correio do litoral nº 42

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42 ANO VI 30 de setembro - 2010 [email protected] R$ 0,50 SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS Rua José Nicolau Abbage, 409 - Guaratuba Telefone: (41) 3442-2205 ServiçoS previdenciárioS defeSa de multaS contabilidade XeroX - encadernação Apoio A Adetur Litoral e organizações ligadas à engenheria e obras construíram programas prontos para o governador eleito no dia 3 de outubro atender o turismo e a infraestrutura da região. São projetos detalhados sobre intervenções do Estado para movien- tar a economia. Tanto a carta Aberta da Adetur quanto o Plano Estadual de Logística e Transporte do Paraná (Pelt) não mereceram espaço nas campanhas eleitorais. Mas são estudos que deverão, pelo menso merecer a consideração das futuras equipes de governo. O Pelt, por exemplo, prevê a pavimentação de 21 quilômetros da estrada do Cubatão e abertura de alguns novos trechos para criar a BR 101 no Paraná, uma revolução em transporte e logística criticada por ambientalistas e almejada por produtores e diversos setores da economia local, regionale nacional. Não dá para ignorar. Correio do Litoral .com Dois planos do Litoral para o futuro governador Micheletto é “convocado” a representar Guaratuba pelo comitê que apóia Gustavo Fruet para senador. Pág. 3 Conheça o projeto para o turismo do Litoral. Pág 4 Veja a proposta de abertura da BR no Paraná. Pág 5 As imagens do esporte e as novidades do Porto de Itapoá. Pág. 11

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Versão impressa do Diário Eletrônico do Litoral do Paraná

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Page 1: Correio do Litoral Nº 42

Nº 42ANO VI 30 de setembro - 2010 [email protected] R$ 0,50

ServiçoS AdminiStrAtivoS

Rua José Nicolau Abbage, 409 - Guaratuba

Telefone: (41) 3442-2205

• ServiçoSprevidenciárioS• defeSademultaS• contabilidade• XeroX-encadernação

ApoioEscritório de apoio administrativo

A Adetur Litoral e organizações ligadas à engenheria e obras construíram programas prontos para o governador eleito no dia 3 de outubro atender o turismo e a infraestrutura da região.

São projetos detalhados sobre intervenções do Estado para movien-tar a economia. Tanto a carta Aberta da Adetur quanto o Plano Estadual de Logística e Transporte do Paraná (Pelt) não mereceram espaço nas campanhas eleitorais.

Mas são estudos que deverão, pelo menso merecer a consideração das futuras equipes de governo.

O Pelt, por exemplo, prevê a pavimentação de 21 quilômetros da estrada do Cubatão e abertura de alguns novos trechos para criar a BR 101 no Paraná, uma revolução em transporte e logística criticada por ambientalistas e almejada por produtores e diversos setores da economia local, regionale nacional. Não dá para ignorar.

Correio do Litoral.comdois planos do Litoral para o futuro governador

micheletto é “convocado” a representar

Guaratuba pelo comitê que apóia

Gustavo Fruet para senador.

Pág. 3Conheça o projeto para o turismo do Litoral. Pág 4Veja a proposta de abertura da BR no Paraná. Pág 5

As imagens do esporte e as novidades do Porto de itapoá.

Pág. 11

Page 2: Correio do Litoral Nº 42

30 de setembro - 2010 2 correiodolitoral.com

Correio do Litoral.comEditora Hostal Ltda/Correio do Litoral

CNPJ: 09.192.226/0001-06Editor: Gustavo Aquino (DRT-4586/19/26) - jornalista responsávelRevisão: Carlos Alfredo GomesDiagramação: Gustavo Aquino / João Pedro Carvalho de AquinoRedação: Rua José Nicolau Abagge, 409 Centro - Guaratuba - CEP: 83.280-000Telefones: (41) 3442-2205 / 9156-2803 (Oi) / 9641-5156 (Tim)

Impressão: CNPJ 76.530.047/0002-00 Tiragem: 8.000 exemplares

e-mail: [email protected]

As eleições são sempre uma oportunidade para o exercício do jornalismo cidadão. A chance de cada veículo de comunicação aprofundar a discussão dos temas que considera importantes e de cobrar dos candidatos posições a respeito deles.

Costuma ser a hora e a vez do povo e da opinião pública. Não foi o que se viu em 2010 da parte dos principais veículos nacionais. A campanha promovida pela grande imprensa contra a candidatura de Dilma Roussef fica mais escanca-rada a medida que se aproxima o dia da votação, expondo o partida-rismo dos antigos donos da mídia.

De positivo, o papelão dos grandes jornais e emissoras de televisão serviu para mostrar que a população não se deixa enganar tão facilmente e que comunicação no Brasil se faz cada vez mais por múltiplos canais alternativos.

Diferentemente da grande imprensa comercial, que se proclama livre e não partidária, tivemos no litoral, exemplos de como a imprensa nanica, partidária e parcial assume suas posições e seus candidatos com transpa-rência.

Em Guaratuba existem seis jornais. Cada qual defende seus candidatos, sem subterfúgios. Até as críticas aos adversários são feitas abertamente.

O Correio do Litoral.com, por exemplo, não esconde a simpatia pelas candidaturas de Gustavo Fruet (PSDB) para senador e de Moacir Micheletto (PMDB) para deputado federal. Uma opção pluripartidária findamentada no trabalho e nos compromissos assumidos com a nossa região. Nesta edição mostramos um pouco da campanha de ambos para que o leitor tenha mais sub-sídios na hora de votar.

Também manifestamos nosso repúdio à hipocrisia da grande imprensa, que finge defender a moralidade para favorecer a candi-datura de José Serra a presidente.

Nesta página, publicamos o manifesto dos setores progressis-tas da imprensa contra a manipu-lação da informação e um texto do editor do blog “Amigos do Jekiti” sobre a campanha difamatória promovida pela Internet.

Não são verdades absolutas: são pontos de vista para o leitor analisar.

Permitam-me postar uma opinião sobre a qual não se refere diretamente a Antonina. É que eu não aguen-to mais receber emails nos quais a candidata Dilma, do PT, é achincalhada em sua moral, postura e estética.

Esses emails mostram uma Dilma medonha, horro-rosa, guerrilheira e ladra, como se as barbaridades do período da ditadura fossem esquecidas, como se os bandidos fossem aqueles que lutaram contra o regime militar.

Outro que sofre preconceito é o presidente Lula simplesmente porque não teve estudo e como se não bastasse ainda é chamado de beberrão e caipira por gostar de futebol e por não abrir o palácio para dar de comer a elite reacionária desse país.

Essa caipirisse do Lula ofende, agride aqueles de roupa de seda, aqueles culturalmente superiores que tentam influenciar uma burguesia que tem como maior desejo ascender socialmente e esquecer suas origens.

Isso nada mais é que um preconceito de uma “elite” conservadora e burra, tradicional e pouco produtiva, um preconceito de classe que ainda perpetua em nos-so país. No Brasil fomos habituados com certos prin-cípios de que é na alta sociedade que estão os verda-deiros cavalheiros e damas, os verdadeiros donos do saber e os únicos capazes de modificar os rumos de uma sociedade.

Mas na verdade essa elite que ainda convive com a hipocrisia dos salões soçaites não suporta ver a ascensão de uma nova classe que abriu caminhos a cotoveladas, que soube o significado do trabalho, da perseverança e que ainda cultiva suas origens.

Essa nova elite prefere gerar riqueza, dar empregos, descentralizar a renda, cuidar para que as diferenças sociais não sejam tão significativas, ao contrário da-queles que optam pela especulação, que concentram riqueza e compram obras de arte apenas como inves-timento.

Essa elite retrógada abomina a política social, pois não suporta ver os mais humildes, dividir a sala de aula com seus filhos, não suporta vê-los comer a mesma carne, ver as ruas cheias de carros populares e dividir espaços em aviões comerciais.

Há também uma elite que nasceu pobre e ainda mantém o ranço da pobreza, que por conveniência assumiu o código das elites e se transformou num in-sensível tecnocrata, pois como veio de baixo abomina aqueles que ainda dependem de programas sociais para ascenderem profissionalmente.

O que essa elite reacionária não quer é uma política social que oportunize educação e emprego, subsistên-cia e consumo, ascensão social e independência, sim-plesmente porque ela acredita na caridade dos salões de chá, do patronato hospitalar, da esmola no sinal de trânsito, pois essas ações, além de manterem a distân-cia, mantêm a subserviência.

Publicado no blog Amigos do Jekiti

amigosdojekiti.blogspot.com/2010/09/hipocria-e-o-precon-ceito-da-elite.html

NOSSA OpINIãO

Transparência

OpINIãO públIcA

Hipocrisia e preconceito Manifesto dos jornalistas e blogueiros contra as baixarias

Na reta final da eleição, a campanha presidencial no Brasil enveredou por um caminho perigoso. Não se discutem mais os reais pro-blemas do Brasil, nem os programas dos candidatos para desenvolver o país e para garantir maior justiça social.

Incitada pela velha mídia, o que se nota é uma onda de baixarias, de denúncias sem provas, que insiste na “presunção da culpa”, numa afronta à Constituição que fixa a “presunção da inocên-cia”.

Como num jogo combina-do, as manchetes da velha mídia viram peças de cam-panha no programa de TV do candidato das forças con-servadoras.

Essa manipulação gros-seira objetiva castrar o voto popular e tem como objetivo secundário deslegitimar as instituições democráticas a duras penas construídas no Brasil.

A onda de baixarias, que visa forçar a ida de José Ser-ra ao segundo turno, tende a crescer nos últimos dias da campanha. Os boatos que circulam nas redações e nos bastidores das campanhas são preocupantes e indicam que o jogo sujo vai ganhar ainda mais peso.

Conduzida pela velha mí-dia, que nos últimos anos se transformou em autêntico partido político conservador, essa ofensiva antidemocrá-tica precisa ser barrada. No comando da ofensiva estão grupos de comunicação que – pelo apoio ao golpe de 64 e à ditadura militar – já mos-traram seu desapreço pela democracia.

É por isso que centrais sindicais, movimentos so-ciais, partidos políticos e personalidades das mais variadas origens realizaram – com apoio do movimento de blogueiros progressistas - um ato em defesa da de-mocracia.

Luiz Henrique Ribeiro da Fonseca

Ato realizado dia 22 no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo

Foto: Luana Bonone / Portal Vermelho - www.vermelho.org.br

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micheletto: “É uma honra continuar trabalho de Fruet”DEPUTADO confirma emenda de R$ 100 mil no Orçamento da União para o Cubatão

lITORAl NAS ElEIÇÕES

Micheletto esteve no comitê Fruet-Micheletto

Aquele abraçoO abraço na Santa Casa

de Guaratuba, dia 18 de setembro, acabou reunindo militantes de diversos os partidos e candidaturas.

A manifestação em defesa do hospital teve o objetivo de mostrar o apoio geral á instituições e, neste sentido, foi um sucesso.

Para um dos organizado-res, o representante do Con-selho Municipal de Saúde no hospital, Glauco Souza Lobo, atos semelhantes poderiam acontecer em outras unida-des de saúde do município.

“A Santa Casa passa por dificuldades e tem defi-ciencias no atendimento à população da mesma forma que o Pronto Atendimento Municipal e os postos. Nossa intenção é promover um abraço em toda a saúde de Guaratuba”, disse ao Correio.

OpçõesNa reta final da campanha

eleitoral, as cidades litorâ-neas foram tomadas por uma grande diversidade de candidatos.

Um mês antes, dava para contar nos dedos os candi-datos a deputado estadual ou federal que estavam dis-putando os votos e o direito de representar cada cidade.

Na última semana, apare-cem desde aquelas figurinhas carimbadas da mídia e de campanhas passadas até estreantes totalmente des-conhecidos.

Para muitos, tratam-se de paraquedistas que caem do céu a cada quatro anos e nunca mais aparecem. Por outro lado, aumentam as alternativas para o eleitor.

MiranteMágoas eleitoraisNo litoral, a contagem dos

votos revela, como em qual-quer cidade do pais, quem serão os deputados federais e estaduais que passarão a representar cada comuni-dade.

A diferença é que na região, sobretudo nas praias, a pulve-rização dos votos sempre traz a incerteza se será possível contar com os eleitos. A cada quatro anos, surgem novas lideranças e novas políticos magoados com a votação abaixo da que esperava.

SolidariedadeEm Guaratuba, até o fecha-

mento desta edição, nenhum incidente grave foi constatado durante a campanha.

Houve uma ou outra depre-dação de propaganda alheia, mas até no cumprimento da determinação da Justiça sobre retirada de material nas ruas houve solidariedade. Na terça-feira (27), à noite, foi posível ver uma pick-up de um comitê recolhendo material de adversários no voto e aliados na coligação.

O Correio pode constatar que a propaganda retirada foi devolvida aos devidos donos no dia seguinte.

Chumbo trocadoTambém em Guaratuba, o

máximo que se viu de guerra po política foi a troca de denúncias entre o ex-prefeito Miguel Jamur (PTdoB) e a atual, Evani Justus (PSDB).

Apesar do tom inflamado de duas publicações, não houve repercussão ,eleitoral no embate

Contra os candidatos, a munição foi apenas a male-dicência de sempre.

O deputado federal Moacir Micheletto (PMDB) esteve no dia 31 de agosto em Guaratu-ba para conversar com o gru-po de amigos que promovem sua campanha à reeleição.

Micheletto ganhou o apoio de eleitores do deputado fede-ral Gustavo Fruet (PSDB), que neste ano concorre a senador.

O deputado disse que se sente honrado em continuar o trabalho de Fruet. “Gustavo é um dos destaques no Con-gresso Nacional e um dos po-líticos que orgulham o Paraná. Tenho certeza que como se-nador será um grande repre-sentante do nosso Estado”, disse.

“Gustavo é meu amigo, meu irmão, desde quando ele era do PMDB, partido no qual ele ainda poderia estar, afir-mou.

CubatãoMoacir Micheletto confir-

mou que destinará R$ 100 mil do Orçamento da União para a localidade rural do Cubatão e reforçou seu compromisso com todo o litoral. O deputa-do disse que suas prioridades são a educação, a saúde e a agricultura.

No final de março, Michelet-to foi informado dos problemas financeiros da Santa Casa de Guaratuba. Em meados de agosto recebeu um relatório detalhado das reivindicações do hospital beneficente e se encaminhou ao Ministério da Previdência um pedido de re-negociação e anistia de parte das dívidas.

Outras localidadesA assessoria local do depu-

tado também está articulando um trabalho coordenado da primeira-dama Regina Pes-suti, UFPR Litoral e governo federal em favor das comuni-dades de Riozinho, Descober-to, São João e São Joãozinho, Parado e Rasgadinho. A in-

tenção é desenvolver um pro-jeto sustentável de exploração de produtos florestais não ma-deiráveis como bambu, guari-cana, cipó-preto, musgo, guar-nica e bromélia.

Micheletto fez questão de lembrar o compromisso assu-mido pelo presidente Lula no combate à fome e de apoio à

produção de alimentos. Micheletto agradeceu ao

ex-vereador Mordecai de oli-veira, coordenador da dobra-dinha Fruet-Micheleletto. “A você Oliveira, obrigado pela oportunidade de poder conti-nuar o trabalho do Gustavo , que muito fez por Guaratuba, pelo litoral e pelo Paraná”.

30 de setembro - 2010

No último comício em Ma-tinhos antes das eleições, do-mingo (26), Gustavo Fruet su-biu o tom das críticas aos sete anos do governo Requião.

Fruet disse que o litoral está isolado por conta da abu-siva tarifa de pedágio cobrada na principal rota de acesso. “Lembram da promessa de

abaixar ou acabar com o pe-dágio do Requião? Hoje, o li-toral paga o pedágio mais caro do Estado. Nessa eleição, vo-cês vão escolher entre os ve-lhacos e a renovação. Vocês querem dar um novo mandato para aqueles que há tempos ocupam cargos públicos e nada fizeram?”, questionou.

Gustavo critica Requião pelo pedágio mais caro do Paraná

Page 4: Correio do Litoral Nº 42

4 correiodolitoral.com30 de setembro - 2010

A Adetur Litoral (Agência de Desenvolvimento do Turismo Sustentável do Litoral do Pa-raná) encaminhou propostas de plano de governo para os aos candidatos a governador.

A “Carta Aberta” da Adetur é acompanhada pelo Plano de Desenvolvimento do Turismo Regional no período de 2008 a 2011, que foi elaborado junto com o Sebrae-PR, Secretaria de Estado do Turismo e Minis-tério do Turismo. A carta para os candidatos começa pedin-do apoio a execução deste plano.

Para a Adetur, o futuro go-vernador deverá considerar o turismo como atividade eco-nômica prioritária para desen-volvimento econômico e social do Litoral e do Estado Para-ná. A proposta ainda trata de questões que interessam às populações locais e faz uma correlação com o turismo. Na segurança, por exemplo, pede reforço do policiamento o ano todo e criação de uma Delega-cia do Turista em Paranaguá. Na saúde, solicita treinamento para os funcionários dos pron-to atendimentos e pronto-so-corros no atendimentos aos turistas.

O documento da Adetur tra-ta dos aspectos econômicos e faz sugestões nas áreas de

Memória Guaratubana

A família de Guerino Soffiatti e Guido Viaro em Guaratuba, no começo da década de 1940

Publicado em acperalta.blogspot.com

Na foto, do lado esquerdo, de óculos, está meu bisa-vô Guerino Soffiatti. Ao seu lado, a tia-avó Diva Buhrer Soffiatti, minha avó Olga So-ffiatti Biscaia, minha bisavó Rosinha Kluppel Soffiatti e a tia-avó Helena Carolina Soffiatti. No colo de minha bisavó, está minha mãe, Maria do Rocio Soffiatti Bis-caia. Atrás, de chapéu, está o pintor Guido Viaro, amigo da família e que passava al-gumas temporadas hospe-dado na casa de Rosinha e Guerino, em Guaratuba.

Naquele tempo, a tem-porada de praia acontecia no inverno, para fugir do frio curitibano e evitar a “malei-ta” no verão, que infestava nosso litoral e só foi erradi-cada após a segunda guerra mundial, com o despejo aé-reo de toneladas de insetici-

das altamente tóxicos que afetaram a saúde de cente-nas de habitantes do litoral.

Guerino Soffiatti frequen-tava Guaratuba desde a década de 1920, hospedan-do-se com sua família na antiquíssima Pensão An-tonieta, após uma longa e atribulada viagem de trem à Paranaguá e de “diligência” até a Prainha de Caiobá, de onde embarcavam em ca-noas rumo à Guaratuba.

Os Soffiatti adquiriram a sua casa 1930, a qual ain-da existe, defronte à Baía de Guaratuba. A casa vivia cheia de convidados, paren-tes e visitantes.

Segundo minha avó, a cozinha funcionava sem pa-rar, o dia inteiro, para aten-der aos comensais.

Arthur C. Peralta

transporte, meio ambiente e cultura,

As principais propostas da Adetur

- Criar o Fundo Estadual do Turismo e transformar o Con-selho Consultivo de Turismo do Paraná em órgão delibera-tivo, para gestão deste Fundo Estadual e fortalecimento da gestão descentralizada da ati-vidade turística no Paraná;

- Desenvolver estudos es-pecíficos sobre a Conta Satéli-te do Turismo para compreen-der o impacto econômico do turismo no PIB do Litoral e do Estado do Paraná;

- Manutenção e fortaleci-mento da Secretaria de Esta-do do Turismo do Paraná, que atualmente encontra-se suca-teada (fundamental concurso para Turismólogo, aumento do quadro de funcionários e do orçamento para desenvolvi-mento dos produtos turísticos e promoção);

- Criar o Escritório Regional da Secretária Estadual do Tu-rismo em Paranaguá;

- Apoiar e fortalecer as Ins-tâncias de Governança do Tu-rismo no Estado, dentre elas a Adetur Litoral. Criar legislação específica que regulamente o papel das Instâncias de Go-

vernanças Regionais e crie mecanismos facilitadores de captação de recurso estadual para fortalecê-la junto à socie-dade e ao mercado do turismo paranaense;

- De forma contínua, arti-cular a realização de estudos estatísticos dos segmentos e da competitividade do turismo na região;

- De forma contínua, ar-ticular e realizar estudos de demanda turística na região, e que não estão sendo reali-zados desde 2006 comprome-tendo a série histórica estatís-tica;

- Promover a integração dos planos municipais de turismo com as metas e objetivos dos planos Estadual e Nacional de Turismo;

- Promover a atividade tu-rística no Litoral durante o ano todo, tendo como mercados prioritários o turismo domésti-co (Paraná e São Paulo) e o turismo internacional (países do mercosul e Europa). Rea-lizar ações de promoção para profissionais e público-direto;

- Desenvolver parcerias com entidades formadoras (Sistema ‘S’; IES etc.), inves-tindo em programas de for-mação de mão-de-obra e pro-fissionalização da gestão do turismo no Litoral do Paraná;

- Estruturar os produtos turísticos, trabalhando a seg-mentação e roteirização em parceria com a iniciativa pri-vada e em consonância com a regionalização do turismo;

- Construir e/ou melhorar a estrutura dos Postos de Infor-mações Turísticas do Litoral,

turismo apresenta plano para o futuro governador

em parceria com os Municí-pios;

- Capacitar os atendentes dos postos de Informações Turísticas no âmbito regional, promovendo visitas técnicas aos sete municípios;

- Investir na acessibilidade urbana do Litoral do Paraná.

CARTA Aberta da Adetur contém plano de desenvolvimento do turismo regional e propostas de ação para o governador eleito

pODER públIcO

Morro Brejatuba, conhecido como “Morro do Cristo”, em Guaratuba, um dos ícones do litoral

Foto: Priscilla Forone/Sebrae

Page 5: Correio do Litoral Nº 42

correiodolitoral.com 5

desenvolvimento do Paraná passa pelo litoralBR 101 passando pelo Cubatão e Antonina é apontada como principal medida no Plano Estadual de Logística e Transporte do Paraná

lOGÍSTIcA

O Litoral do Paraná mereceu espaço privile-giado na campanha eleitoral de 2010. Não falta-ram propostas para resolver os problemas na se-gurança, na saúde, na educação e no emprego.

O transporte e a logística mereceram alguns parágrafos nos planos de governo e nas promes-sas dos principais candidatos ao governo. Ao fi-nal de quase três meses de campanha eleitoral, todas as generalidades foram ditas e as promes-sas mais conhecidas foram reafirmadas.

No calor da disputa, o detalhamento das ações foi deixado de lado e alguns projetos existentes não puderam receber a devida atenção. Entre eles, os 12 projetos viários anunciados pelo go-vernador Orlando Pessuti em abril e o Pelt (Plano Estadual de Logística e Transporte do Paraná).

Após 3 de outubro, o litoral deverá iniciar uma nova campanha política: convencer o futuro go-vernador a se posicionar a respeito deles.

Paraná 2020O Pelt foi apresentado aos candidatos no dia

16 de agosto. Trata-se de uma parceria entre Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado do Paraná (Sicepot-PR), o Conselho Regional de Engenharia do Paraná (Crea-PR), a Federação das Indústrias do Estado do Para-ná (FIEP) e o Instituto de Engenharia do Paraná (IEP). É um programa de ações para serem rea-lizadas até 2020.

De acordo com as entidades, trata-se de um conjunto de obras que colocaria o Paraná no mesmo ritmo de transformações que acontece no Brasil, com o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento).

LacunaUm dos destaques do Pelt é correção de uma

lacuna na malha viária do Paraná, o único estado que não possui a BR 101.

A proposta seria pavimentar um trecho de 23 km entre Garuva (SC) e Cubatão (Guaratuba), construir outros 23 km do Cubatão à PR 508, em Matinhos. Também seriam abertos 12 km entre a BR 277 e Antonina, readequado o traçado da estrada até a localidade de Cachoeira de Cima (38 km), feita a ligação entre Cachoeira e Alpino (12 km), próximo à divisa com São Paulo, na BR 116. Paralelamente, o Pelt prevê a ligação da PR 508 até Pontal do Sul, em Pontal do Paraná.

Algumas organizações ambientalistas se opõem radicalmente à obra, que iria reduzir dis-tâncias e melhorar a competitividade dos portos paranaenses.

Mas o grande adversário do projeto é a inércia dos governantes. A opinião do presidente do pre-sidente do Sicepot-PR, Sérgio Picinelli, referindo aos três trechos que deveriam ser construídos (em vermelho), “o atraso do Paraná está nesses 50 km e na falta de vontade política de se cons-truir um estado que seja economicamente com-petitivo e viariamente ligado”.

30 de setembro - 2010

Page 6: Correio do Litoral Nº 42

6 correiodolitoral.com30 de setembro - 2010

APPA considera que com algumas mudanças poderá receber navios de passageiros antes da construção de um terminal turístico

Paranaguá quer receber cruzeiros antes de terminalTURISMO

Táxi 24 HorasViagens

(41) 9671-0385 (TIM) – 8512-3099 (Oi) – [email protected]

A administração dos portos do Paraná acredita que Para-naguá pode entrar na escala dos cruzeiros marítimos antes mesmo da construção do ter-minal de passageiros. Na se-mana passada, o gerente de operações da MSC Cruzeiros, Antônio Duarte, fez um levan-tamento técnico das condições do porto para receber navios de passageiros de grande por-te.

A visita é a segunda etapa do projeto de recepção de na-vios de cruzeiros, coordenado pela diretoria empresarial da Appa e que teve início há um mês, quando representantes da Appa estiveram em Santos para visitar a MSC e propor o

Porto de Paranaguá como al-ternativa para a escala de na-vios de cruzeiro.

“Pelo que percebemos, o porto de Paranaguá atende as exigências técnicas para receber um de nossos navios. Fora isso, temos aqui um ele-mento muito importante que é a vontade da administração em receber os cruzeiros e isso conta bastante”, disse Duarte.

Por sua vez a administração dos portos diz que fará o que for preciso para atender as de-mandas das empresas.

Vencida a etapa de qualifi-cação técnica, Duarte expli-cou que é necessário medir o apelo turístico da cidade e da região do entorno do Porto.

Para isso, a Secretaria Esta-dual de Turismo do Paraná e a Fundação Municipal de Tu-rismo farão um levantamento fas alternativas de turismo da região para apresentar à em-presa.

Além da MSC, a Appa reali-zou no último mês uma visita à Inchcape Shipping Servi-ces, empresa líder mundial no agenciamento marítimo que representa 95% dos navios de cruzeiro vindos do exterior e 45% dos navios de cruzeiro que fazem rota apenas no lito-ral do país.

O último navio de passagei-ros que atracou em Parana-guá foi o holandês, Veendam, (fotos) em março deste ano.

Vindo de Punta Del Este, no Uruguai, o navio trazia 1.300 turistas canadenses e ameri-canos e fez escala de 12 ho-

ras em Paranaguá. Parte dos passageiros percorreram ou-tras cidades da região, inclusi-ve as praias.

Recepção aos turistas do Veendam serviu como teste

Sem terminal para passageiros, Porto de Paranaguá terá de adaptar estrutura

Foto: Rodrigo Leal/Appa

Foto: Rodrigo Leal/Appa

Page 7: Correio do Litoral Nº 42

correiodolitoral.com 730 de setembro - 2010

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A Superintendência Fede-ral da Pesca e Aquicultura (SFPA) no Paraná saiu na frente na articulação com os demais órgãos públicos e organizações sociais. O objetivo é unificar todas as políticas, fortalecer as coo-perativas e associações de pescadores para aproveitar melhor os recursos destina-dos ao setor .Em 2011, o orçamento do Ministério da Pesca e Aqui-cultura será 40% maior, sal-tando para mais de R$ 800 milhões.No dia 31 de agosto, órgãos públicos e entidades se reuniram em Curitiba para discutir as ações que serão desenvolvidas em conjunto. Participaram o Instituto de Assessoria para o Desen-volvimento Humano (IADH), o Instituto de Estudos e Assessoria ao Desenvolvi-mento (Ceades), o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Paraná – Emater/PR e a União de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Soli-dária (Unicafes), além de representantes do MPA em Brasília.No dia 5 de novembro, o Ter-ritório da Pesca do Litoral se reúne em Pontal do Paraná para definir as ações que serão desenvolvidas na re-

gião.Após a rodada de reuniões regionais, será realizada nova reunião estadual, nos dias 2 e 3 de dezembro, para detalhar as formas de cooperação entre as entida-des, além de envolver outros parceiros no processo.De acordo com o superin-tendente da pesca e aqui-cultura no Paraná, José Wi-gineski, a sintonia entre as entidades será a chave para a consolidação das políticas estabelecidas. As parcerias firmadas du-rante os encontros se darão nos moldes dos convênios já existentes entre a Ema-ter/PR, Unicafes, Ceades e MPA, nos quais a base se fortalece através do trabalho com associações e coopera-tivas. O objetivo agora é fazer uma troca das informações para que cada entidade sai-ba onde e como a outra está atuando para juntas promo-verem o desenvolvimento dos Territórios da Pesca e Aqüicultura paranaenses.Além do encontro do Litoral, já estão agendados: dias 27 e 28 de setembro , areunião do Território dos Lindeiros ao lago de Itaipu, na cidade de Entre Rios do Oeste; dia 14 de outubro, o debate na região Norte, em Londrina.

Mais dinheiro, parcerias e participação social para a pesca em 2011

O Litoral do Paraná poderá se tornar mais um Território da Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Agrário. O Cordrap (Conselho Regional de Desenvolvimento Rural, Pesqueiro e do Artesanato do Litoral Paranaense) está elaborando um plano de ação para apresentar na próxima reunião do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Cedraf), dia 20 de outubro, em Curitiba.

TerritóriosO Programa Territórios da

Cidadania foi criado em 2008 para levar aos agricultores fa-miliares e assentados os pro-gramas do governo federal e promover o desenvolvimento sustentável.

As ações acontecem com participação popular e inte-gração entre governo fede-ral, estados e municípios. No Paraná apenas as regiões do Cantuquiriguaçu, Norte Pio-neiro, Centro e Vale do Ribeira se constituíram em territórios.

O presidente do Cordrap, Ailson Orlei Moro Camargo, está buscando apoio das pre-feituras, câmaras, universida-des e entidades na elaboração do plano.

ProgramasA vantagem de ser um Ter-

ritório da Cidadania é receber mais recursos e ser incluído em programas nas áreas de Direitos e Desenvolvimento Social (que inclui os progra-mas sociais do governo fede-

ral), Organização Sustentável da Produção (como aquisição de equipamentos, apoio ao as-sociativismo e cooperativismo, apoio à aquicultura e pesca, crédito Pronaf, apoio ao eco-turismo com base comunitária, capacitação de comunidades tradicionais, criação de ban-cos comunitários, qualificação de jovens para o trabalho), Saúde, Saneamento e Acesso à Água, Educação e Cultura, Infraestrutura, Apoio à Gestão Territorial e Ações Fundiárias.

Um território para a cidadaniaCORDRAP quer inserir região em programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário

EXTRATIVISMO

Foto: Ministério do Desenvolvimento Agrário

O prazo para envio de pro-postas dos empreendimentos interessados em participar da chamada pública Talentos do Brasil Rural: Turismo e Agri-cultura Familiar foi prorrogado para o dia 8 de outubro. O edi-tal e o formulário de inscrição

estão disponíveis nos portais dos ministérios do Desenvolvi-mento Agrário (www.mda.gov.br/saf) e do Turismo (www.tu-rismo.gov.br) e Sebrae (www.sebrae-rs.com.br e www.se-brae.com.br).

Serão classificados 101

empreendimentos constituí-dos por agricultores familiares, povos e comunidades tradi-cionais que trabalham com cosméticos, decorativos, arte-sanato, alimentos e bebidas, para ofertarem artigos durante a Copa de 2014.

Chamada pública Talentos do Brasil Rural

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correiodolitoral.com 930 de setembro - 2010

Alunos da Faculdade de Artes do Paraná (FAP), de Curitiba, e da UFPR Litoral, de Matinhos, realizam em outubro e novembro uma oficina sobre cinema com comunidades da região.

As inscrições podem ser feitas no Centro Cultural da Universidade, que fica em frente ao Hospital Nossa Senhora de Navegantes ou pelo e-mail [email protected], informando nome completo, idade, curso, endereço e contato (email e telefone). As oficinas são aber-tas para qualquer pessoa, de qualquer idade.

No dia 1° de outubro será realizada uma primeira sessão aberta para um número maior de pessoas conhecerem o projeto e confirmarem as ins-crições.

O projeto da FAP, deno-minado de “A Experiência do olhar” consiste em promover oficinas para leitura e produção de audiovisuais em comunida-des onde há acesso limitado às obras representativas da identi-dade cultural local, brasileira e latinoamericana.

Os participantes tem a opor-tunidade assistir produções e realizar seus próprios filmes. Quem participar da íntegra do projeto, que tem carga horária de 30h, receberá certificado de curso de extensão pela Faculdade de Artes do Paraná e Seti-PR (Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior).

cONHEcIMENTO

OFICINA de cinema na UFPR Litoral mostra olhar brasileiro e latinoamericano. Comunidade local vai poder produzir seu próprio filme

A experiência de olharmos para nós mesmos

o Filme do Amor

Nos meses de maio e junho, “A Experiência do Olhar” foi levada aos alunos do Colégio Estadual Porto Seguro, de Paranaguá. Ao final das oficinas foi realizada a produção “O Filme do Amor”, que está em fase de edição. Fotos do projeto

Contato na UFPR Litoral: Karla Nascimento CunicoProdutora CulturalUFPR Litoral(41) 3511-8388

Contato com o projeto A Experiência do Olhar:Alexandre Rafael [email protected](41) 9813-1000(41) 3023-4028

Para saber mais acesse aexperienciadoolhar.blogspot.com

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10 correiodolitoral.com30 de setembro - 2010

Diante do amplo debate nacional motivado pela descober-ta de novas reservas de petróleo encontradas na camada de Pré-Sal do litoral brasileiro, prefeitos do Litoral do Paraná, lideranças locais, sociedade civil organizada, representan-tes de entidades empresariais e de trabalhadores portuários e instituições do governo estadual e federal, estiveram reu-nidas no dia 03 de setembro de 2010, na cidade de Antoni-na – Paraná, para participar do seminário “Perspectivas do Desenvolvimento do Litoral Paranaense a partir do Pré-Sal”, organizado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior - SETI.

Durante o evento foram expostas as oportunidades de de-senvolvimento que se vislumbram para o litoral do Paraná em decorrência da nova onda de investimentos desencadea-da pelo esforço de prospecção, transporte e refino do petró-leo. Ficou evidente que a região litorânea poderá ser contem-plada com novos investimentos e muitas empresas também de outras regiões do estado poderão ser positivamente afe-tadas. Mas para que tais perspectivas se concretizem é ne-cessário haver uma forte mobilização estadual para desenhar políticas públicas convergentes com os esforços empresariais dirigidos às cadeias produtivas de Petróleo & Gás e Naval.

As discussões convergiram para um consenso sobre a ne-cessidade premente de uma mobilização entre todos os ato-res locais para a construção de uma estratégia de desenvol-vimento integrado para a região do Litoral do Paraná. Para tanto se deliberou pela formação de um fórum permanente apoiado por um grupo técnico designado pelas autoridades e instituições presentes com a responsabilidade de elaborar um plano mobilizador capaz de alavancar recursos públicos e privados disponíveis em todas as esferas, para o desenvol-vimento do litoral baseado na indústria de petróleo e gás, naval e a extensa gama de diversos serviços correlatos. Foi proposta também a criação de uma Agência de Desenvolvi-mento do Litoral, com o propósito de dar institucionalidade e perenidade às iniciativas de dimensão regional.

A proposta é desenvolver na região litorânea ações coor-denadas que fortaleçam o protagonismo dos atores locais, promovam o potencial das instituições de apoio técnico, en-sino e pesquisa, a capacitação da força de trabalho local, o fomento ao empreendedorismo, a atração de novos empre-endimentos e a capacidade inovadora das empresas voltadas para as inúmeras oportunidades relacionadas ao aproveita-mento dos recursos do Pré-Sal.

Finalmente, ficou evidenciado que para o Litoral do Pa-raná possa de fato inaugurar este novo ciclo de desenvolvi-mento é imprescindível que sejam revistos os entraves am-bientais que hoje restringem a necessária ampliação da atual estrutura portuária. A superação de tais gargalos, combinada ao aperfeiçoamento das vias rodoviárias e ferroviárias, viabi-lizará o surgimento de um moderno complexo multimodal integrando os terminais portuários da baía de Paranaguá, ge-rando desenvolvimento sócio-econômico para todos os mu-nicípios do Litoral do Paraná.

Antonina (PR), 3 de setembro de 2010.

Trabalharam na elaboração desta Carta:Margarete do Nascimento Pacheco, Vereadora da Câmara Muni-

cipal de Antonina; João Carlos Baptista Serra, Associação de Desen-volvimento Sustentável de Antonina (ADEMADAN), Gustavo Fa-naya, da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) e Jean Alberini, Coordenador Técnico da Câmara de Petróleo e Gás do PR.

Carta de Antonina

A Petrobrás conseguiu fa-zer a maior captação de re-cursos da história mundial com R$ 120 bilhões, a União aumentou sua participação na empresa para 48% e está assegurada a distribuição de recursos para programas de combate à pobreza, de enfren-tamento das mudanças climá-ticas e de desenvolvimento da educação, cultura, saúde pública e ciência e tecnologia.

Todo mundo está conten-te – com exceção dos demo--tucanos que achavam o me-lhor dar mais espaço para os investidores privados. Tirando eles, o Brasil inteiro trabalha na perspectiva de socializar os lucros e preparar sua re-gião para atender a demanda do pré-sal.

No Litoral do Paraná, o cli-ma é de otimismo e já existe um plano de investimentos nos portos. Paranaguá, Anto-nina e Pontal do Paraná se-riam os municípios que mais lucrariam.

Na Carta de Antonina (ver ao lado) entidades e órgãos públicos defendem a criação de uma Agência de Desenvol-vimento do Litoral, para que toda a região seja beneficiada. A carta fala da necessidade de desenvolver ações coordena-

das em todo o Litoral, do for-talecimento dos atores locais, promoção das instituições de apoio técnico, ensino e pes-quisa, capacitação da mão de obra local e apoio ao empre-endedorismo.

Pontal e AntoninaSeguindo a Fiep (Federa-

ção das Indústrias do Estado do Paraná), o litoral parana-ense tem potencial para se transformar em um importante ponto de apoio para a explo-ração do pré-sal na Bacia de Santos. A norueguesa Subsea 7 e a italo-argentina Techint já receberam anuência da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), para se instalar em Pontal do Paraná. O município possui tradição na indústria naval, tendo sido sede de empresas que construíram componentes de plataformas para explora-ção de petróleo. Em Pontal, a profundidade natural na beira do cais é de 12 a 14 metros, contra 8 metros do Porto de Paranaguá

A Appa também retomou as conversas sobre a instalação de um novo terminal portuário em Pontal, suspensas pelo ex--governador Roberto Requião. Depois da queda de braço

entre Requião, que queria ins-talar um porto público e um grupo privado, a intenção do governador Orlando Pessuti é somar investimentos públicos e privados no Porto de Pontal.

Para a Appa, Antonina ofe-rece as condições ideais para abrigar plantas industriais, pequenas empresas de re-paro e de apoio à navegação marítima e ainda indústrias metal-mecânicas. No cálculo da administração dos portos, a Petrobras deve instir mais US$ 8 bilhões até o fim de 2013 apenas na região Sul e o Paraná pode ficar com a maior fatia deste bolo.

NacionalizaçãoPara Jean Carlos Alberini,

da Câmara de Petróleo e Gás, o bom relacionamento com o poder público é um dos pon-tos mais importantes para que os empresários paranaenses possam aproveitar melhor as oportunidades. O setor apon-ta para excelentes oportuni-dades de negócios, já que o objetivo do Governo Federal é que 70% dos equipamentos usados no Pré-Sal sejam na-cionais. Para se ter idéia, hoje este índice é de 40% na explo-ração e produção de petróleo e gás”, afirma Alberini.

Foto: Carlos Ruggi

todos na corrida pelo pré-salFUNDO SOCIAL assegura distribuição de recursos, mas desenvolvimento local e criação de empregos depende de projetos e articulação

Porto de Pontal foi disputado por grupo privado e governo Requião a acabou sete anos atrasado

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Av. Paraná, 77 - Garuva (SC) - ao lado do trevo da BR 101 - (47) 3445-2604

A Aldeia Yya Kan Porá inau-gurou no dia 16 de setembro sua Oca-cozinha Comunitária. A aldeia fica no bairro Urubu-quara, em Garuva (SC), e é composta por 24 pessoas.

O projeto da Aldeia Comu-nitária é desenvolvido pela Fundação Padre Luiz Facchini e surgiu quando crianças de algumas tribos morreram de desnutrição, em 2006. Hoje, além de prestar um serviço so-cial e ajuda a divulgar a cultura indígena.

SANTA cATARINA

Atividades do porto muda rotina da tranquila itapoá

Foto: Tecon SC

Ajaf, campeão da 1ª Copa da Liga Itapoense de 2010, vence o Itapoá por 1 X 0 e vai representar a cidade na Copa Norte de 2011.

Liga itapoense em imagens

30 de setembro - 2010

Portêineres são utilizados para carga e descarga dos contêineres

O auxiliar técnico Valcir com a taça de campeão

Futebol FemininoAntes da final, Beira Rio vence o Gol de Placa nos pênaltis

A capitã Rose recebe a taça

Tempero comunitário na Aldeia Yya Kan Porá“Ainda existe muito precon-

ceito em relação ao índio tan-to no Brasil, quanto em Santa Catarina. Para que isso aca-be, é necessário que a popula-ção conheça esse povo”, diz a gerente da Fundação, Tiaraju Facchini.

A alimentação das tribos é baseada na cultura indígena, com pratos típicos a partir do fubá, aipim e farinha de trigo. A maioria dos vegetais que compõem a refeição é planta-da nas comunidades. Toda as

comunidades indígenas locais fazem parte do programa, com “oca-cozinhas” ou com de ces-tas básicas. Na região já são atendidas as aldeias do Morro Alto, em São Francisco do Sul (84 pessoas), Aldeia Conquis-ta, em Barra do Sul (25 pes-soas), Aldeia Yya Kan Porá, em Garuva (24 pessoas), Al-deia da Reta da Iperoba, São Francisco do Sul (40 pesso-as) e Aldeia Tarumã, Araquari (22 pessoas). Totalizando 389 pessoas atendidas.

Nos primeiros dias de no-vembro, a população de Ita-poá já tem um programa de lazer além da praia: assistir a movimentação dos navios chi-neses que trazem gigantescos equipamentos de movimenta-ção de contêineres no porto.

No final de setembro par-tiram, de Xangai, na China, dois navios transportando quatro portêineres e onze transtêineres. Os dois forneci-mentos somam mais de US$ 45 milhões e complementam a aquisição de equipamentos para a operação do Porto Ita-poá, que será inaugurado no dia 22 de dezembro.

A descarga destes equipa-mentos de grande porte dire-tamente no cais do porto vai duarar mais de uma semana.

Na fase finalCom as obras do cais e da

ponte concluídos, pátio com 90% e prédio administrativo com 60% da obra civil, o Porto de Itapoá, se prepara para a inauguração. Em agosto, o di-

retor superintendente do Porto de Itapoá, Gabriel Ribeiro Viei-ra, assinou a ordem de serviço para a pavimentação de sete quilômetros do acesso pela Estrada Municipal José Alves, conhecida como “Estrada da Jaca”, com investimentos de R$ 16 milhões.

Esta via ligará o Porto à SC-415, próxima à Garuva, cuja

obra está sendo realizada pelo Governo do Estado através do Deinfra.

Investimentos adicionais do Porto no valor de R$ 7 mi-lhões contemplam uma linha de transmissão e mais R$ 6,5 milhões para uma subestação de para garantir energia para o funcionamento do empreen-dimento.

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turismo volta sua atenção ao Parati12

VISITA técnica é o primeiro passo para elaboração de projeto de turismo ecológico e comunitário para a região

EXpEDIÇãO

correiodolitoral.com30 de setembro - 2010

Empresários de Guaratuba e Matinhos fizeram no dia 22 de setembro, uma expedição à localidade de Parati para avaliar os atrativos e a infraes-trutura turística da região.

A atividade foi organiza pela Adetur (Agência de Desenvol-vimento do Turismo Susten-tável do Litoral do Paraná), Sebrae/PR e Secretaria de Estado do Turismo.

O grupo de 21 pessoas par-tiu do centro e Guaratuba por volta das 9h30, seguindo via-gem pela baía, onde puderam observar manguezais, aves e algumas instalações para cultivo de ostras. Dois turis-tas, sendo um deles europeu acompanhou o grupo.

O destino foi a Comunida-de Parati, inserida na APA de Guaratuba e que tem como atrativo mais famoso o Salto Parati, localizado no interior do Parque Nacional de Saint--Hilaire/Lange. A administra-ção do parque nacional, que é de responsabilidade do Ins-tituto Chico Mendes de Con-servação da Biodiversidade (ICMBio) e o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) também

participou da visita.A atividade faz parte de

uma série de visitas aos atrati-vos e locais de interesse turís-tico existentes em Guaratuba e têm por objetivo melhorar o conhecimento dos empresá-rios sobre as opções dispo-níveis para o turista e avaliar e os serviços disponíveis em cada local.

PropostasCada instituição participan-

te irá elaborar seus próprios relatórios e propostas, que de-verão ser compartilhados para definição de estratégias de trabalho conjunto. Para o IAP e o ICMBio, que coordenam, respectivamente, o Conselho Gestor da APA e Conselho Consultivo do Parque Saint--Hilaire, os conselhos são os fóruns ideais para elaboração de planos e coordenação de ações que visem o desenvol-vimento do turismo de base comunitária na região. Fazem parte dos conselhos represen-tantes da comunidade do Pa-rati, do setor empresarial, das universidades e dos órgãos governamentais.

Embora esteja inserido na área do parque nacional, o salto ainda está em área par-ticular, pois o processo de in-denização ainda não foi reali-zado.

A visitação depende de au-torização do proprietário e as normas devem passar por um entendimento entre este e ad-ministração do parque.

Conforme o Zoneamen-to Ecológico-Econômico da APA de Guaratuba, o Parati é uma das zonas de conservação, cujas diretri-zes estabelecem:

• Estímulo ao turismo de baixo impacto ambiental;

• Incentivo à produção de artesanato;

• Promoção de alternati-vas econômicas para as co-munidades locais com base na valoração do patrimônio cultural e ambiental da APA;

• Preservação dos sítios arqueológicos, favorecendo a pesquisa científica, o es-tudo e a educação;

• Redução da poluição sonora;

• Proibição de atividades de alto impacto como a prá-tica de motocross.

Entre as atividades per-mitidas estão a agricultu-ra e pecuária em sistema familiar, a implantação de sistemas agroflorestais com espécies nativas, as ativida-des turísticas e recreativas de baixo impacto ambiental.

Salto Parati fica em área particularO destino mais procurado

pelos turistas é o Salto Parati, onde se chega após 30 minu-tos de caminhada por uma tri-lha com trechos íngremes.

Parte do trajeto é feito no interior da mata, onde é pos-sível observar espécies típicas da floresta atlântica como o palmito juçara, bromélias e or-quídeas.

O rio Parati, que empresta o nome à região, nasce na Serra da Prata e se junta ao rio do Ariri e outros que deságuam na parte nordeste da baía de Guaratuba.

A comunidade é compos-ta por cerca de 30 famílias que se distribuem pela área de planície, sem se concen-trar em uma vila. Embora a maioria dos ocupantes esteja na região há várias gerações, muitos deixaram a localidade devido a dificuldade de aces-so aos serviços de educação e saúde, além de questões pro-fissionais.

Os moradores permanen-tes dedicam-se principalmente à pesca e à agricultura, mas as atividades econômicas in-cluem também uma casa de farinha, o cultivo de ostras, ar-tesanato e um bar-restaurante que serve comida caseira.

Situada dentro de uma APA estadual e vizinha a um par-que nacional, a região rece-be visitantes desde antes da criação das Unidades de Con-servação e tem sido assunto de reuniões dos respectivos Conselhos, em especial na Câmara Temática de Turismo do Conselho Gestor da APA.

Além das belezas naturais, possui sambaquis cataloga-dos pelo Patrimônio Cultural do Estado e relevância históri-ca, por ter sido um importante porto que fazia a ligação entre a região das Colônias e o ou-tro lado da baía entre o final do século XIX e início do século XX. Embora um considerável número de pessoas chegue à região em embarcações freta-das e particulares na tempo-rada de verão, o atendimento aos turistas ainda é uma ativi-dade incipiente.

30 famílias espalhadas num paraíso ecológico

Foto: Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange

Foto: Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange

Rios são alguns dos inúmeros atrativos de uma das mais preservadas porções de Mata Atlântica

Fonte: sainthilairelange.blogspot.com