correio da beira serra – 16.09.2008

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Terça-feira, 16 de Setembro de 2008 QUINZENÁRIO Ano 2 - Série II - N.º 63 Director: Henrique Barreto Preço: € 0,50 (IVA incluído) www.correiodabeiraserra.com Presidente do NDEIB promete organizar feira de dimensão regional “Ficacol pertence ao passado” PUB PUB Enquanto que o PSD volta a insistir na tecla de que não irá tolerar que Mário Alves e os órgãos distritais e nacionais do partido “não respeitem as mais ele- mentares regras da democracia”, o PS mobilizou-se em Lagares da Beira num encontro de militantes, onde faltou o principal ingrediente: o nome do can- didato às autárquicas de 2009. Os dois maiores partidos continuam a trabalhar nos bastidores. Págs. 6 e 7 PSD e PS apenas com trabalho de bastidores No novo ano político Em reacção à afirmação – proferida pelo presidente da Câmara de Oliveira do Hospital – de que “a Ficacol perten- ce ao passado”, o presidente do NDEIB, Fernando Tavares Pereira, veio a pú- blico afirmar que a associação a que preside vai desafiar as câmaras muni- cipais da região com vista à realização de uma feira ou centro de exposições de dimensão regional. Pág. 5 Em entrevista ao Correio da Beira Serra, a delegada de saúde pública do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital, Guiomar Sarmento, aborda várias questões delica- das e é muito crítica quanto ao facto de haver cidadãos que continuam a trocar a água da torneira pela dos fontanários. Págs. 2 e 3 Depois de ter sido criticado pela oposi- ção por não ter aproveitado os fundos comunitários para a construção de raiz de um novo centro escolar, Mário Alves foi advertido para um erro “grosseiro”: é que o projecto de requalificação da EB 1 da cidade – as obras vão ter início du- rante o decurso do presente ano lectivo – nem sequer prevê a remoção da co- bertura do edifício, que tem um telhado de fibrocimento e com amianto na sua composição. Pág. 13 Projecto não contempla remoção de telhado com amianto Requalificação da EB 1 da cidade Com dívidas acumuladas de cerca de um milhão de euros – duzentos mil con- tos, na moeda antiga –, a Adega Cooperativa de Nogueira do Cravo (ACNC) está à beira de fechar as portas. De acordo com o que afirmou a este jornal o presidente da direcção, Luis Vaz Pato, o cenário é negro e a adega “deve fechar portas no final desta campanha”. “O banco e os sócios são os nossos credores e com o movimento que temos não conseguimos fazer face à dívida”, confessou o presidente da direcção da ACNC. Pag. 12 Adega de Nogueira do Cravo à beira do encerramento Com um passivo de cerca de um milhão de euros Delegada de Saúde contra o consumo de água dos fontanários Guiomar Sarmento defende utilização de “água da torneira”

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Page 1: CORREIO DA BEIRA SERRA – 16.09.2008

Terça-feira, 16 de Setembro de 2008QUINZENÁRIOAno 2 - Série II - N.º 63Director: Henrique Barreto

Preço: € 0,50 (IVA incluído)

www.correiodabeiraserra.com

Presidente do NDEIB promete organizar feira de dimensão regional

“Ficacol pertence ao passado”

PUB

PUB

Enquanto que o PSD volta a insistir na tecla de que não irá tolerar que Mário Alves e os órgãos distritais e nacionais do partido “não respeitem as mais ele-mentares regras da democracia”, o PS mobilizou-se em Lagares da Beira num encontro de militantes, onde faltou o principal ingrediente: o nome do can-didato às autárquicas de 2009. Os dois maiores partidos continuam a trabalhar nos bastidores. Págs. 6 e 7

PSD e PS apenas com trabalho de bastidores

No novo ano político

Em reacção à afirmação – proferida pelo presidente da Câmara de Oliveira do Hospital – de que “a Ficacol perten-ce ao passado”, o presidente do NDEIB, Fernando Tavares Pereira, veio a pú-blico afirmar que a associação a que preside vai desafiar as câmaras muni-cipais da região com vista à realização de uma feira ou centro de exposições de dimensão regional. Pág. 5

Em entrevista ao Correio da Beira Serra, a delegada de saúde pública do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital, Guiomar Sarmento, aborda várias questões delica-

das e é muito crítica quanto ao facto de haver cidadãos que continuam a trocar a água da torneira pela dos fontanários.

Págs. 2 e 3

Depois de ter sido criticado pela oposi-ção por não ter aproveitado os fundos comunitários para a construção de raiz de um novo centro escolar, Mário Alves foi advertido para um erro “grosseiro”: é que o projecto de requalificação da EB 1 da cidade – as obras vão ter início du-rante o decurso do presente ano lectivo – nem sequer prevê a remoção da co-bertura do edifício, que tem um telhado de fibrocimento e com amianto na sua composição. Pág. 13

Projecto não contempla remoção de telhado com amianto

Requalificação da EB 1 da cidade

Com dívidas acumuladas de cerca de um milhão de euros – duzentos mil con-tos, na moeda antiga –, a Adega Cooperativa de Nogueira do Cravo (ACNC) está à beira de fechar as portas. De acordo com o que afirmou a este jornal o presidente da direcção, Luis Vaz Pato, o cenário é negro e a adega “deve fechar portas no final desta campanha”. “O banco e os sócios são os nossos credores e com o movimento que temos não conseguimos fazer face à dívida”, confessou o presidente da direcção da ACNC. Pag. 12

Adega de Nogueira do Cravo à beira do encerramento

Com um passivo de cerca de um milhão de euros

Delegada de Saúde contra o consumo de água dos fontanários

Guiomar Sarmento defende utilização de “água da torneira”

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16 de Setembro de 2008

www.correiodabeiraserra.com2

Correio da Beira Serra – Qual é hoje a principal função de um delegado(a) de saúde pública?

Guiomar Sarmento – Priorita-riamente, somos responsáveis pela coordenação de algumas actividades no âmbito da saúde pública, como se-jam assegurar os cuidados de saúde, controlar o aspecto epidemiológico, o estado da população em geral, a nutri-ção, entre outros. Todos estes concei-tos são necessários para percebermos se a nossa população é ou não saudá-vel e podermos informar as chefias se é preciso investir mais numa área ou noutra. Temos uma visão macro, não olhamos para o indivíduo, mas para a população. De alguma forma temos bons recursos de saúde, apesar de não termos toda a população abrangida pelos cuidados de saúde primários, porque há pessoas que ainda não fa-zem parte das nossas listas do Centro de Saúde, embora não deixem de ter cuidados de saúde.

CBS – Em termos de saúde pú-blica, quais são os problemas que mais a preocupam, ao nível do con-celho de Oliveira do Hospital e da região?

GS – Neste momento, o que mais me preocupa são os cuidados com a alimentação dos nossos jovens. Basta ver que nós temos uma população infantil e adolescente obesa e que os bons hábitos de alimentação – e ain-da temos bons hábitos alimentares no concelho – estão a perder-se, porque os pais infelizmente com o ritmo de vida que têm, ainda não se apercebe-ram que a comida dos avós é que é a boa e, então, deixam os miúdos com dinheiro no bolso para irem comer porcarias aos bares e aos supermer-cados. Eles gostam de comida rápida porque está na moda. Devíamos tentar que os bons hábitos como a sopinha de feijão feita pela avó e os legumes a acompanhar o peixinho e a carne não se perdessem. Temos uma riqueza em hortaliças no nosso concelho que não se devia desaproveitar. São modas.

CBS – Tem dados concretos sobre a incidência da obesidade nos nos-sos jovens?

GS – Não. Mas estamos a fazer es-tudos e há escolas que também estão a desenvolver esse trabalho. No ano

passado, houve alunas do 12º ano que se debruçaram sobre essa área e que me pediram colaboração. A Câmara Municipal também está sensibilizada e, no ano passado, chegou a realizar uma palestra sobre o tema. Sei que tem sido feito o possível, mas há que reforçar junto das escolas que a oferta não passa só por ter uma alimentação equilibrada na cantina, mas por não dar hipótese que nos bares consumam o que não se come na cantina. A mi-nha filha, que vai sempre comer ao refeitório da escola, é gozada pelas co-legas porque elas comem umas sandes com maionese no bar.

CBS – Não tem notado essa preocupação nas nossas esco-las?

GM – Não têm feito o sufi-ciente. Trabalhei na Figueira da Foz onde existia uma campanha junto à Escola Secundária em que retiraram todas as batatas fritas, hambúrgueres, salsichas e passaram a fazer sandes com pão de mistura, tomate, alface, fiam-bre magro e queijo com pouca gordu-ra e só tinham disponíveis iogurtes, sumos com pouco açúcar ou naturais, águas, frutas e sandes mistas. Nos primeiros tempos reduziu a procura, mas como não queriam ir comer à cantina viram-se obrigados a comer os produtos saudáveis do bar, muito mais pelo convívio.

É difícil convencer as escolas a

disporem de um cesto de frutas no bar, para os miúdos comprarem. Mas se eles não tiverem outras alterna-tivas, acabam por consumir. Aqui temos um grande problema, porque os miúdos podem sair e vão ao super-mercado ao lado comprar as porcarias para comer.

CBS – Mas não tem havido uma colaboração entre as escolas e o centro de saúde?

GS – Sim. As ementas estão cor-rectíssimas. Eu sou coordenadora de saúde escolar e já informei as escolas

de que estou disponível para colabo-rar nas actividades que eles entende-rem. De alguma forma, isto também tem que partir deles, porque têm in-formação do Ministério da Educação para que actuem nessa área. Tem que ser uma actividade conjunta no sen-tido de pôr à disposição dos miúdos coisas atractivas mas que sejam sau-dáveis. Nós estamos a ficar com uma população obesa e não nos adianta

nada ter miúdos com 15 e 16 de anos com diabetes tipo dois como os avós. Ter uma população jovem que está a diminuir e já por si doente é como não ter nada, porque quando eles tiverem 40 anos têm graves problemas.

CBS – É de alguma forma um alerta que pretende fazer no início desta ano lectivo…

GM – Sim. E um outro alerta que gostaria de deixar é de que temos em curso um programa de saúde oral e te-mos feito, de alguma forma, bons con-tactos entre a saúde oral e os médicos dentistas. Mas, o que tem acontecido é que a maior parte dos meninos falta às consultas. A mim custa-me muito, por-que é uma consulta gratuita, é um ser-viço que a Administração Regional de Saúde põe ao serviço da população por-que todos têm direito a uma saúde oral. No meu tempo, os meus pais pagavam muito para que eu fosse ao dentista. As consultas são caríssimas e as famílias desperdiçam essa oportunidade.

CBS – Não a preocupa, por exem-plo, que o próprio Estado – as câ-maras municipais, concretamente – continuem a ser actualmente um dos principais poluidores do meio ambiente (esgotos a céu-aberto, li-xeiras, etc., etc.) …

GS – Estão a fazer os possíveis para melhorar. Eles poluem de algu-ma forma, mas o problema está a ser resolvido. Não depende só de uma entidade, como sabe. Neste caso não

é só a Câmara Municipal a responsá-vel, nem as Águas do Zêzere e Côa… é uma actividade conjunta que está a ser resolvida. São problemas que me preocupam imenso, mas a informa-ção que eu tenho é de que estão a ser resolvidos. Vamos ter que aguardar. CBS – Quando toma conhecimento de mais um caso, qual é o seu pro-cedimento?

GS – Normalmente sou alertada através de cartas e tenho o cuidado de fazer chegar a informação à Câmara Municipal que, por hábito, me res-ponde sempre sobre o que está a ser feito. É o que lhe digo, os problemas estão a ser tratados, não podem é ser tratados tão rapidamente como nós queríamos. Acho que tudo depende das populações, porque são elas que têm o poder de decidir quem é que está a fazer bem e quem é que está a fazer mal, portanto!!!

CBS – Consegue beber um copo de água da torneira, sabendo que a poucas centenas de metros do local onde é feita uma das captações de água para abastecimento público, há esgotos a serem despejados di-rectamente no rio, sem qualquer tratamento?

GM – Preocupa-me imenso essa si-tuação, mas eu bebo água da torneira. E não tenha dúvida nenhuma de que vou continuar com essa prática e sem receio nenhum. Tenho garantias de que as análises estão correctas, está tudo em ordem e quando há alguma alteração rapidamente é corrigida, ra-zão pela qual a água por vezes cheira um pouco a cloro.

CBS – Não fica assustada com a cor e o cheiro que por vezes se no-tam na água?

GS – Nada. E acredite que bebo mais depressa água da torneira do que água engarrafada. Os meus filhos levam sempre uma garrafinha de água da torneira para a escola. Sabemos que há sítios onde são feitas descar-gas de esgotos, mas também sabemos que a água que está a ser fornecida nas torneiras está a ser controlada sistematicamente e corrigida pontu-almente sempre que há alterações. Garanto que a água que está a ser dis-tribuída em todo o concelho é de boa qualidade.

CBS – Contaram-nos um dia que ficou muito incomodada por ver al-guns pais, que participavam num convívio desportivo, a entrarem na cozinha de uma cantina de um es-tabelecimento de ensino da cidade de “qualquer maneira e feitio”… Na sua perspectiva, isso é excesso de zelo ou tem outro significado?

GS – Qual excesso de zelo? Ainda bem que isso chegou aos vossos ou-vidos, porque eu acho que a maior parte dos pais que lá estava deveria ter consciência de que iam ser ser-vidas refeições para miúdos que iam praticar uma actividade desportiva durante a tarde e iam precisar de uma refeição higiénica. Aquilo não era a cozinha da casa deles, mas de uma

(…) temos feito, de alguma

forma, bons contactos entre

a saúde oral e os médicos

dentistas. Mas, o que tem

acontecido é que a maior

parte dos meninos falta às

consultas (…)‘

Delegada de Saúde garante que “água da torneira é que é boa”

“Não bebo água dos fontanários de certeza absoluta”

LILIANA LOPES

Entrevistada pelo Correio da Beira Serra, a delegada

de Saúde Pública surpre-endeu ao afirmar que bebe

“mais depressa água da torneira do que água engar-rafada”. Guiomar Sarmento

garante que a água da tor-neira é de boa qualidade e alerta: “o recurso ao fonta-

nário é um erro”.

E N T R E V I S TA

Guiomar Sarmento: “Adoro o nosso concelho e não admira que os holandeses para cá queiram vir”.

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16 de Setembro de 2008

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Concepções!

A Câmara Municipal de Olivei-ra do Hospital gasta anualmente muitos milhares de euros num Boletim Municipal que mais parece um instrumento de propaganda político-partidá-ria. Como tenho boa memória, ainda me lembro dos tempos em que Mário Alves se mostra-va “exaurido” com o dinheiro que César Oliveira gastava com os boletins municipais. Infeliz-mente, muitos dos nossos polí-ticos são adeptos daquela velha máxima do futebol: “o que hoje é verdade, amanhã é mentira”.A concepção dos Boletins Mu-nicipais – um dos últimos a que tive acesso tinha 118 páginas a cores e distribuição gratuita –, é um trabalho árduo e que conso-me muitas energias e dinheiro público. Sei bem do que estou a falar porque nestes dois anos e meio da II série do Correio da Beira Serra já editámos quase 2 mil páginas de informação impressa. Mas o que realmente me incomoda é que, durante todos estes anos, a mesma Câmara Municipal dê agora à estampa um chamado Roteiro Turístico que demorou quatro anos a conceber. O mísero desdobrável – é assim que se designa –, com menos de uma dúzia de pági-nas, ilustra bem a concepção que a autarquia oliveirense tem sobre uma área fundamental ao nosso desenvolvimento – o turismo.Bem sei que este tipo de pu-blicações poucos votos trarão, mas sou forçado a dar razão ao empresário holandês da Quinta da Geia que um dia – sem papas na língua – afirmou a este jornal que “esta Câmara não percebe nada de turismo”.Num “panfleto” que demorou quatro anos a fazer, era exigível outro “savoir-faire”, muito mais profissionalismo e ambição. Mas não: é preferível esvaziar o cofre do erário público com publicações para consumo dos eleitores, que recebem o “antes e o depois” nas caixas de correio.Bem sei que o senhor presi-dente da Câmara – conforme o próprio vem argumentando – “não consegue fazer empre-sários”. Qualquer dia, vamos ouvi-lo a dizer que também não consegue fabricar turistas. Já sabemos disso há muito tempo, mas também não ignoramos que fabricar clientelas políticas – in-felizmente há muitos incautos, que se contentam com “tuta e meia” –, isso está-lhe na massa do sangue.São concepções...

E D I T O R I A L

Henrique Barreto

E N T R E V I S TA

Escola Secundária que tinha sido so-licitada para aquele almoço e havia uma cozinheira devidamente equipa-da para o efeito. Paralelamente, dentro daquela cozinha estavam paizinhos a comer queijinho com broa e presunto, a meterem a colher dentro do tacho para ver se estava bom de sal ou não. E não eram um, nem dois, eram para aí uns dez ou mais, sem avental, sem luvas, sem toucas. Os filhos deles são atletas e o meu também lá estava.

Se houvesse uma intoxicação ali-mentar, era eu que era chamada para solucionar aquilo. Não é excesso de zelo. É obrigação de cada pai ser res-ponsável pelo filho dele e pelos filhos dos outros. As pessoas deviam estar do lado de fora da cozinha onde ia ser servido o almoço, mas o que se verifi-cou foi uma falta de regras e de higie-ne por parte dos pais. Eu gosto muito de convívios e admiro o grupo onde o meu filho está inserido, porque o gru-po do Futsal é extraordinário.

CBS – Que avaliação faz do pa-pel da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE)? Concorda com a sua forma de actu-ação?

GS – Tem aspectos muito bons e de alguma forma maus, nomeada-mente a falta de respeito que eles têm pela tradição. Se bem que agora tenha saído um documento a alertar a ASAE para começar a ver de outra maneira o aspecto artesanal da nossa alimen-tação. Com a história de tentar indus-trializar o requeijão, o mel, o queijo Serra da Estrela e outros produtos tradicionais…íamos perder tudo. Pre-ocupam-me muito as tasquinhas e os restaurantes familiares porque, desde que estejam dentro das normas de hi-giene e segurança alimentar, não há necessidade de impor tantas exigên-cias como se de uma grande indústria se tratasse. Uma coisa é uma cantina fornecer duas ou três mil refeições por dia, outra realidade é um pequeno restaurante que serve 60 pessoas por dia. A lei deve ser aplicada consoante o contexto de cada actividade.

Mas a ASAE é extremamente útil porque estariam muitas coisas por fa-zer se não tivesse entrado em campo. As pessoas tinham que perceber que se a lei existe é para se fazer cumprir …quantas vezes me estão aqui a en-trar projectos de licenciamento de pessoas que estavam em actividade sem estarem licenciadas e agora an-dam com medo da ASAE. Pois, já o deviam ter feito…

CBS – O futuro das feiras tradi-cionais pode estar em causa?

GS – Acho que não. É bom que a ASAE se mexa um bocadinho. Acre-dite que adoro feiras e o espaço da nova feira em Oliveira do Hospital é espectacular. Até as pessoas com di-ficuldade de locomoção conseguem mover-se, o piso é espectacular, cum-pre todas as normas, tem água, casa-de-banho e esgoto. Estive lá em Agos-to, gostei muito e vi que as pessoas estavam satisfeitas. Não se justificava já em pleno século XXI. estarmos com a feira no meio da cidade a atravancar trânsito e com falta de higiene.

Quanto às outras feiras, as pessoas têm que se aperceber que é necessário dar melhores condições aos feirantes porque, coitados, alguns têm mui-

to más condições para fazer as suas feiras. Cabe às autarquias dinamizar e acho que aqui em Oliveira fizeram muito bem…não podemos pensar só em quem lá vai comprar, também te-mos que pensar em quem lá trabalha.

CBS – A época do ano que atra-vessamos – o Verão – é convidativa a mergulhos no rio. É recomendável essa prática nas praias fluviais do concelho?

GS – Temos publicado sempre o resultado analítico das águas das praias. Este ano, a praia de Alvôco não foi classificada, apenas foi a de Avô, mas Alvôco de Várzeas tem muitíssi-ma boa água. Acho é que as juntas de freguesia também têm que se dedicar um bocadinho às zonas envolventes. Avô está melhor, tem um espaço mais aprazível e não nos podemos esque-cer que as águas não nascem aqui no nosso concelho e algumas já vêm conspurcadas do concelho vizinho, o que é uma chatice. É o problema de S. Gião, em que a água é muito ma-zinha. Mas, apesar de os resultados estarem afixados, a praia foi sempre muito frequentada. O local é agradável, mas a água vem mal já do concelho de Seia. Não sei o que é que a polui a montante, mas que vem de lá assim, vem, porque para baixo a água até tem tendência a melhorar. Já informá-mos o colega de Seia para ver se toma as devidas providências, porque quem paga por tabela somos nós. A praia de S. Gião é muito agradável, já lá estive mas fiz questão de não levar fato-de-banho para os miúdos, para não cair na tentação de entrarem na água.

As praias fluviais de Penalva de Alva, Caldas de S. Paulo, por exem-plo, também apanham por tabela. Mas a água não é imprópria em todos os aspectos, porque pontualmente é que aparecem umas análises negati-vas. As análises são sempre afixadas ali em baixo e eu acho que nós temos é que ser persistentes para que as pessoas entendam que quando nós desaconselhamos não é por mal, é por bem. Não vale de nada dizermos que a água está mal, quando as pesso-as vão para a água na mesma. É uma pena, porque as pessoas esquecem-se que por detrás daquela proibição há uma série de trabalhos elaborados por técnicos e que foi decidida com muita ponderação para bem das pes-soas e não para terem um dia de praia estragado.

CBS – Entrava sem hesitação na água de qualquer uma delas?

GS – Em Alvôco de Várzeas e Avô sim, nas restantes não.

CBS– Na sua opinião alguma das praias concelhias teria condições de ver atribuída a bandeira azul?

GS – Enquanto não for resolvido o problema das águas a montante, se calhar não se consegue. Mas se Alvôco investisse bastante nas áreas envolventes podia ser.

CBS – Alvôco conseguiria mais facilmente do que Avô?

GS – Sim, porque a água que chega a Avô vem de dois locais e a de Alvô-co não. Eu gosto das praias todas, já as corri a todas e gosto de tudo. Adoro o nosso concelho e não admira que os holandeses para cá queiram vir, porque eu sou de Coimbra e mal che-guei apaixonei-me e comprei cá casa. O trabalho de Delegada de Saúde é igual em todos os centros de saúde, mas a envolvente ambiental é muito importante.

Nós aqui estamos rodeados de bons ares, de bons ventos, boas águas, embora tenhamos problemas, mas que são pontuais. Há locais onde já trabalhei onde os problemas são sis-temáticos e não se conseguem corri-gir. Trabalhei em Montemor-o-Velho durante cinco anos e tinha problemas dos pesticidas do arroz que eram pul-verizados através de aviões e estáva-mos constantemente a comer e beber água contaminada com pesticidas. Nós aqui não temos esses problemas. Os nossos são pontuais e têm outro âmbito.

As pessoas não sabem como o con-celho de Oliveira do Hospital é bom. Temos problemas, mas há concelhos com problemas muitíssimo mais graves e que não se conseguem solucio-nar, têm que se ir remediando. Aqui estamos a fazer os possíveis e vê-se que quem trabalha em Oliveira do Hospi-tal, por amor à cami-sola, tenta por todos os meios melhorar a qualidade de vida de

toda a população, quer seja na saúde, na câmara, nas águas, nas escolas, todos trabalham com gosto para a população. E temos a vantagem de o ambiente ser muito agradável, porque em termos urbanísticos é uma cidade pequenina, mas é airosa, vive-se com muita qualidade e as crianças ainda podem ir a pé para a escola. A envol-vente é boa e devemos preservar isso e melhorar o que está mal.

CBS – A piscina continua a ser um dos atractivos para os mais jo-vens. No concelho de Oliveira do Hospital, como é que avalia o esta-do das Piscinas Públicas (Cidade e São Paio de Gramaços)? Dão boas garantias?

GS – Ainda não li o relatório que o técnico fez sobre as piscinas, mas quero crer que sim e que caso contrá-rio, tudo seja feito para que se mante-nha uma boa qualidade de água.

Neste momento existem infra-es-truturas muito modernas. Se houver possibilidades para isso, convém investir, porque as piscinas são fre-quentadas por muita gente e muitos jovens. Há novos métodos de desin-fecção de água, de proporcionar al-gum conforto ao nível de balneários e de alguma forma melhorar o que há.

Uma piscina que tem um equipa-mento muito, muito actualizado mas também se destina a tratamentos é a piscina da Santa Casa da Misericór-dia de Galizes que tem muito boas condições e um óptimo equipamento.

Não sei até que ponto a Câmara Mu-nicipal poderá investir assim na nos-sa piscina, mas se não investir agora, investirá com certeza a médio prazo. De uma maneira ou de outra temos que investir em tudo…

CBS – O recurso à água dos fon-tanários é cada vez mais uma rea-lidade. Que garantias existem em relação a essa matéria no concelho, tendo em conta que, por exemplo no que respeita à Fonte do Ameal há estudos que revelam a existência de uma água com elevados teores de radão? Já foram tomadas medidas?

GS – Com excepção dos fontaná-rios da rede pública eu não garanto nada, porque não tenho análises dis-so.

CBS – De quem é a responsabi-lidades das análises da água dos fontanários?

GS – Pontualmente, sei que o nos-so técnico fazia análises aos fontaná-rios, mas ultimamente não têm sido feitas. A Câmara é que tem que ter em atenção essas análises.

Mas, eu não bebo água dos fontaná-rios de certeza absoluta. E sei de muita gente que vai buscar água aos fontaná-rios e vejo até empregadas de lares a irem lá buscá-la. Não percebo porquê. Porque é que não bebem da torneira? A água da torneira garanto que é boa, mas já não garanto a dos fontanários. Ir ao fontanário é um erro.

Se nós temos água potável que abrange todo o concelho, porque raio é que vamos encher o garrafão ao fon-tanário? Preocupava-me se houvesse populações sem água da rede públi-ca e que só bebessem do fontanário. Nessa situação efectuaria sempre análises.

CBS – Ainda é tolerável que continuem a existir habitações sem acesso ao saneamento básico – lo-calidades da freguesia de Lourosa, por exemplo – e que as respectivas famílias sejam obrigadas a arma-zenar esgotos em caves, quintais e garagens das próprias casas?

GS – Não é aceitável, mas é uma realidade e eu tenho muita pena. Mas, as melhorias estão a ser feitas. E a existência de esgotos no interior das casas também depende da mentalida-de das pessoas.

Ainda temos muita gente com boas casas, boas cozinhas e casas-de-banho que continuam a comer na loja. Demonstra que, infelizmente, ainda não temos povo suficientemen-te esclarecido para perceber que as cozinhas não foram feitas para gastar dinheiro e para estarem fechadas. As cozinhas existem para nós usufruir-mos, termos boa qualidade e poder-mos confeccionar bons alimentos. Já não se usam as salgadeiras, mas ain-da há quem as tenha. E nós até temos um projecto para redução do sal: Pão.com, que começou em Carregal do Sal junto das padarias e a ARS resolveu expandir o projecto por toda a região centro. Estamos a investir junto dos padeiros para que reduzam o sal até índices aceitáveis. Em Portugal temos uma mão muito pesada com o sal. Em Oliveira do Hospital está a funcionar desde Maio e vamos reunir com os padeiros para propor a redução de 25 por cento de sal até se atingir uma quantidade de sal saudável.

(…) eu não bebo

água dos fonta-

nários de certeza

absoluta. E sei de

muita gente que

vai buscar água

aos fontanários e

vejo até emprega-

das de lares a irem

lá buscá-la (…)

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www.correiodabeiraserra.com4O P I N I Ã O

1Para a escola.

Todos os anos, por esta altura, parecemos ser engolidos pelo Re-gresso às Aulas – e todas as difi-culdades e contratempos que isso

implica.Na escola, são as preocupações com a or-

ganização de horários, com o acolhimento e integração dos novos professores, o desdo-bramento dos poucos recursos humanos em 1001 tarefas, o integrar as últimas directrizes do Ministério e pô-las em prática. E, como se não bastasse, pode acrescer a tudo isto, as pre-ocupações individuais de quem, diariamente, tem como função ensinar: agressividade, in-disciplina, educação, cumprir horários, zelar pelo equipamento escolar e, idealmente, ter um sexto sentido para orientar o que se passa dentro de cada criança.

Em casa, os pais esticam o orçamento para conseguir pagar os manuais, substituir sapa-tilhas, comprar cadernos e, com sorte, mochi-la nova e, ainda, manter as despesas mensais. Têm de reorganizar agendas para conciliar horários e transportes, preocupam-se com os

almoços e com a inscrição nas actividades de tempos livres, antecipam resultados escolares e relacionamentos com colegas e professores.

Os alunos oscilam entre os bons reencon-tros e a ansiedade de voltar a passar por ex-periências dolorosas. Com sorte, os primeiros superam os segundos. Se isso não acontecer, temos crianças infelizes, a acordarem de ma-drugada ao Sábado e ao Domingo – para não perderem os desenhos animados – enquanto, aos dias de semana, só arrastados é que saem da cama.

2. Na verdade, cada vez mais, na escola e em casa, se assiste a um verdadeiro tormen-to, com o início das aulas. A escola é, agora mais do que nunca, vista como uma espécie de Cabo das Tormentas que a cada ano temos que dobrar. A tormenta dos orçamentos ge-ridos ao milímetro para que tudo funcione, a tormenta da falta de recursos para que se tutelem as crianças como - na minha opi-nião, erradamente – o Ministério tem vindo a exigir, a tormenta dos manuais, a tormenta dos horários, a tormenta das actividades ex-tracurriculares e explicações, a tormenta do

Carolina Veiga*(…) Será que alguma vez vamos voltar a olhar para a escola como um cabo, que mesmo sendo difícil de dobrar, seja um Cabo da Boa Esperança que, em cada ano, nos leva a novos mundos e novos conhecimentos e ao qual não receamos regressar? (…)

bullying. Enfim, não há caravela que resista. Será que alguma vez vamos voltar a olhar

para a escola como um cabo, que mesmo sen-do difícil de dobrar, seja um Cabo da Boa Es-perança que, em cada ano, nos leva a novos mundos e novos conhecimentos e ao qual não receamos regressar?

3. Eu – convictamente – acredito que sim. As escolas são agora, mais acolhedoras do que alguma vez foram. Os alunos, cada vez mais, não aceitam professores e exigem educadores: daqueles que ensinam com bons exemplos e não com bons conselhos. Os pro-fessores estudam mais, são mais sensíveis, e criam relações mais verdadeiras, menos sub-missas ainda que, de respeito. Por isso, sim. Acredito que sim. Tenhamos todos – pais, professores e alunos – a capacidade de acre-ditar que o mundo é redondo e que vale a pena navegar. O desconhecido só mete medo quando não temos conhecimento para o com-preender. E aí, a escola é o local aonde tudo se pode aprender.

*Psicóloga.

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1, 2, 3 Vamos lá outra vez!

Ficha Técnica Administração: António dos Santos Lopes Direcção Editorial: Henrique Barreto - [email protected] Jornalista Principal: Liliana Lopes - [email protected] Desporto: Editor: José Carlos Alexandrino, João Jorge Colaboradores Permanentes: Adelaide Freixinho, António Campos, Carlos Portugal, Carlos Alberto, Carlos Carvalheira, João Dinis, José Augusto Tavares, Luís Lagos, Luís Torgal, Paulo Ribeiro (caricaturista), Rui Santos. Deptº. Comercial: Isabel Mascarenhas Projecto Gráfico: Jorge Lemos Impressão: Coraze - Oliveira de Azeméis – Telef.: 256 600 580 - Fax: 256 600 589 - E-mail: [email protected] Sede, Redacção e Publicidade: Praceta Manuel Cid Teles, Lote 12 – 1º Esqº - 3400-075 Oliveira do Hospital, Telef.:2380865476 Fax 238086547 Correio Electrónico [email protected] Edição Internet: www.correiodabeiraserra.com Entidade Proprietária: Temactual, Lda, Matric. na Conservatória do Registo Comercial de Oliveira do Hospital sob o número 507601750, Contribuinte: 507601750, Capital Social: 25,000 Euros Nº de Registo no ICS: 112130 Depósito Legal N.º 54475/92 Tiragem Média Mensal: 6.000 exemplares Detentores de mais de 10% do capital da empresa: AHL -Investimentos e Participações, SGPS, SA.; Henrique Manuel Barreto Pereira de Almeidawww.correiodabeiraserra.com

Vamos entrar em tempo de vín-dimas. Exige-se um cálculo rigoroso da maturação dos ca-chos. É tempo de colher o fru-to do que se investiu. As uvas

prometem. Podemos dizer o mesmo de nós próprios? Estamos preparados para enfrentar uma campanha de vindimas, onde sejamos o sujeito da poda? Vivemos “tempos de cida-dania, sem cidadãos”. Parecemos esquecidos, que pese embora nasçamos livres, não nasce-mos cidadãos. E sem sociedade civil não há progresso político.

A cidadania é algo que se aprende, e se põe em prática quando se tem poder e autoridade para governar. Obviamente, que nem todos os cidadãos plenos, podem ser escolhidos para governantes, mas todos devemos ser chama-dos à luta por uma democracia, em que se-jamos cidadãos plenos, pela liberdade. Sem auto-reflexidade, o padrão que produz esta forma também a devora. Não estranhemos que este elemento imprescindível à dinâmica política de um regime, seja cada vez menos cerimonioso ante o despotismo democrático, no qual, a luta pela igualdade é mais forte do que o gosto pela liberdade, porque os povos democráticos modernos, como dizia Tocque-ville: “querem a igualdade na liberdade e, se não a puderem obter, ainda a querem na es-cravidão”.

Em teoria os cidadãos, detêm direitos de ci-dadania através da Constituição, mas que não exercem plenamente. Só quando lhe roçam o umbigo é que reagem! Esquecem-se, que não há sistema político capaz de sustentar-se na virtude corporativa, porque esta é um mito puritano, arredado há muito pela revolução americana. A virtude é pessoal e a política é uma prática colectiva na qual, se por um lado,

LusitanaFonseca(…) Não esperemos,

que à falta de uvas

sumarentas, suceda a

reposição das bodas

de Canã, com Ma-

ria a pedir a Cristo

ajuda para resolver

o problema da falta

de vinho. Por cá, os

nossos zurrapeiros

pegam no pouco vinho

existente e adicionam

água! (…)

devem prevalecer os virtuosos, não é a virtu-de que está em jogo, mas o aperfeiçoamento das instituições e do bem comum.

Já na cidade de Aristóteles, a virtude esta-va na relação dos homens com as instituições e seu aperfeiçoamento. E se a política antiga – em Atenas e Roma – era fundadamente assen-te, na virtude, Tocqueville, milhares de anos depois, fez assertório semelhante ao analisar os fundamentos das democracias modernas, quando vem falar do interesse. O fundado interesse, construiu em larga escala a prega-ção política da maioria dos partidos políticos, que hoje asseveram a ideia de sujeito, cada vez mais classicista que individual. A pessoa, o cidadão, assume nos dias de hoje uma iden-tidade de pacote, subvertida pelos deveres de contribuinte, não legitimada nos seus direitos enquanto utente dos serviços: de justiça, de saúde e de educação.

É sem dúvida triste, para uma sociedade anestesiada, não constatar que o rei está nu, quando até a ele só resta o manto angelical. Mas. Então porque reagimos mal e com des-confiança, quando alguém assume e insiste, em que o seu interlocutor seja sempre a so-ciedade – nem tanto quem governa – porque ela é bem mais difusa e rica que até o pró-prio poder de Estado? Acho. Que precisamos de convencer-nos – do político até ao eleitor – que as ideias e a sua abertura, são o único mapa que nos pode desviar de continuarmos complacentemente reféns da ideia peregrina, de que tudo o que seja posto à consideração publica, deva obedecer à convencionada rede de apoios, apelando sempre a interesses, a ne-cessidades, mas não a ideias.

É verdade que há uma retórica exacerba-da. Mas a política pepsodent ruiu! A ideia do triunfo do estilo sobre a substância, do domí-

nio do marketing na política foi temporária. Por que será? Porque há subjectividades de-sestabilizadoras. Há pessoas.

Há pessoas que estão preocupadas, mas não têm um quadro de pensamento. Há sectores inconformados, mas seduzidos pela máquina administrativa. Há uma classe média onde a vertigem das mudanças se transmuta frequen-temente numa sensação de estagnação. Há modos de dominação política, baseados não só na coerção subsidiária, mas também na assimilação de eleitores. Há periferias sociais onde a transgressão é quase uma necessida-de. Há um pensamento institucionalizado e legalista que cuida do politicamente correcto e blinda a esperança contra a frustração dos cidadãos. Há o facto de a riqueza material se traduzir (por vezes) em pobreza da nossa experiência. Há uma gestão ruinosa do terri-tório, onde a paisagem consente e fideliza o cortar a torto e a direito nos serviços às popu-lações do interior do país. Há quem vá para o desemprego, quando se mantém vergonhosa-mente os vencimentos dos gestores e admi-nistradores públicos com subidas na ordem dos 200%, além de indemnizações espúrias quando saem de certas empresas para ingres-sarem imediatamente noutras. Há determina-dos atributos que negam a intencionalidade da hierarquia social, apesar do Estado Social português já ter falido declaradamente.

Tudo isto não legitimará que pergunte que atravessamos – como sociedade – uma cam-panha de vindimas decisiva, com pouca uva e muita parra? Não temos de exigir, de pres-sionar para que os direitos que possuímos em teoria nos sejam garantidos na prática? Isto só acontecerá quando abandonarmos (todos) a nossa complacência. Não esperemos, que à falta de uvas sumarentas, suceda a reposi-ção das bodas de Canã, com Maria a pedir a Cristo ajuda para resolver o problema da falta de vinho. Por cá, os nossos zurrapeiros pegam no pouco vinho existente e adicionam água! E pronto. Nada de espalhafato ou ala-ridos que os papalvos bebem tudo sem notar anomalia!

Víndimas à porta.“Quem pode, resiste. Quem não pode, esconde-se.”

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www.correiodabeiraserra.com 5 LO C A L

“Liberdade, Liberdadequem a tem chama-lhe sua…”

“…O final das “Carbonárias” tem o seu quê de épico: “ São tão bonitas as Carbonáriassão tão catitas as Libertáriasoh que lindo rancho da mocidadecantai raparigas, viva a Liberdade”

O autor e intérprete de canções Vitorino – um dos meus preferidos – escreveu “Carbonárias (final)”, um tema ao jeito de quem clama pela Liberdade porque, diz ele, o poeta: “…já não tenho liberdade / nem de pôr o pé na rua”.A propósito: a liberdade institucional posta à disposição dos leitores do “correiodabeiraser-ra.com” permite opinar, criticar, louvar e… de-veríamos ficar por aqui, mas certos conteúdos inseridos nos comentários às peças editadas pelo jornal merecem repúdio público em letra de forma.Qualquer observador já deu conta que, sob a capa do anonimato cobarde, como se a bílis estivesse impregnada de ódio corrosivo, “são despejados” vocábulos lesivos do bom-nome e imagem de alguns cidadãos e instituições.Grassam as críticas invejosas, que ferem, ma-goam e ofendem; como a inveja é uma espécie de sentimento pobre, dá pena constatar que ele (sentimento) é arma de arremesso do inimigo que se acoita nas moitas virtuais. Derrotar este tipo de terrorismo é fácil: basta que a direcção do jornal pura e simplesmente inverta o maní-pulo da torneira por onde jorram os disparates e a estupidez de quem se sente no “direito” de fazer juízo de modo próprio, condenando na praça pública “ a vítima” que lhe cabe em sorte: é o “amigo” que deixou de ser, o vizinho com quem se mantêm querela de somenos, o líder, porque foi capaz de assumir determinado cargo público – enfim, parecem estouvados caçadores que atiram “a matar a tudo quanto mexe”.Está visto que o “Correio da Beira Serra” não retira a liberdade de opinião a quem a tem pelas Leis da República Portuguesa. Se assim fosse, justificava-se outra quadra do Vitorino:”Liberdade, Liberdade/quem a tem chama-lhe DELA/ já não tenho liberdade/ nem de me pôr à janela” – e isso ninguém deseja que aconteça. Esquecemo-nos (sobretudo os mais novos, que não viveram “outros tempos” onde imperou a censura) do preço que custou a Liberdade; como agora é de “borla”, vai daí usa-se à toa, o que não me parece justo nem sensato.O final das “Carbonárias” tem o seu quê de épi-co: “ São tão bonitas as Carbonárias / são tão catitas as Libertárias / oh que lindo rancho da mocidade / cantai raparigas, viva a Liberdade”!Possivelmente, Vitorino inspirou-se nos factos que são imputados à extinta sociedade secreta designada por “Carbonária”, cuja ideologia revolucionária defendia princípios anarquis-tas. Talvez, mas como não sou partidário da “teoria política que preconiza a organização da sociedade sem qualquer governo estabelecido, fundada na convicção de que todas as formas de governo interferem na liberdade individual” não posso concordar com a anarquia opinativa por “dá cá aquela palha”.Haja respeito, educação e bom senso, por favor.

C R O N I Q U E TA

Carlos Alberto (Vilaça)

“Carbonárias (final)”

O presidente da Comissão Política de Secção (CPS) do PSD de Oliveira do Hospital participou esta quarta-feira em Lisboa numa reunião com o secretário-geral do PSD, Luís Marques Guedes, apurou o Correio da Beira Serra junto de uma fonte ligada à con-celhia social-democrata.

A notícia foi já confirmada por José Carlos Mendes, que depois de insta-do por este jornal a comentar a forma como decorreu aquela reunião disse tratar-se de “mais uma reunião de tra-balho do que propriamente para de-cidir o processo das autárquicas” em Oliveira do Hospital.

“Foi uma reunião normal onde se discutiram vários assuntos, mas em termos de autárquicas não se avançou nada”, frisou ainda o líder do PSD, sem deixar no entanto de sublinhar que “há uma comissão própria para tratar estes assuntos das autárquicas”.

Sem querer entrar em polémicas – “ainda estamos numa fase de diá-logo”, sublinhou –, Mendes salientou também que “a comissão está a tra-balhar e, na altura própria, seremos chamados para discutir o assunto” relacionado com o controverso dossiê das eleições autárquicas de Oliveira do Hospital.

Após reunião com o secretário-geral do partido

Líder do PSD continua sem novidades…

ONúcleo de Desenvol-vimento Empresarial do Interior e Beiras (NDEIB) vai propor às câmaras municipais da

sua área de abrangência a realização de uma feira, ou centro de exposições de di-mensão regional. O anúncio foi feito ao Correio da Beira Serra pelo presidente da estrutura, Fernando Tavares Pereira, que também explicou que a localização do certame irá depender das garantias oferecidas por cada uma das autarquias, para que a feira seja um sucesso.

Visivelmente descontente com a afirmação proferida pelo presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hos-pital de que a FICACOL “pertence ao passado”, Tavares Pereira posicionou-se em defesa deste tipo de certames para a promoção do concelho e das suas poten-cialidades.

“Julgamos que esta autarquia, o NDEIB, outras autarquias e associações desta região deveriam reunir mais es-forços, quantos possíveis, para que não sejam ultrapassados por diversos conce-lhos e regiões que há anos a esta parte figuravam de longe atrás do concelho e da região na promoção dos produtos fa-bris, tradicionais e dos serviços”, referiu ao CBS o responsável pelo núcleo que pretende a breve prazo lançar o desafio às autarquias da região.

Em Oliveira do Hospital, desde 2001 que a FICACOL tem vindo a ser substi-tuída por certames de curta duração e realizados ao longo do ano, enquanto que em concelhos vizinhos continuam a vingar as grandes feiras e centros de exposições como em Seia e Arganil, por exemplo. O vereador socialista na Câ-mara Municipal de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, já chegou a solicitar a reedição do certame para o próximo ano, mas a sugestão não foi ao encon-tro das pretensões do presidente Mário Alves, porque entende que “a FICACOL pertence ao passado”.

NDEIB faz chegar preocupações ao governo Ainda esta semana o NDEIB vai ser re-cebido pelo Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional com o objectivo de transmitir as suas preocu-pações sobre aquela matéria. A falta de iniciativas na área da formação profis-sional é vista por Tavares Pereira como

um entrave ao desenvolvimento empre-sarial, pelo que é objectivo do núcleo que dirige tomar conhecimento do apoio que o governo pode dar ao nível da for-mação nas escolas e até nas indústrias.

Para o responsável do NDEIB é urgen-te que se instalem na região “empresas com tecnologia de ponta” ou até mesmo que se “reactivem outras empresas que em tempos passados foram de grande sucesso”.

Sempre na mira do sucesso empre-sarial, o NDEIB começa esta semana a prestar apoio aos empresários ao nível do novo Quadro Comunitário de Apoio. O objectivo – garante Tavares Pereira – é o de auxiliar os empresários a modernizar as suas unidades produtivas, especialmente porque está em causa a última oportu-nidade para beneficiarem de apoios co-munitários. Segundo o responsável será ainda dinamizado um colóquio sobre o assunto, para que os empresários “con-sigam acompanhar o desenvolvimento regional, nacional e europeu”.

Localização vai depender das garantias das autarquias

NDEIB quer organizar feira de dimensão regional

Numa altura em que o próprio

presidente da Câmara Munici-

pal de Oliveira do Hospital con-

sidera que a FICACOL “pertence

ao passado”, o NDEIB anuncia

a intenção de dinamizar uma

feira ou centro de exposições de

dimensão regional. A localiza-

ção vai depender das garantias

dadas pelas autarquias.

Fernando Tavares Pereira é contra a ideia de que “a FICACOL pertence ao passado”

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José Carlos Mendes com muitas “danças” pela frente...

Depois de uns animados pas-sos de dança, o líder do PSD de Oliveira do Hos-

pital subiu ao púlpito montado na XVI Festa Convívio das Cal-das de S. Paulo para começar por lamentar as ausências dos órgãos distritais e nacionais do partido numa iniciativa política promovida por uma das maiores secções do PSD no país. “Talvez a sua agenda política não permi-tisse a sua presença bem como a de destacadas personalidades do partido”, afirmou José Car-los Mendes, numa clara alusão também às ausências de Mário Alves e do seu vice-presidente, Paulo Rocha.

Notando que “não é fácil, no actual momento que vivemos, organizar um evento desta natu-reza” – encontrar um presidente de Junta eleito pelo PSD naquele convívio é quase como que “pro-curar uma agulha no palheiro” –, Mendes deixou no entanto uma garantia: “Esta é a maior festa do PSD a nível distrital e regional. Independentemente das dificul-dades ou das atitudes incompre-ensivelmente críticas de alguns, estes e outros momentos irão ter continuidade”, assegurou.

Voltando a defender a neces-sidade de uma “renovação” polí-tica no concelho – “ há práticas e posturas que devem ser altera-das. Os nossos militantes, sim-patizantes e população em geral anseiam por essa mudança”, su-blinhou –, o presidente do PSD voltou a deixar um aviso. “Os militantes manifestaram pelo voto democrático a sua vontade. Não iremos tolerar que outros que não respeitam as mais ele-mentares regras da democracia queiram fazer prevalecer a sua vontade. Vontade essa, que visa fundamentalmente a perpetua-ção no poder a qualquer custo”, considerou.

Numa crítica com destinatá-rio conhecido, Mendes alertou os militantes – pelo “Pontal das Caldas” terão passado cerca de 500 pessoas, segundo a Comis-são Política de Secção (CPS) – para o facto de que “o futuro

do nosso concelho não é tarefa de um homem só”. Pois – con-forme observou – quanto mais envolvermos as populações e soubermos trabalhar em grupo mais o concelho terá possibili-dade de progredir e desenvolver. Connosco no futuro, não have-

rá discriminações, não haverá prepotência e arrogância, não haverá oliveirenses de primeira e segunda”, afiançou o líder do PSD.

Num tom muito crítico, o presidente da CPS insistiu na tese de que “só com um partido

coeso e unido o PSD consegui-rá atingir os objectivos propos-tos para 2009 – a vitória “ nas eleições autárquicas, legislati-vas e europeias” – e mostrou-se disponível para continuar a árdua tarefa de “tudo fazer para acabar com a discórdia e com a divisão”. Contudo – e referin-do-se implicitamente à outra facção do PSD –, para que isso aconteça existem quatro con-dições que Mendes enumerou. “Assim saibam alguns inter-pretar os sinais de mudança e de renovação; assim respeitem alguns as regras do jogo demo-crático; Assim ponham alguns os interesses do PSD acima das ambições pessoais; Assim se disponham alguns a ajudar, colaborar e participar, em vez de criticar, denegrir, difamar ou deitar abaixo”.

Invocando Sá Carneiro – “ha-bituou-nos a aprender e a res-peitar os valores da democracia, da tolerância e do respeito pelas opções individuais e de grupo”, lembrou –, José Carlos Mendes fez um novo sublinhado e tor-nou claro que, nas autárquicas de 2009, é a sua candidatura que deve avançar e não a de Mário Alves, contrariamente ao que vem defendendo publicamente o líder da distrital, Jaime Soares. “Os militantes do nosso partido escolheram livremente o rumo que desejavam para o futuro do PSD concelhio”, considerou.

Líder do PSD deixa recado sobre a postura “centralista” do presidente da Câmara

“O futuro do nosso concelho não é tarefa de um homem só”

No tradicional “Pontal”

das Caldas de S. Paulo, o

líder do PSD deixou vários

avisos. Os mais nítidos, fo-

ram dirigidos ao presiden-

te da Câmara e a todos os

que – na opinião de Men-

des – estão a colocar as

“ambições pessoais” acima

dos “interesses do PSD”.

HENRIQUE BARRETO

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www.correiodabeiraserra.com 7 P O L Í T I C A

“Não pode ser um político s e c t á r i o …deve antes ser uma pes-

soa mobilizadora, capaz de aglu-tinar vontades, de dialogar com instituições e associações”, afir-mou ontem o presidente da Co-missão Política Concelhia (CPC) do PS, José Francisco Rolo, sem que no entanto tivesse satisfeito a curiosidade dos militantes e sim-patizantes que se mobilizaram na zona central de Lagares da Beira para participarem na Festa Con-vívio dos socialistas. É que, ainda não foi desta que o líder local do partido anunciou o nome do can-didato que, nas próximas eleições autárquicas, vai disputar a presi-dência da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital.

Desvalorizando a política do “bota a baixo” e do “falar mal só por falar”, Rolo disse ser adepto da política “das soluções e não dos problemas”. “Temos feito isso na Câmara e Assembleia Munici-pais”, garantiu, ao mesmo tempo que na pessoa de Alberto Amaral homenageou todos os autarcas socialistas. “Alberto Amaral sem-pre esteve do lado das soluções e sempre foi um autarca disponí-vel”, referiu, sem deixar de realçar a qualidade dos três autarcas so-cialistas de Lagares da Beira, São Paio de Gramaços e Ervedal da Beira, bem como as equipas que os acompanham, porque – como disse – “não há homens sós”.

Desde o desenvolvimento eco-nómico e empresarial, passando pelos problemas de água e sa-neamento, relacionamento com presidentes de Junta de Fregue-sia, instituições e associações, foi vasto o leque de preocupações referenciado ontem pelo líder do partido. Sem deixar de sublinhar o empenho dos socialistas para que no concelho se avançassem com projectos de índole empresarial,

Rolo lamentou que o Empreender + e o Invista + não tenham ainda criado qualquer posto de trabalho, nem empresa produtiva. “Isto pre-ocupa-nos, tal como nos preocupa o estado da Zona Industrial que se mantém como a deixou César Oliveira”, sustentou o socialista, pedindo “por favor ao senhor pre-sidente da Câmara para que am-plie a zona industrial e crie pólos industriais nas principais fregue-sias”. Os oito lotes que continuam desocupados no pólo da Cordinha mereceram também o desapreço de Rolo, que apelou ainda a Mário Al-ves para que crie na autarquia um gabinete de apoio ao empresário.

O que o líder dos socialistas continua sem perceber é porque é que “ao fim de 16 anos na au-tarquia ainda não se conseguiram resolver os problemas de abasteci-mento de água e saneamento bá-sico”. “Será possível que de mês a mês os jornais noticiem mais um caso de esgotos?” questionou, para de imediato pôr também em causa a relação entre Câmara Municipal, Juntas de Freguesia, instituições e associações. “Os presidentes de Junta são os que estão mais próxi-mos das populações e necessitam ser acarinhados”, referiu Rolo, defendendo “tratamento igual em circunstâncias iguais” para com as instituições e associações.

“Há instantes foi assinado o protocolo para a colocação do relvado sintético em Nogueira do Cravo. Concordamos com ele, mas é importante ver os apoios dispo-níveis para outras associações do concelho”, considerou Rolo, notando que “não podem haver associações de primeira e de se-

gunda”. “Sei de instituições que pedem apoio da Câmara Munici-pal e recebem zero”, sustentou, lamentando que sejam “vergonho-samente discriminadas”.

Preocupado com a fraca pro-moção externa do concelho, o também vereador na Câmara Mu-nicipal – à semelhança do que já tinha feito no exercício daquele papel – voltou ontem a solicitar ao presidente da autarquia olivei-rense que realize a FICACOL em 2009, porque “quem não é visto, não é lembrado e Oliveira do Hos-pital precisa de ser lembrada”.

Das queixas ao papel da Câma-ra, Rolo passou de imediato para os elogios à actuação do Governo, mais concretamente ao pacote de investimentos em torno das aces-sibilidades e apoio social.

“A adesão a esta iniciativa represen-ta algo mais que irá acontecer em Oliveira do Hospital em 2009”Como já vem sendo habitual, os convívios socialistas primam sem-pre pela presença dos rostos distri-tais do partido que, neste domin-go, não se pouparam em elogiar a mobilização que se verificou na zona central de Lagares da Beira, uma das três freguesias lideradas por socialistas. A proximidade com as pessoas e o trabalho que se desenvolve de baixo para cima foram aspectos referenciados por Henrique Fernandes, presidente da Comissão Política Concelhia do PS de Coimbra, como determi-nantes para se chegar à liderança da Câmara e Assembleia Munici-pais. “Em Lagares da Beira, o PS tem futuro e Oliveira do Hospital com o PS terá mais e melhor futu-

ro”, considerou Fernandes.Sem deixar de fazer referência

à sua recandidatura à Federação do PS de Coimbra, Victor Baptis-ta disse não ter dúvidas de que a adesão à iniciativa realizada em Lagares “representa algo mais que irá acontecer em Oliveira do Hospital em 2009”. “Temos boas expectativas para 2009”, refe-riu Baptista que, num olhar pelo concelho e comparando-o com o de Tábua por exemplo, constata que “não há nada de novo”. “Em Oliveira do Hospital só existe uma escola superior que se deve a An-tónio Guterres…e finalmente as vias de comunicação são obras do PS”, sustentou o ainda presidente da Federação que não deixou de elogiar o trabalho desenvolvido pela CPC do PS, nem de se mos-trar disponível para apoiar a cons-truir a vitória do PS em Oliveira do Hospital, depois de reconquis-tar a liderança da Federação.

“É mais fácil pôr lâmpadas e fazer a ligação ao esgoto do amigo”Convidando as pessoas a reflectir, António Campos foi sem dúvida o convidado que, mais atenção reuniu em torno da sua interven-ção. “Vivemos num mundo de transformação, como é que vamos ajudar o nosso concelho e o país?” questionou António Campos, para de seguida dar conta da necessi-dade de “pessoas corajosas”. É que o mítico militante do PS disse ter a “convicção profunda de que se tivéssemos outra Câmara Mu-nicipal, o nosso concelho estaria depois de Coimbra e da Figueira da Foz, a nível distrital”. “Fomos ultrapassados porque não há es-

pírito de pensar e de unidade no concelho”, referiu, notando que “outro presidente de câmara cor-reria o país à procura de emprego para fixar no concelho”. “O nosso presidente faz zero”, afirmou.

Visivelmente satisfeito com a ocupação total das vagas para os cursos da Escola Superior de Tec-nologia e Gestão de Oliveira do Hospital, António Campos deu conta da necessidade de “grandes instalações para o politécnico”. “Foi uma grande vitória”, subli-nhou, confessando que ele próprio chegou a pensar que era impossí-vel fazer vingar a ESTGOH porque o concelho está envelhecido.

Defensor de um candidato à Câmara capaz de juntar pessoas e de dinamizar o concelho, António Campos garantiu que tal perfil vai surgir do lado do PS, já que para o actual presidente da Câmara “é mais fácil pôr lâmpadas e fazer a ligação ao esgoto do amigo”.

Sem deixar escapar a oportu-nidade para apelar aos dirigentes distritais para que “intercedam” pela freguesia de que é autarca, Raul Costa revelou-se satisfeito com a mobilização conseguida em Lagares da Beira e disse não ter dúvidas de que “em termos de festa, já ganhámos”.

Também presente no convívio, o líder da Juventude Socialista, João Ramalhete opôs-se à política dinamizada pelo actual presiden-te da Câmara, recusando-se a con-tinuar “refém” da “sua falta de vi-são”. Referiu-se ao caso concreto da saída do concelho da Região de Turismo da Serra da Estrela, não concordando que essa decisão “não seja negociável”.

Socialistas querem apostar num “homem da terra”: José Carlos alexandrino

Candidato do PS já tem perfil mas continua sem rosto

Numa altura em que as

eleições autárquicas estão

a entrar em contagem

decrescente, o PS mobili-

zou-se em Lagares da Beira

mas continua a manter

o tabu sobre o nome do

candidato às autárquicas,

que poderá ser José Carlos

Alexandrino.

LILIANA LOPES

O líder local do PS continua a manter em segredo o nome do candidato às autárquicas de 2009...

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Se copiarmos as ideias de uma pessoa, so-mos acusados de plágio. Porém, a escola ensinou-nos que, se copiarmos as ideias de muitas pessoas, já somos vistos como autores de um “novo” trabalho científi-

co. Contudo, socialmente, o acto de copiar continua a ser visto como uma prática reprovável. A ironia é que classificamos de reprovável uma prática exerci-da, precisamente, para evitar as reprovações. Mas isso pouco importa, pois também ninguém questiona por que “separado” se escreve tudo junto e “tudo junto” se escreve separado…

A verdade é que o acto de copiar raramente é as-sumido por quem o executa. No entanto, no mundo publicitário, a cópia pode ser assumida sempre que as pequenas alterações revelem uma criatividade que não suscite quaisquer dúvidas de que copiar foi ape-nas uma opção e não uma necessidade. Sim, porque copiar é fácil, melhorar o que se copia é que já não é para todos. No fundo, este é o “segredo” dos sucessos do advercopy que, não raras vezes, conseguem deixar ao original uma ideia de esboço e à cópia uma imagem do trabalho acabado.

Assim, no advercopy pegamos numa imagem, fra-se ou ideia já conhecida (para facilitar a retenção) e acrescentamos-lhe as necessárias alterações (normal-

mente com forte carga humorística) na persecução dos objectivos da campanha. Apesar da menoridade com que muitas vezes é tratado, a verdade é que o advercopy encontra sustentação em princípios teóri-cos de marketing de muito boa gente: como os avisos para a dificuldade de reter uma campanha dados por Jay Levison (marketing de guerrilha) ou os alertas de Stephen Brown de como o marketing e a publicidade se tornaram chatos, demasiado cientificos e sem a ne-cessária dose de humor (marketease).

Apesar de poderem ridicularizar a obra original, na grande maioria das vezes, as campanhas de adver-copy acabam por ser uma homenagem de reconheci-mento ao original, onde quem copia e é copiado ob-tém vantagens. Historicamente, a prática de copiar os sucessos dos outros estava ligada a marcas de menor dimensão. Mas até neste aspecto os tempos mudaram. A Burger King, por exemplo, pegou na imagem bem conhecida do solitário cowboy americano de Marlbo-ro na mão, para lhe substituir o cigarro por uma batata frita ainda a deitar fumo. A Nissan transformou uma campanha da Volkswagen, onde um batalhão de po-lícia se protege atrás da segurança de um Polo, subs-tituindo o Volkswagen por um Nissan e colocando o batalhão à frente do carro para que nada lhe pudesse acontecer.

COPIAR com SENTIDO

Naturalmente, estes são apenas dois exemplos de como a criatividade, em vez de criar o novo, pode ser praticada com o “simples” saber olhar de outra forma para o que já foi criado. Já Salvador Dali dizia “Aque-les que não querem imitar coisa nenhuma produzem coisa nenhuma” e, na verdade, basta entender o que Dali disse para perceber que, na maioria das vezes, o sucesso da “cópia” é conseguido por esta ser ainda

mais “original”… que o próprio original.sugestã[email protected]

Associação Nacional de Jovens Formadores e Docentes (FORDOC)

“Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre”

Leonardo da Vinci

O P I N I Ã O

“ Do rio que tudo arrasta se diz que é violento.Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem…”( Bertolt Brecht)

Talvez a pena de morte…por fuzilamento…Este Verão não houve grandes incêndios florestais por-que choveu e chove. Por isso, a grande comunicação so-cial (a começar pelas televisões) teve que arranjar outros motivos “espectaculares”, quiçá dramáticos, para ganhar audiências. Assim, voltou-se para a “onda de crimina-lidade” que alegadamente assola o País e para a conse-quente “falta de segurança” dos cidadãos. E, a partir daí, estava criado o ambiente - “fazia-se a cabeça” das Pessoas - para também surgir a acção política e partidária em torno do mesmo tema da segurança ou da falta dela . É “dos livros” e é prática recorrente…

Entretanto, as televisões transmitiam o “espectá-culo” que terminou com a morte, a tiro “frio”, por “fuzilamento”de facto, de um assaltante a um banco e com o ferimento de um outro. As imagens que eu vi foram repetidas nas televisões até ao ponto de me causa-rem vómitos. Sim, mas aquelas imagens também provam que “alguém” (quem foi exactamente?) condenou à mor-te, por “fuzilamento” e sem qualquer julgamento prévio, aqueles dois assaltantes à delegação bancária. Aliás, só não houve mais mortes durante o tiroteio porque os mesmos assaltantes, afinal, até nem eram assim tão “pro-fissionais” como “alguém” nos quis fazer crer. Repitam agora a mesma operação policial nas próximas “cenas” de assaltos do género – que os vai haver – e ver-se-á que os resultados serão ainda mais trágicos, sobretudo se houver reféns. Mas, o que me interessa hoje destacar é que, objectivamente, “alguém” mandou a polícia atirar - a sangue frio – com o intuito preciso de matar aqueles dois homens que, em má hora, se tinham envolvido no assalto a uma dependência bancária. Ou seja, assaltar um Banco, à partida, “dá direito”, repete-se, a pena de morte por “fuzilamento” e sem qualquer julgamento, às mãos de um novo tipo de “carrascos”, a polícia “especial” - e isto num país que até foi o primeiro a abolir a pena de morte na Europa. Como é óbvio, eu acho que não se pode assaltar bancos impunemente mas também acho que é

mais grave e mais amoral assaltar uma casa de habitação e roubar ou violentar os residentes do que assaltar uma dependência bancária. Acontece que eu também me sin-to “roubado” por muitas das manigâncias que os Bancos fazem impunemente…

Então, com o empolamento doentio da “onda de cri-minalidade”, é ver as teorias e os actos que por aí se es-tão a desenvolver com toda a desfaçatez. A direita pura e dura bate e rebate na tecla do aumento da repressão como se, só por si, o aumento da repressão, mesmo que até ao limite, venha resolver os problemas. Mas essa concepção da direita está-lhe no sangue ou na matriz genética. Por natureza, a direita é socialmente insen-sível e brutal. Claro que o (des)governo PS está muito contaminado pela mesma concepção e isso provou o “ministro das polícias” na ainda recente conversata que, por encomenda, veio fazer à televisão. Neste capítulo, o que o (des)governo PS tem feito, aliás tal como fizeram (des)governos anteriores, tem sido o desinvestimento or-çamental em meios físicos e em recursos humanos para o combate à criminalidade, tem sido o desinvestimento orçamental na Justiça, tudo em nome da “redução do dé-fice” imposta pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento da União Europeia que já leva uns onze anos ou mais a dar-nos cabo da vida.

Porém, o “caldo de cultura” ideal para a crimina-lidade de todo o tipo é a crise económica e social, é o escancaramento das fronteiras, situações geradas e de-senvolvidas pelas políticas de direita durante mais de 30 anos seguidos.

A segurança dos Cidadãos e respectivos bens não pode ser assegurada enquanto houver tamanha crise económica e social. Todavia, note-se, Portugal ainda está longe do nível de criminalidade violenta e organizada de outros países ou, pelo menos, os Portugueses ainda estão longe de ser tão violenta e organizadamente criminosos como o são as organizações criminosas de outros países e, isto, sem pretender dizer que, por cá, somos “meninos de coro” ou uma raça “à parte” que também não somos.

Ponham um “chip” nos escritórios dos donos e administradores dos Bancos…O (des)governo PS prepara-se para fazer vingar uma nova lei que vai obrigar ao implante de um “chip” electrónico em todas as viaturas de matrícula nacional pelo menos. O

Bestialidades…

João Dinis*

(…) o “caldo de

cultura” ideal para

a criminalidade de

todo o tipo é a crise

económica e social,

é o escancaramen-

to das fronteiras,

situações geradas e

desenvolvidas pelas

políticas de direita

durante mais de 30

anos seguidos. (…)

(des)presidente da república afirma que ainda vai pensar melhor no assunto… Dizem-nos “eles” que é para nossa segurança, para poderem localizar as viaturas em caso de problemas… Mas, e caso eu não queira ser “seguro” assim, e caso eu não queira que me localizem a minha viatura dessa forma, repito, dessa forma ? É que, dessa forma, eu que democraticamente combato este sistema, estes (des)governos e as políticas de direita, eu também posso estar a ser permanentemente “localizado” pela po-lícia ou mesmo pelos serviços “especiais” de informação ou congéneres, topam ? Acreditem que eu sei bem do que estou a falar… Então, este caso do “chip” obrigatório nas viaturas é, em natureza e objectivo último, mais um exemplo da forma perigosamente antidemocrática como as coisas estão a ser conduzidas no nosso País, no caso através da violação dos direitos e liberdades individuais dos Cidadãos.

E não me venham para cá com a conversa (engano-sa…) que o (des)governo e os (des)governantes até são “democráticos” e “democratas”… Acontece que nós as-sistimos agora a mais um passo – violentamente antide-mocrático - na escalada contra os direitos e liberdades e contra a independência do sistema judicial e judiciário. O (des)governo criou, e o (des)presidente da república já promulgou, a lei de “segurança interna” que, entre ou-tras entorses à democracia, cria a figura central – gover-namentalizada e partidarizada - do “chefe” de todas as polícias (um secretário-geral) a responder directamente ao Primeiro-Ministro sempre que este queira. Com estas medidas, o (des)governo PS e o “bloco central…izador” aceleram para criar, pelo menos a partir da cúpula, um partidarizado sistema policial e de vigilância dos Cida-dãos. É outra vez a criação de um Estado (policial) dentro do próprio Estado.

Já agora, a propósito de criminalidade organizada, por que não põem um “chip” de segurança ou um sis-tema de videovigilância, por exemplo, nas viaturas ( nos aviões…) e nos gabinetes dos donos e administradores de certos Bancos e de certas grandes empresas??...

A história ensina que a segurança dos cidadãos é mais ameaçada pela onda de securitarismo do Estado (quan-do dá prioridade para medidas policiais/militarizadas de carácter repressivo) do que propriamente pela “onda de criminalidade” civil, digamos assim…

Só o respeito pela Democracia, o respeito pelos di-reitos democráticos (sociais, económicos, políticos e culturais) do Povo e pelos valores do 25 de Abril podem garantir um Portugal mais seguro onde todos possamos viver melhor e ser mais felizes !

* Autarca da CDU – Oliveira do Hospital

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Pela primeira vez, a EPTOLIVA – Escola Profissional de Olivei-ra do Hospital, Tábua e Arganil distinguiu, dia 12, os melhores alunos de cada ano, dando cum-

primento ao Programa de Incentivo ao Estudo e ao Mérito Escolar instituído no ano passado pela direcção da escola.

Numa cerimónia realizada no auditório da Caixa de Crédito Agrícola de Oliveira do Hos-pital, os melhores alunos do 1º,2º e 3º anos receberam prémios no valor de 150, 250 e 500 euros, sendo que a aluna do terceiro ano che-gou também a arrecadar o prémio relativo à melhor Prova de Aptidão Profissional no va-lor de 400 Euros. “Estes alunos atingiram os seus objectivos, foram os melhores”, afirmou o director executivo da EPTOLIVA, Paulo Ro-cha, ao mesmo tempo que desafiou os novos alunos a atingirem elevados patamares de ex-celência e que levem – como referiu – o direc-tor pedagógico a propor a atribuição de pré-mios para os segundos e terceiros melhores alunos. Aos jornalistas, Paulo Rocha garantiu que a atribuição de prémios é para continuar em próximos anos, já que tem o objectivo de “estimular” os alunos e não descartou a possi-bilidade de o montante poder vir a aumentar, consoante a disponibilidade da escola.

“Novas turmas são sinal de vitalidade”Na recepção aos novos alunos – 75 no total – Paulo Rocha deixou garantias de que a es-cola tudo fará para “proporcionar uma forma-ção sólida e de qualidade, indo ao encontro daquilo que são as exigências do mercado”. Apelou também ao sentido de responsabili-dade dos alunos, ao cumprimento das regras da escola e ao espírito de empenho. Aos jor-nalistas, o responsável pela EPTOLIVA reve-lou-se satisfeito com o número de alunos que este ano ingressa naquela escola profissional, chegando a considerar que é demonstrativo da sua “vitalidade”. Deu conta da “concor-rência directa” que está a ser feita pela Escola Secundária que – como disse – este ano abriu quatro Cursos de Educação e Formação, mas garantiu que a EPTOLIVA consegue estar ao nível e é capaz de enfrentar os desafios. O que mais preocupa o responsável é a redução do número de alunos que atinge a escolas de um modo geral.

Participada pelos elementos que acom-panham Rocha na direcção e pela coorde-nadora da equipa de apoio às escolas, em representação da Directora Regional de Educação do Centro, a cerimónia primou pela presença de Ana Maravilha da empresa VIATEL – Telecomunicações, que vai estar

directamente ligada ao curso de Electróni-ca e de Telecomunicações. Esta é, de resto, a novidade que marcou o arranque do novo ano lectivo, já que para além da colaboração dos habituais promotores, cada curso vai es-tar ligado a uma empresa da área. Sublinhe-se por exemplo que os cursos de Técnico de Contabilidade e de Técnico de Informática e de Gestão vão estar ligados à Primavera Bu-siness Software Solutions e o curso de Téc-nico de Organização de Eventos à empresa Eventus e Talentus.

Rocha quer curso de Energias Renováveis em ArganilA EPTOLIVA inicia o novo ano lectivo com quatro novas tur-mas, das quais três em Oliveira do Hospital e uma em Tábua. No pólo de Arganil, será minis-trado o terceiro ano do curso de Gestão e Programação de Siste-mas Informáticos. À comunica-ção social, Paulo Rocha referiu que em Arganil a EPTOLIVA se está a deparar com “uma si-tuação especial”, uma vez que as actuais instalações “não ser-vem os propósitos” da escola,

nomeadamente no que respeita a cursos com uma vertente mais prática. Segundo contou, a direcção está a envidar esforços para que a escola possa vir a ocupar um dos espaços do recém-inaugurado centro empresarial e tecnológico. O objectivo – explicou Rocha – é o de que o curso na área das energias reno-váveis possa vir a ser ministrado no pólo de Arganil. “A escola considera que é um curso importante e não vamos abdicar dele”, sus-tentou.

EPTOLIVA distinguiu melhores alunos

OAgrupamento de Escolas Brás Garcia de Mascare-nhas foi o primeiro a avan-çar com as apresentações, mais concretamente na

Escola Básica Integrada da cidade. Contu-do, foi nesta segunda-feira, 15 de Setembro, que o arranque do novo ano lectivo passaou a ser oficial.

Por parte das escolas: “está tudo a postos” e as expectativas “são as melhores”. Por ago-ra ultimam-se os preparativos para acolher os novos alunos e continuar a acompanhar os que se mantém na respectiva escola.

A indicação dada ao Correio da Beira Serra pelos conselhos executivos é de que será dada continuidade a todos os projectos existentes nas escolas, bem como aos clubes e actividades de apoio. Os Cursos de Educa-ção e Formação (CEF) assumem-se também como verdadeiras alternativas para alunos que não se revêem no percurso curricular regular, pelo que se nalgumas escolas se mantém os mesmos cursos, noutras assiste-se à abertura de novos cursos. O ensino do Inglês, Educação Musical e Educação Física são as disciplinas que continuam a integrar as Actividades de Enriquecimento Curricu-lar ao nível dos alunos do primeiro ciclo de ensino básico.

No Agrupamento de Escolas Brás Garcia de Mascarenhas – com um total de 1349 alunos – o novo ano lectivo vai ter cheiro a

tinta fresca, já que a sede foi alvo de bene-ficiação na pintura. A curiosidade foi avan-çada pelo presidente do Conselho Executi-vo (CE), Luís Ângelo, que não deixou de se revelar apreensivo relativamente às obras que neste ano serão realizadas na EB1 da cidade. “As obras interferem sempre, mas esperamos que os incómodos sejam mí-nimos”, referiu ao Correio da Beira Serra, acrescentando que, este ano, espera pela chegada de mais computadores ao abrigo do Plano Tecnológico, bem como pela colo-cação dos cartões magnéticos e sistema de videovigilância. Destaque para o encerra-mento da EBI de Aldeia de Nogueira e para o encaminhamento dos 12 alunos para No-gueira do Cravo. Na contagem decrescente,

Luís Ângelo assegurou que o “Agrupamento há já 15 dias que está preparado para o ar-ranque”, ao mesmo tempo que referiu que todos os horários foram elaborados com o maior cuidado. Sublinhou, no entanto, que o novo ano deverá ser marcado por altera-ções, devido à entrada em vigor do novo modelo de gestão nas escolas.

Também nos Agrupamentos de Escolas da Cordinha (405 alunos), Lagares da Beira (300 alunos) e Vale do Alva (353 alunos), os jovens terão à sua disposição todo um con-junto de projectos, clubes e actividades de apoio, bem como os Cursos de Educação e Formação. Continuam a ser privilegiadas as Tecnologias de Informação e Comunicação, destacando-se a preocupação das escolas

em apetrechar as salas de aula com com-putadores, quadros interactivos e outros equipamentos, sublinhando-se contudo a parceria com o Plano Tecnológico posto em marcha pelo governo. Tome-se o exemplo do projecto “Cordinha Virtual” que vai ser dinamizado no Agrupamento de Ervedal da Beira por todos os alunos de cada ano e de cada turma.

“Tentamos sempre dar as melhores condi-ções aos nosso alunos”, referiu Ernesto Gou-veia presidente do CE de Lagares da Beira, destacando o facto de neste ano lectivo de-vido ao ajuste dos horários dos autocarros, já ter sido possível alargar o período lectivo até às 17h35. “Os nossos alunos já vão poder realizar mais actividades”, referiu.

“Estamos motivados e já temos pronta toda a organização do novo ano lectivo”, afiançou também Adelaide Calado, membro do CE do Agrupamento do Vale do Alva.

Decidido em manter activo o “binómio: sucesso educativo e reduzido abandono escolar”, o presidente do CE da Cordinha, Carlos Carvalheira, confessa que se “o novo ano for igual ao do ano passado já é muito bom”. Não deixou contudo de se mostrar re-ticente quanto à entrada em vigor do novo modelo de gestão das escolas.

Apesar das tentativas, o Correio da Beira Serra não conseguiu em tempo útil estabe-lecer um contacto com o conselho executi-vo da Secundária da cidade.

A garantia é dada pelos conselhos executivos

“Está tudo a postos para o novo ano lectivo”

Prémios de Mérito para alunos da Secundária de Oliveira do HospitalNo cumprimento das indicações dadas pelo Ministério da Educação, a Escola Secundária de Oliveira do Hospital atribuiu na

passada sexta-feira, 12 de Setembro, os prémios de mérito aos alunos – Ana Campos e Tiago Minas – que melhor classificação obtiveram na conclusão daquele grau de ensino.

O montante de mil euros – 500 euros para cada aluno – foi entregue no decorrer de uma cerimónia que o presidente do Con-selho Executivo, Albano Dinis, considerou como “um momento de alegria e de orgulho”.

O responsável pela escola não deixou de apelar à divulgação dos prémios, sublinhando que “todos podem lutar por eles, com trabalho”. Na ocasião, a escola distinguiu ainda os alunos do 12º ano – num total de 12 – que mais se destacaram e entregou os certificados de conclusão e diplomas aos finalistas. No total, 109 alunos concluíram o Secundário no ano lectivo 2007/08.

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C O N C E L H O

Hipótese de Lagares da Beira é excluída

Líder do PSD quer novas instalações da ESTGOH na cidade

As preocupações em torno dos serviços considerados como “fundamentais para o bem-estar de todos os oliveirenses” voltou a dominar, dia 7 de Setembro, o discurso do presidente do PSD de Oliveira do Hos-pital que também defendeu – apelando ao apoio do Estado – a construção das novas instalações da Escola Superior de Tecnolo-gia e Gestão de Oliveira do Hospital (ES-TGOH) na cidade.

Perante a mobilização de militantes que não faltou à XVI Festa Convívio do PSD concelhio, José Carlos Mendes revelou-se preocupado com o rumo do país em geral, e com o do Oliveira do Hospital em parti-cular. “Entendo que é fundamental corrigir as desigualdades existentes e que estão a levar irremediavelmente o nosso concelho para a cauda dos menos desenvolvidos”, referiu o líder local do partido, apelando ao poder autárquico para que lute em prol da manutenção dos serviços considerados “fundamentais”.

A manutenção do Serviço de Atendi-mento Permanente (SAP) do Centro de Saúde e do tribunal judicial, a construção dos IC 6 e 7 e ligação à auto-estrada Mira-Mangualde voltaram mais uma vez a ser referenciados por Mendes, que também

desafiou o poder autárquico a ter um “pa-pel negociador e intransigentemente rei-vindicativo”. Para isso, o social-democrata para além de defender os contactos perma-nentes com o poder central e regional, con-siderou importante o bom relacionamento com “oliveirenses que desempenham car-gos relevantes a nível nacional”. “Essas personalidades devem ser acarinhadas e motivadas para que o seu envolvimento e disponibilidade na resolução dos nossos problemas seja efectivo”, sustentou.

Aos que se mobilizaram na praia fluvial das Caldas de São Paulo, José Carlos Men-des deixou sinais de inquietação relativa-mente ao futuro dos jovens oliveirenses. Fixar os jovens quadros, ajudar na cria-ção e implementação de novas empresas, travar a saída dos jovens para outros con-celhos, são tarefas que, na opinião do so-cial-democrata, cabe à edilidade acautelar, desenvolvendo os “mecanismos para que tal aconteça”.

As preocupações em torno do desen-volvimento empresarial e industrial, bem como a “aposta decisiva” no Turismo volta-ram a fazer eco na festa dos sociais-demo-cratas, onde o líder se voltou a posicionar na corrida às autárquicas de 2009.

Análises do Centro de Saúde deram negativo

DECO detecta salmonelas em AvôO alerta foi dado ontem pela DECO: a

praia fluvial de Avô, no concelho de Oli-veira do Hospital, é uma das quatro praias – Ana de Aviz, concelho de Figueiró dos Vinhos, Fróia, de Proença-a-Nova e Lou-çainha, em Penela – num total de 30 ana-lisadas, onde foi detectada a presença de salmonelas.

Confrontada com a notícia, a delegada de Saúde Pública do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital, Guiomar Sarmento desvalorizou a questão, garantindo que as análises feitas pelos técnicos do CSOH no mesmo período – entre 18 e 28 de Agosto – deram negativo.

Contando que ainda ontem recebeu um fax da DECO a informar dessa situação, Guiomar Sarmento referiu ao correioda-beiraserra.com que pretende saber quais os métodos utilizados pela DECO para chegarem àqueles resultados, bem como ter conhecimento de qual o laboratório credenciado onde foram estudadas as co-lheitas de água.

Sublinhe-se que ontem mesmo a Asso-ciação de Defesa do Consumidor enviou um alerta à Administração Regional de Saúde do Centro, aos centros de saúde e às câmaras municipais das regiões afecta-das com o objectivo de tomarem medidas que protejam a saúde dos consumidores. Da mesma forma, aquela associação tam-bém alertou a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) que – como sublinha a DECO – não procede à pesquisa de salmonelas nas análises que realiza pelo facto de não ser

obrigatória. Tendo em conta os efeitos nocivos cau-

sados pelas salmonelas, a DECO desacon-selha banhos naquelas praias até que novas análises comprovem a ausência de riscos. As crianças exigem especial cuidado, por engolirem mais água e terem o organismo mais sensível. Mal-estar, dor abdominal e de cabeça, febre, vómitos e diarreia são os efeitos mais comuns.

Praia fluvial de Alvôco com água de melhor qualidadeNuma consulta pelas análises realizadas semanalmente pelo laboratório da CCDRC e disponíveis no sítio da Internet, o cor-reiodabeiraserra.com constata que entre 19 de Maio e 1 de Setembro, a classificação “Aceitável” domina os resultados obtidos na praia fluvial de Avô, com excepção para as análises datadas de 28 de Julho e 11 de Agosto, em que a água recebeu a melhor classificação: “BOA”.

Apesar de em Diário da República, a praia fluvial de Avô ter sido a única do concelho de Oliveira do Hospital a surgir como praia fluvial designada, o laboratório da CCDRC continua a proceder à análise da água da praia fluvial de Alvôco que, a comprovar por aqueles resultados tem con-seguido melhores classificações do que a congénere de Avô. Sublinhe-se que entre 15 de Maio e 1 de Setembro, a classificação de “Boa” só foi destronada em três análises realizadas a 26 de Maio, 16 de Junho e 25 de Junho, em que se ficou pela classifica-ção de “Aceitável”.

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Férias diferentes

Jovens protegem floresta até 30 de Setembro

A Associação Humanitária dos Bombei-ros Voluntários de Oliveira do Hospital e a CAULE – Associação Florestal da Beira Serra integram um conjunto de entidades que, em parceria com o Instituto Português da Juven-tude estão a dinamizar, desde o início de Se-tembro, o Programa Voluntariado Jovem para as Florestas 2008 no distrito de Coimbra.

No total, o programa abrange 15 projectos que, até 30 de Setembro, conta com o volun-tariado de 72 de jovens, cuja missão passa pela preservação dos recursos florestais e

ecossistemas, através da sensibilização das populações em geral. A prevenção contra os incêndios florestais, a monitorização e reflo-restação de áreas ardidas são também tarefas a desenvolver.

Para além da protecção florestal, o progra-ma permite que um elevado número de jo-vens, dos 18 aos 30 anos, possam ter umas férias diferentes,

Sublinhe-se que até agora, a Direcção Re-gional do Centro do IPJ aprovou 154 projectos mobilizadores de 3.182 jovens voluntários.

GNR está a investigar o caso

Larápios furtaram cobre da ACIBEIRAA GNR de Oliveira do Hospital está a

investigar o furto de 70 metros de cabo de energia eléctrica que abasteciam a zona do bar das instalações da Acibeira, em Laga-res da Beira. O assalto reporta-se ao último fim-de-semana de Agosto, altura em que também foram cortados quatros cabos de fornecimento de energia àquelas instala-ções, na proximidade do posto de transfor-mação, sem que tenha havido furto.

Ao correiodabeiraserrra.com, o sargento-mor do Destacamento Territorial da GNR da Lousã considerou tratar-se de um acto de vandalismo, já que a quantidade de cobre furtado foi mínima. Lucénio Martins referiu até que a maior quantidade de cobre ficou nos cabos cortados – por se encontrarem junto ao posto de transformação – que aca-baram por não ser levados pelos larápios.

Pese embora o reduzido significado do assalto, o responsável pelo Destacamento Territorial da GNR da Lousã lembrou que “a questão do cobre é um fenómeno que existe e é um negócio rentável”. “Como há pessoas que compram, a oferta também se vai incentivando”, referiu Lucénio Mar-tins, notando no entanto que este tipo de crimes tem vindo a acontecer com menor frequência. Lembrou contudo o caso re-cente de um furto de tubos de cobre usados para sistemas de aquecimento do interior de um prédio em construção na cidade de Oliveira do Hospital. Neste caso concre-to os autores do furto foram identificados pela GNR, mas Lucénio Martins lembrou que nem sempre acontece, tal como tam-bém não é fácil recuperar o material furta-do porque é derretido.

Delegada de Saúde diz que “o problema é grave”

“O que mais me preocupa é ver que temos uma população infantil e adolescente obesa”

A delegada de Saúde Pública do conce-lho de Oliveira do Hospital, Guiomar Sar-mento, revela-se “muito preocupada” com os sinais de obesidade que já afectam a po-pulação infantil e juvenil.

Numa entrevista ao Correio da Beira Serra (ver págs. 2 e 3), Sarmento chegou até a confessar que, neste momento, este é o problema que mais a inquieta ao nível da saúde pública, por verificar que “os bons hábitos de alimentação se estão a perder”.

“Os pais, infelizmente, com o ritmo de vida que têm ainda não se aperceberam de que a comida dos avós é que é a boa e, então, deixam os miúdos com dinheiro no bolso para irem comer porcarias aos bares e aos supermercados”, sustentou aquela res-ponsável de saúde pública, ao mesmo tem-po que constatou que “os miúdos gostam de comida rápida porque está na moda”.

Guiomar Sarmento alerta os pais para a “epidemia” que está a afectar sobretudo os mais novos, ao mesmo tempo que os acon-selha a apostarem em bons hábitos alimen-tares e a privilegiarem a “a sopa de feijão feita pela avó e os legumes a acompanhar a carne e o peixe”.

Embora sem dados concretos quanto à incidência da obesidade na população mais jovem do concelho, Sarmento não

tem dúvidas de que o problema é grave e que, para além dos pais, cabe também às escolas proporcionarem aos mais novos bons hábitos alimentares. Também ela mãe de dois menores, a delegada de saúde pú-blica local não deixou de contar ao Correio da Beira Serra o que acontece com a pró-pria filha, já que na escola que frequenta, é “gozada pelas amigas por ir almoçar à can-tina, porque elas comem umas sandes no bar com maionese”.

Tem consciência de que o assunto tem merecido a atenção da Câmara Municipal – lembrou a palestra realizada sobre o tema – bem como das escolas, embora na sua opinião não seja o suficiente. “Trabalhei na Figueira da Foz onde existia uma cam-panha junto da Escola Secundária em que retiraram todas as batatas fritas, hambúr-gueres, salsichas e passaram a fazer sandes com pão de mistura, tomate, alface, fiam-bre magro e queijo com pouca gordura e só tinham disponíveis iogurtes, sumos com pouco açúcar ou naturais, águas, frutas e sandes mistas”, exemplificou Sarmento, contando que “nos primeiros tempos foi reduzida a procura, mas como os miúdos não queriam ir comer à cantina, viram-se obrigados a recorrer aos produtos saudá-veis do bar, muito mais pelo convívio”.

Para a delegada de Saúde Pública a solu-ção passa por retirar das escolas tudo o que faz mal, porque “se os jovens não tiverem outras alternativas, eles acabam por consu-mir os alimentos saudáveis”. Mas, constata que em Oliveira do Hospital o problema re-side no facto de os alunos poderem sair da escola e, de a escassos metros encontrarem um supermercado onde podem comprar tudo o que lhes apetece.

Enquanto coordenadora de saúde esco-lar, Sarmento sossega os pais com a garan-tia de que “as ementas das cantinas estão correctíssimas”. Mas volta a avisar: “nós estamos a ficar com uma população obesa e não nos adianta nada ter miúdos com 15 e 16 de anos com diabetes tipo dois como os avós”. “Ter uma população jovem que está a diminuir drasticamente e, já por si doente, é como não ter nada, porque quan-do os jovens tiverem 40 anos vão ter graves problemas”, sustentou.

Autarca da CDU exige mais preocupações ambientais

João Dinis quer ETAR em bom funcionamento e defende novainfra-estrutura para queijarias

A Estação de Tratamento de Águas e Re-siduais (ETAR) que serve as populações de Vila Franca da Beira e Aldeia Formosa con-tinua a dar sinais de mau funcionamento. O alerta voltou a ser feito pelo autarca João Dinis que, após uma visita mais demora-da pelo local, constatou que – segundo o próprio – os dois tanques de lamas secas não são limpos há já muito tempo. “Até já cresceram plantas entre as lamas”, referiu a este diário digital, garantindo no entanto que os tanques estão a funcionar, a com-provar pelas lamas “ainda verdes” que lá se encontram.

O funcionamento “deficiente” da ETAR está a preocupar o autarca vilafranquen-se que continua a constatar a entrada de “água saturada” na linha de água. Dinis – que já alertou as entidades competentes para o problema através de ofício – consi-dera necessário que a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital “mande limpar a linha de água, ao invés de remeter essa responsabilidade para os proprietários dos terrenos contíguos”. “As margens estão cheias de silvas e entulhos e os proprietá-

rios não têm culpa, já que a maior parte, nem sequer cá está”, referiu, sustentando que o “bom funcionamento da ETAR impli-ca a limpeza periódica da linha de água”.

Como forma de minimizar o impac-to negativo que o mau funcionamento da ETAR tem vindo a causar, Dinis defende a instalação de um motor para destroçar os detritos logo à entrada para a ETAR, bem como a plantação de sebes que impeçam a saída dos maus cheiros.

Crítico em relação ao dinheiro gasto pela Câmara Municipal em rotundas – “as quatro rotunda da cidade custaram um mi-lhão de Euros”, frisou – João Dinis desafia o executivo social-democrata a preocupar-se mais com o ambiente, bem como em sal-vaguardar certas actividades tradicionais, como a silvopastorícia. No seu entender, “a grande medida que na Cordinha se exige é que a Câmara e o Governo instalem uma ETAR específica para as queijarias”. “Já que preservam tanto os pastores, o queijo Serra da Estrela e o de ovelha, é preciso que haja apoios concretos em toda a zona da Cordinha”, sustentou.

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AAdega Coopera-tiva de Nogueira do Cravo está na iminência de pôr cobro à sua acti-

vidade. A informação foi confir-mada ao Correio da Beira Serra pelo presidente da direcção, Luís Vaz Pato, que justificou o possível encerramento com um passivo acumulado que ronda um milhão de euros.

“No sistema em que a Adega funciona deve ser verdade que fe-che portas no final desta campa-nha”, referiu Luís Vaz Pato, subli-nhando contudo que “ainda não está nada definido”. Sublinhe-se que há já cerca de quatro anos que a direcção da Adega defende a comercialização conjunta dos vinhos pela União das Adegas Cooperativas do Dão (UDACA) a nível regional e nacional. Embo-ra membros da UDACA, muitas adegas cooperativas têm tenta-do vingar sozinhas no campo da comercialização, mas algumas já têm ficado pelo caminho como foi o caso da congénere de Tondela

que em 2006 não conseguiu fazer face à crise que a assolou.

Para Luís Vaz Pato, a comercia-lização dos vinhos pela UDACA continua a ser a única forma de evitar o encerramento da Adega de Nogueira do Cravo e deverá ser analisada em Assembleia-ge-ral a realizar no próximo mês de Outubro. “O banco e os sócios são os nossos credores e com o mo-vimento que temos não consegui-mos fazer face à dívida”, confes-sou o presidente da direcção que desde 1999 tem vindo a assistir

ao agravamento da situação fi-nanceira.

Os cerca de 200 associados têm as suas colheitas pagas apenas até 2003 e o cenário descrito por Vaz Pato é de agravamento e não de melhoria. “Neste momento o vi-nho a granel vende-se a menos de metade do preço do que se vendia em 1999 e este ano até melhorou, porque no ano passado a campa-nha foi fraca”, contou, confessan-do-se desgostoso com o fim que se advinha para a Adega que di-rige desde 2000. “Custa-me com

certeza por todos os motivos”, referiu, considerando que a crise financeira que se abateu sobre a adega tem prejudicado a região quer ao nível dos pagamentos, quer do potencial do vinho pro-duzido e até mesmo ao nível do cultivo da videira.

De salientar que a Adega Coo-perativa de Nogueira do Cravo vi-nha apostando nos últimos anos na modernização dos seus equi-pamentos que lhe permitiu colo-car no mercado dois rótulos de vinho. O certificado como Vinho

do Dão, o “Senhor das Almas” e, o vinho regional “Estrada Real”, sendo que com o primeiro a Ade-ga vinha já competindo com ou-tras marcas de vinhos nacionais. Era com base nesta capacidade

de concorrência que Vaz Pato se vinha batendo por uma estratégia de comercialização que permitis-se à Adega ultrapassar a crise que atravessa desde o final do século passado.

Mais uma adega da Região Demarcada do Vinho do Dão em vias de fechar a porta

Fotos comHistória

ARQUIVO CORREIO DA BEIRA SERRA

1998-2008

1989. Já em final de mais um mandato, o

presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, António Simões Saraiva, dis-

cursa na cerimónia de inauguração das novas

instalações da “Zona Agrária” de Oliveira do

Hospital.Na imagem, dois jor-

nalistas locais – Vítor Neves entretanto

“virou” empresário e Luis Baila foi para a

RTP – tomam notas da “ocorrência” .

E C O N O M I A

Presidente da direcção assume que esta deverá ser a última campanha

Adega Cooperativa de Nogueira do Cravo não resiste a passivo de um milhão de Euros

Dívidas acumuladas na

ordem de um milhão de

euros, deverão precipitar o

encerramento de mais uma

adega na região do Dão.

LILIANA LOPES

(…) “O banco e os

sócios são os nossos

credores e com o mo-

vimento que temos não

conseguimos fazer face

à dívida”, confessou o

presidente da direcção

que desde 1999 tem

vindo a assistir ao

agravamento da situa-

ção financeira (…)

Page 13: CORREIO DA BEIRA SERRA – 16.09.2008

16 de Setembro de 2008

www.correiodabeiraserra.com 13 SA Ú D E

Oprojecto de trans-formação da Es-cola do 1º Ciclo de Ensino Básico de Oliveira do

Hospital num designado Centro Escolar não contempla a remoção do telhado de fibrocimento do edifício, que é composto por um material altamente cancerígeno – o amianto.

A confirmação deste facto foi feita pelo presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, durante a reunião pública do executivo camarário, dia 2 de Setembro. “No projecto não foi contemplada a substituição do fibrocimento”, referiu Mário Alves, sustentando que “a percentagem de amianto que tem o fibrocimento é mínima e não tem efeitos nocivos para a

saúde”.Este esclarecimento do autarca

do PSD, surgiu na sequência de uma questão colocada por José Francisco Rolo, que perguntou ao chefe do executivo se a empreita-da de remodelação e beneficiação daquele estabelecimento escolar contemplava a retirada da cober-tura de fibrocimento da escola, já que – conforme sustentou aque-le vereador do PS –, invocando a perigosidade do amianto, “as requalificações devem ser feitas para melhorar e ultrapassar debi-lidades”.

Face às explicações de Mário Alves, Rolo defendeu “uma alte-ração ao projecto” e recordou ao chefe do executivo toda a polé-mica que a questão da presença do amianto em edifícios públicos tem suscitado na comunicação social e no seio da opinião públi-ca.

Não querendo dar “o braço a torcer”, Alves argumentou que há outros edifícios na cidade com coberturas em fibrocimento – o edil referiu os casos do cen-tro de saúde e das outras escolas da cidade, que estão sob a tutela do Governo – e voltou a insistir na mesma tese. “O fibrocimento tem uma percentagem mínima de amianto que não é lesiva para a saúde. Vou-lhe arranjar docu-mentação para que o meu amigo possa ler”, afirmou.

Perante a insistência do vere-ador socialista em reiterar que

estava em causa uma requalifi-cação, o presidente da autarquia oliveirense acabou contudo por admitir “reequacionar o projec-to”. “Poderemos pensar a questão, disse Alves, sublinhando porém ter “algumas dúvidas” quanto ao facto de “em termos da candida-

tura essa despesa ser conside-rada”. Sublinhe-se que esta em-preitada – já adjudicada – tem um custo de cerca de 540 mil euros e é financiada pelo Programa Ope-racional da Região Centro em 70 por cento.

A remoção das coberturas de fi-brocimento nos edifícios públicos e em empresas, tem despoletado acesas discussões – na sua com-posição há 10 a 30 por cento de amianto –, ao ponto de o próprio Provedor da Justiça, Nascimento Rodrigues, já ter vindo a público,

em Novembro de 2007, “reco-mendar ao Governo que fossem tomadas diligências para a reali-zação de operações de remoção do amianto das escolas, hospitais ou edifícios destinados à prática desportiva”.

Segundo o Guia de Boas Práti-cas para Prevenir os Riscos Decor-rentes do Amianto, este material é considerado como “o mais im-portante agente tóxico canceríge-no presente no local de trabalho na maioria dos países”. Algumas informações, veiculadas no sítio oficial de Internet do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, dão conta de que “nos pa-íses industrializados da Europa Ocidental, da América do Norte e do Japão, foram já contabilizadas cerca de 20 mi mortes provocadas pelo cancro do pulmão, e 10 mil casos de mesotelioma por ano”.

A proibição total da utilização e comercialização de produtos que contenham amianto entrou em vigor em 1 de Janeiro de 2005. A Directiva Comunitária Nº 2003/18/CE esclarece que “ainda não foi possível determinar o li-mite de exposição abaixo do qual o amianto não acarreta riscos de cancro”.

Vários especialistas, vêm entre-tanto recomendando a realização de medições de fibras de amianto no ar a efectuar por entidades cre-denciadas para o efeito.

A perigosidade do amianto – o Jornal de Notícias revelou,

no ano de 2006, que “as cobertu-ras de edifícios em fibrocimento existentes em Portugal equivalem a 600 mil campos de futebol” –, é mais elevada quando os tectos se vão degradando, uma vez que aquele agente cancerígeno disper-sa-se no ar sob a forma de fibras invisíveis a olho nu.

Um pouco por todo o país, a comunidade escolar tem vindo a protestar contra a presença de estudantes em escolas e recintos desportivos cobertos por fibroci-mento.

Em Oliveira do Hospital, por exemplo, a Sonae procedeu re-centemente à substituição das coberturas da sua unidade indus-trial da Catraia de S. Paio por con-terem amianto.

Ainda em curso – e já prati-camente no final –, encontra-se também a substituição do telhado de fibrocimento do pavilhão gim-nodesportivo da cidade.

Porém, na última reunião do executivo camarário, Mário Al-ves referiu que aquela empreitada não foi realizada com o intuito de remover o amianto. Segundo o autarca, teve antes a finalidade de melhorar as condições acústicas e térmicas daquele equipamento desportivo. Mas o mais caricato é que, depois do investimento fei-to, Alves disse não ter garantias de que as condições acústicas vão melhorar. “Não sei… vamos ver, argumentou o presidente da CMOH.

(…) Segundo o Guia

de Boas Práticas para

Prevenir os Riscos De-

correntes do Amianto,

este material é consi-

derado como “o mais

importante agente

tóxico cancerígeno

presente no local de

trabalho na maioria

dos países” (…)

Presidente da Câmara alega que “a percentagem de amianto é mínima”

Projecto do novo Centro Escolar não contempla remoção do telhado com amianto

Para além de não ter aposta-

do na construção de um cen-

tro escolar de raiz – à seme-

lhança do que aconteceu com

a maioria dos municípios da

região –, a CMOH tem um

projecto para a requalifica-

ção da EB 1 da cidade que

não contempla a remoção do

telhado de fibrocimento.

HENRIQUE BARRETO

Page 14: CORREIO DA BEIRA SERRA – 16.09.2008

16 de Setembro de 2008

www.correiodabeiraserra.com14O P I N I Ã O

OGoverno socialista está a transformar o país num “Reino do faz de conta”. O Governo já não parece pre-ocupado em governar, mas

antes em propagandear. Seja nas decisões que toma em política educativa, mais inte-ressadas na estatística portuguesa junto da União Europeia do que na educação efectiva da juventude portuguesa, seja na segurança e justiça onde, com complexos de esquerda, continua a ignorar a violência e o roubo que graça nas ruas, seja ainda na política social onde parece apostado e empenhado em pre-judicar quem trabalhou uma vida inteira – pensionistas – em benefício de quem muitas vezes não quer trabalhar – beneficiários do Rendimento Social de Inserção.

Aliás, a gravidade do problema começa a ser de tal ordem que estou convencido que qualquer pessoa que tenha estado au-sente do país durante os últimos tempos e que aterre em solo nacional, rapidamente, vai ficar convencido que está num país sem problemas graves em áreas fundamentais, tal é a intensidade e eficácia da propaganda governativa socialista. Vai acreditar mesmo que o governo já criou os 150 mil postos de trabalho que prometeu o actual Primeiro-ministro em campanha eleitoral, como vai acreditar que o célebre pacto de justiça en-tre o PS e o PSD foi capaz de colocar celeri-dade na justiça e mão pesada sobre o crime

e os criminosos. Contudo, a verdade é que o país real, que

trabalha, arrasta-se e impacienta-se. Come-ça mesmo a deixar de aceitar, de cara alegre e cabeça levantada, que vivamos num país onde as pessoas começam a preferir estar desempregadas e a receber subsídio de de-semprego, do que a trabalhar, tudo porque a vantagem económica acrescida que lhes ad-vém do exercício do trabalho é praticamente nula. Como começa a arreliar-se de assistir ao nascimento de um classe jovem que de-pois de se ter especializado em viver à conta dos pais, começa agora a especializar-se a viver à conta do país, seja como beneficiário do subsidio de desemprego, seja pela procu-ra de um tacho na administração pública.

No meio de tudo isto não consigo perce-ber o pedido recente do Eng. Sócrates na inauguração de um Hotel Casino em Chaves. Discursava o Primeiro-ministro pedindo aos empresários que invistam, que corram ris-cos, que não tenham medo, porque Portugal precisa do investimento, do risco e da cora-gem deles. Falta agora quem diga ao Primei-ro-ministro Sócrates que Portugal também precisa de um Governo que apoie os jovens empresários que criam emprego e riqueza e não os jovens especializados em sacar mais uns tostões do fundo de desemprego ou de mais um programa para Bruxelas elogiar e financiar, como precisa de um Governo que não patrocine situações como aquela que

Luís Lagos*(…) a verdade é

que o país real, que

trabalha, arrasta-se e

impacienta-se. Come-

ça mesmo a deixar de

aceitar, de cara alegre

e cabeça levantada,

que vivamos num

país onde as pessoas

começam a preferir

estar desempregadas

e a receber subsídio

de desemprego, do

que a trabalhar (…)

acontece com a empresa FIPER, onde existe vontade de manter postos de trabalho e ge-rar riqueza e o Governo, apesar de anunciar simplex’s, apenas sabe manter o habitual complex, como precisa de um Governo que se concentre na acção governativa e não em números de circo e propaganda como foi o “Dia do Diploma” nas escolas portuguesas. Precisamos de mais Governo e de menos pa-leio.

*Jurista

O Reino do Faz de Conta

Ex.mo Senhor Director do Quinzenário “Correio da Beira Serra”

Os meus cumprimentos.

O Correio da Beira Serra tem publicado textos/locais referin-do-se à utilização que está a ser dada a um prédio que arrendei no Senhor das Almas.

Apesar de Vossa Excelência me ter contactado telefonica-mente, pretendo, sobre este assunto, prestar os seguintes pertinentes esclarecimentos no exercício do direito de respos-ta, agradecendo que os mesmos sejam publicados no próximo quinzenário.

1º - Sobre o arrendamento: este foi feito de boa fé, e segun-do as normas legais para Casa de Hóspedes/Residencial e para Restaurante/Bar/Churrascaria, conforme os respectivos licen-ciamentos e conforme assim vem sendo desde 19OUT1972.

2º - Sobre a minha condi-ção de Vereador: sou vereador independente, tendo-me candi-datado à Câmara Municipal do meu Concelho na lista de um Partido, conforme Vossa Exce-lência não ignorará, e é como independente que faço questão de ser referenciado, porque é

mesmo assim que exerço as mi-nhas funções autárquicas, situ-ação esta que não me coarcta a cidadania, digamos, da socieda-de civil, com respeito máximo por qualquer partido político.

3º - Sobre os textos: repudio liminar e frontalmente a manei-ra tendenciosa como, no nº 61, determinadas suspeitas são nar-radas, justificando esta afirma-ção, desde logo, pelo facto do Senhor Jornalista referir, uma única vez, “suspeitas de estar a funcionar um negócio ligado à prostituição” e “ligar” a isso o signatário, referindo-o oito vezes e colocando aí abusiva e intencionalmente uma sua fo-tografia, o que já aconteceu em texto/local anterior sobre o mes-mo assunto; esta postura não se nos afigura como querendo de-nunciar claramente as suspei-tas surgidas, mas sim beliscar o signatário.

O dever de informar e de-nunciar uma suspeita, parece confundir-se e subalternizar-se com a vontade de agredir e achincalhar – além de as descri-ções feitas no texto parecerem um modo de publicidade – o que é inaceitável e não se nos configura como jornalismo de rigor; longe disso, e julgo estar bem à vontade para o afirmar.

4º - solução para as suspei-tas: ninguém mais e melhor que o signatário – e por motivos múltiplos – está tão vivamente interessado e empenhado em que as cláusulas do contrato de arrendamento – destacando a da finalidade – sejam respeitadas; e tudo se fará para isso, dentro, obviamente, do que as normas legais prescrevem e permitem. A prostituição e o lenocínio, ali suspeitas e anunciadas, são ac-tividades que a lei proíbe mas que só as autoridades policiais têm competência para fiscali-zar, sancionar e combater; ne-nhum cidadão responsável e eu directamente, poderá querer que essas suspeitas passem sem a intervenção oportuna dessas mesmas autoridades, a mon-tante, logicamente, da distinta acção e responsabilidade de, como senhorio, as exercer nou-tra sede – e disso não se eximirá -, as quais não podem ser, como é óbvio, de polícia de eventuais actos que colidam com as nor-mas e regulamentos que tute-lam o interesse público.

Senhor das Almas, 6 de Se-tembro de 2008

Renovando os meus cumpri-mentos, sou, cordialmente

Albano José Ribeiro de Almeida

Nota da Direcção:

1. Diz o Senhor Vereador Ri-beiro de Almeida que este jornal teve a intenção de o “beliscar”, “agredir” e “achincalhar” ao associar a sua pessoa à célebre “casa de meninas” de Senhor das Almas. Aceito a palavra “beliscar”, porque o Correio da Beira Serra não está – nem nun-ca esteve – vocacionado para acariciar o poder local e os seus representantes. Belisca-os cons-tantemente, mas com o intuito – muitas vezes com resultados francamente satisfatórios – de os fazer despertar para a reali-dade. Agredir e Achincalhar, são termos que não fazem parte do dicionário deste órgão de co-municação social.

2. Na primeira notícia que este jornal produziu há já bas-tante tempo sobre o assunto, o Senhor Vereador eleito pelo PS mostrou-se estupefacto com as informações que o jornalista do Correio da Beira Serra lhe prestou – no exercício das suas funções profissionais – sobre a utilização que estava a ser dada ao imóvel por si alugado para “Casa de Hóspedes/Residencial e para Restaurante/Bar/Churras-caria”. Reconhecendo que o seu “estatuto” político de figura pú-blica não lhe permitia estar as-sociado a um caso como aquele que foi noticiado, o Senhor Ve-reador prometeu ir averiguar

o que se estava a passar com o imóvel que alugou – a conheci-da Casa do Brasileiro – e argu-mentou ainda que, apesar de alguns rumores, não era essa a informação que os arrendatários lhe prestavam. Pois bem: numa segunda notícia, o Correio da Beira Serra (edição nº 61) es-clareceu todas as dúvidas e pu-blicou as provas do que estava a acontecer naquele imóvel. As imagens são esclarecedoras e va-lem mais do que mil palavras… a isto – salvo melhor opinião - chama-se jornalismo de rigor. Se a publicação de imagens eró-ticas de nudez feminina trouxe “publicidade” ao negócio, são efeitos colaterais da notícia sem qualquer intencionalidade.

3. Sem hipocrisias e falsos moralismos: o Senhor Vereador sabe que o desassombro que me caracteriza permite-me dizer o seguinte: enquanto cidadão, sou a favor da legalização – com regras e condições - da mais ve-lha profissão do mundo. É um debate que Portugal terá obri-gatoriamente que voltar a esta-belecer na próxima década. A situação existe e não podemos continuar a escamoteá-la.

Contudo, o Senhor Vereador Ribeiro de Almeida sabe que o seu estatuto de figura pública estará sempre “beliscado” en-quanto não conseguir apagar a “Red-Light” do Senhor das Al-mas.

Henrique Barreto

“O arrendamento foi feito de boa fé”DIREITO DE RESPOSTA

“Aquele Querido Mês de Agosto” – o filme em antestreia

RectificaçãoNa peça a que reporta o título, publicada

na última edição do Correio da Beira Serra, surgiu uma fase mutilada, que agora se cor-rige com o pedido de desculpas aos colegas de “A Comarca de Arganil” na pessoa do seu director.

“É bom de ver que o filme se assemelha, por exemplo, ao modo como é escrito o jornal centenário “A Comarca de Arganil” (cito este porque aparece no filme): ALÉM DOS PRO-FISSIONAIS, uns quantos amadores produ-zem o que são capazes (e quem faz o que pode faz o que deve – dizia Miguel Torga)”.

Três palavras, aqui em maiúsculas e a ne-grito, fazem toda a diferença no artigo.

Carlos Alberto

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16 de Setembro de 2008

www.correiodabeiraserra.com 15

Q uando se levantam dúvidas sobre o fu-turo, depois da Fa-culdade, há sempre um “Cântico Negro”

guardado nas expectativas de quem se decide pela arte e faz dela profissão. Em Tomar, onde cursou Conservação e Restauro na Escola Superior de Tec-nologia, descobriu o fascínio da mo-numentalidade da cidade, mas logo se apercebeu não ser fácil “ir por aí” porque lhe faltava a hipótese criativa do seu agrado.

O caminho seguinte levou-a a Gon-domar, principal centro de trabalho na arte da Filigrana. Podia ter optado por esta abordagem à técnica da joa-lharia, mas enveredou pela Cinzela-gem onde as perspectivas no mercado de trabalho são mais aliciantes. Mora em Touriz, onde tem uma horta. “Cul-tivo ervas aromáticas e entretenho-me, nas horas vagas, a fabricar doces e licores”.

– “Trabalho em casa, onde montei uma pequena oficina ainda não com-pletamente equipada, executo peças decorativas e adornos pessoais. As minhas peças são originais e únicas; apesar de estar no início da minha carreira, espero alcançar algum êxito a médio prazo, a avaliar pelas críticas positivas dos meus clientes. O mer-cado está um pouco difícil, vamos ver…”.

O ano passado, trabalhou ao vivo algumas das suas peças, que ficaram

expostas durante uma curta tempo-rada no Museu Soares dos Reis, no Porto, e participou no certame “Porto-joia”, que teve lugar na Exponor; entre outras experiências, igualmente grati-ficantes, destaca estas duas:

– “Foram momentos fantásticos por-que tive a oportunidade de produzir e mostrar uma arte milenar – a Cinzela-

gem – que se mantém muito próxima das suas origens; há novas ferramen-tas – algumas feitas ao jeito do autor –, mas a base da técnica é a mesma”.

A “Ficacol” vem a talhe de foice. Ainda estudante da Escola Secundá-ria de Oliveira do Hospital, na feira

anual que, como referiu o presidente da Câmara, “pertence ao passado”, a Denise expunha as suas peças de arte-sanato com venda garantida.

– “Na verdade, sempre gostei de criar arte; comecei pelo artesanato, como a maioria das pessoas, e a Fica-col era uma excelente montra para os artesãos da nossa região. Infelizmente,

deixou de acontecer, com muita pena. Mas depois disso voltei a colaborar com a autarquia noutros eventos…”.

O mundo que a rodeia é um todo, do qual faz parte, por isso vive em harmonia com a Natureza que cuida e protege, a ponto de ter ingressado como voluntária nos Bombeiros de

Oliveirinha, onde se manteve durante vários anos, no Verão, para “…ajudar a combater os incêndios”.

Regressou às origens em 2007, refe-re com ênfase, mas sente que as coisas que a prendiam às raízes estão a ser destruídas, embora acredite que a sua vinda tenha acontecido pela força de uma energia “estranha” e por um mo-

tivo que ainda não descobriu.– “Gosto de estar no meu canto, por

vezes isolo-me, e nem a toda a gente é permitido entrar no mundo onde me resguardo e medito. Sou capaz de acei-tar o poema do José Régio “O Cântico Negro” como um grito de alerta para as minhas dúvidas e incertezas. Gosto da nossa região, mas ainda não sei se irei manter-me por cá, embora tenha surgido uma oportunidade de traba-lho no concelho de Arganil numa das áreas em que me especializei: Conser-vação e Restauro”.

Usa prata, alpaca, latão e cobre para construir as jóias que coloca no mercado, por vezes utiliza uma página da internet – www.cinzelarteblogspot.com – como montra das suas peças, mas há “outras jóias “que guarda para si, e só amigos chegados têm acesso à sua inesgotável criatividade, através da escrita.

“Em cantos…” – um belo poema, “retrato de si à la minuta”:

“Em cantos canto a tristeza que sobre mim se abate; / em cantos can-to a alegria que recordo com sauda-de…/em cantos vivo o dia a dia pen-sando, correndo suavemente pelos canteiros do destino. /Parto sem sa-ber para onde vou, e volto sem saber por que parti, sempre na imensidão do silêncio absurdo e acusador que me rodeia e aperta…/Em cantos me fecho e tapo, me lamento e debato,

sonhando realidades mais confusas que utopias, / sonhos mais duros que a realidade impossível que me ro-deia. / Em cantos grito a dor que sin-to, grito o silencia que dói e flameja no meu peito…/ Em cantos vivo, em cantos sofro e escorrego pelo meu próprio pensar”.

Carlos Alberto

Denise Pereira

A menina que conheci quase de colo fez-se mulher e artista, como se adivinhava à medida que o corpo crescia e a mente aprendia a soletrar emoções. “Em cantos…”, é um “retrato de si à la minuta”, em tons de sépia, escrito durante um belo serão – era Fevereiro de 2000: “…Em cantos me fecho e tapo / me lamento e

debato/ sonhando realidades mais confusas que utopias…”.Reencontro-a agora como autora de outras jóias, entre ouro e prata, bacharel, à descoberta de outros

caminhos, como José Régio: ” …Não sei por onde vou/ Não sei para onde vou …”

Artesã de jóias (e palavras)

C U LT U RA

Page 16: CORREIO DA BEIRA SERRA – 16.09.2008

16 de Setembro de 2008

www.correiodabeiraserra.com16

Exmo. SenhorDirector do Jornal Correio da Beira Serra Venho pelo presente enviar a V.

Exa., em ficheiro anexo, o esclare-cimento que os Vereadores eleitos pelo PSD - Partido Social Democrata na Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, efectuaram em reunião de executivo de 2 de Setembro, em rela-ção a uma notícia publicada por esse jornal, e que, ao abrigo do direito que nos é conferido por lei e nos moldes determinados pela mesma, se pede a respectiva publicação.

Com os melhores cumprimentos,Paulo Rocha

Assunto: Notícia - Licenciamento de “Pingo Doce” com posto de combus-tíveis gera polémica, publicada na edi-ção de 5 de Agosto de 2008 do Jornal Correio da Beira e na respectiva edição “on-line” – Esclarecimento prestado em reunião pública da Câmara Muni-cipal de Oliveira do Hospital, realizada a 2 de Setembro de 2008, pelos Verea-dores eleitos pelo PSD - Partido Social Democrata

Sob o título “Licenciamento de “Pingo Doce” com posto de combustí-veis gera polémica”, foi publicada na última edição impressa de 5 de Agos-to de 2008, do Jornal Correio da Beira Serra, bem como na sua edição “on-line”, uma noticia referente à decisão de emissão de um parecer sobre a loca-lização de uma superfície comercial de média dimensão, solicitado à Câmara Municipal de Oliveira do Hospital pelo Ministério da Economia e Inova-

ção - Direcção Regional de Economia do Centro, analisado e aprovado em reunião ordinária do executivo de 29 de Julho, com base, segundo o autor da mesma, em informações prestadas por “uma fonte ligada ao executivo cama-rário” ou “a fonte do PS, que solicitou o anonimato”, em virtude de a referida reunião não ser pública.

Face ao teor da notícia publicada que inclui diversas citações/afirmações que não correspondem minimamente à verdade e que, propositadamente ou não, transmitem uma imagem absoluta-mente adulterada da posição assumida em sede de reunião de executivo pelos vereadores eleitos pelo PSD – Partido Social Democrata, entendem os mes-mos, a bem da reposição da verdade, prestar os seguintes esclarecimentos:

1. Os vereadores eleitos pelo PSD manifestaram, desde que se iniciou a análise do assunto em questão, uma posição claramente favorável quanto à emissão de parecer sobre a localização de uma superfície comercial de média dimensão (Pingo Doce) na Quinta da Comenda, na cidade de Oliveira do Hospital, em terrenos propriedade da Fundação Aurélio Amaro Diniz.

A noticia refere “os vereadores so-ciais-democratas optaram inicialmen-te por votar contra.”

2. A solicitação da presença do Che-fe de Divisão dos Serviços Urbanos, Eng.º Fernando Durães, apenas teve por base a necessidade de confirmação de que a responsabilidade de licencia-mento de postos de abastecimento de combustíveis na envolvente às vias municipais era da exclusiva compe-

tência da respectiva Câmara Muni-cipal, pelo que o executivo não tinha que se pronunciar sobre essa questão no parecer solicitado pelo MEI - DREC, que tinha como único objectivo aferir da viabilidade de localização da super-fície comercial.

A noticia refere “a questão demorou mais de uma hora a ser ultrapassada, até que após algumas interrupções e depois de um engenheiro da CMOH ter entrado na reunião para esclarecer algumas duvidas, os três vereadores do PSD – Carlos Rocha, Fátima Antunes e Elsa Correia, inverteram o seu sentido de voto e acabaram por votar favoravel-mente o parecer solicitado pela DRE.”

3. Apesar de o licenciamento de obras particulares ser uma competên-cia delegada, pelo executivo, no Sr. Presidente da Câmara Municipal, o mesmo sempre fez questão de dar co-nhecimento e ouvir o executivo sobre questões consideradas mais sensíveis como as operações de loteamento, o licenciamento de superfícies comer-ciais e/ou de postos de abastecimento de combustíveis. E assim sucedeu no caso do posto de abastecimento de combustíveis licenciado na Av. Dr. Carlos Campos, a pedido dos Irmãos Gonçalves, em que o executivo tomou conhecimento e foram discutidos as-pectos relacionados com a sua locali-zação e implicações na circulação.

A notícia refere “o processo de li-cenciamento do futuro posto de abas-tecimento de combustíveis de marca branca dos supermercados IG nunca foi discutido em reunião de Câmara por se tratar de uma decisão que está

enquadrada nas competências atribuí-das ao Presidente da Câmara”

4. Os vereadores eleitos pelo PSD – Partido Social Democrata manifes-taram reservas quanto à localização prevista para o posto de abastecimento de combustíveis, previsto numa das plantas de suporte à emissão do pa-recer sobre a superfície comercial, em virtude de o mesmo se situar numa zona sensível, próxima de estabeleci-mentos de educação, de um hospital, de um lar e junto a uma entrada da cidade em que, reconhecidamente, cir-cula diariamente um elevado volume de tráfego, situação que é claramente agravada durante período de aulas. O assunto, presente em reunião de exe-cutivo foi a emissão de um parecer sobre a localização e não um pedido de licenciamento de obra que, como foi já referido, é da competência do Sr. Presidente da Câmara, logo quer a superfície comercial, quer o eventual posto de combustíveis, têm de ser li-cenciados pela autarquia.

A notícia refere: “Enquanto, e ape-sar da aprovação do parecer, os verea-dores do PSD votaram de forma con-dicionada relativamente à instalação da bomba de gasolina junto ao Pingo Doce, defendendo que a FAAD terá que se sujeitar a uma nova burocracia, que consistirá na apresentação de um pro-cesso de licenciamento nos serviços técnicos da autarquia oliveirense.”

5. Os vereadores eleitos pelo PSD reconhecem a mais valia pela instala-ção da superfície comercial e, eventu-almente, do posto de abastecimento de combustíveis, não só para os consumi-

dores, mas também para os cidadãos que venham a ser contratados para o de-sempenho de funções nesses espaços e para a própria Fundação Aurélio Amaro Diniz, pelas receitas que irá arrecadar mensalmente pelo arrendamento do terreno necessário para o efeito.

De facto, a FAAD é uma das mais prestigiadas instituições do concelho de Oliveira do Hospital que desem-penha um relevante papel no domí-nio da saúde e da acção social, o que determina que todos os oliveirenses, sem excepção, estejam atentos e sejam sensíveis às dificuldades que assolam a instituição e às soluções que, legal-mente, são equacionadas no sentido de permitir a sua continuidade e, por con-sequência, o desenvolvimento da acti-vidade, pelo que os vereadores eleitos pelo PSD não podem aceitar que com o propósito subjacente de desviar as atenções de um sério problema finan-ceiro vivido nos últimos tempos pela FAAD, tendo-se inclusivamente as-sistido recentemente a uma troca de argumentos entre essa instituição e a ARS de Centro sobre a responsabili-dade nesse problema, alguém procure colocar em causa a nossa postura em relação a um assunto desta natureza.

Quanto à forma utilizada para o fazer, nada a estranhar, tem sido a ha-bitual.

Oliveira do Hospital, 1 de Setembro de 2008.

Os vereadores eleitos

pelo PSD – Partido Social Democrata,

Paulo Jorge Gonçalves Rocha

Maria de Fátima Gonçalves Antunes

Elsa Maria Lopes Correia

O P I N I Ã O

Não conheço nenhum jornal de pres-tígio na imprensa nacional que nunca tenha sido solicitado para conceder o direito de resposta a alguém que é vi-sado numa notícia e que entende que o relato dos factos não corresponde, por vezes, à verdade.

Pelo contrário, tenho verificado que muitas das deliberações da Entidade Reguladora para a Comunicação Social – veja em …. – são proferidas no âmbi-to de queixas apresentadas por pessoas públicas e privadas a protestar contras órgãos de comunicação social que ale-gadamente não concedem o Direito de Resposta nos moldes em que os queixo-sos entendem que deveria ser feito.

Sobre esse ponto, o Correio da Bei-ra Serra está à vontade. Mal terminou a reunião pública da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, realizada dia 2 de Setembro, eu próprio pedi a uma das secretárias da CMOH que diligenciasse no sentido de o “Esclarecimento dos Ve-readores do PSD”, lido por Paulo Rocha naquela reunião, fosse enviado em for-mato digital à redacção deste jornal. O Esclarecimento, que se encontra publi-cado na íntegra, chegou hoje à redacção, através de um e-mail recebido no final da manhã. Publicámo-lo na íntegra.

Vamos agora aos factos:1. Em primeiro lugar, começo por

manifestar a minha estranheza sobre o facto de este esclarecimento não ter sido subscrito pelo Sr. Presidente da Câmara (PC), mas somente pelos três vereadores do PSD. O Sr. PC esteve presente na reunião, dirigiu os trabalhos, e ao não assinar o dito esclarecimento permite-me interrogar sobre qual é afinal a sua

posição sobre o assunto. Concorda com o esclarecimento, não concorda? Não sei…

2. Estranho ainda mais que a Acta da reunião Ordinária de 29 de Julho de 2008, a páginas 12 (pode ser con-sultada no sítio oficial de Internet da CMOH), omita – propositadamente ou não – qual foi o sentido de voto do PC sobre a “Emissão de parecer para efeitos de aprovação de localização relativa ao processo de instalação do estabeleci-mento de comércio a retalho alimentar ou misto, denominado Pingo Doce” em terrenos da Fundação Aurélio Amaro Diniz.

A deliberação, passo a citar, reza as-sim: Analisado o assunto, a Câmara Mu-nicipal deliberou, por maioria, emitir parecer favorável quanto à localização do estabelecimento em causa. No que concerne à instalação de um posto de abastecimento de combustíveis em área adjacente ao estabelecimento comer-cial, os senhores vereadores eleitos pelo Partido Socialista expressaram, sem re-servas, a sua concordância quanto à ins-talação do referido posto. Ainda sobre este assunto, os Srs vereadores eleitos pelo Partido Social Democrata manifes-taram reservas quanto à instalação de uma unidade desta natureza naquela zona, considerando os eventuais efeitos em termos de circulação e ao nível do impacto ambiental”

3. Os mesmos três vereadores do PSD que, naquela reunião camarária, manifestaram reservas sobre a instala-ção do posto de combustíveis do Pingo Doce, invocando as razões citadas no ponto anterior, vêm agora neste escla-recimento (ponto 5) dizer o seguinte:

“Os vereadores eleitos pelo PSD reco-nhecem a mais valia pela instalação da superfície comercial e, eventualmente do posto de combustíveis, não só para os consumidores, mas também para os cidadãos que venham a ser contratados para o desempenho dessas funções nes-ses espaços e para a própria Fundação Aurélio Amaro Diniz, pelas receitas que irá arrecadar mensalmente pelo arren-damento do terreno”.

Onde é que está a coerência? Estão porventura à espera que o Pingo Doce instale a superfície comercial nos terre-nos da Fundação e as bombas de gasoli-na no Pólo Industrial da Cordinha?

4. Sobre este ponto, este esclareci-mento só vem aliás – do meu ponto de vista – dar razão à notícia do Correio da Beira Serra publicada, na sua edição de 5 de Agosto, sob o título “Duas Bom-bas… duas medidas?

O CBS admite aqui que a fonte do executivo ligada à oposição socialista poderá ter transmitido mal a informa-ção a este jornal, quando afirmou que o licenciamento do posto de Combus-tíveis dos Irmãos Gonçalves (IG) nunca foi objecto de qualquer discussão em reuniões camarárias. Solicito ao srs vereadores do PSD o envio dessa acta. Publicaremos o seu teor na íntegra. Mas que nunca houve qualquer deliberação, isso não houve. E, se me permitem, em nome da transparência política esse po-lémico licenciamento deveria ter tido outra discussão. Não teve. Não sei por-que razão.

Senão vejamos: todo o cidadão cons-ciente e interessado no desenvolvimen-to sustentado deste concelho – lá vou eu arranjar mais uns “amigos” –, perceberá

que as bombas de gasolina dos IG fo-ram colocadas numa zona sensível da cidade e onde o tráfego é intenso. Em frente existe um quartel de bombeiros de onde saem ambulâncias que por ve-zes “salvam vidas num minuto”. Queira Deus que eu não me engane. Mas com a abertura do ano escolar e, em épocas festivas, os cidadãos vão aperceber-se dos constrangimentos rodoviários que ali vão surgir.

Curiosamente – e como para bom entendedor meia palavra basta – foi por isso que o CBS produziu uma notícia com o título “Duas Bombas… duas me-didas?.

Dito de outra forma: Naquela zona sensível da cidade, a CMOH faz o licen-ciamento de um posto de combustível ligado a um supermercado; Noutro pon-to – nos terrenos da FAAD – a mesma CMOH argumenta – entre outras justifi-cações – da seguinte forma: “Chama-se, no entanto, a atenção para a intenção manifestada da instalação de um Posto de Combustível no local… a eventual instalação do posto de combustível na zona projectada, agravará a actual situ-ação de congestionamento de trânsito nas vias rodoviárias adjacentes, pelo que a sua construção consubstanciará uma sobrecarga incomportável para as infra-estruturas rodoviárias existentes”.

Dispenso-me de comentários. Tenho os leitores do correiodabeiraserra.com como cidadãos inteligentes e compe-te-lhes a eles analisar, coerentemente, estes factos.

5. O CBS errou, quando afirmou que os vereadores do PSD votaram contra inicialmente e depois inverteram o seu sentido de voto. O que na verdade acon-teceu é que na fase de análise o projecto foi apresentado para emissão de parecer relativamente ao processo de instalação de uma superfície comercial com um

posto de combustíveis. No entanto, este processo não foi sujeito a votação. De acordo com a informação que este jornal apurou, os vereadores do PSD manifes-taram imediatamente reservas quanto ao posto de combustíveis e o Presidente da Câmara avisou que se ia abster. Solicitada a presença de um engenheiro da CMOH, ficou então esclarecido que o executivo poderia emitir um parecer, através de vo-tação, sobre a localização do Pingo Doce nos terrenos da FAAD e, posteriormente, apreciar o processo de licenciamento do posto de combustíveis.

A discussão não foi pacífica e demo-rou cerca de hora e meia. Curiosamen-te o assunto nem sequer constava da Ordem de Trabalhos. Foi introduzido à posteriori pelo Presidente da Câmara.

Se sobre estes factos subsistem algu-mas dúvidas para os autores do escla-recimento, este jornal deixa o seguinte desafio: facultem o acesso à gravação di-gital da reunião, que este jornal colocará a discussão online.

6. Em democracia, a discussão é salutar e por isso registo com apreço o facto de os senhores vereadores do PSD terem enviado, pela primeira vez, um comunicado a este jornal. A um jornal, que continua a não ser convidado para as cerimónias públicas da autarquia oliveirense; a um jornal que continua com o acesso vedado à publicidade municipal. Para não falar de mais ma-nigâncias…

Se entenderem alguma incorrecção, podem – e devem ! – solicitar a inter-venção da Entidade Reguladora para a Comunicação Social ou, ainda, apre-sentar queixa na Comissão da Carteira Profissional contra o jornalista autor da notícia, e que é portador da Carteira Profissional Nº 8181. Depois, também existem os tribunais...

Henrique Barreto

Processo “Pingo Doce”NOTA DA DIRECÇÃO:

DIREITO DE RESPOSTA

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16 de Setembro de 2008

www.correiodabeiraserra.com 17

AFICACOL perten-ce ao passado e nem sequer me vou pronunciar sobre isso. Te-

mos muitas e boas iniciativas no

concelho”, afirmou em reunião pública do executivo camarário, dia 2, o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, depois de ter sido interpelado pelo vereador do PS sobre a possibilidade de se co-

meçar a pensar em reeditar aquele certame em 2009.

“É um evento com muita histó-ria que marcava, de alguma forma, a agenda do concelho”, sublinhou José Francisco Rolo. “Temos teci-

do empresarial, temos um forte movimento associativo, duas es-truturas empresariais – o NDEIB e a ADITO –, e a população está in-teressada. Creio que é um projecto de interesse municipal”, observou ainda aquele vereador socialista.

Defendendo que Oliveira do Hospital precisa de “um grande evento”, Rolo desafiou o chefe do executivo a fazer as contas sobre

“quanto é que custam as diversas iniciativas promovidas pela Câma-ra” – na sua óptica “estão diluídas no tempo – para se verificar o que é que é mais útil: se “as pequenas iniciativas de cariz popular ou a Ficacol”.

“São concepções”, respondeu Mário Alves, voltando a insistir na tese de que a Ficacol “pertence ao passado”.

Instado pela vereadora do PS, Maria José Freixinho, a fazer um ponto da si-tuação sobre o processo relacionado com o início

da empreitada de transformação da Escola do 1º Ciclo de Ensino Básico (CEB) de Oliveira do Hos-pital numa agora designado Cen-tro Escolar – Freixinho quis saber que “medidas estão a ser tomadas no sentido de poupar os alunos à perturbação das obras” –, o presi-

dente da Câmara de Oliveira do Hospital afirmou, na reunião pú-blica do executivo camarário, dia 2, que “não há condições objecti-vas para que a obra se faça fora do período do ano lectivo”.

Quanto ao início das obras – a empreitada, que já foi adjudicada, representa um investimento de cerca 540 mil euros e é co-finan-ciada pelo Programa Operacional da Região Centro em 70 por cento

–, Mário Alves disse que “há um conjunto de diligências a fazer até ao auto de consignação” e, como tal, não conseguiu precisar “a data previsível” para o arranque dos trabalhos. “Vai ser o mais rápido

possível… para que em Agosto ou Setembro do próximo ano os alunos possam beneficiar desta estrutura”.

Já sobre a implicação das obras no normal funcionamento daque-la escola do 1º CEB, Alves salien-tou que “é evidente que qualquer intervenção tem sempre repercus-sões negativas” no funcionamento das aulas, especificando que “há barulhos” e “outros elementos de perturbação”. Contudo, o autarca do PSD explicou que “a zona em obra ficará vedada” e apontou a existência de “um plano de segu-rança”, que é obrigatório por lei. “Julgo que à partida não irá haver problemas, a não ser este tipo de incómodos”, afiançou Alves.

Na incerteza, fica entretanto a questão da substituição da co-bertura de fibrocimento do actual edifício escolar, que o edil do PSD admitiu não estar contemplada no projecto. Porém e após uma reco-mendação do vereador do PS, José Francisco Rolo, que alertou o exe-cutivo para a “perigosidade” do amianto, Alves prometeu poder vir a “equacionar” a situação.

Em Oliveira do Hospital

“Centro Escolar” arranca no decurso do ano lectivoAs obras de remodelação

e ampliação da EB 1 de

Oliveira do Hospital,

vão começar durante o

decurso do ano lectivo e

deverão estar concluídas

em “Agosto/Setembro” do

próximo ano.

HENRIQUE BARRETO

Vereador do PS considera importante reeditar a Ficacol em 2009

E D U C A Ç Ã O

R U R A L I DA D E S Foto deCARLOS ALBERTO

Silvas ocupam lugar dos “passageiros” num autocarro com paragem eterna...

Considera o Presidente da Câmara de Oliveira do Hospital

Ficacol “pertence ao passado”

Cópia do projecto de remodelação e ampliação da EB1 e Jardim de Infância de Oliveira do Hospital

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16 de Setembro de 2008

www.correiodabeiraserra.com18

Pais, alunos e professores não faltaram na passada sexta-feira, 12 de Setembro, ao repto lançado pelo Agrupamento de Escolas da Cordi-nha para a participação na cerimónia de entrega de prémios aos melhores alunos do ano transac-to e de recepção para o novo ano lectivo.

Este ano, no convívio que já é habitual, a novidade acabou por ser a constituição de um Quadro de Mérito que se traduziu na atribuição de prémios simbólicos aos alunos que se dis-tinguiram com melhores resultados e práticas escolares em cada um dos anos. Também pela primeira vez, a escola atribuiu prémios aos alu-nos que mais livros requisitaram na biblioteca escolar. E, a garantia dada por Carlos Carva-lheira, presidente do Conselho Executivo, ao Correio da Beira Serra é de que a iniciativa vai continuar em próximos anos. “O nosso objecti-vo é estimular. Queremos ter mais e melhores alunos e lutamos por ter um reduzido abandono escolar e uma oferta educativa diversificada”, acrescentou o responsável escolar, sublinhando que este ano a escola vai ter em funcionamen-to quatro Cursos de Educação e Formação, para além de todo um conjunto de projectos educati-vos, como por exemplo o “Turma +”.

Pais devem participar na vida escolar dos filhosO convite à participação dos encarregados de educação no dia de recepção aos alunos é justi-ficado por Carvalheira com o argumento de que

é preciso “responsabilizar os pais pelos seus educandos” e que a melhor maneira de o fazer é chamando-os à escola para que conheçam de perto o ambiente que se vive na escola. “Esta tradição já vem de há quatro anos e eu con-cordo com esta dinâmica de convidar os pais a participar na vida escolar dos filhos”, referiu Carvalheira, garantindo que se têm verificado melhorias nos resultados escolares. Neste âmbi-to destacou a importância da recém-constituída Associação de Pais e Encarregados de Educação, por considerar benéfica a entreajuda entre pais e escola.

Embora com as melhores expectativas re-lativamente ao ano lectivo que agora começa, Carlos Carvalheira não escondeu apreensão re-lativamente à entrada em vigor do novo modelo de gestão. “É um órgão novo com novas funções. Vamos aguardar para ver”, sustentou.

E D U C A Ç Ã O

IMOBILIÁRIA

NOTARIADO PORTUGUÊSCARTÓRIO NOTARIAL DE SEIA

Ana Cristina da Fonseca Veiga, notária, certifica, para efeitos de publicação, que no dia nove de Setembro do ano

dois mil e oito, no meu Cartório, foi outorgada uma escritura de Rectificação, exarada com inicio a folhas cento e vinte

e três do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “Vinte e Seis – P”, pela qual:

ANIBAL JOSÉ DOS SANTOS BÁRBARA TEIXEIRA NUNES NARCISO, NIF 104 428 929, e mulher MARIA INÊS

CORREIA DA SILVA NARCISO, NIF 109 686 616, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele

de Angola, ela da freguesia e concelho de Castelo Branco, residentes na Rua Amélia Rei Colasso, n.º 44, 5.º B, na

freguesia de Carnaxide, concelho de Oeiras, rectificam as declarações que tinham prestado escritura de Justificação

outorgada no extinto Cartório Notarial de Celorico da Beira, aos doze de Novembro de dois mil e quatro, exarada com

início a folhas quarenta e quatro do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “Cento e Dezanove – D”, quanto

à situação, composição e área do prédio urbano, identificado nessa escritura, o qual nos termos da escritura rectifi-

cativa é situado na Rua do Comércio, n.º 7, é constituído por três pisos e tem superfície coberta de oitenta e quatro

metros quadrados e descoberta de dez metros quadrados, ficando a divergência de área a dever-se a simples erro de

medição, a de situação a alterações supervenientes e a de composição a simples erro de participação, encontrando-se

actualmente inscrito na respectiva matriz sob o artigo 637, que proveio do artigo 17, com o valor patrimonial tributário

e atribuído de € 21.350,00.

Está conforme.Seia, Cartório Notarial, aos nove Setembro de dois mil e oito.

A Notária,Ana Cristina da Fonseca Veiga Correio da Beira Serra, 16 de Setembro de 2008

CARTÓRIOS

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“O objectivo é estimular”, frisa Carlos Carvalheira

Melhores alunos da Cordinha integram Quadro de Mérito

CARTÓRIO NOTARIAL SITO EM TÁBUAA cargo do Notário Ricardo Nuno Carvalho da Fonseca Santos

JUSTIFICAÇÃO

Certifico que neste Cartório, a cargo de Ricardo Nuno Carvalho da Fonseca Santos, Notário do referido Cartório, foi hoje lavrada uma escritura a folhas 107 e seguintes, do livro de notas com o número cinquenta e três mediante a qual DEOLINDA MARIA DIAS MARTINS DUARTE e marido, VITOR MANUEL NUNES DUARTE, casados em comunhão de adquiridos, e la natural da freguesia de Aldeia das Dez, concelho de Oliveira do Hos-pital, onde residem no lugar de Casal Cimeiro, havendo ele nascido na freguesia do Piódão, concelho de Arganil, declaram:

Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano, sito ao Goulinho, na freguesia de Aldeia das Dez, concelho de Oliveira do Hospital, composto de casa de habitação com dois andares, com a superfície coberta de cinquenta metros quadrados, a confinar do norte, nascente e poente com serventia e do sul com João Lourenço Batista, inscrito na matriz em nome de José Martins pelo artigo 452, com o valor patrimonial tributável de 490,42 €, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Oliveira do Hospital.

Mais disseram:Que não são detentores de qualquer título formal que legitime o domínio de tal prédio que adveio à sua posse por volta do ano de mil novecen-

tos e oitenta e cinco, por doação que lhe foi feita sob a forma meramente verbal já no estado de casados, por Albertino Martins e mulher, Maria de Lurdes Vieira Dias, casados em comunhão geral, moradores no indicado lugar de Casal Cimeiro, tendo estes adquirido por partilha feita sob a forma meramente verbal por volta do ano de mil novecentos e cinquenta dos bens deixados por óbito de José Martins e mulher, Maria Anunciação, que foram residentes no lugar de Casal Cimeiro, já referido.

Que, não obstante isso, têm usufruído tal prédio, nomeadamente usando o referido imóvel, cuidando do seu arranjo, gozando de todas as utilidades por eles proporcionadas, com ânimo de quem exercita direito próprio, sendo reconhecidos, como seus donos por toda a gente, fazendo-o de boa fé, por ignorar lesar direito alheio, pacificamente, porque sem violência, continua e publicamente, à vista e com conhecimento de toda gente e sem oposição de ninguém – e tudo isto por lapso de tempo superior a vinte anos.

Que, dadas as enunciadas características de tal posse, os justificantes adquiriram o mencionado prédio, por usucapião – título este, que, por natureza, não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais.

Está conforme.Tábua, 01 de Setembro de 2008

O Notário,Ricardo Nuno Carvalho da Fonseca Santos Correio da Beira Serra, 16 de Setembro de 2008

Na imagem, quatro alunos da Esco-la Secundária de Oliveira do Hospital (ESOH), acompanhados por Cristina Borges, do Conselho Directivo, encon-tram-se na sede do Parlamento Europeu (PE) , em Bruxelas, com o deputado Ar-mando França e o seu assessor, João Ra-malhete.

Da esquerda para a direita, estão Rita Henriques, Rita Mendes, Miguel Nor-

berto e Carolina Mendes – os quatro me-lhores alunos da ESOH, que transitaram para o 11º ano com notas muito – mas mesmo muito! – acima da média.

Pelo nível de excelência, conquista-ram uma viagem ao PE, no âmbito do prémio “António Campos”, que foi ins-tituído pelo deputado do Partido Socia-lista, Armando França, aquando da sua deslocação, em Maio deste ano, à ESOH.

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Oliveira do Hospital(Casa da Cultura César de Oliveira)

19, 20 e 21 de Setembro > 21h30

GET SMART - OLHO VIVORealização: Peter SegalCom: Steve Carell, Anne Hathaway, Dwayne Johnson, Alan Arkin, Terence Stamp, Terry Crews, James Caan, Bill MurrayComédia / Acção | M/12 | 110 min

26, 27 e 28 Setembro > 21h30

A MÚMIA: O TÚMULO DO IMPERADOR DRAGÃORealização: Rob CohenIntérpretes: Brendan Fraser, Jet Li, Maria BelloAventura / Acção | M/12 | 114 mins.

C U LT U RA | AG E N DA

CINEMA

ESPECTÁCULOS

MUSICA

Seia(Casa Municipal da Cultura)

19 e 21 de Setembro > 21:30 Horas

O CAVALEIRO DAS TREVASRealizador: Chistopher Nolan; Intérpretes: Chistian Bale, Michael Caine, Heath Ledger, Aaron Eckhart, Gary Oldman, Morgan Freeman; Acção / Thriller | 125 minutos | M/12

Sessão Especial Infantil20 de Setembro > 11 Horas21 de Setembro > 15:30 Horas

O PANDA DO KUNG FU(Versão em português)Realizador: Mark Osborne e John Stevenson; Animação / Comédia / Família; 88 minutos | M/ 4 anos

26 de Setembro 21:30 Horas 28 de Setembro 15:30 Horas 21:30 Horas

AS CRÓNICAS DE NÁRNIA: O PRÍNCIPE CASPIANRealizador: Andrew Adamson; Intérpretes: Bem Barnes, Georgie Henley, Skandar Keynes, William Moseley; Aventura / Fantasia | 147 minutos | M/ 6 anos

TEATRO

Seia(Cine-Teatro da Casa Municipal da Cultura)

20 de Setembro > 21:45 Horas

O DESPERTAR DA PRIMAVERApelo Grupo de Teatro Escola Velha, de GouveiaBilhetes Normal: 2 € | Cartão Municipal: 1 €Autor: Frank Wedekind; Adaptação Dramatúrgica: Silva Baptista e Carlos Bernardo; Direcção de Cena/Produ-ção/Fotografia: Carlos Bernardo; Personagens: Melchior – Manuel Almeida, Nádia – Joana Santos, Vanda – Ma-riana Simões, Angélica – Cátia Santos, Marta – Ticha Ramos, Tina – Joana Garcia, Elsa e Srª Bernardo – Lurdes Ferreira, Sr.ª Alvor – Daniela Saraiva, Sr. Alvor (Voz Off) – Carlos Bernardo

Viseu(Teatro Viriato)

26 e 27 de Setembro > 21h30 | 60 min.

COMEÇAR A ACABARDe Samuel BeckettCom João LagartoPreços: B (7,5 a 15€) / Jovem 5€ | m/16 anosEspaço Criança disponívelTradução, encenação e interpretação João La-garto. Música Jorge Palma. Desenho de luz José Carlos Gomes. Figurino Teresa CasteloProdução Pedro Aparício ACE/Teatro do Bolhão

Coimbra (Teatro Académico Gil Vicente)

22 de Setembro > 21h30

A RONDA DA NOITERealizador: Peter GreenawayActores: Martin Freeman, Emily Holmes, Eva BirthistleDrama | 134 min | M/12

Dia 29 de Setembro`08 > 21h30

JOY DIVISIONde Grant Gee Um documentário que traça a curta e fascinante trajectória de uma das mais influentes bandas britânicas que, apesar de não ter resistido ao suicídio do seu líder, Ian Curtis, deixou um legado musical que perdura até hoje. A história contada pelos ex-elementos da banda pós-punk de Manchester formada em 1976 (Bernard Sumner, Stephen Morris e Peter Hook, agora New Order), retrata ainda a época conturbada de mudanças

sociais e políticas em que se moviam.

EXPOSIÇÕESTondela(ACERT)

20 e 21 de Setembro > 16.00h e 21.45h

O PANDA DO KUNG FUde Mark Osborne e John StevensonActores: John Stevenson, Dustin Hoffman, An-gelina Jolie, Ian McShane, Jackie ChanAnimação/Comédia/Família | M/6 | 88 minutos

27 e 28 de Setembro > 21.45h 28 de Setembro > 16.00h

BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVASde Christopher Nolan Actores: Christian Bale, Michael Caine, Heath Ledger, Maggie Gyllenhaal, Gary Oldman, Morgan Freeman, Aaron Eckhart, Cillian Murphy, Michael JaiAcção/Aventura | M/12 | 122 minutos

Seia(Cine-Teatro da Casa Municipal da Cultura)

27 de Setembro >21:45 Horas

Concerto com a ORQUESTRA FILARMONIA DAS BEIRASIntervenientes: Orquestra Filarmonia das Beiras; Bruno Monteiro (violino); Gonçalo Pescada (acordeão) e António Vassalo Louren-ço, (direcção)Bilhetes Normal: 2,5 € | Cartão Municipal: 1,25 €Classificação etária: maiores de 6 anos

FOTOGRAFIA

Seia(Cine-Teatro da Casa Municipal da Cultura)

Durante todo o mês Exposição de fotografia

IMAGENS DO SABUGUEIROEsta é uma exposição com fotografias de vários autores, onde se mostram diversas perspectivas de locais de interesse turístico da aldeia do Sabugueiro. São imagens recentes que podem também encontrar-se no portal: www.sabugueiro.ptHorário da Exposição:De segunda a sexta – das 14 às 17:30 Horas e durante as sessões normais de cinema aos fins de semana.

Viseu(Teatro Viriato)

25 de Setembro > 22h00 | 60 min. s/intervaloCafé-concerto

LA LA LA RESSONANCE Consumo mínimo obrigatório (2,5€)Todos os públicosBaixo: André SimãoGuitarra e Programações: Gil TeixeiraBateria:Jorge AristidesSaxofone e Programações: Paulo MirandaGuitarra: Ricardo Cibrão

Tondela(ACERT)

Até 28 de Setembro

EXPOSIÇÃO COLECTIVA DE ARTISTAS MOÇAMBICANOSAlguns dos artistas presentes serão: Carmem, Ídasse, Malangatana, Noel Langa, Reinata Sadimba, Roberto Chichorro, Samuel Djive, Shikani, Upinde.

Page 20: CORREIO DA BEIRA SERRA – 16.09.2008

16 de Setembro de 2008

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1. Neste ano desportivo o futebol concelhio re-sume-se às competições distritais, pois com a des-cida do F.C. Oliveira do Hospital aconteceu aquilo que já há muitos anos não acontecia. Oliveira do Hospital deixa de ter representação nas competi-ções nacionais.

2. O futebol tem altos e baixos, por isso é de crer que este cenário tem que ver com a crise que o nosso concelho atravessa, pois o dinheiro dos subsídios camarários não é suficiente para custear equipas competitivas, sobretudo ao nível nacional.

3. O que durante muito tempo disfarçou as ca-rências foram as verbas injectadas por directores e eu conheço alguns que prejudicaram a sua vida pessoal e empresarial, para que o seu clube tivesse vitórias. Foi pago um preço muito elevado para de-pois quase nunca ser reconhecido o seu esforço. O futebol também é ingrato para estas pessoas.

4. Vem isto a propósito da paixão e rivalidade de que se fala actualmente entre a A.D. Noguei-rense e o F.C. Oliveira do Hospital, já que ambos vão competir na Divisão de Honra de Coimbra. É legítimo que ambas as equipas tenham ambições e queiram ganhar uma à outra, mas isso é natural. Esta rivalidade se for leal, fará com que os dois em-blemas se tornem mais fortes.

5. O F.C. Oliveira do Hospital sempre foi o clube mais representativo do concelho, sobretudo pelo facto dos títulos conseguidos quer ainda pelo número de anos que andou nos Nacionais. Essa re-alidade parece-me óbvia.

6. Já a A.D. Nogueirense tem também um histo-rial rico e como já escrevi ao tempo, tem uma “ter-ra” onde as pessoas sentem o seu clube e gostam de futebol. Por esse bairrismo conseguiu arranjar infra-estruturas próprias que são hoje um capital importante na sua dimensão.

7. Sem qualquer dúvida que o Nogueirense terá melhores condições desportivas que o Oliveira do Hospital, sobretudo após a conclusão das obras que estão a decorrer. Mas pergunto: não será legíti-mo que os directores do Nogueira lutem para terem as melhores condições para o seu clube?

8. A resposta só pode ser sim. Eu percebo algu-ma revolta dos directores de Oliveira, já que quan-do tentaram encontrar soluções para que o clube não dependesse apenas dos subsídios, esta mesma Câmara fechou-lhe as portas. Mas disso não têm culpa os directores do Nogueira.

9. Parece-me e já o escrevi que o F.C. Oliveira do Hospital também merece um Parque Desportivo com condições e que a Câmara Municipal o trate com os mesmos princípios que tratou o Nogueiren-se. Assim como qualquer clube do concelho que chegue à mesma Divisão.

10. Deve a Câmara aplicar o mesmo princípio de igualdade para outros clubes e que depois cada um realize a obra conforme as suas capacidades. Às vezes o problema é que a vontade do Presidente da Câmara é soberana em muitas ocasiões. Lem-bram-se da parceria entre a Fundação e F.C. Olivei-ra do Hospital, para a possibilidade de instalarem um Posto de vendas dos combustíveis? É essa co-erência não existente que eu coloco hoje “FORA DE JOGO”.

Fora de

Jogo

O P I N I Ã O

José Carlos

D E S P O RT O

“O grupo está muito forte, física e psicologicamente”

Futebol Clube de Oliveira do Hospital quer regressar ao nacional

Oinício do campeonato Distri-tal da Associação de Futebol de Coimbra está para breve, as equipas preparam os seus atletas, acertam-se estraté-

gias e definem-se prioridades. Para o Fute-bol Clube de Oliveira do Hospital (FCOH), a meta é o regresso à 3ª Divisão Nacional, onde, na época passada, na sua série, ocupou os lugares cimeiros durante várias jornadas. Depois, nos últimos jogos, o clube perdeu o pecúlio amealhado e a “liguilla” não trouxe melhor sorte,

Paulo Figueiras, vice-presidente da di-recção e chefe do departamento de futebol, ainda hoje não encontra grandes explicações para o sucedido:

– “Penso que a equipa, a dado momento, fraquejou mentalmente e não conseguiu re-cuperar. Tínhamos um bom plantel, o apoio da direcção, nomeadamente do presidente, foi excelente, mas a explicação que encon-tro, no meu entender, foi a quebra anímica da equipa. Isso já é passado, agora importa fazer bem e melhor para alcançarmos os ob-jectivos: voltar à 3ª divisão!”

O plantel para a nova temporada é com-posto por vinte e quatro atletas, quatro dos quais ex juniores do “Oliveira”, todos eles “…com vontade de jogar no clube, indepen-dentemente dos subsídios que possamos distribuir”, refere o chefe do departamento, que adianta:

-“No final da época passada, alguns atle-tas vieram ter connosco e afirmaram a sua vontade em continuar a representar o clube. É com jogadores com este espírito que conta-mos este ano. Temos um orçamento definido e sustentado e daí não saímos; o nosso pro-jecto de subida é consistente porque o grupo, além do mais, está muito forte, física e psi-cologicamente.

O treinador Russo conta com a colabora-ção do Paulo Piedade, que alinhou, enquan-to jogador, nas divisões principais do futebol nacional, nomeadamente no Varzim. Aos téc-nicos compete – também! – “fazer sonhar” os adeptos oliveirenses, embora a tarefa não se apresente fácil; além dos incidentes próprios

dos jogos e do valor das outras equipas, sem-pre que o relvado da cidade não esteja em condições, os atletas treinarão no pelado de Lagos da Beira “…que recebeu substanciais melhoramentos nos balneários e ilumina-ção…”, acrescenta Paulo Figueiras:

– “É a opção lógica para suprir a falta de instalações. O campo de Lagos vai também ser a “casa” das nossas equipas de juvenis e juniores, mas esperamos que possam usu-fruir a curto prazo do sintético que o nosso vizinho Nogueirense está a instalar, de acor-do com o projecto delineado pela Câmara Municipal”.

-– “Há dois anos – relata Paulo Figuei-ras – tivemos reuniões com o presidente do Nogueirense, Carlos Pires, para que, por in-termédio da Câmara Municipal, o clube de Nogueira do Cravo fosse contemplado com um piso sintético, o que nos parece lógico e justo, dado que o FCOH e o Nogueirense são os clubes mais representativos do concelho. O que está apalavrado com a Câmara, é a partilha do recinto com as nossas escolas, de modo a tirar maior rentabilidade do inves-timento que está a ser feito. Os escalões de

formação não podem continuar a treinar nos pelados; só com condições de treino melho-radas seremos capazes de precaver o futuro, oferecendo aos nossos jovens as melhores alternativas para se dedicarem ao seu des-porto favorito. É difícil aos clubes suportar despesas de alojamento e alimentação com atletas de fora, por isso temos de contar com a “prata da casa”.

Continua o chefe do departamento do “Oliveira”:

-“Não posso deixar de referir um porme-nor que me parece interessante: este ano, sa-íram das nossas camadas jovens três atletas para o Tabuense, outros tantos ingressaram no Nogueirense e nós contamos nos seniores com quatro ex-juniores. Esperamos em breve reunir na Câmara Municipal para se definir o plano para aproveitamento do novo espaço desportivo. Quem sai beneficiado com esta parceria desportiva e boa vizinhança são os nossos jovens e o futebol, sem dúvida”.

O Futebol Clube de Oliveira do Hospital é a filial número sete do Futebol Clube do Porto, mas o facto não garante qualquer cola-boração por parte do actual Campeão Nacio-nal. Em tempos não muito recuados houve contactos nesse sentido sem êxito. A actual direcção está atenta:

– “O nosso presidente, doutor Rui Montei-ro, certamente irá pedir uma reunião com o F.C.P. para tentar auscultar a direcção portis-ta sobre as hipóteses que se possam colocar em futuras parcerias ou eventuais ajudas. O assunto não está esquecido.

O plantel do FCOH tem os seguintes atletas: Pantanal, Carlos Tavares (ex Carregal do Sal), Ricardo Almeida (ex júnior FCOH), Pedro Correia, Mário Jorge, Tiago Viegas, Nuno Silva (ex Estrela de Vendas Novas), Barbeiro, Paulo Alves, Fernando Pedro, Car-doso, Guti, Manzato, Rui Almeida, Rola ( ex Tabuense), Alex ( ex-júnior FCOH), Tó (ex Tabuense), Pedro André, Pedro Mendes ( ex júnior FCOH), Mande, Luís Pais (ex Tabuen-se), João Campos (ex júnior FCOH), Aires (ex júnior Tourizense), e o regressado Pedro Martins

A equipa médica é liderada pelo doutor Raul Caçador, com a assistência dos massa-gistas Filipe Sousa e Abel Rodrigues. Antó-nio Abreu é o técnico dos equipamentos.

CARLOS ALBERTO

(…) “Temos um orçamen-to definido e sustentado e daí não saímos; o nosso projecto de subida é con-sistente porque o grupo, além do mais, está muito forte, física e psicologica-

mente” (...)

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16 de Setembro de 2008

www.correiodabeiraserra.com 21 D E S P O RT O

No passado sábado o Sampaense re-cebeu o Vitória de Guimarães, para um jogo de treino

onde ambas as equipas pretendiam medir os índices colectivos neste início de época.

Nestes jogos particulares o que menos importa, sem dúvida, é o re-sultado final. O importante é sentir como a equipa se encontra após as primeiras semanas de treino, sen-tir como o colectivo se encontra em campo e como as unidades, na sua individualidade, se movimen-tam e interagem com as tácticas e técnicas assimiladas até à data.

Mesmo assim, perder é sempre complicado uma vez que além das aferições técnicas é o nome do clube que entra em campo com as equipas.

O Vitória de Guimarães foi fina-lista da Proliga na época passada e este ano vai disputar a recém cria-da Liga Portuguesa de Basquete-bol, por sua vez o Sampaense volta a disputar a Proliga.

Ambas as formações apresen-taram reforços, mas o Sampaense viu-se privado de duas unidades fulcrais por lesão. Pedro Pinho e Kendell Craig não puderam dar o seu contributo uma vez que se en-contravam impedidos de trabalhar por motivos físicos.

O jogo foi animado e quem es-tava nas bancadas viu que o termo amigável era mesmo só rótulo. As equipas entregaram-se totalmen-te ao jogo e a intensidade subiu a cada jogada mais disputada.

Desde o início a partida foi pau-

tada por um equilíbrio evidente onde o Sampaense ombreou com um Vitória bem reforçado. Quan-do todos esperavam que a equipa nortenha iniciasse uma escalada no marcador, eram os homens de Emanuel Seco que conseguiam praticar um basquetebol simples, eficaz e de uma beleza técnica as-sinalável.

Por parte dos visitantes foi no-tório que as suas unidades ameri-canas ainda se encontram bastante distantes do rigor táctico da res-tante equipa. Por parte da equipa beirã o que mais se evidenciou foi o jogo colectivo fluente, apoiado quando necessário nas individua-lidades que se mostraram todas já a um bom nível e a deixarem em campo tudo o que poderiam dar ao jogo.

O resultado final foi de 96-93, com a vitória do Sampaense a prometer muitas alegrias aos seus adeptos que mesmo num jogo ami-gável estiveram presentes e um ambiente com a emoção das gran-des competições.

Nota final para a comunhão perfeita entre todos os elementos da equipa e o seu público, que no final do jogo criou um ambiente de festa e união muito importan-te para quem quer criar um grupo vencedor.

PNV

Basquetebol

Sampaense com início promissor

As equipas senio-res de Futsal do F.C.O.H. continu-am com a sua fase de preparação,

tendo em vista a época desporti-va 2008/2009, durante a qual irão participar na Divisão de Honra da Associação de Futebol de Coimbra (A.F.C.).

Com um mapa de treinos e de jogos de preparação bastante pre-enchido, este trabalho tem sido

repartido entre o Pavilhão Muni-cipal desta cidade e o Pavilhão da Cordinha em Ervedal da Beira, devido a alguns condicionalismos logísticos.

Saliente-se ainda para o facto de, nesta época ambos os campe-onatos estarem dividos em duas fases e das jornadas passarem a ser disputadas não só aos Sábados, como também às Quartas-feiras.

Quanto à equipa masculina, a mesma encontra-se praticamente

com o seu plantel fechado, aguar-dando-se apenas pelo regresso ao trabalho dos atletas Telmo Sancho e Fábio Cintra. Dez, serão as caras novas (inclui cinco atletas junio-res), registando-se apenas a saída do atleta Pedro Martins, agora inte-grado na equipa sénior de Futebol de 11 deste clube.

Depois de se terem consagrado campeões invictos da 1ª Divisão da A.F.C., e estando pela primeira vez nesta Divisão de Honra, é objectivo

desta época que a equipa se classi-fique entre os seis primeiros luga-res, o que lhe permitirá disputar a 2ª fase no grupo da subida de divi-são, não estando esta como limite a alcançar pois, outras equipas com maior experiência e outros objecti-vos pretenderão ocupar o primeiro posto.

Já a equipa feminina, a grande novidade da Secção de Futsal para esta época em termos competiti-vos, também ela tem o seu plantel

praticamente definido. Sem qual-quer tipo de pressão perante um objectivo final em termos competi-tivos, espera-se acima de tudo des-ta equipa, que a mesma seja mais um modelo de afirmação do Futsal neste concelho e região.

Ambas as equipas iniciam os seus campeonatos já no próximo dia 27 do corrente mês. A equipa masculina desloca-se ao Real da Conchada. Quanto à formação fe-minina recebe o Cova-Gala.

Futsal: Campeonatos começam a 27 de Setembro

FCOH prepara a próxima época

OClube de Caça e Pesca de Oliveira do Hospital pre-para-se para apre-sentar a equipa

de ténis de mesa que vai disputar, na época desportiva 2008/2009, o campeonato nacional da 3.ª di-visão. A apresentação terá lugar no próximo dia 27 de Setembro, data que coincide com a realiza-ção do 5.º torneio de equipas de ténis de mesa. O evento terá lugar no Pavilhão Gimnodesportivo da Cordinha, em Ervedal da Beira, e participam, para além da equipa do Caça e Pesca, o Válega de Ovar, o Lapense de Nelas e o CARDES de Viseu.

O objectivo principal da equipa

oliveirense para esta época despor-tiva passa por melhorar o quinto lugar alcançado na época transac-ta. Para tal conta com os jogadores Pedro Ferreira (capitão), André Abrantes, Nuno Augusto e o rus-so Andrey Klimachev. Para além destes jogadores, que transitam da época anterior, a equipa foi reforça-da com Rui Silva, um atleta que já alinhou na 1.ª divisão nacional em representação do ACM de Coim-bra. O pedagogo de ténis de mesa António Coelho (treinador de nível 2) será o coordenador técnico.

A deslocação da equipa olivei-rense a Vila Nova de Gaia para defrontar o Canidelo, no dia 11 de Outubro, marca o início do campe-onato.

Ténis de Mesa

Clube de Caça e Pesca apresenta equipa e realiza torneio

Equipa Sénior do FCOH e a grande novidade para este ano da secção de futsal – a equipa feminina

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16 de Setembro de 2008

www.correiodabeiraserra.com22R E V I S TA D E I M P R E N SA

Seia

Trabalhadores da Beiralã suspendem contratos A ameaça do desemprego volta a as-

sombrar mais uma empresa de Seia. Na passada segunda-feira, dia 8, a adminis-tração da Beiralã comunicou aos traba-lhadores «não ter dinheiro para pagar o mês de Agosto e os seguintes a todos os trabalhadores», contou ao PE um funcio-nário da empresa fabril. Assim, e depois da realização de um plenário, cerca de 170 trabalhadores optaram pela suspen-são do contrato de trabalho, o que lhes permitirá receber o subsídio de desem-prego.

Os cerca de 208 trabalhadores recebe-ram recentemente os ordenados do mês de Julho, pagos pela “Texwool”, da Co-vilhã, empresa que também «deverá pa-gar brevemente» o subsídio de férias em falta. Por outro lado, apesar de estarem na suspensão, «têm garantidas todas as regalias como se estivessem a trabalhar», continuando a auferir férias e o subsídio de Natal. Apenas o ordenado é que passa a ser liquidado através do subsídio de de-semprego. Esta ligação permite-lhes ain-da que se no futuro a empresa encerrar ou se forem despedidos «têm o direito à indemnização», disse ao PE o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Alta.

Carlos João ainda não tem conheci-mento do número certo de trabalhadores que a empresa necessita nesta fase. «Sei que chamaram pessoas para ficar e que não quiseram, preferiram vir embora;

mas também houve o contrário, porque as pessoas não são obrigadas a suspender os contratos».

Acreditando ainda na viabilidade da empresa, o Sindicato tem estado a acompanhar «quase silenciosamente» o problema «desde o ano passado», tendo preferido «não falar muito sobre este as-sunto», não para ajudar a administração mas, segundo explicou, na tentativa de ainda salvar a empresa. «Sinceramente ainda acredito que a empresa possa ser viabilizada e por isso mesmo é que nós temos feito todo este trabalho quase si-lenciosamente, embora os trabalhadores o saibam», refere o sindicalista.

O Presidente da Câmara Municipal de Seia não quis fazer muitos comentários à situação, mas lá foi dizendo que «global-mente as coisas não estão fáceis». Aponta como “culpado” a crise que o sector da fiação atravessa, factor que origina que a empresa «tenha problemas complicados do ponto de vista financeiro». Salienta, igualmente, que estes problemas «já são mais antigos, mas têm-se agravado nos últimos meses, apesar do esforço muito grande da parte do senhor Rui Cardoso no sentido de conseguir cumprir com os salários dos trabalhadores».

O autarca considera que se chegou «a uma fase em que é preferível fazer-se mais qualquer coisa, que é reestruturar para se manter; e é isso que vai acontecer».

In Porta da Estrela

Góis

ADIBER promove curso de Horticultura e Fruticultura Biológicas

A ADIBER- Associação de Desenvolvi-mento Integrado da Beira Serra vai realizar em Góis, um curso de Horticultura e Fru-ticultura Biológicas, com a duração 2535 horas. Esta formação destina-se a pessoas desempregadas, que tenham como habili-tações literárias, o primeiro ciclo do ensi-no básico (antiga 4ª Classe), podendo ter frequentado, mas não concluído o 2º Ciclo do Ensino Básico (2º ano).

O início do curso está previsto para Ou-tubro de 2008 e a conclusão para Março de 2010 e desenvolver-se-à no seguinte horário:

9:00h às 12:30h e das 14:00h às 17:30h.O curso de formação é desenvolvido no

âmbito do POPH- Programa Operacional do Potencial Humano, Tipologia:2.2- Cur-sos de Educação e Formação de Adultos, sendo financiado pelo Fundo Social Euro-peu e pelo Estado Português.

Os formandos terão direito a bolsa de formação equivalente ao IAS – Indexante de Apoios Sociais, subsídio de alimenta-ção, transporte, e certificados de forma-ção: profissional de nível 2 e escolar de nível 3 (9º ano de escolaridade).

Centro

Aveiro vai receber a sede da Turismo Centro Portugal

A nova entidade de turismo da região Centro vai designar-se Turismo Centro Portugal e ficará com sede em Aveiro.

Na semana passada, à margem da inau-guração de uma mostra gastronómica e artística da região Centro, no Parlamen-to Europeu em Bruxelas, o presidente da Comissão Instaladora da Área Regional de Turismo do Centro, Pedro Machado, reve-lou que acabara de saber, pelo gabinete do secretário de Estado do Turismo, que os estatutos do futuro organismo foram já homologados e enviados para publicação no Diário da República.

A nova entidade promocional do tu-rismo da região Centro irá funcionar com três delegações, em Coimbra (que assim perde o estatuto de sede regional de turis-mo), Viseu e Castelo Branco, ficando sem representação em Leiria, apesar de abran-ger alguns concelhos deste distrito.

Pedro Machado reafirmou a intenção de concorrer a presidente da Turismo Centro Portugal, uma candidatura natural, dado o papel de liderança que vem assumindo no processo que conduziu à formação da nova entidade – em Maio foi eleito oficial-mente, por unanimidade, presidente da comissão instaladora, uma eleição que re-

forçou o convite da tutela ao vereador da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho para desempenhar o cargo.

«Espero dar sequência a um proces-so que abracei desde início. Acho que é uma candidatura que é expectável e penso que colhe hoje o consenso gene-ralizado», afirmou ontem aos jornalistas, em Bruxelas.

Segundo explicou Pedro Machado, após a publicação dos estatutos no Diário da República as seis dezenas de câmaras, bem como outras duas dezenas de entida-des, serão formalmente convidadas a inte-grar a nova estrutura regional de turismo.

Segue-se a marcação de eleições, pre-vendo-se que o processo de constituição esteja concluído em finais de Outubro, de forma a delinear atempadamente as actividades do próximo ano e assegurar o respectivo financiamento.

Recorde-se que ao reformular o sector o Governo definiu cinco áreas regionais de turismo (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve) e criou ainda seis pólos de desenvolvimento turístico (Douro, Serra da Estrela, Leiria-Fátima, Oeste, Alentejo Litoral e Alqueva).

In Diário de Coimbra

R E G I Ã O

Pedro Machado vai candidatar-se à presidência da TCP

Centro

Mostra de arte e gastronomia levou 250 pessoas ao Parlamento Europeu

A arte e a gastronomia da região Centro do país estiveram, ontem, em destaque no Parlamento Europeu (PE), em Bruxelas, no âmbito de uma mostra promovida pelo deputado socialista Armando França. A iniciativa atraiu cerca de duas centenas e meia de pessoas, de entre deputados, representantes de organizações, grupos políticos, funcionários e jornalistas que também não deixaram de apreciar obras de 30 artistas plásticos oriundas da região Centro de Portugal.

As obras de arte estão expostas – de 8 a 12 de Setembro – num local privile-giado das instalações do PE. Já a mostra gastronómica, no dia 10, apresentou as diferentes iguarias e petiscos que tão bem

identificam a Região Centro: leitão, vários tipos de queijos e de pão, doçaria (ovos moles, pastéis, entre outros), mel e com-potas, vinhos, espumantes, aguardente e medronho, azeite, diferentes águas mine-rais da Região e muitos outros produtos gastronómicos.

Em nota de imprensa enviada ao cor-reiodabeiraserra.com, o deputado Arman-do França fez um balanço muito positivo desta iniciativa que resultou de uma gran-de cooperação entre artistas plásticos, res-ponsáveis e operadores do turismo da Re-gião Centro, que certamente – como realça – contribuirá para a promoção da Região e a divulgação da arte e dos produtos gastro-nómicos portugueses.

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16 de Setembro de 2008

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Preencha os espaços com números de 1 a 9 de forma que cada linha, coluna e quadrado interior contenha núme-ros de 1 a 9 sem se repetirem.

SOLUÇÃOEDIÇÃO ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1. Pejo, recato; Cabelos brancos / 2. Dentro; Bramido, urro / 3. borrecedor / 4. Rumos; Letra grega / 5. Introduzir; Ruinosas / 6. Deusa egípcia; Sepultura / 7. Ruído; Opor-tunidades / 8. Artigo antigo; Soma / 9. Mascar, pensar / 10. Acertar; Caminhar / 11. Relação; Coceira (fig.).

VERTICAIS: 1. Alcatrão; Mendigar, pedir / 2. Único; Decidido, audaz / 3. Suble-vação; Muitos / 4. Loucos; Sinal ortográfico / 5. Des-botar; Cabeças (pop.) / 6. Velocidade (fig.); Procurara / 7. Herói espanhol; Residir / 8. Amável, carinhoso; Prefixo de negação / 9. Feitas de soro; Exaltação.

Câmara Municipal de Oliveira do Hospital ..... 238 605 250Piquete de Águas .............. 238 605 256A.T.L. Municipal Pavilhão Desportivo........... 238 605 253Casa da Cultura César Oliveira ................... 238 605 254Posto de Turismo .............. 238 609 269Centro de Saúde ............... 238 600 250Hospital FAAD ................... 238 600 280GNR ................................... 238 604 444Bombeiros Voluntário de Oliveira do Hospital ..... 238 602 707

Bombeiros Voluntários de Lagares da Beira ........... 238 640 110Correios ............................ 238 600 343 Hospitais da Universidade de Coimbra ....................... 239 400 400Hospital de Seia ............... 238 320 700Polícia Judiciária Coimbra (piquete) ............. 239 863 000Criança Maltratada ........... 239 702 233SOS Adolescente ............... 800 202 484SOS Mulher ....................... 239 832 073SOS Amigo ........................ 239 721 010SOS Estudante .................. 808 200 204

TELEFONES ÚTEISFarmácias de Serviço em Oliveira do Hospital

15 a 21 de Setembro • Gonçalves • Telf.: 238 605 13022 a 28 Setembro • Figueira Diniz • Telf.: 238 604 435

SUDOKU

PALAVRAS CRUZADAS

SOLUÇÃOEDIÇÃO ANTERIOR

O homem vê uma reportagem sobre um sujeito que tinha morto a sogra e que a tinha enterrado no chão da cozinha, tendo a polícia descoberto o sucedido apenas 20 mais tarde.Mal a peça termina, o homem começa a pensar:- Hum... 20 anos... Daqui por 20 anos provavelmente até já morri... E sempre me livrava da velha... Vou fazer o mesmo!Dito e feito, o homem liga à sogra a convidá-la a ir lá a casa, ela aparece, ele mata-a com uma traulitada na cabeça e enterra-a no chão

da cozinha.Passados 15 minutos, a polícia entra-lhe em casa para o prender.O guarda que o está a algemar diz-lhe:- Você está preso por assassinar a sua sogra e a enterrar no chão da cozinha!- Mas, mas, mas... O outro também fez o mesmo, e também a enterrou no chão da cozinha, e vocês demoraram 20 anos a dar por ela!- Sim, mas o outro morava num rés-do-chão, e você mora num terceiro andar!

ANEDOTAS

Centro Português de Esoterismo para o Período de 16 a 29 de Setembro

CARNEIROCarta Dominante: 8 de Co-pas, significa Concretização, Felicidade.Amor: Grandes surpresas românticas. Que os seus de-

sejos se realizem!Saúde: Tendência para excessos, modere os seus impulsos.Dinheiro: Evite os conflitos no local de tra-balho.Cristal Protector: A Água – Marinha ajuda a canalizar a força e o desejo e a orientá-la para o seu sucesso.Número da Sorte: 44

TOUROCarta Dominante: Valete de Paus, que significa Amigo, Notícias Inesperadas.Amor: Não descarregue nas pessoas de quem mais gosta

a sua má disposição. Tanto a tristeza como a alegria são hábitos que pode educar, cabe-lhe a si escolher.Saúde: Prováveis enxaquecas.Dinheiro: Os investimentos estão favoreci-dos.Cristal Protector: Quartzo Rosa, que ajuda a atingir a harmonia entre os indivíduos, a fortalecer a imaginação e a confiança em si próprio.Número da Sorte: 33

GÉMEOSCarta Dominante: O Impe-rador, que significa Concre-tização.Amor: Poderá surgir um mal entendido, mas com calma

tudo se resolve. Seja honesto consigo pró-prio, não tenha receio de reconhecer os seus erros e traçar novas rotas de vidaSaúde: Este será um período de paz, aprovei-te para descansar.Dinheiro: Momento pouco favorável para grandes investimentos.Cristal Protector: Ágata de Fogo, ajuda na cura dos problemas de visão e a fortalecer o coração.Número da Sorte: 4

CARANGUEJOCarta Dominante: 8 de Espa-das, que significaAmor: Poderá sofrer uma grande decepção. Não faça nada sem pensar, pois alguns

actos são precipitados.Saúde: As preocupações vão provocar-lhe dores de cabeça e mal-estar geral. Não se dei-xe vencer pelo pessimismo.Dinheiro: É importante controlar os gastos e prevenir-se contra a influência de colegas no seu local de trabalho. Cristal Protector: Citrino, ajuda a atrair os bens materiais e na realização de bons ne-gócios.Número da Sorte: 58

LEÃOCarta Dominante: Cavaleiro de Paus, que significa Via-gem, Mudança.Amor: Cuidado com os fal-

sos amigos, cuide do seu amor. Não tenha medo de se apaixonar.Saúde: Tendência para dores nas pernas.Dinheiro: Pode agora comprar aquele ob-jecto de que tanto gosta.Cristal Protector: Jaspe, ajuda na compre-ensão.Número da Sorte: 34

VIRGEM Carta Dominante: Ás de Paus, que significa Energia, Iniciativa.Amor: A paixão está no ar,

prepare-se pois o Cupido pode andar a trás de si. Que os seus desejos se realizem!Saúde: Uma nova fase da sua vida vai surgir. Dinheiro: Tenha cuidado com as decisões a longo prazo que toma no seu campo fi-nanceiro.Cristal Protector: Ágata-de-Água, ajuda na cura espiritual e psicológica.Número da Sorte: 23

BALANÇA Carta Dominante: 5 de Co-pasAmor: Bom momento para iniciar um relacionamento ou dar à sua relação uma

nova intensidade. Não discuta por tudo e por nada, controle a sua impulsividade.Saúde: Cuidado com as vias respiratórias, um resfriado ligeiro pode tornar-se algo muito mais grave.Dinheiro: Pequenas perdas financeiras com as quais não se deve preocupar, ninguém é perfeito!Cristal Protector: Madeira Petrificada, aju-da na resistência física e intelectual, que tanta falta lhe fazem.Número da Sorte: 41

ESCORPIÃOCarta Dominante: Cavaleiro de CopasAmor: Deve ter cuidado pois a sua necessidade de sedu-ção leva-o muitas vezes à

infidelidade. Seja prudente!Saúde: Problemas de estômago e dificulda-des digestivas chamarão a sua atenção.Dinheiro: É importante que esteja atento para que não o apanhem desprevenido no local de trabalho. Cristal Protector: Hematite, ajuda no au-mento da vitalidade e a atrair a boa sorte nos negócios.Número da Sorte: 48

SAGITÁRIOCarta Dominante: O Diabo, que significa Energias Nega-tivas.Amor: Estes próximos dias são muito importantes para

si, aproveite-os. Poderá sentir que neste momento o seu amor não é correspondido, mas não se preocupe, pois é só uma fase passageira.Saúde: Vá ao ginásio com os amigos.Dinheiro: A sorte está do seu lado, é uma boa altura para aventuras.Cristal Protector: Lápis-lazúli, ajuda no aumento da inspiração e no relaxamento.Número da Sorte: 15

CAPRICÓRNIOCarta Dominante: A Roda da Fortuna, que significa Sorte.Amor: O egoísmo é um as-pecto da sua personalidade que deveria tentar eliminar.

Algumas discussões poderão surgir na sua relação, tente resolver as coisas com calma.Saúde: Procure com maior frequência o seu dentista.Dinheiro: Pense bem antes de gastar gran-de parte das suas economias.Cristal Protector: Pedra da Lua, ajuda a afastar o stress.Número da Sorte: 10

AQUÁRIOCarta Dominante: O Mundo, que significa Fertilidade.Amor: Área sentimental fa-vorecida. Faça projectos para o futuro. Não deixe que a

saudade tome conta do seu coração e vá em busca da pessoa que ama.Saúde: Poderão ocorrer pequenos aciden-tes. Mantenha-se alerta.Dinheiro: Não arrisque.Cristal Protector: Quartzo Rosa, ajuda a atrair o amor verdadeiro e na resolução de problemas afectivosNúmero da Sorte: 21

PEIXESCarta Dominante: 5 de Ou-ros, que significa Perda e Falha.Amor: Decida-se pelo que for melhor para si. Deve ter

mais confiança na pessoa que está a seu lado, deixe os ciúmes de lado.Saúde: Cuidado com as quedas.Dinheiro: Não se envolva num novo em-préstimo.Cristal Protector: Pedra do Sol, ajuda a conferir coragem, energia e poder.Número da Sorte: 69

RILEY BEN KING. Músico (guitar-rista), compositor e cantor de blues e jazz (o “B. B.” refere-se ao pseu-dônimo “Blues Boy” ganho na rádio WDIA); começa a tocar nas ruas e na noite de Memphis; estréia artística-mente na rádio KWEM, no programa de Sonny Boy Williamson (1948); su-

cessos como “Three O’Clock Blues” (1951), “Rock Me, Baby”, “The Thrill is Gone”, etc; apresenta-se em fes-tivais por todo o mundo (inlcusive América do Sul, 1996); conhecido pelas guitarras “Lucille” (preferência desde os anos 1950).

Fonte: wikipédia

Faleceu há 71 anos...

“Pela rua do já vou chega-se à casa do nunca.”(Miguel Cervantes)

Page 24: CORREIO DA BEIRA SERRA – 16.09.2008

Num comentário colo-cado este domingo no fórum da edição online do Correio da Beira Ser-ra, António Lopes criou

um facto político ao deixar antever que poderá vir a participar nas próxi-mas eleições autárquicas de 2009.

“O que nos une é mais do que o que nos divide… isto não é uma declaração de candidatura, pois as questões sérias têm que ser tratadas de forma séria, nos locais próprios e nos tempos adequados”, come-ça por afirmar o deputado municipal da CDU – Lopes deverá regressar à assem-bleia Municipal de Oliveira do Hospital no mês de Dezembro –, sem deixar de de-safiar os partidos políticos locais a clarifi-carem a actual situação política.

Considerando que “estamos no tempo da sementeira política”, aquele empresá-rio observa também que “convinha que a Comissão Política de Secção do PSD se definisse” porque – conforme susten-ta – “o tempo das estratégias tem que dar lugar à acção”.

Numa altura em que as relações de Lo-pes com os seus camaradas de partido de Oliveira do Hospital – João Abreu e João Dinis – já conheceram melhores dias, o de-putado da CDU não é contudo claro quan-to ao seu posicionamento político nas au-tárquicas do próximo ano. “Por mim, não pergunto a ninguém de onde vem. Per-gunto para onde querem ir. E porque sou um colectivista, espero que com o parecer e o contributo de todos, os de boa vonta-de, seja possível traçar um rumo que nos leve para onde todos nós desejamos. Mais emprego, mais saneamento, mais água, mais educação, mais solidariedade. Mais rotundas, não prometo”, sublinha em tom irónico aquele autarca da CDU.

Com “ar” decidido, o conhecido empre-sário que na infância passou a serra em di-recção a Vila Franca da Beira, deixa ainda um desafio: “Vão pensando nas listas para os diversos órgãos e freguesias. Discutam, convençam e mobilizem os mais disponí-veis e capazes. A cor não é relevante. Sei que estou num concelho de gente traba-lhadora e séria e isso basta-me”.

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António Lopes: que futuro?

Mais rotundas, não prometo…”

Estes resultados, foram recolhidos entre 2 e 15 de Setembro e correspondem a 125 votos.

Os resultados deste inquérito não têm qualquer base científica, mas podem constituir um indicador da preferência dos leitores do CBS Online.

Acha que o Presidente da Câma-ra tem a obrigação política de ir à festa do PSD nas Caldas de S. Paulo?

Acha que a Câmara Municipal deve remover o telhado de fibrocimento (com amianto) da EB 1 da cidade?

De acordo com os resultados da 1ª fase do concurso na-cional de acesso ao ensino superior, divulgados este domingo no site da Direc-

ção-Geral do Ensino Superior, a Escola Su-perior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH) conseguiu preen-cher todas as vagas existentes nos quatro cursos: Engenharia Civil, Engenharia In-formática, Administração e Finanças – o curso com maior número de vagas, 45 –, Administração e Marketing.

Para frequentar a escola que integra o

Instituto Politécnico de Coimbra, inscre-veram-se 120 alunos, registando-se assim – pelo segundo ano consecutivo – uma taxa de ocupação de 100 por cento.

Pior performance teve entretanto a Es-cola Superior de Turismo e Telecomunica-ções de Seia, que apenas viu um dos cur-sos – Gestão Hoteleira – com o número de vagas a ser totalmente preenchido com 44 alunos. O Curso de Turismo e Lazer – com 40 vagas disponíveis – registou apenas uma taxa de ocupação de 50 por cento, en-quanto que “Restauração e Catering”, com 20 vagas, ficou sem qualquer aluno.

ESTGOH com taxa de ocupação de 100 por cento “Pergunto ao vento que passa

notícias do meu paíse o vento cala a desgraçao vento nada me diz.”