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Corona 26092020
Índice Knewin Monitoring
10
Folha de S. Paulo | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - CNJ, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtualMercado - 26/09/2020
1111
Judiciário - Judiciário, Judiciário - STF, CNJ - Luiz Fux /
Celso antecipa aposentadoria em três semanas e deixa STF em 13 de outubroPoder - 26/09/2020
14
O Estado de S. Paulo | NacionalCNJ - Luiz Fux /
DIRETO DA FONTE - SONIA RACYDireto da Fonte - 26/09/2020
16
CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - CNJ, Judiciário - Judiciário /
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaEconomia - 26/09/2020
17
Judiciário - STF, CNJ - Luiz Fux /
'Atropelo de Marco Aurélio em voto incomodou FuxPolítica - 26/09/2020
18
O Globo | NacionalJudiciário - STF, CNJ - Luiz Fux, CNJ - Rosa Weber /
CORRIDA PARA A INDICAÇÃOPaís - 26/09/2020
21
Judiciário - STF, CNJ - Luiz Fux /
MERVAL PEREIRA - Fux consequencialistaOpinião - 26/09/2020
2323
Revista Época | NacionalJudiciário - STF, CNJ - Rosa Weber /
CRISE NO NINHO BOLSONARISTA - SANTA (E CONFUSA) CATARINANoticias - 25/09/2020
28
Revista Isto é | NacionalJudiciário - STF, CNJ - Luiz Fux /
COLUNA BRASIL CONFIDENCIALBrasil Confidencial - 25/09/2020
31
Judiciário - STF, CNJ - Luiz Fux /
PODERES - Descaso marca a volta ao trabalhoBrasil - 25/09/2020
34
Agora São Paulo | São PauloCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU determina protocolo para perícia virtualGrana - 26/09/2020
35
Tribuna da Bahia | BahiaCNJ - Presidente do CNJ /
Sem auxílioRaio Laser - 25/09/2020
36
A Crítica | Mato Grosso do SulCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020
38
A Gazeta Online ES | Espírito SantoCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtualNoticias - 25/09/2020
3939
CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
Cinco peritos convocados no ES ainda não retornaram ao trabalho presencialNoticias - 25/09/2020
41
A Tarde Online | BahiaCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Presidente do CNJ /
Judiciário vai ter reserva de vagas de estágio para negrosNoticias - 25/09/2020
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Correio 24 Horas Online | BahiaCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020
44
Correio Braziliense Online | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Presidente do CNJ /
CNJ garante 30% da vagas de estágio para negros no judiciárioNoticias - 25/09/2020
46
CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU dá cinco dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020
48
Correio do Povo | Rio Grande do SulCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020
50
Diário de Pernambuco | PernambucoCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
INSS deve ter protocolo para perícia onlineEconomia - 26/09/2020
Diário do Nordeste Online | CearáCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
51Ministro do TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtualNoticias - 26/09/2020
52
Extra online | Rio de JaneiroCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Tribunal de Contas da União quer perícias por telemedicina no INSSEconomia - 26/09/2020
53
Folha de Londrina Online | ParanáCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtualNoticias - 25/09/2020
5454
G1.Globo | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Mais de 60 presos são soltos no TO por causa dos riscos de contaminação da Covid-19Tocantins - 25/09/2020
5656
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
TCU dá ao INSS prazo de 5 dias para elaborar protocolo que permita perícias portelemedicinaEconomia - 25/09/2020
5757
Gazeta Digital | Mato GrossoCNJ - Candice Lavocat Galvão Jobim /
CNJ manda TJ se explicar em 48h sobre emenda regimental que implantou a reeleiçãoNoticias - 25/09/2020
58
Gazeta do Povo | ParanáCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020
5959
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Governo apressa indicação do substituto de Celso de Mello. Saiba quem são os favoritosNoticias - 26/09/2020
62
Metrópoles | Distrito FederalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
TJPR decide na segunda se afasta juíza que citou raça ao condenar negroNoticias - 25/09/2020
63
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Corregedoria mandar priorizar ação contra ex-secretário de Saúde do DFNoticias - 25/09/2020
65
O Antagonista | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
TCU manda INSS fazer protocolo de perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020
66
O Estado de S. Paulo - Blogs | NacionalCNJ - Presidente do CNJ /
Fux está definindo mediações online nos tribunaisDireto da Fonte - 26/09/2020
68
O Liberal online - Americana (SP) | São PauloCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina - O LiberalNoticias - 26/09/2020
70
O Povo Online | CearáCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020
72
R7 Notícias | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
Tribunal de Contas dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaEconomia - 25/09/2020
7474
Terra | NacionalCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU dá cinco dias a INSS para elaborar protocolo de realização de perícia por telemedicinaCoronavírus - 25/09/2020
76
Tribuna do Norte | Rio Grande do NorteCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020
7878
UOL | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça /
Em dez anos, nenhum juiz foi punido por racismo em processos abertos no CNJNoticias - 25/09/2020
81
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
CNJ foi morar no Mundo da Lua, onde não há tetoNoticias - 25/09/2020
82
CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaeconomia - 25/09/2020
84
Bem Paraná Online | ParanáCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020
Consultor Jurídico | Nacional
8686
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Atuação do Órgão Especial do TJ-SP em caso de advogado preso será julgada no CNJNoticias - 25/09/2020
8787
CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Presidente do CNJ /
PL facilita acesso de camadas pobres à Justiça e mitiga abusos de grandes litigantesNoticias - 25/09/2020
89
Diário do Grande ABC ONLINE | São PauloCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020
91
Estado de Minas online | Minas GeraisCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020
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Folha de Pernambuco | PernambucoCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtualNoticias - 25/09/2020
94
Gaúcha ZH | Rio Grande do SulCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020
96
MídiaMax | Mato Grosso do SulCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 26/09/2020
9898
O Sul | Rio Grande do SulCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
O ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo é acionado no Conselho Nacional deJustiça por furar a quarentenaNoticias - 25/09/2020
99
Folha de S. Paulo - Blogs | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Acusado de chicanas diz que corregedoria não censura advogadosNoticias - 25/09/2020
101101
Globo (DF) | Distrito FederalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
SERÁ ADOTADO PROTOCOLO PARA USO DE TELEMEDICINA NAS PERÍCIAS DOINSSNoticias - 25/09/2020
102102
Globo (SP) | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
O INSS e o Ministério da Economia têm 5 dias para elaborar protocolo de perícia on lineJornal Nacional - 25/09/2020
103103
RÁDIO JUSTIÇA | Distrito FederalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Ouvidoria do CNJ, Judiciário - Judiciário /
Em 10 anos de atividades, CNJ acompanha os avanços tecnológicos com objetivo de aprimoraro atendimento do JudiciárioNoticias - 25/09/2020
104
Folha de S. Paulo | NacionalJudiciário - STF /
PAINELPoder - 26/09/2020
106
Judiciário - Judiciário /
Folha cumpre decisão judicial e publica sentençaMercado - 26/09/2020
110
Judiciário - STF /
Alas negras de partidos pedem que STF barre 'troca de cor de candidatosPoder - 26/09/2020
113
Judiciário - STF /
MÔNICA BERGAMOIlustrada - 26/09/2020
115
Folha de São Paulo - Impresso Flip Pressreader | NacionalJudiciário - Judiciário /
Promoção beneficiará 162 mil no ExecutivoNoticias - 26/09/2020
117
O Estado de S. Paulo | NacionalJudiciário - STF /
Celso de Mello antecipa saída e deflagra sucessão no STFCapa - 26/09/2020
118
Judiciário - STF /
Decano antecipa saída e acelera sucessão no STFPolítica - 26/09/2020
120
Revista Época | NacionalJudiciário - Judiciário, Judiciário - STF /
G.A - O JUDICIÁRIO EM SUSPENSEColunistas - 25/09/2020
122
Revista Veja | NacionalJudiciário - STF /
ENTREVISTA - AUGUSTO ARAS: A BUSCA DO EQUILÍBRIO
Entrevista - 25/09/2020
126126
Diário do Nordeste Online | CearáJudiciário - Conciliação /
Comunicado: TCE prorroga por mais 45 dias a entrega das contas de gestão anuaisNoticias - 25/09/2020
127
R7 Notícias | NacionalJudiciário - PJE /
Termina hoje o prazo para registro de candidaturas nas Eleições 2020Noticias - 26/09/2020
128128
Amazonas Notícias | AmazonasJudiciário - PJE /
Fim de prazo - TSE espera receber 630 mil pedidos de registro de candidatura até este sábado(25)Noticias - 25/09/2020
129129
Gaúcha ZH | Rio Grande do SulJudiciário - Conciliação /
Como prefeitura e empresas de ônibus negociaram acordo que dará passe livre temporário apessoas de baixa rendaNoticias - 25/09/2020
132132
Nominuto.com | Rio Grande do NorteJudiciário - PJE /
Eleições 2020: Rio Grande do Norte tem mais de 6 mil registros de candidaturasNoticias - 25/09/2020
133133
Jota | NacionalJudiciário - Conciliação /
A importância da arbitragem e da mediação de conflitos para o pós-pandemiaNoticias - 25/09/2020
135135
TV Justiça | Rio de JaneiroJudiciário - STF /
É válida a possibilidade de busca e apreensão de bens alienados fiduciariamenteJornal da Justiça - 25/09/2020
136136
Judiciário - STF /
Ministro Celso de Mello decidiu antecipar sua aposentadoria do STF para outubroJornal da Justiça 2ª Ediçao - 25/09/2020
137
Judiciário - STF /
STF autoriza a extradição de Carlos Wanzeler, ex-sócio da TelexfreeJornal da Justiça 2ª Ediçao - 25/09/2020
TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtual
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Mercado
sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Autor: Mariana Carneiro
O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da
União, determinou que o INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) elabore, em até cinco dias, um protocolo
para a realização de perícias médicas virtuais, adotando
a telemedicina.
Ele atendeu a pedido feito pelos conselheiros Maria
Tereza Uille Gomes e Henrique de Almeida Ávila, do
CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que
apresentaram uma representação ao TCU contra o
INSS questionando o impacto e possíveis
irregularidades na interrupção das perícias médicas
durante a pandemia.
Os conselheiros argumentam que a telemedicina foi
autorizada por lei, em abril, e, embora abarcasse todos
os ramos da medicina, houve resistência do Conselho
Federal de Medicina e da Secretaria Especial de
Trabalho e Previdência do Ministério da Economia em
adotá-la nas perícias do INSS.
Ainda de acordo com os membros do CNJ, isso atrasou
ações judiciais de pessoas que requisitavam benefícios
previdenciários por incapacidade e de prestação
continuada.
E, mesmo após o retorno do atendimento presencial
nesta semana, cerca de 200 mil processos estão
paralisados pela ausência de perícias e outras 600 mil
requisições administrativas estão na fila.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, CNJ - CNJ, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes
10
Celso antecipa aposentadoria em três semanas e deixa STF em 13 de
outubro
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - Judiciário
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Autor: Matheus Teixeira
Brasília
O ministro Celso de Mello anunciou nesta sexta-feira
(25) que irá antecipar em três semanas sua
aposentadoria do STF (Supremo Tribunal Federal).
Inicialmente, a saída do decano da corte estava prevista
para 1° de novembro, quando ele completa 75 anos e
se aposentaria compulsoriamente. Agora, ele informou
que sairá no dia 13 de outubro.
A decisão de Celso acelera a discussão do presidente
Jair Bolsonaro (sem partido) com aliados sobre quem
será o primeiro indicado do atual governo para o
Supremo.
O ministro da Secretaria-Geral de Governo, Jorge
Oliveira, é o favorito até aqui. O ministro da Justiça,
André Mendonça, também está no páreo. Líderes
evangélicos e o senador Flávio Bolsonaro
(Republicanos-RJ), filho do presidente, tentam emplacar
o juiz federal William Douglas.
Em nota, Celso negou que tenha antecipado a saída da
corte para pedir aposentadoria por invalidez devido a
problemas de saúde, o que lhe daria o direito de pedir
isenção do Imposto de Renda.
"Não, NÃO foi por invalidez!!! Foi uma simples e
voluntária aposentadoria, eis que possuo pouco mais de
52 anos de serviço público."
Celso também afirmou que o STF irá superar os
desafios a que o Brasil tem sido confrontado ao longo
da história.
Segundo o ministro, por mais tormentosos e difíceis que
sejam as previsões para o futuro, o Supremo dará
respostas à altura dos desafios na "proteção da ordem
democrática, na neutralização do abuso de poder e,
como seu mais expressivo guardião, no respeito e na
defesa indeclinável da supremacia da Constituição e
das leis".
Com a saída dele, também ganhará força a discussão
sobre quem herdará os processos sob sua relatoria,
principalmente o inquérito que apura a veracidade das
acusações do ex-ministro Sérgio Moro de que
Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal.
Geralmente, o novo integrante fica com o acervo
deixado. Em casos excepcionais em que haja interesse
pessoal direto do chefe do Executivo em algum
processo, o caso é redistribuído - foi o que ocorreu com
Alexandre de Moraes, que não herdou a
responsabilidade da Lava)ato após a morte de Teori
Zavascki porque o então presidente Michel Temer
(MDB) era investigado.
A tendência é que isso ocorra com a investigação sobre
Bolsonaro e a relatoria seja redistribuída por sorteio
11
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - Judiciário
entre os outros ministros do STF.
Isso deve ser feito no período entre a saída do decano
da corte e a posse do substituto, intervalo que costuma
durar mais de um mês. Após a indicação, o nome ainda
tem de ser aprovado pelo Senado, o que exigirá
articulação política.
Na visão de integrantes do Planalto, dificilmente a
relatoria da investigação será repassada a um ministro
mais rigoroso que Celso.
A atuação dele no inquérito tem incomodado o governo.
A decisão de obrigar Bolsonaro a prestar depoimento
presencialmente, por exemplo, foi muito criticada por
governistas. Esse tema, inclusive, deve ser uma das
últimas decisões importantes de Celso como ministro do
Supremo.
O chefe do Executivo não tem prazo para indicar o
sucessor de Celso. Bolsonaro, porém, já iniciou
conversas com aliados para decidir o nome.
Em diversas oportunidades o presidente afirmou que
pretende escolher alguém que seja "terrivelmente
evangélico".
Integrantes da base do governo no Congresso
defendem que a indicação seja feita rapidamente e que
o Senado referende o nome do escolhido ainda em
outubro.
"Não vejo dificuldade de fazer a sabatina [em outubro].
Acho que é muito importante para o Supremo que ele
tenha todos os seus ministros indicados e trabalhando",
diz o presidente do PR senador Ciro Nogueira (PI).
A mais de um aliado, Bolsonaro disse que sua opção
para a primeira vaga seria Oliveira.
O presidente deseja na corte um aliado de primeira hora
por um longo período. O ministro tem 44 anos, e os
magistrados só são obrigados a se aposentar aos 75.
O titular da Secretaria-Geral, por sua vez, já disse a
ministros do STF e a pessoas próximas que não
gostaria de ser indicado agora. O motivo seria a falta de
preparo para assumir a cadeira que hoje pertence ao
decano da corte, respeitado entre os colegas.
A resistência é lida por integrantes do Judiciário como
uma cortina de fumaça do ministro, para despistar e
evitar ser criticado antes da hora pela indicação. Caso
Oliveira mantenha a postura refratária, Bolsonaro já
disse que pode indicar Mendonça.
Nas últimas semanas, contudo, ele tem dado sinais
trocados. Há três semanas, disse que indicaria um
evangélico. Dias depois, relatou a outro aliado que
escolherá alguém com quem "toma café" e "bebe
cerveja" e que seria aprovado facilmente pelo Senado.
Em um desses encontros, Bolsonaro ressaltou que o
nome "terrivelmente evangélico" só será escolhido em
2021, quando o ministro Marco Aurélio Mello se
aposenta.
Além de Mendonça e Oliveira, são cotados João Otávio
Noronha, ex-presidente do STJ (Superior Tribunal de
Justiça), Ives Gandra Filho, ministro do TST (Tribunal
Superior do Trabalho) e o juiz federal William Douglas.
Celso informou por telefone sua decisão ao presidente
do STF, Luiz Fux, na quinta (24). Pessoas próximas a
Fux dizem que o decano "ficou chateado" com a
decisão de Marco Aurélio de suspender o depoimento
presencial de Bolsonaro.
O presidente, porém, recorreu no período em que Celso
estava de licença, e a responsabilidade foi repassada
temporariamente a Marco Aurélio, que remeteu a
decisão ao plenário, para a sessão virtual que começa
no dia 2.
Agora, porém, Celso pode derrubar a decisão do
colega. Ele voltaria a trabalhar em 27 de setembro, mas
antecipou o retorno da licença médica para esta sexta-
feira.
Na base do governo no Senado, a expectativa é que a12
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - Judiciário
aprovação do novo indicado possa ocorrer ainda neste
ano.
"Não existe vácuo de poder, especialmente no
Judiciário, que precisa de decisões colegiadas. O
presidente deve indicar o nome rapidamente", afirma o
vice -líder do governo no Senado, Chico Rodrigues
(DEM-RR).
Já para o senador Lasier Martins (Podemos-RS), a
partir da aposentadoria de Celso a sabatina do novo
indicado pode esbarrar em calendários eleitorais, que
vão desde as eleições municipais até a escolha do novo
presidente do Senado.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Judiciário,
Judiciário - STF, CNJ - Luiz Fux
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DIRETO DA FONTE - SONIA RACY
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Direto da Fonte
sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Luiz Fux
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Tête-à-tête
Com a pandemia, Luiz Fux, presidente do CnJ e STF,
está definindo como serão as mediações online nos
tribunais. Na sua mesa está proposta de criação de
plataforma para videoconferências seguras.
Acredita-se que as mediações não podem mais ser
adiadas. Por quê? Estimam-se 80 milhões de ações
judiciais no País, com ingresso de algo como 30 milhões
de novas causas por ano.
Do outro lado, existem 4860 mediadores e 3899
conciliadores no CNJ.
Páreo
Escolhido o marqueteiro de Márcio França: trata-se de
Raul Cruz Lima. Terá tarefa facilitada: o candidato tem o
segundo maior tempo de TV, diz seu assessor jurídico
Anderson Pomini.
Fechou o tempo
Pode não ter debate do primeiro turno na Globo entre
candidatos a prefeito em SP. As campanhas de Jilmar
Tatto, Andrea Matarazzo e Guilherme Boulos são contra
o formato proposto pela emissora: a de convidar apenas
os quatro primeiro colocados.
Recuperando
Boas notícias. Segundo levantamento da PayGo -
empresa de meios de pagamentos do C6 Bank -, o
volume de transações, com cartões tanto de débito
como de crédito na segunda semana de setembro,
chegou a ser apenas.... 1,7% menor em relação à pré-
pandemia.
Nos meses mais críticos de março e abril, a queda
média foi de 60%.
Na defesa
O protocolo da CBF, aprovado pelo Ministério da Saúde,
para a volta de até 30% dos torcedores do time
mandante do jogo, estabelece que ingressos serão
vendidos de forma virtual e não pela cabine dos
estádios.
Sócio torcedor terá prioridade na aquisição de entradas.
Na espera
A Pinacoteca antecipa curiosidades sobre a exposição
indígena que entra em cartaz quando o museu reabrir:
Véxoa: Nós sabemos. No @pina.
No Online
Ficou pronta a biblioteca Padre Charbonneau, do
Colégio Santa Cruz.
A escola programa eventos virtuais como conversa com
o escritor Alberto Manguel, ex -Biblioteca Nacional da
Argentina e membro da Academia Argentina de Letras.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Direto da Fonte
sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Luiz Fux
POLAROID
Só recentemente é que Adriane Galisteu conseguiu
administrar sua ansiedade na quarentena. "Comecei
fazer lives diárias e faxina depois do almoço. Mais muita
malhação na parte da tarde. Não é faxininha, não. É
faxinão, de fazer bolha na mão, ralar o joelho, mas tudo
isso acabou me fazendo . muito bem". A atriz e
apresentadora lançou o podcast Fala Galisteu. Ela
afirma ser necessário ver o lado bom: "Fiquei direto com
minha família e redescobri muitas coisas boas".
Silvia Camargo vendeu os dois restaurantes que
administrava antes da pandemia e mergulhou em um
velho sonho: levar sua pequena Galeria Garimpo - loja
cheia de brasilidades garimpadas - para uma casa
charmosa nos Jardins. "Nem toda essa loucura de vírus
vai me fazer desistir de ajudar a arte regional a ter o
status que merece. Com toda essa tristeza e mudança
de hábitos, é hora de valorizar o "feito à mão"
NA FRENTE
Começa, dia 29, o curso online O Mergulho no
Feminino, promovido pela Téa, de Isabella Pinheiro.
Imaginarium e Warner Bros se unem em uma collab
inspirada na Mulher-Maravilha. Os produtos estarão
disponíveis a partir do dia 28.
O pai do cantor Vitão, namorado da Luísa Sonza, é
cabeleireiro no salão de Wanderley Nunes, no Shopping
Iguatemi. Vitão, aliás, acaba de lançar o clipe Califórnia
inspirado no famoso refrão de Lulu Santos.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Luiz Fux
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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Autor: IDIANA TOMAZELLI
O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias
para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica
Federal elaborem um protocolo para a realização
"imediata" de perícias médicas com o uso de
telemedicina. A medida cautelar foi concedida ontem
pelo ministro do TCU Bruno Dantas após representação
de dois integrantes do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ).
Eles argumentaram que a Lei 13.989, de 15 de abril de
2020, autorizou o uso de telemedicina sem excluir
qualquer ato médico de sua abrangência. O próprio CNJ
editou resoluções permitindo o emprego do instrumento.
Só no Judiciário, 200 mil processos estão parados,
segundo o CNJ, à espera de uma perícia. No INSS, 1
milhão aguardam perícia. Procurada, a Secretaria
Especial de Previdência e Trabalho, à qual são ligados
o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica, não
comentou.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, CNJ - CNJ, Judiciário - Judiciário16
'Atropelo de Marco Aurélio em voto incomodou Fux
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Política
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
Luiz Fux, ficou contrariado com o "atropelo" do ministro
Marco Aurélio Mello, que divulgou, anteontem, o voto a
favor do direito de o presidente Jair Bolsonaro depor por
escrito à Polícia Federal. O gesto de Marco Aurélio
surpreendeu os colegas porque o voto foi tornado
público a uma semana do início do julgamento sobre a
controvérsia no plenário virtual da Corte. Trata-se de
uma plataforma online que permite que os magistrados
analisem processos sem se reunirem pessoalmente ou
por videoconferência, longe dos olhos da opinião
pública e das transmissões ao vivo da TV Justiça.
A ofensiva de Marco Aurélio foi interpretada por
integrantes do STF como um "atropelo" e uma forma de
pressionar o tribunal a decidir o quanto antes sobre a
polêmica envolvendo como o chefe do Executivo deve
se manifestar - se por escrito ou presencialmente - no
âmbito das investigações sobre interferência indevida
na Polícia Federal. A apuração foi aberta com base nas
acusações levantadas pelo ex-ministro da Justiça
Sérgio Moro.
No entorno de Fux, a avaliação é a de que a polêmica
sobre o depoimento de Bolsonaro é delicada por opor
não apenas Celso de Mello - decano e relator do
inquérito que investiga o presidente - a Marco Aurélio
(vice-decano), mas por colocar o Supremo em confronto
com o Palácio do Planalto. Nos bastidores, ministros já
discutem reservadamente uma manobra para tirar a
discussão do tema do plenário virtual. Isso poderia ser
feito, por exemplo, com um "pedido de destaque", que
interromperia o julgamento e o levaria para a sessão
presencial.
REPÃ"RTER DO 'ESTADÃO'
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF, CNJ -
Luiz Fux
17
CORRIDA PARA A INDICAÇÃO
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - País
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF
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Autor: CAROLINA B RÍGIDO, NAIRA TRINDADE E
ANDRÉ DE SOUZA
A antecipação da aposentadoria do ministro Celso de
Mello, que anunciou ontem que vai deixar o Supremo
Tribunal Federal (STF) em 13 de outubro, acelerou o
debate no governo sobre o nome a ser indicado pelo
presidente Jair Bolsonaro para a vaga. O mais cotado
hoje é o do ministro da Secretaria- Geral da
Presidência, Jorge Oliveira. A previsão inicial era que o
decano saísse do posto em 1º de novembro, quando
completará 75 anos.
Também aparecem como opções em análise no Palácio
do Planalto o ministro da Justiça, André Mendonça, que
é pastor evangélico; o juiz William Douglas, que teria
apoio do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e
também do pastor Silas Malafaia; o ex-presidente do
Superior Tribunal de Justiça (STJ) João Otávio
Noronha, que concedeu prisão domiciliar a Fabrício
Queiroz; e o procurador-geral da República, Augusto
Aras, cujo nome já foi ventilado pelo presidente para
uma eventual terceira vaga.
Além do posto que será aberto agora, Bolsonaro deverá
ter direito a apenas mais uma indicação neste mandato,
em julho de 2021, quando o ministro Marco Aurélio
Mello completará 75 anos.
Segundo aliados de Bolsonaro, o nome de Jorge
Oliveira voltou a ganhar força, principalmente em função
da confiança entre os dois, que se conhecem há mais
de 20 anos. O ministro é filho de Jorge Francisco, ex-
chefe de gabinete de Bolsonaro na Câmara. A pasta
ocupada por Oliveira é uma espécie de "prefeitura da
Presidência", e ele acumula também a Subchefia para
Assuntos Jurídicos (SAJ), responsável pela análise de
projetos, decretos, normas e regulamentações que o
presidente assina.
No Planalto, já se sugere até que o almirante Flávio
Rocha, atualmente na Secretaria de Assuntos
Estratégicos, podería assumir o ministério, enquanto o
atual chefe de gabinete do presidente, Pedro César
Nunes Ferreira Marques de Sousa, ficaria com a SAJ.
Aliados do presidente, porém, observam que Oliveira
frequentemente manifesta resistência em ser o primeiro
indicado de Bolsonaro, preferindo chegar à Corte em
momento posterior. Defensores do nome de Oliveira, no
entanto, tentam convencê-lo, sob o argumento de que o
governo tem hoje um cenário favorável no Senado.
Bolsonaro tem dito a aliados que manterá o nome sob
sigilo até a indicação, para evitar fritura. Com a
antecipação da aposentadoria de Celso de Mello,
espera-se que a indicação ocorra logo após a saída do
ministro, e perde força a hipótese de deixar o cargo
vago até 2021, devido ao calendário apertado no
Senado após as eleições municipais. O indicado será
sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) e precisa ser aprovado em plenário para ser
confirmado no STF.
Relator da investigação sobre a suposta interferência
indevida de Bolsonaro na Polícia Federal, Celso
divulgou uma nota negando que sua decisão de
antecipar a saída da Corte tenha ligação com o18
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - País
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF
inquérito.
Pelo Regimento Interno do STF, o novo ministro a ser
indicado para substituir o aposentado herda todo o
acervo do gabinete vago. Ou seja: alguém nomeado
pelo próprio Bolsonaro seria o relator do inquérito. No
entanto, o presidente do Supremo, Luiz Fux, pode
determinar o sorteio da relatoria.
Celso ressaltou ter formalizado sua saída antes d a
decisão tomada por Marco Aurélio Mello de remeter ao
plenário virtual recurso de Bolsonaro pedindo para
depor por escrito no caso. Celso negou ao presidente tal
prerrogativa, enquanto o colega levou o caso a debate e
votou a favor do pedido da defesa.
Em mensagem divulgada pela assessoria do STF, o
decano afirmou que a aposentadoria "não tem qualquer
relação com alegadas 'divergências internas no
Supremo Tribunal Federal, muito menos com o
andamento" do inquérito.
"ESTÃO TODOS À ALTURA"
Apesar de só ter sido divulgada ontem, a decisão de
Celso foi assinada na terça feira, enquanto Marco
Aurélio só se posicionou no inquérito no dia seguinte.
"Os magistrados que integram a Suprema Corte do
Brasil, por mais procelosos e difíceis que sejam (ou que
possam vir a ser ) os tempos (e os ventos) que virão,
estão, todos eles, à altura das melhores tradições
históricas do Supremo Tribunal Federal na proteção
da institucionalidade, no amparo das liberdades
fundamentais, na preservação da ordem democrática ,
na neutralização do abuso de poder e, como seu mais
expressivo guardião, no respeito e na defesa
indeclináveis da supremacia da Constituição e das leis
da República! Sem que haja juízes íntegros e
independentes, jamais haverá cidadãos livres", disse
Celso de Mello, em outra mensagem.
"Sem que haja juízes íntegros, independentes, jamais
haverá cidadãos livres"
Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal,
em mensagem de despedida
Próximas saídas da Corte
Marco Aurélio Mello: Próximo ministro a se aposentar,
completará 75 anos em junho do ano que vem. Ele está
na Corte desde 1990, quando foi indicado pelo ex-
presidente Fernando Collor.
Ricardo Lewandowski: Um dos oito ministros do STF
indicados no governo Lula - cinco já não estão mais na
Corte -, está no Supremo desde 2006 e vai completar
75 anos em maio de 2023.
Rosa Weber: Indicada pela ex-presidente Dilma
Rousseff, em 2011, vai se aposentar em outubro de
2023.
Luiz Fux: o atual presidente do Supremo foi indicado no
governo Dilma. Ele completará 75 anos em abril de
2028.
Cármen Lúcia: A ministra também passou a integrar a
Corte durante o governo Lula, em 2006. Ela vai alcançar
a data limite para a aposentadoria em abril de 2029.
Gilmar Mendes: Único dos três ministros indicado pelo
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a ainda
integrar a Corte, está no STF desde 2002 e chegará aos
75 anos em em dezembro de 2030.
Edson Fachin: Indicado em 2015, já no segundo
mandato de Dilma, completará 75 anos em fevereiro de
2033.
Luís Roberto Barroso: Está na Corte desde 2013,
quando foi indicado por Dilma. Elevai completar 75 anos
em março de 2033.
Dias Toffoli:o ministro, que está no Supremo desde
2009, quando foi indicado por Lula, chegará aos 75
anos em novembro de 2042.
Alexandre de Moraes: Única indicação realizada pelo19
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - País
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF
ex-presidente Michel Temer, integra a Corte desde 2017
e alcançará a data-limite para a aposentadoria em
dezembro de 2043.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF, CNJ -
Luiz Fux, CNJ - Rosa Weber
20
MERVAL PEREIRA - Fux consequencialista
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - Opinião
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF
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Autor: MERVAL PEREIRA
A decisão do ministro Luiz Fux de tirar do plenário
virtual e levar para o presencial (por videoconferência) o
julgamento sobre a possibilidade de a Petrobras vender
subsidiárias sem consulta ao Congresso, quando já
havia três votos contrários, mostra a preocupação do
novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)
com as consequências econômicas das decisões
jurídicas.
Uma votação do STF proibindo a Petrobras de criar
subsidiárias para fins de venda de ativos pode matar a
empresa, segundo disse o secretário especial de
Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Diogo
Mac Cord em entrevista ao "Valor Econômico". "Acaba o
desinvestimento. Você amarrou as mãos dela. Você
matou a empresa."
O ministro Fux temeu que o plenário virtual julgasse
sem a atenção que o tema merece. Recentemente, o
placar foi favorável ao desinvestimento, e no caso a
votação parecia contraditar o veredito anterior. Essa
preocupação do ministro Fux não é nova. Uma tese de
mestrado do juiz federal Guilherme Maines Caon, tendo
como orientador Luciano Benetti Timm, professor de
Análise Econômica do Direito na Fundação Getúlio
Vargas, demonstra que ele é o divisor de águas para
uso de análise econômica do direito no STF.
Guilherme Maines Caon comprova com dados que Fux
promove uma mudança de orientação no STF, agora
favorável à consideração dos impactos econômicos e
das consequências práticas das decisões judiciais. A
Análise Econômica do Direito é a disciplina que utiliza
conceitos e técnicas da Economia para a formulação de
normas jurídicas, ou para a aplicação do Direito e
mensuração das consequências das leis ou das
decisões judiciais.
Exemplos são o voto no caso do Uber, a favor da livre-
iniciativa, também votos favoráveis à terceirização e à
reforma trabalhista. Segundo o estudo, o ponto de
inflexão foi o julgamento da Ação Direta de
Inconstitucionalidade (Adin) 5.062, em 2016, relatada
pelo ministro Fux, em que se fez a utilização detalhada
e com rigor técnico de diversos institutos da Análise
Econômica do Direito.
Prevaleceu seu entendimento de que objetivo da lei
sobre direitos autorais que era contestada pelo Ecad foi
dar transparência, eficiência e modernização à gestão
dos direitos autorais, reorganizando racionalmente o
Ecad e as associações que o compõem.
Ele lembrou que, segundo conclusões da CPI do Ecad,
a falta de transparência era um problema histórico
relatado pelos titulares dos direitos autorais. Segundo
Fux, a liberdade de iniciativa, propriedade privada e
liberdade de associação não são, por si, incompatíveis
com a presença de regulação estatal.
A partir deste julgamento, o Supremo Tribunal Federal
passou a aplicar, segundo a tese, de modo ostensivo e
tecnicamente aprimorado, o instrumental da Análise
Econômica do Direito em diversas decisões,
especialmente devido à edição da Lei de Introdução às21
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - Opinião
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF
Normas do Direito Brasileiro em 2018, que estabeleceu
o dever de o magistrado levar em consideração as
consequências práticas da decisão judicial.
A tese avaliou a evolução da aplicação da Análise
Econômica do Direito pelo Supremo Tribunal Federal,
constatando que houve um incremento qualitativo e
quantitativo na aplicação da AED pelo STF a partir de
2015.
Foram identificados 39 acórdãos em que foi utilizado o
raciocínio econômico pelo STF como fundamento para
as decisões, no período de 1991 a 2019. No primeiro
período, que vai até 2014, foram utilizados raciocínios
econômicos em diversos julgados sem que houvesse
um embasamento ostensivo e metodologicamente
consciente do instrumental da Análise Econômica do
Direito ou mesmo da Ciência Econômica.
A partir de 2015, os indicadores quantitativos levaram à
conclusão de que houve um aumento, tanto do grau de
densidade da fundamentação, como do grau de
influência do raciocínio econômico, bem como do
número de citações de autores do Law and Economics.
A análise qualitativa permitiu identificar um maior
aprimoramento técnico na fundamentação dos acórdãos
sob o aspecto do raciocínio econômico ou de Direito e
Economia.
"Ministro promove mudança de orientação no STF,
agora favorável à consideração dos impactos
econômicos e das consequências"
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF, CNJ -
Luiz Fux
22
CRISE NO NINHO BOLSONARISTA - SANTA (E CONFUSA)
CATARINA
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sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF
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Autor: Guilherme Caetano
Como o Planalto tentou livrar a vice-governadora
catarinense de processo de impeachment, viu o plano
dar errado e agora tenta consertá-lo
Passava das 2 horas da tarde da quarta-feira 16 de
setembro quando o deputado estadual de Santa
Catarina Jessé Lopes (PSL) recebeu uma ligação. Ele
não reconheceu o número, mas pelo prefixo percebeu
que era de Brasília. Lopes deixou sua mesa e percorreu
o chamativo carpete em tom de cerâmica do plenário da
Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) para
atender à chamada e falar com mais privacidade.
Naquele mesmo salão, no dia seguinte, 17 de setembro,
pela primeira vez em mais de 60 anos no Brasil, um
órgão estadual abriria um pedido de impeachment
contra um governador — no caso, Carlos Moisés (PSL).
O motivo alegado foi a autorização dada por ele para
um reajuste salarial a procuradores do estado em
outubro de 2019.
A voz no telefone era a do almirante Flávio Augusto
Viana Rocha, secretário especial de Assuntos
Estratégicos, órgão diretamente ligado ao presidente
Jair Bolsonaro. Rocha fez um pedido claro. A bancada
do PSL deveria votar contra o prosseguimento das
investigações sobre Daniela Reinehr, a vice-
governadora, cujo pedido de impeachment seria
decidido separadamente. Eleita pelo PSL, ela está
atualmente sem partido, à espera da criação da nova
sigla de Bolsonaro.
Como o almirante Rocha costuma trabalhar em sintonia
com o ministro Luiz Eduardo Ramos, chefe da
Secretaria de Governo, responsável pela articulação
política, o contato não deveria deixar dúvidas. Tratava-
se de um recado vindo de dentro do Palácio do Planalto
ao PSL catarinense: “Livrem a vice Daniela Reinehr do
processo de impeachment e condenem Moisés”.
Mas o deputado Lopes decidiu marcar uma posição. Ao
almirante, falou que esperava um telefonema do próprio
presidente Bolsonaro. Votar pela absolvição de Reinehr
não era um pedido qualquer. De uma bancada de seis
membros do PSL, Lopes e outros quatro deputados
andavam às turras com a vice-governadora e queriam
afastá-la do governo com Moisés. Na versão deles,
Reinehr era condescendente demais com as atitudes do
mandatário que desagradavam à bancada.
Lopes desligou o telefone e cismou que o emissário do
ministro Ramos articulava sem o consentimento do
presidente. Chegando a sua casa, à noite, ele abriu o
grupo de WhatsApp do Aliança pelo Brasil, partido que
Bolsonaro tenta colocar de pé, onde a nata dos
bolsonaristas trata rotineiramente de questões políticas.
Queria checar se havia alguma orientação similar à que
havia recebido por telefone.
Acabou encontrando uma crise no histórico de
conversas do grupo. Pela manhã, sua colega na
Assembleia, a bolsonarista Ana Campagnolo (PSL),
tinha batido boca com a deputada federal Carla Zambelli
(PSL-SP) e outras pessoas próximas ao presidente
Bolsonaro que defendiam Daniela Reinehr. Lopes ainda
receberia um telefonema de Karina Kufa, advogada do
Aliança pelo Brasil, pedindo, em nome do presidente,
voto em favor da vice-governadora. “Ela me ligou
porque lá no grupo eu falei que ninguém havia me24
Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Época/Nacional - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF
ligado”, disse Lopes no dia seguinte. A ÉPOCA, Kufa
negou ter passado qualquer recado em nome de
Bolsonaro.
Lopes acabou votando contra a vice-governadora, como
fizeram outros quatro deputados do PSL, e, minutos
depois, foi expulso do grupo do WhatsApp por Zambelli,
com autorização dos outros administradores: o
deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Kufa e o
ministro Ramos. Ao final da votação, todo o esforço do
Planalto para apoiar a abertura de processo de
impeachment somente contra Moisés tinha dado em
nada. A deputada federal por São Paulo Zambelli, a
advogada Kufa, o ministro Lopes e a deputada estadual
por Santa Catarina Campagnolo passaram os dias
seguintes em meio a trocas de farpas. Em entrevista a
ÉPOCA, Zambelli se defendeu: “Você acha que a gente
se exporia desse jeito se o presidente não quisesse? O
presidente foi quem nos deu autorização”.
A advogada Kufa, por sua vez, disse não ter entrado na
articulação política. “É uma orientação do partido
(Aliança pelo Brasil) e deve ser respeitada. A Daniela
Reinehr é membro do Aliança, eu não sei qual é o
interesse deles em votar contra ela.” O processo de
impeachment do governador e sua vice agora tramita no
Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
Eleito na onda de extrema-direita de 2018, Moisés foi
um candidato acidental — e, de forma também pouco
usual, ele acabou desagradando à cúpula bolsonarista.
Aos 50 anos, curtia a aposentadoria de coronel do
Corpo de Bombeiros em Tubarão, um município de 100
mil habitantes no sul de Santa Catarina. Entre seus
passatempos prediletos estavam o mergulho e a
produção de cerveja artesanal. Sem maiores
pretensões, decidiu se mudar para Florianópolis no
começo de 2018 para acompanhar a filha no cursinho
pré-vestibular para medicina.
Tão logo chegou à capital, Moisés recebeu a visita de
um amigo, o então vereador de Tubarão Lucas
Esmeraldino. Ele vinha com uma proposta. Depois de
ter conhecido Eduardo Bolsonaro por ter defendido o
projeto Escola sem Partido na Câmara Municipal de
Tubarão, Esmeraldino acabava de voltar de Brasília
com o diretório estadual do PSL debaixo do braço e
queria a ajuda do bombeiro aposentado para montar a
legenda em Santa Catarina. Advogado e mestre em
Direito, Moisés nunca tinha participado da política.
Depois de hesitar, aceitou a missão como tesoureiro. No
último dia do prazo para registrar as candidaturas à
eleição de 2018, o PSL catarinense viu o plano de uma
coligação ruir e teve de indicar somente gente do
partido. Sem acreditar na vitória, Moisés foi inscrito
candidato ao governo catarinense.
Eleito com a maior votação da história de Santa
Catarina, 71% dos votos, o PSL também fez uma boa
bancada na Assembleia, menor apenas que a do MDB.
Sem nenhuma experiência política e sem aliados na
administração pública, o governador eleito formou seu
secretariado com militares e colegas do batalhão do
Corpo de Bombeiros. O primeiro incômodo dos
bolsonaristas com Moisés aconteceria ali, antes mesmo
do início do mandato. Seguidores do ideólogo Olavo de
Carvalho, os deputados queriam um nome para a
Secretaria de Educação mais ligado ao guru. O então
governador eleito não cedeu e optou por um perfil mais
técnico.
Eleito como “Comandante”, Moisés assumiu como
“Carlos”, desvinculando-se da imagem militarista a que
Bolsonaro costuma recorrer. Em sua gestão, tomou
decisões distintas do governo federal, como taxar
agrotóxicos e incentivar a agricultura orgânica e familiar,
o que também irritou os bolsonaristas da Alesc, que
atribuíram à política estadual uma “agenda globalista”.
A iniciativa desagradou ao agronegócio. A Federação
da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina
(Faesc) divulgou uma carta dizendo que Moisés levava
“pânico ao campo”. Comprada a briga com boa parte do
PIB do estado, a proposta não teve êxito. Mesmo
aliados reconhecem que Moisés deveria ter costurado o
projeto com o Legislativo e o setor produtivo antes de
enviá-lo para ser votado.
A distensão com sua própria base na Alesc veio com25
Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Época/Nacional - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF
uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo em agosto de
2019. Ele relacionou o “pessoal da arminha” a palavras
como “extremismo” e “sandice”, referindo-se ao gesto
usado pelo presidente de empunhar um revólver
invisível. Ali Moisés se descolava da imagem do
presidente, que então enfrentava uma queda na
popularidade. Como era de esperar, as críticas da
bancada do PSL foram implacáveis.
“O maior descuido do governador foi não ter se
preocupado em formar uma base na Alesc. Ele se
distanciou de todos, talvez pelo fato de ele ter posto
militares demais na linha de frente, que não têm muita
capacidade de diálogo”, disse o deputado Fabiano da
Luz, líder do PT na Assembleia. As tentativas tardias de
ampliar a base acabaram não indo longe. “Tem
deputado ligado a 50 prefeituras que não conseguia
conversar com o governador. As pessoas achavam que
era arrogância, mas é que o Moisés nunca foi político na
vida”, declarou um aliado, sob a condição de anonimato.
O ato de Moisés que desembocou em processo de
impeachment se deu por meio de uma decisão
administrativa. Ele autorizou no final do ano passado um
reajuste salarial de procuradores do estado, com o
objetivo de equiparar os valores ganhos pela categoria
com o salário dos procuradores da Alesc. A anuência
contrariava um veto feito pelo próprio governador em
junho, quando o Legislativo propôs uma emenda para
aumentar o salário dos procuradores.
Em janeiro de 2020, Daniela Reinehr assumiu o governo
por dez dias durante as férias de Moisés. Nesse
período, chegou a sua mesa um ofício elaborado pelo
advogado defensor público Ralf Zimmer Junior, que
entendia como ilegais os pagamentos. Reinehr
encaminhou o caso para o secretário de Administração,
Jorge Eduardo Tasca, que entendeu a medida como
legal. Foi então que Zimmer entrou com um pedido de
impeachment contra Moisés e também contra Reinehr,
afirmando que o reajuste configuraria crime de
responsabilidade.
O governo catarinense alega que a autorização
decorreu do cumprimento de uma decisão judicial
transitada em julgado, isto é, impassível de modificação.
Afirma também que “não houve intervenção ou decisão
do governador no processo”. A associação de
procuradores do estado defendeu o governo, afirmando
que houve um “mero cumprimento de decisão judicial”.
Em meio a esse desgaste, outra crise estourou no colo
de Moisés. Uma reportagem do site The Intercept Brasil
denunciou em abril a compra emergencial de 200
respiradores para pacientes com Covid-19 pelo valor de
R$ 33 milhões. Não só o valor estava acima da média
do mercado, como os 50 respiradores entregues não
serviam para o tratamento. Como parte das ações da
Polícia Federal realizadas em vários estados para
investigar compras fraudulentas na pandemia, o ex-
secretário da Casa Civil de Moisés, Douglas Borba, foi
preso, e o secretário de Saúde, Helton Zeferino, pediu
demissão.
A falta de diálogo com o Legislativo, a perda da base na
Assembleia, os embates com Bolsonaro, o desgaste na
opinião pública, o escândalo de corrupção... Aos
poucos, todos os elementos de uma crise se
materializaram, e o pedido de impeachment foi parar na
mesa do presidente da Alesc, Julio Garcia (PSD), que
poderá assumir o governo em caso de afastamento de
Moisés e da vice-governadora.
Garcia também tem motivos para se preocupar. Em
meados de setembro, ele foi denunciado pelo Ministério
Público Federal (MPF) sob a acusação de ter cometido
lavagem de dinheiro 12 vezes. Além dele, os
procuradores também denunciaram os três filhos do
deputado, sua ex-mulher e um empresário. Segundo a
denúncia, Garcia era sócio oculto da Apporti, uma
empresa de tecnologia que venceu uma licitação com a
Secretaria de Administração de Santa Catarina. Os
procuradores descobriram que o dono da empresa,
Jefferson Colombo, fez repasses indiretos a Garcia. A
denúncia afirma que o empresário pagou contas
pessoais do presidente da Alesc e adquiriu imóveis e
bens para ele e sua família, que somam pouco mais de
R$ 2,5 milhões. O dinheiro foi usado para a compra de
quatro apartamentos, um terreno, um edifício-garagem e
uma viagem internacional, além de pagar cotas de26
Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Época/Nacional - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF
IPTU, seguro de carros, condomínios e salários de
funcionários particulares — tudo segundo o MPF.
Com a denúncia já consumada, Garcia decidiu antecipar
para 17 de setembro a votação de abertura do
impeachment do governador e da vice, marcada
inicialmente para o dia 22. Aliados de Moisés criticaram
a manobra. “Está claro que o jogo é a busca do poder
pelo poder”, disse Marcos Fey Probst, advogado do
governador. Procurado por ÉPOCA, Garcia não se
posicionou.
O Tribunal de Justiça está formando uma comissão
mista, composta de cinco desembargadores escolhidos
por sorteio e de cinco deputados estaduais eleitos. Esse
grupo decidirá se afasta ou não os governantes. A
defesa de Daniela Reinehr apela para que o Supremo
Tribunal Federal (STF) defina o rito processual de
impeachments de governadores, o que ainda não está
formalizado em lei. “Vamos bater na tecla da
impossibilidade de impedimento da vice, porque a lei
não trata dessa questão, e insistir que essa omissão
dolosa é uma construção fantasiosa”, disse Ribas
Júnior, advogado da vice-governadora. “Nossa grande
esperança é a ação que está no colo da ministra Rosa
Weber. Ela pode dar uma liminar suspendendo todos os
processos de impeachment”, afirmou Ana Blasi, outra
advogada da vice-governadora.
Aliados de Jair Bolsonaro continuam firmes na missão
de tentar salvar o mandato de Daniela Reinehr. Kufa,
advogada do Aliança pelo Brasil, ficou responsável por
essa frente em Brasília. Ela solicitou uma audiência com
Rosa Weber, mas ainda espera por um espaço na
agenda da ministra. Enquanto isso, outro processo de
impeachment contra Moisés e Reinehr, dessa vez para
investigar a compra dos 200 respiradores e outras
supostas irregularidades, continua tramitando. Na terça-
feira 22, os deputados formaram a comissão especial
que vai analisar o pedido.
Na corda bamba, Moisés não recorre ao mea-culpa ao
revisar sua gestão, que avalia como exitosa, e
menciona a palavra “golpe” várias vezes ao discorrer
sobre seu impeachment. Questionado por ÉPOCA
sobre a falta de diálogo apontada pelos parlamentares,
ele respondeu que “o diálogo a que se referem é um
diálogo não republicano” e que “eles querem retomar o
governo e a chave do cofre”. Sobre a avaliação que faz
do presidente Bolsonaro, a resposta é uma bandeira
branca. Disse que o respeita muito e que o governo
catarinense “faz exatamente o que ele (Bolsonaro) faz
em Brasília”.
Moisés disse que entrou na política pensando que
seriam quatro meses, mas que acabaram virando quatro
anos. “São esses anos que querem me tomar. Mas eu
tenho um sonho aí de viajar um pouco, continuar
fazendo minhas cervejas artesanais. E voltar à
normalidade, não é?” E se apressa em completar:
“Quem sabe aí para 2022”.
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Rosa Weber
27
COLUNA BRASIL CONFIDENCIAL
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Autor: Germano Oliveira, com Marcos Strecker
A guerra do arroz
A fritura de Paulo Guedes está afetando a sua
capacidade de solucionar o descontrole dos preços
agrícolas. A alta de 3,98% dos produtos da cesta básica
em agosto, penalizando os mais pobres, mostrou sua
inoperância no controle do abastecimento dos principais
alimentos dos brasileiros. Desde o início do ano, o arroz
subiu 19,25% e o feijão aumentou 30%. Um absurdo,
pois a inflação anual é de 2,44%. Atraídos pelos
melhores preços internacionais, os agricultores
exportaram o que podiam, sobretudo para a China. E,
no mercado interno, a demanda explodiu porque a
classe média passou a cozinhar mais em casa e os
mais pobres aumentaram o poder de compra devido ao
auxílio emergencial de R$ 600. Moral da história: os
preços dispararam. E o que fizeram Bolsonaro e
Guedes?
Estoques
Quando viu que a situação era crítica, Guedes deveria
ter mandado fazer estoques estratégicos, mas cruzou
os braços. Nossas reservas acabaram e os nossos
grãos foram escoados para o exterior. Neste momento,
estão engordando porcos e frangos chineses. Já os
consumidores brasileiros ficaram a ver navios, sem o
tradicional arroz e feijão.
ICMS zero
Diante da gravidade do problema, o governador de São
Paulo, João Doria, resolveu agir. Informou à ISTOÉ que
vai zerar o ICMS que incide sobre o arroz, feijão e
macarrão, hoje em 7%. Com isso, espera que os preços
desses alimentos caiam. Está tomando a medida para
“homenagear os mais pobres, que são os mais
sacrificados na pandemia”.
STF devolve a bola ao Congresso28
Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Isto é/Nacional - Brasil Confidencial
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF
Está no STF uma ação impetrada pelo PTB para que
não seja permitida a reeleição dos presidentes do
Senado e da Câmara. A questão está nas mãos do
ministro Gilmar Mendes, que pretende levá-la ao
Plenário. A tendência é de os ministros decidirem que
caberá ao próprio Congresso definir o caso. O ministro
Luiz Fux (foto), presidente da Corte, entende que a
maioria das questões políticas não deveria ser
judicializada.
Rápidas
- Roberto Jefferson, presidente do PTB, mostra serviço
a Bolsonaro. Anulou as convenções do partido nas
cidades onde a sigla apoiava candidatos de oposição ao
presidente. Obrigou o PTB a retirar os vices dos petistas
Luiz Marinho (São Bernardo) e Emídio de Souza
(Osasco).
- O ex-ministro Sergio Moro já está inscrito na OAB-PR
e em breve poderá começar a advogar. Ele pega a
carteirinha da Ordem em outubro, mas não deverá usar
a licença para atuar no processo que envolve
Bolsonaro.
- A Justiça está sobrecarregada. Segundo o ministro
Alexandre de Moraes, do STF, são 100 milhões de
processos e apenas 18 mil juízes. Em função do
acúmulo de trabalho, erros acontecem, mas são
corrigidos nas instâncias superiores.
- A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) está
pedindo a abertura de uma CPI para investigar o
desmonte da política ambiental brasileira. “É
estarrecedor testemunhar o que acontece no Pantanal e
Amazônia”, diz.
Retrato falado - “O Congresso é um chiqueiro. E de
chiqueiro eu não quero nem o cheiro”
O senador Jorge kajuru disse, em live na ISTOÉ, que
não vê a hora de seu mandato terminar, em 2026, para
“sair correndo da política”. Explicou estar “enojado” com
o que vê no Congresso, com a corrupção e os
privilégios dos parlamentares. “Uma senadora de Goiás
gastou R$ 12 mil para fretar um jatinho de Goiânia a
Brasília, um trajeto que eu faço em duas horas de carro,
gastando R$ 80 de gasolina e R$ 10 de pedágio, e o
Senado paga a despesa da aeronave sem questionar”.
A savana
Bolsonaro não convenceu ninguém com seu discurso
surreal na ONU. A política do governo para o meio
ambiente é catastrófica. E, pior, a tragédia no Pantanal
está intrinsecamente ligada à política criminosa posta
em prática na Amazônia. Desde que Salles assumiu o
Meio Ambiente, a boiada não parou de passar. O
desmatamento cresceu 34%, sobretudo depois que ele
desmontou os órgãos de fiscalização, como o Ibama.
Atualmente, 17% da área florestal da Amazônia já está
no chão. Segundo o cientista Carlos Nobre, se esse
índice chegar a 20% a região vai virar savana e não se
recuperará mais. A falta de chuvas no Pantanal já é
consequência dessa devastação.
Agricultura
Com isso, os agricultores do centro-oeste serão os mais
afetados pela crise hídrica provocada pelo
desmatamento na Amazônia. Com menos água, não
conseguirão plantar e colher. E é exatamente por isso
que os grandes empresários do agronegócio estão se
envolvendo nas campanhas para salvar o meio
ambiente.
Toma lá dá cá - Randolfe Rodrigues, Senador (Rede-
AP)
Por que o senhor tem criticado a postura de Lula nas
eleições municipais?
Ele tem aversão a alianças. Em Macapá, nós
progressistas apoiamos João Capiberibe (PSB) como
candidato a prefeito, mas Lula se nega a apoiá-lo.
Quando esteve preso, o João foi visitá-lo na cadeia e
agora ele o deixa só. Um absurdo.
O lulismo faz mal à esquerda?29
Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Isto é/Nacional - Brasil Confidencial
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF
A insistência de Lula em se colocar como contraponto a
Bolsonaro não presta um bom serviço à democracia,
pois isso só fortalece o bolsonarismo. Lula deveria abrir
espaço para possibilitar alianças que levem a novas
políticas.
A esquerda conseguirá se unir contra Bolsonaro em
2022?
Essa não é uma tarefa só da esquerda, mas de todos os
democratas, liberais e os de centro.
A derrota de Wajngarten
O TRF-3 rejeitou queixa-crime apresentada por Fábio
Wajngarten, da Secom, contra o jornalista Germano
Oliveira, diretor de redação da ISTOÉ, que mostrou os
métodos totalitários adotados por ele no setor de
publicidade do governo. Wajngarten já havia sido
derrotado na primeira instância, após decisão favorável
à ISTOÉ da juíza Flávia Serizawa.
Intimidações
A juíza Serizawa afirmou, em sentença proferida em
maio, que a ISTOÉ não criticou Wajngarten por sua
origem judaica, “restringindo-se a narrar intimidações
contra veículos de comunicação e criticando o
direcionamento das verbas de propaganda do governo
federal”. A ISTOÉ foi representada pelos advogados
André Fini Terçarolli e Cláudio Gama Pimentel.
“Não tenho capacidade técnica”
Depois do bolsonarismo ter lançado o nome de
Damares Alves para a vaga do decano Celso de Mello
no STF, a própria ministra da Mulher detonou a ideia:
“Não tenho capacidade técnica. Tem que ser um nome
de notório saber jurídico”. Os nomes prováveis são os
de Augusto Aras, Jorge Oliveira e André Mendonça.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF, CNJ -
Luiz Fux
30
PODERES - Descaso marca a volta ao trabalho
Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Isto é/Nacional - Brasil
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF
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Autor: Eudes Lima
Congresso e STF voltam às sessões presenciais após
seis meses de uma longa quarentena por conta da
pandemia, mas muitas autoridades ainda ignoram os
cuidados básicos e estão sendo contaminadas pela
Covid-19
Depois de seis meses de sessões remotas por conta do
coronavírus, o Senado, a Câmara e o Supremo
Tribunal Federal (STF) começam a retomar as
reuniões presenciais, mas parlamentares e autoridades
demonstram que nem sempre seguem as regras
determinadas pela ciência para evitar a propagação da
Covid-19, como o do distanciamento social e o uso de
máscaras. Assim, em função do descaso e da
negligência, as mais importantes autoridades do núcleo
do poder em Brasília acabaram se infectando nos
últimos dias em razão das inúmeras atividades
presenciais realizadas, atingindo desde o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia, ao presidente do STF, ministro
Luiz Fux. O mais alarmante é que muitas das
contaminações estão ocorrendo após eventos de
confraternização das autoridades para marcar a volta
aos trabalhos.
O fim do home-office
O Senado voltou esta semana aos trabalhos
semipresenciais em caráter experimental e os
senadores estão apreensivos, temendo serem
contaminados. Muitos deles, por terem idade avançada,
acima dos 70 anos, e integrarem os grupos de risco,
entendem que o retorno é prematuro. Por isso, a
direção da Casa determinou que a volta, por enquanto,
será pontual e exclusiva para a votação de projetos
onde é necessário o voto secreto. Foram instalados
totens de votação e postos de drive-thru em pontos
estratégicos para que os senadores possam evitar as
costumeiras aglomerações no interior do Congresso.
Para o comparecimento ao plenário, a determinação é
para o distanciamento obrigatório, com a alternância31
Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Isto é/Nacional - Brasil
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF
entre uma poltrona ocupada e outra vazia. Haverá a
higienização de microfones e bancadas
constantemente, com a disponibilização de álcool em
gel e a utilização obrigatória das máscaras. As visitas à
Casa também foram reabertas, mas com limitações e
controle mais rigoroso, inclusive com a medição de
temperatura na entrada do Parlamento. No caso dos
visitantes, cada gabinete deve avisar a Polícia
Legislativa com antecedência sobre a chegada dos
convidados. Na reabertura dos trabalhos, na terça-feira,
22, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-
AP), fez um pronunciamento aos 22 senadores
presentes à sessão sobre a volta aos trabalho,
destacando as medidas de segurança que todos devem
adotar. “Como podem ver, todas as providências foram
adotadas para garantir a segurança dos senadores,
minimizando tanto quanto possível o risco de
contaminação, mas garantindo o direito dos senadores
se manifestarem e deliberarem”, disse Alcolumbre.
Na Câmara, onde até o presidente Rodrigo Maia (DEM-
RJ) foi contaminado pela Covid-19 após a posse do
novo presidente do STF, ministro Luiz Fux, há uma
prudência maior. A Casa ainda está organizando a volta
às sessões presenciais, mas o movimento de
parlamentares começa a se intensificar nos gabinetes.
Por isso, a direção da mesa diretora determinou a
manutenção de um rígido protocolo de distanciamento e
higiene dentro das dependências da Câmara. O número
de pessoas que transitam no local é ainda maior do no
que no Senado. Nos bastidores, os parlamentares
pressionam para a volta imediata, mas Rodrigo Maia
prefere aguardar um pouco mais para liberar o retorno à
normalidade. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ)
entende que ainda não há segurança suficiente para as
sessões presenciais. “As sessões remotas são
limitadoras do debate político. No entanto, quando o
deputado volta, ele traz também inúmeros assessores.
E neste momento, em que a ciência ainda não
reconhece a estabilidade da pandemia, não há porque
se voltar às sessões presenciais. É muito arriscado”, diz
a deputada.
Apesar do maior acesso à informação por parte da
maioria dos parlamentares, alguns eventos recentes
realizados tanto no Congresso como em outros órgãos
do poder em Brasília demonstram que as autoridades
nem sempre adotam as medidas que recomendam à
população.
Coquetel do vírus
Após a posse como presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), no último dia 10, o ministro Luiz Fux
acabou contaminado pelo coronavírus. É que após o
final da cerimônia de posse, houve um coquetel de
confraternização com a presença das mais importantes
autoridades de Brasília. A ministra Cármen Lúcia
também ficou doente. Na sequência, foram infectados
Rodrigo Maia, o procurador-geral da República, Augusto
Aras, e o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
Ficaram contaminados pela Covid-19 ainda vários
ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), como
Luis Felipe Salomão e Benedito Gonçalves. A
assessoria do STF não informou quais medidas
sanitárias foram tomadas para impedir a contaminação
em massa. Um total de 157 profissionais do Supremo já
foram infectados desde o início da pandemia.
Outro evento no mais alto círculo do poder em Brasília
marcado pela imprudência foi a festa de casamento da
advogada Anna Carolinna Noronha, filha do ministro do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de
Noronha, ocorrida no sábado, 12. A festa da filha de
Noronha atraiu a atenção de inúmeras autoridades e
tinha, inclusive, a expectativa da presença do presidente
Bolsonaro, que acabou não indo de última hora.
representando-o mandou o filho “04”, Jair Renan,
acompanhado da mãe, Ana Cristina Valle. Imagens
registradas na festa mostram que a maioria das
pessoas não usava máscaras. No fundo, eles repetem a
postura anticiência de Bolsonaro, que, desde o início da
pandemia, minimiza o problema, não respeita as regras
do distanciamento e rejeita o uso de máscara, razão
pela qual ele mesmo já se contaminou. Sem contar que
a infecção também já atingiu inúmeros familiares do
presidente, como a primeira-dama Michelle e o filho
Flávio Bolsonaro. Pelo menos nove de seus ministros
mais próximos adoeceram, assim como centenas de
assessores do Palácio do Planalto.32
Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Isto é/Nacional - Brasil
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF
Mas entre tantos eventos em que as regras sanitárias
foram negligenciadas, nenhum supera a “bela paella”
oferecida pelo vice-líder do Senado, Izalci Lucas
(PSDB-DF) a dezenas de senadores. No jantar
realizado na ter;a-feira, 22, em um clube de Brasîlia as
pessoas eram vistas sem máscaras e em abraços
incontidos. Na verdade, muitas autoridades em Brasília
ainda ignoram que a pandemia ainda não está sob
controle e que mais de 4,5 milhões de brasileiros foram
contaminados e quase 140 mil já morreram.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF, CNJ -
Luiz Fux
33
TCU determina protocolo para perícia virtual
Conselho Nacional de Justiça - CNJAgora São Paulo/São Paulo - Grana
sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila
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BRASÍLIA
O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da
União, determinou que o INSS elabore, em até cinco
dias, um protocolo para a realização de perícias
médicas virtuais, adotando a telemedicina. As
informações são da coluna Painel.
Ele atendeu a pedido dos conselheiros Maria Tereza
Uille Gomes e Henrique de Almeida Ávila, do CNJ
(Conselho Nacional de Justiça), que apresentaram
representação ao TCU contra o INSS questionando
impacto e possíveis irregularidades na interrupção das
perícias durante a pandemia.
Os conselheiros dizem que a telemedicina foi autorizada
por lei, em abril, e embora abarcasse todos os ramos da
medicina, houve resistência do Conselho Federal de
Medicina e da Secretaria Especial de Trabalho e
Previdência do Ministério da Economia em adotá-la nas
perícias do INSS.
Segundo os membros doCNJ, isso atrasou ações
judiciais de pessoas que requisitavam benefícios
previdenciários por incapacidade e de prestação
continuada.
E, mesmo após o retorno do atendimento presencial
nesta semana, cerca de 200 mil processos estão
paralisados pela ausência de perícias e outras 600 mil
requisições administrativas estão na fila. Eles alertam
que isso pode provocar uma enxurrada de ações
judiciais.
Em seu despacho, Dantas afirmou que não houve
atuação proativa da Subsecretaria de Perícia Médica
Federal do Ministério da Economia e do INSS para
adotar perícias eletrônicas e acusou o governo de se
curvar ao lobby dos peritos.
'Por evidente, os desdobramentos deste processo
podem dizer o contrário, entretanto, tudo indica que o
governo federal está se curvando aos lobbies
corporativos em prejuízo da população brasileira. Seria
desejável que o governo federal viesse a ficar do lado
dos que mais necessitam, ainda mais em momento tão
penoso para os mais vulneráveis', afirmou Dantas em
seu despacho. (Folha)
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de
Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes
34
Sem auxílio
Conselho Nacional de Justiça - CNJTribuna da Bahia/Bahia - Raio Lasersexta-feira, 25 de setembro de 2020
CNJ - Presidente do CNJ
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O CNJ indeferiu definitivamente a pretensão de
pagamento retroativo de auxílio-moradia a magistrados
ativos e inativos do Tribunal de Justiça de Sergipe
(TJSE). Relator, o conselheiro André Godinho, durante
a sessão, afirmou “não haver lastro legal para esse
deferimento” e que, dada a relevância e os impactos
orçamentários relacionados, a matéria “não se insere no
contexto daquelas situadas na seara de autonomia dos
Tribunais, sendo indevido o tratamento do tema em atos
administrativos isolados pelas cortes do País”, como
buscou fazer a Corte Sergipana. Registrando que o
tema foi submetido ao crivo do Supremo Tribunal
Federal (STF), o relator destacou o entendimento do
próprio ministro Luiz Fux, atual presidente do CNJ,
que, liminarmente, ainda em 2016, “de forma oposta a
iniciativa do TJSE, conferiu, à época, apenas efeitos
prospectivos ao pagamento da parcela em questão”.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Presidente do CNJ
35
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina
Conselho Nacional de Justiça - CNJA Crítica/Mato Grosso do Sul - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila
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O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias
para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica
Federal elaborem um protocolo para a realização
"imediata" de perícias médicas com o uso de
telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta
sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após
representação de dois integrantes do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique
de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de
15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina
sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O
próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego
desse instrumento.
Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão
paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.
No âmbito administrativo, como mostrou o
Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de
um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta
presencial.
Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina
(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo
também não vê respaldo legal e considera a ferramenta
inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é
atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus
ou não ao recebimento do benefício.
Retorno
O Ministério da Economia tem aos poucos determinado
o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a
retomada desaguou numa guerra política com o
sindicato da categoria e também numa batalha judicial.
Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram
efetivamente convocados a retomar seus postos de
trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.
Diante do impasse no retorno das atividades presenciais
dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a
elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas
determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a
Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço
Social (CFSS).
"A paralisação e o represamento das perícias médicas
são de uma gravidade ímpar neste momento, pois
denotam, além de incapacidade gerencial, falta de
sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das
pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu
despacho.
"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via
administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus
benefícios e direitos em momento dramático de suas
vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros
decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo
reconhecendo os esforços do governo federal com a
concessão do auxílio emergencial e do benefício
emergencial a parcelas significativas da população mais
vulnerável", acrescentou.
Para Dantas, a eventual judicialização dos
requerimentos em fase administrativa ainda não36
Conselho Nacional de Justiça - CNJA Crítica/Mato Grosso do Sul - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila
atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,
dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda
ponderou que há "ameaça de punições funcionais
contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais
procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados
pelo CNJ.
Em sua representação, os conselheiros do CNJ
classificaram a situação de "verdadeira crise
humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e
de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária
decorrente da pandemia da covid-19, viram-se
impossibilitados de manter a própria subsistência e a de
seus familiares em virtude da inércia do Estado em
cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o
documento.
Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria
da Perícia Médica, não comentou
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de
Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes
37
TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtual
Conselho Nacional de Justiça - CNJA Gazeta Online ES/Espírito Santo - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da
União (TCU), determinou que o INSS elabore, em até
cinco dias, um protocolo para a realização de perícias
médicas virtuais, adotando a telemedicina.
Ele atendeu a pedido feito pelos conselheiros Maria
Tereza Uille Gomes e Henrique de Almeida Ávila, do
CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que
apresentaram uma representação ao TCU contra o
INSS questionando o impacto e possíveis
irregularidades na interrupção das perícias médicas
durante a pandemia.
Os conselheiros argumentam que a telemedicina foi
autorizada por lei, em abril, e embora abarcasse todos
os ramos da medicina, houve resistência do Conselho
Federal de Medicina e da Secretaria Especial de
Trabalho e Previdência do Ministério da Economia em
adotá-la nas perícias do INSS.
Ainda segundo os membros do CNJ, isso atrasou ações
judiciais de pessoas que requisitavam benefícios
previdenciários por incapacidade e de prestação
continuada.
E, mesmo após o retorno do atendimento presencial
nesta semana, cerca de 200.000 processos estão
paralisados pela ausência de perícias e outras 600.000
requisições administrativas estão na fila.
Eles alertam que isso pode provocar uma enxurrada de
ações judiciais.
Em seu despacho, Dantas afirma que não houve
atuação proativa da Subsecretaria de Perícia Médica
Federal do Ministério da Economia e do INSS para
adotar perícias médicas eletrônicas, "o que vai contra o
princípio da eficiência, da legalidade e da moralidade
administrativa" e acusou o governo de se curvar ao
lobby dos peritos.
"Por evidente, os desdobramentos deste processo
podem dizer o contrário, entretanto, tudo indica que o
governo federal está se curvando aos lobbies
corporativos em prejuízo da população brasileira. Seria
desejável que o governo federal viesse a ficar do lado
dos que mais necessitam, ainda mais em momento tão
penoso para os mais vulneráveis", afirmou Dantas em
seu despacho.
O ministro deu ainda 15 dias para o INSS, a
Subsecretaria de Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia e o Conselho Federal de Medicina se
manifestarem sobre a decisão.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -
Maria Tereza Uille Gomes
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Cinco peritos convocados no ES ainda não retornaram ao trabalho
presencial
Conselho Nacional de Justiça - CNJA Gazeta Online ES/Espírito Santo - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Três dias depois de a Associação Nacional de Peritos
Médicos (ANMP) aprovar a segurança sanitária das oito
agências do INSS autorizadas pelo governo a funcionar
com perícias no Espírito Santo, algumas delas seguem
desfalcadas. Segundo levantamento da Secretaria
Nacional de Previdência, cinco peritos ainda não
voltaram ao trabalho. Eles representam 20% dos
trabalhadores aptos ao retorno dos atendimentos
presenciais.
Foram registradas ausências nas agências de cinco
cidades capixabas: São Mateus, Vitória, Vila Velha,
Linhares e Cachoeiro de Itapemirim. Já nas agências de
Guarapari, Colatina e Santa Teresa estão funcionando
com 100% dos trabalhadores previstos. As demais
agências do INSS no Estado que oferecem o serviço de
perícia médica ainda não foram liberadas pelo poder
público a retomá-lo.
No Espírito Santo, o percentual de ausentes, que foi
40% na quarta (23), caiu para 32% na quinta (24) e
nesta sexta está em 20%. Segundo informações da
Gerência Executiva do INSS no Espírito Santo e da
Secretaria Especial de Previdência e Trabalho,
atenderam presencialmente nesta sexta 19 peritos dos
24 que foram convocados no Estado. Outros 21 seguem
fazendo trabalho remoto, uma fez que estão no grupo
de risco da Covid-19.
Ainda segundo levantamento da Secretaria, mesmo
com mais médicos atendendo presencialmente do que
na quinta, nesta sexta foram realizadas menos perícias.
Foram 173 atendimentos contra 202 no dia anterior.
Os procedimentos só estão sendo feitos mediante
agendamento, que deve ser feito no aplicativo Meu
INSS ou pelo telefone 135.
No Brasil, de 776 peritos médicos federais que deveriam
ter retornado ao atendimento presencial nas agências,
524 compareceram aos seus postos de trabalho. Foram
realizadas, até as 16h, 4.724 perícias. Esses
atendimentos ocorreram em 206 agências.
PERÍCIA A DISTÂNCIA
Nesta sexta, o ministro do Tribunal de Contas da União
(TCU) Bruno Dantas determinou que o INSS elabore em
até cinco dias um protocolo que permita a realização de
perícias médicas virtuais, adotando a telemedicina.
Ele atendeu a pedido feito pelos conselheiros Maria
Tereza Uille Gomes e Henrique de Almeida Ávila, do
CNJ (Conselho Nacional de Justiça). A entidade
questionou o impacto e possíveis irregularidades na
interrupção das perícias médicas durante a pandemia.
JUSTIÇA AUTORIZOU CORTE DE PONTO
Na quarta (23), a Advocacia-Geral da União (AGU)
conseguiu suspender no Tribunal Regional Federal da
1ª Região (TRF1) uma decisão de primeira instância
que impedia a volta dos médicos peritos ao trabalho
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Conselho Nacional de Justiça - CNJA Gazeta Online ES/Espírito Santo - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
presencial. Agora, esses profissionais ficam obrigados a
retornar aos postos de trabalho nas agências que já
foram vistoriadas e aprovadas para a reabertura.
A decisão que foi derrubada também proibia o governo
de cortar o ponto e o salário dos peritos que não
atenderem a convocação do governo e voltarem a
atender presencialmente. Com isso, na prática, o
governo poderá cortar os dias de falta desses
profissionais.
As agências do INSS estavam fechadas desde o início
da pandemia do novo coronavírus. Mas, no dia 18 de
setembro, o governo federal publicou uma convocação
para que os peritos voltassem ao trabalho presencial, o
que não foi atendido pela categoria, que entendeu haver
riscos sanitários e que as medidas tomadas pelo INSS
eram insuficientes para garantir um ambiente adequado.
Então, a Associação Nacional dos Médicos Peritos da
Previdência Social (ANMP) contestou essa decisão na
Justiça, que inicialmente havia acatado o pedido. Ao
mesmo tempo, a entidade iniciou vistorias próprias nas
agências que o INSS liberou para verificar, a seus
critérios, se elas estavam mesmo aptas para o retorno
ou não.
Até terça (22), a associação disse ter vistoriado 145
agências no país e considerado aptas totalmente ou
com restrições 123 delas. Outras 22 foram consideradas
inaptas. A partir desses resultados, a maior parte peritos
retomou os trabalhos nas agências aptas, sendo que
nas unidades consideradas inaptas ou que ainda não
foram vistoriadas a orientação da ANMP é que os
peritos sigam atendendo remotamente.
Na quarta, a associação havia orientado os peritos que
estão lotados nas agências consideradas aptas pela
categoria e que foram convocados pelo governo que
retornassem ao atendimento presencial. Já nesta
quinta, após a decisão do TRF, a ANMP divulgou nota
afirmando que a sentença não muda a postura da
categoria.
"A decisão do TRF-1 em suspender a liminar obtida pela
ANMP que impedia a abertura de agências inaptas por
parte do INSS não muda em nada a conduta da
categoria. Continuamos na data de hoje a realizar as
vistorias sanitárias nas agências abertas pelo INSS e as
mesmas continuarão na sexta-feira e em todas as datas
em que houver novas listas de abertura de agências por
parte do INSS", diz o comunicado.
A associação também afirmou que "o fato do serviço ser
essencial não exime o INSS de suas obrigações
constitucionais de garantir o direito à vida dos
servidores e segurados".
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -
Maria Tereza Uille Gomes
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Judiciário vai ter reserva de vagas de estágio para negros
Conselho Nacional de Justiça - CNJA Tarde Online/Bahia - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Regra terá vigência até 9 de junho de 2024, quando
termina o prazo de vigência da lei que trata da reserva
de vagas oferecidas para negros nos concursos
públicos |Foto: Divulgação | CNJ
Os processos seletivos para estágio nos órgãos do
Poder Judiciário deverão reservar, no mínimo, 30% das
vagas para negros. É o que determina resolução
aprovada por unanimidade pelo Plenário do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), realizada na última terça-
feira, 22.
Relatado pelo presidente do CNJ e do Supremo
Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, o Ato Normativo prevê
que sempre que o número de vagas oferecidas no
processo seletivo for igual ou superior a três e, caso
haja vagas remanescentes após a aplicação da regra,
elas serão revertidas para o sistema universal.
A regra terá vigência até 9 de junho de 2024, quando
termina o prazo de vigência da lei que trata da reserva
de vagas oferecidas para negros nos concursos
públicos de cargos efetivos e empregos públicos no
âmbito da administração pública federal, autarquias,
fundações públicas, empresas públicas e sociedades de
economia mista controladas pela União.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, CNJ - Presidente do CNJ
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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina
Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio 24 Horas Online/Bahia - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Autor: Idiana Tomazelli, do Estadão Conteúdo
O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias
para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica
Federal elaborem um protocolo para a realização
"imediata" de perícias médicas com o uso de
telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta
sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após
representação de dois integrantes do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique
de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de
15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina
sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O
próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego
desse instrumento.
Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão
paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.
No âmbito administrativo, como mostrou o
Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de
um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta
presencial.
Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina
(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo
também não vê respaldo legal e considera a ferramenta
inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é
atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus
ou não ao recebimento do benefício.
Retorno
O Ministério da Economia tem aos poucos determinado
o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a
retomada desaguou numa guerra política com o
sindicato da categoria e também numa batalha judicial.
Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram
efetivamente convocados a retomar seus postos de
trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.
Diante do impasse no retorno das atividades presenciais
dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a
elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas
determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a
Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço
Social (CFSS).
"A paralisação e o represamento das perícias médicas
são de uma gravidade ímpar neste momento, pois
denotam, além de incapacidade gerencial, falta de
sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das
pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu
despacho.
"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via
administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus
benefícios e direitos em momento dramático de suas
vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros
decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo
reconhecendo os esforços do governo federal com a
concessão do auxílio emergencial e do benefício
emergencial a parcelas significativas da população mais
vulnerável", acrescentou.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio 24 Horas Online/Bahia - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Para Dantas, a eventual judicialização dos
requerimentos em fase administrativa ainda não
atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,
dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda
ponderou que há "ameaça de punições funcionais
contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais
procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados
pelo CNJ
Em sua representação, os conselheiros do CNJ
classificaram a situação de "verdadeira crise
humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e
de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária
decorrente da pandemia da covid-19, viram-se
impossibilitados de manter a própria subsistência e a de
seus familiares em virtude da inércia do Estado em
cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o
documento.
Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria
da Perícia Médica, não comentou.
***
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Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -
Maria Tereza Uille Gomes
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CNJ garante 30% da vagas de estágio para negros no judiciário
Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense Online/Nacional - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Autor: Mateus Salomão*
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) definiu nesta
sexta-feira (25) que pelo menos 30% das vagas em
processos seletivos de estagiários no Poder Judiciário
devem ser reservados para negros. Todos os outros
conselheiros presentes foram unânimes em seguir o
voto do relator Luiz Fux, presidente do CNJ e do
Supremo Tribunal de Federal (STF). Na prática, a
resolução regulamenta a implantação de cotas raciais
em programas de estágio dos órgãos do Poder
Judiciário de todo o país.
A regra vale somente para processos seletivos que
oferecem acima de três vagas. Caso a cota reservada
para negros não seja preenchida, automaticamente será
revertida em vagas de ampla concorrência. A resolução
também define que essa regra vale até 9 de junho de
2024, quando termina a vigência da lei n° 12.990/2014,
que trata da reserva de 20% das vagas oferecidas nos
concursos públicos a negros.
'É premente que a Administração Pública empreenda
mecanismos institucionais que viabilizem a minimização
e/ou eliminação das distorções étnicas da sociedade
brasileira mediante a efetiva aplicação material, em
última análise, do princípio da igualdade', afirma o voto
do relator Luiz Fux. 'É salutar que, em sincronia com o
Poder Executivo Federal (Decreto nº 9.427/2018), haja
a reserva aos negros de 30% (trinta por cento) das
vagas de estágio em órgãos do Poder Judiciário
nacional.'
Primeiros passos
O estudante do terceiro semestre do curso de direito da
Universidade de Brasília (UnB) Gustavo Cardoso de
Carvalho considera positiva a resolução do CNJ. Para
ele, o estabelecimento dessas cotas consiste nos
primeiros passos para, de certa forma, diminuir a
disparidade racial presente no sistema judiciário.
'Analisando a carreira de magistratura no Brasil,
percebe-se um grande 'limitador' racial na ocupação dos
mais diversos cargos judiciários', pondera o estudante.
O estudante de direito Gustavo Carvalho considera
essas cotas os primeiros passos para diminuir a
disparidade racial presente no sistema judiciário
'Ao meu ver foi algo benéfico, pois, além de criar
oportunidades, essa é mais umas das medidas para
reparação histórica da exclusão da população negra do
mercado de trabalho', ressalta. Ele considera que, após
o término da vigência dessa regra, será necessário
analisar se a decisão deve ser estendida por mais
tempo. 'Deve-se analisar quais os impacto tidos após (a
validade) dessa norma, verificando assim se ainda
existe a necessidade (de estendê-la) para obter o
resultado que era previsto.'
Entrar no meio jurídico é tarefa difícil
'Os estudantes negros, geralmente, precisam estudar
em dobro e ainda assim alcançam posições aquém
daquelas de um estudante branco. Além disso, tem a
questão de que, se uma pessoa é de fora da
comunidade jurídica - muitas vezes o primeiro da família44
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sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
a entrar na universidade pública, por exemplo - se
inserir nesse meio é uma tarefa difícil', destaca o
estudante do terceiro semestre de direito da UnB
Gustavo Cantanhêde dos Reis.
O estudante de direito Gustavo Cantanhêde dos Reis
considera que entrar no meio jurídico é tarefa difícil
Ele considera que, embora tenha sido uma decisão
simples e de alcance limitado, ela carrega um valor
simbólico de reconhecimento de que a desigualdade
racial no Brasil merece atenção do Estado. Gustavo
considera que o fato de englobar estagiários talvez
funcione como brecha para que muitos consigam sua
primeira oportunidade no contexto judiciário, tornando-o
mais diverso. 'Medidas como essa ajudam a dar um
ponto de partida mais próximo ao daqueles mais
favorecidos racial ou economicamente.'
'De toda forma, essas medidas afirmativas não deixam
de ser um paliativo. Problemas sociais complexos
devem ter uma abordagem multidirecionada. Apenas
cotas não resolvem o problema. É preciso investir no
ensino básico, dar condições para que essas pessoas
não precisem optar entre o estudo e o trabalho para sua
subsistência, evitando a evasão', alerta o estudante
Politica antiga, mas não para negros
A coordenadora do Pilar de Empregabilidade do Instituto
Identidades do Brasil (ID_BR), Aline Nascimento,
lembra que a lei de cotas para a população negra é
política recente no país, criada somente em 2012. No
entanto, ela destaca que, em 1968, foi estabelecida lei
que reservava vagas para filhos de fazendeiros em
universidades. 'A política de reserva de vagas é algo
recorrente na estruturação política do país, o que a
gente está tendo agora é um olhar para a possibilidade
de construir soluções para a reserva de vagas para a
população negra'.
Aline Nascimento, lembra que a lei de cotas para a
população negra é política recente no país, criada
somente em 2012
Aline lembra que medidas como a resolução do CNJ
são importantes porque, apesar de consistirem na maior
parte da metade da população, os negros não são os
mais empregados. Além disso, a coordenadora destaca
a ação do racismo institucional na sub alocação de
pessoas negras no mercado de trabalho, quando
profissionais precisam ocupar vagas que não consistem
com suas formações. 'Não é sobre competência, é
sobre lugares e oportunidades', ressalta
'Quando olhamos para o contexto do percentual de
desembargadores e juízes do Supremo Tribunal
Federal, vemos um mundo de ausências de pessoas
negras. Quando olhamos para a política de reserva de
vagas para as pessoas negras em um determinado
espaço, sobretudo espaços de poder como é o
judiciário, estamos diante da construção de um mundo
de oportunidades', pondera.
.
'Para além da garantia de reserva de vagas têm
formação o suficiente? As pessoas conseguiram se
manter nos estágios? É importante ter a análise de
desempenho e ter acompanhamento. Isso não muda
para profissionais negros porque está se falando de
política de reservas. A gente só está falando da
possibilidade de garantia de entrada para que, a partir
daí, a gente consiga também repensar todo o processo',
propõe Aline.
*Estagiário sob a supervisão da editora Ana Sá
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de Justiça, CNJ - Presidente do CNJ
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TCU dá cinco dias para INSS iniciar perícia por telemedicina
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Autor: Agência Estado
O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias
para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica
Federal elaborem um protocolo para a realização
"imediata" de perícias médicas com o uso de
telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta
sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após
representação de dois integrantes do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique
de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de
15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina
sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O
próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego
desse instrumento.
Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão
paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.
No âmbito administrativo, como mostrou o
Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de
um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta
presencial.
Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina
(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo
também não vê respaldo legal e considera a ferramenta
inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é
atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus
ou não ao recebimento do benefício.
Retorno
O Ministério da Economia tem aos poucos determinado
o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a
retomada desaguou numa guerra política com o
sindicato da categoria e também numa batalha judicial.
Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram
efetivamente convocados a retomar seus postos de
trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.
Diante do impasse no retorno das atividades presenciais
dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a
elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas
determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a
Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço
Social (CFSS).
"A paralisação e o represamento das perícias médicas
são de uma gravidade ímpar neste momento, pois
denotam, além de incapacidade gerencial, falta de
sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das
pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu
despacho.
"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via
administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus
benefícios e direitos em momento dramático de suas
vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros
decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo
reconhecendo os esforços do governo federal com a
concessão do auxílio emergencial e do benefício
emergencial a parcelas significativas da população mais
vulnerável", acrescentou.
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sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Para Dantas, a eventual judicialização dos
requerimentos em fase administrativa ainda não
atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,
dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda
ponderou que há "ameaça de punições funcionais
contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais
procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados
pelo CNJ.
Em sua representação, os conselheiros do CNJ
classificaram a situação de "verdadeira crise
humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e
de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária
decorrente da pandemia da covid-19, viram-se
impossibilitados de manter a própria subsistência e a de
seus familiares em virtude da inércia do Estado em
cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o
documento.
Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria
da Perícia Médica, não comentou
Saiba Mais
Brasil Segundo o INSS, 202 peritos compareceram ao
trabalho hoje
Cidades DF Médicos peritos voltam às atividades em
número reduzido
Brasil INSS vai aumentar capacidade de atendimento da
central telefônica
Cidades DF Saiba como está o funcionamento das
agências do INSS no DF
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de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -
Maria Tereza Uille Gomes
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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina
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Autor: R7
O TCU (Tribunal de Contas da União) deu cinco dias
para que o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e
a Subsecretaria da Perícia Médica Federal elaborem um
protocolo para a realização "imediata" de perícias
médicas com o uso de telemedicina.
A medida cautelar foi concedida nesta sexta-feira, pelo
ministro do TCU Bruno Dantas após representação de
dois integrantes do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique
de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de
15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina
sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O
próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego
desse instrumento.
Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão
paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.
No âmbito administrativo, esse número é até maior:
cerca de um milhão de segurados do INSS aguardam a
consulta presencial.
Mesmo com a lei, o CFM (Conselho Federal de
Medicina) impediu a realização de teleperícias. O
governo também não vê respaldo legal e considera a
ferramenta inadequada para o caso das perícias, cujo
objetivo é atestar a condição do segurado e detectar se
ele faz jus ou não ao recebimento do benefício.
Retorno
O Ministério da Economia tem aos poucos determinado
o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a
retomada desaguou numa guerra política com o
sindicato da categoria e também numa batalha judicial.
Dos cerca de 3.500 peritos federais, 776 foram
efetivamente convocados a retomar seus postos de
trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.
Diante do impasse no retorno das atividades presenciais
dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a
elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas
determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a
Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia, o CFM e o CFSS (Conselho Federal do
Serviço Social).
"A paralisação e o represamento das perícias médicas
são de uma gravidade ímpar neste momento, pois
denotam, além de incapacidade gerencial, falta de
sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das
pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu
despacho.
"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via
administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus
benefícios e direitos em momento dramático de suas
vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros
decorrentes da pandemia da Covid-19, mesmo
reconhecendo os esforços do governo federal com a
concessão do auxílio emergencial e do benefício
emergencial a parcelas significativas da população mais
vulnerável", acrescentou.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio do Povo/Rio Grande do Sul - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila
Para Dantas, a eventual judicialização dos
requerimentos em fase administrativa ainda não
atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,
dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda
ponderou que há "ameaça de punições funcionais
contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais
procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados
pelo CNJ.
Em sua representação, os conselheiros do CNJ
classificaram a situação de "verdadeira crise
humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e
de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária
decorrente da pandemia da Covid-19, viram-se
impossibilitados de manter a própria subsistência e a de
seus familiares em virtude da inércia do Estado em
cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o
documento.
Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria
da Perícia Médica, não comentou
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de
Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes
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INSS deve ter protocolo para perícia online
Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário de Pernambuco/Pernambuco - Economia
sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da
União, determinou que o INSS elabore, em até cinco
dias, um protocolo para perícias médicas virtuais,
adotando a telemedicina. Ele atendeu a pedido de
conselheiros do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Há cerca de 200 mil processos paralisados pela falta de
perícias e 600 mil requisições administrativas na fila.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
50
Ministro do TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtual
Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Nordeste Online/Ceará - Noticias
sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila
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Autor: Mariana Carneiro/Folhapress
O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da
União (TCU), determinou que o INSS elabore, em até
cinco dias, um protocolo para a realização de perícias
médicas virtuais, adotando a telemedicina.
Ele atendeu a pedido feito pelos conselheiros Maria
Tereza Uille Gomes e Henrique de Almeida Ávila, do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que apresentaram
uma representação ao TCU contra o INSS questionando
o impacto e possíveis irregularidades na interrupção das
perícias médicas durante a pandemia.
Os conselheiros argumentam que a telemedicina foi
autorizada por lei, em abril, e embora abarcasse todos
os ramos da medicina, houve resistência do Conselho
Federal de Medicina e da Secretaria Especial de
Trabalho e Previdência do Ministério da Economia em
adotá-la nas perícias do INSS.
Ainda segundo os membros do CNJ, isso atrasou ações
judiciais de pessoas que requisitavam benefícios
previdenciários por incapacidade e de prestação
continuada.
E, mesmo após o retorno do atendimento presencial
nesta semana, cerca de 200.000 processos estão
paralisados pela ausência de perícias e outras 600.000
requisições administrativas estão na fila.
Eles alertam que isso pode provocar uma enxurrada de
ações judiciais.
Em seu despacho, Dantas afirma que não houve
atuação proativa da Subsecretaria de Perícia Médica
Federal do Ministério da Economia e do INSS para
adotar perícias médicas eletrônicas, "o que vai contra o
princípio da eficiência, da legalidade e da moralidade
administrativa" e acusou o governo de se curvar ao
lobby dos peritos.
"Por evidente, os desdobramentos deste processo
podem dizer o contrário, entretanto, tudo indica que o
governo federal está se curvando aos lobbies
corporativos em prejuízo da população brasileira. Seria
desejável que o governo federal viesse a ficar do lado
dos que mais necessitam, ainda mais em momento tão
penoso para os mais vulneráveis", afirmou Dantas em
seu despacho.
O ministro deu ainda 15 dias para o INSS, a
Subsecretaria de Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia e o Conselho Federal de Medicina se
manifestarem sobre a decisão.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de
Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes
51
Tribunal de Contas da União quer perícias por telemedicina no INSS
Conselho Nacional de Justiça - CNJExtra online/Rio de Janeiro - Economia
sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da
União (TCU), deu prazo de cinco dias para que o
Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) elabore um
protocolo a fim de realizar perícias médicas com o uso
de telemedicina. As informações são do portal de
notícias G1.
No último dia 18, o governo determinou que os peritos
voltassem ao trabalho presencial. A Associação
Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social
(ANMP) se posicionou contra esse retorno e acionou a
Justiça. A associação argumentou que as agências do
INSS, reabertas depois do fechamento em razão da
pandemia do novo coronavírus, ainda não cumprem as
especificações de segurança sanitária.
A decisão do ministro foi emitida ontem e atende a um
pedido do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Deve
ser analisada pelos outros ministros do tribunal na
sessão marcada para quarta-feira. O prazo do INSS
para apresentar o protocolo começa na segunda-feira e
vai até a sexta da próxima semana. No pedido, o CNJ
mostra preocupação com o aumento da judicialização
por falta de perícia médica.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
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TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtual
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de Londrina Online/Paraná - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Bruno
Dantas, do Tribunal de Contas da União, determinou
que o INSS elabore, em até cinco dias, um protocolo
para a realização de perícias médicas virtuais, adotando
a telemedicina.
Ele atendeu a pedido feito pelos conselheiros Maria
Tereza Uille Gomes e Henrique de Almeida Ávila, do
CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que apresentaram
uma representação ao TCU contra o INSS questionando
o impacto e possíveis irregularidades na interrupção das
perícias médicas durante a pandemia.
Os conselheiros argumentam que a telemedicina foi
autorizada por lei, em abril, e embora abarcasse todos
os ramos da medicina, houve resistência do Conselho
Federal de Medicina e da Secretaria Especial de
Trabalho e Previdência do Ministério da Economia em
adotá-la nas perícias do INSS.
Ainda segundo os membros do CNJ, isso atrasou ações
judiciais de pessoas que requisitavam benefícios
previdenciários por incapacidade e de prestação
continuada.
E, mesmo após o retorno do atendimento presencial
nesta semana, cerca de 200.000 processos estão
paralisados pela ausência de perícias e outras 600.000
requisições administrativas estão na fila.
Eles alertam que isso pode provocar uma enxurrada de
ações judiciais.
Em seu despacho, Dantas afirma que não houve
atuação proativa da Subsecretaria de Perícia Médica
Federal do Ministério da Economia e do INSS para
adotar perícias médicas eletrônicas, "o que vai contra o
princípio da eficiência, da legalidade e da moralidade
administrativa" e acusou o governo de se curvar ao
lobby dos peritos.
"Por evidente, os desdobramentos deste processo
podem dizer o contrário, entretanto, tudo indica que o
governo federal está se curvando aos lobbies
corporativos em prejuízo da população brasileira. Seria
desejável que o governo federal viesse a ficar do lado
dos que mais necessitam, ainda mais em momento tão
penoso para os mais vulneráveis", afirmou Dantas em
seu despacho.
O ministro deu ainda 15 dias para o INSS, a
Subsecretaria de Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia e o Conselho Federal de Medicina se
manifestarem sobre a decisão.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de
Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes
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Mais de 60 presos são soltos no TO por causa dos riscos de contaminação
da Covid-19
Conselho Nacional de Justiça - CNJG1.Globo/Nacional - Tocantins
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Durante a pandemia, 65 presos do Tocantins foram
soltos por causa dos riscos de contaminação da Covid-
19, é o que aponta um levantamento do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
Em março, o CNJ publicou uma resolução na qual
orienta a flexibilização e adoção de estratégias pelo
Poder Judiciário para evitar a disseminação do novo
coronavírus nas unidades. Neste mês de setembro,
houve recomendação para prorrogação dessa medida.
No entanto, com uma diferença: pessoas acusadas de
corrupção, lavagem de dinheiro, crimes hediondos e
violência doméstica não poderão ser beneficiadas com
a revisão da prisão provisória ou do regime de
cumprimento de pena.
O Tocantins tem atualmente 38 unidades prisionais,
com pouco menos de 4,5 mil detentos. Desse total, 400
foram diagnosticados com o novo coronavírus em todo
o estado, segundo o relatório do CNJ. Além disso, 132
profissionais que atuam nas casas de prisão do estado
também tiveram a doença.
As visitas nas unidades estão suspensas desde o início
da pandemia no estado. Os parentes dos detentos se
dizem preocupados com a situação.
"Eles estão pondo presos doentes junto com quem não
está doente, com quem não está contaminado. Então,
eu morro de medo do meu esposo pegar essa doença
porque ele é da área de risco, eu morro de medo".
O desabafo é da esposa de um dos detentos do Centro
de Reeducação Social Luz do Amanhã, em Cariri do
Tocantins, sul do estado.
Há mais de seis meses, as visitas nas unidades
prisionais estão suspensas por causa da pandemia. A
situação incomoda a família dos detentos, como a
esposa de outro preso.
"A gente sofre muito por falta de notícias, é um descaso
muito grande com eles e com a gente aqui fora, que são
os familiares. Já que a gente não está indo visitar, como
essa doença está entrando lá dentro?".
A possibilidade da revisão da prisão ou mesmo do
regime de cumprimento de pena tem como grupos
prioritários mulheres grávidas que estejam
amamentado, pessoas com deficiência ou aqueles que
fazem parte do grupo de risco da Covid-19.
"Desde o início da pandemia, nós temos adotado uma
série de protocolos e operações para combater o
coronavírus dentro das unidades penais. Nós temos um
plano de contenção, que recentemente foi atualizado
com 12 novos eixos de atuação, além de uma série de
projetos e ações dentro das unidades", explicou o
superintendente de administração dos sistemas
penitenciários e prisional, Orlean Alves.
Dentre as medidas tomadas pelo governo está a
54
Conselho Nacional de Justiça - CNJG1.Globo/Nacional - Tocantins
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
redução do contato entre agentes e reeducandos e o
reforço na higienização de ambientes. Além disso, a
Secretaria de Cidadania e Justiça adotou a operação
Lockdown e definiu as unidades penais que poderiam
receber novos detentos.
O presidente da Comissão da OAB Airton Veloso que
apura denúncias contra presos no Tocantins acredita
que mais ações são necessárias.
"Até porque você tem certas categorias de pessoas que
são mais vulneráveis e por isso, eles têm que ter um
tratamento prioritário. Sem dúvida nenhuma que é
importante e principalmente nessa época de pandemia",
disse.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
55
TCU dá ao INSS prazo de 5 dias para elaborar protocolo que permita
perícias por telemedicina
Conselho Nacional de Justiça - CNJG1.Globo/Nacional - Economia
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da
União (TCU), deu cinco dias para que o Instituto
Nacional de Seguro Social (INSS) elabore um protocolo
para realização de perícias médicas com o uso de
telemedicina.
A decisão do ministro foi dada nesta sexta-feira (25) e
atende a um pedido do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ).
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
56
CNJ manda TJ se explicar em 48h sobre emenda regimental que
implantou a reeleição
Conselho Nacional de Justiça - CNJGazeta Digital/Mato Grosso - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Candice Lavocat Galvão Jobim
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Autor: Pablo Rodrigo e Noelisa Andreola
A conselheira Candice Lavocat Galvão Jobim, do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), determinou que o
Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) se
manifeste em 48 horas sobre a emenda regimental que
permite a reeleição do presidente, vice-presidente e o
corregedor geral para um segundo biênio.
"Intime-se o TJMT para se manifestar sobre os fatos
narrados na inicial no prazo de 48 horas. Após,
deliberarei sobre o pedido de liminar", diz o trecho da
decisão desta sexta-feira (25).
O procedimento de controle administrativo foi impetrado
pelo desembargador Juvenal Pereira da Silva. Na
quarta-feira (23), o magistrado já havia entrado com um
pedido de impugnação da candidatura do atual
presidente do TJ, Carlos Aberto da Rocha.
"O requerente afirmou que a proposta aprovada pelo
Tribunal Pleno ofende os princípios da igualdade e da
impessoalidade ao tornar inelegível o membro do
Tribunal que exerceu cargo de direção por quatro anos,
bem como por favorecer a atual direção da Corte",
consta no documento.
Segundo o desembargador, há entendimento firmado no
âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF) no sentido
de vedar a reeleição e a proibição de um mesmo
desembargador ocupar cargo de direção por mais de
quatro anos.
Juvenal também pediu para que seja suspensa a
emenda aprovada pela Corte no dia 10 de setembro.
"Ao final, pediu a concessão de medida liminar para
suspender os efeitos da Emenda Regimental 47/2020 e
restabelecer a redação original do art. 47, §11, do
RITJMT e, por consequência, sustar a candidatura do
atual Presidente do Tribunal ou invalidar os votos a ele
atribuídos caso o pleito tenha se realizado. No mérito,
pugnou pela confirmação do provimento cautelar".
O desembargador Sebastião de Moraes Filho também
entrou com o procedimento na quinta-feira (25), onde
também questiona a mudança no regimento interno.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Candice Lavocat
Galvão Jobim
57
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina
Conselho Nacional de Justiça - CNJGazeta do Povo/Paraná - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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O Tribunal de Contas da União deu prazo de cinco dias
para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica
Federal elaborem um protocolo para a realização
"imediata" de perícias médicas com o uso de
telemedicina. A demanda surge em meio ao impasse no
retorno dos peritos às agências da Previdência Social. A
medida cautelar foi concedida nesta sexta-feira (25)
pelo ministro do TCU Bruno Dantas após representação
de dois integrantes do Conselho Nacional de Justiça.
Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique
de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de
15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina
sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O
próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego
desse instrumento. Só no Judiciário, cerca de 200 mil
processos estão paralisados, segundo o CNJ, à espera
de uma perícia. No âmbito administrativo, o número é
bem maior: cerca de um milhão de segurados aguardam
a consulta presencial. Mesmo com a lei, o Conselho
Federal de Medicina impediu a realização de
teleperícias. O governo também não vê respaldo legal e
considera a ferramenta inadequada para o caso das
perícias, cujo objetivo é atestar a condição do segurado
e detectar se o trabalhador faz jus ou não ao
recebimento do benefício.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -
Maria Tereza Uille Gomes
58
Governo apressa indicação do substituto de Celso de Mello. Saiba quem
são os favoritos
Conselho Nacional de Justiça - CNJGazeta do Povo/Paraná - Noticias
sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Autor: Por Wilson Lima
A antecipação da aposentadoria do ministro Celso de
Mello, precipitou a corrida pela substituição do atual
decano do Supremo Tribunal Federal (STF). Integrantes
do Palácio do Planalto já admitem que o presidente Jair
Bolsonaro está avaliando nomes para suceder Mello e
que o Senado, com o apoio do presidente da Casa, Davi
Alcolumbre (DEM-AP), pode fazer uma força-tarefa para
apreciar o possível indicado até dezembro.
Dois nomes largam na frente pela disputa à vaga de
Celso de Mello: o atual ministro da Justiça e Segurança
Pública, André Mendonça, e o ministro da Secretaria-
Geral da Presidência, Jorge Oliveira. O ministro do
Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra Filho
corre por fora.
Nesta sexta-feira (25), Celso de Mello anunciou que vai
deixar o STF no próximo dia 13 de outubro. A princípio,
sua aposentadoria estava marcada para o dia 1º de
novembro, quando completa 75 anos de idade e deve
se aposentar compulsoriamente. O meio político foi
surpreendido com a antecipação da aposentadoria de
Mello e agora o Palácio do Planalto quer aproveitar essa
janela de oportunidade para escolher o quanto antes o
substituto do atual decano.
Em virtude da pandemia do coronavírus e da
necessidade de votação do Orçamento federal do ano
que vem, imaginava-se que o substituto de Celso de
Mello somente seria homologado pelo Senado no início
de 2021. Porém, com essa mudança de cenário,
integrantes da liderança do governo no Senado e
membros do Palácio do Planalto admitem que há a
possibilidade concreta do substituto de Mello ser
avalizado pela Casa até a primeira quinzena de
dezembro.
'Não existe vácuo de poder. E o meu sentimento é que o
Senado tem todas as condições para concluir o
processo de substituição do próximo ministro antes
mesmo do Natal', disse o vice-líder do governo, senador
Chico Rodrigues (DEM-RR). 'Eu também acho possível
avalizar o nome do substituto de Celso de Mello ainda
esse ano', concordou outro vice-líder do governo, o
senador Izalci Lucas (PSDB-DF).
Entenda o processo de substituição do novo ministro do
STF
O processo de substituição de um ministro do Supremo
Tribunal Federal começa a partir da indicação feita pelo
presidente da República. Depois, essa indicação precisa
ser avalizada por sabatina realizada pela Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, composta por
27 membros, e depois pelo plenário. O nome do
próximo ministro precisa ser aprovado tanto pela CCJ
quanto em plenário por maioria simples.
Em meio à pandemia do coronavírus, os senadores
acreditam que ocorra com o futuro indicado à vaga de
Celso de Mello algo semelhante com o que aconteceu
59
Conselho Nacional de Justiça - CNJGazeta do Povo/Paraná - Noticias
sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
essa semana, quando os nomes de 32 autoridades - a
maioria embaixadores - foram homologados pelo
Senado após a adoção de novos protocolos de
segurança, como a instalação de totens de álcool em
gel e sistema de votação drive-thru, por exemplo. Entre
as autoridades estava, por exemplo, a ministra do
Superior Tribunal de Justiça (STJ) Maria Thereza de
Assis Moura que foi aprovada para o cargo de
corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A Gazeta do Povo apurou que, após a confirmação de
que Celso de Mello iria antecipar sua aposentadoria, o
presidente do Senado garantiu ao presidente Bolsonaro
que iria fazer o possível para acelerar o processo de
substituição do decano.
Perfil conservador de futuro ministro é pré-requisito
número 1 para Bolsonaro
Entre os possíveis ministeriáveis no STF, dois
despontam como favoritos conforme fontes do Palácio
do Planalto: os ministros André Mendonça e Jorge
Oliveira. Outro nome citado com boas chances é do
ministro Ives Gandra Martins Filho, ex-presidente do
TST. O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
João Otávio de Noronha e o juiz federal da Lava Jato
Marcelo Bretas correm por fora e com chances
diminutas, conforme fontes palacianas.
Bolsonaro já deixou claro que pretende começar uma
guinada conservadora no Supremo a partir da
substituição de Celso de Mello. A ideia é buscar um
equilíbrio de forças progressistas e conservadoras na
Suprema Corte. Hoje, todos os ministros são vistos
como progressistas e resistentes a pautas mais
alinhadas a um pensamento conservador, como a
proibição do aborto, por exemplo.
O projeto do presidente Jair Bolsonaro é possibilitar que
a Suprema Corte tenha uma maior pluralidade de
pensamento. Em caráter reservado, um assessor
palaciano afirmou que 'quando o presidente fala em
indicar um ministro 'terrivelmente evangélico' não é ao
pé da letra. Mas mostra uma preocupação com uma
linha de pensamento que hoje inexiste no STF'.
Além de ser conservador, o presidente quer colocar no
STF um homem cristão, que seja considerado confiável
e que apoie o combate à corrupção. Neste aspecto, o
presidente não necessariamente pretende indicar um
'lavajatista' no Supremo. O Palácio do Planalto alerta
que entre um juiz conservador e não-lavajatista e outro
progressista e lavajatista, o presidente da República
optará pelo primeiro. Outra preocupação do presidente
é com sua militância interna. O presidente vai escolher
um ministro que também seja bem-quisto junto à sua
base política.
Até o momento, o nome de André Mendonça é o que
desponta com maiores chances para o lugar de Celso
de Mello. Evangélico, Mendonça é visto como homem
de confiança do presidente, mas pesa contra a
resistência da militância bolsonarista, que enxerga nele
um homem pouco confiável, após ele fazer acenos
públicos ao atual Supremo.
Dos possíveis novos ministros, Jorge Oliveira é o mais
próximo do presidente. Apesar de ser amigo de
Bolsonaro, ele tem como fatores negativos a resistência
da militância a 'falta de saber jurídico' para um cargo
desta envergadura. Nos bastidores, ele tem buscado
convencer o presidente de que suas funções na
Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ) são o suficiente
para assumir o STF. Dois ministros já passaram pela
SAJ: Dias Toffoli e Gilmar Mendes.
Ives Gandra Filho está bem cotado nas "bolsas de
aposta"
O terceiro nesta corrida é o ministro Ives Gandra
Martins Filho. Seu nome passou a circular fortemente
nas últimas semanas, mas o fato de ter pouca relação
com Bolsonaro é visto como fator negativo.
Conservador e cristão, Ives Gandra Filho fez voto de
pobreza e, segundo integrantes do governo, poderia ser
visto como símbolo dessa guinada conservadora
pretendida por Bolsonaro.
Outro nome ventilado é do juiz federal William Douglas.
Ele tem apoio de líderes evangélicos na Câmara que60
Conselho Nacional de Justiça - CNJGazeta do Povo/Paraná - Noticias
sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
também buscam emplacar um nome assumidamente
conservador para a Suprema Corte. Deputados da
bancada evangélica acreditam que a indicação de
Douglas também seria um ativo importante para ratificar
o apoio do presidente à sua base parlamentar.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
61
TJPR decide na segunda se afasta juíza que citou raça ao condenar negro
Conselho Nacional de Justiça - CNJMetrópoles/Distrito Federal - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Autor: Tácio Lorran
O ?rgão Especial do Tribunal de Justiça do Paraná
(TJPR) vai decidir nesta segunda-feira (28/9) se afasta a
juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara Criminal de
Curitiba, que mencionou a raça de um réu negro ao
condená-lo a 14 anos e 2 meses de prisão por furto.
A Corregedoria-Geral da Justiça informou ao Metrópoles
que já encerrou a fase preliminar do procedimento
administrativo aberto contra a juíza. A Presidência do
TJPR foi comunicada da decisão da Corregedoria de
levá-lo para análise do ?rgão Especial do tribunal
paranaense.
Eventual afastamento será decidido pelo OE, em
sessão marcada para esta segunda-feira, com início às
13h30. 'Caberá aos desembargadores integrantes do
colegiado decidirem sobre abertura ou não de processo
administrativo disciplinar', prosseguiu.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
existem três processos em andamento sobre o caso,
apensados ao pedido de providências aberto pelo então
corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto
Martins, atual presidente do Superior Tribunal de Justiça
(STJ).
Em 18 de agosto, o ministro concedeu um prazo de 30
dias para que a Corregedoria do Tribunal de Justiça do
Paraná concluísse apuração dos fatos e encaminhasse
as conclusões à Corregedoria. 'O material já foi enviado
e os autos estão conclusos para nova decisão',
explicou.
Na sentença, a juíza Inês Marchalek Zarpelon afirmou
que o réu era 'seguramente integrante do grupo
criminoso, em razão da sua raça'. O caso veio à tona
em agosto deste ano, após a advogada do condenado,
Thayse Pozzobon, acusar a juíza de ter proferido uma
sentença de cunho racista.
O Metrópoles revelou que antes disso, a juíza foi alvo
de uma reclamação disciplinar por abuso de autoridade.
A magistrada teria autorizado, em 2012, a interceptação
do telefone de um advogado para supostamente
encontrar um foragido suspeito de mandar matar a
própria mulher.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
62
Corregedoria mandar priorizar ação contra ex-secretário de Saúde do DF
Conselho Nacional de Justiça - CNJMetrópoles/Distrito Federal - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Autor: Isadora Teixeira
A Corregedoria Geral da Justiça de Alagoas (CGJ-AL)
determinou que seja dada prioridade na tramitação da
ação civil de improbidade administrativa a qual o ex-
secretário de Saúde do Distrito Federal Francisco
Araújo responde junto a outros réus.
Antes de atuar na gestão pública do DF, Araújo foi
secretário de Assistência Social de Maceió. Ele foi preso
em 25 de agosto pela Operação Falso Negativo, quando
estava à frente da Secretaria de Saúde, suspeito de
liderar esquema para desvio de dinheiro.
Segundo o processo movido pela Prefeitura de Maceió,
a manutenção dos serviços prestados por organização
da sociedade civil de interesse público (Oscip) gerou
enriquecimento ilícito a membros da entidade, ofendeu
princípios da administração pública e ocasionou prejuízo
ao erário.
A pasta firmou um termo de parceria, sem licitação, com
a Oscip Tocqueville, em 2007, e depois a renovou em
13 oportunidades, das quais seis teriam ocorrido na
gestão do ex-secretário, de acordo com os procuradores
do município. No entanto, segundo a denúncia, a
iniciativa seria ilegal.
Na ação, a prefeitura apontou que R$ 56,1 milhões
foram gastos de forma desnecessária no período em
que Araújo esteve à frente da Secretaria Municipal de
Assistência Social.
Educação
A Oscip também teve atuação na Secretaria de
Educação. Foram denunciadas, em 2013, 15 pessoas e
a Oscip, mas apenas oito são réus da ação, incluindo
Araújo. A Justiça rejeitou a denúncia em relação aos
outros porque houve prescrição ou porque os acusados
permanecerem no cargo de chefia por menos de seis
meses.
Eles respondem por terceirização da atividade fim,
continuidade da prestação dos serviços sem vínculo
formal entre a Oscip e o ente municipal, enriquecimento
ilícito, dano ao erário e ofensa aos princípios da
administração pública.
O despacho da Corregedoria Geral da Justiça de
Alagoas é do dia 15 de setembro, mas só foi liberada
nos autos do processo que tramita no Tribunal de
Justiça de Alagoas (TJAL) nessa terça-feira (22/9). A
iniciativa não teria ligação direta com os fatos
investigados no DF.
Meta
A CGJ-AL informou à coluna Grande Angular que o
processo em questão não foi inspecionado por uma
prioridade específica, mas por se tratar de ação de
improbidade administrativa. O órgão disse que, em
dezembro de 2019, analisa todas as ações dessa
natureza em trâmite no Estado e, em setembro de 2020,
repete o processo.
A Corregedoria Geral da Justiça de Alagoas disse que63
Conselho Nacional de Justiça - CNJMetrópoles/Distrito Federal - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
'são ações de extrema importância' e entende que
'deve-se buscar a celeridade e correição no andamento
das mesmas'. 'Assim, esta CGJ/AL aponta, em
processos como este, que se dê prioridade em sua
tramitação'.
A ação de improbidade administrativa que tem como um
dos réus o ex-gestor de Maceió e do DF está incluída na
Meta 4 Conselho Nacional de Justiça (CNJ), segundo
a CGJ-AL. Esse dispositivo prevê a identificação e
julgamento, até 31 de dezembro de 2020, de 70% das
ações de improbidade administrativa e das ações
penais relacionadas a crimes contra a administração
pública distribuídas até o fim de 2017, em especial
corrupção ativa e passiva, peculato e concussão.
No caso brasiliense, a Operação Falso Negativo, do
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
(MPDFT), investiga supostas irregularidades nas
aquisições de insumos para combate à Covid-19. A
estimativa é de que houve prejuízo de pelo menos R$
18 milhões aos cofres públicos. No total, 15 pessoas
foram denunciadas por crimes, incluindo Araújo.
O outro lado
A coluna tenta contato com a defesa do ex-secretário
para comentar a determinação da CGJ-AL. O processo
ganhou notoriedade em fevereiro de 2019, quando
Araújo se tornou diretor-presidente do Instituto de
Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF).
À época, Araújo disse que o contrato com a Oscip já
existia quando assumiu a Secretaria de Assistência
Social. 'Eu não o celebrei. São 15 ex-secretários que
respondem a essa ação política movida pela prefeitura à
época', afirmou.
O gestor destacou, na ocasião, os feitos da
administração dele. 'Coloquei mais de 70 mil pessoas
no Bolsa Família, construí Cras [Centro de Referência
de Assistência Social], ganhei vários prêmios do
Ministério de Desenvolvimento Social por práticas de
boa gestão. Fui secretário de Saúde por oito anos',
assinalou.
Sobre a denúncia do MPDFT, a defesa a classificou
como 'peça insubsistente'. 'A acusação padece da falta
de prova das alegações ali contidas. Por outro lado, o
Ministério Público pediu a prisão do secretário,
acusando-o de corrupto, mas não consta da denúncia a
acusação de corrupção nem lavagem de dinheiro. Essa
denúncia não pode prosperar', afirmou o advogado
Cleber Lopes.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
64
TCU manda INSS fazer protocolo de perícia por telemedicina
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Antagonista/Nacional - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da
União, determinou que o INSS elabore em cinco dias
um protocolo para a realização de perícias médicas por
telemedicina.
A decisão ocorre em meio à pressão do governo para
que peritos médicos retornem às agências do INSS.
Eles acionaram a Justiça para voltar só nos lugares que
consideram seguros contra a contaminação pela Covid-
19.
Dantas atendeu a um pedido do Conselho Nacional de
Justiça, que apontou risco de judicialização de 600 mil
pedidos de perícia não realizada.
'Não há dúvidas de que a pandemia evidenciou a
efetividade das inúmeras utilidades de comunicação
remota possíveis nos mais variados espectros da vida
pública e privada das pessoas. Neste cenário de
restrição de algumas atividades presenciais, é
impensável excluir completamente a utilização de
ferramental tecnológico', afirmou.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
65
Fux está definindo mediações online nos tribunais
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo - Blogs/Nacional - Direto da Fonte
sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Presidente do CNJ
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Autor: Sonia Racy
O presidente do STF e do CNJ, Luiz Fux. Foto: Dida
Sampaio/Estadão
Tête-à-tête
Leia Também
Candidatos de SP já fazem propaganda no Facebook;
Tatto lidera gastos
Com a pandemia, Luiz Fux, presidente do CNJ e STF,
está definindo como serão as mediações online nos
tribunais. Na sua mesa está proposta de criação de
plataforma para videoconferências seguras.
Acredita-se que as mediações não podem mais ser
adiadas. Por quê? Estimam-se 80 milhões de ações
judiciais no País, com ingresso de algo como 30 milhões
de novas causas por ano.
Do outro lado, existem 4860 mediadores e 3899
conciliadores no CNJ.
Páreo
Escolhido o marqueteiro de Márcio França: trata-se de
Raul Cruz Lima. Terá tarefa facilitada: o candidato tem o
segundo maior tempo de TV, diz seu assessor jurídico
Anderson Pomini.
Fechou o tempo
Pode não ter debate do primeiro turno na Globo entre
candidatos a prefeito em SP. As campanhas de Jilmar
Tatto, Andrea Matarazzo e Guilherme Boulos são contra
o formato proposto pela emissora: a de convidar apenas
os quatro primeiro colocados.
Recuperando
Boas notícias. Segundo levantamento da PayGo -
empresa de meios de pagamentos do C6 Bank -, o
volume de transações, com cartões tanto de débito
como de crédito na segunda semana de setembro,
chegou a ser apenas?. 1,7% menor em relação à pré-
pandemia.
Nos meses mais críticos de março e abril, a queda
média foi de 60%.
Na defesa
O protocolo da CBF, aprovado pelo Ministério da Saúde,
para a volta de até 30% dos torcedores do time
mandante, estabelece que os ingressos serão vendidos
de forma virtual e não pela cabine dos estádios.
Sócio torcedor terá prioridade na aquisição de entradas.
Na espera
A Pinacoteca antecipa curiosidades sobre a exposição
indígena que entra em cartaz quando o museu reabrir:
Véxoa: Nós sabemos. No @pina.
66
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo - Blogs/Nacional - Direto da Fonte
sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Presidente do CNJ
No Online
Ficou pronta a biblioteca Padre Charbonneau, do
Colégio Santa Cruz.
A escola programa eventos virtuais como conversa com
o escritor Alberto Manguel, ex -Biblioteca Nacional da
Argentina e membro da Academia Argentina de Letras.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Presidente do CNJ
67
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina - O Liberal
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Liberal online - Americana (SP)/São Paulo - Noticias
sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Economia
Por Agência Estado
25 set 2020 às 21:16 ? Última atualização 25 set 2020
às 21:35
Link da matéria: https://liberal.com.br/brasil-e-
mundo/economia/tcu-da-5-dias-para-inss-iniciar-pericia-
por-telemedicina-1319466/
O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias
para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica
Federal elaborem um protocolo para a realização
'imediata' de perícias médicas com o uso de
telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta
sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após
representação de dois integrantes do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique
de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de 15
de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina sem
excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O
próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego
desse instrumento.
Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão
paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.
No âmbito administrativo, como mostrou o
Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de
um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta
presencial.
Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina
(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo
também não vê respaldo legal e considera a ferramenta
inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é
atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus
ou não ao recebimento do benefício.
Retorno
O Ministério da Economia tem aos poucos determinado
o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a
retomada desaguou numa guerra política com o
sindicato da categoria e também numa batalha judicial.
Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram
efetivamente convocados a retomar seus postos de
trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.
Diante do impasse no retorno das atividades presenciais
dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a
elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas
determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a
Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço
Social (CFSS).
'A paralisação e o represamento das perícias médicas
são de uma gravidade ímpar neste momento, pois
denotam, além de incapacidade gerencial, falta de
sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das
pessoas menos favorecidas', diz o ministro em seu
despacho.
'Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via68
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Liberal online - Americana (SP)/São Paulo - Noticias
sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus
benefícios e direitos em momento dramático de suas
vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros
decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo
reconhecendo os esforços do governo federal com a
concessão do auxílio emergencial e do benefício
emergencial a parcelas significativas da população mais
vulnerável', acrescentou.
Para Dantas, a eventual judicialização dos
requerimentos em fase administrativa ainda não
atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,
dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda
ponderou que há 'ameaça de punições funcionais contra
os peritos que, eventualmente, fizerem tais
procedimentos' por meio virtual, ainda que autorizados
pelo CNJ.
Em sua representação, os conselheiros do CNJ
classificaram a situação de 'verdadeira crise
humanitária'. 'Centenas de milhares de trabalhadores e
de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária
decorrente da pandemia da covid-19, viram-se
impossibilitados de manter a própria subsistência e a de
seus familiares em virtude da inércia do Estado em
cumprir um dos mais relevantes de seus deveres', diz o
documento.
Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria
da Perícia Médica, não comentou
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
69
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Povo Online/Ceará - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila
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O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias
para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica
Federal elaborem um protocolo para a realização
"imediata" de perícias médicas com o uso de
telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta
sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após
representação de dois integrantes do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique
de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de
15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina
sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O
próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego
desse instrumento.
Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão
paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.
No âmbito administrativo, como mostrou o
Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de
um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta
presencial.
Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina
(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo
também não vê respaldo legal e considera a ferramenta
inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é
atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus
ou não ao recebimento do benefício.
Retorno
O Ministério da Economia tem aos poucos determinado
o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a
retomada desaguou numa guerra política com o
sindicato da categoria e também numa batalha judicial.
Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram
efetivamente convocados a retomar seus postos de
trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.
Diante do impasse no retorno das atividades presenciais
dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a
elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas
determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a
Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço
Social (CFSS).
"A paralisação e o represamento das perícias médicas
são de uma gravidade ímpar neste momento, pois
denotam, além de incapacidade gerencial, falta de
sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das
pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu
despacho.
"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via
administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus
benefícios e direitos em momento dramático de suas
vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros
decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo
reconhecendo os esforços do governo federal com a
concessão do auxílio emergencial e do benefício
emergencial a parcelas significativas da população mais
vulnerável", acrescentou.
Para Dantas, a eventual judicialização dos
requerimentos em fase administrativa ainda não70
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Povo Online/Ceará - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila
atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,
dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda
ponderou que há "ameaça de punições funcionais
contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais
procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados
pelo CNJ.
Em sua representação, os conselheiros do CNJ
classificaram a situação de "verdadeira crise
humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e
de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária
decorrente da pandemia da covid-19, viram-se
impossibilitados de manter a própria subsistência e a de
seus familiares em virtude da inércia do Estado em
cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o
documento.
Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria
da Perícia Médica, não comentou
Dúvidas, críticas e sugestões? Fale com a gente
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de
Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes
71
Tribunal de Contas dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina
Conselho Nacional de Justiça - CNJR7 Notícias/Nacional - Economia
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Autor: Do R7
O TCU (Tribunal de Contas da União) deu cinco dias
para que o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e
a Subsecretaria da Perícia Médica Federal elaborem um
protocolo para a realização "imediata" de perícias
médicas com o uso de telemedicina.
A medida cautelar foi concedida nesta sexta-feira (25),
pelo ministro do TCU Bruno Dantas após representação
de dois integrantes do CNJ (Conselho Nacional de
Justiça).
Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique
de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de
15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina
sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O
próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego
desse instrumento.
Leia mais: Retorno de peritos médicos chega a 70% nas
agências do INSS
Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão
paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.
No âmbito administrativo, esse número é até maior:
cerca de um milhão de segurados do INSS aguardam a
consulta presencial.
Mesmo com a lei, o CFM (Conselho Federal de
Medicina) impediu a realização de teleperícias. O
governo também não vê respaldo legal e considera a
ferramenta inadequada para o caso das perícias, cujo
objetivo é atestar a condição do segurado e detectar se
ele faz jus ou não ao recebimento do benefício.
Retorno
O Ministério da Economia tem aos poucos determinado
o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a
retomada desaguou numa guerra política com o
sindicato da categoria e também numa batalha judicial.
Dos cerca de 3.500 peritos federais, 776 foram
efetivamente convocados a retomar seus postos de
trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.
Diante do impasse no retorno das atividades presenciais
dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a
elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas
determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a
Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia, o CFM e o CFSS (Conselho Federal do
Serviço Social).
"A paralisação e o represamento das perícias médicas
são de uma gravidade ímpar neste momento, pois
denotam, além de incapacidade gerencial, falta de
sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das
pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu
despacho.
"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via
administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus
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Conselho Nacional de Justiça - CNJR7 Notícias/Nacional - Economia
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
benefícios e direitos em momento dramático de suas
vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros
decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo
reconhecendo os esforços do governo federal com a
concessão do auxílio emergencial e do benefício
emergencial a parcelas significativas da população mais
vulnerável", acrescentou.
Para Dantas, a eventual judicialização dos
requerimentos em fase administrativa ainda não
atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,
dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda
ponderou que há "ameaça de punições funcionais
contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais
procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados
pelo CNJ.
Em sua representação, os conselheiros do CNJ
classificaram a situação de "verdadeira crise
humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e
de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária
decorrente da pandemia da covid-19, viram-se
impossibilitados de manter a própria subsistência e a de
seus familiares em virtude da inércia do Estado em
cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o
documento.
Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria
da Perícia Médica, não comentou
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -
Maria Tereza Uille Gomes
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TCU dá cinco dias a INSS para elaborar protocolo de realização de
perícia por telemedicina
Conselho Nacional de Justiça - CNJTerra/Nacional - Coronavírus
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila
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Autor: Idiana Tomazelli
BRASÍLIA - O Tribunal de Contas da União (TCU) deu
cinco dias para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia
Médica Federal elaborem um protocolo para a
realização "imediata" de perícias médicas com o uso de
telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta
sexta, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após
representação de dois integrantes do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique
de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de
15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina
sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O
próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego
desse instrumento.
Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão
paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.
No âmbito administrativo, como mostrou o
Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de
um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta
presencial.
Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina
(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo
também não vê respaldo legal e considera a ferramenta
inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é
atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus
ou não ao recebimento do benefício.
Retorno
O Ministério da Economia tem aos poucos determinado
o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a
retomada desaguou numa guerra política com o
sindicato da categoria e também numa batalha judicial.
Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram
efetivamente convocados a retomar seus postos de
trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.
Diante do impasse no retorno das atividades presenciais
dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a
elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas
determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a
Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço
Social (CFSS).
"A paralisação e o represamento das perícias médicas
são de uma gravidade ímpar neste momento, pois
denotam, além de incapacidade gerencial, falta de
sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das
pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu
despacho.
"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via
administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus
benefícios e direitos em momento dramático de suas
vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros
decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo
reconhecendo os esforços do governo federal com a
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Conselho Nacional de Justiça - CNJTerra/Nacional - Coronavírus
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila
concessão do auxílio emergencial e do benefício
emergencial a parcelas significativas da população mais
vulnerável", acrescentou.
Para Dantas, a eventual judicialização dos
requerimentos em fase administrativa ainda não
atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,
dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda
ponderou que há "ameaça de punições funcionais
contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais
procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados
pelo CNJ.
Em sua representação, os conselheiros do CNJ
classificaram a situação de "verdadeira crise
humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e
de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária
decorrente da pandemia da covid-19, viram-se
impossibilitados de manter a própria subsistência e a de
seus familiares em virtude da inércia do Estado em
cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o
documento.
Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria
da Perícia Médica, não comentou.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de
Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes
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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina
Conselho Nacional de Justiça - CNJTribuna do Norte/Rio Grande do Norte - Noticias
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O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias
para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica
Federal elaborem um protocolo para a realização
"imediata" de perícias médicas com o uso de
telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta
sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após
representação de dois integrantes do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
Créditos: Divulgação
Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique
de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de
15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina
sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O
próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego
desse instrumento.
Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão
paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.
No âmbito administrativo como mostrou o
Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de
um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta
presencial.
Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina
(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo
também não vê respaldo legal e considera a ferramenta
inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é
atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus
ou não ao recebimento do benefício.
Retorno
O Ministério da Economia tem aos poucos determinado
o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a
retomada desaguou numa guerra política com o
sindicato da categoria e também numa batalha judicial.
Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram
efetivamente convocados a retomar seus postos de
trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.
Diante do impasse no retorno das atividades presenciais
dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a
elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas
determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a
Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço
Social (CFSS).
"A paralisação e o represamento das perícias médicas
são de uma gravidade ímpar neste momento, pois
denotam, além de incapacidade gerencial, falta de
sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das
pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu
despacho.
"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via
administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus
benefícios e direitos em momento dramático de suas
vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros
decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo
reconhecendo os esforços do governo federal com a
concessão do auxílio emergencial e do benefício
emergencial a parcelas significativas da população mais
vulnerável", acrescentou.
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sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Para Dantas, a eventual judicialização dos
requerimentos em fase administrativa ainda não
atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,
dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda
ponderou que há "ameaça de punições funcionais
contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais
procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados
pelo CNJ.
Em sua representação, os conselheiros do CNJ
classificaram a situação de "verdadeira crise
humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e
de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária
decorrente da pandemia da covid-19, viram-se
impossibilitados de manter a própria subsistência e a de
seus familiares em virtude da inércia do Estado em
cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o
documento.
Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria
da Perícia Médica, não comentou.
Estadão Conteúdo
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -
Maria Tereza Uille Gomes
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Em dez anos, nenhum juiz foi punido por racismo em processos abertos
no CNJ
Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Entre 2010 e agosto de 2020, o Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) recebeu nove denúncias de posturas
consideradas racistas de juízes em suas decisões.
Desse total, seis foram arquivadas; duas, suspensas; e
uma está em tramitação, revelam dados acessados pelo
Brasil de Fato via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Um desses casos é o da juíza Inês Marchalek Zarpelon,
revelado pelo Brasil de Fato em agosto deste ano. Em
19 de junho, a magistrada escreveu em decisão que um
homem acusado de praticar furtos e integrar
organização criminosa: "Sobre sua conduta social nada
se sabe. Seguramente integrante do grupo criminoso,
em razão da sua raça".
Três denúncias contra o texto da decisão foram feitas
ao CNJ. Dessas, dois processos foram suspensos e o
terceiro, movido pela Corregedoria Nacional de
Justiça, ainda tramita no órgão. Na última decisão, em
19 de agosto, o ministro Humberto Martins ofereceu 60
dias para que a defesa de Zarpelon se manifeste.
Também em agosto, a Associação dos Magistrados do
Paraná divulgou nota escrita pela juíza em que ela
afirma que "em nenhum momento houve o propósito de
discriminar qualquer pessoa por conta de sua cor". O
texto ainda classifica o racismo como "uma prática
intolerável em qualquer civilização e não condiz com os
valores que defendo". "A linguagem, não raro, quando
extraída de um contexto, pode causar dubiedades",
afirmou.
Após a divulgação da sentença, a Defensoria Pública do
Paraná convocou uma força-tarefa para revisar as
sentenças da 1ª Vara Criminal de Curitiba, onde a
magistrada Inês Marchalek Zarpelon despacha. Em uma
nota oficial, a instituição fala em "estarrecimento e
inconformismo com o teor da sentença", proferida em 19
de junho.
O plenário do Senado aprovou, em 13 de agosto, voto
de repúdio contra a decisão. A reportagem tentou, sem
sucesso, contato com a magistrada. Se enviado, seu
posicionamento será incluído nesta reportagem.
"Padrão de bandido"
Uma decisão da juíza Lissandra Reis Ceccon, da 5ª
Vara Criminal de Campinas também foi denunciada ao
órgão e está entre os seis processos arquivados. Em
julho de 2016, a magistrada condenou um réu a 30 anos
de prisão por latrocínio e destacou, na sentença, que o
homem não corresponde ao perfil de um criminoso.
"Vale anotar que o réu não possui o estereótipo padrão
de bandido, possui pele, olhos e cabelos claros, não
estando sujeito a ser facilmente confundido", escreveu
Ceccon. O ministro Humberto Martins, do CNJ, decidiu
arquivar a denúncia contra a magistrada em agosto de
2019.
"Não há que se falar em abuso de liberdade e
independência funcional, pois não evidenciada qualquer
78
Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
afronta aos deveres elencados na LOMAN (Lei
Orgânica da Magistratura Nacional) ou no Código de
Ética da Magistratura", afirma Martins em sua decisão.
"Os elementos não traduzem que o magistrado possuía
o intuito ofensivo nem preconceituoso que pudessem
revelar a quebra de desvio ético ou de conduta",
completa.
O Brasil de Fato também tentou contato com a
magistrada através da associação integrada por ela. Se
enviado, seu posicionamento será incluído neste texto.
"Intuito ofensivo"
Especialistas ouvidos pela reportagem discordam das
decisões do CNJ, e avaliam que os termos utilizados
pelo órgão nos textos.
"A juíza usa elementos diretos de práticas do racismo.
Agora, na decisão que exime ela de responsabilidade,
em nenhum momento se usa a palavra 'racismo'. Eles
não usam deliberadamente, uma vez que você coloca o
ato do racismo, ele é um crime inafiançável e
imprescritível", avalia Sheila Carvalho, coordenadora do
núcleo de Violência Institucional da Comissão de
Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB) de São Paulo.
"Está muito evidente a violação ética, dentro das regras
da Magistratura, quando a raça de uma pessoa está
associada ao cometimento de crime", afirma Thiago
Amparo, advogado e professor de políticas de
diversidade na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
"Ao falar que uma pessoa não tem o perfil de bandido,
associando o perfil à raça da pessoa, há um crime, pois
não há legislação brasileira que descreva isso, então
não é uma interpretação da lei", completa.
Sobre a decisão do CNJ, Amparo avalia que o
"judiciário não pune crime de racismo ou injúria racial,
porque ele percebe que não existe o intuito ofensivo.
Nesse caso, não tem outra forma de punir, se não
usando as palavras que a juíza escolheu para usar na
sentença, não há como fazer um exame psicológico na
juíza para saber se ela é racista."
Subnotificação
Um levantamento divulgado pelo CNJ em 25 de agosto
deste ano, mostra que há 19.673 mil juízes no Brasil.
Em 2019, os magistrados emitiram 32 milhões de
sentenças e decisões terminativas. Com dados tão
elevados da estrutura do sistema judiciário, o baixo
número de denúncias de racismo chama a atenção de
Amparo.
"De fato, é um caso de subnotificação porque se
entende que não haverá uma investigação profunda
sobre racismo, justamente porque sabemos que os
órgãos como o CNJ não vão punir os desembargadores
e os juízes. A subnotificação vem dessa sensação de
impunidade", explica o advogado.
Carvalho acredita que haja uma "naturalização" do
racismo no sistema jurídico do país, que impede que as
denúncias sejam levadas adiante.
"Nós temos um judiciário extremamente racista, mas
que não se enxerga como racista. Isso é muito grave.
Nós temos todo um sistema judiciário racista, que vai
desde a polícia, passando pelo Ministério Público, até
os juízes. Essa estrutura pratica o racismo em bases
cotidianas sem entender que estão fazendo isso. É uma
banalização da violência racial e o judiciário não é
diferente", aponta Carvalho.
"Não há que se falar em abuso de liberdade e
independência funcional, pois não evidenciada qualquer
afronta aos deveres elencados na LOMAN (Lei
Orgânica da Magistratura Nacional) ou no Código de
Ética da Magistratura", afirma Martins em sua decisão.
"Os elementos não traduzem que o magistrado possuía
o intuito ofensivo nem preconceituoso que pudessem
revelar a quebra de desvio ético ou de conduta",
completa.
O Brasil de Fato questionou o CNJ sobre a avaliação
dos especialistas ouvidos e sobre o baixo índice de
denúncias de casos de racismo em decisões judiciais. O79
Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
órgão solicitou mais prazo e não enviou posicionamento
até o fechamento desta reportagem. Se enviado, ele
será incluído neste texto.
Leia a reportagem original no site do Brasil de Fato.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
80
CNJ foi morar no Mundo da Lua, onde não há teto
Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - Noticias
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O Conselho Nacional de Justiça decidiu morar no
mundo da Lua, onde não há teto de gastos. Numa fase
em que era presidido por Dias Toffoli, o CNJ enviou ao
Congresso projeto que autoriza o Judiciário a gastar por
fora, à margem do limite legal, algo como R$ 500
milhões por ano. É inacreditável que o Judiciário queira
entrar em litígio com a lei do teto de gastos. Pior,
pretende desrespeitar a própria Constituição, pois o teto
está inserido no texto constitucional.
O projeto de lei foi apresentado a pretexto de
estabelecer novas regras para a cobrança das
chamadas custas processuais, uniformizando
procedimentos em todo o Judiciário. Até aí, tudo bem. O
problema é que foi enfiada no artigo 23 da proposta
uma esperteza. Prevê que o dinheiro seria computado
em rubrica que não seria alcançada pelo teto de gastos.
Se vingar, amanhã o Legislativo e, no limite, o próprio
Executivo podem reivindicar a criação dos seus próprios
puxadinhos.
Dias atrás, Dias Toffoli, ainda na presidência do CNJ,
mandou tribunais regionais federais e do trabalho
pagarem um terço de férias a juízes e desembargadores
de todo o país. Magistrados, como se sabe, têm direito
a 60 dias de férias por ano. Eles se sentem à vontade
para vender 20 dias. E você, caro contribuinte, é
obrigado a pagar. É esse tipo de despesa que se
pretende cobrir com o desrespeito ao teto.
Resta confiar que ocorra com o CNJ algo parecido com
o que aconteceu com AGU, que teve de sustar na
estação o bonde da alegria que concedia reajustes
salariais em massa. É preciso começar a tratar o
absurdo como absurdo, caprichando na reação. Se essa
a desfaçatez do CNJ prosperar, o Brasil vai acabar
evoluindo da condição de país do jeitinho para a
posição de país que não tem jeito.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
81
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina
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O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias
para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica
Federal elaborem um protocolo para a realização
"imediata" de perícias médicas com o uso de
telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta
sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após
representação de dois integrantes do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique
de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de
15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina
sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O
próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego
desse instrumento.
Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão
paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.
No âmbito administrativo, como mostrou o
Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de
um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta
presencial.
Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina
(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo
também não vê respaldo legal e considera a ferramenta
inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é
atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus
ou não ao recebimento do benefício.
Retorno
O Ministério da Economia tem aos poucos determinado
o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a
retomada desaguou numa guerra política com o
sindicato da categoria e também numa batalha judicial.
Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram
efetivamente convocados a retomar seus postos de
trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.
Diante do impasse no retorno das atividades presenciais
dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a
elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas
determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a
Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço
Social (CFSS).
"A paralisação e o represamento das perícias médicas
são de uma gravidade ímpar neste momento, pois
denotam, além de incapacidade gerencial, falta de
sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das
pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu
despacho.
"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via
administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus
benefícios e direitos em momento dramático de suas
vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros
decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo
reconhecendo os esforços do governo federal com a
concessão do auxílio emergencial e do benefício
emergencial a parcelas significativas da população mais
vulnerável", acrescentou.
Para Dantas, a eventual judicialização dos
requerimentos em fase administrativa ainda não82
Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - economia
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,
dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda
ponderou que há "ameaça de punições funcionais
contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais
procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados
pelo CNJ.
Em sua representação, os conselheiros do CNJ
classificaram a situação de "verdadeira crise
humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e
de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária
decorrente da pandemia da covid-19, viram-se
impossibilitados de manter a própria subsistência e a de
seus familiares em virtude da inércia do Estado em
cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o
documento.
Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria
da Perícia Médica, não comentou
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -
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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina
Conselho Nacional de Justiça - CNJBem Paraná Online/Paraná - Noticias
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Autor: Idiana Tomazelli - Estadão Conteúdo
O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias
para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica
Federal elaborem um protocolo para a realização
"imediata" de perícias médicas com o uso de
telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta
sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após
representação de dois integrantes do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique
de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de
15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina
sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O
próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego
desse instrumento.
Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão
paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.
No âmbito administrativo, como mostrou o
Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de
um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta
presencial.
Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina
(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo
também não vê respaldo legal e considera a ferramenta
inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é
atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus
ou não ao recebimento do benefício.
Retorno
O Ministério da Economia tem aos poucos determinado
o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a
retomada desaguou numa guerra política com o
sindicato da categoria e também numa batalha judicial.
Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram
efetivamente convocados a retomar seus postos de
trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.
Diante do impasse no retorno das atividades presenciais
dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a
elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas
determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a
Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço
Social (CFSS).
"A paralisação e o represamento das perícias médicas
são de uma gravidade ímpar neste momento, pois
denotam, além de incapacidade gerencial, falta de
sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das
pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu
despacho.
"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via
administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus
benefícios e direitos em momento dramático de suas
vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros
decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo
reconhecendo os esforços do governo federal com a
concessão do auxílio emergencial e do benefício
emergencial a parcelas significativas da população mais
vulnerável", acrescentou.
84
Conselho Nacional de Justiça - CNJBem Paraná Online/Paraná - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Para Dantas, a eventual judicialização dos
requerimentos em fase administrativa ainda não
atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,
dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda
ponderou que há "ameaça de punições funcionais
contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais
procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados
pelo CNJ.
Em sua representação, os conselheiros do CNJ
classificaram a situação de "verdadeira crise
humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e
de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária
decorrente da pandemia da covid-19, viram-se
impossibilitados de manter a própria subsistência e a de
seus familiares em virtude da inércia do Estado em
cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o
documento.
Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria
da Perícia Médica, não comentou
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -
Maria Tereza Uille Gomes
85
Atuação do Órgão Especial do TJ-SP em caso de advogado preso será
julgada no CNJ
Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Clique aqui para abrir a imagem
Autor: Rafa Santos
Fux deferiu pedido do Conselho Federal da OAB para
ingressar no julgamento
O presidente do Conselho Nacional de Justiça,
ministro Luiz Fux, aceitou pedido do Conselho Federal
da OAB para participar como parte interessada no
julgamento da reclamação ajuizada pelo advogado
Rodrigo Filgueira Queiroz contra o juiz Vinícius
Castrequini Bufulin.
O caso foi tema de uma reportagem da ConJur de
dezembro de 2019. Queiroz foi enviado para a
Penitenciária de Presidente Venceslau (SP) após ter a
prisão preventiva decretada em processo por crime
contra a honra.
No último dia 30 de julho, Queiroz acrescentou aos
autos da reclamação questionamentos sobre a atuação
do ?rgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo
no julgamento de recurso administrativo sobre o caso.
Queiroz pede que o CNJ aprecie o conteúdo do texto
inserido no acórdão proferido pelo ?rgão Especial do
TJ-SP e divulgado em sites jurídicos. O advogado
questiona o uso de termos como a que define que a
atuação dele é "pautada pela chicana e pelo desrespeito
ostensivo ao Poder Judiciário e seus membros" e que
ele seria "uma vergonha para a classe jurídica e para a
nobre classe dos advogados, em especial".
Queiroz e seu advogado, Antonio Aparecido Belarmino
Junior, questionam a competência para julgar e
censurar a conduta profissional de advogados do ?rgão
Especial do TJ-SP, quando essa função compete
exclusivamente à Ordem dos Advogados do Brasil
(artigo 70 da Lei nº 9.609/94).
O advogado pede uma retratação pública do ?rgão
Especial do TJ-SP e reconhece expressamente a
inviolabilidade do advogado por seus atos e
manifestações no exercício da profissão. Ele também
pede que a Corregedoria Geral de Justiça do Estado de
São Paulo forneça a relação de todos os procedimentos
disciplinares propostos contra o juiz reclamado para que
o CNJ possa a vir tomar conhecimento de supostas
práticas reiteradas.
"Esse julgamento será importante porque vai definir se
um órgão jurisdicional pode censurar e punir advogados
ou se isso compete exclusivamente a OAB", afirma
Queiroz.
Clique aqui para ler o despacho do ministro Luiz Fux
0000022-87.2020.2.00.0000
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
86
PL facilita acesso de camadas pobres à Justiça e mitiga abusos de grandes
litigantes
Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Clique aqui para abrir a imagem
O Conselho Nacional de Justiça apresentou no início
do mês, ao presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia, um anteprojeto de lei complementar que
disciplina as custas judiciais em âmbito nacional. A
proposta busca facilitar o acesso das camadas mais
pobres à Justiça e, ao mesmo tempo, coibir abusos de
grandes litigantes.
Proposta do CNJ busca mitigar abusos de grandes
litigantes e facilitar acesso de camadas mais pobres à
Justiça
CNJ
O grupo de trabalho responsável pelo projeto, instituído
em maio de 2019 pelo então presidente do CNJ e do
Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, se
debruçou sobre o tema por cerca de um ano para tentar
solucionar uma série de incongruências. Os trabalhos
foram coordenados pelo ministro Villas Bôas Cueva, do
Superior Tribunal de Justiça, e também contaram com a
participação de outros ministros da corte, conselheiros
do CNJ, desembargadores de tribunais estaduais, entre
outros.
O grupo observou que as custas cobradas em estados
com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH),
como o Piauí, são maiores que as taxas recolhidas na
Justiça do Distrito Federal, unidade federativa com
maior IDH.
Ao mesmo tempo, o trabalho mostrou que ao invés de
beneficiar a parcela mais carente da população, os
baixos valores das custas processuais contribuem para
a chamada litigância abusiva. O CNJ destaca, por
exemplo, que na Justiça Estadual do Rio de Janeiro
87% das ações cíveis foram movidas ou respondidas
por apenas 30 litigantes.
Tendo isso em vista, o PL estabelece valores
diferenciados para dar mais efetividade à Justiça
gratuita, sem incentivar a litigância abusiva. Com faixas
distintas de valores, o grupo de trabalho espera
equilibrar a sustentabilidade do Poder Judiciário e o
direito constitucional de acesso à Justiça. Os cidadãos
de baixa renda poderão ser isentos de pagamentos para
acionar os serviços judiciais, enquanto outros litigantes
pagarão uma taxa regular.
"Com o projeto, tenta-se uniformizar os conceitos e criar
balizas mínimas e máximas que permitam aos estados,
no exercício de sua autonomia, fixar as custas judiciais
de modo a que o sistema de Justiça não seja usado de
maneira oportunista, para fins privados, mas que seja
usado para garantir o mais amplo acesso à Justiça",
afirma o ministro Cueva.
Uso das custas
As custas judiciais são taxas devidas pelo litigante,
normalmente adiantadas no ajuizamento do processo e
em outros momentos, como durante a interposição de
recursos. Ao final do processo, as custas são
87
Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
ressarcidas pelo vencido, de modo que não há prejuízo
nem para o Estado, nem para o vencedor, apenas para
quem deu injusta causa a uma demanda.
Os valores são cobrados para garantir o funcionamento
do sistema de Justiça. Além da cobrança de custas, o
Judiciário é financiado por impostos. Aqui há outra
discrepância: em países como a Alemanha, as custas
judiciais chegam a cobrir 45,6% do orçamento dos
tribunais; na Justiça Federal brasileira, entretanto, essa
cobertura é de aproximadamente 2%, fazendo com que
a imensa maioria dos gastos judiciais seja paga pelo
Estado.
Para garantir maior autonomia ao Poder Judiciário, o PL
prevê, em seu artigo 23, que as arrecadações de custas
não sejam computadas no limite previsto no artigo 107
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
Com isso, a proposta busca equilíbrio entre as fontes de
financiamento do Judiciário, sem onerar o contribuinte,
nem prejudicar o acesso à Justiça. Além disso, o CNJ
acredita que um sistema focado no financiamento por
impostos acaba incentivando os litígios.
"O dispositivo quanto à forma como as custas serão
gastas visa viabilizar aos órgãos do Poder Judiciário a
utilização dos recursos próprios arrecadados cuja
incidência do limite da EC 95 poderia impedir, em
prejuízo da independência e autonomia do Poder
Judiciário", explicou o CNJ em nota.
Três princípios
O anteprojeto do CNJ baseia-se em três princípios
gerais: tornar viável a oferta de serviços judiciários,
provendo incentivos para que o nível de utilização seja
socialmente ótimo; fazer com que as custas não
obstruam o acesso ao Judiciário, nem reforcem
desigualdades de acesso conforme os níveis de renda;
e impulsionar o uso racional da máquina judiciária, tanto
no que se refere ao direito do exercício de demandar,
quanto no que diz respeito às condutas processuais.
Para preservar a autonomia dos entes federativos, o
projeto uniformiza os momentos e os critérios para a
cobrança das custas, cabendo às respectivas leis de
regência estabelecer as alíquotas, de acordo com os
parâmetros da lei geral. O texto também estabelece
uma diferenciação entre as custas e as despesas
processuais, que, em conjunto com os honorários
advocatícios sucumbenciais, compõe o conjunto de
encargos processuais.
"A divisão de custas em diversas etapas busca
proporcionar momentos de reflexão para que as partes
possam avaliar se desejam prosseguir com o processo,
evitando a falácia dos custos afundados ou
irrecuperáveis", explica Cueva.
Por fim, a medida incentiva métodos conciliatórios. O
artigo 10 prevê que a lei poderá criar políticas especiais
para métodos autocompositivos de resolução de
conflitos, por meio do estabelecimento de custas
diferenciadas, sem prejuízo da possibilidade de
concessão da Justiça gratuita.
Quando o litigante utilizar serviços oferecidos pelos
Centros Judiciários de Solução de Conflitos e
Cidadania, por exemplo, poderão ser fixadas custas
50% menores se comparadas ao ajuizamento comum
de demandas.
Clique aqui para ler o anteprojeto
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, CNJ - Presidente do CNJ
88
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina
Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Grande ABC ONLINE/São Paulo - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila
Clique aqui para abrir a imagem
O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias
para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica
Federal elaborem um protocolo para a realização
"imediata" de perícias médicas com o uso de
telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta
sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após
representação de dois integrantes do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique
de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de
15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina
sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O
próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego
desse instrumento.
Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão
paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.
No âmbito administrativo, como mostrou o
Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de
um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta
presencial.
Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina
(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo
também não vê respaldo legal e considera a ferramenta
inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é
atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus
ou não ao recebimento do benefício.
Retorno
O Ministério da Economia tem aos poucos determinado
o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a
retomada desaguou numa guerra política com o
sindicato da categoria e também numa batalha judicial.
Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram
efetivamente convocados a retomar seus postos de
trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.
Diante do impasse no retorno das atividades presenciais
dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a
elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas
determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a
Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço
Social (CFSS).
"A paralisação e o represamento das perícias médicas
são de uma gravidade ímpar neste momento, pois
denotam, além de incapacidade gerencial, falta de
sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das
pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu
despacho.
"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via
administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus
benefícios e direitos em momento dramático de suas
vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros
decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo
reconhecendo os esforços do governo federal com a
concessão do auxílio emergencial e do benefício
emergencial a parcelas significativas da população mais
vulnerável", acrescentou.
Para Dantas, a eventual judicialização dos
requerimentos em fase administrativa ainda não89
Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Grande ABC ONLINE/São Paulo - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila
atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,
dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda
ponderou que há "ameaça de punições funcionais
contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais
procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados
pelo CNJ.
Em sua representação, os conselheiros do CNJ
classificaram a situação de "verdadeira crise
humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e
de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária
decorrente da pandemia da covid-19, viram-se
impossibilitados de manter a própria subsistência e a de
seus familiares em virtude da inércia do Estado em
cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o
documento.
Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria
da Perícia Médica, não comentou
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de
Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes
90
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina
Conselho Nacional de Justiça - CNJEstado de Minas online/Minas Gerais - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila
Clique aqui para abrir a imagem
O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias
para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica
Federal elaborem um protocolo para a realização
"imediata" de perícias médicas com o uso de
telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta
sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após
representação de dois integrantes do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique
de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de
15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina
sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O
próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego
desse instrumento.
Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão
paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.
No âmbito administrativo, como mostrou o
Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de
um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta
presencial.
Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina
(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo
também não vê respaldo legal e considera a ferramenta
inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é
atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus
ou não ao recebimento do benefício.
Retorno
O Ministério da Economia tem aos poucos determinado
o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a
retomada desaguou numa guerra política com o
sindicato da categoria e também numa batalha judicial.
Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram
efetivamente convocados a retomar seus postos de
trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.
Diante do impasse no retorno das atividades presenciais
dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a
elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas
determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a
Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço
Social (CFSS).
"A paralisação e o represamento das perícias médicas
são de uma gravidade ímpar neste momento, pois
denotam, além de incapacidade gerencial, falta de
sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das
pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu
despacho.
"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via
administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus
benefícios e direitos em momento dramático de suas
vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros
decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo
reconhecendo os esforços do governo federal com a
concessão do auxílio emergencial e do benefício
emergencial a parcelas significativas da população mais
vulnerável", acrescentou.
Para Dantas, a eventual judicialização dos
requerimentos em fase administrativa ainda não91
Conselho Nacional de Justiça - CNJEstado de Minas online/Minas Gerais - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila
atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,
dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda
ponderou que há "ameaça de punições funcionais
contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais
procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados
pelo CNJ.
Em sua representação, os conselheiros do CNJ
classificaram a situação de "verdadeira crise
humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e
de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária
decorrente da pandemia da covid-19, viram-se
impossibilitados de manter a própria subsistência e a de
seus familiares em virtude da inércia do Estado em
cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o
documento.
Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria
da Perícia Médica, não comentou
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de
Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes
92
TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtual
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de Pernambuco/Pernambuco - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Autor: Mariana Carneiro da Folhapress
O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da
União, determinou que o INSS elabore, em até cinco
dias, um protocolo para a realização de perícias
médicas virtuais, adotando a telemedicina.
Ele atendeu a pedido feito pelos conselheiros Maria
Tereza Uille Gomes e Henrique de Almeida Ávila, do
CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que
apresentaram uma representação ao TCU contra o
INSS questionando o impacto e possíveis
irregularidades na interrupção das perícias médicas
durante a pandemia.
Os conselheiros argumentam que a telemedicina foi
autorizada por lei, em abril, e embora abarcasse todos
os ramos da medicina, houve resistência do Conselho
Federal de Medicina e da Secretaria Especial de
Trabalho e Previdência do Ministério da Economia em
adotá-la nas perícias do INSS.
Ainda segundo os membros do CNJ, isso atrasou ações
judiciais de pessoas que requisitavam benefícios
previdenciários por incapacidade e de prestação
continuada.
E, mesmo após o retorno do atendimento presencial
nesta semana, cerca de 200.000 processos estão
paralisados pela ausência de perícias e outras 600.000
requisições administrativas estão na fila.
Eles alertam que isso pode provocar uma enxurrada de
ações judiciais.
Em seu despacho, Dantas afirma que não houve
atuação proativa da Subsecretaria de Perícia Médica
Federal do Ministério da Economia e do INSS para
adotar perícias médicas eletrônicas, "o que vai contra o
princípio da eficiência, da legalidade e da moralidade
administrativa" e acusou o governo de se curvar ao
lobby dos peritos.
"Por evidente, os desdobramentos deste processo
podem dizer o contrário, entretanto, tudo indica que o
governo federal está se curvando aos lobbies
corporativos em prejuízo da população brasileira. Seria
desejável que o governo federal viesse a ficar do lado
dos que mais necessitam, ainda mais em momento tão
penoso para os mais vulneráveis", afirmou Dantas em
seu despacho.
O ministro deu ainda 15 dias para o INSS, a
Subsecretaria de Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia e o Conselho Federal de Medicina se
manifestarem sobre a decisão.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -
Maria Tereza Uille Gomes
93
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina
Conselho Nacional de Justiça - CNJGaúcha ZH/Rio Grande do Sul - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Autor: Estadão Conteúdo
O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias
para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica
Federal elaborem um protocolo para a realização
"imediata" de perícias médicas com o uso de
telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta
sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após
representação de dois integrantes do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
continuar lendo
Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique
de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de
15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina
sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O
próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego
desse instrumento.
Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão
paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.
No âmbito administrativo, como mostrou o
Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de
um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta
presencial.
Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina
(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo
também não vê respaldo legal e considera a ferramenta
inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é
atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus
ou não ao recebimento do benefício.
Retorno
O Ministério da Economia tem aos poucos determinado
o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a
retomada desaguou numa guerra política com o
sindicato da categoria e também numa batalha judicial.
Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram
efetivamente convocados a retomar seus postos de
trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.
Diante do impasse no retorno das atividades presenciais
dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a
elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas
determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a
Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço
Social (CFSS).
"A paralisação e o represamento das perícias médicas
são de uma gravidade ímpar neste momento, pois
denotam, além de incapacidade gerencial, falta de
sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das
pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu
despacho.
"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via
administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus
benefícios e direitos em momento dramático de suas
vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros
decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo
reconhecendo os esforços do governo federal com a
concessão do auxílio emergencial e do benefício
emergencial a parcelas significativas da população mais94
Conselho Nacional de Justiça - CNJGaúcha ZH/Rio Grande do Sul - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
vulnerável", acrescentou.
Para Dantas, a eventual judicialização dos
requerimentos em fase administrativa ainda não
atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,
dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda
ponderou que há "ameaça de punições funcionais
contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais
procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados
pelo CNJ.
Em sua representação, os conselheiros do CNJ
classificaram a situação de "verdadeira crise
humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e
de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária
decorrente da pandemia da covid-19, viram-se
impossibilitados de manter a própria subsistência e a de
seus familiares em virtude da inércia do Estado em
cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o
documento.
Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria
da Perícia Médica, não comentou
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -
Maria Tereza Uille Gomes
95
TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina
Conselho Nacional de Justiça - CNJMídiaMax/Mato Grosso do Sul - Noticias
sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila
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O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias
para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica
Federal elaborem um protocolo para a realização
'imediata' de perícias médicas com o uso de
telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta
sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após
representação de dois integrantes do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique
de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de
15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina
sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O
próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego
desse instrumento.
Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão
paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.
No âmbito administrativo, como mostrou o
Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de
um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta
presencial.
Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina
(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo
também não vê respaldo legal e considera a ferramenta
inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é
atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus
ou não ao recebimento do benefício.
Retorno
O Ministério da Economia tem aos poucos determinado
o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a
retomada desaguou numa guerra política com o
sindicato da categoria e também numa batalha judicial.
Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram
efetivamente convocados a retomar seus postos de
trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.
Diante do impasse no retorno das atividades presenciais
dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a
elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas
determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a
Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério
da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço
Social (CFSS).
'A paralisação e o represamento das perícias médicas
são de uma gravidade ímpar neste momento, pois
denotam, além de incapacidade gerencial, falta de
sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das
pessoas menos favorecidas', diz o ministro em seu
despacho.
'Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via
administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus
benefícios e direitos em momento dramático de suas
vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros
decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo
reconhecendo os esforços do governo federal com a
concessão do auxílio emergencial e do benefício
emergencial a parcelas significativas da população mais
vulnerável', acrescentou.
Para Dantas, a eventual judicialização dos
requerimentos em fase administrativa ainda não96
Conselho Nacional de Justiça - CNJMídiaMax/Mato Grosso do Sul - Noticias
sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila
atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,
dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda
ponderou que há 'ameaça de punições funcionais contra
os peritos que, eventualmente, fizerem tais
procedimentos' por meio virtual, ainda que autorizados
pelo CNJ
Em sua representação, os conselheiros do CNJ
classificaram a situação de 'verdadeira crise
humanitária'. 'Centenas de milhares de trabalhadores e
de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária
decorrente da pandemia da covid-19, viram-se
impossibilitados de manter a própria subsistência e a de
seus familiares em virtude da inércia do Estado em
cumprir um dos mais relevantes de seus deveres', diz o
documento.
Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria
da Perícia Médica, não comentou
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de
Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes
97
O ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo é acionado no
Conselho Nacional de Justiça por furar a quarentena
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Sul/Rio Grande do Sul - Noticiassexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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A corregedoria do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) vai analisar a conduta do ex-presidente do
Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o
desembargador aposentado Ivan Sartori. Ele despediu-
se da carreira em 2019 e vai concorrer à prefeitura de
Santos (SP) nas eleições deste ano pelo PSD.
Uma reclamação disciplinar contra Sartori foi
protocolada no dia 9 deste mês. Há registro de ao
menos três casos onde ele estaria atuando como
advogado.
Em jogo, o fato de que o magistrado não poderia
advogar por pelo menos três anos no mesmo tribunal
onde atuava, conforme o período de quarentena
estipulado pela Constituição Federal.
Sartori chegou a ser cotado para substituir Sérgio Moro
no Ministério da Justiça e é sondado para uma vaga no
STF. Relator do caso do Massacre do Carandiru, votou
pela absolvição dos 74 policiais militares invocando a
tese de legítima defesa.
Apoio de Bolsonaro
Sartori recebeu apoio de Jair Bolsonaro para ser
candidato do presidente em Santos. A informação foi
confirmada pela assessoria de imprensa do ex-
presidente do TJSP no biênio 2012/13.
Sartori se encontrou com o Presidente da República
durante o começo da tarde de terça-feira (22). De
acordo com informações da equipe de comunicação do
pré-candidato, Bolsonaro desmarcou alguns eventos de
sua agenda para recebê-lo. Durante a reunião, ambos
conversaram sobre o futuro do Porto de Santos e na
quarta (23) o desembargador também se reuniu com o
ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
De aspecto ideológico similar, Sartori deverá ser um dos
poucos pré-candidatos na Baixada Santista a ter apoio
em caráter oficial do presidente e também já foi
homenageado por Jair Bolsonaro no passado.
Em campanha nas suas redes sociais, Sartori, que é
defensor convicto do presidente, repete o criticado
discurso de Bolsonaro sobre o coronavírus e diz que o
País não pode parar. 'Não podemos parar o País. Vai
haver muita quebradeira', disse sobre as medidas
restritivas de fechamento do comércio. O discurso vai
na contramão das orientações das principais
autoridades em saúde no mundo.
Em março, Sartori foi abordado por guardas municipais
na praia em Santos enquanto caminhava no local. Ele
desobedeceu lei municipal que proibia o acesso à praia
em virtude da pandemia do novo coronavírus.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
98
Acusado de chicanas diz que corregedoria não censura advogados
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo - Blogs/Nacional - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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O presidente do Conselho Nacional de Justiça,
ministro Luiz Fux, autorizou o ingresso do Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil em
reclamação disciplinar formulada pelo advogado
Rodrigo Filgueira Queiroz contra o juiz Vinicius
Castrequini Bufulin, da 2ª Vara Criminal da Comarca de
Fernandópolis-SP.
Como este site revelou, o advogado ofereceu queixa-
crime ao Superior Tribunal de Justiça na qual imputa ao
desembargador Ricardo Mair Anafe, corregedor-geral
de Justiça do TJ-SP, os crimes de difamação e injúria
em voto de processo disciplinar.
Em julho, o ?rgão Especial do TJ-SP acompanhou -por
unanimidade- o voto de Anafe e rejeitou reclamação
disciplinar oferecida por Queiroz contra Bufulin. Anafe
considerou que o advogado abusou do direito de defesa
e do direito de petição.
Na reclamação ao CNJ, entre outros pedidos, Queiroz
requer que 'seja apreciado o conteúdo ofensivo do texto
inserido no acórdão proferido pelo ?rgão Especial do
TJ-SP em 22 de julho de 2020 (?), divulgado em sites
jurídicos na internet', e que. [grifos nossos]
A pedido do Blog, o advogado Rodrigo Filgueira Queiroz
enviou a nota a seguir com seus comentários sobre a
decisão do TJ-SP:
***
A pena de censura é uma punição disciplinar
administrativa aplicada a advogados, magistrados e
membros do Ministério Público que tenham cometido
alguma falta profissional ou funcional.
Cada um dos atores processuais deve ser julgado na
sua própria esfera administrativa.
Assim, juízes só podem ser censurados pela
Corregedoria de Justiça. Membros do Ministério Público
só podem ser censurados pela corregedoria do
Ministério Público. E Advogados só podem ser
censurados pelo Tribunal de Ética da OAB.
Assim, por força de lei, o poder de censurar advogados
pela sua conduta profissional compete exclusivamente à
OAB, conforme dispõe o Art. 70 da lei 8906/94.
A OAB possui Tribunais de Ética competentes para
julgar e punir advogados em processos disciplinares
que podem ser instaurados de ofício ou mediante
representação de qualquer autoridade ou pessoa
interessada.
Isso porque o advogado responde por sua conduta
perante um sistema que respeita a ampla defesa e o
contraditório, exatamente como acontece com os juízes
e membros do MP perante as suas respectivas
corregedorias.
Assim como um advogado pode reclamar de qualquer
juiz na Corregedoria de Justiça, o mesmo juiz pode
reclamar de qualquer advogado no Tribunal de Ética da
OAB.
99
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo - Blogs/Nacional - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
O que não se pode tolerar é que o Tribunal de Ética da
OAB, ao julgar a conduta de advogados, venha a
censurar incidentalmente a conduta de juízes, o que não
lhe compete.
Da mesmíssima forma, a Corregedoria de Justiça não
tem competência para censurar incidentalmente a
conduta de advogados quando esteja julgando a
conduta de juízes.
Se espera que uma Corregedoria de Justiça, ao julgar
uma reclamação feita por um advogado contra um juiz,
se limite a apurar a conduta do juiz, pois se a conduta
do advogado não lhe parece adequada, somente lhe é
permitido reclamar perante o Tribunal de Ética da OAB,
sendo temerário que venha a censurar incidentalmente
a conduta do advogado, chamando-o de chicaneiro,
como argumentação para indeferir seu pleito.
Diante das diversas censuras e ofensas replicadas pelo
?rgão Especial do TJSP no julgamento do respectivo
recurso administrativo, este advogado solicitou
providências ao Conselho Nacional de Justiça, o que
levou o seu atual presidente, ministro Fux, a acolher o
ingresso do Conselho Federal da OAB no feito, a fim de
que, neste julgamento perante o CNJ, seja definido se
um órgão jurisdicional pode censurar advogados
incidentalmente, sem direito ao contraditório ou à ampla
defesa, ou, se ainda é aplicável o Art. 70 da lei 8906/94,
que estabelece a competência exclusiva da OAB para
censurar advogados.
Será um julgamento histórico, que determinará o futuro
do relacionamento entre juízes e advogados. Afinal, não
se pode permitir que os detentores da palavra sejam
calados e ofendidos por aqueles que deveriam ouvir
suas súplicas e clamores para decidir com base na
razão, e não na emoção.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
100
SERÁ ADOTADO PROTOCOLO PARA USO DE TELEMEDICINA
NAS PERÍCIAS DO INSS
Conselho Nacional de Justiça - CNJGlobo (DF)/Distrito Federal - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
O ministro Bruno Dantas atendeu a um pedido do
conselho nacional de justiça.
Na decisão o ministro afirma que milhares de brasileiros
não consegue receber seus benefícios.
Que os pedidos de perícia não atendidos podem parar
nos tribunais e provocar reflexos negativos no judiciário.
De acordo com os n s s setecentas e noventa e quatro
mil pessoas.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
101
O INSS e o Ministério da Economia têm 5 dias para elaborar protocolo de
perícia on line
Conselho Nacional de Justiça - CNJGlobo (SP)/Nacional - Jornal Nacional
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
O TCU atendeu pedido do Conselho Nacional de
Justiça. O INSS calcula que quase 800 mil pessoas
estão na fila para uma perícia médica.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
102
Em 10 anos de atividades, CNJ acompanha os avanços tecnológicos com
objetivo de aprimorar o atendimento do Judiciário
Conselho Nacional de Justiça - CNJRÁDIO JUSTIÇA/Distrito Federal - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Em 10 anos de atividades, a Ouvidoria do Conselho
Nacional de Justiça acompanhou os avanços
tecnológicos com objetivo de aprimorar o atendimento
do Judiciário
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, CNJ - Ouvidoria do CNJ, Judiciário -
Judiciário
103
PAINEL
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF
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Autor: Fábio Zanini (interino)
Na quebrada
A ex-prefeita Marta Suplicy terá papel importante na
campanha pela reeleição de Bruno Covas (PSDB) para
apoiá-lo, ela rompeu com o Solidariedade, que preferiu
se juntar a Márcio França (PSB). Marta participará de
eventos na periferia, sobretudo nas zonas sul e leste,
onde teve expressiva votação nas eleições que
disputou. Nessas áreas, a ex-senadora deverá tentar
abrir espaço entre apoiadores de Celso Russomanno
(Republicanos) e do PT, seu ex-partido.
lado esquerdo A candidatura de filmar Tatto (PT) à
Prefeitura de SP terá como mote a defesa dos
trabalhadores em tempos de crise econômica e
pandemia. "Coração trabalhador" é o slogan escolhido,
que vai estrear domingo (27), início oficial da campanha.
raiz A ideia é reconectar o partido com sua base
original, os trabalhadores. Isso inclui os informais e
"precarizados", como motoristas e entregadores de
aplicativos, para os quais o PT quer dar especial
atenção.
cante comigo O jingle e os vídeos de campanha terão
fartura de imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e do ex-prefeito Fernando Haddad, além de
mostrar realizações do partido, como os CEUs,
merenda, bilhete único e corredores de ônibus.
residência Celso Russomanno mantém força na
periferia, mesmo após o desgaste de eleições
passadas, em que chegou a propor cobrar tarifa de
ônibus maior para quem morasse mais longe do centro.
Ele marca 36% na faixa que ganha até dois salários
mínimo s e 3 7% na zona leste. Uma explicação é a
imagem ainda muito ligada à defesa do consumidor.
crachá Um dos protagonistas do processo de
impeachment do governador Carlos Moisés (PSL-SC), o
presidente da Assembléia Legislativa de Santa Catarina,
Julio Garcia (PSD), tem uma das filhas na folha de
funcionários do TCE (Tribunal de Contas Estadual). É
assessora no gabinete do conselheiro José Nei Ascari.
herdeiro Garcia foi conselheiro do TCE durante oito
anos e cedeu sua vaga em 2017, ao pedir
aposentadoria voluntária, a Nei, que era deputado
estadual.
b.o. Júlia, assim como o pai, foi denunciada pelo
Ministério Público Federal na Operação Alcatraz, que
apura fraudes e desvio de dinheiro público em
licitações.
diversificação O mercado de cigarros contrabandeados
no Brasil não é mais dominado apenas pelas marcas
paraguaias. Levantamento do Ibope aponta aumento no
consumo de produtos do Reino Unido, EUA e Coréia do
Sul, sobretudo no Norte e no Nordeste.
concorrência A marca americana Bellois já é a terceira
ilegal mais consumida pelos nordestinos, com 8% do
mercado em20i9. Em estados como RN, SE, AL e PB, a
sul-coreana Pine tem 26% do mercado, segundo104
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF
estimativas da indústria tabagista. Já na região Norte,
11% dos cigarros contrabandeados são britânicos.
dianteira Atualmente, 57% do mercado brasileiro é de
cigarros ilegais, segundo o Ibope. Apesar da
concorrência, marcas paraguaias como Eight e Gift
ainda lideram.
protagonismo Representantes no Brasil de luan Guaidó,
autodeclarado presidente da Venezuela, montarão um
"consulado itinerante" em Roraima na semana que vem.
O objetivo é atender à comunidade que se abrigou no
Brasil, para conceder documentos em geral e ajudar
com emergências de saúde.
rixa Os aliados de Guaidó são reconhecidos pelo
governo brasileiro como representantes diplomáticos do
país e travam uma disputa com partidários de Nicolás
Maduro, que ainda ocupam o prédio da embaixada, em
Brasília.
recado Em meio a críticas, inclusive na área jurídica,
pela decisão de promover um programa de trainee para
negros, Luiza Trajano, do Magazine Luiza, participa de
live hoje do grupo Prerrogativas, que reúne advogados,
às 11h30.
visita À folha Luís Roberto Barroso, ministro do
Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal
Superior Eleitoral, visitou a Folha, onde foi recebido em
almoço. Estava acompanhado de Mariana Oliveira,
assessorachefe de comunicação
TIROTEIO
"Fraudes devem ser combatidas, mas há críticas ao
aumento da autodeclaração só para desqualificar a
reparação aos negros"
De Douglas Belchior, historiador e ativista da Uneafro
Brasil, sobre os 21 mil candidatos que mudaram
autodeclaração de cor na eleição de 2020
com Mariana Carneiro e Guilherme Seto
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
105
Folha cumpre decisão judicial e publica sentença
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Mercado
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - Judiciário
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JUIZADO DE DIREITO DA DÉCIMA SEXTA VARA
CÍVEL DE BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL. Proc.:
58118-2/00 - Volume LI. Autores: SANDRA MARIA
DIAS NUNES e OUTROS. Requeridos: OSWALDO
JOSÉ BARBOSA SILVA e EMPRESA FOLHA DA
MANHÃ S/A. Ação: INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. SENTENÇA. Vistos, etc. SANDRA MARIA
DIAS NUNES, CÂNDIDO RODRIGUES NEUBER,
WILSON BIADOLA, MÁRCIA MARIA LÃ"RIA MEIRA,
MÁRCIO MACHADO CALDEIRA, VICTOR LUÍS DE
SALLES FREIRE, JEZER DE OLIVEIRA CÂNDIDO,
EDISON PEREIRA RODRIGUES, FRANCISCO DE
ASSIS MIRANDA, KAZUKI SHIOBARA, SEBASTIÃO
RODRIGUES CABRAL, RAUL PIMENTEL, SANDRA
MARIA FARONI e CELSO ALVES FEITISA,
qualificados, ajuizaram a OSWALDO JOSÉ BARBOSA
SILVA e EMPRESA FOLHA DA MANHÃS/A, também
qualificados, AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS, dizendo na inicial serem eles membros do
Primeiro Conselho de Contribuintes do Ministério da
Fazenda, órgão recursal de julgamentos proferidos
pelos Delegados da Receita Federal em que processos
relativos a imposto de renda de pessoas jurídicas, e que
eles, em função desta circunstância, julgaram recursos
envolvendo o IGASE, a eles dando provimento, com o
que não concordou o primeiro demandado, o que o
levou a ajuizar Ação Civil Pública, e, ainda, a dar
entrevista publicada pela segunda demandada,
caluniosa e difamante, o que lhes causou dano moral,
pedindo a condenação dos requeridos a lhes pagar
danos morais, além de ser a segunda requerida
condenada a divulgar, com igual destaque dada à
matéria, pelo mesmo número de vezes, a sentença, e a
imposição aos demandados dos ônus da sucumbência.
A inicial veio corretamente formulada e acompanhada
de documentos. Resposta do primeiro demandado de
fls. 81/92, acompanhada de documentos, onde o
requerido argui preliminares de ausência de
pressuposto processual, por falta de pedido certo e
determinado, e ser a inicial inepta por não atender ela
alei de imprensa e, no mérito, que nunca fez ataques
pessoais aos autores, criticando, na entrevista, atividade
funcional, que teve erros gritantes em julgamentos,
sendo ela inspirada pelo interesse público, não tendo
ele proferido inverdades, terminando por dizer que só
citou uma pessoa, e que se houver o atendimento do
pedido o valor da condenação deve ser moderado.
Resposta da segunda demandada de fls.116/148,
acompanhada de documentos, onde sustenta não ter
causado dano moral aos requerentes, não tendo a
matéria apontada como ofensiva, publicada em nome
do interesse público, mantendo-se ela dentro dos limites
legais e éticos, sendo dado aos autores, antes da
publicação, possibilidade de manifestação, terminando
por dizer não haver provas dos alegados danos, e que o
valor da condenação, em havendo ela, deve obedecer
alei de imprensa. Decisão de fls.183 que rejeitou as
preliminares e determinou especificação de provas, e
defls.194 que deferiu a produção de prova oral e
designou audiência, realizada (ata de fls.255), onde se
tomou depoimentos pessoais. Agravo retido oferecido
pela segunda demandada de fls.195/197. Nova
audiência realizada (ata de fls.263), quando se ouviu
uma testemunha, encontrando-se razões finais dos
autores às fls.268/2852, do primeiro demandado às
fls.288/289, e da segunda requerida às fls.290/303. Este
o relatório.106
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Mercado
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - Judiciário
FUNDAMENTO A DECISÃO. A causa de pedir, a razão
de estarem os autores em Juízo são ofensas que o
primeiro teria a eles proferido, e que teriam sido
divulgadas pela segunda requerida. Correta se
apresenta a causa de pedir, se mostrando ela
verdadeira. Efetivamente houve ofensa. Disse o
requerido na matéria publicada pela requerida a
seguinte expressão: "Os conselheiros participaram de
um julgamento safado." Está a ofensa a justificar o dano
moral. Safado é aquele que participa de safadezas, e
que no dicionário é tido como desavergonhado,
descarado, imoral, pornográfico. Evidente que não se
pode dizer que uso de expressão tão dura, de
conotação tão grave, tenha sido somente no legítimo
exercício de função pública, na defesa dos interesses
da comunidade. Isto se poderia entender como
caracterizado no uso do Poder Judiciário, quando
houve o ajuizamento de Ação Civil Pública, e, ainda,
quando houve a estranheza com o conteúdo da
decisão, que, na visão do demandado, não poderia
decorrer de imperícia, mas, nunca, na rotulação dos
requerentes como participantes de julgamento safado,
sendo evidente que ela extrapola as possibilidades
legais de uso de direito e vem a se constituir em ofensa.
Não se pode perder de vista que, para as pessoas que
souberam da acusação, as tipificações penais, de haver
ou não este ou aquele crime, nada dizem, valendo-se
elas do senso comum, da verdade estabelecida entre
todos de que safados são pessoas sobre as quais se
tem juízo negativo. Ensina Moacyr Amaral Santos:
"ART.335. Em falta de normas jurídicas particulares, o
jtúz aplicará as regras de experiência comuns
subministradas pela observação do que ordinariamente
acontece e ainda as regras da experiência técnica,
ressalvado, quanto a esta, o exame pericial". DIREITO
ANTERIOR - omisso DIREITO COMPARADO omisso
COMENTÁRIO 31. REGRAS DE EXPERIÊNCIA. - Já
aludimos a regras ou máximas de experiência nos
comentários relativos a fatos notórios e nos referentes à
apreciação da prova (ver n.10 e 27). Na definição de
STEIN, a quem se deve a iniciativa do seu estudo mais
aprofundado, consistem "em definições ou juízos
hipotéticos de conteúdo geral, independentes do caso
concreto que se tem de julgar e de seus elementos
particulares, e que são adquiridos pela experiência, mas
que são autônomas em face dos casos particulares, de
cuja observação se deduzem e que pretendem ter valor
em relação aos novos casos. De tais regras, que
integram o patrimônio de noções pacificamente
armazenadas por uma determinada esfera social, e
assim a do juiz, a que se pode genericamente
denominar cultura, se utiliza o juiz como normas
destinada, a servir como premissa maior dos silogismos
que forma no seu trabalho de fixação, interpretação e
avaliação das provas. Síntese perfeita a de
ROSENBERG:" Máximas de experiência são tanto as
regras da experiência e cultura gerais como as regras
de uma perícia ou erudição especiais nas artes, ciência,
ofício ou profissão, comércio e tráfico (também os
costumes do tráfico, os usos do comércio, etc.): em
parte se extraem da observação do modo de viver e de
obrar das pessoas, em parte são resultado da
investigação científica ou de uma atividade profissional
ou artística. Servem para a apreciação jurídica
(subsunção) dos fatos, particularmente quando a
aplicação do direito depende de juízos de valor; e,
portanto, representam elementos essenciais da mesma
norma jurídica aplicável, da premissa maior jurídica no
silogismo do juízo judicial; ou servem para comprovação
de fatos, em particular, na apreciação da prova para
examinar o valor probatório do meio de prova e para
concluir dos fatos não controvertidos ou provados a
verdade de outros fatos discutidos; e formam, assim, a
premissa maior do silogismo judicial em relação à
estimação das afirmações sobre os fatos". As regras de
experiência, sem o uso das quais especialmente nos
sistemas em que atua o princípio da livre apreciação da
prova dificilmente poder-se á chegar à verdade quanto
aos fatos, se encontram no plano das normas de que o
juiz deverá utilizar-se, salvo a existência de normas
jurídicas a respeito, que sobre elas prevalecem. Assim,
por exemplo, o juiz não poderá valer-se de máximas de
experiência em face de presunções legais, mas,
necessariamente, delas se utilizará, como premissa
maior, em face do indício, para extrair uma presunção
de homem. Uma dessas máximas são comuns, isto é,
são inerentes à cultura da esfera social a que pertence
o juiz: são as regras de experiência comum; outras se
encontram no campo da erudição especial, para o107
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Mercado
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - Judiciário
conhecimento das quais é reclamada a informação de
técnicos: são as regras de experiência técnica.32.
REGRAS DE EXPERIÊNCIA COMUM. - As regras de
experiência comum, que surgem pela observação do
que comummente acontece, e fazem parte da cultura
normal do juiz, serão por este livremente aplicadas,
independente de prova das mesmas: O juiz não pode
desprezá-las quando aprecia o conteúdo de um
testemunho, ou mesmo de um documento, para extrair
a verdade dos fatos testemunhados ou documentados.
"Tampouco pode olvidá-las quando aprecia a prova de
indícios e somente com o seu concluso poderá
reconhecer em vários deles o mérito de formar
suficiente convicção, ou a um só a especial qualidade
de constituir por si só prova plena. Essa qualificação
indício necessário e a capacidade indicadora dos não-
necessários conforme sua conexão entre si e com a fato
por se provar, não podem reconhecer-se sem o auxílio
das regras de experiência, pois de outra maneira não
poderia o juiz aplicá-los." Em suma, o juiz se vale das
regras de experiência comum, livremente, para apreciar
e avaliar as provas trazidas ao processo pelos meios
regulares, a fim de decidir quanto àquilo que lhe pareça
a verdade. (InComentários ao Código de Processo Civil,
Forense, Rio de Janeiro, 1982, 3ª edição, volume IV,
pags.41/43). Logo, por tudo isto, não se pode ter a
qualificação dos requerentes como safados, partícipes,
de safadeza, sem a entender como ofensiva. Cometida
a ofensa, ela atingiu a todos os Conselheiros membros
do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda,
uma vez que o requerido disse na entrevista, sem
excluir este ou aquele membro, que os envolvidos na
anulação da dívida do Imposto de Renda do Instituto
Geral de Assistência Social Evangélica participaram do
julgamento safado, e sendo todos os autores
integrantes deste Conselho, óbvio que a acusação
contra eles foi dirigida. Estabelecida a existência do
dano, de ter ele atingido todos os requerentes, de ter
sido ele proferido pelo primeiro demandado, vejo, agora,
a participação da segunda requerida. Não se pode
negar, porque isto feriria, de morte, Estado
Democrático, a importância de imprensa livre, e que
para ela assim ser, tem a necessidade de divulgar
informações, graves ou não, pertinentes ou não. A
questão passa pelos limites deste direito. Evidente que
direito, todo ele, sendo este também princípio
sustentador de Estado Democrático, tem limites, e
sendo ele ultrapassado, tem a pessoa que o desrespeita
a obrigação de pagar pelo dano que cometeu. Aqui,
evidente que a demandada ultrapassou os limites do
direito de informação. Não cuidou ela somente de
noticiar possível irregularidade em julgamento sob a
responsabilidade dos autores em julgamento. Fez mais.
Deu ela voz às ofensas do requerido, cuidando de as
divulgar nacionalmente. Teve ela o cuidado de extirpar
da publicação o trecho ofensivo, o que poderia fazer
sem qualquer prejuízo para a informação de todos,
estaria contido seu ato no direito de informar, mas, não
o fazendo, sujeita-se ater que também responder pelo
dano, até porque só atingiu ele as proporções que
tomou, de conhecimento por todos os cidadãos do
território nacional, por ter sido divulgado em órgão
conceituado e de ampla leitura como é o jornal editado
pela demandada, a Folha de São Paulo. Logo, se a
requerida assume o risco de fazer publicar matéria com
trecho nitidamente ofensivo, junto com ele assume o
risco de ter que responder, de forma conjunta, com
quem faz a ofensa. Assim já sumulou a questão o
Superior Tribunal de Justiça, dizendo: "221. São
civilmente responsáveis pelos ressarcimento de dano,
decorrente de publicações pela imprensa, tanto o autor
do escrito, quanto o proprietário do veículo de
divulgação."
Explica-se a solidariedade. Se não houvesse ela, fácil
seria a alguma empresa jornalística não comprometida
com a responsabilidade social que tem, com a
obrigação de ser imparcial, atribuísse a pessoa
financeiramente desvalida afirmações ofensivas,
resguardando-se de possíveis responsabilidades e
impedindo que o ofendido obtivesse efetiva reparação.
Chego, finalmente, ao estabelecimento do quantum da
indenização. Sabe-se, à exaustão, que a fixação do
dano moral é atividade completamente subjetiva,
devendo o valor servir como possibilidade de diminuição
da dor, o que poderá se dar com aquisição de bem de
consumo ou atividade de lazer, e, muito mais, como
punição financeira para quem cometeu o ato. Deve-se,
pois, evitar valor ínfimo, que nada representaria para108
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Mercado
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - Judiciário
quem o pagaria, sendo mesmo incentivo a novas
ofensas, ou exagerado, que significaria ganho sem
causa e até ruína financeira do devedor. Sabendo-se,
também, que os autores, até pelas funções que
exercem ou exerceram, sendo lícito estabelecer-se esta
conclusão, muito mais que vantagens financeiras,
buscam o restabelecimento da verdade, ficam claro
para todos que safados não são e que assim não
podem ser chamados, o conforto moral que a
reprovação ao dano moral que sofreram lhes dará, e
das possibilidades financeiras de cada um dos
requeridos, a da segunda demandada muito maior do
que o primeiro, correto que a fixação se dê em
patamares diferentes. Deve pagar o primeiro
demandado, para a relação antes estabelecida seja
respeitada R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), e a
segunda demandada R$3.000,00 (três mil reais). Por
fim. Sendo a divulgação das ofensas um dos fatores de
seu agravamento, correto que, quando elas forem
reparadas, que também haja a sua divulgação, com o
mesmo destaque das ofensas, sob pena de não se
repor integralmente os danos. Estas as razões de
decidir. DECIDO. Ante o exposto: 1) - JULGO
PROCEDENTE os pedidos contidos na inicial,
CONDENANDO: a) - o primeiro demandado apagar a
cada um dos autores, para reparação do dano moral, a
quantia de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais); b) - a
segunda demandada a pagar a cada um dos autores a
quantia de R$3.000,00 (três mil reais), e, ainda, a
publicar, na íntegra, pelo mesmo número de vezes, e
com igual destaque, esta decisão, no mesmo órgão que
publicou a notícia tida co mo ofensiva. 2) - CONDENO,
ainda, os requeridos apagar as despesas processuais e
honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por
cento) do valor da condenação. P.R.I. Brasília, DF, 6 de
Agosto de 2001. Luciano Moreira Vasconcellos - Juiz de
Direito.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Judiciário
109
Alas negras de partidos pedem que STF barre 'troca de cor de candidatos
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF
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Autor: Ranier Bragon
brasília Em carta enviada nesta sexta (25) aos ministros
do Supremo Tribunal Federal, setoriais afros de seis
partidos sugerem aos ministros a adoção de
regulamentação da cota racial eleitoral com o objetivo
de evitar ff audes e um possível efeito reverso de
dificultar a participação de negros na política.
Entre as medidas objetivas sugeridaspelosnúcleos afros
de Cidadania, PSDB, PDT, PSB, MDB e DEM está a de
que haja fiscalização e rejeição da mudança de
autodeclaração da cor por parte de candidatos em
relação ao que informaram nos últimos pleitos.
"Outro meio de coibir atos fraudulentos é a checagem
da declaração de campanhas anteriores dos que já
disputaram cargos, tendo estes que manter a
declaração", diz o texto.
As siglas afirmam vislumbrar "o perigo de candidaturas
de 'laranjas! em que negros sirvam de repassadores de
reclusos, como ocorreu com a cota de 30% das
mulheres em algumas situações."
Além das candidaturas fictícias - no caso das mulheres,
reveladas pela Folha em reportagens em 2019 - , outro
receio de fraude da cota eleitoral para negros é a de
que haja autodeclarações falsas com o objetivo de obter
as verbas.
Assim como no recenseamento da população feita pelo
IBGE, desde 2014 os candidatos devem declarar a cor
ou raça com base em cinco identificações: preta, parda
(que formam a população negra), branca, amarela ou
indígena.
A Folha mostrou nesta sexta (24) que ao menos 21 mil
candidatos de todo o país neste ano mudaram a
declaração de cor e raça que deram em 2016, conforme
registros disponibilizados até quinta (23) pela Justiça
Eleitoral.
A maior parte das mudanças (36%)foidacorbrancapara
parda. O movimento contrário (de pardo para branco)
vem na sequência, com 30%.
Apesar da possibilidade de fraude, especialistas falam
no impacto do aumento de pessoas que se reconhecem
como pretas e pardas após ações de combate ao
racismo.
Em liminar que deve ser analisada nos próximos dias
pelo plenário do STF, Ricardo Lewandowski determinou
que os partidos distribuam já em 2020 a verba pública
de campanha e o espaço da propaganda eleitoral de
forma proporcional a brancos e negros.
"Entendemos que as estruturas partidárias em âmbito
federal, estadual e municipal são brancas em seus
espaços de decisão, tendo na base a massa negra que
soma mais de 54% da nossa nação", diz o documento
dos setoriais afro. "Esta massa, agora, dá um passo
110
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF
gigantesco para que possamos ser representados de
fato nos espaços de poder público eletivo. Porém, um
passo gigantesco na direção errada pode ser fatal."
A posição favorável à adoção imediata das cotas se
choca com a das cúpulas partidárias das próprias siglas,
que em reunião nesta semana com o presidente do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso,
chegaram a dizer ser inexequível o cumprimento da
medida neste ano.
Os núcleos afros sugeriram aos ministros também a
adoção de fiscalização da cor declarada pelos
candidatos com base nas características físicas das
pessoas, e não em suposta ascendência negra.
Afirmando ainda que a medida pode levar alguns
partidos a diminuir o recrutamento de negros, pedem
que o STF estabeleça também cota de candidatos por
legenda, não só cota financeira proporcional aos
candidatos lançados.
---
Especialistas defendem fiscalizar autodeclaração
João Pedro Pitombo e Géssica Brandino
salvador e são paulo Em meio à criação de cota
financeira do fundo eleitoral para candidatos negros,
entidades do movimento negro, pesquisadores e
núcleos afros de partidos defendem uma
regulamentação da nova regra e a implantação de
mecanismos de fiscalização para evitar possíveis
fraudes.
Conforme revelado pela Folha nesta sexta (25 ), ao
menos 21 mil candidatos que disputarão a eleição neste
ano mudaram a declaração de cor e raça que deram no
pleito de 2016, conforme registros disponibilizados pela
Justiça Eleitoral.
Na avaliação de especialistas, vários fatores podem
explicar as mudanças. Um deles é a forma como o
registro é feito junto à Justiça Eleitoral, segundo o
sociólogo Luiz Augusto Campos, professor da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
"Você tem muito preenchimento que nem sequer é feito
pelo candidato. Não excluo pessoas que realmente
mudaram o modo de se enxergar, mas, na minha
opinião, o grosso que explica isso é a displicência em
relação ao preenchimento mesmo."
Outro aspecto apontado pelo cofundador da Uneafro
Brasil e da Coalizão Negra por Direitos, Douglas
Belchior, é que os dados do IBGE mostram há mais de
uma década uma alta crescente de autodeclarados
pretos e pardos na população.
Ele classifica como "reação conservadora e racista"
associar a mudança na autodeclaração à política
aprovada pela Justiça em favor dos negros.
"Esse tipo de abordagem, dando luz à fraude, de
alguma maneira enfraquece o lado positivo e a
importância da política de forma deliberada, o que a
gente não pode aceitar."
A distribuição proporcional de recursos para candidatos
negros é celebrada por organizações e especialistas
como uma forma de superar a barreira financeira, vista
como um dos principais obstáculos para que mais
negros sejam eleitos no país.
Para que apolítica seja efetivada, especialistas
defendem a adoção de procedimentos de
heteroidentificação, no qual os candidatos que se
declararem pardos ou pretos sejam submetidos à
avaliação.
"Não basta se autodeclarar. É preciso que isso seja
confirmado por uma avaliação baseada no fenótipo", diz
Samuel Vida, coordenador do programa Direito e
Relações Raciais da Universidade Federal da Bahia
(UEBA).
Presidente do Tucanafro, do PSDB, Gabriela Cruz
também defende a heteroidentificação, mas diz que é
preciso regras claras para respaldar os111
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sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF
questionamentos a possíveis fraudes. "Os próprios
núcleos afro dos partidos podem ajudar."
O presidente do MDB Afro, Nestor Neto, aponta que o
processo pode ser baseado em portaria de 2018 que
regulamentou a autodeclaração em concursos públicos.
"Agora é a gente aguardar a votação, sacramentar e ir
pra cima dos partidos para garantir que os critérios que
a gente defende sejam adotados e não apenas a
autodeclaração, ou vai ser um Deus nos acuda."
Por outro lado, especialistas consideram a
autodeclaração importante por sua dimensão simbólica,
como afirma a professora Jamile Borges, coordenadora
do Programa de PósGraduação em Estudos Étnicos e
Africanos da UFBA.
"O Brasil sempre teve uma postura negacionista em
relação ao racismo, com a difusão da ideia de uma
democracia racial. A autodeclaração nos obriga a tomar
uma posição."
Ela afirma que, com a implantação de políticas de
reparação, as tentativas de fraude são inevitáveis. Mas
a transparência e a discussão aberta sobre o tema
podem reduzir o número de casos e incentivar os
partidos a abrirem espaços de maior protagonismo para
candidatos negros.
O avanço da pauta do racismo fez com que candidatos
que se declararam pardos no passado se identificassem
como brancos neste ano. Foi o caso do deputado
federal Celio Studart (PV-CE), candidato a prefeito de
Fortaleza, que tem pele e olhos claros.
"Na eleição passada, eu havia levado em consideração
também minha composição familiar e ascendência
miscigenada. Mas refleti e optei por mudar, levando em
conta exclusivamente a cor de pele."
O mesmo aconteceu com o deputado federal Heitor
Freire (PSL-CE), outro candidato à prefeitura da capital
cearense. Ele afirma que tem origem miscigenada, com
pai pardo e mãe com raízes indígenas.
Contudo, optou por se declarar branco, para evitar
possíveis questionamentos. "Foi uma decisão que tomei
de maneira muito leve, sem levar em conta questão
ideológica."
O advogado da ação que resultou na criação da cota
financeira para candidaturas negras aprovada pelo TSE,
Irapuã Santana, da ONG Educafro, diz que esse
reconhecimento é fruto da ampliação da discussão no
país sobre o tema.
"É muito pelo debate racial que a gente tem feito nos
últimos anos, que faz as pessoas tomarem consciência
e se colocar", afirma.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
112
MÔNICA BERGAMO
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Ilustrada
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF
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Autor: MÔNICA BERGAMO ,Bruno B. Soraggi, Bianka
Vieira e Victoria Azevedo
BULA ESCOLAR
Uma pesquisa conduzida por pós-graduandos da
Faculdade de Direito da USP identificou que 84,3%
deles adoeceram psicologicamente nesta quarentena e
que 31,8% não têm conseguido produzir.
bula 2
Transtorno de ansiedade, depressão e insônia estão
entre as doenças mais citadas pelos 295 alunos que
responderam à pesquisa. Além disso, 95,9% afirmam
que tiveram prejuízos no desenvolvimento de suas
pesquisas por causa da epidemia.
cabo de guerra
O relatório é publicado num momento de embate entre
os alunos, que pedem que as entregas de qualificações
e defesas sejam prorrogadas por mais um ano, e a
Comissão de Pós-Graduação da instituição, que resiste.
aval
"Não prorrogar os prazos promove uma cultura de
adoecimento institucional", afirma a doutoranda Janaína
Gomes, uma das idealizadoras da pesquisa. "A maior
parte dos alunos entende que precisa de seis meses a
um ano para concluir, mas os que contam com anuência
do orientador são apenas 40%", segue.
alcance
Fernando Facury Scaff, presidente da Comissão de
Pós-Graduação, afirma que casos excepcionais contam
com o apoio integral da instituição e que parte dos
alunos, com entregas até então previstas para janeiro
de 2021, já ganharam cinco meses de prorrogação.
simetria
Ele também cita a sobrecarga dos professores, que
acumulariam os atuais orientandos com os novos
ingressantes. "Temos que olhar para os alunos, sim,
mas também para os professores, que estão doentes",
diz Scaff.
até o fim
O ministro Celso de Mello negou, na semana passada,
que pensava em se aposentar antes do prazo, como
então se especulava. "Não cogito antecipar minha
aposentadoria", afirmou ele à coluna.
o novo
Razões estritas e supervenientes de ordem médica, no
entanto, tornaram a antecipação necessária, mais do
que "meramente" recomendável, explicou o magistrado
na sexta (25) a interlocutores quando a decisão veio a
público.
meu amigo
113
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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), foi
elogiado num jantar por Renan Calheiros (MDB-AL) na
semana passada, na casa da senadora Katia Abreu
(PDT-GO). Os dois travaram disputa ferrenha em 2019
pelo comando da Casa.
razão
Renan manifestou preocupação com o precedente que
a autorização para que Alcolumbre dispute a reeleição
pode abrir no país - a possibilidade está em discussão
no STF (Supremo Tribunal Federal). Afirmou, no
entanto, que o atual comando do Senado é um ponto de
racionalidade em um cenário político conturbado.
no prato
A rede global Stop Hunger, de combate a fome e a má
nutrição, vai doar mais de R$ 2,s milhões para dez
ONGs brasileiras que auxiliam pessoas afeadas pela
pandemia da Covid-19. Segundo a rede, o montante
beneficiará cerca de 200 mil pessoas.
chancela
As publicações internas e externas da Fundação Casa
de Rui Barbosa deverão conter logos e assinaturas da
instituição, da Secretaria Especial da Cultura e do
Ministério do Turismo.
chancela 2
A decisão foi informada via email pela presidente da
instituição, Letícia Dornelles, e está relacionada com a
decisão do secretário Mario Frias de aprovar
previamente os posts em redes sociais dos órgãos
vinculados à Cultura.
lá e cá
"Todas as comunicações internas e externas devem
conter em seu logo e assinaturas da secretaria, ao lado
do logo da fundação e do ministério", diz o email. A
pasta afirma que "apenas solicitou a inclusão da
assinatura de ambos os órgãos em materiais
publicitários, não tendo relação com comunicados
internos e externos".
cofrinho
A diretoria da Ancine aprovou, em reunião na terça (22),
21 orçamentos de projetos que querem usar recursos
do Fundo Setorial do Audiovisual. Outras seis
produções tiveram a liberação de recursos autorizadas,
entre elas "Turma da Mônica: Lições" e a animação "O
Astronauta".
ranking
O filme "Garoto: Vivo Sonhando", sobre o compositor
Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto, foi o campeão de
audiência do 12º In-Edit Brasil, que ocorreu de 9 a 20 de
setembro. Ele teve 1.895 visualizações.
QUARENTENA
"Banho de gelo e sorriso", escreveu a tenista Serena
Williams.
A atriz Drica Moraes foi fotografada enquanto
esquentava uma sopa e preparava tapioca antes de
dormir.
O ator Rafael Vitti publicou uma selfie com sua filha,
Clara Maria, aos quatro meses de idade
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
114
Promoção beneficiará 162 mil no Executivo
Conselho Nacional de Justiça - CNJ
Folha de São Paulo - Impresso Flip Pressreader/Nacional- Noticias
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - Judiciário
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Um a cada quatro servidores do Executivo federal
conseguirá elevar o salário neste ano graças a brecha
na lei que congelou os vencimentos do funcionalismo
até o fim de 2021.
brasília Um a cada quatro servidores do Executivo
federal conseguirá elevar o salário neste ano com
progressões ou promoções na carreira. Uma brecha na
lei que congelou salários do funcionalismo até o fim de
2021 permite que esses adicionais continuem sendo
liberados.
Segundo o Ministério da Economia, 100 mil servidores
ascenderam na carreira entre janeiro e agosto. Outros
62 mil devem ser beneficiados até dezembro.
Atualmente, o Executivo federal conta com cerca de 602
mil funcionários públicos ativos.
Reportagem publicada pela Folha nesta sexta-feira (25)
mostrou que o custo anual com as progressões
automáticas por tempo de serviço e promoções por
mérito, como no caso de cursos de capacitação, chega
a R$ 500 milhões no Executivo federal.
Essas progressões representam a maior parte do
crescimento da folha de salários do governo, o que
pressiona a regra do teto de gastos e limita outros tipos
de despesa no serviço público.
O número mostra apenas uma fatia do custo total aos
cofres públicos, já que as progressões também são
comuns nos Poderes Judiciário e Legislativo, bem
como nos estados e nos municípios.
Entre os 100 mil que avançaram nas carreiras neste
ano, estão servidores do Ministério da Economia, do
Banco Central e do Itamaraty, órgãos que reúnem
algumas das carreiras mais bem pagas do
funcionalismo.
Diante da crise causada pela pandemia da Covid-19,
que reduziu a renda de milhões de trabalhadores da
iniciativa privada, o ministro Paulo Guedes (Economia)
propôs ao Congresso que os salários dos servidores
públicos federais, estaduais e municipais fossem
congelados, assim como as progressões e promoções
nas carreiras do funcionalismo, até o fim de 2021.
Por pressão política, o Congresso deixou a brecha para
que a ascensão nas carreiras ainda fosse permitida. O
lobby do funcionalismo é um dos mais fortes entre os
parlamentares.
Na prática, depois de muito debate e até resistência do
presidente Jair Bolsonaro (sem partido), os reajustes
ficaram vedados até o fim do próximo ano. Também há
restrição para novos concursos públicos, exceto em
caso de reposição de vagas.
Apesar dessas medidas temporárias de controle das
despesas com pessoal, o governo está permitido que,
mesmo durante a pandemia, servidores avancem
degraus na carreira, assim como a promoção em massa
-mais de 600 servidores- na AGU (Advocacia-Geral da
União) nesta semana.
O órgão chegou a colocar 92% da categoria de115
Conselho Nacional de Justiça - CNJ
Folha de São Paulo - Impresso Flip Pressreader/Nacional- Noticias
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - Judiciário
procuradores federais no topo da carreira, com salários
de R$ 27.303. Após repercussão negativa, anunciou
que decidiu suspender a medida, embora argumente
que tudo foi feito conforme orientação da lei.
O presidente do Fonacate (Fórum Nacional Permanente
de Carreiras Típicas de Estado), Rudinei Marques,
afirma que o governo vem tentando construir uma
imagem de que os servidores são responsáveis pelos
problemas do país.
Segundo ele, o funcionalismo já teve perda salarial em
duas situações neste ano: a entrada em vigor das novas
alíquotas da Previdência, que ampliaram as
contribuições de salários mais altos, e o congelamento
salarial, que deixa os servidores sem reposição da
inflação.
Marques diz ser correto que funcionários públicos
avancem a patamares mais altos da carreira, mas é
favorável à valorização das promoções por
desempenho, e não daquelas por tempo de serviço.
'É a regra do jogo hoje. Quem ainda não atingiu o topo
da carreira progride em um ano ou um ano e meio. É
um processo natural. Se quiserem discutir isso na
reforma administrativa, estamos dispostos ao debate',
afirmou.
A PEC (proposta de emenda à Constituição) da reforma
administrativa, apresentada ao Congresso neste mês,
proíbe progressões automáticas, como as gratificações
por tempo de serviço.
O governo quer incluir a norma na Constituição para
que regras existentes hoje em instrumentos de
hierarquia inferior percam a validade. Sem isso, técnicos
argumentam que seria necessário fazer negociações
pulverizadas com cada órgão, carreira e ente federativo.
A proposta de reformulação do funcionalismo, porém,
não impediria que os atuais servidores sejam
beneficiados pelas progressões automáticas, sem
avaliação de desempenho.
Parlamentares defendem que as mudanças também
tenham efeito para quem já ingressou nas carreiras
públicas. Isso, no entanto, depende de articulação com
os líderes que representam a maioria das bancadas no
Congresso.
No primeiro semestre, durante a discussão no
Congresso do pacote de socorro financeiro a estados e
municípios devido à pandemia, Guedes pediu
contrapartidas.
O Ministério da Economia aceitou liberar cerca de R$
120 bilhões de ajuda aos governadores e prefeitos, e,
em troca, seriam aprovadas medidas amargas contra
funcionários públicos federais, estaduais e municipais.
Guedes queria tentar controlar o aumento das despesas
com funcionalismo e evitar que os recursos de combate
ao vírus fossem desviados para ganhos salariais de
servidores.
Alinhado com a equipe econômica, o presidente do
Senado, Davi Alcolumbre (DEMAP), apresentou uma
versão, chancelada por Guedes, que ainda restringia as
progressões e promoções nas carreiras do
funcionalismo até o fim de 2021. Militares também
seriam atingidos.
A proposta desagradou à base do governo Bolsonaro e
também a parlamentares opositores e independentes.
Alcolumbre, então, preservou os avanços nas carreira e
manteve apenas a proibição de reajustes salariais.
Na Câmara, a trava a promoções e progressões nas
carreiras também teve que ser retirada das discussões
diante das críticas de líderes partidários.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Judiciário
116
Celso de Mello antecipa saída e deflagra sucessão no STF
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sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF
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O decano do STF, Celso de Mello, informou à Corte que
vai se aposentar em 13 de outubro. A decisão do
ministro, que antecipa em três semanas a data prevista
para seu desligamento, abre a primeira vaga no
Supremo para indicação do presidente Jair Bolsonaro.
O favorito para ocupar a cadeira é o ministro da
Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira.
política/pág.A4
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
117
Decano antecipa saída e acelera sucessão no STF
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Política
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF
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Autor: Rafael Moraes Moura
O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso
de Mello, anunciou ontem que vai deixar a Corte no dia
13 de outubro. A decisão do ministro, que antecipa o
seu desligamento em três semanas, abre a primeira
vaga no STF para indicação do presidente Jair
Bolsonaro. Hoje, o favorito para ocupar a cadeira do
decano é o ministro da Secretaria-Geral da Presidência,
Jorge Oliveira. A articulação pela aprovação do nome
de Oliveira já vem sendo feita nos bastidores do
Senado.
Relator do inquérito que investiga se Bolsonaro tentou
interferir politicamente na Polícia Federal, Celso de
Mello completa 75 anos em 1º de novembro, quando se
aposentaria de forma compulsória. "Espero poder julgar,
na medida do possível, os casos de que sou relator",
afirmou o ministro ao Estadão. "Razões estritas (e
supervenientes) de ordem médica tornaram necessário,
mais do que meramente recomendável, que eu
antecipasse a minha aposentadoria, que requeri,
formalmente, no dia 22/9/2020."
A antecipação da aposentadoria de Celso de Mello não
apenas acelerou as articulações em torno da definição
do seu sucessor como reacendeu na Corte a discussão
sobre quem deve assumir a relatoria do inquérito que
investiga Bolsonaro. Integrantes do STF se dividem
sobre o tema e ainda é incerto o destino do caso em
que o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro acusou
Bolsonaro de intervir na PF.
Na avaliação de Celso, o STF, "responsável pelo
equilíbrio institucional entre os Poderes do Estado e
detentor do 'monopólio da última palavra em matéria de
interpretação constitucional, continuará a enfrentar (e a
superar), com absoluta independência, os grandes
desafios com que esta Nação tem sido confrontada ao
longo de seu itinerário histórico".
Ao Estadão, o magistrado rechaçou especulações
levantadas nas redes sociais de bolsonaristas, que
atribuíram a antecipação da aposentadoria a uma
tentativa de se livrar do imposto de renda. "Não foi por
invalidez! Foi uma simples e voluntária aposentadoria,
eis que possuo pouco mais de 52 anos de serviço
público (Ministério Público paulista + Supremo Tribunal
Federal)", afirmou.
Visto no Planalto como "inimigo", Celso havia
determinado que Bolsonaro prestasse depoimento
presencialmente, mas a decisão foi derrubada pelo
ministro Marco Aurélio Mello. A discussão está marcada
para começar no dia 2 de outubro. Marco Aurélio já
rechaçou a hipótese de herdar o caso e defende um
sorteio eletrônico para definir o novo relator. Ao me- nos
três ministros ouvidos pela reportagem também pregam
a redistribuição antes que o escolhido por Bolsonaro
assuma a cadeira do decano.
Fatura.
Amigo do presidente, Jorge Oliveira é considerado no
Planalto como um nome que não traria problemas como
os que outros chefes do Executivo tiveram com suas
escolhas. Além de Oliveira, o ministro da Justiça, André118
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Política
sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF
Mendonça, está no páreo, e evangélicos defendem para
a vaga o juiz federal William Douglas, que tem apoio do
senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
A saída de Celso também deu fôlego a outros
movimentos políticos. O presidente do Senado, Davi
Alcolumbre (DEM-AP), tem agora uma carta na manga
para aprovar sua recondução ao cargo e pode cobrar a
fatura. Motivo: é ele quem define o calendário para a
sabatina do novo ministro do Supremo. A indicação de
Bolsonaro precisa passar pelo crivo do Senado.
Alcolumbre tenta aval do STF para disputar novo
mandato em fevereiro de 2021, já que a Constituição
proíbe a recondução de presidentes da Câmara e do
Senado ao cargo na mesma legislatura. O assunto foi
discutido em recente jantar na casa do senador
Weverton Rocha (MA), líder do PDT. "Ainda não temos
nem indicação. Como posso falar em tramitação?",
disse Alcolumbre.
Para o Planalto, Celso se converteu em militante contra
o governo. O magistrado já disse que Bolsonaro
"degrada" o Parlamento e "minimiza perigosamente" a
importância da Constituição. Além disso, criticou o
presidente após ele dizer que pretendia indicar um
nome "terrivelmente evangélico" para a Corte.
Recentemente, Bolsonaro afirmou que quer no STF
alguém que tome cerveja com ele.
Bolsonaro pretende dar uma "guinada conservadora" na
escolha das duas vagas de ministros do STF que serão
abertas no seu mandato. Depois de Celso, o próximo a
se aposentar será Marco Aurélio, em julho de 2021. No
cálculo de aliados do presidente, é considerada decisiva
na definição dos nomes a posição contrária à "pauta de
costumes", como a descriminalização das drogas e do
aborto. / COLABORARAM VERA ROSA, DANIEL
WETERMAN e CAMILA TURTELLI ?
'Ordem médica
"Razões estritas de ordem médica tornaram necessário
que antecipasse a minha aposentadoria."
"Espero poder julgar, na medida do possível, os casos
de que sou relator."
Celso de Mello DECANO DO SUPREMO
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
119
G.A - O JUDICIÁRIO EM SUSPENSE
Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Época/Nacional - Colunistassexta-feira, 25 de setembro de 2020
Judiciário - Judiciário
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Autor: GUILHERME AMADO, com Eduardo Barretto e
Naomi Matsui
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) e algumas das
grandes bancas da advocacia nacional entraram em
estado de ebulição há duas semanas, desde que a
Polícia Federal saiu às ruas para cumprir buscas e
apreensões determinadas por Marcelo Bretas a partir da
delação de Orlando Diniz. O ex-presidente da
Fecomércio relatou em sua colaboração uma série de
supostas traficâncias cometidas com advogados em
contratos fictícios para que eles defendessem seus
interesses no Judiciário fora dos autos, ou seja,
cometendo crimes. O STJ se viu indiretamente
envolvido porque alguns dos advogados que são alvos
de Bretas são parentes de ministros do tribunal, a
exemplo de Eduardo Martins, filho de ninguém menos
que o presidente da Corte, Humberto Martins. A
advocacia nacional, OAB inclusive, se insurgiu
apontando o que julga serem violações a prerrogativas
suas, entre outros indícios do que considera uma
investigação dirigida para criminalizar a atividade. Há
suspeita ainda que Diniz tenha deturpado fatos para
prejudicar desafetos. O assunto já está no Supremo
Tribunal Federal (STF), sobre a mesa de Gilmar
Mendes, na forma de um pedido para que seja anulada
a homologação da delação por Marcelo Bretas. Mas a
toga e a banca vão tremer ainda mais nas próximas
semanas: chegaram aos procuradores da Lava Jato no
Rio de Janeiro as pilhas de documentos das quebras
dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e de dados de e-
mail e de celulares dos mais de 20 advogados
investigados. O material é forte.
Da Receita Federal, vieram análises de que há diversos
pagamentos para escritórios sem justificativa, dados
sobre offshores mantidas pelos advogados na Flórida e
no Panamá. Dos bancos, transações de altas somas
que, na avaliação do Ministério Público Federal (MPF),
indicam possíveis atos de lavagem de dinheiro.
Dos servidores de e-mail e das telefônicas, milhares de120
Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Época/Nacional - Colunistassexta-feira, 25 de setembro de 2020
Judiciário - Judiciário
e-mails e registros de telefonemas entre os investigados
que ainda estão sob análise. Em um dos casos, o de
Frederick Wassef, ex-advogado de Flávio Bolsonaro, o
MPF recebeu informações que podem complicar bem
sua vida.
Segundo os dados, o escritório Eluf e Santos repassou,
conforme um relatório do Coaf já havia apontado,
milhões ao escritório de Wassef — que nega ter
cometido qualquer irregularidade. Luiza Eluf, sócia do
Eluf e Santos, também fez depósitos diretamente de sua
conta para Wassef, que viu ainda a conta de seu
escritório ser irrigada por transferências recebidas das
empresas de sua ex-mulher e de suas ex-enteadas. “Ao
que parece, Frederick utiliza-se de seus familiares para
dissimular valores ilícitos recebidos, aí inserido o
montante proveniente da Fecomércio por meio de Luiza
Eluf”, afirmaram os procuradores a Bretas.
Hoje, a aposta em Brasília é que o STF deverá fazer
distinções entre os casos. Ministros avaliam que há ali
ilegalidades evidentes, mas também veem algumas
afirmações sem lastro. Entretanto, a anulação de tudo é
considerada improvável. Até Mendes decidir
monocraticamente ou a Segunda Turma, a da Lava
Jato, deliberar, togados e advogados seguem em
suspense.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Judiciário,
Judiciário - STF
121
ENTREVISTA - AUGUSTO ARAS: A BUSCA DO EQUILÍBRIO
Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Veja/Nacional - Entrevista
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF
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Autor: Thiago Bronzatto
O procurador-geral diz que a força-tarefa omitiu
arquivos que podem gerar ações em todos os estados e
revela que negocia delação com Cunha
Às vésperas de completar um ano à frente da
Procuradoria-Geral da República (PGR), Augusto Aras
está isolado em casa, cuidando da saúde, depois de
infectado com o novo coronavírus — uma pausa que
interrompe 365 dias de muita intensidade. Nesse
período, ele requisitou a instauração de um inquérito
que envolve o presidente da República, comprou briga
com a força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba,
deu início a uma controversa investigação que apura a
participação de políticos em atos considerados
antidemocráticos, autorizou o trabalho que praticamente
aniquilou da vida pública o governador do Rio de
Janeiro e enfrentou a resistência e as desconfianças
dos próprios colegas da instituição — alguns, segundo
ele, que perderam poder, outros que tiveram privilégios
cortados. Por enquanto, ganhou todas. Em meio a
tantas turbulências, diz que a sua função é manter o122
Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Veja/Nacional - Entrevista
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF
Brasil equilibrado. Em entrevista a VEJA por
videoconferência, Aras afirma que o combate à
corrupção continua sendo prioridade na sua gestão,
revela que existem arquivos da Lava-Jato que podem
desencadear novas operações e que está em
andamento a negociação de um acordo de delação
premiada com o ex-presidente da Câmara Eduardo
Cunha.
O senhor, assim como outras autoridades de Brasília,
descobriu que estava infectado com a Covid-19 logo
após a posse do presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF). Como está a sua saúde?
Estou bem. Tenho sintomas leves. Tive tosse seca no
primeiro dia e não apresentei nenhum comprometimento
do pulmão. Comecei o tratamento precoce e funcionou
muito bem, graças a Deus. Estou tendo os cuidados
adequados. É bom ressaltar que o número de pessoas
contaminadas na posse do presidente do Supremo não
se justificaria pelos cuidados ali adotados. Não faltaram
barreiras no plenário do Supremo. Todos os contatos
foram feitos com máscara. Não houve quebra de
protocolo de segurança.
O senhor acha que erramos ou acertamos mais no
enfrentamento da pandemia?
Acho que nesse jogo de ganhos e perdas, estamos nos
saindo muito bem. Temos essa vantagem de manter o
equilíbrio do ponto de vista econômico, que vai nos
sustentar até o início do ano que vem, sem uma grande
crise. O Brasil se revela privilegiado em estar com as
suas contas regulares em meio ao sétimo mês de
pandemia, em razão do agronegócio, da mineração e da
nossa capacidade de exploração dos recursos naturais.
Outras nações estão desesperadas com a falta de
alimentos e enfrentando dificuldades. Do ponto de vista
sanitário, nossos acertos e erros fazem parte das
incertezas empíricas.
O senhor completou um ano à frente da PGR. O que
destacaria nesse período?
Demos um enorme impulso ao combate à corrupção.
Muitas críticas que recebi diziam respeito a essa área.
Em um ano, tivemos mais autoridades com prerrogativa
de foro investigadas e denunciadas nos tribunais
superiores. Fizemos isso, sem escândalo e com
segurança jurídica. Na área econômica, cooperamos
com diversos ministérios e ajudamos a destravar obras
paralisadas. Além disso, oxigenamos os espaços
internos da PGR e recuperamos 1 bilhão de reais de
orçamento perdidos em gestões anteriores.
Por que, então, toda essa polêmica em relação à
Operação Lava-Jato?
É importante dizer que nunca deixamos de apoiar a
Lava-Jato, seja de Curitiba, do Rio de Janeiro ou de São
Paulo. Pelo contrário. Mandamos procuradores,
servidores e recursos. Da nossa parte, nunca houve
nenhum interesse em reduzir o combate à corrupção. O
que queremos agora é organizar e institucionalizar as
forças-tarefa para que atuem com rigor formal
constitucional e para que não soframos mais certas
crises que ocorreram ultimamente, crises essas nunca
provocadas pelo procurador-geral da República, embora
colocadas no colo dele, sem corresponder à verdade.
Precisamos apenas estabelecer a cultura da unidade
institucional para que todos possam atuar com o mesmo
objetivo. A Lava-Jato não pode ter dono.
Estamos falando da maior e mais bem-sucedida
operação de combate à corrupção da história.
Durante a crise com os procuradores de Curitiba, alguns
senadores do Nordeste me perguntaram: “Doutor, por
que não tem Lava-Jato no Nordeste?”. Olha, a resposta
é muito simples: Curitiba concentrou 1 petabyte de
dados que, se fossem compartilhados, teria Lava-Jato
em todo o Brasil, porque essas informações nunca
foram enviadas a estados como Ceará, Bahia
Pernambuco… Precisamos preservar a unidade da
instituição para que os nossos bancos de dados sirvam
para todo o Brasil e estejam disponíveis para todos os
membros da instituição. Isso é fundamental para que a
Lava-Jato não fique apenas em Curitiba, São Paulo e no
Rio de Janeiro, mas que se estenda para todo o Brasil,
como sempre defendi.123
Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Veja/Nacional - Entrevista
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF
Apesar de dezenas de políticos com direito a foro terem
sido investigados nos últimos anos, apenas um foi
condenado e preso até hoje. Por que a Justiça parece
que sempre perde para a impunidade?
O grande problema é que ainda vivemos uma transição
e estamos em busca de um aprimoramento
constitucional. Temos, por exemplo, a discussão da
prerrogativa de foro, carente de uma solução adequada.
Enquanto não houver segurança jurídica para sabermos
quem vai ser julgado por quem, permanecerá um grau
de impunidade. Eu defendo a tese de que, se o crime
for cometido durante o exercício funcional, prevalecerá
a competência por prerrogativa de função, porque o
Supremo tem solução para julgar as autoridades. Hoje,
temos uma situação que vai desde o caso do senador
Flávio Bolsonaro, em que se discute cada hora um foro,
até outros tantos, como o da deputada Flordelis, que
está envolvida num evento como a morte do marido.
Isso tudo vai atrasando o processo de julgamento de
certas autoridades até gerar esse sentimento de
impunidade.
O senhor pediu a instauração de um inquérito para
apurar a suposta interferência do presidente Bolsonaro
na Polícia Federal, a partir de denúncias feitas pelo ex-
ministro Moro, que também passou a ser investigado
por denunciação caluniosa. Há elementos que
corroboram essa suspeita sobre o ex-juiz da Lava-Jato?
Eu requeri esse inquérito exatamente pela gravidade
dos fatos, mas sempre deixei claro que eu não admitiria
que aquilo virasse palanque político de nenhuma
natureza, porque os dois agentes públicos envolvidos à
época são candidatos, um é o presidente da República
e o outro é candidato à Presidência da República. Em
relação ao ex-ministro Sergio Moro, é importante que se
diga que ofensas contra a honra dos presidentes dos
três poderes são crimes cometidos que se processam
independentemente de provocação das vítimas e se
qualificam como crimes de segurança nacional.
O senhor também pediu a abertura de um inquérito para
apurar supostos atos antidemocráticos. A democracia
brasileira corre algum tipo de risco?
Nunca me ocorreu na vida que, depois de quarenta
anos de carreira jurídica, um dia eu iria invocar a Lei de
Segurança Nacional. Mas a verdade é que surgiram
atos antidemocráticos que de alguma forma desafiavam
a LSN, e eu não titubeei em requerer a instauração
desse inquérito. As investigações estão em curso, e o
que eu acho muito importante nesse momento é
verificar que os atos contra as instituições praticamente
cessaram. A nossa atuação mitigou aquela incitação
que vinha crescendo, pondo em risco a nossa
democracia.
O fato de o presidente da República ter mostrado apoio
a algumas dessas manifestações revela o quê?
Tivemos aquele episódio da presença do presidente da
República no quartel e enfrentamos a discussão. O
problema são as circunstâncias. Para nós, preservar a
liberdade de expressão de qualquer cidadão e do
presidente da República, como cidadão e como
autoridade, também tem o mesmo valor.
Como o senhor definiria a sua relação com o presidente
Bolsonaro?
Respeitosa. O presidente me trata com respeito, e eu o
trato com respeito. Nós só nos conhecemos há um ano
e seis meses, mas sempre fui muito franco, direto, nas
minhas opiniões nas poucas vezes em que
conversamos. O presidente Bolsonaro nunca tentou
interferir em nenhuma de nossas ações.
O governador Wilson Witzel, inimigo declarado do
presidente, foi afastado do cargo a pedido da PGR. Ele
se diz vítima de perseguição política.
Eu tenho 33 anos de carreira no Ministério Público.
Nunca ninguém me acusou de perseguição. De minha
parte, eu nunca participei das investigações, porque
descentralizo todas as atividades. O governador do Rio
não conseguiu até hoje dizer que ele não participou de
nada do que foi acusado.
124
Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Veja/Nacional - Entrevista
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral
fechou um acordo de delação premiada com a Polícia
Federal em que citou ministros do Superior Tribunal de
Justiça. Por que o senhor pediu o arquivamento das
acusações sem antes iniciar uma apuração dos fatos?
A delação do Sérgio Cabral foi objeto de escrutínio
profundo da força-tarefa da Lava-Jato do Rio de
Janeiro, que se recusou a aceitar o acordo de
colaboração. As informações, no que toca às ditas
autoridades, eram todas de ouvir dizer. A delação é um
instrumento muito importante, porque não basta um
indivíduo fazer como o Antonio Palocci, que a Polícia
Federal reconheceu que ele usou informações da mídia
para fazer um acordo.
O senhor tem analisado outras delações premiadas?
Estamos analisando a tentativa do ex-deputado
Eduardo Cunha (ex-presidente da Câmara) de realizar
um acordo de delação. Ele apresentou 152 anexos. Mas
os primeiros 92 não tinham nenhum valor nem nada de
novo. Mas, agora, seus advogados estão trazendo
sessenta novos anexos. Talvez tenhamos elementos
para uma colaboração.
O presidente Bolsonaro disse que se surgisse uma
terceira vaga no Supremo poderia indicar o seu nome.
O senhor é candidato ao cargo?Olha, eu sou candidato
a fazer um segundo ano muito mais eficiente, de maior
combate à corrupção, de contribuir para o Brasil sair da
Covid-19 com a economia melhor. Sou candidato a
fazer um segundo ano de gestão melhor que o primeiro.
Essa é minha pretensão. Acho que chegar ao último
nível da nossa carreira é uma grande honra profissional.
Este é o cargo que pode contribuir para manter o Brasil
equilibrado.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
125
Comunicado: TCE prorroga por mais 45 dias a entrega das contas de
gestão anuais
Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Nordeste Online/Ceará - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - Conciliação
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Autor: Redação
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) prorrogou por
mais 45 dias a entrega das contas de gestão anuais. Os
administradores e demais responsáveis estaduais e
municipais terão até o dia 12 de novembro deste ano
para a entrega. A nova data limite foi estabelecida pela
Corte. Não serão aplicadas aos gestores e aos
responsáveis pela Administração Pública Estadual e
Municipal as restrições e sanções previstas na
regulamentação vigente do Tribunal como consequência
do descumprimento dos prazos ordinariamente fixados -
e que foram prorrogados. O documento foi publicado
ontem no Diário Oficial Eletrônico do órgão.
Especialização
O prazo de vigência da resolução, que redefiniu a
competência nas comarcas do Estado que têm entre
duas e cinco unidades judiciárias, foi alterado para 20
de dezembro de 2020. A prorrogação, aprovada no
Pleno do Tribunal de Justiça do Ceará, ocorreu após
diálogo com a Associação Cearense de Magistrados e
órgãos do sistema de Justiça, e teve o objetivo de
buscar uma melhor equalização das mudanças, sem
comprometer a prestação jurisdicional. Com isso, a
redistribuição de processos, anteriormente prevista para
ocorrer de forma escalonada a partir de meados de
novembro, agora coincidirá com o início do recesso
forense.
Objetivos
A intenção é não comprometer a participação do
Judiciário cearense em eventos importantes, como a
Semana Nacional da Conciliação e Semana da Justiça
pela Paz em Casa. "A medida também evita prejuízo à
pauta de audiências agendadas para o segundo
semestre deste ano", explicou o presidente do TJCE,
desembargador Washington Araújo, durante a sessão
virtual do Pleno. Outro dispositivo acrescentado ao
documento prevê que a presidência do TJCE poderá
estabelecer, por ato próprio, os procedimentos
administrativos necessários para o efetivo cumprimento
da resolução.
Agenda
A imunização de rotina e campanha contra o sarampo
estará disponível no Posto de Saúde Paulo Marcelo
(Regional Centro) neste sábado (26) e domingo (27). A
unidade estará aberta, das 8h às 17h, para atender a
população. A vacinação é uma das medidas mais
importantes para prevenção de doenças. Ela estimula o
corpo a se defender de vírus e bactérias que provocam
vários tipos de problemas graves.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Conciliação
126
Termina hoje o prazo para registro de candidaturas nas Eleições 2020
Conselho Nacional de Justiça - CNJR7 Notícias/Nacional - Noticiassábado, 26 de setembro de 2020
Judiciário - PJE
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Autor: Do R7
Termina neste sábado (26) o prazo para o registro
formal dos candidatos aos cargos de prefeito, vice-
prefeito e vereador nas Eleições 2020. Segundo o
presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro
Luís Roberto Barroso, a Justiça Eleitoral deve receber
630 mil pedidos de registro de candidatura em todo o
país. O número se refere aos indicados em ata pelos
partidos.
Até quinta-feira (24), 280 mil já tinham concluído todas
as etapas iniciais do registro e constavam no
DivulgaCandContas (sistema que controla os registros).
Leia mais: 'Boca a boca nas eleições será pelas redes
sociais', diz especialista
Para Barroso, os números indicam que 'a pandemia não
arrefeceu o ânimo de participação dos candidatos' e da
sociedade, uma vez que houve aumento no número de
mesários voluntários em relação às eleições de 2016.
Segundo ele, isso 'demonstra o desejo de participação
democrática da população, mesmo com os cuidados
que se impõem'.
Envio de documentos
Também já está disponível um novo sistema de
peticionamento avulso que permite ao candidato enviar
documentos em falta. O pedido de registro ocorre
totalmente de forma online pelo sistema CANDex, no
qual o partido apresenta a lista de candidatos e a
documentação exigida.
Quando o pedido estava em análise porque faltava
algum documento e o candidato não tinha advogado
para enviá-lo por meio do PJe (Processo Judicial
Eletrônico), antes ele precisava comparecer ao cartório
para levar a documentação complementar. Agora, o
próprio candidato pode enviar documentos pelo PJe,
sem necessidade de certificação digital.
Segundo o presidente do TSE, a medida 'simplifica a
vida de todos, além de aumentar a segurança' durante a
pandemia do novo coronavírus.
Leia ainda: Direitos políticos de mulheres: Brasil é o 9º
entre 11 países, diz ONU
Para evitar o congestionamento dos sistemas, o TSE
pediu aos partidos e candidatos que não deixem para
enviar o pedido de registro na última hora. A partir deste
domingo (27), já está liberada a realização de
campanha eleitoral.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - PJE
127
Fim de prazo - TSE espera receber 630 mil pedidos de registro de
candidatura até este sábado (25)
Conselho Nacional de Justiça - CNJAmazonas Notícias/Amazonas - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - PJE
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A Justiça Eleitoral espera receber cerca de 630 mil
pedidos de registro de candidatura para as Eleições
Municipais deste ano. A expectativa leve em conta os
candidatos indicados em ata pelos partidos, dos quais
280 mil já concluíram todas as etapas iniciais do
registro.
Vale lembrar que o prazo para que os partidos e as
coligações registrem os candidatos aos cargos de
prefeito e vereador termina neste sábado (26). A
documentação pode ser entregue via internet até as 8h
ou presencialmente ao respectivo juiz eleitoral até as
19h.
'Eleições 2020 terão modificações tecnológicas na
infraestrutura de totalização dos resultados', afirma
secretário de Tecnologia da Informação do TSE
Já está no ar um novo sistema de peticionamento
avulso, que permite ao candidato enviar documentos em
falta por meio do Processo Judicial Eletrônico (PJe).
Antes, ele precisava entregar a documentação pendente
pessoalmente. Ao final de uma sessão de julgamento
nesta quinta-feira (24), o presidente do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, pediu
que os partidos e candidatos não deixem para enviar os
pedidos de registro na última hora, sob o risco de
congestionar os sistemas. Fonte: Brasil 61.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - PJE
128
Como prefeitura e empresas de ônibus negociaram acordo que dará passe
livre temporário a pessoas de baixa renda
Conselho Nacional de Justiça - CNJGaúcha ZH/Rio Grande do Sul - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - Conciliação
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Autor: Bruna Vargas
continuar lendo
O clima entre prefeitura e empresas de ônibus era árido
quando, há cerca de quatro meses, o desembargador
Ney Wiedemann Neto foi atrás do procurador-geral do
município, Carlos Eduardo Silveira. Relatou que, diante
da queda abrupta de passageiros imposta pela
pandemia de coronavírus, as empresas de ônibus
pretendiam buscar reparação financeira acionando o
poder público por via judicial. Além disso,
argumentavam que os prejuízos colocariam o serviço
em xeque: caso se agravassem, poderiam comprometer
o funcionamento do sistema, tirando os ônibus de
circulação.
A sugestão do desembargador era tentar uma
negociação até então inédita para resolver o conflito
antes que ação fosse ajuizada. Ele sugeriu que
prefeitura e empresas participassem de um processo de
mediação no Centro Judiciário de Solução de Conflitos
e Cidadania (Cejusc), muito atuante na esfera civil e
especialmente efetivo na resolução de conflitos
familiares - em razão da pandemia, o escopo dos
atendimentos foi ampliado para atender a empresas e
instituições públicas de forma virtual. Caso fosse bem
sucedido, o acordo poderia trazer uma solução mais
rápida e menos custosa para o impasse entre o
Executivo e os transportadores, além de evitar a
suspensão do serviço.
Poucas semanas depois, uma sala de videoconferência
reunia mais de 30 pessoas, entre técnicos da Empresa
Pública de Transporte e Circulação, procuradores do
município, advogados e representantes das empresas
de ônibus, além do prefeito Nelson Marchezan. Era o
início de uma jornada que só chegaria ao fim na quinta-
feira passada, depois de quase quatro meses de
negociações.
- Foi um trabalho bem puxado porque é um assunto
complexo, delicado. E as reuniões não foram amistosas
- conta o secretário extraordinário de Mobilidade
Urbana, Rodrigo Tortoriello.
Já nas primeiras conversas, os empresários tocaram em
um ponto especialmente caro à gestão de Nelson
Marchezan. Em meio à crise financeira agravada
durante a pandemia, reivindicavam R$ 66 milhões para
cobrir as perdas relativas ao período de distanciamento
social. A proposta perturbou o chefe do executivo, que
vetou à equipe envolvida nas negociações a
possibilidade de o poder público liberar recursos às
empresas sem receber nada em troca - nos bastidores,
a avaliação do prefeito era de que os problemas do
sistema desqualificavam as reivindicações dos
empresários.
A questão financeira mostrou-se o principal impasse
entre as partes ao longo das negociações. Enquanto a
Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP)
não admitia reduzir o valor da indenização, a prefeitura
129
Conselho Nacional de Justiça - CNJGaúcha ZH/Rio Grande do Sul - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - Conciliação
se recusava a liberar qualquer recurso sem
contrapartidas. Por diversas vezes, os ânimos se
exaltaram e, em pelo menos cinco oportunidades, o
Executivo ameaçou desistir do acordo.
Os custos financeiros e sociais de judicializar a questão,
pontos destacados pela coordenadora do Cejusc Porto
Alegre, Dulce Ana Gomes Oppitz, que acompanhou o
caso junto com duas mediadoras, forçaram os dois
lados a buscarem um meio termo. Além das 16 sessões
virtuais de conciliação, pelo menos mais de uma dúzia
de encontros - parte deles presenciais - serviram para
discutir exaustivamente cada ponto da negociação.
A resolução começou a se desenhar há cerca de três
semanas, quando os principais pontos do acordo foram
estruturados em um documento e revisados em uma
reunião no gabinete do prefeito, da qual participaram,
além do chefe do Executivo, representantes da
prefeitura e da ATP. O acordo foi assinado na quinta-
feira (24), encerrando quase quatro meses de tratativas.
Oportunidade de mudança
Ao longo das tratativas, a prefeitura inverteu o jogo.
Inicialmente acionada para liberar recursos às
empresas, impôs uma série de medidas a serem
adotadas para qualificar o serviço, como a ampliação
dos pontos de venda de créditos e a concessão de
descontos tarifários fora do horário de pico - o reajuste
de 2020 foi descartado. Também conseguiu convencer
os transportadores a abrirem mão de R$ 27 milhões
referentes à remuneração do capital investido, ao lucro
das empresas e à depreciação do sistema no período.
Por outro lado, o poder público aceitou mudar a forma
de remuneração do serviço até o fim do ano. Em vez de
receber por passageiro transportado, as empresas
serão remuneradas por quilômetro rodado, e o
Executivo se comprometeu a complementar eventuais
diferenças entre custo e arrecadação. Para reduzir os
prejuízos, as empresas também não precisarão mais
contratar ou repor cobradores para cumprir a
obrigatoriedade da tripulação mínima. Este dispositivo
vale por um ano a partir da assinatura do acordo.
- Quando a gente entra numa mesa, tem a consciência
de que algumas coisas vai ter que ceder. Não foi um
acordo dos sonhos, mas foi o possível no atual
momento econômico e social. Mas a gente queria que o
custeio por quilômetro perdurasse por mais tempo. A
gente vai brigar por isso - disse Antonio Augusto
Lovatto, engenheiro da ATP que participou das
tratativas.
Nos próximos meses, será realizado, ainda, um amplo
estudo sobre o sistema, com o objetivo de embasar
mudanças futuras na forma de contratação e avaliação
do serviço.
Primeiro desse tipo no Rio Grande do Sul, o acordo foi
considerado 'histórico' pelo Tribunal de Justiça do
Estado. Para a coordenadora do Cejusc, Dulce Ana
Gomes Opptiz, a conciliação amplia o
comprometimento dos envolvidos no cumprimento dos
pontos pactuados, e tende a ser mais efetivo do que os
processos judiciais.
- A gente foi perseverante porque, sem uma
composição, poderia ter a interrupção do serviço e um
reflexo social que não podíamos mensurar. Foi
gratificante, pelo resultado e pela amplitude desse
acordo - diz.
Os detalhes do acordo
Até o final de 2020, as empresas precisarão oferecer
150 pontos de venda e recarga do cartão TRI.
Os recursos repassados pela prefeitura serão
revertidos, durante seis meses, em créditos para
pessoas inscritas no Cadastro Único do governo federal.
Os cartões só poderão ser utilizados fora do horário de
pico.
As empresas se comprometeram a não reajustar a tarifa
em 2020 e a ofertar descontos tarifários fora do horário
de pico.
As concessionárias também não precisam mais130
Conselho Nacional de Justiça - CNJGaúcha ZH/Rio Grande do Sul - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - Conciliação
contratar ou repor cobradores para cumprir a
obrigatoriedade da tripulação mínima. Este dispositivo
vale por um ano a partir da assinatura do acordo
*Colaborou Bibiana Dihl
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Conciliação
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Eleições 2020: Rio Grande do Norte tem mais de 6 mil registros de
candidaturas
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sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - PJE
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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
ministro Luís Roberto Barroso, informou nessa quinta-
feira (24) que a Justiça Eleitoral deve receber 630 mil
pedidos de registro de candidatura em todo o país. O
número se refere aos candidatos indicados em ata pelos
partidos, dos quais 280 mil já concluíram todas as
etapas iniciais do registro e constam do
DivulgaCandContas (sistema que controla os registros).
No Rio Grande do Norte, em consulta realizada pelo
portal Nominuto.com às 8h24min desta sexta-feira (24),
foram registrados 347 pedidos de candidaturas a
Prefeito e vice, além de 5.381 pedidos para
candidaturas a vereador, totalizando em 6.075 registros.
Em todo o País, foram 12.336 pedidos de candidaturas
a Prefeito; 12.345 a vice; e 299.562 pedidos de
candidaturas a vereador. Todos os pedidos ainda
aguardam o julgamento da Justiça Eleitoral.
O prazo para concorrer aos cargos de prefeito e
vereador nas Eleições 2020 termina neste sábado, dia
26 de setembro. O ministro Barroso informou ainda que
já está disponível um novo sistema de peticionamento
avulso que permite ao candidato enviar documentos
faltantes. O pedido de registro já ocorre totalmente de
forma on-line pelo sistema CANDex, no qual o partido
apresenta a lista de candidatos e a documentação
exigida.
No entanto, quando o pedido caía em diligência, ou
seja, se estivesse faltando algum documento e o
candidato não tivesse advogado para enviá-lo por meio
do Processo Judicial Eletrônico (PJe), ele precisava
comparecer ao cartório para levar a documentação
complementar. A partir de agora, o próprio candidato
poderá enviar a documentação pelo PJe, sem
necessidade de certificação digital.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - PJE
132
A importância da arbitragem e da mediação de conflitos para o pós-
pandemia
Conselho Nacional de Justiça - CNJJota/Nacional - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - Conciliação
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Autor: Clara Cerioni
A pandemia da Covid-19 tem o potencial de aumentar
expressivamente as demandas judiciais que chegarão
aos tribunais do país. Esse cenário preocupa os
operadores do Direito brasileiro, que já enfrentam uma
litigiosidade endêmica no país.
A saída para este problema que se avizinha pode estar
na ampliação do uso de procedimentos extrajudiciais,
com arbitragem, mediação e conciliação, na hora da
resolução dos conflitos
Esse diagnóstico foi sedimentado em webinar realizado
nesta sexta-feira (25/9) pelo JOTA e a Paper
Excellence, que contou com a participação do ministro
Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), do
ministro Luís Felipe Salomão, do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), e da professora, advogada e conselheira
da Câmara Ciesp/Fiesp Selma Lemes. O tema tratado
foi ''Arbitragem e Judiciário - Um balanço dos 25 anos
de convivência'.
Para o ministro Gilmar Mendes, no pós-pandemia, o
Poder Judiciário enfrentará, entre outras questões, a
recuperação das empresas e problemas relacionados
ao não cumprimento de obrigações assumidas. Ainda
não se sabe, disse o magistrado, qual será o impacto
judicial dessas demandas.
'Certamente, boa parte das soluções estará associada
ao modelo mais flexível de soluções de controvérsia.
Nesse sentido, vem um apelo para arbitragem,
mediação e conciliação', afirmou Mendes,
acrescentando que no retorno à normalidade é
importante dar continuidade ao trabalho de arbitragem
para reduzir 'o tempo para a solução definitiva das
demandas'.
O magistrado citou como exemplo que o próprio
Supremo Tribunal Federal, na gestão do ex-presidente
Dias Toffoli, instituiu o Centro de Mediação e
Conciliação, com o objetivo de buscar soluções
consensuais nos processos em andamento na Corte.
'É preciso fazer um esforço no Brasil para que as
soluções sejam de fato definitivas. E que a gente tenha
de pano de fundo o caso, que tem sido pouco
verbalizado, sobre a solução acordada dos passivos
ligados ao sistema bancário, que inicialmente nós não
sabíamos como seria resolvido. Acabou-se encontrando
uma solução mediada, de acordo, que pacificou em
grande estilo a temática'.
O ministro do STJ Luís Felipe Salomão também
demonstrou preocupação com o volume de demandas
no sistema Judiciário no pós-pandemia. Para o
magistrado, é preciso que se estimulem os debates
acerca das 'maneiras para achatar e diminuir essa curva
de crescimento, com soluções extrajudiciais'.
Salomão, contudo, levantou um questionamento anterior
à pandemia da Covid-19, que diz respeito às ações
133
Conselho Nacional de Justiça - CNJJota/Nacional - Noticias
sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - Conciliação
anulatórias ingressadas no Judiciário que questionam
resoluções definidas por arbitragem.
'Isso precisa ser medido, estudado, e adequadamente
enfrentado por parte do Judiciário', disse o ministro.
24 anos de Lei da Arbitragem
Selma Lemes, advogada, professora de arbitragem e
conselheira da Câmara Fiesp/Ciesp, começou
lembrando que a Lei da Arbitragem, quando surgiu em
1996, trouxe conceitos inovadores e princípios jurídicos.
Esses entendimentos sedimentaram com segurança o
uso dessa modalidade para a resolução de conflitos. Foi
responsável também por 'erigir o Brasil a um status
internacional impensável antes da legislação'.
Para Lemes, a aplicação da lei, na perspectiva do
âmbito privado, pode ser dividida em três fases: 'a
primeira foi a de conscientização, de transmitir o que era
novo, no que consistiam aqueles conceitos e como
aplicá-los. Foi todo um trabalho de esclarecimento',
afirmou.
Em seguida, continuou Lemes, houve o
desenvolvimento da arbitragem efetivamente. 'Foi
quando a sociedade, principalmente a parte
empresarial, entendeu sua importância'. Em 2015, com
a reforma na legislação, foi possível inserir
esclarecimentos formados pela jurisprudência brasileira.
'Agora, chegamos na época atual, que é um grande
desafio: conseguir manter o avanço que já foi
conquistado até agora, aperfeiçoar o uso do recurso e
garantir que o Judiciário fique do nosso lado', concluiu.
No entendimento de Salomão, do STJ, neste período de
24 anos o que se observou foi uma 'explosão' e uma
'conscientização' sobre o uso do instrumento de
arbitragem. 'Foi um momento único para os juristas
brasileiros com esse câmbio de mentalidade,
institucionalizando essas soluções', disse.
Segundo o magistrado, seu entendimento é o de que a
'arbitragem não cresce às custa do mau funcionamento
do Judiciário. Ao contrário, nós apoiamos a arbitragem
e as soluções extrajudiciais porque elas são avanços da
civilização e auxiliam a Justiça'.
Mendes, do STF, desenhou um cenário sobre a
litigiosidade do sistema Judiciário para a defender o
desenvolvimento das soluções extrajudiciais nos
conflitos. 'O Brasil é judicial-dependente. São, em
média, 100 milhões de processos em tramitação
atualmente. Precisamos recomeçar com as iniciativas
de modernização', afirmou.
Os debatedores concordaram que é possível expandir a
utilização do formato de arbitragem e conciliação para
diversas áreas, como por exemplo, na Justiça do
Trabalho e em questões envolvendo conflitos tributários.
Lemes é co-autora do Projeto de Lei 4.468/2020, que
institui a Arbitragem Especial Tributária. O texto foi
apresentado pela senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), no
início de setembro. Em suma, o PL define que a
arbitragem especial tributária pode ser usado para
resolver conflitos que não envolvam crédito tributário
constituído.
'O projeto tem especificidades interessantes, traz, por
exemplo, a figura do árbitro desempatador. É um
recurso dentro da arbitragem. É algo simples, mas que
pode representar um avanço muito grande para o Brasil
e para as empresas', disse Lemes.
Clara Cerioni - Repórter em São Paulo. Cobre temas
relacionados à política e ao Judiciário, além de ser
uma das responsáveis pelos conteúdos do JOTA
Discute. Antes, foi repórter de macroeconomia na
Exame. Email: [email protected]
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