correio do litoral - março de 2010

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Micheletto faz audiência pública em Guaratuba Pontal do Paraná tem semana de descontos para a Terceira Idade O vice-governador Orlando Pessuti reúne-se com peeme- debistas e aliados do litoral, na sexta-feira (12) em Para- naguá. Nas vésperas de assumir o Governo do Paraná por nove meses ele tem percorrido todo o Estado enquanto define os nomes que irão compor sua administração. Em cada região, Pessuti também tem escolhido 10 ou 15 líderes para formar as equipes da campanha eleitoral que começa em julho. O PMDB de Guaratuba fretou um ônibus para levar os militantes. Pág. 3 Pág. 10 Correio do Litoral .com Nº 38 ANO V Março/2010 [email protected] R$ 1,00 Versão impressa – conteúdo inédito Conversamos com um mateiro, cidadão que na visão de alguns dirigentes de órgãos ambientais, vive à margem da lei e do "processo civilizatório". Nosso entrevistado conta como explora e mantém preservado o palmito juçara na APA de Guaratuba, mesmo sem seguir as normas legais. Pág. 8 A foto é meramente ilustrativa. Nosso entrevistado não permitiu ser fotografado "Manejo Caiçara" Todos com Pessuti Pág. 3 Entrevistamos a prefeita de Guara- tuba, Evani Justus, em seu gabinete. A pauta era o projeto de recuperação da balneabilidade na Praia Central. Durante aproximadamente uma hora, pudemos ter uma mostra da rotina de Evani e conhecer alguns dos inúmeros projetos que ela cuida em todos os detalhes. Trazemos com exclusividade como será a reversão dos canais e muitas outras informações. Leia na página 5 Os projetos e a rotina de Evani Justus Rozy Buzinaro. Pág 11 Litoral se úne na saúde Os desafios do novo presidente da Amlipa, Amilton Paulo da Silva. Pág 4 Leia a coluna de Rasca Rodrigues. Pág 6 Meio Ambiente

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Page 1: Correio do Litoral - março de 2010

Micheletto faz audiência pública em Guaratuba

Pontal do Paraná tem semana de descontos para a Terceira Idade

O vice-governador Orlando Pessuti reúne-se com peeme-debistas e aliados do litoral, na sexta-feira (12) em Para-naguá.

Nas vésperas de assumir o Governo do Paraná por nove meses ele tem percorrido todo o Estado enquanto define os nomes que irão compor sua administração. Em cada região, Pessuti também tem escolhido 10 ou 15 líderes para formar as equipes da campanha eleitoral que começa em julho.

O PMDB de Guaratuba fretou um ônibus para levar os militantes. Pág. 3

Pág. 10

Correio do Litoral.comNº 38ANO V Março/2010 [email protected] R$ 1,00

Versão impressa – conteúdo inédito

Conversamos com um mateiro, cidadão que na visão de alguns dirigentes de órgãos ambientais, vive à margem da lei e do "processo civilizatório".

Nosso entrevistado conta como explora e mantém preservado o palmito juçara na APA de Guaratuba, mesmo sem seguir as normas legais. Pág. 8

A foto é meramente ilustrativa. Nosso entrevistado não permitiu ser fotografado

"Manejo Caiçara"

Todos com Pessuti

Pág. 3

Entrevistamos a prefeita de Guara-tuba, Evani Justus, em seu gabinete. A pauta era o projeto de recuperação da balneabilidade na Praia Central.

Durante aproximadamente uma hora, pudemos ter uma mostra da rotina de Evani e conhecer alguns dos inúmeros projetos que ela cuida em todos os detalhes.

Trazemos com exclusividade como será a reversão dos canais e muitas outras informações. Leia na página 5

Os projetos e a rotina de Evani Justus

Rozy Buzinaro.Pág 11

Litoral se úne na saúde

Os desafios do novo presidente da Amlipa, Amilton Paulo da Silva. Pág 4

Leia a coluna de Rasca Rodrigues.

Pág 6

Meio Ambiente

Page 2: Correio do Litoral - março de 2010

Março 20102 correiodolitoral.com

OpiniãO pública

A Prefeitura de São Francisco do Sul abriu a barra do rio Acaray junto à ponte da Enseada. Além do desastre ecológico que causará, a obra é burra e arbitrária.

Os únicos beneficiados pela mudança do curso do rio serão os donos de prédios e casas de luxo construídas ilegalmente à beira da praia. Pela teoria dos vasos comunicantes, a velocidade que a água passará a ter ocasionará ainda mais enchentes nos períodos de maré cheia.

Quem sentirá isso na pele é a população ribeirinha verdadeira, gente pobre que vive no mangue-zal. Estes saberão o que aconteceu quando virem seus barracos sendo tragados pela água salobra do rio Acaray.

Em todos os lugares do mundo, preconiza-se a transferência da população ribeirinha em casos de enchentes dos rios. Como esta é constituída normalmente de gente pobre e sem poder de escolha, são facilmente retiradas das beiras de rios e acomodadas em grandes loteamentos em área segura. Com gente rica, a negociação é bem mais difícil.

Os “proprietários” das constru-ções de prédios e casas de luxo em área de invasão entre o rio e a praia de Ubatuba pressionaram a prefeitura para que tirassem aquele rio horroroso dos seus belos jardins. A prefeitura, acuada por tantas reclamações da população das praias abandonadas, achou por bem atender esse pedido. Fácil, rápido, barato e impactante.

A Ameca, ONG ambientalista, entrou com processo junto ao Ministério Público. A ONG garante que não vai ceder aos inúmeros apelos dos desesperados donos de prédios construídos em área de invasão que vêem o rio como um inimigo e pedem que o processo seja retirado.

Há quem sugira que esses “pro-prietários” obtenham o direito junto aos órgãos legais, de fazer contenção com pedras para evitar a invasão das águas. Outros sugerem que se construa um condomínio popular longe da praia, e para lá sejam transferidos os privilegiados da beira-mar junto com os pobre-zinhos do manguezal.

Secretário Municipal do Meio Ambiente, sr. Cláudio Turick, que tal limpar os tubos de água pluvial todos entupidos de areia e limpar as bocas de lobo? As tubulações da Enseada estão todas obstruídas. O certo não seria uma limpeza periódica?

As casas de maior risco estão em uma área de várzea proibida por lei. Essas construções que estão erradas, não o rio. O rio é o único que está certo, seguindo seu rumo.

Fernanda de Aquino

Fernanda de Aquino é jornalista e escreve a coluna "Correio de S. Chico no Correio do Litoral.com

Solução burra

Correio do Litoral.comEditora Hostal Ltda. - Curitiba - Paraná - CNPJ: 09.192.226/0001-06Editor: Gustavo Aquino (DRT-4586/19/26)Redação: Cynthia Ramos, Jeferson Schuhli e Gustavo AquinoRevisão: Carlos Alfredo GomesDiagramação: Gustavo AquinoEndereço: Rua Nossa Senhora do Rocio, 800, s. 1 Bairro Cohapar - Guaratuba - CEP: 83.280-000Telefones: (41) 3442-2205 / 9156-2803 (Oi)Impressão: Jornal de Londrina / Cia do Impresso - (41) 3255-2089

e-mail: [email protected]

O vice-prefeito de Paranaguá, Fabiano Elias, promove na quinta-feira (11) um debate sobre turismo e inclui a construção da nova linha de trem da Ferroeste.

Fórum de Crescimento Sustentável Baseado no Turismo

Dia: 11/03/2010Hora: 18hLocal: Hotel Camboa, ParanaguáPauta: Palestras sobre o Terminal Marítimo de Passa-geiros, sobre a Copa 2014 e as oportunidades para o Litoral e sobre a 2ª linha férrea Litoral-Curitiba.

Mosaico

Uma reportagem publicada em janeiro no site Correio do Litoral.com sobre a extração de palmito na APA de Guaratuba provocou uma reação indignada do ex-superintendente do Ibama no Paraná, José Álvaro Carneiro. Em conversa por telefone, o homem público procurou nos convencer de que estávamos errados em “defender” os mateiros que retiram palmito nativo para sua subsistência.

De acordo com o ilustre senhor, “o extrativismo é uma ativi-dade sem perspectiva e que não alavanca o progresso onde quer que ocorra”. Para ele, é difícil encontrar uma alternativa econômica para pessoas que “vivem fora do processo civi-lizatório” e “para os que têm espírito de mateiro”, e optaram por “viver isolados”.

Ele ainda disse que “o extrativista não gosta de regras” e “o extrativismo anda de mão dada com ilícitos de toda ordem”. Depois de uma longa conversa, Carneiro concordou em escrever um artigo sobre suas posições.

Como ele não cumpriu o combinado, acabamos publicando uma matéria sobre o diálogo. O assunto acabou repercutindo na imprensa nacional, inclusive no Portal da Imprensa, pertencente à mais tradicional revista sobre jornalismo no Brasil. Também provocou uma série de mensagens indignadas, desta vez em defesa do extrativismo. Uma delas, foi do professor Leandro Francisco do Carmo, da Universidade de São Paulo.

Na falta do artigo, fomos a campo tentar conversar com esta personagem que tem espírito de mateiro e que vive fora do processo civilizatório para entender seu ponto de vista.

Álvaro Carneiro pediu demissão do cargo poucos dias depois de conversar com a reportagem – os motivos foram outros – mas as páginas do jornal e do site continuam abertas a sua manifestação. Pelo que conversamos, Carneiro demonstrou profundo conhecimento da história e da realidade atual do meio ambiente no Litoral.

Por enquanto, oferecemos a você mais um pouco da visão destas pessoas que realmente não são muito apegadas a regras, mas asseguram que promovem a preservação do palmito numa espécie de manejo caiçara da espécie.

Após a pesquisa sobre o palmito – trabalhosa pela raridade de fontes organizadas e concisas – recebemos um e-mail da Dra. Petra Schmidt, pesquisadora do Museu de História Natural, de Karlsruhe, Alemanha.

Dra. Petra solicitou autorização para reproduzir reportagens do site Correio do Litoral.com sobre o palmito e informou que mantém uma página na Internet sobre palmito juçara. Entre tantas informações preciosas, retiramos esta curiosidade a respeito do nome científico (Euterpe edulis), que somamos ao nome tupi-guarani citado na página 8:

Euterpe, a Doadora de Prazeres, do grego eu (bom, bem) e τέρπ-εω ('dar' prazer) em relação ao magnífico aspecto desta palmeira. Ela foi uma das nove musas da mitologia grega, filha de Zeus e Mnemósine e nomeada a musa da música, usando uma flauta; edulis, do latim edulis (comestível).

A página da Dra. Petra Schmidt, em inglês, alemão e por-tuguês é: palmito-info.net

Nossos agradecimentos aos jornais Folha de Matinhos, Jornal do Litoral Paranaense (Pontal do Paraná) e Jornal da Hora (Guaratuba), ao site oficial da Prefeitura de Matinhos, ao site Gazeta de Itapoá, ao site PortoGente (Santos) e à dezenas de veículos de comunicação no Brasil e no exterior por repercutirem matérias do Correio do Litoral.com com o devido crédito.

Por outro lado, alguns jornais e radialistas de Guaratuba simplesmente copiam as matérias na íntegra. Alguns chegam a repetir erros de digitação cometidos por nós.

Espírito de mateiro

Doadora dos Prazeres

Parcerias e plágios na imprensa

Desperdício Zero

A ONG DRS (Desenvolvimento Regional Susten-tável), de Antonina realiza dia 12, uma palestra sobre

Coleta Seletiva do programa estadual "Desperdício Zero"

O evento será das 1h às 17h no Theatro Municipal de Antonina.

A companhia Dueto Cultural de La Curva pro-move de 13 de março a 17 de abril a 1ª Mostra de Teatro e Circo de Morretes. O Duerto é formado pelos atores Fernando Perri e Manon Alves, que há um ano moram e em Morretes onde vêm realizando atividades culturais.

Datas: Sábados - 13, 20 e 27 de março e 3, 10, e 17 de abril - sempre às 20h.Local: Theatro Municipal de MorretesIngressos a R$3,00.

Copa, trem, navio

Vende-se Táxi em Guaratuba: Tratar 9905-1221

Seguro-defesoO Senado finalmente irá votar projeto que con-

cede o benefício do seguro-desemprego a pessoas que trabalham indiretamente na pesca artesanal. Pela legislação atual, somente os pescadores têm direito ao benefício.

Page 3: Correio do Litoral - março de 2010

correiodolitoral.com Março 2010

A entrevista do deputado federal Moacir Micheletto (PMDB-PR) da edição de janeiro, trouxe novas pers-pectivas às comunidades rurais do Litoral do Paraná.

A pedido de leitores encami-nhamos mais três perguntas ao deputado, que é presidente da Comissão Especial sobre o Código Florestal. Uma novi-dade: nova lei deverá exigir que a criação de Unidades de Conservação tenha de passar pelo Congresso. Com isto o projeto do Parque Nacional da Guaricana terá de ser revisto.

O que deverá mudar no Código Florestal?

Micheletto - Como se sabe, o atual Código Florestal Bra-sileiro está em vigor desde 1965. Portanto, tem 45 anos. Nesse período o agronegócio evoluiu, cresceu muito, se modernizou. Enquanto isso, foram se criando um emara-nhado de leis, normas, reso-luções, portarias de diferentes órgãos, como Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Agricultura, Conama, Ins-tituto Chico Mendes, Incra, Funai, secretarias de agri-cultura etc etc, o que tornou a legislação ambiental num verdadeiro samba do crioulo doido, infernizando a vida do produtor rural. Muita coisa precisa mudar nessa legisla-ção ambiental. Essa é uma exigência do setor produtivo e da própria sociedade. E essa comissão especial, da qual sou presidente, foi criada

para propor as mudanças no Código Florestal. Ela está ouvindo todos os segmentos interessados no assunto, por meio de audiências públicas,

para colher informações, ouvir os anseios e receber as propostas e sugestões de mudanças. O que nós queremos é uma legislação moderna que venha conciliar produção com preservação. Isso é possível.

Que alterações o senhor defende?

Micheletto – Estamos exa-minando com toda a acuidade as diferentes propostas e opi-niões. Ainda não concluímos todas as audiências públicas. As mudanças que serão implementadas na legislação ambiental virão com equilíbrio e moderação procurando con-ciliar os diferentes interesses existentes entre o agronegó-cio e o meio ambiente. Essa é a nossa intenção. E vai dar certo. O principal ponto de divergência entre o setor produtivo e os ambientalistas é sobre a reserva legal, que não será mais por proprie-dade, mas no conjunto do estado ou da microbacia hidrográfica. Na propriedade rural não se discute a mata ciliar. Seu aproveitamento será indicado pela tecnologia da Embrapa Floresta, princi-palmente quanto ao manejo auto-sustentável.

E sobre a criação de Uni-dades de Conservação?

Micheletto – Parques flo-restais, unidades de conser-vação, áreas indígenas, áreas de preservação permanente etc. deverão ser criados pelo Congresso Nacional. Estamos debatendo esses assuntos por meio das audi-ências públicas promovidas nos estados e nos biomas. Para você ter uma idéia, a comissão especial já promo-veu até agora, do Oiapoque ao Chuí, 26 audiências públi-cas. Outras estão agendadas para este mês. A ideia é que o relatório final com o parecer do combativo deputado Aldo Rebelo sobre o projeto do novo Código Ambiental fique pronto até o início de março, seja aprovado na Comissão e passe na Câmara Federal e no Senado até abril.

3

Pessuti reúne aliados do LitoralENCONTrO Regional do PMDB será no dia 12 no Clube Seleto, em Paranaguá

A convite do Correio do Litoral.com, o deputado fede-ral Moacir Micheletto fará uma audiência em Guaratuba no dia 12, sobre as mudanças no Código Florestal. A reunião está marcada para as 10h, e será realizada na Comunidade do Cubatão.

Micheletto é presidente da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que estuda mudanças na legisla-ção ambiental. Na função, tem percorrido o Brasil inteiro para

explicar o que vem sendo discu-tido no Congresso e ainda ouvir sugestões da população.

No caso dos municípios abrangidos pela Área de Prote-ção Ambiental (APA) de Guara-tuba, Micheletto considera que os produtores rurais e comu-nidades tradicionais precisam ter maior segurança legal para continuarem subsistindo.

No mesmo dia, à tarde, Micheletto participa de uma reunião para tratar questões relacionadas ao meio ambiente

em Matinhos. No f ina l da ta rde segue para Para-naguá onde par-ticipa, ao lado do vice-governador Orlando Pessuti, do encontro regio-nal do PMDB do Litoral.

Se a agenda possibilitar, participa de mais uma reunião em Guaraqueçaba. No final de semana, o deputado prossegue com audiências públicas pelo Brasil.

Micheletto promove audiência pública dia 12 no Cubatão

O vice-governador Orlando Pessuti vem conversar pessoal-mente com militantes do PMDB do Litoral pouco mais de duas semanas antes de assumir o governo e na fase final de esco-lha da equipe que irá conduzir o estado por nove meses.

Existe uma grande expec-tativa sobre as mudanças que ocorrerão na administração estadual a partir de abril.

Pessuti terá que preencher as vagas deixadas por secretá-rios e diretores que saem para disputar as eleições de outu-bro. Também deverá imprimir sua marca pessoal nos cargos estratégicos, como a Casa Civil e Chefia de Gabinete, além da provável mudança na Liderança de Governo. Ainda deverá inte-grar diversos partidos que se aliam a sua candidatura e rever a participação dos partidos que deixam ou permanecem no governo.

Nos encontros regionais que já realizou, o vice-governador tem dito que irá compor uma equipe representativa de todo o Estado.

Pessuti disse que o governo já tem representantes da maio-ria das regiões, mas que vai ampliar esta prática, para melhor identificar as ações e projetos necessários em cada comunidade. “Todo governante deve procurar compor sua equipe contemplando os mais diferentes segmentos”, decla-rou no site oficial do PMDB do Paraná.

“É lógico que você não pode ficar amarrado a isto, mas a

gente vai procurar companhei-ros e aliados que se somarão a nós nas idéias, nos projetos e nas ações, para que nos ajudem a desenvolver a ação gover-namental”, afirmou. “Então, na hora de formar a equipe, em ocorrendo à saída do governa-dor Requião, vamos procurar ouvir os companheiros de todas as regiões para compor o nosso novo governo”, afirmou.

Campanha regionalizadaAlém das definições no

governo, Pessuti está com-pondo equipes de campanha para todas as regiões. A inten-ção é regionalizar a ação eleito-ral e a formatação do programa de governo do PMDB. Em cada encontro são formadas comissões que irão cordenar as tarefas da campanha de Pessuti para governador.

Em cada região são escolhi-dos entre 10 e 15 líderes para

tocar a campanha a partir de julho.

Os partidos terão de escolher os candidatos até 30 de junho. Só então, começa oficialmente a campanha eleitoral.

CaravanasO encontro regional em

Paranaguá está previsto para começar às 18h30, no Clube Atlético Seleto, na rua Baronesa do Serro Azul, 1361, centro. Caravanas de toda a região deverão engrossar a reunião. O Diretório Municipal de Guara-tuba terá um ônibus para levar os filiados. Ele sairá do Terminal Rodoviário, às 17h.

O encontro do Litoral é um dos últimos da série de 11 reu-niões que começaram no dia 11 de fevereiro em Cascavel. No sábado (13) será a vez da Região Metropolitana de Curi-tiba. No dia 19, a série de encon-tros termina em Maringá.

PARQUES E RESERVAS:Novas UCs terão de

passar pelo Congresso

ELEIÇÕES 2010

Pessuti percorre todo o Estado antes da posse

Foto: amigosdopessuti.blogspot.com

Moacir Micheletto

Page 4: Correio do Litoral - março de 2010

Março 20104 correiodolitoral.com

O deputado estadual Péricles de Mello (PT) quer agilizar a votação do seu projeto de lei que concede isenção da taxa de travessia do ferryboat na baía de Guaratuba a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Paraná - Setor Litoral.

De acordo com a proposta, ficarão liberados de pagar a tarifa veículos pertencentes à UFPR e os veículos dos alu-nos que estejam a serviço da instituição. Para isso, deverão estar inscritos em projetos da instituição.

Vizivali Péricles de Mello comemo-

rou junto a mais de 35 profes-sores e alunos que concluíram o

Programa de Capacitação para Docentes da Faculdade Vizivali e Iesde, a solução definitiva para que tenham os seus diplomas de graduação reconhecidos.

Ficou definido que o Instituto Federal do Paraná (IFPR) vai convalidar as horas-aulas do Programa da Vizivali e ofertar curso de Pedagogia a Distância em telessalas.

Os professores e alunos já aguardam o resultado da sele-ção para a matrícula. Segundo o IFPR, a divisão das telessalas e locais de aulas, serão feitos após concluído todo o processo. O resultado final será divulgado no dia 15 de março de 2010 e o início das aulas está previsto para o final de março, com duração de um semestre.

Isenção do ferryboat para UFPr

Um projeto de extensão na UFPR Litoral e começou a mudar a vida de um grupo de idosos em Matinhos.

Eles aprenderam a utilizar a Internet e operar ferramentas como editor de texto. Também receberam orientações sobre uso de celulares e câmeras digitais.

“(Com a Internet) eles conseguiram ver um mundo muito além de uma sala de aula, puderam se comunicar com os filhos, amigos e outros familiares distantes”, informa um texto elaborado pelas aca-dêmicas Rayana Correa, do curso de Ciências, e Izabela Pichinin Bertola, do curso de Fisioterapia.

Tudo começou com um projeto de extensão que enfo-cava a prática de exercícios de alongamento e fortalecimento, para prevenção de diversos agravos consequentes do enve-lhecimento. “Muitos dos idosos se sentiam rejuvenescidos por tais práticas, e especialmente, por elas se darem no campus da universidade. Assim, a demanda por novas atividades começou a surgir espontanea-mente a partir de seus relatos. Uma das maiores demandas

era em relação à inclusão digi-tal”, relaatam.

“Acredita-se que com este projeto, além de permitir que os idosos apreendam conheci-mentos na área digital, possam ter um espaço de socialização e convívio", afirma o texto. “Por meio desse trabalho conquistaram seus primeiros passos no mundo digital com o apoio dos professores coor-denadores do projeto, Marcos Claudio Signorelli e Jackson Góis.

InscriçõesO curso proseguirá no pri-

meiro semestre de 2010 com duas turmas: curso básico para quem ainda não sabe utilizar aparelhos digitais e outra para os que já concluíram o primeiro módulo em 2009.

Este ano, com o início de fun-cionamento do curso de Infor-mática e Cidadania, o projeto tende a ganhar mais força, com a participação dos professores e alunos deste curso

As inscrições iniciam no dia 9, das 14h às 17horas, na sede da UFPR Litoral, em Matinhos. As vagas são para pessoas com 60 anos ou mais. Fonte e foto: Izabela Pichinin Bertola e Rayana Correa

AMLIPA

O desafio de fazer o Litoral brigar junto AMILTON Paulo da Silva assume presidência da Amlipa com a missão de avançar na articulação política regional em ano eleitoral

Inclusão digital não tem idade

O prefeito de Morretes, Amil-ton Paulo da Silva (PT), assu-miu, em janeiro, a presidência da Amlipa (Associação dos Municípios do Litoral Parana-ense) com a missão de implan-tar o Consórcio Intermunicipal de Saúde e colocar em prática o projeto de desenvolvimento regional.

O Consórcio de Saúde foi uma proposta sua que começou a ser discutida em 2009 sob a presidência da prefeita de Gua-ratuba, Evani Justus. Durante um ano, prefeitos e secretários puderam conhecer melhor a realidade do setor de saúde de cada um dos municípios.

De acordo com Amilton, o trabalho político dos prefeitos está praticamente concluído. O consórcio hoje depende da organização dos secretários municipais para começar a funcionar este ano. A sede administrativa já está definida: a cidade de Paranaguá, que além de ter mais da metade da população da região, abriga o Hospital Regional do Litoral.

Agência do LitoralA segunda tarefa do presi-

dente da Amlipa no mandato de um ano será avançar na criação da Agência de Desenvolvimento do Litoral. A instituição terá função de incentivar atividades empresariais e elaborar projetos de geração de emprego e renda. Também poderá funcionar como um birô de projetos para os municípios participarem de programas dos governos esta-dual e federal e de organsmos internacionais.

Um trabalho imediato será conseguir implantar um calen-dário turístico unificado, uma intenção dos prefeitos que não obteve resultado em 2009.

Na opinião de Amilton, os prefeitos da região estão mais unidos do que nunca, segundo ele, graças em parte ao trabalho desenvolvido por Evani Justus, “num ano difícil que foi 2009”.

“A queda dos recursos atingiu a todos, principalmente Morre-tes, Antonina e Guaraqueçaba, que são os que mais dependem de repasses da União; 2010 já está sendo bem melhor”, analisa.

O presidente da Amlipa tem indícios fortes de que o ano será muito positivo para o Litoral em termos de projetos e obras públicas. “Além da melhora nos repasses em comparação com 2009, teremos reali-zações em todas os setores. O PAC das Cidades Históricas, por exemplo, vai beneficiar quatro cidades. Paranaguá já está bem adian-tada no seu projeto de revitalização do

Centro Histórico, Antonina deverá receber R$ 5 milhões, Guaratuba almeja R$ 7 milhões e nós estamos solicitando R$ 8 milhões”, disse.

Em relação a Morretes, o pre-feito tem motivos de sobra para acreditar em um ano especial. “Com todas as dificuldades que tivemos conseguimos iniciar obras importantes e conquistar muitos recursos”, afirmou.

Na extensa lista de proje-tos constam R$ 8 milhões do Prodetur para asfaltamento da estrada de Barreiros, constru-ção de quilômetros de ciclovias, restauração de prédios histó-ricos, pavimentação na área rural, construção de creches, moradias do programa “Minha Casa, Minha Vida” etc.

Modo PetistaEntre as realizações do “ano

difícil”, Amilton destaca a organi-zação da finanças públicas. Mas para ele, algumas ações que não custaram um centavo dos cofres municipais talvez tenham afetado mais a vida de muitos cidadãos e são o exemplo do “modo petista de governar”.

– Com trabalho, organização e foco no social conseguimos aumentar o número de pessoas beneficiadas pelo Programa Bolsa Família. Quando assu-mimos, aproximadamente 550 famílias recebiam o benefício. Hoje já passam de 1.2000 famí-lias”, conta Amilton.

Os prefeitos da Amlipa tem pela frente o grande desafio de concliar interesses locais, culturais e empresariais eles terão de superar divergên-cias políticas e restrições administrativas de um ano de eleições.

Um primeiro teste desta capacidade de articulação é o enfrentamento que se avizinha com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), repre-sentado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Em entrevista para o Correio do Litoral, Amilton assegurou que a discussão sobre as duas unidades de conservação será tratado em bloco pela pela Amlipa. No momento, a prefeitura de Guaratuba vem se batendo sozinha contra a implan-tação do Parque Nacional da Guaricana e a prefeitura de Antonina vem fazendo oposição isolada à Reserva Biológica de Bom Jesus. Os dois projetos caminham jun-tos nos escritórios do ICMBio e do MMA e abrangem ainda Morretes (Guaricana) e Gua-raqueçaba (Bom Jesus).

Apostas para 2010

Amilton Paulo da Silva

Atuação conjunta frente

ao ICMBio

Page 5: Correio do Litoral - março de 2010

Março 2010 5

A prefeita Evani Justus rece-beu a reportagem na antessala de seu gabinete com imensa simpatia e, enquanto se dirigia para sua mesa, já começou a falar de seus projetos e ações para aquele dia, uma quarta-feira do início de fevereiro.

A pauta do Correio do Litoral eram os projetos de revitaliza-ção da orla e de recuperação da balneabilidade na Praia Central, que teve R$ 7,2 milhões liberados pelo governo federal (leia aomlado). Mas acabamos-tantas informações que não couberam neste espaço.

Naquele dia, Evani Justus estava encaminhando um pro-jeto de gestão no Departamento de Esportes, a exemplo do que foi feito na Secretaria Municipal de Saúde, onde os responsá-veis por setores formam um colegiado, decidem em conjunto e tratam das questões mais importantes diretamente com a prefeita.

No esporte, a gestão cole-giada buscaria maior envolvi-mento da comunidade e apoio aos projetos e escolinhas que já existem na cidade. Uma das ideias que a prefeita tinha em mente naquela manhã era o taekwondo, que pode ser um instrumento de política social e, na sua opinião, também uma forma de descobrir talentos e formar atletas de ponta em Guaratuba.

DiálogoAinda na agenda do dia, a

definição sobre o trabalho da Secretaria do Bem Estar Social de articulação com as asso-ciações de bairros. “Estamos realizando obras em toda a cidade que são urgentes, como a pavimentação de ruas. Agora queremos saber quais as próxi-mas demandas da população, o que falta, o que as comunidades esperam”, explicou.

Além de institucionalizar os canais de comunicação com as comunidades, Evani Justus assegura que não descuida da atenção pessoal aos cida-dãos. “Não deixo de retornar nenhum pedido ou sugestão. Primeiro porque seria uma falta de educação. Segundo porque é uma obrigação do agente

público, com ou sem mandato, dar publicidade e satisfação de seus atos”.

CâmaraA postura já rendeu resul-

tados políticos. “Muitos ex-adversários hoje estão do nosso lado”, comenta. “Procuro dividir responsabilidade e dele-gar poderes. Com a Câmara de Vereadores, por exemplo, temos um relacionamento exce-lente. Discuto pessoalmente cada projeto que encaminho ao Legislativo. Nunca levo uma proposta pronta, que não possa ser discutida e melhorada”, garantiu.

ProjetosOutro projeto na sua pauta

daquele dia era o curso de formação e qualificação de mão-de-obra, como a escola de costura que deverá ser instalada no prédio da antiga Bibioteca Municipal, na rua capitão João Pedro. “Além de gerar renda para as pessoas, o município vai ganhar, pois poderá produzir uniformes para todas as escolas com um custo bem menor”, disse. De acordo com a prefeita, os equipamen-tos foram conseguidos através do Provopar estadual (mesas, máquinas de costura e de over-lock etc).

Ao falar do curso, a prefeita emendou com outro projeto na mesma rua, a academia de ginástica para a 3º idade no ancoradouro da baía. “Todos

Com a mesa repleta de projetos e de fé

os equipamento do Governo do Estado já estão disponí-veis, assim como projeto de urba-nização do local e de acompanha-mento médico e físico dos idosos. Falta a liberação da SPU (Secretaria de Patrimônio da União), que espe-ramos há meses”, disse. Apesar da demora na burocra-cia, a prefeita não reclama. “Muitas

vezes as pessoas também esperam que eu dê respostas e soluções mais rápidas, mas o controlador público está submetido a diversas leis. Não tem como comparar uma administração do passado com a do século XXI. Hoje não basta apenas ter vontade para resol-ver, é preciso seguir todos os trâmites. Isto tem um lado muito positivo que é controle sobre os recursos públicos e sobre os administradores”, comen-tou. “Este controle, assim com liberdade de imprensa, é bom para o próprio político”.

Tantos assuntos

Antes de tratar do assunto da entrevista, a prefeita falou da ampliação dos postos de saúde, da construção de ciclovias, do projeto de reciclagem de lixo com participação dos alunos da rede pública, respondeu sobre as vagas nas creches (leia na página 9), falou sobre a Amlipa e sobre o Parque Nacional da Guaricana (leia na página 3)

Durante a conversa de apro-ximadamente uma hora, Evani Justus fez questão de demons-trar sua fé religiosa em cada frase e nas imagens de Nossa Senhora sobre sua mesa.

PrEFEITA de Guaratuba garante que não deixa pedido algum sem resposta: "Primeiro porque é falta de educação", justifica.

Foto: Assessoria de Comunicação

No final de janeiro, a pré-candidata ao Senado pelo PT, Gleisi Hoffmann, veio a Gua-ratuba anunciar pessoalmente a liberação de R$ 7,3 milhões para revitalização da orla e recuperação da balneabiidade da Praia Central.

Os recursos são dividos em R$ 4,8 milhões para a orla e R$ 2,5 milhões para balnea-bilidade.

Gleisi disse que a conquista foi resultado da ida da prefeita Evani Justus à Brasília em 2009, que ao lado de outras 28 prefeitas, seguiu um roteiro traçado por Gleisi em diversos ministérios, inclusive com a ministra-chefe da casa Civil, Dilma Roussef, e com o minis-tro do Planejamento, Paulo Bernardo.

A conquista das verbas também teve o dedo do deputado Nelson Justus, que levou um projeto alternativo para resolver o lançamento de águas contaminadas na praia.

Foi justamente este projeto e o seu reduzido custo que convenceu definitivamanete as autoridades do governo federal a liberar o dinheiro.

A prefeita Evani e o diretor de Meio Ambiente de Guara-tuba, Vicente Variani, expli-caram deta-lhes do pro-jeto para o Correio.

Todas as s o l u ç õ e s c o n s i s t e m em impedir que as águas de córregos, rios e galarias de águas da chuva conti-nuem desem-bocando na praia. Não se trata de esgoto mas são águas conta-minadas por ligações irregu-lares e sujeira produzida pela população.

A proposta apresentada

pela prefeitura e aprovada é uma alternativa ao projeto anterior de instalação de emissários submarinos. Este projeto consistia em ligar os canais desembocam nas praias a tubos que levariam as águas a 200 metros da praia. O custo do projeto ficaria em torno de R$ 10 milhões.

De acordo com Vicente Variani, além do valor elevado, o resultado poderia ser desas-troso para o meio ambiente. Mapa do relevo marítimo do litoral de Guaratuba demonstra que a esta distância, a profun-didade é de apenas 3,2 metros. Variani também explica que em frente à praia de Caieiras, a profundidade é inferior a 2 metros até 1,3 Km de distância. A 3 quilômetros de Caieiras a profundidade varia entre 3 e 6 metros. Como as correntes marítimas seguem em direção ao norte, as águas que seriam lançadas pela tubulação fica-riam represadas na praia.

A solução então seria levar os tubos a mais de 2 Km da praia, onde aprofundidade é superior a 10 metros. O custo deste projeto, segundo Variani, chegaria a R$ 45 milhões.

Já o projeto aprovado, con-siste em desviar os canais que desembocam na praia para a baía de Guara-tuba. Com ajuda de quatro esta-ções bombea-doras, as águas são levadas até a estação de tratamento da Sanepar onde recebem um t r a t a m e n t o básico.

D a e s t a -ção, as águas s e g u e m e m

direção ao rio Bogaçu Mirim, no mesmo ponto onde a Sane-par lança as águas tratadas na estação. O rio desemboca na baía de Guaratuba.

Reversão dos canais para melhorar a balneabilidade

correiodolitoral.com

ENTREVISTA

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Março 20106 correiodolitoral.com

BICHO AMIGO Convoco todos os defensores e portadores de ani-

mais para o aproveitarem uma oportunidade única: debater a política voltada aos animais. No próximo dia 9 começa o Encontro Nacional sobre Políticas de Conservação e Gestão da Fauna, em Curitiba. Entre os temas que serão discutidos estão: Conservação de espécies ameaçadas, Planos de controle de espécies exóticas no Paraná e Situação das Espécies Exóticas Invasoras no Brasil. Mais informações no site www.iap.pr.gov.br.

FAZENDO ECO O mês de março será o mês das águas no Paraná,

depois de muito trabalho, lançaremos, de forma inédita, o Plano Estadual de Recursos Hídricos nas principais regiões do Estado. Dia 8 será a vez de Toledo, dia 10 em Londrina, dia 18 Paranavaí e dia 19 em Guarapuava. O plano traz as diretrizes e estratégias para conservação e gestão dos recursos hídricos paranaenses, trazendo cenários relacionados a cheias, secas, poluição das cidades, saneamento e vazão dos rios. Todos são con-vidados e devem participar!

AMBIENTE LEGAL Um aviso aos pescadores do Paraná, desde dia 1°

de março a pesca volta a ser liberada nos maiores rios do Estado. Isto por que, o período de reprodução dos peixes (Piracema), que ocorre entre os dias 1° de novembro e 28 de fevereiro, para proteger os estoques pesqueiros do Paraná terminou. Quem é pescador de verdade sabe da importância desta medida. Vale lem-brar que a pesca deve ser feita seguindo a legislação para evitar autuações e garantir o estoque pesqueiro nos rios do Paraná.

DESPERDÍCIO ZERO Estive em Guarapuava e Foz do Iguaçu, nesta semana,

junto com os parceiros da Tetra Pak, onde entregamos prensas e equipamentos para as associações de cole-tores municipais. Com o novo equipamento esperamos aumentar consideravelmente o volume de lixo reciclado e oferecer condições sociais e econômicas para os reci-cladores. É um grande passo para aumentarmos a vida útil dos aterros sanitários, gerando emprego e renda.

ECODICA Conserte vazamentos de água e torneiras que ficam

pingando. Você economiza 1.380 litros de água por mês.

A Secretaria de Agricul-tura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA) abriu no dia 1º de março a Chamada de Seleção de Redes e Empre-endimentos da Agricultura Familiar para o 5º Salão do Turismo – Roteiros do Brasil. As inscrições vão até 19 de março. A Chamada e o formu-lário estão disponíveis no site www.mda.gov.br/saf. Serão selecionados 18 empreendi-mentos e 9 redes.

O 5º Salão do Turismo será realizado de 26 a 30 de maio, em São Paulo. Os seleciona-dos irão expor, e comerciali-zar seus produtos durante os cinco dias da feira no espaço denominado Mercado da Agricultura Familiar.

Entre as exigências para a seleção estão o ser uma rede ou empreendimento da agricultura familiar de acordo com os critérios do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pro-naf); atender às exigências fiscais e sanitárias e possuir capacidade de oferta nacio-nal.

CertificaçãoSerão priorizados produ-

tos orgânicos certificados (por meio de certificadoras reconhecidas nacional e/ou internacionalmente, ou por Sistemas Participativos de Garantia da Qualidade Orgânica); produtos da Socio-biodiversidade (gerados a partir de recursos da biodi-versidade, voltados à forma-ção de cadeias produtivas de interesse dos povos e comunidades tradicionais e de agricultores familiares, que promovam a manutenção e valorização de suas práticas e saberes, e assegurem os direitos decorrentes, gerando renda e promovendo a melho-ria de sua qualidade de vida e do ambiente em que vivem), entre outros.

Turismo e agricultura familiar

Foto: Gustavo Aquino

Um olhar clínico sobre a costa sul do Brasil

PARTICIPAÇÃO

O médico veterinário Adal-berto Eberhard percorreu, entre 2005 e 2007, 89 municípios do litoral do Paraná, Santa Catar-ina e Rio Grande do Sul.

Eberhard rodou 11 mil quilômetros solitariamente em seu veículo Gol, ano 1989. O diagnóstico alarmante ele concluiu no final de 2009 e encaminhou à Fundação Avina, patrocinadora da aventura.

Uma das melhores notícias para o Paraná é que o seu litoral é o que tem mais áreas preservadas, apesar de ser o menor em extensão territorial. O ambientalista visitou mais de 200 lagoas, lagunas, banhados e baías. “Nenhum ambiente visi-tado está 100% íntegro”, disse Eberhard ao site “O Eco”.

O pesquisador percebeu em campo que as áreas em condições razoáveis de conser-vação, listadas pelo Ministério do Meio Ambiente, são em sua maioria pequenas, vulneráveis, ilhadas e em processo de degradação por efeitos de borda, avanço da agropecuária, alterações hídricas, poluição ou

ocupação urbana, sem exem-plares representativos da fauna nativa.

Durante a viagem, o vet-erinário buscou contato com organizações da sociedade civil e do poder público para obter informações. Constatou que o terreno está árido neste sentido. Eberhard constatou que o próprio poder público, especialmente nas cidades menores, sequer tinha con-hecimento do que havia em termos de natureza em sua própria extensão territorial, muito menos estratégias para conservá-la.

Eberhard buscou as prefeitu-ras para saber o que elas estão fazendo e o que podem mel-horar em sua gestão ambiental. “Nenhum município conhecia o material que era dele mesmo. Eu fazia perguntas, e não obtive nem 1% de retorno. Apesar disso, entre os técnicos, vi muita gente bem intencionada, mas nada de concreto como postura dos municípios. É preciso criar mecanismos de fortalecimento dessas iniciativas pontuais”.

Baía de Guaratuba, vista pelo Barco-Escola do Instituto Guajú

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correiodolitoral.com Março 2010 7

Artesãos e orga-nizações ligadas à pesca artesanal serão os reporesentantes do Litoral do Paraná na II Mostra Nacional de Desenvolvimento Regional, organizada pelo Ministério da Integração Nacio-nal (MIN), em Flo-rianópolis de 10 a 14 de março.

O encontro terá a presença do presi-dente Luiz Inácio Lula da Silva e ainda do governa-dor Roberto Requião, que terá durante o evento uma reunião do Codesul (Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul), junto com os governadores de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.

Guaratuba será representada pela Associação de Curtidores Artesanais de Pele de Peixe Ryo & Mar, que terá uma estande e ainda espaço nas discussões. No dia 12, às 8h, Angela Sfen-drich fará a apresentação do projeto que foi aprovado pelo MIN num painel sobre Projetos Inovadores.

Ao todo, o litoral paranaense leverá 20 pessoas que partici-pam de projetos apoiados pelo MIN. A participação local está sendo organizada pelo Cordrap (Conselho Regional de Desen-volvimento Rural, Pesqueiro e do Artesanato do Litoral Para-naense). Seu presidente, Ailson Orlei Moro Camargo, cuida pessoalmente da organização da caravana.

A mostra, realizada no Centro de Convenções de Florianópolis (SC), tem o objetivo de reunir e mobilizar segmentos da socie-dade para discutir políticas públicas para o desenvolvi-mento regional.

O evento foi planejado segundo quatro eixos temáti-

cos: governança democrática, inclusão produtiva, meio ambi-ente e vida sustentável, intera-ção latinoamericana e Brasil-Europa.

Esta será a segunda edição do evento. Em 2009, a Mostra Nacional de Desenvolvimento Regional aconteceu em Salva-dor (BA).

As atividades contarão com a Mostra de Produtos, onde o público poderá adquirir produtos associados ao desenvolvimento regional, como artesanato, produtos da agricultura famil-iar, etc. A Mostra institucional permitirá ao público conhecer ações e programas do Minis-tério da Integração Nacional, vinculadas e parceiros. A Mostra cultural: onde o público poderá desfrutar da diversidade cultural brasileira. O Congresso Interna-cional contará com palestras, painéis temáticos, apresenta-ções e debates de experiências concretas, oficinas e minicursos que oferecerão oportunidade para o debate e consolidação de conhecimentos sobre o tema desenvolvimento regional.

A Rodada de Negócios serão encontros agendados com empresários vinculados aos setores apoiados pelos programas de desenvolvimento regional.

Durante a II Mostra Nacional de Desenvolvimento Regional será lançada a Comunidade Virtual de Desen-volvimento Regional (IntegraRegio).

A IntegraRegio possibilitará a sistematização em rede, por meio de um software, de todos os colaboradores que atuam na área de desenvolvimento regional, permitindo que eles contribuam de forma ativa com projetos desen-volvidos neste âmbito, dentro e fora do Governo.

O sistema será coordenado pela Secretaria de Políti-cas de Desenvolvimento Regional (SDR) do Ministério da Integração Nacional, e integra o Sistema Nacional de Informações em Desenvolvimento Regional (SNIDR).

O cadastramento dos colaboradores será iniciado durante a Mostra, após uma apresentação do site e de suas funcionalidades no dia 11 de março, às 8 horas.

Segundo o secretário da SDR, Henrique Villa, o objetivo da Comunidade Virtual é utilizar os conhecimentos do desenvolvimento regional existentes para melhor embasar decisões de políticas públicas, além de integrar pessoas e instituições que buscam a redução das desigualdades regionais brasileiras.

Comunidade virtual

PARTICIPAÇÃO

Uma janela para o artesanato do LitoralCOrDrAP prioriza atividades sustentáveis na representação do Litoral do Paraná na II Mostra Nacional de Desenvolvimento Regional

Durante a II Mostra de Desenvolv imento Regional, será realizada a Rodada de Negócios. A rodada tem como prin-cipais objetivos facilitar a aproximação e o inter-câmbio comercial e tec-nológico entre empresas; estimular parcerias; des-pertar o interesse comer-cial comum; possibilitar o acesso a novos mercados; e aproximar ofertantes e demandantes de produtos e serviços.

Os produtos comer-cializados são de vários segmentos, entre eles, alimentos, bebidas, mel, confecção, jóias e arte-sanato. Associações de lojistas, de supermerca-dos e várias cooperativas participam da Rodada de Negócios.

No primeiro dia da Mostra (10/03), os par-ticipantes inscritos para a Rodada de Negócios serão capacitados por um consultor do Sebrae, com o objetivo de alcançarem um melhor aproveitamento durante as negociações .

Os empreendimentos participantes da rodada de negócios deverão, ainda, possuir capacidade de produção e de logística para realizar a entrega dos produtos e ter os registros sanitário e fiscal para realizar negócios com os potenciais compradores.

Fonte e fotos: Ministério da Integração Nacional

Rodada de negócios e opoRtunidades

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Março 20108 correiodolitoral.com

Mateiro: "O maior inimigo do palmito é a lei"CONVErSAMOS com um agricultor-extrativista que prefere se chamar de mateiro e explica como é a "ecologia caiçara"

Um cidadão anônimo tem o privilégio de morar dentro da maior remanescente de Mata Atlântica do Brasil e num dos biomas mais importantes do planeta: a Área de Proteção Ambiental de Guaratuba.

O cidadão aparece sem nome nesta reportagem porque não quer ser preso por crime ambiental. O crime: faz replantio de palmito e mantém a espécie preservada em sua pequena propriedade e ainda em algu-mas matas próximas. Não diz quantos pés chega a colher, mas diz que ganha entre R$ 100 e R$ 300 por mês com a atividade.

O manejo com o corte e replantio assegura a perpetua-ção da juçara, incluída na lista de espécies ameaçadas de extinção, e ainda o sustento de centenas de famílias do litoral do Paraná.

Anônimo conta que tem banana, mandioca, taiá (inhame) e palmito na propriedade, mas é o último que dá mais lucro.

Como não quer perder a fonte de renda, diz que está sempre replantando pelo menos o dobro do que derruba. Este manejo caiçara existe séculos antes da criação de leis ambientais que protegem as espécies e penalizam os preservadores nativos.

“Faço o replantio com mudas que é mais rápido e eu posso continuar meu pequeno cultivo clandestino”, conta. “Mas se você simplesmente não cortar com exagero, o palmito cresce por conta própria”, assegura.

“Um pé de palmito dá 5 mil sementes por ano. Se você espalhar bem nos lugares certos e vingar 1%, dá, dá, 50 pés de palmitos por ano. É palmito que não acaba mais”. “Se você plantar mais do que derruba, vai durar para sempre”, assegura.

De acordo com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que fez diversas semeaduras aéreas de juçara, cerca de 60% das sementes lançadas de helicóptero sobre a Mata Atlântica se transformam em árvores adultas.

O agricultor e extrativista garante que segundo maior inimigo da proliferação dos palmitos é a árvore mais velha que não dá tantos frutos e ainda impede que outras cresçam ao seu redor. “Se passar do ponto de corte, que é entre cinco e oito anos, um abraço. A planta não dá mais palmito e nem adianta germinar na sua sombra”.

– E o maior inimigo?, per-guntamos:

– Quem mais prejudica o palmito é a lei. Como não pode derrubar e replantar, quem vê um pézinho nascendo na sua propriedade já trata de matar o mal pela raiz. Igual que fazem com os pinheiros, tascou.

Nosso cidadão conta que até seu cultivo de mandioca já está ameaçado pelas leis. “A gente planta por onde dá, no mei do mato mesmo. Mas se algum fiscal ver, vai me multar. Vai ter de fazer o cultivo organizado, como se fosse agribusiness”, disse, em inglês mesmo.

Apesar da proibição da extração de palmito juçara, assim como o "manejo caiçara", são permitidos seu cultivo e colheita.

Quem opta pela palmeira juçara para uma produção industrial arca com todos os custos da espécie nobre e pouco pro-dutiva. Uma muda já chega ao solo com um custo de cerca de r$ 1,20. Depois tem de esperar pelo menos cinco anos.

Com todos os percalços e burocracias, a atividade assegura a manutenção da espécie nativa na Mata Atlântica

Uma das alternativas econômicas para a preser-vação da juçara está sendo desenvolvido em Antonina pela comidade de Cacho-eiracom apoio do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná). Trata-se da colheita e beneficiamento do fruto, o açaí de juçara.

O fruto pode ser utilizado em bebidas energéticas, sucos, produtos nutracêu-ticos, cosméticos, entre outros.

A comunidade já possui equipamento para a pro-dução e armazenamento mas eles fazem parte de um projeto-piloto. Ainda não tem dimensão para absorver a produção da região. Em Garuva (SC) também existe uma fábrica de polpa de suco de açaí, mas que só compra a produção de três meses de Guaratuba e região.

Açaí ainda é um sonho

Todos os palmitosUma palmeira juçara

(Euterpe eudulis Martius) leva entre 5 e 8 anos para produzir uma polpa que rende cerca de 600 gramas, ou dois vidros de palmito (de 300 g cada), em tolete e mais um vidro de palmito picado. É a espécie de palmeira mais ameaçada.

Já a palmeira real austra-liana (Archontophoenix ale-xandrae e A. cunninghamiana), considerada uma alternativa para evitar a extinção da juçara, leva entre três e quatro anos para produzir, mas só rende cerca de 200 gramas de palmito e mais um vidro de palmito picado. Pode ser explorada livremente sem a necessidade de projetos e licenças, por não pertencer à flora brasileira.

A pupunha (Bactris gasi-paes Kunt) ou pupunheira é a palmeira mais produtiva. mas o sabor de seu palmito é bem menos apreciado. Um

pé demora de 1 ano e meio a dois anos para produzir e rende o mesmo que uma palmeira juçara. Sua maior vantagem é que rebrota na base por isto não precisa ser derrubado como a juçara.

AçaíTambém há diferenças entre

os frutos da juçara e do açai-zeiro, ou açaí, que tem duas espécies (Euterpe oleracea Martius e Euterpe precatoria Martius). A segunda também é muito valorizada pelo seu pal-mito. Ambas rebrotam da base como a pupunha. Podem ser podadas em intervalos entre 2 e 3 anos.

Seu fruto é um pouco menos doce que a da juçara mas não azeda com o tempo como este. por estas característica é mais apreciado.

Além do suco, o açai é uti-lizado no preparo de cremes, sorvetes, licores, geléias, bom-bons ou para fazer o tradicional vinho de açaí que é consumido no norte do Brasil.

Juçara ou jussara?

O nome da palmeira nativa que dá palmito passou a ser escrito com “ç” na Reforma Ortográfica de 1970, que estabeleceu a norma para todas as palavras com origem indígena. A regra ainda é ignorada e o próprio Correio do litoral.com já escreveu errado, com “ss”. Juçara, em tupi-guarani significa "tronco de árvore"

Estas imagens são meramente ilustrativas. Nosso entrevistado não se deixou fotografar "Nem de costas".

SUSTENTABILIDADE

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correiodolitoral.com Março 2010 9

O processo de criação do Parque Estadual do Acaraí, em São Francisco do Sul (SC), parece um novela que nunca acaba. Criado em 2005, até hoje não saiu do papel, mesmo com todo o empenho do Fatma (Fundação do Meio Ambiente) e a Ameca (Associação de Movi-mento Ecológico Carijós).

A briga judicial iniciada por uma ação civil pública não pára. Já em 2008, quando a justiça já havia determinado a implantação do parque, uma liminar suspendeu o processo. A ação exigia levantamento minucioso das condições sócio-econômicas.

A promotora estadual de São Francisco do Sul Simone Schultz e o procurador da Repú-blica de Florianópolis Eduardo Barragan defendem que os moradores da região tenham direito ao uso sustentável dos recursos naturais da região como sempre fizeram.

Ameca contesta afirmando que há apenas quatro caseiros morando dentro da unidade para proteger três grandes propriedades que serão desa-propriadas e devidamente indenizadas.

Com uma área de 6.667 hectares, situado entre Praia Grande e Ervino, o parque é resultado de uma negociação entre a Siderúrgica Vega do Sul – atual Arcelor Mittal Vega – instalada na Praia do Ervino

em 2005 e o governo estadual de Santa Catarina, sob a admi-nistração de Luiz Henrique da Silveira. O Fatma doou o direito de a multinacional utilizar o rio Acaraí – o mais limpo do municí-pio – para lavar seu metal e em troca, recebeu uma verba inde-nizatória que seria destinada à criação do tal parque.

Segundo a Ameca, os danos decorrentes da instalação da siderúrgica são inumeráveis. O Relatório de Impacto Ambiental diz que a empresa emite para a atmosfera gotículas de óleo, e sabe-se que utilizam cerca de 70 toneladas de ácido cloridico ao mês, além de outros compo-nentes químicos. “O Monitora-mento é feito por eles (Vega), e enquanto não houver indepen-dência no monitoramento como é feito pelo órgão ambiental do Paraná, não podemos confiar”, afirma representante da ONG.

Para a ONG um dos piores danos com chegada da meta-lúrgica no município foi pela questão da água utilizada pela empresa.

“Um grande dano foi a con-cessão da água que estava des-tinada para São Francisco para 2010 em documentos próprios da Samae (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto, de São Francisco do Sul) e foi concedida à Casan (Companhia Catarinense de Águas e Sane-amento), de forma ilegal, pois no município a Samae tinha exclusividade na concessão da água garantida por lei”, afirmou uma ambientalista.

Enquanto o parque não acontece, a área, consti-tuída de dunas, restinga, floresta, mangue, rios e lagunas e que abriga diver-sas espécies endêmicas, algumas ameaçadas de extinção, continua sendo indiscriminadamente inva-dida por motociclistas que há anos utilizam as trilhas no meio do parque para a prática do esporte.

Além disso, a área tor-nou-se esconderijo de criminosos vindos das redondezas e também local de desova de corpos, o que torna a estrada de 20 quilômetros que vai da Praia Grande à Praia do Ervino, um percurso alta-mente perigoso aos turistas e moradores.

Sem ter destino ade-quado para o entulho das praias recolhido diaria-mente pelos muitos car-roceiros, esse lixo vai parar nas dunas. Alguns turistas mais arrojados que lá estiveram, contam do cenário inacreditável que encontraram. “A sensação que eu tive foi de ter sido tele-transportado de um parque estadual, zona de preservação ambiental, para um lixão de uma grande cidade qualquer”, diz um turista revoltado.

O Plano de Manejo está pronto. Recursos finan-ceiros não faltam – além da verba da Vega do Sul, a Fatma recebeu mais R$ 528 mil da Itapoá Terminais Portuários S/A, também como verba indenizatória.

Agora é só colocar em prática. A Polícia Ambien-tal raramente passa por lá e as cinco pessoas do Parque destinadas a essa função jamais darão conta de tamanha tarefa.

Criação do Parque Acaraí se arrasta há cinco anos

Trilha, mocó, lixão

SÃO FRANCISCO DO SUL

MP quer garantir direitos de comunidades que ONGs dizem que não existem

Foto: Carlos Alberto Cassini / O ECO

Fernanda de AquinoSão Francisco do Sul

São 6.667 ha de dunas, restinga, floresta, mangue, rios e lagunas

Antonina e Guaraqueçaba recebem juntos mais de R$ 6,3 milhões de ICMS Ecológico em 2009.

Os recursos tem origem em de 5% do ICMS gerado no Paraná, que são redistribuídos entre os municípios que man-têm unidades de conservação ou áreas de mananciais em seus territórios.

Desse total, quase R$ 2 milhões foram arrecadados pela manutenção de três Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) mantidas pela SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental) em parceria com a organização não governa-mental The Nature Conservacy (TNC).

Enquanto Guaraqueçaba arrecadou R$ 421 mil com a Reserva Natural Serra do Itaqui, mantida pela SPVS – além dos R$ 2,8 milhões de outras Uni-dades de Conservação -, Anto-nina, que abriga as reservas do Morro da Mina e Rio Cachoeira, recebeu cerca de R$ 1,6 milhão por conta destas RPPNs, mais R$ 1,1 milhão pelas unidades de conservação natural mantidas pelo poder público.

Fernando Veiga, gerente de serviços ambientais da TNC para o Brasil, completa que a preservação ambiental, seja

através de reservas públicas ou mantidas por ONGs, é um fator favorável a todos. “A floresta nos presta inúmeros serviços ambientais, como água em quantidade e qualidade, regulamentação do microclima, e é fonte de biodiversidade – remédios e alimentos vêm da floresta. É importantíssimo preservar o pouco que restou da mata atlântica”, afirma

“Podemos ver a importância desta preservação no aumento de repasse do ano passado para este em Antonina. Por causa do aumento do escore – que está relacionado à qualidade em que estas reservas são mantidas em termos de conservação da natureza - de zero para 3,5 das reservas naturais, o município recebeu R$ 681 mil a mais comparando com o ano ante-rior”, afirma o biólogo Ricardo Miranda de Britez, coordenador do projeto de Restauração da Floresta Atlântica da SPVS.

Em 2008, Antonina e Guara-queçaba receberam juntas mais de R$ 1 milhão por causa das RPPNs mantidas pela SPVS, que ocupam 18,6 mil hectares ao todo. Este é o segundo ano que Guaraqueçaba recebe ICMS ecológico pela RPPN mantida pela SPVS, e Antonina recebe os repasses desde 2006, totalizando R$ 3,5 milhões.

O mapa mostra as duas reservas que o SPVS mantém em Guaraqueçaba

As informações sobre o repasse do ICMS ecológico de todos os municípios do Paraná desde 1997 podem ser consultados no endereço:http://www.ucp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=22

R$ 6,3 milhões de ICMS Ecológico

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Março 201010 correiodolitoral.com

Para políticos e para veículos de comunicação conservado-res, eles são uma mancha na paisagem urbana ou uma praga a ser extirpada. Mas o fato é que moradores de rua das cidades brasileiras estão, aos poucos, conquistando espaço na agenda pública.

Esta é a opinião da diretora do Departamento de Proteção Social Especial do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Margarete Cutrim. "Estamos testemu-nhando grande avanço no que diz respeito às políticas públi-cas para essa população nos últimos oito anos porque agora estamos incorporando aquilo que esse público vivencia no dia a dia", disse Cutrim.

Os prefeitos que decidem enfrentar o problema já sabem da necessidade de adotar policas mais amplas do que a mera criação de alberqgues. A população de rua não quer mais albergues e sim soluções para os seus diversos proble-mas, como saúde, moradia, educação.

Um dos projetos que estão sendo discutidos com a socie-dade civil e entidades de amparo aos moradores de rua é a criação de uma espécie de república, onde o governo estruturaria o espaço que seria administrado pelos próprios moradores. Aos poucos, eles conquistariam a autonomia e a sua cidadania. É importante garantir ainda os outros serviços básicos, como saúde, educação, lazer e criar um conjunto de oportunidades e acessos para o trabalho.

Moradores de rua conquistam espaço

TURISMO

Melhor idade tem descontos em PontalSEMANA da Melhor Idade oferece programação especial e descontos em restaurante, hotéis, pousadas e nas compras

Pontal do Paraná encontrou uma fórmula para manter a ativi-dade turística fora da temporada de verão: atrair visitantes da terceira idade, que não depen-dem de férias para viajar e ainda buscam lazer tranquilo.

A fórmula encontrada pela secretária de Desenvolvimento do município, Francisca Kamin-ski, foi reunir empresários e negociar um pacote de pro-moções. O segundo passo vem sendo a divulgação e o contato com a agências de viagens para mostrar o q eu a cidade tem a oferecer nos meses de baixa.

Além dos descontos em res-taurantes, hotéis, pousadas e nas compras, o município orga-nizou uma série de atividade na Semana da Melhor Idade em Pontal do Paraná, que acontece de 20 a 28 de março.

Há desde apresentações de coral, oficinas de artesanato, cursos de culinária, atividades esportivas, bingo, passeio ecológicos, dança e até uma oficina de fuxico.

Dia 20/03 Abertura : Noite dos Corais Festa de São José – Igreja Católica de Praia de Leste

Dia 21/0310h – Missa 12h – Almoço15h - BingãoNo Provopar: rua Artemio Gabriel Simas, nº 138, balneário Praia de LesteInscrições fone 41 3972-7043

Dia 22/0314h - Oficina de confecção de bolsa com bannerDas 14h às 18h - Jogos20h - Abertura da 1ª Mostra do Litoral

Dia 23/0314h - Oficina de produção caseira de condimentos e de sucosDas 14h às 18h - Jogos

Dia 24/0314h - Oficina de argilaDas 14h às 18h - Jogos

Dia 25/0314h - Oficina de confecção de edredom com isoporDas 14h às 18h - Jogos

Dia 26/0314h - Oficina de fuxicoDas 14h às 18h - JogosNa Casa da Cultura rua Alba de Souza e Silva s/n, balneário Ipanema

Dia 25/0316h - Caminhada pela trilha da Coruja (informações 3972-7051)

Dia 28/039h - Caminhada na Natureza – Circuito Caiçara - saída do Parque do Manguezal.

Programação Noturna:No Bora Bora ClubDia 23/03 - 20h - Noite Especial Melhor Idade;Dia 26/03 - 21h - Noite Sertaneja

Abertura da 1ª Mostra do Litoral - Dia 22/03 - 20hNa Casa da Cultura: rua Alba de Souza e Silva s/n, balneário Ipanema:

De 22 a 26/0314h - Relaxamento Neuro Muscular 15h - Massagem Eletrônica16h - Oficina de Dança-RitmosParque do Manguezal em Pontal do Sul (ao lado do CEM – Centro de Estudos do mar)

SEMANA DA MELHOr IDADE EM PONTAL DO PArANÁDe 20 a 28 de março

Informações – 41 3975 3102 – Secretaria Municipal de Desenvolvimento

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correiodolitoral.com Março 2010 11

Rosy Buzinaro

[email protected]

Programa Casual TVA canal 72 - Net Canal 5 Ao vivo quartas-feiras - 15h Toda hora na www.cwbtv.net

Um dos maiores centros de treinamento e aperfeiçoa-mento técnico do Brasil será em alto mar com a presença dos melhores profissionais de beleza.

O Encontro Nacional de Beleza acontece de 14 a 17 de março de 2010 a bordo do cruzeiro MSC Musica, um dos mais luxuosos que navegam pela costa brasileira, e irá reunir proprietários de salões de beleza e clínicas de estética, cabeleireiros, maquiadores, esteticistas, além de estudantes do setor.

O evento une informação, lançamentos, negócios e muito lazer. Esta reunião de profissionais também tem como objetivo a interação social de diversas regiões, entretenimento e turismo em um único ambiente.

De 14 a 17 de março de 2010Informações pelo (041) 3357- 3678 /9217 43 80 www.

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Beleza & Cia Encontro Nacional de Beleza num cruzeiro

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[email protected] Rosy BuzinaroFormada há 23 anos pela Escola Paranaense com

especialização internacional.Cosmetóloga e terapeuta capilar.

Centro Técnico Kanto da Beleza oferece cursos

Yumi Okamura diretora da Revista Auto Estima em um cru-zeiro pela costa do Brasil.

Rose Marph e o ator Nene Collet no evento Troféu Imprensa

Daniell e "Negão", pagodeiros da Banda Bahia, cur-tindo o mar após o carnaval 2010

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Rosana Sea, Debura Aquino e Rosy Buzinaro no stand do Casual na Beauty Fair 2009

Glossário do Fio de CabeloVocê sabe quais são as proteínas e vitaminas importan-tes para o cabelo? Você sabia que a cisteína e a queratina são importantes para a matriz capilar?Neste glossário damos algumas informações impor-tantes que você precisa saber na hora de escolher um sampoo ou condicionador.Biotina e Pantenol: vitaminas derivadas do complexo B. A biotina nutre enquanto o pantenol dá maciez, man-tendo a naturalidade dos fios.Bulbo capilar: é o centro de produção do cabelo, raiz do cabelo, por onde o fio se alimenta.Cisteína: aminoácido que compõe e dá estrutura aos fios, essencial para a beleza dos cabelos.Cutícula: camada mais externa do fio de cabelo, responsável pela força, brilho, textura e maciez.Matriz capilar: porção interna do fio, por onde percorrem os nutrientes.Queratina: proteína que predomina na composição do fio de cabelo, envolvendo o fio com uma película, tornando-o mais resistente e maleável.

Page 12: Correio do Litoral - março de 2010

Março 2010 correiodolitoral.com

Navegar é preciso... preservar também!Texto e fotos: Jefferson SchulliArte: Angela Meschino

Um passeio de barco pela Baía de Guaratuba, educativo, ecologicamente correto e de graça, o que você acha?Durante a temporada de verão foi uma alternativa de turismo e educação ambiental em Guaratuba que muitos moradores da cidade e da região também puderam aproveitar. A iniciativa do Instituto Guaju em parceria com a Sema (Secretaria do Meio Ambiente), Faculdade Isepe e a Prefeitura de Guaratuba foi um sucesso durante a temporada mas ainda depende de novas parcerias para funcionar o ano todo. Em muitos passeios, o guia foi o próprio criador do projeto, Fabiano Cecílio da Silva, coordenador do instituto e um administrador de empresas filho de pescador que conhece muito da ciência caiçara.

O que você tem feito pelo planeta?Com esta pergunta, começa

o nosso passeio, partindo da Praia de Caieiras, que dura em torno de 1 hora e 30 minutos, segue com explicações his-tóricas, elucida a importân-cia da preservação do meio ambiente, da preservação do mangue, da importância da vida marinha, continua falando em biologia marinha até o Sítio Sambaqui, onde os tripulantes desembarcam para ver de perto o cultivo de ostras.

Nos primeiros 12 dias de atividade mais de 600 pessoas conheceram tudo isto.

O barco escola pilotado pelo mestre Marcos Aurélio, tem em

sua tripulação o marinheiro Euclides Duarte, os simpáticos educadores ambientais Mari-celle Nervis, Larissa Sipoli e Rudinei Nascimento.

Não posso esquecer do mascote Nemo – um peixe-palhaço igual ao personagem do desenho animado “Procu-rando Nemo” – que já fez várias viagens dentro do aquário.

Tive o prazer de observar várias crianças a bordo, são a elas que depositamos a fé de um futuro melhor ao entrevis-tar uma família de hermanos argentinos, provenientes da província Entre Rios, Ciudad de Paraná.

Na opinão do argentino Daniel Zanabria, em portunhol corrente: ‘’Passeio és mui lindo, mui importante, mui educativo. Que aprendam a cuidar da naturaleza e transmitir este conocimiento...’’

Mestre Marco Aurélio, Euclides Duarte e Belém

Morro de Cabaraquara e trapiche do Sítio Sambaqui

Embarque em Caieiras

Vale a Pena Ler de Novo & Velhas ResenhasO Historiador Inglês Eric Hobs-

bawm teve sua trilogia sobre o século 19 (A Era das Revoluções”, “A Era do Capital”, “A Era dos Impérios”), re-editadas no Brasil o ano passado, pela editora Paz e Terra - clássicos da historiogra-fia sobre o período (re-impressos todos os anos na Inglaterra).

Na trilogia, Hobsbawm analisou o que chamou de “longo século 19”, período que vai de 1789 a 1914. Começa com as revoluções euro-péias que definiram a expansão do capitalismo e do liberalismo no planeta – a Francesa e a Industrial inglesa – e vai até as vésperas da Primeira Guerra Mundial.

Do autor, no auge de sua propriedade intelectual aos 92 anos.

Em entrevista concedida em 2009 a Silvia Colombo da Folha de São Paulo, sobre os 20 anos da queda do Muro de Berlim e os acontecimentos em Honduras (golpe militar que destituiu o presidente Zelaya), disse textu-almente:

“A queda do Muro de Berlim foi o fim de uma era. Não só para a Europa do Leste, mas para o mundo inteiro. O capitalismo chegou ao seu limite e a crise econômica mundial indica clara-mente o fim de um ciclo.”

‘’Em vez de tentar entender porque o comunismo fracassou, a pauta deveria ser o futuro do

Ocidente, e o mundo pós guerra fria não fez sua autocrítica.

A dependência econômica ainda é um fato, mas politicamente a América Latina é cada vez mais livre. Washington jamais voltará a exercer a influência de antes, tampouco a apoiar golpes ou dita-duras como fez no passado. O que esta acontecendo em Honduras é um sinal disso. O Brasil tem papel central nesse processo, uma vez que o México se transforma cada vez mais em apêndice dos EUA.’’

A “previsão” se conformou em relação ao papel que o Brasil teria. Pena que nossa diplomacia não deu certo.

“Quando comparo o século 19 com o 20, sinto simpatia pelo modo como aqueles homens acreditavam no progresso. Foi um século de esperança.

E essa minha nostal-gia cresce à medida que o tempo passa e vejo, com pessimismo, o que vem aconte-cendo”.