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Corona 26092020

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Índice Knewin Monitoring

10

Folha de S. Paulo | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - CNJ, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtualMercado - 26/09/2020

1111

Judiciário - Judiciário, Judiciário - STF, CNJ - Luiz Fux /

Celso antecipa aposentadoria em três semanas e deixa STF em 13 de outubroPoder - 26/09/2020

14

O Estado de S. Paulo | NacionalCNJ - Luiz Fux /

DIRETO DA FONTE - SONIA RACYDireto da Fonte - 26/09/2020

16

CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - CNJ, Judiciário - Judiciário /

TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaEconomia - 26/09/2020

17

Judiciário - STF, CNJ - Luiz Fux /

'Atropelo de Marco Aurélio em voto incomodou FuxPolítica - 26/09/2020

18

O Globo | NacionalJudiciário - STF, CNJ - Luiz Fux, CNJ - Rosa Weber /

CORRIDA PARA A INDICAÇÃOPaís - 26/09/2020

21

Judiciário - STF, CNJ - Luiz Fux /

MERVAL PEREIRA - Fux consequencialistaOpinião - 26/09/2020

2323

Revista Época | NacionalJudiciário - STF, CNJ - Rosa Weber /

CRISE NO NINHO BOLSONARISTA - SANTA (E CONFUSA) CATARINANoticias - 25/09/2020

28

Revista Isto é | NacionalJudiciário - STF, CNJ - Luiz Fux /

COLUNA BRASIL CONFIDENCIALBrasil Confidencial - 25/09/2020

31

Judiciário - STF, CNJ - Luiz Fux /

PODERES - Descaso marca a volta ao trabalhoBrasil - 25/09/2020

34

Agora São Paulo | São PauloCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU determina protocolo para perícia virtualGrana - 26/09/2020

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35

Tribuna da Bahia | BahiaCNJ - Presidente do CNJ /

Sem auxílioRaio Laser - 25/09/2020

36

A Crítica | Mato Grosso do SulCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020

38

A Gazeta Online ES | Espírito SantoCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtualNoticias - 25/09/2020

3939

CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

Cinco peritos convocados no ES ainda não retornaram ao trabalho presencialNoticias - 25/09/2020

41

A Tarde Online | BahiaCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Presidente do CNJ /

Judiciário vai ter reserva de vagas de estágio para negrosNoticias - 25/09/2020

42

Correio 24 Horas Online | BahiaCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020

44

Correio Braziliense Online | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Presidente do CNJ /

CNJ garante 30% da vagas de estágio para negros no judiciárioNoticias - 25/09/2020

46

CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU dá cinco dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020

48

Correio do Povo | Rio Grande do SulCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020

50

Diário de Pernambuco | PernambucoCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

INSS deve ter protocolo para perícia onlineEconomia - 26/09/2020

Diário do Nordeste Online | CearáCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

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51Ministro do TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtualNoticias - 26/09/2020

52

Extra online | Rio de JaneiroCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Tribunal de Contas da União quer perícias por telemedicina no INSSEconomia - 26/09/2020

53

Folha de Londrina Online | ParanáCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtualNoticias - 25/09/2020

5454

G1.Globo | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Mais de 60 presos são soltos no TO por causa dos riscos de contaminação da Covid-19Tocantins - 25/09/2020

5656

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

TCU dá ao INSS prazo de 5 dias para elaborar protocolo que permita perícias portelemedicinaEconomia - 25/09/2020

5757

Gazeta Digital | Mato GrossoCNJ - Candice Lavocat Galvão Jobim /

CNJ manda TJ se explicar em 48h sobre emenda regimental que implantou a reeleiçãoNoticias - 25/09/2020

58

Gazeta do Povo | ParanáCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020

5959

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Governo apressa indicação do substituto de Celso de Mello. Saiba quem são os favoritosNoticias - 26/09/2020

62

Metrópoles | Distrito FederalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

TJPR decide na segunda se afasta juíza que citou raça ao condenar negroNoticias - 25/09/2020

63

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Corregedoria mandar priorizar ação contra ex-secretário de Saúde do DFNoticias - 25/09/2020

65

O Antagonista | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

TCU manda INSS fazer protocolo de perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020

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66

O Estado de S. Paulo - Blogs | NacionalCNJ - Presidente do CNJ /

Fux está definindo mediações online nos tribunaisDireto da Fonte - 26/09/2020

68

O Liberal online - Americana (SP) | São PauloCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina - O LiberalNoticias - 26/09/2020

70

O Povo Online | CearáCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020

72

R7 Notícias | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

Tribunal de Contas dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaEconomia - 25/09/2020

7474

Terra | NacionalCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU dá cinco dias a INSS para elaborar protocolo de realização de perícia por telemedicinaCoronavírus - 25/09/2020

76

Tribuna do Norte | Rio Grande do NorteCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020

7878

UOL | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça /

Em dez anos, nenhum juiz foi punido por racismo em processos abertos no CNJNoticias - 25/09/2020

81

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

CNJ foi morar no Mundo da Lua, onde não há tetoNoticias - 25/09/2020

82

CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaeconomia - 25/09/2020

84

Bem Paraná Online | ParanáCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020

Consultor Jurídico | Nacional

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8686

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Atuação do Órgão Especial do TJ-SP em caso de advogado preso será julgada no CNJNoticias - 25/09/2020

8787

CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Presidente do CNJ /

PL facilita acesso de camadas pobres à Justiça e mitiga abusos de grandes litigantesNoticias - 25/09/2020

89

Diário do Grande ABC ONLINE | São PauloCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020

91

Estado de Minas online | Minas GeraisCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020

93

Folha de Pernambuco | PernambucoCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtualNoticias - 25/09/2020

94

Gaúcha ZH | Rio Grande do SulCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 25/09/2020

96

MídiaMax | Mato Grosso do SulCNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicinaNoticias - 26/09/2020

9898

O Sul | Rio Grande do SulCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

O ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo é acionado no Conselho Nacional deJustiça por furar a quarentenaNoticias - 25/09/2020

99

Folha de S. Paulo - Blogs | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Acusado de chicanas diz que corregedoria não censura advogadosNoticias - 25/09/2020

101101

Globo (DF) | Distrito FederalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

SERÁ ADOTADO PROTOCOLO PARA USO DE TELEMEDICINA NAS PERÍCIAS DOINSSNoticias - 25/09/2020

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102102

Globo (SP) | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

O INSS e o Ministério da Economia têm 5 dias para elaborar protocolo de perícia on lineJornal Nacional - 25/09/2020

103103

RÁDIO JUSTIÇA | Distrito FederalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Ouvidoria do CNJ, Judiciário - Judiciário /

Em 10 anos de atividades, CNJ acompanha os avanços tecnológicos com objetivo de aprimoraro atendimento do JudiciárioNoticias - 25/09/2020

104

Folha de S. Paulo | NacionalJudiciário - STF /

PAINELPoder - 26/09/2020

106

Judiciário - Judiciário /

Folha cumpre decisão judicial e publica sentençaMercado - 26/09/2020

110

Judiciário - STF /

Alas negras de partidos pedem que STF barre 'troca de cor de candidatosPoder - 26/09/2020

113

Judiciário - STF /

MÔNICA BERGAMOIlustrada - 26/09/2020

115

Folha de São Paulo - Impresso Flip Pressreader | NacionalJudiciário - Judiciário /

Promoção beneficiará 162 mil no ExecutivoNoticias - 26/09/2020

117

O Estado de S. Paulo | NacionalJudiciário - STF /

Celso de Mello antecipa saída e deflagra sucessão no STFCapa - 26/09/2020

118

Judiciário - STF /

Decano antecipa saída e acelera sucessão no STFPolítica - 26/09/2020

120

Revista Época | NacionalJudiciário - Judiciário, Judiciário - STF /

G.A - O JUDICIÁRIO EM SUSPENSEColunistas - 25/09/2020

122

Revista Veja | NacionalJudiciário - STF /

ENTREVISTA - AUGUSTO ARAS: A BUSCA DO EQUILÍBRIO

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Entrevista - 25/09/2020

126126

Diário do Nordeste Online | CearáJudiciário - Conciliação /

Comunicado: TCE prorroga por mais 45 dias a entrega das contas de gestão anuaisNoticias - 25/09/2020

127

R7 Notícias | NacionalJudiciário - PJE /

Termina hoje o prazo para registro de candidaturas nas Eleições 2020Noticias - 26/09/2020

128128

Amazonas Notícias | AmazonasJudiciário - PJE /

Fim de prazo - TSE espera receber 630 mil pedidos de registro de candidatura até este sábado(25)Noticias - 25/09/2020

129129

Gaúcha ZH | Rio Grande do SulJudiciário - Conciliação /

Como prefeitura e empresas de ônibus negociaram acordo que dará passe livre temporário apessoas de baixa rendaNoticias - 25/09/2020

132132

Nominuto.com | Rio Grande do NorteJudiciário - PJE /

Eleições 2020: Rio Grande do Norte tem mais de 6 mil registros de candidaturasNoticias - 25/09/2020

133133

Jota | NacionalJudiciário - Conciliação /

A importância da arbitragem e da mediação de conflitos para o pós-pandemiaNoticias - 25/09/2020

135135

TV Justiça | Rio de JaneiroJudiciário - STF /

É válida a possibilidade de busca e apreensão de bens alienados fiduciariamenteJornal da Justiça - 25/09/2020

136136

Judiciário - STF /

Ministro Celso de Mello decidiu antecipar sua aposentadoria do STF para outubroJornal da Justiça 2ª Ediçao - 25/09/2020

137

Judiciário - STF /

STF autoriza a extradição de Carlos Wanzeler, ex-sócio da TelexfreeJornal da Justiça 2ª Ediçao - 25/09/2020

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TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtual

Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Mercado

sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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Autor: Mariana Carneiro

O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da

União, determinou que o INSS (Instituto Nacional do

Seguro Social) elabore, em até cinco dias, um protocolo

para a realização de perícias médicas virtuais, adotando

a telemedicina.

Ele atendeu a pedido feito pelos conselheiros Maria

Tereza Uille Gomes e Henrique de Almeida Ávila, do

CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que

apresentaram uma representação ao TCU contra o

INSS questionando o impacto e possíveis

irregularidades na interrupção das perícias médicas

durante a pandemia.

Os conselheiros argumentam que a telemedicina foi

autorizada por lei, em abril, e, embora abarcasse todos

os ramos da medicina, houve resistência do Conselho

Federal de Medicina e da Secretaria Especial de

Trabalho e Previdência do Ministério da Economia em

adotá-la nas perícias do INSS.

Ainda de acordo com os membros do CNJ, isso atrasou

ações judiciais de pessoas que requisitavam benefícios

previdenciários por incapacidade e de prestação

continuada.

E, mesmo após o retorno do atendimento presencial

nesta semana, cerca de 200 mil processos estão

paralisados pela ausência de perícias e outras 600 mil

requisições administrativas estão na fila.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - CNJ, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes

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Celso antecipa aposentadoria em três semanas e deixa STF em 13 de

outubro

Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder

sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - Judiciário

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Autor: Matheus Teixeira

Brasília

O ministro Celso de Mello anunciou nesta sexta-feira

(25) que irá antecipar em três semanas sua

aposentadoria do STF (Supremo Tribunal Federal).

Inicialmente, a saída do decano da corte estava prevista

para 1° de novembro, quando ele completa 75 anos e

se aposentaria compulsoriamente. Agora, ele informou

que sairá no dia 13 de outubro.

A decisão de Celso acelera a discussão do presidente

Jair Bolsonaro (sem partido) com aliados sobre quem

será o primeiro indicado do atual governo para o

Supremo.

O ministro da Secretaria-Geral de Governo, Jorge

Oliveira, é o favorito até aqui. O ministro da Justiça,

André Mendonça, também está no páreo. Líderes

evangélicos e o senador Flávio Bolsonaro

(Republicanos-RJ), filho do presidente, tentam emplacar

o juiz federal William Douglas.

Em nota, Celso negou que tenha antecipado a saída da

corte para pedir aposentadoria por invalidez devido a

problemas de saúde, o que lhe daria o direito de pedir

isenção do Imposto de Renda.

"Não, NÃO foi por invalidez!!! Foi uma simples e

voluntária aposentadoria, eis que possuo pouco mais de

52 anos de serviço público."

Celso também afirmou que o STF irá superar os

desafios a que o Brasil tem sido confrontado ao longo

da história.

Segundo o ministro, por mais tormentosos e difíceis que

sejam as previsões para o futuro, o Supremo dará

respostas à altura dos desafios na "proteção da ordem

democrática, na neutralização do abuso de poder e,

como seu mais expressivo guardião, no respeito e na

defesa indeclinável da supremacia da Constituição e

das leis".

Com a saída dele, também ganhará força a discussão

sobre quem herdará os processos sob sua relatoria,

principalmente o inquérito que apura a veracidade das

acusações do ex-ministro Sérgio Moro de que

Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal.

Geralmente, o novo integrante fica com o acervo

deixado. Em casos excepcionais em que haja interesse

pessoal direto do chefe do Executivo em algum

processo, o caso é redistribuído - foi o que ocorreu com

Alexandre de Moraes, que não herdou a

responsabilidade da Lava)ato após a morte de Teori

Zavascki porque o então presidente Michel Temer

(MDB) era investigado.

A tendência é que isso ocorra com a investigação sobre

Bolsonaro e a relatoria seja redistribuída por sorteio

11

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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder

sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - Judiciário

entre os outros ministros do STF.

Isso deve ser feito no período entre a saída do decano

da corte e a posse do substituto, intervalo que costuma

durar mais de um mês. Após a indicação, o nome ainda

tem de ser aprovado pelo Senado, o que exigirá

articulação política.

Na visão de integrantes do Planalto, dificilmente a

relatoria da investigação será repassada a um ministro

mais rigoroso que Celso.

A atuação dele no inquérito tem incomodado o governo.

A decisão de obrigar Bolsonaro a prestar depoimento

presencialmente, por exemplo, foi muito criticada por

governistas. Esse tema, inclusive, deve ser uma das

últimas decisões importantes de Celso como ministro do

Supremo.

O chefe do Executivo não tem prazo para indicar o

sucessor de Celso. Bolsonaro, porém, já iniciou

conversas com aliados para decidir o nome.

Em diversas oportunidades o presidente afirmou que

pretende escolher alguém que seja "terrivelmente

evangélico".

Integrantes da base do governo no Congresso

defendem que a indicação seja feita rapidamente e que

o Senado referende o nome do escolhido ainda em

outubro.

"Não vejo dificuldade de fazer a sabatina [em outubro].

Acho que é muito importante para o Supremo que ele

tenha todos os seus ministros indicados e trabalhando",

diz o presidente do PR senador Ciro Nogueira (PI).

A mais de um aliado, Bolsonaro disse que sua opção

para a primeira vaga seria Oliveira.

O presidente deseja na corte um aliado de primeira hora

por um longo período. O ministro tem 44 anos, e os

magistrados só são obrigados a se aposentar aos 75.

O titular da Secretaria-Geral, por sua vez, já disse a

ministros do STF e a pessoas próximas que não

gostaria de ser indicado agora. O motivo seria a falta de

preparo para assumir a cadeira que hoje pertence ao

decano da corte, respeitado entre os colegas.

A resistência é lida por integrantes do Judiciário como

uma cortina de fumaça do ministro, para despistar e

evitar ser criticado antes da hora pela indicação. Caso

Oliveira mantenha a postura refratária, Bolsonaro já

disse que pode indicar Mendonça.

Nas últimas semanas, contudo, ele tem dado sinais

trocados. Há três semanas, disse que indicaria um

evangélico. Dias depois, relatou a outro aliado que

escolherá alguém com quem "toma café" e "bebe

cerveja" e que seria aprovado facilmente pelo Senado.

Em um desses encontros, Bolsonaro ressaltou que o

nome "terrivelmente evangélico" só será escolhido em

2021, quando o ministro Marco Aurélio Mello se

aposenta.

Além de Mendonça e Oliveira, são cotados João Otávio

Noronha, ex-presidente do STJ (Superior Tribunal de

Justiça), Ives Gandra Filho, ministro do TST (Tribunal

Superior do Trabalho) e o juiz federal William Douglas.

Celso informou por telefone sua decisão ao presidente

do STF, Luiz Fux, na quinta (24). Pessoas próximas a

Fux dizem que o decano "ficou chateado" com a

decisão de Marco Aurélio de suspender o depoimento

presencial de Bolsonaro.

O presidente, porém, recorreu no período em que Celso

estava de licença, e a responsabilidade foi repassada

temporariamente a Marco Aurélio, que remeteu a

decisão ao plenário, para a sessão virtual que começa

no dia 2.

Agora, porém, Celso pode derrubar a decisão do

colega. Ele voltaria a trabalhar em 27 de setembro, mas

antecipou o retorno da licença médica para esta sexta-

feira.

Na base do governo no Senado, a expectativa é que a12

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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder

sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - Judiciário

aprovação do novo indicado possa ocorrer ainda neste

ano.

"Não existe vácuo de poder, especialmente no

Judiciário, que precisa de decisões colegiadas. O

presidente deve indicar o nome rapidamente", afirma o

vice -líder do governo no Senado, Chico Rodrigues

(DEM-RR).

Já para o senador Lasier Martins (Podemos-RS), a

partir da aposentadoria de Celso a sabatina do novo

indicado pode esbarrar em calendários eleitorais, que

vão desde as eleições municipais até a escolha do novo

presidente do Senado.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Judiciário,

Judiciário - STF, CNJ - Luiz Fux

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DIRETO DA FONTE - SONIA RACY

Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Direto da Fonte

sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Luiz Fux

Clique aqui para abrir a imagem

Tête-à-tête

Com a pandemia, Luiz Fux, presidente do CnJ e STF,

está definindo como serão as mediações online nos

tribunais. Na sua mesa está proposta de criação de

plataforma para videoconferências seguras.

Acredita-se que as mediações não podem mais ser

adiadas. Por quê? Estimam-se 80 milhões de ações

judiciais no País, com ingresso de algo como 30 milhões

de novas causas por ano.

Do outro lado, existem 4860 mediadores e 3899

conciliadores no CNJ.

Páreo

Escolhido o marqueteiro de Márcio França: trata-se de

Raul Cruz Lima. Terá tarefa facilitada: o candidato tem o

segundo maior tempo de TV, diz seu assessor jurídico

Anderson Pomini.

Fechou o tempo

Pode não ter debate do primeiro turno na Globo entre

candidatos a prefeito em SP. As campanhas de Jilmar

Tatto, Andrea Matarazzo e Guilherme Boulos são contra

o formato proposto pela emissora: a de convidar apenas

os quatro primeiro colocados.

Recuperando

Boas notícias. Segundo levantamento da PayGo -

empresa de meios de pagamentos do C6 Bank -, o

volume de transações, com cartões tanto de débito

como de crédito na segunda semana de setembro,

chegou a ser apenas.... 1,7% menor em relação à pré-

pandemia.

Nos meses mais críticos de março e abril, a queda

média foi de 60%.

Na defesa

O protocolo da CBF, aprovado pelo Ministério da Saúde,

para a volta de até 30% dos torcedores do time

mandante do jogo, estabelece que ingressos serão

vendidos de forma virtual e não pela cabine dos

estádios.

Sócio torcedor terá prioridade na aquisição de entradas.

Na espera

A Pinacoteca antecipa curiosidades sobre a exposição

indígena que entra em cartaz quando o museu reabrir:

Véxoa: Nós sabemos. No @pina.

No Online

Ficou pronta a biblioteca Padre Charbonneau, do

Colégio Santa Cruz.

A escola programa eventos virtuais como conversa com

o escritor Alberto Manguel, ex -Biblioteca Nacional da

Argentina e membro da Academia Argentina de Letras.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Direto da Fonte

sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Luiz Fux

POLAROID

Só recentemente é que Adriane Galisteu conseguiu

administrar sua ansiedade na quarentena. "Comecei

fazer lives diárias e faxina depois do almoço. Mais muita

malhação na parte da tarde. Não é faxininha, não. É

faxinão, de fazer bolha na mão, ralar o joelho, mas tudo

isso acabou me fazendo . muito bem". A atriz e

apresentadora lançou o podcast Fala Galisteu. Ela

afirma ser necessário ver o lado bom: "Fiquei direto com

minha família e redescobri muitas coisas boas".

Silvia Camargo vendeu os dois restaurantes que

administrava antes da pandemia e mergulhou em um

velho sonho: levar sua pequena Galeria Garimpo - loja

cheia de brasilidades garimpadas - para uma casa

charmosa nos Jardins. "Nem toda essa loucura de vírus

vai me fazer desistir de ajudar a arte regional a ter o

status que merece. Com toda essa tristeza e mudança

de hábitos, é hora de valorizar o "feito à mão"

NA FRENTE

Começa, dia 29, o curso online O Mergulho no

Feminino, promovido pela Téa, de Isabella Pinheiro.

Imaginarium e Warner Bros se unem em uma collab

inspirada na Mulher-Maravilha. Os produtos estarão

disponíveis a partir do dia 28.

O pai do cantor Vitão, namorado da Luísa Sonza, é

cabeleireiro no salão de Wanderley Nunes, no Shopping

Iguatemi. Vitão, aliás, acaba de lançar o clipe Califórnia

inspirado no famoso refrão de Lulu Santos.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Luiz Fux

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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina

Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Economia

sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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Autor: IDIANA TOMAZELLI

O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias

para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica

Federal elaborem um protocolo para a realização

"imediata" de perícias médicas com o uso de

telemedicina. A medida cautelar foi concedida ontem

pelo ministro do TCU Bruno Dantas após representação

de dois integrantes do Conselho Nacional de Justiça

(CNJ).

Eles argumentaram que a Lei 13.989, de 15 de abril de

2020, autorizou o uso de telemedicina sem excluir

qualquer ato médico de sua abrangência. O próprio CNJ

editou resoluções permitindo o emprego do instrumento.

Só no Judiciário, 200 mil processos estão parados,

segundo o CNJ, à espera de uma perícia. No INSS, 1

milhão aguardam perícia. Procurada, a Secretaria

Especial de Previdência e Trabalho, à qual são ligados

o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica, não

comentou.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - CNJ, Judiciário - Judiciário16

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'Atropelo de Marco Aurélio em voto incomodou Fux

Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Política

sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),

Luiz Fux, ficou contrariado com o "atropelo" do ministro

Marco Aurélio Mello, que divulgou, anteontem, o voto a

favor do direito de o presidente Jair Bolsonaro depor por

escrito à Polícia Federal. O gesto de Marco Aurélio

surpreendeu os colegas porque o voto foi tornado

público a uma semana do início do julgamento sobre a

controvérsia no plenário virtual da Corte. Trata-se de

uma plataforma online que permite que os magistrados

analisem processos sem se reunirem pessoalmente ou

por videoconferência, longe dos olhos da opinião

pública e das transmissões ao vivo da TV Justiça.

A ofensiva de Marco Aurélio foi interpretada por

integrantes do STF como um "atropelo" e uma forma de

pressionar o tribunal a decidir o quanto antes sobre a

polêmica envolvendo como o chefe do Executivo deve

se manifestar - se por escrito ou presencialmente - no

âmbito das investigações sobre interferência indevida

na Polícia Federal. A apuração foi aberta com base nas

acusações levantadas pelo ex-ministro da Justiça

Sérgio Moro.

No entorno de Fux, a avaliação é a de que a polêmica

sobre o depoimento de Bolsonaro é delicada por opor

não apenas Celso de Mello - decano e relator do

inquérito que investiga o presidente - a Marco Aurélio

(vice-decano), mas por colocar o Supremo em confronto

com o Palácio do Planalto. Nos bastidores, ministros já

discutem reservadamente uma manobra para tirar a

discussão do tema do plenário virtual. Isso poderia ser

feito, por exemplo, com um "pedido de destaque", que

interromperia o julgamento e o levaria para a sessão

presencial.

REPÃ"RTER DO 'ESTADÃO'

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF, CNJ -

Luiz Fux

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CORRIDA PARA A INDICAÇÃO

Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - País

sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF

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Autor: CAROLINA B RÍGIDO, NAIRA TRINDADE E

ANDRÉ DE SOUZA

A antecipação da aposentadoria do ministro Celso de

Mello, que anunciou ontem que vai deixar o Supremo

Tribunal Federal (STF) em 13 de outubro, acelerou o

debate no governo sobre o nome a ser indicado pelo

presidente Jair Bolsonaro para a vaga. O mais cotado

hoje é o do ministro da Secretaria- Geral da

Presidência, Jorge Oliveira. A previsão inicial era que o

decano saísse do posto em 1º de novembro, quando

completará 75 anos.

Também aparecem como opções em análise no Palácio

do Planalto o ministro da Justiça, André Mendonça, que

é pastor evangélico; o juiz William Douglas, que teria

apoio do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e

também do pastor Silas Malafaia; o ex-presidente do

Superior Tribunal de Justiça (STJ) João Otávio

Noronha, que concedeu prisão domiciliar a Fabrício

Queiroz; e o procurador-geral da República, Augusto

Aras, cujo nome já foi ventilado pelo presidente para

uma eventual terceira vaga.

Além do posto que será aberto agora, Bolsonaro deverá

ter direito a apenas mais uma indicação neste mandato,

em julho de 2021, quando o ministro Marco Aurélio

Mello completará 75 anos.

Segundo aliados de Bolsonaro, o nome de Jorge

Oliveira voltou a ganhar força, principalmente em função

da confiança entre os dois, que se conhecem há mais

de 20 anos. O ministro é filho de Jorge Francisco, ex-

chefe de gabinete de Bolsonaro na Câmara. A pasta

ocupada por Oliveira é uma espécie de "prefeitura da

Presidência", e ele acumula também a Subchefia para

Assuntos Jurídicos (SAJ), responsável pela análise de

projetos, decretos, normas e regulamentações que o

presidente assina.

No Planalto, já se sugere até que o almirante Flávio

Rocha, atualmente na Secretaria de Assuntos

Estratégicos, podería assumir o ministério, enquanto o

atual chefe de gabinete do presidente, Pedro César

Nunes Ferreira Marques de Sousa, ficaria com a SAJ.

Aliados do presidente, porém, observam que Oliveira

frequentemente manifesta resistência em ser o primeiro

indicado de Bolsonaro, preferindo chegar à Corte em

momento posterior. Defensores do nome de Oliveira, no

entanto, tentam convencê-lo, sob o argumento de que o

governo tem hoje um cenário favorável no Senado.

Bolsonaro tem dito a aliados que manterá o nome sob

sigilo até a indicação, para evitar fritura. Com a

antecipação da aposentadoria de Celso de Mello,

espera-se que a indicação ocorra logo após a saída do

ministro, e perde força a hipótese de deixar o cargo

vago até 2021, devido ao calendário apertado no

Senado após as eleições municipais. O indicado será

sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça

(CCJ) e precisa ser aprovado em plenário para ser

confirmado no STF.

Relator da investigação sobre a suposta interferência

indevida de Bolsonaro na Polícia Federal, Celso

divulgou uma nota negando que sua decisão de

antecipar a saída da Corte tenha ligação com o18

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - País

sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF

inquérito.

Pelo Regimento Interno do STF, o novo ministro a ser

indicado para substituir o aposentado herda todo o

acervo do gabinete vago. Ou seja: alguém nomeado

pelo próprio Bolsonaro seria o relator do inquérito. No

entanto, o presidente do Supremo, Luiz Fux, pode

determinar o sorteio da relatoria.

Celso ressaltou ter formalizado sua saída antes d a

decisão tomada por Marco Aurélio Mello de remeter ao

plenário virtual recurso de Bolsonaro pedindo para

depor por escrito no caso. Celso negou ao presidente tal

prerrogativa, enquanto o colega levou o caso a debate e

votou a favor do pedido da defesa.

Em mensagem divulgada pela assessoria do STF, o

decano afirmou que a aposentadoria "não tem qualquer

relação com alegadas 'divergências internas no

Supremo Tribunal Federal, muito menos com o

andamento" do inquérito.

"ESTÃO TODOS À ALTURA"

Apesar de só ter sido divulgada ontem, a decisão de

Celso foi assinada na terça feira, enquanto Marco

Aurélio só se posicionou no inquérito no dia seguinte.

"Os magistrados que integram a Suprema Corte do

Brasil, por mais procelosos e difíceis que sejam (ou que

possam vir a ser ) os tempos (e os ventos) que virão,

estão, todos eles, à altura das melhores tradições

históricas do Supremo Tribunal Federal na proteção

da institucionalidade, no amparo das liberdades

fundamentais, na preservação da ordem democrática ,

na neutralização do abuso de poder e, como seu mais

expressivo guardião, no respeito e na defesa

indeclináveis da supremacia da Constituição e das leis

da República! Sem que haja juízes íntegros e

independentes, jamais haverá cidadãos livres", disse

Celso de Mello, em outra mensagem.

"Sem que haja juízes íntegros, independentes, jamais

haverá cidadãos livres"

Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal,

em mensagem de despedida

Próximas saídas da Corte

Marco Aurélio Mello: Próximo ministro a se aposentar,

completará 75 anos em junho do ano que vem. Ele está

na Corte desde 1990, quando foi indicado pelo ex-

presidente Fernando Collor.

Ricardo Lewandowski: Um dos oito ministros do STF

indicados no governo Lula - cinco já não estão mais na

Corte -, está no Supremo desde 2006 e vai completar

75 anos em maio de 2023.

Rosa Weber: Indicada pela ex-presidente Dilma

Rousseff, em 2011, vai se aposentar em outubro de

2023.

Luiz Fux: o atual presidente do Supremo foi indicado no

governo Dilma. Ele completará 75 anos em abril de

2028.

Cármen Lúcia: A ministra também passou a integrar a

Corte durante o governo Lula, em 2006. Ela vai alcançar

a data limite para a aposentadoria em abril de 2029.

Gilmar Mendes: Único dos três ministros indicado pelo

ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a ainda

integrar a Corte, está no STF desde 2002 e chegará aos

75 anos em em dezembro de 2030.

Edson Fachin: Indicado em 2015, já no segundo

mandato de Dilma, completará 75 anos em fevereiro de

2033.

Luís Roberto Barroso: Está na Corte desde 2013,

quando foi indicado por Dilma. Elevai completar 75 anos

em março de 2033.

Dias Toffoli:o ministro, que está no Supremo desde

2009, quando foi indicado por Lula, chegará aos 75

anos em novembro de 2042.

Alexandre de Moraes: Única indicação realizada pelo19

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - País

sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF

ex-presidente Michel Temer, integra a Corte desde 2017

e alcançará a data-limite para a aposentadoria em

dezembro de 2043.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF, CNJ -

Luiz Fux, CNJ - Rosa Weber

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MERVAL PEREIRA - Fux consequencialista

Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - Opinião

sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF

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Autor: MERVAL PEREIRA

A decisão do ministro Luiz Fux de tirar do plenário

virtual e levar para o presencial (por videoconferência) o

julgamento sobre a possibilidade de a Petrobras vender

subsidiárias sem consulta ao Congresso, quando já

havia três votos contrários, mostra a preocupação do

novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)

com as consequências econômicas das decisões

jurídicas.

Uma votação do STF proibindo a Petrobras de criar

subsidiárias para fins de venda de ativos pode matar a

empresa, segundo disse o secretário especial de

Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Diogo

Mac Cord em entrevista ao "Valor Econômico". "Acaba o

desinvestimento. Você amarrou as mãos dela. Você

matou a empresa."

O ministro Fux temeu que o plenário virtual julgasse

sem a atenção que o tema merece. Recentemente, o

placar foi favorável ao desinvestimento, e no caso a

votação parecia contraditar o veredito anterior. Essa

preocupação do ministro Fux não é nova. Uma tese de

mestrado do juiz federal Guilherme Maines Caon, tendo

como orientador Luciano Benetti Timm, professor de

Análise Econômica do Direito na Fundação Getúlio

Vargas, demonstra que ele é o divisor de águas para

uso de análise econômica do direito no STF.

Guilherme Maines Caon comprova com dados que Fux

promove uma mudança de orientação no STF, agora

favorável à consideração dos impactos econômicos e

das consequências práticas das decisões judiciais. A

Análise Econômica do Direito é a disciplina que utiliza

conceitos e técnicas da Economia para a formulação de

normas jurídicas, ou para a aplicação do Direito e

mensuração das consequências das leis ou das

decisões judiciais.

Exemplos são o voto no caso do Uber, a favor da livre-

iniciativa, também votos favoráveis à terceirização e à

reforma trabalhista. Segundo o estudo, o ponto de

inflexão foi o julgamento da Ação Direta de

Inconstitucionalidade (Adin) 5.062, em 2016, relatada

pelo ministro Fux, em que se fez a utilização detalhada

e com rigor técnico de diversos institutos da Análise

Econômica do Direito.

Prevaleceu seu entendimento de que objetivo da lei

sobre direitos autorais que era contestada pelo Ecad foi

dar transparência, eficiência e modernização à gestão

dos direitos autorais, reorganizando racionalmente o

Ecad e as associações que o compõem.

Ele lembrou que, segundo conclusões da CPI do Ecad,

a falta de transparência era um problema histórico

relatado pelos titulares dos direitos autorais. Segundo

Fux, a liberdade de iniciativa, propriedade privada e

liberdade de associação não são, por si, incompatíveis

com a presença de regulação estatal.

A partir deste julgamento, o Supremo Tribunal Federal

passou a aplicar, segundo a tese, de modo ostensivo e

tecnicamente aprimorado, o instrumental da Análise

Econômica do Direito em diversas decisões,

especialmente devido à edição da Lei de Introdução às21

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - Opinião

sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF

Normas do Direito Brasileiro em 2018, que estabeleceu

o dever de o magistrado levar em consideração as

consequências práticas da decisão judicial.

A tese avaliou a evolução da aplicação da Análise

Econômica do Direito pelo Supremo Tribunal Federal,

constatando que houve um incremento qualitativo e

quantitativo na aplicação da AED pelo STF a partir de

2015.

Foram identificados 39 acórdãos em que foi utilizado o

raciocínio econômico pelo STF como fundamento para

as decisões, no período de 1991 a 2019. No primeiro

período, que vai até 2014, foram utilizados raciocínios

econômicos em diversos julgados sem que houvesse

um embasamento ostensivo e metodologicamente

consciente do instrumental da Análise Econômica do

Direito ou mesmo da Ciência Econômica.

A partir de 2015, os indicadores quantitativos levaram à

conclusão de que houve um aumento, tanto do grau de

densidade da fundamentação, como do grau de

influência do raciocínio econômico, bem como do

número de citações de autores do Law and Economics.

A análise qualitativa permitiu identificar um maior

aprimoramento técnico na fundamentação dos acórdãos

sob o aspecto do raciocínio econômico ou de Direito e

Economia.

"Ministro promove mudança de orientação no STF,

agora favorável à consideração dos impactos

econômicos e das consequências"

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF, CNJ -

Luiz Fux

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Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Época/Nacional - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF

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Autor: Guilherme Caetano

Como o Planalto tentou livrar a vice-governadora

catarinense de processo de impeachment, viu o plano

dar errado e agora tenta consertá-lo

Passava das 2 horas da tarde da quarta-feira 16 de

setembro quando o deputado estadual de Santa

Catarina Jessé Lopes (PSL) recebeu uma ligação. Ele

não reconheceu o número, mas pelo prefixo percebeu

que era de Brasília. Lopes deixou sua mesa e percorreu

o chamativo carpete em tom de cerâmica do plenário da

Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) para

atender à chamada e falar com mais privacidade.

Naquele mesmo salão, no dia seguinte, 17 de setembro,

pela primeira vez em mais de 60 anos no Brasil, um

órgão estadual abriria um pedido de impeachment

contra um governador — no caso, Carlos Moisés (PSL).

O motivo alegado foi a autorização dada por ele para

um reajuste salarial a procuradores do estado em

outubro de 2019.

A voz no telefone era a do almirante Flávio Augusto

Viana Rocha, secretário especial de Assuntos

Estratégicos, órgão diretamente ligado ao presidente

Jair Bolsonaro. Rocha fez um pedido claro. A bancada

do PSL deveria votar contra o prosseguimento das

investigações sobre Daniela Reinehr, a vice-

governadora, cujo pedido de impeachment seria

decidido separadamente. Eleita pelo PSL, ela está

atualmente sem partido, à espera da criação da nova

sigla de Bolsonaro.

Como o almirante Rocha costuma trabalhar em sintonia

com o ministro Luiz Eduardo Ramos, chefe da

Secretaria de Governo, responsável pela articulação

política, o contato não deveria deixar dúvidas. Tratava-

se de um recado vindo de dentro do Palácio do Planalto

ao PSL catarinense: “Livrem a vice Daniela Reinehr do

processo de impeachment e condenem Moisés”.

Mas o deputado Lopes decidiu marcar uma posição. Ao

almirante, falou que esperava um telefonema do próprio

presidente Bolsonaro. Votar pela absolvição de Reinehr

não era um pedido qualquer. De uma bancada de seis

membros do PSL, Lopes e outros quatro deputados

andavam às turras com a vice-governadora e queriam

afastá-la do governo com Moisés. Na versão deles,

Reinehr era condescendente demais com as atitudes do

mandatário que desagradavam à bancada.

Lopes desligou o telefone e cismou que o emissário do

ministro Ramos articulava sem o consentimento do

presidente. Chegando a sua casa, à noite, ele abriu o

grupo de WhatsApp do Aliança pelo Brasil, partido que

Bolsonaro tenta colocar de pé, onde a nata dos

bolsonaristas trata rotineiramente de questões políticas.

Queria checar se havia alguma orientação similar à que

havia recebido por telefone.

Acabou encontrando uma crise no histórico de

conversas do grupo. Pela manhã, sua colega na

Assembleia, a bolsonarista Ana Campagnolo (PSL),

tinha batido boca com a deputada federal Carla Zambelli

(PSL-SP) e outras pessoas próximas ao presidente

Bolsonaro que defendiam Daniela Reinehr. Lopes ainda

receberia um telefonema de Karina Kufa, advogada do

Aliança pelo Brasil, pedindo, em nome do presidente,

voto em favor da vice-governadora. “Ela me ligou

porque lá no grupo eu falei que ninguém havia me24

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Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Época/Nacional - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF

ligado”, disse Lopes no dia seguinte. A ÉPOCA, Kufa

negou ter passado qualquer recado em nome de

Bolsonaro.

Lopes acabou votando contra a vice-governadora, como

fizeram outros quatro deputados do PSL, e, minutos

depois, foi expulso do grupo do WhatsApp por Zambelli,

com autorização dos outros administradores: o

deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Kufa e o

ministro Ramos. Ao final da votação, todo o esforço do

Planalto para apoiar a abertura de processo de

impeachment somente contra Moisés tinha dado em

nada. A deputada federal por São Paulo Zambelli, a

advogada Kufa, o ministro Lopes e a deputada estadual

por Santa Catarina Campagnolo passaram os dias

seguintes em meio a trocas de farpas. Em entrevista a

ÉPOCA, Zambelli se defendeu: “Você acha que a gente

se exporia desse jeito se o presidente não quisesse? O

presidente foi quem nos deu autorização”.

A advogada Kufa, por sua vez, disse não ter entrado na

articulação política. “É uma orientação do partido

(Aliança pelo Brasil) e deve ser respeitada. A Daniela

Reinehr é membro do Aliança, eu não sei qual é o

interesse deles em votar contra ela.” O processo de

impeachment do governador e sua vice agora tramita no

Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

Eleito na onda de extrema-direita de 2018, Moisés foi

um candidato acidental — e, de forma também pouco

usual, ele acabou desagradando à cúpula bolsonarista.

Aos 50 anos, curtia a aposentadoria de coronel do

Corpo de Bombeiros em Tubarão, um município de 100

mil habitantes no sul de Santa Catarina. Entre seus

passatempos prediletos estavam o mergulho e a

produção de cerveja artesanal. Sem maiores

pretensões, decidiu se mudar para Florianópolis no

começo de 2018 para acompanhar a filha no cursinho

pré-vestibular para medicina.

Tão logo chegou à capital, Moisés recebeu a visita de

um amigo, o então vereador de Tubarão Lucas

Esmeraldino. Ele vinha com uma proposta. Depois de

ter conhecido Eduardo Bolsonaro por ter defendido o

projeto Escola sem Partido na Câmara Municipal de

Tubarão, Esmeraldino acabava de voltar de Brasília

com o diretório estadual do PSL debaixo do braço e

queria a ajuda do bombeiro aposentado para montar a

legenda em Santa Catarina. Advogado e mestre em

Direito, Moisés nunca tinha participado da política.

Depois de hesitar, aceitou a missão como tesoureiro. No

último dia do prazo para registrar as candidaturas à

eleição de 2018, o PSL catarinense viu o plano de uma

coligação ruir e teve de indicar somente gente do

partido. Sem acreditar na vitória, Moisés foi inscrito

candidato ao governo catarinense.

Eleito com a maior votação da história de Santa

Catarina, 71% dos votos, o PSL também fez uma boa

bancada na Assembleia, menor apenas que a do MDB.

Sem nenhuma experiência política e sem aliados na

administração pública, o governador eleito formou seu

secretariado com militares e colegas do batalhão do

Corpo de Bombeiros. O primeiro incômodo dos

bolsonaristas com Moisés aconteceria ali, antes mesmo

do início do mandato. Seguidores do ideólogo Olavo de

Carvalho, os deputados queriam um nome para a

Secretaria de Educação mais ligado ao guru. O então

governador eleito não cedeu e optou por um perfil mais

técnico.

Eleito como “Comandante”, Moisés assumiu como

“Carlos”, desvinculando-se da imagem militarista a que

Bolsonaro costuma recorrer. Em sua gestão, tomou

decisões distintas do governo federal, como taxar

agrotóxicos e incentivar a agricultura orgânica e familiar,

o que também irritou os bolsonaristas da Alesc, que

atribuíram à política estadual uma “agenda globalista”.

A iniciativa desagradou ao agronegócio. A Federação

da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina

(Faesc) divulgou uma carta dizendo que Moisés levava

“pânico ao campo”. Comprada a briga com boa parte do

PIB do estado, a proposta não teve êxito. Mesmo

aliados reconhecem que Moisés deveria ter costurado o

projeto com o Legislativo e o setor produtivo antes de

enviá-lo para ser votado.

A distensão com sua própria base na Alesc veio com25

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Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Época/Nacional - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF

uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo em agosto de

2019. Ele relacionou o “pessoal da arminha” a palavras

como “extremismo” e “sandice”, referindo-se ao gesto

usado pelo presidente de empunhar um revólver

invisível. Ali Moisés se descolava da imagem do

presidente, que então enfrentava uma queda na

popularidade. Como era de esperar, as críticas da

bancada do PSL foram implacáveis.

“O maior descuido do governador foi não ter se

preocupado em formar uma base na Alesc. Ele se

distanciou de todos, talvez pelo fato de ele ter posto

militares demais na linha de frente, que não têm muita

capacidade de diálogo”, disse o deputado Fabiano da

Luz, líder do PT na Assembleia. As tentativas tardias de

ampliar a base acabaram não indo longe. “Tem

deputado ligado a 50 prefeituras que não conseguia

conversar com o governador. As pessoas achavam que

era arrogância, mas é que o Moisés nunca foi político na

vida”, declarou um aliado, sob a condição de anonimato.

O ato de Moisés que desembocou em processo de

impeachment se deu por meio de uma decisão

administrativa. Ele autorizou no final do ano passado um

reajuste salarial de procuradores do estado, com o

objetivo de equiparar os valores ganhos pela categoria

com o salário dos procuradores da Alesc. A anuência

contrariava um veto feito pelo próprio governador em

junho, quando o Legislativo propôs uma emenda para

aumentar o salário dos procuradores.

Em janeiro de 2020, Daniela Reinehr assumiu o governo

por dez dias durante as férias de Moisés. Nesse

período, chegou a sua mesa um ofício elaborado pelo

advogado defensor público Ralf Zimmer Junior, que

entendia como ilegais os pagamentos. Reinehr

encaminhou o caso para o secretário de Administração,

Jorge Eduardo Tasca, que entendeu a medida como

legal. Foi então que Zimmer entrou com um pedido de

impeachment contra Moisés e também contra Reinehr,

afirmando que o reajuste configuraria crime de

responsabilidade.

O governo catarinense alega que a autorização

decorreu do cumprimento de uma decisão judicial

transitada em julgado, isto é, impassível de modificação.

Afirma também que “não houve intervenção ou decisão

do governador no processo”. A associação de

procuradores do estado defendeu o governo, afirmando

que houve um “mero cumprimento de decisão judicial”.

Em meio a esse desgaste, outra crise estourou no colo

de Moisés. Uma reportagem do site The Intercept Brasil

denunciou em abril a compra emergencial de 200

respiradores para pacientes com Covid-19 pelo valor de

R$ 33 milhões. Não só o valor estava acima da média

do mercado, como os 50 respiradores entregues não

serviam para o tratamento. Como parte das ações da

Polícia Federal realizadas em vários estados para

investigar compras fraudulentas na pandemia, o ex-

secretário da Casa Civil de Moisés, Douglas Borba, foi

preso, e o secretário de Saúde, Helton Zeferino, pediu

demissão.

A falta de diálogo com o Legislativo, a perda da base na

Assembleia, os embates com Bolsonaro, o desgaste na

opinião pública, o escândalo de corrupção... Aos

poucos, todos os elementos de uma crise se

materializaram, e o pedido de impeachment foi parar na

mesa do presidente da Alesc, Julio Garcia (PSD), que

poderá assumir o governo em caso de afastamento de

Moisés e da vice-governadora.

Garcia também tem motivos para se preocupar. Em

meados de setembro, ele foi denunciado pelo Ministério

Público Federal (MPF) sob a acusação de ter cometido

lavagem de dinheiro 12 vezes. Além dele, os

procuradores também denunciaram os três filhos do

deputado, sua ex-mulher e um empresário. Segundo a

denúncia, Garcia era sócio oculto da Apporti, uma

empresa de tecnologia que venceu uma licitação com a

Secretaria de Administração de Santa Catarina. Os

procuradores descobriram que o dono da empresa,

Jefferson Colombo, fez repasses indiretos a Garcia. A

denúncia afirma que o empresário pagou contas

pessoais do presidente da Alesc e adquiriu imóveis e

bens para ele e sua família, que somam pouco mais de

R$ 2,5 milhões. O dinheiro foi usado para a compra de

quatro apartamentos, um terreno, um edifício-garagem e

uma viagem internacional, além de pagar cotas de26

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sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF

IPTU, seguro de carros, condomínios e salários de

funcionários particulares — tudo segundo o MPF.

Com a denúncia já consumada, Garcia decidiu antecipar

para 17 de setembro a votação de abertura do

impeachment do governador e da vice, marcada

inicialmente para o dia 22. Aliados de Moisés criticaram

a manobra. “Está claro que o jogo é a busca do poder

pelo poder”, disse Marcos Fey Probst, advogado do

governador. Procurado por ÉPOCA, Garcia não se

posicionou.

O Tribunal de Justiça está formando uma comissão

mista, composta de cinco desembargadores escolhidos

por sorteio e de cinco deputados estaduais eleitos. Esse

grupo decidirá se afasta ou não os governantes. A

defesa de Daniela Reinehr apela para que o Supremo

Tribunal Federal (STF) defina o rito processual de

impeachments de governadores, o que ainda não está

formalizado em lei. “Vamos bater na tecla da

impossibilidade de impedimento da vice, porque a lei

não trata dessa questão, e insistir que essa omissão

dolosa é uma construção fantasiosa”, disse Ribas

Júnior, advogado da vice-governadora. “Nossa grande

esperança é a ação que está no colo da ministra Rosa

Weber. Ela pode dar uma liminar suspendendo todos os

processos de impeachment”, afirmou Ana Blasi, outra

advogada da vice-governadora.

Aliados de Jair Bolsonaro continuam firmes na missão

de tentar salvar o mandato de Daniela Reinehr. Kufa,

advogada do Aliança pelo Brasil, ficou responsável por

essa frente em Brasília. Ela solicitou uma audiência com

Rosa Weber, mas ainda espera por um espaço na

agenda da ministra. Enquanto isso, outro processo de

impeachment contra Moisés e Reinehr, dessa vez para

investigar a compra dos 200 respiradores e outras

supostas irregularidades, continua tramitando. Na terça-

feira 22, os deputados formaram a comissão especial

que vai analisar o pedido.

Na corda bamba, Moisés não recorre ao mea-culpa ao

revisar sua gestão, que avalia como exitosa, e

menciona a palavra “golpe” várias vezes ao discorrer

sobre seu impeachment. Questionado por ÉPOCA

sobre a falta de diálogo apontada pelos parlamentares,

ele respondeu que “o diálogo a que se referem é um

diálogo não republicano” e que “eles querem retomar o

governo e a chave do cofre”. Sobre a avaliação que faz

do presidente Bolsonaro, a resposta é uma bandeira

branca. Disse que o respeita muito e que o governo

catarinense “faz exatamente o que ele (Bolsonaro) faz

em Brasília”.

Moisés disse que entrou na política pensando que

seriam quatro meses, mas que acabaram virando quatro

anos. “São esses anos que querem me tomar. Mas eu

tenho um sonho aí de viajar um pouco, continuar

fazendo minhas cervejas artesanais. E voltar à

normalidade, não é?” E se apressa em completar:

“Quem sabe aí para 2022”.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF, CNJ -

Rosa Weber

27

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COLUNA BRASIL CONFIDENCIAL

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sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF

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Autor: Germano Oliveira, com Marcos Strecker

A guerra do arroz

A fritura de Paulo Guedes está afetando a sua

capacidade de solucionar o descontrole dos preços

agrícolas. A alta de 3,98% dos produtos da cesta básica

em agosto, penalizando os mais pobres, mostrou sua

inoperância no controle do abastecimento dos principais

alimentos dos brasileiros. Desde o início do ano, o arroz

subiu 19,25% e o feijão aumentou 30%. Um absurdo,

pois a inflação anual é de 2,44%. Atraídos pelos

melhores preços internacionais, os agricultores

exportaram o que podiam, sobretudo para a China. E,

no mercado interno, a demanda explodiu porque a

classe média passou a cozinhar mais em casa e os

mais pobres aumentaram o poder de compra devido ao

auxílio emergencial de R$ 600. Moral da história: os

preços dispararam. E o que fizeram Bolsonaro e

Guedes?

Estoques

Quando viu que a situação era crítica, Guedes deveria

ter mandado fazer estoques estratégicos, mas cruzou

os braços. Nossas reservas acabaram e os nossos

grãos foram escoados para o exterior. Neste momento,

estão engordando porcos e frangos chineses. Já os

consumidores brasileiros ficaram a ver navios, sem o

tradicional arroz e feijão.

ICMS zero

Diante da gravidade do problema, o governador de São

Paulo, João Doria, resolveu agir. Informou à ISTOÉ que

vai zerar o ICMS que incide sobre o arroz, feijão e

macarrão, hoje em 7%. Com isso, espera que os preços

desses alimentos caiam. Está tomando a medida para

“homenagear os mais pobres, que são os mais

sacrificados na pandemia”.

STF devolve a bola ao Congresso28

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sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF

Está no STF uma ação impetrada pelo PTB para que

não seja permitida a reeleição dos presidentes do

Senado e da Câmara. A questão está nas mãos do

ministro Gilmar Mendes, que pretende levá-la ao

Plenário. A tendência é de os ministros decidirem que

caberá ao próprio Congresso definir o caso. O ministro

Luiz Fux (foto), presidente da Corte, entende que a

maioria das questões políticas não deveria ser

judicializada.

Rápidas

- Roberto Jefferson, presidente do PTB, mostra serviço

a Bolsonaro. Anulou as convenções do partido nas

cidades onde a sigla apoiava candidatos de oposição ao

presidente. Obrigou o PTB a retirar os vices dos petistas

Luiz Marinho (São Bernardo) e Emídio de Souza

(Osasco).

- O ex-ministro Sergio Moro já está inscrito na OAB-PR

e em breve poderá começar a advogar. Ele pega a

carteirinha da Ordem em outubro, mas não deverá usar

a licença para atuar no processo que envolve

Bolsonaro.

- A Justiça está sobrecarregada. Segundo o ministro

Alexandre de Moraes, do STF, são 100 milhões de

processos e apenas 18 mil juízes. Em função do

acúmulo de trabalho, erros acontecem, mas são

corrigidos nas instâncias superiores.

- A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) está

pedindo a abertura de uma CPI para investigar o

desmonte da política ambiental brasileira. “É

estarrecedor testemunhar o que acontece no Pantanal e

Amazônia”, diz.

Retrato falado - “O Congresso é um chiqueiro. E de

chiqueiro eu não quero nem o cheiro”

O senador Jorge kajuru disse, em live na ISTOÉ, que

não vê a hora de seu mandato terminar, em 2026, para

“sair correndo da política”. Explicou estar “enojado” com

o que vê no Congresso, com a corrupção e os

privilégios dos parlamentares. “Uma senadora de Goiás

gastou R$ 12 mil para fretar um jatinho de Goiânia a

Brasília, um trajeto que eu faço em duas horas de carro,

gastando R$ 80 de gasolina e R$ 10 de pedágio, e o

Senado paga a despesa da aeronave sem questionar”.

A savana

Bolsonaro não convenceu ninguém com seu discurso

surreal na ONU. A política do governo para o meio

ambiente é catastrófica. E, pior, a tragédia no Pantanal

está intrinsecamente ligada à política criminosa posta

em prática na Amazônia. Desde que Salles assumiu o

Meio Ambiente, a boiada não parou de passar. O

desmatamento cresceu 34%, sobretudo depois que ele

desmontou os órgãos de fiscalização, como o Ibama.

Atualmente, 17% da área florestal da Amazônia já está

no chão. Segundo o cientista Carlos Nobre, se esse

índice chegar a 20% a região vai virar savana e não se

recuperará mais. A falta de chuvas no Pantanal já é

consequência dessa devastação.

Agricultura

Com isso, os agricultores do centro-oeste serão os mais

afetados pela crise hídrica provocada pelo

desmatamento na Amazônia. Com menos água, não

conseguirão plantar e colher. E é exatamente por isso

que os grandes empresários do agronegócio estão se

envolvendo nas campanhas para salvar o meio

ambiente.

Toma lá dá cá - Randolfe Rodrigues, Senador (Rede-

AP)

Por que o senhor tem criticado a postura de Lula nas

eleições municipais?

Ele tem aversão a alianças. Em Macapá, nós

progressistas apoiamos João Capiberibe (PSB) como

candidato a prefeito, mas Lula se nega a apoiá-lo.

Quando esteve preso, o João foi visitá-lo na cadeia e

agora ele o deixa só. Um absurdo.

O lulismo faz mal à esquerda?29

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sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF

A insistência de Lula em se colocar como contraponto a

Bolsonaro não presta um bom serviço à democracia,

pois isso só fortalece o bolsonarismo. Lula deveria abrir

espaço para possibilitar alianças que levem a novas

políticas.

A esquerda conseguirá se unir contra Bolsonaro em

2022?

Essa não é uma tarefa só da esquerda, mas de todos os

democratas, liberais e os de centro.

A derrota de Wajngarten

O TRF-3 rejeitou queixa-crime apresentada por Fábio

Wajngarten, da Secom, contra o jornalista Germano

Oliveira, diretor de redação da ISTOÉ, que mostrou os

métodos totalitários adotados por ele no setor de

publicidade do governo. Wajngarten já havia sido

derrotado na primeira instância, após decisão favorável

à ISTOÉ da juíza Flávia Serizawa.

Intimidações

A juíza Serizawa afirmou, em sentença proferida em

maio, que a ISTOÉ não criticou Wajngarten por sua

origem judaica, “restringindo-se a narrar intimidações

contra veículos de comunicação e criticando o

direcionamento das verbas de propaganda do governo

federal”. A ISTOÉ foi representada pelos advogados

André Fini Terçarolli e Cláudio Gama Pimentel.

“Não tenho capacidade técnica”

Depois do bolsonarismo ter lançado o nome de

Damares Alves para a vaga do decano Celso de Mello

no STF, a própria ministra da Mulher detonou a ideia:

“Não tenho capacidade técnica. Tem que ser um nome

de notório saber jurídico”. Os nomes prováveis são os

de Augusto Aras, Jorge Oliveira e André Mendonça.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF, CNJ -

Luiz Fux

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PODERES - Descaso marca a volta ao trabalho

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sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF

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Autor: Eudes Lima

Congresso e STF voltam às sessões presenciais após

seis meses de uma longa quarentena por conta da

pandemia, mas muitas autoridades ainda ignoram os

cuidados básicos e estão sendo contaminadas pela

Covid-19

Depois de seis meses de sessões remotas por conta do

coronavírus, o Senado, a Câmara e o Supremo

Tribunal Federal (STF) começam a retomar as

reuniões presenciais, mas parlamentares e autoridades

demonstram que nem sempre seguem as regras

determinadas pela ciência para evitar a propagação da

Covid-19, como o do distanciamento social e o uso de

máscaras. Assim, em função do descaso e da

negligência, as mais importantes autoridades do núcleo

do poder em Brasília acabaram se infectando nos

últimos dias em razão das inúmeras atividades

presenciais realizadas, atingindo desde o presidente da

Câmara, Rodrigo Maia, ao presidente do STF, ministro

Luiz Fux. O mais alarmante é que muitas das

contaminações estão ocorrendo após eventos de

confraternização das autoridades para marcar a volta

aos trabalhos.

O fim do home-office

O Senado voltou esta semana aos trabalhos

semipresenciais em caráter experimental e os

senadores estão apreensivos, temendo serem

contaminados. Muitos deles, por terem idade avançada,

acima dos 70 anos, e integrarem os grupos de risco,

entendem que o retorno é prematuro. Por isso, a

direção da Casa determinou que a volta, por enquanto,

será pontual e exclusiva para a votação de projetos

onde é necessário o voto secreto. Foram instalados

totens de votação e postos de drive-thru em pontos

estratégicos para que os senadores possam evitar as

costumeiras aglomerações no interior do Congresso.

Para o comparecimento ao plenário, a determinação é

para o distanciamento obrigatório, com a alternância31

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sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF

entre uma poltrona ocupada e outra vazia. Haverá a

higienização de microfones e bancadas

constantemente, com a disponibilização de álcool em

gel e a utilização obrigatória das máscaras. As visitas à

Casa também foram reabertas, mas com limitações e

controle mais rigoroso, inclusive com a medição de

temperatura na entrada do Parlamento. No caso dos

visitantes, cada gabinete deve avisar a Polícia

Legislativa com antecedência sobre a chegada dos

convidados. Na reabertura dos trabalhos, na terça-feira,

22, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-

AP), fez um pronunciamento aos 22 senadores

presentes à sessão sobre a volta aos trabalho,

destacando as medidas de segurança que todos devem

adotar. “Como podem ver, todas as providências foram

adotadas para garantir a segurança dos senadores,

minimizando tanto quanto possível o risco de

contaminação, mas garantindo o direito dos senadores

se manifestarem e deliberarem”, disse Alcolumbre.

Na Câmara, onde até o presidente Rodrigo Maia (DEM-

RJ) foi contaminado pela Covid-19 após a posse do

novo presidente do STF, ministro Luiz Fux, há uma

prudência maior. A Casa ainda está organizando a volta

às sessões presenciais, mas o movimento de

parlamentares começa a se intensificar nos gabinetes.

Por isso, a direção da mesa diretora determinou a

manutenção de um rígido protocolo de distanciamento e

higiene dentro das dependências da Câmara. O número

de pessoas que transitam no local é ainda maior do no

que no Senado. Nos bastidores, os parlamentares

pressionam para a volta imediata, mas Rodrigo Maia

prefere aguardar um pouco mais para liberar o retorno à

normalidade. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ)

entende que ainda não há segurança suficiente para as

sessões presenciais. “As sessões remotas são

limitadoras do debate político. No entanto, quando o

deputado volta, ele traz também inúmeros assessores.

E neste momento, em que a ciência ainda não

reconhece a estabilidade da pandemia, não há porque

se voltar às sessões presenciais. É muito arriscado”, diz

a deputada.

Apesar do maior acesso à informação por parte da

maioria dos parlamentares, alguns eventos recentes

realizados tanto no Congresso como em outros órgãos

do poder em Brasília demonstram que as autoridades

nem sempre adotam as medidas que recomendam à

população.

Coquetel do vírus

Após a posse como presidente do Supremo Tribunal

Federal (STF), no último dia 10, o ministro Luiz Fux

acabou contaminado pelo coronavírus. É que após o

final da cerimônia de posse, houve um coquetel de

confraternização com a presença das mais importantes

autoridades de Brasília. A ministra Cármen Lúcia

também ficou doente. Na sequência, foram infectados

Rodrigo Maia, o procurador-geral da República, Augusto

Aras, e o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.

Ficaram contaminados pela Covid-19 ainda vários

ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), como

Luis Felipe Salomão e Benedito Gonçalves. A

assessoria do STF não informou quais medidas

sanitárias foram tomadas para impedir a contaminação

em massa. Um total de 157 profissionais do Supremo já

foram infectados desde o início da pandemia.

Outro evento no mais alto círculo do poder em Brasília

marcado pela imprudência foi a festa de casamento da

advogada Anna Carolinna Noronha, filha do ministro do

Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de

Noronha, ocorrida no sábado, 12. A festa da filha de

Noronha atraiu a atenção de inúmeras autoridades e

tinha, inclusive, a expectativa da presença do presidente

Bolsonaro, que acabou não indo de última hora.

representando-o mandou o filho “04”, Jair Renan,

acompanhado da mãe, Ana Cristina Valle. Imagens

registradas na festa mostram que a maioria das

pessoas não usava máscaras. No fundo, eles repetem a

postura anticiência de Bolsonaro, que, desde o início da

pandemia, minimiza o problema, não respeita as regras

do distanciamento e rejeita o uso de máscara, razão

pela qual ele mesmo já se contaminou. Sem contar que

a infecção também já atingiu inúmeros familiares do

presidente, como a primeira-dama Michelle e o filho

Flávio Bolsonaro. Pelo menos nove de seus ministros

mais próximos adoeceram, assim como centenas de

assessores do Palácio do Planalto.32

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Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Isto é/Nacional - Brasil

sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF

Mas entre tantos eventos em que as regras sanitárias

foram negligenciadas, nenhum supera a “bela paella”

oferecida pelo vice-líder do Senado, Izalci Lucas

(PSDB-DF) a dezenas de senadores. No jantar

realizado na ter;a-feira, 22, em um clube de Brasîlia as

pessoas eram vistas sem máscaras e em abraços

incontidos. Na verdade, muitas autoridades em Brasília

ainda ignoram que a pandemia ainda não está sob

controle e que mais de 4,5 milhões de brasileiros foram

contaminados e quase 140 mil já morreram.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF, CNJ -

Luiz Fux

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TCU determina protocolo para perícia virtual

Conselho Nacional de Justiça - CNJAgora São Paulo/São Paulo - Grana

sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila

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BRASÍLIA

O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da

União, determinou que o INSS elabore, em até cinco

dias, um protocolo para a realização de perícias

médicas virtuais, adotando a telemedicina. As

informações são da coluna Painel.

Ele atendeu a pedido dos conselheiros Maria Tereza

Uille Gomes e Henrique de Almeida Ávila, do CNJ

(Conselho Nacional de Justiça), que apresentaram

representação ao TCU contra o INSS questionando

impacto e possíveis irregularidades na interrupção das

perícias durante a pandemia.

Os conselheiros dizem que a telemedicina foi autorizada

por lei, em abril, e embora abarcasse todos os ramos da

medicina, houve resistência do Conselho Federal de

Medicina e da Secretaria Especial de Trabalho e

Previdência do Ministério da Economia em adotá-la nas

perícias do INSS.

Segundo os membros doCNJ, isso atrasou ações

judiciais de pessoas que requisitavam benefícios

previdenciários por incapacidade e de prestação

continuada.

E, mesmo após o retorno do atendimento presencial

nesta semana, cerca de 200 mil processos estão

paralisados pela ausência de perícias e outras 600 mil

requisições administrativas estão na fila. Eles alertam

que isso pode provocar uma enxurrada de ações

judiciais.

Em seu despacho, Dantas afirmou que não houve

atuação proativa da Subsecretaria de Perícia Médica

Federal do Ministério da Economia e do INSS para

adotar perícias eletrônicas e acusou o governo de se

curvar ao lobby dos peritos.

'Por evidente, os desdobramentos deste processo

podem dizer o contrário, entretanto, tudo indica que o

governo federal está se curvando aos lobbies

corporativos em prejuízo da população brasileira. Seria

desejável que o governo federal viesse a ficar do lado

dos que mais necessitam, ainda mais em momento tão

penoso para os mais vulneráveis', afirmou Dantas em

seu despacho. (Folha)

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de

Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes

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Sem auxílio

Conselho Nacional de Justiça - CNJTribuna da Bahia/Bahia - Raio Lasersexta-feira, 25 de setembro de 2020

CNJ - Presidente do CNJ

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O CNJ indeferiu definitivamente a pretensão de

pagamento retroativo de auxílio-moradia a magistrados

ativos e inativos do Tribunal de Justiça de Sergipe

(TJSE). Relator, o conselheiro André Godinho, durante

a sessão, afirmou “não haver lastro legal para esse

deferimento” e que, dada a relevância e os impactos

orçamentários relacionados, a matéria “não se insere no

contexto daquelas situadas na seara de autonomia dos

Tribunais, sendo indevido o tratamento do tema em atos

administrativos isolados pelas cortes do País”, como

buscou fazer a Corte Sergipana. Registrando que o

tema foi submetido ao crivo do Supremo Tribunal

Federal (STF), o relator destacou o entendimento do

próprio ministro Luiz Fux, atual presidente do CNJ,

que, liminarmente, ainda em 2016, “de forma oposta a

iniciativa do TJSE, conferiu, à época, apenas efeitos

prospectivos ao pagamento da parcela em questão”.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Presidente do CNJ

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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina

Conselho Nacional de Justiça - CNJA Crítica/Mato Grosso do Sul - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila

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O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias

para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica

Federal elaborem um protocolo para a realização

"imediata" de perícias médicas com o uso de

telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta

sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após

representação de dois integrantes do Conselho

Nacional de Justiça (CNJ).

Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique

de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de

15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina

sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O

próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego

desse instrumento.

Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão

paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.

No âmbito administrativo, como mostrou o

Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de

um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta

presencial.

Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina

(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo

também não vê respaldo legal e considera a ferramenta

inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é

atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus

ou não ao recebimento do benefício.

Retorno

O Ministério da Economia tem aos poucos determinado

o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a

retomada desaguou numa guerra política com o

sindicato da categoria e também numa batalha judicial.

Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram

efetivamente convocados a retomar seus postos de

trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.

Diante do impasse no retorno das atividades presenciais

dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a

elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas

determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a

Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço

Social (CFSS).

"A paralisação e o represamento das perícias médicas

são de uma gravidade ímpar neste momento, pois

denotam, além de incapacidade gerencial, falta de

sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das

pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu

despacho.

"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via

administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus

benefícios e direitos em momento dramático de suas

vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros

decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo

reconhecendo os esforços do governo federal com a

concessão do auxílio emergencial e do benefício

emergencial a parcelas significativas da população mais

vulnerável", acrescentou.

Para Dantas, a eventual judicialização dos

requerimentos em fase administrativa ainda não36

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Conselho Nacional de Justiça - CNJA Crítica/Mato Grosso do Sul - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila

atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,

dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda

ponderou que há "ameaça de punições funcionais

contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais

procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados

pelo CNJ.

Em sua representação, os conselheiros do CNJ

classificaram a situação de "verdadeira crise

humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e

de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária

decorrente da pandemia da covid-19, viram-se

impossibilitados de manter a própria subsistência e a de

seus familiares em virtude da inércia do Estado em

cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o

documento.

Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e

Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria

da Perícia Médica, não comentou

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de

Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes

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TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtual

Conselho Nacional de Justiça - CNJA Gazeta Online ES/Espírito Santo - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da

União (TCU), determinou que o INSS elabore, em até

cinco dias, um protocolo para a realização de perícias

médicas virtuais, adotando a telemedicina.

Ele atendeu a pedido feito pelos conselheiros Maria

Tereza Uille Gomes e Henrique de Almeida Ávila, do

CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que

apresentaram uma representação ao TCU contra o

INSS questionando o impacto e possíveis

irregularidades na interrupção das perícias médicas

durante a pandemia.

Os conselheiros argumentam que a telemedicina foi

autorizada por lei, em abril, e embora abarcasse todos

os ramos da medicina, houve resistência do Conselho

Federal de Medicina e da Secretaria Especial de

Trabalho e Previdência do Ministério da Economia em

adotá-la nas perícias do INSS.

Ainda segundo os membros do CNJ, isso atrasou ações

judiciais de pessoas que requisitavam benefícios

previdenciários por incapacidade e de prestação

continuada.

E, mesmo após o retorno do atendimento presencial

nesta semana, cerca de 200.000 processos estão

paralisados pela ausência de perícias e outras 600.000

requisições administrativas estão na fila.

Eles alertam que isso pode provocar uma enxurrada de

ações judiciais.

Em seu despacho, Dantas afirma que não houve

atuação proativa da Subsecretaria de Perícia Médica

Federal do Ministério da Economia e do INSS para

adotar perícias médicas eletrônicas, "o que vai contra o

princípio da eficiência, da legalidade e da moralidade

administrativa" e acusou o governo de se curvar ao

lobby dos peritos.

"Por evidente, os desdobramentos deste processo

podem dizer o contrário, entretanto, tudo indica que o

governo federal está se curvando aos lobbies

corporativos em prejuízo da população brasileira. Seria

desejável que o governo federal viesse a ficar do lado

dos que mais necessitam, ainda mais em momento tão

penoso para os mais vulneráveis", afirmou Dantas em

seu despacho.

O ministro deu ainda 15 dias para o INSS, a

Subsecretaria de Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia e o Conselho Federal de Medicina se

manifestarem sobre a decisão.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -

Maria Tereza Uille Gomes

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Cinco peritos convocados no ES ainda não retornaram ao trabalho

presencial

Conselho Nacional de Justiça - CNJA Gazeta Online ES/Espírito Santo - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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Três dias depois de a Associação Nacional de Peritos

Médicos (ANMP) aprovar a segurança sanitária das oito

agências do INSS autorizadas pelo governo a funcionar

com perícias no Espírito Santo, algumas delas seguem

desfalcadas. Segundo levantamento da Secretaria

Nacional de Previdência, cinco peritos ainda não

voltaram ao trabalho. Eles representam 20% dos

trabalhadores aptos ao retorno dos atendimentos

presenciais.

Foram registradas ausências nas agências de cinco

cidades capixabas: São Mateus, Vitória, Vila Velha,

Linhares e Cachoeiro de Itapemirim. Já nas agências de

Guarapari, Colatina e Santa Teresa estão funcionando

com 100% dos trabalhadores previstos. As demais

agências do INSS no Estado que oferecem o serviço de

perícia médica ainda não foram liberadas pelo poder

público a retomá-lo.

No Espírito Santo, o percentual de ausentes, que foi

40% na quarta (23), caiu para 32% na quinta (24) e

nesta sexta está em 20%. Segundo informações da

Gerência Executiva do INSS no Espírito Santo e da

Secretaria Especial de Previdência e Trabalho,

atenderam presencialmente nesta sexta 19 peritos dos

24 que foram convocados no Estado. Outros 21 seguem

fazendo trabalho remoto, uma fez que estão no grupo

de risco da Covid-19.

Ainda segundo levantamento da Secretaria, mesmo

com mais médicos atendendo presencialmente do que

na quinta, nesta sexta foram realizadas menos perícias.

Foram 173 atendimentos contra 202 no dia anterior.

Os procedimentos só estão sendo feitos mediante

agendamento, que deve ser feito no aplicativo Meu

INSS ou pelo telefone 135.

No Brasil, de 776 peritos médicos federais que deveriam

ter retornado ao atendimento presencial nas agências,

524 compareceram aos seus postos de trabalho. Foram

realizadas, até as 16h, 4.724 perícias. Esses

atendimentos ocorreram em 206 agências.

PERÍCIA A DISTÂNCIA

Nesta sexta, o ministro do Tribunal de Contas da União

(TCU) Bruno Dantas determinou que o INSS elabore em

até cinco dias um protocolo que permita a realização de

perícias médicas virtuais, adotando a telemedicina.

Ele atendeu a pedido feito pelos conselheiros Maria

Tereza Uille Gomes e Henrique de Almeida Ávila, do

CNJ (Conselho Nacional de Justiça). A entidade

questionou o impacto e possíveis irregularidades na

interrupção das perícias médicas durante a pandemia.

JUSTIÇA AUTORIZOU CORTE DE PONTO

Na quarta (23), a Advocacia-Geral da União (AGU)

conseguiu suspender no Tribunal Regional Federal da

1ª Região (TRF1) uma decisão de primeira instância

que impedia a volta dos médicos peritos ao trabalho

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Conselho Nacional de Justiça - CNJA Gazeta Online ES/Espírito Santo - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

presencial. Agora, esses profissionais ficam obrigados a

retornar aos postos de trabalho nas agências que já

foram vistoriadas e aprovadas para a reabertura.

A decisão que foi derrubada também proibia o governo

de cortar o ponto e o salário dos peritos que não

atenderem a convocação do governo e voltarem a

atender presencialmente. Com isso, na prática, o

governo poderá cortar os dias de falta desses

profissionais.

As agências do INSS estavam fechadas desde o início

da pandemia do novo coronavírus. Mas, no dia 18 de

setembro, o governo federal publicou uma convocação

para que os peritos voltassem ao trabalho presencial, o

que não foi atendido pela categoria, que entendeu haver

riscos sanitários e que as medidas tomadas pelo INSS

eram insuficientes para garantir um ambiente adequado.

Então, a Associação Nacional dos Médicos Peritos da

Previdência Social (ANMP) contestou essa decisão na

Justiça, que inicialmente havia acatado o pedido. Ao

mesmo tempo, a entidade iniciou vistorias próprias nas

agências que o INSS liberou para verificar, a seus

critérios, se elas estavam mesmo aptas para o retorno

ou não.

Até terça (22), a associação disse ter vistoriado 145

agências no país e considerado aptas totalmente ou

com restrições 123 delas. Outras 22 foram consideradas

inaptas. A partir desses resultados, a maior parte peritos

retomou os trabalhos nas agências aptas, sendo que

nas unidades consideradas inaptas ou que ainda não

foram vistoriadas a orientação da ANMP é que os

peritos sigam atendendo remotamente.

Na quarta, a associação havia orientado os peritos que

estão lotados nas agências consideradas aptas pela

categoria e que foram convocados pelo governo que

retornassem ao atendimento presencial. Já nesta

quinta, após a decisão do TRF, a ANMP divulgou nota

afirmando que a sentença não muda a postura da

categoria.

"A decisão do TRF-1 em suspender a liminar obtida pela

ANMP que impedia a abertura de agências inaptas por

parte do INSS não muda em nada a conduta da

categoria. Continuamos na data de hoje a realizar as

vistorias sanitárias nas agências abertas pelo INSS e as

mesmas continuarão na sexta-feira e em todas as datas

em que houver novas listas de abertura de agências por

parte do INSS", diz o comunicado.

A associação também afirmou que "o fato do serviço ser

essencial não exime o INSS de suas obrigações

constitucionais de garantir o direito à vida dos

servidores e segurados".

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -

Maria Tereza Uille Gomes

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Judiciário vai ter reserva de vagas de estágio para negros

Conselho Nacional de Justiça - CNJA Tarde Online/Bahia - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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Regra terá vigência até 9 de junho de 2024, quando

termina o prazo de vigência da lei que trata da reserva

de vagas oferecidas para negros nos concursos

públicos |Foto: Divulgação | CNJ

Os processos seletivos para estágio nos órgãos do

Poder Judiciário deverão reservar, no mínimo, 30% das

vagas para negros. É o que determina resolução

aprovada por unanimidade pelo Plenário do Conselho

Nacional de Justiça (CNJ), realizada na última terça-

feira, 22.

Relatado pelo presidente do CNJ e do Supremo

Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, o Ato Normativo prevê

que sempre que o número de vagas oferecidas no

processo seletivo for igual ou superior a três e, caso

haja vagas remanescentes após a aplicação da regra,

elas serão revertidas para o sistema universal.

A regra terá vigência até 9 de junho de 2024, quando

termina o prazo de vigência da lei que trata da reserva

de vagas oferecidas para negros nos concursos

públicos de cargos efetivos e empregos públicos no

âmbito da administração pública federal, autarquias,

fundações públicas, empresas públicas e sociedades de

economia mista controladas pela União.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - Presidente do CNJ

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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina

Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio 24 Horas Online/Bahia - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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Autor: Idiana Tomazelli, do Estadão Conteúdo

O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias

para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica

Federal elaborem um protocolo para a realização

"imediata" de perícias médicas com o uso de

telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta

sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após

representação de dois integrantes do Conselho

Nacional de Justiça (CNJ).

Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique

de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de

15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina

sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O

próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego

desse instrumento.

Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão

paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.

No âmbito administrativo, como mostrou o

Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de

um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta

presencial.

Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina

(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo

também não vê respaldo legal e considera a ferramenta

inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é

atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus

ou não ao recebimento do benefício.

Retorno

O Ministério da Economia tem aos poucos determinado

o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a

retomada desaguou numa guerra política com o

sindicato da categoria e também numa batalha judicial.

Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram

efetivamente convocados a retomar seus postos de

trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.

Diante do impasse no retorno das atividades presenciais

dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a

elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas

determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a

Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço

Social (CFSS).

"A paralisação e o represamento das perícias médicas

são de uma gravidade ímpar neste momento, pois

denotam, além de incapacidade gerencial, falta de

sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das

pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu

despacho.

"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via

administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus

benefícios e direitos em momento dramático de suas

vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros

decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo

reconhecendo os esforços do governo federal com a

concessão do auxílio emergencial e do benefício

emergencial a parcelas significativas da população mais

vulnerável", acrescentou.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio 24 Horas Online/Bahia - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Para Dantas, a eventual judicialização dos

requerimentos em fase administrativa ainda não

atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,

dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda

ponderou que há "ameaça de punições funcionais

contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais

procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados

pelo CNJ

Em sua representação, os conselheiros do CNJ

classificaram a situação de "verdadeira crise

humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e

de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária

decorrente da pandemia da covid-19, viram-se

impossibilitados de manter a própria subsistência e a de

seus familiares em virtude da inércia do Estado em

cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o

documento.

Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e

Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria

da Perícia Médica, não comentou.

***

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Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -

Maria Tereza Uille Gomes

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CNJ garante 30% da vagas de estágio para negros no judiciário

Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense Online/Nacional - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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Autor: Mateus Salomão*

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) definiu nesta

sexta-feira (25) que pelo menos 30% das vagas em

processos seletivos de estagiários no Poder Judiciário

devem ser reservados para negros. Todos os outros

conselheiros presentes foram unânimes em seguir o

voto do relator Luiz Fux, presidente do CNJ e do

Supremo Tribunal de Federal (STF). Na prática, a

resolução regulamenta a implantação de cotas raciais

em programas de estágio dos órgãos do Poder

Judiciário de todo o país.

A regra vale somente para processos seletivos que

oferecem acima de três vagas. Caso a cota reservada

para negros não seja preenchida, automaticamente será

revertida em vagas de ampla concorrência. A resolução

também define que essa regra vale até 9 de junho de

2024, quando termina a vigência da lei n° 12.990/2014,

que trata da reserva de 20% das vagas oferecidas nos

concursos públicos a negros.

'É premente que a Administração Pública empreenda

mecanismos institucionais que viabilizem a minimização

e/ou eliminação das distorções étnicas da sociedade

brasileira mediante a efetiva aplicação material, em

última análise, do princípio da igualdade', afirma o voto

do relator Luiz Fux. 'É salutar que, em sincronia com o

Poder Executivo Federal (Decreto nº 9.427/2018), haja

a reserva aos negros de 30% (trinta por cento) das

vagas de estágio em órgãos do Poder Judiciário

nacional.'

Primeiros passos

O estudante do terceiro semestre do curso de direito da

Universidade de Brasília (UnB) Gustavo Cardoso de

Carvalho considera positiva a resolução do CNJ. Para

ele, o estabelecimento dessas cotas consiste nos

primeiros passos para, de certa forma, diminuir a

disparidade racial presente no sistema judiciário.

'Analisando a carreira de magistratura no Brasil,

percebe-se um grande 'limitador' racial na ocupação dos

mais diversos cargos judiciários', pondera o estudante.

O estudante de direito Gustavo Carvalho considera

essas cotas os primeiros passos para diminuir a

disparidade racial presente no sistema judiciário

'Ao meu ver foi algo benéfico, pois, além de criar

oportunidades, essa é mais umas das medidas para

reparação histórica da exclusão da população negra do

mercado de trabalho', ressalta. Ele considera que, após

o término da vigência dessa regra, será necessário

analisar se a decisão deve ser estendida por mais

tempo. 'Deve-se analisar quais os impacto tidos após (a

validade) dessa norma, verificando assim se ainda

existe a necessidade (de estendê-la) para obter o

resultado que era previsto.'

Entrar no meio jurídico é tarefa difícil

'Os estudantes negros, geralmente, precisam estudar

em dobro e ainda assim alcançam posições aquém

daquelas de um estudante branco. Além disso, tem a

questão de que, se uma pessoa é de fora da

comunidade jurídica - muitas vezes o primeiro da família44

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense Online/Nacional - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

a entrar na universidade pública, por exemplo - se

inserir nesse meio é uma tarefa difícil', destaca o

estudante do terceiro semestre de direito da UnB

Gustavo Cantanhêde dos Reis.

O estudante de direito Gustavo Cantanhêde dos Reis

considera que entrar no meio jurídico é tarefa difícil

Ele considera que, embora tenha sido uma decisão

simples e de alcance limitado, ela carrega um valor

simbólico de reconhecimento de que a desigualdade

racial no Brasil merece atenção do Estado. Gustavo

considera que o fato de englobar estagiários talvez

funcione como brecha para que muitos consigam sua

primeira oportunidade no contexto judiciário, tornando-o

mais diverso. 'Medidas como essa ajudam a dar um

ponto de partida mais próximo ao daqueles mais

favorecidos racial ou economicamente.'

'De toda forma, essas medidas afirmativas não deixam

de ser um paliativo. Problemas sociais complexos

devem ter uma abordagem multidirecionada. Apenas

cotas não resolvem o problema. É preciso investir no

ensino básico, dar condições para que essas pessoas

não precisem optar entre o estudo e o trabalho para sua

subsistência, evitando a evasão', alerta o estudante

Politica antiga, mas não para negros

A coordenadora do Pilar de Empregabilidade do Instituto

Identidades do Brasil (ID_BR), Aline Nascimento,

lembra que a lei de cotas para a população negra é

política recente no país, criada somente em 2012. No

entanto, ela destaca que, em 1968, foi estabelecida lei

que reservava vagas para filhos de fazendeiros em

universidades. 'A política de reserva de vagas é algo

recorrente na estruturação política do país, o que a

gente está tendo agora é um olhar para a possibilidade

de construir soluções para a reserva de vagas para a

população negra'.

Aline Nascimento, lembra que a lei de cotas para a

população negra é política recente no país, criada

somente em 2012

Aline lembra que medidas como a resolução do CNJ

são importantes porque, apesar de consistirem na maior

parte da metade da população, os negros não são os

mais empregados. Além disso, a coordenadora destaca

a ação do racismo institucional na sub alocação de

pessoas negras no mercado de trabalho, quando

profissionais precisam ocupar vagas que não consistem

com suas formações. 'Não é sobre competência, é

sobre lugares e oportunidades', ressalta

'Quando olhamos para o contexto do percentual de

desembargadores e juízes do Supremo Tribunal

Federal, vemos um mundo de ausências de pessoas

negras. Quando olhamos para a política de reserva de

vagas para as pessoas negras em um determinado

espaço, sobretudo espaços de poder como é o

judiciário, estamos diante da construção de um mundo

de oportunidades', pondera.

.

'Para além da garantia de reserva de vagas têm

formação o suficiente? As pessoas conseguiram se

manter nos estágios? É importante ter a análise de

desempenho e ter acompanhamento. Isso não muda

para profissionais negros porque está se falando de

política de reservas. A gente só está falando da

possibilidade de garantia de entrada para que, a partir

daí, a gente consiga também repensar todo o processo',

propõe Aline.

*Estagiário sob a supervisão da editora Ana Sá

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - Presidente do CNJ

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TCU dá cinco dias para INSS iniciar perícia por telemedicina

Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense Online/Nacional - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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Autor: Agência Estado

O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias

para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica

Federal elaborem um protocolo para a realização

"imediata" de perícias médicas com o uso de

telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta

sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após

representação de dois integrantes do Conselho

Nacional de Justiça (CNJ).

Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique

de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de

15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina

sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O

próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego

desse instrumento.

Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão

paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.

No âmbito administrativo, como mostrou o

Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de

um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta

presencial.

Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina

(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo

também não vê respaldo legal e considera a ferramenta

inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é

atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus

ou não ao recebimento do benefício.

Retorno

O Ministério da Economia tem aos poucos determinado

o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a

retomada desaguou numa guerra política com o

sindicato da categoria e também numa batalha judicial.

Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram

efetivamente convocados a retomar seus postos de

trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.

Diante do impasse no retorno das atividades presenciais

dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a

elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas

determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a

Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço

Social (CFSS).

"A paralisação e o represamento das perícias médicas

são de uma gravidade ímpar neste momento, pois

denotam, além de incapacidade gerencial, falta de

sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das

pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu

despacho.

"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via

administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus

benefícios e direitos em momento dramático de suas

vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros

decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo

reconhecendo os esforços do governo federal com a

concessão do auxílio emergencial e do benefício

emergencial a parcelas significativas da população mais

vulnerável", acrescentou.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense Online/Nacional - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Para Dantas, a eventual judicialização dos

requerimentos em fase administrativa ainda não

atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,

dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda

ponderou que há "ameaça de punições funcionais

contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais

procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados

pelo CNJ.

Em sua representação, os conselheiros do CNJ

classificaram a situação de "verdadeira crise

humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e

de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária

decorrente da pandemia da covid-19, viram-se

impossibilitados de manter a própria subsistência e a de

seus familiares em virtude da inércia do Estado em

cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o

documento.

Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e

Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria

da Perícia Médica, não comentou

Saiba Mais

Brasil Segundo o INSS, 202 peritos compareceram ao

trabalho hoje

Cidades DF Médicos peritos voltam às atividades em

número reduzido

Brasil INSS vai aumentar capacidade de atendimento da

central telefônica

Cidades DF Saiba como está o funcionamento das

agências do INSS no DF

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -

Maria Tereza Uille Gomes

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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina

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sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila

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Autor: R7

O TCU (Tribunal de Contas da União) deu cinco dias

para que o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e

a Subsecretaria da Perícia Médica Federal elaborem um

protocolo para a realização "imediata" de perícias

médicas com o uso de telemedicina.

A medida cautelar foi concedida nesta sexta-feira, pelo

ministro do TCU Bruno Dantas após representação de

dois integrantes do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique

de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de

15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina

sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O

próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego

desse instrumento.

Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão

paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.

No âmbito administrativo, esse número é até maior:

cerca de um milhão de segurados do INSS aguardam a

consulta presencial.

Mesmo com a lei, o CFM (Conselho Federal de

Medicina) impediu a realização de teleperícias. O

governo também não vê respaldo legal e considera a

ferramenta inadequada para o caso das perícias, cujo

objetivo é atestar a condição do segurado e detectar se

ele faz jus ou não ao recebimento do benefício.

Retorno

O Ministério da Economia tem aos poucos determinado

o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a

retomada desaguou numa guerra política com o

sindicato da categoria e também numa batalha judicial.

Dos cerca de 3.500 peritos federais, 776 foram

efetivamente convocados a retomar seus postos de

trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.

Diante do impasse no retorno das atividades presenciais

dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a

elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas

determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a

Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia, o CFM e o CFSS (Conselho Federal do

Serviço Social).

"A paralisação e o represamento das perícias médicas

são de uma gravidade ímpar neste momento, pois

denotam, além de incapacidade gerencial, falta de

sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das

pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu

despacho.

"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via

administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus

benefícios e direitos em momento dramático de suas

vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros

decorrentes da pandemia da Covid-19, mesmo

reconhecendo os esforços do governo federal com a

concessão do auxílio emergencial e do benefício

emergencial a parcelas significativas da população mais

vulnerável", acrescentou.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio do Povo/Rio Grande do Sul - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila

Para Dantas, a eventual judicialização dos

requerimentos em fase administrativa ainda não

atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,

dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda

ponderou que há "ameaça de punições funcionais

contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais

procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados

pelo CNJ.

Em sua representação, os conselheiros do CNJ

classificaram a situação de "verdadeira crise

humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e

de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária

decorrente da pandemia da Covid-19, viram-se

impossibilitados de manter a própria subsistência e a de

seus familiares em virtude da inércia do Estado em

cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o

documento.

Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e

Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria

da Perícia Médica, não comentou

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de

Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes

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INSS deve ter protocolo para perícia online

Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário de Pernambuco/Pernambuco - Economia

sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Clique aqui para abrir a imagem

O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da

União, determinou que o INSS elabore, em até cinco

dias, um protocolo para perícias médicas virtuais,

adotando a telemedicina. Ele atendeu a pedido de

conselheiros do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Há cerca de 200 mil processos paralisados pela falta de

perícias e 600 mil requisições administrativas na fila.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça

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Ministro do TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtual

Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Nordeste Online/Ceará - Noticias

sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila

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Autor: Mariana Carneiro/Folhapress

O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da

União (TCU), determinou que o INSS elabore, em até

cinco dias, um protocolo para a realização de perícias

médicas virtuais, adotando a telemedicina.

Ele atendeu a pedido feito pelos conselheiros Maria

Tereza Uille Gomes e Henrique de Almeida Ávila, do

Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que apresentaram

uma representação ao TCU contra o INSS questionando

o impacto e possíveis irregularidades na interrupção das

perícias médicas durante a pandemia.

Os conselheiros argumentam que a telemedicina foi

autorizada por lei, em abril, e embora abarcasse todos

os ramos da medicina, houve resistência do Conselho

Federal de Medicina e da Secretaria Especial de

Trabalho e Previdência do Ministério da Economia em

adotá-la nas perícias do INSS.

Ainda segundo os membros do CNJ, isso atrasou ações

judiciais de pessoas que requisitavam benefícios

previdenciários por incapacidade e de prestação

continuada.

E, mesmo após o retorno do atendimento presencial

nesta semana, cerca de 200.000 processos estão

paralisados pela ausência de perícias e outras 600.000

requisições administrativas estão na fila.

Eles alertam que isso pode provocar uma enxurrada de

ações judiciais.

Em seu despacho, Dantas afirma que não houve

atuação proativa da Subsecretaria de Perícia Médica

Federal do Ministério da Economia e do INSS para

adotar perícias médicas eletrônicas, "o que vai contra o

princípio da eficiência, da legalidade e da moralidade

administrativa" e acusou o governo de se curvar ao

lobby dos peritos.

"Por evidente, os desdobramentos deste processo

podem dizer o contrário, entretanto, tudo indica que o

governo federal está se curvando aos lobbies

corporativos em prejuízo da população brasileira. Seria

desejável que o governo federal viesse a ficar do lado

dos que mais necessitam, ainda mais em momento tão

penoso para os mais vulneráveis", afirmou Dantas em

seu despacho.

O ministro deu ainda 15 dias para o INSS, a

Subsecretaria de Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia e o Conselho Federal de Medicina se

manifestarem sobre a decisão.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de

Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes

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Tribunal de Contas da União quer perícias por telemedicina no INSS

Conselho Nacional de Justiça - CNJExtra online/Rio de Janeiro - Economia

sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Clique aqui para abrir a imagem

O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da

União (TCU), deu prazo de cinco dias para que o

Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) elabore um

protocolo a fim de realizar perícias médicas com o uso

de telemedicina. As informações são do portal de

notícias G1.

No último dia 18, o governo determinou que os peritos

voltassem ao trabalho presencial. A Associação

Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social

(ANMP) se posicionou contra esse retorno e acionou a

Justiça. A associação argumentou que as agências do

INSS, reabertas depois do fechamento em razão da

pandemia do novo coronavírus, ainda não cumprem as

especificações de segurança sanitária.

A decisão do ministro foi emitida ontem e atende a um

pedido do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Deve

ser analisada pelos outros ministros do tribunal na

sessão marcada para quarta-feira. O prazo do INSS

para apresentar o protocolo começa na segunda-feira e

vai até a sexta da próxima semana. No pedido, o CNJ

mostra preocupação com o aumento da judicialização

por falta de perícia médica.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça

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TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtual

Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de Londrina Online/Paraná - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Bruno

Dantas, do Tribunal de Contas da União, determinou

que o INSS elabore, em até cinco dias, um protocolo

para a realização de perícias médicas virtuais, adotando

a telemedicina.

Ele atendeu a pedido feito pelos conselheiros Maria

Tereza Uille Gomes e Henrique de Almeida Ávila, do

CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que apresentaram

uma representação ao TCU contra o INSS questionando

o impacto e possíveis irregularidades na interrupção das

perícias médicas durante a pandemia.

Os conselheiros argumentam que a telemedicina foi

autorizada por lei, em abril, e embora abarcasse todos

os ramos da medicina, houve resistência do Conselho

Federal de Medicina e da Secretaria Especial de

Trabalho e Previdência do Ministério da Economia em

adotá-la nas perícias do INSS.

Ainda segundo os membros do CNJ, isso atrasou ações

judiciais de pessoas que requisitavam benefícios

previdenciários por incapacidade e de prestação

continuada.

E, mesmo após o retorno do atendimento presencial

nesta semana, cerca de 200.000 processos estão

paralisados pela ausência de perícias e outras 600.000

requisições administrativas estão na fila.

Eles alertam que isso pode provocar uma enxurrada de

ações judiciais.

Em seu despacho, Dantas afirma que não houve

atuação proativa da Subsecretaria de Perícia Médica

Federal do Ministério da Economia e do INSS para

adotar perícias médicas eletrônicas, "o que vai contra o

princípio da eficiência, da legalidade e da moralidade

administrativa" e acusou o governo de se curvar ao

lobby dos peritos.

"Por evidente, os desdobramentos deste processo

podem dizer o contrário, entretanto, tudo indica que o

governo federal está se curvando aos lobbies

corporativos em prejuízo da população brasileira. Seria

desejável que o governo federal viesse a ficar do lado

dos que mais necessitam, ainda mais em momento tão

penoso para os mais vulneráveis", afirmou Dantas em

seu despacho.

O ministro deu ainda 15 dias para o INSS, a

Subsecretaria de Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia e o Conselho Federal de Medicina se

manifestarem sobre a decisão.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de

Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes

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Mais de 60 presos são soltos no TO por causa dos riscos de contaminação

da Covid-19

Conselho Nacional de Justiça - CNJG1.Globo/Nacional - Tocantins

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Clique aqui para abrir a imagem

Durante a pandemia, 65 presos do Tocantins foram

soltos por causa dos riscos de contaminação da Covid-

19, é o que aponta um levantamento do Conselho

Nacional de Justiça (CNJ).

Em março, o CNJ publicou uma resolução na qual

orienta a flexibilização e adoção de estratégias pelo

Poder Judiciário para evitar a disseminação do novo

coronavírus nas unidades. Neste mês de setembro,

houve recomendação para prorrogação dessa medida.

No entanto, com uma diferença: pessoas acusadas de

corrupção, lavagem de dinheiro, crimes hediondos e

violência doméstica não poderão ser beneficiadas com

a revisão da prisão provisória ou do regime de

cumprimento de pena.

O Tocantins tem atualmente 38 unidades prisionais,

com pouco menos de 4,5 mil detentos. Desse total, 400

foram diagnosticados com o novo coronavírus em todo

o estado, segundo o relatório do CNJ. Além disso, 132

profissionais que atuam nas casas de prisão do estado

também tiveram a doença.

As visitas nas unidades estão suspensas desde o início

da pandemia no estado. Os parentes dos detentos se

dizem preocupados com a situação.

"Eles estão pondo presos doentes junto com quem não

está doente, com quem não está contaminado. Então,

eu morro de medo do meu esposo pegar essa doença

porque ele é da área de risco, eu morro de medo".

O desabafo é da esposa de um dos detentos do Centro

de Reeducação Social Luz do Amanhã, em Cariri do

Tocantins, sul do estado.

Há mais de seis meses, as visitas nas unidades

prisionais estão suspensas por causa da pandemia. A

situação incomoda a família dos detentos, como a

esposa de outro preso.

"A gente sofre muito por falta de notícias, é um descaso

muito grande com eles e com a gente aqui fora, que são

os familiares. Já que a gente não está indo visitar, como

essa doença está entrando lá dentro?".

A possibilidade da revisão da prisão ou mesmo do

regime de cumprimento de pena tem como grupos

prioritários mulheres grávidas que estejam

amamentado, pessoas com deficiência ou aqueles que

fazem parte do grupo de risco da Covid-19.

"Desde o início da pandemia, nós temos adotado uma

série de protocolos e operações para combater o

coronavírus dentro das unidades penais. Nós temos um

plano de contenção, que recentemente foi atualizado

com 12 novos eixos de atuação, além de uma série de

projetos e ações dentro das unidades", explicou o

superintendente de administração dos sistemas

penitenciários e prisional, Orlean Alves.

Dentre as medidas tomadas pelo governo está a

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Conselho Nacional de Justiça - CNJG1.Globo/Nacional - Tocantins

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

redução do contato entre agentes e reeducandos e o

reforço na higienização de ambientes. Além disso, a

Secretaria de Cidadania e Justiça adotou a operação

Lockdown e definiu as unidades penais que poderiam

receber novos detentos.

O presidente da Comissão da OAB Airton Veloso que

apura denúncias contra presos no Tocantins acredita

que mais ações são necessárias.

"Até porque você tem certas categorias de pessoas que

são mais vulneráveis e por isso, eles têm que ter um

tratamento prioritário. Sem dúvida nenhuma que é

importante e principalmente nessa época de pandemia",

disse.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça

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TCU dá ao INSS prazo de 5 dias para elaborar protocolo que permita

perícias por telemedicina

Conselho Nacional de Justiça - CNJG1.Globo/Nacional - Economia

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da

União (TCU), deu cinco dias para que o Instituto

Nacional de Seguro Social (INSS) elabore um protocolo

para realização de perícias médicas com o uso de

telemedicina.

A decisão do ministro foi dada nesta sexta-feira (25) e

atende a um pedido do Conselho Nacional de Justiça

(CNJ).

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça

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CNJ manda TJ se explicar em 48h sobre emenda regimental que

implantou a reeleição

Conselho Nacional de Justiça - CNJGazeta Digital/Mato Grosso - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Candice Lavocat Galvão Jobim

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Autor: Pablo Rodrigo e Noelisa Andreola

A conselheira Candice Lavocat Galvão Jobim, do

Conselho Nacional de Justiça (CNJ), determinou que o

Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) se

manifeste em 48 horas sobre a emenda regimental que

permite a reeleição do presidente, vice-presidente e o

corregedor geral para um segundo biênio.

"Intime-se o TJMT para se manifestar sobre os fatos

narrados na inicial no prazo de 48 horas. Após,

deliberarei sobre o pedido de liminar", diz o trecho da

decisão desta sexta-feira (25).

O procedimento de controle administrativo foi impetrado

pelo desembargador Juvenal Pereira da Silva. Na

quarta-feira (23), o magistrado já havia entrado com um

pedido de impugnação da candidatura do atual

presidente do TJ, Carlos Aberto da Rocha.

"O requerente afirmou que a proposta aprovada pelo

Tribunal Pleno ofende os princípios da igualdade e da

impessoalidade ao tornar inelegível o membro do

Tribunal que exerceu cargo de direção por quatro anos,

bem como por favorecer a atual direção da Corte",

consta no documento.

Segundo o desembargador, há entendimento firmado no

âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF) no sentido

de vedar a reeleição e a proibição de um mesmo

desembargador ocupar cargo de direção por mais de

quatro anos.

Juvenal também pediu para que seja suspensa a

emenda aprovada pela Corte no dia 10 de setembro.

"Ao final, pediu a concessão de medida liminar para

suspender os efeitos da Emenda Regimental 47/2020 e

restabelecer a redação original do art. 47, §11, do

RITJMT e, por consequência, sustar a candidatura do

atual Presidente do Tribunal ou invalidar os votos a ele

atribuídos caso o pleito tenha se realizado. No mérito,

pugnou pela confirmação do provimento cautelar".

O desembargador Sebastião de Moraes Filho também

entrou com o procedimento na quinta-feira (25), onde

também questiona a mudança no regimento interno.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Candice Lavocat

Galvão Jobim

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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina

Conselho Nacional de Justiça - CNJGazeta do Povo/Paraná - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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O Tribunal de Contas da União deu prazo de cinco dias

para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica

Federal elaborem um protocolo para a realização

"imediata" de perícias médicas com o uso de

telemedicina. A demanda surge em meio ao impasse no

retorno dos peritos às agências da Previdência Social. A

medida cautelar foi concedida nesta sexta-feira (25)

pelo ministro do TCU Bruno Dantas após representação

de dois integrantes do Conselho Nacional de Justiça.

Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique

de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de

15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina

sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O

próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego

desse instrumento. Só no Judiciário, cerca de 200 mil

processos estão paralisados, segundo o CNJ, à espera

de uma perícia. No âmbito administrativo, o número é

bem maior: cerca de um milhão de segurados aguardam

a consulta presencial. Mesmo com a lei, o Conselho

Federal de Medicina impediu a realização de

teleperícias. O governo também não vê respaldo legal e

considera a ferramenta inadequada para o caso das

perícias, cujo objetivo é atestar a condição do segurado

e detectar se o trabalhador faz jus ou não ao

recebimento do benefício.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -

Maria Tereza Uille Gomes

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Governo apressa indicação do substituto de Celso de Mello. Saiba quem

são os favoritos

Conselho Nacional de Justiça - CNJGazeta do Povo/Paraná - Noticias

sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Por Wilson Lima

A antecipação da aposentadoria do ministro Celso de

Mello, precipitou a corrida pela substituição do atual

decano do Supremo Tribunal Federal (STF). Integrantes

do Palácio do Planalto já admitem que o presidente Jair

Bolsonaro está avaliando nomes para suceder Mello e

que o Senado, com o apoio do presidente da Casa, Davi

Alcolumbre (DEM-AP), pode fazer uma força-tarefa para

apreciar o possível indicado até dezembro.

Dois nomes largam na frente pela disputa à vaga de

Celso de Mello: o atual ministro da Justiça e Segurança

Pública, André Mendonça, e o ministro da Secretaria-

Geral da Presidência, Jorge Oliveira. O ministro do

Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra Filho

corre por fora.

Nesta sexta-feira (25), Celso de Mello anunciou que vai

deixar o STF no próximo dia 13 de outubro. A princípio,

sua aposentadoria estava marcada para o dia 1º de

novembro, quando completa 75 anos de idade e deve

se aposentar compulsoriamente. O meio político foi

surpreendido com a antecipação da aposentadoria de

Mello e agora o Palácio do Planalto quer aproveitar essa

janela de oportunidade para escolher o quanto antes o

substituto do atual decano.

Em virtude da pandemia do coronavírus e da

necessidade de votação do Orçamento federal do ano

que vem, imaginava-se que o substituto de Celso de

Mello somente seria homologado pelo Senado no início

de 2021. Porém, com essa mudança de cenário,

integrantes da liderança do governo no Senado e

membros do Palácio do Planalto admitem que há a

possibilidade concreta do substituto de Mello ser

avalizado pela Casa até a primeira quinzena de

dezembro.

'Não existe vácuo de poder. E o meu sentimento é que o

Senado tem todas as condições para concluir o

processo de substituição do próximo ministro antes

mesmo do Natal', disse o vice-líder do governo, senador

Chico Rodrigues (DEM-RR). 'Eu também acho possível

avalizar o nome do substituto de Celso de Mello ainda

esse ano', concordou outro vice-líder do governo, o

senador Izalci Lucas (PSDB-DF).

Entenda o processo de substituição do novo ministro do

STF

O processo de substituição de um ministro do Supremo

Tribunal Federal começa a partir da indicação feita pelo

presidente da República. Depois, essa indicação precisa

ser avalizada por sabatina realizada pela Comissão de

Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, composta por

27 membros, e depois pelo plenário. O nome do

próximo ministro precisa ser aprovado tanto pela CCJ

quanto em plenário por maioria simples.

Em meio à pandemia do coronavírus, os senadores

acreditam que ocorra com o futuro indicado à vaga de

Celso de Mello algo semelhante com o que aconteceu

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Conselho Nacional de Justiça - CNJGazeta do Povo/Paraná - Noticias

sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

essa semana, quando os nomes de 32 autoridades - a

maioria embaixadores - foram homologados pelo

Senado após a adoção de novos protocolos de

segurança, como a instalação de totens de álcool em

gel e sistema de votação drive-thru, por exemplo. Entre

as autoridades estava, por exemplo, a ministra do

Superior Tribunal de Justiça (STJ) Maria Thereza de

Assis Moura que foi aprovada para o cargo de

corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A Gazeta do Povo apurou que, após a confirmação de

que Celso de Mello iria antecipar sua aposentadoria, o

presidente do Senado garantiu ao presidente Bolsonaro

que iria fazer o possível para acelerar o processo de

substituição do decano.

Perfil conservador de futuro ministro é pré-requisito

número 1 para Bolsonaro

Entre os possíveis ministeriáveis no STF, dois

despontam como favoritos conforme fontes do Palácio

do Planalto: os ministros André Mendonça e Jorge

Oliveira. Outro nome citado com boas chances é do

ministro Ives Gandra Martins Filho, ex-presidente do

TST. O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ)

João Otávio de Noronha e o juiz federal da Lava Jato

Marcelo Bretas correm por fora e com chances

diminutas, conforme fontes palacianas.

Bolsonaro já deixou claro que pretende começar uma

guinada conservadora no Supremo a partir da

substituição de Celso de Mello. A ideia é buscar um

equilíbrio de forças progressistas e conservadoras na

Suprema Corte. Hoje, todos os ministros são vistos

como progressistas e resistentes a pautas mais

alinhadas a um pensamento conservador, como a

proibição do aborto, por exemplo.

O projeto do presidente Jair Bolsonaro é possibilitar que

a Suprema Corte tenha uma maior pluralidade de

pensamento. Em caráter reservado, um assessor

palaciano afirmou que 'quando o presidente fala em

indicar um ministro 'terrivelmente evangélico' não é ao

pé da letra. Mas mostra uma preocupação com uma

linha de pensamento que hoje inexiste no STF'.

Além de ser conservador, o presidente quer colocar no

STF um homem cristão, que seja considerado confiável

e que apoie o combate à corrupção. Neste aspecto, o

presidente não necessariamente pretende indicar um

'lavajatista' no Supremo. O Palácio do Planalto alerta

que entre um juiz conservador e não-lavajatista e outro

progressista e lavajatista, o presidente da República

optará pelo primeiro. Outra preocupação do presidente

é com sua militância interna. O presidente vai escolher

um ministro que também seja bem-quisto junto à sua

base política.

Até o momento, o nome de André Mendonça é o que

desponta com maiores chances para o lugar de Celso

de Mello. Evangélico, Mendonça é visto como homem

de confiança do presidente, mas pesa contra a

resistência da militância bolsonarista, que enxerga nele

um homem pouco confiável, após ele fazer acenos

públicos ao atual Supremo.

Dos possíveis novos ministros, Jorge Oliveira é o mais

próximo do presidente. Apesar de ser amigo de

Bolsonaro, ele tem como fatores negativos a resistência

da militância a 'falta de saber jurídico' para um cargo

desta envergadura. Nos bastidores, ele tem buscado

convencer o presidente de que suas funções na

Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ) são o suficiente

para assumir o STF. Dois ministros já passaram pela

SAJ: Dias Toffoli e Gilmar Mendes.

Ives Gandra Filho está bem cotado nas "bolsas de

aposta"

O terceiro nesta corrida é o ministro Ives Gandra

Martins Filho. Seu nome passou a circular fortemente

nas últimas semanas, mas o fato de ter pouca relação

com Bolsonaro é visto como fator negativo.

Conservador e cristão, Ives Gandra Filho fez voto de

pobreza e, segundo integrantes do governo, poderia ser

visto como símbolo dessa guinada conservadora

pretendida por Bolsonaro.

Outro nome ventilado é do juiz federal William Douglas.

Ele tem apoio de líderes evangélicos na Câmara que60

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Conselho Nacional de Justiça - CNJGazeta do Povo/Paraná - Noticias

sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

também buscam emplacar um nome assumidamente

conservador para a Suprema Corte. Deputados da

bancada evangélica acreditam que a indicação de

Douglas também seria um ativo importante para ratificar

o apoio do presidente à sua base parlamentar.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça

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TJPR decide na segunda se afasta juíza que citou raça ao condenar negro

Conselho Nacional de Justiça - CNJMetrópoles/Distrito Federal - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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Autor: Tácio Lorran

O ?rgão Especial do Tribunal de Justiça do Paraná

(TJPR) vai decidir nesta segunda-feira (28/9) se afasta a

juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara Criminal de

Curitiba, que mencionou a raça de um réu negro ao

condená-lo a 14 anos e 2 meses de prisão por furto.

A Corregedoria-Geral da Justiça informou ao Metrópoles

que já encerrou a fase preliminar do procedimento

administrativo aberto contra a juíza. A Presidência do

TJPR foi comunicada da decisão da Corregedoria de

levá-lo para análise do ?rgão Especial do tribunal

paranaense.

Eventual afastamento será decidido pelo OE, em

sessão marcada para esta segunda-feira, com início às

13h30. 'Caberá aos desembargadores integrantes do

colegiado decidirem sobre abertura ou não de processo

administrativo disciplinar', prosseguiu.

Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ),

existem três processos em andamento sobre o caso,

apensados ao pedido de providências aberto pelo então

corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto

Martins, atual presidente do Superior Tribunal de Justiça

(STJ).

Em 18 de agosto, o ministro concedeu um prazo de 30

dias para que a Corregedoria do Tribunal de Justiça do

Paraná concluísse apuração dos fatos e encaminhasse

as conclusões à Corregedoria. 'O material já foi enviado

e os autos estão conclusos para nova decisão',

explicou.

Na sentença, a juíza Inês Marchalek Zarpelon afirmou

que o réu era 'seguramente integrante do grupo

criminoso, em razão da sua raça'. O caso veio à tona

em agosto deste ano, após a advogada do condenado,

Thayse Pozzobon, acusar a juíza de ter proferido uma

sentença de cunho racista.

O Metrópoles revelou que antes disso, a juíza foi alvo

de uma reclamação disciplinar por abuso de autoridade.

A magistrada teria autorizado, em 2012, a interceptação

do telefone de um advogado para supostamente

encontrar um foragido suspeito de mandar matar a

própria mulher.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça

62

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Corregedoria mandar priorizar ação contra ex-secretário de Saúde do DF

Conselho Nacional de Justiça - CNJMetrópoles/Distrito Federal - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Isadora Teixeira

A Corregedoria Geral da Justiça de Alagoas (CGJ-AL)

determinou que seja dada prioridade na tramitação da

ação civil de improbidade administrativa a qual o ex-

secretário de Saúde do Distrito Federal Francisco

Araújo responde junto a outros réus.

Antes de atuar na gestão pública do DF, Araújo foi

secretário de Assistência Social de Maceió. Ele foi preso

em 25 de agosto pela Operação Falso Negativo, quando

estava à frente da Secretaria de Saúde, suspeito de

liderar esquema para desvio de dinheiro.

Segundo o processo movido pela Prefeitura de Maceió,

a manutenção dos serviços prestados por organização

da sociedade civil de interesse público (Oscip) gerou

enriquecimento ilícito a membros da entidade, ofendeu

princípios da administração pública e ocasionou prejuízo

ao erário.

A pasta firmou um termo de parceria, sem licitação, com

a Oscip Tocqueville, em 2007, e depois a renovou em

13 oportunidades, das quais seis teriam ocorrido na

gestão do ex-secretário, de acordo com os procuradores

do município. No entanto, segundo a denúncia, a

iniciativa seria ilegal.

Na ação, a prefeitura apontou que R$ 56,1 milhões

foram gastos de forma desnecessária no período em

que Araújo esteve à frente da Secretaria Municipal de

Assistência Social.

Educação

A Oscip também teve atuação na Secretaria de

Educação. Foram denunciadas, em 2013, 15 pessoas e

a Oscip, mas apenas oito são réus da ação, incluindo

Araújo. A Justiça rejeitou a denúncia em relação aos

outros porque houve prescrição ou porque os acusados

permanecerem no cargo de chefia por menos de seis

meses.

Eles respondem por terceirização da atividade fim,

continuidade da prestação dos serviços sem vínculo

formal entre a Oscip e o ente municipal, enriquecimento

ilícito, dano ao erário e ofensa aos princípios da

administração pública.

O despacho da Corregedoria Geral da Justiça de

Alagoas é do dia 15 de setembro, mas só foi liberada

nos autos do processo que tramita no Tribunal de

Justiça de Alagoas (TJAL) nessa terça-feira (22/9). A

iniciativa não teria ligação direta com os fatos

investigados no DF.

Meta

A CGJ-AL informou à coluna Grande Angular que o

processo em questão não foi inspecionado por uma

prioridade específica, mas por se tratar de ação de

improbidade administrativa. O órgão disse que, em

dezembro de 2019, analisa todas as ações dessa

natureza em trâmite no Estado e, em setembro de 2020,

repete o processo.

A Corregedoria Geral da Justiça de Alagoas disse que63

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Conselho Nacional de Justiça - CNJMetrópoles/Distrito Federal - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

'são ações de extrema importância' e entende que

'deve-se buscar a celeridade e correição no andamento

das mesmas'. 'Assim, esta CGJ/AL aponta, em

processos como este, que se dê prioridade em sua

tramitação'.

A ação de improbidade administrativa que tem como um

dos réus o ex-gestor de Maceió e do DF está incluída na

Meta 4 Conselho Nacional de Justiça (CNJ), segundo

a CGJ-AL. Esse dispositivo prevê a identificação e

julgamento, até 31 de dezembro de 2020, de 70% das

ações de improbidade administrativa e das ações

penais relacionadas a crimes contra a administração

pública distribuídas até o fim de 2017, em especial

corrupção ativa e passiva, peculato e concussão.

No caso brasiliense, a Operação Falso Negativo, do

Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

(MPDFT), investiga supostas irregularidades nas

aquisições de insumos para combate à Covid-19. A

estimativa é de que houve prejuízo de pelo menos R$

18 milhões aos cofres públicos. No total, 15 pessoas

foram denunciadas por crimes, incluindo Araújo.

O outro lado

A coluna tenta contato com a defesa do ex-secretário

para comentar a determinação da CGJ-AL. O processo

ganhou notoriedade em fevereiro de 2019, quando

Araújo se tornou diretor-presidente do Instituto de

Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF).

À época, Araújo disse que o contrato com a Oscip já

existia quando assumiu a Secretaria de Assistência

Social. 'Eu não o celebrei. São 15 ex-secretários que

respondem a essa ação política movida pela prefeitura à

época', afirmou.

O gestor destacou, na ocasião, os feitos da

administração dele. 'Coloquei mais de 70 mil pessoas

no Bolsa Família, construí Cras [Centro de Referência

de Assistência Social], ganhei vários prêmios do

Ministério de Desenvolvimento Social por práticas de

boa gestão. Fui secretário de Saúde por oito anos',

assinalou.

Sobre a denúncia do MPDFT, a defesa a classificou

como 'peça insubsistente'. 'A acusação padece da falta

de prova das alegações ali contidas. Por outro lado, o

Ministério Público pediu a prisão do secretário,

acusando-o de corrupto, mas não consta da denúncia a

acusação de corrupção nem lavagem de dinheiro. Essa

denúncia não pode prosperar', afirmou o advogado

Cleber Lopes.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça

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TCU manda INSS fazer protocolo de perícia por telemedicina

Conselho Nacional de Justiça - CNJO Antagonista/Nacional - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Clique aqui para abrir a imagem

O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da

União, determinou que o INSS elabore em cinco dias

um protocolo para a realização de perícias médicas por

telemedicina.

A decisão ocorre em meio à pressão do governo para

que peritos médicos retornem às agências do INSS.

Eles acionaram a Justiça para voltar só nos lugares que

consideram seguros contra a contaminação pela Covid-

19.

Dantas atendeu a um pedido do Conselho Nacional de

Justiça, que apontou risco de judicialização de 600 mil

pedidos de perícia não realizada.

'Não há dúvidas de que a pandemia evidenciou a

efetividade das inúmeras utilidades de comunicação

remota possíveis nos mais variados espectros da vida

pública e privada das pessoas. Neste cenário de

restrição de algumas atividades presenciais, é

impensável excluir completamente a utilização de

ferramental tecnológico', afirmou.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça

65

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Fux está definindo mediações online nos tribunais

Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo - Blogs/Nacional - Direto da Fonte

sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Presidente do CNJ

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Sonia Racy

O presidente do STF e do CNJ, Luiz Fux. Foto: Dida

Sampaio/Estadão

Tête-à-tête

Leia Também

Candidatos de SP já fazem propaganda no Facebook;

Tatto lidera gastos

Com a pandemia, Luiz Fux, presidente do CNJ e STF,

está definindo como serão as mediações online nos

tribunais. Na sua mesa está proposta de criação de

plataforma para videoconferências seguras.

Acredita-se que as mediações não podem mais ser

adiadas. Por quê? Estimam-se 80 milhões de ações

judiciais no País, com ingresso de algo como 30 milhões

de novas causas por ano.

Do outro lado, existem 4860 mediadores e 3899

conciliadores no CNJ.

Páreo

Escolhido o marqueteiro de Márcio França: trata-se de

Raul Cruz Lima. Terá tarefa facilitada: o candidato tem o

segundo maior tempo de TV, diz seu assessor jurídico

Anderson Pomini.

Fechou o tempo

Pode não ter debate do primeiro turno na Globo entre

candidatos a prefeito em SP. As campanhas de Jilmar

Tatto, Andrea Matarazzo e Guilherme Boulos são contra

o formato proposto pela emissora: a de convidar apenas

os quatro primeiro colocados.

Recuperando

Boas notícias. Segundo levantamento da PayGo -

empresa de meios de pagamentos do C6 Bank -, o

volume de transações, com cartões tanto de débito

como de crédito na segunda semana de setembro,

chegou a ser apenas?. 1,7% menor em relação à pré-

pandemia.

Nos meses mais críticos de março e abril, a queda

média foi de 60%.

Na defesa

O protocolo da CBF, aprovado pelo Ministério da Saúde,

para a volta de até 30% dos torcedores do time

mandante, estabelece que os ingressos serão vendidos

de forma virtual e não pela cabine dos estádios.

Sócio torcedor terá prioridade na aquisição de entradas.

Na espera

A Pinacoteca antecipa curiosidades sobre a exposição

indígena que entra em cartaz quando o museu reabrir:

Véxoa: Nós sabemos. No @pina.

66

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo - Blogs/Nacional - Direto da Fonte

sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Presidente do CNJ

No Online

Ficou pronta a biblioteca Padre Charbonneau, do

Colégio Santa Cruz.

A escola programa eventos virtuais como conversa com

o escritor Alberto Manguel, ex -Biblioteca Nacional da

Argentina e membro da Academia Argentina de Letras.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Presidente do CNJ

67

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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina - O Liberal

Conselho Nacional de Justiça - CNJO Liberal online - Americana (SP)/São Paulo - Noticias

sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Clique aqui para abrir a imagem

Economia

Por Agência Estado

25 set 2020 às 21:16 ? Última atualização 25 set 2020

às 21:35

Link da matéria: https://liberal.com.br/brasil-e-

mundo/economia/tcu-da-5-dias-para-inss-iniciar-pericia-

por-telemedicina-1319466/

O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias

para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica

Federal elaborem um protocolo para a realização

'imediata' de perícias médicas com o uso de

telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta

sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após

representação de dois integrantes do Conselho

Nacional de Justiça (CNJ).

Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique

de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de 15

de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina sem

excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O

próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego

desse instrumento.

Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão

paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.

No âmbito administrativo, como mostrou o

Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de

um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta

presencial.

Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina

(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo

também não vê respaldo legal e considera a ferramenta

inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é

atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus

ou não ao recebimento do benefício.

Retorno

O Ministério da Economia tem aos poucos determinado

o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a

retomada desaguou numa guerra política com o

sindicato da categoria e também numa batalha judicial.

Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram

efetivamente convocados a retomar seus postos de

trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.

Diante do impasse no retorno das atividades presenciais

dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a

elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas

determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a

Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço

Social (CFSS).

'A paralisação e o represamento das perícias médicas

são de uma gravidade ímpar neste momento, pois

denotam, além de incapacidade gerencial, falta de

sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das

pessoas menos favorecidas', diz o ministro em seu

despacho.

'Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via68

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Liberal online - Americana (SP)/São Paulo - Noticias

sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus

benefícios e direitos em momento dramático de suas

vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros

decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo

reconhecendo os esforços do governo federal com a

concessão do auxílio emergencial e do benefício

emergencial a parcelas significativas da população mais

vulnerável', acrescentou.

Para Dantas, a eventual judicialização dos

requerimentos em fase administrativa ainda não

atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,

dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda

ponderou que há 'ameaça de punições funcionais contra

os peritos que, eventualmente, fizerem tais

procedimentos' por meio virtual, ainda que autorizados

pelo CNJ.

Em sua representação, os conselheiros do CNJ

classificaram a situação de 'verdadeira crise

humanitária'. 'Centenas de milhares de trabalhadores e

de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária

decorrente da pandemia da covid-19, viram-se

impossibilitados de manter a própria subsistência e a de

seus familiares em virtude da inércia do Estado em

cumprir um dos mais relevantes de seus deveres', diz o

documento.

Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e

Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria

da Perícia Médica, não comentou

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça

69

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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina

Conselho Nacional de Justiça - CNJO Povo Online/Ceará - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila

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O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias

para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica

Federal elaborem um protocolo para a realização

"imediata" de perícias médicas com o uso de

telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta

sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após

representação de dois integrantes do Conselho

Nacional de Justiça (CNJ).

Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique

de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de

15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina

sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O

próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego

desse instrumento.

Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão

paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.

No âmbito administrativo, como mostrou o

Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de

um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta

presencial.

Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina

(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo

também não vê respaldo legal e considera a ferramenta

inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é

atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus

ou não ao recebimento do benefício.

Retorno

O Ministério da Economia tem aos poucos determinado

o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a

retomada desaguou numa guerra política com o

sindicato da categoria e também numa batalha judicial.

Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram

efetivamente convocados a retomar seus postos de

trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.

Diante do impasse no retorno das atividades presenciais

dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a

elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas

determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a

Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço

Social (CFSS).

"A paralisação e o represamento das perícias médicas

são de uma gravidade ímpar neste momento, pois

denotam, além de incapacidade gerencial, falta de

sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das

pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu

despacho.

"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via

administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus

benefícios e direitos em momento dramático de suas

vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros

decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo

reconhecendo os esforços do governo federal com a

concessão do auxílio emergencial e do benefício

emergencial a parcelas significativas da população mais

vulnerável", acrescentou.

Para Dantas, a eventual judicialização dos

requerimentos em fase administrativa ainda não70

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Povo Online/Ceará - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila

atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,

dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda

ponderou que há "ameaça de punições funcionais

contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais

procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados

pelo CNJ.

Em sua representação, os conselheiros do CNJ

classificaram a situação de "verdadeira crise

humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e

de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária

decorrente da pandemia da covid-19, viram-se

impossibilitados de manter a própria subsistência e a de

seus familiares em virtude da inércia do Estado em

cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o

documento.

Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e

Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria

da Perícia Médica, não comentou

Dúvidas, críticas e sugestões? Fale com a gente

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de

Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes

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Tribunal de Contas dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina

Conselho Nacional de Justiça - CNJR7 Notícias/Nacional - Economia

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Do R7

O TCU (Tribunal de Contas da União) deu cinco dias

para que o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e

a Subsecretaria da Perícia Médica Federal elaborem um

protocolo para a realização "imediata" de perícias

médicas com o uso de telemedicina.

A medida cautelar foi concedida nesta sexta-feira (25),

pelo ministro do TCU Bruno Dantas após representação

de dois integrantes do CNJ (Conselho Nacional de

Justiça).

Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique

de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de

15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina

sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O

próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego

desse instrumento.

Leia mais: Retorno de peritos médicos chega a 70% nas

agências do INSS

Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão

paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.

No âmbito administrativo, esse número é até maior:

cerca de um milhão de segurados do INSS aguardam a

consulta presencial.

Mesmo com a lei, o CFM (Conselho Federal de

Medicina) impediu a realização de teleperícias. O

governo também não vê respaldo legal e considera a

ferramenta inadequada para o caso das perícias, cujo

objetivo é atestar a condição do segurado e detectar se

ele faz jus ou não ao recebimento do benefício.

Retorno

O Ministério da Economia tem aos poucos determinado

o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a

retomada desaguou numa guerra política com o

sindicato da categoria e também numa batalha judicial.

Dos cerca de 3.500 peritos federais, 776 foram

efetivamente convocados a retomar seus postos de

trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.

Diante do impasse no retorno das atividades presenciais

dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a

elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas

determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a

Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia, o CFM e o CFSS (Conselho Federal do

Serviço Social).

"A paralisação e o represamento das perícias médicas

são de uma gravidade ímpar neste momento, pois

denotam, além de incapacidade gerencial, falta de

sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das

pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu

despacho.

"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via

administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus

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Conselho Nacional de Justiça - CNJR7 Notícias/Nacional - Economia

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

benefícios e direitos em momento dramático de suas

vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros

decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo

reconhecendo os esforços do governo federal com a

concessão do auxílio emergencial e do benefício

emergencial a parcelas significativas da população mais

vulnerável", acrescentou.

Para Dantas, a eventual judicialização dos

requerimentos em fase administrativa ainda não

atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,

dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda

ponderou que há "ameaça de punições funcionais

contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais

procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados

pelo CNJ.

Em sua representação, os conselheiros do CNJ

classificaram a situação de "verdadeira crise

humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e

de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária

decorrente da pandemia da covid-19, viram-se

impossibilitados de manter a própria subsistência e a de

seus familiares em virtude da inércia do Estado em

cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o

documento.

Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e

Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria

da Perícia Médica, não comentou

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -

Maria Tereza Uille Gomes

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TCU dá cinco dias a INSS para elaborar protocolo de realização de

perícia por telemedicina

Conselho Nacional de Justiça - CNJTerra/Nacional - Coronavírus

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila

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Autor: Idiana Tomazelli

BRASÍLIA - O Tribunal de Contas da União (TCU) deu

cinco dias para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia

Médica Federal elaborem um protocolo para a

realização "imediata" de perícias médicas com o uso de

telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta

sexta, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após

representação de dois integrantes do Conselho

Nacional de Justiça (CNJ).

Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique

de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de

15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina

sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O

próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego

desse instrumento.

Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão

paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.

No âmbito administrativo, como mostrou o

Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de

um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta

presencial.

Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina

(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo

também não vê respaldo legal e considera a ferramenta

inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é

atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus

ou não ao recebimento do benefício.

Retorno

O Ministério da Economia tem aos poucos determinado

o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a

retomada desaguou numa guerra política com o

sindicato da categoria e também numa batalha judicial.

Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram

efetivamente convocados a retomar seus postos de

trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.

Diante do impasse no retorno das atividades presenciais

dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a

elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas

determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a

Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço

Social (CFSS).

"A paralisação e o represamento das perícias médicas

são de uma gravidade ímpar neste momento, pois

denotam, além de incapacidade gerencial, falta de

sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das

pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu

despacho.

"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via

administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus

benefícios e direitos em momento dramático de suas

vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros

decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo

reconhecendo os esforços do governo federal com a

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Conselho Nacional de Justiça - CNJTerra/Nacional - Coronavírus

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila

concessão do auxílio emergencial e do benefício

emergencial a parcelas significativas da população mais

vulnerável", acrescentou.

Para Dantas, a eventual judicialização dos

requerimentos em fase administrativa ainda não

atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,

dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda

ponderou que há "ameaça de punições funcionais

contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais

procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados

pelo CNJ.

Em sua representação, os conselheiros do CNJ

classificaram a situação de "verdadeira crise

humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e

de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária

decorrente da pandemia da covid-19, viram-se

impossibilitados de manter a própria subsistência e a de

seus familiares em virtude da inércia do Estado em

cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o

documento.

Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e

Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria

da Perícia Médica, não comentou.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de

Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes

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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina

Conselho Nacional de Justiça - CNJTribuna do Norte/Rio Grande do Norte - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Clique aqui para abrir a imagem

O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias

para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica

Federal elaborem um protocolo para a realização

"imediata" de perícias médicas com o uso de

telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta

sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após

representação de dois integrantes do Conselho

Nacional de Justiça (CNJ).

Créditos: Divulgação

Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique

de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de

15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina

sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O

próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego

desse instrumento.

Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão

paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.

No âmbito administrativo como mostrou o

Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de

um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta

presencial.

Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina

(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo

também não vê respaldo legal e considera a ferramenta

inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é

atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus

ou não ao recebimento do benefício.

Retorno

O Ministério da Economia tem aos poucos determinado

o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a

retomada desaguou numa guerra política com o

sindicato da categoria e também numa batalha judicial.

Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram

efetivamente convocados a retomar seus postos de

trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.

Diante do impasse no retorno das atividades presenciais

dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a

elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas

determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a

Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço

Social (CFSS).

"A paralisação e o represamento das perícias médicas

são de uma gravidade ímpar neste momento, pois

denotam, além de incapacidade gerencial, falta de

sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das

pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu

despacho.

"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via

administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus

benefícios e direitos em momento dramático de suas

vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros

decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo

reconhecendo os esforços do governo federal com a

concessão do auxílio emergencial e do benefício

emergencial a parcelas significativas da população mais

vulnerável", acrescentou.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJTribuna do Norte/Rio Grande do Norte - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Para Dantas, a eventual judicialização dos

requerimentos em fase administrativa ainda não

atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,

dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda

ponderou que há "ameaça de punições funcionais

contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais

procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados

pelo CNJ.

Em sua representação, os conselheiros do CNJ

classificaram a situação de "verdadeira crise

humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e

de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária

decorrente da pandemia da covid-19, viram-se

impossibilitados de manter a própria subsistência e a de

seus familiares em virtude da inércia do Estado em

cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o

documento.

Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e

Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria

da Perícia Médica, não comentou.

Estadão Conteúdo

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -

Maria Tereza Uille Gomes

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Em dez anos, nenhum juiz foi punido por racismo em processos abertos

no CNJ

Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Clique aqui para abrir a imagem

Entre 2010 e agosto de 2020, o Conselho Nacional de

Justiça (CNJ) recebeu nove denúncias de posturas

consideradas racistas de juízes em suas decisões.

Desse total, seis foram arquivadas; duas, suspensas; e

uma está em tramitação, revelam dados acessados pelo

Brasil de Fato via Lei de Acesso à Informação (LAI).

Um desses casos é o da juíza Inês Marchalek Zarpelon,

revelado pelo Brasil de Fato em agosto deste ano. Em

19 de junho, a magistrada escreveu em decisão que um

homem acusado de praticar furtos e integrar

organização criminosa: "Sobre sua conduta social nada

se sabe. Seguramente integrante do grupo criminoso,

em razão da sua raça".

Três denúncias contra o texto da decisão foram feitas

ao CNJ. Dessas, dois processos foram suspensos e o

terceiro, movido pela Corregedoria Nacional de

Justiça, ainda tramita no órgão. Na última decisão, em

19 de agosto, o ministro Humberto Martins ofereceu 60

dias para que a defesa de Zarpelon se manifeste.

Também em agosto, a Associação dos Magistrados do

Paraná divulgou nota escrita pela juíza em que ela

afirma que "em nenhum momento houve o propósito de

discriminar qualquer pessoa por conta de sua cor". O

texto ainda classifica o racismo como "uma prática

intolerável em qualquer civilização e não condiz com os

valores que defendo". "A linguagem, não raro, quando

extraída de um contexto, pode causar dubiedades",

afirmou.

Após a divulgação da sentença, a Defensoria Pública do

Paraná convocou uma força-tarefa para revisar as

sentenças da 1ª Vara Criminal de Curitiba, onde a

magistrada Inês Marchalek Zarpelon despacha. Em uma

nota oficial, a instituição fala em "estarrecimento e

inconformismo com o teor da sentença", proferida em 19

de junho.

O plenário do Senado aprovou, em 13 de agosto, voto

de repúdio contra a decisão. A reportagem tentou, sem

sucesso, contato com a magistrada. Se enviado, seu

posicionamento será incluído nesta reportagem.

"Padrão de bandido"

Uma decisão da juíza Lissandra Reis Ceccon, da 5ª

Vara Criminal de Campinas também foi denunciada ao

órgão e está entre os seis processos arquivados. Em

julho de 2016, a magistrada condenou um réu a 30 anos

de prisão por latrocínio e destacou, na sentença, que o

homem não corresponde ao perfil de um criminoso.

"Vale anotar que o réu não possui o estereótipo padrão

de bandido, possui pele, olhos e cabelos claros, não

estando sujeito a ser facilmente confundido", escreveu

Ceccon. O ministro Humberto Martins, do CNJ, decidiu

arquivar a denúncia contra a magistrada em agosto de

2019.

"Não há que se falar em abuso de liberdade e

independência funcional, pois não evidenciada qualquer

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Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

afronta aos deveres elencados na LOMAN (Lei

Orgânica da Magistratura Nacional) ou no Código de

Ética da Magistratura", afirma Martins em sua decisão.

"Os elementos não traduzem que o magistrado possuía

o intuito ofensivo nem preconceituoso que pudessem

revelar a quebra de desvio ético ou de conduta",

completa.

O Brasil de Fato também tentou contato com a

magistrada através da associação integrada por ela. Se

enviado, seu posicionamento será incluído neste texto.

"Intuito ofensivo"

Especialistas ouvidos pela reportagem discordam das

decisões do CNJ, e avaliam que os termos utilizados

pelo órgão nos textos.

"A juíza usa elementos diretos de práticas do racismo.

Agora, na decisão que exime ela de responsabilidade,

em nenhum momento se usa a palavra 'racismo'. Eles

não usam deliberadamente, uma vez que você coloca o

ato do racismo, ele é um crime inafiançável e

imprescritível", avalia Sheila Carvalho, coordenadora do

núcleo de Violência Institucional da Comissão de

Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil

(OAB) de São Paulo.

"Está muito evidente a violação ética, dentro das regras

da Magistratura, quando a raça de uma pessoa está

associada ao cometimento de crime", afirma Thiago

Amparo, advogado e professor de políticas de

diversidade na Fundação Getúlio Vargas (FGV).

"Ao falar que uma pessoa não tem o perfil de bandido,

associando o perfil à raça da pessoa, há um crime, pois

não há legislação brasileira que descreva isso, então

não é uma interpretação da lei", completa.

Sobre a decisão do CNJ, Amparo avalia que o

"judiciário não pune crime de racismo ou injúria racial,

porque ele percebe que não existe o intuito ofensivo.

Nesse caso, não tem outra forma de punir, se não

usando as palavras que a juíza escolheu para usar na

sentença, não há como fazer um exame psicológico na

juíza para saber se ela é racista."

Subnotificação

Um levantamento divulgado pelo CNJ em 25 de agosto

deste ano, mostra que há 19.673 mil juízes no Brasil.

Em 2019, os magistrados emitiram 32 milhões de

sentenças e decisões terminativas. Com dados tão

elevados da estrutura do sistema judiciário, o baixo

número de denúncias de racismo chama a atenção de

Amparo.

"De fato, é um caso de subnotificação porque se

entende que não haverá uma investigação profunda

sobre racismo, justamente porque sabemos que os

órgãos como o CNJ não vão punir os desembargadores

e os juízes. A subnotificação vem dessa sensação de

impunidade", explica o advogado.

Carvalho acredita que haja uma "naturalização" do

racismo no sistema jurídico do país, que impede que as

denúncias sejam levadas adiante.

"Nós temos um judiciário extremamente racista, mas

que não se enxerga como racista. Isso é muito grave.

Nós temos todo um sistema judiciário racista, que vai

desde a polícia, passando pelo Ministério Público, até

os juízes. Essa estrutura pratica o racismo em bases

cotidianas sem entender que estão fazendo isso. É uma

banalização da violência racial e o judiciário não é

diferente", aponta Carvalho.

"Não há que se falar em abuso de liberdade e

independência funcional, pois não evidenciada qualquer

afronta aos deveres elencados na LOMAN (Lei

Orgânica da Magistratura Nacional) ou no Código de

Ética da Magistratura", afirma Martins em sua decisão.

"Os elementos não traduzem que o magistrado possuía

o intuito ofensivo nem preconceituoso que pudessem

revelar a quebra de desvio ético ou de conduta",

completa.

O Brasil de Fato questionou o CNJ sobre a avaliação

dos especialistas ouvidos e sobre o baixo índice de

denúncias de casos de racismo em decisões judiciais. O79

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Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

órgão solicitou mais prazo e não enviou posicionamento

até o fechamento desta reportagem. Se enviado, ele

será incluído neste texto.

Leia a reportagem original no site do Brasil de Fato.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

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CNJ foi morar no Mundo da Lua, onde não há teto

Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Clique aqui para abrir a imagem

O Conselho Nacional de Justiça decidiu morar no

mundo da Lua, onde não há teto de gastos. Numa fase

em que era presidido por Dias Toffoli, o CNJ enviou ao

Congresso projeto que autoriza o Judiciário a gastar por

fora, à margem do limite legal, algo como R$ 500

milhões por ano. É inacreditável que o Judiciário queira

entrar em litígio com a lei do teto de gastos. Pior,

pretende desrespeitar a própria Constituição, pois o teto

está inserido no texto constitucional.

O projeto de lei foi apresentado a pretexto de

estabelecer novas regras para a cobrança das

chamadas custas processuais, uniformizando

procedimentos em todo o Judiciário. Até aí, tudo bem. O

problema é que foi enfiada no artigo 23 da proposta

uma esperteza. Prevê que o dinheiro seria computado

em rubrica que não seria alcançada pelo teto de gastos.

Se vingar, amanhã o Legislativo e, no limite, o próprio

Executivo podem reivindicar a criação dos seus próprios

puxadinhos.

Dias atrás, Dias Toffoli, ainda na presidência do CNJ,

mandou tribunais regionais federais e do trabalho

pagarem um terço de férias a juízes e desembargadores

de todo o país. Magistrados, como se sabe, têm direito

a 60 dias de férias por ano. Eles se sentem à vontade

para vender 20 dias. E você, caro contribuinte, é

obrigado a pagar. É esse tipo de despesa que se

pretende cobrir com o desrespeito ao teto.

Resta confiar que ocorra com o CNJ algo parecido com

o que aconteceu com AGU, que teve de sustar na

estação o bonde da alegria que concedia reajustes

salariais em massa. É preciso começar a tratar o

absurdo como absurdo, caprichando na reação. Se essa

a desfaçatez do CNJ prosperar, o Brasil vai acabar

evoluindo da condição de país do jeitinho para a

posição de país que não tem jeito.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça

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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina

Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - economia

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Clique aqui para abrir a imagem

O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias

para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica

Federal elaborem um protocolo para a realização

"imediata" de perícias médicas com o uso de

telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta

sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após

representação de dois integrantes do Conselho

Nacional de Justiça (CNJ).

Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique

de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de

15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina

sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O

próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego

desse instrumento.

Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão

paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.

No âmbito administrativo, como mostrou o

Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de

um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta

presencial.

Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina

(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo

também não vê respaldo legal e considera a ferramenta

inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é

atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus

ou não ao recebimento do benefício.

Retorno

O Ministério da Economia tem aos poucos determinado

o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a

retomada desaguou numa guerra política com o

sindicato da categoria e também numa batalha judicial.

Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram

efetivamente convocados a retomar seus postos de

trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.

Diante do impasse no retorno das atividades presenciais

dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a

elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas

determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a

Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço

Social (CFSS).

"A paralisação e o represamento das perícias médicas

são de uma gravidade ímpar neste momento, pois

denotam, além de incapacidade gerencial, falta de

sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das

pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu

despacho.

"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via

administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus

benefícios e direitos em momento dramático de suas

vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros

decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo

reconhecendo os esforços do governo federal com a

concessão do auxílio emergencial e do benefício

emergencial a parcelas significativas da população mais

vulnerável", acrescentou.

Para Dantas, a eventual judicialização dos

requerimentos em fase administrativa ainda não82

Page 83: Corona 26092020 - observatorionacional.cnj.jus.br · Capa - 26/09/2020 118 Judiciário - STF / Decano antecipa saída e acelera sucessão no STF ... uma entrevista ao jornal Folha

Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - economia

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,

dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda

ponderou que há "ameaça de punições funcionais

contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais

procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados

pelo CNJ.

Em sua representação, os conselheiros do CNJ

classificaram a situação de "verdadeira crise

humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e

de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária

decorrente da pandemia da covid-19, viram-se

impossibilitados de manter a própria subsistência e a de

seus familiares em virtude da inércia do Estado em

cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o

documento.

Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e

Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria

da Perícia Médica, não comentou

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -

Maria Tereza Uille Gomes

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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina

Conselho Nacional de Justiça - CNJBem Paraná Online/Paraná - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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Autor: Idiana Tomazelli - Estadão Conteúdo

O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias

para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica

Federal elaborem um protocolo para a realização

"imediata" de perícias médicas com o uso de

telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta

sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após

representação de dois integrantes do Conselho

Nacional de Justiça (CNJ).

Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique

de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de

15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina

sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O

próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego

desse instrumento.

Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão

paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.

No âmbito administrativo, como mostrou o

Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de

um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta

presencial.

Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina

(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo

também não vê respaldo legal e considera a ferramenta

inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é

atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus

ou não ao recebimento do benefício.

Retorno

O Ministério da Economia tem aos poucos determinado

o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a

retomada desaguou numa guerra política com o

sindicato da categoria e também numa batalha judicial.

Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram

efetivamente convocados a retomar seus postos de

trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.

Diante do impasse no retorno das atividades presenciais

dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a

elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas

determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a

Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço

Social (CFSS).

"A paralisação e o represamento das perícias médicas

são de uma gravidade ímpar neste momento, pois

denotam, além de incapacidade gerencial, falta de

sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das

pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu

despacho.

"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via

administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus

benefícios e direitos em momento dramático de suas

vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros

decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo

reconhecendo os esforços do governo federal com a

concessão do auxílio emergencial e do benefício

emergencial a parcelas significativas da população mais

vulnerável", acrescentou.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJBem Paraná Online/Paraná - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Para Dantas, a eventual judicialização dos

requerimentos em fase administrativa ainda não

atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,

dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda

ponderou que há "ameaça de punições funcionais

contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais

procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados

pelo CNJ.

Em sua representação, os conselheiros do CNJ

classificaram a situação de "verdadeira crise

humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e

de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária

decorrente da pandemia da covid-19, viram-se

impossibilitados de manter a própria subsistência e a de

seus familiares em virtude da inércia do Estado em

cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o

documento.

Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e

Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria

da Perícia Médica, não comentou

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -

Maria Tereza Uille Gomes

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Atuação do Órgão Especial do TJ-SP em caso de advogado preso será

julgada no CNJ

Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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Autor: Rafa Santos

Fux deferiu pedido do Conselho Federal da OAB para

ingressar no julgamento

O presidente do Conselho Nacional de Justiça,

ministro Luiz Fux, aceitou pedido do Conselho Federal

da OAB para participar como parte interessada no

julgamento da reclamação ajuizada pelo advogado

Rodrigo Filgueira Queiroz contra o juiz Vinícius

Castrequini Bufulin.

O caso foi tema de uma reportagem da ConJur de

dezembro de 2019. Queiroz foi enviado para a

Penitenciária de Presidente Venceslau (SP) após ter a

prisão preventiva decretada em processo por crime

contra a honra.

No último dia 30 de julho, Queiroz acrescentou aos

autos da reclamação questionamentos sobre a atuação

do ?rgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo

no julgamento de recurso administrativo sobre o caso.

Queiroz pede que o CNJ aprecie o conteúdo do texto

inserido no acórdão proferido pelo ?rgão Especial do

TJ-SP e divulgado em sites jurídicos. O advogado

questiona o uso de termos como a que define que a

atuação dele é "pautada pela chicana e pelo desrespeito

ostensivo ao Poder Judiciário e seus membros" e que

ele seria "uma vergonha para a classe jurídica e para a

nobre classe dos advogados, em especial".

Queiroz e seu advogado, Antonio Aparecido Belarmino

Junior, questionam a competência para julgar e

censurar a conduta profissional de advogados do ?rgão

Especial do TJ-SP, quando essa função compete

exclusivamente à Ordem dos Advogados do Brasil

(artigo 70 da Lei nº 9.609/94).

O advogado pede uma retratação pública do ?rgão

Especial do TJ-SP e reconhece expressamente a

inviolabilidade do advogado por seus atos e

manifestações no exercício da profissão. Ele também

pede que a Corregedoria Geral de Justiça do Estado de

São Paulo forneça a relação de todos os procedimentos

disciplinares propostos contra o juiz reclamado para que

o CNJ possa a vir tomar conhecimento de supostas

práticas reiteradas.

"Esse julgamento será importante porque vai definir se

um órgão jurisdicional pode censurar e punir advogados

ou se isso compete exclusivamente a OAB", afirma

Queiroz.

Clique aqui para ler o despacho do ministro Luiz Fux

0000022-87.2020.2.00.0000

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça

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PL facilita acesso de camadas pobres à Justiça e mitiga abusos de grandes

litigantes

Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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O Conselho Nacional de Justiça apresentou no início

do mês, ao presidente da Câmara dos Deputados,

Rodrigo Maia, um anteprojeto de lei complementar que

disciplina as custas judiciais em âmbito nacional. A

proposta busca facilitar o acesso das camadas mais

pobres à Justiça e, ao mesmo tempo, coibir abusos de

grandes litigantes.

Proposta do CNJ busca mitigar abusos de grandes

litigantes e facilitar acesso de camadas mais pobres à

Justiça

CNJ

O grupo de trabalho responsável pelo projeto, instituído

em maio de 2019 pelo então presidente do CNJ e do

Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, se

debruçou sobre o tema por cerca de um ano para tentar

solucionar uma série de incongruências. Os trabalhos

foram coordenados pelo ministro Villas Bôas Cueva, do

Superior Tribunal de Justiça, e também contaram com a

participação de outros ministros da corte, conselheiros

do CNJ, desembargadores de tribunais estaduais, entre

outros.

O grupo observou que as custas cobradas em estados

com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH),

como o Piauí, são maiores que as taxas recolhidas na

Justiça do Distrito Federal, unidade federativa com

maior IDH.

Ao mesmo tempo, o trabalho mostrou que ao invés de

beneficiar a parcela mais carente da população, os

baixos valores das custas processuais contribuem para

a chamada litigância abusiva. O CNJ destaca, por

exemplo, que na Justiça Estadual do Rio de Janeiro

87% das ações cíveis foram movidas ou respondidas

por apenas 30 litigantes.

Tendo isso em vista, o PL estabelece valores

diferenciados para dar mais efetividade à Justiça

gratuita, sem incentivar a litigância abusiva. Com faixas

distintas de valores, o grupo de trabalho espera

equilibrar a sustentabilidade do Poder Judiciário e o

direito constitucional de acesso à Justiça. Os cidadãos

de baixa renda poderão ser isentos de pagamentos para

acionar os serviços judiciais, enquanto outros litigantes

pagarão uma taxa regular.

"Com o projeto, tenta-se uniformizar os conceitos e criar

balizas mínimas e máximas que permitam aos estados,

no exercício de sua autonomia, fixar as custas judiciais

de modo a que o sistema de Justiça não seja usado de

maneira oportunista, para fins privados, mas que seja

usado para garantir o mais amplo acesso à Justiça",

afirma o ministro Cueva.

Uso das custas

As custas judiciais são taxas devidas pelo litigante,

normalmente adiantadas no ajuizamento do processo e

em outros momentos, como durante a interposição de

recursos. Ao final do processo, as custas são

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sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

ressarcidas pelo vencido, de modo que não há prejuízo

nem para o Estado, nem para o vencedor, apenas para

quem deu injusta causa a uma demanda.

Os valores são cobrados para garantir o funcionamento

do sistema de Justiça. Além da cobrança de custas, o

Judiciário é financiado por impostos. Aqui há outra

discrepância: em países como a Alemanha, as custas

judiciais chegam a cobrir 45,6% do orçamento dos

tribunais; na Justiça Federal brasileira, entretanto, essa

cobertura é de aproximadamente 2%, fazendo com que

a imensa maioria dos gastos judiciais seja paga pelo

Estado.

Para garantir maior autonomia ao Poder Judiciário, o PL

prevê, em seu artigo 23, que as arrecadações de custas

não sejam computadas no limite previsto no artigo 107

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

Com isso, a proposta busca equilíbrio entre as fontes de

financiamento do Judiciário, sem onerar o contribuinte,

nem prejudicar o acesso à Justiça. Além disso, o CNJ

acredita que um sistema focado no financiamento por

impostos acaba incentivando os litígios.

"O dispositivo quanto à forma como as custas serão

gastas visa viabilizar aos órgãos do Poder Judiciário a

utilização dos recursos próprios arrecadados cuja

incidência do limite da EC 95 poderia impedir, em

prejuízo da independência e autonomia do Poder

Judiciário", explicou o CNJ em nota.

Três princípios

O anteprojeto do CNJ baseia-se em três princípios

gerais: tornar viável a oferta de serviços judiciários,

provendo incentivos para que o nível de utilização seja

socialmente ótimo; fazer com que as custas não

obstruam o acesso ao Judiciário, nem reforcem

desigualdades de acesso conforme os níveis de renda;

e impulsionar o uso racional da máquina judiciária, tanto

no que se refere ao direito do exercício de demandar,

quanto no que diz respeito às condutas processuais.

Para preservar a autonomia dos entes federativos, o

projeto uniformiza os momentos e os critérios para a

cobrança das custas, cabendo às respectivas leis de

regência estabelecer as alíquotas, de acordo com os

parâmetros da lei geral. O texto também estabelece

uma diferenciação entre as custas e as despesas

processuais, que, em conjunto com os honorários

advocatícios sucumbenciais, compõe o conjunto de

encargos processuais.

"A divisão de custas em diversas etapas busca

proporcionar momentos de reflexão para que as partes

possam avaliar se desejam prosseguir com o processo,

evitando a falácia dos custos afundados ou

irrecuperáveis", explica Cueva.

Por fim, a medida incentiva métodos conciliatórios. O

artigo 10 prevê que a lei poderá criar políticas especiais

para métodos autocompositivos de resolução de

conflitos, por meio do estabelecimento de custas

diferenciadas, sem prejuízo da possibilidade de

concessão da Justiça gratuita.

Quando o litigante utilizar serviços oferecidos pelos

Centros Judiciários de Solução de Conflitos e

Cidadania, por exemplo, poderão ser fixadas custas

50% menores se comparadas ao ajuizamento comum

de demandas.

Clique aqui para ler o anteprojeto

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - Presidente do CNJ

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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina

Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Grande ABC ONLINE/São Paulo - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila

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O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias

para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica

Federal elaborem um protocolo para a realização

"imediata" de perícias médicas com o uso de

telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta

sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após

representação de dois integrantes do Conselho

Nacional de Justiça (CNJ).

Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique

de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de

15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina

sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O

próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego

desse instrumento.

Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão

paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.

No âmbito administrativo, como mostrou o

Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de

um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta

presencial.

Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina

(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo

também não vê respaldo legal e considera a ferramenta

inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é

atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus

ou não ao recebimento do benefício.

Retorno

O Ministério da Economia tem aos poucos determinado

o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a

retomada desaguou numa guerra política com o

sindicato da categoria e também numa batalha judicial.

Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram

efetivamente convocados a retomar seus postos de

trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.

Diante do impasse no retorno das atividades presenciais

dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a

elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas

determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a

Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço

Social (CFSS).

"A paralisação e o represamento das perícias médicas

são de uma gravidade ímpar neste momento, pois

denotam, além de incapacidade gerencial, falta de

sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das

pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu

despacho.

"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via

administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus

benefícios e direitos em momento dramático de suas

vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros

decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo

reconhecendo os esforços do governo federal com a

concessão do auxílio emergencial e do benefício

emergencial a parcelas significativas da população mais

vulnerável", acrescentou.

Para Dantas, a eventual judicialização dos

requerimentos em fase administrativa ainda não89

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Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Grande ABC ONLINE/São Paulo - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila

atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,

dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda

ponderou que há "ameaça de punições funcionais

contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais

procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados

pelo CNJ.

Em sua representação, os conselheiros do CNJ

classificaram a situação de "verdadeira crise

humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e

de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária

decorrente da pandemia da covid-19, viram-se

impossibilitados de manter a própria subsistência e a de

seus familiares em virtude da inércia do Estado em

cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o

documento.

Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e

Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria

da Perícia Médica, não comentou

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de

Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes

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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina

Conselho Nacional de Justiça - CNJEstado de Minas online/Minas Gerais - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila

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O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias

para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica

Federal elaborem um protocolo para a realização

"imediata" de perícias médicas com o uso de

telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta

sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após

representação de dois integrantes do Conselho

Nacional de Justiça (CNJ).

Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique

de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de

15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina

sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O

próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego

desse instrumento.

Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão

paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.

No âmbito administrativo, como mostrou o

Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de

um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta

presencial.

Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina

(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo

também não vê respaldo legal e considera a ferramenta

inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é

atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus

ou não ao recebimento do benefício.

Retorno

O Ministério da Economia tem aos poucos determinado

o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a

retomada desaguou numa guerra política com o

sindicato da categoria e também numa batalha judicial.

Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram

efetivamente convocados a retomar seus postos de

trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.

Diante do impasse no retorno das atividades presenciais

dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a

elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas

determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a

Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço

Social (CFSS).

"A paralisação e o represamento das perícias médicas

são de uma gravidade ímpar neste momento, pois

denotam, além de incapacidade gerencial, falta de

sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das

pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu

despacho.

"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via

administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus

benefícios e direitos em momento dramático de suas

vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros

decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo

reconhecendo os esforços do governo federal com a

concessão do auxílio emergencial e do benefício

emergencial a parcelas significativas da população mais

vulnerável", acrescentou.

Para Dantas, a eventual judicialização dos

requerimentos em fase administrativa ainda não91

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Conselho Nacional de Justiça - CNJEstado de Minas online/Minas Gerais - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila

atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,

dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda

ponderou que há "ameaça de punições funcionais

contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais

procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados

pelo CNJ.

Em sua representação, os conselheiros do CNJ

classificaram a situação de "verdadeira crise

humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e

de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária

decorrente da pandemia da covid-19, viram-se

impossibilitados de manter a própria subsistência e a de

seus familiares em virtude da inércia do Estado em

cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o

documento.

Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e

Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria

da Perícia Médica, não comentou

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de

Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes

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TCU determina que INSS crie protocolo para perícia virtual

Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de Pernambuco/Pernambuco - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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Autor: Mariana Carneiro da Folhapress

O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da

União, determinou que o INSS elabore, em até cinco

dias, um protocolo para a realização de perícias

médicas virtuais, adotando a telemedicina.

Ele atendeu a pedido feito pelos conselheiros Maria

Tereza Uille Gomes e Henrique de Almeida Ávila, do

CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que

apresentaram uma representação ao TCU contra o

INSS questionando o impacto e possíveis

irregularidades na interrupção das perícias médicas

durante a pandemia.

Os conselheiros argumentam que a telemedicina foi

autorizada por lei, em abril, e embora abarcasse todos

os ramos da medicina, houve resistência do Conselho

Federal de Medicina e da Secretaria Especial de

Trabalho e Previdência do Ministério da Economia em

adotá-la nas perícias do INSS.

Ainda segundo os membros do CNJ, isso atrasou ações

judiciais de pessoas que requisitavam benefícios

previdenciários por incapacidade e de prestação

continuada.

E, mesmo após o retorno do atendimento presencial

nesta semana, cerca de 200.000 processos estão

paralisados pela ausência de perícias e outras 600.000

requisições administrativas estão na fila.

Eles alertam que isso pode provocar uma enxurrada de

ações judiciais.

Em seu despacho, Dantas afirma que não houve

atuação proativa da Subsecretaria de Perícia Médica

Federal do Ministério da Economia e do INSS para

adotar perícias médicas eletrônicas, "o que vai contra o

princípio da eficiência, da legalidade e da moralidade

administrativa" e acusou o governo de se curvar ao

lobby dos peritos.

"Por evidente, os desdobramentos deste processo

podem dizer o contrário, entretanto, tudo indica que o

governo federal está se curvando aos lobbies

corporativos em prejuízo da população brasileira. Seria

desejável que o governo federal viesse a ficar do lado

dos que mais necessitam, ainda mais em momento tão

penoso para os mais vulneráveis", afirmou Dantas em

seu despacho.

O ministro deu ainda 15 dias para o INSS, a

Subsecretaria de Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia e o Conselho Federal de Medicina se

manifestarem sobre a decisão.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -

Maria Tereza Uille Gomes

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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina

Conselho Nacional de Justiça - CNJGaúcha ZH/Rio Grande do Sul - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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Autor: Estadão Conteúdo

O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias

para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica

Federal elaborem um protocolo para a realização

"imediata" de perícias médicas com o uso de

telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta

sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após

representação de dois integrantes do Conselho

Nacional de Justiça (CNJ).

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Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique

de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de

15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina

sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O

próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego

desse instrumento.

Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão

paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.

No âmbito administrativo, como mostrou o

Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de

um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta

presencial.

Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina

(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo

também não vê respaldo legal e considera a ferramenta

inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é

atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus

ou não ao recebimento do benefício.

Retorno

O Ministério da Economia tem aos poucos determinado

o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a

retomada desaguou numa guerra política com o

sindicato da categoria e também numa batalha judicial.

Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram

efetivamente convocados a retomar seus postos de

trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.

Diante do impasse no retorno das atividades presenciais

dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a

elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas

determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a

Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço

Social (CFSS).

"A paralisação e o represamento das perícias médicas

são de uma gravidade ímpar neste momento, pois

denotam, além de incapacidade gerencial, falta de

sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das

pessoas menos favorecidas", diz o ministro em seu

despacho.

"Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via

administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus

benefícios e direitos em momento dramático de suas

vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros

decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo

reconhecendo os esforços do governo federal com a

concessão do auxílio emergencial e do benefício

emergencial a parcelas significativas da população mais94

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Conselho Nacional de Justiça - CNJGaúcha ZH/Rio Grande do Sul - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

vulnerável", acrescentou.

Para Dantas, a eventual judicialização dos

requerimentos em fase administrativa ainda não

atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,

dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda

ponderou que há "ameaça de punições funcionais

contra os peritos que, eventualmente, fizerem tais

procedimentos" por meio virtual, ainda que autorizados

pelo CNJ.

Em sua representação, os conselheiros do CNJ

classificaram a situação de "verdadeira crise

humanitária". "Centenas de milhares de trabalhadores e

de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária

decorrente da pandemia da covid-19, viram-se

impossibilitados de manter a própria subsistência e a de

seus familiares em virtude da inércia do Estado em

cumprir um dos mais relevantes de seus deveres", diz o

documento.

Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e

Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria

da Perícia Médica, não comentou

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - Henrique de Almeida Ávila, CNJ -

Maria Tereza Uille Gomes

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TCU dá 5 dias para INSS iniciar perícia por telemedicina

Conselho Nacional de Justiça - CNJMídiaMax/Mato Grosso do Sul - Noticias

sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila

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O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias

para que o INSS e a Subsecretaria da Perícia Médica

Federal elaborem um protocolo para a realização

'imediata' de perícias médicas com o uso de

telemedicina. A medida cautelar foi concedida nesta

sexta-feira, 25, pelo ministro do TCU Bruno Dantas após

representação de dois integrantes do Conselho

Nacional de Justiça (CNJ).

Os conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique

de Almeida Ávila argumentaram que a Lei 13.989, de

15 de abril de 2020, autorizou o uso de telemedicina

sem excluir qualquer ato médico de sua abrangência. O

próprio CNJ editou resoluções permitindo o emprego

desse instrumento.

Só no Judiciário, cerca de 200 mil processos estão

paralisados, segundo o CNJ, à espera de uma perícia.

No âmbito administrativo, como mostrou o

Estadão/Broadcast, esse número é até maior: cerca de

um milhão de segurados do INSS aguardam a consulta

presencial.

Mesmo com a lei, o Conselho Federal de Medicina

(CFM) impediu a realização de teleperícias. O governo

também não vê respaldo legal e considera a ferramenta

inadequada para o caso das perícias, cujo objetivo é

atestar a condição do segurado e detectar se ele faz jus

ou não ao recebimento do benefício.

Retorno

O Ministério da Economia tem aos poucos determinado

o retorno de peritos às atividades presenciais, mas a

retomada desaguou numa guerra política com o

sindicato da categoria e também numa batalha judicial.

Dos cerca de 3,5 mil peritos federais, 776 foram

efetivamente convocados a retomar seus postos de

trabalho, e apenas 421 compareceram às agências.

Diante do impasse no retorno das atividades presenciais

dos peritos, o TCU resolveu agir. Além de ordenar a

elaboração do protocolo para as teleperícias, Dantas

determinou que sejam ouvidos em 15 dias o INSS, a

Subsecretaria da Perícia Médica Federal do Ministério

da Economia, o CFM e o Conselho Federal do Serviço

Social (CFSS).

'A paralisação e o represamento das perícias médicas

são de uma gravidade ímpar neste momento, pois

denotam, além de incapacidade gerencial, falta de

sensibilidade humana com a dor e o sofrimento das

pessoas menos favorecidas', diz o ministro em seu

despacho.

'Milhares de cidadãos estão tolhidos de buscarem, via

administrativa, e, por conseguinte, de receberem seus

benefícios e direitos em momento dramático de suas

vidas, em razões dos devastadores efeitos financeiros

decorrentes da pandemia da covid-19, mesmo

reconhecendo os esforços do governo federal com a

concessão do auxílio emergencial e do benefício

emergencial a parcelas significativas da população mais

vulnerável', acrescentou.

Para Dantas, a eventual judicialização dos

requerimentos em fase administrativa ainda não96

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Conselho Nacional de Justiça - CNJMídiaMax/Mato Grosso do Sul - Noticias

sábado, 26 de setembro de 2020CNJ - Henrique de Almeida Ávila

atendidos poderia ter reflexos negativos no Judiciário,

dado o custo dessa mobilização. O ministro ainda

ponderou que há 'ameaça de punições funcionais contra

os peritos que, eventualmente, fizerem tais

procedimentos' por meio virtual, ainda que autorizados

pelo CNJ

Em sua representação, os conselheiros do CNJ

classificaram a situação de 'verdadeira crise

humanitária'. 'Centenas de milhares de trabalhadores e

de chefes de família, já atingidos pela crise sanitária

decorrente da pandemia da covid-19, viram-se

impossibilitados de manter a própria subsistência e a de

seus familiares em virtude da inércia do Estado em

cumprir um dos mais relevantes de seus deveres', diz o

documento.

Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e

Trabalho, à qual são ligados o INSS e a Subsecretaria

da Perícia Médica, não comentou

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Henrique de

Almeida Ávila, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes

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O ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo é acionado no

Conselho Nacional de Justiça por furar a quarentena

Conselho Nacional de Justiça - CNJO Sul/Rio Grande do Sul - Noticiassexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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A corregedoria do Conselho Nacional de Justiça

(CNJ) vai analisar a conduta do ex-presidente do

Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o

desembargador aposentado Ivan Sartori. Ele despediu-

se da carreira em 2019 e vai concorrer à prefeitura de

Santos (SP) nas eleições deste ano pelo PSD.

Uma reclamação disciplinar contra Sartori foi

protocolada no dia 9 deste mês. Há registro de ao

menos três casos onde ele estaria atuando como

advogado.

Em jogo, o fato de que o magistrado não poderia

advogar por pelo menos três anos no mesmo tribunal

onde atuava, conforme o período de quarentena

estipulado pela Constituição Federal.

Sartori chegou a ser cotado para substituir Sérgio Moro

no Ministério da Justiça e é sondado para uma vaga no

STF. Relator do caso do Massacre do Carandiru, votou

pela absolvição dos 74 policiais militares invocando a

tese de legítima defesa.

Apoio de Bolsonaro

Sartori recebeu apoio de Jair Bolsonaro para ser

candidato do presidente em Santos. A informação foi

confirmada pela assessoria de imprensa do ex-

presidente do TJSP no biênio 2012/13.

Sartori se encontrou com o Presidente da República

durante o começo da tarde de terça-feira (22). De

acordo com informações da equipe de comunicação do

pré-candidato, Bolsonaro desmarcou alguns eventos de

sua agenda para recebê-lo. Durante a reunião, ambos

conversaram sobre o futuro do Porto de Santos e na

quarta (23) o desembargador também se reuniu com o

ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

De aspecto ideológico similar, Sartori deverá ser um dos

poucos pré-candidatos na Baixada Santista a ter apoio

em caráter oficial do presidente e também já foi

homenageado por Jair Bolsonaro no passado.

Em campanha nas suas redes sociais, Sartori, que é

defensor convicto do presidente, repete o criticado

discurso de Bolsonaro sobre o coronavírus e diz que o

País não pode parar. 'Não podemos parar o País. Vai

haver muita quebradeira', disse sobre as medidas

restritivas de fechamento do comércio. O discurso vai

na contramão das orientações das principais

autoridades em saúde no mundo.

Em março, Sartori foi abordado por guardas municipais

na praia em Santos enquanto caminhava no local. Ele

desobedeceu lei municipal que proibia o acesso à praia

em virtude da pandemia do novo coronavírus.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça

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Acusado de chicanas diz que corregedoria não censura advogados

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sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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O presidente do Conselho Nacional de Justiça,

ministro Luiz Fux, autorizou o ingresso do Conselho

Federal da Ordem dos Advogados do Brasil em

reclamação disciplinar formulada pelo advogado

Rodrigo Filgueira Queiroz contra o juiz Vinicius

Castrequini Bufulin, da 2ª Vara Criminal da Comarca de

Fernandópolis-SP.

Como este site revelou, o advogado ofereceu queixa-

crime ao Superior Tribunal de Justiça na qual imputa ao

desembargador Ricardo Mair Anafe, corregedor-geral

de Justiça do TJ-SP, os crimes de difamação e injúria

em voto de processo disciplinar.

Em julho, o ?rgão Especial do TJ-SP acompanhou -por

unanimidade- o voto de Anafe e rejeitou reclamação

disciplinar oferecida por Queiroz contra Bufulin. Anafe

considerou que o advogado abusou do direito de defesa

e do direito de petição.

Na reclamação ao CNJ, entre outros pedidos, Queiroz

requer que 'seja apreciado o conteúdo ofensivo do texto

inserido no acórdão proferido pelo ?rgão Especial do

TJ-SP em 22 de julho de 2020 (?), divulgado em sites

jurídicos na internet', e que. [grifos nossos]

A pedido do Blog, o advogado Rodrigo Filgueira Queiroz

enviou a nota a seguir com seus comentários sobre a

decisão do TJ-SP:

***

A pena de censura é uma punição disciplinar

administrativa aplicada a advogados, magistrados e

membros do Ministério Público que tenham cometido

alguma falta profissional ou funcional.

Cada um dos atores processuais deve ser julgado na

sua própria esfera administrativa.

Assim, juízes só podem ser censurados pela

Corregedoria de Justiça. Membros do Ministério Público

só podem ser censurados pela corregedoria do

Ministério Público. E Advogados só podem ser

censurados pelo Tribunal de Ética da OAB.

Assim, por força de lei, o poder de censurar advogados

pela sua conduta profissional compete exclusivamente à

OAB, conforme dispõe o Art. 70 da lei 8906/94.

A OAB possui Tribunais de Ética competentes para

julgar e punir advogados em processos disciplinares

que podem ser instaurados de ofício ou mediante

representação de qualquer autoridade ou pessoa

interessada.

Isso porque o advogado responde por sua conduta

perante um sistema que respeita a ampla defesa e o

contraditório, exatamente como acontece com os juízes

e membros do MP perante as suas respectivas

corregedorias.

Assim como um advogado pode reclamar de qualquer

juiz na Corregedoria de Justiça, o mesmo juiz pode

reclamar de qualquer advogado no Tribunal de Ética da

OAB.

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sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

O que não se pode tolerar é que o Tribunal de Ética da

OAB, ao julgar a conduta de advogados, venha a

censurar incidentalmente a conduta de juízes, o que não

lhe compete.

Da mesmíssima forma, a Corregedoria de Justiça não

tem competência para censurar incidentalmente a

conduta de advogados quando esteja julgando a

conduta de juízes.

Se espera que uma Corregedoria de Justiça, ao julgar

uma reclamação feita por um advogado contra um juiz,

se limite a apurar a conduta do juiz, pois se a conduta

do advogado não lhe parece adequada, somente lhe é

permitido reclamar perante o Tribunal de Ética da OAB,

sendo temerário que venha a censurar incidentalmente

a conduta do advogado, chamando-o de chicaneiro,

como argumentação para indeferir seu pleito.

Diante das diversas censuras e ofensas replicadas pelo

?rgão Especial do TJSP no julgamento do respectivo

recurso administrativo, este advogado solicitou

providências ao Conselho Nacional de Justiça, o que

levou o seu atual presidente, ministro Fux, a acolher o

ingresso do Conselho Federal da OAB no feito, a fim de

que, neste julgamento perante o CNJ, seja definido se

um órgão jurisdicional pode censurar advogados

incidentalmente, sem direito ao contraditório ou à ampla

defesa, ou, se ainda é aplicável o Art. 70 da lei 8906/94,

que estabelece a competência exclusiva da OAB para

censurar advogados.

Será um julgamento histórico, que determinará o futuro

do relacionamento entre juízes e advogados. Afinal, não

se pode permitir que os detentores da palavra sejam

calados e ofendidos por aqueles que deveriam ouvir

suas súplicas e clamores para decidir com base na

razão, e não na emoção.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça

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SERÁ ADOTADO PROTOCOLO PARA USO DE TELEMEDICINA

NAS PERÍCIAS DO INSS

Conselho Nacional de Justiça - CNJGlobo (DF)/Distrito Federal - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

O ministro Bruno Dantas atendeu a um pedido do

conselho nacional de justiça.

Na decisão o ministro afirma que milhares de brasileiros

não consegue receber seus benefícios.

Que os pedidos de perícia não atendidos podem parar

nos tribunais e provocar reflexos negativos no judiciário.

De acordo com os n s s setecentas e noventa e quatro

mil pessoas.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça

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O INSS e o Ministério da Economia têm 5 dias para elaborar protocolo de

perícia on line

Conselho Nacional de Justiça - CNJGlobo (SP)/Nacional - Jornal Nacional

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

O TCU atendeu pedido do Conselho Nacional de

Justiça. O INSS calcula que quase 800 mil pessoas

estão na fila para uma perícia médica.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça

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Em 10 anos de atividades, CNJ acompanha os avanços tecnológicos com

objetivo de aprimorar o atendimento do Judiciário

Conselho Nacional de Justiça - CNJRÁDIO JUSTIÇA/Distrito Federal - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Em 10 anos de atividades, a Ouvidoria do Conselho

Nacional de Justiça acompanhou os avanços

tecnológicos com objetivo de aprimorar o atendimento

do Judiciário

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional

de Justiça, CNJ - Ouvidoria do CNJ, Judiciário -

Judiciário

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PAINEL

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sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF

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Autor: Fábio Zanini (interino)

Na quebrada

A ex-prefeita Marta Suplicy terá papel importante na

campanha pela reeleição de Bruno Covas (PSDB) para

apoiá-lo, ela rompeu com o Solidariedade, que preferiu

se juntar a Márcio França (PSB). Marta participará de

eventos na periferia, sobretudo nas zonas sul e leste,

onde teve expressiva votação nas eleições que

disputou. Nessas áreas, a ex-senadora deverá tentar

abrir espaço entre apoiadores de Celso Russomanno

(Republicanos) e do PT, seu ex-partido.

lado esquerdo A candidatura de filmar Tatto (PT) à

Prefeitura de SP terá como mote a defesa dos

trabalhadores em tempos de crise econômica e

pandemia. "Coração trabalhador" é o slogan escolhido,

que vai estrear domingo (27), início oficial da campanha.

raiz A ideia é reconectar o partido com sua base

original, os trabalhadores. Isso inclui os informais e

"precarizados", como motoristas e entregadores de

aplicativos, para os quais o PT quer dar especial

atenção.

cante comigo O jingle e os vídeos de campanha terão

fartura de imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da

Silva e do ex-prefeito Fernando Haddad, além de

mostrar realizações do partido, como os CEUs,

merenda, bilhete único e corredores de ônibus.

residência Celso Russomanno mantém força na

periferia, mesmo após o desgaste de eleições

passadas, em que chegou a propor cobrar tarifa de

ônibus maior para quem morasse mais longe do centro.

Ele marca 36% na faixa que ganha até dois salários

mínimo s e 3 7% na zona leste. Uma explicação é a

imagem ainda muito ligada à defesa do consumidor.

crachá Um dos protagonistas do processo de

impeachment do governador Carlos Moisés (PSL-SC), o

presidente da Assembléia Legislativa de Santa Catarina,

Julio Garcia (PSD), tem uma das filhas na folha de

funcionários do TCE (Tribunal de Contas Estadual). É

assessora no gabinete do conselheiro José Nei Ascari.

herdeiro Garcia foi conselheiro do TCE durante oito

anos e cedeu sua vaga em 2017, ao pedir

aposentadoria voluntária, a Nei, que era deputado

estadual.

b.o. Júlia, assim como o pai, foi denunciada pelo

Ministério Público Federal na Operação Alcatraz, que

apura fraudes e desvio de dinheiro público em

licitações.

diversificação O mercado de cigarros contrabandeados

no Brasil não é mais dominado apenas pelas marcas

paraguaias. Levantamento do Ibope aponta aumento no

consumo de produtos do Reino Unido, EUA e Coréia do

Sul, sobretudo no Norte e no Nordeste.

concorrência A marca americana Bellois já é a terceira

ilegal mais consumida pelos nordestinos, com 8% do

mercado em20i9. Em estados como RN, SE, AL e PB, a

sul-coreana Pine tem 26% do mercado, segundo104

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sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF

estimativas da indústria tabagista. Já na região Norte,

11% dos cigarros contrabandeados são britânicos.

dianteira Atualmente, 57% do mercado brasileiro é de

cigarros ilegais, segundo o Ibope. Apesar da

concorrência, marcas paraguaias como Eight e Gift

ainda lideram.

protagonismo Representantes no Brasil de luan Guaidó,

autodeclarado presidente da Venezuela, montarão um

"consulado itinerante" em Roraima na semana que vem.

O objetivo é atender à comunidade que se abrigou no

Brasil, para conceder documentos em geral e ajudar

com emergências de saúde.

rixa Os aliados de Guaidó são reconhecidos pelo

governo brasileiro como representantes diplomáticos do

país e travam uma disputa com partidários de Nicolás

Maduro, que ainda ocupam o prédio da embaixada, em

Brasília.

recado Em meio a críticas, inclusive na área jurídica,

pela decisão de promover um programa de trainee para

negros, Luiza Trajano, do Magazine Luiza, participa de

live hoje do grupo Prerrogativas, que reúne advogados,

às 11h30.

visita À folha Luís Roberto Barroso, ministro do

Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal

Superior Eleitoral, visitou a Folha, onde foi recebido em

almoço. Estava acompanhado de Mariana Oliveira,

assessorachefe de comunicação

TIROTEIO

"Fraudes devem ser combatidas, mas há críticas ao

aumento da autodeclaração só para desqualificar a

reparação aos negros"

De Douglas Belchior, historiador e ativista da Uneafro

Brasil, sobre os 21 mil candidatos que mudaram

autodeclaração de cor na eleição de 2020

com Mariana Carneiro e Guilherme Seto

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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Folha cumpre decisão judicial e publica sentença

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sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - Judiciário

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JUIZADO DE DIREITO DA DÉCIMA SEXTA VARA

CÍVEL DE BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL. Proc.:

58118-2/00 - Volume LI. Autores: SANDRA MARIA

DIAS NUNES e OUTROS. Requeridos: OSWALDO

JOSÉ BARBOSA SILVA e EMPRESA FOLHA DA

MANHÃ S/A. Ação: INDENIZAÇÃO POR DANOS

MORAIS. SENTENÇA. Vistos, etc. SANDRA MARIA

DIAS NUNES, CÂNDIDO RODRIGUES NEUBER,

WILSON BIADOLA, MÁRCIA MARIA LÃ"RIA MEIRA,

MÁRCIO MACHADO CALDEIRA, VICTOR LUÍS DE

SALLES FREIRE, JEZER DE OLIVEIRA CÂNDIDO,

EDISON PEREIRA RODRIGUES, FRANCISCO DE

ASSIS MIRANDA, KAZUKI SHIOBARA, SEBASTIÃO

RODRIGUES CABRAL, RAUL PIMENTEL, SANDRA

MARIA FARONI e CELSO ALVES FEITISA,

qualificados, ajuizaram a OSWALDO JOSÉ BARBOSA

SILVA e EMPRESA FOLHA DA MANHÃS/A, também

qualificados, AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS

MORAIS, dizendo na inicial serem eles membros do

Primeiro Conselho de Contribuintes do Ministério da

Fazenda, órgão recursal de julgamentos proferidos

pelos Delegados da Receita Federal em que processos

relativos a imposto de renda de pessoas jurídicas, e que

eles, em função desta circunstância, julgaram recursos

envolvendo o IGASE, a eles dando provimento, com o

que não concordou o primeiro demandado, o que o

levou a ajuizar Ação Civil Pública, e, ainda, a dar

entrevista publicada pela segunda demandada,

caluniosa e difamante, o que lhes causou dano moral,

pedindo a condenação dos requeridos a lhes pagar

danos morais, além de ser a segunda requerida

condenada a divulgar, com igual destaque dada à

matéria, pelo mesmo número de vezes, a sentença, e a

imposição aos demandados dos ônus da sucumbência.

A inicial veio corretamente formulada e acompanhada

de documentos. Resposta do primeiro demandado de

fls. 81/92, acompanhada de documentos, onde o

requerido argui preliminares de ausência de

pressuposto processual, por falta de pedido certo e

determinado, e ser a inicial inepta por não atender ela

alei de imprensa e, no mérito, que nunca fez ataques

pessoais aos autores, criticando, na entrevista, atividade

funcional, que teve erros gritantes em julgamentos,

sendo ela inspirada pelo interesse público, não tendo

ele proferido inverdades, terminando por dizer que só

citou uma pessoa, e que se houver o atendimento do

pedido o valor da condenação deve ser moderado.

Resposta da segunda demandada de fls.116/148,

acompanhada de documentos, onde sustenta não ter

causado dano moral aos requerentes, não tendo a

matéria apontada como ofensiva, publicada em nome

do interesse público, mantendo-se ela dentro dos limites

legais e éticos, sendo dado aos autores, antes da

publicação, possibilidade de manifestação, terminando

por dizer não haver provas dos alegados danos, e que o

valor da condenação, em havendo ela, deve obedecer

alei de imprensa. Decisão de fls.183 que rejeitou as

preliminares e determinou especificação de provas, e

defls.194 que deferiu a produção de prova oral e

designou audiência, realizada (ata de fls.255), onde se

tomou depoimentos pessoais. Agravo retido oferecido

pela segunda demandada de fls.195/197. Nova

audiência realizada (ata de fls.263), quando se ouviu

uma testemunha, encontrando-se razões finais dos

autores às fls.268/2852, do primeiro demandado às

fls.288/289, e da segunda requerida às fls.290/303. Este

o relatório.106

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sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - Judiciário

FUNDAMENTO A DECISÃO. A causa de pedir, a razão

de estarem os autores em Juízo são ofensas que o

primeiro teria a eles proferido, e que teriam sido

divulgadas pela segunda requerida. Correta se

apresenta a causa de pedir, se mostrando ela

verdadeira. Efetivamente houve ofensa. Disse o

requerido na matéria publicada pela requerida a

seguinte expressão: "Os conselheiros participaram de

um julgamento safado." Está a ofensa a justificar o dano

moral. Safado é aquele que participa de safadezas, e

que no dicionário é tido como desavergonhado,

descarado, imoral, pornográfico. Evidente que não se

pode dizer que uso de expressão tão dura, de

conotação tão grave, tenha sido somente no legítimo

exercício de função pública, na defesa dos interesses

da comunidade. Isto se poderia entender como

caracterizado no uso do Poder Judiciário, quando

houve o ajuizamento de Ação Civil Pública, e, ainda,

quando houve a estranheza com o conteúdo da

decisão, que, na visão do demandado, não poderia

decorrer de imperícia, mas, nunca, na rotulação dos

requerentes como participantes de julgamento safado,

sendo evidente que ela extrapola as possibilidades

legais de uso de direito e vem a se constituir em ofensa.

Não se pode perder de vista que, para as pessoas que

souberam da acusação, as tipificações penais, de haver

ou não este ou aquele crime, nada dizem, valendo-se

elas do senso comum, da verdade estabelecida entre

todos de que safados são pessoas sobre as quais se

tem juízo negativo. Ensina Moacyr Amaral Santos:

"ART.335. Em falta de normas jurídicas particulares, o

jtúz aplicará as regras de experiência comuns

subministradas pela observação do que ordinariamente

acontece e ainda as regras da experiência técnica,

ressalvado, quanto a esta, o exame pericial". DIREITO

ANTERIOR - omisso DIREITO COMPARADO omisso

COMENTÁRIO 31. REGRAS DE EXPERIÊNCIA. - Já

aludimos a regras ou máximas de experiência nos

comentários relativos a fatos notórios e nos referentes à

apreciação da prova (ver n.10 e 27). Na definição de

STEIN, a quem se deve a iniciativa do seu estudo mais

aprofundado, consistem "em definições ou juízos

hipotéticos de conteúdo geral, independentes do caso

concreto que se tem de julgar e de seus elementos

particulares, e que são adquiridos pela experiência, mas

que são autônomas em face dos casos particulares, de

cuja observação se deduzem e que pretendem ter valor

em relação aos novos casos. De tais regras, que

integram o patrimônio de noções pacificamente

armazenadas por uma determinada esfera social, e

assim a do juiz, a que se pode genericamente

denominar cultura, se utiliza o juiz como normas

destinada, a servir como premissa maior dos silogismos

que forma no seu trabalho de fixação, interpretação e

avaliação das provas. Síntese perfeita a de

ROSENBERG:" Máximas de experiência são tanto as

regras da experiência e cultura gerais como as regras

de uma perícia ou erudição especiais nas artes, ciência,

ofício ou profissão, comércio e tráfico (também os

costumes do tráfico, os usos do comércio, etc.): em

parte se extraem da observação do modo de viver e de

obrar das pessoas, em parte são resultado da

investigação científica ou de uma atividade profissional

ou artística. Servem para a apreciação jurídica

(subsunção) dos fatos, particularmente quando a

aplicação do direito depende de juízos de valor; e,

portanto, representam elementos essenciais da mesma

norma jurídica aplicável, da premissa maior jurídica no

silogismo do juízo judicial; ou servem para comprovação

de fatos, em particular, na apreciação da prova para

examinar o valor probatório do meio de prova e para

concluir dos fatos não controvertidos ou provados a

verdade de outros fatos discutidos; e formam, assim, a

premissa maior do silogismo judicial em relação à

estimação das afirmações sobre os fatos". As regras de

experiência, sem o uso das quais especialmente nos

sistemas em que atua o princípio da livre apreciação da

prova dificilmente poder-se á chegar à verdade quanto

aos fatos, se encontram no plano das normas de que o

juiz deverá utilizar-se, salvo a existência de normas

jurídicas a respeito, que sobre elas prevalecem. Assim,

por exemplo, o juiz não poderá valer-se de máximas de

experiência em face de presunções legais, mas,

necessariamente, delas se utilizará, como premissa

maior, em face do indício, para extrair uma presunção

de homem. Uma dessas máximas são comuns, isto é,

são inerentes à cultura da esfera social a que pertence

o juiz: são as regras de experiência comum; outras se

encontram no campo da erudição especial, para o107

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conhecimento das quais é reclamada a informação de

técnicos: são as regras de experiência técnica.32.

REGRAS DE EXPERIÊNCIA COMUM. - As regras de

experiência comum, que surgem pela observação do

que comummente acontece, e fazem parte da cultura

normal do juiz, serão por este livremente aplicadas,

independente de prova das mesmas: O juiz não pode

desprezá-las quando aprecia o conteúdo de um

testemunho, ou mesmo de um documento, para extrair

a verdade dos fatos testemunhados ou documentados.

"Tampouco pode olvidá-las quando aprecia a prova de

indícios e somente com o seu concluso poderá

reconhecer em vários deles o mérito de formar

suficiente convicção, ou a um só a especial qualidade

de constituir por si só prova plena. Essa qualificação

indício necessário e a capacidade indicadora dos não-

necessários conforme sua conexão entre si e com a fato

por se provar, não podem reconhecer-se sem o auxílio

das regras de experiência, pois de outra maneira não

poderia o juiz aplicá-los." Em suma, o juiz se vale das

regras de experiência comum, livremente, para apreciar

e avaliar as provas trazidas ao processo pelos meios

regulares, a fim de decidir quanto àquilo que lhe pareça

a verdade. (InComentários ao Código de Processo Civil,

Forense, Rio de Janeiro, 1982, 3ª edição, volume IV,

pags.41/43). Logo, por tudo isto, não se pode ter a

qualificação dos requerentes como safados, partícipes,

de safadeza, sem a entender como ofensiva. Cometida

a ofensa, ela atingiu a todos os Conselheiros membros

do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda,

uma vez que o requerido disse na entrevista, sem

excluir este ou aquele membro, que os envolvidos na

anulação da dívida do Imposto de Renda do Instituto

Geral de Assistência Social Evangélica participaram do

julgamento safado, e sendo todos os autores

integrantes deste Conselho, óbvio que a acusação

contra eles foi dirigida. Estabelecida a existência do

dano, de ter ele atingido todos os requerentes, de ter

sido ele proferido pelo primeiro demandado, vejo, agora,

a participação da segunda requerida. Não se pode

negar, porque isto feriria, de morte, Estado

Democrático, a importância de imprensa livre, e que

para ela assim ser, tem a necessidade de divulgar

informações, graves ou não, pertinentes ou não. A

questão passa pelos limites deste direito. Evidente que

direito, todo ele, sendo este também princípio

sustentador de Estado Democrático, tem limites, e

sendo ele ultrapassado, tem a pessoa que o desrespeita

a obrigação de pagar pelo dano que cometeu. Aqui,

evidente que a demandada ultrapassou os limites do

direito de informação. Não cuidou ela somente de

noticiar possível irregularidade em julgamento sob a

responsabilidade dos autores em julgamento. Fez mais.

Deu ela voz às ofensas do requerido, cuidando de as

divulgar nacionalmente. Teve ela o cuidado de extirpar

da publicação o trecho ofensivo, o que poderia fazer

sem qualquer prejuízo para a informação de todos,

estaria contido seu ato no direito de informar, mas, não

o fazendo, sujeita-se ater que também responder pelo

dano, até porque só atingiu ele as proporções que

tomou, de conhecimento por todos os cidadãos do

território nacional, por ter sido divulgado em órgão

conceituado e de ampla leitura como é o jornal editado

pela demandada, a Folha de São Paulo. Logo, se a

requerida assume o risco de fazer publicar matéria com

trecho nitidamente ofensivo, junto com ele assume o

risco de ter que responder, de forma conjunta, com

quem faz a ofensa. Assim já sumulou a questão o

Superior Tribunal de Justiça, dizendo: "221. São

civilmente responsáveis pelos ressarcimento de dano,

decorrente de publicações pela imprensa, tanto o autor

do escrito, quanto o proprietário do veículo de

divulgação."

Explica-se a solidariedade. Se não houvesse ela, fácil

seria a alguma empresa jornalística não comprometida

com a responsabilidade social que tem, com a

obrigação de ser imparcial, atribuísse a pessoa

financeiramente desvalida afirmações ofensivas,

resguardando-se de possíveis responsabilidades e

impedindo que o ofendido obtivesse efetiva reparação.

Chego, finalmente, ao estabelecimento do quantum da

indenização. Sabe-se, à exaustão, que a fixação do

dano moral é atividade completamente subjetiva,

devendo o valor servir como possibilidade de diminuição

da dor, o que poderá se dar com aquisição de bem de

consumo ou atividade de lazer, e, muito mais, como

punição financeira para quem cometeu o ato. Deve-se,

pois, evitar valor ínfimo, que nada representaria para108

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quem o pagaria, sendo mesmo incentivo a novas

ofensas, ou exagerado, que significaria ganho sem

causa e até ruína financeira do devedor. Sabendo-se,

também, que os autores, até pelas funções que

exercem ou exerceram, sendo lícito estabelecer-se esta

conclusão, muito mais que vantagens financeiras,

buscam o restabelecimento da verdade, ficam claro

para todos que safados não são e que assim não

podem ser chamados, o conforto moral que a

reprovação ao dano moral que sofreram lhes dará, e

das possibilidades financeiras de cada um dos

requeridos, a da segunda demandada muito maior do

que o primeiro, correto que a fixação se dê em

patamares diferentes. Deve pagar o primeiro

demandado, para a relação antes estabelecida seja

respeitada R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), e a

segunda demandada R$3.000,00 (três mil reais). Por

fim. Sendo a divulgação das ofensas um dos fatores de

seu agravamento, correto que, quando elas forem

reparadas, que também haja a sua divulgação, com o

mesmo destaque das ofensas, sob pena de não se

repor integralmente os danos. Estas as razões de

decidir. DECIDO. Ante o exposto: 1) - JULGO

PROCEDENTE os pedidos contidos na inicial,

CONDENANDO: a) - o primeiro demandado apagar a

cada um dos autores, para reparação do dano moral, a

quantia de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais); b) - a

segunda demandada a pagar a cada um dos autores a

quantia de R$3.000,00 (três mil reais), e, ainda, a

publicar, na íntegra, pelo mesmo número de vezes, e

com igual destaque, esta decisão, no mesmo órgão que

publicou a notícia tida co mo ofensiva. 2) - CONDENO,

ainda, os requeridos apagar as despesas processuais e

honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por

cento) do valor da condenação. P.R.I. Brasília, DF, 6 de

Agosto de 2001. Luciano Moreira Vasconcellos - Juiz de

Direito.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Judiciário

109

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Alas negras de partidos pedem que STF barre 'troca de cor de candidatos

Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder

sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF

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Autor: Ranier Bragon

brasília Em carta enviada nesta sexta (25) aos ministros

do Supremo Tribunal Federal, setoriais afros de seis

partidos sugerem aos ministros a adoção de

regulamentação da cota racial eleitoral com o objetivo

de evitar ff audes e um possível efeito reverso de

dificultar a participação de negros na política.

Entre as medidas objetivas sugeridaspelosnúcleos afros

de Cidadania, PSDB, PDT, PSB, MDB e DEM está a de

que haja fiscalização e rejeição da mudança de

autodeclaração da cor por parte de candidatos em

relação ao que informaram nos últimos pleitos.

"Outro meio de coibir atos fraudulentos é a checagem

da declaração de campanhas anteriores dos que já

disputaram cargos, tendo estes que manter a

declaração", diz o texto.

As siglas afirmam vislumbrar "o perigo de candidaturas

de 'laranjas! em que negros sirvam de repassadores de

reclusos, como ocorreu com a cota de 30% das

mulheres em algumas situações."

Além das candidaturas fictícias - no caso das mulheres,

reveladas pela Folha em reportagens em 2019 - , outro

receio de fraude da cota eleitoral para negros é a de

que haja autodeclarações falsas com o objetivo de obter

as verbas.

Assim como no recenseamento da população feita pelo

IBGE, desde 2014 os candidatos devem declarar a cor

ou raça com base em cinco identificações: preta, parda

(que formam a população negra), branca, amarela ou

indígena.

A Folha mostrou nesta sexta (24) que ao menos 21 mil

candidatos de todo o país neste ano mudaram a

declaração de cor e raça que deram em 2016, conforme

registros disponibilizados até quinta (23) pela Justiça

Eleitoral.

A maior parte das mudanças (36%)foidacorbrancapara

parda. O movimento contrário (de pardo para branco)

vem na sequência, com 30%.

Apesar da possibilidade de fraude, especialistas falam

no impacto do aumento de pessoas que se reconhecem

como pretas e pardas após ações de combate ao

racismo.

Em liminar que deve ser analisada nos próximos dias

pelo plenário do STF, Ricardo Lewandowski determinou

que os partidos distribuam já em 2020 a verba pública

de campanha e o espaço da propaganda eleitoral de

forma proporcional a brancos e negros.

"Entendemos que as estruturas partidárias em âmbito

federal, estadual e municipal são brancas em seus

espaços de decisão, tendo na base a massa negra que

soma mais de 54% da nossa nação", diz o documento

dos setoriais afro. "Esta massa, agora, dá um passo

110

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sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF

gigantesco para que possamos ser representados de

fato nos espaços de poder público eletivo. Porém, um

passo gigantesco na direção errada pode ser fatal."

A posição favorável à adoção imediata das cotas se

choca com a das cúpulas partidárias das próprias siglas,

que em reunião nesta semana com o presidente do TSE

(Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso,

chegaram a dizer ser inexequível o cumprimento da

medida neste ano.

Os núcleos afros sugeriram aos ministros também a

adoção de fiscalização da cor declarada pelos

candidatos com base nas características físicas das

pessoas, e não em suposta ascendência negra.

Afirmando ainda que a medida pode levar alguns

partidos a diminuir o recrutamento de negros, pedem

que o STF estabeleça também cota de candidatos por

legenda, não só cota financeira proporcional aos

candidatos lançados.

---

Especialistas defendem fiscalizar autodeclaração

João Pedro Pitombo e Géssica Brandino

salvador e são paulo Em meio à criação de cota

financeira do fundo eleitoral para candidatos negros,

entidades do movimento negro, pesquisadores e

núcleos afros de partidos defendem uma

regulamentação da nova regra e a implantação de

mecanismos de fiscalização para evitar possíveis

fraudes.

Conforme revelado pela Folha nesta sexta (25 ), ao

menos 21 mil candidatos que disputarão a eleição neste

ano mudaram a declaração de cor e raça que deram no

pleito de 2016, conforme registros disponibilizados pela

Justiça Eleitoral.

Na avaliação de especialistas, vários fatores podem

explicar as mudanças. Um deles é a forma como o

registro é feito junto à Justiça Eleitoral, segundo o

sociólogo Luiz Augusto Campos, professor da

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

"Você tem muito preenchimento que nem sequer é feito

pelo candidato. Não excluo pessoas que realmente

mudaram o modo de se enxergar, mas, na minha

opinião, o grosso que explica isso é a displicência em

relação ao preenchimento mesmo."

Outro aspecto apontado pelo cofundador da Uneafro

Brasil e da Coalizão Negra por Direitos, Douglas

Belchior, é que os dados do IBGE mostram há mais de

uma década uma alta crescente de autodeclarados

pretos e pardos na população.

Ele classifica como "reação conservadora e racista"

associar a mudança na autodeclaração à política

aprovada pela Justiça em favor dos negros.

"Esse tipo de abordagem, dando luz à fraude, de

alguma maneira enfraquece o lado positivo e a

importância da política de forma deliberada, o que a

gente não pode aceitar."

A distribuição proporcional de recursos para candidatos

negros é celebrada por organizações e especialistas

como uma forma de superar a barreira financeira, vista

como um dos principais obstáculos para que mais

negros sejam eleitos no país.

Para que apolítica seja efetivada, especialistas

defendem a adoção de procedimentos de

heteroidentificação, no qual os candidatos que se

declararem pardos ou pretos sejam submetidos à

avaliação.

"Não basta se autodeclarar. É preciso que isso seja

confirmado por uma avaliação baseada no fenótipo", diz

Samuel Vida, coordenador do programa Direito e

Relações Raciais da Universidade Federal da Bahia

(UEBA).

Presidente do Tucanafro, do PSDB, Gabriela Cruz

também defende a heteroidentificação, mas diz que é

preciso regras claras para respaldar os111

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questionamentos a possíveis fraudes. "Os próprios

núcleos afro dos partidos podem ajudar."

O presidente do MDB Afro, Nestor Neto, aponta que o

processo pode ser baseado em portaria de 2018 que

regulamentou a autodeclaração em concursos públicos.

"Agora é a gente aguardar a votação, sacramentar e ir

pra cima dos partidos para garantir que os critérios que

a gente defende sejam adotados e não apenas a

autodeclaração, ou vai ser um Deus nos acuda."

Por outro lado, especialistas consideram a

autodeclaração importante por sua dimensão simbólica,

como afirma a professora Jamile Borges, coordenadora

do Programa de PósGraduação em Estudos Étnicos e

Africanos da UFBA.

"O Brasil sempre teve uma postura negacionista em

relação ao racismo, com a difusão da ideia de uma

democracia racial. A autodeclaração nos obriga a tomar

uma posição."

Ela afirma que, com a implantação de políticas de

reparação, as tentativas de fraude são inevitáveis. Mas

a transparência e a discussão aberta sobre o tema

podem reduzir o número de casos e incentivar os

partidos a abrirem espaços de maior protagonismo para

candidatos negros.

O avanço da pauta do racismo fez com que candidatos

que se declararam pardos no passado se identificassem

como brancos neste ano. Foi o caso do deputado

federal Celio Studart (PV-CE), candidato a prefeito de

Fortaleza, que tem pele e olhos claros.

"Na eleição passada, eu havia levado em consideração

também minha composição familiar e ascendência

miscigenada. Mas refleti e optei por mudar, levando em

conta exclusivamente a cor de pele."

O mesmo aconteceu com o deputado federal Heitor

Freire (PSL-CE), outro candidato à prefeitura da capital

cearense. Ele afirma que tem origem miscigenada, com

pai pardo e mãe com raízes indígenas.

Contudo, optou por se declarar branco, para evitar

possíveis questionamentos. "Foi uma decisão que tomei

de maneira muito leve, sem levar em conta questão

ideológica."

O advogado da ação que resultou na criação da cota

financeira para candidaturas negras aprovada pelo TSE,

Irapuã Santana, da ONG Educafro, diz que esse

reconhecimento é fruto da ampliação da discussão no

país sobre o tema.

"É muito pelo debate racial que a gente tem feito nos

últimos anos, que faz as pessoas tomarem consciência

e se colocar", afirma.

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MÔNICA BERGAMO

Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Ilustrada

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Autor: MÔNICA BERGAMO ,Bruno B. Soraggi, Bianka

Vieira e Victoria Azevedo

BULA ESCOLAR

Uma pesquisa conduzida por pós-graduandos da

Faculdade de Direito da USP identificou que 84,3%

deles adoeceram psicologicamente nesta quarentena e

que 31,8% não têm conseguido produzir.

bula 2

Transtorno de ansiedade, depressão e insônia estão

entre as doenças mais citadas pelos 295 alunos que

responderam à pesquisa. Além disso, 95,9% afirmam

que tiveram prejuízos no desenvolvimento de suas

pesquisas por causa da epidemia.

cabo de guerra

O relatório é publicado num momento de embate entre

os alunos, que pedem que as entregas de qualificações

e defesas sejam prorrogadas por mais um ano, e a

Comissão de Pós-Graduação da instituição, que resiste.

aval

"Não prorrogar os prazos promove uma cultura de

adoecimento institucional", afirma a doutoranda Janaína

Gomes, uma das idealizadoras da pesquisa. "A maior

parte dos alunos entende que precisa de seis meses a

um ano para concluir, mas os que contam com anuência

do orientador são apenas 40%", segue.

alcance

Fernando Facury Scaff, presidente da Comissão de

Pós-Graduação, afirma que casos excepcionais contam

com o apoio integral da instituição e que parte dos

alunos, com entregas até então previstas para janeiro

de 2021, já ganharam cinco meses de prorrogação.

simetria

Ele também cita a sobrecarga dos professores, que

acumulariam os atuais orientandos com os novos

ingressantes. "Temos que olhar para os alunos, sim,

mas também para os professores, que estão doentes",

diz Scaff.

até o fim

O ministro Celso de Mello negou, na semana passada,

que pensava em se aposentar antes do prazo, como

então se especulava. "Não cogito antecipar minha

aposentadoria", afirmou ele à coluna.

o novo

Razões estritas e supervenientes de ordem médica, no

entanto, tornaram a antecipação necessária, mais do

que "meramente" recomendável, explicou o magistrado

na sexta (25) a interlocutores quando a decisão veio a

público.

meu amigo

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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), foi

elogiado num jantar por Renan Calheiros (MDB-AL) na

semana passada, na casa da senadora Katia Abreu

(PDT-GO). Os dois travaram disputa ferrenha em 2019

pelo comando da Casa.

razão

Renan manifestou preocupação com o precedente que

a autorização para que Alcolumbre dispute a reeleição

pode abrir no país - a possibilidade está em discussão

no STF (Supremo Tribunal Federal). Afirmou, no

entanto, que o atual comando do Senado é um ponto de

racionalidade em um cenário político conturbado.

no prato

A rede global Stop Hunger, de combate a fome e a má

nutrição, vai doar mais de R$ 2,s milhões para dez

ONGs brasileiras que auxiliam pessoas afeadas pela

pandemia da Covid-19. Segundo a rede, o montante

beneficiará cerca de 200 mil pessoas.

chancela

As publicações internas e externas da Fundação Casa

de Rui Barbosa deverão conter logos e assinaturas da

instituição, da Secretaria Especial da Cultura e do

Ministério do Turismo.

chancela 2

A decisão foi informada via email pela presidente da

instituição, Letícia Dornelles, e está relacionada com a

decisão do secretário Mario Frias de aprovar

previamente os posts em redes sociais dos órgãos

vinculados à Cultura.

lá e cá

"Todas as comunicações internas e externas devem

conter em seu logo e assinaturas da secretaria, ao lado

do logo da fundação e do ministério", diz o email. A

pasta afirma que "apenas solicitou a inclusão da

assinatura de ambos os órgãos em materiais

publicitários, não tendo relação com comunicados

internos e externos".

cofrinho

A diretoria da Ancine aprovou, em reunião na terça (22),

21 orçamentos de projetos que querem usar recursos

do Fundo Setorial do Audiovisual. Outras seis

produções tiveram a liberação de recursos autorizadas,

entre elas "Turma da Mônica: Lições" e a animação "O

Astronauta".

ranking

O filme "Garoto: Vivo Sonhando", sobre o compositor

Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto, foi o campeão de

audiência do 12º In-Edit Brasil, que ocorreu de 9 a 20 de

setembro. Ele teve 1.895 visualizações.

QUARENTENA

"Banho de gelo e sorriso", escreveu a tenista Serena

Williams.

A atriz Drica Moraes foi fotografada enquanto

esquentava uma sopa e preparava tapioca antes de

dormir.

O ator Rafael Vitti publicou uma selfie com sua filha,

Clara Maria, aos quatro meses de idade

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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Promoção beneficiará 162 mil no Executivo

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Folha de São Paulo - Impresso Flip Pressreader/Nacional- Noticias

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Um a cada quatro servidores do Executivo federal

conseguirá elevar o salário neste ano graças a brecha

na lei que congelou os vencimentos do funcionalismo

até o fim de 2021.

brasília Um a cada quatro servidores do Executivo

federal conseguirá elevar o salário neste ano com

progressões ou promoções na carreira. Uma brecha na

lei que congelou salários do funcionalismo até o fim de

2021 permite que esses adicionais continuem sendo

liberados.

Segundo o Ministério da Economia, 100 mil servidores

ascenderam na carreira entre janeiro e agosto. Outros

62 mil devem ser beneficiados até dezembro.

Atualmente, o Executivo federal conta com cerca de 602

mil funcionários públicos ativos.

Reportagem publicada pela Folha nesta sexta-feira (25)

mostrou que o custo anual com as progressões

automáticas por tempo de serviço e promoções por

mérito, como no caso de cursos de capacitação, chega

a R$ 500 milhões no Executivo federal.

Essas progressões representam a maior parte do

crescimento da folha de salários do governo, o que

pressiona a regra do teto de gastos e limita outros tipos

de despesa no serviço público.

O número mostra apenas uma fatia do custo total aos

cofres públicos, já que as progressões também são

comuns nos Poderes Judiciário e Legislativo, bem

como nos estados e nos municípios.

Entre os 100 mil que avançaram nas carreiras neste

ano, estão servidores do Ministério da Economia, do

Banco Central e do Itamaraty, órgãos que reúnem

algumas das carreiras mais bem pagas do

funcionalismo.

Diante da crise causada pela pandemia da Covid-19,

que reduziu a renda de milhões de trabalhadores da

iniciativa privada, o ministro Paulo Guedes (Economia)

propôs ao Congresso que os salários dos servidores

públicos federais, estaduais e municipais fossem

congelados, assim como as progressões e promoções

nas carreiras do funcionalismo, até o fim de 2021.

Por pressão política, o Congresso deixou a brecha para

que a ascensão nas carreiras ainda fosse permitida. O

lobby do funcionalismo é um dos mais fortes entre os

parlamentares.

Na prática, depois de muito debate e até resistência do

presidente Jair Bolsonaro (sem partido), os reajustes

ficaram vedados até o fim do próximo ano. Também há

restrição para novos concursos públicos, exceto em

caso de reposição de vagas.

Apesar dessas medidas temporárias de controle das

despesas com pessoal, o governo está permitido que,

mesmo durante a pandemia, servidores avancem

degraus na carreira, assim como a promoção em massa

-mais de 600 servidores- na AGU (Advocacia-Geral da

União) nesta semana.

O órgão chegou a colocar 92% da categoria de115

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Conselho Nacional de Justiça - CNJ

Folha de São Paulo - Impresso Flip Pressreader/Nacional- Noticias

sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - Judiciário

procuradores federais no topo da carreira, com salários

de R$ 27.303. Após repercussão negativa, anunciou

que decidiu suspender a medida, embora argumente

que tudo foi feito conforme orientação da lei.

O presidente do Fonacate (Fórum Nacional Permanente

de Carreiras Típicas de Estado), Rudinei Marques,

afirma que o governo vem tentando construir uma

imagem de que os servidores são responsáveis pelos

problemas do país.

Segundo ele, o funcionalismo já teve perda salarial em

duas situações neste ano: a entrada em vigor das novas

alíquotas da Previdência, que ampliaram as

contribuições de salários mais altos, e o congelamento

salarial, que deixa os servidores sem reposição da

inflação.

Marques diz ser correto que funcionários públicos

avancem a patamares mais altos da carreira, mas é

favorável à valorização das promoções por

desempenho, e não daquelas por tempo de serviço.

'É a regra do jogo hoje. Quem ainda não atingiu o topo

da carreira progride em um ano ou um ano e meio. É

um processo natural. Se quiserem discutir isso na

reforma administrativa, estamos dispostos ao debate',

afirmou.

A PEC (proposta de emenda à Constituição) da reforma

administrativa, apresentada ao Congresso neste mês,

proíbe progressões automáticas, como as gratificações

por tempo de serviço.

O governo quer incluir a norma na Constituição para

que regras existentes hoje em instrumentos de

hierarquia inferior percam a validade. Sem isso, técnicos

argumentam que seria necessário fazer negociações

pulverizadas com cada órgão, carreira e ente federativo.

A proposta de reformulação do funcionalismo, porém,

não impediria que os atuais servidores sejam

beneficiados pelas progressões automáticas, sem

avaliação de desempenho.

Parlamentares defendem que as mudanças também

tenham efeito para quem já ingressou nas carreiras

públicas. Isso, no entanto, depende de articulação com

os líderes que representam a maioria das bancadas no

Congresso.

No primeiro semestre, durante a discussão no

Congresso do pacote de socorro financeiro a estados e

municípios devido à pandemia, Guedes pediu

contrapartidas.

O Ministério da Economia aceitou liberar cerca de R$

120 bilhões de ajuda aos governadores e prefeitos, e,

em troca, seriam aprovadas medidas amargas contra

funcionários públicos federais, estaduais e municipais.

Guedes queria tentar controlar o aumento das despesas

com funcionalismo e evitar que os recursos de combate

ao vírus fossem desviados para ganhos salariais de

servidores.

Alinhado com a equipe econômica, o presidente do

Senado, Davi Alcolumbre (DEMAP), apresentou uma

versão, chancelada por Guedes, que ainda restringia as

progressões e promoções nas carreiras do

funcionalismo até o fim de 2021. Militares também

seriam atingidos.

A proposta desagradou à base do governo Bolsonaro e

também a parlamentares opositores e independentes.

Alcolumbre, então, preservou os avanços nas carreira e

manteve apenas a proibição de reajustes salariais.

Na Câmara, a trava a promoções e progressões nas

carreiras também teve que ser retirada das discussões

diante das críticas de líderes partidários.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Judiciário

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Celso de Mello antecipa saída e deflagra sucessão no STF

Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Capa

sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF

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O decano do STF, Celso de Mello, informou à Corte que

vai se aposentar em 13 de outubro. A decisão do

ministro, que antecipa em três semanas a data prevista

para seu desligamento, abre a primeira vaga no

Supremo para indicação do presidente Jair Bolsonaro.

O favorito para ocupar a cadeira é o ministro da

Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira.

política/pág.A4

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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Decano antecipa saída e acelera sucessão no STF

Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Política

sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF

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Autor: Rafael Moraes Moura

O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso

de Mello, anunciou ontem que vai deixar a Corte no dia

13 de outubro. A decisão do ministro, que antecipa o

seu desligamento em três semanas, abre a primeira

vaga no STF para indicação do presidente Jair

Bolsonaro. Hoje, o favorito para ocupar a cadeira do

decano é o ministro da Secretaria-Geral da Presidência,

Jorge Oliveira. A articulação pela aprovação do nome

de Oliveira já vem sendo feita nos bastidores do

Senado.

Relator do inquérito que investiga se Bolsonaro tentou

interferir politicamente na Polícia Federal, Celso de

Mello completa 75 anos em 1º de novembro, quando se

aposentaria de forma compulsória. "Espero poder julgar,

na medida do possível, os casos de que sou relator",

afirmou o ministro ao Estadão. "Razões estritas (e

supervenientes) de ordem médica tornaram necessário,

mais do que meramente recomendável, que eu

antecipasse a minha aposentadoria, que requeri,

formalmente, no dia 22/9/2020."

A antecipação da aposentadoria de Celso de Mello não

apenas acelerou as articulações em torno da definição

do seu sucessor como reacendeu na Corte a discussão

sobre quem deve assumir a relatoria do inquérito que

investiga Bolsonaro. Integrantes do STF se dividem

sobre o tema e ainda é incerto o destino do caso em

que o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro acusou

Bolsonaro de intervir na PF.

Na avaliação de Celso, o STF, "responsável pelo

equilíbrio institucional entre os Poderes do Estado e

detentor do 'monopólio da última palavra em matéria de

interpretação constitucional, continuará a enfrentar (e a

superar), com absoluta independência, os grandes

desafios com que esta Nação tem sido confrontada ao

longo de seu itinerário histórico".

Ao Estadão, o magistrado rechaçou especulações

levantadas nas redes sociais de bolsonaristas, que

atribuíram a antecipação da aposentadoria a uma

tentativa de se livrar do imposto de renda. "Não foi por

invalidez! Foi uma simples e voluntária aposentadoria,

eis que possuo pouco mais de 52 anos de serviço

público (Ministério Público paulista + Supremo Tribunal

Federal)", afirmou.

Visto no Planalto como "inimigo", Celso havia

determinado que Bolsonaro prestasse depoimento

presencialmente, mas a decisão foi derrubada pelo

ministro Marco Aurélio Mello. A discussão está marcada

para começar no dia 2 de outubro. Marco Aurélio já

rechaçou a hipótese de herdar o caso e defende um

sorteio eletrônico para definir o novo relator. Ao me- nos

três ministros ouvidos pela reportagem também pregam

a redistribuição antes que o escolhido por Bolsonaro

assuma a cadeira do decano.

Fatura.

Amigo do presidente, Jorge Oliveira é considerado no

Planalto como um nome que não traria problemas como

os que outros chefes do Executivo tiveram com suas

escolhas. Além de Oliveira, o ministro da Justiça, André118

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Política

sábado, 26 de setembro de 2020Judiciário - STF

Mendonça, está no páreo, e evangélicos defendem para

a vaga o juiz federal William Douglas, que tem apoio do

senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

A saída de Celso também deu fôlego a outros

movimentos políticos. O presidente do Senado, Davi

Alcolumbre (DEM-AP), tem agora uma carta na manga

para aprovar sua recondução ao cargo e pode cobrar a

fatura. Motivo: é ele quem define o calendário para a

sabatina do novo ministro do Supremo. A indicação de

Bolsonaro precisa passar pelo crivo do Senado.

Alcolumbre tenta aval do STF para disputar novo

mandato em fevereiro de 2021, já que a Constituição

proíbe a recondução de presidentes da Câmara e do

Senado ao cargo na mesma legislatura. O assunto foi

discutido em recente jantar na casa do senador

Weverton Rocha (MA), líder do PDT. "Ainda não temos

nem indicação. Como posso falar em tramitação?",

disse Alcolumbre.

Para o Planalto, Celso se converteu em militante contra

o governo. O magistrado já disse que Bolsonaro

"degrada" o Parlamento e "minimiza perigosamente" a

importância da Constituição. Além disso, criticou o

presidente após ele dizer que pretendia indicar um

nome "terrivelmente evangélico" para a Corte.

Recentemente, Bolsonaro afirmou que quer no STF

alguém que tome cerveja com ele.

Bolsonaro pretende dar uma "guinada conservadora" na

escolha das duas vagas de ministros do STF que serão

abertas no seu mandato. Depois de Celso, o próximo a

se aposentar será Marco Aurélio, em julho de 2021. No

cálculo de aliados do presidente, é considerada decisiva

na definição dos nomes a posição contrária à "pauta de

costumes", como a descriminalização das drogas e do

aborto. / COLABORARAM VERA ROSA, DANIEL

WETERMAN e CAMILA TURTELLI ?

'Ordem médica

"Razões estritas de ordem médica tornaram necessário

que antecipasse a minha aposentadoria."

"Espero poder julgar, na medida do possível, os casos

de que sou relator."

Celso de Mello DECANO DO SUPREMO

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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G.A - O JUDICIÁRIO EM SUSPENSE

Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Época/Nacional - Colunistassexta-feira, 25 de setembro de 2020

Judiciário - Judiciário

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Autor: GUILHERME AMADO, com Eduardo Barretto e

Naomi Matsui

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) e algumas das

grandes bancas da advocacia nacional entraram em

estado de ebulição há duas semanas, desde que a

Polícia Federal saiu às ruas para cumprir buscas e

apreensões determinadas por Marcelo Bretas a partir da

delação de Orlando Diniz. O ex-presidente da

Fecomércio relatou em sua colaboração uma série de

supostas traficâncias cometidas com advogados em

contratos fictícios para que eles defendessem seus

interesses no Judiciário fora dos autos, ou seja,

cometendo crimes. O STJ se viu indiretamente

envolvido porque alguns dos advogados que são alvos

de Bretas são parentes de ministros do tribunal, a

exemplo de Eduardo Martins, filho de ninguém menos

que o presidente da Corte, Humberto Martins. A

advocacia nacional, OAB inclusive, se insurgiu

apontando o que julga serem violações a prerrogativas

suas, entre outros indícios do que considera uma

investigação dirigida para criminalizar a atividade. Há

suspeita ainda que Diniz tenha deturpado fatos para

prejudicar desafetos. O assunto já está no Supremo

Tribunal Federal (STF), sobre a mesa de Gilmar

Mendes, na forma de um pedido para que seja anulada

a homologação da delação por Marcelo Bretas. Mas a

toga e a banca vão tremer ainda mais nas próximas

semanas: chegaram aos procuradores da Lava Jato no

Rio de Janeiro as pilhas de documentos das quebras

dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e de dados de e-

mail e de celulares dos mais de 20 advogados

investigados. O material é forte.

Da Receita Federal, vieram análises de que há diversos

pagamentos para escritórios sem justificativa, dados

sobre offshores mantidas pelos advogados na Flórida e

no Panamá. Dos bancos, transações de altas somas

que, na avaliação do Ministério Público Federal (MPF),

indicam possíveis atos de lavagem de dinheiro.

Dos servidores de e-mail e das telefônicas, milhares de120

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Judiciário - Judiciário

e-mails e registros de telefonemas entre os investigados

que ainda estão sob análise. Em um dos casos, o de

Frederick Wassef, ex-advogado de Flávio Bolsonaro, o

MPF recebeu informações que podem complicar bem

sua vida.

Segundo os dados, o escritório Eluf e Santos repassou,

conforme um relatório do Coaf já havia apontado,

milhões ao escritório de Wassef — que nega ter

cometido qualquer irregularidade. Luiza Eluf, sócia do

Eluf e Santos, também fez depósitos diretamente de sua

conta para Wassef, que viu ainda a conta de seu

escritório ser irrigada por transferências recebidas das

empresas de sua ex-mulher e de suas ex-enteadas. “Ao

que parece, Frederick utiliza-se de seus familiares para

dissimular valores ilícitos recebidos, aí inserido o

montante proveniente da Fecomércio por meio de Luiza

Eluf”, afirmaram os procuradores a Bretas.

Hoje, a aposta em Brasília é que o STF deverá fazer

distinções entre os casos. Ministros avaliam que há ali

ilegalidades evidentes, mas também veem algumas

afirmações sem lastro. Entretanto, a anulação de tudo é

considerada improvável. Até Mendes decidir

monocraticamente ou a Segunda Turma, a da Lava

Jato, deliberar, togados e advogados seguem em

suspense.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Judiciário,

Judiciário - STF

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ENTREVISTA - AUGUSTO ARAS: A BUSCA DO EQUILÍBRIO

Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Veja/Nacional - Entrevista

sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF

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Autor: Thiago Bronzatto

O procurador-geral diz que a força-tarefa omitiu

arquivos que podem gerar ações em todos os estados e

revela que negocia delação com Cunha

Às vésperas de completar um ano à frente da

Procuradoria-Geral da República (PGR), Augusto Aras

está isolado em casa, cuidando da saúde, depois de

infectado com o novo coronavírus — uma pausa que

interrompe 365 dias de muita intensidade. Nesse

período, ele requisitou a instauração de um inquérito

que envolve o presidente da República, comprou briga

com a força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba,

deu início a uma controversa investigação que apura a

participação de políticos em atos considerados

antidemocráticos, autorizou o trabalho que praticamente

aniquilou da vida pública o governador do Rio de

Janeiro e enfrentou a resistência e as desconfianças

dos próprios colegas da instituição — alguns, segundo

ele, que perderam poder, outros que tiveram privilégios

cortados. Por enquanto, ganhou todas. Em meio a

tantas turbulências, diz que a sua função é manter o122

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Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Veja/Nacional - Entrevista

sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF

Brasil equilibrado. Em entrevista a VEJA por

videoconferência, Aras afirma que o combate à

corrupção continua sendo prioridade na sua gestão,

revela que existem arquivos da Lava-Jato que podem

desencadear novas operações e que está em

andamento a negociação de um acordo de delação

premiada com o ex-presidente da Câmara Eduardo

Cunha.

O senhor, assim como outras autoridades de Brasília,

descobriu que estava infectado com a Covid-19 logo

após a posse do presidente do Supremo Tribunal

Federal (STF). Como está a sua saúde?

Estou bem. Tenho sintomas leves. Tive tosse seca no

primeiro dia e não apresentei nenhum comprometimento

do pulmão. Comecei o tratamento precoce e funcionou

muito bem, graças a Deus. Estou tendo os cuidados

adequados. É bom ressaltar que o número de pessoas

contaminadas na posse do presidente do Supremo não

se justificaria pelos cuidados ali adotados. Não faltaram

barreiras no plenário do Supremo. Todos os contatos

foram feitos com máscara. Não houve quebra de

protocolo de segurança.

O senhor acha que erramos ou acertamos mais no

enfrentamento da pandemia?

Acho que nesse jogo de ganhos e perdas, estamos nos

saindo muito bem. Temos essa vantagem de manter o

equilíbrio do ponto de vista econômico, que vai nos

sustentar até o início do ano que vem, sem uma grande

crise. O Brasil se revela privilegiado em estar com as

suas contas regulares em meio ao sétimo mês de

pandemia, em razão do agronegócio, da mineração e da

nossa capacidade de exploração dos recursos naturais.

Outras nações estão desesperadas com a falta de

alimentos e enfrentando dificuldades. Do ponto de vista

sanitário, nossos acertos e erros fazem parte das

incertezas empíricas.

O senhor completou um ano à frente da PGR. O que

destacaria nesse período?

Demos um enorme impulso ao combate à corrupção.

Muitas críticas que recebi diziam respeito a essa área.

Em um ano, tivemos mais autoridades com prerrogativa

de foro investigadas e denunciadas nos tribunais

superiores. Fizemos isso, sem escândalo e com

segurança jurídica. Na área econômica, cooperamos

com diversos ministérios e ajudamos a destravar obras

paralisadas. Além disso, oxigenamos os espaços

internos da PGR e recuperamos 1 bilhão de reais de

orçamento perdidos em gestões anteriores.

Por que, então, toda essa polêmica em relação à

Operação Lava-Jato?

É importante dizer que nunca deixamos de apoiar a

Lava-Jato, seja de Curitiba, do Rio de Janeiro ou de São

Paulo. Pelo contrário. Mandamos procuradores,

servidores e recursos. Da nossa parte, nunca houve

nenhum interesse em reduzir o combate à corrupção. O

que queremos agora é organizar e institucionalizar as

forças-tarefa para que atuem com rigor formal

constitucional e para que não soframos mais certas

crises que ocorreram ultimamente, crises essas nunca

provocadas pelo procurador-geral da República, embora

colocadas no colo dele, sem corresponder à verdade.

Precisamos apenas estabelecer a cultura da unidade

institucional para que todos possam atuar com o mesmo

objetivo. A Lava-Jato não pode ter dono.

Estamos falando da maior e mais bem-sucedida

operação de combate à corrupção da história.

Durante a crise com os procuradores de Curitiba, alguns

senadores do Nordeste me perguntaram: “Doutor, por

que não tem Lava-Jato no Nordeste?”. Olha, a resposta

é muito simples: Curitiba concentrou 1 petabyte de

dados que, se fossem compartilhados, teria Lava-Jato

em todo o Brasil, porque essas informações nunca

foram enviadas a estados como Ceará, Bahia

Pernambuco… Precisamos preservar a unidade da

instituição para que os nossos bancos de dados sirvam

para todo o Brasil e estejam disponíveis para todos os

membros da instituição. Isso é fundamental para que a

Lava-Jato não fique apenas em Curitiba, São Paulo e no

Rio de Janeiro, mas que se estenda para todo o Brasil,

como sempre defendi.123

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Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Veja/Nacional - Entrevista

sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF

Apesar de dezenas de políticos com direito a foro terem

sido investigados nos últimos anos, apenas um foi

condenado e preso até hoje. Por que a Justiça parece

que sempre perde para a impunidade?

O grande problema é que ainda vivemos uma transição

e estamos em busca de um aprimoramento

constitucional. Temos, por exemplo, a discussão da

prerrogativa de foro, carente de uma solução adequada.

Enquanto não houver segurança jurídica para sabermos

quem vai ser julgado por quem, permanecerá um grau

de impunidade. Eu defendo a tese de que, se o crime

for cometido durante o exercício funcional, prevalecerá

a competência por prerrogativa de função, porque o

Supremo tem solução para julgar as autoridades. Hoje,

temos uma situação que vai desde o caso do senador

Flávio Bolsonaro, em que se discute cada hora um foro,

até outros tantos, como o da deputada Flordelis, que

está envolvida num evento como a morte do marido.

Isso tudo vai atrasando o processo de julgamento de

certas autoridades até gerar esse sentimento de

impunidade.

O senhor pediu a instauração de um inquérito para

apurar a suposta interferência do presidente Bolsonaro

na Polícia Federal, a partir de denúncias feitas pelo ex-

ministro Moro, que também passou a ser investigado

por denunciação caluniosa. Há elementos que

corroboram essa suspeita sobre o ex-juiz da Lava-Jato?

Eu requeri esse inquérito exatamente pela gravidade

dos fatos, mas sempre deixei claro que eu não admitiria

que aquilo virasse palanque político de nenhuma

natureza, porque os dois agentes públicos envolvidos à

época são candidatos, um é o presidente da República

e o outro é candidato à Presidência da República. Em

relação ao ex-ministro Sergio Moro, é importante que se

diga que ofensas contra a honra dos presidentes dos

três poderes são crimes cometidos que se processam

independentemente de provocação das vítimas e se

qualificam como crimes de segurança nacional.

O senhor também pediu a abertura de um inquérito para

apurar supostos atos antidemocráticos. A democracia

brasileira corre algum tipo de risco?

Nunca me ocorreu na vida que, depois de quarenta

anos de carreira jurídica, um dia eu iria invocar a Lei de

Segurança Nacional. Mas a verdade é que surgiram

atos antidemocráticos que de alguma forma desafiavam

a LSN, e eu não titubeei em requerer a instauração

desse inquérito. As investigações estão em curso, e o

que eu acho muito importante nesse momento é

verificar que os atos contra as instituições praticamente

cessaram. A nossa atuação mitigou aquela incitação

que vinha crescendo, pondo em risco a nossa

democracia.

O fato de o presidente da República ter mostrado apoio

a algumas dessas manifestações revela o quê?

Tivemos aquele episódio da presença do presidente da

República no quartel e enfrentamos a discussão. O

problema são as circunstâncias. Para nós, preservar a

liberdade de expressão de qualquer cidadão e do

presidente da República, como cidadão e como

autoridade, também tem o mesmo valor.

Como o senhor definiria a sua relação com o presidente

Bolsonaro?

Respeitosa. O presidente me trata com respeito, e eu o

trato com respeito. Nós só nos conhecemos há um ano

e seis meses, mas sempre fui muito franco, direto, nas

minhas opiniões nas poucas vezes em que

conversamos. O presidente Bolsonaro nunca tentou

interferir em nenhuma de nossas ações.

O governador Wilson Witzel, inimigo declarado do

presidente, foi afastado do cargo a pedido da PGR. Ele

se diz vítima de perseguição política.

Eu tenho 33 anos de carreira no Ministério Público.

Nunca ninguém me acusou de perseguição. De minha

parte, eu nunca participei das investigações, porque

descentralizo todas as atividades. O governador do Rio

não conseguiu até hoje dizer que ele não participou de

nada do que foi acusado.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJRevista Veja/Nacional - Entrevista

sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral

fechou um acordo de delação premiada com a Polícia

Federal em que citou ministros do Superior Tribunal de

Justiça. Por que o senhor pediu o arquivamento das

acusações sem antes iniciar uma apuração dos fatos?

A delação do Sérgio Cabral foi objeto de escrutínio

profundo da força-tarefa da Lava-Jato do Rio de

Janeiro, que se recusou a aceitar o acordo de

colaboração. As informações, no que toca às ditas

autoridades, eram todas de ouvir dizer. A delação é um

instrumento muito importante, porque não basta um

indivíduo fazer como o Antonio Palocci, que a Polícia

Federal reconheceu que ele usou informações da mídia

para fazer um acordo.

O senhor tem analisado outras delações premiadas?

Estamos analisando a tentativa do ex-deputado

Eduardo Cunha (ex-presidente da Câmara) de realizar

um acordo de delação. Ele apresentou 152 anexos. Mas

os primeiros 92 não tinham nenhum valor nem nada de

novo. Mas, agora, seus advogados estão trazendo

sessenta novos anexos. Talvez tenhamos elementos

para uma colaboração.

O presidente Bolsonaro disse que se surgisse uma

terceira vaga no Supremo poderia indicar o seu nome.

O senhor é candidato ao cargo?Olha, eu sou candidato

a fazer um segundo ano muito mais eficiente, de maior

combate à corrupção, de contribuir para o Brasil sair da

Covid-19 com a economia melhor. Sou candidato a

fazer um segundo ano de gestão melhor que o primeiro.

Essa é minha pretensão. Acho que chegar ao último

nível da nossa carreira é uma grande honra profissional.

Este é o cargo que pode contribuir para manter o Brasil

equilibrado.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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Comunicado: TCE prorroga por mais 45 dias a entrega das contas de

gestão anuais

Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Nordeste Online/Ceará - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - Conciliação

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Autor: Redação

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) prorrogou por

mais 45 dias a entrega das contas de gestão anuais. Os

administradores e demais responsáveis estaduais e

municipais terão até o dia 12 de novembro deste ano

para a entrega. A nova data limite foi estabelecida pela

Corte. Não serão aplicadas aos gestores e aos

responsáveis pela Administração Pública Estadual e

Municipal as restrições e sanções previstas na

regulamentação vigente do Tribunal como consequência

do descumprimento dos prazos ordinariamente fixados -

e que foram prorrogados. O documento foi publicado

ontem no Diário Oficial Eletrônico do órgão.

Especialização

O prazo de vigência da resolução, que redefiniu a

competência nas comarcas do Estado que têm entre

duas e cinco unidades judiciárias, foi alterado para 20

de dezembro de 2020. A prorrogação, aprovada no

Pleno do Tribunal de Justiça do Ceará, ocorreu após

diálogo com a Associação Cearense de Magistrados e

órgãos do sistema de Justiça, e teve o objetivo de

buscar uma melhor equalização das mudanças, sem

comprometer a prestação jurisdicional. Com isso, a

redistribuição de processos, anteriormente prevista para

ocorrer de forma escalonada a partir de meados de

novembro, agora coincidirá com o início do recesso

forense.

Objetivos

A intenção é não comprometer a participação do

Judiciário cearense em eventos importantes, como a

Semana Nacional da Conciliação e Semana da Justiça

pela Paz em Casa. "A medida também evita prejuízo à

pauta de audiências agendadas para o segundo

semestre deste ano", explicou o presidente do TJCE,

desembargador Washington Araújo, durante a sessão

virtual do Pleno. Outro dispositivo acrescentado ao

documento prevê que a presidência do TJCE poderá

estabelecer, por ato próprio, os procedimentos

administrativos necessários para o efetivo cumprimento

da resolução.

Agenda

A imunização de rotina e campanha contra o sarampo

estará disponível no Posto de Saúde Paulo Marcelo

(Regional Centro) neste sábado (26) e domingo (27). A

unidade estará aberta, das 8h às 17h, para atender a

população. A vacinação é uma das medidas mais

importantes para prevenção de doenças. Ela estimula o

corpo a se defender de vírus e bactérias que provocam

vários tipos de problemas graves.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Conciliação

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Termina hoje o prazo para registro de candidaturas nas Eleições 2020

Conselho Nacional de Justiça - CNJR7 Notícias/Nacional - Noticiassábado, 26 de setembro de 2020

Judiciário - PJE

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Autor: Do R7

Termina neste sábado (26) o prazo para o registro

formal dos candidatos aos cargos de prefeito, vice-

prefeito e vereador nas Eleições 2020. Segundo o

presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro

Luís Roberto Barroso, a Justiça Eleitoral deve receber

630 mil pedidos de registro de candidatura em todo o

país. O número se refere aos indicados em ata pelos

partidos.

Até quinta-feira (24), 280 mil já tinham concluído todas

as etapas iniciais do registro e constavam no

DivulgaCandContas (sistema que controla os registros).

Leia mais: 'Boca a boca nas eleições será pelas redes

sociais', diz especialista

Para Barroso, os números indicam que 'a pandemia não

arrefeceu o ânimo de participação dos candidatos' e da

sociedade, uma vez que houve aumento no número de

mesários voluntários em relação às eleições de 2016.

Segundo ele, isso 'demonstra o desejo de participação

democrática da população, mesmo com os cuidados

que se impõem'.

Envio de documentos

Também já está disponível um novo sistema de

peticionamento avulso que permite ao candidato enviar

documentos em falta. O pedido de registro ocorre

totalmente de forma online pelo sistema CANDex, no

qual o partido apresenta a lista de candidatos e a

documentação exigida.

Quando o pedido estava em análise porque faltava

algum documento e o candidato não tinha advogado

para enviá-lo por meio do PJe (Processo Judicial

Eletrônico), antes ele precisava comparecer ao cartório

para levar a documentação complementar. Agora, o

próprio candidato pode enviar documentos pelo PJe,

sem necessidade de certificação digital.

Segundo o presidente do TSE, a medida 'simplifica a

vida de todos, além de aumentar a segurança' durante a

pandemia do novo coronavírus.

Leia ainda: Direitos políticos de mulheres: Brasil é o 9º

entre 11 países, diz ONU

Para evitar o congestionamento dos sistemas, o TSE

pediu aos partidos e candidatos que não deixem para

enviar o pedido de registro na última hora. A partir deste

domingo (27), já está liberada a realização de

campanha eleitoral.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - PJE

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Fim de prazo - TSE espera receber 630 mil pedidos de registro de

candidatura até este sábado (25)

Conselho Nacional de Justiça - CNJAmazonas Notícias/Amazonas - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - PJE

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A Justiça Eleitoral espera receber cerca de 630 mil

pedidos de registro de candidatura para as Eleições

Municipais deste ano. A expectativa leve em conta os

candidatos indicados em ata pelos partidos, dos quais

280 mil já concluíram todas as etapas iniciais do

registro.

Vale lembrar que o prazo para que os partidos e as

coligações registrem os candidatos aos cargos de

prefeito e vereador termina neste sábado (26). A

documentação pode ser entregue via internet até as 8h

ou presencialmente ao respectivo juiz eleitoral até as

19h.

'Eleições 2020 terão modificações tecnológicas na

infraestrutura de totalização dos resultados', afirma

secretário de Tecnologia da Informação do TSE

Já está no ar um novo sistema de peticionamento

avulso, que permite ao candidato enviar documentos em

falta por meio do Processo Judicial Eletrônico (PJe).

Antes, ele precisava entregar a documentação pendente

pessoalmente. Ao final de uma sessão de julgamento

nesta quinta-feira (24), o presidente do TSE (Tribunal

Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, pediu

que os partidos e candidatos não deixem para enviar os

pedidos de registro na última hora, sob o risco de

congestionar os sistemas. Fonte: Brasil 61.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - PJE

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Como prefeitura e empresas de ônibus negociaram acordo que dará passe

livre temporário a pessoas de baixa renda

Conselho Nacional de Justiça - CNJGaúcha ZH/Rio Grande do Sul - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - Conciliação

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Autor: Bruna Vargas

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O clima entre prefeitura e empresas de ônibus era árido

quando, há cerca de quatro meses, o desembargador

Ney Wiedemann Neto foi atrás do procurador-geral do

município, Carlos Eduardo Silveira. Relatou que, diante

da queda abrupta de passageiros imposta pela

pandemia de coronavírus, as empresas de ônibus

pretendiam buscar reparação financeira acionando o

poder público por via judicial. Além disso,

argumentavam que os prejuízos colocariam o serviço

em xeque: caso se agravassem, poderiam comprometer

o funcionamento do sistema, tirando os ônibus de

circulação.

A sugestão do desembargador era tentar uma

negociação até então inédita para resolver o conflito

antes que ação fosse ajuizada. Ele sugeriu que

prefeitura e empresas participassem de um processo de

mediação no Centro Judiciário de Solução de Conflitos

e Cidadania (Cejusc), muito atuante na esfera civil e

especialmente efetivo na resolução de conflitos

familiares - em razão da pandemia, o escopo dos

atendimentos foi ampliado para atender a empresas e

instituições públicas de forma virtual. Caso fosse bem

sucedido, o acordo poderia trazer uma solução mais

rápida e menos custosa para o impasse entre o

Executivo e os transportadores, além de evitar a

suspensão do serviço.

Poucas semanas depois, uma sala de videoconferência

reunia mais de 30 pessoas, entre técnicos da Empresa

Pública de Transporte e Circulação, procuradores do

município, advogados e representantes das empresas

de ônibus, além do prefeito Nelson Marchezan. Era o

início de uma jornada que só chegaria ao fim na quinta-

feira passada, depois de quase quatro meses de

negociações.

- Foi um trabalho bem puxado porque é um assunto

complexo, delicado. E as reuniões não foram amistosas

- conta o secretário extraordinário de Mobilidade

Urbana, Rodrigo Tortoriello.

Já nas primeiras conversas, os empresários tocaram em

um ponto especialmente caro à gestão de Nelson

Marchezan. Em meio à crise financeira agravada

durante a pandemia, reivindicavam R$ 66 milhões para

cobrir as perdas relativas ao período de distanciamento

social. A proposta perturbou o chefe do executivo, que

vetou à equipe envolvida nas negociações a

possibilidade de o poder público liberar recursos às

empresas sem receber nada em troca - nos bastidores,

a avaliação do prefeito era de que os problemas do

sistema desqualificavam as reivindicações dos

empresários.

A questão financeira mostrou-se o principal impasse

entre as partes ao longo das negociações. Enquanto a

Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP)

não admitia reduzir o valor da indenização, a prefeitura

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Conselho Nacional de Justiça - CNJGaúcha ZH/Rio Grande do Sul - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - Conciliação

se recusava a liberar qualquer recurso sem

contrapartidas. Por diversas vezes, os ânimos se

exaltaram e, em pelo menos cinco oportunidades, o

Executivo ameaçou desistir do acordo.

Os custos financeiros e sociais de judicializar a questão,

pontos destacados pela coordenadora do Cejusc Porto

Alegre, Dulce Ana Gomes Oppitz, que acompanhou o

caso junto com duas mediadoras, forçaram os dois

lados a buscarem um meio termo. Além das 16 sessões

virtuais de conciliação, pelo menos mais de uma dúzia

de encontros - parte deles presenciais - serviram para

discutir exaustivamente cada ponto da negociação.

A resolução começou a se desenhar há cerca de três

semanas, quando os principais pontos do acordo foram

estruturados em um documento e revisados em uma

reunião no gabinete do prefeito, da qual participaram,

além do chefe do Executivo, representantes da

prefeitura e da ATP. O acordo foi assinado na quinta-

feira (24), encerrando quase quatro meses de tratativas.

Oportunidade de mudança

Ao longo das tratativas, a prefeitura inverteu o jogo.

Inicialmente acionada para liberar recursos às

empresas, impôs uma série de medidas a serem

adotadas para qualificar o serviço, como a ampliação

dos pontos de venda de créditos e a concessão de

descontos tarifários fora do horário de pico - o reajuste

de 2020 foi descartado. Também conseguiu convencer

os transportadores a abrirem mão de R$ 27 milhões

referentes à remuneração do capital investido, ao lucro

das empresas e à depreciação do sistema no período.

Por outro lado, o poder público aceitou mudar a forma

de remuneração do serviço até o fim do ano. Em vez de

receber por passageiro transportado, as empresas

serão remuneradas por quilômetro rodado, e o

Executivo se comprometeu a complementar eventuais

diferenças entre custo e arrecadação. Para reduzir os

prejuízos, as empresas também não precisarão mais

contratar ou repor cobradores para cumprir a

obrigatoriedade da tripulação mínima. Este dispositivo

vale por um ano a partir da assinatura do acordo.

- Quando a gente entra numa mesa, tem a consciência

de que algumas coisas vai ter que ceder. Não foi um

acordo dos sonhos, mas foi o possível no atual

momento econômico e social. Mas a gente queria que o

custeio por quilômetro perdurasse por mais tempo. A

gente vai brigar por isso - disse Antonio Augusto

Lovatto, engenheiro da ATP que participou das

tratativas.

Nos próximos meses, será realizado, ainda, um amplo

estudo sobre o sistema, com o objetivo de embasar

mudanças futuras na forma de contratação e avaliação

do serviço.

Primeiro desse tipo no Rio Grande do Sul, o acordo foi

considerado 'histórico' pelo Tribunal de Justiça do

Estado. Para a coordenadora do Cejusc, Dulce Ana

Gomes Opptiz, a conciliação amplia o

comprometimento dos envolvidos no cumprimento dos

pontos pactuados, e tende a ser mais efetivo do que os

processos judiciais.

- A gente foi perseverante porque, sem uma

composição, poderia ter a interrupção do serviço e um

reflexo social que não podíamos mensurar. Foi

gratificante, pelo resultado e pela amplitude desse

acordo - diz.

Os detalhes do acordo

Até o final de 2020, as empresas precisarão oferecer

150 pontos de venda e recarga do cartão TRI.

Os recursos repassados pela prefeitura serão

revertidos, durante seis meses, em créditos para

pessoas inscritas no Cadastro Único do governo federal.

Os cartões só poderão ser utilizados fora do horário de

pico.

As empresas se comprometeram a não reajustar a tarifa

em 2020 e a ofertar descontos tarifários fora do horário

de pico.

As concessionárias também não precisam mais130

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sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - Conciliação

contratar ou repor cobradores para cumprir a

obrigatoriedade da tripulação mínima. Este dispositivo

vale por um ano a partir da assinatura do acordo

*Colaborou Bibiana Dihl

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Conciliação

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Eleições 2020: Rio Grande do Norte tem mais de 6 mil registros de

candidaturas

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sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - PJE

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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),

ministro Luís Roberto Barroso, informou nessa quinta-

feira (24) que a Justiça Eleitoral deve receber 630 mil

pedidos de registro de candidatura em todo o país. O

número se refere aos candidatos indicados em ata pelos

partidos, dos quais 280 mil já concluíram todas as

etapas iniciais do registro e constam do

DivulgaCandContas (sistema que controla os registros).

No Rio Grande do Norte, em consulta realizada pelo

portal Nominuto.com às 8h24min desta sexta-feira (24),

foram registrados 347 pedidos de candidaturas a

Prefeito e vice, além de 5.381 pedidos para

candidaturas a vereador, totalizando em 6.075 registros.

Em todo o País, foram 12.336 pedidos de candidaturas

a Prefeito; 12.345 a vice; e 299.562 pedidos de

candidaturas a vereador. Todos os pedidos ainda

aguardam o julgamento da Justiça Eleitoral.

O prazo para concorrer aos cargos de prefeito e

vereador nas Eleições 2020 termina neste sábado, dia

26 de setembro. O ministro Barroso informou ainda que

já está disponível um novo sistema de peticionamento

avulso que permite ao candidato enviar documentos

faltantes. O pedido de registro já ocorre totalmente de

forma on-line pelo sistema CANDex, no qual o partido

apresenta a lista de candidatos e a documentação

exigida.

No entanto, quando o pedido caía em diligência, ou

seja, se estivesse faltando algum documento e o

candidato não tivesse advogado para enviá-lo por meio

do Processo Judicial Eletrônico (PJe), ele precisava

comparecer ao cartório para levar a documentação

complementar. A partir de agora, o próprio candidato

poderá enviar a documentação pelo PJe, sem

necessidade de certificação digital.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - PJE

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A importância da arbitragem e da mediação de conflitos para o pós-

pandemia

Conselho Nacional de Justiça - CNJJota/Nacional - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - Conciliação

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Autor: Clara Cerioni

A pandemia da Covid-19 tem o potencial de aumentar

expressivamente as demandas judiciais que chegarão

aos tribunais do país. Esse cenário preocupa os

operadores do Direito brasileiro, que já enfrentam uma

litigiosidade endêmica no país.

A saída para este problema que se avizinha pode estar

na ampliação do uso de procedimentos extrajudiciais,

com arbitragem, mediação e conciliação, na hora da

resolução dos conflitos

Esse diagnóstico foi sedimentado em webinar realizado

nesta sexta-feira (25/9) pelo JOTA e a Paper

Excellence, que contou com a participação do ministro

Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), do

ministro Luís Felipe Salomão, do Superior Tribunal de

Justiça (STJ), e da professora, advogada e conselheira

da Câmara Ciesp/Fiesp Selma Lemes. O tema tratado

foi ''Arbitragem e Judiciário - Um balanço dos 25 anos

de convivência'.

Para o ministro Gilmar Mendes, no pós-pandemia, o

Poder Judiciário enfrentará, entre outras questões, a

recuperação das empresas e problemas relacionados

ao não cumprimento de obrigações assumidas. Ainda

não se sabe, disse o magistrado, qual será o impacto

judicial dessas demandas.

'Certamente, boa parte das soluções estará associada

ao modelo mais flexível de soluções de controvérsia.

Nesse sentido, vem um apelo para arbitragem,

mediação e conciliação', afirmou Mendes,

acrescentando que no retorno à normalidade é

importante dar continuidade ao trabalho de arbitragem

para reduzir 'o tempo para a solução definitiva das

demandas'.

O magistrado citou como exemplo que o próprio

Supremo Tribunal Federal, na gestão do ex-presidente

Dias Toffoli, instituiu o Centro de Mediação e

Conciliação, com o objetivo de buscar soluções

consensuais nos processos em andamento na Corte.

'É preciso fazer um esforço no Brasil para que as

soluções sejam de fato definitivas. E que a gente tenha

de pano de fundo o caso, que tem sido pouco

verbalizado, sobre a solução acordada dos passivos

ligados ao sistema bancário, que inicialmente nós não

sabíamos como seria resolvido. Acabou-se encontrando

uma solução mediada, de acordo, que pacificou em

grande estilo a temática'.

O ministro do STJ Luís Felipe Salomão também

demonstrou preocupação com o volume de demandas

no sistema Judiciário no pós-pandemia. Para o

magistrado, é preciso que se estimulem os debates

acerca das 'maneiras para achatar e diminuir essa curva

de crescimento, com soluções extrajudiciais'.

Salomão, contudo, levantou um questionamento anterior

à pandemia da Covid-19, que diz respeito às ações

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Conselho Nacional de Justiça - CNJJota/Nacional - Noticias

sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - Conciliação

anulatórias ingressadas no Judiciário que questionam

resoluções definidas por arbitragem.

'Isso precisa ser medido, estudado, e adequadamente

enfrentado por parte do Judiciário', disse o ministro.

24 anos de Lei da Arbitragem

Selma Lemes, advogada, professora de arbitragem e

conselheira da Câmara Fiesp/Ciesp, começou

lembrando que a Lei da Arbitragem, quando surgiu em

1996, trouxe conceitos inovadores e princípios jurídicos.

Esses entendimentos sedimentaram com segurança o

uso dessa modalidade para a resolução de conflitos. Foi

responsável também por 'erigir o Brasil a um status

internacional impensável antes da legislação'.

Para Lemes, a aplicação da lei, na perspectiva do

âmbito privado, pode ser dividida em três fases: 'a

primeira foi a de conscientização, de transmitir o que era

novo, no que consistiam aqueles conceitos e como

aplicá-los. Foi todo um trabalho de esclarecimento',

afirmou.

Em seguida, continuou Lemes, houve o

desenvolvimento da arbitragem efetivamente. 'Foi

quando a sociedade, principalmente a parte

empresarial, entendeu sua importância'. Em 2015, com

a reforma na legislação, foi possível inserir

esclarecimentos formados pela jurisprudência brasileira.

'Agora, chegamos na época atual, que é um grande

desafio: conseguir manter o avanço que já foi

conquistado até agora, aperfeiçoar o uso do recurso e

garantir que o Judiciário fique do nosso lado', concluiu.

No entendimento de Salomão, do STJ, neste período de

24 anos o que se observou foi uma 'explosão' e uma

'conscientização' sobre o uso do instrumento de

arbitragem. 'Foi um momento único para os juristas

brasileiros com esse câmbio de mentalidade,

institucionalizando essas soluções', disse.

Segundo o magistrado, seu entendimento é o de que a

'arbitragem não cresce às custa do mau funcionamento

do Judiciário. Ao contrário, nós apoiamos a arbitragem

e as soluções extrajudiciais porque elas são avanços da

civilização e auxiliam a Justiça'.

Mendes, do STF, desenhou um cenário sobre a

litigiosidade do sistema Judiciário para a defender o

desenvolvimento das soluções extrajudiciais nos

conflitos. 'O Brasil é judicial-dependente. São, em

média, 100 milhões de processos em tramitação

atualmente. Precisamos recomeçar com as iniciativas

de modernização', afirmou.

Os debatedores concordaram que é possível expandir a

utilização do formato de arbitragem e conciliação para

diversas áreas, como por exemplo, na Justiça do

Trabalho e em questões envolvendo conflitos tributários.

Lemes é co-autora do Projeto de Lei 4.468/2020, que

institui a Arbitragem Especial Tributária. O texto foi

apresentado pela senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), no

início de setembro. Em suma, o PL define que a

arbitragem especial tributária pode ser usado para

resolver conflitos que não envolvam crédito tributário

constituído.

'O projeto tem especificidades interessantes, traz, por

exemplo, a figura do árbitro desempatador. É um

recurso dentro da arbitragem. É algo simples, mas que

pode representar um avanço muito grande para o Brasil

e para as empresas', disse Lemes.

Clara Cerioni - Repórter em São Paulo. Cobre temas

relacionados à política e ao Judiciário, além de ser

uma das responsáveis pelos conteúdos do JOTA

Discute. Antes, foi repórter de macroeconomia na

Exame. Email: [email protected]

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Conciliação

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É válida a possibilidade de busca e apreensão de bens alienados

fiduciariamente

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sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF

Quem explica a decisão do STF é a consultora jurídica

da TV Justiça Gisele Reis.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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Ministro Celso de Mello decidiu antecipar sua aposentadoria do STF para

outubro

Conselho Nacional de Justiça - CNJTV Justiça/Rio de Janeiro - Jornal da Justiça 2ª Ediçao

sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF

Ele se aposentaria compulsoriamente em novembro,

quando completa 75 anos. No último mês de agosto, o

decano da Corte completou 31 anos como ministro do

Supremo.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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STF autoriza a extradição de Carlos Wanzeler, ex-sócio da Telexfree

Conselho Nacional de Justiça - CNJTV Justiça/Rio de Janeiro - Jornal da Justiça 2ª Ediçao

sexta-feira, 25 de setembro de 2020Judiciário - STF

Ele responde a diversas ações penais no Brasil e nos

Estados Unidos por ter envolvimento em esquema de

pirâmide financeira por meio da empresa.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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