuntos fáceis e, por isso mes-mo, requerem atenção ainda mais especial. “Que cada um contribua, segundo propôs em seu coração”, como nos alerta Emma-nuel na lição. Afi nal, contribuir não se trata apenas da esmola material, mas da coope-ração no bem como questão palpitante de todo lugar e de todo dia.

Boa leitura!Equipe Correio Fraterno

alegria

Page 3: Correio Fraterno 463

MAIO - JUNHO 2015 CORREIO FRATERNO 3

www.correiofraterno.com.br

Realizado em Santos, SP, de 18 a 21 de abril, o 16º Congresso Estadual de Espiritismo da União das Sociedades

Espíritas do Estado de São Paulo reuniu mais de 1.200 participantes, que debateram e analisaram o tema “Para onde caminha a humanidade – Educação, Ética e Amor”.

O evento foi transmitido ao vivo pela Web-Rádio Fraternidade, que registrou 9.585 ouvintes de 32 países acompanhan-do o congresso, com postagens de ouvin-tes de Portugal, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, Israel, Espanha, Reino Unido, Ca-nadá, Japão, Índia, Emirados Árabes, Irã e Indonésia.

A abertura do evento foi prestigiada por várias autoridades locais e representan-tes do movimento espírita, como o novo presidente da Federação Espírita Brasileira, Jorge Godinho Nery, além de presidentes e representantes das federativas espíritas de grande parte das regiões do país e dirigen-tes da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo. Durante o congresso foram realizadas conferências por Anto-nio César de Carvalho, Alberto Almeida, André Luiz Peixinho e palestras de Anete Guimarães, Dalva Silva Souza, Marcia Re-gina Colasante, Heloisa Pires e Tiago Essa-

Acontece

do. O Congresso contou também com 25 oficinas, realizadas na Univesidade UNIP, em frente ao Espaço Arena Santos, onde o evento aconteceu.

Julia Nezu, presidente da USE e da comissão organizadora do congresso, lem-brou com saudades de Marlene Nobre, convidada a ser uma das conferencistas do congresso, que desencarnou no início do ano. No encerramento, ao apresentar os números finais do Congresso, Julia co-memorou o sucesso do evento. “Estamos todos de parabéns. Tivemos atendidas as nossas melhores expectativas.”

O ponto alto do congresso foi a leitura pelo 2º vice-presidente da USE, A. J. Or-lando, da “Carta de Santos”, documento que convoca os espíritas de São Paulo à construção do homem novo, seguindo o preceito “Sede perfeitos, como perfeito é o vosso Pai Celestial”. O texto, extraído das reflexões e debates em três dias de trabalho, é um chamamento à vivência do Evange-lho do Cristo, onde o Amor e a Fraterni-dade deverão se sobrepor ao personalismo sempre injustificável, sinalizando a direção para o mundo regenerado, cuja implanta-ção na Terra deverá receber efetiva contri-buição dos espíritas.

congresso conclama espíritas à construção de um

mundo melhor

Por eliAnA HAddAd

1. Abertura do evento : autoridades locais e representantes do movimento espírita. 2. Cerca de 1.200 pessoas lotaram o Espaço Arena Santos. 3. Altivo Ferreira, ex-vice-presidente da FEB, um dos homenageados do Congresso. 4. André Luiz Peixinho: “É preciso fazer uma viagem para se descobrir Deus.”

Jorge Godinho Nery: “Nós espíritas sa-bemos que a humanidade caminha para a regeneração. E para tal só há um caminho: o Evangelho. ”Antonio Cesar Perri de Carvalho: “Vi-vemos num momento crítico da humani-dade . Os modelos estão caindo, e estamos atônitos diante da desfeita, do suicídio e do desrespeito ao próximo, onde a educação e a ética em falta não permitem que o amor esteja efetivamente concretizado entre nós. A tarefa dos espíritas é reviver o Evangelho de Jesus em sua pureza primitiva, como nos disse Emmanuel.”Tiago Essado: “Direitos humanos, em síntese, é uma introdução de valores éticos à legislação humana. Disse Kardec que o Evangelho é um código divino, a bandeira sobre a qual todos os cultos podem se abri-

gar. Para o progresso, temos que provocar mudanças em nossas vidas sob todos os aspectos.” Dalva Silva Souza: “A expectativa de Kardec era a da transformação da huma-nidade através da educação moral. E ele estava correto. Porque, se conseguirmos transferir ao espírito, desde a infância, o conhecimento que a doutrina nos propi-cia, ele terá muito mais chances de fazer escolhas mais produtivas para seu próprio processo evolutivo.”André Luiz Peixinho: “Kardec foi um transgressor das normas vigentes. Ele con-segue fazer a aliança da ciência e da religião, demonstrando que o papel do espiritismo era destruir o materialismo. É preciso fazer uma viagem para se descobrir Deus. E eu recomendo começar por ele.”

1.

2.3.

4.

Page 4: Correio Fraterno 463

4 CORREIO FRATERNO MAio - JUnHo 2015

www.correiofraterno.com.br

Suicídioinformar para salvar vidas

entReviStA

Por eliAnA HAddAd

O jornalista André trigueiro lança pela editora correio Fraterno o livro Viver é a melhor opção –

Prevenção do suicídio no Brasil e no mundo, concretizando um corajoso projeto, no qual já vem trabalhando há alguns anos, através de palestras, pesquisas e colaboração com o cvv – centro de valorização da vida.o autor traz a público um livro necessário, que desperta o interesse pela valorização da vida e esclarece sobre causas e efeitos

do suicídio, um problema mundial que, embora difi cilmente ocupe espaço na mídia de maneira esclarecedora, vem destruindo de modo sorrateiro muitas relações, onde o silêncio precisa romper difíceis barreiras. vale acompanhá-lo nessa entrevista.

Por que falar sobre suicídio?André: Porque é problema de saúde públi-ca no Brasil e no mundo e quase ninguém sabe. Outra informação importante ampla-mente desconhecida é a de que o suicídio é prevenível em 90% dos casos, quando há intercorrência com patologias de ordem mental diagnosticáveis e tratáveis, prin-cipalmente o transtorno de humor, a de-pressão. Apesar de tudo, permanece o tabu na sociedade e nas mídias. Suicídio con-tinua sendo um assunto invisível, mesmo quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça o papel estratégico da co-municação para que se reduza o número de casos. Os profi ssionais de saúde sabem que prevenção se faz com informação. É preci-so saber o que dizem os especialistas, ma-pear os riscos, identifi car os sinais de alerta e procurar ajuda quando necessário. A in-formação correta pode salvar vidas. Essa é a principal contribuição do livro.

Como surgiu esse livro e quais as maiores difi culdades que você encontrou para realizar esse tra-balho?No ano de 1999 fui instigado pelo Espí-rito Marcelo Ribeiro (que se comunicou comigo através de uma médium) a buscar informações sobre esse problema. Eu des-conhecia que o suicídio fosse caso de saúde pública no Brasil. Marcelo – que chegou a ter algumas de suas mensagens publica-das por Divaldo Pereira Franco – partici-pa ativamente de um grupo de socorro a suicidas no plano espiritual e me estimu-lou a realizar algo na direção da prevenção do suicídio. Minha primeira palestra em centros espíritas foi sobre esse assunto. Me aproximei do CVV, escrevi artigos para jor-nais e revistas, falei sobre o tema no rádio e na TV. Agora, chegou a vez do livro. É a culminância de um trabalho que vem de longe. A parte mais importante.

Em suas pesquisas, o que mais o surpreendeu?O fato de o suicídio ser prevenível na maio-ria absoluta dos casos. Essa informação tem origem em um trabalho científi co desen-volvido pelo respeitado suicidólogo brasi-leiro, José Manoel Bertolote (UNESP), em parceria com a pesquisadora suíça, Alexan-dra Fleschmann. Eles compilaram os dados de 15.629 casos de suicídios consumados em diferentes regiões do mundo. Podemos efetivamente reduzir o número de casos, se nos mobilizarmos com determinação e estratégia nessa direção. Depende de nós. A que você atribui as intenções suicidas? A uma dor intensa, difícil de descrever. Os suicidólogos reportam esse sofrimento com muito respeito e sugerem que se dê a ele o devido acolhimento. Há, portanto, no universo das singularidades do suicí-dio, um traço comum que é a vontade de sumir, desaparecer. E isso está associado a um profundo desconforto com a vida. São muitas as razões e a melhor maneira de aju-dar alguém nessa situação é oferecer uma escuta amorosa e, se for o caso, buscar aju-da especializada. As taxas de suicídio no mundo têm aumentado? Elas oscilam muito, sempre num patamar elevado. O último levantamento é de 2012, quando 804 mil pessoas cometeram suicí-dio no mundo, 2.200 casos por dia, um a cada 40 segundos. É um número de óbitos superior a dos homicídios ou de mortos em confl itos armados. O Brasil aparece em 8º no ranking mundial com 11.821 óbitos por suicídio, o que dá uma média de 32 casos por dia. A taxa de crescimento desse gênero de morte em nosso país é superior à do crescimento da população. E estes números não expressam a realidade, por-

Page 5: Correio Fraterno 463

MAIO - JUNHO 2015 CORREIO FRATERNO 5

www.correiofraterno.com.br

caso de saúde pública em todo o mundo? Se “o meio ambiente começa no meio da gente”, como disse certa vez um escritor goiano, o suicídio é um desastre ecológico. A boa notícia é que dispomos de todas as condições de virar esse jogo. Depende de nós querermos isso. Eu quero.

Quais as principais recomendações para se abordar o suicídio na mídia?A OMS já elaborou manuais especial-mente dirigidos para profissionais de im-prensa sobre como falar de suicídio. Para mim os tópicos mais importantes são: não destacar esse tipo assunto com manchetes e fotos, não informar o meio empregado para consumar o suicídio, não enaltecer as qualidades morais do suicida, e sem-pre abrir espaço para as informações que aludem à prevenção. As pessoas precisam saber que o suicídio é prevenível em 90%

O suicídio é prevenível em 90% dos casos. Apesar de tudo, permanece

o tabu na sociedade e nas mídias”

que há na verdade muito mais suicídios acontecendo por aí. Muitos atestados de óbito são preenchidos de maneira impreci-sa, atribuindo a “causa indeterminada” ou “acidente” o que foi suicídio.

No livro, você mostra a visão espí-rita do assunto. Por quê? Todas as grandes religiões e tradições es-piritualistas do Ocidente e do Oriente se manifestam claramente contra o suicídio. Há o entendimento de que o autoexter-mínio afronta as leis de Deus e que não temos o direito de violentar abruptamente as condições que determinam a existência física. O espiritismo, entretanto, vai além. Há uma profusão de informações, dados e relatos que reportam a realidade do suicida no plano espiritual – porque em nenhuma hipótese o autoextermínio propicia alívio ou solução para os problemas, muito pelo contrário –, os impactos desse ato violen-to sobre as encarnações futuras, o sentido da dor e do sofrimento, e, principalmen-te, a confiança em Deus e na Providência Divina. Há um sentido para a vida, uma razão para estarmos aqui, e os eventuais problemas que todos nós – sem exceção – enfrentamos na vida oferecem preciosas oportunidades de crescimento e evolução espiritual. Por mais dolorosa que seja uma determinada situação, temos todas as con-dições de superá-la. A aflição e o desespero nos impedem de enxergar uma realidade inexorável da vida: tudo passa.

Como você analisa as tradições re-ligiosas em relação ao suicídio?Há uma justa condenação do suicídio, mas, por vezes, transfere-se essa condena-ção – de forma raivosa e ofensiva – para o suicida. Creio que precisamos separar as coisas. O suicídio é condenável, mas será justo execrarmos o suicida pelo erro que cometeu? Quantos de nós em uma outra encarnação, cuja memória hoje encontra--se velada, não terá recorrido ao mesmo expediente, na tentativa de se livrar de uma dor aguda? Em se confirmando isso, como seria possível chegarmos até aqui sem mui-ta ajuda, amizade, solidariedade, carinho, afeto, amor? Imaginemos Jesus e um suici-da, frente a frente. Levantará ele o dedo em riste, condenando o infeliz e acusando-o de ‘criminoso’? Por mais grave que sejam os erros cometidos por outrem, devemos per-

doar “não 7, mas 70 vezes 7 vezes” quem errou. É uma das mais importantes lições do Mestre. Vale também para o suicida.

O fato de você ser espírita auxilia a falar sobre esse assunto?Evidentemente que sim. Os espíritas não têm problemas em falar dos assuntos rela-cionados à morte. Falamos em ‘desencar-nação’, rejeitamos a própria palavra ‘morte’ como ideia alusiva à finitude da existência. A bem da verdade, devo dizer que para mim não é mais uma questão de crença. O que me atraiu na doutrina foi a manei-ra lógica e bem fundamentada de explicar como funcionam as leis que regem a vida e o universo. Mas nesses quase 30 anos de espiritismo, as oportunidades que tive de testemunhar vários fenômenos mediúni-cos não me autorizam a esconder os fatos como eles são. Construí uma convicção,

mas não quero convencer ninguém daqui-lo que faz sentido para mim. O espiritis-mo, aliás, não é proselitista. Respeitamos todas as tradições e não nos consideramos o único caminho que leva a Deus.

Você é premiado por sua atuação no jornalismo ambiental. O suicí-dio faz parte desse pacote?Tenho denunciado o risco do ‘ecocídio’, quando ignoramos os alertas de colapso planetário e replicamos um estilo de vida incompatível com a capacidade de suporte da Terra. Na Rio 92, o modelo de desen-volvimento foi definido como “ecologica-mente predatório, socialmente perverso e politicamente injusto”. Essa é a receita do caos. Essa postura indiferente e insensível nos precipita na direção de um impas-se civilizatório: ou corrigimos o rumo ou pereceremos. Agora veja que interessante: temos um planeta doente dominado por uma espécie que também dá sinais de debi-lidade. Como explicar que no auge da crise ambiental reconhecemos que o suicídio é

dos casos, devem estar cientes das pato-logias que inspiram maior atenção e vigi-lância, as situações de risco, onde procurar ajuda especializada e quais os serviços de apoio emocional e prevenção do suicídio que existem no Brasil (como é o caso do Centro de Valorização da Vida, www.cvv.org.br – 141). O jornalismo tem uma fun-ção social, ele precisa ser útil à sociedade, e neste capítulo da prevenção do suicídio, é preciso fazer mais e melhor.

E as casas espíritas, como devem proceder ao serem consultadas so-bre o assunto?O espiritismo oferece um precioso estoque de informações que não deixam dúvidas sobre o equívoco do ato suicida. É preciso deixar isso bem claro, sempre. Pelo menos uma vez por ano, recomenda-se que a pre-venção do suicídio seja tema de pelo menos um seminário ou palestra pública na insti-tuição. A casa espírita tem a função–escola, de promoção do estudo e da instrução de quem se interessa pela doutrina. Mas a casa

espírita também é o espaço do acolhimen-to, do atendimento a quem precisa de aju-da. Quando nos deparamos com alguma situação de emergência, além das preces, dos passes magnéticos e das palavras que transmitem serenidade e equilíbrio, há que se buscar o apoio do especialista. Normal-mente são psicólogos ou psiquiatras. No serviço público, embora os CAPS (Centros de Atenção Psicossociais) tenham a função de promover o “manejo inicial de pessoas que se encontrem sob o risco suicida”, os serviços de urgência/emergência ainda es-tão a cargo do SAMU (Serviço de Aten-dimento Móvel de Urgência) e da UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Em resumo: o Brasil ainda carece de redes de cuidado devidamente capacitadas e inter-ligadas. Precisamos avançar muito em vá-rios gêneros de assistência, e isso também alcança os candidatos ao suicídio.

O que você diria para quem já pen-sou ou está pensando em se suicidar?A maioria das pessoas já pensou alguma vez em suicídio – pelas mais diversas razões – e nunca perdeu muito tempo com essa ideia. Quando esse pensamento é recorrente, acende-se a luz amarela. Acho importante a gente se dar conta de que toda dor, por mais aguda que seja, passa. Se demorar a passar, procuremos ajuda. Muita gente que já ten-tou se matar conseguiu superar esse trauma para seguir em frente com ânimo revigora-do. Em boa parte dos casos, quem pensa muitas vezes em suicídio se isola da família e dos amigos, vai vivendo num mundo pa-ralelo. Isso é ruim. Considere o benefício do desabafo. Todos nós precisamos ter a chance de desabafar com alguém, falar abertamente sobre o que nos incomoda ou atormenta. O ideal é que seja alguém que nos escute sem julgamentos, condenações ou receitas prontas para resolver os nossos problemas. Em não sendo possível encon-trar esse alguém, ligue para o CVV (141) e experimente os efeitos positivos desse contato. Se nada disso lhe parecer interes-sante ou convincente, vamos então analisar friamente as consequências do suicídio no mundo espiritual: o arrependimento é cer-to, o sofrimento se agrava barbaramente e em nenhuma hipótese o suicídio significa alívio ou solução para os problemas. Pense nisso. Por que não se dar de presente uma nova chance? Você merece!

Page 6: Correio Fraterno 463

6 CORREIO FRATERNO MAIO - JUNHO 2015

www.correiofraterno.com.br

ARtiGo Por MARco MilAni

Mexericos reencarnatórios

Não é de hoje que a questão sobre quem foi quem em reencarna-ções anteriores alimenta a fanta-

sia de várias pessoas, geralmente aquelas desejando identificar em seu próprio passado elementos para satisfazer a curiosidade vaidosa.

O capítulo VII, de O livro dos espíritos, esclarece sobre a utilidade do esquecimen-to do passado. Em nosso atual estágio evolutivo, é proposital a inexistência de lembranças precisas sobre as experiências anteriores, pois, se assim não fosse, estarí-amos expostos a gravíssimos inconvenien-tes. Em alguns casos, as lembranças pode-riam nos humilhar extraordinariamente; em outros, exaltar o nosso orgulho.

Allan Kardec sinaliza que, se quiser-mos saber como éramos, basta exami-narmos as nossas tendências instintivas de hoje. Tendências boas expressam pro-

gresso moral. Tendências más explicitam orgulho e egoísmo, cabendo-nos o esfor-ço do autoaprimoramento por meio de ações equilibradas.

Em casos específicos há utilidade em conhecer experiências passadas, porém sempre com seriedade e jamais para satis-fazer uma curiosidade vã.

Modernamente, a Terapia de Vidas Pas-sadas pode atuar nesse sentido, objetivando sanar transtornos e desconfortos psicológi-cos presentes por meio da revivência de ex-periências traumatizantes do passado. A ca-tarse gerada atuaria favoravelmente na vida atual do indivíduo, alterando padrões de comportamentos nocivos para outros mais adequados. Certamente, essa técnica tera-pêutica deve ser desenvolvida por profissio-nais competentes que conseguirão avaliar a pertinência ou não de sua aplicação confor-me as necessidades de cada paciente.

No movimento espírita, em particu-lar, há adeptos com diferentes graus de maturidade sobre o assunto.

Alguns não se contentam com a curiosidade sobre si mesmos e também desejam perscrutar o passado alheio, espe-culando sobre as encarnações de persona-lidades variadas.

Nenhuma informação sobre “quem foi quem” revelada por um suposto mé-dium, por mais famoso que esse seja, é isenta de dúvida. Toda revelação merece cuidado, principalmente se oriunda de uma única fonte.

Nos últimos anos, os entusiastas pelas reencarnações alheias dedicam tempo pre-cioso para especular sobre o paradeiro de Emmanuel, o mentor espiritual de Chico Xavier que, segundo o médium mineiro, reencarnaria por volta do ano 2000.

Ora, supondo que essa informação seja

verdadeira, qual é a utilidade de se saber onde está Emmanuel? Como ele se chama hoje? O que ele faz? A resposta é: nenhuma.

Diferentemente de algumas tradições orientais que tentam identificar persona-lidades relevantes à própria religião, como os budistas fazem à procura do Buda reen-carnado, não existe qualquer motivo útil no Espiritismo para buscas especulativas.

A doutrina espírita liberta consciências e esclarece sobre as reais necessidades dos seres. Todos nós reencarnamos para conti-nuar a progredir moral e intelectualmente e refletimos as conquistas e erros que já ti-vemos em nossas muitas encarnações.

Hoje somos melhores que ontem e trabalhemos para amanhã sermos melho-res que hoje.

Economista e professor da Unicamp. Diretor do De-partamento do Livro da USE Regional SP.

Page 7: Correio Fraterno 463

MAIO - JUNHO 2015 CORREIO FRATERNO 7

www.correiofraterno.com.br

oPiniÃo

Por ivAn FRAnzolin

A finalidade das encarnações

Os espíritos existem em diferentes classes e níveis evolutivos. Confor-me ressalta o espírito André Luiz,

eles vivem em cidades espirituais, cada uma abrigando espíritos de uma mesma faixa evolutiva.

Este artigo se baseia nas características e condições de espíritos comuns propensos ao bem, que cometem erros.

O espírito se desenvolve tanto no seu mundo espiritual, como no mundo mate-rial por meio das encarnações, denomina-do pelo mesmo livro como transitório.

Considerando os relatos trazidos pela mediunidade de que existe uma quanti-dade de espíritos quatro a cinco vezes su-periores à população de encarnados, pode-mos concluir que o tempo que os espíritos permanecem no mundo espiritual deve ser, em média, maior que a duração das suas encarnações.

O espírito encarnado sofre o condi-cionamento do corpo físico que, de modo geral, reduz seus sentidos, sua capacidade intelectual e deve também influenciar no modo de sentir e lidar com suas emoções. Essa influência pode ser maior ainda, atin-gindo até aspectos do comportamento, personalidade, tendências e vocações.

Imagine um espírito que progrediu musicalmente acima da média. Ele esta-rá tão envolvido e sensível à música que dificilmente conseguirá se dedicar ao de-senvolvimento de outras artes e saberes, a

não ser que essa memória seja de alguma maneira atenuada ou bloqueada na encar-nação, ajudando-o a penetrar em outros campos de aprendizado.

O espírito desencarnado, por sua vez, excetuando uma condição de enfermida-de e desequilíbrio, faz melhor uso de sua capacidade sensitiva e intelectual, pois está no seu ambiente natural e sem o corpo fí-sico. Relatos da espiritualidade a partir do espírito de André Luiz, dão conta de que os espíritos comuns, que residem na colônia Nosso Lar, adquirem ou descobrem possuir aptidões como: memória de outras vidas, levitação, telepatia, autotransporte, capaci-dade de mudar a aparência do perispírito, capacidade objetiva de curar encarnados e desencarnados, além das percepções senso-riais mais desenvolvidas ou apuradas.

Podemos supor que a partir de um ní-vel evolutivo não muito distante, sua vida se desenvolva em um tempo muito mais acelerado que o dos encarnados, podendo raciocinar e agir mais rapidamente e, con-sequentemente, aproveitar melhor o tem-po e as experiências.

Uma pessoa que se destaque pelo seu saber aqui na Terra estaria, na verdade, ex-pondo apenas uma parte de sua verdadeira capacidade intelectual que teria melhores condições de se expressar na dimensão es-piritual. Uma analogia possível seria a de um engenheiro do século 21 retornar a vi-ver no século anterior esquecendo tudo o

que aprendeu. Ele poderia fazer progressos, mas teria mais condições de progredir no seu próprio tempo com os conhecimentos mais avançados de sua área.

Assim sendo, tudo leva a crer que o mundo natural dos espíritos proporcione melhores condições de aprendizado inte-lectual, estando o espírito na sua melhor capacidade sensitiva e cognitiva.

O desenvolvimento dos sentimentos, porém, pode ter melhores resultados na vida física por vários motivos. Pela facili-dade de se relacionar com pessoas de dife-rentes níveis de evolução, que no mundo espiritual estariam em locais ou planos diferentes. Pelo esquecimento de tudo com o que foi afetado pelos outros e ainda por não conseguir reconhecer claramente os verdadeiros sentimentos dos outros e vice-versa.

Por um lado, não sofrendo as interfe-rências como no corpo físico, com hormô-nio, glândula, sistema nervoso, genes e flui-do vital, o espírito pode permanecer mais pleno ante suas emoções. Por outro lado, desencarnado, irá conviver com a realidade de não poder esconder seus sentimentos, o que poderá gerar dificuldades para ele ante possíveis desafetos.

Assim, levando em conta esse raciocí-nio, a finalidade principal das encarnações seria o desenvolvimento dos sentimentos. A melhoria do relacionamento com os es-píritos que não desenvolvemos afinidade, e

os ajustes de relacionamento com aqueles que sofreram atrito parece ser outro objeti-vo relevante das encarnações.

A parte intelectual naturalmente tam-bém progride no ambiente terrestre, prin-cipalmente pelo esforço mental para criar e produzir utilizando-se instrumentos materiais limitados, mas deve progredir menos que na espiritualidade. Há mui-tas indicações de que ela deve estar total-mente ligada aos sentimentos e que não irradiamos um único pensamento sem que esteja revestido de algum sentimento. Essa ligação faz com que o homem esteja sempre buscando as razões para justificar o seu modo de sentir.

Podemos concluir que os avanços tec-nológicos e científicos aqui na matéria seriam provavelmente consequências de pesquisas e descobertas feitas original-mente no mundo espiritual. Contudo, os avanços no campo do sentimento são conquistas que o espírito acumula mais no mundo material, até um nível de evolução, do que no mundo espiritual. Assim, devemos dar mais importância às coisas que geralmente são deixadas em um segundo plano, como o relacionamento com as pessoas e com toda a natureza, bem como a qualidade dos sentimentos para com elas e consigo mesmo.

Escritor e comunicador espírita, fundador da ADE--SP Associação de Divulgadores do Espiritismo de São Paulo.

Page 8: Correio Fraterno 463

8 CORREIO FRATERNO

www.correiofraterno.com.br

eSPeciAl

Redução da maioridade penal.

Sim ou não?

Muitos temas considerados polê-micos, como a redução da maio-ridade penal, estão agitando os

debates em vários segmentos da sociedade brasileira, com diferentes opiniões e posi-cionamentos. Isso faz parte do saudável exercício democrático e da esperada liber-dade de expressão.

Há espíritas contrários e favoráveis à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171, que altera a redação do art. 228 a res-peito da imputabilidade penal do maior de 16 anos. Todas as opiniões são respeitáveis e apresentam seus argumentos.

Muito mais, porém, do que se ponderar prós e contras entre os espíritas, é preciso

da RedAçÃo

lembrar que um dos pontos mais impor-tantes e que permite, inclusive, o caráter científico da doutrina espírita é o método do critério da universalidade dos seus pos-tulados. Isso permite que se acenda, no mí-nimo, uma luz amarela diante de qualquer opinião – a favor ou contra – que se coloque como sendo representativa do espiritismo.

O Correio Fraterno abre esse espaço para que se possa refletir sobre os dois posi-cionamentos, baseando-se no critério ado-tado por Allan Kardec de respeito às opi-niões. “Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião individual que não pretenderemos impor a ninguém. Nós a entregaremos à discussão e estaremos

prontos para renunciá-la, se nosso erro for demonstrado”,ensinou ao lançar o primei-ro número da Revista espírita em 1858.

Outro ponto fundamental a ser consi-derado é que, como lembrou o pesquisa-dor espírita Ademir Xavier, em seu blog A era do espírito, a maturidade nem sempre está relacionada à idade cronológica e que, nos tempos modernos, não compete mais a nenhuma religião ou doutrina alterar leis humanas.” Isso acontecia no passado por força da importância que a religião tinha dentro do Estado e vice-versa. No caso do espiritismo, as respostas dadas pelos Espíri-tos dizem respeito à lei natural e sua justiça e não poderão ser extrapoladas nem co-

piadas para a lei humana”. Acrescenta ele ainda que “o espírita que quiser contribuir para o debate sobre a redução da maiori-dade penal não deve se esquecer da impor-tância da educação infantil, da missão da paternidade, da necessidade de aprimorar o conhecimento sobre a psicologia humana, da existência no mal no coração de mentes perversas recém- encarnadas e da infinita capacidade do amor no resgate desses co-rações desviados”.

Vale a pena refletir sobre o tema e tirar suas próprias conclusões. Será esse um pro-blema para o espiritismo? Será que cabe a ele dar a palavra final sobre os particulares das legislações humanas?

Page 9: Correio Fraterno 463

MAio - JUnHo 2015 CORREIO FRATERNO 9

www.correiofraterno.com.br

LIVROS & CIA.

Instituto LachâtreTel.: (11) 4063-5354www.lachatre.com.br

Bella EditoraTel.: (11) 2476-6381www.bellaeditora.com.br

Editora do ConhecimentoTel.: (19) 3451-5440www.edconhecimento.com.br

Editora Correio FraternoTel.: (11) 4109-2939www.correiofraterno.com.br

Castelos de marzipãde Lygia Barbiére Amaral384 páginas16x23cm

A morte na visão do espiritismode Alexandre Caldini Neto200 páginas16x23cm

O magnetismo em oposição à medicinade Barão Du Potet de Sennevoy 254 páginas14x21 cm

Amanhã será outro diade Marcus De Mario192 páginas14x21cm

Editora Correio Fraterno

O magnetismo em oposição à medicinade Barão Du Potet de Sennevoy 254 páginas14x21 cm

Editora do Conhecimento

Amanhã será outro diade Marcus De Mario192 páginas14x21cm

Instituto Lachâtre

A morte na visão do espiritismode Alexandre Caldini Neto200 páginas16x23cm

A AJE-Brasil ¬–Associação Jurídico-Espírita do Brasil, por ocasião do 1º Fórum de Refl exões, promovido em 7 e 8 de fevereiro de 2015, na Federação Espírita Brasileira (FEB), em Brasília, deliberou ser contrária ao Projeto de Emenda Constitu-cional (PEC 171/93), que pretende reduzir a maioridade penal no Brasil, fi xando-a a partir de 16 anos, pelos seguintes motivos:1. O Brasil é signatário da Convenção dos Direitos da Criança de 1989, da ONU, que reconhece que a criança – indivíduo menor de 18 anos – é merecedora de cui-dados especiais e de proteção, por conta de sua falta de maturidade física e mental;2. O adolescente – indivíduo de 12 a 18 anos incompletos se-gundo a legislação brasileira – é um ser cuja personalidade está em desenvolvimento físico, mental, moral e espiritual, devendo lhe ser garantido o sistema de maior proteção aos direitos fun-damentais;3. Para a hipótese de condutas defi nidas como crime, o siste-ma jurídico brasileiro, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente, já prevê medidas socioeducativas para a adequada responsabilização do adolescente, não havendo que se falar em impunidade;4. Ao invés de se adotar o sistema punitivo de natureza penal a adolescentes de 16 a 18 anos, cumpre ampliar medidas concre-tas nas áreas de assistência social, moradia, esporte, lazer, saúde, educação, entre outras;5. A inserção de adolescentes no sistema carcerário – que se apresenta superlotado, em condições subumanas, portanto, sem estrutura mínima para cumprir o fi m de ressocialização da pena e para atender à dignidade da pessoa humana – implica aumentar os efeitos deletérios desta realidade, com prejuízo para o cidadão e para sociedade em geral;6. Dados estatísticos comprovam que a maior incidência da lei penal dá-se em relação a adolescentes pobres, negros e com bai-xo grau de alfabetização, o que revela a seletividade do sistema punitivo. De outro lado, o número de crimes praticados por adolescentes é baixo, em torno de 0,1425% (IBGE);7. As políticas públicas devem buscar a emancipação do ser – em especial do adolescente que se encontra em desenvolvimento – em detrimento do aumento de medidas repressivas, o que se faz por meio da educação, que proporciona o aperfeiçoamento moral e intelectual do espírito imortal;8. A lei humana deve privilegiar a ampliação e não a restrição dos direitos fundamentais, visando à construção de uma socie-dade justa e fraterna;9. A educação deve ser vista como prioritária e permanente op-ção para a evolução humana. Logo, a proposta em debate – de aumento de medida repressiva em prejuízo da adoção de me-dida de natureza educativa – se aprovada, representa retrocesso social e espiritual para os destinos da sociedade brasileira. (Bra-sília, abril de 2015).

www.ajebrasil.com.br

Todos nós reencarnamos para continuar a nossa jornada evolutiva e nesse breve período na Terra temos a oportunidade de manifestar todas as virtudes já conquistadas e, principal-mente, de enfrentar e vencer os nossos próprios defeitos com coragem e disciplina. Afi nal, ninguém está aqui de férias e cabe a nós superarmos todos os desafi os que favorecem o fortalecimento do ser. A cada um segundo as suas obras e somente pelo próprio esforço galgaremos patamares espirituais mais elevados.

A convivência mútua nos propicia experiências valiosas para o burilamento individual. Aprendemos com os nossos erros e muitas vezes as dores e sofrimentos entram em nossas vidas não como punição, mas como prova da bondade divina para nos alertar sobre o mal que estamos fazendo.

A sociedade é o refl exo do nível moral de seus membros. Se aparentamos viver tempos ainda próximos à barbárie, com guerras e violências de toda ordem, é porque ainda temos muito o que fazer para realizar o potencial da perfeição espiritual que carregamos. A dureza das leis, por sua vez, é proporcional à condição evolutiva da maioria dos cidadãos. É uma consequência natural.

Conforme observamos no Código Penal da Vida Futura, apresentado no capítulo VII do livro O céu e o inferno, cada um é responsável por suas ações e sofrerá as devidas conse-quências para valorizar o que é preciso. Sofremos porque agimos mal contra o próximo ou contra nós mesmos.

No Brasil, atualmente, discute-se a proposta de redução da maioridade penal para indi-víduos de 16 anos. Há espíritas favoráveis e contrários. É plenamente compreensível haver divergências de opiniões em leis humanas e transitórias.

A maioridade, seja penal ou civil, é uma convenção adotada em cada país, com variações entre os mesmos. Cada indivíduo age de acordo com a sua maturidade e, se alguns ainda agem em detrimento de um grupo ou sociedade, ele deve ter a oportunidade de ser educado e não prejudicar ainda mais a própria sociedade que o acolhe, ainda que tenha que fi car recluso.

Sou um dos 87% dos cidadãos brasileiros, conforme pesquisa recente do Datafolha, favoráveis à respectiva redução da maioridade penal, não por entendê-la como solução de-fi nitiva para a criminalidade crescente neste país, mas por uma questão óbvia de que aquele que sabe discernir entre o certo e o errado, entre o legal e o ilegal, deve responder por seus próprios atos. Se um jovem de 16 anos pode votar e ajudar a escolher os destinos da nação, ele sabe o que está fazendo e tem discernimento sobre o certo e o errado.

Um aspecto muito importante, levantado pelo psicanalista Contardo Calligaris, é a ideali-zação alienada de parcela da população sobre uma suposta “pureza” da infância. Essa idealização prejudica o próprio amadurecimento do indivíduo, infantilizando seres que terão difi culdades de se tornarem adultos. Calligaris, por sinal, é contra a existência de maioridades e menorida-des penais, seja qual for a idade fi xada, pois o que vale é o discernimento do indivíduo.

Aqueles que argumentam contra a redução costumam afi rmar que a prisão de crimino-sos de 16 e 17 anos fará com que sejam recrutados por grupos organizados de criminosos. Ora, muitas crianças e jovens já são aliciados por esses grupos nas ruas, justamente porque a idade os favorece perante a lei penal atual.

É primordial a adoção de medidas educativas para o aperfeiçoamento moral dos seres, tanto de curto quanto de longo prazos. Não basta o simples discurso normativo de que se deve investir na infância e que se precisa mais de escola do que de cadeias se o imobilismo continuar. A redução da maioridade penal é uma proposta real para o estágio em que nos encontramos. Tomara que cheguemos, um dia, a não precisar de leis punitivas para mais ninguém, porém isso depende do próprio nível evolutivo dos habitantes deste planeta.

Referênciashttp://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/04/1616995-maioridade-penal.shtmlhttp://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/04/1616762-87-querem-reducao-da-maioridade--penal-numero-e-o-maior-ja-registrado.shtmlAllan Kardec. O céu e o inferno. Brasília: FEB, 2005.

Pesquisador graduado em física, profi ssional da Secretaria da Saúde de São Paulo.

CONTRAPolíticas públicas devem buscar a

emancipação do ser

A FAVORA dureza da leis é proporcional à condição evolutiva da sociedade

Por AdilSon AlveS de SoUzA

Page 10: Correio Fraterno 463

10 CORREIO FRATERNO MAIO - JUNHO 2015

www.correiofraterno.com.br

Uma mensagem ao Rui BarbosavocÊ SABiA?

Por JoRGe Rizzini

Estavam numa estação de águas o escritor Rui Bar-bosa, Ataliba Nogueira (secretário de educação de São Paulo), e inúmeras senhoras e moças. Corria

o mês de abril de 1912. A conversa, alegre, de súbito versou sobre a possibilidade dos fatos espirituais. Rui Barbosa já se encontrava em seus aposentos, recolhido. Alguém, então, lembrou-se das experiências com o ‘co-pinho’. Todos aprovaram a tentativa de comunicação com o Alto. Aproximaram-se de uma mesa, sobre ela distribuíram em forma circular pedaços de papel, cada qual representando uma letra do alfabeto. No centro, colocaram um copo. O genro de Rui Barbosa, o histo-riador, Antônio Batista Pereira, a um lado, sorria para o grupo. O professor Ataliba Nogueira, porém, dizia que o grupo dedicava-se “a uma espécie de distração, de modo algum consoante com as leis religiosas, porém, que as senhoras praticavam como se fossem inocente jogo de damas”.

“Inocente jogo de damas”, diz Ataliba Nogueira. Ve-remos, porém, a que resultados chegaram essas pessoas

com o inocente ‘jogo’.Certa noite, porém, Batista Pereira, que assistia

à sessão, de pé, disse que o cálice estava denotando alguma inquietação, manifestando ter que revelar al-gum segredo.

Batista Pereira, então, sentou-se à mesa e, com as moças e senhoras, ‘colocou a ponta do dedo sobre o cá-lice’, o qual continuava a percorrer as letras, formando sentenças, cujo significado não dizia respeito a nenhum dos presentes. Verificou-se que era uma mensagem em inglês, dirigida por algum ‘espírito’ ao ilustre escritor. Batem à porta, Rui Barbosa, de pijama, recebe o papel e fica emocionado:

– “É o estilo dele, o estilo perfeito! E o assunto! O mesmo que conversamos em nossa despedida em Haia.” Trata-se de William Stead – explica Rui –, o meu amigo e grande jornalista inglês, cuja morte os periódicos noti-ciam hoje, no afundamento do navio Titanic.

Fonte: Escritores e fantasmas, de Jorge Rizzini, Correio Fraterno, 1992.

Page 11: Correio Fraterno 463

MAIO - JUNHO 2015 CORREIO FRATERNO 11

www.correiofraterno.com.br

AnÁliSe

Por Antonio ceSAR PeRRi de cARvAlHo

Difusão do espiritismo na atualidade

Muito se fala e se escreve sobre a difusão do espiritismo e, geral-mente, focalizando-se na área

da Comunicação Social, como se esta fosse sinônimo apenas de difusão ou de divul-gação. A nosso ver, o assunto deve ser con-siderado como ‘interdisciplinar’ e envolve todos os ‘nichos’ das instituições espíritas. Há a questão de base dentro das institui-ções espíritas e junto à comunidade onde estão inseridas.

Durante a reunião ordinária do Conse-lho Federativo Nacional da FEB de 2014, a convite do presidente, Jorge Elarrat apre-sentou um estudo, como profissional da área, sobre o Censo de 2010. Mostrou que o espiritismo e as religiões orientais são as que menos cresceram nas faixas etárias até 29 anos. “O espiritismo é a terceira religião no país com 2% de declarações; cresceu 55% em uma década; cresce em todas as regiões sendo mais presente no Sudeste (3,1%); exige atuação nas Regiões Norte (0,5%) e Nordeste (0,8%); possui maior presença nas faixas sociais A e B e de maior escolaridade; exige plano de divulgação para populações de menor renda; apresenta vale profundo na participação etária juve-nil; exige revisão do modelo de atuação do movimento jovem; movimento está enve-lhecendo”, disse Elarrat.

Os dados do IBGE citados devem ser considerados em conjunto e procurando--se dar foco nas realidades dos centros es-píritas. O “Plano de Trabalho para o Mo-vimento Espírita Brasileiro (2013-2017)”, do CFN da FEB, oferece recomendações para se tratar conjuntamente as vertentes: público-alvo; preparação de trabalhadores; inserção na sociedade.

Nos últimos anos vivenciamos algu-mas experiências com tal objetivo, como o projeto de interiorização e de incentivo à simplicidade, e os seminários integrados sobre “Acolhimento, Consolação, Escla-

recimento e Orientação”. Há necessidade de se levar apoio aos centros espíritas para se melhorar e dinamizar os processos de acolhimento e integração dos neófitos e interessados em espiritismo. O movimento espírita precisa conhecer e se adequar às re-alidades das regiões, cidades e bairros, com o objetivo de favorecer que a mensagem e a ação espíritas cheguem efetivamente junto às várias faixas sociais da população.

As relações interpessoais e sociais são extremamente importantes para tal finali-dade e é preciso se adequar alguns proces-sos e métodos adotados, como um certo formalismo, programações muito padro-nizadas e uma espécie de escolarização. Na prática, observa-se excesso de exigências de requisitos para se inscrever em cursos, pos-

tergação de ações práticas e de integração nas atividades dos centros. Nossas observa-ções, com base no conhecimento do movi-mento espírita de todo o país, é que há di-ficuldades na base para o atendimento das crianças e jovens – das várias faixas sociais – que chegam aos centros espíritas, falta de adequação das linguagens e de seleção de temas, desde as palestras públicas até nos cursos e grupos e nas atividades em geral, e certo ‘engessamento’ da mediunidade. Es-sas são algumas das razões para explicar os dados gerais não alvissareiros do Censo de 2010. Para a juventude já há uma proposta inicial, que são as “Diretrizes para as ações do jovem espírita do Brasil”.

Simultaneamente, por iniciativa do pre-sidente da FEB e relacionado com o tema,

foram realizados quatro seminários intitu-lados “Educação & Atividades Espíritas” na FEB em 2014 e no início de 2015, com expositores com atuação profissional no ensino fundamental, ensino superior, ensi-no para adultos, família e em atividades as-sistenciais. A profa. Sheila da Costa Olivei-ra, efetivando uma síntese dos seminários anteriores e um estudo em grupo, concluiu que há necessidade de algumas mudanças que possam levar a transformações, como: “criar espaços interativos e dialógicos nos encontros de aprendizagem; organizar es-paços de aprendizagem atrativos e diversi-ficados (jardins, excursões, visitas culturais e assistenciais); promover mais momentos informais de confraternização; conhecer o perfil do grupo e considerá-lo na escolha de abordagens didático-pedagógicas; de-senvolver acolhimento e zelo nas relações interpessoais; abordar o conhecimento doutrinário como apoio à transformação moral e social e não como um fim em si mesmo; considerar os saberes anteriores e atuais dos participantes no desenvolvimen-to do conteúdo; trabalhar com problemas e não somente com temas”.

Referências:

https://docs.google.com/file/d/0B9xgx1L-eot3RFNMd-jdmSFlvQW8/edit?usp=docslist_api

Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasilei-ro (2013-17). Reformador. Ano 131, n. 2.207. Feve-reiro de 2013. Suplemento; http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/11/Plano-de-Trabalho.pdf4

http://www.febnet.org.br/blog/sem-categoria/movimen-to-espirita-no-brasil/

http://www.febnet.org.br/wp-content/uploa-ds/2014/02/diretrizes_para_acoes_da_juventude_espi-rita_do_brasil_Fev_2014.pdf

http: / /www.febnet.org.br/wp-content/uplo-ad s /2015 /02 /SEMINA-RIO-SA-NTESE--FEB-21.02.2015.pdf

*Antonio Cesar Perri presidiu a Federação Espírita Bra-sileira e o CFN até março de 2015.

Page 12: Correio Fraterno 463

12 CORREIO FRATERNO MAio - JUnHo 2015

www.correiofraterno.com.br

XIV FEMEU - Inscrições abertasIniciam-se dia 1º de junho, com prazo até o dia

30, as inscrições para o XIV Festival de Mú-sica Espírita de Uberaba. O evento é realizado

pela União da Mocidade Espírita de Uberaba, com o apoio da AME, UEM, Abrarte e FEB. Inscrições: www.jornalespiritadeuberaba.com.br/femeu. Fone: (34) 9969-7191 (Luiz)

XII Colóquio Brasil-FrançaAcontecem no Rio de Janeiro, de 31 de ju-

lho a 2 de agosto, o I Encontro da Cultura e Pesquisa Espíritas e o XII Colóquio Brasil-

-França, sob o tema “Espiritismo: elo de duas culturas”. Local: Teatro Odylo Costa Filho – Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Rua São Francisco Xavier, 524, Ma-racanã, Rio de Janeiro, RJ. Realização: 38º Conselho Es-pírita da União de Niterói, Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro,Programa de Estudos e Pesquisas da Religião do Centro de Ciências Sociais da UERJ. Inscrições: www.1epce.com.br Fones: (21) 2619-2448 - 3026-5831 (Paulo ou Már-cia). Participação de: Alexander Moreira, Dora Incontri, Evandro Noleto, François Gaudin, Jorge Brito, Luciano Klein Filho, Marcelo Gulão, Marion Aubrée, Nadja do Couto Valle, Olivier Geneviève, Paulo Peixoto, Samuel Magalhães e Vincent Fleurot.

Encontro Nacional da Liga de Pesquisa-dores do Espiritismo

Acontece em São Paulo, dias 29 e 30 de agos-to o 11º Encontro Nacional da Liga de Pes-

quisadores do Espiritismo, com o tema central: “Panora-ma atual das pesquisas científi cas sobre a reencarnação”. O evento será realizado na sede da USE, na rua Dr. Gabriel Piza, 433, Santana. São Paulo. Informações:www.lihpe.net. Email: [email protected].

AJE realiza congresso em Brasília Será realizado de 5 a 7 de setembro o 1º

Congresso Jurídico-Espírita Brasileiro. O evento acontece em Brasília, no auditório

do Ministério Público Militar, sob o tema “Desafi os éticos-morais: caminhos para os avanços público e pri-vado”. Participação de Alberto Almeida, Roberto Lúcio de Souza e Valdo Cruz. Realização: Associação Jurídico-Espírita do Brasil. www.ajebrasil.org.br/conjebras

Acesse a Agenda Eletrônica Correio Fraterno e fi que atualizado sobre o que

acontece no meio espírita. Participe.www.correiofraterno.com.br

qualquer hora, em qualquer lugar

ENIGMA

Quem é o autor da frase:

“Nascer, morrer, renascer ainda e

progredir sem cessar.

Esta é a lei.”?

Resposta do Enigma:

Solução daCruzada

Veja em:www.correiofraterno.com.br

Johan Goethe (1749-1832), escritor alemão.

A frase adorna o túmulo de Allan Kardec no

cemitério Père-lachaise, em Paris.

cUltURA & lAzeR

XIV FEMEU - Inscrições abertasIniciam-se dia 1º de junho, com prazo até o dia

pela União da Mocidade Espírita de Uberaba, com o apoio

JUN

1

XII Colóquio Brasil-FrançaAcontecem no Rio de Janeiro, de 31 de ju-

-França, sob o tema “Espiritismo: elo de duas culturas”.

JUL

31

Encontro Nacional da Liga de Pesquisa-dores do Espiritismo

quisadores do Espiritismo, com o tema central: “Panora-

AGO

29

AJE realiza congresso em Brasília Será realizado de 5 a 7 de setembro o 1º

do Ministério Público Militar, sob o tema “Desafi os

SET

5

Elaborado por Izabel Vitusso e Hamilton Dertonio, especialmente para o Correio FraternoCAÇA-PALAVRAS DO CORREIO

A i o P S A t i e H l o c le n o S d A o B S i S c i Pl H e t S c v l e i R A S UA A e i U c o U B e R t U i o c G l H e o P H e à S P RA t o R d U R A S c H v A Sl S c v A S Ê n Í A S M i là e R F A c o P i U B c F o S M M d R A S S A d o R U e e e A S G U A P R A t o B A S A P à l e i S A R Ê M i SA d e S A o P i d v c n M Ãe U B l J i l H o c H U S MÊ R S A d R e S B c M i o ic A P l M c A e B M i l A S l S n c A U i o e R S t U e H l H e S P Í R i t o n M R Ê n o S d e R t M S A M i iA B M e e P o S e R U n A c M o v n R Ê n o c A e P B Ó i S d t o t v c e Q U e R R à S P o e R A U l c A U i d M i l Ê n i o S e i d e R i S P o A B e n i i i U A e A P R t o A R Ê l R P B U c A A à U A S Í R t o e o n l o Í R e o e S P M S J S R o t l H e S A S c H U n i o S e B d i S c i P l i n A R e o à e P S P o Ê n Í R o S t R

“Meditemos nas

oportunidades perdidas, nas

chuvas de misericórdia

que caíram sobre nós e

que se foram sem qualquer

aproveitamento para nosso

espírito, no sol de amor que nos vem vivifi cando

há muitos milênios, nos

adubos preciosos que temos

recusado, por preferirmos a

ociosidade e a indiferença.

Um arado promete

serviço, disciplina, afl ição e

cansaço; no entanto, não se

deve esquecer que, depois

dele, chegam semeaduras

e colheitas, pães no prato

e celeiros guarnecidos.”

do livro Pão Nosso, de emmanuel, psicografi a de chico Xavier.

obs.: o livro Pão Nosso acaba de ser eleito nos estados Unidos o “melhor livro cristão do Ano de 2015”. A escolha unânime se fez através de comitê formado por autoridades religiosas diversas, que reconheceram a profundidade das mensagens da obra.

Achar reis

Fui procuraralguma coisa para

nos divertirmos nessefinal de semana

e achei umaverdadeira

riqueza! Imagino,mãe, porquequem buscaacha reis!

O quê?

Vi noEvangelho

“busca e achareis”. Acheilegal isso!

Laurinha, É “buscai e achareis”

Page 13: Correio Fraterno 463

MAio - JUnHo 2015 CORREIO FRATERNO 13

www.correiofraterno.com.br

leitURA

Lançado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Minas Gerais, o sucesso do

livro Viver é a melhor opção – prevenção do suicídio no Brasil e no mundo revela o quan-to é necessário abrir espaço para se falar so-bre o assunto.

Com a primeira impressão esgotada logo nos primeiros dias, o livro recebeu o

Uma contribuição para o entendimento do suicídio

da RedAçÃo

Zanutto, Rodrigues & Cia LtdaMATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO

[email protected]

R. José Benedetti, 170 • B. Santa Terezinha • São Bernardo do Campo • SP • CEP 09770-140

11 4121 3774

o reconhecimento de suicidólogos, psicó-logos, psiquiatras, que destacam o talento do jornalista André Trigueiro para escrever sobre tão delicado tema.

O teólogo e escritor Leonardo Boff , expoente da Teologia da Libertação no Brasil, foi um dos que calorosamente se manifestou:

“Não conheço na literatura acessível texto mais minucioso, analítico, inspirador e sustentador do amor e da esperança pela vida que este de André Trigueiro.

Ele sugere caminhos de acompanha-mento e de superação desta terrível ten-tação de alguém buscar o seu próprio autoextermínio. Como uma espécie de adendo, mas sem qualquer propósito de proselitismo, expõe didaticamente a visão espírita do suicídio, como ela o ajudou

pessoalmente a ser mais humano e espiri-tual e como o suicida vem sendo tratado pela doutrina.”1

Leonardo Boff ainda comenta sobre os impressionantes números apontados pelo autor:

“São cerca de 804 mil casos por ano, o que vem dar um suicida a cada 40 se-gundos e ainda a cada dois segundos uma tentativa de suicídio. No Brasil, são 11.821

casos por ano, o que equivale a 32 por dia, especialmente na Amazônia, na Paraíba, na Bahia e no Rio Grande do Sul.”

“O livro de autoria do jornalista André Trigueiro é uma obra muito bem-vinda aos leitores espíritas”, pontua Marco Milani2, diretor do Departamento do Livro da USE Regional São Paulo. E um fato signifi -cativo, destacado na obra é que 90% dos casos estão associados a transtornos men-tais e, potencialmente, poderiam ser evita-dos com acompanhamento e tratamentos adequados. Milhares e vidas poderiam ter sido salvas se essas vítimas de si mesmas tivessem acesso a informações sobre o que estavam passando e como buscar auxílio”, destaca Milani da obra.

“Fechei a página 190 com a clara im-pressão de ter navegado por dois dias em um texto suave e muito informativo, em alguns momentos, refl exivo.

O livro merece ser lido pela comuni-dade espírita com atenção e, ao contrário do que o autor humildemente propõe, ele traz novas questões e abordagens ao que já conhecemos e lemos na literatura espírita. Como pessoas com este tipo de problema nos procuram diariamente na casa espírita, seria um livro interessante para ser estuda-

do e discutido pelas equipes de atendimen-to fraterno ou acolhimento”, sugere o psi-cólogo e doutor em administração Jader Sampaio.3

Um dos principais suicidólogos do país, o psiquiatra do Ministério da Saúde, atual coordenador da Rede Brasileira de Preven-ção do Suicídio, Carlos Felipe D’Oliveira, comenta:

“Quando dá um highlight sobre o sui-cídio como um tema da saúde pública, [André] presta um grande serviço a toda a sociedade, porque este ainda não foi total-mente incorporado, particularmente pelas instituições públicas, aquelas que deveriam estar mais presentes nesta agenda.

Como jornalista envolvido no debate do impacto da mídia sobre o suicídio, sen-te-se muito à vontade para expor todo seu conhecimento sobre o assunto, trazendo referências importantes que consolidaram os diversos temores da mídia no tratamen-to do assunto, mas também oferece dicas, bem elaboradas e já consolidadas por diver-sas instituições, dentro e fora do Brasil.”4

1leonardoboff .wordpress.com 2http://useregionalsp.com.br/portal3espiritismocomentado.blogspot.com4mundosustentavel.com.br

o reconhecimento de suicidólogos, psicó-logos, psiquiatras, que destacam o talento do jornalista André Trigueiro para escrever sobre tão delicado tema.

expoente da Teologia da Libertação no Brasil, foi um dos que calorosamente se manifestou:

texto mais minucioso, analítico, inspirador e sustentador do amor e da esperança pela vida que este de André Trigueiro.

mento e de superação desta terrível ten-tação de alguém buscar o seu próprio autoextermínio. Como uma espécie de adendo, mas sem qualquer propósito de proselitismo, expõe didaticamente a visão espírita do suicídio, como ela o ajudou

pessoalmente a ser mais humano e espiri-

12 de junho - Belo Horizonte, MG. Simpósio Latino-Americano de Prevenção de Suicídiohttp://www.simposiosuicidio2015.com.br/livro.php

13 de junho - Sete Lagoas, MG. Horário: 19h30. Centro Universitário de Sete Lagoas. Fone: (31) 2106-2106

14 de junho - Barra da Tijuca, Rio.Centro Espírita Joanna de Ângelis. Fone: (21) 3139-3589

21 de junho - Rio de Janeiro. Lar Frei Luiz. Fone (21) 3539-9550

27 de junho - Amparo, São Paulo,SP. Indústria Ypê. Fone: (19)3808-8096

8 de julho - Rio de Janeiro.Seara São João Batista, Jardim Botânico. Fone: (21) 2294-5195

23 de agosto - Barra da Tijuca,Rio.VI Congresso CEJA, Citibank Hall, Shopping Via Parque. Fone: (21) 3138-9600

Agenda de lançamentos do livro

Page 14: Correio Fraterno 463

14 CORREIO FRATERNO MAio - JUnHo 2015

www.correiofraterno.com.br

Por AleXAndRe cAldini neto

Foi ASSiM

Não só para Maria

Há oito anos faleceu um garoto, 19 anos, fi lho de uma amiga, num acidente de carro. Ele estava come-

morando a entrada no vestibular, bateu o carro e morreu. Eu vi a mãe se acabar de tanta dor. Pensei sobre o que poderia ser feito em forma de um livro para ajudar a amenizar aquele sofrimento, dela e de tan-tas outras pessoas que passam pela mesma situação. Compreender melhor a morte e tentar fazer com que doa menos, se é que isso é possível.

Comecei a escrever o livro, mas não fi cou muito bom. Recebi então a orien-tação de amigos espirituais no centro espírita que eu frequento, que disseram: “vamos dar uma força para você, mas você tem que estudar”.

Não estudei e nem escrevi mais nada a respeito. Até que em 2012, soube que

havia falecido a mãe da enteada de uma outra amiga, de um modo meio com-plicado. A menina, 16 anos, se chamava Maria. Eu disse, se você quiser trazê-la aqui para conversar, eu explico como o espiritismo vê a morte. Pode ser que a ajude a compreender melhor esse mo-mento e a deixá-la mais tranquila.

Conversei com a jovem por 50 mi-nutos e foi muito legal. Aí veio a ideia de que eu poderia escrever um livro sobre a morte (e sobre a vida), como se estives-se conversando e explicando o assunto à Maria.

E assim surgiu o ano passado A mor-te na visão do espiritismo, escrito entre o Natal e o Ano Novo de 2012. A intenção era que ele fosse útil e que as pessoas pu-dessem se sentir um pouco mais confor-tadas pelas informações, compreendendo

que, apesar da dor, a vida é maravilhosa e vai muito, mas muito além do que a princípio imaginamos.

Transcrição baseada na palestra proferida pelo autor em 20/05/2015, no Grupo da Paz, em São Paulo.

Saiba mais em www.alexandrecaldini.com.br e leia no site do Correio Fraterno “Carta à Maria”, que consiste no capítulo I do livro A morte na visão do espiritismo (Ed. Belaletra), que já atingiu mais de 50 mil exemplares vendidos.

Este fato aconteceu com o jornalista Alexandre Caldini Neto, de São Paulo. Conte

também sua história para ser publicada aqui

no Correio Fraterno ([email protected])

Page 15: Correio Fraterno 463

MAIO - JUNHO 2015 CORREIO FRATERNO 15

www.correiofraterno.com.br

Contabilidade – abertura e enCerramento de empresa – Certidões

Tel. (11) 4126-3300 Rua Índico, 30 | 13º andar | São Bernardo do Campo | SP

[email protected] Aral, 123 I São Bernardo do campo I SP

Por UMBeRto FABBRi

diReto Ao Ponto

Obedecer resignadamente

Evoluir, trilhando o caminho das ex-periências permitidas pela reencar-nação, onde exercitaremos o uso ade-

quado de nosso livre-arbítrio, é o processo educacional divino que nos permite as con-quistas espirituais.

Nossas vidas seguem um fluxo contínuo de crescimento, e estão condicionadas às leis de justiça, amor e caridade, criadas por Deus para administrar tudo o que existe.

A nós, compete a obediência a estas leis, que quando não observadas nos trazem consequências e responsabilidades que as-sumiremos para sua correta compreensão.

Nosso grande desafio não é como mui-tos pensam o de eliminar nossa vontade para seguirmos cegamente a proposta li-bertadora de amor do Cristo, que retrata todas as leis que regem o Universo, mas sim, educá-la por meio do conhecimento racional, que nos conduzirá ao entendi-mento da verdade que liberta.

Segundo o Evangelho, a obediência é o consentimento da razão, ou seja, com-preendendo o que ocorre conosco, prin-cipalmente quando isso não corresponde aos nossos desejos e anseios, passaremos pelas provas ou expiações de modo mais tranquilo e produtivo, sem o sofrimento desnecessário, quando nos vitimizamos ou nos revoltamos.

O capítulo 9 de O evangelho segundo o espiritismo, no seu item 8, nos fala sobre a necessidade da resignação, que seria o con-sentimento do coração, que alcançamos

quando trabalhamos nossos sentimentos para aceitar o que não podemos modificar, o que não está em nossas mãos e, portanto, fora de nosso controle. Em muitos casos, esta não aceitação de situações adversas pode gerar transtornos afetivos de grande

monta, como a depressão, por exemplo. Não aceitar o que não conseguimos

mudar nos adoece. Compreender a temporalidade de tudo

que nos cerca é vital para nossa felicidade e qualidade de vida mental. Com exceção

das virtudes conquistadas, do conhecimen-to e dos laços de amor que nos unem a quem amamos, nada se mantém, tudo se transformará, se alterará. Nosso corpo irá envelhecer, o formato familiar que hoje se apresenta pode se modificar, nossas posses materiais poderão diminuir ou aumentar, um dia desencarnaremos, outros reencar-narão. O cenário que nos cerca é dinâmico e sempre atenderá as nossas necessidades de aprendizagem. Emmanuel nos diz no livro Fonte Viva que precisamos aprender a vi-ver “como possuindo tudo e nada tendo”, “com todos e sem ninguém”, uma vez que nada nos pertence.

Esta reflexão não deve nos levar ao pe-sar, ao sofrimento, ou à angústia da perda, mas sim, à alegria de descobrir que só rete-mos o mais sublime, o que realmente faz diferença em nossas vidas, que é o amor e a sabedoria.

Percebendo o grande amor do Pai para cada um de nós, chegaremos à conclusão de que as dificuldades não são castigos, mas oportunidades de aprendizado e superação.

Aceitar com a razão e o coração é o an-tídoto para os males que em nossa mente se alojam, podendo nos levar à loucura de, um dia, talvez, imaginarmos que estamos sós e que a vida não vale a pena ser vivida.

Profissional de Marketing, Umberto é orador e escritor brasileiro, morando atualmente na Flórida, EUA. Aca-ba de lançar o livro O traficante, ditado pelo espírito Jair dos Santos (Correio Fraterno).

Page 16: Correio Fraterno 463

16 CORREIO FRATERNO MAIO - JUNHO 2015

www.correiofraterno.com.br

MÍdiA do BeM

este espaço também é seu.envie para nós as boas notícias que saíram na mídia! Se o mal é a ausência do bem, é hora de focar diferente!

Facebook para o Nepal Esquecer o teclado por um minuto Software contra bullying é finalista em concurso mundial

O estudante uruguaio Marcos Rostán criou uma plata-forma online para que professores, psicólogos, pedagogos e outros profissionais da educação troquem informações e recursos sobre como lidar com problemas relacionados ao bullying nas escolas. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, 85 mil adolescentes poderão se suici-dar no mundo em 2025, se nenhuma medida de enfren-tamento for implementada nas escolas.

O projeto é um dos 30 finalistas de uma competição internacional que promove iniciativas de jovens entre 13 e 25 anos que se proponham a mudar a realidade social, utilizando-se da tecnologia como ferramenta.http://www.asboasnovas.com

No Dia do Abraço, comemorado em 22 de maio, o Centro de Valorização da Vida (CVV) propôs uma cam-panha nacional e lançou o convite: “Esqueça o teclado por um minuto e abrace seus amigos”. Quem enviou fotos de abraços para o CVV viu suas imagens postadas na fanpage da entidade (https://www.facebook.com/cvv141). Quem não enviou pôde compartilhar as fotos de abraços, espa-lhando imagens afetuosas pela rede social.

Fonte: Agência Boa Notícia

Neev Saraf, 8 anos, deu um verdadeiro exemplo de solidariedade ao conseguir levantar quase 100 mil reais para ajudar as vítimas dos terremotos no Nepal, país onde nasceram seus pais.

Pediu ajuda a parentes e amigos. Orgulhosos das in-tenções do filho, os pais contaram o caso aos amigos no Facebook e criaram uma página de financiamento cole-tivo na plataforma ‘Crowdrise’. Em menos de 10 dias, a causa do jovem ultrapassou a meta estipulada de 25.000 dólares e as doações não param de chegar.

“Quando viemos para os EUA, viemos sem nada. A sociedade nos deu muito. Tento ensinar ao meu filho que nem tudo se resume a receber. Também é preciso dar”, lembra o pai, Prakash Saraf. Fonte: NBCWashington